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1 Comunicação Verbal e não Verbal no Ambiente de Trabalho APRESENTAÇÃO Nesta Unidade Curricular, você estudará sobre Comunicação Verbal e Não Verbal no ambiente de trabalho. O estudo da comunicação justifica sua importância como instrumento de união entre seres humanos, a ponte para entendermos o outro e nos expressarmos. Para que você se torne um ótimo vendedor, é preciso saber utilizar e entender os processos de comunicação – instrumento essencial das relações humanas. Geramos e resolvemos conflitos com a comunicação. Especialmente quando se fala de mercado de trabalho, é fundamental buscar desenvolver boas maneiras de se comunicar para conquistar clientes. Desejamos uma boa leitura e bons estudos, e que você possa, a partir desta Unidade Curricular, estabelecer uma comunicação objetiva, clara e concisa com seus clientes, e obter sucesso nas vendas. 1 HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO A comunicação é tão fundamental em nossas vidas quanto a alimentação, por exemplo, pois enquanto desenvolvemos e a praticamos, estamos alimentando e enriquecendo as relações humanas. Somos seres puramente sociais, nascemos imersos num mundo cheio de símbolos e significados, palavras que expressam nossas emoções e pensamentos; desde pequenos, enfrentamos o desafio de comunicar aquilo que temos como necessidade no momento. E esse desafio começa com a história da humanidade. Conhecer como se desenvolveu a comunicação humana nos permite entender a sua função de socialização, na medida em que consente a troca, a interação entre as pessoas, bem como o entendimento da construção de algo que nos une, integra e nos modifica, a saber, a linguagem. Percebendo a riqueza dessa construção ao longo de milhares de anos, valorizam-se as formas de comunicação do homem, pois por meio dela podemos estabelecer valores importantes numa sociedade, importantes nas relações pessoais e profissionais, como a honestidade e a afetividade e, assim, contribuirmos para um mundo melhor. Então, agora, vamos ver como aconteceu o desenvolvimento da comunicação desde a pré- história até os dias de hoje. Na história da evolução do homem, a comunicação se dava por meio de gestos. O homem primitivo precisava avisar de alguma maneira um perigo à vista, para isso utilizava diversos tipos de sons e fumaça, precisava-se entender os sinais de uma criança com fome e assim por diante. A seguir, você verá um vídeo com um trecho do filme Guerra do fogo, que retrata como era

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Comunicação Verbal e não Verbal no Ambiente de Trabalho

APRESENTAÇÃO

Nesta Unidade Curricular, você estudará sobre Comunicação Verbal e Não Verbal no ambiente de trabalho. O estudo da comunicação justifica sua importância como instrumento de união entre seres humanos, a ponte para entendermos o outro e nos expressarmos.

Para que você se torne um ótimo vendedor, é preciso saber utilizar e entender os processos de comunicação – instrumento essencial das relações humanas.

Geramos e resolvemos conflitos com a comunicação. Especialmente quando se fala de mercado de trabalho, é fundamental buscar desenvolver boas maneiras de se comunicar para conquistar clientes.

Desejamos uma boa leitura e bons estudos, e que você possa, a partir desta Unidade Curricular, estabelecer uma comunicação objetiva, clara e concisa com seus clientes, e obter sucesso nas vendas.

1 HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO

A comunicação é tão fundamental em nossas vidas quanto a alimentação, por exemplo, pois enquanto desenvolvemos e a praticamos, estamos alimentando e enriquecendo as relações humanas. Somos seres puramente sociais, nascemos imersos num mundo cheio de símbolos e significados, palavras que expressam nossas emoções e pensamentos; desde pequenos, enfrentamos o desafio de comunicar aquilo que temos como necessidade no momento. E esse desafio começa com a história da humanidade.

Conhecer como se desenvolveu a comunicação humana nos permite entender a sua função de socialização, na medida em que consente a troca, a interação entre as pessoas, bem como o entendimento da construção de algo que nos une, integra e nos modifica, a saber, a linguagem.

Percebendo a riqueza dessa construção ao longo de milhares de anos, valorizam-se as formas de comunicação do homem, pois por meio dela podemos estabelecer valores importantes numa sociedade, importantes nas relações pessoais e profissionais, como a honestidade e a afetividade e, assim, contribuirmos para um mundo melhor.

Então, agora, vamos ver como aconteceu o desenvolvimento da comunicação desde a pré-história até os dias de hoje.

Na história da evolução do homem, a comunicação se dava por meio de gestos. O homem primitivo precisava avisar de alguma maneira um perigo à vista, para isso utilizava diversos tipos de sons e fumaça, precisava-se entender os sinais de uma criança com fome e assim por diante.

A seguir, você verá um vídeo com um trecho do filme Guerra do fogo, que retrata como era

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importante o fogo para a sobrevivência e como cada tribo protegia o seu. O vídeo é ótimo para vermos como acontecia a comunicação por sons e gestos. Aqui apresentamos um trecho pequeno, mas recomendamos que você o assista inteiro, para analisar o modo de comunicação da época. Assista ao vídeo a Guerra do Fogo (na unidade de estudo - parte 1, disponível no ambiente virtual de aprendizagem).

Já na pré-história, o homem sentia necessidade de registrar seu cotidiano, demonstrar suas maneiras de caça e alimentação, por exemplo. Nessa época, essa possibilidade eram as pinturas rupestres (Figura 1), desenhos nas pedras das cavernas onde habitava ou em outros locais do seu povoado. Em Santa Catarina, encontramos exemplos clássicos de tais pinturas na praia do Costão do Santinho, na cidade de Florianópolis.

Ao fazer esses registros, o homem começa a contar a própria história e, dessa maneira, passa adiante suas práticas e conhecimentos; portanto, desde os primórdios da civilização, ele sentia a necessidade de comunicação.

Figura 1 – Inscrições Rupestres

Fonte: http://www.flickr.com/photos/dumarafon/270459883/

Alguns teóricos afirmam que as palavras foram criadas com base nos sons daquilo que queriam representar, e outros dizem que, se assim fosse, muitas palavras que não estão ligadas a um som específico não existiriam.

Com a invenção da escrita no Oriente Médio e com a viagem dos Fenícios para Grécia, em 3.000 a. C., a possibilidade de registro é ampliada, modificando a relação entre tempo e espaço, deixando para as gerações futuras importantes informações registradas.

Conforme a possibilidade de comunicação do homem foi crescendo, passando de pinturas rupestres à escrita, o conhecimento foi se transformando e o aperfeiçoamento das formas de comunicar-se gerando mudanças significativas em nossa sociedade. Informações importantes

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para as pessoas eram passadas nas praças e escritas nas pedras. Um exemplo da evolução foi a criação do papel, um marco significativo na comunicação. Originado em diversos povos e feito com diferentes processos e materiais, tornou-se indispensável para a transmissão de conhecimentos. A escrita feita à mão (manuscritos) era a tradicional forma de acesso aos conhecimentos e informações. Contudo, em 1438, na Alemanha, surge a tipografia, que possibilita o registro em larga escala. Alguns estudiosos consideram a tipografia como o início da comunicação de massa, ou seja, a comunicação passa a atingir uma grande parte da população. Veja na Figura 2 o equipamento utilizado para impressão tipográfica .

Figura 2 - Tipógrafo

Fonte: http://galolaranja.wordpress.com/2010/10/22/processos-de-impressao/

O uso da eletricidade permitiu mudanças maiores ainda, e há aproximadamente trezentos anos surgem inventos como o telégrafo e o telefone. Dessa forma, as distâncias ficaram pequenas, aproximando as pessoas e trazendo para a humanidade um dos meios de comunicação mais usado. Veja uma imagem do telégrafo (Figura 3) e, em seguida, uma imagem mostrando um pouco da evolução do telefone (Figura 4).

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Figura 3 - Telégrafo

http://wwwcomunicatec.blogspot.com/2011/03/desde-antiguidade-o-homem-vem-criando.html

Figura 4 – Evolução do telefone

http://pt.dreamstime.com/phone-evolution-image4950851

O jornal impresso origina-se há mais de dois mil anos; no Brasil, entretanto, data de 1800 o primeiro exemplar. Reflita um pouco sobre a importância do jornal nos dias de hoje, da sua leitura diária... Há uma exigência social e profissional de que estejamos sempre atualizados. Mas, com toda a rapidez e facilidades das mídias televisivas, o estímulo à leitura acaba ficando em segundo lugar. Contudo, fala bem aquela pessoa que lê bem. Precisamos continuar nossas leituras diárias, seja de jornal, revista informativa, seja de bons livros, que nos façam soltar a imaginação para que a nossa habilidade de comunicação esteja sempre em desenvolvimento. Podemos ainda citar a invenção do rádio em 1900, permitindo alcançar um número ainda maior de pessoas para informar os acontecimentos políticos e sociais. Na década de 1920, surge a televisão e na de 40, o computador, chegando até o que conhecemos hoje: as mais modernas máquinas, as quais são ultrapassadas por um novo modelo praticamente todo mês, caracterizando a nossa atual sociedade pós-moderna consumista.

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Para finalizar nossa viagem sobre a história da comunicação, citamos a internet, que revolucionou a vida humana. Na década de 1960, idealizou-se uma troca de dados entre computadores, tornando-se hoje um dos meios de comunicação de massa mais importante. Hoje em dia é possível fazer pesquisas, encontrar pessoas em redes sociais, jogar vídeo-game interagindo com outras pessoas, ou seja, há milhares de possibilidades de comunicação pela internet.

O interessante em passear pela história da comunicação é destacar e valorizar os recursos que podemos utilizar na nossa vida profissional, para que a relação com o cliente seja enriquecida.

