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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO Ano IX – nº 275 – Porto Alegre, sexta-feira, 5 de dezembro de 2014 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO PUBLICAÇÕES JUDICIAIS SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES Expediente Secretaria do Plenário Judicial Expediente SPLE Nro 156/2014 TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO Secretaria do Plenário Judicial DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO 1 / 669

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  • DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃOAno IX – nº 275 – Porto Alegre, sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

    PUBLICAÇÕES JUDICIAIS

    SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES

    Expediente

    Secretaria do Plenário Judicial

    Expediente SPLE Nro 156/2014

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

    Secretaria do Plenário Judicial

    DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃO 1 / 669

  • AUTOS COM DESPACHO

    AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0005790-25.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIKAGRAVANTE : LUIS AUGUSTO MARX MEADVOGADO : Mozarth Bielecki Wierzchowski e outroAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto por LUIS AGUSTO MARX ME emface de decisão do magistrado a quo que julgou improcedente a exceção de pré-executividade, sob o entendimento de que o incidente utilizado era incabível para discutir amatéria invocada.

    O agravante, em síntese, refere ter ocorrido a decadência do direito do Fisco delançar o crédito tributário bem como a prescrição da ação de cobrança para a execução docrédito tributário. Alega que tais matérias, por serem de ordem pública, podem ser alegadaspor meio de exceção de pré-executividade e conhecidas de ofício pelo juiz. Colacionajurisprudência para sedimentar sua tese. Pede o provimento do recurso além da condenaçãoda União ao pagamento de 20% sobre o valor cobrado atualizado a título de honoráriosadvocatícios.

    Vieram conclusos.

    É o relatório.

    Decido.

    Primeiramente, destaco que a exceção de pré-executividade, verdadeira criaçãopretoriana, é admitida apenas para aquelas matérias que o juiz pode decidir de ofício, comoas condições da ação. Aliás, a matéria já foi pacificada pelo STJ, tendo sido editada a Súmulanº 393:

    (...) A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente àsmatérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. (...)

    Nesse sentido, é admitida a apreciação de tal instrumento referente apressupostos processuais para o desenvolvimento regular do processo executivo, bem comoas questões relativas a nulidades flagrantes do título executivo, prescrição, decadência ouquitação do débito.

    No caso dos autos, insurge-se a recorrente quanto à prescrição do direito daUnião de executar os débitos tributários descritos nas CDAs bem como a decadência dodireito do fisco de lançá-los. Desse modo, tendo em vista que as alegações referidasenquadram-se como matéria de ordem pública, passível sua apreciação através de exceção depré-executividade. Nesse sentido:

    PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. DIES A QUO DO PRAZO PRESCRICIONAL.VERIFICAÇÃO. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 07/STJ. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO

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  • VERIFICAÇÃO. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 07/STJ. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃODE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CABIMENTO. ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO. POSSIBILIDADE.SÚMULA 393/STJ. 1. O Tribunal de origem consignou que o lançamento definitivo docrédito deu-se em 29.10.2003, com base nos elementos constantes da CDA. Para invalidara decisão do julgado quanto ao termo a quo prescricional, seria inevitável adentrar aanálise do conteúdo fático-probatório dos autos, o que é vedado, na via especial, emrazão da Súmula 07/STJ: A pretensão de simples reexame de prova não enseja recursoespecial. 2. A prescrição é passível de ser analisada no bojo da exceção de pré-executividade. A respeito do tema, foi editada a Súmula 393/STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis deofício que não demandem dilação probatória. 3. Agravo regimental não provido. (AgRgno AREsp 12.116/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em17/11/2011, DJe 02/12/2011) (grifei)

    PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESCABIMENTO. ENCARGO LEGAL DE20% DO DL. N. 1.025/69. LEGALIDADE. 1. É cabível a exceção de pré-executividadepara discutir matérias de ordem pública na execução fiscal, como a prescrição, nãosendo permitida, entretanto, a sua interposição quando o seu acolhimento dependa dedilação probatória, como no caso dos autos. 2. O Superior Tribunal de Justiça jáconsolidou sua jurisprudência para reconhecer a legalidade da incidência do encargolegal previsto no Decreto-lei n. 1.025/69, mesmo nos casos em que houver adesão aprograma de parcelamento, sendo proibida apenas a cumulação com honoráriosadvocatícios. 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não-provido.(REsp 1140794/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,julgado em 19/08/2010, DJe 28/09/2010) (grifei)

    No que se refere ao mérito das matérias suscitadas, atenta-se para o esmiúce dasquestões pertinentes a seguir expostas.

    Decadência:

    Primeiramente, cabe salientar que os créditos aqui analisados referem-se atributos declarados pelo SIMPLES, tratando-se, portanto, de tributos sujeitos ao lançamentopor homologação. Por essa razão, o próprio contribuinte tem o dever de apurar e pagar o quedeve, cabendo ao Fisco apenas chancelar tal apuração quando entenda correta.

    Ocorre que o autolançamento, como também é nomeado o lançamento porhomologação, constitui o crédito tributário a partir da entrega pelo contribuinte da DCTF ouGFIP, ou, no caso, da declaração de rendimentos. Embora não estejam acostadas aos autos asdeclarações, é palpável a verificação de constituição dos créditos tributários, pois as CDAsjuntadas atestam a forma de constituição dos créditos tributários, quais sejam via declaração(fls.13 a 39). Assim, tacitamente, se presume a existência dos referidos documentos para adevida constituição do direito do Fisco.

    Ademais, atenta-se para o conteúdo do Decreto-Lei 2.124/84, art. 5°, §§ 1° e 2°,que dispõe:

    "§ 1º. O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicandoa existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil esuficiente para a exigência do referido crédito. (...).§ 2º. Não pago no prazo estabelecido pela legislação, o crédito, corrigidomonetariamente e acrescido da multa de 20% (vinte por cento) e dos juros de moradevidos, poderá ser imediatamente inscrito em Dívida Ativa, para efeito de cobrança

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  • executiva, observado o disposto no § 2º do art. 7º do Decreto-Lei 2.065, de 26 de outubrode 1983."

    Reitera este entendimento o enunciado da Súmula n° 436 do STJ:

    "A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui ocrédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco"

    Nessa senda, não há que se falar em decadência dos créditos executados, poishá um pedido de parcelamento feito pelo contribuinte na data de 27.07.2007 (fl.111). Assim,o pedido de parcelamento constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente paraa exigência do crédito tributário. Portanto, não se verifica a ocorrência de decadência dodireito de lançar, visto não ter decorrido o lustro decadencial que preconiza o artigo 173 doCTN, entre o exercício dos créditos executados (2006/2007) e o pedido de parcelamento.

    Portanto, sendo o tributo sujeito a lançamento por homologação, e havendodeclaração do débito, inexiste decadência, porquanto o crédito tributário estará constituídopela própria confissão do contribuinte.

    Prescrição:

    No que tange a essa matéria, importante destacar que a data de início dacontagem do prazo prescricional de cinco anos (artigo 174 do CTN) é da constituição docrédito tributário. Com relação a esse marco temporal é nebuloso precisar com exatidão adata da constituição definitiva dos créditos, visto que, como já fora referido, não há asdeclarações para especificar tal data.

    Apesar disso, é bastante perceptível que não tenha decorrido o prazoprescricional de cinco anos para o ajuizamento da ação.

    Vejamos.

    Os créditos tributários são referentes ao ano de 2006/07 e houve o pedido deparcelamento em 27.07.07, portanto, não tendo decorrido nem mais de um ano entre essesmarcos temporais. Sabedor disso atenta-se para a suspensão da exigibilidade dos créditos até19.05.2012 (fl.111), data de exclusão do programa de parcelamento, não se contando duranteesse tempo o prazo prescricional.

    Após, verifica-se que o despacho citatório da execução fiscal ocorreu em18.09.2012 (fl.40), data que interrompe o prazo prescricional (artigo 174, I do CTN). Destaforma, transcorreu um prazo de aproximadamente quatro meses entre a data que se voltou acontar o prazo prescricional (19.05.2012) e o despacho citatório que interrompe a prescrição(18.09.2012).

    Em síntese, houve o transcurso de no máximo um ano entre a constituição docrédito e o parcelamento que suspendeu a prescrição. Somam-se a isso, os aproximadamentequatro meses entre a exclusão do parcelamento e o despacho citatório, gerando um prazo de,no máximo um ano e quatro meses, ou seja, nem perto do lapso prescricional de cinco anosque a lei preconiza.

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  • Por fim, entendo não ter ocorrido nem a decadência do direito de lançartampouco a prescrição de do direito do Fisco de executar os créditos tributários.

    Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, ex vi do artigo 527,I, c/c artigo 557, caput, do CPC.

    Intimem-se. Publique-se.

    Porto Alegre, 01 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0005975-63.2014.404.0000/SCRELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIKAGRAVANTE : SOC/ BENEFICENTE DON DANIEL HOSTINADVOGADO : Fabricio da Silva e outroAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Sociedade Beneficente DonDaniel Hostin contra decisão que, em execução fiscal, indeferiu o pedido de liberação dosvalores bloqueados em consulta ao sistema BACENJUD.

    A agravante, em síntese, refere-se ao artigo 28, I, da Lei 8.212/91 para defenderque a execução fiscal é nula, pois fundada em título executivo que não é líquido e certo.Sustenta que os valores bloqueados via BACENJUD são impenhoráveis, pois destinados aopagamento de despesas básicas e de salários dos funcionários. Assegura que a penhora dosseus saldos bancários inviabilizará a atividade essencial desenvolvida. Refere-se ao princípioda proporcionalidade e propõe outras formas de quitar o débito, como a penhora sobrefaturamento e o oferecimento de outros bens móveis. Relata que pediu o parcelamento dosdébitos, evidenciando sua boa-fé. Colaciona jurisprudência e postula a antecipação de tutelapara liberar os valores bloqueados.

    É o relatório.

    Decido.

