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INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE Prof.: Paulo Cesar da Silva Disciplina : Contabilidade I

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  • INTRODUO A CONTABILIDADE

    Prof.: Paulo Cesar da Silva

    Disciplina : Contabilidade I

  • 2 Prof. Paulo Cesar da Silva Contabilidade I

    1 SURGIMENTO DA CONTABILIDADE

    1.1 HISTORICO

    Historicamente a contabilidade comea com a idia de relatrios. H 4.000 anos antes de

    cristo, o homem do pastoreio controlava seu rebanho com smbolos, objetos ( por exemplo : uma pedrinha para cada ovelha ou um corte em uma arvore para cada cabea ).

    Mesmo depois de inventar a escrita, os nmeros e o dinheiro, a contabilidade continuava em

    forma de inventrio ( contagem fsica do patrimnio ).

    Os registros contbeis comearam a consolidar-se apenas na idade mdia, sendo totalmente

    oficializado em 1494 pelo Frei Luca Pacioli. Assim, os relatrios contbeis precedem os registros

    contbeis.

    FREI LUCA PACIOLI

    Escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que teoria contbil do dbito e do crdito corresponde teoria dos

    nmeros positivos e negativos.

    Pacioli foi matemtico, telogo, contabilista entre outras profisses. Deixou muitas obras,

    destacando-se a "Summa de Aritmtica, Geometria, Proportioni et Proporcionalit", impressa em

    Veneza, na qual est inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escriturao.

    Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, no foi o criador das Partidas

    Dobradas. O mtodo j era utilizado na Itlia, principalmente na Toscana, desde o Sculo XIV.

    O tratado destacava, inicialmente, o necessrio ao bom comerciante. A seguir conceituava

    inventrio e como faz-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, dirio e razo, e sobre a

    autenticao deles; sobre registros de operaes: aquisies, permutas, sociedades, etc.; sobre

    contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na

    poca, eram "Pro" e "Dano"; sobre correes de erros; sobre arquivamento de contas e documentos,

    etc.

    Sobre o Mtodo das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli exps a terminologia adaptada:

    "Per " , mediante o qual se reconhece o devedor;

  • 3 Prof. Paulo Cesar da Silva Contabilidade I

    "A " , pelo qual se reconhece o credor.

    Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prtica que se usa at hoje.

    A obra de Frei Luca Pacioli, contemporneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no

    sculo XV, marca o incio da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli no s sistematizou a

    Contabilidade, como tambm abriu precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o

    assunto. compreensvel que a formalizao da Contabilidade tenha ocorrido na Itlia, afinal, neste perodo instaurou-se a mercantilizao, sendo as cidades italianas os principais interpostos do

    comrcio mundial.

    Foi Itlia, o primeiro pas a fazer restries prtica da Contabilidade por um indivduo

    qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores, pessoas devidamente

    qualificadas para o exerccio da profisso. A importncia da matria aumentou com a intensificao

    do comrcio internacional e com as guerras ocorridas nos sculos XVIII e XIX, que consagraram

    numerosas falncias e a conseqente necessidade de se proceder determinao das perdas e

    lucros entre credores e devedores.

  • 4 Prof. Paulo Cesar da Silva Contabilidade I

    2 INTRODUO CONTABILIDADE

    2.1 CONCEITO

    A contabilidade , objetivamente, um sistema de informao e avaliao destinado a prover seus usurios com demonstraes e analises de natureza econmica, financeira, fsica e de

    produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao.

    Conceitua-se usurio toda pessoa fsica ou jurdica que tenha interesse na avaliao da situao e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa ou ente de finalidades no lucrativas ou mesmo patrimnio familiar.

    A Contabilidade a cincia que tem como finalidade coletar, registrar, resumir, informar e

    interpretar os fatos que afetam as situaes patrimonial, financeira e econmica de qualquer

    entidade.

    Para ser considerada uma cincia, esta deve possuir trs requisitos bsicos:

    O campo de atuao que so as entidades;

    O objeto que o patrimnio;

    O mtodo das partidas dobradas.

