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Revista do Grupo Cemig Ano 2 - N 0 5 - Janeiro a Abril/2011 A força de Minas GASMIG CONCLUI OBRAS DO GASODUTO DO VALE DO AÇO CENTRO DE ARTESANATO MINEIRO REÚNE TRABALHOS QUE RESGATAM AS RAÍZES DO ESTADO Investimentos da Cemig impulsionam o desenvolvimento e o crescimento do Estado

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Page 1: 0 A força de Minas Cemig/UC 05.pdfAS LOGOS NÃO PODEM SER REDUZIDAS COLORIDAS NEGATIVAS TRAÇO ELEMENTOS MÍNIMOS Presença sul-americana Em 58 anos, o Grupo Cemig investiu na diversificação

Revista do Grupo Cemig Ano 2 - N0 5 - Janeiro a Abril/2011

A força de Minas

GAsMiG conclui obrAs do GAsoduto do VAle do Aço

centro de ArtesAnAto Mineiro reúne trAbAlhos que resGAtAM As rAízes do estAdo

investimentos da cemig impulsionam o desenvolvimento e o crescimento do estado

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ExpEdiEntEdiretor-presidente:Djalma Bastos de Moraisdiretor Vice-presidente:Arlindo Porto Netodiretor de distribuição e Comercialização:José Carlos de Mattosdiretor de Finanças, Relações com Investidores e Controle Financeiro de Participações: Luiz Fernando Rolladiretor de Geração e transmissão:Luiz Henrique de Castro CarvalhoDiretor de Gestão Empresarial:Frederico Pacheco de Medeirosdiretor de desenvolvimento de negócios e Controle Empresarial das Controladas e Coligadas:Fernando Henrique Schuffner Netodiretor Comercial:José Raimundo Dias Fonsecadiretor de Gás:Fuad Nomandiretora Jurídica:Maria Celeste Morais GuimarãesDiretor de Relações Institucionais e Comunicação:Luiz Henrique Michalick

Universo CemigRevista institucional do Grupo CemigAno 2 - número 5Janeiro a abril/2011Av. Barbacena, 1.200 - 19º andarTel.: (31) 3506-4949|3506-2052Caixa Postal 992Belo Horizonte|MGe-mail: [email protected]. internet: www.cemig.com.br

Editor responsável: Luiz Henrique Michalick - Reg. no 2.211 SJPMGCoordenação de edição: João Batista Pereira e Carlos Henrique SantiagoApoio: Jonatas AndradeProjeto Gráfico: Press Comunicação Empresarialprodução, redação e edição:Press Comunicação Empresarial(Jornalista responsável – Licia Linhares MG 10.283)Edição de arte e diagramação: Press Comunicação EmpresarialRevisão: Cláudia RezendeImpressão: Tamóiostiragem: 24.000Foto capa: Igreja de N. S. do Rosário em Milho Verde (MG) - Arquivo Cemig

Filiado à Aberje

FINALIZAÇÃO JÁ EM TAMANHO MÍNIMO PARA APLICAÇÃOAS LOGOS NÃO PODEM SER REDUZIDAS

COLORIDAS

NEGATIVAS

TRAÇO

ELEMENTOS MÍNIMOS

Presença sul-americanaEm 58 anos, o Grupo Cemig investiu na diversificação e na qualidade de

seus serviços, expandindo sua atuação no Brasil e na América do Sul.

Confira onde a Companhia está presente e suas respectivas operações.

Universo Cemig2

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EDITORIAL

As muitas Minas Gerais

“Minas é muitas. São, pelo me-nos, muitas Minas”, escreveu, certa vez, Guimarães Rosa. Nesta edição, a revista Universo Cemig deseja levar o leitor para um passeio por essas Minas Gerais, que mudaram tanto nos últimos anos e agora assumem novos ares, sem perder suas caracte-rísticas tradicionais.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), empresa de economia mista, nasceu de uma iniciativa do governador Juscelino Kubitschek, em meados do século passado. Dentro do binômio Energia e Transporte, que havia marcado a campanha de JK ao governo de Mi-nas, foi criada uma holding para con-trolar as pequenas usinas existentes e as que seriam construídas nos anos seguintes.

Quase 60 anos depois, a Cemig continua a exercer o papel de pro-porcionar as condições necessárias, na área de energia, ao desenvolvi-mento do Estado, em todas as suas regiões. Ela atua nas áreas de gera-ção, transmissão, telecomunicações e distribuição de energia elétrica, além de atividades que complemen-tam seu negócio principal, como gás e eficiência energética, por meio de empresas controladas.

Ciente da importância estratégi-ca da energia elétrica e da nova era de desenvolvimento que se abre para o Estado, o governo de Minas Gerais traçou um ambicioso plano para a Cemig, destacando-se a ante-cipação das metas de universalização da energia elétrica, a expansão do

parque gerador e o reforço em infra-estrutura de transmissão e subtrans-missão.

A Diretoria de Distribuição e Co-mercialização da Cemig é uma das indutoras dessa transformação por que passa Minas Gerais, levando, há mais de meio século, energia para todas as regiões e prestes a atingir ainda este ano a universalização da energia em 100% da sua área de concessão.

Graças ao que vem sendo feito, Minas Gerais é hoje um exemplo a ser seguido por diversos outros Estados da Federação na questão energética. E, à necessidade de impulsionar o desenvolvimento econômico e social do Estado, veio se juntar o desafio da sustentabilidade, tendo como res-posta a presença da Cemig há mais de uma década entre as empresas mais sustentáveis do mundo.

Assim, é com imenso prazer que apresentamos, nesta edição da revista Universo Cemig, algumas das ações estabelecidas para o setor de energia elétrica, assim como os re-sultados já alcançados, e o contexto em que elas foram ou estão sendo implantadas.

José Carlos de MattosDiretor de Distribuição e

Comercialização

“Minas Gerais é hoje um exemplo a ser seguido por diversos outros Estados da Federação na questão energética. E, à necessidade de impulsionar o desenvolvimento econômico e social do Estado, veio se juntar o desafio da sustentabilidade, tendo como resposta a presença da Cemig há mais de uma década entre as empresas mais sustentáveis do mundo.”

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Universo Cemig4

SUMáRIO

03 Editorial As muitas Minas Gerais

05 Empresa Nova Diretoria da Cemig toma

posse

07 Minas Gerais Programa Campos de Luz

atinge 730 comunidades em sua terceira fase

12 Minas Gerais Gasmig consolida sua

presença no País com a conclusão de obras do gasoduto do Vale do Aço

16 Minas Gerais Mais de um milhão de mineiros

já foram beneficiados pelo Programa Luz para Todos

20 Minas Gerais Programa CresceMinas chega a

sua reta final com mais de R$ 600 milhões investidos em

todo o Estado

24 Sustentabilidade Cemig ganha destaque nas

conferências sobre o clima e a biodiversidade realizadas pela ONU

27 Minas Gerais Usina de Irapé é marco nas ações

da Cemig em todo o Estado

30 Vitrine O artesanato é uma das

mais ricas e diversificadas expressões da cultura mineira

32 Dica Cultural Arquiteto mineiro retrata

dois séculos de história das fazendas do Sul de Minas em seu livro

34 Com a Palavra Hayato Hirashima, arquiteto,

apresenta seu causo

35 Retratos do Brasil

Arquivo Cemig

Casa do Baile em Belo Horizonte

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EMPRESA

Mudar para crescerNova Diretoria da Cemig mantém metas de crescimento e sustentabilidade

O futuro está logo ali. Pelo menos é esse o pensamento da gestão da Cemig, cujo Plano Di-retor estabelece, para 2020, uma meta promis-sora: ser a segunda maior empresa do setor de energia das Américas. Um desafio que permane-ce nas mãos da nova Diretoria-Executiva, eleita em janeiro de 2011 pelo Conselho de Adminis-tração.

A estrutura passa a contar com 11 executi-vos, sendo que oito ocupam cargos de lideran-ça na Companhia há pelo menos quatro anos. Para a nova gestão, foram instituídas algumas mudanças, como a criação da Diretoria Jurídica, para a qual foi nomeada Maria Celeste Morais Guimarães, e a de Relações Institucionais e Co-municação, comandada por Luiz Henrique Mi-chalick. Essa mudança se justifica frente ao cres-

cimento e a necessidade de coordenar ações das diversas empresas do Grupo.

Na reunião do Conselho de Administração, foi deliberada, ainda, a nomeação de Fuad No-man, que assume a Diretoria de Gás da Cemig e a Presidência da Gasmig. Algumas denominações também foram alteradas. É o caso da Diretoria de Desenvolvimento de Novos Negócios, que passa a ser denominada Diretoria de Desenvol-vimento de Negócios e Controle Empresarial das Controladas e Coligadas, liderada por Fernando Henrique Schuffner Neto. Já a Diretoria de Fi-nanças, Relações com Investidores e Controle de Participações agora é a Diretoria de Finanças, Relações com Investidores e Controle Financeiro de Participações, sendo dirigida por Luiz Fernan-do Rolla, com mais de 30 anos de experiência na Cemig.

“A Cemig tem passado por grandes transfor-mações nos últimos anos, tornando-se a maior empresa integrada do setor elétrico brasileiro, e precisávamos adequar a nossa estrutura à nova realidade e também nos prepararmos para os

Atualmente, composto de 58 empresas e 10 consórcios, com atividades em 20 Estados brasileiros e no Chile

O presidente Djalma Morais (2o da esq. para a dir.) e os diretores Fernando Schuffner, José Carlos de Mattos e Luiz Fernando Rolla foram eleitos para um novo mandato de quatro anos

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novos desafios que surgem”, afirmou o presiden-te Djalma Bastos de Morais, há 12 anos no cargo e eleito para um novo mandato de quatro anos.

Desafios e perspectivasA nova gestão da Cemig tem em sua pauta

importantes desafios. Garantir o crescimento perante um mercado cada vez mais competitivo, acompanhar as tendências mundiais do setor via desenvolvimento e pesquisa de novas tec-nologias e manter as ações de sustentabilidade econômica, ambiental e social são alguns deles.