    É cediço que a utilização do sistema BACENJUD traduz mecanismo deagilidade ao possibilitar a realização da chamada penhora online sobre ativos financeiros(art. 185-A do CTN e art. 655-A do CPC, incluído pela Lei nº 11.382/2006), sendoabsolutamente desnecessário o esgotamento das diligências para a localização de outros benspenhoráveis. Colaciono precedente:

    AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL.PENHORA ON-LINE. BACEN JUD. EXAURIMENTO DAS DILIGÊNCIAS PARA ALOCALIZAÇÃO DE BENS PASSÍVEIS DE PENHORA. DESNECESSIDADE. EXECUÇÃOPOSTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.382/2006. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.1. É firme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça em que, após as modificaçõesintroduzidas pela Lei nº 11.382/2006, o bloqueio de ativos financeiros pelo Sistema BacenJud prescinde do esgotamento das diligências para a localização de outros bens passíveisde penhora.

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  • 2. Agravo regimental improvido.(AgRg no Ag 1230232/RJ, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA,julgado em 17/12/2009, DJe 02/02/2010)

    Compulsando os autos, verifico que, a fim de garantir a execução fiscal, forambloqueados, em 12.06.2014, R$ 55.056,70 via BACENJUD (fl. 58), o que motivou aexecutada a comparecer aos autos alegando a impenhorabilidade do valor constrito, nostermos do artigo 649, IV do CPC.

    O dispositivo mencionado, a propósito, prevê os bens sobre os quais recai aimpenhorabilidade absoluta, in verbis:

    "Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:(...)IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos deaposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade deterceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhadorautônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o desteartigo; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). (grifei)(...)"

    Nesse sentido, compete ao executado comprovar que as quantias depositadasem conta corrente referem-se à hipótese do inciso IV do caput do art. 649 desta Lei ou queestão revestidas de outra forma de impenhorabilidade (§2º do art. 655-A do Código deProcesso Civil).

    No caso, malgrado constem documentos demonstrando as atividades e serviçosdesenvolvidos, o balanço patrimonial e o relatório financeiro da executada, verdade é quenenhuma prova foi produzida no sentido de que o valor bloqueado destinava-se à folha depagamento dos funcionários e às despesas básicas para o funcionamento do hospital.

    Ademais, impende considerar que se trata de sociedade beneficente, prestadorade serviços médicos e hospitalares. Entretanto, tal fato, por si só, não enseja o desbloqueiodos valores constritos.

    Em verdade, o inciso IX do artigo 649 estabelece a impenhorabilidade derecursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória emeducação, saúde ou assistência social.

    Tal dispositivo, nos dizeres de Araken de Assis, "(...) protege o dinheirorecebido (...) por hospitais, seja a fundo perdido (...), seja em contraprestação aos serviçosprestados no âmbito do SUS (...)" (ASSIS, Araken de. Manual da Execução , 11ª ed.; SãoPaulo: RT, 2007, p. 224). Atente-se:

    PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CRÉDITOS DECORRENTES DE SERVIÇOS DESAÚDE PRESTADOS POR ENTIDADE PRIVADA. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS.IMPENHORABILIDADE ABSOLUTA.1. A Lei 11.382/2006 inseriu, no art. 649, IX, do CPC, a previsão de impenhorabilidadeabsoluta dos "recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicaçãocompulsória em educação, saúde, ou assistência social".2. Na hipótese, a origem pública dos recursos penhorados está claramente definida.3. Não é qualquer recurso público recebido pelas entidades privadas que é impenhorável,mas apenas aquele de aplicação compulsória na saúde.

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  • 4. Os valores recebidos pela entidade privada recorrente vinculam-se à contraprestaçãopelos serviços de saúde prestados em parceria com o SUS - Sistema Único de Saúde,razão pela qual são absolutamente impenhoráveis.5. Recurso especial provido.RECURSO ESPECIAL Nº 1.324.276 - RJ (2012/0053367-9),RELATORA : MINISTRANANCY ANDRIGHI, 3ª Turma, julg. em 04/12/2012).

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. BLOQUEIO DE VALORES.IMPENHORABILIDADE. São impenhoráveis, quando devidamente comprovados, osrecursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória emeducação, saúde ou assistência social, conforme previsto no art. 649, IX, do Código deProcesso Civil. (TRF4, AG 0005190-04.2014.404.0000, Segunda Turma, Relator RômuloPizzolatti, D.E. 19/11/2014)

    Ocorre, todavia, que não restou comprovado tratar-se o valor bloqueado derecursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em saúde,como determina o artigo anteriormente referido. Também não restou comprovado que obloqueio ocorreu sobre valor repassado pelo SUS para a execução de serviços relativos àsaúde pública, que também autorizaria o desbloqueio. A propósito, sequer foi juntado oextrato das contas em que foi efetuado o bloqueio, razão pela qual não há como saber se talvalor era, efetivamente, impenhorável.

    Assim, ao menos em um juízo perfunctório, a alegação de impenhorabilidadenão veio acompanhada da necessária demonstração.

    Quanto ao parcelamento referido pela agravante, não há como concluir, atravésdo documento de fl. 180, que se trata, de fato, de parcelamento do debito exequendo.

    Além disso, ainda que realmente se tratasse do parcelamento do débito emquestão, o documento de fl. 181 refere que o pagamento da primeira parcela ocorreu em julhode 2014, portanto, após a realização da penhora via BACENJUD, em junho de 2014. Assim,não haveria falar em levantamento de constrição já efetivada, visto que a suposta adesão aoparcelamento teria ocorrido posteriormente a realização de penhora. Nesse sentido:

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. PENHORA VIA SISTEMA BACENJUD. POSSIBILIDADE.DESBLOQUEIO DE VALORES EM RAZÃO DE ADESÃO AO PARCELAMENTO.CONDICIONADA À SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA. A adesão a programa deparcelamento após a realização da penhora (no caso, via BACENJUD) não autoriza, emlinha de princípio, o levantamento da constrição já efetivada. Contudo, a parte executadatem a possibilidade de liberar dos valores mediante substituição da penhora, conformevem decidindo este Colegiado. Quando o bloqueio for feito em data posterior à adesão aoparcelamento, a liberação dos valores deve ser de forma incondicionada. Por outro lado,quando o bloqueio se der anteriormente à adesão ao parcelamento, a liberação dosvalores fica condicionada à substituição da penhora por outra garantia. (TRF4, AG5017204-66.2013.404.0000, Segunda Turma, Relatora p/ Acórdão Luciane AmaralCorrêa Münch, juntado aos autos em 16/10/2013)(grifei)

    AGRAVO LEGAL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ON LINE. PARCELAMENTOPOSTERIOR. MANUTENÇÃO DA GARANTIA. NOVO VALOR. AUSÊNCIA DEINTIMAÇÃO. PRECLUSÃO. 1. A penhora previamente realizada se mantém em caso deparcelamento posterior, inclusive nas hipóteses em que a garantia recai sobre dinheiro. 2.A falta de intimação do novo valor devido após reconhecimento da decadência parcial e aapontada violação ao art. 471, I, do CPC, não caracterizam nulidade insanável, razãopela qual, não sendo acolhida a impugnação, ou imposto condicionamento para tanto,

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  • deveria ter sido interposto recurso ao tempo oportuno. 3. Agravo legal improvido. (TRF4,AG 0014047-10.2012.404.0000, Primeira Turma, Relator Francisco Donizete Gomes,D.E. 06/02/2013)

    Nessas circunstâncias, correta a decisão agravada ao manter a penhora dosativos financeiros de titularidade da sociedade devedora.

    Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos doartigo 557, caput, do CPC.

    Porto Alegre, 21 de novembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006649-41.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : IRTON BERTOLDO FELLERADVOGADO : Fabiano Barreto da Silva e outrosAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação da tutelarecursal, interposto por Irton Bertoldo Feller contra decisão do MM. Juiz de Direito FelipePeng Giora, da 1ª Vara da Comarca de Parobé-RS, que, nos autos da Execução Fiscal nº157/1.06.0001612-2, rejeitou exceção de pré-executividade visante ao reconhecimento dadecadência do direito de lançar o crédito tributário, a pretexto de que os créditos se referem ajaneiro de 2004 e foi tempestivamente constituído pelo Fisco (fls. 17-19).

    Sustenta a parte agravante, em síntese, que os créditos dizem respeito a obrafinalizada em 1990, e não em janeiro de 2004, o que é demonstrado por vários indícios, comonota fiscal de compra de telhas em 1990 que sugere a fase final das obras. Alega que ocrédito poderia ter sido constituído desde 1991, de modo que se verificou a decadência dodireito de lançá-lo, nos termos do art. 173 do Código Tributário Nacional. Requer a reformada decisão agravada, para que seja extinta a execução, além de que seja suspensa a execuçãoaté o julgamento da exceção.

    É o relatório. Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

    A parte agravante pretende demonstrar a decadência do direito de lançaralegando que o fato gerador do tributo se verificou em 1990, e não em 2004, pois aconstrução civil que ensejou a exigência das contribuições previdenciárias foi finalizada jáem 1990. Ocorre que suas alegações exigem dilação probatória, além de se submeterem aeventual julgamento com base em regras de ônus da prova. Daí que essa matéria nem sequerpode ser conhecida em exceção de pré-executividade, na qual somente pode ser acolhidaalegação que possa ser comprovada de plano, conforme o teor da Súmula nº 393 do SuperiorTribunal de Justiça (STJ), in verbis:

    A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matériasconhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.

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  • Portanto, ao postular o reconhecimento da decadência do direito de lançar, semdemonstrar de plano suas alegações, o recurso está em manifesto contraste com a Súmula 393do STJ.

    Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, por estar emmanifesto contraste com o disposto na Súmula 393 do STJ, o que faço com base no caput doart. 557 do CPC.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006655-48.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : VESTIGIOS CALCADOS LTDA/ EPPADVOGADO : Leuton BudimAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação da tutelarecursal, interposto por Vestígios Calçados Ltda. EPP. contra decisão da MM. Juíza de DireitoPatrícia Antunes Laydner, da 1ª Vara Cível da Comarca de Sapiranga-RS, que, nos autos dosEmbargos à Execução nº 132/1.14.0006855-8, indeferiu pedido de liberação dos valoresbloqueados via sistema Bacenjud, pelas razões já expostas na decisão proferida à fl. 115 daação declaratória em apenso (fls. 41).

