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ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL Programa de Capacitação de Servidores Públicos Municipais Curso sobre Contrato Administrativo, Contratação Direta e Registro de Preços Prof. Dr. Joel de Menezes Niebuhr Advogado. Doutor em Direito Administrativo pela PUC/SC. Mestre em Direito pela UFSC/SC. Professor de Direito Administrativo da Escola da Magistratura do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e da Escola do Ministério Público de Santa Catarina. Autor dos livros "Princípio da Isonomia na Licitação Pública" (Florianópolis: Obra Jurídica, 2000), "O Novo Regime Constitucional da Medida Provisória" (São Paulo: Dialética, 2002), "Dispensa e Inexigibilidade de Licitação Pública" (São Paulo: Dialética, 2003) e "Pregão Presencial e Eletrônico" (Curitiba: Zênite, 2004). Promoção e realização: outubro de 2005. www.fecam.org.br

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  • ESCOLA DE GESTO PBLICA MUNICIPAL

    Programa de Capacitao de Servidores Pblicos Municipais

    Curso sobre Contrato Administrativo, Contratao Direta e Registro de Preos

    Prof. Dr. Joel de Menezes Niebuhr

    Advogado. Doutor em Direito Administrativo pela PUC/SC. Mestre em Direito pela UFSC/SC. Professor de Direito Administrativo da Escola da Magistratura do Tribunal de Justia de Santa Catarina e da Escola do Ministrio Pblico de Santa Catarina. Autor dos livros "Princpio da Isonomia na Licitao Pblica" (Florianpolis: Obra Jurdica, 2000), "O Novo Regime Constitucional da Medida Provisria" (So Paulo: Dialtica, 2002), "Dispensa e Inexigibilidade de Licitao Pblica" (So Paulo: Dialtica, 2003) e "Prego Presencial e Eletrnico" (Curitiba: Znite, 2004).

    Promoo e realizao:

    outubro de 2005.

    www.fecam.org.br

  • 1

    Apresentao

    A Escola de Gesto Pblica Municipal criada em 2004 pela FECAM, em parceria com as

    Associaes de Municpios, tem como principal objetivo a capacitao de agentes polticos e

    servidores pblicos, uma vez que, em virtude das inmeras mudanas que ocorrem

    constantemente na esfera pblica, necessrio ampliar o conhecimento tcnico dos

    mesmos.

    O programa de capacitao de agentes polticos e servidores pblicos passou a ser um

    mecanismo eficiente e inovador em relao organizao de cursos e seminrios, alm de

    ganhar nfase como uma das principais aes das entidades municipalistas de Santa

    Catarina.

    O nmero de servidores pblicos municipais qualificados mostra a importncia da Escola.

    Em menos de um ano de sua implantao, a escola capacitou cerca de 3.000 servidores

    pblicos em cursos como Planejamento Eficiente, Gesto Pblica Municipal, Planejamento

    Urbano, Polticas Pblicas Sociais, Treinamento sobre Bolsa Famlia e Cadastro nico,

    Controle Interno, Licitao Pblica e Prego. Alm disso, a Escola de Gesto Pblica

    Municipal realizou neste curto perodo, seminrios, congressos e debates que envolveram

    prefeitos e profissionais da rea pblica municipal.

    Atravs das capacitaes, os municpios ganham profissionais mais qualificados e,

    conseqentemente, os servios prestados sociedade so mais eficientes.

  • 2

    Histrico

    A Federao Catarinense de Municpios - FECAM em colaborao com as Associaes de

    Municpios tem a grata satisfao de divulgar a ESCOLA DE GESTO PBLICA

    MUNICIPAL, voltada formao e capacitao dos agentes polticos e servidores pblicos

    municipais do Estado de Santa Catarina. O objetivo da escola criar nos agentes e

    servidores uma conscincia cada vez mais clara e dinmica para fazer dos recursos

    pblicos, sejam materiais ou imateriais, a transformao necessria modernizao das

    aes municipais, respeito s normas que norteiam a administrao Pblica, e assim ter a

    certeza de estar no rumo certo para melhor atender ao cidado.

    indiscutvel que o sucesso de qualquer empresa o esprito de equipe e no diferente

    na administrao pblica, porm para obter resultados esta equipe precisa estar preparada.

    Por outro lado, os custos com a capacitao no so acessveis, o que requer a reduo de

    gastos, mas por outro lado, necessrio qualificar o quadro de servidores. neste contexto

    que a FECAM e as Associaes de Municpios se unem, para formar os servidores municipais

    e os agentes polticos com os melhores profissionais das respectivas reas e com um custo

    consideravelmente menores.

    Estes benefcios so possveis graas s parcerias formadas com o Ministrio Pblico de

    Santa Catarina - MP/SC, Tribunal de Contas do Estado - TCE/SC, Conselho Regional de

    Contabilidade - CRC, Conselho Regional de Administrao- CRA/FUNDASC, Secretaria do

    Tesouro Nacional, Universidades, institutos, dentre outras.

  • 3

    Diretoria Executiva da FECAM

    Presidente Neodi Saretta Prefeito Municipal de Concrdia

    1 Vice Presidente Dvio Leu Prefeito Municipal de Massaranduba

    2 Vice Presidente Jos Milton Scheffer Prefeito Municipal de Sombrio

    3 Vice Presidente Ansio Anatlio Soares Prefeito Municipal de Gov. Celso Ramos

    1 Secretrio Saulo Sperotto Prefeito Municipal de Caador

    2 Secretrio Jair Jos Farias Prefeito Municipal de Bom Retiro

    Conselho Fiscal - Titulares

    Orildo Antnio Severgnini Prefeito Municipal de Major Vieira

    Armindo Haro Neto Prefeito Municipal de Joaaba

    Julcemar Alcir Coelho Prefeito Municipal de Penha

    Anecleto Galon Prefeito Municipal de Pinhalzinho

    Olmpio Jos Tomio Prefeito Municipal de Indaial

    nio Reckziegel Prefeito Municipal de Paraso

    Luiz Kuerten Prefeito Municipal de Brao do Norte

    Fernando Mallon Prefeito Municipal de So Bento do Sul

    Conselho Fiscal -Suplentes

    Volcir Canuto Prefeito Municipal de Brunpolis

    Ivo Gelbcke Prefeito Municipal de Itaipolis

    Paulo Hoepers Prefeito Municipal de Forquilhinhas

    Paulo Csar Schlichting da Silva Prefeito Municipal de Agrolndia

    Valdemar Lorenzetti Prefeito Municipal de Vargeo

    Celso Knapp Prefeito Municipal de Palmitos

    Normlio Daneluz Prefeito Municipal de Campo Er

    Conselho Deliberativo

    Avelino Menegolla Presidente da AMAI Prefeito Municipal de Xanxer

    Claudemir Cesca Presidente da AMARP Prefeito Municipal de Salto Veloso

    Ademir Domingos Miotto Presidente da AMAUC Prefeito Municipal de Pres. Castelo Branco

    Carlos Hoegen Presidente da AMAVI Prefeito Municipal de Ituporanga

    Airton Fontana Presidente da AMEOSC Prefeito Municipal de Guaraciaba

    Mauro de Nadal Presidente da AMERIOS Prefeito Municipal de Cunha Por

    Jos Milton Scheffer Presidente da AMESC Prefeito Municipal de Sombrio

    Rubens Spernau Presidente da AMFRI Prefeito Municipal de Balnerio Cambori

    Armindo Haro Neto Presidente da AMMOC Prefeito Municipal de Joaaba

  • 4

    Oscar Schneider Presidente da AMMVI Prefeito Municipal de Timb

    Tom Francisco Etges Presidente da AMNOROESTE Prefeito Municipal de So Loureno do Oeste

    Gilberto Ari Tomasi Presidente da AMOSC Prefeito Municipal de Caxamb do Sul

    Humberto Jair Damasco Ribas Presidente da AMPLA Prefeito Municipal de Papanduva

    Nelson Cruz Presidente da AMPLASC Prefeito Municipal de Campos Novos

    Paulo Hoepers Presidente da AMREC Prefeito Municipal de Forquilhinha

    Marco Antonio Tebaldi Presidente da AMUNESC Prefeito Municipal de Joinville

    Orildo Antonio Severgnini Presidente da AMURC Prefeito Municipal de Major Vieira

    Neri Vandresen Presidente da AMUREL Prefeito Municipal de Rio Fortuna

    Altamir Jos Paes Presidente da AMURES Prefeito Municipal de Otaclio Costa

    Valter Marino Zimmermann Presidente da AMVALI Prefeito Municipal de Barra Velha

    Vilmar Astrogildo Tuta de Souza

    Presidente da GRANFPOLIS Prefeito Municipal de Bigua

  • 5

    Contate a FECAM

    Praa XV de novembro, 270 CEP 88.010-400 Florianpolis / Santa Catarina Tel. (48) 223-1182 www.fecam.org.br Equipe Tcnica SECRETARIA EXECUTIVA Celso Vedana Secretrio Executivo Coordenao de Planos de Aes Estratgicas e gesto da entidade [email protected] Ariane de Campos Angioletti Secretria Administrativa Assessoria a Secretaria Executiva, responsvel pelo relacionamento e atendimento da FECAM [email protected] Viviane Moritz Recepcionista [email protected] Marli Amorim Machado Servente Rodolfo Jair Farias Estagirio COORDENAO CONTBIL E FINANCEIRA Zaqueu Rogrio Francez Consultor Contbil Consultoria Contabilidade Oramentria, Controle Interno, Planejamento Municipal [email protected] Edina David Assessora Financeira Clculo dos valores do ICMS, IPI e FPM, alm de relatrio de arrecadao de receitas semanais. Controle de contas FECAM. [email protected] Eduardo Francisco Silva de Souza - Auxiliar Contbil Folha de Pagamento, contabilidade fiscal, financeira e administrativa [email protected] COORDENAO DE COMUNICAO Marco Aurlio Gomes - Jornalista Relacionamento com os Veculos de Comunicao, editor Revista da Fecam e Informativos Responsvel pela integrao com as Assessorias de Imprensa das Associaes de Municpios. [email protected] Dayane Nunes - Jornalista Produo de Informativo Eletrnico e atualizao do site da FECAM. [email protected]

