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DOMINGOS CESAR NUNES RODRIGUES PREVALÊNCIA DE CÁRIE ELEVADO EM CRIANÇAS DE SEIS A QUATORZE ANOS DA ESCOLA MUNICIPAL RURAL PÓLO MONTE AZUL E EXTENSÕES: UM PROBLEMA PRIORITÁRIO

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DOMINGOS CESAR NUNES RODRIGUES

PREVALÊNCIA DE CÁRIE ELEVADO EM CRIANÇAS DE SEIS A QUATORZE ANOS DA ESCOLA MUNICIPAL RURAL PÓLO MONTE AZUL E EXTENSÕES:

UM PROBLEMA PRIORITÁRIO

Corumbá2011

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DOMINGOS CESAR NUNES RODRIGUES

PREVALÊNCIA DE CÁRIE ELEVADO EM CRIANÇAS DE SEIS A QUATORZE ANOS DA ESCOLA MUNICIPAL RURAL PÓLO MONTE AZUL E EXTENSÕES:

UM PROBLEMA PRIORITÁRIO

Monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito para a Conclusão do Curso de Pós Graduação em Atenção Básica em Saúde da Família, sob a orientação da tutora Rosemarie Dias Fernandes da Silva

Corumbá2011

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Dedico este trabalho a minha avó, Alice Maia Nunes (in memoriam) e meu tio Maury Maia Nunes (in memoriam), por terem sido meus maiores incentivadores para que eu abraçasse esta carreira de Odontólogo.

Aos meus pais, Jonas Rodrigues e Marly Nunes Rodrigues, pelo constante incentivo profissional.

Às minhas filhas, Talini Rodrigues e Larissa Jonaly, pelo constante apoio familiar.

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AGRADECIMENTOS

A todos que colaboraram na consecução deste trabalho científico, o meu MUITO OBRIGADO.

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RESUMO

A presente monografia aborda a questão da prevalência de cárie em crianças entre a faixa etária de seis a quatorze anos da Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul e Extensões, na região do Taquaral, no município de Corumbá (MS). Ocorre em dois momentos distintos: o primeiro trata do respaldo teórico em autores consagrados acerca de cárie dentária e seus principais problemas gerados à população e o segundo aborda uma pesquisa de campo junto a pais ou responsáveis pelas crianças que estudam naquela escola, versando sobre os cuidados básicos que as crianças devem ter diariamente com a escovaçao dos dentes,como também os cuidados após os lanches feitos na escola, sob a supervisão do professor de disciplina. Como resultados alcançados, ficou entendido que a maior parte dos problemas relacionados com a higiene bucal reside na ausência de hábitos alimentáres saudáveis e na falta de informação aos pais ou responsáveis. Ficou comprovado que elevado nível de respondentes sabem o que significa cárie dentária e os efeitos nocivos que causam ao ser humano, entretanto, parecem pouco se preocupar com os cuidados a serem tomados para evitar a doença. Ainda que seus filhos recebam kits escovas e as levam para a escola, tais procedimentos logo caem em desuso.

Palavras-chave: Cárie dentária. Prevenção. Higiene Bucal. Assentamento Taquaral.

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ABSTRACT

This monographye addresses the issue the prevalence of caries in children between the ages six to fourteen years of Rural Municipal School Pole Monte Azul and extensions, in the region of Taquaral, in the municipality of Corumbá (MS). Occurs at two different times: the first treats of the theoretical backing authors devoted about dental caries and its key problems caused to the population and the second discusses a field research with parents or guardians of children who study at the school, which deal, about the basic care that children must have daily with the escovaçao of the teeth, but also the care after the snacks made in schoolunder the supervision of professor of discipline. As the results achieved, it is understood that most of the problems related to oral hygiene is the lack of healthy alimentáres habits and in the absence of information to parents or guardians. Demonstrated that high level of respondents know what it means to dental caries and the harm they cause to human beings, however, seem to have little to worry about the care to be taken to avoid the disease. Even though their children receive kits brushes and lead to school, they soon fall into disuse.

Keywords: Dental caries. Prevention. Oral Hygiene. Assentamento Taquaral.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Você sabe quantos dentes de leite seu filho (a) terá? ........................ 16

Gráfico 2 – Você sabe o que é placa bacteriana? ................................................. 17

Gráfico 3 - Você sabe que doenças a placa bacteriana pode causar? ................. 17

Gráfico 4 - Você sabe o que é cárie dentária? ...................................................... 18

Gráfico 5 - Você sabe o que provoca a cárie dentária? ........................................ 19

Gráfico 6 – Você sabe quantos dentes permanentes seu filho (a) terá (ão)? ....... 19

Gráfico 7 – Você sabe com quantos anos nasce o primeiro dente permanente em

seu filho (a)? .......................................................................................................... 20

Gráfico 8 – Você sabe onde ele se localiza na boca do seu filho? ....................... 20

Gráfico 9 – Você sabe o que é flúor e sua importância para os dentes? ............. 21

Gráfico 10 – Você sabe por que uma correta higienização bucal é importante para

seu filho (a)? ......................................................................................................... 21

Gráfico 11 – Você sabe quais são as características mais adequadas da escova

dental para seu filho (a) ........................................................................................ 22

Gráfico 12 – Você usa fio dental? .......................................................................... 22

Gráfico 13 – Você escova os dentes do seu filho (a)?............................................ 23

Gráfico 14 – Ele (a) consegue escovar seus dentes sozinho (a)? ........................ 23

Gráfico 15 – Você tem fio dental em casa?............................................................ 24

Gráfico 16 – Você usa fio dental nos seus filhos (as)? .......................................... 25

Gráfico 17 – Seu filho (a) ingere muitos doces todos os dias?............................... 25

Gráfico 18 – Seu filho (a) escova os dentes na escola após o lanche? ................ 26

Gráfico 19 – Seu filho (a) leva escova de dente para a escola? ........................... 26

Gráfico 20 – Seu filho (a) escova os dentes mais de 2 vezes por dia? ................. 27

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Ações necessárias para plano de intervenção em Saúde Bucal - equipe de Saúde da Família ESF Rural Taquaral, Corumbá, Mato Grosso do SUL, 2011: Hábitos alimentares: .............................................................................................. 36

Quadro 2 – Ações necessárias para a solução de nós críticos para o plano de intervenção em Saúde Bucal - equipe de Saúde da Família Rural Taquaral, Corumbá, Mato Grosso do Sul, 2011: Nível de informação ................................... 37

Quadro 3 - Proposta de Intervenção junto aos alunos e seus responsáveis da Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul e Extensões ........................................... 38

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................... 8

1 A CÁRIE DENTÁRIA COMO DOENÇA CRÔNICA ............................................ 10

2 A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) RURAL TAQUARAL ............. 12

2.1 Educação permanente em saúde .................................................................... 13

3 ÍNDICE DE CÁRIE ELEVADO EM CRIANÇAS DE SEIS A QUATORZE ANOS DA ESCOLA MUNICIPAL RURAL PÓLO MONTE AZUL E EXTENSÕES: UM PROBLEMA PRIORITÁRIO ............................................................................... 15

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .................................................... 16

4.1 Índice de Higiene Oral (IHO) em alunos examinados na Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul e Extensões .......................................................................... 31

5 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA A ATUAÇÃO PROFISSIONAL .......... 32

CONCLUSÃO ........................................................................................................ 43

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 45

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INTRODUÇÃO

A estratégia de Saúde da Família (ESF) é a base para a reorganização da

Atenção Básica a Saúde (ABS), no contexto da implementação do Sistema Único

de Saúde (SUS). Busca a atenção a saúde por meio de um conjunto de ações

individuais e coletivas, situadas no primeiro nível de atenção, voltadas para a

promoção, prevenção e tratamento dos agravos à saúde. Portanto, o Ministério da

Saúde vem reorientando o modelo assistencial a partir da Atenção Básica,

imprimindo uma nova dinâmica para a consolidação do Sistema Único de Saúde

(SUS). (BRASIL,1997).

