1 a.simone alves de assis martorano · de grande importância pela existência e pelas aplicações...

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1 Professora de Química do Colégio Estadual Padre Jerônimo Onuma – S.S da Amoreira – Licenciatura em ciências com habilitação em química e física e especialização em Metodologia Didática do Ensino pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cornélio Procópio - Paraná 2 Professora do Departamento de Química da UEL – Universidade Estadual de Londrina - mestrado em ensino de ciências, modalidade química, pela Universidade de São Paulo, graduação em engenharia química pelo Centro Universitário da FEI, e graduação em licenciatura em química pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Oswaldo Cruz.

FERMENTAÇÃO: UMA MOTIVAÇÃO PARA APRENDER QUÍMICA ORGÂNICA.

Autor: Eliza Fatima da Costa1. Orientadora: profa.Simone Alves de Assis Martorano2.

Resumo.

Escolheu-se como tema os processos fermentativos envolvidos na fabricação do etanol, porque, estes ilustram bem as funções orgânicas presentes nos produtos e subprodutos, auxiliando na compreensão dos alunos em relação à importância da compreensão da química, em especial a orgânica, sempre presente no seu cotidiano. O objetivo desta unidade didática é o de aumentar no aluno, do ensino médio, o interesse e participação pelas aulas de química, além de desenvolver a capacidade mais complexa de pensamento, levando-o ao raciocínio, a reflexão, permitindo-lhe elaborar seus próprios conceitos, partindo de conceitos químicos orgânicos já conhecidos. A metodologia utilizada, através de atividades planejadas, foram organizadas e dirigidas pelo professor, por exemplo, foram realizadas atividades, como, a elaboração de mapas conceituais, visita a uma usina, pesquisa dirigida e o uso de atividades experimentais. Essas atividades proporcionaram uma maior interação entre os alunos e os conhecimentos químicos, auxiliando assim, na compreensão dos conceitos de química orgânica.

Palavras-chave.

Fermentação; funções orgânicas; combustíveis renováveis; ensino de química orgânica.

INTRODUÇÃO

Sendo as funções orgânicas um conteúdo curricular do ensino

de química, esta proposta de trabalho visa aumentar no aluno, o interesse pela as

aulas de químicas e sua participação, além de desenvolver a capacidade mais

complexa de pensamento, levando-o ao raciocínio, a reflexão, permitindo-lhe a

elaborar seus próprios conceitos, partindo dos conceitos químicos já conhecidos. A

perspectiva teórica será a envolvida nos processos de fermentação, a composição e

transformação da cana de açúcar, levando-o a desenvolver o conhecimento

cientifico para o domínio dos conceitos químicos no nosso dia-a-dia.

O Colégio no qual o projeto foi desenvolvido está situado em

uma região agrícola, contando com uma usina de álcool próxima ao município. Por

isso, esse tema foi escolhido, ele faz parte do cotidiano desses alunos.

Espera-se que o conhecimento detalhado do processo de

fermentação (cana de açúcar) venha contribuir para que o aluno adquira

conhecimento das funções orgânicas e consiga construir conceitos mais elaborados.

Segundo Ferreira et al (2007), o ensino de química orgânica é

de grande importância pela existência e pelas aplicações de inúmeros compostos de

carbono. Os autores apontam que esses compostos de carbono estão presentes na

origem da vida e são essenciais para sua manutenção, quer seja pela constituição

dos organismos vivos, quer seja por suas relações exteriores que envolvem

alimentação, vestuário, medicamentos, construção de casas e meios de transportes,

entre tantos outros (Ferreira, 2007, p.9)

Segundo as diretrizes curriculares de educação básica (2008), o

ensino de química orgânica pode contribuir para uma atitude mais consciente diante

de questões atuais como os biocombustíveis, permitindo ao aluno uma visão mais

crítica das vantagens e desvantagens do uso dos combustíveis renováveis.

O etanol é um combustível renovável e o Brasil pioneiro na sua

utilização como combustível de veículos.

No Brasil, o etanol representa uma alternativa energética importante, ao mesmo tempo que mostra a viabilidade de uma modalidade industrial agroquímica conversora de biomassa em energia. Seu rejeitos – bagaço e vinhoto – são problemas com soluções, pois o primeiro pode ser usado para fornecer calor (por queima) ou como fonte de celulose para a produção de derivados ou de papel e o segundo, transformado em adubo. (VANIN, 2005, p.107)

Os processos fermentativos envolvidos na fabricação do etanol

ilustram bem as funções orgânicas presentes nos produtos e subprodutos,

auxiliando, na compreensão dos alunos, em relação à importância do entendimento

da química, em especial a orgânica, sempre presente no seu cotidiano.

