1º encontro estadual de tecnologia para o … · o ipes realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o...

76
GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO INSTITUTO DE APOIO À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO JONES DOS SANTOS NEVES 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL MEMÓRIA TÉCNICA: DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS DIAGNÓSTICOS PRELIMINARES SETORIAIS RELATÓRIO FINAL DAS MESAS 27 e 28 de abril de 2000 FINDES – VITÓRIA –ES

Upload: others

Post on 10-Aug-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO

INSTITUTO DE APOIO À PESQUISA E AO DESENVOLVIMENTO JONES DOS SANTOS NEVES

1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

MEMÓRIA TÉCNICA:

DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS DIAGNÓSTICOS PRELIMINARES SETORIAIS

RELATÓRIO FINAL DAS MESAS

27 e 28 de abril de 2000 FINDES – VITÓRIA –ES

Page 2: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

2

1. DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS 1º ENCONTRO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL DATA: 27 e 28 de dezembro de 2003 Local: Findes Objetivos: Nos dias 27 e 28 de abril de 2000 foi realizado o “1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local”, que reuniu 168 participantes, entre empresários e pesquisadores com atuação no estado, alem de órgãos públicos estaduais e federais de fomento à pesquisa. Como resultado procedeu-se a diversos encaminhamentos visando promover a integração entre o setor produtivo e pesquisadores. O segundo encontro, que ora se organiza, pretende estabelecer uma agenda e levantar projetos de desenvolvimento tecnológico do setor produtivo capixaba. Especificamente, pretende-se, em primeiro lugar, identificar, dentre esses projetos, os que poderão ser desenvolvidos por pesquisadores com atuação no Espírito Santo e os que demandarão apoio em instituições de pesquisa fora do estado; em segundo lugar, organizar mecanismos de articulação com as instituições financiadoras. Espera-se que ao final do encontro, além da identificação dos projetos a serem apoiados no próximo exercício, sejam estabelecidos convênios ou levantadas propostas de convênio entre os participantes para execução dos projetos indicados. Produtos: além da identificação dos projetos a serem apoiados no presente exercício, espera-se estabelecer ao final do encontro convênios ou propostas de convênios entre os participantes para a execução dos projetos indicados. Metodologia: o encontro deverá constar das seguintes etapas; 1) exposição do Secretário de Planejamento sobre as linhas mestres da política local de desenvolvimento; 2) reuniões em separado (por grupos de interesse) de empresários, pesquisadores e órgãos financiadores com o objetivos de discutir e ajustar os projetos a serem desenvolvidos e que poderão ser objetos de convênios; 3) plenária e conclusões. Para realização do encontro cabe um trabalho preparatório de inventariar atividades e especialidades dos pesquisadores, bem como demandas do setor produtivo. Deste trabalho espera-se identificar os grupos de interesse que deverão se reunir para discussão e ajustes dos projetos a serem desenvolvidos. Preliminarmente, apontam-se os seguintes temas para as reuniões especiais: Àgua, fruticultura, construção civil, rochas ornamentais, química, metal-mecânica, cafeicultura, petróleo e gás, indústria alimentícia, móveis e silvicultura. O trabalho de prospecção dos setores com definições mais claras de demandas de P&D oferecerá

Page 3: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

3

informações adequadas para definições dos temas em tempo hábil para preparação do Encontro. Promoção: SEPLAN/IPES Participantes convidados: Pesquisadores, empresários, Ministério de Ciência e Tecnologia, CNPq, FINEP, CAPES, UFES, CESAN, EMCAPER, FINDES, FEAG, SEAMA, outros a definir de acordo com os temas a serem confirmados.

Page 4: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

4

1.1 CORRESPONDÊNCIA/CONVITE OF/SEPLANIGAB/N0 1 58100/CIRCULAR 19 de abril de 2000. Ilm0Sr. Dr. José Braúlio Bassini Presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo - FINDES Nesta Senhor Presidente, O Governo do Estado do Espírito Santo, com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia e por intermédio da Secretaria de Planejamento, estará realizando nos dias 27 e 28 de abril o 1~ Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local. Assim, estamos nos dirigindo a V. Sa. para convidá-lo a participar deste evento cuja programação encontra-se em anexo. Atenciosamente RICARDO FERREIRA DOS SANTOS Secretário de Planejamento

Page 5: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

5

1.2 PROGRAMAÇÃO

DIA 27 DE ABRIL 09:00 Abertura Solene

Exmº Sr. Ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg Exmº Sr. Governador do Estado do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira

10:00 Palestra

Perspectiva do Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo – Secretário de Estado do Planejamento, Exmº Sr. Ricardo Ferreira dos Santos

WORKSHOP 14:00 às 16:00 Sala 01 Metalmecânica

Coordenador: Durval Vieira de Freitas – Presidente do Conselho do CDMEC

Relator: Elias Dalvi – Professor da Ufes Sala 02 Pesca/Carne

Coordenador: José Waldir Vasconcelos – Presidente da Dumilho Relator: Antonio Carlos de Souza – Coordenador Estadual de Pesca

Sala 03 Água

Coordenador: Jair Casagrande – Assessor de Meio Ambiente da Cesan Relator: Robson Sarmento – Professor da Ufes

16:00 às 18:00 Sala 01 Redes de Computadores

Coordenador: William Galvão Lopes – Secretário de Desenvolvimento Econômico da PMV

Relator: José Gonçalves Pereira Filho – Professor da Ufes Sala 02 Alimentos/Bebidas

Coordenador: Gilson Barcelos Reggiani – Presidente do Sindicato de Bebidas do Espírito Santo

Relator: Mônica Almeida Magalhães – Coordenadora Estadual de Agroindústria

Page 6: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

6

Sala 03 Móveis/Madeira Coordenador: Luiz Riggoni – Diretor Presidente da RIMO – Indústria de

Móveis & Comércio Ltda Relator: Gerson Nardelli – Consultor de Empresas do Setor Moveleiro

DIA 28 DE ABRIL 9:00 às 12:00 Sala 01 Petróleo e Gás

Coordenador: Sérgio Rogério de Castro – Presidente da Fibrasa Relator: Márcio Coelho de Mattos – Professor da Ufes

Sala 02 Fruticultura/Cafeicultura/Olericultura

Coordenador: Helder Lopes Peixoto – Assessor Técnico da Associação Capixaba de Produtores de Coco

Relator: Sônia Dalcomuni – Professor da Ufes Sala 03 Construção Civil/Mármore e Granito

Coordenador: José Eduardo Kossatz de Berredo – Presidente do Sindicon

Relator: Maristela Gomes da Silva – Professora da Ufes 14:00 às 18:00 Sala 01 Confecções

Coordenador: Lucas Izoton Vieira – Presidente do Sinconfec Relator: Evandi Américo Comarela – Presidente do Conselho do Cetecon

Sala 02 Química

Coordenador: Ernesto Mosaner Júnior – Diretor Superintendente da Carbo Derivados S/A

Relator: Adércio João Marquezini – Coordenador do Curso de Farmácia da Ufes

Sala 03 Capacidade Instalada de Pesquisa e Pós-graduação Coordenador: Cíntia Ávila de Carvalho – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-

graduação da Ufes Relator: Luiz Herkenhoff – Professor da Ufes 16:00 às 17:00 – Plenária

Page 7: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

7

1.3 BLOCO

Page 8: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

8

1.4 FICHA DE INSCRIÇÃO

Page 9: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

9

1.5 SELO

Page 10: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

10

LISTA DE PARTICIPANTES

Page 11: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

11

7 FICHA RESUMO I ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

FICHA RESUMO DE GARGALO TECNOLÓGICO

Workshop:

Setor ou Grupo de Interesse:

Coordenador:

Relator:

DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

[ ] Tipo 11 [ ] Tipo 22 [ ] Tipo 33

EMPRESAS OU SETORES INTERESSADOS

1 Quando for o caso de nova tecnologia, ainda a ser desenvolvida.

2 Quando for o caso de adaptação ou adequação de uma tecnologia já existente em outras regiões do País ou no Exterior.

3 Quando for o caso no qual a ausência de adequados mecanismo de transmissão de tecnologias já existentes se constitui no principal gargalo tecnológico do setor.

Page 12: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

12

RELACIONAR INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E/OU PESQUISADORES, LOCAIS E NA CIONAIS, CAPACITADOS E INTERESSADOS NA RESOLUÇÃO DO GARGALO

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

POSSÍVEIS INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS4

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

RELACIONAR OS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM A RESOLUÇÃO DO GARGALO

4 Relacionar Fundos de Ciência e Tecnologia (locais e nacionais), recursos de empresas privadas e fontes externas, quando for o caso.

Page 13: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

13

8 LISTA DE PRESENÇA

I ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL RELAÇÃO DOS PARTICIPANTES

Workshop: Setor ou Grupo de Interesse: Coordenador: Relator:

NOME LEGÍVEL INSTITUIÇÃO OU EMPRESA A QUE PERTENCE OU

REPRESENTA

TELEFONES PARA

CONTATO

FAX E-MAIL

Page 14: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

14

NOTÍCIAS DO SITE O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local".

Durante o Encontro de Tecnologia estiveram reunidos frente a frente 168 participantes entre empresários e pesquisadores com atuação no estado, além de órgãos públicos de fomento à pesquisa, como CNPQ, Finep, Emcaper e Ministério da Ciência e Tecnologia, todos com o objetivo de encontrar soluções para os gargalos tecnológicos existentes nos diversos setores

da economia estadual e visando estabelecer um Programa de Trabalho de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico para ser executado pela Secretaria de Estado do Planejamento – SEPLAN e pelo IPES para o ano de 2000, além de levantar projetos de desenvolvimento tecnológico de interesse do setor produtivo, identificar os que poderão ser desenvolvidos por pesquisadores com atuação no Espírito Santo, os que deverão buscar apoio em instituições de pesquisa de fora do estado, bem como organizar mecanismos de articulação com as instituições financiadoras.

O evento foi aberto na manhã do dia 27 pelo Governador do Estado do Espírito Santo, Exmº Sr. José Ignácio Ferreira, pelo Secretário de Estado do Planejamento, senador Ricardo Santos, e pelo Secretário Executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Dr. Carlos Américo Pacheco, além de várias autoridades locais. Após a abertura solene, o Secretário de Estado do Planejamento proferiu

palestra sobre as “Perspectivas do Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo”. Na tarde do dia 27 e durante o dia 28 foram realizados doze workshops, que serviram de palco de apresentação das demandas dos setores produtivos capixaba e dos trabalhos científicos dos pesquisadores locais em diversos segmentos econômicos, como metalmecânico, pesca/carne, água, redes de computadores, alimentos/bebidas, móveis/madeira, petróleo e gás, fruticultura/cafeicultura/olericultura, construção civil/mármore e granito, confecções, química, finalizando com a mesa, que discutiu capacidade instalada de pesquisa e pós-graduação do nosso estado. Em cada grupo de trabalho foram apresentadas as deficiências tecnológicas dos referidos setores e os possíveis encaminhamentos para solução destas deficiências. Ficou evidente em todos os setores que é urgente promover a integração entre o setor produtivo e pesquisadores, e é nesse contexto que o Instituto de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Jones dos Santos Neves – IPES, órgão responsável pela execução da política estadual de ciência e tecnologia, realizou esta primeira ação com objetivo de colher subsídios para elaboração do Programa de Trabalho de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico para o Espírito Santo.

Page 15: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

15

2. DIAGNÓSTICOS PRELIMINARES SETORIAIS I ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

SUGESTÃO DE PROCEDIMENTOS PARA OS WORKSHOPS PROCEDIMENTOS DURAÇÃO DESCRIÇÃO DAS TAREFAS

Procedimento 1 05 minutos • O Coordenador informará a todos os presentes o tempo de duração do evento e os procedimentos que deverão ser realizados, na forma como consta deste Roteiro.

Procedimento 2 10 minutos • Indo direto ao assunto, o Relator apresentará, aos presentes, os gargalos já identificados (os quais constam do resumo entregue a todos os presentes)

Procedimento 3 40 minutos • Empresários e representantes dos setores produtivos discutirão sumariamente os gargalos apontados e farão a validação dos mesmos, processo no qual será permitida a inclusão de novos gargalos, bem como a exclusão de gargalos constantes do resumo.

Procedimento 4 30 minutos • Pesquisadores e representantes de instituições de pesquisas, apontarão, sumariamente, a natureza (ou tipo) dos gargalos informados pelos empresários.

• Nesta oportunidade deverá ser informado, pelos pesquisadores, qual a natureza ou tipo do gargalo: se trata-se do desenvolvimento de novas tecnologias (Tipo 1); da adaptação de tecnologias já existentes em outras regiões/países (Tipo 2); ou se trata-se de transferência, aos empresários/produtores locais, de tecnologias já existentes (Tipo 3).

Procedimento 5 20 minutos • Com base no material produzido concomitantemente pelo Relator, o Coordenador encaminhará uma rápida discussão, ao final da qual, deverá resultar uma lista de gargalos, o mais consensual possível, apresentados em ordem decrescente de prioridade ou urgência.

• Na medida do possível, para cada gargalo, deverão ser informados as empresas/setores interessados, as instituições de pesquisas locais e nacionais capacitadas e possíveis modalidades de financiamento.

• Esta lista deverá ser apresentada à organização do evento, na plenária de Coordenadores e Relatores, que se realizará ao final do Encontro.

Procedimento 6 05 minutos • O Coordenador encerrará os trabalhos, agradecendo a presença de todos. • Deverá informar a todos que, se for do interesse dos participantes (empresários e

pesquisadores), uma nova rodada de discussão para aprofundamento da discussão poderá ser convocada, desde que seja realizada na semana imediatamente seguinte.

Procedimento Posterior (CASO NECESSÁRIO)

• Em data ainda a ser definida, todos os Coordenadores e Relatores se reunirão na TECVITÓRIA, com a coordenação do Encontro.

• O objetivo da reunião é dar forma de perfil de projeto, segundo uma ordem de prioridade, aos diversos gargalos relacionados no decorrer dos Workshops.

Page 16: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

16

Relatórios preliminares e finais do " 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL" METALMECÂNICO 1 - Identificação do Setor: O setor Metal-mecânico compreende as empresas de fabricação de estruturas metálicas e de ferragens eletrotécnicas, fabricação de artefatos de trefilados de ferro, aço e metais não-ferro; estamparia, funilaria e embalagens metálicas, fabricação de tanques, reservatórios, recipientes metálicos e artigos; fabricação de ferramentas manuais, de artefatos de cutelaria e de metal; fabricação de caldeiras geradoras de vapor, máquinas motrizes e equipamentos, peças e acessórios para todas as industrias em geral. Inclui ainda a prestação de serviços diversos nas áreas de montagem, recuperação e manutenção de equipamentos e estruturas industriais. 2 - Histórico: O acelerado crescimento industrial do Espírito Santo a aprtir dos anos 70 implicou em uma ampliação das empresas e do nível de produçào do setor metal-mecânico.Em grande parte, este setor foi favorecido pelas demandas advindas dos grandes projetos que aqui foram instalados a partir daquela década. Destaca-se no conjunto dos investimentos realizados, as implantações de complexos industriais relacionados à siderurgia, pelotização de minério de ferro, complexo portuário e celulose. No período mais recente, quando ocorrem diversos investimentos de modernização e ampliação de plantas industriais nos setores acima referidos, a industria meta-mecânica capixaba consegue dar um salto de organização e ganha espaço no fornecimento de bens e serviços requeridos pelas grandes empresas. O programa de potencializaçãodo fornecimento local foi levado a efeito com a atuação em conjunto de diversos órgãos e entidades e teve um efetivo envolvimento de boa parte das empresas do setor. Com isso, houve a formação de consórcios empresariais se as empresas puderam aperfeiçoar suas unidades fabris e os seus padrões gerenciais. 3 - Estágio Atual: O momento atual revela que o setor está apto para dar novos saltos em termos de conseguir novas encomendas dentro e fora do Estado. Embora os principais clientes do setor ainda sejam as grandes empresas situadas no ES e sul da Bahia verifica-se que tem se expandido o número de empresas deste segmento que já atuam no

Page 17: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

17

mercado nacional e até em mercados externos, disputando concorrências e assumindo contratos de entregas de equipamentos e de montagens industriais. Com o melhoramento da gestão e operação das empresas instaladas no Estado o grau de competitividade está mais compatível com as exigências internacionais, agregando tecnologia com a aquisição de máquinas e pessoal qualificado e fornecendo produtos com preço e prazo adequados a cada situação. A maioria das empresas do setor metal-mecânico são de pequeno porte, sendo que nenhuma empresa conta com mais de 500 funcionários (Avaliação do CDMEC – 1996). A mão-de-obra é pouco especializada sendo uma percentagem bem inferior de empregados com nível superior. A maioria das empresas estão na atividade há mais de 10 anos de modo que caracteriza um setor capaz de participar de vários tipos de obras industriais. Apesar dos avanços significativos realizados, o setorno Estado ainda tem dimensões restritas. Note-se que a capacidade produtiva do setor no Estado não é constituído por empresas de grande porte, sendo que todo parque industrial produz algo em torno de 1000 toneladas por mês. Se comparado com outras regiões e empresas este é um número muito pequeno; como citado por um especialista do setor, apenas a USIMEC produz 5000 toneladas mês. O setor apresenta uma organização empresarial de destaque se comparada com os demais setores econômicos estaduais. O CDMEC – Centro Capixaba de Desenvolvimento Metal/mecânico ( com 48 empresas associadas) realiza reuniões com as grandes empresas e são feitos levantamentos e estudos sobre os recursos físicos, humanos, tecnológicos, experiência e faturamento, de forma a identificar as áreas de maior interesse e necessidade de capacitação. Dentre as grandes empresas localizadas no Estado ( CVRD, CST, Samarco, Aracruz Celulose) tem surgido programas específicos que requerem o aperfeiçoamento dos seus fornecedores de insumos e serviços. Por exemplo, a Aracruz Celulose vem promovendo eventos entre seus fornecedores e empresas locais com o objetivo de formar parcerias, capacitando a mão-de-obra com a contratação de empreiteiros da região sendo esse trabalho conhecido como “Parceria Capixaba”, no qual são certificados as empresas que atendem as exigências da empresa. Por sua vez, a CST – Companhia Siderúrgica Tubarão possui um sistema de contratação de grandes quantidades que dificulta a participação local, sendo que somente 30% de seus contratos são fechados com empresas capixabas. Diante deste quadro, as empresas locais têm se consorciado para atender as necessidades da CST e propor negociações na assinatura dos contratos. A CVRD – Companhia Vale do Rio Doce tem se colocado à disposição para visitar empresas, identificar as capazes e dar oportunidade de participação principalmente às empresas de engenharia de projetos e gerenciamento. O intercâmbio com empresas estrangeiras, como a Posco, tem sido importante para o crescimento das empresas locais. A Samarco tem dado oportunidade à contratação local, propiciando desenvolvimento

