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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-CORREGEDOR DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS. O DIRETÓRIO ESTADUAL DO PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA EM MINAS GERAIS – PSDB-MG, representando por seu Presidente, Deputado Federal Marcus Pestana, por seu procurador infra-assinado (doc.1 ), vem, respeitosamente, perante V. Exª., com fundamento no §3º, do art. 45, da Lei nº 9.096/95, ajuizar a presente R E P R E S E N T A Ç Ã O com pedido urgente de liminar em face do Partido dos Trabalhadores – PT, por seu Diretório Estadual em Minas Gerais, tendo por 1

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-CORREGEDOR DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MINAS GERAIS.

O DIRETÓRIO ESTADUAL DO PARTIDO DA SOCIAL

DEMOCRACIA BRASILEIRA EM MINAS GERAIS – PSDB-MG, representando

por seu Presidente, Deputado Federal Marcus Pestana, por seu

procurador infra-assinado (doc.1), vem, respeitosamente, perante V. Exª.,

com fundamento no §3º, do art. 45, da Lei nº 9.096/95, ajuizar a presente

R E P R E S E N T A Ç Ã O

com pedido urgente de liminar

em face do Partido dos Trabalhadores – PT, por seu Diretório Estadual

em Minas Gerais, tendo por objeto inserção de propaganda partidária

veiculada na televisão - em âmbito estadual – no corrente mês de Abril de

2015, pelas razões de fato e de direito a seguir delineadas.

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I - Síntese dos fatos:

1. Na propaganda partidária gratuita na TV – veiculada entre as

19:30 hrs e 22:00 hrs dos dias 10, 13 e 15 de abril de 2015, transmitida em

forma de inserções regionais pelas emissoras de televisão (doc.2- CD-

Inserções), o Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais, PT/MG, desviou

a finalidade de seu programa partidário exibindo inserção contendo

informação falsa, senão vejamos:

2. Verifica-se na transcrição da locução, a indevida utilização

pelo Representado, do espaço destinado exclusivamente a Propaganda

Partidária gratuita disciplinada pelo art. 45, da Lei 9.096/95, com a

veiculação de propaganda de cunho, eminentemente eleitoral, com o uso

de recursos e expressões que distorcem e falseiam os fatos.

3. Com efeito, nas 12 (doze) inserções de 30” (trinta segundos)

cada, o Partido Representado, através da locução de seu filiado e

Governador do Estado, Fernando Pimentel, faz as seguintes afirmações:

Imagem Locução

Fernando Pimentel em imagens de

estúdio na representação de um

escritório.

Fernando Pimentel: “2015 será um ano de muito trabalho. Recebemos o Estado com um rombo de R$6 bilhões, obras paradas e pagamentos atrasados. Não adianta olhar para trás e culpar os outros. Mas é preciso reconhecer: a situação é grave.

Agora, estamos arrumando a casa. Já cortamos 20% dos cargos de confiança. Estamos fazendo auditoria rigorosa para acabar com o desperdício de dinheiro público. Com trabalho e transparência, vamos vencer os desafios e fazer a Minas Gerais dos nossos sonhos.”

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4. Trata-se, convém esclarecer, de inserção de propaganda

partidária estadual, realizada com fundamento no art. 45 da Lei 9.096/95,

que cumpre a distribuição de horário de propaganda partidária gratuita

estabelecida por esse egrégio Tribunal Regional Eleitoral que deferiu ao

Partido dos Trabalhadores, no 1º e 2º semestres de 2015, as seguintes

datas para veiculação de Propaganda Partidária por meio de inserções

regionais, (doc. 3) enexo:

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5. É fácil ver, entretanto, que a propaganda em apreço contém

evidente desvio no quanto concerne às balizas temáticas estabelecidas

pelo art. 45 (incisos I a III), da Lei 9.096/95, incidindo, sem a menor

cerimônia, nos proibitivos do § 1º do mesmo dispositivo, em especial o

inciso III que veda “a utilização de imagens ou cenas incorretas ou

incompletas, efeitos ou quaisquer outros recursos que distorçam ou

falseiem os fatos ou a sua comunicação”.