Portanto, o estudo dos processos envolvidos na fermentação,

pode incentivar e despertar o interesse os alunos, do ensino médio, na

aprendizagem de conceitos de química orgânica. Os alunos reconhecerão a

importância da bioquímica e serão incentivados ao gosto pela pesquisa, através do

estudo do processo de fermentação, promovendo assim a motivação na construção

de conceitos científicos.

DESENVOLVIMENTO

A seguir, será apresentado um pequeno histórico do processo

de fermentação e os fundamentos teóricos desse tema. Outro ponto a ser abordado

é a caracterização do ensino de química orgânica no ensino médio.

Histórico

A fermentação é uma técnica conhecida de várias culturas

primitivas, no entanto ganha importância como bioenergia renovável na atualidade.

Na antiguidade, no Egito, acreditava-se que, utilizando procedimentos que

envolviam ciência, magia, arte, filosofia e religião, poderiam produzir o elixir da longa

vida e alcançar a transmutação das substâncias. Os alquimistas não entendiam bem

como ocorriam o processo da destilação e quando aqueciam certas substâncias,

como a água e o álcool, supunham que elas desapareciam, tornando-se em

espíritos. (Amorim, 2005).

Na escola de Salerno, era fabricado o álcool etílico puro que

ficou sendo conhecido na Europa e mais tarde posto a usos industriais. Duzentos

anos mais tarde diversos cientistas mostrariam ao mundo, que a fermentação era o

processo pela qual o açúcar se transformava em álcool e em gás carbônico.

(Amorim, 2005).

Já no século XVII, o estudo da fermentação chamava a atenção

de cientistas e filósofos. Mas muitas pesquisas e estudos não foram bem sucedidos.

Em meados do século XVII, pesquisadores descobrem conceitos básicos da

fermentação: Lavoisier formula a lei considerada alicerce da química experimental,

Guarnier o primeiro a aplicar procedimento de análise quantitativa ao estudo do

açúcar e seus derivados, Antoine François de Fourcroy explica a origem da

fermentação, juntamente com a putrefação elementos vegetais e animais. (Amorim,

2005). Segundo Vanin (2005, p.21). em 1857, Pasteur declarou que a fermentação é

o resultado da ação de pequenos organismos vivos.

O Processo de fermentação

A fermentação pode ocorrem de duas formas: fermentação

aeróbica que ocorre na presença de oxigênio do ar e a fermentação anaeróbica que

ocorre na ausência de oxigênio. A fermentação é uma reação que ocorre com com

certas substâncias orgânicas, sob a ação de enzimas que dependem de

microorganismos como fungos, leveduras ou bactérias. As leveduras que

apresentam o microorganismo Saccharomyces cerevisiae, são utilizadas

industrialmente pelas destilarias para a obtenção de álcool etílico por fermentação, a

partir de matérias que contém açúcares. No fermento biológico, este microorganismo

está presente e fornece duas enzimas, a invertase e a zimase, que atuam como

catalisadores na fermentação alcoólica. No processo de fermentação alcoólica,

inicialmente ocorre a degradação do açúcar comum pela ação da invertase, que

transforma a sacarose em glicose frutose e em seguida pela ação de enzima

zimase, a glicose é transformada em etanol e gás carbônico. (FELTER, 2004,

UTIMURA; LINGUANATO, 1998)

Segundo Felter (2004, p.75) na fermentação do melaço ocorrem

reaçães químicas, ou melhor, bioquímicas, como as mostradas a seguir.

C12H22O11 + H2O Enzima C6H12O6 + C6H12O6

Sacarose Glicose Frutose

(açucar de cana)

C6H12O6 Enzima 2C6H12O6 + 2CO2

Glicose ou frutose Etanol gás carbonico

O álcool é então obtido a partir do açúcar de frutos e cereais,

pela fermentação anaeróbica.

