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1. COMPREENSÃO DE TEXTOS DIVERSOS

O texto verbal é toda ocorrência sociocomuni-cativa que remete a uma unidade verbal con-creta, oral ou escrita, usada pelos falantes de uma língua, em uma situação discursiva, com sentido e função interativa.

A função da língua falada ou escrita é, primordi-almente, para a comunicação, nem que seja com você mesmo, como vemos no gênero diário, por exemplo.

E aí? Para analisar rapidamente: o texto abaixo é verbal ou não verbal?

Texto 1

“A infelicidade é uma questão de prefixo.” (Guima-rães Rosa)

Fonte: www.frasesdodia.com.br (Acesso em 05/08/2013)

Texto verbal! É uma reflexão escrita do autor consagrado Guimarães Rosa sobre um sentimento humano e a gramática. O escritor declarou certa vez que suas frases “tinham de ser meditadas”. O au-tor faz neologismos e brinca com as palavras, utili-zando uma linguagem verbal complexa.

E agora? O próximo texto é verbal ou não verbal?

Texto 2

Fonte: www.chargesonline.com.br. Acesso em 05/08/2013

Pergunta: É possível ler e interagir com este tipo de texto?

É claro que sim! Algumas leituras possíveis:

1. Os edifícios e outros grandes empreendi-mentos estão explorando os grandes centros urbanos.

2. As residências, provavelmente, não farão mais parte do cenário das grandes metrópo-les.

3. É a verticalização dos grandes centros urba-nos.

É possível fazer uma série de inferências e inte-ragir com o texto de maneira aprofundada, mesmo não tendo a linguagem verbal, perceberam?

O texto não verbal pode ser constituído de outras linguagens diferentes da verbal (escrita ou falada), como a visual (vídeo, fotografia, desenho e pintura); a musical (música e sons); ou a corporal (dança, mí-mica).

E o texto misto?

O texto misto apresenta mais de uma lingua-gem, como as citadas acima, por exemplo.

Um exemplo? Uma videoaula, pois apresenta as seguintes linguagens:

• Linguagem verbal: falada e escrita • Linguagem visual: imagem • Linguagem sonora: som da fala • Linguagem corporal: movimentos corpo-

rais do professor, por exemplo

Veja outro exemplo de texto misto nas questões abaixo do Enem

Como pode cair em questões de múltipla esco-lha? Você consegue acertar? Vamos lá!

QUESTÃO ENEM 2017 – Caderno Amarelo

Revista Bolsa, 1986. In: CARRASCOZA, J. A. A evolução do texto publici-tário: a associação de palavras como elemento de sedução na publici-

dade. São Paulo: Futura, 1999 (adaptado).

Nesse cartaz publicitário de uma empresa de pa-pel e celulose, a combinação dos elementos ver-bais e não verbais visa:

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(A) justificar os prejuízos ao meio ambiente, ao vin-

cular a empresa à difusão da cultura.

(B) incentivar a leitura de obras literárias, ao referir-

se a títulos consagrados do acervo mundial.

(C) seduzir o consumidor, ao relacionar o anunci-

ante às histórias clássicas da literatura universal.

(D) promover uma reflexão sobre a preservação am-

biental ao aliar o desmatamento aos clássicos da li-

teratura.

(E) construir uma imagem positiva do anunciante,

ao associar a exploração alegadamente sustentável à

produção de livros.

QUESTÃO CONCURSO VUNESP – Interpretação tex-tual – Prefeitura de Suzano 2018

Considere a tira com os personagens Garfield e seu dono Jon para responder à questão.

Quadrinho do Garfield

Comparando o primeiro e o último quadrinho, nota-se:

a) discrepância entre as reações de Garfield, respec-tivamente de euforia e de resignação.

b) oposição entre as reações de Garfield, respectiva-mente de desconforto e de satisfação. c) dissonância entre as reações de Garfield, respec-tivamente de irritação e de hesitação. d) semelhança entre as reações de Garfield, respec-tivamente de sofrimento e aborrecimento.

e) contradição entre as reações de Garfield, respec-tivamente de dissabor e de indiferença.

1. GÊNEROS TEXTUAIS

Os gêneros textuais são classificados con-forme as características comuns que os textos apre-sentam em relação à linguagem e ao conteúdo.

Existem muitos gêneros textuais, os quais promo-vem uma interação entre os interlocutores (emissor e receptor) de determinado discurso. São exemplos resenha crítica jornalística, publici-dade, receita de bolo, menu do restaurante, bilhete ou lista de supermercado.

É importante considerar seu contexto, função e finalidade, pois o gênero textual pode conter mais de um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta a lista de ingre-dientes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo).

• Tipos de Gêneros Textuais

Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras pala-vras, gêneros textuais são estruturas textuais pecu-liares que surgem dos tipos de textos: narrativo, des-critivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e in-juntivo.

Texto Narrativo

Os textos narrativos apresentam ações de per-sonagens no tempo e no espaço. A estrutura da nar-ração é dividida em: apresentação, desenvolvi-mento, clímax e desfecho.

Alguns exemplos de gêneros textuais narrati-vos:

• Romance • Novela • Crônica

• Contos de Fada • Fábula • Lendas

Texto Descritivo

Os textos descritivos se ocupam de relatar e ex-por determinada pessoa, objeto, lugar, aconteci-mento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor).

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São exemplos de gêneros textuais descriti-vos:

• Diário • Relatos (viagens, históricos, etc.) • Biografia e autobiografia • Notícia • Currículo • Lista de compras • Cardápio • Anúncios de classificados

Texto Dissertativo

O Texto Dissertativo é um tipo de texto argu-mentativo e opinativo, uma vez que expõe a opi-nião sobre determinado assunto ou tema, por meio de uma argumentação lógica, coerente e coesa.

• Estrutura do Texto Dissertativo

A estrutura de um texto dissertativo está base-ada em três momentos:

1. Introdução: Também chamada de "Tese", nesse momento, o mais importante é expor a ideia central sobre o tema de maneira clara. Importante lembrar que a Introdução é a parte mais importante do texto e por isso deve conter a informações que logo serão desenvolvidas.

2. Desenvolvimento: Também chamada de "Anti-Tese" ou "Antítese", nessa parte do texto é que se desenvolve a argumentação por meio de opi-niões, dados, levantamentos, estatísticas, fatos e exemplos sobre o tema, a fim de que sua tese (ideia central) seja defendida com propriedade.

3. Conclusão: O próprio nome já supõe que é ne-cessário concluir o texto. Em outras palavras, não deixamos um texto sem concluí-lo e, por isso, esse momento é chamado de "Nova Tese" por ser um momento de fechamento das ideias, e principal-mente da inserção de uma nova ideia, ou seja, uma "nova tese".

• Tipos de Dissertação

Existem dois tipos de dissertação: a Disserta-

ção Argumentativa e a Dissertação Expositiva.

Texto Dissertativo Argumentativo

Nessa modalidade, a intenção é persuadir o lei-tor, convencê-lo de sua tese (ideia central) a partir de coerente argumentação, exemplos, fatos.

Para saber mais:

Texto Dissertativo Expositivo

É a exposição de ideias, teorias, conceitos sem necessariamente tentar convencer o leitor.

Exemplos de Texto Dissertativo:

Segue abaixo exemplos de trechos de textos dis-sertativos nas duas modalidades, ou seja, argumen-tativo e expositivo:

• Texto Dissertativo Argumentativo

Em pleno século XXI é salutar refletir sobre a im-portância de preservação do meio ambiente bem como atuar em prol de uma sociedade mais consci-ente e limpa. Já ficou mais que claro que a maioria dos problemas os quais enfrentamos atualmente nas grandes cidades, foram gerados pela ação humana.

De tal modo, podemos pensar nas grandes cons-truções, alicerçadas na urbanização desenfreada, ou no simples ato de jogar lixo nas ruas. A poluição ge-rada e impregnada nas grandes cidades foi em grande parte fruto da urbanização desenfreada ou da atuação de indústrias; porém, deveres não cum-pridos pelos homens também proporcionaram toda essa "sujidade". Nesse sentido, vale lembrar que pe-quenos atos podem produzir grandes mudanças se realizados por todos os cidadãos.

Portanto, um conselho deveras importante: ao invés de jogar o lixo (seja um papelzinho de bala, ou uma anotação de um telefone) nas ruas, guarde-o no bolso e atire somente quando encontrar uma lixeira. Seja um cidadão consciente! Não Jogue lixo nas ruas!

• Texto Dissertativo Expositivo

Os Relatórios das Organizações das Nações Uni-das (ONU) sobre a gestão e desenvolvimento dos re-cursos hídricos alertam para a preservação e prote-ção dos recursos naturais do planeta, sobretudo da água. Sendo assim, as estatísticas apontam para uma enorme crise mundial da falta de água a partir de 2025, de forma que atingirá cerca de 3 bilhões de pessoas, e que pode provocar diversos problemas sociais e de saúde pública.

Um dos maiores problemas apresentados pela ONU é a “escassez de água” que já atinge cerca de 20 países no mundo, ou seja, 40% da população do pla-neta. Os estudos completam que a água doce do pla-neta está em risco visto as mudanças climáticas re-gistradas nas últimas décadas.

• Texto Injuntivo

O texto injuntivo, também chamado de texto ins-trucional, é aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo.

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Alguns exemplos de gêneros textuais injunti-vos:

• Propaganda • Receita culinária • Bula de remédio • Manual de instruções • Regulamento • Textos prescritivos

Mais gêneros textuais:

• Anedota • Blog • Reportagem • Charge • Carta • E-mail • Declaração • Memorando • Bilhete • Relatório • Requerimento • ATA • Cartaz • Cartum • Procuração • Atestado • Circular • Contrato

2. LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL

Com a família e os amigos usamos uma lingua-

gem mais descontraída, ou seja, uma linguagem in-

formal. Com superiores hierárquicos usamos uma

linguagem mais cuidada, ou seja, uma linguagem

formal. Assim, podemos concluir que diferentes

contextos sociais e comunicativos exigem diferentes

linguagens.

