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A populaçãobrasileira O Brasil, assim como outros países do mundo, passou pela explosão demográfica e sua população praticamente duplicou em meio século. Hoje em dia, seu crescimento vem diminuindo devido a fatores como urbanização e inserção da mulher no mercado de trabalho. Entretanto, não podemos dizer que te- mos um país povoado, já que possuímos um território muito extenso, somos no máximo um país populoso, pois em números absolutos temos a 5.ª maior popula- ção do mundo. Uma população que está concentrada em determinadas faixas do território brasileiro. Evolução da população brasileira Antes do ano de 1872, data do primeiro recense- amento, haviam estimativas precárias quanto ao total da população brasileira. Estimava-se que o número de pessoas que aqui viviam em 1550, era de 15 000, excluindo indígenas. O governo imperial fez então, um recenseamento em 1872, mas somente a partir de 1889, com o fim do Estado vinculado à igreja, quando o regis- tro civil passou a ser obrigatório, é que o levantamento populacional passou a ser melhor desenvolvido. As- sim, a partir deste momento o Estado passou a regis- trar os nascimentos, mortes e casamentos, o que era feito até então somente pela Igreja. Desde este ano até 1938, começaram a ser feitos os primeiros recenseamentos de forma incipiente e irregular. A partir da criação do IBGE, por parte do então presidente Getúlio Vargas, em 1938, temos, no ano de 1940, uma sistematização dos recenseamen- tos no Brasil. O censo se realiza de 10 em 10 anos, fato que só foi quebrado na década de 1990, quando o censo de 1990 aconteceu em 1991. Acompanhe a evolução da população brasileira: Ano População IBGE. 1872 9 930 478 1890 14 333 915 1900 17 438 434 1920 30 635 605 1940 41 236 315 1950 51 944 397 1960 70 119 071 1970 93 139 037 1980 119 070 865 1991 146 155 000 2000 169 799 170 Com esses dados podemos observar um salto na população brasileira que no período de entre 1940 até 2000, teve um aumento populacional de 41 236 315 pessoas para 169 799 170 pessoas, ou seja, neste período a população cresceu cerca de quatro vezes. Entretanto, isto não significa que a população esteja crescendo a porcentagens constantes. Nos últimos anos, temos observado uma diminuição do cresci- mento populacional, resultante da queda da taxa de natalidade. O crescimento da população entre 1940 e 1950 foi de, aproximadamente, 2,3%. Esse crescimento acen- tua-se ainda mais nas décadas posteriores, até 1970, quando a taxa de crescimento vegetativo atingiu seu ápice – 2,9%. No período em que a população brasileira cresceu vertiginosamente, houve uma queda na taxa de mortalidade, resultante da evolução da medicina e do implemento do saneamento básico. Essa queda da mortalidade não foi acompanhada pela diminuição da taxa de natalidade, fazendo com que neste período ocorresse a explosão demográfica brasileira. Nas últimas décadas, a partir de 1970, temos um crescimento de população que gira em torno de 1,6%, o menor já observado. Tal fato pode ser explicado pela diminuição das taxas de natalidade. Esta decorre de mudanças como: a inserção da mulher no campo de trabalho, além da utilização de métodos contracep- tivos. Tivemos uma diminuição gradativa da taxa de natalidade em nosso país, num processo que ocorreu de forma um pouco atrasada se comparada aos países desenvolvidos, principalmente, os europeus. 1 PROFESSOR - EDSON LEITE

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Ficha de geografia sobre a estrutura populacional

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A

população

brasileira

O Brasil, assim como outros países do mundo, passou pela explosão demográfica e sua população praticamente duplicou em meio século. Hoje em dia, seu crescimento vem diminuindo devido a fatores como urbanização e inserção da mulher no mercado de trabalho. Entretanto, não podemos dizer que te-mos um país povoado, já que possuímos um território muito extenso, somos no máximo um país populoso, pois em números absolutos temos a 5.ª maior popula-ção do mundo. Uma população que está concentrada em determinadas faixas do território brasileiro.

Evolução da população brasileira

Antes do ano de 1872, data do primeiro recense-amento, haviam estimativas precárias quanto ao total da população brasileira. Estimava-se que o número de pessoas que aqui viviam em 1550, era de 15 000, excluindo indígenas. O governo imperial fez então, um recenseamento em 1872, mas somente a partir de 1889, com o fim do Estado vinculado à igreja, quando o regis-tro civil passou a ser obrigatório, é que o levantamento populacional passou a ser melhor desenvolvido. As-sim, a partir deste momento o Estado passou a regis-trar os nascimentos, mortes e casamentos, o que era feito até então somente pela Igreja.

Desde este ano até 1938, começaram a ser feitos os primeiros recenseamentos de forma incipiente e irregular. A partir da criação do IBGE, por parte do então presidente Getúlio Vargas, em 1938, temos, no ano de 1940, uma sistematização dos recenseamen-tos no Brasil. O censo se realiza de 10 em 10 anos, fato que só foi quebrado na década de 1990, quando o censo de 1990 aconteceu em 1991.

