o encontro

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O Encontro Agosto - Setembro de 2011 A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita Bhagavan Sri Ramana Maharshi “Eu sou o Ser, Ó Gudakesa (ou- tro nome de Arjuna), que resido no coração de todos os seres. Eu sou o começo, o meio e o fim de todos os seres.” Verso 20 (Bhagavad Gita, Capítulo X) O mês de agosto é consagrado ao Senhor Krishna, em homenagem ao Seu nascimento. Ele nasceu à meia noite, sob a influência da es- trela Rohini, por volta do oitavo dia da metade escura da lua do mês de Sravana (agosto-setembro no calendário gregoriano). Para nós, a real percepção da suprema e amorosa presença do Senhor Krishna, só será possível quando nos livrarmos da ilusão de que somos alguma coisa além do Ser. Até lá “percebemos” fragmen- tos da realidade do nosso Senhor, que se revela a nós de acordo com a nossa própria compreensão. Bhagavan, certa vez, instruiu seus devotos: “Arunachala Ramana é o próprio Paramatma (Espírito Supre- mo) que jorra como a consciência no coração de todos os seres vivos, desde Hari (referindo-se indistinta- mente a Krishna ou a Vishnu) até o mais baixo. Ele é o Ser Supremo. Isto ficará claro para você, se você abrir o olho da sabedoria e perce- ber a verdade” (do livro Cartas do Sri Ramanasraman, de Suri Naga- ma, traduzido por José Stefanino). Krishna foi ao mesmo tempo um rei terreno e uma encarnação divi- na. De acordo com a tradição Hin- du, Ele é o oitavo avatar de Vishnu. Disse o Senhor Bem-aventurado: “Ó tu de braços poderosos (Ar- juna), ouve mais do meu discurso supremo. Para teu mais alto bem, continuarei falando a ti, que me ouves com alegria. Verso 1 Mas qualquer um que saiba que Eu sou o não-nascido e o sem-co- meço, bem como o Senhor Sobera- no da Criação, esse homem venceu a ilusão e alcançou o estado isento de pecado, mesmo enquanto ainda habite um corpo mortal. Verso 3 Aquele que, por meio da yoga, conhece a verdade de minhas pro- líficas manifestações e do poder criador e dissolvedor de minha yoga divina está inabalavelmente unido a mim. Não há nenhuma dúvida a esse respeito. Verso 7 Assim, àqueles que se apegam a mim permanentemente e que me cultuam com amor, confiro-lhes a sabedoria discernidora (buddhi yoga) pela qual eles afinal me al- cançarão. Verso 9 Por pura compaixão, Eu, o Mo- rador Divino, neles acendo a luz radiante da sabedoria que expulsa as trevas nascidas da ignorância. Verso 11” (Bhagavad Gita, Capítulo X) O Senhor Krishna Por Marcos Garcia Há 30 anos tivemos uma mu- dança brusca na vida. No início foi muito sofrimento, angústia, expectativa, tristeza até o ponto de questionarmos Deus. Sofría- mos, minha esposa e eu, com a doença de nosso filho. Através de um amigo chegamos até A Luz no Caminho. Desde então nossa vida mudou para melhor. Chegamos pela dor. Ficamos pelo amor ao amado Bhagavan. Hoje, temos tantas convicções e testemunhos. Formamos uma família de convergência na fé, nos ensinamentos do Mestre. Há meses escrevi alguns versos que resumem o que vivenciamos: Um dia perto do abismo Pra mim Você foi a ponte Na descrença que vivia Pra a fé, Você foi a fonte Hoje eu acredito No que vejo pela frente Tanta certeza num sorriso, Que sou dono de minha mente Neste trem da vida Que me leva ao amanhã Em qualquer estação eu paro Na companhia do meu Bhagavan Quero te dizer, o Mestre Como um dia dissestes pra mim Nunca te abandono Minha vida não tem fim Não Te abandono Por Lêda Fraga Agenda Editorial

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  • O EncontroAgosto - Setembro de 2011A Luz no Caminho - Associao Espiritualista - Distribuio gratuita

    Bhagavan Sri Ramana Maharshi

    Eu sou o Ser, Gudakesa (ou-tro nome de Arjuna), que resido no corao de todos os seres. Eu sou o comeo, o meio e o fim de todos os seres. Verso 20

    (Bhagavad Gita, Captulo X)

    O ms de agosto consagrado ao Senhor Krishna, em homenagem ao Seu nascimento. Ele nasceu meia noite, sob a influncia da es-trela Rohini, por volta do oitavo dia da metade escura da lua do ms de Sravana (agosto-setembro no calendrio gregoriano).

