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V.11, nº1, p.32-54, nov./fev. 2018. 32 ARTIGOS Execução Orçamentária das funções de infraestrutura: ranking de desempenho dos estados e o Distrito Federal (2012-2015) Rayane Kaline Silva de Medeiros 1 Maurício Corrêa da Silva 2 RESUMO O objetivo desta pesquisa é elaborar um ranking de desempenho dos governos dos Estados e do Distrito Federal na alocação dos recursos financeiros por meio da execução orçamentária da despesa nas funções de infraestrutura, no período de 2012 a 2015, com métrica de gestão por índice. Foi utilizado o método empírico-analítico com a utilização da técnica da Análise de Componentes Principais (ACP) para avaliar a eficiência alocativa dos recursos. Os resultados evidenciaram com base no Índice de Desempenho das Funções de Infraestrutura (saneamento, comunicações, energia e transporte) dos Estados e do Distrito Federal (IDFI), do período de 2012 a 2015, que o Estado do Acre, seguido dos Estados de Roraima e Mato Grosso do Sul obtiveram as primeiras posições no ranking de desempenho e nas últimas posições ficaram, respectivamente, os Estados do Paraná (25ª), Minas Gerais (26ª) e Rio Grande do Sul (27ª). A avaliação da alocação dos recursos financeiros com as funções de infraestrutura dos governos por indicadores de desempenho representa uma forma de avaliar o desempenho da gestão pública com base na eficiência alocativa dos recursos. O estudo contribui com a diminuição da assimetria informacional que ocorre entre os gestores e cidadãos no tocante ao conhecimento da gestão dos recursos de forma comparativa entre os Estados e o Distrito Federal. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação de desempenho. Funções de infraestrutura. Estados e Distrito Federal. 1 Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). E-mail: [email protected] 2 Doutor em Ciências Contábeis (UnB/UFPB/UFRN). Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Professor no Mestrado em Ciências Contábeis da UFRN. E-mail: [email protected]

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V.11, nº1, p.32-54, nov./fev. 2018. 32

ARTIGOS

Execução Orçamentária das funções de infraestrutura: ranking de desempenho dos estados e o Distrito Federal (2012-2015)

Rayane Kaline Silva de Medeiros1

Maurício Corrêa da Silva2

RESUMO

O objetivo desta pesquisa é elaborar um ranking de desempenho dos governos dos Estados e

do Distrito Federal na alocação dos recursos financeiros por meio da execução orçamentária

da despesa nas funções de infraestrutura, no período de 2012 a 2015, com métrica de gestão

por índice. Foi utilizado o método empírico-analítico com a utilização da técnica da Análise

de Componentes Principais (ACP) para avaliar a eficiência alocativa dos recursos. Os

resultados evidenciaram com base no Índice de Desempenho das Funções de Infraestrutura

(saneamento, comunicações, energia e transporte) dos Estados e do Distrito Federal (IDFI), do

período de 2012 a 2015, que o Estado do Acre, seguido dos Estados de Roraima e Mato

Grosso do Sul obtiveram as primeiras posições no ranking de desempenho e nas últimas

posições ficaram, respectivamente, os Estados do Paraná (25ª), Minas Gerais (26ª) e Rio

Grande do Sul (27ª). A avaliação da alocação dos recursos financeiros com as funções de

infraestrutura dos governos por indicadores de desempenho representa uma forma de avaliar o

desempenho da gestão pública com base na eficiência alocativa dos recursos. O estudo

contribui com a diminuição da assimetria informacional que ocorre entre os gestores e

cidadãos no tocante ao conhecimento da gestão dos recursos de forma comparativa entre os

Estados e o Distrito Federal.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação de desempenho. Funções de infraestrutura. Estados e

Distrito Federal.

1 Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). E-mail:

[email protected] 2 Doutor em Ciências Contábeis (UnB/UFPB/UFRN). Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (UFRN). Professor no Mestrado em Ciências Contábeis da UFRN. E-mail:

[email protected]

Revista FOCO. ISSN: 1981-223X

V.11, nº1, p.32-54, nov./fev. 2018. 33

Budget Execution of the infrastructure functions: performance ranking of the federal states and the Federal District (2012-2015)

ABSTRACT

The purpose of this research is to develop a ranking of performance of the governments of the

federal States and the Federal District in the allocation of financial resources by means of the

budget execution of the expenditure in the infrastructure functions, in the period from 2012 to

2015, with index-based management metrics. The empirical-analytical method was used using

the Principal Component Analysis (PCA) technique to evaluate the allocative efficiency of the

resources. The results showed, based on the Index of Performance of the Infrastructure

Functions (sanitation, communications, energy and transport) of the federal States and the

Federal District (IDFI), of the period from 2012 to 2015, that the State of Acre, followed by

the States of Roraima and Mato Grosso do Sul obtained the first places in the performance

ranking in the allocation of the financial resources by means of the budget execution of the

expenditure in the infrastructure functions and in the last places were, respectively, the States

of Paraná (25th), Minas Gerais (26th) and Rio Grande do Sul (27th). The assessment of the

allocation of financial resources with the infrastructure functions of the governments by

performance indicators represents a way of evaluating the performance of the public

management based on the resource allocation efficiency. The study contributes to the

reduction in the informational asymmetry that occurs between managers and citizens so far as

the knowledge of the comparative management of resources between the federal States and

the Federal District is concerned.

KEYWORDS: Performance Evaluation. Infrastructure functions. Federal States and Federal

District.

INTRODUÇÃO

O investimento público não é mero gasto público, mas um instrumento político capaz

de acelerar o investimento total de determinada economia (SUPRANI, 2012). Para Reis

(2008), o investimento público em infraestrutura antecipa e conduz o desenvolvimento, desde

que haja a decisão de efetivá-lo e capacidade de financiamento.

O investimento em infraestrutura é considerado fundamental para o crescimento

econômico, dado que aumenta o retorno dos insumos privados e incentiva-os, traduzindo-se

em subsequente elevação do nível de emprego e renda (MONTES; REIS, 2011).

O conceito de infraestrutura refere-se ao sistema de serviços coletivos de uma região

ou país, tais como os sistemas de transporte, telecomunicações e de saneamento básico

(BRUNO; SILVA, 2009).

De acordo com a análise de Frischtak (2008), as dificuldades de uma rápida expansão

dos investimentos em infraestrutura estão, em última instância, referidas à fragilidade do

Estado, que afeta o volume e a qualidade tanto do investimento público quanto do privado.

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Para o investimento público, a barreira aparente é a restrição fiscal que opera desde o final da

década de 1970, mas que se acentuou com a crise do modelo de financiamento do Estado via

endividamento externo; a Constituição de 1988, e a decorrente expansão dos gastos e

transferências e o fim do imposto inflacionário em 1994-1995, com o Plano Real.

