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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA MESTRADO GLÁUCIA DE CASTRO DONATO UM OLHAR CENTRADO NA PESSOA: SOFRIMENTO FAMILIAR DO PACIENTE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

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INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA

MESTRADO

GLÁUCIA DE CASTRO DONATO

UM OLHAR CENTRADO NA PESSOA: SOFRIMENTO FAMILIAR

DO PACIENTE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Brasília – DF

2018

GLÁUCIA DE CASTRO DONATO

UM OLHAR CENTRADO NA PESSOA: SOFRIMENTO FAMILIAR

DO PACIENTE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Artigo apresentado ao Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva - IBRATI, como requisito de avaliação para Conclusão de Curso de Mestrado em Terapia Intensiva.

Orientador: Me. Jaldo Cambuy da Silva Junior.

Brasília – DF

2018

UM OLHAR CENTRADO NA PESSOA: SOFRIMENTO FAMILIAR

DO PACIENTE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Gláucia de Castro Donato1, Jaldo Cambuy da Silva Júnior2

RESUMO:

Objetivo: analisar os sentimentos dos familiares dos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva, numa visão da Psicologia Existencial Humanista. Métodos: Pesquisa de revisão bibliográfica qualitativa, utilizando o Itinerário da Psicologia de Carl Rogers e autores que citam a Abordagem Centrada na Pessoa, como Amatuzzi e outros. Para o suporte teórico sobre família, hospital e UTI, o estudo tem a contribuição de artigos científicos e livros embasados em Simonetti, Sebastiani, Kubler-Ross, dentre outros. Discussão: Entende-se que a UTI é um ambiente repleto de aparatos tecnológicos, profissionais especialistas, cuidados excessivos que despertam nos pacientes e familiares fantasias, medos, emoções e sofrimentos psíquicos. Conclusão: A psicologia Carl Rogeriana permitiu compreender a importância do respeito, o processo de vida, doença, morrer, sentimentos vivenciados, a importância da congruência, empatia e a aceitação incondicional para uma expansão e remissão dos sofrimentos.

PALAVRAS-CHAVE: Unidade de Terapia Intensiva. Abordagem Humanista Centrada na Pessoa. Hospitalização. Família.

ABSTRACT:

Objective: to analyze the feelings of patients’ parents in Intensive Care Unit (ICU) in a Humanist Existential Psychology vision. Method: Research of qualitative bibliographic revision using the Psychology Itinerary of Carl Rogers and others authors as Amatuzzi who mentions the Person Centered Approach. For theoretical support about family, hospital and ICU, this study was based on scientific articles and books of Simonetti, Sebastiani, Kubler-Ross and others. Discussion: It is understood that the ICU is an environment full of technological devices, expert professionals, excessive cares which arouse fantasies, fears, emotions and psychical sufferings. Conclusion: Rogerian psychology helped to understand the importance of respect, life process, disease, death, feelings experienced, the importance of coherence, empathy and the unconditional acceptance for expansion and remission of sufferings.Keywords:

KEYWORDS: Intensive Care Unit. Person Centered Approach. Family.

1Especialista em Saúde Mental pela UNIGRAD, Faculdade Guanambi - BA. Especialista em Psicopedagogia Clínica e Hospitalar pela Faculdade Católica de Ciências Econômicas da Bahia - FACCEBA. Mestranda em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva - IBRATI. Psicóloga pela Faculdade – FG - Guanambi - BA. Pedagoga pela Universidade Estadual da Bahia – UNEB. E-mail: [email protected] em Saúde Mental pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Especialista em Psicologia Escolar pela Universidade de Patos. Mestre e Doutorando em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva - IBRATI. Psicólogo pela Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE.

2

1 INTRODUÇÃO

O tratamento de um paciente em Unidade de Terapia Intensiva - UTI afeta e fragiliza a

família, principalmente quando o estado de saúde necessita de mais atenção, cuidado e sugere

condições de risco de vida. O ambiente de uma UTI, configura-se em um cenário de aparelhos

e ações profissionais que podem eliciar nos familiares da pessoa internada, sentimentos de

incerteza, desorganização e angústia. Desse modo, entende-se que esse ambiente possui

características que contribuem para o estresse físico e psicológico dos pacientes. É carregada

de equipamentos estranhos, alarmes incessantes, pessoas desconhecidas, cheiros

desagradáveis e luzes quase sempre acesas (NOVAES; KNOBEL, 2008).

