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ISSN 0100-1485 Ano 9 Nº 40 Jan/Abr 2012 Ano 9 Nº 40 Jan/Abr 2012

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ISSN 0100-1485

Ano 9Nº 40Jan/Abr 2012

Ano 9Nº 40Jan/Abr 2012

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Sumário

Artigos Técnicos

4Editorial

O maior evento internacional sobrecorrosão realizado no Brasil

6Entrevista

O Pré-sal exige soluções inovadoras

8ABRACO Informa

10Indústria Naval

Desafios na prevenção eno combate à corrosão

29Cursos e Eventos

34Opinião

O diferencial do coachingElza Conte

C & P • Janeiro/Abril • 2012 3

A revista Corrosão & Proteção é uma pu bli cação oficial daABRACO – Asso ciação Bra sil eira de Corrosão, fundada em17 de outu bro de 1968. ISSN 0100-1485

Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

Diretoria Executiva – Biênio 2011/2012PresidenteEng. João Hipolito de Lima Oliver –PETROBRÁS/TRANSPETRO

Vice-presidenteEng. Rosileia Montovani – Jotun Brasil

DiretoresAdauto Carlos Colussi Riva – RENNER HERRMANNEng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETROEng. Fernando de Loureiro Fragata – CEPELBel. Marco Aurélio Ferreira Silveira – WEG TINTASDra. Olga Baptista Ferraz – INTDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQDra. Zehbour Panossian – IPT

Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTECM.Sc. Hélio Alves de Souza JúniorDra. Idalina Vieira Aoki – USPDra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTECDr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPEDr. Luís Frederico P. Dick – UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPTDra. Olga Baptista Ferraz – INTDr. Pedro de Lima Neto – UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – FrançaDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

Conselho EditorialEng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRODra. Célia A. L. dos Santos – IPTDra. Denise Souza de Freitas – INTDr. Ladimir José de Carvalho – UFRJEng. Laerce de Paula Nunes – IECDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQSimone Maciel – ABRACODra. Zehbour Panossian – IPT

Revisão TécnicaDra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPTDra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPTM.Sc. Anna Ramus Moreira – IPTM.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPTM.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT

Redação e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaçava, 93São Paulo – SP – 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

DiretoresJoão Conte – Denise B. Ribeiro Conte

EditorAlberto Sarmento Paz – Vogal Comunicaçõ[email protected]

Repórteres Henrique A. Dias e Carlos Sbarai

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta Design – [email protected]

GráficaAr Fernandez

Esta edição será distribuída em maioo de 2012.

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ouparcial das ma térias e imagens publicadas sem a prévia auto -ri zação da editora responsável.

14Compostos solúveis em superfícies

a serem pintadasPor Celso Gnecco

26Resistência à corrosão

das camadas fosfatizadasPor Zehbour Panossian eCélia A. L. dos Santos

30Controle da umidade como

proteção anticorrosivaem caldeiras em hibernação

Por Carla Dalmolin

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ntre os dias 14 e 18 de maio, o Bahia Othon Palace Hotel, localizado em Salvador, passaa ser a “capi tal” dos debates técnicos em torno dos principais assuntos voltados ao estudo do uni-verso da corrosão. Nesse período, realiza-se a edição 2012 do INTERCORR, o maior evento inter-

nacional sobre o tema realizado no Brasil, organizado anualmente pela ABRACO.É importante relembrar que os objetivos principais do evento são incentivar o intercâmbio de infor-

mações e divulgar conhecimentos recentemente adquiridos com os estudos da corrosão e suas mais variadasformas de controle e prevenção. Tal apelo deve fazer com que cerca de 800 profissionais participem doINTERCORR 2012, um número que se alcançado estabelecerá um novo recorde.

Um dos pilares de qualquer evento técnico, o Comitê Técnico Científico, por exemplo, reúne cerca de35 especialistas, incluindo, além dos especialistas brasileiros, profissionais renomados da França, Espanha,Portugal, Colômbia e Venezuela. Outro ponto que chama a atenção é o apoio de 17 instituições de ensino,pesquisa e fomento, o que dá uma dimensão exata da importância do tema no atual momento econômicoe social do Brasil.

A temática será bem diversa, porém os trabalhos que envolvem oPré-Sal ganham maior repercussão em função desse tipo de explo-ração requerer mais desenvolvimento e soluções inovadoras quanto àproteção anticorrosiva. Todos têm a certeza de que a exploração dessafonte energética levará o Brasil a um novo patamar histórico, e osprofissionais e empresas precisam acompanhar essa nova demandapara atender com excelência às questões que inexoravelmente vão seimpor, como a confiabilidade de todo o processo de exploração.

O INTERCORR tem uma variada programação, que inclui con-ferências, plenárias, palestras técnicas, mesas-redondas, minicursos, apresentação de trabalhos na forma orale em pôster e palestras técnico-comerciais. Tudo é planejado e organizado para que os participantes possamaproveitar ao máximo e, dessa forma, atualizar e aperfeiçoar seu conhecimento.

Paralelamente ao INTERCORR 2012, são realizados outros quatro eventos: o 32º Congresso Brasileirode Corrosão – Conbrascorr, o 4º International Corrosion Meeting, o 18º Concurso de Fotografia deCorrosão e Degradação de Materiais e a 32ª Exposição de Tecnologias para Prevenção e Controle deCorrosão, que permitirá aos participantes terem contato com mais de 40 empresas e instituições na feira deexposições. O Conbrascorr, por sua vez, outorga o prêmio Prof. Vicente Gentil ao melhor trabalho técni-co apresentado na forma oral.

