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SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 1
Curso de Pós-Graduação em Dinâmica dos Grupos desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos – SBDG
em parceria com as Faculdades Monteiro Lobato – FATO Coordenação: Gládis Zanola Suliani, Jussara Marques
A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos
Ângela Schifino Deisi Nara Bierende
Lisandra Reis de Souza Jussara Marques*
Resumo – Este estudo de caso analisou as forças impulsoras e restritivas que interferem na coesão de um grupo de formação em dinâmica dos grupos, analisando os componentes comunicação, relacionamento, motivação e objetivos, liderança e processo decisório, ambiente. A construção do trabalho baseou-se em pesquisa quantitativa e bibliográfica fundamentada pelos autores Cartwright e Zander, Kurtin Lewin, Fela Moscovici, entre outros. Dentre as bases do fenômeno da coesão, os resultados da pesquisa apontaram que a coesão no grupo A se baseia na atração pessoal. Palavras-chave – Coesão. Teoria do Campo de Forças. Dinâmica dos grupos.
The cohesion on a forming group of group dynamics Abstract – This study case analyzed the impelling and restrictive forces that interfere in the cohesion on a forming group of group dynamics, analyzing the components of communication, relationship, motivation and goals, leadership and decision process, and environment. The construction of the work was based in a quantitative and bibliographical research substantiated by the authors Cartwright and Zander, Kurtin Lewin, Fela Moscovici, among others. From the basis of the cohesion phenomenon, the results of the research pointed that the cohesion on group A is based on personal attraction. Key-words – Cohesion. Force field theory. Group dynamics.
INTRODUÇÃO
A dinâmica dos grupos procura compreender mais sobre a vida dos grupos. Uma das
características das pesquisas nesta área do conhecimento é o interesse pela dinâmica e
interdependência dos fenômenos, procurando descobrir a interligação e os efeitos produzidos.
* Ângela Schifino – Bacharel em Informática diretora de Recursos Humanos da rede de franquias da
Trópico. E-mail: [email protected]. Deisi Nara Bierende – Pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, tem Certificação Internacional em Coaching, graduada em Recursos Humanos. E-mail: [email protected]. Lisandra Reis de Souza – Pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, graduada em Jornalismo e Relações Públicas. E-mail: [email protected]. Jussara Marques – Orientadora deste trabalho e professora/orientadora do Pós-Graduação em Dinâmica dos Grupos da Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos – SBDG/FATO. Psicóloga. Especialista da SBDG.
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Cartwright e Zander (1967, p. 40) colocam que “a dinâmica de grupo interessa-se
por problemas intelectuais que perturbaram o homem desde sua história mais longínqua”.
Ao estudar mais sobre grupos, permearam algumas inquietações: O que faz com que
alguns grupos preservem a sua existência ao passo que outros grupos desaparecem?
O que leva as pessoas a participarem de determinados grupos em detrimento de outros?
Estes questionamentos despertaram o interesse em compreender a origem da coesão dos
grupos, sua natureza e as forças a ela relacionadas.
A presente pesquisa foi realizada em um grupo de formação que neste trabalho
será chamado de “Grupo A” para preservar a identidade do mesmo. Estabeleceu-se como
objetivo geral para este estudo a identificação das forças que interferem na coesão de um
grupo de formação em dinâmica dos grupos.
1 DINÂMICA DOS GRUPOS
Para compreender a dinâmica dos grupos, é preciso antes situar a conceituação de
grupo. Segundo Zimerman (1997), a palavra grupo tanto define um conjunto de pessoas,
como pode também conceituar uma família, uma classe de aula ou um grupo terapêutico.
Diferentemente, uma fila de ônibus, uma torcida em um estágio ou uma série de pessoas
se direcionando para um congresso científico caracterizam um “agrupamento”, pois estão
próximas mas não estão interagindo.
O autor coloca que um grupo é mais do que a soma de indivíduos, pois forma uma
nova entidade onde existem leis, regras e mecanismos próprios que devem ser respeitados e
cumpridos pelos participantes. Para ser um grupo deve haver entre os integrantes uma relação
afetiva e estarem reunidos em torno de uma tarefa e objetivo comum claramente definido.
O estudo da dinâmica dos grupos é de extrema importância, pois todo indivíduo
passa grande parte de sua vida participando e interagindo em diversos grupos. Conforme
Zimerman:
O ser humano é gregário por natureza e somente existe, ou subsiste, em função de seus inter-relacionamentos grupais. Sempre, desde o nascimento, o indivíduo participa de diferentes grupos, numa constante dialética entre a busca de sua identidade individual e a necessidade de uma identidade grupal e social (1997, p. 26).
Neste contexto, dinâmica de grupo é definida pelos autores Cartwright e Zander
(1967, p. 6) como “um campo de pesquisa dedicado a obter conhecimento a respeito da
natureza dos grupos, das leis de seu funcionamento e de suas inter-relações com os
indivíduos, outros grupos e instituições mais amplas”.
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A este conceito, Minicucci (1987, p. 25-36) complementa que a dinâmica de
grupo “passou a pesquisar também o exercício da autoridade dos grupos de trabalho, de
formação e pedagógicos”. E acrescenta: “em certas ocasiões, o termo se refere ao tipo de
práticas diretivas, empregadas para ajudar o grupo a aperfeiçoar o seu processo”.
Pode-se perceber que dinâmica de grupo tem uma ampla complexidade de estudo,
abrangendo a natureza dos grupos, seu funcionamento, as inter-relações, o poder e
autoridade, e os mecanismos do processo de grupo.
1.1 Funcionamento dos grupos
A compreensão acerca do funcionamento de um grupo é obtida através do estudo
de sua composição, sua estrutura e seu ambiente, como também por meio dos
componentes que constituem forças de ação e que estabelecem os processos de grupo.
Moscovici identifica os principais componentes: objetivos, motivação, comunicação,
processo decisório, relacionamento, liderança e inovação. “Todos esses componentes
influem decisivamente para a definição de normas de funcionamento e concomitante
estabelecimento do clima do grupo” (2008, p. 152).
Além desses componentes principais do funcionamento do grupo, a referida
autora também destaca que os participantes do grupo trazem seus valores, sua filosofia e
sua orientação de vida. A resultante da interação entre os membros é a cultura grupal.
Os componentes do funcionamento do grupo e a cultura grupal estabelecem uma
relação circular com o clima do grupo, influenciando-os e sendo influenciado. “O clima
do grupo pode variar desde sentimentos de bem-estar e satisfação até mal-estar e
insatisfação, passando por gradações de tensão, estresse, entusiasmo, prazer, frustração e
depressão” (Moscovici, 2008, p. 153).
Mailhiot também trouxe contribuições acerca das condições para o funcionamento
de grupo:
Para que haja comportamento de grupo, é necessário que vários indivíduos experimentem as mesmas emoções de grupo, que estas emoções de grupo sejam suficientemente intensas para integrá-las e deles fazer um grupo, que, finalmente, o grau de coesão atingido por esses indivíduos seja tal que eles se tornem capazes de adotar o mesmo tipo de comportamento (Mailhoit 1985, p. 26).