  • 6

    COORDENAO DE PLANEJAMENTO E PROJETOS Emerson Souto Gerente de Tecnologia e Informao Coordenao do Portal da FECAM, planejamento e implementao de ferramentas de comunicao interna e externa. [email protected] Luiz Paulo Sclischting Tcnico de Informtica Gerenciamento da rede interna FECAM e desenvolvimento de sistemas. [email protected] COORDENAO DE INFORMTICA Analise Schwengber Demaman - Analise de Sistemas [email protected] Andr Almeida - Programador [email protected] Leandro Andr Zis Programador [email protected] CONSULTORIAS ESPECIALIZADAS Edinando Brustolin Advogado Assessoria Jurdica [email protected] Dr. Joel Menezes Niehbur - Consultor Licitao pblica, contratos e prego [email protected] Martiliano de Melo Analista de Sistemas Informtica [email protected] Walter Scariot Analista de Sistemas Informtica [email protected]

  • 7

    Sumrio

    Consideraes gerais sobre Contrato Administrativo........................................8 1. Teorias sobre contrato administrativo.............................................................8 2. Caractersticas comuns a todos os contratos administrativos .............................8 3. Clusulas Exorbitantes Poderes da Administrao..........................................8 4. Formalidades impostas Administrao .........................................................9 5. Direitos dos contratados...............................................................................9 6. Clusulas obrigatrias..................................................................................9 7. Garantia .................................................................................................. 10 8. Formalizao dos Contratos ........................................................................ 11 9. Execuo dos Contratos ............................................................................. 12 10. Prazo de durao dos contratos ............................................................... 14 11. Alteraes Contratuais............................................................................ 17 12. Resciso dos Contratos........................................................................... 19 13. Sanes administrativas ......................................................................... 20 14. Equilbrio econmico-financeiro................................................................ 21 15. Reajuste............................................................................................... 22 16. Reviso ................................................................................................ 23 17. Decises judiciais e de tribunais de contas sobre reviso e reajuste .............. 25

    Registro de Preos ................................................................................... 29 1. Conceito .................................................................................................. 29 2. Distino entre registro de preos e outras figuras congneres ........................ 29 3. Vantagens................................................................................................ 29 4. Normas ................................................................................................... 30 5. Relao entre legislao e decreto ............................................................... 30 6. Incidncia do Decreto Federal n 3.931/01 ................................................... 30 7. Abrangncia ............................................................................................. 31 8. Registro de preos para programas de informtica ......................................... 31 9. Incompatibilidade do registro de preos ....................................................... 31 10. Prioridade ao registro de preos ............................................................... 31 11. Registro de preos para diferentes entidades administrativas ....................... 32 12. Atribuies do rgo gerenciador ............................................................. 32 13. Atribuies do rgo participante ............................................................. 33 14. Da no obrigao de contratar e suas conseqncias .................................. 34 15. Referencial de preo............................................................................... 34 16. Diviso em lotes .................................................................................... 35 17. Fornecimento parcial .............................................................................. 35 18. Licitao............................................................................................... 36 19. Edital de licitao................................................................................... 37 20. Ata de registro de preos ........................................................................ 37 21. Prazo de validade do registro................................................................... 38 22. Carona ................................................................................................. 38 23. Contratao .......................................................................................... 39 24. Reviso dos valores................................................................................ 39 25. Cancelamento do registro ....................................................................... 41

  • 8

    Consideraes gerais sobre Contrato Administrativo

    1. Teorias sobre contrato administrativo

    (a) No existe contrato administrativo

    no h autonomia da vontade no h igualdade entre as partes

    (b) Distino entre contratos administrativos e contratos da administrao

    (c) Contratos Administrativos

    Artigo 2 do pargrafo nico da Lei n 8.666/93

    Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre rgos ou

    entidades da Administrao Pblica e particulares, em que haja um acordo de vontades

    para a formao de vnculo e a estipulao de obrigaes recprocas, seja qual for a

    denominao utilizada.

    3 do artigo 62 da Lei n 8.666/93

    Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que

    couber:

    I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locao em que o Poder Pblico seja

    locatrio, e aos demais cujo contedo seja regido, predominantemente, por norma de

    direito privado;

    II - aos contratos em que a Administrao for parte como usuria de servio pblico.

    2. Caractersticas comuns a todos os contratos administrativos

    Obrigatoriedade de licitao pblica vinculao ao interesse pblico vinculao aos princpios de Direito Administrativo Mutabilidade limitada Requisitos de formalizao aplicao de sanes administrativas possibilidade de ser anulado pela Administrao Controle dos atos administrativos Controle atravs de ao popular e pelo Tribunal de Contas

    3. Clusulas Exorbitantes Poderes da Administrao

    Alterao unilateral resciso unilateral

  • 9

    fiscalizao aplicao de sanes em casos de resciso de contratos, de cuja execuo dependa a prestao de

    servios pblicos essenciais, a Administrao pode ocupar provisoriamente bens

    mveis, imveis, pessoal e servios vinculados ao seu objeto.

    Anulao.

    4. Formalidades impostas Administrao

    Formalizao do contrato: em regra, escrito e com publicao do instrumento no Dirio Oficial.

    Limites durao dos contratos Limites s alteraes

    5. Direitos dos contratados

    Intangibilidade do equilbrio econmico-financeiro do contrato princpio da identidade do objeto adimplemento das obrigaes contratadas respeito ordem cronolgica dos pagamentos exceo do contrato no cumprido resciso judicial ampla defesa e contraditrio motivao

    6. Clusulas obrigatrias

    Art. 55. So clusulas necessrias em todo contrato as que estabeleam:

    I - o objeto e seus elementos caractersticos;

    II - o regime de execuo ou a forma de fornecimento;

    III - o preo e as condies de pagamento, os critrios, data-base e periodicidade do

    reajustamento de preos, os critrios de atualizao monetria entre a data do

    adimplemento das obrigaes e a do efetivo pagamento;

    IV - os prazos de incio de etapas de execuo, de concluso, de entrega, de observao e

    de recebimento definitivo, conforme o caso;

    V - o crdito pelo qual correr a despesa, com a indicao da classificao funcional

    programtica e da categoria econmica;

    VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execuo, quando exigidas;

  • 10

    VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabveis e os valores das

    multas;

    VIII - os casos de resciso;

    IX - o reconhecimento dos direitos da Administrao, em caso de resciso administrativa

    prevista no art. 77 desta Lei;

    X - as condies de importao, a data e a taxa de cmbio para converso, quando for o

    caso;

    XI - a vinculao ao edital de licitao ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao

    convite e proposta do licitante vencedor;

    XII - a legislao aplicvel execuo do contrato e especialmente aos casos omissos;

    XIII - a obrigao do contratado de manter, durante toda a execuo do contrato, em

    compatibilidade com as obrigaes por ele assumidas, todas as condies de habilitao e

    qualificao exigidas na licitao.

    7. Garantia

    Art. 56. A critrio da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no

    instrumento convocatrio, poder ser exigida prestao de garantia nas contrataes de

    obras, servios e compras.

    1 Caber ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:

    (Redao dada pela Lei n 8.883, de 8.6.94)

    I - cauo em dinheiro ou ttulos da dvida pblica;

    II - seguro-garantia;

    III - fiana bancria.

    2 A garantia a que se refere o caput deste artigo no exceder a cinco por cento do

    valor do contrato e ter seu valor atualizado nas mesmas condies daquele, ressalvado o

    previsto no pargrafo 3o deste artigo. (Redao dada pela Lei n 8.883, de 8.6.94)

    3 Para obras, servios e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade

    tcnica e riscos financeiros considerveis, demonstrados atravs de parecer tecnicamente

    aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no pargrafo anterior

    poder ser elevado para at dez por cento do valor do contrato. (Redao dada pela Lei n

    8.883, de 8.6.94)

    4 A garantia prestada pelo contratado ser liberada ou restituda aps a execuo do

    contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.

    5 Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administrao, dos

    quais o contratado ficar depositrio, ao valor da garantia dever ser acrescido o valor

    desses bens.

  • 11

    8. Formalizao dos Contratos

    Artigo 60:

    Os contratos e seus aditamentos sero lavrados nas reparties interessadas, as quais

    mantero arquivo cronolgico dos seus autgrafos e registro sistemtico do seu extrato,

    salvo os relativos a direitos reais sobre imveis, que se formalizam por instrumento lavrado

    em cartrio de notas, de tudo juntando-se cpia no processo que lhe deu origem.

    Pargrafo nico. nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administrao, salvo o

    de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor no

    superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alnea "a" desta

    Lei, feitas em regime de adiantamento.

    Pargrafo nico do Artigo 61:

    A publicao resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa

    oficial, que condio indispensvel para sua eficcia, ser providenciada pela

    Administrao at o quinto dia til do ms seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no

    prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem nus,

    ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Pargrafo nico includo pela Lei n 8.883, de

    8.6.94)

    Caput do artigo 62:

    O instrumento de contrato obrigatrio nos casos de concorrncia e de tomada de preos,

    bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preos estejam compreendidos nos limites

    destas duas modalidades de licitao, e facultativo nos demais em que a Administrao

    puder substitu-lo por outros instrumentos hbeis, tais como carta-contrato, nota de

    empenho de despesa, autorizao de compra ou ordem de execuo de servio.

    4 do artigo 62

    dispensvel o "termo de contrato" e facultada a substituio prevista neste artigo, a

    critrio da Administrao e independentemente de seu valor, nos casos de compra com

    entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais no resultem obrigaes futuras,

    inclusive assistncia tcnica.

    JURISPRUDNCIA

    TCU Deciso N 484/96 Pleno

    O dispositivo legal oferecido pelo articulista das justificativas (art. 62, 4 da Lei n

    8.666/93) trata apenas da dispensa do termo de contrato, no das clusulas que inserem

    responsabilidades do contratado para com a administrao, "ex-vi" do art. 62 do mesmo

    dispositivo legal, "in verbis":

    'Art. 62...(omissis)..............................

    2. Em carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorizao de compra, ordem de

    execuo de servio ou outros instrumentos hbeis, aplica-se, no que couber, o disposto no

    art. 55 desta Lei.'

  • 12

    Pelo simples fato de o art. 62, 4, da Lei em comento dispensar o 'Termo de Contrato', no

    significa, portanto, que juntamente com ele estejam dispensadas tambm as garantias que a

    administrao deve ter na execuo de servios de engenharia. A lei apenas substitui o termo

    de contrato por Carta-Contrato, Nota de Empenho de Despesas, etc..., mas no eximiu o

    administrador da obrigatoriedade de fazer constar, em casos como o em estudo (nota de

    empenho) as clusulas essenciais previstas no art. 55 do referido diploma legal, sujeitando-o,

    ainda, inclusive, publicao no DOU (v. Deciso n 585/94-TCU-Plenrio - Ata 44/94 -

    Sesso de 14/09/94)

    TCU, TC 011.621/93-1

    (...) 1.3. publicao dos extratos de todos seus contratos no Dirio Oficial da Unio, nos

    termos do 1 do art. 61 da Lei n 8.666/93 e do art. 33 do Regulamento de Licitaes e

    Contratos do GEIPOT, mesmo em se tratando de outros instrumentos hbeis, como por

    exemplo, "nota de empenho", "carta contrato", "autorizao de compra", "ordem de

    execuo de servio

    9. Execuo dos Contratos

    Fiscalizao

    A execuo do contrato deve ser acompanhada e fiscalizada por um representante da

    Administrao (art. 67)

    Obrigaes do Contratado

    Art. 69. O contratado obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, s

    suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vcios,

    defeitos ou incorrees resultantes da execuo ou de materiais empregados.

