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RELATÓRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS - CONSOLIDADO Nº 224392 - 2ª PARTE RELATÓRIO NR : 224392 UCI 170973 : CG DE AUDITORIA DA ÁREA DE SAÚDE EXERCÍCIO : 2008 UNID CONSOLIDADORA: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE CÓDIGO : 250000 MUNICÍPIO : BRASÍLIA UF : DF 1 GESTÃO OPERACIONAL 1.1 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS 1.1.1 ASSUNTO - RESULTADOS DA MISSÃO INSTITUCIONAL 1.1.1.1 INFORMAÇÃO: (046) Realizou-se análise dos indicadores de resultado apresentados pela Entidade em seu Relatório de Gestão, sendo selecionados, para avaliação, 2 dos 8 apresentados. a) O Indicador nº. 7, que tem o objetivo de medir a capacidade de execução do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, tendo como metodologia de cálculo a comparação entre os Termos de Compromisso assinados nos exercícios de 2007 e 2008 e o total previsto para o período de 2007 a 2010. Ocorre que a assinatura de Termo de Compromisso não pode ser considerado uma parâmetro capaz de medir o desempenho da Entidade, uma vez que não representa que os valores estão aptos a serem liberados para os municípios solicitantes, pois, para que isso ocorra, há a necessidade de se aprovar o projeto técnico apresentado. Cabe enfatizar que não houve uma comparação com a meta prevista para o exercício. Assim, entende-se que o indicador para ser representativo deveria ter sido estabelecido pela comparação da meta para o período com o efetivamente executado. - 1 -

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RELATRIO DE AUDITORIA ANUAL DE CONTAS - CONSOLIDADO

N 224392 - 2 PARTE

RELATRIO NR : 224392

UCI 170973 : CG DE AUDITORIA DA REA DE SADE

EXERCCIO : 2008

UNID CONSOLIDADORA: FUNDAO NACIONAL DE SADE

CDIGO : 250000

MUNICPIO : BRASLIA

UF : DF

1 GESTO OPERACIONAL

1.1 AVALIAO DOS RESULTADOS

1.1.1 ASSUNTO - RESULTADOS DA MISSO INSTITUCIONAL

1.1.1.1 INFORMAO: (046)

Realizou-se anlise dos indicadores de resultado apresentados pela Entidade em seu Relatrio de Gesto, sendo selecionados, para avaliao, 2 dos 8 apresentados.

a) O Indicador n. 7, que tem o objetivo de medir a capacidade de execuo do Programa de Acelerao do Crescimento - PAC, tendo como metodologia de clculo a comparao entre os Termos de Compromisso assinados nos exerccios de 2007 e 2008 e o total previsto para o perodo de 2007 a 2010. Ocorre que a assinatura de Termo de Compromisso no pode ser considerado uma parmetro capaz de medir o desempenho da Entidade, uma vez que no representa que os valores esto aptos a serem liberados para os municpios solicitantes, pois, para que isso ocorra, h a necessidade de se aprovar o projeto tcnico apresentado.

Cabe enfatizar que no houve uma comparao com a meta prevista para o exerccio.

Assim, entende-se que o indicador para ser representativo deveria ter sido estabelecido pela comparao da meta para o perodo com o efetivamente executado.

b) O Indicador n. 8, que trata da capacidade de acompanhamento da execuo de convnios, teve como parmetro o nmero de convnios celebrados no exerccio de 2005. Assim sendo, tendo em vista que o Relatrio de Gesto teve como escopo o exerccio de 2008, conclui-se que o indicador no representativo para avaliar a atuao da rea de Convnios no exerccio sob anlise.

Ante o exposto, conclui-se que os 2 indicadores analisados no permitem avaliar os resultados institucionais da Entidade.

1.1.1.2 INFORMAO: (047)

Com o objetivo de avaliar os resultados quantitativos e qualitativos apresentados pela Entidade em seu Relatrio de Gesto, examinou-se a consistncia das informaes apresentadas, mediante a anlise das metas fsicas e financeiras atinentes s Aes do Programa Servios Urbanos de gua e Esgoto e do Programa Proteo e Promoo dos Povos Indgenas, por serem estes os Programas de maior relevncia para a Entidade, a saber:

1. Programa Servios Urbanos de gua e Esgoto

a) Ao 7652 - Implantao de Melhorias Sanitrias Domiciliares para Preveno e Controle de Agravos.

A meta financeira apresentada exposta no Quadro a seguir:

Aprovado (R$)

Empenhado (R$)

Liquidado (R$)

Pago*

Pago/

aprovado %

Liquidado/

Aprovado %

141.707.906,00

117.863.748,00

117.863.748,00

510.000,00

0,35%

82,28%

Fonte: Relatrio de Gesto da FUNASA

J a meta fsica, que tem como unidade de medida a quantidade de famlias beneficiadas no exerccio sob anlise, apresentada como tendo um atingimento de 124,6%, cujo clculo foi obtido pela diviso da quantidade realizada pela quantidade de famlias beneficiadas, isto : 29.185/36.368.

Entretanto, no Quadro em que so apresentadas as metas fsicas, h uma coluna definindo o quantitativo revisado, no qual alterou o nmero de beneficiado programado de 29.185 para 45.954. Assim, se for considerado o valor revisado, o novo ndice seria de 79,14%.

oportuno mencionar que foram apresentados os dados referentes execuo oramentria da Ao, tendo sido verificado que houve pagamento somente no Estado de Pernambuco, no valor de R$ 510 mil, sendo as demais despesas apenas empenhadas. Mesmo assim, informado que houve famlias beneficiadas.

b) Ao: 10GD - Implantao e Melhorias de Sistemas Pblicos de Abastecimento de gua em Municpios de at 50 mil Habitantes ou Integrantes de Consrcios Pblicos, Exclusive de Regies Metropolitanas ou Regies Integradas de Desenvolvimento Econmico (RIDE).

Como meta financeira, a Entidade informou os seguintes dados:

Aprovado (R$)

Empenhado (R$)

Liquidado (R$)

Pago*

Pago /

aprovado %

Liquidado /

aprovado %

331.190.220,00

322.491.172,00

322.491.172,00

1.075.000,00

0,32%

97,37%

Fonte: Relatrio de Gesto da FUNASA

Em relao meta fsica, que teve como unidade de medida a quantidade de famlias beneficiadas, apresentado um ndice de 122,45% de atingimento, sendo pago apenas 0,32% dos recursos alocados.

Da mesma forma que foi constatado no item a, houve reviso do quantitativo de beneficiados sem que os ndices alcanados fossem alterados.

c) Ao: 10GE Implantao e Melhorias de Sistemas Pblicos de Esgotamento Sanitrio em Municpios de at 50.000 Habitantes ou Integrantes de Consrcios Pblicos, Exclusive de Regies Metropolitanas ou Regies Integradas de Desenvolvimento Econmico (RIDE).

Aprovado

Empenhado

Liquidado

Pago*

Pago /

aprovado %

Liquidado /

aprovado %

401.534.883,00

364.228.758,00

364.228.758,00

0,00

0,00%

90,70%

Fonte: Relatrio de Gesto da FUNASA

Para essa Ao, o ndice de atingimento da meta fsica foi de 98,27%, cabendo as mesmas consideraes feitas para as Aes tratadas nos itens a e b.

Da anlise do programa como um todo (as 3 Aes) e considerando que a execuo dessas Aes feita por meio de descentralizao de recursos mediante a celebrao de convnios, no possvel entender que um valor apenas empenhado possa beneficiar uma famlia, visto que, no entendimento desta equipe de auditoria, apenas a concluso das obras poderia propiciar benefcio s famlias.

Nesse mesmo sentido, pode-se constatar a baixa execuo oramentria da FUNASA, mas tal situao tem relao com a liberao dos recursos pelo Governo Federal no final do exerccio.

Ademais, no foi verificada a abordagem sobre os fatos que motivaram um atingimento de meta fsica superior previso, mas com baixa execuo financeira. Tal fato pode significar uma elevada eficincia no cumprimento da meta ou uma definio de metas subdimensionadas.

Dessa forma, entende-se que os indicadores das metas fsicas e financeiras apresentados no permitem avaliar a real execuo das Aes quanto aos resultados quantitativos e qualitativos.

2. Programa Proteo e Promoo dos Povos Indgenas

d) Ao: 8743 - Promoo, Vigilncia, Proteo e Recuperao da Sade Indgena

O Quadro a seguir aborda a meta financeira da Ao:

Aprovado

Empenhado

Liquidado

Pago*

Pago/

Aprovado %

Liquidado/

aprovado %

282.079.310,00

278.984.189,00

278.984.189,00

226.909.998,24

88,44%

98,90%

Fonte: Relatrio de Gesto da FUNASA

Como meta Fsica da Ao 8743, a FUNASA apresentou o seguinte Quadro:

Unidade de

Medida

Meta

Quantitativo

Programado

Revisado

Realizado

Realizado /

programado %

Plo

Estruturado

Nacional

25

34

34

38,09%

Casai - Macap

1

1

1

100%

Casai - Iapoque

1

1

1

100%

Total

27

36

34

125,92%

Fonte: Relatrio de Gesto da FUNASA

Em relao s metas fsicas, oportuno enfatizar que a estruturao da Casa de Sade do ndio do Iapoque no foi realizada, apesar de constar o atingimento de 100% da meta referente a sua estruturao. Tal fato foi observado em trabalho especfico em que identificou a precariedade das instalaes dessa Unidade.

Posteriormente ao recebimento do Relatrio Preliminar, a Entidade alterou o Relatrio de Gesto, passando o novo Quadro a ser o seguinte:

Unidade de

Medida

Meta

Quantitativo

Programado

Revisado

Realizado

Realizado /

programado %

Plo

Estruturado

Nacional

25

34

34

38,09%

Casai - Macap

1

1

0

0%

Casai - Iapoque

1

1

0

0%

Total

27

36

34

125,92%

2 RECURSOS EXTERNOS

2.1 BIRD

2.1.1 ASSUNTO - CAPACITAO E DESENVOLVIMENTO

2.1.1.1 CONSTATAO: (004)

Ausncia de formalizao de processos e de documentao suporte de gastos referentes s concesses de bolsas-auxlio para estudantes indgenas por meio do Projeto VIGISUS II.

Quando da anlise de concesso de bolsas-auxlio para indgenas estudantes de cursos superiores na rea de sade, verificou-se que o Projeto no formalizou em processo tais gastos, em desacordo com as disposies da Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

Por meio da Solicitao de Auditoria n. 222142/006, de 06/03/2009, solicitou-se ao gestor as peas que deveriam compor os processos, incluindo os documentos que do suporte aos gastos efetuados, que somam R$ 293.850,00.

No entanto, o gestor apenas disponibilizou planilhas com a relao de estudantes que recebem o benefcio mensalmente e documentos que comprovam a situao de indgena dos estudantes.

