017_apendicectomia_07082014 (1)

Upload: junior-sousa

Post on 06-Oct-2015

219 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

xxx

TRANSCRIPT

  • Dir

    etr

    izes

    Cl

    nic

    as

    Pro

    toco

    los

    Cl

    nic

    os

    017 Apendicectomia

    ltima reviso: 13/06/2014

    Estabelecido em: 28/05/2006

    Responsveis / Unidade

    Srgio Ibaez Nunes Mdico | HGBJA

    Tarcsio Versiane Filho Mdico | HJK

    Disponvel em www.fhemig.mg.gov.br

    e intranet

  • 017 - Apendicectomia Pg. 2

    INTRODUO / RACIONAL

    A apendicite aguda a principal causa de abdome agudo, e portanto, a apendicectomia a

    cirurgia de urgncia mais comum no nosso meio. Tanto as tcnicas de apendicectomia, quanto

    o tratamento local e sistmico pode variar de acordo com o grau de evoluo da doena.

    O diagnsticoda apendicite aguda pode ser um desafio inclusive para mdicos experientes.O

    atraso no tratamento do agravoresulta em complicaoes como peritonite localizada ou difusa e

    consequente formao de abcessos, aumentando muito a morbidade, a mortalidade, a

    permanncia hospitalar e os custos; financeiros e emocionais.

    OBJETIVOS

    1. Sistematizar o tratamento, a melhor sequncia de recursos diagnsticos (laboratoriais e de

    imagens), bem como os materiais utilizados nesta enfermidade, nos Hospitais da Rede

    FHEMIG.

    2. Organizar de forma rpida e coerente a avaliao do paciente com suspeita de apendicite

    aguda, com a melhor evidncia cientfica disponvel.

    SIGLAS

    US: Ultrassonografia AINES: Anti-inflamatrio no esteroide

    EDA: Endoscopia Digestiva Alta

    FID: Fossa Ilaca direita

    OMA: Otite Mdia Aguda

    MATERIAL / PESSOAL NECESSRIO

    Mdicos: cirurgio,auxiliar,anestesista,radiologista;

    Equipe de enfermagem;

    Sala de bloco cirrgico com foco de luz, material cirrgico para laparotomia e

    anestesiologia adequados;

    Enfermeiro e tcnico em enfermagem, devidamente treinados;

    Equipamento de anestesia tanto para anestesia geral quanto para bloqueios espinhais;

    Caixa instrumental cirrgica que contenha:

    o 06 Pinas hemostticas curvas e 06 hemostticas retas;

    o 01 Tesoura reta e 02 tesouras curvas;

    o 01 Passa-fio;

    o 03 Pares de afastadores tipo Farabeuf: pequeno, mdio e grande;

    o 02 Pinas de apreenso tipo Allis;

    o 02 Porta-agulhas;

    o 03 Pinas anatmicas ou disseco;

    o 01 Pina anatmica com dente;

    o 01 Pina Fuester;

    o 06 Pinas de campo;

    o 01 Bico de aspirador de cavidade.

  • 017 - Apendicectomia Pg. 3

    Material descartvel utilizado:

    o Lmina de bisturi nmero 23 ou 22;

    o 01 Fio de Seda 00 sem agulha ou fio de algodo;

    o 02 Fios de poligalactina 000 ou outro fio absorvvel;

    o 01 Fio de poligalactina 0;

    o 01 Fio de Nylon 000.

    Medicamentos:

    o Cefazolina

    o Metronidazol

    o Gentamicina

    o Ceftriaxona 2g EV 24/24 horas.

    o dipirona, AINES e morfina ou derivados.

    ATIVIDADES ESSENCIAIS

    1. Histria e exame fsico:

    Podem ser suficientes para o diagnstico, sem necessidade de complementao propedutica,

    nos casos tpicos: dor no quadrante inferior direito, dor periumbilical referida no quadrante

    inferior direito, defesa localizada no quadrante inferior direito, nuseas, vmitos, anorexia.

