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Em uma era de aprendizado online, o que nos atrai para permanecer em um câmpus? Em um contexto de desvalorização e abandono das universidades públicas, qual o papel do arquiteto e urbanista? A arquitetura e o planejamento estão intrinsecamente ligados à forma como nos relacionamos com esse espaço. A função primária de um ambiente universitário é ser terreno fértil para o intercâmbio de ideias, socialização e encontros, imaginação, estudo, reflexão e devaneio. Um ambiente para o cultivo da mente e do corpo, para ser funcional mas também ser 'parega' – palavra italiana que representa “paisagens que não têm outra razão para ser além de deleitar os olhos e refrescar o espírito”. Um câmpus de qualidade, que possua uma real sensação de acolhimento, unidade e inspiração desempenha o papel fundamental de atrair e conter estudantes e professores. O Câmpus Colemar Natal e Silva da Universidade Federal de Goiás (UFG) está longe de desempenhar este papel. Se localiza na região central da capital Goiânia, em uma de suas zonas mais movimentadas, próximo a duas das maiores vias estruturantes da cidade, e no eixo de conexão entre a principal praça e uma das principais saídas do município. Câmpus da maior universidade do estado, se insere por si só como ponto nodal para todo seu entorno, agravando os efeitos já negativos do trânsito na região. A pacificidade e conexão com a natureza características de câmpus universitários dá lugar a um contexto urbano e motorizado, propício à movimentação e saída para a cidade e não à permanência. O caos ao seu redor gera desconforto e insegurança. E, assim, apesar de suas inúmeras funções intelectuais, culturais, econômicas e sociais para a cidade, a universidade vira suas costas para ela, erguendo muros ao invés de pontes. A linha tênue entre segurança e isolamento cria uma universidade na cidade, mas não da cidade. O Câmpus Colemar é um reflexo de seu entorno caótico: cresceu sem um planejamento adequado, aglutinando 57 edifícios de forma aleatória e desordenada no espaço limitado de 5 quadras, e mais preocupado em atender, nos espaços residuais, o estacionamento de veículos do que as necessidades das pessoas. Um Câmpus de grandes paredões e insegurança, em que não há a integração entre os edifícios e sua área circundante, e muito menos há a conexão dos edifícios entre si: mergulhados em um mar de estacionamentos e gramados malcuidados e sem uso, os prédios encontram-se ilhados, fazendo com que os pedestres disputem espaço com os carros ou com a vegetação quando transitam de um para o outro. O fluxo principal dos usuários se resume portanto a entrar no prédio para a aula e sair dele direto para a casa, sem se demorar nos espaços intersticiais. E por que se demorariam? Não há um lugar de qualidade, um local que os una. Com exceção das poucas lanchonetes, locadas no interior de alguns prédios, não há áreas de convivência em comum, não há a promoção de atividades em conjunto. Nem mesmo os limites do câmpus são de pleno conhecimento de todos, uma vez que além de não serem atraídos para outras quadras, não há uma identidade em comum que as discirna. O objetivo deste trabalho foi modificar a realidade atual através de uma intervenção urbana no Câmpus Colemar. Transformar espaços sem uso em lugares de fato, convidativos a passagem, permanência e convivência, com base na real necessidade e desejos de seu público alvo – um processo resumido em uma palavra: Placemaking. A proposta tem como fundamento um diagnóstico minucioso da área e uma pesquisa realizada pela autora com os usuários, a partir dos quais foram definidos 5 princípios norteadores do projeto: promover integração com a cidade, conectar os prédios, ordenar a área, criar uma identidade que a discirna e propiciar a convivência de seus usuários, criando a sensação de câmpus universitário em um que não a possui. SETOR LESTE UNIVERSITÁRIO SETOR LESTE VILA NOVA SETOR CENTRAL SETOR SUL av. anhanguera saída p/ br-153 (um dos principais acessos da cidade) praça cívica (principal marco central de goiânia) praça genaro maltes praça universitária (patrimônio cultural e social) terminal praça da bíblia av. marginal botafogo situação atual situação proposta com o projeto câmpus colemar natal e silva TRANSFORMAÇÃO DE ESPAÇO EM LUGAR 1 | 8

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Em uma era de aprendizado online, o que nos atrai para permanecer em um câmpus? Em um contexto de desvalorização e abandono das universidades públicas, qual o papel do arquiteto e urbanista?

A arquitetura e o planejamento estão intrinsecamente ligados à forma como nos relacionamos com esse espaço. A função primária de um ambiente universitário é ser terreno fértil para o intercâmbio de ideias, socialização e encontros, imaginação, estudo, reflexão e devaneio. Um ambiente para o cultivo da mente e do corpo, para ser funcional mas também ser 'parega' – palavra italiana que representa “paisagens que não têm outra razão para ser além de deleitar os olhos e refrescar o espírito”. Um câmpus de qualidade, que possua uma real sensação de acolhimento, unidade e inspiração desempenha o papel fundamental de atrair e conter estudantes e professores.

