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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO Ano VIII – nº 97 – Porto Alegre, segunda-feira, 29 de abril de 2013 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Expediente SPLE Nro 57/2013 Secretaria do Plenário Judicial AUTOS COM DESPACHO MANDADO DE SEGURANÇA Nº 0000585-49.2013.404.0000/RS RELATOR : Des. Federal LUÍS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLE IMPETRANTE : THALES BRAGHINI LEAO ADVOGADO : Tiana Willig Tischler IMPETRADO : DESEMBARGADOR(A) FEDERAL PRESIDENTE DA COMISSAO DO XV CONCURSO PUBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO DE JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 4A REGIAO INTERESSADO : UNIÃO FEDERAL PROCURADOR : Procuradoria-Regional da União DECISÃO THALES BRAGHINI LEÃO impetrou o presente mandado de segurança em face do DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO 1 / 743

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DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIOAno VIII n 97 Porto Alegre, segunda-feira, 29 de abril de 2013

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

PUBLICAES JUDICIAIS

SECRETARIA DO PLENRIO, CORTE ESPECIAL E SEES

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

Expediente SPLE Nro 57/2013

Secretaria do Plenrio Judicial

AUTOS COM DESPACHO

MANDADO DE SEGURANA N 0000585-49.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal LUS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLEIMPETRANTE : THALES BRAGHINI LEAOADVOGADO : Tiana Willig Tischler

IMPETRADO :DESEMBARGADOR(A) FEDERAL PRESIDENTE DA COMISSAODO XV CONCURSO PUBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO DEJUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 4A REGIAO

INTERESSADO : UNIO FEDERALPROCURADOR : Procuradoria-Regional da Unio

DECISO

THALES BRAGHINI LEO impetrou o presente mandado de segurana em face do

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Ds. Federal Luiz Fernando Wowk Penteado - Presidente da Comisso do XV Concurso Pblicopara Provimento de Cargo de Juiz Federal substituto da 4 Regio.

Aduz que foi impedido de continuar participando do concurso pblico paraprovimento de cargo de juiz federal substituto em razo da no anulao da questo n 33, quealm da assertiva "c", tambm possuiu como incorreta a alternativa "A". Com a anulao dareferida questo obter 60 acertos, que foi a nota de corte, com o que ser propiciado aoimpetrante a oportunidade de participar da segunda fase do certame a se realizar nos dias 12,13e 14 de abril do corrente ano.

Foi indeferida a liminar.Foram apresentadas informaes, fls. 180-183.O MPF opinou pela extino do feito por perda do objeto e, no mrito pela

denegao da ordem. o relatrio.Decido.A parte autora pretendia com a presente medida, assegurar sua participao nas

provas discursivas que ocorreram nos dias 12,13 e 14 de abril de 2013.A liminar foi indeferida nos seguintes termos:"Discute-se a atribuio de nota, pela Banca Examinadora, prova de prtica jurdica('prova prtico-profissional') em exame de Ordem - questo bastante complexa e quedemanda, por parte do examinador, estabelecimento de critrios de valorao euniformizao.

Pretende o impetrante a interveno do Poder Judicirio para, de forma objetiva, aumentarsua nota no certame, dizendo ter atendido aos requisitos exigidos pela Banca Examinadora.Observe-se, entretanto, que a correo da prova prtica do exame da Ordem dos Advogadosdo Brasil no leva em conta apenas a meno a determinado tpico para atribuio de nota,mas pretende demonstrao, pelo candidato, de domnio suficiente sobre a matria - oraciocnio jurdico, fundamentao e consistncia, a capacidade de interpretao eexposio, a correo gramatical e a tcnica profissional demonstrada.

A avaliao de questo jurdica complexa como a prova prtico-profissional no matemtica, no sendo o direito cincia exata. Assim, no basta que o candidato tenhaatendido formalmente requisitos bsicos essenciais. Cabe-lhe demonstrar conhecimento eaptido para o exerccio da profisso mediante argumentao calcada na cincia jurdica,atravs da qual se pudesse perceber sua capacidade em manejar conceitos, traarestratgias eficientes, utilizar vocabulrio tcnico prprio, tratar de forma lgica as idias,alinhar raciocnio lgico complexo, esboar tticas argumentativas, agregar motivosadicionais, tratar o enunciado legal luz da hermenutica, ilustrar as hipteses em estudocom breve digresso histrica, se importante e pertinente, mencionar doutrina ejurisprudncia, etc. Nesse contexto, somente caberia interveno judicial se houvessedemonstrao de que a razoabilidade foi maculada, demonstrao inexistente no presentecaso. Assim, no cabe interferncia do Poder Judicirio sobre as concluses da BancaExaminadora.

A isto agregue-se o entendimento da jurisprudncia, firme nesse contexto:

'CONCURSO PBLICO. OAB. EXAME DA ORDEM. REEXAME DE PROVAS.- Em tema de concurso pblico, deve o Judicirio limitar-se verificao da legalidade dasnormas institudas no edital e dos atos praticados pela comisso responsvel pela realizaodo certame. defeso manifestar-se sobre o critrio de correo de prova e atribuio denotas, inerentes atividade da Administrao, de competncia exclusiva da BancaExaminadora.Precedentes desta Corte e do STF'.(TRF4, 3 Turma, AG 200504010487497/RS, Rel. Des. Federal Vnia Hack de Almeida, DJ

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15/03/2006, pg. 493)

No mesmo esprito, aplicvel ao caso em razo da afinidade, a jurisprudncia do SupremoTribunal Federal, h muito tempo j firmada no sentido de que no cabe ao Poder Judiciriosubstituir-se banca examinadora nos critrios de correo de provas e de atribuio denotas a elas, a que se submetem candidatos nos concursos pblicos.

Nesse sentido, exemplificativamente, reproduzo a seguinte deciso:

'Recurso extraordinrio. Concurso pblico. - Tambm esta Corte j firmou o entendimento deque no cabe ao Poder Judicirio, no controle jurisdicional da legalidade, que ocompatvel com ele, do concurso pblico, substituir-se banca examinadora nos critrios decorreo de provas e de atribuio de notas a elas (assino MS 21176, Plenrio, e RE140.242, 2 Turma). Pela mesma razo, seja, por no se tratar de exame de legalidade, nocompete ao Poder Judicirio examinar o contedo das questes formuladas para, em face dainterpretao dos temas que integram o programa do concurso, aferir, seu critrio, acompatibilidade, ou no, deles, para anular as formulaes que no lhe parecerem corretasem face desse exame. Inexiste, pois, ofensa ao artigo 5, XXXV, da Constituio. Recursoextraordinrio no conhecido.'(STF, 1a Turma, RE n 268.244/CE, Rel. Ministro Moreira Alves, unn., julg. em 09.05.2000;publ. em 30.06.2000)...3. Ante o exposto, INDEFIRO A LIMINAR. (...) (AI n. 5009526-34.2012.404.0000/PR, j.14/08/2012)(...)"

No houve inconformidade diante do indeferimento da liminar.Portanto houve a superveniente perda do objeto do presente mandado de

segurana.Dessa forma, nego seguimento ao mandamus, por prejudicado, nos termos do art.

557, caput, do CPC.Intimem-se.Publique-se.Decorrido o prazo legal, arquivem-se com baixa.

Porto Alegre, 19 de abril de 2013.MANDADO DE SEGURANA N 0000589-86.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal LUS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLEIMPETRANTE : TIANA WILLIG TISCHLERADVOGADO : Tiana Willig Tischler

IMPETRADO :DESEMBARGADOR(A) FEDERAL PRESIDENTE DA COMISSAODO XV CONCURSO PUBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO DEJUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 4A REGIAO

INTERESSADO : UNIO FEDERALPROCURADOR : Procuradoria-Regional da Unio

DECISO

TIANA WILLIG TISCHLER impetrou o presente mandado de segurana em facedo Ds. Federal Luiz Fernando Wowk Penteado - Presidente da Comisso do XV ConcursoPblico para Provimento de Cargo de Juiz Federal substituto da 4 Regio.

Aduz que foi impedido de continuar participando do concurso pblico para

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provimento de cargo de juiz federal substituto em razo da no anulao da questo n 33, quealm da assertiva "c", tambm possuiu como incorreta a alternativa "A". Com a anulao dareferida questo obter 60 acertos, que foi a nota de corte, com o que ser propiciado aoimpetrante a oportunidade de participar da segunda fase do certame a se realizar nos dias 12,13e 14 de abril do corrente ano.

Foi indeferida a liminar.Foram apresentadas informaes, fls. 148-151.O MPF opinou pela extino do feito por perda do objeto e, no mrito pela

denegao da ordem. o relatrio.Decido.A parte autora pretendia com a presente medida, assegurar sua participao nas

provas discursivas que ocorreram nos dias 12,13 e 14 de abril de 2013.A liminar foi indeferida nos seguintes termos:

"Discute-se a atribuio de nota, pela Banca Examinadora, prova de prtica jurdica('prova prtico-profissional') em exame de Ordem - questo bastante complexa e quedemanda, por parte do examinador, estabelecimento de critrios de valorao euniformizao.

Pretende o impetrante a interveno do Poder Judicirio para, de forma objetiva, aumentarsua nota no certame, dizendo ter atendido aos requisitos exigidos pela Banca Examinadora.Observe-se, entretanto, que a correo da prova prtica do exame da Ordem dos Advogadosdo Brasil no leva em conta apenas a meno a determinado tpico para atribuio de nota,mas pretende demonstrao, pelo candidato, de domnio suficiente sobre a matria - oraciocnio jurdico, fundamentao e consistncia, a capacidade de interpretao eexposio, a correo gramatical e a tcnica profissional demonstrada.

A avaliao de questo jurdica complexa como a prova prtico-profissional no matemtica, no sendo o direito cincia exata. Assim, no basta que o candidato tenhaatendido formalmente requisitos bsicos essenciais. Cabe-lhe demonstrar conhecimento eaptido para o exerccio da profisso mediante argumentao calcada na cincia jurdica,atravs da qual se pudesse perceber sua capacidade em manejar conceitos, traarestratgias eficientes, utilizar vocabulrio tcnico prprio, tratar de forma lgica as idias,alinhar raciocnio lgico complexo, esboar tticas argumentativas, agregar motivosadicionais, tratar o enunciado legal luz da hermenutica, ilustrar as hipteses em estudocom breve digresso histrica, se importante e pertinente, mencionar doutrina ejurisprudncia, etc. Nesse contexto, somente caberia interveno judicial se houvessedemonstrao de que a razoabilidade foi maculada, demonstrao inexistente no presentecaso. Assim, no cabe interferncia do Poder Judicirio sobre as concluses da BancaExaminadora.

A isto agregue-se o entendimento da jurisprudncia, firme nesse contexto:

'CONCURSO PBLICO. OAB. EXAME DA ORDEM. REEXAME DE PROVAS.- Em tema de concurso pblico, deve o Judicirio limitar-se verificao da legalidade dasnormas institudas no edital e dos atos praticados pela comisso responsvel pela realizaodo certame. defeso manifestar-se sobre o critrio de correo de prova e atribuio denotas, inerentes atividade da Administrao, de competncia exclusiva da BancaExaminadora.Precedentes desta Corte e do STF'.(TRF4, 3 Turma, AG 200504010487497/RS, Rel. Des. Federal Vnia Hack de Almeida, DJ15/03/2006, pg. 493)

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No mesmo esprito, aplicvel ao caso em razo da afinidade, a jurisprudncia do SupremoTribunal Federal, h muito tempo j firmada no sentido de que no cabe ao Poder Judiciriosubstituir-se banca examinadora nos critrios de correo de provas e de atribuio denotas a elas, a que se submetem candidatos nos concursos pblicos.

