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INTRODUÇÃO 1 A PO STILA DE C O N TA BILID A D E Profa. M c Adelaide M aria Bogo Schm itt Joinvillle/2007 2008 2010 Versão 10 -

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INTRODUÇÃO

1

APOSTILA

DE

CONTABILIDADE

Profa. Mc Adelaide Maria Bogo Schmitt

Joinvillle/2007Versão 10 2008

2010Versão 10 - 2010

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Esta apostila tem por objetivo proporcionar ao aluno conteúdos das disciplinas CONTABILIDADE. Em seu conteúdo encontramos definições, conceitos e exemplos práticos.

O conteúdo divide-se em conceitos e definições de Contabilidade, estudo sobre o Patrimônio, Contas Contábeis, explicações sobre a metodologia do Débito e Crédito, apresentação dos Relatórios Contábeis Básicos, sendo estes o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, bem como o próprio Balancete de Verificação.

Complementarmente, explicam-se os procedimentos da Escrituração Contábil para o registro dos eventos, livros contábeis obrigatórios e o Plano de Contas.

Ainda no universo da Contabilidade, demonstram-se os procedimentos de depreciação, amortização e exaustão, apuração do resultado do exercício, fechamento do Balanço e preparação do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício de acordo com a Lei 6.4047/76 (Lei das Sociedades Anônimas). Ainda na fase de registro dos eventos, inserem-se eventos de receita, custo, despesa, operações ativas e passivas, ou seja, eventos que permutem e alterem o patrimônio da entidade, bem como as operações de estoque e vendas de mercadorias/produto.

Esta apostila traz ainda em seu conteúdo, alguns aspectos básicos dos Sistemas Contábeis Informatizados relativos aos Módulos Contábeis de Estoque, Fiscal e Patrimonial.

Espera-se com esta apostila facilitar otimizar o aprendizado do aluno, uma vez que todo o conteúdo das disciplinas encontra-se contido neste material.

Profa. Mc Adelaide Maria Bogo Schmitt

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................21 CONTABILIDADE.............................................................................................................6

1.1 A Contabilidade......................................................................................................61.1.1 Breve Histórico, Definições, Ciência Contábil......................................................6

1.1.1.1 Empresa...........................................................................................................81.1.2 Gasto....................................................................................................................10

1.1.2.1 Divisão de Gasto...........................................................................................111.1.3 Patrimônio............................................................................................................15

1.1.3.1 Patrimônio Líquido.......................................................................................161.1.3.2 Variações Patrimoniais.................................................................................171.1.3.3 Período Contábil...........................................................................................191.1.3.4 Curto Prazo...................................................................................................201.1.3.5 Longo Prazo..................................................................................................211.1.3.6 Permanente....................................................................................................21

1.1.4 Contas e Plano de Contas.....................................................................................211.1.4.1 Conta Contábil..............................................................................................221.1.4.2. Tipos de Contas............................................................................................231.1.4.3 Plano de Contas.............................................................................................241.1.4.4 Identificação das Contas no Plano de Contas...............................................24

1.1.5 Investimento e Financiamento Patrimonial..........................................................261.1.5.1 Investimento Patrimonial..........................................................................................261.1.5.2 Financiamento Patrimonial.......................................................................................27

1.2 Noções de Resultado...................................................................................................281.2.1 Resultado..............................................................................................................291.2.2 Lucro e Prejuízo...................................................................................................291.2.3 Receitas................................................................................................................301.2.4 Despesas, Deduções e Custo................................................................................31

1.2.4.1 Despesas........................................................................................................311.2.4.2 Deduções.......................................................................................................321.2.4.3 Custo.............................................................................................................33

1.3 Relatórios Contábeis...................................................................................................331.3.1 Balancete de Verificação.....................................................................................331.3.2 Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.......................36

1.3.2.1 Balanço Patrimonial - BP.............................................................................361.3.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE.........................................38

1.3.2.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA.........................391.4 Metodologia da Contabilidade....................................................................................42

1.4.1 O Método Contábil...............................................................................................421.4.2 Débito e Crédito...................................................................................................421.4.3 Partidas Dobradas................................................................................................43

1.4.3.1 Métodos das Partidas Dobradas....................................................................44

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1.4.4 Livro Diário e Livro Razão..................................................................................451.4.5 Escrituração Contábil...........................................................................................46

1.4.5.1 Registro no Livro Diário...............................................................................471.4.5.2 Registro no Livro Razão...............................................................................471.4.5.3 Razonete contabil..........................................................................................48

1.5 Encerramento do Período Contábil.............................................................................491.5.1 Levantamento do Balancete de Verificação.........................................................49

1.5.1.1 Ajustes das Contas........................................................................................491.5.2 Encerramento das Contas de Resultado...............................................................50

1.5.2.1 Apuração do Resultado do Exercício............................................................501.5.2.2 Distribuição do Resultado do Exercício........................................................51

1.6 Regimes Contábeis......................................................................................................521.6.1 Regime de Caixa..................................................................................................521.6.2 Regime de Competência......................................................................................52

2 Operações Contábeis..........................................................................................................532.1 Eventos Contábeis - Registro......................................................................................53

2.1.1 Registro dos Eventos Contábeis Ativos e Passivos.............................................532.1.2 Registro dos Eventos Contábeis de Resultado – Receitas, Despesas e Custo.....57

2.2 Exemplo de Encerramento de Período Contábil.........................................................622.2.1 Levantamento do Balancete de Verificação.........................................................632.2.2 Exemplo de Encerramento das Contas de Resultado...........................................642.2.3 Distribuição do Lucro..........................................................................................652.2.4 Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício.......................66

2.3 Controle e Avaliação de Estoque................................................................................682.3.1 Resultado com Mercadorias.................................................................................692.3.2 Inventário.............................................................................................................70

2.3.2.1 Inventário Periódico......................................................................................712.3.2.2 Inventário Permanente..............................................................................................72

2.3.3 Critério PEPS.......................................................................................................732.3.4 Critério UEPS......................................................................................................742.3.5 Critério Custo Médio...........................................................................................762.3.6 Cálculo do Custo da Compra........................................................................77

2.3.6.1 ICMS Sobre Vendas e Sobre Compras.....................................................................792.3.6.2 IPI sobre Produto Industrializado.............................................................................802.3.6.3 PIS s/Faturamento e COFINS..................................................................................81

2.4 Depreciação, Amortização e Exaustão........................................................................822.5 Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).....84

2.6 Princípios Contábeis...................................................................................................862.6.1 O Princípio da Entidade.......................................................................................862.6.2 O Princípio da Continuidade................................................................................872.6.3 Princípio da Oportunidade...................................................................................872.6.4 Princípio do Registro Pelo Valor Original...........................................................872.6.5 O Princípio da Atualização Monetária.................................................................882.6.6 O Princípio da Competência................................................................................89

2.6.6.1 Alguns comentários sobre as despesas......................................................................902.6.6.2 Alguns detalhes sobre as receitas e seu reconhecimento.........................................90

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2.6.7 O Princípio da Prudência.....................................................................................912.7 Folha de Pagamento....................................................................................................92

2.7.1 - CÁLCULO DA FOLHA MENSAL – Dados:...................................................922.7.2 ENCARGOS PATRONAIS SOBRE A FOLHA.................................................942.7.3 PROVISIONAMENTO MENSAL DA FOLHA.................................................95

REFERÊNCIA......................................................................................................................97

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1 CONTABILIDADE

Este capítulo apresenta os conceitos, nomenclatura, metodologia e práticas contábeis. Tem como objetivo proporcionar a compreensão da Ciência Contábil sob o enfoque conceitual, sistêmico e gerencial.

1.1 A Contabilidade

Este subcapítulo proporciona ao aluno assuntos relativos ao conceito de contabilidade, ao objeto de estudo desta ciência e aos elementos fundamentais utilizados na prática contábil. Complementarmente, traz noções de Investimento e Financiamento na formação de uma entidade e como a Contabilidade interpreta esta formação, permitindo ao estudante conhecer o significado de Lucro e sua formação.

1.1.1 Breve Histórico, Definições, Ciência Contábil

No dicionário da língua portuguesa, Ferreira, (pg. 538), encontra-se a definição de CONTABILIDADE como sendo uma “Ciência que estuda e interpreta os registros dos fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade (empresa, instituição pública, pessoa física, instituição não lucrativa, etc).

Por sua vez, no Dicionário de Contabilidade, Sá, (1977, pg. 144), encontra-se a definição de CONTABILIDADE como sendo uma “Ciência que estuda os fenômenos patrimoniais sob o aspecto do fim aziendal; é a ciência que tem por objetivo estudar o sistema da riqueza administrativa a fim de observar se ela atinge os fins propostos pelo sujeito aziendal.”

O termo CONTABILIDADE originou-se essencialmente do uso de CONTAS para realizar estudo da riqueza patrimonial. Verificou-se nos registros históricos que, aquele que praticava atos do comércio, fazia o controle dos principais itens patrimoniais em fichas, denominadas “contas”. As “contas” usuais naquela época eram: “Meus Devedores”, os clientes, “Meus Credores”, os fornecedores, e “Estoque de ....... (Tecidos, por exemplo)”, as mercadorias e produtos para venda.

Entende-se ciência como sendo um “Conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos, historicamente acumulados, dotados de universalidade e objetividade que permitem sua

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transmissão, e estruturados com métodos, teorias e linguagens próprias, que visam compreender e orientar a natureza e as atividades humanas.” (Ferreira, 1999, pg. 469).

Neste sentido, os elementos que compõe a Ciência Contábil são: PATRIMÔNIO – (conjunto de conhecimento), TEORIA CONTÁBIL e SEUS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (Teorias e Universalidade), PARTIDAS DOBRADAS (Método) e VOCABULÁRIO ESPECÍFICO (Linguagem).

Evolução do PENSAMENTO CONTÁBIL - a primeira forma como sistema gerador de informação surgiu definitivamente em 1.494 (Idade Média), com Frei Luca Pacioli, matemático italiano que, a pedido do Papa, desenvolveu um sistema que utilizava o conceito matemático da equação a = b para identificar o patrimônio de uma pessoa. A equação adotada por Frei Luca Pacioli nasceu com a lógica de que “não existe uma riqueza patrimonial (bens e direitos) sem uma fonte (origem) de igual valor, que a justifique”.

Assim, bastou desenvolver um sistema de informação que explique como o patrimônio de uma pessoa nasceu e evoluiu, identificando os investimentos realizados e as origens destes investimentos que, o que sobrava, ou seja, aqueles investimentos já pagos, livres de dívidas, representariam o patrimônio líquido da pessoa.

A partir de 1.494 muitas literaturas foram surgindo explicando “contabilidade”. A partir da Revolução Industrial e com o surgimento dos bancos, as pessoas passaram a necessitar de informações de custo, despesas, dívidas, créditos, patrimônio total e patrimônio líquido, o que levou a muitos estudiosos a definirem a “TEORIA” da Contabilidade. Assim, aqueles negócios que começavam em um ano e eram concluídos no outro ano (verão a verão, primavera a primavera), deixaram de existir com o aparecimento das indústrias pois estas possuíam um processo de produção “CONTÍNUO”. Aos poucos foram surgindo as PESSOAS JURÍDICAS, por uma exigência legal e por questão de

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CIÊNCIA CONTÁBILCIÊNCIA CONTÁBIL

Conjunto deconhecimentos

Conjunto deconhecimentos

Teoria Própria e

Universalidade

Teoria Própria e

Universalidade

Métodopróprio

Métodopróprio

Linguagemprópria

Linguagemprópria

PATRIMÔNIOPATRIMÔNIO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

PARTIDASDOBRADAS

PARTIDASDOBRADAS

VOCABULÁRIO ESPECÍFICO

VOCABULÁRIO ESPECÍFICO

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organização da sociedade, diferenciando o patrimônio do dono ou sócio, do patrimônio da entidade (negócio).

Com base nestas duas evidências particulares, surgiram os dois primeiros princípios, também conhecidos como POSTULADOS CONTÁBEIS, o da ENTIDADE e o da CONTINUIDADE. Iudícibus, Martins e Gelbcke (1994, pg. 69 e 70) apresentam as definições de ambos os princípios:

a) PRINCÍPIO DA ENTIDADE – a Contabilidade é mantida para a entidade; os sócios ou quotistas destas não se confundem, para efeito contábil, com aquelas...;

b) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE – para a Contabilidade, a entidade é um organismo vivo que irá viver (operar) por um longo período (indeterminado) até que surjam fortes evidências ao contrário.

Uma vez que a Ciência Contábil possui um “conjunto de conhecimentos” específicos, estes passam a representar o “objeto” de estudo da Contabilidade. Este “objeto de estudo” da contabilidade é o PATRIMÔNIO.

Para Sá (1977, pg. 753), PATRIMÔNIO é o objeto administrado que serve para propiciar à azienda (entidade, organização) a obtenção de seus fins.

1.1.1.1 Empresa

Empresa tem o mesmo significado que azienda utilizado por Sá. Ferreira (1999, p. 742) define empresa sob uma visão econômica como sendo “Organização econômica destinada à produção ou venda de mercadorias ou serviços, tendo em geral como objetivo o lucro”.

Qualquer tipo de empresa, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos, está dividida em duas grandes áreas, uma área organizada para atender o objeto social para o qual foi constituída, denominada de “atividade/área principal”, e outra área organizada para dar apoio à atividade principal, denominada de “atividade/área de apoio”.

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A área principal de uma empresa é aquela que realiza a fabricação do produto, se indústria, aquela que recebe e disponibiliza as mercadorias para revenda, se comércio, e aquela que presta os serviços, se prestadores de serviço.

A área de apoio de uma empresa é aquela que realiza as atividades acessórias, que poderiam não existir, todavia, são necessárias para que o objetivo da organização seja atingido. Esta área compreende as atividades administrativas e comerciais.

Para realizar suas atividades, toda e qualquer organização faz uso de recursos produtivos, que economicamente são divididos por Rossetti (1977, pg. 128) em:

a) Recursos Humanos; e b) Recursos Patrimoniais.

Recursos humanos representam a força de trabalho humano, e recursos patrimoniais representam os equipamentos, máquinas, instalações, edificações, tecnologia, capital ($) etc...

O uso destes dois recursos em conjunto permite que se faça uso de um 3o. e último recursos que são os bens da natureza. Estes três recursos irão permitir que a empresa atinja seu

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Empresa e suas áreas de atividade.

Empresa “X”Empresa “X”

Área ProdutivaÁrea ProdutivaÁrea AdministrativaÁrea Administrativa

- Seção A- Seção B- Seção C- Seção ...- Compras (*)- P & D -Tesouraria

- RH- Contabilidade- Crédito e Cadastro- Fiscal- Compras (*)- Financeiro

AdministrativaAdministrativa ComercialComercial

- Marketing- Vendas- ....

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objetivo por meio da produção de bens ou serviços. Sob o aspecto contábil, o uso destes três recursos recebe o nome de GASTO.

Assim, uma organização para realizar suas atividades necessita realizar um GASTO. Alguns destes gastos são destinados para a atividade principal e outros para a atividade de apoio. Ainda alguns destes gastos são aplicados em bens ou direitos que serão consumidos integralmente em vários períodos anuais e outros são aplicados em bens, produtos ou serviços que serão consumidos imediatamente nas atividades.

Assim, qualquer organização economicamente ativa faz uso de recursos em todas as suas áreas com o objetivo final de atender o objeto social para o qual foi constituída, bem como, obter lucro se for de interesse econômico.

1.1.2 Gasto

O termo gasto representa “aquilo que se gastou ou consumiu; despesas, dispêndio:”(FERREIRA, 1999, p. 974). Na atividade empresarial, gasto representa a obtenção de um bem, direito, produto ou serviço. Em outras palavras, quer dizer que se a empresa aplicar recursos na obtenção de um veículo, ela está gastando recursos na obtenção do veículo, se, por outro lado a empresa fizer uso de energia elétrica e ao final do mês receber a fatura para pagamento do consumo do serviço de fornecimento de energia elétrica, ela realizou um gasto e o seu valor foi conhecido somente após o seu uso.

Se a empresa adquirir mercadorias para revenda, ela está realizando um gasto em um bem que será revendido futuramente.

Sá (1977, p. 439) define GASTO como sendo um “Investimento feito para obter uma utilidade”. Sob uma visão mais ampla:

Entende-se por “sacrifícios financeiros” o uso dos recursos monetários aplicados em:

a – BENS - máquinas, terrenos, mercadorias para revenda, matéria-prima para produção, materiais diversos aplicados aos produtos, equipamentos, edificações, instalações, veículos, computadores, capital de giro na forma monetária (dinheiro), ferramentas, caminhões, etc...; - BENS TANGÍVEIS – são aqueles que possuem forma física, são palpáveis, exemplo: mesas, cadeiras, máquinas, edifício, veículos, terrenos, computadores, etc...

- BENS INTANGÍVEIS – são aqueles que não possuem forma física, não são palpáveis, exemplo: marcas, patentes, ações, softwares etc...

b – SERVIÇOS - trabalhadores – (pessoal da produção, pessoal da administração e pessoal de vendas), seguros, segurança, energia elétrica, água, telefone, limpeza e higiene,

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manutenção, conservação, reformas, contribuições sindicais ou de classe, impostos, taxas e contribuições sociais, propaganda e marketing, jornais e revistas, viagens e estadias, descontos concedidos, pagamento de juros, despesas com serviços bancários, despesas com serviços terceirizados de cobrança, etc....

Entende-se por “obtenção de um produto ou serviço qualquer” o resultado da aplicação dos recursos, os quais podem ser:

a) PRODUTO:

- o produto oriundo da produção - geladeira, arroz, cordas, iogurte, automóvel, caminhão, máquina, papel higiênico, absorventes higiênicos, brinquedos, bicicleta, motocicletas, piscinas, etc...);- a mercadoria comprada para ser revendida - diversos, imaginem um supermercado e os diversos itens à disposição para serem revendidos, uma loja de autopeças e os diversos itens para serem revendidos, uma loja de roupas, uma loja de 1,99, etc..);- materiais diversos – utilizados no escritório (material de expediente), utilizados na limpeza e higiene (material de limpeza e higienização), etc...;

b) SERVIÇOS

- o trabalho humano – trabalhadores da área de produção, da área administrativa e da área de vendas;- serviços diversos – energia elétrica, água, telefone, seguro, serviços bancários, fretes, correio, xerox, manutenção e conservação, oficina, reformas, serviços de proteção classe, serviços jurídicos, serviços médicos e odontológicos.

1.1.2.1 Divisão de Gasto

Com base nas definições e explicações do item 1.1.1, gasto pode ser dividido em duas definições:

a) Gastos a serem consumidos ao longo dos períodos contábeis, são os INVESTIMENTOS;

b) Gastos consumidos de imediato, chamados DESPESAS.

Os gastos consumidos ao longo dos períodos contábeis são denominados INVESTIMENTOS, e os gastos consumidos de imediato são denominados DESPESAS.

As despesas podem ser subdivididas em DESPESAS e CUSTO. Os gastos em despesas ocorrem quando são aplicados na atividade administrativa, comercial e financeira, e os gastos em custo ocorrem quando são aplicados na atividade produtiva, ou seja, para atingir o objetivo social do negócio.

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Este entendimento é importantíssimo para o estudante de Administração e Contabilidade pois, a partir deste ponto, o estudante compreenderá a metodologia contábil e o funcionamento de uma empresa sob a visão econômica e financeira

Alguns exemplos de gasto podem se apresentados:

a) Exemplo de Investimento - sempre que a empresa aplicar recursos em bens ou direitos que não irá utilizar de imediato, ou ainda, que estes bens ou direitos serão utilizados ao longo dos anos seguintes, então ela, na verdade, está realizando um INVESTIMENTO.

