01 introducao a fadiga.unlocked

21
1 Marco Luersen / UTFPR O FENÔMENO DA FADIGA Introdução Prof. Marco Antônio Luersen DAMEC - UTFPR Marco Luersen / UTFPR Fadiga É um tipo de falha mecânica, causada primariamente pela aplicação repetida de carregamentos variáveis , a qual é caracterizada pela geração e/ou pela propagação paulatina de uma trinca , até a eventual fratura da peça Falha mais comum em componentes mecânicos (50 a 90% das falhas) A tensão flutuante ou repetida a que o material está submetido quando da ruptura é muito inferior aquela necessária para ocasionar a fratura devido à uma carga estática

Upload: andre-guidelli

Post on 17-Dec-2015

16 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Introducao a Fadiga

TRANSCRIPT

  • 1Marco Luersen / UTFPR

    O FENMENO DA FADIGA Introduo

    Prof. Marco Antnio Luersen

    DAMEC - UTFPR

    Marco Luersen / UTFPR

    Fadiga

    um tipo de falha mecnica, causada primariamente pela aplicao repetida de

    carregamentos variveis, a qual caracterizada

    pela gerao e/ou pela propagao paulatina de

    uma trinca, at a eventual fratura da pea

    Falha mais comum em componentes mecnicos (50 a 90% das falhas)

    A tenso flutuante ou repetida a que o material est submetido quando da ruptura muito inferior

    aquela necessria para ocasionar a fratura devido

    uma carga esttica

  • 2Marco Luersen / UTFPR

    Fadiga

    As cargas variveis fazem com que, em alguns pontos, tenhamos deformaes plsticas que

    levam o material a uma deteriorao, dando

    origem a uma trinca

    A trinca cresce at atingir um tamanho suficiente para a ruptura final, geralmente brusca, com

    caractersticas de uma ruptura frgil

    Falha inesperada e repentina

    Marco Luersen / UTFPR

    Exemplos de falhas catastrficas por fadiga (1)

    O avio, um B-737-200, vou

    89.680 vos, uma mdia de 13 por dia,

    nos 19 anos de vida til

    28 de abril de 1988

    Aloha Airlines - Vo 243

    25 mm

    Pequenas trincas iniciaram prximas

    dos furos de rebites

    e formaram uma trinca longa

  • 3Marco Luersen / UTFPR

    Exemplos de falhas catastrficas por fadiga (2)

    DC-9 fraturado durante um pouso normal (notar que os pneus no esto furados nem os trens de pouso esto quebrados, logo a falha no pode ser debitada ao piloto)

    Marco Luersen / UTFPR

    Exemplos de falhas catastrficas por fadiga (3)

    Fratura similar de um EMB-145 (em 1999)

  • 4Marco Luersen / UTFPR

    Exemplos de falhas catastrficas por fadiga (4)

    Navio quebrado em guas calmas

    Marco Luersen / UTFPR

    Exemplos de falhas catastrficas por fadiga (5)

    Mais um exemplo de

    um navio

    quebrado em

    guas calmas

    Todas estas falhas foram

    resultado da

    propagao

    de pequenas

    trincas

  • 5Marco Luersen / UTFPR

    Exemplos de falhas catastrficas por fadiga (6)

    Ponte sobre o rio Ohio, em Point Pleasant, W.Virginia, USA (similar ponte Herclio Luz em Florianpolis, SC)

    Marco Luersen / UTFPR

    Exemplos de falhas catastrficas por fadiga (6b)

    Restos da ponte aps a falha (com 46 mortes) causada por uma pequena trinca que levou ~50 anos para ficar instvel

  • 6Marco Luersen / UTFPR

    Exemplos de falhas catastrficas por fadiga (7)

    Gasoduto siberiano que fraturou por vrios km

    Marco Luersen / UTFPR

    Diferentes tipos de carregamento de fadiga

    (exemplos fonte: Da Rosa, UFSC):

    (liga-desliga)

    Implemento agrcola

  • 7Marco Luersen / UTFPR

    Diferentes tipos de carregamento de fadiga

    Marco Luersen / UTFPR

    Diferentes tipos de carregamento de fadiga

  • 8Marco Luersen / UTFPR

    Diferentes tipos de carregamento de fadiga

    Marco Luersen / UTFPR

    Diferentes tipos de carregamento de fadiga

  • 9Marco Luersen / UTFPR

    Diferentes tipos de carregamento de fadiga

    Marco Luersen / UTFPR

    Diferentes tipos de carregamento de fadiga

  • 10

    Marco Luersen / UTFPR

    Tenso de trao suficientemente alta (fadiga estrutural fadiga de contato)

    Variao ou flutuao na tenso aplicada (carga cclica) suficientemente alta

    Um nmero de ciclos de aplicao da tenso suficientemente grande (nmero que depende

    da situao)

    Fatores bsicos necessrios para causar

    falha por fadiga:

    Marco Luersen / UTFPR

    Concentrao de tenses

    Corroso

    Temperatura

    Estrutura metalrgica

    Tenses residuais

    Tenses combinadas

    Variveis que tendem a alterar as condies

    de ocorrncia da fadiga:

  • 11

    Marco Luersen / UTFPR

    Estgios do mecanismo de fadiga

    Nucleao da trinca: geralmente na superfcie, onde tem-se as mximas tenses e onde se

    verificam deterioraes devido ao do meio

    ambiente

    Estgio I da propagao: aprofundamento da trinca inicial nos planos de alta tenso cisalhante

    Estgio II da propagao: crescimento de uma trinca bem definida, em direo normal tenso de

    trao mxima (estrias macroscpicas linhas de praia ou de repouso)

    Ruptura final: a seo transversal restante no suporta a carga

    Marco Luersen / UTFPR

    Estgios de propagao de uma trinca de fadiga

  • 12

    Marco Luersen / UTFPR

    Em componentes lisos, sem entalhes, como no caso de corpos de prova, mais de 70% da

    vida usada para a Nucleao e Estgio I

    reduzir imperfeies superficiais e concentradores de tenso aumentam

    consideravelmente a vida do componente

    Marco Luersen / UTFPR

    Crescimento paulatino de uma trinca de fadiga

    direo do carregamento

    (ciclos)

  • 13

    Marco Luersen / UTFPR

    Aspecto macroscpico de uma superfcie de

    ruptura por fadiga

    Similar uma fratura frgil

    (ruptura catastrfica)

    (superfcie rugosa)

    (propagao da trinca)

    Marco Luersen / UTFPR

    Marcas de praia e marcas de rio

    marcas de praia(concntricas, partindo do incio da

    trinca)

    marcas de rio (radiais, apontam para o incio da trinca)

    1mm

  • 14

    Marco Luersen / UTFPR

    Esquema das superfcies de fratura por fadiga

    Marco Luersen / UTFPR

    Superfcie de fratura por fadiga (1)

    Pela forma das marcas de praia pode-se concluir que o eixo

    trabalhou em flexo alternada, com

    baixa tenso nominal

  • 15

    Marco Luersen / UTFPR

    Superfcie de fratura por fadiga (2)

    (a): eixo de ao 1040 com rasgo de chaveta e falha sob flexo rotativa

    (b): virabrequim de motor a diesel com solicitao combinada de flexo e toro

    Origem

    (a) (b)

    Marco Luersen / UTFPR

    Superfcie de fratura por fadiga (3)

    Falha por fadiga em uma biela de pisto (200mm de dimetro) de uma martelo utilizado para forjamento

    Sem concentrao de tenses, devido um defeito interno: note que no existe propagao de trinca na parte externa

    Trao pura

  • 16

    Marco Luersen / UTFPR

    Superfcie de fratura por fadiga (4)

    Falha por fadiga em uma barra conectora forjada de ao AISI 8640 (200mm de dimetro) de uma martelo utilizado para forjamento

    OrigemRegio da

    ruptura final

    Regio de

    cisalhamento

    final

    Marco Luersen / UTFPR

    Superfcie de fratura por fadiga (5)

    Ruptura na pedivela de um sistema de pedal de bicicleta

    Regio da

    ruptura final

    Marcas de praia

    Origem

  • 17

    Marco Luersen / UTFPR

    Graus de sofisticao em ensaios de fadiga

    Ideal, mas alto custo

    Compromisso: resultado realstico X custo

    Marco Luersen / UTFPR

    cargas cclicas

    entalhes (regies de concentrao

    de tenses)

    A Mquina de Fadiga de Woehler

    Historicamente a anlise

    de fenmenos de fadiga

    comeou no sculo XIX

    (1858-1870), com os

    trabalhos de Woehler

    sobre falhas repetidas

    nos eixos dos vages de

    estradas de ferro:

  • 18

    Marco Luersen / UTFPR

    Esquema da mquina de ensaios de flexo rotativa

    utilizada por Whler

    Corpos de Prova

    Marco Luersen / UTFPR

    Atualmente, os ensaios de fadiga so realizados com

    auxlio de mquinas servohidrulicas modernas, sendo

    mais comuns os ensaios de trao-compresso

  • 19

    Marco Luersen / UTFPR

    Modelos de falha por fadiga

    Tenso X Nmero de ciclos s-N ou S-N (mais usado, fadiga a alto ciclo)

    Deformao X Nmero de ciclos e-N ou E-N (fadiga a baixo ciclo)

    Propagao de trincas de fadiga (da/dN-DK) (trinca inicial j existente)

    Marco Luersen / UTFPR

    Curva Tenso-Vida (s-N ou S-N) Tpica de um Ao

    nvel de amplitude de tenso abaixo do qual no ocorre falha por fadiga vlido para corpos de prova ensaiados a amplitude constante

    Limite de Fadiga (fatigue limit, endurance limit)

  • 20

    Marco Luersen / UTFPR

    Curva Tenso-Vida Tpica de uma Liga de Alumnio

    Curva s-N tpica para ensaio de flexo rotativa em corpos de provas de liga de alumnio

    A representao do nmero de ciclos em escala logartmica mais

    conveniente para uma melhor anlise dos dados

    Marco Luersen / UTFPR

    Curva Tenso-Vida de Aos

    Representao da curva em funo da razo

    Tenso Alternante / Tenso Limite de Resistncia (Sf / Sut)

  • 21

    Marco Luersen / UTFPR

    Curva Deformao-Vida (e-N ou E-N) Tpica de um Ao

    Marco Luersen / UTFPR

    Curva de Propao de Trincas: da/dN-DK (uma trinca inicial j existente)