Page 18: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

18

tecnológico para as empresas. Destaque para a contratação de mão-de-obra no Estado, com treinamento fornecido pelo SENAI em parceria com o SINE e a Prefeitura de Anchieta. No setor de serviços das grandes empresas as contratações locais foram de 16%; , no setor de fabricação o percentual foi de 5,9%, correspondendo os investimentos globais em 8,5% do total. As empresas locais tem recebido interação junto a outras empresas do Estado e fora dele, aproximando os clientes e desenvolvendo melhores métodos de trabalho. Com a preocupação de melhorar a capacitação gerencial e qualidade no desenvolvimento do trabalho, a mão-de-obra operacional tem se qualificado e as subcontratações tem sido evitadas. Tudo isto, proporciona maior confiança na contratação de empresas do setor, permitindo-lhes oferecer serviços em outros Estados com padrão de qualidade correspondente aos de fornecedores externos. Novas empresas estão sendo instaladas no Estado, motivadas pela viabilidade de utilização de insumos aqui produzidos, como é o caso dos produtos da Belgo Mineira. Apenas os dois empreendimentos já em implantação ligados a esta empresa correspondem a investimentos da ordem de R$9,5 milhões de reais, com geração de 230 empregos diretos e 500 indiretos . 4- Aspectos Tecnológicos e da cadeia produtiva: A cadeia apresenta empresas que prestam serviços de montagem, fabricação, manutenção industrial, manutenção elétrica, fundição e produção seriada; no setor de prestação de serviço temos a manutenção industrial, recuperação de peças, montagens industriais diversas, usinagem de peças e componentes, jateamento e pintura industrial; na área de fabricação as atividades compreendem as estruturas metálicas, calderaria e componentes metálicos diversos; na fundição são serviços de peças de aço ferro, bronze e alumínio. Algumas empresas do Estado desenvolvem e comercializam produtos próprios, demonstrando o potencial de desenvolvimento do Estado. Como exemplos temos as máquinas que prestam serviço no setor de mármore e granito, à extração de madeira, peças para caminhão, carrinho de mão, usina de tratamento de lixo e máquinas para a fabricação de tijolos ecológicos. O Senai buscando atender as necessidades da indústria capixaba ampliou e modernizou o laboratório de soldagem, com os mais modernos equipamentos. Este laboratório fica disponibilizado para o setor metal/mecânico, através de parcerias e oferece serviços específicos como o de diagnosticos de peças metálicas e a indicação de soluções para os problemas de soldagem. Consulta realizada com as empresas do setor indicam que nos últimos anos cerca de 40% delas desenvolveram melhorias em equipamentos enquanto 60% não o fizeram. As que desenvolveram obtiveram maior eficiência em seu processo produtivo. Além disso, verificou-se que as empresas que trabalham com produção em série foram estimuladas ao desenvolvimento tecnológico.

Page 19: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

19

Das empresas do setor, mais de 50% das empresas afirmam terem realizado algum tipo de convênio para aperfeiçoamento tecnológico ou consultoria técnica. As principais entidades envolvidas nesse convênio eram: UFES, CEFET-ES, SENAI e SGS. Os processos de seleção de pessoal são feitos a partir de anúncios, aproveitamento de estagiários e indicação/comunicação interna. Na maioria dos casos, os empregados recebem treinamento técnico interno, sendo que em muitos casos não se considera necessária a qualificação de mão-de-obra, devido aos tipos de tarefas e operações realizadas neste tipo de produção. Para o controle de qualidade das matérias primas as análises químicas são realizadas em 25% das empresas, a análise dimensional em 30%, atestados e exigência de certificação em 50% e inspeções em 25%. A maioria das empresas exerce o controle de qualidade através da certificação do fornecedor (50%). 5- Gargalos Tecnológicos: Segundo um estudo do CEDMEC, o parque fabril capixaba possui deficiência em galpões e máquinas de usinagem para peças de grandes dimensões e pesos, assim como é relevante sua limitação no que se refere a uma organização destinada à produção seriada. Dentre os empresários e especialistas mais ligados ao ramo o entendimento é de que os principais gargalos identificados no setor de metal-mecânico estão relacionados à gestão empresarial, sendo que a maioria das empresas do Estado não apresentam um bom trabalho de orçamentação, não fazem planejamentos estratégicos e não atuam com visão empresarial de médio prazo. As empresas estão preocupadas com a segurança no trabalho, existindo rotatividade de contratações e, como resultado de uma temporária redução de investimentos no Estado o número de pessoal empregado no setor diminuiu. Faz-se necessário preparar um banco de dados informatizado sobre a mão-de-obra no Espírito Santo, de forma que as consultas estejam abertas para qualquer setor. Segundo informações colhidas, a UFES - Universidade Federal do Espírito Santo forma engenheiros pouco voltados para a pesquisa aplicada e para enfrentar os inúmeros problemas efetivos da produção. Dessa forma, há carência de profissionais com perfil mais específico, ligado às áreas de produção. Por sua vez, a postura comercial das empresas é um ponto que revela grandes deficiências, especialmente no que se refere à busca de novos negócios. A maioria das empresas não fazem planejamento de médio e longo prazo, só atuando no curto prazo, respondendo a demandas que lhes são colocadas. As principais restrições no que se refere às inovações tecnológicas de acordo com Durval Vieira – Presidente do CEDMEC, são: • necessidade de mecanismos atrativos para estimular as inovações, a exemplo

do que ocorreu em outros países. Destaque para experiência da Catalunha. Um mecanismo desse tipo poderia ser disponibilizado através de um programa

Page 20: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

20

amplo, envolvendo as questões comerciais, de geração de renda e associando-se aos aspectos tributários e creditícios.

Outro ponto de destaque é que os empresário tenham mais sensibilidade para captar possibilidades de mercado, em suma, que adotem uma postura efetivamente de empreendedores. É preciso uma maior disposição empresarial para fazer associações de empresas locais com os de outras regiões e até de outros países. Há ainda deficiência na produção seriada no parque industrial/ES. As empresas de destaque nesta área são a Metalosa (Colatina) e a Cimef (Cachoeiro do Itapemirim). Na maior parte das empresas, a produção é processada exclusivamente sob encomenda. A verificação da realidade nacional e internacional indicam que a produção seriada é um fator importante para se ter maior agregação de valor e para a geração de maiores volumes de negócios. Na área de ferramentaria o ES não tem praticamente nada desenvolvido para atender o mercado, e esse micro setor não precisa de tanto desenvolvimento tecnológico, sendo que as empresas já dominam grande parte das necessidades que possuem. Os problemas com fornecedores são dados principalmente pela de falta de intercâmbio com os detentores de tecnologia, enquanto nos países mais desenvolvidos trabalha-se em redes, com montadoras articuladas com um conjunto de fornecedores. Grande parte dos insumos demandados pelo setor são produzidos pela Usiminas. Esta dependência a um ou poucos fornecedores é um aspecto que não pode ser desconsiderado na organização do setor e definição de seus gargalos técnicos. Nem todas as empresas estão capacitadas com tecnologia de ponta, sendo que algumas não possuem um departamento de engenharia(que deveria ser informatizado), ou sistemas de CAD/CAM/CAE. Também falta estrutura para fabricação, montagem e manuseio de peças de grande porte. É preciso intensificar a participação do setor em palestras técnicas, cursos, visitas às feiras e maiores parcerias com escolas como UFES e CEFET. A criação de mecanismos de atração como Programas, Semanas de debates, Prêmios para projetos, e maior inter-relacionamento setorial e com as entidades ligadas ao ramo são meios recomendados para o seu desenvolvimento . Há uma carência na utilização das normas e padrões para controlar a qualidade das matérias primas, falta planejamento e controle dos processos, indo de encontro com as normas de qualidade total, falhando dessa forma na uniformidade das características dos produtos. A produção seriada é um caminho a seguir mas esta alternativa requer transformações estruturais nas empresas, o que corresponde a altos investimentos, inalcancáveis para a grande maioria do setor.

Page 21: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

21

6- Propostas: As novas tendências da economia global requerem a modernização e programas de qualidade, com processos de melhoramento contínuo da gestão, de forma preventiva e não curativa.. O setor metal-mecânico está trabalhando de forma subutilizada e abaixo da capacidade. Os custos de produção altos têm prejudicado o desenvolvimento das empresas, com relevância para um problema dado pela legislação tributária em vigor, - um aspecto que não é de ordem tecnológica mas que prejudica a concorrência com outros Estados. As empresas do setor também utilizam-se de consultores independentes, sendo que destes, muitos são de outros Estados. Aqui, há uma deficiência que poderia suprida a partir de uma maior interlocução dos Centros tecnológicos e as empresas locais. A contratação da UFES implica certas vezes na falta de atendimento das necessidades concretas do setor de metal-mecânico. Em termos mais gerais a proposta necessária a ser desenvolvida para o setor vincula-se à capacidade de se construir espaços concretos de definição de políticas específicas para dar soluções práticas, que as empresas necessitam. Em cada uma das empresas do setor há freqüentemente demandas de ordem tecnológica, afetando processos e qualidade dos produtos entregues. O tratamento desta realidade passa inicialmente por uma aproximação entre empresas e os potenciais fornecedores de soluções, ou seja os pesquisadores dos núcleos de pesquisas e de desenvolvimento organizacional do Estado. Há um entendimento de que muitas das inovações tecnológicas disponíveis hoje no mundo precisam ser apropriadas pelo setor, no Estado, mas acontece que não é possível partir de patamares muito baixos para se construir a médio-longo prazos projetos sofisticados que custam caro e que, ao final, não darão respostas a preços e tempos compatíveis com as necessidades empresariais. Entende-se que é fundamental detectar quais os itens que são passíveis de desenvolvimento imediato e quais os que precisam ser primeiramente apreendidos por meio de aquisição de fornecedores internacionais ou por alguma associação tecnológica, a exemplo do que ocorre em outras realidades mundiais, por meio de joint ventures. Esta é a discussão que empresários do setor consideram relevante como proposta a ser debatida..

7- Base das informações contidas no texto

As informações aqui contidas foram em sua maioria colhidas de documentos elaborados nos anos 90 por entidades ligadas ao setor, com destaque para o CDMEC. O texto também usufruiu de entrevistas realizadas com o Presidente da referida entidade, Engenheiro Durval Vieira e com o empresário Salvador Turco, da Metalúrgica União.

Page 22: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

22

RELATÓRIO FINAL Tema: Metalmecânica Data: 27/04/00 Coordenador: José Emílio Brandão Relator: Elias Antonio Dalvi PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 30 participantes. ASSUNTOS ABORDADOS O panorama não é bom mas poderia ser pior!!

• Parque produtivo razoável em termos de equipamentos, mas com sérios problemas de utilização desses equipamentos.

• Falta coordenação efetiva das ações entre empresas de pequeno e médio portes do setor – CDMEC parece congregar mais interesses localizados.

• Falta interação com o setor de formação de RH (UFES/CEFET), inclusive na definição de suas necessidades.

• Faltam investimentos na busca de novas oportunidades para elevar capacitação.

• Falta capacitação para produção de novas tecnologias e sistemáticas de qualificação (normatização).

• Falta definir qual é o nível de envolvimento que o setor deseja atingir, I. E., definir o seu negócio.

DECISÃO Proposta a continuidade das discussões que visem: A) Integrar o setor produtivo e o setor de formação de RH; B) Melhorar a capacitação das empresas para participar em projetos com maior uso

de novas tecnologias; C) Definir a vocação do setor, identificando as suas áreas de competência e

respectivas empresas.

Page 23: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

23

PESCA E CARNE A Questão da Pesca 1 -Introdução O setor pesqueiro ainda é pouco desenvolvido no Estado. Uma das causas que concorrem para este baixo desenvolvimento é a inexistência de pesquisas tecnológicas-cientícas direcionadas ao setor. Outra grande dificuldade é encontrar profissionais qualificados para trabalhar nos órgãos de fomento e na própria atividade. O desenvolvimento do setor esbarra, ainda, em uma legislação ultrapassada, que tem desestimulado sua organização e a profissionalização. Esses são apenas alguns gargalos de um setor que emprega direta e indiretamente mais de 120.000 pessoas no Espírito Santo, e cujo potencial ainda não foi mensurado. 2 - Identificação do setor Segundo dados da EMCAPER5[1], o Espirito Santo produz em média cerca de 20.000 t/ano de pescado. A frota pesqueira do Estado é constituída de 2.350 embarcações motorizadas. Deste total, cerca de (88% das embarcações motorizadas) possui uma autonomia reduzida e operam na captura do pescado fresco. Esse grupo de embarcações é responsável pela produção de 11.287,5 t/ano de pescado, o que corresponde a 56,4% da produção total do Estado. Apenas 282 ( o equivalente a 12%) das embarcações motorizadas são equipadas com instrumentos de auxílio a navegação, captura e salvatagem. Essas embarcações são responsáveis pela produção anual de 8.000 toneladas de pescado, o que representa 40% da produção estadual. Existem 642 embarcações não-motorizadas que atuam próximo da costa e interior de baias. Elas operam em 521 quilômetros de costa e contribuem com uma produção de 100 t/ano, equivalente a 0,5% da produção total de pescado no Estado. A pesca no interior, representada pela aquicultura, participa da produção do Estado com cerca de 612,5 t/ano (o equivalente a 3,1%). Os dados da EMCAPER mostram que a maior produção do setor pesqueiro no Espírito Santo foi obtida na década de 80, quando chegou-se a produzir 25.000 t/ano. Posteriormente, esse patamar desceu para 20.000 t/ano o que representa, 13,8% da produção da Região Sudeste e 2,9% da produção nacional. Das 20.000 toneladas produzidas, aproximadamente 19,4 mil t (aproximadamente 97% da produção), tem sua origem em águas marinhas, enquanto 612,5t (o que representa 3,0%) são provenientes de águas dulcícolas, consideradas águas interiores.

Page 24: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

24

3- Número de empresas Existem hoje cerca de 110 comunidades pesqueiras situadas ao longo do litoral no Estado do Espírito Santo, concentradas em 10 colônias, 09 associações de pescadores e 02 cooperativas mistas de pesca. Essas formas de organização congregam mais de 12.000 pescadores artesanais, o que significa dizer que dos 20.000 pescadores artesanais, 60% estão filiados a um sistema organizacional e outros 40% apenas registrados no IBAMA. 4- Produção e equipamentos As espécies marinhas apanhadas com mais freqüência nas capturas são: Epinephelus niveatus (cherne), Lutjanus analis (cirioba), Mycteroperca microlepis (badejo), Lopholatilus vilari (batata), Seriola dumerli (olho de boi), Balistes capriscus (peroá), Lagocephalus leovigatus (baiacú), Rhomboplites aurorubens (realito), Lutjanus bucanella (dentão), Mugil liza (tainha), Centropomus undecimalis (robalo), Cynoscion virescens (pescada), Sarda sarda (sarda) e Carcharhibus plubens (cação). Os apetrechos de captura mais utilizados são: linha de mão, rede de caída, pargueiro, espinhel e arrastão de praia. Os camarões têm maior participação no que se refere a captura dos crustáceos, principalmente as espécies: Xiphopenaeus kroyeri (sete barbas), Penaeus paulensis (rosa) e o Penaeus schimitti (VG) e seguido da apanha do caranguejo uça. Os camarões são capturados através das redes de arrasto por pequenas embarcações de arrasto simples com portas e embarcações de porte médio com arrasto mexicano. Esse tipo de operação é realizado ao Norte do Estado através de um número reduzido de embarcações, algo em torno de 1% do referencial da frota pesqueira. A captura da lagosta Panlirus argus, P. laevicauda é efetuada principalmente com redes chamadas “caceia” e através da pesca clandestina de mergulho, embora o método seja proibido por lei. A produção de lagosta no Estado ainda é bastante reduzida, em função da falta de investigação de bancos lagosteiros, e estatística de captura. 5- Faturamento A atividade pesqueira gera aproximadamente em torno de US$ 26.591.000/ano para o Estado do Espírito Santo, empregando cerca de 20.000 profissionais diretamente e mais de 100.000 indiretamente. 6- Mercado Consumidor A produção média anual de pescado no Espírito Santo fica em torno de 20.000t, das quais 2.000t é absorvida pelo mercado interno, e o restante é destinado para os Estados da Região Sudeste, significando que, algo em torno de 90% da produção é comercializada fora do Estado; isso se deve à boa aceitação do produto no mercado interestadual.

Page 25: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

25

7- Diagnóstico da situação atual da pesca no Estado do Espírito Santo No que se refere a pesca marinha, não obstante o fato do Estado apresentar 521 quilômetros de costas piscosas, estima-se que o potencial pesqueiro explorável, com sustentabilidade, incluindo-se as águas estuarinas e da plataforma marítima é da ordem de 21.500t. Isto é um indicativo de que o esforço de pesca está concentrado em regiões que abrigam espécies demersais que habitam a plataforma, e que portanto os níveis atuais de exploração já são bastantes próximos do máximo. As melhores perspectivas para o desenvolvimento de pesca no Estado residem, assim, nos recursos pesqueiros oceânicos e de talude e, nas poucas espécies costeiras ainda sub-exploradas, tais como a lagosta. Um outro caminho de enorme importância para o incremento da produção pesqueira consiste na utilização de recifes e atratores artificiais. A frota pesqueira para pesca artesanal é constituída por aproximadamente 2.350 embarcações motorizadas e 642 não motorizadas e com 20.000 pescadores artesanais registrados no IBAMA, distribuídos em 521 quilômetros de costa, e mantendo, na sua maioria, algum vínculo com as 10 colônias de pescadores, 09 associações e 02 cooperativas mistas de pesca. As perspectivas futuras de pesca parecem ser promissoras, haja visto que praticamente todos os estaleiros estão com construção em andamento destinados à captura de espécies demersais não oceâncias, devido a falta de introdução de novas tecnologias que as conduzam a operar em águas oceânicas na captura de espécies pelágicas.

