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1 Conhecimentos Bancários Específicos CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS SERVIÇOS BANCÁRIOS 1) ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS E DOCUMENTOS BÁSICOS A Conta-corrente, na realidade, também chamada conta bancária é um serviço oferecido pelos bancos onde a pessoa física ou jurídica (clientes) faz depósito em dinheiro (moeda nacional ou cheque com suficiente provisão de fundos), ou ainda, no caso da pessoa física, recebe salários depositados pelo empregador, e, em contrapartida, recebe um crédito no mesmo valor, crédito esse por meio do qual retira o dinheiro da conta-corrente, quando conveniente (caixa, cartão ou cheque), e também paga suas contas (energia elétrica, telefone, etc), faz depósitos, investe em poupança, pede ao banco empréstimos pessoais e outras transações financeiras oferecidas pelo banco. As movimentações financeiras da conta corrente são apresentadas ao cliente, de forma resumida, em extrato fornecido pela instituição financeira, o qual pode ser solicitado pelo cliente, mediante pagamento de uma pequena taxa de fornecimento de extrato mensal. Para encerrar a conta é necessário protocolizar uma carta no Banco solicitando o encerramento da conta, apresentando extrato atual, informando que todos os cheques já foram compensados, devolvendo talões de cheques não utilizados e cartões. Isto porque, há despesas efetuadas na conta corrente como taxas de manutenção e outros fornecimentos, os quais serão debitados na conta, fazendo com que o saldo se torne devedor e podendo trazer problemas financeiros no futuro para o ex-cliente que não encerrou a conta adequadamente (prova documental). Abertura Para abertura de conta os bancos pedem que o cliente apresente, no mínimo, originais e cópias dos seguintes documentos: Documento de identificação - cédula de identidade (RG) ou documentos que a susbstituam legalmente, a exemplo das carteiras fornecidas pela OAB, CREA, Corecon, CRM, Federação Nacional dos Jornalistas etc; Cartão de Identificação do Contribuinte (CIC/CPF); Comprovante de renda * (Ex.: holerite, contracheque etc.). Comprovante de residência (conta de luz, telefone ou contrato de locação). Os originais serão devolvidos logo após a conferência com as cópias, que ficarão com o banco. Tratando-se de menor ou de pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assiste ou representa. E, caso se trate de pessoa economicamente dependente, deverá ser identificado o respectivo responsável. Todas as condições básicas para movimentação e encerramento devem constar da ficha proposta de abertura de conta (contrato), inclusive as relacionadas às tarifas de serviços. Encerramento Concurso Caixa Econômica Federal – 2010 – CESEP – Machado/MG

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1 Conhecimentos Bancários Específicos

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS SERVIÇOS BANCÁRIOS

1) ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS E DOCUMENTOS BÁSICOS

A Conta-corrente, na realidade, também chamada conta bancária é um serviço oferecido pelos bancos onde a pessoa física ou jurídica (clientes) faz depósito em dinheiro (moeda nacional ou cheque com suficiente provisão de fundos), ou ainda, no caso da pessoa física, recebe salários depositados pelo empregador, e, em contrapartida, recebe um crédito no mesmo valor, crédito esse por meio do qual retira o dinheiro da conta-corrente, quando conveniente (caixa, cartão ou cheque), e também paga suas contas (energia elétrica, telefone, etc), faz depósitos, investe em poupança, pede ao banco empréstimos pessoais e outras transações financeiras oferecidas pelo banco. As movimentações financeiras da conta corrente são apresentadas ao cliente, de forma resumida, em extrato fornecido pela instituição financeira, o qual pode ser solicitado pelo cliente, mediante pagamento de uma pequena taxa de fornecimento de extrato mensal. Para encerrar a conta é necessário protocolizar uma carta no Banco solicitando o encerramento da conta, apresentando extrato atual, informando que todos os cheques já foram compensados, devolvendo talões de cheques não utilizados e cartões. Isto porque, há despesas efetuadas na conta corrente como taxas de manutenção e outros fornecimentos, os quais serão debitados na conta, fazendo com que o saldo se torne devedor e podendo trazer problemas financeiros no futuro para o ex-cliente que não encerrou a conta adequadamente (prova documental).

AberturaPara abertura de conta os bancos pedem que o cliente apresente, no mínimo, originais e cópias dos seguintes documentos:

Documento de identificação - cédula de identidade (RG) ou documentos que a susbstituam legalmente, a exemplo das carteiras fornecidas pela OAB, CREA, Corecon, CRM, Federação Nacional dos Jornalistas etc;

Cartão de Identificação do Contribuinte (CIC/CPF); Comprovante de renda * (Ex.: holerite, contracheque etc.).Comprovante de residência (conta de luz, telefone ou contrato de locação).

Os originais serão devolvidos logo após a conferência com as cópias, que ficarão com o banco. Tratando-se de menor ou de pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assiste ou representa. E, caso se trate de pessoa economicamente dependente, deverá ser identificado o respectivo responsável. Todas as condições básicas para movimentação e encerramento devem constar da ficha proposta de abertura de conta (contrato), inclusive as relacionadas às tarifas de serviços.

EncerramentoOs contratos ou fichas-proposta de abertura de conta deverão estabelecer, no mínimo, as seguintes condições para seu encerramento:

Comunicação prévia por escrito; Prazo para adoção de providências relacionadas à rescisão; Devolução ao banco das folhas de cheques em seu poder ou declaração por escrito de sua inutilização; Manutenção de fundos suficientes para a liquidação de compromissos assumidos com o banco ou decorrentes

de disposições legais (ex. CPMF).

Como agirAo solicitar o encerramento, o cliente deve tomar as seguintes providências:

Pedir o extrato da conta;Verificar se todos os débitos (autorizados) e cheques emitidos estão lançados na conta;Cancelar as autorizações de débitos automáticos;Devolver os talonários de cheques e cartões que estejam em seu poder, conferindo e confirmando com o

banco o seu registro; Exigir o protocolo das devoluções e do encerramento da conta;

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Manter saldo suficiente para liquidação de compromissos assumidos anteriormente (débito automático, prestação de financiamento, CPMF).

O encerramento da conta não eximirá seu titular das obrigações legais decorrentes da sustação, revogação ou cancelamento de cheques. O banco deverá informar os motivos de devolução dos cheques apresentados dentro do prazo de prescrição, mesmo quando ocorrer após o encerramento da conta.

Conta-salárioÉ um tipo especial de conta de depósito à vista, aberta pela empresa/fonte pagadora em nome de um favorecido/beneficiário, exclusivamente para pagar-lhe salários e/ou vencimentos. O cliente (empregado/funcionário/beneficiário) é isento de tarifa de manutenção da conta-salário. A tarifa de manutenção da conta é negociada e cobrada da empresa ou órgão pagador do salário/vencimento.

A abertura dessa conta é feita pela empresa ou fonte pagadora, cabendo a ela toda a responsabilidade de identificação do favorecido/beneficiário. O instrumento contratual de abertura da conta-salário é firmado entre o banco e a instituição/empresa pagadora;

Essa conta não é movimentável por cheques, mas apenas por cartão magnético, nas agências do banco e nos equipamentos de auto-atendimento internos e externos;

O cliente também pode optar por transferir integralmente seus recursos por meio de um único DOC/TED, mensal e gratuito, para movimentá-los em outro banco;

No caso de substituição do cartão magnético por perda, roubo ou danos provocados pelo cliente, poderá ser cobrada tarifa de reposição;

A conta-salário só recebe créditos da empresa ou fonte pagadora e não pode ser utilizada para débitos decorrentes da quitação de contas de consumo, títulos, boletos bancários, impostos e taxas;

Na abertura da conta-salário o beneficiário recebe do banco informações sobre o seu funcionamento; A conta-salário não está sujeita aos demais regulamentos aplicáveis às contas de depósitos.

Conta Individual: conta para um único titular, que permite movimentação a crédito e a débito.

Conta Conjunta Simples (E): conta para mais de um titular cuja movimentação a débito somente poderá ser feita com as assinaturas, sempre em conjunto, dos titulares.

Conta Conjunta Solidária (E/OU): conta para mais de um titular cuja movimentação a crédito ou a débito poderá ser feita por qualquer um dos titulares isoladamente.

Contas para menores:• Menores de 18 e maiores de 16 anos: conta em nome do menor, cuja movimentação será livre, desde que autorizada pelo responsável legal. A abertura e movimentação de conta de menor poderá ser efetuada sem a necessidade de autorização por seu representante legal, desde que o menor seja legalmente emancipado e faça prova de sua emancipação.• Menores de 16 anos: conta em nome do menor, cuja movimentação somente poderá ser feita pelo responsável indicado na abertura da conta.

Situações especiais, para os menores de 18 anos, trazidas pelo novo Código Civil:1) Para abertura de conta de depósito (conta poupança e conta corrente) cujo titular seja menor com 16 anos de idade completos, não emancipados, é obrigatória comprovação da existência de relação de emprego, do qual tenha economia própria, mediante exibição da Carteira de Trabalho e portar cópia e original dos documentos RG e CPF e do comprovante de endereço. 2) Para abertura de conta de depósito (conta poupança e conta corrente) para titulares menores emancipados,

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deve-se apresentar, além de cópia e original dos documentos RG e CPF e do comprovante de endereço, registro de nascimento com a Averbação da Emancipação conferida pelos pais.

Cobrança de serviços bancáriosOs preços dos serviços bancários são definidos pelas próprias instituições. Mas, por determinação do Banco Central, os bancos não podem cobrar os serviços abaixo discriminados:

Um cartão magnético ou um talão mensal com 10 folhas de cheques, conforme opção do cliente. È permitido ao banco não fornecer novos cheques ao correntista que tiver mais de 19 folhas não liquidadas ou que não tiver liquidadas 50% das folhas a ele fornecidas nos últimos três meses;

Substituição do cartão magnético para cliente que optou pelo cartão gratuito, exceto por perda, roubo ou danificação;

Manutenção de contas de poupança com saldo superior a R$ 20,00;Obs.: Nas contas de poupança inativas - sem saques ou depósitos por prazo superior a seis meses e com saldo inferior a R$ 20,00 - os bancos podem cobrar mensalmente R$ 4,00 ou 30% do saldo;

Pela manutenção de contas de poupança abertas a ordem do Poder Judiciário e de depósitos em consignação de pagamento;

Expedição de documentos destinados à liberação de garantias de qualquer natureza;Devolução de cheques pelo Serviço de Compensação, exceto por insuficiência de fundos, cuja tarifa deverá ser

cobrada do emitente; Fornecimento de um extrato mensal com toda a movimentação do mês;Renovação de sustação, contra-ordem ou cancelamento de cheques.

Condições para a cobrança de tarifas:As agências devem afixar em local visível ao público uma relação dos serviços com os preços máximos

praticados e a periodicidade da cobrança, quando for o caso;As tarifas debitadas em conta corrente devem ser claramente definidas no extrato fornecido mensalmente;O início da cobrança de um serviço e alterações nos valores dos que já são cobrados devem ser informados ao

público com 30 dias de antecedência.

2) PESSOA FÍSICA E JURÍDICA PESSOA FÍSICA

É o ser humano nascido da mulher. Sua existência começa do nascimento com vida (a respiração é a melhor prova do nascimento com vida) e termina com a morte. O homem, pessoa natural, é sujeito e titular da relação jurídica.

PESSOA JURÍDICAPessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta personalidade, isto e, são seres que atuam na vida jurídica, com personalidade diversa da dos indivíduos que os compõem, capazes de serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil.1) De acordo com a sua estrutura: a) as que têm como elemento adjacente o homem, isto é, as que se compõem pela reunião de pessoas, tais como as associações e as sociedades; b) as que se constituem em torno de um patrimônio destinado a um fim, isto é, as fundações.2) De acordo com sua órbita de atuação: as pessoas podem ser de direito externo (as várias Nações, a Santa Sé, a Organização das Nações Unidas) ou interno (a União, os Estados, o Distrito Federal e cada um dos Municípios legalmente constituídos); e de direito privado (as sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, as associações de utilidade publica, as fundações e, ainda, as sociedades mercantis).Dentre as pessoas jurídicas de Direito privado, podemos distinguir as associações, isto e, agrupamentos de indivíduos sem fim lucrativo, como os clubes desportivos, os centros culturais, as entidades pias, etc.; e, de outro, as sociedades, isto é, os agrupamentos individuais com escopo de lucro.

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Requisitos para a existência legal das pessoas jurídicas.A existência, perante a lei, das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição dos seus contrates, atos constitutivos, estudos ou compromissos em seu registro publico peculiar.Antes da inscrição, a pessoa jurídica pode existir no plano dos acontecimentos, mas o direito despreza sua existência, nega-lhe personalidade civil, ou seja, nega-lhe a capacidade para ser titular de direitos (pois, para que a pessoa moral ingresse na orbita jurídica, é necessário o elemento formal, ou seja, a inscrição no registro próprio).Cumpre ressaltar, porém, que o ordenamento jurídico não pode ignorar a existência de fato da pessoa moral, antes de seu registro. Assim, embora não prestigie a existência, atribui alguma consequência a tal organismo.Para se proceder ao registro de uma pessoa jurídica de direito privado de natureza civil, apresentam-se dois exemplares do jornal oficial em que houverem sido publicados os estatutos, contratos ou outros documentos constitutivos ao cartório competente. No documento deve figurar, para que seja declarado peio Oficial, no livro competente:I - a denominação fundo social (quando houver), os fins e a sede da associação, ou fundação, bem como o tempo de sua duração;II - o modo por que se administra e representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;III - se os estatutos, contrato ou o compromisso são reformáveis no tocante a administração, e de que modo;IV - se os membros respondem ou não, subsidiariamente, uns pelos outros, pelas obrigações sociais;V - as condições de extinção das pessoas jurídicas, e o destino de seu patrimônio, nesse caso;VI - os nomes dos fundadores, ou instituidores, e dos membros da diretoria provisória ou definitiva, com indicação da nacionalidade, estado civil ou profissão de cada um, bem como o nome e residência do apresentante dos exemplares.

Capacidade e Representação das Pessoas Jurídicas.No momento em que a pessoa jurídica registra seu contrato constitutivo, adquire personalidade, isto e, capacidade para ser titular de direito. Naturalmente ela só pode ser titular daqueles direitos compatíveis com a sua condição de pessoa fictícia, ou seja, os patrimônios. Não se lhe admitem os direitos personalísticos.Para exercer tais direitos, a pessoa jurídica recorre a pessoas físicas que a representam, ou seja, por quem os respectivos estatutos designarem ou, não os designando, pelos seus diretores.

Responsabilidade das Pessoas JurídicasAs pessoas jurídicas são responsáveis na orbita civil, contratual e extracontratual.As pessoas jurídicas com fim lucrativo só serão responsáveis pelos atos ilícitos, praticados por seus representantes, provando-se que concorreram com culpa para o evento danoso.Tal culpa poderá se configurar quer na eleição de seus administradores, quer na vigilância de sua atividade. Mas, atualmente, houve uma evolução nesta interpretação através de uma farta jurisprudência de nossos Tribunais. Assim, quando a pessoa jurídica de finalidade lucrativa causar dano a outrem através de ato de seu representante, surge a presunção que precisa ser destruída pela própria pessoa jurídica, sob pena de ser condenada solidariamente a reparação do prejuízo.Quanto a responsabilidade das associações que não tem lucro, nada se encontra na lei. A responsabilidade pela reparação do prejuízo será do agente causador. Apenas, neste caso, deve a vitima demonstrar a culpa da associação.

Extinção das Pessoas Jurídicas.I - pela sua dissolução, deliberada entre os seus membros, salvo o direito da minoria e de terceiros;II pela sua dissolução, quando a lei determine;III pela sua dissolução em virtude de ato do Governo que lhe casse a autorização para funcionar, quando a pessoa jurídica incorra em atos opostos aos seus fins ou nocivos ao bem público.Quando se trata de pessoa jurídica com finalidade lucrativa, nenhum problema surge quanto ao destino dos bens. Eles serão repartidos entre os sócios, pois o lucro constitui o próprio objeto que os reuniu.Nas associações sem fim lucrativo que se dissolvem, o patrimônio seguira a destinação dada pelos Estatutos; em

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não havendo tal, a deliberação eficaz dada pelos sócios sobre a matéria. Se os – mesmos nada resolveram, ou se a deliberação for – ineficaz, devolver-se-á o patrimônio a um estabelecimento publico congênere ou de fins semelhantes. Se, no Município, Estado ou no Distrito-Federal, inexistirem estabelecimentos nas condições indicadas, o patrimônio passara a Fazenda Publica.

Fundações.Fundação e uma organização que gira em torno de um patrimônio, que se destina a uma determinada finalidade. Deve ser ultimada por escritura publica ou testamento.Aquele a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio elaborara o Estatuto da fundação projetada, submetendo-o a autoridade competente, isto e, ao órgão do Ministério Publico. Aprovado por este, o Estatuto devera ser registrado e, neste momento, a Fundação adquire personalidade jurídica.A lei só permite que se altere o Estatuto da Fundação consoante três condições: 1º) deliberação da maioria dos administradores e representantes da Fundação; 2º) respeito a sua finalidade original; 3º) aprovação da autoridade competente. A Fundação se extingue quando vencido o prazo de sua existência. Tal hipótese raramente se apresenta, porque, em geral, a Fundação e criada por prazo indeterminado; além disso, extingue-se quando se torna nociva ao interesse publico; e, finalmente, quando seu objeto se torna impossível.Nas três hipóteses acima, o patrimônio da Fundação extinta vai se incorporar ao de outras de fins idênticos ou semelhantes.

CAPACIDADE E INCAPACIDADESe toda relação jurídica tem por titular um homem, verdade e, também, que todo homem pode ser titular de uma relação jurídica. Isto é, todo ser humano tem capacidade para ser titular de direitos.Antigamente, nos regimes onde florescia a escravidão, o escravo em vez de sujeito era objeto de direito. No mundo moderno, a mera circunstancia de existir confere ao homem a possibilidade de ser titular de direitos. A isso se chama personalidade.Afirmar que o homem tem personalidade e o mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser titular de direitos. Tal personalidade se adquire com o nascimento com vida. Parece que melhor se conceituaria personalidade dizendo ser a aptidão para adquirir direitos e assumir obrigações na ordem civil. Como se vera, a aptidão para adquirir direitos não se identifica com a aptidão para exercer direitos, da qual se excluem as pessoas mencionadas (incapazes), que pessoalmente não os podem exercer.Voltando a analise, se deve ressaltar a relevância, na pratica, de tal dispositivo, conforme se demonstre que o indivíduo nasceu morto, ou morreu logo após o nascimento. Por exemplo: suponha que um indivíduo morreu, deixando esposa grávida; se a criança nascer morta, o patrimônio do "de cujus" passara aos herdeiros deste, que podem ser seus pais, se ele os tiver; se a criança nascer viva, morrendo no segundo subsequente, o patrimônio de seu pai pré-morto (que foi a seu filho no momento em que ele nasceu com vida) passara aos do infante, no caso, a mãe.A lei brasileira protege os direitos do nascituro desde a sua concepção (nascituro é o ser já concebido, mas que se encontra no ventre materno), embora só lhe conceda a personalidade se nascer com vida.A personalidade que o indivíduo adquire, ao nascer com vida, termina com a morte. No instante em que expira, cessa sua aptidão para ser titular de direitos, e seus bens se transmitem, incontinenti, a seus herdeiros. Já foi dito que todo ser humano, desde seu nascimento ate sua morte, tem capacidade para ser titular de direitos e obrigações, na ordem civil. Mas isso não significa que todas as pessoas possam exercer, pessoalmente, tais direitos. A lei, tendo em vista a idade, a saúde ou o desenvolvimento intelectual de determinadas pessoas, com o intuito de protege-las não lhes permite o exercício pessoal de direitos, e denomina tais pessoas de incapazes. Portanto, incapacidade é o reconhecimento da inexistência, numa pessoa, daqueles requisitos que a lei acha indispensáveis para que ela exerça os seus direitos.Existe, assim, uma distinção entre incapacidade absoluta e relativa.São absolutamente incapazes aqueles que não podem, por si mesmos, praticar quaisquer atos jurídicos e, se o fizerem, tais atos são nulos. (Os menores de 16 anos; os loucos de todo gênero; os surdos-mudos, que não puderem exprimir a sua vontade; os ausentes, declarados tais por ato do juiz.) Por exemplo: se um menor

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impubere vende uma propriedade, ou faz um contrato de seguro, tal ato e absolutamente ineficaz, porque a manifestação de vontade provinda dele, desprezada que é pelo ordenamento jurídico, não produz efeitos na orbita do direito, e nulo o ato e não gera efeitos.Diferente e a incapacidade relativa, porque a inaptidão físico-psíquica e menos intensa. Trata-se de pessoas que, sem terem um julgamento, adequado das coisas, apresentam um grau de perfeição intelectual não desprezível. A lei, então, lhes permite a pratica de atos jurídicos, condicionando a validade destes ao fato de eles se aconselharem com pessoa plenamente capaz (seu pai, tutor ou curador) que os devem assistir-nos atos jurídicos.Enquanto o absolutamente incapaz e representado, o relativamente incapaz e apenas assistido.O ato praticado pelo relativamente incapaz não e nulo, mas anulável.Entende-se por pródigo àquele que, desordenadamente, gasta e destrói o seu patrimônio. Como a sua deficiência só se mostra no trato de seus próprios bens, sua incapacidade e limitada aos atos que o podem conduzir a um empobrecimento.Os silvícolas, por viverem afastados da civilização, não contam, habitualmente, com um grau de experiência suficiente para defender sua pessoa e seus bens, em contato com o branco. No entanto, deixam de ser considerados relativamente incapazes se adaptarem e se integrarem a civilização do pais.

REPRESENTAÇÃO E DOMICILIODomicílio-civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece sua residência com animo definitivo.A ideia de animo definitivo vai decorrer das circunstancias externas reveladoras da intenção do indivíduo, isto é, do seu propósito de fazer daquele local o centro de suas atividades. O conceito de domicílio se distingue do de residência. Este representa uma relação de fato entre uma pessoa e um lugar, envolvendo a ideia de habitação, enquanto o de domicílio compreende o de residência, acrescido do animo de ai fazer o centro de sua atividade jurídica.

Espécies de domicílio.- domicílio voluntário e o estabelecido voluntariamente pelo indivíduo, sem sofrer outra influência que não a de sua vontade ou conveniência.- domicílio legal ou necessário é aquele que a lei impõe a determinadas pessoas, que se encontra em dadas circunstâncias. Assim, os incapazes têm necessariamente por domicílio o dos seus representantes.O domicilio da mulher casada é o do marido exceção: a) quando estiver separada; b) quando lhe couber a administração dos bens do casal.

Os funcionários públicos reputam-se domiciliados onde exercerem, em caráter permanente, suas funções.O domicílio do militar em serviço ativo e o lugar onde servir. O domicílio dos oficiais e tripulantes da marinha mercante e o lugar onde estiver matriculado o navio. O preso ou desterrado tem o domicílio no lugar onde cumpre a sentença ou o desterro. O ministro ou o agente diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade, sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no ultimo ponto do território brasileiro onde o teve. - domicílio de eleição ou convencional é o escolhido pelos contratantes, nos contratos escritos, para fim de exercício dos direitos e cumprimento das obrigações que dos mesmos decorram. Se, porem, a pessoa natural tiver diversas residências onde alternadamente viva, ou vários centros de ocupações habituais, considerar-se-á domicílio seu qualquer destes ou daquelas. Caso de pluralidade de domicílios.Domicílio ocasional ou aparente. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, ou empregue a vida em viagens, sem ponto central de negócios, o lugar onde for encontrada.A mudança de domicílio ocorre quando a pessoa natural altera a sua residência, com a intenção de transferir o seu centro habitual de atividade. A prova da intenção resultara do que declarar a pessoa mudada às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizerem, da própria mudança, com as circunstancial que a acompanharem.

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Domicílio da pessoa jurídica de Direito Público.O domicílio da União e o Distrito Federal; dos Estados, as respectivas Capitais; e dos Municípios, o lugar onde funciona a Administração Municipal. Das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegeram domicílio especial, nos seus estatutos ou atos constitutivos.Quando o direito pleiteado se originar de um fato ocorrido onde um ato praticado, ou que deva produzir os seus efeitos, fora do Distrito Federal, a União será demandada na seção judicial em que o fato ocorreu, ou onde tiver sua sede a autoridade de que o ato emanou, ou onde este tenha de ser executado.

Domicílio da pessoa jurídica de Direito Privado.É o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, isto quando nos seus estatutos não constar eleição de domicílio especial. Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, cada um será considerado domicílio, para os atos nele praticados.

Domicílio da pessoa jurídica estrangeira.Se a administração e diretoria tiver sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante as obrigações contraídas por cada uma das suas agencias, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela responder.

3) CHEQUE: REQUISITOS ESSENCIAIS, CIRCULAÇÃO, ENDOSSO, CRUZAMENTO, COMPENSAÇÃO.

• cheque é uma ordem de pagamento a vista que pode ter como beneficiário o próprio emitente ou terceiros (considera-se não escrita qualquer menção em contrário);• deve ser a apresentado para pagamento no prazo 30 dias da emissão (quando emitido no lugar onde deve ser pago), caso contrário em 60 dias;• o portador do cheque tem o prazo de 6 meses para promover a execução (ação de cobrança judicial do cheque) contra seu emitente ou avalista sob pena de prescrição (perder o direito a esta ação judicial);• o cheque pré-datado não é juridicamente válido, mas na prática tem sido utilizado e, assim, assume características de uma promissória;1 - O sacador: é a pessoa que emite, passa ou saca o cheque. 2 - O sacado: é o banco que recebe o cheque tendo o dever de pagá-lo com base nos fundos à disposição do sacador. 3 - O tomador: é a pessoa em cujo beneficio o cheque é emitido. O tomador pode ser terceiro ou o próprio sacador.

Os Tipos de Cheque

Existem dois tipos de cheques quanto ao modo de circulação: cheque ao portador e cheque nominal.

• Após o plano Collor, todos os cheques são obrigatoriamente nominativos, quer para saque, depósito ou pagamento;• os cheques acima de R$ 100,00 se não forem nominativos serão devolvidos (sem que o nome do emitente vá para o cadastro de emitentes de cheques sem fundos).

a) O cheque ao portador é aquele que não indica expressamente o nome do beneficiário. Deve conter a expressão ao portador ou manter em branco o lugar que seria destinado ao nome do beneficiário. (valor inferior a R$100,00)

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b) O cheque nominal é aquele que indica expressamente o nome do beneficiário para que o banco, no momento da apresentação do cheque, possa conferi-lo. O cheque nominal pode ser:

1 - Nominal à ordem: é aquele que pode ser transmitido por endosso em branco. O beneficiário do cheque assina, no verso, autorizando seu pagamento pelo banco.

2 - Nominal não à ordem: é aquele que não se transmite por endosso. Desta maneira o cheque nominal que apresenta a expressão “não à ordem“ só pode ser pago à própria pessoa do beneficiário.Os requisitos do cheque

Cruzado - Tanto o cheque ao portador quanto o nominal podem ser cruzados, com a colocação de dois traços paralelos, em sentido diagonal, na frente do documento. Nesse caso, só será pago através de depósito em conta corrente.

Administrativo - é o cheque emitido pelo próprio banco. Pode ser comprado pelo cliente em qualquer agência bancária. O banco o emite em nome de quem o cliente efetuará o pagamento.

Especial - Assim denominado porque o banco concedeu ao titular da conta um limite de crédito, para saque quando não dispuser de fundos. O cheque especial é concedido ao cliente mediante contrato firmado previamente.

O cheque também é um documento formal devendo Ter requisitos essenciais impostos pela Lei. São requisitos legais do cheque:

• A denominação cheque escrita no texto do documento. • A ordem pura e simples de pagar determinada quantia. • O nome do sacado, isto é, o nome do Banco. • A assinatura do sacador, isto é, da pessoa que emite o cheque. • A data em que é emitido. • O lugar onde o cheque é emitido. • Atualmente, data abertura conta , RG,CPF

b) Cheque visado: é aquele no qual o banco deve colocar seu “ visto“, certificando que existem fundos disponíveis na conta do emitente. Ao visar o cheque, o Banco imediatamente debita na conta do emitente o valor mencionado do respectivo cheque. O cheque visado pelo Banco representada uma garantia para o portador de que o cheque tem fundos.

Saques sobre valor• valores depositados em cheque (que somente entram para as reservas ao banco após sua compensação) somente podem ser movimentados, no mesmo dia, via cheque (ainda assim caso sejam da mesma praça - cidade) pois do contrário dão origem aos chamados "saques sobre valor" onde o banco perde reservas pois estaria, na verdade, emprestando um recurso antes de realmente dispor dele;• os cheques administrativos, visados ou DOC de emissão do próprio correntista são movimentados como se dinheiro fossem, embora sempre compensados.

Cheques cruzados• os cheques cruzados não podem ser descontados, apenas depositados.Recusa de pagamentos de cheques• os bancos podem recusar o pagamento de cheques nos seguintes casos:• insuficiência de fundos (cheques sem fundo),• divergência ou insuficiência na assinatura do emitente;

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• irregularidade formal (erro no preenchimento);• contra-ordem escrita do emitente (bloqueio);• encerramento de contas.

Cheque pré-datadoPela lei, um cheque é pagável quando for apresentado ao banco, mesmo que tenha sido emitido com data posterior. Assim, se um cheque pré-datado for apresentado para pagamento antes do dia previsto, o banco terá de pagá-lo ou devolvê-lo por falta de fundos. Caso isso ocorra, o correntista poderá ser prejudicado.

Cheque pré-datado só deve ser dado quando houver certeza de que o credor irá depositá-lo nas datas combinadas. Lembre-se de controlar esses cheques em seu orçamento, anotando os valores e respectivas datas.

Prazo de prescrição O cheque prescreve 180 dias depois de sua apresentação, que deverá ser feita em 30 dias, se for na mesma praça em que foi emitido, ou em 60 dias, caso ocorra fora dela.

Prazos de liberação de depósitos em cheques de outros bancosOs cheques de outros bancos depositados na conta bancária do cliente são encaminhados ao Serviço de Compensação de Cheques e outros Papéis, regulado pelo Banco Central e executado pelo Banco do Brasil, com a participação dos demais bancos.O prazo de liberação do valor dos cheques da praça é de:

24 horas, se forem de valor igual ou superior a R$ 300,00;48 horas, se forem de até R$ 299,99.

Os prazos de liberação do valor de cheques de outras praças, liquidados pela compensação nacional, variam de três a seis dias úteis.

Cheque sem fundosO cheque poderá ser devolvido quando o emitente não tiver fundos suficientes para o seu pagamento.

Inclusão no Cadastro dos Emitentes de Cheques sem FundosO cheque devolvido por falta de fundos na segunda apresentação, por conta encerrada ou por prática espúria, obriga o banco a incluir seu emitente no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) do Banco Central. Se a conta for conjunta, a legislação determina que também seja incluído no CCF o nome e número no cadastro de contribuintes (CIC/CPF) do titular emitente do cheque.

O banco é obrigado a comunicar ao emitente a inclusão desses registros no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundo. Mantenha seu endereço de correspondência sempre atualizado nas instituições ou empresas com as quais mantém relacionamento de crédito. Fica a critério do banco a decisão de abrir, manter ou encerrar a conta de depósitos à vista do correntista titular que figure no CCF. É proibida, porém, a entrega de novos talões a correntista cujo nome figure no CCF.

Como sair do CCF - Cadastro dos Emitentes de Cheque sem Fundos O emitente de cheque sem fundos pode solicitar sua exclusão do CCF por carta dirigida ao banco, desde que comprove o pagamento do cheque que deu origem à ocorrência.A exclusão do CCF poderá ser solicitada ao banco pelo emitente, mediante a apresentação de um dos seguintes documentos:

cheque que deu origem à inclusão; extrato da conta com o registro do débito do cheque que deu origem à ocorrência; declaração do beneficiário (pessoa a quem deu o cheque sem fundos), dando quitação ao débito, autenticada

em tabelião ou abonada pelo banco endossante, acompanhada de cópia do cheque que deu origem à ocorrência, bem como de certidões negativas dos cartórios de protesto relativas ao cheque, em nome do

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emitente.

A exclusão é feita automaticamente, por decurso de prazo, após cinco anos da sua inclusãoPara a exclusão do CCF é cobrada do cliente e recolhida ao Banco Central uma taxa para cada cheque sem fundos incluído. Além dessa taxa, o banco pode cobrar pelos serviços de inclusão e de exclusão. O preço desses serviços varia de banco para banco.

Roubo, perda e extravio de chequesO correntista com cheques roubados, furtados, perdidos ou extraviados deve comunicar a ocorrência ao banco o mais rapidamente possível e pedir cancelamento, se estavam em branco quando se verificou a ocorrência, ou sustação, se já haviam sido preenchidos. As despesas de registro e de controle do cancelamento ou sustação dos cheques roubados, furtados ou extraviados são de responsabilidade do correntista, que terá como garantia do banco o não acolhimento desses cheques. A tarifa para cobertura dessa despesa deverá ser cobrada uma única vez.

Como agir - Para pedir o cancelamento ou a sustação de um cheque, o interessado deve-se identificar, mediante assinatura em documento escrito, senha eletrônica ou dispositivo válido como prova para fins legais. Para cancelar cheques roubados, furtados ou extraviados, o cliente deve apresentar ao banco boletim de ocorrência fornecido pela polícia.

Cancelamento e sustação provisórios, por telefone - O cancelamento e a sustação podem ser feitos provisoriamente por telefone. Nesse caso, o correntista deverá confirmá-los no prazo de até dois dias úteis após a ocorrência, entregando o pedido por escrito ao banco ou transmitindo-o por fax ou outro meio eletrônico (home/office banking, Internet, terminais de auto-atendimento etc). Se não confirmar nesse prazo, será automaticamente cancelado.Mesmo que o roubo, furto ou extravio ocorram fora do horário de expediente bancário, o correntista pode fazer o registro da ocorrência e o pedido de cancelamento ou sustação, de imediato, por telefone, junto à Central de Atendimento do seu banco e na Serasa, pelo telefone (0xx11) 5591-0137, que atende de segunda a sexta-feira, das 16h00 às 10h00, e aos sábados, domingos e feriados ininterruptamente. No mesmo prazo de dois dias úteis, deverá confirmar o cancelamento ou a sustação e entregar o boletim policial com o resgistro da ocorrência, se tiver sido roubado, furtado ou extraviado, para evitar o cancelamento do pedido que havia sido feito provisoriamente. Os bancos não podem cobrar taxa de devolução dos clientes quando se tratar de cheques cancelados por roubo ou furto acompanhados de boletim de ocorrência.

Informações para terceiros sobre emitente de cheque devolvido Ao recusar o pagamento de cheque, o banco deve registrar, no verso do documento, o código correspondente ao motivo. No caso de cheque apresentado no caixa, esse registro deve contar com anuência do beneficiário. No caso de cheques devolvidos pelos motivos 11 (sem fundos, na 1ª apresentação), 12 (sem fundos na 2ª apresentação), 13 (conta encerrada), 14 (prática espúria ou emissão de mais de seis cheques sem fundos) e 22 (divergência ou insuficiência de assinatura) e 31 (erro formal, por falta de dados - data, assinatura, valor por extenso ou mês grafado por extenso), os bancos, caso solicitados, são obrigados a fornecer ao beneficiário os seguintes dados constantes na ficha de abertura de conta do correntista: nome completo, endereços residencial e comercial e declaração sobre o motivo alegado pelo emitente para sustar ou revogar o cheque (se for o caso). Essas informações só poderão ser prestadas ao beneficiário identificado no cheque ou a mandatário constituído por procuração. O banco poderá prestar essas informações ao portador do cheque quando não houver indicação do beneficiário (cheque ao portador) e seu valor for inferior a R$ 100.

 Portas de segurança beneficiam a clientes e funcionáriosOs bancos instalam portas automáticas com detectores de metal em suas agências para garantir a segurança de clientes e de funcionários, nunca para criar obstáculos ou constrangimentos. Esses equipamentos são utilizados

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por bancos, em quase todos os países, para impedir o acesso de pessoas armadas às agências bancárias, dando maior segurança de clientes e funcionários.

Saiba como utilizar as portas giratórias, evitando travamentos:O travamento ocorre automaticamente, quando o sensor da porta detecta uma determinada quantidade de metal com a pessoa, que pode ser produto de objetos como chaveiros, celulares, relógios etc.Se ocorrer o travamento, coloque os objetos de metal que estiver carregando no compartimento (guarda-volumes) lateral, retorne à faixa de segurança e passe novamente. Sua passagem será liberada tão logo a porta destrave e você poderá pegar de volta seus objetos pessoais.O vigilante e os funcionários do banco não são responsáveis pelo travamento. Assim, quando ele ocorrer, não o considere como um sinal de desconfiança.Não estranhe o fato de uma porta travar em um dia em que você esteja portando os mesmos objetos com os quais habitualmente tem acesso liberado: o equipamento é eletrônico e os sensores, eventualmente, podem apresentar variações de sensibilidade.O investimento dos bancos vem sendo cada vez maior no treinamento de funcionários e vigilantes, para garantir um atendimento rápido e cortês. Sua compreensão nos auxilia a fornecer maior segurança a todos os usuários de agências bancárias.

Benefícios das portasAs portas automáticas com detectores de metal são um dos mecanismos de segurança utilizados para evitar assaltos em agências. Possuem sistema similar ao empregado mundialmente em aeroportos, empresas, edifícios governamentais e em instalações de segurança. Os resultados dos investimentos realizados pelos bancos em sua instalação e manutenção têm-se mostrado altamente benéficos, conforme reconhecem especialistas de segurança das áreas pública e privada e lideranças sindicais dos bancários em todo o país.No Estado de São Paulo, por exemplo, houve uma redução de 37% no número de assaltos a agências e postos em 1999.Os funcionários responsáveis pelo destravamento também vêm sendo treinados para administrar essas situações, quando ocorrem.

4) SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO

Até meados dos anos 90, as mudanças no Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB foram motivadas pela necessidade de se lidar com altas taxas de inflação e, por isso, o progresso tecnológico então alcançado visou principalmente o aumento da velocidade de processamento das transações financeiras. Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil em 2001 e 2002, o foco foi redirecionado para a administração de riscos.Nessa linha, a entrada em funcionamento do Sistema de Transferência de Reservas - STR, em 22 de abril daquele ano, marca o início de uma nova fase do SPB. Com esse sistema, operado pelo Banco Central do Brasil, o País ingressou no grupo de países em que transferências de fundos interbancárias podem ser liquidadas em tempo real, em caráter irrevogável e incondicional. Esse fato, por si só, possibilita redução dos riscos de liquidação nas operações interbancárias, com consequente redução também do risco sistêmico, isto é, o risco de que a quebra de um banco provoque a quebra em cadeia de outros bancos, no chamado "efeito dominó".

Outra alteração importante ocorreu no regime de operação das contas de reservas bancárias. A partir de 24 de junho de 2002, depois de observada uma regra de transição, qualquer transferência de fundos entre contas da espécie passou a ser condicionada à existência de saldo suficiente de recursos na conta do participante emitente da correspondente ordem. Com isso houve significativa redução no risco de crédito incorrido pelo Banco Central do Brasil.

A liquidação em tempo real, operação por operação, a partir de 22 de abril de 2002, passou a ser utilizada também nas operações com títulos públicos federais cursadas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia -

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Selic, o que se tornou possível com a interconexão entre esse sistema e o STR. A liquidação dessas operações agora observa o chamado modelo 1 de entrega contra pagamento .

A reforma de 2002, entretanto, foi além da implantação do STR e da alteração do modus operandi do Selic. Para redução do risco sistêmico, que era o objetivo maior da reforma, foram igualmente importantes algumas alterações legais. Nesse sentido, a Lei 10.214 , de março de 2001, reconheceu a compensação multilateral nos sistemas de compensação e de liquidação e estabeleceu que, em todo sistema de compensação multilateral considerado sistemicamente importante, a correspondente entidade operadora deve atuar como contraparte central e assegurar a liquidação de todas as operações cursadas.

Todas essas alterações tiveram o propósito de fortalecer o sistema financeiro, dando, assim, continuidade à reestruturação iniciada, em 1995, com o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional - Proer e, mais adiante, com o Programa de Incentivo à Redução da Participação do Setor Público Estadual na Atividade Bancária - Proes. Como se observa, no início do processo o foco esteve direcionado para o fortalecimento das instituições financeiras, via fusões e transferências de controle, e para a redução da presença do setor público na atividade bancária.

Mais recentemente, o Banco Central do Brasil tem procurado atuar de forma mais intensiva também no sentido de promover o desenvolvimento dos sistemas de pagamentos de varejo, visando, sobretudo, ganhos de eficiência relacionados, por exemplo, com o maior uso de instrumentos eletrônicos de pagamento, com a melhor utilização das redes de máquinas de atendimento automático (ATM) e de transferências de crédito a partir do ponto de venda (PDV), bem como com a maior integração entre os pertinentes sistemas de compensação e de liquidação .

1. Aspectos institucionais 1.1 - Aspectos legais

De acordo com a Lei 4.595 (Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional), que regula o funcionamento do sistema financeiro brasileiro, o Conselho Monetário Nacional - CMN é o órgão formulador da política da moeda e do crédito, devendo atuar inclusive no sentido de promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos. O Banco Central do Brasil é o principal órgão executor da política traçada pelo CMN, cumprindo-lhe também, nos termos da mencionada lei, autorizar o funcionamento e exercer a fiscalização das instituições financeiras , emitir moeda e executar os serviços do meio-circulante. Adicionalmente, o Banco Central do Brasil tem competência legal para submeter as instituições financeiras a regimes de intervenção ou de administração especial, podendo, também, decretar sua liquidação extrajudicial (Lei 6.024 e Decreto-Lei 2.321).

A Lei 10.214, o marco legal da reforma do sistema de pagamentos brasileiro, estabelece, entre outras coisas, que: compete ao Banco Central do Brasil definir quais sistemas de liquidação são considerados sistemicamente importantes; é admitida compensação multilateral de obrigações no âmbito de um sistema de compensação e de liquidação; nos sistemas de compensação multilateral considerados sistemicamente importantes, as respectivas entidades operadoras devem atuar como contraparte central e adotar mecanismos e salvaguardas que lhes possibilitem assegurar a liquidação das operações cursadas; os bens oferecidos em garantia no âmbito dos sistemas de compensação e de liquidação são impenhoráveis; e os regimes de insolvência civil, concordata, falência ou liquidação extrajudicial, a que seja submetido qualquer participante, não afetam o adimplemento de suas obrigações no âmbito de um sistema de compensação e de liquidação, as quais serão ultimadas e liquidadas na forma do regulamento desse sistema. Os princípios básicos de funcionamento do sistema de pagamentos brasileiro foram estabelecidos por

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intermédio da Resolução 2.882, do Conselho Monetário Nacional, e seguem recomendações feitas,isolada ou conjuntamente, pelo BIS - Bank for International Settlements e pela IOSCO - International Organization of Securities Commissions, nos relatórios denominados "Core Principles for Systemically Important Payment Systems" e "Recommendations for Securities Settlement Systems". A mencionada resolução dá competência ao Banco Central do Brasil para regulamentar, autorizar o funcionamento e supervisionar os sistemas de compensação e de liquidação, atividades que, no caso de sistemas de liquidação de operações com valores mobiliários, exceto títulos públicos e títulos privados emitidos por bancos, são compartilhadas com a Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

O Banco Central do Brasil, dentro de sua competência para regular o funcionamento dos sistemas de compensação e de liquidação, estabeleceu que : os sistemas de liquidação diferida considerados sistemicamente importantes devem promover a liquidação final dos resultados neles apurados diretamente em contas mantidas no Banco Central do Brasil; são considerados sistemicamente importantes: todos os sistemas que liquidam operações com títulos, valores mobiliários, derivativos financeiros e moedas estrangeiras; e os sistemas de transferência de fundos ou de liquidação de outras transações interbancárias que tenham giro financeiro diário médio superior a 4% do giro financeiro diário médio do Sistema de Transferência de Reservas, ou que, na avaliação do Banco Central do Brasil , possam colocar em risco a fluidez dos pagamentos no âmbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro;

prazo limite para diferimento da liquidação da operação deve ser de até: (i) o final do dia, no caso de sistema de transferência de fundos considerado sistemicamente importante; (ii) um dia útil, no caso de operações à vista com títulos e valores mobiliários, exceto ações; e (iii) três dias úteis, no caso de operações à vista com ações realizadas em bolsas de valores. O prazo limite de liquidação para outras situações é estabelecido pelo Banco Central do Brasil em exame caso a caso; e a entidade operadora deve manter patrimônio líquido compatível com os riscos inerentes aos sistemas de liquidação que opere, observando limite mínimo de R$ 30 milhões ou de R$ 5 milhões por sistema conforme ele seja ou não considerado sistemicamente importante.

Os cheques são regulados segundo os princípios gerais da Convenção de Genebra (Lei 7.357), Enquanto as relações financeiras entre os agentes econômicos, incluindo questões relacionadas com transferências de fundos e compensação e liquidação de obrigações, são comandadas por contratos entre as partes, sujeitos às disposições, principalmente, do Código Civil (Lei 10.406), do Código Comercial (Lei 556), da Lei do Mercado de Capitais (Lei 4.728) e da chamada Lei do Colarinho Branco (Lei 7.492), além da já mencionada Lei 10.214. As relações entre as instituições financeiras e seus clientes subordinam-se também às disposições da Lei de Defesa do Consumidor (Lei 8.078).

1.2 - O papel dos intermediários financeiros

No arranjo do sistema financeiro, as principais instituições estão constituídas sob a forma de banco múltiplo (banco universal), que oferece ampla gama de serviços bancários. Outras instituições apresentam certo grau de especialização, conforme exemplos a seguir:

bancos comerciais, que captam principalmente depósitos à vista e depósitos de poupança e são tradicionais fornecedores de crédito para as pessoas físicas e jurídicas, especialmente capital de giro no caso das empresas;

bancos de investimento, que captam depósitos a prazo e são especializados em operações financeiras de médio e longo prazo;

caixas econômicas, que também captam depósitos à vista e depósitos de poupança e atuam

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mais fortemente no crédito habitacional; bancos cooperativos e cooperativas de crédito, voltados para a concessão de crédito e prestação de serviços bancários aos cooperados, quase sempre produtores rurais;

sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e empréstimo, também voltadas para o crédito habitacional;

sociedades de crédito e financiamento, direcionadas para o crédito ao consumidor; e empresas corretoras e distribuidoras, com atuação centrada nos mercados de câmbio, títulos públicos e privados, valores mobiliários, mercadorias e futuros.

Dentre as instituições relacionadas, ocupam posição de destaque no âmbito do sistema de pagamentos os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial, as caixas econômicas e, em plano inferior, as cooperativas de crédito. Essas instituições captam depósitos à vista e, em contrapartida, oferecem a seus clientes contas de depósito que são utilizadas pelo público em geral, pessoas físicas e jurídicas, para fins de pagamentos.

1.3 - O papel do banco central

O Banco Central do Brasil tem como missão institucional a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro. No que diz respeito ao sistema de pagamentos, nos termos da Resolução 2.882, cumpre-lhe atuar no sentido de promover sua solidez, normal funcionamento e contínuo aperfeiçoamento. Para funcionamento, os sistemas de liquidação estão sujeitos à autorização e à supervisão do Banco Central do Brasil, inclusive aqueles que liquidam operações com títulos, valores mobiliários, moeda estrangeira e derivativos financeiros . Como previsto na Lei 10.214, compete também à instituição a definição de quais são os sistemas de liquidação sistemicamente importantes. O Banco Central do Brasil é também provedor de serviços de liquidação e nesse papel ele opera o STR (item 3.2.1) e o Selic (item 3.3.1), respectivamente um sistema de transferência de fundos e um sistema de liquidação de operações com títulos públicos.

Para operacionalização de algumas de suas atribuições, o Banco Central do Brasil oferece contas denominadas “reservas bancárias”, cuja titularidade é obrigatória para as instituições que recebem depósitos à vista, exceto cooperativas de crédito, e opcional para os bancos de investimento, bancos de câmbio e bancos múltiplos sem carteira comercial. Por intermédio dessas contas, as instituições financeiras cumprem os recolhimentos compulsórios/encaixes obrigatórios sobre recursos à vista, sendo que elas funcionam também como contas de liquidação. Cada instituição é titular de uma única conta, centralizada, identificada por um código numérico.

No Brasil, por disposição legal, uma instituição bancária não pode manter conta em outra instituição bancária. Por isso, exceto aqueles efetuados em espécie e os que se completam no ambiente de um único banco, isto é, quando o pagador e o recebedor são clientes do mesmo banco, todos os pagamentos têm liquidação final nas contas de reservas bancárias.

Por determinação constitucional, o Banco Central do Brasil é o único depositário das disponibilidades do Tesouro Nacional. Também as entidades operadoras de sistemas de liquidação defasada,se considerados sistemicamente importantes, são obrigadas a manter conta no Banco Central do Brasil, para liquidação dos resultados líquidos por elas apurados.Para assegurar o suave funcionamento do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação de obrigações em tempo real, o Banco Central do Brasil concede crédito intradia aos participantes do STR titulares de conta de reservas bancárias, na forma de operações compromissadas com títulos públicos federais, sem custos financeiros.

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1.4 - O papel de outras entidades públicas e privadas Conforme já mencionado, os sistemas que liquidam operações com títulos e valores mobiliários exceto títulos públicos e títulos privados emitidos por bancos) sujeitam-se à autorização de funcionamento e supervisão da Comissão de Valores Mobiliários-CVM, competência essa compartilhada com o Banco Central do Brasil. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais-Anbima, associação civil sem fins lucrativos, mantenedora do Selic (item 3.3.1).

A Câmara Interbancária de Pagamentos - CIP, associação civil sem fins lucrativos com sede na cidade de São Paulo, opera o Sistema de Transferência de Fundos – Sitraf (item 3.2.2) e o Sistema de Liquidação Diferida das Transferências Interbancárias de Ordens de Crédito – Siloc (item 3.2.4). A Tecnologia Bancária S.A. - TecBan, empresa privada com fins lucrativos, localizada na cidade de São Paulo, opera a rede de auto-atendimento bancário denominada Banco24Horas. Na liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, além do Banco Central do Brasil, que opera o Selic, e da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros S.A. - BM&FBOVESPA, tratada adiante, atua a Cetip S.A. – Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (item 3.3.3), que é constituída sob a forma de sociedade anônima de capital fechado A BM&FBOVESPA, empresa com fins lucrativos constituída sob a forma de sociedade anônima, sediada em São Paulo, resultou da fusão, no primeiro semestre de 2008, da Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa e da Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F. Além do sistema CBLC (item 3.3.3), que liquida principalmente transações com ações, a entidade mantém sistemas para liquidação de transações com títulos (item 3.3.4), derivativos (item 3.3.5) e moeda estrangeira (item 3.3.6).

Na compensação de cheques, tem papel de destaque o Banco do Brasil S.A., responsável pela operação da Centralizadora da Compensação de Cheques – Compe (item 3.2.3). As propostas de aperfeiçoamento demais assuntos relativos a essa área são preliminarmente examinados por um grupo consultivo (Grupo Compe), do qual participam representantes do Banco Central do Brasil, do Banco do Brasil e de diversas associações de bancos.

Com a crescente utilização de instrumentos eletrônicos de pagamento, observada nos anos mais recentes, as empresas responsáveis por arranjos de cartões de pagamento passaram a desempenhar papel mais importante no sistema de pagamentos, com destaque para a Visa, Mastercard, American Express e Hipercard.

A ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos atualmente desempenha importante papel no sistema de pagamentos, tendo em conta que, atuando como correspondente bancário, atende a quase todos os municípios brasileiros nos quais inexistem agências bancárias.

2. Instrumentos de pagamento utilizados por não-bancos

2.1 - Pagamentos em espécie

O dinheiro em espécie é usado principalmente para pagamentos de baixo valor, relacionados com as pequenas compras do dia-a-dia. Nessas situações, ele é o principal instrumento de pagamento utilizado no Brasil, respondendo por cerca de 77% dos pagamentos efetuados por pessoas físicas, conforme pesquisa efetuada pelo Banco Central do Brasil em 2007. Em 2008, o saldo médio diário do papel moeda em poder do público foi de R$77,5 bilhões.

No final de 2008, o total de moeda em circulação era de cerca de, sendo aproximadamente R$ 112,7 bilhões em cédulas e R$ 2,9 bilhões em moedas metálicas. As cédulas atualmente em circulação compreendem sete denominações (R$100; R$50; R$20; R$10; R$5; R$2 e R$1) e as moedas metálicas, seis denominações (R$1; R$0,50; R$0,25; R$0,10; R$0,05 e R$0,01). Tanto cédulas quanto moedas metálicas têm curso forçado no território brasileiro, mas a aceitação de moeda metálica como meio de liquidação é obrigatória

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apenas até 100 unidades de cada valor.

2.2 - Pagamentos sem utilização de dinheiro em espécie (non-cash)

Pagamentos que não envolvem a utilização de dinheiro em espécie são efetuados principalmente por meio de transferências de crédito, cartões de pagamento, cheques e débitos diretos. Todas essas movimentações, quando cursadas no Sistema Financeiro Nacional, são realizadas exclusivamente na moeda nacional.