Cruz (2010) alega que os gastos em infraestrutura no Brasil apresentaram forte

redução desde os anos de 1980, e as evidentes deficiências na infraestrutura física e social,

entre outros entraves, contribuíram para as modestas taxas de crescimento econômico recentes

do País.

Ainda de acordo com Cruz (2010), as políticas públicas voltadas para aprimoramento

da infraestrutura física, bem como do estoque de capital humano do País, são definidas como

políticas efetivas para dinamizar a economia. Seja visando a ganhos de produtividade e

acréscimos na renda per capita do cidadão brasileiro, seja sob o ponto de vista do aumento da

geração de empregos.

As políticas públicas são concretizadas através das funções de governo (BRASIL,

1999). A Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999 do Ministério do Planejamento, Orçamento e

Gestão – MPOG (BRASIL, 1999) elenca 28 funções de governo (legislativa, judiciária, saúde,

educação etc.), que se referem a maior agregação das diversas despesas das entidades

públicas. Neste sentido, consideram-se nesta pesquisa, as funções de saneamento,

comunicações, energia e transporte como funções de infraestrutura dos Estados e do Distrito

Federal com a finalidade de avaliar a eficiência alocativa dos recursos.

Para Rezende (1997), os recursos alocados por um governo traduzem o tipo e a

natureza do padrão de preferências alocativas de tal governo. De acordo com Silva e Silva

(2017), as preferências alocativas são evidenciadas pela distribuição dos recursos financeiros

nas diversas funções de competência dos gestores públicos.

Diante do exposto, surge a questão norteadora da pesquisa: Qual o ranking de

desempenho dos governos dos Estados e do Distrito Federal na alocação dos recursos

financeiros por meio da execução orçamentária da despesa nas funções de infraestrutura, no

período de 2012 a 2015? Assim, o objetivo desta investigação é elaborar um ranking de

desempenho dos governos dos Estados e do Distrito Federal na alocação dos recursos

financeiros por meio da execução orçamentária da despesa nas funções de infraestrutura, no

período de 2012 a 2015, com métrica de gestão por índice.

Ademais, a sociedade tem o direito de analisar as políticas públicas empregadas nas

funções de governo. Desse modo, surge à necessidade de averiguar se essas funções de

infraestrutura estão sendo ocorridas da forma eficiente. Essa pesquisa pode contribuir para

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os cidadãos (tidos como principais) entenderem como foram aplicados os recursos. A

pesquisa busca minimizar a assimetria informacional que ocorre entre os envolvidos

(principal x agentes), promovendo uma prestação de contas dos dispêndios realizados nos

anos de 2012 a 2015 no setor de infraestrutura.

A análise dos indicadores que serão gerados por essa pesquisa servirá como uma

investigação do desempenho dos Estados e Distrito Federal em face de seus investimentos

em infraestrutura, demonstrando a aplicação dos gastos públicos nessas funções. Participar

da gestão pública é um mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da

cidadania, complementando o controle institucional.

Para atingir o objetivo proposto, esta investigação está amparada pela Teoria da

Agência aplicada ao setor público (assimetria da informação), além de referencial teórico

sobre avaliação de desempenho no setor público. O artigo está dividido em cinco seções.

Após esta introdução, a seção dois traz a revisão da literatura. A seção seguinte os

procedimentos metodológicos. A quarta seção mostra os resultados da pesquisa e análises. A

quinta seção trata das considerações finais.

1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 TEORIA DA AGÊNCIA APLICADA AO SETOR PÚBLICO

A Teoria da Agência, segundo Jensen e Meckling (1976), busca fazer uma análise dos

interesses entre os participantes relacionados a um meio organizacional ou sistema, e verifica

a ação de comportamento do principal (proprietário) e do outro (o agente).

De acordo com Monsma (2000), a Teoria da Agência (Principal-Agent) trata das

maneiras de conseguir serviços. O principal (pessoa ou organização) é quem necessita do

serviço e o agente é a pessoa ou organização que executa o serviço. A teoria tenta identificar

os incentivos que levam o agente a servir melhor os interesses do principal.

O entendimento da Teoria da Agência, para Viana (2010), é importante para

compreender a importância da governança nos âmbitos público e privado. Nesses ambientes

se encontram agentes nomeados por uma figura “principal”, não sendo raro verificarem-se

situações das quais tais agentes agem pelos seus interesses, em detrimento dos interesses do

principal.

Mello (2006) demonstra a necessidade de elaborar métodos que minimizem a

assimetria informacional existente entre agente e principal, haja visto que este fato pode

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ocasionar a decisão errada do agente (gestor público) para com o interesse do principal

(cidadão).

Sato (2007) aborda que na Teoria da Agência, os agentes são adversos ao risco,

justamente por possuírem menor poder de negociação que seus principais. A fim de proteger

os interesses dos principais, é necessária a instituição de mecanismos que reduzam a

possibilidade de os agentes agirem em desacordo, em função disso são incorridos os custos de

agência. Os custos totais de agência são o montante gasto no monitoramento pelos principais,

os custos da dependência dos agentes e a perda residual do principal. Assumindo que os

custos de agência existem, tanto os principais quanto os agentes atuam de forma a minimizar

esse custo e, portanto, pode ficar numa situação de equilíbrio entre ambas as partes (SATO,

2007).

Segundo Malmir et al. (2014), a Teoria da Agência pode ter o efeito de criar uma nova

administração pública por destacar questões em relação às responsabilidades das estruturas

estatais que distingue das estruturas privadas. Esta teoria faz com que os agentes atuem e

sejam responsáveis perante os interesses de seus cidadãos.

Secchi (2013) afirma que a Teoria da Agência (modelo principal-agente) pode ser

usada para interpretar fenômenos em políticas governamentais. Neste sentido, embasado na

Teoria da Agência, Suzart (2012) afirma que há evidências de que os gestores públicos, ao

invés de atender aos anseios sociais, podem buscar saciar interesses pessoais.

Observa-se na perspectiva de Suzart (2012), Sechi (2013), Malmir et al. (2014) que a

avaliação de desempenho das entidades públicas pode ser inserida no contexto do arcabouço

fundamentado pela Teoria da Agência (esclarecimentos para o cidadão sobre a gestão

pública).

Silva (2016) ressalta que a Teoria da Agência, na perspectiva da administração

pública, apresenta-se como um arcabouço para a análise das relações entre a sociedade

(principal) e os gestores públicos (agente). As ações tomadas pelo agente podem não estar

dentro dos interesses do principal. O antagonismo de interesses deve ser monitorado e

acompanhado pelo principal (cidadãos) através das análises das prestações de contas e nas

participações em audiências públicas.