É essencial que o falante saiba adequar o seu dis-

curso aos diferentes contextos comunicativos, prin-

cipalmente para garantir uma adequação linguística

em contextos profissionais e acadêmicos.

Linguagem formal:

A linguagem formal pode ser nomeada também

de registro formal. É usada quando não há familiari-

dade entre os interlocutores da comunicação ou em

situações que requerem uma maior seriedade.

Características da linguagem formal:

• Utilização rigorosa das normas gramati-cais (norma culta);

• Pronúncia clara e correta das palavras;

• Utilização de vocabulário rico e diversifi-cado;

• Registro cuidado, prestigiado, complexo e erudito.

Situações de uso da linguagem formal:

• Em discursos públicos ou políticos;

• Em salas de aula, conferências, palestras, se-minários,…;

• Em exames e concursos públicos; • Em reuniões de trabalho e entrevista de

emprego; • Em documentos oficiais, cartas, requeri-

mentos,…;

Público-alvo da linguagem formal:

• Superiores hierárquicos; • Autoridades religiosas, oficiais, políticas,…; • Público alargado; • Público desconhecido;

Linguagem informal

A linguagem informal pode ser nomeada tam-

bém de registro informal. É usada quando há famili-

aridade entre os interlocutores da comunicação ou

em situações descontraídas.

Características da linguagem informal:

• Despreocupação relativamente ao uso de normas gramaticais;

• Utilização de vocabulário simples, expres-sões populares e coloquialismos;

• Utilização de gírias, palavrões, palavras in-ventadas, onomatopeias, gestos,…;

• Uso de palavras abreviadas ou contraídas: cê, pra, tá,…;

• Sujeita a variações regionais, culturais e so-ciais;

• Registro espontâneo e pouco prestigiado, por vezes incorreto e desleixado.

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Situações de uso da linguagem informal:

• Conversas cotidianas; • Mensagens de celular; • Chat na Internet.

Público-alvo da linguagem informal:

• Familiares; • Amigos.

3. COESÃO E COERÊNCIA

A Coesão e a Coerência são mecanismos funda-

mentais na construção textual. Para que um texto

seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essen-

cial que faça sentido para o leitor. Além disso, deve

ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de

forma segura, natural e agradável aos ouvidos.

Coesão Textual

A coesão é resultado da disposição e da correta

utilização das palavras que propiciam a ligação entre

frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela cola-

bora com sua organização e ocorre por meio de pa-

lavras chamadas de conectivos.

Mecanismos de Coesão

A coesão pode ser obtida através de alguns me-canismos: anáfora e catáfora. A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse motivo, são qualificadas como endofóricas.

A anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.

Algumas Regras:

Confira abaixo algumas regras que garantem a coe-

são textual:

- Referência

• Pessoal: utilização de pronomes pessoais e

possessivos. Exemplo: João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal ana-fórica)

• Demonstrativa: utilização de pronomes de-monstrativos e advérbios.

Exemplo: Fiz todas as tarefas, com exce-ção desta: arquivar a correspondência. (Re-ferência demonstrativa catafórica)

• Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo: Mais um dia igual aos outros… (Referência comparativa endofórica)

• Substituição Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as repetições.

Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.

Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente no fato de que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto.

No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal referência as pes-soas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto.

Elipse

Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido através da elipse.

Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer? (A segunda oração é perceptível mediante o con-texto. Assim, sabemos que o que está sendo ofere-cido são ingressos para o concerto.)

Conjunção

A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.

Exemplo: Nós não sabemos quem é o cul-pado, mas ele sabe. (Adversativa)

Coesão Lexical

A coesão lexical consiste na utilização de pala-vras que possuem sentido aproximado ou que per-tencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinôni-mos, hiperônimos, nomes genéricos, entre outros.

Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A instituição está literal-mente caindo aos pedaços.

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Coerência Textual

A Coerência é a relação lógica das ideias de um

texto que decorre da sua argumentação - resultado

especialmente dos conhecimentos do transmissor

da mensagem.

Um texto contraditório e redundante ou cujas

ideias iniciadas não são concluídas, é um texto inco-

erente. A incoerência compromete a clareza do dis-

curso, a sua fluência e a eficácia da leitura.

Assim a incoerência não é só uma questão de co-

nhecimento, decorre também do uso de tempos ver-

bais e da emissão de ideias contrárias.

Exemplos:

O relatório está pronto, porém o estou finali-zando até agora. (processo verbal acabado e inaca-bado).

Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são assim classifica-dos pelo fato de se alimentar apenas de vegetais)

Fatores de Coerência:

São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua abran-gência. Vejamos alguns:

• Conhecimento de Mundo

É o conjunto de conhecimento que adquirimos

ao longo da vida e que são arquivados na nossa me-

mória.

São os chamados frames (rótulos), esquemas

(planos de funcionamento, como a rotina alimentar:

café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar

algo com um objetivo, tal como jogar um

jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).

Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval!

Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque “peru, pa-netone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do Natal e não à festa de car-naval.

• Inferências

Através das inferências, as informações podem

ser simplificadas se partimos do pressuposto que os

interlocutores partilham do mesmo conhecimento.

Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça

que eles são indianos. (ou seja, em princípio, esses con-

vidados não comem carne de vaca).

• Fatores de contextualização

Há fatores que inserem o interlocutor na men-

sagem providenciando a sua clareza, como os títu-

los de uma notícia ou a data de uma mensagem.

Exemplo:

— Está marcado para às 10h. — O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando.

• Informatividade

Quanto maior informação não previsível um

texto tiver, mais rico e interessante ele será. Assim,

dizer o que é óbvio ou insistir numa informação e

não desenvolvê-la, com certeza desvaloriza o texto.

Exemplo: O Brasil foi colonizado por Portugal.

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Princípios Básicos:

Após termos visto os fatores acima, é essencial ter

em atenção os seguintes princípios para se obter um

texto coerente:

• Princípio da Não Contradição - ideias con-

traditórias

• Princípio da Não Tautologia - ideias redun-

dantes

• Princípio da Relevância - ideias que se rela-

cionam

Diferença entre Coesão e Coerência

Coesão e coerência são coisas diferentes, de

modo que um texto coeso pode ser incoerente. Am-

bas têm em comum o fato de estarem relacionadas

com as regras essenciais para uma boa produção tex-

tual.

A coesão textual tem como foco a articulação in-

terna, ou seja, as questões gramaticais. Já a coerência

textual trata da articulação externa e mais profunda

da mensagem.

4. TEXTOS NARRATIVOS

Texto narrativo é um tipo de texto que esboça as ações de personagens num determi-nado tempo e espaço. Geralmente, ele é escrito em prosa e nele são narrados (contados) alguns fatos e acontecimentos.

Alguns exemplos de textos narrativos são: ro-mance, novela, conto, crônica e fábula.

Estrutura da Narrativa:

Apresentação: também chamada de introdução,

nessa parte inicial o autor do texto apresenta os per-

sonagens, o local e o tempo em que se desenvolverá

a trama.

Desenvolvimento: aqui grande parte da história é

desenvolvida com foco nas ações dos personagens.

Clímax: parte do desenvolvimento da história, o clí-

max designa o momento mais emocionante da nar-

rativa.

Desfecho: também chamada de conclusão, ele é de-

terminado pela parte final da narrativa, onde a partir

dos acontecimentos, os conflitos vão sendo desen-

volvidos.

Elementos da Narrativa:

Narrador - é aquele que narra a história. Dividem-

se em: narrador observador, narrador personagem e

narrador onisciente.

Enredo - trata-se da estrutura da narrativa, ou seja,

a trama em que se desenrolam as ações. São classifi-

cados em: enredo linear, enredo não linear, enredo

psicológico e enredo cronológico.

Personagens - são aqueles que compõem a narra-tiva sendo classificados em: personagens principais (protagonista e antagonista) e personagens secun-dários (adjuvante ou coadjuvante).

Tempo - está relacionado com a marcação do tempo dentro da narrativa, por exemplo, uma data ou um momento específico. O tempo pode ser cronológico ou psicológico.

Espaço - local (s) onde a narrativa se desenvolve. Podem ocorrer num ambiente físico, ambiente psi-cológico ou ambiente social.

Leia mais sobre os Elementos da Narrativa.

Tipos de Narrador

Os tipos de narrador, também chamado de foco nar-rativo, representam a "voz textual" da narração, sendo classificados em:

Narrador Personagem - a história é narrada em 1ª pessoa onde o narrador é um personagem e parti-cipa das ações.

Narrador Observador - narrado em 3ª pessoa, esse tipo de narrador conhece os fatos porém, não parti-cipa da ação.

Narrador Onisciente - esse narrador conhece todos os personagens e a trama. Nesse caso, a história é narrada em 3ª pessoa. No entanto, quando apre-senta fluxo de pensamentos dos personagens, ela é narrada em 1ª pessoa.

Tipos de Discurso Narrativo

Discurso Direto - no discurso direto, a própria per-sonagem fala.

Discurso Indireto - no discurso indireto o narra-dor interfere na fala da personagem. Em outras pa-lavras, é narrado em 3ª pessoa uma vez que não aparece a fala da personagem.

Discurso Indireto Livre - no discurso indireto li-vre há intervenções do narrador e das falas dos per-sonagens. Nesse caso, funde-se o discurso direto com o indireto.

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5. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

A interpretação de texto é o elemento-chave para o resultado acadêmico, eficiência na solução de exercícios e mesmo na compreensão de situações do dia-a-dia.

Além de uma leitura mais atenta e conhecimento prévio sobre o assunto, o elemento de fundamental importância para interpretar e compreender corre-tamente um texto é ter o domínio da língua.

E mesmo dominando a língua é muito impor-tante ter um dicionário por perto. Isso porque nin-guém conhece o significado de todas as palavras e é muito difícil interpretar um texto desconhecendo certos termos.

Finalmente, o mais importante: leia! Somente a prática da leitura facilitará a sua capacidade de com-preensão e interpretação de textos.

Dicas de Interpretação de Texto

1. Leia todo o texto pausadamente

O primeiro contato com o texto é muito impor-tante. É nesse momento que você vai saber qual o as-sunto tratado e qual a posição do seu autor.

Leia devagar e sem interromper a leitura.