6. Não se trata de mero equívoco, mas sim de deliberada

propaganda negativa: as afirmações falsas de que: “Recebemos o Estado

com um rombo de R$6 bilhões” e “Já cortamos 20% dos cargos de

confiança”; tais assertivas apresentam o explícito propósito de alardear a

equivocada noção de que as políticas públicas levadas a efeito por filiados

de destaque da agremiação representante negligenciaram a boa gestão

dos recursos públicos em Minas Gerais.

II - Do Direito:

7. Dispõe o artigo 45, da Lei 9.096/95 que:

“Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou

ao vivo, efetuada mediante transmissão por rádio e

televisão será realizada entre as dezenove horas e

trinta minutos e as vinte e duas horas, para, com

exclusividade:

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I- difundir os programas partidários;

II- transmitir mensagens aos filiados sobre a

execução do programa partidário, dos eventos

com este relacionados e das atividades

congressuais do partido;

III- divulgar a posição do partido em relação a temas

político-comunitários.

IV- Promover e difundir a participação política

feminina, dedicando às mulheres o tempo que

será fixado pelo órgão nacional de direção

partidária, observado o mínimo de 10% (dez por

cento).

§ 1º. Fica vedada, nos programas de que trata este

Título:

I- a participação de pessoa filiada a partido que não

o responsável pelo programa;

II- a divulgação de propaganda de candidatos a

cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais

ou de outros partidos;

III- a utilização de imagens ou cenas incorretas ou

incompletas, efeitos ou quaisquer outros

recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou

a sua comunicação. (grifamos)

§ 2º O partido que contrariar o disposto neste artigo

será punido:

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I- quando a infração ocorrer nas transmissões em

bloco, com a cassação do direito de transmissão

no semestre seguinte;

II- quando a infração ocorrer nas transmissões em

inserções, com a cassação de tempo equivalente

a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no

semestre seguinte. (grifamos)

III – Do desvirtuamento das finalidades de Propaganda Partidária:

8. Dos fatos narrados é evidente o desvirtuamento das

finalidades da propaganda partidária em questão, enunciadas no citado

art. 45, porquanto a proposta foi a de, além de fraudar o objetivo do

espaço de propaganda partidária garantido por lei, também o de mentir,

distorcer, falsear e incutir na população mineira e nos filiados do partido

representante, a falsa idéia de deslealdade no plano ético, repercutindo

diretamente na credibilidade do ora requerente, maculando e degradando

sua reputação, honra e imagem perante toda sociedade mineira.

9. Efetivamente, ao afirmar que:

“2015 será um ano de muito trabalho. Recebemos o Estado com um rombo de R$6 bilhões, obras paradas e pagamentos atrasados. Não adianta olhar para trás e culpar os outros. Mas é preciso reconhecer: a situação é grave.

Agora, estamos arrumando a casa. Já cortamos 20% dos cargos de confiança. Estamos fazendo auditoria rigorosa para acabar com o desperdício de dinheiro público. Com trabalho e transparência, vamos vencer os desafios e fazer a Minas Gerais dos nossos sonhos.”

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O Partido Representado, por meio de seu filiado e Governador do Estado

Fernando Pimentel, mentiu deliberadamente à população mineira ao fazer

a divulgação dolosa de fato falso ou distorcido, o que, por si só, é

suficiente para a contrariedade e enquadramento do ilícito no disposto no

inciso III, do §1º, do Art. 45 da Lei 9.096/95. Eis que pretendeu-se incutir

na sociedade mineira a idéia de que a gestão do partido representante à

frente do Executivo Estadual não observou e respeitou os princípios

constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência da Administração Pública.

Nobre Desembargador-Corregedor,

10. Verifica-se, da leitura atenta da transcrição do texto da

propaganda partidária veiculada por meio de inserções de 30” (trinta

segundos), que em momento algum é pronunciado o nome do Partido

dos Trabalhadores, a quem o artigo 45, da Lei 9.096/95, conferiu o direito

e disponibilizou o espaço para, com exclusividade: (a)- difundir os

programas partidários; (b)- transmitir mensagens aos filiados; (c)- divulgar

a posição do partido em relação a temas político-comunitários e, (d)-

promover e difundir a participação política feminina;

11. O Partido dos Trabalhadores foi esquecido por sua liderança

política maior no Estado ao longo de toda sua locução durante a dita

“Propaganda Partidária” veiculada; inclusive, chega-se ao cúmulo e a

desfaçatez de até mudar as cores do Partido dos Trabalhares na indigitada

propaganda, o tradicional vermelho cede lugar ao branco, basta observar

com atenção a estrela solitária do PT que aparece, uma única vez e bem

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rapidamente, no finalzinho da propaganda veiculada – estrela com o

fundo branco – conforme pode ser visto no vídeo (doc.2 do CD-inserções)

em anexo.