2.2.1 - Transferências de crédito

No Brasil, as transferências de crédito interbancárias efetuadas por não-bancos compreendem as Transferências Eletrônicas Disponíveis (TEDs) por conta de cliente, os Documentos de Crédito (DOCs), as Transferências Especiais de Crédito (TECs) e as movimentações interbancárias relacionadas com os bloquetos de cobrança. Também são relevantes as transferências de crédito intrabancárias, isto é, as transferências realizadas entre contas mantidas em um mesmo banco. A transferência de crédito feita por intermédio da TED ou da TEC é disponibilizada para o favorecido no mesmo dia (same day funds) . No caso do DOC, os recursos são disponibilizados para o favorecido, para saque, no dia útil seguinte (D+1). A transferência de crédito relacionada com bloqueto de cobrança, cuja liquidação interbancária também ocorre em D+1, é colocada à disposição do favorecido em prazo menor ou maior conforme acordo entre ele e seu banco. Nas transferências intrabancárias, o crédito para o favorecido é geralmente feito em simultâneo com o débito na conta do remetente dos fundos.

O pagamento por transferência de crédito pode ser iniciado nos caixas das agências bancárias ou por intermédio de canais eletrônicos de acesso, de que são exemplos as máquinas de atendimento automático (ATM), a Internet (Internet banking) e, mais recentemente, o telefone celular (mobile banking. Os bloquetos de cobrança contêm código de barras, que possibilita a leitura ótica de seus dados (Optical Character Recognition – OCR). Quaisquer que sejam o modo e o meio utilizados para dar início à transferência de crédito, a movimentação de fundos é sempre feita eletronicamente.

2.2.2 - Cheques

O cheque continua sendo um importante instrumento de pagamento no Brasil, embora tenha havido redução em seu uso nos últimos anos, devido, principalmente, a sua substituição por instrumentos eletrônicos.

Com formato e características básicas padronizados, as folhas de cheque contêm registros magnéticos que possibilitam a leitura automática de seus dados fundamentais (Magnetic Ink Character Recognition – MICR). O cheque, algumas vezes, é entregue ao beneficiário para ser sacado em data futura (“cheque pré-datado”), situação na qual ele funciona como instrumento de crédito. No Brasil, as contas de depósito à vista são as únicas movimentáveis por cheques. A liquidação interbancária dos cheques é feita em D+1, segundo sistemáticas diferenciadas conforme seu valor. Nas contas dos clientes, tomando-se como data-base a data de acolhimento do documento (D), os lançamentos são normalmente feitos: A crédito do depositante do cheque, na noite de D+1 no caso de “cheque acima”, ou na noite de D+2 no caso de “cheque abaixo” ; eA débito do emissor do cheque, ao final de D no caso de “cheque acima”, ou na noite de D+1 no caso de “cheque abaixo”.

2.2.3 - Cartões de crédito

Lançado no Brasil em 1956, o cartão de crédito ganhou maior importância a partir da década de 90. Contribuíram para isso a eliminação de algumas restrições antes impostas ao seu uso, como, por exemplo, a que proibia sua utilização para compra de combustíveis, bem como a extinção da regra da “bandeira exclusiva”, condição de mercado existente até 1996 que impedia um mesmo emissor (banco) de operar com

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mais de uma “bandeira”.

Na sistemática observada no País, o titular do cartão de crédito não paga encargos financeiros quando as compras de mercadorias e serviços são pagas na primeira data de vencimento seguinte. O prazo médio entre a data da compra e a do vencimento é de cerca de 28 dias, segundo informações de empresas do setor.

2.2.4 - Cartões de débito

Os cartões de débito podem ser utilizados principalmente em caixas automáticos, para saque de dinheiro, ou em estabelecimentos comerciais que contam com máquinas apropriadas para a realização de transferências eletrônicas de fundos a partir do ponto de venda (EFTPOS – Electronic Funds Transfer from the Point of Sale). Os principais produtos são o Visa Electron da Visa, o Maestro da Mastercard e o Cheque Eletrônico da TecBan. A exemplo dos cartões de crédito, os cartões de débito com tarja magnética estão sendo paulatinamente substituídos por unidades dotadas de microprocessador (chip).

O débito na conta do titular do cartão é normalmente feito no momento do pagamento, enquanto o crédito na conta do estabelecimento comercial é feito em determinado prazo, maior ou menor conforme o contrato estabelecido com a administradora do cartão.

2.2.5 - Cartões de loja (retailer cards)

Os cartões de loja, emitidos principalmente por grandes redes varejistas, normalmente só podem ser usados as lojas da rede emissora. A utilização do cartão de loja geralmente implica a postergação do pagamento. No vencimento, quase sempre tendo de voltar ao estabelecimento comercial, o devedor utiliza dinheiro em espécie ou outro instrumento de pagamento (dinheiro em espécie, cheque ou cartão de débito) para liquidar sua obrigação.

2.2.6 - Cartões com valor armazenado

O cartão com valor armazenado é utilizado para pagamento de serviços específicos, relacionados principalmente com o uso de telefones e meios de transporte públicos, ou compras de pequeno valor. No primeiro caso, atualmente o mais comum, os emissores são as próprias concessionárias dos serviços públicos e a aquisição do cartão é feita principalmente em pequenos estabelecimentos comerciais credenciados. Nessa situação, os serviços são pré-pagos e o cartão, quando esgotado seu limite de utilização, é geralmente descartado.

No segundo caso, o cartão é emitido por instituição bancária que o carrega com certo valor, para utilização pelo cliente nos estabelecimentos comerciais credenciados. Esse tipo de cartão pode ser recarregado várias vezes, observando-se, em cada uma delas, valor limite de carregamento fixado pelo emissor. Nesse formato, o cartão com valor armazenado ainda se encontra em fase embrionária no Brasil, sendo utilizado no âmbito de projetos pioneiros desenvolvidos pela Visa e pela Mastercard.

As estatísticas disponíveis indicam que os cartões emitidos por instituições financeiras somam apenas 472,5 mil unidades, por intermédio dos quais foram realizadas cerca de 2,5 milhões de transações no montante de R$ 535 milhões (dados de 2008).

2.2.7 - Débitos diretos

O débito automático em conta, ou débito direto, é normalmente utilizado para pagamentos recorrentes, isto é, pagamentos que observam uma certa periodicidade, tais como os referentes aos serviços de água, luz e

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18 Conhecimentos Bancários Específicos

telefone. Nesses casos, mediante iniciativa do prestador do serviço, beneficiário do pagamento, o valor da obrigação é debitado direta e automaticamente na conta bancária do devedor, ao amparo de uma prévia autorização por ele dada ao seu banco. Essa autorização é normalmente concedida por tempo indeterminado, com validade, portanto, enquanto não for revertida.

3. Sistemas de liquidação 3.1 –Visão geral dos sistemas de liquidação

O diagrama a seguir apresenta uma visão geral dos sistemas de compensação e de liquidação:

Diagrama 1: Arranjo geral dos sistemas de liquidação

3.2 - Sistemas de liquidação de transferências de fundos interbancárias

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19 Conhecimentos Bancários Específicos

O STR é o centro de liquidação das operações interbancárias, em decorrência da conjunção dos seguintes fatos: por disposição legal (Lei 4.595), todas as instituições bancárias (instituições que captam depósitos à vista) têm de manter suas disponibilidades de recursos no Banco Central do Brasil;por determinação regulamentar (Circular 3.057), os resultados líquidos apurados nos sistemas de liquidação considerados sistemicamente importantes devem ter sua liquidação final em contas mantidas no Banco Central do Brasil; e também por disposição regulamentar (Circular 3.101), todas as transferências de fundos entre contas mantidas no Banco Central do Brasil têm de ser feitas por intermédio do STR.

Transferências interbancárias de fundos são também liquidadas por intermédio do Sitraf, Siloc e Compe. O Sitraf utiliza modelo híbrido de liquidação e os demais sistemas, liquidação diferida com compensação multilateral. Entre esses sistemas, apenas o Sitraf é considerado sistemicamente importante.

Para o suave funcionamento do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação em tempo real implantado em 2002, três aspectos são especialmente importantes: o Banco Central do Brasil concede crédito intradia aos participantes do STR titulares de conta de reservas bancárias. Para tanto são utilizadas operações compromissadas com títulos públicos federais, sem custos financeiros, isto é, o preço da operação de volta é igual ao preço da operação de ida;

a verificação de cumprimento dos recolhimentos compulsórios é feita com base em saldos de final do dia, valendo dizer que esses recursos podem ser livremente utilizados ao longo do dia para fins de liquidação de obrigações; e o Banco Central do Brasil, se e quando julgar necessário, pode acionar rotina para otimizar o processo de liquidação das ordens de transferência de fundos mantidas em filas de espera no âmbito do STR.

3.2.1 - Sistema de Transferência de Reservas - STR

O STR é um sistema de transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR), operado pelo Banco Central do Brasil, que funciona com base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a ser debitada pode emitir a ordem de transferência de fundos. O sistema é de importância fundamental principalmente para liquidação de operações interbancárias realizadas nos mercados monetário, cambial e de capitais, inclusive no que diz respeito à liquidação de resultados líquidos apurados em sistemas de compensação e liquidação operados por terceiros.

São também liquidados por intermédio do STR os cheques de valor igual ou superior ao VLB-Cheque (R$ 250 mil), bem como os bloquetos de cobrança de valor igual ou superior ao VLB-Cobrança (R$ 5 mil). Nos dois casos, a liquidação é feita bilateralmente entre os bancos, por valores brutos agregados (sem compensação).

As ordens de transferência de fundos podem ser emitidas pelos participantes em nome próprio ou por conta de terceiros, a favor do participante destinatário ou de cliente do participante destinatário, sem qualquer limitação de valor. A transferência de fundos é considerada final, isto é irrevogável e incondicional, no momento em que feitos os correspondentes lançamentos nas contas de liquidação (contas de reservas bancárias tituladas por instituições financeiras bancárias, contas tituladas por instituições financeiras não- bancárias, Conta Única do Tesouro Nacional e contas mantidas no Banco Central do Brasil por entidades operadoras de sistemas de compensação e de liquidação). O participante destinatário é informado da transferência de fundos apenas no momento em que ocorre sua liquidação.

O diagrama a seguir mostra a estrutura técnica do STR, em linhas gerais:

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Na emissão de uma ordem de transferência de fundos, o participante determina seu nível de preferência para fins de liquidação, que pode ser, em ordem decrescente, "A", "B", "C" ou "D". O nível de preferência "A" é aplicável exclusivamente às ordens de transferência de fundos relacionadas com saques de numerário e com a liquidação de resultados financeiros apurados em outros sistemas de compensação e de liquidação, cujas entidades operadoras possuam conta de liquidação no Banco Central do Brasil. Quando não indicada a preferência, o STR assume o menor nível ("D").

A ordem de transferência de fundos é submetida à liquidação no momento de seu recebimento pelo STR, sendo encaminhada para fila de espera se ocorrer qualquer uma das seguintes hipóteses: (i) insuficiência de recursos na conta de liquidação do participante emitente; (ii) existência de outra ordem de transferência de fundos em fila de espera, do mesmo participante, com nível de prioridade igual ou superior. O enfileiramento não se aplica às ordens de transferência de fundos relacionadas com o Selic, bem como àquelas emitidas por entidades operadoras de sistemas de compensação e de liquidação. Nesses casos, havendo insuficiência de fundos, as ordens de transferência são imediatamente rejeitadas pelo STR.

As ordens mantidas em fila de espera são ordenadas, por participante, com base no nível de preferência de cada ordem e, quando apresentarem o mesmo nível de preferência, na cronologia

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do recebimento de cada uma delas. Como regra geral, uma ordem mantida em fila de espera não pode ser liquidada antes daquela que a antecede, isto é, o processamento da fila é feito com base no princípio "primeiro que entra primeiro que sai". Para evitar situações de travamento no fluxo de pagamentos, o Banco Central do Brasil pode acionar, se e quando julgar necessário, rotina de otimização do processo de liquidação.

Participam obrigatoriamente do STR, além do Banco Central do Brasil, as instituições titulares de conta de reservas bancárias e as entidades prestadoras de serviços de compensação e de liquidação que operem sistemas considerados sistemicamente importantes. As entidades responsáveis por sistemas não considerados sistemicamente importantes e as instituições financeiras não-bancárias participam opcionalmente do STR. A Secretaria do Tesouro Nacional - STN também participa do sistema, sendo liquidadas pelo STR, entre outras, transferências de fundos relacionadas com recolhimentos de impostos ao Tesouro Nacional e com o pagamento de despesas do governo federal. Em setembro de 2009, além do Banco Central do Brasil e da STN, o sistema contava com a participação de A utilização do STR sujeita o participante ao pagamento de tarifa, cujo preço é fixado pelo Banco Central do Brasil com o objetivo de recuperação de custos (cobertura dos custos de implantação e de operação do sistema). A tarifa básica é cobrada das duas pontas da ordem de transferência de fundos, isto é, do participante emissor e do participante destinatário. O STR é colocado à disposição dos participantes, para registro e liquidação de ordens de transferência de fundos, em todos os dias considerados úteis para fins de operações praticadas no mercado financeiro.O horário regular de funcionamento é das 6:30 as 18:30h horário de Brasilia, sendo que o registro de ordens de transferência de fundos a favor de cliente só é permitido até as 17:30h.

3.2.2 – Sistema de Transferência de Fundos – Sitraf

O Sitraf, que é operado pela CIP, utiliza compensação contínua de obrigações (continuous net settlement). As ordens de transferência de fundos são emitidas para liquidação no mesmo dia (D), por assim dizer, "quase em tempo real". É um sistema híbrido de liquidação no sentido de que reúne características dos sistemas de liquidação diferida com compensação de obrigações (LDL) e dos sistemas de liquidação bruta em tempo real (LBTR). Em situações de agendamento, a ordem de transferência de fundos é submetida ao processo de liquidação no início do dia indicado. O sistema, que entrou em funcionamento em 06 de dezembro de 2002, funciona com base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a ser debitada pode emitir a ordem de transferência de fundos, a qual pode ser feita em nome próprio do participante ou porconta de terceiros, a favor do participante destinatário ou de cliente do participante destinatário. A liquidaçãoé efetuada com base em recursos mantidos pelos participantes no Banco Central do Brasil, seja no que diz respeito aos pré-depósitos efetuados no início de cada dia e às suas eventuais complementações, seja no que diz respeito às transferências de fundos efetuadas para atendimento das ordens de transferência de fundos no denominado ciclo complementar.

As mensagens eletrônicas de transferência de fundos, que transitam exclusivamente por intermédio da RSFN, são padronizadas e observam procedimentos específicos de segurança (criptografia e certificação digital). Os serviços de processamento de dados, incluindo desenvolvimento e manutenção de programas computacionais e implantação e manutenção de infra-estrutura tecnológica, são fornecidos pela Cetip. O Sitraf é suportado por dois centros de processamento de dados (centro principal e centro secundário) localizados na cidade do Rio de Janeiro, sendo que o centro secundário funciona em hot standby. O sistema opera em ambiente de baixa plataforma e tem capacidade para processar 90 mil pagamentos por hora (25 por segundo).

A participação direta no Sitraf é restrita às instituições titulares de conta de reservas bancárias, isto é, bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial, caixas econômicas e, quando for o caso, bancos de investimento e bancos de câmbio (91 participantes em dezembro/2008). Os participantes se

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sujeitam ao pagamento de tarifa, que é cobrada do emissor da ordem de transferência de fundos e da instituição destinatária. O preço da tarifa é fixado com o propósito de cobertura dos gastos de operação do sistema e de recuperação dos recursos investidos em sua implantação.. Com o mesmo propósito, os participantes pagam à CIP uma contribuição anual.

3.2.3 - Centralizadora da Compensação de Cheques - Compe

A Compe liquida as obrigações interbancárias relacionadas com cheques de valor inferior ao VLB-Cheque (R$ 250 mil). Cobrindo todo o território nacional, o sistema é composto, para fins de troca física dos documentos, por uma câmara nacional, quinze câmaras regionais e dez câmaras locais. Em uma câmara local são trocados os cheques sacados contra as agências localizadas na praça por ela atendida. Na câmara regional, são trocados os cheques sacados contra agências bancárias localizadas nas praças por ela atendidas, vinculadas a uma praça centralizadora, sempre uma capital de Estado. Os cheques sacados contra bancos sem presença nas câmaras locais e regionais são trocados na câmara nacional, localizada em São Paulo, da qual todos os bancos obrigatoriamente participam, diretamente ou por intermédio de representação.

A cada dia útil são realizadas duas sessões, apurando-se, em cada sessão, um resultado multilateral único, de âmbito nacional, para cada participante. Tomando-se como base a data de acolhimento do documento que dá origem à obrigação, a liquidação interbancária na Compe é feita, nas contas de reservas bancárias, em D+1.

O Banco do Brasil S.A., operador da Compe, fornece o espaço físico e o apoio logístico necessários ao seu funcionamento, seja para a troca física de documentos, nas situações em que isso acontece, seja para a compensação eletrônica de todas as obrigações. O operador mantém um centro de processamento principal em Brasília e um centro secundário no Rio de Janeiro, que funciona em hot standby

Por limitação de espaço, os guichês nas câmaras de compensação, para troca física, são reservados apenas às instituições financeiras que normalmente apresentam maior volume de cheques compensáveis e às associações de bancos com assento no Grupo Compe, essas representando terceiros. Os demais participantes encaminham documentos para troca física por intermédio de terceiros detentores de guichê, de sua livre escolha, na forma de convênio firmado entre as partes. Os cheques são sempre convertidos para registros eletrônicos.

No próprio dia do acolhimento (D), os participantes transmitem para o centro de processamento principal e, simultaneamente, para o centro de processamento secundário os arquivos eletrônicos contemplando os cheques acima do chamado valor-limite , denominados “cheques acima”. Esses cheques são fisicamente trocados nas câmaras de compensação em sessão noturna realizada no mesmo dia. Os cheques abaixo do valor-limite, denominados “cheques abaixo”, são transmitidos para os centros de processamento na manhã do dia seguinte (D+1), com troca física em sessão diurna realizada nesse mesmo dia.

3.2.4 – Sistema de Liquidação Diferida das Transferências Interbancárias de Ordens de Crédito – Siloc

O Siloc liquida obrigações interbancárias relacionadas com Documentos de Crédito (DOC) , Transferências Especiais de Crédito (TEC)29 e bloquetos de cobrança de valor inferior ao VLB-Cobrança (R$

5 mil) . A liquidação é feita, com compensação multilateral de obrigações, no mesmo dia, no caso da TEC, ou em D+1, no caso do DOC e do bloqueto de cobrança, sempre via contas mantidas no Banco Central do Brasil. O sistema, operado pela CIP, entrou em operação em 18.02.2004.

A cada dia útil (D) são realizadas duas sessões, uma pela manhã e outra à tarde. O resultado multilateral é informado para cada participante, por intermédio de arquivos eletrônicos, são liquidadas principalmente obrigações relacionadas a documentos liquidados na sessão da manhã

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que, por qualquer razão, forem devolvidos pelas instituições financeiras destinatárias devido à inconsistência nos dados informados.

Podem participar do Siloc apenas instituições titulares de contas de reservas bancárias (116 participantes em dez/2008).

3.3 - Sistemas de liquidação de operações com títulos, valores mobiliários, derivativos e câmbio interbancário

No Brasil, quase todos os títulos são desmaterializados, existindo apenas sob a forma de registros eletrônicos. Os sistemas de negociação, de compensação e de liquidação são altamente automatizados e STP (straight-through processing) é amplamente utilizado. O princípio da entrega contra pagamento (EcP) é observado em todos os sistemas de liquidação de títulos e valores mobiliários. No caso das operações interbancárias de câmbio, o princípio equivalente, de pagamento contra pagamento (PcP), é observado se a liquidação é feita por intermédio da Câmara de Câmbio da BM&FBOVESPA.

Na liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, o SPB apresenta certa segmentação. O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic, operado pelo Banco Central do Brasil, liquida operações com títulos públicos federais. A Câmara de Ativos da BM&FBOVESPA também liquida operações com esses títulos, segundo sistemática diferenciada. A BM&FBOVESPA opera também o sistema CBLC, que liquida principalmente transações com ações, bem como um sistema para liquidação de derivativos e outro para liquidação de operações interbancárias de câmbio. Os títulos de dívida corporativa são liquidados principalmente por intermédio do sistema da Cetip.

O diagrama a seguir contém a visão geral do sistema financeiro brasileiro, no que diz respeito à negociação, compensação e liquidação de operações com títulos, valores mobiliários, derivativos e câmbio interbancário:

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3.3.1 - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - Selic

O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. O sistema processa também a liquidação das operações definitivas e compromissadas registradas em seu ambiente, observando o modelo 1 de entrega contra pagamento. Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da ponta financeira de cada operação é realizada por intermédio do STR, ao qual o Selic é interligado.

O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele operado em parceria com a Anbima, tem seus centros operacionais (centro principal e centro de contingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro. Horário de funcionamento das 6:30 as 18:30 (horário de Brasília). Para comandar operações, os participantes liquidantes e os participantes responsáveis por sistemas de compensação e de liquidação encaminham mensagens por intermédio da RSFN, observando padrões e procedimentos previstos em manuais específicos da rede. Os demais participantes utilizam outras redes, conforme procedimentos previstos no regulamento do sistema.

Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco Central do Brasil, bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, caixas econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários, entidades operadoras de serviços de compensação e de liquidação, fundos de investimento e diversas outras instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional. São considerados liquidantes, respondendo diretamente pela liquidação financeira de operações, além do Banco Central do Brasil, os participantes titulares de conta de reservas bancárias, incluindo-se nessa situação, obrigatoriamente, os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e as caixas econômicas, e, opcionalmente, os bancos de investimento. Os não-liquidantes liquidam suas operações por intermédio de participantes liquidantes, conforme acordo entre as partes, e operam dentro de limites fixados por eles. Cada participante não-liquidante pode utilizar os serviços de mais de um participante liquidante, exceto no caso de operações específicas, previstas no regulamento do sistema, tais como pagamento de juros e resgate de títulos, que são obrigatoriamente liquidadas por intermédio de um liquidante-padrão previamente indicado pelo participante não-liquidante.

Os participantes não-liquidantes são classificados como autônomos ou como subordinados, conforme registrem suas operações diretamente ou o façam por intermédio de seu liquidante-padrão. Os fundos de investimento são normalmente subordinados e as corretoras e distribuidoras, normalmente autônomas. As entidades responsáveis por sistemas de compensação e de liquidação são obrigatoriamente participantes autônomos. Também obrigatoriamente, são participantes subordinados as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, as entidades abertas de previdência, as entidades fechadas de previdência e as resseguradoras locais.

Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, a liquidação de operações é sempre condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador.

A operação só é encaminhada ao STR para liquidação da ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, sendo que a não liquidação por insuficiência de fundos implica sua rejeição pelo STR e, em seguida, pelo Selic. Na forma do regulamento do sistema, são admitidas algumas associações de operações. Nesses casos, embora ao final a liquidação seja feita operação por operação, são considerados, na verificação da disponibilidade de títulos e de recursos financeiros, os resultados líquidos relacionados com o conjunto de operações associadas.

3.3.2 ––Cetip S.A. Balcão Organizado de Ativos e Derivativos

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A Cetip é depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos públicos estaduais e sf municipais e títulos representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, de que são exemplos os relacionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensação de Variação Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária - Proagro e com a dívida agrária (TDA). Na qualidade de depositária, a entidade processa a emissão, o resgate e a custódia dos títulos, bem como, quando é o caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles relacionados. Com poucas exceções, os títulos são emitidos escrituralmente, isto é, existem apenas sob a forma de registros eletrônicos (os títulos emitidos em papel são fisicamente custodiados por bancos autorizados). As operações de compra e venda são realizadas no mercado de balcão, incluindo aquelas processadas por intermédio do CetipNet (sistema eletrônico de negociação).

Se algum banco liquidante não confirmar o pagamento de participante a ele vinculado, ou se houver inadimplência de banco liquidante, a compensação multilateral é reprocessada, com possível extensão da janela de liquidação, na forma do regulamento da Cetip. No primeiro caso (não confirmação de pagamento), o novo resultado multilateral é calculado com a simples exclusão das operações do participante cuja posição deixou de ser confirmada pelo banco liquidante, sendo as operações remetidas para liquidação na modalidade LBTR. No segundo caso, inadimplência de banco liquidante, além de remeter essas operações para a modalidade LBTR, abre-se a possibilidade de os participantes indicarem novo banco liquidante.

A liquidação financeira final é realizada via STR em contas de liquidação mantidas no Banco Central do Brasil (excluem-se da liquidação via STR as posições bilaterais de participantes que têm conta no mesmo banco liquidante).

Podem participar da Cetip bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras de valores, sociedades distribuidoras de valores, sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing, companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais, pessoas jurídicas não financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de previdência privada, investidores estrangeiros, além de outras instituições também autorizadas a operar nos mercados financeiro e de capitais. Os participantes não-titulares de conta de reservas bancárias liquidam suas obrigações por intermédio de instituições que são titulares de contas dessa espécie.

A entidade mantém dois centros de processamento (centro principal e centro secundário). Em situações de contingência, o processamento pode ser retomado no centro secundário em menos de uma hora. Para registro das operações podem ser utilizadas a Rede de Telecomunicações para o Mercado – RTM e a RSFN . A segunda rede é utilizada também para o tráfego das mensagens relacionadas com a etapa de liquidação das operações. Em todas as situações, o processamento é todo automatizado, isto é, sem intervenção manual entre o registro e a liquidação das operações (straight through processing- STP).

3.3.3 - CBLC

O sistema CBLC liquida principalmente operações realizadas no âmbito da BM&FBOVESPA e da Soma. No caso da BM&FBOVESPA, trata-se de transações com títulos de renda variável (mercados à vista e de derivativos - opções, termo e futuro) e, também, com títulos privados de renda fixa (operações definitivas no mercado à vista). No caso da Soma, que é um mercado de balcão organizado pertencente à BM&FBOVESPA, são realizadas operações com títulos de renda variável (mercados à vista e de opções) e com títulos de renda fixa. A BM&FBOVESPA, via sistema CBLC, atua também como depositária central de ações e de títulos de dívida corporativa, além de operar programa de empréstimo sobre esses títulos. Como instituição depositária, ela mantém contas individualizadas, o que permite a identificação do investidor final das operações realizadas.

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Normalmente, a liquidação é feita com compensação multilateral de obrigações, sendo que, em situações específicas previstas no regulamento do sistema, pode ser feita em tempo real, operação por operação. No caso de compensação multilateral de obrigações, a BM&FBOVESPA atua como contraparte central e assegura a liquidação das operações entre os agentes de compensação. A liquidação financeira final é feita sempre por intermédio do STR, em contas de reservas bancárias.

Nas operações de compra e venda de títulos, o sistema CBLC observa o modelo 3 de entrega contra pagamento. A transferência de custódia, no caso dos títulos de renda variável e dos títulos privados de renda fixa, é feita diretamente no sistema CBLC.

O dia da liquidação depende do tipo de mercado e do momento em que a operação é registrada, conforme resumido a seguir:

Participam do sistema, como agentes de compensação, bancos e corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Os agentes de compensação são divididos em três categorias: agentes próprios, agentes plenos e agentes específicos. Os primeiros liquidam apenas negócios por eles conduzidos em nome próprio ou de clientes, incluindo empresas do mesmo grupo econômico e, também, fundos de investimento por eles administrados. Os agentes plenos liquidam, adicionalmente, operações conduzidas por terceiros (outras corretoras e investidores qualificados, tais como fundos de investimento, fundos de pensão, seguradoras, etc). Os agentes específicos são aqueles que possuem funcionalidades direcionadas ao mercado de renda fixa privada. Para liquidar suas posições financeiras, o participante não-banco deve obrigatoriamente utilizar os serviços de uma instituição titular de conta de reservas bancárias, na forma de contrato firmado entre eles. O sistema CBLC conta com 57 participantes (set/2009).

O sistema utiliza dois centros de processamento localizados na cidade de São Paulo, sendo que todas as informações processadas no centro principal são replicadas para o centro secundário (em situações de contingência, as operações podem ser retomadas em menos de duas horas). As operações são registradas em sistemas próprios dos ambientes de negociação, sendo informadas para o sistema CBLC em tempo real. Na cadeia de responsabilidades, o sistema CBLC garante a liquidação das obrigações de um agente de compensação em relação aos demais agentes de compensação. Cada agente de compensação, a seu turno, responde pela eventual inadimplência e investidores qualificados vinculados a ele. Por fim, as corretoras respondem pela inadimplência de seus clientes. Como regra geral de funcionamento, todos os agentes de compensação devem depositar garantias para cobertura dos riscos das posições sob sua responsabilidade. Com base nas garantias previamente depositadas, o sistema CBLC atribui limite operacional para cada agente de compensação, sendo que cada um deles, seguindo critérios próprios de avaliação, deve distribuir o limite recebido do sistema entre as corretoras e investidores qualificados vinculados a ele. O limite operacional pode ser dividido entre os diferentes mercados.

3.3.4 - BM&FBOVESPA – Câmara de Ativos

Em 14.05.2004, entrou em operação a Câmara de Ativos da BM&FBOVESPA, para liquidação de operações com títulos públicos federais. Além das operações contratadas no âmbito do Sisbex, que é uma plataforma eletrônica de negociação operada pela própria BM&FBOVESPA, a Câmara de Ativos pode liquidar também operações do mercado de balcão tradicional, geralmente contratadas por telefone. Em todos os casos, a liquidação é feita com compensação multilateral e a entidade atua como contraparte central. É observado o modelo 3 de entrega contra pagamento, sendo que a liquidação dos resultados líquidos é efetuada por intermédio do STR e do Selic, respectivamente no que diz respeito à movimentação financeira e à movimentação dos títulos.Podem atuar como contrapartes da Câmara de Ativos, depositando garantias diretamente:

Membros de compensação (MC), que são bancos e corretoras de títulos e valores mobiliários que liquidam

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operações de sua carteira e da carteira de clientes;

Participantes com liquidação centralizada (PLC), que são tipicamente fundos de investimento, fundos de pensão e seguradoras, que podem liquidar apenas operações de sua carteira. . Os participantes da Câmara de Ativos se sujeitam a limites operacionais, que são fixados com base nas garantias por eles previamente depositadas e nos ativos transacionados. Os limites operacionais são verificados em tempo real, sendo que os ativos (garantias e ativos transacionados) são marcados a mercado quase em tempo real. No gerenciamento do risco das posições em aberto, a Câmara de Ativos adota a abordagem de risco de portfolio, considera diversos cenários (stress testing) e a agregação intertemporal de riscos. Para mensurar sua exposição ao risco, a BM&FBOVESPA, seguindo a mesma metodologia geral observada na Câmara de Derivativos (item 3.3.5), decompõe os ativos em fatores primitivos de risco.

Como mecanismo complementar, a Câmara de Ativos conta com um fundo operacional constituído com recursos da própria BM&FBOVESPA, que pode ser usado para concluir o processo de liquidação em caso de inadimplência de participante, bem como para cobrir eventuais prejuízos de terceiros causados por erros no registro de suas operações pelas corretoras participantes do Sisbex.

Tal como no caso das outras duas câmaras operadas pela BM&FBOVESPA, o processamento é realizado em dois centros localizados em São Paulo (o centro secundário funciona em hot standby).

3.3.5 - BM&FBOVESPA – Câmara de Derivativos

Na BM&FBOVESPA são negociados contratos à vista, a termo, de futuros, de opções e de swaps. Os principais contratos são referenciados a taxas de juros, taxas de câmbio, índices de preços e índices do mercado acionário. As obrigações financeiras relacionadas com esses contratos são liquidadas por intermédio da Câmara de Derivativos, operada pela própria BM&FBOVESPA. Nessa câmara, a liquidação é feita com compensação multilateral em D+1, por intermédio do STR, em contas de reservas bancárias, e a BM&FBOVESPA atua como contraparte central.

São participantes diretos da Câmara de Derivativos os membros de compensação, os participantes com liquidação direta (PLD) e os participantes de liquidação especial (PLE). Podem atuar como membros de compensação e participantes com liquidação direta bancos e corretoras que atendam os requisitos para isso estabelecidos no regulamento do sistema, destacando-se entre eles a exigência de capital mínimo e a necessidade de comprovação de capacidade gerencial, organizacional e operacional. Participam da câmara 79 membros de compensação e 29 participantes com liquidação direta (set/2009). Na cadeia de responsabilidades, cada corretora se responsabiliza pelas posições dos seus clientes finais; cada membro de compensação se responsabiliza pelas posições das corretoras relacionadas a ele, bem com pelas posições dos clientes finais que operam diretamente com ele; e a Câmara de Derivativos se responsabiliza pelas posições consolidadas dos membros de compensação e dos participantes com liquidação direta, isto é, responde pelos riscos de liquidação de um membro de compensação ou PLD em relação aos demais membros de compensação e PLDs. A câmara registra também operações com derivativos realizadas em mercado de balcão, cuja liquidação pode ou não ser garantida conforme opção das partes contratantes. Quando essas operações são garantidas, a câmara também atua como contraparte central. Se não garantidas, as operações são liquidadas diretamente entre as partes contratantes. Para assegurar a liquidação das operações cursadas, além de mecanismos de proteção embasados em limites operacionais e em chamadas diárias de margem, a câmara conta com três fundos de liquidação. No mercado à vista, a entrega da mercadoria ou do ativo está condicionada ao efetivo pagamento, sendo, pois, observado o princípio da entrega contra pagamento. No mercado de derivativos, a câmara faz chamadas de margem diárias, sempre marcando as garantias a preços de mercado e aplicando deságio, maior ou menor conforme o risco de

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crédito e a liquidez de cada ativo. O monitoramento do risco observa duas etapas: i) no próprio dia da contratação (D), em tempo real, com base nas posições líquidas dos membros de compensação; ii) nos dias seguintes à contratação (D + n, com n > 0), em base bruta, isto é, o risco é gerenciado cliente a cliente. A chamada de margem, inicial ou adicional, é atendida principalmente por depósito em dinheiro, cartas de fiança, títulos públicos federais, ações da carteira teórica do Ibovespa, certificados de depósito bancário e certificados de ouro custodiados na própria BM&FBOVESPA. Normalmente, a chamada de margem é atendida em D + 1, mas a câmara tem, por regulamento, a prerrogativa de chamar margem adicional intradia, se e quando julgar necessário. Também com o propósito de gerenciar sua exposição aos riscos de liquidação, a BM&FBOVESPA fixa limites de posições em aberto e de oscilação de preços. Os sistemas de gerenciamento de risco são desenvolvidos internamente. Para mensurar o risco de cada contrato, a câmara o decompõe em fatores primitivos de risco. Os riscos mensurados são agregados no conceito de carteira (portfolio), sendo que as correlações observadas entre os preços de diversos ativos financeiros contribuem para reduzir a exigência de garantias para um mesmo nível de proteção. No cálculo das necessidades de garantia, são considerados cenários de estresse. O processo de avaliação do risco associado à determinada carteira compreende, assim, quatro etapas: Decomposição dos contratos em fatores primitivos de risco; Estabelecimento do conjunto de cenários de estresse para cada fator de risco; Cálculo do risco para as diversas combinações de fatores; e Escolha da pior combinação.

Ocorrendo inadimplência, configurada pelo não atendimento à chamada de garantia ou pelo não pagamento de ajuste diário requerido pela BM&FBOVESPA, as posições do participante são encerradas. Se, depois de compensados os contratos, for apurado resultado líquido negativo, a BM&FBOVESPA realiza as garantias constituídas pelo participante. Se for o caso, isto é, se as garantias se mostrarem insuficientes, a câmara utiliza recursos disponíveis em diferentes fundos constituídos para esse fim e que contam com recursos das corretoras, dos membros de compensação e da própria câmara. Caso, ainda assim, os recursos se mostrem insuficientes, a câmara pode solicitar novos aportes de recursos aos seus participantes e, em último caso, utilizar seu próprio patrimônio. A Câmara de Derivativos dispõe de dois centros de processamento localizados na cidade de São Paulo, sendo que o centro secundário funciona em hot standby (no caso de falha técnica no centro principal, as operações podem ser retomadas no centro secundário em menos de duas horas). Para comunicação com a BM&FBOVESPA, os participantes utilizam a rede própria de comunicação daquela entidade ou a RSFN. Essa última rede é também utilizada para liquidação por intermédio do STR dos resultados líquidos apurados, nesse caso em caráter obrigatório.

3.3.6 - BM&FBOVESPA - Câmara de Câmbio A Câmara de Câmbio, que entrou em operação em 22.04.2002, liquida operações interbancárias de câmbio realizadas no mercado de balcão da BM&FBOVESPA. No ambiente da Câmara de Câmbio, são atualmente aceitas apenas operações que envolvem o dólar americano e a liquidação é geralmente feita em D+246. As obrigações correspondentes são compensadas multilateralmente e a BM&FBOVESPA atua como contraparte central. O sistema observa o princípio do "pagamento contra pagamento" (a entrega da moeda nacional e a entrega da moeda estrangeira são mutuamente condicionadas), sendo que, para isso, a BM&FBOVESPA monitora e coordena o processo de liquidação nas pontas em moeda nacional e em moeda estrangeira. Em cada ciclo de liquidação, as posições compensadas são liquidadas: em moeda nacional, nas contas de reservas bancárias mantidas pelos participantes no Banco Central do Brasil; em dólar americano, em contas mantidas pelos participantes junto a bancos correspondentes em Nova Iorque.

Para limitar sua exposição aos riscos de liquidação, a câmara estabelece limites operacionais para os participantes, bem como exige garantias, principalmente na forma de títulos públicos federais, para cobrir a volatilidade da taxa de câmbio. Os ativos dados em garantia pelos participantes são marcados a mercado diariamente. A entidade conta com linhas de crédito em moeda nacional e em moeda estrangeira, as quais lhe dão condições

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30 Conhecimentos Bancários Específicos

de concluir tempestivamente o ciclo de liquidação mesmo no caso de inadimplência de participante. Também para reduzir sua exposição a riscos, a câmara selecionou bancos correspondentes no exterior com baixo risco de crédito, diversificando suas movimentações entre eles. A liquidação das operações é assegurada primeiramente pelas garantias constituídas por cada um dos participantes. Se os recursos obtidos com a execução das garantias do participante inadimplente não forem suficientes para a liquidação de suas posições, o valor faltante é repartido entre os bancos adimplentes que contrataram operações para liquidação na data em que ocorreu a inadimplência. A aceitação da operação pela câmara, para fins de liquidação, observa processo automático de análise que leva em conta a posição líquida já contratada de cada participante, os respectivos limites operacionais, as garantias por eles oferecidas e ainda não comprometidas, necessárias para cobrir a volatilidade da taxa de câmbio, e a razoabilidade da taxa de câmbio contratada em comparação com a taxa média que está sendo praticada no mercado. Se uma operação é contratada fora da faixa de preços considerada normal, sua aceitação é condicionada à apresentação de garantias extras pelos participantes.No encerramento da sessão de contratação do dia anterior, a câmara comunica aos participantes as respectivas posições líquidas para liquidação no dia seguinte.Se deixar de cumprir alguma obrigação financeira, isto é, se deixar de entregar a quantidade devida de reais ou de moeda estrangeira, conforme seja comprador ou vendedor líquido de moeda estrangeira, o participante é considerado devedor operacional ou inadimplente, conforme, na avaliação da câmara, o fato tenha decorrido de problemas operacionais ou de incapacidade financeira. . O participante em situação irregular, nas duas situações (devedor operacional e inadimplente), deixa de receber o montante em moeda que lhe seria devido, sendo que a câmara utiliza os recursos recolhidos pela parte adimplente para a necessária compra de moeda, isto é, de reais ou de dólares conforme a contraparte adimplente seja, na operação original, vendedora ou compradora de moeda estrangeira. Essa compra de moeda é feita em caráter definitivo ou com compromisso de revenda, conforme o participante em situação irregular seja considerado inadimplente ou devedor operacional. . Em qualquer situação, a compra de moeda é feita junto ao banco que oferecer a melhor proposta, entre aqueles previamente contratados pela câmara. A compra com compromisso de revenda passará a ser definitiva se a contraparte inadimplente, inicialmente declarada devedor operacional, não regularizar a situação até o horário limite para isso determinado. Se o movimento da taxa de câmbio assim determinar, isto é, na hipótese de a parte adimplente ser a compradora da moeda estrangeira e houver depreciação da taxa de câmbio, ou se essa parte for a vendedora da moeda estrangeira e houver apreciação da taxa de câmbio, a câmara realizará garantias dadas pela parte que veio a inadimplir, na quantia necessária para cobertura da variação de taxa de câmbio desfavorável ao participante adimplente. Em qualquer situação, na própria data de liquidação contratada, a parte adimplente receberá os recursos que lhe são devidos, sendo que, se houver necessidade, a câmara recorrerá às linhas de liquidez previamente contratadas, em reais ou em dólares, conforme o caso. Podem participar da câmara, sujeitos à avaliação dela, os bancos autorizados a operar no mercado de câmbio e instituições autorizadas a intermediar operações de câmbio. Os bancos participantes possuem direito de liquidação na câmara (DL1), e os intermediadores possuem o direito de negociação da moeda estrangeira, em sistemas vinculados à Câmara, por conta e ordem de bancos participantes. Para atuar como banco liquidante, o participante necessariamente deve ser titular de conta de reservas bancárias. O banco participante com direito de liquidação não-titular de conta de reservas bancárias liquida suas operações, na moeda nacional, por intermédio de outro participante, conforme contrato entre as partes. O sistema conta com 70 bancos participantes e 22 intermediadores (set/2009). Os centros de processamento principal e secundário estão localizados na cidade de São Paulo, sendo que o centro secundário funciona em hot standby. No caso de problemas de funcionamento no centro de processamento principal, as operações podem ser retomadas no centro secundário em menos de trinta minutos.

4. Rede do Sistema Financeiro Nacional - RSFN A RSFN é a estrutura de comunicação de dados, implementada por meio de tecnologia de rede, criada com a

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finalidade de suportar o tráfego de mensagens entre as instituições titulares de conta de reservas bancárias ou de conta de liquidação no Banco Central do Brasil, as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação, a Secretaria do Tesouro Nacional - STN e o Banco Central do Brasil, no âmbito do SPB. Essa plataforma tecnológica é utilizada principalmente para acesso ao STR e ao Sitraf,. Sob o ponto de vista operacional, a RSFN é formada por duas redes de telecomunicação independentes. Cada participante, obrigatoriamente, é usuário das duas redes, podendo sempre utilizar uma delas no caso de falha da outra. A rede utiliza XML (Extensible Markup Language) no formato padrão de mensagem, sendo que seu funcionamento é regulado por manuais próprios, nomeadamente o manual técnico, que trata das informações técnicas e operacionais para conexão à rede, o manual de segurança, que estabelece os requisitos de segurança para o tráfego de informações, e o catálogo de mensagens e de arquivos do Sistema de Pagamentos Brasileiro. Para acompanhar o funcionamento da rede e promover seu contínuo desenvolvimento, foram constituídos três grupos técnicos (rede, mensagens e segurança), que contam com a participação de representantes das instituições e entidades autorizadas a operar na rede. A coordenação de cada um dos grupos é privativa do Banco Central do Brasil.

Andima ou Anbima A ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais foi criada em outubro de 2009 como resultado da união da ANBID – Associação Nacional dos Bancos de Investimento com a ANDIMA – Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro. A nova entidade representa 325 associados, entre bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento.

O citado acima foi retirado do site da Andima. Então, cuidado, a Andima - Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto e a ANBID - Associação Nacional dos Bancos de Investimentos, uniram-se, formando a ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais. Com isso, a SELIC continua sendo gerida pelo Banco Central do Brasil, mas agora é administrada em parceria com a ANBIMA.

Tabela 1: Dados estatísticos básicos Item 2004 2005 2006 2007 2008 População (milhões) 181,1 183,4 185,6 187,6 189,6 PIB (R$ bilhões) 1.941,5 2.147,2 2.369,8 2.597,6 2.889,7 PIB per capita (R$) 10.720,6 11.707,7 12.768,3 13.846,5 15.241,0

Taxa de câmbio (Real/USD) Final de ano 2,6544 2,3407 2,1380 1,7713 2,3370 Média 2,9257 2,4341 2,1771 1,9483 1,8375 Fonte: Banco Central do Brasil e IBGE. Dados anteriormente divulgados foram revistos (alteração da metodologia em março de 2007, com recálculo do PIB a partir de 1995).

Tabela 2: Meios de liquidação utilizados por não-bancos (final de ano) R$ milhões Item 2004 2005 2006 2007 2008 Papel moeda em poder do público

52.019,4 58.272,2 68.924,7 82.250,8 92.378,5

Depósitos à vista 75.927,0 86.505,9 105.421,6 149.179,0 132.125;4

Meios de pagamento M1 127.946,4 144.778,1 174.345,3 231.429,8 223.439,9

M4 1.109.518,9 1.312.399,0 1.558.613,4 1.884.846,0 2.239.553,1

Fonte: Banco Central do Brasil.

Tabela 3: Meios de liquidação utilizados por instituições bancárias (final de ano) R$ bilhões

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32 Conhecimentos Bancários Específicos

Item 2004 2005 2006 2007 2008 Depósitos no banco central 1 26,8 31,2 35,3 43,7 32,0 Depósitos em outros bancos ... ... ... ... ... Informação complementar . Recursos tomados junto ao banco central

4,2 24,0 0,5 2,8 10,4

Fonte: Banco Central do Brasil 1 Saldo das contas Reservas Bancárias.

Tabela 5: Papel moeda emitido (final de ano) R$ milhões Item 2004 2005 2006 2007 2008 Papel moeda emitido 61.935,6 70.033,6 85.824,8 102.885,0 115.590,7 Cédulas 60.581,1 68.430,7 83.882,3 100.529,3 112.722,5 R$ 100 2.031,8 2.052,9 2.750,0 9.758,9 19.638,0 R$ 50 43.476,9 50.031,9 61.158,2 68.613,6 71.261,1 R$ 20 4.190,5 5.365,0 7.993,5 10.595,9 11.129,1 R$ 10 8.341,3 8.289,6 9.010,5 8.338,2 7.208,6 R$ 5 1.293,2 1.395,8 1.599,3 1.752,3 1.947,3 R$ 2 590,0 712,4 942,4 1.187,0 1.344,5 R$ 1 657,4 583,1 428,4 283,5 193,8 Moedas 1.354,5 1.602,9 1.942,5 2.355,7 2.868,2 Papel moeda em poder dos bancos

9.916,2 11.761,4 16.900,0 20.634,3 23.212,2

Papel moeda em poder do público

52.019,4 58.272,2 68.924,7 82.250,8 92.378,5

Fonte: Banco Central do Brasil

Tabela 8: Indicadores de uso de instrumentos de pagamento por não-bancos Quantidade de transações milhões Item 2004 2005 2006 2007 2008 Cheques 1.996,9 2.526,8 2.242,0 1.999,0 1.962,8 - Cheques processados em sistemas de liquidação interbancária

1.966,9 1.838,6 1.621,7 1.449,2 1.373

- Cheques apresentados diretamente ao banco sacado

n.d. 688,2 620,3 549,8 589,8

Pagamentos com cartão 2.653,7 3.218,0 3.927,7 4.711,5 5.636,0 - Cartão de débito 912,1 1.140,7 1.427,7 1.700,1 2.097,2 - Cartão de crédito 1.252,6 1.501,3 1.814,0 2.160,4 2.519,8 - Cartão de loja 1 489 576 686 851 1.019 Transferências de crédito 1.015,7 4.763,9 5.296,3 5.954,0 6.649,6 - Interbancárias 2 1.015,7 1.027,2 1,309,3 1.508,9 1.717,7 - Intra-bancárias n.d. 3.736,7 3.987,0 4.445,1 4.932,0 Débitos diretos em conta 657,4 781,1 840,1 852,6 871,3 Fonte: Banco Central do Brasil e instituições do mercado (bancos, administradoras de cartões de débito e de crédito, e ABECS). 1 Números redondos (ABECS). 2Inclui DOC, TEC, “bloqueto de cobrança” e TED emitida por cliente.

Tabela 12: Depositários de títulos – Quantidade e valor do títulos registrados Sistema 2004 2005 2006 2007 2008 SELIC Quantidade (milhões) 3.001,8 3.144,6 3.236,3 2.209,0 2.051,8

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33 Conhecimentos Bancários Específicos

Valor (R$ bilhões) 1.064,7 1.216,8 1.370,4 1.541,5 1.708,4

Título público 1064,7 1216,8 1370,4 1541,5 1.708,4

CETIP Quantidade (bilhões) 326 1.016 1.357 1.577 2.138

Valor (R$ bilhões) 590,7 894,2 1.484,6 1.949,5 2.287,8

Título privado de renda fixa 544,2 853,1 1.151,6 1.542,9 2.256,8

Título público 46,5 41,1 36,2 37,6 31,0

CBLC Quantidade (bilhões) 7.018 4.894 4.916 2.115 1.919,1

Valor (R$ bilhões) 389,7 518,6 729,8 1.123,3 650,4

Título privado de renda variável 386,8 513,9 724,2 1.116,7 645,1

Título privado de renda fixa 2,9 4,7 5,6 6,6 5,4 Fonte: Banco Central do Brasil e entidades operadoras dos sistemas

5) ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN)

Órgãos de Regulação e Fiscalização

Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos 

à Vista

Bancos Múltiplos com Carteira Comercial

 C M N

Conselho Monetário Nacional 

          

  Banco Central do Brasil       Comissão  de Valores Mobiliários       Superintendência  de Seguros Privados       Secretaria de Previdência Complementar

Bancos ComerciaisCaixas EconômicasCooperativas de Crédito

Demais Instituições Financeiras

Bancos Múltiplos sem Carteira ComercialBancos de InvestimentoBancos de DesenvolvimentoSociedades de Crédito, Financiamento e InvestimentoSociedades de Crédito ImobiliárioCompanhias HipotecáriasAssociações de Poupança e EmpréstimoSociedades de Crédito ao Microempreendedor

Outros intermediários ou Auxiliares Financeiros

Bolsas de Mercadorias e de FuturosBolsas de ValoresAgências de Fomento ou de DesenvolvimentoSociedades Corretoras de Títulos e Valores MobiliáriosSociedades Distribuidoras de Títulos e Valores MobiliáriosSociedades de Arrendamento MercantilSociedades Corretoras de CâmbioRepresentações de Instituições Financeiras EstrangeirasAgentes Autônomos de Investimento

Entidades Ligadas aos Sistemas de Previdência e Seguros

Entidades Fechadas de Previdência PrivadaEntidades Abertas de Previdência PrivadaSociedades SeguradorasSociedades de CapitalizaçãoSociedades Administradoras de Seguro-Saúde

Entidades Administradoras de Recursos de Terceiros

Fundos MútuosClubes de InvestimentosCarteiras de Investidores Estrangeiros Administradoras de Consórcio

Sistemas de Liquidação e Custódia

Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELICCentral de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos - CETIPCaixas de Liquidação e Custódia

Pode ser definido como sendo o conjunto de órgãos de regulação, instituições financeiras e instituições auxiliares, públicos ou privados, que atuam na intermediação de transferência de recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas ou governo) superavitários para os deficitários.

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34 Conhecimentos Bancários Específicos

O SFN é composto pelos subsistemas normativo e operativo.

O subsistema normativo → é responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições, fiscalizando e regulamentando suas atividades por meio, principalmente, do CMN e do Banco Central do Brasil (BACEN). A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão normativo de apoio do sistema financeiro, atuando mais especificamente no controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários (ações e debêntures). No subsistema normativo, enquadram-se, ainda, três outras instituições financeiras que apresentam um caráter especial de atuação, assumindo certas responsabilidades próprias e interagindo com vários outros segmentos do mercado financeiro: o BB, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal (CAIXA).

O subsistema operativo → cuida da intermediação, do suporte operacional e da administração. Existem instituições que pertencem ao subsistema de intermediação e que são classificadas em bancárias e não bancárias. Estas podem ser instituições auxiliares do mercado ou instituições definidas como não financeiras, porém integrantes do mercado financeiro.

Na sua primeira fase caracterizou-se pela intermediação financeira na sua forma mais simples, através de atividades relacionadas ao setor cafeeiro e a implantação de projetos no setor de infraestrutura. A partir da segunda fase caracterizada pelo período das Guerras e da Depressão, que se estendeu de 1914 a 1915, houve uma série de processos de considerável importância no quadro geral da intermediação financeira no Brasil, com destaque aos seguintes:

·Expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio prazo;·Disciplina, integração e ampliação das margens de segurança, face à criação da Inspetoria Geral dos Bancos

(1920), instalação da Câmara de Compensação (1921) e a implantação da Carteira de Redesconto do Banco do Brasil (1921);

·Estudo para criação de um Banco Central no país.

A terceira fase que se estendeu de 1945 a1964, caracterizou-se como fase de transição entre a estrutura simples de intermediação financeira da primeira metade do século e a complexa estrutura montada a partir das reformas institucionais de 1964-65. Nos anos de transição as principais transformações no Sistema Financeiro Nacional foram:

·Consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de intermediação financeira de curto e médio prazo;

·Implantação de um órgão normativo, de assessoria, controle e fiscalização, o SUMOC – Superintendência da Moeda do Crédito;

·Criação de uma instituição financeira central de fomento (proteção, auxílio), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDE;

·Criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes;·Desenvolvimento espontâneo de companhias de crédito, financiamento e investimento de médio e longo

prazo.