A estratégia de Saúde da Família busca desse modo, a reorganização da

prática assistencial em novas bases e critérios, orientados para o cuidado da

população centrado na família. Dentro desta perspectiva,” os membros da equipe

de Saúde da Família devem desenvolver capacidade de observação,

relacionamento e comunicação para atuar com princípios éticos, cidadania,

responsabilidade, dignidade, honestidade e entendimento do significado do cuidar

de família”.(MAIA, 2005, p. 23).

Em Saúde Bucal, ao focar a família como seu principal eixo de trabalho,

busca-se, também, consolidar um novo modelo de atendimento, rompendo com os

modelos vigentes, caracterizados ora como curativo-mutiladores, ora meramente

de promoção de saúde da população infantil escolar.

Este trabalho está direcionado a avaliar os determinantes e condicionantes

de um problema enfrentado pela equipe de saúde bucal da ESF Rural Taquaral: o

elevado índice de cárie na faixa etária dos seis aos quatorze anos, principalmente

do primeiro molar permanente. Procurar-se-á avaliar as conseqüências da cárie

dental nas crianças da Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul para avaliação,

situada ao lado da UBSF do Taquaral, com um total de 217 alunos matriculados

nos períodos matutino e vespertino, e atuar junto às mães, gestantes e puérperas

melhorando o nível de informação, estimulando o autocuidado e cuidado com as

crianças buscando a qualidade de saúde bucal.

Há necessidade premente de se criar vínculo e co-responsabilidade entre a

equipe da ESF Rural Taquaral e as mães, gestantes e puérperas das áreas de

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abrangência, pois é preocupante a falta de freqüência e comprometimento dessa

faixa da população nas atividades educativas.

Como, na verdade, é um problema que envolve toda a equipe, pois a boca

não está isolada do corpo, o corpo não está isolado da mente, e as condições

socioeconômicas e ambientais influenciam sobremaneira toda a comunidade, uma

proposta de intervenção é apresentada, nesta perspectiva.

Metodologicamente, será procedido por meio de pesquisa descritiva na qual

o pesquisador procura conhecer e interpretar a realidade e pesquisa quantitativa,

em que o pesquisador registra, descreve e classifica os dados encontrados. Estes

dados são colhidos em pesquisa de campo junto às mães ou responsável pela

criança na faixa etária até os seis anos, ou seja, antes de atingir a faixa etária

problemática. Na ferramenta de coleta de dados questionam-se as mães e/ou

responsáveis sobre seus conhecimentos sobre os primeiros molares permanentes,

escovações, métodos preventivos, técnicas de escovações, etc. Posteriormente,

baseado no Índice de Higiene Oral (IHO) e no CPO-D de 2011 dos alunos da

Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul, elabora-se uma proposta de intervenção.

Para o Índice de Higiene Oral (IHO) o universo de 30% dos alunos matriculados e

para o CPO-D, 40% dos alunos matriculados são bases de referência para este

trabalho.

Das vinte e sete crianças matriculadas na Escola Municipal Rural Pólo

Monte Azul e Extensões na faixa etária entre 0 e 6 anos, vinte responsáveis

responderam o questionário. Apenas sete recusaram.

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1 A CÁRIE DENTÁRIA COMO DOENÇA CRÔNICA

A cárie dentária é uma doença crônica “resultante da dissolução mineral dos

tecidos dentários proveniente da produção de ácidos produzidos por bactérias,

quando estas metabolizam carboidratos, em especial a sacarose, oriundos da

dieta” (Ibidem, p. 294).

Na literatura odontológica, a associação entre nível socioeconômico e cárie

dentária está amplamente estabelecida. É um problema socioeconômico e

comportamental que afeta crianças em idade precoce e que, se não for

interceptada no início da infância poderá comprometer a saúde bucal em idades

mais avançadas e, consequentemente a qualidade de vida do indivíduo. A

epidemiologia das doenças bucais da dentição decídua tem preocupado os

pesquisadores do mundo inteiro.

“Estudos epidemiológicos nacionais e internacionais em crianças de cinco a

60 meses de idade constataram que o maior problema de saúde bucal nessa faixa

etária continua sendo a cárie dentária”. (GRADELLA, 2007, p. 330).

Os pesquisadores observaram que crianças do estrato socioeconômico

menos favorecido apresentaram maior preferência pelo açúcar e também maior

prevalência de cárie, o que implica a necessidade de planejar ações direcionadas à

educação em saúde e promoção de saúde bucal em populações com privações

sociais.

A perda precoce dos dentes decíduos está entre os incontáveis fatores

etiológicos de uma má oclusão. O trauma e as doenças periodontais influenciam

consideravelmente na ocorrência das perdas dentárias, mas é a cárie dentária que

continua a ser a principal vilã do alto índice dessas perdas. Portanto, a manutenção

da higidez da dentição decídua concorre para o desenvolvimento normal da

oclusão a dentição permanente, sendo um excelente ‘’mantenedor de espaço’’

natural. As conseqüências mais comuns da perda precoce do dente decíduo são a

rotação dental, extrusão do antagonista, mesialização do germe do dente

permanente, retenção do dente permanente, mordida cruzada, apinhamento

secundário, dentre outras. (GUEDES-PINTO, 1990).

Estudos revelaram que “os incisivos superiores são os dentes mais

severamente afetados pela cárie dentária associado com hábitos prolongados ou

excessivos da sucção da mamadeira. Esses dentes são os mais afetados do que

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os outros, porque eles são os primeiros a erupcionar e também são os mais

expostos a líquidos ou sucos”. (DILLEY apud SILVA e CARDOSO, 2007).

Um fator preocupante é que a perda dos dentes superiores decíduos pode

favorecer a instalação de hábitos bucais deletérios devido à função incorreta dos

lábios e da língua, o que acarretará problemas na fonação, deglutição e

mastigação, além do fator estético e psicológico. Muitos sons são feitos com a

língua tocando o lado lingual dos incisivos superiores e a fonética inapropriada

pode se desenvolver se esses dentes estiverem faltando. (LOVEY apud SILVA e

CARDOSO, 1996).

Segundo Cardoso (2005, p. 19), a perda de qualquer dente decíduo antes

de sua época natural de esfoliação pode facilitar a erupção precoce de seu

sucessor permanente ou retardá-lo, de acordo com o estágio de formação dentária.

Além disso, “a perda precoce do segundo molar decíduo favorecerá a mesialização

do primeiro molar permanente, principalmente se este não estiver irrompido

quando ocorreu a perda prematura do molar decíduo”.

Portanto, “fazer com que os pais tomem consciência do seu papel educativo

com relação à higiene bucal dos seus filhos é o primeiro passo para obtenção de

sucesso na construção de hábitos de higiene bucal na criança” (Ibidem).

Consequentemente, os pais precisam ser orientados quanto à importância da

saúde bucal e de sua manutenção através da higiene do bebê, devem possuir

conhecimento sobre a amamentação natural e artificial, o controle da ingestão de

açúcar e importância da aplicação do flúor.

Previamente à erupção dos primeiros dentes decíduos é importante que “as

gengivas sejam massageadas e a cavidade bucal limpa, visando à remoção de

restos alimentares. Nesse sentido, especialistas afirmaram que essa higiene

poderia ser realizada com auxílio da dedeira ou gaze ou fralda umedecida em água

fervida”. (Ibidem, p. 186).

A educação em saúde pode ser considerada como essencial à manutenção

e prevenção da saúde. “A educação odontológica da mãe/responsável é fator

determinante para a saúde bucal futura da criança, e a família serve como modelo,

assim como auxilia a criança a cuidar de seus dentes”. (CRUZ, 2004, p. 187). A

prevenção da cárie dentária na primeira infância requer, deste modo, ações amplas

e multidisciplinares, visto a complexidade etiológica desta doença, isto porque

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crianças com lesões de cárie na primeira dentição estão mais predispostas a

desenvolvê-las também nas dentições mista e permanente.