Moscovici (2008) apresenta as dimensões fundamentais do desenvolvimento de
um grupo, de acordo com NTL – Institute for Applied Behavioral Science: (1)
intercomunicação entre membros; (2) objetividade do grupo para o seu próprio
funcionamento; (3) responsabilidade interdependente de todos os membros; (4) coesão
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grupal adequada; (5) habilidade do grupo de se informar, pensar claramente e decidir
criativamente acerca de seus problemas; (6) habilidade do grupo para detectar e controlar
ritmos do metabolismo grupal (fadiga, tensão, temporalidade, ...); (7) habilidade em
reconhecer e conseguir controlar fatores sociométricos significativos; (8) integração
satisfatória de ideologias, necessidades e objetivos individuais com ideologia, tradições,
normas e objetivos comuns do grupo; 9) habilidade do grupo para criar novas funções e
grupos.
Em função de sua complexidade e dinamicidade, o funcionamento dos grupos está
constantemente sendo abordado em pesquisas por instituições de ensino com foco em
dinâmica de grupos, a fim de entender ainda mais como se processa esse mecanismo de
interação.
1.2 Coesão
O embasamento teórico acerca da coesão é fundamentado pelos autores
Cartwright e Zander (1967) que explicam que o termo está relacionado com a natureza
dos grupos e com o estado de motivação das pessoas. Os autores destacam que, ao se
pensar em coesão de grupo, as pessoas tendem a falar de “nós” ao invés de “eu”, a
existência de lealdade entre os membros e a congruência entre os objetivos pessoais e
coletivos.
Shepherd (1969, p. 93) define coesão como a “qualidade de um grupo que inclui
orgulho individual, comprometimento, significado, bem como gregariedade do grupo, sua
aptidão para contornar crises e para ser duradouro”.
Para definir o interesse em participar ou não em um grupo, Cartwright e Zander
(1967, p. 90) identificam fontes de atração, que corresponde à valência do grupo, ou seja,
a relação entre as necessidades individuais e as características do grupo. O resultado é a
obtenção de forças que atuam sobre as pessoas. Desta forma, “a coesão de um grupo é a
resultante de todas as forças que atuam sobre os membros a fim de que permaneçam no
grupo”.
O que atrai uma pessoa para um grupo nem sempre é o mesmo motivo que atrai
outra, pois as necessidades são diferentes e, portanto, as fontes de atração são distintas.
Uma pesquisa realizada por Back (apud CARTWRIGHT; ZANDER), identificou três
bases diferentes de coesão, que proporcionaram diferentes comunicações e influências
sobre os membros.
Quando a coesão se baseava na atração pessoal, os participantes transformavam sua discussão em longa e agradável conversa com a qual esperavam convencer facilmente os companheiros.
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Quando a coesão se baseava no desempenho efetivo de uma tarefa, os participantes desejavam completar rápida e eficientemente a atividade e discutiam apenas as questões que consideravam importantes para a realização de suas finalidades. Quando a coesão se baseava no prestígio obtido com a participação no grupo, os participantes agiam cautelosamente, concentravam-se em suas ações e, de modo geral, procuravam não arriscar seu status. Finalmente, com o mínimo de coesão [...], os componentes agiam independentemente e apresentavam pouca consideração pelo companheiro (BACK apud CARTWRIGHT; ZANDER, 1967, p. 93-94).
Cartwright e Zander (1967) identificam algumas fontes de atração de um grupo:
• O grupo pode ser o objeto da necessidade, tendo em vista as pessoas ou as
atividades realizadas. Algumas pessoas participam de grupos por simplesmente
gostarem de seus componentes. Outras integram os grupos devido ao grande valor dos
objetivos estabelecidos, como por exemplo, combater o preconceito, lutar por causas
sociais.
• O grupo pode atender as necessidades exteriores. A pessoa se sente mais atraída
por um grupo que auxilia na realização de objetivos fora do grupo, tais como necessidade
de afiliação, de reconhecimento, de segurança.
• O grupo pode elevar status pessoal. A pessoa pode se sentir atraída pelo grupo
quanto maior for seu prestígio interno. O status elevado proporciona a valorização dos
participantes, o aumento da autoestima e o desejo em pertencer ao grupo.
• O grupo pode contribuir para um resultado. À medida que o participante
compreende claramente o objetivo do grupo, o caminho a percorrer para alcançá-lo e
como sua ajuda contribui para o resultado, a atração pelo grupo pode ser ampliada.
• O grupo pode fortalecer relações com pessoas semelhantes. Alguns indivíduos
participam de grupos para se conhecer melhor e se compararem com os outros,
reforçando comportamentos.
• O grupo pode fornecer experiências agradáveis. As pessoas tendem a querer
participar de grupos que proporcionem boas experiências, pois aumentam seu prestígio
pessoal.
Estes são alguns fatores de atração dos grupos que estão relacionados com a
capacidade de satisfazer as necessidades das pessoas. Pelo exposto, pode-se dizer que a
atração de um grupo pode vir de fontes distintas.
Cartwright e Zander estabelecem a relação entre fontes de atração de um grupo e
coesão:
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A coesão de um grupo [...] é determinada pela atração que o grupo exerce sobre seus participantes. Naturalmente, todo grupo pode apresentar aspectos atraentes e repulsivos, e sua coesão precisa ligar-se à resultante dessas forças opostas. [...] A coesão de qualquer grupo é a resultante de muitas forças distintas que levam a pessoa a aproximar-se do grupo ou a afastar-se dele (CARTWRIGHT; ZANDER 1967, p. 109).
Diante disto, a coesão do grupo é determinada pela soma das forças resultantes.
1.3 Teoria de Campo
A perspectiva teórica que permite verificar os fenômenos de coesão de grupos é a
Teoria de Campo, de Kurt Lewin, que tem como pressuposto: “o comportamento é o
produto de um campo de determinantes interdependentes [...] as características dinâmicas
são representadas através de conceitos de forças psicológicas e sociais”
(CARTWRIGHT; ZANDER, 1967, p. 49).
Lewin (1965, p. XIII) contribuiu com o desenvolvimento conceitual da Psicologia,
criando uma representação baseada em conceitos geométricos e/ou matemáticos para
fenômenos das relações individuais e grupais. “Todo o comportamento (incluindo ação,
pensamento, desejo, busca, valorização, realização, etc.) é concebido como uma mudança
de algum estado de um campo numa determinada unidade de tempo, (dx / dt)”.
De acordo com a teoria de campo,
O comportamento não depende nem do passado e nem do futuro, mas do campo presente. Este campo presente tem uma determinada dimensão tempo. Inclui o passado psicológico, o presente psicológico e o futuro psicológico que constituem uma das dimensões do espaço de vida, existindo num determinado momento, ou seja, qualquer comportamento psicológico depende somente do campo psicológico naquele momento (LEWIN, 1965, p. 32).
Para ampliar a compreensão desta teoria, Shepherd (1969) propõem cinco
suposições: (1) A definição de campo da teoria está relacionada ao espaço de vida do
indivíduo também chamado de campo psicológico; (2) O indivíduo ocupa uma posição
neste espaço relacionada aos objetos que o constituem; (3) O indivíduo movimenta-se em
relação a metas ou objetivos e isto caracteriza mudanças na sua posição; (4) O indivíduo
movimenta-se em busca dos objetivos através de comportamentos; (5) Durante esta
movimentação, o individuo pode encontrar barreiras que precisam ser vencidas ou que
podem modificar os objetivos no espaço de vida. Neste aspecto pode-se citar a
aprendizagem como geradora de mudança no indivíduo.