12. Quanto ao texto veiculado na propaganda dita “Partidária”,

ao vociferar: “(...)Recebemos o Estado com um rombo de R$6 bilhões, obras

paradas e pagamentos atrasados. (...)”, o próprio Governo do Estado se

contradiz na medida em que no orçamento anual, por ele mesmo

elaborado e enviado à Assembléia Legislativa, fala-se em déficit de 7

bilhões. Ou seja, aumenta-se ou diminui-se 1 bilhão de reais de acordo

com a conveniência política do momento. Sobre a discrepância na

divulgação dos números orçamentários, scanneamos abaixo cópia da

matéria de autoria do Sindifisco, publicada no jornal “Estado de Minas” de

30-03-2015, (doc.4), que demonstra que o Governador do Estado sonegou

a informação sobre a receita de 1 bilhão e meio de reais no orçamento

anual do Estado, com o claro objetivo de tentar desenhar uma situação

mais grave do que de fato existe no Estado.

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13. Também abaixo scanneada, matéria veiculada pelo jornal

Folha de São Paulo contendo o mapa do Brasil com a indicação da situação

fiscal de cada um dos Estados da federação – íntegra da matéria em anexo

(doc.5); também em anexo (doc.6), matéria do Jornal o Globo,

demonstrando a inexistência do propalado déficit de 6 bilhões.

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14. Ainda sobre o dito e propalado déficit de 6 Bilhões nas contas

do Estado de Minas Gerais, scanneamos a seguir matéria divulgada pela

agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), no seguinte

endereço eletrônico no último dia 10-04-2015:

http://www.standardandpoors.com/ratings/articles/pt/la?

articleType=HTML&assetID=1245384380797.

“Standard & Poor’s desmente Pimentel, reconhece boas condições das contas em Minas e mantém grau de investimento do Estado

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) divulgou, no último dia 10, nova avaliação sobre Minas Gerais e manteve o grau de investimento do Estado. Na prática, a ação demonstra as boas condições das contas públicas de Minas, desmentindo as últimas informações do novo governador que veio a público tentar desqualificar o trabalho realizado até então por seus antecessores. A partir da análise dos dados de 2014, a agência decidiu manter os ratings do Estado em ‘BBB-‘ na escala global e em ‘brAAA’ na escala nacional. A S&P está entre as agências mais conceituadas no mundo e adota metodologia própria de avaliação que não é contestada. O próprio governador já comemorou o anúncio da manutenção do rating.

A agência avalia como “forte” o desempenho orçamentário do Estado nos últimos anos. Registra em seu relatório que “os superávits operacionais do Estado têm permanecido historicamente altos”. “Os ratings de Minas Gerais refletem sua gestão financeira satisfatória. Esperamos que o Estado mantenha seu desempenho orçamentário forte nos próximos dois anos”, destaca o relatório.

A Standard & Poor’s ainda coloca Minas Gerais como um dos centros econômicos mais importantes do Brasil, com PIB per capita estimado em US$10.145 em 2013. “A robusta economia do Estado contribui com 9,3% – a terceira maior porcentagem – do PIB nacional”, relata.

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A agência indica, ainda, que a reestruturação da dívida mineira pela última administração estadual reduzirá a despesa com juros, o que vai favorecer a sustentação dos superávits orçamentários de 2015 e nos anos seguintes.

“Esperamos que Minas Gerais continue executando seus planos de redução de custo, o que deverá ajudar o Estado a manter o superávit operacional em 4%5% das receitas operacionais nos próximos três anos. No entanto, suas despesas com juros caíram após a reestruturação de sua dívida em 20122013, o que ajudará a sustentar a estabilidade dos superávits operacionais”, destaca o documento.