O mesmo ocorre com a lagosta, ainda com uma produção bastante reduzida devido a falta de investigação de estoque, tecnologia de captura, e a sua legalização pelo

setor competente. Na pesca industrial o Espírito Santo durante as décadas de 70 e 80 teve uma participação pouco expressiva na produção de pescado. As unidades de beneficiamento de pescado nesse período eram apenas 05 e mantidas através da produção artesanal a qual foi impulsionada pelo incremento da referida frota. A falta de incentivos e de profissionais qualificados, aliado a baixa tecnologia, fez com que a atividade fosse para apenas 03 unidades de beneficiamento que ainda sobrevivem sobre os premissas da produção artesanal, não existido desta forma uma contribuição significativa da pesca industrial no conjunto da atividade pesqueira. As três empresas existentes dedicam-se principalmente ao beneficiamento do Pagrus pagrus (pargo) e Caryphaena hippurus (dourado), para exportação, além do cação, e outros peixes vindos da região dos abrolhos (Bahia) e Mar Novo no estado do Rio de Janeiro. Nos anos 70 e meados dos anos 80 a produção do pargo gerou em torno de 1.440 t/ano proveniente de 200 embarcações de porte médio. Com a falta de incentivos para a manutenção e renovação da frota deu-se o início progressivamente à queda da oferta para o setor industrial, ocasionando uma baixa de até 60% da produção inicialmente ofertada. A pesca de atuns começa a surgir de forma ainda bastante reduzida, tendo sua maior expressão no sul do estado, utilizando-se de pouca tecnologia para essas espécies.

Page 26: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

26

A lagosta pode ser o grande negócio na indústria da pesca do Estado. Atualmente, a sua produção é pequena devido a falta de informações de bancos lagosteiros e a permissão de pesca pelo IBAMA-ES, além de uma tecnologia adequada não impactante. 8- Alguns gargalos e Propostas para o setor - A frota pesqueira existente necessita em grande parte de algumas mudanças

em suas operações tecnológicas de captura, bastando para isso a introdução de novas tecnologias com o objetivo de identificar e explorar novos estoques pesqueiros, principalmente de espécies pelágicas, ainda praticamente não exploradas, e introduzir tecnologia de captura da lagosta que não seja impactante ao substrato marinho;

- Tecnologias que ajudem a identificar e explorar novos bancos e estoques

pesqueiros. O desenvolvimento ou emprego dessa tecnologia pode viabilizar uma possível rotatividade dos bancos em estágio de exploração máxima;

- Descentralização das competências relacionadas à habilitação dos

profissionais condutores de barco, a exemplo do que ocorre com a habilitação de motoristas.

- Monitoramento constante da qualidade das águas do Estado e principalmente,

monitoramento dos resíduos tóxicos encontrados nas espécies de pescado mais consumidas no Espírito Santo;

- Pesquisas sobre o impacto das plataformas de petróleo sobre as rotas

migratórias dos peixes (fototropismo), antecipando problemas causados pelo crescimento da exploração do petróleo no litoral capixaba.. Apresenta-se a sugestão de se fazer uma adaptação ao sistema de iluminação da Petrobrás e destinar um percentual dos royaltes provenientes do petróleo para criar um fundo de aval e financiar a pesquisa para o setor pesqueiro;

- A construção de barcos de pesca também exige atenção. Faltam pesquisas

para materiais baratos e de difícil deterioração. A criação de um curso técnico voltado para a formação de profissionais para construção de barcos de pesca é outra demanda do setor.

9- Base das Informações O presente texto baseou-se principalmente em entrevista realizada com o Engenheiro de Pesca da EMCAPER, Dr. Antonio Carlos Cavalcanti de Souza ENTREVISTA DIA 03/04/2000

Page 27: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

27

O SETOR DA CARNE NO ESTADO 1- Apresentação O presente texto considera algumas informações sobre a indústria de carnes no Estado do Espírito Santo, abordando o segmento de bovinos, suinos e avicultura, embora não se tenha o mesmo nível de informações para estes três segmentos. Para melhor abordagem do tema considerou-se, inicialmente, alguns pontos relacionados ao setor a nível nacional. 2- Criação e Abate de suinos no Estado O Espírito Santo não é um Estado produtor de destaque no setor de suinos. Porém, existem hoje no Estado cerca de 120 produtores cadastrado e participantes da ASSOCIAÇÃO DE SUINOCULTORES e tem crescido a produção estadual. Não obstante, o estado ainda é um importador líquido do produto. No norte do Estado foi reativado um importante frigorífico de abate e de industrialização do produto. Parte da produção local tem sido vendida em outros Estados. Um ponto importante que pode ser um alvo concreto para fins de desenvolvimento tecnológico refere-se à organização de um sistema de difusão para todo o segmento de sêmen com vistas a aprimorar oplantel do estado. Hoje em dia, apenas existem alguns laboratórios privados, destinados a atender exclusivamente as necessidades de um dado produtor. A idéia seria a de se discutir a implantação de núcleos de produção para fornecer aos suinocultores do Estado. Este núcleo envolve a aquisição de equipamentos de laboratório e de treinamento de pessoal qualificado. Registre-se que uma iniciativa semelhante a esta já vigora no Paraná. Esta media implicaria em benefício direto para o setor com reduçào de custos e melhoria genética do plantel. Na fase relacionada à alimentação e engorda dos animais tem ocorrido uma atuação em parceria da Associação dos empresários com a ENCAPER com vistas a estimular a produção local de milho, sorgo e aveia. Este programa poderia ser alvo de estudos e pesquisas com vistas aprimorar o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a produção com as características estaduais de solo, clima e relevo. Na fase de abate e industrialização das carnes registra-se que o Espírito Santo não possui um laboratório de controle de qualidade tal como existe em outros Estados da Federação. Esta situação prejudica diretamente o setor e deveria ser pensado uma solução que envolvesse a Delegacia do Ministério da Agricultura no Estado juntamente com Órgãos Estaduais, Entidades de Pesquisa e o Empresariado. Ademais, há que se registrar que tal setor ressente-se de existir ainda um grande número de abate clandestino com ao ferta de produtos de qualidade duvidosa, sem haver qualquer fiscalização sanitária e também tributária. Este ponto não está

Page 28: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

28

ligado diretamente ao padrão tecnológico em exame mas vale ser registrado, dada a sua importância para o setor. 3- Carne Bovina - informações gerais Há alguns anos a cadeia da carne bovina está enfrentando um quadro muito diferente do tradicional. Os fatores que definem o novo ambiente competitivo são estabilidade de preços, concorrência com outras carnes, concorrência externa, concentração dos canais de comercialização e novos hábitos de consumo. As novas condições de concorrência tem produzido resultados muito negativos para diversos agentes da cadeia. O empobrecimento dos pecuaristas tradicionais e o fechamento ou elevada capacidade ociosa da indústria frigorifica são indicadores eloqüentes das dificuldades de competição do setor. A relação de fragilidade da cadeia de carne bovina é extensa: começa pela mentalidade conservadora de vários participantes e termina na inadequação das estruturas empresariais. Na cadeia de carne bovina não há, como na avicultura, contratos de longo prazo vinculando produtores e indústrias. Quando muito verificam-se alguns arranjos informais, geralmente bastante frágeis. A opinião de técnicos da SEAG é de que o Estado não tem controle sobre a cadeia produtiva da carne; entre outras coisas não existem contratos de qualidade para a compra da carne no Espírito Santo, em função disso parte da qualidade da carne produzida e consumida aqui é de qualidade deficiente. Um dos grandes gargalos desse setor é a inexistência de um laboratório para qualificação (classificação) da carne, análise de resíduos, etc. A tecnologia, hoje, permite que se preparem animais prontos para abate com apenas 16 meses no peso adequado. Porém, no Estado é ainda muito limitado esta prática. No que se refere ao manejo de pastagens o entendimento da EMCAPER é que predomina as práticas inadequadas. Afirma-se que "variedades de capins existem porém os proprietários ainda não sabem como trabalhá-los". Já existem técnicas para corrigir problemas com capins. Em Pinheiros, norte do Estado, existe um laboratório que está obtendo excelentes resultados. Capins dos tipos: Cofre Cross, Tifiton, (sic), ente outros não são muito encontrados, mas o Estado pode perfeitamente produzir essas mudas e sementes. No entendimento de técnico da EMCAPER que atua na área o Estado possui 80% de tecnologia gerada em todos os setores, e o maior problema da agroindústria é o poder de execução dos produtores (disposição para a inovação). A transferência é um segundo problema pois não adianta somente entregar a informação ao produtor.

Page 29: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

29

Além disso, reconhece-se que o ensino rural é outro gargalo; se este fosse diferenciado e alvo de maiores investimentos, as transferências de tecnologia seriam mais fáceis. Quanto aos sistemas de criação e qualidade da carne - Na linha de pecuária de corte existem algumas falhas, no entanto na média os

produtores já utilizam as variedades certas; - No ES não existem pesquisas nem laboratórios que, através da biotecnologia e

da genética, promovam o melhoramento dos animais.; - Para pesquisas como transplante de embrião e manipulamento de DNA faltam

recursos humanos. Destaque-se que, atualmente, menos de 5% dos produtores do ES fazem inseminação artificial e o ES está há 50 meses sem aftose.

Com vistas a se preparar adequadamente para o futuro e inclusive com produções para o mercado externo o Estado deveria criar pesquisas e laboratórios de controle de vacinas e rastreamento de animais. - O entendimento é de que hoje em dia as questões ligadas à genética e ao

manejo são gargalos no ES; - Um trabalho de zoneamento se faz necessário, visando adaptar (ou escolher)

geneticamente o animal com características adequadas a região; - As deficiências hídricas no norte do Estado interfere no padrão dos animais. Na

parte sanitária, o ES não está muito bem. Falta aos produtores: capital para investimentos, consciência da importância do seu papel na sociedade e fiscalização;

- As tecnologias para melhoria da qualidade da carne bem como das condições sanitárias existem, no entanto, falta estimulo para a disseminação do seu uso;

- Ao produtor falta conhecimento e estimulo para introduzir as tecnologias de defesa sanitária e controle de qualidade.

Quanto ao bate e cadeia de comercialização

- A perda na atividade é de aproximadamente 1% em função do mal acondicionamento e transporte.;

- As tecnologias na cadeia agro-industrial existem, mas descapitalização do produtor (concorrência) e muitas vezes o desconhecimento do insumo impede

o acesso do produtor a essas tecnologias.

Por fim, é oportuno registrar que o Espírito Santo não se constitui em um dos principais Estados da Federação no ramo mas aqui está sediado um grande frigorífico que atende, inclusive a mercados internacionais. No norte do Estado está sendo concluído um outro frigorífico com instalações apropriadas para um atendimento nacional e internacional, no futuro. Estas unidades compõem um conjunto de frigoríficos menores presentes no Estado, bem como a de um grande contingente de abatedouros que atuam na clandestinidade, com a oferta de produtos sem qualquer padronização tecnológica e controle sanitário adequado.

Page 30: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

30

4- Avicultura ( criação) e abate de carne de frangos no Estado O Espírito Santo não é hoje em dia um dos grandes Estados produtores de carne de frangos do País. Entretanto, até os anos 70 o Estado tinha uma posição de destaque neste ramo, chegando a ser o 3º produtor nacional. Hoje em dia o Estado é um importador líquido detais produtos. Uma estimativa sem grande preocupação com rigor metodológico indica que o consumo do Estado fica ao redor de 6 mil toneladas de carne de frango por mês ( a base para o cálculo considera o consumo de 23 quilos/ano/pessoa). A produção do Estado fica muito aquém de tal número; o maior produtor do Estado tem uma produção em torno de 20% deste total. Em que pese tais considerações a atividade em exame tem uma certa importância para o Estado, em especial para algumas regiões como a serrana. O Estado possui algumas unidades produtoras de elevado padrão tecnológico e de volume maior de prouçào individual. Tem também modernas unidades de abate e processamento industrial. Os aspectos tecnológicos relacionados a toda a cadeia produtiva, deste a preparação dos alimentos, a criação, até o abate e comercialização são de vital importância para este setor, especialmente quando está se considerando a importância de se ter adequados padrões sanitários. Neste sentido existem muitas particularidades que requerem um rigoroso controle fito-sanitário e exige um constante investimento em assistência técnica. Há uma crítica de especialistas do setor para a realidade atual, que se caracteriza pela deterioração do aparato institucional e de suporte tecnológico que é conduzido pelo Poder público. Destaca-se que há excelentes técnicos do Ministério da Agricultura mas que não há as condições apropriadas para o exercício de um trabalho de fiscalização, orientação e de pesquisa como o setor requer. Assim, admite-se que há muitas possibilidades de se fazer parcerias voltadas para atender concretas necessidades do setor, cobrindo toda a cadeia produtiva até o desenvolvimento de inovações para os processos produtivos e para a busca de novos produtos e a conquista de determinados nichos de mercado (as carnes já preparadas para o consumidor, as especialidades no preparo de partes, os usos alternativos dos subprodutos, entre muitos outros). Enfim, há que se trabalhar inicialmente na aproximação dos núcleos de pesquisas interessados no tema, construir um ambiente em que os componentes dos grupos se conheçam, troquem experiência, revelem suas aptidões e interesses e, a partir daí, definir projetos concretos que correspondem a demandas empresariais. 5- Informações obtidas a partir de entrevistas: - Carne Suína Sidney Puppim - Presidente da Associação dos Suinocultores do Espírito Santo e Diretor Presidente do FRINORTE - Frigorífico Norte do Espírito santo S/A

Page 31: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

31

- Carne Bovina Paulo Cani – Engenheiro agrônomo da Emcaper - Avicultura Empresário Waldir Vasconcellos - Empresa DUMILHO Ltda. RELATÓRIO FINAL Tema: Pesca/Carne Data: 27/04/00 Coordenadora: SÔNIA MARIA DALCOMUNI Relator: ANTONIO CARLOS CAVALCANTE DE SOUZA PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 21 participantes. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO 1. Diagnóstico da cadeia produtiva da pesca em seus aspectos econômicos

tecnológicos, ecológicos e sociais, T1 (IPES; EMCAPER; UFES Economia/Ecologia/Biologia/Recursos hídricos) Mercadológicos;

2. Criação de um fórum de discussão de questões de interesse do setor (Centro tecnológico da pesca ou Câmara setorial da pesca – liderado pela SEPLAN – IPES envolvendo interessados item 1;

3. Capacitação diversa para a atividade pesqueira (Escola de pesca de Piúma; CETEFES; Outras escolas; Universidades) Curso técnico para a produção de barcos – Novos materiais;

4. Monitoramento das águas – Projetos diversos (UFES, etc.) Obs.: Esses gargalos trata-se de transferência, dos empresários/produtores locais, de tecnologias já existentes (tipo 3) 5. Pesquisas sobre o efeito da extração de petróleo sobre a pesca, nos aspectos

social, ecológico e econômico; 6. Pesquisas sobre beneficiamento do pescado; 7. Pesquisa sobre aproveitamento de resíduos do pescado (Curtume e fábrica de

ração) Obs.: Adaptação de tecnologias já existentes em outras regiões/países (tipo 2).

Page 32: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

32

ÁGUA 1- O tema e sua importância A introdução da questão da água no rol do conjunto de setores em consideração para fins da definição de projetos de desenvolvimento tecnológico em virtude de sua extrema importância tanto para a vida humana quanto em termos de ser um elemento indispensável para as diferentes atividades econômicas. A exploração de atividades econômicas desacompanhadas de um planejamento ambiental nas últimas décadas trouxe fortes consequencias para as fontes de abastecimento disponíveis no Estado. Somando-se a este fato temos o desmatamento indiscriminado e a adoção de práticas agrícolas “suicidas” que promovem um agravamento no fornecimento satisfatório de água potável para a população e restringem a sua disponibilidade para uso nas atividades rurícolas e urbanas. Esta crise não é apenas circunscrita ao Estado do Espírito Santo e não será solucionado apenas com iniciativas locais. No entanto, isto não impede que soluções já comecem por aqui, integrando-se posteriormente ao projeto nacional. Nestes termos, o objetivo desse trabalho é identificar os pontos de estrangulamento tecnológico que impossibilitam o manejo e a sua utilização racional da água desde a captação, os seus múltiplos usos, e o seu tratamento/reaproveitamento. No Espírito Santo, a empresa que tem maior presença no tratamento e abastecimento para a população é a CESAN. Em virtude de tal aspecto faz-se, em seguida, alguns comentários sobre a empresa, sua história e desempenho. 2- CESAN - Informações Gerais Fundada em fevereiro de 1967, através da Lei Estadual número 22.828, a CESAN está presente em 52 dos 77 municípios capixabas e atende a uma população da ordem de 1,8 milhão de habitantes. Na ocasião de sua fundação a CESAN tinha como atribuições planejar, projetar, executar, ampliar, remodelar e explorar, industrialmente, os serviços de abastecimento de água e esgoto sanitários. Outras funções previstas eram promover, investigar, pesquisar, fazer levantamentos, estudos econômicos e financeiros relacionados com projetos de serviços de água e esgotos sanitários, além de aperfeiçoamento de operação e manutenção dos serviços. A empresa foi uma iniciativa pioneira no processo de socialização do uso da água. No entanto, não é função da empresa realizar pesquisas que potencializem ou maximizem a utilização da água como recurso natural. Esta tarefa, no Espírito Santo, tem ficado a cargo de pesquisadores isolados ou até mesmo pesquisadores da própria CESAN, que, por interesse particular e/ou social dedicavam-se a estudos específicos sobre o tema.

