,,-paet-eijll - bnmemoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1866_03118.pdf · 2012. 5. 10. ·...

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ÀNNÔ XH1 .' •.-' j - ¦ ¦.. . -, ms^**- .¦%,- *...!. DOMINGO^li. DE-OUTUBRO DE 1866 » , Ri 3118 Subscreve-se no oacriptorio da TypogTaphia Imparcial,. Rua da IropèVacriz n. 27, para a capital a l!ií rs.por ar.no, a 68. rs.por ss- asostre, a para fóra-a 15í rs.por anuo. A assignatura pôde começar om ¦ qualquor dia do anno. mas acaba sempre em fim de Junho eDezBrc- on. PAGAMENTO ADIANTADO PUBLICAÇÕES. Annunoios 100 rs. per Unha Publicações litteraruis 50 rs. > Ditas particulares 100 ra. » Noticias diversas 500 rs.' » , Folha avulsa, custa 200 rs. ' As correspondências o corama nicados,serão dirigidas am caria f-uihada ao escriplerla dareiuif tSo. JDftertor ba reacção c proprietário òi estabelccimcuto—íMl INWIIMriD ID1 M®TO(& m^PHâ»—Collaborfiborw 0100000 ,,-PAET-Eijll : DU M PRESIDÊNCIA- DE OUTUBRO DE 1866 —Ao tenente-coronel Antônio Moreira de Castro Li- ma (Lorena)—Tomando na dívida consideração "D que v s representou em seu officio de 30 do mez findo so- bre a conveniência de ser feita.por arrematação a ponte do Furado no aterrado do Parahyba, passo a officlar a câmara municipal dessa cidade determinando-lhe que ' a ponha novamente qm h*sta publi» afim de ser arre- matada por quem olTerecer melhores condições para » sua construcçào, ficando porém o contraclo sugeito a difioitiva approvaçào desta presidência; o que assim lha communico para seu conhecimento. -A câmara municipal de Lorena -R.m.tto a;vmcs n i ícluso officio da 30 de Setembro findo, em que o te- Lnt-eoro„ I Antônio Moreira de Castro Lima, faz yjr a conveniência de.ser feita por arremataçao a ponte do FuràdòVno aterrado além do Parahyba. afim e M vmes depois da examinaram tudo quanto ella diz,. mandem pôr novamente em hasta publica para ser ar- "matada por quem melhores condições offerecer, sugei- tas a approvaçào deste governo. _A Alberto Alexandre da Silva Salgado, prpf-ssor da orimeiras letlras dos Barreiros.-Em resposta ao offi íioPq" "íc. me dirigiu, em data de 25 de Setembro li,do participando-me que, nào tondo recebido os seus TáÍ'SsTÍÍ.Íiv.Ós ao mez.de Junho, , orlarem ca hi,!o em «erjlolo findo. olTarecia-os para a despeza Jíwri tenho a ,ignifio.r-lhe 9>í?«^.^af^ nu* tem direito aos ve.no mantos do refer do mez, ali i -d" terem a applicação que lhes di. ó mister que remetia f certidão de; freqüência passada pelo inspector desse districto A' 9, apresentou Braz Stelita, queixa por crime de' injurias verbaes contra Antônio Blois. Procedeu-se a oxame na menor Mariànna, filha de Perpetua, escrava da herança do capitão Reginaldo An- toni«> da Cunha, ferida levemente tom o carro que con- dúzia Forlunato, escravo do.Birào de Itapetininga,qua fora preso em flagrante. Verificou-se que o,facto narrado pelo Correio Páu- lislano de 2 do corrente—da ter" disparado uni carro que quebrou-se.de encontro á esquina dos Quatro Can- tos aconteceu inesperadamente, quando ao mesmo,- acabarão de sar atrelladós os cavallos, um dos quaes era espantadiço; nào havendo portanto contra quem proceder. Pela subd.hgacia da freguezia de Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos, -procedeu-se a corpo de de- licto cm José Custodio de Brito, feri lo levemente por Anlonio José de Freitas Braga e Manoel da Freitas Braga.' SILVEIRAS Pela subdelegacia da cidade foi pronunciado o réu preso Fortunalo da Silva Ferreira de Moraes, romo in- curso no art. 193 do código criminal, pelo crime de ho- micidio perpetrado em seu primo e cunhado Ez-vquiel Ferreira do Moraes. Foi pronunciado, como incurso no mosmo artigo o réo Joào Baptista de Carvalho, pela morte de Manoel lgnac'0 dis Santos, em o dia 15 de agosto ultimo. O delinqüente acha-se homisiado. NOTICIÁRIO Exposição nacional—Foi designado para re- presentar a provincia deS.Paul-1,na próxima exp.osição nacional, o exm.snr.desembargador BTnardo Avelino Gavião Peixoto. PAUTE POLICIAL _ Dia 13 de O.tubro de 1866 CAPITAL foram recolhidos a prisão:, , . -, ,• A' 8 do corrente, a ordem do dr.delegado de policia, o cocheiro Fortunato.escravo do Barão de Itapetininga, por ler offendido uma criança com o carro que condu- Zl A' 10. a ordem da mesma auqtoridade, Carlos Palm, or embriagusz.BdÍ! A' ll,«a ordem desta Tepartiçáo, "a-Faxina, onde foi preso, bo Ribeiro, criminoso de morte em Baependi.provii.cia nor *mbria'cuszi3 distúrbios. P A íl> ordem desta repartição, vindo da cidade de Hapeva da-Faxina, onde foi preso, o réo Francisco Lo- d6A* o" JeSTdr.-deleg.do de policia Alexandrsi, es- cravo de Francisco Galvão, da cidade da Itú, por andar Í0 AM2 a ordem da mesma aucloridade, as pardas Maria Umbelina de Jesus e Florisb.na Mana da Çoncei- ca. pronunciadas no art.201 do código criminal; e o- africano livre Agapito, por suspeita de ser escravo fu- g'Perante a delegacia, a 8 da corrente, assignou termo da bem viver, Constando Rodrigues da Silva. A' 4. pelo mesmo juizo.procedeu-se a exime en uma caixa de-madeira, a requerimento de João Mathias Jo- nas oue havia sido arrombada, e da qual disse terem- InVsubtrahido jóias. Prosegue-se nas averiguações. A?5 procedeu-se a exame em Marimbo Grant que foi ramettido para a santa casa de misericórdia, leve- mente ferido co'm um carro que conduzia o pardo Jus- tino escravo do dr.Camillo Gaviào Peixoto. Foi remattido o mesmo escravo, por violação da pos- tura que prohibe correr a galopa em vehiculos, pelas mas estreitas da cidade.. ,, ., A' 8 apresentou o dr.João Mendes de Almeida quej- xa Do/crima de injurias impressas, contra o editor do «Correio Paulistano»-ou outro responsável: ordenou- se summario. Arthur Napoleão Effectuou-se o primeiro concerto dado -pelo erimio pianista portuguez Ar- thur Napoleão, conforme o programma annunciado. O recinto do theatro esteve lilteralmente cheio; brr.zi- leiros e portuguezes concorrerão á essa festa esplendida da arte, representada por Arthur Napoleão, unia das mais preciosas jóias engastadas na corda artística de Portugal. Gosto apurado, execução brilhante ealém de toda a expectativa, peças de subida importância, exe- cutadas com admirável maestria, desafiarão as palmas frenéticas dos expectadores, a fizerâo cahir sobre o proscênio uma.chuva de mimosos bouquets, offerecidos ao artista dilecto, que repetidas vezes foi chamado á scena, e victoriado cora o mais pronunciado enthu- siasmo. Moniz Barreto,, o rabequista distinclo, filho da Bahia, dessa estrella fulgente,-que adorna a coroa bra- zileira, f«-se ouvir no sou mágico instrumento,"sendo acompanhado por Arthur Napoleão em uma lindíssima peça,por elle executada. As flores que lha offartarão, os bravos que se Azarão ouvir, a o applauso estrepitoso com que o publico expressou o seu entliusiasmo, fal- lão bem alto, e dispensão quae-quer outras palavras. A noita de 12 foi uma noite completa, uma noite que deixou saudosas recordações para todos aqueiles, que contemplarão esses dous artistas, esses dous~astros lü- iniiiosos.que fazem as delicias dos amantes da arte, dos admiradores do bello. Além. das demonstrações que deixamos apontadas, os snrs".Joaquim Augusto, Josô Victorino, Ferreira de Menezes, e Albuquerque Jordão recitarão mimosas poe- sias, inspiradas pela grande artista portuguez, as quaes forito devi .lamente applaudidas. - A plaléade S.Paulo composta em sua maior parte de acadêmicos, fez completa justiça á Arthur Napoleão e Moniz Barreto; consoroiqu-os nos applausos, coroou- os de flores, o apontou-lhes no fervor do mais nobre enthusiasmo, o astro da gloria, fulgindo nos horisontes do porvir. E' um facto este, que honra a capital de S.Paulo, e urna grando Idéa da sua civilisaçào, do seu amer pela arte, e da veneração em qua tem os seus distinetos representantes. Romã encantada—Sobe hoja á scena pela ter- oeira vez a apparatosa comedia mágica que lem aquel- la titulo. Muito applaúdida nas duas representações, cremos que ainda desta vez nio lhe faltará concurrencia e nu- morosos apreciadores.' Soroéaba—Temos á vista o'« Araçoiaba» de 1 do corrente. O algodão estava naquelle mercado a3jj200-a arroba, o café bom a 5(j000 e o reguler a 31)200.. ;; No mez da Setembro ultimo sepultou-st no cemitério municipal daquella cidade 86 cadáveres. Festividade—Unje celebra-se com bastante pom- pa, na Igreja do Braz, a festa do Espirito Santo, daquel- la freguezia. > O templo acha-se convenientemsnte-decorado. Vaccina—Hoje ás 11 horas da manhã o sr. cirur- giáo-mór Machado de Oliveira procederá ã applicação da vaccina, funecionando na casa contígua á igreja da Sé. Santas-Recebemos as Revistas Commerciaes até 11 do corrente. Celebrára-se com pompa a festa deNossaSenbora do Rosário. Lé-se'em um dos seus números: «'Resolução temerária—Um destes dias passados, foi encontrado por um pescador fora da barra e perto da ilha da Hoela, embarcado numa pequena canoa e dirigindo-se para o norte, um homem qua lhe contou ter desertado da força qoe, vindo no transporte «Impe- rador», esteve ultimamente nesta cidade; que sentara praça obriga !o como guarda nacional designado; e que ia para a Ilha Grande onde haviadeixado a sua mulher e filhos. Desconfia-se que a canoa em que se fazia trans- portar esta homem, fosse a mesma de que se deu ha dias por falta na capitania.do porto e que elle ti- vesse subtraindo. «Terá o temerário desertor alcançado o porlo da Ilha Grande ou terá sido victima do capricho das on- das?» FOLHETIM Elfl FALTA DE BIElHOR A noute ante-hontim, no theatro de S. José, fo um sonho pliantastico...„j„„ Immensa multidão enchia os camarotes, as varandas e ai bancadas da platóa, em todas as plusionomias, no3echos de tidas as convers.çõas traduzia-se o nome do Aivniim Nai-Oleáo, e o desejo de ouvir o inspirado artista portuense enlaçava todos os espíritos em uma alma, e todas as almas em um sd pensamento. A luz mysloriosa das regiões do ideal, descida das alturas ao influxo da seu no-ne esbalistico, inundava de encantados efiluvios o recinto apullioado de espçc tadores, aquecia todas as frontes, e illumuiava todos ím olliãr6S O thealro deS.José, habitualmente frio e monótono, passara por uma transformação. Os "cantos escuros dos camarotes vazios, como de costume, não estendiam seus lençóes de sombra sobre os espectadores, e as fi- leiras de bancadas solitárias o silenciosas não mais en- fisteciam os olhares. Tudo era luz, flores, vida, ins- nir-cãò e sussurro.-....,, bellas artes são legitimas filhas do luminoso, e dolrado cóo do paganismo: onda quer que sppareçara, são sempre recebidas pelo encantado corteto das fes Us barulhentas, sempre rodeadas pelos fogos cambiantes do uUhusiásmo e da inspiração, victonadas sempre nelo applauso estridente das multidões, que as reco- nhecem—rainhas soberanas, e curvam-se reverentes a " A Grécia antiga, embora sepulUda noabysrr.o escuro do passado, ainda figura nos. annaes humanos como berço de uma civilisaçào lypo, civihsação escola, cm- lisscão mãi, que em s«u seio fecundou as sementes do ideal, por que a sua religião, a sua philosophia, os cos- tumes de seu povo, e todos os elos de sua -rida social enfeixaram-so na divinisação do bello, no 'amplo e completo desenvolvimento das artes liberaes. Por isso as bailas artes'não tem pátria, são cosmo- polit.s, atravessam" todas as civilisaçõos, lodosos cos- tumes, todas as seitas religiosas, as sombras e as luzes de tocos os ambientes, de todas as zonas, de todos os hemispherios—sempre as mesmas, sempre risonhas e inspiradas sacerdotizas dos pantheões do paganismo, sempre vestidas á grega,è o corro frig'o sobre afronte laureada. Sào filhas da loz e das vaga? harmoniosas que ba- nham os rochedos da Moréa. O sonoro pandeiro dos corybanles, os singelos cantares das sacerdotizas de Cybeles, o pifaro estridulo dos pastores da Arcadia, e as dansas frouxas, voluptuosas e cadentes das festas e mysterios da Venus aphródita embalaram o somno de sua Infância, povoaram da sonhos o seu berço do flò- res, e ensinaram-lhos os primeiros rudimentos do rhy- timo, da canção religiosa, e da poesia. Correram ossecu'os, a Grécia paga envolvida nossu- darios frios da historia desappareceu da face da terra, e suas filhas immorlaes abandonaram o berço de sua infância e de suas glorias, expatriaram-se, e percorrem o mundo, visitam- novos cont-nentes, novos recantos a civllisações, espalhando e propagando por toda a parte í. religião do bello, o culto do ideal, e a luz da inspi- ração.. Em todos os ângulos da terra encontram neophitos afazem proselytos. JEm todas as espheras sociaes da humanidade bapti- samnas sguas luslraes dainspiração sacerdotes de sua escolha—gênios predestiirados nara a giorificaçâo do seu culto e testemunho de sou nome. Arthur Napoleão é um destes gênios. x Em seu berço de menino recebeu das divinas filhas do llitsus edo Ilymelo o os~culo.da inspiração.. O fogo sagrado da poesia e do rhytmo coou-lho nas veias o culto do ideal e as tradicções artísticas da Gre- cia primitiva. E' musico e poeta: possue os segredos das musas pa- Jury da Franca—Foi condemnado a pona ul t:má, por aquelle tribunal, a escrava Maria Antonia, por ter assassinado a sua senhora Maria Therez», em 1.* de Agosto do corrente anno. Missa fúnebre—Amanhã ás 8 horas da manhã celebra-se na Ordem Terceira de Nossa Senhora do .Car- mo uma missa de 7.» dia por alma da mãe do sr. dr. Antônio José de Moraes Popo. s Mala do vapor—Fecha-se hoje is horas do cos- tume. ¦Promoção—Por decretos de 22 do passado foram promovidos vários officiaes de diffdreiites corpos do exercito. Entre essas nomeações encontramos as se- gumtes, que recahem sobre distinetos paulistas, alguns dos quaes o foram j.or actos de bravura. Para brigadeiro graduado, o coronel Ricardo José Go- mes Jardim. Para majores—os capitães Antônio Clemeate dos San- tõs, José Ferreira de Azevedo Junior, Antônio de Cam- pos Mello, e Caetano da Costa Araujo e Mello Obltuario— No dia 11 do corrente nào sepultou- ie cadáver algum. A'I2:, ¦";.' Ea.ilia, 3 annos; asphixla asmatica. Noticias da corte—Hontem ao meio dia tive- mos as malas do vapor -'Santa Maria", trazendo noticias da corte 11 do corrento. Na parte competente publicamos as noticias da guer- ra, que di o "Jornal do Commercio''. —'Fóipublicado-o decrelo n.°2,108 de 29 do passa" do, chamando co serviço da guerra 1,600 dos indivi" duos empregados na vida do mar, e matriculados nas capitanias dos portos, tocando í esta provincia 10. ²A apuração geral dos votos para dois senadores nela provincia do Rio de Janeiro deo o seguinte resul- tado:, ¦ i—Conselheiro Octaviano.......1,350 2—Conselheiro Pedreira1,200 _ 3—Conselheiro Thomaz Gomes...1,083 4—Dr. J. Manoel do Macedo1,021 ¦5—Conselheiro Sayào Lobato.... 993 6—Conselheiro Valdetáro 915 ²Foi concedido ao engenheiro Augusto Teixeira Coimbra, e ao capitão. Richard Francis Burton previle- glo por 2 annos para explorar as minas do chumbo, es- tanho, e outros melaes na serra do Yporanga, provincia do S. Paulo.g ²Foipublicãdo o decreto n.c 3,114, de 6 do cor.- rente mandando destacar mais dez mil guaVdas nacio- naes dos difierentes corpos, não para dífeza das pra- ças e fronteiras do império, como para o serviço da guerra, tocando á província de S. Paulo 650. ²No dia 8 do corrento iiistallou-se a assembléa provincial-do Rio de Janeiro. - O sr. Francisco José Teixeira I.eile remetteia ao sr. cr.efo de policia da corte a avultada quantia de dez contos de réis para ser. empregada na acqnisiçâo do vo- luntarios para a guerra contra o Paraguay. ¦ ²Palie ceo no dia 8 do corrente o conselheiro de es- tado e de guerra, chefe de esquadra Miguel.de Sousa Mello e Alvim. ².Por decrelo de 6 do corrente' foi creada uma re- partição fiscal e pagadoria de marinha no Rio da Prata. ²Segundo a participação official do sr. goneral Barão de Porto Alegre, a perda do 2.° corpo do exercito, no ataque á fortaleza de Curupaity foi a se- guinle:' i . " Mortos'....—Officiaes8-1 Praças de pret..344, Feridoj...—Officiaeslll Praças de pret..1,261 Contusos .".—Olüciaes48 Praças de pret..94 gâs;-uonheca os mysterios de sua linguagem olympica, e sabe traduzi-la nas torrentes harmoniosas de seu ma gico instrumento.Filho dilecto das artes, a fronte laureada, levando adiantado si a nomeada de seu ganio, acolhido em toda a parte como arjista, não podia encontrar na população de S. Paulo outra cousa que não fosse apphusos, flores, enthusiasmo e admiração. . " Bem poucas vezes a população desta capital tem assis- tido á uma festa arlisticasemelhanteà quvdeu-se ante- hontem no theatro de S.José. Bem poucas vezes a emoção, o sonho e o enlevo elec- trisam um auditório numeroso e febricltante deenthu- siasmo, e prendem-no nas azas silentes da admiração, como aconteceu ante-honlom cm presença do artista portuense, ante a harmoniosa, aitisttica ephantastica linguagem de seu piano. A população de S.Paulo tomou parte em um verda- deiro sonho de llofirnaiin. Arthur Napoleão era um como,feiticeiro das lendas germânicas; seu piano inspirado não '< ra um artefacto mecânico, era um ser'phanta"stlco, uma cóusa entre uma pilha galvanica e uma sphinge; electrlsava, com- movia, e dominava todos os ouvintes, enlaçava em suas torrontes-liarmonicas todos os sentimentos, todas as emoções e todas as almas, e arrebatava amole im mensa dos espectadores as regiões desconhecidas do maravilhoso, ao mundo dos sonhos e das mais elevadas phantasias do ideal. Nem todos os liomens podem comprehender os segre- dos n.ysleriosos da' musica em seus principios trans- candentas.- Embora Scudo haja popolansado laes segredos, embora Fclis os tenhi posto oo alcance de todo?, è fora de davida, que o numero dos que tem o reino do céo é muito e multo maior do que o daquelles c\ue pos- suem D'i7ie/« de passagem para o céo das belIas-arUs: por este motivo ha muita gente i quem é Impossível o persuadir—que as artes são elementos de civilisaçào, 1,950 —. O sr. Marquez de Caxias vai commandar as forças do Brazil em operações de guerra com o Paraguay. ²Foi exonerado,~á seu pedido, do cargo de minis- tro e secretario de estado dos negócios da guerra o sr. conselhejro Ângelo Moniz da Silva Ferraz, e teve a graça do titulo de Barão da Uruguayana, com grandeza, e foi nomeado conselheiro de estado ordinário. ²Osr. conselheiro João Lustoza da Cunha Paraná- guá, ministro e secretario de estado dos negócios da justiça, está interinamente encarregado da pasta d.a guerra.' Noticias do theatro da guerra—Lê-se no « Jornal do Commercio » de 4 do corrente : Acaba de entrar do Rio da Prata o paquete inglez « Amo » com folhas de Buenos-Ayres até 28 e Monte- vidéo a9-du passado, Do thealro da guerra temos noticias alé 25. A 22 de- ra-se um feito (1'armas em que os alliados colheram glo- ria, mas não todo o resultado que esperavam. Na manhã daquelle-dia os encouraçados < Brasil, > <B:.rroso> e «Tamandaré.» seguidos de parte da esqua- dra, romperam a estacada, approxlmando-sedoCuru- paily até 120 metros de distancia, pozeram-sa a bom- bardear o forte,' desmontando-lha algumas peças de grosso calibre e causandn-ll o muitos estragos. Depois do maio dia as forças de terra estacionadas em Curuzú, e que eram o nosso 2 corpo de exercito, ai- gumas tropas do 1." o o exercito argentino, avançaram que o culto do bello em todas as suas fôrmas é uma cousa sagrada, a que a rabeca de Paganinl, o piano de Thalborg, a harpa de Labarre, uma estatua do Phydias, um quadro de Raphael, ou uma illiada são códices so- ciaes, locomotivas da clvillsação—mais potentes—e mais santas que um sermão de barbadinho. Para estes a musica é simplesmente o mais supporta- vel de todos os barulhos: é delles o reino do céo: seus espíritos, pre lestlnados para ouvir as clarinetas e os violoncellos dos anginhos da outra vida, não tem appa- relhns vibratórios para sentir e comprehtnder a musica mundana, esta (ilha paga dos gregos primitivos Para os homens de outra massa a cousa é differente: acreditam que as bella-arte* [Ilustrara a civilisaçãò de um povo,a que ha alguma cousa de bom a grande e ad- miravel no genlo' de um Paulo Julien ou de um Arthur Napoleão.. O artista portuense encontrou em S. Paulo muitos a muilos destes últimos: consciencinsos apreciadores que sabem avaliar seu talento, a a irradiação de loz qua derrama-se de soa aureola de glorias sobra a população de S. Paulo, sedenta de civilisaçãò e de progresso, e sempre prompla em admirar e applaudir os escolhidos e inspirados sacerdotes do bello. A noute de ante-hontem ficará registrada nos annaes da capital como uma festa esplendida, como uma das mais enthusiaslicas apotheoses levantadas em honra dis artes. O Smarra contenta-se em acompanhar o publico na rememoração das emoções edos sonhos esplendidos qua encheram aquella feita: não faz um estudo sobre as qualidades artisticas do inspirado moço portuense, nem pretende offerecer a«s leitores o caracter do teu estylo, da força, do brilhantismo, do sentimento e expressão de sua execução como-instrumcnlista e pncta-uiusico: admira-o somente: aos applausos e ás flores quo rrce- bsu do publico paulistano nmne agora estas duas pala- vras exclusivamente suas, despidas de atavios, porém sinceras e muito sinceras, SXURHA.