O Câmpus Colemar Natal e Silva da Universidade Federal de Goiás (UFG) está longe de desempenhar este papel. Se localiza na região central da capital Goiânia, em uma de suas zonas mais movimentadas, próximo a duas das maiores vias estruturantes da cidade, e no eixo de conexão entre a principal praça e uma das principais saídas do município. Câmpus da maior universidade do estado, se insere por si só como ponto nodal para todo

seu entorno, agravando os efeitos já negativos do trânsito na região. A pacificidade e conexão com a natureza características de câmpus universitários dá lugar a um contexto urbano e motorizado, propício à movimentação e saída para a cidade e não à permanência. O caos ao seu redor gera desconforto e insegurança. E, assim, apesar de suas inúmeras funções intelectuais, culturais, econômicas e sociais para a cidade, a universidade vira suas costas para ela, erguendo muros ao invés de pontes. A linha tênue entre segurança e isolamento cria uma universidade na cidade, mas não da cidade.

O Câmpus Colemar é um reflexo de seu entorno caótico: cresceu sem um planejamento adequado, aglutinando 57 edifícios de forma aleatória e desordenada no espaço limitado de 5 quadras, e mais preocupado em atender, nos espaços residuais, o estacionamento de veículos do que as necessidades das pessoas. Um Câmpus de grandes paredões e insegurança, em que não há a integração entre os edifícios e sua área circundante, e muito menos há a conexão dos edifícios entre si: mergulhados em um mar de estacionamentos e gramados malcuidados e sem uso, os prédios encontram-se ilhados, fazendo com que os pedestres disputem espaço com os carros ou com a vegetação quando transitam de um para o outro.

O fluxo principal dos usuários se resume portanto a entrar no prédio para a aula e sair dele direto para a casa, sem se demorar nos espaços intersticiais. E por que se demorariam? Não há um lugar de qualidade, um local que os una. Com exceção das poucas lanchonetes, locadas no interior de alguns prédios, não há áreas de convivência em comum, não há a promoção de atividades em conjunto. Nem mesmo os limites do câmpus são de pleno conhecimento de todos, uma vez que além de não serem atraídos para outras quadras, não há uma identidade em comum que as discirna.

O objetivo deste trabalho foi modificar a realidade atual através de uma intervenção urbana no Câmpus Colemar. Transformar espaços sem uso em lugares de fato, convidativos a passagem, permanência e convivência, com base na real necessidade e desejos de seu público alvo – um processo resumido em uma palavra: Placemaking. A proposta tem como fundamento um diagnóstico minucioso da área e uma pesquisa realizada pela autora com os usuários, a partir dos quais foram definidos 5 princípios norteadores do projeto: promover integração com a cidade, conectar os prédios, ordenar a área, criar uma identidade que a discirna e propiciar a convivência de seus usuários, criando a sensação de câmpus universitário em um que não a possui.

SETOR LESTE UNIVERSITÁRIO

SETOR LESTE VILA NOVA

SETOR CENTRAL

SETOR SUL

av. anhanguera

saída p/ br-153

(um dos principais

acessos da cidade)

praça cívica(principal marco central de goiânia)

praça genaromaltes

praça

universitária

(patrimônio

cultural e social)

terminal praça da

bíblia

av. marginal

botafogo

situação atualsituação proposta com o projeto

câmpus colemar natal e silvaT R A N S FO R M A Ç Ã O D E E S PA Ç O E M L U G A R

1 | 8

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casas (áreade invasão)

QUADRA DASENGENHARIAS

(apenas prédiosdos cursos de

engenharia)

1ª avenida

5ª avenida

rua 226

1ª avenida

5ª avenida

rua 226

rua

235

rua

240

rua

240

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227

av. u

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ria

PUC GOIÁS

QUADRA 68 QUADRA 62

QUADRA 87QUADRA 86QUADRA 71

PUC GOIÁS(Pontifícia Universidade

Católica de Goiás)

1ª avenida

5ª avenida

hospitaldas clínicas

(vinculado à universidade)

facu

ldad

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med

icin

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de

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ição

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C.P.D.M.

faculdade deeducação

faculdade de direito

fac. de odontologia

I.P.T

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laboratórios

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E.M

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M.A

.C.

cent

ro d

e au

las

biblioteca marieta telles machado

praça universitária

(patrimônio cultural não tombado da cidade,

e, portanto, não teráseu desenho alterado,

apenas propostaspara mudança de uso)

0 5025 m

Edifícios: ocupação no térreoEdifícios: projeção de outros pav.Acesso público aos edifíciosAcesso a cantinaAcesso a Centro Acadêmico/AtléticaAcesso de serviçosAcesso de caminhões