Acompanhe a evolução da população brasileira:

Ano População

IBG

E.

1872 9 930 4781890 14 333 9151900 17 438 4341920 30 635 6051940 41 236 3151950 51 944 3971960 70 119 0711970 93 139 0371980 119 070 8651991 146 155 0002000 169 799 170

Com esses dados podemos observar um salto na população brasileira que no período de entre 1940 até 2000, teve um aumento populacional de 41 236 315 pessoas para 169 799 170 pessoas, ou seja, neste período a população cresceu cerca de quatro vezes. Entretanto, isto não significa que a população esteja crescendo a porcentagens constantes. Nos últimos anos, temos observado uma diminuição do cresci-mento populacional, resultante da queda da taxa de natalidade.

O crescimento da população entre 1940 e 1950 foi de, aproximadamente, 2,3%. Esse crescimento acen-tua-se ainda mais nas décadas posteriores, até 1970, quando a taxa de crescimento vegetativo atingiu seu ápice – 2,9%. No período em que a população brasileira cresceu vertiginosamente, houve uma queda na taxa de mortalidade, resultante da evolução da medicina e do implemento do saneamento básico. Essa queda da mortalidade não foi acompanhada pela diminuição da taxa de natalidade, fazendo com que neste período ocorresse a explosão demográfica brasileira.

Nas últimas décadas, a partir de 1970, temos um crescimento de população que gira em torno de 1,6%, o menor já observado. Tal fato pode ser explicado pela diminuição das taxas de natalidade. Esta decorre de mudanças como: a inserção da mulher no campo de trabalho, além da utilização de métodos contracep-tivos. Tivemos uma diminuição gradativa da taxa de natalidade em nosso país, num processo que ocorreu de forma um pouco atrasada se comparada aos países desenvolvidos, principalmente, os europeus.

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Se formos analisar o número de filhos que nossos avós e bisavós tinham, em comparação com o número de filhos que nossos pais têm hoje, percebemos esta queda da taxa de natalidade do país.

PeríodoTaxa de

natalidade(%0)

Taxa de mortalidade

(%0)

Taxa de cresci-mento

(%)

AL

ME

IDA

; RIG

OL

IN, 2

003,

SE

NE

; MO

RE

IRA

, 199

9.

1941-1950 44,4 20,9 2,31951-1960 43,2 14,2 2,91961-1970 37,7 9,8 2,91971-1980 33,0 8,1 2,51981-1991 26,8 7,7 1,91992-1995 21,1 6,8 1,81996-2000 20,04 6,6 1,6

Inst

itut

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(IB

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).

Filhos por mulher no Brasil

7

6

5

4

3

2

1

01950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020

2,3

6,3

Atualidades vestibular, Abril 2005.

Esperança de vida ao nascer (em anos)Mais idosos e menos filhos

75

70

65

60

55

50

45

401950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020

68,6

45,9

Um dado que contribui para o entendimento da diminuição do crescimento demográfico resultante da queda da taxa da natalidade, é a observação da taxa de fecundidade que também caiu nos últimos anos. Esta mede o número de filhos com idade de até cinco anos por mulher em idade fértil (que no Brasil é considerada entre 10 e 50 anos).

Veja a evolução da taxa de fecundidade no Brasil:

Período Taxa de fecundidade

(AL

ME

IDA

; RIG

OL

IN, 2

003)

1965-1970 5,41970-1975 4,81975-1980 4,01980-1985 3,31985-1990 2,71990-1999 2,31999-2000 2,2

O Brasil hoje está passando, segundo alguns autores, pelo estágio de transição demográfica em curso, que significa que o crescimento da popula-

ção ainda é elevado, entretanto apresenta taxas de natalidade que caem de modo considerável. Há um equilíbrio entre a taxa de mortalidade e a taxa de natalidade. Países como Venezuela, Brasil, México e Marrocos podem ser enquadrados como países que possuem tais características. O Brasil com os novos dados está aos poucos se encaminhando para o es-tágio de transição demográfica avançada, no qual o crescimento da população torna-se moderado.

Política demográfica brasileira

As políticas governamentais, adotadas pelos governos brasileiros, contribuíram bastante para que tivéssemos no período compreendido entre 1940 e 1970, um crescimento populacional acelerado, atra-vés de políticas natalistas ou populacionistas, e a partir da década de 1970 uma diminuição nesse cres-cimento com a adoção de medidas antinatalistas.

No período de vertiginoso crescimento popu-lacional brasileiro (entre 1940 e 1970), tivemos por parte dos governos, políticas que visavam povoar o território do ponto de vista da segurança nacional, as-sim como do aproveitamento dos recursos minerais. Sendo assim, na década de 60, o governo federal criou o auxílio natalidade e o salário-família. Tais benefícios contribuíram para o estímulo à natalidade.