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O autor acrescenta a necessidade de compreender outros conceitos para um
melhor entendimento sobre a teoria de campo. São eles:
[...] normas, referindo-se às regras que regem o comportamento de membros do grupo; papéis, especialmente liderança, referindo-se ao status e ao prestigio relativos dos membros e seus deveres e obrigações como participantes de grupo; poder e influência, referindo-se à espécie e quantidade de controle que os membros têm uns sobre os outros; coesão, referindo-se ao grau de vinculação (envolvimento, o pertencer, importância) que os membros têm pelo grupo; valência, indicando a potência das metas ou dos objetos no espaço de vida; interação, que é o tipo e grau de comunicação entre os membros; consenso, o grau de acordo quanto às metas, normas, papéis e outros aspectos do grupo (SHEPHERD, 1969, p. 40).
Lewin (1965, p. 51) afirma que a teoria de campo se caracteriza como “um
método de analisar relações casuais e de criar construções cientificas”. A base do
conceito desta teoria é o indivíduo, sendo mais tarde aplicados os conceitos ao pequeno
grupo.
Em seu livro, Dinâmica de grupo: teoria e sistemas, Minicucci (1987) destaca a
contribuição de Kurt Lewin, um dos precursores no estudo de dinâmica de grupos, que
identificou a existência de um campo social nos grupos, formando pelo próprio grupo e
pelo seu ambiente. Neste campo atuam forças que influenciam na definição de normas e
interferem nos resultados obtidos pelo grupo.
Para explicar o comportamento humano, Lewin apresenta a seguinte equação
para: C = f (P,M). Onde define o comportamento (C) como função da pessoa (P) e do
meio (M). Portanto, pode-se dizer que o ambiente psicológico ou comportamental é
resultado do que o indivíduo percebe e interpreta. Dependendo da forma com que a
pessoa reage, alguns objetos, pessoas ou situações podem adquirir o que Lewin conceitua
como valência no ambiente psicológico. Ou seja, forma um campo dinâmico de forças
psicológicas que podem ser positivas ou negativas. Positivas quando atraem e negativas
quando repelem. Quando duas ou mais forças atuam sobre o individuo a locomoção é
uma espécie de resultante.
Moscovici (2008) coloca que as forças podem ser internas ou externas à pessoa,
grupo ou ambiente. Existem dois tipos: a) impulsoras, que tendem a elevar o nível da
atividade; b) restritivas, que tendem a diminuir o nível de atividade.
A autora acrescenta que a análise do campo de forças é feita em etapas: (1)
identificar as forças atuantes na situação; (2) avaliar a intensidade dessas forças e
construir o diagrama de campo de forças; (3) caracterizar as forças atuantes (eu, grupo,
ambiente); 4) elaborar alternativas de mudanças.
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Considerando a natureza dos grupos, os teoristas de campo têm como foco
principal a coesão e sua relação aos demais comportamentos do grupo, tais como
liderança, produtividade, interação, influência e outros.
2 METODOLOGIA
Para atingir os objetivos estabelecidos neste estudo, foi adotado como
procedimento metodológico uma pesquisa quantitativa através de um estudo de caso de
um grupo de formação em dinâmica dos grupos.
A pesquisa quantitativa envolveu um questionário (Apêndice A) com 32 questões,
tendo os participantes que responder em uma escala de 1 a 7, variando de mínimo a
máximo. Algumas questões apresentam sentindo inverso, ou seja, uma resposta menor
representa uma concordância maior. Outras questões apresentam sentido moderado, isto
é, a resposta em torno do 4,0 representa uma concordância maior. A construção deste
instrumento de pesquisa foi baseada nas obras de Moscovici (2008; 2001).
O questionário abordou as seguintes áreas: comunicação (questões 1, 5, 6, 7, 14,
15, 22), motivação (questões 3, 12, 13, 16, 20, 21, 23), relacionamento (questões 8, 9, 10,
18, 24, 26, 27), liderança (questões 4, 11, 19, 25) e objetivos (questões 2, 17) nas
dimensões individual e grupal. Também foram incluídas questões sobre o ambiente
(questões 28, 29, 30, 31, 32).
O estudo foi realizado com os participantes de um grupo de formação em
dinâmica dos grupos, exceto os participantes-pesquisadores e as coordenadoras do grupo,
totalizando 16 pessoas.
Os dados obtidos a partir dos questionários foram tabulados no software Excel
(Apêndice B). Para cada questão, foram somadas as respostas de cada integrante, que
totalizou um número absoluto, um percentual correspondente e uma média. Também foi
elaborado um diagrama do campo de forças que interferem na coesão de um grupo de
formação em dinâmica dos grupos (Apêndice C).
3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
A análise dos resultados será dividida em seis partes: a primeira enfoca a
comunicação em um grupo de formação em dinâmica dos grupos; a segunda trata do
relacionamento entre os integrantes da formação; a terceira parte remete à motivação das
pessoas na formação e aos objetivos individuais e coletivos do grupo; a quarta aborda a
liderança e o processo decisório neste grupo; a quinta analisa as questões ambientais de
um grupo; a sexta e última apresenta as forças impulsoras e restritivas da coesão através
do diagrama do campo de forças.
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3.1 Comunicação
A comunicação de um grupo de formação em dinâmica dos grupos é expressa de
diversas formas, verbal ou não verbal, e tem contribuição direta no comportamento do
grupo.
O processo de comunicação envolve duas pessoas pelo menos: uma que envia
uma mensagem e outra que a recebe. Portanto, uma pessoa sozinha não pode comunicar-
se, é necessário que exista uma pessoa receptora. Figura 1: Processo de comunicação
Fonte: http://www.ite.edu.br/apostilas/processodecomunicacao
Lewin (1965, p. 224) ressalta a relevância da comunicação em busca de um
objetivo comum e na contribuição para a coesão: “se não se comunicarem entre si a
estrutura de seus espaços de vida não ira se uniformizar”.
Zimerman (1997) cita um importante fenômeno da vida em grupos onde a
comunicação trazida por um membro ressoa em outro com um significado afetivo
equivalente embora não apareça da mesma forma. Isto é o que se chama de ressonância.
O autor aborda também a existência dos ruídos ou distorções, causadores de diferentes
reações. As expressões de comunicação não-verbal – choro, expressões faciais, gestos,
roupas, silêncios – são tão poderosos quanto às palavras. O silêncio, muitas vezes, pode
representar uma dificuldade de enfrentamento, causa tensão em diferentes graus entre os
membros e frequentemente funciona como uma forma de recuperar energia para uma
nova etapa.
Moscovici (2008, p. 94) cita que “o feedback é um processo de ajuda para
mudanças de comportamento; é comunicação a uma pessoa, ou grupo, no sentido de
fornecer-lhes informações sobre como sua atuação está afetando as pessoas.”
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Desta forma, percebe-se o quanto a presença do outro muda o contexto perceptivo
de cada indivíduo. O que pode influenciar no comportamento das pessoas, uma vez que
se criam expectativas sobre os outros e si mesmo.