Os métodos preventivos em crianças em idade escolar estão bem

documentados, mas poucos são os que relatam o controle dos hábitos alimentares

como meio de prevenção de cáries em bebês, ou seja, muita ênfase é dada ao

dano causal pelo uso indiscriminado de carboidratos em crianças de idade escolar

e poucas nos bebês e crianças em idade pré-escolar.

A gestante mostra-se psicologicamente receptiva a adquirir novos hábitos,

quando estes vão favorecer o bom desenvolvimento do bebê.

Crianças com menos de três anos de idade são fatores de risco com higiene

deficiente, aleitamento noturno e dieta rica em sacarose, quando associados à falta

de orientação dos pais, contaminação pelos estreptococos do grupo mutans e

hábitos inadequados, apresentam um ambiente bucal propício ao desenvolvimento

de lesões cariosas. (MASSAO, 1996).

Fica aqui enfatizada a importância da implantação de programas de

atendimento à criança desde o primeiro ano de vida, enfatizando que a higiene

bucal deve ser feita junto com a higiene corporal, a fim de introduzir o hábito de

associar a boca ao restante do corpo. (SILVA, 1996.).

2 A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) RURAL TAQUARAL

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) da Zona Rural da cidade Corumbá,

chamado ESF Rural Taquaral, está sediada no Assentamento Taquaral. Abrange

cinco Assentamentos: o Assentamento Taquaral, o Assentamento Tamarineiro I, o

Assentamento Tamarineiro II Norte e Sul e o Assentamento Paiolzinho. Existem

três Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF): a do Taquaral, do Tamarineiro

I e a do Tamarineiro II Sul. Em todas existem um consultório odontológico. A

equipe conta com um médico, uma enfermeira, uma técnica em enfermagem, um

auxiliar de enfermagem, uma Técnica em Saúde Bucal (TSB), e doze agentes

comunitários de saúde.

A região adscrita a esse ESF é bastante heterogênea, mas a maioria das

famílias é de baixo nível socioeconômico, com problemas próprios de zona rural.

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Na ESF Rural Taquaral existem aproximadamente 400 famílias cadastradas,

perfazendo um total de 2720 pessoas, segundo dados do Sistema de Informação

de Atenção Básica (SIAB).

Muitas famílias têm precárias condições para desenvolvimento da saúde

(casas sem rede de esgoto, sem energia elétrica, com fiação elétrica clandestina).

São bastante numerosas, e em sua maioria, as moradias são muito precárias,

algumas em más condições de salubridade e com muitos animais, como cães e

gatos sem as devidas de fichas de vacinação em dia.

Através das visitas domiciliares foi observado que muitas famílias têm

dificuldade na aquisição frequente de escova, creme e fio dental. Então foi adotada

a prática de levar escovas e cremes dentais fornecidos pela prefeitura, dentro do

Programa Brasil Sorridente, para famílias que necessitam, conseguindo assim um

maior comprometimento quanto à higiene bucal. Entretanto, ainda não há

bastantes kits de higiene bucal para todas as famílias, mas, em breve, todos os

usuários deverão ser atendidos.

2.1 Educação permanente em saúde

Diante do quadro social vivenciado pela equipe da Estratégia de Saúde da

Família Rural Taquaral, de Corumbá (MS), o compromisso com uma atuação de

maior impacto e a necessidade de soluções técnica e socialmente viáveis mobiliza

a equipe a buscar uma maior formação e uma Educação Permanente em Saúde

(EPS). Assim, com a oportunidade do Curso de Especialização em Atenção Básica

em Saúde da Família (CEABSF) há maior possibilidade de se planejar melhor

nossas atividades educativas.

Segundo Chiavenato (1997), o profissional de saúde deve sempre estar em

formação, pois o conhecimento muda a cada instante e, em função da mudança e

da necessidade de inovação, é preciso atualizar-se continuamente para não se

tornar obsoleto em conceitos e perspectivas. É preciso que o conhecimento seja

transformado em ação; a teoria, em prática aplicada para a solução dos problemas,

diagnosticando situações e propondo soluções inovadoras e criativas. Estas

atitudes representam a maneira de liderar, motivar, comunicar, e levar os projetos

adiante.

Pode-se inferir que, a EPS tem como objetivo a transformação do processo

de trabalho orientado para a melhoria da qualidade dos serviços e para a equidade

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no cuidado e no acesso aos serviços de saúde. Deste modo, parte da reflexão

sobre o que está acontecendo no serviço e sobre o que precisa ser transformado.

Ao tomar como objetivo de transformação e de investigação o processo de

trabalho, a EPS não procura transformar todos dos problemas educacionais, mas

busca as lacunas de conhecimentos e as atitudes que são parte da estrutura

explicativa dos problemas identificados na vida cotidiana dos serviços.

O CEABSF é uma das propostas de educação permanente em Saúde, em

Mato Grosso do Sul. Abre as portas para profissionais das equipes de ESF sobre

um tema até certo ponto novo, uma nova estratégia de lidar com a saúde pública,

uma vez que a cultura anterior (curativa) não responde à demanda crescente por

soluções na área de saúde (ou das doenças). Promover, proteger, prevenir, eis o

tripé em que se assenta a Atenção Primária (ou Atenção Básica). São inúmeras as

faces dos problemas e as soluções podem ser simples, como podem estar

diretamente nas mãos daqueles que detêm o poder de mando.

A falta de perfil e a resistência a mudanças (comodismo ou medo)

representam enormes entraves às mudanças necessárias.

A reflexão que o CEABSF nos leva a tomar o cotidiano como lugar aberto à

revisão permanente e gera desconforto com a inércia, levando a equipe a abrir os

serviços como lugares de produção de subjetividade, tomar as relações como

produção, como lugar de problematização, como abertura para a produção e não

como conformação permitindo praticar contundentemente a Educação Permanente

em Saúde.

Toda mudança requer boa vontade, entrosamento, comprometimento. Mas

ao mesmo tempo o ser humano tem necessidade de ser reconhecido pelos seus

esforços. Portanto, é comum imaginarmos que a inércia parte da falta de estímulo,

até mesmo financeiro. Mas na verdade, é difícil para alguns entenderem que é

necessário lutar primeiro pelas mudanças na forma de fazer, ter um maior

comprometimento, para depois alcançarmos nossos objetivos e reconhecimento.

O curso nos mostra que devemos conhecer e dialogar para construir um

novo pensamento coletivo, onde usuários e equipes da ESF busquem um objetivo

comum, que é a valorização de todos os aspectos ligados à prevenção e

manutenção da saúde, para alcançar o nosso objetivo de melhorar a qualidade de

vida da população.

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Observa-se que a mudança de hábito e a criação de vínculo é um processo

bastante complexo, e o caminho que a equipe deve buscar para a solução dos

problemas da comunidade adstrita é realmente este: estudo, planejamento e

comprometimento.

Outra questão fundamental abordada do CEABSF é o alerta para a verdade

de que os determinantes de saúde e doença interferem drasticamente no processo

de trabalho e na organização da agenda de equipe de saúde, de forma que eles

constantemente provocam alterações deste processo de trabalho. A condição

socioeconômica afeta muito a saúde bucal, levando a um aumento de demanda

espontânea e isso acarreta mudanças inesperadas no processo de trabalho e na

agenda do profissional.

Cientes de que a base do nosso trabalho está na comunicação, que é de

suma importância, através dela podemos conhecer o paciente, sua realidade,

necessidades, costumes; estabelecer uma relação de confiança e a partir daí, dar

orientações necessárias para obtermos as transformações que desejamos.

Essas transformações ocorrem, tanto nos pacientes, quanto nos

profissionais, uma vez que há esse intercâmbio de culturas, de informações, de

conhecimentos. A maneira como essa comunicação ocorre fará toda a diferença

neste processo. Deve ser de forma clara, simples e objetiva, de fácil entendimento,

evitando o uso de termos técnicos, e, sempre que possível, ocorrer não só de

forma verbal, como também através de exemplos práticos, cartazes, vídeos etc.