A Unidade de Terapia Intensiva surge a partir da necessidade de aprimoramento e

dedicação, que concilia recursos humanos e materiais para cuidar de pacientes graves, porém

considerados recuperáveis e que requerem uma observação constante e centrado num espaço

especializado (VILLA; ROSSI, 2002). Entre os recursos técnicos, há um humano que ali se

encontra e que vivencia a doença envolvida em sua totalidade existencial e enfrenta a

insegurança, a dor e o risco de morte (CORREA, 2000). Nesse contexto de tratamento e

cuidado, está inserido o familiar que, de fato, precisa ser atendido com acuidade e

compreensão para que se torne um aliado importante da equipe, pois atua como um recurso

favorável ao tratamento e investe nas possibilidades de recuperação do paciente (SANTOS et

al1, 1999).

Compreende-se, assim que a família está inserida no contexto do tratamento, porém

nela pode emergir a condição da expectativa que gera desorganização, ansiedade e angústia.

Desse modo, entende-se que o adoecimento de uma pessoa e sua internação na UTI, além de

implicar numa dinâmica específica de intervenção profissional requer também uma

modificação da dinâmica familiar. O estado emocional da família, de certo modo, torna-se

instável frente a doença física do ente querido, o que sugere uma situação difícil, logo que a

dor possibilita a condição de sofrimento de todos inseridos nesse contexto. Além da família

sofrer o impacto da doença da pessoa próxima, ela necessita manter o equilíbrio para poder

assegurar o cumprimento das tarefas e das necessidades do doente (FONSECA, 2004).

No início do século XX a tendência humanista, direcionada para a Psicologia, ganha

um norteamento sustentado por teóricos como Abraham Maslow, Rollo May, Carl Rogers

dentre outros. A Abordagem Humanista Centrada no Cliente, designada por Carl Rogers,

busca demonstrar uma forma humana de compreender a pessoa, usando a empatia, a

congruência e aceitação incondicional. A teoria trabalha com a possibilidade da auto

compreensão e habilidades de auto aceitação. Dessa forma, apresenta uma maneira de facilitar

o despertar no outro a condição de se perceber, e evidencia que o sujeito é basicamente

responsável por si próprio (AMATUZZI, 2012).

A relevância desse estudo pauta-se na possibilidade de oferecer suporte para outras

pesquisas, bem como favorecer a conscientização dos profissionais de saúde e familiares

sobre a possibilidade de reconhecer e compreender o sofrimento do familiar do paciente

internado em UTI e sugerir condições de conforto para uma melhor saúde psíquica do familiar

no momento da dor. Pode também, oferecer condições aos profissionais de saúde para que os

sentimentos dos familiares dos pacientes sejam melhores entendidos.

Diante do exposto, este estudo busca analisar os sentimentos dos familiares dos

pacientes da Unidade de Terapia Intensiva, numa visão da teoria Existencial Humanista.

Evidencia que: o sofrimento do familiar advém da dificuldade da aceitação da sua condição,

sem possibilidades de superação; a dor é uma consequência das fantasias e medos da perda, o

lidar com a doença e a possibilidade de morte traz sofrimento psíquico e sintomas

desconfortáveis; a aceitação incondicional, empatia e congruência dos profissionais são

condições que podem amenizar o sofrimento familiar.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Entende-se que uma pesquisa científica requer uma atribuição na qual lança cuidados

de procedimentos formais e métodos reflexivos com o objetivo de ratificar ou refutar os fatos

pesquisados, ao mesmo tempo em que propõe soluções definitivas ou parciais.

Partindo desse pressuposto, a natureza desse trabalho traz como abordagem a pesquisa

qualitativa, por trabalhar com dados teóricos que objetivam buscar significado. Visa ainda,

explicar origem, mudanças relacionadas ao fenômeno em estudo e suas relações mediante a

máxima valorização do contato direto com a situação estudada e busca o que é comum, mas

permanece aberta para perceber a individualidade e os múltiplos significados, tendo o

pesquisador como o seu principal instrumento (OLIVEIRA, 2011).

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, por ser uma pesquisa embasada em

material já elaborado, constituído principalmente em livros e artigos científicos, porém não se

constitui de uma repetição de dados mas um novo enfoque (GIL, 2010). Este tipo de pesquisa

tem como principal objetivo levar o pesquisador a entrar em contato direto, com tudo o que

foi escrito, dito, filmado sobre determinado assunto (LAKATOS; MARCONI, 2005).