Na pesquisa realizada, descobriu-se que no grupo de formação “A” todos os
integrantes responderam que prestam atenção no que os colegas dizem, reforçando uma
das características de grupo, ser continente as necessidades de cada um e de todos. Saber
escutar o outro nada tem a ver com ouvir, assim como ver é diferente de olhar, mas
pensar no que se está escutando pode contribuir para uma boa comunicação nos
processos grupais.
A comunicação também pode ser percebida quanto à disposição em receber
sugestões e influências dos outros membros de grupo. Neste estudo, evidenciou-se que
88% dos participantes estão disponíveis para receber as influências e sugestões dos
colegas, deixando o ambiente com um clima de cooperação e aceitação ao outro. Por
outro lado, pode-se dizer que esta evidência revela também que os integrantes nem
sempre se posicionam e defendem seus pontos de vista, seguindo as vontades do grupo
para não contrariar e evitar conflitos.
A expressão dos sentimentos é um importante momento para um grupo de
formação em dinâmica dos grupos, pois usa a abordagem vivencial para desenvolvimento
da autopercepção e da leitura dos processos grupais de seus membros. Verificou-se que
75% dos membros expressam verbalmente ao grupo o que estão sentindo e consideram
perceber os sentimentos dos colegas.
A comunicação interpessoal é outro aspecto relevante desta dimensão pesquisada,
pois, como coloca Moscovici (2008), permite verificar a relação das informações
percebidas de si mesmo e pelos outros. Constatou-se que 94% dos integrantes do grupo
“A” consideram que há concordância entre a própria percepção e o feedback recebido
pelo grupo.
A pesquisa revelou também que no grupo de formação estudado 56% dos seus
integrantes percebem distorções nas mensagens enviadas, ou seja, muitas vezes as
pessoas não entendem o que se fala.
Esta questão também é reforçada pela cautela do grupo ao fazer as colocações.
Nas respostas obtidas na pesquisa, verificou-se que 88% dos integrantes consideram o
grupo “A” cauteloso. Quando as pessoas medem excessivamente as palavras ao falar,
pode permear a existência de distorções, pois não se coloca diretamente o que se quer,
evitando aprofundar as discussões com medo de magoar o colega. Por outro lado, pode-se
dizer que o grupo tem cuidado e preocupação com o outro.
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3.2 Relacionamento
O relacionamento entre os membros de grupo aparece, segundo Moscovici (2008,
p. 152), como um dos principais componentes do funcionamento de um grupo. Está
diretamente relacionado ao clima do grupo, componente importante para a coesão. Cada
componente contribui com seus valores, filosofia e história de vida. A autora destaca que “a
interação permite conhecimento mútuo e identificação de alguns pontos comuns que
servirão de base para a elaboração de normas coletivas, tácitas e explícitas, na dinâmica do
grupo”. Desta interação resulta uma atmosfera variável de sentimentos e percepções, que
vão do mal-estar à satisfação e compõe o ambiente total do grupo. Esta energia é também
canalizada para a produtividade e desempenho do grupo.
Em uma formação em dinâmica dos grupos, possibilita-se a constante manifestação
de sentimentos. Para colocar o que se sente no aqui e agora e as emoções provocadas pelas
vivências, é importante que as pessoas confiem no grupo e se sintam à vontade. Verificou-se
que 94% dos integrantes do grupo A confirmam a existência de confiança entre os membros.
Este sentimento de confiança é reforçado pela percepção de que todas as pessoas
acreditam existir no grupo relações harmoniosas e propícias à cooperação. Quando se
confia, a tendência é a formação de relações de bem-estar, de amizade, de cuidado, de
carinho e de preocupação com o outro. Desta forma, o grupo cria mecanismos de defesa e
evita o conflito durante as vivências. Esta hipótese é reforçada quando 44% dos membros
de grupo sentem desconforto com as situações conflitantes e antagônicas do grupo.
No entanto, 38% dos integrantes percebem que as opiniões divergentes também são
acolhidas, pois no grupo A se observa a habilidade de lidar com as diferenças e a respeitar
o tempo de cada um, ou seja, as pessoas se colocam, mas não de uma forma intensa e
agressiva e sim acolhedora e cautelosa.
Verificou-se a existência de indícios de insatisfação, hostilidade e ressentimentos
velados no grupo por 50% das pessoas. Neste aspecto existe uma contradição. Nem sempre
as pessoas concordam com o andamento do grupo e, em vez de manifestar sua opinião,
optam por omitir e silenciar os sentimentos. A consequência são os indícios de saturação e
a transferência de responsabilidade ao outro. No momento em que não se coloca o que
incomoda no grupo e no outro, a impressão gerada é de que o grupo vive em constate clima
harmonioso.
Constatou-se que 63% das pessoas reconhecem que o comportamento individual
causa impacto nos demais membros. Por esta razão, em alguns momentos verifica-se a
opção por não comentar sobre as insatisfações, pois as consequências podem ser mais duras
e abrir espaço para outras manifestações pouco amistosas, além do receio de ser excluído
pelo grupo.
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A pesquisa mostrou que 81% das pessoas do grupo A reconhecem a formação de
grupos paralelos. Isto pode ser visto como uma possibilidade para amenizar as
insatisfações veladas, pois, ao invés de trazer para o grande grupo os aspectos que
incomodam, estes assuntos são tratados em momentos paralelos. A consequência é o
esvaziamento do grande grupo e a quebra do contrato psicológico. O combinado no início
da formação é de que os assuntos sobre o grupo têm que ser abordados no grande grupo.
3.3 Motivação e objetivos
Tratar da motivação e de objetivos em um grupo de formação em dinâmica de
grupos é um tema complexo em função das diversas variáveis que envolvem o
comportamento humano. Neste estudo, adotou-se a teoria da hierarquia das necessidades
de Maslow para análise dos dados por ser amplamente conhecida como estrutura
conceitual no estudo da motivação humana. O autor identifica uma hierarquia em que se
enquadram as necessidades humanas conforme figura abaixo.
Figura 2: Hierarquia das necessidades de Maslow. Fonte: http://novo-mundo.org/log/wp-content/uploads/maslow.jpg
As necessidades fisiológicas são necessidades básicas para a sobrevivência
humana como alimento, roupa, moradia. À medida que são atendidas no nível satisfatório
para atividade do corpo, o indivíduo passa a buscar o próximo nível de motivação que se
dá pela Necessidade de Segurança. Segundo Hersey e Blanchard (1986), necessidade de
segurança significa buscar estar livre do medo do perigo físico e da privação das
necessidades fisiologias básicas. Moscovici (2008) cita alguns exemplos de indicadores
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de necessidade de segurança: busca de estabilidade no trabalho, contratação de seguros,
poupança e reservas para futuro, casa própria, entre outros.
As Necessidades Sociais aparecem na sequência, pois os seres humanos são seres
sociais por natureza e tem o desejo de pertencer e serem aceitos por vários grupos. Uma
hipótese é que em um grupo de formação em dinâmica de grupos, num primeiro
momento, pode surgir com mais intensidade necessidades sociais, após estabelecer um
grau de confiança mais elevado, já com estas necessidades satisfeitas, o grupo pode
tornar-se um ambiente propício as Necessidades de Estima. Para os autores Hersey e
Blanchard,
Depois que uma pessoa começou a satisfazer à sua necessidade de participar, geralmente deseja ser mais que um simples membro do grupo. Passa a sentir necessidade de estima, tanto de autoestima como de reconhecimento por parte dos outros, [...] A maioria das pessoas tem necessidade de uma elevada valorização de si mesmas, firmemente baseada na realidade, ou seja, no reconhecimento e no respeito dos outros. A satisfação dessa necessidade de estima produz sentimentos de confiança em si mesmo, de prestígio, de poder e de controle. A pessoa começa a sentir que é útil e tem influência no seu meio (1986, p. 34).