CAUSA:

Autorizar pagamentos de concesso de bolsas-auxlio a estudantes indgenas sem o devido processo formalizado e sem a documentao que d suporte aos gastos.

MANIFESTAO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio do Ofcio n. 31/UGP/VIGISUS/FUNASA, de 09/03/09, o gestor informou que, diante dos itens apontados, a gerncia do subcomponente I ir tomar as providncias de forma que todos os bolsistas tenham processos individuais contendo a documentao necessria.

Adicionalmente o gestor informou que foram montados processos para cada estudante, com organizao de toda a documentao e com os recibos dos meses de abril e maio. Ainda, informou que est providenciando os comprovantes de todos os pagamentos dos bolsistas para que o processo cumpra as suas formalidades processuais. Por fim, estar concluda no prazo de 30 dias teis.

ANLISE DO CONTROLE INTERNO:

Em que pese s justificativas do gestor, cabe ressaltar o fato da ausncia de documentao suporte, que deveria constar: comprovantes de processo seletivo dos candidatos, comprovantes das atividades desenvolvidas pelos estudantes, e comprovantes de desempenho dos estudantes, conforme produto de consultoria contratada para definio deste programa de bolsas para estudantes indgenas.

RECOMENDAO: 001

Formalizar e regularizar os processos de concesso de bolsas para estudantes indgenas no ensino superior na rea de sade.

RECOMENDAO: 002

Abster-se de efetuar pagamentos sem o devido processo formalizado, de modo a dar suporte aos gastos realizados.

2.1.2 ASSUNTO - CONTRATAO DE SERVIOS DE PESSOAS FSICAS

2.1.2.1 CONSTATAO: (001)

Falhas em processos seletivos para contratao de consultorias por produto pelo Projeto VIGISUS II.

Quando da anlise dos processos seletivos para contratao de consultorias na modalidade produto, por meio do Projeto VIGISUS II, financiado parcialmente pelo BIRD, verificou-se as seguintes ocorrncias:

- Inexistncia de critrios objetivos previamente publicados, em desrespeito ao art. 20 da Portaria MRE 717/06;

- Ausncia de classificao entre os candidatos;

- Ausncia de publicidade da classificao dos candidatos;

- Utilizao de provas e entrevistas sem que seus contedos estivessem detalhados no edital de seleo;

- Utilizao de entrevistas sem as devidas atas/memrias/registros, e tambm sem a assinatura dos candidatos, de modo a comprovar sua efetiva participao.

CAUSA:

No observar as exigncias da Portaria MRE 717/06 e do Decreto n. 5.151/04 nos processos seletivos para contratao de consultorias.

MANIFESTAO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio da Solicitao de Auditoria n. 222149/007, questionamos o gestor acerca das falhas constatadas. Em resposta, por meio do Ofcio n. 70/UGP/VIGISUS/FUNASA, de 11/05/09, a Coordenao do Projeto informou que os critrios objetivos para seleo, apesar de no serem previamente publicados no edital, foram informados a todos os candidatos por e-mail. Ainda, que tais critrios traduziam-se em teste escrito e outro oral realizado nas entrevistas dos candidatos. Para a seleo do vencedor, a comisso atribuiu notas aos testes, o que criou um critrio objetivo e justo para competio entre os participantes. Todos os testes foram devidamente assinados pelos consultores.

ANLISE DO CONTROLE INTERNO:

Em que pese as consideraes da Coordenao do Projeto, ressaltamos que a ausncia de publicao das formas de avaliao dos candidatos prejudica o prprio desempenho do candidato na avaliao. Um candidato que no sabe que ir ser avaliado por um teste no tem tempo de se preparar para ele. Um candidato que no sabe por quais critrios ser avaliado numa entrevista no tem como reagir s questes postas pelos entrevistadores. Ainda, cabe ressaltar que estes critrios devem ser impessoais, e, para tanto, pontuar experincia profissional e nvel acadmico, que so parmetros considerados bastante razoveis.

RECOMENDAO: 001

Estipular critrios objetivos e public-los previamente. Cuidar para que esses critrios no prejudiquem a concorrncia e competitividade das selees.

RECOMENDAO: 002

Evitar a utilizao de critrios subjetivos em processos seletivos de consultorias.

RECOMENDAO: 003

Implementar entrevistas previamente formatadas. Recolher a assinatura dos candidatos participantes. Caso seja vivel, implementar a entrevista virtual.

RECOMENDAO: 004

Publicar a pontuao e colocao de cada candidato, de modo a tornar o processo transparente.

RECOMENDAO: 005

Implementar um canal a ser utilizado para dirimir dvidas, buscar maiores esclarecimentos e mesmo fazer reclamaes quanto ao processo de seleo.

2.1.3 ASSUNTO - PROCESSOS LICITATRIOS

2.1.3.1 CONSTATAO: (002)

Restrio competitividade de certame licitatrio mediante excesso de exigncias no edital pelo Projeto VIGISUS II.

Com base na anlise do Processo n 25100.066.657/2006-36, referente NCB 002/2006, por meio do Projeto VIGISUS II, financiado parcialmente com recursos do BIRD, verificou-se que o edital exigiu dos licitantes maquinrio especfico, discriminado no edital, alm de um sistema de gesto a ser disponibilizado pelo vencedor para acompanhamento dos trabalhos por parte do gestor.

Com isso, apenas duas empresas apresentaram propostas para o certame, que foram: GRFICA E EDITORA IDEAL LTDA e CORONRIO EDITORA LTDA.

CAUSA:

Incluir em edital de licitao exigncia de maquinrios especficos e tambm sistema de acompanhamento dos trabalhos.

MANIFESTAO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio do Ofcio n. 69/UGP/FUNASA, de 11/05/09, a Coordenao da UGP informa que as exigncias constantes do edital licitatrio no restringiram a competitividade do certame.

Ainda, justifica seu argumento informando que no houve nenhum recurso prvio por parte dos participantes, alm do fato do edital ter sido publicado e amplamente divulgado nas esferas Federal e Distrital.

Adicionalmente, a Coordenao do projeto se manifestou da seguinte forma:

Informamos que a poca da contratao dos servios grficos por meio de uma Concorrncia Pblica Nacional, o Projeto estava com uma demanda constante de servios grficos para a divulgao do Projeto. Entretanto, foram encontrados vrios problemas com grficas na realizao de servios, visto que algumas delas no possuam maquinrio adequado para impresso do material de divulgao e que correspondesse s expectativas das reas demandantes dos servios de grfica.

Nesse sentido, no intuito de melhorar a dinmica e evitar que fossem feitas uma quantidade excessiva de licitaes na modalidade shopping, o Projeto decidiu por contratar uma empresa na modalidade NCB tendo como objetivo a contratao de uma grfica de boa qualidade e que possusse pudesse atender a contento as demandas exigindo o maquinrio mnimo, para uma empresa que atendesse a demanda a qual seria submetida. O maquinrio era relacionado a acabamento, impresso de boa qualidade, seno vejamos:

(...)

Impressora Digital Laser P/B, Formato A3, capacidade de 100 ppm, em papel at 240g, com 600x600dpi;

Impressora Digital Laser Color, Formato A3, capacidade de 20 ppm, em papel at 240g, 1200x1200dpi;

Mquina de dobra automtica, no mnimo formato 2 (meia folha);

Mquina de corte vinco, formato 2 (meia folha);

Mquina Impressora Plana Bicolor no formato 72X102 cm com reverso;

Mquina impressora de fls plana, formato meia folha germnico com 4 castelo de impresso (4 cores);

Mquina automtica de alcear e colar capa em linha, com freza e cola quente tipo HotMelt;

Guilhotina eletrnica programvel;

Mquina automtica de alcear revista, com grampeamento e refile trilateral;

(...).(edital de licitao NCB 002/2006, pg 38)

A idia era que esta contratao funcionasse mais ou menos como um contrato guarda-chuvas, onde o Projeto tinha a inteno de manter uma empresa contratada para a execuo medida que fossem surgindo s demandas e no tivesse que se preocupar em abrir um novo processo licitatrio para cada demanda.

Sob essa gide, foi aberta uma licitao com divulgao Nacional e Distrital para contratao de uma empresa que pudesse publicar os livros, folhetos, revistas, material para campanhas de vacinao de Sade Indgena, cartazes e demais publicaes e, alm disso, que pudesse diagramar e auxiliar o projeto na elaborao de todo o material grfico que fosse solicitado da rea tcnica do Projeto de maneira satisfatria. Foi exigida uma empresa que possusse equipamento de boa qualidade para impresso e acabamento de toda a demanda grfica contemplada pela contratao em referncia. A Lei 8.666/93, em seu art. 42, 5 prescreve o seguinte:

5oPara a realizao de obras, prestao de servios ou aquisio de bens com recursos provenientes de financiamento ou doao oriundos de agncia oficial de cooperao estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, podero ser admitidas, na respectiva licitao, as condies decorrentes de acordos, protocolos, convenes ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critrio de seleo da proposta mais vantajosa para a administrao, o qual poder contemplar, alm do preo, outros fatores de avaliao, desde que por elas exigidos para a obteno do financiamento ou da doao, e que tambm no conflitem com o princpio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do rgo executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior.

Nesta ocasio a proposta mais vantajosa para o Projeto era alm de se contratar uma empresa que suportasse a demanda do material e que no apresentasse produtos com problemas tcnicos na medida em que o contrato fosse sendo executado, pois, tal fator prejudicaria o andamento das atividades e divulgao dos indicadores do Projeto.

Visando uma maior integrao da Gerncia de Licitaes do Projeto VIGISUS II e da Coordenao de Logstica da FUNASA foi criada uma Comisso Especial de Licitaes, por meio da Portaria 515 de 08 de maio de 2009 (cpia da Portaria em anexo), visando melhorar a aprimorar conduo dos processos licitatrios do Projeto e integrar cada vez mais as Normas e Diretrizes do Banco Mundial, com a legislao nacional.

ANLISE DO CONTROLE INTERNO:

Em que pese s consideraes da Entidade, ressaltamos que o fato de no haver recursos por parte dos participantes e do edital ter sido amplamente divulgado no contribui para a convocao de licitantes quando existem requisitos excessivos para a participao no certame.

A grande prova disso que s duas empresas participaram, sendo que em Braslia existem mais empresas que participam ativamente de certames licitatrios para servios grficos.

Ressaltamos tambm que o processo em tela no evidencia os motivos que levaram a Coordenao da Unidade a exigirem tais maquinrios e o software, dispostos no edital.

Com isso, as disposies das Diretrizes de Aquisies do Banco Mundial ainda reforam, no item 1.6, que "Quaisquer condies para participao devero se limitar quelas que sejam essenciais para assegurar a capacidade da empresa de cumprir o contrato em questo."

RECOMENDAO: 001

Cuidar para que os requisitos exigidos no edital no promovam a restrio excessiva e imotivada competitividade dos certames licitatrios.

2.1.3.2 CONSTATAO: (003)

Ausncia de comprovao de participao em eventos promovidos pelo Projeto VIGISUS II.