    2.2 OBJETIVO ( FINALIDADE )

    O objetivo da Contabilidade o de permitir, a cada grupo principal de usurios, a avaliao da situao econmica e financeira da entidade, num sentido esttico, bem como fazer inferncias

    sobre tendncias futuras, tendo como objeto o patrimnio das entidades e o seu uso.

    O PROCESSO CONTBIL

    Consiste na aplicabilidade das regras contbeis, com intuito de gerar relatrios contbeis que

    possam ser elaborados, interpretados e utilizados para tomada de decises, basicamente o processo

    contbil se desenvolve na seguinte ordem:

  • 5 Prof. Paulo Cesar da Silva Contab

    F

    TCNICAS CONTBEIS

    o conjunto de mtodos organizados de forma sistemtica, desenvolvidos e postos em execuo com o propsito de se alcanar determinado fim.

    reduzida as principais variveis e

    Escriturao Consiste no registroCorrentes), de todos os fatos administrativos, bem como dos atos administrativos relevantes que ocorrem no dia a dia das empresas.

    Demonstraes Financeiras

    So os relatrios ( quadros ) tcnicos que registros contbeis da empresa. As demonstraes mais conhecidas so o Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio.

    Auditoria a verificao da exatido dos dados contidos nas demonstraes contbeis, atrdocumentos que deram origem a eles.

    Analise de Balanos

    Compreende o exame e a interpretao dos dados contidos nas demonstraes contbeis, a fim de transformar esses dados em informaes teis aos diversos usurios da contabilidade.

    Consolidao de balanos

    Corresponde unificao das demonstraes controladora e de suas controladas, visando apresentar a situao econmica e financeira de todo o grupo, como se fosse uma nica empresa.

    Para uma melhor visualizao, segue quadro resumo dos pontos abordados acima.

    Prof. Paulo Cesar da Silva Contab

    Fonte: MARION, J. Carlos. Contabilidade Empresarial. 10. ed. So Paulo: Atlas, 2003.

    o conjunto de mtodos organizados de forma sistemtica, desenvolvidos e postos em de se alcanar determinado fim. O quadro abaixo demonstra de forma

    reduzida as principais variveis e tcnicas contbeis, todas utilizadas de forma sistemtica

    Consiste no registro em livros prprios (Razo, Dirio, Caixa e Contas Correntes), de todos os fatos administrativos, bem como dos atos administrativos relevantes que ocorrem no dia a dia das empresas.

    So os relatrios ( quadros ) tcnicos que apresentam dados extrados dos registros contbeis da empresa. As demonstraes mais conhecidas so o Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio.

    a verificao da exatido dos dados contidos nas demonstraes contbeis, atravs do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos que deram origem a eles.

    Compreende o exame e a interpretao dos dados contidos nas demonstraes contbeis, a fim de transformar esses dados em informaes

    aos diversos usurios da contabilidade.

    Corresponde unificao das demonstraes contbeiscontroladora e de suas controladas, visando apresentar a situao econmica e financeira de todo o grupo, como se fosse uma nica empresa.

    Para uma melhor visualizao, segue quadro resumo dos pontos abordados acima.

    Prof. Paulo Cesar da Silva Contabilidade I

    o conjunto de mtodos organizados de forma sistemtica, desenvolvidos e postos em O quadro abaixo demonstra de forma

    , todas utilizadas de forma sistemtica:

    em livros prprios (Razo, Dirio, Caixa e Contas Correntes), de todos os fatos administrativos, bem como dos atos administrativos relevantes que ocorrem no dia a dia das empresas.

    apresentam dados extrados dos registros contbeis da empresa. As demonstraes mais conhecidas so o Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio.

    a verificao da exatido dos dados contidos nas demonstraes avs do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos

    Compreende o exame e a interpretao dos dados contidos nas demonstraes contbeis, a fim de transformar esses dados em informaes

    contbeis da empresa controladora e de suas controladas, visando apresentar a situao econmica e financeira de todo o grupo, como se fosse uma nica empresa.

