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Planejamento Participativo de Projetos Ecopedagógicos na Transição de Conteúdos Programáticos Seriados para Ciclos de Aprendizagem

Baseados nos Parâmetros Curriculares Nacionais

Evandro de Castro SANGUINETTO1, Maria Teresa Junqueira VASCONCELLOS2 1 Estudante de Biologia/UNINCOR – e-mail: [email protected]

2 Orientadora e Professora do curso de Pedagogia/UNINCOR – e-mail: [email protected]

RESUMO

Um dos grandes desafios das escolas de nosso tempo, e de seus professores em

particular, é dar contexto, sentido e significado aos conteúdos que são ensinados, tornando

uma necessidade cada vez mais presente, em um mundo que se planetariza e busca pela

sustentabilidade, cruzarmos a ponte entre teoria e prática, cognição e ação, ensino e

aprendizagem. O objetivo desse trabalho é apresentar uma metodologia que permita ao

professor superar o ensino mecanicista, reprodutor e linear baseado em conteúdos

programáticos seriados expressos em livros e apostilas didáticas, evoluindo para ciclos de

aprendizado expressos nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, tendo no

planejamento participativo de projetos ecoeducativos e temas culturais as ferramentas de

transição.

PALAVRAS-CHAVE: ecoeducação, formação de professores, planejamento participativo,

ciclos de aprendizagem, temas culturais.

ABSTRACT

One of today’s challenge concerning school, as well as teachers, is their ability to

contextualize, to provide sense and meaning to the subjects taught. Taking the world’s

planetarization into account and considering the search for sustainability, it seems essential

to cross the bridge that links theory and practice, cognition and action, teaching and

learning. This paper aims at offering a methodology to support teachers in their process to

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overcome the mechanicist, reproductive and linear teaching approach, based on the

principles of the serial programmatic table of contents, still present in most didactic books

and handouts largely utilized, while, at the same time, developing skills that enable the use

of the learning cycles referred to in the National Curriculum Parameters (PCNs).

Participative planning, projects on ecoeducation and cultural themes are here regarded as

the tools for such transition.

KEY WORDS: ecoeducation, teachers training, participative planning, learning cycles,

cultural themes.

INTRODUÇÃO

O cotidiano escolar mostra que professores do Ensino Fundamental e Médio têm

grande dificuldade em ampliar sua prática pedagógica para além dos conteúdos

programáticos dos livros didáticos, que muitas vezes deixam de ser referência para sua

docência transformando-se em única fonte, referencial e modelo pedagógico.

Para se fazer o novo proposto pelos PCNs, educação em Ciclos de Aprendizagem,

Educação Inclusiva (STAINBACK), EcoEducação1 e Educação para a Sustentabilidade

(GADOTTI, 2000), faz-se necessário modificarmos as estruturas mentais lineares, seriadas

e mecanicistas que caracterizam nossa sociedade2, promovendo sua evolução para novas

formas de pensar caracterizadas pelo sistêmico (MORIN, 2003), complexo (MORIN, 2002,

2003 ) e orgânico dados pela visão de conjunto, percepção global, capacidade de diálogo e

troca e trabalho em equipe (PCN) que, por sua vez, requerem novas formas de ver3,

1 No artigo Pedagogia da terra: Ecopedagogia e educação sustentável, GADOTTI chama de ecoeducação a educação comunitária e ambiental, juntando todas na educação sustentável. 2 MORIN, 2002, pág. : “É o problema universal de todo cidadão do novo milênio: como ter acesso às

informações sobre o mundo e como ter a possibilidade de articula-las e organiza-las? Como perceber e

conceber o Contexto, o Global (a relação todo/partes), o Multidimensional. O Complexo? Para articular e organizar os conhecimentos e assim reconhecer e conhecer os problemas do mundo, é necessária a reforma do pensamento”. 3 NICOLESCU, pág 56: “Um nível de Realidade é aqui que é porque todos os outros níveis existem ao mesmo tempo. Este Princípio de Relatividade dá origem a uma nova maneira de olhar a religião, a política, a arte, a educação, a vida social. E quando nossa visão de mundo muda, o mundo muda. Na visão transdisciplinar a Realidade não é apenas multidirecional, é também multireferencial”.