2. Releia o texto e marque todas as palavras que não sabe o significado

Agora que você já sabe qual é o assunto, na se-gunda leitura você dará início a uma fase mais deta-lhada.

Na existência de palavras desconhecidas, anote em um rascunho ou sublinhe no próprio texto.

3. Veja o significado de cada uma delas no dicio-nário e anote

Consulte o dicionário e anote os sinônimos ou a explicação do seu sentido. Releia o texto substi-tuindo as palavras desconhecidas por aquelas que você já conhece.

Isso não só ajuda a entender um texto em espe-cífico, como também aumenta o seu vocabulário.

4. Separe os parágrafos do texto e releia um a um fazendo o seu resumo

Separe o texto em parágrafos. À medida que lê, utilize um rascunho para fazer um resumo daquilo que leu. A partir daí você está exercitando a sua ca-pacidade em compreender a leitura.

Resuma aquilo que leu. Agregar ao texto ideias precipitadas não demonstra concentração, e isso

pode levar você a divagar no assunto e, inclusive, ti-rar conclusões erradas.

5. Elabore uma pergunta para cada parágrafo e responda

Ler pode ser uma atitude passiva, mas quando você experimenta usar o texto fazendo perguntas so-bre ele e respondendo, absorve melhor o teor das suas palavras e os seus significados.

Nesse momento você poderá perceber que, afi-nal, ainda havia muita coisa para entender.

6. Questione a forma usada para escrever

Questione o motivo pelo qual o autor usou de-terminada forma para se expressar. Qual teria sido a sua intenção para escrever assim e não de outro modo? E a palavras utilizadas, será que elas indicam alguma coisa?

7. Faça um novo texto com as suas palavras, mas siga as ideias do autor

Assinale as ideias principais e se certifique que as inclui no texto. Escrever o mesmo, mas com as suas palavras é uma prova de que entendeu aquilo que leu.

No final, certifique-se de que não “colocou pala-vras na boca do autor”, dizendo algo que não foi mencionado no texto por ele.

Questões de interpretação e compreensão de

textos

Abaixo, você pode conferir 10 exercícios de in-

terpretação de texto que foram utilizados em pro-cessos de seleção de alunos para o ensino médio e para o ensino superior (vestibular e Enem). Além disso, também contemplamos exercícios de nível fundamental.

Teste agora seus conhecimentos e confira a sua capacidade de leitura e interpretação de textos. No fim de cada exercício, você encontrará as respostas das questões.

1. (Fuvest 2014 - Primeira Fase) A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi percebido antecipadamente, em sua in-teireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da ciên-cia, da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria moral inexorável. Os que con-denam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria ignoram os desafios que explodi-ram com o capitalismo monopolista de sua terceira fase. Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1 apon-tara tais riscos. O “livre jogo do mercado” (que não é

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e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: mi-lhões de seres humanos nos países ricos e uma car-rada maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a sua periferia intrínseca e apos-sou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”. Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e mi-litante político belga. O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restri-ção; II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento; III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor. Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto: A. “pós-moderna” (L. 1); B. “mau uso” (L. 2); C. “livre jogo do mercado” (L.6); D. “livre” (L. 7); E. “resto do mundo” (L. 9).

As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em

a) A, C e E b) B, C e D c) C, D e E d) A, B e E e) B, D e A

2. (Enem 2012 - Segundo Dia) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do ro-mance no Brasil.

Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de pe-ças de teatro, advogado, deputado federal e até mi-nistro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múl-tiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada.

História Viva, n.° 99, 2011.

Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que:

a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.

b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi im-portante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal. c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial. d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória lin-guística e da identidade nacional. e) o grande romancista José de Alencar é impor-tante porque se destacou por sua temática india-nista.

3. (Enem 2012 - Segundo Dia)

A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em re-lação à aplicação do domínio de ter na área semân-tica de “posse”, no final da fase arcaica.

Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter exis-tencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não menci-onado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concor-dância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.

Como se vê, nada é categórico e um purismo es-treito só revela um conhecimento deficiente da lín-gua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se con-ceber uma norma única e prescritiva? É válido con-fundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarqui-zante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?

CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente

para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008. Disponível em:

www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que:

a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.

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4. (UERJ - 2016/1)

“Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrí-vel Hulk é um abacate. ”

Todo argumento pode se tornar um sofisma: um ra-ciocínio errado ou inadequado que nos leva a conclu-sões falsas ou improcedentes.

O último parágrafo do texto é um exemplo de so-fisma, considerando que, da constatação de que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os aba-cates têm cor verde.

Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte proce-dimento:

a) enumeração incorreta b) generalização invertida c) representação imprecisa d) exemplificação inconsistente 5. (ETEC - 2017/1)

"Em um mundo marcado por conflitos em dife-

rentes regiões, as operações de manutenção da paz das Nações Unidas são a expressão mais visível do compromisso solidário da comunidade internacio-nal com a promoção da paz e da segurança.

Embora não estejam expressamente menciona-das na Carta da ONU, elas funcionam como instru-mento para assegurar a presença dessa organização em áreas conflagradas, de modo a incentivar as par-tes em conflito a superar suas disputas por meio pa-cífico – razão pela qual não devem ser vistas como forma de intervenção armada."

Acesso em: 26.08.2016. Adaptado.

Historicamente, o Brasil envia soldados para parti-cipar de operações de paz. Em 2004, foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah). De acordo com o texto, essa missão foi criada para a) restabelecer a segurança e normalidade instituci-onal do Haiti após sucessivos episódios de turbu-lência política e de violência, que marcaram esse país no início do século XXI. b) atacar os garimpos ilegais de diamantes no inte-rior do Haiti, que usavam mão de obra infantil nas minas onde esse minério é encontrado. c) combater o narcotráfico comandado pelo Cartel de Medelin, que a partir do Haiti distribuía drogas para todos os países da América Latina. d) acabar com os problemas ambientais crônicos no Haiti, pois esse país era o principal responsável pela poluição ambiental no Caribe. e) extinguir a rede de trabalho escravo existente no Haiti, que utilizava esse tipo de mão de obra nas plantações de soja e trigo.

6. (Fatec 2013 - 1º Semestre - Prova) Leia o texto para responder às questões.

O labirinto dos manuais

Há alguns meses troquei meu celular. Um mo-delo lindo, pequeno, prático. Segundo a vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fa-zia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefo-nar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”, decidi, folheando as 49 páginas. Já na pri-meira, tentei executar as funções. Duas horas depois, eu estava prestes a roer o aparelho. O manual ten-tava prever todas as possibilidades. Virou um labi-rinto de instruções!

Na semana seguinte, tentei baixar o som da cam-painha. Só aumentava. Buscava o vibracall, não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo, pensando que era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi.

— Manual só confunde – disse didaticamente. – Dá uma de curioso.

Insisti e finalmente descobri que estava no vi-bracall há meses! O único problema é que agora não consigo botar a campainha de volta!

Atualmente, estou de computador novo. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei um livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” – um guia prá-tico, simples e colorido! Resolvi: “Vou seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um supercomputador se não sei usá-lo?”. Quando che-guei à página 20, minha cabeça latejava. O livro tem 342! Cada vez que olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor gastar o tempo relendo Guerra e Paz*?

Tudo foi criado para simplificar. Mas até o mi-crondas ficou difícil. A não ser que eu queira fazer pipoca, que possui sua tecla própria. Mas não posso me alimentar só de pipoca! Ainda se emagrecesse... E o fax com secretária eletrônica? O anterior era sim-ples. Eu apertava um botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em um, depois em outro para confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia, a luzinha estava piscando. Tentei ouvir a mensagem. A secretária disparou todas as mensagens, desde o iní-cio do ano!

Eu sei que para a garotada que está aí tudo pa-rece muito simples. Mas o mundo é para todos, não é? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria aprender só aquilo de que tenho re-almente necessidade, e não usar todas as funções. É o que a maioria das pessoas acaba fazendo!

(Walcyr Carrasco, Veja SP, 19.09.2007. Adaptado)

1) Livro do escritor russo Liev Tolstói. Com mais de mil páginas e centenas de personagens, é conside-rada uma das maiores obras da história da literatura.

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Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se con-cluir corretamente que: a) a leitura de obras-primas da literatura é ativi-dade mais produtiva do que utilizar celulares e computadores. b) os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr em prática são improdutivos. c) a vendedora foi convincente, pois o narrador comprou o celular, embora duvidasse das qualida-des prometidas pelo aparelho. d) o manual sobre computadores, ao contrário de outros do gênero, cumpria a promessa assumida nos dizeres impressos na capa. e) os jovens deveriam ensinar computação aos mais velhos, pois, dessa forma, estes últimos entende-riam as funções básicas do equipamento.

2) Analise as afirmações sobre trechos do texto e assinale a correta.

a) Em – Há alguns meses, troquei meu celular. –, o verbo haver indica tempo decorrido e pode ser substituído, corretamente, por Fazem. b) Em – Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. –, o termo em destaque expressa a ideia de exclusão. c) Em – Virou um labirinto de instruções! –, o termo em destaque foi empregado em sentido figu-rado, indicando confusão, incompreensibilidade. d) Em – Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. –, o termo em destaque pode ser substituído, correta-mente e sem alteração do sentido do texto, por limi-tada. e) Em – Mas não posso me alimentar só de pipoca! –, a conjunção em destaque expressa a ideia de comparação.

7. (Fuvest 2013 - Primeira Fase)

A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postu-lado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são so-lucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclare-cida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existen-tes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ci-ências naturais e das chamadas ciências sociais de-verá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais com-pleta, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos.

(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)

No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor

a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade. b) considera utópicos os objetivos dessas ciências. c) prefere a denominação “teoria social” à denomi-nação “ciências sociais”. d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciên-cias. e) utiliza com reserva a denominação “ciências soci-ais”.