Grandes equipamentos (ex: lixo, ponto de ônibus)Árvores (raio aproximado do caule)Taludes (gramados com grande inclinação)Áreas verdes (gramados, geralmente sem uso)Sentido de subida (taludes e rampas)Muro ou gradeMuro de arrimo ou grande desnível

D.C.E. (diretório central dos estudantes)

R.U. (restaurante universitário)

NÚCLEO DO CÂMPUS (trecho de + movimento)biblioteca e banco

centro de aulas d

(salas usadaspela maioriados cursos)

conjunto de edificações que

consiste no hospital das clínicas

Conexões entre zonas Área da Saúde Área de Ciências Humanas Área das Artes Área das Engenharias Uso comum (de todas as áreas) Edifícios Institucionais Habitação (Casa do Estudante Universitário I e III) s/ escala

Para o desenvolvimento deste trabalho, era necessário o total entendimento do Câmpus Colemar Natal e Silva, entretanto, não havia nenhuma planta completa da situação atual. Em vista disso, a planta aqui apresentada foi feita pela autora através de levantamento in loco e por Google Earth, e da análise das plantas isoladas dos edifícios e da Praça Universitária disponibilizadas pela C.E.G.E.F.

(Centro de Gestão do Espaço Físico da UFG). A partir disso, buscou-se diagnosticar em mapas e diagramas a problemática e o funcionamento do Câmpus, sobrepondo camadas de análise nas escalas macro (contexto regional), meso (contexto local) e micro (estrutura interna do Câmpus), algumas das quais apresentadas nos desenhos abaixo. Complementando este diagnóstico, foi realizada uma pesquisa através

de questionários com os usuários do espaço, para identificar seu perfil, suas necessidades e desejos para o projeto. Propôs-se estudar referenciais teóricos e autores compatíveis com a problemática, embasando reflexões acerca do tema e estabelecendo os conceitos a serem utilizados, e analisar projetos similares identificando as estratégias e soluções possíveis a serem adotadas no trabalho.

SETORIZAÇÃO DO CÂMPUS

PRINCIPAIS FLUXOS ESPAÇOS EXISTENTES, POTENCIAIS E CONFLITUOSOS

PLANTA DA S ITUAÇÃO ATUAL

DO CÂMPUS

acesso pça. cívica

acesso setor sul

acesso av. anhanguera

aces

so b

r 153

(saí

da d

a cid

ade)

s/ escala s/ escala

acessos de caminhão de lixo comum/hospitalar

banquinhas de comida erevista fixas (obstruem

as calçadas/passagem)

pontos de ônibus

parquinho para o hospital das clínicas

espaços de convivência/descanso improvisados pelos estudantes

área isoladapor barreiras físicas / muros

cantinas voltadas para a área externa

principal bar universitário, voltado para uma grande área de estacionamentos

Principal fluxo de automóveis e ônibusPrincipal fluxo de ciclistasPrincipal fluxo de pedestres da UFGEdifícios que são eixo de circulação de pedestresOutros fluxos de pedestres importantes (ex. Pça. Universitária)Áreas com baixo fluxo

Espaços ‘vazios’ (estacionamentos e áreas verdes sem uso)Espaços externos de convivência (em geral, cantinas)

Espaços de convivência no térreo de edifícios (cantinas)Laboratórios externos da Quadra das Engenharias

Conflitos de fluxos entre 2 modais diferentes (entre pedestre e carro, pedestre e ciclista, e ciclista e carro)

Se o espaço entre-prédios é predominantemente composto de

estacionamentos, são os carros que são os usuários do Câmpus, ou seriam as pessoas?

a estrutura existente

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PROBLEMAS + POTENCIALIDADES DIRETRIZES DO PROJETO

Qualidade física e ecológica: aproveitaros condicionantes naturais do terreno;

Integração

Conexão

Identidade

Ordenação

Convivência

Qualidade de locomoção do pedestre: melhorar acessos, criar conexões entre os edifícios e

promover a intermodalidade e acessibilidade;

Dar ao pedestre o espaço do carro;

Segurança: proteção contra tráfego/acidentes, através da priorização do transporte não motorizado,

e proteção contra violência, através do estímulo e atração ao uso dos espaços externos, dando-os

movimento e estimulando os ‘olhos da rua’.

Wayfinding: criar uma identidade norteadoracom projeto dotado de identidade visual própria, eincorporação dos usuários no processo de projeto

para a auto-identificação com os lugares;

Recomposição do plano de massas: identificar edifícios a serem realocados para novos melhores e

mais bem posicionados, visando organizar o Câmpus, facilitar o fluxo e diminuir espaços residuais/sem uso;

Integração com a cidade: aumentar a permeabilidade do Câmpus, com a troca das grades e muros por grades retráteis (apenas para período noturno);

Qualidade de relações sociais: criar áreas de convivência/permanência com qualidade e incentivo

à integração de estudantes de diferentes cursos através da promoção de atividades em conjunto;

Definir usos e atividades variados para promover uma utilização constante do lugar;