A divulgação do rating de Minas Gerais pela agência foi feita juntamente com de outros estados. São Paulo, por exemplo, também teve seu rating confirmado como grau de investimento. Já o Rio de Janeiro teve sua nota rebaixada. Recentemente o Brasil também teve sua nota rebaixada, ainda que se mantendo o grau de investimento. Na ocasião, a agência considerou que no governo federal tinha feito “derrapagem fiscal” e, corretamente, previu que a execução fiscal seria “fraca”. Em seguida, e como decorrência da piora do rating do Brasil, foram rebaixadas as notas dos bancos federais, Banco do Brasil, Caixa e BNDES.

Assim, Minas Gerais manteve sua classificação de risco mesmo num contexto adverso que prejudicou outras avaliações no país e que, no caso da maioria dos estados, deu uma contribuição negativa para a arrecadação.”

15. Outro fato mentiroso, também propalado pelo Representado,

ao afirmar que: “(...) Agora, estamos arrumando a casa. Já cortamos 20% dos

cargos de confiança.(...)”, tal assertiva também não se sustenta se

confrontada com a “NOTA TÉCNICA SOBRE A EXTINÇÃO DE CARGOS EM

COMISSÃO NO ANO DE 2015” abaixo scanneada, (doc.7 em anexo), na

qual demonstra com percuciência o engodo perpetrado pelo filiado ao

Partido Representado, senão vejamos:

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16. Extrai-se das informações técnicas acima transcritas que, de

forma mais simplificada, como o corte de cargos só pode ser feito por

meio de Lei que determine o quantitativo de cargos a cortar, seguida de

Decreto que identifique de maneira específica os cargos cortados, fica fácil

constatar que o atual governo mentiu à população quando disse que

cortou centenas de cargos em comissão. Prova disso, portanto, é a

inexistência de instrumento legal que confirme o propalado corte de 20%

(vinte por cento) dos cargos de confiança.

17. Da análise acurada de tudo o que foi dito na propaganda

partidária pelo representado e das provas e assertivas apresentadas pelo

Representante, chega-se à induvidosa conclusão que o objetivo da

propaganda dita “Partidária” não foi o de difundir os programas

partidários, transmitir mensagens aos filiados sobre a sua execução ou

divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários.

FOI, SEM NENHUMA DÚVIDA, VIOLAÇÃO AO ART. 45 DA LEI 9.096/95 E

ABUSO DE DIREITO, A PRETEXTO DE VEICULAR PROPAGANDA

PARTIDÁRIA, COM EXCLUSIVO INTUITO DE FALSEAR E DISTORCER A

VERDADE DOS FATOS, o que, nos termos da legislação partidária e do

código eleitoral, data maxima venia, não pode ser tolerado.

18. Certo é que a conduta do representado incidiu no

proibitivo do § 1º do art. 45 da Lei 9.096/95, a atrair a sanção do § 2º,

inciso II, do mesmo dispositivo, com a redação que lhe deu a Lei

12.034/09:

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“§ 2º O partido que contrariar o disposto neste artigo será punido:

I – (...);

II – quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, com a

cassação de tempo equivalente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita,

no semestre seguinte.”

19. Para tanto, será necessária a expedição de ofício às emissoras

de rádio e televisão para que apresentem o relatório de veiculação das

inserções impugnadas. Na falta desse relatório, recomenda-se a utilização

da própria grade de inserções produzida e aprovada por esse E. Tribunal

no processo administrativo que julgou o pedido de veiculação das

inserções no primeiro e segundo semestres do corrente ano, conforme

parte da planilha scanneada do site do egrégio TRE-MG, transcrita no item

4 acima.

IV – Acervo Jurisprudencial:

20. Confira-se, a propósito, trecho de lapidar voto proferido pelo

eminente Ministro Peçanha Martins, que ao julgar a RP nº 677/DF

caracterizou de forma ímpar, como propaganda partidária irregular, a

distorção de fato e o falseamento de sua comunicação, tal como se cogita

na espécie, verbis:

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DIVULGAÇÃO DOLOSA DE FATO FALSO OU DISTORCIDO

Conforme assinalou o C. Tribunal Superior Eleitoral na RP nº 677/DF,

Min. Peçanha Martins, DJU 18.11.2004:

“A distorção de fato e o falseamento de sua comunicação, com a

finalidade de extrair dividendos políticos para o partido responsável

pelo programa, configuram infração ao disposto no inciso III do §1º, do

art. 45 da Lei nº 9.096/95, ainda que não tenham sido utilizados

artifícios de montagem ou trucagem, do que decorre a cassação do

direito de transmissão subseqüente.”