Page 33: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

33

3- A Legislação pertinente e iniciativas de intervenção na área A sociedade, junto com as prefeituras, tem se organizado em torno de consórcios intermunicipais a fim de recuperar importantes mananciais capixabas. Esse trabalho começou pioneiramente nos rios Santa Maria e Jucu em 1990. Estes rios são responsáveis por 70% do abastecimento de água para a população da Grande Vitória. Posteriormente, foram instalados outros consórcios de bacias estaduais. Atualmente, os consórcios principais estão presentes em seis das doze bacias hidrográficas existentes no Estado. Esses consórcios, entre outras atividades, tem promovido em suas áreas de abrangência projetos de reflorestamento e recuperação de matas ciliares, criação de parques e intenso trabalho de conscientização dos produtores rurais e usuários dos recursos hídricos provenientes das bacias. Tem se buscado ainda, estimular a criação de leis que definam regras para o uso da água. Neste sentido, foi aprovado em janeiro de 1997 a Lei federal n. 9.433 que estabelece mecanismos de gestão dos recursos hídricos. Tal legislação procurou estabelecer princípios relacionados à gestão participativa, disciplinamento do uso da água e responsabilidades institucionaisdentre outros pontos. Seguindo a tendência nacional, em 30 de dezembro de 1998 foi aprovada a Lei Estadual nº 5.918 que tem como base os mesmos princípios da legislação federal, ressaltando a preocupação da sociedade com o uso desse recurso natural. No entanto, até os dias de hoje não se definiram os pontos essenciais de regulamentação dessas leis. Dentre os programas de recuperação das bacias desenvolvidos no âmbito local, regional e nacional destacam-se: o Gerenciamento Costeiro do Estado, o Promanancial e a Agenda 21. Contando com a cooperação internacional, tem-se: o Projeto Seama/GTZ, Projeto Prodespol e o Projeto Nike. 4- Degradação das bacias hidrográficas do Estado No meio urbano, o lançamento de efluentes domésticos e industriais sem tratamento, e a destinação dos resíduos sólidos (lixo domiciliar e industrial) são os maiores problemas que afetam os recursos hídricos. No meio rural os problemas continuam relacionados à degradação das áreas de nascentes dos rios, associada ao uso e ocupação inadequada dos solos com conseqüente assoreamento dos cursos d’água e, ainda, a contaminação pelo uso abusivo de agrotóxicos. Na região norte do Estado as regiões com menor disponibilidade hídrica o quadro tem se agravado, com a intensificação de captação de água para irrigação de lavouras sem qualquer planejamento para um adequado uso racional e social.

Page 34: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

34

5- Diagnóstico dos gargalos tecnológicos A distribuição da água no território brasileiro faz com que a região do Amazonas detenha 80% da água potável do país. Nas demais regiões do país constata-se que tem-se agravado os problemas relacionados ao uso da água, tanto em termos da redução da sua oferta quanto também no que se refere a sua qualidade, própria para consumo humano e os diferentes usos econômicos. A solução política dessa situação já delimitada na legislação recém aprovada requer a formulação de um plano de águas para o Espírito Santo, a partir do qual seria identificada e caracterizada tanto a oferta global disponível quanto as distintas formas de demandas espacialmente localizadas em todo o Estado. Esse trabalho implicaria num levantamento aerofotogametríco, que mapearia os principais rios do Estado e seus afluentes, bem como mapearia todo o solo capixaba, definindo-se e mensurando-se demandas e ofertas e oferecendo condições para se formular uma verdadeira política de utilização da água no Estado. Há que se ressaltar que a Lei federal prevê a criação de uma compatível estrutura institucional para o trato do assunto, com destaque para a Agência Nacional de Água (ANA) e os Conselhos associados. Essa estrutura deve ser reproduzida no âmbito estadual já que a fiscalização da utilização dos recursos hídricos caberia oficialmente aos Estados. No Espírito Santo, estima-se que um percentual em torno de 70% da água potável seja utilizada na agricultura. Este volume expressivo mostra o quanto é importante a racionalização da água na área rural. Atualmente, as técnicas de irrigação utilizadas no Estado estão ultrapassadas, a tecnologia existente não está acessível e a falta de conscientização associada à informação ainda é um problema a ser vencido. Estudos de caracterização do uso atual do solo, bem como de disponibilidade de água no Estado se fazem necessários na medida em que, a partir deles, será possível orientar o plantio bem como a ocupação/exploração do solo. Soluções como a utilização da água subterrânea para uso em grande escala é inviável dada a formação geológica do solo capixaba que em sua maioria é rochosa. Nas regiões em que a composição do solo é sedimentar, a qualidade da água é muito ruim, devido ao excesso de ferro e/ou sal. Em função disso, o uso da água subterrânea somente poderá ser feita em pequena escala. A ser explorada como uma alternativa, existe a água da chuva, que constitui-se um verdadeiro gargalo tecnológico no Estado; A propósito, a Universidade poderia tomar a iniciativa de desenvolver mais estudos neste ponto em particular. A demanda por tecnologia está presente também no desenvolvimento de métodos e/ou equipamentos a serem empregados na reutilização da água bem como no uso racional da mesma.

Page 35: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

35

6- Bases para as informações As informações aqui apresentadas foram basicamente coletadas de entrevistas feitas com o Professores Robson Sarmento e Jair Casagrande. RELATÓRIO FINAL Tema: Água Data: 27/04/00 Coordenador: JAIR CASAGRANDE Relator: ROBSON SARMENTO INTRODUÇÃO O presente relatório tem por objetivo apresentar as condições de realização da mesa redonda a respeito do tema ÁGUA, relacionado com as questões que afetam o desenvolvimento local e necessidades de desenvolvimento tecnológico. Apresenta-se no final, a identificação de temas de interesse que poderão ser objeto de projetos de pesquisas envolvendo os interessados na formação de uma rede de cooperação nesse sentido. PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença, 27 participantes, representando basicamente, os setores de : Serviços públicos de abastecimento de água, Ensino (UFES, CEFET-ES e UVV), Produtor rural, Institutos de pesquisas, Pesquisadores (UFES, EMCAPER), IDAF, Representantes da Secretaria da Agricultura, secretaria de Estado da Saúde e Representante do Ministério da Ciência e Tecnologia e Setor da Agricultura. Merece observação a ausência de representantes do setor INDUSTRIAL. ASSUNTOS ABORDADOS • Pesquisas em desenvolvimento pelo CAUFES na área de biotecnologia; • Necessidade de capacitação dos produtores rurais para uso de tecnologias de

uso e preservação das águas, já disponíveis; • Capacitação e informação aos agricultores para o uso adequado de tecnologias

e defensivos agrícolas visando a preservação da qualidade da água; • Necessidade de gestão mais integrada de uso das águas (usos múltiplos); • Preocupação com a necessidade de uso intensivo de água para irrigação; • Necessidade de se conhecer as disponibilidades de águas superficiais e

subterrâneas; • Necessidade de se conhecer as características qualitativas das águas; • Substituição de equipamentos de irrigação que utilizam alta pressão para os

de baixa pressão (gotejamento);

Page 36: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

36

• Necessidade de regulamentação da legislação das águas; • Maior conhecimento da meteorologia local – Aquisição de dados

meteorológicos; • Maior conscientização das pessoas para o uso adequado das técnicas

existentes relativas ao uso das águas; • Reuso da água nos processos industriais e domésticos; • Utilização de técnicas de tratamento de efluentes líquidos e resíduos dos

processos de tratamento, visando preservar a qualidade da água e por conseqüência, ter mais disponibilidade de água;

• Utilização de técnicas par perenização dos rios; • Implantação de técnicas e instrumentos para a gestão das águas, para suporte

ao processo de tomada de decisão (gerenciamento de uso múltiplo, disponibilidade local, informações para o processo de outorga, etc.);

• Tecnologia para o conhecimento do potencial aquífero subterrâneo); • Necessidade de resgate da memória de dados hidrológicos e implantação de

rede de medição adequada e permanente RESUMO DOS TEMAS PARA PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO 1. Desenvolvimento de tecnologias visando a conservação e despoluição das

águas; 2. Capacitação de recursos humanos para o uso adequado da água – aspectos

quantitativos e qualitativos; 3. Tecnologias de gestão integrada de águas; 4. Tecnologias em sistemas meteorológicos para informações locais visando o

uso racional de água em projetos de irrigação; 5. Tecnologias para a melhoria da qualidade da água visando a promoção de

maior disponibilidade (técnicas de desinfecção, nitrificação, sistemas compactos, disposição no solo, etc.);

6. Tecnologias adequadas para aquisição de informações de recursos hídricos (quantidade e qualidade);

7. Tecnologias em sistemas de informações para o processo de implantação da sistemática de outorga de uso das águas;

8. Tecnologias para implantação de banco de dados de usuários de água; 9. Tecnologias de reuso de água; 10. Tecnologias de irrigação com uso de sistemas de baixa pressão (gotejamento,

etc.); 11. Técnicas de perenização de rios; 12. Desenvolvimento de novos insumos para processos de tratamento de água

(Ex. Produtos químicos ou naturais alternativos)

Page 37: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

37

GARGALOS TECNOLÓGICOS Com intuito de estabelecer um rol de projetos de desenvolvimento tecnológico, foram identificados basicamente 5 temas os quais deverão ser objeto de detalhamento visando a implementação de projetos respectivos, quais sejam: 1. CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS PARA USO ADEQUADO DA

ÁGUA; 2. TECNOLOGIAS DE GESTÃO INTEGRADA DE ÁGUAS; 3. TECNOLOGIAS DE REUSO DE ÁGUA; 4. TECNOLOGIAS DE SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE DADOS HIDROLÓGICOS

E METEOROLÓGICOS; 5. TECNOLOGIAS DE PERENIZAÇÃO DE RIOS OBSERVAÇÕES FINAIS Pelo o que se verificou no encontro, embora não tenha havido a participação de representantes do setor industrial, a ênfase foi na questão do desenvolvimento de metodologias de transferência de tecnologia para: capacitação para o uso da água, difusão de informações, banco de dados e informações necessárias à gestão das águas. RELATÓRIO FINAL REDE DE COMPUTADORES Tema: Redes de Computadores Data: 27/04/00 Coordenador: WILLIAM GALVÃO LOPES Relator: JOSÉ GONÇALVES PEREIRA FILHO PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 18 participantes. DEFINIÇÃO DE DEMANDAS - Tecnologias de informação ao invés de apenas redes de computadores; - Necessidade maior de laboratórios de pesquisa; - Aproveitar as tecnologias já existentes; - Apoiar a criação de laboratórios de desenvolvimento de software para

aplicações em rede; - Infra-estrutura de comunicação estadual para interligação das empresas com

os centros de pesquisa;

Page 38: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

38

- Resgate da rede digital de informação tecnológica; - Necessidade de educação à distância/educação continuada; - Desenvolvimento de software inteligente para educação à distância e redes

cooperativas; - Necessidade de capacitar 2.000 professores nos próximos 5 anos (curso

superior - LDB); - Integração UFES x Empresas é baseada em relações pessoais e não

institucional; - Fornecimento da infra-estrutura de redes; - Apoio à implantação da REMAV-ES, em particular à criação do Laboratório de

Redes de Alta Velocidade (Governo vem apoiando este projeto); - Definição de um projeto piloto para a REMAV-ES; - Problemas maiores em relação à REMAV-ES:

Infra-estrutura de telecomunicações; Falta de pessoal qualificado na área de redes e tecnologia de informação.

- Necessidade de sistemas de gestão; - Aproveitamento de demandas já desenvolvidas na Prefeitura de Vitória (PMV);

Experiência já consolidada em geoprocessamento; Falta de articulação entre os atores (PMV, UFES, etc.); Ressaltou a desarticulação entre os atores; Necessidade dos setores se mostrarem mais à PMV.

- Sugere que a PMV levante as suas demandas específicas (ex: educação à distância p/ alunos da rede pública);

- Definir aplicativos (projetos-piloto) para executarem sobre redes de alta velocidade (urgente!).

GARGALOS DETECTADOS • Ausência de projetos de formação de mão de obra qualificada para a área de

redes e outras tecnologias de informação; • Precariedade de projetos de educação continuada em ciência e tecnologia em

outras áreas; • Disponibilizar a infra-estrutura de telecomunicações existente (ex: Escelsa); • Demanda não explicitada nos diversos setores da economia capixaba; • Desarticulação entre os diversos atores; • Falta de articulação institucional com a UFES e outros centros de educação

superior(onde estão as portas de entrada?); • Falta de uma rede digital de informação tecnológica; • Pequena infra-estrutura de laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. PROPOSTAS DE AÇÕES E PROJETOS • Projeto piloto para a área de redes de alta velocidade (REMAV-ES) -

URGENTE!; • Projeto de uma rede digital de informação tecnológica (portal de informações

tecnológicas). Apoio inteligente ao casamento entre oferta e demanda; • Projeto de educação à distância e educação continuada;

Page 39: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

39

• Desenvolvimento de software para suporte aos projetos definidos no âmbito do Encontro;

• Financiamento a projetos de formação de mão-de-obra qualificada; • Criação de infra-estrutura de laboratórios; • Direcionamento de esforços para disponibilização da infra-estrutura de

telecomunicações; • Interação com os outros grupos do Encontro para levantamento de novas

demandas. RELATÓRIO FINAL ALIMENTOS/BEBIDAS Tema: Alimentos E Bebidas Data: 28/04/00 Coordenador: GIBSON REGGIANI Relator: MÔNICA ALMEIDA MAGALHÃES PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 19 participantes. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO Falta de controle do Processo de Produção (desde o plantio da cana, passando pela fermentação, até o envelhecimento do produto) AÇÕES • Estudo de variedades de cana adequadas às diferentes regiões do Espírito

Santo (acompanhamento/comportamento) – SEAG/EMCAPER; • Estudo das leveduras para uma melhor qualidade de fermentação

(biotecnologia) – UFES/EMCAPER; • Instalação de Laboratório de Análises Físico-químicas, visando o controle

sistemático dos processos, a absorção de tecnologia e o desenvolvimento de pesquisas – CAUFES;

• Capacitação de técnicos para a absorção e difusão de tecnologia de outros estados da federação – MEPES/CAUFES/SENAR/EMCAPER;

• Padronização dos produtos derivados de cana (melado, rapadura, etc) – UFES; • Desenvolvimento de manuais práticos para treinamento do processo

operacional da cachaça e derivados da cana – SEAG/EMCAPER/SENAR/SEBRAE;

Page 40: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

40

• Capacitação de técnicos em análises sensoriais da cachaça, visando o controle organoléptico e a garantia de padrões sensoriais adequados – CENTRO DE TECNOLOGIAS/MG;

• Apresentação de alta qualidade na embalagem de alimentos e bebidas – EMCAPER/SEBRAE;

• Desenvolvimento e/ou disponibilização de tecnologias/sistemas de conservação à frio (sem a utilização de temperaturas que alterem as características do produto) para a água de coco – EMBRAPA/ITAL/UFES/EMCAPER;

• Tratamento de resíduos agro-industriais a custos acessíveis e/ou tecnologias simplificadas adequadas à estruturas de pequeno e médio porte, visando reduzir e eliminar impactos ambientais – UFLA/UFV/EMCAPER/UFES/ITAL;

• Estudos de rendimento e qualidade protéica/gordurosa de produtos derivados do leite em relação a diferentes tipos de alimentação animal – UFES/EMCAPER/ITAL;

• Desenvolvimento de equipamentos adequados à produção de pequeno porte nos diversos setores (pasteurizados, despolpadores, processadores, sistemas e equipamentos de embalagem, cortadores, envasadores, etc) – INICIATIVA PRIVADA/UFES/EMCAPER/ITAL.

RELATÓRIO FINAL Tema: Móveis/Madeira Data: 27/04/00 Coordenador: LUIZ RIGGONI Relator: GERSON NARDELLI PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 12 participantes. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO 1. Disponibilizar em parcerias profissionais para desenvolvimento desde o clone

da madeira com acompanhamento até chegar na produção de móveis; 2. Desenvolvimento de máquinas/equipamentos mais adequados aos tipos de

móveis fabricados; 3. Desenvolver produtos acessórios para indústria de móveis; 4. Programas de treinamento em geral

Page 41: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

41

EMPRESAS OU SETORES INTERESSADOS Metalmecânico Reflorestamento Embalagens RELACIONAR INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E/OU PESQUISADORES, LOCAIS E NACIONAIS, CAPACITADOS E INTERESSADOS NA RESOLUÇÃO DO GARGALO Escola Técnica UFES (Engenharia) Mecânica/Produção Engenharia florestal POSSÍVEIS INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS Banco Mundial CAPS CNPq BANDES BNB SUDEME FUNRES RELACIONAR OS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM A RESOLUÇÃO DO GARGALO • Diminuição e/ou eliminações de problemas operacionais de produção; • Melhor aumento da arrecadação dos impostos; • Qualificação da mão-de-obra; • Ganho do potencial de mercado e comercialização; • Avanço do setor nas exportações (balança comercial); • Adequação a globalização. PETRÓLEO E GÁS 1- Identificação do Setor Com a criação da PETROBRÁS, em 1953, foi iniciado um intenso programa exploratório do petróleo no Brasil e várias jazidas de petróleo foram descobertas. Primeiro na Bahia, depois em Sergipe, Alagoas e Espírito Santo, em terra, e em diversos pontos do mar brasileiro, principalmente no Rio de Janeiro (Bacia de

Page 42: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

42

Campos). Os resultados obtidos, até então, estão sendo bastante significativos, de tal forma que o país acredita numa próxima auto-suficiência. No período mais recente, há uma profunda mudança no setor, na media em que o Governo Federal cria a ANP - Agência Nacional do Petróleo - e libera concessões para empresas privadas prospectarem e explorarem petróleo em diversas áreas da costa brasileira. Assim, caso se confirme a existência de significativas bacias petrolíferas no litoral capixaba, vislumbra-se para o Espírito Santo uma série de oportunidades de negócios, bem como o aumento na oferta de postos de trabalho. A previsão de investimentos a ser realizado na primeira fase de exploração por parte das empresas vencedoras dos leilões de concessões atingirá o montante de US$ 330 milhões. Esta etapa compreende a perfuração de 26 poços nas áreas concedidas no período que cobre os anos de 2000 até meados de 2001. Na etapa seguinte, caso seja detectado bacias economicamente rentáveis para serem exploradas comercialmente este volume de investimentos se eleva a alguns bilhões de dóares. Diante desse cenário regional do setor petróleo e gás, o Espírito Santo precisará estar preparado para a capacitação de recursos humanos, desenvolvimento de pesquisas e tecnologia, e prestação de serviços. 2- Histórico O petróleo foi descoberto no Espírito Santo, na década de 60, no município de são Mateus, extremo norte do Estado. A produção atual está em 11 mil barris/dia, equivalente a apenas 1,15 % da produção nacional de 1 milhão de barris. A produção atual coloca o ES em 6º lugar no ranking nacional. O ápice da produção foi em 1984 quando o Estado chegou a produzir 22 mil barris dia. Atualmente, de acordo com a Petrobrás-São Mateus as reservas de petróleo no Estado atinge ao total de 109milhões de barris sendo que destes, 52 milhões já estão comprovados. Explora-se ainda, gás natural, cuja produção diária é de 600 mil metros cúbicos o que corresponde à 6,4% do total produzido no país. As reservas de gás natural registradas atualmente é da ordem de 110 bilhões de m3. O petróleo extraído no Estado é originário em sua quase totalidade dos poços situados em terra e a empresa responsável pela extração na sua totalidade é a Petrobrás . A produção está concentrada em praticamente quatro municípios: Linhares, São Mateus, Jaguaré e Conceição da Barra.6[1] 3- Número de empresas As mudanças na legislação, associadas à confirmação das jazidas de petróleo no Estado está criando uma nova configuração nesse setor. Os investimentos programados para Estado do Espírito Santo no Setor de Petróleo e Gás para o biênio 2000/2001 é, segundo a Petrobrás da ordem de US$ 330 bilhões. Este

6[1] A GAZETA. Megajazidas farão PIB crescer 6% ao ano. Economia. Vitória: 26 de março de 2000.