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DOMINGO^li. DE-OUTUBRO DE 1866

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Subscreve-se no oacriptorio daTypogTaphia Imparcial,. Rua daIropèVacriz n. 27, para a capital al!ií rs.por ar.no, a 68. rs.por ss-asostre, a para fóra-a 15í rs.poranuo.

A assignatura pôde começar om¦ qualquor dia do anno. mas acaba

sempre em fim de Junho eDezBrc-on. PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICAÇÕES.Annunoios 100 rs. per Unha

Publicações litteraruis 50 rs. >Ditas particulares 100 ra. »Noticias diversas 500 rs.' » ,Folha avulsa, custa 200 rs.

' As correspondências o coramanicados,serão dirigidas am cariaf-uihada ao escriplerla dareiuiftSo.

JDftertor ba reacção c proprietário òi estabelccimcuto—íMl INWIIMriD ID1 M®TO(& m^PHâ»—Collaborfiborw 0100000

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M PRESIDÊNCIA-DE OUTUBRO DE 1866

—Ao tenente-coronel Antônio Moreira de Castro Li-ma (Lorena)—Tomando na dívida consideração "D

quev s representou em seu officio de 30 do mez findo so-bre a conveniência de ser feita.por arrematação a pontedo Furado no aterrado do Parahyba, passo a officlar acâmara municipal dessa cidade determinando-lhe que

' a ponha novamente qm h*sta publi» afim de ser arre-matada por quem olTerecer melhores condições para »sua construcçào, ficando porém o contraclo sugeito adifioitiva approvaçào desta presidência; o que assimlha communico para seu conhecimento.

-A câmara municipal de Lorena -R.m.tto a;vmcsn i ícluso officio da 30 de Setembro findo, em que o te-Lnt-eoro„ I Antônio Moreira de Castro Lima, faz yjra conveniência de.ser feita por arremataçao a ponte doFuràdòVno aterrado além do Parahyba. afim e Mvmes depois da examinaram tudo quanto ella diz,.mandem pôr novamente em hasta publica para ser ar-"matada

por quem melhores condições offerecer, sugei-tas a approvaçào deste governo.

_A Alberto Alexandre da Silva Salgado, prpf-ssorda orimeiras letlras dos Barreiros.-Em resposta ao offiíioPq"

"íc. me dirigiu, em data de 25 de Setembro

li,do participando-me que, nào tondo recebido os seusTáÍ'SsTÍÍ.Íiv.Ós ao mez.de Junho, , orlarem cahi,!o em «erjlolo findo. olTarecia-os para a despeza d»

Jíwri tenho a ,ignifio.r-lhe 9>í?«^.^af^nu* tem direito aos ve.no mantos do refer do mez, ali i

-d" terem a applicação que lhes di. ó mister que remetiaf certidão de; freqüência passada pelo inspector dessedistricto

A' 9, apresentou Braz Stelita, queixa por crime de'injurias verbaes contra Antônio Blois.

Procedeu-se a oxame na menor Mariànna, filha dePerpetua, escrava da herança do capitão Reginaldo An-toni«> da Cunha, ferida levemente tom o carro que con-dúzia Forlunato, escravo do.Birào de Itapetininga,quafora preso em flagrante.

Verificou-se que o,facto narrado pelo Correio Páu-lislano de 2 do corrente—da ter" disparado uni carroque quebrou-se.de encontro á esquina dos Quatro Can-tos aconteceu inesperadamente, quando ao mesmo,-acabarão de sar atrelladós os cavallos, um dos quaesera espantadiço; nào havendo portanto contra quemproceder.

Pela subd.hgacia da freguezia de Nossa Senhora daConceição dos Guarulhos, -procedeu-se a corpo de de-licto cm José Custodio de Brito, feri lo levemente porAnlonio José de Freitas Braga e Manoel da FreitasBraga. '

SILVEIRASPela subdelegacia da cidade foi pronunciado o réu

preso Fortunalo da Silva Ferreira de Moraes, romo in-curso no art. 193 do código criminal, pelo crime de ho-micidio perpetrado em seu primo e cunhado Ez-vquielFerreira do Moraes.

Foi pronunciado, como incurso no mosmo artigo oréo Joào Baptista de Carvalho, pela morte de Manoellgnac'0 dis Santos, em o dia 15 de agosto ultimo. Odelinqüente acha-se homisiado.

NOTICIÁRIOExposição nacional—Foi designado para re-

presentar a provincia deS.Paul-1,na próxima exp.osiçãonacional, o exm.snr.desembargador BTnardo AvelinoGavião Peixoto.

PAUTE POLICIAL _

Dia 13 de O.tubro de 1866CAPITAL

foram recolhidos a prisão: , , . -, ,• •A' 8 do corrente, a ordem do dr.delegado de policia,

o cocheiro Fortunato.escravo do Barão de Itapetininga,por ler offendido uma criança com o carro que condu-Zl

A' 10. a ordem da mesma auqtoridade, Carlos Palm,or embriagusz.BdÍ!

A' ll,«a ordem desta Tepartiçáo,"a-Faxina, onde foi preso,bo Ribeiro, criminoso de morte em Baependi.provii.cia

nor *mbria'cuszi3 distúrbios.P A íl> ordem desta repartição, vindo da cidade de

Hapeva da-Faxina, onde foi preso, o réo Francisco Lo-

d6A* o" JeSTdr.-deleg.do de policia Alexandrsi, es-

cravo de Francisco Galvão, da cidade da Itú, por andarÍ0

AM2 a ordem da mesma aucloridade, as pardasMaria Umbelina de Jesus e Florisb.na Mana da

Çoncei-ca. pronunciadas no art.201 do código criminal; e o-

africano livre Agapito, por suspeita de ser escravo fu-

g'Perante a delegacia, a 8 da corrente, assignou termoda bem viver, Constando Rodrigues da Silva.

A' 4. pelo mesmo juizo.procedeu-se a exime en umacaixa de-madeira, a requerimento de João Mathias Jo-nas oue havia sido arrombada, e da qual disse terem-InVsubtrahido jóias. Prosegue-se nas averiguações.

A?5 procedeu-se a exame em Marimbo Grant quefoi ramettido para a santa casa de misericórdia, leve-mente ferido co'm um carro que conduzia o pardo Jus-tino escravo do dr.Camillo Gaviào Peixoto.

Foi remattido o mesmo escravo, por violação da pos-tura que prohibe correr a galopa em vehiculos, pelasmas estreitas da cidade. . ,, .,

A' 8 apresentou o dr.João Mendes de Almeida quej-xa Do/crima de injurias impressas, contra o editor do«Correio Paulistano»-ou outro responsável: ordenou-se summario.