Nesse sentido, exemplificativamente, reproduzo a seguinte deciso:

'Recurso extraordinrio. Concurso pblico. - Tambm esta Corte j firmou o entendimento deque no cabe ao Poder Judicirio, no controle jurisdicional da legalidade, que ocompatvel com ele, do concurso pblico, substituir-se banca examinadora nos critrios decorreo de provas e de atribuio de notas a elas (assino MS 21176, Plenrio, e RE140.242, 2 Turma). Pela mesma razo, seja, por no se tratar de exame de legalidade, nocompete ao Poder Judicirio examinar o contedo das questes formuladas para, em face dainterpretao dos temas que integram o programa do concurso, aferir, seu critrio, acompatibilidade, ou no, deles, para anular as formulaes que no lhe parecerem corretasem face desse exame. Inexiste, pois, ofensa ao artigo 5, XXXV, da Constituio. Recursoextraordinrio no conhecido.'(STF, 1a Turma, RE n 268.244/CE, Rel. Ministro Moreira Alves, unn., julg. em 09.05.2000;publ. em 30.06.2000)...3. Ante o exposto, INDEFIRO A LIMINAR. (...) (AI n. 5009526-34.2012.404.0000/PR, j.14/08/2012)(...)"

No houve inconformidade diante do indeferimento da liminar.Portanto houve a superveniente perda do objeto do presente mandado de

segurana.Dessa forma, nego seguimento ao mandamus, por prejudicado, nos termos do art.

557, caput, do CPC.Intimem-se.Publique-se.Decorrido o prazo legal, arquivem-se com baixa.

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.MANDADO DE SEGURANA N 0002694-36.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONAIMPETRANTE : JOSE VLACIR SILVEIRA TRAMONTINADVOGADO : Jose Vlacir Silveira TramontinIMPETRANTE : ALESSANDRA RODRIGUES DA SILVAADVOGADO : Alessandra Rodrigues da Silva

IMPETRADO :JUIZ FEDERAL AUXILIAR DA VICE-PRESIDNCIA DO TRIBUNALREGIONAL FEDERAL DA 4A REGIO

INTERESSADO : MINISTRIO PBLICO FEDERALINTERESSADO : EVANDRO CESAR BAZZOADVOGADO : Defensoria Pblica da UnioINTERESSADO : MOACIR BATISTAADV. (DT) : Aline Maria Schuster

DECISO

1. JOS VLACIR SILVEIRA TRAMONTIN e ALESSANDRA RODRIGUES DA SILVA

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impetram o presente mandado de segurana contra ato do Juiz Federal Auxiliar da Vice-Presidncia, objetivando o deferimento liminar, inaudita altera pars, para a imediata suspensoda multa de 10 salrios mnimos aplicada aos advogados impetrantes, com base no caput do art.265 do CPP. No mrito, postulam a concesso definitiva da segurana para reconhecer-se ailegalidade do ato praticado, mediante o cancelamento definitivo da multa e excluso dasegunda impetrante da responsabilidade pelo seu pagamento.

Sustentam, em sntese, entre outros argumentos, no ter sido oportunizado ocontraditrio e de que no houve prejuzo ao ru.

2. A deciso atacada pelo presente mandamus foi exarada pelo Juiz Auxiliar daVice-Presidncia, nos seguintes termos:

"Aps o oferecimento de Recurso Excepcional pelo Ministrio Pblico Federal, o ru foiintimado a apresentar contra-razes, seja por intermdio de nota de expediente destinada aoseu procurador, seja por carta com AR que lhe foi pessoalmente dirigida.

Ante o silncio da parte, restou determinada a remessa dos autos Defensoria Pblica daUnio para oferecimento de contra-razes, a qual requereu aplicao de multa ao advogadoque representa os interesses do ru.

Dispe o Cdigo de Processo Penal:

Art. 263. Se o acusado no o tiver, ser-lhe- nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seudireito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiana, ou a si mesmo defender-se, casotenha habilitao.Pargrafo nico. O acusado, que no for pobre, ser obrigado a pagar os honorrios dodefensor dativo, arbitrados pelo juiz.(...)Art. 265. O defensor no poder abandonar o processo seno por motivo imperioso,comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salrios mnimos,sem prejuzo das demais sanes cabveis. (Redao dada pela Lei n 11.719, de 2008).

In casu, entendo que assiste razo Defensoria Pblica em relao necessidade deaplicao de sanes aos advogados que representam os interesses do ru.

A Constituio Federal afirma a ampla defesa como garantia fundamental. No processopenal, estando em questo a prpria liberdade do ru, exige-se do seu procurador o mximode zelo. Eventual omisso, se no suprida, abre margem para eventuais prejuzos ao ru ecorrelatas discusses quanto nulidade dos atos posteriores. Exige do Judicirio, assim, quecuide de suprir a omisso mediante nomeao de defensor dativo, o que implica retardo natramitao do feito, contribuindo para possveis efeitos prescritivos.

A omisso quanto apresentao de contra-razes, portanto, exige a prtica de atos parasuprir o abandono, tumultuando o processo e atraindo a aplicao da sano do art. 265 jtranscrito.

Acerca da aplicabilidade de tal dispositivo j se posicionou o Superior Tribunal de Justia:

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA. MULTA COMINADA A ADVOGADO PORABANDONO DO PROCESSO. INTIMAO PARA COMPARECER AUDINCIA.AUSNCIA INJUSTIFICADA. ART. 265, CAPUT, DO CPP. ARGUIO DEINCONSTITUCIONALIDADE. REJEIO. DECISO PLENAMENTE MOTIVADA.DESPROVIMENTO DO RECURSO ORDINRIO.

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1. Intimado para comparecer audincia de interrogao do acusado, deixou o patrono defaz-lo, sem justo motivo, comprometendo o bom andamento do processo e a ampla defesa doru, impondo, assim, a aplicao da penalidade de multa prevista no art. 265, caput, doCPP.2. No se vislumbra inconstitucionalidade do art. 265, caput, do CPP, ou ofensa aosprincpios do juiz natural, do devido processo legal, do contraditrio e da ampla defesa, emse tratando de sano de natureza processual, incluindo-se na esfera de discricionariedaderegrada do juiz natural do processo, sendo exercidos a ampla defesa e o contraditrioatravs da possibilidade de impugnar a deciso atacada por pedido de reconsiderao oumandado de segurana.3. Evidenciada a ausncia de ofensa a direito lquido e certo do advogado, ora recorrente,refoge via mandamental determinar a suspenso da multa arbitrada.4. Recurso Ordinrio a que se nega provimento.(RMS 31.966/PR, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADORCONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 14/04/2011, DJe 18/05/2011)

Assim, considerando que o ru deixou de oferecer contra-razes ao recurso excepcional, adespeito da intimao de seu advogado e, supervenientemente, de sua prpria intimaopessoal, tenho que a aplicao da multa derivada do abandono do processo de rigor.

Ante o exposto:

(a) Fixo multa na ordem de 10 salrios mnimos a ser suportada pelo(s) advogado(s) querepresenta(m) os interesses do ru;

(b) Condeno o ru a pagar honorrios Defensoria Pblica da Unio, na ordem de R$500,00 (quinhentos reais) em razo da necessidade de interveno de tal rgo para fins deoferecimento de contra-razes a recurso excepcional. Anoto que o depsito dever serrealizado na conta indicada pela prpria DPU (Titular: Defensoria Pblica da Unio, CNPJ:00.375.114/0001-16, Agncia 0002 - Planalto, Operao 006, Conta Corrente n 10.000-5);

(c) Comunique-se OAB dando conta da presente deciso, bem como indicando o nome doadvogado que representa os interesses do ru de modo a ser apurada eventualresponsabilidade profissional, e;

Venham conclusos para realizao do competente juzo de admissibilidade sobre o recursoexcepcional j interposto.Porto Alegre/RS, 25 de fevereiro de 2013.

Leandro PaulsenJuiz auxiliar da Vice-Presidncia"

No caso em apreo, o ru foi intimado a apresentar contra-razes ao recursoexcepcional apresentado pelo MPF, mediante nota de expediente dirigida ao seu procurador, epor carta AR ao ru em carter pessoal. No tendo havido manifestao, os autos foramremetidos Defensoria Pblica da Unio para oferecimento de contra-razes, a qual pediu aaplicao de multa ao advogado. Por conseguinte, o Juiz Auxiliar da Vice-Presidncia desteTribunal, entendeu de rigor a aplicao da multa aos advogados que representam os interessesdo ru, fixando-a, com fulcro no caput do art. 265 do CPP, na ordem de 10 salrios mnimos.

Tenho, no entanto, que a mera omisso quanto apresentao de contra-razes,sem outros elementos de prova, no caracterizam, por si s, a prtica de abandono por parte dosadvogados dos acusados, ainda mais considerando que no foi oportunizado aos advogados ajustificativa da omisso, o que afronta o contraditrio. O que se verifica, a princpio, que se

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est diante apenas de hiptese de no-realizao de um ato processual, mas no diante de casode efetivo abandono, o qual pressupe animus de definitividade, mediante conduta reiterada noprocesso e com a demonstrao de no atuao em favor dos interesses dos representados(acusados).

Tambm no se verifica a existncia de prejuzo aos acusados, uma vez que aDefensoria Pblica da Unio foi intimada a apresentar as contrarrazes.

Ademais, esta Corte j decidiu que: "A inrcia do advogado, para fins decaracterizao do abandono de causa e consequente aplicao da multa prevista no art. 265do CPP, somente se vislumbra aps pelo menos duas intimaes vlidas para realizao doato" (ACR n 2007.70.05.002722-8, 8 Turma, rel. Des. Federal Paulo Afonso Brum Vaz, D.E. de20-05-2010).

Confira-se, ainda, outros precedentes deste Tribunal nesse sentido:

PROCESSUAL PENAL. MANDADO DE SEGURANA. ADVOGADO. ABANDONO DOPROCESSO. ART. 265 DO CPP. INOCORRNCIA.A ausncia do Advogado a uma nica audincia de instruo e julgamento, por si s, nocaracteriza efetivo abandono do processo. Assim sendo, inaplicvel a multa prevista no caputdo artigo 265 do Cdigo de Processo Penal. Ademais, no houve comprometimento efetividade do processo, porquanto nomeado defensor dativo para o ato processual.(MANDADO DE SEGURANA N 0008629-62.2010.404.0000/SC, 7 T, RELATOR : Des.Federal TADAAQUI HIROSE, j. 18-05-10)

PENAL E PROCESSUAL PENAL. MANDADO DE SEGURANA. MULTA DO ARTIGO 265DO CDIGO DE PROCESSO PENAL. ABANDONO DA CAUSA. NO CONFIGURAO.PENALIDADE AFASTADA.1. A adequada interpretao do instituto do abandono do processo, preceituado no artigo265 do Cdigo de Processo Penal, reclama animus de definitividade, ocorrente na hipteseem que o advogado abstm-se de promover, mngua de motivo imperioso, os atos ediligncias que lhe competiam durante o curso processual de maneira reiterada, que seexpressa pela absoluta ausncia nos autos, demonstrando a vontade de no atuar em favordo mandante. situao excepcional que exige o elemento subjetivo de desdia na conduodefensiva do feito, em manifesto prejuzo do constituinte, j em visas de se tornar indefeso,para s ento cogitar-se da aplicao da sano pecuniria correspondente, at mesmoporque contemplativa de altos patamares valorativos, que devem ser sopesados comprudncia para que no sejam excedidos os limites da razoabilidade.2. Caso em que, na conjectura do feito, no h lugar para um juzo categrico que abone ocabimento da medida adotada, uma vez que o no atendimento a duas intimaes paraapresentar alegaes finais no constitui prtica de reiterados atos que, em conjunto,revelem a desdia na conduo defensiva do feito, tampouco supera o reprovvel desleixo edesorganizao profissional pelo procurador, at ento, constitudo. (MANDADO DESEGURANA N 0007013-81.2012.404.0000/PR, 8 Turma, RELATOR: Des. Federal VICTORLUIZ DOS SANTOS LAUS, D.E. 10-10-12)

MANDADO DE SEGURANA. ARTIGO 265 DO CPP. NO APRESENTAO DEALEGAES FINAIS. IMPOSIO DE MULTA POR ABANDONO DA CAUSA.- A imposio da multa prevista no artigo 265 do CPP exige que o advogado tenha sido, aomenos, intimado em duas oportunidades para a prtica do ato processual.- Necessrio, tambm, oportunizar ao procurador da parte apresentar justificativa para suainrcia. (MANDADO DE SEGURANA N 0015404-93.2010.404.0000/PR, 8 Turma,RELATOR: Juiz Federal SEBASTIO OG MUNIZ, D.E. 30-06-10)

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Destarte, em juzo liminar, tenho como necessria a concesso da medida deurgncia, visando suspender, por cautela, a exigibilidade da penalidade aplicada at ojulgamento final do presente mandado de segurana.