Placemaking: transformar o espaço subutilizado em lugar de qualidade, segundo

desejos e necessidades de seus usuários;

Incorporar elementos que estimulem experiências sensoriais positivas (ex: água, vistas agradáveis, etc);

Suavizar transições entre edifícios e espaço externo;Paredões liberados para graffiti, desenho e expressão;

Várias barreiras para o pedestre: grandes muros, fachadas cegas, muros

de arrimo, taludes de alta inclinação

Maior parte do espaço entre-prédios destinado aos carros

Proximidade/espaço de tamanho moderado entre prédios (fácil conexão

e estímulo a contatos calorosos)

Arborização abundante

Prédios isolados: não há conexão dos edifícios entre si, ilhados em áreas verdes sem uso e estacionamentos

Área externa ao câmpus é insegura (alto índice de assaltos)

Alto movimento de veículos, dentro e fora do câmpus, prejudicando a segurança do pedestre e ciclista

Usuários nem mesmo conhecem o Câmpus e seus limites

Edifícios aglomerados de forma desordenada, gerando inúmeros espaços residuais

Câmpus volta as costas para cidade

Localização central

Não há a promoção de atividades em conjunto e a integração entre

estudantes de diferentes unidades

Muitos espaços subutilizados

Praça Universitária em frente

Não há áreas de convivência em comum suficientes e de qualidade

Espaço externo de má qualidade

3. quais espaços/atividades você gostaria que tivesse no câmpus?

Café

Feira de comida

Espaço de convivência

Quadra de esportes

Lanchonetes

Exposições de trabalhos

Área para descanso/dormir

Local para estudo e leitura

Teatro/apresentações/música

Espaço com Wifi

Academia ao ar livre

Bicicletário

Vestiário

Pista de Skate

0 20 40 60 pessoas

1. o que você considera ruim no câmpus?

Falta de espaços públicos para uso dos estudantes

Insegurança

Trânsito

Pouco estacionamento

Prédios e sua infraestrutura

Barulho

Falta de atividades fora do período de aula

Opções de alimentação insuficientes ou ruins

Falta de integração entre os cursos

Calor

150 30 45 pess.

Ausência de conexão entre os edifícios

Calçadas/passagens/acessos são inadequados/insuficientes

Falta de iluminação adequada

Desorganização do Câmpus e dificuldade de localizar prédios

Acertaram qual é a área do CâmpusErraram (não sabem identificartodas as quadras)Não responderam

2. qual é o limite da área do câmpus?

15%

9,4%

75,6%

4. onde você fica nos intervalos das aulas?Na sala de aulaNo corredorNa lanchonete ou C.A. do seu próprio prédioNa lanchonete ou C.A. de outro prédioNa Praça UniversitáriaNa BibliotecaNo estacionamentoOutro

16,2%

5,6%

24,4%

32,1%

8,5%

5,1%

7,7%

0,4%

dentro do seu próprio prédio - 78,3%

Conceito norteador deste trabalho, utilizado por pesquisadores do espaço urbano como Jane Jacobs e Jan Gehl, Placemaking remete “criação de lugares”. Em outras palavras, é transformar um espaço em um lugar. Consiste em uma série de estratégias de planejamento, execução e manutenção que visam criar um lugar convidativo ao uso em um espaço existente que é até então subutilizado. Esse conceito busca seu objetivo através da estreita relação entre o projeto e seus atuais e futuros usuários: é proposto o reconhecimento de suas identidades físicas, culturais e sociais, e a incorporação das suas necessidades e vontades para a área e para a comunidade no projeto.

É com base nisso que este trabalho buscou entrevistar os usuários, incluindo-os no processo de projeto, de modo a criar um espaço público que maximize o valor compartilhado do lugar. Os espaços abertos não podem ser concebidos sem os usos funcionais determinados pelos grupos sociais que os usarão. A pesquisa definiu o perfil dos usuários a partir de perguntas que apontaram, por exemplo, sua renda familiar, onde moram e como se locomovem, além de questionar sobre suas impressões do Câmpus Colemar, o que gostam ou não gostam nele, o que queriam para o espaço e até que ponto o conhecem e o utilizam.

Com base no diagnóstico da área – realizado através de diagramas e mapas em escala macro, meso e micro – e na pesquisa feita com 234 usuários do Câmpus, foram elencados os principais problemas e potencialidades do espaço, a partir dos quais foram definidas diretrizes relacionadas com cada um ou mais de um, agrupadas em 5 princípios de projeto.

um câmpus de grandes muros e separações físicas para o pedestre

espaço de convivência / descanso improvisado pelos estudantes no câmpus colemar

área de invasão (qd. 71): residências construídasirregularmente, e abandono de seu entorno

quadra de esportes abandonada/degradada:ausência de atividades físicas no câmpus

calçadas degradadas e/ou obstruídas,como por exemplo por ‘feira’ na quadra 68

espaço entre-prédios é predominantemente de estacionamento e gramados malcuidados/sem uso

a problemática

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Propõe-se arealocação

de só 1/3 das vagas atuais

para diminuira oferta para

o automóvel e estimular outrosmodais, através

da implantação de 13 estações de bike

sharing (GynDeBike), vestiários e bicicletários

junto a elas, e tratamento dos percursos mais utilizados c/

ciclovia e requalificação das calçadas.