A última fase da evolução da intermediação financeira no Brasil iniciou-se em 1964-65, com a promulgação de três leis que introduziram profundas alterações na estrutura do Sistema Financeiro Nacional:

·Lei nº 4,380 – 21/08/64 – instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social, criou o Banco Nacional de Habitação e institucionalizou o Sistema Financeiro de Habitação;

·Lei nº 4,595 – 31/12/64 – definiu as características e as áreas específicas de atuação das instituições financeiras e transformação do SUMOC e seu Conselho em Banco Central do Brasil e Conselho Nacional, respectivamente;

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35 Conhecimentos Bancários Específicos

·Lei nº 4.728 – 14/07/65 – disciplinou o mercado de capitais e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento.

·Lei nº 6.385 – 07/12/76 – comissão de valores mobiliários.

A partir dessas leis, o sistema financeiro brasileiro passou a contar com maior e mais diversificado número de intermediários financeiros não bancários, com áreas específicas e bem determinadas de atuação. Ao mesmo tempo, foi significativamente ampliada a pauta de ativos financeiros, abrindo-se um novo leque de opções para aplicação de poupanças e criando-se, em decorrência disto, condições mais efetivas para a ativação do processo de intermediação.

Sistema Financeiro Nacional - SFN é constituído:

·Conselho Monetário Nacional – CMN;·Banco Central do Brasil – BC - BACEN;·Banco do Brasil S.A. – BB;·Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES;·Das demais instituições financeiras públicas e privadas.

·Conselho Monetário Nacional–CMN Sua política objetiva:

·Adaptar o volume dos meios de pagamentos as reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;

·Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os sustos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais;

·Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;

·Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras quer públicas, quer privadas, tendo em vista propiciar nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional;

·Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;

·Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;·Coordenar as políticas monetárias, de crédito, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa.

Compete ao Conselho Monetário Nacional – CMN:

·Autorizar a emissão de papel moeda;·Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central do Brasil, por meio dos quais se

estimarão as necessidades globais de moeda e crédito;·Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e venda de ouro e quaisquer

operações em direitos especiais de saque e em moeda estrangeira;·Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas,

inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras;·Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas a esta Lei,

bem como a aplicação das penalidades previstas;·Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma de

remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover:

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36 Conhecimentos Bancários Específicos

·Recuperação e fertilização do solo; Reflorestamento;·Combate a epizootias (qualquer doença, contagiosa ou não, que afeta, ao mesmo tempo e no mesmo lugar,

grande número de animais da mesma espécie) e pragas, nas atividades rurais; ·Eletrificação rural; Mecanização; Irrigação;·Investimentos indispensáveis às atividades agropecuárias;·Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestara um

mesmo cliente ou grupo de empresas;·Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, imobilizações e outras relações Patrimoniais, a

serem observadas pelas instituições financeiras;·Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras;·Delimitar , com periodicidade não inferior a dois anos, o capital mínimo das instituições financeiras privadas,

levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais;·Estabelecer para as instituições financeiras públicas a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de direito

público que lhes detenham o controle acionário, bem como das respectivas autarquias e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o artigo 10 inciso III, desta Lei.

·Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de empréstimo, efetuado com quaisquer instituições financeiras públicas e privado de natureza bancária;

·Outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal situação;

·Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades de que participe o Estado;

·Autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar a subscrição compra e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades de economia mista e empresas do Estado;

·Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;·Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar

seu funcionamento aos objetivos desta Lei;·Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps (troca, permuta, barganha - Em

finanças, swap é um contrato que estabelece a troca de rentabilidade e risco entre investidores), fixando limites, taxas, prazos e outras condições.

O CMN – instância máxima do SFN – é órgão exclusivamente normativo (Que serve de norma, padrão, normal, aceitável), com a finalidade principal de formular políticas monetárias, cambial e de crédito. As comissões consultivas: Técnica da Moeda e do Crédito, Normas e Organização do Sistema Financeiro, e Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros funcionam junto ao CMN.

CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – CRSFN

Foi criado pelo Decreto n° 91.152, de 15.03.85. Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional - CMN para o CRSFN a competência para julgar, em segunda e última instância administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas à aplicação das penalidades administrativas referidas nos itens I a IV do art. 1° do referido Decreto. Permanece com o CMN a competência residual para julgar os demais casos ali previstos, por força do disposto no artigo 44, § 5°, da Lei 4.595/64. Com o advento da Lei n° 9.069, de 29.06.95, mais especificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo único, ampliou-se a competência do CRSFN, que recebeu igualmente do CMN a responsabilidade de julgar os recursos interpostos contra as decisões do Banco Central do Brasil relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e industrial.

Atribuições: Julgar em segunda e última instância administrativa os recursos interpostos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior; nas infrações previstas na legislação. O Conselho tem ainda como

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finalidade julgar os recursos de ofício, interpostos pelos órgãos de primeira instância, das decisões que concluírem pela não aplicação das penalidades previstas no item anterior.

Estrutura: O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é constituído por oito Conselheiros, possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de câmbio, de capitais, e de crédito rural e industrial, observada a seguinte composição:

·Um representante do Ministério da Fazenda (MINIFAZ);·Um representante do Banco Central do Brasil (BACEN);·Um representante da Secretaria de Comércio Exterior (MIDIC);·Um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);

Quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por estes indicados em lista tríplice.

(As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguintes: Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), CNBV (Comissão de Bolsas de Valores), Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing), Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras de Valores), AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).Sendo que os representantes das quatro primeiras entidades têm assento no Conselho como membros-titulares e os demais, como suplentes. Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, são nomeados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez. Fazem ainda parte do Conselho de Recursos dois Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo. O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice-presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes das entidades de classe que integram o Conselho.

·BANCO CENTRAL DO BRASIL O Banco Central, entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda, tendo sede e foro na capital da república, é um órgão executivo central do sistema financeiro - SFN, com responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN. Através do BC o Estado intervém diretamente no sistema financeiro e, indiretamente, na economia.

É considerado Banco dos Bancos – Compulsório redesconto. Gestor do sistema financeiro: normaliza, autoriza, fiscaliza, intervém.Agente de Autoridade Monetária – controla fluxos e liquidez monetária - banco de emissão: emite e controla fluxos da moeda.Agente Financeiro do Governo – Financia o Tesouro Nacional, administra a dívida pública, além de ser depositário das reservas internacionais.

Principais atribuições:

·Emitir moeda (dinheiro) de acordo com condições do CMN; ·Executar os serviços de meio circulante (circulação do dinheiro);·Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos (encaixes-depósitos- obrigatórios e depósitos voluntários

das instituições financeiras); {Compete privativamente ao BACEN determinar o recolhimento de até 100% do total dos depósitos à vista e de até 60% de outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da dívida pública federal, seja por meio do recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do

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Brasil, na forma e condições por ele determinadas.}·Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;·Regular a compensação de cheques e outros papéis;·Efetuar política monetária através da compra e venda de títulos federais;·Exercer o controle de crédito;·Fiscalizar as instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas;·Autorizar o funcionamento e operacionalidade das instituições (verificar todos os atos relativos à instalação,

funcionamento, fusões, etc. de instituições financeiras);·Controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto funcionamento do mercado cambial.

(administrar a dívida interna)

O presidente do BACEN deve se justificar perante o Congresso Nacional caso a taxa de inflação oficial seja superior à meta estipulada .

SISBACEN → Sistema de informação do Banco Central. É um complexo informacional administrado pelo Banco Central do Brasil que se caracteriza por permitir acesso interativo “online” (ou seja, é um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca de informações que liga o Banco Central do Brasil – BACEN- aos agentes do Sistema Financeiro Nacional – SFN onde são registradas todas as operações de câmbio realizadas no país), tanto para a entrada quanto para a recuperação de informações, além de disponibilizar consultas em tempo real.

·BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – BNDES → É a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal, sendo a principal instituição financeira de fomento (desenvolvimento; crescimento) do País.

Principais objetivos:

·Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País; ·Fortalecer o setor empresarial nacional;·Criar novos pólos de produção regionais;·Promover o desenvolvimento agrícola, industrial e de serviços;·Promover o crescimento e a diversificação das exportações; ·Gerir o processo de privatização das empresas estatais.

·BANCOS COMERCIAIS; CAIXAS ECONÔMICAS; COOPERATIVAS DE CRÉDITO; BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS; BANCOS DE INVESTIMENTO; BANCOS DE DESENVOLVIMENTO.

Bancos Comerciais → São sociedades cujo objetivo consiste na intromissão entre os que dispõem de capital e os que precisam obtê-lo, isto é, receber e concentrar capitais para distribuí-los através de operações de crédito, ou seja, seu objetivo principal é o suprimento oportuno e adequado de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazo, pessoas físicas ou jurídicas, com recursos captados no mercado.

Para atingir seus objetivos, os Bancos comerciais podem, segundo o Manual de Normas e instruções do BACEN, o seguinte:

·Captação a vista e a prazo;·Cobrança de títulos;·Arrecadação de tributos e tarifas públicas;·Descontar títulos;·Realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente·Realizar operações especiais (credito rural, resolução 63, etc.).

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Caixas Econômicas → Integrando simultaneamente o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e o Sistema Financeiro de Habitação, junto com os Bancos comerciais, foram as primeiras instituições do Sistema Financeiro Nacional.

Suas atividades assemelham-se as dos Bancos comerciais, no que diz respeito à captação de deposito a vista e prestação de serviços, porem as operações de empréstimos destinam-se apenas as pessoas físicas.

Operam no crédito direto ao consumidor, financiando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, além de possuir monopólio de operações sob penhor de bens pessoais, e sob consignação.

Tem ainda a competência para a venda de bilhetes de loteria, cujo produto da administração em uma fonte valiosa de recursos para sua gestão.

A captação de poupança, que é privativo das instituições ligadas ao SFH, é sem dúvida sua grande fonte de recursos. Sua mais nova atuação esta voltada para a centralização do recolhimento e a posterior aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS.

As Caixas Econômicas são instituições de cunho eminentemente social, sendo suas operações de crédito e financiamento voltados para as áreas de assistência social, saúde, educação etc. Atualmente só existem duas Caixas Econômicas, a Federal (resultado da unificação de 23 Caixas Econômicas Federais, pelo DL 759 de 12/08/69) e a Caixa Econômica Estadual do Rio Grande do Sul.

Cooperativas de crédito → As cooperativas de credito são instituições financeiras, sociedade de pessoas, homologadas pelo Banco Central do Brasil, sem fins lucrativos e não sujeitas a falência (Lei 5.764/71 e 4.595/64), cuja regulamentação é disciplinada pela Resolução 2.771 de 30.08.2000. O funcionamento de cooperativas de credito depende de previa autorização do Banco Central do Brasil, concedida sem ônus e por prazo indeterminado.

As cooperativas de credito podem praticar as seguintes operações:

I - captação de recursos:·de associados, oriundos de depósitos a vista e depósitos a prazo sem emissão de certificado;·de instituições financeiras, nacionais ou estrangeiras, na forma de empréstimos, repasses, refinanciamentos

e outras modalidades de operações de credito;·de qualquer entidade, na forma de doações, de empréstimos ou repasses, em caráter eventual, isentos de

remuneração ou a taxas favorecidas;

II - concessão de créditos, exclusivamente aos seus associados, incluídos os membros de órgãos estatutários, nas modalidades de:

·desconto de títulos;·operações de empréstimo e de financiamento;·crédito rural;·repasses de recursos oriundos de órgãos oficiais e instituições financeiras;

III - aplicações de recursos no mercado financeiro, inclusive depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado, observadas eventuais restrições legais e regulamentares especificas de cada aplicação;

IV - prestação de serviços:

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·de cobrança, de custodia, de correspondente no País, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros e sob convênio com instituições publicas e privadas, nos termos da regulamentação aplicável as demais instituições financeiras;

·a outras instituições financeiras, mediante convênio, para recebimento e pagamento de recursos coletados com vistas a aplicação em depósitos, fundos e outras operações disponibilizadas pela instituição conveniente;

V - formalização de convênios com outras instituições financeiras com vistas a:

·obter acesso indireto a conta Reservas Bancarias, na forma da regulamentação em vigor;·participar do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis (SCCOP);·realizar outros serviços complementares as atividades fins da cooperativa;

VI - outros tipos previstos na regulamentação em vigorou autorizados pelo Banco Central do Brasil.

Bancos Comerciais Cooperativos → Os Bancos Cooperativos são bancos Comerciais que se diferenciam dos demais por terem como acionistas exclusivamente, as Cooperativas de Crédito. Sua atuação é restrita às unidades da federação onde estão situadas as sedes das Cooperativas Controladoras. As cooperativas, os bancos e outras instituições financeiras têm algumas coisas em comum, tais como: todas dependem da autorização do banco central para funcionar, tanto a cooperativa como as demais instituições financeiras emprestam dinheiro. Mas, a principal diferença da cooperativa está justamente na maneira de fazer empréstimo, pois como ela não tem fins lucrativos, pode cobrar juros baixos do mercado, e não tem as burocracias do mesmo (Saldo médio e outros mais).

Vantagens de uma cooperativa:

·Benefícios sociais e educativos·Liberdade de escolha (compras a vista)·Crédito rápido·Seguros (diversos) -Contas correntes -Aplicações financeiras c/ taxas superiores·Cobertura de emergência·Tranquilidade de saber que é um órgão administrativo pelos próprios associados.

Banco de Investimento → Criados com a finalidade de prover o mercado de recursos de médio e longo prazo, para suprimento de capital de giro e investimento. Seu objetivo é aumentar o prazo das operações e financiamentos, dando fôlego financeiro às empresas, para que ela possa reestruturar-se econômica e financeiramente.

Os bancos de investimento têm a prerrogativa de operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em mercados de balcão, organizados por conta própria ou por terceiros.

Não podem manter contas correntes, as aplicações têm origem em CDB e RDB captados, através de repasses de recursos internos e externos a pela venda de cotas de fundos de investimentos por eles administrados.

Grande parte das operações dos Bancos de investimentos está voltada para as empresas privadas, havendo limites para apoiar empresas e órgãos públicos. Os financiamentos ao capital fixo são precedidos de cuidadosas avaliações do projeto, não podendo destinar recursos a empreendimentos imobiliários.

Operações ativas praticadas pelos Bancos de investimento:

·Empréstimo a prazo mínimo de um ano para financiamento de capital de giro/ e ou capital fixo;

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·Aquisição de ações e outros títulos para investimento ou revenda no mercado de capitais (operações de UNDERWRITING – Subscrição - firmar, assinar. No mercado financeiro descreve as operações financeiras nas quais os bancos intermediam o lançamento e distribuição de ações ou títulos de renda fixa para negociação no mercado de capitais. ;

·Repasses de recursos de origem interna ou externa;·Prestação de garantia de empréstimo no país ou proveniente do exterior.

Banco de Desenvolvimento → O BNDES é o principal agente do Governo para financiamento de médio e longo prazo aos setores primário, secundário e terciário.O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia (BASA) são instituições de fomento (desenvolvimento) de âmbito regional.

Os Bancos estaduais de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos estados com a finalidade de fornecer financiamentos de médio e longo prazo às empresas dos respectivos estados, geralmente com repasses de órgão financeiros, do Governo Federal.

COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM

Órgão normativo do sistema financeiro, voltado para o desenvolvimento, disciplina e fiscalização do mercado de valores mobiliários, basicamente o mercado de ações e debêntures.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem poder disciplinador e fiscalizador, atuando sobre diversos segmentos do mercado, entre os quais se encontram: instituições financeiras, companhias de capital aberto (com valores mobiliários negociados em bolsa e em mercado de balcão), investidores (protegendo seus direitos) e outras entidades do mercado financeiro que transacionem títulos e valores mobiliários (como bolsas de valores e bolsas de mercadorias e de futuros).

A lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado de valores mobiliários. Diante de qualquer suspeita, a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, por meio do qual recolhe informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar o responsável por práticas ilegais, desde que lhe ofereça, a partir da acusação, amplo direito de defesa

Principais objetivos:

·Estimular a aplicação de poupança no mercado acionário;·Assegurar o funcionamento às bolsas de valores e instituições auxiliares;·Proteger os titulares de valores mobiliários contra irregularidades;·Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação de títulos emitidos;·Fortalecimento do Mercado de Ações.

SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO;SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL;SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS;SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS.

Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento → Sua finalidade e o financiamento de bens de consumo duráveis através do credito direto ao consumidor. Assim como os Bancos de investimento não podem manter contas correntes, e sua fonte de recursos são as letras de câmbio e títulos de crédito emitidos pelos financiados e aceitos pelas financeiras.

Por tratar-se de operação de autorrisco, suas operações passivas não podem ultrapassar 12 vezes o montante do

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seu capital realizado, mais as reservas, sendo também limitada à sua responsabilidade direta por clientes.

Sociedade de Arrendamento Mercantil → Opera com operações de " leasing " que se trata de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com características de longo prazo.

Às sociedades de arrendamento mercantil é facultada (autorizada) a captação de recursos no exterior para livre aplicação no mercado doméstico, observados os respectivos campos operacionais.Em se tratando de instituições financeiras, a faculdade inclui a realização de operações de repasse a pessoas físicas ou jurídicas não financeiras.

Às sociedades de arrendamento mercantil é facultada a realização de repasse interfinanceiro de recursos captados no exterior a outras instituições e sociedades da espécie.

Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários → São instituições típicas do mercado financeiro do mercado acionário, operando com compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Sua constituição depende de autorização do BACEN e o exercício de sua atividade depende de autorização da CVM.

As corretoras atuam na bolsa de valores e de mercadorias, efetuando lançamento público de ações, administrando carteira e custodiando e custodiam valores mobiliários.

Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários → Suas atividades são mais restritas de que a das corretoras, uma vez que não podem operar nas bolsas de mercadorias e de valores.

São atividades básicas das distribuidoras:

·Subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores mobiliários;·Intermediação da colocação de emissões de capital no mercado;·Operações no mercado aberto, desde que satisfaça as exigências do Bacen.·Administrar clubes de investimentos

BOLSAS DE VALORES; BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROS SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (SELIC) CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUSTÓDIA DE TÍTULOS (CETIP)

·BOLSAS DE VALORES

DEFINIÇÃO: São associações civis, sem fins lucrativos. Seu patrimônio é representado por títulos que pertencem às sociedades corretoras membros. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, mas estão sujeitas à supervisão da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e obedecem às diretrizes e políticas emanadas do CMN - Conselho Monetário Nacional.

OBJETIVO: Fornecem o ambiente para negociação de títulos em sistema de apregoação, com intermediação privativa dos corretores de valores associados. Promovem ampla e imediata divulgação dos negócios realizados e tem poder para interferir nesses negócios, visando à clareza e amplo acesso dos participantes. Detém poder regulatório bastante eficiente.

O PREGÃO

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43 Conhecimentos Bancários Específicos

CARACTERÍSTICAS:

·Local de realização de negócios de compra e venda de títulos, principalmente ações, em mercado livre e aberto;

·É o principal recinto de uma Bolsa de Valores, onde se realiza todo processo operacional; ·Onde se efetuam milhares de negócios em um só dia, de forma segura, ágil e livre; ·Encontram-se os fluxos de oferta e procura do mercado de ações;·Funciona de forma transparente;·Sistema de informações instantâneas;·Sistemas interligados (pregão de uma Bolsa aos pregões das demais Bolsas do País, às sociedades corretoras

dos diversos Estados, a bancos de investimento e investidores individuais).

A NEGOCIAÇÃO NO PREGÃO → O pregão pode ser organizado segundo os sistemas de negociação existentes: Call System, Trading Post ou Pregão Contínuo e pregões eletrônicos.

TRADING POST:

·Negócios são realizados durante todo o período do pregão;·Títulos são agrupados em postos de negociações segundo ramos afins de atividades econômicas, e

homogeneidade quanto aos volumes de transação;·Sistema consagrado nas maiores Bolsas do País e estrangeiras, por permitir efetuar grandes volumes de

negócios.

PROCESSOS DE NEGOCIAÇÃO

NEGOCIAÇÃO DIRETA: O mesmo operador é simultaneamente comprador e vendedor: comprador para um dos clientes de sua corretora e vendedor para outro.

NEGOCIAÇÃO COMUM: Realiza-se entre dois representantes. Apregoação de viva voz menciona intenção de comprar e vender o título, características, quantidade e preço unitário.

NEGOCIAÇÃO POR OFERTA: Realizada entre dois operadores, sendo um deles representado pelo posto de negociação que recebeu sua oferta.

NEGOCIAÇÃO POR LEILÃO: Semelhante à negociação direta. Ao ocorrer a apregoação de compra e venda de grande quantidade, representante da Bolsa interfere colocando em leilão.

O TELEPREGÃO

CATS (COMPUTER ASSISTED TRADING SYST&M)

CARACTERÍSTICAS:

·Operado pela Bolsa de Valores de São Paulo;·É uma versão atualizada do sistema desenvolvido pela Bolsa de Valores de Toronto, no Canadá;·O sistema reproduz em terminal de computador os registros de ofertas de compra e venda de ações e os

fechamentos de negócios;·Confirmação de fechamento on-line;·Pode ser acionado por sociedades corretoras em qualquer local do país, em tempo real, no mesmo horário

de funcionamento do pregão;

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44 Conhecimentos Bancários Específicos

·Oferece um sistema de informações de mercado e instrumentos de análise de investimentos.

SENN (A NEGOCIAÇÃO NACIONAL)

CARACTERÍSTICAS:

·Sistema Eletrônico de Negociação Nacional, administrado pela CNBV (Comissão Nacional de Bolsas de Valores) e operacionalizado pela Bolsa de Valores do Rio de Janeiro;

·Utiliza terminais de vídeo conectados ao Sistema de Processamento de Dados da Bolsa do Rio·Permite negociação de ações no mercado à vista;·Operações são processadas e fechadas automaticamente;·As corretoras registram no sistema sua intenção de compra ou venda de determinada ação; a qual é

difundida nos terminais, tornando-se conhecido de todo o mercado;·Os negócios realizados no SENN interferem nos preços do pregão de viva voz, e vice-versa.

BOVESPA + BM&F → Em 2007, a BOVESPA deixou de ser uma instituição sem fins lucrativos e se tornou uma sociedade por ações a BOVESPA Holding S/A.

A BOVESPA Holding possui como subsidiarias a Bolsa de Valores de São Paulo (BVSP) – responsavel pelas operações dos mercados de bolsa e balcao organizado – e a Cia brasileira de Liquidação e Custódia (CLBC), que presta serviços de liquidação, compensação e custodia.

Também a BM&F iniciou se processo de desmutualização e, a partir de 1/10/2007, a BM&F se tornou uma sociedade por ações com fins lucrativos. Por meio da desmutualização, os direitos patrimoniais antigos associados da Cia. Fora desvinculados dos Direitos de Acesso, e convertidos em partidipações acionarias.

Em maio/2008 a BM&F e a Bovespa integraram-se formando a BM&FBOVESPAS S/A.

SELIC E CETIP

O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) foi estruturado pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (ANDIMA) e pelo BACEN.

As aplicações bancárias não são iguais. Variam de acordo com o tipo de papel que as lastreiam e onde esse título está custodiado, ou seja, fisicamente guardado. Quanto ao lastro, temos papéis privados : Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letras de Câmbio (LC), por exemplo; e públicos : Letras de Tesouro Nacional (LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT), entre outros.Essas modalidades podem ser custodiadas de duas formas:

Se custodiado no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), o papel adquirido pelo aplicador é necessariamente um título público e deverá ser registrado em seu nome nos computadores do Banco Central (o chamado SELIC I), ou em nome da instituição que intermediou a operação (SELIC II).

No primeiro caso, a garantia é total. Mesmo que ocorra algum problema com a instituição intermediária, os recursos aplicados não poderão ser transferidos para a instituição. Já o SELIC II não oferece essa garantia.

O CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos) é uma sociedade civil sem fins lucrativos, criada em 1986 para preencher a lacuna de um sistema eletrônico de custódia e liquidação financeira no mercado de títulos privados.

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45 Conhecimentos Bancários Específicos

Ao contrário do SELIC, que surgiu há cerca de vinte anos, a CETIP não é administrada diretamente pela Associação Nacional das Instituições de Mercado Aberto (ANDIMA), apesar de estar intimamente ligada a ela. Funciona de forma similar ao SELIC, só que apenas com títulos privados. Nesta operação, os títulos estão custodiados ou guardados em um grupo de instituições financeiras reconhecidas pelo Banco Central.

Se houver algum problema com a instituição na qual o investidor fez a aplicação, o Banco Central garantirá a entrega do título. O investidor não perde.

A Selic não é o depositário central, o próprio nome Sistema Especial de Liquidação e Custódia já passa o amplo conceito de SELIC, que é um sistema de custódia de títulos públicos e provados com o intuito de simplificar a sistemática de movimentação e troca de títulos no mercado aberto entre instituições autorizadas. Em linguagem informal, SELIC tem uma meta estabelecida pelo COPOM, com isso os títulos de renda fixa (títulos públicos) tende a ter a rentabilidade de acordo com a meta estabelecida, dependendo da necessidade dos Bancos de precisar de altos volumes financeiros eles negociam através da SELIC títulos com outros Bancos. Daí vem o CDI, Certificado de Depósito Interbancário.

A taxa referencial do SELIC, de natureza remuneratória é diferente da SELIC-META. O COPOM estabelece uma meta para o SELIC, mas a taxa que remunera as taxas é próxima da meta, mas é sempre diferente da meta, pois vai variar de acordo com as negociações dos títulos negociados pelo sistema. Outro erro que consta é a palavra "exatamente" a cada 45 dias, não é exatamente, pois é sempre na data mais próximo de quarta-feira, portanto pode variar esses dias. Muita atenção com essas palavras como exatamente, com certeza, absoluta e assim vai...

Os ativos e contratos registrados na CETIP representam quase a totalidade dos títulos e valores mobiliários privados de renda fixa, além de derivativos, dos títulos emitidos por estados e municípios e do estoque de papéis utilizados como moedas de privatização, de emissão do Tesouro Nacional.

Todos os depositantes podem participar da CETIP, pois tem registrado em contas específicas no Sistema, sua posição de títulos de livres movimentações e ainda suas posições financeiras e de Imposto de Renda. Os fundos de investimentos podem participar através de suas cotas que são registradas na CETIP.

SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIARIO-ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMOSociedades de Crédito Imobiliário:

Ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras Imobiliárias depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, aos financiamentos imobiliários diretos ou indiretos.

As sociedades de crédito imobiliário somente poderão operar em financiamento para construção, venda ou aquisição de habitações mediante:

·Abertura de crédito a favor de empresários que promovam projetos de construção de habitações para venda a prazo;

·Abertura de crédito para a compra ou construção de casa própria com liquidação a praw de crédito utilizado;·Desconto, mediante cessão de direitos de receber a prazo o preço da construção ou venda de habitações;·Outras modalidades de operações autorizadas pelo Banco Nacional da Habitação.·Cada sociedade de crédito imobiliário somente poderá operar com imóveis situados na área geográfica para

a qual for autorizada a funcionar.

As sociedades de crédito imobiliário não poderão operar em compra e venda ou construção de imóveis, salvo para liquidação de bens que tenham recebido em pagamento dos seus créditos ou no caso dos imóveis

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46 Conhecimentos Bancários Específicos

necessários à instalação de seus serviços.

Nas suas operações as sociedades de crédito imobiliário observarão as normas expedidas pelo Banco Nacional da Habitação, com relação dos limites do valor unitário, prazo, condições de pagamento, juros, garantias, seguro, ágios e deságios na colocação de letras imobiliárias e diversificação de aplicações.

Associações de Poupança e Empréstimo:

São sociedades civis onde os associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento imobiliário.

Dentro das normas gerais que forem estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, poderão ser autorizadas a funcionar, associações de poupança e empréstimo, que se constituirão obrigatoriamente sob a forma de sociedades civis, de âmbito regional restrito, tendo por objetivos fundamentais:

·Propiciar ou facilitar a aquisição de casa própria aos associados;·Captar, incentivar e disseminar a poupança.

São características essenciais das associações de poupança e empréstimo:

·A formação de vínculo societário, para todos os efeitos legais, através de depósitos em dinheiro efetuados por pessoas físicas interessadas em nelas participar;

·A distribuição aos associados, como dividendos, da totalidade dos resultados líquidos operacionais, uma vez deduzidas as importâncias destinadas à constituição dos fundos de reserva e de emergência e a participação da administração nos resultados das associações.

É assegurado aos Associados:

·Retirar ou movimentar seus depósitos, observadas as condições regulamentares;·Tomar parte nas assembléias gerais, com plena autonomia deliberativa, em todos os assuntos da

competência delas;·Votar e ser votado.

Para o exercício de seus direitos societários, cada associado terá pelo menos um voto, qualquer que seja o volume de seus depósitos na Associação, e terá tantos votos quantas "Unidades-Padrão de Capital do Banco Nacional da Habitação" se contenham no respectivo depósito.

Associações de poupança e empréstimo são isentas de imposto de renda; são também isentas de imposto de renda as correções monetárias que vierem a pagar a seus depositantes.

SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS E PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

Sistema Nacional de Seguros Privados

O Sistema Nacional de Seguros Privados é constituído:

·Do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)·Da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);·Do Instituto de Resseguros do Brasil - (IRB);·Das Sociedades Seguradoras autorizadas a operar em seguros privados;·Dos Corretores de Seguros habilitados.

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47 Conhecimentos Bancários Específicos

Contrato de Seguro

A contratação de qualquer seguro só poderá ser feita mediante proposta assinada pelo interessado, seu representante legal ou por corretor registrado, exceto quando o seguro for contratado por emissão de bilhete de seguro.

O início de cobertura do risco constará da apólice e coincidirá com a aceitação da proposta.A emissão da apólice será feita até 15 dias da aceitação da proposta.

→ Na falta de indicação do beneficiário e na falta de cônjuge ou herdeiros, serão beneficiários do seguro de pessoas os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios necessários à subsistência.

ENDOSSO - Documento expedido pela seguradora, durante a vigência do contrato, pelo qual ela e o segurado acordam quanto à alteração de dados, modificam as condições ou o objeto da apólice ou a transferem a outrem.

CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS - (CNSP) → órgão máximo, que estabelece as grandes diretrizes do setor de seguros, cujo presidente é o ministro da Fazenda e onde têm acento os representantes de outros ministérios, além dos presidentes do IRB e da SUSEP e de quatro integrantes do sistema privado, nomeados pelo presidente da República.

O CNSP é também o órgão que decide as pendências no campo de seguros em última instância, regulamenta os seguros obrigatórios e estabelece os limites das operações de seguros no País.Esse Conselho se reúne toda vez que for convocado pelo seu presidente.

SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP → Para que o sistema funcione como uma engrenagem bem azeitada, um órgão fiscaliza todos seus componentes, de modo que obedeçam às normas estabelecidas. Esse órgão é a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Recentemente, afora sociedades corretoras e corretores de seguros, a Superintendência administrava 18 massas Liquidandas (o patrimônio das empresas de seguro, previdência privada aberta ou capitalização que foram compulsoriamente fechadas), além de 7 outras entidades sob regime de direção-fiscal.

Além da fiscalização e da intervenção no caso de mau funcionamento de alguma das peças da engrenagem do mercado de seguros, a SUSEP autoriza a abertura de sociedades seguradoras, entidades de previdência privada abertas ou empresas de capitalização. Aprova ou não os planos de seguros que são colocados no mercado e fiscaliza também os corretores de seguros.

Com a missão de garantir o bom funcionamento do sistema, os cerca de 400 funcionários da SUSEP se subdividem em oito departamentos regionais, que cobrem todo o País. A SUSEP, ao autorizar o funcionamento de uma empresa, verifica se ela tem as qualificações mínimas para operar no mercado e se os planos oferecidos atendem às normas legais.

CONSELHO DE GESTÃO DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – CGPC → é órgão colegiado, normativo, de deliberação, controle e avaliação da execução da política nacional das entidades fechadas de previdência complementar, integrante da estrutura regimental do Ministério da Previdência e Assistência Social.

O CGPC tem a seguinte estrutura:

·Plenário (instância de deliberação configurada pela reunião ordinária ou extraordinária de seus membros, competindo-lhe examinar e propor soluções às matérias submetidas ao CGPC).

·Secretaria-Executiva (executa as atividades técnico-administrativas e de assessoramento, prestando todo o

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apoio necessário ao cumprimento das finalidades do Conselho).

COMPETENCIAS

·Estabelecer as normas gerais complementares à legislação e regulamentação aplicável às entidades fechadas de previdência complementar para implementação da política determinada pelo Ministro de Estado ao qual está vinculado o órgão regulador e fiscalizador;

·Determinar padrões para instituição e operação dos planos de benefícios, de modo a assegurar sua transparência, solvência, liquidez e equilíbrio financeiro;

·Normalizar novas modalidades de planos de benefícios;·Estabelecer normas complementares para os institutos da portabilidade e do benefício proporcional diferido,

garantidos aos participantes;·Estabelecer normas especiais para a organização de planos patrocinados por instituidores;·Determinar a metodologia a ser empregada nas avaliações atuariais;·Fixar limite para as despesas administrativas dos planos de benefícios e das entidades de previdência

complementar; ·Estabelecer regras para o número mínimo de participantes ou associados de planos de benefícios.

COMPOSIÇÃO

O Conselho é composto de 15 membros, assim representados:

·Ministro de Estado da Previdência Social, que o presidirá;·Secretário da Previdência Complementar;·Um representante da Secretaria da Previdência Complementar;·Um representante do Ministério da Fazenda;·Um representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;·Um representante da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP;·Um representante do Banco Central do Brasil - BACEN;·Um representante da Comissão de Valores Mobiliários - CVM;·Um representante da Secretaria da Previdência Social;·Um representante de entidades fechadas de previdência complementar;·Um representante dos participantes de entidades fechadas de previdência complementar;·Um representante das patrocinadoras de entidades fechadas de previdência complementar;·Um representante da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada - ABRAPP;·Um representante do Instituto Brasileiro de Atuária - IBA, cujo mandato será exercido de forma alternada

com um representante da Associação Nacional dos Contabilistas das Entidades Fechadas de Previdência Privada - ANCEPP, iniciando-se pelo primeiro; e

·Um representante da Associação dos Fundos de Pensão de Empresas Privadas - APEP. Cada representante referido nos incisos III a XV tem um suplente.

SECRETARIA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR - SPC

Previdência complementar → É o sistema de complemento das aposentadorias recebidas por trabalhadores tanto da iniciativa privada quanto do serviço público, desde que eles tenham contribuído para esta modalidade de previdência. No caso das entidades fechadas de previdência complementar, os chamados fundos de pensão, a adesão só ocorre para aqueles que têm vínculo empregatício com a empresa que patrocina o fundo. Estas entidades são fiscalizadas pela Secretaria de Previdência Complementar, que faz parte da estrutura do Ministério da Previdência Social.

A Secretaria de Previdência Complementar - SPC, órgão do Ministério da Previdência Social, possui as seguintes

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atribuições:

·Propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar;·Harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada com as políticas de

desenvolvimento social e econômico-financeira do Governo;·Supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a previdência

complementar fechada;·Analisar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento,

transferência de controle e reforma dos estatutos das entidades fechadas de previdência privada, submetendo parecer técnico ao Ministro de Estado;

·Fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada, quanto ao cumprimento da legislação e normas em vigor e aplicar as penalidades cabíveis;

·Proceder à liquidação das entidades fechadas de previdência privada que tiverem cassada a autorização de funcionamento ou das que deixarem de ter condições para funcionar.

Integram-se nas operações de seguros privados:

COSSEGURO → ocorre quando duas ou mais seguradoras assumem a responsabilidade pelo mesmo risco, o que possibilita diluir um perigo vultoso em responsabilidades menores, fazendo com que cada seguradora assuma a responsabilidade por uma parte do montante. A apólice é emitida pela seguradora líder, e nela fica estabelecida a participação de cada cosseguradora no total da quantia segurada. Essa participação determina, também, a divisão proporcional do prêmio pago entre as cosseguradoras.RESSEGURO → é a operação em que a seguradora transfere à resseguradora o excesso de responsabilidade que ultrapassar o limite de sua capacidade econômica de indenizar. É o seguro do seguro.

RETROCESSÃO → é a operação em que o ressegurador repassa ao mercado segurador nacional, os excessos e responsabilidades que ultrapassarem o limite de sua capacidade econômica de indenizar.

INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL - IRB

IRB funciona como câmara de compensação → é uma espécie de câmara de compensação do setor de seguros. Quando uma seguradora ultrapassa suas capacidades de garantia, o IRB absorve o excesso via resseguro. Caso as quantias envolvidas ultrapassem a capacidade do próprio IRB, ele repassa à diferença a maior para as diversas empresas do mercado, pulverizando o risco, na operação que se chama de retrocessão. Se assim mesmo não for possível obter todo o montante necessário para a garantia, procuram-se outras seguradoras no exterior.

Há ocasiões em que o IRB sempre tem que ser solicitado. É o caso de seguros de grandes valores. O seguro de aeronave, por exemplo, e das plataformas de petróleo, que valem em torno de 350 milhões de dólares. O IRB é acionado e vai procurar cobertura no mercado segurador estrangeiro.

Para abarcar todo o mercado ressegurador brasileiro, o IRB emprega em torno de 600 funcionários concursados. Eles se encarregam da análise e do controle de todas as operações de grande vulto no País.

Em outros países o resseguro é uma atividade privada, mas no Brasil ainda é uma atribuição exclusiva do IRB, que tem uma composição mista: 50% de suas ações pertencem ao INSS e 50% às sociedades seguradoras. Em função de ser o operador único do resseguro, o IRB assumiu também funções normativas no mercado, em termos de obrigatoriedade de consulta das seguradoras, de resseguro, cosseguro ou retrocessão.

Essa situação de única resseguradora brasileira deu ao IRB um volume de negócios que o coloca entre as 30 maiores resseguradora do Mundo, com R$ 796 milhões em prêmios.

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PRINCÍPIO DE NACIONALIZAÇÃO DO SEGURO →Com a promulgação da Constituição de 1937 (Estado Novo), foi estabelecido o "Princípio de Nacionalização do Seguro", já preconizado na Constituição de 1934. Em consequência, foi promulgado o Decreto n° 5.901, de 20 de junho de 1940, criando os seguros obrigatórios para comerciantes, industriais e concessionários de serviços públicos, pessoas físicas ou jurídicas, contra os riscos de incêndios e transportes (ferroviário, rodoviário, aéreo, marítimo, fluvial ou lacustre), nas condições estabelecidas no mencionado regulamento.

CRIAÇÃO DO INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL – IRB → Nesse mesmo período foi criado, em 1939, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), através do Decreto Lei n° 1.186, de 3 de abril de 1939. As sociedades seguradoras ficaram obrigadas, desde então, a ressegurar no IRB as responsabilidades que excedessem sua capacidade de retenção própria, que, através da retrocessão, passou a compartilhar o risco com as sociedades seguradoras em operação no Brasil. Com esta medida, o Governo Federal procurou evitar que grande parte das divisas fosse consumida com a remessa, para o exterior, de importâncias vultosas relativas a prêmios de resseguros em companhias estrangeiras.

É importante reconhecer o saldo positivo da atuação do IRB, propiciando a criação efetiva e a consolidação de um mercado segurador nacional, ou seja, preponderantemente ocupado por empresas nacionais, sendo que as empresas com participação estrangeira deixaram de se comportar como meras agências de captação de seguros para suas respectivas matrizes, sendo induzidas a se organizar como empresas brasileiras, constituindo e aplicando suas reservas no País.

O IRB adotou, desde o início de suas operações, duas providências eficazes visando criar condições de competitividade para o aparecimento e o desenvolvimento de seguradoras de capital brasileiro: o estabelecimento de baixos limites de retenção e a criação do chamado excedente único. Através da adoção de baixos limites de retenção e do mecanismo do excedente único, empresas pouco capitalizadas e menos instrumentadas tecnicamente -como era o caso das empresas de capital nacional -passaram a ter condições de concorrer com as seguradoras estrangeiras, uma vez que tinham asseguradas a automaticidade da cobertura de resseguro.

CRIAÇÃO DA SUSEP → Em 1966, através do Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966 foram reguladas todas as operações de seguros e resseguros e instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, constituído pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); Instituto de Resseguros do Brasil (IRB); sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e corretores habilitados.

O Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização - DNSPC - foi substituído pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP - entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica de Direito Público, com autonomia administrativa e financeira, jurisdicionada ao Ministério da Indústria e do Comércio até 1979, quando passou a estar vinculada ao Ministério da Fazenda.

Em 28 de fevereiro de 1967, o Decreto n° 22.456/33, que regulamentava as operações das sociedades de capitalização, foi revogado pelo decreto-lei n° 261, passando a atividade de capitalização a subordinar-se, também, a numerosos dispositivos do decreto-lei n° 73/66. Adicionalmente, foi instituído o Sistema Nacional de Capitalização, constituído pelo CNSP, SUSEP e pelas sociedades autorizadas a operar em capitalização.

SOCIEDADES SEGURADORAS → Têm hoje no Brasil cerca de 150 companhias de seguros privados, previdência privada e capitalização. Uma vez agregadas em grupos empresariais elas se reduzem a 90 e se regem pelas seguintes normas principais:

·Não podem explorar qualquer outro ramo de comércio ou consultoria.·Podem operar em qualquer ramo de seguro mediante autorização da SUSEP.

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·Não podem reter responsabilidades cujo valor ultrapasse seus limites técnicos; Fornecer dados e informações relacionadas a quaisquer aspectos de sua atividade;

·Têm a obrigação de constituir reservas técnicas e provisões.·Têm que aplicar as reservas técnicas segundo normas do Banco Central do Brasil.·Devem publicar as demonstrações contábeis semestralmente, auditadas por auditores independentes e

publicadas no Diário Oficial e jornal de grande circulação;·Para operar uma seguradora é preciso obter autorização junto à SUSEP e observar principalmente o Capital

Social mínimo para uma seguradora operar nos seguros de ramos elementares, de vida de planos de pecúlios e rendas de previdência privada aberta em todas as regiões do País.

SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO → As Sociedades de Capitalização formam um segmento de Mercado bastante particular, constituindo os produtos por elas comercializados, os títulos de capitalização, num misto de formação de poupança e de premiação por sorteio. Conceitualmente, a capitalização consiste numa simbiose entre a poupança programada e o sorteio, funcionando este com o poder de antecipar a meta estabelecida para a poupança.

Ao longo do tempo, novos produtos têm sido concebidos, onde as duas parcelas: poupança e sorteio, com características distintas, atingem cada uma seus objetivos no contexto de cada plano. Os planos de capitalização são formatados tecnicamente a prêmios mensais (PM) ou a prêmio único (PU), embora nada impeça que possam ser estruturados com periodicidades diversas. É importante não confundir "prêmio", que é o pagamento efetivado pelo comprador do título, com "prêmio de sorteio" que normalmente é denominado, simplesmente, por sorteio.

Recentemente, por iniciativa da SUSEP - Superintendência de Seguros Privados, que fiscaliza este Mercado, foi proposta as Empresas operadoras dos títulos de capitalização a formatação de "produtos-padrão", objetivando a simplificação e agilidade nos processos de aprovação das Notas Técnicas Atuariais e Condições Gerais.

ENTIDADES ABERTAS E ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA

PREVIDÊNCIA PRIVADA - A ALTERNATIVA IMPRESCINDÍVEL → Oficialmente implantada no país pela Lei 6435/77, a Previdência Privada foi separada em 2 segmentos, a saber:

·As ENTIDADES FECHADAS, também conhecidas por "Fundos de Pensão", pela semelhança aos "Pensions Funds americanos", que são constituídas no âmbito das empresas, exclusivamente na forma de entidades sem fins lucrativos e têm como característica básica a obrigatoriedade da contribuição do empregador, podendo o empregado contribuir ou não.

FUNDO DE PENSÃO → Espécie de pecúlio ou poupança formada por um conjunto de pequenos investidores e poupadores, com o intuito de garantir para si uma pensão mensal, depois de um prazo determinado. Em geral, os fundos de pensão (assim como pecúlios e outros sistemas da previdência privada) são organizados por empresas financeiras que fazem aplicações com a soma dos dinheiros dos pequenos poupadores. Depois de um prazo (em geral, sempre superior a dez anos), o indivíduo passa a receber seu dinheiro de volta, acrescido de juros e correção, com uma espécie de complementação de aposentadoria. A Constituição de 1988 veda qualquer subvenção ou auxílio do poder público às entidades de previdência privada com fins lucrativos.

·As ENTIDADES ABERTAS, que podem ser constituídas nas formas de entidades sem fins lucrativos (muito comum antes do advento da Lei - os chamados "Montepios") e entidades com finalidade lucrativa, ligadas geralmente ao mercado financeiro, tendo Bancos e Seguradoras como acionistas majoritários. Neste caso, os planos são vendidos ao público em geral, sendo que quando comercializados no âmbito de uma empresa para seus empregados, podem ou não ter a contribuição do empregador.

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A Previdência Privada, embora só regulamentada na década de 70, vem de longa data, sendo de se ressaltar iniciativas pioneiras como o Mongeral de 1835 e a PREVI - Fundação Previdenciária dos Funcionários do Banco do Brasil, que data do início do século, apenas para citar exemplos de Entidades ainda hoje existentes e ligadas aos segmentos das Entidades Abertas e das Fechadas, respectivamente. Decorridos mais de 18 anos do advento da Lei da Previdência Privada, é de se destacar o crescimento que teve o mercado, sendo relevantes hoje os seguintes aspectos:

·Patrimônio superior a 60 bilhões de reais, sendo mais de 95% pertencente ao grupamento das Entidades Fechadas;

·Massa de participantes ativos, assistidos e dependentes totalizando mais de 5 milhões de pessoas;·Significativo contingente de empresas privadas que já implantaram ou vêm estudando a implantação de

planos previdenciários, quer por meio de Entidades próprias, participação em fundos multipatrocinados ou mediante compra de planos coletivos ou individuais às Entidades Abertas;

·Maior preocupação e interesse da população com o assunto Previdência, em particular nas camadas de renda superiora 10 salários-mínimos, que se vêem desprotegidas pelos benefícios da Previdência Social e buscam a Previdência Privada como salvaguarda.

Em vista da deficiência na aposentadoria oferecida pelo governo a Previdência Privada é uma alternativa imprescindível e, por conseguinte, necessária que seja bem conhecida daqueles que diretamente estão envolvidos os empregados, os empregadores e o Governo. Esta sinergia (cooperação) é importante, e na prática beneficiará a todos, senão vejamos:

·Para os empregados - é a alternativa de poupança programada, geradora de recursos para usufruto de benefícios quando da inatividade, objetivando a manutenção do status salarial e, por conseguinte, a mesma qualidade de vida desfrutada quando do período laborativo, beneficiada a partir de 1996 com o incentivo fiscal do Imposto de Renda.

·Para os empregadores - é importante ferramenta de recursos humanos, pois lhes dá condição para estabilização dos seus quadros funcionais, mantendo o bem estar no presente e a segurança para o futuro dos empregados, o que lhes dará certamente como retorno, maiores e melhores níveis de produção, além de importante mecanismo alavancador da economia interna da Empresa.

·Para o Governo - é a certeza de carrear poupança estável e de longo prazo, que inevitavelmente dinamizará a economia do país, sendo uma das poucas alternativas de atividade econômica que poderá gerar benefícios para todos, mediante significativo e rápido incremento da sua participação no Produto Interno Bruto.

CORRETORAS DE SEGUROS → Empresas que oferecem serviços de intermediação na contratação de seguros, entre a empresa seguradora e o interessado em ter o bem segurado. No Brasil, todo seguro deve ser contratado através de um corretor de seguro.

CORRETORES PESSOAS JURÍDICOS → Direitos-Deveres e Penalidades. As Corretoras Pessoas Jurídicas, ou melhor, as Empresas cujo objetivo é a Corretagem de Seguros podem ser constituídas, como em outras atividades, nas formas jurídicas de:

·Sociedade Civil - S/C·Sociedade Por Quotas de Responsabilidade Limitada LTDA·Sociedade Por Ações - S.A.

Qualquer que seja a forma de constituição de uma Empresa Corretora de Seguros ela terá assegurado por Lei, como o Corretor Pessoa Física, o direito de receber as comissões que lhe são devidas pela intermediação de seguros, desde que promova e mantenha atualizados todos os seus Atos Societários e/ ou Estatutos registrados

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e arquivados nos órgãos a seguir indicados, onde estiver localizada a Sede da empresa:

·Sociedade Civil: Registro Civil de Pessoas Jurídicas - RCPJ e SUSEP·Sociedade Por Quotas de Responsabilidade Limitada: Registro Civil de Pessoas Jurídicas - RCPJ ou Junta

Comercial - JUCERJA e SUSEP·Sociedade por Ações: Junta Comercial - JUCERJA e SUSEP

É vedado às Corretoras de Seguros de serem constituídas na forma jurídica de Firma Individual (Empresa de um único proprietário), conforme restrição contida na legislação do Imposto de Renda, por ser uma empresa de serviços. Por outro lado, na forma de Micro e Pequenas Empresas, os benefícios fiscais concedidos pelas legislações Federais e Municipais excluem a atividade de seguros, e, por consequência, as Corretoras de Seguros.

Quanto às penalidades aplicáveis às Corretoras de Seguros o tratamento é igual aquele dispensado aos Corretores Pessoas Físicas, porém, os procedimentos fiscais são mais amplos, considerando seus aspectos formais de Empresas, impondo-lhes, por esta razão, o uso obrigatório de livros e registros, tais como:

·- Livros Societários·- Registros Trabalhistas·- Registros Previdenciários·- Livros Fiscais·- Livros Contábeis

Além do cumprimento dos deveres já enunciados as Corretoras de Seguros estão sujeitas à inspeções periódicas de rotina efetuadas pela SUSEP, com a finalidade de auditar, diretamente, a angariação de seus negócios, e o cumprimento das Leis, regulamentos e resoluções em vigor, conforme preceitua o Art. 127 do Decreto-Lei n° 73/66 (Lei de Seguros).

SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE SEGURO-SAÚDE → As sociedades administradoras de seguro-saúde são ligadas ao sistema de previdência e seguros, sendo supervisionadas e controladas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

O produto majoritariamente comercializado pelas seguradoras está incluído na definição legal de plano e não no de seguro saúde, as empresas prestadoras de serviços de saúde precisam estar engajadas na política de saúde, valorizando a promoção à saúde e a prevenção. As sociedades seguradoras devem estar constituídas como especializadas, vedando em seu estatuto social a atuação em quaisquer outros ramos ou modalidades de seguro.

·O seguro saúde enquadra-se como plano privado de assistência à saúde e a sociedade seguradora especializada em saúde como operadora de plano de assistência à saúde, dessa forma, a fim de operar esses planos as sociedades seguradoras deverá promover a sua especialização.

·Operadoras de planos privados de assistência à saúde: toda e qualquer pessoa jurídica de direito privado, independente da forma jurídica de sua constituição, que ofereça tais planos mediante contraprestações pecuniárias, com atendimento em serviços próprios ou de terceiros;

·Operadoras de seguros privados de assistência à saúde: as pessoas jurídicas constituídas e reguladas em conformidade com a legislação específica para a atividade de comercialização de seguros e que garantam a cobertura de riscos de assistência à saúde, mediante livre escolha pelo segurado do prestador do respectivo serviço e reembolso de despesas, exclusivamente.

Compete à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a fiscalização das atividades das operadoras de planos privados de assistência à saúde.

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6) NOÇÕES DE POLITICA MONETÁRIA

Política econômica é o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um país, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico, o pleno emprego, equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com o exterior, garantir a estabilidade de preços, o controle da inflação e promover a distribuição da riqueza e da renda.Podemos definir, também, como: conjunto de intervenções do governo de um país em sua economia, procurando alcançar certos objetivos.Dependendo desses objetivos, a política econômica pode ser chamada de:ESTRUTURAL: quando visa modificar a estrutura econômica do país, chegando a regular o funcionamento dos mercados, extinguir ou criar empresas públicas e alterar a distribuição de renda.DE ESTABILIZAÇÃO CONJUNTURAL: quando objetiva administrar uma depressão econômica, combater inflação e escassez de produtos.DE EXPANSÃO: quando visa a manutenção ou a aceleração do desenvolvimento econômico.Para alcançar seus objetivos, o governo utiliza diversos instrumentos (meios). A política econômica pode ser classificada em Política Fiscal, Política Externa, Política de Rendas e Política Monetária.Política Fiscal:Conjunto de decisões e ações relacionadas com os gastos (despesas) dos governos federal, estadual e municipal arrecadação de impostos (receitas).A política fiscal centraliza suas preocupações nos gastos do setor público e nos impostos cobrados da sociedade, buscando o equilíbrio entre a arrecadação e as despesas governamentais, para atingir os objetivos macroeconômicos e sociais. Caso as receitas sejam superiores à soma das despesas, diz-se que o governo tem m superávit fiscal primário e, caso sejam inferiores, um déficit fiscal primário. Política Externa:Conjunto de medidas que tem por objetivo manter o equilíbrio do balanço de pagamentos do país, proteger setores em desenvolvimento e desenvolver relações comerciais com outros países.Pode ser subdividida em política cambial e política comercial: Cambial: conjunto de medidas e ações do governo federal que influem no comportamento do mercado de câmbio e da taxa de câmbio.Comercial: conjunto de medidas que afetam o comércio com outras nações, inclusive a adoção de cotas, aberturas de linhas de crédito para importação e exportação.Política de Rendas: Conjunto de medidas que têm por objetivo a redistribuição da renda, a garantia de renda mínima a determinados setores ou classes sociais, a redução do nível das tensões inflacionárias etc.Exemplos de políticas de rendas adotadas no Brasil: Política de Preços Mínimos – garante um preço mínimo aos produtos agropecuários -, Política Salarial, Política de Controle de Preços, etc. Política Monetária:Conjunto de medidas para controlar o volume da liquidez global à disposição dos agentes econômicos. Neste caso, liquidez quer dizer “quantidade de dinheiro que circula na economia”.Instrumentos de Política Monetária O governo atua sobre a quantidade de moeda, de crédito e sobre o índice das taxas de juros de sua economia. Para isso, utiliza os seguintes instrumentos: Operações de mercado aberto: também conhecida como open-market. Por meio desse instrumento o Bacen regula o fluxo de moeda via compra e venda dos títulos públicos federais – chamados de títulos da dívida pública. Fluxo de moeda é o movimento de entrada e saída de moeda de um mercado. É um instrumento bastante versátil por acomodar as variações diárias de liquidez.Redesconto: também chamada de empréstimo de liquidez. Trata-se de uma linha de crédito do Bacen destinada às instituições financeiras, com o objetivo de suprir eventuais necessidades de caixa. Depósito Compulsório: é o percentual sobre produtos financeiros (depósitos à vista, depósitos a prazo, poupança, etc) que os bancos são obrigados a recolher ao Bacen. Com estes instrumentos o Bacen pode aumentar ou diminuir reservas bancárias em pouco tempo.