Exemplo: aquisição de: veículo, máquinas, mercadorias para estoque e futura revenda, matéria-prima para produção, materiais para produção, peças de reposição, dinheiro que está no caixa, dinheiro que está na conta-corrente bancária, dinheiro que está aplicado no mercado financeiro, um terreno adquirido para a construção da fábrica ou da área administrativa, um terreno adquirido para futuras negociações, compra de ações de outras empresas, impostos pagos na compra de mercadorias para revenda mas que geram crédito tributário, financiamento da venda para o cliente gerando Duplicatas a Receber, aquisição de marcas ou de patentes, etc...;

b) Exemplo de Despesa – sempre que a empresa aplicar recursos em bens ou serviços que serão utilizados de imediato, ou ainda, dentro do período, então, na verdade, a empresa está realizando uma DESPESA.

Exemplo: qualquer gasto com aquisição/compra/aplicação de recursos consumidos na atividade administrativa com o objetivo de administrar a empresa e de comercializar o produto/mercadoria: material de limpeza e de higiene, serviços de seguro, serviços de mão-de-obra, serviços dos colaboradores nos trabalhos administrativos, propaganda e publicidade, serviços de jardinagem, consertos e

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GASTOGASTO

INVESTIMENTOINVESTIMENTO DESPESADESPESA

DESPESA CUSTO

Gasto e suas variações

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manutenções diversas, abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica e serviços de telefonia, pró-labore dos administradores, encargos sociais sobre os salários e pró-labore dos administradores, comissões de representante, juros devidos, viagens e estadias, fretes, correios, xerox, material de escritório (expediente), materiais de cozinha, brindes natalinos, doações, taxas bancárias pelo uso dos serviços bancários, juros sobre empréstimos pelo uso do capital de terceiros, juros sobre o uso do capital próprio, etc...

c) Exemplo de Custo – sempre que a empresa aplicar recursos em bens ou serviços que serão utilizados de imediatos e que estejam diretamente vinculados a venda de um produto, mercadoria ou serviço, então ela estará incorrendo em um CUSTO.

Exemplo de custo: o valor pago pela mercadoria revendida e que estava no estoque, o total de gastos na fabricação de um produto e que neste momento está sendo vendido, os diversos gastos na aquisição de bens ou serviços contratados relativos a venda de um serviço.

Neste momento o aluno deverá diferenciar duas noções de custo, que são:a) custos que ocorrem antes da venda; e b) custos que ocorrem no momento da venda.

O custo para a fabricação do produto ocorre antes de sua venda, e o custo de aquisição da mercadoria que será revendida futuramente também ocorre antes da venda. Por sua vez, existe o custo que ocorre no momento da venda e entrega do produto, mercadoria ou serviço, que contabilmente denomina-se CUSTO DO PRODUTO VENDIDO, CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA e CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS, respectivamente.

Estes três últimos custos são efetivamente CUSTO no conceito de GASTO, já os custos que ocorrem antes da venda e que vão para o estoque, são contabilmente denominados de INVESTIMENTO, porém, convencionou-se chamá-los também de custo.

DESPESA – tipos de despesas: Administrativas, Comerciais e Financeiras

São consideradas despesas de uma organização todo aqueles gastos em CONSUMO DE RECURSOS (Humanos e/ou Patrimoniais). Assim, uma organização para manter sua atividade, ela concentra energia em duas atividades básicas, que são as ADMINISTRATIVAS e as COMERCIAIS. Por sua vez, ocorre de se fazer uso de recursos monetários, tanto próprio quanto de terceiros. Os terceiros obviamente que cobrar uma remuneração tanto pelo uso dentro do prazo quanto pelo uso fora do prazo, assim, a empresa necessita muitas vezes pagar juros aos credores, ou mesmo os serviços de utilização de recursos, que podem ser as taxas bancários, IOF, por exemplo.

Visualizando uma organização e seu conjunto de despesas, podemos identificar as seguintes naturezas de despesas:

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Exemplos de Despesas:a) COMERCIAIS (ou VENDAS):

- Comissão de Representante;- Viagens e estadias;- Propaganda e publicidade;- Jornais e revistas;- Combustíveis;- Pró-Labore do Diretor Comercial;- Salários e Encargos do pessoal da área comercial;- Honorários profissionais de terceiros;- Seguros;- Aluguel do Posto deVendas;- Luz, água e Telefone;- Fretes;- Limpeza e Higiene;- Manutenção veículos;- Impostos e Taxas- ......

b) ADMINISTRATIVAS:- Pró-Labore do Diretor Administrativo;- Honorários profissionais de terceiros;- Salários e encargos do pessoal da área administrativa;- Aluguel;- Seguros;- Combustíveis;- Limpeza e Higiene;- Viagens e estadias;- Manutenção veículos;- Manutenções;- Impostos e taxas;- .....

c) FINANCEIRAS- juros;

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DESPESASDESPESAS

ComercialComercial FinanceiraFinanceiraAdministrativaAdministrativa

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- taxas bancárias;- IOF, CPMF;- Perdas em aplicações financeiras;- Variação monetária/Cambial- .....

1.1.3 Patrimônio

Sá define Patrimônio como sendo a parte impessoal da azienda, observada sob dois aspectos principais:

QUANTITATIVO – como um fundo de valores, traduzido em expressão monetária; e QUALITATIVO – como um conjunto de bens, direitos e obrigações, traduzidos nominalmente.

O termo Patrimônio passou a se adotado pela Contabilidade a partir do reconhecimento da Teoria Patrimonialista, de Vincenzo Masi, defendida na década de 20, no século XX. Basicamente, a partir de 1.945 é que se fez uso dos conceitos da Teoria Patrimonialista.

Patrimônio, para Sá (1977, pg. 753) e sob a visão contábil, “é o objeto administrado que serve para propiciar à azienda a obtenção de seus fins”.

Exemplo de Conjunto de Valores, sob a ótica jurídica: (BENS e DIREITOS patrimoniais):

(Bens e Direitos) – Dinheiro em caixa ou em bancos, Aplicações Financeiras, Clientes (ou Duplicatas a Receber), Estoques (de Matéria-Prima, Produtos Acabados, Mercadorias, Materiais Diversos, Embalagens), Impostos a Recuperar, Investimentos, Empréstimos à Pessoas Ligadas, Contas a Receber, veículos, Máquinas e Equipamentos, Terrenos, Edificações, Instalações, Softwares, Computadores e Periféricos, etc...;Estes são os itens ATIVOS, a riqueza patrimonial

(Dívidas) – Fornecedores, Empréstimos e Financiamentos a Pagar, Salários e Encargos Sociais a Pagar, Empréstimos de Pessoas Ligadas, Dividendos a Pagar, Impostos a Pagar, Contas a Pagar, denomina-se PASSIVO.

Existem ainda as origens de recursos que vem dos sócios e da própria atividade da empresa - Capital Social e Lucros., que são dívidas, porém, não possuem vencimento exceto quando exigidas pelos sócios. Em outras palavras, a empresa não precisa pagar os sócios pelo capital que foi investido, o acionistas ou sócios somente poderão retirar o seu capital no momento em que se retirarem da sociedade ou quando reduzirem sua participação.

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Assim, é considerado riqueza todo o conjunto ativo de bens e direitos que está à disposição dos administradores para atingir o objetivo da entidade. São considerados bens todos os itens que a empresa tem “posse” e “propriedade”: Exemplos: dinheiro (no caixa ou no banco); estoque, veículos, terrenos, edificações, máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, ações, obras de arte, computadores, marcas e patentes, etc...

São considerados direitos todos os itens que a entidade possui apenas a “propriedade”: Duplicatas a Receber, títulos de crédito, Impostos a Recuperar, Aplicações Financeiras, Royalties, etc...

ATIVO é o nome que se dá aos elementos patrimoniais considerados “positivos”, ou seja, são os elementos que a empresa dispõe para trabalhar. São os INVESTIMENTOS, traduzidos em BENS e DIREITOS.

PASSIVO é o nome que se dá aos elementos do patrimônio que deram origem ao Ativo. São os fornecedores de origem externa da sociedade. Como exemplo de credores (fornecedores de recursos), podemos citar:

- o governo pelo crédito de tributos e pelo prazo que ele nos dá para pagá-los;os bancos por emprestarem recursos monetários; os empregados por fornecerem a força humana, o conhecimento etc... e demais fornecedores de bens e serviços;

- os sócios pelo capital investido e pelo credito da remuneração desse capital, que é o lucro.

1.1.3.1 Patrimônio Líquido

Se a entidade “quitar” as obrigações exigíveis em um único momento, naturalmente que terá que se desfazer de sua riqueza na mesma proporção. Neste sentido, o que sobra para a entidade, livre de exigibilidade, denomina-se PATRIMÔNIO LÍQUIDO. Concluindo, Patrimônio Líquido é a parte da riqueza patrimonial que está livre de exigibilidade e que, portanto, sobra aos sócios da organização por lhes pertencer.

Sá (1977, pg. 758) define Patrimônio Líquido como sendo “resultante da diferença entre os valores componentes do Ativo e das dívidas da empresa.”

Assim, a “equação fundamental” do patrimônio é:

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVOPATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVO

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1.1.3.2 Variações Patrimoniais

O patrimônio de uma organização sofre variações sempre que acontecerem o que se chama de “eventos patrimoniais”. São eventos patrimoniais:

a) constituírem sociedade e integralizam o capital (em dinheiro, mercadorias, produtos, matéria-prima, veículos, máquinas, equipamentos, terrenos etc...);

b) obtiverem receita por meio de: operações de venda, recebimento de juros, rendimentos de aplicações financeiras, venda de equipamentos, veículos etc...;

c) utilizarem os recursos disponíveis (dinheiro) em aplicações financeiras diversas, compra de ações, de outra entidade etc...;

d) consumirem recursos em luz, água, telefone, salários e encargos sociais, combustíveis, alugueis, juros, mercadorias revendidas, produtos revendidos, fabricação de produtos, impostos, depreciação, manutenções diversas, limpeza e higiene, jardinagem, material de expediente, seguros, assistência médica, etc...;

e) realizarem operações de empréstimos (concedido a alguém ou solicitado de alguém);

f) adquirirem veículos, terrenos, máquinas, edificações, instalações, ferramentas, computadores, marcas e patentes, etc..., a vista ou a prazo;

Neste sentido, o patrimônio de uma entidade pode sofrer variações s PERMUTATIVAS, MODIFICATIVAS ou MISTAS.

Uma variação será PERMUTATIVA sempre que um evento altere a situação do ATIVO e PASSIVO, sem alterar o Patrimônio Líquido. A variação será MODIFICATIVA quando ela altera o PATRIMÔNIO LÍQUIDO e será MISTA quando alterar o Patrimônio Líquido, ATIVO e/ou PASSIVO simultaneamente.

Lembrete: o PATRIMÔNIO LÍQUIDO é constituído de duas fontes apenas: CAPITAL dos sócios e o LUCRO que entidade gera. Os eventos patrimoniais que podem modificar o patrimônio são aquelas que geram lucro ou prejuízo.

PATRIMÔNIO INICIAL EM 01/01/2005.Empresa: "X" Comercial Ltda

ATIVO $ PASSIVO $Caixa....................... 10.000,00Fornecedores........ 70.000,00Clientes.................... 50.000,00Estoque Mercadorias. 30.000,00Patrimônio Líquido 120.000,00

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Passivo

Exigível Passivo

NãoExigível

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Máquinas................. 100.000,00Capital Social........... 120.000,00

Total Ativo............... 190.000,00Total Passivo........... 190.000,00

PATRIMÔNIO FINAL EM 31/12/2005Empresa: "X" Comercial Ltda

ATIVO $ PASSIVO

$

Caixa....................... 10.000,00Fornecedores........ 100.000,00Bco Cta Movimento... 20.000,00Financiam. Bancário. 50.000,00Clientes.................... 70.000,00Salários a Pagar....... 10.000,00

Estoque Mercadorias. 50.000,00Outras Dívidas 5.000,00Veículos.................. 50.000,00Patrimônio Líquido 135.000,00Máquinas................. 100.000,00Capital Social........... 120.000,00

  Lucros...................... 15.000,00Total Ativo............... 300.000,00Total Passivo........... 300.000,00

Análise da variação: O Ativo alterou de R$ 190.000 para R$ 300.000,00, o PassivoExigível alterou de R$ 70.000 para R$ 165.000 e o Patrimonio Líquido alterou deR$ 120.000 para R$ 135.000. A variação no Patrimônio Líquido deu-se em função dos , lucros do período. As demais variações patrimoniais são decorrentes das atividadesadministrativas.

EXEMPLOS DE FATOS CONTÁBEIS

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Informações

Quantitativa

Informações Qualitativas

InformaçõesQuantitativa

Informações Qualitativas

Passivo

Exigível

PassivoNão

Exigível

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a) FATOS PERMUTATIVOS (não alteram a situação líquida (PL))- Pagamento de duplicatas de fornecedor, sem cobrança de juros;- Recebimento de duplicadas de clientes, sem cobrança de juros;- Depósito bancário;- Resgate do principal de aplicações financeiras/- Compra de mercadorias para revenda;- Compra de bens do imobilizado, a vista ou a prazo (veículos, terrenos, móveis,

utensílios, ferramentas, máquinas; softwares, computadores e periféricos, etc..);- Amortização/pagamento de dívidas (qualquer dívida já constituída): impostos,

salários, empréstimos, contas a pagar, telefones/Luz/Água a pagar.

b) FATOS MODIFICATIVOS (alteram a situação líquida (PL))- 1 - reconhecimento na contabilidade de uma despesa, não importando se ela é paga

imediatamente ao reconhecimento, ou se foi dado um prazo para pagamento à empresa; ou

- 2 - reconhecimento na contabilidade de um receita, não importando se ela foi efetivamente recebida ou se será recebida futuramente.

Exemplo 1: consumo de luz, água, telefone, comissão de representante, serviços de jardinagem, serviços de oficina mecânica, custo do produto vendido (CPV), custo da mercadoria vendida (CMV), custo dos serviços prestados (CSP), consertos de máquinas, manutenção de equipamentos e máquinas, manutenção civil, seguros, salários no final do mês, encargos sociais, impostos que incidem sobre o faturamento/vendas, impostos que incidem sobre a renda (IRPJ), impostos que incidem sobre o patrimônio (IPTU), consumo de materiais de escritório, serviços de vigilância, serviços ambulatoriais, consumo de bens de pequeno valor, parcela de leasing, juros devidos, custo da venda de bens do imobilizado, multas fiscais ou ambientais, multas de trânsito etc...

Exemplo 2: juros cobrados dos clientes; rendimento de aplicação financeira; Resultado positivo da Equivalência Patrimonial; ganho com revenda de ações; venda de produtos; revenda de mercadorias; venda de serviços; venda de bens do imobilizado; reversão de uma dívida tributária.

c) FATO MISTO (altera a situação líquida e o patrimônio)- são todos aqueles eventos que envolvem simultaneamente FATOS PERMUTATIVOS e FATOS MODIFICATIVOS.

- Exemplos: recebimento de uma duplicata do cliente com oferecimento de um desconto financeiro, ou então, com cobrança de juros; pagamento de uma duplicata de fornecedor com desconto financeiro obtido, ou então, com cobrança de juros; Venda de mercadoria com desconto comercial concedido; operação de desconto de duplicata; amortização de empréstimo com juros incorporados na parcela; pagamento de tributo em atraso com acréscimo de multa e juros;

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1.1.3.3 Período Contábil

A Contabilidade é regida por seus princípios (item 2.6) e um deles que ora se faz uso é o Princípio da Continuidade. Este princípio explica que a organização existe indefinidamente, não encerrando suas atividades a cada final de ano. Todavia, periodicamente os gestores necessitam obter informações sobre a situação econômica e financeira da organização, assim, a cada ciclo de uma temporada, que equivale a 1 ano, têm-se necessidade de se conhecer os resultados obtidos e a situação patrimonial.

Para atender esta necessidade, convencionou-se que este período de 1 ano inicia-se em 01 de janeiro e em cerra-se em 31 de dezembro do mesmo ano às 24:00 hrs.

Dá-se o nome de PERÍODO CONTÁBIL, ou EXERCÍCIO SOCIAL/CONTÁBIL para este tempo. O administrador poderá reduzir este tempo em tantos períodos menores que normalmente é de um mês.

Geralmente estes períodos menores são utilizados para acompanhamento da evolução e resultado do patrimônio a fim de corrigir o que fora planejado, e houver necessidade. Porém, necessita-se de um período “padrão” para todas as organizações para que se possam fazer comparações, e este período padrão é de 1 ano encerrando-se necessariamente em 31 de dezembro.

Veja figura a seguir, considerando que você está no ano de 2008.

1.1.3.4 Curto Prazo

Para fins contábeis, considera-se CURTO PRAZO o período de 12 meses subseqüente ao período contábil atual. Assim, se estamos em 2008, este é o período atual, e o ano de 2009 é o exercício seguinte. Qualquer evento que se realize ou que seja exigido até o término do exercício social seguinte venha a ter uma transformação prevista para ocorrer no próximo

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Período Contábilanterior

Período Contábilatual

Períodos Contábeis futuros

01/01/2007 a 31/12/2007 01/01/2008 a 31/12/2008 01/01/2009 a 31/12/ ......

Encerramentode período

contábil

Encerramentode período

contábil

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exercício é classificado no curto prazo. Este período é denominado CIRCULANTE, como pode ser visto no BALANÇO PATRIMONIAL

Por exemplo:

a) Bens - dinheiro, ações, alguns títulos do mercado financeiro e os estoques (Mercadorias, produtos, matéria-prima, embalagens, materiais secundários, peças de reposição etc...)

b) Direitos – Duplicatas a Receber (Clientes), aplicações financeiras, títulos de créditos diversos, impostos a recuperar, outras contas a receber;

c) Obrigações – dívidas com fornecedores, dívidas com bancos, com os empregados, com os impostos federais, estaduais ou municipais, empréstimos a pagar com outras pessoas etc...

1.1.3.5 Longo Prazo

Para fins contábeis, considera-se LONGO PRAZO os períodos subseqüentes ao período contábil seguinte. Assim, se estamos em 2008, este é o período atual, e o ano de 2010 em diante será exercício social subseqüente ao seguinte. Qualquer evento que venha a ter uma realização ou exigibilidade prevista para ocorrer em qualquer exercício social subseqüente ao seguinte, é classificado no longo prazo. Este subgrupo recebe o nome de NÃO CIRCULANTE, incluindo-se o subgrupo PERMANENTE, como pode ser visto no BALANÇO PATRIMONIAL.

Exemplo:a) Bens – Ações de outra empresa adquiridas com a intenção de vender quando estiverem com preço “bom”; b) Direitos – Duplicatas a Receber, Títulos a Receber, Investimentos, Depósitos Judiciais, Créditos tributários em discussão judicial, outras discussões judiciais, etc...

c) Obrigações – Empréstimos e Financiamentos com bancos de investimentos; dívidas fiscais em discussão ou parceladas, Títulos de Dívidas da empresa (Debêntures) etc...

1.1.3.6 Permanente

Considera-se PERMANENTE qualquer dívida ou bem que não serão realizados ou exigidos em qualquer exercício contábil. Inserido no subgrupo NÃO CIRCULANTE

Exemplos:a) Bens - veículos para uso da entidade, máquinas, equipamentos, terrenos em uso, terrenos para investimento, edificação fabril e administrativa, sede recreativa, instalações,

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computadores e periféricos, marcas e patentes, ações de outras empresas, obras de arte, etc...;b) Dívidas – capital social dos sócios e os lucros retidos.