Page 43: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

43

montante pode chegar a US$ 1 bilhão nos dois anos seguintes, com uma meta de perfuração total de 49 poços. Esses investimentos serão realizados por oito grandes companhias: Petrobrás, Shell, Esso, Texaco, Agip, Mobil, YPF e Unocal. A área de exploração corresponde à 22 blocos, dos quais 19 estão situados em águas profundas (profundidade média de 1,8 mil metros), localizados em águas situadas ao longo da Costa, entre a Cidade de Vitória e a divisa dos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Os demais blocos, em número de três, estão próximos à foz do Rio Doce. Os Blocos de exploração petrolífera no mar do Espírito Santo concedidos pela ANP a essas empresas estão situados a até 90 quilômetros da costa. A maior parte está concentrada entre o sul de Vitória e Itapemirim. Frontais a capital capixaba estão dois grandes blocos da Petrobrás, um da Esso e outro do consórcio formado pela Unocal, Texaco e YPF. A Petrobrás detém a maior parte dos blocos na região. Esta área se conecta à Bacia de Campos e pode se transformar em um dos maiores pólos produtores de petróleo do país. Vale destacar que uma pequena parte das explorações do campo de Roncador, na bacia de Campos pertence legalmente ao Espírito Santo, já correspondendo a um acréscimo de produção a ser contabilizado para o Estado. 4- Faturamento 4.1 Para o Estado O petróleo rendeu em royalties (espécie de taxa pelo direito de exploração) para o Espírito Santo cerca de R$ 1,37 milhões mensais em média durante o ano de 1999. Para o ano de 2000 a estimativa é que o montante recebido seja da ordem de R$2,1 milhões/mês. Desta quantia, R$ 963 mil vão para os cofres do governo do Estado e a maior parte, R$ 1,1 milhões, é repartida entre os municípios. Aqueles que produzem petróleo ou gás ou sediam instalações da Petrobrás ficam com a fatia maior, como é o caso de Linhares (que fatura por mês de royalties da Petrobrás R$ 450 mil), Vitória (recebe cerca de R$ 220 mil apenas por sediar uma base da empresa). Como uma parte do Campo de Roncador, na bacia de Campos, está dentro do território capixaba, 8% do petróleo extraído naquele campo rende royalties para o Espírito Santo; o município mais beneficiado com este campo é Presidente Kenneddy que vem faturando cerca de R$ 30 mil por mês. 4.2 Para as empresas 5- Gargalos identificados O aumento da prospeção de petróleo na costa do ES e a conseqüente vinda de grandes multinacionais certamente trará alterações estruturais na economia da

Page 44: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

44

região. No entanto, caso não haja um planejamento adequado, esse processo de crescimento esbarrará em obstáculos da infra-estrutura disponível e poderá acarretar problemas complexos na organização e desenvolvimento da atividade no Estado. A exemplo de outras regiões brasileiras, em especial do norte fluminense e mais especificamente de Macaé as conseqüências de um desenvolvimento setorial desordenado poderão ser sentidas na organização do espaço urbano e na qualidade de vida da população capixaba. Assim, ao analisar a questão do petróleo no Espírito Santo deve-se ter em vista os bons e maus exemplos que existem no mundo e aprender com eles. Vale insistir que não muito longe daqui, na região de Campos e Macaé no Rio de Janeiro tem-se um exemplo de como o crescimento desordenado (não planejado) pode causar grandes perdas tanto econômicas quanto sociais. Em contrapartida, a região de Aberdeen na Escócia conseguiu conjugar qualidade de vida, desenvolvimento e exploração de petróleo de forma quase harmônica. Com isso em vista, o Estado deve se preparar socialmente para receber os grandes contigentes humanos e os conglomerados internacionais que estão se instalando no Estado, atraídos pela expectativa de elevados lucros através de negócios direta ou indiretamente ligados ao petróleo. Além das questões sociais, a criação de uma estrutura técnico-científica é fundamental no processo de exploração e ampliação da oportunidades de negócios que estão por surgir. À fim de criar soluções para este último item identificamos uma série de gargalos a serem trabalhados. Existem inúmeras possibilidades de desenvolvimento de pesquisa aplicada considerando-se as etapas da atividade de prospecção e captação. A tecnologia que demanda a atividade de prospeção e beneficiamento do petróleo é de ponta, dominada principalmente por ingleses. Assim, competir no mercado de insumos com essas empresas internacionais é neste estágio muito difícil. No entanto, um setor que merece destaque é o de robótica, que, apesar de exigir muitos recursos na sua exploração pode ser trabalhado pela Universidade e/ou centros tecnológicos locais, através de parcerias com os detentores dessa tecnologia. Tudo isso, porém, só será possível se houver interesse e participação da iniciativa privada. Outro gargalo é o setor de instrumentação ou sistemas de informação responsável pela meteorologia, analise dos ventos, ondas, etc. Apesar desta tecnologia ser de ponta, é perfeitamente viável que se desenvolva aqui no Estado tecnologia similar ou associada. O Brasil não fabrica estes equipamentos de tecnologia de alta sofisticação, e por isso a aquisição desses equipamentos tem um custo extremamente elevado. No que se refere à etapa de perfuração a principal dificuldade está na inexistência de geólogos no Espírito Santo, o que torna primordial a formação de pessoal capacitado. Núcleos de pesquisa devem ser formados visando criar uma agenda em que se defina quais tópicos dessa etapa podem ser desenvolvidos. Evidentemente que é oportuno considerar os melhores centros de formação de recursos humanos nesta área, onde pode-se citar a Escola de Ouro Preto em Minas Gerais.

Page 45: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

45

O diferentes aspectos relacionados ao meio-ambiente correspondem a áreas da referida atividade que irá demandar mais pesquisas, uma vez que ainda existem muitos problemas sem solução quando se trata de resíduos produzidos pela exploração de petróleo. Um exemplo claro é o da água salgada que vem junto com o petróleo no momento da prospeção; esta água não pode ser jogada no mar, pois está contaminada com todo tipo de resíduo químico (utilizado na exploração do mesmo). Esta água contém ainda uma elevada concentração de sal e seu descarte é feito, hoje, através de reinjeção no solo. No entanto, é preciso rever com cuidado os danos futuros que essa técnica pode causar. Tem-se ainda problemas com o esgoto doméstico e os resíduos sólidos produzidos na plataforma; formas alternativas de tratá-los podem ser desenvolvidas para cuidar deste ponto. Outro problema são os efluentes atmosféricos que em grande escala podem causar sérios danos à camada de ozônio. Por isso, tecnologias que tratem dessa questão são uma grande demanda do mercado. Ainda relacionado à questão do meio-ambiente tem-se a necessidade de encontrar um destino adequado para a lama produzida durante a perfuração dos poços de petróleo, pois esta carrega consigo grande quantidade de poluentes. Em grande escala o descarte dessa lama tende a matar a fauna e a flora do fundo do mar. Por outro lado, o impacto da exploração do petróleo na costa capixaba para a atividade pesqueira ainda não foi definido, mas sabe-se que num raio de 4 km de uma plataforma não pode haver pesca. Como conciliar as duas atividades e preservar a fauna e flora marítima do Estado são questões que só serão respondidas com estudos mais aprofundados. Vê-se que todos estes pontos exigem respostas técnicas adequadas e, portanto, dependem de pesquisas e investimentos que deverão ser realizados através de uma parceria entre o setor público e privado. 6- Comentários adicionais Com o objetivo de preparar o Estado para o desenvolvimento que estar por vir algumas iniciativas já estão sendo observadas, a exemplo: Foram aprovados na UFES dois cursos de pós-graduação, um de mecânica e outro na área de engenharia ambiental com ênfase em petróleo e gás. Com o mesmo objetivo, o CEFET está passando a oferecer periodicamente cursos profissionalizantes. Sabe-se, ainda, que está em andamento um convênio de cooperação técnica entre a UFES e o Conselho Britânico para desenvolver estudos conjuntos nesta área .

Page 46: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

46

Por fim, há que se considerar o fato das Empresas prospectoras de petróleo já possuirem grandes equipes técnicas e conhecerem muito bem os grupos de fornecedores de materiais. Neste contexto, é fundamental demonstrar o que o Espírito Santo pode suprir e a partir daí, estudar meios efetivos para se ampliar não só fornecimento de bens e serviços como também a participação de equipes de pesquisadores nas diferentes demandas que surgirão. Fonte dos dados/informações apresentadas As informações aqui apresentadas foram colhidas de entrevistas e de diversas reportagens apresentadas na imprensa regional. Cita-se, com destaque, o texto de A GAZETA intitulado " Megajazidas farão PIB crescer 6% ao ano. Economia. Vitória: 26 de março de 2000". Além disso, o texto se apoiou muito em informações colhidas de uma longa entrevista realizada com exclusividade com o Professor Robson Sarmento, da UFES e anotações obtidas de exposição realizada pelo Dr. Aladino Candido, Gerente de Reservas e Reservatórios da Petrobrás/São Mateus, a convite do Deputado Federal João Coser em 17/04/2000. RELATÓRIO FINAL Tema: Petróleo e Gás Data: 28/04/00 Coordenador: SÉRGIO ROGÉRIO DE CASTRO Relator: MÁRCIO COELHO DE MATTOS PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 42 participantes. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO • Capacitação de RH em nível de ensino regular (tipos 1, 2 e 3); • Capacitação de RH em nível de educação continuada (tipos 2 e 3); • Determinação do nível de capacitação exigido pelo setor (tipo 3); • Condições de infra estrutura de transporte e logística (tipo 2); • Impacto social (órgãos governamentais) (tipos 2 e 3); • Impacto ambiental (tipos 2 e 3); • Impacto econômico sobre a economia e sobre a matriz energética (tipos 2 e 3) EMPRESAS OU SETORES INTERESSADOS Empresas do setor Metal mecânico Empresas de tecnologia (produção, projeto, ambiente) Embalagens

Page 47: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

47

RELACIONAR INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E/OU PESQUISADORES, LOCAIS E NACIONAIS, CAPACITADOS E INTERESSADOS NA RESOLUÇÃO DO GARGALO UFES (Engenharia mecânica) CEFET - ES UFES (Engenharia elétrica) UFES (Engenharia civil) UFES (Engenharia ambiental) CDMEC Grandes empresas POSSÍVEIS INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS CT Petro (exploração, produção, principalmente) Funcitec Facitec Findes RELACIONAR OS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM A RESOLUÇÃO DO GARGALO • Aumento da "empregabilidade" ; • Incremento da economia local (maximizar os benefícios); • Decremento dos impactos negativos (minimizar os impactos sociais e

ambientais); Desenvolvimento de competência local. FRUTICULTURA/CAFEICULTURA/OLERICULTURA 1- Identificação do Setor: O setor de Café possui diferenças nas suas estruturas de mercado apresentando como produto o café torrado e o café solúvel. O café torrado é representado por pequenas e médias empresas, que possuem destaque apenas no Espírito Santo; já o café solúvel tem como atuantes grandes firmas em um número bem reduzido e que agem no mercado nacional. 2- Histórico:

Page 48: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

48

A história da cafeicultura nacional está intimamente relacionada com a evolução da sociedade brasileira, nos seus momentos de crescimento e estagnação. Os Estados que possuem expressão agrícola como o Espírito Santo tem o cultivo do café como de grande relevância social já que agrega mão-de-obra (153 mil postos) distribuindo renda para a economia familiar. O café constitui-se em importante fonte de renda para a economia brasileira e principalmente para a capixaba, pois participa na receita cambial, transfere recursos aos outros setores e contribui para a formação de capital no setor agrícola do país além de absorver grande quantidade de mão-de-obra. A cultura do café no Brasil entrou em 1727, mas só se tornou expressiva em 1802; no Espírito Santo o café foi introduzido por volta de 1920. Em 1998, o Espírito Santo participava com 14,8% da produção brasileira de café, possuindo 53.172 propriedades produtoras, compreendendo uma área de 451 mil hectares e 746 milhões de covas de café produzindo 5.120 mil sacos. No Espírito Santo são cultivadas as espécies de Coffea arabica e Coffea canephora variedade conillon, tendo sido marcante a produção do conillon nas regiões baixas e de temperaturas elevadas. Atualmente o Estado responde por 80% da produção brasileira de conillon, colocando o Brasil como segundo maior produtor do mundo. Desde 1960 o café representa um importante gerador de renda e emprego; convém destacar que o Brasil é o segundo maior consumidor mundial do produto. A ausência de uma coordenação nacional da atividade de pesquisa e desenvolvimento do café fez com que em maio de 1992 fosse criado um programa de pesquisa em cafeicultura. Em dezembro de 1996, firmou-se um protocolo de intenções entre o ministério da Agricultura e do Abastecimento e o Ministério da Indústria, Comércio e do Turismo, ficando estabelecido a contemplação de toda a cadeia produtiva do café, a difusão de tecnologia e de informações e o acompanhamento da economia cafeeira brasileira e mundial sob a responsabilidade da Embrapa. Em 1997, visando a execução do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Café uniram-se a Embrapa e o MICT. Em 1999, criou-se o SAPC- Serviço de Apoio ao Programa Café com a finalidade de promover e apoiar as atividades de pesquisa e desenvolvimento com café. 3- Estágio Atual A existência de defasagens na produção e deficientes rendimentos da cultura indicam a necessidade de recuperar e implantar lavouras dentro de novos padrões tecnológicos, que visem maior produtividade e qualidade nos diversos processos do agronegócio café no país. O café solúvel demonstra um perfil nacional onde basicamente atuam 11 empresas. Dessas, somente seis estão funcionando e três estão sofrendo intervenção do Banco do Brasil por problemas de financiamento. As principais empresas do setor são: Nestlé (sede em São Paulo) que detém 85% do mercado brasileiro; Cacique

Page 49: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

49

(sede no Paraná) com 5%; Real Café (sede no Espírito Santo) com 4%; Iguaçu Café (sede no Paraná) e a Cocam (sede São Paulo). Os principais produtos são o café solúvel para exportação sob a forma de spray, granulado e freezer. Esse segmento agrega valor ao produto café torrado ou moído. Dessa forma essas empresas se destacam pela verticalização, integrando desde a comercialização do café in natura, passando pela torrefação até o solúvel. Essas empresas atuam como compradoras e vendedoras para o segmento de torrefação e moagem, sendo também majoritariamente exportadoras, com apenas 14% da produção destinada para o mercado interno. No Espírito Santo, o representante regional desse segmento é o Grupo Tristão que atua em três segmentos bem definidos: o café em grão e solúvel nos tipos spray e granulado. Atua a nível nacional e regional com os segmentos de solúvel e de torrado moído. A empresa capixaba Real Café exporta 97% do seu café solúvel, nos mercados dos EUA, CEE, Rússia, MERCOSUL e nos países do Sudeste Asiático, sendo que os 3% restantes ficam no mercado nacional (15% no ES). A maior concentração de mão-de-obra está no empacotamento do café solúvel, enquanto a área de torrefação é a que requer menor quantidade de mão-de-obra. No setor de café torrado e moído segundo dados da ABIC (1996), existem aproximadamente 1.604 empresas de torrefação e moagem no Brasil, com 2.131 marcas. As maiores são Café do Ponto(SP), Três Corações(MG), São Braz (PB), Café Damasco(PR), Cacique(SP) e Mitsui(SP). Associadas os sindicato do Estado existem cerca de 26 torrefadoras mas estima-se que este número seja significativamente maior, considerando as empresas com atuação informal. Os principais produtos são as formas de mistura de café conillon e arábica (blends) e o Cappuccino. A maioria das empresas fornece somente o café torrado e moído. Nesse segmento notamos uma inexpressiva barreira à entrada para a produção de pequena escala e baixa qualidade, pois exige baixos investimentos com equipamentos, estrutura de comercialização e informação tecnológica. A estrutura desse mercado é concentrada. Cerca de dez empresas (Café Número Um, Cafuso, Meridional, Campeão, Café Praça Oito, Café Tropical, Radiante, Expedicionário, Utes e Brasil) do conjunto detém 80% do mercado; a assimetria ocorre em razão do espaço livre para a atuação das pequenas unidades e pela informalidade. Os produtores regionais não exportam seus produtos para outros Estados nem para fora do país, enquanto as empresas nacionais e internacionais têm entrado cada vez mais no mercado regional. A área de venda desse produto restringi-se a supermercados, mercearias, padarias(90%) e as cantinas, cozinhas industriais e a rede de hotéis. Os principais fornecedores são regionais, atuando como intermediárias estão a Unicafé, Rio Doce Café, Dadalto Café e algumas cooperativas. A compra direta ao produtor também é realizada, mas o intermediário fornece o produto sempre limpo o que pode não ocorrer na outra transação. Sendo o mercado regional concentrado, a

Page 50: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

50

relação entre compradores e vendedores do café in natura se torna diferenciada, pois as maiores firmas impõem os padrões de qualidade. O volume de empregados é mínimo, basicamente seis trabalhadores em média, se considerarmos os administradores e os vendedores o número sobe para 20/25. Ao todo são cerca de 500 empregos gerados, destacando que a torrefação é intensiva em capital e a mão-de-obra possui basicamente o primeiro grau. Com relação a modernização gerencial e tecnológica somente as grandes empresas têm se preocupado, através da reestruturação realizando um downsizing, reduzindo a área física e o quadro de pessoal, especializando-se em algumas áreas de atuação, e introduzindo sistemas de qualidade total, ou em termos tecnológicos com a introdução de novas máquinas mais automatizadas, alterando procedimentos e qualificando pessoal(técnicos formados pelo CEFET-ES). Outro aspecto importante é que 70% das firmas são familiares. As estratégias empresariais são frágeis, não há preocupação em traçar um perfil do consumidor (pesquisas), há falta de conhecimento do potencial qualitativo da demanda o que implica na carência de fornecimento de produtos mais atrativos seja sob novas políticas de marketing ou por introdução de novos produtos. 4- Aspectos tecnológicos e da cadeia produtiva: O segmento café conta com a participação de produtores, suas associações e cooperativas, empresas comerciais, torrefadoras e exportadores. O café participa com 45% na formação do PIB agrícola do Espírito Santo, estando presente em 68 municípios e explorada em 80% das propriedades rurais capixabas. O café arábica sofre a concorrência dos produtores mineiros (sul de Minas e cerrado) que possuem produtos de melhor qualidade, maior produtividade e eficiência da mão-de-obra, junto com um relevo plano e manejo de irrigação. De um total de 65 amostras colhidos em 13 municípios observou-se que 43% são de bebida estritamente mole, 32% mole, 16% apenas mole, 5% muito dura e 4% dura observando que existe um potencial a ser explorado principalmente na qualidade do produto final. O café arábica capixaba possui bebida dura/mole em 50% das amostras, 33% de Rio, 13% de Riada e 4% de Rio Zona. O tipo é de 42% de 6/7 a 5, 24% de tipo 7, 15% de 7/8, 13% de Ab.5 e 6% de tipo 8. A peneira é de 56% para 17, 28% para 13/16 e catação 16%. Cerca de 60% da área da cafeicultura estadual é ocupada com café conillon, principalmente onde a altitude é menor do que 400m e as temperaturas são mais elevadas. No ano de 1999 segundo a Emater, o ES produziu 5,7 milhões de sacas, sendo 2,09 milhões de café arábica. As demandas por pesquisas de café conillon se concentram nas áreas de melhoramento/biotecnologia, fisiologia, fitotecnia, adubação e calagem, conservação de solo, irrigação, entomologia, fitopatologia, qualidade e sementes.