Por fim, após satisfazer as necessidades fisiológicas, de segurança, sociais e de
estima vem a Necessidade de Autorrealização, que é entendida como a capacidade de se
tornar o melhor que pode ser. Para Moscovici (2008), tendência a atualizar suas
potencialidades com um sentido de plenitude do ser.
Segundo Hersey e Blanchard (1986) e, observando a escala da motivação humana
proposta por Maslow, percebe-se que o comportamento das pessoas se orienta
basicamente para a consecução de objetivos. Os autores complementam:
A motivação das pessoas depende da intensidade dos seus motivos. Os motivos podem ser definidos como necessidades, desejos ou impulsos oriundos do indivíduo e dirigidos para objetivos, que podem ser conscientes ou subconscientes. Os motivos são os porquês do comportamento. Provocam e mantêm as atividades e determinam a orientação geral do comportamento das pessoas (HERSEY; BLANCHARD, 1986, p. 18).
Ainda para os autores a produtividade de um grupo depende da maneira como os
membros do grupo vêem seus próprios objetivos em relação à empresa, podendo traduzir
neste contexto como os objetivos do grupo de formação. Nesta pesquisa observou-se que
81% dos participantes percebem que os objetivos individuais são compatíveis com os
objetivos do grupo e 75% responderam que o grupo tem clareza de seus objetivos.
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 14
Embora somente 44% dos participantes percebem que a produtividade observada no
grupo é coerente com suas expectativas.
Uma hipótese para este desalinhamento vem da questão do grupo ter um perfil de
dinamicidade e inovação. Isto se evidenciou quando 63% dos participantes afirmaram que
atividades rotineiras não os motivam. Ao mesmo tempo, 50% do grupo apontaram que as
atividades propostas na formação são percebidas como rotineiras. Outra evidência foi o fato
de o nível de interesse e entusiasmo pelas atividades do grupo ficou com média de 4,38
pontos, ou seja, as pessoas não se consideram um grupo muito empolgado e a idealização
às situações, estabelecendo uma relação com as atividades de sempre querer mais.
A pesquisa também identificou que 88% dos membros do grupo participam
frequentemente das atividades. Este resultado permite levantar algumas hipóteses: as
pessoas participam com pouco entusiasmo, tendo em vista que todos desempenham o
papel de coordenador e, portanto, apoiam toda a tarefa dada. Outra possibilidade é a de
que as pessoas seguem a vontade do grupo, pois tem receio de contrariar a opinião da
maioria e ser apontado como rebelde, além de correr o risco de ser excluído por alguns
integrantes.
Pode-se perceber que, apesar desses fatores, todos canalizam energia individual
durante os encontros em uma média de 5,75 pontos e que 94% dos integrantes dedicam
tempo ao grupo no que se refere à frequência, permanência, poucos atrasos e saídas
antecipadas. Isto reforça a hipótese de busca de satisfação de necessidades de estima
através do respeito e reconhecimento do grupo e busca de autorrealização.
Segundo Moscovici (2008, p. 124) “o homem pode ser considerado um animal
que deseja e raramente alcança um estado de completa satisfação, a não ser por curtos
períodos de tempo. Logo que satisfaz um desejo surge outro, sucessivamente”, ou seja,
uma constante e interminável busca de satisfação de necessidades e desejos.
3.4 Liderança e processo decisório
Moscovici (2008) coloca que os membros de grupo não podem apenas ter duas
funções: liderança e participantes. A autora explica que:
[...] a própria liderança não pode ser assim tão marcada e continuamente desempenhada por apenas um membro do grupo. Outros membros assumem liderança informal, de acordo com as diferentes situações por que passa o grupo em seus processos de interação. [...]
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 15
A vida de um grupo passa por várias fases e, em cada uma delas, os membros atuam de forma diferente duplamente: em relação à etapa de vida do grupo e em relação aos demais membros (MOSCOVICI, 2008, p. 186).
Isto pode ser evidenciado na pesquisa realizada. Uma das questões era a
identificação da existência de liderança no grupo e o resultado foi 56% dos membros do
grupo “A” não identificam lideranças constantes durante a formação, pois os líderes se
alternam conforme a situação vivenciada.
Este aspecto da liderança é reforçado quando o grupo identifica que sua influência
individual sobre os demais integrantes foi em média 4,13 e 44% das pessoas colocaram
que a maioria delas não se percebe contribuindo para as decisões do grupo. Conforme
Moscovici (2008, p. 200), “o poder está intimamente relacionado ao processo de
influência social, quando uma pessoa influencia outras nos seus pontos de vista e nas suas
ações esta pessoa tem poder”. Isto permite levantar a hipótese de que alguns participantes
do grupo A não têm clareza do quanto o seu comportamento exerce influência e poder
nas decisões do grupo.
De qualquer forma, o grupo identificou que as decisões são tomadas por consenso,
94% dos membros colocaram que há consenso e isto possibilita respeito ao outro.
3.5 Ambiente
Nas questões referentes ao ambiente em que o grupo está inserido, foi possível
verificar que 81% das pessoas consideram o tempo de duração dos encontros adequado
para a realização das atividades propostas. Também se evidenciou que todas as respostas
apontam que a realização dos encontros nas sextas e sábados facilita a presença dos
participantes.
No entanto, os atrasos dos membros do grupo se tornaram tão repetitivos que 56%
das pessoas identificaram que este comportamento comprometeu os encontros. Ou seja,
esta atitude permite conjecturar que a produtividade também ficou comprometida.
Outro fator apontado por 75% das pessoas participantes da pesquisa foi que a
existência de barulhos e ruídos interferiu na qualidade dos encontros. O local em que a
maioria dos encontros foi realizado possuía diversas interferências sonoras. Isto exigiu dos
participantes um esforço para compreender o que era dito, fazendo com que as pessoas
chegassem cansadas ao final do encontro. Além disso, pode-se dizer que o cansaço dos
participantes foi intensificado para aqueles que ocuparam o espaço dos que faltaram ao
encontro, chegaram atrasados, saíram mais cedo ou permaneceram em silêncio.
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 16
Apesar de algumas questões ambientais dificultarem alguns aspectos da formação,
todos os integrantes consideraram que o clima do grupo favorece um ambiente de
aprendizado. Isto revela que a formação em dinâmica dos grupos proporciona o
desenvolvimento das pessoas e a compreensão dos processos grupais.
3.6 Diagrama do campo de forças
Diante do exposto, elaborou-se o diagrama do campo de forças que, de acordo
com Moscovici (2008), é um modelo que vem sendo utilizado no exame de situações
grupais. O diagrama identificou as forças impulsoras e restritivas que interferem na
coesão de um grupo de formação em dinâmica dos grupos.