Na obtenção do álcool por via fermentativa distinguem-se três fases distintas: o preparo do substrato, a fermentação e a destilação. O preparo do substrato é o tratamento da matéria-prima para dela se extraírem os açúcares fermentescíveis. Difere para as distintas matérias-primas. A fermentação é processo comum a todos os substratos, cujos princípios é a transformação dos açúcares em etanol e dióxido de carbono. As variações entre os processos de fermentação são apenas em detalhes. Na destilação, recupera-se o etanol, geralmente em duas operações. Uma para separar do substrato fermentado, uma mistura hidroalcoólica impurificada com aldeído, ésteres, alcoois superios, ácidos orgânicos. Outras, para sepearar as impureza do etanol.(LIMA, U. de A., 1975, p.49)

O etanol como função orgânica e combustível renovável

O etanol ou álcool etilico pertence a função orgânica oxigenada

dos álcoois, e apresenta um sua estrutura um grupo funcuional hidroxila, (OH),

ligada a um carbono saturado. A nomenclatura dos álcoois são semelhante dos

hodricarbonetos, trocando se o sufixo o por ol.

As funções orgânicas oxigenadas apresentam em sua estrutura

carbono, hidrogênio e oxigênio, as mais importantes são: os álcoois, fenóis, éteres,

aldeidos, cetonas, ácidos carboxílicos e ésteres.

Em nosso dia-a-dia as funções oxigenadas são entregados na

indústria com solvente, usados com combustíveis, com aditivo e essência artificial de

alimentos, com matéria-prima para fabricação de medicamentos, plástico,

explosivos, bebidas alcoólicas, etc.(UTIMURA; LINGUANATO, 1998).

No Brasil, a produção de álcool (etanol), é feita a partir da cana-

de-açúcar e foi oficialmente trazida a primeira muda de cana em 1532 por Martim

Affonso de Souza, iniciando seu cultivo na Capitania de São Vicente e construindo o

primeiro engenho. Porém, foi no nordeste que os engenhos se multiplicaram e mais

tarde por volta de 1970 o cultivo da cana-de-açúcar e a produção do álcool

passaram a ser importante com a utilização do álcool como combustível e na

gasolina, como um aditivo. O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) lançado em

1975 representou uma iniciativa de sucesso mundial na substituição dos derivados

do petróleo. O etanol como biocombustível tem despertado enorme interesse pela

comunidade internacional, sendo uma das possíveis alternativas para reduzir a

produção de CO2. (SEED, 2006)

No momento atual, a interface tecnológica motor-combustível – historicamente desenvolvida com uma relação simbiótica entre os setores automotivos e de refino de petróleo – passa a ser desafiada pelo renovado interesse nos biocombustíveis, em particular no etanol. Entretanto, no contexto global em que atua o setor automotivo, os derivados de petróleo ainda representam 97% dos combustíveis consumidos por motores, o que torna a viabilização de qualquer combustível alternaativo fortemente dependente do aproveitamento da infraestrutura industrial já estabelecida para transpote, estocagem e distribuição de gasolina e diesel. Esse importante aspecto estrutural e econômico, que representa a principal vantagem competitiva dos combuctíveis renováveis frente outras alternativas energéticas para o setor de transpotes, justifica a abordagem aqui usada de promover o emprego cresente do etanol por meio de desenvolvimentos tecnológico, não de ruptura tecnológica. (SOUZA; MACEDO . 2010, p. 159).

Ensino de química orgânica

Segundo as diretrizes curriculares da educação básica (2008), a

química orgânica tem papel essencial na formação do sujeito, possibilitando a este

desenvolver a capacidade de problematizar a realidade, formular hipóteses acerca

de problemas, planejar e executar investigações (experimentais ou não) através de

observações, coletas e análise de dados, fazer críticas e chegar a conclusões e até

mesmo, a generalizações, vinculando os conteúdos trabalhados com o contexto

social em que o aluno está inserido.

Segundo Beltran e Ciscato (2003, p. 30), “Essa não é uma

ciência petrificada; seus conceitos, leis e teorias não foram estabelecidas ad

aeternum, mas têm a sua dinâmica própria”. Proporciona ao educando a

desenvolvimento das suas competências de expressão, comunicação e

argumentação, para que não fique só na memorização de nome e símbolos, como

condição para ao desenvolvimento de um cidadão consciente, criativo e participativo.