Esse estudo de revisão bibliográfica foi realizado a partir da base de dados Scielo e

Lilacs, cujos principais materiais referenciados encontram-se nas obras de Carl Rogers,

Amatuzzi, Simonetti, Sebastiani, Kubler-Ross dentre outros. Foram selecionados sete artigos

científicos publicados no período de 2000 a 2013 e um exposto no ano de 1986, trinta

literaturas e duas leis. Quanto a Carl Rogers, foram utilizados seus principais trabalhos:

Tornar-se Pessoa e Um Jeito de Ser e, por fim, com relação a Amatuzzi, duas obras foram

referenciadas, nas quais encontram-se discussões a respeito da abordagem de Rogers e a

Psicologia Humanista. As demais literaturas empregadas trazem discussões acerca da ACP

(Abordagem Centrada na Pessoa), serviço de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e a família

dos pacientes nesse contexto.

3 PSICOLOGIA - ABORDAGEM EXISTENCIAL HUMANISTA

A Psicologia Humanista surgiu na década de 50 e ganha ênfase nos anos 60 e 70. Essa

tendência nasce como uma reação de insatisfação das duas importantes tendências destacadas

na época: o Behaviorismo e a Psicanálise (AMATUZZI, 2010). Essa abordagem busca

edificar uma visão mais vasta do ser humano. Compreende-se que havia necessidade de

ampliar, naquele momento, a visão de homem que, mediante os psicólogos humanistas, se

achava limitada e restrita a apenas alguns aspectos e subsídios apresentados pelos teóricos do

behaviorismo e psicanálise. Os humanistas assinalavam que tanto a Psicanálise quanto o

Behaviorismo apontavam para partes de um todo maior e mais complexo que é o ser humano,

estando a visão total da pessoa anulada por esta evidência nas partes (HOLANDA, 1998 apud

CAMPOS, 2017).

Com essa visão é percebida uma nova compreensão do ser humano que enfoca as

emoções, necessidades, motivações e realizações. Abraham Maslow, um dos representantes

do humanismo, traz novos conceitos relacionados ao homem que já haviam sido esquecidos

pela psicologia: a saúde psicológica, a condição de escolha, a criatividade, a auto realização, o

compromisso comunitário, o envolvimento político, a abertura espiritual (AMATUZZI,

2012).

A visão de Abrahan Maslow sobre a Psicologia Humanista, mostra que a pessoa é

capaz de auto realizar-se e auto atualizar-se, explica a capacidade que cada um tem de atuar

seguindo convicções e princípios pessoais que busca em si mesmo, que gera subjetivação, e

que não formula forças ocultas (GONZÁLEZ REY, 2003).

Desse modo a teoria Humanista segue sua direção em um pressuposto de autonomia.

Busca contribuições nas explicações Existenciais e Fenomenológicas, revela o humano no que

ele tem de próprio e é originada uma forma diferenciada e concreta a favor dos homens e

mulheres (AMATUZZI, 2010). Assim, os humanistas crêem que há uma essência comum à

condição humana, também acreditam que essa essência está integrada num embasamento

biológico (CASTAÑON, 2007). Nas contribuições dos pensamentos de Kierkegaard, Husserl,

Heidegger e Sartre, é visto que há uma compreensão diferente do humano e sua existência.

Para o Humanismo, o homem está sempre fora de si mesmo, isso o faz existir nessa

busca de fins transcendentes. Ele é aquilo que se faz, é um processo em construção e

superação para a realização como ser humano completo, é responsável por ser completamente

homem. Ele é o que escolhe ser, assim é visto em condição de liberdade (SARTRE, 2004).

Desse modo, entende-se que está em cada pessoa sua condição de ser. Todos têm uma

natureza interna essencial e singular que está biologicamente alicerçada, intrínseca, num certo

sentido limitada e invariável. A natureza interna de cada pessoa é, singularmente, dela

(MASLOW, 1968). A visão de homem é compreendida de forma diferenciada. Maslow traz a

ideia das necessidades humanas como hierarquizadas nos motivos humanos, sendo que, uma

necessidade é substituída pela seguinte mais forte na hierarquia e na medida em que uma se

satisfaz, outra torna-se mais necessária. O teórico classifica essas necessidades em:

fisiológicas, segurança, afiliação, auto estima e auto realização (DAVIDOFF, 2001). Visto

que, a fisiológica é mais forte, por ser essencial e básica. Dessa forma, prossegue a pirâmide

das necessidades, mediante a ordem de prioridade humana até chegar ao topo, sendo a última,

a auto realização (MASLOW, 1968).