Arthur Napoleão — Effectuou-se o primeiroconcerto dado -pelo erimio pianista portuguez Ar-thur Napoleão, conforme o programma annunciado.O recinto do theatro esteve lilteralmente cheio; brr.zi-leiros e portuguezes concorrerão á essa festa esplendidada arte, representada por Arthur Napoleão, unia dasmais preciosas jóias engastadas na corda artística dePortugal. Gosto apurado, execução brilhante ealémde toda a expectativa, peças de subida importância, exe-cutadas com admirável maestria, desafiarão as palmasfrenéticas dos expectadores, a fizerâo cahir sobre oproscênio uma.chuva de mimosos bouquets, offerecidosao artista dilecto, que repetidas vezes foi chamado áscena, e victoriado cora o mais pronunciado enthu-siasmo.

Moniz Barreto,, o rabequista distinclo, filho daBahia, dessa estrella fulgente,-que adorna a coroa bra-zileira, f«-se ouvir no sou mágico instrumento,"sendoacompanhado por Arthur Napoleão em uma lindíssimapeça,por elle executada. As flores que lha offartarão, osbravos que se Azarão ouvir, a o applauso estrepitosocom que o publico expressou o seu entliusiasmo, fal-lão bem alto, e dispensão quae-quer outras palavras.

A noita de 12 foi uma noite completa, uma noite quedeixou saudosas recordações para todos aqueiles, quecontemplarão esses dous artistas, esses dous~astros lü-iniiiosos.que fazem as delicias dos amantes da arte, dosadmiradores do bello.

Além. das demonstrações que deixamos apontadas,os snrs".Joaquim Augusto, Josô Victorino, Ferreira deMenezes, e Albuquerque Jordão recitarão mimosas poe-sias, inspiradas pela grande artista portuguez, as quaesforito devi .lamente applaudidas. -

A plaléade S.Paulo composta em sua maior partede acadêmicos, fez completa justiça á Arthur Napoleãoe Moniz Barreto; consoroiqu-os nos applausos, coroou-os de flores, o apontou-lhes no fervor do mais nobreenthusiasmo, o astro da gloria, fulgindo nos horisontesdo porvir.

E' um facto este, que honra a capital de S.Paulo, edá urna grando Idéa da sua civilisaçào, do seu amer

pela arte, e da veneração em qua tem os seus distinetosrepresentantes.

Romã encantada—Sobe hoja á scena pela ter-oeira vez a apparatosa comedia mágica que lem aquel-la titulo.

Muito applaúdida nas duas representações, cremosque ainda desta vez nio lhe faltará concurrencia e nu-morosos apreciadores. '

Soroéaba—Temos á vista o'« Araçoiaba» de 1do corrente.

O algodão estava naquelle mercado a3jj200-a arroba,o café bom a 5(j000 e o reguler a 31)200. . ;;

No mez da Setembro ultimo sepultou-st no cemitériomunicipal daquella cidade 86 cadáveres.

Festividade—Unje celebra-se com bastante pom-pa, na Igreja do Braz, a festa do Espirito Santo, daquel-la freguezia.

> O templo acha-se convenientemsnte-decorado.

Vaccina—Hoje ás 11 horas da manhã o sr. cirur-giáo-mór Machado de Oliveira procederá ã applicaçãoda vaccina, funecionando na casa contígua á igreja daSé.

Santas-Recebemos as Revistas Commerciaes até11 do corrente.

Celebrára-se com pompa a festa deNossaSenbora doRosário.

Lé-se'em um dos seus números:«'Resolução temerária—Um destes dias passados,

foi encontrado por um pescador fora da barra e pertoda ilha da Hoela, embarcado numa pequena canoa edirigindo-se para o norte, um homem qua lhe contouter desertado da força qoe, vindo no transporte «Impe-rador», esteve ultimamente nesta cidade; que sentarapraça obriga !o como guarda nacional designado; e queia para a Ilha Grande onde haviadeixado a sua mulhere filhos.

• Desconfia-se que a canoa em que se fazia trans-portar esta homem, fosse a mesma de que se deuha dias por falta na capitania.do porto e que elle ti-vesse subtraindo.

«Terá o temerário desertor alcançado o porlo daIlha Grande ou terá sido victima do capricho das on-das?»

FOLHETIMElfl FALTA DE BIElHOR

A noute dé ante-hontim, no theatro de S. José, foum sonho pliantastico. ..„j„„

Immensa multidão enchia os camarotes, as varandase ai bancadas da platóa, em todas as plusionomias,no3echos de tidas as convers.çõas traduzia-se o nomedo Aivniim Nai-Oleáo, e o desejo de ouvir o inspiradoartista portuense enlaçava todos os espíritos em umasó alma, e todas as almas em um sd pensamento.

A luz mysloriosa das regiões do ideal, descida dasalturas ao influxo da seu no-ne esbalistico, inundavade encantados efiluvios o recinto apullioado de espçctadores, aquecia todas as frontes, e illumuiava todosím olliãr6S

O thealro deS.José, habitualmente frio e monótono,passara por uma transformação. Os "cantos escurosdos camarotes vazios, como de costume, não estendiamseus lençóes de sombra sobre os espectadores, e as fi-leiras de bancadas solitárias o silenciosas não mais en-fisteciam os olhares. Tudo era luz, flores, vida, ins-nir-cãò e sussurro. -....,,

AÍ bellas artes são legitimas filhas do luminoso, edolrado cóo do paganismo: onda quer que sppareçara,são sempre recebidas pelo encantado corteto das fes Usbarulhentas, sempre rodeadas pelos fogos cambiantesdo uUhusiásmo e da inspiração, victonadas semprenelo applauso estridente das multidões, que as reco-nhecem—rainhas soberanas, e curvam-se reverentes a"

A Grécia antiga, embora sepulUda noabysrr.o escurodo passado, ainda figura nos. annaes humanos comoberço de uma civilisaçào lypo, civihsação escola, cm-lisscão mãi, que em s«u seio fecundou as sementes doideal, por que a sua religião, a sua philosophia, os cos-tumes de seu povo, e todos os elos de sua -rida social

enfeixaram-so na divinisação do bello, no 'amplo ecompleto desenvolvimento das artes liberaes.

Por isso as bailas artes'não tem pátria, são cosmo-polit.s, atravessam" todas as civilisaçõos, lodosos cos-tumes, todas as seitas religiosas, as sombras e as luzesde tocos os ambientes, de todas as zonas, de todos oshemispherios—sempre as mesmas, sempre risonhas einspiradas sacerdotizas dos pantheões do paganismo,sempre vestidas á grega,è o corro frig'o sobre afrontelaureada.

Sào filhas da loz e das vaga? harmoniosas que ba-nham os rochedos da Moréa. O sonoro pandeiro doscorybanles, os singelos cantares das sacerdotizas deCybeles, o pifaro estridulo dos pastores da Arcadia, eas dansas frouxas, voluptuosas e cadentes das festas emysterios da Venus aphródita embalaram o somno desua Infância, povoaram da sonhos o seu berço do flò-res, e ensinaram-lhos os primeiros rudimentos do rhy-timo, da canção religiosa, e da poesia.

Correram ossecu'os, a Grécia paga envolvida nossu-darios frios da historia desappareceu da face da terra,e suas filhas immorlaes abandonaram o berço de suainfância e de suas glorias, expatriaram-se, e percorremo mundo, visitam- novos cont-nentes, novos recantos acivllisações, espalhando e propagando por toda a parteí. religião do bello, o culto do ideal, e a luz da inspi-ração. .

Em todos os ângulos da terra encontram neophitosafazem proselytos.

JEm todas as espheras sociaes da humanidade bapti-samnas sguas luslraes dainspiração sacerdotes de suaescolha—gênios predestiirados nara a giorificaçâo doseu culto e testemunho de sou nome.

Arthur Napoleão é um destes gênios.x Em seu berço de menino recebeu das divinas filhasdo llitsus edo Ilymelo o os~culo.da inspiração..

O fogo sagrado da poesia e do rhytmo coou-lho nasveias o culto do ideal e as tradicções artísticas da Gre-cia primitiva.

E' musico e poeta: possue os segredos das musas pa-

Jury da Franca—Foi condemnado a pona ult:má, por aquelle tribunal, a escrava Maria Antonia, porter assassinado a sua senhora Maria Therez», em 1.* deAgosto do corrente anno.

Missa fúnebre—Amanhã ás 8 horas da manhãcelebra-se na Ordem Terceira de Nossa Senhora do .Car-mo uma missa de 7.» dia por alma da mãe do sr. dr.Antônio José de Moraes Popo. s

Mala do vapor—Fecha-se hoje is horas do cos-tume.

¦Promoção—Por decretos de 22 do passado forampromovidos vários officiaes de diffdreiites corpos doexercito. Entre essas nomeações encontramos as se-gumtes, que recahem sobre distinetos paulistas, algunsdos quaes o foram j.or actos de bravura.

Para brigadeiro graduado, o coronel Ricardo José Go-mes Jardim.

Para majores—os capitães Antônio Clemeate dos San-tõs, José Ferreira de Azevedo Junior, Antônio de Cam-pos Mello, e Caetano da Costa Araujo e Mello

Obltuario— No dia 11 do corrente nào sepultou-ie cadáver algum.

A'I2: , ¦";.'Ea.ilia, 3 annos; asphixla asmatica.

Noticias da corte—Hontem ao meio dia tive-mos as malas do vapor -'Santa Maria", trazendo noticiasda corte té 11 do corrento.

Na parte competente publicamos as noticias da guer-ra, que di o "Jornal do Commercio''.

—'Fóipublicado-o decrelo n.°2,108 de 29 do passa"do, chamando co serviço da guerra 1,600 dos indivi"duos empregados na vida do mar, e matriculados nascapitanias dos portos, tocando í esta provincia 10.

A apuração geral dos votos para dois senadoresnela provincia do Rio de Janeiro deo o seguinte resul-tado: , ¦

i—Conselheiro Octaviano....... 1,3502—Conselheiro Pedreira 1,200 _3—Conselheiro Thomaz Gomes... 1,0834—Dr. J. Manoel do Macedo 1,021

¦5—Conselheiro Sayào Lobato.... 9936—Conselheiro Valdetáro 915

Foi concedido ao engenheiro Augusto TeixeiraCoimbra, e ao capitão. Richard Francis Burton previle-glo por 2 annos para explorar as minas do chumbo, es-tanho, e outros melaes na serra do Yporanga, provinciado S. Paulo. g

Foipublicãdo o decreto n.c 3,114, de 6 do cor.-rente mandando destacar mais dez mil guaVdas nacio-naes dos difierentes corpos, não só para dífeza das pra-ças e fronteiras do império, como para o serviço daguerra, tocando á província de S. Paulo 650.

No dia 8 do corrento iiistallou-se a assembléaprovincial-do Rio de Janeiro.- — O sr. Francisco José Teixeira I.eile remetteia aosr. cr.efo de policia da corte a avultada quantia de dezcontos de réis para ser. empregada na acqnisiçâo do vo-luntarios para a guerra contra o Paraguay. ¦

Palie ceo no dia 8 do corrente o conselheiro de es-tado e de guerra, chefe de esquadra Miguel.de SousaMello e Alvim.

.Por decrelo de 6 do corrente' foi creada uma re-partição fiscal e pagadoria de marinha no Rio da Prata.

Segundo a participação official do sr. goneralBarão de Porto Alegre, a perda do 2.° corpo doexercito, no ataque á fortaleza de Curupaity foi a se-guinle: ' i

. "

Mortos'....—Officiaes 8-1Praças de pret.. 344,

Feridoj...—Officiaes lllPraças de pret.. 1,261

Contusos .".—Olüciaes 48Praças de pret.. 94

gâs;-uonheca os mysterios de sua linguagem olympica,e sabe traduzi-la nas torrentes harmoniosas de seu magico instrumento. •

Filho dilecto das artes, a fronte laureada, levandoadiantado si a nomeada de seu ganio, acolhido emtoda a parte como arjista, não podia encontrarna população de S. Paulo outra cousa que não fosseapphusos, flores, enthusiasmo e admiração. . "

Bem poucas vezes a população desta capital tem assis-tido á uma festa arlisticasemelhanteà quvdeu-se ante-hontem no theatro de S.José.

Bem poucas vezes a emoção, o sonho e o enlevo elec-trisam um auditório numeroso e febricltante deenthu-siasmo, e prendem-no nas azas silentes da admiração,como aconteceu ante-honlom cm presença do artistaportuense, ante a harmoniosa, aitisttica ephantasticalinguagem de seu piano.

A população de S.Paulo tomou parte em um verda-deiro sonho de llofirnaiin.

Arthur Napoleão era um como,feiticeiro das lendasgermânicas; seu piano inspirado não

'< ra um artefacto

mecânico, era um ser'phanta"stlco, uma cóusa entreuma pilha galvanica e uma sphinge; electrlsava, com-movia, e dominava todos os ouvintes, enlaçava emsuas torrontes-liarmonicas todos os sentimentos, todasas emoções e todas as almas, e arrebatava amole immensa dos espectadores as regiões desconhecidas domaravilhoso, ao mundo dos sonhos e das mais elevadasphantasias do ideal.

Nem todos os liomens podem comprehender os segre-dos n.ysleriosos da' musica em seus principios trans-candentas.-

Embora Scudo haja popolansado laes segredos,embora Fclis os tenhi posto oo alcance de todo?, èfora de davida, que o numero dos que tem o reino docéo é muito e multo maior do que o daquelles c\ue pos-suem D'i7ie/« de passagem para o céo das belIas-arUs:por este motivo ha muita gente i quem é Impossível opersuadir—que as artes são elementos de civilisaçào,

1,950—. O sr. Marquez de Caxias vai commandar as forças

do Brazil em operações de guerra com o Paraguay.Foi exonerado,~á seu pedido, do cargo de minis-

tro e secretario de estado dos negócios da guerra o sr.conselhejro Ângelo Moniz da Silva Ferraz, e teve agraça do titulo de Barão da Uruguayana, com grandeza,e foi nomeado conselheiro de estado ordinário.

Osr. conselheiro João Lustoza da Cunha Paraná-guá, ministro e secretario de estado dos negócios dajustiça, está interinamente encarregado da pasta d.aguerra.'

Noticias do theatro da guerra—Lê-se no« Jornal do Commercio » de 4 do corrente :

Acaba de entrar do Rio da Prata o paquete inglez« Amo » com folhas de Buenos-Ayres até 28 e Monte-vidéo a9-du passado,

Do thealro da guerra temos noticias alé 25. A 22 de-ra-se um feito (1'armas em que os alliados colheram glo-ria, mas não todo o resultado que esperavam.

Na manhã daquelle-dia os encouraçados < Brasil, ><B:.rroso> e «Tamandaré.» seguidos de parte da esqua-dra, romperam a estacada, • approxlmando-sedoCuru-paily até 120 metros de distancia, pozeram-sa a bom-bardear o forte,' desmontando-lha algumas peças degrosso calibre e causandn-ll o muitos estragos.

Depois do maio dia as forças de terra estacionadas emCuruzú, e que eram o nosso 2 • corpo de exercito, ai-gumas tropas do 1." o o exercito argentino, avançaram

que o culto do bello em todas as suas fôrmas é umacousa sagrada, a que a rabeca de Paganinl, o piano deThalborg, a harpa de Labarre, uma estatua do Phydias,um quadro de Raphael, ou uma illiada são códices so-ciaes, locomotivas da clvillsação—mais potentes—emais santas que um sermão de barbadinho.