    Art. 70. O contratado responsvel pelos danos causados diretamente Administrao ou

    a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execuo do contrato, no excluindo ou

    reduzindo essa responsabilidade a fiscalizao ou o acompanhamento pelo rgo

    interessado.

    Art. 71. O contratado responsvel pelos encargos trabalhistas, previdencirios, fiscais e

    comerciais resultantes da execuo do contrato.

    1 A inadimplncia do contratado, com referncia aos encargos trabalhistas, fiscais e

    comerciais no transfere Administrao Pblica a responsabilidade por seu pagamento,

    nem poder onerar o objeto do contrato ou restringir a regularizao e o uso das obras e

    edificaes, inclusive perante o Registro de Imveis. (Redao dada pela Lei n 9.032, de

    28.4.95)

    2 A Administrao Pblica responde solidariamente com o contratado pelos encargos

    previdencirios resultantes da execuo do contrato, nos termos do art. 31 da Lei n 8.212,

    de 24 de julho de 1991. (Redao dada pela Lei n 9.032, de 28.4.95)

    3 (VETADO)

  • 13

    Enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho

    Contrato de prestao de servios - Legalidade - Reviso do enunciado 256.

    I - A contratao de trabalhadores por empresa interposta ilegal, formando-se vnculo

    diretamente com o tomador dos servios, salvo no caso de trabalho temporrio (Lei n 6.019,

    de 3-1-74).

    II A contratao irregular de trabalhador, atravs de empresa interposta, no gera vnculo

    de emprego com os rgos da Administrao Pblica Direta, Indireta ou Fundacional (art. 37,

    II, da Constituio da Repblica)

    III - No forma vnculo de emprego com o tomador a contratao de servios de vigilncia

    (Lei n 7.102, de 20-06-83), de conservao e limpeza, bem como a de servios

    especializados ligados atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a

    subordinao direta.

    IV - O inadimplemento das obrigaes trabalhistas, por parte do empregador, implica na

    responsabilidade subsidiria do tomador dos servios quanto quelas obrigaes, desde que

    tenha participado da relao processual e conste tambm do ttulo executivo judicial.

    17, de dezembro de 1993.

    Cesso e Subcontratao

    Art. 72. O contratado, na execuo do contrato, sem prejuzo das responsabilidades

    contratuais e legais, poder subcontratar partes da obra, servio ou fornecimento, at o

    limite admitido, em cada caso, pela Administrao.

    Art. 78. Constituem motivo para resciso do contrato:

    VI - a subcontratao total ou parcial do seu objeto, a associao do contratado com

    outrem, a cesso ou transferncia, total ou parcial, bem como a fuso, ciso ou

    incorporao, no admitidas no edital e no contrato;

    Recebimento

    Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto ser recebido:

    I - em se tratando de obras e servios:

    a) provisoriamente, pelo responsvel por seu acompanhamento e fiscalizao, mediante

    termo circunstanciado, assinado pelas partes em at 15 (quinze) dias da comunicao

    escrita do contratado;

    b) definitivamente, por servidor ou comisso designada pela autoridade competente,

    mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, aps o decurso do prazo de

    observao, ou vistoria que comprove a adequao do objeto aos termos contratuais,

    observado o disposto no art. 69 desta Lei;

    II - em se tratando de compras ou de locao de equipamentos:

    a) provisoriamente, para efeito de posterior verificao da conformidade do material com a

    especificao;

  • 14

    b) definitivamente, aps a verificao da qualidade e quantidade do material e conseqente

    aceitao.

    1 Nos casos de aquisio de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-

    mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.

    2 O recebimento provisrio ou definitivo no exclui a responsabilidade civil pela solidez e

    segurana da obra ou do servio, nem tico-profissional pela perfeita execuo do contrato,

    dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

    3 O prazo a que se refere a alnea "b" do inciso I deste artigo no poder ser superior a

    90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no

    edital.

    4 Na hiptese de o termo circunstanciado ou a verificao a que se refere este artigo

    no serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-o

    como realizados, desde que comunicados Administrao nos 15 (quinze) dias anteriores

    exausto dos mesmos.

    Art. 74. Poder ser dispensado o recebimento provisrio nos seguintes casos:

    I - gneros perecveis e alimentao preparada;

    II - servios profissionais;

    III - obras e servios de valor at o previsto no art. 23, inciso II, alnea "a", desta Lei,

    desde que no se componham de aparelhos, equipamentos e instalaes sujeitos

    verificao de funcionamento e produtividade.

    Pargrafo nico. Nos casos deste artigo, o recebimento ser feito mediante recibo.

    10. Prazo de durao dos contratos

    Art. 57. A durao dos contratos regidos por esta Lei ficar adstrita vigncia dos

    respectivos crditos oramentrios, exceto quanto aos relativos:

    I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano

    Plurianual, os quais podero ser prorrogados se houver interesse da Administrao e desde

    que isso tenha sido previsto no ato convocatrio;

    II - prestao de servios a serem executados de forma contnua, que podero ter a sua

    durao prorrogada por iguais e sucessivos perodos com vistas obteno de preos e

    condies mais vantajosas para a administrao, limitada a sessenta meses; (Redao

    dada pela Lei n 9.648, de 27.5.98)

    III - (VETADO)

    IV - ao aluguel de equipamentos e utilizao de programas de informtica, podendo a

    durao estender-se pelo prazo de at 48 (quarenta e oito) meses aps o incio da vigncia

    do contrato.

  • 15

    1 Os prazos de incio de etapas de execuo, de concluso e de entrega admitem

    prorrogao, mantidas as demais clusulas do contrato e assegurada a manuteno de seu

    equilbrio econmico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos,

    devidamente autuados em processo:

    I - alterao do projeto ou especificaes, pela Administrao;

    II - supervenincia de fato excepcional ou imprevisvel, estranho vontade das partes, que

    altere fundamentalmente as condies de execuo do contrato;

    III - interrupo da execuo do contrato ou diminuio do ritmo de trabalho por ordem e

    no interesse da Administrao;

    IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por

    esta Lei;

    V - impedimento de execuo do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela

    Administrao em documento contemporneo sua ocorrncia;

    VI - omisso ou atraso de providncias a cargo da Administrao, inclusive quanto aos

    pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na

    execuo do contrato, sem prejuzo das sanes legais aplicveis aos responsveis.

    2 Toda prorrogao de prazo dever ser justificada por escrito e previamente autorizada

    pela autoridade competente para celebrar o contrato.

    3 vedado o contrato com prazo de vigncia indeterminado.

    4 Em carter excepcional, devidamente justificado e mediante autorizao da autoridade

    superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poder ser prorrogado por

    at doze meses. (Pargrafo includo pela Lei n 9.648, de 27/05/98)

    Jurisprudncia

    A previso contida no artigo 57, inciso II, da Lei Federal n 8.666/93,faculta ao Poder Pblico

    a prorrogao da durao dos contratos relativos prestao de servios contnuos, sendo

    essa prorrogao igual a vigncia do crdito oramentrio, no exerccio subseqente.

    Ressalva-se que dita prorrogao sujeita-se s demais determinaes da referida Lei. (TCE-

    SC, Pr-julgado 161)

    A contratao de servios continuados poder ter prazo mximo de 60 (sessenta) meses, nos

    termos do art. 57 da Lei Federal n 8.666/93, sendo silente a norma quanto ao prazo mnimo.

    Cabe ao administrador definir os critrios objetivos para a prestao dos servios, o nmero

    de meses em que ir vigir o contrato, bem como fazer constar do edital ou do ato convocatrio

    a possibilidade de prorrogao de modo que se efetive sob preos e condies mais vantajosas

    para a Administrao.

    A Lei Federal n 8.666/93 no permite a fixao de exguo perodo contratual visando avaliar o

    contratado para aps decidir se continuar ou no com a prestao de seus servios. Em

    virtude de eventual m-prestao dos servios cabe ao Administrador tomar as medidas de

    sano constantes na Lei Federal n 8.666/93. (TCE-SC, Pr-julgado 1151)

  • 16

    Cabe, exclusivamente Administrao, a prerrogativa de promover a prorrogao de

    contratos, observadas as normas legais e o atendimento ao interesse pblico, devidamente

    justificados em regular processo administrativo. A prorrogao de contrato, nas hipteses

    admitidas em lei, deve ser promovida antes do trmino da vigncia da avena original, atravs

    de termo aditivo, sob pena de nulidade do ato. Os contratos extintos em decorrncia do

    decurso do prazo neles estabelecidos no podem, em hiptese alguma, serem objeto de

    prorrogao. (TCE-SC, Pr-julgado 1084)

    Salvo as hipteses do inciso I (projetos contidos no plano plurianual) e inciso II (servios de

    natureza contnua) no se admite a prorrogao de contratos administrativos. Somente

    admissvel a prorrogao de contrato quando o instrumento convocatrio contiver expressa

    previso (art. 57, I, da Lei Federal 8.666/93). A cobrana por estacionamento em vias

    pblicas no pode ser considerado servio de natureza contnua, e os contratos no

    aproveitam a exceo prevista no art. 57, II, da Lei Federal 8.666/93 (prorrogao por

    sucessivos perodos). (TCE-SC, Pr-julgado n 885)

    Nos termos do art. 57, II, da Lei Federal n 8.666/93, com redao da Lei 9.648/98, a

    prorrogao sucessiva de contratos administrativos, por at 60 meses, quando expressamente

    previsto no instrumento convocatrio, s permitida para os contratos de servios contnuos,

    neles no se enquadrando os servios de consultoria jurdica, de assessoria administrativa ou

    de auditoria. Os servios de controle e auditoria interna competem exclusivamente a pessoal

    dos quadros do prprio ente, constituindo atividade permanente do rgo, nos termos do art.

    74 da Constituio Federal, e exigncia da Lei Complementar n 101/00.

