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CECOTEG Curso técnico em Comunicação Visual
Disciplina: Narrativas Visuais Instrutor: Angélica Ferraz
“Criação de Narrativas”
2013
CRIAÇÃO DE NARRATIVAS
Toda narrativa precisa de personagens.
Personagens com desejos.
Toda narrativa precisa de um conflitos.
Alguma coisa a ser resolvida, a ser conquistada.
Conflitos que ofereçam obstáculos ao
alcance dos desejos. Normalmente a narrativa se baseia no desenvolvimento desse conflito.
Toda história é composta de
INÍCIO
MEIO
FIM
O texto narrativo tem três partes: Introdução: Apresenta as personagens, localizando-as no tempo e no espaço. Desenvolvimento: Através das ações das personagens, constrói-se a trama e o suspense que culmina no clímax. Conclusão: Existem várias maneiras de se concluir uma narração. Esclarecer a trama é apenas uma delas.
A narração é um texto dinâmico, que contém vários fatores de dependência que são extremamente importantes para a boa estruturação do texto. Narrar é contar um fato, e como todo fato ocorre em determinado tempo, em toda narração há sempre um começo um meio e um fim. São requisitos básicos para que a narração esteja completa.
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Um fato, em geral, acontece por uma determinada causa e desenrola-se envolvendo certas circunstâncias que o caracterizam. É necessário, portanto, mencionar o modo como tudo aconteceu e suas consequências
Fato - o que se vai narrar (O quê?)
Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)
Lugar - onde o fato se deu (Onde?)
Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem?)
Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?)
Modo - como se deu o fato (Como?)
Consequências – Geralmente provoca determinado desfecho.
Após definir os elementos da narrativa, basta organizá-los para elaborar uma narração.
TEMPO O intervalo de tempo em que o(s) fato(s) ocorre(m). Pode ser um tempo cronológico, ou seja, um tempo especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, onde você sabe que existe um intervalo em que as ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo. ESPAÇO O espaço é imprescindível, e deve ser esclarecido logo no início da narrativa, pois assim o leitor poderá localizar a ação e imaginá-la com maior facilidade. ENREDO É o fato em si. Aquilo que ocorreu e que está sendo narrado. Deve ter um começo, um meio e um fim.
INTRODUÇÃO: A introdução deve conter informações como o tempo, o espaço, o enredo e as personagens. TRAMA: Nessa fase você vai relatar o fato propriamente dito, acrescentando somente os detalhes relevantes para a boa compreensão da narrativa. A montagem desses fatos deve levar a um mistério, que se desvendará no clímax. CLÍMAX: O clímax é o momento chave da narrativa, deve ser um trecho dinâmico e emocionante, onde os fatos se encaixam para chegar ao desenlace. DESENLACE: O desenlace é a conclusão da narração, onde tudo que ficou pendente durante o desenvolvimento do texto é explicado, e o “quebra-cabeça” (história) é montado.
PONTO DE VIRADA
Pensar na estrutura de uma narrativa retoma a ideia matemática do fractal:
formas que, a priori, podem parecer caóticas ou desordenadas são, na verdade, quase sempre fundadas sobre uma estrutura simples que se reproduz em múltiplas esferas (níveis) - sendo infinito o número de esferas, ou seja, o padrão é o mesmo, olhando-se de perto ou à distância.
>>> Teoria do matemático francês Benoît Mandelbrot, 1974.
Yves Lavandier afirma que a teoria fractal se aplica aos mecanismos narrativos. A forma simples protagonista-objetivo-obstáculos pode ser encontrada em diferentes esferas: a série, a obra unitária, o ato logístico, o ato dramático, a sequência, a cena, e até em diálogos, sendo a especificidade de cada componente e de sua combinação de milhares de formas simples que dão a cada narrativa seu caráter único e sua aparente originalidade.
SIGNIFICANTE X SIGNIFICADO
são “os elementos ou grupos de elementos que tornam possível o aparecimento da significação ao nível da percepção”. Liga-se ao mundo sensorial: do visual (gestos, mímica) do táctil (alfabeto braile) do auditivo (música).
é a “significação ou significações que são abrangidas pelo significante”. CONJUNTO SIGNIFICANTE: reunião de significante e de significado.
* Baseado nos estudos da semiótica greimasiana
Estrutura das narrativas * Baseado nos estudos da semiótica greimasiana
OPOSIÇÃO BASE [categoria semântica de base]
Vida x Morte Dominação x Liberdade Estático x Dinâmico Material x Espiritual Racional x Emocional
PERSONAGENS E FATOS Quem? O quê?
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DISCURSO Como? Enredo, narração, falas, conflitos superficiais, desencadeamento, tom do dicurso.
NARRATIVA LEITOR
Estrutura das narrativas * Baseado nos estudos da semiótica greimasiana
Greimas propôs a seguinte trama narrativa: Alguém (SUJEITO) deseja alcançar algo (objeto de valor), na jornada é ajudado por algo/alguém(ajudante), e é atrapalhado por algo/alguém(oponente); dois outros elementos estão em cena: o destinador: quem ou o quê empurrou o herói para o objetivo, e o receptor: quem ou o quê recebe o objeto de valor uma vez que este é conquistado. •Sujeito: persegue o objeto •Ajudante: actante que dará auxílio •Oponente: actante que cria obstáculos •Objeto de valor: elemento central (desejo) •Destinador: remetente •Destinatário: quem recebe o objeto
Estratégias de MANIPULAÇÃO * Baseado nos estudos da semiótica greimasiana
A manipulação é o processo por meio do qual o destinador compromete o sujeito a “se comprometer” com um determinado objeto de valor.