1.1.4 Contas e Plano de Contas

Para que a Contabilidade atinja seu objetivo, que é o de “estudar as variações ocorridas no patrimônio”, necessita registrar todo e qualquer evento que modifica a situação patrimonial. Como já foi visto, a Contabilidade faz uso de um instrumento denominado CONTA, que nada mais é do que uma ficha. Esta CONTA é aberta individualmente, ou seja, “uma ficha” para cada elemento patrimonial, assim, haverá somente uma conta que faz o registro da movimentação de dinheiro, e existirá somente:

- uma conta que faz o registro da movimentação do Estoque;- uma conta apenas para registrar os empréstimos bancários;- uma conta para registrar as despesas com combustíveis;- uma conta para registrar as vendas de mercadorias;- uma conta para registrar o custo da mercadoria vendida;- uma conta para registrar o gasto com telefone; etc...

Sendo assim, vamos conhecer as contas, sua natureza, função, classificação, tipos e, aproveitando, um PLANO DE CONTAS.

1.1.4.1 Conta Contábil

Definição: instrumento de registro que tem por finalidade reunir fatos Contábeis da mesma natureza, sendo aberta para encerrar os valores de realização passada, presente ou futura, recebendo um título que a identifica.

Exemplo de conta contábil: (forma)Conta: CaixaNr. no Plano de Contas: x.xx.xxx-xxxxClassificação: ATIVO – Circulante – DisponívelFunção: registrar a movimentação de numerário (entrada e saída)Funcionamento: DÉBITO quando aumenta saldo (entrada) CRÉDITO quando diminui saldo (saída)Data Histórico DÉBITO CRÉDITO SALDO D/C31/12/2003 Saldo final exercício 1.00,00 D05/01/2004 Depósito no BB, nd. 600,00 400,00 D06/01/2004 Vda a vista, nd, NF ...... 800,00 1.200,00 D

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As CONTAS dividem-se em dois grupos: PATRIMONIAIS e RESULTADO. (ver figura a seguir)

Outras contas:

CONTAS REDUTORAS DE ATIVO – são aquelas que reduzem o valor do Ativo. Exemplo: (-) Depreciação Acumulada; (-) Amortização Acumulada; (-) Exaustão Acumulada; (-) Duplicatas Descontadas; (-) Provisão para Devedores Duvidosos; (-) Provisão para Redução ao Valor de Mercado.

CONTAS REDUTORA DE PASSIVO - são aquelas que reduzem o valor do Passivo. Exemplo: (-) Prejuízos Acumulados; (-) Capital à Integralizar; (-)Juros à Apropriar.

CONTAS TRANSITÓRIAS – são contas abertas para finalidade exclusiva e temporária

CONTAS AUXILIARES - são contas que auxiliam o sistema de contas principal: Exemplo: Contas do Sistema Contábil de Custos.

1.1.4.2. Tipos de Contas

a) CONTA SINTÉTICA – conta que agrupa outras contas.

Exemplo:Estoque......................................................... $ 7.000 (sintética) Estoque de Mercadoria.............. $ 1.000.................. .(analítica) Estoque de Produto................... $ 5.000...................(analítica)

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CONTAS CONTÁBEIS

Contas do grupo do ATIVOContas do grupo do PASSIVOContas do grupo do ATIVO

Contas do grupo do PASSIVO

Contas de RECEITASContas de DESPESAS (e CUSTO)

Contas de RECEITASContas de DESPESAS (e CUSTO)

CONTAS PATRIMONIAIS(ou INTEGRAIS)

CONTAS PATRIMONIAIS(ou INTEGRAIS)

CONTAS DE RESULTADO(ou DIFERENCIAIS)

CONTAS DE RESULTADO(ou DIFERENCIAIS)

Representam osObjetos do Patrimônio.

(Bens, Direitos e Obrigações)

Representam os eventos que geram

resultado para a entidade.(Lucro ou Prejuízo)

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Estoque de Embalagens............ $ 1.000...................(analítica)

Clientes.................................................................. $ 1.550Clientes Mercado Interno.............. $ 950 João & Cia Ltda..... $ 100 Maria & Cia Ltda... $ 200 Asa S.A................. $ 500 Jordelino & Cia .... $ 150Clientes Mercado Externo........... $ 600 John Incorporation.. $ 200 Mary Inc................. $ 300

Asa Company........ $ 100

Exemplo de contas de DESPESAS

DESPESAS OPERACIONAIS................................................ $ 26.800. Despesas Administrativas................................... $ 16.800 Despesas Diretoria......................... $ 13.000

Pró-Labore........... $ 10.000Viagens............... $ 3.000

Despesas Gerais Administrativas.. $ 3.800Salários............... $ 3.000Encargos Soc..... $ 700Seguros............... $ 100

Despesas Comerciais........................................... $10.000

b) CONTA ANALÍTICA – conta que recebe o lançamento contábil.

( Ver Plano de Contas )

1.1.4.3 Plano de Contas

Conjunto de normas e intitulação de contas previamente estabelecidas, destinadas a orientar os trabalhos de escrituração contábil. O plano de contas é estruturado de forma ordenada e leva em consideração algumas características fundamentais, tais como: tamanho da empresa, ramo de atividade que a empresa opera, sistema contábil, etc...

Um Plano de Contas pode ter vários níveis de detalhamento (conta analítica, sintética, grupos e subgrupos), depende do porte da empresa e da necessidade de informação.

Quanto mais detalhada for a necessidade de informação, maior número de níveis terá o Plano de Contas.

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1.1.4.4 Identificação das Contas no Plano de Contas

Cada conta analítica recebe um número que a classifica na conta sintética, esta em seu subgrupo, e este em seu grupo.

Exemplo 1: 1 ATIVO.................................. grupo 1.1 Circulante.............................. subgrupo 1.1.1 Disponível.............................. subgrupo 1.1.1.1 Caixa Geral............................ conta sintética 1.1.1.1–0001 Caixa Matriz......................... conta analítica

Exemplo 2: 1 ATIVO................................... grupo1.1 Circulante............................... subgrupo1.1.3 Estoque................................... subgrupo1.1.3.1 Estoque de Mercadorias.......... conta sintética1.1.3.1-0001 Mercadoria “X”....................... conta analítica

Exemplo 3: 3 RECEITAS3.1 Receitas Operacionais Brutas3.1.1 Receitas Operacionais de Vendas3.1.1.1 Receitas de Vendas Operacionais3.1.1.1-0001 Vendas de Mercadorias3.1.1.1-0002 Vendas de Produtos3.1.1.1-0003 Vendas de Serviços3.1.1.2 Vendas de Sub-Produtos3.1.1.2-01 Sub-Produto “X”

Exemplo 4: 3.2 ( - ) Deduções das Vendas3.2.1 Tributos, Devoluções e Descontos3.2.1.1 Tributos sobre as Vendas3.2.1.1-0001 ICMS s/Vendas (ICMS sobre as Vendas)3.2.1.1-0002 IPI s/Faturamento3.2.1.1-0003 ISSQN s/Serviços3.2.1.1-0004 PIS s/Faturamento3.2.1.1-0005 COFINS3.2.1.2 Devoluções e Descontos3.2.1.2-0001 Devoluções sobre as Vendas3.2.1.2-0002 Descontos Comerciais Concedidos

Exemplo 4: 4 CUSTOS e DESPESAS4.1 Custos4.1.1 Custo das Vendas4.1.1.1 Custo das Vendas 4.1.1.1-0001 Custo das Mercadorias Vendidas4.1.1.1-0002 Custo dos Produtos Vendidos

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4.1.1.1-0003 Custo dos Serviços Prestados

Exemplo 5: 4.2 Despesas4.2.1 Despesas Operacionais4.2.1.2 Despesas Administrativas4.2.1.2-0001 Pró-Labore Diretores4.2.1.2-0002 Salários e Ordenados4.2.1.2-0003 Encargos Sociais4.2.1.2-0004 .........

Exemplo 6: 2 PASSIVO2.1 Circulante2.1.1 Obrigações com Fornecedores2.1.1.1 Fornecedores Gerais2.1.1.1-0001 Fornecedores Diversos2.1.1.2 Fornecedores2.1.1.2-0001 Fornecedor “Marisol S.A”2.1.1.2-0002 Fornecedor “Jofund Ltda”2.1.1.2-0003 ......

a) CÓDIGO REDUZIDO: número que se dá à conta para simplificar a busca no P.C. quando do uso de sistema informatizado.

1.1.5 Investimento e Financiamento Patrimonial

Quando as organizações iniciam suas atividades ou quando elas dão continuidade a essas atividades, elas realizam constantemente um “gasto”. Quando esse “gasto”, que na verdade representa um “uso de recursos”, se der em itens ativos que serão consumidos ao longo dos exercícios contábeis, chama-se de INVESTIMENTO, quando, porém, se der em itens ativos que são consumidos dentro do período contábil, chama-se de DESPESA.

De uma forma ou de outra, todo e qualquer gasto necessita de uma origem que o represente, neste sentido, as organizações buscam estes recursos em fontes de financiamentos que podem pertencer a terceiros, aos sócios ou a própria empresa mediante resultado positivo de suas atividades.

Sendo assim, vamos conhecer melhor “INVESTIMENTO” e “FINANCIAMENTO”

1.1.5.1 Investimento Patrimonial

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As organizações para alcançarem seus objetivos, necessitam realizar investimentos em bens de capital, bens de comercialização, bens monetários, e outras vezes em direitos. Sá (1977, p. 549) define Investimento Patrimonial como sendo:

“Aplicação de valores para a obtenção dos fins da empresa ou da entidade. ... deve-se entender um emprego de capital destinado, direta ou indiretamente à obtenção de um lucro, isto é, de um rédito, em coordenação, possivelmente, com os lucros ou os reditos de outros investimentos e em estreita dependência com os meios financeiros dos quais traz alimento”.

Assim, na Contabilidade, considera-se “investimento” todos os elementos que compõe o Ativo podendo estar representado na forma de:

- dinheiro, aplicações financeiras, duplicatas a receber, estoques, impostos a recuperar, contas a recuperar, empréstimos concedidos, terrenos, edificações, máquinas, equipamentos, computadores e periféricos, sistemas, veículos, etc...

Estes investimentos podem receber classificações distintas conforme sua natureza financeira e econômica, ou seja, sua função e tempo de uso dentro da organização. Assim, podem ser divididos em 03 subgrupos:

a) Investimento em BENS e DIREITOS de USO CORRENTE – representam os recursos em bens e direitos cuja intenção da empresa é o de realiza-lo em prazo de até 12 meses a partir da data de fechamento do último período contábil.

Exemplo: dinheiro em caixa ou em bancos; Duplicatas a Receber; Estoque de Mercadorias, Embalagens, Materiais Diversos, Produtos Acabados, Matéria Prima etc...; Impostos a Recuperar; Contas a Receber; Investimento no mercado financeiro (ações, fundo fixo etc..);

b) Investimento em BENS e DIREITOS de USO NÃO CORRENTE - representam os recursos em bens e direitos cuja intenção de realização é superior a 12 meses a partir da data de fechamento do último período contábil.

Exemplo: Depósito Judicial; Duplicatas a Receber a Longo Prazo; Impostos a Recuperar; Investimento no mercado financeiro; Empréstimos á sócios, acionistas, diretores;

c) Investimento em BENS e DIREITOS de natureza PERMANENTE: representa, os recursos em bens e direitos cuja intenção da empresa é o de não realizá-los.

Exemplo: máquinas, veículos, equipamentos diversos; terrenos; Investimento em outras sociedades, em terrenos, em obras de arte, Marcas, Patentes; computadores e periféricos; edificações; etc....

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1.1.5.2 Financiamento Patrimonial

Financiamentos são as origens de recursos que dão suporte aos investimentos. Não há investimento sem um financiamento que lhe justifique. Esses financiamentos são originários de 03 fontes apenas:

a) terceiros – pessoas que se relacionam com a entidade de forma comercial ou na relação de emprego;

b) sócios – pessoas que se relacionam com a sociedade sob a forma de contrato social; e

c) interno - representado pelo LUCRO, que é o resultado econômico das atividades sociais da empresa.

Para as fontes de terceiros dá-se o nome de FONTE EXTERNA e para as fontes dos sócios e o lucro gerado pelas operações da empresa, dá-se o nome de FONTE INTERNA. .

Podem ser as seguintes as fontes de terceiros (EXTERNAS):

- empregados, representantes, gerentes, terceirizados, etc...

- banco comerciais ou de desenvolvimento, pessoas ligadas, outros -

- fornecedores de mercadorias, de produtos, de matéria-prima, materiais de expediente, materiais consumidos no processo industrial, produtos de higiene e limpeza, medicamentos etc.. ;

- fornecedores de bens e serviços diversos, como água, luz, telefone, frete etc.. ;

Podem ser as seguintes fontes internas (INTERNAS):

- capital social (sócios da entidade);

- lucro como resultado contábil das atividades sociais.

Os financiamentos recebem a mesma classificação que os investimentos:

- Financiamento CORRENTE (exigíveis em até 12 meses): fornecedores de materiais para estoque; salários dos funcionários; empréstimos e financiamentos bancários; contas a pagar diversas; Impostos a Pagar;

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- Financiamento NÃO CORRENTE (exigíveis após 12 meses): fornecedores; Empréstimos e Financiamento de Longo Prazo; Impostos a Pagar por ocasião de processos; Processos trabalhistas;

- Financiamento de natureza PERMANENTE (não exigíveis): Capital dos sócios; Lucros; Reservas

1.2 Noções de Resultado

Este sub-capítulo permitirá ao aluno compreender o significado de resultado. Naturalmente que toda e qualquer entidade irá preferir um resultado “positivo”, ou seja, que aumente o patrimônio, que seja segura, que lhe pertença. Tecnicamente recebe o nome de LUCRO. Por outro lado, uma organização poderá ter resultados negativos, que neste caso receberá a denominação de PREJUÍZO.

1.2.1 Resultado

Resultado em Contabilidade significa o prêmio pelo esforço da atividade empresarial. A empresa é constituída com o objetivo de oferecer bens ou serviços às pessoas. Esses bens ou serviços oferecidos exigem da entidade algum gasto, que podem ser em: compra de mercadorias para serem revendidas, compra de materiais, matéria-prima, embalagens para fabricarem os produtos, somados a este energia elétrica, água, mão de obra, gastos com a atividade da administração, de vendas, gastos com custos financeiros por operações financeiras etc...

Assim, pode-se definir resultado contabilmente como sendo a diferença entre a entrada de recursos oriundos da venda de bens ou serviço e de receitas financeiras deduzidos estes dos custos necessários para deixar este bem ou serviço disponível ao cliente e das despesas administrativos, comerciais, financeiros e fiscais.

1.2.2 Lucro e Prejuízo

Sá (1977, pg. 613) define lucro como sendo “Resultado obtido pela comparação entre a Despesa e a Receita, subtraindo-se o valor desta do daquela”. Assim, lucro é:

RECEITA > DESPESA = LUCRO

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Na Contabilidade encontramos vários lucros que, na verdade, são apurações intermediárias entre a receita bruta e o resultado líquido final. Temos:

- Lucro Bruto, que é o valor do faturamento total deduzido dos impostos, devoluções e descontos comerciais concedidos, e o custo da mercadoria/produto/serviço oferecido;

- Lucro Operacional, que é o valor do Lucro Bruto deduzido das despesas de natureza operacional, composto de Despesas Administrativas, Despesas Gerais e Despesas Financeiras, deduzida esta última da receita financeira.

- Lucro Antes do Imposto de Renda: LAIR, que é o valor do Lucro Operacional, adicionado ou deduzido dos resultados não operacionais;

- Lucro Líquido do Exercício, que é o valor do LAIR deduzido do IR e CSLL calculados e devidos.

Por sua vez, ( - ) prejuízo é o resultado negativo da atividade empresarial. Ocorre quando os gastos com despesas e custo forem maiores que as receitas. Da mesma forma como o lucro, também pode a organização ter Prejuízo Bruto, Prejuízo Operacional, Prejuízo Antes do IR e Prejuízo Líquido do Exercício. Assim, prejuízo é:

RECEITAS < DESPESAS = ( - ) PREJUÍZO

1.2.3 Receitas

A Equipe de Professores da FEA/USP (1998, p. 66) define “receita” como sendo a “entrada de elementos para o Ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços.”

Outras podem ser as origens de receitas, tais como os juros cobrados dos clientes quando do recebimento de um título em atraso, os descontos financeiros obtidos quando do pagamento de uma dívida, os rendimentos de aplicações financeiras, os rendimentos de investimentos em ações e em outras sociedades.

Sendo assim, uma organização poderá ter as seguintes receitas em sua atividade:

- vendas de mercadorias, produtos ou serviços (principal receita);

- juros recebidos (cobrados dos clientes);

- descontos financeiros obtidos;

- rendimentos de aplicações financeiras;

- resultado positivo da Equivalência Patrimonial;

- venda de bens de natureza permanente (veículos, máquinas, terrenos etc...);

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- reembolso de tributos contabilizados e pagos em duplicidade ou a maior;

- recebimento de seguro;

- outras.

Nota : as receitas SEMPRE representam ORIGEM de recursos, portanto, tem natureza credora, logo, quando do registro contábil, os valores oriundos de receita são lançados a crédito da conta respectiva.

Na Contabilidade, as receitas recebem duas classificações gerais: OPERACIONAIS e NÃO OPERACIONAIS.

As Receitas OPERACIONAIS são aquelas que decorrem da atividade da empresa, por sua vez, as NÃO OPERACIONAIS decorrem de ações que não fazem parte da atividade, como por exemplo:Veja a figura a seguir, considerando que se referem a uma empresa supermercadista, cuja

atividade principal é a revenda de mercadorias (contabilizadas no Estoque):

1.2.4 Despesas, Deduções e Custo

Despesas e Custo são os gastos necessários consumidos no período para vender o bem ou serviço ao cliente e com a atividade comercial, administrativa e financeira. Todavia, se são gastos, então porque tem duas denominações? Vamos às explicações:

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RECEITASRECEITAS

Não OperacionalNão OperacionalOperacionalOperacional

OperacionalOperacional FinanceiraFinanceira

Vendas de produtos,

mercadoriasou serviços

- Juros - Taxas Bancárias- CPMF, IOF- ....

- Venda de Imobilizado;- Venda de Investimentos

de natureza permanente

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1.2.4.1 Despesas

Sá (1977, pg. 263) define despesas como sendo “Investimento de capital em elemento que direta ou indiretamente irá produzir uma utilidade à empresa ou à entidade e que expressa um valor de consumo no ato de sua verificação, ou seja, um elemento que não voltará a prestar outro ato semelhante.... Despesa é o mesmo que gasto”

Apesar da generalização de Sá ao afirmar que (... direta ou indiretamente...) produzirá uma utilidade, convencionou-se denominar “despesa” aqueles gastos que “indiretamente” contribuem na produção de uma utilidade à organização. Neste sentido, aqueles gastos “diretamente” (ou exigidos somente para este fim) aplicados na fabricação do bem ou serviço, são denominados custo para a Contabilidade.

Sendo assim, podem ser as seguintes despesas, veja que elas não estão relacionadas diretamente com o bem produzido ou com o serviço prestado, mas estão relacionadas com a atividade administrativa, comercial ou mesmo financeiras:

- salários administrativos e comerciais, mais os encargos;

- pró-labore dos diretores administrativos e comerciais, mais os encargos;

- manutenção, jardinagem, higiene e limpeza da administração ou comercial;

- vigilância da área administrativa ou do Posto de Vendas;

- material de expediente utilizados na administração e no comercial;

- depreciação dos equipamentos desta área;

- luz, água e telefone consumidos na administração e comercial;

- comissões de representante;

- combustíveis, seguros e outras despesas;

- juros pagos, descontos financeiros concedidos, perdas em aplicações financeiras;

- resultado negativo da Equivalência Patrimonial.