    Para ns, a real percepo da suprema e amorosa presena do Senhor Krishna, s ser possvel quando nos livrarmos da iluso de que somos alguma coisa alm do Ser. At l percebemos fragmen-tos da realidade do nosso Senhor, que se revela a ns de acordo com a nossa prpria compreenso.

    Bhagavan, certa vez, instruiu seus devotos: Arunachala Ramana o prprio Paramatma (Esprito Supre-mo) que jorra como a conscincia no corao de todos os seres vivos, desde Hari (referindo-se indistinta-mente a Krishna ou a Vishnu) at o mais baixo. Ele o Ser Supremo. Isto ficar claro para voc, se voc abrir o olho da sabedoria e perce-ber a verdade (do livro Cartas do Sri Ramanasraman, de Suri Naga-ma, traduzido por Jos Stefanino).

    Krishna foi ao mesmo tempo um rei terreno e uma encarnao divi-na. De acordo com a tradio Hin-du, Ele o oitavo avatar de Vishnu. Disse o Senhor Bem-aventurado:

    tu de braos poderosos (Ar-juna), ouve mais do meu discurso supremo. Para teu mais alto bem, continuarei falando a ti, que me ouves com alegria. Verso 1

    Mas qualquer um que saiba que Eu sou o no-nascido e o sem-co-meo, bem como o Senhor Sobera-no da Criao, esse homem venceu a iluso e alcanou o estado isento de pecado, mesmo enquanto ainda habite um corpo mortal. Verso 3

    Aquele que, por meio da yoga, conhece a verdade de minhas pro-lficas manifestaes e do poder criador e dissolvedor de minha yoga divina est inabalavelmente unido a mim. No h nenhuma dvida a esse respeito. Verso 7

    Assim, queles que se apegam a mim permanentemente e que me cultuam com amor, confiro-lhes a sabedoria discernidora (buddhi yoga) pela qual eles afinal me al-canaro. Verso 9

    Por pura compaixo, Eu, o Mo-rador Divino, neles acendo a luz radiante da sabedoria que expulsa as trevas nascidas da ignorncia. Verso 11

    (Bhagavad Gita, Captulo X)

    O Senhor KrishnaPor Marcos Garcia

    H 30 anos tivemos uma mu-dana brusca na vida. No incio foi muito sofrimento, angstia, expectativa, tristeza at o ponto de questionarmos Deus. Sofra-mos, minha esposa e eu, com a doena de nosso filho. Atravs de um amigo chegamos at A Luz no Caminho. Desde ento nossa vida mudou para melhor.

    Chegamos pela dor. Ficamos pelo amor ao amado Bhagavan. Hoje, temos tantas convices e testemunhos. Formamos uma famlia de convergncia na f, nos ensinamentos do Mestre. H meses escrevi alguns versos que resumem o que vivenciamos:

    Um dia perto do abismoPra mim Voc foi a ponte

    Na descrena que viviaPra a f, Voc foi a fonte

    Hoje eu acreditoNo que vejo pela frente

    Tanta certeza num sorriso,Que sou dono de minha mente

    Neste trem da vidaQue me leva ao amanh

    Em qualquer estao eu paroNa companhia do meu Bhagavan

    Quero te dizer, o MestreComo um dia dissestes pra mim

    Nunca te abandonoMinha vida no tem fim

    No Te abandonoPor Lda Fraga

    Agenda Editorial

  • 02

    O Encontro agosto - setembro, 2011

    A jornada do

    MestreO despertar para essa nova

    conscincia, o Eu ou a noo de Si, simplesmente transcenderam e, com essa experincia, houve uma enor-me mudana em sua vida. Em seu contnuo estado de conscincia do Si o que mais o atraa era o templo vizinho de Meenakshi. Ele ia at l todas as noites e ficava por muito tempo sozinho, imvel, diante das imagens de Shiva Nataraja e dos 63 santos tmiles, sentindo uma pro-funda emoo, que o invadia como ondas.