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interagir e agir no mundo (NICOLESCU) e no cotidiano (GUTIERREZ e GADOTTI,

2000), um processo realimentando o outro.

Pretende-se com o presente trabalho contribuir para a construção de uma educação

com sentido (GUTIERREZ, 1999), voltada para as necessidades do educando e da

sociedade na qual está inserido (GADOTTI, 2000), desenvolvendo metodologia que

permita ao professor superar o ensino mecânico e linear baseado em conteúdos

programáticos expressos nos livros didáticos, evoluindo para o pensamento sistêmico

expresso pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs.

Um novo mundo apresenta-se nesse início de Século XXI e em certo sentido o

futuro já chegou. No entanto, nossas escolas estão ainda presas a velhos conceitos, velhos

paradigmas4, velhas práticas, todos originados na ciência do Século XIX e praticados ao

longo do Século XX na construção da produção em massa de bens e serviços que

alavancaram o sistema capitalista para a atual hegemonia global.

As duas últimas décadas do século passado promoveram intensa redução de mão-

de-obra nas fábricas de todo o mundo, em operações de reengenharia e reestruturação com

a disseminação de computadores, robôs e comunicação via internet ocupando os lugares do

humano nas linhas de produção. O mercado de trabalho tem evoluído do setor secundário

(indústrias) para o terciário (serviços) e agora um novo salto, um novo setor, o da

informação.

Em meio a esse furacão de transformações5, cresce a compreensão e necessidade

urgentes de buscarmos pela sustentabilidade socioambiental, por entendermos, em escala

planetária, que o atual modelo de produção de bens e riquezas coloca em risco as

possibilidades de as gerações futuras obterem seu sustento e manterem a qualidade de vida6

4 Para aprofundar, ver MORAES. 5 MORIN, 2003, pág. 57, nota de rodapé: “(...) a demonstração da termodinâmica prigoginiana de que, em condições de instabilidade, há formação espontânea de organização, donde a probabilidade de uniões organizadas cada vez mais complexas de macromoléculas, em condições termodinâmicas apropriadas (turbilhões)” poderia ser um indicativo de semelhante ocorrência também nas sociedades humanas. Note-se as organizações espontâneas ocorridas, por exemplo, no universo virtual da internet como a formação e ação de ONGs locais/planetárias. 6 Publicação do MEC traz o seguinte texto a respeito do Relatório Brundtland: “No plano internacional cumpre informar que em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED), instituída pela ONU em 1983, promulgou um relatório intitulado “Nosso futuro Comum” (Gro Harlem Brundtland -1ª Ministra da Noruega) onde várias reflexões voltadas à escassez de recursos naturais e energia; à miséria de vários povos e conseqüente degradação de ecossistemas; à poluição industrial e necessidade de mudar hábitos de consumo e produção, induziram à recomendações, à todas as nações, para que através de

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em meio a crescente destruição, degradação e aumento da miséria – o preço que vimos

pagando sem nos darmos conta da complexa teia de relações que nos nutre e permite a vida.

Nesse contexto, a velha, arcaica, mecânica, reprodutivista e conservadora escola que

insistimos em manter, está com seus dias contados e necessitamos evoluir para uma escola

que ensine a complexidade de nossos tempos, o sentido da ciência para o cotidiano, a

resolução de problemas socioambientais nos níveis locais, que construa sua identidade a

partir da população que atende (PMTC), com suas características, necessidades, saberes,

práticas, culturas, todas singulares em meio à pluralidade cultural global7, onde a máxima

dos anos 70 é cada vez mais atual: pensar global e agir local.

Partindo dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, que nos trazem a

possibilidade de trabalharmos uma visão mais ampla, sistêmica, orgânica por meio de

temas culturais, temas transversais e com liberdade de múltiplas abordagens, construímos

uma metodologia participativa8 utilizando cartões com objetivos, conteúdos e avaliação

(PCNs), que grupos de professores rearranjam enquanto estudam e percebem suas múltiplas

possibilidades, finalizando com a elaboração de projetos socioambientais e/ou

ecopedagógicos e/ou baseados em temas culturais.