Para estes a musica é simplesmente o mais supporta-vel de todos os barulhos: é delles o reino do céo: seusespíritos, pre lestlnados para ouvir as clarinetas e osvioloncellos dos anginhos da outra vida, não tem appa-relhns vibratórios para sentir e comprehtnder a musicamundana, esta (ilha paga dos gregos primitivos

Para os homens de outra massa a cousa é differente:acreditam que as bella-arte* [Ilustrara a civilisaçãò deum povo,a que ha alguma cousa de bom a grande e ad-miravel no genlo' de um Paulo Julien ou de um ArthurNapoleão..

O artista portuense encontrou em S. Paulo muitos amuilos destes últimos: consciencinsos apreciadores quesabem avaliar seu talento, a a irradiação de loz quaderrama-se de soa aureola de glorias sobra a populaçãode S. Paulo, sedenta de civilisaçãò e de progresso, esempre prompla em admirar e applaudir os escolhidose inspirados sacerdotes do bello.

A noute de ante-hontem ficará registrada nos annaesda capital como uma festa esplendida, como uma dasmais enthusiaslicas apotheoses levantadas em honradis artes.

O Smarra contenta-se em acompanhar o publico narememoração das emoções edos sonhos esplendidos quaencheram aquella feita: não faz um estudo sobre asqualidades artisticas do inspirado moço portuense, nempretende offerecer a«s leitores o caracter do teu estylo,da força, do brilhantismo, do sentimento e expressãode sua execução como-instrumcnlista e pncta-uiusico:admira-o somente: aos applausos e ás flores quo rrce-bsu do publico paulistano nmne agora estas duas pala-vras exclusivamente suas, despidas de atavios, porémsinceras e muito sinceras,

SXURHA.

Page 2: ,,-PAET-Eijll - BNmemoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1866_03118.pdf · 2012. 5. 10. · Subscreve-se no oacriptorio da TypogTaphia Imparcial,. Rua da IropèVacriz n. 27, para a capital

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SORRiltO PAtliltòlAÍ*!©

contra as fortificaçõas de Curupaity, tomaram algumasobras avançadas, ma» taes obstáculos encontraram nanatureza do terreno e na defensiva desesperada, do im-migo, que tiveram Tle retirar depois de prodígios- daValor. '¦¦'"

A retirada fez-se na melhor orJem, nem importa istomais do que uai espaçamento por poucos dias. A uni-ca perda sensível é a do precioso sangue quê se derra-mou, tendo tido as columnas de ataque parto de 4,000homens enlre mortos e feridos.

Alguma vantagem so consegulo comtudo. A esqua-dra rompeu caminho até defronte de Curupaity, e o seufogo nio tardaria a pôr aquelle forte em-estado de nãoSupportar segun-lo ataque.. Dominava ella completa-meiite o rioT

O único documento com caracler ofluial qua tinliachegado ao Rio da Prata, é a seguinte carta do generalMitre: .-,",-. ., , j>Parle official do general em chefe ao vice-pretidente aa

. Republica.« O presidente da Republica general em chefj do

exercito aluado. . -« Buenos-Ayrea, Sitembro do 1866.« Qúartel-genoral, Curuíú, Setembro 27 da 186b.« Ao exm. sr. ministro interino da guerra, coronel D.

Julian Martinez.« Sirva-se v. ex. levar ao conhecimento de s. ex. o

sr. vice-presidente da Republica, que no dia 22 do cor-rente, 4 Ironia do D e 2." corpos do exercito argentinodebaixo das iramedlabs ordens do g-neral Paunero edo general D. Emílio Mitre e do2.° corpo de exercitobrazileiro i.% ordens imaiediatis do tsnonte general vis-conie da Porto Alegre, formando u;u total de jnalt dedezoito mil homens, achando-sa equilibrada a força deambo3 os lados, emprehendeu o ataque sobre as linhasde fortificação do Curupaity, artilhada por cincoenta eseis peças guarneeidas por quatorze bitalhõas, segundoas noticias adquiri-las.

« O ataque foi precedido por um vivo bombardea-mento da 4 horas, feito pela esquadra brazileira 4s or-dens do almirante Tamandaré, que forçou as estacas do.rio em frente a Curupaity, salvando a linha de torpe-

«Ao meio dia "deu-se"

signal de assalto 4s tropas deterra, o que sa emprehendeu em quatro columnas deataque, convenientemente apoiadas por duas baterias,uma argentina a outra brazileira, que opjravam cru-zando seus fogos deída os (lanços da frente da ataque.

« Aí das columnas c*Hraes que constituíam a base doataque marcharam denodadamente ao assalto, vigorosa-mente apoiadas pelas colutunaí dos flancos qua marcha-vam paralelamente, e nesia ordem se lavou o assaltodebaixo do fogo de fuzilaria e da metralha ao inimigo,forçando sua primeira linha de foriificiçõia e avançan-do até o fosso da segunda linha; defendida por umagrande linha da «abatls,» sobre a qual convergiam todos os tiros.da artilharia inimiga.

« Sustentado o impote do alaque pela linha de «aba-tis> qne se compunha de grossas arvores espinhoias en-terradas pelos troncos e que em mais da trinta varas ob-struiam o aecessoda trincheira, os quaes nio era posii-vel incendiar, procurou abrir-se nella algumas aberta-ras, fazendo penetrar por ellas algumas compinbJasque dominassem com seus fogos o parapiito inimigo, a" permitlissera entupir com palha o fosso e collocar asescadas que levavam preparadas.

. Como v. ex. muito bem o sabe, as linhas da «abi-tis» nunca foram forçadas em assalto franco, nem mas-mo pelas primeiras tropasdo mundo, atsim ô qua foinecessário reforçar o ataque cora a segunda linha de ra-servas parciae3, compromettenlo nas duas columnas deataque central24 hatalhõas no fogo (doze em cada uradellas), em quanto as outras duas columnas do3 extre-mos manobravam afim de forçar os flancos. da linha ini-miga que se apoiava pela direita no rio Paraguay co-berta por triplico recinto e um bosque, e pela esquerdacm dou3 lagos com umadupli linha, cobertas por iimbosque a dous esteiros Impenetráveis, qua se prolonga-vam até a retaguaada da nossa direita, onde haviam-seestabelecido algumas baterias de flanco e-de rovez.

. Protegidos pela colunam argentina as referidas ba-terlas de Ihnco e de ravez, a cuja frente deixou se umaquarta linha de observação, a qual ao mesmo lempo*que

pobria nosso flanco apoiava a terceira linha de re-servas geraes, estabeleceu-se alli uma bateria argentinapara combali Ias, não sondo possível franquear por ahiaposição inimiga por serem os esteiros e o bosque detodo o ponto impenetráveis.

« Reforçado como fica dito, o ataque central mante-ve-se par espaço de duas horas e tanto, dominando aultima linha do inimigo, fazendo fogo desde o alto«abatia» debaixo dos tiros incessantes de trinta peçasque vomitavam metralha, plantando ss alli algumas es-cadas no fosso, e penetrando alguns até a borda do paíapeito.

. Nesta clrcumslancla, tendo nos poslo de accordocom o barão da Porto Alegre, e vendo que não era pos-sivel forçar vantajosamente a linha de «abatis» para le-var o assalto geral senão comprorneltendo nossas ulti-mas reservas, eqoe uma vez dominada, a trincheira nüose obteriam os fruetos datai victoria parcial, desde

* que não se conservassem tropas suficientes para pena-trar rm ordem no interior das linhas e fazer frente ahiás reservas do inimigo, concordamos em mandar retirarsimultaneamente e em ordam as columnas compromet-tidas no ataque, reuaindo todos os nossos feridos, e tra-zendo-os para as nossas reservas. Assim sa fez depoitde duas horas da tarde, retirando-sa os batalhões comsuas bandeiras desfraldadas p.ara a retaguarda de noistlinha de reservas, que convenientemente formada esta-belecau-se ao alcance dos tiros de metralha a 400 varasda linha inimiga,' protegendo este movimento.

. Desde a hora em que ta effectuou o movimento atédepois das cinco da tarde, isto é, por espaço .de mais detrês horas, manlive-me na mesma disposição e na mes-ma distancia, adiantando uma linha de atiradores sobrea trincheira inimiga e mantendo o fogo debaixo de li-ros de metralha, sem que um sóinirnigo se atrevesse asahir das suas fortificações, tem soffrer mais hostilidadedo que a da sua artilharia, que era convenientementerespondida pela nossa.

« Depois das cinco horas da tarde e da recolhidos lo-dos ,os nossos feridos, ordenei a retirada, por escallão,passando novamente ecom multo pouca perda, as bate-rias do llanco do inimigo, voltando antes da anoitecer aoecupar at nossas posições anteriores om Curuzú ondeficamos até esta data.

« O denodo das tropas tanto brazil iras como argea-tinas, não podia ser maior neste dia, e nenhum elogiots necessário para que todos lhe façam a devida justiça ;portanto me limitarei a dizer qua o comportamento detodos foi heróico e por mim presenciado no fogo duranteas cinco horas da combate; considero, pois, todos sem

- excepçío credores da gratidão do povo e da considera-cão do governo, recommendando muito especialmenteos qua marcharam aa assalto e morreram gloriosamentenas trincheiras. Nossas perdas foram comideraveis eS6«-

Computo as perdas de ambos os exercitosera 3,000homens entre mortos e feridos dos qnaes mais de 400mortos, correspondendo approximadamente mtttde daperda total a cada um doi alli-idos, que mais uma vezfraiernisaram no campo de batalha derramattd'* gênero-«mente o seu sangue em honra da sua causa.

« Por parte do exérolto argentino entraram .32 .bata-'Ihões no assalto, câhindo mortos ou feridos.aal.afor-pàr.-te dts chefes qne os guiavam, contandp-se entre osmortos em conseqüência da suas feridas, os cotpne.sRosseti e Charlorie, os commandai.tos Fraga. AlejandroDiaz, o sargento-mór Lúcio Salvador e outros muitosofficiaes, e.entre os feriios o coronel Rivas, 'que com-mandava a principal columna de ataque, os comman-dantes Galvete, Ayala Gaspar e Luiz Maria Campos ySiribone e sargentos-môr lUtolosa, Fernandes Man-silha, contuso, e muitos outros rfliciaes, cu|a listaserá publicada opporturiamente para honra e gloriadellas.

« Deus guarde a v. ex.—Bariolomeu Mitre.»O «Nacional» de 28 refere:« Segundo nos disserain em Corriontes, havia noticias

de terem as forças brasileiras de Matto-Grosso' invadidoo Paraguay, obrigando os paraguayos que so achavamu'aquell.i ponto a retirar-se para 0 centro.»

Apezar de serem minuciosas as nossas corresponden-cias, reproduziremos ainda a seguinte dirigida 4 «Na-ciou Argentina» sobra os suecessos da 15 a 21 da se-lembro :

CORRESPONDÊNCIA DA ESQUADnASetembro 15, ás 11 horas da noute

Hoje tive oceasião de fallar com vários t.fiiciaes daesquadra brasileira, e asseguraram-me que amanha sedar4 o combate, que deve talvez decidir da sorte do Pa-raguay. . /

Tudo está prompto para esse duello de morte.O exercito de Porto-Alejre-destaeou alguns batalhões

para a orla do mato que o separa do Curupaity e o res-to do Curuzú, que dista um quarto de légua do campoinimigo.

O exercit-I argentino oecupa a margem do rio a rata-guarda de Curuzú.

Do lado do Chaco, uns 200 homens do batalhão Fide-lis, vigiam que o inimigo não colloque nenhuma bata-ria ii''aquelje ponto. . ,

Quanto á esquadra brasileira, eslá prompta; e se-gundo o que pude observar pelos seus movimentos, de-vem os navios eneouraçados largar ao toque de arvo-rada para sè collocarem em posição do bater Curu-paity.

Os navios argentinos desceram hoje, segundo creio,em conimissão-ao Passo-daPatria. Ficou só o «GuardaNacional», qua serve de quartel-general ao brigadeiroMitre.

Esle vapor está fundeado perto da ponta inferior dailhota de Curuzú, por estibardo da nossa popa.

Sa amanhã é, como espero, o dia do combate, tereinma magnífica opportuqidada do observal-o, pois quéa escuna mercante, a bordo da qual ma acho, esláfun-deada ao lado do Chaco, vis-a-vis de Curuzú, e porconseguinte apenas distante.de Curupaity um quarto delégua.

Verei perfeitamente as manobras da esquadra.. Antes de fechar estas regras subi 4 tolda para ver sese dava algum movimento no rio.

Reina uirí silencio sepulcral.A lua illumlna com seu pallldo clarão os navios que

se destacam sobre as águas frias do rio, como monu-mentos elevados a ousadia do homem por mãos desço-nhecidas.

A luz que brilha nos mastros do «Apa» parece 4 minha vista a protectora eslrella que assignala a milharesde valentes a mansão da gloria pelo caminho da honra.

Muitos d'esses valentes cahirUo para nunca mais selevantarem, porém seus feitos assfgnalarâb sempre comorgulho o deserto posloque elles oecuparam no lar do-mestiço, e seiis concidadãos, até ás mais remotas-gera-ções, bemdirão a sua memória.

Oque perde a vida por uma causa santa e justa, émais que um soldado de honra, é um mariyr a quemdevem a sociodade respeito, culto a: humanidade.

E' meia noute e tudo está tranquillo.16 de setembro, 4s 9 horas da noute.—Contra toda a

espectaliva não se verificou hoje o ataque geral quo seannunciára hontem.

Uns dizem que por falta de não sei que no exercitoargentino, outros que por ter amanhecido o tempo a-maaçahdo grande tormenta. .

l-.liect-.vauiente alé ás 11 do dia o tempo esteve máu.e choveu alguma cousa. porém o exercito argentino sede alguma cousa carecia não era por certo de enlhusiasmo, pois tanto os soldados que o compõem como os do2. ° corpo dó exercito brasileiro, só desejam o momen-to de entrar no combate.

Como não pertença 4 escola que tudo facilita,.'achomuito justo a rasoavel que os que carregam com a im-mensa responsabilidade de dirigir um exercito, tomemtolas as precauções paraobterum bom êxito, poupandoo mais possível o sangue dos seus soldados, que é osangue generoso do povo. do qual se deve ser aindamais avaro que temeroso da critica injusta, por maisque ella fira o amor próprio das pessoas.

15' por este motivo, e permillam-me a digressão, queeu louvo o modo porquo se tem.portado ..'esta guerrao visconde de Tamandaré, a quem, por mais injustosque queiram ser com elle os seus inimigos políticos,nunca poderão dizer que ó acharam desprevinido.

Raatomos, porém, o fio do que ia dizendo.Depois de uma hora da' tarde, quando serenou o tem-

po, fui ao acampamento de Curuzú.Segundo o meu calculo, o computo das forças ali

acampadas é:Exercito argentino....:...-. 9,500Exercito brasileiro 7,400

16,900Cumpre notar que o exercito brasileiro apenas-terá

4,000 infantes, inclusive a anilharia, o mais é cavalla-ria desmontada.

A força de cavallarla montida d'este 2.° corpo, che-ga apenas a 160 homens que so acham debaixo das or-dens do bravo e muito distineto tenente coronel Astro-gildo. ,

No mesmo dia, 4s 2 horas da tarde, chegou a tendado barão de Porto-Alegro o almirante brasileiro. . _

.Acompanhava-o um joven paraguayo, sargento aju-dante do general Dias, que acabava de chegar 4s avau-çadas, e foi recolhido a bordo da canhoneira «Parna-liyba».