Verificou-se que nos processos para contratao de empresa para realizar eventos analisados por esta equipe no constam documentos que comprovem a participao das pessoas indicadas no prprio processo.

Esse fato foi verificado nos seguintes processos: 25100.030.422/2008-78, 25100.030.426/2008-56, 25100.040.653/2008-90.

CAUSA:

No exigir dos participantes dos eventos a assinatura em lista de presena ou no emisso de certificaes, quando o evento envolver tambm capacitao.

MANIFESTAO DA UNIDADE EXAMINADA:

Por meio do Ofcio 64/UGP/VIGISUS/FUNASA, de 06/05/09, a Coordenao da UGP solicitou um prazo de 30 dias para consultar as empresas vencedoras dos respectivos certames, de modo a obter os comprovantes de participao nos eventos realizados.

Por fim, a Unidade informou que j esto sendo tomadas as providncias para seguimento das recomendaes e que estas esto sendo seguidas nas licitaes para contratao de logstica de eventos.

ANLISE DO CONTROLE INTERNO:

Quando da realizao da Reunio de Busca de Solues Conjuntas, fomos informados que a Coordenao do Projeto j dispunha de tais comprovantes, mas que estes no eram anexados em todos os processos. Com isso, acatamos as justificativas da Unidade, observando que sejam includos tais comprovantes nos devidos processos.

RECOMENDAO: 001

Anexar aos processos os controles de freqncia dos participantes de eventos promovidos pelo Projeto.

3 SERVIOS URBANOS DE GUA E ESGOTO

3.1 IMPLANTAO AMPLIAO DE SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE GUA

3.1.1 ASSUNTO - CONVNIOS DE OBRAS E SERVIOS

3.1.1.1 CONSTATAO: (027)

Aprovao de Projeto Tcnico falho no Municpio de Acara-CE, descumprindo os normativos tcnicos pertinentes.

Durante a anlise do Processo de Projeto do TC/PAC n 192/2008, SIAFI 635305, tendo como objeto a construo de sistema de abastecimento de gua em 09 localidades do Municpio de Acara-CE, verificou-se a aprovao de projetos sem os requisitos mnimos definidos no Manual Apresentao de Projetos de Sistemas de Abastecimento de gua - Orientaes Tcnicas. Esse manual de observncia obrigatria, conforme o disposto no anexo da Portaria FUNASA n 723/2007, item 3.1.1, IV, b.

As inconsistncias encontradas nos projetos, a seguir elencadas, podem comprometer sua execuo e o seu custo, podendo, inclusive, comprometer o funcionamento do sistema.

1) Ausncia de especificao e projeto construtivo do poo. No h especificaes dos procedimentos do servio, bem como detalhes sobre o revestimento das paredes do poo. A exigncia da apresentao desse projeto prevista no Manual nos itens 1.2.1 e 1.2.3. A ausncia de especificaes dos servios e do revestimento do poo inviabilizam no s a anlise tcnica do sistema, como tambm impede a anlise da composio do custo dos servios.

Localidades em que foi observada a constatao: Aroeira, Cajueiro do Boi, Celsolndia, Crrego Ana Verssimo II, Lagoa Canema, Lagoa Dantas, Vila Moura.

2) Ausncia de especificao para construo da fundao do reservatrio. No h informaes sobre o tipo de fundao a ser utilizado, bem como as dimenses do sistema. Foi apresentado apenas, de maneira geral, a profundidade das fundaes, que foram estabelecidas em 2m para todos os reservatrios, que possuem peso prprio diferente e so construdos sobre solos de locais diversos. O processo construtivo tambm no foi informado nas especificaes. Destaca-se que sem a determinao dessas caractersticas no possvel o clculo do custo do servio. A exigncia da apresentao dos itens relatados prevista no Manual no item 1.2.1;

Localidades em que foi observada a constatao: Aroeira, Cajueiro do Boi, Celsolndia, Crrego Ana Verssimo II, Lagoa Canema, Lagoa Dantas, Vila Moura.

3) Ausncia de especificao para o sistema de pra-raios. No h informao sobre as dimenses do sistema e tambm no foi informado a sua capacidade. A exigncia de descrio do material a ser utilizado exigncia do Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.1;

Localidades em que foi observada a constatao: Aroeira, Cajueiro do Boi, Celsolndia, Crrego Ana Verssimo II, Lagoa Canema, Lagoa Dantas, Tapuio, Vila Moura.

4) Ausncia de especificao para o item travessia por mtodo no destrutivo indicado em planilha oramentria. Tambm no houve justificativa para o uso deste tipo de execuo. Tendo em vista que a tcnica construtiva citada, de maneira geral, possui valor superior quando comparada com a escavao de valas e reaterro, necessrio apresentar justificativa para a escolha do mtodo proposto. Essa constatao est em desacordo com o demandado no Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.1.

Localidade em que foi observada a constatao: Lagoa Canema e Vila Moura.

5) Ausncia de detalhamento da casa de bombas nas plantas. O projeto bsico no apresentou as dimenses da casa, bem como no especificou os materiais para a sua construo. A falta dessas informaes impossibilita a anlise tcnica do custo do servio. Essa constatao est em desacordo com o demandado no Manual Tcnico da FUNASA nos itens 1.2.1 e 1.2.3;

Localidades em que foi observada a constatao: Aroeira, Cajueiro do Boi, Celsolndia, Crrego Ana Verssimo II, Lagoa Canema, Lagoa Dantas, Vila Moura.

6) Ausncia de especificao para instalao de sistema Booster. Tambm no constou da planilha de clculo a necessidade desse sistema. Essa constatao est em desacordo como o demandado no Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.1.

Localidade em que foi observada a constatao: Celsolndia.

7) Ausncia de plantas e projeto para a construo do sistema. Os nicos documentos identificados no processo para a localidade de Lagoa Dantas, foi o estudo geolgico do poo e a planilha oramentria. A ausncia do projeto bsico e das plantas vai de encontro ao solicitado no manual tcnico da FUNASA. Essa constatao est em desacordo com o demandado no Manual Tcnico da FUNASA nos itens 1.2.1, 1.2.2 e 1.2.3.

Localidade em que foi observada a constatao: Lagoa Dantas.

8) Ausncia de estudo geolgico para a construo do poo, conforme demandado pelo Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.3.

Localidades em que foi observada a constatao: Celsolndia, Crrego Ana Verssimo II, Tapuio e Vila Moura.

9) Presena de 2 planilhas oramentrias e de 2 cronogramas fsico-financeiros relacionados s planilhas, com valores de R$ 387.957,88 e R$ 575.450,71, entre as folhas 268 a 273, sem esclarecimento sobre qual a informao correta.

Localidade em que foi observada a constatao: Celsolndia.

10) Inconsistncia na previso de construo de poo ou utilizao de poo existente entre o Projeto Bsico, a Planilha Oramentria e a Planta da Obra. Esse fato pode levar ao superfaturamento de servios, na medida em que avaliando os projetos como foram apresentados existe a solicitao de construo de sistemas j existentes.

Localidades em que foi observada a constatao:

Aroeira, Cajueiro do Boi - Construo do poo prevista no projeto bsico e no oramento, porm a planta previu a utilizao de poo existente;

Lagoa Canema - Construo do poo prevista na planta e no oramento, porm o projeto bsico previu a utilizao de poo existente.

11) Os Cronogramas Fsico-Financeiros apresentam a execuo dos materiais dissociada da execuo de servios. Muitas vezes os servios so 100% executados em um ms, sendo que os materiais so executados somente no ms anterior, o que vai de encontro ao andamento dos servios. A pertinncia do cronograma fsico-financeiro com a durao das obras e servios exigncia do Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.5.

Localidades em que foi observada a constatao: Aroeira, Cajueiro do Boi, Celsolndia, Crrego Ana Verssimo II, Lagoa Canema, Lagoa Dantas, Vila Moura.

12) Os itens dos Cronogramas Fsico-Financeiros apresentam a execuo dos servios com percentual linear dos itens para todas as etapas da construo.

Localidades em que foi observada a constatao: Olheiras/Santa F, Tapuio.

13) A planta baixa dos sistemas no apresentou as cotas de nvel da tubulao da rede de abastecimento. Tal informao exigida no Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.3. A indicao das cotas de nvel da tubulao alm de impactar diretamente no volume de escavao, tambm importante para manuteno da declividade da tubulao e funcionamento do sistema e da devida locao desse material;

Localidades em que foi observada a constatao: Aroeira, Lagoa Dantas.

14) A planta da ligao predial no previu a instalao de hidrmetro, porm o item foi includo na planilha oramentria.

Localidades em que foi observada a constatao: Aroeira, Cajueiro do Boi, Celsolndia, Crrego Ana Verssimo II, Lagoa Canema, Lagoa Dantas, Vila Moura.

15) No foram previstos no projeto e na planilha oramentria os blocos de ancoragem para a rede de distribuio. A previso desse sistema determinada pela norma ABNT NBR 12218 no seu item 5.11.5: Nos pontos de mudana de direo, de reduo de dimetro e de localizao de dispositivos para fechamento ou controle nos condutos principais de grande dimetro, devem ser previstas estruturas capazes de absorver os esforos resultantes da condio operacional mais desfavorvel.. Os blocos de ancoragem so estruturas que possuem o objetivo de absorver os esforos resultantes da presso exercida pela gua na tubulao instalada e com isso prevenir deslocamentos excessivos que podem resultar em vazamentos e/ou rompimentos da estrutura. Ressalta-se que nos projetos das localidades de Olheiras/Santa F e Tapuio foram previstos blocos de ancoragem;

Localidades em que foi observada a constatao: Aroeira, Cajueiro do Boi, Celsolndia, Crrego Ana Verssimo II, Lagoa Canema, Lagoa Dantas, Vila Moura.

16) No foi apresentada a consulta ao rgo ambiental do Estado quanto necessidade ou no do licenciamento ambiental, conforme solicitado no Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.9.

Localidades em que foi observada a constatao: Todas.

17) As planilhas oramentrias dos projetos das localidades apresentaram valores unitrios diferentes para o mesmo servio/material:

1) Aroeira:

- 4.1.3 Reaterro com compactao manual s/ controle mat. vala: R$ 8,05;

- 4.2.1 Assentamento de tubos e conexes em PVCJE DN 50 mm: R$ 1,50;

- 8.2.1 Assentamento de tubos e conexes em PVCJE DN 50/75 mm: R$ 1,50;

- 4.3.1 Cadastro da adutora: R$ 1,50

- 3.1.8 Ligao Predial dgua: R$ 21,99

- 4.1.1 Escavao manual de solo em material de 1 categoria at prof. 1,50m: R$ 12,90

8) Tapuio:

- 3.1.2: Reaterro c/ compactao manual s/ controle material de vala: R$ 5,29

- 3.1.3 Assentamento de tubulao de PVC DN 75mm: R$ 0,93

- 3.1.4 Assentamento de tubulao de PVC DN 50mm: R$ 0,50

- 3.1.5 Cadastro da adutora: R$ 0,40

- 3.1.8 Ligao Predial dgua padro Cagece: R$ 20,05

- 5.4.1 Escavao manual de valas em material de 1 categoria at 1,50m: R$ 8,66.