Como resultados, a participação de todos, a construção coletiva do conhecimento, o

envolvimento e a renovação de práticas cristalizadas pelo tempo9.

MATERIAIS E MÉTODOS

mudanças legais e institucionais viessem a buscar o desenvolvimento sustentável, eliminando a pobreza e os padrões de consumo exagerados para garantir dignas condições de vida, e um meio ambiente equilibrado para esta e para as futuras gerações”. No mesmo relatório define-se: “desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. 7 Para aprofundamento, veja DELLORS e os quatro pilares da educação do futuro: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos. 8 Para aprofundar no tema, consulte GTZ e PMSP. 9 DELLORS, pág. 19: “Trata-se de aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento acerca dos outros, da sua história, tradições e espiritualidade. E a partir daí, criar um espírito novo que, graças precisamente a esta percepção das nossas crescentes interdependências, graças a uma análise partilhada dos riscos e dos desafios do futuro, conduza à realização de projetos comuns ou, então a uma gestão inteligente e apaziguadora dos inevitáveis conflitos. Utopia, pensarão alguns, mas utopia necessária, utopia vital para sair do ciclo perigoso que se alimenta do cinismo e da resignação”.

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Do site do Ministério da Educação e Cultura – MEC, baixamos os arquivos em pdf

dos PCN de 1a a 4a séries e 5a a 8a séries do Ensino Fundamental e utilizando o programa

Microsoft Word, construímos tabela com células em tamanho aproximado de cartões de

visita onde cada item dos Objetivos, Conteúdos e Avaliações da área de Ciências Naturais

foram copiados e colados nas células.

Em papel A4, imprimimos as tabelas, ciclo a ciclo (em média 8 cartões por folha) e

partimos para o trabalho de campo com professores das EM “Profa. Oneida Junqueira” e

“Rio do Peixe II”, ambas pertencentes à Rede Municipal de Educação de Três Corações,

Minas Gerais, utilizando horários de Módulo de Estudos para o Planejamento Participativo

dos PCNs.

Com as folhas impressas em mãos os professores selecionaram crayons (giz de cera)

de diferentes cores para pintar os cartões: vermelho para Objetivos, laranja para Conteúdos

e amarelo para Avaliações, o que proporciona harmonia para o conjunto garantindo o

necessário destaque na organização do material.

Trabalhando apenas com Objetivos de um dado ciclo, os cartões coloridos eram

lidos e organizados por similaridades que o grupo entendesse/percebesse existirem entre

eles. Nota-se que alguns Objetivos são semelhantes e estes formam grupos que são

espacialmente separados em uma coluna que vai se formando com a troca de idéias,

mediações e acordos entre os professores. Essa organização espacial dá-se sobre uma mesa

grande ou junção de carteiras o que permite grande mobilidade dos cartões, além de fácil

visualização e acesso por parte de todos.

Organizada a primeira coluna, dos Objetivos, passa-se para a elaboração da coluna

dos Conteúdos, onde a cada cartão lido o grupo busca associações com os Objetivos. A

forma de fazê-lo é livre e o grupo soberano. Na maioria das vezes os cartões são lidos e

uma grande interação acontece até que as ligações e relações se estabeleçam entre

Objetivos e Conteúdos.

Pronta essa segunda coluna, a percepção geral foi de que não existe uma forma

“certa” de se fazer o exercício, pois as mudanças são constantes mesmo durante a leitura e

releitura dos cartões. Visualiza-se ainda que podem ocorrer diferentes situações, todas

possíveis e plausíveis:

a) Um objetivo se liga a um único conteúdo;

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b) Um objetivo fica sem conteúdo;

c) Um objetivo se liga a dois ou mais conteúdos;

d) Um conteúdo se liga a dois ou mais objetivos;

e) Um ou mais conteúdos ficam sem objetivos;

f) Vários objetivos podem se ligar a vários conteúdos e vice-versa;

g) Um ou mais objetivos e/ou conteúdos são comuns a uma ou mais áreas

programáticas.