    Os servios de consultoria jurdica de escopo genrico (anlise de normas legais, de

    documentos, de processos administrativos, de projetos de lei, defesa administrativa do

    Municpio ou em aes judiciais, assessoria e outras atividades afins), devem ser executados

    por servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo, mediante concurso pblico.

    Admite-se a contratao de consultoria jurdica externa somente para defesa dos interesses do

    ente em questes de alta complexidade, servios singulares ou que exijam notria

    especializao na matria.

    Em caso excepcional de necessidade, devidamente justificado, podem ser contratados servios

    de auditoria externa, consultoria ou assessoria, mediante processo licitatrio, com escopo

    definido e prazo certo (contrato de escopo), adstrito aos respectivos crditos oramentrios,

    vedada a prorrogao sucessiva com fundamento no art. 57, II, da Lei de Licitaes e

    Contratos Administrativos, pois no se tratam de servios contnuos ou de natureza

    continuada. (TCE-SC, Pr-julgado n 923)

    Servios de assistncia mdico-hospitalar podem ser enquadrados como de natureza contnua

    para os fins do artigo 57 da Lei n 8.666/93. Os contratos de prestao de servios de

    natureza contnua admitem prorrogaes nos termos da Medida Provisria n 1.531-4, de 26

    de maro de 1997, que altera a Lei n 8.666/93, desde que expressamente previsto no

    instrumento convocatrio da licitao e no contrato. (TCE- Pr-julgado n 425)

    Nada obsta que o Poder Pblico efetue locao de imvel com pessoa jurdica e/ou fsica,

    utilizando-se da figura da dispensa de licitao, na forma como dispe o artigo 24 inciso X da

    Lei 8.666/93; e com fundamento no artigo 62, 3, inciso I da Lei das Licitaes, a restrio

  • 17

    imposta renovao de contratos por fora do disposto no artigo 57 no aplicvel na

    locao de imveis. (TCE-SC Pr-julgado 318)

    Nos contratos em que a Administrao for parte como usuria de servio pblico, no se aplica

    o artigo 57 da Lei Federal n 8.666/93, conforme o estabelecido no artigo 62, 3, II, da

    mesma norma. A vigncia do contrato de prestao de servios de telefonia mvel celular est

    vinculada ao interesse do usurio em utiliz-lo. A resciso do contrato se dar quando a

    administrao no mais desejar dispor do servio pblico contratado. (TCE-SC, Pr-julgado

    204)

    TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    No existe a necessidade de fixar a vigncia coincidindo com o ano civil, nos contratos de

    servios continuados cuja durao ultrapasse o exerccio financeiro em curso, uma vez que

    no pode ser confundido o conceito de durao dos contratos administrativos (art. 57 da Lei

    n 8.666/93, de 1993) com a condio de comprovao de existncia de recursos

    oramentrios para o pagamento das obrigaes executadas no exerccio financeiro em curso

    (art. 7, 2, III, da Lei n 8.666, de 1993), pois nada impede que contratos desta natureza

    tenham a vigncia fixada para 12 meses, ultrapassando o exerccio financeiro inicial, e os

    crditos oramentrios fiquem adstritos ao exerccio financeiro em que o termo contratual

    pactuado, conforme dispe o art. 30 e , do Decreto 93.872, de 1996. (TCU, Deciso

    586/2002, 2 Cmara)

    11. Alteraes Contratuais

    As alteraes podem ser:

    (a) unilaterais ou consensuais

    (b) quantitativas ou qualitativas

    Limites s alteraes:

    Espcies de Alteraes Limites

    Quantitativas /Unilaterais 25% e 50% (reforma de edifcio ou equipamento)

    do valor inicial atualizado do contrato

    Quantitativas/Consensuais Acrscimo 25% e 50%

    Supresso No h limite

    Qualitativas No h limites legais

    Deciso n 215/99, do TCU, sobre limites s alteraes

    8.1. com fundamento no art. 1, inciso XVII, 2 da Lei n 8.443/92, e no art. 216, inciso II,

    do Regimento Interno deste Tribunal, responder Consulta formulada pelo ex-Ministro de

    Estado de Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal, Gustavo

    Krause Gonalves Sobrinho, nos seguintes termos:

    a) tanto as alteraes contratuais quantitativas - que modificam a dimenso do objeto -

    quanto as unilaterais qualitativas - que mantm intangvel o objeto, em natureza e em

    dimenso, esto sujeitas aos limites preestabelecidos nos 1 e 2 do art. 65 da Lei n

  • 18

    8.666/93, em face do respeito aos direitos do contratado, prescrito no art. 58, I, da mesma

    Lei, do princpio da proporcionalidade e da necessidade de esses limites serem

    obrigatoriamente fixados em lei;

    b) nas hipteses de alteraes contratuais consensuais, qualitativas e excepcionalssimas de

    contratos de obras e servios, facultado Administrao ultrapassar os limites aludidos no

    item anterior, observados os princpios da finalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade,

    alm dos direitos patrimoniais do contratante privado, desde que satisfeitos cumulativamente

    os seguintes pressupostos:

    I - no acarretar para a Administrao encargos contratuais superiores aos oriundos de uma

    eventual resciso contratual por razes de interesse pblico, acrescidos aos custos da

    elaborao de um novo procedimento licitatrio;

    II - no possibilitar a inexecuo contratual, vista do nvel de capacidade tcnica e

    econmico-financeira do contratado;

    III - decorrer de fatos supervenientes que impliquem em dificuldades no previstas ou

    imprevisveis por ocasio da contratao inicial;

    IV - no ocasionar a transfigurao do objeto originalmente contratado em outro de natureza

    e propsito diversos;

    V - ser necessrias completa execuo do objeto original do contrato, otimizao do

    cronograma de execuo e antecipao dos benefcios sociais e econmicos decorrentes;

    VI - demonstrar-se - na motivao do ato que autorizar o aditamento contratual que extrapole

    os limites legais mencionados na alnea "a", supra - que as conseqncias da outra alternativa

    (a resciso contratual, seguida de nova licitao e contratao) importam sacrifcio

    insuportvel ao interesse pblico primrio (interesse coletivo) a ser atendido pela obra ou

    servio,ou seja gravssimas a esse interesse; inclusive quanto sua urgncia e emergncia;

    Carece de amparo legal eventual alterao contratual visando promover acrscimo financeiro

    superior ao previsto nos 1 e 2 do art. 65 da Lei Federal n 8.666/93 (25%) quando as

    modificaes introduzidas no projeto original da obra no decorram de fatos supervenientes

    (interferncias imprevistas), constatados durante a execuo do objeto do contrato, forem

    promovidas por exclusivo interesse do rgo contratante e poderiam ser previstas antes da

    celebrao do contrato. (TCE-SC, Pr-julgado n 774).

    A variao contratual decorrente do acrscimo ao objeto do contrato esta sujeita aos limites

    estabelecidos pelos pargrafos 1 e 2 do art. 65 da Lei Federal n 8.666/93, excetuando-se a

    decorrente da aplicao de clusulas contratuais relativas a reajustes dos preos inicialmente

    pactuados, conforme 8 do art. 65 daquela Lei. Ser obrigatria nova licitao para

    contrataes de que excederem o limite previsto nos pargrafos 1 e 2 do art. 65 da Lei

    Federal n 8.666/93, pois as dispensas de licitaes esto restritas s hipteses e condies

    impostas pelos arts. 24 a 26 da Lei de Licitaes. (TCE-SC, Pr-julgado n 736)

    O contrato de execuo de obra pblica sob o regime de empreitada por preo global somente

    admite acrscimo quantitativo se este estiver relacionado s obras elencadas no contrato

    original, com as devidas justificativas, e nos limites estabelecidos no artigo 65, 1 e 2 da

    Lei 8.666/93 (vinte e cinco por cento do valor atualizado do contrato), sendo vedada a

    incluso de outras obras (ruas) no elencadas no contrato. (TCE-SC, Pr-julgado n 457)

    Na aquisio de equipamentos em lote nico, mas composto por diversos itens, havendo

    motivao fundada no art. 65, inciso I, alnea "a", da Lei Federal n 8.666/93, visando ao

    estrito atendimento ao interesse pblico, admissvel a alterao dos quantitativos licitados

    de cada item, desde que o fornecedor ainda no tenha promovido a entrega global do objeto e

    no haja alterao no valor global do contrato, ressaltando-se que na aquisio de bens

    mveis a forma mais indicada a licitao para julgamento por itens, visando obteno do

  • 19

    menor preo, no se justificando a adoo de lote nico, salvo exigncia expressa nas normas

    de entidade internacional financiadora da aquisio dos bens. (TCE-SC, Pr-julgado n 1096)

    FORMALIZAO DAS ALTERAES

    6 do artigo 65 da Lei n 8.666/93:

    Em havendo alterao unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a

    Administrao dever restabelecer, por aditamento, o equilbrio econmico-financeiro inicial.

    12. Resciso dos Contratos

    Resciso Unilateral

    a) Ampla Defesa e Motivao (CF, Art. 5, LV e Art. 78, Par. nico)

    b) Cabimento (Art. 78)

    Descumprimento de clusulas contratuais. (I e II) Lentido no cumprimento do contrato. (III) Atraso injustificado no incio da obra, do servio ou fornecimento. (IV) Paralisao da obra, do servio ou fornecimento. (V) Subcontratao, associao do contratado com outrem, a cesso ou transferncia,

    total ou parcial, bem como a fuso, ciso ou incorporao, no admitidas no contrato

    ou no edital. (VI)

    Desatendimento de determinaes regulares da fiscalizao ou cometimento reiterado de faltas anotadas por ela. (VII e VIII)

    Falncia ou insolvncia civil. (IX) Dissoluo de sociedade ou falecimento do contratado. (X) Alterao do estatuto social ou modificao da finalidade ou da estrutura da

    contratada que prejudique a execuo do contrato. (XI)

    Razes de interesse pblico, de alta relevncia e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela mxima autoridade da esfera administrativa a que est

    subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o

    contrato. (XII)

    Caso fortuito ou fora maior que impea a execuo do contrato. (XVII) Descumprimento do art. 7, inc. XXXIII da Constituio Federal. (XVIII)

    c) Prerrogativas da Administrao (art. 80)

    Assuno imediata do objeto do contrato. Ocupao e utilizao do local, das instalaes, dos equipamentos, do material e do

    pessoal empregados na execuo do contrato.

    Execuo da garantia contratual. Reteno dos crditos decorrentes do contrato at o limite dos prejuzos causados

    Administrao.