Política econômica, fiscal e monetária:

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No dizer de ADAM SMITH (1986:169), "A economia política, considerada como ramo da ciência do estadista ou legislador, propõe dois objetivos distintos: primeiro, proporcionar uma renda abundante, ou subsistência para o povo, ou, mais propriamente, permitir-lhe proporcionar uma tal renda ou subsistência para ele mesmo; e segundo, suprir o estado, ou comunidade, com uma renda suficiente para os serviços públicos. Propõe-se a enriquecer o povo e o soberano", este último, hodiernamente, visto como o próprio Estado.Mas, "O que faz a riqueza de um país?", pergunta LEO HUBERMAN, autor da magistral "História da riqueza do homem" (1986:118). E o próprio ADAM SMITH (que dispensa apresentações), na obra supra citada, responde que "Um país rico, do mesmo modo que um homem rico, supõe-se que seja um país onde há abundância de dinheiro". Na esteira, assevera SMITH, "Que a riqueza consista no dinheiro, ou no ouro e na prata, é uma noção popular que naturalmente origina-se da dupla função do dinheiro, como instrumento do comércio e como medida do valor. Em conseqüência, quando temos o dinheiro, podemos mais rapidamente obter o que quer que precisemos. O grande afazer, sempre descobrimos, é conseguir dinheiro."Dinheiro, como expressa DE PLÁCIDO E SILVA (2002:268), deriva do "latim denarius (deni, ‘cada dez’) e designava, entre os romanos, certa moeda de prata, que valia 10 asses, passando depois a distinguir, genericamente, toda espécie de moeda, circulante no comércio, servindo de troca das coisas que se recebem em seu lugar. É, assim, o principal elemento na circulação das riquezas, usado como mediador entre todas as operações mercantis. E, possuindo conceito equivalente à moeda, se indica medida de valor, é indispensável à execução de tais trocas, promotoras da mobilização das riquezas."Ora, se, como visto até então, o bem-estar e o conforto dependem da produção e da mobilização de riqueza, se esta consiste no dinheiro farto, e se este tem um conceito equivalente à noção de moeda (vale dizer, são sinônimos), então, não restam dúvidas de que ela, a moeda, é essencial e imprescindível à vida das pessoas e do próprio Estado. Há muito o escambo perdeu a primazia para a própria moeda quanto às trocas pertinentes às necessidades e aos desejos, não obstante o inegável avanço que tal prática representou para a humanidade.Todavia, como explica JUAREZ RIZZIERI (In MANUAL DE ECONOMIA:1996, 25), "o puro escambo se realiza sob tão grandes desvantagens, que não seria mais concebível sua utilização e sua consecução sem a introdução do uso da moeda. Em quase todas as culturas, os homens não trocam mercadorias, mas vendem uma delas por moeda e, então, usam a moeda para comprar as mercadorias que desejam."Destarte, como exprime DENNIS ROBERTSON (1969:02), "É aconselhável chegarmos, desde logo, à compreensão daquilo que se entende por moeda," quanto às suas funções e às suas características. E sem abdicar, evidentemente, de promover a devida relação que há entre tais entendimento e conceituação e o papel que o Estado representa na política monetária, correlação esta, fim precípuo desta dissertação.Segundo ANDRÉ FRANCO MONTORO JR. (In MANUAL DE ECONOMIA:1996, 277), "Usa-se o termo moeda para algo geralmente aceito em troca de bens e serviços. Em outra palavras, moeda é um instrumento ou objeto que, pelo fato de ser aceito pela população em troca de bens e serviços, passa a ser usado como meio de troca. Pode-se entender o que seja moeda a partir das funções que ela desempenha. Em geral, as moedas têm várias funções, de tal forma que o bom desempenho de uma particular moeda é medido e estudado em relação ao cumprimento destas funções. As principais funções são as seguintes: I – um meio ou instrumento de troca; II – reserva de valor; III – unidade de conta ou denominador comum de valor; IV – padrão para pagamentos diferidos (adiados/retardados)."GILBERTO BERCOVICI (CEU/Direito Constitucional/2003. Apontamentos) enumera as seguintes características da moeda: I – convertibilidade; II – curso forçado (Estado impõe seu uso por meio de lei); III – poder liberatório, no sentido de liberação de obrigações.No mesmo diapasão, completando o raciocínio, GREMAUD, VASCONCELOS, TONETO JR. (2002:217ss.) explicam que "Para desempenhar suas funções, as moedas devem apresentar algumas características que são essenciais. Características físicas e econômicas são necessárias ao desempenho das funções meio de troca, reserva de valor, unidade de conta e pagamentos diferidos. Quanto às características econômicas, são os seguintes atributos: custo de estocagem e custo de transação negligenciáveis (aproximadamente nulo). O trigo, por exemplo, tem reduzidas chances de se tornar moeda em uma economia desenvolvida porque o seu custo de estocagem não é desprezível e seu custo de transporte ao mercado (custo de transação) pode ser elevado." Na seqüência, os mesmos autores lecionam que "A moeda deve possuir determinadas características físicas. Deve ser divisível, durável, difícil de falsificar, manuseável e transportável."

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Sendo assim, da inteligência das idéias logo atrás encadeadas e, ainda de acordo com GREMAUD, VASCONCELOS, TONETO JR., tem-se que, "quando uma moeda possui as características físicas e econômicas que são imprescindíveis e essenciais (tal como denotado), pode-se dizer que ela está apta e que está habilitada a desempenhar as suas funções."Acerca da moeda, vale registrar, a título de curiosidade, como descreve SANTOS TRIGUEIRO (1987:19), que, "Geralmente se tira este vocábulo do latim moneta, epíteto da deusa Juno. As moedas eram cunhadas no templo de Juno Moneta em Roma. Segundo Cícero e Ovídio, o epíteto provém do verbo monere, "avisar", alegando que foi dado à ela por ter avisado aos romanos um tremor de terra."Feitas as devidas alusões às funções e às características da moeda, cumpre, pois, enveredar para a questão ligada ao papel do Estado na política monetária, não sem antes trazer à lume algumas considerações acerca de temas afins e interligados, v.g., a própria noção de economia e de política.Com VASCONCELOS, TROSTER (1998:20), tem-se que "a palavra economia vem do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei). Seria a ‘administração da casa’, que pode ser generalizada como a ‘administração da coisa pública’." Destarte, conforme os mesmos, a "Economia pode ser definida como a ciência social que estuda o modo pela qual os homens decidem empregar recursos escassos, a fim de produzir diferentes bens e serviços e atender às necessidades de consumo. Assim, é uma ciência social, já que objetiva atender às necessidades humanas. Mas depende de restrições físicas, devido à escassez de recursos ou fatores de produção (mão-de-obra, capital, terra, matérias-primas)."Resta claro, portanto, que, se os recursos são escassos e se o emprego destes é restrito devido à própria escassez, então é mister que a escolha, entre as alternativas que se apresentam no sentido do atendimento das necessidades de toda ordem, seja adequada, ou no mínimo, a ‘menos pior’. Logo, se há a necessidade de escolhas (decisões) sobre o que e quanto, como e para quem produzir, isto numa visão geral, então se está diante dos traços elementares da política econômica.GREMAUD, VASCONCELOS, TONETO JR. (2002:190) definem a "política econômica como a intervenção do governo na economia com o objetivo de manter elevados níveis de emprego e elevadas taxas de crescimento econômico com estabilidade de preços. As principais formas de política econômica são a política fiscal e a política monetária. Por política fiscal, entende-se a atuação do governo no que diz respeito à arrecadação de impostos e aos gastos. Por política monetária, entende-se a atuação do Banco Central para definir as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de moeda, nível de taxa de juros entre outros."A assertiva supra delineada é ratificada por YEDA CRUSIUS (1985:157), a qual descreve que "a política monetária, que implica o controle da quantidade de moeda na economia, é o segundo instrumento fundamental posto à disposição do governo para controlar a economia (a política fiscal é o primeiro). Quando os indivíduos possuem mais moedas, eles tendem a gastar mais. Em contrapartida, se a quantidade de moeda diminui, a demanda agregada tenderá a cair; através do controle da quantidade de moeda, as autoridades monetárias podem influenciar a economia."Segundo MANUEL ENRIQUEZ GARCIA (In MANUAL DE ECONOMIA:1996, 311), "O Banco Central do Brasil é o órgão executor da política monetária, além de exercer a regulamentação e a fiscalização de todas as atividades de intermediação financeira no País. Dentre as suas atribuições, destacam-se: a) emissão de moeda; b) o recebimento dos depósitos obrigatórios dos bancos comerciais e dos depósitos voluntários das instituições financeiras em geral; c) a realização de operações de redesconto de liquidez e seletivo; d) as operações de open market (mercado aberto); e) o controle do crédito e das taxas de juros; f) a fiscalização das instituições financeiras e a concessão da autorização para o seu funcionamento; g) a administração das reservas cambiais do País."Como visto, o Banco Central (BC) atua na regulação da oferta da moeda e é quem exerce a política monetária, a qual é um dos mecanismos essenciais da política econômica, a qual, por sua vez, se confunde, sem embargo, com a própria atuação do governo em faces às suas decisões concernentes ao adequado funcionamento dos ‘meandros’ da economia.Logo, seja qual for a forma de organização do Banco Central, não há que se cogitar em dissociá-lo inteiramente do Governo. Aliás, no Brasil, cabe ao Presidente da República nomear, com a devida chancela do Senado, o presidente e os diretores do Banco Central, tal como dispõe o art. 84, inc. XIV, da Constituição. Ora, é sabido que o Presidente é o chefe de Estado e é o chefe de Governo e que, nestas condições, é um dos principais

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detentores do poder de escolha, vale dizer, da opção por este ou por aquele caminho traçado por ele em conjunto com sua respectiva equipe ministerial. Nas questões que envolvem a política econômica, inclusive.Ainda na seara jurídica, indubitavelmente de melhor domínio acadêmico que os aspectos ligados ao campo da economia, não há como o Governo não atuar na política econômica nacional. Todo o Título VII – Da Ordem Econômica e Financeira (arts. 170 a 181), do Texto Supremo, prescreve comandos acerca da matéria. Destarte, é preceito fundamental expresso na Constituição que "Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado." (art. 174, caput, da Carta Política).Traz-se outros dispositivos constitucionais à baila, visto que são pertinentes à sistematização imprimida nesta dissertação. O art. 164 determina que "A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo Banco Central." No art. 48, incisos XIII e XIV, está expresso que cabe ao Congresso, com a sanção do Presidente, dispor sobre matéria financeira, cambial, monetária, instituições financeiras, moeda, seus limites de emissão e montante da dívida mobiliária federal.Por fim, restringindo-se somente ao âmbito normativo constitucional, destaca-se o inciso I, do art. 24, da Carta, que delega competência concorrente à União, aos Estados e ao DF para legislar sobre o Direito Econômico, institucionalizando, definitivamente, a sua condição como ramo do direito.Diante do considerável cabedal de informações, conceitos e idéias concatenadas no decorrer desta digressão, resta nítido que o Estado é o principal condutor da Economia do País. Como responsável pela formulação e pela implementação de políticas públicas, a política econômica, inclusive, o Estado não pode abster-se de atuar no sentido de buscar o bem-estar da sociedade.Se a política econômica tem como um dos seus pilares a política monetária e se os recursos que dão lastro à emissão de moedas são escassos, então deve o Estado promover e estimular a produção e a mobilização de riquezas. Deste modo, o trabalho do Banco Central será sobremaneira facilitado, até porque, no Brasil dos dias de hoje é perceptível a grande influência exercida pelo ‘capital especulativo’, volátil, de pouca densidade e praticamente inacessível à imensa maioria dos brasileiros, ávidos por terem ‘moedas’ à sua disposição.Um governo consciente e atento às necessidades da população e do próprio Estado, e uma economia pautada pelo estímulo à produção e à mobilização de riquezas em face a uma política econômica condizente com estas exigências é o primeiro passo no sentido do desenvolvimento do País. O segundo passo seria, ao ver, uma política fiscal racional, vale dizer uma tributação sem o efeito confiscatório como a que está em prática já há algum tempo no Brasil.E o terceiro passo, sem exclusão de outros, é a própria atuação do Banco Central como executor da política monetária (espécie do gênero política econômica) que o Governo estabelecer (se possível, com juros baixos), na direção da consolidação da moeda em vista às suas funções, como instrumento de troca, principalmente. Troca por comida, por remédios, por habitação, por transporte, por bens, por....Sendo assim, tem-se a impressão de que os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, expressos nos incisos I, II, III e IV, do art. 3.º, da Constituição Federal, poderiam vir a ser atingidos em sua plenitude. Agindo do modo apregoado nesta perfunctória conclusão, certamente o Governo traria alento e esperança ao povo brasileiro, especialmente aos mais necessitados.Por derradeiro (permita-se o tom relativamente sarcástico e com uma ponta de ironia), crê-se que seria deveras interessante o uso da ‘característica da divisibilidade da moeda’. Ora, ‘Dividi-la’ de forma mais eqüitativa, i. é, sem a colossal concentração de renda que há no Brasil, permitiria, sem nenhum titubeio na afirmação, que o povo tivesse renda suficiente para a sua subsistência, tal como proclamado por ADAM SMITH, quando de sua abordagem sobre economia política.E, certamente, parafraseando LEO HUBERMAN (1986:292), haveria menos "pobreza em meio à abundância", haja vista o imenso potencial (agrícola, industrial, tecnológico, de trabalho, etc.) que tem o Brasil, com seus mais de oito milhões de quilômetros quadrados e, ainda, um ‘gigante adormecido’.

Instrumentos de Política MonetáriaO Banco Central muitas vezes se encontra em situações nas quais necessita por determinadas razões expandir ou contrair a base monetária (quantidade de moeda que circula na economia). Muitas vezes, o governo tem o interesse de fomentar a atividade econômica interna e, para isso, pode utilizar uma política monetária mais

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frouxa, que estimule o crescimento econômico. Da mesma maneira, quando o interesse do governo é frear a atividade econômica, o Banco Central pode, através de determinados instrumentos de política monetária, contrair a base monetária. Existem três instrumentos, pelos quais o Banco Central realiza política monetária: open market, depósito compulsório e taxa de redesconto. Quando o governo deseja expandir o crescimento econômico, pode realizar um deles ou todos simultaneamente. Uma prática comum é combinar tais políticas monetárias com políticas fiscais, aumentando seus gastos. Atualmente, há no governo uma forte preocupação inflacionaria. Portanto, a postura do governo têm sido contrair a base monetária para frear o crescimento da economia. Ao fazer isto, ele garante que menos dinheiro ficará disponível para a população realizar seus gastos. Assim, os gastos diminuem e os preços tendem a se estabilizar com a redução da demanda.Veja como funciona cada um dos instrumentos de política monetária:

Open MarketO Banco Central muitas vezes entra no mercado para comprar ou vender títulos, esta política é chamada de open market (mercado aberto). Quando o Banco Central tem o objetivo de expandir a base monetária, entra no mercado comprando títulos. Ao fazer isto, ele coloca em circulação um determinado montante de dinheiro que estava em seu poder. Com mais dinheiro em mãos, ou seja, com uma renda maior, a população irá comprar mais, viajar mais, investir mais, resumindo, irá gastar mais. Isso tem um efeito muito positivo para o crescimento econômico, já que os vendedores irão encomendar mais de seus fornecedores, estes irão por sua vez comprar mais mercadorias das fábricas. Os empresários irão contratar mais pessoas para realizar a produção e por sua vez encomendar mais matéria prima. O agricultor irá contratar mais ajudantes, comprar mais fertilizantes e a economia toda cresce. Os trabalhadores irão receber uma massa maior de salários e gastar ainda mais e então todo o processo se repetirá. A situação contrária ocorre quando o Banco Central coloca títulos à venda. Ao vender títulos, o Banco Central recolhe dinheiro das mãos da população. As pessoas se sentem menos estimuladas à gastar e, consequentemente, o nível de atividade diminui.

Depósito CompulsórioO depósito compulsório é uma taxa fixada pelo Banco Central, que determina que uma parte dos depósitos à vista feita pela população nos bancos comerciais vai para o caixa do Banco Central. Este, por sua vez, pode aumentar ou diminuir a taxa do depósito compulsório de acordo com seus interesses. Mas a mudança só vale para os novos depósitos.Quando o Banco Central diminui a taxa do compulsório, o montante que os bancos comerciais devem enviar para o Banco Central diminui. Com isso, eles conseguem reter um montante maior para emprestar. Ou seja, a quantidade de crédito disponível à população aumenta. Com isso, mais dinheiro fica disponível para a população e a base monetária se expande, e a partir daí, os gastos aumentam e a economia cresce como um todo.Quando o Banco Central aumenta a taxa do compulsório, ocorre a situação inversa. Os bancos comerciais vão dispor de menos recursos para emprestar. O crédito disponível para a população diminui e a base monetária se contrai, desacelerando a economia.Taxa de redescontoA taxa de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo Banco Central nos empréstimos aos bancos comerciais. Muitas vezes os bancos comerciais necessitam de empréstimos de curto prazo para cumprir alguns compromissos que, por falta de liquidez no período, não teriam como cumprir. O Banco Central funciona como uma espécie de emprestador de última instância para os bancos comerciais.Quando o intuito do Banco Central é injetar dinheiro no mercado, ou seja expandir a base monetária, ele abaixa a taxa de redesconto. Os bancos comerciais se sentirão mais estimulados a pegar mais empréstimos com o Banco Central e com isso, irão reservar uma parte maior de seus recursos para empréstimos e reservarão uma menor parte para as necessidades de curto prazo. Como conseqüência, o crédito disponível aumenta, a base monetária também, e a economia é aquecida.Quando o Banco Central aumenta a taxa de redesconto, os bancos comerciais irão reservar uma maior parte de

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seus recursos para o cumprimento de suas necessidades de curto prazo e diminuirão o montante reservado aos empréstimos. Com isso, a base monetária se contrai e a economia desacelera.

OBS: O que é a Base MonetáriaA Base Monetária é usualmente entendida como a quantidade de moeda que circula na economia. Este conceito não é totalmente correto. O Banco Central é o responsável pela criação e destruição da Base Monetária. Portanto, a Base Monetária é igual ao estoque de moeda emitida pelo Banco Central desde seu início. Na prática porém, esta emissão não ocorre voluntariamente em benefício de um agente econômico, mas sim em resposta a uma operação em que o Banco Central receberá algo em troca. Vamos explicar isto melhor:A Base Monetária é o passivo do Banco Central. Não é um direito, mas uma obrigação. Por exemplo: um exportador que acaba de receber o pagamento da venda de seu produto em dólares procura o Banco Central para trocar seus dólares por reais. Os dólares que o Banco Central recebe vão aumentar as reservas internacionais do país, que tornam-se propriedade, são o ativo, do Banco Central. Da mesma maneira, esta emissão feita ao exportador aumenta a Base Monetária, o passivo, compromisso do Bacen.O exemplo contrário é o do importador que possui reais e deseja obter dólares para efetuar os pagamentos necessários no exterior. Neste caso, o Banco Central cederá divisas, diminuindo o seu ativo, e ao mesmo tempo adquirirá reais, caindo o montante de suas obrigações (passivo).A Base Monetária é contabilmente igual ao papel moeda em poder do público mais as reservas bancárias compulsórias dos bancos comerciais recolhidas pelo Banco Central. Consideram-se papel moeda em poder do público tanto o dinheiro que está efetivamente nas mãos dos cidadãos quanto o que está no caixa dos bancos para suprir os saque que serão feitos. As reservas bancárias compulsórias recolhidas pelo Banco Central são obrigações dos bancos comerciais, que devem legalmente separar uma parte pré-determinada dos depósitos à vista do público, sob a forma de depósito compulsório que é remetido ao Banco Central.

O que faz a Base Monetária se alterar?Um depósito à vista de um agente particular não altera a Base Monetária. Este depósito deixa a forma de papel moeda em poder do público e passa para a forma de reservas bancárias compulsórias no Bacen e reservas bancárias no caixa dos bancos. Portanto, neste caso, não houve variação da Base Monetária.Por outro lado, se a empresa recebe dólares em decorrência de uma exportação e procura o Banco Central para trocá-los por moeda nacional, o Banco Central recolhe os dólares, aumentando seu ativo, e cede reais à empresa, aumentando a Base Monetária.

Taxas de Juros: Função e Formação de Preço

· Taxa Básica Financeira (TBF) · Taxa Referencial (TR) · Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) · Taxa Over Selic · Taxas Extintas a partir de Março de 1999:

o Taxa Básica do Banco Central (TBC) o Taxa de Assistência do Banco Central (Tban)

Taxa Básica Financeira (TBF)

· Criada em Junho de 1995 · Alongar o perfil das aplicações em títulos através da criação de uma taxa de juros superior à TR · Baseada numa amostra das 30 maiores instituições financeiras por volume de captação de depósitos a

prazo Taxa Referencial (TR) Criada no Plano Collor II

· Taxa básica referencial dos juros a ser praticada no mês iniciado

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· Não funciona como um índice que reflita a inflação do mês anterior · Passa a ser o referencial para o rendimento da Caderneta de Poupança e do FGTS

Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP)

· Criada em Novembro de 1994 · Estimular os investimentos nos setores de infra-estrutura e consumo · TJLP é aplicada a 3 fundos compulsórios (PIS/PASEP, FAT e Fundo de Marinha Mercante) e nas linhas do

BNDES · TJLP = válida para empréstimos de Longo Prazo · Custo é variável mas a TJLP permanecerá fixa por pelo menos 3 meses · Cálculo da TJLP é uma média ponderada de títulos da dívida externa federal (prazo mínimo de resgate

de 2 anos) e títulos da dívida pública mobiliária interna federal (prazo superior a 6 meses) · A partir de Janeiro de 1999 a TJLP passou a ser calculada com base na inflação média prevista para os

próximos 12 meses (Meta de Inflação) acrescida de um prêmio de risco. Taxa Over Selic

· É a taxa Prime do mercado (regula as operações diárias com títulos públicos federais) · A taxa Selic pode ser considerada como a BASE do custo do dinheiro da economia. · A partir de 1996 deixou de ser definida pelo Banco Central e passou a ser determinada pelos

mecanismos de mercado a partir do conceito de oferta e demanda por liquidez. · A partir de Março de 1999 com a extinção das TBC (limite inferior) e Tban (limite superior) a Taxa Selic

voltou a ter sua função de taxa básica referencial do sistema financeiro Taxa Básica do Banco Central (TBC)

· TBC foi criada para alterar o controle dos juros no mercado aberto (sinalizar patamar mínimo) · Bancos fariam os ajustes das taxas do dia entre si dependendo das situação de liquidez do mercado · Corrigida os empréstimos de redesconto concedidos às instituições financeiras · Balizava o custo do financiamento diário das carteiras de títulos públicos · Substituiu a taxa Selic como piso de referência para o mercado · Extinta em 05 de Março de 1999

Taxa de Assistência do Banco Central (Tban)

· Criada junto com a TBC para estabelecer limites de custo dos recursos de redesconto · Taxa “teto” para o mercado · Fixada mensalmente pelo COPOM (junto com a TBC) · Extinta em 5 de Março de 1999

SOCIEDADES DE FOMENTO (desenvolvimento) MERCANTIL (FACTORING) → O factoring tem atividades definidas, diferenciadas do sistema bancário, pelas características de suas atividades e pela natureza dos serviços prestados. (ex. desconto de cheques, títulos, duplicatas)

É a prestação de serviços, em base contínua, os mais variados e abrangentes, conjugada com a aquisição de créditos de empresas, resultantes de suas vendas mercantis ou de prestação de serviços, realizadas a prazo. As empresas aqui são conhecidas como sociedades de fomento mercantil. São sociedades mercantis, registradas e arquivadas nas Juntas Comerciais.

Como se opera o fomento mercantil – factoring → O ciclo operacional do Fomento Mercantil - Factoring inicia-se com a prestação de serviços, os mais variados e abrangentes e se completa com a compra dos créditos (dos direitos) gerados pelas vendas mercantis que são efetuadas por suas empresas-clientes. São 2 tempos e 2 componentes:

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1º - Os serviços de apoio às empresas-clientes constituem-se o pressuposto básico da operação de Fomento Mercantil - Factoring. Serviços que normalmente presta uma sociedade de fomento mercantil à sua clientela-alvo, a pequena e média empresa, notadamente do setor produtivo.

Orienta suas empresas-clientes na compra de matéria-prima, na organização da contabilidade, no

controle do fluxo de caixa, no acompanhamento de suas contas a receber e a pagar, na busca novos clientes, de modo a melhorar o padrão de seus produtos e a expandir as vendas. O Agente de Fomento Mercantil tem de ser o parceiro de suas empresas-clientes com elas mantendo estreito, e até diário, contato. É um profissional polivalente que deve estar preparado para dar ampla assistência a suas empresas-clientes, possibilitando-lhes alcançar o equilíbrio financeiro e permitir uma expansão segura dos seus negócios. Pela prestação de serviços cobra-se uma comissão.

2º - A consequência de toda aquela gama de serviços prestados se justifica para facilitar a compra dos créditos mercantis da às suas empresas-clientes. Tais direitos são representadas por títulos de crédito, ou seja, a sociedade de fomento mercantil fornece os recursos necessários ao giro dos negócios das suas empresas-clientes, através da compra à vista dos créditos, por ela aprovados, resultantes das vendas a prazo realizadas por suas empresas-clientes. É uma alienação de direitos creditórios prevista no Artigo 286 do Código Civil. Como a sociedade de fomento mercantil compra créditos, é necessário calcular o preço pelo qual ela vai adquiri-los. Chama-se FATOR DE COMPRA. Empresa de Fomento Mercantil - Factoring não faz empréstimos, portanto, não pode cobrar juros. Fomento Mercantil não é operação de crédito.

Fomento (desenvolvimento) Mercantil - Factoring → À sociedade de fomento mercantil é proibido, por lei, fazer captação de recursos de terceiros no mercado e emprestar dinheiro. Quem capta dinheiro e empresta dinheiro é BANCO, que depende de autorização do Banco Central para funcionar. Quem pratica, sem autorização do Banco Central, qualquer atividade que legalmente é de banco, responde por processo administrativo e por processo criminal (Resolução 2144/95 do CMN). O Fomento Mercantil - Factoring é instituto que pressupõe a prestação de serviços e a compra créditos (direitos) de empresas, resultantes de suas vendas mercantis a prazo. A transação do Fomento Mercantil é mercantil, enquadrada no disposto do Art. 286 do Código Civil. O fomento mercantil destina-se a alavancar a produção e só podem trabalhar com pessoas jurídicas como clientes. Importa salientar, com efeito, que no fomento mercantil se excluem as transações de consumo.

Benefícios do Factoring para a empresa-cliente → Parceria: aconselhamento ao empresário em suas decisões importantes e estratégicas, além das atividades rotineiras. Menor envolvimento e preocupação do empresário com as atividades rotineiras de pagar, receber e prover recursos, liberando-o para tarefas que considera importantes para melhor gestão empresarial:

·Novos produtos e mercados, maior produção e redução dos custos operacionais.·Melhor fluxo de caixa, pagando à vista o que ele vende a prazo e propiciando a expansão segura das vendas. ·Transforma vendas a prazo em vendas à vista.·Condições excepcionais de barganha com seus fornecedores.·Crédito ampliado: limite concedido ao sacado. ·Análise do padrão creditício do sacado-devedor.·Eliminação do endividamento. ·100% de dedicação à sua empresa, permitindo aprimorar produção e venda e melhorar a competitividade no

seu ramo de negócio.·Racionalização de todos os custos da empresa-cliente.

SOCIEDADES ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITO → O contrato de utilização de cartão de crédito celebrado entre a sociedade administradora de cartão de crédito e o usuário, como regra, possibilita a utilização

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do cartão de crédito para a aquisição de mercadorias e de serviços em locais credenciados e o parcelamento do saldo devedor mensal.

As sociedades administradoras de cartões de crédito são empresas constituídas com a finalidade de intermediar a relação comercial entre o consumidor, a empresa arca com o pagamento dos produtos ou serviços, ficando responsável perante o fornecedor de quitar o pagamento no prazo estipulado - 30 dias - mediante uma comissão acordada entre as partes.

Atualmente existe um grande questionamento em relação à eficácia jurídica desta relação comercial tendo em vista que a referida administradora não é instituição financeira, e portanto não está sujeita a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, e não pode atuar como tal, entretanto na prática ao cobrar juros de seus clientes inadimplentes sem consultá-los para tomar empréstimos em seu nome, prática necessária para cobrir o seu equilíbrio monetário, estaria praticando ato ilícito.

LETRAS DE CÂMBIO → A Letra de Câmbio é um título emitido pelo credor (sacador) determinando ao devedor (sacado) o pagamento de um valor em certo prazo. Esta determinação pressupõe uma obrigação anterior assumida pelo devedor, se reconhecer à obrigação "aceitará" a letra.

No caso das Financeiras a Letra de Câmbio funciona através das seguintes etapas:

· A Financeira abre um crédito ao cliente ou mutuário (tomador de um empréstimo), já que é o credor no contrato.

·O mutuário emite contra a Financeira Letra de Câmbio, já que é o credor no contrato.·A Financeira "aceita" as Letras de Câmbio e as coloca no mercado. Para o comprador das letras não interessa

o emissor (sacador), mas sim o devedor (sacado) que é a Financeira.·No vencimento o portador da letra resgata-a na Financeira.

Como vimos o sacador é o próprio financiado (mutuário). Entretanto posteriormente surgiu afigurado "interveniente sacador" que é uma espécie de procurador do mutuário para desburocratizar o processo de emissão da letra. O interveniente sacador geralmente é uma empresa ligada à própria Financeira.

·Garantias ao investidor - o portador da Letra de Câmbio tem a garantia da Financeira que a aceitou, além da garantia dos sacadores das mesmas, que são os financiados. Estes, cadastrados pela Financeira, oferecem a elas garantias diversas, além de avais.

·Prazos e juros das LC - as Letras de Câmbio devem ser emitidas sempre de acordo com as condições do financiamento concedido para evitar problemas no fluxo de caixa da Financeira. Deve haver compatibilidade de prazos. Em relação aos juros a taxa paga ao investidor deve ser inferior à taxa utilizada no financiamento, sendo que o "spread" obtido é o lucro da Financeira. São proibidas operações de financiamento sem o "lastro" das Letras de Câmbio.

·Outras fontes de recursos - as Financeiras podem obter empréstimos em outras instituições financeiras. A forma mais comum é a cessão de suas carteiras ou parte delas quando necessitam de caixa.

TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE FUNDOS → Os elevados investimentos em tecnologia realizados pelos bancos permitiram aumentar de forma expressiva os postos de atendimento eletrônico à disposição dos clientes. O número dessas dependências cresceu rapidamente, multiplicando as opções de serviços e ampliando fortemente o horário de atendimento. Os números de agências físicas e de postos tradicionais também voltaram a crescer, refletindo a competição cada vez mais intensa por clientes no mercado bancário.

Investimento em informática e telecomunicação cresce continuamente → Os investimentos em tecnologia

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continuam aumentando em percentuais elevados para permitir a ampliação da crescente demanda dos clientes por serviços com maior conforto, segurança e agilidade. Verifica se um crescimento significativo da participação nos investimentos dos equipamentos e linhas de comunicação e dos softwares. Os investimentos em hardware continuam representando o maior volume, mas sua participação mostra tendência declinante.

Transações crescem mais por meios eletrônicos → O crescimento do número de contas correntes, os investimentos em equipamentos de telecomunicações e de informática e o aumento no volume de serviços prestados se refletiram na elevação do total de transações. Merece especial destaque o crescimento das transações por computadores-via Internet ou home e office banking - por equipamentos de auto-atendimento e as de origem interna, que são aquelas executadas pelo próprio banco para atender a demanda dos clientes - pagamentos programados, débitos de financiamentos, de tarifas etc.

Computador e telefone tornam serviços mais acessíveis → Por permitirem o acesso a serviços bancários com conforto, agilidade, segurança e custos menores, os telefones e os computadores transformaram-se em canais de importância crescente para os bancos e seus clientes. Os elevados investimentos dos bancos em tecnologia e a ampliação do acesso da clientela aos serviços telefônicos e aos equipamentos de informática viabilizaram uma expansão excepcional dos serviços prestados por intermédio desses canais.

COMMERCIAL PAPERS - (Notas Promissórias) → São títulos de curto prazo que as empresas por sociedades anônimas (S.A.) emitem, visando captar recursos no mercado interno para financiar suas necessidades de capital de giro. É uma alternativa às operações de empréstimos bancários convencionais, permitindo geralmente uma redução nas taxas de juros pela eliminação da intermediação financeira bancária (spread). O comercial papers imprime ainda maior agilidade às captações das empresas, determinada pela possibilidade de os tomadores negociarem diretamente com os investidores de mercado (bancos, fundos de pensão, etc.). As instituições financeiras, as sociedades corretoras e distribuidoras de valores mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil (empresas de leasing), não podem emitir esses títulos.

Os custos de emissão destes títulos são, em geral, formados pelos juros pagos aos aplicadores, comissões e despesas diversas (publicações, taxas de registro na Comissão de Valores Mobiliários, etc.). Os commercial papers negociados em Bolsas de Valores previstos na Instrução CVM n° 217, de 2-8-94, não estão sujeitos à tabela de corretagem adotada pelos membros das Bolsas de Valores Os commercial papers costumam ser negociados com descontos, sendo seu valor de face pago por ocasião do resgate. Os títulos podem ser adquiridos no mercado ou por meio de fundos de investimentos. Eles podem ser transferidos de titularidade mediante endosso em preto e o IE (índice de endividamento) da empresa emissora não poderá exceder a 1,2. A empresa emissora deverá possuir registro atualizado junto à CVM.

ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS → Maior controle, comodidade e maximização de recursos na arrecadação de tributos e tarifas públicas. A facilidade e conveniência para os contribuintes pagarem. Para o administrador público, a precisão e agilidade tanto no recebimento da informação de quem pagaram quanto no crédito para facilitar a implantação de instrumentos de controle e previsão da receita de arrecadação.Através de meios eletrônicos e da captura do código de barras nas guias, o banco disponibiliza toda a sua tecnologia para facilitar a vida do administrador e de seus contribuintes. Vantagens para o órgão Público e para os contribuintes:

·Informa de maneira precisa, rápida e em horários flexíveis quem efetuou pagamento através de transmissão de arquivos;

·Facilita a gestão da receita tributária realizada;·Diminui os custos de arrecadação pelo pagamento dos tributos na rede bancária, através do auto-

atendimento ou por débito automático;·Ajuda na previsão de arrecadação;·Reduz os custos administrativos devido à racionalização de processos;

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·Aumenta a satisfação da sociedade pela conveniência, praticidade e agilidade.

CONCEITOS DE CORPORATE FINANCE

A área de Corporate Finance é responsável pelas atividades de Underwriting (subscrever, firmar, assinar) Fusões e Aquisições, Repasse de Recursos do BNDES e Administração de Recursos de Terceiros.

A Diretoria de Underwriting está estruturada para desenvolver operações de emissões públicas e privadas, de renda fixa e renda variável, nos mercados doméstico e externo.

Num mundo caracterizado pela mudança contínua, a integração global de mercados e a consolidação setorial, o Departamento de Corporate Finance distingue-se pela sua independência, rigor e capacidade de propor soluções inovadoras aos seus clientes. Os serviços são assegurados por uma equipe dinâmica de profissionais com competências nas diversas áreas de assessoria financeira e com uma experiência internacional considerável.

Os Colaboradores que integram o Departamento de Corporate Finance têm a oportunidade de assessorar clientes numa diversidade de operações, nomeadamente:

·Aconselhamento a clientes em fusões e aquisições.·Estruturação de operações de financiamento de empresas e de projetos. Avaliação de empresas.·Assessoria em processos de privatização. . Assessoria financeira estratégica.

FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO → Os fundos mútuos de investimento funcionam como uma sociedade de investidores, organizada por uma instituição financeira ou por um administrador de recursos. Nesta sociedade, cada investidor entra com o dinheiro que quiser investir, comprando cotas da carteira que tem o perfil desejado. E depois sai do investimento vendendo estas cotas. Seu ganho ou prejuízo estará expresso na diferença de preço entre a compra e a venda das tais cotas.

Os fundos apresentam diversas vantagens, especialmente para o pequeno investidor, porque permite um maior rendimento por tipo de aplicação e uma maior diversificação das aplicações, com potencial redução do risco.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO → A avaliação de desempenho dos fundos de investimento deve sempre considerar a rentabilidade obtida pela carteira por unidade de risco. A rigor, este é o correto sistema de avaliação de desempenho de qualquer investimento. Não basta pensar no nível de retorno esperado se o cliente não conhece o risco do investimento. Por isso, os rankings que consideram apenas a rentabilidade são insuficientes, embora ainda sejam de uso bastante comum. A meta de qualquer investidor é escolher fundos e ativos que tenham maior retorno por unidade de risco. Ou, em outras palavras, que garantam um nível de retorno com menor risco. O gestor deve ter a preocupação de garantir retorno compatível com o nível de risco aceito pelo investidor.

CLASSIFICAÇÃO → Existem várias classificações formais e informais para os fundos de investimento. O importante é o investidor entender os conceitos necessários para avaliar suas aplicações. Vale lembrar que a legislação que classifica os fundos de investimento sofre constantes atualizações. Mais um motivo para tentar entender melhor o conceito.

De forma mais genérica, os fundos de investimento podem ser divididos em dois grandes grupos: renda fixa e renda variável. Desta classificação, de imediato surge uma terceira possibilidade: os fundos mistos, que misturam numa única carteira ativos de renda fixa e renda variável (também chamados de multiportfólio ou

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multicarteira).

A legislação atual dá uma liberdade grande aos gestores na composição da carteira, de forma que um fundo de renda fixa pode ter até 49% em ações. E uma carteira de ações pode ter até 49% em renda fixa. Por isso, o quotista deve estar atento ao regulamento do fundo mais do que aos nomes genéricos que as instituições apresentam ou mesmo a classificação oficial da carteira.

FUNDOS DE RENDA FIXA → Os fundos de renda fixa concentram suas operações com títulos que pagam juros, sejam prefixados ou pós-fixados. Também é possível obter rendimento similar aos juros pós-fixados com operações nos mercados futuros e de derivativos. Os fundos de renda variável concentram suas operações em ativos que não sejam títulos de renda fixa, especialmente ações, ou qualquer outro ativo que tenha rendimento variável.

Novamente, o quotista precisa ter muita atenção. Fundos fiscalizados pelo Banco Central, os FIFs (Fundos de Investimento Financeiro), genericamente chamados de renda fixa, podem ter um peso grande de derivativos e papéis de renda variável, ou estarem vinculados a ativos atrelados ao câmbio (fundos cambiais).

Neste ponto é preciso explicar claramente que uma coisa é o conceito, renda fixa e renda variável, outra coisa é a prática do mercado. A rigor, fundos derivativos e multiportfólios são de renda variável, mas estão sob a fiscalização do Banco Central dentro do grupo dos FIFs.

De forma menos técnica, é comum o mercado dizer que os FIFs são carteiras de renda fixa, mas nem sempre. No grupo de FIFs temos carteiras com perfil de renda fixa, e carteiras com elevada concentração de risco e papéis diversos, de renda variável, incluindo derivativos.

Tentando esclarecer melhor o investidor sobre nível de risco, o Banco Central exige que as instituições classifiquem os FIFs em referenciados, não referenciados e genéricos. Os fundos referenciados são os de menor risco (menor oscilação). Seu desempenho deve seguir um determinado referencial. O administrador deve compor a carteira com no mínimo 95% em ativos ou operações que possam proporcionar rendimento próximo ao do referencial. O investidor ainda pode perder, mas com menor probabilidade. Desta carteira, 80% devem ser de títulos públicos federais e privados de baixo risco.

No caso dos fundos não referenciados, a carteira não precisa de um referencial de rendimento, como o próprio nome diz. A carteira também deve concentrar 80% em títulos federais ou privados de baixo risco, mas a carteira pode ter um pouco mais de risco à medida que não há um referencial fixo. Estes fundos podem até aplicar em derivativos (mercados futuros), com a finalidade de proteger a carteira (operações de hedge). Mas estas operações devem estar limitadas ao patrimônio do fundo. A rentabilidade destas carteiras pode ser maior que os referenciados, mas também o risco é maior.

Os fundos genéricos, por sua vez, têm uma administração livre. Por isso mesmo, os riscos são maiores. O investidor pode perder tudo o que colocou e ainda ser obrigado a colocar mais dinheiro, se o fundo tiver prejuízos com as operações. O problema é que nesta classificação também podem estar fundos com administração mais conservadora. O problema vai ser o enquadramento de compra mínima de títulos, e o fato de ter ou não um referencial fixo. Então é preciso conhecer a política de investimento do fundo para saber se um genérico tem ou não maior risco. Neste grupo devem ser enquadrar os chamados fundos multiportfólio (múltiplas pastas/listas de documentos) e derivativos, dependendo da composição das carteiras.

FUNDOS DE AÇÕES → Os fundos fiscalizados pela CVM, por sua vez, são chamados Fundos de Investimento em Títulos e Valores Mobiliários, sempre de renda variável, embora também possam ter grande concentração de aplicação em renda fixa ou mesmo derivativa. Neste grupo, o nome do fundo deve sempre indicar qual o valor mobiliário que é o principal foco de investimento (principal ativo). Por isso, no caso da carteira concentrar ações, será chamado Fundo de Investimento em Ações.

Vale lembrar que existem outros valores mobiliários, como as cotas dos contratos de parceria de

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engorda de animais e certificados audiovisuais. Os fundos de renda variável fiscalizados pela CVM não são classificados por risco, embora o administrador precise indicar claramente no prospecto e no regulamento o nível de risco que o investidor está correndo. Informalmente, os administradores costumam falar em conservador, moderado e agressivo, a partir do critério crescente de risco, mas não é uma classificação formal.

Também informalmente se fala em fundo "tarja preta", para aqueles que carregam muito risco, mas não há uma definição formal sobre nível de risco, nem esta é uma classificação legal. O administrador, no entanto, precisa dar claros indicativos do nível de risco no prospecto do fundo. Nos fundos de ações, o horizonte é o mesmo do investimento em ações, ou seja, de longo prazo.

Embora o fundo permita o resgate diário (com ou sem dias de carência para o saque, dependendo do regulamento), o mais conveniente é fazer investimentos sem horizonte de saque. Quando se fala em longo prazo não significa colocar o dinheiro por um prazo definido, dois ou cinco anos, mas colocar o dinheiro sem prazo definido para resgate. Pode acontecer de o fundo ter um rendimento alto e suficiente no prazo de um ou seis meses, e o investidor querer mudar sua aplicação por não confiar mais no potencial do fundo.

O importante é não entrar com um horizonte definido, porque pode acontecer de o fundo estar desvalorizado na data marcada de resgate. Por isso também, não se deve colocar o dinheiro no fundo de ações e depois se esquecer de acompanhar. É preciso ver como o investimento se comporta ao longo do tempo, o que mudou na conjuntura econômica do país e nas suas exigências pessoais para saber se mantém ou não na mesma carteira.

PRAZO DE RESGATE → O prazo de resgate corresponde ao período que o investidor precisa aguardar para retirar seu dinheiro, sem perder o rendimento. Pela atual legislação, os fundos não têm mais um prazo de resgate. Na legislação anterior, havia fundos que não pagavam rendimento para saques por prazos inferiores a 60 dias. Hoje os fundos de renda fixa têm rendimento diário, porém penalizado por uma maior tributação se o saque acontecer antes de 29 dias corridos.

Nos fundos de ações, o prazo para saque dos recursos deve constar do regulamento do fundo. Regra geral é de 4 dias, sendo que o valor do resgate é pelo preço da cota no dia seguinte ao pedido de resgate. É costume o gestor solicitar uma carência de poucos dias para poder vender as ações e pagar o resgate das cotas aos clientes. Mas também existem fundos de ações que permitem o saque diário.

REGULAMENTO E FISCALIZAÇÃO → A fiscalização dos fundos, inclusive para garantir que seu regulamento está sendo seguido, bem como a legislação, é feita pelo Banco Central (no caso dos fundos de renda fixa e derivativos) e pela Comissão de Valores Mobiliários (fundos de renda variável de títulos de valores mobiliários).

RISCO → Os fundos de investimento tendem a oferecer carteiras com menor risco que ativos financeiros similares. Isso é possível porque os fundos conseguem diversificar melhores suas aplicações. Um grande investidor pode aplicar seus recursos em vários tipos de ativo, de títulos públicos a ações e Imóveis, reduzindo seu risco. Mas pequenos e médios investidores não conseguem. Como o fundo reúne um volume expressivo de dinheiro, o administrador pode fazer uma diversificação que não seria possível ao pequeno investidor.

Desta forma, mesmo com pouco dinheiro, todos os quotista de um fundo vão se beneficiar desta maior diversificação, que reduz o risco. Este conceito é fácil de entender quando se lembra do ditado: Não

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coloque todos os ovos em uma única cesta!

HOT MONEY → No mercado financeiro brasileiro, é o termo usado para operações de crédito voltadas às empresas que precisam de capital de curtíssimo prazo (inferior a 30 dias). As empresas tomam dinheiro no hot money para cobrir eventual falta de caixa para suas atividades.

VENDOR FINANCE / COMPROR FINANCE;

Vendor Finance → é um tipo de financiamento a vendas no qual a empresa utiliza seu crédito para incrementar o prazo do cliente sem onerar o caixa. Em geral, há beneficio fiscal pela redução no preço da mercadoria.

Exemplo de forma prática sobre Vendor Finance. Digamos que a Nokia seja o fornecedor da loja TIM, a Nokia pela sua necessidade de recursos em caixa pretende vender à vista e a loja TIM pretende comprar parcelada essa compra diretamente com o fornecedor. Então a Nokia faz um Vendor Finance com uma instituição financeira, onde a mesma paga a Nokia o valor da mercadoria à vista e passa a receber da loja TIM as devidas parcelas com juros. O benefício fiscal ocorre, pelo fato dos impostos serem incidido pelo valor total da venda, se à vista for R$100 pagará um imposto que incide por este valor, que será bem menor de um valor financiado a R$150 no total. Esse é o benefício fiscal de redução de preço da mercadoria.Uma vantagem da operação vendor finance para o cliente, empresa vendedora, é fiscal, visto que o financiamento não é realizado pela empresa vendedora, e sim pelo banco, diminuindo a base de cálculo para a cobrança dos impostos.

Trata-se de uma operação de financiamento de vendas fundamentada no princípio da cessão de crédito, que permite a uma empresa vender o seu produto a prazo e receber o pagamento à vista. A operação de vendor pressupõe que a empresa compradora seja cliente conhecido e habitual da empresa vendedora, pois será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao banco. A empresa vendedora transfere seu crédito ao banco e este, em troca de uma taxa de intermediação, paga ao vendedor à vista e financia o comprador.

A grande vantagem para a empresa vendedora é a de que, como a venda não é financiada diretamente por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, comissões de venda e royalties, no caso de fabricação sob licença, torna-se menor, reduzindo a carga de IPI, ICM, PIS e Cofins que incide sobre o valor da Nota Fiscal da empresa vendedora. Se ela estivesse financiando a venda, teria que embutir no preço os custos financeiros, o que agravaria o valor dos impostos a pagar. Deste modo, torna-se possível vender por um preço mais competitivo.

Assim, ao receber à vista, a empresa registra um imediato fluxo positivo no seu caixa. Dessa forma, o comprador (cliente da empresa vendedora) garante taxas de financiamento que são menores do que as praticadas para um financiamento isolado a uma única empresa, pois está obtendo um preço à vista financiado por um empréstimo ao custo do risco de crédito do vendedor, ou seja, no vendor o fabricante ou vendedor estabelece um "acordo" com o banco, de modo que os créditos sejam concedidos rapidamente, dispensando a verificação do risco de crédito do tomador final (comprador do produto e cliente preferencial da empresa vendedora), que recebe uma espécie de aval do seu fornecedor. Importa ainda realçar que o vendor não interfere na gestão da cobrança de seus títulos, pois, apesar do financiamento ser concedido pelo banco, a empresa vendedora pode dar descontos ou prazos maiores de pagamento, caso haja atraso na entrega dos produtos.

Resumindo, é uma forma de financiamento de vendas para empresas onde quem contrata o crédito é o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o comprador. Assim, as empresas vendedoras deixam de financiar os clientes, e param de recorrer aos empréstimos de capital de giro nos bancos ou aos seus recursos próprios

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para não se descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa. O vendor também permite financiamentos por prazos mais longos que os habituais 30 dias concedidos pelo fabricante.

As operações podem ser pré-fixadas de 30 a 90 dias, pós-fixadas corrigidas pela TR de 120 a 360 dias, e acima de 360 dias corrigidas pelo IPC-R. Podem também ser feitas operações de vendor com correção cambial de 90 a 180 dias, com a realização de operações de swaps que transformem a correção pré ou pós-fixada em cambial. Os bancos diminuem a burocracia do vendor ao estabelecerem limite de crédito para os vendedores e fabricantes dentro dos quais as operações são feitas sem a necessidade de elaboração de um novo contrato a cada operação. As duas partes assinam um contrato mãe sem mencionar prazo de validade ou valor, e as operações são realizadas até o limite do crédito preestabelecido.

Sem o vendorEmpresa vendedoraEmpresa compradora À vista r$ 100,00A prazo r$ 110,00Com o vendorEmpresa vendedoraEmpresa compradoraÀ vista r$ 100.00 bancoA prazo r$ 108.00

Compror/Finance → É uma operação de financiamento de compras onde a iniciativa parte do comprador, que concentra em si o risco de crédito. O Compror visa financiar as compras de clientes do banco junto aos fornecedores. O risco da operação concentra-se no comprador, não existindo regresso contra o fornecedor (vendedor).

BNDES → O objetivo do BNDES é oferecer aos exportadores brasileiros ou aos importadores de produtos brasileiros linhas de crédito de longo prazo, em condições compatíveis com as existentes no mercado internacional. Por meio dos Produtos Exportação financia a exportação de bens de capital e serviços, com ênfase em produtos de maior valor agregado.

As operações podem ser realizadas diretamente com o BNDES ou através de instituições financeiras credenciadas no País e no exterior.

BNDES-exim → Financiamentos à exportação de bens e serviços através de instituições financeiras credenciadas, nas modalidades:

·Pré-Embarque: financia a produção de bens a serem exportados em embarques específicos; ·Pré- Embarque Curto Prazo: financia a produção de bens a serem exportados, com prazo de pagamento de

até 180 dias;·Pré-Embarque Especial: financia a produção nacional de bens exportados, sem vinculação com embarques

específicos, mas com período pré-determinado para a sua efetivação;·Pós-Embarque: financia a comercialização de bens e serviços no exterior, através de refinanciamento ao

exportador, ou através da modalidade buyer's credit.·Programa de Apoio a Investimentos de Empresas Brasileiras de Capital Nacional no Exterior : objetiva

estimular a inserção e o fortalecimento de empresas brasileiras no mercado internacional, através do apoio à implantação de investimentos ou projetos a serem realizados no exterior.

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69 Conhecimentos Bancários Específicos

Os instrumentos de garantia utilizados são os mesmos oferecidos pelas agências de crédito à exportação. Ainda para facilitar o acesso ao crédito à exportação, encontram-se disponíveis:

·Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade - FGPC (Fundo do Aval), destinado a facilitar o acesso ao crédito para micros, pequenas e médias empresas;

·Seguro de Crédito à Exportação, que possibilita a cobertura dos riscos comercial e político dos bens e serviços exportados.

No Brasil este instrumento é operado pela - Seguradora Brasileira de Créditos à Exportação - SBCE.

PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS

A previdência privada é uma forma de poupança de longo prazo para evitar que a pessoa na aposentadoria sofra uma redução muito grande de sua renda. Qualquer pessoa que receba mais do que o teto de benefício da Previdência Social (INSS) deve se preocupar em formar uma poupança seja através da previdência privada ou de recursos administrados por sua própria conta. Tecnicamente falando, o processo de poupança consiste de duas fases.

Na primeira, o poupador acumula um capital. Durante todo esse processo, este capital receberá rendimentos.

Na segunda fase, que coincide com a aposentadoria para a maioria das pessoas - mas não necessariamente - é o momento de receber os benefícios. Regra geral, nesta fase, o poupador não faz novas acumulações, embora continue se beneficiando do rendimento sobre o capital acumulado. Naturalmente, o valor dos benefícios deve ter uma relação de proporção com o capital acumulado. Quanto maior o capital, maior o benefício.