Uma terceira coluna com cartões de Avaliação é construída como na anterior e o

exercício deixa claro aos participantes as possibilidades e conexões inter, multi e

transdisciplinares de Objetivos, Conteúdos e Avaliações. Como já visto, alguns vazios

podem estar presentes nas colunas, servindo de base para novas discussões, reflexões e

proposições, redefinindo estruturas, rearranjando colunas ou mesmo criando novos

Objetivos, Conteúdos e formas de Avaliação para o quadro que se forma.

Finalmente, os cartões são colados em papel pardo ou outro, reproduzindo a mesma

disposição que tinham sobre a mesa, e este é afixado em local de fácil acesso e visibilidade

para que sejam consultados e comparados com o trabalho de outros grupos, o que fortalece

a percepção do trabalho em equipe e a noção de trasitoriedade da organização, uma vez que

a mesma pode e deve sofrer variações no espaço-tempo à medida que o(s) grupo(s)

reflita(m) sobre seu trabalho, avance(m) em sua(s) práticas e reorganize(m) sua(s)

estrutura(s) internas de pensamento-percepção-ação.

Em uma segunda etapa, com uma releitura e adaptação de metodologias de

Planejamento Participativo construímos com diversos grupos de dois a três professores,

diferentes visões sobre um mesmo tema. Trabalhando em duas escolas da zona rural, com

professores quase em sua maioria da zona urbana, sentíamos uma grande distância entre

estes e o público que atendiam. Entendendo a necessidade de conhecermos de perto a

realidade sobre a qual atuamos, resolvemos planejar saídas de campo com o objetivo de

conhecer de perto diferentes comunidades rurais, buscando uma maior aproximação entre

conteúdos programáticos e realidades locais.

Com o Planejamento Participativo, cada grupo de professores construía sua visão da

proposta e em Reuniões Pedagógicas em que todos participaram, pudemos integrar as

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diversas visões em dois projetos de escola, ambos muito semelhantes e com amplas

possibilidades de intercâmbio.

Uma quarta coluna se abre no planejamento com os PCN, relacionando ao já

construído os conteúdos programáticos dos livros didáticos de cada ciclo: cada tópico é

assim visto como conectado e interconectado com um ou mais conteúdos e objetivos dos

PCN e novas formas de avaliação são então percebidas e contempladas.

Os projetos elaborados, além do nome, justificativa, objetivos geral e específicos,

metodologia, cronograma de atividades e responsabilidades conta com um outro tópico:

Conteúdos por Área. Neste cada professor ou grupo de professores exercita possibilidades

de conteúdos a serem desenvolvidos por meio do projeto, partindo do planejamento por

ciclo definido a partir do planejamento anual de cada escola, o que é agora relacionado em

uma quinta coluna.

Observando o quadro completo, percebe-se claramente uma infinidade de opções e

possibilidades que se abrem para o trabalho docente no tocante ao desenvolvimento dos

conteúdos programáticos, agora plenamente possível e simples de ser alinhado em

múltiplas dimensões: sala de aula, planejamento bimestral, semestral, anual, Projeto

Político Pedagógico, Parâmetros Curriculares Nacional.

RESULTADOS

Desenvolvida com professores, supervisoras e diretoras de duas escolas municipais

rurais, EM Rio do Peixe II e EM Oneida Junqueira, obteve-se como resultados a plena

aceitação da metodologia que culminou com o planejamento participativo de projetos

ecopedagógicos e 15 saídas a campo envolvendo todo professorado, servidores e alunado

para estudo do meio e visitas às comunidades de origem dos alunos de ambas escolas. Em

avaliação da metodologia, realizada com 24 professores de ambas escolas, tivemos os

seguintes percentuais: (1) A metodologia utilizada amplia o conhecimento sobre os PCNs

de cada área (100%); (2) A metodologia utilizada permite relacionar os objetivos,

conteúdos e avaliações dos PCNs com os conteúdos curriculares expressos nos livros

didáticos (100%); (3) A metodologia utilizada permite relacionar projetos ecopedagógicos,

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conteúdos programáticos e ciclos de aprendizagem (88% - 8% não respondeu); (4) A

metodologia utilizada facilita uma visão de conjunto (88% - 8% não respondeu); (5) A

metodologia utilizada facilita o planejamento pedagógico (100%); (6) A metodologia

utilizada pode ser uma ferramenta eficiente e eficaz na transição do ensino seriado para os

ciclos de aprendizagem propostos pelos PCNs (96%).