Um dos pontos fortes é atender à necessi-dade de energia no País. Essa demanda deve crescer a uma média de 5,3% por ano, de acor-do com o Plano Decenal de Energia 2010-2019, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Esse fato reforça a necessidade de inves-timentos de vulto nos sistemas de geração e transmissão.

Liderança comprovadaExperiência é palavra-chave na hora de defi-

nir os rumos de uma empresa. E, com a Cemig, não é diferente. Formada por profissionais de destaque em suas áreas, a nova gestão tem a possibilidade de conduzir uma administração só-bria, mantendo os bons resultados, percebidos ao longo dos anos.

O reconhecimento dos talentos é outro ponto forte da Empresa, que incorporou mais dois ex-superintendentes à Diretoria, com a no-meação de José Raimundo Dias Fonseca e Luiz Henrique Michalick, além de manter Fernan-do Henrique Schuffner Neto, Luiz Henrique de Castro Carvalho e Luiz Fernando Rolla em seus respectivos cargos. Integrando o quadro da em-presa há mais de 15 anos, todos já desenvolve-ram trabalhos concisos, trilhando uma carreira de renome.

Fonseca já atuou como superintendente de Compra e Venda de Energia no Atacado. Gradu-ado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Juiz de Fora, cursou especialização em Engenharia de Manutenção na Escola Fede-ral de Engenharia de Itajubá e em Management of Electric Power Utilities em Estocolmo (Suécia) e pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas. Foi ainda vice-presidente da (Abraceel) Associa-

ção Brasileira de Agentes Comercializadores de Energia Elétrica e conselheiro fiscal da (CCEE) Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

Michalick é formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Mi-nas). Já exerceu os cargos de gerente de Impren-sa (1987-1996), gerente de Imprensa, Relações Públicas e Publicidade (1996-2003) e superin-tendente de Comunicação Empresarial (2003-2011). Desde 2006, é representante da Cemig e fundador da plataforma de empresas do Reputa-tion Institute no Brasil. Em 1997, foi o coordena-dor-geral de Comunicação para o Encontro das Américas, evento preparatório para a criação da Alca, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores, com apoio do Governo de Minas.

Conheça a nova Diretoria-ExecutivaDjalma Bastos de Morais – Diretor-Presi-dente

Arlindo Porto Neto – Diretor Vice-Presi-dente

Fernando Henrique Schuffner Neto – Di-retor de Desenvolvimento de Negócios e Controle Empresarial das Controladas e Coligadas

Frederico Pacheco de Medeiros – Diretor de Gestão Empresarial

Fuad Jorge Noman Filho – Diretor de Gás

José Carlos de Mattos – Diretor de Distri-buição e Comercialização

José Raimundo Dias Fonseca – Diretor Comercial

Luiz Fernando Rolla – Diretor de Finan-ças, Relações com Investidores e Contro-le Financeiro de Participações

Luiz Henrique de Castro Carvalho – Dire-tor de Geração e Transmissão

Luiz Henrique Michalick – Diretor de Re-lações Institucionais e Comunicação

Maria Celeste Morais Guimarães - Dire-tora Jurídica

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MINAS GERAIS

Um gol de placaPrograma Campos de Luz atinge 730 campos em sua terceira fase

A terceira fase do Programa Campos de Luz, realizada em 2010 com parceria entre Ce-mig e Secretaria de Estado de Governo

(Segov), iluminou 120 campos de futebol ama-dor em Minas Gerais, o que totaliza 730 campos, contemplados em 446 municípios, desde o início do programa, em 2003, com investimentos da ordem de R$ 30 milhões.

O Campos de Luz é um programa de ilumi-nação de campos de futebol amador, que tem o objetivo de utilizar a energia elétrica como in-sumo para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.

Segundo o coordenador do Campos de Luz, Antônio Gonzaga Almeida, a realização desse programa, além de propiciar a prática de ativida-des esportivas e culturais durante a noite, ofe-rece uma atividade saudável às crianças e ado-

lescentes, evitando vários problemas de ordem social e contribuindo com a prevenção ao uso de drogas e à violência e tornando as comunidades beneficiadas mais seguras, o que proporciona a melhoria da qualidade de vida dessa população.

Para serem contemplados pelo programa nessa terceira etapa, os campos foram indicados pela Segov e atenderam alguns requisitos, como possuir vestiário e alambrado, estar instalado em espaço público, pertencer a time de futebol amador ou associação comunitária (ou prefei-tura municipal) e ter as dimensões compatíveis com a prática de futebol.

Implantado em 2003, inicialmente como um projeto-piloto, o Programa Campo de Luz tem se mostrado uma grata surpresa. Criado para resgatar o costume brasileiro das famosas “pela-das”, que reúnem vizinhos e amigos em partidas

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O campo de futebol de Itumirim (Campo das Vertentes) recebeu as novas instalações elétricas

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Universo Cemig8 Universo Cemig8

Campo iluminado

O governador Antonio Anastasia inaugurou no dia 23 de março a iluminação do 730º campo de futebol beneficiado pelo Programa Campos de Luz, o estádio Ilvo Marani, do Vespasiano Esporte Clube. Localizado no centro de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o estádio tem alambrados, quatro vestiários e arquibancada com capacidade para 500 torcedores. O campo tem di-mensões semelhantes às de estádios que disputam o Campeonato Mineiro (110 x 85 metros). Desde sua inauguração, em 1965, nunca havia recebido iluminação.

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amadoras nos campos de várzea, o programa já iluminou, no primeiro momento, oito campos na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O retorno foi quase imediato. “Escolhemos os campos de várzea porque o futebol amador não possui recursos. Mas é o tipo de esporte mais praticado nas comunidades, e esses espa-ços estavam desaparecendo em razão da cons-trução de prédios, deixando a população, princi-palmente a das áreas de risco social, sem opção de lazer. Então, nós habilitamos alguns campos, e a iniciativa deu muito certo”, diz Antônio Gon-zaga Almeida.

Deu tão certo que, apenas em Belo Horizon-te, foram recuperados 76 campos de futebol de várzea. Notou-se também que, além dessa modalidade esportiva, a comunidade passou a usar os espaços próximos aos campos para fazer caminhadas e outras atividades, dando oportu-nidade para toda a família participar. “Depois da iluminação, essas localidades acabaram virando comunidades-família, lembrando aquele ar de cidade do interior, onde todo mundo se senta à noite para conversar, andar de bicicleta ou ape-nas assistir a uma partida de futebol de seus vi-zinhos”, ressalta Antônio.

Entendendo o programaO Aglomerado Santa Lúcia, uma das inúme-

ras áreas de Belo Horizonte contempladas com a iluminação, é um ótimo exemplo. Localizado na região centro-sul, próximo a bairros nobres da capital, é formado por quatro vilas, onde vivem, em sua maioria, trabalhadores, que têm horário livre somente à noite e nos fins de semana.

Como os dois campos de futebol localizados na área de Barragem não possuíam iluminação noturna, o espaço não apresentava segurança à noite, levando a população a utilizá-lo apenas nos finais de semana e durante o dia. É o que ex-plica José Evaristo Sobrinho, tesoureiro da Asso-ciação Esportiva Prointer Futebol Clube. Mora-dor da região desde 1975, ele comanda, há mais de 20 anos, as equipes de futebol masculino e feminino da Barragem. “Antes da iluminação, as pessoas só podiam usar o campo aos domingos e durante o dia. Com o programa, essa realida-de mudou. Agora, os moradores, logo depois do trabalho, podem aproveitar um pouquinho o dia de semana também, o que acaba estimulando a integração entre os times, as comunidades.”

A iluminação possibilita que os moradores no

Aglomerado Santa Lúcia pratiquem as atividades

durante a noite

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Uma luz para a arte

A maior circulação e a movimentação na Barragem possibilitaram, entre ou-tras manifestações socioculturais, a ex-posição das obras do artista plástico Fa-biano Valentino, conhecido como Pelé. “Quem vai jogar usa o campo. Quem não gosta de praticar esporte aproveita o espaço para caminhar, conversar ou jogar baralho. A iluminação estimula as pessoas a se socializarem umas com as outras. Eu gosto muito dessa comu-nidade e, só de ver as pessoas mais felizes, já é uma grande inspiração para mim. Já virou até tema de um de meus quadros”, diz.

Como a própria associação não tem re-cursos próprios, os gastos gerados pela ilu-minação são pagos pelo “aluguel” das qua-dras durante os jogos. Trata-se de valores simbólicos, como R$ 1 ou R$ 2 por jogador. “Esse programa foi ótimo pra gente, por-que praticamos esporte com mais cautela, cuidado e segurança“, explica o balconista Adriano Rodrigues de Lima.

Quando o assunto é o esporte nacio-nal, o futebol é o “carro-chefe”. E, há muito tempo, tornou-se também uma prática en-tre meninas. Esse é o caso de Joyce Lucia-no Bispo, estudante, que começou a jogar bola aos 13 anos. “Futebol é a minha vida, e a iluminação do campo possibilitou que eu treinasse à noite. O local ficou mais seguro”, explica. Além dessa modalidade esportiva, as pessoas aproveitam o espaço para fazer caminhadas e praticar outras atividades físi-cas ligadas à comunidade, como a capoeira.

Pelé utiliza o espaço para mostrar sua arte

Ronaldo Guimarães

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Região Metropolitana

A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, é conside-rada a terceira maior aglomeração urbana do País, com uma população estimada em qua-se 5 milhões de habitantes, segundo o Censo de 2010. Em cada um de seus 34 municípios, há muito o que ser garimpado pelo visitante, que encontra um verdadeiro leque de bele-zas naturais, acervos culturais e saborosas descobertas gastronômicas. E o melhor: tudo bem pertinho da capital.

