0349 - ambiente segurança e higiene no trabalho

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Código IEFP: INSERIR CÓDIGO Autor(a): NOME DO MANUAL

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Manual completo da ufcd 0349

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Código IEFP: INSERIR CÓDIGO

Autor(a):

NOME DO MANUAL

ObjetivosIdentificar e aplicar normas gerais de Ambiente, Segurança, Higiene no Trabalho como meio de prevenção dos acidentes.

Identificar os riscos profissionais e ambientais relacionadas com o meio de trabalho e as condições de segurança no desempenho da atividade profissional.

Conteúdos

Ambiente, segurança, higiene e saúde no trabalho

o Noções de

- Ambiente e segurança no local de trabalho

- Higiene e saúde no local de trabalho

o Conceito de

- Perigo

- Acidente

- Dano

- Risco e doença profissional

Prevenção de acidentes

o Estudo dos acidentes

- Classificação

- Causas e consequências - forma de as combater

o Prevenção e segurança – o porquê das quedas

o Regras de higiene pessoal, a segurança e a saúde no trabalho

o Precauções no manuseamento dos produtos

o Precauções a ter no transporte de pesos excessivos

o Dispositivos de proteção coletiva – função

o Dispositivos de proteção individual – função e regras de utilização

Riscos e o meio de trabalho

o Ergonomia

- Postura de trabalho

- Sobrecarga

- Sobre-esforços

- Aprenda a levantar e a movimentar cargas

o Ruído

- Sons desagradáveis

- Os efeitos do som sobre o ser humano

- A surdez

- Alfabeto da luta contra o ruído nos locais de trabalho

o Iluminação

- Os olhos – adaptação da vista

- A luz do dia

- O encadeamento

- O contraste

- Iluminação geral, zonal e pontual

o Radiações

- Os visores ou ecrãs de visualização – seus riscos

- Lasers

- Riscos e medidas de segurança

o Contaminantes químicos

- Substâncias químicas e seus riscos – envenenamentos e os seus riscos

- Tipos de contaminantes químicos – partículas, gases, líquidos e vapores, dissolventes e metais

- Riscos na utilização de produtos químicos

- O que fazer depois de um acidente químico

o Contaminantes físicos

- Tipos de contaminantes físicos – poeiras, fibras, fumos

o Contaminantes biológicos

- Tipos de contaminantes biológicos – vírus, bactérias, fungos, parasitas

Riscos e condições de segurança

o Condições inseguras e atos inseguros

o Riscos na utilização de máquinas e ferramentas

- O local e a superfície de trabalho

- Trabalho com máquinas – riscos

- Máquinas de vibrar

- Dispositivos de segurança

- Ferramentas manuais

- Alfabeto de prevenção da máquina

o A eletricidade

- A eletricidade e os seus perigos

- Máquinas e ferramentas elétricas

- Comportamento a adotar em elétricos

relação aos acidentes

o Os incêndios e as explosões

- As substâncias explosivas

o O armazenamento, a movimentação e o transporte

o Arrumação e limpeza do posto de trabalho

o A sinalização de segurança

Ambiente, segurança, higiene e saúde no trabalho

Noções de ambiente e segurança no local de trabalho

Amb ien te d e t raba lho

a) Amb ien te f ísico d e traba lho

• Iluminação – suficiente, constante e uniformemente distribuída;

• Ventilação- circulação de ar, ausência de gases;

• Temperatura – umidade, altas e baixas;

• Ruídos – contínuos, intermitentes ou variáveis. Limite 85 decibéis.

b) Am bient e psicológ ico de tr abalho

• Relacionamentos agradáveis;

• Atividade laboral motivadora;

• Administração participativa e democrática;

• Eliminação de stress.

S e g u ra n ça n o t r aba l h o – Prevenção dos riscos associados aos Acidentes deTrabalho.

Noções de higiene e saúde no local de trabalho

H ig ie n e n o t r aba l h o - Prevenção de riscos associados ao Ambiente deTrabalho.S e g u r an ç a , Hi g ie n e e S aú d e d o Trabalho - Circunstâncias e factores que afetam o bem estar de todos os trabalhadores, incluindo os temporários, prestadores de serviços, de visitantes e de qualquer outra pessoa que se encontre no local de trabalho.

S aú d e - A OMS define saúde como ”o estado de bem-estar físico, mental esocial integral e não meramente a ausência de doença.”

OMS - Organização Mundial de Saúde

Conceitos e Definições

Perigo - situação com o potencial de criar danos, designadamente, ferimentos ou lesões pessoais, danos para a propriedade, instalações, equipamentos, ambiente ou perdas económicas.