Contudo, o professor deve ter atenção na hora de planejar as suas

aulas. É necessário que se escolham estratégias nas quais os alunos tenham uma

participação mais ativa no processo de ensino e aprendizagem. Segundo Roque e

Silva (2008):

Precisamos, no entanto, facilitar o aprendizado inicial da mesma se quisermos que os alunos se envolvam com o estudo, condição essencial para o seu sucesso. Para isto temos que elaborar estratégias de ensino apropriadas aos estudantes, estabelecendo relações entre os materiais macroscópicos e suas representações microscópicas, discutindo os modelos químicos em detalhe, ajudando-os a apropriar-se das palavras da química. (ROQUE; SILVA. 2008, p. 923).

METODOLOGIA

A. Fase de intervenção pedagógica

O Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola foi desenvolvido

com 50 alunos da 3ª série do ensino Médio, do Colégio Estadual Padre Jerônimo

Onuma, do município de São Sebastião da Amoreira, no 2º semestre de 2011.

O projeto contou com diversas ações que foram desenvolvidas

pelos alunos com a orientação da professora. Estas ações foram desenvolvidas na

seguinte sequência:

1. Apresentação do projeto aos alunos, expondo o conteúdo

proposto utilizado o PowerPoint para motivar a participação dos mesmos.

2. Atividades em sala de aula: com o tema fermentação,

realizado por meio de textos disponibilizado pelo professor. Os alunos fizeram uma

leitura de textos que abordavam como tema a fermentação, assinalando suas

dúvidas, palavras desconhecidas, trechos de difícil compreensão e trechos

importantes. Em seguida discutiam e eliminavam todas as dúvidas, consultando o

dicionário e bibliografia indicada pelo professor, após isso, resolveram questões

sobre o mesmo.

3. Pesquisa sobre fermentação e funções orgânicas com a

utilização dos seguintes instrumentos: livros didáticos, artigos da revista Química

Nova na Escola e sites na internet: Google acadêmico, Scielo, dia a dia educação e

sites de universidades. A partir do material encontrado os alunos analisaram e

interpretaram as informações, organizando-as para a apresentação na forma de um

texto, um mapa conceitual e cartazes para a exposição em mural na escola,

permitindo, assim, a divulgação da pesquisa como também a verificação da

aprendizagem.

4. Atividades em sala de aula: apresentação das funções

orgânica oxigenada e sua nomenclatura de forma expositiva pelo professor, em

seguida os alunos resolveram atividades em grupo e individualmente, para fixação

dos mesmos.

5. Atividade prática: considerando a importância da realização e

interpretação de um experimento, foi realizada a fermentação da cana de açúcar

para obtenção do álcool, com grupos de 5 alunos, onde cada grupo elaborou seu

próprio experimento. No final da atividade, foi solicitada a apresentação de relatório

e discussão dos resultados para que os alunos compreendessem o processo de

fermentação da cana de açúcar e a destilação do álcool.

6. Atividades em sala de aula: os alunos assistiram a um vídeo

que abordava sobre o etanol e álcool combustível, em seguida ocorreu uma

discussão.

7. Visita: Visita a uma usina de álcool para ajudar os alunos a

compreenderem o processo de produção do álcool através do trabalho diário dos

usineiros, propiciando a aprendizagem e integração dos conteúdos com a vivência

prática.

A partir dos vídeos assistidos, bem como a visita a usina, os

alunos elaboraram e apresentaram um relatório.

B. Produção Didático-Pedagógica: Unidade didática.

A unidade didática foi desenvolvida através de atividades

planejadas, organizadas e dirigidas pelo professor a qual envolvia a participação

ativa do aluno, como a leitura de textos, construção de mapas conceituais, visita a

uma usina, pesquisa dirigida, atividade experimental, proporcionando assim, uma

maior interação entre os alunos e os conhecimentos químicos, auxiliando na

compreensão dos conceitos de química orgânica.

As atividades foram desenvolvidas utilizando-se diversos

recursos, como a sala de aula, o laboratório de informática, o laboratório de química,

a biblioteca e a TV multimídia. O professor encaminhou um diálogo sobre o conteúdo

proposto para motivar a participação dos alunos, portanto, as aulas foram

dialogadas com a participação ativa dos alunos. Outras atividades realizadas pelos

alunos foram: resolução de atividade em grupo e individualmente, leitura e

interpretação de texto, atividade experimental (Fermentação e a produção de álcool),

com discussão pré e pós laboratório, entre outras.