    Sustenta a parte agravante, em síntese, que os valores bloqueados via sistemaBacenjud devem ser liberados como medida de justiça e equilíbrio processual, devendo apenhora recair sobre debêntures da Eletrobrás.

    É o relatório.Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.A parte agravante postula a liberação dos valores bloqueados via sistema

    Bacenjud sem alegar causa de impenhorabilidade. Na verdade, como oferece à penhoradebêntures da Eletrobrás, o que busca na verdade é substituição da penhora, o que deve seroferecido nos autos da execução fiscal e se submete à recusa da parte exequente. Portanto,incabível esse pedido nos autos dos embargos, porque não corresponde a uma das situaçõesprevistas no art. 745 do Código de Processo Civil. Enfim, a decisão agravada fundamentou anegativa em decisão proferida em outro processo, o que indica ser o pedido objeto de outraação. Mesmo assim, a parte agravante nem se preocupou em demonstrar a inexistência delitispendência, o que apenas reforça a impossibilidade de acolher seu agravo de instrumento.

    Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, pormanifestamente improcedente, o que faço com base no caput do art. 557 do CPC.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006656-33.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTI

    AGRAVANTE : UNIAO DOS TRABALHADORES EM RESIDUOS ESPECIAIS ESANEAMENTO AMBIENTAL UTRESAADVOGADO : Fernando Otavio Xavier Couto e outrosAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)

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  • PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação da tutelarecursal, interposto por União dos Trabalhadores em Resíduos Especiais e SaneamentoAmbiental Utresa contra decisão da MM. Juíza de Direito Rosali Terezinha ChiamentiLibardi, da Comarca de Estância Velha-RS, que, nos autos da Execução Fiscal nº095/1.13.0003443-8, indeferiu o pedido de liberação dos valores bloqueados via sistemaBacenjud (fls. 239).

    Sustenta a parte agravante, em síntese, que precisa dos valores paradesempenhar suas atividades e que havia outros bens sobre os quais a penhora poderia recair.Alega que o crédito tributário está prescrito. Ainda, sustenta que parte do valor bloqueado(mais especificamente R$ 159.360,96) é impenhorável porque já penhorado por ordem emação civil pública. Requer a reforma da decisão agravada para que sejam liberados os valoresbloqueados via sistema Bacenjud.

    É o relatório.

    Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.Ativos financeiros estão em primeiro lugar na ordem legal de penhora (art. 11

    da Lei nº 6.830, de 1980). Regular, portanto, a constrição realizada no processo de origem. Sedeseja liberação mediante substituição, deve a executada apresentar os bens, o que estarásujeito à recusa da parte exequente - tanto que a decisão agravada determinou a intimação daparte exequente para se manifestar. Como quer que seja, a parte agravante não estáoferecendo bens em substituição - pelo menos não individualiza nenhum bem em suas razõesrecursais -, de modo que não tem fundamento seu pedido de que sejam simplesmenteliberados os valores, ainda mais que não imputa nenhuma causa de impenhorabilidade.Enfim, tanto os R$ 159.360,96 não são impenhoráveis que já foram utilizados para garantir ojuízo de ação civil pública. Isso, contudo, não obsta a penhora na execução fiscal de origem.Seria eventualmente o caso de concurso de credores, a ser resolvido oportunamente.

    De resto, a prescrição não foi objeto da decisão agravada, de modo que équestão não devolvida ao exame deste Tribunal, sendo o recurso nessa parte manifestamenteinadmissível.

    Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, em parte pormanifestamente improcedente e em parte por manifestamente inadmissível, o que faço combase no caput do art. 557 do Código de Processo Civil.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006745-56.2014.404.0000/PRRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : ANDELBERTO JUARI TAVARES

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interposto

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  • pela União (Fazenda Nacional) contra decisão da MM. Juíza de Direito Roseana Assumpção,da Vara da Fazenda Pública de Capanema-PR, que, nos autos da Execução Fiscal nº 0000842-82.2014.8.16.0061, sob pena de indeferimento da inicial, determinou a intimação daexequente parar adequar o processo ao padrão estabelecido em Código de Normas do Estado,no que toca à identificação dos documentos no processo eletrônico (fls. 11).

    É o relatório.

    Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

    No âmbito do sistema de recursos cíveis vigente, o agravo retido é a regra,enquanto o agravo de instrumento é a exceção, cabendo apenas quando se tratar de decisãosuscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos deinadmissão de apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida (Código deProcesso Civil - CPC, art. 522). Daí que, interposto o agravo de instrumento, mas verificandoo relator que a espécie não se enquadra nas exceções legais ao cabimento do agravo retido,deve, desde logo, converter o agravo de instrumento em agravo retido e mandar remeter osautos ao juiz da causa (CPC, art. 527, II).

    Ora, no presente caso, não se verifica o risco de lesão grave e de difícilreparação à parte recorrente, que justifique a alteração da decisão proferida no primeirograu, sendo certo que o agravo retido possibilitará a aferição da alegada insubsistência daexigência, ao final, em caso de eventual decisão desfavorável à agravante.

    Ante o exposto, converto o agravo de instrumento em agravo retido, combase no inciso II do art. 527 do Código de Processo Civil.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006792-30.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : NESTOR SCHNEIDER e outro

    : DIONE MARIA SCHNEIDERADVOGADO : Enio Bassegio e outrosAGRAVADO : SCHNEIDER CONSTRUCOES CIVIS LTDA/ massa falida

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo, interpostopela União (Fazenda Nacional) contra decisão da MM. Juíza de Direito Traudeli Iung, daComarca de Estrela-RS, que, na Execução Fiscal nº 047/1.03.0006764-3, acolheu exceção depré-executividade para reconhecer a ilegitimidade passiva de Nestor Schneider (fls. 68-71).

    Sustenta a parte agravante, em síntese, que restou evidenciado nos autos aprática de crimes falimentares, o que autorizou o redirecionamento da execução ao sócio-gerente da sociedade devedora, Nestor Schneider. Alega que a responsabilidade tributárianão depende da responsabilidade criminal, pelo que é indiferente tenha sido ou não extinta a

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  • punibilidade do sócio redirecionado. Requer a reforma da decisão agravada para que NestorSchneider permaneça no pólo passivo da execução fiscal de origem.

    É o relatório. Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

    Pelo que se vê dos autos, ajuizada a execução fiscal originariamente contra asociedade Schneider Construções Civis Ltda. em 2001, foi ela redirecionada ao sócio-gerenteNestor Schneider, após terem sido apurados indícios de crimes falimentares, com base emnotícia do síndico da massa falida (cf. decisão de fls. 12, de 2012). A decisão agravada éaquela que acolheu exceção de pré-executividade, para afastar o sócio-gerente do pólopassivo, a pretexto de ter havido condenação criminal, confira-se:

    "Na hipótese, há notícia de que foi decretada a falência da executada, denunciado o sócioNestor Schneider por crime falimentar (fls. 13 e 52 dos autos em anexo), bem como que oprocesso crime foi extinto com fundamento na prescrição.

    Nesse contexto, entendo que extinto o processo crime sem análise dos fatos denunciados,restam apenas indícios de que houve o delito, os quais não podem ser consideradosprovas incontestes da atuação do sócio Nestor Schneider"

    Pois bem, foi regular o redirecionamento da execução com base no art. 135, III,do Código Tributário Nacional, pelos indícios de crimes falimentares, conformereiteradamente decidido por este Tribunal, do que são exemplos os seguintes julgados:

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. NÃO-OCORRÊNCIA. REDIRECIONAMENTO.INDÍCIOS DE CRIME FALIMENTAR. POSSIBILIDADE. (...) 3. A informação do síndicoda massa falida no sentido de ter apresentado relatório, apontando possíveis crimesfalimentares praticados pelos falidos, é indício de que o sócio gerente tenha agido comexcesso de mandato ou infringido a lei, o contrato social ou o estatuto, autorizando oredirecionamento do executivo fiscal. 4. Agravo de instrumento desprovido. (TRF4, AG0007814-65.2010.404.0000, Segunda Turma, Relator Otávio Roberto Pamplona, D.E.23/06/2010, sublinhou-se)

    TRIBUTÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM EXECUÇÃO FISCAL. MASSA FALIDA.INDÍCIO DE CRIME FALIMENTAR. REDIRECIONAMENTO. CABIMENTO. 1. A falência,por si só, não atrai a responsabilidade pessoal dos sócios ou dos administradores daempresa. Pode ocorrer tal responsabilização se a falência for associada a qualquerprocedimento ilegal ou fraudatório, como a ocultação ou dilapidação de bens, fraudescontábeis etc. 2. Havendo indícios de crimes falimentares, caracterizado está, emprincípio, que os sócios infringiram a lei e o próprio estatuto da pessoa jurídica, estandoimplicados, em tese, na prática de crime falimentar, o que justifica o redirecionamento daexecução. (TRF4, AG 0015870-53.2011.404.0000, Segunda Turma, Relatora LucianeAmaral Corrêa Münch, D.E. 07/03/2012, sublinhou-se)

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. MASSAFALIDA. INDÍCIOS DE CRIME FALIMENTAR. REDIRECIONAMENTO. POSSIBILIDADE.1. O art. 135, III, do CTN, autoriza o redirecionamento da execução contra os diretoresou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, quando praticarem atos comexcesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou estatuto. 2. Há informaçõesprestadas pelo síndico da massa falida no sentido de que a perícia contábil realizada emsede de falência apurou sérios indícios de crimes falimentares. 3. Não há dúvida,portanto, de que se cogitou da existência de crime falimentar, inclusive com a abertura deinquérito civil. Configurada, então, a hipótese de redirecionamento por indício de ato

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  • ilícito, nos termos do art. 135 do CTN. 4. Agravo de Instrumento provido. (TRF4, AG0017030-16.2011.404.0000, Primeira Turma, Relator Joel Ilan Paciornik, D.E.07/03/2012, sublinhou-se)

    É certo que a responsabilidade tributária atribuída ao sócio Nestor Schneidercom base em indícios poderia ser por ele afastada, se demonstrasse o contrário. Ocorre quetal demonstração pressupõe a produção de provas, o que é incompatível com o procedimentoda exceção de pré-executividade, nos termos da Súmula 393 do Superior Tribunal de Justiça(STJ): A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente àsmatérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.