Todos os elementos propostos no partido (apresentado em 4 partes) seguem os princípios elencados na página anterior, espacializando as diretrizes propostas em cada um, as quais foram determinadas com base no diagnóstico da área e na pesquisa. Por esse motivo, antes de cada parte, é mostrada uma síntese do diagnóstico: um mapa que resume todos os aspectos das análises desenvolvidas no trabalho que levaram ao entendimento necessário para esta proposta específica, justificando as decisões projetuais e relacionando-as de fato com o Câmpus que existe hoje.

Outro ponto importante é que todos os usos externos e novos edifícios propostos consideraram o que foi solicitado pelos usuários

na pesquisa. Em todas as quadras serão locados os usos gerais mais demandados (área de convivência, de descanso e estudo), enquanto os usos específicos solicitados (por exemplo, quadras de esporte) serão organizados/agrupados por afinidade de uso em uma das 5 quadras, segundo o ‘tema’ de cada uma, definido a partir de sua vocação/pré-existência.

Apresenta-se, portanto, o partido, que ordena o plano de massa do Câmpus, define conexões e outros modais de transporte, integra o Câmpus com a cidade, determina elementos de identidade visual e propõe novos edifícios/usos que p ro m ova m a co n v i vê n c i a e estimulem atividades em conjunto, criando lugares para as pessoas.

02. REALOCAÇÃO DE EDIFÍCIOS PONTUAIS

01. PREMISSA: REALOCAÇÃO DE ESTACIONAMENTOS01 + 02 + 03 + 04 = PAR T IDO DE PR OJ ETO

03. PRINCIPAIS E IXOS DE CONEXÃO + PRINCIPAIS NÓDULOS DE ATRAÇÃO

04 . NÓDULOS DE ATRAÇÃO SECUNDÁRIOS+ GRADES NOTURNAS RETRÁTEIS

HUMANIZAÇÃO

praç

aun

ivers

itáriaTROCA DE IDEIAS

CULTURA

ESPORTES

RECREAÇÃO

s/ escala

Edifícios mantidosPrincipais eixos de conexãoGrades noturnas retráteisBicicletas compartilhadas do CâmpusVias compartilhadas (carro-pedestre-bike) Novos edifícios + Edificações requalificadasNovos usos externos propostosGrandes praças/áreas de convivência maioresEstacionamento no térreo e acesso de caminhãoEstações GynDeBike (sistema de bicicletas compartilhadas da cidade)

Como prioridade máxima doprojeto, propõe-se a retiradados estacionamentos que há no térreo do Câmpus,passando o espaço docarro ao pedestre. Serão realocadosno seu subsolo e no Terminal da Bíblia (segundoo Plano Diretoré uma estaçãode integração,onde é previstaimplantação de estacionamentos).

L

diag

nóst

ico

prop

osta

s/ escala

cantinas/restaurantes existentesa serem requalificados

muros / grades fixas

mur

o fix

o

muro fixo (apenas em quadras que tem

outro uso do lado)

estacionamento na praça

única área de estacionamentono térreo (suporteao hospital)

novas grades retráteis noturnas (a serem levantadas só a noite depois das aulas, quando não há mais fluxo)

grandes praças

barreiras físicas a serem mantidas (desníveis ou áreas de acesso restrito)

laboratórios externosexistentes na quadradas engenharias (aserem realocados)

quadras sem lanchonete

/restaurante ativo

principais eixos de conexão

nódulos de atração secundários (edifícios ou áreas externas): utilizam áreas subutilizadas eatraem movimento para zonas que não possuem fluxo(propostos também para a pça. universitária, para requalificá-la)

espaço + central em

relação ao câmpus

HUMANIZAÇÃO

TROCA DE IDEIAS CULTURA

ESPORTES

RECREAÇÃO

L

diag

nóst

ico

prop

osta

s/ escala

áreas inseguraspor falta de fluxo

de pessoas

principal fluxo de pedestres

acesso de carros e caminhões

nela

via do câmpus com menor movimento

ciclo

via e

est

ação

GynDeB

ike e

xiste

nte

+4 estaç.

conflitosentre os carros e

pedestres

união das quadras

(apenas acesso ao

estacionamento e

lixo hospitalar‘tema’ da área livre

de cada quadra:

grid das quadras

principais eixos de conexão (c/ identidade marcante, compartilhados entre pedestre e ciclista, com áreas de convivência ao longo deles para atrair as pessoas a pararem)

principais nódulos de atração (edifícios ou áreas externas): o ‘porquê’ de as pessoas passarem em cada eixo de conexão principal:

(no final dos eixos principais emcada quadra, p/ atrair fluxo a eles)

vias compartilhadaspedestre-carro-bike

estações de bike sharing

do câmpus

vestiários(1 por quadra)

HUMANIZAÇÃO

TROCA DE IDEIASCULTURA

ESPORTES

RECREAÇÃO

quadra da área da

saúde / hospital

das clínicas

quadra com

maior quantidade de

áreas comuns/de lazer quadra em que

mais requisitaram

quadra esportiva

quad

ra m

ista:

área

cultu

ral

e da

saúd

e

quadra com maior

diversidade de áreas

do conhecimento

(principais eixos)N N

área de convivência

diag

nóst

ico

prop

osta

s/ escala

proposta de realocação de alguns edifícios pequenos/médios, segundo análise funcional e na paisagem:

futuras ampliaçõesa serem realocadas

guaritas dosestacionamentos

retirados

grid aproximadodas quadras após

retirada de edifícios

edifícios desativados ou a serem desativados

edifícios que são barreiras a fluxos principais de pedestres

edifícios que que bloqueiam áreas externas, cercando-a

edifícios cuja locação criaespaços s/ uso ao seu redor

edifícios que se interpõem em grandes áreas

potenciais

usos realocados em edificações com a mesma área, e próximos aprédios com os quais se relacionam; locados em um novo edifício segundo o grid da quadra, ou em um anexo abaixo/acima de um prédio existente (em caso de térreo livre ou de existência de estrutura para novo pavimento)

alinhamento dos novos edifícios com os edifícios mantidos, ordenando o plano de massas do câmpus

0 200m100

entrada

entrada

estacionamento 1 da estação de integração no subsolo da praça (4.960m²: 165 vagas)

estacionamento 2 no subsolo da rotatória (5.390m²: 180 vagas)

estacionamentosem subsolo existentes e mantidos

percurso

principal

percurso principal

estacionamento proposto no subsolo(7.100 m²: 236 vagas)

estacionamento proposto no subsolo(9.600 m²: aprox. 320 vagas)

pontos de ônibus existentes requalificados

(já há ampla oferta de transporte público na área)

edifícios mantidos(não serão propostosestacionamentos embaixo deles, para não mexer em sua estrutura)

percurso secundário

av. universitária

r. 261

r. 236

av. universitária

terminalda bíblia

pça.cívica

+4

+4

+5

diagnóstico x proposta

4 | 8

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estudo/d

escan

so

praça interativa

p/ troca de ideias

proine café

retir

ada d

a rua 2

35, unindo as

2 quadra

s

baia

de ôn

ibus,

facilit

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2

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cent

ro de

aulas

dfac

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educ

ação

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fac. d

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tolog

ia

banc

o

e bibl

iotec

a

proine

copia

dora

Fundamentado no partido, o projeto esmiuça os elementos definidos nele, transformando o funcional em forma. Esse processo de evolução da proposta foi realizado em todas as quadras, em 12 etapas baseadas nos 5 princípios norteadores, mas será aqui demonstrado detalhadamente apenas na ‘quadra modelo’ (qd. 62, abaixo), quadra que possui o maior movimento de estudantes do Câmpus.

4. Á R E A S D E C O N V I V Ê N C I A

1 . PA R T I D O

6 . D I V IS ÃO D O S F I L E T E S

3 . P E R C U R S O S P R I N C I PA I S

5. T R AÇA D O D O S CA M IN H O S

2. D E S E N H O D E F I L E T E S

Locação de áreas de convivência contíguas aos percursos principais como definido no partido do projeto, para simultaneamente serem vistas por quem passa nos percursos (áreas serem + atrativas) e para as pessoas nas áreas de convivência verem os percursos (serem vigilância, + segurança). Todas as áreas são pensadas de modo a terem atrativos para garantir o seu uso, como uma vista bonita ou esculturas interativas junto a elas.

O partido propôs conexões e usos externos, realocar edifícios e liberar o centro da quadra para uma grande praça com mesas móveis que propicie a integração, estudo em grupo e troca de ideias, por se tratar da quadra com a maior circulação de estudantes de diferentes áreas do conhecimento. Em contrapartida, é proposta (em todas as quadras) uma área de estudo individual e descanso na zona com menor circulação de pessoas.

Divisão dos filetes entre área permeável e piso, colocando piso ao longo dos caminhos do pedestre (etapa 5) e nas zonas dos usos externos previstos no partido. A cor do piso é usada como marcador de hierarquia, em tons de cinza para delimitar os espaços: cinza mais escuro para os percursos principais, cinza médio para as áreas de convivência ao longo dos percursos e cinza claro para o resto do piso.

