02_o espaço vazio_peter brook

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TÍTULO ORIGINAL

The Empty Space

AUTOR

Peter Brook

TRADUÇÃO

Rui Lopes

REVISÃO

· Carla Oliveira e Maria Afonso

CONCEPÇÃO GRÁFICA

Rui Silva www.alfaiataria .org

IMPRESSÃO

Guide- Artes Gráficas

COPYRIGHT

Obra originalmente publicada

por

HarperCollins Publishers Ltd.

© 1968 Peter Brook

Todos os direitos reservados

1.i

edição

Lisboa, Março

2008

2 •

edição

Lisboa , Outubro

2011

DL

333978{11

ISBN 978·989·95565·1·5

ORFEU NEGRO

Rua Gustavo de Matos Sequeira

n o

39 · 1. º

1250·120

Lisboa Portugal t

351 21

324

41 70

[email protected] www.orfeunegro.org

s p a ~ o azio

PETER ROOK

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  >

E TRO

DO BORRECIMENTO

MORT L

Posso chegar a um espaço vazio qualquer e fazer dele um

espaço de cena. Uma pessoa atravessa esse espaço vazio

enquanto outra pessoa observa - e nada mais

é

necessário

para que ocorra

um

acção teatral. No enta nto não

é

bem a

isto que nos referimos quando falamos de teatro. Cortinas

vermelhas projectores verso branco riso escuridão: todas

estas ideias estão misturadas na imagem difusa transmi

tida

por um

só palavra com múltiplo s sentidos. Dizemos

que o cinema m tou o teatro; e com esta expressão referimo

-nos ao teatro como ele era no tempo

em

que o cinema apa

receu um teatro com bilheteiras foyer assentos rebatíveis

luzes de ribalta mudan ças de cenário interlúdios

músic -

como se por definição o teatro fosse isto e pouco mais.

Vou

tent r

dividir a palavra

em

quatro sentidos identifi

cando quatro significados diferentes - e assim falarei e um

Teatro do Aborrecimento Mortal de um Teatro Sagrado

de um Teatro Bruto e e

um

Teatro Imediato. Por vezes

estas quatro formas de teatro coexistem realmente

no

West End

e

Londres ou em Nova Iorque na zona

e

Times Square. Por vezes estão a milhas de distân

cia o Sagrado em Varsóvia o Bruto em Praga;

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MI C H E L

DE

MONTAIGNE

Os

ens ios

Uma seleção

rganização e

M.

A.

SCREECH

Tradução e notas e

ROSA

FREIRE D AGUIAR

PEN G U IN

CoMPANH IA

DAs

LETRAS

1

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Ao Leitor

Aqui está

um

livro

de

boa-fé, Leitor, Ele te adverte, des

de o início, que me propus outro fim além do do

méstico e privado. Nele não tive nenhuma consideração

por servir-te nem por minha glória: minhas forças não

são capazes de tal desígnio. Dediquei-o ao uso particu

lar de meus parentes e amigos, a fim de que, tendo-me

perdido

o

que breve terão

de

fazer , possam aqui en

contrar alguns traços de minhas atitudes e humores, e

que por esse meio nutram, mais completo e mais vivo, o

conhecimento que têm de mim. Se fosse para busc.ar os

favores do mundo, teria me enfcitado

de

belezas empres

tadas. Quero que me vejam aqui em meu modo simples,

natural e corrente, sem pose nem artifício: pois é a mim

que retrato. Meus defeitos, minha s imperfeições e minha

forma natural de ser hão

de

se ler ao vivo, tanto quanto

a decência pública me permitiu. Pois se eu estivesse entre

essas nações que se diz ainda viverem sob a doce liberda

de

das leis primitivas da natureza, asseguro-te que teria

com muito gosto me pintado por inteiro e totalmente

nu. Assim, Leitor, sou eu mesmo a matéria de meu livro:

não é razão

p r

que empregues teu vagar em assunto

tão frívolo e vão. Portanto, adeus. De Montaigne, neste

primeiro

de

março

de

mil quinhentos e oitenta.

i