R i sc o - combinação da probabilidade de ocorrência de uma situação potencialmente perigosa e da sua gravidade.

D oença prof i s s ion a l - doença provocada pelo trabalho ou estado patológico derivado da ação continuada de uma causa que tenha a sua origem notrabalho ou no meio laboral em que o trabalhador presta os seus serviços.

Le s ão c orporal - é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Per t urb a ç ão f u n c i o nal é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido.Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça,caracteriza uma perturbação funcional.

D oenç a s do t raba l h o - são aquelas decorrentes das condições especiais em que o trabalho é realizado. Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.

Lo c al de T r a balho - todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir--se e em que esteja direta ou indiretamente sujeito ao controlo do empregador.

T e m po de t raba l ho - período normal de trabalho, o período precedente e o período subsequente, em atos relacionados com a prestação de serviço, e ainda as interrupções normais ou forçosas de trabalho.

Acidentes de Trabalho

“É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta ou indiretamente lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte”.

Considera--se, também, acidente de trabalho, o ocorrido:

No T RAJ E C T O DE I D A E DE REGRE S SO para e do local de trabalho (desde que seja o normalmente utilizado e durante o período ininterrupto habitualmente gasto pelo trabalhador);

Na execução de SE R VIÇOS ES P ONTAN E A M EN T E PR ES T AD O S e da qual possa resultar PROVE I T O ECONÓ M ICO para a entidade empregadora;

No local de trabalho, quando no exercício do DIRE I T O DE REU N I Ã O ou daA CT IVIDADE DE REPRES ENTANTE DOS TRABAL HADORES ;

No local de trabalho, em C U RSO DE FOR M AÇÃO ou, fora do local de trabalho, quando exista autorização expressa da entidade empregadora;

Na PROC U RA DE E M PREGO durante o crédito de horas para tal concedido por lei aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em curso;

Fora do local ou do tempo de trabalho quando verificado na execução deSERVIÇOS D E T ER M I NADOS PE L A E N T I D ADE E M PREGADO R A ou por estaCONSE NT IDOS .

Classificação de acidentes de trabalho

Um acidente de trabalho é um acontecimento inesperado, muitas vezes evitável, que interrompe a continuidade de uma função laboral e pode causar lesões aos trabalhadores. A sua classificação pode ser feita da seguinte forma:

● morte;

● incapacidade permanente - acidentes que resultam para a vítima deficiências físicas ou mentais, com carácter permanente;

● incapacidade temporária - acidentes que resultam para a vítima incapacidade de, pelo menos, um dia completo para além do dia em que ocorreu o acidente (sejam dias em que a vítima iria trabalhar ou não);

● outros casos - acidentes que resultam em incapacidade para o trabalho por tempo inferior ao estabelecido para a incapacidade temporária, sem que exista incapacidade permanente.

Uma outra classificação passível de ser dada aos acidentes de trabalho é a relativa à sua forma:

● queda de pessoas;

● queda de objetos;

● marcha, choque ou pancada por ou contra objetos;

● entaladela num objeto ou entre objetos;

● esforços excessivos ou movimentos em falso;

● exposição ou contacto com temperaturas extremas;

● exposição ou contacto com corrente elétrica;

● exposição ou contacto com substâncias nocivas ou radiações.

Segundo o agente material, a classificação dos acidentes de trabalho pode ser efetuada do seguinte modo:

● máquinas;

● meios de transporte e manutenção;

● fornos, escadas, andaimes, ferramentas, etc;

● explosivos, gases, poeiras, fragmentos volantes, radicações;

● ambientes de trabalho.

A natureza das lesões provocadas por acidentes de trabalho

são inúmeras. Alguns exemplos: segundo a natureza da lesão

● fraturas;

● luxações;

● entorses e distensões;

● comoções e outros traumatismos internos;

● amputações;

● outras feridas;

● traumatismos superficiais;

● contusões e esmagamentos;

● queimaduras.

É importante igualmente lembrar os pontos morfológicos mais suscetíveis de serem alvo de acidentes de trabalho:

● cabeça;

● olhos;

● pescoço (incluindo garganta e vértebras cervicais);

● membros superiores;

● mãos;

● tronco;

● membros inferiores;

● pés.

Causas dos acidentes de trabalho

As causas que podem provocar um acidente de trabalho são:

● causas humanas;

● causas ambientais;

● causas organizacionais;

● causas materiais.

Causas humanas• Maus hábitos de trabalho;• Falta de experiência;• Falta ou deficiência de formação profissional;• Cansaço;• Stress.