As despesas podem ser classificadas de acordo com a área em que foram consumidas, assim, têm-se:

a) Despesas Administrativas – corresponde a todos os gastos consumidos na atividade administrativa (Financeiro, RH, Contabilidade, Crédito e Cadastro, ...);

b) Despesas Comerciais – corresponde a todos os gastos consumidos na atividade de comercialização do bem ou serviço (Marketing, Vendas, ...);

c) Despesas Financeiras – corresponde a todos os gastos de natureza financeira.

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1.2.4.2 Deduções

Deduções são os gastos que a empresa tem, mas que decorrem única e exclusivamente das operações de venda do bem ou serviço. Caracterizam-se por serem:

a) Impostos que ocorrem em função da comercialização de mercadoria, fabricação do produto ou prestação de serviço (ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS);

b) Descontos Comerciais concedidos – ocorrem no momento da venda, no balcão;

c) Abatimentos – ocorrem no momento da 2a. compra, ou seja, o cliente não quer devolver a mercadoria por algum motivo, todavia, solicita desconto na próxima compra;

d) Devoluções de Vendas – ocorre quando o cliente devolve uma compra, integralmente ou apenas parte dela.

1.2.4.3 Custo

Masi apud Sá (1977, pg. 181) explica que “Por custos se entende o conjunto dos valores gastos por uma empresa para advir a venda de um produto, de uma mercadoria, de serviço.”

Com base na explicação de Masi, custos são todos os gastos exigidos na fabricação do produto, na aquisição e disponibilização de mercadorias, ou na prestação de um serviço. Estes custos podem ser:

- o valor da matéria-prima, dos materiais secundários e das embalagens utilizadas na fabricação do produto;

- o valor da depreciação das máquinas, equipamentos, edificação fabril, terreno da fábrica, seguros, luz/água/telefone consumidos, todos na parte fabril;

- os gastos com a mão de obra dos colaboradores;

- manutenção, limpeza e higiene e os materiais de limpeza;

- gastos ambulatoriais, assistência médida;

- outros gastos exigidos na parte fabril de uma organização.

Por “parte fabril” entende-se aquele setor da organização que executa tarefas necessárias para deixar o bem ou serviço concluído. Os gastos (custo) quando o produto ou mercadoria ainda não foi vendido, ficam contabilizados em ESTOQUE e, quando são então vendidos, passam a ser denominados de CUSTO DO PRODUTO VENDIDOS, CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA ou ainda CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS e passam a ser considerados na apuração do resultado.

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1.3 Relatórios Contábeis

Relatórios contábeis são um conjunto organizado de informações, apresentados em uma forma padrão exigida pela Lei 6.4047/76. Assim, uma emprese tem 02 relatórios contábeis considerados BÁSICOS e 03 relatórios complementares ao básico. Neste sub-capítulo iremos conhecer cada um deles. Além destes 05 relatórios, existe um outro relatório utilizado internamente pela empresa, que é o Balancete de Verificação.

1.3.1 Balancete de Verificação

Este relatório tem por objetivo apresentar os itens patrimoniais e de resultado, seus saldos em uma determinada data e sua movimentação entre um período inicial e um período final. Sua utilização é interna, ou seja, única e exclusivamente da empresa e tem várias funções de verificação, tais como:

a) realizar conferência e ajustes contábeis;b) acompanhar a evolução das vendas, custos, despesas e lucro; ec) acompanhar a situação econômica e financeira por meio de índices;

Este relatório é emitido pela contabilidade a qualquer tempo e traz em seu conteúdo as contas Patrimoniais (Ativo e Passivo) e de Resultado (Receitas e Despesas). Após conferência dos saldos contábeis, a Contabilidade emite novamente um Balancete de Verificação com as contas ajustadas. Conferido as contas e respectivos saldos e classificação pelo Administrador, então procede-se ao fechamento de balanço (ou Encerramento do Período Contábil).

O Balancete é uma peça contábil extraída do Razão contábil e segue a mesma seqüência do Plano de Contas.

Existem basicamente 4 tipos de balancete, podendo se de 2 coluna, 4 colunas, 6 ou até mesmo 8 colunas. Quanto maior o número de colunas, maior o detalhamento da informação. Na prática administrativa os mais usuais são os de 2 e 4 colunas.

Exemplos de balancetes de verificação:BALANCETE DE 2 COLUNAS

Título Saldo Saldodas Contas Devedor Credor

Listar todas as contas de Ativo     Listar todas as contasde Passivo    Listar todas as contasDe Receitas    

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Listar todas as contasDe Custo e Despesas    Total.....................    

BALANCETE DE 4 COLUNAS

Título das Saldo Movimento SaldoContas Inicial Débito Crédito Final

Listar todas as contas de Ativo        Listar todas as contasde Passivo        Listar todas as contasDe Receitas        Listar todas as contasDe Custo e DespesasTotal.....................        

BALANCETE DE 6 COLUNAS

Título das Saldo Inicial Movimento Saldo FinalContas Devedor Credor Débito Crédito Devedor Credor

Listar todas as contas de Ativo            Listar todas as contasde PassivoListar todas as contasDe Receitas            Listar todas as contasDe Custo e Despesas            Total...................            

BALANCETE DE 8 COLUNAS

Título das Sldo Inicial Movimento Saldo FinalContas Devedor Credor     Saldos Devedor Credor

      Débito Crédito Devedor Credor    Listar todas as contas de Ativo                Listar todas as contasde PassivoListar todas as contasDe Receitas                Listar todas as contasDe Custo e Despesas                Total.....................                

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Exemplo de Balancete de Verificação de 2 colunas preenchido:

Título Saldo Saldodas Contas Devedor Credor

ATIVO 220.000CIRCLANTE 130.000Caixa 10.000Estoque 50.000Clientes 70.000NÃO CIRCULANTE 90.000Realizável a Longo Prazo 0,00Permanente 90.000Veículos 90.000PASSIVO 205.000CIRCULANTE 90.000Fornecedores 45.000Salários a Pagar 15.000Impostos a Pagar 20.000Contas a Pagar 10.000NÃO CIRCULANTE 0,0Exigível a L. Prazo 50.000 15Empréstimos Banc. 50.000Patrimônio Líquido 65.000Capital Social 50.000Lucros Acumulados 15.000Receita Operacional 500.000Receita de Vendas 500.000( - ) Deduções 70.000ICMS s/Vendas 60.000Devoluções Vendas 10.000Custos e Despesas 416.000 1.000Custo das Vdas 270.000Despesas Administr. 110.000Pró-Lab. Administr. 50.000Salários e Orden. 30.000Encargos Sociais 10.000Outras Desp. Adm. 20.000Desp. Comerciais 35.000 Propag. E Public. 15.000 Comissões Repres. 10.000 Outras Desp. Com. 9.000Desp. Financeiras 2.000 Juros Pagos 2.000Rec. Financeiras 1.000 Juros Recebidos 1.000Total.....................  706.000  706.000

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1.3.2 Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício

1.3.2.1 Balanço Patrimonial - BP

O Balanço Patrimonial é um relatório que apresenta a situação financeira e patrimonial (BENS, DIREITOS e OBRIGAÇÕES) em um determinado momento. Este relatório é estático, ou seja, os valores apresentados representam o saldo das contas em uma determinada data, desta forma, não nos possibilita entender a movimentação da conta. Para evitar este problema e facilitar na análise de desempenho da empresa, este relatório apresenta os saldos das contas do último ano e do ano atual, assim, os usuários da informação contábil poderão ter noção da movimentação da empresa.

Sua forma de apresentação segue as normas da Lei 6.404/76, conforme explica FIPECAFI (1994, pg. 34 e 35), o art. 178 da referida lei diz que “no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”.

Este artigo explica que cada conta será classificada de acordo com sua natureza, assim, contas que representem “dinheiro disponível”, por exemplo, como CAIXA, BANCOS CONTA MOVIMENTO e APLICAÇÕES FINANCEIRAS, ficarão classificadas em um mesmo grupo, contas que representem elementos do estoque, como ESTOQUE DE MERCADORIAS, ESTOQUE DE PRODUTOS ACABADOS, ESTOQUE DE EMBALAGENS, ESTOQUE DE MATERIA PRIMA, por exemplo, também ficarão classificadas em um mesmo grupo.

Em seguida, estes grupos serão apresentados de maneira que facilite a análise financeira e patrimonial da empresa.

O Art. 179 da mesma lei define a disposição das contas no Balanço Patrimonial, explicando o seguinte:

a) As contas de Ativo serão apresentadas em ordem decrescente de grau de liquidez (ou de realização); e

b) As contas de Passivo serão apresentadas em ordem decrescente de prioridade de pagamento das exigibilidades.

De acordo com o artigo 178, nos §§1o. e 2o., ficaria a seguinte segregação dos grupos:

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1.3.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício - DRE é um relatório que apresenta as operações da empresa realizadas durante o exercício social. Os dados são apresentados na forma sintética e o destaque é para a demonstração do resultado líquido da organização, ou seja, o lucro ou o prejuízo. Neste relatório são apresentados as RECEITAS, DESPESAS e CUSTO, na forma dedutiva, ou seja, diminui-se da receita todas as despesas e custo, onde o resultado obtido será o resultado da atividade da organização.

O Art. 187, em seu parágrafo 1o., da Lei 6.404/76, apresenta, em linhas gerais, os princípios para a determinação do resultado do exercício, como segue:

§ 1o. Na determinação do resultado do exercício serão computados:a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. (FIPECAFI, 1994, pg. 503)

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Balanço Patrimonial de acordo com a Lei 6.404/76. (nova proposta)

CIRCULANTEDisponívelClientesEstoquesOutros CréditosDesp. Exerc. Seguinte

NÃO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZOPERMANENTE

InvestimentosImobilizadoDiferido

CIRCULANTEFornecedoresObrigações Soc. E TrabalhistasObrigações TributáriasObrigações FinanceirasOutras Obrigações

NÃO CIRCULANTEEXIGÍVEL A LONGO PRAZO

PATRIMÔNIO LÍQUIDOCapitalReservasLucros

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO

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1.3.2.3 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA

Esta demonstração apresenta apenas a movimentação ocorrida no período, na conta LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS. De acordo com o Art. 186, da Lei 6.404/76, a demonstração deverá discriminar:

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO   31.12.2003 31.12.2004

RECEITA OPERACIONAL BRUTA   340.000   435.000 Venda de Mercadorias   130.000   155.000

Venda de Produtos   210.000   280.000

( - ) Deduções   (30.000)  

(40.000)

ICMS s/Vendas (10.000)   (12.000)  

IPI s/Vendas (5.000)   (7.000)  

PIS/COFINS s/Fatur. (10.000)   (12.000)  

Desc.Coml Concedido (3.000)   (5.000)  

Devolução de Vendas (2.000)   (4.000)  

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA   310.000   395.000

( - ) Custo das Vendas   (160.000)  

(200.000)

( - ) Custo da Mercadoria Vendida   (60.000)  

(80.000)

( - ) Custo do Produto Vendido   (100.000)  

(120.000)

RESULTADO BRUTO (LUCRO BRUTO)   150.000   195.000

( - ) Despesas Operacionais   (95.500)  

(118.000)

Comerciais (42.000)   (50.000)  

Administrativas (50.000)   (60.000)  

Financeiras (3.500)   (8.000)  

Receita Financeira 1.500   2.000  

Despesas Financeiras (5.000)   (10.000)  

RESULTADO OPERACIONAL   54.500   77.000

(+/-) Resultado Não Operacional   (500)  

(1.000)

Receita Não Operacional   3.000   3.000

Despesa Não Operacional   (3.500)  

(4.000)

RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA   54.000   76.000

Demonstração do Resultado de acordo com a Lei 6.4047/76.

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I – o saldo do in´8icio do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial;II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;III – as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao final do período. (FIPECAFI, 1994, pg. 557)

Vê-se que ainda consta a informação referente correção monetária, todavia, vale lembrar que não mais é permitido corrigir monetariamente os itens do Balanço Patrimonial a partir de 1996. Assim, a forma de apresentação sugerida pela FIPECAFI (1994, pg. 557) é:

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DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOSExercício findo em 31 de dezembro de 19X1.

I - ORIGENS DE RECURSOS:       Das Operações   Lucro Líquido do Exercício 500   Mais: Depreciação e Amortização 300   Variações monetárias de empréstimos e   financiamentos a longo prazo 415   Menos: Participação de $40 no lucro da   controlada menos dividendos   recebidos de $ 15 (25)   Correção Monetária Líquida (Sdo credor) (392)   Lucro na venda de imobilizado (293) 505 Dos Acionistas:   Integralização de Capital 400 De Terceiros:   Ingresso de novos empréstimos 500   Baixa de bem do imobilizado (vlor de venda) 500   Venda de investimentos 20   Resgate de investimentos temporários a   longo prazo 60 1.080 Total das Origens     1.985    II - APLICAÇÕES DE RECURSOS:   Aquisições de direitos do Imobilizado, ao custo 950 Adições ao custo do Ativo Diferido 100   Integralização de novos investimentos 10   Aumento em Empréstimos compulsórios no   Realizável a longo prazo 10 120 Transferência para o Passivo Circulante dos   empréstimos e financiam. a longo prazo 565 Dividendos propostos e pagos 100 Total das Aplicações     1.735    AUMENTO NO CAPITAL CIRUCLANTE LÍQUIDO     250    VARIAÇAO DO CCL Saldos em Variação  31.12.X0 31.12.X1  Ativo Circulante 560 1.000 440 Passivo Circulante (360) (550) (190)Capital Circulante Líquido 200 450 250

Demonstração das Origens e Aplicações de RecursosFonte: FIPECAFI, 1994 pg. 600

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1.4 Metodologia da Contabilidade

Este sub-capítulo irá demonstrar ao aluno o processo contábil de registro dos eventos patrimoniais, o raciocínio matemático apresentado por Frei Luca Pacioli, em 1494, as definições de Débito e Crédito e as razões da continuidade do uso destes termos pela Ciência Contábil.

1.4.1 O Método Contábil

O método contábil adotado é o das Partidas Dobradas, e nasceu da equação contábil a = b, apresentada por Frei Luca Pacioli, em 1494, em sua obra Summa Arithmetica, Geometria, Proportione et Proportionalitá, na parte sob o título Tractatus de Computis et Scripturis (Sá, 1977, 3. vol., pg. 327).

O raciocínio desenvolvido por Pacioli era um ensaio onde descrevia que se a, então b de igual valor, ou seja, não existe um elemento sem uma origem de igual valor que o explique. Com este raciocínio, Pacioli tentaria atender a um pedido da igreja dominante na época, que desejava conhecer o verdadeiro patrimônio de uma pessoa. Entendia-se por verdadeiro patrimônio a somatória de bens e direitos livres de ônus.

Assim, com base nesta equação, muitos outros autores ampliaram os conhecimentos apresentados por Pacioli aplicando-os às atividades empresariais. Em verdade, a Contabilidade tornou-se necessária somente a partir da Revolução Industrial quando os empresários passaram a necessitar cada vez mais de capitais de terceiros para sustentar e ampliar seus negócios. Assim, os credores e, os bancos principalmente, necessitavam conhecer amiúde a situação financeira de seus clientes a fim de evitar prejuízos futuros.

A equação a = b, na Contabilidade, quer dizer que, se existe um GASTO, então deverá existir uma ORIGEM de igual valor. Esta equação deu origem à igualdade que hoje encontramos no Balanço Patrimonial ATIVO = PASSIVO, uma vez que o Ativo representa um tipo de gasto (INVESTIMENTO) e o Passivo representa a origem deste gasto.

1.4.2 Débito e Crédito

Nas pesquisas da origem da Contabilidade foram encontrados registros em livros comerciais com os seguintes dizeres: a) Meus Devedores e b) Meus Credores. Estes livros registravam o nome e o valor das dívidas das pessoas que deviam para a empresa “Meus Devedores” e o nome e o valor do crédito das pessoas que haviam fornecido algo para a empresa “Meus Credores”.

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Assim, por convenção, os estudiosos mantiveram os termos DÉBITO e CRÉDITO. Todavia, com o avanço da ciência, buscou-se explicações das mais diversas possíveis para justificar seu uso.

Se analisarmos todas as explicações, podemos concluir que, quando do registro dos eventos, o valor a DÉBITO representa GASTO e o valor a CRÉDITO representa a ORIGEM do valor gasto.

Assim, em um evento de depósito bancário, no Banco do Brasil, no valor de R$ 1.000,00, têm-se a seguinte nomenclatura:

DÉBITO na conta Banco Conta-Movimento – Bco BrasilCRÉDITO na conta Caixa, se dinheiro retirado do caixa.

Assim nasceram as PARTIDAS DOBRADAS na Contabilidade.

1.4.3 Partidas Dobradas

Sá (1977, p. 731,732) explica que a expressão PARTIDA representa o registro de um fato ou de vários fatos patrimoniais em forma contábil, caracterizando-se a conta, o histórico, os valores e a data em que se verificou o fato. As partidas mais conhecidas sãos as PARTIDAS DOBRADAS, que são aquelas onde todo débito é contraposto a um crédito de igual valor ou vice-versa. O termo PARTIDA é sinônimo de LANÇAMENTO e, como um lançamento contábil, deve atender as condições essenciais de evidenciação do fato.

O novo Código Civil brasileiro, Lei 10.406/2002, define em seu Artigo 1.184 (SOARES FILHO, 2002, p. 183) , que serão lançados no Livro Diário, todas as operações relativas ao exercício da empresa, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou por reprodução.

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Bco BrasilDébito Crédito

1.000,00

CaixaDébito Crédito

1.000,007.000,00Sdo inicial(devedor)

6.000,00

Sdo final(devedor)

Sdo final(devedor)

Movimento a Débitoe a Crédito

Capital Social

7.000,00

Sdo credor

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Sendo assim, se a empresa realizar o fato patrimonial de compra a vista de mercadorias para revenda, no dia 10/10/2005, do fornecedor “B”, cfe NF 778.887, no valor bruto de R$ 2.500,00, pagando em dinheiro, o LANÇAMENTO seria da seguinte forma:

Vê-se que atende a definição das PARTIDAS DOBRADAS e as exigências do novo Código Civil Brasileiro: existem duas contas, uma de gasto (DÉBITO) e uma de origem (CRÉDITO) e respectivos valores monetários, atendendo a equação a = b; existe o histórico que apresenta o evento, o documento legal e demais dados; e existe a data de registro da ocorrência e a confirmação com o uso do nd (nessa data) no histórico.

1.4.3.1 Métodos das Partidas Dobradas

Os lançamentos podem ser feitos por meio de:a) Partidas Simples; ou b) Partidas compostas.

Veja quadro:

Exemplo: imagine que uma empresa compra mercadorias para revenda, do Fornecedor “B”, no valor de R$ 2.500,00, pagando R$ 1.000,00 a vista e em dinheiro, e a metade para pagamento em 30 dias, cfe NF 778.887, Duplicata A1/1, no dia 10/10/2005.

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Joinville, 10 de outubro de 2005

Débito....: Estoque de Mercadorias .............................. R$ 2.500,00Crédito...: Caixa ..................................................................................... R$ 2.500,00Histórico: Valor referente compra de mercadorias

para revenda, do Forn. “B”, NF 778.887, nd, pagos em dinheiro.

Partidas Simples1 Conta de Débito 1 Conta de Crédito

   Partidas Compostas

1 Conta de débito 2 Contas de Crédito2 Contas de débito 1 Conta de Crédito

2 ou mais contas de Débito 2 ou mais contas de Crédito

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Verifica-se que existem apenas 1 conta de débito e 2 contas de crédito.

1.4.4 Livro Diário e Livro Razão

A Contabilidade utiliza dois livros básicos para o registro dos eventos: LIVRO DIÁRIO, exigido por lei, que registra todos os eventos em ordem cronológica; e LIVRO RAZÃO, que registra o evento por CONTA, assim, têm-se uma única conta para cada natureza de evento e nesta conta registrar-se-á todos os eventos dessa mesma natureza, por exemplo: a conta Caixa, abre-se apenas uma única conta caixa e todos os eventos de pagamento e recebimento em dinheiro são registrados nesta conta.