Entretanto, a partir de meados da década de 1960, início da década de 1970, começam a ser ado-tadas medidas antinatalistas. O medo da explosão demográfica aterrorizava os dirigentes e as classes dominantes de países industrializados, principal-mente o crescimento populacional dos países em desenvolvimento que poderiam, assim, ameaçar o bem-estar das sociedades desenvolvidas. Estava lançado o paradigma do neomalthusianismo, que apontava o crescimento populacional acentuado como impeditivo ao desenvolvimento econômico. Por isso, era necessário o controle da natalidade.

Nessa época, instituições como a Bemfam (Socie-dade Brasileira de Bem-Estar da Família) – subsidiada por empresas e instituições estrangeiras – começaram a atuar buscando o controle da natalidade.

O fim do “milagre brasileiro”, resultante de empréstimos internacionais, a partir da crise de 1973, acelerou o processo de incentivo a políticas antinatalistas. O “planejamento familiar” (modo suavizado de dizer controle de natalidade), passou a ser adotado como política de Estado, com a Bemfam, podendo atuar com mais ênfase. A esterilização feminina e o uso de contraceptivos, como a pílula anticoncepcional, foram algumas das medidas ado-tadas. Entretanto, houve um fracasso, pois o controle

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populacional que visava o desenvolvimento econô-mico, com distribuição de renda entre a população, não aconteceu. Ocorre que o único setor que efetiva-mente ganhou com esta política foi o das indústrias farmacêuticas.

Distribuição da população brasileira pelo território

O crescimento populacional brasileiro não se dá de forma homogênea no território. A maior parte da população brasileira está concentrada junto a pri-meira área de colonização, ou seja, no litoral, e sendo assim as regiões Sudeste, Nordeste e Sul são as que possuem maior população. Porém, as regiões que mais crescem no país são o Centro-Oeste e o Norte. Isto demonstra uma incipiente, mas visível, interiori-zação da ocupação do território brasileiro. No ano de 1991, a região Sudeste representava cerca de 44% da população nacional, já nos dados de 2000 aparece com 41,98% da mesma. A população do interior cresceu mais do que a população das capitais nesse período. Enquanto nas capitais houve um crescimento de cerca de 5,2 milhões de habitantes, no interior tivemos o crescimento em 17,5 milhões de habitantes.

Outro fato que comprova essa interiorização são as taxas de crescimento das cidades médias. Nos anos 90 cerca de 30 milhões de pessoas migraram para cidades médias da região Sudeste.

As grandes cidades como Rio de Janeiro (0,73%) e São Paulo (0,85%) apresentaram crescimentos inferiores à média nacional. As regiões metropolita-nas que mais atraem pessoas estão fora da região Sudeste. Brasília, Florianópolis, Goiânia, São Luís e Curitiba estão na ordem crescente das que mais aumentaram no país.

A estrutura da população brasileira

O Brasil já foi um país jovem, entretanto nos últimos anos vem passando por um processo de en-velhecimento, em virtude dos baixos valores nas suas taxas de fecundidade e natalidade, além do aumento da expectativa de vida. Desde 1970 deixamos de ser um país rural para sermos um país urbano. Sobre este dado há alguma resistência, devido a forma como ele é entendido, pois toda pessoa que mora em uma cidade (sede do município) ou em uma vila (sede do distrito) considera-se, que vive em área urbana.

Mesmo melhorando os índices sociais, o Brasil ainda enfrenta seu maior vilão–a mádistribuição da

renda em virtude da concentração da mesma – ou seja, temos a maior parte da população vivendo com pouca renda e uma pequena parcela da população vivendo com renda alta.

Outra característica de nossa população é o fato de ser composta por uma maioria feminina, o que não significa uma melhor situação econômica quando comparada a dos homens.

A formação da população brasileira

No período da colonização, o Brasil possuía entre 2 e 5 milhões de índios de diferentes nações, sendo os mais numerosos, pertencentes as tribos jê e tupi-guarani.

Porém, com a chegada do europeu, estes povos sofreram um grande genocídio e etnocídio. A popu-lação indígena na década de 1980 era de 200 mil in-divíduos, concentrados nas áreas mais interiorizadas como o Centro-Oeste, representando 0,2% da popula-ção brasileira. Devido à criação de reservas indígenas, esse contingente tem aumentado nos últimos anos.

O restante da população brasileira provém da imigração forçada de africanos e da imigração livre de americanos, europeus e asiáticos, que ocuparam o território, cresceram e se miscigenaram.

Segundo dados do IBGE, a maior parte da po-pulação brasileira é branca. Os negros são em menor número que os pardos (mulatos, cafuzos e mamelucos), entretanto, campanhas de valorização do negro têm permitido aumentar o número de pessoas que se consi-deram negras. O grande número de pardos demonstra a grande miscigenação que houve em nosso país.