8. (Unesp 2010 - 1ª fase)

Texto 1

Porque morrer é uma ou outra destas duas coisas: ou o morto não tem absolutamente nenhuma existên-cia, nenhuma consciência do que quer que seja, ou, como se diz, a morte é precisamente uma mudança de existência e, para a alma, uma migração deste lu-gar para um outro. Se, de fato, não há sensação al-guma, mas é como um sono, a morte seria um mara-vilhoso presente. […] Se, ao contrário, a morte é como uma passagem deste para outro lugar, e, se é verdade o que se diz que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir, ó juízes, maior do que este? Porque, se chegarmos ao Hades, libertando-nos destes que se vangloriam serem juí-zes, havemos de encontrar os verdadeiros juízes, os quais nos diria que fazem justiça acolá: Monos e Ra-damante, Éaco e Triptolemo, e tantos outros deuses e semideuses que foram justos na vida; seria então essa viagem uma viagem de se fazer pouco caso? Que preço não seríeis capazes de pagar, para conversar com Orfeu, Museu, Hesíodo e Homero?

(Platão. Apologia de Sócrates, 2000.)

Texto 2

Ninguém sabe quando será seu último passeio, mas agora é possível se despedir em grande estilo. Uma 300C Touring, a versão perua do sedã de luxo da Chrysler, foi transformada no primeiro carro funerá-rio customizado da América Latina. A mudança le-vou sete meses, custou R$ 160 mil e deixou o carro com oito metros de comprimento e 2 340 kg, três metros e 540 kg além da original. O Funeral Car 300C tem luzes piscantes na já imponente dianteira e enormes rodas, de aro 22, com direito a pequenos caixões estilizados nos raios. Bandeiras nas pontas do capô, como nos carros de diplomatas, dão um to-que refinado. Com o chassi mais longo, o banco tra-seiro foi mantido para familiares acompanharem o cortejo dentro do carro. No encosto dos dianteiros, telas exibem mensagens de conforto. O carro faz parte de um pacote de cerimonial fúnebre que inclui, além do cortejo no Funeral Car 300C, serviços como violinistas e revoada de pombas brancas no enterro.

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(Funeral tunado. Folha de S.Paulo, 28.02.2010.)

Confrontando o conteúdo dos dois textos, pode-se afirmar que:

a) embora os dois textos transmitam concepções di-vergentes acerca da morte, eles tratam de visões concernentes à mesma época, a saber, a sociedade atual. b) sob o ponto de vista filosófico, não há diferenças qualitativas entre uma e outra concepção sobre a morte. c) os comentários do texto grego sobre a morte são coerentes com uma filosofia de forte valorização do corpo em detrimento da alma, e do mundo sensível sobre o mundo inteligível. d) o texto de Platão evidencia uma cultura monote-ísta, enquanto que o segundo é politeísta. e) enquanto no primeiro texto transparece a digni-dade metafísica da morte, no segundo sugere-se a conversão do funeral em espetáculo da sociedade de consumo.

9. (Enem - 2013)

Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos

A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no au-mento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos ali-mentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, esta-mos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão.

Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que participam do Programa não prati-cavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias.

Você provavelmente já sabe quais são as conse-quências de uma rotina sedentária e cheia de gor-dura. “E não é novidade que os obesos têm uma so-brevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrino-logista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro som-brio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e di-abete”, exemplifica Claudia.

DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso

em: 28 jul. 2012 (adaptado).

Sobre a relação entre os hábitos da população ado-lescente e as suas condições de saúde, as informa-ções apresentadas no texto indicam que

a) a falta de atividade física somada a uma alimen-tação nutricionalmente desequilibrada constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes. b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre os adolescentes. c) a maior participação dos alimentos industrializa-dos e gordurosos na dieta da população adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico. d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de ali-mentação, enquanto que na população adulta os fa-tores hereditários são preponderantes. e) a prática regular de atividade física é um impor-tante fator de controle da diabetes entre a popula-ção adolescente, por provocar um constante au-mento da pressão arterial sistólica.

10. (UERJ - 2016)

A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento funda-mental para a instalação de um tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado. Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet:

a) proferem vereditos fictícios sem que haja legiti-midade do processo b) configuram julgamentos vazios ainda que exis-tam crimes comprovados c) emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de acusados d) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados concretos

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6. TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTA-

TIVO

7.1 COMO FAZER UMA INTRODUÇÃO

Todo corretor que pega uma redação para ana-lisar observa se ela é boa ou não logo pela introdu-ção. Mas afinal, como fazer uma boa introdução? Vejamos:

1) Uma introdução precisa ser direta, simples e objetiva

Na teoria parece difícil, mas é mais simples do que parece. Tenha em mente o seguinte:

– Todo o texto gira em torno da introdução que você elaborou; é nessa introdução que vamos dizer do que o texto vai falar.

– O tamanho ideal de uma introdução é de 2 ou 3 fra-ses.

– Em cada parágrafo posterior do desenvolvimento, devem ser defendidas as frases elaboradas na intro-dução. Vamos explicar isso com um exemplo para fi-car mais claro. Digamos que a introdução de uma re-dação sobre “Tigres” fosse:

“Tigres são agressivos. Porém, nada impede que sejam domesticados”.

O primeiro parágrafo do desenvolvimento dessa redação teria que explicar o motivo dos tigres serem agressivos, e o segundo parágrafo explicaria como é possível domesticar um tigre. Note que a primeira frase da introdução seria explicada no primeiro pa-rágrafo do desenvolvimento e a segunda frase seria explicada no segundo parágrafo.

Seguindo essa sugestão, garantimos nota no cri-tério “Organicidade”. Esse critério é utilizado por to-dos os corretores de redações, pois mede o quão or-ganizado é o seu texto. Se você cuidar para que cada frase da introdução seja explorada em um parágrafo, seu texto terá uma estrutura bem lógica e organi-zada.

Muito bem, agora que já aprendemos os 3 pon-tos básicos para criar uma introdução, podemos ver que é muito importante ser objetivo na introdu-ção, sem enrolar.

É bom ser direto ao ponto, sem dar voltas e vol-tas. Se o tema é sobre melancia, não comece falando sobre beterraba. Precisamos ser fiéis ao tema, isso é bastante avaliado. Como já comentamos que o de-senvolvimento irá ser criado a partir do que você disse na introdução, é preciso construir uma intro-dução bem focada no assunto do tema. É fácil de perceber se o texto vai ser fiel ou não lendo a in-trodução do candidato.

2) Aprenda a fazer uma introdução vendo bons exemplos

Vamos mostrar na prática então como se faz uma introdução. Digamos que o tema seja “O choco-late no mundo moderno”.

Apenas relembrando, a introdução pode ser de-senvolvida a partir da seguinte pergunta sobre o tema: “o que eu penso sobre isso?”. Então, vamos respondê-la:

Eu penso que chocolate faz bem à humanidade. Só que não dá pra exagerar, pois pode acabar sendo prejudicial.

Já que é isso o que eu penso sobre chocolate, minha introdução pode ser assim:

“Chocolate faz bem à humanidade. Porém, apesar de trazer benefícios, o seu consumo em excesso pode trazer prejuízos“.

E está pronto. Se você perceber, ela está bem abrangente, mesmo sendo curta. Isso é o ideal.

O próximo passo seria começar o desenvolvi-mento, então no 1º parágrafo a gente diria por que chocolate é bom; e no 2º parágrafo diríamos por que não podemos comer chocolate em excesso.

Repare que, por enquanto, na introdução, ape-nas afirmamos que chocolate faz bem. Ainda não convencemos ninguém disso. E como convencer? Essa é justamente a tarefa do desenvolvimento. Vamos falar dele depois com detalhes, apenas lem-bre-se da grande diferença que existe entre introdu-ção e desenvolvimento.

A introdução serve para apresentar o assunto que você vai abordar. O desenvolvimento serve para explicar as afirmações que você fez na introdução. Isso vai ficar ainda mais claro no próximo exemplo:

3) Veja como não deve ser a sua introdução (exemplos para se evitar)

Considerando o tema anterior sobre chocolate, digamos que um aluno tivesse elaborado essa intro-dução:

“Chocolate faz bem à humanidade, pois traz uma sensação de bem-estar. Porém, apesar de trazer bene-fícios, o seu consumo em excesso pode trazer prejuí-zos, como o ganho de peso e a diabetes”.

Apesar de estar bem escrita, essa introdução é péssima, pois misturou desenvolvimento com in-trodução (em vez de somente apresentar o assunto, essa introdução explicou e argumentou, o que é ta-refa do desenvolvimento).

Para ser coerente, esse aluno agora precisaria explicar no desenvolvimento o motivo do chocolate trazer uma sensação de bem-estar, o motivo dele fa-vorecer o ganho de peso e o motivo dele causar a di-

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abetes. A menos que o aluno esteja muito bem infor-mado sobre o assunto (ou melhor, seja um especia-lista na área), podemos considerar que ele não vai conseguir cumprir essa missão. O que aconteceria na prática é que esse assunto de diabetes, por exemplo, provavelmente nunca mais seria mencionado no texto, e isso seria um grande equívoco. Afinal, por que você apresentaria seu texto com algo que não vai falar? É como dizer: “Tomates são azuis” e depois fa-lar sobre molho de tomate, salada de tomate, sem nunca mais tocar no assunto de tomates azuis. Al-guém iria dizer: “Você não me convenceu que toma-tes são azuis! ”.

Então a dica é simples: não dificulte a sua vida! Faça uma introdução simples, curta e objetiva, men-cionando algo que você sabe abordar e desenvolver depois. Introdução não é lugar para argumenta-ção, é para apresentação.

4) Cause uma primeira boa impressão

Além de ter o poder de definir a organização do texto, a introdução pode causar uma primeira boa impressão. Se ela estiver concisa, clara e organizada, o avaliador já vai ver seu texto com outros olhos, pois vai pensar que você sabe o que está fazendo, que não apenas pegou um lápis e saiu riscando lou-camente no papel.

Então concentre-se nisso e passe a olhar a intro-dução de um jeito diferente; entenda o motivo dela existir e e cumpra com seu papel, como ensinamos aqui. Esse tipo de detalhe faz toda a diferença na sua nota final. Segredos como esse são o que fazem um texto tirar uma excelente nota, mesmo sem ser um artigo extraordinário.