Para a melhor compreensão dos alunos, as atividades foram

elaboradas para serem aplicadas obedecendo-se a seguinte sequência: o aluno

estabelece um primeiro contato com o texto por meio de leitura silenciosa, sem

interrupções, depois uma leitura oralmente é feita pelo professor, diante disso o

aluno assinala suas dúvidas, palavras desconhecidas, trechos de difícil

compreensão e trechos importantes, partindo para uma discussão e eliminando-se

dúvidas que forem aparecendo. Com o auxílio do dicionário e fontes bibliográficas o

aluno parte para as atividades propostas que serão feitas individualmente e em

grupos através de exercícios teóricos e práticas experimentais.

C. Grupo de Trabalho em Rede - GTR

Os Grupos de Trabalho em Rede – GTR constituem uma

atividade do Programa de desenvolvimento Educacional – PDE, que se caracteriza

pela interação virtual entre os Professores PDE e os demais professores da Rede

Pública Estadual.

O GTR tem como objetivos:

possibilitar novas alternativas de formação continuada para os professores da

Rede Pública Estadual;

viabilizar mais um espaço de estudo e discussão sobre as especificidades da

realidade escolar;

incentivar o aprofundamento teórico-metodológico, nas áreas de

conhecimento, através da troca de ideias e experiências sobre as áreas

curriculares;

socializar o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola elaborado pelo

professor PDE com os demais professores da Rede.

Vale destacar, que o GTR também promove a inclusão virtual

dos Professores como forma de democratizar o acesso da Educação Básica aos

conhecimentos teórico-práticos específico das áreas/ disciplinas trabalhados no

Programa.

Este grupo de trabalho em rede tem por objetivo, compreender

as funções orgânicas oxigenadas envolvidas na fermentação e despertar o interesse

pela química orgânica, a importância da bioquímica e o gosto pela pesquisa através

do processo de fermentação, promovendo a motivação na construção de conceitos

científicos. O GTR teve um total de 13 participantes.

As atividades desenvolvidas no GTR foram divididas em 3

temáticas:

Temática 1- PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA.

- Fórum de apresentação

- Fórum 1: sobre o Projeto de Intervenção

- Diário 1: impressão sobre o projeto.

Temática 2- MATERIAL DIDÁTICO.

- Fórum 2: sobre Material didático

- Diário 2: minhas considerações sobre a produção didática – Pedagógica.

Temática 3- AÇÕES DE IMPLEMENTAÇÃO.

- Fórum 3: sobre as ações de implementação.

- Fórum 3: vivenciando a prática – Sugestão.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir serão apresentados, alguns resultados referentes a

cada etapa desenvolvida nesse trabalho.

A. Resultados das atividades da Intervenção pedagógica

1. Apresentação do projeto aos alunos: Os alunos demonstraram interesse na

participação do projeto. Ficaram motivados e percebeu-se que eles adquiriram

maior desempenho nos trabalhos executados.

2. Atividades em sala de aula: com o tema fermentação, realizado por meio de

textos disponibilizado pelo professor: Os alunos participaram ativamente no

desenvolvimento da atividade, além de esclarecer dúvidas sobre o processo de

fermentação, desenvolvendo questões, esclarecendo dúvidas e aprimorando-se

no assunto em discussão.

3. Pesquisa sobre fermentação e funções orgânicas com a utilização dos seguintes

instrumentos: A atividade despertou nos alunos o interesse em outras formas de

fermentação (da uva, do pão, do queijo, do iogurte) que ocorre na formação de

outros produtos, contribuindo para uma interação dos compostos orgânicos de

sua utilização e aplicação no cotidiano do aluno.

4. Atividades em sala de aula: Os alunos resolveram todas as atividades individuais

e em grupo propostas no projeto.

5. Atividade prática: Através do experimento, os alunos puderam observar como

ocorre a fermentação e a produção do etanol pela destilação, permitindo a estes

relacionar os conceitos científicos com o seu cotidiano.

6. Atividades em sala de aula-vídeo sobre etanol: O vídeo despertou maior

interesse sobre a produção do etanol como combustível renovado.

7. Visita: Os alunos ficaram entusiasmados com a visita a usina DASA (Destilaria

Americana S/A). Após a visita os alunos elaboraram e apresentaram um relatório

no qual se observou que eles ficaram interessados e motivados pelo ensino da

química orgânica, devido a terem vivenciado como é na prática a produção de

álcool e xarope de exportação internacional, fabricados nessa usina.