Composição etária da população brasileira

Como dissemos anteriormente, a população brasileira vem mudando o seu perfil com relação à sua composição etária. Segundo dados do IBGE, nos anos 90, a população de 0 a 6 anos diminuiu 3,4%. Com a diminuição do número de jovens verifica-se um aumento na população adulta, inferindo sobre o aumento da população economicamente ativa, ou seja, da população em idade para o trabalho (15 a 60 anos). Isto vai significar uma mudança no planejamento es-tratégico do país, com um maior direcionamento de investimentos para a criação de empregos.

A população idosa é outra que cresceu em nosso país, resultado de investimentos em saúde e condições sanitárias. Com isso se faz necessário

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o replanejamento previdenciário, à medida que é cada vez mais crescente o número de aposentados e cada vez menor o número de contribuintes, devido ao aumento do trabalho informal.

Pirâmide etária brasileira

O envelhecimento da população pode ser vi-sualizado através da pirâmide etária, que cada vez mais tem diminuído sua base em detrimento do alargamento do centro e do topo. A população que possui mais de 60 anos atinge hoje, cerca de 9% da população brasileira. Atualmente, a idade mediana – aquela que separa os 50% mais jovens dos 50% mais velhos – é de 24,2 anos. Essa evolução pode ser acompanhada através dos gráficos representativos de diferentes décadas. A expectativa de vida no Brasil é, hoje, de aproximadamente 72 anos.

Pirâmides etárias da população brasileira

Brasil: 1970 Homens Mulheres

%10 8 6 6 8420024

80+75-7970-7465-6960-6455-5950-5445-4940-4435-3930-3425-2920-2415-1910-145-90-4

10%

(AL

ME

IDA

; RIG

OL

IN, 2

003)

Brasil: 1991 Homens Mulheres

%10 8 6 024

80+75-7970-7465-6960-6455-5950-5445-4940-4435-3930-3425-2920-2415-1910-145-90-4

6 8420 10%

Brasil: 2000 Homens Mulheres

%10 8 6 024

80+75-7970-7465-6960-6455-5950-5445-4940-4435-3930-3425-2920-2415-1910-145-90-4

6 8420 10%

A tendência brasileira é que este estreitamento da base e o alargamento do topo continuem se acen-tuando, conforme a previsão a seguir.

Transição demográfica

No Brasil, com a queda nas taxas de fecundida-de e mortalidade e o aumento da expectativa de vida, cresce a proporção de idosos na população.

População - 2000/2040

Atualidades, Vestibular 2005, Ed. Abril.

Homens MulheresIdade

20002040

80+

75-79

70-74

65-69

60-64

55-59

50-54

45-49

40-44

35-39

30-34

25-29

20-24

15-19

10-14

5-9

0-4

6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6%

Gênero da população brasileiraA população brasileira continua possuindo uma

leve superioridade numérica de mulheres em relação aos homens. Existem 96,87 homens para cada 100 mulheres, em números absolutos, a população femini-na é superior em mais de 2,6 milhões. Entretanto, um dado curioso é importante ressaltar, há um número maior de nascidos homens. Esta diminuição sensível da população masculina se deve ao fato da taxa de mortalidade entre homens ser maior do que a de mulheres. Isto porque entre a população masculina é mais comum a morte em virtude da violência, como homicídios e acidentes de trânsito, principalmente na faixa etária que vai de 15 a 30 anos.

Os homens vivem em média 65 anos, enquanto as mulheres possuem a expectativa de vida de 72 anos. Somente na região Norte, a população mascu-lina é maior que a feminina.

Condições de vidaNos anos 1990, melhoramos nossos índices so-

ciais, graças a uma pequena melhoria na educação e na saúde. Porém este fato não foi suficiente para recu-perar significativamente os índices socioeconômicos brasileiros, que mesmo integrando o grupo de países de alto Desenvolvimento Humano (IDH), segundo o último relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apresenta índices abaixo de países como a Líbia e Trinidad e Tobago, ocupando a 70.ª posição no ranking do PNUD, 2007. O problema está correlacionado a fatores como a má distribuição da renda e a mortalidade infantil, que apesar de estar decrescendo, ainda está acima dos

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valores tolerados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), já que possui 28 mortes a cada 1 000 crian-ças, sendo que o limite aceito, é 20 mortes a cada 1 000 crianças nascidas. Outro dado que demonstra as fragilidades de nosso país quanto ao desenvol-vimento social, está no fato de que o número de mulheres que morrem em partos também é elevado, atingindo no ano 2000, o valor de 46 mortes de mu-lheres a cada 100 mil nascimentos. O analfabetismo é outro dado que alarma, mesmo com uma redução significativa, o país hoje possui cerca de 12,8% de sua população sem saber ler e escrever.