É possível pegar um texto simples, sem nada de excepcional, e fazê-lo tirar uma ótima nota, simples-mente por ser construído nos padrões certos. A mai-oria das pessoas não faz isso. Como vimos naquele exemplo, a introdução da grande maioria acaba ex-plicando a si mesma, misturando desenvolvimento com introdução. Depois não aborda os assuntos que mencionou, não organiza o texto conforme a intro-dução foi construída.

É comum ver os candidatos se queixando que sua nota foi baixa, e não é por acaso! Lembre-se: existem muitos critérios de correção em uma reda-ção. A boa notícia é que a maioria deles são simples de se obter, basta que você os conheça.

6.2 COMO FAZER UM BOM DESENVOLVI-

MENTO

O desenvolvimento é o parágrafo que vai desen-volver a ideia que foi apresentada junto com a tese lá no parágrafo de introdução. Essa ideia deve apa-recer no primeiro período do desenvolvimento (ou seja: da letra maiúscula até o primeiro ponto) e ela será a ideia principal do parágrafo de desenvolvi-mento, recebendo um novo nome: tópico frasal.

Portanto, o tópico-frasal é a ideia principal do pa-rágrafo (é a ideia que resume o parágrafo inteiro em uma ou duas linhas). Depois do tópico-frasal apare-cem os argumentos (que irão desenvolver a ideia principal do parágrafo) e, por fim, temos o encerra-mento (ou "fechamento") do parágrafo (para evitar que o desenvolvimento acabe "do nada", sem ter um "fechamento").

Com base nisso, vamos fazer o primeiro parágrafo de desenvolvimento. Ideia: “O seu principal aspecto positivo é a facili-dade de acesso ao conhecimento e à informação”

Parágrafo correspondente (sugestão):

Dentre tantos aspectos positivos, o que mais se destaca entre os benefícios da internet é o caráter de sua acessibilidade. É simples publicar e acessar conteúdos dos mais variados campos do conheci-mento, o que representa um poder de acesso à in-formação nunca antes testemunhado na história tecnológica do mundo. Por meio da internet, o usuário pode encontrar grandes acervos de livros digitalizados, visitar páginas de conteúdos espe-cializados e também acompanhar informações atualizadas por meio de grandes portais de notí-cia. Sendo assim, pode-se afirmar a internet inau-gurou uma nova geração e uma nova cultura, que

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é caracterizada pela globalização e pela acessibi-lidade universal da informação nunca vista antes.

Em vermelho, nós temos o tópico frasal, estrutura que concentra a ideia principal do parágrafo (que foi apresentada na introdução da redação, junto com a tese). Na parte destacada em azul, que é o “miolo” do parágrafo, nós argumentamos e desenvolve-mos a ideia central do parágrafo, ou seja: preocu-pamo-nos em convencer o leitor de que o grande be-nefício da internet é o acesso à informação e ao con-teúdo. E, por fim, a parte roxa representa o fecha-mento do parágrafo, onde concluímos que a internet passou a caracterizar uma nova geração, caracteri-zada pelas pessoas que têm o poder de acesso à in-formação de um modo nunca visto antes. O fecha-mento é a parte do parágrafo que dá um tom de con-clusão (para ajudar, você pode começar o fecha-mento com algum elemento conclusivo, como "sendo assim", "portanto", "dessa maneira", "logo", “então”, etc).

Perceba que o parágrafo de desenvolvimento é re-almente uma “redação em miniatura” composta por introdução (tópico frasal), desenvolvimento (argu-mentos, ou seja: o "miolo") e conclusão (encerra-mento ou fechamento). Vamos, agora, para o segundo parágrafo de desen-volvimento:

Ideia: entretanto o seu mau uso pode prejudicar os seus usuários de inúmeras formas.

Parágrafo correspondente:

Entretanto, o grande problema da internet é o fato de ela ter falhas que comprometem a segu-rança de seus usuários. Por ser pública e global, ela é usada por muitos tipos de pessoas e elas po-dem ter diferentes propósitos e objetivos, o que compromete a segurança da rede. Esse fato é agravado ainda pela questão do anonimato, que facilita crimes como racismo, pedofilia, roubos de informações pessoais, falsas identidades e plágio. Além disso, a rede é vulnerável a ações de hackers, que são capazes de invadirem contas de empre-sas, de pessoas físicas e até mesmo do próprio go-verno. Tudo isso demonstra que a internet, apesar de facilitar o acesso à informação, é um ambiente inseguro e que, portanto, exige cautela por parte de seus usuários.

Assim como no parágrafo anterior, em vermelho nós apresentamos o tópico frasal, que revela a ideia central do parágrafo. Em azul nós temos toda a estrutura argumentativa, que foi construída de modo a convencer o leitor a aceitar a ideia princi-pal apresentada pelo tópico frasal. E, por fim, temos o fechamento do parágrafo (na cor roxa), onde con-cluímos e reafirmamos que a internet realmente é

insegura, fato que exige cuidado por parte dos usuá-rios que nela navegam.

Você percebeu que, para desenvolver, é preciso ar-gumentar. Para tanto, existem algumas técnicas de argumentação, como por exemplo: Causa e Conse-quência, Exemplificação, Citações, Contra-Argu-mento e Fatos e Conceitos.

7.3 COMO FAZER UMA BOA CONCLUSÃO

Todo texto necessita de conclusão. Ela é a síntese daquilo que foi escrito no corpo do texto, fechando as ideias. A quantidade de linhas pode variar, mas não deve ser muito longa, deve chegar ao ponto sem enrolações. Na dissertação é comum que a con-clusão traga uma proposta de solução ao que foi tratado no texto.

Como concluir bem uma redação?

O que não fazer:

• Usar expressões como “em resumo”, “terminando” ou “concluindo”;

• Acrescentar novas informações que necessitam de desenvolvimento;

• Ter conexão apenas com o último parágrafo de de-senvolvimento

• Escrever mais de um parágrafo.

O que fazer:

Perspectiva

Você pode terminar o texto apresentando possíveis soluções para os desafios apresentados no desen-volvimento do texto. É importante que essas solu-ções pareçam viáveis.

Retomada da tese

A tese é exposta no parágrafo de introdução e de-senvolvida no texto. Você pode, na conclusão, re-tomá-la dando conclusão.

Oração coordenada conclusiva

É também possível apresentar a conclusão com uma conjunção coordenativa conclusiva (logo, por

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isso, então, portanto) expondo soluções para as ideias expostas no corpo do texto.

Frases-modelo para iniciar a conclusão

• Em virtude dos fatos mencionados …

• Levando-se em consideração esses aspectos …

• Em vista dos argumentos apresentados …

• Dado o exposto …

• Tendo em vista os aspectos observados …

• Em virtude do que foi mencionado … • Por todos esses aspectos … • Pela observação dos aspectos analisados …

7. TEMAS RECORRENTES

8.1 Sistema Prisional brasileiro

Com 726 mil presos, Brasil tem terceira maior população carcerária do mundo

Brasil é o terceiro país com maior número de pes-soas presas, atrás dos Estados Unidos e China Wil-son Dias/Agência Brasil

O total de pessoas encarceradas no Brasil che-gou a 726.712 em junho de 2016. Em dezembro de 2014, era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil pessoas. Cerca de 40% são presos provisórios, ou seja, ainda não possuem condenação judicial. Mais da metade dessa população é de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros.

Os dados são do Levantamento Nacional de In-formações Penitenciárias (Infopen) divulgado hoje

(8), em Brasília, pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça.

O sistema prisional brasileiro tem 368.049 va-gas, segundo dados de junho de 2016, número esta-bilizado nos últimos anos. “Temos dois presos para cada vaga no sistema prisional”, disse o diretor-geral do Depen, Jefferson de Almeida. “Houve um pequeno acréscimo nas unidades prisionais, muito embora não seja suficiente para abrigar a massa carcerária que vem aumentando no Brasil”, afirmou

De acordo com o relatório, 89% da população prisional estão em unidades superlotadas. São 78% dos estabelecimentos penais com mais presos que o número de vagas. Comparando-se os dados de de-zembro de 2014 com os de junho de 2016, o déficit de vagas passou de 250.318 para 358.663.

A taxa de ocupação nacional é de 197,4%. Já a maior taxa de ocupação é registrada no Amazonas: 484%.

A meta do governo federal era diminuir a popu-lação carcerária em 15%. Com a oferta de alternati-vas penais e monitoramento eletrônico, segundo Al-meida, foi possível evitar que 140 mil pessoas in-gressassem no sistema prisional.

“E quase todos os estados estão com um traba-lho forte junto aos tribunais de Justiça para imple-mentar as audiências de custódia, para que as pes-soas não sejam recolhidas como presos provisórios”, explicou o diretor do Depen. Além disso, há a previ-são da criação de 65 mil novas vagas para o no pró-ximo ano.

O Brasil é o terceiro país com maior número de pessoas presas, atrás de Estados Unidos e China. O quarto país é a Rússia. A taxa de presos para cada 100 mil habitantes subiu para 352,6 indivíduos em junho de 2016. Em 2014, era de 306,22 pessoas pre-sas para cada 100 mil habitantes.

A partir da leitura do texto motivador, da socia-lização em sala de aula e com base nos conhecimen-tos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argumentativo em modali-dade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Sistema prisional brasileiro: desafios e so-luções”, apresentando proposta de intervenção. Se-lecione, organize e relacione, de forma coerente e co-esa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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8.2 Cyberbullying

O cyberullying pode chegar a ser tão cruel e violento quanto o bullying físico. Suas consequências são gra-ves e podem causar danos reais.

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A violência virtual tem consequências em nosso dia a dia

A palavra bullying tem origem na língua inglesa e faz referência a bully, que entendemos como “va-lentão”, aquele que maltrata ou violenta de forma constante outras pessoas por motivos supérfluos. É justamente esse ato de maltratar ou violentar o ou-tro de forma sistemática e repetitiva que é denomi-nado bullying. Falamos de cyberbullying, então, quando a agressão se passa pelos meios de comuni-cação virtual, como nas redes sociais, telefones e nas demais mídias virtuais.