Page 51: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

51

O café arábica demanda pesquisas de relacionadas a diferentes aspectos da produção, a saber: - Obtenção de variedades de manutenção uniforme; - Nutrição mineral em café adensado; - Consórcio de café com outras culturas econômicas; - Substituição do controle de broca de café com defensivos químicos por

agentes biológicos de melhor eficiência e sem riscos ambientais; - Tecnologia de melhoramento de lavouras; - Dificuldade de correção de déficit hidríco; - Diagnósticos nutricionais; - Obtenção de variedades para áreas marginais; - Diagnóstico dos danos causados pela ferrugem; - Avaliação de cultivares de café arábica em regiões quentes e baixas; - Reconhecimento dos segmentos da cadeia produtiva para avaliar os benefícios

de novas tecnologias; - Caracterização da cadeia produtiva; - Aprimoramento das práticas de controle de erosão; - Tecnologia de poda; - Novos métodos de calagem; - Utilização de implementos mecânicos para a colheita; - Diagnóstico de ataque de cigarra e seu controle; - Novos métodos para mudas de melhor qualidade e estimulantes para o

desenvolvimento das plantas. 5- Gargalos: O maior desafio consiste em melhorar a produtividade do café capixaba fazendo com que o agricultor tome as devidas providências para melhorar a qualidade e de classificação do produto, de forma que consiga aumentar o ganho por saca comercializada. É de fundamental importância a transferência de tecnologias de café conillon como forma de equilibrar as desigualdades regionais na cafeicultura estadual e diversificar a produção. Um dos principais problemas do café capixaba está relacionado com o manejo fito-sanitário, pragas e doenças e o mal uso de defensivos que agridem o meio ambiente e prejudicam a qualidade de vida da sociedade, outro problema é o manejo da colheita e no beneficiamento. A produtividade média (10 sacas por hectare) está ainda muito abaixo do seu potencial. A cafeicultura moderna carece do uso de fertilizantes, defensivos e corretivos para que atenda aos adequados critérios agronômicos. As relações econômicas se fazem muito importantes nesse estágio pois elas determinam a quantidade de insumos e serviços que podem ser oferecidos à cafeicultura. A expectativa é de que nos próximos três anos a oferta mundial supere o consumo. No entanto, o consumo de cafés finos vem crescendo demonstrando que o produtor deve se adequar a essa nova realidade. Quase todos os solos necessitam de correção, comprometendo a produtividade. Todo o tratamento do café precisa ser feito de forma racional considerando os

Page 52: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

52

fatores climáticos, edáfilos, comportamento regional de cultivares, linhagens de cafeeiros e condições ambientais da lavoura são fundamentais. As doenças que atingem o café são muito preocupantes, pois causam muitos prejuízos à produtividade do cafeeiro que é muito sensível às ervas daninhas, a insetos e ácaros à ferrugem e aos fungos. A busca de solução para esses problemas é muito importante para um produto de boa qualidade com retorno econômico satisfatório. Há uma carencia de canais onde instituições de pesquisa possam trocar informações junto a empresas de assistência técnica, produtores, cooperativas, associações, indústrias e comércio que possam trazer retorno positivo para a cultura do café. Um início de trabalho neste sentido está sendo realizado pelo Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café – PNP&D/ Café. O Brasil tem perdido posições no mercado para Países como Quênia, India, Colômbia, México e Costa Rica. Com os atuais estudos sendo realizados a expansão e consolidação da capacidade de identificar os problemas do setor estão ocorrendo, a geração e difusão das tecnologias necessárias para o desenvolvimento do café são a próxima meta. Atualmente, 34 instituições participam do consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, como convenientes, intervenientes ou como responsáveis pela execução dos projetos de pesquisa contratados são elas: ASCCON, CATI, CENARGEN, CNPAB, CNPS,CPAC, CPAF/AP, CPAF/AC, CPAF/RO, CPATU, CTAA, EMATER/PR, EMATER/ES, EMATER/MG, FAPEAGRO, FUNAPE, FUNARBE, FUNDAG, FUNDEPAG, IAL, IB, IEA, ITAL, OCEPAR, SEAPA-MG, UEL, UEM, UENF, UESB, UFPR, UFU, UNIUBE. As que possuem maior número de subprojetos são a FUNDAG- com 38, a UFLA-FAEPE – com 28; SEPA – com 27 e Emcapa com 26. As que receberam maiores volumes de recursos são: CATI, IAC, IB, IEA, ITAL e UNICAMP; SEAPA e FAPEAGRO/IAPAR. O relatório de atividades da Emcapa durante o ano de 1998/1999 se restringiu à cursos de capacitação e atualização, pesquisa de campo, excursões técnicas, visitas técnicas e seminários. A Emcapa (Empresa capixaba de Pesquisa Agropecuária) recebeu R$ 1.16 mil (9,7%) para realizar os 26 subprojetos que foram a ela competidos, sendo a única representante do nosso Estado. Os subprojetos que a Emcapa está realizando com esses recursos são: • “Cultivares de Coffea arabica para regiões baixas, quentes, tecnificadas e

irrigadas do Estado do Espírito Santo” ; • “Seleção de genótipos de Coffea sp para a Região Serrana do Espírito Santo”.; • “Cultivares clonais de Coffea Canephora, variedade Conillon para o ES”; • “Melhoramento populacional, desenvolvimento de variedades sintéticas e

hibridos(Coffea canephora) para o ES”.; • “Banco Ativo de germoplasma da espécie Coffea canephora para o ES” ;

Page 53: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

53

• “Adubação do Café Conillon(Coffea canephora) em sistemas de plantio adensado: nitrogênio, Fóforo e Potássio”.;

• “Produtividade do cafeeiro Conillon utilizando-se diferentes doses de gesso e clcário, em LV no norte do ES”;

• “Sistema de Cultivo orgânico em arábica”; • “Adubação de café arábica cultivado em diversos sistemas de adensamento”; • “Uso do DRIS no diagnóstico do estado nutricional do cafeeiro conillon e

arábica”; • “Adaptação do sistema para cálculo do balanço nutricional e recomendação de

adubação(nutricalc) para as culturas de café arábica e conillon”; • “Absorção de nutrientes pelo café conillon”; • “Padrão de amostragem foliar para cafeeiro conillon”; • “Controle biológico da broca do café, Hypothenemus hampei (Ferr.,1867)

(Coleoptera scolytidae), no ES”; • Avaliação do uso de armadilhas de etanol no controle da broca do café”; • Ocorrência e controle da cigarra-do-cafeeiro, no ES”; • “Conportamento da broca-do-café em relação a clones de café conillon”; • “Influência de tipos de mudas e preparo de covas no desenvolvimento e

produção do cafeeiro conillon”; • Plantios adensados de café conillon com e sem condução de copa, na

presença e ausência de irrigação, no ES”; • Sistemas de condução para café arábica, variedade Catuaí, espaçamento

2x1m na região serrana”; • “Diversos espaçamentos de condução de lavouras de cafeeiros adensados e

em livre crescimento nos fatores de produtividade, qualidade das sementes e econômicas”;

• “Arborização do cafeeiro conillon com diferentes níveis de sombreamento”.(atualmente as consorciadas apresentam melhor potencial);

• “Avaliação das plantas daninhas encontradas nas áreas exploradas com a cultura do cafeeiro, e seu controle no ES”;

• “Comportamento do café conillon irrigado no ES”; • “Transferência de tecnologia de café arábica e conillon para o ES”. (para os

produtores e extensionistas). Esse esforço de pesquisa que é muito importante para o desenvolvimento do setor cafeicultor deveria servir de exemplo para as outras culturas, de forma que fortaleça a agricultura nacional tornando-a mais competitiva. Um dos grandes entraves a ser superado é a generalizada desqualificação do café regional por parte do mercado e a divulgação do café arábica do Estado como um café de qualidade e a consolidação da marca capixaba, além de novas tecnologias de descascamento, colheita em consórcio e processos de secagem. Outro ponto que merece atenção é a falta de participação da Universidade Federal do Espírito Santo nos projetos relacionados ao café.

Page 54: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

54

6- Propostas: As expectativas do governo quanto às inovações tecnológicas eram de crescimento da densidade populacional de plantas em lavouras novas e melhoria da qualidade do café. Essa resposta está sendo alcançada. Provavelmente num prazo de 3 a 5 anos o café capixaba será reconhecido como excelência de qualidade, graças às pesquisas que estão sendo realizadas ultimamente, aos parceiros interligados no Brasil e mundo todo, as associações de produtores e a necessidade vital de crescimento. As cooperativas capixabas têm incentivado bastante os produtores e o programa Comunidade Solidária do Governo Federal, que visa a produção sustentável, fundou uma base no Estado graças a esse trabalho que já vinha sendo realizado desde 1963, quando foi fundada a primeira cooperativa de cafeicultores em São Gabriel da Palha, destacando a importância da Igreja como propulsor da união entre os produtores e liderança na organização dos mesmos. Segundo o consultor do Sebrae-ES – Mario Barradas em entrevista ao jornal A Gazeta de 27/03/2000 o ES pode produzir um ótimo café com qualidade melhor que bebida dura. O problema é a falta de cuidados durante a colheita, armazenagem e secagem. Já Pedro Burnier – Secretário do Estado de Agricultura nessa mesma reportagem ressaltou que fará um trabalho de conscientização do produtor para melhorar a produção e a qualidade, e as condições de trabalho dos trabalhadores rurais. Os recursos do PRONAF, BANDES, Banco do Brasil, Governo do Estado e Prefeituras da Região Serrana destinaram R$ 70 milhões para o investimento na melhoria do café das montanhas, sendo que a secretaria do Estado solicitou ao ministério mais R$ 40 milhões para financiar os produtores. A meta é a qualidade para garantir um preço final mais vantajoso. Temos o exemplo da Fazenda de João Von Doelinger que com um investimento de 80 mil reais está aprimorando o tratamento do café de forma que ele apresente bebida e alcance um preço mais vantajoso. Esse processo é conhecido como café conillon aprimorado, consistindo em colher o grão maduro, colocá-lo no lavador, que separa o grão bom do seco, depois os grãos verdes e maduros são separados pelo despolpador. Logo após, o grão maduro é colocado no desmucilador, para a retirada do açucar. Por fim ele vai para o secador com fogo indireto. A Emcaper (ex-Emcapa) pretende fornecer um selo de qualificação para o café das montanhas para conquistar o mercado e tornar o café capixaba melhor do que o Colombiano ( que é considerado o melhor do mundo). Em Venda Nova do Imigrante, já existe um centro de degustação de café onde os produtores levam suas amostras e recebem a qualificação como tipo e bebida. Novos centros deverão ser criados em Conceição do Castelo, Iúna, Domingos Martins e Marechal Floriano. Enfim, faz-se necessário políticas cafeeiras consistentes com planejamento de médio a longo prazo, com o apoio dos setores privados e públicos deforma a se estabelecer políticas de concorrência e promover a entrada em novos mercados.

Page 55: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

55

7- Base das informações O presente texto tomou como base reportagens publicadas em um suplemento especial de A GAZETA de 27/03/2000, sob os títulos: “São Gabriel diversifica culturas” “Linhares intercala mamão e café”, “Programa Incentiva o cooperativismo”, “Meta é qualidade na cafeicultura”, “ES pode ter o melhor café do Brasil” e “Venda Nova analisará amostras”. O texto se beneficiou de uma entrevista com Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca. Emcaper – Venda Nova do Imigrante e apoiou-se ainda nos documentos listados abaixo: Perfil Básico da Indústria de Alimentos e Bebidas no Espírito Santo. Bandes, Vitória. Out-1997. Programa para o Café das Montanhas do Espírito Santo. Região das Montanhas, ES. Dezembro de 1999. Relatório do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento do Café. PNP&D/CAFÉ. 1999. Seminário Interno do Programa Estadual de Café da Emcaper. CPAF de Venda Nova do Imigrante. 19 e 20/07/1999. RELATÓRIO FINAL Tema: Fruticultura/Cafeicultura/Olericultura Data: 28/04/00 Coordenador: HELDER LOPES PEIXOTO Relatora: SÔNIA MARIA DALCOMUNI PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 28 participantes. Prioridade 1 – GERAL A TODOS OS SETORES AGRÍCOLAS AVALIADOS: a) Diagnóstico dos Recursos Hídricos do Estado para uso na irrigação (UFES x

Outros Parceiros); b) Zoneamento Edafo-Climático para fruticultura tropical. (Emcaper x outros

parceiros); c) Geração e Difusão de Informações de Mercado e Logística (diversos parceiros ). FRUTICULTURA: MAMÃO: a) Pesquisa e treinamento para Controle Fitossanitário da Meleira e do Mosaico;

Page 56: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

56

b) Geração e difusão de informações sobre requisitos comerciais de países importadores de frutas;

c) Adaptação e desenvolvimento de equipamentos Pós-Colheita; d) Treinamento e capacitação em técnicas de Pós-Colheita; e) Pesquisa e treinamento em técnicas de frigorificação da fruta; f) Desburocratização do processo de exportação; emissão, na origem, do

controle fitossanitário; g) Cadastro das empresas que atuam com Importação e Exportação no estado do

Espírito Santo com vistas a alavancar o processo para as que não efetuam vendas diretas;

h) Viabilização e multiplicação de vôos internacionais a partir do aeroporto de Vitória;

i) Desenvolvimento de um selo adicional ao da marca, identificando o mamão como Papaya- Espírito Santo-Brasil;

j) Ajustes de níveis nutricionais; k) Desenvolvimento das pesquisas em fertirrigação; COCO: a) Introdução e desenvolvimento de variedades adaptadas; b) Desenvolvimento de pesquisas que visem o controle de pragas e doenças; c) Estudos que busquem solucionar os problemas de escassez de água e

salinização das águas de irrigação nas regiões produtoras; d) Investigações científicas que busquem determinar padrões regionais de

adubação; e) Pesquisas que busquem determinar níveis ótimos de equilíbrio nutricional (

DRIS-COCO); f) Promoção comercial e desenvolvimento de marketing do coco no mundo; g) Desenvolvimento de equipamentos de pós –colheita; h) Desenvolvimento de processos de conservação e industrialização da água e

polpa do coco anão; BANANA: a) Estudos de fitossanidade principalmente sobre o Mal do Panamá; b) Estratégias de mercado. ABACAXI: a) Capacitação tecnológica voltada para a melhoria qualitativa da produção do

abacaxi ( a priori nas áreas de maior concentração desta cultura – Marataizes e entorno );

b) Capacitação técnica em processos de conservação e recuperação de solos para o cultivo do Abacaxi;

c) Capacitação técnica no controle Fitossanitário da Fusariose; d) Capacitação para o manejo agronômico da cultura ( adensamento, aumento de

produtividade e redução de perdas); e) Capacitação gerencial e comercialização;

Page 57: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

57

f) Catalização e aproximação das empresas exportadoras e de atuação no mercado interno;

g) Promoção comercial do abacaxi do Espírito Santo no mercado nacional; desenvolvimento de exportações conjuntas, a princípio, com as exportações de mamão;

h) Tecnologia para produção de mudas isentas de patógenos, principalmente fusarium.