(VASCONCELOS, 2009).

3 PREVALÊNCIA ELEVADA DE CÁRIE EM CRIANÇAS DE SEIS A QUATORZE ANOS DA ESCOLA MUNICIPAL RURAL PÓLO MONTE AZUL E EXTENSÕES: UM PROBLEMA PRIORITÁRIO

Nesta seção, o aspecto central será um problema prevalente detectado na

comunidade que pertence à área adscrita à Estratégia de Saúde da Família Rural

Taquaral, em Corumbá. Foi abordado na seção anterior que as atividades da

CEABSF possibilitaram maior reflexão sobre o processo de trabalho da equipe,

motivando o estudo e a utilização do planejamento e a programação da atenção à

saúde bucal, a partir das informações epidemiológicas e do risco de adoecer. Será

feita uma aproximação conceitual através de uma revisão da literatura, justificando

a importância e relevância do problema apresentado.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

O questionário mostra que as mães não se preocupam muito com que seus

filhos escovem os dentes após o lanche da escola e a totalidade dos que foram

questionados não leva a escova dental para a escola. Propor-se-á um projeto de

intervenção em que todas as crianças na faixa etária entre 0 e 10 anos levem a

escova para a escola e os pais fiscalizem a escovação de dente dos seus filhos

cotidianamente e que os professores possam se aliar a estas tarefas, quando

essas crianças estiverem presentes nas escolas, principalmente após o lanche de

rotina.

Não se deve ficar acomodado ao se praticar os procedimentos normais de

escovação, na crença de que as aplicações anuais com flúor e pasta sejam

totalmente eficazes para prevenir a cárie, pois as tarefas diárias são de

responsabilidade dos pais ou responsáveis. Na escola, o professor poderá se aliar

a elas por meio de atividades que acrescentem pontos àqueles mais atentos, em

especial na disciplina de Ciências, todavia os cuidados com a saúde não são

especificamente da escola.

Os gráficos a seguir traduzem em dados estatísticos os percentuais de

respondentes que fizeram parte da pesquisa de campo procedida no

Assentamento, durante o período já mencionado e logo a seguir discute os porquês

dos números expressivos ou inexpressivos contidos em cada gráfico. Consideram-

se para todos os gráficos a seguir, o universo de 20 respondentes, cujos

percentuais estão registrados em colunas específicas em consonância com as

categorias contidas nas legendas.

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17

Gráfico 1 - Você sabe quantos dentes de leite seu filho (a) terá?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.600000000000001

40%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Esta resposta mostra que a maioria tem conhecimento sobre saúde bucal,

como também o número de dentes que seus filhos terão, embora não pratiquem

corretamente a higienização em seus filhos.

Gráfico 2 - Você sabe o que é placa bacteriana?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.55

40%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

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18

Conforme demonstrado, a maioria respondeu que conhece o que é placa

bacteriana, a principal causadora da cárie dentária. Isso é muito bom, mas será

que todos procuram remover corretamente essa placa bacteriana?

Gráfico 3 - Você sabe que doenças a placa bacteriana pode causar?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.35

65%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

A maioria desconhece que a placa bacteriana provoca a cárie dentária,

apesar de já terem assistidos a várias palestras abordando este assunto,

acrescidas de orientações do que realmente seja placa bacteriana. Isso demonstra

que nem todos prestam a devida atenção às palestras.

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19

Gráfico 4 - Você sabe o que é cárie dentária?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.750000000000006

25%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Veja-se que apesar de uma boa parte saber o que seja cárie dentária, ainda

há quem desconheça esse tipo de doença causada aos dentes.

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20

Gráfico 5 - Você sabe o que provoca a cárie dentária?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.750000000000006

25%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Esta pergunta demonstra mais uma vez conhecimento sobre cárie dentária,

mas não sabemos por que não aplicam esses conhecimentos na prevenção.

Gráfico 6 – Você sabe quantos dentes permanentes seu filho (a) terá (ão)?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.600000000000001

40%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Importante pergunta e resposta, pois isso demonstra que as mães se

preocupam com os dentes permanentes de seus filhos, sendo que a maioria

respondeu que sabem quantos dentes permanentes teus filhos terão. Este assunto

é sempre abordado em palestras.

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21

Gráfico 7 – Você sabe com quantos anos nasce o primeiro dente permanente em seu filho (a)?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.600000000000001

40%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Apesar de este assunto ter sido exaustivamente abordado em palestras nos

PSF, ainda há quem desconhece essa quantia, perfazendo um percentual de 40%

dos respondentes neste quesito.

Gráfico 8 – Você sabe onde ele se localiza na boca do seu filho?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.55

45%SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Esta questão se refere ao primeiro molar permanente inferior. Quando se faz

consultas odontológicas, a maioria das mães não sabe essa localização.

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22

Gráfico 9 – Você sabe o que é flúor e sua importância para os dentes?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.8

20%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Este alto percentual se deve ao fato das constantes orientações proferidas a

pais ou responsáveis durante as palestras de rotina nos PSF.

Gráfico 10 – Você sabe por que uma correta higienização bucal é importante para seu filho (a)?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100% 0.950000000000001

5%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Tais resultados são provenientes das constantes orientações feitas em

palestras à população daquela localidade.

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23

Gráfico 11 – Você sabe quais são as características mais adequadas da escova dental para seu filho (a)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.750000000000006

25%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Este alto índice é proveniente das constantes palestras proferidas acerca

deste assunto ao pessoal dos PSF.

Gráfico 12 – Você usa fio dental?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.35

65%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Apesar das constantes orientações passadas às mães, 65% das

respondentes afirmaram que seus filhos não usam o fio dental. Uma das possíveis

causas seria a baixa condição socioeconômica da população daquele

assentamento.

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24

Gráfico 13 – Você escova os dentes do seu filho (a)?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.4

60%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Apesar das constantes orientações passadas em palestras, ainda há

considerável número de mães que não fazem os procedimentos de escovação nos

filhos até os quatro anos de idade, conforme acima demonstrado. Isso deve

acontecer, porque não conseguem escovar os próprios dentes sozinhos até essa

idade. Acima dos quatro anos, a escovação deve ser acompanhada por um adulto

(pai, mãe, responsável).

Gráfico 14 – Ele (a) consegue escovar seus dentes sozinho (a)?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%0.9

10%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

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25

Apesar de alto índice de positividade nesta resposta, na prática é muito

difícil que a criança nessa faixa etária realmente consiga escovar os dentes

sozinha. As respondentes devem ter se equivocadas nesta questão.

Gráfico 15 – Você tem fio dental em casa?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.4

60%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Esta resposta parece bem coerente com a questão referente ao uso do fio

dental, pois se poucos usam em virtude, possivelmente das baixas condições

socioeconômicas, não faria muito sentido o terem em casa.

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26

Gráfico 16 – Você usa fio dental nos seus filhos (as)?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.15

85%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Tanto quanto as questões afins, se não usam o fio dental pelas razões já

aventadas, a incidência da cárie, indiscutivelmente, será elevada nas crianças

daquela zona rural.

Gráfico 17 – Seu filho (a) ingere muitos doces todos os dias?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.35

65%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Este índice de respostas negativas parece discutível, até mesmo porque na

cantina das escolas, o que mais se vende é doce, refrigerante, balas e a procura

por essas guloseimas é grande nos horários de recreio. Certamente, os pais

tiveram receio de afirmarem que seus consomem esses produtos, pois já são

cientes de que são potenciais causadores de cáries dentárias.

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27

Gráfico 18 – Seu filho (a) escova os dentes na escola após o lanche?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0

100%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Apesar de já ter sido recomendado aos professores do Pré I e II para que as

crianças levassem escovas dentárias, cuja distribuição gratuita já tinha sido

efetuada, nos três primeiros meses, levaram e certamente fizeram escovações.