De ônibus ou de carro, rapidamente chega-se a Sabará, cidade que mantém pre-servado um rico acervo arquitetônico, heran-ça do Ciclo do Ouro. Perto dali, está Caeté, onde, entre outros atrativos, está a Serra da Piedade, patrimônio natural e religioso das Gerais. A fé também é marca de Santa Luzia, com suas igrejas centenárias e o famoso con-vento de Macaúbas.

No campo das artes, destaque para o aclamado Museu de Arte Inhotim, em Bru-madinho, que reúne grandes nomes da arte contemporânea, em meio a uma paisagem exuberante.

E, se bater a vontade de tomar aquele ba-nho de cachoeira, cidades como Rio Acima, Nova Lima e Jaboticatubas, entre outras, ofe-recem ótimas opções para refrescar o corpo e a alma.

É na RMBH que fica a região das gru-tas, com atrativos pré-históricos em cidades como Pedro Leopoldo e Lagoa Santa. Nesta última é que foi descoberto o fóssil atribuído a uma mulher pré-histórica, batizada de “Lu-zia”, que viveu na região, registro mais antigo da ocupação humana nas Américas.

E, para fechar, nada como a boemia de Belo Horizonte, reconhecida como a capital mundial dos botecos. Além de serem redutos para boa conversa, acompanhada de cerveji-nha gelada, os bares oferecem rica culinária, que, de tão popular, virou tema de festival. Para quem tem pique, vale um passeio pelo Mercado Central, pelos corredores da Feira Hippie e pela Lagoa da Pampulha, vitrine do gênio Oscar Niemeyer para o mundo.

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Santuário da Serra da Piedade (acima), em Caeté, e Praça da Estação, em BH: beleza e história na RMBH

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MINAS GERAIS

Gás total

Pelos 331 quilômetros de tubulação sub-terrânea, o desenvolvimento é conduzido sob a forma de gás natural. Já está em

operação o gasoduto do Vale do Aço, uma obra da Gasmig, subsidiária da Cemig (controladora) e da Petrobras, que demandou investimentos de R$ 700 milhões. Saindo de São Brás do Sua-çuí (região Central de Minas) até chegar a Belo Oriente (Vale do Rio Doce), o empreendimento confere fôlego extra a um dos principais polos industriais do País.

Com capacidade para condução de 2,4 mi-lhões de metros cúbicos por dia, o novo em-preendimento é o maior entre os gasodutos da Gasmig. Sua importância também se mede pelo

porte das empresas que ele atende. “Temos grandes indústrias instaladas que já demanda-vam o gás natural há muito tempo, por se tratar de um combustível mais limpo e eficiente”, con-ta o presidente da Gasmig e diretor de Gás da Cemig, Fuad Noman.

Ele destaca, ainda, que o gás natural é um fator de atração de investimentos nas regiões onde é ofertado. “Certamente é um diferencial oferecido pela região às empresas que queiram se instalar. E não só isso: o gás também contribui para fixar as empresas que já estão em ativida-de, evitando que migrem para outras localida-des onde há o recurso.”

Um dos clientes de peso do Vale do Aço é a

O novo gasoduto do Vale do Aço é o maior dos empreendimentos da Gasmig

Gasmig consolida sua presença no interior com a conclusão das obras do gasoduto do Vale do Aço e novos investimentos previstos para 2011

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Gasmig: www.gasmig.com.br

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Usiminas, instalada em Ipatinga. De acordo com o superintendente de Energia e Utilidades da siderúrgica, Luís Fernando Marzano, o gás natu-ral simplificou os processos industriais, além de contribuir para a sustentabilidade da empresa, no que se refere tanto aos impactos ambientais quanto à dimensão econômica. “Os principais benefícios são o aumento na estabilidade ope-racional de fornos, devido à não obstrução de queimadores, válvulas e tubulações e à maior disponibilização das linhas de produção. Isso im-pacta positivamente nos rendimentos, na quali-dade, na segurança e no meio ambiente.”

Na Usiminas, o gás natural vem sendo aplica-do, desde novembro, no alto-forno 3, em substi-tuição ao coque, um combustível gerado do car-vão mineral. O consumo chega a 240 mil metros cúbicos por dia. Outra aplicação é nas aciarias, onde o gás natural substituiu o gás liquefeito de petróleo (GLP). “A partir deste ano, iniciam-se os projetos de complementação da rede de distri-buição e de adequações internas de outras áreas que utilizarão o gás natural em substituição total ao óleo combustível”, acrescenta Marzano. Até 2013, a expectativa é de que a usina amplie seu consumo para 750 mil metros cúbicos diários.

Outro importante consumidor é a Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), em Belo Oriente. Lá, o recurso é aplicado nos fornos de cal. O gerente-geral industrial, Robinson Félix, destaca que, di-ferentemente do óleo, o gás natural não precisa ser estocado, o que contribui para a segurança das pessoas que trabalham na fábrica. “Tínha-mos que acondicionar 700 toneladas de óleo. Além do risco de derramamento, era preciso descarregar o combustível, e isso demandava mais trabalho e muito cuidado.” A estabilidade conferida pelo gás natural ao maquinário tam-bém é ressaltada por ele como uma vantagem.

A ArcelorMittal, que possui duas usinas abastecidas pelo gasoduto do Vale do Aço, em João Monlevade e Timóteo (Vale do Aço), é mais uma grande empresa que já está usufruindo do gás natural. Na opinião do gerente de Engenha-ria de Manutenção, Utilidades e Meio Ambiente da unidade de João Monlevade, Vicente Aleixo Pinheiro Ribeiro, esse combustível pode ser con-siderado um gerador de riquezas para as regiões onde é ofertado. “Na ArcelorMittal Monlevade, o gás natural está trazendo redução de custos operacionais, contribuindo para a competitivi-dade e o crescimento da usina. A comunidade também espera ansiosa pela disponibilização dessa riqueza a todos.”

Fuad Noman: “O gás natural tem grande demanda por se tratar de um combustível mais limpo e eficiente”

De uma ponta a outraConcluída no ano passado, a rede de 110

quilômetros do Sul de Minas é o segundo maior empreendimento da história da Gasmig. Fuad Noman observa que esse gasoduto foi crucial para fixar as empresas na região. “Em São Paulo, que está bem próximo dali, há ampla oferta de gás natural. Por isso, várias indústrias estudavam sair de Minas para se estabelecer onde houves-se disponibilidade desse insumo.” O gasoduto percorre os municípios de Jacutinga, Poços de Caldas, Andradas e Caldas. Os principais clientes estão no ramo de alumínio, mineração, cerâmica e vidro.

Para o gerente-técnico Rowilson Alves Perei-ra e o analista de Suprimentos e Custos Alexan-dre Henrique Giaretta, ambos da Indústria Ce-râmica Andradense (Icasa), o uso do gás natural refletiu de forma positiva na qualidade do produ-to. “Constatamos que, em virtude da menor ne-cessidade de manutenção dos equipamentos de combustão, conseguimos maior estabilidade de resultados na qualidade do produto final. O pro-duto está com maior vida útil”, afirma Giaretta.

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Números de pesoReceita bruta em 2010: R$ 720 milhões

Venda média diária em dezembro de 2010: 2,2 milhões de metros cúbicos

Total investido pela Gasmig entre 2008 e 2010: R$ 900 milhões

Extensão da rede de gasodutos: 800 km

Postos de distribuição de Gás Natural Veicular: 90

Número de veículos que usam GNV em Minas: 40 mil

Novos investimentosSe 2010 foi importante para a Gasmig no

que diz respeito a investimentos e conclusão de obras, 2011 será o ano de ampliar os mercados e a área de atuação da empresa. Uma das fren-tes de trabalho será a captação de novos clien-tes ao longo das redes de gasodutos. No Vale do Aço, por exemplo, equipes da distribuidora vão buscar consumidores do setor de serviços, como comércio, hotelaria e alimentação.

Neste ano, a Gasmig também marca sua entrada na distribuição de gás a residências. A atração nesse mercado terá como ponto de partida um empreendimento em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No primeiro, a Gasmig vai abastecer 298 aparta-mentos construídos às margens da Lagoa dos Ingleses. “O gás natural é mais leve do que o gás de botijão (GLP), por isso, se dissipa mais facilmente no ar, o que torna o processo mais seguro. Além disso, há a praticidade de não ter que armazenar nem trocar o botijão, além do conforto proporcionado pela possibilidade de aquecimento da água na cozinha e nos ba-nheiros da moradia”, explica Fuad Noman. Bre-vemente, o gás também será disponibilizado a alguns bairros da capital.

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Entenda melhorPrimeira subsidiária do Grupo Cemig, que hoje

reúne quase 60 empresas, a Companhia de Gás de Minas Gerais nasceu em 1986 e, atualmente, tem 800 quilômetros de redes construídas, localizadas em 40 municípios em diversas regiões mineiras: Zona da Mata, Campo das Vertentes, Central, Re-gião Metropolitana de Belo Horizonte, Sul de Minas e Leste de Minas. Os gasodutos atendem às princi-pais indústrias mineiras.

O gás comercializado pela Gasmig tem origem na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, e na Bolívia e chega a Minas por meio dos gasodutos de trans-porte da Petrobras. A Gasmig é a única companhia autorizada a distribuir gás natural em Minas Gerais, o que faz por meio de seus gasodutos de distribui-ção. Assim como acontece com a energia elétrica, o cliente paga pelo consumo somente após a utiliza-ção. O número de clientes chega a 300, incluindo 98 grandes e médias indústrias, 90 postos de distribui-ção de gás natural veicular e duas usinas termelétri-cas (Ibiritermo e Juiz de Fora).

A Gasmig tem diversos contratos de aquisição de gás com a Petrobras, com prazos de vigência que vão até 2026 e que possibilitam a oferta de até 8,5 milhões de metros cúbicos por dia ao Estado.

As belezas do lesteO Vale do Rio Doce, onde está localiza-

do o Vale do Aço, é uma das 12 mesorre-giões de Minas Gerais. Dividida em nove microrregiões, abrange 102 municípios. Como o próprio nome já diz, a região é ba-nhada pela bacia do Rio Doce, cuja exten-são territorial é de 83,4 mil quilômetros quadrados. Até chegar ao mar, no Espírito Santo, o Rio Doce percorre, desde sua nas-cente, em Minas Gerais, 853 quilômetros.