A seguir exemplo de uma folha de um Livro Diário e em seguida, uma conta razão do Livro Razão.

a) Exemplo de LIVRO DIÁRIO

O

Livro Diário (hoje em formulário contínuo), após preenchido, deverá ser impresso em no máximo 500 páginas, ter um Termo de Abertura e um Termo de Encerramento, onde deverá conter os dados da empresa, o número de folhas do Livro Diário, o número do Livro Diário, o nome do responsável pela empresa e o nome do contador, além de suas assinaturas.

Este livro deverá ser registrado na Junta Comercial do Estado, no nosso caso JUCESC.

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LIVRO DIÁRIO Página 001 Empresa: ________________________________________________________________CNPJ: ___________________________________________________________________

Código   Nome da Descrição (Conta Contábil e Histórico)   Débito Crédito   Conta

                                                    

Joinville, 10 de outubro de 2005

Débito....: Estoque de Mercadorias .............................. R$ 2.500,00Crédito...: Fornecedor “B”...................................................................... R$ 1.500,00Crédito...: Caixa ..................................................................................... R$ 1.000,00Histórico: Valor referente compra de mercadorias para revenda, do

Fornec. “B”, NF 778.887, metade a vista e metade a prazo, Dupl. A11, nd.

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b) Exemplo de Livro Razão.

1.4.5 Escrituração Contábil

A expressão Escrituração Contábil é uma forma simplificada de Escrita Contábil, que para Sá (1977, pg. 340) representa uma técnica que não deve ser confundida com a Contabilidade, que é ciência, a escrita contábil faz uso do método das partidas dobradas e é utilizada para registrar os fatos patrimoniais ocorridos no período.

O novo Código Civil brasileiro, Lei 10.406/2002, em seu Artigo 1.179, exige que o empresário e a sociedade empresária obrigue-se a:

... seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.(SOARES FILHO, 2002, pg. 183).

Sendo assim, entende-se que ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL é o registro dos eventos patrimoniais na forma das PARTIDAS DOBRADAS nos livros DIÁRIO e RAZÃO.

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LIVRO RAZÃO (ou FICHA RAZÃO)Empresa: ______________________________________________________________________CNPJ: __________________________________________________________________________ Nome da Conta:__________________________ Nr. no Plano de Contas: __________________Função: ________________________________________________________________________Funcionamento: Débito por: ______________________________________________________________________Crédito por: _____________________________________________________________________

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C                                                                  

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Soares Filho (2002, p. 183 a 187) apresenta as exigências do novo Código Civil concernentes à escrituração contábil, onde estes artigos definem o Livro Diário como livro obrigatório, exige que as organizações mantenham os demais livros exigidos por lei, que lancem no Livro Diário o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, e que os livros obrigatórios deverão ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis, dentre outras observações.

1.4.5.1 Registro no Livro Diário

O registro no Livro Diário deverá seguir a exigência das Partidas Dobradas e as do Código Civil, como se percebe no exemplo a seguir, onde a empresa faz uma compra de mercadorias para revenda, a vista.

1.4.5.2 Registro no Livro Razão

O registro no Livro Razão é feito individualmente, ou seja, abre-se uma ficha razão para cada conta, registrando-se nela a variação ocorrida. Nota-se que os dados são os mesmos contidos no Livro Diário.

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LIVRO DIÁRIO Página 001 Empresa: ________________________________________________________________CNPJ: ___________________________________________________________________

Código   Nome da Descrição (Conta Contábil e Histórico)   Débito Crédito   Conta

Joinville, 10 de outubro de 2005      x.x.-xx   Est. Mercadorias Vlor ref. Compra de mercadorias para      x.x-xx a Caixa revenda, Forn. "B", nd., pagos a vista   2.500,00 2.500,00                           

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1.4.5.3 Razonete contabil

Academicamente, adota-se a forma de um “T” para representar a conta razão, onde do lado direito são registrados os débitos e no lado esquerdo são lançados os valores a crédito, desta forma:

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LIVRO RAZÃO (ou FICHA RAZÃO)Empresa: ______________________________________________________________________CNPJ: __________________________________________________________________________ Nome da Conta: ESTOQUE DE MERCADORIAS Nr. no Plano de Contas: __________________Função: Registrar as entradas e saídas de mercadorias para revenda.Funcionamento: Débito por: entrada de mercadorias Crédito por: saída de mercadorias

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C10/10/02 Vlor ref. Compra de mercadorias para          revenda, Forn. "B", nd, a vista 2.500,00   2.500,00 D                                            

LIVRO RAZÃO (ou FICHA RAZÃO)Empresa: ______________________________________________________________________CNPJ: __________________________________________________________________________Nome da Conta: Caixa Nr. no Plano de Contas: Função: registro da movimentação de numerários.Funcionamento: Débito por: entrada de numerário no caixa. Crédito por: saída de numerário do caixa.

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C        10.000,00 D10/10/02 Vlor ref. Compra de mercadorias

para       

  revenda, Forn. "B", nd, a vista   2.500,00 7.500,00 D           

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1.5 Encerramento do Período Contábil

Este sub-capítulo apresenta o processo de encerramento contábil do exercício social em seu passo a passo. Espera-se com este sub-capítulo que o aluno conclua o entendimento do que é Contabilidade como ciência e como esta ciência procede para gerar as informações necessárias à administração da organização.

1.5.1 Levantamento do Balancete de Verificação

Inicia-se o processo de encerramento contábil do exercício social a partir do levantamento de um Balancete de Verificação. Esta atividade tem a função de proporcionar todas as informações de que o contador e o administrador necessitam para realizar os ajustes necessários nas contas contábeis. Estes ajustes podem relacionar-se a:a) transferir contas ativas com saldo credor para o passivo, como por exemplo, a conta Bancos Cta-Movimento (Bco do Brasil, por exemplo), com saldo negativo no banco;b) o saldo contábil do estoque não confere com o saldo levantado por meio do inventário;c) conferência do cálculo da depreciação, amortização e exaustão;d) o saldo contábil da conta Cliente não confere com o financeiro;e) o saldo contábil das contas de fornecedores não confere com o financeiro;f) o saldo contábil da conta de empréstimos a pagar (ou a receber) não confere com o financeiro;g) cálculo dos juros sobre os empréstimos; etc...

1.5.1.1 Ajustes das Contas

Esta etapa nada mais é do que efetivar os ajustes em todas as contas que apresentam divergência entre os saldos contábeis e os saldos do controles extra-contábeis, bem como cálculo de juros de empréstimos, atualização monetária e cálculo de multas dos tributos em atraso, conferências das parcelas pagas e não pagas de consórcio, cálculo de depreciação, amortização e exaustão, compensação de tributos Ativos com Passivos, etc...

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Débito Crédito CréditoDébito

Caixa Bco Besc

Sdo inicial $ 10.000

Evento: depósito no Bco Besc, no valor de R$ 3.000,00,com dinheiro do caixa:

$ 3.000 $ 3.000

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Encontrado as diferenças, procede-se ao lançamento contábil de acerto. Por exemplo, se o saldo da conta Banco Cta-movimento do Banco do Brasil apresentar saldo negativo, então este valor deverá ser retirado do Ativo e transferido para o Passivo como dívida.

Exemplo:Débito...: Banco Cta-Movimento – Bco do Brasil............... $Crédito..: Empréstimos Bancários – Bco do Brasil................................... $ Transferência da 1a. para 2a. conta por enceramento do balanço.

1.5.2 Encerramento das Contas de Resultado

Feito os ajustes necessários, então procede-se ao encerramento das contas de resultado, posterior apuração do resultado do exercício e distribuição dos lucros apurados.

As contas a serem encerradas são as de RESULTADO, ou seja, as de Receitas, Despesas e Custo, e serão transferidas para uma única conta denominada APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, onde então encontrar-se-á o resultado da atividade empresarial.

Encontrado o resultado, se este for lucro, procede-se então à política de distribuição do lucro.

1.5.2.1 Apuração do Resultado do Exercício

Apurar o resultado nada mais é do que um procedimento contábil de transferência das contas de resultado (Receitas, Despesas, Deduções e Custo) para uma única conta denominada Apuração do Resultado do Exercício, em então, encontrar o saldo desta conta. Se receita maior que despesa, então têm-se um LUCRO, por outro lado, se receita menor que despesa, então têm-se ( - ) PREJUÍZO.

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Apuração do Resultadodo Exercício

Despesas Receitas

5.00015.00050.0007.000

130.000

77.000 130.000

53.000

Contas deDespesas

$

$

0

Contas deReceitas

$

$

0

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1.5.2.2 Distribuição do Resultado do Exercício

Encontrado o resultado, se este for LUCRO, então define-se a política de distribuição de lucros, que poderá ser:

a) dividendos;b) participação de empregados;c) administradores;d) retenção de lucros.

Veja fluxo contábil dos valores:

1.6 Regimes Contábeis

Sá (1977, p. 950) define Regime contábil como sendo um “Processo de registro em Contabilidade”, isto quer dizer que a Contabilidade pode ser registrada sob regimes diferentes, quais sejam, o Regime de Caixa ou Regime de Competência. Importa saber que uma vez adotado um dos regimes, este deverá ser mantido sem alterações durante o exercício social da opção. Vamos conhecer cada um deles.

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Apuração do Resultadodo Exercício

Despesas Receitas

5.00015.00050.000

7.000130.000

77.000 130.000

53.000 LucroDividendos.. 10.000Empregados. 3.000Administrad. 10.000Lucros

Acumul.... 30.000

53.000 53.000

0

DividendosA Pagar

10.000

Empregados

3.000

Administradores

10.000

LucrosAcumulados

30.000

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1.6.1 Regime de Caixa

Este regime define que os eventos contábeis serão registrados apenas no momento em que houver efetivamente o pagamento ou o recebimento. Sendo assim, o gasto com jardinagem no mês de janeiro, por exemplo, mas pago somente em fevereiro, seria registrado na Contabilidade somente no mês de fevereiro.

Uma venda de mercadorias a prazo, por exemplo, realizada no mês de março com vencimento para abril e maio, seria registrada como venda somente nos meses de abril e maio respectivamente ao recebimento em cada mês.

Da mesma forma os tributos incidentes sobre o faturamento, tais como o PIS e COFINS seriam calculados no mês de recebimento da venda e contabilizados somente no mês de seu efetivo pagamento.

1.6.2 Regime de Competência

Este regime é o aceito pela Lei 6.404/76 e demais legislação pertinente. Ele define que os eventos contábeis devem ser registrados no momento em que ocorrem, independentemente do seu pagamento ou recebimento.

Assim, uma venda ocorrida no mês de março com vencimento para abril e maio, será registrada como um evento contábil de venda (Receita) no mês de março. Os recebimentos das duplicatas serão registrados como entrada de caixa cada um no mês em que houve o pagamento pelo cliente.

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2 OPERAÇÕES CONTÁBEIS

Este capítulo apresenta ao aluno a parte aplicada da Ciência Contábil especificamente ao registro contábil dos eventos patrimoniais, e alguns problemas específicos como Controle e Avaliação de Estoque, cálculo e controle da Depreciação, Amortização e Exaustão.

2.1 Eventos Contábeis - Registro

Este sub-capítulo apresenta a metodologia contábil de registro dos eventos patrimoniais relativos aos eventos que envolvem elementos do Ativo e Passivo apenas.

2.1.1 Registro dos Eventos Contábeis Ativos e Passivos

Eventos que envolvem apenas Ativo e Passivo são somente aqueles que envolve INVESTIMENTO, que podem ser os seguintes:a) compra a vista ou a prazo de mercadorias para revenda, matéria-prima, materiais secundários;b) aquisição de veículos, equipamentos, máquinas, terrenos, edificações, marcas e patentes;c) investimentos no mercado financeiro;d) investimento em outras empresas ou apenas em ações;f) financiamento de capital de giro por meio de solicitação de empréstimos;g) financiamento de investimentos permanentes por meio de solicitação de empréstimos;h) depósito bancário;

O registro de cada evento é feito por meio das PARTIDAS DOBRADAS (ou LANÇAMENTO CONTÁBIL), em LIVRO DIÁRIO e RAZÃO. Entretanto, para fins acadêmico, far-se-á uso do RAZONETE CONTÁBIL em substituição ao Livro Razão.

A seguir, seguem exemplos de registro dos eventos que envolvem INVESTIMENTOS (Ativo).

a) Constituição da Sociedade Delta Ltda em 04/04/2005, pelos sócios Álvaro e Alcides, que entraram com R$ R$ 20.000,00 e R$ 15.000,00, respectivamente.

Registro Contábil da constituição da sociedade em DIÁRIO:

Joinville, 04 de abril de 2005Débito..: ( - ) Capital à Integralizar ......................... R$ 35.000,00Crédito..: Capital Social......................................................................... R$ 35.000,00

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Valor ref. Constituição da Soc. Delta Ltda, pelos sócios Álvaro e Alcides, subscrevendo R$ 20.000,00 e R$ 15.000,00 respectivamente, nd.

Registro Contábil da constituição da sociedade em RAZONETE CONTÁBIL.

b) Integralização do capital social pelos sócios Álvaro, em dinheiro e sócio Alcides, em mercadorias para revenda, 04/04/2005.

Registro Contábil da integralização de capital da sociedade em DIÁRIO:

Joinville, 04 de abril de 2005Débito..: Caixa................................................ R$ 20.000,00Débito..: Estoque de Mercadorias.................. R$ 10.000,00Crédito..: ( - ) Capital à Integralizar........................................................... R$ 35.000,00 Valor ref. Integralização de capital pelos pelos sócios Álvaro e Alcides, sendo R$ 20.000,00 em dinheiro e R$ 15.000,00 Em mercadorias para revenda, nd.

Registro Contábil da integralização de capital da sociedade em RAZONETE CONTÁBIL.

( - ) Capital à Integralizar   Caixa   Estoque de Mercadorias

Mercadoria X Débito Crédito   Débito Crédito   Débito Crédito

35.000,00     20.000,00     15.000,00    20.000,00              15.000,00             35.000,00 35.000,00             0              

c) Depósito no Banco do Brasil, no dia 10/04/05, no valor de R$ 5.000,00. Dinheiro retirado do caixa.

Registro Contábil do depósito no Banco do Brasil em DIÁRIO:

Joinville, 10 de abril de 2005Débito..: Banco do Brasil ........................................... R$ 5.000,00Crédito..: Caixa .................................................................................. R$ 5.000,00

Valor ref. Depósito no Bco Brasil, em

( - ) Capital à Integralizar Capital Social Débito Crédito   Débito Crédito

35.000,00       35.000,00          

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dinheiro, nd.

Registro Contábil do depósito no Bco do Brasil em RAZONETE CONTÁBIL.

  Caixa   Banco do Brasil   Débito Crédito   Débito Crédito   20.000,00     5.000,00       5.000,00                 

d) Compra de mercadorias para revenda, em 15/04/2005, do fornecedor “X Ltda”, no valor de R$ 10.000,00, a prazo, cfe NF 873.222, com ICMS sobre as compras de 12%.

Registro Contábil da compra de mercadorias em DIÁRIO:

Joinville, 15 de abril de 2005Débito..: Estoque de Mercadorias – Mercad. X ....... R$ 8.800,00Débito..: ICMS s/Compras a Recuperar .................. R$ 1.200,00Crédito..: Fornecedor X Ltda .............................................................. R$ 10.000,00 Valor ref. Compra de mercadorias para Revenda, Forn. X Ltda, NF 873.222, nd.

Registro Contábil da compra de mercadorias em RAZONETE CONTÁBIL.

Estoque de Mercadorias- Mercad. X - Fornecedor X ICMS s/Compras

Débito Crédito   Débito Crédito   Débito Crédito15.000,00    10.000,00   1.200,00  8.800,00            

           

e) compra de um veículo Gol, ano 2005, no valor de R$ 25.000,00, financiando pelo Banco do Brasil na modalidade CDC, em 36 parcelas, em 20/04/2005.

Registro Contábil da compra do veículo em DIÁRIO:

Joinville, 20 de abril de 2005Débito..: Veículos ....................................................... R$ 25.000,00Crédito..: Empréstimo Banc. CDC – BB a pagar ............................................ R$ 25.000,00 Valor ref. Compra de um veículo Gol, ano 2005, Financiado 100% pelo BB, nd, p/pgto em 36 parcelas.

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Registro Contábil da compra do veículo em RAZONETE CONTÁBIL.

Veículos  Empr. Banc. CDC – BB a Pagar  

Débito Crédito   Débito Crédito  25.000,00   25.000,00    

           

f) Aplicação financeira em CDI, no valor de R$ 3.000,00, do dinheiro que estava no B.Brasil, com vencimento para 60 dias, em 25/04/2005.

Registro Contábil da aplicação financeira em DIÁRIO:

Joinville, 25 de abril de 2005Débito..: Aplicação Financeira – BB ...................... R$ 3.000,00Crédito..: Bco Cta-Movimento – Bco Brasil ................................... R$ 3.000,00 Valor ref. Aplicação financeira em CDI, prazo 60 dias, no BB, nd

Registro Contábil da aplicação financeira em RAZONETE CONTÁBIL.

  Aplicação Financeira   Banco do Brasil   Débito Crédito   Débito Crédito   3.000,00     5.000,00             3.000,00         2.000,00  

g) compra de participação societária de 40% da empresa Alfa Ltda, totalizando R$ 40.000,00, em 25/04/2005. O recurso foi obtido mediante empréstimos de partes relacionadas (Diretores). A empresa Alfa Ltda tornou-se controlada da empresa Delta Ltda.

Registro Contábil da aquisição da controlada em DIÁRIO:

Joinville, 25 de abril de 2005Débito..: Sociedade Controlada - Alfa ltda ............... R$ 40.000,00Crédito..: Empréstimos Partes Relacionadas a Pagar ............................ R$ 40.000,00 Valor ref. Aquisição de 40% da socied. Alfa, c/recursos de emprést. dos Diretores A e B, nd

Registro Contábil da aquisição da controlada em RAZONETE CONTÁBIL.

  Soc. Control. Alfa Ltda   Empr. Partes

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Relacionadas a Pagar   Débito Crédito   Débito Crédito   40.000,00                  40.000,00           

Muitos outros eventos ocorrem entre Ativo e Passivo, lembrando ao aluno que o registro em diário e razão são idênticos aos apresentados neste tópico.

2.1.2 Registro dos Eventos Contábeis de Resultado – Receitas, Despesas e Custo

Entende-se Operações de Resultado aquelas que envolvem contas do grupo do Resultado, ou seja, RECEITAS, DESPESAS e CUSTO. Estas operações originam-se da atividade da empresa na tentativa de satisfazer o objeto social para a qual foi instituída, bem como para obtenção do LUCRO.

Diante da impossibilidade de conhecer o lucro de cada operação devido as existência das despesas, a Contabilidade faz o registro destes eventos em contas separadas da conta de LUCRO, individualizadas por natureza (Receita, Despesas e Custo) e, ao final do período, então procede-se à apuração do Resultado do Exercício, conforme apresentado no sub-capítulo 1.5 e seus tópicos e sub-topicos.

Assim, a contabilidade registra evento por evento para, ao final do período, realizar o encontro das contas de resultado. Desta maneira, a administração tem todas as informações de suas atividades para gerencia o negócio.

A seguir, alguns exemplos de eventos que envolvem DESPESAS, RECEITAS e CUSTO.

a) A empresa Alfa Ltda vendeu mercadoria, a prazo, no dia 07/04/2005, no valor total de R$ 7.000,00, para o cliente Girardi Ltda, com sede em Curitiba, logo, o ICMS sobre as vendas é de 12%, NF 000.001.