Para Dawson et al. (2016), a Teoria da Agência pode ser aplicada ao setor público,

embora seja necessário um entendimento-chave dos atores envolvidos. Ao entender que a

governança não precisa ser um jogo de soma zero em que o principal ganha e o agente perde

ou vice-versa, uma mudança intelectual pode ser feita para maximizar os resultados positivos

em vez de simplesmente tentar evitar resultados negativos. Dado o tamanho e a amplitude dos

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serviços oferecidos pelo Estado e a crítica dos serviços pelos cidadãos, tal mudança poderia

ter impactos profundos sobre a qualidade das vidas daqueles a quem os governos servem

(DAWSON et al., 2016).

Depreende-se com base na Teoria da Agência aplicada ao setor público que pode

existir uma assimetria da informação entre o agente (gestor público) que conhece a

administração pública e os recursos e a sociedade (principal), que delegou, mas desconhece a

gestão pública. Desse modo, as pesquisas avaliativas podem diminuir essa assimetria, haja

vista que os resultados das gestões serão analisados e evidenciadas as práticas não eficientes e

não eficazes.

1.2 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NO SETOR PÚBLICO

É necessário reduzir o desencontro, na prática da administração pública brasileira,

entre avaliação política (infelizmente reduzida entre nós à soma de votos) e a avaliação do

desempenho político-administrativo, decorrente de atos nem sempre aparentes e visíveis em

curto prazo. A avaliação de desempenho pode contribuir para a reversão desta situação de

falta de canais que possibilitem acesso aos cidadãos para que os mesmos possam reivindicar e

saber o que realmente ocorre na administração pública, através de uma avaliação formal e

objetiva clara e útil (TEIXEIRA; SANTANA, 1994).

Mello (2006) esclarece que as medidas de desempenho são instrumentos úteis de

gestão e responsabilidade. Os usuários internos necessitam de informações para fazer

melhorias de maneira eficiente e com qualidade. As entidades do governo podem requerer

informações de desempenho para decidir quando e onde gastar os recursos. Os usuários

externos, também, necessitam de informações de medida de desempenho, para avaliar se a

entidade tem alcançado os objetivos eficientemente e usados os recursos disponíveis com

eficiência e economicidade (MELLO, 2006).

A palavra desempenho é um termo sujeito a inúmeras variações semânticas e

conceituais. O desempenho ou performance de um indivíduo, de uma organização, de um

grupo etc., que se pretende avaliar, pode ser expresso com a utilização de uma métrica, função

ou índice de desempenho em relação às metas, requisitos ou expectativas previamente

definidas (SILVA et al., 2016).

Para Ramos e Schabbach (2012), a avaliação de políticas públicas é um instrumento

importante para a melhoria da eficiência do gasto público, da qualidade da gestão, do controle

social sobre a efetividade da ação do Estado, esse último instrumentalizado pela divulgação

de resultados das ações de governo. A avaliação constitui-se na determinação de valor de uma

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atividade, programa ou política, um julgamento tão sistemático e objetivo quanto possível.

Para a avaliação de desempenho no setor público, Costa e Castanhar (2003) sugere o

uso de indicadores de impacto para a mensuração dos resultados de longo prazo, relacionados

aos objetivos gerais do programa, e de indicadores de resultado para mensurar os resultados

imediatos e de médio prazo. Os indicadores de resultado mensuram os efeitos do programa

junto à população-alvo como um todo e junto aos usuários do programa.

Segundo Viana (1996), a avaliação representa uma das quatro etapas para a elaboração

das políticas públicas, implicando na avaliação da efetividade da política, da estratégia e

monitoramento.

Sechi (2013) esclarece que a avaliação de uma política pública é a fase do ciclo em

que o processo de implementação e o desempenho são examinados com o intuito de conhecer

o estado da política e o nível de redução do problema que a gerou.

Os critérios de avaliação (eficiência, eficácia, equidade etc.) são operacionalizados por

meio de indicadores que são considerados artifícios (proxies) para medir inputs (entradas do

sistema) e outputs (produtividade), conforme argumentação de Sechi (2013).

Para Silva, Silva e Silva (2016), infelizmente ou felizmente (inviabilidade) não é

possível realizar avaliações do todo (universo) que envolve as políticas públicas. As

avaliações são realizadas como aproximações (proxies) do universo. A política educacional

pública do ensino fundamental público é avaliada pelo Índice de Desenvolvimento da

Educação Básica (IDEB). O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar

e das médias de desempenho nas avaliações (provas), o que o torna sintético.

1 ESTUDOS ANTERIORES

A infraestrutura no Brasil tem sido promovida quase que exclusivamente através de

investimentos públicos. Todavia, a partir dos anos 1990, as privatizações e as parcerias entre

os setores público e privado possibilitaram a entrada significativa de empresas privadas

nacionais e estrangeiras via contratos de concessão. Uma análise da questão da infraestrutura

no Brasil mostra que este país acumula déficits consideráveis em várias de suas componentes.

A matriz energética brasileira é notável em termos de reprodutibilidade e sustentabilidade

ambiental (BRUNO; SILVA, 2009).

Por outro lado, continua afirmando os autores, a matriz de transporte é ainda

deficiente, sendo responsável por elevados níveis de fretes. De fato, a economia brasileira

ressente-se dos níveis reduzidos de investimento em ferrovias e hidrovias, modalidades mais

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adequadas, tanto por critérios econômicos quanto ambientais, considerando-se as dimensões

continentais do país (BRUNO; SILVA, 2009).

O processo de privatizações, embora tenha sido proposto como solução aos baixos

níveis de investimentos em infraestrutura acabou não resolvendo o problema, uma vez que o

setor privado se mostrou incapaz, diante da regulação vigente (com exceção das

telecomunicações), de passar a financiar os volumes de recursos necessários para a expansão

da infraestrutura e eliminar os gargalos que impedem o crescimento econômico e escoamento

mais rápido da produção industrial e agrícola no Brasil (MONTES; REIS, 2011).

Segundo Ferreira e Azzoni (2011), até meados do século XX, os serviços de

infraestrutura foram ofertados privadamente, mas diversos fatores, como má qualidade e baixa

disponibilidade, levaram à estatização. O período que vai da Segunda Guerra Mundial até o

começo dos anos 1990 foi marcado pela provisão pública de serviços básicos. No entanto,

desde então, houve o aprofundamento do processo de reforma da infraestrutura, que ampliou a

participação do setor privado e procurou promover a competição no setor. Além das restrições

fiscais, o setor público enfrentava dificuldades de absorver novas tecnologias.

Com relação ao transporte, função de infraestrutura do governo, Vianna (2013)

explana que da década de 1950 até os dias de hoje, o investimento em infraestrutura de

transportes não deixou de estar presente entre os planos dos sucessivos governos. Contudo, os

investimentos em rodovias foram maiores e a opção ferroviária como opção urbana, recebeu

menos prioridade. Como desde a segunda metade do século passado o Brasil vive um

processo ininterrupto de urbanização, combinado com o crescimento da frota veicular,

aconteceu uma progressiva diminuição no tempo de locomoção de quem vive nas grandes

cidades (VIANA, 2013).