Todos esses recursos que facilitam nossa comunicação são importantes, mas antes de tudo, é necessário o domínio da fala, de bem articular pensamentos e saber colocar suas emoções a favor da relação humana. Pois afinal de contas, é a partir dela que interagimos e sentimos uma integração num grupo. Por isso veremos agora Comunicação e Cultura.

1.1 COMUNICAÇÃO E CULTURA

Como vimos na História da Comunicação, a fala e a escrita foram criadas pelo homem ao longo de seu desenvolvimento, e isso foi modificando sua forma de estar no mundo pela expressão de uma cultura e de todos seus hábitos que caracterizam uma população. Entende-se por cultura o conjunto de valores, normas e práticas sociais. Desse modo, ao mesmo tempo em que o homem constrói uma cultura, é também construído por ela. Assim como na comunicação verbal e não verbal, a partir de seu desenvolvimento o homem também se modifica.

O Brasil tem em sua história colonizações e imigrações que deram ao país cores e formas diferentes por todos os estados, criando uma grande miscigenação, uma mistura de povos que marcam a diversidade cultural como uma das nossas grandes características. Os mais diversos sotaques demonstram uma herança das diferentes formas de expressões. Respeitar e entender cada uma delas é fundamental para que se estabeleçam relações de paz, troca de informações e assim sejam agregados conhecimentos.

Cada país também tem suas formas de estabelecer comunicações, e precisamos estar atentos a isso quando estamos diante de pessoas com culturas diferentes. O cumprimento, por exemplo, é algo bem fácil de visualizar: o brasileiro cumprimenta com um beijo, o europeu apenas com um aperto de mão, os homens árabes se cumprimentam com um beijo no rosto. Além desses exemplos, há diversas maneiras de comunicação verbal e não verbal que exemplificam a riqueza das culturas e suas expressões.

Por isso, na relação com o cliente, precisamos perceber quais os valores culturais que ele demonstra em seu comportamento, para que dessa forma o respeito e a flexibilidade trabalhem a favor do vendedor e do próprio cliente, que, consequentemente, será bem atendido.

É preciso compreender e valorizar as diferenças, já que por meio da comunicação mostram-se as formas de uma pessoa ser e estar no mundo. E pela comunicação, deixamos um pouco de nós no outro e, também, ficamos com um pouco deste. Identifique os diversos aspectos

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culturais, assistindo o vídeo Hino Nacional SEBRAE (na unidade de estudo - parte 1, disponível no ambiente virtual de aprendizagem).

Após esse apanhado histórico e da reflexão sobre a influência da comunicação da cultura, e por sua vez da cultura sobre a comunicação, vamos ver de fato o que é comunicação.

1.2 MAS O QUE É COMUNICAÇÃO?

O objetivo da comunicação é a transmissão de mensagens, que acontece por meio da fala, da escrita, de olhares, gestos, expressões faciais, vestimenta (roupas e tudo o que serve para cobrir o corpo), da postura, etc. Um policial, por exemplo, não precisa dizer que é policial quando está fardado.

A comunicação ocorre nas situações em que há intenção de emitir uma mensagem e produzir uma reação ou efeito sobre o outro. Ela é um atributo (qualidade própria) da atividade humana. Desde criança, somos estimulados a desenvolver a comunicação, com os pais ensinando as primeiras palavras aos filhos e tentando entendê-los, em sua comunicação ainda primária, como você poderá assisitir no vídeo Comunicação Primária (na unidade de estudo - parte 1, disponível no ambiente virtual de aprendizagem).

O entendimento social, familiar e profissional depende da comunicação. Quando eficaz e hábil, ela é a base do sucesso para qualquer atividade profissional.

Veremos agora os tipos de comunicação, que, por sinal, levam o nome desta Unidade Curricular: comunicação verbal e não verbal.

1.3 TIPOS DE COMUNICAÇÃO

O homem sempre precisou dar sentido ao que via e vivia; não é à toa que filósofos sempre se ocuparam com tantas perguntas, pois o importante é continuar a perguntar e não somente encontrar respostas. É a curiosidade movendo o homem a novos lugares.

Logo, comunicar é fazer sentido, que uma informação ou conhecimento tenha um significado para o outro, diferenciando e classificando as coisas à nossa volta. Veremos agora como construímos sentido por meio da comunicação verbal e não verbal.

1.3.1 Comunicação verbal

Quando falamos de comunicação verbal, o código utilizado é a palavra. É a palavra que distingue o homem das outras espécies. O homem é a única espécie animal que usa palavras para registrar

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o que faz, o que vê, seja verbalmente, seja pela escrita. O homem que representava as coisas com gestos, desenhos e imagens, atinge com a palavra o ponto mais alto da representação simbólica.

A comunicação verbal se faz de forma oral ou escrita. Não há notícias de povos que não tenham desenvolvido a comunicação oral, mas há culturas que subsistem mesmo sem terem conhecido qualquer tipo de código escrito. Trata-se a fala e a escrita de duas maneiras diferentes de manifestação da comunicação verbal, cada uma delas possuindo suas características, suas regras e seus recursos próprios. A fala é espontânea, sendo adquirida pelo indivíduo tão somente pelo contato com a sua comunidade linguística; enquanto a escrita é algo recente, que requer aprendizagem e não desabrocha espontaneamente. A fala é anterior à escrita, possuindo um caráter universal, isto é, todos os povos falam.

É imprescindível para um profissional da área de vendas a aquisição desses conhecimentos, mais ainda o desenvolvimento da habilidade de se comunicar. Essa habilidade é muito valiosa na hora de encarar o “personagem vendedor”.

1.3.2 Comunicação não verbal

Tudo bem que a comunicação verbal, por meio das palavras, seja bem eficiente e nos possibilite a troca de informações. Mas não podemos dizer que ela tem 100% de eficiência sozinha. A comunicação não verbal tem um papel importante nesse processo de comunicação. Então vejamos o que é comunicação não verbal.

As comunicações não verbais são sinais que produzimos, como os gestos que fazemos, por exemplo. Elas acontecem por meio do corpo, das expressões corporais. Elas estão relacionadas com as emoções e sentimentos que expressamos com as mãos, os olhos, a boca, a cabeça, enfim, com cada expressão proporcionada pelo nosso corpo.

A comunicação não verbal auxilia, muitas vezes, a fala. Todavia, gestos, cores, sinais podem ser usados sem estarem necessariamente ligados a ela. Podem ocorrer com autonomia, como os sinais de trânsito ou o código dos surdos, por exemplo.

A comunicação não verbal nem sempre possui a clareza das palavras, mas é carregada de significados. As novelas, por exemplo, passaram a ser muito mais interessantes quando transmitidas pela televisão e não apenas pelo rádio. Na televisão, o espectador pode observar emoções e sentimentos que os atores expressão entre uma fala e outra. Observe exemplos de comunicação não verbal assistindo o vídeo "E o Vento Levou" (na unidade de estudo - parte 1, disponível no ambiente virtual de aprendizagem).

Conseguimos entender o que outro quer expressar, porque gestos e comportamentos são passados de um para outro integrante do grupo até definirem uma cultura. Alguns desses gestos são reproduzidos e copiados da própria televisão, seja em jornais, seja nas novelas.

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Muitos sinais de comunicação não verbal, que podem acompanhar uma comunicação verbal como também podem ocorrer de forma autônoma, reforçam, substituem ou contrariam a fala. Alguns desses sinais são os gestos, expressão facial, postura, ocupação do espaço e toque. Esses sinais são chamados de Sinais Paralinguísticos.

Veremos, a seguir, a relação entre comunicação e linguagem.

1.3 LINGUAGEM

A comunicação acontece por meio da linguagem. Praticamente toda vivência humana envolve a comunicação para a expressão de pensamentos e sentimentos. Essa expressão é possível por meio de recursos, como palavras, gestos, expressões faciais, sinais visuais, como as placas de trânsito, e símbolos. Esses recursos representam os tipos de comunicação: verbal e não verbal.

A comunicação verbal – que é a fala propriamente dita – e todos os códigos utilizados pela escrita dizem respeito à linguagem. A fala é a utilização individual da língua, pelo uso do aparelho fonético e respiratório que produzimos sons e ritmos.

Ao utilizar a linguagem, algumas pessoas podem se destacar mais em uma forma de comunicação do que em outra, como na escrita, na fala, ou nas expressões faciais, etc.

Utilizamos a expressão “língua estrangeira” quando nos referimos ao modo de falar, de escrever, de se expressar de cada povo, de cada país, como o português e o inglês, por exemplo.

Veremos agora a relação da comunicação com a linguagem – instrumento que permite significados.

A linguagem pode ser definida como combinações entre palavras escritas, faladas e gesticuladas, enquanto pensamos e falamos. Pode ser definida ainda, segundo Pimenta (2009), como um sistema de signos que se combinam a partir de regras. Os signos se referem a um objeto ou ideia, e se dividem em significado e significante.

Signo – significado – é a compreensão, o entendimento do conceito que foi construído.

Signo - significante – é o que aparece concretamente, ou seja, a palavra, o som ou o gesto.

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Vejamos um esquema para exemplificar:

Dessa forma, associando sons, gestos e objetos, origina-se o signo e, assim, com a criação de diversos signos e sua organização e processo para combiná-los nasce a linguagem.

Mas esses signos podem representar também um ícone ou um símbolo. Um ícone é aquele signo que é semelhante ao objeto que se quer representar, como os mapas e os retratos (pinturas). Já o símbolo é um signo que representa uma construção social acerca de uma experiência, por exemplo, a pomba, como o símbolo da paz.

Em diferentes contextos, situações, os signos podem ter mais de um significado. Por exemplo, a palavra “vela”:

- Vou acender uma vela, pois acabou a luz.

- Fui ao cinema com minha irmã e o namorado, e fiquei segurando vela.