As causas humanas podem ser ter duas origens:

Or ig e m p sicol ó g ica:

• Emotividade;• Negligência;• Distração;• Falta de motivação;• Rotina;• Falta de domínio social;• Predisposição para o risco.

Or ig e m f is i o l ó g ica: • Idade;• Diminuição física das capacidades;• Falha súbita de um órgão ou função;• Fadiga e impossibilidade de concentração;• Habituação a tóxicos.

Causas AmbientaisRelacionado com condições de prestação de trabalho, nomeadamente,

com o tipo de instalações, equipamentos, ferramentas e meio ambiente de trabalho.

Exemplos de causas ambientais:• Ambientes de trabalho pouco saudáveis;• Iluminação pouco adequada;• Elevado nível de ruído;• Ventilação não adequada;• Stress térmico.

Causas Organizacionais• Conflito de metas (pressões que possam ser exercidas para atingir uma determinada meta, sem considerar os potenciais conflitos);• Má distribuição de horários e tarefas.

Causas Materiais• Materiais defeituosos;• Equipamentos em más condições;• Ambiente físicos ou químico não adequado;• Localização imprópria das máquinas;• Roupa e calçado não apropriados;• Instalações elétricas impróprias ou com defeito.

Consequências dos acidentes de trabalho

Número crescente de inválidos e dependentes da Segurança Social

Fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente para o trabalho

Perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, de tempo. Aumenta os custos

Padrão normal de vida afetado pela falta de ganhos normais, correndo o risco de cair na marginalidade

Incapacidades resultantes dos acidentes de trabalho

Descaracterização do acidente de trabalho

Não dá d ire ito a repa raçã o o a ciden te qu e é:

1°) DOLOSAMENTE provocado pelo sinistrado, ou provier de seu ato ou omissão, que importe violação, sem causa justificativa, das condições de segurança estabelecidas pela entidade empregadora ou previstas na lei;

2°) Resultar exclusivamente de negligência grosseira do sinistrado;

3°) Provier da privação permanente ou acidental do USO DA RAZÃO do sinistrado, nos termos da lei civil, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho, for independente da vontade do sinistrado ou se a entidade empregadora, conhecendo o seu estado, consentir na prestação;

4°) Tiver origem em caso de FORÇA MAIOR (sismos, tufões, maremotos, etc).

A pe n a s d ã o d i r e ito a re pa raç ã o o s a c i den t e s q u e c u mp r i r e m o s

s e g u in te s re q u is i t o s :

• O trajeto deve ser o habitualmente percorrido, não devendo ser aceites alterações significativas;

• O período de tempo para efetuar o trajeto deve ser ininterrupto, não devendoser aceites períodos de tempo anormalmente superiores ao que habitualmente

são necessários, a não ser que haja motivos externos que o determinam e que sejam comprováveis, nomeadamente pelas autoridades.

Princípios Gerais de Prevenção

Evitar os riscos; Avaliar os riscos que não possam ser evitados; Combater os riscos na origem; Adaptar o trabalho ao homem; Ter em conta o estado de evolução da técnica; Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou, pelo menos,

menos perigoso; Planificar a prevenção como sistema coerente –organizar o trabalho; Dar prioridade às medidas de proteção coletiva; Dar instruções adequadas aos trabalhadores- Formar e informar.

Prevenção e segurança – o porquê das quedas

Ano após ano, as quedas ficam atrás apenas dos acidentes com automóveis como causa do maior número de mortos em acidentes!Tendemos a associar uma queda fatal somente com quedas de locais muito altos, mas isto não é necessariamente verdadeiro:

As quedas fatais ocorrem às vezes a alturas muito baixas, até inferiores a um metro. De facto, algumas ocorrem ao nível do solo.

A fatalidade dependerá de como o individuo tocará o chão, a forma como cabeça bate e de muitos outros factores contributivos.

Algumas quedas são o resultado de uma falta de cuidado ou ato inseguro, enquanto outras são provocadas por condições inseguras ou equipamentos defeituosos.

Equipamentos especiais foram projetados de forma que seja possível realizar este trabalho com segurança e eficiência. Porém, é obrigatório inspecionar estes dispositivos de segurança para ter certeza de que estão em boas condições.

Os cintos de segurança devem ser verificados quanto a defeitos em locais onde eles possam desfiar ou mostrar desgaste excessivo.

Os dispositivos de segurança para subir e para trabalhos em altura são projetados especificamente para a segurança pessoal. Quando em boas condições, eles podem evitar uma queda fatal. É necessário inspecionar regulamente o equipamento.