De tal modo, com base nessas pressuposições, percebe-se que a Abordagem

Humanista se alicerça na ideia de compreender o homem dentro das suas peculiaridades. Carl

Rogers e Maslow aproximam-se bastante de análogas concepções. Entre eles existe uma

crença no homem e uma certeza de que nele se manifesta uma tendência a uma busca por uma

melhor condição de existir (AMATUZZI, 2010).

4 CARL RANSON ROGERS E A TEORIA EXISTENCIAL HUMANISTA

CENTRADA NA PESSOA – CONTEXTO HISTÓRICO

Carl Rogers nasceu em uma família do Meio Oeste americano, onde os valores rurais

eram valorizados, em 8 de janeiro de 1902, em Oak Park, Ilinois, EUA. Trazia consigo

interesse pela natureza e pelo fenômeno do crescimento, tinha valores tradicionais e religiosos

advindos da necessidade de trabalho árduo. Realizou estudos de agronomia na Universidade

de Wisconsin, licenciou em História, fez seminário em Teologia na União Teológica, em

Nova Iorque. Dedicou-se aos trabalhos religiosos, logo casou e teve dois filhos. Foi para

Teachers College da Universidade de Columbia para frequentar o curso de psicologia clínica e

psicopedagogia. Em 1928, obteve os títulos de mestre e em 1931 de doutor (ZIMRING,

2010).

A partir do ano de 1929, Carl Rogers começa a utilizar a linha não-diretiva, sem

interpretação, a pessoa lidera a sua discussão sem uma direção específica do terapeuta. Em

1939, passou a ser conhecido como psicólogo clínico e apresentou, a partir daí novos

conceitos em psicoterapia. Escreveu diversas obras que se destacaram: Aconselhamento e

Psicoterapia (1942), Terapia Centrada no Cliente (1945-1957), As Condições Necessárias e

Suficientes para a Mudança Terapêutica da Personalidade (2008), Tornar-se Pessoa (best-

seller mundial) (1961), A Relação Terapêutica e o seu Impacto (1967), Grupos de Encontro

(1970), Poder Pessoal (1977) e Um Jeito de Ser (1980) (ZIMRING, 2010).

Carl Rogers, a partir do ano de 1945 começa a tratar a sua abordagem como Terapia

Centrada na Pessoa. Destarte, busca se aprofundar em seus estudos juntamente com outros

pensadores humanistas. Em 4 de fevereiro de 1987, em La Jolla, Califórnia, Carl Rogers

faleceu com 85 anos de idade e deixa legado de importância significativa para o campo da

psicologia (ZIMRING, 2010).

A teoria Carl Rogeriana, Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) passa a ser aplicada

no Brasil, a partir da lei 4.119 de 27 de agosto de 1962, que regulamenta a profissão do

psicólogo. Assim sendo, a contribuição dos escritos rogerianos numa visão não-diretiva,

mostra como ele vai se compondo, se expandindo e se reformulando no decorrer dos anos. E a

concepção de homem de Carl Rogers se mantém, ao longo de toda a sua teorização, ligado à

noção de pessoa como centro, destacando o sentimento e a experiência como contribuições

para o crescimento, explicada como auto Realização (LEITÃO, 1986).

Rogers acredita que o ser humano tem um potencial de crescimento natural, uma

tendência de atualização inerente as condições psicológicas de cada um (LEITÃO, 1986 apud

CAMPOS, 2017). A Tendência Atualizante, é considerada uma adequação com autonomia,

uma direção que determina e encoraja o crescimento da pessoa. O vivenciar os sentimentos é

o caminho para a integração e o desenvolvimento pleno do ser humano, ou seja, para a Auto

Realização ou Atualização (ROGERS, 1985).

A Tendência Atualizante é uma condição humana da busca de uma direção positiva e

construtiva para a realização plena (ROGERS, 1983). Dentro dessa possibilidade, explica Carl

Rogers sobre: Self, que é compreendido como real e ideal. Self não é uma entidade constante

que está sempre em formação, ele se reformula mediante as circunstâncias. Self ideal está

atribuído as características que a pessoa mais gostaria de reclamar ao se referir a si mesmo, o

real é o que realmente é (FADIMAN; FRAGER, 1986).