Ante o exposto, defiro a liminar para suspender a tramitao da multa imposta aosImpetrantes, at o julgamento definitivo da impetrao.

Comunique-se a autoridade Impetrada para as diligncias necessrias, solicitando-lhe, ainda, informaes. Aps, remetam-se os autos ao Ministrio Pblico Federal.

Intime-se.

Porto Alegre, 19 de abril de 2013.AO RESCISRIA N 2003.04.01.021513-0/RS

RELATORA :Des. Federal LUCIANE AMARAL CORRAMNCH

AUTOR : FUNDACAO HOSPITAL CENTENARIOADVOGADO : Rita de Cssia de Souza Castagna e outrosREU : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Defiro a carga pelo prazo requerido (30 dias).

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.AO RESCISRIA N 2009.04.00.004858-9/RSRELATOR : Des. Federal LUS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLEAUTOR : DAVID LEANDRO AUAD DA SILVAADVOGADO : Maria Gladis dos Santos e outroREU : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEFADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

DESPACHO

Arquivem-se os autos.

Porto Alegre, 01 de abril de 2013.AO RESCISRIA N 2009.04.00.032396-5/RSRELATOR : Des. Federal LUS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLEAUTOR : JOSE ROBERTO TONINADVOGADO : Janaina Flores Tonin e outroREU : UNIO FEDERALPROCURADOR : Procuradoria-Regional da Unio

DESPACHO

Arquivem-se os autos.

Porto Alegre, 04 de abril de 2013.AO RESCISRIA N 0013942-67.2011.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 9 / 743

AUTOR : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULADVOGADO : Paulo Rogerio Bueno da Silva e outrosREU : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADVOGADO : Procuradoria-Regional Federal da 4 Regio

DESPACHO

Defiro o pedido da fl. 268. Prazo: 5 dias.

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.EMBARGOS INFRINGENTES N 1998.04.01.090703-0/SCRELATOR : Des. Federal FERNANDO QUADROS DA SILVAEMBARGANTE : UNIO FEDERALADVOGADO : Procuradoria-Regional da UnioEMBARGADO : AMARILDO JOSE FIAMETTI e outrosADVOGADO : Marcello Macedo Reblin e outros

: Felisberto Odilon Cordova e outro

DESPACHO

Intimem-se as partes acerca do trnsito em julgado do feito para, querendo,manifestarem-se no prazo de 10 (dez) dias.

Nada sendo requerido, arquive-se.

Porto Alegre, 17 de abril de 2013.AO RESCISRIA N 0003497-53.2012.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIKAUTOR : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalREU : DK ESQUADRIAS IND/ E COM/ LTDA/ADVOGADO : Luis Antonio Licks Missel Machado e outros

DESPACHO

Diante do trnsito em julgado do acrdo que julgou procedente a ao rescisria,intime-se a parte r para que cumpra a deciso que a condenou a pagar honorrios advocatcios,no prazo de quinze dias, sob pena de multa de 10%, nos termos do art. 475-J do CPC.

Os honorrios foram estabelecidos no montante de 10% sobre o valor da causa (R$184.168,19, em abril de 2012), a ser atualizado pela variao do IPCA-E.

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.IMPUGNAO AO VALOR DA CAUSA EM AR N 0009945-42.2012.404.0000/PRRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGES

IMPUGNANTE :DATAPROM EQUIPAMENTOS E SERVICOS DE INFORMATICA

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 10 / 743

IMPUGNANTE :LTDA/

ADVOGADO : Airton PeassonIMPUGNADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de embargos de declarao contra deciso que no conheceu agravoretido, interposto com fundamento no art. 522 do CPC, contra acrdo da 1 Seo desteTribunal proferido em impugnao ao valor da causa em ao rescisria.

A embargante afirma que no interps "agravo legal", mas agravo retido. Requersejam sanadas os "vcios de contradio e omisso".

Deciso.A embargante interps agravo retido, com fundamento no art. 522 do CPC, contra

acrdo da 1 Seo deste Tribunal proferido em impugnao ao valor da causa em aorescisria.

No conheci do recurso, sob o fundamento de que no cabe "agravo legal" contraacrdo proferido por rgo colegiado de Tribunal.

No h contradio ou omisso. H erro material na deciso embargada, que deveser corrigido.

A soluo permanece a mesma. Deciso interlocutria passvel de ser impugnadaatravs do agravo previsto no art. 522 do CPC , tecnicamente falando, pronunciamento judicialproferido por juiz de primeiro grau sobre questo incidente.

Consequentemente, no cabe agravo retido, na forma do art. 522 do CPC, contraacrdo proferido por rgo colegiado de Tribunal.

Ante o exposto, acolho os embargos de declarao para corrigir o erro materialcontida na deciso embargada, sem alterar sua concluso.

Intimem-se.

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.CUMPRIMENTO DE SENTENA N 0011228-37.2011.404.0000/PR

RELATOR :Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORESLENZ

EXEQUENTE : ARNALDO LOBO MIRO e outroADVOGADO : Carlos Alberto Farracha de Castro e outrosEXEQUENTE : JULIETA DE PLACIDO E SILVA CARNASCIALLI MIROADVOGADO : Carlos Alberto Farracha de CastroEXECUTADO : PAULO EDUARDO PEREIRA NASCIMENTOADVOGADO : Messias Alves de AssisINTERESSADO : UNIO FEDERALADVOGADO : Procuradoria-Regional da Unio

DESPACHO

Vistos, etc.

Defiro a vista dos autos solicitada a fls. 219, por 5 dias.

Int. Dil. Legais.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 11 / 743

Int. Dil. Legais.

Porto Alegre, 25 de abril de 2013.AO RESCISRIA N 0012591-25.2012.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal LUS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLEAUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEFADVOGADO : Conrado de Figueiredo Neves Borba e outrosREU : AURELIO ALVARO GRUTZMACHER

: ROGERIO GILSON GRUTZMACHER: ARI ALVES DA ANUNCIACAO FILHO

DESPACHO

Intime-se a parte autora acerca dos documentos juntados (fls. 1.112 e ss.).

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.

AUTOS COM VISTA

O(s) processo(s) abaixo relacionado(s) encontra(m)-se com VISTA PARTEAUTORA para RAZES FINAIS, na forma prevista no artigo 493 do C.P.C., c/c o artigo 249 doRITRF/4 Regio:AO RESCISRIA N 0000409-70.2013.404.0000/RS

RELATOR :Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORESLENZ

AUTOR : ARLETE SUZANA DIELADVOGADO : Arlete Suzana DielREU : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEFADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

DESPACHO

Digam as partes, fundamentadamente, em 10 dias, se pretendem a produo demais alguma prova. Existindo pedido, voltem conclusos. Na ausncia de pedido de produo deprovas, intimem-se as partes para a apresentao de razes finais, no prazo sucessivo de dezdias, a comear pela autora (art. 493 caput do CPC).

Decorrido o prazo, com ou sem manifestao, d-se vista ao MPF.

Porto Alegre, 03 de abril de 2013.(Vista parte autora para razes finais).

AO RESCISRIA N 0000420-02.2013.404.0000/RS

RELATOR :Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORESLENZ

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 12 / 743

AUTOR : ARLETE SUZANA DIELADVOGADO : Arlete Suzana DielREU : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEFADVOGADO : Clovis Konflanz e outros

DESPACHO

Digam as partes, fundamentadamente, em 10 dias, se pretendem a produo demais alguma prova. Existindo pedido, voltem conclusos. Na ausncia de pedido de produo deprovas, intimem-se as partes para a apresentao de razes finais, no prazo sucessivo de dezdias, a comear pela autora (art. 493 caput do CPC).

Decorrido o prazo, com ou sem manifestao, d-se vista ao MPF.

Porto Alegre, 03 de abril de 2013.(Vista parte autora para razes finais).

AUTOS COM DESPACHO

CUMPRIMENTO DE SENTENA N 2004.04.01.025968-0/RSRELATOR : Des. Federal LUS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLEEXEQUENTE : UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPELADVOGADO : Procuradoria-Regional Federal da 4 RegioEXECUTADO : JOSE CARLOS BRANDAO GARCIAADVOGADO : Lilian Velleda Soares

DESPACHO

Intime-se o executado para que comprove, at o dia 13/05/2012,impreterivelmente, o pagamento da parcela referente ao ms de dezembro/2012 bem como opagamento do ms de maio.

Advirto-o, novamente, que nos termos da deciso da fl. 261, os pagamentos devemse dar "com vencimento compreendido entre o 5 e o 10 dia de cada ms", devendo vir acomprovao aos autos sem que este Juzo tenha de intim-lo para tanto.

Advirto-o, ainda e pela ltima vez, que, acaso no comprovado o pagamento dedezembro/2012, bem como o pagamento das parcelas vincendas nas respectivas datas corretas,ms a ms, ser cancelado o parcelamento e providenciada a execuo do montante total dadvida (descontadas as parcelas j pagas).

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.

AUTOS COM VISTA

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 13 / 743

O(s) processo(s) abaixo relacionado(s) encontra(m)-se com VISTA PARTE Rpara RAZES FINAIS, na forma prevista no artigo 493 do C.P.C., c/c o artigo 249 do RITRF/4Regio:AO RESCISRIA N 0000557-81.2013.404.0000/SCRELATOR : Des. Federal OTVIO ROBERTO PAMPLONAAUTOR : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalREU : SASSE ALIMENTOS LTDA/ massa falidaADVOGADO : Theo Francisco Von Atzingen Sasse

DESPACHO

Tratando-se de matria precipuamente de direito, dispensa-se a instruo.Intimem-se o autor e o ru para o oferecimento de razes finais, no prazo sucessivo de 10 dias.Aps, ao Ministrio Pblico Federal.

Porto Alegre, 17 de abril de 2013.(vista parte r para razes finais).

SECRETARIA DA 1 TURMA

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIO

Expediente Nro 032/2013

Secretaria da Primeira Turma

00001 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002712-57.2013.404.0000/PRRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGESAGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : D GUSSO COM/E MANUTENO DE MAQUINAS LTDA/ ME

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a deciso que indeferiu oredirecionamento da execuo fiscal pessoa do scio gerente, sob o fundamento de que "noforam esgotados todos os meios de tentativa de localizao da executada".

Sustenta a Unio a dissoluo irregular da sociedade.

Requer o provimento do recurso para o efeito de deferir o redirecionamento daexecuo contra o scio-gerente.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 14 / 743

o relatrio. Passo a decidir

O artigo 557, 1 - A, do CPC prev que "se a deciso recorrida estiver emmanifesto confronto com smula ou com jurisprudncia dominante do Supremo TribunalFederal, ou de Tribunal Superior, o relator poder dar provimento ao recurso".