Muito embora o cyberbullying não consista em agressões físicas, e por isso é comumente visto como menos danoso, tem consequências tão ou mais gra-ves quanto as do bullying físico. O abuso sofrido pela vítima do bullying virtual é, em sua maioria, de cu-nho psicológico, no entanto ela pode chegar a se tor-nar física em casos extremos. Ameaças de morte, agressão física e publicação de informações pessoais de vítimas são alguns dos meios mais violentos de cyberbullying, já que coloca a vítima em situação de risco e constante apreensão diante da possibili-dade de um atentado contra sua vida.

Os ataques sofridos por uma vítima de cyberbul-lying são geralmente direcionados a características pessoais da vítima e são feitas em meio público, de-negrindo a imagem pública da vítima e afetando sua autoestima. O abuso é constante e pode tomar gran-des proporções, já que a dinâmica do mundo online é enorme e, na maioria das vezes, impossível de se controlar. O cyberbullying é ainda permanente, uma vez que ao serem jogadas na rede online as informa-ções lá permaneceram por tempo indeterminado.

A agressão contínua pela qual uma vítima de cyberbullying passa pode trazer consequências graves como trauma psicológico, isolamento social, desenvolvimento de problemas relacionados à de-pressão, podendo até mesmo levar a vítima ao suicí-dio. O agravante do bullying virtual é a constante agressão que o agressor é capaz de infligir sobre seu alvo, uma vez que, diferente do bullying convencio-nal em que a vítima tem contato presencial limitado com seu agressor (geralmente na escola), no mundo virtual o agressor tem sempre a vítima ao seu al-cance, a qualquer hora do dia ou da noite.

Outra característica marcante do cyberbul-lying é que o agressor nem sempre, ou quase nunca, é identificado, uma vez que é possível manter-se anônimo no mundo virtual. Estudos indicam que essa impessoalidade pode ser um dos agravantes da epidemia desse fenômeno, uma vez que o contato virtual e indireto pode dessensibilizar as partes en-volvidas na agressão, já que não há contato direto com o sofrimento da vítima ou com as consequências dos seus atos.

A partir da leitura do texto motivador, da socia-lização em sala de aula e com base nos conhecimen-tos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argumentativo em modali-dade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Cyberbullying: causas, consequências e so-luções”, apresentando proposta de intervenção. Se-lecione, organize e relacione, de forma coerente e co-esa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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8.3 A influência dos meios de Comunicação de

Massa

Todos sabemos que os meios de comunicação de massa são canais de comunicação usados na transmissão de mensagens a um grande número de receptores. Através das relações sociais de comuni-cação do dia-a-dia dia, onde os meios mais comuns são os jornais, as revistas, o rádio, a televisão e a In-ternet.

Porém, sabemos também que não existe demo-cratização nestes meios, já que o poder e o controle comunicacional estão nas mãos de poderosos da mí-dia, onde estes meios de comunicação não têm mu-danças políticas, sociais e culturais que diminuam a distância entre os indivíduos, sendo eles os que têm e os que não têm a informação. E como consequência de tudo isso, temos meios de comunicação tendenci-osos e manipuladores, que visam atender os objeti-vos das classes dominadoras, repassando informa-ções de interesse geral às classes que consideram in-feriores.

O que vemos atualmente é que questões como parcialidade e imparcialidade nas informações, le-vando notícias à sociedade, que atendam as necessi-dades do povo através destes veículos não são prio-ridades dos grandes meios, que perderam (se é que um dia tiveram), o intuito de levar a verdade e vera-cidade para a população.

Quando falamos em meios de comunicação é no-tório os interesses capitalistas que eles têm, seja na veiculação de sua programação ou na sua forma de chegar aos telespectadores, que invés de tornar a so-ciedade mais crítica, apelam para "falta de ética" ao apresentar escândalos, tornando questões sérias em acontecimentos banais.

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A partir da leitura do texto motivador, da socia-lização em sala de aula e com base nos conhecimen-tos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argumentativo em modali-dade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Causas e consequências da influência dos meios de Comunicação de Massa na vida da soci-edade”, apresentando proposta de intervenção. Se-lecione, organize e relacione, de forma coerente e co-esa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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8.4 A violência no trânsito brasileiro

Texto 1

É no fim do ano que o trânsito se torna ainda mais perigoso, no Brasil. O número de acidentes aumenta em todo o país.

A temporada é de festas, mas as estatísticas mostram que alguns milhares de brasileiros não vão ter o que comemorar. É justamente agora, perto do Natal, que os acidentes de trânsito mais aumentam. E as víti-mas também.

No Brasil, mais de 3,5 mil pessoas morrem por mês no trânsito. Mas é só chegar dezembro que esse nú-mero sobe para quase 3,9 mil. E a situação piora perto dos últimos dias do ano. É quando a média de mortes salta 12% – vai de 116 para 130 por dia.

É muita gente nas estradas, nas ruas, dirigindo um carro, uma moto, ônibus, caminhão ou a pé. Parece que, nessa época, tudo fica mais importante do que as regras de trânsito.

[…]

“O dirigir está associado a escolhas. Você escolhe fa-lar ao celular e dirigir. Você escolhe andar em alta velocidade. Você escolhe beber e dirigir. Você esco-lhe não usar o cinto”, explica José Aurélio Ramalho, presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária.

E a escolha errada faz enorme diferença. O Observa-tório de Segurança Viária diz que 90% dos acidentes são relacionados ao comportamento do motorista. E não adianta apenas ter estrada nova e carro seguro.

“Se houver uma falha humana, tanto a rodovia, quanto o veículo, eles estão ali para auxiliar e mitigar a lesão fatal ao ocupante. Se nós não trabalharmos a questão da educação, do comportamento da socie-dade, nós vamos continuar a ter taxas elevadas de mortes no trânsito”, afirma José Aurélio Ramalho.

Disponível em Jornal Nacional. Acesso em 06 março

Texto 2

O caminho era o mesmo todas as sextas-feiras. Gui-lherme Mariano da Silva já estava acostumado: saía à noite de Boituva, onde fazia faculdade, e dirigia por 121 km até São Paulo. O estudante costumava ser prudente ao volante, mas, aos 20 anos, não levava os riscos tão a sério. Tanto que, dez meses atrás, não se preocupou com o sono que o abatia antes de pegar a estrada. Só queria voltar logo para casa.

“Quando você é jovem, não acredita que pode acon-tecer com você. Brinca com o que é sério. Não ima-ginava que o cansaço pudesse me vencer”, recorda.

Guilherme não se lembra bem do que aconteceu, mas deve ter dormido. Invadiu a contramão e capo-tou o carro várias vezes. O automóvel ficou destru-ído. Ele não sofreu nenhuma escoriação, mas teve

uma lesão na medula que o deixou paraplégico. Hoje faz reabilitação na Rede Lucy Montoro e se movimenta em cadeira de rodas.

O estudante é um dos rostos de uma estatística que evidencia uma verdadeira epidemia de acidentes no Brasil, que tiram vidas, deixam sequelas e conso-mem bilhões de reais.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o país é o quarto colocado em número de mortes nas Américas, atrás apenas de República Dominicana, Belize e Venezuela.

Disponível em: Folha de São Paulo. Acesso em 06 março

Texto 3

A Assembleia-Geral das Nações Unidas editou, em março de 2010, uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de ações para a se-gurança no trânsito”. O documento foi elaborado com base em estudo da Organização Mundial da Sa-úde (OMS) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas.

[…]

Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 (pas-sando para a quinta maior causa) e 2,4 milhões, em 2030. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos. A intenção da ONU com a “Década de ação para a segurança no trânsito” é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, 5 milhões de vidas até 2020.

Disponível em: Senado. Acesso em 06 março

Texto 4

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A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argumenta-tivo em modalidade escrita formal da língua portu-guesa sobre o tema “Violência no trânsito brasi-leiro: problemas e soluções”, apresentando pro-posta de intervenção. Selecione, organize e relaci-one, de forma coerente e coesa, argumentos e fa-tos para defesa de seu ponto de vista.

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8.5 Fake News

A divulgação de notícias falsas, conhecidas como fake news, pode interferir negativamente em vários setores da sociedade, como política, saúde e segu-rança.

Os motivos para que sejam criadas notícias fal-sas são diversos. Em alguns casos, os autores criam manchetes absurdas com o claro intuito de atrair acessos aos sites e, assim, faturar com a publicidade digital.

No entanto, além da finalidade puramente co-mercial, as fake news podem ser usadas apenas para criar boatos e reforçar um pensamento, por meio de mentiras e da disseminação de ódio. Dessa maneira, prejudicam-se pessoas comuns, celebridades, políti-cos e empresas.

É isso o que acontece, por exemplo, durante pe-ríodos eleitorais, nos quais empresas especializadas criam boatos, que são disseminados em grande es-cala na rede, alcançando milhões de usuários. O De-partamento de Justiça Americano denunciou três agências russas, afirmando que elas teriam espa-lhado informações falsas na internet e influenciarem as eleições norte-americanas de 2016.

Existem grupos específicos que trabalham espa-lhando boatos. No entanto, não é fácil encontrar as empresas que atuam nesse segmento, pois elas ope-ram na chamada deep web, isto é, uma parte da rede que não é indexada pelos mecanismos de buscas, fi-cando oculta ao grande público.

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Os hackers das notícias falsas geralmente atuam em

uma zona da internet chamada deep web.

Crédito: Rainer Fuhrmann / Shutterstock

Para disseminar informações falsas, é criada uma página na internet. Um robô criado pelos pro-gramadores desses grupos é o responsável por dis-seminar o link nas redes. Quanto mais o assunto é mencionado nas redes, mais o robô atua, chegando a disparar informações a cada dois segundos, o que é humanamente impossível.

Com tamanho volume de disseminação de conteú-dos, pessoas reais ficam vulneráveis às fake news e acabam compartilhando essas informações. Dessa forma, está criada uma rede de mentiras com pes-soas reais.

Como os responsáveis pelas fake news atuam, geral-mente, em uma região da web que é oculta para a grande maioria dos usuários, não é fácil identificá-los e, consequentemente, puni-los. Além disso, essas pessoas usam servidores de fora do país, em lan hou-ses que não exigem identificação.