Carl Rogers apresenta, em 1957, três condições essenciais que facilita o crescimento

da pessoa, explica que com elas a pessoa passa aceitar a si mesma e ao outro. A primeira

destacada é a congruência, refere-se a uma forma sincera e autêntica que o terapeuta tem em

relação ao cliente. A segunda condição é a aceitação incondicional, que é a confiança e a

compreensão sem julgamento ou condição de valor. A terceira é a compreensão empática do

terapeuta frente ao cliente, é o esforço em comunicar o mesmo sentimento percebido, ou seja,

se colocar no lugar do outro (ZIMRING, 2010).

Em sua teoria, Rogers destaca a Manutenção e Expansão e se referencia na proposição

da hierarquia das necessidades motivacionais de Maslow para explicar essas experiências

humanas. Ele afirma que a manutenção é percebida através do desejo da pessoa de

compreender aquilo que vê como mais conveniente, ou seja, seu auto conceito (FEIST, 2008).

A expansão é então a vontade e a iniciativa de aperfeiçoar e mudar.

Compreende-se assim, que a abordagem Centrada na Pessoa, traz uma perspectiva

diferenciada de ver o homem e suas relações, busca através da congruência e empatia a

aceitação do jeito de ser. Os sentimentos, posições, percepções, comportamentos e outros

matizes que compõem o jeito singular de cada ser humano são compreendidos e respeitados

(ROGERS,1983). A abordagem de Carl Rogers apresenta uma forma de como aceitar a

pessoa e desse modo despertar nela a percepção e aceitação (AMATUZZI, 2012).

5 UTI – UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Mediante busca histórica, entende-se que a ideia de UTI, surgiu com a enfermeira

Florence Nightingale ao descrever os benefícios de se ter uma área separada do hospital para

pacientes em recuperação de cirurgia durante a guerra da Criméia, séc. XIX. De tal maneira,

explicava-se que os pacientes mais graves ficassem mais próximos à área de trabalho das

enfermeiras, tendo assim um melhor acompanhamento e vigilância (SIMMONS,

NIGHTINGALE, 2004 apud FONSECA, FONSECA, 2010).

É visto que as UTIs, buscam realizar o ajustamento tecnológico adjunto a

conhecimentos específicos, com o desígnio de reduzir o número de mortes dos pacientes em

que até então não conseguiam resistir a determinadas moléstias (KNOBEL, 2008 apud

FERREIRA; MENDES, 2013).

No Brasil, na década de 60 surgiram as primeiras UTIs em São Paulo e Rio de Janeiro

(PESSINI, 2004). Nesse país, a implantação da UTI se expandiu nos anos 70 no hospital

Sírio Libanês, em São Paulo, com dez leitos direcionados a um atendimento diferenciado ao

paciente grave (BERTHELSEN; CRONQVIST, 2003 apud CUCHI, 2009). O serviço de

UTI promove uma atenção de base própria, equipada com aparelhamentos

disponíveis, recursos profissionais adequados que objetiva oferecer uma

assistência mais eficiente e segura (ABRAHÃO, 2010).

Compreende-se que UTI é um espaço do hospital que tem como objetivo receber

pacientes clínicos, pós-cirúrgicos, terminais e em estado grave com possibilidades de

recuperação. Desse modo, é entendida como um local que acolhe pessoas com diagnósticos

diversificados e com necessidades e cuidados especiais (PREGNOLATTO; AGOSTINHO,

2010).

No que se refere ao âmbito legal, segundo o Ministério da Saúde (BR) Lei 3.432, de

12 de agosto de 1998, a UTI é um departamento proposto ao atendimento de pacientes graves

ou de risco que dispõem de subsídio do serviço médico e de enfermagem contínuos, com

equipamentos específicos, recursos humanos especializados, além de acesso a outras

tecnologias destinadas ao diagnóstico e terapêutica.

Para o funcionamento de uma UTI há necessidade de um ambiente planejado, com

números de leitos adequados, salas de procedimentos, laboratórios, espaço destinado a todos

serviços necessários para comodidade do paciente e adequação dos profissionais, conforto

médico, espaço para espera de visitantes e outros (KNOBEL, 2006). A equipe de profissionais

denominados intensivistas, necessita ser qualificada e especializada sendo ela formada por:

médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, farmacêuticos, fisioterapeutas,

terapeuta ocupacional, psicólogos e assistentes sociais (MARTINS; NASCIMENTO, 2005).