Em torno da função de governo saneamento, Reis (2008) comenta que o setor de

saneamento básico, cujo impacto social é direto e fundamental, continuou carecendo de

inversões. Na primeira metade da década de 1990, apuraram-se menos investimentos no setor,

decorrentes das restrições ao incremento tarifário e ao crédito para o setor público,

decorrentes da reduzida capacidade de alavancagem das estatais e prestadoras de serviços

públicos e da diminuição dos investimentos privados e das indefinições institucionais. A

partir de 1995, ocorreu uma “bolha inversora”, com melhoria de alguns índices descritivos da

infraestrutura. Houve, assim, incremento da cobertura dos serviços de água e esgotos no

Brasil, mas esta ainda refletia uma iniquidade regional entre as classes de renda (REIS, 2008).

Já os volumes de recursos e tempo de retorno dos investimentos no setor de energia

elétrica são maiores do que no setor de telecomunicações, de acordo com Montes e Reis

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(2011), significando risco para o investidor privado. Esse risco poderia ser compensado pela

existência de um mercado futuro de venda de energia elétrica, garantindo, assim, a demanda

para as empresas produtoras, porém não se concretizou.

Para Fortunato (2007), a incapacidade de o país prover o volume de energia elétrica

necessário para acompanhar o crescimento da demanda tem constituído um sério entrave ao

crescimento da economia brasileira. Diante desse cenário, o governo implementou um novo

modelo institucional, com a proposta de privatização, visando reduzir dívida pública,

melhorar a eficiência do setor e a capacidade de investimento e produção das empresas. Com

efeito, a capacidade de geração passou de 60 milhões de kW em 1999 para quase 98 milhões

de kW de potência em 2007 (um aumento de mais de 60% na capacidade de geração de

energia elétrica em oito anos), apoiada, essencialmente, no modelo hidráulico, que neste ano

era responsável por 70,91% da capacidade total de geração da matriz de energia elétrica do

país. Entre outros fatores importantes, cabe ressaltar que o país importa quase 8% de sua

energia elétrica de países da América do Sul (FORTUNATO, 2007).

De acordo com Montes e Reis (2011), é preciso que a melhoria nas finanças públicas

conduza ao aumento dos investimentos públicos, especialmente, em infraestrutura, essencial

para aumentar a competitividade sistêmica e apoiar um ciclo novo de crescimento, pois os

gargalos nos serviços de infraestrutura têm sido um dos principais obstáculos ao crescimento

dos investimentos privados e consequentemente da própria economia.

Quanto ao desempenho das entidades na execução orçamentária da despesa, a pesquisa

de Silva et al. (2016) avaliou com base nas funções sociais per capita exercidas pelos Estados

e o Distrito Federal, no ano de 2012, que o Estado de Roraima, seguido do Distrito Federal, e

Acre apresentaram os melhores desempenhos e nas últimas posições ficaram os estados de

Santa Catarina (25ª), Piauí (26ª) e Minas Gerais (27ª).

Já em relação a elaboração de indicadores sobre a gestão pública, observa-se na

literatura (SOARES et al., 1999; MANSO; SIMÕES, 2007) a existência de várias pesquisas.

Soares et al. (1999) construíram o Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) com a

técnica multivariada da análise fatorial e a análise de componentes principais com o objetivo

de traçarem um perfil de desenvolvimento dos municípios cearenses.

O IDM foi construído com base na média ponderada de 27 indicadores, classificados

em índices setoriais. A pesquisa realizou uma hierarquia dos 187 municípios cearenses com

base no agrupamento de indicadores definidos como: fisiográficos; fundiários e agrícolas;

demográficos e econômicos; de infraestrutura de apoio e sociais. Os autores enfatizaram que a

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criação do índice representa mais um passo para o estabelecimento de políticas públicas e a

avaliação dos resultados das gestões municipais (SOARES et al., 1999).

Manso e Simões (2007) criaram o Indicador de Qualidade de Vida (IQV) com o

objetivo de mensurarem em uma medida única o bem-estar e a qualidade de vida dos

portugueses. Na pesquisa utilizaram a técnica da estatística multivariada (análise fatorial e a

análise de componentes principais) para sintetizarem e reduzirem a quantidade de variáveis.

As variáveis envolveram indicadores de natureza quantitativa divididas em três

domínios: condições materiais (estações e postos de correios, centros de saúde,

estabelecimentos de ensino pré-escolar, básico, profissional etc.); condições sociais (despesas

em cultura, taxa de analfabetismo e taxa de abandono escolar, despesas municipais na gestão

de águas, número de consultas nos centros de saúde etc.) e condições econômicas (despesas

com as câmaras legislativas municipais, taxa de emprego e postos de trabalho etc.) (MANSO;

SIMÕES, 2007).

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.1 CARACTERIZAÇÕES DA PESQUISA, DO MÉTODO E DA BASE DE DADOS

Esta investigação utiliza a estratégia da pesquisa de avaliação de resultados. Para

Martins e Theóphilo (2009), essa é uma estratégia empírica aplicada para avaliar programas,

projetos, políticas etc. O método de pesquisa utilizado é o empírico-analítico

(arquivo/empirista - banco de dados) que corresponde à utilização de técnica de coleta,

tratamento e análise de dados com métricas quantitativas. Matias-Pereira (2012) esclarece que

nesse método, o processo de validação da prova científica é feito por meio de testes dos

instrumentos, graus de significância e sistematização das definições operacionais.

A população da pesquisa são os 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. A coleta de

dados foi realizada através da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para a execução

orçamentária das despesas (BRASIL, 2017) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2017) para a população (número de habitantes). A coleta dos dados ocorreu no dia 20

de junho de 2017.

As variáveis escolhidas como proxies dos gastos públicos estaduais e distrital em

infraestrutura foram as funções de governo: Saneamento – SAN, Comunicações (COM),

Energia (ENE), Transporte (TRN), no período de 2012 a 2015 (período determinado, nesta

investigação, para construir o índice de desempenho).

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A Tabela 1 foi elaborada com o intuito de promover uma análise dos recursos utilizados

nas funções de infraestrutura: saneamento, comunicações, energia e transportes pelos Estados

e o Distrito Federal brasileiros (despesas liquidadas - recursos per capita) no período de 2012

a 2013.