Dessa maneira, ao analisar os servios listados acima nas localidades contempladas pelo Termo de Parceria, foi verificado que haveria uma economia de recursos no valor de R$ 120.804,70 no oramento, considerando que as planilhas deveriam contemplar o menor preo observado, que ocorreu na localidade de Tapuio, representando a condio mais vantajosa para a Administrao.

Servios

Qtde total

Valores Unitrios

Valor total (R$)

Diferena (R$)

Aroeira

Tapuio

Com maior preo

Com menor preo

Reaterro com compactao manual s/ controle mat. Vala

9631,63

8,05

5,29

77.534,62

50.951,32

26.583,30

Assentamento de tubos e conexes em PVCJE DN 50 mm

8907,00

1,5

0,5

13.360,50

4.453,50

8.907,00

Assentamento de tubos e conexes em PVCJE DN 50/75 mm

26122,00

1,5

0,93

39.183,00

24.293,46

14.889,54

Cadastro da adutora

35029,00

1,5

0,4

52.543,50

14.011,60

38.531,90

Ligao Predial dgua

597,00

21,99

20,05

13.128,03

11.969,85

1.158,18

Escavao manual de solo em material de 1 categoria at prof. 1,50m

7248,77

12,9

8,66

93.509,13

62.774,35

30.734,78

Total

289.258,78

168.454,08

120.804,70

CAUSA

Aprovao de projeto sem observar as condicionantes estabelecidas nas normas internas.

MANIFESTAO DA UNIDADE EXAMINADA

Para justificar os fatos apontados, por meio do Memo. n 1581/COGIN/CGAUD/AUDIT, de 4/6/2009, a FUNASA assim se manifestou:

Antes de qualquer coisa no podemos deixar de considerar, para efeito de esclarecimentos quanto s especificidades apontadas nas solicitaes, a relevncia de alguns aspectos para o real entendimento de conceitos, de detalhamentos e do efetivo papel dos tcnicos da FUNASA, seno vejamos:

Normas utilizadas como referncia: NBR 7362-1, 7362-2, 7362-3, 10569, 10570, 7367 e 7665, e os catlogos de fornecedores de materiais para o saneamento, tais como a TIGRE.

1 Conceito de Projeto Bsico.

1.1 - Lei n 8.666/93.

Artigo 6 - Para os fins desta Lei, considera-se:

IX - Projeto Bsico - conjunto de elementos necessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado, para caracterizar a obra ou servio, ou complexo de obras ou servios objeto da licitao, elaborado com base nas indicaes dos estudos tcnicos preliminares, que assegurem a viabilidade tcnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo de execuo, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da soluo escolhida de forma a fornecer viso global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) solues tcnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulao ou de variantes durante as fases de elaborao do projeto executivo e de realizao das obras e montagem;

c) identificao dos tipos de servios a executar e de materiais e equipamentos a incorporar obra, bem como suas especificaes que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o carter competitivo para a sua execuo;

d) informaes que possibilitem o estudo e a deduo de mtodos construtivos, instalaes provisrias e condies organizacionais para a obra, sem frustrar o carter competitivo para a sua execuo;

e) subsdios para montagem do plano de licitao e gesto da obra, compreendendo a sua programao, a estratgia de suprimentos, as normas de fiscalizao e outros dados necessrios em cada caso;

f) oramento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de servios e fornecimentos propriamente avaliados;

1.2 CONFEA - Resoluo n 361/91.

Artigo 1 - O Projeto Bsico o conjunto de elementos que define a obra, o servio ou o complexo de obras e servios que compem o empreendimento, de tal modo que suas caractersticas bsicas e desempenho almejado estejam perfeitamente definidos, possibilitando a estimativa de seu custo e prazo de execuo.

Artigo 2 - O Projeto Bsico uma fase perfeitamente definida de um conjunto mais abrangente de estudos e projetos, precedido por estudos preliminares, anteprojeto, estudos de viabilidade tcnica, econmica e avaliao de impacto ambiental, e sucedido pela fase de projeto executivo ou detalhamento.

Artigo 3 - As principais caractersticas de um Projeto Bsico so:

a) desenvolvimento da alternativa escolhida como sendo vivel, tcnica, econmica e ambientalmente, e que atenda aos critrios de convenincia de seu proprietrio e da sociedade;

b) fornecer uma viso global da obra e identificar seus elementos constituintes de forma precisa;

c) especificar o desempenho esperado da obra;

d) adotar solues tcnicas, quer para conjunto, quer para suas partes, devendo ser suportadas por memrias de clculo e de acordo com critrios de projeto pr-estabelecidos de modo a evitar e/ou minimizar reformulaes e/ou ajustes acentuados, durante sua fase de execuo;

e) identificar e especificar, sem omisses, os tipos de servios a executar, os materiais e equipamentos a incorporar obra;

f) definir as quantidades e os custos de servios e fornecimentos com preciso compatvel com o tipo e porte da obra, de tal forma a ensejar a determinao do custo global da obra com preciso de mais ou menos 15% (quinze por cento);

g) fornecer subsdios suficientes para a montagem do plano de gesto da obra;

h) considerar, para uma boa execuo, mtodos construtivos compatveis e adequados ao porte da obra;

i) detalhar os programas ambientais, compativelmente com o porte da obra, de modo a assegurar sua implantao de forma harmnica com os interesses regionais.

1.3 - Portaria FUNASA n 723/07 - Manual de Orientaes Tcnicas para Elaborao de Projetos de Abastecimento de gua e de Esgotamento Sanitrio.

Projeto bsico conjunto de elementos necessrios e suficientes, com preciso adequada, para caracterizar a obra e o servio, ou o complexo de obras ou servios objeto da licitao, elaborado com base nas indicaes dos estudos tcnicos preliminares, que assegurem a viabilidade do empreendimento, e que possibilite a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo de execuo.

Levando em considerao os conceitos apresentados e o nvel de discriminao desejvel para a aceitao de um projeto bsico e a sucessividade da fase de projeto executivo ou detalhamento, o Manual de Orientaes Tcnicas para Elaborao de Projetos de Abastecimento de gua e de Esgotamento Sanitrio traduz essa realidade e atende a esses pr-requisitos.

Ao contrrio do que apresentam as solicitaes de auditoria da CGU os dois convnios em discusso demonstraram nvel de detalhamento suficiente para a sua anlise, de acordo com a discricionariedade do analista e o embasamento conceitual apresentado.

Devemos considerar ainda que em nenhum momento houve questionamento de ordem tcnica quanto a viabilidade dos projetos apresentados, e sim, o entendimento do nvel de detalhamento e da condio da aprovao dos mesmos, o que j destacamos como compreenso de experincia, vivncia e ato discricionrio, condicionado a certas precondies, dos analistas.

2 Detalhamento do Projeto Bsico para Sistemas de Pequeno Porte.

2.1 CONFEA - Resoluo n 361/91.

Artigo 5 - Poder ser dispensado o Projeto Bsico com as caractersticas descritas nos artigos anteriores, para os empreendimentos realizados nas seguintes situaes:

II - nos casos de obras ou servios de pequeno porte, isolados e sem complexidade tcnica de gerenciamento e execuo;

Artigo 6 - As normas e conceituaes constantes desta Resoluo devero ser aplicadas na contratao das obras e servios da administrao direta e indireta, das empresas de economia mista e fundaes dos Governos Federal, Estadual e Municipal, assim como das obras e servios realizados mediante a utilizao de emprstimos ou incentivo fiscal aplicados por banco ou agncia financeira oficiais e os executados para fins de cumprimento de concesso de servios pblicos de qualquer esfera governamental.

Observamos que para o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONFEA, fundamentado na Lei n 5.194/66, e nesse caso especifico analisado, por tratar-se de sistemas de pequeno porte e sem nenhuma complexidade tcnica de gerenciamento e execuo, as caractersticas de detalhamento descritas no conceito de projeto bsico poderiam inclusive ser dispensadas para efeito de anlise por parte da Fundao.

Mesmo considerando as argumentaes apresentadas e atendendo ao Memorando acima mencionado exibimos a seguir as informaes que destacamos necessrias para esclarecer as inconsistncias detectadas pelas Solicitaes de Auditoria n. 224392/11 e 224392/10.

Convnio TC-PAC 0192/2008 Construo de Sistema de Abastecimento de gua em 09 localidades do municpio de Acarau/CE.

Item 1 - As captaes que previam a construo de poos tubulares tm seus projetos apensos ao processo de projeto conforme demonstrado a seguir:

Aroeira pginas 108 a 118

Cajueiro do Boi pginas 215 a 225

Lagoa Canema pginas 349 a 359

Lagoa Dantas paginas 399 a 409.

Observaes:

1- No que se refere s localidades de Celsolndia e Crrego Ana Verssimo II , embora os projetos no tenham sido juntados originariamente quando da apresentao do projeto tcnico, contudo ao constatarmos tal ausncia, solicitamos ao municpio que providenciasse a correo, tendo sido os projetos juntados posteriormente ao processo de projeto. Registre-se que essa circunstncia no comprometeu a anlise do projeto tcnico como todo.

2 No que se refere localidade de Vila Moura prescinde de projeto construtivo do poo, vez que a captao ser feita em um poo j existente.

Item 2 - Esclarecemos que o reservatrio elevado de distribuio adquirido montado e colocado no terreno previsto no projeto. A fundao do reservatrio e o processo construtivo so de responsabilidade da empresa contratada para fornecer essa unidade. Dessa maneira no h necessidade de especificao para o item previsto uma vez que tal especificao definida pela empresa que constri e fornece o reservatrio. Ressaltamos que a referida empresa tem responsabilidade civil pelo funcionamento da unidade pelo perodo de 05 anos.

Item 3 Considerando a simplicidade e a notoriedade do Equipamento de Pra-raios previsto para esse tipo de edificao, torna-se dispensvel a apresentao de especificao como condio essencial para anlise e aprovao do projeto tcnico.

Item 4 - A travessia por mtodo no destrutivo inerente prpria obra e depende das condies locais onde ser executado, sendo necessrio o projeto ser feito em conjunto com os rgos fiscalizadores, apresentado somente no momento da execuo.

Item 5 - Nos sistemas indicados as casas de proteo so usadas apenas para a proteo do quadro de comando uma vez que as bombas submersas ficam instaladas no poo e as bombas centrfugas de eixo horizontal ficam nos flutuantes colocados nos audes que serviro de mananciais. Embora no tenham sido fornecidas na apresentao do projeto foram incorporadas ao mesmo.