Para se identificar as forças impulsoras neste estudo, definiu-se que seriam
impulsoras as questões em escala normal com resultado da média acima de 5,00. Nas
questões inversas, consideraram-se impulsoras as questões com média abaixo de 3,00.
Nas questões com escala moderada, foi classificada como impulsora a média entre 3,50 e
4,50.
Desta forma, as forças impulsoras à coesão de um grupo de formação em
dinâmica dos grupos nesta pesquisa são:
Atenção ao que o outro fala;
Compatibilidade entre objetivos individuais e coletivos;
Energia individual dispensada durante o encontro;
Influência individual no grupo;
Expressão verbal dos sentimentos;
Percepção dos sentimentos dos outros;
Desconforto com conflitos e antagonismos;
Reação às opiniões divergentes;
Tempo dedicado ao grupo;
Concordância entre feedback recebido do grupo e autopercepção;
Clareza dos objetivos do grupo;
Participação frequente das atividades;
Confiança entre os membros de grupo;
Tomada de decisão por consenso;
Relações harmoniosas e propícias à cooperação;
Tempo de duração dos encontros;
Clima do grupo propício ao aprendizado;
Dias dos encontros.
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 17
As forças restritivas foram identificadas nas questões de escola normal com
média abaixo de 5,00. Nas questões com escala invertida, consideraram-se restritivas
quando a média foi acima de 3,00. Nas questões com escala mediana, definiram-se como
restritivas as médias abaixo de 3,50 e acima de 4,50.
As forças restritivas à coesão de um grupo de formação em dinâmica dos grupos
nesta pesquisa são:
Disposição excessiva em receber sugestões e influências dos outros;
Impacto do comportamento individual sobre o grupo;
Ideias pessoais não contribuindo para as decisões do grupo;
Pouca motivação nas atividades rotineiras;
Distorção das mensagens enviadas ao grupo;
Produtividade abaixo das expectativas individuais;
Insatisfação, hostilidade e ressentimentos velados no grupo;
Atividades do grupo caracterizadas por rotinas;
Existência de pouca liderança no grupo;
Grupo cauteloso nas colocações;
Baixo nível de interesse e entusiasmo pelas atividades do grupo;
Formação de grupos paralelos;
Atrasos dos membros dos grupos comprometem qualidade dos encontros;
Interferência de barulhos e ruídos durante os encontros.
Pelo exposto, identificou-se que no grupo “A” existem 18 forças impulsoras e 14
forças restritivas que interferem na coesão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve por objetivo identificar as forças que interferem na coesão
de um grupo de formação em dinâmica dos grupos. Segundo referencial teórico, todo grupo
apresenta aspectos atraentes e repulsivos e as forças resultantes produzem um determinado
comportamento de grupo com base no estudo de seus componentes: comunicação,
relacionamento, motivação/objetivos, liderança/ processo decisório e ambiente.
Em relação à comunicação, pode-se colocar que no grupo A existe um clima de
cooperação, um cuidado ao se expressar e respeito ao outro que são evidenciados quando
as pessoas prestam atenção no que os colegas dizem, estão abertas a influências e
sugestões, expressam verbalmente o que estão sentindo e percebem o que os outros
sentem.
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 18
Quanto ao relacionamento, observa-se a habilidade do grupo em lidar com as
diferenças de opinião, procurando a conciliação. Tendo em vista que o crescimento do
grupo ocorre quando as divergências levam as pessoas a considerarem o outro ponto de
vista e chegarem a um consenso.
Por outro lado, percebe-se que no grupo A existem insatisfações veladas, a partir
de alguns integrantes que não concordam com o andamento do grupo e não manifestam
sua opinião com o medo de gerar conflito e comprometer o clima harmonioso
estabelecido. A formação de grupos paralelos surge como alternativa para minimizar
estas insatisfações, restringindo a coesão grupal.
No que se refere à motivação e aos objetivos, constata-se que os participantes têm
clareza de seus objetivos individuais e estes são compatíveis com o objetivo do grupo,
fator determinante para a coesão. Outro aspecto evidente é a busca de satisfação das
necessidades de estima e auto-realização através do respeito e do reconhecimento do
grupo.
O grupo “A” também apresenta um perfil de dinamicidade e inovação ao passo
que as atividades propostas no decorrer da formação foram consideradas rotineiras,
reduzindo o entusiasmo dos participantes e, consequentemente, interferindo na coesão do
grupo.
A liderança percebida no grupo foi situacional. Observou-se que os líderes se
alternavam conforme a situação vivenciada, propiciando alternância dos papéis
desempenhados. Apesar disso, alguns participantes não têm clareza do quanto o seu
comportamento exerce influência e poder nas decisões do grupo.
A coesão do grupo fica comprometida quando há barulho, ruídos, faltas, atrasos e
saídas antecipadas, gerando um desgaste nos participantes que estão presentes devido ao
esforço para suprir as ausências de participação.
Baseado no referencial teórico, Cartwright e Zander (1967) colocam que existem
três bases diferentes de coesão: uma baseada na atração pessoal, outra baseada no
desempenho efetivo da tarefa e uma terceira com base no prestígio obtido na participação
no grupo. Sendo assim, pode-se dizer que as forças impulsoras para coesão no grupo “A”
apontam mais fortemente para a atração pessoal, ou seja, a coesão se dá pelas interações
sociais demonstradas pelos participantes ao ser continente, ter aceitação ao outro,
manifestar apoio, formar vínculos e satisfazer as necessidades.
Este trabalho não tem a pretensão de esgotar o assunto e sim despertar o interesse
em estudar sobre o fenômeno de coesão e seus componentes nos diversos momentos de
um grupo.
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 19
REFERÊNCIAS
CARTWRIGHT, Dorwin; ZANDER, Alvin. Dinâmica de grupo: pesquisa e teoria. São Paulo: Herder, 1967.
HERSEY, Paul; BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas de liderança situacional. São Paulo: EPU, 1986.
Hierarquia das Necessidades de Maslow. Disponível em: <http://novo-mundo.org/log/wp-content/uploads/maslow.jpg>. Acesso em: 21 mar. 2010.
LAPASSADE, Georges. Grupos, organizações e instituições. 3. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.
LEWIN, Kurt. Teoria de campo em ciência social. São Paulo: Pioneira, 1965.
MAILHIOT, Gerard Bernard. Dinâmica e gênese dos grupos. 6. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1985.
MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de grupo: teorias e sistemas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987.
MOSCOVICI, Fela. A organização por trás do espelho, reflexos e reflexões. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001.
______. Desenvolvimento interpessoal. 17. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008.
Processo de Comunicação. Disponível em: <http://www.ite.edu.br/apostilas/processodecomunicacao>. Acesso em: 21 abr. 2010.
SALCEDA, José et al. The Beatles: como se apresentam os fenômenos de coesão no grupo. Revista da Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos/SBDG, Porto Alegre, v. 3, n. 3, dez. 2007.
SHEPHERD, Clovis. Pequenos grupos: perspectivas sociológicas. São Paulo: Atlas, 1969.
ZIMERMAN, David (Org.). Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 20
APÊNDICE A INSTRUMENTO DE PESQUISA1
Leia com cuidado cada item e marque o grau que melhor corresponde ao trabalho
em grupo e à sua atuação real. O intervalo de graus vai de 1 a 7.