Occupar-me-hei mais adiante das declarações d'estssargento, importantes n'este momento por darem infur-ções da força ca altitude do inimigo.

Seriam 2 horas e 3 quartos quando as musicas do e-xercilo brasileiro ai.nunci4ram .'que se aproximava obrigadeiro Mitre.

Com effeito, chegou acompanhado de três ajudantese da um engenheiro.

Dos ajudantes um era o joven Lamadrid, o outro ocapilão Paz.

Do terceiro, assim como do engenheiro, ignoro os nomes, embora os conheça de visla.

Os generaes estiveram em conferência na tenda dobarão pouco mais ou menoa uma hora. Então appa-receu o tenente coronel Duccud, e o paraguayo, de quefaltei anteriormente, foi interrogado pelos ires gene-raes.' Feito o interrogatório sahiu o coronel Duccud com oparaguayo, e acompanhados do engenheiro que haviachtgado com o general «m chefe, e da outro engenheiro

braViljiro, dirigiram-se para ò mato que separa as nos-sas'avançadas d^s do inimigo. --- ,.. Pouco depois moveu-se um. batalhão brasileiro na

quella direcção, pelo que deduzo que lerão ido fazer al-

gum reconhecimento. ,Émquanto isto sa passava, o.oxercitu do visconde de

Porto-Alegre desarmava as suas barracas, quo foramconduzidas para o vaporzinho «Goneral Osório», e poreste levadas para os transportas, indicio seguro da umpróximo ataque. >

A ordem de levantar as ten Ias foi recebida pelos sol-dados do ex-irciu. de Porto-Alegro com gritos do en-Ihusiasmo, embandeirando elles com lenços do seda oacampamento. .•

A's 4 horas da tarde retirou-se da conferência o almirante.-e algum taoipo depois o general om.chefj.

O que ali sa passou sabem-n'n os três generaes eDeos..

Como nada tinha que fazer enf terra, fui para os na-vios da es;|iiadra quo eslâo^na vanguarda, e dos passa-diço da • Parahyba» vi perfeitamente a estacada quaLopez ma.i.lou fazer no rio.

. Consiste esla em grossas vigas de madeira da léi (se-gundo alfirma o sargento paraguayo que hoje passou-so para nóí). enterra-las de ponta, formando duas filei-ras paralisias, mas do modo que d espaço deixado entreuma a outra estaca.da primeira fileira é coberta poruma estaca da segunda.

,Não obstante, hi um caminho ab irto no canal do la-do do Paraguay, não sei se porque a correnteza do riotenha arrancado as estacas, ou porque da propósito otenham deixado assim para obrigar os navios a passarpor elle e exporem-se mais á artilharia do forte.

Inclino-me á ultima supposiçào, posto que o sar-ren-to paraguayo passado declarou quo a artilharia de Curupaity que defende, o rio está ioda dirigida coutra essocanal, on le a|óm d'isso ha submergidas cinco machinasinfernaes.

Vi tambem do convéz da «Paranahyba», com o auxi-lio de unrbom óculo, o alto de C-.rupaily sobre o qualse eleva como utn minute o infailivel mónji-ullo qnepor si "só caracterisa o gênio do malfadado equilibrista—Cabeça oca exposta ao vento da política, sobra umabase los«a e ridícula.

Regressei para bordo de mau navio Ih6 da tarde, ed'ali observei que o navio almirante fez vários siginesá esquadra.

D'ahi a pouco foram a bordo alguns offkiaes, o a ca-nhoneira' «Maracanã, seguiu águas abaixo em com-missão.

Ouvi dizer qua esta canhoneira vaeá lagoa Piris co-noflicios para os generaes Polydorr» e Flores, communi-cando-lhes a hora e o modo porque amanhã sa levaráo ataque ao inimigo.

Hi quem aflirme que o ataqu* será geral, isto è, quaMitre, Tamandaré e Porto-Alegfe atacarão Curupaity,ao mesmo tempo que Flores e 1'olydoro atacarem as po-si.ções fortificadas de Tuyuty.

Ainda mais: alguém assegura que o ataque de Curu-

paity se effectuará em columnas cerradas pelas treslpica-das que existem no mato fronteiro a esse ponto. Tudq pode ser, porém eu estou farto de marec/iaiadas, eprefiro osperar -os suecessos para então narral-os comsinceridade. ...

Como a hora está adiantada, ponho ponto final nosmaus apontamentos, accresceniando a declaração dosargento paraguayo passado -hoje, e a que antes mereferi. _ .

< Quanto ao numero de forças disse quo havia emCurupaity oiue batalhões de infantaria e quatro regi-mentos de cavallaria.

Que as fortificações tinhão sido reforçadas alargan-do-so o fosso que tam agora 20 pôs de largura sobra21 de profundidade.

Que ha postos em bateria em toda a linha cincoentae tantos canhões, sendo 8 de calibre 68,5 dos q-iaes jo-gão sobre o rio. r

Quu ha tambem uma peça de calibre 120 fundidana Assmnpção e assesUda na ponta do norte Curu-paity,-para, no caso de que a esquadra fosse acima,podar responder com efücacla aos tiros dos encouraça-Uos.

Quanto is estacdas e torpedos dá os mesmos deta-lhes que os passados que os precederão.

Afiirma tambem esle sargento que Lopez mandou fu-zilar .por frouxos» a maior parta dos olllciaes qua es-tiverão em Curuzú n> dia 3, e que matou «comocães» os dous officiaes da legião paraguaya feitos prisi-oneiros 4 traição no dia 12.

Que elle não vio essas dous oílioiaes, mas quo assimo Uísse 4 tropa o general Dias, que é o chefe que com-manda em Curupaity.

O general Dias, segundo diz-o sargento, fez formaresta manhã toda a tropa da guarnição e lhe declarouque a guarra ia terminar promptamenlo, porque o ge-neral Mi tro «tinha pedido uma conferancia ao se. presi-dente,» a havia convido em passar-ie com todo o seuexercito, entregando os «cambay. (negros.)

Esle estratagema' produzio seu effeito, pois os paraguayos responderão, logo com hurras o vivas, que fa-rio ouvidos no acampamento a na esquadra.

Perguntindo-se-lhe como tinha podido escapar-se,respondeu:

Que hontem 4 noile o chamara ó general Dias orda-nando -lhe que com alguns, homens fosse espiar de ummato o acampamento dos «Cambay..'

Que executou esta ordem, e esta manhã, depois dalórma, ree.béra outra commissão.igual, e então disseraa seus companheiros que se ocultassem no matlo em-quanto ella se approximavacom toda a subtileza paramelhor informar ao general.

Que, aproveitando este ardil,logo que perdeu de vis-ta seus companhoiros.fúglo para o nosso campo.

As mais informações deste passado nada lera de in-teresse.

Esquecia-me dizer que este sargento ma deu de presente uma grande medalha de cobre em que estavapintada a óleo da um lado a imagem da Virgem e dooutro um letreiro quasi apagado.

Assegurou-me que esta medalha pertencia ao Polacoencarregado dos torpedos, qua se acha hoje preso in-oommunicavel, por desconfiar-se de haver ajudadofuga da dous jovens pertencentes 4 esquadra.

Desconfio que o polaco achí-so preso por não ter po-dido desempenhar a commissão de que fora encarregado, depois da desastrosa morte do engenheiro allemão,seu predecassor.

Sefemòro 17, ós 8 horas da noite.—Amanheceu hojeludo em movimento e ter-se-hia dado o ataque se não«mbraviessa o máo tempo.

Choveu todo o dia e com muita intensidade.O exercito do barão de Porto-Alegre deve ter psssa-

do um dia horrível, e a noite uão ser4 melhor, poiseslá sem barracas

O exercito argentino não está tão mal, pois oceopaum ponto que tem ranchos de palha, e por conseguinteacha-so acoberto da chuva.

Dorante a noite p.assada o barão de Porto-Alegre,sem ser presentido pelos Paraguayos ft-z levantar umparapeito de fachina no oulro lado do bosque que o se-pira do exercito inimigo.

Este ao que parece não gostou da cousa, fazendoalguns tiros de artilharia durante o dia tõbre ettt ebra

de.f.irtifi.-ação, não obtendo multado, e aos quaes osbrazileiros não rosponeráo.

Aproveito a.opportunidade para felicitar os officiaesde engenheiros dn 2, ° corpo du exercito brazileiro pelade-licação e intelligencia que to... manifestado en. seustrabalhos.

Setembro 18i— Ainda hoje se,não deu o ataque, e seo tempo continuar como agora, as operações terão qnedoraorar-sa.-.

A ninguém se deve criminai' por esta demora.Atacar os paraguayos entrincheirados como estão,

com este tnmpo, seria uma Imprudência.Seria difficultar ainda uma empreza por si tão espi-

nhos i.As forliflcaçõís dos paraguayof, comose sab», con-

sistani em largos, fossos e parapeitos de terra.Quem podaria s.ubil-os quando estão escorrendo

água?Torno a repalil-o ; a dllarção de Imja i muito justí-

ficada. ,A esquadra aproveitou algumas horas do dia e.dispa-

rou muitas bombas sobre o acampamento iiiimigo.lista apenas respondeu couTdous tiros da p°Çi,ie não

porque lha falte pólvora, ségniiilj tenho ouvido dizer, .senão porque seus tiros sÓvpódià-i servir p-tr.i mostrarmelhor ás bombardeiras_o alvo que duvião ferir, poisde moI.i algum"'iil*in.leriã> a es .unira, qua collocadamuito convementament* se aproveita das «nas vanta-gons. .

*

Haverá ainda quem duvida qua os paraguay..s cala-rão o.seu fogo por esta razão, jiilgindo-.-s incapazes-da prevenir lão a tempo a3 coaiingnncias dai »u-*rra ;eu não duvido por quo não tenho receio da dizíl-o,creio" que os paraguayos nesta guerra Idam providoque não estão alrazados na t«clica militar, ;-omo to-losos suppoem.

Os generaes Mi.re e Paunero esti» erão hontem natenda do barão dís Porto-Alegre.

O bombardeamento ce.sou as ava-marias, porématé alta-noite ?.lguns navios darão alguns tiros.

A chuva conlinúi d ¦ um iríVlo pooco agradav»! pa- •ta os que tôini de dormir dabaixo das armas o á vistado inimigo.

19 de setembro.—Se o dia de hont»m foi máu pelachuva abundantíssima que cahiu, o de h«jo foi pes-simo.

Parece incrível que haja quem possa soffrer a pé firmetão prolongados agiiàcãirós,

E' de esperar quo liajã muita onfermidade há gentedo barão da* Porto-AI-gra, pois dous dias o duas noutes -tam ella.dormido com a roupa ensopada c com água ebarro alé aos tornozellos.

A chuva continua e a noute ameaça ser ainda maiscrueldo que a de honlem.

O máu tempo não nermittiu de fastajar-se o anni-veraario de Pavon e üruguayana, em frente aos muro3de Humaytá.

Cedo e apezar do máu tempo, empregaram-se asbombardeiras, chatas e alguns navios da esquadra hra-sileira em lançar bimbas ao acampamento paraguayo.

A's II horas da manhã houve um tiroteio de poucaimportância, Ignoro se perdemos alguma vida.

Os tiros da esquadra foram muito bem' dirigidos. -Viam-se as bonibis rebentar no centro"das trincheirasde Curupaity.

E' de crer que Lopez tenha perdido bastantes soI-Ja-dos nV-stes últimos dias. .•

I-.felizis, crendo deflander sou paiz cabem como be-roes em defeza do mais cynico da todos os tyrannos.

Lopez devia ser posto tóra da Ui; além dos crimesque mancl.ão sua vila passada, commelta a esta horaum de que a humanidade deveria pedir sérias contas,a é o do fazer morrer os seus soldados por uma causaperdida e odiosa.

Lnpaz com um» cobardia cruel .quer fazer desappa-racer alé ao ultimo paraguayo, pondo se elle sempreem I jgar seguro e prompto a escapar com a sua fui tu-na adquirida com lagrimas o sangue de três gerações.

Lopez ô o Níi-o da America do Sul.Arostalo queimou um templo magnífico para que 8fU

nome fosse levado i posteridade,.Lopez faz morrer seus concidadãos debaixo da ms-

tralha dos canhões, para que so falia delle.Nero tocava guitarra** émquanto Roma se consumia

nas chammas do incêndio.Lopez conta com as suas riquezas e faz o program-

ma da vida opulenta que devera passar na Europa, ou-vindo com a maior impassihilidade ao redor de si 08soluços das máas e esposas daquolles a quem fez pare-cer por seu capricho.

Disse acima que Lopez era o Ntro da America do Sulporém na verdade excede silo ajuda om ferocidade otyranno de Roma.

Martyrisar prisioneiros, obrigar as mães a maldiçoarseus filhos, forçar a que dansem e cantem famiiiasqueacabão dt perder parentes,, fuzilar soldados que cum-priiiio o seu dever, só para sustentar os seus syslhe-mas de terror, são faltos que só tem praticado LopezSolano, e em tão grande escala que encheria volumessó a simples narração delles,

20 de Setembro.—0 dia amanhecau um pouco me-lhor graças ío pampeiro que sa levantou, porém a noi-U foi horrível do chuva e escuridão.

No acampamento não houvo novidade.Soubemos hoje que o govorno imperial conforis o li-

tulo de visconda d» Porto Alegre ao commandante do2. ° corpo do exercito brasiNro.

Foi um aclo de justiça para com o general quo com-manlou em Ciceres as forças do império e que em Cu-nrai rivalisou em valor com os seus melhores solda-dos.

A noticia,.foi, pois,,recebida no exercito e na esqua-dra com viva satisfação.

Não foi por certo recebida assim uma corresponden-cia e certas apreciações de um dos jornaes dessa capi-tal, a respeito da esquadra brasileira.

Em logar de fazer suppoiições gratuitas e engenho-sas subre o digno chefe dessa esquadra, porque nâo di-zem a verdade ?

Se alguém fallou ao pacto da conferência do dia 28,não foi o visconde de Tamandaré. A esquadra estevenos dias 4. 5, e 6 bombardeando Curupaity, más nastrincheiras de Tuyuty não sé ouvio um só tiro, apezarde ter sido isto convencionado..

Padirâo-se ao grande exercito, no dia 4,5.000 infan-tes psra o exercito do barão poder avançar, porque el-le so tinha 4s suas ordens 4,000 infantes, sendo o restocavallaria apeada, e nâo lhe forão dados porque o gran-de exercito não podia destacar um só soldado, entre-tanto poucos dias depois pò lo destacar 9,000 homens'

Se Curupaity não está em nosso podar desde o dia 5não é ao visconde da Tamandaré nem ao de Porto Ale-gre que se'deve aceusar.

E' necessário estar perto do theatro dos acontecimen-tos, o não viajando em vapores a 12 léguas de distan-cia para dar-seconta das razões quo forçâo a esquadraa uma inacção apparente.

Para os leitores da «Nação» vou tratar de dar umaexplicação clara. .

A bateria de Curupaity 6 4 extrema direita das forti-Qcaçõss paraguayas, q' passão em Tuyuty e vão acabarnos banhados e lagoas do Alto Paraná.