Por onde passa, o rio agracia os olhos com belas paisagens. Algumas, inclusive, de tirar o fôlego. É o caso do Parque Esta-dual do Rio Doce, localizado entre os mu-nicípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo, a 248 quilômetros da capital. Com seus 36.970 hectares, o parque abriga a maior floresta tropical do Estado.

De ricas fauna e flora, o parque man-tém espécies ameaçadas de extinção, como a onça pintada, o macuco e o mono-carvoeiro, maior primata das Américas.

Em suas 40 lagoas natu-rais, encontra-se grande diversidade de peixes bagre, cará, lambari, cumbaca, manju-ba, piabinha, traíra e tucunaré.

Com completa estrutura para atender a turistas, estudantes e pesquisadores, o Parque Estadual do Rio Doce é, sem dúvida, um dos principais atrativos da região. Mas ainda há mais. Como deixar de falar do Pico do Ibituruna, em Governador Valadares? Do alto de seus 1.123 metros, o pico reúne condições perfeitas para os adeptos dos es-portes radicais, como o voo livre.

É claro que há muito mais o que conhe-cer. Belos e aconchegantes hotéis-fazenda na zona rural de pequenos municípios, a modernidade convivendo com a tradição em cidades maiores, como Ipatinga, chur-rasco e peixes grelhados, quitandas que contam histórias e, é claro, a hospitalidade mineira que sempre marca presença.

Ouro Preto

Belo Oriente

Santana do ParaísoIpatinga

Coronel Fabriciano

Antônio DiasTimóteo

JaguaraçuNova Era

Bela Vista de MinasJoão Monlevade

Rio Piracicaba

Alvinópolis

Mariana

OuroBrancoConselheiro

LafaieteSão Brás

do Suaçuí

Congonhas

Ouro Preto

Gasoduto de transporte(GASBEL)

Gasoduto Vale do Aço

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MINAS GERAIS

Adeus à escuridão

Mais de um milhão de mineiros já foram beneficiados pelo Programa Luz para Todos, que neste ano vai atingir a meta de 285 mil ligações no Estado

Instituído em 2003 pelo Governo Federal, o Luz para Todos vem sen-do executado pelas empresas distribuidoras de energia de cada Es-tado. Inicialmente foi prevista uma demanda de 105 mil ligações, contudo, quando a equipe da Cemig foi a campo, identificou que a

necessidade era bem maior. “Só na primeira fase do programa, de 2004 a 2007, fizemos 190 mil ligações”, conta o superintendente da Coorde-nação Executiva do Projeto Luz para Todos na Companhia, Geraldo Ma-gela de Aranda Lage.

Aquela tarde de outubro ficará marcada para sempre na memória de João Batista Souza Lopes. Bastou um clique no interruptor para que o progresso batesse à porta de sua pequena casa, na comunidade de São José do Paraguai, em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, a mais de 700 quilômetros da capital mineira. Assim como milhares de moradores de áreas rurais do Estado, João Batista é um dos beneficiados do Programa Luz para Todos, que neste ano atinge a meta de 285 mil ligações em 774 municípios de Minas Gerais.

João Batista, que é trabalhador rural e funcionário público, nem acreditou quando a lâmpada acendeu diante de seus olhos. A mudança em sua vida foi total. “É até difícil de explicar. Antes não tinha como

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O programa Luz para todos facilitou o acesso

à energia elétrica aos moradores do campo

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guardar comida: ou pedia favor para quem já tinha energia em casa ou acabava perdendo muita coisa. Além disso, quando escurecia, não tinha nada para fazer. As noites pareciam muito mais longas.”

As velas e os lampiões deram lugar a lâmpa-das, além de geladeira, chuveiro elétrico, ante-na parabólica e televisão. “Agora posso assistir ao jornal e ao futebol.” Ao contrário de outros programas desenvolvidos para levar energia elétrica ao campo, no Luz para Todos, o benefi-ciado não tem nenhum gasto. “Antes levávamos energia até a porta, e o morador tinha que fazer a ligação até sua casa. Agora, providenciamos a instalação completa, e cada casa recebe um kit interno com três lâmpadas e duas tomadas”, ex-plica o superintendente Geraldo Lage.

Para o diretor de Distribuição da Cemig, José Carlos Mattos, “o Luz Para Todos contribui de forma efetiva para a melhoria dos indicadores sociais nas comunidades onde é implantado, além de diminuir o êxodo. A chegada da luz tem feito com que as pessoas se fixem no campo e que aquelas que saíram para a cidade tenham o apelo de retornar. É algo que reflete diretamen-te na qualidade de vida da população.”

Impulso para o desenvolvimento

Além de proporcionar mais conforto à popu-lação, o Luz para Todos vem contribuindo para a aceleração da economia nas comunidades. É o caso do assentamento Nova Conquista, em Almenara (Vale do Jequitinhonha), onde 30 fa-mílias trabalham com a criação de animais, cul-tivo de arroz e milho e produção de leite, entre outras atividades.

Carmelito Rodrigues dos Santos, presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais de Nova Conquista, destaca os avanços do grupo com a chegada da energia. “Agora, podemos conservar o leite e, para isso, compramos um resfriador. Antes, tínhamos que vender toda a produção ou produzir queijo para não perder, o que diminuía nosso lucro. Também compramos maquinário para a lavoura.”

Em breve, a associação vai contar com uma fábrica de farinha, cujos equipamentos já foram adquiridos. “Quanto mais produtos tivermos, melhor”, aposta Carmelito. O grupo de Nova

Conquista é um dos 99 Centros Comunitários de Produção (CCP) beneficiados pelo Luz para Todos.

A Associação Indígena Pataxó Pankarau, na Aldeia Cinta Vermelha Jundiba, em Araçuaí (Vale do Jequitinhonha), também está colhendo os frutos do progresso. Segundo o presidente da associação, Antônio César da Conceição, até mesmo a distribuição de água era prejudicada pela falta de energia. “A prefeitura tinha que mandar caminhão-pipa. Agora, compramos uma bomba, o que nos auxilia a levar para as casas a água que é coletada da chuva.”

O engenheiro Antônio Augusto prova da água de um dos poços

artesianos, dentre as centenas que ele ajudou a eletrificar quando

trabalhava para a Cemig

A energia trouxe benefícios para o dia a dia das comunidades indígenas de Minas. Na foto, índios Krenaks de Resplendor (MG)

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A água também está sendo usada na irriga-ção por gotejamento, que garante o desenvol-vimento da horticultura e, segundo Antônio, vai contribuir para projeto de revitalização da flo-resta nativa. “Temos o sonho de recuperar essas matas.”

Compromisso socialOutra frente de atuação da Cemig, por meio

do Luz para Todos, é a ligação de poços artesia-nos comunitários, principalmente em localida-des rurais do Norte de Minas e do Vale do Jequi-tinhonha, que sofrem com o problema da seca. Desde o início do Programa, foram investidos R$ 10 milhões para a eletrificação de 983 poços.

Para que haja a ligação, as prefeituras ou associações comunitárias devem fazer a solicita-ção à Cemig, que exige a apresentação do CNPJ. Os poços artesianos são instalados em pontos centrais das residências de uma comunidade. As bombas puxam a água e a distribuem para uma caixa d’água única, que a direciona, por gravida-de, às moradias.

Segundo Elmo Pechir, da Gestão Executiva do Projeto Luz para Todos, a ação é fruto de um compromisso firmado pela Cemig com o Gover-no de Minas, por meio da Secretaria de Estado para o Desenvolvimento dos Vales do Jequiti-nhonha e Mucuri e do Norte de Minas. A Com-

panhia é integrante do Comitê da Convivência com a Seca, que visa à minimização dos efeitos da estiagem em áreas críticas do Estado.

testemunhas da felicidadeO Luz para Todos em Minas Gerais gerou cer-

ca de 10 mil empregos diretos e indiretos. São pessoas como Gilmar Gama, técnico da Imobluz, uma das empreiteiras contratadas pela Cemig para fazer as obras. Ao longo dos três anos em que tem trabalhado para o programa, o profis-sional presenciou momentos emocionantes. “Tem casa em que as pessoas até choram quan-do acendemos a lâmpada.”

Seu último trabalho foi no distrito de Córre-go de Areia, em Almenara, onde ficou por qua-tro meses para fazer 40 ligações. “Lá, o pessoal estava só esperando a luz chegar para montar uma fábrica de farinha. Nós não imaginamos o quanto a eletricidade é importante na vida das pessoas.”

O supervisor José Aparecido Sampaio, da Ecel Engenharia, também guarda boas histórias vividas em campo. “Em muitas comunidades do Norte, percebíamos que, no início, havia casas vazias. Depois, quando voltávamos nesses luga-res, encontrávamos mais pessoas morando por lá. A luz permite que a população volte ou fique no campo para viver e trabalhar.”

O coordenador do Luz para Todos na Cemig, Geraldo Lage (sentado, no meio), e sua equipe de gestores (da esquerda para a direita) Elmo Pechir, Luiz Augusto, Márcio Coelho, José Alberto e Wagner Veloso

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números de destaque do programa (referentes às 250 mil ligações)Beneficiados:605 famílias indígenas 1.058 famílias de quilombolas99 Centros Comunitários de Produção (CCP)1.480 escolas7.895 famílias de assentadosForam instalados:73 mil quilômetros de rede monofásica597 mil postes144 mil transformadores

Investimentos A Cemig é responsável pelos números mais expressi-

vos do Programa Luz para Todos da Região Sudeste. Ao final do ano, os investimentos no Estado somarão cerca de R$ 3 bilhões, sendo 77% desse montante de responsabi-lidade do Governo de Minas e da distribuidora e 23%, do Governo Federal.