  • 20

    Resciso Judicial

    a) Cabimento (Art. 78)

    Supresso acima do limite. (XIII) Suspenso da execuo por mais de 120 dias. (XIV) Atraso superior a 90 dias. (XV) No-liberao, por parte da Administrao, de rea, local ou objeto para execuo da

    obra. (XVI)

    b) Direitos do Contratado (Art. 79, 2)

    Ressarcimento dos prejuzos. Devoluo da garantia. Pagamentos devidos pela execuo do contrato at a data da resciso. Pagamento do custo de desmobilizao.

    Jurisprudncia

    A nulidade do contrato no exonera a Administrao do dever de indenizar o contratado, pelo

    que este houver executado at a data em que for declarado a sua nulidade. Caso a efetivao

    do pagamento resulte em prejuzo para o errio, justificar-se- a indenizao aos cofres

    pblicos por aquele que deu causa ao ou omisso contrria ao ordenamento jurdico.

    (TCE-SC, Pr-julgado n 32)

    13. Sanes administrativas

    Art. 87. Pela inexecuo total ou parcial do contrato a Administrao poder, garantida a

    prvia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanes:

    I - advertncia;

    II - multa, na forma prevista no instrumento convocatrio ou no contrato;

    III - suspenso temporria de participao em licitao e impedimento de contratar com a

    Administrao, por prazo no superior a 2 (dois) anos;

    IV - declarao de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administrao Pblica

    enquanto perdurarem os motivos determinantes da punio ou at que seja promovida a

    reabilitao perante a prpria autoridade que aplicou a penalidade, que ser concedida

    sempre que o contratado ressarcir a Administrao pelos prejuzos resultantes e aps

    decorrido o prazo da sano aplicada com base no inciso anterior.

    3 A sano estabelecida no inciso IV deste artigo de competncia exclusiva do Ministro

    de Estado, do Secretrio Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do

    interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista,

    podendo a reabilitao ser requerida aps 2 (dois) anos de sua aplicao.

    Apelao Cvel em Mandado de Segurana. Licitao. Sano imposta a particular (art. 87, inc.

    II, da Lei n 8.666/93). Suspenso de todos os certames licitatrios promovidos pela

    Administrao Pblica. Impossibilidade. A sano imposta pelo art. 87, inciso II, da Lei n

  • 21

    8.666/93, limita-se ao mbito da entidade punitiva, no entanto, deve-se respeitar e aplicar a

    regra contida no edital, in casu, a que determina o impedimento temporrio de empresas de

    licitar com a Administrao, em virtude da existncia de uma punio aplicada por qualquer

    rgo pblico. (TJSC, Ap. 02.017863-8, Rel. Des. Volnei Ivo Carlin)

    ADMINISTRATIVO MANDADO DE SEGURANA LICITAO SUSPENSO TEMPORRIA

    DISTINO ENTRE ADMINISTRAO E ADMINISTRAO PBLICA - INEXISTNCIA

    IMPOSSIBILIDADE DE PARTICIPAO DE LICITAO PBLICA LEGALIDADE LEI 8.666/93,

    ART. 87, INC. III.

    irrelevante a distino entre os termos Administrao Pblica e Administrao, por isso que

    ambas as figuras (suspenso temporria de participar em licitao (inc. III) e declarao de

    inidoneidade (inc. IV) acarretam ao licitante a no-participao em licitaes e contrataes

    futuras. - A Administrao Pblica una, sendo descentralizadas as suas funes, para melhor

    atender ao bem comum. - A limitao dos efeitos da suspenso de participao de licitao

    no pode ficar restrita a um rgo do poder pblico, pois os efeitos do desvio de conduta que

    inabilita o sujeito para contratar com a Administrao se estendem a qualquer rgo da

    Administrao Pblica. - Recurso especial no conhecido. (STJ, Resp. n 151567/RJ, Rel. Min.

    Peanha Martins)

    SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA ROMS 15166-BA, Min. Castro Meira:

    ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. LICITAO.

    SANO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR. EXTENSO DE EFEITOS SOCIEDADE COM O

    MESMO OBJETO SOCIAL, MESMOS SCIOS E MESMO ENDEREO. FRAUDE LEI E ABUSO DE

    FORMA. DESCONSIDERAO DA PERSONALIDADE JURDICA NA ESFERA ADMINISTRATIVA.

    POSSIBILIDADE.

    PRINCPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES

    PBLICOS.

    A constituio de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com

    os mesmos scios e com o mesmo endereo, em substituio a outra

    declarada inidnea para licitar com a Administrao Pblica Estadual, com o objetivo de burlar

    aplicao da sano administrativa, constitui abuso de forma e fraude Lei de Licitaes Lei

    n. 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicao da teoria da desconsiderao da

    personalidade jurdica para estenderem-se os efeitos da sano administrativa nova

    sociedade constituda.

    A Administrao Pblica pode, em observncia ao princpio da moralidade administrativa e da

    indisponibilidade dos interesses pblicos tutelados, desconsiderar a personalidade jurdica de

    sociedade constituda com abuso de forma e fraude lei, desde que facultado ao administrado

    o contraditrio e a ampla defesa em processo administrativo regular.

    Recurso a que se nega provimento.

    14. Equilbrio econmico-financeiro

    Norma Constitucional

    Art. 37, A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos

    Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios da legalidade,

    impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia, e, tambm, ao seguinte:

    inc. XXI, ressalvados os casos especificados nas legislao, as obras, servios, compras e

    alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade

    de condies a todos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de

  • 22

    pagamento, mantidas as condies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente

    permitir as exigncias de qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do

    cumprimento das obrigaes.

    Elementos considerados para a elaborao da proposta

    Tudo o que for previsvel:

    (a) insumos

    (b) mo-de-obra

    (c) encargos legais e tributrios

    (d) transporte

    (e) prazo do contrato

    (f) variaes de custos previsveis

    Instrumentos para a manuteno do equilbrio econmico-financeiro

    Reajuste previsvel, retrata a variao normal do custo de produo de determinado bem.

    Reviso, realinhamento, repactuao imprevisvel.

    15. Reajuste

    Previso Legal

    Art. 40. O edital conter no prembulo o nmero de ordem em srie anual, o nome da

    repartio interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execuo e o tipo da

    licitao, a meno de que ser regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da

    documentao e proposta, bem como para incio da abertura dos envelopes, e indicar,

    obrigatoriamente, o seguinte:

    XI - critrio de reajuste, que dever retratar a variao efetiva do custo de produo,

    admitida a adoo de ndices especficos ou setoriais, desde a data prevista para

    apresentao da proposta, ou do oramento a que essa proposta se referir, at a data do

    adimplemento de cada parcela; (Redao dada pela Lei n 8.883, de 8.6.94)

    Definio

    O reajustamento de preos, no plano da licitao, consiste na previso antecipada da

    ocorrncia da inflao e na adoo de uma soluo para neutralizar os seus efeitos. a

    determinao de que os preos ofertados pelos interessados sero reajustados de modo

    automtico, independente inclusive de pleito do interessado. Ser utilizado um critrio,

    escolhido de antemo pela Administrao e inserto no edital. O critrio de reajuste tomar

    por base ndices simples ou compostos, escolhidos dentre os diversos ndices disponveis ao

    pblico (calculados por instituies governamentais ou no). (JUSTEN FILHO, Maral.

  • 23

    Comentrios Lei de Licitaes e Contratos Administrativos. 5. ed. So Paulo: Dialtica,

    1998. p. 371 372)

    Contratos que comportam reajuste

    O 1 do artigo 3 da Lei Federal n 10.192/01 prescreve que o reajustamento dos

    contratos administrativos somente permitido aps doze meses da data limite para a

    apresentao da proposta em licitao.

    Portanto, somente possvel reajustar contratos cujo prazo de durao estenda-se por mais

    de um ano.

    Ausncia de previso no edital e no contrato

    O inciso XI do artigo 40 da Lei n 8.666/93 prescreve que o critrio de reajuste deve estar

    previsto no edital.

    E se o edital omisso?

    TCE-SC, Prejulgado n 869 - Somente se admite reajuste de preos quando o contrato

    administrativo original contiver clusula permitindo o reajuste, vedada a insero de clusula

    de reajuste no decorrer da execuo contratual. Admitida a reviso dos valores contratuais

    quando atendidos os preceitos do art. 65, inciso II, alnea "d", da Lei Federal n 8.666/93, ou

    seja, quando circunstncias extracontratuais (lea extraordinria), imprevisveis no momento

    da avena, ocorridas na vigncia do contrato, afetem substancialmente sua economia, e desde

    que o contratado comprove o desequilbrio econmico-financeiro, mediante apresentao de

    planilhas de custos e documentao de suporte.

    Compete autoridade competente analisar cuidadosamente o pedido, podendo louvar-se em

    pareceres, laudos, pesquisas de preos, percias e outros instrumentos, a fim de que o ato

    revisional atenda os princpios da Administrao Pblica e esteja revestido das demonstraes

    e justificativas exigidas para os atos administrativos, face indisponibilidade do interesse

    pblico.

    Forma de reajustamento

    8 do artigo 65 da Lei n 8.666/93

    A variao do valor contratual para fazer face ao reajuste de preos previsto no prprio

    contrato, as atualizaes, compensaes ou penalizaes financeiras decorrentes das

    condies de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotaes oramentrias

    suplementares at o limite do seu valor corrigido, no caracterizam alterao do mesmo,

    podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebrao de

    aditamento.

    16. Reviso

    Na Lei n 8.666/93:

    Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei podero ser alterados, com as devidas

    justificativas, nos seguintes casos:

    II - por acordo das partes:

  • 24

    d) para restabelecer a relao que as parte pactuaram inicialmente entre os

    encargos do contratado e a retribuio da Administrao para a justa remunerao

    da obra, servio ou fornecimento, objetivando a manuteno do equilibrio econmico-

    financeiro inicial do contrato, na hiptese de sobreviverem fatos imprevisveis, ou

    previsveis porm de consequncias incalculveis, retardadores ou impeditivos da

    execuo do ajustado, ou ainda, em caso de fora maior, caso fortuito ou fato do prncipe,

    configurando rea econmica extraordinria e extracontratual. (grifo acrescido)

    Causas especficas do desequilbrio

    (a) fatos imprevisveis

    (b) fatos previsveis, mas de conseqncias incalculveis

    (c) fora maior

    (d) caso fortuito

    (e) fato do prncipe

    (f) criao, alterao ou extino de encargos e disposies legais

    (g) retardamento ou impedimento execuo do contrato

    Configurao da lea econmica extraordinria e extracontratual

    (a) lea

    Segundo Dicionrio Aurlio:[Do lat. alea, 'dado de jogar'.] S. f. Jur. 1. Probabilidade de perda concomitante probabilidade de lucro.