Como visto, existem muitas combinações de palavras que usadas em diferentes contextos expressam significados diferentes. E a possibilidade de brincar com as palavras dá espaço a poemas, trocadilhos, rimas versos e prosas.

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Vejamos uma poesia para ilustrar o que foi dito:

Meu Sonho (Cecília Meireles)

Parei as águas do meu sonhopara teu rosto se mirar.Mas só a sombra dos meus olhosficou por cima, a procurar...Os pássaros da madrugadanão têm coragem de cantar,vendo o meu sonho interminávele a esperança do meu olhar.Procurei-te em vão pela terra,perto do céu, por sobre o mar.Se não chegas nem pelo sonho,por que insisto em te imaginar?Quando vierem fechar meus olhos,talvez não se deixem fechar.Talvez pensem que o tempo volta,e que vens, se o tempo voltar.

Essa poesia é um exemplo do uso da chamada linguagem simbólica, a qual se utiliza da imaginação e acontece por meio de analogias e metáforas. De acordo com Chaui (1999), analogia são as semelhanças entre palavras e sons e entre palavras e coisas. Como em uma das estrofes acima “Se não chegas nem pelo sonho, por que insisto em te imaginar?”. A metáfora é o emprego de uma palavra ou de um conjunto de palavras para substituir outras e criar um sentido poético para a expressão. Exemplo “Parei as águas do meu sonho para teu rosto se mirar.”

O uso da linguagem simbólica em situações de venda, por exemplo, pode contribuir, pois possibilita maior aproximação entre as pessoas, sendo uma linguagem mais afetiva e emotiva. Quanto mais interessante for o discurso, mais marcante e difícil de esquecer será. A maioria das pessoas gosta de ouvir histórias e ter comparações, pois isso oferece imagens e complementa a linguagem envolvendo o receptor da mensagem.

Outra vantagem da linguagem simbólica é que ela nos leva através da imaginação para aquilo que poderia ter sido, ou poderá ser; transita entre os tempos, saindo do presente e permitindo que os desejos se aflorem.

Quando falamos em linguagem, precisamos levar em consideração os sinais paralelos à fala, que são os sinais paralinguísticos.

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2 SINAIS PARALINGUÍSTICOS: PARALELOS À FALA

Enquanto nos comunicamos, além das palavras, nosso corpo também fala; temos, portanto, uma linguagem corporal. Veremos agora alguns sinais dessa linguagem, sinais chamados de paralinguísticos, que são próprios de cada cultura e, por isso, variam de um lugar para o outro. É por meio desses sinais que se realiza a comunicação não verbal.

Os sinais comunicativos, que são paralelos à fala, podem ser classificados como:

► gestos: movimentos corporais, como o aperto de mão;

► expressões faciais: olhares, sorriso, mexer as sobrancelhas. Ou seja, o ditado popular “caras e bocas”;

► postura: movimentos do corpo, como balançar as pernas, por exemplo;

► ocupação do espaço: estar perto ou longe da pessoa que está se comunicando;

► toque: movimentos dos dedos e mãos para se aproximar do outro.

Cada povo tem sinais diferentes de comunicação, como vimos no tópico Comunicação e Cultura. Atualmente, fala-se muito da comunicação áudio-visual, em razão de toda a evolução nas tecnologias da comunicação. Mas imagine na época do cinema mudo, a capacidade de comunicação não verbal das pessoas era muito mais utilizada e desenvolvida. E precisamos valorizá-la, já que ocupa uma grande parte na nossa comunicação.

Assista o vídeo do Charlie Chaplin (na unidade de estudo - parte 1, disponível no ambiente virtual de aprendizagem), que é referência quando falamos da época do cinema mudo e que, com suas comédias atrapalhadas, diverte-nos até hoje.

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A linguagem do corpo, aquilo que comunicamos por intermédio dele, pode ser emitida e recebida espontaneamente, sem que seja emitida com uma intenção específica. Esses sinais, que aparecem sem que a gente perceba, podem ainda contradizer aquilo que está sendo dito. A frase “pode ir que não fico preocupado” facilmente pode ser contradita (o contrário de) pela testa e sobrancelhas enrugadas.

Faz parte do estilo de se comunicar de cada um utilizar linguagem corporal. Há pessoas que são mais expressivas com o corpo do que outras.

A comunicação do corpo é uma expressão simbólica, e aqui o simbolismo é no sentido de significar, representar aquilo que está sendo ou não dito. Pense o que simboliza, o que representa para você braços cruzados durante uma conversa, ou mão na boca, no bolso, o bocejo, as pernas cruzadas, etc. Para cada um desses gestos certamente você pensou em algo que tenha vivenciado ou visto.

Pois bem, cada indivíduo fará sua interpretação. Um sujeito está caminhando enquanto outro se aproxima com as mãos no bolso. Imediatamente o primeiro começa a pensar que ele está carregando alguma coisa e pode ficar com medo, e o outro também pode achar estranho os olhares e os passos rápidos do primeiro. Mensagens como as emitidas pela linguagem corporal levam a interpretações distintas e precisam ser confirmadas, como qualquer outro tipo de comunicação, para que não haja mal-entendidos.

A linguagem corporal acaba sendo esquecida, pois a valorização da palavra, daquilo que se comprova é muito maior. Prestando mais atenção em nossas expressões corporais, enriquecemos nossa habilidade de comunicação.

Vejamos algumas dicas que podem contribuir significativamente nas relações interpessoais:

► gestos realizados abaixo do peito;

► expressões faciais que demonstrem interesse e respeito ao próximo;

► olhos nos olhos;

► distância e toque físico acolhedor, sem invadir o espaço do outro.

Até mesmo a forma de se vestir, as roupas e acessórios, a higiene bucal e corporal, a postura de ombros e cabeça, erguida ou abaixada, também fazem parte da linguagem corporal e podem ser trabalhadas para o aperfeiçoamento daquilo que se deseja comunicar.

Isso é algo bem importante de destacarmos aqui, pois aquela velha expressão de que “a primeira impressão é a que fica” se faz verdade diante de situações de venda. A forma como você se apresenta representará o que você é. A boa aparência inclusive influencia na autoestima, pois, se cuidamos da nossa aparência, estamos cuidando e dedicando atenção a nós mesmos. O interessante é encontrar um equilíbrio, pois, como em tudo na vida, a falta e o excesso são posturas radicais.

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Contudo, a linguagem corporal, se utilizada isolada da fala, também pode gerar distorções. As interpretações que fazemos a respeito dos comportamentos dos outros, nem sempre correspondem àquilo que se desejava emitir como mensagem. Uma pessoa que tem habilidade em mentir e dissimular emoções pode nos enganar facilmente.

Dessa forma, atente para a maneira como você captura o ouvinte, explicite (deixar claro) a questão a ser comunicada, exemplificando e indicando o ponto a ser tratado, estabeleça confiança. No entanto, para isso, você deve ter confiança em você mesmo, acreditar e desejar desfechos favoráveis, pois se você não acreditar, dificilmente outro alguém acreditará.

Vimos que, por meio das palavras escritas e faladas, e pelo uso do corpo, emitimos mensagens. Saber o que se quer passar faz toda a diferença.

Agora que já percorremos a história da comunicação e entendemos questões importantes como cultura e linguagem, e ainda definimos o que é comunicação verbal e não verbal, podemos nos aprofundar mais no tema comunicação.

3 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Temos como elementos da comunicação o emissor, o receptor (Figura 5), a mensagem, o canal e o códigos. É claro que, quando estamos comunicando-nos, não ficamos pensando em cada um desses elementos a todo o momento. Todavia, é fundamental o entendimento de cada um deles para que possamos melhorar nossas comunicações, assim diminuindo as falhas e os ruídos; assunto sobre o qual, veremos detalhadamente mais à frente.

Emissor: É aquele que tem a iniciativa de emitir a mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo, uma empresa, uma instituição.

Receptor: É quem recebe a mensagem, que pode, em seguida, tornar-se um emissor. Pode ser ouvinte ou leitor e também pode ser individual ou coletivo.

Mensagem: É o conteúdo das informações transmitidas, que o emissor envia ao receptor.

Canal: É o meio físico ou virtual que possibilita a transmissão da mensagem. Canal visual: imagens, escrita. Canal sonoro: fala, música. O canal deve garantir o contato entre emissor e receptor.

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Código: É a linguagem utilizada, a maneira pela qual a mensagem se organiza. O código é formado por um conjunto de sinais, em que cada um dos elementos tem significado em relação com os demais. Pode ser oral ou escrita, gestos, código Morse, sons, etc. O código deve ser de conhecimento de ambos os envolvidos: emissor e receptor. Uma conversação entre deficientes auditivos só é compreensível por aqueles que conhecem o código gestual particular que eles utilizam para se comunicar.

Figura - Comunicação

http://ntevaiceat.blogspot.com/2009/04/trabalhos-dos-dias-22-e-23-de-abril-os.html

3.1 FEEDBACK

Este elemento da comunicação vem sendo muito requisitado no âmbito profissional. Sem uma tradução específica na língua portuguesa, considera-se como “retroalimentação” na comunicação. É como se fosse o retorno da mensagem pelo receptor ao emissor. Relaciona-se com a capacidade de darmos e recebermos opiniões, críticas e sugestões, e percebermos isso como algo construtivo. Pois algumas vezes é difícil escutar aquilo que não está indo bem na vida pessoal ou profissional. Contudo, para melhorar a relação, é preciso saber o que incomoda cada um dos envolvidos. Se analisarmos, produtos são melhorados diante daquilo que os clientes reclamam.

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No entanto, não é tarefa muito fácil dar feedback também, afinal estamos lidando com sentimentos; e como será sempre frisado aqui, o respeito pelo outro é fundamental.