Neste ano, serão executadas 40 mil ligações, sendo 15 mil do final da fase 2 e outras 25 mil da fase 3. Para executar as obras da fase 3, avaliadas em R$ 355 milhões, a Cemig já assinou contratos com três grupos de grandes construtoras. Assim, quando o ano findar, a previsão total do Programa de atender 285 mil famílias será uma realida-de, e a Taxa de Atendimento Rural na área de concessão da Cemig no Estado de Minas se aproximará de 100%.

Caldeirão culturalFormado por 89 municípios,

o Norte de Minas é fortemente marcados por suas riquezas cul-turais, famosas pelos quatro cantos do Estado e até mesmo fora dele. Afinal de contas, quem nunca ouviu falar da carne de sol de Mirabela ou da cachaça de Sa-linas? Traços culturais que se traduzem em manifestações folclóricas, nas tradi-ções passadas de geração a geração e em sabores marcantes.

Carne serenada ou de sol, pequi, maxixe, coentro, cachaça, manteiga de garrafa, quitandas e requeijão em barra. Tem tudo isso e muito mais nos merca-dos e feiras populares da região, onde é possível perder-se em meio aos mais atraentes aromas, cores e paladares. Isso sem falar na fartura de frutas e nos derivados da mandioca, como a goma, o biju e a farinha.

As águas do Rio São Francisco ba-nham a região, levando o desenvolvi-mento e enriquecendo as cidades por onde passam, com suas lendas, culinária típica e cultura da população ribeirinha. Às suas margens, as lavadeiras entoam cantigas recordadas da infância, crianças se refrescam no rio e pescadores tiram o alimento para a família. Aportado em Pirapora, o vapor Benjamim Guimarães, uma relíquia viva de 1913, navega no Velho Chico, contando, para o presente, as histórias vividas no passado.

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Cristália, a 581 quilômetros de Belo Horizonte, é um dos municípios do Norte de Minas

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MINAS GERAIS

Na rota do crescimentoPrograma CresceMinas chega a sua reta final com mais de R$ 600 milhões investidos em todo o Estado

Nos últimos cinco anos, o sistema de distri-buição de energia em Minas Gerais teve signifi-cativo aprimoramento. O CresceMinas, um dos programas estruturadores do Governo Estadual, foi um dos responsáveis por essa guinada, que canalizou um total de R$ 750 milhões em obras de infraestrutura. Do Norte ao Sul de Minas, cerca de 310 municípios são beneficiados direta-mente pelas ações desse programa.

A partir de 2004, o mercado de energia elé-trica atendido pela Cemig apresentou uma rápi-da recuperação, após o racionamento ocorrido em 2001 e 2002, com vários projetos de expan-são do setor industrial e de crescimento do mer-cado de distribuição.

Além disso, o sistema de distribuição se mos-trava crítico nessa época em várias regiões de Minas Gerais, com o esgotamento de um grande número de linhas de distribuição que atendiam aos sistemas radiais – principalmente nas regi-ões Norte e Leste – e a redução da vida útil dos sistemas de média tensão, bem como apresen-tava restrições ao atendimento de novos consu-midores e na ampliação da carga dos existentes, em especial, nas regiões Oeste e Central.

Assim o desafio estava traçado: era necessá-rio fazer reformas e melhorias no sistema de dis-tribuição e, mais que isso, ampliar a capacidade do fornecimento de energia elétrica. Foi aí que surgiu o programa CresceMinas, que estabele-ceu uma série de obras importantes com foco nessas duas demandas. “Os estudos de plane-jamento do sistema elétrico da Cemig aponta-ram as regiões mais críticas, demandando ações concentradas e integradas para implantação do Ar

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Programa CresceMinas”, explica o coordenador do programa e superintendente de Implantação de Empreendimentos de Alta-Tensão da Distri-buição da Cemig, Arnoldo Magela Morais.

O programa inicial, de caráter emergencial, visou a beneficiar um maior número de amplia-ções de subestações e linhas de distribuição em um curto período. “Focamos nas áreas mais crí-ticas, nas quais eram necessários reforços e re-formas emergenciais”, conta o coordenador.

Além de contribuir com desenvolvimento econômico do Estado, o CresceMinas deu supor-te a outros programas da Cemig, como o Luz para Todos (leia mais na página 16). “O CresceMinas viabilizou o reforço de vários pontos do sistema de alta-tensão da distribuição, com infraestru-tura necessária ao crescimento das redes de

média e baixa tensões, possibilitando também ampliar o atendimento às áreas rurais”, explica o gestor do programa para as regiões Sul, Centro e Triângulo Mineiro, Israel Jorge de Oliveira.

Crescimento por completo

Os investimentos do CresceMinas beneficia-ram toda a cadeia de distribuição de energia, desde a baixa até a alta-tensão. No sistema de alta-tensão, foram construídas 10 novas subes-tações e outras 82 receberam reformas ou am-pliações. Além disso, foram construídos 580 qui-lômetros de linhas de distribuição. Neste ano, mais cem quilômetros de rede de alta-tensão serão adicionados à rede atual.

A SE Machado, no Sul de Minas, atende seis municípios da região

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No sistema de redes de média e baixa ten-sões, a meta de 4.371 quilômetros foi superada. Com investimentos de R$ 265 milhões, foram construídos 4.384 quilômetros. Para o consu-midor, todas essas obras representam melho-rias no fornecimento e na qualidade da energia, tendo como base parâmetros estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para medir a qualidade, são avaliados quesi-tos como nível da tensão, frequência e duração das interrupções. “Queremos contribuir para que a energia chegue ao consumidor com qua-lidade, ou seja, sem interrupções, com níveis de tensão adequados e dentro dos padrões regula-tórios”, comenta Arnoldo Magela.

No âmbito industrial, o fornecimento de energia tem um peso ainda maior. Afinal, dele depende a maior parte dos processos produti-vos. “Uma queda de energia pode comprometer toda a produção.” É por isso que a distribuição de energia com qualidade torna-se um atrativo para empresas que queiram se estabelecer no Estado.

pelos quatro cantos As obras do CresceMinas foram executadas

em quase 50% dos municípios atendidos pela Ce-mig. Eles representam todas as regiões mineiras e, juntos, somam uma população de cerca de 4 milhões de pessoas.

A Região Central recebeu R$ 79,8 milhões, aplicados na construção das Subestações (SE) Be-tim 5 e Igarapé 2, entre outras. Entregue no ano passado, a obra da SE Betim 5 garantiu reforço na distribuição para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, sendo a maior subestação abaixadora para média-tensão construída pela Cemig nos úl-timos dez anos. Na região, também foram execu-tadas obras de melhorias, como a ampliação da Subestação Nova Lima 1. No Centro-Oeste de Mi-nas, os investimentos, até o momento, foram de R$ 42,8 milhões. Entre as obras, está a construção da Subestação Cláudio 2. Orçado em R$ 15,3 mi-lhões, o empreendimento atende a cerca de 40 mil consumidores nos municípios de Cláudio, Ita-guara e Carmópolis de Minas.

A implantação da SE Papagaios garante o atendimento a novas demandas na região Central

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Nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, os in-vestimentos somaram R$ 18,7 milhões. Uma das ações foi a ampliação das Subestações Araçuaí 2, Capelinha e Pedra Azul. No Vale do Rio Doce, os R$ 30,7 milhões levaram à melhoria das instala-ções da SE Resplendor, da SE Engenheiro Caldas e da SE Peçanha.

No Triângulo Mineiro, foram investidos R$ 41,5 milhões, entre outros, na construção das Subestações Prata 2 e Perdizes, na ampliação das Subestações Carneirinho e Coqueiros, Cam-pina Verde 2, Tupaciguara, Prata 1 e Araporã.

O Norte de Minas recebeu o segundo maior investimento, totalizado, até o momento, em R$ 75 milhões. Foram construídas três novas subes-tações: Lontra, São Francisco 4 e Porteirinha 2, além da ampliação das Subestações de Taiobei-ras e Espinosa.

No Sul de Minas, R$ 49,1 milhões foram usa-dos em obras como a da Subestação Machado e na melhoria da subestações como a de São Gon-çalo do Sapucaí.

Charme e caféQuando se pensa no Sul de

Minas, a primeira coisa que vem à cabeça é o café, não é mesmo? Isso porque a região é a principal produtora do Estado, contribuindo, e muito, para a posição de destaque ocupada por Minas Gerais no mercado nacional.

E basta pôr o pé nas estradas do Sul para perceber a dimensão da atividade. Campos verdes de se perder de vista, cercados por mares de montanhas, ca-racterizam a paisagem e proporcionam belo espetáculo aos olhos.

Além da economia, o café marca pre-sença em aspectos culturais das cidades do Sul. Um exemplo é a gastronomia, que privilegia o grão não só como bebi-da, mas em criativas receitas. O café está no recheio do bombom, em bolos e por que não, em molhos para carnes, entre outras iguarias.

Mas o Sul é muito mais. São as fontes termais de São Lourenço, opções rela-xantes para os turistas que visitam a ci-dade. São os balneários de Caxambu. É a maestria na confecção de malhas. O frio-zinho característico que, no inverno, tor-na-se um atrativo para quem é de fora, principalmente em cidades charmosas como Maria da Fé e Cristina. São os pés de moleque de Piranguinho. O roman-tismo de Monte Verde. E tantas outras atrações que só mesmo conhecendo de perto para saber.

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SUSTENTABILIDADE

preservação na práticaCemig ganha destaque nas conferências sobre o clima e a biodiversidade realizadas pela ONU

Rafael Fiorine apresentou o programa Peixe Vivo na 10ª edição do COP sobre a Diversidade Biológica, realizado em Nagoia

Foi-se o tempo em que a questão ambiental era vista como um tópico secundário por paí-ses e empresas. Com a natureza já apresentan-do efeitos claros da ação do homem sobre ela, sociedade civil, setores produtivos e nações de todo o globo batalham por um consenso eco-nômico e diplomático que viabilize maneiras de conter as alterações climáticas e proteger a biodiversidade. Anualmente, a Organização das Nações Unidas (ONU) realiza as principais con-ferências mundiais para promover o debate so-bre esses temas tão delicados. A Cemig esteve presente em dois desses encontros, onde pôde apresentar seus projetos pioneiros e, sobretu-do, mostrar resultados concretos.