5.1 MEDOS E FANTASIAS

A internação do paciente em um hospital, mais precisamente em uma Unidade de

Terapia Intensiva, traz influências na vida emocional da pessoa, acarreta sofrimento e gera

angústia. O nome UTI está vinculado a um estereótipo de morte eminente, há a crença de que

é um local que conduz o paciente em estado terminal, ou que não tem mais possibilidades de

vida (SEBASTIANI, 2003).

Os medos e fantasias elaborados pelo paciente e família, tornam-se muito evidentes no

momento da permanência do tratamento intensivo, sendo que o morrer e a morte são vistos

como mais presentes. As fantasias, em torno do fim da vida, trazem a condição da fuga, pois é

terrível e indizível, assunto que por vezes é esquivado (KUBLER-ROSS, 2008).

As doenças trazem sintomas físicos desconfortáveis que se agregam a subjetividade

humana e se manifestam através de sintomas psíquicos. A singularidade de cada pessoa é

percebida diante da doença em configurações diferenciadas, através de: sentimentos,

pensamentos, desejos, lembranças, crenças, sonhos, fantasias, medos e conflitos. Essas formas

implicam no adoecer como um desencadeador do processo patogênico e até mesmo como

mantenedor do adoecimento (SIMONETTI, 2013).

Percebe-se que, a conduta da família frente a internação de um familiar está

relacionada de forma involuntária ao medo de perder o ente querido. Vivenciar o morrer,

mesmo sem a certeza, traz para as pessoas envolvidas um processo de sofrimento e fantasias

em cinco estágios. Sendo eles: a negação, a raiva, barganha, depressão e por fim, a aceitação

(KUBLER-ROSS, 2008).

As fases enfatizadas são explicadas da seguinte forma: a negação é uma defesa, a

pessoa cria explicações para comprovar que a situação difícil não é verdade. Na raiva, ela

demonstra sentimento de revolta e ressentimento, por vezes direciona ao ambiente, situação

ou outros envolvidos. A barganha é a condição de negociação, realiza promessas e pedidos a

Deus. Em seguida vem a depressão, com as dificuldades prolongadas e enfrentadas, a tristeza

tende a ser mais intensa. A última fase é a aceitação, nesse momento a situação é acolhida, de

certa forma surge a paz, porém alguns prolongam o conflito por mais tempo (KUBLER-

ROSS, 2008).

Na visão Humanista Centrada na Pessoa, compreende-se que o ser humano tem uma

tendência a atualizar-se ou seja, refazer de forma positiva, aquilo que considera negativo.

Explica Carl Rogers, quando se refere a Tendência Atualizante, que todos nós temos um

impulso inerente a mudanças positivas, como uma semente de uma planta que tem dentro de

si uma disposição a tornar-se árvore (FADIMAN; FRAGER, 1986). Assim, é visto que essa

força intrínseca e própria do ser humano, tende a frear o que considera autodestrutivo.

6 UTI - SENTIMENTOS FAMILIARES – CARL ROGERS

O desconforto físico e emocional da pessoa internada é intenso, gera angústia e

sofrimento na família que se sente onipotente em ajudar o familiar a sair dessa aflição

(SEBASTIANI, 2003). A família é compreendida como uma unidade que está diretamente

abotoada ao paciente. Entende-se assim, que o paciente é a continuidade familiar, e nesse

contexto, suas necessidades são abarcadas pela família. Logo, pode instalar a tensão e a

desequilíbrio psíquico no tempo da internação (SOUZA, 2010).

Os momentos de tensão vivenciados pelos familiares parecem incômodos conforme

explica o autor supracitado. É entendido que uma pessoa que permanece um tempo demasiado

na posição de revolta acaba por desencadear um nível importante de estresse. O estresse traz

uma reação de alerta para a mente e o corpo, os músculos se enrijecem, a respiração fica mais

rápida, o coração acelera, a adrenalina é entornada na corrente sanguínea e a forma de

perceber os fatos tornam-se mais aguçados e produtivos (SIMONETTI, 2013).

Os sentimentos do familiar envolvido na tensão da espera dos resultados gera estresse.

Esse comportamento torna-se positivo quando existe um desafio a ser enfrentado, pois

aumenta a função do organismo no procedimento de luta ou fuga, porém quando é sustentado

cronicamente, gera ao corpo e a mente o sofrimento (SIMONETTI, 2013).