    Porm, nas localizaoes atpicas, nas faixas etrias extremas,nas mulheres jovens ou grvidas, nos

    imunossuprimidos e na apendicite aguda bloqueada, este diagnstico pode se tornar bastante

    dificil, sendo necessrio a observao, reavaliao clnica e laboratorial. As situaes mais comuns

    de dvidas diagnsticas esto elencadas no Apndice III.

    A Propedutica (Apndice I)nos casos de suspeita de apendicite hierarquizada em sequncia

    de exames. Persistindo a dvida aps os primeiros resultados novos exames sero solicitados a

    fim de esclarecer o diagnstico conforme a sequncia:

    Exame de urina rotina: afasta diagnstico de cistite/pielonefrite quando normal;

    Hemograma: leucocitose maior ou igual a 12.000 leuccitos/mm sugere apendicite aguda,

    quando associada a dor migratria em quadrante inferior direito;

    Radiografia: No abdome agudo a radiografia de abdome em decbito dorsal e em

    ortostatismo, bem como a radiografia de trax em PA, afasta outras causas de dor abdominal

    (suspeita de perfurao visceral ou sndromes obstrutivas intestinais, nefrolitase, pneumonias

    de base,com irritao do diafragma);

    Ultrassom abdominal: Ajuda no diagnstico e auxilia a descoberta do grau da apendicite:

    apndice com dimetro 6 mm, no compressvel, presena de apendicolito, ausncia de

    gs no interior, ausncia de peristaltismo, alterao da gordura periapendicular e fluxo

    vascular aumentado no apndice inflamado;

    Tomografia computadorizada: apndice com dimetro >6 mm, densificao dos planos

    gordurosos ceco-apendiculares, apendicolito, ar extraluminar, abscesso local;

  • 017 - Apendicectomia Pg. 4

    Laparoscopia: pode ser diagnstica e/ou teraputica. um exame invasivo que necessita de

    anestesia gerale portanto, fica reservado para os casos em que no se conseguiu

    esclarecimento diagnstico com nenhum outro procedimento. Pode ser til em pacientes do

    sexo feminino em idade reprodutiva - para diferenciao de patologias ginecolgicas em

    obesos e em dvidas diagnsticas.

    2. Antibioticoprofilaxia( PC 028 Antibitico Profilaxia Cirrgica):

    Apendicite aguda no-complicada por perfurao ou abscesso:

    Cefazolina 1 ou 2 g (paciente < 70 kg ou > 70 kg) + metronidazol 500 mg EV, na

    induo anestsica.

    Apendicite aguda complicada (perfurao ou abscesso):

    Gentamicina 3 mg/kg 1 vez ao dia (mximo 240 mg) + metronidazol 500 mg EV 8/8

    horas. Manter esquema teraputico por no mnimo 5 dias e 72 horas sem sinais

    infecciosos (febre e leucocitose).

    Em caso de insuficincia renal ou risco aumentado de insuficincia renal: substituir

    gentamicina por ceftriaxona 2g EV 24/24 horas.

    ITENS DE CONTROLE

    1. Nmero de complicaesaps apendicectomias/Nmero total de apendicectomias

    realizadas

    Individualizar os tipo de complicaoes com percentual de cada uma das complicaes.

    2. Tempo mdio de permanncia em dias , dos pacientes submetidos apendicectomia

    REFERNCIAS

    1. Lally KP, Cox Jr. CS, Andrassy RJ. Apndice, p. 1006-1018 In: Townsend Jr CM. Tratado de

    Cirurgia Sabinston 16 edio Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro 2003.

    2. Portari Filho PE, Avvad E. Apendicite Aguda, p 1091-1101 In: Petroianu A. Urgncias Clnico

    Cirrgicas Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002.

    3. Schwartz SI. Apendicite Aguda, p. 1185-1196 In: Schwartz SI Princpios de Cirurgia 6

    edio Ed. Interamericana, McGraw-Hill, Mxico 1996.