    A crise veio em agosto de 1896, algo em torno de dois meses de-pois do despertar. Venkataraman re-cebeu como tarefa um longo exer-ccio de ingls para praticar o que

    no aprendera durante a aula, mas, antes de termin-lo, Ele se deu con-ta da enorme futilidade de tal exer-ccio, empurrou os cadernos para longe e sentou-se de pernas cruza-das entregando-se meditao.

    Nagaswami, seu irmo mais ve-lho, que observava tudo de perto, aborrecido com a atitude de Venka-taraman, fez uma observao sar-cstica: De que vale tudo isso para uma pessoa dessa espcie? Suas palavras tinham o sentido de que aquele que desejava viver como um sadhu no tinha o direito de gozar os confortos de um lar.

    Venkataraman compreendeu a verdade das palavras de seu irmo

    Filosofia

    e, com sua impiedosa aceitao da verdade, que era sua caracterstica, levantou-se a fim de partir daquela casa, renunciando a tudo. No mo-mento em que este pensamento lhe veio cabea a lembrana de Aru-nachala o dominou.

    Pouco depois, Ele disse ao seu irmo que precisava assistir a uma aula extra de eletricidade. Nesse momento, o irmo, inconsciente-mente, forneceu os fundos para sua jornada, ao pedir que Venkataraman pegasse cinco rpias dentro de uma caixa no andar de baixo da casa e pagasse sua taxa escolar.

    De posse das cinco rpias, rapi-damente pegou um atlas e verificou

    Parti procura de meu Pai em obedincia s Suas ordens. Fui-me em virtuosa empreitada, por isso, ningum lamente este, nem desperdice dinheiro procura deste.

    Bilhete deixado pelo jovem Venkataraman sua famlia antes de partir rumo ao Monte Arunachala.

  • O Encontroagosto - setembro, 2011

    03

    Tiruvannamalai Tindivanam

    VillupuramMambalapattu

    Templo deArayarninallur

    Templode Kilur

    Madurai

    OCE

    AN

    O N

    DIC

    Oque a estao de embarque mais prxima para Tiruvannamalai ficava em Tindivanam. Na verdade, recen-temente haviam construdo outro ramal para Tiruvannamalai, cidade onde se situava o monte Aruna-chala, mas Ele no sabia, porque o atlas consultado era antigo. Ento, seguiu seu plano original. No iria para escola pagar as taxas, mas sim entregar-se sua busca e comear sua jornada em direo ao Pai Aru-nachala. Escreveu um bilhete:

    Parti a procura de meu Pai em obedincia s Suas ordens. Fui-me em virtuosa empreitada, por isso, ningum lamente este, nem desper-dice dinheiro a procura deste. Sua taxa escolar no foi paga. Aqui fi-

    cam duas rpias. E partiu.

    Chegando estao ferroviria, Ele foi procurar o quadro de hor-rios e tarifas e rapidamente locali-zou Tindivanam. Se tivesse lido com mais ateno, teria visto o nome da cidade de Tiruvannamalai algu-mas linhas abaixo, mas sua jornada estava apenas comeando. Tendo fi-nalmente embarcado, Venkataraman sentou-se entre os passageiros em silncio, absorto no xtase de sua busca. Depois de passar por vrias estaes, um mulumano de barbas brancas lhe perguntou para onde ia. Tiruvannamalai, respondeu Venka-taraman que, aps uma breve con-versa, percebeu que poderia trocar de trem em Villupuram e pegar um

    outro direto para a prpria Tiru-vannamalai. Antes da aurora do dia seguinte Ele chegou estao de Villupuram. Quando amanheceu, ca-minhou at a cidade e procurou por placas que sinalizassem o caminho para Tiruvannamalai, pois pretendia seguir a p. Tiruvannamalai ficava, no entanto, longe demais e, no conseguindo encontrar o caminho e se sentindo cansado e faminto, sentou-se prximo a um restaurante e esperou que o mesmo abrisse. Depois de comer, voltou esta-o e comprou uma passagem para Mambalapattu, que era o mais lon-ge que o seu dinheiro lhe permitia chegar. Ele chegou a Mambalapattu tarde e, de l, andou ao longo dos trilhos do trem em direo i