Oi paraguayos podem em poucas horas ir de uma4 outra extremidade dt linha. Em conseqüência dit

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Page 3: ,,-PAET-Eijll - BNmemoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1866_03118.pdf · 2012. 5. 10. · Subscreve-se no oacriptorio da TypogTaphia Imparcial,. Rua da IropèVacriz n. 27, para a capital

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obras feilas no interior, as suas forças podem sampreoacudir aos pontos atacados.

Se Curuzú não foi soccorrido com maior numero desoldados ô porque Lõpez, confiado njs magníficas for-tlficações que tinha, entendeu que2,f00 liomeus podiãorepellir o ataque de 4,000 soldados de infantaria e 5000homens de cavallaria apeada, armados de lança-e es-pada. 'v

' .,

O exercito do barão de Porto-AIehre nao- podla.sequer mover-se das trincheiras de Curuzú. poiipie ileum momento para outro podia ser atacado por 10,000à 12,000 infantes paragaayos, visto que o grando exer-cito não tinha atacado Tuyuty como se combinou, di-vidindo assim as forças do inimigo. , „ '

Qual era neste caso o primeiro dever da esquadra?Proteger o exorcito.e ter tudo promplo para o caso

de um revez.Foi islo o que se fez; e só ignor&o os trabalhos que

e iizerão para osse fim os que não presenciarão, coino

ju, os marinheiros da esquadra limpar, debaixo de ba-as. duas quadras de malto em frente ás vanguardas

inimigas, para qne a artilharia de bordo pudesseproteger á seus bravos compatriotas de terra.

Ainiia recordo qne no dia 6 o general Polydoro, es-crevendo á Porto Alegre, lhe dizia:

« Náô tenho¦ podido descançar em toda a noite, re-cordando-me da critica posição em que vmcs.esUo.»- Entretanto nenhum soldadose movia de Tuyuty em

protecçao de Porto Alegre. -Devláaesquadra abandonal-o também csegu.radiante

pelo temor de ser censurada ?Isto o que fora vilania. .Pcrém, passemos por alto o perigo que corria o 2.

corpo do exercito brasileiro: imaginemos que elle nàoestava ameaçado de ser cercado pelo Inimigo, e façamosesta pergunta:

Conviria quo a esquadra forçasse o paço de Curupaity? ,

Quem vio uma v<z se quer estas paragens, responde-rá que não., ' - j

Náo: porque a esquadra, mm todas as esquadras aomundo poderão jamais tomar -baterias de terra.

Náo ; porque só o acaso pode fazer desmontar pe-ças de baterias abeitas derttro das barrancas, e servidaspor pequeno numero de artilheiros, renovados incessantemente segundo vão morrendo.

Ondo nãoa ha massas de gente, as balas pouco es-trago produzem ; as baterias abertas na barranca não

podem ser doifeitas á tiro de artilharia, nem a torra fazestilhaços. . ,

Só ha um remedio, que é fore.r o passo e iradianta.Isto quo parece á primeira vista o«nutural e simples

é o absurdo no caso presente.Forçando o paço a esquadra permanecia reduzida á

impotência, pois cada tiro que fizesse- sobre Curupaitypodia ir varrer o acompamentp'do Porto Alegre.

Isto se vôe apalpa; conhecem-o os que eslão aqui,porém é muilo natural que escape aos que escrevem daC irrientes, que dista daqui 15 léguas, oude Itapirú quedistai. '. , i

A essa distancia não ê estranho quo.os torpedos pas-sem inapercebidos.

Nâo tem deixado de sorprehender-nos o que o citadocorrespondente afiança que a bateria de Cuiazú eradesconhecida pelo almirante brasileiao.

Recordem se que ha,mais de dois mezes commum-quel que aquella fortificaçáo se estava construindo, eque ella .figura no niappa. topographico das posiçô'3estratégicas que lhe remetli. em 31 de agosto.

Não recrimino áo correspondente a que alludo, porque creio-o de boa fé, só censuro que elle innocente-mente faça coro com as calumnias que.contra a esqui-dra Ievantáo os amigos daquelles que1 a odeláo por-que ella foi o principal elemento que conteve o infameinvasor quando si propunha chegar ató a vista de Bie-nos-Ayres e Montevidéo.

A esquadra foi sempre odiada por elles. porém mui-to mais depois quelsm Riachuelo disso ás hostes san-grentas do déspota: «Por aqui não se passa.»

Dentro de alguns dias se verá de quanto é capaz es-ta brilhante juventude que compõe a esquadra brasilei-ra e sen chefe.

Já q"ue fallo de esquadra permittão me dizer duas pa-lavras de rigorosa justiça.

No ataque de Curuzú a canhoneira «Ivahy», ao man-do do seu digno e valente commandante Santos, por-touse com toda a bizarria, batendo-se-a tiro de espin-garda com a bateria.

N'estecombale-teveumadas caldeiras varada pornma bala de canhão.

Como a.«Ivahy» ia protegenio a marchado exercito,foi o único navio de madeira que chegou á frente doforte, honraque lha invejaram seus companheiros.

Outra rectificação. Quando voou com os torpedos oencouraçado'«Rio de Janeiro», não ia na vanguarda,como assegura alguém em uma- correspondência, poishavia adiante outros encouraçados; porém manobravaem frente ao forte, e foi n'cssas manobras que bateucontra os torpedos.

Se o commandanto se houvesse conservado fundeadodefronte dò forte, como o ordenou o almirante o esti-

, veram os demais, o desastre não se teria dado, pois to-dos os torpedos girados, ou inutllisados depois do com-Late) estavam fóra do rumo de navegação assignaladopelo almirante, que de antemão tinha mandado sondaro canal pelo pratico Etchebarne.

Esta é a verdade dos fidos.Hoje houve um pequeno tiroteio nas avança Ias", po-

niin sem resultado.O tempo agora é bom.Setembro 21, ás 10 horas da manhã.—Durante a noi-

le passada houve alguns tiros de espingarda o de peça,mas sem resultado sério.

Hoje mandou-se examinar o terreno, e por haverainda muito barro e água estagnada.creio que o ataqueainda não será hoje.

Como nada oceorre de importante n este momento,concluirei fazendo nma rectificação a oulro correspoo-dente do «Nacional».

Esse correspondente diz que o bombardeamento dodia I.° começou contra a esquadra.e pouco a pouco di-rigiu-se contra o «Evelyn» vapor em que estava o sr.ministro Octaviano.

Isto é falso, o «Evelyn» não soffreu nem nm tiro,nem eslava enaltíSar de poder soflié-los. .

Ha tain(>cra na «Trihuna» uma correspondência as-signada «Arthur», que estou auetorisado a declarar quenão é do secretario do almirante, que é a única pessoada esquadra qiie tem esse nome., .

Em unia copia da parte official do3 jornaes dessa ca-

pitai, vi que se disse serem nove os canhões tomadosao inimigo pelo 2.* corpo do exercito brazileiro.n'isto grande cguivoro. '

Os canhões tomados foram treze, como )á disso naminha correspondência anterior, e dos calibres segnmtes: 1 de 68, 2 de 32,1 columbrina de 9 fundiJ a tra1864, 4 obuzes de 12 e 5 canhões de 6.

Tomáram-se mais 300 cartnxos, metralha, ele., duas

peças de 68 o 32, 20.000 projeclU.5,000 cartnxos de es-

pingarda e 3 bandeiras..Isto que digo é o que asseguro, por ler visto poucas

horas depois de tomado o ponlo, e constar da ordem dodia do visconde de Porto Alegre.

Tenho lambem a dizer duas palavras a respeito do'vapor argentino «Guarda Nacional» para ovitar que abise assustem e corram boatos desagradáveis.

Quando es-te vapor sahio tocou parlo da Ilha do Pa!-mar, com uin torpe Io inutilisado que estava no fundodo rio.

Náo houve perigo, nam explosão, pois como disse,o torpedo estava completamente injtd.sado. Tinha si-'do iriiitlldb a pique o perfurado a balas itfuitos dias an-tu.s.

'.' - *

Acerca da proposta de paz diz o «Jornal do Commer-cio» o seguinte:

«O facto. mais notável é a vinda de Lopaz ao campoalliado com propostas da paz.

No dia 10 apresentou se ás avançadas um official pa-raguayo com quatro homens, mas as vedetas, não en-tendendo o toque de clarim, fizeram lhe fogo o elle re-tirou so immediatamente.

No dia 11 torqou-8o a apresentar um parlamentado,qua entregou ao_coronal Rivas, sahido a recebido, umofficio para o general Mitre. Pouco depois mandou .^s-te chaman-o general Flores á tenda do marechal Poly-doro para dar-lhe conta da communicaçâo de Lopez.Padia-este uma entrevista aos generaes alliados, e aproposta foi aceita, deixando-se ao mesmo Lopez a os-colha do lugar e hora. Ao Cahir da. noite voltou o par-lamentario dizendo qua «'entrevista seria no dia 12 ás9 lioras da manha, nas avançadas.

A' hora marcada Lopez, precedido de uma grandebandeira branca e. seguido de vários olliciaes o uma cs-coita do 40 homens,apresentou se e fez'alto nas avança-das. - *

Sahlo-lhe ao encontro o gsneral Mitre, acompanhadodo general Ilorfios, dos seus ajudantes de campo o deurna es.-.olU da 20 homens. Achando-se próximas asduas personagens, separáram-se de snas comitivas,avançaram, saudaram-se affectuosamente.apeitâram-seas mãos, e dirigiram-se para. um outairo já históricon'esta guerra, o Yatiyti Cora, onde conversaram atéperto de duas horas da tarde.

Antas ainda de encetada a conversação, um ajudantede Mitre foi por ordem d'esta avisar os generaes Florese Polydoro que Lopez desejava cumprimentál-õí, Oprimeiro compareceu promptamenlu trajando uniformede gala, o segundo escusou-se dizendo que.visto achar-se alli o general em chefe, era dispensava! a*sua pre-SCI1Ç.1.

Quaes foram as propostas de Lopez ninguém souba,além dos generaes dos tres exércitos.» -

f.z, míféon formarei com o proceder qua v. ex. rne pro-põt*,' e çÜHipMçei o dever de não f. Itií á' hora indioi-la.'

I)eOs^g.fi*r.le a v. ei.', muitos annos.—I''rnnci<c<i S.[.êpeZ—Qiplófiae,—0 capitão,, César Augusto Brand£ii,-tg'ejjjtet$TÍó.'piiliUri ;'¦- i

N. 4.—Traducção.— S, ex, d sr. marechal Lop*z,presidenta da republica do Paraguay, na sua entre ,i*.Ude 12 de Setembro, convidou a s. ex. o sr. general pre-1sid.nie da republica Argentina e general em ohefo doexercilo alliado, a procurar meios.conciliatórios e Igualmenle honrosos para todos os belligeraptõit, Mim ile versa o sangue até aqui derramado |,óde cP.nsiderar-íe co-mo suficiente para Lvar os mútuos aggravos, pondotermo á guerra mais sanguInolenU da America pormelo de satisfações mutuas e igualmente honrosas eequitalivas, garantindo uin estado permanegte de paz,e sincera amizade enlre os belligerantcs. S. ex o geneneral Mitre limitando-se a ouvir, respondeu que se re-feria ao seu governo e á decisão dos alliados secundoos seus compromissos.—Conforme.—O capitão, CésarAugusto Brandão, secreUrio militar.

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tllllEstrada dc ferro

As.correspondências dos srs. Aubertin, Hendersonetc, só poderáõ sahir na terça-feira próxima.

"Frei Pictro ú redacção do «Diáriode S. Paulo >

Partes of flciáes acerca da proposta«Ie paz

lia

Commando em chefe do 1* corpo de exercito «in operações no Paraguay.—Quartel-general em Tuyuty, 13de Setembro dc 1866.—Illm. e exm. sr.—Julgo conye-niente communicar a v. ex. a seguinte oceurreocia :Na tarde do dia 10 do corrente, apparecendo uma ban-deira branca sobre o ílanco-esquerdo das trincheirasinimigas viu-sd que com ella caminhavam algumas pessoas para a direita de nossa linha, que estava entãoguardada pela força argentina; dalli partiram algunstiros, sém duvida porque o olllciai commandante dasnossas avançadas não tinha distinguido essa bandeira,e em conseqüência disso as pessoas que a traziam re-gressaratn para o campo inimigo. .

No dia 11 pela manhã tornou a apparecai* a mesmabandeira e com ella avançou ura parlamentario-que en-tregou ao general Mitre, a mandado de Francisco Sola-no Lopez, a nota, cuja copia e traducção envio sobn. 1.

O general Mitre. o general Flores e eu, reunidos nomeu acampamento, deliberámos que tralando-sa ape-nas de uma entrevista de Lopez com o general Milra,conviria aceitar, o convite; em conseqüência do que re-digiu o general Milre em nossa presença a resposta, eu-ja cópia envio sob n. 2, que foi transmitiria pelo mes-mo parlamentarlo.

Na tarde desso mesmo dia tornou a apparecer a ban-deira parlamentaria, sendo entregue ao general Mitre,por parta de Solano Lopez, a resposta cuja cópia enviosob ri, 3.

Hontem á hora aprazadá teve lugar aquella entrevls-ta, e durante o tempo era que o general Mitre estevecom Lopez recebi por parte deste um comprimento decivilidade e convite para ir ao lugar da conferência.Agradeci o comprimento e desculpei-me de não podercomparecer.

Com o general Flores, houve igual procedimento, efoi elle ao lugar da conferoncia, onde deniordu-se mui-lo pouco tempo.

Regressando dalli o. general Milre apresentou-nos anota ou moiínorandum, cuja cópia envio a v. ex. sob n.4, e verbalmente declarou que nenhum resultado defl-nitivo tinha produzido tal conferência, ficando entendi-do qne as operações da guerra continuariam como seachavam dispostas.

Hoje ao romper do dia partiu o general Milre para-oacampamento do barão de Porto-AIehre, para onde anleriormente linha seguido toda a força destinada a in-corporar-se ao 2o corpo do exercito.

,D.indo disto conhecimento a v. ex,, previno-o dequeigual participação faço nesta data ao conselheiro Fran-cisco Octaviano de Almeida Rosa, ministro do Brazilem missão especial rio Rio da Prata. ¦- Deos guarde a v. ex.—Illm. e exm. sr. conselheiroÂngelo Moniz da Silva Ferraz, ministro e secretario deestado dos negócios da guerra.—Polydoro Qmnlamlhada Fonseca Jordão, marechal de campo.

N.I.—Traducção—Ao exm. sr. marechal D. Francis-co S°. Lopez, presidente da republica dó Paraguay, egeneral em chefe do seu exercito.—Quartel general doexercito alliado; 11 de Setembro do 1866.—Tiva a hon-ra de receber a communicaçâo de v. ex. datada de ho-je, convidando-me para uma entrevista pessoal, enlrenossas linhas, no dia e hora que sa convencionasse. Erespondendo, devo dizer a v. ex. que aceito a entrevia-ta proposta, e me acharei amanha ás 9 horas da manhano ponto de nossas respectivas avançadas no passo deYataity-Corá, levando uma escolta de vhite homens auedeixarei na altura de minhas avançadas, adiantando-me em pessoa no terreno intermediário,para o fim indi-cado, se v. ex. so conformar com isso.