A distribuição de renda brasileira é uma das piores do mundo, fato que pode ser visualizado através da tabela:

Classe de rendimento médio mensal familiar per capita em salário-mínimo (%) - 1999

Até ½

Mais de ½ a 1

Mais de 1 a 2

Mais de 2 a 3

Mais de 3 a 5

Mais de 5

(AL

ME

IDA

; RIG

OL

IN,

2003

)

18,9 21,8 25,6 11,2 9,4 9,9

É possível visualizar que mais de 65% da po-pulação brasileira vive com renda inferior ou igual a 2 salários-mínimos. Cerca de 45% da população brasileira vive com salários inferiores ou iguais a 1 salário-mínimo.

A população brasileira que vive com menos de 1 dólar por dia (abaixo da linha de pobreza) passou, entre 1998 e 1999, de 5,1% para 9%. Com isso, temos o crescimento do processo de favelização, em virtu-de das poucas condições de moradia geradas pela baixa renda. Mesmo com o número de moradores por domicílio tendo caído, tivemos um aumento no nú-mero de favelas no período entre 1991 e 2000, quan-do pulamos de aproximadamente 3 188 para 3 905, num crescimento de 22,5%.

População economicamente ativa

O Brasil possui cerca de 86 milhões de brasi-leiros fazendo parte da população economicamente ativa (PEA), ou seja, o universo de pessoas inseridas no mercado de trabalho, estejam elas empregadas ou não. Desse contingente, cerca de 8 milhões (9%) estão desempregados. A falta de emprego atinge principalmente mulheres, negros, jovens e pessoas que não completaram o ensino fundamental.

A maior parte da população economicamente ati-va está no setor terciário (53%), o que para um país em desenvolvimento como o Brasil, significa um grande

contingente de subempregados, pois, boa parte dessa população trabalha no setor informal da economia, de camelôs a vendedores ambulantes em semáforos.

A população que trabalha no setor secundário é de aproximadamente 23,8% e mostra o quanto é grande nosso parque industrial. No entanto, embora esteja um pouco abaixo dos patamares registrados por países de primeiro mundo, este dado esconde um grande atraso tecnológico de nosso parque industrial.

Os 23,2% restantes, trabalham no setor primário da economia, um número bastante alto, quando compa-rado aos países desenvolvidos, demonstrando, assim, o atraso de nossa agricultura, com grande número de mão-de-obra em detrimento à pequena mecanização.

Imigração para o BrasilIniciando em 1530 com a expedição de Martim

Afonso de Sousa, a imigração para o Brasil era de portugueses que estavam apenas interessados na ex-tração de recursos naturais de nosso território. Com a criação das capitanias hereditárias e a introdução da cana-de-açúcar houve uma maior fixação de por-tugueses e escravos negros no país, principalmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco.

Franceses, holandeses e britânicos ocuparam al-gumas partes de nosso território, no período colonial; no entanto, foram expulsos por índios e/ou portugueses.

Em 1808, com a abertura dos portos, foi permiti-da a entrada e saída de imigrantes livres europeus de outras nacionalidades. Até este momento, somente portugueses tinham o direito de se instalar no Brasil. O fluxo imigratório, mesmo assim, foi pequeno em virtude da mão-de-obra escrava adotada no período, não havendo portanto empregos. Apenas em 1850 com a proibição do tráfico negreiro através da Lei Eu-sébio de Queirós, houve um maior desenvolvimento da cafeicultura, da indústria e o acesso à posse de terras na região Sul do país. Nesse momento houve um grande fluxo de italianos e alemães.

Entre 1885 e 1934 cerca de 1 milhão de italianos imigraram para o Brasil, boa parte deles foram traba-lhar nas lavouras de café em São Paulo, a outra parte foi povoar a região Sul, em especial a Serra Gaúcha.

Os alemães ocuparam áreas da região Sudeste (Rio de Janeiro e Espírito Santo) trabalhando com lavouras de café, além de ocuparem a região Sul em momento anterior aos italianos.

Nesse período houve um grande fluxo de espa-nhóis que se instalaram nos grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro e de japoneses que vieram para trabalhar nas lavouras de café instaladas no interior de São Paulo, ocupando em seguida o Norte paranaense.

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Até 1929, ano da quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, quando houve uma recessão econômi-ca mundial, esse fluxo populacional estrangeiro foi intenso, depois disso observa-se uma redução sig-nificativa no número de imigrantes.

Logo após este momento, iniciou-se uma crise no país, principalmente nas área agroexportadoras. A produção de café em São Paulo teve problemas, a região de Ilhéus passou pela crise do cacau, assim como na Zona da Mata, houve uma queda na expor-tação do açúcar. Estes dois últimos fatos estimularam a migração nordestina para o Sudeste.

Esta migração fez com que houvesse um exce-dente de mão-de-obra, fazendo com que o governo de Vargas, em 1934, criasse a Lei de Cotas de Imigração que restringia a entrada de estrangeiros no país (esta lei só não tinha validade para portugueses).