Tabela 1 – Recursos per capita utilizados nas funções de infraestrutura, nos anos de 2012 e

2013 pelos Estados e o Distrito Federal (R$ 1,00)

Estados e DF

2012 2013

SAN COM ENE TRN SAN COM ENE TRN

1 AC 119,15 15,23 0,28 390,79 148,62 20,45 0,09 345,60

2 AL 71,59 7,46 0,01 48,60 87,42 8,57 0,01 40,79

3 AM 26,28 28,70 0,00 37,91 33,79 20,80 0,00 60,87

4 AP 19,20 21,13 586,07 155,62 16,54 25,65 346,17 221,42

5 BA 21,08 7,67 2,71 44,78 27,61 7,38 1,45 32,67

6 CE 15,52 1,52 0,16 87,26 30,13 1,50 0,55 106,79

7 DF 1,48 0,00 44,64 318,82 2,28 0,00 26,37 442,19

8 ES 22,73 8,26 0,52 151,07 59,62 8,55 0,55 190,38

9 GO 0,15 0,42 0,03 69,97 0,28 0,24 1,80 176,07

10 MA 43,02 0,00 0,28 42,04 48,76 0,00 0,24 38,33

11 MG 0,49 0,26 0,00 57,53 1,13 0,24 2,43 81,68

12 MS 0,52 17,75 0,00 239,61 7,00 28,27 0,19 288,22

13 MT 0,94 7,11 0,98 124,04 1,31 0,00 0,91 181,04

14 PA 25,96 8,67 0,07 42,11 25,41 8,35 0,02 71,91

15 PB 8,59 15,06 0,60 53,66 17,40 16,67 0,57 62,98

16 PE 30,96 0,19 0,00 140,20 61,07 0,21 0,02 115,71

17 PI 20,71 6,45 0,22 98,70 36,41 9,81 0,08 148,14

18 PR 1,09 0,00 0,00 47,59 0,79 1,97 0,00 74,68

19 RJ 17,40 15,60 0,00 149,79 19,37 18,90 0,00 215,44

20 RN 0,56 8,85 0,00 43,77 0,11 5,69 0,00 31,04

21 RO 0,00 0,00 0,00 115,37 2,56 0,00 0,00 138,06

22 RR 194,05 3,90 346,81 600,58 194,71 4,65 1828,07 267,56

23 RS 2,56 0,72 0,00 67,79 1,33 0,84 0,00 49,41

24 SC 0,78 8,80 0,01 75,12 0,53 11,17 0,01 86,41

25 SE 29,96 4,03 3,20 85,91 22,96 3,52 0,15 57,18

26 SP 10,63 2,81 1,14 217,81 10,49 4,39 0,90 323,83

27 TO 0,18 8,20 1,50 171,62 2,51 7,27 1,95 257,85

Legenda: Estados e o Distrito Federal: Acre (AC); Alagoas (AL); Amazonas (AM); Amapá (AP); Bahia

(BA); Ceará (CE); Distrito Federal (DF); Espírito Santo (ES); Goiás (GO); Maranhão (MA); Minas Gerais

(MG); Mato Grosso do Sul (MS); Mato Grosso (MT); Pará (PA); Paraíba (PB); Pernambuco (PE); Piauí (PI);

Paraná (PR); Rio de Janeiro (RJ); Rio Grande do Norte (RN); Rondônia (RO); Roraima (RR); Rio Grande do

Sul (RS); Santa Catarina (SC); Sergipe (SE); São Paulo (SP) e Tocantins (TO).

Funções de governo: Saneamento (SAN); Comunicações (COM); Energia (ENE) e Transporte (TRN).

Fonte: Dados da Pesquisa.

Observa-se na Tabela 1, que no ano de 2012, as funções de governo que obtiveram

mais aplicação de recursos foram: transporte ocorrida no Estado de Roraima com o valor de

R$ 600,58 e energia elétrica no Amapá com o valor de R$ 586,07. Em 2013, a função que

obteve mais dispêndio (per capita) foi energia elétrica com o valor de R$ 1.828,07 no Estado

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de Roraima e o valor de R$ 346,17 no Estado do Amapá. Na função transporte o maior gasto

ocorreu no Distrito Federal (valor de R$ 442,19).

Considerando que houve privatizações no setor de energia elétrica, sugere-se que o

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) possa proceder uma revisão do

elenco de funções constantes da Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999 (BRASIL, 1999).

A Tabela 2 surge como uma forma de complementar a análise das funções de

infraestrutura, obtendo-se os dados dos Estados e Distrito Federal no período de 2014 e 2015.

Tabela 2 – Recursos per capita utilizados nas funções de infraestrutura, nos anos de 2014 e

2015 pelos Estados e o Distrito Federal (R$ 1,00)

Estados e DF 2014 2015

SAN COM ENE TRN SAN COM ENE TRN

1 AC 212,67 19,54 0,11 302,69 137,04 16,57 0,00 136,85

2 AL 162,50 10,80 0,02 113,35 68,84 11,44 0,05 26,69

3 AM 43,20 18,67 0,00 65,89 17,16 16,79 0,00 24,91

4 AP 24,76 19,34 364,06 234,60 12,91 2,48 0,00 44,61

5 BA 38,72 9,47 1,73 43,76 35,81 8,08 1,25 31,21

6 CE 57,14 1,89 2,28 171,61 29,68 1,68 0,50 171,89

7 DF 1,54 0,00 29,75 398,25 0,10 0,00 45,72 426,00

8 ES 4,19 8,38 0,53 226,27 10,73 6,47 0,43 102,16

9 GO 0,05 0,18 0,01 260,57 0,17 0,16 0,01 138,24

10 MA 53,72 0,00 0,47 85,45 46,70 0,00 0,39 57,82

11 MG 5,45 0,10 0,00 91,69 9,28 0,15 0,00 43,41

12 MS 4,80 28,74 0,14 516,23 7,63 13,01 0,00 144,02

13 MT 2,00 0,00 3,01 287,23 1,69 0,00 3,85 165,99

14 PA 25,53 7,70 0,03 69,59 4,69 7,49 0,07 84,58

15 PB 18,82 13,17 0,51 73,77 15,05 10,63 0,60 51,58

16 PE 40,48 0,26 0,06 86,46 18,39 0,28 0,01 57,02

17 PI 55,39 6,87 0,56 112,59 21,41 6,85 0,05 67,09

18 PR 1,50 3,23 0,00 63,44 0,14 2,17 0,00 57,14

19 RJ 28,77 11,01 0,00 238,58 26,76 4,59 0,00 315,12

20 RN 0,00 4,96 0,00 19,28 0,05 3,64 0,00 12,10

21 RO 0,80 0,00 0,00 80,66 0,00 0,00 0,00 69,72

22 RR 134,39 4,71 492,67 263,36 68,65 8,11 242,24 211,52

23 RS 0,68 0,98 0,16 53,91 6,91 0,43 0,03 39,88

24 SC 0,72 7,41 0,01 134,46 0,37 5,58 0,00 133,12

25 SE 60,01 2,90 0,00 64,85 39,09 3,12 0,00 52,60

26 SP 9,92 2,64 1,01 295,55 11,56 2,52 0,78 255,51

27 TO 18,67 4,10 0,00 449,99 26,52 9,96 0,08 124,78

Fonte: Dados da Pesquisa.