Discute-se no presente agravo de instrumento o redirecionamento da execuo napessoa do scio gerente.

Sobre este assunto, anoto que possvel a responsabilizao do administrador nocaso de dissoluo irregular da sociedade, consoante precedentes do STJ e desta Corte. Istoporque seu dever, diante da paralisao definitiva das atividades da pessoa jurdica,promover-lhe a regular liquidao. No cumprido tal mister, nasce a presuno de apropriaoindevida dos bens da sociedade. Nesse sentido os precedentes do e. STJ, bem como os destaCorte, a saber: STJ: AgRg no AgRg no REsp 776.154/RJ, 1 Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de19-10-2006; REsp 1.017.732/RS, 2 Turma, rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 07-04-2008; TRF4:AI n 2006.04.00.037195-8/PR, 2 Turma, Rel. Des. Federal Otvio Roberto Pamplona, DJU de27-02-2007; AC n 2000.04.01.127254-5, 1 Turma, Rel. Des. Federal Joel Ilan Paciornik, D.E.04-03-2008.

Com efeito, ressalto, ainda, a desnecessidade de prova cabal de tal situao, sendosuficiente a existncia de indcios para o redirecionamento da execuo, tais como a ausnciade bens para penhora, abandono do estabelecimento e cessao das atividades.

No caso dos autos, a execuo fiscal foi proposta contra D Gusso Comercio deManuteno de Mquinas LTDA. ME.

Todavia, em cumprimento ao mandado de citao, certificou o Oficial de Justiaque a empresa no est mais funcionando naquele local (fl. 58), nos seguintes termos:

Certifico, que em cumprimento ao mandado expedido por ordem de V.Exa, dos Autos daExecuo Fiscal, me dirigi ao endereo dado e ai sendo deixei de proceder a Citao doSr(a) D Gusso Comrcio e Manuteno de Mquinas LTDA ME. Por motivo de o mesmo nomais ser encontrado no endereo dado. Em diligncias efetuadas no local no souberaminformar o paradeiro do mesmo

Portanto, infere-se das informaes prestadas pelo Sr. Oficial de Justia que aempresa no funciona mais em seu domicilio fiscal. Consigno que o oficial de Justia, noexerccio de suas atribuies, goza de f pblica e suas certides presumem-se verdadeiras, spodendo ser repelidas por prova cabal em sentido contrrio.

Em decorrncia destes fatos, incide a Smula 435 do STJ que determina:"Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicliofiscal, sem comunicao aos rgos competentes, legitimando o redirecionamento da execuofiscal para o scio-gerente."

Diante desse contexto, qual seja, da existncia de indcios de que a executadacessou suas atividades sem promover sua regular dissoluo, de se acolher a pretenso daexequente de ver redirecionada a execuo contra os scios gerentes. Nesse sentido:

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 15 / 743

TRIBUTRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. REDIRECIONAMENTO AOSCIO-GERENTE. POSSIBILIDADE. INDCIOS DE DISSOLUO IRREGULAR. SMULA435/STJ. MULTA. ART. 557, 2, DO CPC.1. A Primeira Seo do STJ, no julgamento do REsp 1.101.728/SP, sob o rito dos recursosrepetitivos, consolidou o entendimento segundo o qual o redirecionamento da execuo fiscalpara o scio-gerente da empresa cabvel apenas quando demonstrado que este agiu comexcesso de poderes, infrao lei ou ao estatuto, ou no caso de dissoluo irregular daempresa.2. Hiptese em que h nos autos documentos, bem como certido de Oficial de Justia,atestando que a empresa no mais existe. Essa certido indcio de dissoluo irregular,apto a ensejar o redirecionamento da execuo para o scio-gerente. Incidncia da Smula435/STJ.3. Tendo em vista que a insurgncia gira em torno de questo j decidida em julgadosubmetido sistemtica do art. 543-C do CPC, conforme determinado pela Primeira Seodo STJ, aplica-se ao caso a multa do art. 557, 2, do CPC, no montante de 1% sobre ovalor da causa.Agravo regimental improvido.(AgRg no AREsp 175.282/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,julgado em 26/06/2012, DJe 29/06/2012)

TRIBUTRIO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUO FISCAL.RESPONSABILIDADE DO SCIO. INFRAO LEI RECONHECIDA PELA INSTNCIAORDINRIA.I - Embargos de Declarao recebidos como Agravo Regimental haja vista que as razesapresentadas, muito embora estejam alegadamente aliceradas em ocorrncia decontradio, no demonstraram a sua existncia tendo, diversamente, se dedicado acontrariar os fundamentos da deciso que fora desfavorvel.II - No recurso especial haveria de incidir a Smula n. 7/STJ. Toda a argumentaodesenvolvida pelo ento Recorrente diz respeito no-prtica de atos com infrao lei.Nada obstante, consta do acrdo recorrido que a sociedade de que fez parte o Recorrentedeixou de operar sem regular liquidao, e que a empresa no foi localizada, tampouco benspara a garantia do juzo. Assim sendo, no h como se abarcar a tese expendida peloRecorrente sem que se proceda ao reexame ftico-probatrio dos autos.III - Partindo-se do que soberanamente decidiu a corte ordinria acerca dos fatos e provas,com a concluso de que houve infrao lei, plenamente aplicvel ao caso o precedentecitado na deciso agravada, julgado na sistemtica dos recursos repetitivos (REsp n1.101.728/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEO, DJe de 23/03/2009).IV- Tratando-se de sociedade que se extingue irregularmente, cabe a responsabilidade dosscios (REsp n 975.328/RS, Rel. Min. ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe de30/09/2009).V - Esta Corte tem entendido de que os indcios que atestem ter a empresa encerradoirregularmente suas atividades so considerados suficientes para o redirecionamento daexecuo fiscal (AgRg no REsp n 1.127.936/PA, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS,SEGUNDA TURMA,DJe de 05/10/2009).VI - Agravo regimental a que se nega provimento.(EDcl no AREsp 18.932/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCO, PRIMEIRA TURMA, julgadoem 06/03/2012, DJe 16/03/2012)No caso presente, merece reparos a deciso agravada, porquanto est em confronto

com os precedentes deste Tribunal e do Superior Tribunal de Justia.

Desta forma, nos termos do artigo 557, 1 - A, do Cdigo de Processo Civil, douprovimento ao agravo de instrumento, autorizando o redirecionamento da execuo fiscal emdesfavor de Joo Carlos Gusso (CPF 610.731.489-04) e Maria das Dores Sousa de Abreu (CPF775.346.039-00).

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 16 / 743

Intimem-se. Publique-se.

Decorrido o prazo legal, d-se baixa na distribuio.

Porto Alegre, 23 de abril de 2013.00002 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002651-02.2013.404.0000/RSRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGESAGRAVANTE : VERA LCIA BALDON DOS SANTOSADVOGADO : Rodrigo Ribeiro Ness e outrosAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalINTERESSADO : SADY GONALVES DOS SANTOS ME

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a deciso que rejeitou aexceo de pr-executividade (fl. 189).

Sustenta a recorrente, em sntese, a prescrio intercorrente.

Requer o provimento do recurso para o efeito de reformar a deciso recorrida,reconhecendo a prescrio intercorrente e, consequentemente, condenar a agravada aopagamento de honorrios advocatcios.

o relatrio. Decido.

Primeiramente, esclareo que a ao principal tramita na Justia Estadual do RioGrande do Sul, na Comarca de Camaqu/RS, por fora da delegao de competncia prevista noart. 109, 3, da Constituio Federal de 1988, j que a referida comarca no sede de Vara dejuzo Federal.

O Agravante, em 19.03.2013, protocolou o presente agravo perante o Tribunal deJustia do Estado do Rio Grande do Sul.

Ocorre que, por fora do disposto no art. 109, 4, da Constituio Federal de1988, na hiptese prevista no 3 do art. 109, o recurso cabvel ser sempre para o TribunalRegional Federal na rea de jurisdio do juiz de primeiro grau.

Com efeito, aps tramitar no TJ-RS, o agravo finalmente foi recebido no TribunalRegional Federal da Quarta Regio na data de 18.04.2013.

Ora, a jurisprudncia desta Corte firme no sentido de que a apresentao deagravo perante Tribunal incompetente no interfere no prazo recursal, sobretudo quando setrata de erro inescusvel.

A propsito:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL. DECISO QUE NEGA SEGUIMENTO AO AGRAVODE INSTRUMENTO. INTEMPESTIVIDADE RECURSAL. COMPETNCIA DELEGADA.INTERPOSIO EM TRIBUNAL INCOMPETENTE. 1. Interposto o agravo de instrumento do

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 17 / 743

art. 525 do CPC mediante postagem no correio, a tempestividade do mencionado recurso aferida pela data do registro da postagem, e no pela data do recebimento no tribunal.Precedentes do STJ. 2. Entretanto, a jurisprudncia desta Corte firme no sentido de que aapresentao de agravo de instrumento perante Tribunal incompetente no interfere noprazo recursal, sobretudo quando se trata de erro inescusvel. 3. Protocolado fora do prazode dez dias no Tribunal competente, o recurso no deve ser conhecido. (TRF4, AGVAG2007.04.00.022789-0, Primeira Turma, Relator Roger Raupp Rios, D.E. 26/02/2008)

"PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROTOCOLO EM TRIBUNAL DIVERSODO COMPETENTE PARA APRECIAR O RECURSO. PRAZO RECURSAL. NO-INTERRUPO.1. O lapso recursal no se interrompe nem se suspende ante a erronia do protocolo emtribunal diverso do competente, devendo o agravo de instrumento ser interposto nesta Cortedentro do prazo.2. O agravo de instrumento foi interposto perante o Tribunal de Justia do Rio Grande do Sulno dia 09/01/2007 (fl. 02) e remetido para este Tribunal Regional Federal - competente paraprocessar e julgar o recurso (CF, art. 109, 3, c/c art. 15, I, da Lei 5.010/66) - apenas em01/03/2007 (fl. 47), depois de esgotado o decndio legal (artigo 522, caput, do CPC).3. Agravo legal improvido."(TRF 4 Regio, 1 Turma, AG no AI n 2007.04.00.005905-0/RS, Relator Des. Federal JoelIlan Paciornik, DE 24.04.2007)

"PROCESSUAL CIVIL. INTEMPESTIVIDADE. PROTOCOLO DO RECURSO PERANTETRIBUNAL DIVERSO.- O fato do recurso ter sido proposto dentro do prazo junto ao Tribunal de Justia irrelevante para fins de aferio da tempestividade recursal junto a este Tribunal Regional,que o competente para a matria."(TRF 4 Regio, 2 Turma, AG no AI n 2004.04.01.045806-7/RS, Relatora Des. FederalMarga Inge Barth Tessler, DJ 02.08.2006, p. 342)

"REQUISITO EXTRNSECO DE ADMISSIBILIDADE. TEMPESTIVIDADE. DECISOPROFERIDA POR JUIZ DE DIREITO. JURISDIO FEDERAL. AGRAVO DE DECISO QUENEGA SEGUIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO.- A tempestividade requisito extrnseco de admissibilidade de um recurso, como aregularidade formal e o preparo. No h conhecer de recurso interposto aps esgotado odecnio legal (artigo 522, caput, do CPC).- No h falar em tempestividade da distribuio no Tribunal de Justia, uma vez que adeciso proferida por Juiz de Direito, investindo de jurisdio federal, deve ser submetida aocrivo do Tribunal Regional Federal.- O Cdigo de Processo Civil, em seu artigo 557, autoriza o Relator a negar seguimento arecurso manifestamente inadmissvel, improcedente, prejudicado ou em confronto com ajurisprudncia dominante do respectivo Tribunal ou de Tribunais."(TRF 4 Regio, 1 Turma, AG no AI n 2005.04.01.050746-0/RS, Relator Des. Federal VilsonDars, DJ 08.02.2006, p. 334)

No mesmo sentido, confira-se o seguinte precedente do Superior Tribunal deJustia:

RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DO ART. 522 DO CPCPROTOCOLADO EM TRIBUNAL INCOMPETENTE. IRRELEVNCIA PARA A AFERIO DATEMPESTIVIDADE.1. Como o feito tramitou na primeira instncia perante Juiz de Direito investido de jurisdiofederal delegada, o Tribunal Regional Federal da 4 Regio o competente para aapreciao do agravo de instrumento que originou o presente recurso especial.2. A tempestividade do agravo de instrumento deve ser aferida na data do protocolo dorecurso no tribunal competente. Precedentes: AgRg no Ag 933.179/SP, 2 Turma, Rel. Min.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 18 / 743

Eliana Calmon, DJe de 30.11.2007; AgRg no Ag 327.262/SP, 4 Turma, Rel. Min. Slvio deFigueiredo Teixeira, DJ de 24.9.2001; EDcl no REsp 525.067/RS, 2 Turma, Rel. Min.Franciulli Netto, DJ de 26.4.2004.3. No caso, o agravo de instrumento foi considerado intempestivo pelo Tribunal RegionalFederal da 4 Regio, pois o protocolo dentro do prazo legal no Tribunal de Justia doEstado do Rio Grande do Sul irrelevante para a aferio da tempestividade de recurso desua competncia.4. Recurso especial desprovido.(REsp 1099544/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em16/04/2009, DJe 07/05/2009)

Portanto, resta verificar se o presente agravo foi protocolado tempestivamenteneste Tribunal, que o competente para julg-lo.