Registro Contábil da venda de mercadorias e do ICMS em DIÁRIO:

Joinville, 07 de abril de 2005Débito..: Cliente Girardi Ltda .................................. R$ 7.000,00Crédito..: Venda de Mercadoria ....................................................... R$ 7.000,00 Valor ref. Venda de mercadorias para Cliente Girardi Ltda, nossa NF 000.001,

a prazo, nd.Débito...: ICMS s/Vendas........................................ R$ 840,00

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Crédito..: ICMS a Pagar..................................................................... R$ 840,00 Vlor ref. ICMS sobre as vendas, cfe nossa NF 000.001, nd.

Registro Contábil da compra de mercadorias em RAZONETE CONTÁBIL.

Cliente Girardi Ltda     ICMS s/Vendas     

Venda de Mercadoria   ICMS a Pagar Débito Crédito   Débito Crédito   Débito Crédito   Débito Crédito

7.000,00     7.000,00   840,00       840,00                                       

b) o custo da venda ref. N/f 000.001 é de R$ 2.500,00.

Registro Contábil do custo da venda em DIÁRIO:

Joinville, 07 de abril de 2005Débito..: Custo da Mercadoria Vendida ................ R$ 2.500,00Crédito..: Estoque de Mercadoria..................................................... R$ 2.500,00 Valor ref. Custo da mercadorias vendida Nossa NF 000.001, nd..

Registro Contábil do custo da venda em RAZONETE CONTÁBIL.

Estoque de Mercadorias- Mercad. X -

Custo da MercadoriaVendida

Débito Crédito     Débito Crédito15.000,00 2.500,00     2.500,00  8.800,00        

           

c) recebimento da fatura de água nr. xxxx ref. Consumo mês anterior, em 15/04/2008, no valor de R$ 100,00, com vencimento para o próximo mês.

Registro Contábil do consumo de água em DIÁRIO:

Joinville, 15 de abril de 2005Débito..: Despesas com Água ............................. R$ 100,00Crédito..: Contas a Pagar ............................................................ R$ 100,00 Valor ref. Gasto com consumo de água, período mês anterior, fatura nr. xxxx, nd,

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Registro Contábil do consumo de água em RAZONETE CONTÁBIL.

Despesas de Agua Contas a PagarDébito Crédito     Débito Crédito

100,00    100,00                  

d) Recebimento de rendimento financeiro relativo a aplicação em CDI, no valor de R$ 50,00, em 20/04/2005.

Registro Contábil dos rendimentos financeiros recebidos em DIÁRIO:

Joinville, 20 de abril de 2005Débito..: Aplic. Financeira – CDI ................................ R$ 50,00Crédito..: Rendimentos de Aplicação Financeira .............................. R$ 50,00 Valor ref. Rendim. De aplicac. Financ. – CDI, Recebidos, nd.

Registro Contábil dos rendimentos financeiros recebidos em RAZONETE CONTÁBIL.

Aplic. Financ - CDIRendim. De Aplic.

FinanceiraDébito Crédito     Débito Crédito

3.000,00     50,00 50,00        3.050,00            

e) Registro da Folha de Salários dos colaboradores que trabalham no setor administrativo, que totalizou R$ 4.000,00, em 30/04/2005. O INSS dos empregados é R$ 440,00 e da empresa é R$ 1.300,00. O vencimento destes valores é para o próximo mês.

Registro Contábil dos salários e INSS em DIÁRIO:

Joinville, 30 de abril de 2005Débito..: Despesas com Salários Administrativos .. R$ 4.000,00Crédito..: Salários a Pagar ................................................................ R$ 4.000,00

Vlor ref. Salário bruto relativo mês abril/05, Pessoal administrativo, nd.

Débito...: Salários a Pagar .................................... R$ 440,00Crédito..: INSS a Pagar..................................................................... R$ 440,00 Valor ref. INSS parte empregados,

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Relativos mês abril/05, nd.

Débito..: Despesas com INSS s/Salários Admin. ............... R$ 1.300,00Crédito.: INSS a Pagar............................................................................. R$ 1.300,00 Vlor ref. INSS parte empresa sobre Salários de abril/05, nd

Registro Contábil dos salários e INSS em RAZONETE CONTÁBIL.

Desp. Salário   Salários a Pagar   Desp. c/INSS sobre      

Salários Adm.   INSS a Pagar Débito Crédito   Débito Crédito   Débito Crédito   Débito Crédito

4.000,00     440,00 4.000,00   1.300,00       1.300,00

        3.560,00           440,00

                    1.740,00

f) Venda de mercadoria, em 20/04/2005, nossa NF 000.002, no valor bruto de R$ 5.100,00, a vista. A empresa Delta concedeu um desconto comercial no ato da venda de R$ 100,00, recebendo líquido o valor de R$ 5.000,00, do cliente Balesteros Ltda. O ICMS sobre as vendas é de 17%.

Registro Contábil da venda, do desconto concedido e do ICMS em DIÁRIO:

Joinville, 20 de abril de 2005Débito..: Caixa......................................................... R$ 5.000,00Débito..: Desc. Comercial Concedido...................... R$ 100,00Crédito..: Venda de Mercadoria .......................................................... R$ 5.100,00

Vlor ref. Vda de Meradoria, a vista, com Desc. Comercial concedido, nossa NF 000.002, nd.

Débito...: ICMS sobre as Vendas ............................. R$ 850,00Crédito..: ICMS a Pagar......................................................................... R$ 850,00 Valor ref. ICMS incidente sobre as vendas, Nossa NF 000.002, nd.

Registro Contábil da Venda, do desconto comercial concedido e do ICMS sobre as vendas em RAZONETE CONTÁBIL.

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g) o custo da venda de mercadoria ref. Nossa NF 000.002 é R$ 1.300,00

Registro Contábil do custo da venda em DIÁRIO:

Joinville, 20 de abril de 2005Débito..: Custo da Mercadoria Vendida ................ R$ 1.300,00Crédito..: Estoque de Mercadoria..................................................... R$ 1.300,00 Valor ref. Custo da mercadorias vendida Nossa NF 000.002, nd..

Registro Contábil do custo da venda em RAZONETE CONTÁBIL.

Estoque de Mercadorias- Mercad. X -

Custo da MercadoriaVendida

Débito Crédito     Débito Crédito15.000,00 2.500,00     2.500,00   8.800,00 1.300,00      1.300,00  23.800,00 3.800,00          3.800,00  20.000,00

h) gastos com consertos do veículo Gol, que totalizou R$ 250,00, pagos a vista, em dinheiro, no dia 20/04/2005.

Registro Contábil do conserto do veículo em DIÁRIO:

Joinville, 20 de abril de 2005Débito..: Manutenção Veículo Adm. ............................ R$ 250,00Crédito..: Caixa ................................................................................... R$ 250,00

Caixa   Venda de Mercadoria   Desc. Coml.

Conced. Débito Crédito   Débito Crédito   Débito Crédito

20.000,00 5.000,00     7.000,00   100,00   5.000,00       5.100,00       25.000,00  5.000,00       12.100,00       20.000,00              

      ICMS s/Vendas   ICMS a Pagar      

Débito Crédito   Débito Crédito       840,00       840,00       850,00       850,00        1.690,00         1.690,00

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Valor ref. Gastos com manutenção veículo Gol, nd, pagos em dinheiro, nd

Registro Contábil da manutenção do veículo em RAZONETE CONTÁBIL.

Desp. Manut. Veículo Adm. CaixaDébito Crédito     Débito Crédito

250,00   20.000,00  5.000,00      5.000,00   250,00        25.000,00 5.250,00 

19.750,00

i) No final do mês, o valor da depreciação mensal do veículo é R$ 416,67, relativo ao mês de abril.

Registro Contábil da depreciação do veículo em DIÁRIO:

Joinville, 30 de abril de 2005Débito..: ( - ) DepreciaçãoAcumulada - Veículo........ R$ 416,67Crédito..: Desp. Depreciação Veículo Adm. ................................... R$ 416,67 Valor ref. Deprec. Mês abril/05, 1/60, nd

Registro Contábil da depreciação do veículo em RAZONETE CONTÁBIL.

( - ) Deprec. Acumulada Veículo

Desp. Deprec. Veículo Adm.

Débito Crédito     Débito Crédito416,67   416,67

              

2.2 Exemplo de Encerramento de Período Contábil

Neste momento faremos um encerramento de período contábil utilizando os eventos apresentados nos tópicos 2.1.1 e 2.1.2. O modelo de encerramento a ser seguido é o mesmo do sub-capítulo 1.5, assim, primeiro far-se-á um BALANCETE DE VERIFICAÇÃO, em seguida o encerramento das contas de resultado, as quais serão levadas para a conta APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO, em seguida, encerrar-se-á a conta ARE e, por fim, será levantado o BP e a DRE.

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2.2.1 Levantamento do Balancete de Verificação

Os dados deste balancete foram extraídos dos razonetes dos exemplos deste apostila, relativos às operações da empresa Delta Ltda. Alguns ajustes poderiam ser realizados, um deles é a compensação do ICMS a Recuperar com o ICMs a Pagar, transferindo-se o valor da 1a. conta para a 2a. conta.

Balancete de Veriicação Sdo Devedor Sdo Credor ATIVO    Caixa 19.750,00  Bco do Brasil 2.000,00  Aplicação Financeira 3.050,00  Cliente Girardi Ltda 7.000,00  Estoque Mercadoria 20.000,00  ICMS sobre Compras a Recuperar 1.200,00  Soc. Controlada Alfa Ltda 40.000,00  Veículo 25.000,00  ( - ) Depreciação Acumul. Veículo   416,67 Sub Total Ativo........................... 117.500,00 416,67 PASSIVO    Fornecedor X   10.000,00 ICMS a Pagar   1.690,00 Salários a Pagar   3.560,00 INSS a Pagar   1.740,00 Empréstimo Banc. CDC – BB   25.000,00 Contas a Pagar   100,00 Empr. Partes Relacionadas   40.000,00 Capital Social   35.000,00 Sub total Passivo........................ - 117.090,00 RECEITAS    Venda de Mercadoria   12.100,00 Rendim. de aplicação Financeira   50,00 Sub total Receitas....................... - 12.150,00 DESPESAS E CUSTO    Desc. Coml. Concedido 100,00  ICMS sobre Vendas 1.690,00  Custo da Mercadoria Vendida 3.800,00  Desp. Manut. Veícul. Adm. 250,00  Desp. Deprec. Veícul. Adm. 416,67  Desp. Salário Adm. 4.000,00  Desp. com INSS s/Folha 1.300,00  Despesas Água 100,00  Sub total Despesas e Custo 12.156,67 - Total.......................................... 129.656,67 129.656,67

a) transferência do saldo do ICMS a Recuperar para a conta ICMS a Pagar, para realizar a compensação.

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Registro Contábil da compensação do ICMS em DIÁRIO:

Joinville, 30 de abril de 2005Débito..: ICMS a Pagar .................................. R$ 1.200,00Crédito..: ICMS s/Compras a Recuperar ....................................... R$ 1.200,00 Valor ref. Gastos com manutenção veículo Gol, nd, pagos em dinheiro, nd

Registro Contábil da manutenção do veículo em RAZONETE CONTÁBIL.

ICMS a Recuperar. ICMS a PagarDébito Crédito     Débito Crédito

1.200,00   840,001.200,00     850,00

0 0         1.200,001.200,00 1.690,00

490,00

2.2.2 Exemplo de Encerramento das Contas de Resultado

Os razonetes são os mesmos dos exemplos. O encerramento contábil encontrou um resultado positivo de R$ 493,33, logo, um LUCRO. De todas as operações praticadas pela empresa, o que sobrou líquido para ela foi apenas o valor do lucro. Lembre-se que não foram calculados IR e CSLL, fato que será trabalho em sala de aula com maiores detalhes.

Venda de Mercadoria Rend. Aplic. Financ. Débito Crédito Débito Crédito Custo da Merc. Vend.

12.100,00 50,00 Débito Crédito 12.100,00   50,00   5.300,00  

- -   5.300,00 -  

Desc. Coml. Conced. ICMS s/Vendas Desp. Água Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito 100,00   1.690,00   100,00    100,00   1.690,00   100,00 -   -   -  

Desp. Manut.Veíc. Desp. Deprec.Veícul. Desp. c/INSS s/Folha Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito 250,00   416,67   1.300,00    250,00   416,67   1.300,00

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-   -   -  

Desp. Salários Adm. ARE Débito Crédito Débito Crédito 4.000,00   100,00 12.100,00   4.000,00 1.690,00 50,00 -   3.800,00  

250,00   416,67   4.000,00   1.300,00   100,00   11.656,67 12.150,00

493,33

2.2.3 Distribuição do Lucro

A partir dos R$ 493,33 encontrados como lucro, a empresa deverá decidir como irá distribuir, vamos imaginar que ela distribuirá R$ 200,00 a título de dividendos, a serem pagos no próximo mês, e o restante ficará retido em Lucros Líquido do Exercício.

Desta maneira, o lançamento em Diário e Razonetes ficaria da seguinte maneira:

Registro Contábil da distribuição do lucro em DIÁRIO:

Joinville, 30 de abril de 2005Débito..: ARE .................................................. R$ 493,33Crédito..: Dividendos a Pagar.................................................... R$ 200,00Crédito..: Lucro Líquido do Exercício ...................................... R$ 200,00 Valor ref. Distribuição do lucro do perído para Dividendos e retenção de lucro, nd.

Registro Contábil da depreciação do veículo em RAZONETE CONTÁBIL.

ARE Dividendos a Pagar Lucro Líquido Do Exercício

Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito 100,00 12.100,00 200,00 293,33 1.690,00 50,00     3.800,00  

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250,00   416,67   4.000,00   1.300,00   100,00   11.656,67 12.150,00 200,00 493,33 293,33   493,33 493,33 - -

Com estes lançamentos a contabilidade está fechada, agora e só preparar osrelatórios contábeis básicos, que são o BP e a DRE.

2.2.4 Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício

O Balanço Patrimonial ficaria assim representado:Empresa Delta Ltda Balanço Patrimonial encerrado em 31.04.05

ATIVO 30.04.2005 PASSIVO 30.04.2005 Circulante   Circulante    Disponível     Fornecedores    Caixa 19.750,00   Forn. X 10.000,00   Bco Brasil 2.000,00   Impostos a Pagar    Aplicação Financ. 3.050,00   ICMS a pagar 490,00   Clientes     Obrigações Trabalhistas    Girardi 7.000,00   Salários a Pagar 3.560,00   Estoque     INSS a Pagar 1.740,00   Mercadorias 20.000,00   Empréstimos e Finc.    Outros Créditos     Empr. Banc. CDC - BB 25.000,00   Impostos a Recup. -   Outras Obrigações   Realizável a Longo Prazo -   Dividendos a Pagar 200,00 Permanente     Contas a Pagar 100,00   Investimento   Exigível a Longo Prazo    Soc. Controladas 40.000,00   Empréstimos e Financ.    Imobilizado     Empr. Partes Relacion. 40.000,00   Veículo 25.000,00 Patrimônio Líquido    ( - ) Depre. Acm. (416,67)   Capital        Capital Social 35.000,00       Lucros/Prejuízos        LLE 293,33 Total do Ativo............... 116.383,33 Total do Passivo............... 116.383,33

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A DRE ficaria assim representada. Verifica-se que o resultado é apresentado até R$ 493,33, pois a distribuição dos lucros pode ou não ser apresentado na DRE. Na verdade, o resultado da empresa é R$ 493,33. Por outro lado, se tivesse havido distribuição do resultado para empregados ou administradores, estes poderiam ser demonstrados na Dre.Fica a critério da empresa.

Empresa Delta Ltda Demonstração do Resultada encerrada em 30.04.2005 RECEITA OPERACIONAL BRUTA......... 12.100,00 Vendas de Mercadoria...................... 12.100,00 ( - )Deduções das Vendas..................... (1.790,00) ICMS s/Vendas.. (1.690,00)   Desconto Coml. (100,00)   RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA....... 10.310,00 ( - ) Custo da Mercadoria Vendida.......... (3.800,00) RESULTADO BRUTO DAS VENDAS..... 6.510,00 ( - ) Despesas Operacionais.................. (6.016,67) Administrativas. (6.066,67)   Comercial.......... -   Desp. Financ. -   Rec. Financ...... 50,00   RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO 493,33 (+/-) Res. Não Operacional.................... - RESULTADO ANTES DO IR.................. 493,33 ( - ) IR e CSLL...................................... - RESULTADO DO EXERCÍCIO................ 493,33

2.3 Controle e Avaliação de Estoque

Este sub-capítulo demonstra ao aluno as movimentações de estoque, seu controle e avaliação. Por controle entende-se o ato de controlar entradas, saídas e saldos do estoque em quantidade, e por avaliação entende-se o ato de “dar um valo monetário” às

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movimentações do estoque. Para qualquer uma destas três tarefas, existe uma metodologia própria, a qual deve ser conhecida pelo administrador para que possa sustentar suas decisões.

Conhecendo a metodologia do estoque, alguns benefícios a empresa poderá obter, como por exemplo, uma redução de custo e conseqüente aumento da lucratividade.

Bem, toda movimentação do estoque envolve:a) controle contábil do estoque, em fichas;b) Inventário físico do estoque, que deverá ocorrer no mínimo uma vez ao período;c) apuração do valor do custo da mercadoria vendida, do produto vendido ou dos serviços prestados.

Desta maneira, este assunto envolve basicamente dois temas:a) Resultado com mercadorias; e b) Inventário de Estoque – periódico e permanente.

A figura a seguir demonstra idéia deste assunto.

2.3.1 Resultado com Mercadorias

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I – Resultado comMercadorias

II - Inventário

+ Venda- CMV- Desc. Coml Concedido- Impostos sobre as Vendas e Faturamento

- Devoluções de Vendas

PERIÓDICO(final do período)

PERMANENTE(contínuo)

Critérios de Avaliação de Custo da Mercadoria Vendida (Saída de Estoque):

- Primeiro que Entra, Primeiro que Sai -PEPS

- Último que Entra, Primeiro que Sai –UEPS

- Custo Médio Ponderado - CMp

CMV = Estoque Inicial (sdo) + Compras líquidas – Estoque Final (Sdo)

ESTOQUE

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Quando o administrador perguntar ao gerente “Qual foi nosso resultado com vendas de mercadorias?”, qual a resposta que o gerente da área responderia?

a) total das vendas?b) Total das vendas deduzido dos custos?c) Total das vendas deduzido dos custos, impostos sobre vendas, devoluções e

descontos comerciais concedidos?

Se você escolheu a letra c), você acertou. O RESULTADO COM MERCADORIAS, (ou RESULTADO COM VENDA DE PRODUTOS, se indústria), é o valor que sobra para a empresa após realizar as vendas e deduzir destas o custo, os impostos incidentes sobre vendas (ICMS e IPI), os impostos incidentes sobre faturamento (PIS e COFINS), devoluções de vendas e os descontos comerciais concedidos.

Assim a fórmula para encontrar o RESULTADO COM MERCADORIAS, ou seja, o RCM, é:

RCM = Vendas de Mercadorias - CMV - Desc. Coml Concedido - Impostos (ICMS s/Vendas, IPI s/Faturamento, PIS e COFINS) - Devoluções de Vendas

Nota: As compras devem estar livres dos impostos recuperáveis.

RESULTADO COM MERCADORIAS, na DRE, é o mesmo que LUCRO BRUTO, ou RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO.

Exemplo: Se uma empresa vendeu no mês R$ 500.000,00, desta venda foi apurado R$ 85.000,00 de ICMS, R$ 50.000,00 de IPI, R$ 15.000,00 de COFINS, R$ 5.000,00 de PIS, devolução de vendas no valor de R$ 10.000,00, R$ 3.000 de desconto comercial concedido e um CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA no valor de R$ 220.000,00, pergunto:

QUAL É O RCM da empresa?