Se o trabalho exigir o uso de uma escada, certifique-se de que esta está em boas condições e escolha a escada certa para o trabalho a realizar. Não improvise esse ato pode provocar a queda!

Quando o trabalho a executar envolve muitas pessoas e muitas atividades diferentes, olhar em volta antes de se movimentar. Tenha cuidado com ferramentas e equipamentos no chão e evite buracos, trincheiras e coisas similares.

Uma boa arrumação da área de trabalho é uma forma excelente de eliminar causas potenciais de quedas.

Lembre-se: quedas matam um número enorme de pessoas todos os anos. Não acredite ter alcançado o máximo de segurança possível!

Quais as Precauções a ter para Prevenir Quedas?

- Considerar a utilização de plataformas elevatórias para aumentar a segurança dos trabalhadores.

- Colocar proteções nos andares superiores e tetos.

- Os buracos existentes nas obras devem ser sempre cobertos, para proteção dos trabalhadores.

- Sempre que trabalhar em locais altos deve utilizar arneses anti-queda e redes de proteção.

- Certificar-se que as zonas utilizadas em altura como passagens têm um piso plano para evitar tropeções.

- As zonas de trabalho devem estar arrumadas, evitando que objetos de trabalho estejam espalhados pelas passagens .

- O lixo deve ser despejado frequentemente para evitar a acumulação deste.

- Os cabos de eletricidade utilizados na iluminação e em outras ferramentas devem estar bem assinalados e pendurados a uma altura razoável.

- As superfícies molhadas ou escorregadias devem estar sempre assinaladas como tal, e se possível devem ser cobertas.

- Deve sempre utilizar calçado adequado.

- Degraus e deslocações do nível no chão devem estar sempre sinalizadas.

o Regras de higiene pessoal, a segurança e a saúde no trabalho

o Precauções no manuseamento dos produtos

o Precauções a ter no transporte de pesos excessivos

Dispositivos de proteção coletiva – função

As medidas de proteção coletiva, através dos equipamentos de proteção coletiva (EPC), devem ter prioridade, uma vez que beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente.Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentem qualquer deficiência.

Vejamos alguns exemplos de aplicação de EPCs:Sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes do local de trabalho;

Enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído excessivo;

Comando bi-manual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo, durante o ciclo de uma máquina;

Cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a esforços, caso venham a se desprender.

Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar os equipamentos de proteção individual, conhecidos pela sigla EPI.

Dispositivos de proteção individual – função e regras de utilização

São considerados equipamentos de proteção individual (EPI) todos os dispositivos de uso pessoal destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador.Os EPIs não evitam os acidentes, como acontece de forma eficaz com a proteção coletiva. Apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes.Existem EPIs para proteção de praticamente todas as partes do corpo:

Cabeça e crânio: Capacete de segurança contra impactos, perfurações, ação dos agentes meteorológicos etc.

Olhos: Óculos contra impactos, que evita a cegueira total ou parcial e a conjuntivite. É utilizado em trabalhos ondeexiste o risco de impacto de estilhaços e limalhas.

Vias respiratórias: Protetor respiratório, que previne problemas pulmonares e das vias respiratórias, e deve ser utilizado em ambientes com poeiras, gases, vapores ou fumos nocivos.

Face: Máscara de solda, que protege contra impactos de partículas, respingos de produtos químicos, radiação (infravermelha e ultravioleta) e ofuscamento.

Ouvidos: Auriculares, que previnem a surdez, o cansaço, a irritação e outros problemas psicológicos. Deve ser usada sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora.

Mãos e braços: Luvas, que evitam problemas de pele, choque elétrico, queimaduras, cortes e raspões e devem ser usadas em trabalhos com solda elétrica, produtos químicos, materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes.

Pernas e pés: Botas que proporcionam isolamento contra eletricidade, humidade, etc. Devem ser utilizadas em ambientes húmidos e em trabalhos que exigem contacto com produtos químicos ou outros.

Tronco: Aventais de couro, que protegem de impactos, gotas de produtos químicos, choque elétrico, queimaduras e cortes. Devem ser usados em trabalhos de soldagem elétrica,oxiacetilénica, corte a quente, etc.

Riscos e o meio de trabalho

Ergonomia

“Ergonomia é uma disciplina científica centrada na compreensão das interações entre o ser humano e outros elementos de um sistema, e, ao mesmo tempo, a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos na conceção, de forma a otimizar o bem estar humano e o desempenho global dos sistemas”.