Qualquer tipo de informação falsa, da mais simples à mais descabida, induz as pessoas ao erro. Em vários casos, a notícia contém uma informação falsa cer-cada de outras verdadeiras. É principalmente nessas situações que estão escondidos os perigos das fake news, e suas consequências podem ser desastrosas.

A partir da leitura do texto motivador, da socializa-ção em sala de aula e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argumentativo em modali-dade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Causas e consequências das fake News: So-luções para acabar com a disseminação de tais atitudes”, apresentando proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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8.6 O aumento das DSTs entre os jovens no Bra-

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TEXTO I

Como é a prevenção das IST* O uso da camisinha (masculina ou feminina) em to-das as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/aids e das hepatites virais B e C. Serve também para evitar a gravidez. A camisinha mascu-lina ou feminina pode ser retirada gratuitamente nas unidades de saúde. Quem tem relação sexual desprotegida pode con-trair uma IST. Não importa idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação se-xual, credo ou religião. A pessoa pode estar aparen-temente saudável, mas pode estar infectada por uma IST. A prevenção combinada abrange o uso da camisi-nha masculina ou feminina, ações de prevenção, di-agnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposi-ção ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, pre-venção da transmissão vertical de HIV, sífilis e he-patite B, tratamento antirretroviral para todas as PVHA, redução de danos, entre outros. *Segundo o Ministério da Saúde, A terminologia In-fecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passa a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.

(Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pu-

blico-geral/o-que-sao-ist/como-e-prevencao-das-ist - Acesso em: 18 abr. 2018).

TEXTO II

Os números alertam: o uso da camisinha entre os jo-vens no Brasil voltou a cair. Nos últimos anos, o cres-cimento das doenças sexualmente transmissíveis al-cançou níveis preocupantes e revela que a juventude vai na contramão da utilização do preservativo. Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que 40 mil novos casos de doenças sexualmente trans-missíveis (DST), como HIV, sífilis e hepatite, são di-agnosticados por ano no País. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde divulgou que casos de HIV e Aids entre jovens de 15 a 24 anos aumentou 85% nos últimos 10 anos. Em 2016, seis em cada 10 jo-vens mantiveram relações sexuais sem proteção.

(Disponível em: http://emais.estadao.com.br/noticias/comporta-

mento,uso-de-camisinha-entre-os-jovens-cai-e-dsts-preocu-pam,70002053953 - Acesso em: 17 abr. 2018).

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TEXTO III

Ironicamente, o cenário atual da epidemia, muito mais animador que 20 anos atrás, está levando a um relaxamento nos cuidados preventivos, sobretudo entre os mais jovens. A Aids não é mais vista como uma doença mortal, não há ídolos, nem nomes co-nhecidos morrendo pela doença. O doente de Aids ganhou sobrevida e melhor qualidade de vida. No entanto, o que é um alento para aqueles vivendo com HIV-Aids, tornou-se um entrave para a prevenção, já que a doença passou a ser vista como qualquer outra enfermidade crônica. A coordenadora do Programa Estadual de DST-Aids em São Paulo, Maria Clara Gianna,reconhece que é preciso encontrar outras formas de falar com os jo-vens, pois eles estão mudando, e a linguagem da pre-venção permanece a mesma. "Não estamos sabendo dialogar com eles. As estratégias que ainda utiliza-mos não acompanharam as mudanças que aconte-cem nesses grupos. As campanhas de comunicação não podem se restringir a folders e folhetos", diz. Ela defende uma combinação de várias estratégias, como o espaço da escola, a profilaxia pós-exposição (o uso de medicamentos assim que se constata que houve uma relação de risco), além, é claro, do uso do preservativo.

(Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/cen-tro-de-referencia-e-treinamento-dstaids-sp/home-

page/destaques/adolescentes-e-jovens-desafiam-estatisticas-da-aids - Acesso em: 18 abr. 2018).

TEXTO IV

Segundo o ginecologista e obstetra Mauro Romero Leal Passos, presidente da Sociedade Brasileira de DST, embora na comunidade médica DSTs tenham sido uma preocupação constante, o foco no HIV das campanhas de prevenção e a crescente noção entre o público em geral de que a Aids já não é mais um “bicho papão” acabaram abrindo caminho para o au-mento dos casos de gonorreia, sífilis e outras DSTs. — Mas agora as pessoas estão entendendo que não se pode focar numa doença só, que isso é muito pouco — diz. — Veja o exemplo do Brasil. Temos um dos maiores e melhores programas de HIV/Aids do mundo, mas estamos enfrentando uma avalanche de casos de sífilis e, consequentemente, de sífilis congê-nita. Por isso temos que ter estratégias múltiplas para atuar no comportamento e prevenção de todas as DSTs.

(Disponível em: https://oglobo.globo.com/socie-dade/saude/doencas-sexualmente-transmissiveis-avancam-mundo-afora-21567398 - Acesso em: 17

abr. 2018).

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argu-mentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O aumento das DSTs en-tre os jovens no Brasil”, apresentando proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para de-fesa de seu ponto de vista.

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8.7 Crimes ambientais e os problemas na fiscali-

zação

Texto 1

Um relatório divulgado no ano passado pela Agência Nacional de Águas (ANA) afirma que apenas3% das 24.092 barragens cadastradas no país foramvistori-adas em 2017. O trabalho é realizado por 31 órgãos fiscalizadores de segurança.

Segundo a ANA, foram aplicados aproximadamente R$ 34 milhões em recursos públicos para os serviços de operação, manutenção e recuperação de barra-gens destinadas a diversos usos, da irrigação a aqui-cultura. Os governos estaduais aplicaram 73% da verba que previram. Já a esfera federal, somente 23%. Este é o relatório mais recente da agência so-bre segurança de barragens.

Em 2017, foram realizadas 780 fiscalizações de bar-ragens, uma redução de 16% em relação ao ano an-terior. Por outro lado, o número de estruturas clas-sificadas simultaneamente nas categorias de risco e dano potencial associado altos aumentou, passando de 695 para 723 no mesmo período.

A barragem de Brumadinho, construída em 1991 em um afluente do rio Paraopeba, na Bacia do Rio São Francisco, era considerada de baixo dano e risco po-tenciais associados, segundo a Vale. Tem 40 metros de altura e 59 mil m². O volume de seu reservatório é de 1 milhão de metros cúbicos. (…)

(Disponível em https://oglobo.globo.com/bra-sil/apenas-3-das-barragens-do-pais-foram-vistoria-

das-em-2017-diz-agencia-nacional-de-aguas-23402786?utm_source=Facebook&utm_me-

dium=Social&utm_campaign=O%20Globo. Acesso em 27 jan. 2019)

Texto 2

Acesso em 27 jan. 2019

Texto 3

O texto, parado há mais de um ano, prevê regras mais rígidas de licenciamento ambiental para a cria-ção de novas barragens e endurece a fiscalização so-bre as já existentes – caso da que se rompeu nesta sexta-feira em Brumadinho, deixando nove mortos e mais de 300 pessoas desaparecidas e um rastro de destruição.

O projeto original foi aprovado na primeira votação em plenário. De lá, foi encaminhado para as comis-sões de Administração e Minas e Energia, presidida na época pelo deputado João Vitor Xavier (PSDB).

Junto com o Ministério Público, Ibama, ONGs e mo-radores da região, Xavier formulou um texto substi-tutivo que previa, por exemplo, a realização de uma audiência pública com as comunidades diretamente afetadas pela construção das novas barragens e pro-ibia a construção em áreas de mananciais ou povoa-das. O projeto recebeu apoio popular por meio de mais de 56 mil assinaturas.

O texto ainda exigia que as empresas fizessem um fundo para haver um seguro em casos de acidentes e proibia a instalação de barragens de rejeitos pelo método chamado de alteamento a montante, que permite que ela seja ampliada para cima quando fi-car cheia.

A proposta, porém, foi vetada por três votos a um pe-los deputados Thiago Cota (MDB), Tadeu Martins Leite (MDB) e Gil Pereira (PP). A BBC News Brasil os procurou nesta sexta-feira durante o expediente para saber qual o motivo do veto, mas apenas Thiago Cota se manifestou por meio de sua assessoria de im-prensa.

Ele disse, por meio de uma nota, que votou contra o projeto porque ele “inviabilizaria a mineração em Minas Gerais”.

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“Nosso parecer no projeto original contempla rigo-rosamente as medidas de segurança sugeridas pelas entidades envolvidas, mas sem inviabilizar a ativi-dade minerária. Entendo que, caso o parecer apre-sentado pelo atual relator na Comissão de Minas e Energia vingasse, não teríamos mais como sonhar com o retorno da Samarco. Isso seria terrível para Mariana, Ouro Preto e toda uma região. Significaria menos empregos e menos renda para a nossa gente”, justificou.

Já os deputados Gil Pereira e Tadeu Martins Leite não foram encontrados em seus gabinetes durante o expediente, assim como seus chefes de gabinete. A assessoria de imprensa de Leite não soube informar onde ele estava e disse que atenderia à reportagem por e-mail, mas não respondeu aos questionamentos até a publicação deste texto.

O deputado João Vitor Xavier diz que seu projeto foi derrotado porque há um “lobby muito forte” feito pelas mineradoras na região.

“As mineradoras querem operar no modelo que está. E eu digo há dois anos que as pessoas vão continuar morrendo. Já temos mineradoras em Minas Gerais com rejeito sólido. Precisamos tomar medidas duras e importantes para evitar mais mortes. Mas o setor quer lucrar mais, se mobilizou e agora tem a mão suja de sangue”, afirmou.

As empresas envolvidas na atividade, como a Vale – responsável pela barragem que se rompeu em Bru-madinho -, se defendem argumentando que seguem todas as regras de segurança. Após o desastre desta sexta-feira, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse em pronunciamento à imprensa que relatórios periódicos sobre a estabilidade das barragens eram formulados a pedido da empresa por técnicos espe-cializados.

O deputado disse que o projeto não evitaria o desas-tre que ocorreu em Brumadinho, mas que novas bar-ragens menos seguras fossem construídas.

“As barragens já estão feitas. Temos 400 bombas-re-lógio em Minas Gerais. Isso que aconteceu hoje, eu avisei como presidente dessa comissão diversas ve-zes e digo que vai se repetir. Enquanto o povo morre aqui, os acionistas na Austrália estão enriquecendo”, afirmou.