21. Ademais, a jurisprudência do Colendo Tribunal Superior

Eleitoral é no sentido de que a divulgação dolosa de fato falso ou

distorcido é suficiente para a contrariedade ao art. 45, §1º, inc. III, da Lei

9.096/95.

22. Colacionamos abaixo, ementa de decisão do Egrégio Tribunal

Regional Eleitoral de Minas Gerais sobre caso análogo ao presente, senão

vejamos:

a)- Representação n. 254/2006, de 17-07-2006, da Relatoria do

Desembargador Nilo Schalcher Ventura:

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Inteiro Teor do Acórdão e Resolução - MGInteiro Teor Processo Classe do Processo

RP - 2542006 Representação

Nº da Decisão Município - Uf de Origem Data873 BELO HORIZONTE - MG 17/07/2006

Relator  NILO SCHALCHER VENTURAPublicação  DJMG - Diário do Judiciário-Minas Gerais, Data 02/08/2006, Página 76

Ementa 

REPRESENTAÇÃO Nº 254/2006 26ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte Representante: Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB Representado: Partido dos Trabalhadores - PT Relator: Des. Nilo Schalcher Ventura ACÓRDÃO Nº 873/2006 Representação. Programa político-partidário. Inserções regionais. Art. 45 da Lei nº 9.096/95. Liminar indeferida. Comparação entre administrações, exaltando os nomes dos Chefes do Poder Executivo. Inobservância do caráter impessoal da propaganda partidária. Objetivo de influenciar a opinião do eleitor. Caracterização de desvirtuamento da propaganda. Abstenção de veiculação da propaganda eleitoral negativa. Impossibilidade em sede de programa político-partidário, pois a sanção prevista na lei é a cassação do direito de transmissão a que o partido político faria jus no semestre seguinte. Art. 45, §2º, da Lei nº 9.096/95. Decote apenas de tempo utilizado em expressão constante da propaganda. Impossibilidade, pois o desvirtuamento se deu em toda a mensagem propalada. Representação julgada parcialmente procedente, para condenar o representado à perda de quarenta segundos de propaganda politico-partidária gratuita, por meio de inserções estaduais, a que faria jus no primeiro semestre de 2007. Vistos, relatados e discutidos os autos do processo acima identificado, ACORDAM os Juízes do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, à unanimidade, em julgar parcialmente procedente a representação, nos termos das notas taquigráficas do julgamento, que integram o presente aresto. Belo Horizonte, 17 de julho de 2006. Des. ARMANDO PINHEIRO LAGO Presidente Des. NILO SCHALCHER VENTURA Relator

Decisão  Julgaram parcialmente procedente a representação.

Parte Interessada 

Representante : Partido da Social Democracia Brasileira - PSDBAdvogado(a):João Batista de Oliveira FilhoAdvogado(a):José Sad JúniorAdvogado(a):Rodrigo Rocha da SilvaAdvogado(a):Thiago Lopes Lima NavesAdvogado(a):Igor Bruno Silva de OliveiraRepresentado : Partido dos TrabalhadoresAdvogado(a):Edilene Lôbo

Indexação 

23. Nesse sentido, aliás, o voto do insigne Ministro Eduardo

Ribeiro ao julgar a Representação nº 115 – Classe 30ª - SP, in verbis:

“Sendo certo que essa transmissão não pode subsumir-se ao

disposto nos itens I e II do artigo 45 da Lei 9.096/95, tenho como

certo que ao contrário do que sustenta a defesa, não se acha

amparada pelo item III. Valeu-se o Partido do tempo que lhe era

assegurado para reiterar ofensas, procurando, diretamente,

esvaziar a resposta que fora dada. Obviamente não é esse o

objetivo da Lei, pois, como observou o Ministério Público, “não

se trata de simples exploração de tema político-comunitário,

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como quer fazer crer o representado, mas de discurso ofensivo à

honra do ex-prefeito”. Uma coisa é tratar-se de questões

administrativas, mostrando qual é, a respeito delas, a posição do

partido, quando se admitem críticas, ainda que algo pesadas.