    No caso, não foram afastados os indícios que motivaram o redirecionamento daexecução, uma vez que a responsabilidade tributária é independente da criminal e o simplesfato de ter sido reconhecida a prescrição da pretensão punitiva não exime o sócio de suaresponsabilidade tributária, evidenciada pela descrição, por parte do síndico, das condutaspraticadas quando da administração da sociedade falida.

    Enfim, a própria decisão agravada reconhece subsistirem indícios daresponsabilidade tributária, o que é suficiente para a manutenção de Nestor no pólo passivoda execução.

    Dessa forma, ao acolher a exceção de pré-executividade, em caso exigente dedilação probatória, a decisão agravada pôs-se em manifesto contraste com a Súmula 393 doSTJ, pelo que deve ser reformada.

    Como a exceção de pré-executividade oposta foi acolhida apenas em parte, oshonorários fixados pela decisão agravada (em R$ 1,5 mil) devem ser reduzidos pela metade,ficando assim proporcionais ao sucesso da defesa da parte excipiente, além de seremcorrigidos pelo IPCA-E.

    Ante o exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, por estar a decisãoagravada em manifesto contraste com Súmula 393 do STJ, o que faço com base no §1º-A doart. 557 do Código de Processo Civil.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006835-64.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : LISANDRA BORGMANNADVOGADO : Elvio Henriqson e outroAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    INTERESSADO : BEST BINGO ADMINISTRADORA DE JOGOS LTDA/ ME eoutro: LUCIANA BECKER

    DECISÃO

    O presente agravo de instrumento é manifestamente intempestivo, visto que aintimação da decisão agravada ocorreu em 24-10-2014 (fl. 281), porém o recurso somente

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  • aportou neste Tribunal em 19-11-2014 (fl. 285), após o prazo de dez dias para a suainterposição (CPC, art. 522), sendo certo que a tempestividade do recurso deve ser aferidapela data do protocolo no Tribunal competente, nada importando ter sido o recursoprotocolado, dentro do prazo legal, perante Tribunal incompetente (STJ, AgRg no Ag1159366/SC, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, 1ª Turma, DJe 14/05/2010), no caso, o Tribunalde Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.

    Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no caputdo artigo 557 do Código de Processo Civil, por manifestamente intempestivo.

    Porto Alegre, 01 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006864-17.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : ANTONINHO FRANCISCO ARGENTAADVOGADO : Joice de Conto Pegoraro e outrosAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalINTERESSADO : EMPREITEIRA SAO LUIZ LTDA/

    DECISÃO

    O presente agravo de instrumento é manifestamente intempestivo, visto que aintimação da decisão agravada ocorreu em 22-10-2014 (fl. 42), porém o recurso somenteaportou neste Tribunal em 21-11-2014 (fl. 47), após o prazo de dez dias para a suainterposição (CPC, art. 522), sendo certo que a tempestividade do recurso deve ser aferidapela data do protocolo no Tribunal competente, nada importando ter sido o recursoprotocolado, dentro do prazo legal, perante Tribunal incompetente (STJ, AgRg no Ag1159366/SC, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, 1ª Turma, DJe 14/05/2010), no caso, o Tribunalde Justiça do Estado do Rio Grande do Sul.

    Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no caputdo artigo 557 do Código de Processo Civil, por manifestamente intempestivo.

    Porto Alegre, 01 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006875-46.2014.404.0000/SCRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : BONET MADEIRAS E PAPEIS LTDA/ADVOGADO : Regiane Binhara Esturilio e outrosAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação da tutelarecursal, interposto por Bonet Madeiras e Papéis Ltda. contra decisão do MM. Juiz de DireitoEdison Alvanir Anjos de Oliveira Júnior, da Comarca de Santa Cecília-SC, que, nos autos daCarta Precatória nº 000376-18.2013.8.24.0056, indeferiu pedido de cancelamento dos leilões,já que não demonstra nenhuma nulidade (fls. 18).

    Sustenta a parte agravante, em síntese, que há nulidade no edital decorrente danão indicação da existência de impugnação ao cumprimento de sentença, em que se alegaexcesso de execução.

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  • É o relatório.Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.Pelo que se vê dos autos, a parte agravante foi tida como litigante de má-fé e

    condenada em 2009 ao pagamento da multa do art. 18 do Código de Processo Civil, de 1% dovalor da execução (cf. Agravo Legal em Agravo De Instrumento Nº 2009.04.00.015379-8, 2ªTurma, D.E. 24-06-2009).

    A União, então, postulou a cobrança da multa, já que dependente de simplescálculo. A parte agravante noticia ter oposto impugnação ao cumprimento de sentença, aqual, em princípio, não tem efeito suspensivo (CPC, art. 475-M). Ora, não tendo sidoatribuído efeito suspensivo, tem seguimento o cumprimento de sentença e, em consequência,os atos expropriatórios (cf. TRF4, AG 0014949-94.2011.404.0000, Segunda Turma, D.E. 19-12-2011).

    Dessa forma se procedeu no juízo de origem. Mesmo assim, a parte agravanteacusa nulidade em razão do edital não fazer referência à existência da impugnação aocumprimento de sentença. Ocorre que essa referência é desnecessária: o inciso V do art. 686do CPC exige a menção de recurso ou causa pendentes sobre os bens a serem arrematados.No caso dos autos a própria parte agravante reconhece que sua impugnação tem como objetoapenas o valor da multa. Essa discussão não afeta o bem a ser arrematado e, portanto, nãocompromete a situação do arrematante. É discussão que envolve apenas a parte executada e aparte exequente, não justificando a publicidade por meio do edital, até porque é questão queserá resolvida quando da futura transformação em pagamento definitivo do valor obtido coma arrematação, de modo que não tem relação com o leilão.

    Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, pormanifestamente improcedente, o que faço com base no caput do art. 557 do CPC.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006888-45.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : COM/ E REPRESENTACOES FABRIS LTDA/ ME

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de antecipação da tutela,interposto pela União (Fazenda Nacional) contra decisão do MM. Juízo da 1ª Vara daComarca de Getúlio Vargas-RS, que, nos autos da Execução Fiscal nº 050/1.11.0001677-7,indeferiu o pedido de expedição de mandado de penhora, sob o fundamento de que cabe àparte e não ao juízo a busca por bens do executado (fls. 174).

    Sustenta a parte agravante, em síntese, que a expedição de mandado de penhoraconstitui uma das etapas do procedimento executivo.

    É o relatório. Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

    Pelo que se vê dos autos, houve tentativa inexitosa de penhora via sistemaBacenjud. A exequente requereu, então, a expedição de mandado de penhora, o que foiindeferido pela decisão agravada.

    Pois bem, nos termos do §1º do art. 652 do Código de Processo Civil (CPC), Não

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  • efetuado o pagamento, munido da segunda via do mandado, o oficial de justiça procederá deimediato à penhora de bens e a sua avaliação, lavrando-se o respectivo auto e de tais atosintimando, na mesma oportunidade, o executado. A Lei nº 6.830, de 1980 (Lei de ExecuçõesFiscais), a seu turno, dispõe que O despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordempara (...) penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução (art. 7º, II).

    Como se vê, embora o executado e exequente possam indicar bens à penhora,no intuito de balizar as diretrizes de que a execução deva ser realizada do modo menosgravoso ao executado e de que deva satisfazer a pretensão executiva do exeqüente, aprimeira averiguação quanto à existência de bens penhoráveis, ainda que seja umaaveriguação superficial, constitui encargo do oficial de justiça, com arrimo no própriomandado de citação. Confira-se, sobre o ponto, o julgado do Superior Tribunal de Justiçaassim sintetizado:

    PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO. NOMEAÇÃO INTEMPESTIVA DE BENS A PENHORA.ARTS. 657 E 659, CPC. RECURSO DESACOLHIDO. - SE O DEVEDOR, CITADO PARAEXECUÇÃO, DEIXA DE PAGAR OU NOMEAR BENS A PENHORA NO PRAZO LEGAL (24HORAS), DEVE O OFICIAL DE JUSTIÇA, MUNIDO DO MESMO MANDADOUTILIZADO PARA EFETIVAÇÃO DA IUS VOCATIO, PENHORAR-LHE "TANTOS BENSQUANTOS BASTEM PARA O PAGAMENTO DO PRINCIPAL, JUROS, CUSTAS EHONORARIOS ADVOCATICIOS" (ART. 659, CPC). NESSES CASOS, DE NOMEAÇÃOINEXISTENTE OU INTEMPESTIVA, NÃO SE DEVOLVE AO CREDOR O DIREITO DEINDICAR OS BENS DO EXECUTADO QUE DEVAM SUJEITAR-SE A CONSTRIÇÃO,DIVERSAMENTE DO QUE OCORRE NAS HIPOTESES DE NOMEAÇÃO INEFICAZ (ART.657, CPC). (REsp 17765/RS, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTATURMA, julgado em 31/05/1993, DJ 28/06/1993, p. 12895)

    Isso não quer dizer que seja transferido ao juízo e ao oficial de justiça aresponsabilidade pela persecução do crédito do exequente, mas apenas que em uma primeiraoportunidade averigúe-se a existência de bens passíveis de penhora, para agilizar aconclusão do processo de execução, pois sequer seria possível à parte exequente indicarquais os bens do estabelecimento da empresa que são passíveis de penhora, pois não temlivre acesso às dependências da sociedade, por ser propriedade privada.

    Impõe-se, portanto, reformar a decisão agravada, para o fim de incumbir ooficial de justiça da tarefa de localizar bens passíveis de penhora no estabelecimentocomercial do executado e sobre eles efetuar a constrição.