Observa-se na Tabela 2, que no ano de 2014, as funções de governo que obtiveram

mais aplicação de recursos foram: transportes com o valor de R$ 516,23 no Estado de Mato

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Grosso do Sul e energia elétrica com o valor de R$ 492,67 pelo Estado de Roraima. No ano

de 2015, o destaque da aplicação de recursos ocorreu na função transporte pelo Distrito

Federal no valor de R$ 426,00.

2 TÉCNICA DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Foi utilizada nesta pesquisa a Análise de Componentes Principais (ACP) para fazer as

análises e interpretações dos dados (elaboração do ranking de desempenho das funções de

infraestrutura dos Estados e Distrito Federal). A técnica foi escolhida com base na

argumentação de Kubrusly (2001), Vyas e Kumaranayake (2006) e Silva, Silva e Borges

(2015).

Segundo com Kubrusly (2001), para construir índices de desempenho com

combinações lineares de variáveis é desejável que estes tenham a maior variância possível.

Para Vyas e Kumaranayake (2006), em termos matemáticos, a partir de um conjunto inicial de

n variáveis correlacionadas, a ACP cria índices ou componentes não correlacionados, sendo

que cada componente é uma combinação linear ponderada das variáveis iniciais.

De acordo com Silva, Silva e Borges (2015), na ACP, as variáveis observadas são

decompostas em seus autovalores (variâncias) e autovetores (coeficientes padronizados) em

equações de combinações lineares. Todas as variáveis observadas são padronizadas e

incluídas nas equações dos escores de desempenho dos componentes principais. A

padronização das variáveis é realizada pelo valor da variável menos a média do grupo das

variáveis avaliadas divididas pelo desvio-padrão. Esta padronização é denominada de escore

padrão ou z-escore.

Neste sentido, o Quadro 1 demonstra o modelo estatístico (ACP) empregado nesta

pesquisa.

Quadro 1 - Modelo estatístico das equações lineares para calcular o índice de desempenho

com a ACP Yn = A1Z1 + A2Z2 + . . . + AnZn

Yn = equações lineares (escores de desempenhos dos componentes principais - somatório dos autovetores

normalizados multiplicados pelas variáveis padronizadas);

An = autovetores normalizados (coeficientes das variáveis – pesos);

Zn = variáveis padronizadas (X – x ) / desvio-padrão de X [variáveis menos a média das variáveis divididas

pelo desvio-padrão das variáveis];

IGD (Índice Geral de Desempenho) = ∑Ynƛn / ∑ƛn [somatório dos escores dos componentes principais dos

autovalores >1 multiplicados pelos autovalores de cada componente dividido pelo somatório dos autovalores]

ƛn = autovalores >1 (ponderação do IGD);

Interpolação dos escores de desempenhos na faixa de 1 a 0.

Denominação do índice criado.

Fonte: Adaptado de Silva, Silva e Borges (2015).

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Continua...

É através do modelo estatístico empregado no Quadro 1, que se pode realizar uma

análise por meio de índices (cada equação linear representa um índice de desempenho) que

serão gerados com os dados dos Estados e o Distrito Federal, estando no mesmo a fórmula a

ser utilizada que sintetizará os diversos anos (2012-2015) e as quatro funções de governo que

esta pesquisa utiliza como variáveis.

A Tabela 3 apresenta os dados necessários para validar a utilização da ACP nesta

pesquisa.

Tabela 3 – Validação da utilização da ACP Matriz de Correlação

Faixa de valores: 0.0003 a 0.9744

Teste de Esfericidade de Bartlett - Qui-quadrado aproximado

Calculado 817.327

Graus de liberdade 120

Significância 0.000

Valor crítico (tabela de distribuição) 146.567

Fonte: Dados da Pesquisa.

Observa-se na Tabela 3 que a matriz de correlação ficou na faixa de 0.0003 a 0.9744,

o Teste de esfericidade de Bartlett – qui-quadrado aproximado (calculado) foi de 817.327 com

120 graus de liberdade e o nível de significância foi de 0.0000. O valor crítico do qui-

quadrado aproximado (tabela de distribuição) foi de 146.567 (significância de 0,05). Pode-se

observar assim, que tais resultados atendem aos pressupostos da utilização da ACP.

A Tabela 4 expressa às equações realizadas através da análise dos componentes

principais das funções de governo analisadas nesta pesquisa nos anos de 2012 a 2015.

Tabela 4 – Equações lineares e autovalores calculados com a ACP Y1 = equação linear do componente 1:

Y1 = 0,3522Z1 + 0,1134Z2 + 0,2245Z3 + 0,3410Z4 + 0,3389Z5 + 0,1465Z6 + 0,3135Z7 + 0,1990Z8 + 0,2778Z9

+ 0,1554Z10 + 0,2948Z11 + 0,1571Z12 + 0,2682Z13 + 0,1865Z14 + 0,3008Z15 + 0,1101Z16

Y2 = equação linear do componente 2:

Y2 = - 0,0637Z1 + 0,4474Z2 - 0,0567Z3 - 0,1459Z4 - 0,0259Z5 + 0,4439Z6 - 0,2185Z7- 0,0729Z8 + 0,1017Z9 +

0,4537Z10 - 0,1487Z11 + 0,0078Z12 + 0,1117Z13 + 0,4044Z14 - 0,2644Z15 - 0,1904Z16

Y3= equação linear do componente 3:

Y3 = - 0,2367Z1 + 0,1087Z2 + 0,0687Z3 + 0,1857Z4 - 0,2442Z5 + 0,1659Z6 - 0,0696Z7+ 0,4654Z8 - 0,2826Z9 +

0,1168Z10 + 0,0045Z11 + 0,4895Z12 - 0,2395Z13 - 0,0540Z14 - 0,0383Z15 + 0,4353Z16

Y4 = equação linear do componente 4:

Y4 = 0,0913Z1 - 0,2058Z2 - 0,5053Z3 + 0,1148Z4 + 0,1562Z5 - 0,1630Z6 - 0,2490Z7+ 0,2065Z8 + 0,2962Z9 -

0,1112Z10 - 0,4230Z11 + 0,1787Z12 + 0,3488Z13 + 0,1284Z14 - 0,1305Z15 + 0,2430Z16

Variáveis padronizadas (Zn):

Z1 = SAN_2012; Z2 = COM_2012; Z3 = ENE_2012; Z4 = TRN_2012; Z5 = SAN_2013; Z6 = COM_2013; Z7

= ENE_2013; Z8 = TRN_2013; Z9 = SAN_2014; Z10 = COM_2014; Z11 = ENE_2014; Z12 = TRN_2014; Z13 =

SAN_2015; Z14 = COM_2015; Z15 = ENE_2015; Z16 = TRN_2015.

Autovalores

CP 1 = 6,5073; CP 2 = 3,5585; CP 3 = 2,6828; CP 4 = 1,9058; CP 5 = 0,5960; CP 6 = 0,3017; CP 7 = 0,1389;

CP 8 = 0,1151; CP 9 = 0,0716; CP 10 = 0,0602; CP 11 = 0,0269; CP 12 = 0,0172; CP 13 = 0,0091; CP 14 =

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Continuação...