É necessário ter humildade para dar e receber feedback. O outro tem direito de expressar aquilo que não o agrada em nós, assim como nós temos tal direito também.

Estas são frases que você pode usar para começar a conversa e organizar seus pensamentos.

1. Quando você faz isso, tem esse impacto sobre mim.

2. Quando você faz isso, você não está atingindo esses objetivos específicos.

3. Você pode estar atingindo seus objetivos, mas veja que existe um custo muito alto não reconhecido.

4. Existe alguma coisa que eu esteja fazendo que possa estar provocando tal comportamento?

Enfim, exercitar a habilidade de dar e receber feedback contribui nas relações profissionais, pois possibilita que você conheça melhor seu cliente e também confiando a ele a possibilidade do seu crescimento profissional.

3.2 RUÍDO

Nem sempre uma mensagem chega completa e fidedigna (verdadeira, digno de todo o crédito) ao receptor; pode haver empecilhos (coisa que estorva, dificulta; Obstáculo) na transmissão da mensagem que dificultem o entendimento pelo receptor. A esses empecilhos damos o nome de ruído, que é “tudo aquilo que distorce a qualidade de um sinal”, segundo a definição dos técnicos em matemática e eletrônica.

Se você está dirigindo um carro e não percebe o que está escrito na placa de sinalização porque está com sua atenção voltada no som do rádio, podemos dizer que as notícias do rádio foram ruídos, porque elas fizeram com que a mensagem da placa de sinalização se perdesse.

É comum encontrar empresas que utilizam como meio de comunicação entre os colaboradores o e-mail (correio eletrônico), com a finalidade de diminuir os ruídos. Nos recados de setor para setor, a mensagem pode chegar muito diferente, pois conta-se com interferências, como a interpretação dos colaboradores/receptores, o tom de voz do emissor, que pode não atingir toda a sala, o barulho dos equipamentos, entre outros ruídos. No e-mail, a mensagem é a mesma para todos os colaboradores e só se conta com a interpretação do receptor e um bom texto do emissor.

Podemos concluir que ruído é tudo o que prejudica a compreensão da mensagem.

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4 GRAMÁTICA

A gramática é o estudo das regras e leis que regem a linguagem. Recentemente tivemos uma Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa que modificou diversas regras, como o uso do trema, do hífen, etc. Devido à extensão do Novo Acordo, apenas o citamos aqui a título de curiosidade.

Veremos sobre pontuação, tempos verbais, uso de pronomes de tratamento e vícios de linguagem. Saber essas regras é importante para a elaboração de texto claro sobre o que se quer comunicar.

4.1 PONTUAÇÃO

Um texto bem elaborado é aquele que o leitor compreende com facilidade. Para tanto, é necessário que o escritor esteja atento ao uso da pontuação. Ela pode alterar o sentido de qualquer frase se empregada de forma errada. Os sinais de pontuação são utilizados para enfatizar um termo ou indicar ao leitor uma maior ou menor pausa na leitura.

No quadro a seguir, vamos mostrar alguns exemplos de como podem ser usadas cada uma destas pontuações: vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos, aspas, reticências, parênteses, travessão e ponto final. No quadro, a primeira coluna mostra como pode ser usada a pontuação e, na segunda, há exemplos de uso.

Vírgula

Regra Exemplo

Separa explicações.Não deu amor aos filhos, isto é, não foi pai.Leu, ou melhor, devorou o livro.

Separa nome de lugar antes de data. Rio de Janeiro, 9 de abril de 2010.Entre elementos enumerados. Tem livros, réguas, canetas e pastas.Antes de mas também, como também (em correlação com não só).

Não só escreve bem, como também fala cinco idiomas.

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Ponto-e-vígula

Regra ExemploPara fazer uma pausa maior que a da vírgula e menor que a do ponto.

Algumas cartas já chegaram; não quis ler nenhuma.

Separa orações que já têm vírgula no seu interior.

O pai, um ancião, vivia dentro de casa; perdera, aos poucos, o gosto pela vida.

Aparece no final dos itens de uma enumeração.

Apresentaram-se três propostas:

a) redução do quadro de pessoal; b) corte dos investimentos; c) retenção dos lucros.

Dois-pontos

Regra Exemplo Antes de citações. O líder indagou: “Quantos ficaram?”.

Antes de explicação ou esclarecimento.Brinquedos espalhados no chão: eis o quarto do meu filho. Cidade em pânico: fugiu o assassino.

Depois de invocação nas correspondências. Prezado companheiro:Depois de exemplo, nota, observação. Obs.: os números se referem aos itens.Depois de a saber, tais como, por exemplo. Tem três tesouros, a saber: mãe, mulher e filho.

Aspas

Regra ExemploNo início e no final das transcrições. Disse Millôr Fernandes: “É melhor ter mau

hálito do que não ter hálito nenhum”.Destacam palavras ou expressões nos enunciados de regras.

Não se usa, regido de preposição, o pronome “eu”.

Indicam estrangeirismos, gírias, arcaísmos, formas populares, etc.

Foi um grande “furo”.

Destacam palavras empregadas em sentido irônico.

É muito “assíduo”: no mês passado, só veio três vezes.

Destacam títulos de obras. Jorge Amado escreveu “Tocaia Grande”.

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Reticências

Regra Exemplo

Indicam interrupção ou suspensão decorrente de hesitação, surpresa, emoção.

Vivo mais um dia sem a sua presença... Eu... quer dizer... nós... quem sabe... um aumento.

Para realçar uma palavra ou expressão seguinte.

Você quer continuar do nosso lado ou... morrer?

Indicam interrupção provocada, com intuito irônico, pelo autor, que deixa, por conta do leitor, a continuação óbvia da frase.

Os ministros trabalham; já o presidente...

Parênteses

Regra Exemplo

Separam a intercalação de uma explicação ou de um comentário.

A exposição, feita verbalmente (a datilógrafa havia faltado), não convenceu. As casas (90% brancas) eram lindas.

Separam a indicação da fonte da transcrição “Governo muda poupança.” (O Globo)

Separam a sigla do estado depois da cidade e a sigla de empresa, órgão ou qualquer outra entidade após o seu nome completo.

A sede da empresa fica em Recife (PE). O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) cresce.

Separam uma unidade (moeda, peso, medida) equivalente a outra.

Cada quilo custa US$10,00 (R$ 12,00)

Travessão

Regra ExemploÉ usado, duplamente, para destacar uma palavra ou expressão.

Todos os empregados – destacadamente os mais novos – apoiaram a decisão.

Aparece, nos diálogos, antes da fala de um interlocutor e, depois dela, quando se segue uma identificação de quem falou.

– Podemos decidir? – disse Júlio. – Ainda não! – gritou alguém. – Qual o motivo?

Liga palavras ou grupos de palavras que indicam início e final de percurso.

Barcas Rio–Niterói. O ônibus faz o trajeto Rio–Macaé.

É usado, duplamente, para facilitar a leitura quando um trecho extenso se intercala em outro.

A chefia ordenará a pronta revisão do projeto – devendo ser refeitos os cálculos da área –, designará uma comissão e fixará um prazo.

Antes de mas também, como também (em correlação com não só).

Não só escreve bem, como também fala cinco idiomas.

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Ponto final

Regra Exemplo

Aparece no final da frase, quando se conclui todo o pensamento.

O tempo dirá que as previsões não resultam de pessimismo exagerado. Espero que tomem a melhor decisão.

É usado nas abreviaturas. Quando a abreviatura está no final da frase, não há outro ponto.

Sr., pág., cia. Comprou livros, papéis, canetas, etc.

Separa as casas decimais nos números, salvo nos indicativos de ano.

127.814; 22.715.810. Só volto no ano 2000.

4.2 TEMPOS VERBAIS

O verbo é uma palavra que apresenta variação de acordo com o tempo verbal que está sendo usado. Os tempos verbais são:

► Tempo presente: acontece enquanto se fala. Pode denotar (significar) ação momentânea ou contínua.

► Tempo pretérito: aconteceu antes do momento em que se fala.

► Tempo futuro: acontecerá depois do momento em que se fala.

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Vejamos um quadro de exemplo (PIMENTEL, 2008):

Regra ExemploO verbo refere-se ao tempo presente, isto é, a ação acontece enquanto o emissor fala.

Hoje me sinto bem neste local.

Os verbos fazem referência ao tempo pretérito, ou seja, as ações aconteceram antes do momento que o emissor fala.

● Os verbos mudei e vim estão no pretérito perfeito, pois se referem a ações passadas e concluídas.

● O verbo morava está no pretérito imperfeito, pois indica uma ação não concluída ou uma ação habitual do passado.

● A forma verbal chegara faz referência a uma ação já pretérita em relação a outro pretérito – mudei e vim.

Quando me mudei pra cá, vim a convite de minha tia, que morava aqui e chegara três anos antes.

A indicação de tempo de transformaria é exemplo do que se chama futuro do pretérito, porque denota uma ação futura dentro do passado.

Minha vinda transformaria por completo a aparência do lugar em menos de um ano.

A forma verbal quererá está no futuro, porque denota um sentimento, uma vontade que só vai acontecer depois do momento em que se fala.

Judite quererá ir com Gustavo ao teatro.

4.3 PRONOMES DE TRATAMENTO

Os pronomes de tratamento, como já anunciam no próprio nome, são utilizados para tratar as pessoas de uma forma específica. Eles substituem os pronomes pessoais retos (Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles), mas levam o verbo sempre para a terceira pessoa, veja os exemplos:

A gente briga, diz tanta coisa. (Substituindo a primeira pessoa: eu, nós.)

Você está louco! Vossa Excelência agiu certo. (Substituindo a segunda pessoa: tu, vós.)

Sua Excelência agiu certo. Sua Alteza virá. (Substituindo a terceira pessoa: ele, eles.)