    (b) ordinria

    riscos normais admitidos pela natureza do contrato (c) extraordinria

    excedente aos riscos normais admitidos pela natureza do contrato

    Inexistncia de periodicidade mnima

    A reviso deve ser procedida a qualquer tempo, sem que sobre ela incida as restries

    pertinentes aos reajustes.

    Desnecessidade de previso editalcia e contratual

    Trata-se de direito do contratado, de natureza constitucional, que no est condicionada a

    quaisquer atos praticados pela Administrao, tal qual edital ou contrato.

    Sem embargo, para aclarar as situaes e os procedimentos a serem levados a cabo,

    conveniente que se preveja a hiptese no prprio edital ou contrato.

    Sugere-se a seguinte redao:

    CLUSULA XXXX - Os contratantes tm direito ao equilbrio econmico financeiro do

    contrato, procedendo-se reviso do mesmo a qualquer tempo, desde que ocorra fato

    imprevisvel ou previsvel, porm com conseqncias incalculveis, que onere ou desonere

    excessivamente as obrigaes pactuadas no presente instrumento.

  • 25

    1 A contratada, quando for o caso, dever formular Administrao requerimento para a

    reviso do contrato, comprovando a ocorrncia de fato imprevisvel ou previsvel, porm

    com conseqncias incalculveis, que tenha onerado excessivamente as obrigaes

    contradas por ela.

    I a comprovao ser feita por meio de documentos, tais como lista de preo de

    fabricantes, notas fiscais de aquisio de matrias-primas, de transporte de mercadorias,

    alusivas poca da elaborao da proposta e do momento do pedido de reviso do

    contrato;

    II junto com o requerimento, a contratada dever apresentar planilhas de custos

    comparativa entre a data da formulao da proposta e do momento do pedido de reviso do

    contrato, evidenciando o quanto o aumento de preos ocorrido repercute no valor total

    pactuado.

    III A Administrao, reconhecendo o desequilbrio econmico-financeiro, proceder

    reviso do contrato.

    2 Independentemente de solicitao, a Administrao poder convocar a contratada para

    negociar a reduo dos preos, mantendo o mesmo objeto cotado, na qualidade e nas

    especificaes indicadas na proposta, em virtude da reduo dos preos de mercado.

    3 As alteraes decorrentes da reviso do contrato sero publicadas na Imprensa Oficial.

    Efeitos do reconhecimento do direito Reviso

    Ex tunc retroagem data do fato

    Formalizao

    6 do artigo 65:

    Em havendo alterao unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a

    Administrao dever restabelecer, por aditamento, o equilbrio econmico-financeiro inicial.

    17. Decises judiciais e de tribunais de contas sobre reviso e

    reajuste

    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

    O reajuste de preos poder ser concedido decorrido um ano da data prevista para entrega da

    proposta ou do oramento a que esta se referir, conforme definido no instrumento

    convocatrio da licitao e no contrato, nos termos dos artigos 2 e 3 da Medida Provisria n

    1.540-22, de 13 de maro de 1997, c/c o artigo 40, inciso XI, da Lei n 8.666, de 21 de junho

    de 1993. A alterao contratual para restabelecer o equilbrio econmico-financeiro do

    contrato pode ser efetuada a qualquer tempo, desde que atendidos os pressupostos para a

    sua efetivao (TCE-SC, Pr-julgado n 424).

  • 26

    TRIBUNAL DE JUSTIA DO RIO DE JANEIRO

    Mandado de Segurana - CEDAE - Prestao de servios de segurana - Edital de licitao -

    Veto a reajuste de preo - lcito Administrao incluir clusula no instrumento convocatrio

    impossibilitando o reajuste de preo, na forma determinada pela Medida Provisria n

    1.053/95, por no se confundir o reajuste ou previso de correo monetria com a reviso

    prevista no art. 65, II, "c", da Lei n 8.666/93, para a hiptese de se tornar necessrio, com

    base na teoria da impreviso, o restabelecimento do equilbrio econmico e financeiro inicial

    do contrato a ser celebrado com o licitante vencedor - Provimento do recurso para denegar a

    segurana. (TJRJ, Ap. 2.226/97 10 C. Rel. Des. Gabriel Curcio da Fonseca. 12.11.97)

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

    Administrativo Contrato Manuteno da equao econmico-financeira Aumento de

    salrios da empresa contratada. A empresa contratada, ao firmar contrato com a

    Superintendncia Regional do Departamento de Polcia Federal RS, estimou os custos do

    servio com base nos salrios que os seus empregados percebiam poca. Se houve alterao

    significativa no valor dos salrios e isso o que resulta dos autos o preo pago pelo

    servio prestado deve aumentar na mesma proporo. Somente desse modo estar-se- dando

    cumprimento regra constitucional inscrita no art. 37, XXI, da CF que assegura a

    intangibilidade da equao econmico-financeira do contrato. (TRF4, Ap. 19990401046554-

    2/RS. Juiz Paulo Vaz, 26.10.00\0

    TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    Dissdio coletivo. Teoria da Impreviso. Equilbrio econmico-financeiro. Possibilidade de

    repasse dos percentuais de reajuste salarial, ocorrido na data-base, da remunerao da mo-

    de-obra, aos custos dos contratos de prestao de servios de limpeza, conservao e

    vigilncia. Alegao de desequilbrio econmico-financeiro embasada no reajuste salarial dos

    trabalhadores, ocorrido durante a vigncia do contrato. Conhecimento. Possibilidade de

    reajuste ou reviso do contrato somente aps decorrido o prazo de um ano da ltima

    ocorrncia (assinatura, repactuao, reajuste ou reviso). (TCU. TC-9.970/95-9.)

    SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA

    ADMINISTRATIVO - CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIO DISSDIO COLETIVO -

    AUMENTO DE SALRIO EQUILBRIO ECONMICO-FINANCEIRO - ART. 65 DA LEI 8.666/93.

    1. O aumento salarial a que est obrigada a contratada por fora de

    dissdio coletivo no fato imprevisvel capaz de autorizar a reviso contratual de que trata o

    art. 65 da Lei 8.666/93.

    2. Precedente da Segunda Turma desta Corte no REsp 134.797/DF.

    3. Recurso especial improvido. (STJ, Resp. 411101/PR, Min. Rel. Eliana Calmon. DJ de

    08.09.03)

    TCE SC

    Prejulgado n 1272 - possvel a formalizao de termo aditivo ao contrato firmado entre

    sociedade de economia mista e empresa prestadora de servios de limpeza e vigilncia para

    acrescer ao valor inicial do contrato os acrscimos financeiros decorrentes do pagamento de

    vale-alimentao que no estavam contemplados nos custos que compuseram a formulao

    da proposta comercial e a equao econmico-financeira, quando a concesso do referido

    benefcio aos empregados da contratada decorrer de Acordo Coletivo ou Conveno Coletiva

    de Trabalho firmados aps a formulao da proposta. O art. 7, inciso XXIV, da Constituio

  • 27

    Federal impe o reconhecimento dos acordos coletivos e das convenes coletivas de trabalho

    como instrumentos de carter normativo integrantes da ordem jurdica.

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1 REGIO

    CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS. ABONO SALARIAL PREVISTO NO ARTIGO 9 DA LEI

    8.178/91. MANUTENO DO EQUILBRIO ECONMICO-FINANCEIRO

    1. A teoria da impreviso somente aplicvel quando fatos posteriores ao contrato,

    imprevistos e imprevisveis pelas partes contratantes e a elas no imputveis, modificam

    profundamente o equilbrio contratual.

    2. No caso, no se trata de fato imprevisto nem imprevisvel a concesso de abono salarial,

    notadamente aos empregados das empresas prestadoras de servios de asseio, conservao e

    limpeza, os quais, como notrio (C.P.C., art. 334, I), percebem baixos salrios, sendo

    inaplicvel espcie o disposto no artigo 55, 5, do Decreto-Lei 2.300/86. Precedente desta

    Corte.

    3. Apelao e remessa, esta considerada interposta, providas. (TRF1, Ac. 2001.01.00.040155-

    1, Juiz Leo Aparecido Alves, 10.07.2003)

    PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEFERIMENTO DE PROVA PERICIAL.

    REQUERIMENTO DE AMBAS AS PARTES. COMPROVAO DO DESEQUILBRIO ECONMICO-

    FINANCEIRO DE CONTRATO ADMINISTRATIVO EM DECORRNCIA DE ATO UNILATERAL DA

    CONTRATANTE.

    1. Se se alega que a Portaria Ministerial n 2.042/96, ao estabelecer novas regras de

    procedimento tcnico para os servios de terapia renal, teria onerado as empresas que

    prestaram tais servios, rompendo, assim, com o equilbrio econmico da relao, impe-se,

    sem dvida, o exame pericial, a fim de se apurar qual o valor dos reajustes e recomposio de

    preos suficientes para manuteno do equilbrio econmico-financeiro do contrato

    administrativo firmado com a agravada e testificar o acerto do pedido ou da contestao.

    2. Agravo de instrumento provido. (TRF1. Ag. 1998.01.00.009725-1/DF, Juiz Carlos Alberto

    Simes Tomaz. 03.04.03)

    TRIBUNAL DE JUSTIA DO RIO GRANDE DO SUL

    EMENTA: ADMINISTRATIVO. CONTRATO. OBRA PBLICA. FATO SUPERVENIENTE ALHEIO

    VONTADE DAS PARTES. REPERCUSSO DO PREO. PRESERVAO DA CLUSULA DO

    EQUILBRIO ECONMICO-FINANCEIRO. VALOR. PROVA. HONORRIOS.

    1. Se, (a) na construo de pista atltica e obras complementares, consta que o contratado

    obrigado a obedecer as normas da Federao Internacional de Atletismo Amador; e se (b)

    aps a apresentao da proposta e antes da concluso das obras, tal Federao altera normas

    provocando mudana no projeto, tem-se que o contratado ipso facto fica obrigado a realizar o

    que necessrio for para que haja adequao.

    Por outro lado, se a adequao aumentou o custo, fica o contratante obrigado ao pagamento,

    seja porque o fato superveniente alheio vontade das partes, seja porque, de outro modo,

    rompe-se o equilbrio econmico-financeiro do contrato, clusula nobre com garantia inclusive

    constitucional. Exegese do art. 65, II, b, da Lei 8.666/93.