    Ante o exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, com base no art.557, §1º-A, do Código de Processo Civil, por estar a decisão agravada em manifesto contrastecom a jurisprudência dominante do STJ.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006930-94.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUEAGRAVANTE : JOAO MINOL SHIGUEDOMIADVOGADO : Fabricio Nedel Scalzilli

    : Marcelo Nedel Scalzilli: Veronica Althaus

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  • AGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalINTERESSADO : SAQPLAST IND/ E COM/ SA

    DECISÃO

    Cuida-se de agravo contra decisão que determinou a conversão em renda dosvalores apreendidos via penhora BACENJUD, verbis:

    Reputa-se ciente o executado de todos os atos pretéritos à oposição da exceção de pré-executividade, pois nela atacou aqueles que considerava indevidos. Da mesma forma, estáciente o executado do julgamento da exceção de pré-executividade, pois dela já recorreu.A decisão de fls. 206 termina na palavra "Intimem-se". Logo, não é e nunca foi propósitodeste juízo sonegar à parte a oportunidade de conhecer todos os atos do processo e dasdecisões aqui proferidas. Ocorre que o executado não aguardou a intimação eapresentou a petição de fl. 207. Antecipou-se. Fê-lo por que quis, não por falta deintimação. Sobre a oportunidade da decisão de fl. 206, em que pese a veemência doexecutado, não se vê a existência de qualquer ato processual determinando a suspensãoda execução. Se não há determinação da suspensão da execução, nem está em tramitaçãorecurso dotado de efeito suspensivo, não há por que suspendê-la. Intimem-se.

    A agravante afirma, em síntese, que não poderia ser determinada a conversãoem renda dos valores penhorados, porque pendente o julgamento de recurso especialinterposto no AI 0000520-20.2014.404.0000/RS, no qual se discute a própria possibilidadede redirecionamento do feito.

    Requer efeito suspensivo.Esses os apertados contornos da lide. Decido.Entendo que não há a necessária prova inequívoca da verossimilhança do

    direito alegado pela parte agravante.

    De fato, esta Turma, no julgamento do AI 0000520-20.2014.404.0000/RS,considerou possível o redirecionamento contra a ora agravante, bem como todos os demais enormais fatos decorrentes da execução fiscal na origem. Eis a ementa do respectivo acórdão:

    TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTODA EXECUÇÃO PARA O SÓCIO-GERENTE. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADEREJEITADA. HONORÁRIOS DE ADVOGADO. CITAÇÃO POR EDITAL. 1. Ajurisprudência do STJ consolidou o entendimento de que a certidão emitida pelo Oficialde Justiça atestando que a empresa devedora não mais funciona no endereço constantedos assentamentos da junta comercial é indício de dissolução irregular, apto a ensejar oredirecionamento da execução para o sócio-gerente, a este competindo, se for de suavontade, comprovar não ter agido com dolo, culpa, fraude ou excesso de poder, ou ainda,não ter havido a dissolução irregular da empresa. 2. Diante desse quadro, demonstrada,em linha de princípio, a dissolução irregular da empresa sem a quitação do débito fiscal,não havendo razões para o não redirecionamento da execução contra seu responsávellegal. 3. Incabível a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, conforme oentendimento do Superior Tribunal de Justiça, quando é rejeitada a exceção de pré-executividade. 4. A jurisprudência pacificou-se no sentido de que, em execução fiscal, acitação por edital é válida após a realização de diligências nos endereços conhecidospela Administração Tributária, nos termos da Súmula 414 do Superior Tribunal deJustiça. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0000520-20.2014.404.0000, 1ª TURMA,Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUE, POR UNANIMIDADE, D.E. 01/07/2014,PUBLICAÇÃO EM 02/07/2014)

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  • A agravante interpôs recurso especial, o qual foi admitido. Assim e por não terefeito suspensivo (de regra), atos executivos posteriores foram determinados - na origem -pelo juiz singular, dentre os quais, a penhora via BACENJUD e a respectiva conversão emrenda.

    Saliento que qualquer discussão sobre a validade das decisões judiciaisproferidas na origem, dentre as quais, a ora agravada, deve ser levada ao e. STJ, atravésdo competente recurso, visando à atribuição de efeito suspensivo ao REsp ou outroprovimento derivado da tutela de urgência.

    De fato, não pode esta Corte, após exaurir sua jurisdição, analisar o pedido queora se apresenta.

    Destarte, indefiro o pedido liminar.Informe-se o juiz singular. Intimem-se, a parte agravada também para

    apresentar contrarrazões. Diligências legais.Porto Alegre, 01 de dezembro de 2014.

    AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006977-68.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUEAGRAVANTE : PERSON ORENY PEREIRA MEADVOGADO : Arlindo Tonetto Queruz e outroAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de agravo contra decisão que rejeitou a exceção de pré-executividade,verbis:

    Vistos.Cuida-se de exceção de pré-executividade oposta por PERSON ORENY PERERIA nosautos da Execução Fiscal que lhe move a UNIÃO FEDERAL visando à cobrança decréditos originários do sistema SIMPLES nos exercícios de 2007/2008. Aduz o excipiente,preliminarmente, a nulidade das CDAs por ausência de elementos das dívidas que asoriginaram, tais como os valores originários das dívidas, os termos iniciais e as formas decálculos dos juros e demais encargos, bem como a nulidade da execução fiscal pelaausência da juntada dos procedimentos administrativos que originaram os lançamentosdos tributos e, ainda, a prescrição das dívidas relativas às CDAs nº.00412015481-40 enº.00413007300-01. Alega também a falta de liquidez, certeza e exigibilidade da dívida.No mérito, alega a nulidade da multa moratória. Requer o acolhimento da exceção e aextinção da execução. Em resposta, a excepta sustentou a higidez das CDAs devendo serafastadas as alegações de prescrição, bem como de nulidade, posto que gozam depresunção de liquidez e certeza, sendo ônus do executado afastar tal presunção, o quenão ocorreu no caso, uma vez que nas CDAs estão contidos todos os dados necessáriospara as suas constituições válidas e regulares. Protestou pelo não acolhimento daexceção. É o relatório. Decido. O cabimento da exceção de pré-executividade é admitidopela jurisprudência e doutrina, em hipóteses restritas. As matérias passíveis de seremalegadas em exceção de pré-executividade não são somente as de ordem pública, mastambém os fatos modificativos ou extintivos do direito do exequente, desde quecomprovados de plano, sem necessidade de dilação probatória. No caso concreto, ostítulos que embasam o processo de execução cuidam-se de Certidões de Dívida Ativa

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  • insertas com todos os requisitos legais atinentes às CDAs, todas as certidões estãopreenchidas dos requisitos legais exigidos, descritos no art.202, do CTN, bem como na Leidas Execuções Fiscais, art. 2º, §§ 5º e 6º (L.6.830/80), com o número da inscrição, anatureza do crédito, o valor, a forma de constituição, a data da notificação, o número doprocesso administrativo e o embasamento legal. Art. 202. O termo de inscrição da dívidaativa, autenticado pela autoridade competente, indicará obrigatoriamente: I - o nome dodevedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, odomicílio ou a residência de um e de outros; II - a quantia devida e a maneira de calcularos juros de mora acrescidos; III - a origem e natureza do crédito, mencionadaespecificamente a disposição da lei em que seja fundado; IV - a data em que foi inscrita; V- sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.Parágrafo único . A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação dolivro e da folha da inscrição. Vale referir, também, que a Certidão de Dívida Ativa, nostermos do art. 204 do CTN, goza de presunção de certeza e liquidez. Essa presunção,porém, é relativa, podendo ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo oudo terceiro a que aproveite. Ademais, nenhuma nulidade pode ser decretada por meroformalismo, quando, como no caso concreto, não se constata qualquer prejuízo à defesado executado (pas de nullité sans grief). Dessa forma, inexistindo comprovação apta ailidir a presunção de certeza e liquidez das certidões em comento e, especialmente, pornão se verificar prejuízos ao exercício da defesa do devedor, além de que, estandoregularmente inscrita a dívida, como já se asseverou, goza da presunção de liquidez ecerteza (art.204, do CTN), não há que se falar em nulidade das CDAs que embasam opresente executivo fiscal. Quanto à nulidade da execução fiscal devido à ausência dejuntada do procedimento administrativo, prescindível a notificação do sujeito passivo e,por conseguinte, o procedimento administrativo reclamado, uma vez que, apresentadadenúncia espontânea, considera-se constituído o crédito tributário a partir do momentoda declaração realizada pelo contribuinte. Nesse sentido: DECISÃO MONOCRÁTICA.AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃODE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA. AUSÊNCIA DE NULIDADE.REQUISITOS DO ART. 202 DO CTN. PRESUNÇÃO DE LIQUIDEZ E DE CERTEZA.CARÁTER INSTRUMENTAL. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZOS À DEFESA. A CDA goza depresunção de liquidez e de certeza, após regular inscrição do débito. No caso concreto,foram preenchidos os requisitos do artigo 202 do CTN, discriminando corretamente ovalor relativo ao tributo, seus acréscimos, dispositivos legais incidentes e a data deconstituição do crédito. Reconhecimento da higidez da CDA que aparelha a execuçãofiscal impugnada, em face de seu caráter instrumental e da não comprovação de prejuízosà defesa da parte executada. EXISTÊNCIA DE DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PROCEDESSOADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. Tratando-se de declaração prestada pelopróprio contribuinte em denúncia espontânea acerca do valor devido de ICMS, seconsidera constituído o crédito tributário a partir do momento da declaração, sendodesnecessária a notificação ao sujeito passivo ou o procedimento administrativo, sem queisso implique em ofensa ao contraditório e à ampla defesa...RECURSO A QUE SE NEGASEGUIMENTO. (Agravo de Instrumento Nº 70053944807, Vigésima Segunda CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em 18/04/2013).Grifos meus. Esse é o entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça: REsp1087958/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em18/12/2008, DJe 18/02/2009. TRIBUTÁRIO - PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL -VIOLAÇÃO À LEGISLAÇÃO FEDERAL - TESE NÃO PREQUESTIONADA - SÚMULA282/STF - ISS - TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO -CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO PELO CONTRIBUINTE - CONFISSÃO DE DÍVIDA -PRESCINDIBILIDADE DO LANÇAMENTO - ENTENDIMENTO PACIFICADO NO STJ -PRECEDENTES. 1. Acórdão que fundamentou sua decisão na ocorrência da decadência,ante o entendimento de que deve haver lançamento tributário se o tributo foi declaração,mas não foi pago no vencimento, não enfrentou a tese da prescrição e, por conseguinte,carente o recurso especial de prequestionamento no ponto. 2. A declaração docontribuinte que informa a ocorrência do fato gerador, constituindo o crédito tributário,