Com isso houve um controle, não apenas do núme-ro de estrangeiros, mas também do número de anarcos-sindicalistas, que normalmente eram imigrantes.

A Lei de Cotas associada à crise mundial fez com que a entrada de imigrantes nesse período não fosse significativa.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial até 1973, o Brasil voltou a ter um aumento do fluxo de imigrantes em virtude do crescimento econômico gerado por investimentos estatais e estrangeiros, que ampliaram a oferta de emprego nos setores se-cundário e terciário.

Fluxos como de eslavos na região de Curitiba, chineses e coreanos em São Paulo, judeus, sírios, libaneses e latino-americanos em todo o território brasileiro, também foram importantes na construção da população brasileira, porém em menor número.

Brasil: país de emigraçãoO país assume a característica de ser de emi-

gração, devido às poucas oportunidades de trabalho oferecidas além dos baixos salários. Lugares como os Estados Unidos, Europa e Japão são alguns dos locais que mais recebem brasileiros. Para o Japão, temos o fluxo dos filhos e netos de japoneses (dekasseguis) que voltam à terra de seus ancestrais em busca de dinheiro, trabalhando em atividades subalternas, renegadas por cidadãos japoneses. Economizando de todas as formas, boa parte destes descendentes de japoneses acumulam divisas para retornarem ao Brasil e instalar negócios próprios.

Há um grande fluxo de brasileiros na Europa, principalmente em Portugal (cuja língua é a mesma), na Itália e Alemanha (principalmente de descen-dentes que obtiveram a dupla nacionalidade), além da França, Inglaterra e Espanha. Nesses países, os

emigrantes conseguem empregos pelo fato de se sujeitarem a salários baixos e ao não pagamento de alguns direitos trabalhistas (até porque boa parte desses imigrantes entra de forma ilegal). É comum o trabalho de brasileiros em redes de prostituição in-ternacional. A dupla cidadania concedida pela Itália e pela Alemanha a descendentes de pessoas nascidas nesses países, visa a redução dos efeitos gerados por um crescimento vegetativo próximo ou inferior a zero. Selecionando como imigrantes os filhos e netos de descendentes desses países, eles evitam o fluxo migratório proveniente de latinos, africanos e asiáticos, motivos da xenofobia nessa região.

O fluxo para os Estados Unidos é o mais intenso, normalmente sendo feito por jovens de classe média, em busca de melhores condições de vida. Muitos deles acabam optando pela clandestinidade para viverem nos EUA, porque as leis de imigração ame-ricanas são muito rígidas. Lá, muitos trabalham em serviços subalternos, buscando com isso acumular divisas e assim conseguir, quando retornarem ao Brasil, seu próprio negócio.

Um fluxo importante também ocorre para o Paraguai, sendo fruto da expansão agrícola bra-sileira, onde produtores de soja brasileiros (mais precisamente da região Sul), lá se instalaram para o plantio da mesma cultura em áreas antes pouco habitadas. Esses brasileiros são conhecidos como brasiguaios.

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Países de imigração de brasileiros (dados de 2001)

País N.º de pessoasEUA 800 000

Paraguai 455 000Japão 254 000

Alemanha 60 000Portugal 52 000

Argentina 38 000Itália 37 000Suíça 26 000França 22 500

Suriname 20 000

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País N.º de pessoasUruguai 20 000

Inglaterra 15 000Outros 100 500

Total 1 900 000

A migração interna no paísNo Brasil predominam as migrações voluntá-

rias, ou seja, aquelas que são movidas pelo desejo de melhoria de vida ou de ascensão social, geradas por questões socioeconômicas. Mesmo tendo como principal condicionante a pobreza, é importante sa-lientar que isto não invalida a condição de voluntária, pois parte da decisão de um indivíduo, ao contrário das migrações impelidas ou forçadas. Em nosso país, ao longo da história, é possível chegar à conclusão que a maioria dos movimentos populacionais foram gerados por questões socioeconômicas.

De acordo com o IBGE, a faixa etária que mais migra entre estados e municípios é a população de 18 a 39 anos, a mesma que possui a maior participação no total da população brasileira.

Histórico das migraçõesOs movimentos migratórios foram, ao longo da

história, responsáveis pela ocupação de grandes extensões do território brasileiro. O primeiro fluxo de relevância ocorreu nos séculos XVI e XVII, quando os criadores de gado do litoral nordestino se dirigiram ao sertão, em função da atividade açucareira que ocupou toda a região da Zona da Mata, atraindo um grande contingente populacional. No século XVIII, nordestinos e paulistas se dirigiram para as regiões mineradoras de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, num processo que gerou uma incipiente urbanização no centro do país. Com a diminuição da produção de ouro no século XIX, começamos a ter um movimen-to de retorno aos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, em função do crescimento da economia ca-feeira. Já no final do século XIX, tomou força a saída de nordestinos – especialmente do Ceará – para a Amazônia, que nesse momento tinha na extração da borracha um grande aparato econômico. Acentuou a saída de pessoas da região Nordeste com o fluxo, na primeira metade do século XX, rumo ao oeste paulista para o trabalho nas culturas de café e algodão.

