ODAIR JOSÉ

Nascido no interior de Goiás em agosto de 1948, o cantor Odair José alcançou o sucesso na década de 70.

Compositor de letras diretas e melodias simples, despertou o interesse popular que resultou na venda de milhões de discos neste período.

Apesar de suas músicas não terem cunho político, Odair José foi um dos artistas mais perseguidos pela censura federal, por tratar de temas que iam contra a moral e os bons costumes da época.

Sua consagração em todo o país veio em 1973 com o lançamento da música “Uma vida só – Pare de tomar a pílula”, seu maior sucesso e que também lhe rendeu visitas ao Departamento de Censura para dar explicações, o que fez com que a mesma fosse proibida.

Em geral, o trabalho de Odair José tocava em temas como exclusão social, homossexualismo, prostituição, consumo de drogas, racismo e outros assuntos polêmicos. Estes temas causavam grande desconforto para os censores, como é possível de ser observado na letra “Uma Vida Só” e “O Motel”.

Em 1973, o governo militar vetou a música “Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula)”, do ídolo brega Odair José. A letra não pregava a resistência contra a ditadura nem falava de qualquer herói vermelho. Foi tudo culpa do refrão: “Pare de tomar a pílula, porque ela não deixa o nosso filho nascer. Pare de tomar a pílula, pois ela não deixa sua barriga crescer”. O governo militar patrocinava campanha nacional de controle da natalidade e não tolerou o sucesso popular desses versos, numa demonstração do alcance da censura na época.

A música foi proibida por ter sido lançada quando o governo fazia programas de incentivo ao controle de natalidade entre as populações pobres, apesar da posição católica contrária ao uso de anticoncepcionais. Para os censores, a canção de Odair José representava uma conclamação à desobediência civil e uma referência explícita à sexualidade.

http://letras.mus.br/odair-jose/283387/ http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-

historia/censura-brega-434196.shtml http://www.censuramusical.com.br/includes/

entrevistas/docs/2OdairJose.pdf http://revistaepoca.globo.com/Epoca/

0,6993,EPT380723-1661,00.html