Conforme se extrai da anlise dos autos, a parte agravante foi intimada acerca dadeciso ora atacada em 11.03.2012 (intimao fl. 194), iniciando-se o prazo recursal em13.03.2012 (quarta-feira), com trmino em 22.03.2013 (sexta-feira).

Considerando que a apresentao de agravo perante Tribunal incompetente nointerfere no prazo recursal, como j referido, o presente recurso, que chegou ao TRF em18.04.2013 totalmente intempestivo.

Em face do exposto, com fulcro no art. 557, caput, do Cdigo de Processo Civil,nego seguimento ao presente agravo.

Intimem-se e, oportunamente, remetam-se os autos vara de origem.

Porto Alegre, 22 de abril de 2013.00003 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002713-42.2013.404.0000/PRRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGESAGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : MHEZOR COML/ IMP/ LTDA/ EPP

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a deciso que indeferiu oredirecionamento da execuo fiscal pessoa do scio gerente.

Sustenta a Unio a dissoluo irregular da sociedade, porquanto "no ARexpedido para fins de citao da empresa, consta que a reclamada mudou-se". Afirma queem decorrncia de tal fato incide a Smula 435 do STJ.

Requer o provimento do recurso para o efeito de deferir o redirecionamento daexecuo contra o scio-gerente.

o relatrio. Passo a decidirO artigo 557, caput, do Cdigo de Processo Civil prev que "o relator negar

seguimento a recurso manifestamente inadmissvel, improcedente, prejudicado ou em confrontocom smula ou com jurisprudncia dominante do respectivo tribunal, do Supremo TribunalFederal, ou de Tribunal Superior."

Discute-se no presente agravo de instrumento o redirecionamento da execuo napessoa do scio gerente.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 19 / 743

Sobre este assunto, anoto que possvel a responsabilizao do administrador nocaso de dissoluo irregular da sociedade, consoante precedentes do STJ e desta Corte. Istoporque seu dever, diante da paralisao definitiva das atividades da pessoa jurdica,promover-lhe a regular liquidao. No cumprido tal mister, nasce a presuno de apropriaoindevida dos bens da sociedade. Nesse sentido os precedentes do e. STJ, bem como os destaCorte, a saber: STJ: AgRg no AgRg no REsp 776.154/RJ, 1 Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de19-10-2006; REsp 1.017.732/RS, 2 Turma, rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 07-04-2008; TRF4:AI n 2006.04.00.037195-8/PR, 2 Turma, Rel. Des. Federal Otvio Roberto Pamplona, DJU de27-02-2007; AC n 2000.04.01.127254-5, 1 Turma, Rel. Des. Federal Joel Ilan Paciornik, D.E.04-03-2008.

Com efeito, ressalto, ainda, a desnecessidade de prova cabal de tal situao, sendosuficiente a existncia de indcios para o redirecionamento da execuo, tais como a ausnciade bens para penhora, abandono do estabelecimento e cessao das atividades.

No caso dos autos, a prova utilizada pelo recorrente para demonstrar a dissoluoirregular da empresa o retorno da Carta AR pelos correios com o motivo "mudou-se" (fl. 61).Ocorre que tal documento no suficiente por si s para comprovar a dissoluo irregular dasociedade. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUOFISCAL. REDIRECIONAMENTO. RESPONSABILIDADE DOS SCIOS. INADIMPLEMENTODE OBRIGAO TRIBUTRIA. HIPTESES DO ARTIGO 135, III, DO CTN NO-COMPROVADAS. CARTA CITATRIA. AVISO DE RECEBIMENTO DEVOLVIDO.DISSOLUO IRREGULAR. INDCIO INSUFICIENTE.1. A orientao jurisprudencial do STJ firmou-se no sentido de que "a imputao daresponsabilidade prevista no art. 135, III, do CTN, no est vinculada apenas aoinadimplemento da obrigao tributria, mas configurao das demais condutas neledescritas: prticas de atos com excesso de poderes ou infrao de lei, contrato social ouestatutos" (REsp 820481/PR, rel. Min. Joo Otvio de Noronha, DJ de 23.11.2007).2. A mera devoluo da citao por Aviso de Recebimento - AR pelos Correiosno indcio suficiente para caracterizar a dissoluo irregular da sociedade.3. Precedentes: REsp 1.072.913/SP, DJe 04/03/2009; AgRg no REsp1.074.497/SP, DJe 03/02/2009.4. Agravo regimental no-provido.(AGRG RESP 1075130, Segunda Turma, Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJ23/11/2010)TRIBUTRIO. AGRAVO LEGAL. REDIRECIONAMENTO DA EXECUO. SCIOGERENTE. DISSOLUO IRREGULAR. 1. O mero inadimplemento do tributo nocaracteriza infrao legal. Apenas a atuao das pessoas elencadas nos incisos do art. 135do CTN com dolo, excesso de poderes ou infrao lei, contrato social ou estatutosefetivamente possibilitaria o redirecionamento do feito executivo pessoa do scio. Talposicionamento foi recentemente sumulado pelo STJ. 2. Deve ser demonstrada a ocorrnciade qualquer anomalia caracterizadora de gesto ilcita. E a boa-f presumida. A m-f deveser demonstrada, tornando desaconselhvel qualquer inverso do nus probatrio impondoao contribuinte a prova da escorreita atividade no desenvolvimento dos seus negcios.3. A carta AR no documento hbil para a comprovao da dissoluo irregularda empresa. (TRF4, AGRAVO LEGAL EM APELAO CVEL N2007.72.99.003848-9, 1 Turma, Des. Federal ALVARO EDUARDO JUNQUEIRA, PORUNANIMIDADE, D.E. 31/03/2011)Desse modo, a mera devoluo da citao por Aviso de Recebimento - AR pelos

Correios no indcio suficiente para caracterizar a dissoluo irregular da sociedade.Portanto, no merece reparos a deciso agravada, porquanto est de acordo com os

precedentes deste Tribunal e do Superior Tribunal de Justia.Em face do exposto, com base no art. 557 "caput" do Cdigo de Processo Civil,

nego seguimento ao agravo de instrumento.Intimem-se. Publique-se.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 20 / 743

Decorrido o prazo legal, d-se baixa na distribuio.Porto Alegre, 23 de abril de 2013.

00004 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002711-72.2013.404.0000/PRRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGESAGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

AGRAVADO :SIGEL MQUINAS EQUIPAMENTOS E DESIGN SOC/ LTDA/EPP

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a deciso que indeferiu oredirecionamento da execuo fiscal pessoa do scio gerente, sob o fundamento de que "noforam esgotados todos os meios de tentativa de localizao da executada".

Sustenta a Unio a dissoluo irregular da sociedade.

Requer o provimento do recurso para o efeito de deferir o redirecionamento daexecuo contra o scio-gerente.

o relatrio. Passo a decidir

O artigo 557, 1 - A, do CPC prev que "se a deciso recorrida estiver emmanifesto confronto com smula ou com jurisprudncia dominante do Supremo TribunalFederal, ou de Tribunal Superior, o relator poder dar provimento ao recurso".

Discute-se no presente agravo de instrumento o redirecionamento da execuo napessoa do scio gerente.

Sobre este assunto, anoto que possvel a responsabilizao do administrador nocaso de dissoluo irregular da sociedade, consoante precedentes do STJ e desta Corte. Istoporque seu dever, diante da paralisao definitiva das atividades da pessoa jurdica,promover-lhe a regular liquidao. No cumprido tal mister, nasce a presuno de apropriaoindevida dos bens da sociedade. Nesse sentido os precedentes do e. STJ, bem como os destaCorte, a saber: STJ: AgRg no AgRg no REsp 776.154/RJ, 1 Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de19-10-2006; REsp 1.017.732/RS, 2 Turma, rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 07-04-2008; TRF4:AI n 2006.04.00.037195-8/PR, 2 Turma, Rel. Des. Federal Otvio Roberto Pamplona, DJU de27-02-2007; AC n 2000.04.01.127254-5, 1 Turma, Rel. Des. Federal Joel Ilan Paciornik, D.E.04-03-2008.

Com efeito, ressalto, ainda, a desnecessidade de prova cabal de tal situao, sendosuficiente a existncia de indcios para o redirecionamento da execuo, tais como a ausnciade bens para penhora, abandono do estabelecimento e cessao das atividades.

No caso dos autos, a execuo fiscal foi proposta contra D Gusso Comercio deManuteno de Mquinas LTDA. ME.

Todavia, em cumprimento ao mandado de citao, certificou o Oficial de Justiaque a empresa no est mais funcionando naquele local (fl. 51), nos seguintes termos:

Certifico e dou f que em cumprimento do mandado expedido pela Vara Cvel do Foro

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Regional de Pinhais da Comarca da Regio Metropolitana de Curitiba, autos n. 4287/2010,por determinao do Excelentssimo Senhor Doutor Marcos Vinicius da Rocha LourdesDemechuk, digno Juiz de Direito desta Comarca, dirigi-me ao endereo a Rua Loanda, n.166, Pinhais - PR, no dia 22 de julho de 2010, em nome de SIGEL MAQUINASEQUIPAMENTOS, e ai estando deixei de efetuar a citao em razo que fui informado que omesmo no est mais estabelecido no local, por haver meios suficientes para cumprir o feitoque devolvo o mesmo nesta data.

Portanto, infere-se das informaes prestadas pelo Sr. Oficial de Justia que aempresa no funciona mais em seu domicilio fiscal. Consigno que o oficial de Justia, noexerccio de suas atribuies, goza de f pblica e suas certides presumem-se verdadeiras, spodendo ser repelidas por prova cabal em sentido contrrio.

Em decorrncia destes fatos, incide a Smula 435 do STJ que determina:"Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicliofiscal, sem comunicao aos rgos competentes, legitimando o redirecionamento da execuofiscal para o scio-gerente."