CONSTRUÇÃO CIVIL/MÁRMORE E GRANITO 1- Identificação do Setor: O setor da construção civil é normalmente organizado em três subsetores : Edificações; Construção Pesada e Montagem Industrial. Esta é a segmentação que é utilizada na maioria dos estudos sobre o setor. Outras classificações, como a do IBGE considera os seguintes grupos de atividades: Incorporação de Imóveis e Loteamentos; serviços da Construção e Obras, grandes Estruturas e Obras de Arte e de Urbanização. A divisão da ABNT contempla as Obras de Edificações, Obras Viárias, Hidráulicas, de Sistemas Industriais, de Urbanização e diversas. 2- Características do setor: As características da construção civil são tão peculiares que tornam complexos seu processo produtivo e inúmeros problemas e deficiências na construção de edifícios. O subsetor de Edificações utiliza a mão-de-obra intensiva, com baixa mecanização e pouca capacitação tecnológica e empresarial, sendo sensível aos ciclos econômicos de recessão e expansão. Também possui alta incidência de patologias com altos índices de perdas, baixa produtividade e fatores culturais arraigados nos profissionais que objetivam somente prazos e custos. Essas características tem dificultado os avanços tecnológicos configurando os atrasos que observamos no setor. As transformações nesse setor se efetivaram com a consolidação de fortes deficiências tecnológicas, financeiras e gerenciais. De acordo com a classificação padronizada pelo IBGE, as atividades da construção civil integram o setor industrial juntamente com extração mineral, indústria de transformação e serviços de utilidade pública como água, esgoto, energia etc. As marcas principais que definem o setor estão listadas abaixo. Previamente, é oportuno ressaltar dois aspectos: a) eles estão definidos principalmente para o setor de edificações e b) que tais observações estão consideradas para o conjunto do setor mas que há uma grande diversidade de empresas que compõem o setor no Estado. Se há uma verificação de grandes deficiências na organização da maioria das empresas e no seu estilo de atuação há também um número crescente de empresas que tem se destacado pelo elevado padrão organizacional e técnico alcançado. Aliás, há no Estado um número seleto ( mas que está se expandindo) de

Page 58: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

58

empresas que já conquistaram o padrão I.S.O.9000 e demonstram uma alta vitalidade, nada devendo às empresas mais desenvolvidas de outros mercados nacionais Marcas Principais do Setor: - Atuação nômade, com dificuldade de constância de materiais e processos; - Produtos geralmente únicos e não seriados; - Produto fixo e operário móvel, dificultando a organização e controle; - Uso de mão-de-obra pouco qualificada, e deficiências nas condições de

trabalho; - Longo ciclo de aquisição – uso – reaquisição com pouca experiência do

usuário; - Emprego de especificações complexas, contraditórias e confusas; - Baixo grau de precisão quanto a prazos, orçamentos e características. 3- Histórico: A indústria de construção civil ganha maior destaque no Espírito Santo, a partir dos anos 70, quando a economia do Estado recebeu grandes incentivos provenientes do II PND( Plano Nacional de Desenvolvimento). De lá para cá, o setor tem um crescimento ininterrupto e significativo, embora o ritmo se altere ao longo dos anos. O acelerado processo de urbanização pelo qual passou o Estado do Espírito Santo ( a exemplo do que também ocorreu a nível nacional) permitiu que se ampliasse de forma rápida o número de empresas atuantes no setor. Há no setor um número significativo de micro empresas, muitas, inclusive, ficam fora dos registros disponíveis, com atuação informal e intermitente. Especificamente no que se refere às empresas voltadas para a construção pesada e montagens industriais há no Estado a presença de grandes empresas, de atuação nacional, atendendo demandas licitadas pelas grandes empresas localizadas no Estado ou as obras públicas, contratadas por governos municipais/estadual/federal. Todavia, este espaço também foi significativamente ocupado por um leque de empresas regionais que conseguiram ganhar espaço e passaram a atuar isoladamente ou em parceria. 4- Estágio Atual: O setor de Construção civil é composto por um número aproximado de 450 a 480 empresas cadastradas (sem considerar as empresas constituídas na forma de condomínios que são unidades de produção temporária, e as empresas de prestação de serviços e de reforma em geral. No Espírito Santo há um número significativo de micro-empresas que ficam fora dos registros disponíveis, com atuação informal e intermitente. A região metropolitana detém 2/3 do total das empresas registradas no Estado, sendo que 81% estão classificadas como de pequeno porte.

Page 59: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

59

A exemplo do que ocorre no restante do país é o setor que mais emprega no país, sendo responsável por 20% da mão-de-obra empregada formalmente no Estado. Se considerarmos juntamente os setores que mais próximos e que estão diretamente relacionados, que passou a ser conhecido como Construbusiness, as estimativas chegam a 60 mil pessoas empregadas.(Entrevista do Presidente do Sindicon – José Eduardo Berredo, Gazeta Mercantil, 27/12/98). 5- Cadeia Produtiva Uma característica marcante do setor é o de possuir um grande efeito de encadeamento de suas atividades, onde a qualidade e a garantia do produto final são resultados da contribuição de toda a cadeia cliente-fornecedor que participa de forma ativa na produção. A produção de materiais e componentes influencia fortemente a construção civil; são pequenas empresas que convivem com grandes, numa estrutura de mercado que para determinados materiais indica um mercado oligopolista; já, em outros, há maior concorrência. Esse sub-setor (material de construção) mostra um acentuado desenvolvimento tecnológico, graças a abertura econômica e exigência dos consumidores, sendo nele assistida a introdução de inovações tecnológicas. Nos projetos, produção e montagem de produtos finais encontramos a síntese dos conhecimentos gerados e nele foi introduzido o menor número de inovações tecnológicas nos seus processos construtivos. 6 - Gargalos Tecnológicos: A maior defasagem tecnológica concentra-se no setor de edificações, em especial nas obras de menor porte. O fornecimento de materiais apresenta perfis muito distintos. Se encontramos processos artesanais em muitas das industrias cerâmicas de blocos e telhas também detectamos processos e produtos altamente desenvolvidos como no fornecimento de vidros e tintas. Em síntese, a estrutura da construção civil é complexa, compreende distintos níveis de qualidade em produtos e de eficiência de produção. Nas duas últimas décadas o ritmo de crescimento da construção civil esteve na maioria dos anos à frente do desempenho global da economia ( tanto a nível regional quanto nacional). Ressalte-se a sensibilidade que a construção civil possui frente às oscilações das taxas de juros. A prevalência, na maioria do período de taxas de juros elevadas implicou em problemas enormes para o setor, levando muitas vezes a altas inadimplências e falências elevadas no setor. A rotatividade da mão-de-obra é muito elevada e a remuneração praticada é muito baixa. A prática de qualificação profissional está aquém do recomendável e a terceirização da força de trabalho tem sido adotada largamente. Em linhas gerais, o

Page 60: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

60

perfil do setor é caracterizado como sendo tradicional e refratário a mudanças e inovações. Os problemas que ocorrem no setor de construção civil abrangem quase todos os elementos – revestimentos, trincas, eflorescências, bolor, umidade, envidraçamentos, pintura, estrutura de concreto armado, corrosão de armaduras e de tubos galvanizados, piso cerâmicos, entre outros. Segundo uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento da Construção Civil da Universidade Federal do Espírito Santo em 1999, as principais patologias foram infiltrações, defeitos em portões automáticos, fissuras, vazamentos e descolamentos de revestimentos em prédios de 10 anos de uso. A produtividade é baixa quando comparamos o Brasil com outros Países, e o Espírito Santo não foge à regra neste ponto, também apresentando, no seu conjunto desempenhos muito inferiores a de outros países, com padrões de organização distintos dos aqui existentes. No Brasil são utilizados de 45 a 70 homens hora por metro quadrado, enquanto que em outros países esta relação corresponde a números que vão de 20 a 30 homens/hora por metro quadrado. Com essa baixa produtividade e uma correspondente queda na qualidade temos um aumento nos custos e no produto final. Registre-se que as tarefas de orçamento raramente são analisadas de forma que visem melhorias de processo e de planejamento. As maiores perdas estão nos revestimentos, sendo que a variabilidade da dosagem da argamassa é tida como um dos aspectos responsáveis por tal aspecto. Há perdas no uso do concreto e do aço, blocos e tijolos, condutores, tubos e placas cerâmicas. Um ponto importante para a compatibilização entre os projetos estrutural, elétrico, hidráulico e alvenaria seria o uso do sistema CAD (Computer Aided Design) para racionalizar o trabalho do projetista. Mas a disseminação de tal progresso requer um correspondente avanço no perfil educacional da mão-de-obra do setor. Diversos estudos sugerem que o maior desperdício da construção civil localiza-se exatamente na pré-obra, ou seja, aquela que vai desde a compra do terreno, a elaboração e aprovação dos projetos, até a implantação do canteiro em construção. A maioria das empresas adota somente estratégias de curto prazo e são reduzidos os investimento em recursos humanos. Não obstante, observa-se que é crescente o número de empresas que buscam a certificação como forma de diferenciação junto a concorrência, criando assim meios próprios para se destacar em um mercado muito competitivo. Em outras palavras, a disposição de empresas em aperfeiçoar seus sistemas de trabalho e obterem certificação de qualidade total é uma resposta às exigências do mercado. Para que tais programas tenham êxito é indispensável que toda a cadeia produtiva se adeqüe às normas, implicando, pois, na necessidade de se ter um perfeito arranjo empresarial junto à gama de fornecedores de insumos e prestadores de serviços.

Page 61: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

61

7- Propostas: As propostas aqui formuladas baseiam-se exclusivamente em um trabalho concluído recentemente ( 1999) e coordenado pelo IEL/FINDES em parceria com diversas entidades, com destaque para o SINDICON. Este documento listou uma série de projetos específicos que deveriam ser executados, indicou os objetivos, os resultados esperados, a metodologia e sugeriu quais os órgãos/entidades deveriam assumir tais responsabilidades.. Lista-se, a seguir, o conjunto de projetos sugeridos: - Elaboração de Banco de dados do setor, com informações sobre profissionais

da área, orientações sobre técnicas de produção, legislação, normas técnicas e tecnologias, dentre muitos outros pontos. Este \banco de dados disponibilizaria, na Internet tais informações;

- Levantamento de indicadores de qualidade e produtividade nas empresas construtoras e fornecedoras de materiais e serviços;

- Programa de treinamento e capacitação tecnológica de engenheiros, arquitetos, projetistas, fornecedores; pessoal técnico-operacional e pessoal técnico-administrativo;

- Elaboração de documentação técnica de empresas fornecedoras; - Organização de um programa de avaliação técnica de projetos, especificações

e processos construtivos; - Implantação de um programa estadual de aprovações técnicas de materiais,

componentes e serviços; - Elaborar programa de desenvolvimento de ferramentas para racionalizações

construtivas das vedações e revestimentos; - Preparar programa de racionalização da construção para empresas de

pequeno e médio porte; - Introduzir sistemas de gestão da qualidade em empresas de pequeno e médio

porte; - Elaborar programa de certificação evolutiva em empresas do macro-complexo

construção civil; - Montar programa de certificação do laboratório de ensaios de materiais do

ITUFES/FEST; - Criar Câmara Setorial da construção civil. Vê-se que a lista de projetos específicos é longa e contempla praticamente todos os gargalos detectados no setor. A execução de tais projetos requer a conquista de apoios de entidades federais/estaduais/municipais, o envolvimento das entidades corporativas ligadas ao setor e capacidade de se ajustar uma atuação conjunta entre grupos de pesquisadores e segmento empresarial. 8- Base das Informações Este documento tomou como base alguns textos/estudos elaborados sobre o setor. Em especial ele se valeu do relatório de pesquisa intitulado "Análise da Cadeia de Valor do Mármore e Granito e Construção Civil no Estado do Espírito Santo" já referido e que foi concluído em meados de 1999 e coordenado pelo IEL/FINDES, numa parceria com diversas outras entidades, com destaque para o SINDICON/ES.

Page 62: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

62

RELATÓRIO FINAL Tema: Construção Civil/Mármore e Granito Data: 28/04/00 Coordenador: JOSÉ EDUARDO K. BERREDO Relatora: MARISTELA GOMES DA SILVA PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 13 participantes. GARGALOS • Automação de teares Tipo 2, interesse do setor, país de referência é a Itália, UFES, CTMAG • Ausência de adoção de tecnologia social voltada a organização no trabalho –

Qualificação da mão-de-obra no setor Tipo 3, SENAI, FUNDACENTRO, ABNT, SESI, SECONCI, CTMAG • Falta de difusão de informações (técnicas, inovações, referências) Tipo 2, CTMAG, UFES, IEL, SENAI • Necessidade de melhoria de base normativa e de índices e propriedades para

normalização e especificação Tipo 1, UFES, IPT, CTMAG, CETEM, UNB • Problemas ambientais (extração e beneficiamento e reciclagem de resíduos) Tipo1, tipo2, tipo3, UFES, IPT, CTMAG A Profª. Ana Delazari (UFES) encaminhou projeto de criação do Centro de Informações de Mármore e Granito e da Construção Civil A Profª. Maristela relatou mapeamento para melhoria da capacidade instalada na UFES OUTROS GARGALOS • Falta de controle tecnológico Tipo 1 e Tipo 3, UFES, IPT • Falta integração entre o setor de construção e de mármore e granito com vistas

a especificação e aplicação Tipo 1, tipo 2, tipo 3, SINDICON, CETEMAQ, UFES, IPT • Defasagem de tecnologia Tipo 1 e tipo 2, UFES, CETEM, CETEMAQ, USP, REF. ITÁLIA • Reduzida capacidade gerencial Tipo 3, SEBRAE, UFES, IEL/IDEIES

Page 63: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

63

• Orientação técnica na prospecção Tipo 2, Ouro Preto, USP GARGALOS (CONSTRUÇÃO CIVIL) • Solução de problemas no planejamento, estruturas, vedações, instalações

prediais, revestimentos e impermeabilização (Fórum da competitividade) Tipo 2, tipo 3, UFES, SINDICON, IEL, IPT, PCC/USP, UFSC, UFRGS • Falta de racionalização e difusão de novos materiais e tecnologias Tipo 2, tipo 3, UFES, SINDICON, IEL, IPT, PCC/USP, UFSC, UFRGS • Falta de indicadores de qualidade e produtividade nas empresas construtoras

do Espírito Santo Tipo 2, tipo 3, UFES, SINDICON, IEL/GO, IPT, PCC/USP, UFRGS, UFSC • Deficiências no detalhamento de projetos, especificação e coordenação entre

os vários projetos Tipo 2, tipo 3, JAB/ES, UFES (melhoria de curriculum), UFES, SINDICON • Programas de treinamento e qualificação da mão-de-obra Tipo 3, SENAI, IEL, SINDICON, UFES, SEBRAE, UFRGS • Falta de sistemas integrados de gestão da qualidade (projeto, fornecedores

materiais e serviços, assistências técnica, avaliação pó-ocupação) Tipo 3, SINDICON, IEL, SEBRAE, UFES, CTE, ITQC, PCC/USP, UFRGS • Difusão de informações técnicas e econômicas Tipo 3, SINDICON, IEL, UFES, SEBRAE, USP, IPT, UFRGS, UFSC • Melhoria de higiene e segurança no trabalho Tipo 3, SINDICON, SECONCI PROJETOS ENCAMINHADOS • Termo de referência sobre a indústria da construção civil (SEBRAE) • Programa de incentivo a racionalização e difusão de novas tecnologias em

construtoras de pequeno e médio porte (UFES, Profª. Maristela Gomes da Silva)

• Centro de informação tecnológica em mármore e granito e construção civil (UFES, Profª. Ana Delazari Tristão)

• Programa de qualificação e certificação de empresas construtoras (SINDICON) – Pré - projeto

• Qualificação de fornecedores de materiais e serviços (SINDICON, IEL) • Qualificação de mão-de-obra (SENAI, SINDICON, IEL, SEBRAE) – Pré -

projeto • Programa de segurança e medicina ocupacional (SECONCI, SINDICON) – Pré

- projeto

Page 64: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

64

Obs.: A Profª. Maristela registrou a realização de levantamento da capacidade instalada na UFES para levantamento de investimentos. CONFECÇÕES 1- Identificação do Setor Atualmente, o setor de confecções no ES comporta um total aproximado de 1600 empresas sendo 900 formais e 700 informais. A produção está entre 63 milhões de peças/ano. Gerando um total de empregos de 22 mil diretos e permanentes e cerca de 2 a 3 mil variáveis e contratados temporários, no 2º semestre. Desse total cerca de 85% são do sexo feminino. 51% do total de empresários são do sexo feminino e o consumo de cerca de 70 a 75% advém do sexo feminino. As empresas: 98% são micro e pequenas empresas. Das 50 maiores empresas mais de 90% vendem para fora do Estado. E o mercado de moda do ES: corresponde a apenas 1,7% do Brasil, ou seja, o mercado do Brasil é 60 vezes o do ES. A grande maioria das empresas do setor estão localizadas nos seguintes municípios capixabas: Colatina, Vila Velha, Linhares, Cachoeiro de Itapemirim, São Gabriel da Palha, Serra e Vitória). Do total existente o município de Vila Velha abriga aproximadamente 42%; em segundo lugar está Colatina com 16,7%, depois segue Linhares com 12,8% do total. A informalidade é uma característica marcante do setor, com percentuais elevados em todos os municípios. Embora se verifique em algumas etapas do processo produtivo certas inovações tecnológicas e tenha ocorrido o aprimoramento de máquinas pode-se dizer que, no seu todo, o padrão de trabalho associado ao setor ainda guarda características artesanais, estando a qualidade do produto muito associada à habilidade do trabalhador. Nesse segmento a modernização tecnológica apresenta menor intensidade. Registra-se no setor uma tendência à flexibilização dos processos de produção nos artigos que envolvem moda e design, favorecendo a permanência de pequenos produtores, que atuam como subcontratados de empresas grandes e realizando serviços específicos como costura ou bordados. 2- Histórico No Espírito Santo a indústria de confecções passou a ganhar destaque na economia regional a partir da década de 70 quando há uma intensificação do processo industrial, com uma diversificação maior da estrutura produtiva, simultânea a um rápido processo de urbanização.