Desenho dos percursos principais com vértices nas linhas do grid, de acordo com os principais eixos de conexão estabelecidos no partido. O desenho visa criar identidade norteadora a partir de um caminho com linhas não paralelas, constrastando com o paralelismo dos edifícios e do entorno, e busca evitar a ‘perspectiva cansativa do percurso em linha reta’ (JAN GEHL, 2015).

Análise de todos os possíveis caminhos que o pedestre faz ou fará na quadra, para guiar na distribuição dos pisos nos filetes e na locação de áreas permeáveis (etapa 6), de modo a permitir os acessos mais rápidos ao pedestre e evitar que ele pise na vegetação, além de guiar na locação dos mobiliários (etapa 10) para que eles não obstruam a passagem.

Desenho de filetes marcados no piso, traçados a partir das quinas/cantos da quadra e de todos os edifícios mantidos e acrescentados, de modo a criar um grid irregular para guiar o desenho do projeto e dotá-lo de uma identidade que o discirna, ao mesmo tempo estabelecendo uma relação entre o que é projetado e o que é existente.

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proine: programa de incubação de empresas

iptsp: instituto de patologia tropical e saúde pública,

(iptsp + (2) biotério + (3) cip dip bio)

áreas verdes sem uso

mantém-se uma pista p/ acesso de caminhões e ao estacionamento (subsolo)

copiadora e vestiário no térreo livre da biblioteca

acréscimo de2 pavimentos p/ incorporarbiotério e cip dip bio

área de exposição de trabalhos no térreo livredo centro de aulas d

requalificaçãodas lanchonetes

existentes abertas p/ a área externa,

integrando-asa esses espaços

estacionamentos/asfalto ou paver

concreto usinado cinza mais escuro nospercursos principais

concreto usinadocinza claro nas

calçadas

concreto intertravado combase permeável p/ via compartilhada

resto do piso: piso drenante ecodreno em 2

tons (diferenciar caminhos e áreas de conviência)

vegetação da área permeável: definida na etapa 11 - ‘tipos de vegetação’

evolução da proposta

5 | 8

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7. ÁG U A C O R R E N T E 9. E D I F Í C I O S D E I D E NT I DA D E8 . C O B E R T U R A S

Locação de áreas de água corrente ao longo dos percursos principais que ligam uma quadra do Câmpus à outra, como estratégia de Wayfinding. A proposta é uma releitura da expressão ‘siga o rio’: a água servirá para guiar o pedestre que visa ir de uma quadra a outra, apontando a direção da próxima quadra. A água corrente também beneficia o microclima, abafa o barulho da cidade e é um meio das pessoas se refrescarem no calor.

Para os novos edifícios (cantinas, cafés, lojas, etc), foi proposto um estudo da forma, com um conceito que define a identidade do Câmpus de longe, uma vez que de todas as ruas do entorno é possível ver uma destas edificações das 5 quadras. A proposta é um edifício de vidro e brises leves, contrastando com o concreto /edifícios fechados existentes em volta, com a mesma linguagem das coberturas das áreas de convivência.

Locação de coberturas para sombrear as áreas de convivência, além de marcar verticalmente os percursos principais: locadas rente a eles em conjunto com as árvores, os marcam ao nível do olho incitando a pessoa a percorrê-los. O foco foi a vista do pedestre: sua forma é irregular e dinâmica ao nível do olho, criando uma vista chamativa e identitária, com o forro de madeira (aconchegante) e a borda vermelha (estímulo visual).

água

da

chuv

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antes (qd. 62)

antes (qd. 87)

As coberturas das áreas de convivência, assim como as coberturas dos novos edifícios, funcionam como um funil de captação de água da chuva: a parte mais baixa das irregularidades da cobertura é sempre no pilar central vertical – oco para a passagem da água –, que será tratada para ser utilizada na água corrente do projeto (etapa 7). Seu bombeamento será sustentado pela energia gerada por placas fotovoltaicas nas coberturas dos prédios existentes.

tratamento básico da água com filtro de areia para uso na água corrente do projeto

armazenamentoda água tratada

pilar central vertical oco

água

da

chuv

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quad

ra 68 quadra 71

6 | 8

depois: retirada de carros, criação de áreas de convivência

cobertas e água corrente.

depois: retirada de muros,criação de edifícios de identidade visual e lombofaixas nas travessias para aumentar segurança do pedestre

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1 0 . M O B I L I Á R I O

1 2. T I P O S D E V E G E TAÇ ÃO A LTA1 1 . T I P O S D E V E G E TAÇ ÃO B A I XA

Locação de mobiliários de acordo com os usos definidos no partido. A escolha seguiu uma mesma paleta de materiais – concreto, metal e madeira – e buscou trazer flexibilidade e liberdade de uso para essas áreas, com móveis que pudessem ser movidos ou então que fossem locados de forma a atender diferentes necessidades (bancos locados individualmente ou então bancos locados um de frente ao outro para conversas em grupo).