A forma de fazer este cálculo é bastante complexa, mas, de uma forma simples, é fácil entender que os saques mensais, aqui chamados de benefícios, devem ter uma relação com o capital acumulado. Não é possível fazer saques expressivos sobre o capital sem correr o risco de o dinheiro poupado acabar muito rápido.

Poupança auto-programada → Fazer plano ou fundo de previdência privada tem duas vantagens indiscutíveis: o benefício fiscal e a diluição do risco de faltar renda futura, no caso de quem escolhem por benefício vitalício. Quando opta pelos rendimentos vitalícios, o participante está reduzindo sua renda mensal, mas com a garantia de receber o benefício para sempre.

Como ninguém sabe quanto tempo vai precisar da renda, este é o mecanismo mais seguro. As empresas conseguem garantir este direito porque trabalham com muitas pessoas, de forma que na média o dinheiro poupado é suficiente para todos.

Planos e fundos de previdência, por sua vez, têm uma desvantagem também clara: o custo elevado.

Há planos com taxas de carregamento de 5%, e outros cobram até mais do que isso. Ou seja: ao fazer o depósito, o participante já perde um dinheiro, independentemente do rendimento que tiver ou não no futuro.

Um pouco de organização nas finanças permite que a pessoa faça uma poupança própria com menos custos e mais liberdade, mesmo que seja para comprar um plano de renda vitalícia no momento da aposentadoria. Mas aí com melhores vantagens comparativas, porque não estará assumindo o risco da gestão financeira da empresa durante 50 anos - todo o período de contribuição mais recebimento de benefícios -, mas apenas o risco do

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período do benefício. Nesta opção, no entanto, se abre mão dos ganhos com benefícios fiscais.

Com o objetivo de incentivar investimentos de longo prazo, os produtos de previdência privada têm incentivo fiscal, na fase de acumulação. No caso da declaração completa do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), existe a possibilidade de o participante poder deduzir 100% das contribuições pagas à previdência privada, até o limite de 12% da sua renda anual. A dedução é sobre a renda, de forma que o imposto pago é menor porque a renda foi reduzida. Não é um desconto sobre o imposto a ser pago.

Mas, lá na frente, no recebimento dos benefícios - no caso dos planos de garantia mínima e PGBL- Plano Gerador de Benefício Livre , o recolhimento do IRPF vai ocorrer normalmente, como em qualquer renda. Ou seja: o valor recebido pela previdência privada é somado às demais rendas e paga imposto de acordo com a tabela progressiva normal.

Naturalmente, não é vantajoso para o participante fazer depósitos acima de 12% de sua renda no fundo ou plano de previdência porque está parcela adicional estará sendo tributadas duas vezes: no recebimento da renda e no momento de saque ou recebimento de benefícios. Os planos tradicionais e os PGBLs não têm como separar o dinheiro que foi ou não tributado na fonte, para evitar a bitributação.

Apesar de o imposto estar apenas diferido - ou seja, adiado no tempo -, o participante tem dois ganhos, desde que respeite o limite de contribuição dos 12% da renda tributável. Primeiro, pode fazer com que o fluxo dos benefícios recebidos componha uma renda que resulte em menor alíquota de imposto. Como o imposto aumenta por faixa de renda, adiar o pagamento do tributo para uma fase que a renda seja menor é um ganho certo. Um contribuinte que pague hoje alíquota de 27,5% para conseguir reduzir sua alíquota para 15%, ou mesmo ficar isento de IR, dependendo de como vai receber os benefícios.

O segundo ganho é que uma parte do dinheiro que vai formar o capital teria sido gasta com impostos. Ou seja: este dinheiro vai formar um fundo e vai ser remunerado. Mesmo pagando imposto posteriormente, este dinheiro ajuda a formar o capital durante o período de acumulação, aumentando os ganhos do benefício fiscal.

Ainda sobre a questão de incentivo fiscal, o tipo de declaração de Imposto de Renda - simplificada ou completa – influencia na decisão de comprar ou não um produto de previdência privada. Como na declaração simplificada existe um limite dado, esse benefício fiscal é pouco aproveitável. O ganho fiscal efetivo apenas ocorre na declaração completa.

Custos da previdência privada → O participante tem custos elevados ao comprar fundo ou plano de previdência privada. Eles estão divididos em taxas de carregamento e taxas de gestão financeira (ou administração). Na hora de avaliar qual plano ou fundo escolher, o interessado deve considerar o efeito das duas taxas. Algumas empresas colocam taxa de carregamento reduzida, mas compensam com a taxa de gestão mais alta. Então é preciso avaliar o efeito de ambas sobre a acumulação de capital.

Taxa de carregamento → A taxa de carregamento é cobrada pela entidade para arcar com os custos operacionais do plano de previdência privada. Incide sobre a contribuição mensal ou aportes de capital, de modo que, quanto maior o seu porcentual, menor a parcela da contribuição destinada para a formação do capital do participante.

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A taxa de carregamento geralmente varia entre 4% e 12% para os planos tradicionais e de 1 % a 5% para o PGBL. No caso do FAPIS, não há cobrança de taxa de carregamento, apenas de taxa de administração.

Porém, se no saque o participante quiser comprar um fundo ou plano de previdência privada para ter direito aos benefícios mensais, vai ter que pagar a taxa de carregamento para a administradora escolhida.

A taxa de carregamento pode ser escalonada ao longo do plano, tendo um valor porcentual maior no começo e depois caindo nos períodos sequentes. Esta é uma forma de penalizar o participante que desiste do plano, ou que troca de gestor (administrador). Em outras palavras, o escalonamento funciona como uma forma de ganhar a fidelidade do cliente.

No regulamento do plano de previdência, é estipulada a taxa máxima de carregamento. O participante deve negociar a taxa de carregamento sobre contribuições mensais no momento da contratação do plano de previdência. Por isso a importância de estar informado sobre as taxas de carregamento de outras instituições.

Durante o período de contribuição, é mais difícil conseguir mudanças. Em caso de aporte (contribuição) maior, é possível negociar com a administradora uma taxa de carregamento menor. Mas o melhor é já deixar isso previsto em contrato, considerando faixas de aportes possíveis e taxas de carregamento. Caso contrário, a empresa pode não querer negociar.

A qualquer momento o participante também pode pedir uma renegociação da taxa de carregamento. Naturalmente, para solicitar isso, o participante deve ter alguma opção de trocar o plano para uma empresa concorrente, que tenha taxa menor. Dificilmente, no entanto, a administradora vai baixar esta taxa se a comparação for feita com empresa concorrente que tenha maior risco - como companhias de grupos econômicos menos sólidos que podem praticar taxas mais agressivas para ganhar mercado.

As variáveis que pesam na definição da taxa de carregamento são o período em que serão feitas as contribuições e o valor do aporte. Porém, o valor do aporte tem importância maior, já que não existe nenhuma garantia de que o participante do plano vá ficar de fato, todo o período estipulado no início do contrato. Quanto maior o valor do aporte, menor deve ser a taxa de carregamento, e vice-versa. Na relação com o período, regra geral, quanto menor o prazo, maior a taxa de carregamento, e vice-versa. O mais comum é ter uma taxa maior no primeiro ano, caindo sucessivamente nos anos seguintes. Mas não há regra absoluta.Taxa de gestão financeira (ou administração) → Durante a fase de contribuição, as entidades de previdência privada, sejam empresas, bancos ou seguradoras, cobram uma taxa pela administração dos recursos, sobre o capital total - incluindo os rendimentos -, também chamada de taxa de gestão financeira, dependendo do tipo de plano ou fundo.

No caso dos FAPIS e PGBLs, o nome é taxa de administração, seu valor deve ser aprovado pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) e ser registrado no contrato. Regra geral, no FAPIS varia de 3% a 6% ao ano, podendo ser cobrada mensal ou anualmente. No PGBL, a taxa de administração é menor - entre 1,5% e 5% ao ano, regra geral, cobrada mensalmente -, porque estes planos cobram taxa de carregamento. A instituição pode reduzir a taxa de administração, comunicando o participante e a SUSEP. Aumentos da taxa dependem da concordância do participante.

No caso do PGBL, a taxa de administração também é cobrada durante o período de pagamento de benefícios. A empresa de previdência paga para o administrador, não havendo descontos sobre os benefícios.

O valor do benefício é calculado uma única vez, com base numa tabela de expectativa de vida e um nível de juro esperado para este período. Este nível de juro já é calculado sem o efeito da taxa de administração. Nos planos tradicionais, esta taxa recebe o nome de taxa de gestão financeira. A legislação não exige que esta taxa seja colocada no contrato, e as empresas não costumam divulgar seu valor. Geralmente essa taxa é descontada do

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72 Conhecimentos Bancários Específicos

excedente financeiro - rendimento obtido além do mínimo garantido -, sem que o participante seja informado. O custo existe, mas não fica transparente.

Regra geral, a taxa de administração é de 3% ao ano. Como não existe regulamentação de sua cobrança, a empresa de previdência pode alterar seu valor a qualquer momento, sem consulta ao participante.

O efeito é sentido, no entanto, porque a carteira fica menos rentável. Mas, como não há transparência, é impossível comparar o que foi efeito de aumento de taxa ou menor rentabilidade dos ativos.

Para mudar essa situação, a SUSEP prepara legislação para dois novos tipos planos de previdência, com regulamentação mais transparente. Com o tempo, estes fundos devem substituir os planos tradicionais no mercado, por questão de procura dos consumidores e pela concorrência. São eles: Plano com Atualização Garantida e Performance (PAGP) e o Plano com Remuneração Garantida e Performance (PRGP).

Ao contrário dos planos tradicionais, os novos terão que repassar mais informações aos clientes, inclusive como é calculado o excedente financeiro e de quanto é a taxa de administração. Nesses dois planos, a SUSEP também propõe a padronização do cálculo do excedente financeiro e de que forma ele será pago. Hoje as empresas de previdência não informam sua metodologia ao investidor, o que impede a comparação entre planos.

Com os novos planos, a SUSEP também vai diferenciar taxa de gestão de taxa de administração. A taxa de gestão será cobrada pela entidade de previdência privada e a de administração, pelo banco. Assim, o investidor saberá quanto está pagando e quem está cobrando. Hoje, regra geral, a entidade de previdência afirma que não haverá cobrança de taxa. Porém, o banco que administra o dinheiro cobra, sem informar o cliente.

Principais riscos da previdência privada → O maior risco é o de falência da empresa administradora, que sempre pode ter consequências sobre o capital acumulado, especialmente se houver algum tipo de fraude. Teoricamente, a empresa deve separar seu dinheiro do capital dos participantes dos planos e fundos de previdência, mas nem sempre isso e respeitado.

A SUSEP deve fiscalizar as empresas, para ver se o dinheiro do associado está investido de forma correta. Mas não há garantia do governo para o pagamento do valor acumulado ou dos benefícios, de forma que qualquer prejuízo é assumido pelo associado.

No caso dos PGBLs, a empresa de previdência privada fica com o dinheiro em seu nome, mas é obrigada a depositar os recursos em fundos exclusivos. É uma garantia de que o dinheiro da empresa administradora não está misturado com o capital dos associados. No caso do FAPIS, o dinheiro é administrado como um fundo de investimento comum. O cliente é o próprio quotista do fundo.

É importante que o poupador saiba que pode mudar de empresa administradora se estiver descontente com o rendimento ou desconfiado da segurança da instituição.

Perdas com os investimentos → Outro risco é o de perdas em investimentos feitos. É o caso de um banco ou empresa que não honre seu título de renda fixa, ou quando as ações desvalorizam, não pagam bons dividendos ou mesmo viram pó, se a empresa emissora falir. Daí a importância de escolher um administrador com muita experiência para que a escolha dos ativos seja a melhor possível.

Para reduzir estes riscos, a legislação estabelece limites máximos de investimento da carteira, de forma a obrigar uma diversificação das aplicações. Nos planos tradicionais, por exemplo, os limites máximos de investimento são: 50% renda variável (ações); 30% em imóveis urbanos, direitos resultantes da venda desses imóveis e quotas

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de fundos de investimentos imobiliários; e 10% em empréstimos para participantes de planos.

A lei também proíbe que a administradora compre ativos - como Certificados de Depósitos Bancários - CDB - de instituição financeira associada ao mesmo grupo econômico para a carteira dos fundos e planos de previdência. É uma forma de evitar que um banco em situação financeiro crítica empurre seus papéis de má qualidade para os associados dos fundos e planos de previdência.

Os PGBLs – Plano Gerador de Beneficio Livre - estão divididos em três modalidades: soberano, moderado e composto. No composto, os investimentos em renda variável (ações) podem compor até 49% da carteira, parcela que fica mais exposta a risco. No FAPIS – Fundo de Aposentadoria Programada Individual, o risco varia de acordo com o perfil do fundo. Como não há classificação formal para os FAPISs, cada instituição compõe a carteira de seus produtos de forma diferente. Por isso, antes de entrar nessa aplicação, o investidor deve conhecer a composição da carteira do fundo. O mais importante é saber qual a parcela máxima destinada para a renda variável, ativos de maior risco. A carteira pode ter até 50% em investimentos de renda variável. FAPISs e PGBLs não podem investir em imóveis.

PGBL – PLANO GERADOR DE BENEFÍCIO LIVRE → não oferece garantia mínima de rendimento. Permite que o cliente escolha o perfil de risco desejado, dentre as seguintes modalidades de investimentos:

·Soberano – aplicação dos recursos somente em títulos federais;·Plano de Renda Fixa (moderado) – aplicação dos recursos em títulos públicos federais e outros

títulos com características de renda fixa.·Plano Misto (composto)- aplica parte dos recursos em títulos públicos federais e outros títulos de

renda fixa e, o restante (até 49%) aplica em renda variável.

Durante o período de deferimento (aceitação), os planos de previdência denominados plano gerador de benefício livre (PGBL) não terão como critério de remuneração a rentabilidade da carteira de investimentos do plano, ou seja, não há garantia de remuneração mínima.

Os PGBLs diferem do FAPI apenas por serem planos de previdência complementar e não um fundo de pecúlio (Reserva de dinheiro disponível que uma pessoa acumula aos poucos, como resultado de seu trabalho e economia) para a aposentadoria. Dessa forma podem assegurar uma renda complementar, quando da aposentadoria do participante até seu falecimento.

Nos planos de aposentadoria e pensão privados, mesmo nos planos de repasse integral de rentabilidade, existente no PGBL, o repasse é de 100% da rentabilidade real líquida nas aplicações dos ativos.

Uma diferença entre planos de previdência complementares dos tipos PGBL (plano gerador de benefício livre) e VGBL (vida gerador de benefício livre) é o fato de o último atender aqueles interessados, cujo rendimento salarial está isento de IRPF. O VGBL terá remuneração baseada, durante o período de contribuição variável, na rentabilidade da carteira de investimentos do FIF, onde deverão estar aplicados esses recursos, mas sem garantia de remuneração mínima e sem atualização dos valores.

É impossível a portabilidade (processo ou grupo de processos que permitem que um cliente de um prestador de serviço transite para outro prestador) entre planos do tipo VGBL e os do tipo PGBL. Pode-se sair de um

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contrato respeitando suas penalidades e contratar outro.

8) MERCADO DE CAPITAIS;AÇÕES - CARACTERÍSTICAS E DIREITOS

DEFINIÇÃO → São títulos emitidos pelas Sociedades Anônimas e que representam uma fração do Capital Social da empresa emitente.

Mercado de capitais → é um sistema de distribuição de valores mobiliários (títulos de bens móveis - ações) que proporciona liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabiliza o processo de capitalização.

O objetivo do mercado de capitais é canalizar as poupanças (recursos financeiros) da sociedade para o comércio, a indústria, outras atividades econômicas e para o próprio governo.

No mercado de capitais, são negociados títulos e valores mobiliários. Os valores mobiliários são verdadeiros créditos por dinheiro, bens móveis e obrigações negociáveis. Esses valores servem de base nas operações de bolsa e no mercado.

Ações – espécies → Podem ser ordinárias, preferenciais ou de fruição. Ações preferenciais sem direito (ou com restrições) a voto não podem representar mais de 50% do total. Cada espécie de ação pode ter uma ou mais classes.

CLASSIFICAÇÃO

·ORDINÁRIAS → São ações que dão direitos a voto, além de participar dos resultados da companhia.·PREFERENCIAIS → Dão a seu possuidor prioridade no recebimento de dividendos e/ou em caso de dissolução da empresa no reembolso do capital. Normalmente não tem direito a voto. Dependendo do estatuto da companhia, podem ter direitos a voto em garantia de dividendos mínimos.QUANTO À FORMA

·NOMINATIVA → Identifica o nome de seu proprietário. Sua transferência deve ser registrada no livro especial da empresa, denominado Livro de Registro de Ações Nominativas.

·ESCRITURAL → Fica mantida em conta de depósito em nome de seus titulares, sem emissão de cautelas, com simples emissão de extratos; comprovando os pagamentos de direitos e resultados e as transferências de propriedade na forma da lei.

AÇÕES COM VALOR NOMINAL → Apresentam o valor unitário explícito no Estatuto Social da Companhia. Só podem emitir novas ações pelo preço igual ou superior ao valor nominal.

AÇÕES SEM VALOR NOMINAL → Não apresentam valor unitário explícito

QUANTO À CLASSE:

·Com ou sem direito a dividendo;·Com ou sem direitos sobre ativos;·Com ou sem direito a voto.

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QUANTO AO PAGAMENTO

REEMBOLSO → É a operação pela qual a companhia paga ao acionista dissidente de uma deliberação da Assembléia Geral o valor de suas ações.

AMORTIZAÇÃO → Esta operação se caracteriza por:

·Ser um ato de vontade da companhia;·Manter a qualidade do acionista;·Poder resultar em redução do capital.

RESGATE → Consiste no pagamento do valor das ações e se caracteriza por:

·Ser um ato unilateral da companhia;·Resultar ou não em redução do capital;·Poder ser total ou parcial;·Determinar a perda de qualidade de acionista, caso não haja a conversão em outra classe de ação.

LUCRATIVIDADE OFERECIDA ÀS AÇÕES PELAS EMPRESAS EMITENTES

DIVIDENDOS: Corresponde à parte do lucro que é distribuído em dinheiro aos sócios da companhia. Os dividendos correspondem no mínimo a 25% do lucro líquido anual apurado pela sociedade.

BONIFICAÇÃO EM DINHEIRO: É a distribuição em dinheiro de uma parcela do lucro.

BONIFICAÇÃO EM AÇÕES: É a distribuição em ações de lucros obtidos pela sociedade e que são incorporados ao Capital Social, proporcionando a capitalização da sociedade.DIREITO DE SUBSCRIÇÃO: O acionista possui prioridade no direito de subscrição de novas ações (compra) no caso da sociedade decidir-se por uma elevação do Capital Social, por meio de uma chamada de dinheiro.

DETERMINAÇÃO DE PREÇO DE AÇÕES NO MERCADO SECUNDÁRIO

No mercado secundário, a variação do preço das ações de uma companhia é diretamente influenciada, além da variação de preços do mercado como um todo (que é afetado pelo ambiente macroeconômico), pelos seguintes fatores:

·Desempenho esperado para seu setor de atuação;·Perspectivas de resultados futuros;·Probabilidade de obtenção desses resultados;·Quantidade e liquidez das ações efetivamente em poder do público;·Grau de confiança que o mercado deposita na administração;·Histórico do tratamento dado aos acionistas minoritários, entre outros.

OPERAÇÕES COM OURO → Há três formas de se adquirir ouro no mercado brasileiro na Bolsa de

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Mercadorias & Futuros – BM&F. A mais comum é a compra do metal no mercado à vista. Mas o investidor também pode realizar sua compra através do mercado futuro e de opções. Os contratos do mercado futuro permitem a compra por um determinado preço fixo, em data definida.

Porém, até o vencimento, os vendedores e compradores dos contratos devem ir pagando ajustes uns aos outros dependendo se o preço do metal está subindo ou caindo. Nos contratos de opções, o investidor paga pelo direito de realizar a compra a um dado preço na data de exercício. Nos contratos de OPÇÃO, o investidor não tem obrigação de comprar, ao contrário dos negócios do MERCADO FUTURO .

Hoje existem sete tipos diferentes de contratos de ouro na BM&F:

·Disponível padrão de ouro de 250 gramas;·Disponível fracionário de ouro de 10 gramas;·Disponível fracionário de ouro de 0,225 gramas;·Futuro de ouro 250 gramas;·Opções de compra sobre disponível padrão de ouro;·Opções de venda sobre disponível padrão de ouro;·Termo de ouro.

Os contratos disponíveis são os negociados no mercado à vista. O fracionário é especializado em pequenas quantias. O mercado a termo tem um funcionamento parecido com o mercado futuro , no sentido de estabelecer um preço fixo e uma data de vencimento. Mas, diferentemente do mercado futuro, não exige o pagamento de ajustes diários por conta de mudanças nos preços desses contratos.

O contrato mais negociado hoje é o padrão (250 gramas) à vista (disponível). Em determinados dias, ele representa 100% dos negócios fechados. O lote padrão negociado é de 249,75 gramas de ouro fino, correspondente a uma barra de 250 gramas. O teor de pureza é de 999 partes de ouro puro para cada 1000 partes de metal.

As cotações são sempre em reais por grama, com até três casas decimais, e não há um limite de oscilação diária, exceto se, excepcionalmente, a BM&F decidir fixar algum teto. A liquidação financeira (pagamento) pelo comprador será efetuada no dia útil seguinte ao da operação no pregão. Neste tipo de contrato, são admitidas operações de compra e venda para liquidação diária (day trade). Elas devem, porém, ser realizadas no mesmo pregão, pelo mesmo cliente, intermediadas pela mesma corretora e registradas pelo mesmo membro de compensação.

As operações com ouro no Brasil → No Brasil, o maior volume de comercialização de ouro se faz através da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) , que é a única no mundo que comercializa ouro no mercado físico. As cotações do ouro, no exterior, são feitas em relação à onça troy , que equivale a 31,104g. No Brasil, a cotação é feita em reais por grama de ouro puro. O preço do ouro, no Brasil, vincula-se, historicamente, às cotações de Londres e Nova York, refletindo, portanto, as expectativas do mercado internacional. Sofre, entretanto, influência direta das perspectivas do mercado interno e, principalmente, das cotações do dólar flutuante. Assim o preço interno é calculado diretamente segundo as variações do preço do dólar no mercado flutuante e dos preços do metal na bolsa de Nova York. O preço do grama do ouro em reais, calculado a partir do preço da onça em dólares (pela cotação do dólar flutuante) fornece um referencial de preços. Tradicionalmente, a cotação da BM&F mantém a paridade com este valor referencial variando 2%, em média, para baixo ou para cima. Existem dois tipos de investidores no mercado de ouro no Brasil: o investidor tradicional - que utiliza o ouro como reserva de valor -, e o especulador - que está à procura de ganhos imediatos e de olho na relação

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ouro/dólar/ações procurando a melhor alternativa do momento. Atualmente há dois mercados no Brasil para o ouro:

·mercado de balcão - operações são fechadas via telefone; após o pagamento, o comprador tem duas opções deixar o ouro depositado em custódia em uma instituição financeira, levando consigo um certificado de custódia; retirar fisicamente a quantidade de ouro adquirida.

·mercado spot nas bolsas - a entrega do ouro se dá em 24 horas, os volumes negociados são transferidos automaticamente entre as contas dos clientes em diferentes bancos, sem que o metal passe pelas mãos de quem negocia.

No mercado de bolsas, trocam se certificados de propriedade. Em qualquer caso, a responsabilidade pela qualidade do metal é da fundidora e não do banco, que é apenas o depositário.

MERCADO DE CÂMBIO:INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR - OPERAÇÕES BÁSICAS

CONTRATOS DE CÂMBIO CARACTERÍSTICASTAXAS DE CÂMBIO-REMESSAS

Política cambial → é baseada na administração das taxas de câmbio e no controle das operações cambiais, variáveis relacionadas às transações econômicas do País com o exterior. Política cambial é o conjunto de leis, regulamentos e ações do setor público que influem no comportamento do mercado de câmbio e da taxa de câmbio.

As pessoas físicas podem comprar e vender moeda estrangeira ou realizar transferências internacionais em reais, de qualquer natureza, sem limitação de valor, desde que observada à legalidade da transação.

Estrutura do Mercado de Câmbio → Cada país tem uma moeda na qual são estabelecidos os preços dos bens e serviços: o real no Brasil, o dólar nos Estados Unidos, a libra esterlina na Inglaterra e assim sucessivamente. O preço da moeda de um país em relação à moeda de outro país nós denominamos de taxa de câmbio. As taxas de câmbio de real relativas às principais moedas são publicadas diariamente pelos jornais e nos permitem comparar o preço de um bem ou serviço produzido em vários países.

A taxa de câmbio é definida como o número de unidades de moeda nacional que é necessário para comprar uma unidade da moeda estrangeira (1,10 de real para comprar um dólar). Assim, a taxa de câmbio é o preço de uma unidade de moeda estrangeira, tal qual o preço da batata é a quantidade de moeda por I kg de batata. Portanto, a taxa de câmbio é o preço, em moeda nacional, de uma unidade de moeda estrangeira, isto é, US$1,00 = R$ 1,10.

Um aumento na taxa de câmbio, digamos de R$ 1,10 por dólar para R$ 1,20, é chamado de desvalorização da moeda nacional (mais moeda nacional pela mesma unidade de moeda estrangeira). Um aumento na taxa de câmbio representa uma redução no poder de compra da moeda nacional, porque agora custa mais caro comprar uma unidade de moeda estrangeira. Igualmente uma queda na taxa de câmbio, digamos de R$ 1,10, para R$ 0,85 - é chamada de valorização da moeda nacional (com menos moeda nacional se compra uma unidade de moeda estrangeira).

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Como qualquer preço, a taxa de câmbio é determinada pela ação dos compradores e dos vendedores (Bancos centrais, Bancos comerciais, investidores, empresas importadoras e exportadoras e turistas) no mercado de câmbio. O mercado de câmbio não é um local físico onde compradores e vendedores se encontram, pois grande parte das transações é feita por telefone ou computador entre Bancos comerciais.

As principais moedas nacionais são comercializadas nos maiores centros financeiras do mundo (Londres, Nova York, Tóquio, Frankfurt etc.), que estão interligados por telefone, fax e computadores, tornando-os um mercado único. Com um número grande de dealers, um sistema de comunicação quase perfeito e baixos custos de transação, podemos dizer que o mercado de câmbio internacional e o mais competitivo que existe. Os mercados, de câmbio operam 24 horas por dia e o lucro é obtido pela compra e venda com pequenas margens Já que os preços flutuam toda hora.Ainda que se possam comprar muitas moedas nacionais nos principais mercados internacionais de câmbio, não é possível converter real em dracma grega, por exemplo, porque os dealers não mantêm estoques de todas as moedas. Para tal, é preciso converter reais em dólares e dólares em dracmas. O dólar é a "moeda veículo", que permite que os dealers mantenham seus estoques de divisas em dólares e, depois da operação, troquem os reais e as dracmas por dólares com os Bancos centrais do Brasil e da Grécia.

Os principais participantes no mercado de câmbio são os Bancos comerciais, as empresas que estão envolvidas no comércio internacional, as empresas de seguro e os Bancos centrais, já que as transações dos turistas são marginais no mercado. Os Bancos comerciais são o centro do mercado de câmbio, pois grande parte das transações de divisas caracteriza-se por troca de depósitos bancários de duas moedas diferentes.

Além disso, a maior parte do comércio de divisas é feita entre os Bancos comerciais - é o chamado mercado interbancário de câmbio. Por último, como as operações internacionais dos Bancos são muito amplas, eles estão preparados para juntar os compradores e os vendedores de divisas.

A taxa de câmbio pode ser determinada no mercado à vista: as duas partes trocam as duas moedas no ato, ao preço determinado. Assim, a taxa à vista é uma taxa para entrega imediata da divisa comprada ou vendida. No entanto, não é necessário completar o negócio no ato, pois podemos também comprar ou vender divisas para entrega em 30 ou 60 dias a um preço determinado hoje. Essa seria uma transação a prazo e o seu preço é chamado de taxa de câmbio a termo. A taxa de câmbio e o vencimento são determinados hoje, mas a troca de moedas será efetuada no futuro.

As taxas de câmbio à vista são diferentes das taxas a termo. A diferença entre a taxa a termo e a taxa à vista é denominada de prêmio. O dólar estará a prêmio e o real com um desconto se for necessários mais reais para comprar um dólar a termo do que para comprar um dólar à vista. Assim, as divisas são compradas no mercado a termo para hedge- salvaguarda,diminuir os riscos, arbitragem ou para especulação. O hedge é usado quando o agente econômico quer evitar risco de variação na taxa de câmbio. Por exemplo, um importador que tenha que efetuar um pagamento em dólares daqui a trinta dias e não queira correr risco de uma desvalorização do real, pode comprar hoje - a um preço determinado hoje - os dólares que necessitará. Ele receberá os dólares daqui a 30 dias, quando então fará o pagamento ao preço estabelecido hoje.

No caso da arbitragem, o agente trata de alocar fundos entre dois centros financeiros com o objetivo de obter um retorno maior e, ao mesmo tempo, evitar riscos cambiais. Nesse caso, a divisa é comprada à vista e vendida no mercado a termo, sendo ambas as operações efetuadas hoje.

Enquanto as transações de hedge e arbitragem são efetuadas com o objetivo de evitar riscos devariação na taxa de câmbio, a especulação tem o objetivo de obter lucro com a operação cambial por correr risco. . Suponhamos que no mercado a termo, para 30 dias, o real esteja cotado a R$1,20 por US$1,00 e que um

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especulador, embora não tendo dólares a receber, espere que o real vá se desvalorizar nos próximos 30 dias. Q especulador espera que daqui a 30 dias a taxa à vista esteja a, digamos, R$ 1,30 por dólar. Ele compra, hoje, dólares no mercado a termo (para pagamento daqui a 30 dias) a uma taxa de R$ 1,20. Se daqui a 30 dias a taxa de câmbio à vista estiver em R$1,30, como ele esperou, o especulador recebe os dólares que comprou no mercado a termo, pagando R$1,20 por cada dólar e os vende no mercado à vista, no mesmo dia, por R$1,30, ganhando R$ 0,10 por dólar. Note que esta operação não envolve recursos de caixa até o dia do vencimento; o lucro do especulador advém do risco de prejuízo que ele correu caso a taxa de câmbio à vista tivesse sido menor que R$ 1,20.t

Sistemas Cambiais → Historicamente, o sistema financeiro internacional adotou dois tipos de taxa de câmbio: taxas fixas e taxas flutuantes. Do início do século XIX até 1970, o regime cambial dominante foi o de taxas de câmbio fixas.No padrão ouro, que prevaleceu até a crise de 1929-30, o Banco Central mantinha reservas em ouro equivalentes em valor ao total do papel-moeda em circulação. O estoque de moeda só mudava quando o Banco Central comprava ou vendia ouro. Portanto, o valor da oferta de moeda era igual ao montante de ouro existente como reserva internacional (ouro monetário).

No padrão ouro o Banco Central fixava o preço do ouro em moeda nacional e usava o estoque de ouro de reservas para estabilizar o preço do ouro, comprando ou vendendo ouro a um preço fixo. Nos Estados Unidos, por exemplo, entre 1879 e 1933, uma onça troy de ouro era equivalente a US$ 18,85. O padrão ouro, em suas várias versões, foi sempre um regime de taxas fixas de câmbio, onde havia uma relação fixa entre cada moeda nacional e o ouro. Cada moeda nacional era conversível em uma certa quantidade de ouro e, como essa relação é fixa, cada moeda nacional era trocada por uma certa quantidade, também fixa, de outra moeda.

Como as principais moedas (dólar, franco francês, libra esterlina) eram conversíveis em ouro a uma taxa fixa, essas moedas podiam ser trocadas entre si também a uma taxa de câmbio fixa.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o acordo de Bretton Woods (1944) estabeleceu um regime de taxas de câmbio fixas entre os países-membros do acordo. E cada país fixou a sua taxa de câmbio em relação ao dólar americano. O dólar, por sua vez, era conversível em ouro a um preço fixo de US$ 35,00 a onça troy.

Cada país assumiu a responsabilidade de manter a taxa de câmbio estável. As reservas internacionais eram mantidas em ouro ou dólar, que eram usadas para manter estável a taxa de câmbio doméstica em relação ao dólar.

Os Estados Unidos não tinham responsabilidade de manter a taxa de câmbio do dólar e podiamaumentar a oferta de moeda sem se preocupar com a taxa de câmbio; por isso os demais países tinham que ajustar as suas políticas monetárias para seguira política monetária norte-americana. Os Estados Unidos deviam somente converter o dólar em ouro na taxa estabelecida em Bretton Woods. Devido aos crescentes déficits do balanço de pagamentos norte-americano, o sistema de Bretton Woods entrou em colapso em 1971, quando o então presidente Nixon suspendeu a conversibilidade do dólar em ouro.

Desde 1973 as principais moedas do mundo vêm operando em um regime de taxas de câmbio flutuantes. No entanto, os Bancos centrais têm feito intervenções no mercado de câmbio para manter a taxa de câmbio dentro de determinados limites. No caso de taxas de câmbio flutuantes, todas as flutuações na demanda ou na oferta de moeda estrangeira são acomodadas via variação nas taxas de câmbio. O Banco Central não determina nenhuma taxa de câmbio, que flutua em função da oferta e da demanda no mercado de câmbio.

Quando o Banco Central não intervém de forma alguma no mercado de câmbio, nós dizemos que temos uma flutuação limpa; no caso de intervenção do Banco Central comprando ou vendendo divisas para manter uma certa taxa de câmbio, nós chamamos de flutuação suja. Na Europa, desde 1979, as moedas dos países da União

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Européia têm taxas de câmbio fixas entre si. É o denominado Sistema Monetário Europeu (EMS).

O Brasil, desde 1968, tem adotado um regime cambial, onde as taxas de câmbio do dólar são fixadas pelo Banco Central, mas a moeda nacional tem sido desvalorizada de tempos em tempos para levar em conta o diferencial entre a inflação doméstica e a inflação norte-americana. É o chamado sistema de minidesvalorizações. Atualmente, temos um regime de taxa de câmbio fixa, pois o Banco Central fixa uma taxa de paridade e está disposto a comprar ou vender qualquer quantidade de moeda estrangeira dentro de uma banda cambial. Para eliminar o excesso de demanda por divisas quando a taxa está valorizada, o Banco Central impõe uma série de controles cambiais e ao mesmo tempo concede uma série de subsídios.

Controle da Oferta de Moeda e da Taxa de Câmbio Como variações nas taxas de juros afetam a taxa de câmbio, quando o Banco Central altera a política monetária, a taxa de juros mudará e ele também estará afetando a taxa de câmbio. Assim, quando o Banco Central aumenta a oferta de moeda, a taxa de câmbio vai se valorizar devido ao aumento na demanda por moeda estrangeira. O Banco Central vai ter que vender reservas internacionais à taxa de câmbio fixa e reduzir a oferta de moeda inicial.

A questão que se coloca é, então, a seguinte: em uma economia globalizada, pode o Banco Central controlar tanto a quantidade de moeda como a taxa de câmbio? Vejamos a questão.

Quando o Banco Central aumenta a oferta de moeda no Brasil, nós vamos ter uma redução na taxa de juros no Brasil e, consequentemente, o mercado levará a uma desvalorização do real. Ao contrário, quando o Banco Central reduz a oferta de moeda no Brasil, há um aumento na taxa de juros no Brasil e o mercado levará a uma valorização do real.

Quando o Banco Central tenta controlara quantidade de moeda, um aumento na oferta de moeda faz com que as pessoas alterem a composição do seu portfólio e comprem títulos estrangeiros para se desfazer da quantidade adicionai de moeda. Os títulos nacionais não podem absorver o excesso de oferta de moeda porque a compra por algumas pessoas significa a venda por outras. Portanto, as pessoas vão tratar de comprar divisas estrangeiras para, em seguida, comprar títulos estrangeiros, gerando uma desvalorização do real. A depreciação vai aumentar o preço em moeda nacional dos títulos estrangeiros e o preço dos bens nacionais.

Quando os preços aumentam, eles corrigem o excesso de oferta de moeda ao aumentar a demanda nominal por moeda. Portanto, o excesso de oferta de moeda é resolvido por um aumento no nível geral de preços.

Toda vez que o Banco Central decide aumentar a quantidade de moeda, há uma queda na taxa de juros e um aumento na taxa de câmbio, mesmo que o Banco Central não queira uma desvalorização do real.

Assim, quando o Banco Central controla a oferta de moeda, ele perde controle sobre a taxa de câmbio, que passa a ser determinada pelo mercado.

Por outro lado, quando o Banco Central tenta controlar a taxa de câmbio, um aumento na oferta de moeda vai levar a uma queda na taxa de juros doméstica. Com a queda da taxa de juros doméstica, há uma queda no retorno dos depósitos em real e os investidores tratarão de reduzir seus depósitos em reais e aumentar seus depósitos em dólares, que agora são mais rentáveis. Há um excesso de demanda por dólares que o Banco Central deve satisfazer à taxa de câmbio fixa. O Banco Central é obrigado a vender dólares de suas reservas internacionais, gerando, portanto, uma redução na oferta de moeda.

Assim, quando o Banco Central fixa a taxa de câmbio, ele perde o controle sobre a oferta de moeda, já que vai ser obrigado a vender divisas de suas reservas internacionais e a oferta de moeda vai cair. O aumento inicial da oferta de moeda é anulado. A perda de reservas internacionais vai ser igual ao aumento inicial na oferta de

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moeda.

Em resumo, em uma economia globalizada, o Banco Central ou determina a taxa de câmbio ou a quantidade de moeda, mas não podem determinar as duas variáveis ao mesmo tempo. Se o Banco Central controlar a taxa de câmbio, a quantidade de moeda vai ser determinada pelo mercado e se o Banco Central controlar a quantidade de moeda, a taxa de câmbio será determinada pelo mercado. Em resumo, com taxas de câmbio fixas, a oferta de moeda é endógena e a taxa de câmbio é exógena. Com taxas de câmbio flexíveis, a taxa de câmbio é endógena e a oferta de moeda exógena.

Portanto, a taxa de câmbio para mercados eficientes quando temos expectativas racionais vai ser igual à taxa de câmbio esperada mais o erro. A PPC para mercados eficientes ignora a conta corrente do balanço de pagamentos. Por exemplo, uma valorização a taxa de câmbio real que gere um déficit em conta corrente leva, segundo a PPC para mercados eficientes, a uma entrada de capital para financiá-lo. Claro que a entrada de capital não pode continuar indefinidamente como suposto porque a dívida externa não pode aumentar indefinidamente. A taxa de câmbio deve eventualmente se desvalorizar para que o déficit em conta corrente desapareça.

Expectativas e Taxas de Câmbio → A visão da taxa de câmbio como o preço de um ativo faz com que as expectativas tenham um papel fundamental na determinação da taxa câmbio presente. Isto é, as expectativas sobre o valor futuro da taxa de câmbio determinarão a taxa presente de câmbio. Portanto, se os agentes mudarem a sua opinião sobre a taxa futura, a taxa presente também se alterará na mesma proporção. Assim, a taxa de câmbio presente e a futura devem estar necessariamente correlacionadas.

Como as expectativas são essenciais na determinação das taxas de câmbio, é natural perguntar como elas são formadas. A teoria econômica apresenta duas formas de explicar a formação de expectativas. Em primeiro lugar, temos as expectativas auto-regressivas, que são formadas baseadas no valor passado e no valor presente da taxa de câmbio. A mais simples supõe que a taxa de câmbio de amanhã será igual à taxa de câmbio atual, ou seja, expectativa estática. Nesse caso, a expectativa de mudanças na taxa de câmbio é igual a zero.

As expectativas podem ser mais complexas, tais como as expectativas regressivas. Nesse caso, se espera que a taxa de câmbio retorne ao seu valor de equilíbrio a uma proporção constante da diferença entre a taxa à vista e a taxa de equilíbrio.

As expectativas também podem ser expectativas adaptativas, quando o valor esperado hoje da taxa de câmbio no futuro depende do valor esperado no passado, mais a diferença entre o que foi esperado e o que foi verificado. Assim, as expectativas atuais dependem das expectativas passadas.

A segunda forma de formação de expectativas, de acordo com a teoria econômica, é chamada de expectativas racionais. A idéia básica é que todas as informações existentes são usadas para fazer a projeção futura, isto é, os agentes conhecem os mecanismos de determinação da taxa de câmbio e o mercado também os conhece.

Assim, os agentes econômicos conhecem a economia e conseguem determinar a taxa de câmbio esperada. Só choques inesperados afetam as taxas atuais de câmbio, já que elas afetam o comportamento dos agentes. Os choques esperados já estão embutidos nas taxas atuais.

PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROSDepósitos a Vista e demais Produtos Vinculados a Prestação de Se BancáriosEntende-se por produtos de serviços os, relacionados à prestação de serviços aos clientes, cuja remuneração ao banco é obtida através do float (permanência de recursos transitórios dos clientes no banco) ou pela cobrança de tarifa de prestação de serviço.

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DEPÓSITO À VISTAA captação de depósitos a vista, livremente movimentáveis:• é atividade típica e distintiva dos bancos comerciais;• configura os bancos comerciais como entidades financeiras monetárias;• é chamada de captação a custo zero (dinheiro gratuito)Existe entretanto um custo implícito na abertura e movimentação da conta (custo operacional da conta) para fazer frente a este custo, os bancos podem estabelecer valores mínimos para a abertura e manutenção de saldo médio.A conta é o produto básico de relação entre o cliente e o banco, através dela são movimentados os recursos do cliente, utilizando:• depósitos• cheques• ordens de pagamento;• etc...

Cheques• cheque é uma ordem de pagamento a vista (considera-se não escrita qualquer menção em contrário);• deve ser a apresentado para pagamento no prazo 30 dias da emissão (quando emitido no lugar onde deve ser pago), caso contrário em 60 dias;• o portador do cheque tem o prazo de 6 meses para promover a execução (ação de cobrança judicial do cheque) contra seu emitente ou avalista sob pena de prescrição (perder o direito a esta ação judicial);• o cheque pré-datado não é juridicamente válido, mas na prática tem sido utilizado e, assim, assume características de uma promissória;

Saques sobre valor• valores depositados em cheque (que somente entram para as reservas ao banco após sua compensação) somente podem ser movimentados, no mesmo dia, via cheque (ainda assim caso sejam da mesma praça - cidade) pois do contrário dão origem aos chamados "saques sobre valor" onde o banco perde reservas pois estaria, na verdade, emprestando um recurso antes de realmente dispor dele;• os cheques administrativos, visados ou DOC de emissão do próprio correntista são movimentados como se dinheiro fosse, embora sempre compensados.

Cheques cruzados• os cheques cruzados não podem ser descontados, apenas depositados.

Recusa de pagamentos de cheques• os bancos podem recusar o pagamento de cheques nos seguintes casos:• insuficiência de fundos (cheques sem fundo),• divergência ou insuficiência na assinatura do emitente;• irregularidade formal (erro no preenchimento);• contra-ordem escrita do emitente (bloqueio);• encerramento de contas.Cheques nominativos x ao portador• Após o plano Collor, todos os cheques são obrigatoriamente nominativos, que para saque, depósito ou pagamento.• os cheques acima de R$ 100,00 se não forem nominativos serão devolvidos (sem que o nome do emitente vá para o cadastro de emitentes de cheques sem fundos).

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CADERNETAS DE POUPANÇAContas sobre cujos depósitos são creditados mensalmente (lei de agosto de 1983) juros e correção monetária, uma vez observada a condição de que saques e depósitos sejam feitos em épocas predeterminadas. O funcionamento das Associações de Poupança e Empréstimo foi decretado em 1966 com o objetivo de propiciar a aquisição de casa própria a seus associados, desenvolvendo o hábito da poupança. Sua atuação efetiva data de junho de 1968, e, em 1974, os depósitos em caderneta de poupança já representavam 17,4% do total de depósitos feitos em todo o país. A partir de 1980, medidas econômicas adotadas pelo governo federal, como a limitação das taxas de juros e a correção monetária, provocaram uma redução temporária da poupança privada interna, mas uma grande campanha de recuperação do prestígio da poupança e a liberação dessas taxas acarretaram o enorme crescimento da poupança privada, que se verificou a partir de então. Com a extinção do BNH, decretada pelo Plano Cruzado 2, em novembro de 1986, a caderneta de poupança foi perdendo sua finalidade de instrumento de financiamento da casa própria para transformar-se em mecanismo de financiamento da dívida pública. Mesmo assim, estimulados pelos altos juros nominativos, nos períodos de alta inflação de 1988 e 1989, os depósitos em caderneta de poupança continuaram a crescer. Em fevereiro de 1990, um mês antes da instituição do Plano Collor, os depósitos em caderneta de poupança chegaram a representar 25% dos ativos financeiros do país.Com o desestímulo provocado pelo Plano de Estabilização Financeira aplicada em março de, 1990, quando grande parte de seus valores foram "bloqueados" pelo governo, os depósitos em caderneta de poupança começaram naturalmente a decrescer. Em maio do mesmo ano, eles representavam apenas 20% dos ativos financeiros. Enquanto isso, sua finalidade como instrumento do mercado imobiliário para a construção de moradias praticamente deixou de existir. A partir de julho de 1994, com o advento do Plano Real e a estabilização de preços, a caderneta de poupança voltou a ser uma opção de investimento financeiro, apesar da "desilusão monetária" (confusão entre taxas de juros reais e nominais), embora não recuperasse sua função de instrumento para o financiamento da construção de moradias.

PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS – PLANOS DE SEGUROSEspécie de pecúlio ou poupança formada por um conjunto de pequenos investidores e poupadores, com o intuito de garantirem para si uma pensão mensal, depois de um prazo determinado. Em geral, os fundos de pensão (assim como pecúlios e outros sistemas da previdência privada) são organizados por empresas financeiras que fazem aplicações com a soma do dinheiro dos pequenos poupadores. Depois de um prazo (em geral, sempre superior a dez anos), o indivíduo passa a receber seu dinheiro de volta, acrescido de juros e correção, como uma espécie de complementação de aposentadoria. A Constituição de 1988 veda qualquer subvenção ou auxilio do poder público às entidades de previdência privada com fins lucrativos.

MERCADO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO

MERCADO PRIMÁRIO. A expressão tem pelo menos três significados distintos: 1) mercado no qual um empréstimo é feito diretamente a um devedor, que se distingue do mercado secundário, onde são vendidos títulos (securities) cuja origem é o empréstimo feito no mercado de primário. Um banco ou instituição de crédito que mantém seus empréstimos até a data do vencimento, isto é, não vende esses créditos no mercado secundário, é denominado portfolio lender; 2) mercado onde são transaciona dos em primeira-mão os títlos emitidos pelo governo (de sua dívida pública) mediante leilões. Os operadores deste mercado revendem então tais títulos no mercado secundário aos investidores em geral; 3) mercado no qual novas emissões de títulos, de contratos futuros e de opções são oferecidas.

MERCADO SECUNDÁRIO. Fase do mercado de ações e títulos que vem logo em seguida ao mercadoprimário e se caracteriza pela obrigatoriedade de se fazer as transações nas Bolsas de Valores.

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MERCADO DE CRÉDITO. Transação comercial em que um comprador recebe imediatamente um bem ou serviço adquirido, mas só fará o pagamento depois de algum tempo determinado. Essa transação pode também envolver apenas dinheiro. 0 crédito inclui duas noções fundamentais: confiança, expressa na promessa de pagamento, e tempo entre a aquisição e a liquidação da dívida. 0 crédito direto ao consumidor financia a compra de qualquer produto de consumo e até viagens. 0 comprador passa a usufruir imediatamente de um bem que será pago com sua renda pessoal. Em muitos casos, as próprias vendedoras financiam o cliente, mas, em escala cada vez maior, financeiras especializadas pagam o vendedor e "compram" a dívida e também o risco de não pagamento. 0 lucro da financeira é formado pelos juros cobrados do comprador. Os cartões de crédito, extremamente difundidos nos Estados Unidos e alcançando boa receptividade no Brasil, são também unia forma de crédito direto ao consumidor.0 financiamento de casas e apartamentos constitui o chamado crédito imobiliário. Envolve pouco risco, pois em geral o próprio imóvel é garantia do empréstimo, sob forma de hipoteca. As facilidades de crédito levam os consumidores à tentação de uma melhoria imediata do padrão de vida, dado o imediatismo do consumo a crédito. Nos casos de recessão prolongada ou de depressão econômica, no entanto, a tendência é de inadimplemento (ou falta de pagamento) generalizado, o que acaba por agravar a crise. 0 crédito ao governo baseia-se na expectativa de que os impostos futuros serão capazes de cobrir o valor do empréstimo e seus juros. Em geral, o governo obtém crédito por meio da emissão de títulos de dívida pública negociáveis (como as ORTNs). Já o financiamento de obras de infra-estrutura, como estradas e usinas, é conseguido junto a órgãos internacionais (como o Bird) e consórcios de bancos de grande porte. Finalmente, o crédito à produção baseia-se na suposição de que será pago por si mesmo, isto é, o investimento gerará meios necessários para o pagamento da dívida, seus encargos e ainda sobrará algo para o lucro. Os créditos à produção podem ser a curto prazo (crédito comercial) ou a longo prazo (crédito de investimento).0 crédito comercial, para pagamento no prazo de trinta a 129 dias, serve, na maioria dos casos, para a formação do capital de giro da empresa.0 crédito de investimento, a longo prazo, com vencimentos previstos para alguns anos, tem o papel de desenvolver determinadas áreas, inclusive proporcionando recursos para a pesquisa tecnológica. 0 crédito agrícola é feito a médio prazo (vencimento em um ano ou mais) e empregado na compra de insumos e implementos. 0 governo tem criado carteiras agrícolas, tanto nos bancos particulares como nos estatais, a juros subsidiados, com a intenção de desenvolver o setor.

CREDITO CONTINGENTE (ou Crédito Standby).Linha de crédito oferecida pelo Fundo Monetário Internacional aos países-membros, até o limite de suas respectivas cotas. É um empréstimo de curto prazo (geralmente um ano) e requer, para ser liberado, uma carta de intenções do país que solicita o crédito.

CRÉDITO-PRÊMIO. Linha de crédito criada pelo governo federal para incentivar principalmente os setores ligados à exportação. Consiste num empréstimo feito pelo Banco Central e que corresponde a uma porcentagem dos aumentos de faturamento das empresas exportadoras num dado período. Em 29/12/1982, por exemplo, o governo baixou um decreto-lei criando um crêdito-prêmio de 10% para as empresas que conseguissem converter seus empréstimos em moeda estrangeira em investimentos. no país (por exemplo, na compra de suas ações), diminuindo assim a dívida externa. 0 pagamento do crédito-prêmio é feito pelo sistema de desconto da receita tributária: os bancos descontam o pagamento do empréstimo do volume de impostos que arrecadam das empresas para o Tesouro Nacional.

CRÉDITO SUBSIDIADO. Tipo de empréstimo feito pelo governo a uma taxa de juros menor que a vigente no mercado. Pode ser implícito ou explícito.0 implícito, destinado principalmente aos financiamentos agropecuários e às exportações, corresponde à diferença entre as taxas de juros normais desses empréstimos e o custo real pago pelo governo para a captação desse dinheiro. Crédito subsidiado explícito são os fundos aplicados em programas especiais como o Proagro, o Proterra e o Fundag, criados para incentivar certas regiões ou atividades econômicas por meio de empréstimos

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a taxas de juros extremamente baixas, variando entre 12 e 25%. Atualmente, o crédito subsidiado (implícito e explícito) corresponde a 60% de todo o crédito concedido (2,5 trilhões; de cruzeiros, em 1982, contra 4,2 trilhões do total de créditos aprovados). Todavia, com o programa de estabilização financeira proposto pelo Plano Collor, lançado em 15/3/1990, foram cortadas todas as formas de crédito subsidiado, principalmente os que eram dados à agricultura e às exportações, em conformidade com a medida provisória n' 161, aprovada pelo Congresso.

CRÉDITO SUPLEMENTAR. Crédito destinado a reforçar as dotações consignadas no Orçamento emvigor. A abertura de crédito suplementar depende de prévia autorização legislativa.

MERCADO DE CAPITAISToda a rede de Bolsas de Valores e instituições financeiras (bancos, companhias de investimento e de seguro) que opera com compra e venda de papéis (ações, títulos de dívida em geral) a longo prazo.Tem a função de canalizar as poupanças da sociedade para o comércio, a indústria e outras atividades econômicas e para o próprio governo. Distingue-se do mercado monetário, que movimenta recursos a curto prazo, embora ambos tenham muitas instituições em comum. Os países capitalistas mais desenvolvidos possuem mercados de capitais fortes e dinâmicos. A fraqueza desse mercado nos países subdesenvolvidos dificulta a formação de poupança, constitui um sério obstáculo ao desenvolvimento e obriga esses países a recorrer aos mercados de capitais internacionais, sediados nas potências centrais.

6) NOÇÕES DE POLITICA ECONOMICA, MONETÁRIA

MERCADO MONETÁRIODesigna o setor do mercado financeiro que opera a curto prazo. Compõe-se da rede de entidades ou órgãos financeiros que negociam títulos e valores, concedendo empréstimos a empresas ou particulares, a curto ou curtíssimo prazo, contra o pagamento de juros. Além dos bancos comerciais e das empresas financeiras de crédito, o mercado monetário compreende também o mercado paralelo e o mercado de divisas. 0 movimento financeiro a longo prazo caracteriza outro segmento, o do mercado de capitais.