(Disponível em https://www.bbc.com/portu-guese/brasil-47010619. Acesso em 27 jan 2019)

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argu-mentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Crimes ambientais e os problemas na fiscalização”, apresentando pro-

posta de intervenção. Selecione, organize e relaci-one, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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8.8 Maioridade Penal

Maioridade penal é o estabelecimento de uma idade a partir da qual os cidadãos sejam inteira-mente responsáveis pelos atos criminosos que co-metem.

A maioridade penal no Brasil e na maioria dos países ocidentais é de 18 anos.

O que é?

O estabelecimento de uma idade mínima que deter-mina que uma pessoa se torna adulta varia de acordo com a cultura, momento histórico, gênero e religiões.

Na maioria dos países ocidentais, a maioridade vem a partir dos 18 anos. No entanto, no Japão, essa idade é 21 anos. Igualmente em algumas tribos indígenas a iniciação para a vida adulta começa aos 13 anos.

Para as meninas, em muitas culturas, o sinal da vida adulta seria a chegada da primeira menstruação quando ela teria se transformado em mulher com ca-pacidades reprodutivas.

Por isso, devemos entender a maioridade em múlti-plos aspectos. No Brasil, apesar da maioridade penal vir aos 18 anos, o voto é facultativo para os menores de 16 a 18 anos, por exemplo.

Desta maneira, o conceito de maioridade pode vir ou não acompanhado de mais responsabilidades na vida pública, social e política.

A maioridade penal deve ser aos 16 ou aos 18 anos?

Argumentos

A discussão sobre a redução da maioridade penal em caso de crimes hediondos gera debates acalorados. Vários são os argumentos a favor e contra a medida.

Vejamos quais são os pontos de vistas defendidos por quem deseja a redução da maioridade penal:

• Discernimento: um jovem de 16 a 18 já tem con-dições de saber o que é certo e errado. Assim é ple-namente capaz de ser responsabilizado por um crime hediondo.

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• Medidas punitivas insuficientes: as medidas pre-vistas no Estatuto da Criança e do Adolescente não dariam conta e vários menores se aproveitavam disso para cometer crimes.

• Diminuição de aliciamento por parte do tráfico de drogas: muitos menores são recrutados porque os narcotraficantes sabem que eles não irão para a cadeia.

Por outro lado, quem é contra redução da maiori-dade penal, lembra sobre os problemas estruturais brasileiros como:

• Desigualdade: os problemas sociais do Bra-sil atingem principalmente os adolescentes negros e pobres o que agravaria o racismo e marginalização deste grupo social.

• Educação: a criminalidade entre adolescentes e jo-vens deveria ser solucionada com investimentos em educação e saúde e não com punição.

• Modelo prisional: os cárceres no país não são pre-parados para ressocializar adultos e muito menos estariam adequadas para receber jovens.

Brasil

No Brasil, para as infrações cometidas por menores de 18 anos, deve-se observar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Este privilegia a educação do indivíduo e não sua punição.

De tempos em tempos, contudo, volta à discussão no Brasil sobre a necessidade de reduzir a maioridade penal. Em 2015, a iniciativa coube ao do deputado Efraim Filho (DEM/PB) que pretendia reduzir a mai-oridade pena de 18 para 16 anos em caso de crimes hediondos.

Os crimes hediondos são aqueles considerados os mais graves e revoltantes do ponto de vista da moral vigente. No Brasil são reconhecidos como hediondos o estupro, homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte), prostituição de menores ou vulneráveis, dentre outros.

Como no Brasil a maioridade é um assunto consa-grado no texto constitucional, o deputado propôs uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) a fim de que fosse incorporada à Constituição brasileira. A PEC foi votada e passou pela Câmara dos Deputados, em 2015, mas foi rejeitada no Senado.

A partir da leitura do texto motivador, da socializa-ção em sala de aula e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argumentativo em modalidade es-crita formal da língua portuguesa sobre o tema “Re-dução da maioridade penal: solução ou não? ”, apresentando proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, ar-gumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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8.9 Violência no Brasil

TEXTO I

Atlas da Violência 2018: Brasil tem taxa de ho-micídio 30 vezes maior do que Europa.

RIO — Em 2016, pela primeira vez na história, o número de homicídios no Brasil superou a casa dos 60 mil em um ano. De acordo com o Atlas da Violên-cia de 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de 62.517 as-sassinatos cometidos no país em 2016 coloca o Bra-sil em um patamar 30 vezes maior do que o da Eu-ropa. Só na última década, 553 mil brasileiros perde-ram a vida por morte violenta. Ou seja, um total de 153 mortes por dia.

Os homicídios, segundo o Ipea, equivalem à queda de um Boieng 737 lotado diariamente. Repre-sentam quase 10% do total das mortes no país e atin-gem principalmente os homens jovens: 56,5% de óbitos dos brasileiros entre 15 e 19 anos foram mor-tes violentas.

TEXTO II

Dentre os afetados pelo crescente no número de homicídios no Brasil, um grupo de destaca: o dos jo-vens. Representando 53,7% das vítimas totais no país (ou seja, 33.590 óbitos), eles ainda são majori-tariamente homens. Mais especificamente, 94,6% deles são homens.

O caso é histórico, com os jovens entre 15 e 29 anos sendo a principal fatia da população afetada pe-los assassinatos violentos, o que não significa que o número não tem sofrido aumentos no período anali-sado pelo Atlas da Violência.

Na década entre 2006 e 2016, o Brasil assistiu a um aumento de 23,3% nos assassinatos de seus jo-vens. Homicídio é a causa de 49,1% das mortes de jovens entre 15 e 19 anos, e 46% das mortes entre 20 a 24 anos. Esse índice é bem diferente do grupo de brasileiros entre 45 e 49 anos, por exemplo, que é de 5,5%.

TEXTO III

Grupo organiza ato em memória às 19 vítimas da chacina de Osasco e Barueri enfileirando sacos plás-ticos em formato de corpos na frente do Masp, na Avenida Paulista Foto: ONG Rio de Paz / Divulgação

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A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo argu-mentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para comba-ter a criminalidade no Brasil”, apresentando pro-posta de intervenção. Selecione, organize e relaci-one, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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8.10 A SAÍDA TEMPORÁRIA DE PRESOS E SUAS

CONSEQUÊNCIAS

Inicialmente quero corrigir um equívoco, que grande parte da imprensa local e nacional deixa transparecer para a população de uma forma geral, trata-se de “indulto natalino” e “saída temporária”.

Geralmente nos finais de ano mais precisamente entre os meses de outubro e novembro, a imprensa costumeiramente divulga a seguinte nota: a partir do próximo mês, diversos detentos poderão passar as festas de final de ano fora do presídio, em razão do "indulto de Natal”.

Por se tratar de benefícios concedidos no mesmo período do ano fica a ligeira impressão que se trata da mesma coisa, no entanto são benefícios diferentes. O indulto natalino é uma espécie de per-dão concedida aos condenados por determinados crimes, ensejando a extinção de suas penas. O preso sai do estabelecimento prisional para nunca mais voltar, porque extinta está sua pena. Tornou-se tra-dição o chefe do Executivo Federal conceder indulto coletivo em épocas natalinas, conforme permitido no artigo 84, XII da Constituição Federal.

Por esse motivo e pela forma com que a im-prensa divulga surge o equívoco com a saída tempo-rária. Por outro lado, a lei 7.210/84 (lei de Execuções Penais – LEP), em seus artigos 122 e seguintes, prevê o instituto da saída temporária, que em nada se con-funde com o indulto natalino:

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos:

I - visita à família;

II - freqüência a curso supletivo profissionali-zante, bem como de instrução do 2º grau ou supe-rior, na Comarca do Juízo da Execução;

III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monito-ração eletrônica pelo condenado, quando assim de-terminar o juiz da execução.

Não bastasse, para sua concessão, o artigo 123, LEP, exige o cumprimento de três requisitos cumu-lativos: (i) comportamento adequado; (ii) cumpri-mento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o con-denado for primário, e 1/4 (um quarto), se reinci-dente; (iii) compatibilidade do benefício com os ob-jetivos da pena.

No entanto apesar dos pré-requisitos legais, e diante da atual situação de total desordem que se en-contra a segurança pública do nosso estado, sou con-trário à saída temporária de presos, visto que diante do crescente número dos acontecimentos, que veem atingindo toda a sociedade com o passar dos anos, envolvendo presos com esse tipo de benefício, torna-se inevitável à mudança desse tipo de benefício, até que o poder executivo mostre competência sufici-ente no quesito segurança da população.

A impunidade que campeia o nosso estado, in-centiva de forma indireta apenados de índole repro-váveis, a demonstrar bom comportamento durante certo período de sua reclusão, com o intuito único e exclusivo de adquirir tal benefício, já que suas penas em grande parte, não lhes privilegiara tão cedo com o sabor da liberdade.

Exemplos nesse sentido são costumeiramente notados pela população. A imprensa nacional e local divulgam várias pesquisas relacionadas ao assunto, e que convergem sempre rumo a um fato no mínimo suspeito, o aumento excessivo de delitos nos gran-des centros urbanos, entre os meses de dezembro e janeiro, período esse que coincide com os tais bene-fícios de “saída temporária”.

Como exemplo de fatos dessa natureza, nos úl-timos dois meses um preso beneficiário de um des-ses benefícios, tentou assaltar de posse de um revól-ver, um supermercado bastante conhecido em cam-pina grande, vindo a ser atingido por um dos segu-ranças do local levando o mesmo a óbito. Detalhe esse assaltante estava cumprindo pena em um dos presídios da cidade, e estava se deslocando para lá quando decidiu praticar tal delito.

A partir da leitura dos textos motivadores se-guintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto disserta-tivo argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A saída temporá-ria de presos e suas consequências”, apresen-tando proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

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Page 37: 1.€¦ · a 2 1. COMPREENSÃO DE TEXTOS DIVERSOS O texto verbal é toda ocorrência sociocomuni- cativa que remete a uma unidade verbal con- creta, oral ou escrita, usada pelos falantes

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