    TamilNadu

    OCEANO NDICO

    NDIA

  • 04

    O Encontro agosto - setembro, 2011

    ao seu destino, Tiruvannamalai. Ao cair da tarde, havia percorrido 18 km. Agora j era noite e ele estava junto ao templo de Arayar-ninallur, construdo em cima de um enorme rochedo. Foi deste lugar que um glorioso santo teve sua primeira viso do Santo Monte Arunachala h mais de 1.000 anos. Logo aps Venkataraman chegar, um religioso abriu as portas do templo para a adorao ritual (puja) da noite. O jovem entrou e imediatamente per-cebeu uma luz brilhante por todo o salo. Julgando tratar-se de uma emanao a partir de uma imagem, levantou-se e pesquisou, mas perce-beu que no se tratava de uma luz fsica. Depois disso, sentou-se nova-mente em profunda meditao e s se levantou quando os sacerdotes tratavam de trancar os cadeados do templo. Estando faminto e cansado, Venkataraman pediu comida e inda-gou se poderia pernoitar ali, mas foram recusados ambos os pedidos. Os religiosos sugeriram a ele que os seguisse at o templo de Kilur do outro lado do rio, onde talvez

    pudesse ganhar comida aps a ado-rao. A adorao terminou s 9h e a ceia foi servida. Desta vez, seu pedido fora atendido. O tamboreiro do templo, impressionado com a aparncia e devoo daquele jovem brmane, lhe deu a sua poro de comida. Ele estava muito cansado, pegou, ento, sua comida e enca-minhou-se para uma casa que ficava por perto, onde pediu gua. En-quanto esperava pela gua, caiu em uma espcie de desmaio ou sono, poucos minutos depois voltou a si, bebeu um pouco de gua e comeu a comida que havia derramado no cho, deitou-se na grama e dormiu. Na manh seguinte, segunda-feira, 31 de agosto, era o dia de come-morao do nascimento Sri Krishna. Assim que Venkataraman acordou, andou a esmo e comeou a sentir-se cansado e com fome novamente. Tiruvannamalai estava ainda a 32 km de distncia.

    Ele resolveu pedir comida em uma casa. A dona da casa ficou to impressionada com a apario de um jovem brmane to especial

    e de aparncia distinta no sagrado dia de Sri Krishna que lhe forne-ceu farta alimentao e doces para a viagem. Venkataraman usava um par de brincos de ouro e rubis, ti-picamente usado por jovens brma-nes. Os brincos valiam em torno de 20 rpias. Lembrando-se disso, ele ofereceu-os ao dono da casa em troca de um emprstimo de quatro rpias, a fim de cobrir as despe-sas que surgissem pelo caminho. Os donos da casa deram-lhe um papel com seu endereo para posterior resgate dos brincos.

    Feita a transao, o peregrino partiu para estao de trem e teve que passar a noite l, pois o trem para Tiruvannamalai no sairia antes da manh seguinte. Na manh de 1 de setembro de 1896, trs dias depois de deixar a casa de seu tio, finalmente, Ele chegou ao seu destino. Com passos rpidos e em um estado eufrico de tanta alegria, chegou ao grande templo de Aru-nachala. Numa muda acolhida, os portes dos altos muros e todas as portas do templo, at mesmo as

    Filosofia

    A trilha percorrida

    i

    Em Mambalapattu, esta-o onde o derradeiro an (moeda) de Venkataraman o permitiu chegar, h um placa em sua homenagem.

    A estao de trem de Villupuran foi a primeira pa-rada do jovem, onde saiu procura do caminho para Tiruvannamalai.

    Quando o pai de Venkata-raman, Sundaram Ayyar, fale-ceu, ele e seus irmos foram morar com o tio Subbier, em Madurai.

    Madurai Villupuram Mambalapattu

  • O Encontroagosto - setembro, 2011

    05

    pedra suspensa, ele se sentou e entregou-seem completa absoro no Ser.

    Trecho do Documentrio The Sage of Arunachala, de James Hartel, traduzido por Marlia Maria Barreto de Sousa

    do santurio interno, encontravam-se abertas. No havia ningum no interior do templo e Ele prostrou-se esttico. Finalmente encontrara seu Pai Arunachaleswara. Ali na bem-aventurana da Unio, consumou-se a busca e a jornada teve fim.