Outra, utilizar-se do programa que há de ser voltado para a

propaganda partidária para insistir em ofensas, buscando tornar

inútil a determinação da justiça Eleitoral.

Julgo procedente a representação para cassar o direito à

divulgação do programa regional de propaganda partidária, no

Estado de São Paulo, a fazer-se no primeiro semestre do

corrente ano.”

V - Do Pedido Liminar:

24. Tendo em vista a incontroversa ilicitude da propaganda

partidária veiculada pelo PT-MG, que se revela, além de falsa e

distorcida, violadora do art. 45 da Lei 9.0696/95, bem como deliberada

propaganda negativa com explicito propósito de alardear a equivocada

noção de que as políticas públicas levadas a efeito por filiados de

destaque da agremiação representante negligenciam o equilíbrio das

contas públicas, requer, desde já, seja liminarmente impedida a

reapresentação da citada propaganda partidária nas inserções regionais

a que o representado faz jus, uma vez que cabe a Justiça Eleitoral

impedir a reapresentação da propaganda efetuada em desacordo com as

normas legais (art. 45, da Lei 9.096/95).

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25. Considerando a relevância dos fundamentos aqui invocados,

impõe-se a imediata suspensão da propaganda guerreada, por já ser

possível o conhecimento de seu conteúdo, (vide doc. 2 – CD-Inserções),

não se tratando de censura prévia e sim da manutenção do equilíbrio e

igualdade de condições para todos os partidos – missão que cabe com

exclusividade à Justiça Eleitoral, no cumprimento da Lei dos Partidos

Políticos que assim tutela o processo democrático.

26. A liminar mostra-se necessária e urgente, porquanto o

partido representado possui ainda, no decorrer do mês de Abril, nos dias

22, 24 e 27, 18 (dezoito) inserções, no programa partidário transmitido em

forma de inserções de 30” (trinta segundos) cada, conforme a planilha

anexa, (doc.3), estando presentes, no caso em apreço, o “fumus boni

iuris” e o “periculum in mora”, pelas razões acima invocadas.

27. Por esta razão, requer-se a imediata suspensão das

propagandas em apreço, oficiando-se não apenas ao Partido

Representado como às emissoras de rádio e televisão com sede no

território de jurisdição dessa E. Corte Regional Eleitoral, garantindo-se

àquele a substituição da propaganda vergastada, para evitar o prejuízo no

uso regular de seu espaço de propaganda partidária lícita.

VI – Conclusão:

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28. Diante do exposto, e juntando-se à presente o CD das

inserções impugnadas (doc.2), requer-se:

a) a concessão de liminar, inaudita altera pars, a fim de

que seja impedida a reapresentação das

mencionadas propagandas partidária no

âmbito estadual;

b) a oitiva da Zelosa Procuradoria Regional Eleitoral;

c) a expedição de ofícios às emissoras de TV, a fim de que

seja informada a quantidade de exibições

da inserção impugnada;

d) a Notificação do Partido Representado para, querendo,

apresentar sua defesa no prazo legal;

e) seja julgado procedente o pedido,

condenando-se o representado à cassação

do direito de transmissão de propaganda

partidária a que faria jus, no semestre

seguinte ao do julgamento da presente,

nos termos do art. 45, § 2º, inciso II, da Lei

nº 9.096/95, para cassar o tempo

equivalente a 5 (cinco) vezes o total de

exibições da inserção ilícita.

Termos em que, pede deferimento,

Belo Horizonte, 16 de Abril de 2015.

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P.p. Reginaldo Luiz Nunes

OAB-MG nº 69.039.

ROL DE DOCUMENTOS EM ANEXO:

- DOC. 01 – Procuração;

- DOC. 02 – (CD-Inserções);

- DOC 03 – Quadro do TRE – Veiculação de Inserções 2015;

- DOC 04 – Matéria do Sindifisco no Jornal Estado de Minas;

- DOC 05 – Matéria – Jornal Folha de São Paulo;

- DOC 06 – Matéria – Jornal O Globo.

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