0,0055; CP 15 = 0,0034; CP 16 = 0.

Legenda: Funções de governo: Saneamento (SAN); Comunicações (COM); Energia (ENE) e Transporte

(TRN). CP = componentes principais.

Fonte: Dados da Pesquisa.

Observa-se na Tabela 4 que foram necessários utilizar as equações lineares dos

componentes 1 a 4 para obter a variância mínima de 80%. De acordo com Manly (2008) e

Ayres (2012), devem ser utilizados somente os primeiros componentes principais, desde que a

soma das variâncias seja uma porcentagem alta, ou seja, acima de 80% ou mais.

A Tabela 5 demonstra de forma detalhada os cálculos relacionados ao desempenho do

Estado do Acre, 1º colocado no ranking de desempenho (Tabela 6).

Tabela 5 – Cálculos dos escores de desempenhos do Estado do Acre

Y1 = equação linear do componente 1 e escore final:

Y1 = 0,3522 (2,20187) + 0,1134 (1,05744) + 0,2245 (-0,28287) + 0,3410 (1,98936) + 0,3389 (2,50817) +

0,1465 (1,47325) + 0,3135 (-0,23042) + 0,1990 (1,74112) + 0,2778 (3,31057 + 0,1554 (1,68236) + 0,2948 (-

0,28693) + 0,1571 (0,93243) + 0,2682 (3,80922) + 0,1865Z (2,19201) + 0,3008 (-0,23308) + 0,1101 (0,24707)

= 5,4809

Y2 = equação linear do componente 2 e escore final:

Y2 = - 0,0637 (2,20187) + 0,4474 (1,05744) - 0,0567 (-0,28287) - 0,1459 (1,98936) - 0,0259 (2,50817) +

0,4439 (1,47325) - 0,2185 (-0,23042) - 0,0729 (1,74112) + 0,1017(3,31057) + 0,4537 (1,68236) - 0,1487

(0,28693) + 0,0078 (0,93243) + 0,1117 (3,80922) + 0,4044 (2,19201) - 0,2644 (-0,23308) - 0,1904 (0,24707) =

3,0475

Y3= equação linear do componente 3 e escore final:

Y3 = - 0,2367 (2,20187) + 0,1087 (1,05744) + 0,0687 (-0,28287) + 0,1857 (1,98936) - 0,2442 (2,50817) +

0,1659 (1,47325) - 0,0696 (-0,23042) + 0,4654 (1,74112) - 0,2826 (3,31057) + 0,1168 (1,68236) + 0,0045

(0,28693) + 0,4895 (0,93243) - 0,2395 (3,80922) - 0,0540 (2,19201) - 0,0383 (-0,23308) + 0,4353 (0,24707) =

-0,7961

Y4 = equação linear do componente 4 e escore final:

Y4 = 0,0913 (2,20187) - 0,2058 (1,05744) - 0,5053 (-0,28287) + 0,1148 (1,98936) + 0,1562 (2,50817) - 0,1630

(1,47325)- 0,2490 (-0,23042) + 0,2065 (1,74112) + 0,2962 (3,31057) - 0,1112 (1,68236) - 0,4230 (-0,28693) +

0,1787 (0,93243) + 0,3488 (3,80922) + 0,1284 (2,19201) - 0,1305 (-0,23308) + 0,2430 (0,24707) =

3,7054

Escore final de desempenho com base nas quatro equações: (5.4809 * 6.5073) + (3.0475 * 3.5585) + (-

0,7961 * 2.6828) + (3,7054 * 1,9058) = (51,4347) / 14,6544 = 3,5098 (maior escore = 1 na interpolação/índice

de desempenho).

Fonte: Dados da Pesquisa.

Pode-se constatar na Tabela 6 que o Estado do Acre apresentou o maior escore na

relação das quatro funções analisadas pelas equações lineares, sendo então este valor

considerado 1 na interpolação para apresentar o índice de desempenho na faixa de 1 a 0.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

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A Tabela 6 elenca o ranking final de desempenho da execução orçamentária das

despesas das funções de infraestrutura dos Estados e Distrito Federal.

Tabela 6 – Ranking de desempenho da execução orçamentária das despesas das funções de

infraestrutura dos Estados e do Distrito Federal (2012-2015)

P Estados e o Distrito Federal Escores/IGD IDFI

1º Acre 3,5098 1

2º Roraima 2,9191 0,8815

3º Mato Grosso do Sul 2,0053 0,6982

4º Amapá 1,1455 0,5258

5º Amazonas 0,8422 0,4650

6º Rio de Janeiro 0,8258 0,4617

7º Alagoas 0,6163 0,4196

8º Tocantins 0,5015 0,3966

9º Distrito Federal 0,3843 0,3731

10º Espírito Santo 0,1274 0,3216

11º São Paulo 0,0825 0,3126

12º Paraíba 0,0205 0,3002

13º Piauí -0,1234 0,2713

14º Bahia -0,4283 0,2101

15º Pará -0,4760 0,2006

16º Santa Catarina -0,4902 0,1977

17º Ceará -0,5765 0,1804

18º Mato Grosso -0,6667 0,1623

19º Sergipe -0,7026 0,1551

20º Pernambuco -0,8719 0,1212

21º Goiás -0,9572 0,1041

22º Maranhão -0,9779 0,0999

23º Rio Grande do Norte -1,1752 0,0603

24º Rondônia -1,3072 0,0339

25º Paraná -1,3349 0,0283

26º Minas Gerais -1,4161 0,0120

27º Rio Grande do Sul -1,4760 0

Legenda: P = posição no ranking; IGD = Índice Geral de Desempenho calculado pela Análise de

Componentes Principais (ACP); IDFI = Índice de Desempenho das Funções de Infraestrutura dos Estados e

do Distrito Federal (2012-2015).

Fonte: Dados da Pesquisa.

Observa-se na Tabela 6 que os escores (Índice Geral de Desempenho - IGD calculado

pela ACP) apresentam valores negativos e positivos. Desse modo, usando a interpolação, os

resultados ficaram na faixa de 1 (melhor desempenho) a 0 (pior desempenho).

Com relação aos escores calculados pela ACP (IGD), observa-se que somente 11

Estados e o Distrito Federal (total de 12) apresentam resultados positivos e 15 valores

negativos. Isto mostra uma tendência da aplicação de recursos abaixo da média geral.

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O Estado do Acre obteve a 1ª posição no ranking de desempenho do IDFI, do período

de 2012 a 2015. Isto significa que no conjunto das variáveis que compõem as quatro funções

de governo de infraestrutura, os recursos aplicados superaram os demais Estados e o Distrito

Federal, levando em consideração a padronização das variáveis em relação ao valor aplicado

menos a média do grupo divididas pelo desvio-padrão em função dos coeficientes

padronizadas (pesos das variáveis).