Entretanto, depois desse período, não mais as levaram e os procedimentos de

escovação ficaram prejudicados.

Gráfico 19 – Seu filho (a) leva escova de dente para a escola?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0

100%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

Esta questão complementa a do gráfico 19, anteriormente discutido. As

crianças podem até levar as escovas para a escola, entretanto, os procedimentos

de higiene bucal certamente não ocorrem depois do lanche de rotina.

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28

Gráfico 20 – Seu filho (a) escova os dentes mais de 2 vezes por dia?

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.600000000000001

40%

SIMNÃO

Fonte: Rodrigues (2011)

O índice do sim poderia ser maior. Talvez esteja nestes 40% que

responderam não, a causa maior do elevado índice de cárie nas crianças da

Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul e Extensões.

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29

4.1 Índice de Higiene Oral (IHO) em alunos examinados na Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul e Extensões

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0.670000000000006

22%

0.11

SATISFATÓRIAREGULARDEFICIENTEMÁ

Fonte: Rodrigues (2011)

Este gráfico demonstra que o IHO das crianças examinadas no período

aludido é considerado muito bom, atingindo 67% de condições satisfatórias, contra

22% de regular. A deficiência gira em torno dos 11% que para o universo

consultado pode ser considerado como normal ou aceitável.

No que se refere ao Número de Dentes Cariados, Perdidos e Obturados, na

dentição permanente (CPO-D 2011) da Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul e

Extensões, o resultado foi de 1,51, considerado como MUITO BOM para um

universo de 115 alunos examinados no dia 29/04/2011, pelo CD Domingos Cesar

Nunes Rodrigues e ASB Glória Espinosa.

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30

5 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA A ATUAÇÃO PROFISSIONAL

A criação de vínculo e co-responsabilidade entre a equipe ESF Rural

Taquaral a comunidade da área de abrangência é essencial para que a equipe

atinja os objetivos propostos de promoção de saúde e melhoria de qualidade de

vida da população. Entretanto, a falta de frequência e comprometimento por parte

de gestantes e crianças com as atividades educativas e com a continuidade do

tratamento tem sido alta. A perspectiva é que com uma proposta de intervenção

que inclua informação e acolhimento haja diminuição de resistência ao tratamento

odontológico entre as gestantes e crianças, o que, por falta de informação e

preconceito, tem agravado seus problemas de saúde bucal.

Plano de intervenção: aspectos básicosEm prosseguimento a este trabalho, optou-se pela proposição de uma

avaliação dos principais problemas socioeconômicos, ambientais, da importância

do acolhimento e visitas domiciliares e de todos os aspectos básicos que devem

ser considerados e avaliados para que essa proposta de intervenção possa ser de

utilidade para a atuação da equipe na solução do problema apresentado.

Após cinco anos de trabalho na ESF Rural Taquaral, a conclusão é que este

alto índice de cárie na faixa etária dos seis aos quatorze anos da Escola Municipal

Rural Pólo Monte Azul e Extensões está relacionado aos hábitos alimentares das

crianças e o nível de informação dos pais e alunos. Em razão disso, o presente

plano se respalda nos hábitos alimentares e nível de informação familiar.

a) Hábitos alimentares

O consumo de carboidratos, especialmente dos açúcares, tem sido elevado

nos alunos da escola Monte Azul. Existe uma cantina na escola que vende doces,

balas, refrigerantes etc. Quanto à merenda escolar, que é servida às nove horas no

período matutino e 15 horas, no período vespertino, não se detectou muito

cariogênica. Ela é composta de comida, tipo arroz carreteiro, muito comum na

região pantaneira, com feijão e suco. Este normalmente é adoçado com açúcar

branco.

Para as populações de baixa renda, realmente ainda é muito difícil a

substituição do açúcar. O que observamos, inclusive na merenda escolar, é uma

alimentação muito rica em carboidratos e açúcares, pois, na verdade, o açúcar

permanece sendo a melhor alternativa para o aporte de alimentos calóricos nos

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31

países pouco desenvolvidos e nas populações de baixa renda, para os quais

inexistem outros produtos com as mesmas características energéticas e que sejam

acessíveis quanto ao preço, segundo informam Guedes-Pinto (1990).

b) Nível de informação familiar

A educação em saúde bucal é um processo que varia de acordo com o

indivíduo ou população a ser atingida, e o contato pessoal freqüente entre os

membros da equipe de saúde e o indivíduo e sua comunidade é a maneira mais

eficaz de ter sucesso em ESB, segundo Guedes-Pinto (op. cit.).

A interação da equipe com a comunidade deve ser no sentido de planejar

juntos, ações que transformem a realidade do território adscrito, não só do ponto

de vista sanitário, mas principalmente que leve em consideração os aspectos

culturais, econômico e social. O movimento da Reforma Sanitária, assim como

outros eventos importantes vividos pela área de saúde no Brasil, é construído por

pessoas que comungam a mesma ideologia, e assim devem ser os profissionais da

Estratégia de SF.

Devem comungar de uma ideologia que valorize o saber popular, e o direito

do indivíduo de ter acesso ao conhecimento para decidir com autonomia. Através

da observação das crianças de dois a seis anos nas campanhas de vacinação, nas

creches, escolas, e visitas domiciliares, a equipe chegou à conclusão da

necessidade e importância de oferecer informações aos pais, porque toda pessoa

que adquire bons hábitos dietéticos e de higiene desde cedo, terá mais

possibilidade de gozar de uma ótima saúde futura.

A noção de vínculo e acolhimento é muito importante por parte da equipe,

pois é conveniente reconhecer que é fundamental a participação dos pais na

prevenção da cárie dentária. Durante a anamnese e visitas domiciliares foi

verificado o conhecimento e percepção que as mães têm sobre a higiene bucal de

seus bebês. Na anamnese na primeira consulta das crianças, e em conversas

durante as visitas domiciliares observa-se que muitos pais acreditam que a cárie

nos primeiros dentes é algo natural, uma fatalidade, provocando um quadro de

cárie estabelecida antes mesmo dos três anos de idade. Outro agravante é que por

muitos anos houve uma carência no sistema público para atender esta faixa etária

(dois a seis anos).

Diante desses equívocos, é imprescindível que a equipe da ESF realize

palestras que podem ser, durante a espera das mães pelo atendimento médico,

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dentro da UBSF, em grupos operativos e durante as visitas domiciliares pelas

ACSs. Elas devem receber a orientação para higienizar adequadamente a boca

dos recém-nascidos, além de saber a importância da dentição de leite para as

crianças, com acompanhamento e exame nos bebês durantes as idas semanais à

UBSF. O momento após o nascimento nos bebês deixa a mãe mais receptiva a

orientações, visando evitar sofrimentos aos filhos, já que o tratamento de cárie

precoce é caro e doloroso.

É importante levar também informações sobre o desenvolvimento da

criança, a transição da amamentação para alimentos sólidos e o uso da chupeta e

da mamadeira. Esse trabalho de mudança de mentalidade é fundamental.

Na verdade, o que podemos observar entre os profissionais de saúde é que

a maioria não se sente nem preparada no que se refere às práticas pedagógicas

com os profissionais de educação. A tendência da maioria é agir de forma

antiquada, achando ser suficiente transmitir o que o profissional sabe que é

‘’certo’’. A equipe de ESF reconhece seus limites e tem consciência de que uma

equipe de ESF deve fazer os devidos esforços para modificar hábitos e costumes.

É preciso saber sobre a realidade de cada usuário. Só assim conseguiremos essa

tão sonhada mudança do modelo com foco na doença para um modelo com foco

na prevenção.