Item 6 Inicialmente cabe esclarecer que a nomenclatura BOOSTER foi utilizada no oramento de forma equivocada para especificar o tipo de instalao. Na verdade trata-se de um sistema de recalque constante de 01 (um) Reservatrio Apoiado e de 01 (uma) estao elevatria. Dessa forma no poderia constar na planilha de clculo um equipamento no previsto.

Item 7 - Embora a planta da localidade Lagoa Dantas no tenha sido juntada originariamente quando da apresentao do projeto tcnico, contudo ao constatarmos tal ausncia, solicitamos ao municpio que providenciasse a correo, tendo sido os projetos juntados posteriormente ao processo de projeto. Registre-se que essa circunstncia no comprometeu a anlise do projeto tcnico como todo.

Item 8 - Ver item 1.1, que envolve este questionamento.

Item 9 - Estamos anexando a planilha aprovada no sistema SISCON e oramento detalhado, no sentido de esclarecer a informao correta.

Item 10 - Verificamos que de fato ocorreu um lapso entre o manancial previsto no memorial descritivo e o constante do oramento. Considerando que as obras esto em andamento, ser mantido contato com o municpio visando a adequar o oramento proposto ao memorial descritivo do Projeto Tcnico.

Item 11 - Critrio utilizado pelo projetista no havendo motivo para contestao de nossa parte.

Item 12 - Os oramentos aprovados no sistema SISCON esto sendo enviados (cpias) retratando a perfeita adequao das etapas.

Item 13 - Foi solicitado e ser anexada ao processo. Tal fato no prejudicou a anlise do projeto.

Item 14 - Foi solicitado correo da planta que trata do esquema da ligao predial; salientando-se que ser exigida a execuo conforme o oramento aprovado. O esquema da ligao predial apresentado genrico, no caso em questo considerando que o hidrmetro foi previsto na planilha oramentria o equipamento ser instalado em substituio ao toco de tubo previsto na planta.

Item 15 - No se fez necessrio pelo projetista haja vista o pequeno porte dos sistemas.

Item 1.16 - Por se tratar de sistema onde a unidade de tratamento consta de simples desinfeco a base de cloro (sem potencial poluidor degradador), dispensvel a aprovao do projeto pelo rgo ambiental, mesmo assim consta no processo de projeto s folhas 766 a 767, cpias anexas.

Item 17 - Esclarecemos que as divergncias se devem ao fato que os projetos foram elaborados por tcnicos distintos, portanto passvel de tal ocorrncia.

Registramos, contudo, que mesmo assim se observa o custo unitrio em concordncia com o limite estabelecido nas tabelas SINAPI e ou SEINFRA do Governo do Estado do Cear.(sic)

Aps o recebimento do Relatrio Preliminar, a FUNASA, mediante o Ofcio n 510/GAB/PRESIDNCIA/FUNASA, de 15/07/2009, apresentou o seguinte complemento s manifestaes anteriores:

Itens 1 a 10, 12, 14, 16 e 17 - Sero providenciadas as correes necessrias para solucionar os possveis equvocos cometidos e solicitar readequao dos documentos indicados. Uma equipe de 2 Engenheiros da Presidncia est sendo enviada CORE com intuito de verificar as possveis falhas na anlise tcnica e solicitar readequao dos projetos, conforme Portaria n 693, de 23 de junho de 2009.

Item 11 - No que se refere aquisio dos materiais anterior a execuo do servio, esclarece-se ser prtica comum na engenharia, no trazendo prejuzo obra. A FUNASA, com a edio da Portaria 544/2008, criou um procedimento de controle adicional sobre os ajustes pactuados, no sentido de verificar a compatibilidade da execuo da primeira parcela liberada, que a menor parcela, sendo destinada ao incio das obras, condicionando a liberao da segunda emisso de relatrio tcnico favorvel. Este relatrio no se trata de parecer de aprovao de prestao de contas, j que somente se exige tal prestao parcial para se liberar a terceira parcela, ou seja, o parecer sobre as contas parciais considera as obras efetivamente realizadas.

Item 13 - A rede de abastecimento de gua dimensionada como conduto forado, portanto a declividade da tubulao no interfere no funcionamento do sistema. O quantitativo da escavao obtido em funo do recobrimento mnimo recomendado para assentamento da tubulao. Desta forma no h necessidade de apresentao das cotas de assentamento em planta, sendo suficiente a planta topogrfica com as curvas de nvel discriminadas.

Item 15 - Nas obras de saneamento financiadas pela FUNASA, em sua grande maioria, os dimetros das redes de distribuio so pequenos, portanto dispensados os clculos de bloco de ancoragem. Conforme a norma da ABNT NBR 12218 no seu item 5.11.5: Nos pontos de mudana de direo, de reduo de dimetro e de localizao de dispositivos para fechamento ou controle nos condutos principais de grande dimetro, devem ser previstas estruturas capazes de absorver os esforos resultantes da condio operacional mais desfavorvel. (grifo nosso).

ANLISE DO CONTROLE INTERNO

Em relao s consideraes preliminares apresentadas pela FUNASA durante o perodo de campo, cabe fazer as seguintes anlises.

Esta equipe no acata a justificativa de que a anlise do detalhamento suficiente baseada em entendimento discricionrio do analista tcnico, tendo em vista que o fato demonstrou que diversos dados demandados pelos normativos pertinentes no foram apresentados pelo Municpio. Nesse caso, no h margem para discricionaridade, j que deveriam ser observados os ditames da legislao.

Muitos dos apontamentos efetuados por esta equipe de auditoria possuem questionamentos de ordem tcnica, e mesmo que a viabilidade tcnica no tenha sido questionada diretamente, como foi afirmado na manifestao da FUNASA, ela o foi indiretamente na medida em que o projeto foi aprovado sem todas as especificaes necessrias para a sua correta avaliao.

Quanto ao grau de detalhamento que o projeto bsico deve apresentar o Tribunal de Contas da Unio (TCU), em seu Manual de Licitaes e Contratos, define que:

Projeto bsico o conjunto de elementos necessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado, para caracterizar a obra ou servio, ou complexo de obras ou servios. Deve ser elaborado com base nas indicaes de estudos tcnicos preliminares. Deve ter por objetivo assegurar a viabilidade tcnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento. Deve possibilitar a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo de execuo.

As solues tcnicas adotadas no projeto bsico devero estar suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de serem reformuladas durante a fase de elaborao do projeto executivo.

No se alegue que no houve alterao do projeto bsico, mas apenas o seu detalhamento no projeto executivo, pois, apesar de reconhecer que este possa fazer algumas correes naquele, no pode alter-lo de modo a se constituir objeto completamente distinto do inicialmente licitado. Alteraes significativas, antes de iniciada a obra exige a realizao de novo procedimento licitatrio e no assinatura de termo aditivo.

Acrdo 1428/2003 Plenrio

Dessa forma, verifica-se que como as falhas apresentadas prejudicaram a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos executivos, os dados apresentados contrariam os conceitos apresentados pelo TCU. O projeto bsico possui tal importncia que o prprio Tribunal afirma que em qualquer licitao de obras e servios, se o projeto bsico for falho ou incompleto, a licitao estar viciada e a contratao no atender aos objetivos da Administrao. Os Acrdos do Tribunal tambm validam as constataes descritas:

Elabore os projetos bsicos relativos a obras e servios com nvel de preciso adequado, como prescreve o inciso IX, do art. 6, da Lei 8.666/93, a fim de evitar termos aditivos em datas prximas assinatura do contrato original por falta de melhor dimensionamento do objeto [...];

Acrdo 2458/2007 Segunda Turma

Abstenha-se de licitar obra ou servio sem a prvia aprovao de projeto bsico, que defina as caractersticas, referncias e demais elementos necessrios perfeita compreenso, pelos interessados, dos trabalhos a realizar, em atendimento s exigncias do art. 7, 2, inciso I, da Lei n. 8.666/1993.

Acrdo 717/2005 Plenrio

Defina de forma precisa os elementos necessrios e suficientes que caracterizem a prestao de servio ou a execuo da obra pretendida quando da elaborao dos projetos bsicos e termos de referncia das licitaes, conforme regulamenta o art. 6, inciso IX, e art. 40, 2, da Lei 8.666/1993 e o art. 8, inciso II, do Decreto 3.555/2000.

Acrdo 771/2005 Segunda Cmara

Abstenha-se de celebrar convnios quando o Projeto Bsico for inadequado e insuficiente para a caracterizao da obra/servio, consoante disposto no 1 do art. 2 da IN/STN n 01/97 c/c o inciso IX do art. 6 da Lei n 8.666/1993.

Acrdo 463/2004 Plenrio

A apresentao da possibilidade de dispensa do projeto bsico para obras de pequeno porte informada na Resoluo 361/91 do Confea no foi acatada por esta equipe de auditoria, j que o normativo anterior edio da Lei 8.666/93 e no teve esse dispositivo recepcionado pela lei, que no seu artigo 7, 2, I afirma que as obras e os servios somente podero ser licitados quando houver projeto bsico aprovado pela autoridade competente. O TCU no seu Manual de Licitaes e Contratos afirma que o projeto bsico, alm de ser pea imprescindvel para execuo de obra ou prestao de servios, o documento que propicia Administrao conhecimento pleno do objeto que se quer licitar, de forma detalhada, clara e precisa. Deve permitir ao licitante as informaes necessrias boa elaborao de sua proposta, mediante regras estabelecidas pela Administrao, a que estar sujeito.(grifo nosso)

Em relao aos esclarecimentos apresentados para os itens solicitados pontualmente, cabe fazer as seguintes consideraes.

Item 1 - As pginas informadas na justificativa como sendo os projetos construtivos dos poos a serem perfurados, referem-se a projeto construtivo de poo genrico de 80 m de profundidade. As cotas apresentadas para o Nvel Esttico (NE) e o Nvel Dinmico (ND) e a prpria profundidade do poo no coincidem com os dados apresentados no memorial de clculo dos sistemas. Tambm no foi informado, mesmo no projeto genrico, a altura de aplicao dos revestimentos o que inviabiliza a quantificao de material necessrio para a composio do seu custo.

Conforme a justificativa apresentada as localidades de Celsolndia e Crrego Ana Verssimo II no apresentaram nenhum tipo de projeto construtivo de poo, corroborando a irregularidade de aprovao de projeto tcnico sem que houvessem todos os projetos necessrios para a sua anlise. O relato de que foi observado a falta dos documentos no processo e solicitado ao municpio a correo no afasta a irregularidade apontada, na medida em que o projeto no deveria ter sido aprovado sem que todos os documentos necessrios para sua anlise tcnica fossem apresentados.

No foi acatada tambm a justificativa de que a falta desses documentos no comprometeu a anlise do projeto como um todo, j que se no foi apresentado o projeto no h como avaliar tecnicamente a construo do poo, parte essencial do sistema de abastecimento de gua.

Ressalta-se que alm desse projeto ser exigido no Manual Tcnico da FUNASA, o relatrio tcnico do engenheiro no item 1 das informaes complementares afirmou que foram apresentados os projetos construtivos dos poos, no entanto na anlise do processo foi verificado que esse fato no ocorreu.