O papel dos sentimentos, é visto por Carl Rogers de uma forma especial. Explica que

essa condição humana alicerça o crescimento, é o caminho para a integração e o

desenvolvimento pleno do ser humano. É uma experiência momentânea, e a vivência íntegra

dos sentimentos que ocasionam a manifestação ativa do potencial de desenvolvimento

existente na pessoa (LEITÃO, 1996 apud CAMPOS, 2017).

Compreende-se que o sentimento surge da condição que a pessoa tem para lidar e

aceitar determinadas situações. Explica Rogers que é inerente à pessoa a capacidade de si

entender, com eficácia e com possibilidades de resolver seus próprios problemas (SOUZA,

2006). Ao aceitar os seus próprios sentimentos a pessoa descobre que há possibilidade de

viver com a situação real (ROGERS, 1985).

A disposição de aceitação se propaga à medida que o ser humano encontra a confiança

nos seus próprios sentimentos e reações. Os cometimentos causados são nem agressivos e

nem trágicos, porém nem sempre a pessoa busca acolher as ocorrências da vida com base no

self real (ROGERS, 1985). A condição esclarecida frente ao compreender as situações está

edificada na confiança na pessoa, em uma tendência que se atualiza sempre em crescimento e

potencialidade. No jeito de ser, singular de cada humano, há o propósito de permitir um

caminho direcional de aceitação (ROGERS, 1986).

Entende-se que a família, em acompanhamento de um paciente hospitalar, demonstra

sentimentos de angústia na busca constante de bons resultados e deseja a cura do paciente. O

médico, se sente incapaz frente a condição de oferecer essa certeza, porém, por vezes busca

despertar sentimentos positivos nos familiares. Ora surge a raiva do médico, quando os

resultados almejados não são alcançados ou quando o diagnóstico é desfavorável a

preservação da saúde. Ora demonstra gratidão e admiração quando é percebido uma evolução

positiva no tratamento (SIMONETTI, 2013).

A conscientização da situação real do procedimento da internação do paciente em

UTI, é vista como algo necessário. A família é compreendida como um paciente secundário,

está em sofrimento, busca entender a doença e enfrentar seus medos e fantasias (SOUZA,

2010). Nesse contexto, Rogers explica a importância da congruência. A harmonia recíproca

na comunicação implicará em uma melhor aceitação e compreensão mútua, assim surge uma

melhoria na adequação psicológica (ROGERS, 1985).

A congruência é aquilo que é absolutamente verdadeiro, tudo que é sentido do jeito

que legitimamente é, assim é possível despertar na pessoa uma condição adequada para a

aceitação e crescimento (ROGERS, 1985). Destarte, compreende-se que a congruência na

comunicação, quando caracterizada como possibilidade de facilitar e aceitar a expressão dos

sentimentos e emoções, pode abrandar o sofrimento dos familiares e paciente no processo de

tratamento em internação hospitalar (SIMONETTI, 2013).

Quando o paciente de UTI entra em fase terminal, é visto que a família torna-se o foco

importante para a equipe de profissionais. Nesse momento, há o sofrimento psíquico e a

necessidade de uma preparação para lidar com a situação (SIMONETTI, 2013). Nesse

contexto, entende-se que implica ao médico o dever do cuidar do doente em estágio terminal,

e dar uma devolutiva para a família. Com essa responsabilidade, o profissional da medicina se

percebe na condição da auto cobrança excessiva em manter o paciente vivo. Faz uso de todos

recursos e técnicas, o que é definido como obstinação terapêutica. Os médicos buscam

conservar a vida da pessoa, ou seja uma prorrogação do viver de um enfermo que se encontra

em fase final, mesmo sem condições de uma melhora e ressignificação da saúde

(HOTTOIS,1998).

Percebe-se que Hottois, autor supracitado, explica a empatia do médico ao deparar

com o cuidar do paciente. Entende-se que nesse momento a família se sinta compreendida,

pois quer que o paciente seja bem tratado (SIMONETTI, 2013). A empatia é viver

temporariamente a história do outro (FEIST, 2008). Rogers explica, que as pessoas são

possuidoras de valor e por isso, devem se respeitar e valorizar mutuamente, numa

consideração positiva pautada no convívio saudável e de credibilidade no outro (AMATUZZI,

2012).