Política econômica é o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um país, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico, o pleno emprego, equilibrar o volume financeiro das transações econômicas com o exterior, garantir a estabilidade de preços, o controle da inflação e promover a distribuição da riqueza e da renda.Podemos definir, também, como: conjunto de intervenções do governo de um país em sua economia, procurando alcançar certos objetivos.Dependendo desses objetivos, a política econômica pode ser chamada de:ESTRUTURAL: quando visa modificar a estrutura econômica do país, chegando a regular o funcionamento dos mercados, extinguir ou criar empresas públicas e alterar a distribuição de renda.DE ESTABILIZAÇÃO CONJUNTURAL: quando objetiva administrar uma depressão econômica, combater inflação e escassez de produtos.DE EXPANSÃO: quando visa a manutenção ou a aceleração do desenvolvimento econômico.Para alcançar seus objetivos, o governo utiliza diversos instrumentos (meios). A política econômica pode ser classificada em Política Fiscal, Política Externa, Política de Rendas e Política Monetária.Política Fiscal:Conjunto de decisões e ações relacionadas com os gastos (despesas) dos governos federal, estadual e municipal arrecadação de impostos (receitas).A política fiscal centraliza suas preocupações nos gastos do setor público e nos impostos cobrados da sociedade, buscando o equilíbrio entre a arrecadação e as despesas governamentais, para atingir os objetivos macroeconômicos e sociais. Caso as receitas sejam superiores à soma das despesas, diz-se que o governo tem m superávit fiscal primário e, caso sejam inferiores, um déficit fiscal primário. Política Externa:

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Conjunto de medidas que tem por objetivo manter o equilíbrio do balanço de pagamentos do país, proteger setores em desenvolvimento e desenvolver relações comerciais com outros países.Pode ser subdividida em política cambial e política comercial: Cambial: conjunto de medidas e ações do governo federal que influem no comportamento do mercado de câmbio e da taxa de câmbio.Comercial: conjunto de medidas que afetam o comércio com outras nações, inclusive a adoção de cotas, aberturas de linhas de crédito para importação e exportação.Política de Rendas: Conjunto de medidas que têm por objetivo a redistribuição da renda, a garantia de renda mínima a determinados setores ou classes sociais, a redução do nível das tensões inflacionárias etc.Exemplos de políticas de rendas adotadas no Brasil: Política de Preços Mínimos – garante um preço mínimo aos produtos agropecuários -, Política Salarial, Política de Controle de Preços, etc. Política Monetária:Conjunto de medidas para controlar o volume da liquidez global à disposição dos agentes econômicos. Neste caso, liquidez quer dizer “quantidade de dinheiro que circula na economia”.Instrumentos de Política Monetária O governo atua sobre a quantidade de moeda, de crédito e sobre o índice das taxas de juros de sua economia. Para isso, utiliza os seguintes instrumentos: Operações de mercado aberto: também conhecida como open-market. Por meio desse instrumento o Bacen regula o fluxo de moeda via compra e venda dos títulos públicos federais – chamados de títulos da dívida pública. Fluxo de moeda é o movimento de entrada e saída de moeda de um mercado. É um instrumento bastante versátil por acomodar as variações diárias de liquidez.Redesconto: também chamada de empréstimo de liquidez. Trata-se de uma linha de crédito do Bacen destinada às instituições financeiras, com o objetivo de suprir eventuais necessidades de caixa. Depósito Compulsório: é o percentual sobre produtos financeiros (depósitos à vista, depósitos a prazo, poupança, etc) que os bancos são obrigados a recolher ao Bacen. Com estes instrumentos o Bacen pode aumentar ou diminuir reservas bancárias em pouco tempo.

NOÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIAConjunto de medidas adotadas pelo governo visando a adequar os meios de pagamento disponíveis às necessidades da economia do país. Essa adequação geralmente ocorre por meio de uma ação reguladora exercida pelas autoridades sobre os recursos monetários existentes, de tal maneira que estes sejam plenamente utilizados e tenham um emprego tão eficiente quanto possível. Na maior parte dos países, o principal órgão executor da política monetária é o Banco Central, entidade do Estado ou dele dependente, encarregada da emissão de moeda, da regulação do crédito, da manutenção do padrão monetário e do controle de câmbio. De maneira geral, esse órgão põe ao alcance dos bancos os mesmos serviços que eles prestam a seus clientes.A política monetária pode recorrer a diversas técnicas de intervenção, controlando a taxa de juros por meio da fixação das taxas de redesconto 'cobradas dos títulos apresentados pelos bancos, regulando as operações de open market ou impondo aos bancos o sistema de reservas obrigatórias (depósitos compulsórios) para garantir a liquidez do sistema bancário. Em relação ao crédito, podem ser adotadas medidas restritivas ou práticas seletivas. As primeiras geralmente ocorrem em períodos de elevada inflação ou crise no balanço de pagamentos e consistem na fixação dos limites de crédito bancário e na redução dos prazos de pagamento dos empréstimos.As práticas seletivas, por sua vez, visam sobretudo a direcionar o crédito para as atividades mais rentáveis e produtivas da economia. No Brasil e em outros países, a política monetária constitui atualmente um instrumento de combate aos surtos inflacionários. Sua maior eficácia em relação às outras políticas econômicas se deve à flexibilidade com que pode ser aplicada e ao conjunto de medidas práticas que põe ao alcance das autoridades, desobrigando-as de submeter suas decisões ao legislativo. Convém ressalvar, no entanto, que essa "autonomia monetarista", se levada ao extremo, pode ocasionar graves distorções e resultados muitas vezes desastrosos. É o que afirmam, num pólo do pensamento econômico, os defensores das reformas estruturais, para agilizar a economia; e, no outro polo, os partidários da escola de Chicago, para quem a regulação da atividade econômica deve ser exercida pelo rígido controle do crescimento da massa monetária, que deveria aumentar em conformidade com uma taxa previamente determinada ou limitada a uma estreita faixa de variação.

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Instrumentos de Política MonetáriaO Banco Central muitas vezes se encontra em situações nas quais necessita por determinadas razões expandir ou contrair a base monetária (quantidade de moeda que circula na economia). Muitas vezes, o governo tem o interesse de fomentar a atividade econômica interna e, para isso, pode utilizar uma política monetária mais frouxa, que estimule o crescimento econômico. Da mesma maneira, quando o interesse do governo é frear a atividade econômica, o Banco Central pode, através de determinados instrumentos de política monetária, contrair a base monetária. Existem três instrumentos, pelos quais o Banco Central realiza política monetária: open market, depósito compulsório e taxa de redesconto. Quando o governo deseja expandir o crescimento econômico, pode realizar um deles ou todos simultaneamente. Uma prática comum é combinar tais políticas monetárias com políticas fiscais, aumentando seus gastos. Atualmente, há no governo uma forte preocupação inflacionaria. Portanto, a postura do governo têm sido contrair a base monetária para frear o crescimento da economia. Ao fazer isto, ele garante que menos dinheiro ficará disponível para a população realizar seus gastos. Assim, os gastos diminuem e os preços tendem a se estabilizar com a redução da demanda.Veja como funciona cada um dos instrumentos de política monetária:

Open MarketO Banco Central muitas vezes entra no mercado para comprar ou vender títulos, esta política é chamada de open market (mercado aberto). Quando o Banco Central tem o objetivo de expandir a base monetária, entra no mercado comprando títulos. Ao fazer isto, ele coloca em circulação um determinado montante de dinheiro que estava em seu poder. Com mais dinheiro em mãos, ou seja, com uma renda maior, a população irá comprar mais, viajar mais, investir mais, resumindo, irá gastar mais. Isso tem um efeito muito positivo para o crescimento econômico, já que os vendedores irão encomendar mais de seus fornecedores, estes irão por sua vez comprar mais mercadorias das fábricas. Os empresários irão contratar mais pessoas para realizar a produção e por sua vez encomendar mais matéria prima. O agricultor irá contratar mais ajudantes, comprar mais fertilizantes e a economia toda cresce. Os trabalhadores irão receber uma massa maior de salários e gastar ainda mais e então todo o processo se repetirá. A situação contrária ocorre quando o Banco Central coloca títulos à venda. Ao vender títulos, o Banco Central recolhe dinheiro das mãos da população. As pessoas se sentem menos estimuladas à gastar e, consequentemente, o nível de atividade diminui.

Depósito CompulsórioO depósito compulsório é uma taxa fixada pelo Banco Central, que determina que uma parte dos depósitos à vista feita pela população nos bancos comerciais vai para o caixa do Banco Central. Este, por sua vez, pode aumentar ou diminuir a taxa do depósito compulsório de acordo com seus interesses. Mas a mudança só vale para os novos depósitos.Quando o Banco Central diminui a taxa do compulsório, o montante que os bancos comerciais devem enviar para o Banco Central diminui. Com isso, eles conseguem reter um montante maior para emprestar. Ou seja, a quantidade de crédito disponível à população aumenta. Com isso, mais dinheiro fica disponível para a população e a base monetária se expande, e a partir daí, os gastos aumentam e a economia cresce como um todo.Quando o Banco Central aumenta a taxa do compulsório, ocorre a situação inversa. Os bancos comerciais vão dispor de menos recursos para emprestar. O crédito disponível para a população diminui e a base monetária se contrai, desacelerando a economia.Taxa de redescontoA taxa de redesconto é a taxa de juros cobrada pelo Banco Central nos empréstimos aos bancos comerciais. Muitas vezes os bancos comerciais necessitam de empréstimos de curto prazo para cumprir alguns compromissos que, por falta de liquidez no período, não teriam como cumprir. O Banco Central funciona como uma espécie de emprestador de última instância para os bancos comerciais.Quando o intuito do Banco Central é injetar dinheiro no mercado, ou seja expandir a base monetária, ele abaixa

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a taxa de redesconto. Os bancos comerciais se sentirão mais estimulados a pegar mais empréstimos com o Banco Central e com isso, irão reservar uma parte maior de seus recursos para empréstimos e reservarão uma menor parte para as necessidades de curto prazo. Como conseqüência, o crédito disponível aumenta, a base monetária também, e a economia é aquecida.Quando o Banco Central aumenta a taxa de redesconto, os bancos comerciais irão reservar uma maior parte de seus recursos para o cumprimento de suas necessidades de curto prazo e diminuirão o montante reservado aos empréstimos. Com isso, a base monetária se contrai e a economia desacelera.

OBS: O que é a Base MonetáriaA Base Monetária é usualmente entendida como a quantidade de moeda que circula na economia. Este conceito não é totalmente correto. O Banco Central é o responsável pela criação e destruição da Base Monetária. Portanto, a Base Monetária é igual ao estoque de moeda emitida pelo Banco Central desde seu início. Na prática porém, esta emissão não ocorre voluntariamente em benefício de um agente econômico, mas sim em resposta a uma operação em que o Banco Central receberá algo em troca. Vamos explicar isto melhor:A Base Monetária é o passivo do Banco Central. Não é um direito, mas uma obrigação. Por exemplo: um exportador que acaba de receber o pagamento da venda de seu produto em dólares procura o Banco Central para trocar seus dólares por reais. Os dólares que o Banco Central recebe vão aumentar as reservas internacionais do país, que tornam-se propriedade, são o ativo, do Banco Central. Da mesma maneira, esta emissão feita ao exportador aumenta a Base Monetária, o passivo, compromisso do Bacen.O exemplo contrário é o do importador que possui reais e deseja obter dólares para efetuar os pagamentos necessários no exterior. Neste caso, o Banco Central cederá divisas, diminuindo o seu ativo, e ao mesmo tempo adquirirá reais, caindo o montante de suas obrigações (passivo).A Base Monetária é contabilmente igual ao papel moeda em poder do público mais as reservas bancárias compulsórias dos bancos comerciais recolhidas pelo Banco Central. Consideram-se papel moeda em poder do público tanto o dinheiro que está efetivamente nas mãos dos cidadãos quanto o que está no caixa dos bancos para suprir os saque que serão feitos. As reservas bancárias compulsórias recolhidas pelo Banco Central são obrigações dos bancos comerciais, que devem legalmente separar uma parte pré-determinada dos depósitos à vista do público, sob a forma de depósito compulsório que é remetido ao Banco Central.

O que faz a Base Monetária se alterar?Um depósito à vista de um agente particular não altera a Base Monetária. Este depósito deixa a forma de papel moeda em poder do público e passa para a forma de reservas bancárias compulsórias no Bacen e reservas bancárias no caixa dos bancos. Portanto, neste caso, não houve variação da Base Monetária.Por outro lado, se a empresa recebe dólares em decorrência de uma exportação e procura o Banco Central para trocá-los por moeda nacional, o Banco Central recolhe os dólares, aumentando seu ativo, e cede reais à empresa, aumentando a Base Monetária.

FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROJURO. Remuneração que o tomador de um empréstimo deve pagar ao proprietário do capital emprestado.Quando o juro é calculado sobre o montante do capital, é chamado de juro simples. Para o cálculo do juro composto, o juro vencido e não pago é somado ao capital emprestado, formando um montante sobre o qual é calculado o juro seguinte.Suponhamos um empréstimo de R$ 1000,00 a 5% ao ano, por um período de três anos. Se o contrato estabelecer juros simples, o resultado será: juros simples = 3 X 5% de R$ 1000,00 = R$ 150,00Se o juro for composto, o resultado será:juros do 1º ano = 5% de R$ 1000,00 = R$ 50,00juros do 2º ano = 5% de R$ 1050,00 = R$ 52,50juros do 3º ano = 5% de R$ 1102,50 = R$ 55,125R$ 157,625 0 juro composto (R$ 157,625) é maior do que o juro simples (R$ 150,00). Na medida em que o juro composto é calculado sobre um montante cada vez maior, seu resultado será sempre maior do que o juro

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simples. 0 cálculo do juro composto pode ser simplificado mediante a fórmula j = c(1+i)n - c, onde jé o juro a ser calculado; c é o capital emprestado; i é a taxa de juro; n é o número de períodos (um ano, uma semana etc.) ou intervalos nos quais o juro é composto. No exemplo anterior, o cálculo do juro composto seria o seguinte: j = R$ 1000 (1+0,05) - R$ 1000 = 157,625. Do ponto de vista teórico, os economistas clássicos como Adam, Smith, Ricardo e Marx associam de alguma forma a taxa de juro à taxa de lucro. Marx, por exemplo, considera o juro a participação financeira no lucro (forma de expressão da mais-valia) do capitalista produtivo, e afirma que a taxa de juro deve ser inferior à taxa média de lucro, resultante da produção capitalista. Os economistas clássicos atribuíam a cobrança de juros à produtividade do capital, ou seja, ao lucro que o capital proporciona a quem o possui. A cobrança também foi considerada o pagamento de um serviço, isto é, da possibilidade de dispor de um capital. Outros viram na cobrança de juros uma compensação pela "espera", ou seja, uma compensação pelo fato de o dono do capital deixar de dispor desse dinheiro.Keynes explicou a cobrança de juros pela escassez de capital (fator objetivo) e por um elemento subjetivo, a "renúncia" do dono do capital à liquidez. As várias correntes econômicas também se posicionam sobre as variações da taxa de juros. Para os economistas clássicos, essas variações são decorrência das variações na taxa de lucro, cujo movimento acompanham. Na teoria marginalista, a taxa de juros vem associada à taxa de lucro marginal e não à taxa de lucro médio. A contribuição decisiva para a teoria do juro foi oferecida por John M. Keynes, para quem a quantidade de moeda, aliada à preferência pela liquidez, é que determina a taxa de juros. Esta seria determinada pela oferta e procura da moeda, que tanto pode ser utilizada em investimentos quanto em consumo ou especulação. A consequência prática da teoria keynesiana do juro foi possibilitar a manipulação da oferta monetária disponível e, consequentemente, alterar a taxa de juros, transformada em instrumento de uma política de desenvolvimento econômico ou de combate à inflação. Alguns keynesianos propuseram a instituição de uma taxa de juros alta, atuando como fator de desestímulo ao gasto de recursos escassos e de incentivo à poupança. A essa posição contrapôs-se o próprio Keynes, quando considerou que a extensão da poupança é determinada pelo fluxo de investimento e este, por sua vez, cresce com uma taxa de juros baixa. A política econômica ideal seria a de baixar a taxa de juros até o ponto em que, em relação à curva de lucro, alcançasse o mais alto nível de atividade econômica, com pleno emprego. Deve-se dizer, porém, que a determinação da taxa de juros como instrumento de política econômica tem sido considerada pouco eficaz, uma vez que o peso do juro no custo da produção não é significativo. Antes da expansão comercial e do desenvolvimento do capitalismo, a cobrança de juros constituía, um problema ético. Chamada de usura, era terminantemente proibida pela Igreja na Idade Média. Mas, com a expansão do comércio, as novas exigências de capitais mais vultosos estimularam a cobrança de juros. A reboque dos fatos, a Igreja teve de fazer concessões e passou a proibir somente a cobrança de juros em empréstimos destinados ao consumo pessoal. No século XVI, a reforma calvinista aceitou e justificou "teologicamente" a cobrança de juros, mas foi somente no século XVIII que os estudiosos começaram a buscar uma justificativa econômica para a cobrança de juros sobre os empréstimos monetários. Embora ainda existam limites para a cobrança de juros, esses limites, atualmente, possuem finalidade econômica e são estabelecidos pelas autoridades monetárias de cada país. No Brasil, a Constituição de 1988 estabeleceu que o juro real máximo a ser cobrado pelo sistema financeiro é de 12% ao ano. Esse dispositivo constitucional necessita de lei complementar para ser regulamentado, uma vez que a Constituição não esclarece o que significa juro real nem estabelece as sanções para aqueles que infringirem a norma. Veja também Keynes, John Maynard; Marx, Karl Heinfich; Renda; Tabela Price.

JURO BANCÁRIO. A taxa de juros cobrada pelos bancos nas operações efetuadas junto aos clientes varia com o tipo de operação realizada: cheque especial, empréstimo pessoal, desconto de duplicata, capital de giro etc. Os valores são, em geral, fixados pelos movimentos do mercado, isto é, giram em torno de taxas comuns a todos os bancos, com pequenas variações conforme a política de cada estabelecimento.

JURO NOMINAL. É o juro correspondente a um empréstimo ou financiamento, incluindo a correção monetária do montante emprestado. Quando a inflação é zero, inexistindo correção monetária, o juro nominal é equivalente ao juro real.

JURO REAL. É o juro cobrado ou pago sobre um empréstimo ou financiamento, sem contar a correção monetária

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do montante emprestado.

JUROS DE MORA. juros decorrentes da mora, isto é, do atraso no pagamento de algo, em consequência de ato do devedor.

JUROS EXATOS. São aqueles incidentes tomando-se por base um ano de 365 dias.

JUROS FLUTUANTES. Vigentes no mercado no momento do pagamento dos juros das dívidas contraídas.Ao contrário dos juros fixos, pagos durante todo o período do empréstimo, de acordo com uma taxa preestabelecida em contrato, os juros flutuantes trazem surpresas muito desagradáveis para os devedores, pois podem elevar-se acentuadamente antes do término do pagamento de um empréstimo, onerando extraordinariamente o serviço da dívida, como aconteceu com o Brasil no final dos anos 70 e início dos anos 80.

Taxas de Juros: Função e Formação de Preço

· Taxa Básica Financeira (TBF) · Taxa Referencial (TR) · Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) · Taxa Over Selic · Taxas Extintas a partir de Março de 1999:

o Taxa Básica do Banco Central (TBC) o Taxa de Assistência do Banco Central (Tban)

Taxa Básica Financeira (TBF)

· Criada em Junho de 1995 · Alongar o perfil das aplicações em títulos através da criação de uma taxa de juros superior à TR · Baseada numa amostra das 30 maiores instituições financeiras por volume de captação de depósitos a

prazo Taxa Referencial (TR) Criada no Plano Collor II

· Taxa básica referencial dos juros a ser praticada no mês iniciado · Não funciona como um índice que reflita a inflação do mês anterior · Passa a ser o referencial para o rendimento da Caderneta de Poupança e do FGTS

Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP)

· Criada em Novembro de 1994 · Estimular os investimentos nos setores de infra-estrutura e consumo · TJLP é aplicada a 3 fundos compulsórios (PIS/PASEP, FAT e Fundo de Marinha Mercante) e nas linhas do

BNDES · TJLP = válida para empréstimos de Longo Prazo · Custo é variável mas a TJLP permanecerá fixa por pelo menos 3 meses · Cálculo da TJLP é uma média ponderada de títulos da dívida externa federal (prazo mínimo de resgate

de 2 anos) e títulos da dívida pública mobiliária interna federal (prazo superior a 6 meses) · A partir de Janeiro de 1999 a TJLP passou a ser calculada com base na inflação média prevista para os

próximos 12 meses (Meta de Inflação) acrescida de um prêmio de risco. Taxa Over Selic

· É a taxa Prime do mercado (regula as operações diárias com títulos públicos federais) · A taxa Selic pode ser considerada como a BASE do custo do dinheiro da economia. · A partir de 1996 deixou de ser definida pelo Banco Central e passou a ser determinada pelos

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mecanismos de mercado a partir do conceito de oferta e demanda por liquidez. · A partir de Março de 1999 com a extinção das TBC (limite inferior) e Tban (limite superior) a Taxa Selic

voltou a ter sua função de taxa básica referencial do sistema financeiro Taxa Básica do Banco Central (TBC)

· TBC foi criada para alterar o controle dos juros no mercado aberto (sinalizar patamar mínimo) · Bancos fariam os ajustes das taxas do dia entre si dependendo das situação de liquidez do mercado · Corrigida os empréstimos de redesconto concedidos às instituições financeiras · Balizava o custo do financiamento diário das carteiras de títulos públicos · Substituiu a taxa Selic como piso de referência para o mercado · Extinta em 05 de Março de 1999

Taxa de Assistência do Banco Central (Tban)

· Criada junto com a TBC para estabelecer limites de custo dos recursos de redesconto · Taxa “teto” para o mercado · Fixada mensalmente pelo COPOM (junto com a TBC) · Extinta em 5 de Março de 1999

7) MERCADO FINANCEIRO

Designa o setor do mercado financeiro que opera a curto prazo. Compõe-se da rede de entidades ou órgãos financeiros que negociam títulos e valores, concedendo empréstimos a empresas ou particulares, a curto ou curtíssimo prazo, contra o pagamento de juros. Além dos bancos comerciais e das empresas financeiras de crédito, o mercado monetário compreende também o mercado paralelo e o mercado de divisas. 0 movimento financeiro a longo prazo caracteriza outro segmento, o do mercado de capitais.

NOÇÕES DE POLÍTICA ECONÔMICAConjunto de medidas tomadas pelo governo de um país com o objetivo de atuar e influir sobre os mecanismos de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Embora dirigidas ao campo da economia, essas medidas obedecem também a critérios de ordem política e social - na medida em que determinam, por exemplo, quais, segmentos da sociedade se beneficiarão com as diretrizes econômicas emanadas do Estado. 0 alcance e o conteúdo de uma política econômica variam de um país para outro, dependendo do grau de diversificação de sua economia, da natureza do regime social, do nível de atuação dos grupos de pressão (partidos, sindicatos, associações de classe e movimentos de opinião pública). Finalmente, a política econômica depende da própria visão que os governantes têm do papel do Estado no conjunto da sociedade. De maneira geral, podem-se classificar as políticas econômicas em três tipos, segundo os objetivos governamentais: estruturais, de estabilização conjuntural e de expansão.A política estrutural está voltada para a modificação da estrutura econômica do país (podendo chegar até mesmo a alterar a forma de propriedade vigente), regulando o funcionamento do mercado (proibição de monopólios e trustes) ou criando empresas públicas, regulamentando os conflitos trabalhistas, alterando a distribuição de renda ou nacionalizando empresas estrangeiras. A política de estabilização conjuntural visa à superação de desequilíbrios ocasionais. Pode envolver tanto uma luta contra a depressão como o combate à inflação ou à escassez de determinados produtos. A política de expansão tem por objetivo a manutenção ou a aceleração do desenvolvimento econômico. Nesse caso, podem ocorrer reformulações estruturais e medidas de combate à inflação, proteção alfandegária e maior rigor na política cambial contra a concorrência estrangeira. Cada uma dessas modalidades apóia-se numa corrente ou mais de pensamento econômico e liga-se a critérios políticos e ideológicos. Essa subordinação das decisões governamentais a posições teóricas acompanhou todo o desenvolvimento do capitalismo, desde o mercantilismo, passando pelo liberalismo econômico - laissez-faire – e intensificando-se após a crise econômica de 1929, quando o Estado passou a intervir diretamente na economia para controlar as

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crises cíclicas do sistema e promover e orientar o desenvolvimento.

NOÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIAConjunto de medidas adotadas pelo governo visando a adequar os meios de pagamento disponíveis às necessidades da economia do país. Essa adequação geralmente ocorre por meio de uma ação reguladora exercida pelas autoridades sobre os recursos monetários existentes, de tal maneira que estes sejam plenamente utilizados e tenham um emprego tão eficiente quanto possível. Na maior parte dos países, o principal órgão executor da política monetária é o Banco Central, entidade do Estado ou dele dependente, encarregada da emissão de moeda, da regulação do crédito, da manutenção do padrão monetário e do controle de câmbio. De maneira geral, esse órgão põe ao alcance dos bancos os mesmos serviços que eles prestam a seus clientes.A política monetária pode recorrer a diversas técnicas de intervenção, controlando a taxa de juros por meio da fixação das taxas de redesconto 'cobradas dos títulos apresentados pelos bancos, regulando as operações de open market ou impondo aos bancos o sistema de reservas obrigatórias (depósitos compulsórios) para garantir a liquidez do sistema bancário. Em relação ao crédito, podem ser adotadas medidas restritivas ou práticas seletivas. As primeiras geralmente ocorrem em períodos de elevada inflação ou crise no balanço de pagamentos e consistem na fixação dos limites de crédito bancário e na redução dos prazos de pagamento dos empréstimos.As práticas seletivas, por sua vez, visam sobretudo a direcionar o crédito para as atividades mais rentáveis e produtivas da economia. No Brasil e em outros países, a política monetária constitui atualmente um instrumento de combate aos surtos inflacionários. Sua maior eficácia em relação às outras políticas econômicas se deve à flexibilidade com que pode ser aplicada e ao conjunto de medidas práticas que põe ao alcance das autoridades, desobrigando-as de submeter suas decisões ao legislativo. Convém ressalvar, no entanto, que essa "autonomia monetarista", se levada ao extremo, pode ocasionar graves distorções e resultados muitas vezes desastrosos. É o que afirmam, num pólo do pensamento econômico, os defensores das reformas estruturais, para agilizar a economia; e, no outro polo, os partidários da escola de Chicago, para quem a regulação da atividade econômica deve ser exercida pelo rígido controle do crescimento da massa monetária, que deveria aumentar em conformidade com uma taxa previamente determinada ou limitada a uma estreita faixa de variação.

DEBÊNTURES → Debêntures é título de massa, emitido pelas sociedades por ações que asseguram, a seu titular, um direito de crédito contra a companhia, nas condições constantes da escritura de emissões e do certificado. A debênture é, mais especificadamente, um título de crédito ao portador, formal e privilegiado, emitido em séries uniformes, pelas sociedades anônimas ou em comandita por ações, garantindo aos compradores remuneração certa em prazos definidos, sendo representativos de empréstimos amortizáveis, contraídos em longo prazo mediante garantia de todo o ativo da sociedade, especialmente, porém não obrigatório, abonados por hipotecas, penhores ou anticreses, obrigações ou obrigações ao portador.

O valor total das emissões de debêntures não poderá ultrapassar o capital social da companhia, excetuados os casos previstos em lei especial .

Com a prévia aprovação do banco central as companhias brasileiras poderão emitir debêntures no exterior com valor real ou flutuante de bens situados no país.

As companhias, ou sociedades anônimas, podem emitir debêntures, que conferem aos seus titulares direito de crédito contra elas, nas condições constantes da escritura de emissão, e elas podem emitir debêntures no exterior com garantia real ou flutuante de bens situados no país.

ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS AO TÍTULO

·Denominação, sede, prazo de duração e objeto da companhia;·Data da constituição da companhia e do arquivamento e publicação dos seus atos constitutivos;·Data da publicação da ata da assembléia geral que deliberou sobre a emissão;

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·Data e ofício do registro de imóveis em que foi inscrita a emissão;·Denominação: debênture e a indicação da sua espécie, pelas palavras, com garantia real, com garantia

flutuante, sem preferência ou subordinada;·Designação da emissão e da série; número de ordem;·Valor nominal e a cláusula de correção monetária e, se houver condições de vencimento, amortização, resgate,

juros, participação no lucro ou prêmio de reembolso, e época em que serão devidos;·Condições de conversibilidade em ações se forem o caso;·Nome do debenturista e declaração de transferibilidade da debênture mediante endosso, se endossável;·Nome do agente fiduciário dos debenturistas se houver;·Data da emissão do certificado e assinatura de 2 (dois) diretores da companhia; ·E autenticação do agente fiduciário, se for o caso.

Observações → A companhia, consoante o Art. 65 da Lei 6.404/76, poderá emitir certificados múltiplos (2,5,100,1000,..) de debêntures e, provisoriamente, cautelas que as representem, satisfeitos os requisitos anteriores; o agente fiduciário representa, nos termos da Lei 6.404/76 e da escritura da emissão, a comunhão dos debenturistas perante a companhia emissora. Entre os seus deveres, figura o de proteger os direitos e interesses dos debenturistas, empregando, no exercício da função, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios bens.

PRAZOS

·Mínimo: 1 (um) ano: debêntures não conversíveis;·Três (3) anos: debêntures conversíveis; ·Máximo: não há fixação, exceto quando se destinarem a financiamento de capital de giro. Neste caso, o prazo

máximo é de 5 (cinco) anos.

FATO GERADOR → A emissão de debêntures para subscrição pública depende de prévia autorização da CVM. Deliberação da assembléia geral que deverá fixar, observado o que a respeito dispuser o estatuto e as características gerais de cada emissão. É vedado às instituições financeiras emitir debêntures - exceto as que não recebem depósitos - e partes beneficiárias.

As instituições financeiras e demais entidades autorizadas a financiar pelo BACEN somente poderão Subscrever, adquirir ou intermediar debêntures destinadas à subscrição pública, com exceção das debêntures conversíveis em ações decorrente do exercício do direito de preferência previsto na Lei 6.404/76.

FORMA

·Nominativas e escriturais, sendo transmissíveis somente por endosso em preto;·Garantia real: representada por bens do ativo da sociedade emitente, devidamente registrados para esse fim;

garantia flutuante: representada por bens do ativo da sociedade, porém com prescrição de rotatividade daqueles bens, geralmente perecíveis;

·Sem preferência ou quirografária: sem as vantagens dos dois tipos anteriores, que asseguram privilégio geral sobre todo o ativo da companhia. Em caso de falência, deverão os debenturistas sem preferência habilitarem-se como quirografários;

·Subordinada: não goza a debênture de garantia e, em caso de liquidação da companhia, o debenturista preterirá apenas aos acionistas no ativo remanescente;

·Debêntures simples: resgatáveis exclusivamente em dinheiro;·Debêntures conversíveis em ações: resgatáveis em dinheiro ou, à opção do debenturista, conversíveis em ações

da sociedade emitente.

Observações:

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94 Conhecimentos Bancários Específicos

·Existem limites para emissões de debêntures, especificados no Art. 60 da Lei 6.404/76, a saber:·Com garantia real: capital social + 80% (oitenta por cento) do valor dos bens gravado;·Com garantia flutuante: capital social + 70% (setenta por cento) do valor contábil do ativo da companhia,

menos dívidas garantidas por direitos reais;·Sem preferência: até o valor do capital social;·Subordinada: sem limitação.RENTABILIDADE → As debêntures somente podem ter por remuneração:

·Taxa de juros prefixados;·Taxa Referencial (TR) ou Taxa Básica Financeira (TBF), observado o prazo mínimo de 90 (noventa) dias para

vencimento ou período de repactuação;·Taxa de juros flutuantes, nos termos da Res. CMN 1.145/86, observando o prazo mínimo de 120 (cento e vinte)

dias para vencimento ou período de repactuação, admitindo-se que os intervalos de reajuste da taxa utilizada como referencial ocorram em prazo não inferior a 30 (trinta) dias. A taxa deve ser regularmente calculada e baseia-se em operações contratadas a taxas de mercado prefixadas, com prazo não inferior ao período de reajuste estipulado contratualmente.

·Taxa de juros fixa e cláusula de atualização com base em índices de preços, atendido o prazo mínimo de um ano para vencimento ou período de repactuação. O índice de preços deve ter série regularmente calculada a e ser de conhecimento público. A periodicidade de aplicação da cláusula de atualização não pode ser inferior a um ano. O pagamento correspondente a atualização somente pode ocorrer por ocasião do vencimento ou repactuação das debêntures.

É vedada a previsão contratual de mais de uma base de remuneração ou mais de um índice de preços, exceto na hipótese de extinção daquela estabelecido.

É vedada a emissão, a partir de 01.07.95, de debêntures com cláusula de variação cambial.

É vedada a emissão de debêntures por sociedades de arrendamento mercantil e por companhias hipotecárias com base em taxa de juros fixa e cláusula de atualização estabelecida em índice de preços. Assim como pelas demais sociedades anônimas o estabelecimento de remuneração com base na TR ou TBF.

Devem ser observados períodos mínimos de 30 (trinta) dias para o pagamento de rendimentos das debêntures. O prêmio das debêntures somente pode ser pago com observância do prazo mínimo de 4 (quatro) meses da data de sua emissão, obedecido idêntico prazo entre pagamento, não podendo ter como base índice de preços, a TR, a TBF ou qualquer referencial baseado em taxa de juros.

·DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS ABERTAS E COMPANHIAS FECHADAS

As COMPANHIAS ABERTAS têm seus valores mobiliários negociados em bolsas de valores ou no mercado de balcão, sendo-lhes permitido captar recursos junto ao público investidor.

Em razão da possibilidade de captação de recursos junto ao público investidor, as companhias abertas submetem-se a uma série de obrigações específicas, impostas por lei e dispositivos regulamentares, expedidos, principalmente, pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM (autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385, de 07/12/1986, tendo por objetivo a normatização, a regulamentação, o desenvolvimento, o controle e a fiscalização do mercado de valores mobiliários no Brasil), cuja finalidade precípua é a proteção do investidor.

Assim, enquanto as companhias fechadas têm grande liberdade para estabelecerem suas regras de funcionamento da forma que melhor atenda aos interesses de seus acionistas, as companhias abertas sofrem

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determinadas restrições, gozando de menor flexibilidade para a elaboração de regras próprias de funcionamento no estatuto social.

Para que uma companhia de capital fechado passe a ter capital aberto , é suficiente que os valores mobiliários de sua emissão estejam admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.

As companhias abertas devem, além de respeitar os preceitos da Lei das Sociedades por Ações, obter os registros necessários para negociação de seus valores mobiliários em Bolsa de Valores ou no Mercado de Balcão. Vale notar ainda, que apenas as companhias abertas poderão emitir recibos de depósitos (DR's), isto é, certificados representativos de suas ações, para negociação no mercado externo, possibilitando a captação de recursos de investidores estrangeiros.

UNDERWRITING → Subscrição (assinatura posta em um documento). No mercado financeiro descreve as operações financeiras nas quais os bancos intermediam o lançamento e distribuição de ações ou títulos de renda fixa para negociação o mercado de capitais. Underwriter é o mesmo que intermediário financeiro .

A legislação exige que a abertura de capital e a distribuição pública de valores sejam feitas por meio de um intermediário financeiro participante do sistema de distribuição – Corretora, distribuidora, banco de investimento ou banco múltiplo – que exerça o papel da operação. A atividade de intermediar a colocação de valores mobiliários – inclusive debêntures – no mercado é conhecida como underwriting.

Underwriter → operação de distribuição primária ou secundária de títulos.

·Mercado Primário – onde as companhias emitem seus títulos e os ofertam através de um banco. Se for uma companhia de capital fechado e o tiver abrindo, o processo é o mesmo.

·Mercado Secundário – onde o banco é contratado para colocar títulos já emitidos e pertencentes a uma pessoa ou jurídica.

Existem 4 tipos de underwriting:

·Best Efforts – Melhores Esforços - é o compromisso assumido pelo BI, como coordenador da operação, de enviar os melhores esforços para colocar os títulos no mercado. As instituições financeiras contratadas envidam os melhores esforços pela colocação dos títulos, a preço fixo (ou corrigido monetariamente), dentro de prazo que varia, normalmente, de 2 a 15 dias, não se responsabilizando pela subscrição de títulos não colocados.

·Standby – Garantia Residual - é o compromisso assumido pelo Banco de Investimento – BI – de subscrever os títulos que não conseguiram colocação, após determinado prazo;

·Garantia Firme – é o compromisso assumido pelo BI de garantir a colocação integra de uma quantidade de títulos, a um determinado preço. É um comprometimento formal por parte das instituições financeiras coordenadoras da operação de que colocarão um determinado lote de ações a determinado preço previamente pactuado entre as partes. A empresa tem garantido a subscrição total da emissão.;

·Book Building – é o leilão de propostas para colocação de títulos no País e no Exterior. As instituições financeiras contratadas realizam ampla consulta ao mercado, como objetivo de determinar volume de demanda a diversos níveis de preço.

FUNCIONAMENTO DO MERCADO À VISTA DE AÇÕES

Definição → São operações realizadas no Pregão ou no Telepregão, e que são liquidadas 2 (dois) dias úteis após o dia em que a operação é fechada, ou seja, ao final de dois dias, o comprador recebe as ações e o vendedor recebe o dinheiro, assim temos:

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Prazos de Liquidação:

·D = DIA DA REALIZAÇÃO DA OPERAÇÃO EM BOLSA, NO PREGÃO OU NO TELEPREGÃO.·D + 1 = LIQUIDAÇÃO FÍSICA (vendedor entrega os títulos na Corretora Vendedora).·D + 2 = LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA (comprador paga a operação na Corretora Compradora).Caso a operação não seja liquidada neste prazo, por falta do comprador (pagamento da operação), ou falta do vendedor não entrega os títulos, serão adotados os seguintes procedimentos:

·D + 2 e D + 3 = Entrega da ação com Atraso e com Multa;·D + 4 = Emissão da Ordem de Recompra (a Corretora compradora está autorizada a comprar as ações no

mercado e o valor da operação é debitado à Corretora vendedora faltosa);·D + 4 a D + 6 = Execução da Recompra;·D + 7 = Cancelamento da Recompra e Reversão Financeira da Operação (caso a Recompra não seja realizada, o

comprador recebe o dinheiro de volta, o que caracteriza a Reversão da operação).

OBS: A diferenças de preços, sempre serão debitadas à Corretora faltosa.

O MERCADO DE BALCÃO → São negociáveis no mercado de balcão os valores mobiliários não admitidos à negociação em Bolsa ou em mercados secundários especiais. Podem, ainda, serem negociados valores mobiliários que, embora admitidos à negociação nos outros mercados, não são neles exclusivamente e obrigatoriamente transacionados. Os intermediários financeiros só podem receber e executar ordens de venda de valores mobiliários que se encontrem depositados ou registrados, conforme sejam titulados ou escriturais em contas abertas junto deles pelos ordenantes.

Tradicionalmente, o mercado de balcão é um mercado de títulos sem local físico definido para a realização das transações que são feitas por telefone entre as instituições financeiras. O mercado de balcão é chamado de organizado quando se estrutura como um sistema de negociação de títulos e valores mobiliários podendo estar organizado como um sistema eletrônico de negociação por terminais, que interliga as instituições credenciadas em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e venda e fechando os negócios eletronicamente.

Quando um intermediário financeiro tiver, simultaneamente, ordens de compra e venda de um mesmo valor mobiliário, ele só poderá fazer a respectiva compensação após ter realizado, sem sucesso, diligências razoáveis no sentido de executar ambas as ordens em condições mais favoráveis.

Os intermediários financeiros devem enviar mensalmente à CVM e às Bolsas a relação dos valores transacionados, por seu intermédio, no mercado de balcão e, quando se trata de valores admitidos à negociação em Bolsa, devem divulgá-los de imediato em sessão.

MERCADO CAMBIALEstrutura Característica (elementos, conceitos e operações)CÂMBIO. Operação financeira que consiste em vender, trocar ou comprar valores em moedas de outros países ou papéis que representem moedas de outros países. Para essas operações são utilizados cheques, moedas propriamente ditas ou notas bancárias, letras de câmbio, ordens de pagamento etc. Até o século passado, a maioria das moedas tinha seu valor determinado por certa quantia de ouro e prata que representavam. Atualmente não há mais o lastro metálico para servir de relação no câmbio entre as moedas, e as taxas cambiais são determinadas por uma conjunção de fatores intrínsecos ao país, principalmente a política econômica vigente. O câmbio não possui apenas o valor teórico de determinar preços comparativos entre moedas, mas a função básica de exprimir a relação efetiva de troca entre diferentes países. A troca de moedas é consequência das transações comerciais entre países. No Brasil, a rede bancária, liderada pelo Banco do Brasil, é a intermediária nas transações cambiais. Os exportadores, ao receberem moeda estrangeira, vendem-na aos bancos e os bancos revendem essa moeda

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aos importadores para que paguem as mercadorias compradas. Essas transações são sempre reguladas pelo governo, que fixa os preços de compra e venda das moedas estrangeiras.

CAMBIO LIVRE. Regime de operações do mercado de divisas sem interferência das autoridades monetárias. A liberação da taxa cambial faz com que o valor das moedas estrangeiras flutue de acordo com o interesse que despertam no mercado segundo a interação da oferta e da procura. U câmbio livre é também chamado de flutuante ou errático. As flutuações da taxa cambial apresentam uma série de riscos, pois o mercado de divisas passa a sofrer variações determinadas também por fatores políticos, sociais e até psicológicos. Quando um país sofre uma crise de liquidez, por exemplo, o regime de câmbio livre estimula a especulação com moeda estrangeira, o que eleva excessivamente sua cotação e agrava sua escassez. Da mesma forma, os importadores passam a utilizar maior quantidade de divisas (moeda estrangeira) para suas compras, querendo evitar pagá-las mais caras com o avanço da crise, o que agrava a crise de liquidez.

CÂMBIO MANUAL. A simples troca física da moeda de um pais pela de outro. As operações manuais de câmbio só se fazem em dinheiro efetivo e restringem-se aos viajantes e turistas. Nas transações de comércio exterior ou de pais a pais, utilizam- se divisas sob a forma de letras de câmbio, cheques, ordens de pagamento ou títulos de crédito.

CÂMBIO MÚLTIPLO. Sistema de câmbio em que as taxas variam conforme a destinação do uso da moeda estrangeira. Acaba funcionando como um tipo de subsídio para a compra de alguns produtos ou como taxação na compra de outros. E adotado tanto para a importação quanto para a exportação, e alguns países o adotam oficialmente.O Brasil não possui câmbio múltiplo, mas certas regulamentações de natureza cambial criam efeito semelhante. O dólar para a compra de petróleo, por exemplo, possui valor inferior ao do cambio oficial, m contrapartida, durante algum tempo a taxação de 25% de IOF (imposto sobre Operações Financeiras) na compra. de dólares por turistas brasileiros que viajavam ao exterior criou um dólar mais caro. Estão no mesmo caso a taxação variável dos produtos de importação (com alíquotas maiores para os chamados supérfluos e o confisco cambial incidente sobre produtos de exportação (como o café).

CÂMBIO MODALIDADESNeste capítulo, apresentaremos vários exemplos práticos de operações cambiais.Consideraremos que essas operações se realizem em um mercado cambial totalmente livre, isto é, onde inexistam quaisquer tipos de controles de câmbio. (1) Advertimos o leitor que algumas das operações tratadas neste capítulo poderão não ser permitidas no Brasil, em virtude de dispositivos cambiais vigentes. Os negócios cambiais realizados pelos bancos podem ser efetuados com seus clientes não-bancários (empresas, particulares etc.) como também com outros bancos (operações interbancárias).Tais operações poderão referir-se a operações "prontas", operações "futuras", operações de swaps,hedging etc.As transações "interbancárias" normalmente são efetuadas por telex ou telefone, diretamente entreos bancos ou, conforme a legislação cambial do país, com a intervenção de corretores.A rapidez é fator primordial na condução dessas operações os negócios são consumados dizendo-se simplesmente "feito" a uma proposta.. Uma proposta de operação devera ser imediatamente respondida ela outra parte, aceitando-a ou recusando-a. Uma demora na resposta poderá fazer que a outra parte se recuse a fechar o negocio nas condições estabelecidas inicialmente. Este aspecto é de particular importância no caso de cotações cambiais, as quais, em um mercado livre de câmbio, poderão modificar-se rapidamente, de acordo com as condições de mercado.

TIPOS DE TAXAS CAMBIAISAo examinarmos o funcionamento do mercado cambial, fizemos menção a dois tipos de taxas de compra e de venda. Todavia, outros tipos de taxas existem, conforme verificaremos a seguir.

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Taxa de Repasse e Taxa de CoberturaTaxa de repasse é aquela pela qual o Banco Central do Brasil adquire a moeda estrangeira dos bancos comerciais. Taxa de cobertura é aquela pela qual o Banco Central do Brasil vende moeda estrangeira aos bancos comerciais.

Taxas Cruzadas (Cross-Rates)Taxas cruzadas vêm a ser as taxas teóricas resultantes da comparação das respectivas cotações de duas moedas, cotações essas expressas em uma terceira moeda (o dólar americano, por exemplo).Digamos que, no mercado cambial norte-americano, o franco suíço esteja cotado a US$ 0,231, enquanto o marco alemão está cotado a US$ 0,275. Dividindo-se esses valores, um pelo outro, vamos obter as seguintes taxas cruzadas.- franco suíço/marco: Sw. Fr. 1,00 = DM 0,84 marco/franco suíço: DM 1,00 = Sw. Fr. 1,19 Quando as transações cambiais são livres, essas taxas cruzadas não deverão diferir sensivelmente da cotação do franco suíço em Frankfurt ou da cotação do marco alemão em Zurich.

Taxas Livres e Taxas OficiaisTaxas livres são aquelas provenientes das condições de oferta e procura de divisas em um mercado livre de câmbio, admitindo-se, contudo, a possibilidade de uma intervenção das autoridades monetárias, mediante operações de compra e venda de divisas, com o objetivo de evitar variações excessivas das taxas. Taxas oficiais são as determinadas pelas autoridades monetárias, não resultando, assim, do livre entrechoque das condições de oferta e procura, embora estas possam, em grande parte, influenciar o pensamento das autoridades monetárias na determinação do nível das taxas oficiais.

Taxas Prontas e Taxas FuturasTaxas prontas são aquelas aplicadas em operações de compra e venda de moeda estrangeira, onde ela é entregue dentro do razão de até dois dias úteis, contados da ata da negociação.Taxas futuras referem-se a transações de compra e venda de moeda estrangeira, onde a entrega dessa moeda e o seu pagamento somente ocorrerão após o período de tempo concordado entre as partes.

Taxas Fixas e Taxas VariáveisTaxas fixas são aquelas mantidas invariáveis em um determinado nível, seja por determinação governamental (congelamento da taxa), seja por operações de compra e venda de divisas por parte das autoridades governamentais sempre que as cotações de mercado se desviarem das taxas determinadas pelo governo. A taxa fixa poderá coincidir ou não com o par metálico. Uma pequena variante das taxas fixas seria a taxa estável, onde é permitida às taxas de câmbio uma certa variação, dentro de pequenos limites.As autoridades monetárias não intervêm no mercado, a não ser quando é atingido o limite mínimo ou máximo.As taxas variáveis, como o próprio nome está dizendo, são aquelas que variam. Podem ser flexíveis, quando as paridades monetárias são reajustadas gradualmente, dentro de pequenos intervalos de tempo. E o sistema denominado crawlingpeg. Existe, também, uma outra taxa variável, que é conhecida por taxa flutuante. Neste caso, não existem paridades monetárias e as taxas cambiais flutuam livremente, embora possam estar sujeitas a sofrer intervenções a parte das autoridades monetárias, em caso de autuações exageradas.Não é possível dizer-se qual dos dois sistemas taxas fixas ou taxas variáveis) apresenta maiores vantagens ou desvantagens. Os economistas que se têm dedicado à matéria divergem bastante nesse ponto, não havendo, pois, um consenso geral. A verdade é que ambos os sistemas apresentam méritos e deficiências, devendo ser aplicados conforme a situação econômica de cada país.

Níveis de Preços e Taxas CambiaisO desaparecimento do padrão-ouro e as distorções provocadas pela inflação na maioria dos países após a 1ª Guerra Mundial, destruíram completamente o sistema de paridades estáveis entre as várias moedas, sistema que vinha funcionando até então.Uma vez terminado o conflito, surgiu a preocupação , entre os diversos países, do estabelecimento de novos tipos de câmbio, uma vez que os anteriores haviam perdido o seu significado.

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Em 1919, um economista sueco, Gustav Cassel, procura determinar os níveis em que se deveriam fixar as novas paridades, desenvolvendo uma nova teoria, que recebeu o nome de Teoria da Paridade do Poder de Compra. Com essa Teoria, procurou ele demonstrar que a política comercial e monetária internas exercem influência sobre a taxa cambial, pensamento esse contrário ao que vigorava na época, de que os fenômenos cambiais eram diversos cios fenômenos monetários e creditícios internos. Sendo o valor da moeda representado pelo seu poder aquisitivo (Capítulo 1, item 1.5), a compra de moeda estrangeira nada mais seria, então, do que a troca de poder aquisitivo nacional por poder aquisitivo estrangeiro.Desse modo, o novo tipo de câmbio deve refletir as modificações relativas dos preços em dois países considerados.

A Fórmula de Correção da Taxa CambialDiz Cassel que, "quando duas moedas são submetidas a um processo de inflação, o tipo de câmbio normal é igual ao tipo antigo, multiplicado pelo quociente do grau de inflação em cada país".Essa afirmativa pode ser consubstanciada na fórmula seguinte:Ta,b = t0 Pn .Pnonde:T0 = = taxa cambial em um período de base;a = unidade monetária do país I (país que dá o certo);b = unidade monetária do país II (país que dá o incerto);PII = nível geral de preços do país II;PI = nível geral de preços do país I;Ta,b = valor da moeda "a" em termos da moeda "b".

Exemplos:1) consideremos dois países, digamos, Estados Unidos e Inglaterra. Em uma época qualquer, que será tomada como o período de base, o nível geral dos preços nos dois países será igual a 100; a taxa cambial no mercado americano seria, digamos, a seguinte:£ = US$ 2,00. Suponhamos, agora, que em um período seguinte, o nível geral de de preços"os Estados Unidos eleve-se para enquanto na Inglaterra continua fixado em 100. Qual deveria ser o novo valor da libra esterlina no mercado americano, segundo as ideias de Cassel?Aplicando-se a fórmula, teremos:T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 4,00 Portanto, o novo valor da libra esterlina no mercado americano seria igual a US$ 4,00;2) suponhamos agora que o nível geral de preços nos Estados Unidos seja igual a 200, enquanto na Inglaterra diminua para 50. Considerando-se a mesma taxa cambial do período de base e aplicando a fórmula, teremos:T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 8,00 50Portanto, o novo valor da £ seria igual a US$ 8,00.Aspectos Negativos da TeoriaAs críticas sofridas pela Teoria da Paridade doPoder de Compra podem ser agrupadas em dois itens:a) críticas quanto à possibilidade de aplicação daformula de correção;b) críticas quanto à validade científica da teoria.No tocante à possibilidade de aplicação da fórmula,vários autores referem-se às dificuldades na escolha do índice que deveria representar o nível geral de preços, porquanto vários são os índices existentes (preços no atacado, varejo, custo de vida, de mercadorias destinadas ao comércio exterior etc.). O cálculo desses índices, por sua vez, não obstante os progressos da Estatística Econômica, ainda está sujeito a falhas e critérios de ponderação diversos.Isso significa dizer que não se possui uma medida segura do poder aquisitivo de uma moeda no próprio país, fato que poderá provocar serias distorções quando quisermos proceder a comparações entre índices de países

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diferentes. No que se refere à validade científica da teoria, uma das principais críticas é a de que ela considera apenas os níveis gerais e preços, desprezando outros elementos que afetam o volume da procura, tais como: rendimentos, motivos psicológicos etc. Há possibilidade de variações do volume de produção em um e outro pais sem que ocorram alterações de preços. Por exemplo: se no período considerado, a expansão da atividade econômica em um dos países for sensivelmente maior do que em outro, em relação ao ano de base o incremento de importação no primeiro país e de exportação no segundo país pode afetar a taxa cambial entre as duas moedas, sem afetar o nível de preços no país cujo volume de produção e de emprego crescem.Motivos psicológicos, tais como instabilidade política, ameaça de revoltas, maior ou menor confiança na política econômico-financeira do governo podem provocar aumento na procura de moeda estrangeira, o que implicará aumento na taxa cambial, sem necessidade obrigatória de influência sobre o nível geral de preços.Outra crítica é a de que a teoria de Cassel está baseada na ideia, excessivamente simplificada, de que o comércio internacional e a única fonte de pagamentos internacionais. Isso significaria reduzir-se a balança de pagamentos a uma balança comercial, sem levar-se em consideração os movimentos de capitais, os quais influem sobre a taxa cambial. Uma entrada de capitais, por exemplo, aumenta a oferta de divisas estrangeiras e contribui para diminuir a taxa cambial.Finalmente, a última crítica é a de que a Teoria revela-se completamente inútil em situações onde ocorram controles de câmbio.