Esses exemplos ilustram o uso dos pronomes e a substituição por pronomes de tratamento. Veremos agora um quadro, para saber em que situações é usado cada pronome de tratamento:

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Pronomes de Tratamento Abreviatura (singular e plural)

Usados para:

Você V. e VV. Pessoas familiares, íntimasSenhor, Senhora Sr. Sra. e Srs., Sras. Pessoas com as quais se

mantêm certo distanciamento respeitoso

Vossa Senhoria V. Sa. e V. Sas. Pessoas de cerimônia, principalmente em textos escritos, como: correspondências comerciais, ofícios, requerimentos, etc.

Vossa Excelência V. Exa. e V. Exas. Altas autoridades: presidente da República e vice, ministros, governadores e vices, prefeitos, membros dos tribunais regionais, embaixadores, etc.

Vossa Reverendíssima V. Revma. e V. Revmas. Sacerdotes e religiosos em geral

Vossa Eminência V. Ema. e V. Emas. CardeaisVossa Santidade V. S. não tem plural PapaVossa Alteza V. A. e VV. AA. Príncipes e DuquesVossa Majestade V.M. e VV. MM. Reis e Rainhas

Esses pronomes nos auxiliam a lidar com pessoas de todo grau que possamos ter de intimidade e, no meio profissional, são importantes na medida em que demonstram respeito para com o cliente que está sendo atendido.

4.4 VÍCIOS DE LINGUAGEM

Agora, é importante ressaltar alguns vícios de linguagem podem atrapalhar a comunicação verbal, tanto na fala quanto na escrita. Há uma exceção no que se refere à redundância, pois esta pode, em alguns casos, ser uma facilitadora da transmissão da mensagem.

Antes de começar a escrever ou discursar, vamos tomar conhecimento e prestar atenção em algumas expressões inadequadas, que acabam sendo incorporadas em nosso vocabulário. A essas expressões, damos o nome de vícios de linguagem.

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4.4.1 Redundância ou Pleonasmo

Redundância é a repetição da informação para garantir que a mensagem chegue ao receptor. Podemos perceber com frequência nas sinalizações das estradas (Figura 6 e 7) esse tipo de repetição, como os avisos de curva ou de obras na estrada.

Figura 6 - Sinalização

http://www.pedefigueira.com.br/cidade,1725,curva-da-morte-na-br-020-ganha-sinalizacao-vertical

Figura 7 - Sinalização

http://www.aen.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=129590&evento=25830

Nesses casos, a repetição é intencional, para chamar a atenção dos motoristas e garantir que eles recebam a mensagem.

A redundância pode ser usada como uma maneira de diminuir os ruídos na comunicação, mediante repetição da mensagem. Ela é muito utilizada no ensino e aprendizagem: o professor explica a tarefa de casa e também passa por escrito.

Mas, o uso da redundância nem sempre é positivo. Ela também pode ser a “vilã” do nosso texto ou discurso. Estamos falando agora da repetição desnecessária de expressões ou palavras.

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Vejamos alguns exemplos:

Maria recebeu uma “surpresa inesperada”, uma festa para comemorar seu aniversário, que com “certeza absoluta” ela adorou.

A redundância encontra-se na expressão “surpresa inesperada”, já que se subentende (percebe-se mesmo sem estar exposto) que uma surpresa é algo imprevisto, não há necessidade de reforçar com a palavra inesperada. Também pode ser observada na união das palavras “certeza absoluta”, pois se tenho certeza de algo, fica redundante reafirmar com a palavra “absoluta”. Portanto, basta dizer que:

Maria recebeu uma surpresa, uma festa para comemorar seu aniversário, que com certeza ela adorou.

Vamos a outros exemplos:

► Acabamento final

► Anexo junto à carta

► Superávit positivo

► Subir pra cima

► Juntamente com

► Conviver junto

► Criação nova

► Gritar bem alto

► Amanhecer o dia

► Há anos atrás

4.4.2 Ambiguidade

Este é um caso comum de vício de linguagem que consiste em confundir o leitor, já que uma mesma palavra ou expressão podem ter duplo sentido. Vamos direto aos exemplos retirados do site http://www.brasilescola.com

“Crianças que recebem leite materno frequentemente são mais sadias.”

As crianças são mais sadias porque recebem leite materno frequentemente, ou frequentemente são mais sadias porque recebem leite?

Eliminando a ambiguidade:

Crianças que recebem frequentemente leite materno são mais sadias.

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Crianças que recebem leite materno são frequentemente mais sadias.

“Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.”

O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes?

Eliminando a ambiguidade:

Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama.

Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama.

“Aquela velha senhora encontrou o garotinho em seu quarto.”

O garotinho estava no quarto dele ou da senhora?

Eliminando a ambiguidade:

Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dela.

Aquela velha senhora encontrou o garotinho no quarto dele.

4.4.3 Eco

Trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som, como por exemplo: O menino repetente mente alegremente. Muitas pessoas cometem este vício de linguagem talvez por não se preocuparem em reler o texto e observar que tal equívoco acaba por empobrecer uma produção textual. Quando estamos falando e percebemos que cometemos esse vício de linguagem, é comum ouvir: “rimou”.

Vamos aos exemplos:

Precisamos de uma reação contra essa destruição da nação.

Se o mundo não acabar e o mal continuar a se alastrar cada vez mais, onde vamos parar?

4.4.4 Cacofonia

Consiste na junção de sílabas; o final da primeira palavra une-se ao início da segunda, formando palavras indesejáveis para o texto ou discurso. Vamos direto aos exemplos:

Mande-me já o relatório.

Ela tinha apenas três anos quando o pai faleceu.

Eu hoje não vi ela.

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Já que não posso amar ela, vou para o convento.

Após alisarmos a respeito da escrita e suas formas, veremos agora como o falar depende de todo um sistema biológico respiratório, para que a comunicação oral se efetive.

Fechamos os tópicos em que vimos várias regras gramaticais que ajudam a elaborar discursos concisos (brevidade e clareza). Vejamos agora, então, como usar essas regras para elaborar bons textos.

5 ESTRUTURA DO ESBOÇO

Veremos neste tópico a estrutura de um texto, que se divide em introdução, desenvolvimento e conclusão. Essa divisão é para melhor escrevermos e, assim, podermos ser entendidos claramente. Mas, antes veremos um pouco sobre a importância da escrita.

5.1 ESCRITA

Quando falamos da importância da comunicação, não podemos esquecer-nos de quanto é essencial uma boa desenvoltura na hora da escrita. Aprendemos desde os primeiros anos do ensino escolar a produzir textos. Texto é uma unidade global de comunicação que expressa uma ideia ou trata de um assunto determinado, tendo como referência uma situação comunicativa concreta em que foi produzido, ou seja, o contexto.

5.2 A IMPORTÂNCIA DE SABER ESCREVER

A escrita faz parte do nosso dia a dia. Usamos a escrita a todo o momento, para deixar um recado a alguém, para escrever uma carta de amor, para redigir um ofício no trabalho e, até mesmo, para fazer uma receita de bolo.

Por intermédio da escrita, podemos expressar nossos sentimentos, emoções, nossas ideias. Mas, se não soubermos expressar o que queremos, a escrita torna-se um processo difícil e, com certeza, não seremos entendidos.

Independentemente da empresa ou do cargo que ocupe a habilidade na escrita sempre será positiva. Vamos imaginar um vendedor, que não tem habilidade na escrita e não a desenvolve acreditando que nunca irá precisar usá-la. E se seu empregador lhe pedir que faça um relatório sobre suas vendas, ou simplesmente que anote um recado que receberá ao telefone? Alguém que não tem a prática da escrita não vai ficar feliz em receber um pedido como esse. Portanto, independentemente do cargo que você assuma na empresa, nunca deixe de exercitar sua escrita.

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5.3 ESCREVER NÃO É DIFÍCIL

Quando escrevemos, estamos fazendo um registro, que serve para uma possível leitura, seja de outra pessoa ou para nós mesmos. Para isso, precisamos expressar nossos pensamentos de forma mais objetiva e clara possível.

Contudo, apenas bons pensamentos não bastam para elaborar um bom texto. Também é necessário termos algumas orientações básicas de como organizar e estruturar nosso raciocínio, além de entender um pouco as normas gramaticais da língua portuguesa.

O que vamos fazer aqui, depois de trabalhar normas gramaticais, é mostrar algumas formas diferentes de texto e dar algumas orientações de como estruturar um texto.

5.4 MAS COMO ESTRUTURAR MEU TEXTO? O QUE COLOCAR NA INTRODUÇÃO, DESEN-VOLVIMENTO E CONCLUSÃO

Um texto entre vinte e trinta linhas pode ser dividido, em média, em cinco parágrafos. Nesse exemplo, o primeiro parágrafo sera a introdução, o segundo, o terceiro e o quarto parágrafos corresponderão ao desenvolvimento e o quinto parágrafo apresentará a conclusão.

Veremos, agora, o que podemos colocar no título, introdução, desenvolvimento e conclusão de um texto.

5.4.1 Título

O título não foi incluído nos passos da elaboração do texto, pois percebemos que algumas pessoas preferem escolher o título antes para desenvolver o texto a partir dele, e outras preferem fazer o texto antes e dar um título que o defina.

5.4.2 Introdução

A introdução pode ocupar apenas um parágrafo, que deve iniciar com o tema e seguir como uma apresentação, com os três argumentos e o objetivo. A introdução é uma apresentação do texto, o leitor precisa identificar nesse parágrafo introdutório o que vai ler na sequência.

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5.4.3 Desenvolvimento

O desenvolvimento pode ocupar três parágrafos, cada um para uma argumentação. É nele que o escritor vai desenvolver seus argumentos, na tentativa de convencer o leitor com relação ao seu objetivo final.