Diante desse contexto, qual seja, da existncia de indcios de que a executadacessou suas atividades sem promover sua regular dissoluo, de se acolher a pretenso daexequente de ver redirecionada a execuo contra os scios gerentes. Nesse sentido:

TRIBUTRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. REDIRECIONAMENTO AOSCIO-GERENTE. POSSIBILIDADE. INDCIOS DE DISSOLUO IRREGULAR. SMULA435/STJ. MULTA. ART. 557, 2, DO CPC.1. A Primeira Seo do STJ, no julgamento do REsp 1.101.728/SP, sob o rito dos recursosrepetitivos, consolidou o entendimento segundo o qual o redirecionamento da execuo fiscalpara o scio-gerente da empresa cabvel apenas quando demonstrado que este agiu comexcesso de poderes, infrao lei ou ao estatuto, ou no caso de dissoluo irregular daempresa.2. Hiptese em que h nos autos documentos, bem como certido de Oficial de Justia,atestando que a empresa no mais existe. Essa certido indcio de dissoluo irregular,apto a ensejar o redirecionamento da execuo para o scio-gerente. Incidncia da Smula435/STJ.3. Tendo em vista que a insurgncia gira em torno de questo j decidida em julgadosubmetido sistemtica do art. 543-C do CPC, conforme determinado pela Primeira Seodo STJ, aplica-se ao caso a multa do art. 557, 2, do CPC, no montante de 1% sobre ovalor da causa.Agravo regimental improvido.(AgRg no AREsp 175.282/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,julgado em 26/06/2012, DJe 29/06/2012)

TRIBUTRIO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUO FISCAL.RESPONSABILIDADE DO SCIO. INFRAO LEI RECONHECIDA PELA INSTNCIAORDINRIA.I - Embargos de Declarao recebidos como Agravo Regimental haja vista que as razesapresentadas, muito embora estejam alegadamente aliceradas em ocorrncia decontradio, no demonstraram a sua existncia tendo, diversamente, se dedicado acontrariar os fundamentos da deciso que fora desfavorvel.II - No recurso especial haveria de incidir a Smula n. 7/STJ. Toda a argumentaodesenvolvida pelo ento Recorrente diz respeito no-prtica de atos com infrao lei.Nada obstante, consta do acrdo recorrido que a sociedade de que fez parte o Recorrentedeixou de operar sem regular liquidao, e que a empresa no foi localizada, tampouco benspara a garantia do juzo. Assim sendo, no h como se abarcar a tese expendida pelo

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Recorrente sem que se proceda ao reexame ftico-probatrio dos autos.III - Partindo-se do que soberanamente decidiu a corte ordinria acerca dos fatos e provas,com a concluso de que houve infrao lei, plenamente aplicvel ao caso o precedentecitado na deciso agravada, julgado na sistemtica dos recursos repetitivos (REsp n1.101.728/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEO, DJe de 23/03/2009).IV- Tratando-se de sociedade que se extingue irregularmente, cabe a responsabilidade dosscios (REsp n 975.328/RS, Rel. Min. ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe de30/09/2009).V - Esta Corte tem entendido de que os indcios que atestem ter a empresa encerradoirregularmente suas atividades so considerados suficientes para o redirecionamento daexecuo fiscal (AgRg no REsp n 1.127.936/PA, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS,SEGUNDA TURMA,DJe de 05/10/2009).VI - Agravo regimental a que se nega provimento.(EDcl no AREsp 18.932/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCO, PRIMEIRA TURMA, julgadoem 06/03/2012, DJe 16/03/2012)

No caso presente, merece reparos a deciso agravada, porquanto est em confrontocom os precedentes deste Tribunal e do Superior Tribunal de Justia.

Desta forma, nos termos do artigo 557, 1 - A, do Cdigo de Processo Civil, douprovimento ao agravo de instrumento, autorizando o redirecionamento da execuo emdesfavor Claudio Ernesto Sigel (CPF 016.453.319-20)

Intimem-se. Publique-se.

Decorrido o prazo legal, d-se baixa na distribuio.

Porto Alegre, 23 de abril de 2013.00005 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002727-26.2013.404.0000/PRRELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK

AGRAVANTE :OSVALDO FERREIRA ANTUNES DE OLIVEIRA JUNIOR E CIA/LTDA/

ADVOGADO : Joao Carlos Lozeski FilhoAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso que, em execuofiscal, indeferiu o pedido de cancelamento dos leiles aprazados.

Sustenta a parte agravante, em sntese, que no foi intimada pessoalmente dos atosconstritivos, situao que est em desconformidade com a Smula n 121 do Egrgio STJ.Postula a concesso de efeito suspensivo.

o relatrio.

Decido.

Inicialmente, os leiles encontravam-se aprazados para 05/04/2013 e 19/04/2013,

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sendo a deciso agravada proferida em 05/04/2013 (fl. 103).

Pretende, assim, a recorrente, que sejam sustados os atos constritivos, face ausncia de intimao pessoal.

Importante esclarecer que a intimao da deciso agravada ocorreu em16/04/2013, e o presente recurso foi interposto em 18/04/2013, sendo distribudo a estegabinete apenas em 23/04/2013, posteriormente aos leiles. Assim, no h mais como cancelara sua ocorrncia, mas apenas sustar seus efeitos, caso sejam acolhidos os argumentos darecorrente.

Sobre, o tema, cumpre tecer algumas consideraes preliminares.

Quanto necessidade de que a intimao do leilo deva se dar na pessoa doexecutado, e no na pessoa do seu procurador constitudo nos autos, a Lei n 6.830/80 nadadispe a respeito. Com efeito, esta a dico do art. 22 da referida Lei:

Art. 22. A arrematao ser precedida de edital, afixado no local de costume, na sede doJuzo, e publicado em resumo, uma s vez, gratuitamente, como expediente judicirio, norgo oficial. 1 O prazo entre as datas de publicao do edital e do leilo no poder ser superior a 30(trinta), nem inferior a 10 (dez) dias. 2 O representante judicial da Fazenda Pblica, ser intimado, pessoalmente, darealizao do leilo, com a antecedncia prevista no pargrafo anterior.

Em se tratando de execuo fiscal, e diante da omisso da Lei n 6.830/80, asdisposies do CPC so aplicveis subsidiariamente, que assim dispem sobre a matria:

Art. 687. O edital ser afixado no local do costume e publicado, em resumo, comantecedncia mnima de 5 (cinco) dias, pelo menos uma vez em jornal de ampla circulaolocal. (Redao dada pela Lei n 8.953, de 13.12.1994)(...) 5 O executado ter cincia do dia, hora e local da alienao judicial por intermdio deseu advogado ou, se no tiver procurador constitudo nos autos, por meio de mandado, cartaregistrada, edital ou outro meio idneo. (Redao dada pela Lei n 11.382, de 2006).

Como visto, segundo o CPC, com as alteraes promovidas pela Lei n 11.382/06, aintimao do executado acerca do leilo deve ser realizada por intermdio de seu advogado.Apenas em no havendo procurador constitudo nos autos que a intimao ser pessoal, pormeio de mandado, carta, edital ou outro meio idneo.

Dessa forma, no se pode cogitar da aplicao da Smula n 121 do STJ ("Naexecuo fiscal o devedor dever ser intimado, pessoalmente, do dia e hora da realizao doleilo"), tendo em conta que referida orientao jurisprudencial foi aprovada ainda emnovembro de 1994, quando o Cdigo de Processo Civil era tambm omisso sobre o ponto, tendoem conta que o 5 do art. 687 apenas ultimou includo pela Lei n 8.953, de 13.12.1994, tendosua redao alterada para a atual pela Lei n 11.382, de 2006.

Diante da expressa previso legal no CPC acerca da possibilidade de intimaodo executado por intermdio de seu advogado, no mais prevalece a orientao traada naSmula n 121 do STJ. Neste sentido:

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PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. PRAA OU LEILO. INTIMAO PESSOAL DOEXECUTADO. ART. 687, 5, CPC.1. Mesmo na execuo fiscal, o devedor deve ser intimado da data, hora e local aprazadospara a praa ou leilo. Aplicao subsidiria do artigo 687, 5, do CPC. Enaltecimento doPrincpio da Igualdade das Partes.2. O leilo/praa severo ato de afetao patrimonial, sendo imprescindvel a cinciaadequada do devedor para que possa prevenir-se.3. A smula 121/STJ foi aprovada pela 1 Seo em data de 29/11/94 e publicada no DJ de06/12/94. O 5 do art. 687 do CPC, por sua vez, foi acrescentado pela Lei 8.953, de13/12/94 (DOU 14/12/94), posteriormente edio do referido verbete sumular. Nessediapaso, de se levar em considerao a impossibilidade de se emprestar exegese restritivaao enunciado sumular, j que o 5 concebeu "outro meio idneo" para o exerccio daintimao do devedor.4. No descartada a possibilidade da realizao da intimao por edital. Contudo, necessrio que a circunstncia que impediu a cincia pessoal do executado seja razovel, oque se denota dos autos. O que se exige a comprovao, em face dos fatos, de que oexecutado, realmente, tomou conhecimento da data da realizao da praa/leilo.5. Situao em que a empresa executada, tendo como scios pai e filho, foi intimada poredital e na pessoa da viva do scio-pai falecido.6. Recurso especial improvido.(REsp 590678/MS, Rel. Ministro JOS DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em19.02.2004, DJ 19.04.2004 p. 166)

Ademais, no caso dos autos, fica claro que a agravante tinha cincia das datasaprazadas para o leilo dos bens penhorados, tanto que postulou o cancelamento daalienao dos bens (fls. 95/97). Portanto, no merece guarida o argumento de que no tevecondies de tomar as medidas cabveis contra a designao de datas para realizao deleilo.

Deve ser aplicado, assim, o entendimento desta Corte, no sentido de que ocomparecimento espontneo da parte supre a necessidade de intimao, de forma que no sepode falar em prejuzo da agravante. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM EXECUO FISCAL. INTIMAODA REALIZAO DE LEILO. COMPARECIMENTO ESPONTNEO DA PARTE.SUPRIMENTO DA FALTA DE INTIMAO PESSOAL. MULTA APLICADA. REDUO. 1.Em que pese o agravante no tenha sido intimado pessoalmente, seu comparecimentoespontneo aos autos demonstra que fora cientificado da designao das datas para oleilo.(...) (grifei)(TRF4, AG 0013100-87.2011.404.0000, Segunda Turma, Relator Cludia Maria Dadico,D.E. 19/12/2011)

Deve ser mantida, ento, a deciso agravada.

Isso posto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 557,caput, do CPC.

Intimem-se.

Publique-se.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 25 / 743

Porto Alegre, 23 de abril de 2013.00006 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002666-68.2013.404.0000/SCRELATORA : Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGESAGRAVANTE : CHOCOLATE KI DELCIA LTDA/ MEADVOGADO : Isaias Grasel RosmanAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso que, em execuofiscal, rejeitou a exceo de pr-executividade.

Sustenta a agravante, em sntese, a incidncia da prescrio no caso concreto,mesmo tendo aderido ao parcelamento especial no ano de 2003.

De outro lado, argui a nulidade da CDA, porquanto no constam no referido ttuloas informaes acerca dos juros e da multa.

Por final, retrata a inconstitucionalidade da taxa Selic.

Requer o provimento do recurso para extinguir a execuo fiscal n.059.08.001539-3.

o relatrio. Decido.

Discute-se nos autos a possibilidade de reconhecimento da prescrio, bem comoda nulidade da CDA.

Compulsando os autos, observo que o presente agravo foi deficientementeinstrudo pela agravante, pois no contm as peas indispensveis compreenso dacontrovrsia.

Isto porque a parte agravante no juntou a cpia da CDA e sequer a resposta impugnao da exceo de pr-executividade.

Assim, neste aspecto particular, importante consignar a novel orientao doSuperior Tribunal de Justia (Informativo 496), no sentido de que a ausncia de peasfacultativas no ato de interposio do agravo de instrumento, ou seja, aquelas consideradasnecessrias compreenso da controvrsia (art. 525, II, do CPC), no enseja a inadmissoliminar do recurso (STJ, REsp 1.102.467-RJ, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 2/5/2012).