Internacional Ergonomics Association (IEA, 2000)

Posturas de trabalho incorretas

O corpo humano nunca adota posturas perfeitamente estáticas – como corpo vivo que é, realiza reajustamentos constantes que lhe permitem a manutenção de uma determinada postura corporal.

A postura corporal poder-se-á então definir como sendo a capacidade que um determinado corpo possui, para manter um certo alinhamento intersegmental (entre os diversos segmentos corporais) sem consequências nocivas para a saúde ou segurança.

Regras de boas práticas para melhorar a postura

Fortalecimento da musculatura abdominal e dorsal através do exercício físico;

Exercícios posturais;

Adequação do peso atendendo ao índice de massa corporal recomendado para os diferentes indivíduos;

Formação e informação dos trabalhadores relativamente à movimentação manual de cargas e tipos de movimentos adequados ao seu trabalho;

Se necessário utilizar acessórios, como por exemplo, uma cinta de proteção lombar.

Trabalhos realizados em pé

• Postura natural e cómoda• Superfície de trabalho ao nível dos cotovelos• Espaço de trabalho arrumado• Alternar as posturas

Trabalhos realizados sentados

• Costas direitas e região lombar apoiada• Assento adequado (a coxa e perna: ângulo de 90º)• Apoio para os pés

Ecrãs de Visualização

Ecrã

• Colocação do topo do ecrã ao nível dos olhos• Orientação e inclinação reguláveis (0º a 15º)• Regulação da intensidade luminosa e do contraste• Opção pelo fundo claro e por caracteres escuros• Ausência de reflexos• Imagem estável e sem cintilação

Teclado• Inclinação regulável do teclado (5º a 15º)• Teclas claras com caracteres escuros• Separação do teclado em relação ao ecrã

Mesa• Dimensões adequadas:• Regulação do ecrã e teclado• Disposição dos documentos e instrumentos de trabalho• Espaço adequado ao apoio da mão, punho e antebraço• Tampo baço e arestas arredondadas

Cadeira• Estabilidade (cinco pés com rodas)• Altura regulável do assento e encosto• Inclinação regulável do encosto• Encosto com dimensões que permitam o apoio da região lombar e dorsal• Apoio de braços• Estofo confortável

Espaço de Trabalho• Amplo para permitir a movimentação necessária ao trabalho e a alternância de posturas

Iluminação•Adequação às tarefas globais (300 a 500 lux)• Ausência de reflexos no ecrã• Ausência de encadeamento da luz natural e/ou artificial• Lâmpadas fluorescentes (ligadas a fases diferentes)

Ruído• Até 55 dB(A) em tarefas que exijam concentração• Até 60dB(A) em tarefas de rotina

Ambiente Térmico• No Inverno (temperaturas entre 18º a 24 ºC)• No Verão (temperaturas entre 24º a 26ºC)• A humidade relativa do ar entre 45% a 55%

A carga de trabalho caracteriza-se por:• Monotonia• Elevada concentração• Exigência visual• Exigência músculo-esquelética do binómio mão-braço

Consequências do trabalho com ecrãs de visualizaçãoA n ív e l do s o lh o s : • Ardor• Fadiga• Lacrimejo• Vermelhidão dos olhos• “Picadas” nos olhos• Sensação de ofuscação

A n ív e l d o t ro n c o : • Dores na região dorso-lombar e cervico-dorsal

A n ív e l d o mem b ro s u pe r i o r q u e i n t e r v é m n a d i g it a l i z a ç ão : • Dores na região do punho• Dores ao nível do cotovelo e ombro

A n ív e l do s me m b ros i n f e r i o res: • Dores nos membros inferiores

A n ív e l p sí q u ico: • Stress psicossocial

Movimentação manual de cargas

As recomendações gerais a seguir indicadas, abrangem as situações de movimentação manual de cargas mais comuns e possibilitam evitar consequências danosas na movimentação manual de cargas.

Assim, a s reco menda çõe s ge rais são :

1. Evitar a movimentação manual de cargas acima dos limites recomendados.

2. Procurar o melhor equilíbrio:

• A estabilidade de um equilíbrio é influenciada pela distância do centro de gravidade aos limites da base de sustentação e será maior quanto mais próximo dessa base estiver. Assim, ao manusear os objetos, o trabalhador deve estar em posição de flexão, a fim de prevenir algum desequilíbrio com a carga.

3. Utilizar técnicas adequadas em função do tipo de carga a ser movimentada.

4. Evitar manter a coluna curvada para a frente ou para trás. A coluna vertebral deve servir de elemento de suporte e nunca como elemento de articulação.