Page 65: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

65

Desde o início, a industria de confecções se ressentiu de uma alternativa satisfatória de financiamento, tanto para suportar suas expansões quanto de capital de giro para viabilizar níveis adequados de produção. Em 1983 desenvolve-se no Estado o "Pró-confecções", um projeto criado pelo governo estadual que tinha como meta ampliar a demanda estadual e difundir o produto das empresas em feiras e exposições. Em 1986 é lançado pelo BANDES o "Programa Vestir", com o objetivo de aumentar a capacidade instalada das industrias, fornecer capital de giro, gerenciamento e mão-de-obra. Em 1988, é realizado um diagnóstico das tecnologias empregadas no setor. Em 1989 criou-se o CETECON – Centro de Tecnologia da Industria de Confecções para desenvolver tecnologicamente os processos produtivos, equipamentos, insumos e produtos. A partir da deliberada abertura econômica nos anos 90 a indústria de confecções de todo o Estado mas sobretudo a de Vila Velha e Colatina passou a se empenhar no desenvolvimento tecnológico do setor com a aquisição de máquinas modernas, o aprimoramento da qualidade dos processos e a busca de novos mercados para comercialização. 3- Estagio Atual A grande maioria das empresas do estado ainda está restrita a um mercado eminentemente local. Por exemplo, no ano de 1995, segundo o IDEIES, das 316 empresas formais existentes em Vila Velha, somente duas exportavam. Este quadro tem-se modificado nos últimos anos, mas em ritmo não muito veloz, aquém do que seria recomendável. No período mais recente tem se formado no Estado um grupo seleto de empresas empenhadas em romper barreiras, colocando os seus produtos em praticamente todo o mercado nacional e interessadas em fazer vendas para o mercado externo. Estas empresas atuam com marcas próprias e tem investido maciçamente em uma política de marketing e inovação de produtos. Um desdobramento direto desta realidade é a formação de consórcios de exportação com vistas a ampliar o número de empresas com atuação global. A capacidade instalada no ES possui idade média de 5 anos. Registre-se que parte significativa das novas empresas do setor surgem por iniciativa de ex-empregados de empresas mais antigas ou por processos de demissão incentivada de grandes empresas no Estado. O faturamento médio mensal do conjunto dessas empresas, segundo um estudo do BANDES contratado ao Prof. Arlindo Villaschi em 1996, girava em meados dos anos 90 em torno de R$ 48 milhões. O estudo indicava que Colatina participava com 37%, Vila Velha com 35%, Vitória com 8%, Linhares e Cachoeiro com 6%, Serra com 5% e São Gabriel da Palha com 3%. Por sua vez, as matérias primas mais utilizadas no setor são: jeans com 44% da produção e malha com 35%. Nesse aspecto, Colatina e Vila Velha dividem a produção: Colatina, com jeans, e Vila Velha com malhas.

Page 66: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

66

A produção capixaba compete nacionalmente com os mercados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Atualmente, cerca de 80% da produção de Colatina é exportada para outros estados. Em contrapartida, a produção de Vila Velha e do restante da Grande Vitória destina-se majoritariamente para atender o mercado estadual. O perfil do empresário é de idade entre 35 e 40 anos, com escolaridade média de segundo grau, e seu espírito empreendedor é conservador. O pólo de Colatina possui um Centro de Pesquisa da Moda, montado e financiado pelo sindicato patronal local. A mão-de-obra utilizada pelo setor de confecções no ES é de baixa escolaridade, sendo que a nível gerencial 52% não possuem nem o primeiro grau completo; na área operacional são 61% com primeiro grau incompleto. Com os avanços tecnológicos que estão ocorrendo, o grau de escolaridade baixa prejudica muito o aproveitamento da novas máquinas e equipamentos. São restritas as empresas que realizam treinamentos específicos para seus funcionários; a maioria “aprende fazendo”, sem evolução do nível de desempenho e sem um aprendizado sistemático e contínuo. 4- Características da cadeia produtiva Podem ser muito variadas as possibilidades de produção de roupas devido aos vários tipos de confecções possíveis, tais como: calças, camisas, vestidos, saias, roupa íntima, artigos de cama e mesa, linha praia etc. Segundo a ABRAVEST (Associação Brasileira do Vestuário), o setor teria 21 segmentos, incluindo artigos de cama, mesa e banho, os mais variados tipos de roupas e acessórios, entre outros. Esta heterogeneidade fica mais evidente se for considerada a fragmentação do mercado por sexo, idade, renda etc. As empresas capixabas buscam na diferenciação de produção sua forma de competir no mercado tanto regional quanto nacional. Dessas empresas 30% baseiam-se em modas onde sua capacidade de inovar e imitar é crucial para a sobrevivência, 7% usam o artifício da marca, mas o que é realmente produzido são os produtos padronizados e esses têm sofrido com o acirramento da concorrência de grandes grupos e empresas estrangeiras. A comercialização é na maioria dos casos realizada por representantes, seguido de rede própria e por facção. A aquisição de matéria prima é realizada na maioria dos casos junto aos fabricantes ( 72% ) e com os atacadistas(27%). Na industria de confecções as barreiras à entrada são frágeis; os produtos substitutos não existem nesse setor, ou seja não há substituto para roupa. O poder dos compradores exercita-se via preços, associados a qualidade e prazos. O poder de barganha dos fornecedores é muito forte pois a industria têxtil é bastante concentrada. Convém ressaltar a sazonalidade do setor. No período de novembro a março, reduz-se o nível de emprego pois é quando termina a entrega da coleção de verão,

Page 67: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

67

e o comércio está aquecido. No período de março a setembro, existe um pequeno aumento no emprego com a produção de inverno De setembro a novembro, há uma elevação significativa no emprego pois começa a produção da coleção de verão, principalmente nas cidades litorâneas e para as festas de final de ano. A matéria-prima básica da confecção é o tecido. Outros materiais, chamados de aviamentos, também podem compor a roupa, tais como linha, botões, zíper, entre outros. As máquinas utilizadas são predominantemente flexíveis, possibilitando uma gama de operações de costura 5- Gargalos Com relação aos aspectos tecnológicos, o ciclo de produção da roupa é constituído das seguintes etapas básicas: design, confecção de moldes, gradeamento, elaboração do encaixe, corte e costura, sendo que a costura é a principal etapa do processo, cabendo-lhe cerca de 80% do trabalho produtivo. Este fato contribui para a maior dificuldade de automação, possuindo assim poucos avanços neste campo quanto à tecnologia utilizada no processo produtivo, como o uso do CAD que possui somente treze instalados (onze pertencem a empresas, um ao SENAI de Colatina e outro ao CETECON, localizado em Vila Velha). Esses equipamentos atendem a aproximadamente 60 empresas das quais apenas 30% o usam com maior freqüência). Dessa forma destacamos um gargalo tecnológico pois a informatização do processo não está difundida em todos os mercados. As máquinas de costura são um exemplo de como há um atraso tecnológico no setor; informações colhidas do setor indicam que a quantidade de máquinas modernas eqüivalem a de máquinas domésticas. Um fator de destaque é que devido a pouca idade das empresas a maioria das máquinas são industriais (76%). Entre as passadeiras há um predomínio de métodos manuais (73%) e detrimento das passadeiras de prensa(27%). Um aspecto de primeira importância para detectar os gargalos tecnológicos dosetor vincula-se ao padrão de gestão do conjunto de empresas do setor. As técnicas de gerenciamento estão ainda muito pouco desenvolvidas, sendo que poucas realizam planejamento e controle da produção, e o que mais surpreende é a falta de consciência dos empresários no que tange a essa necessidade e sua importância. As poucas empresas que realizam algum tipo de sistematização foram desenvolvidos pelo SEBRAE e pelo IEL/IDEIES nos centros de Colatina e Vila Velha. Sobre os fatores externos que interagem com o grau de competitividade do setor de confecções do ES destacamos, o marketing, que é pouco utilizado, de forma que impede a entrada das empresas calcada em estratégias mais agressivas que possam conquistar a demanda por vestuário. São várias as formas de planejar uma estratégia de desenvolvimento do setor junto a outros mercados, sendo que há vários tipos de enfoques que poderiam ser aprofundados, como a marca, o atendimento, a manutenção do cliente, os fornecedores no longo prazo e

Page 68: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

68

internacionalmente, mas o início da política de marketing deveria basear-se em qualidade a custos competitivos. Registra-se uma deficiência dos programas de treinamento disponíveis, especialmente para certas fases produtivas como a de costuras. Os empresários apontam falhas dos limitados treinamentos oferecidos. A assistência técnica e gerencial carece de capacitação para os prestadores de serviço, pois dificilmente estão preparados para realizarem a manutenção de máquinas e equipamentos e desenvolvimento/aplicação de softwares. Este é um dado que se sobrepõe especialmente nas pequenas empresas, o que acaba inibindo a modernização tecnológica e organizacional. A difusão de novas técnicas organizacionais é limitada pela falta de conhecimento específico dos próprios técnicos que participam dos projetos de modernização. 6- Propostas O desenvolvimento do setor está condicionado à adoção de políticas que objetivem aprimorar a gestão global da atividade, desde a etapa de produção até a de comercialização e conquista de novos mercados. Há uma necessidade de se aprimorar o perfil da mão-de-obra do setor através de seminários, cursos, palestras, contratações de consultores e incentivos para os que se atualizarem. O CETECON tem como atividade principal a viabilização de consultoria técnica dos programas PATME e SEBRAETEC para os empresários do setor. Esta na hora de se formular uma alternativa para que esta atuação se fortaleça e chegue a todo o setor, atuando inclusive mais como centro tecnológico. O programa SEBRAETEC é efetivado a partir da organização do que se passou a ser conhecido como "Clínica Tecnológica". Constatou-se, das informações colhidas, propostas para aprimoramento do relacionamento mantido com o SEBRAE. Destacam a existência de um trâmite burocratico inconveniente, além da carência de programas governamentais nesta direção, especialmente para atender as pequenas empresas. Segundo o CETECON a demanda por orientação técnica de consultores especializados nesta área é muito grande. Dão um exemplo: o consultor que está organizando o consórcio de exportação de Colatina está totalmente comprometido com o projeto e já há novas demandas no mesmo sentido. Em 1999 houve a promoção de uma série de exposições técnicas na Feira Anual do setor bem como foram realizados seminários sobre diversos assuntos tecnológico relacionados ao processo de produção/distribuição, desenvolvimento de produtos, gerenciamento comercial e marketing. Uma demanda concreta para o CETECON é a implantação de um programa que leve ao empresário uma consultoria na área de marketing e desenvolvimento

Page 69: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

69

comercial. Atualmente, nem o PATME nem o SEBRAETEC permitem consultorias nestas áreas. Além disso, medidas específicas como as listadas abaixo poderiam ser consideradas, ou seja: • desenvolvimento de um recadastramento geral do setor para detectar

demandas e instalar programas; • aprimoramento da inter-relação entre empresas de confecção e aquelas que

fazem confecção, em especial quando se trata de cooperativas; • cursos de requalificação profissional, em especial para as costureiras. Fonte das Informações apresentadas O texto elaborado foi produzido a partir de um conjunto de estudos elaborados nos últimos anos sobre o tema. Foram consultados alguns trabalhos elaborados como Teses de Mestrado e monografias de conclusão de curso na área de economia bem como de estudos setoriais contratados pelo Bandes. O texto se beneficiou decisivamente de entrevistas realizadas com Evandi Comarella, Milton Carvalho Bernardo, respectivamente Presidente e Superintendente Técnico do CETECON e com o empresário Lucas Izoton. RELATÓRIO FINAL Tema: Confecções Data: 28/04/00 Coordenador: LUCAS IZOTON VIEIRA RELATOR: EVANDI AMÉRICO COMARELA PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 12 participantes. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO • Capacitação gerencial/técnica dos empreendedores e sua equipe (tipo 2) EMPRESAS OU SETORES INTERESSADOS Todo o setor

Page 70: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

70

RELACIONAR INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E/OU PESQUISADORES, LOCAIS E NACIONAIS, CAPACITADOS E INTERESSADOS NA RESOLUÇÃO DO GARGALO IEL IDEIES SEBRAE CEFET - ES UFES CETECCN ENTIDADE DE TREINAMENTO POSSÍVEIS INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS CNPq SEBRAE FINEP (FAT) CODEFAT PRÓPRIAS EMPRESAS RELACIONAR OS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM A RESOLUÇÃO DO GARGALO • Melhor capacitação do setor, geração de empregos e renda, arrecadação de

tributos, maior nível de sobrevivência e crescimento das empresas.

DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO • Comercialização em nível nacional (tipo 3) e internacional (tipo 2) EMPRESAS OU SETORES INTERESSADOS Todo o setor RELACIONAR INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E/OU PESQUISADORES, LOCAIS E NACIONAIS, CAPACITADOS E INTERESSADOS NA RESOLUÇÃO DO GARGALO SEBRAE IEL/IDEIES ABRAVEST ENTIDADES DE ENSINO CONSULTORES AUTÔNOMOS

Page 71: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

71

POSSÍVEIS INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS APEX SEBRAE GERES BANDES BNB RELACIONAR OS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM A RESOLUÇÃO DO GARGALO • Melhor capacitação do setor, geração de empregos e renda, arrecadação de

tributos, maior nível de sobrevivência e crescimento das empresas DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO • Banco de dados do setor, levantando número de empregos gerados,

fornecedores, demandas, necessidades, etc. (tipo 3) EMPRESAS OU SETORES INTERESSADOS Sindicatos Entidades empresariais SEPLAN ADERES BANDES GERES ENTIDADES DE ENSINO RELACIONAR INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E/OU PESQUISADORES, LOCAIS E NACIONAIS, CAPACITADOS E INTERESSADOS NA RESOLUÇÃO DO GARGALO UFES UVV CETECON IEL/IDEIES IPES POSSÍVEIS INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS CNPq BANDES GERES GOVERNO FEDERAL SEBRAE

Page 72: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

72

BANCO DO BRASIL BANESTES CEF SINDICATOS ENTIDADES EMPRESARIAIS RELACIONAR OS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM A RESOLUÇÃO DO GARGALO • Planejamento estratégico para o setor; • Ampliação das parcerias; • Redução de tempo na busca de informações. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO • Equipamentos convencionais; • Fazer estudos para adequação das máquinas convencionais em máquinas

eletrônicas ou semi eletrônicas (tipo 1); • Necessidade de equipamentos/células automáticas (tipo 2). EMPRESAS OU SETORES INTERESSADOS Todas as empresas do setor RELACIONAR INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E/OU PESQUISADORES, LOCAIS E NACIONAIS, CAPACITADOS E INTERESSADOS NA RESOLUÇÃO DO GARGALO A) CETECON, CEFET - ES, UFES B) Fabricantes nacionais e internacionais POSSÍVEIS INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS FINEP SENAI BANDES GERES CNPq EMPRESAS SEBRAE

Page 73: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

73

RELACIONAR OS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM A RESOLUÇÃO DO GARGALO • Modernizar tecnologia; • Melhoria da competitividade; • Aumento de vendas; • Geração de empregos e renda. RELATÓRIO FINAL Tema: Química Data: 28/04/00 Coordenador: ERNESTO MOSANER JR. Relator: ADÉRCIO JOÃO MARQUEZINI PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 12 participantes representando basicamente os Setores de Sucro-alcoleiro; Carbo-químico; Insumos para tratamento de água; Saneamentos, desinfetantes, amaciantes, alvejantes; Inseticidas; UFES - Departamento de Química, Centro Biomédico; CEFET/Coordenação de Metalurgia; IEL/IDES; Ministério de Ciências e tecnologia GARGALOS IDENTIFICADOS - Ausência de laboratórios de análises químicas para o pleno atendimento da

demanda do setor produtivo capixaba. Ex.: Setor Sucro-Alcooleiro – Mantém grupo de técnicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro par Pesquisa e Desenvolvimento do Aumento de Produção de Cana • Ausência de laboratórios de pesquisa para o desenvolvimento de novos

produtos Ex.: Setor Carbo-Químico – Produz precursor da vitamina K que é comercializado em outros centros com baixo valor agregado. A produção mensal tornaria um setor alto suficiente. • Empresa do setor requer desenvolvimento do "Piche – Verde", insumo para a

produção de alumínio. • Setor de insumos para Empresa de tratamento de água, requer

desenvolvimento do produto " Baritina" e polímeros. • Setor de inseticidas busca alternativa para o desenvolvimento de inseticidas

biológicos.

Page 74: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

74

• Ausência de Laboratórios de Controle de Qaulidade química/físico-química em alimentos para atender a demanda de pequenas e médias indústrias.

• Ausência de Informação Sistematizada Ex.: HP UFES HP Empresas do Setor Produtivo IDENTIFICAÇÃO DE PESQUISAS E SERVIÇOS DO SEGMENTO ACADÊMICO INSTITUIÇÃO/SERVIÇO UFES/Departamento de Química POTENCIAIS Quadro de 12 Doutores, Mestres e Pessoal Técnico. Início de formação de Bacharéis em química Equipamentos principais: Espectrômetro de massa, Espectrofluorímetro Cromatôgrafo à gás, análises de solos, pesquisa em ferohormônios INSTITUIÇÃO/SERVIÇO CEFET/Metalurgia/Outros

POTENCIAIS Análises de solos e elementos de metalurgia Análises de polímeros e biopolímeros Análises de alimentos (em implantação) INSTITUIÇÃO/SERVIÇO UFES/CBM POTENCIAIS Laboratório de Controle de Qualidade em Alimentos (com equipamentos e desativado) Laboratório de Análises Toxicológicas

Page 75: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

75

INSTITUIÇÃO/SERVIÇO UFES/CBM Laboratório de Controle de Qualidade em Alimentos (com equipamentos e desativado) Laboratório de Análises Toxicológicas RELATÓRIO FINAL Tema: Capacidade Instalada de Pesquisa e Pós-Graduação Data: 28/04/00 Coordenadora: CINTIA ÁVILA DE CARVALHO Relator: LUIZ HERKENHOFF COELHO PARTICIPANTES Assinaram a lista de presença 28 participantes. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO GARGALO TECNOLÓGICO Foi apresentado um panorama da pesquisa na UFES e na EMCAPER além de uma descrição da pós-graduação. Aferição dos equipamentos dos laboratórios. • Os principais problemas detectados foram a inter-relação entre a UFES e o

setor produtivo – financiamento da pesquisa. • Com relação à pós-graduação os principais problemas são de biblioteca e de

pessoal titulado (a UFES tem condições de crescer muito com relativamente poucos investimentos)

• A pós-graduação deve crescer buscando interligação com a realidade local. EMPRESAS OU SETORES INTERESSADOS Se manifestaram: UFES e EMCAPER CST, CVRD, ARACRUZ, enfim, o setor industrial e toda a sociedade RELACIONAR INSTITUIÇÕES DE PESQUISA E/OU PESQUISADORES, LOCAIS E NACIONAIS, CAPACITADOS E INTERESSADOS NA RESOLUÇÃO DO GARGALO Verificou-se que a capacidade instalada na UFES é muito maior do que aparece nos relatórios

Page 76: 1º ENCONTRO ESTADUAL DE TECNOLOGIA PARA O … · O IPES realizou, nos dias 27 e 28 de abril, o "1º Encontro Estadual de Tecnologia para o Desenvolvimento Local". Durante o Encontro

76

POSSÍVEIS INSTITUIÇÕES FINANCIADORAS Setor produtivo Agências de fomento Fundos setoriais Petróleo e gás, etc.