A primeira Conferência das Partes (COP) ocorreu em Berlim, em 1995, e deu origem ao chamado Mandato de Berlim. O documento confirmou o compromisso dos países partici-pantes de reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera. Nas edições seguintes, os resul-tados foram avaliados e novas propostas feitas.

Um episódio marcante da COP para Mudan-ças Climáticas aconteceu durante a realização do evento na cidade de Kyoto, no Japão, em 1997. Lá foi criado o Protocolo de Kyoto, que exige dos países signatários compromissos mais rígidos no combate à emissão dos gases res-ponsáveis pelo efeito estufa, considerado pela maior parte dos especialistas como a causa do aquecimento global. A grande polêmica ficou por conta da recusa dos Estados Unidos em as-sinar o protocolo. A justificativa dada pelo go-verno norte-americano foi o impacto negativo que a adoção das medidas previstas no termo traria à economia do país.

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Nas estações de piscicultura, espécies nativas de peixes

são estudadas e reproduzidas

Crianças se envolvem nas ações realizadas pelo

programa Peixe Vivo

Em dezembro de 2010, o COP chegou à sua 16ª edição e foi realizado em Cancun, no Méxi-co. Ele deu continuidade ao diálogo econômico e diplomático entre os países para intensificar ações de preservação ambiental. O Protocolo de Kyoto permanece como o único instrumento legal que determina que países desenvolvidos se comprometam a reduzir o nível de emissões. Infelizmente, os Estados Unidos, um dos maio-res emissores de gases causadores do efeito es-tufa, continuam relutando em assinar o termo. A China, o maior poluidor, chegou a assinar o documento, mas não tem agido de forma efeti-va para ratificá-lo. Ao contrário, continua inves-tindo pesado em usinas energéticas movidas a carvão.

“É preciso trazer os chineses e os norte-americanos para a discussão. Existe um custo na conservação ambiental que deve ser encarado por todos. É preciso restaurar uma rota de acor-do possível”, acredita Marco Antônio Fujihara, diretor da Key Associados. Com escritórios em Porto Alegre e São Paulo, a entidade oferece serviço de consultoria a empresas que buscam adaptar seus negócios a essa nova realidade, em que a questão ambiental é inexorável.

Durante o evento no México, a Cemig ga-nhou destaque no catálogo Climate Action, que reúne cases de sucesso de diversas empresas do mundo e é distribuído para todos os parti-cipantes do encontro. Intitulado Clean Ener-gy Initiatives (Iniciativas em Energia Limpa), o texto destacou os vários projetos conduzidos pela Companhia que buscam fontes limpas de energia. “A Cemig é um bom exemplo, pois ela entendeu há tempos que, além de ajudar na preservação ambiental, tais projetos criam uma reputação diferenciada para a Empresa. Com bons indicadores ambientais, a Companhia con-segue atrair capitais de longo prazo, graças ao respeito conquistado junto aos investidores”, argumenta Marco Antônio.

BiodiversidadeSe o clima e a vida no planeta são temas tão

intimamente ligados, é justo que a biodiversida-de da Terra também ganhe um palco de discus-sões sobre o seu uso correto e as maneiras de garantir sua conservação. Em outubro de 2010, a cidade japonesa de Nagoia sediou a décima

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Catálogo Climate Action: http://www.climateactionprogramme.org/publication/book_2010/

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Universo Cemig26

edição do COP sobre a Diversidade Biológica (COP 10). Organizações e mais de 190 países enviaram representantes para apresentar proje-tos, debatê-los e discutir novas propostas para assegurar o uso racional dos recursos naturais.

Rafael Augusto Fiorine, engenheiro de Meio Ambiente da Cemig, teve a missão de repre-sentar a Companhia no encontro, durante as duas semanas de duração do evento, na qual apresentou o programa Peixe Vivo. Lançada em 2007, a iniciativa prevê o estudo e a conserva-ção da ictiofauna das bacias hidrográficas onde estão instaladas usinas da Empresa.

“Pela primeira vez, o programa foi mostra-do em um evento desse porte. O retorno das pessoas foi excelente. Muitas disseram que es-peravam ansiosas por exemplos práticos e con-solidados de preservação ambiental”, recorda Rafael. Em um primeiro momento, empresas e governos tiveram 15 minutos para apresentar seus programas e principais resultados. Em se-guida, foi aberto o espaço para debates.

“Uma das grandes características dessa ini-ciativa, e que procurei enfatizar na COP 10, foi a proximidade que estabelecemos com as comu-nidades locais para a realização do trabalho”, ar-gumenta. Por meio de levantamentos e estudos feitos pelos técnicos, hoje, a Empresa sabe exa-tamente como os cardumes se comportam pró-ximos das usinas e como operá-las de forma a causar o mínimo de impacto. “As comunidades reconhecem o empenho da Cemig na preserva-ção das espécies”, afirma o engenheiro.

Assim como na COP 16, várias publicações foram lançadas, durante a COP 10, sobre a biodi-versidade. Uma delas foi editada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). O catálogo destacou as ações do programa Peixe Vivo e o trabalho de mapeamento genético das espécies de peixes das bacias dos rios Grande e Araguari.

Crescimento econômico x preservação de recursos naturais

“A preservação de recursos naturais ajudará a definir quais empresas serão mantidas e quais deixarão de existir nessa e nas próximas déca-das”, afirma Marina Grossi, presidente executi-va do CEBDS. Ela acredita que só a empresa que inserir a sustentabilidade em todos os seus pro-cessos conseguirá ser economicamente viável, ambientalmente correta e socialmente justa.

A presidente destaca o crescente interesse da sociedade sobre o tema. Mais vigilantes e exigentes, as pessoas sabem identificar empre-sas que têm muita retórica, mas pouca ação. A pesquisa “Comunicação e Educação para a Sustentabilidade”, encomendada pelo CEBDS e divulgada no segundo encontro do Sustentável 2010, mostra que 98% das pessoas entrevista-das disseram já ter ouvido falar alguma coisa so-bre meio ambiente ou responsabilidade social nos últimos tempos, mas apenas 15% delas dis-seram acreditar que as empresas de fato fazem o que dizem na comunicação sobre sustenta-bilidade. “A adoção de práticas sustentáveis se tornará imperativa na gestão das empresas num futuro próximo, mas elas devem tomar cuidado para que essas ações sejam de fato implemen-tadas para, então, serem divulgadas”, aconselha Marina.

Marina Grossi acredita que a sustentabilidade deve ser inserida nas rotinas das empresas

Ciclo de encontros sobre a sustentabilidade e a gestão responsável realizado pelo CEBDS. Em 2010, o evento teve a sua terceira edição

realizada em Salvador (BA)

Fundado em 1997, o conselho promove o desenvolvimento sustentável entra as empresas. Foi a primeira instituição no

País a falar do tema dentro do conceito do tripple bottom line, que define a sustentabilidade pelo equilíbrio dos três pilares: o

econômico, o ambiental e o social

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A Usina de Irapé é uma das mais modernas do País

MINAS GERAIS

A gigante das águasLocalizada no Vale do Jequitinhonha, Usina de Irapé é marco nas ações da Cemig em todo o Estado

Hoje a Usina Hidrelétrica (UHE) Juscelino Ku-bitschek ou Usina Irapé, como é conhecida, é um empreendimento consolidado. Sua barragem de 208 metros ostenta os títulos de mais alta do Bra-sil e segunda maior da América Latina. Com uma potência instalada de 360 MW, a UHE possui três turbinas com geração de 120 MW cada e uma potência média assegurada de 260,3 MW, o que representa 1.807.188 MWh, o suficiente para abastecer um milhão de pessoas por um ano.

“As turbinas utilizadas são do tipo Francis, adequadas para operarem entre quedas de 40 até 400 metros. No caso de Irapé, a queda no-minal é de 158,5 metros”, explica o engenheiro de meio ambiente Adriano Campos Lemos, da Gerência de Manutenção de Ativos de Geração Norte da Cemig.

O lago do reservatório possui um grande es-pelho d’água, de uma margem a outra, e está localizado entre os municípios de Berilo e Grão Mogol, alcançando ainda Turmalina, Leme do Prado, José Gonçalves de Minas, Botumirim e Cristália, em uma área total equivalente a 134 mil hectares.

Inaugurada pela Companhia em 2006, a UHE Irapé está entre as mais modernas do País. É uma das poucas usinas hidrelétricas com a capacidade de gerar energia, caso necessário, sem o uso da água na continuidade da rotação de suas turbi-nas.

Devido às condições geológicas, ao difícil acesso e à infraestrutura local, os vertedouros – que servem essencialmente para regular o nível

e liberar o excedente de água do reservatório –foram construídos em forma de túnel, havendo antes uma seleção criteriosa de materiais para barragem, visto que seu núcleo é formado por argila. A produção é transmitida por meio do Sistema Interligado Nacional, por duas linhas principais, a Irapé – Montes Claros (345 kV) e a Irapé – Araçuaí (230 kV), ambas construídas com participação da Cemig. Durante a obra da usina, foram gerados mais de 8 mil empregos diretos e indiretos.

Com o enchimento do lago, 638 famílias fo-ram reassentadas em fazendas distribuídas em 17 diferentes municípios da região. Passada a fase de construção e reassentamentos, a UHE Irapé já faz parte da paisagem e da vida dos mo-radores do Norte de Minas, demonstrando que, além da tecnologia desenvolvida, a Empresa tem o compromisso de levar perspectivas e desenvol-vimento para as comunidades locais.

Perspectiva de um futuro melhor

Para que o processo de construção e de mu-danças na região pudesse garantir o máximo de segurança e bem-estar à população, foi criada uma Comissão Especial para Acompanhamento e Viabilização da execução das ações socioam-bientais vinculadas à fundação da usina.