5. Evitar a utilização dos músculos das costas nas operações de levantamento, para tal, usar os músculos e movimentos de impulsão daspernas. As pernas devem estar fletidas de modo a:

. Permitir uma eficiência de utilização,

. Baixar o centro de gravidade, o que vai assegurar um melhor equilíbrio.

6. Evitar esforços multiplicadores dos esforços atuantes, queprovêm de movimentos bruscos, perda de equilíbrio, deslizamento e passos em falso.

7. Evitar, no momento da movimentação da carga, rir, espirrar ou tossir.

8. Evitar movimentos de torção do eixo vertical do corpo.

9. Estar adequadamente vestido para evitar a contração dos músculos sob a ação do frio, humidade e correntes de ar.

10. Executar exercícios físicos adequados e orientados corretamente para facilitar o sistema muscular motor e do dorso.

11. Afixar cartazes indicando instruções, adequadas para a movimentação manual de cargas.

12. Manter a carga na posição mais próxima do eixo vertical do corpo. Desta forma poderemos proteger os discos intervertebrais:

. Levantar pesos mais pesados com a mesma tensão muscular,

. Com o mesmo peso suportar menores tensões na coluna.

13. Procurar distribuir simetricamente a carga a transportar de modo a adotar uma postura correta.

14. Utilizar, quando possível, elementos auxiliares para diminuir os esforços e facilitar a movimentação das cargas.

15. Utilizar suportes ou níveis acima da planta dos pés para operações de levantamento e descarregamento, pois visa uma menor solicitação sobre o corpo.

16. Observar, aquando do transporte conjunto da carga, movimentos harmoniosos por parte dos intervenientes, ou seja coordenar os seus esforços com o parceiro.

. É necessário que cada um dos membros da equipa conheça perfeitamente a tarefa a desempenhar.

. É indispensável que entre os trabalhadores haja um responsável que defina com precisão os tempos de comando da manobra.

17. Movimentar cargas por rolamento, sempre que possível.

18. Apoios dos pés: a posição dos pés é um ponto importante, principalmente para se conseguir um bom equilíbrio para o levantamento de cargas.

Eles devem estar sempre:

. desfasados, proporcionando uma boa base e maior eficácia das pernas(permite a proximidade do centro de gravidade da carga ao indivíduo).

. orientados no sentido do deslocamento, ou seja, da movimentação da carga.

19. Posicionar os braços junto ao corpo, esticados (posição de extensão), de forma a obter menor tensão nos músculos dos membros superiores e economizar energia muscular.

20. Orientação dos superiores: a preparação das pessoas responsáveis (chefe de sector, mestre de obras, etc.), para orientar os trabalhadores, facilitando o trabalho e tornando-o mais seguro.

21. Utilizar sempre o peso do corpo de forma a:

. favorecer a movimentação manual das cargas principalmente nas ações de empurrar e puxar,

. diminuir o esforço pedido às pernas e aos braços.

22. Evitar espaços físicos inadequado, bem como falta de ordem no local de armazenamento, como por exemplo: empilhamento incorreto de materiais, vias de circulação obstruídas, falta de recipientes de lixo e lugares para armazenamento, pranchas e escadas em más condições, alturas de armazenamento inadequadas, etc.

23. Adotar ritmos de trabalho corretos:

• Intercalar atividades leves com pesadas,

• Introduzir tempos de repouso adequados,

– Pausas curtas e frequentes de preferência,

– Ótimo: ritmo individual.

Ruído

O som é qualquer variação de pressão (no ar, água ou qualquer outro meio)que o ouvido possa detetar.

O som (sensação) caracteriza-se:

pela sua intensidade, característica que nos permite distinguir um som fraco de um som forte;

pela sua altura, característica que nos permite dizer que um som é grave ou agudo;

pelo seu timbre, característica que nos permite identificar e distinguir as fontes sonoras.

O “Ruído é um som muito forte", segundo o d icioná rio .

Do ponto de vista f is i o ló g ic o : “Todo o som que produza uma sensaçãoauditiva desagradável, incomodativa ou perigosa”

Do ponto de vista f í sic o : "Conjunto de sons" ou ainda como "toda a vibração mecânica aleatória de um meio elástico".

“Ruído é um som ou conjunto de sons desagradáveis e/ou perigosos, capazes de alterar o bem-estar fisiológico ou psicológico das pessoas, de provocar lesões auditivas que podem levar à surdez e de prejudicar a qualidade e quantidade do trabalho. “

Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado sonómetro, e a unidade usada como medida é o decibel ou abreviadamente dB.