¦ Deos guarde a v. ex. muitos annos,—flarl/tolomeuMitre.—Conforme.—0 capitão César Auguslo Brandão,secretario militar. . .

N. 2.—Traducção.—Ao exm. sr. brigadeiro generalD. Bariholonieu Mitre, presidente da republica Argen-tina e general em cheio do exercito aluado.—Quartel-general em Passo-pucú, 11 de Setembro de 1866.—Te-nho ahonra de convidar a v. ex. para uma entrevistapessoal, entre nossas linhas, no dia e lugar em que v.ex. marcar. „

Deos guarde a v. ex. muitos annos.—francwco -5./.opcx.-Conforme.—O capilâo.Cesur auguslo Brandão,secretario militar. ... ,

N. 3.—Traducção.—Ao exm. sr. brigadeiro generalD. Bariholomeu Mitre. presidente da republica Argenti-ná e general em chefe do exercito alliado.—Quartel-general em Passo-pucú; 11 de Setembro de 1866.—Acabo de ter a honra de receber a resposta que v. ex.dignou-se dar á minha proposta de entrevista destamanhã, e agradecendo a v. et. a aceilaçio que delia

Li o artigo de fundoMo Diário de S.Paulo publicadoa 12 do corrente.

Continua o inlilligente, mas imprudente redactor comseus escriptos a me collocar no leilo de Procusto.

No mesmo dia em que, si b segredo, lha disse eu quehaviam no corpo social duas arlerias principaes, da quenos deviamos apoderar—a creança o a mulher,—assoa-Ihoujá elle pelos quatro cantos da cidade—que convinhaque ns paes de familia sa associassem para a fundação daum collegio n'esta capital, em edifício apropriado, diri-gido, porém,'por estas admiráveis religiosas, que fazemda educação das futuras mães de familia a sua missãoprovidencial.

Meu Daos I esto redactor quebra-nos as pernas, acre-ditando que vae nos imprimir o andar da locomotiva I

Novo ícaro, rtcúa da tua imprudência desastrada,ouve os conselhos de um outro üedalo, que le brada:—conserva-la em um justo melo, não ergas tão alto oteu vôo, que as nossas azas são de cora, e o sol da dis-cussão as derrete. ...

Pois è preciso escrever pela ira prensa pára se levan-tarem rriais seminários dirigidos por lazaristas e pelasadmiráveis irmãs de caridade?!...

Por ventura não vedes, inexperiente redactor, que alinas risonhas. campinas da Luz, não obstante os olhosvesgos e as frazes envenenadas dos ímpios do século,levantou-se magestoso edilicio, ondeo próprio pr-rladoda diocese não ousa afiro .tar o nosso poder, porqueDeus super'omnia, e nós somos os representantes deD;os sobra a terra ?l

Por ventura não vedes que os direclores d'aquelle es-tabelecimento são todos importados de longínquas ter-ras, onlo melhor,se sabe manejar a doutrina de Loyola,a que o clero do Brasil, que talvez se poderia julgarInjuriado, nâo soltou uma só palavra de protesto, pnr-que a importação foi feita sem apparato, sem alarde,sem a discussão da imprensa, apanhando os espíritosamortecidos e dosacautelados?!...

Acaso nâo vedes que o ensino do calheeismo se fazali na egreja de S.Pedro, com jjisraí applauso como dizeis, ensino dirigido pnr um lazarlsta, qua assim se io-elniia no seio das famílias, no coração da infância, semquo alguém indague, so não ha no clero brasileiro umsó sacerdote, que, filho do paiz, educ-ído. nos costumese nas instituições pátrias, preso á população por laçosdesangue, da anjisadee de affiiçõ--s, que gsra a terraqua nós viq, nascer, poderia talvez ser preferido a nósoulros, se por ventura'os paes de familia, o clero pau-listano, o povo emfim estivessem de ouvidos desperta-dos e de olhos abertos por uma discussão quo inconve-nientemente quereis levantar??.. ¦

Acaso-sois rego para não ver que .om vários pontosdo Império, no seio d'esta provincia mesmo, na cidadede ltú, já existem seminários da meninas, dirigidos pe-Ias angélicas creaturas, que vestem o toucado branco,âo lado dos virtuosos sacerdotes que oa acompanham?!

Pois tudo isto não se tem feito sem o ahrdo da im-prensa, sem o .tocar de campainhas, sem o bater da ma-traça, que acorda os povos que convém que durmam?!

- E' pena que com tâo boai Idéas nâo saibaes o molhormeio deferir o alvo.

Tendeê razão: a educação de uma menina não devoser feita no seio da familia, nem junto ao regaço de suamãe, que, vivendo no século, que coexistindo com ummarido, cujo pensamento eslá deturpado pelas idéas daseras de hoje, vae ser nm Impecilio a moralísaçáo d'essapobre creança que seu ventre gerou".

A educação de nma menina deva ser feita no arréda-monto do lar doméstico, no azj-lo sagrado de um claus-tro, em edifício apropriado, vós o dissestes, onda ellaveja só o semblante frio e Indiferente da irmã de cari-dade, onde ella ouça só a voz de um cònfessor Iszarista,que'a habitue a ter medo de Deos, a recoiar as suas vin-ganças,» applacar a sua cólera com os jejuns e peni-tencias, que lhe macerem o corpo para melhor lhe do-minarmos o espirito.

Assim erguida a barreira do claustro collagial entreos paes e a filha, cnnvirâ em todo o cubo lisongoar avaidade daquelles, que quererão de tempos em temposverificar com os próprios olhos o adiantamento da pequena.- A tarefa é fácil: revelo aqui, sob segredo, o que en-tão soem fazer as discretas directoras da nossa ordem.

A que melhor lettra tiver.escreve ao crédulo pae.umacarta em francez em nome da filha, que lhe envia umaschinellas bordadas on uma slmofida do primoroso tra-balho de agullia. O velho beba pelos olhos o neclar davaidade, discansa a cabeça sobre a almofada, que é tra-balho da filha tanto como a carta, e dorme, dorme aléque com o crescer da idade, o nosso verdadeiro empenho, o preparo do espirito e do coração eslá con-seguido. • .

Se a lembrança da fsmilia se apagar nesse coração ju-venil, se abertas as portas do claustro, completada aeducação, dahi sahir um cadáver sem sentimento, umcoração morto para-pao, mãe, irmãos, para todas asaffeições da vida, para o próprio esposo, que a sorte lh»oflertar, teremos conseguido sempre o nosso destdera-tum—não se dará a conquista do mais (orle sobre omais fraco, a pobre mulher nâo será arrastada á após-lazia das suas crenças e a voltar as costas para Deos;e nós leremos sempre nessa mulher um degráo firmeda escada que preparamos para subir ao poder: é nmamola de aço que lançamos na sociedade para mover onosso mactvnisaio.

No segredo das nossas confidencias, illuslre redactor.podemos falUr estas verdades, e sa porventura algumprofano sorprt-hendesse o nosso mysterio. ao aliance damão achariamos algum texto com qúe cm taes casosapadrinhamos as doutrinas, resgaardando-nos assim

com forta couraça contra os golpes da critica. Simir mui loiiga o sem sondar senão o sentido apparente,dlriiiiiós quo n próprio S. Lticas, attestando palavrasdo Di Ino Meslre; assim se exprime—se alguém vem amim cnâo odeiusiu pae, mãe. mulher e filhos.não podeser mui discípulo.' Tendes' razão, illuslre redaclor; até hoje as mães temeducado suas filhas; na familia paulistana a religiãoUin sido ensinada pelos próprios progenitores; mas dehoje em diante

snâo pôde mais ser assim, por que os

paes e as má-.-s sabem ensinar o catolicismo, mas nãosabem ensinar o jeznitismo que é o que convém mon-tar.

Ten.ios razão: a familia,paulistana apresente riopassado e ho presente um quadro lugubre de misérias,um painel carregado de crimes e infâmias, por que atéhoje nSo existeui aqui Tnães di familia, por que ellasnão existirão jamais, emquanto não se fundar o «emi-nario dirigido por admiráveis religiosas onde aprendamo que alé.hoje não sabem—sobreviver no centro destassociedades modernas, denominadas, por escameo ámo-ral. altamente civilisadas.

Tendes razão: embora m mbro de uma-familia páo-lislana, a força da verdade transpira cm vossos lábios—sois o écho de um religioso italiano existente ent£anós, que, em face da nm ancião considerado nesta cida-de, chefa de numerosa prole, pae de muitas filhas, nãopôde dissimular as suas crençss, nem refrear seus la-bios do dizerem qua—em S. Paulo não ha uma só [a-milia honesta, cousa bem djfferente da candura que do-mina lá na terra natal delle—a Itália.' Tendes razão em tudo que dizeis : mas pelo amor daDeos não annuncieis á priori os passos que lemos dedar. 'yy

Tendes o peccado da franqueza: tendes a cnlpa daousadia: não sabeis trabalhar ainda sob nossos estan?dartes.

E' preciso corrigir o defeilodo não saber-reallsar asidéas sem divulgal-as antes: é preciso evitar e crimada sinceridade incompatível com as nossas vi-tas.

Fa. Pietro.

A'

Poesia offerecida e recitada, na noute doseu primeiro concerto no theatro de SãoJosé, pelo seu patrício J. P. de Albuquer-que Jordão. .

Estacaram turbas ruidosas, grandes,Movediças massas que tumultuavam; _* Abriram-se alas I foi queum vulto ergueo-se, -"

Eram o gênio e a arte qu'em'sple,ndor passavam.

Silve, pois, Napoleào,Ente inspirado de Daos, _Sé vens do céo d'harmonia,Aqui se curvam os teus ICurva-se o mundo inteiroAnte a face do luzeiroAnte a luz da inlelligencia;Curva-se o leu Portugal,Que não teve um filho igualDesde a sua adolescência.

Poeta d'alma que vibras,Que encantas com tal magia, ,Que nos elevas aos céosNas azas da poesia,D'onda vens?quem és no mando?D'oride herdaste tio fecundo,Esse engeaho nunca visto?Vens porventura em missãoD'algum anjo em oraçãoJunto á cruz de Jesus-Cliritto?!.

Ou vens, por instineto nobre,D'essa terra d'a!em-inarNo agro da sandadeA' teus irmãos afagiríVirás, quiçá por mysterio, xDo Brasil ao grande império,Dar-lhe a crença, a fé da gloria,Dizer-lhe quo um sol brilhante,Raiando Bobre o gigante,.Lhe vai mostrar a victoria ? I. .

Fatídico, vom-ta.da Dada0 gênio qu'em ti transluz,Sacnsantà inspiração,Que ao Pantheon Ia conduz ITens-na fronte bem gravado0 symbolo eternisado,Que tu'alma nâo desmente;No eslro, hymno e canções '

Extasias mil corações,Tens na terra um nome ingente.

Tens louros, milhares de louros,Ganhados por*teu talenlo;Cabo-tea fama, a gloriaDescressem igual, portentoIAcolho-te,o mundo inteiro,Como na ai te o primeiro,Retrahindo-le ao sen grêmio;Aqui mesmo se traduz,Na terra do Santa Cruz,Qu'és bem digno dalto prêmio.

Nos vastos salões dos reis,Junto da veste real,Vô-se Arthur Napoleão,O filho do Portugal IVé-se alli de fronte erguida,Por áureo arco ringlda,Em quo sa estampa a gloria;Vé-se a luzenle medalha,Que o talento, na batalha,Lhedeo tamanha vicloiia.

, Napoleào, o dá França,Qu'assolou um mundo inteiro,Foi ter nm Ssnta lbdonaPor memória um cruzeiro I..Tu, Napoleão portuguez;Sem espada e sem arnez,Terás um nomeimmortal!Terás d'artista a gloria,E sempre, e sempre em memóriaDos filhos de Portugal.

S. Paulo, 12 de Setembro de 1866.

Joiquiu Pires de Albuquerque Jordão.

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«0K10.I0 PAÜLISTAM'

\ SUlIjuv ITapoleâoSONETO ACROSTICO.

^rthur Napoleilol teu nome e f.ímaPJompendo o espigo qne dous mundos cobre,'Hornflo teu gênio—niugestoso e nobre; (Honrando a pátria qne acendeu-te a chama!(Sm talento im mortal t.segue o ;in_Hmma,

jHesplandente de luz que nío se encobre!

S-uncio de encantos .para o rico e o pobre,Ji» quem o mundo—artisti-rel—pruclanm!«*3adiSo altivo de um talento santoO teu plano, mio lia quem lhe resista,piigado aoá dedos teus, em vivo encanto!...

Hia, manceb.l exulta na conquistai5»s almas se exUsião, vertem pranto,Ouvindo os sons do portuguea-artistal

S.Paulo, 12 de Outubro de 18GG.José Yiclorino da Silva Azevedo.

Especialidade da salsaparrilha de Ayer

E' o extracto concentrado da raiz escplhida,oomblna-do de tal fôrma com outras substancias de força altarante aimla-maior, se possível fôr. que torna-so umantídoto efficassissimo pira ledas aquelias moléstias a

que se applica geralmente a raiz da «salsaparrilha».Tolas as pessoas que solfrem de moléstias «strumo-

sas» necessitam de um remédio t.l e qual como este,remédio que-durante tantos aiinos tem sido apphcadocom o mais f_liz exilo.á. molusti 5 «lesta ordem. Nin-

guem duvida qae o dr_Ayer tenli.i prestado, por meiod'c3ta composição, serviços relevantissimos a uma cias-se, que infelizmente é mui numerosa.

Tem-se provado em milhares de casos qua esta pre-paraçâo cura com certeza, «escrofulas, inchaçõnse feri-das escrofolosas, moléstias cutâneas, ulceras, bertoejas,impingens, pústulas, nascidas, eiisipeias.rheumatismo,leicenços, etc.

. Moléstias venereas ou sypliillticas sâo curadas comnma certeza infallivel, o veneno é expulso do systemae a saúde restabelecida.

A.s moléstias das mulheres quan lo são causadas pe-Ia escrofula no sangue, são facilmente curadas com esteextracto de salsaparlrilha.

O publico não deve deixar-se ill dir com o.nome de«salsaparrilha» queso dá a grande numero de remédios,senão nocivos, inúteis; porém dove experimentar oextracto composto de salsaparrilha, composto pelo dr.Ayer, para então conhec.-r o verdadeiro valor' mediei-nal d'esta admirável planta.

A salsaparrilha de que é composta esta preparação, écolhida no valle.do Amazonas por ordem expressa dodr.Ayer, quo eslá tratando de'formar alli uma .colônia

- americana para tratar sómenta da culUra desta planta.

sua sua suave*e benef_>a inllcencliio.«, podem resistir á

1'ortaleca de tal moJo- os orb'5ps dá respiraçrío, qu"em poucas hor.s desapparece a inflimação, que impe-dia sua ar ção salutar.: ,

' •O alli vio é inf. Pivel o i-mmerllátn,A irritação o inllimin-ção dos i iilnõos, que ji pnn ,

cipiavão á apresentar uma certa t'n lenciaá ulccraçiose abate e modulei para desde logo, b sua operaç-'maravilhosa os rura a lhes reslitue o seu vigor e elas-ticidade primitiva.