Com a industrialização crescente temos o início de uma migração para as grandes cidades, após a

II Guerra Mundial, aumentando o movimento de mi-grantes do Nordeste para o Sudeste, especialmente para São Paulo e Rio de Janeiro. Com a construção de Brasília temos a ocupação do Centro-Oeste, que nas décadas de 1950 e 1960 é feita em boa parte por nordestinos, chamados de “candangos”.

No final da década de 1970, há um fluxo migra-tório de nordestinos para a Zona Franca de Manaus, sendo esta uma migração orientada pelo governo federal.

A modernização da agricultura na região Sul, seguida de uma crise do minifúndio (quando as terras se tornaram pequenas para as famílias que cresciam) fez com que, a partir dos anos 1970, houvesse a ex-pansão da fronteira agrícola rumo ao Centro-Oeste e, posteriormente, ao Norte.

Na década de 1980, zonas de mineração, como a Serra dos Carajás e a Serra Pelada (Pará), atraíram garimpeiros para o norte do país.

Tipos de migração no Brasil

As migrações inter-regionaisSão aquelas que ocorrem de uma região para ou-

tra, como por exemplo, do Nordeste para o Sudeste e para a região Norte, ou do Sul para o Centro-Oeste.

O Nordeste é a área do país que mais perde con-tingentes populacionais devido, principalmente, aos baixos índices de desenvolvimento econômico e social, ocorrente desde o declínio da economia açucareira. Entretanto, como o desemprego também aumentou na região Sudeste, houve uma diminuição desse ve-tor migratório, gerando, inclusive, um movimento de retorno de nordestinos à sua região de origem. Ainda assim, é grande o fluxo de nordestinos para a região Sudeste, assim como o fluxo para as regiões Centro-Oeste e Norte, além do estado do Paraná.

O Centro-Oeste, é uma área do país que mais recebe pessoas do que perde sendo uma das regiões que mais cresce em população. Entretanto, os números de entrada de pessoas já foram maiores, principalmente quando da construção de Brasília e da expansão da fronteira agrícola iniciada em meados dos anos 1970. O Centro-Oeste é a região que mais cresce, seguida da região Norte. Cidades como Boa Vista e Porto Velho possuem crescimento superior a São Paulo e Rio de Janeiro, em função de seu maior recebimento de fluxos migratórios.

No Sul há um certo equilíbrio entre a entrada e a saída de contingentes populacionais.

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Migração entre 1970 e 1990 no Brasil

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As migrações intrarregionaisEste tipo de migração se refere àquelas ocor-

rentes dentro de uma mesma região, como exemplo podemos citar as que partem das zonas agrícolas de-cadentes do Sudeste (na qual temos a pecuária onde antes tínhamos a lavoura) para as cidades da própria região. Outro exemplo são os gaúchos, catarinenses e paranaenses que se dirigiram para as terras novas do oeste de Santa Catarina e Paraná.

Existe uma tendência atual de atração de pólos de desenvolvimento que surgem com a desconcentra-ção industrial, podendo ser verificada pelo movimen-to de migrantes no interior de seu próprio estado ou região, principalmente nas regiões Nordeste e Sul. Tal fato pode explicar a volta daqueles que migraram.

Entre as tradicionais áreas de atração popula-cional que permanecem hoje, temos ainda, os estados do Espírito Santo, Santa Catarina e São Paulo. Este último ainda guarda esta característica, pelo fato de ser o centro econômico mais importante do país.

A migração rural–urbana, ou êxodo rural

É a saída do campo em direção às cidades. Na década de 1940, cerca de 70% da população brasi-leira vivia em zonas rurais, entretanto, já na década de 1980, temos a inversão desse dado, com 67% da

população vivendo nas cidades. Isto demonstra a força que teve o êxodo rural na dinâmica populacio-nal brasileira.

O êxodo rural foi acentuado na década de 1970, pela mecanização do campo, que provocou a diminui-ção da necessidade de mão-de-obra, concomitante ao processo de industrialização nas cidades. Entretanto alguns pesquisadores contestam tais dados, pelo fato de o IBGE considerar como residente em área urbana, toda pessoa que vive em sede distrital (vila), que é considerada como aglomerado urbano. Uma proposta para esse impasse seria se o IBGE definisse áreas urbanas através da densidade demográfica. Atual-mente, pelos dados oficiais, 81,23% da população brasileira vive em áreas urbanas.

A migração urbana–urbanaEste tipo de migração é aquela que ocorre de

uma cidade para outra. Pode estar correlacionada a uma continuação do êxodo rural, já que esta migração se faz, normalmente, por etapas. Num primeiro mo-mento, ao deixar o campo, o migrante se dirige para uma cidade pequena ou média, e depois, em outra etapa, acaba migrando para um grande centro.