Constituição do ouvido

Efeitos do ruído sobre o ser humano

• Perturbações da comunicação• Irritabilidade• Fadiga• Perturbações gástricas• Alterações da pressão arterial• Aumento da produção hormonal da tiróide• Aumento da frequência cardíaca• Aumento da produção da adrenalina• Perda de equilíbrio• Lesões dos órgãos auditivos

• Fadiga auditiva, traduz-se por um abaixamento reversível da capacidade auditiva

• Surdez sono-traumática, défice permanente da acuidade auditiva(hipoacusia) provocada pela exposição prolongada a ruído excessivo

Ruído excessivo

• Exposição pessoal diária ( Leqd)• O nível sonoro contínuo equivalente referido a 8 horas de trabalho• Nível de ação: a exposição pessoal diária de um trabalhador ao ruído durante o trabalho é igual a 85 dB(A)• Valor limite da exposição pessoal diária: o valor limite da exposição diária deum trabalhador ao ruído durante o trabalho é igual a 90 db(A)

- A surdez

Controlo do Ruído

O ruído nos locais de trabalho, é prejudicial à saúde e ao desempenho da atividade do trabalhador. Para o controlar, existem 3 medidas:

Med ida s con strut iva s ou d e en ge nha ria

têm como objetivo a redução do ruído produzido e/ou o aumento da sua absorção e/ou a redução da sua propagação.

são medidas que atuam diretamente sobre a fonte produtora do ruído ou sobre o espaço físico e o ambiente.

Med ida s o rgan iza ciona is

têm em vista reduzir o tempo de exposição ao ruído e/ou o nível desse mesmo ruído.

Med ida s d e p rote çã o ind ividua l

devem ser aplicadas quando existe impossibilidade de recorrer às medidas anteriores - medidas coletivas - ou quando elas por si só não são suficientes para resolver o problema em causa.;

As medidas individuais são as últi m a s a aplicar devem ser medidas complementares.

Iluminação

Para a obtenção de um bom ambiente de trabalho é necessário a existência de uma iluminação adequada.

A correta iluminação dos locais e postos de trabalho tem grande influência, quer na saúde dos trabalhadores, quer no seu rendimento, além de afetar a segurança em geral.

Conceitos

Consequências de uma deficiente iluminação

• Maior esforço visual;

• Cansaço visual;

• Tensão nervosa;

• Dores de cabeça;

• Visão toldada;

• Contrações dos músculos;

• Postura incorreta do corpo;

• Ansiedade e nervosismo;

• Falta de concentração

• Diminuição da eficácia;

• Diminuição da produtividade;

• Aumento do número e gravidade de acedentes de trabalho.

• Maior esforço visual;

• Cansaço visual;

• Tensão nervosa;

• Dores de cabeça;

• Visão toldada;

• Contrações dos músculos;

• Postura incorreta do corpo;

• Ansiedade e nervosismo;

• Falta de concentração

• Diminuição da eficácia;

• Diminuição da produtividade;

• Aumento do número e gravidade de acedentes de trabalho.

Visão humana

A visão é um conjunto complexo de fenómenos físicos, fisiológicos e psicológicos, resultante da captação das ondas eletromagnéticas.

A ilu m i n ân cia de t e r m i n a a q ua l id ad e d a pe rc e ç ã o v isu a l • Iluminância é a medida do fluxo luminoso incidente por unidade de superfície e é medida em Lux.

Tipos de iluminação

Natural (solar)

Riscos:• Encandeamento• Desconforto térmico

Controlo dos riscos:• Utilização de ecrãs (estores,persianas, cortinas, etc)

Artificial

Lâmpadas incandescentes (duração e rendimento baixos)

Lâmpadas fluorescentes (duração e rendimento altos)

Riscos:• Acidentes• Fadiga visual

Medidas de segurança:• Colocação de lâmpadas e respetivas armaduras em número suficiente;• Distribuição das armaduras de forma a que a iluminação seja uniforme;• Adequação da cor da radiação das lâmpadas ao tipo de trabalho a

iluminar;• Ligação das lâmpadas, intercaladamente, a fases diferentes de corrente.

O c u mp r i m e n to da s med i da s r e f e r i da s é a in d a ma is i m p o rta n t e c a so nã o ha ja i lu m in a ç ã o na t u r a l.

Encandeamento

Radiações

Lasers

Riscos e medidas de segurança

Contaminantes químicos

A potência tóxica de um contaminante químico é definida pela relação entre aDOSE e a RESPOSTA que é induzida num sistema biológico.

A ACUMULAÇÃO de uma substância no organismo é o processo pelo qual a concentração da substância aumenta com a duração da exposição, quer seja contínua, quer seja repetida. Tal acontece quando a velocidade de desintoxicação (ou de excreção) é mais lenta do que a velocidade de absorção.