Item 2 - A justificativa de que o sistema adquirido montado e colocado na obra no afasta a obrigao do projeto detalhar o seu mtodo executivo, pois baseado nele que a fiscalizao do futuro contrato poder verificar se os servios foram executados de acordo com o projeto. Destaca-se que a fragilidade na descrio do mtodo executivo pode influenciar diretamente a qualidade do servio executado.

Ainda assim, o que se observou no fato apresentado foi a aprovao de projeto em desconformidade ao exigido pelo prprio manual da FUNASA.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica nos itens 3 e 4 do memorial descritivo.

Item 3 Ainda que o sistema seja simples e notrio para esse tipo de edificao, isso no dispensa o projeto de identificar o tipo a ser utilizado. Sem a especificao do material no h como a fiscalizao verificar se o que foi instalado na obra est de acordo com o projeto bsico, e ainda no h como fazer a anlise de custo.

Destaca-se que o relatrio tcnico do engenheiro no item 3 do memorial descritivo afirmou que ele continha informaes que possibilitavam a aceitao/aprovao quanto a descrio dos materiais a serem utilizados.

Item 4 - A afirmao apresentada de que a travessia por mtodo no destrutivo inerente prpria obra no encontra respaldo, j que tcnica construtiva de exceo. possvel verificar esse fato no prprio projeto, j que das nove localidades contempladas, em apenas duas esse processo foi indicado. Por isso, no h justificativa para a ausncia da especificao desse servio no memorial descritivo, uma vez que servios mais simples, como o assentamento de tubos, tiveram sua execuo devidamente detalhada.

No foram apresentados esclarecimentos para a constatao de que no foi apresentada justificativa para a escolha da tcnica questionada. Sobressai-se o valor individual desse item que na localidade de Lagoa Canema representou sozinho 6,93% do valor total da obra e em Vila Moura esse percentual chegou a 9.54%.

Dessa maneira mantm-se a constatao apresentada.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica nos itens 2 e 4 do memorial descritivo;

Item 5 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico sem a apresentao dos documentos tcnicos exigidos pelos normativos pertinentes.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 2 do projeto de engenharia e arquitetura e no item 3 do memorial descritivo.

Item 6 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico, cuja planilha incluiu item no previsto no memorial descritivo. Vale destacar que o possvel prejuzo decorrente do fato foi de R$ 16.875,00.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 2 do memorial descritivo e no item 1 da planilha oramentria.

Item 7 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico sem a apresentao dos documentos tcnicos exigidos pelos normativos pertinentes. No foi acatada tambm a justificativa que a falta desses documentos no comprometeu a anlise do projeto como um todo, j que, se no foi apresentado o projeto bsico do sistema e as suas respectivas plantas, no h como avaliar tecnicamente a rede de abastecimento, bem como os quantitativos do seu oramento.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica nos itens do projeto de engenharia e arquitetura, memorial descritivo, e memria de clculo.

Item 8 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico sem a apresentao dos documentos tcnicos exigidos pelos normativos pertinentes.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 2 do memorial descritivo e no item 1 das informaes complementares;

Item 9 - A justificativa no esclareceu o porqu da existncia de duas planilhas com valores diferentes, sendo que o servio que seria executado era o mesmo.

Item 10 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico com inconsistncias graves, podendo levar ao superfaturamento dos servios.

Item 11 - O Manual Tcnico da FUNASA exige que na elaborao do cronograma fsico-financeiro dever ser observada a sua pertinncia com a durao das obras ou servios. Dessa maneira, verifica-se que o critrio utilizado pelo projetista deveria ser observado na anlise tcnica do projeto e questionado em caso de qualquer divergncia.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item do cronograma de obra.

Item 12 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico sem que houvesse a anlise dos Cronogramas Fsico-Financeiros, o que exigido pelos normativos pertinentes, conforme explanado no item anterior.

Item 13 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico sem a apresentao dos dados necessrios exigidos pelos normativos pertinentes.

A informao de que o ausncia do documento no prejudicou a anlise do projeto no se sustenta, j que, sem as informaes das cotas de nvel da tubulao, no possvel verificar se o sistema est cotado corretamente, e se a declividade do terreno compatvel com o sistema proposto.

Sem as cotas de nvel da tubulao, tambm no possvel verificar se o volume de escavao apresentado na planilha oramentria est correto, o que pode levar a um superfaturamento da obra.

Destaca-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no itens 3 e 5 do projeto de engenharia e arquitetura.

Item 14 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico com inconsistncias entre o projeto e a planilha oramentria.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 1 da planilha oramentria.

Item 15 - A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico com ausncia de sistemas demandados pelas normas de construo.

Item 16 - As pginas informadas no processo tratam-se de licenas prvias apenas para a perfurao dos poos e no para todo o sistema de abastecimento de gua. A dispensa de aprovao do projeto pelo rgo ambiental deve ser caracterizada pela consulta ao rgo ambiental do Estado, conforme determinado pelo Manual Tcnico da FUNASA. Como essa consulta no foi apresentada na justificativa, mantm-se a constatao.

Item 17 - A justificativa no elide a falha, j que, mesmo que os projetos sejam apresentados por profissionais diferentes, no deveria haver diferena de custos entre servios de mesma natureza em projetos do mesmo Termo de Compromisso.

Em relao complementao das justificativas apresentadas pela FUNASA, cabe tecer as seguintes anlises:

Itens 1 a 10, 12, 14, 16 e 17 A manifestao da Entidade foi de que ser providenciada a correo das falhas relatadas. Dessa forma, mantm-se a constatao, j que as aes saneadoras ainda no foram efetivamente realizadas.

Item 11 A justificativa apresentada no elidiu a falha, uma vez que os cronogramas fsico-financeiros so aprovados na anlise do Plano de Trabalho e no no relatrio do tcnico responsvel, autorizando a liberao da segunda parcela do Termo de Parceria. Quanto afirmao de que a prtica nos servios de engenharia de que os materiais sejam adquiridos antes da execuo dos servios, vale ressaltar que o que foi questionado no o fato de o executor da obra realizar essa compra antecipada, e sim o pagamento desse valor ao contratado por parte da Administrao, j que a licitao de obras no tem como objetivo a aquisio de materiais e sim da execuo dos servios. Da maneira como foi aprovado o Plano de Trabalho, a FUNASA autorizou que fosse pago material estocado, que ainda no foi utilizado, quando o pagamento deveria ser restrito aos servios devidamente executados.

Item 13 A explicao apresentada no suficiente para elidir a falha apresentada. Para o clculo do volume de escavao, a profundidade mnima de cobrimento da tubulao apenas um indicativo da profundidade que ela ser instalada, pois a linha de aduo e de distribuio, em princpio retilnea, no acompanhar diretamente a declividade do terreno. Alm disso, sem essas informaes, no possvel instalar a tubulao conforme foi dimensionado o sistema, j que essa cota utilizada na planilha de clculo para verificao da presso no sistema.

Item 15 A justificativa apresentada informou que os blocos de ancoragem no so necessrios para os sistemas objetos do Termo de Parceira, j que os seus dimetros so pequenos. Porm, no esclareceu porque foram previstos esses blocos nas localidades de Olheiras/Santa F e Tapuio, j que esses sistemas possuem o mesmo porte das localidades nas quais no foram includos esses dispositivos. Dessa maneira, os itens referentes aos blocos de ancoragem nas localidades Olheiras/Santa F e Tapuio no deveriam constar na planilha oramentria, j que, de acordo com a informao da FUNASA, no so necessrios devido ao porte das tubulaes especificadas.

RECOMENDAO: 001

Abster-se de aprovar projetos sem observar as normas do Manual que trata da apresentao de Projetos de Sistemas de Abastecimento de gua, conforme estabelece a Portaria FUNASA n. 723/2007.

RECOMENDAO: 002

Avaliar a possibilidade de recalcular os valores apresentados no projeto do TC/PAC n 192/2008 com vistas a efetuar a readequao de seu custo, tendo em vista o indicativo de falhas no oramento aprovado da obra.

RECOMENDAO: 003

Apurar os fatos apresentados em relao ao prejuzo financeiro, e ainda verificar se a execuo da obra restou prejudicada, apurando a devida responsabilidade caso esses danos sejam comprovados.

3.1.1.2 CONSTATAO: (030)

Aprovao de projeto tcnico falho no Municpio de Aurora-CE, descumprindo os normativos tcnicos pertinentes.

Durante a anlise do Processo de Projeto do TC/PAC n 31/2008, SIAFI 643722, tendo como objeto a construo de sistema de abastecimento de gua em 11 localidades do Municpio de Aurora-CE, verificou-se a aprovao de projetos sem os requisitos mnimos definidos no Manual Apresentao de Projetos de Sistemas de Abastecimento de gua - Orientaes Tcnicas. Esse manual de observncia obrigatria, conforme o disposto no anexo da Portaria FUNASA n 723/2007, item 3.1.1, IV, b.

As inconsistncias encontradas nos projetos, a seguir elencadas, podem comprometer sua execuo e o seu custo, podendo, inclusive, comprometer o funcionamento do sistema.

1) Incluso na planilha oramentria de perfurao de poo em rocha, sendo que o projeto previu a captao da gua em audes por meio de flutuantes. Essa constatao est em desacordo com o item 1.2.4 do Manual Tcnico da FUNASA.

Localidades em que foi observada a constatao: Stio Crioulas, Stio Caiara;

2) Ausncia de especificao para construo da fundao do reservatrio. No h informaes sobre o tipo de fundao a ser utilizado, bem como as dimenses do sistema. O processo construtivo tambm no foi informado nas especificaes. Destaca-se que sem a determinao dessas caractersticas no possvel o clculo do custo do servio. A exigncia da apresentao dos itens relatados prevista no Manual no item 1.2.1.

Localidades em que foi observada a constatao: Todas.

3) Ausncia de especificao dos servios relacionados instalao do conjunto de bomba. A descrio do mtodo executivo dos servios relacionados obra exigncia do Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.1.

Localidades em que foi observada a constatao: Todas.

4) Constou da planilha oramentria a aquisio de conjunto de bombas, porm no foi previsto material eltrico para sua instalao.

Localidades em que foi observada a constatao: Salgadinho, Vrzea de Pedra, Tipi, Stio Volta, Stio Moc, Stio Saco, Stio Japo, Stio Crioulas, Stio Caiara, Stio Espinheiro.

5) No foi prevista na planilha oramentria a construo de uma casa de proteo para as bombas e para o seu quadro eltrico.

Localidades em que foi observada a constatao: Salgadinho, Vrzea de Pedra, Tipi.

6) No foi apresentada a planta para a construo da casa de proteo para as bombas e para o seu quadro eltrico.

Localidades em que foi observada a constatao: Stio Volta, Stio Moc, Stio Saco, Stio Japo, Stio Crioulas, Stio Caiara.