    2. Se o contratante no s no impugna o valor pelos servios extras, como adota conduta

    que, desde a fase administrativa, revela concordncia, inclusive ao permitir que fossem

    realizados sob sua vigilncia, bem assim ao receber a obra, no h por que remeter a

    definio do quantum liquidao, encarecendo ainda mais com realizao de percia.

    3. Os honorrios advocatcios, por um lado devem ser fixados com moderao (CPC, art. 20,

    4), mas, por outro, no podem ser irrisrios face ao valor e relevncia da causa.

  • 28

    4. Desprovidas duas apelaes, provida outra e no mais sentena confirmada em reexame

    necessrio.(APELAO E REEXAME NECESSRIO N 70005395603, PRIMEIRA CMARA CVEL,

    TRIBUNAL DE JUSTIA DO RS, RELATOR: IRINEU MARIANI, JULGADO EM 18/12/2002)

  • 29

    Registro de Preos

    1. Conceito

    Decreto Federal n 3.931/02 artigo 1

    Pargrafo nico. Para os efeitos deste Decreto, so adotadas as seguintes definies: I -

    Sistema de Registro de Preos - SRP - conjunto de procedimentos para registro formal de

    preos relativos prestao de servios, aquisio e locao de bens, para contrataes

    futuras;

    Instrumento por meio do qual a Administrao procede licitao pblica e seleciona licitante e proposta, que permanecem registrados por lapso temporal no superior a

    um ano, aguardando convocao para firmar contrato. Trata-se de figura sui generis,

    na medida em que a Administrao lana licitao e apenas contrata quando quiser,

    na quantidade que quiser.

    2. Distino entre registro de preos e outras figuras congneres

    registro cadastral pr-qualificao credenciamento

    3. Vantagens

    (a) Evita restries provocadas por falhas na programao de quantitativos.

    (b) Resolve situaes de difcil previsibilidade de quantitativos.

    (c) Controle eficaz dos estoques e diminuio de gastos com armazenamento.

    (d) Reduo do nmero de licitaes

    (e) Agilidade para as contrataes

    (f) Maximizao da competitividade, atravs da participao de pequenas empresas.

    (g) Transparncia.

    (h) Desnecessidade de rgida previso oramentria.

  • 30

    4. Normas

    O inciso II do artigo 15 da Lei n 8.666/93 prev que as aquisies devem ser processadas por registro de preos. Em seguida, o 3 do artigo 15 prescreve que o

    sistema de registro de preos deve ser regulamentado por decreto.

    Em obedincia ao 3 do artigo 15 da Lei n 8.666/93, a Unio editou o Decreto-Federal n 2.743, em 21 de agosto de 1998, que foi revogado pelo Decreto-Federal

    n 3.931, de 19 de setembro de 2001.

    Os demais entes federativos tambm podem expedir os seus prprios decretos e passarem a adotar o registro de preos.

    Alm do Poder Executivo, os rgos integrantes do Judicirio, Legislativo e Tribunal de Contas tambm podem editar os seus prprios regulamentos, por fora da regra

    estatuda no artigo 117 da Lei n 8.666/93.

    5. Relao entre legislao e decreto

    Inciso II do artigo 5 da Constituio Federal ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei.

    Caput do artigo 37 da Constituio Federal Administrao Pblica deve obedincia ao princpio da legalidade.

    Inciso IV do artigo 84 da Constituio Federal - compete privativamente ao Presidente da Repblica: sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como

    expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo.

    Caput do artigo 68 da Constituio Federal As leis delegadas sero elaboradas pelo Presidente da Repblica, que dever solicitar a delegao ao Congresso Nacional.

    Caput do artigo 25 dos Atos das Disposies Constitucionais Transitrias Ficam revogados, a partir de cento e oitenta dias da promulgao da Constituio, sujeito a

    este prazo a prorrogao por lei, todos os dispositivos legais que atribuam ou

    deleguem a rgo do Poder Executivo competncia assinalada pela Constituio ao

    Congresso Nacional, especialmente no que tange a: I ao normativa.

    6. Incidncia do Decreto Federal n 3.931/01

    Artigo 1 - As contrataes de servios e aquisies de bens, quando efetuadas pelo

    Sistema de Registro de Preos, no mbito da Administrao Federal direta, autrquica e

    fundacional, fundos especiais, empresas pblicas, sociedades de economia mista e demais

    entidade controladas, direta ou indiretamente pela Unio, obedecero ao disposto neste

    Decreto.

  • 31

    7. Abrangncia

    O registro de preos foi previsto na parte da Lei n 8.666/93 relativa s compras. Alis, a

    rigor jurdico, o inciso II do artigo 15 da referida Lei enuncia, precisamente, que as compras

    devem ser processadas pelo registro de preos. Por isso, a idia inicial de que o registro

    de preos abrange apenas as aquisies, sem abranger os servios, locaes e obras. Essa

    a orientao assumida pelo Decreto 2.743/98, especialmente em seu artigo 4.

    Pouco a pouco, apercebeu-se que o registro de preos poderia ser aplicado com sucesso,

    inclusive, para servios e outros tipos de contratos. Em vista disso, o inciso I do pargrafo

    nico do artigo 1 do Decreto n 3.931/01 ampliou a abrangncia do registro de preos,

    oferecendo a seguinte definio: (...) conjunto de procedimentos para registro formal de

    preos relativos prestao de servios, aquisio e locao de bens, para contrataes

    futuras. Portanto, pelo menos na esfera federal, o registro de preos abrange, alm das

    aquisies, os servios e as locaes de bens.

    8. Registro de preos para programas de informtica

    De acordo com o pargrafo nico do artigo 2 do Decreto n 3.931/01, poder ser

    realizado registro de preos para contratao de bens e servios de informtica, obedecida

    a legislao vigente, desde que devidamente justificada e caracterizada a vantagem

    econmica

    9. Incompatibilidade do registro de preos

    O registro de preos, todavia, j no compatvel com a realizao de obras, salvo

    hipteses de obras uniformes, como, por exemplo, construo de casas populares, com as

    mesmssimas caractersticas.

    O registro de preos tambm inaplicvel para as alienaes e para os contratos de

    delegao de servios pblicos.

    10. Prioridade ao registro de preos

    Decreto Federal n 3.931/01 ...........

    Art. 2. Ser adotado, preferencialmente, o SRP nas seguintes hipteses:

    I - quando, pelas caractersticas do bem ou servio, houver necessidade de contrataes

    freqentes;

  • 32

    II - quando for mais conveniente a aquisio de bens com previso de entregas parceladas

    ou contratao de servios necessrios Administrao para o desempenho de suas

    atribuies;

    III - quando for conveniente a aquisio de bens ou a contratao de servios para

    atendimento a mais de um rgo ou entidade, ou a programas de governo; e

    IV - quando pela natureza do objeto no for possvel definir previamente o quantitativo a

    ser demandado pela Administrao.

    11. Registro de preos para diferentes entidades administrativas

    No h nada que impea diferentes entidades administrativas se valerem do mesmo

    registro de preos. Trata-se de implantar espcie de consrcio, figura bastante conhecida da

    Administrao Pblica, especialmente no que tange ao tratamento de questes ambientais,

    lixo etc. Procedendo dessa forma, aproveita-se a economia de escala, alm de diminuir os

    custos produzidos por vrias licitaes.

    O Decreto-Federal n 3.931/01 disciplina o registro de preos realizado por diferentes

    entidades administrativas.

    Os incisos III e IV do pargrafo nico do artigo 1 definem, respectivamente, rgo

    gerenciador e rgo participante. Segundo os dispositivos, rgo gerenciador significa

    rgo ou entidade da Administrao Pblica responsvel pela conduo do conjunto de

    procedimentos do certame para registro de preos e gerenciamento da Ata de Registro de

    Preos dele decorrente; e rgo participante, por sua vez, indica rgo ou entidade que

    participa dos procedimentos iniciais do SRP e integra a Ata de Registro de Preos.

    12. Atribuies do rgo gerenciador

    Decreto Federal n 3.931/01 - artigo 3 .................

    2. Caber ao rgo gerenciador a prtica de todos os atos de controle e administrao do

    SRP, e ainda o seguinte:

    I - convidar, mediante correspondncia eletrnica ou outro meio eficaz, os rgos e

    entidades para participarem do registro de preos;

    II - consolidar todas as informaes relativas estimativa individual e total de consumo,

    promovendo a adequao dos respectivos projetos bsicos encaminhados para atender aos

    requisitos de padronizao e racionalizao;

    III - promover todos os atos necessrios instruo processual para a realizao do

    procedimento licitatrio pertinente, inclusive a documentao das justificativas nos casos

    em que a restrio competio for admissvel pela lei;

  • 33

    IV - realizar a necessria pesquisa de mercado com vistas identificao dos valores a

    serem licitados;

    V - confirmar junto aos rgos participantes a sua concordncia com o objeto a ser licitado,

    inclusive quanto aos quantitativos e projeto bsico;

    VI - realizar todo o procedimento licitatrio, bem como os atos dele decorrentes, tais como

    a assinatura da Ata e o encaminhamento de sua cpia aos demais rgos participantes;

    VII - gerenciar a Ata de Registro de Preos, providenciando a indicao, sempre que

    solicitado, dos fornecedores, para atendimento s necessidades da Administrao,

    obedecendo a ordem de classificao e os quantitativos de contratao definidos pelos

    participantes da Ata;

    VIII - conduzir os procedimentos relativos a eventuais renegociaes dos preos registrados

    e a aplicao de penalidades por descumprimento do pactuado na Ata de Registro de

    Preos; e

    IX - realizar, quando necessrio, prvia reunio com licitantes, visando inform-los das

    peculiaridades do SRP e coordenar, com os rgos participantes, a qualificao mnima dos

    respectivos gestores indicados.

    13. Atribuies do rgo participante

    Decreto Federal n 3.931/01 - artigo 3 .................

    3. O rgo participante do registro de preos ser responsvel pela manifestao de

    interesse em participar do registro de preos, providenciando o encaminhamento, ao rgo

    gerenciador, de sua estimativa de consumo, cronograma de contratao e respectivas

    especificaes ou projeto bsico, nos termos da Lei n 8.666, de 1993, adequado ao

    registro de preo do qual pretende fazer parte, devendo ainda:

    I - garantir que todos os atos inerentes ao procedimento para sua incluso no registro de

    preos a ser realizado estejam devidamente formalizados e aprovados pela autoridade

    competente;

    II - manifestar, junto ao rgo gerenciador, sua concordncia com o objeto a ser licitado,

    antes da realizao do procedimento licitatrio; e

    III - tomar conhecimento da Ata de Registros de Preos, inclusive as respectivas alteraes

    porventura ocorridas, com o objetivo de assegurar, quando de seu uso, o correto

    cumprimento de suas disposies, logo aps concludo o procedimento licitatrio.