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  • nos termos do art. 150 do CTN, torna prescindível a formalização do crédito pelolançamento. Precedentes. 3. Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, providopela notória divergência jurisprudencial para determinar o retorno dos autos com acontinuidade do julgamento. (Grifou-se)Nesse quadro, o título executivo mostra-se hígido,devendo prosseguir a execução. Portanto, não procede a alegada nulidade da execução.Quanto à prescrição, melhor sorte não assiste ao excipiente/executado. Vejamos:Especificamente em relação aos créditos devidos no sistema SIMPLES, como no executivofiscal em questão, a constituição se dá com base nas informações prestadas pelo própriocontribuinte relativamente à receita bruta mensal, obedecendo a sistemática da Lei n.º9.317/96. Nos termos do art. 7.º da referida Lei, as empresas inscritas no SIMPLESdeverão apresentar, anualmente, declaração simplificada a ser entregue até o último diaútil do mês de maio do ano-calendário subsequente ao da ocorrência dos fatos geradoresdos impostos e contribuições. Saliento, ainda, que em se tratando especificamente doregime tributário do SIMPLES, o termo inicial da contagem da prescrição é a data dadeclaração, pois posterior, conforme já decidiu o Tribunal Regional Federal da 4ªR e g i ã o : TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO.RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. TERMO INICIAL. DATA DA ENTREGA DADECLARAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. CITAÇÃO. SÚMULA 106/STJ.PARCELAMENTO.1. Com a nova redação do art. 219, § 5º, do CPC (Lei nº 11.280/06), éincontroversa a possibilidade de reconhecimento de ofício da prescrição em qualquergrau de jurisdição, mesmo para as ações ajuizadas anteriormente a alteraçãolegislativa.2. O termo a quo do prazo prescricional fixa-se no momento em que se podeexigir o débito declarado, a partir do vencimento da obrigação, ou da apresentação dadeclaração (o que for posterior). (Resp. 1.120.295-SP, Rel. Ministro Luiz Fux, DJE21.05.2010).3. Nos casos em que a entrega da declaração se dá após o vencimento daobrigação (v.g. DCTF, DIRPJ, GFIP), o prazo prescricional inicia-se a partir do diaseguinte à entrega da declaração. 4. Nas demandas ajuizadas antes da vigência da LC nº118/2005, aplica-se a regra do art. 174, parágrafo único, I, do CTN, em sua redaçãooriginal, considerando-se interrompida a prescrição com a citação pessoal doexecutado.5. Inexistindo a possibilidade de creditar-se ao Poder Judiciário aresponsabilidade pelo prolongado lapso temporal sem a realização da citação dodevedor, não se aplica o enunciado da súmula nº 106 do STJ.6. O parcelamentointerrompe o prazo prescricional (art. 174, IV, do CTN), que recomeça a fluir por inteirologo após o inadimplemento das parcelas acordadas. (TRF4, AC 0007664-26.2011.404.9999, Primeira Turma, Relatora Maria de Fátima Freitas Labarrere, D.E.18/07/2011). Grifos meus. Assim, com relação aos fatos geradores dos anos de 2007 e de2008 a declaração simplificada deveria ser entregue até o último dia do mês de maio de2008 e de 2009, respectivamente e, a partir de então, a União teria cinco anos paraajuizar a execução fiscal e promover a citação. In casu, a declaração referente aoscréditos que embasam a CDA nº. 00412015481-40 (ano de 2007), ocorreu em 30/06/2008(fls.74v./75), portanto em atraso pelo contribuinte. Tem-se então, que em se tratando dedeclaração em atraso, o prazo prescricional inicia-se a partir do dia seguinte à entregada declaração, isto é, a partir de 01/07/2008. A Fazenda Nacional ajuizou a ação em17/04/2013 e o despacho que recebeu a inicial ocorreu em 18/04/2013 (fl.19). Dessaforma, vê-se que desde a entega da declaração, quando começa a correr o prazoprecricional, até o recebimento da inicial ainda não havia decorrido o lapso de 05 (anos)à implementação da prescrição. No que se refere à CDA nº.00413007300-01, também nãohá que se cogitar de prescrição, porquanto referente a crédito do ano de 2008, devendo adeclaração ocorrer até 31/05/2009 (esta entregue no prazo 04/05/2009 fl.66), com 05(cinco) anos subsequentes para a propositura da ação, ou seja, até 31/05/2014. Destasorte como o processo foi ajuizado em 17/04/2013, não há como se falar em incidência daprecrição Também não há falar em ilegalidade na cobrança da multa moratória.Ocorrendo o atraso, impositiva a cobrança da multa, prevista na legislação específica, aqual constitui sanção pelo descumprimento da obrigação tributária, visando adesestimular a reiteração do inadimplemento, visto, em tais casos, como conduta ilícita.Nesse sentido: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO

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  • FISCAL. ICMS (...)Multa moratória. A cobrança da multa moratória pelo atraso nopagamento da obrigação tributária não se mostra ilegal, tampouco possui caráterconfiscatório, desde que respeitada a capacidade econômica da parte(...)APELOPARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70053241972, Segunda Câmara Cível,Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lúcia de Fátima Cerveira, Julgado em 30/04/2014).Grifos meus. Diante do exposto, REJEITO a EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADEoposta, devendo prosseguir a execução. Intimem-se, inclusive a parte exequente para quejunte cálculo atualizado do débito. Após, voltem para a análise dos pedidos constantes nafl.62. Diligências l.

    A parte agravante reafirma todas as suas razões. Requer efeito suspensivo, issopara determinar a suspensão do feito executivo na origem.

    Esses os apertados contornos da lide. Decido.Não encontro nas alegações da parte agravante fato extremo que reclame

    urgência liminar à cognição. Assim, não existindo a indicação de fatos urgentes que possamreduzir a parte agravante ao grave estado econômico, não cabe antecipar a análise do méritodeste agravo. Nesse sentido, há vários julgados desta Corte, dos quais relaciono o seguinte, atítulo de exemplo:

    TRIBUTÁRIO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. FALTA DE PERIGO. 1. A agravante afirmaque está na iminência de ser excluída de programa de parcelamento. Todavia, não trazelementos concretos para respaldar seu temor. Apenas refere-se a uma possibilidade(automática exclusão após encerramento de processo administrativo) que pode variar notempo, em especial, porque há - como ela própria afirma - uma ordem (emitida emprocesso com trânsito em julgado) determinando a sua inclusão no PAES. 2. Outrossim, acomprovação da verossimilhança do direito depende da realização de prova pericialcontábil, a qual comprovará a alegação da empresa de que houve equívoco na autuaçãofiscal, não podendo ser aferida tal alegação inequivocamente no presente momento. 3.Quanto à execução fiscal em si, também não há - nessa quadra processual - um perigo dedano irreparável, eis que não há risco de alienação de bens por ora. 4. agravoimprovido. (TRF4, agravo de Instrumento Nº 5007954-14.2010.404.0000, 2a. Turma,Juiza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOSEM 19/01/2011)Ressalto, também, que não é possível confundir prejuízo financeiro com

    irreversibilidade jurídica, a qual é protegida pela urgência exigida pela Lei.Destarte, indefiro o pedido liminar.Informe-se o juiz singular. Intimem-se, a parte agravada também para

    apresentar contrarrazões. Diligências legais.

    Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006992-37.2014.404.0000/SCRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUEAGRAVANTE : TORNEARIA SCHALON LTDA/ EPPADVOGADO : Acelmo KurowskyAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Cuida-se de agravo contra decisão que rejeitou a exceção de pré-executividade,onde se alegava ocorrência de litispendência/preclusão, bem como prescrição (da cobrançado crédito tributário).

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  • A parte agravante reafirma todas as suas razões. Requer efeito suspensivo, issopara determinar a suspensão do feito executivo na origem.

    Esses os apertados contornos da lide. Decido.Não encontro nas alegações da parte agravante fato extremo que reclame

    urgência liminar à cognição. Assim, não existindo a indicação de fatos urgentes que possamreduzir a parte agravante ao grave estado econômico, não cabe antecipar a análise do méritodeste agravo. Nesse sentido, há vários julgados desta Corte, dos quais relaciono o seguinte, atítulo de exemplo:

    TRIBUTÁRIO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. FALTA DE PERIGO. 1. A agravante afirmaque está na iminência de ser excluída de programa de parcelamento. Todavia, não trazelementos concretos para respaldar seu temor. Apenas refere-se a uma possibilidade(automática exclusão após encerramento de processo administrativo) que pode variar notempo, em especial, porque há - como ela própria afirma - uma ordem (emitida emprocesso com trânsito em julgado) determinando a sua inclusão no PAES. 2. Outrossim, acomprovação da verossimilhança do direito depende da realização de prova pericialcontábil, a qual comprovará a alegação da empresa de que houve equívoco na autuaçãofiscal, não podendo ser aferida tal alegação inequivocamente no presente momento. 3.Quanto à execução fiscal em si, também não há - nessa quadra processual - um perigo dedano irreparável, eis que não há risco de alienação de bens por ora. 4. agravoimprovido. (TRF4, agravo de Instrumento Nº 5007954-14.2010.404.0000, 2a. Turma,Juiza Federal VÂNIA HACK DE ALMEIDA, POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOSEM 19/01/2011)Ressalto, também, que não é possível confundir prejuízo financeiro com

    irreversibilidade jurídica, a qual é protegida pela urgência exigida pela Lei.Destarte, indefiro o pedido liminar.Informe-se o juiz singular. Intimem-se, a parte agravada também para

    apresentar contrarrazões. Diligências legais.

    Porto Alegre, 03 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0006996-74.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUEAGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda NacionalAGRAVADO : JOAO FRANCISCO DA CONCEICAO FARIAS MEADVOGADO : DEFENSORIA PUBLICA DO RIO GRANDE DO SUL

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento, com pedido de efeito suspensivo ativo, dedecisão proferida em execução fiscal que indeferiu a realização de consulta ao BANCEJUD,sob o fundamento de que o deferimento do pedido pressupõe o exaurimento das diligênciasnecessárias na busca de bens penhoráveis do devedor.