Os mobiliários foram divididos em gerais e específicos. Os mobiliários gerais são os móveis presentes em todas as quadras, os quais foram já definidos ou projetados pela autora, como o mobiliário de áreas de convivência, área de estudo individual e descanso (imagem ao lado), paraciclos, etc.

Em todas as cinco quadras, também haverão esculturas interativas: esculturas nas quais as pessoas podem subir, tocar e interagir, locadas em áreas de convivência em que não há cantinas, cafés ou outros grandes atrativos para permanência, visando atrair as pessoas e garantir o uso dessas áreas.

Já os mobiliários específicos são aqueles para usos únicos das outras 4 quadras – a zona de recreação da quadra 71 e etc – a serem definidos em um projeto mais detalhado.

Para fortalecer ainda mais a marcação vertical nos percursos principais, propôs-se o uso de árvores de floração colorida e chamativa neles, com cores que ‘combinassem’ com as vegetações baixas escolhidas em volta. Considerou-se ainda os períodos de floração de cada espécie, para que em todo ano o percurso seja florido. Para o resto do projeto, foram escolhidas árvores do cerrado sem floração marcante.

Nas áreas permeáveis é proposta a retirada dos filetes marcados no piso, para que essa marcação linear seja feita apenas pelo uso de diferentes espécies de arbustivas/forração em cada filete, mantendo grama apenas onde há intenção de sentarem nela. Buscou-se a gradação de alturas/texturas com espécies distintas (em 2 composições que combinam entre si), vistas pelo pedestre como camadas, estimulando sua visão e olfato.

árvores existentes (mantidas)

árvores de grande porteárvores de médio porteárvores de pequeno portejacarandá-mimosoquaresmeira roxaescumilha africanapata-de-vaca branca

árvores acrescentadas:fórmiodracena vermelhafilodendrocamarão vermelho

capim do texasclorofitofalsa erica

grama são carlos

composição de vegetação 1:

composição 2:

paineis móveis para exposição de trabalhos

esculturas interativas

mesas de estudo

mesas (móveispara estimular a

junção e integração)

bancos c/ variações de comprimento e

posição (individuaisou em grupo)

estação de bike sharing

paraciclosredes p/ descanso

mesas de estudo individual c/ chaise de descanso

gradação de alturase texturas:

antes (qd. 71)

antes (qd. 86)

depois: realocação das casas de invasão e criação de conexões na quadra, arborizadas e com vegetação chamativa.

depois: retirada do espaço de convivência/descanso improvisado e criação de um lugar de qualidade. 7 | 8

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hospital das clínicas

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pista de skate + academia ao

ar livre

área de feira diária de comida

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QUADRA 68 - HUMANIZAÇÃO QUADRA 62 - TROCA DE IDEIAS

QUADRA 71 - RECREAÇÃO QUADRA 86 - ESPORTES

QU

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Acessos dos edi�ciosProjeção de cobertura/2º pav.Pilares das coberturas projetadasPaineis de exposição de trabalhosZonas de mobiliário específico(a serem detalhadas)

Bancos (c/ variações de comprimento)Mesas (móveis p/ es�mular junção)

Grama São CarlosCamarão VermelhoFilodendroDracena vermelhaFórmioCapim-do-texasClorofitoCufeia/Falsa-erica

Mesa de estudo individualMesa de estudo individual c/ chaiseRedesParaciclosEstação de bicicleta compar�lhadaEsculturas intera�vas

Árvores existentes Árvores acrescentadas

Mobiliário geral: Árvores (representação do caule):

Vegetação arbus�va/gramíneas/de forração:

O projeto final consiste na replicação das etapas de evolução da proposta nas outras 4 quadras, seguindo os usos, eixos de conexão e elementos propostos no partido para cada.

Os usos específicos de cada quadra foram definidos apenas a nível de diretrizes, a serem projetados em um projeto mais detalhado, enquanto outras questões foram mais esmiuçadas, como as estratégias de solução de tráfego adotadas, representadas no diagrama ao lado.

O resultado é um desenho que transforma as quadras do Câmpus Colemar Natal e Silva da UFG em um único complexo e atinge seus objetivos: promove integração com a cidade, conecta os prédios, ordena a área, cria uma identidade que a discirna e propicia a convivência de seus usuários – um câmpus de verdade.

0 4020 m

calçadas bem mais largas que as atuais

percursos principais compartilhados entre pedestre e ciclista

concreto intertravado nas faixas de pedestre para diminuir velocidade dos carros

sinalização vertical indicando o sentido dos edifícios

retirada de estacionamentos das vias para alargamento da calçada e canteiro

via compartilhada, separada por balizadores, tambémem concreto intertravado

lombofaixa nas travessias do percurso principal

criação de baias de ônibus, parafacilitar a paradapça. universitária

qd. 86

qd. 87

formato atual das quadras

piso tátil nos percursos principais e calçadas

7m

sem escala

projeto final

8 | 8ESTRATÉGIAS DESOLUÇÃO PARA OTRÁFEGO - QD.87