Aspectos Positivos da TeoriaTodavia, deve ser levado em conta que a Teoria da Paridade do Poder de Compra foi desenvolvida logo após a 1ª Grande Guerra, quando as altas de preços foram consideráveis e as principais responsáveis pela instabilidade monetária internacional.Aliás, é interessante mencionar que, não obstante as críticas apontadas, inúmeros economistas são concordes em afirmar que as variações dos níveis de preços constituem o fator mais importante na determinação da taxa cambial. Em casos de inflação generalizada, pode-se comprovar a vã idade das ideias de Cassel. Assim, se os preços internos elevarem-se em virtude da inflação e se a taxa cambial permanecer congelada, chegará um momento em que as exportações não mais poderão realizar-se, em virtude dos preços insuficientes em moeda nacional, e as indústrias nacionais não poderão sobreviver, face à concorrência do produto estrangeiro. Um exemplo típico da validade das ideias de Cassel nos é dado pela situação brasileira. Por ocasião da entrada do Brasil para o Fundo Monetário Internacional, em 1948, a paridade do cruzeiro em relação ao dólar era de Cr$ 18,50 (cruzeiros antigos) por dólar. Ora, sendo o grau de inflação no Brasil infinitamente maior do que nos Estados Unidos, é fácil perceber-se que o preço do dólar teria, forçosamente, de acompanhar a elevação dos preços em geral em nosso país, muito embora as autoridades monetárias procurassem, no passado, sem resultado, conter essa elevação, mediante congelamento das taxas. Pelo exposto, podemos concluir que a Teoria de Cassel é válida, dentro de certas limitações, evidentemente, devendo, porém, a sua fórmula de correção ser considerada apenas como guia para a determinação dos tipos de câmbio, porquanto, embora no caso de inflação constante a tendência da taxa cambial seja de elevação, ela não ocorre de maneira contínua, estando sujeita a variações sazonais, ou seja, a altos e baixos, de acordo com o esquema seguinte:

Desvalorizações Cambiais e Balança ComercialAs desvalorizações cambiais têm sido utilizadas por vários países, em épocas diversas, como uma tentativa de corrigir déficits em suas balanças comerciais Consideremos que o valor do dólar norte-americano seja de CR$ 1.000,00. Chamemos de "A" ao conjunto de mercadorias que são importadas pelo Brasil do restante o mundo e "B" ao conjunto de mercadorias que exportamos para os diversos países.Admitamos que todas essas transações sejam conduzidas unicamente em dólares norte- americanos (que é o que praticamente ocorre na realidade).Finalmente, suponhamos, ainda, que o rego, tanto de uma unidade de "A" como "B", seja igual a US$ 1,00 Teríamos, então:US$ CR$

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preço de A.........................1,00 1.000,00preço de B ........................1,00 1.000,00Vamos supor agora, que o governo ceda a uma desvalorização cambial (ou seja, desvalorize o cruzeiro real em relação ao dólar). Com isso o valor do dólar se elevará em, digamos, 50%. A nova situação será a seguinte:US$ CR$preço de A.........................1,00 1.500,00preço de B ........................1,00 1.500,00Observa-se que as importações custarão mais cruzeiros reais para o importador brasileiro e que, por outro lado, os exportadores brasileiros receberão mais cruzeiros reais pelas suas exportações. Isto poderá levar os exportadores a diminuir o preço de seus produtos em dólares, com o objetivo de exportar maiores quantidades.Em princípio, tal situação poderá provocar uma diminuição das importações e um aumento das exportações, contribuindo para a melhora da balança comercial. Na realidade, porém, esse resultado dependerá de como as procuras de exportáveis e importáveis reagirão às variações de preços. Poderá ocorrer que uma desvalorização agrave ainda mais o déficit da balança comercial, conforme veremos.Suponhamos que os preços (em dólares) dos exportáveis diminuam. Como já dissemos, as quantidades exportadas poderão aumentar. Porém, a menos que a variação da receita cambial resultantedo aumento das quantidades exportadas seja igual ou maior do que a variação negativa representada pela diminuição dos preços dos exportáveis, a receita cambial decrescerá. este caso, os dispêndioscom divisas na importação terão de diminuir substancialmente para compensar a diminuição da receita de divisas provenientes da exportação.

A Elasticidade-PreçoAs variações nas quantidades exportadas e importadas dependem de uma série de fatores. Umdeles, talvez o mais importante, vem a ser a chamadaelasticidade-preço da procura de exportáveis ou importáveis. Em poucas palavras, vem a ser a resposta da procura a uma variação no preço dos produtos.Há várias maneiras, algumas mais sofisticadas, outras menos, de se calcular a elasticidade-preço. O que importa, porém, para o leitor, é entender o seu funcionamento.Consideremos que o preço de um produto aumente (ou diminua), digamos, 10%. Se as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem) em 10%, diremos que a procura possui elasticidade unitária. Se as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem) em mais de 10%, diz-se que a procura é elástica. Se, porém, as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem) em menos de 10%, a procura diz-se inelástica.Vejamos como as elasticidades influem sobre as importações. Se a procura de importáveis for elástica, então as quantidades importadas se reduzirão em proporão maior do que o aumento nos preços e cruzeiros), o que significará que o dispêndio total em dólares diminuirá.Examinemos agora o que ocorre com as exportações.Uma desvalorização cambial permitira ao exportador brasileiro, como já vimos, receber mais cruzeiros-reais por suas exportações. Isto permitira aos nossos exportadores reduzir os preços em dólares, sem sacrificar suas receitas em termos de cruzeiros reais. Se a procura estrangeira por nossos produtos for elástica, o aumento da quantidade procurada mais do que compensará o menor preço em dólares por unidade exportada, de modo que a receita em dólares aumentará. Combinando-se o novo dispêndio em divisas destinadas à importação com o aumento da receita de divisas provenientes do aumento da exportação, o resultado será um saldo favorável.Porém, o que acontecerá se as elasticidade preço para a procura de exportáveis e importáveis forem baixas, isto e, se as procuras forem inelásticas?Na importação, a quantidade poderá diminuir, porem, em proporção bem menor do que o aumento ocorrido nos preços (em cruzeiros reais) desses produtos. Para complicar mais a situação, poderá ocorrer, no caso de produtos essenciais, que a procura nem diminua, apesar do aumento de preços.No lado das exportações, a situação será pior ainda.A procura de nossos produtos poderá aumentar, porém, numa proporção menor do que a queda ocorrida nos preços: Resultado a receita de exportação diminuirá. Um pequeno exemplo numérico permitira melhor

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compreensão do assunto. Suponhamos que, ao preço de US$ 1.000, uma empresa exporte 1.000 unidades de uma mercadoria. Sua receita cambial será, portanto, de US$ 1 milhão. Consideremos, agora, que tenha havido uma maxidesvalorização cambial. A empresa receberá mais cruzeiros reais por seus dólares de exportação.Ela resolve, então, diminuir o preço em dólares, com o objetivo de vender maiores quantidades. Admitamos que o preço seja reduzido para US$ 700 e, com isso, a empresa consiga colocar 1.200 unidades. Sua receita cambial será de US$ 840 mil, inferior, portanto, àquela percebida quando o preço de seu produto era mais elevado. O mesmo poderão ocorrer com os produtos das demais empresas exportadoras, provocando redução da receita cambial do país.Como resultado desse efeito combinado, iremos ter um agravamento da balança comercial.Várias outras situações poderão ser consideradas, combinando-se diferentes tipos de elasticidade para as exportações e para as importações.Na prática, seria muito difícil para os governantes calcular as elasticidades-preço da procura de todos os produtos exportáveis e importáveis, especialmente em países COM deficiência de estatísticas, como é o caso do Brasil. Além do mais, as elasticidades podem variar com o tempo, devido a circunstâncias diversas (Mudanças de hábitos, alterações nos rendimentos dos indivíduos, surgimento de produtos substitutos etc.).Assim sendo, os governantes partem do pressuposto de que tanto a procura de exportáveis como de importáveis são bastante elásticas e que uma desvalorização cambial, aumentando os preços dos artigos importáveis e permitindo uma redução nos preços dos produtos exportáveis, proporcionara uma redução nas despesas totais com a importação e um aumento nas receitas totais da exportação.Nada, porém, poderá garantir a priori que isto ocorrerá.

Contrato de Câmbio e Financiamentos à Exportação e à ImportaçãoDEFINIÇÃODefine-se o Contrato de Câmbio como instrumento especial firmado entre o vendedor e o comprador de moedas estrangeiras, no qual se mencionam as características completas das operações de câmbio e as condições sob as quais se realizam. Na técnica bancária, o ajuste que se firma para a aquisição de dinheiro estrangeiro ou para a venda dele, diz-se mais propriamente OPERAÇÃO DE CAMBIO, aliás, o objetivo que se efetiva pelo contrato.Podemos dizer, pois, que o Contrato de Câmbio é um instrumento especial através do qual se formalizam as transações em moedas estrangeiras.

PREENCHIMENTOExiste um "Manual de Preenchimento e Utilização de Formulários de Contratos de Câmbio (ENOC) ", mas, conforme Previsto na letra "f", do item 2, do referido Manual, em se apresentando dúvidas deverá o preenchimento do contrato de câmbio ser feito sob a orientação do Setor de Controle Cambial da Praça. (C. Circ. GECAM 312, do BC).Apesar da obrigação normal do corretor em auxiliar no preenchimento do Contrato, é oportuno que o exportador disponha de um roteiro, a fim de minimizar a perda de tempo.Embora, na prática, não se dê a importância devida, o preenchimento incorreto dos formulários poderá ocasionar seja determinada a exclusão do contrato da posição cambial do estabelecimento, sem prejuízo das sanções legais eventualmente cabíveis. Face ao disposto no art. 23, da Lei 4.131, de 3.9.62, é de se ressaltar a absoluta importância da colaboração da rede bancária autorizada a operar em câmbio e das sociedades corretores de câmbio, no sentido do adequado emprego dos formulários de contrato e do completo e correto preenchimento de todos os seus campos.Aliás, os formulários de contrato de câmbio adotados em obediência à Instrução nº 260, de23.12.63, da extinta SUMOC, contêm declaração de que os contratantes têm pleno conhecimento do artigo 23, da Lei 4.131, de 03.09.62, declaração assinada pelo cliente do banco e visada por este.A formalização das operações de câmbio, a partir de 10 de janeiro de 1977 (contratação, alteração, cancelamento ou baixa) passou a ser promovida com utilização, exclusivamente, dos formulários de contratos correspondentes aos modelos BC

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0203408 (TIPO 01), BC 0203416 (TIPO 02), BC0203424 (TIPO 03), BC 02032 (TIPO 04), BC0203440 (TIPO 05), BC 203459 (TIPO 06), BC0203467 (TIPO 07) BC 0203475 (TIPO 08), BC0263483 (TIPO 09) e BC 0203491 (TIPO 10), instituídos pelo Comunicado GECAM nº 333, de 1.11.76 (V. Circular GECAM 312).De grande importância para a espécie, é o conhecimento do texto integral da Lei 4.131, de 03.09.62, supra citada, que "Disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores para o exterior, especialmente no que trata das "Disposições Cambiais", donde destacamos o disposto no art. 23 e seus parágrafos.

CONTRATAÇÃO DE CAMBIO DE EXPORTAÇÃOEm nosso País não é permitido o manuseio das divisas resultantes das. operações comerciais com o exterior. Assim, sempre que se realiza uma exportação, deve-se ter, com antecedência, contratada a venda das moedas estrangeiras. Isso se faz obrigatoriamente através de um corretor devidamente autorizado, que, intervindo na operação, a confirmara e responderá, perante o Banco negociador, pela legitimidade do cliente e abonará a sua firma. Assim, o câmbio de exportação deverá ser, em regra, contratado previamente à emissão, pela Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S.A.ou pelo Banco Central, da respectiva guia que ampare o embarque da mercadoria. Excetuam-se, porém:a) a exportação de bens de capital e de consumo durável, bem como a venda de estudos e projetos técnico-econômicos e de engenharia destinados a empreendimentos no exterior, contratadas para pagamento a prazo superior a 180 dias;b) as exportações em consignação;c) outros casos especiais de exportação sujeitos a normas cambiais próprias.A contratação do câmbio de exportação poderá ser efetuada com antecedência de até 180 dias em relação ao embarque da mercadoria, ressalvados os casos de produtos sujeitos a características especiais de comercialização em que o Banco Central estabeleça prazo diferente do referido limite e as operações concernentes a pagamento antecipado de exportação.Entretanto, somente deverá vender câmbio para liquidação futura o exportador que tenha a real possibilidade de entregar ao banco comprador a moeda estrangeira, ou os documentos relativos à exportação, até a data aprazada para esse fim, no respectivo contrato de cambio.Os contratos de câmbio relativos à exportação de produtos sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade pela CACEX, deverão conter anotação do registro de venda naquela Carteira de Comercio Exterior e a validade do registro como seque:"Registro de Venda nº ........ da CACEX (praça), válido até (data)."Cumprirá ao Banco comprador do câmbio averbar no verso do original do Registro de Venda o número, a data, valor em moeda estrangeira e vencimento do contrato de câmbio aplicado.Observadas as cautelas pró rias para cada negócio, com especial cujo para as operações financiadas, consideram os bancos contratantes os seguintes elementos na contratação: o cliente. a moeda,a taxa, o prazo, a entrega do câmbio, o financiamento, as garantias e as condições de compra e venda.Dão os bancos maior ênfase às COMPRAS PRONTAS ou com REDUZIDO PRAZO DE ENTREGAe às vendas a prazo - respeitados os limites para estas - com vista à obtenção de disponibilidades externas em níveis adequados às suas necessidades.Observação: Prescindem de Instrumento individual de contrato de câmbio as seguintes operações:I - DE CAMBIO MANUAL As operações:a) de compras de moeda em espécie ou "traveller's checks",b) de vendas de moedas em espécie ou "traveller's checks".II - FINANCEIRAS:a) de compras de ordens de pagamento do exterior, desde que o valor de cada uma delas não seja superior a US$ 1.000 ou equivalente;b) vendas relativas a remessas pessoais de até US$ 300 ou equivalente;

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c) vendas referentes a transferências de até US$ 1.000, ou equivalente, destinadas a despesas de viagem.Subordina-se a visto ou autorização prévia do Banco Central do Brasil a contratação de câmbio referente, entre outras, a:- compra e venda de moeda em espécie ou "traveller'schecks" e operações financeiras (há algumas isenções);- compras de exportação de café, cujas respectivas declarações de vendas contenham essa determinação;- alterações, prorrogações, baixas e cancelamentos de compras de exportação (inclusive café);- compra de livros, jornais, revistas e publicações similares, de valor superior a US$ 300 efetuada por particulares ou entidades jurídicas, não ligadas ao comércio livreiro.

PRAZOSDas Letras e/ou Documentos de Exportação:O prazo das letras e/ou documentos de exportação não deve exceder a 180 dias, contados da data do embarque da mercadoria, exceto se previamente autorizado prazo maior pelo Banco Central do Brasil ou no caso de exportações pagáveis a prazo superior e objeto de normas cambiais especificas.

De Entrega dos Documentos Referentes à Exportação:Os documentos referentes à exportação devem ser entregues pelo exportador a banco com o qual tenha negociado câmbio correspondente à transação, até a data estipulada para esse fim no respectivo contrato de câmbio e, respeitada esta, até o 10o. dia útil seguinte ao do embarque da mercadoria. O prazo previsto para entrega dos documentos referentes à exportação com câmbio contratado não deverá exceder a 180 dias da data do fechamento do câmbio, exceto em se tratando de exportação com pagamento antecipado e nos casos de produção sujeitos a características especiais de comercialização em que o Banco Central estabeleça prazo diferente.Nas operações de câmbio referentes a exportações e café, o prazo revisto para entrega dos documentosnão deverá exceder a 10 dias úteis após o término da época estabelecida para embarque na respectiva declaração de venda.Esgotado o prazo pactuado no contrato de câmbio para a entrega dos documentos, sem que esta se efetive e sem que ocorra a correspondente prorrogação, deverá ser o contrato cancelado ou baixado, no máximo, nos 20 dias seguintes ao vencimento do referido prazo.

REMESSAS De Remessa ao Exterior dos Documentos Referentesà Exportação:A remessa ao exterior, de documentos de exportação, será processada, em regra, através de banco que tenha contratado câmbio correspondente à exportação, observado que os documentos deverão ser encaminhados ao exterior no menor prazo possível, depois de devidamente examinados e conferidos pelo banco remetente, atentando-se sempre para a conveniência da sua recepção, pelo banqueiro no exterior, antes da cada da mercadoria.A remessa ao exterior dos documentos referentes à exportação poderá, também, ser efetuada diretamente pelo exportador, nos casos em que – inexistindo de tal procedimento qualquer inconveniente para o normal pagamento da exportação no exterior - seja essa forma convencionada entre as partes. Será indispensável, porém, que de tal fato se faça constar cláusula expressa no contrato de câmbio.

De Liquidação do Contrato de Câmbio de Exportação:Os prazos dos contratos de câmbio, celebrados entre os bancos e seus clientes, obedecerão ao seguinte regime geral:

COMPRAS EM MOEDAS CONVERSÍVEIS:a) Exportação:

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1. Liquidação pronta: o prazo se estende até o segundo dia útil após a data da contratação do câmbio.2. Liquidação futura: a fixação do prazo deve ser feita tendo-se em conta a data prevista para a entrega da moeda estrangeira, como segue:I - nos casos em que a liquidação de câmbio deva processar-se contra a entrega da moeda estrangeira,mediante crédito em conta no exterior (item I da Res. Nº 391), o prazo de liquidarão do contrato será determinado adicionando-se ao prazo de entrega, dos documentos o prazo das letras ou dos documentou de exportação e o período de trânsito, de até 30 dias corridos, relativo a remessa dos documentos, e/ou à recepção do aviso de pagamento ou de crédito o valor da exportação, no exterior;II - nas operações lastreadas em cartas de crédito (exportações à vista ou a prazo), o vencimento do prazo para a liquidação do contrato de câmbio não poderá exceder de 5 dias úteis o vencimento do prazo previsto para a entrega dos documentos de embarque;III - nos contratos de câmbio celebrados para liquidação futura, relativos a exportações em que o ingresso da moeda estrangeira deva ocorrer antecipadamente ao embarque da mercadoria o prazo para liquidação do contrato de câmbio será de até – dias, contados da data da sua celebração. Decorrido esse prazo sem que se verifique a liquidação do contrato, deverá ser este cancelado ou baixado, no máximo até o 5o. dia útil subsequente ao vencimento do prazo de liquidação (Com. GECAM 331, do BC).b) Financeiras: Somente para entrega pronta: - liquidação em 2 (dois) dias úteis (Rés. 120, z BC)- operações enquadradas na Rés. 63 e Comunicado Firce 10: liquidação em 3 dias úteis, contados a partir da data em que as divisas tenham sido creditadas à conta do banco brasileiro autorizado a operar em câmbio (C. Circ. GECAM 151 do BC).Não ocorrendo a liquidação do contrato de câmbio no prazo avençado para tal fim, deverá ser prorrogado, cancelado ou baixado o contrato, no máximo, nos 30 dias seguintes ao vencimento do prazo de liquidação, à exceção dos casos de prorroga cancelamento ou baixa que dependam prévia autorização do banco Central do Brasil hipótese em que o prazo de 30 dias, indicado, prevalecerá para apresentação do correspondente pedido ao Banco Central.

ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE CAMBIO DE EXPORTAÇÃODos elementos constantes dos contratos de câmbio de exportação, não são suscetíveis de alteração as partes intervenientes como comprador e vendedor, bem como os relativos ao valor em moeda estrangeira, valor em moeda nacional, a taxa cambial aplicada e outras mercadorias para café.A alteração dos demais elementos integrantes dos contratos de câmbio de exportação poderá ser efetuada, por mútuo consenso das partes e desde que com anterioridade ao respectivo embarque da mercadoria, independentemente de prévia autorização do Banco Central do Brasil, cumprindo notar, todavia, em relação ao item MERCADORIA, que: - será indispensável a observância, na alteração, quando for o caso, da exigência referente à exportação de produtos sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade pela CACEX;- é vedada a alteração de outras mercadorias para café.Assim, poderão, por mútuo consenso entre as partes, durante. a vigência da operação de câmbio, ser introduzidas alterações nos elementos que a compõem, admitindo modificações, entre outras:- a moeda;- o vencimento, o prazo de entrega e o prazo das letras;- a modalidade de pagamento;- a mercadoria;- a natureza da operação;- as parcelas que compõem o preço (F.O.B., FRETE E SEGURO), sem alteração do valor;- o porto de embarque, o preço de registro e as cotas de contribuição, etc. As alterações admitidas nos contratos de compra de exportação poderão ser efetuadas, por mútuo consenso das partes e desde que com anterioridade ao respectivo embarque da mercadoria, independentemente de prévia autorização do Banco Central do Brasil.Eventuais modificações do valor da operação serão formalizadas por novo instrumento, a saber:- alteração para maior: mediante complemento de compra e venda, conforme o caso;

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- alterações para menor: mediante cancelamento parcial da operação.Concretizam-se as alterações mediante preenchimento de instrumentos apropriados, que devem ser assinados pelo cliente e pelo Banco, cabendo, também, nos casos de operações processadas em praça sede de Bolsas de Valores em funcionamento, a interveniência e assinatura da firma ou sociedade corretora, que tenha ou não participado da operação original.Quanto às prorrogações dos prazos para entrega de cambiais e/ou documentos de embarque e para liquidação de contratos, quando esta dilação, somada ao prazo inicial, ultrapassar os limites máximos admitidos livremente (v. item PRAZOS, acima), dependem de prévia autorização do Banco Central do Brasil. Se respeitados os limites do Banco Central, independem de autorização prévia. Porém, quando o embarque da mercadoria, porrazões comprovadamente alheias à vontade do exportador, não puder se efetuar dentro do prazo máximo admitido, possível é, por mútuo consenso, ser promovida a prorrogação do prazo pelo estritamente necessário à efetivação do embarque e entrega dos documentos, independentemente de autorização do Banco Central (tolerância) desde que essa prorrogação não exceda 30 (trinta) dias.O vencimento de compras de exportação poderá ser prorrogado nos seguintes casos:- antes da entrega das letras e/ou documentos (desde que haja dilação do prazo da entrega, ou do prazo das letras, ou de ambos simultaneamente);- após a entrega das letras e/ou documentos (desde que haja dilação do prazo para pagamento das cambiais) As prorrogações de compras de exportação se farão mediante preenchimento e instrumento próprio, o qual deverá ser assinado pelo cliente, pelo banco negociador do câmbio e, nos casos de operações processadas em praça-sede de Bolsas de valores em funcionamento, por firma ou sociedade corretora.Correlativamente. à PRORROGAÇÃO ' tem-se que, em princípio, devem os, contratos de câmbio de exportação ser cumpridos dentro dos prazos originalmente pactuados. Deve-se considerar que as prorrogações, embora admitidas, podem ocasionar problemas vinculados à posição de câmbio dos bancos no exterior. Isso porque os bancos, com a finalidade de evitar saldo a descoberto, em contas mantidas com seus correspondentes no exterior, ao contratarem operações de câmbio procuram conjugar os prazos de suas compras futuras com os (Ias vendas a prazo.É claro que havendo prorrogação da COMPRA, sem a correspondente prorrogação da VENDA, disto resultará um desequilíbrio em sua posição original, sendo forçado o Banco a desembolsar a moeda vendida antes do recebimento da comprada e que, em havendo saldo a descoberto, obrigar-se-á a pagar juros sobre os saldos devedores até a Nata da regularização.Remetendo, aqui, o leitor, ao item "Posição de Câmbio dos Bancos", acima, exemplificamos:Se um banco com rã para entrega em 90 dias US$ 800.000% e não vende essa posição no mesmo dia, obriga-se a repassar para o Banco Central o excesso, digamos, US$ 300.000,00 repasse que poderá ser feito para entrega no mesmo prazo, para tanto, firmando com aquela Autarquia um contrato de compra e venda e assumindo o compromisso de, naquele prazo, entregar a moeda estrangeira. Decorrido o prazo, se o vendedor da moeda estrangeira ao Banco não tiver realizado a entrega da mesma, ainda que o banco mantenha internamente uma posição comprada no limite superior permitido, na realidade sua conta de depósito, junto ao banqueiro no exterior, estará a descoberto e sobre o saldo a descoberto de US$ 300.000,00 pagará juros ao banqueiro e terá mais o prejuízo da não aplicação no mercado da diferença de US$ 500.000,00 ' não devendo ser esquecido que, além dos juros, experimenta, ainda, o banco, o ônus do imposto de renda, num percentual que atinge a 33,34,, sobre o valor dos juros pagos.Por tal razão é que a Lei nº 1.807, de 7.01.53, artigo 2o., § 2o., "obriga o vendedor a indenizar o comprador dos ônus advindos do atraso na entrega das cambiais. A essa justíssima indenização é que se denomina de BONIFICAÇÃO, que nada mais é do que os juros devidos pelo vendedor em razão do atraso na entrega das cambiais.

LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE CAMBIO DE EXPORTAÇÃOA liquidação, do contrato de câmbio de exportação será, em regra, efetuada contra o recebimento, pelo banco comprador do câmbio, do aviso de pagamento a exportação ou, se recebido antes, do respectivo aviso de crédito do valor em moeda estrangeira em conta pelo mesmo mantida no exterior. Nas exportações, à vista ou a prazo, amparadas em cartas de crédito, acolhidas para negociação (pelo banco

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comprador do câmbio), o contrato de câmbio deverá ser liquidado quando do recebimento, pelo banco comprador do câmbio, dos documentos comprobatórios da exportação, desde que não apresentem qualquer discrepância quanto às condições estabelecidas na carta de crédito, Em se verificando qualquer discrepância. nos documentos, não regularizada previamente à sua remessa para o exterior, a liquidação do contrato de câmbio somente poderá ser efetuada mediante o recebimento, pelo banco comprador de câmbio, do aviso do banqueiro instituidor do crédito, dando conformidade aos documentos ou informando o pagamento da exportação.Em se verificando o desconto no exterior, sem direito de regresso, de cambial de exportação, deverá ser o correspondente contrato de câmbio imediatamente liquidado.O contrato de câmbio de exportação poderá ser também liquidado mediante a entrega, ao banco comprador de câmbio, de letras de exportação avalizadas ou garantidas por banqueiro de 1ª ordem, no exterior.A liquidação do contrato de câmbio de exportação ainda, verificar-se contra o recebimento pelo banco comprador do câmbio, da moeda estrangeira, entregue em espécie ou em "traveller's checks", nos casos especiais, objeto de regulamentação especifica do Banco Central do Brasil, em que tal procedimento sei a admitido.Portanto, em síntese, são de liquidação imediata (dentro de 2 dias úteis de seu fechamento) as compras e vendas de câmbio financeiras, sendo que as compras de exportação de mercadorias (inclusive parcela de frete e seguro ligadas às mesmas) serão liquidadas, como norma geral, nas seguintes ocasiões:- quando do pagamento antecipado;- quando do recebimento da moeda estrangeira em espécie, inclusive "travellers checks" (casos especiais definidos em regulamentação especifica);- quando do recebimento/remessa dos documentos (cambiais à vista, baseadas em cartas de crédito sem discrepância, ao amparo de linhas de crédito concedidas a agencias e banqueiros no exterior, bem como cursados dentro dos Convênios de Créditos Recíprocos e Convênios Bilaterais de Pagamentos);- quando do vencimento da cambial (cambiais a prazo, com aval bancário, dentro dos Convênios de Créditos Recíprocos ;- quando do recebimento do aviso de crédito de banqueiro de 1' ordem (símbolo 13) - (nas exportações refinanciadas pela CACE );- quando do recebimento do aviso de liquidação da respectiva documentação no exterior (nos demais casos).

SISCOMEX - O Sistema Integrado de Comércio ExteriorInstituído pelo Decreto n° 660, de 25.9.92, é a sistemática administrativa do comércio exterior brasileiro, que integra as atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, da Secretaria da Receita Federal- SRF e do Banco Central do Brasil - BACEN, no registro, acompanhamento e controle das diferentes etapas das operações de exportação.

A partir de 1993, com a criação do SISCOMEX, todo o processamento administrativo relativo às exportações foi informatizado. As operações passaram a ser registradas via Sistema e analisadas "on-line" pelos órgãos que atuam em comércio exterior, tanto os chamados órgãos "gestores" (SECEX, SRF e BACEN) como os órgãos "anuentes", que atuam apenas em algumas operações específicas (Ministério da Saúde, Departamento da Polícia Federal, Ministério do Exército, etc.).

O Brasil é o único país do mundo a dispor de um sistema de registro de exportações totalmente informatizado. Isso permitiu um enorme ganho em agilização, confiabilidade, rápido acesso a informações estatísticas, redução de custos, etc.

Na concepção e no desenvolvimento do Sistema, foram harmonizados conceitos, códigos e nomenclaturas, tornando possível a adoção de um fluxo único de informações, tratado pela via informatizada, que permite a eliminação de diversos documentos utilizados no processamento das operações.

Registro de Exportação (RE) → É o conjunto de informações de natureza comercial, cambial e fiscal

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que caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria através de enquadramento específico.

Registro de Exportação Simplificado (RES) → A fim de facilitara atuação não só das micro e empresas de pequeno porte, mas também daquelas que pretendem realizar operações de exportação que não ultrapassem a US$ 10.000,00, pode ser utilizado o Registro de Exportação Simplificado - RES, assim considerando o valor na condição de venda e desde que atendidas as demais condições estabelecidas no Comunicado DECEX no. 25, de 04.09.98.

Registro de Operação de Crédito (RC) → O RC representa o conjunto de informações de caráter cambial e financeiro, nas exportações, com prazos de pagamento superiores a 180 dias.Como regra geral, o exportador deve solicitar o RC e obter o seu deferimento antes do Registro de Exportação (RE) e, por consequência, previamente ao embarque.

Somente é admitido o preenchimento do RC posterior ao RE nos casos de exportação de bens em consignação ou destinados a feiras e exposições, cuja venda tenha sido fechada com prazo de pagamento superior a 180 dias.

Cada RC corresponde a um "pacote" financeiro e pode abranger a exportação de diversas mercadorias ou serviços, com previsão para um ou para múltiplos embarques.

Cabe ao exportador, diretamente ou por seu representante legal, prestaras informações necessárias ao exame e efetivação do Registro de Operação de Crédito - RC. O SISCOMEX confere, automaticamente, um número a cada RC.

Terminada a etapa de digitação e preparação do RC, deve o exportador/usuário solicitar sua validação, por intermédio de transação específica, a fim de que um dos órgãos anuentes - (a) Banco do Brasil S/A., nas operações cursadas ao amparo do PROEX ou (b) DECEX, quando se tratar de operação financiada com recursos próprios do exportador ou de terceiros - possa examinar e aprovar o RC, se for o caso.

O RC tem um prazo de validade para embarque, dentro do qual devem ser efetuados os correspondentes Registros de Exportação (RE) a ele vinculados e respectivas solicitações para desembaraço aduaneiro.

Registro de Venda (RV) → É o conjunto de informações de natureza comercial, cambial e fiscal que caracterizam a operação de exportação de produtos negociados em bolsas internacionais de mercadorias ou de "commodities", através de enquadramento específico. Os produtos sujeitos a RV estão indicados no Anexo "C", da Portaria SECEX 02/92. O preenchimento do RV é prévio ao Registro de Exportação (RE) e, por consequência, ao embarque.

Despacho Aduaneiro de Exportação → É o procedimento fiscal - artigos 438 e 443 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto n° 91.030, de 5.3.85 - mediante o qual se processa o desembaraço da mercadoria ao exterior, seja ela exportada a título definitivo ou não. Ele se inicia no momento em que o exportador, já com seu RE deferido, faz –via SISCOMEX - a Declaração para Despacho Aduaneiro-DDE, junto à Secretariada Receita Federal.

8) OPERAÇÕES COM DERIVATIVOS:CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO FUNCIONAMENTO DO MERCADO A TERMO,DO MERCADO DE OPÇÕES, DO MERCADO FUTURO E DAS OPERAÇÕES DE SWAP.MERCADO PRIMÁRIO E MERCADO SECUNDÁRIO

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Mercado Primário→ Chama-se de mercado primário ao processo de geração dos títulos para distribuição. É uma transação entre a companhia emissora e os investidores, com intermediação de instituições financeiras, e é nesse momento que os recursos são captados pela companhia.

Mercado Secundário → Chama-se de mercado secundário às negociações de títulos já emitidos. É uma transação entre investidores.

MERCADO DE BALCÃO E LEILÃO EM BOLSA

A distribuição de títulos pode ser feita em leilão especial em Bolsa de Valores. Dessa forma, o emissor tem a certeza de obter o melhor preço que o mercado se dispõe a pagar no momento do leilão. Em contrapartida, a eventual coincidência do leilão em um dia de baixa em bolsa compromete o resultado do leilão.

Diz-se de mercado de balcão as operações não realizadas em leilão.

MERCADO FUTURO → Os participantes deste mercado fazem um depósito inicial e que serre de garantia da operação, além de pagar um ajuste sobre o preço diário da ação. Se paga o preço estabelecido nesta oportunidade para pagamento em vencimento determinado pela Bolsa de Valores.

MERCADO DE OPÇÕES → São negociados direitos de compra ou de venda de ações, com um preço pré-estabelecido (preço de exercício) e prazo de pagamento específico. O comprador pagará o prêmio ao vendedor em D+3. Os direitos de opção de compra podem ser exercidos a qualquer momento até a data do vencimento. Nas opções de venda, o exercício das opções é efetuado apenas na data do vencimento. As opções são negociadas no sistema pregão viva voz ou no sistema eletrônico de negociação a um preço (prêmio) formado livremente no mercado.

MERCADO À TERMO → Este mercado caracteriza-se pela compra de títulos para pagamento após 30, 60, 90, 120,150 ou 180 dias. A diferença entre o preço à vista e o preço do vencimento do contrato é o juro pago.

OPERAÇÕES DE SWAP → Os "credit swaps" envolvem a troca de moedas entre um banco e uma firma ou entre duas firmas. Ele representa uma alternativa para obtenção de capital para uma subsidiária no exterior sem a necessidade de fazer qualquer envio de remessas ao exterior. Por exemplo, uma subsidiária de um banco americano operando no Rio de Janeiro quer emprestar reais para uma subsidiária de uma empresa americana operando no Brasil.

Através de orientação o empréstimo pode ser pago em dólares nos Estados Unidos sem a necessidade de qualquer informação às autoridades brasileiras.

Nos contratos de swap, a operação é feita sem a aplicação efetiva do caixa, mas apenas pelo pagamento da diferença entre os resultados no vencimento do swap, que é denominado ajuste.

Tanto no mercado a termo quanto no mercado futuro, comprador e vendedor são obrigados a comprar ou vender determinada quantidade de uma commodity (mercadorias) a determinado preço em determinada data futura.

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TESTES1. Assinale, dentre as abaixo, a opção incorreta.

a) O Sistema Financeiro é um conjunto de instituições com objetivo de propiciar fluxo de recursos entre poupadores e investidores.b) Os intermediários financeiros são instituições que emitem seus próprios passivos.c) Instituições auxiliares apenas colocam em contato poupadores e investidores.d) A Instituição financeira que possui capacidade de criar moeda escritural faz parte do sistema monetário.e) As bolsas de valores são exemplos de intermediários financeiros.

2. Assinale dentre as abaixo a opção incorreta.a) As autoridades são classificadas como Autoridades Monetárias e Autoridades de Apoiob) O Banco Central do Brasil é um exemplo de autoridade de apoio.c) O Conselho Monetário Nacional é exemplo de Autoridade Monetária.d) A Comissão de Valores Mobiliários é um exemplo de Autoridade de Apoio.e) O BNDES é um exemplo de autoridade de apoio.

3. Analise as sentenças abaixo e marque a alternativacorreta:I - Regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo surtos inflacionários ou deflacionários é competência do Conselho Monetário Nacional.II - Autorizar a emissão de papel-moeda é competência do Banco Central do Brasil.III - No Brasil, o Banco Central é independente, como na Alemanha, Japão e Estados Unidos.a) Todas as sentenças acima são verdadeiras.b) Apenas I e II são verdadeiras.c) Apenas I e III são verdadeiras.d) Somente I é verdadeira.e) Todas as sentenças acima são falsas.

4. Assinale dentre as abaixo a opção incorreta.a) A CVM é um órgão normativo.b) A CVM é uma entidade auxiliar (que emite o próprio passivo).c) A CVM é uma entidade autárquica.d) A CVM é uma entidade descentralizadae) A CVM tem como objetivo estimular a poupança no mercado acionário.

5. Assinale a alternativa corretaa) O Banco do Brasil tem função típica de Autoridade Monetária.b) O BNDES é a instituição responsável pela política de investimentos de curto e médio prazo do Governo Federal.c) A Caixa Econômica Federal é a instituição financeira responsável pela operacionalização das políticas para habitação popular e saneamento básico.d) Após o Plano Collor, o Banco do Brasil ficou responsável por gerir todo o processo de privatização.e) A CVM é classificada como intermediário financeiro.

6. Assinale a alternativa incorreta :São exemplos de instituições financeiras"a) Bancos Comerciais, Caixas Econômicas e Cooperativas de Crédito.b) Bancos Comerciais, Banco Central e Caixas Econômicas.c) Bancos de Investimento, Bancos Cooperativos e Bancos Múltiplos.

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d) Companhias Hipotecárias, Agências de Fomento e Sociedades de Crédito Imobiliário.e)Sociedades Distribuidoras, Sociedades de Arrendamento Mercantil e Sociedades Corretoras.

7. Analise as sentenças abaixo e marque a alternativa correta :I - A captação de depósitos à vista é operação passiva típica de Banco Comercial.II - Descontar títulos é operação passiva típica de Banco Comercial.III - Um dos objetivos dos Bancos Comerciais é proporcionar suprimento oportuno e adequado para financiar a indústria a curto e médio prazos.a) Todas as sentenças acima são verdadeiras.b) Apenas I e II são verdadeiras.c) Apenas I e III são verdadeiras.d) Somente I é verdadeira.e) Todas as sentenças acima são falsas.

8. Assinale a alternativa incorreta :a) As Caixas Econômicas não integram o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.b) As SCFI (financeiras) não podem manter contas correntes.c) São operações ativas de Banco de Investimento os empréstimos para financiamento de capital fixo.d) É operações passiva das SCR a colocação de letras de câmbio.e) As Sociedades Corretoras fazem intermediação nas Bolsas de Valores e de Mercadorias.

9. Assinale a alternativa incorreta :a) As sociedades distribuidoras possuem acesso às Bolsas de Valores e de Mercadorias.b) As Associações de Poupança e Empréstimo são sociedades civis.c) A colocação de Letras Imobiliárias é operação passiva das Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI).d) Às Companhias Hipotecárias não se aplicam as normas do SFH (Sistema Financeiro da Habitação)e) As agências de fomento foram uma das alternativas criadas para o saneamento dos bancos estaduais.

10. Analise as sentenças abaixo e marque a alternativa correta -I - As carteiras de um Banco Múltiplo envolvem pelo menos duas carteiras.II - A carteira de "leasing" pode fazer parte da carteira de um Banco Múltiplo.III - Os Bancos de Investimento não podem manter contas correntes.a) Todas as sentenças acima são verdadeiras.b) Apenas I e II são verdadeiras.c) Apenas I e III são verdadeiras.d) Somente I é verdadeira.e) Todas as sentenças acima são falsas.

11. Assinale a alternativa correta :a) São raros os países em que a política monetária é executada pelo Banco Central.b) A política monetária visa adequar os meios de pagamento disponíveis às necessidades políticas do governo.c) A política cambial é instrumento de política de relações comerciais e financeiras entre um país e ó conjunto dos demais países.d) A política monetária envolve a carga tributária exercida sobre os agentes econômicos.e) A política cambial envolve a definição dos gastos do governo.

12. Analise as sentenças abaixo e marque a alternativa correta :I - O déficit primário inclui o cômputo da correção monetária.II - O déficit operacional não inclui o cômputo das despesas financeiras.III - O déficit nominal não inclui o cômputo da correção monetária e nem o cômputo das despesas financeiras.a) Todas as sentenças acima são verdadeiras.

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b) Apenas I e II são verdadeiras.c) Apenas I e III são verdadeiras.d) Somente I é verdadeira.e) Todas as sentenças acima são falsas.

13. Assinale a alternativa incorreta :São (foram) Títulos do Tesouro Nacional.-a) ORTN e LTN.b) OTN.c) BTN e LFT.d) UFIR.e) NTN.

14. Assinale a alternativa correta :a) A NTN-D é um título que serve como proteção para investidores que possuem passivos vinculados a TR.b) A NTN-H é um título que serve como proteção para investidores que possuem passivos vinculados a dólar.c) Cabe aos Bancos Comerciais controlar a expansão dos meios de pagamento.d) A cobrança de títulos é operação que diminui as reservas bancáriase) O depósito compulsório é um instrumento, utilizado pelo Banco Central, para fins de política monetária.

15. Assinale a alternativa incorreta.a) Os leilão informais de título realizados pelo Banco Central são denominados de "Go-around".b) Diz-se que o BC está undersold quando o montante em valor de títulos públicos em poder das instituições financeiras é maior que o estoque de reservas bancárias destinado a seu financiamento.c) O controle feito pelo BC via compra e venda de moeda é uma forma de controle ágil e rápido sobre o volume de recursos em reservas bancárias.d) O controle via "zeragem automática" se baseia na suposição que todas as Instituições Financeiras devem terminar o dia com as contas equilibradas. e) O open-market é um mercado secundário de títulos públicos.

16. Assinale a alternativa incorreta:a) o mercado interbancário é um mercado ode os bancos trocam reservas entre si;b) o mercado interbancário assemelhase ao Open Market mas é lastreado em títulos privados;c) o Banco Central não tem acesso ao Mercado interbancário;d) o mercado interbancário está imune às influências sazonais do fluxo de recursos mantido entre o Sistema Bancário e o Governo; e) O custo do dinheiro de um dia negociado no mercado interbancário é muito próximo do custo da troca das reservas bancárias lastreadas em títulos federais.

17. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - Houve uma crise de liquidez dos Bancos Estaduais em 1990.II - Até 1996, nove estados já haviam reestruturado suas dívidas passando a ter como único credor a União.III - O SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia foi criado em 1980.a) todas as assertivas estão corretas;b) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

18. Assinale a alternativa verdadeira:a) CETIP é um sistema computadorizado on-line e real time;b) Selic é o local onde se custodiam, registram e liquidam financeiramente as operações feitas com todos os

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papéis privados;c) o índice DIEESE arma os sindicatos para negociações salariais em todo o País;d) o IPC - FIPE mede a inflação das famílias paulistanas entre 1 e 2 salários mínimos;e) o IGP-m é calculado entre os dias 1 e 30 de cada mês.

19. Assinale a alternativa incorreta:a) o IPCA-I corrige o saldo devedor dos impostos através da correção da UFIR;b) a TR define os rendimentos das cadernetas de poupança;c) a TR foi criada pelo plano Collor II,d) a TR foi criada para ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês e não como um índice que refletisse a inflação do mês anterior;e) a TJLP foi criada em novembro de 1984 para estimular o consumo.

20. Assinale a alternativa incorreta:a) depósitos à vista em conta-corrente é atividade típica dos Bancos Comerciais;b) cheque é uma ordem de pagamento à vista;c) cheques cruzados não podem ser descontados, apenas depositados;d) os bancos não podem recusar o pagamento de cheques por insuficiência na assinatura do emitente;e) os cheques acima de R$ 100,00 se não forem nominativos serão devolvidos.

21. Assinale a alternativa correta com relação à cobrança de títulos:a) a cobrança de títulos é um produto de pouca importância para os bancos;b) uma vantagem para o Banco é o aumento de depósitos à vista pelos créditos das liquidaçõesc) os bloquetos de cobrança bancária não podem circular pela câmara de compensação.d) os valores resultantes de operação de cobrança são automaticamente debitados da conta corrente da empresa cliente.e) a capilaridade da rede bancária é uma desvantagem para o cliente.

22. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - A nota fiscal é um documento fiscal obrigatório.II - Fatura é uma relação de notas fiscais correspondente a uma venda a prazo.III - Duplicata é um título de crédito formal.a) todas as assertivas estão corretas;b) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

23. Assinale a alternativa incorreta:a) home banking é a ligação entre o computador do cliente e do banco;b) a ligação pode ser feita através de linha telefônica;c) os computadores do cliente e do banco, para que seja possível a comunicação, devem ser idênticos;d) um dos serviços típicos de homebanking é a sonsulta de saldos.e) o pager também pode ser utilizado como veículo do cliente.

24. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - EDI consiste na troca de documentos eletrônicos em padrão préestabelecido de forma que todo um processo de negócios seja feito. II - Remote banking é o atendimento ao cliente fora das agências bancárias.III - O saque de dinheiro em caixas eletrônicos são um serviço típico de home banking.a) todas as assertivas estão corretas;

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b) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

25. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - Desde que respeitados os prazos mínimos, o CDB é transferível antes de seu vencimento.II - A transferência pode ser feita através de endosso em branco.III - O RDB também é transferível.a) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

26. Assinale a alternativa incorretaa) as LC são instrumento de captação específico das SCFI-Ib) as LH são títulos emitidos pelas instituições financeiras autorizadas a conceder créditos hipotecários;c) as Li são emitidas por bancos múltiplos com carteira comercial;d) os TDE são emitidos por Bancos de Investimento;e) a Cédula Hipotecária pode ser integral ou fracionária

27. Assinale a alternativa correta:a) as operações compromissadas de 30 dias devem ser lastreadas por títulos privados;b) a formação da taxa do hot money é baseada na taxa do CDI, mais o PIS e mais um spread;c) a operação de desconto não dá direito de regresso;d) o financiamento de tributos e tarifas públicas se dá entre o banco comercial e o Governo;e) a maior utilização do CDC é na aquisição de bens imóveis.28. Assinale a alternativa incorretaa) o Fundo de Aval é formado por recursos próprios do SEBRAE;b) os cartões magnéticos representam um estímulo ao consumo, os saques são efetuados mesmo sem saldo na conta corrente;c) os cartões de cébito também são conhecidos como "private labels";d) os cartões inteligentes são dotados de processador e memória;e) os cartões de valor agregado representam um montante pré-pago e aceito em estabelecimentos devidamente equipados.

29. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - O Crédito Rural é o suprimento de recursos financeiros para aplicação exclusiva nas atividades agropecuárias;II - No mínimo 50% da exigibilidade deve ser satisfeito com crédito a mini ou pequeno produtor;III - O empréstimo do Governo Federal (EGF) é viabilizado nas modalidades COV e SOV.a) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

30. Assinale a alternativa correta:a) através do FINAME, o BB financia a compra de máquinas e equipamentos para o setor agropecuário;b) o PRONAF é formado por recursos do recolhimento de impostos;c) o Aval Bancário Completo é também chamado de Aval em Branco;

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d) a fiança bancária está sujeita ao IOFe) se o afiançado não cumprir as obrigações relativas à fiança bancária, a operação fica isenta do IOF.

31. Assinale a alternativa incorreta:a) o BID Bond é uma fiança emitida por um banco, a pedido de um cliente, a fim de habilitá-lo a participar de uma concorrência pública no exterior;b) o performance bond é uma fiança prestada por um banco a um cliente que tenha assumido um contrato de execução longa,c) o Banco Central permite a outorga de carta de fiança à diretoria do banco;d) o Banco Central permite a outorga de carta de fiança para obtenção de liminar em mandado de segurança destinado a sustar a cobrança de tributos;e) o Banco Central veda a outorga de carta de fiança em moeda estrangeira, exceto quando se tratarde operações ligadas ao comércio exterior.

32. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - A classificação tradicional dos fundos de investimentos é em fundo de renda fixa e fundo de renda variável.II - Os fundos de curto prazo possuem média volatilidade.III - Chinese wall é a separação feita entre a administração de recursos do fundo e a tesouraria da instituição financeira.a) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

33. Assinale a alternativa correta:a) os FIF não sofrem tributação de IRb) os FIF sofrem tributação de IOF;c) o BC foi extremamente rigoroso na definição das regras de aplicação do patrimômio do FIFd) as aplicações do Fundo em títulos de um mesmo grupo financeiro não pode exceder a 20% de seu PL ajustado;e) Ações de companhias abertas somente podem fazer parte do Fundo até 10% de seu patrimônio.

34. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - FIF de curto prazo - compulsório de 50%II - FIF 30 dias - compulsório de 5%III - FIF 60 dias - livres de compulsórioa) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

35. Assinale a alternativa incorreta:a) o Fundão (FAF) tinha uma carteira altamente amarrada à aplicações compulsóriasb) os FAF-II foram incorporados aos FAC;c) o Money Market Fund foi criado com cota em URV;d) o depósito especial remunerado foi criado para receber cruzados liberados pelo governo;e) as carteiras dos FMIS são compostas, pelo menos em 51 %, de ações de companhias fechadas.

36. Assinale a alternativa incorreta :

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a) Os títulos de capitalização são regulamentados pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)b) Sociedades Anônimas financeiras não podem emitir debêntures.c) A responsabilidade de assegurar que o emitente cumpra as cláusulas pactuadas na escritura compete ao próprio comprador da debênture.d) A Securitização consiste na conversão de empréstimos bancários e outros ativos em títulos para venda a investidores.e) Existem 3 tipos básicos de contrato de "Underwriting" , que podem ser realizados, a saber – "straight", "standby" e "best efforts".

37. Assinale a alternativa correta :a) O contrato de seguro caracteriza-se por, na maioria das vezes não ser oneroso.b) A apólice de seguros costuma ser, normalmente, emitida em três vias.c) O contrato de seguro, uma vez realizado, não pode ter quaisquer de seus elementos alterados.d) Franquia é o valor do prejuízo que fica a cargo do segurado, só respondendo a Seguradora por danos que ultra passem este valor.e) O Cosseguro pode ser conceituado como o seguro do segurador.

38. Assinale a alternativa incorreta :a) O conceito de Engenharia Financeira abrange, por exemplo, a intervenção de uma Instituição Financeira para o reescalonamento de dívida junto a credores de uma empresa em dificuldades financeiras.b) As operações inclusas no conceito de Corporate Finance envolvem a intermediação de fusões,cisões e incorporações de empresas.c) "Takeover Bid" é a aquisição do controle acionário de uma empresa através do mercado de ações.d) O "Takeover Bid" pode ser hostil ou amigável.e) A operação de "Tender Offer" consiste em uma oferta de compra da empresa a valor de mercado, não envolvendo qualquer prêmio sobre tal valor.

39. Analise as afirmativas abaixo e marque a opção correta.I - O termo bônus é usado tradicionalmente, no exterior, para títulos com mais de 10 anos de prazo.II - Eurobônus e Euronotes são termos que caracterizam a emissão de títulos denominados em dólar no próprio mercado americano.III - Nos bônus conversíveis, a empresa emissora oferece ao investidor a possibilidade de trocar os títulos por ações de sua própria emissão.a) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

40. Assinale a alternativa correta :a) "Commercial Papers" são títulos similares aos bônus, assemelhando-se, àqueles principalmente no que diz respeito ao prazo.b) Certificados de depósito são títulos nominativos emitidos no exterior, com prazo variando entre 90 e 360 dias.c) O empréstimo pela 4.131 ocorre quando um banco estrangeiro empresta diretamente recursos para uma empresa brasileira.d) Não há qualquer restrição de prazo nas contratações de empréstimo para repasse ao amparo da Resolução 63.e) Não há qualquer repasse para o tomador além, obviamente, da variação cambial do montante emprestado.

41. Assinale a alternativa incorreta :a) Os "Par bonds" têm prazo de 30 anos e foram oferecidos em troca da dívida antiga na proporção de 1:1.

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b) Os "Discount Bonds" foram emitidos à proporçãode 65% da divida antiga, tendo sido depositados pelo Brasil, a título de garantia, os juros de 12 meses, em dinheiro.c) Os FLIRBs foram oferecidos em troca da dívida antiga na proporção de 1:1.d) Nos Bônus de Redução de Juros com Capitalização Parcial (FLIRB-C) não há previsão de prazo de carência.e) Os chamados Bônus de Reestruturação consistem, na verdade, na recontratação da dívida velha por novos contratos de empréstimo ao par.

42. Assinale a alternativa incorreta, com relação às operações de "factoring"a) A pessoa que vende seus ativos é denominada de "sacador".b) A casa compradora representa a empresa que fornecerá o dinheiro ao sacador pelo ativo.c) Existe, nas operações de "factoring", um deságio em relação ao valor de face dos títulos negociados.d) No Brasil, todas as modalidades de "factoring" conhecidas estão sendo atualmente utilizadas.e) As principais fontes de captação utilizadas pelas empresas de "factoring" são a emissão de debêntures e "Commercial Papers".

43. Assinale a alternativa correta :a) Os ADRs (American Depositary Receipts) nada mais são do que títulos, emitidos e passíveis de negociação no exterior, representativos de ações de empresas brasileiras negociadas em bolsa, ficando tais ações aqui custodiadas. b) O mercado de "commodities" têm como característica básica a predominância de seus negócios no mercado à vista (Spot).c) O "open-market" ( Mercado Aberto pode ser conceituado como o mercado no qual atua o BancoCentral de cada país, comprando e vendendo títu los, não se caracterizando, no entanto, como instrumento ativo de política monetária. d) O mercado acionário de balcão consegue oferecer as mesmas garantias proporcionadas ao investidorpelas Bolsas de Valores.e) O mercado fracionário de ações caracteriza-se pela possibilidade de negociação limitada a lotes de100 ou 1.000 ações.