    Para uma melhor visualizao, segue quadro resumo dos pontos abordados acima.

  • 6 Prof. Paulo Cesar da Silva Contabilidade I

    RELATRIO CONTBIL

    a exposio resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade. Seu objetivo

    relatar aos usurios os principais fatos registrados pela contabilidade em determinado perodo.

    Os Relatrios Contbeis so tambm conhecidos por informes contbeis, na qual os mais

    importantes so:

    Demonstraes financeiras - terminologia utilizada pela (LSA) Lei das Sociedades por Aes.

    Ou Demonstraes contbeis - terminologia preferida pelos contadores.

    2.3. CAMPO DE APLICAO DA CONTABILIDADE

    O campo de aplicao da Contabilidade abrange todas as entidades (pessoas) fsicas ou jurdicas, com ou sem fins lucrativos, que possuam patrimnio. Tais entidades so unidades econmico-administrativas, cujos objetivos podem ser sociais e/ou econmicos.

    Inicialmente utilizava-se o termo AZIENDA1, palavra de origem italiana que significa

    FAZENDA, convm ressaltar que no aziendalismo a contabilidade tinha, por objeto, o patrimnio das aziendas. Do aprimoramento do aziendalismo temos hoje o

    1 Azienda uma palavra de origem italiana que corresponde a fazenda, e etimologicamente significa coisa a fazer, em

    geral, negcios, ocupaes, afazeres, complexo de obrigaes, bens materiais e direitos que constituem um patrimnio, representado em valores ou como objeto de apreciao econmica.

  • 7 Prof. Paulo Cesar da Silva Contabilidade I

    patrimonialismo, no qual o objeto da contabilidade o patrimnio das entidades econmico-administrativas.

    PESSOAS FSICAS: qualquer ser humano considerado individualmente, sujeito a direitos e obrigaes, cujo nascimento se d por meio do parto com vida.

    PESSOAS JURDICAS: aquela resultante de uma organizao humana, com vida a patrimnio prprios, igualmente sujeitos a direitos e obrigaes, cujo nascimento se d, no caso das sociedades empresariais, atravs do registro na Junta Comercial

    do Estado e, no caso de empresas prestadoras de servios, no Cartrio Civil de

    Pessoas Jurdicas.

    Quanto ao fim a que se destinam, as entidades econmico-administrativas podem ser

    assim classificadas:

    a) Entidades com fins econmicos denominadas empresas, visam ao lucro para preservar e/ou aumentar o patrimnio lquido. Exemplos: empresas comerciais,

    industriais, agrcolas, prestadoras de servios, etc.

    b) Entidades com fins scio-econmicos intituladas instituies, visam supervit que reverter em benefcio de seus integrantes. Exemplos: associaes

    de classe, condomnios, clubes sociais, etc.

    c) Entidades com fins sociais tambm chamadas instituies, tm por obrigao atender s necessidades da coletividade a que pertencem. Exemplos: a Unio, os

    Estados e os Municpios.

    Enfim, a Contabilidade pode ser aplicada a diversos ramos da atividade, onde existam

    patrimnios a serem controlados, tais como: Comercial, Industrial, Pblica, Bancria, Hospitalar,

    Sindical, etc.

  • 8 Prof. Paulo Cesar da Silva Contab

    OS USURIOS DA CONTABILIDADE

    So pessoas que se interessam pela situao da empresa

    instrumento que fornece o mximo de informaes teis para tomada de decises dentro e fora da

    empresa. Os principais usurios so:

    Para um melhor entendimento e uma viso mais abrangente dos usurios da contabilidade,

    segue abaixo um quadro demonstrativo com os usurios e quais os objetivos de cada um dentro da empresa e que utilizam a contabilidade como fonte de informaes.

    Cada usurio tem sua necessidade, seja como investidor, funcionrio, fornecedor, financiadores, enfim a empresa considerada como um organismo vivo, interage com o ambiente

    externo de forma constante e o instrumento utilizado para esta troca de energia a contabilidade

    atravs de suas demonstraes contbeis.