7) Em alguns projetos foi indicado a necessidade de mobilizao e desmobilizao sem que isso fosse justificado.

Localidades em que foi observada a constatao: Stio Volta, Stio Moc, Stio Saco, Stio Crioulas, Stio Caiara.

8) A planilha oramentria no previu o item de bloco de ancoragem para a rede de aduo e de distribuio. A previso desse sistema determinada pela norma ABNT NBR 12218 no seu item 5.11.5: Nos pontos de mudana de direo, de reduo de dimetro e de localizao de dispositivos para fechamento ou controle nos condutos principais de grande dimetro, devem ser previstas estruturas capazes de absorver os esforos resultantes da condio operacional mais desfavorvel.. Os blocos de ancoragem so estruturas que possuem o objetivo de absorver os esforos resultantes da presso exercida pela gua na tubulao instalada e com isso prevenir deslocamentos excessivos que podem resultar em vazamentos e/ou rompimentos da estrutura. Ressalta-se que nos projetos das localidades de Olheiras/Santa F e Tapuio foram previstos blocos de ancoragem.

Localidades em que foi observada a constatao: Salgadinho, Vrzea de Pedra, Franquilndia e Tipi.

9) A planta baixa dos sistemas no apresentou as cotas da tubulao, apresentando apenas as curvas de nvel da regio. Tal informao exigida no Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.3. A indicao das cotas de nvel da tubulao, alm de impactar diretamente o quantitativo do volume de escavao, tambm importante para manuteno da declividade da tubulao e funcionamento do sistema e da devida locao desse material.

Localidades em que foi observada a constatao: todas.

10) O projeto do flutuante de conjunto de bombas no apresentou todas as cotas do sistema. A ausncia de cotas impede a caracterizao do equipamento e a avaliao do seu custo.

Localidades em que foi observada a constatao: Stio Japo, Stio Crioulas, Stio Caiara, Stio Espinheiro.

11) A planta da ligao predial no previu a instalao de hidrmetro, porm o item foi previsto na planilha oramentria.

Localidades em que foi observada a constatao: Stio Volta, Stio Japo, Stio Crioulas, Stio Caiara, Stio Espinheiro.

12) O termo de compromisso de Sustentabilidade foi apresentado em branco, sem o preenchimento do valor das despesas e das receitas para financiamento do sistema.

Localidades em que foi observada a constatao: Todas.

13) No foi apresentada a consulta ao rgo ambiental do Estado quanto necessidade ou no do licenciamento ambiental, conforme solicitado no Manual Tcnico da FUNASA no item 1.2.9.

Localidades em que foi observada a constatao: Todas.

14) As planilhas oramentrias dos projetos das localidades apresentaram valores unitrios diferentes para o mesmo servio/material:

Stio Volta:

- 3.1.5 Assentamento de tubos de PVC DN 50 mm: R$ 0,91;

- 5.1.5 Assentamento de tubos de PVC DN 50 mm: R$ 0,73;

- 5.2.11 Tubo PVC, JE, DN 50 mm: R$ 6,80;

- 7.1.1 Ligao Predial, padro CAGECE: R$ 22,77;

- 7.1.2 Ramal predial sem pavimentao: R$ 4,76;

- 7.2.4 Kit cavalete padro CAGECE: R$ 33,92;

- 7.2.5 Hidrmetro, taquimtrico, multijato, 3m3/h, : R$ 85,00;

Stio Japo:

- 5.1.5 Assentamento de tubos de PVC DN 50 mm: R$ 0,91;

- 5.2.11 Tubo PVC, classe 12, JE, DN 50 mm: R$ 6,90;

- 7.1.1 Ligao Predial, padro CAGECE: R$ 27,49;

- 7.1.2 Ramal predial sem pavimentao: R$ 4,46;

- 7.2.4 Kit cavalete padro CAGECE: R$ 28,37;

- 7.2.5 Hidrmetro, taquimtrico, multijato, 3m3/h, : R$ 80,00.

Dessa maneira, ao analisar os servios listados acima nas localidades contempladas pelo Termo de Parceria, foi verificado que haveria uma economia de recursos caso fosse contemplado o menor preo observado, representando a condio mais vantajosa para a Administrao.

CAUSA:

Aprovao de projeto sem observar as condicionantes estabelecidas nas normas.

MANIFESTAO DA UNIDADE EXAMINADA:

Para justificar os fatos apontados, por meio do Memo. n 1581/COGIN/CGAUD/AUDIT, de 4/6/2009, a FUNASA assim se manifestou:

Antes de qualquer coisa no podemos deixar de considerar, para efeito de esclarecimentos quanto s especificidades apontadas nas solicitaes, a relevncia de alguns aspectos para o real entendimento de conceitos, de detalhamentos e do efetivo papel dos tcnicos da FUNASA, seno vejamos:

Normas utilizadas como referncia: NBR 7362-1, 7362-2, 7362-3, 10569, 10570, 7367 e 7665, e os catlogos de fornecedores de materiais para o saneamento, tais como a TIGRE.

1 Conceito de Projeto Bsico.

1.1 - Lei n 8.666/93.

Artigo 6 - Para os fins desta Lei, considera-se:

IX - Projeto Bsico - conjunto de elementos necessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado, para caracterizar a obra ou servio, ou complexo de obras ou servios objeto da licitao, elaborado com base nas indicaes dos estudos tcnicos preliminares, que assegurem a viabilidade tcnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo de execuo, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da soluo escolhida de forma a fornecer viso global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) solues tcnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulao ou de variantes durante as fases de elaborao do projeto executivo e de realizao das obras e montagem;

c) identificao dos tipos de servios a executar e de materiais e equipamentos a incorporar obra, bem como suas especificaes que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o carter competitivo para a sua execuo;

d) informaes que possibilitem o estudo e a deduo de mtodos construtivos, instalaes provisrias e condies organizacionais para a obra, sem frustrar o carter competitivo para a sua execuo;

e) subsdios para montagem do plano de licitao e gesto da obra, compreendendo a sua programao, a estratgia de suprimentos, as normas de fiscalizao e outros dados necessrios em cada caso;

f) oramento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de servios e fornecimentos propriamente avaliados;

1.2 CONFEA - Resoluo n 361/91.

Artigo 1 - O Projeto Bsico o conjunto de elementos que define a obra, o servio ou o complexo de obras e servios que compem o empreendimento, de tal modo que suas caractersticas bsicas e desempenho almejado estejam perfeitamente definidos, possibilitando a estimativa de seu custo e prazo de execuo.

Artigo 2 - O Projeto Bsico uma fase perfeitamente definida de um conjunto mais abrangente de estudos e projetos, precedido por estudos preliminares, anteprojeto, estudos de viabilidade tcnica, econmica e avaliao de impacto ambiental, e sucedido pela fase de projeto executivo ou detalhamento.

Artigo 3 - As principais caractersticas de um Projeto Bsico so:

a) desenvolvimento da alternativa escolhida como sendo vivel, tcnica, econmica e ambientalmente, e que atenda aos critrios de convenincia de seu proprietrio e da sociedade;

b) fornecer uma viso global da obra e identificar seus elementos constituintes de forma precisa;

c) especificar o desempenho esperado da obra;

d) adotar solues tcnicas, quer para conjunto, quer para suas partes, devendo ser suportadas por memrias de clculo e de acordo com critrios de projeto pr-estabelecidos de modo a evitar e/ou minimizar reformulaes e/ou ajustes acentuados, durante sua fase de execuo;

e) identificar e especificar, sem omisses, os tipos de servios a executar, os materiais e equipamentos a incorporar obra;

f) definir as quantidades e os custos de servios e fornecimentos com preciso compatvel com o tipo e porte da obra, de tal forma a ensejar a determinao do custo global da obra com preciso de mais ou menos 15% (quinze por cento);

g) fornecer subsdios suficientes para a montagem do plano de gesto da obra;

h) considerar, para uma boa execuo, mtodos construtivos compatveis e adequados ao porte da obra;

i) detalhar os programas ambientais, compativelmente com o porte da obra, de modo a assegurar sua implantao de forma harmnica com os interesses regionais.

1.3 - Portaria FUNASA n 723/07 - Manual de Orientaes Tcnicas para Elaborao de Projetos de Abastecimento de gua e de Esgotamento Sanitrio.

Projeto bsico conjunto de elementos necessrios e suficientes, com preciso adequada, para caracterizar a obra e o servio, ou o complexo de obras ou servios objeto da licitao, elaborado com base nas indicaes dos estudos tcnicos preliminares, que assegurem a viabilidade do empreendimento, e que possibilite a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo de execuo.

Levando em considerao os conceitos apresentados e o nvel de discriminao desejvel para a aceitao de um projeto bsico e a sucessividade da fase de projeto executivo ou detalhamento, o Manual de Orientaes Tcnicas para Elaborao de Projetos de Abastecimento de gua e de Esgotamento Sanitrio traduz essa realidade e atende a esses pr-requisitos.

Ao contrrio do que apresentam as solicitaes de auditoria da CGU os dois convnios em discusso demonstraram nvel de detalhamento suficiente para a sua anlise, de acordo com a discricionariedade do analista e o embasamento conceitual apresentado.

Devemos considerar ainda que em nenhum momento houve questionamento de ordem tcnica quanto a viabilidade dos projetos apresentados, e sim, o entendimento do nvel de detalhamento e da condio da aprovao dos mesmos, o que j destacamos como compreenso de experincia, vivncia e ato discricionrio, condicionado a certas precondies, dos analistas.

2 Detalhamento do Projeto Bsico para Sistemas de Pequeno Porte.

2.1 CONFEA - Resoluo n 361/91.

Artigo 5 - Poder ser dispensado o Projeto Bsico com as caractersticas descritas nos artigos anteriores, para os empreendimentos realizados nas seguintes situaes:

II - nos casos de obras ou servios de pequeno porte, isolados e sem complexidade tcnica de gerenciamento e execuo;

Artigo 6 - As normas e conceituaes constantes desta Resoluo devero ser aplicadas na contratao das obras e servios da administrao direta e indireta, das empresas de economia mista e fundaes dos Governos Federal, Estadual e Municipal, assim como das obras e servios realizados mediante a utilizao de emprstimos ou incentivo fiscal aplicados por banco ou agncia financeira oficiais e os executados para fins de cumprimento de concesso de servios pblicos de qualquer esfera governamental.

Observamos que para o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONFEA, fundamentado na Lei n 5.194/66, e nesse caso especifico analisado, por tratar-se de sistemas de pequeno porte e sem nenhuma complexidade tcnica de gerenciamento e execuo, as caractersticas de detalhamento descritas no conceito de projeto bsico poderiam inclusive ser dispensadas para efeito de anlise por parte da Fundao.

Mesmo considerando as argumentaes apresentadas e atendendo ao Memorando acima mencionado exibimos a seguir as informaes que destacamos necessrias para esclarecer as inconsistncias detectadas pelas Solicitaes de Auditoria n. 224392/11 e 224392/10.