44. Assinale a alternativa incorreta :a) No mercado internacional de ouro, as principais praças de negociação são Londres e Zurique (Mercado de Balcão) e Nova York (Bolsa de Mercadorias de Nova York)b) A cotação do ouro, no Brasil, é feita em dólares por "onça-troy" de ouro puro, de forma a se coadunar com os padrões internacionais.c) O mercado "spot" de ouro abrange as operações com entrega, em geral, 24 horas depois dacompra/venda, ao preço do dia.d) O sistema SINO é o utilizado pela CETIP para centralizar as negociações com ouro ocorridas noâmbito deste mercado de balcão. A cotação do ouro nas principais praças internacionais utiliza a "onça-troy" como unidade de medida, sendo que 1 "onça troy" equivale a 31,10 gramas.

45. Assinale a alternativa incorreta:a) no Brasil, as negociações do mercado de derivativos concentram-se na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) de São Paulo e na Bolsa Brasileira de Futuros (BBF) do Rio de Janeiro;b) o especulador caracteriza-se por ser um agente que, necessariamente, possui algum tipo de vínculocom a mercadoria objeto da operação;c) os mercados futuros são uma forma eficaz de eliminar o risco do investidor que detenha determinada posição física em um ativo;d) os contratos futuros diferem dos contratos a termo por terem especificações padronizadas pelasbolsas onde são negociados;e) ao estar comprada em um contrato futuro de dólar, a instituição financeira tem expectativa de alta

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da taxa de câmbio até o vencimento do contrato.

46. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondenteI - Nos mercados futuros, há realização diária de lucros ou prejuízos através do mecanismo de "ajustes diários".II - Existe um mercado secundário ativo para os contratos futuros.III -O raciocínio do mercado futuro de taxa média de depósitos interfinanceiros de um dia (futuro de DI) deve ser inverso àquele utilizado no mercado futuro de dólar.a) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

47. Analise as assertivas abaixo e assinale a opçãocorrespondente:I - As opções podem dar ao comprador o direito de comprar ou vender o ativo objeto até a (ou na)data do vencimento.II - Nas opções americanas, o exercício deve ocorrer necessariamente na data de vencimento.III - A expectativa do lançador de uma opção de venda é de baixa do preço do ativo objeto.a) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

48. Assinale a alternativa incorretaa) SWAP são derivativos que permitem a troca de indexação de montantes ativos e passivos;b) uma empresa possuidora de um passivo em dólar pode se proteger do risco de uma eventualdesvalorização cambial entrando na ponta vendida de um SWAP pré x dólar;c) a liquidação dos contratos de SWAP dá-se pela diferença entre os montante indexados apurados na data do vencimento;d) o mercado de SWAP tem como característica a grande participação de pessoas físicas no papel de "hedger"e) dentre os indicadores principais utilizados nas operações de SWAP podemos citar CDI (taxa pós), dólar (variação cambial) e IGP-M.

49. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - O Acordo da Basiléia relaciona-se ao controle dos padrões de solvência e liquidez das instituições componentes do Sistema Financeiro;II - O valor do patrimônio líquido exigido das instituições financeiras é obtido através da aplicação do percentual de 8% sobre o ativo ponderado pelo percentual de risco;III - Pode-se ainda, pelo acordo da Basiléia, continuar a calcular o limite de enquadramento das instituições a partir da estrutura de seus passivos.a) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

50. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente:I - O PROER é instrumento hábil para resguardar os interesses dos depositantes e investidores.II - No âmbito do PROER, as chamadas moedas podres são reconhecidas em sua totalidade pelo

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Banco Central, não havendo qualquer tipo de deságio.III - O FGC garante o total de créditos de cada pessoa contra determinada instituição (ou conglomeradofinanceiro) até o valor máximo de R$ 20.000,00.a) todas as assertivas estão corretasb) somente as assertivas I e II estão corretas;c) somente as assertivas I e III estão corretas;d) somente a assertiva I está correta;e) nenhuma assertiva está correta.

GABARITO1. E 2. B 3. D 4. B 5. C6. B 7. C 8. A 9. A 10. A11. C 12. E 13. D 14. E 15. B16. D 17. A 18. C 19. E 20. D21. B 22. A 23. C 24. B 25. D26. C 27. B 28. B 29. A 30. B31. C 32. C 33. D 34. A 35. E36. C 37. D 38. E 39. C 40. C41. D 42. D 43. A 44. B 45. B46. A 47. D 48. D 49. B 50 - A

PROVA CEF - 2000mais opressiva nas cidadezinhas que nas metrópoles.Considere as seguintes afirmações:I. Também nas roupas dos velhinhos interioranos as marcas do tempo parecem mais antigas.II. Na cidade grande, a velhice parece indiferente à agitação geral.III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto que fazem os velhinhos nos cruzamentos.

9. Em relação ao texto, está correto o que seafirma SOMENTE em:a) I.b) II.c) III.d) I e III.e) II e III.

10. Indique a afirmação INCORRETA em relação ao texto:a) Roupas, canivetes, árvores e campanário são aqui utilizados como marcas da velhice.b) autor julga que, nas cidadezinhas interioranas, a vida é bem mais longa que nos grandes centros.c) Hábitos como o de picar fumo de corda denotam relações com o tempo que já não existem nas metrópoles.d) que um velhinho da cidade grande parece suplicar é que lhe seja concedido um ritmo de vida compatível com sua idade.e) autor sugere que, nas cidadezinhas interioranas, a velhice parece harmonizar-se com a própria natureza.

11. O sentido do último parágrafo do texto deve ser assim entendido:a) Do jeito que as coisas estão, os velhos parecem não ter qualquer importância.b) Tudo leva a crer que os velhos serão cada vez mais escassos, dado o atropelo da vida moderna.c) prestígio do que é novo é tão grande que já ninguém repara na existência dos velhos.d) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão harmoniosa que um dia ninguém mais sentirá o próprio envelhecimento.

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e) No ritmo em que as coisas vão, a própria velhice talvez não venha a ter tempo para tomar consciência de si mesma.

12. Indique a alternativa em que se traduz corretamente o sentido de uma expressão do texto, considerado o contexto.a) "parecem muito mais plenamente velhos" = dão a impressão de se ressentirem mais dos males da velhice.b) "guardam alguma ansiedade no olhar" = seus olhos revelam poucas expectativas.c) "fora do compasso" = num distinto andamento.d) "a conversa mole se desenrola" = a explanação é detalhada.e) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve desacelerar suas passadas.

Atenção: As treze questões abaixo referem-se ao texto que segue:No início do século XX, a afeição pelo campo era uma característica comum a muitos ingleses. Já no final do século XVIII, dera origem ao sentimento de saudade de casa tão característico dos viajantes ingleses no exterior, como William Beckford, no leito de seu quarto de hotel português, em 1787, "assediado a noite toda por ideias rurais da Inglaterra." À medida que as fábricas se multiplicavam, a nostalgia do morador da cidade refletia-se em seu pequeno jardim, nos animais de estimação, nas férias passadas na Escócia, ou no Distrito dos Lagos, no gosto pelas flores silvestres e a observação de pássaros, e no sonho com um chalé de fim de semana no campo. Hoje em dia, ela pode ser observad a na popularidade que se conserva daqueles autores conscientemente "rurais" que, do século XVII ao XX, sustentaram o mito de uma arcádia campestre. Em alguns ingleses, no historiador G.M. Trevelyan, por exemplo, o amor pela natureza selvagem foi muito além desses anseios vagamente rurais. Lamentava, em um dos seus textos mais eloquentes, de 1931, a destruição da Inglaterra rural e proclamava a importância do cenário da natureza para a vida espiritual do homem. Sustentava que até o final do século XVIII as obras do homem apenas se somavam às belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido rápida a deterioração. A beleza não mais era produzida pelas circunstâncias econômicas comuns e só restava, como esperança, a conservação do que ainda não fora destruído. Defendia que as terras adquiridas pelo Patrimônio Nacional, a maioria completamente inculta, deveriam ser mantidas assim. Há apenas poucos séculos, a mera ideia de resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la, pareceria ininteligível. Como teria progredido a civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo do solo e a conversão da paisagem agreste em terra colonizada pelo homem? A tarefa do homem, nas palavras do Gênesis, era "encher a terra e submetê-la". A agricultura estava para a terra como o cozimento para a carne crua. Convertia natureza em cultura. Terra não cultivada significava homens incultos. E quando os ingleses seiscentistas mudaram-se para Massachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles que por si mesmos não submetiam e cultivavam a terra não tinham direito de impedir que outros o fizessem.

13. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do texto, a inclinação dos ingleses pelo espaço rural, o autora) busca enfatizar o que ocorre no século XX, em que a afeição pelo campo lhe parece ser realmente mais genuína.b) a caracteriza em diferentes momentos históricos, tomando como referência distintas situações em que ela se manifesta.c) cita costumes do povo inglês destruídos pela aceleração do crescimento das fábricas, causa de sua impossibilidade de volta periódica ao campo.d) refere autores que procuraram conscientemente manter sua popularidade explorando temas "rurais" para mostrar como se criou o mito de um paraíso campestre.e) particulariza o espaço estrangeiro visitado pelos ingleses - Portugal - para esclarecer o que os indivíduos buscavam e não podia ser encontrado na sua pátria.Leia com atenção as afirmações abaixo sobre o segundo parágrafo do texto.I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o autor apresenta um outro matiz da relação do espírito inglês com o espaço rural.II. O autor assinala os pontos mais relevantes referidos por G.M Trevelyan para comprovar a ideia universalmente aceita de que o contato com a natureza

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é importante para o espírito.III. O historiador inglês revela pessimismo, a cujos fundamentos ele não faz nenhuma referência no texto.

14. São corretas:a) I, somente.b) III, somente.c) I e III, somente.d) II e III, somente.e) I, II e III.

15. As indagações presentes no terceiro parágrafo representam, no texto,a) pontos relevantes sobre os quais a humanidade ainda não refletiu.b) perguntas que historiadores faziam às pessoas para convencê-las da importância do culto à natureza.c) os pontos mais discutidos quando se falava do progresso na Inglaterra, terra da afeição pelo campo.d) questões possivelmente levantadas pelos que procurassem entender a razão de muitas pessoas não considerarem a agricultura um bem em si.e) aspectos importantes sobre a relação entre a natureza e o homem, úteis como argumentos a favor da ideia defendida por Trevelyan.

16. No último parágrafo do texto, o comentário sobre os ingleses seiscentistas foi feito como:a) denúncia dos falsos argumentos utilizados por aqueles que ocupam territórios indígenas.b) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na tarefa de colonização do território americano.c) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos que acreditavam na força da agricultura para o progresso da civilização.d) confirmação de que terras incultas são entraves que, há séculos, subtraem ao homem o direitode progredir. e) comprovação de que, há poucos séculos, o cultivo da terra era entendido como sinônimo de civilização.

17. Assinale a afirmação INCORRETA.a) Infere-se do texto que as palavras do Gênesis foram entendidas por muitos como estímulo a derrubar matas, lavrar o solo, eliminar predadores, matar insetos nocivos, arrancar parasitas, drenar pântanos.b) paralelo estabelecido entre o cultivo da terra e o cozimento dos alimentos é feito para se pôr em evidência a ação do homem sobre a natureza.c) texto mostra que o amor pela natureza selvagem está na base da relação que se estabeleceentre cultivo da terra e civilização. d) texto mostra que o amor à natureza selvagem, considerado como barbárie, permitiu que certos povos se dessem o direito de apoderar-se dela.e) Gênesis foi citado no texto porque o crédito dado às palavras bíblicas explicaria o desejo humano de transformar a natureza selvagem pensando no bem-estar do homem.

18. Assinale a alternativa que apresenta ERRO de concordância.a) Não que os esteja considerando inválido, mas o professor gostaria de conhecer os estudos deque se retirou os dados mencionados no texto.b) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada, o mais possível, a agricultura em regiões de floresta; são áreas tidas como adequadas à preservação de espécies em vias de extinção.c) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas que defendem o cultivo incondicional da terra, assim como deve haver muitos que condenam qualquer alteração da paisagem natural, por menor que seja.d) Nem sempre são suficientes dados estatisticamente comprovados para que as pessoas se convençam da necessidade de repensarem suas convicções, trate-se de assuntos polêmicos ou não.e) Faz séculos que filósofos discutem as relações ideais entre os homens e a natureza, questão que nem sempre lhes parece passível de consenso.

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19. Assinale a alternativa que NÃO apresenta erro algum de concordância.a) Já há muito tempo tinha sido feito por importante estudioso previsões pessimistas quanto ao destino das áreas rurais na Inglaterra, mas muitos não as consideraram.b) Às vezes não basta alguns comentários sobre a importância do cenário da natureza para a vida espiritual do homem no sentido de que se tentem evitar mais prejuízos ao meio ambiente.c) Certos argumentos de G.M. Trevelyan tornaram vulnerável certas visões acerca do modo como deveriam ser tratadas terras incultas.d) Segundo o que se diz no texto, os ingleses havia de terem se preocupado com a legitimação de sua tarefa de ocupação dos territórios indígenas.e) Quaisquer que sejam os rumos das cidades contemporâneas, sempre haverá os que lamentarão a perda da vida em contato direto com a natureza.

20. Assinale a alternativa em que há regênciaINCORRETA.a) O empenho com que G.M. Trevelyan dedicou-se à sua causa foi reconhecido por outros, principalmente pelo autor do texto.b) A crise em que passa a civilização contemporânea é visível em muitos aspectos, inclusive na relação do homem com a natureza selvagem.c) O homem sempre esteve disposto a dialogar com a natureza, mas esse diálogo nem sempre se deu segundo os mesmos interesses ao longo dos séculos.d) Muitos consideram ofensivo à natureza considerá-la como algo à disposição das necessidades humanas.e) Acompanhar a relação do ser humano com o campo através dos séculos propicia ao estudioso observar situações de que o homem nem sempre pode orgulhar-se.

21. Assinale a alternativa em que há ERRO de flexão verbal e/ou nominal. a) Receemos pelo futuro, dizem alguns especialistas, pois, afirmam eles, se os cidadãos não detiverem a deterioração ambiental, a humanidade corre sérios riscos.b) Crêem certos estudiosos que convém estudar profunda e seriamente o progresso da civilizaçãoquando ele implica destruir o que a natureza levou milhões de anos para sedimentar.c) Quando, na década de 30, o historiador inglês interviu na discussão sobre o tratamento dispensadoàs terras adquiridas pelo Patrimônio Nacional, muitos não contiveram seu desagrado.d) Dizem alguns observadores que, quando as pessoas virem o que resta da natureza sem as marcas predatórias do homem, elas próprias buscarão frear as atividades consideradas negativas para o meio ambiente.e) Elementos da natureza são verdadeiros artesãos de obras-primas; se os homens as desfizerem, estarão cometendo crime contra a humanidade.

22. No segundo período do primeiro parágrafo, a forma verbal "dera" pode ser substituída pela forma correspondente:a) haveria dado.b) havia dado.c) teria dado.d) havia sido dado.e) tinha sido dado.Do século XVII ao XX circulou na Europa, com bastante intensidade, o mito de uma arcádia campestre. Muitos escritores ingleses sustentaram também esse mito durante séculos; os textos desses autores ingleses são até hoje bastante populares.

23. Reescrevendo-se o segundo período e substituindo-se os termos grifados acima por pronomes correspondentes, obtém-se corretamente:a) Muitos escritores ingleses, os quais textos são até hoje bastante populares, o sustentaram também durante

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séculos.b) Muitos escritores ingleses, cujos textos são até hoje bastante populares, sustentaram-lhe também durante séculos.c) Muitos escritores ingleses, cujos os textos são até hoje bastante populares, sustentaram-notambém durante séculos.d) Muitos escritores ingleses, cujos textos são até hoje bastante populares, sustentaram-no também durante séculos.e) Muitos escritores ingleses, que os textos deles são até hoje bastante populares, sustentaram lhe também durante séculos.

Leia com atenção as frases que se seguem.I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem.II. Durante séculos a atividade humana complementou as belezas naturais.III. Chegou o tempo em que a atividade humana começou a degradar as belezas naturais.

24. Assinale a alternativa em que as frases acima estão em correta relação lógica, de acordo com o texto. a) Chegou o tempo em que a atividade humana começou a degradar as belezas naturais, mesmo tendo acontecido de, antes, complementá-las, logo que se iniciou a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem. b) Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, quando ocorreu o tempo de a atividade humana começar a degradar as belezas naturais, visto que, durante séculos,a atividade humana complementou as belezas naturais.c) Assim que chegou o tempo de a atividade humana começar a degradar as belezas naturais, iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, à proporção que, durante séculos, a atividade humana complementouas belezas naturais.d) Iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem, embora a atividade humana tivesse, durante séculos, complementado as belezas naturais, quando chegou o tempo de degradá-las.e) Apesar de, durante séculos, a atividade humana ter complementado as belezas naturais, chegou o tempo em que ela começou a degradá-las, por isso iniciou-se a luta pela conservação da natureza ainda não deteriorada pelo homem.

25. As frases abaixo, tiradas do texto, apresentam alterações em sua pontuação original. Assinale a alternativa em que a alteração acarretou frase pontuada de maneira INCORRETA.a) Hoje em dia ela pode ser observada na popularidade, que se conserva daqueles autores conscientemente "rurais" que do século XVII ao XX, sustentaram o mito de uma arcádia campestre.b) Em alguns ingleses - no historiador G.M. Trevelyan, por exemplo - , o amor pela natureza selvagem foi muito além desses anseios vagamente rurais.c) Sustentava que, até o final do século XVIII, as obras do homem apenas se somavam às belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido rápida a deterioração.d) A beleza não mais era produzida pelas circunstâncias econômicas comuns e só restava como esperança a conservação do que ainda não fora destruído.e) E quando os ingleses seiscentistas mudaram- se para Massachusetts, parte de sua argumentação em defesa da ocupação dos territórios indígenas foi que aqueles que, por si mesmos, não submetiam e cultivavam a terra não tinham direito de impedir que outros o fizessem.

CONHECIMENTO DESERVIÇOS BANCÁRIOS51. Quando concorrerem para a abertura de conta ou movimentação de recursos sob nome falso, respondem como co-autores por crime de falsidade,oa) beneficiário da conta, que irregularmente a abriu.b) gerente e o administrador.

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c) gerente que irregularmente identificou o correntista.d) funcionário que irregularmente identificou o correntista.e) funcionário que irregularmente identificou ocorrentista, o gerente e o administrador.

52. A personalidade civil do homem, começaa) do nascimento com vida.b) aos 14 anos.c) aos 16 anos.d) aos 21 anos.e) aos 24 anos, quando universitário ou cursando escola de 2o grau.

53. Os ausentes, para serem considerados absolutamente incapazes de exercer pessoalmente osatos da vida civil, devema) encontrar-se em lugar incerto e não sabido.b) encontrar-se nessa situação por mais de 12 meses.c) ser declarados como tais por ato do juiz.d) ser declarados como tais por autoridade policial da jurisdição de seu domicílio.e) encontrar-se nessa situação por mais de 24 meses.

54. Quando os estatutos das pessoas jurídicas não o designarem, estas serão representadas, ativae passivamente nos atos judiciais e extra-judiciais, pelos seusa) executivos.b) diretores.c) executivos categorizados.d) administradores comerciais.e) gerentes administrativos.

55. Quando os estatutos de uma pessoa jurídica de direito privado não elegerem domicílio especial, elo código civil, será considerado como sendo o do local onde funcionarem as respectivas a) atividades fins.b) atividades industriais, se este for seu objeto.c) atividades mercantis, se este for seu objeto.d) diretorias e administrações.e) atividades de prestação de serviços, se este for seu objeto.

56. Constitui título de crédito, a a) nota fiscal de venda.b) fatura.c) duplicata.d) nota fiscal de simples remessa.e) nota fiscal de serviços.

57. É ordem de pagamentoa) a ação ordinária.b) a fatura.c) a nota promissória.d) warrant.e) a letra de câmbio.

58. Se o aval de um cheque não indicar o avalizado, considera-se como tal o

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a) emitente.b) sacado.c) endossante ou os endossantes.d) primeiro endossante.e) último endossante.

59. A "chave" utilizada para as "ordens de pagamento", constitui medida de segurançaa) da existência de fundos suficientes.b) na identificação do destinatário.c) da autenticidade da ordem de pagamento.d) na identificação do remetente.e) da destinação da ordem de pagamento.

60. O modelo confeccionado e em uma única via e a cor da impressão em papel branco, do Documento de Crédito - DOC", éa) A, sépia.b) B, sépia.c) C, verde escuro.d) A, verde escuro.e) C, sépia.

61. É garantia real que pode ser transcrita ou averbada no registro de imóveis,a) a hipoteca, somente.b) penhor, somente.c) a caução, somente.d) a alienação fiduciária, somente.e) a hipoteca, o penhor e a alienação fiduciária.

62. A fiança diferencia-se do aval, por ser umaa) obrigação acessória.b) garantia cambial plena.c) garantia cambial autônoma.d) garantia cambial a obrigado.e) garantia cambial a coobrigado.

63. A sociedade comercial em que a responsabilidade de todos os sócios é ilimitada é aa) em comandita simples.b) anônima.c) em comandita por ações.d) em nome coletivo.e) de capital e indústria.

GABARITO1 - c 21 - c 41 - b 61 - e2 - a 22 - b 42 - c 62 - a3 - d 23 - d 43 - e 63 - d4 - e 24 - e 44 - d

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5 - b 25 - a 45 - c 6 - c 26 - a 46 - b 7 - d 27 - e 47 - a 8 - a 28 - b 48 - e 9 - d 29 - a 49 - d 10 - b 30 - d 50 - c 11 - e 31 - e 51 - b 12 - c 32 - c 52 - a13 - b 33 - d 53 - c 14 - a 34 - b 54 - b 15 - d 35 - e 55 - d 16 - e 36 - c 56 - c 17 - c 37 - a 57 - e 18 - a 38 - c 58 - a 19 - e 39 - d 59 - c 20 - b 40 - a 60 - b

BanrisulConhecimentos Bancários e de Mercado.

41. Considere as seguintes afirmações sobre o Sistema Financeiro Nacional (SFN)I. O Banco Central do Brasil é o órgão responsável pela determinação da meta de inflação, de acordo com o Sistema de Metas de Inflação adotado no Brasil.II. O Comitê de Política Monetária COPOM, composto por membros da Diretoria do Banco Central do Brasil, é quem fixa a meta para a taxa SELIC.III. O Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão normativo máximo do SFN, tem como atribuição a emissão do papel-moeda e da moeda metálica e a execução dos serviços do meio circulante.

Quais estão corretas?a) Apenas a I;b) Apenas a II;c) Apenas a III;d) Apenas a I e a IIe) Apenas a II e a III.

42. Com referência ao multiplicador bancário, pode-se afirmar que:I. quanto maior for o depósito compulsório (reservas compulsórias), menor será o multiplicador bancário, mantidas constantes as demais circunstâncias.II. quanto menor for o encaixe técnico (reservas voluntárias) dos bancos, menor será o multiplicador bancário, mantidas constantes as demais circunstâncias.III. quanto maior for a taxa SELIC, maior tende a ser o multiplicador bancário, mantidas constantes as demais circunstâncias.

Quais informações estão corretas?a) Apenas a I;b) Apenas a II;c) Apenas a III;d) Apenas a I e a II;e) A I, a II e a III.

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43. Considere as seguintes instituições financeiras, que recebem depósitos a vistaI. Banco Comercial;II. Banco de Desenvolvimento;III. Caixa Econômica;IV. Banco Cooperativo;V. Banco de Investimento;VI. Cooperativa de Crédito.

Quais delas podem criar moedas escriturais?a) Apenas a III e a IV;b) Apenas a I, a II, a III e a V;c) Apenas a I, a II, a IV e a V;d) Apenas a I, a III, a IV e a VI;e) A I, a II, a III, a IV, a V e a VI.

44. No Sistema Financeiro Nacional, existem operações que podem criar, destruir ou manter o volume dos meios de pagamento. Considere os seguintes exemplos.I. Um exportador (empresa não financeira) vende dólares a um banco comercial brasileiro e recebe em troca um depósito a vista.II. Um banco de investimento compra títulos públicos pertencentes a um banco de desenvolvimento, com pagamentos em papel-moeda.III. Um banco comercial vende um imóvel a uma caixa econômica e recebe o pagamento em papel-moeda.

Quais constituem operações de criação de meios de pagamento no SFN?a) Apenas o I;b) Apenas o II;c) Apenas o III;d) Apenas o II e o III;e) O I, o II e o III.

45. De acordo com a Resolução nº 2.682/1999, do Banco Central do Brasil, podemos afirmar que I. uma empresa com saldo vencido e não pago há mais de 360 dias deve ser classificada em nível de risco “F”.II. uma empresa classificada em nível de risco “A” deve ter 0,5% do seu saldo devedor provisionado pela instituição financeira para crédito de liquidação duvidosa.III. uma operação classificada em nível de risco “H” deve ter 100% do seu saldo devedor provisionado pela instituição financeira para crédito de liquidação duvidosa.

Quais afirmações estão corretas?a) Apenas a I;b) Apenas a II;c) Apenas a III;d) Apenas a I e a II;e) Apenas a II e a III.

46. Analise as seguintes afirmações sobre a estrutura atual do Sistema Financeiro Nacional (SFN).I. O sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários inclui, entre outros participantes, as bolsas de valores, as corretoras e ao agentes autônomos de

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investimentos.II. Os bancos de investimentos, as sociedades de crédito, investimento e financiamento e os bancos múltiplos sem carteira comercial são instituições bancárias.III. Os bancos múltiplos devem possuir pelo menos duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento.

Quais estão corretas?a) Apenas a I.b) Apenas a III.c) Apenas a I e a II.d) Apenas a I e a III.e) A I, a II e a III.

47. Considerando a classificação dos mercados financeiros, avalie as seguintes afirmações.I. Segundo a necessidade dos clientes, os mercados financeiros são classificados em mercado a vista, a termo, futuro e de opções.II. Segundo o grau de formalização, os mercados financeiros são classificados em mercado primário e secundário.III. Quando considerados os tipos de ativos negociados, os mercados financeiros são classificados em mercado de crédito, de capitais, cambial e monetário.

Quais estão corretas?a) Apenas a I.b) Apenas a I e a II.c) Apenas a I e a III.d) Apenas a II e a III.e) Nenhuma das afirmações.

48. Analise as seguintes afirmações sobre o funcionamento do mercado de capitais.I. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem, entre outros finalidades, a fiscalização das bolsas de valores, assim como das emissões de ações e debênturesII. A principal função do mercado de capitais é promover financiamento ao capital de giro das companhias abertas.III. A emissão de ações é um fonte de capital de terceiros para as empresas.

Quais estão corretas?a) Apenas a I.b) Apenas a III.c) Apenas a I e a II.d) Apenas a I e a III.e) A I, a II e a III.

49. Considerando os ativos financeiros emitidos pelos participantes dos mercados financeiros, quais, dentre as seguintes instituições, captam recursos via emissão de letras de câmbio, letras imobiliárias e certificados de depósitos bancários, respectivamente?a) Corretoras de câmbio, sociedades de arrendamento mercantil e bancos comerciais.b) Corretoras de câmbio, sociedades de crédito imobiliário e bancos comerciais.c) Corretoras de câmbio, sociedades de arrendamento mercantil e bancos de

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investimento.d) Bancos comerciais, sociedades de arrendamento mercantil e bancos de investimento.e) Sociedades de crédito, investimento e financiamento, sociedades de crédito imobiliário e bancos comerciais.

50. Considerando os conceitos e as definições de underwriting, analise as seguintes afirmações.I. Para que uma empresa possa efetuar emissão pública de ativos financeiros, não é necessário obter registro de companhia aberta.II. A empresa emissora de ativos financeiros deve encarregar uma instituição financeira, o underwriter, da colocação desses títulos no mercado, em caso de emissão pública.III. O underwriting representa a transferência de recursos dos investidores diretamente para a empresa.

Quais estão corretas?a) Apenas a I.b) Apenas a III.c) Apenas a I e a II.d) Apenas a I e a III.e) Apenas a II e a III.

51. Segundo o principio do relacionamento, embora o marketing de relacionamento destine-se diretamente ao trato do cliente .............................., não é demais lembrar que o relacionamento com o cliente começa .................... primeiro ................. ocorrer.

Assinale a alternativa cujas palavras ou expressões completam corretamente as lacunas da frase acima.a) pré compra – no momento em que o – negócio.b) pós-compra – no momento em que o – empréstimo.c) pré-compra – depois de o – depósito.d) pós-compra – antes de o – negócio.e) pré-compra – antes de o – depósito.

52. As reclamações de clientes das instituições bancárias brasileiras que têm fugido ao controle dessas instituições referem-se, em especial.a) à dificuldade de operar em caixas eletrônicos.b) a empregados sem vontade ou vagarosos na ajuda ao cliente.c) a falhas nos sistemas mecânicos de segurança.d) à falta de estratégias de recuperação de serviços.e) às longas filas de espera para atendimento.

53. A evolução do conceito de marketing de serviços vem ocorrendo à medida que o setor terciário, do qual os bancos fazem parte, vem obtendo mais destaque, já sendo em países desenvolvidos, responsável pela maior parte do PIB (Produto Interno Bruto). Para se atender aos clientes de maneira diferenciada, é imprescindível conhecer as características específicas desse setor de serviços.

Relacione as colunas, associando a descrição da característica do setor de serviços à sua respectiva denominação.

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(1) Os serviços são performances e não objetos.(2) Produção e consumo ocorrem ao mesmo tempo e no mesmo lugar.(3) Os serviços têm tempo limitado de existência.(4) Os desempenhos são variáveis, sendo difícil a manutenção da sua qualidade.(5) Os serviços não são estocáveis.

( ) Heterogeneidade( ) Inseparabilidade( ) Intangibilidade( ) Perecibilidade

A ordem correta dos números da segunda coluna, de cima para baixo, é

a) 5 - 4 – 2 – 3b) 5 – 2 – 1 - 3c) 4 – 2 – 1 – 5d) 3 – 5 – 4 – 1e) 2 – 1 – 3 – 4

54. Considere as afirmações abaixo a respeito dos fatores de satisfação com o atendimento bancário.I. Quando um cliente avalia a sua satisfação com relação ao atendimento bancário, ele normalmente não estende seus defeitos a todo o serviço da instituição.II. A satisfação pode ser classificada em categorias de acordo com as reações afetivas, tais como contentamento, surpresa e, até, alívio.III. A satisfação, do ponto de vista do cliente, é fundamental tanto para o seu bem-estar individual como para os lucros da empresa.

Quais estão corretas?a) Apenas a I.b) Apenas a III.c) Apenas a I e a II.d) Apenas a II e a III.e) A I, a II e a III.

55. A discussão sobre governança corporativa envolve a criação de mecanismos internos e externos que assegurema) um maior investimento em marketing bancário e vendas.b) a prioridade da instituição na remuneração dos conselheiros bancários.c) a prática de atividades de responsabilidade social que promovam comunidades.d) a adoção de monitoramento bancário por meio de indicadores de desempenho contábil.e) a tomada de decisões pela organização no melhor interesse dos investidores.

56. A adoção, cada vez maior, de tecnologia pelas agências não permite apenas agilizar procedimentos, mas também, de maneira destacada,a) identificar melhor o perfil de cada cliente.b) evitar erros nos cálculos e nos resultados das operações.c) definir um bom ponto de vendas para uma nova agência.d) estabelecer linhas para as políticas de governança corporativa.

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e) alavancar a propaganda bancária.

57. Assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas, considerando a temática da propaganda bancária.( ) A função da propaganda institucional é mostrar os diferenciais e as vantagens dos diversos produtos bancários.( ) Um slogan não é adequado para resumir o posicionamento da marca da instituição junto ao mercado.( ) Estudos de comportamento do consumidor têm indicado que as pessoas estão mais interessadas na qualidade das empresas bancárias do que no atendimento de suas necessidades e desejos.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, éa) F – F – F.b) F – F – V.c) F – V – V.d) V – V – F.e) V – V –V.

58. Os bancos têm travado uma verdadeira batalha para atrair um grupo de clientes denominado private.a) Sobre esse promissor segmento, é INCORRETO afirmar queb) é um dos três grupos (juntamente com clientes consumer e corporate) que, há algum tempo, as instituições bancárias do País buscam conquistar.c) os clientes private são também conhecidos como grandes fortunas.d) os bancos têm criado serviços diferenciados para esse público-alvo, inclusive com o lançamento de grifes.e) alguns benefícios estão sendo proporcionados aos clientes private, tais como rede exclusiva de agências e taxa diferenciada do cheque especial.f) o que os indivíduos desse segmento geralmente procuram é investimento em produtos e eventos culturais.

59. No que diz respeito ao plano estratégico de marketing de uma instituição bancária, o estágio ou a etapa que trata dos canais de vendas, dos territórios trabalhados e dos produtos e segmentos de mercado é aa) identificação do mercado-alvo.b) formulação dos objetivos de marketing.c) construção de cenários.d) alocação de recursos ou dos quatro (4) Os (produto, preço, ponto-de-venda e promoção.e) elaboração da missão da empresa bancária.

60. Uma forma de mensurar quantitativamente o desempenho ou a performance do pessoal de vendas é estimara) a opinião dos clientes por meio de entrevista.b) o nível de qualificação do pessoal.c) o número de concorrentes.d) o lucro líquido do banco.e) o número de correntistas.

1 ) Em relação ao Sistema Financeiro Nacional, analise as afirmativas a seguir:

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I - Compete ao Conselho Monetário Nacional Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamento do País;II - Uma das competências do Banco Central é receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os depósitos voluntários das instituições financeiras e bancárias que operam no País.III - O Banco do Brasil emite títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são somente:(A) III;(B) I e II;(C) I e III;(D) II e III;(E) I, II e III;

02) A Comissão de Valores Mobiliários – CVM – tem, além de outras, as seguintes responsabilidades:

I - promover a expansão e o funcionamento eficiente do mercado de capitais;II - atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguros, previdência privada aberta e de capitalização;III – assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão.

A(s) afirmativas(s) corretas(s) é/são somente:

(A) II;(B) II e III;(C) I e II;(D) I e III;(E) I, II, III

03) Compete à Comissão de Valores Mobiliários – CVM:(A) fiscalizar e inspecionar as companhias abertas, dada prioridade às que não apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar dividendo mínimo obrigatório;(B) inspecionar o balanço financeiro de qualquer empresa nacional;(C) examinar os registros contábeis, livros ou documentos de qualquer empresa;(D) fiscalizar as atividades do mercado de seguros;(E) suspender e cancelar os registros das empresas comerciais.

04) As Bolsas de Valores são:(A) associações de corretoras e distribuidoras de valores que operam no mercado de ações;(B) entidades que visam financiar a aquisição de valores mobiliários;(C) empresas que operam no mercado de seguros;(D) associações civis, que podem ter caráter lucrativo, onde são realizadas as negociações com as ações das sociedades anônimas;(E) associações com fins lucrativos onde são feitas as operações do mercado primário de ações.

05) Em relação às sociedades corretoras de valores, analise as afirmativas a seguir:I - para o exercício de suas atividades, não dependem de autorização da CVM;II - são instituições fiscalizadas pelo Banco do Brasil;III – não operam em Bolsa de Valores;IV – compram, vendem e distribuem títulos e valores mobiliários por conta de terceiros.

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Assinale a alternativa correta:(A) II, apenas;(B) I e II, apenas;(C) II e III, apenas;(D) IV, apenas;(E) I, II, III e IV.

06) A Câmara de Custódia e Liquidação – CETIP é:(A) uma instituição que atua no mercado secundário de títulos oriundos de companhias de capital aberto, instituições financeiras, ou de empresas fechadas;(B) um órgão do Banco Central que atua no mercado primário de títulos;(C) um órgão do Banco Central que atua no mercado secundário de títulos;(D) uma instituição da BOVESPA que atua no mercado secundário de títulos;(E) uma instituição do Banco do Brasil que atua no mercado secundário de títulos.

07) A Sociedade do Fomento Mercantil trabalha com a seguinte operação:(A) Hot Money.(B) CDC – Crédito Direto ao Consumidor.(C) Leasing (Arrendamento Mercantil).(D) Compra de direitos creditórios.(E) Desconta de duplicatas.

08) A conta que os bancos possuem junto ao Banco Central – BACEN, onde são efetuados os débitos e créditos decorrentes da compensação é chamada de:(A) Conta de compensação.(B) Reserva Legal.(C) Reserva de Livre Movimentação.(D) Conta de Depósitos Compulsórios.(E) Reservas Bancárias.

09) Analise se as afirmativas são falsas ou verdadeiras e marque a seqüência correta.( ) As Sociedades Corretoras representam os investidores em transações na Bovespa e BM&F.( ) As Distribuidoras não podem exercer a função de agente fiduciário.( ) Tanto as Corretoras como as Distribuidoras de Títulos, podem instituir e administrar fundos de investimento.( ) A administração de títulos e valores mobiliários é atribuição exclusiva das DTVM.( ) As atividades das Distribuidoras são mais amplas que as das Corretoras, por elas terem acesso às bolsas de valores e de mercadorias.

(A) F, F, V, F, F.(B) V, F, V, F, V.(C) V, F, V, V, F.(D) V, V, V, F, F.(E) V, F, V, F, F.

10) A instituição executante dos serviços de compensação de cheques e outros papéis é:(A) Caixa Econômica.(B) Banco Central do Brasil.(C) Conselho Monetário Nacional.(D) Comissão de Valores Mobiliários.(E) Banco do Brasil.

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11) A opção incorreta é(A) As Sociedades Corretoras fazem intermediação nas Bolsas de Valores e Mercadorias.(B) A Caixa Econômica Federal não integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.(C) Empréstimos para financiamento de capital fixo são operações ativas de bancos de investimento.(D) É operação passiva das Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento a colocação de letras de câmbio.(E) As Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento não podem manter contas correntes.

12) O conceito de liquidez está diretamente ligado:(A) À capacidade de transformar uma aplicação em dinheiro no momento da necessidade.(B) Ao grau de valorização do investimento ao longo do tempo.(C) À certeza do retorno do valor inicialmente aplicado.(D) À possibilidade de haver perdas dos recursos inicialmente aplicados.(E) À possibilidade de ocorrer ganhos na aplicação dos recursos.

13) Marque a alternativa correta. O COPOM e o órgão:(A) Responsável pela definição de estratégias e parâmetros que servirão de base para a condução da política monetária do país.(B) Que define medidas referentes à Política de Preços Mínimos e de Controle de Preços.(C) Que reajusta a TR e a TBF.(D) Composto por membros da Diretoria Colegiada do Bacen e do Ministério da Fazenda.(E) Responsável pela definição das políticas fiscal e monetária do país.

14) Em relação ao Comitê de Política Monetária – COPOM, todas as alternativas abaixo estão corretas, exceto:(A) Determina o nível da taxa básica da economia – Taxa Selic ou Selic Meta – objetivando implementar uma política monetária que alcance as metas de inflação estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN.(B) Ao determinar a taxa básica de juros com viés de alta, confere ao presidente do Bacen a prerrogativa de aumentá-la, sem que haja necessidade de consulta aos demais membros do Copom.(C) As reuniões ordinárias do Copom acontecem uma vez cada mês e meio durante dois dias.(D) O viés neutro, ou ausência de viés, determina que a alteração da taxa só pode ocorrer mediante nova reunião do Comitê.(E) Todos os membros do Copom fazem parte da Diretoria Colegiada do Bacen

15) Sobre o Sistema Financeiro Nacional, aponte a alternativa correta.A) É atribuição do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CRSFN estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, bem como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e similares, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.B) Associações de Poupança e Empréstimos são sociedades civis que atuam no setor habitacional por meio de financiamentos ao mercado imobiliário. Têm como função propiciar ou facilitar a aquisição de casa própria aos associados, constituindo fundo de investimento para este fim.C) É facultado às Sociedades de Crédito Imobiliário empregar em suas atividades, além dos recursos próprios, os provenientes de letras hipotecárias, letras imobiliárias, emissão de debêntures, entre outros.D) A principal atribuição do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional – CRSFN é julgar os recursos interpostos das decisões relativas à aplicação de penalidades administrativas do Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários e da Secretaria de Previdência Complementar.E) Cabe ao Banco Central do Brasil – Bacen orientar as seguradoras quanto aos limites de aplicação de suas reservas técnicas nos mercados de renda fixa e renda variável.

16) A Comissão de Valores Mobiliários caracteriza-se comoA) administração subordinada ao Banco Central do Brasil.

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135 Conhecimentos Bancários Específicos

B) órgão regulador do Sistema Financeiro Nacional.C) agente de Política Monetária, Cambial e de Crédito.D) instituição subordinada ao Ministério do Planejamento.E) entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda.

17) (Bacen2002) Tanto o SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), quanto a CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos) correspondem a sistemas onde são feitas a custódia e liquidação de operações com títulos. Sobre estes dois sistemas, assinale a opção correta.A) A custódia e liquidação das operações com títulos públicos federais podem ser feitas tanto no SELIC, quanto na CETIP, cabendo às partes envolvidas no negócio realizar a escolha do sistema a ser utilizado.B) Os títulos negociados no SELIC são escriturais, o que praticamente elimina os riscos relativos extravio roubo ou falsificação dos papéis negociados naquele sistema.C) A liquidação das operações realizadas na CETIP são feitas exclusivamente pela Centralizadora de Compensação de Cheques e outros Papéis.D) Somente instituições com conta de reserva bancária junto ao Banco Central do Brasil podem registrar suas operações na CETIP.E) A CETIP custodia e promove a liquidação tanto dos CDB (Certificado de Depósito Bancário) ao portador quanto dos CDB nominativos.

18) (Bacen2002) Com relação à estrutura do mercado de capitais, é correto afirmar que:A) As bolsas de valores são instituições do governo que mantêm local ou sistema adequado à negociação de títulos e valores mobiliários.B) São considerados valores mobiliários e, portanto, estão sujeitos à normatização pela CVM, os seguintes títulos, quando ofertados publicamente: ações, debêntures e títulos da dívida pública.C) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão regulamentador e fiscalizador do mercado de capitais.D) As negociações de títulos e valores mobiliários em bolsas de valores denominam-se usualmente de operações no mercado primário.E) Cabem às sociedades corretoras e distribuidoras de valores mobiliários as operações no recinto da bolsa de valores.

19) (Bacen2002) Com relação às funções, objetivos e regulamentação dos Bancos Comerciais e dos Bancos de Investimento, avalie as afirmações a seguir e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas. Em seguida, assinale a opção que contém a seqüência correta de avaliações:( ) Os bancos comerciais recebem depósitos a vista e atuam na concessão de empréstimos de curto e médio prazos.( ) Os bancos de investimento atuam na estrutura de operações no mercado de capitais e na concessão de empréstimos e financiamentos de médio e longos prazos.( ) Ambas as instituições, bancos comerciais e bancos de investimento podem captar recursos por meio de depósitos a prazo.( ) Os bancos comerciais não podem captar recursos por meio da emissão de debêntures, porém os bancos de investimento podem captar recursos por meio da emissão de debêntures próprias.

A) V, V, F, F.B) V, V, V, F.C) F, F, V, V.D) V, V, F, V.E) V, F, V, F.

20) Sobre SELIC e CETIP, analise as questões a seguir.I. Na CETIP são custodiados, registrados e liquidados todos os papéis privados e títulos públicos estaduais e municipais emitidos após 1992.

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II. Os títulos registrados na CETIP têm a garantia que serão honrados pelos emitentes.III. As reuniões do COPOM realizam-se sempre as terças e quartas-feiras, a cada 45 dias.IV. As instituições financeiras e não financeiras podem registrar seus títulos diariamente na CETIP, desde que devidamente cadastradas.Está (ão) incorreta (s) APENAS:

A) II e III;B) I e IV;C) II e IV;D) III e IV;E) III.

T E S T E S

1) Assinale a alternativa correta:I. O SFN viabiliza a intermediação entre poupança e investimento, possibilitando a eficiência do setor produtivo.II. Os poupadores são os agentes econômicos deficitários, pois transformam suas disponibilidades em ativos financeiros.III. O Banco Central é o órgão supremo do SFN.IV. Quando as pessoas poupam, adiam sua capacidade de consumo.

a) As alternativas II e IV estão incorretas;b) As alternativas I e III estão corretas;c) As alternativas I, III e IV estão corretas;d) As alternativas I e IV estão corretas;e) Apenas a alternativa II está incorreta.RESPOSTA: D

2) Relacione os subsistemas com as respectivas instituições que os compõem e assinale a sequência correta:

I. Normativo e Supervisão.II. Operativos.

( I ) BACEN( II) IRB( II ) Banco do Brasil( I ) CVM( II ) BM&FBOVESPA

3) Analise se as afirmativas são falsas ou verdadeiras e escolha a sequência correta:

( ) O CMN é composto pelos Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e Presidente do Banco Central.( ) Ações e debêntures são exemplos de títulos e valores mobiliários fiscalizados pelo Banco Central.

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( ) A CVM estimula a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários.( ) É função do BACEN regular e supervisionar o Sistema Financeiro Nacional.( ) A SUSEP e a PREVIC fazem parte do sistema operativo do SFN.

a) V, F, F, V, Fb) V, F, V, V, Vc) V, F, V, V, Fd) F, F, V, V, Fe) V, V, V, V, FRESPOSTA: C

4) São atribuições do CMN, exceto:a) Autorizar emissão de papel moeda.b) Fiscalizar as instituições financeiras.c) Fixar diretrizes para a política cambial.d) Regulamentar operações de redesconto.e) Regular o funcionamento das instituições financeiras.RESPOSTA: B

5) Relacione as colunas abaixo e assinale a sequência correta:I. SFNII. CMNIII. BACENIV. PREVICV. CVM

( V ) Instituição que fiscaliza o mercado de valores mobiliários.( III ) Secretaria executiva do CMN.( I ) Propicia fluxo de recursos entre poupadores e investidores.( II ) Fixa diretrizes para as políticas monetária, creditícia e cambial.

6) São atribuições do BACEN, exceto:a) Emitir papel moeda.b) Controlar o fluxo de capitais estrangeiros.c) Promover o equilíbrio do balanço de pagamentos.d) Comprar e vender títulos públicos federais.e) Autorizar o funcionamento dos Bancos.RESPOSTA: C

7) Assinale a alternativa incorreta:a) A CVM deve assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados.b) Cabe a CVM proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares.c) É função da CVM assegurar o funcionamento dos mercados de bolsa e de balcão.d) A CVM é uma autarquia que deve disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários.

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e) Ao estimular as aplicações em ações das empresas, a CVM contribui para a formulação da política monetária do país.RESPOSTA: E

8) Assinale a alternativa correta:a) Os bancos comerciais recebem depósitos a vista e efetuam empréstimos, principalmente de longo prazo.b) O banco múltiplo pode operar com carteiras de investimento, comercial e financiamento, cada uma com seu respectivo caixa e balanço.c) Os bancos de investimento se assemelham aos bancos comerciais, por atuarem no mercado de capitais.d) O banco múltiplo deve possuir pelo menos duas carteiras, sendo uma delas comercial ou de investimento.e) Os bancos de investimento também podem prestar serviços de cobrança e recebimentos diversos.RESPOSTA: D

9) Assinale a alternativa correta:I. A companhia de capital aberto promove a colocação de valores mobiliários, de sua emissão, no mercado.II. Após a resolução do BACEN, praticamente todos os bancos de investimento acabaram por se transformar em múltiplos.III. Os bancos de investimento realizam a distribuição de debêntures e podem administrar fundos de investimento.IV. A bolsa de valores é o local onde se comprar e se vendem as ações de companhias de capital fechado.

a) As alternativas I e III estão corretas.b) As alternativas II e III estão corretas.c) As alternativas III e IV estão incorretas.d) As alternativas I e II estão corretas.e) Apenas a alternativa IV é incorreta.RESPOSTA: A

10) Relacione as colunas abaixo e assinale a sequência correta:I. Bolsa de Valores.II. Bolsa de Mercadorias e Futuro.III. CBLC.IV. Balcão.V. SOMA

( ) Onde é fechada a negociação de ações diretamente entre as partes.( ) É um mercado de balcão organizado.( ) Negocia contratos do mercado de derivativos.( ) Liquida as operações do mercado brasileiro de ações.( ) Principal local para compra e venda de valores mobiliários.

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a) IV, V, I, III, IIb) IV, V, II, III, Ic) IV, V, II, I, IIId) V, IV, II, III, Ie) I, V, II, III, IVRESPOSTA: B

11) São atribuições das Bolsas de Valores, exceto:a) Estabelecer sistema de negociação que assegure a continuidade das cotações verificadas nos pregões.b) Assegurar a plena liquidez dos papéis no mercado.c) Facilitar a negociação de contratos que possuam como referência ativos financeiros.d) Dar ampla divulgação às operações efetuadas em seu pregão.e) Assegurar aos investidores, completa garantia dos títulos negociados.RESPOSTA: C

12) Analise se as afirmativas são falsas ou verdadeiras e marque a sequência correta.

( ) As Sociedades Corretoras representam os investidores em transações na BM&FBOVESPA.( ) As Distribuidoras não podem exercer a função de agente fiduciário.( ) Tanto as Corretoras como as Distribuidoras de Títulos, podem instituir e administrar os fundos de investimento.( ) A administração de títulos e valores mobiliários é atribuição exclusiva das DTVM.( ) As atividades das Corretoras são mais amplas que as Distribuidoras, em vista de poderem operar com exclusividade nas bolsas de valores e de mercadorias.

a) F, F, V, F, Fb) V, F, V, F, Vc) V, F, V, V, Fd) V, V, V, F, Fe) V, F, V, F, FRESPOSTA: E

13) Assinale a alternativa incorreta:a) O SILOC –Sistema de Liquidação Diferida das Transferências Interbancárias de Ordens de Crédito – liquida obrigações interbancárias relacionadas com bloquetos de cobrança de valor inferior ao Valor de Referência de Liquidação Bilateral.b) O TED substitui o DOC nas transferências interbancárias de valores iguais ou superiores a R$ 5.000,00.c) Operações realizadas em LBTR –Liquidação Bruta em Tempo Real, são de forma simultânea, operação por operação.d) O SITRAF – Sistema de Transferência de Fundos, liquida obrigações interbancárias relacionadas com bloquetos de cobrança de valor superior ao Valor de Referência de Liquidação Bilateral.e) O DOC é emitido nas transferências bancárias de valores inferiores a R$ 5.000,00.

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140 Conhecimentos Bancários Específicos

RESPOSTA: D

14) Relacione as colunas abaixo e assinale a sequência correta:I. SELICII. CETIP

( ) Custódia de títulos públicos federais.( ) Custódia de títulos públicos estaduais e municipais emitidos após 1992.( ) Registro da negociação de títulos e valores mobiliários de renda fixa.( ) Custódia de títulos públicos estaduais e municipais emitidos até 1992.( ) Operado em parceria pela BACEN e ANBIMA.

a) I, I, II, II, Ib) I, II, II, I, Ic) I, II, II, I, IId) II, II, II, I, Ie) I, II, I, I, IRESPOSTA: B

15) Assinale a alternativa incorreta:a) A função básica do SPB é efetuar a transferência de recursos, processando e liquidando pagamentos para pessoas físicas, empresas e governos.b) A CIP é a câmara de registro, compensação e liquidação eletrônica das transferências de recursos de clientes e de instituições financeiras.c) O STR liquida as operações por meio da compensação de seus valores líquidos ao final do dia.d) Um dos objetivos do novo SPB é reduzir o risco sistêmico, ou seja, a possibilidade de quebra de instituições financeiras.e) A TED pode ser liquidada por intermédio do STR ou da CIP.RESPOSTA: C

16) Quanto aos objetivos perseguidos pelo governo, a política econômica pode sera) Externa, de rendas, monetária e fiscal.b) Expansão, retração e manutenção.c) Estrutural, estabilização conjuntural e expansão.d) Interna, política, externa, fiscal.e) Expansionista, contracionista, restritiva.RESPOSTA: C

17) A atribuição de ratings revela ao investidora) A exposição máxima a ser considerada.b) O montante a ser empregado.c) A capacidade de pagamento do emissor.d) A capacidade de perda do lançador.e) A viabilidade da operação estruturada.RESPOSTA: C

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141 Conhecimentos Bancários Específicos

18) São títulos de renda variável, nominativos, emitidos por empresasa) Debêntures.b) Ações.c) Duplicatas.d) Commercial Papers.e) Nenhuma das alternativas acima.RESPOSTA: B

19) Para entrar no Novo Mercado da Bovespa, a empresa precisaa) Fechar seu capital.b) Ser recentemente constituída.c) Comprometer-se com regras diferenciadas em relação às exigidas por lei.d) Comprometer-se a não poluir o meio ambiente.e) Todas as alternativas acima.RESPOSTA: C

20) Numere a segunda coluna de acordo com a primeira e assinale a alternativa corretaa. Ação ordinária.b. Ação preferencial.

( ) Garante prioridade na distribuição de dividendos e no reembolso do capital.( ) Não pode ultrapassar a 50% do total de ações emitidas por uma empresa.( ) Proporciona participação no resultado de uma empresa, sem preferência de recebimento.( ) Confere direito a voto em assembléias gerais.

a) II, I, I, IIb) II, II, I, Ic) II, I, II, Id) I, II, I, Ie) I, II, II, IRESPOSTA: B

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