Conforme o esclarecimento de Simonetti, citado acima, apreende-se também que a

prorrogação do viver, em caso irreversível, traz o sofrimento psíquico para familiares e

profissionais envolvidos, mediante uma suposta impotência e culpa. Carl Rogers, mediante a

expressão Tornar-se Pessoa, esclarece ter uma admiração da forma como Soren Kierkegaard

fala sobre o sofrimento do indivíduo quando o próprio filósofo explica que o desespero mais

comum é estar desesperado por não ter a condição de escolha, ou seja, por ter dificuldades em

aceitar o que lhe é imposto pelo outro. Na busca por opções, surge um conflito ainda mais

acentuado que faz a pessoa perceber a mais profunda responsabilidade do ser humano: a

escolha (ROGERS, 1985).

Na desorganização do sofrimento frente a escolha, Rogers fala sobre o potencial de

crescimento inerente a cada pessoa, desde que busque as condições psicológicas adequadas

(LEITÃO, 1986 apud CAMPOS, 2017). Ele explica que dentro dessa condição humana estão

as tendências de manutenção e expansão. A manutenção é a proteção do auto conceito, a

condição da resistência de sair daquele conforto, enquanto a expansão caracteriza-se por ser

uma iniciativa de mudança, ou até mesmo uma disposição que o indivíduo tem para aprender

coisas que a princípio não lhe são gratificantes (FEIST, 2008). A quebra da manutenção

então, pode caracterizar a própria aceitação da morte e do morrer e expandir a pessoa a um

outro contexto de percepção de tempo, um tempo que não deve ser apenas sofrido, mas

também, aproveitado.

O ciclo então descrito por Kubler-Ross (2008): negação, raiva, barganha, depressão e

aceitação acontece então segundo esclarecimento supracitado, em que a aceitação está ligada

a Tendência Atualizante, segundo a qual todo o sujeito é instigado a desenvolver suas

potencialidades de maneira a favorecer sua conservação e seu enriquecimento. É uma

necessidade inata do ser humano de se satisfazer em relação aos aspectos psicológicos,

emocionais e racionais (FEIST, 2008).

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao buscar compreender o sofrimento familiar do paciente hospitalizado em UTI em

uma visão da Psicologia Humanista Centrada na Pessoa, são destacados alguns fatores

relevantes. A UTI é um ambiente fechado repleto de aparatos como: aparelhos, luzes, sinais

acústicos, profissionais especialistas, observações e constantes, dentre outros que podem ser

eliciadores de um desequilíbrio para as pessoas envolvidas.

A internação em UTI traz medo por estar associada a recuperação da saúde, com a

condição de morte. Nesse processo de sofrimento, e manutenção estão os sintomas psíquicos

advindos de sentimentos como: desejos, lembranças, fantasias e conflitos. A família nega,

irrita, negocia, deprime e por fim pode conformar ou tardar essa aceitação.

O aceitar é a condição positiva inerente de cada ser humano denominada por Carl

Rogers como Tendência Atualizante. Compreende que o processo do sofrimento dos

familiares, quando embasado em ideais, traz desconforto psíquico. O deparar com o real é o

aceitar os sentimentos e viver com possibilidade de equilíbrio.

A obstinação terapêutica é vista como uma condição empática do médico que se

esforça para manter o paciente vivo. Essa iniciativa ora beneficia a família, quando é

percebida como uma ação de comprometimento profissional e ora traz a condição da culpa, e

impotência quando os resultados são desfavoráveis.

O processo do sofrimento é uma manutenção que pode estar embasada na culpa e no

conflito da falta de escolha, o que tarda a condição de uma expansão. Rogers respeita os

sentimentos humanos e valoriza a congruência, empatia e aceitação incondicional como

condições adequadas que podem favorecer a aceitação do real, logo a expansão. Desse modo,

favorece o surgimento de um Self mais flexível, que se baseia na experiência global da

pessoa, percebida sem distorção, o que permite o seu crescimento.

Assim, o presente estudo abriu possibilidades para novos questionamentos e

investigações, com base na Psicologia, em torno da percepção dos sentimentos vivenciados

pelos familiares de pacientes internados em UTI. Apontou alguns elementos consideráveis

para uma melhor qualidade de vida psíquica. Novos estudos são necessários para que o

atendimento oferecido às famílias em sofrimento seja mais acessível e de qualidade, ao tempo

em que, possibilite aos cuidadores, melhores condições de compreensão, além de respeito e

aceitação a essa situação, merecedora de atenção e cuidado, já que trata-se da atenção ao

humano, com todas as suas fantasias e medos, capacidades e potencialidades.

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