Ex: uma criança pede a um adulto para conseguir para um remédio que irá curar sua doença.
Um protagonista pode ser ao mesmo tempo o sujeito e o destinador, pois a conquista pode ser significante para ele mesmo ou para alguém quem lhe é importante.
•O pai de uma criança doente resolve sair em busca de um remédio que irá trazer a cura. •O Mário (do jogo de video game) mata o dragão para poder resgatar a princesa no castelo. Nesse caso, a conquista é com foco na felicidade dele e dela também. •Frodo leva o anel para ser destruído no fogo de Sauron para evitar que o mundo seja tomado pelo mal.
Estratégias de MANIPULAÇÃO * Baseado nos estudos da semiótica greimasiana
A manipulação é o processo por meio do qual o destinador compromete o sujeito a “se comprometer” com um determinado objeto de valor. Ex: uma criança pede a um adulto para conseguir para um remédio que irá curar sua doença. Um protagonista pode ser ao mesmo tempo o sujeito e o destinador, pois a conquista pode ser significante para ele mesmo ou para alguém quem lhe é importante. EX: o pai de uma criança doente resolve sair em busca de um remédio que irá trazer a cura. O Mário (do jogo de video game) mata o dragão para poder resgatar a princesa, nesse caso a conquista é com foco na felicidade dele e dela também. O trabalho do destinador imita a atuação dos profissionais de branding na medida
TIPOS DE DISCURSO NA NARRATIVA
Discurso direto
Discurso indireto
Discurso indireto livre
DISCURSO DIRETO
O narrador apresenta personagens e fatos falando diretamente. Permitindo demonstrar de maneira mais factual o que acontece, em lugar de simplesmente contar.
Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos, ficou desolado, apontando para os entulhos: “Alá minha frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar água era aquela. Ali meu outro tênis.” Jornal do Brasil, 29 de maio 1989.
DISCURSO INDIRETO
O narrador interfere na fala da personagem, e também na leitura do fato ou contexto. Ele conta aos leitores o que a personagem disse, mas conta em 3ª pessoa. As palavras da personagem não são reproduzidas, mas traduzidas na linguagem do narrador.
Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou no chão o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque. Dalton Trevisan. Cemitério de elefantes. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1964.
DISCURSO DIRETO
É uma combinação dos dois discursos anteriores, confundindo as intervenções do narrador com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um só tempo.
Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei de dar conta deste danisco... Se uma cobra picasse seu Soronho... Tem tanta cascavel nos pastos... Tanta urutu, perto de casa... se uma onça comesse o carreiro, de noite... Um onção grande, da pintada... Que raiva!... Mas os bois estão caminhando diferente. Começaram a prestar atenção, escutando a conversa de boi Brilhante. Guimarães Rosa. Sagarana. Rio de Janeiro, José Olympio, 1976.
CRIAÇÃO DE ROTEIROS
[Links para pesquisa] http://www.panasonic.com.br/kwn/Dicas-de-Roteiro.aspx http://www.cursodecinema.com/como-escrever-um-roteiro-de-cinema-primeiro-ato/ http://www.massarani.com.br/Rot-Formatacao-Roteiro-Cinema.html colunistas.ig.com.br/cinemaetudoisso/2013/02/28/conheca-e-leia-os-101-maiores-roteiros-do-cinema-eleitos-pelo-sindicato-de-roteiristas http://pt.wikipedia.org/wiki/Narratologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Dramaturgia
CRÉDITOS de filmes
Resumo da narrativa PRENDA-ME SE FOR CAPAZ 007 – Cassino Royale
Conceitual CREPUSCULO AMANHACER PARTE 2 [basicamente tipográfico] 17 AGAIN
Contextualizado MADAGASCAR
[Referências] Este material foi produzido a partir da pesquisa em diversos materiais impressos e da internet, que não foram todos citados devido ao seu uso restrito em sala de aula. Se você encontrou aqui algum material de sua autoria, por favor, deixe no campo de comentários para que eu possa creditar a autoria. Obrigada!
http://www.clown-enfant.com/leclown/adramaturgia/excertos.htm#DESEN http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/portugues/narracao/estrutura-da-narracao.html http://www.slideshare.net/faellator/estrutura-narrativa http://obasicoemletras.wordpress.com/2013/02/24/estruturas-narrativas-o-esquema-de-tres-atos/ http://obasicoemletras.wordpress.com/2013/06/30/estruturas-narrativas-o-esquema-quinario-2/ http://obasicoemletras.wordpress.com/2013/03/17/estruturas-narrativas-o-modelo-funcional-de-propp/ http://www.cursodecinema.com/como-escrever-um-roteiro-de-cinema-primeiro-ato/ http://pt.wikipedia.org/wiki/A_dramaturgia http://www.slideshare.net/carolcasali/semitica-narrativa-greimasiana http://www.brandinghipercultural.com.br/2012/04/semiotica-da-manipulacao-e-o-branding.html http://www.brasilescola.com/redacao/tipos-discurso-narrativa.htm
Criação de Narrativas
CECOTEG Curso técnico em Comunicação Visual
Disciplina: Narrativas Visuais
Instrutor: Angélica Ferraz
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