O grupo foi responsável por desenvolver e

UHE Irapé: www.irape.com.br

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Ao longo da história

1998Cemig vence a licitação da concessão da Usina de Irapé

2000Assinatura do contrato de concessão

2002Início das obras

2003Desvio do Rio

2005Início da formação do reservatório

2006Geração de energia

acompanhar, entre outras ações, o reassenta-mento das famílias. Cada morador teve a opor-tunidade de escolher uma fazenda, após visitar pessoalmente os locais demarcados, já dotadas de benfeitorias como moradia, luz elétrica e sis-tema de abastecimento de água. Foram distribu-ídos lotes para 632 famílias, 301 filhos solteiros maiores de 18 anos e 39 terras de herança. Cada lote é equivalente a um módulo fiscal, unidade fixada de acordo com cada município, e que na região varia entre 40 e 60 hectares com uma área mínima construída de 64 m2. A Cemig foi respon-sável pela construção e entrega de 484 casas.

“Antes, não tínhamos nenhuma perspectiva e vivíamos da colheita de café e do corte de cana”, diz a moradora da antiga comunidade de Manda-caru, Jorgina Moreira de Almeida Alvarenga. Essa é uma realidade bem comum na região. Sem a chance de bons empregos, várias pessoas se des-locavam para outras regiões do País em deter-

minadas épocas para trabalharem em canaviais e fazendas de café. Em alguns casos, essa era a base da renda familiar. “Hoje, moro na comuni-dade de Igicatu, em José Gonçalves de Minas. Eu e minha família estamos muito satisfeitos. Tivemos assistência técnica e orientação para o plantio e temos em nossa propriedade café, mi-lho e feijão. Montamos até mesmo um pequeno comércio”, conta Jorgina.

Para capacitar os moradores e contribuir para a geração de trabalho e renda, foi feita uma par-ceria entre a Usina e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), no desenvolvimento de um projeto de revitalização do artesanato local para 130 reassentados, com idades entre 14 e 75 anos. Os trabalhos renderam, em 2009 e 2010, exposições no prédio sede da Cemig, em Belo Horizonte.

A Empresa também investiu na educação da região, construindo 12 novas escolas e reforman-do as outras 12 existentes. Também angariou recursos para aquisição de 11 ônibus escolares para atender a população e apoiou a construção de 11 postos de saúde nos municípios sob influ-ência das atividades da UHE Irapé.

A Cemig também foi responsável por várias outras ações sociais na região, como o Centro de Referência Porto dos Cori, em Leme do Prado, e o Projeto de Melhoria da Infraestrutura dos Nú-cleos Urbanos. Além disso, a Companhia criou, por meio de parcerias, os sistemas de coleta e tratamento do esgotamento sanitário e renovou o transporte local com a compra de novas balsas motorizadas, nas comunidades de Botumirim e Cristália.

nossa gente, nossa forçaApoiar a mão de obra local é um dos pon-

tos mais fortes do empreendimento. Aldemicio Mendes Ferreira foi um dos muitos beneficiários. Durante a obra, ele teve a possibilidade de tra-balhar para o Consórcio Construtor de Irapé. “Eu tinha apenas ensino médio e acabei participan-do, por meio da empresa, de um curso profissio-nalizante em eletricidade.” Segundo ele, mesmo os moradores da região que não atuam na Usina estão se profissionalizando e buscando outras formas de trabalho que não sejam nas colheitas e nos canaviais. “Trabalho hoje como eletricista de manutenção. Mas, para o futuro, quero fi-nalizar a faculdade de Administração e conciliar

Arquivo. Cemig

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Crianças jogam bola em rua do

novo povoado de Peixe Cru

minha atividade atual com o comércio da minha família”, diz.

Sem descuidar do passadoComo uma das maiores preocupações duran-

te as obras era com a preservação e a valorização do patrimônio histórico e cultural da região, a Cemig criou, próximo à casa de força (local onde ficam armazenadas as turbinas), o Centro de Re-ferência e Memória de Irapé.

O espaço reúne o acervo recolhido e pesqui-sado durante a obra – um levantamento comple-to de bens, imóveis e registros orais, musicais, folclóricos e culturais, além de maquetes de anti-gas fazendas, da própria usina e do antigo povo-ado de Peixe Cru, hoje inteiramente reconstruído com toda a infraestrutura urbana.

“Tentamos mostrar à comunidade a riqueza do Vale do Jequitinhonha. Legados como ossa-das indígenas, fotografias antigas das pessoas e costumes já esquecidos”, conta Ádila Martins da Silva, coordenadora do Centro de Referência.

O público que visita o local inclui de estudan-tes de escolas municipais a pesquisadores. “Te-mos em nosso acervo um bom material de pes-quisa arqueológica, como dois corpos sepultados em posição fetal, como os antigos indígenas da região costumavam fazer. Eles são muito raros”, diz ádila. Aliás, é dela a melhor explicação do porquê da usina ser chamada de Irapé. “Quando os engenheiros chegavam aqui, as estradinhas da região não davam acesso aos carros. Quando perguntavam aos moradores como fariam para chegar, a resposta era única: ‘Ir a pé, uai!’. Aca-bou ficando!”, finaliza.

Em plena atividadeUma das boas notícias recebidas pela UHE

Irapé foi a revalidação de sua Licença de Ope-ração (LO) pelos próximos seis anos, após longo processo, iniciado em uma reunião na Superin-tendência Regional de Meio Ambiente e Desen-volvimento Sustentável do Jequitinhonha (Su-pram Jequitinhonha), em Diamantina, em junho de 2008.

A votação e a aprovação da revalidação da licença pelo Conselho Estadual de Política Am-biental do Jequitinhonha (Copam Jequitinhonha) ocorreram em reunião realizada no final do ano passado.

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Além do acervo, estão expostas as homenagens recebidas pela Usina, como o Prêmio Furnas Ouro Azul (2006), o Ponte de Alcântara (2009) e o Mineiro de Gestão Ambiental (2009)

Vale de riquezas Vale do Jequitinhonha é forma-

do por 51 municípios, agrupados em cinco microrregiões, no Norte de Minas Gerais. O sol escaldante é quase regra na região, que convive com longos períodos de seca e sérios problemas sociais. Contudo, em meio às adver-sidades, o Vale mostra sua riqueza, manifesta-da, principalmente, na força e na capacidade de sua gente.

Povo que batalha na roça, driblando as con-dições climáticas para produzir alimentos. Com criatividade, aproveita-se de tudo. O frango caipira, criado no quintal de casa, vira ensopa-do e pirão. As frutas transformam-se em do-ces, licores, sucos e vitaminas. Dos mercados, a vasta diversidade de grãos é usada em pratos apetitosos, como a irresistível farofa de feijão-catador.

A região também faz bonito no artesanato. Com suas peças moldadas a mão, o Vale ficou famoso até mesmo fora do País. Também pu-dera. Não há como não se encantar com as pe-ças em couro, madeira e, principalmente, em cerâmica. Uma herança das culturas negra e indígena, a arte em barro é um retrato do coti-diano simples do povo da região.

E o que falar da música? A região projetou verdadeiros artistas para todo o Brasil, como Rubinho do Vale, Paulinho Pedra Azul e, ainda, os Meninos Cantores de Araçuaí e as Lavadei-ras de Almenara.

Para quem ainda quer mais, basta lembrar-se da beleza do Rio Jequitinhonha, do patri-mônio arquitetônico de cidades como Serro, Diamantina e Minas Novas, das tradições cul-tivadas há gerações e de um jeito característi-co de ser que quem conhece não se esquece jamais.

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Santos e OratóriosSantos e Oratórios são constantes no artesanato de um povo religioso como o mineiro. Produzidos com diversos materiais, apresentam também características do barroco.

VITRINE

Da palhaao ouro

Esculturas em madeira e barro, ce-râmica, joalheria, tecelagem, mobiliário doméstico, instrumentos musicais. O artesanato é uma das mais ricas e diver-sificadas expressões da cultura mineira. Iniciada no século 17, durante o Ciclo do Ouro, a confecção artesanal surgiu como fonte de renda de produtores in-dependentes e trabalhadores livres.

O artesanato é uma mescla dos re-cursos naturais da terra com a criativi-dade herdada dos indígenas, mulatos, cafusos, mamelucos e povos coloniza-dores. Conhecer a história de Minas Gerais contribui para entender a men-sagem de cada um dos objetos, suas utilidades e peculiaridades. Além de re-fletir as características da região onde é produzida, também transmite costumes e incentiva o turismo.

Há 40 anos em Belo Horizonte, o Centro de Artesanato Mineiro (Ceart), localizado no Palácio das Artes, reúne trabalhos de grandes artistas, que res-gatam as raízes do Estado e transfor-mam-no em um dos maiores polos ar-tesanais da América Latina. Da palha ao ouro, passando por diferentes materiais e cumprindo todas as tipologias da tra-dição mineira, o artesanato é uma fonte rica de beleza, história e cultura.

Principais obras:EstanhoO estanho é um material muito nobre no mercado da arte, exportado para diversos países. No Brasil, é produzido exclusivamente em Minas Gerais, na cidade de São João Del Rey.

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Fotos: Ronaldo Guimarães

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Bonecas de CabaçaFeitas a partir da cabaça, as bonecas recebem elementos da pintura e do biscuit. Começaram a ser produzidas em Sete Lagoas e tornaram-se uma tradição mineira contemporânea.

Mulheres do Vale do JequitinhonhaBonecas características com traços marcantes da fusão étnica do Vale do Jequitinhonha, sobretudo a negra e a índia. Realçam a pigmentação e a modelagem herdadas dos africanos e dos indígenas.

Tapete ArraioloDe origem portuguesa, é o tapete mais tradicional do artesanato mineiro, com

seus bordados, cores e motivos coloniais. É confeccionado em Diamantina, no Vale

do Jequitinhonha, desde o século 17.

divinoFeita em cedro maciço, a pomba da paz representa a fé do mineiro no Divino Espírito Santo. Produzida por Naninho, artista da cidade mineira de Bichinho, povoado próximo a Tiradentes, no Campo das Vertentes.