Portanto, assino a agravante o prazo de 05 (cinco) dias para que traga aos autos osdocumentos referidos, bem como o comprovante original do preparo e, ainda, outrosdocumentos que entender necessrios compreenso da controvrsia, sob pena de negativa deseguimento.

Intime-se.

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Aps, com ou sem manifestao, voltem conclusos.

Porto Alegre, 24 de abril de 2013.00007 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0002637-18.2013.404.0000/SC

RELATORA :Juza Federal CARLA EVELISE JUSTINOHENDGES

AGRAVANTE : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)ADVOGADO : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : AEROSYSTEM EQUIPAMENTOS INDS/ LTDA/

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a deciso que indeferiu opedido redirecionamento da execuo fiscal contra a pessoa do scio Pedro Pereira, sob ofundamento de que a poca do fato gerador da dvida ele no exercia as funes de sciogerente.

Sustenta a Unio que o scio Pedro Pereira figurava como scio gerente a poca dadissoluo irregular da sociedade. Afirma que a responsabilidade deve ser atribuda ao sciogerente do momento da dissoluo irregular da empresa.

Requer o provimento do recurso para o efeito de que seja reformada "a decisoagravada no tocante ao pedido de redirecionamento do feito executivo".

o relatrio. Decido.

O artigo 557, caput, do Cdigo de Processo Civil prev que "o relator negarseguimento a recurso manifestamente inadmissvel, improcedente, prejudicado ou em confrontocom smula ou com jurisprudncia dominante do respectivo tribunal, do Supremo TribunalFederal, ou de Tribunal Superior."

A questo posta em discusso nos autos diz respeito possibilidade doredirecionamento da execuo fiscal.

Depreende-se dos autos que o Juzo de primeira instncia rejeitou o pedido deincluso, no polo passivo da execuo fiscal, do scio Pedro Pereira, sob o seguintefundamento:

(...) O pedido no merece ser deferido, pois conforme observa-se na cpia da 2 alteraocontratual da empresa (fls. 33v/34) de que o Sr. Pedro Pereira assumiu a gesto daempresa em 01/06/2005, no entanto, a presente ao executiva cobra dvidas relativa aoperodo de 10/03/2004 10/01/2005 (fls. 04/19)A responsabilidade pela obrigao tributria deve ser aferida poca da consumao dofato gerador, assim, o redirecionamento da execuo fiscal contra o scio-gerente no possvel quando o fato gerador da obrigao tributria ocorreu antes do seu ingresso noquadro societrio da empresa (...)

O recurso no merece prosperar.

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Isto porque a deciso encontra-se em consonncia com a jurisprudncia doSuperior Tribunal de Justia que entende ser cabvel o redirecionamento da execuo fiscalquando preenchidos cumulativamente os requisitos da dissoluo irregular da sociedade e oexerccio da gerncia poca da ocorrncia dos fatos geradores. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.EXECUO FISCAL. SOCIEDADE EMPRESRIA EXECUTADA DISSOLVIDAIRREGULARMENTE, POR PRESUNO. RESPONSABILIZAO DE SCIOS QUE NOINTEGRAVAM O QUADRO SOCIETRIO POCA DO FATO GERADOR.IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE COMPROVAO DOS REQUISITOS DO ART. 135,III, DO CTN.1. Caso em que se discute a responsabilidade tributria de scios por dvida fiscalconstituda em poca que no integravam o quadro societrio da sociedade empresriaexecutada, considerada pelo acrdo recorrido, por presuno, irregularmente dissolvida.2. Agravo regimental no qual se sustenta: (i) inaplicabilidade da Smula n. 7 do STJ ao caso;e (ii) que a dissoluo irregular da sociedade empresria executada enseja aresponsabilidade dos scios, mesmo que venham a integrar o quadro societrio aps aconstituio da dvida executada.3. No caso, o acrdo recorrido no consignou que houve a sucesso empresarial, mas tosomente que duas novas scias foram admitidas no quadro social da sociedade empresria.Nesse contexto, no h como inferir violao ao art. 133 do CTN, pois para se chegar concluso de que houve a sucesso empresarial necessrio seria o reexame do conjuntoftico-probatrio, o que, em sede de recurso especial, no possvel, luz do entendimentosedimentado na Smula n. 7 do STJ.4 . "O pedido de redirecionamento da execuo fiscal, quando fundado na dissoluoirregular da sociedade executada, pressupe a permanncia de determinado scio naadministrao da empresa no momento da ocorrncia dessa dissoluo, que , afinal, o fatoque desencadeia a responsabilidade pessoal do administrador. Ainda, embora sejanecessrio demonstrar quem ocupava o posto de gerente no momento da dissoluo, necessrio, antes, que aquele responsvel pela dissoluo tenha sido tambm,simultaneamente, o detentor da gerncia na oportunidade do vencimento do tributo. ques se dir responsvel o scio que, tendo poderes para tanto, no pagou o tributo (daexigir-se seja demonstrada a deteno de gerncia no momento do vencimento do dbito) eque, ademais, conscientemente, optou pela irregular dissoluo da sociedade (por isso,tambm exigvel a prova da permanncia no momento da dissoluo irregular)" (EDcl nosEDcl no AgRg no REsp 1.009.997/SC, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgadoem 2/4/2009, DJe 4/5/2009).5. Agravo regimental no provido.(AgRg no REsp 1.153.339/SP, Rel. Ministro Benedito Gonalves, Primeira Turma, DJe02/02/2010) - sem grifos no original.

PROCESSUAL CIVIL. REDIRECIONAMENTO DA EXECUO FISCAL. NOCOMPROVAO DE QUE O SCIO EXERCIA CARGO DE GERNCIA OUADMINISTRAO DA SOCIEDADE. FUNDAMENTO DO ACRDO RECORRIDO NOIMPUGNADO NAS RAZES DO RECURSO ESPECIAL. INCIDNCIA DAS SMULAS N. 283DO STF E 7 DESTA CORTE.1. cedio nesta Corte que, a despeito da possibilidade de redirecionar a execuo fiscalcontra o scio gerente em caso de dissoluo irregular da sociedade, faz-se necessria acomprovao, por parte do Fisco, que o scio alvo do redirecionamento tenha exercido, aotempo da ocorrncia do fato gerador, da constituio do crdito tributrio, doinadimplemento ou da dissoluo irregular, o cargo de gerncia ou administrao dapessoa jurdica. Nesse sentido: AgRg no Ag 1.229.438/RS, Primeira Turma, DJe 20/04/2010;EDcl no REsp 703.073/SE, Segunda Turma, DJe 18/02/2010; AgRg no REsp 1.153.339/SP,Primeira Turma, DJe 02/02/2010; AgRg no REsp 1.060.594/SC, Primeira Turma, DJe

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04/05/2009.2. Um dos fundamentos do acrdo recorrido para dar provimento ao agravo de instrumentodo ora recorrido foi exatamente a ausncia de comprovao, por parte do Fisco, de que o apessoa contra a qual se pretendeu o redirecionamento da execuo tenha exercido, ao tempoda constituio do crdito, o cargo de gerncia ou administrao da pessoa jurdica.3. Da anlise das razes do recurso especial, verifica-se que a recorrente no combateusupracitado fundamento do acrdo recorrido, o que impossibilita o conhecimento dorecurso especial, seja em razo do bice da Smula n. 283 do STF: " inadmissvel o recursoextraordinrio, quando a deciso recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e orecurso no abrange todos eles", seja em razo do bice da Smula n. 7 desta Corte, tendoem vista que a aferio da condio de gerente ou administrador da sociedade, poca daconstituio do crdito e da dissoluo irregular, demanda o revolvimento de matria ftico-probatria.4. Recurso especial no conhecido.(REsp 1244667/GO, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,julgado em 26/04/2011, DJe 05/05/2011) - sem grifos no original.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SMULA282/STF. REDIRECIONAMENTO. ART. 135 DO CTN. VERIFICADA A DISSOLUOIRREGULAR DA EMPRESA. RESPONSABILIDADE DO SCIO-GERENTE POCADOS FATOS GERADORES.1. Hiptese em que no se conheceu do Recurso Especial quanto matria (arts. 105 e 123do CTN e art. 6, 1, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil), que no foi especificamenteenfrentada pelo Tribunal de origem, dada a ausncia de prequestionamento. Incidncia, poranalogia, da Smula 282/STF.2. O redirecionamento da Execuo Fiscal para o scio-gerente da empresa cabvel apenasquando demonstrado que este agiu com excesso de poderes, infrao lei ou contra oestatuto, ou no caso de dissoluo irregular da empresa, no se incluindo o simplesinadimplemento de obrigaes tributrias.3. Verificada a dissoluo irregular da empresa, o redirecionamento da Execuo Fiscalsomente possvel contra o scio-gerente da sociedade poca do fato gerador, o que noocorre no caso dos autos.4. Agravo Regimental no provido.(AgRg no Ag 1394554/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgadoem 07/06/2011, DJe 10/06/2011) - sem grifos no original.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EXECUO FISCAL. DISSOLUO DASOCIEDADE. FATO GERADOR ANTERIOR AO INGRESSO DO SCIO NA SOCIEDADE.REDIRECIONAMENTO. INCABIMENTO. AGRAVO IMPROVIDO.1. A responsabilidade do scio, que autoriza o redirecionamento da execuo fiscal, ante adissoluo irregular da empresa, no alcana os crditos tributrios cujos fatos geradoresprecedem o seu ingresso na sociedade, como prprio da responsabilidade meramenteobjetiva. Precedentes de ambas as Turmas da Primeira Seo do Superior Tribunal deJustia.2. Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1140372/SP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 27/04/2010, DJe 17/05/2010) - sem grifos no original.

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PRETENDIDOREDIRECIONAMENTO DA EXECUO FISCAL FUNDADO NA DISSOLUOIRREGULAR DA SOCIEDADE. SCIOS QUE NO DETINHAM PODER DE GERNCIA POCA DA DISSOLUO IRREGULAR. DESPROVIMENTO DO AGRAVOREGIMENTAL.1. A controvrsia consiste em saber se cabe - na hiptese de dissoluo irregular dasociedade - o redirecionamento da execuo fiscal contra determinado scio cujo nome

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consta da Certido de Dvida Ativa, ainda que este no exera poder de gerncia poca dadissoluo irregular.2. O pedido de redirecionamento da execuo fiscal, quando fundado na dissoluoirregular da sociedade executada, pressupe a permanncia do scio na administrao daempresa no momento da ocorrncia dessa dissoluo, que , afinal, o fato que desencadeiaa responsabilidade tributria.3. Nos presentes autos,ao desprover o agravo de instrumento do INSS, o Tribunal de origemdeixou consignado que somente aps a retirada dos scios houve a dissoluo irregular dasociedade. Em assim decidindo, a Turma Regional no contrariou os arts. 135, III, e 202, I,do Cdigo Tributrio Nacional, e 2, 5, I, e 3, da Lei 6.830/80, tampouco divergiu dajurisprudncia dominante do Superior Tribunal de Justia.4. Agravo regimental desprovido.(AgRg no REsp 1.060.594/SC, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJe04/05/2009). - sem grifos no original.

Dessume-se, portanto, que a deciso recorrida est em sintonia com o atualentendimento do Superior Tribunal de Justia, razo pela qual no merece prosperar airresignao da Unio.

Em face do exposto, com fulcro no art. 557, caput, do Cdigo de Processo Civil,nego seguimento ao presente agravo.

Intimem-se e, oportunamente, remetam-se os autos vara de origem.