Você responderia R$ 112.000,00? Parabéns, você acertou!

A conta seria:

Vendas brutas....... 500.000,00 ICMS s/Vendas..... (85.000,00)IPI........................ (50.000,00)COFINS................ (15.000,00)PIS s/Faturamento. (5.000,00)Devolução de Vdas. (10.000,00)Desc. Coml conced. (3.000,00)CMV..................... (220.000,00)RCM..................... 112.000,00

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Bem, é desta maneira que se encontra o RCM. Todas os elementos do RCM devem ser conhecidos pelo administrador, sendo assim, seguem as explicações nos tópicos a seguir.

2.3.2 Inventário

Inventário, para Sá (1977, pg. 537) é a “Verificação da existência de um componente patrimonial.” Muitos são os fins para os quais se realizam inventário, que podem ser:a – apuração de resultados;b – liquidação da empresa;c – fusão, cisão ou incorporação;d – saída de sócio;e – reavaliações;f – perícias judiciais, extrajudiciais e auditoria;g – transferência; e h – controle. (SÁ, 1977, pg. 539)

Inventário é, na verdade, a descrição dos componentes, o levantamento da quantidade física, a classificação, a valoração e a medida (unidade), em um dado momento. É importante que se saiba que o inventário deve ser realizado em uma determinada data, sem interrupções, deve-se começar e terminar o inventário antes de que se faça qualquer outra operação com o item objeto do inventário, a fim de evitar erros.

No Brasil, a legislação exige que se faça inventário do estoque e que se anote em livros próprios os dados levantados.

POR ESTA RAZÃO, ESTA APOSTILA LIMITAR-SE-Á A APRESENTAR O INVENTÁRIO DO ESTOQUE.

Na Contabilidade, a prática do inventário do estoque pode ser realizada de duas formas pela empresa, de forma periódica, ou de forma permanente. Esta opção fica ao encargo da necessidade gerencial da empresa.

Os dados obtidos no inventário físico dos estoques são comparados com os da Contabilidade e então, procede-se ao ajuste se houver divergência. As informações fornecidas pelo inventário são utilizadas para:

a) conhecer o CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA, ou do PRODUTO VENDIDO, da MATÉRIA-PRIMA consumida, dos MATERIAIS SECUNDÁRIOS consumidos etc...;

b) conhecer o saldo final do ESTOQUE DE MERCADORIAS, de PRODUTOS ACABADOS, de MATERIAIS SECUNDÁRIOS, de EMBALAGENS etc...;

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Conheça agora as duas metodologias de inventário de estoque.

2.3.2.1 Inventário Periódico

É utilizado nas empresas que não realizam controle contínuo de estoque (Entrada e Saída a cada evento). Realizam apenas o levantamento físico das unidades que sobraram no estoque ao final do período. O objetivo deste levantamento é o de obter duas informações:

a) Estoque Final – saldo em quantidade física e em valores monetários;b) Custo da Mercadoria Vendida – em valores monetários.

O custo da mercadoria que foi vendida é encontrado mediante a fórmula padrão:

CMV = Estoque inicial (Ei) + Compras líquidas – Estoque final (Ef)

Contabilmente ficaria desta maneira:

Estoque de Mercadorias Estoque final encontrado mediante inventário: R$ 15.000, Débito Crédito logo, o valor das mercadorias que foram vendidas é

Si 10.000,00 10.000,00 R$ 75.000,00 15.000,00   CMV 25.000,00 10.000,00 Débito Crédito

Sf 15.000,00   10.000,00 15.000,00   80.000,00  

90.000,00 15.000,00 75.000,00  

Compras de Mercador Fornecedores/Caixa Débito Crédito Débito Crédito 80.000,00   80.000,00   80.000,00   - -

 

Desta maneira a Contabilidade encontra o valor do saldo final do estoque e do Custo da Mercadoria Vendida, para tanto, ela necessita de duas informações:

a) valor das compras, que são lançadas a cada evento de compra;b) valor do estoque final apurado mediante inventário físico.

2.3.2.2 Inventário Permanente

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Ocorre nas empresas que registram todas as saídas e entradas de estoque no momento em que elas ocorrem. A Contabilidade pratica um controle extra-contábil, em fichas e, ao final do período, o saldo da ficha deverá ser igual ao do Razão Contábil. Nos sistemas informatizados estas fichas estão interligadas com o sistema contábil, não necessitando importar ou exportar.

Muitas são as informações que podem ser obtidas mediante esta prática por meio das fichas:

a) idade das unidades que estão em estoque;b) valor das compras;c) valor das unidades vendidas (Custo da Mercadoria Vendida);d) unidades devolvidas;e) saldo final do estoque;f) cálculos estatísticos para gerenciamento dos estoques;g) datas e pessoas envolvidas nas movimentações do estoque; etc...

Para utilização das fichas, alguns critérios devem ser conhecidos, que são:a) primeiro que entra é o primeiro que sai – PEPS, ou First in, First out – FIFO;b) último que entra é o primeiro que sai – UEPS, ou Last in, First out – LIFO;c) Custo Médio Ponderado - CMp

O modelo de ficha (modelo básico) é o mesmo para qualquer dos critérios, conforme pode ser visto na figura a seguir. No Brasil apenas o PEPS e o CMp são aceitos fiscalmente. Vamos então conhece-los.

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Ficha padrão de controle e avaliação de estoque.

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2.3.3 Critério PEPS

Este critério de controle e avaliação de estoque tem por princípio a necessidade da dar saída às unidades que estão mais tempo no estoque. Isto quer dizer que se uma unidade foi adquirida no dia 1o. do mês, outra no dia 05 do mesmo mês e uma venda desta unidade no dia 10, então a unidade que será entregue ao cliente será a aquela recebida no dia 01o. do mês, as outras permanecerão no estoque até a próxima venda. A ficha

Exemplo de preenchimento das fichas de estoque, utilizando o critério PEPS. Para facilitar, os valores de custo das unidades compradas já estão livres dos impostos recuperáveis e adicionados dos fretes:

a) Saldo final em 28/02/2006. de 1.000 unidades, ao custo de R$ 2,50 cada;b) aquisição em 05.03.06 de 3.500 unidades ao custo unitário de R$ 2,80 cada, cfe NF 222.333;c) aquisição em 08.03.06 de 4.000 unidades ao custo unitário de R$ 3,00 cada, cfe NF 345.345;d) devolução da compra ref.N/f 345.345, de 200 unidades, cfe nossa NF 002.333, em 09/03/06;d) transferência p/Loja 2, em 10.03.06 de 2.500 unidades cfe nossa NF 002.334;e) venda em 15.03.06 de 3.000 unidades ao cliente “M”, cfe nossa N/f 002.335;f) devolução do cliente “M” de 100 unidades ref. Nossa vda da N/f 002.335, cfe NF 025.999, em 16/03/06.g) aquisição de 1.500 uni. No dia 20/03/06, ao custo unitário de R$ 3,00 cada, cfe NF334.567.

FICHA DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUE Produto: _________________________________________________________________________________ Classificação contábil: _____________________________________________________________________ Especificações: (tipo, tamanho, MP, cor, etc....): Critério de Avaliação: ( X ) PEPS Data Dcto Entrada Saída Saldo M     Qtde $ Unit $ Total Qtde $ Unit $ Total Qtde $ Unit. $ Total  

28/2/06 xx             1.000 2,50 2.500 S             1.000 2,50 2.500 S

5/3/06 222333 3.500 2,80 9.800       3.500 2,80 9.800 C                 1.000 2,50 2.500 S                 3.500 2,80 9.800 S

8/3/06 345345 4.000 3,00 12.000       4.000 3,00 12.000 C 9/3/06 002.333 (200) 3,00 (600)       1.000 2,50 2.500 DC

                3.500 2,80 9.800 S                 3.800 3,00 11.400 S

10/3/06 002.334       1.000 2,50 2.500 2.000 2,80 5.600 Tr           1.500 2,80 4.200 3.800 3,00 11.400 Tr

15/3/06 002.335       2.000 2,80 5.600 V          1.000 3,00 3.000 2.800 3,00 8.400 V

16/3/06 025.999       (100) 3,00 (300) 2.900 3,00 8.700 DV             2.900 3,00 8.700 S

20/3/06 334.567 1.500 3,00 4.500       1.500 3,00 4.500 C Total.........................   8.800   25.700 5.400   15.000     13.200  Custo da Mercadoria Vendida..........................   8.300  

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Unidades Física vendida................................. 2.900            

M = histórico da movimentação de entrada e saída.

Verifica-se que o Custo da Mercadoria Vendia é R$ 8.500,00 e a quantidade vendida é de 2.900 unidades.

2.3.4 Critério UEPS

No critério UEPS o princípio é o de retirar do estoque os produtos mais novos. Assim, no mesmo exemplo do PEPS, o produto que seria enviado ao cliente seria aquele que foi adquirido no 5o. dia, permanecendo no estoque as mercadorias mais antigas.

Exemplo de preenchimento das fichas de estoque, utilizando critério UEPS. Para facilitar, os valores de custo das unidades compradas já estão livres dos impostos recuperáveis e adicionados dos fretes:

a) Saldo final em 28/02/2006. de 1.000 unidades, ao custo de R$ 2,50 cada;b) aquisição em 05.03.06 de 3.500 unidades ao custo unitário de R$ 2,80 cada, cfe NF 222.333;c) aquisição em 08.03.06 de 4.000 unidades ao custo unitário de R$ 3,00 cada, cfe NF 345.345;d) devolução da compra ref.N/f 345.345, de 200 unidades, cfe nossa NF 002.333, em 09/03/06;d) transferência p/Loja 2, em 10.03.06 de 2.500 unidades cfe nossa NF 002.334;e) venda em 15.03.06 de 3.000 unidades ao cliente “M”, cfe nossa N/f 002.335;f) devolução do cliente “M” de 100 unidades ref. Nossa vda da N/f 002.335, cfe NF 025.999, em 17/03/06.g) aquisição de 1.500 uni. No dia 20/03/06, ao custo unitário de R$ 3,00 cada, cfe NF334.567.

FICHA DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUE Produto: _________________________________________________________________________________ Classificação contábil: _____________________________________________________________________ Especificações: (tipo, tamanho, MP, cor, etc....): Critério de Avaliação: ( ) PEPS ( ) UEPS ( ) CUSTO MÉDIO PONDERADO Data Dcto Entrada Saída Saldo H     Qtde $ Unit $ Total Qtde $ Unit $ Total Qtde $ Unit. $ Total  

28/2/06 xx             1.000 2,50 2.500 S             1.000 2,50 2.500 S

5/3/06 222333 3.500 2,80 9.800       3.500 2,80 9.800 C                 1.000 2,50 2.500 S                 3.500 2,80 9.800 S

8/3/06 345345 4.000 3,00 12.000       4.000 3,00 12.000 C 9/3/06 002.333 (200) 3,00 (600)       1.000 2,50 2.500 S

                3.500 2,80 9.800 S                 3.800 3,00 11.400 DC

                1.000 2,50 2.500 S                 3.500 2,80 9.800 S

10/3/06 002.334       2.500 3,00 7.500 1.300 3,00 3.900 Tr 15/3/06 002.335       1.300 3,00 3.900 1.000 2,50 2.500 V

          1.700 2,80 4.760 1.800 2,80 5.040 V                 1.000 2,50 2.500 S

1.800 2,80 5.040 S

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16/03/06 025.999 (100) 3,00 (300) 100 3,00 300 DV                1.000 2,50 2.500 S                1.800 2,80 5.040 S

100 3,00 300 S20/3/06 334.567 1.500 3,00 4.500       1.500 3,00 4.500 C

Total.........................   8.800   25.700 5.400   15.860   4.400   12.340  SCusto da Mercadoria Vendida..........................     8.360   Unidades Física vendida................................. 2.900            

Verifica-se que o Custo da Mercadoria Vendida neste critério é R$ 8.360,00 e a quantidade vendida é a mesma do critério PEPS, obviamente.

2.3.5 Critério Custo Médio

Neste critério o administrador determina que o custo da unidade vendida será o valor médio pago pelas mercadorias adquiridas. Este valor encontra-se pela média ponderada. Neste critério, as unidades que seriam entregues ao cliente seriam a média do que tem no estoque.

Exemplo de preenchimento das fichas de estoque, utilizando critério do CMp. Para facilitar, os valores de custo das unidades compradas já estão livres dos impostos recuperáveis e adicionados dos fretes:

a) Saldo final em 28/02/2006.............. 1.000 unidades, ao custo de R$ 2,50 cada;b) aquisição em 05.03.06 de 3.500 unidades ao custo unitário de R$ 2,80 cada, cfe NF 222.333;c) aquisição em 08.03.06 de 4.000 unidades ao custo unitário de R$ 3,00 cada, cfe NF 345.345;d) devolução da compra ref.N/f 345.345, de 200 unidades, cfe nossa NF 002.333, em 09/03/06;d) transferência p/Loja 2, em 10.03.06 de 2.500 unidades cfe nossa NF 002.334;e) venda em 15.03.06 de 3.000 unidades ao cliente “M”, cfe nossa N/f 002.335;f) devolução do cliente “M” de 100 unidades ref. Nossa vda da N/f 002.335, cfe NF 025.999, Em 16/03/06, do fornecedor ref. NF 345.345;g) aquisição de 1.500 uni. No dia 20/03/06, ao custo unitário de R$ 3,00 cada, cfe NF334.567.

FICHA DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUE Produto: _________________________________________________________________________________ Classificação contábil: _____________________________________________________________________ Especificações: (tipo, tamanho, MP, cor, etc....): Critério de Avaliação: ( ) PEPS ( ) UEPS ( ) CUSTO MÉDIO PONDERADO Data Dcto Entrada Saída Saldo H     Qtde $ Unit $ Total Qtde $ Unit $ Total Qtde $ Unit. $ Total  

28/2/06 xx             1.000 2,50 2.500 S 5/3/06 222333 3.500 2,80 9.800       4.500 2,73 12.300 C 8/3/06 345345 4.000 3,00 12.000       8.500 2,86 24.300 C 9/3/06 002.333 (200) 3,00 (600)       8.300 2,86 23.700 DC

10/3/06 002.334       2.500 2,86 7.150 5.800 2,85 16.550 Tr 15/3/06 002.335       3.000 2,85 8.560 2.800 2,85 7.990 V

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16/3/06 025.999       (100) 3,00 (300) 2.900 2,86 8.290 DV 20/3/06 334.567 1.500 3,00 4.500       4.400 2,91 12.790 C

Total.........................   8.800   25.700 5.400   15.410 4.400   12.790  Custo da Mercadoria Vendida..........................     8.260   Unidades Física vendida................................. 2.900            

Verifica-se neste critério que o Custo da Mercadoria Vendida é R$ 8.260,00, diferentemente dos critérios PEPS e UEPS.

2.3.6 Cálculo do Custo da Compra

Como você pode ter percebido, nos exemplos dos três critérios, o valor de aquisição das mercadorias já estavam informados pelo custo, isto para facilitar a compreensão do assunto. Entretanto, existe um critério para se chegar no valor de custo, que será explicado a você neste tópico.

Regra geral, o valor de custo de um bem (mercadoria, matéria-prima, produto ou serviço), adquirido para revenda será o valor pago pelo bem ou serviço deduzido dos impostos recuperáveis e adicionado dos demais gastos necessários para sua aquisição, como o frete, por exemplo. Você poderá entender da seguinte maneira:

no Brasil existe um infinidade de impostos, com os mais diversos fatos geradores, com as mais diversas base de cálculo e com as mais diversas especificações;

Alguns destes impostos, tanto o produtor quanto o comerciante poderá recuperá-lo quando da compra de um outro produtor ou comerciante, é o caso do ICMS, do IPI, PIS e COFINS. Estes dois últimos depende do regime de tributação federal;

O frete, em geral, é pago pelo comprador e não tem reembolso do fornecedor.

Diante destes aspectos, os gastos apresentados acima, possuem tratamento contábil distinto, vejamos as razões:

a) um comerciante ou produtor tem o direito de receber de volta o ICMS e o IPI que pagaram na compra de estoques;

b) um comerciante ou produtor tem o direito de receber de volta o PIS e COFINS pagos na compra de estoques;

Exemplo:a) apenas com ICMS, PIS e COFINS,Um comerciante de Joinville comprou 10.000 unidades ao preço negociado de R$ 3,00 cada, totalizando uma Nota Fiscal Fatura de R$ 30.000, do fornecedor “X”, de São Paulo, cfe NF 675.577. O ICMS é 12%, o PIS é 1,65% o COFINS é 7,6%. O frete foi pago pelo cliente, que totalizou R$ 2.000,00 e ICMS de 12% sobre base de cálculo de 20% do valor do frete.

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Então, se o preço negociado foi R$ 3,00, qual será o valor de custo de aquisição de cada unidade?

Resposta: O custo de aquisição de cada unidade é R$ 2, 56 e o total de compras é R$ 25.577,00.

Preço Negociado 3,00 ICMS ........ 12% 3.600,00 Quantidade........ 10.000,00 PIS........... 1,65% 495,00 Valor bruto......... 30.000,00 COFINS.... 7,60% 2.280,00 Vlor bruto do frete 2.000,00 Total impostos....... 6.375,00 Total gasto........ 32.000,00 ICMS do frete........   48,00 Vlr compra menos impostos...   23.625,00   Vlor frete menos ICMS...........   1.952,00   Valor de custo total................   25.577,00   Custo Unitário.......................   2,56    

Cálculo do ICMS do frete: R$ 2.000 x 20% x 12% = R$ 48,00    

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2.3.6.1 ICMS Sobre Vendas e Sobre Compras

2.3.6.2 IPI sobre Produto Industrializado

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2.3.6.3 PIS s/Faturamento e COFINS

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2.4 Depreciação, Amortização e Exaustão

Este subcapítulo apresentará ao aluno a definição de Depreciação, Amortização e Exaustão, o cálculo de cada um deles e como eles são representados no Balanço Patrimonial.

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DEPRECIAÇÃO- é a desvalorização do bem físico em decorrência do uso, obsolescência ou exposição ao tempo. Inicia-se a contagem a partir do mês em que o bem entrou em uso. No mês em que o bem iniciou suas atividades, se esta data ocorrer na 1 a. quinzena, então considera-se mês inteiro, porém, se ocorrer na 2a. quinzena, então considera-se somente a partir do mês seguinte. Calcula-se linearmente (mais comum) ou em função da capacidade de trabalho (horas, por exemplo).

AMORTIZAÇÃ0 – é a recuperação do capital investido em bens não físicos em função do prazo de contrato de uso deste bem. Exemplo: Marcas, Patentes, Despesas Pré-Operacionais, Despesas com Implantação de Sistemas, ..... Calcula-se linearmente.

EXAUSTÃO – é a recuperação do capital investido em recursos minerais ou florestais, decorrentes de sua exploração. Exemplo: Reserva Mineral, Reflorestamento. Calcula-se não linearmente, ou seja, a relação que se faz é entre a capacidade de produção e a exploração do período, até atingir 100% da capacidade.