Os profissionais da ESF, por terem a família como unidade programática de

ações e cuidados, devem procurar a construção de atitudes de solidariedade e

compreensão, para ajudar a prevenir e tratar os problemas mais frequentes da

comunidade como, por exemplo, as consequências de que o consumo de

substâncias como drogas e álcool acarreta graves sequelas na família e na

comunidade. A estratégia de SF deve ter capacidade de estabelecer parcerias com

outras organizações que atuam na comunidade, e que podem ser recursos

fundamentais para o enfrentamento dos problemas da própria comunidade.

Precisamos realmente saber quais os conhecimentos, a visão que o usuário

tem sobre seu problema, sua forma de se cuidar, seu quadro socioeconômico e

cultural, para então, estabelecer a melhor estratégia de ação, que deve estar

voltada para a participação ativa. Abordando o problema com temas e de maneira

que realmente interessem e sejam válidos ao usuário, conseguiremos despertar

seu interesse e participação na busca de conhecimento e no desejo de mudar seu

comportamento, tornando-os assim, co-responsáveis por sua saúde. Desta forma

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33

estaremos de fato promovendo a troca de conhecimentos e transformação

desejada, com melhoria da qualidade de vida da comunidade.

Se quisermos mudanças nos hábitos de vida das pessoas, é preciso que

haja em primeiro lugar, uma grande integração entre equipe e comunidade, e essa

integração só será conseguida através do acolhimento, das visitas domiciliares, do

conhecimento e até mesmo amizade com as famílias dos usuários. É uma questão

muito sutil mudar os hábitos de vida das pessoas. Primeiro é necessário que haja

confiança, para depois haver o comprometimento.

A Pedagogia Nova1, por exemplo, onde o aprendiz deve ter participação

ativa, é muito usada na odontologia: são as escovações dentais supervisionadas,

onde através do revelador de placa, o usuário realmente vê a placa bacteriana e

assim entende a necessidade da sua remoção. Para certa faixa etária (crianças

acima de sete anos) tem um bom efeito pedagógico, mas não tem tanto efeito em

crianças pequenas, por exemplo. Verificamos, então, que as práticas pedagógicas

devem ser diversificadas, construtivas e criativas.

Nas atividades de educação em saúde, a atuação dos ACS pode, por meio

da transmissão de informações e conhecimentos, contribuir para fortalecer a

capacidade da população no enfrentamento dos problemas de saúde. Ainda, sua

atuação pode elevar o domínio sobre informações e conhecimentos de saúde pela

população, contribuir para aumentar suas habilidades no controle determinantes de

saúde, ajudar a equipe de saúde bucal na identificação das famílias mais

vulneráveis que necessitam de ações mais específicas e melhorar o acesso e a

utilização dos serviços básicos de saúde para evitar a assistência odontológica

tardia e reduzir a necessidade da consulta de urgência. (FRAZÃO, 2006).

A equipe de estratégia de SF deve estar comprometida com a produção de

saúde em todas as suas dimensões: prevenir, cuidar, proteger, tratar, recuperar,

promover. O acolhimento deve ser entendido como uma postura prática nas ações

de atenção e gestão nas unidades de saúde favorecendo a construção de uma

relação de confiança e compromisso dos usuários com as equipes e os serviços

1 Trata-se de uma moderna de se ensinar em que o homem é considerado completo desde o nascimento e inacabado até o fim de sua vida. Em razão disto, o adulto não pode se constituir como modelo, razão pela qual a educação passa a centrar-se na criança. Do ponto de vista pedagógico o eixo se deslocou do intelecto para as vivências; do lógico para o psicológico; dos conteúdos para os métodos; do professor para o aluno; da disciplina para a espontaneidade; da direção do professor para a iniciativa do aluno (se bem que na prática esta iniciativa não muito sucesso); da quantidade para a qualidade. (MISUKAMI, 1998, passim).

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34

contribuindo para a promoção de uma cultura de solidariedade legitimando o

sistema público de saúde.

Os profissionais de estratégia de SF são hoje aqueles com mais condições e

mais possibilidades de interagir com a comunidade na perspectiva de mudança do

quadro sanitário brasileiro. Considera-se que os profissionais da equipe SF têm

responsabilidades e saber específicos de cada profissão ou ocupação, mas há

também um campo de responsabilidades e competências comuns a vários

profissionais. Os profissionais que participam de visitas domiciliares, que convivem

de perto com as pessoas da comunidade vão aos poucos se integrando à

comunidade que estão atendendo, e essa criação cria fatalmente um compromisso

de querer melhorar, de querer ajudar, de ver as pessoas exercendo a sua

cidadania. Pessoas que, às vezes estão à margem da sociedade (muitas vezes

injustamente chamados de marginais), por falta de opções, porque não tiveram e

não têm quem os escute, quem queira, saiba, e se interesse por transformar essas

pessoas em verdadeiros cidadãos, consciente de seus direitos e deveres. Esta há

de ser a principal missão do profissional que quer se integrar a equipe de SF.

Plano de intervenção: aspectos operacionais Os determinantes psicossociais têm relevante importância sobre a saúde da

população, o alcoolismo, as drogas, a falta de segurança, o balanço negativo entre

o esforço e a recompensa no trabalho, frustração, tudo isso tem criado emoções

negativas na comunidade aumentando o índice de depressão, doenças cardíacas e

várias outras ligadas a fatores emocionais.

Tem sido dada atenção especial ao planejamento familiar, com um

determinante de condições de saúde, através de palestras e visitas de

reconhecimento constantes às mulheres, e gestantes, pois as famílias da região

são muito numerosas. Drogas, alcoolismo e prostituição são questões sociais que

devem ser trabalhadas dentro da ESF, discutindo as condições objetivas da vida

material da comunidade que impede ou dificulta as pessoas tomarem decisões

saudáveis.

Frente a todos esses determinantes e condicionantes de saúde, nossa

equipe se posiciona procurando a eficiência através de esforços organizados da

equipe e comunidade, organização da assistência medicoodontológica e

prevenção, lutar para o aperfeiçoamento da máquina social que irá assegurar a

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35

cada indivíduo dentro da comunidade, um padrão de vida adequado à manutenção

de sua saúde. Procuramos trabalhar o social, o dia a dia, a estrutura da família.

A partir da descrição e reconhecimento do município, da comunidade/área

de abrangência da equipe de SF, foi feita uma análise para o planejamento das

atividades profissionais da equipe. Foi observado que a baixa escolaridade, e a

falta de saneamento são determinantes de saúde, muito presentes na região

atendida da ESF Rural Taquaral, que é uma área de risco, tanto social, quanto

ambiental. Portanto, o planejamento da equipe inclui visitas domiciliares de

reconhecimento das condições sociais, espaciais e econômicas das famílias.

Foram identificadas as áreas de risco à saúde, executado o levantamento de

atividades de doenças, dentre elas a cárie dentária, alvo do presente TCC. O

indivíduo foi observado dentro de seu contexto familiar. O objeto da atenção dentro

da ESF passa a ser a família, a partir do espaço onde ela vive, ou seja, o domicílio.

Os objetivos no processo de trabalho de nossa equipe foram definidos a

partir da territorialização e reuniões constantes da equipe, avaliando as

necessidades da população, pois a eficiência do trabalho depende da forma como

ele é planejado e executado. Portanto, procuramos sempre a melhor forma de

trabalhar e produzir. Esse desafio temos buscado enfrentar através de constantes

reuniões, debates e aproximação com a comunidade para troca de informações e

aceitação da nossa equipe.

A comunicação é um conceito fundamental em promoção da saúde e

educação para a saúde, por ser essencial para que as pessoas possam tomar

decisões conscientes. Através da comunicação entre os membros da equipe,

avaliamos constantemente nossas ações, e se ela tem realmente possibilidade de

ajudar na melhoria da qualidade de vida e saúde da comunidade, incluindo uma

maior participação no controle desse processo.