Tabela 1 – Respostas em números absolutos da EM Professora Oneida Junqueira – 10 questionários SIM NÃO NR A metodologia utilizada amplia o conhecimento sobre os PCNs de cada área?

10

A metodologia utilizada permite relacionar os objetivos, conteúdos e avaliações dos PCNs com os conteúdos curriculares expressos nos livros didáticos?

10

A metodologia utilizada permite relacionar projetos ecopedagógicos, conteúdos programáticos e ciclos de aprendizagem?

09 01

A metodologia utilizada facilita uma visão de conjunto? 08 02 A metodologia utilizada facilita o planejamento pedagógico? 10 A metodologia utilizada pode ser uma ferramenta eficiente e eficaz na transição do ensino seriado para os ciclos de aprendizagem propostos pelos PCNs?

10

Tabela 2 – Respostas em números absolutos da EM Rio do Peixe II – 14 questionários SIM NÃO NR A metodologia utilizada amplia o conhecimento sobre os PCNs de cada área?

14

A metodologia utilizada permite relacionar os objetivos, conteúdos e avaliações dos PCNs com os conteúdos curriculares expressos nos livros didáticos?

14

A metodologia utilizada permite relacionar projetos ecopedagógicos, conteúdos programáticos e ciclos de aprendizagem?

12 01 01

A metodologia utilizada facilita uma visão de conjunto? 13 01 A metodologia utilizada facilita o planejamento pedagógico? 14 A metodologia utilizada pode ser uma ferramenta eficiente e eficaz na transição do ensino seriado para os ciclos de aprendizagem propostos pelos PCNs?

13 01

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Tabela 3 – Respostas em números absolutos e percentuais da EM Professora Oneida Junqueira e EM Rio do Peixe II – 24 questionários SIM % NÃO % NR % A metodologia utilizada amplia o conhecimento sobre os PCNs de cada área?

24 100

A metodologia utilizada permite relacionar os objetivos, conteúdos e avaliações dos PCNs com os conteúdos curriculares expressos nos livros didáticos?

24 100

A metodologia utilizada permite relacionar projetos ecopedagógicos, conteúdos programáticos e ciclos de aprendizagem?

21 88 01 04 02 08

A metodologia utilizada facilita uma visão de conjunto?

21 88 01 04 02 08

A metodologia utilizada facilita o planejamento pedagógico?

24 100

A metodologia utilizada pode ser uma ferramenta eficiente e eficaz na transição do ensino seriado para os ciclos de aprendizagem propostos pelos PCNs?

23 96 01 04

Solicitados a descreverem, em poucas palavras, a utilidade dessa metodologia em

sua prática pedagógica, colhemos os seguintes depoimentos:

EM Professora Oneida Junqueira Permitiu correlacionar o planejamento de acordo com o objetivo principal: “a característica

e a dificuldade” de cada aluno, num âmbito geral. Mostrou cada vez mais os níveis de

conhecimento e os níveis de dificuldade do aluno em se adaptar ao conhecimento.

Associar prática a teoria. Vivência e troca de experiências. Interação aluno-professor.

Trabalho coletivo.

Permite uma visão global dos conteúdos, relacionando prática e teoria, facilitando assim a

integração de conteúdos e interdisciplinando disciplinas.

Achei uma forma diferenciada, que me fez perceber a elasticidade dos objetivos e

conteúdos programáticos. Bem como a cooperação grupal, onde eu e as outras duas

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professoras pudemos nos aperceber dessa maleabilidade existente nos PCNs, fornecendo

uma visão inovadora e uma releitura reflexiva do mesmo.

Através da metodologia utilizada fica mais fácil interpretar os PCNs, pois foi discutido

parte por parte, utilizando várias cores para diferenciar as disciplinas e deixando mais claro

os conteúdos e objetivos dos PCNs.

O trabalho desenvolvido possibilitou uma visão integrada entre os objetivos e conteúdos. O

estudo da maneira como foi realizado nos possibilitou compreender melhor os objetivos,

conteúdos e avaliações dos PCNs.

Planejamento e reflexão � Prática � Avaliação � Planejamento e reflexão.