Convnio TC-PAC 031/2008 Construo de Sistema de Abastecimento de gua em 11 localidades do municpio de Aurora/CE.

Item 1 Verificamos que de fato ocorreu um lapso entre o manancial previsto no memorial descritivo e o constante do oramento. Considerando que as obras no foram iniciadas, ser mantido contato com o municpio visando a adequar o oramento proposto ao memorial descritivo do Projeto Tcnico. Retirando do oramento a perfurao do poo e substituindo por um flutuante a ser colocado no aude previsto como manancial.

Item 2 Esclarecemos que o reservatrio elevado de distribuio adquirido montado e colocado no terreno previsto no projeto. Dessa maneira a fundao do reservatrio e o processo construtivo so de responsabilidade da empresa contratada para fornecer essa unidade e dessa maneira no h necessidade de especificao para o item previsto uma vez que tal especificao definida pela empresa que constri e fornece o reservatrio. Ressaltamos que a referida empresa tem responsabilidade civil pelo funcionamento da unidade pelo perodo de 05 anos.

Item 3 No h especificao dos servios relacionados instalao do conjunto elevatrio devido simplicidade do servio a ser executado no requerendo mo de obra especializada.

Item 4 O projeto eltrico para a instalao dos conjuntos elevatrios, tendo em vista a potncia reduzida, feito em geral pela prpria Companhia de Eletricidade do Estado do Cear COELCE, mediante solicitao do municpio, que em muitas vezes, dependendo das condies, um servio gratuito, sendo cobrado apenas o material empregado.

Item 5 Verificamos que de fato ocorreu um lapso e que no constou do oramento a Casa de Proteo para o quadro eltrico. Com relao s bombas no h necessidade uma vez que as bombas so do tipo submersa. Considerando que as obras no foram iniciadas, ser mantido contato com o municpio visando readequao do Projeto Tcnico.

Item 6 Nos sistemas indicados as casas de proteo so usadas apenas para a proteo do quadro de comando uma vez que as bombas submersas ficam instaladas no poo e as bombas centrfugas de eixo horizontal ficam nos flutuantes colocados nos audes que servem de mananciais. Embora no tenham sido fornecidas na apresentao do projeto foram incorporadas ao mesmo.

Item 7 - No h razo para justificativa de mobilizao e desmobilizao uma vez que nas localidades indicadas foi previsto a perfurao de poos tubulares profundos. Unidade que, pela prpria natureza do servio, requer que esse item seja includo no oramento.

Item 8 Para essas localidades no deve ter sido constatada a necessidade desse tipo de servio, razo pela qual, consequentemente pressupomos por razes de ordem tcnica no ter sido previsto na planilha oramentria.

Item 9 - Tratando-se de projetos simplificados de abastecimento de gua de pequenas comunidades a topografia apresentada suficiente para o dimensionamento das unidades do Sistema, fato este indicador da prescindibilidade de apresentao das cotas da tubulao na planta baixa.

Item 10 - Tratando-se de projetos simplificados de abastecimento de gua de pequenas comunidades os elementos apresentados no projeto do flutuante so suficientes para compreenso da sua utilizao e da sua instalao.

Item 11 - O esquema da ligao predial apresentado genrico, no caso em questo considerando que o hidrmetro foi previsto na planilha oramentria o equipamento ser instalado em substituio ao toco de tubo previsto na planta.

Item 12 Conforme est exposto no Termo de Compromisso de Sustentabilidade apresentado o sistema ser financiado com recursos prprios do municpio, razo porque no foram previstos as despesas e as receitas.

Item 13 Considerando o tratamento previsto, ou seja, simples desinfeco (sem potencial poluidor degradador) base de composto de cloro, a resoluo federal do CONAMA e a lei estadual que tratam do assunto dispensam a consulta ao rgo ambiental do Estado acerca da necessidade ou no de licenciamento ambiental, razo porque no foi feita.

Item 14 Concordamos com a constatao feita pela auditoria, entretanto supomos que a ocorrncia devida face consulta feita em diversas tabelas, tanto do SINAPI como da SEINFRA, editadas em pocas diferentes. Entretanto podemos afirmar que todos os valores so inferiores aos valores constantes das tabelas atualizadas com o BDI previsto. (Sic)

Aps o recebimento do Relatrio Preliminar, a FUNASA, mediante o Ofcio n 510/GAB/PRESIDNCIA/FUNASA, de 15/07/2009, apresentou o seguinte complemento s manifestaes anteriores:

Itens 1, 2, 4 a 6 e 10 a 14 - Sero providenciadas as correes necessrias para solucionar os possveis equvocos cometidos e solicitar readequao dos documentos indicados. Uma equipe de 2 Engenheiros da Presidncia est sendo enviada CORE com intuito de verificar as possveis falhas na anlise tcnica e solicitar readequao dos projetos, conforme Portaria n 693, de 23 de junho de 2009.

Item 3 - Devido ao custo do servio em relao ao total do oramento da obra ter pequena relevncia e simplicidade do mesmo, no requerendo mo-de-obra especializada, a ausncia de especificao no impacta o oramento global.

Item 7 - Esse tipo de servio inerente execuo de obras de saneamento, para os quais orientado que, juntamente ao item servios preliminares, no ultrapasse 4% do valor total da obra, ou seja, j h uma indicao padro com percentual mximo aceitvel.

Item 8 - Nas obras de saneamento financiadas pela FUNASA, em sua grande maioria, os dimetros das redes de distribuio so pequenos, portanto dispensados os clculos de bloco de ancoragem. Conforme a norma da ABNT NBR 12218 no seu item 5.11.5: Nos pontos de mudana de direo, de reduo de dimetro e de localizao de dispositivos para fechamento ou controle nos condutos principais de grande dimetro, devem ser previstas estruturas capazes de absorver os esforos resultantes da condio operacional mais desfavorvel. (grifo nosso)

Item 9 - A rede de abastecimento de gua dimensionada como conduto forado, portanto a declividade da tubulao no interfere no funcionamento do sistema. O quantitativo da escavao obtido em funo do recobrimento mnimo recomendado para assentamento da tubulao. Desta forma no h necessidade de apresentao das cotas de assentamento em planta, sendo suficiente a planta topogrfica com as curvas de nvel discriminadas.

ANLISE DO CONTROLE INTERNO:

Em relao s alegaes preliminares acerca do Projeto Bsico, especificamente a sua dispensabilidade e seu grau de detalhamento, cabem as mesmas anlises constantes do campo Anlise do Controle Interno do item 3.1.1.1.

Em relao aos esclarecimentos apresentados para os itens solicitados pontualmente, cabe fazer as seguintes consideraes.

Item 1 A justificativa apresentada no elide a falha de ter sido aprovado projeto com itens na planilha que no so necessrios para o sistema proposto.

Destaca-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 4 da planilha oramentria.

Item 2 A justificativa de que o sistema adquirido montado e colocado na obra no afasta a obrigao do projeto detalhar o seu mtodo executivo, pois baseado nele que a fiscalizao do futuro contrato poder verificar se os servios foram executados de acordo com o projeto. Destaca-se que a fragilidade na descrio do mtodo executivo pode influenciar diretamente a qualidade do servio executado.

Ainda assim, o que se observou no fato apresentado foi a aprovao de projeto em desconformidade ao exigido pelo prprio manual da FUNASA.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica nos itens 3 e 4 do memorial descritivo.

Item 3 Ainda que no haja a exigncia de mo de obra especializada, o servio, devido sua relevncia para a obra, deveria ter sido especificado no memorial descritivo, conforme descrito no Manual Tcnico da FUNASA;

Item 4 Se o servio seria feito pela COELCE, como afirmado na justificativa, essa informao deveria constar do projeto bsico, bem como um documento dessa companhia, no qual se comprometeria a realizar o servio. Da maneira como o projeto foi apresentado, sem a previso da instalao eltrica, o objeto do Termo de Parceria no funcionar.

Item 5 A casa de bombas dispensada para o caso apresentado, porm a casa de proteo do quadro no .

A justificativa apresentada no elide a falha de ter sido aprovado projeto sem itens na planilha que so necessrios para o sistema proposto.

Destaca-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 4 da planilha oramentria.

Item 6 Como foi explanado no item anterior, a casa de proteo do quadro eltrico no dispensada. Dessa forma, a justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico sem a apresentao dos documentos tcnicos exigidos pelos normativos pertinentes.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 2 do projeto de engenharia e arquitetura e no item 3 do memorial descritivo.

Item 7 No possvel acatar a justificativa apresentada, tendo em vista que as localidades Stio Volta, Stio Moc, Stio Saco no apresentaram a perfurao de poos, j que utilizaram poos existentes. E as localidades Stio Crioulas e Stio Caiara, apesar de terem includo esse servio nas suas planilhas, no tinham poos a serem perfurados, conforme foi constatado no item 1.1.

Destaca-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 2 da planilha oramentria.

Item 8 A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico com ausncia de sistemas demandados pelas normas de construo.

Item 9 A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico sem a apresentao dos dados necessrios exigidos pelos normativos pertinentes.

Sem as informaes das cotas de nvel da tubulao, no possvel verificar se o sistema est cotado corretamente, e se a declividade do terreno compatvel com o sistema proposto. Tambm no possvel verificar se o volume de escavao apresentado na planilha oramentria est correto, o que pode levar a um superfaturamento da obra.

Destaca-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no itens 3 e 5 do projeto de engenharia e arquitetura.

Item 10 No possvel acatar a justificativa, tendo em vista que sem as dimenses do sistema no possvel especificar o equipamento.

Destaca-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 2 do projeto de engenharia e arquitetura.

Item 11 A justificativa apresentada apenas corrobora a constatao de que houve aprovao de projeto bsico com inconsistncias entre o projeto e a planilha oramentria. Sobressai-se o fato de que nem todas as localidades tiveram hidrmetros previstos nas suas planilhas oramentrias.

Ressalta-se que o fato constatado revela a inconsistncia das afirmaes da anlise tcnica no item 1 da planilha oramentria.

Item 12 Se o Termo de Sustentabilidade no prev a cobrana de tarifas ento no se faz necessrio para essa obra a instalao de hidrmetros descrita no item anterior. Dessa forma, fica caracterizada o sobrepreo de R$ 41.845,00.

Item 13 A dispensa de aprovao do projeto pelo rgo ambiental deve ser caracterizada pela consulta ao rgo ambiental do Estado, conforme determinado pelo Manual Tcnico da FUNASA. Como essa consulta no foi apresentada, nem a legislao estadual que dispensa o licenciamento ambiental, mantm-se a constatao.

Item 14 A justificativa no elide a falha, j que no deveria haver diferena entre servios de mesma natureza em projetos do mesmo Termo de Compromisso.

Em relao complementao das justificativas apresentadas pela FUNASA, cabe tecer as seguintes anlises:

Itens 1, 2, 4 a 6 e 10 a 14 A manifestao da Entidade foi de