Para o planejamento de ações educativas são procuradas parcerias e

recursos junto à Secretaria Executiva de Saúde Pública, da Prefeitura Municipal de

Corumbá (MS), para que sejam alcançados os objetivos da ESF. Tem sido utilizado

o recurso de inserir palestras e atividades educativas junto com os dias de

vacinação na zona rural e parcerias com a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da

Família (NASF) que tem duas assistentes sociais, um psicólogo, uma

fonoaudióloga, uma fisioterapeuta e um professor de educação física.

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36

A equipe busca identificar, esclarecer e interpretar as situações sociais, ou

impedimentos emocionais, que são determinantes e condicionantes do indivíduo.

Determinantes psicossociais, como falta de segurança, frustrações na vida

pessoal, e no trabalho, e o efeito das condições sociais sobre as emoções, no

curso de vida, interferem drasticamente no nosso trabalho, na medida em que

interfere na qualidade e caráter das interações sociais, e esses têm sido os

maiores desafios da ESF. O aconselhamento pessoal como meio para promover a

saúde tem mostrado ser uma adequada estratégia para aumentar a informação

sobre as causas das doenças, e aí os indivíduos são encorajados a refletir e mudar

seu estilo de vida.

A mudança de comportamento é a mais difícil tarefa da ESF. Estamos

sempre considerando as circunstâncias de vida das famílias, pois contrário, a culpa

recai sobre o indivíduo, que na verdade pode ser a vítima de um sistema injusto, e

não o culpado por não adotar hábitos de vida saudáveis. É preciso assegurar a

cada indivíduo, dentro da comunidade, um padrão de vida adequado à manutenção

de sua saúde. Mudando as condições sociais de vida da população (habitação,

nutrição e trabalho) melhoram os problemas de saúde.

Ao observarmos que os maiores determinantes da saúde são sociais,

concluímos que deve haver políticas de saúde que englobe esses determinantes,

como: políticas promocionais, centros de especialidades e acesso e recuperação.

Nas reuniões da equipe está sempre em pauta, a falta de incentivos e recursos

para a promoção da saúde, mas não consideramos nossas metas irreais, pois elas

podem ser alcançadas dependendo da discussão, participação e negociação entre

os profissionais, gestores e a população. (FARIA, 2008).

A polarização da cárie dentária, fenômeno onde a prevalência da patologia

acomete, com maior frequência, grupos sociais menos favorecidos

socioeconomicamente, fortaleceu mais intensamente as preocupações no controle

e prevenção da cárie nas UBSFs onde atua nossa equipe, por ser uma área muito

carente, bem como as repercussões da cárie dentária na vida do paciente infantil.

A partir da explicação do problema é que será elaborado um plano de ação,

entendido como uma forma de sistematizar propostas de solução para enfrentar os

problemas que estão causando o problema principal: a cárie dentária.

A equipe de saúde bucal selecionou os seguintes nós críticos, que são

situações relacionadas com o problema principal que a equipe tem alguma

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potencialidade de ações direta: hábitos alimentares e nível de informação,

conforme já comentado em parágrafos anteriores.

Os problemas principais selecionados pela equipe de saúde bucal e pela

equipe de enfermagem se relacionam, e os projetos serão desenvolvidos em

conjunto. As situações relacionadas com os problemas principais são as mesmas,

ou similares, e a equipe de saúde bucal tem maior possibilidade de ação direta

sobre alguns determinantes, e a equipe de enfermagem sobre outros. Os projetos

serão desenvolvidos em conjunto, pois integram a saúde de gestantes

/adolescente, do recém-nascido e da criança.

Foi realizado um plano registrado em planilhas, definindo as operações

necessárias para a solução dos “nós críticos” selecionados, assim como os

produtos e resultados esperados, os recursos e as responsabilidades para a

concretização das operações, conforme consta dos Quadros 1, 2, 3 a seguir.

Quadro 1 - Ações necessárias para plano de intervenção em Saúde Bucal - equipe de Saúde da Família ESF Rural Taquaral, Corumbá, Mato Grosso do SUL, 2011: Hábitos alimentares:

NÓ CRÍTICO

OPERAÇÃO / PROJETO

RESULTADOS ESPERADOS

PRODUTOS ESPERADOS

RECURSOS NECESSÁRIOS

Hábitos alimen-tares

Alimentação saudável: Modificar hábitos alimentares das crianças (sensibilização de pais e responsáveis)

Diminuição do con-sumo de açúcar e guloseimas e melho-ria da alimentação, sensibilizando pais e responsáveis

Programa de horta caseira.

Programa de horta no PSF e CRAS.

Programa “A alimentação saudável da ges-tação à 1ª infân-cia”.

Organizacional: para organizar as hortas.

Cognitivo: Informa-ção sobre o tema e estratégias de comunicação.

Financeiro: Para aquisição de re-cursos audiovisuais, folhetos educativos.

Político: articulação com a escola e CRAS, mobilização social.

Fonte: Rodrigues (2011)

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Quadro 2 – Ações necessárias para a solução de nós críticos para o plano de intervenção em Saúde Bucal - equipe de Saúde da Família Rural Taquaral, Corumbá, Mato Grosso do Sul, 2011: Nível de informação

NÓ CRÍTICO

OPERAÇÃO / PROJETO

RESULTADOS ESPERADOS

PRODUTOS ESPERADOS

RECURSOS NECESSÁRIOS

Nível de informa-

ção

Criança saudável:

Aumentar o nível de informação da população sobre a importância dos cuidados com a saúde bucal.

Realizar traba-lhos de acompa-nhamento junto às gestantes.

População mais informada sobre saúde bucal.

Aumento da utili-zação de frutas, verduras e sucos naturais na dieta das gestantes e crianças.

Aumento do acompanha-mento odontoló-gico de crianças e gestantes.

Avaliação do nível de informa-ção da população sobre a importân-cia dos cuidados com higiene bu-cal.

Programa de saúde bucal na escola.

Capacitação do ACSS e monito-res de creches.

Cognitivo: conhe-cimento sobre o tema e estratégias de comunicação pedagógicas.

Organizacional: Organização da agenda.

Político: Articula-ção com a escola, creche, CRAS e mobilização social.

Fonte: Rodrigues (2011)

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Quadro 3 - Proposta de Intervenção junto aos alunos e seus responsáveis da Escola Municipal Rural Pólo Monte Azul e Extensões

OPERAÇÕES RESULTADOS PRODUTOS OPERAÇÕES ESTRATÉGICAS

RESPONSÁVEL PRAZO

Alimentação sau-dável

Diminuição do consumo de açú-car e guloseimas;

Melhoria da ali-mentação infantil;

Sensibilização dos pais e res-ponsáveis.

Programa de horta caseira

Programa de horta no PSF e CRAS;

Programa de alimentação saudável da 1ª gestação à 1ª infância.

ACS1ACS2

3 meses para o início das atividades.

Criança saudável Aumentar o nível

de informação da população sobre a importância dos cuidados com a saúde bucal;

Efetuar trabalho de acompanha-mento e informa-ção junto às gestantes

População mais informada sobre saúde bucal;

Aumento da utilização de fru-tas, verduras e sucos naturais na dieta de gestan-tes e crianças;

Aumento do acompanhamento odontológico de crianças e ges-tantes.

Avaliação do nível de in-formação da população sobre a im-portância dos cuidados com a higiene bu-cal;

Programa saúde bucal na escola;

Capacitação dos ACS e monitores de creche.

Apresentar o projeto; e

Apoio das instituições.

ACS3ACS4

Início das atividades em 2 meses e tér-mino em 6 meses.

Fonte: Rodrigues (2011)

Responsáveis:

ACS 1 = PedroACS 2 = YvoneACS 3 = ValdineiACS 4 = Juliana.

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CONCLUSÃO

Com base nas avaliações, reflexões e proposições relatadas neste trabalho,

apresentamos as seguintes considerações complementares:

1.O Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família

(CEABSF) proporcionou aos profissionais uma reflexão crítica sobre a

organização do trabalho das equipes de Saúde da Família (SF) e forneceu

elementos para a correção de rumo na organização do processo de

trabalho da equipe. Com a conclusão do curso estamos mais preparados

para contribuir com a consolidação de uma mudança real do modelo

assistencial em conformidade com os princípios e diretrizes do Sistema

Único de Saúde (SUS).