Uma visão mais clara e abrangente. Auxilia melhor a prática do dia-a-dia. Propicia uma

visão inteirada para auxiliar no trabalho de monitoria com professores.

Trabalho coletivo. Participação de todos envolvendo a prática e teoria. Envolvimento do

corpo docente. Melhor entrosamento do grupo. Participação da comunidade.

A metodologia utilizada facilitou a compreensão dos objetivos propostos. O trabalho

realizado foi bem detalhado, abrangente, muito bem contextualizado e com isso o trabalho

de sala de aula pode acontecer de forma interdisciplinar. Através dos estudos dos PCNs,

ficou fácil compreender a valorizar a realidade do aluno, bem como desenvolver um

trabalho prazeroso e dinâmico!

EM Rio do Peixe II

Nos dá segurança para fazer um bom trabalho.

Foi muito válido para a minha disciplina, pois pude me avaliar e trabalhar diferente.

Extrapolar além da sala de aula, com as visitas às comunidades, conhecendo assim melhor a

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realidade e o mundo de meus alunos. Foi muito proveitoso para enriquecimento do meu

trabalho.

Facilitou a compreensão dos PCNs. Aprendi a montar planejamento interdisciplinar.

Melhorei muito a minha prática pedagógica. Exemplo: com o passeio na comunidade do

Barra Mansa trabalhei meio ambiente, família, ciências, história, geografia, montamos

maquete e cartazes.

Foi bastante útil, tanto que estou usando essa metodologia para estudar e com isso utilizo

de vários critérios para estar montando o planejamento.

A metodologia utilizada proporcionou uma análise e uma compreensão melhor dos PCNs,

facilitando o planejamento pedagógico.

A utilidade dessa metodologia em minha prática pedagógica facilitou o planejamento

pedagógico coletivo e individual.

Pude organizar melhor meu trabalho e instrumentalizar (melhor), uma vez que estava

ansiosa e sentindo dificuldades no planejamento.

Permite interação, integração e interdisciplinaridade, podendo avaliar e redimensionar o

trabalho em percurso.

Facilitou o trabalho e planejamento das atividades em sala.

O meu trabalho ficou mais organizado e fácil de ser planejado. Tudo que seguimos em

ordem é mais significativo. Aprendi muito! Obrigada!

Oferece melhores condições de capacitação ao professor, pois ele precisa exercitar o hábito

de estudo. A metodologia é nova e necessita mais acompanhamento de uma tutoria na

orientação do estudo e dúvidas.

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Observo que através desta metodologia criamos alunos questionadores, que sabem ler e

interpretar textos, mesmo que interdisciplinares, não dando aulas e exercícios sem ter

relação com o cotidiano dos alunos o que faz as aulas ficarem mais interessantes.

CONCLUSÃO

A metodologia desenvolvida mostrou grande resultado na construção coletiva de

planejamentos, rompendo com o receio e insegurança de professores em avançar por

campos desconhecidos: pensamento sistêmico, PCNs, temas culturais, projetos

ecopedagógicos e socioambientais. Mostra-se assim como ótima ferramenta para

redefinirmos metodologias de planejamento de aulas e desenvolvimento de projetos em

nossas escolas, permitindo maior autonomia e participação do corpo docente bem como de

alunos, funcionários, motoristas, direção e supervisão, ampliando a criação, inovação e

evolução da reflexão e prática (eco)pedagógica na educação.

REFERÊNCIAS: BRASIL. MEC. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Documentos eletrônicos: PCN 1a a 4a séries. Disponível em <http://www.mec.gov.br/sef/sef/pcn1a4.shtm>. Acesso em 25 mai 2005. BRASIL. MEC. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Documentos eletrônicos: PCN 1a a 4a séries. Disponível em <http://www.mec.gov.br/sef/sef/pcn5a8.shtm>. Acesso em 25 mai 2005. BRASIL. MEC. Ministério da Educação. Educação Ambiental Legal. Brasília, DF, 2002. Disponível em < http://www.mec.gov.br/sef/Ftp/ealegal.doc>. Acesso em 25 mai 2005.

DELLORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir – Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez, Brasília, DF: MEC : UNESCO, 2003. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2000.

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