5.4.4 Conclusão

O objetivo deve aparecer na conclusão, sempre de acordo com o que está escrito no desenvolvimento. A conclusão pode ocupar um parágrafo, em que o escritor vai finalizar seu texto.

Portanto, considerando um texto de cinco parágrafos, teremos a seguinte organização

INTRODUÇÃO Um parágrafo Tema, 3 argumentações, objetivo

DESENVOLVIMENTOUm parágrafo Argumentação 1Um parágrafo Argumentação 2Um parágrafo Argumentação 3

CONCLUSÃO Um parágrafo Objetivo

5.5 FORMAS DE TEXTO

Existem algumas maneiras de escrever aquilo que queremos comunicar. Portanto, todo texto é uma mensagem, que varia conforme a intenção do autor. Ele pode ser narrativo, descritivo ou dissertativo; no último caso ainda pode ser argumentativo ou informativo. É comum encontrarmos um texto que comporte todas essas formas de escrita. Veremos com detalhe cada uma dessas formas de texto.

5.5.1 Narração

Narrar é o ato de relacionar seres ou objetos mediante uma sequência lógica de ações e conseguir, com isso, causar alguma sensação no leitor.

As obras narrativas compõem-se basicamente de cinco elementos: enredo, personagens, tempo, espaço e foco narrativo.

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Narrador: Quem conta a história. O leitor toma conhecimento dos fatos por intermédio de um narrador.

Personagem: São as pessoas da história, isto é, são representações de seres humanizados. A relação entre os personagens caracterizam um estado narrativo.

Enredo: É a ordenação dos fatos, das ações, sequência de acontecimentos, que em uma narrativa recebe uma organização.

Tempo: É uma sequência de ações em progressão temporal. É a época, o período em que se passa a ação da narração.

Espaço: É o cenário das ações, o local onde estas se desenrolam.

Muitas vezes, usamos a narração em uma conversa, quando nos surge uma vivência para contar relacionada ao assunto que está sendo discutido. Há pessoas, por exemplo, que, ao contar uma história, nos envolvem com sua narração objetiva. Por outro lado, algumas pessoas se perdem na direção do raciocínio, sem conseguir passar uma mensagem clara com aquela história contada, e por isso acabamos nos distraindo e não prestando a atenção devida.

Em livros, encontramos diferentes tipos e estilos pessoais de narração, os quais imprimem suas características à obra literária, como um enredo que segue fatos e ações ordenadas, ou que misturam o tempo e os personagens, etc.

5.5.2 Descrição

Descrever é o ato de qualificar seres ou objetos dando-lhes características; para isso, o autor utiliza-se dos cinco sentidos com a finalidade de melhor demonstrar sua abstração sobre algo.

A descrição, diferente da narração, registra um momento estático, congelado no tempo. Não há anterioridade ou posterioridade, mas simultaneidade entre os objetos descritos. Uma descrição bem elaborada procura recriar na imaginação do leitor a imagem do que está sendo descrito.

Podemos descrever um personagem fisicamente, por meio de suas ações, opiniões, gostos, sentimentos. Do mesmo modo, podemos descrever um objeto, um local, um sonho.

A descrição pode funcionar como linha auxiliar da narração, tanto na caracterização dos personagens como na descrição do cenário. Quanto mais rica a descrição, mais envolvente a narração. Nos textos dissertativos, a descrição é neutra, objetiva, não opinativa nem subjetiva (Relativo ao sujeito ou nele existente; Que se passa exclusivamente no espírito).

5.5.3 Dissertação

Dissertar é o ato de discutir sobre determinado tema ou assunto utilizando argumentos para

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defender suas ideias. É debater, questionar, expressar nosso ponto de vista, desenvolver um raciocínio.

A dissertação constitui-se de três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão, que devem ser expressas de forma que o leitor compreenda a opinião do autor. Normalmente, em provas de vestibular e concursos públicos, exige-se um texto com no mínimo 20 linhas e no máximo 30. É pensando nessas exigências que vamos falar sobre elaboração de texto.

O texto dissertativo pode ser informativo ou argumentativo. Na dissertação expositiva, apresenta-se uma opinião própria ou um conhecimento próprio (teoria, ou seja, expõe-se uma verdade, confirma-se uma teoria). Na dissertação argumentativa, que vamos ver de forma mais detalhada, tem-se a intenção de influenciar o leitor para formar sua opinião, ou seja, expõem-se pontos de vista sem que sejam necessariamente verdadeiros, defende-se uma tese.

5.5.4 Orientações para elaborar uma dissertação argumentativa

Vamos ver passo por passo como estruturar um texto dissertativo argumentativo por meio da criação de um “plano”:

Primeiro passo: O primeiro passo para iniciar um texto é escolher o tema, sobre o que se quer escrever.

Segundo passo: Antes de começar a escrever, o escritor deve selecionar os aspectos mais importantes ou que conheça melhor. A grande maioria dos temas são muito amplos e abrangentes e é impossível que sejam esgotados em uma simples redação. Nesse caso, é importante delimitar o tema. Não é possível escrever uma dissertação de 30 linhas sobre um assunto tão amplo como a “violência”, por exemplo. Alguns exemplos de delimitação deste tema seriam “violência urbana”, “violência nos estádios de futebol”, “violência familiar”, etc.

Terceiro passo: É importante, antes de começar a escrever, ter o objetivo definido, ou seja, que mensagem será passada ao leitor. Isso vai facilitar para que não haja fuga do tema e para elaborar o quarto passo. Um exemplo de objetivo no tema “violência nos estádios de futebol” seria “questionamento sobre novas formas de controle da violência nos estádio de futebol”.

Quarto passo: Depois de saber exatamente sobre o que se vai escrever, é hora de elaborar a argumentação, ideias sobre o tema. Num texto de 30 linhas, o interessante é a criação de três argumentações, que vão tentar convencer o leitor com relação ao objetivo final do texto. Um exemplo de argumentação sobre o tema “violência nos estádios de futebol” seria “a importância do policiamento no controle das torcidas organizadas nos estádios de futebol”.

Quinto passo: O último passo é elaborar o plano:

Tema: Brasília

Delimitação: turismo em Brasília

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Objetivo: informar as opções de turismo em Brasília.

Ideias de desenvolvimento:

● Brasília monumental (palácios, catedral)

● Brasília ecológica (parques, cachoeiras)

● Brasília mística (Vale do Amanhecer, Cidade da Paz).

Com o estudo deste tópico compreendemos que um texto bem elaborado pode ajudar a falar e discurssar. No tópico seguinte estudaremos sobre o discurso.

6 DISCURSO INFORMATIVO E DE OCASIÃO

Antes de falarmos diretamente sobre discurso, será reforçada aqui a importância da leitura para discursos bem elaborados.

Uma boa comunicação, um bom discurso, pode ser exercitada com a leitura, pois, quando lemos, estamos adquirindo informações e conhecimentos, aumentando nosso repertório de palavras e compartilhando formas diferentes de comunicar fatos e histórias. A postura crítica diante da leitura é fundamental; isso significa ler atentamente para entender o ponto de vista do escritor e reconhecer a mensagem, mas também perceber o que você pensa e sente sobre o que está escrito.

Ao lermos e conversarmos, visões de mundo são compartilhadas e, por isso, a importância de ler com postura crítica para compreendermos o mundo à nossa volta, a realidade que nos cerca. Quando lemos alguma notícia ou um bom livro, passamos adiante aquelas histórias, contando com a nossa própria maneira de falar sobre o que foi lido. Podemos dizer então que as palavras escritas e faladas são a conexão entre pessoas, permitindo diferentes maneiras de compreender o mundo.

No entanto, temos de cuidar e não confundir visão crítica com inflexibilidade; compreender essa realidade não é aceitá-la incondicionalmente ou negá-la. Sem ocuparmos um lugar passivo, atuamos nessa realidade modificando-a e sendo modificados. Esse é o crescimento e a experiência das relações humanas.

A expressão oral, portanto, é mais bem elaborada quando temos um hábito contínuo de leitura. Pois bem, vamos ao discurso.

O discurso é a utilização da língua de forma individual. Pode ser proferido a uma ou mais pessoas. Pode ser um discurso Informativo, como em uma palestra na qual o emissor está fazendo um discurso para as pessoas sobre um tema estabelecido de antemão. Quando explicamos o produto a um cliente, também estamos fazendo um discurso informativo.

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Podemos ter um discurso de Ocasião, em uma situação específica na qual não podemos perder a oportunidade de dizer algo. Em situações de venda acontece muito este tipo de discurso, conforme o vendedor vai percebendo necessidades diferentes no cliente.

7 FORMAS DE APRESENTAÇÃO DO DISCURSO

As formas como se apresentam os discursos também merecem atenção. Podemos fazer um discurso com argumentos pensados e organizados previamente, seguindo um manuscrito, ou de improviso, o qual se discursa de forma espontânea, sem uma linha de raciocínio preestabelecida. Além disso, há o misto, no qual aparecem as duas formas de discurso.

Podemos usar diferentes formas de discurso em uma mesma situação, adaptando-nos às necessidades que surgem no momento. Isso é fácil de dizer, mas é preciso muita prática e sensibilidade para nos adaptar a cada pessoa ou público que está diante de nós.

Normalmente, ao falar para um público, indica-se a elaboração escrita daquilo que vai ser dito, para ajudar na organização de ideias e pensamentos, e na maneira que será dito. Algumas pessoas inclusive se sentem mais seguras com esses textos manuscritos no momento do discurso. Um exemplo de texto elaborado pelo orador para guiar seu discurso pode ser o que vimos no tópico 5.5.3 Dissertação. É um texto argumentativo, o qual tem por objetivo convencer o ouvinte de algo.