Na sua delicada e elaborada composição não entraácido prussico, antiinonio, nom nenhum dus agentesdeletérios que de ordinário se encontrão nossas xarop/se peitoraes feitos de "frutas,, a que quasi sunpro produ-zem tão fataes e fun<rstas conseqüências.

"""" "'""'"'" "" , PEIXE DE SALTOS

IIOrdem Terceira

Os irmãos da veneravel ordem terceira de S.Francisco da Penitencia, qne não tiverem saascartas de irmão, podem procural-as em casado secretario, rua da Sé n. 9, que csl;_ autori-sado a passal-as. -

'S.Paulo, 13 deOtilubrode 1866.

O secretarioi Felix de Abreu Pereira Coutinho.

6-1

írniandade dó Senhor dos PassosDa parto do irmi.0 provedor exm. sr. Conse-

lheiro dr. Munôcl Dias de Toledo convido aossrs. irmãos mesarios desta irmandade pare areunião da mesa que deve ter Itigar no domin-go \h do corrente ao meio dia, na casa doinesmo exm. sr. provedor.

S Paulo, 11 de-'tíutubro de 1866.0 1° secretario,

J. R.-deA.Maiiques.

*¦ Vende-se um negocio b?m afreguezado, nanía do Commercio n. 18, o motivo da venda épor. seu dono ter de. retirar-se. 3—1

JSIsa cias» ii. &_ «fls. rna do _.»_•-mo, «iDíítiut-a-sü » vendes' sunpc-rior leite cie vae ea a _Oíí rs. agarrafa, utii-alquc-rli-ira -3:> «lia.

Ao oolebre'pianista

DESAPPARFCEU.no dia 30 de setembro docorrente anno da chácara de Francisco NaboFreire Guimarães, um escravo de nome Yjin-cisco, de edade «le vinte e cinco annos maisou menos, com os signaes seguintes; creoulo,fula, cabellos meio soltos, sem barba, falia bemo muilo prosa, altura regular, é fino de corpo,tem os dedos grandes dos dous pés abertos pa-'ra (ora, tem muita propenção para adornar.

Suppoõem-se que foi a cavallo ; quem delleder noticia certa, ou trouxer a seu senhor emGuaralinguetá será gratificado generosamente.

3—2

Para eleitoros da paroehia dc Iguape

Os sr*:Commendador Luiz Alvares da Silva.Manoel Ferreira da Silva.Capitão José Ribeiro de Carvalho.Tenente João Baptista Alves Carneiro.Tenente João Baptista Silva Carneiro.Tenente Joaquim Dias da Silva Martins.Tenente João José de Car/alho. . -Tenente Francisco de Souza Castro.Alferes Joaquim Guilherme Chaves.Alferes José Antônio Martins. 'Alferes José Carlos de Toledo Junior.Alferes Evaristo Augusto de Oliveira Muniz.Tenente-coronel Antonlo Francisco de Athayde Peni-che. - . ,.

Venancio Antônio da Silva.Diogo Rodrigues de Moraes.Joaquim Tulenlino de Mendonça.Francisco Antônio Pereira.Capitão Antônio Joaquim de Araújo Aguiar,lhldoiiio Luiz de Macedo.José Antônio Pupo.Lauriano da Silva Franco.

Muitos Votantes.

ConviteO festeiro do Divino Espirito Sinto da freguezia do

Senhor Bom J^sus do Braz convida aos irmãos do" mes-mo Senhor-para acompanharem a proclssüo qne sahiráhoje a tarde na referida freguezia.

A erlsipela nunca atacará o cérebro

Se a salsaparrilha legitima de Bristol (proparadaunicamente por Lenman e Kemp de New-York) se usarcomo agente neutralisador, sua acçlio atalha promp-tamente as escrofulas que minao pouco i. pouco os or-gios" vilães. Expulsa dosangue vicioso os elementosde irritação, a corrupção, destruindo por esti forma acausa primaria de todas enfermidades eruptiveis," ulce-rosas ou glandulares, hereditárias ou accidentaes.

Os casos de riieuttulismo e de paralysia tidos comodesesperados hão facilmente cedido á sua inlluencia vi-vificante; e sua salutifera operação nas aff'cções doligado, nâo opor certo a menor d.-_s suas recommen-dações. Nos casos d«i débil dade geral,torna-se ella ina-preciavel como vigoroso restaurativo de todo o syslliema.

ir,« ,.¦..¦¦...¦¦T-.rrRi.-BTa

Theatro

Mafalda Cândida da Paixão, viuva, e os filhosdo finado Luiz Maria da Paixão, agradecem á-quelles que acompanharão o corpo do mesmoá seii-ultimo jazigo, e rogão aos seus parentese amigos a caridade de assislirem a missa quepara descanço de sua alma será celebrada naigreja de Santa Ephigenia, as 8 horas da ma-nhã do dia 15 do correnle.BmWfàlÊÉmm\MmWmWWàmW&

ê. ». BV '

União Lu/.o BrazileiraDe ordem do sr.presidenh convido a todos os srs.

sócios a comparecerem hoje ás 5 horas da tarde na saladas ses8ÕBS,a_im de se tratar de negócios urgentes a so-ciedade. s ,

S.Paulo 14 de Setembro de 1866.O secretario

Eduardo João Corrêa.

iif a iiiáisie.ua .•¦eiííeiíío-ioBíttl < i_H. S

EM

SANTOSMadame Millòn pede a seus numerosos fre-

guezes a continuação da concurrencia a seu es^tabelecimenlo, já muito conhecido ; o qualtorna-se recomníendavel pela proximidade dodesembarque e chegada de vapores. Preçosmoderados,

Na mesma casa precisa-se de um bom cosi-nheiro que entenda de trabalhos de massa.

15-6

Palco da Sé n.«5Nesla casa recebem-se cncommend.is de pei-

xe, achandii-se em Santos pessoa habilitadapara que as mesmas venhão a contento. Assimcomo também repebe-sc peixe fresco por todosos trens vindos de Santos. 10—23Mtte)M.t&ifà.&'ÍMtí&^i8!/.XI&tB&'^tà^!fà

LUIZ GOMES VIEIRA DASILVA

Cirurgião dentistaFormado na academia de medicina do Rio

de Janeiro.. ' .Pode ser procurado todos os dias, das

"1

horas da manhã ás 2 da tarde.Os chamados pau fora deverão ser por es-

cripto.Casa de sua residência

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sideravel.W. D. Pitt. 10-9

CABRIAOEsle interessante jornal, publica se iodos os

domingos, contendo oilo paginas de composi-ção, sendo quatro de gravuras e quatro de es-criptos, no formato da Semana Illuslrada.

Assignarse (por obzequio á redacção) na li-vraria do s,r. Garraux, largo da Sé n. 1, ondeha á venda números avulsos.

Para a capital 5_#_000 por trimestre, 8$00Qpor semestre e 13®000 por anno. Para a pro-vincia B.ftOOO por trimestre, 9<J5O0O porsemes-ire e lA.gOOO por anuo.

Pagamento adianlado. Numero avulso 500 rs.

Breve resposta an sr. Manoel Antônio e mais ao sr.Lourenço, qne pelos nomes n5o percâo.

A sra. Julia e seo marido, ignorão quem sejilo essesdois amabilissimos trombeleiros dc bastidores, e nemcom elles se importâo ; mas é bom que o publico saibaque a sra. Julia nunca foi vaidosa da sua arte, comoapregoa o sr. Lourenço, nem nunca pedio ou encom-nieiirlmi elogios a pessoa algum?, por que o publico équem julga melhor do merecimento do artista, e os ap-plausos que aqui tem tido, assim como-n'outras partes,sempre forâo expontâneos;—apezar de doonle,faz ape-nas por cumprir com o sen dever para com o publico,« n.ii) era agora prestes a deixar S. Paulo, que incmli-garia forçados elogios: igualmente é bom que se saiba,qoe se o sr. Manoel Anlonio acha hoje que a artistanâo -comprehende e que náo presta, já pensou o con-trario n'outro"tempo,—e entio faz lembrar i fábula daraposa—istão verdes I

Au HF.VOin, MES A_«ÍIS.

A arvore da saudeCom a mesma certeza com qua o veneno deupas da

batavia mata; o balsamico sacco d'uma arvore do Me-xlco, chamada Anjcahuita cura.

, O muilo afamado «Peitoral de Anacahuit. de Kemp>é composto e elaboradameule preparado por este mara-yilhoso especifico vegelil.

Nenhuma tosse, catarrho, oa enfermidade dos bron-

Estrada de ferroHoje 14 de Outubro o trem partirá de S. Paulo para

Jundiahy ás 11 horas da manhã e voltará para esta ama-nhà ás 6 horas da manhã.

Amanhã 15 de Outubro partirá um trem de S. Paulopara Santos ás 8 horas da manhã voltando no mesmodia a 1 hora da tarde.

(ProvedoriáDe ordem do merelissimo juiz provedor dr.

Segurado, fuço publico que na sexta-feira, '19do corrente ao meio dia, as portas da casa daresidência do inesmo juiz, hão de ir á praça osseguintes.bens pertencentes ao espolio do fi-nado Francisco Xavier de Moraes : um sitiocom casas, sito no bairro das Lavras, districtode Ilapecerica, avaliado por 500^)000 ; duaspartes de lérras no mesmo bairro, cada umapor 60^)000.

S. Paulo 13 de Outubro de 1866.O escrivão

3—1 - F. L. ds. Abreu Medeiros..A mtfsa administrativa da veneravel Ordem

Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmodesta cidade, tendo de proceder a eleiçiTo da no-va rnesa no dia \h do correnle pelas 4 horas datarde; manda* convidar a iodos os snrs.caris-simos irmãos para que se dignem comparecerno consistorio da egreja da mesma veneravelOrdem, no referido dia e horas designadas parao dito fim.

Ouirosim tendo de fazer celebrar a fesla so-lemne da" Malriarcha Santa Thereza de Jesusno dia 21 do correnle pelas 11 horas da ma-nhã, com Exposição do Santíssimo Sacramentoatéas 4 horas da tarde* havendo a procissãodo costume, seguindo-se depois a posse so-lemne do irmão prior que for eleito, começan-do o jubiléo do costume sóraenln para os ir-mãos por 3 dias, desde 6 horas da manhã doreferido dia 21, alé as h horas da tarde, e nosseguintes desde 6 horas da manhã alé ao meiodia, e de 2 alé as «i da tarde; portanto esperaque os mesmos snrs. irmãos e irmãs se digna-rão assistir aos referidos aclos.

Consistorio da veneravel Ordem Terceira deNossa Senhora do" Monte do Carmo em SãoPaulo, 12 de outubro de 1866

O secretarioLourenço Domingues Martins.

2-2

UNGUENTO MORELRemédio maravilhoso para curar

todas as chagas provenientes de feri-das, talhos, queimaduras, abscessossyphiliticos, frieiras, dentadas etc."

á 5#.000 o rolo.v Vende-se nesta typographia.

0 Livro do DemocrataVende-se na Loja do Pombo, oo snr. Lou-

renço Gnecco. Rua do Rosário (rebaptisadarua da Imperatriz), defronte do snr..Fox relo-joeiro.

Preço 3JÍ.000 rs. 12—7Vende se a parle que uma pessoa tem em uns

quartos, uma casa e terreno annexo, onde mo-rou José Joaquim da Costa,tudo situado á Luz.Para ver c tratar na Luz, em casa de D. Albina.

Tntígo hotel ~~

DAS4N AÇÕESRISSTAUIMNT E h BILHARES

TABELLA DOS PREÇOSAlmoço '. 500Jantar em meza redonda .... 800Jantarem particular 800Junta em particular com sobremeza lflflOOCela 800Chocolate acompanhado , 400Cifé com leite 400-» simples ...'....."".. 80Chá acompanhado ."...........; 400Bilhar de dia 500

» «noite lfl(,00Pensão para fdra, mensal SOS00O

» na meza. redonda 24gOOOA casa está abaria alô mela noite.Nesta casa precisa-se de um bom'cosinhêiro sabendotrabalhar.de forno.

10-10

No Restaurant Provincial á rua da Esperançan. 5(5, e do Quartel ri.31 se dá por 24®000rs,mensaes, comida cum quarto com mobília.

Aos snrs. viajantes cobra se 1 _# rs. diáriospor comida, 200 rs.' pôr cama ou 500 rs. porum quarlo inohiliado. A cocheira do eslabc-lecimenlo é publica e nma das melhores deslacapital, nella se recebe animaes a trato à800rs. por di.', e se aluga a \% rs. por hora, amesma lambem tem um carro quo da passagenspara Santos a í$000 rs., por pessoa, e casa gra-lis aos passageiros naquella cidade.

.Deposito dc calDE SANlOS

88— -Sui. dc N. Bento—»»• Neste deposito vende-se cal. Biiperíor de San-los a razão (le l&OOO o alqueire. 20-5

Joeé Branco de Miranda Ribeiro participaao publico que ferra animaes pelos preços se-guintes:

Cavallos . l.-g.õOORestas' l-jMOO

Na rua do Senador Feijó n. 15, antiga rua daFreira. '-, 8-8

iealro "de

|; José-Domingo, 14*de Outubro.de 1866

Recita de assignaluraTerceira representação da comedia «mágica»

cm -í aclos e 6 quadros:

 Romã encantadaPersonagens

Na rua dos Rambus, n. 2o, tem uma escravapara alugar-sè, sendo para todo serviço de casade familia. 3—3

QuadrosDA

Batalha de KiachucloE DÀ

G.U__(Q-piI. ÜÜ3 BlBT.Ú.3Estes lindos e patrióticos quadroschegados do Rio de Janeiro, achão-

se á venda no escriplorio do «Cor-reio Paulistano» a 5$"rs, cada um.

ALUGA-SE dois pretos para lodo o serviço.li ata-se na ma do Carmo n. 73. 3—2Aluga-se uma escrava para todo serviço. Narua da Constituição n. 27. '3—2

O conde RogeroRodolfoRobertoCapitão FrilzGuilherme (camponez^Nicolàu ¦ .;¦;¦:"Marcos»- ?O carcereiro<) Gênio protectorRrutus. (soldado)A fada MorganaA fada SyreneA fada preta ' *RosabellaRerthaUma fadaOutra fada

José Victorino,Augusto filho.Mattos.Petit.João Eloy.Henrique.Cabral.Montam*.Gonçalves. fFloriano.Sra. D. Velluti.

< Minelvina.Sr. Vasques.Sra.Balbiná. -

« Maria Lima.« -Renndicta.

Philadelpha.Fadas, senhores, damas, soldados, diabos,

gigantes etc.A scena passa-se nas margens do Rheno,'e o

ultimo acto nos jardins dos encantos, onde soverá o templo do Gênio, ornado de ouro, sa-phiras e rubins, e illuminado por fogos cambi-antes, e guardado por gigantes.

A peça sÒbe á scena com todo esmero sendoornada de muitas TRAMÓIAS, e de bella mu-sica, composição do snr. Anlonio C. Marlins.

Preços=os da casa.A's 8 "lioras.

QUARTA-FEIRA 1T DE OUTUBRO DE 186G" .* ConcertoDE

ARTHÜR NAPOLEAÕ0» bilhetes da camarote, cadeiras, etc. etc. podemser procurados na loja do sr.Manoel de Paiva Azevedo

e na confeitaria do L-ão na ma dn Commercio.

TYD.rmpar.ial,