    4. Freitas RG,Pitombo MB, Meyer ML et al em:Apendicite Aguda ( Reviso).Revista do

    Hospital Universitrio Pedro Ernesto da UERJ.Jan/Jun 2009 vol.8,no.1

    5. Fisher CA,Pinho MS, Ferreira S et al em:Apendicite aguda:existe relao entre o grau

    evolutivo,idade e o tempo de internao?.Rev.Col.Bras.Cir.vol.32 no.3.Rio de

    Janeiro,mai/jun 2005.

  • 017 - Apendicectomia Pg. 5

    APNDICE I

    1. TCNICA CIRRGICA CONVENCIONAL:

    Laparotomia especfica ou mediana;

    Disseco por planos;

    Abertura da cavidade peritoneal;

    Identificao do apndice cecal;

    Ligadura do mesoapndice;

    Confeco da sutura em bolsa na base do ceco;

    Apendicectomia aps ligadura dupla;

    Invaginao do coto apendicular;

    Reviso da cavidade;

    Sntese por planos;

    Curativo.

    2. ACESSO VIDEOLAPAROSCPICO

    Incises para colocao de trocartes;

    Colocao dos portais;

    Clipagem do mesoapndice;

    Clipagem do apndice ou ligadura com endoloop;

    Reviso da cavidade;

    Fechamento da pele;

    Curativo.

  • 017 - Apendicectomia Pg. 6

    APNDICE II

    FLUXOGRAMA PARA ABORDAGEM DA APENDICITE

    *Alternativa em caso de desvios e aes necessrias: uso do acesso videolaparoscpico, quando disponvel

    este equipamento.

    No conclusivo Conclusivo

    Cirurgia Hemograma, EAS e

    Radiografia de

    Abdmen

    Conclusivo No conclusivo

    Cirurgia Ultra-som

    Cirurgia Conclusivo No conclusivo

    Observao por

    24he reavaliao Paciente

    estvel

    Tomografia

    Cirurgia Conclusivo No conclusivo

    Laparoscopia Laparotomia

    Diagnstica

    Histria clnica e exame

    fsico

  • 017 - Apendicectomia Pg. 7

    APNDICE III

    SITUAES MAIS COMUNS DE DIFICULDADEDIAGNSTICA DA APENDICITE AGUDA

    Apendice de localizao plvica ou retrocecal

    a forma mais comum de localizao, porm, nesta posio os sinais de defesa podem

    estar minimizados,sendo necessrio manter a suspeita de apendicite e a observao

    contnua do paciente.Da mesma forma o apndice pode ter localizao sub-heptica,

    lombar ou no flanco, simulando infeco urinria ou da vescula.

    Apendicite com formao de abcesso peri-apendicular bloqueado:

    Representa dez por centodos casos. O paciente que apresenta um quadro clssico de dor

    e aps 48 horas h uma melhora sensvel dos sintomas que voltam a exacerbar at 7-10

    dias depois. Pode ser notado a presena de massa com dor e defesa na FID.

    Crianas abaixo de 2 anos:

    Nestes pacientes doenas como infeces pulmonares, meningites e OMA podem

    provocar desconforto e distenso abdominal , acompanhados de hiporexia, nuseas e

    vmitos. O ultrassom pode detectar linfadenite mesentrica nas doenas sistemicas.

    Adultos maior de 50 anos:

    Nesta faixa juntamente com a anterior encontramos 50% dos casos de abcesso.Entre os

    pacientes com mais de 65 anos,52%deles apresentam abcesso intra-abdominal,

    apresentado dificuldades no diagnstico precoce.

    Mulheres jovens:

    A grande maioria dos falsos positivos de apendicite esto neste grupo. Os casos de

    salpingite no ovrio direito,ovulao dolorosa com ruptura do folculo e sangramanto

    intracavidade, endometriose, com dor ocorrendo no perodo menstrual.Toro ou ruptura

    de cisto ovariano,tambm pode se apresentar como diagnstico diferencial.

    Apendicite na gravidez:

    Ocorre em 1:2000 gestaes, a dificuldade se d entre outros fatores pela posio anmala

    do apndice que no sexto ms encontra-se altura do umbigo, e a partir do 8 ms est

    no gradil costal.