2.O CEABSF mostra que a educação permanente deve ser compreendida

como aprendizagem no trabalho, incorporada pela experiência, processo

em que aprender e ensinar se relacionam ao cotidiano das organizações e

ao trabalho. A transformação dos profissionais deve se basear na reflexão

crítica sobre práticas nos serviços prestados à população, em suas

necessidades reais, da gestão e nas demandas do controle social em

saúde, transformando as práticas profissionais e organização do trabalho

a partir da problematização do processo de trabalho.

3.A identificação dos problemas no contexto da sociedade e seus nós

críticos, irá propiciar a elaboração de estratégias mais efetivas para

enfrentar problemas na consolidação do SUS no campo de atenção,

gestão, formação e controle social.

4.Este estudo visou propiciar uma reflexão para que seja encontrado um

caminho para a solução do problema de alto índice de cárie e da demanda

por urgência e emergência entre crianças de dois a quatorze anos na área

de abrangência da ESF Rural Taquaral. Um dos caminhos apontados é a

informação e acolhimento, com o que deverá haver diminuição de

resistência e abandono ao tratamento odontológico entre as gestantes e

crianças, o que, por falta de informação e preconceito, tem agravado seus

problemas de saúde bucal.

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5.O controle e prevenção da cárie dentária é um desafio constante para

pesquisadores em todo o mundo. Apesar de a adoção de medidas

preventivas democráticas de controle da cárie dentária ter permitido uma

melhora substancial na saúde bucal de diferentes grupos sociais, uma

significativa parcela da população, na qual se inclui a população adstrita à

equipe de Saúde da Família Rural Taquaral, essa comunidade ainda sofre

com problemas odontológicos básicos, o que aponta para necessidade

permanente da melhora do serviço e da integralidade da atenção a essa

população.

6.Faz-se necessária a realização de uma atuação conjunta entre setor de

Odontologia e a Unidade de Pediatria, as secretarias de educação e

assistência social, proporcionando um melhor atendimento ao paciente

infantil. Assim, a equipe multidisciplinar teria maior capacidade de

enfrentamento que possibilitasse a solução dos principais problemas de

saúde da população infantil, levando a uma melhoria da qualidade de vida

dessas crianças.

7.Estratégias de promoção de saúde mais adequadas à realidade das

crianças, moradoras de áreas carentes são necessárias para se obter uma

redução mais significativa no índice de cárie dentária. O acesso à água

fluoretada e aos Kits com escova, fio dental e dentifrício fluoretado, bem

como programas educativos que diminuam o consumo de açúcar, visando

uma dieta alimentar mais saudável e a criação de ambientes suportivos

direcionados à população com menos de seis anos de idade deveriam ser

implementados por intermédio de políticas públicas de saúde.

Acreditamos que tais considerações se colocadas em prática pelos pais ou

responsáveis pelas crianças do Assentamento Taquaral, o índice de cárie sofrerá

sensível redução, até mesmo porque não somente as crianças ressentem este

problema, mas também os adultos, se bem que estes não fizeram parte do rol

temático do presente trabalho acadêmico.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO PARA AS MÃES E/OU PAIS. UNIVERSO 20 PAIS

SEXO DO SEU FILHO (A): ( ) MASCULINO ( ) FEMININO IDADE:_____ ANOS

1)VOCÊ SABE QUANTOS DENTES DE LEITE SEU FILHO(A) TERÁ?( )SIM ( )NÃO

2)VOCÊ SABE O QUE É PLACA BACTERIANA?( )SIM ( )NÃO

3)VOCÊ SABE QUE DOENÇAS A PLACA BACTERIANA PODE CAUSAR?( )SIM ( )NÃO

4)VOCÊ SABE O QUE É CÁRIE DENTÁRIA?( )SIM ( )NÃO

5)VOCÊ SABE O QUE PROVOCA A CÁRIE DENTÁRIA?( )SIM ( )NÃO

6)VOCÊ SABE QUANTOS DENTES PERMANENTES SEU FILHO(A) TERÃO?( )SIM ( )NÃO

7)VOCÊ SABE COM QUANTOS ANOS NASCE O PRIMEIRO DENTE PERMANENTE EM SEU FILHO(A)?( )SIM ( )NÃO

8)VOCÊ SABE ONDE ELE SE LOCALIZA NA BOCA DO SEU FILHO(A)?( )SIM ( )NÃO

9)VOCÊ SABE O QUE É FLÚOR E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS DENTES?( )SIM ( )NÃO

10)VOCÊ SABE POR QUÊ UMA CORRETA HIGIENIZAÇÃO BUCAL É IMPORTANTE PARA SEU FILHO(A)?( )SIM ( )NÃO

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11)VOCÊ SABE QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS MAIS ADEQUADAS DA ESCOVA DENTAL PARA SEU FILHO(A)?( )SIM ( )NÃO

12)VOCÊ USA FIO DENTAL?( )SIM ( )NÃO

13)VOCÊ ESCOVA OS DENTES DO SEU FILHO(A)?( )SIM ( )NÃO

14)ELE(A) CONSEGUE ESCOVAR SEUS DENTES SOZINHO(A)?( )SIM ( )NÃO

15)VOCÊ TEM FIO DENTAL EM CASA?( )SIM ( )NÃO

16)VOCÊ USA FIO DENTAL NOS SEUS FILHOS(AS)?( )SIM ( )NÃO

17)SEU FILHO(A) INGERE MUITOS DOCES TODOS OS DIAS?( )SIM ( )NÃO

18)SEU FILHO(A) ESCOVA OS DENTES NA ESCOLA APÓS O LANCHE?( )SIM ( )NÃO

19)SEU FILHO(A) LEVA ESCOVA DE DENTES PARA A ESCOLA?( )SIM ( )NÃO

20)SEU FILHO(A) ESCOVA OS DENTES MAIS DE 2 VEZES AO DIA?( )SIM ( )NÃO

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ANEXO A

IHO-SINDICE DE HIGIENE ORAL

CRITÉRIOS PARA PLACA CÓDIGO CRITÉRIOS PARA TÁRTARO CÓODIGOInexistência de placa e indultos 0 Inexistência de tártaro 0

Placa cobrindo não mais que 1/3 da superfície ou apenas indultos

generalizados

1 Tártaro supragengival em não mais que 1/3 da superfície

exposta do dente

1

Placa cobrindo mais que 1/3, mas não mais do que 2/3 da superfície

dental

2 Tártaro supragengival cobrindo mais que 1/3, mas não mais

que 2/3 da superfície exposta em torno da região cervical

2

Placa cobrindo mais que 2/3 da superfície

3 Tártaro supragengival cobrindo mais que 2/3 da superfície da coroa ou uma faixa continua e espessa de tártaro subgengival

3

Dente-indice e substituto inexistente

X Dente-indice e substituto inexistente

X

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E CÓDIGOS NO IHO-S

DENTES INDICES SUPERFÍCIE VESTIBULAR: 11 – 31 – 16 – 26

SUPERFÍCIE LINGUAL: 36 – 46Quando um dente índice estiver ausente deve ser substituído pelo adjacente

EXEMPLO:

Dente 11 = códigos 1 e 0Dente 31 = códigos 2 e 1Dente 16 = códigos 3 e 2Dente 26 = códigos 3 e 2Dente 36 = códigos 1 e 1Dente 46 = códigos x e x Índice para placa = 1+2+3+3+1 = 2 5Índice para tártaro = 0+1+2+2+1 = 1,2

5

IHOS = 2 + 1,2 = 3,20 a 1 – Higiene oral satisfatória1,1 a 2 - Higiene oral regular2,1 a 3 - Higiene oral deficiente3,1 em diante – Higiene oral muito má