Mas não necessariamente será dito aquilo que está escrito. Pois há elementos no ambiente que interferem no discurso, seja o próprio nervosismo de quem está discursando, ou o público ser diferente do que o orador esperava. Nesse momento, o improviso aparece.

Quando somos pegos de surpresa por uma pergunta sobre a qual ainda não se tinha pensado a respeito, ou por qualquer outra situação que não esperávamos, precisamos seguir nossa intuição e nos permitir falar o que vier à mente. O discurso de improviso envolve mais emoção, pois vem espontaneamente, sem muito esforço.

Assista o vídeo de um programa de TV chamado “Aprendiz” (na unidade de estudo - parte 2, disponível no ambiente virtual de aprendizagem). que simulava situações de trabalho. O homem que teve de fazer um discurso de improviso não foi muito bem, pois se percebe que ele ficou nervoso; os outros dois se saíram melhores, pois puderam pensar a respeito do assunto antes de falar.

7.1 INFORMALIDADE E FORMALIDADE NA COMUNICAÇÃO

Usamos diferentes formas de nos comunicarmos, com amigos, clientes, parentes, ou seja, nossa comunicação varia de acordo com o ambiente em que estamos inseridos.

Tanto a comunicação oral quanto a comunicação escrita podem se apresentar por meio de um

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estilo coloquial, com características de informalidade ou com o uso da norma culta, mais formal e de acordo com as normas gramaticais.

A comunicação oral marcada pelo estilo coloquial pode ser observada facilmente nas situações de informalidade, como diálogos e conversar telefônicas. Distintamente do que vemos em palestras, discursos e conferências, situações em que se emprega a norma culta da linguagem. No caso em questão, há uma preocupação com a concisão (brevidade) e o uso das normas gramaticais.

É importante que fiquemos atentos a essa questão da formalidade ao nos comunicar, quando estamos diante do cliente ou do empregador. Pode haver casos em que um pouco de informalidade seja adequado, mas cuidado! Evite intimidade demais com o cliente e, principalmente, o uso de gírias (Linguagem usada por determinado grupo, geralmente incompreensível para quem não pertence ao grupo) durante a conversa. Você pode demonstrar com isso um vocabulário (O conjunto das palavras empregadas numa ciência, arte ou indústria) empobrecido e falta de respeito com o seu cliente.

Na comunicação verbal escrita, as regras e normas gramaticais são mais consideradas. A linguagem escrita é mais formal e envolve questões de grafia das palavras, estrutura das frases e encadeamento de ideias para construções de frases. Esse tipo de comunicação cobre uma gama imensa de mensagens, como bilhetes, carta, telegrama, ofício empresarial, até um convite de festa. Mas, mesmo a linguagem escrita sendo mais formal, encontramos a escrita utilizada de forma coloquial. Um exemplo é o MSN, programa de bate-papo da internet, em que é comum encontrar gírias e palavras abreviadas.

7.2 ORATÓRIA E RETÓRICA: A ARTE DE BEM FALAR E ARGUMENTAR

Falaremos neste tópico sobre a importância de saber falar em público. Oratória é um termo que significa a arte de falar em público. Arte no sentido de uma habilidade que pode ser desenvolvida, mediante técnicas que organizem o discurso para um melhor resultado. Esse conjunto de técnicas é denominado de retórica.

Na nossa história, sempre tivemos grandes oradores, pessoas que discursavam para um público – de filósofos e pensadores que incentivam a busca pelo conhecimento, a políticos e donos de empresas. Mas, a verdade é que todos nós precisamos saber falar em público. Pode ser, por exemplo, um discurso de agradecimento no aniversário, uma participação na reunião de condomínio ou de pais na escola, uma palestra e tantos outros momentos que em que precisamos encarar várias pessoas e passar nossa mensagem.

Há muito tempo, os homens já se ocupam em avaliar esses oradores e sua maneira de falar para o aperfeiçoamento da comunicação; inclusive, havia aulas sobre oratória e retórica desde a antiguidade, e hoje são ministradas somente em cursos específicos.

Toda palavra dita não pertence mais a quem a disse, ela percorre ouvidos e mentes diferentes e será compreendida de maneiras distintas por cada um. Não podemos fugir disso, tudo que

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dissermos causará uma impressão no outro e especialmente quando falamos da vida profissional, temos de nos preocupar com isso.

Portanto, falar bem é uma arte e precisa ser trabalhada para que tenhamos sucesso na comunicação.

Assista os vídeos Oratória: como falar em público e Dicas para falar bem! na unidade de estudo - parte 2, disponível no ambiente virtual de aprendizagem.

A capacidade de argumentação também e um fator diferencial na comunicação; para convencer clientes, por exemplo, é muito utilizada. A argumentação acontece diante de divergência de opiniões, quando você tem uma opinião diferente da pessoa com quem está se comunicando.

Segundo Breton (2003), a argumentação vai além de pensamentos e do raciocínio lógico, é o uso da sedução do belo, daquilo que é agradável. Para tanto, fazemos uso da habilidade de persuadir (convencer), de fazer o outro acreditar que o que você está dizendo é a melhor opção. E isso acontece quando você coloca suas opiniões e seus direitos, sem desrespeitar o espaço e o direito do outro. Pois quando o discurso nos agrada, encontramos desejos e vontades, e para convencer, tem que agradar.

Uma das técnicas da retórica é o uso conotativo de palavras, ou seja, o uso de palavras que mudam de significado de acordo com o contexto em que são utilizadas. Por exemplo:

Bombeiros correm para apagar um incêndio em uma fábrica.

Incêndio na loja: venha aproveitar esta queima de preços!

Combinar palavras e imagens, ou substituí-las por outras para que tenham outro sentido, é a missão da retórica. Logo, criatividade e conhecimento de palavras ajudam a elaborar argumentos na hora de convencer clientes.

Se pensarmos em exemplos de oradores, veremos que eles conquistam as pessoas pelo afeto, utilizam sua vivência pessoal, suas histórias, e a valorização do próximo com a capacidade de se colocar no lugar do outro, causando-nos uma boa impressão e interesse.

Passaremos agora para um novo tópico, que nos mostra a importância da atenção na comunicação.

7.3 A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO

A atenção é a capacidade de concentração naquilo que está sendo solicitado, para organizar o pensamento. Ela pode contribuir na comunicação e sua falta pode atrapalhar.

Para a comunicação ser realizada com sucesso, tanto o emissor quanto o receptor devem estar atentos à conversa. Se um vendedor não prestar atenção ao seu cliente, por preocupações pessoais, ou ruídos que o façam se distrair é esta a mensagem corporal que ele está passando “não estou prestando total atenção a você”!

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A falta de atenção também pode interferir na observação de como se comporta o cliente, para onde seus olhos vão, as expressões de gosto ou desgosto, demonstrando aquilo que deseja e o que procura.

Portanto, para a efetividade da comunicação, precisamos conhecer como as pessoas pensam. A observação e atenção ao próximo durante a comunicação enriquecem o conhecimento do tipo de relação que se estabelece ali.

Também se precisa estar atento à forma como você se comunica. A auto-observação é extremamente importante. Quando a ansiedade se faz presente, pode aparecer o suor pelo corpo, acontecer esquecimentos, dor de estômago, manchas na pele e vários sinais das dificuldades de se comunicar. Existem pessoas que não conseguem expressar aquilo que as incomoda no momento, evitando o diálogo direto; entretanto, como tudo na vida, quando se dedica e se exercita a comunicação, melhor ela fica.

7.4 A MANEIRA DE SE COMUNICAR E O SABER OUVIR

Sendo importante prestar atenção na forma de se comunicar, como você fala e usa o corpo, e como o outro recebe a mensagem, estamos falando aqui da importância da relação que se estabelece entre as pessoas. Pois quem se comunica, procura respostas do receptor. Assim, pode-se utilizar uma forma de comunicação marcante ao demonstrar interesse pela pessoa, perguntar, indagar delicadamente para entender suas necessidades, pensar previamente nas possíveis respostas e se preocupar com valores socialmente estabelecidos de respeito ao próximo, solidariedade e honestidade.

A maneira como usamos o tom de voz faz toda a diferença para o resultado final com um cliente, por exemplo. Ser bem tratado e recebido por uma pessoa simpática e prestativa, com sorriso no rosto e discrição na postura, com certeza é algo de que todos nós gostamos, e por isso temos de agir assim para podermos exigir o mesmo. Certamente se você for recebido por uma pessoa com um tom de arrogância, de quem não está interessado no seu bem-estar, não receberá suas boas intenções. Temos o poder de ser multiplicadores de boas atitudes comunicativas, precisamos do outro para nossa sobrevivência material e afetiva, e o profissional de sucesso entende isso.

Um diálogo entre pessoas significa uma troca de ideias, em que uma fala e a outra escuta e vice-versa. E para uma comunicação efetiva, na qual mensagens sejam emitidas e compreendidas, é preciso saber ouvir, dedicar-se a escutar e prestar atenção no outro. Parece óbvio, mas muitas negociações não vão adiante, pois o interessado não sente respeitado o seu espaço.

Sábio o ditado que ressalta nossos dois ouvidos e uma boca, precisamos ouvir mais e evitar interromper a toda hora o interlocutor. Exercitar a escuta pela atenção no que ouve e o desejo de escutar o próximo, colabora para nos tornarmos bons ouvintes e bons comunicadores.

Atentar para a postura também é importante.

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Assista o vídeo Como falar bem: Postura! na unidade de estudo - parte 2, disponível no ambiente virtual de aprendizagem.

O canal de comunicação escolhido também faz toda a diferença. Se você quer deixar recado para alguém do trabalho, por exemplo, pode deixá-lo com outra pessoa, um bilhete, uma mensagem, fazer uma ligação ou escrever e-mail; todavia, cada forma pode levar a uma interpretação diferente. Precisamos ter a sensibilidade de perceber qual recurso será mais interessante de ser utilizado, em cada contexto que vivemos.