Exemplos de cálculo do valor da depreciação, amortização e exaustão:

a) Depreciação:

- Tipo: Máquinas e Equipamentos – Máquina “X”, modelo YBZ8XX998- valor de aquisição (custo) : R$ 150.000,00;- início de uso: 20/03/2005;

Cálculo da depreciação (Método Linear):

Anual...... 0,10 x R$ 150.000,00 = R$ 15.000,00 por ano.Mensal... (0,10/12) x R$ 150.000,00 = R$ 1.250,00

Depreciação acumulada até 09/2006Nr. meses.............. 9 meses em 2005 + 9 meses em 2006 = 18 mesesValor acumulado...... R$ 1.250,00 x 18 meses = R$ 22.500,00

Valor Residual........: R$ 150.000,00 - R$ 22.500,00 = 127.500,00

Cálculo da Amortização (Linear)- Tipo: Marcas – Marca “X”, doc. Nr. 23948578 – Ministério ....- valor investido: R$ 330.000,00;- início de uso: 05/07/2004 – tempo máximo de uso: 10 anos

Anual...... 0,10 x R$ 330.000,00 = R$ 33.000,00 por ano.Mensal... (0,10/12) x R$ 330.000,00 = R$ 2.750,00

Amortização acumulada até 09/2006Nr. meses.............. 6 meses em 2004 + 12 meses em 2005 + 9 meses 2006 = 27 meses

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Valor acumulado...... R$ 2.750,00 x 27 meses = R$ 74.250,00

Valor Residual........: R$ 330.000 - R$ 74.250 = R$ 255.750,00

Cálculo da Exaustão:- Tipo: Reflorestamento de Pinus Eliotis- Valor investido...... R$ 3.000.000,00;- Nr. pés a serem cortados.. 5.500.000 pésDados da extração:

- 1o. período............. 500.000 pés;- 2o. período............. 850.000 pés;- 3o. período........... 920.000 pés.- 4o. período............ ................ (até completar 5.500.000 pés)

Período Extração (pés)Taxa de Valor da

Exaustão Exaustão1o. Período 500.000,00 9,09% R$ 272.700,00 2o. Período 850.000,00 15,45% R$ 463.500,00 3o. Período 920.000,00 16,73% R$ 501.900,00 Total Acumulado. 2.270.000,00 41,27% R$ 1.238.100,00 Capacidade.........: 5.500.000,00 pés Valor ResidualValor investido....: R$ 3.000.000,00   R$1.761.900,00

O cálculo da Depreciação no método não linear é idêntido ao da Exaustão, pois a vida útil do bem está relacionado à capacidade máxima de uso, que pode ser em horas trabalhadas, km rodados etc...

Assim, no Balanço Patrimonial, estes itens ficariam assim representados:

Ativo PermanenteImobilizado Máquinas e Equiptos................ 150.000,00 ( - ) Deprec. Acumulada............ (22.500,00) Marcas e Patentes................... 330.000,00 ( - ) Amortizaç. Acumulada........ (74.250,00) Reflorest. Pinus Eliotis.............. 3.000.000,00 ( - ) Exaustão Acumulada.......... (1.238.100,00)

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2.5 Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL)

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2.6 Princípios Contábeis.

 Com base na Resolução CFC nr. 750, de 1992, são os seguintes o princípios contábeis, em sua íntegra, lembrando que “princípios contábeis” são as “regras” que toda a Contabilidade brasileira deverá respeitar. Portanto, a contabilidade que se pratica no sul do país é a mesma que se pratica no norte, nordeste, centro-oeste etc...

2.6.1 O Princípio da Entidade

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

2.6.2 O Princípio da Continuidade

A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.

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Este princípio influencia diretamente o valor econômico dos ativos pois, se a empresa irá continuar, então os itens patrimoniais deverão estar registrados pelo valor histórico de aquisição. O valor de mercado para os ativos é utilizado somente nos casos de cisão, incorporação, fusão ou extinção.

2.6.3 Princípio da Oportunidade

O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da OPORTUNIDADE:  I - desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de sua ocorrência;  II - o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, contemplando os aspectos físicos e monetários;  III - o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da Entidade em um período de tempo determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.”   O Princípio da OPORTUNIDADE exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma Entidade, no momento em que elas ocorrerem. Cumprido tal preceito, chega-se ao acervo máximo de dados primários sobre o patrimônio, fonte de todos os relatos, demonstrações e análises posteriores, ou seja, o Princípio da Oportunidade é a base indispensável à fidedignidade das informações sobre o patrimônio da Entidade, relativas a um determinado período e com o emprego de quaisquer procedimentos técnicos.

2.6.4 Princípio do Registro Pelo Valor Original

Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.

Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:  I - a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;  

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II - uma vez integrados no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;  III - o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;  IV - os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;  V - o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.”   A expressão do valor dos componentes patrimoniais em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do registro do patrimônio e das suas mutações, a fim de se obter a necessária comparabilidade e se possibilitarem agrupamentos de valores.

2.6.5 O Princípio da Atualização Monetária

Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA:

I - a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;

II - para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais (art. 7°), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido;

III - a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão-somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.”   O Princípio da Atualização Monetária existe em função do fato de que a moeda – embora universalmente aceita como medida de valor – não representa unidade constante de poder

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aquisitivo. Por conseqüência, sua expressão formal deve ser ajustada, a fim de que permaneçam substantivamente corretos.

2.6.6 O Princípio da Competência

As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

§ 1° O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no Patrimônio Líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.

§ 2° O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é conseqüência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.

§ 3° As receitas consideram-se realizadas:

I - nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela fruição de serviços por esta prestados;

II - quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III - pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;

IV - no recebimento efetivo de doações e subvenções.

§ 4° Consideram-se incorridas as despesas:

I - quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro;

II - pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.”   O Princípio da Competência não está relacionado com recebimentos ou pagamentos, mas com o reconhecimento das receitas geradas e das despesas incorridas no período.

2.6.6.1 Alguns comentários sobre as despesas

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As despesas, na maioria das vezes, representam consumação de Ativos, que tanto podem ter sido pagos em períodos passados, no próprio período, ou ainda virem a ser pagos no futuro. De outra parte, não é necessário que o desaparecimento do ativo seja integral, pois muitas vezes a consumação é somente parcial, como no caso das depreciações ou nas perdas de parte do valor de um componente patrimonial do Ativo, por aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA à prática, de que nenhum ativo pode permanecer avaliado por valor superior ao de sua recuperação por alienação ou utilização nas operações em caráter corrente.  Mas a despesa também pode decorrer do surgimento de uma exigibilidade sem a concomitante geração de um bem ou de um direito, como acontece, por exemplo, nos juros moratórios e nas multas de qualquer natureza.  Entre as despesas do tipo em referência localizam-se também as que se contrapõem a determinada receita, como é o caso dos custos diretos com vendas, nos quais se incluem comissões, impostos e taxas e até royalties. A aplicação correta da competência exige mesmo que se provisionem, com base em fundamentação estatística, certas despesas por ocorrer, mas indiscutivelmente ligadas à venda em análise, como as despesas futuras com garantias assumidas em relação a produtos.  Nos casos de Entidades em períodos pré-operacionais, no seu todo ou em algum setor, os custos incorridos são ativados, para se transformarem posteriormente em despesas, quando da geração das receitas, mediante depreciação ou amortização. Tal circunstância está igualmente presente em projetos de pesquisa e desenvolvimento de produtos – muito freqüentes nas indústrias químicas e farmacêuticas, bem como naquelas que empregam alta tecnologia – quando a amortização dos custos ativados é feita segundo a vida mercadológica estimada dos produtos ligados às citadas pesquisas e projetos.

2.6.6.2 Alguns detalhes sobre as receitas e seu reconhecimento

A receita é considerada realizada no momento em que há a venda de bens e direitos da Entidade – entendida a palavra “bem” em sentido amplo, incluindo toda sorte de mercadoria, produtos, serviços, inclusive equipamentos e imóveis –, com a transferência da sua propriedade para terceiros, efetuando estes o pagamento em dinheiro ou assumindo compromisso firme de fazê-lo num prazo qualquer.  Normalmente, a transação é formalizada mediante a emissão de nota fiscal ou documento equivalente, em que consta a quantificação e a formalização do valor de venda, pressupostamente o valor de mercado da coisa ou do serviço. Embora esta seja a forma mais usual de geração de receita, também há uma segunda possibilidade, materializada na extinção parcial ou total de uma exigibilidade, como no caso do perdão de multa fiscal, da anistia total ou parcial de uma dívida, da eliminação de passivo pelo desaparecimento do credor, pelo ganho de causa em ação em que se discutia uma dívida ou o seu montante, já devidamente provisionado, ou outras circunstâncias semelhantes.

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 Finalmente, há ainda uma terceira possibilidade: a de geração de novos ativos sem a interveniência de terceiros, como ocorre correntemente no setor pecuário, quando do nascimento de novos animais.  A receita de serviços deve ser reconhecida de forma proporcional aos serviços efetivamente prestados. Em alguns casos, os princípios contratados prevêem cláusulas normativas sobre o reconhecimento oficial dos serviços prestados e da receita correspondente. Exemplo neste sentido oferecem as empresas de consultoria, nas quais a cobrança dos serviços é feita segundo as horas-homens de serviços prestados, durante, por exemplo, um mês, embora os trabalhos possam prolongar-se por muitos meses ou até ser por prazo indeterminado.  

2.6.7 O Princípio da Prudência

O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.  § 1 ° O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade;

§ 2° Observado o disposto no art. 7°, o Princípio da Prudência somente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Princípio da Competência;

§ 3° A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.”

2.7 Folha de Pagamento

Para fins Contábeis, quando se fala em Folha de Pagamento (FOPAG), o que se faz na verdade, é apenas o cálculo e a contabilização. Quando se pretende elaborar planos de cargos e salários, a Contabilidade participa no calculo de verificação e seus reflexos no patrimônio da empresa, apenas. Por se tratar de um assunto bem complexo, as demais análises são realizadas pela área de Recursos Humanos da organização.

Contabilmente, a FOPAG é organizada em duas grandes atividades:

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a) Atividade de cálculo da folha mensal; e b) Atividade de cálculo da Provisão mensal da Folha.

Então, vamos para a primeira atividade:

2.7.1 - CÁLCULO DA FOLHA MENSAL – Dados:

SALÁRIO BRUTO:

O empregado pode ser horista ou mensalista. Sendo mensalista é muito simples, basta considerar como salário o valor acertado no Contrato. Sendo o empregado horista, então divide-se as horas do mês trabalhadas em HORAS NORMAIS e DESCANSO SEMANAL REMUNERADO - DSR. São considerados dias úteis para o trabalho de 2a. feira ao sábado, trabalhando-se 7,33333 horas por dia. Assim, no mês de Dezembro/2007, por exemplo, o funcionário tem 5 domingos, 1 feriado e 25 dias úteis, totalizando 31 dias no mês.

Se a hora normal trabalhado é R$ 10,00, por exemplo, então o Salário Normal dele será:a) 25 dias x 7,33333 = 183,333 HN x R$ 10,00 = R$ 1.833,33b) 6 dias x 7,3333333 = 44,00 DSR x R$ 10,00 = R$ 440,00

Quando o empregado horista faz HORA EXTRA, esta também deverá ser adicionada ao salário. Se, por exemplo, o empregado trabalhou no mesmo mês de Dezembro/2007 50 horas extras, então ele deverá receber estas 50 hrs extras mais o DESCANSO SEMANAL REMUNERADO – HORAS EXTRAS – DSR-HE, proporcionais. Veja como se calcula:

a) 50 HE x R$ 15,00 (Adicional de 50% sobre a hora normal) = R$ 750,00;b) ((50 HE/183,33 HN)*44 DSR-HE) * R$ 15,00 = R$ 180,00

SALÁRIO BRUTO: Horas Normais trabalhadas……… 183,33 R$ 1.833,33DSR-HN......................................... 44,00 R$ 440,00Horas Extras................................... 50,00 R$ 750,00DSR-HE......................................... 12,00 R$ 180,00TOTAL.......................................................... R$ 3.203,33

Nota: Se o empregado tiver direito ao Salário Família, este é simplesmente adicionado à soma do Salário Bruto.

SALÁRIO LÍQUIDO

O Salário Líquido do funcionário é encontrado mediante a dedução do Salário bruto dos INSS, IRRF, Desconto de Pensão se tiver, outros descontos se tiver. Exemplo a seguir:

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Empresa Alfa & Cia Ltda PROVENTOS: DESCONTOS

LÍQUIDOEMPRE-

SALÁRIOH.E./DSR-

HE Sal. Famil. TOTAL INSS IRRF TOTALGADOA (2 filhos) 550,00 100,00 32,52 682,52 49,73 - 49,73 632,79B (3 filhos) 450,00 70,00 48,78 568,78 39,78 - 39,78 529,00

C 850,00 0,00 0,00 850,00 73,53 - 73,53 776,47D 1.200,00 0,00 0,00 1.200,00 108,00 - 108,00 1.092,00

E (1 dep) 2.500,00 0,00 0,00 2.500,00 275,00 116,89 391,89 2.108,11F 3.500,00 0,00 0,00 3.500,00 318,37 349,76 668,13 2.831,87

G (3 dep) 5.000,00 0,00 0,00 5.000,00 318,37 653,32 971,69 4.028,31Total 14.050,00 170,00 81,30 14.301,30 1.182,78 1.119,97 2.302,75 11.998,55

Nota: Teto de Salário de Contribuição para a Previdência Social = R$ 2.894,28.

Os empregados “E” e “G” têm dependentes (esposa e filhos) que devem ser considerados para fins de cálculos do IRRF, sendo que o empregado E, tem um dependente e o empregado G, tem 3 dependentes.

Exemplos de cálculos de encargos sociais – INSS e IRRF.

a) Cálculo do encargo com INSS:

Funcionário “G” que ganha R$ 5.000,00 mensais neste caso, o valor do INSS a ser descontado do empregado é de R$ 318,37, porque o seu salário está acima do teto da previdência e nenhum empregado pode contribuir com mais que 11% sobre o teto de R$ 2.894,28.

Observação: Os cálculos do INSS dos empregados que ganham menos que R$ 2.894,28, é só aplicar a alíquota da tabela sobre o valor do salário do empregado.

b) Cálculo do IRRF:

Funcionário “G” que ganha R$ 5.000,00 mensais, o IRRF a ser descontado é o seguinte:

1. Valor do salário ...........................R$ 5.000,002. Dedução com 3 dependentes......R$ 396,15 (3 x R$ 132,05).3. Dedução do INSS de folha..........R$ 318,37 (11% sobre R$ 2.894,28).4. Base de Cálculo do IRRF............R$ 4.285,485. Alíquota de 27,5% (tabela)..........R$ 1.178,51 6. Dedução permitida (tabela).........R$ 525,19 7. Valor do IRRF a ser descontado.R$ 653,32

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Observação: Os demais cálculos seguem os mesmos critérios acima, devendo apenas ser constatado se o empregado tem ou não dependentes, tendo é só aplicar a tabela de deduções publicada pela Receita Federal do Brasil em vigor no mês dos cálculos.

Lançamento contábil da folha de pagamento a ser paga no mês subseqüente:

Total líquido da folha a ser pago no mês subseqüente....R$ 11.998,55.

Débito: Despesas com Salários................................... R$ 14.050,00Débito: Despesas com Horas Extras........................... R$ 170,00Débito: INSS a Recolher – Salário Família................ R$ 81,30Crédito: INSS a Recolher............................................ R$ 1.182,78Crédito: IRRF a Recolher............................................ R$ 1.119,97Crédito: Salários a Pagar............................................. R$ 11.998,55

Nota: Tabela do Salário-família publicada pelo Ministério da Previdência Social em vigor a partir de 01/04/2007. A cota de salário-família é devida ao trabalhador que tenha filho com idade até 14 (quatorze) ano, desde que a remuneração do empregado esteja limitada ao valor definido pela Previdência Social, a saber:

Remuneração Valor da Cota – R$Até R$ 449,93 23,08De R$ 449,94 até 676,27 16,26

Observação - A cota de salário-família paga ao empregado em folha, é encargo da Previdência Social, ou seja, a empresa paga ao empregado na folha de pagamento e, depois desconta das contribuições do INSS devida à Previdência Social.

2.7.2 ENCARGOS PATRONAIS SOBRE A FOLHA

Ainda sobre o Salário do empregado, a empresa deverá calcular e recolher a sua contribuição, que são o INSS PATRONAL e o FGTS do empregado.

A empresa Alfa & Cia Ltda., no último dia do mês, deverá calcular e contabilizar os encargos sociais patrimoniais que compõe-se do INSS e FGTS. A alíquota do INSS patronal (encargo da empresa) pode ser de 26,8%, 27,8% ou 28,8% dependendo do SAT (Seguro Acidente de Trabalho, que pode ser de 1%, 2% ou 3% - vide tabela abaixo) e do FGTS é de 8,0%.

a) Cálculo e lançamento contábil do INSS patronal sobre a folha de pagamento:

total da folha de pagamento = R$ 14.220,00 x 27,8% = R$ 3.953,16.

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Débito: Despesas com Encargos Sociais - INSS Crédito: INSS a Recolher......................................................R$ 3.953,16

b) Cálculo e lançamento contábil do FGTS sobre a folha de pagamento:

total da folha de pagamento = R$ 14.220,00 x 8,0% = R$ 1.137,60.

Débito: Despesas com Encargos Sociais - FGTSCrédito: FGTS a Recolher.....................R$ 1.137,60.

Os encargos sociais de 27,8% (parte empresa) devidos mensalmente à Previdência Social, referente ao INSS sobre os salários dos empregados, se compõem dos seguintes percentuais assim distribuídos:

Encargos sobre a folha %Contribuição ao INSS – parte da empresa 20Sesi, Sesc 1,5Senai, Senac 1Incra 0,2Sebrae 0,6Salário-Educação 2,5Seguro de Acidente do Trabalho (1) 2

Total 27,8

(1) O percentual de contribuição relativo ao seguro de acidentes do trabalho depende do grau de risco da atividade da empresa, como segue:

Risco leve = 1%; Risco médio = 2%; Risco grave = 3%

2.7.3 PROVISIONAMENTO MENSAL DA FOLHA

As empresas possuem ao final do ano o 13o. Salário e quando o empregado completa 1 ano de trabalho, a empresa tem a responsabilidade de pagar férias. Assim, estes dois valores, uma vez que são obrigatórios, devem ser provisionados mensalmente. Estas informações auxiliam a Contabilidade a informar os verdadeiros gastos mensais de uma organização.

O cálculo é bem simples, também não se pode esquecer de que sobre o 13o. salário e sobre as férias incidem INSS Empresa e FGTS.

1.1 – Cálculo do 13o. Salário:a) 1/12 de 13 o . Salário = Valor do Salário Bruto / 12 = 1/12 de 13o. salário;

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b) INSS Empresa = 1/12 de 13o. Salário x 27,8% = INSS sobre 1/12 de 13o. Salário

c) FGTS = 1/12 de 12o. Salário x 8% = FGTS sobre 1/12 de 13o. Salário.

1.2 – Calculo das Férias (considerando 1 ano)

a) 1/12 de Férias = Valor do Salário Bruto / 12 = 1/12 de Férias;

b) 1/3 de Férias = 1/12 de Férias / 3 = 1/12 de 1/3 de Férias/

c) INSS Empresa = 1/12 de Férias + 1/12 de 1/3 de Férias x 27,8% = INSS sobre Provisão de Férias

d) FGTS = . 1/12 de Férias + 1/12 de 1/3 de Férias x 8% = FGTS sobre Provisão de Férias.

 

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REFERÊNCIA

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE – Resolução 750/93 – Princípios Contábeis – Brasil.

EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA USP (Sergio de Iudícibus – coordenador). Contabilidade Introdutória. 9a. ed. São Paulo : Atlas, 1998.

EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA USP. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 4a. ed. São Paulo : Atlas, 1994.

ROSSETTI, Jose Paschoal. Introdução à Economia. 6a. ed. São Paulo : Atlas, 1977.

SÁ, Antonio Lopes de. Dicionário de Contabilidade. 6a. ed. São Paulo : Atlas, 1977.

SOARES FILHO, Jose Guilherme. Novo Código Civil. Rio de Janeiro : DP&A, 2002.

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