    Setor Publico

    Analistas / Administradores

    Prof. Paulo Cesar da Silva Contab

    OS USURIOS DA CONTABILIDADE

    So pessoas que se interessam pela situao da empresa e usam a contabilidade como um

    instrumento que fornece o mximo de informaes teis para tomada de decises dentro e fora da

    empresa. Os principais usurios so:

    Para um melhor entendimento e uma viso mais abrangente dos usurios da contabilidade,

    gue abaixo um quadro demonstrativo com os usurios e quais os objetivos de cada um dentro da empresa e que utilizam a contabilidade como fonte de informaes.

    Cada usurio tem sua necessidade, seja como investidor, funcionrio, fornecedor, nfim a empresa considerada como um organismo vivo, interage com o ambiente

    externo de forma constante e o instrumento utilizado para esta troca de energia a contabilidade

    atravs de suas demonstraes contbeis.

    Demonstraes Financeiras

    Investidores / Socios

    Bancos/ Financiadores

    Empregados / Prestadores de Servios

    Fornecedores / Consultores

    Sindicatos/ IBGE/

    Clientes

    Setor Publico

    Prof. Paulo Cesar da Silva Contabilidade I

    e usam a contabilidade como um

    instrumento que fornece o mximo de informaes teis para tomada de decises dentro e fora da

    Para um melhor entendimento e uma viso mais abrangente dos usurios da contabilidade,

    gue abaixo um quadro demonstrativo com os usurios e quais os objetivos de cada um dentro da

    Cada usurio tem sua necessidade, seja como investidor, funcionrio, fornecedor, nfim a empresa considerada como um organismo vivo, interage com o ambiente

    externo de forma constante e o instrumento utilizado para esta troca de energia a contabilidade

    Empregados / Prestadores de Servios

  • 9 Prof. Paulo Cesar da Silva Contabilidade I

    USURIOS NECESSIDADES E TIPO DE INFORMAES MAIS IMPORTANTES

    Fornecedores Conhecer a capacidade de pagamento, Conhecer o nvel de endividamento, Conhecer a rentabilidade dos investimentos.

    Clientes (fornecedores) Conhecer a capacidade fsica instalada de produo, Conhecer a

    existncia de projetos de expanso, Nvel de investimento em pesquisas e desenvolvimento de produtos.

    Concorrentes

    Decises para lanamento de produtos, Decises sobre a construo de uma fbrica, Estabelecer prazos a clientes,

    Conhecer aspectos da liquidez e rentabilidade do concorrente, Criao de padres para auto-avaliao.

    Acionista minoritrio (investidores) Fluxo regular de dividendos, rentabilidade dos investimentos.

    Acionista majoritrio ou com grande participao no capital

    da empresa (investidores)

    Fluxo de dividendos, valor de mercado da ao, lucro por ao, Planos de mdio e longo prazo.

    Acionista preferencial (que tem preferencial na distribuio de

    lucros) (investidores) Fluxo de dividendos mnimos ou fixos.

    Emprestadores de capital em geral

    (Bancos, Capitalistas, Emprestadores de Dinheiro,

    Credores)

    Gerao de fluxos de caixa futuros suficientes para receber de volta o capital mais os juros, com segurana, Crditos de curto

    prazo visa conhecer a situao atual e futura, Grau de Endividamento, Capacidade de gerar lucros, Crditos de longo

    prazo visa conhecer aspectos da situao futura.

    Governo e Entidades governamentais

    Valor adicionado, Produtividade, Lucro tributvel, Deciso de escolhas em propostas semelhantes em concorrncia pblica, Acompanhamento da empresa em fase de execuo de obras,

    Acompanhamento do desempenho setorial.

    Empregados em geral, como os assalariados

    Fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manuteno de salrios, com segurana, liquidez e solvncia.

    Mdia e alta administrao

    (Administradores, Diretores, Executivos)

    Retorno sobre o ativo, Retorno sobre o patrimnio lquido, Situao de liquidez e Solvncia, Endividamento confortvel,

    Desempenho global, Nvel de rentabilidade, Posio financeira.

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