Construímos e possuímos a capacidade especial de comunicação e expressão por meio da linguagem, e perceber sua importância é trabalhar a favor de relações mais humanas. Quando nos comunicamos de forma clara, permitimos que o outro saiba o que pensamos e sentimos, o que esperamos dele, como entendemos o que diz, ou seja, como interpretamos o que vivemos.

Vistas as definições de uma comunicação formal e informal, e os tipos de discurso e suas formas, agora veremos a importância da respiração e da fonação.

8 FUNÇÕES DA POSTURA E DO APARELHO RESPIRATÓRIO

Sem o ar, sem a respiração, não há vida. Normalmente nem reparamos na forma como respiramos. Para a comunicação, a maneira como acontece a respiração faz toda a diferença. Alguns fisioterapeutas recomendam a respiração pulmonar, aquela que enche de ar todo o pulmão, já na Ioga (Conjunto de exercícios físicos e respiratórios para atingir bem-estar físico e mental) é incentivada e ensinada a respiração abdominal.

Em situações de estresse, por exemplo, a respiração se concentra na parte superior do peito, dificultando a entrada de ar e tencionando os ombros. Uma conscientização da própria respiração é interessante para que se tenha mais clareza na fala.

Para evitar que essa tensão se concentre nos ombros e interfira na respiração, a postura é essencial. É necessário um alinhamento da coluna, com um com movimento que coloca o peito para frente e abre espaço para os pulmões, pois sem perceber, ao tencionar os ombros, curvamos o corpo. Ajeitar a postura deve ser um exercício constante, na medida em que ela faz parte da comunicação não verbal, e, portanto, emite uma mensagem. Pense no personagem Corcunda de Notre-Dame e se coloque na mesma posição corporal ... será que ele não tem dificuldade de respirar e olhar, e, portanto, de falar?!

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fonte: http://www.qdivertido.com.br/verdesenho.php?codigo=255

A voz, outro aspecto importante, é composta de tom, timbre e intensidade, os quais também apresentam a possibilidade de serem aperfeiçoados. Quando falamos, devemos observar:

► O tom, a frequência do som que se emite, para conseguir falar sem se cansar.

► O timbre da voz, que é a qualidade do som, se há harmonia na pronúncia das palavras de forma que se entenda claramente.

► E a intensidade, cuidando para que o volume da voz não seja nem muito alto, e nem muito baixo.

Assista o vídeo Falando em público: Sistema de Respiração (na unidade de estudo - parte 2, disponível no ambiente virtual de aprendizagem) que traz algumas dicas para a respiração não atrapalhar o discurso.

Cuidar com a entonação de voz também é importante. Ao falar mais alto, você pode emitir uma mensagem com conotação agressiva, por exemplo. O tom e o timbre da voz geram um sentimento específico em cada pessoa, e observar esses detalhes e se adaptar a cada tipo de pessoa pode contribuir muito para um vendedor, tanto na vida profissional quanto na pessoal.

A entonação da voz pode passar mensagens que reflitam uma ordem, um pedido, uma afetividade, uma dúvida ou uma censura. Se você parar para pensar, vai lembrar-se de vários exemplos em que utilizou esses tons, e do efeito que causou na pessoa com quem estava conversando.

Contudo, a percepção de como o receptor está recebendo a mensagem requer atenção e escuta por parte do emissor da mensagem. Revelamos nosso estado de humor pelo tom da voz, pelas expressões faciais e movimentos do corpo, que como visto é a linguagem corporal. E todos esses aspectos da linguagem devem ser observados.

Existe uma especialidade dentro da área da saúde, a Fonoaudiologia, que cuida da fonação, o

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processo e o caminho pelo qual o ar sai dos pulmões para produzir o som. Se você tem alguma dificuldade em falar, como a língua presa, gagueira, voz rouca, esses profissionais podem ajudar a exercitar e desenvolver o aparelho fonador e respiratório.

Uma boa articulação é aquela em que aparecem todas as qualidades da voz. Com a combinação de vogais e consoantes, temos as sílabas, das sílabas as palavras, e a combinação de palavras formam frases. A articulação da fala por sua vez, relacionada com a boa articulação entre pensamentos e ideias, gera uma comunicação mais elaborada, e nem por isso, mais difícil. Falar com objetividade, sabendo o que quer comunicar e como, não precisa ser com palavras e concordâncias refinadas, que por muitas vezes confundem o discurso.

9 PENSAMENTO: CONCEITOS, JULGAMENTOS E GENERALIZAÇÕES

A espécie humana, Homo sapiens, foi se diferenciando das outras espécies por ir além da adaptação ao ambiente em que vivia e começar a manipular a natureza para satisfazer suas necessidades. Para o frio, usou pele de urso, por exemplo; para facilitar a alimentação, inventou talheres.

A vida em grupo, desde seu início, exigia que se compartilhassem essas descobertas e, para isso, sempre se atualizavam de uma nova estratégia para a comunicaçao. Dessa forma, o conhecimento foi se espalhando e se aprimorando. Para que esses conhecimentos fossem passados, como vimos, o homem evoluiu de sons a palavras cheias de significados, originando a linguagem. Os chimpanzés, por exemplo, uma espécie de primata muito próxima à nossa, se comunica por meio de sons e gestos. Já se provou em pesquisas que esses animais também manipulam seu ambiente, mas não têm a capacidade mental de uma linguagem tão elaborada e falada quanto a nossa.

Para que a comunicação se desenvolvesse de maneira tão extraordinária, foi necessário que o homem criasse conceitos que organizassem o mundo ao seu redor, que pudessem resolver problemas e tomar decisões, bem como realizar julgamentos. Segundo Myers (1999), o pensamento é a atividade mental associada com o processamento, a compreensão e a comunicação de informação. Ou seja, a todo o momento em que palavras e ideias chegam até nós, encontram-se com aquilo que já tínhamos registrado. Criam algo novo com essa combinação e ainda acompanhado de uma emoção relacionada a essa informação que acaba de ser processada.

Vejamos mais sobre conceitos, julgamentos e generalizações.

Conceitos foram criados para que não fosse preciso descrever com expressões faciais, gestos e sons aquilo que queremos dizer. Logo, conceitos referem-se aos agrupamentos daquilo que são similares como objetos, eventos e pessoas. Facilita-nos, por exemplo, classificar a gaivota, o pardal, etc., como um conceito de aves, ou como cosméticos os produtos de beleza, e assim associamos ao longo da vida informações que enquadramos em diferentes conceitos.

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Julgamentos são ideias que formulamos sobre determinado assunto. Esses juízos de valores são construídos com base em nossas experiências no meio em que vivemos, e é aquilo que podemos falar sobre tais experiências. Muitas vezes, o julgamento pode atrapalhar a comunicação, no sentido de não nos doarmos na relação entre pessoas, pois há conceitos previamente estabelecidos impedindo essa troca de mensagens. Vimos que tópicos como a persuasão, a capacidade de comunicar nossos pensamentos e emoções sem interferir no respeito ao próximo podem propiciar relações harmoniosas de confiança.

Outra interferência que pode ocorrer na comunicação são as generalizações que fazemos com base nesses preconceitos. Generalizamos certa experiência, supondo que as outras serão como esta, por exemplo. Tais generalizações são suposições feitas antes que de fato aconteça aquilo que se generaliza. Supomos o que a outra pessoa pensa e sente, ou que a pessoa sabe o que você sente, caracterizando uma inflexibilidade de comunicação de forma clara e com qualidade.

Isso nos mostra a dimensão da comunicação sob o ponto de vista de uma ação que expressa um pensamento, mediante recursos simbólicos da linguagem, e que podem ser compartilhados com o receptor da mensagem. Pense em quantas palavras e conceitos existem, e a todo o momento ainda se criam novas gírias e expressões. Temos infinitas possibilidades de nos comunicar, sem falar da comunicação não verbal que enriquece com o corpo nossa comunicação. E a linguagem, este instrumento para a comunicação, pode e deve ser objeto de estudo para aperfeiçoamento profissional.

RECAPITULANDO

Nessa Unidade Curricular apresentamos a História da Comunicação para entendermos como aconteceu sua evolução desde uma época onde as ferramentas de comunicação eram reduzidas, até hoje, onde temos um aparato tecnológico que facilita a comunicação.

Vimos, ainda, alguns aspectos da gramática, pois a fala e a escrita correta contribuem para o sucesso profissional que desejamos.

Conhecemos também os tipos de comunicação, verbal e não verbal, para assim fazer uso dos mais diversos recursos e discursarmos com a riqueza que a comunicação pode proporcionar.

Entendemos como a respiração, a atenção e a habilidade de ouvir interferem no modo como estabelecemos comunicação com os outros e como podemos melhor utilizá-la para contribuir com a comunicação.

Analisamos, também, os discursos que são comunicados e suas variações de acordo com o contexto.

Conhecemos o que significa a Oratória e Retórica para entender o quanto a arte de bem falar e argumentar enriquece as relações profissionais.

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E, por fim, refletimos sobre o pensamento, processo de informação que nos leva a criar preconceitos e generalizações que muitas vezes impedem que estabeleçamos uma comunicação efetiva.

REFERÊNCIAS

BRETON, Phillippe. A argumentação na comunicação. 2. ed. Bauru: EDUSC, 2003.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1999.

MYERS, David. Introdução a Psicologia Geral. Rio de Janeiro: Copyright, 1998.

PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação empresarial. 6. ed. Campinas: Alínea, 2009.

PIMENTEL, Ernani. Português (Gramática): Coleção Concursos Públicos. Barueri: Gold, 2008.