    Saindo do templo, Venkataraman vagou pela cidade e trilhou o ca-minho para o Tanque Ayyankulam onde ele jogou todas as posses que ainda tinha inclusive o valor de 3,5 rpias. Esta foi a ltima vez que to-cou em dinheiro. Em seguida, tirou seu dhoti (pano branco enrolado ao corpo da cintura para baixo) ras-gou uma tira para servir de tanga e jogou o resto fora. Algum no-tou seus atos de renncia e sugeriu de forma jocosa que ele fosse ao barbeiro remover tambm o biro-te (tufo de cabelos na nuca que indica casta ortodoxa) ao que Ele concordou. Ao retornar ao templo logo antes de passar pelo porto principal, tomou uma ducha rpida, que foi o suficiente para que ele pudesse entrar no templo e iniciasse uma vida de asceta.

    Depois que todas as formalida-des relativas renncia ao mun-do exterior haviam sido feitas, Venkataraman instalou-se no sa-guo dos mil pilares do templo de Arunachala. Numa plataforma de

    O jovem caminhou 18km desde Mambalapattu at o templo de Arayarninallur, que hoje possui um altar com seu retrato.

    Arayarninallur Kilur TiruvannamalaiNo templo de Kilur, o

    tamboreiro impressionou-se com a conduta devota de Venkataraman e deu-lhe sua comida.

    Era manh do dia 1 de setembro de 1896, quando Ele chegou estao de Tiruvannamalai e a jornada teve fim.

    Tanque Ayyankulam, onde Venkataraman jogou todas as posses que ainda tinha.

  • 06

    O Encontro agosto - setembro, 2011

    Tenha f no caminhoNely Santos no poderia imagi-

    nar que um encontro aparentemente ocasional no prdio onde morava mudaria sua vida. Era uma tera-fei-ra de setembro de 1974, quando ela saiu de casa para comprar o jantar da famlia. Enquanto esperava o ele-vador, aproximou-se a vizinha Tereza de Jesus, que a convidou para irem juntas reunio na associao A Luz no Caminho. A minha vontade foi de pegar o nibus e ir com ela, mas eu no podia. Ento, disse que na prxima tera-feira iria e fui.

    Nely ficou estasiada ao adentrar pela primeira vez o enorme salo do centro esprita So Francisco de Paula, onde aconteciam as reunies. As reunies eram como hoje: s quintas-feiras, aps a abertura, fazia-se a orao, a invocao, o pra-nayama e, ento, eram recitadas 18 frases. Esperava-se um minuto entre a leitura de cada uma e deveramos nos fixar em alguma parte delas,

    recorda. A primeira dizia: No sou o que o mundo chama eu - nome, corpo, sentimento, pensamentos. Mas, em breve, tudo isso cessar de existir e a seguinte: Mas eu sou eternamente.

    medida que se desenvolvia espiritualmente, Nely tambm assu-mia outras responsabilidades. Ela foi presidente da associao entre 1981 e 1983 e tambm tesoureira. Foi nesse perodo, que teve um dos momentos mais marcantes na casa. Faltavam Cr$ 200 mil para fechar o caixa da associao. Eu expliquei a situao durante uma reunio de diretoria. Ento, Dona Daura, funda-dora da casa, virou-se para mim e disse: Se fosse para lhe dar proble-mas, no teramos lhe dado o cargo. Numerrio no faltar! A partir de hoje vai se designar Vidya. Naquela semana, entraram Cr$ 700 mil. Foi de arrepiar!.

    Esse no foi o nico momento em que sua f foi testada. H al-guns anos, Nely foi orientada pela casa para que seu marido procuras-se um mdico. O alerta salvou sua vida. Bhagavan demais para mim. H horas em que eu peo perdo, porque acho que no mereo tanta ajuda. No correspondo ainda o su-ficiente. Mas assim.

    Nossa Histria

    9 de outubro, domingodas 14h as 22h-

    Show de

    e outras atracoes, ~Alexandre Sankor

    I Festa daPrimavera

    Renda em benefcio da obra social Casa de Ramana

    Rua Juiz de Fora, em frente ao no 55 - Graja Entrada francaA Luz no Caminho

    Associao Espiritualista BHAGAVAN SRI RAMANA MAHARSHI

    A Luz no Caminho - Associao Espiritualista | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horrio de funcionamento (inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 s 20h30 - teras e quintas, das 14h30 s 21h00 - sbados, das 14h00 s 20h00 | Mais informaes no site: www.aluznocaminho.org.br | Site da Casa de Ramana: www.casaderamana.org.br | Notcias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com