Todas estas etapas foram muito importantes na construção do

conceito de funções orgânicas, principalmente, a partir das experiências teóricas e

práticas realizadas pelos alunos.

Nas imagens a seguir têm-se exemplos de atividades realizadas

pelos alunos, nesse caso, a construção de mapas conceituais (figura 1 a 4).

Figura 1

Figura 2

Figura 3

Figura 4

B. Produção Didático-Pedagógica: Unidade didática.

Houve participação ativa e interessada dos alunos, na

realização de todas as atividades propostas. Com isso, os alunos puderam

desenvolver a capacidade de análise e interpretação de textos e também melhorar

seus desempenhos nas atividades de laboratório.

A elaboração da unidade didática foi muito gratificante, bem

como a necessidade de se encontrar formas alternativas de abordar os conceitos

científicos para alcançar um melhor entendimento da química orgânica. As

atividades relacionadas com o cotidiano dos alunos, além de despertarem o

interesse dos alunos, ajudaram a alcançar objetivos propostos na unidade didática.

Durante elaboração a unidade didática as principais dificuldades

encontradas foram, o tempo escasso que temos para aplicar as atividades, somente

nas duas aulas semanais e a disponibilidade dos alunos em participar das mesmas

quando estas eram realizadas fora do horário das aulas em curso (contra-turno).

A reflexão que foi feita, a partir da elaboração e aplicação da

unidade didática, é que devemos estar sempre inovando nossas aulas e assim

incentivando os estudantes a construírem conhecimentos que os ajudarão a

entender a realidade em que vivem. Devem-se ser criadas situações favoráveis para

que o aluno desenvolva o gosto pela química, e que através das leituras e análise

dos textos, eles possam adquirir mais conhecimento sobre a Química Orgânica.

C. Grupo de Trabalho em Rede - GTR

As discussões e contribuições dos colegas neste GTR foram

muito construtivas e me ajudou na elaboração deste artigo final, também irá

contribuir futuramente, para a melhoria de minhas aulas de Química, pois, as

colocações dos cursistas nas atividades foram expostas de forma clara e objetivas.

Sabemos da importância de ensinar com qualidade nas escolas

da rede Pública, e as sugestões e experiências relatadas pelos colegas vão

possibilitar maior compreensão dos conteúdos, melhorar o desempenho nas

atividades e no estudo da química para a formação de cidadãos conscientes,

participativos e preocupados com um mundo melhor.

CONCLUSÃO

O trabalho com experimentação, as atividades planejadas e

dirigidas pelo professor, foram interessantes para os estudantes, levaram ao

desenvolvimento do conhecimento científico e possibilitaram que estes fizessem

relações desse conhecimento com o seu cotidiano. O desenvolvimento das

atividades propostas pôde ampliar o interesse pelas aulas de químicas e

principalmente a participação ativa, trazendo melhores retornos e possibilitando ao

professor uma melhor avaliação da aprendizagem em sala de aula.

Observou-se, que trabalhar com temas relacionados ao

cotidiano, ajuda o aluno na compreensão dos processos químicos que estão

presentes no seu dia-a-dia, desperta o interesse, a motivação para o estudo da

química e ajuda na formação de cidadãos conscientes, participativos e preocupados

com o mundo onde vivem.

Esta proposta foi desenvolvida com alunos do 3º ano do ensino

médio, as estratégias utilizadas, tais como, elaboração de mapa conceitual, visita a

uma usina, pesquisa e experimentos, proporcionaram aos alunos interesse e maior

participação nas ações teóricas e práticas, adquirindo assim, melhor desempenho

nas atividades e no estudo da química orgânica.

Assim, o ensino de química orgânica pode contribuir para uma

atitude mais consciente diante de questões atuais como os bicombustíveis e a

fabricação do etanol, permitindo que estes alunos tenham uma participação mais

critica na sociedade onde eles vivem.

REFERÊNCIAS

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Fermentec, 2005.

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LIMA, U. A. Produção de etanol. In: LIMA, U. A., AQUATONE, E. e BORZANI, W.

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NIGRO, F.; SZWARC, A. O etanol como combustível, In: SOUZA, E. L. L. de;

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UTIMURA, T. Y.; LINGUANATO, M. Química fundamental. Vol. único. São Paulo:

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VANIN, J. A. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro. São Paulo:

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