    Postula a parte agravante o provimento do agravo para que se diligencie a buscade bens por meio do sistema BACENJUD, a fim de satisfazer os créditos exigidos.

    Esses os apertados contornos da lide. Decido.

    Inicialmente, cabe diferenciar a medida de indisponibilidade geral de bens edireitos do devedor do bloqueio de ativos financeiros pelo Sistema Bacen-Jud.

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  • O bloqueio de ativos financeiros foi objeto de julgamento do REsp1.112.943/MA, submetido ao rito do artigo 543-C do CPC.

    O tema da medida de indisponibilidade geral de bens e direitos do devedor ,enquanto necessidade de exaurimento de diligências para localização de bens do devedorpara a decretação da indisponibilidade dos bens e direitos do devedor, conforme previsto noartigo 185-A do CTN, foi abordado no Recurso Repetitivo de n. 1.184.765-PA.

    Há diferenças entre os dois institutos cautelares, consoante a explicação bemlançada no voto-condutor do AgRg no REsp nº 1.215.369 - MG, de lavra do eminente Min.Benedito Gonçalves:

    a) a indisponibilidade geral de bens e direitos do devedor, exclusivamente combase no art. 185-A do Código Tributário Nacional, pressupõem a prova da frustração dosmeios ordinariamente utilizados para a localização de bens penhoráveis do devedor, não setransferindo ao magistrado a função de investigar a existência desses bens;

    b) a indisponibilidade geral dos bens, com fundamento no artigo 185-A do CTN,é mais gravosa do que a simples penhora on line dos valores executados;

    c) a penhora de dinheiro mediante a utilização do sistema Bacen Jud tem porobjeto bem certo e individualizado (os recursos financeiros aplicados em instituiçõesbancárias). No regime instituído pela Lei 11.382/2006, é medida prioritária, tendo em vistaque a reforma processual visava primordialmente a resgatar a efetividade na tutelajurisdicional executiva. Independe, portanto, da comprovação de esgotamento de diligênciaspara localização de outros bens.

    Cabe ainda considerar, quanto à penhora de ativos financeiros via Bacen-Jud,que o novo entendimento do e.STJ (conforme consignado no Recurso Repetitivo1.112.943/MA) decorre de uma interpretação sistemática do diploma processual, em especialde suas alterações recentes nos artigos 655, I e 655-A, ambos do CPC. O princípio daefetividade, alçado à categoria de direito fundamental com a entrada em vigor da EmendaConstitucional n.º 45/2004, serve como base de exegese da ordem processual, especialmenteno que concerne ao processo de execução, que, conforme letra da lei, realiza-se "no interessedo credor" (art. 612 do CPC). Assim, superou-se o entendimento anterior que condicionava àefetivação da penhora eletrônica à comprovação de que o credor tenha tomado todas asdiligências a fim de localizar bens livres e desembaraçados de titularidade do devedor.

    Merece também menção o fato de que a 1ª Seção do e. STJ, ao julgar os EREsp1.052.081/RS (Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJe de 26/05/2010), decidiu ser aplicável anova redação do artigo 655 do CPC às execuções fiscais, pois o dinheiro, por conferir maiorliquidez ao processo executivo, já ocupava o primeiro lugar na ordem de preferênciaestabelecida no artigo 11 da Lei nº 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal). A nova redação apenasteria explicitado as formas de apresentação do dinheiro (interpretação autêntica), quaissejam, em pecúnia ou em depósito bancário.

    Por fim, convém destacar - consoante a jurisprudência do e. STJ - que a penhoraon line de ativos financeiros não caracteriza ofensa ao princípio da menor onerosidade,consubstanciado no artigo 620 do Código de Processo Civil, uma vez que a execução seprocessa no interesse do credor.

    Nesse sentido, recente julgado desta Turma, cuja ementa do acórdão é aseguinte:

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  • TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS. 1. Hádiferenças entre a indisponibilidade geral de bens e direitos do devedor, exclusivamentecom base no art. 185-A do Código Tributário Nacional, e a penhora de dinheiro mediantea utilização do sistema bacenjud (art. 655-A do CPC, instituído pela Lei n. 11.382/06).Jurisprudência do e. STJ. 2. A indisponibilidade geral de bens e direitos do devedor,exclusivamente com base no art. 185-A do Código Tributário Nacional, pressupõem aprova da frustração dos meios ordinariamente utilizados para a localização de benspenhoráveis do devedor, não se transferindo ao magistrado a função de investigar aexistência desses bens. 3) A indisponibilidade geral dos bens, com fundamento no artigo185-A do CTN, é mais gravosa do que a simples penhora on line dos valores executados.4) A penhora de dinheiro mediante a utilização do sistema Bacen Jud tem por objeto bemcerto e individualizado (os recursos financeiros aplicados em instituições bancárias). Noregime instituído pela Lei 11.382/2006, é medida prioritária, tendo em vista que a reformaprocessual visava primordialmente a resgatar a efetividade na tutela jurisdicionalexecutiva. Independe, portanto, da comprovação de esgotamento de diligências paralocalização de outros bens. (TRF4, AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº5013832-46.2012.404.0000, 1a. Turma, Juiz Federal SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, PORUNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 24/09/2012)

    Vejamos o caso concreto.

    O objeto ora discutido é a penhora on line de ativos financeiros através doSistema BACEN-Jud. Portanto, descabe analisar a necessidade de prévio exaurimento deoutras formas de gravame. Destarte, são desprezíveis maiores considerações (neste momentoprocessual e nesta Corte) também sobre a suficiência ou liquidez de bens ofertados pelaagravada.

    Ante o exposto, julgo liminarmente procedente o agravo de instrumento.Comunique-se. Intimem-se.

    Porto Alegre, 03 de dezembro de 2014.AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0007003-66.2014.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal JORGE ANTONIO MAURIQUEAGRAVANTE : PERIN MARCOLAN E CIA LTDA/ MEADVOGADO : Gabriele Fontana Valentini e outrosAGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de agravo de instrumento interposto da seguinte decisão que rejeitou aoferta à penhora de precatórios (Estado do Rio Grande do Sul) e determinou a penhora deveículos.

    Alega a parte agravante, em suma, que os créditos oriundos de precatóriojudicial são aptos para garantir o crédito executado; salientando, inclusive, que o direito àcompensação encontra-se em consonância com o princípio da menor onerosidade aodevedor, previsto no art. 620 do CPC.

    Defende, ao final, a impenhorabilidade dos veículos indicados pela parteagravada, diante do previsto no artigo 649, V, do CPC, tendo em vista que essenciais àatividade desenvolvida, conforme, inclusive, comprova o seu contrato social. Requer, assim,

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  • o cancelamento do mandado de penhora expedido.

    Esses os apertados contornos da lide. Decido.

    1. Precatórios - recusa da exeqüente

    Pelo que se depreende dos autos, a Fazenda recusou a oferta do precatório (fl.151), sob a alegação de que não foi observada a ordem prevista pelo artigo 11 da Lei deExecuções Fiscais.

    Pois bem, a Lei nº 6.830, de 1980, em seu art. 9º, III, dispõe que em garantia daexecução poderá o executado nomear bens à penhora, observada a ordem do art. 11, e, casonão utilize o fator legal, a penhora poderá recair em qualquer de seus bens (art. 10). Por outrolado, a nomeação da executada poderá ser impugnada pela exequente, nos termos do art. 656do Código de Processo Civil (CPC).

    Ademais, consoante pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, aoferta de precatório judicial à penhora pode ser recusada pela Fazenda Pública, como fez aparte agravada, em razão da não-observância da ordem legal, já que se equipara a direito decrédito, o qual ocupa a última posição da lista de bens que devem ser penhorados do art. 11da Lei nº 6.830, de 1980, e do art. 655 do Código de Processo Civil. Confira-se:

    TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃOFISCAL. INDICAÇÃO À PENHORA DE PRECATÓRIO DO IPERGS. GARANTIA DAEXECUÇÃO. RECUSA DO EXEQÜENTE. POSSIBILIDADE. ART. 655 DO CPC. ART. 11DA LEF. ACÓRDÃO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ.1. Caso em que o Tribunal de origem, mantendo a sentença, concluiu que, em execuçãofiscal, é admissível o oferecimento de precatórios para a garantia da execução. Noentanto, eventual nomeação à penhora ou substituição de bem penhorado pode serrecusada pelo exequente, conforme estabelecido no art. 11 da Lei 6.830/80.2. O entendimento firmado está em consonância com a jurisprudência do STJ no sentidode que, "não se equiparando o precatório a dinheiro ou fiança bancária, mas a direito decrédito, pode o Fazenda Pública recusar a substituição por quaisquer das causasprevistas no art. 656 do CPC ou nos arts. 11 e 15 da LEF" (REsp 1090898/SP, Rel.Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 12/08/2009, DJe 31/08/2009, acórdãosujeito à sistemática do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ n.º 08/2008).3. Agravo regimental não provido.(AgRg no AREsp 112.032/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,julgado em 20/03/2012, DJe 23/03/2012)

    EXECUÇÃO FISCAL. PRECATÓRIOS JUDICIAIS. PENHORA. ADMISSIBILIDADE.RECUSA DA FAZENDA PÚBLICA. POSSIBILIDADE. ORDEM DE PENHORA.INEXISTÊNCIA DE EQUIVALÊNCIA COM DINHEIRO. PRECEDENTES.1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça admite a penhora de crédito relativoa precatório judicial. Todavia, não se equiparando o precatório a dinheiro ou a fiançabancária, mas a direito de crédito, a Fazenda Pública pode recusar a nomeação ou asubstituição do bem por quaisquer das causas previstas no art. 656 do CPC, ou nos arts.11 e 15 da LEF.2. Precedentes: AgRg no Ag 1.281.957/RS, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJe21.5.2010; REsp 1.146.057/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 8.2.2010;AgRg no REsp 1.173.176/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe30.3.2010.3. Segundo a remansosa jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, os precatóriosemitidos por dívidas do IPERGS não podem ser utilizados para a compensação de