Na 2ª e 3ª posição ficaram os Estados de Roraima e Mato Grosso do Sul. Nas últimas

posições ficaram respectivamente os Estados do Paraná (25ª), Minas Gerais (26ª) e Rio

Grande do Sul (27ª).

Observa-se na Tabela 6, o posicionamento dos Estados da Região Sudeste na

aplicação dos recursos nas funções de infraestrutura. O Estado do Rio de Janeiro ficou na 6ª

posição e Minas Gerais ficou na 25ª posição. Isto significa que aplicaram menos recursos na

avaliação comparativa entre os demais Estados e o Distrito Federal.

Apesar ou com as contribuições do processo de privatizações na área da energia

elétrica (MONTES; REIS, 2011; FORTUNADO, 2007; BRUNO; SILVA, 2009), observa-se

com base na Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), que os Estados e o

Distrito Federal têm obrigações de efetuarem ações voltadas para o aproveitamento e

exploração racional, e ordenado de fontes de energia, convencionais ou alternativas. Neste

sentido, observa-se nas Tabelas 1 e 2 que vários Estados não aplicaram nenhum (por exemplo,

o Estado do Rio Grande do Norte).

Outra função de governo que não houve aplicação de recursos (Tabelas 1 e 2) foi a de

comunicações (conjunto de ações relacionadas com o atendimento das necessidades da

população no que tange a serviços postais e de telecomunicações).

As funções de governo saneamento (conjunto de ações que visam o abastecimento de

água de boa qualidade às populações, a destinação final dos esgotos domésticos e despejos

industriais e a melhoria das condições sanitárias das comunidades) e transportes (conjunto de

ações destinadas ao planejamento, coordenação e controle, implantação, manutenção e

conservação de infraestrutura e serviços relacionados com os diversos meios de transporte)

tiveram recursos aplicados. Assim, verifica-se a importância de analisar as aplicações de

recursos de governo na infraestrutura.

Em relação à Teoria da Agência (MELLO, 2006; SATO; 2007; SILVA, 2016),

observa-se que esta pesquisa contribui com o processo de minimizar a assimetria

informacional existente entre o agente (governantes que possuem o conhecimento da gestão) e

o principal (cidadãos que desconhecem a gestão pública).

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Os estudos anteriores sobre despesas com funções de infraestrutura (BRUNO; SILVA,

2009; FERREIRA; AZZONI, 2011; MONTES; REIS, 2011) analisam de forma geral o

crescimento econômico decorrente das aplicações de recursos. Este estudo analisa o

desempenho de forma comparativa entre os Estados e o Distrito Federal. Assim, o estudo

pode contribuir como um diferencial na literatura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A alocação dos recursos financeiros por meio da execução orçamentária da despesa

nas funções de governo representa o modo como foram aplicados os recursos públicos nas

diversas ações de competência das entidades públicas. Nesta investigação foram definidas

como funções de governo de infraestrutura (proxies) as funções: saneamento, comunicações,

energia e transporte. Os recursos alocados por um governo traduzem o tipo e a natureza do

padrão de preferências alocativas de tal governo.

Assim, esta pesquisa tem o objetivo geral de elaborar o ranking de desempenho dos

governos dos Estados e do Distrito Federal na alocação dos recursos financeiros por meio da

execução orçamentária da despesa nas funções de infraestrutura, no período de 2012 a 2015,

com métrica de gestão por índice. Foi elaborado com base na técnica da ACP, o IDFI.

Para a sociedade é relevante discutir a execução orçamentária, haja vista que assim

poderão ser evidenciados aonde foram aplicados os recursos públicos. Atualmente a execução

orçamentária é evidenciada em 28 funções de governo. Entretanto, foi observado, nesta

investigação, que os Estados estão aplicando pouco ou nenhum recurso nas funções avaliadas.

Executar mais obras ou qualquer função de governo não acarreta, necessariamente, em

eficiência do gasto público. Contudo, demonstrar de forma comparativa as aplicações de

recursos com a elaboração de índices de desempenho pode servir como avaliação da política

pública em questão. Não se pode avaliar todos os componentes de uma política pública. A

avaliação é apenas uma de suas fases e é realizada por intermédio de artifícios (proxies)

denominados de índices ou indicadores.

A palavra desempenho é um termo sujeito a inúmeras variações semânticas e

conceituais. Desse modo, o estabelecimento de um ranking na execução de qualquer política

pública, torna-se relevante na avaliação comparativa do desempenho. O cidadão ao perceber

que o Estado vizinho arrecada recursos semelhantes e diversifica mais a execução

orçamentária, poderá cobrar de seus representantes.

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O arcabouço teórico da Teoria da Agência pode ser aplicado ao setor público com a

finalidade de esclarecer as relações entre o principal (a sociedade, os cidadãos) e o agente

(gestores públicos). Neste contexto, a avaliação de desempenho com a utilização das

pesquisas avaliativas de resultado torna-se relevante tanto para o gestor como para o cidadão.

Observa-se que o estudo contribui com a diminuição da assimetria informacional que

ocorre entre os gestores e cidadãos no tocante ao conhecimento da gestão dos recursos de

forma comparativa entre os Estados e o Distrito Federal. A avaliação da alocação dos recursos

financeiros com as funções de infraestrutura dos governos por indicadores de desempenho

representa uma forma de avaliar o desempenho da gestão pública.

Como limitação desta investigação, pode destacar o período curto da avaliação, além

da confiabilidade dos dados disponibilizados para consulta. Como sugestões para pesquisas

futuras, recomenda-se a utilização da avaliação dos municípios por amostras e do Governo

Federal por anos de execução das alocações de recursos. As pesquisas avaliativas são

relevantes instrumentos avaliativos, nas quais os cidadãos podem exercer o controle social.

Finalizando, conclui-se com base no IDFI, do período de 2012 a 2015, que o Estado

do Acre, seguido dos Estados de Roraima e Mato Grosso do Sul obtiveram as primeiras

posições no ranking de desempenho na alocação dos recursos financeiros por meio da

execução orçamentária da despesa nas funções de infraestrutura (melhor desempenho) e nas

últimas posições ficaram respectivamente os Estados do Paraná (25ª), Minas Gerais (26ª) e

Rio Grande do Sul (27ª).

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Recebido em: 19 de nov. 2017

Aceito em: 10 de dez. 2017

DOI: https://doi.org/10.28950/1981-223x_revistafocoadm/2018.v11i1.539

Como citar:

MEDEIROS, Rayane Kaline Silva de; SILVA, Maurício Corrêa da. Execução Orçamentária das funções

de infraestrutura: ranking de desempenho dos estados e o Distrito Federal (2012-2015). Revista FOCO, v.

11, n. 1, p. 32 – 54, nov./fev. 2018. Disponível em:

<http://www.revistafocoadm.org/index.php/foco/article/view/539>.

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