Porto Alegre, 24 de abril de 2013.00008 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0000565-58.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIKAGRAVANTE : COOPERATIVA SANTA CLARA LTDA/ADVOGADO : Vanessa Busatto Dias e outro

: Marcelo Romano Dehnhardt e outrosAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso (fl. 19) que, nasexecues fiscais ns 1.05.0000665-1 e 1.05.0000882-4, malgrado j existente penhora de bemimvel em garantia do crdito em execuo, determinou a expedio de mandado de penhora norosto dos autos, a recair sobre crditos decorrentes da ao judicial n 98.0018093-1.

A agravante relata que, antes mesmo da distribuio da execuo fiscal, j haviaajuizado a cautelar n 2005.71.07.003033-0 e ofertado em cauo, depois convertida empenhora, o imvel matriculado sob o n 2.840 do RI de Veranpolis/RS, avaliado, na ocasio, emR$ 830.000,00. Narra que os embargos execuo fiscal, recebidos com efeito suspensivo,atualmente se encontram suspensos, aguardando o resultado da ao ordinria n2000.71.13.000490-3, onde se discute a inconstitucionalidade da cobrana do PIS, o que poderter reflexos sobre a presente execuo fiscal, decorrente da no aceitao de compensaes deCOFINS realizadas com base no crdito de PIS buscado. Por sua vez, esta ao ordinriaencontra-se em fase de recurso perante o Superior Tribunal de Justia (REsp n 708.080/RS).

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 30 / 743

Sustenta que h penhora integral e regular nos autos, de modo que os artigos 11, I,da LEF e 655-A do CPC devem ser interpretados em conjunto com o disposto no artigo 620 doCPC. Afirma que no h justificativa para penhora do crdito, e que a penhora de depsitojudicial medida extrema. Roga seja concedido efeito suspensivo ao agravo.

Decido.

Na hiptese, o bem imvel penhorado nos autos restou avaliado, na data de junhode 2005, em R$ 830.000,00 (fl. 40-41), enquanto que o valor atual da dvida cobrada naexecuo fiscal n 144/1.05.0000665-1 chega a R$ 533.485,42, e o valor da execuo fiscal n144/1.05.0000882-4 remonta a R$ 402.437,89. A exequente, amparada na autorizao do artigo15 da LEF, bem como considerando a ordem de preferncia dos bens a serem penhorados,postulou fosse ordenada a penhora no rosto dos autos n 98.0018093-1, onde existentesdepsitos efetuados em dinheiro a serem levantados pela autora, ora executada. O pedido foideferido na deciso agravada.

De incio, analiso a viabilidade do pedido de substituio da garantia, na forma doartigo 15 da LEF:

"Art. 15 - Em qualquer fase do processo, ser deferida pelo Juiz:(...)II - Fazenda Pblica, a substituio dos bens penhorados por outros, independentementeda ordem enumerada no artigo 11, bem como o reforo da penhora insuficiente."

No olvidar, contudo, que o art. 15, inciso II, da LEF deve ser interpretado, nalinha da jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia, com temperamentos, s se justificandoa substituio da penhora quando demonstrada a inconvenincia dos bens ofertados pelodevedor:

RECURSO ESPECIAL - ALNEA "A" - EXECUO FISCAL - SUBSTITUIO DA PENHORA- EXEGESE DO ARTIGO 15, INCISO II, DA LEF. "O inciso II do art. 15 da lei n. 6.830/80que permite a Fazenda Pblica, em qualquer fase do processo, postular a substituio dobem penhorado, deve ser interpretada com temperamento, tendo em conta o princpiocontido no art. 620 do Cdigo de Processo Civil, segundo o qual "quando por vrios meioso credor promover a execuo, o juiz mandara que se faa pelo modo menos gravoso", noconvivendo com exigncias caprichosas, nem com justificativas impertinentes" (REsp53.652/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, Rel. p/ Acrdo Min. Cesar Asfor Rocha,DJU 13/03/1995). Nesse contexto, acertado o entendimento da Corte de origem ao reformara deciso do juiz singular que, um ano e meio aps a realizao da penhora de 5.400 fardosde papel higinico, com 50 rolos cada, autorizou sua substituio por um imvel depropriedade da executada. In casu, no se pode afirmar que os bens constritos sodestitudos de valor comercial, de modo que sua futura alienao poder garantir asatisfao do crdito exigido pelo ente fazendrio. Recurso especial improvido. (REsp251.129/SP, Rel. Ministro FRANCIULLI NETTO, SEGUNDA TURMA, julgado em 15.04.2004,DJ 30.06.2004 p. 283)

No caso, a atual conformao processual indica que, ao menos em um curto lapsode tempo, no ter prosseguimento a execuo fiscal. Veja-se que os embargos execuo,recebidos com efeito suspensivo, aguardam julgamento da ao ordinria n2000.71.13.000490-3. Esta ao, por sua vez, encontra-se pendente de julgamento no STJ (REspn 708.080/RS), tendo sido determinado, naquela instncia, que fosse aguardado o julgamentodo Recurso Especial 1.144.635/RS, submetido sistemtica do art. 543-C do CPC, ainda sem

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 31 / 743

previso de julgamento. A rigor, portanto, nada indica que se tenha, em um curto espao detempo, possibilidade de prosseguimento da execuo fiscal. Neste contexto, no se mostrarazovel pretender-se substituir penhora que recai sobre imvel, em princpio idneo, pordinheiro, bem que se mostra indispensvel continuidade das atividades empresariais.

Estivesse a execuo fiscal em fase processual mais avanada, em que apenas seaguardasse a satisfao da dvida, o raciocnio certamente inclinar-se-ia pela possibilidade daimediata penhora sobre o numerrio, por evitar maiores providncias para o efetivoadimplemento. No entanto, no contexto atual, em que ainda se aguarda o desfecho de outra aoordinria, que influenciar, por sua vez, no julgamento dos presentes embargos, recebidos comefeito suspensivo, nada indica a necessidade de substituio da penhora por outro bem,mormente dinheiro, cujo bloqueio muito mais gravoso ao executado do que a manuteno daconstrio sobre o imvel.

No desconheo que o dinheiro se encontra em primeiro lugar no rol depreferncias dos artigos 655 do CPC e 11 da Lei 6.830/80. Todavia, este rol no absoluto,devendo ser lido em consonncia com o artigo 620 do CPC, que pontifica o princpio da menoronerosidade do devedor. Se j existe constrio sobre um bem imvel, e se pendem severasdvidas sobre a futura subsistncia dos dbitos (nesta Corte, se reconheceu a parcialprocedncia do pedido na ao ordinria n 2000.71.13.000490-3), no se pode deferir asubstituio por mero capricho ou comodidade do exeqente, se importar um gravame maior aoexecutado.

Contudo, ainda que no seja razovel a simples substituio da penhora, no sepode desconsiderar a possibilidade de haver o reforo de penhora. Note-se que, atualmente,as dvidas cobradas nas execues fiscais, somadas, chegam a aproximadamente R$ 935.000,00.O valor do imvel (R$ 830.000,00), de outro lado, fornecido por laudo datado de junho de2005, a indicar a necessidade de elaborao de novo laudo de avaliao sobre o imvel, paraaquilatar o valor atual do bem, dado o considervel decurso de tempo desde aquela avaliao.

Assim, no se pode afastar, de pronto, a possibilidade de constrio dos valoresdecorrentes da ao judicial n 98.0018093-1, no a ttulo de substituio de penhora, mas sim attulo de reforo. A providncia, contudo, exige prvia reavaliao do imvel penhorado, a serordenada pelo juzo a quo, para que possa aferir a efetiva necessidade desse reforo de penhora.

Neste passo, e considerando o estreito limite cognitivo inerente a esta quadraprocessual, deve ser deferido em parte o efeito suspensivo, a fim de determinar que apenhora no rosto dos autos da ao n 98.0018093-1 se d unicamente a ttulo de reforo depenhora, e somente se necessrio tal reforo, o que dever ser aferido aps reavaliao doimvel penhorado nos autos. A presente determinao no impede, por bvio, o bloqueio dasimportncias no bojo da ao judicial antes referida, at que seja possvel decidir sobre anecessidade do reforo, quando ento, verificada eventual insuficincia da penhora sobre oimvel, ser possvel ordenar a transferncia do numerrio conta judicial vinculada spresentes execues fiscais ou a liberao parte.

Isso posto, defiro em parte o efeito suspensivo, na forma da fundamentao.

Intimem-se.Publique-se.

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 32 / 743

Comuniquem-se o juzo a quo, para as providncias cabveis, e o juzoresponsvel pela ao n 98.0018093-1, em trmite na 2 Vara Federal Tributria de PortoAlegre, para cincia.

Porto Alegre, 24 de abril de 2013.00009 AGRAVO DE INSTRUMENTO N 0000564-73.2013.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIKAGRAVANTE : COOPERATIVA SANTA CLARA LTDA/ADVOGADO : Vanessa Busatto Dias e outro

: Marcelo Romano Dehnhardt e outrosAGRAVADO : UNIO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

DECISO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra deciso (fl. 19) que, nasexecues fiscais ns 1.05.0000665-1 e 1.05.0000882-4, malgrado j existente penhora de bemimvel em garantia do crdito em execuo, determinou a expedio de mandado de penhora norosto dos autos, a recair sobre crditos decorrentes da ao judicial n 98.0018093-1.

A agravante relata que, antes mesmo da distribuio da execuo fiscal, j haviaajuizado a cautelar n 2005.71.07.003033-0 e ofertado em cauo, depois convertida empenhora, o imvel matriculado sob o n 2.840 do RI de Veranpolis/RS, avaliado, na ocasio, emR$ 830.000,00. Narra que os embargos execuo fiscal, recebidos com efeito suspensivo,atualmente se encontram suspensos, aguardando o resultado da ao ordinria n2000.71.13.000490-3, onde se discute a inconstitucionalidade da cobrana do PIS, o que poderter reflexos sobre a presente execuo fiscal, decorrente da no aceitao de compensaes deCOFINS realizadas com base no crdito de PIS buscado. Por sua vez, esta ao ordinriaencontra-se em fase de recurso perante o Superior Tribunal de Justia (REsp n 708.080/RS).

Sustenta que h penhora integral e regular nos autos, de modo que os artigos 11, I,da LEF e 655-A do CPC devem ser interpretados em conjunto com o disposto no artigo 620 doCPC. Afirma que no h justificativa para penhora do crdito, e que a penhora de depsitojudicial medida extrema. Roga seja concedido efeito suspensivo ao agravo.

Decido.

Na hiptese, o bem imvel penhorado nos autos restou avaliado, na data de junhode 2005, em R$ 830.000,00 (fl. 40-41), enquanto que o valor atual da dvida cobrada naexecuo fiscal n 144/1.05.0000665-1 chega a R$ 533.485,42, e o valor da execuo fiscal n144/1.05.0000882-4 remonta a R$ 402.437,89. A exequente, amparada na autorizao do artigo15 da LEF, bem como considerando a ordem de preferncia dos bens a serem penhorados,postulou fosse ordenada a penhora no rosto dos autos n 98.0018093-1, onde existentesdepsitos efetuados em dinheiro a serem levantados pela autora, ora executada. O pedido foideferido na deciso agravada.

De incio, analiso a viabilidade do pedido de substituio da garantia, na forma doartigo 15 da LEF:

DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 4 REGIO 33 / 743

"Art. 15 - Em qualquer fase do processo, ser deferida pelo Juiz:(...)II - Fazenda Pblica, a substituio dos bens penhorados por outros, independentementeda ordem enumerada no artigo 11, bem como o reforo da penhora insuficiente."

No olvidar, contudo, que o art. 15, inciso II, da LEF deve ser interpretado, nalinha da jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia, com temperamentos, s se justificandoa substituio da penhora quando demonstrada a inconvenincia dos bens ofertados pelodevedor:

RECURSO ESPECIAL - ALNEA "A" - EXECUO FISCAL - SUBSTITUIO DA PENHORA- EXEGESE DO ARTIGO 15, INCISO II, DA LEF. "O inci