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  • créditos tributários de titularidade do Estado do Rio Grande do Sul.4. Precedentes: AgRg no Ag 1.223.555/RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, PrimeiraTurma, julgado em 5.4.2011, DJe 11.4.2011; AgRg no Ag 1.376.427/RS, Rel. Min. MauroCampbell Marques, Segunda Turma, julgado em 22.3.2011, DJe 30.3.2011; AgRg no Ag1.272.393/RS, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 6.4.2010, DJe14.4.2010. Agravo regimental improvido.(AgRg no REsp 1292440/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,julgado em 01/03/2012, DJe 07/03/2012)

    PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO.TRIBUTÁRIO.EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. OFERECIMENTO DE PRECATÓRIOJUDICIAL. RECUSA FUNDADA NA INOBSERVÂNCIA DA ORDEM LEGAL.LEGITIMIDADE.1. A orientação da Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que a penhora (oueventual substituição de bens penhorados) deve ser efetuada conforme a ordem legal,prevista no art. 655 do CPC e no art. 11 da Lei n. 6.830/80. Assim, não obstante oprecatório seja um bem penhorável, a Fazenda Pública pode recusar a nomeação de talbem, quando fundada na inobservância da ordem legal, sem que isso implique ofensa aoart. 620 do CPC.2. [...].3. "Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do tribunal se firmouno mesmo sentido do acórdão embargado" (Súmula n. 168/STJ).4. Agravo regimental não provido.(AgRg na RCDESP nos EAg 1371543/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/12/2011, DJe 01/02/2012)

    PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. NOMEAÇÃO ÀPENHORA DE DIREITO CREDITÓRIO ORIUNDO DE PRECATÓRIO. RECUSA DAFAZENDA PÚBLICA FUNDADA NA DESOBEDIÊNCIA DA ORDEM LEGAL DENOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA. POSSIBILIDADE.1. A Primeira Seção, ao julgar o REsp 1.090.898/SP (Rel. Min. Castro Meira, DJe31.8.2009), submetido ao procedimento previsto no art. 543-C do Código de ProcessoCivil, assentou o entendimento de que o crédito relativo a precatório judicial épenhorável, mesmo que o órgão devedor do precatório não seja o próprio exequente. Noreferido julgamento, todavia, ficou consignado que, para fins de penhora, o precatóriojudicial corresponde aos direitos creditórios previstos nos arts. 11, VIII, da Lei n.6.830/80 e 655, XI, do Código de Processo Civil, e não ao dinheiro, razão pela qual éimprescindível a anuência do credor com a penhora de crédito decorrente de precatóriojudicial, podendo a recusa ser justificada por qualquer das causas previstas no art. 656do Código de Processo Civil ou nos arts. 11 e 15 da Lei de Execuções Fiscais. A FazendaPública não é obrigada a aceitar bens nomeados à penhora fora da ordem legal insertano artigo 11 da Lei de Execução Fiscal, uma vez que, não obstante o princípio da menoronerosidade ao devedor, a execução é feita no interesse do credor.2. Recurso especial provido.(REsp 1230807/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,julgado em 01/12/2011, DJe 09/12/2011)

    Como se vê, o recurso está em manifesto contraste com a jurisprudênciadominante do Superior Tribunal de Justiça.

    2. Veículos - impenhorabilidade

    Quanto à alegada impenhorabilidade dos veículos indicados pela Fazenda, sob ajustificativa de serem indispensáveis para o desenvolvimento de suas atividades, deixo deapreciar as razões da agravante, tendo em vista que a inconformidade não foi submetida

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  • previamente à análise do juízo singular. Assim, descabe o exame da questão desde logo, poisisso implicaria em supressão de instância. Nesse sentido a decisão deste Tribunal, verbis:

    AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO NÃO SUSCITADA NO JUÍZO.SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REMISSÃO DA DÍVIDA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Se a partenão suscitou o tema da prescrição no primeiro grau, não pode a Turma analisar o pleito,sob pena de supressão de instância. 2. Para os efeitos do art. 14 da Lei 11.9541/09(remissão) impende observar que a dívida deve ser agrupada por sua natureza e tipo. 3.Ausente o discriminativo da totalidade das CDA's que compõe a dívida, resta inviabilizadaa incidência da benesse legal pleiteada. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº0024123-64.2010.404.0000, 2ª Turma, Juiz Federal SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, PORUNANIMIDADE, D.E. 04/11/2010) (grifo nosso)

    Ante o exposto, por manifesta improcedência, nego seguimento ao agravo deinstrumento, nos termos do art. 557, caput, do Código de Processo Civil.

    Intimem-se. Oportunamente, dê-se baixa.

    Porto Alegre, 03 de dezembro de 2014.APELAÇÃO CÍVEL Nº 0009558-32.2014.404.9999/RSRELATOR : Des. Federal RÔMULO PIZZOLATTIAPELANTE : IND/ DE MAQUINAS AGRICOLAS FUCHS S/AADVOGADO : Cristiane Martel e outrosAPELADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)PROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional

    DECISÃO

    Trata-se de petição da Indústria de Máquinas Agrícolas Fuchs S/A (fl. 576), pelaqual renuncia ao direito sobre o qual se fundam os presentes embargos à execução fiscal porela opostos contra a União, requerendo a extinção do feito com base no art. 269, V, do CPC,pois informa ter efetuado o requerimento de adesão ao parcelamento previsto pela Lei nº12.996, de 2014.

    A União concordou com o pedido às fls. 607-607v.

    É o relatório.

    Tudo bem visto e examinado, passo a decidir.

    Diante do requerimento constante da petição de fl. 576, validamente firmadopelo representante judicial com poder específico para tanto, homologo a renúncia da partesobre o direito em que se funda a presente demanda, extinguindo o processo com resoluçãodo mérito, nos termos do art. 269, V, do CPC.

    Porto Alegre, 27 de novembro de 2014.

    Expediente

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  • Secretaria do Plenário Judicial

    Expediente SPLE Nro 157/2014

    TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

    Secretaria do Plenário Judicial

    AUTOS COM DESPACHO

    AÇÃO PENAL Nº 0017286-56.2011.404.0000/RSRELATOR : Des. Federal MÁRCIO ANTONIO ROCHAAUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALREU : LUIZ FERNANDO MAINARDIADVOGADO : Aury Celso Lima Lopes Junior

    DESPACHO

    Trata-se de ação penal em desfavor de LUIZ FERNANDO MAINARDI, atualSecretário da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul.

    O feito se encontra na fase instrutória, tendo sido realizada, até aqui, ainquirição das seguintes testemunhas:

    a) Testemunha arrolada pelo Ministério Público Federal (conforme fl. 63): RégisSaul Becker - termo de fl. 185 e transcrição de fls. 190/191;

    b) Testemunhas arroladas pelo réu (conforme fl. 165): Getúlio Marcelo DiasNera; Marcos Roberto Perez; Edgar Franco de Franco e Elifas Simas - termo de fl. 185 etranscrição de fls. 192/211; houve desistência das testemunhas Vitor Ageff (conformeconsignado no termo de fl. 185) e Werner Schunemann (consoante petição de fl. 219).

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  • Neste contexto, prossiga-se na forma da decisão de fl. 168 c/c fl. 170, com aexpedição de carta precatória ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região a oitiva datestemunha arrolada pela defesa, Deputado Federal Paulo Pimenta, solicitando-se ocumprimento da mesma no prazo de 60 (sessenta) dias, observada a prerrogativa estabelecidano artigo 221 do Código de Processo Penal.

    Instrua-se a deprecata com cópia da denúncia e da decisão de fls. 158/159.

    Porto Alegre, 28 de novembro de 2014.Carta Precatória enviada para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região via

    Malote Digital em 03/12/2014INQUÉRITO POLICIAL Nº 0017287-41.2011.404.0000/SC

    RELATORA : Des. Federal CLAUDIA CRISTINACRISTOFANIAUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALINDICIADO : ANTONIO COELHO LOPES JUNIORADVOGADO : Giancarlo Castelan e outrosINDICIADO : JOÃO VIEIRA JUNIORADVOGADO : Fabiano Marcelino de Sá

    : Giancarlo Castelan e outrosINDICIADO : LUIZ CARLOS ALVES DE FREITASADVOGADO : Giancarlo Castelan e outros

    DECISÃO

    O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em desfavor de Antônio CoelhoLopes Júnior, João Vieira Júnior e Luiz Carlos Alves de Freitas pela prática dos fatosdelituosos insculpidos no art. 1º do inciso III, art. 1º do inciso IV e art. 1º do inciso V, todosdo Decreto-Lei 201/1967 (fls. 3/14).

    Notificados para oferecimento de resposta, no prazo de 15 (quinze) dias, nadicção do art. 4º da Lei 8.038/90, os denunciados apresentaram resposta infirmando as razõesde mérito postas na denúncia e, entre outras preliminares, apontaram a falta de interesse deagir do Estado diante da prescrição da pretensão punitiva em perspectiva (fls. 39/74),postulando pelo arquivamento do feito.

    O Ministério Público Federal, em promoção juntada na fl. 179, igualmentepostula o arquivamento dos autos, asseverando manifesta ausência de interesse de agir doEstado, com a seguinte dicção que segue transcrita:

    "Conforme demonstrado pela defesa (fls. 39/74), no item II.I Da Prescrição da PretensãoPunitiva em Perspectiva - Da falta de interesse de agir, inclusive com apoio emprecedentes dessa Corte, a passagem de mais de quatroanos desde o fato mais recente fulminou qualquer possibilidade de que eventualcondenação escapasse da prescrição, observada a legislação vigente na época dasinfrações.

    É conhecida a relutância de nossos Tribunais em admitir a antecipação dos efeitos daprescrição (que o diga a Súmula 438 do STJ), mas é preciso vencer essa resistência, que

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  • n u ma utópica busca de punir a todos, concorre, na prática, para o incremento daimpunidade, pois mobiliza recursos (escassos) na tramitação de processos natimortos,como este, prejudicando o andamento de ações viáveis, num círculo vicioso que somentefavorece os infratores.

    A lista de princípios que contraindicam a instauração de uma ação penal inócua é longa,mas basta, para abreviar o debate, invocar o princípio da EFICIÊNCI