    4. Cabe ao rgo participante indicar o gestor do contrato, ao qual, alm das atribuies

    previstas no art. 67 da Lei n 8.666, de 1993, compete:

    I - promover consulta prvia junto ao rgo gerenciador, quando da necessidade de

    contratao, a fim de obter a indicao do fornecedor, os respectivos quantitativos e os

  • 34

    valores a serem praticados, encaminhando, posteriormente, as informaes sobre a

    contratao efetivamente realizada;

    II - assegurar-se, quando do uso da Ata de Registro de Preos, que a contratao a ser

    procedida atenda aos seus interesses, sobretudo quanto aos valores praticados, informando

    ao rgo gerenciador eventual desvantagem, quanto sua utilizao;

    III - zelar, aps receber a indicao do fornecedor, pelos demais atos relativos ao

    cumprimento, pelo mesmo, das obrigaes contratualmente assumidas, e tambm, em

    coordenao com o rgo gerenciador, pela aplicao de eventuais penalidades decorrentes

    do descumprimento de clusulas contratuais; e

    IV - informar ao rgo gerenciador, quando de sua ocorrncia, a recusa do fornecedor em

    atender s condies estabelecidas em edital, firmadas na Ata de Registro de Preos, as

    divergncias relativas entrega, as caractersticas e origem dos bens licitados e a recusa do

    mesmo em assinar contrato para fornecimento ou prestao de servios.

    14. Da no obrigao de contratar e suas conseqncias

    4 do artigo 15 da Lei n 8.666/93

    ............

    A existncia de preos registrados no obriga a Administrao a firmar as contrataes

    que deles podero advir, fincando-lhe facultada a utilizao de outros meios, respeitada a

    legislao relativa s licitaes, sendo assegurado ao beneficirio do registro preferncia em

    igualdade de condies.

    Conseqncias:

    (a) Os quantitativos indicados no edital no passam de mero referencial.

    (b) Desnecessidade de previso oramentria.

    (c) O vencedor da licitao em registro de preos no tem direito ao contrato.

    (d) Controle da qualidade do produto.

    15. Referencial de preo

    1 do artigo 15 da Lei n 8.666/93 O registro de preos ser precedido de ampla

    pesquisa de mercado.

    2 do artigo 15 da Lei n 8.666/93 Os preos registrados sero publicados

    trimestralmente para orientao da Administrao, na imprensa oficial.

    Quer-se conferir transparncia s contrataes administrativas. Alm disso, a ampla

    pesquisa de mercado e as publicaes dos registros de outras entidades administrativas

  • 35

    propiciam Administrao instrumental para controlar os preos propostos, evitando o

    superfaturamento.

    16. Diviso em lotes

    No registro de preos, o licitante, em vez de formular proposta para o objeto inteiro de

    futuro contrato, o faz em razo de unidade ou de lote prefixado pela Administrao.

    Periodicamente, quando for conveniente, a Administrao convoca o licitante para a compra

    de quantos lotes lhe aprouver.

    17. Fornecimento parcial

    Para ampliar a competio, incentivando a participao de empresas de pequeno porte,

    lcito e recomendvel permitir a cotao em quantidade de lotes inferior demanda.

    A ttulo ilustrativo, imagine-se que Administrao interesse contratar 100 lotes de dado

    objeto. Ela pode permitir que licitante oferea apenas 10 ou 20 lotes. Veja-se situao

    hipottica:

    interesse da Administrao = 100 lotes oferta mnima = 10 lotes

    licitante A - 20 lotes R$ 1.000,00 o lote. licitante B 20 lotes R$ 1.100,00 o lote. licitante C 50 lotes R$ 1200,00 o lote. licitante D 100 lotes R$ 1.500,00 o lote. licitante E 100 lotes R$ 1.550,00 o lote.

    No caso em tela, a Administrao vai contratar os primeiros vinte lotes com o licitante A,

    pelo preo de R$ 1.000,00. Os prximos 20 com o licitante B, pelo preo de R$ 1.100,00 e

    assim sucessivamente, at atender a demanda da Administrao.

    Decreto Federal n 3.931/01

    Art. 5 A Administrao, quando da aquisio de bens ou contratao de servios, poder

    subdividir a quantidade total do item em lotes, sempre que comprovado tcnica e

    economicamente vivel, de forma a possibilitar maior competitividade, observado, neste

    caso, dentre outros, a quantidade mnima, o prazo e o local de entrega ou de prestao dos

    servios.

  • 36

    Pargrafo nico. No caso de servios, a subdiviso se dar em funo da unidade de medida

    adotada para aferio dos produtos e resultados esperados, e ser observada a demanda

    especfica de cada rgo ou entidade participante do certame. Nestes casos, dever ser

    evitada a contratao, num mesmo rgo e entidade, de mais de uma empresa para a

    execuo de um mesmo servio em uma mesma localidade, com vistas a assegurar a

    responsabilidade contratual e o princpio da padronizao.

    Decreto Federal n 3.931/01

    Art. 6. Ao preo do primeiro colocado podero ser registrados tantos fornecedores quantos

    necessrios para que, em funo das propostas apresentadas, seja atingida a quantidade

    total estimada para o item ou lote, observando-se o seguinte:

    I - o preo registrado e a indicao dos respectivos fornecedores sero divulgados em rgo

    oficial da Administrao e ficaro disponibilizados durante a vigncia da Ata de Registro de

    Preos;

    II - quando das contrataes decorrentes do registro de preos dever ser respeitada a

    ordem de classificao das empresas constantes da Ata; e

    III - os rgos participantes do registro de preos devero, quando da necessidade de

    contratao, recorrerem ao rgo gerenciador da Ata de Registro de Preos, para que este

    proceda a indicao do fornecedor e respectivos preos a serem praticados.

    Pargrafo nico. Excepcionalmente, a critrio do rgo gerenciador, quando a quantidade

    do primeiro colocado no for suficiente para as demandas estimadas, desde que se trate de

    objetos de qualidade ou desempenho superior, devidamente justificada e comprovada a

    vantagem, e as ofertas sejam em valor inferior ao mximo admitido, podero ser

    registrados outros preos.

    18. Licitao

    Em regra, o registro de preos deve ser precedido de licitao na modalidade concorrncia,

    a teor do inciso I do 3 do artigo 15 da Lei n 8.666/93.

    O artigo 11 da Lei n 10.520/02 prescreve: As compras e contrataes de bens e servios

    comuns, no mbito da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, quando

    efetuadas pelo sistema de registro de preos previsto no art. 15 da Lei n 8.666, de 21 de

    junho de 1993, podero adotar a modalidade de prego, conforme regulamento especfico.

    A licitao que precede o registro de preos segue as regras da modalidade adotada.

    De acordo com o 1 do artigo 3 do Decreto Federal n 3.931/01, a licitao para o

    registro de preos, excepcionalmente, pode adotar o critrio de julgamento do tipo tcnica e

    preo.

  • 37

    19. Edital de licitao

    Decreto Federal n 3.931/01.......

    Art. 9. O edital de licitao para Registro de Preos contemplar, no mnimo:

    I - a especificao/descrio do objeto, explicitando o conjunto de elementos necessrios e

    suficientes, com nvel de preciso adequado, para a caracterizao do bem ou servio,

    inclusive definindo as respectivas unidades de medida usualmente adotadas;

    II - a estimativa de quantidades a serem adquiridas no prazo de validade do registro;

    III - o preo unitrio mximo que a Administrao se dispe a pagar, por contratao,

    consideradas as regies e as estimativas de quantidades a serem adquiridas;

    IV - a quantidade mnima de unidades a ser cotada, por item, no caso de bens;

    V - as condies quanto aos locais, prazos de entrega, forma de pagamento e,

    complementarmente, nos casos de servios, quando cabveis, a freqncia, periodicidade,

    caractersticas do pessoal, materiais e equipamentos a serem fornecidos e utilizados,

    procedimentos a serem seguidos, cuidados, deveres, disciplina e controles a serem

    adotados;

    VI - o prazo de validade do registro de preo;

    VII - os rgos e entidades participantes do respectivo registro de preo;

    VIII - os modelos de planilhas de custo, quando cabveis, e as respectivas minutas de

    contratos, no caso de prestao de servios; e

    IX - as penalidades a serem aplicadas por descumprimento das condies estabelecidas.

    1. O edital poder admitir, como critrio de adjudicao, a oferta de desconto sobre

    tabela de preos praticados no mercado, nos casos de peas de veculos, medicamentos,

    passagens areas, manutenes e outros similares.

    2. Quando o edital prever o fornecimento de bens ou prestao de servios em locais

    diferentes, facultada a exigncia de apresentao de proposta diferenciada por regio, de

    modo que aos preos sejam acrescidos os respectivos custos, variveis por regio.

    20. Ata de registro de preos

    O vencedor da licitao, antes de contratar com a Administrao, tem a sua proposta

    consignada na ata de registro de preos.

    Segundo o inciso II do pargrafo nico do artigo 1 do Decreto Federal n 3.931/01, a ata

    de registro de preos constitui

    documento vinculativo, obrigacional, com caractersticas de compromisso para futura

    contratao, onde se registram preos, fornecedores, rgos participantes e condies a

  • 38

    serem praticadas, conforme as disposies contidas no instrumento convocatrio e propostas

    apresentadas.

    O artigo 10 do mesmo Decreto Federal enuncia:

    Homologado o resultado da licitao, o rgo gerenciador, respeitada a ordem de

    classificao e a quantidade de fornecedores a serem registrados, convocar os interessados

    para assinatura da Ata de Registro de Preos que, aps cumpridos os requisitos de

    publicidade, ter efeito de compromisso de fornecimento nas condies estabelecidas.

    Havendo interesse em contratar, a Administrao convoca a empresa cuja proposta esteja

    consignada na ata de registro de preos e com ela firma o contrato.

    21. Prazo de validade do registro

    Decreto Federal n 3.931/01

    Art. 4. O prazo de validade da Ata de Registro de Preo no poder ser superior a um ano,

    computadas neste as eventuais prorrogaes.

    1. Os contratos decorrentes do SRP tero sua vigncia conforme as disposies contidas

    nos respectivos instrumentos convocatrios e respectivos contratos decorrentes, obedecido

    o disposto no art. 57 da Lei n 8.666, de 1993.

    2. admitida a prorrogao da vigncia da Ata, nos termos do art. 57, 4, da Lei n

    8.666, de 1993, quando a proposta continuar se