Entretanto um outro caso pode ser verificado hoje em dia: a migração das grandes metrópoles para cidades médias, principalmente na região Sudeste, na busca por melhor qualidade de vida (menor violência, trânsito, poluição e custo de vida). Com isso, é forte a atração de polos de desenvolvimento como Cam-pinas (SP), Riberão Preto (SP), São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Juiz de Fora (MG), Londrina (PR) etc.

Outro exemplo de migração é recorrente nas regiões metropolitanas, onde trabalhadores das ci-dades menores executam movimento pendular, para trabalhar durante o dia nas cidades maiores.

A migração rural–rural Este tipo de migração se caracteriza pela mobili-

dade populacional de uma área agrícola para outra.

Uma distinção entre os migrantes deve ser feita, pois existem diferenças entre os que se instalaram nas frentes pioneiras e que lá permaneceram, como os sulistas que migraram para o Centro-Oeste e Sul, e aqueles migrantes que, como trabalhadores volan-tes, vivem à procura de trabalho. Destes últimos é possível distinguir:

trabalhadores sazonais – são aqueles ligados ao fenômeno de transumância, onde trabalhado-res rurais se deslocam para as frentes de trabalho apenas na época da colheita, como o que acontece

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com trabalhadores que residem entre o agreste e o sertão nordestino e se deslocam para realizar o corte da cana-de-açúcar na Zona da Mata, faixa litorânea desta região. Estes trabalhadores são conhecidos no Nordeste como corumbás.

“Boias-frias” – vivem nas periferias das pe-quenas e médias cidades do interior, são arregi-mentados diariamente para trabalhar nas fazendas, sem qualquer vínculo empregatício, executando um movimento pendular.

(UFES) O Brasil é um país populoso e despovoado. Tal 1. contradição aparente pode ser explicada da seguinte maneira.

Tem um número relativo de habitantes acima das a) médias normais.

Tem um número absoluto de população correspon-b) dente ao tamanho de sua área.

Tem uma taxa de crescimento demográfico muito c) baixa.

Tem densidade demográfica pequena em relação d) ao total de sua área.

Tem população relativa alta e população absoluta e) baixa.

Solução: ` D

Mesmos possuindo a 5.ª maior população absoluta do mundo, em virtude do território ser muito extenso, podemos dizer que vivemos em um país despovoado. Além desse dado, é importante frisar que a maior parte da população brasileira está concentrada nas áreas mais próximas ao litoral.

Considere o gráfico a seguir.2.

50%

45%

40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

crescimento vegetativo

taxa de natalidade

taxa de mortalidade

Brasil - Taxa de crescimento vegetativo

Ano

1890 1900 1920 1940/50 1960 1970 1980 1990/95

(IB

GE

, 199

1)

O gráfico somente nos permite afirmar que:

estão nitidamente expressas três etapas: até 1940, a) o declínio das taxas de natalidade e mortalidade conservam uma certa proporcionalidade; no perío-do de 1940-1970 há um declínio maior da mortali-dade, portanto um maior crescimento vegetativo e, após 1970, ocorre o inverso, a população tende a ter um crescimento menos acentuado.

a grande diminuição do crescimento populacional b) do Brasil está diretamente relacionada à melhoria das condições de vida e ao maior controle de na-talidade.

o fator de maior peso no aumento da população c) brasileira é atualmente a melhoria da saúde, higiene e saneamento básico, embora a mortalidade tenha tendência a aumentar devido à presença da Aids.

o período de maior destaque neste gráfico é o de d) 1940-1970, quando o crescimento vegetativo sofre uma grande queda e inicia-se o processo de desa-celeração do crescimento populacional.

as baixas taxas de natalidade atuais levam a um e) aumento cada vez mais acentuado do crescimento vegetativo.

Solução: ` A

O gráfico nos mostra três períodos distintos da evolução da população brasileira. O primeiro, até 1940, demonstra uma grande natalidade, e uma grande mortalidade de-corrente da carência na área de medicina e saneamento básico. O segundo, entre 1940 e 1970, mostra uma evolução da medicina e das condições sanitárias, com a diminuição da mortalidade. E o terceiro, de 1970 em diante, demonstra a queda da natalidade, decorrente da inserção da mulher no mercado de trabalho, da utilização de métodos contraceptivos etc.

(FURG) Selecione a alternativa que completa correta-3. mente o parágrafo abaixo.

O ritmo de crescimento da população brasileira diminuiu consideravelmente nos últimos quarenta anos. Explica-se esse processo através da acelerada ocorrida nos anos 70, que estimulou o êxodo rural, aumentando a taxa de do país. Por outro lado, a crescente inserção da mulher no mercado de trabalho urbano, associada aos métodos contraceptivos, desencadeou uma rápida queda nas taxas de , refletidas na acentuada queda da . da mulher brasileira.

A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto é:

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