Exemplos de tóxicos cumulativosÁlco o l me t í l i co • Solvente de vernizes• Colas

P en t a clor o f e no l • Inseticidas de madeiras

M e t a is pe s a d o s •Chumbo

SoldasTintas metálicasPigmentos

• CádmioLigantes do cimentoBorrachasTintas

Metodologia para o controlo de contaminantes químicosAVA L I AR OS R I SCOS • Medir as concentrações• Comparar com os valores admissíveis

SUB S T I T UIR OS PR O D U T OS • Mais perigoso por menos perigoso

ADA P T AR OS MÉT O DOS DE T RA B A L HO • Automatização com telecomando• Caixa (ecrã) com luvas

SANE A R O A M BI E N TE DE T RA B A L HO • Captação na fonte• Ventilação geral• Manter as embalagens fechadas, tanto quanto possível

PRO T E G E R O INDIV Í D U O (realçar que as máscaras têm uso muito limitado)

Classificação dos contaminantes químicos

QUANT O À FORMA:

Aerossóis: partículas sólidas ou líquidas dispersas no ar ( < 100 mícron) Poeiras: partículas sólidas suspensas no ar, por desagregação (0,1 a 25 mícron)

Sedimentares - > 50 mícron Inaláveis - < 10 “ Respiráveis - < 5 “ Visíveis - > 40 “

Fibras (animal, vegetal ou mineral): > 5µ de comprimento, diâmetro < 5 µ,relação comprimento/diâmetro superior a 3

Neblinas: Gotas de líquido, por condensação de gases

Fumos: Sublimação ou volatização de metais

Gases

Vapores

- Substâncias químicas e seus riscos – envenenamentos e os seus riscos

- Tipos de contaminantes químicos – partículas, gases, líquidos e vapores, dissolventes e metais

- Riscos na utilização de produtos químicos

- O que fazer depois de um acidente químico

o Contaminantes físicos

- Tipos de contaminantes físicos – poeiras, fibras, fumos

o Contaminantes biológicos

- Tipos de contaminantes biológicos – vírus, bactérias, fungos, parasitas

Riscos e condições de segurança

o Condições inseguras e atos inseguros

o Riscos na utilização de máquinas e ferramentas

- O local e a superfície de trabalho

- Trabalho com máquinas – riscos

- Máquinas de vibrar

- Dispositivos de segurança

- Ferramentas manuais

- Alfabeto de prevenção da máquina

o A eletricidade

- A eletricidade e os seus perigos

- Máquinas e ferramentas elétricas

- Comportamento a adotar em elétricos

relação aos acidentes

o Os incêndios e as explosões

- As substâncias explosivas

o O armazenamento, a movimentação e o transporte

o Arrumação e limpeza do posto de trabalho

A sinalização de segurança

A sinalização de segurança tem por objetivo chamar a atenção, de uma forma rápida e inteligível, para objetos e situações suscetíveis de provocar

perigos, sempre que os riscos correspondentes não puderem ser eliminados ou reduzidos com medidas ou processos de organização de trabalho e meios técnicos de proteção coletiva

Sinais Coloridos (Pictogramas

Sinais de Proibição

Sinais de Perigo Aviso

Sinais de Obrigação

Sinais de Salvamento ou emergência

Sinais de Rotulagem

9. Bibliografia

Fiequimetal e Dr.ª Irene Moura, Segurança e Saúde no

Trabalho – Manual para o Exercício da Participação e

Representação dos Trabalhadores. Fiequimetal. 2010;

Fiequimetal, Segurança e Saúde no Trabalho – Direitos dos

Trabalhadores nos Domínios da SST. Fiequimetal. 2010;

Arlindo Moreira, Segurança e Saúde no Trabalho em Ambiente

de Escritório. Edições Lidel. Maio de 2010; Alberto Sérgio S.

R. Miguel, Manual de Higiene e Segurança do Trabalho, 7a ed.,

Porto: Porto Editora, 2004. Graham Roberts-Phelps,

Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Jogos para

Formadores, Colecção do Formador Prático, Monitor Projectos

e Edições, Lda., 2001 Fernando M. Oliveira Nunes, Manual

técnico de Segurança e Higiene do Trabalho, 1ª ed., Amadora:

Edições Gustavo Eiffel; Associação Industrial Portuguesa –

Confederação Empresarial, Manual de Formação –

Qualificação de Técnicos Superiores de Segurança e Higiene

do Trabalho. 2007.