Grau 1 = mínimo Grau 7 = máximo
INDIVIDUAL
1. Frequência com que presto atenção no que os integrantes do grupo estão dizendo.
1 2 3 4 5 6 7
2. Os seus objetivos individuais são compatíveis com os objetivos coletivos.
1 2 3 4 5 6 7
3. Quantidade de energia individual que canalizo para o grupo, durante os encontros é:
1 2 3 4 5 6 7
4. Minha habilidade de influenciar os outros no grupo é:
1 2 3 4 5 6 7
5. Minha disposição em receber sugestões e influências dos outros integrantes do
grupo.
1 2 3 4 5 6 7
6. Frequência com que expresso verbalmente ao grupo o que estou sentindo.
1 2 3 4 5 6 7
1 Instrumento baseado nas obras de Fela Moscovici (2001 e 2008) e será usado como base para trabalho
de conclusão do Curso de Formação em Dinâmica dos Grupos da SBDG.
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 21
7. O nível de percepção que tenho dos sentimentos dos outros é:
1 2 3 4 5 6 7
8. O meu comportamento causa impacto sobre os membros do grupo:
1 2 3 4 5 6 7
9. Sinto desconforto com os conflitos e antagonismos que aparecem no grupo.
1 2 3 4 5 6 7
10. A intensidade da minha reação às opiniões divergentes das minhas é:
1 2 3 4 5 6 7
11. Percebo minhas idéias colaborando para a tomada de decisão do grupo.
1 2 3 4 5 6 7
12. Atividades rotineiras me motivam.
1 2 3 4 5 6 7
13. O tempo que efetivamente eu dedico ao grupo (em termos de frequência,
permanência, ausências, atrasos e saídas antecipadas) é:
1 2 3 4 5 6 7
14. Há concordância na forma como me percebo e feedback que recebo do grupo.
1 2 3 4 5 6 7
15. Percebo distorção na recepção das mensagens que envio para o grupo.
1 2 3 4 5 6 7
16. A produtividade observada no grupo é coerente com as minhas expectativas.
1 2 3 4 5 6 7
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 22
GRUPAIS
17. O grupo tem clareza dos seus objetivos.
1 2 3 4 5 6 7
18. Há indícios de insatisfação, hostilidade e ressentimentos velados no grupo.
1 2 3 4 5 6 7
19. Reconheço a existência de liderança no grupo.
1 2 3 4 5 6 7
20. Os integrantes do grupo participam freqüentemente das atividades propostas.
1 2 3 4 5 6 7
21. As atividades do grupo caracterizam-se pela rotina.
1 2 3 4 5 6 7
22. O grupo é cauteloso nas colocações.
1 2 3 4 5 6 7
23. O nível de interesse e entusiasmo pelas atividades do grupo é:
1 2 3 4 5 6 7
24. O grau de confiança entre os membros do grupo é:
1 2 3 4 5 6 7
25. A tomada de decisão é alcançada por consenso, permitindo que as pessoas se
posicionem com respeito.
1 2 3 4 5 6 7
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 23
26. As relações entre os membros do grupo são harmoniosas e propícias à cooperação.
1 2 3 4 5 6 7
27. Identifico a formação de grupos paralelos dentro do grupo.
1 2 3 4 5 6 7
AMBIENTAIS
28. O tempo de duração dos encontros é adequado para a realização das atividades
propostas.
1 2 3 4 5 6 7
29. As interrupções causadas pelo atraso dos membros do grupo comprometem os
encontros.
1 2 3 4 5 6 7
30. O barulho/ruído externo interfere na qualidade dos encontros.
1 2 3 4 5 6 7
31. O clima do grupo favorece um ambiente de aprendizado.
1 2 3 4 5 6 7
32. A realização dos encontros nas sextas-feiras e nos sábados facilita a presença nos
encontros.
1 2 3 4 5 6 7
33. Como percebo a coesão do Grupo de Formação 159 da SBDG?
................................................................................................................................................
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SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 1
APÊNDICE B
– 1 2 3 4 5 6 7 NR Média Escala Tipo Força Dimensão
Absoluto 0 0 0 0 3 13 0 0
% 0% 0% 0% 0% 19% 81% 0% 0% 1 Atenção ao que o outro fala
Pontos 0 0 0 0 15 78 0 0
5,81 Escala normal Impulsora Comunicação
Absoluto 0 0 0 2 3 8 3 0 % 0% 0% 0% 13% 19% 50% 19% 0% 5
Disposição ao receber sugestões e influências dos outros Pontos 0 0 0 8 15 48 21 0
5,75 Escala
moderada Restritiva Comunicação
Absoluto 0 1 2 1 6 4 2 0 % 0% 6% 13% 6% 38% 25% 13% 0% 6
Expressão verbal dos sentimentos
Pontos 0 2 6 4 30 24 14 0
5,00 Escala normal Impulsora Comunicação
Absoluto 0 0 1 3 5 6 1 0 % 0% 0% 6% 19% 31% 38% 6% 0% 7
Percepção dos sentimentos dos outros
Pontos 0 0 3 12 25 36 7 0
5,19 Escala normal Impulsora Comunicação
Absoluto 0 0 0 1 5 7 3 0 % 0% 0% 0% 6% 31% 44% 19% 0% 14
Concordância entre feedback do grupo e autopercepção Pontos 0 0 0 4 25 42 21 0
5,75 Escala normal Impulsora Comunicação
Absoluto 2 3 1 1 1 5 3 0 % 13% 19% 6% 6% 6% 31% 19% 0% 15
Distorções nas mensagens enviadas ao grupo
Pontos 2 6 3 4 5 30 21 0
4,44 Escala invertida Restritiva Comunicação
Absoluto 0 0 0 2 3 5 6 0
% 0% 0% 0% 13% 19% 31% 38% 0% 22 Cautela nas colocações
Pontos 0 0 0 8 15 30 42 0
5,94 Escala
moderada Restritiva Comunicação
Absoluto 0 0 0 4 4 7 1 0
% 0% 0% 0% 25% 25% 44% 6% 0%
17 Clareza dos objetivos do grupo
Pontos 0 0 0 16 20 42 7 0
5,31 Escala normal Impulsora Objetivo
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 2
– 1 2 3 4 5 6 7 NR Média Escala Tipo Força Dimensão
Absoluto 0 0 2 1 7 5 1 0
% 0% 0% 13% 6% 44% 31% 6% 0% 2 Compatibilidade entre objetivos individuais e coletivos Pontos 0 0 6 4 35 30 7 0
5,13 Escala normal Impulsora Objetivo
Absoluto 0 0 0 0 5 10 1 0 % 0% 0% 0% 0% 31% 63% 6% 0% 3
Energia individual durante encontro
Pontos 0 0 0 0 25 60 7 0
5,75 Escala normal Impulsora Motivação
Absoluto 2 5 3 3 3 0 0 0 % 13% 31% 19% 19% 19% 0% 0% 0% 12