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Centro de Artesanato Mineiro

Av. Afonso Pena, 1.537 - CentroTelefone: (31) 3272-9516Horário de funcionamento: das 9h às 19h45, de se-gunda a sexta-feira, das 9h às 14h, no sábado, e das 8h às 13h, no domingo

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DICAS CULTURAIS

Uma outra história das Gerais

Foram dez anos de pesquisas e mais de 10 mil quilômetros rodados. Tudo isso para resgatar as histórias que rodeiam as grandes fazendas erguidas nos séculos 18 e 19, no Sul de Minas

Gerais. O arquiteto Cícero Ferraz Cruz colocou o pé na estrada e presenteou o público com um precioso acervo, que, para surpresa de muitos, ainda se man-tém vivo e em plena atividade.

Mais que um estudo sobre a arquitetura de cem imóveis rurais catalogados na região, o livro “Fazen-das do Sul de Minas Gerais: arquitetura rural nos sé-culos XVIII e XIX” (Monumenta/Iphan/Ministério da Cultura) debruça-se em uma história que, de certa forma, foi ignorada por pesquisadores e historiado-res: a das Minas que não eram do ciclo do ouro nem de Aleijadinho.

“Há um fascínio das pessoas por esse período da história e pelo que foi construído naquela época. Para quem é de fora, Minas Gerais é só ouro e barro-co.” Cícero observa que, na última década, o período “pós-ciclo do ouro” ganhou mais espaço em estudos históricos, mas o mesmo não aconteceu com a ar-quitetura.

O interesse de Cícero Ferraz pelas fazendas do Sul foi despertado na infância – quando mudou-se para Varginha, aos 7 anos – e amadurecido na época de universitário, vivido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

Inspirado pelo respeitado especialista Antônio Luís Dias de Andrade, ou Janjão, como é chamado carinhosamente pelos alunos, Cícero resolveu que os passeios pela terra natal de seus pais seriam eleva-dos a objetos de estudo. “Aproveitava as férias e os feriados para visitar as fazendas. Primeiro, aquelas que já conhecia ou que eram indicadas por parentes ou amigos. Depois, passei a perguntar às pessoas. Uma fazenda levava a outra.”

Em seu livro, arquiteto mineiro faz viagem por dois séculos de história para mostrar a riqueza patrimonial das fazendas do Sul de Minas

Cícero se viu diante de um passado que per-manece vivo. Ainda que algumas propriedades já se encontrassem em péssimo estado de con-servação, em sua maioria, passados três séculos, continuam ativas, com a produção de leite, culti-vo de café e cereais.

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para todos os leitoresEm suas 354 páginas, o livro traz conteúdo

capaz de encantar não só profissionais ligados à arquitetura, como também o público co-mum, acima de tudo, os curiosos e interessa-dos em mergulhar na história do Estado.

Em quase 90 páginas, divididas em cinco capítulos, Cícero Ferraz analisa as técnicas aplicadas na construção das propriedades, mostrando suas origens e adaptações sofridas para se encaixarem às condições regionais. Para o arquiteto, as fazendas constituem-se em um sistema homogêneo, em que algumas características se repetem, como a “gaiola”: “uma estrutura autônoma de madeira empre-gada nessas construções.”

Presente para os olhos é o capítulo “In-ventário das fazendas”, em que o autor reúne, em 195 páginas, um acervo de fotografias e detalhes de cada uma das propriedades por ele visitadas. Nas imagens clicadas pelo autor, são privilegiados detalhes das edificações, da decoração no interior dos espaços e, também, traços do cotidiano de quem habita as fazen-das. Em um segundo anexo, são apresentadas fotografias, a maioria delas fornecida pela Ce-mig, de imóveis de outras partes do estado.

Ao pegar carona com o arquiteto nessa viagem, o leitor vai entender a complexida-de das fazendas sul-mineiras, que viviam de diversas atividades, todas complementares e que garantiam a independência das proprie-dades. “A autossuficiência está expressa mais no conjunto das edificações que na casa em si. Tudo é montado para funcionar e abastecer a fazenda”, conta Cícero.

Radicado em São Paulo, onde atua na Bra-sil Arquitetura, Cícero Ferraz Cruz já está com projetos de um próximo livro, no qual dará continuidade à saga de “Fazendas do Sul de Minas Gerais. “Vou retratar a rede de relações entre essas fazendas”, conta.

Sobre a obra: Título: “Fazendas do Sul de Minas Gerais: arquitetura rural nos séculos XVIII e XIX”Editora: Monumenta/Iphan/Ministério da CulturaNº de páginas: 354 Valor: R$ 70

Disponível para download no site http://www.monumenta.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/01/arquitfazendassminas-completo.pdf

INTERNET

As histórias das grandes fazendas do sul de Minas Gerais

são retratadas no livro de Cícero Ferraz Cruz

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COM A PALAVRA

Dia de lua. Cheia. Tarde do dia. Silêncio na vila. O rio reflete. Céu es-trelado. A lua a nascer. Não tardará. Diziam. Os preparativos começavam. Lanternas, câmera, facão. Calça, meias, jaqueta. Frio na barriga. Era uma caçada. Afinal. Religiosamente marcada. Numa noite de lua. Cheia de espera. Expectativas. Vivenciar um fato. Ato de sobrevivência. De um lado. Necessidade de apreender. Do outro. Vamos! À frente. Seguiu Adão. Com uma lanterna. Um par de velhos chinelos. Pela grota subimos. Interminável grota. Meio do cerrado. Pela plantação passamos. De Adão. Outro. Cândido. A subir continua-mos. Distante o rio corria. Para longe. Cada vez mais. Baixo. Cada vez mais. Altos. Estávamos. Distantes. Perto das estrelas. Sensação ímpar. Suava frio. Estava fria. A noite. Para chegar corríamos. Antes dos bichos. Saírem. Um observatório avançado. Dizia. A alguns metros. Do chão. Privilegiada posição. Para os bichos avistar. Da toca. Saindo. Entre árvores. Escondi-dos. Na terra escavada. Por entre pe-dras. Pedro. Era o nome. Do mais ve-lho. Da vila. Muita caça. Por toda vida. Dizia que não. Fome não tinha. Von-tade de comer. Apenas. Imaginava. A fio este. Por quantas noites. Entre outros. No observatório debruçados. A caça chegar. Esperavam. Agradecer a chance. Num ato de misericórdia. A vontade saciar. De comer. É logo ali! A subir continuávamos. Por doze ve-zes. A frase escutei. Não desanimo. Uma foto poderia. Registrar. Saindo da toca. O bicho. Sem sequer saber. A grota. Você sobe aqui. Chegamos! Vou pra lá. Silêncio. Onde subir? Nes-

Bicho da terrasa árvore. Sussurrava. Aqui. Lá em cima. Fique sentado. Tem um jirau. Sem barulho. Num pé de pequi. Subi. Retorcido. Galhos secos. Atravessa-dos. Amarrados. Com cipós, ao tron-co. Sensação estranha. Confesso. No meio da grota. Vivas. Duas almas. Em sua árvore. Cada uma. Silêncio. Para não cair. Equilibrando. Em cima da toca. Debaixo das estrelas. Sem igual. Satélites. O que pensariam? Expli-cações não haveria. Provavelmente. Imóveis. Dois pontos. Por três horas. E meia. Silêncio absoluto. O frio escu-tando. Vento cortante. Da noite, sons variados. Não deu as caras. O bicho. Abrigado. Na toca ficou. Visto noite. Nunca tinha. De lua cheia. Sem lua. Como aquela. Sem fotos. Caçada fo-tográfica. Sem caça. Não mais sentia. A perna. A caçada. Terminamos. Hoje não. Vai dar em nada. Dizia. Dez me-tros distante. Adão de cima. De uma árvore. Também retorcida. Situação retorcida. Acendemos. As lanternas. Tão longe. O chão nunca esteve. As-sim como a lua. Pelas montanhas engolida. Jequitinhonha. Do vale. De madrugada apareceu. Para iluminar. Da trilha, últimos passos. Não mais existe. Em lembranças apenas. De tão retorcidas. Únicas. Distantes.

Hayato Hirashima Arquiteto e urbanista, cientista social e engenheiro de Segurança do Traba-

lho, é diretor comercial da empresa Paralelo 19 Gestão de Projetos. O

texto acima integra o livro “Nossas Acontecências: causos de Irapé’’, de

autoria de profissionais envolvidos na construção da Usina de Irapé.

“(...)Com uma lanterna. Um par de velhos chinelos. Pela

grota subimos. Interminável grota. Meio do cerrado. Pela

plantação passamos. (...)”

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RETRATOS DO BRASIL

Bicho da terra

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Entre as paisagens da Praça da Liberdade, as curvas sinuosas e

ilusionistas do Edifício Niemeyer se destacam.

Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na

década de 1950, o arranha-céu remete a

modernidade da cidade em meio às montanhas

de Minas Gerais.

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Universo Cemig36www.cemig.com.br

Agora, queremos agradecer aos nossos quase 7 milhões de clientes, em 774 municípios de Minas, que reconhecem a qualidade dos nossos serviços.

É por eles que, em 2011, vamos trabalhar mais para conquistar o primeiro lugar na satisfação dos consumidores.

No ano passado, investimos mais de R$ 200 milhões em ações para agilizar nosso atendimento e reduzir a frequência e a duração das interrupções do serviço. Para fechar o ano, fomos finalistas do PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade.

Em 2010, a Cemig subiu da sexta para a segunda posição na preferência dos consumidores da Região Sudeste, medida pelo Índice Aneel de Satisfação do Consumidor – IASC 2010, da Agência Nacional de Energia Elétrica. O IASC visa estimular a melhoria dos serviços, orientado pela satisfação do consumidor.

SABE COMO VAMOS COMEMORAR ESSA CONQUISTA? TRABALHANDO PARA SER A

A Cemig é a segunda melhor distribuidora de energia, na opinião dos consumidores do Sudeste.

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