Motivação com atividades rotineiras
Pontos 2 10 9 12 15 0 0 0
3,00 Escala
moderada Restritiva Motivação
Absoluto 0 0 1 0 2 8 5 0 % 0% 0% 6% 0% 13% 50% 31% 0% 13
Tempo dedicado ao grupo (freqüência, permanência, ausências, atrasos, saídas antecipadas) Pontos 0 0 3 0 10 48 35 0
6,00 Escala normal Impulsora Motivação
Absoluto 0 1 2 6 4 3 0 0 % 0% 6% 13% 38% 25% 19% 0% 0% 16
Produtividade coerente com expectativas individuais
Pontos 0 2 6 24 20 18 0 0
4,38 Escala normal Restritiva Motivação
Absoluto 0 1 1 5 2 5 1 1 % 0% 6% 6% 31% 13% 31% 6% 6% 21
Rotina nas atividades do grupo
Pontos 0 2 3 20 10 30 7 0
4,80 Escala
moderada Restritiva Motivação
Absoluto 0 0 0 2 3 5 6 0 % 0% 0% 0% 13% 19% 31% 38% 0% 20
Participação freqüente das atividades propostas
Pontos 0 0 0 8 15 30 42 0
5,94 Escala normal Impulsora Motivação
Absoluto 0 0 4 3 8 1 0 0
% 0% 0% 25% 19% 50% 6% 0% 0% 23 Interesse e entusiasmo pelas atividades
Pontos 0 0 12 12 40 6 0 0
4,38 Escala normal Restritiva Motivação
Absoluto 0 0 4 6 6 0 0 0
% 0% 0% 25% 38% 38% 0% 0% 0%
4 Influência individual no grupo
Pontos 0 0 12 24 30 0 0 0
4,13 Escala
moderada Impulsora Liderança
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 3
– 1 2 3 4 5 6 7 NR Média Escala Tipo Força Dimensão
Absoluto 1 1 3 2 2 7 0 0 % 6% 6% 19% 13% 13% 44% 0% 0% 19
Existência de liderança no grupo
Pontos 1 2 9 8 10 42 0 0
4,50 Escala normal Restritiva Liderança
Absoluto 0 0 2 7 4 3 0 0 % 0% 0% 13% 44% 25% 19% 0% 0% 11
Idéias pessoais na tomada de decisão
Pontos 0 0 6 28 20 18 0 0
4,50 Escala normal Restritiva Processo Decisório
Absoluto 0 0 0 1 4 4 7 0
% 0% 0% 0% 6% 25% 25% 44% 0% 25 Tomada de decisão por consenso
Pontos 0 0 0 4 20 24 49 0
6,06 Escala normal Impulsora Processo Decisório
Absoluto 0 1 0 5 5 5 0 0 % 0% 6% 0% 31% 31% 31% 0% 0% 8
Impacto do comportamento individual no grupo
Pontos 0 2 0 20 25 30 0 0
4,81 Escala
moderada Restritiva Relacionamento
Absoluto 0 3 3 3 2 4 1 0 % 0% 19% 19% 19% 13% 25% 6% 0% 9
Desconforto com conflitos e antagonismos
Pontos 0 6 9 12 10 24 7 0
4,25 Escala
moderada Impulsora Relacionamento
Absoluto 0 3 3 5 3 1 0 1 % 0% 19% 19% 31% 19% 6% 0% 6% 10
Reação às opiniões divergentes
Pontos 0 6 9 20 15 6 0 0
3,73 Escala
moderada Impulsora Relacionamento
Absoluto 1 2 2 3 2 5 1 0 % 6% 13% 13% 19% 13% 31% 6% 0% 18
Insatisfação, hostilidade e ressentimentos velados
Pontos 1 4 6 12 10 30 7 0
4,38 Escala invertida Restritiva Relacionamento
Absoluto 0 0 0 1 4 7 4 0 % 0% 0% 0% 6% 25% 44% 25% 0%
24 Confiança entre membros do grupo
Pontos 0 0 0 4 20 42 28 0
5,88 Escala normal Impulsora Relacionamento
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 4
– 1 2 3 4 5 6 7 NR Média Escala Tipo Força Dimensão
Absoluto 0 0 0 0 2 6 8 0 % 0% 0% 0% 0% 13% 38% 50% 0% 26
Relações harmoniosas e propícias à cooperação
Pontos 0 0 0 0 10 36 56 0
6,38 Escala normal Impulsora Relacionamento
Absoluto 0 0 1 2 4 5 4 0
% 0% 0% 6% 13% 25% 31% 25% 0% 27 Formação de grupos paralelos
Pontos 0 0 3 8 20 30 28 0
5,56 Escala
moderada Restritiva Relacionamento
Absoluto 0 0 0 3 3 5 5 0 % 0% 0% 0% 19% 19% 31% 31% 0% 28
Tempo de duração dos encontros
Pontos 0 0 0 12 15 30 35 0
5,75 Escala normal Impulsora Ambiente
Absoluto 2 0 4 1 4 2 3 0 % 13% 0% 25% 6% 25% 13% 19% 0% 29
Comprometimento do encontro devido às interrupções de atraso Pontos 2 0 12 4 20 12 21 0
4,44 Escala invertida Restritiva Ambiente
Absoluto 0 1 1 2 1 5 6 0 % 0% 6% 6% 13% 6% 31% 38% 0% 30
Interferência na qualidade devido ao barulho/ruído
Pontos 0 2 3 8 5 30 42 0
5,63 Escala invertida Restritiva Ambiente
Absoluto 0 0 0 0 3 8 5 0 % 0% 0% 0% 0% 19% 50% 31% 0% 31
Clima do grupo favorece ambiente aprendizado
Pontos 0 0 0 0 15 48 35 0
6,13 Escala normal Impulsora Ambiente
Absoluto 0 0 0 0 1 8 7 0
% 0% 0% 0% 0% 6% 50% 44% 0%
32 Dias dos encontro facilita presença
Pontos 0 0 0 0 5 48 49 0
6,38 Escala normal Impulsora Ambiente
SBDG – Caderno 127 A coesão em um grupo de formação em dinâmica dos grupos 5
1- Atenção ao que o outro fala 9- Desconforto com conflitos e antagonismos 17- Clareza dos objetivos do grupo 25- Tomada de decisão por consenso 2- Compatibilidade entre objetivos 10- Reação às opiniões divergentes 18- Insatisfação, hostilidade veladas 26- Relações harmoniosas 3- Energia individual 11- Idéias pessoais na tomada decisão 19- Existência de liderança no grupo 27- Formação de grupos paralelos 4- Influência no grupo 12- Motivação nas atividades rotineiras 20- Participação das atividades 28- Tempo de duração dos encontros 5- Disposição em receber sugestões 13- Tempo dedicado ao grupo 21- Rotina nas atividades 29- Comprometimento x atrasos 6- Expressão verbal dos sentimentos 14- Concordância entre feedback e autopercepção 22- Cautela nas colocações 30- Qualidade x barulho/ruído 7- Percepção dos sentimentos dos outros 15- Distorção das mensagens 23- Interesse e entusiasmo 31- Clima favorece aprendizado 8- Impacto do comportamento no grupo 16- Produtividade x expectativas 24- Confiança entre membros 32- Dias dos encontros
Apêndice C – Diagrama do Campo de Forças
Forças Restritivas
7,0 6,5 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 2,5 1,0
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0
Forças Impulsoras
5
8 11
12
15 16 18 19 21
22
23
27
29
30
1
23
4
6 7
9 10
1314
17
20 24
25 26
28 31 32
Comunicação Liderança Motivação Relacionamento Ambiente