Sinergia em pauta – Esta edição da Revista Corrosão & Proteção, além de sua circulação nacional, serádistribuída no evento e inserida na pasta oficial dos congressistas que são representados por doutores,pesquisadores, técnicos, empresários e por outros profissionais que se dedicam ao estudo do controle e com-bate à corrosão. Ambas as ações, evento e revista, resultarão em um sinergismo que congregará a comu-nidade técnico-empresarial do setor, compartilhando conhecimento e proporcionando integração social.

Compartilhar conhecimento é aprimorar sabedoria!

Boa leitura!

Os editores

O maior evento internacional sobrecorrosão realizado no Brasil

Carta ao leitor

A variada programação do INTERCORR 2012

foi planejada e organizada de tal modo que

os participantes poderão aproveitar o evento,

atualizando e aperfeiçoando seu conhecimento

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O Pré-sal exige soluções inovadoras

As condições severas para a exploração do petróleo no Pré-sal criaram um ambiente

desafiador para tornar a produção economicamente viável e segura

Entrevista

Carlos Tadeu daCosta Fraga

ngenheiro Civil formadoUniversidade Fe de ral doRio de Janeiro – UFRJ e

pós-graduado em Engenharia dePetróleo (Universidade de Alber -ta, Canadá), em Administraçãode Empresas (Universidade deColumbia, Estados Unidos) eem Gestão Tecnológica (INSE -AD, França), Carlos Tadeu daCosta Fraga é desde 2003 Ge -rente Executivo de Explora ção eProdução do Sul e Sudeste doCENPES – Centro de Pesquisasda PETROBRAS, empresa naqual ingressou em 1981.

No cargo é responsável pelacondução dos projetos de pes -quisa e desenvolvimento dacom panhia nas áreas de explo-ração, produção, refino, petro-química, gás natural, biocom-bustíveis e energias renováveis.Nesta entrevista, ele discorre so -bre o a exploração de petróleo noPré-sal e seus desafios.

Quais os pontos mais críticosna exploração de petróleo noPré-sal?Fraga – A ação comporta muitasoportunidades de inovação, em to -das as áreas da produção como ca -racterização de reservatórios, per -furação de poços, linhas submari-nas, ga rantia de escoamento, pro -cessamento da produção e logística.Pa ra aproveitar as oportunidades aPETROBRAS estruturou, em2007, um Programa Tecnológico

ais. Nessas linhas, podemos citar ouso de tubos com revestimentometálico interno de liga de níquelcomo risers de produção e o uso detubulações revestidas internamentecom epóxi reforçado para poços deinjeção de gás e águas, que serãousados de forma pioneira nomundo nos próximos projetos doPré-sal da Bacia de Santos (Sa -pinhoá e Lula-Nordeste).

Os Testes de Longa Du ração(TLD) em poços selecio nadosajudaram a definir os cami -nhos para o uso de materiais?Fraga – Tendo em vista que oprocesso corrosivo está sempre asso-ciado ao inicio de produção deágua nos poços e que estes projetosde TLDs se encerram antes do iní-cio da produção de água, essa ex -periência não teve praticamenteimpacto no nosso processo de se -leção de materiais. O dimensiona-mento dos materiais foi feito prin-cipalmente com base em amostrasde fundo de poço – de óleo e deágua – coletadas logo após a per-furação e em testes de curta du -ração, mas como a produção deágua tem sido praticamente nulanos TLDs, a informação dos TLDsnão é suficiente para balizar estasestimativas. Como alternativa,está sendo feito um forte investi-mento visando aprimorar os simu-ladores computacionais de fluxo defluidos em reservatórios, objetivan-do incorporar nos modelos com-

para o Pré-sal (PROSAL), com-preendendo diversos projetos depes quisa focados nas áreas deConstrução de Poços, Drenagemde Reservatórios e Garantia de Es -coamento, e, em 2009, o PRO-CO2, para gerenciamento do CO2

no Polo Pré-sal. Para ou tras áreastecnológicas, houve criação de pro-jetos específicos dentro de progra-mas existentes como o PROCAP(Programa Tecnológico de ÁguasProfundas). A PETROBRAS temtrabalhado nestes projetos em es -trei ta colaboração com as Univer -sidades e Centros de Pesquisas ecom a cadeia de fornecedores emuitos já renderam tecnologias queestão sendo ou que se rão aplicadas.

Na fase de "aquisição do co -nhecimento" houve perfu raçãode diversos poços e a instalaçãodo projeto piloto de Tupi. Co -mo o senhor avalia os re sul ta -dos dessa etapa?Fraga – Na área de seleção demateriais o primeiro desafio foi asimulação do ambiente corrosivoprincipalmente nas altas pressõesencontradas no fundo dos poços.Isso nos permitiu selecionar para oPiloto de Tupi, materiais paraatender a vida útil prevista, uti-lizando principalmente ligas me -tálicas resistentes à corrosão. Numasegunda fase passamos a qualificaro uso de materiais já existentes pa -ra novas aplicações, visando redu -ção de custo com materiais especi-

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Por Alberto Paz

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putacionais as reações químicasque ocorrem entre os fluidos injeta-dos e a rocha, o que poderá tornaras previsões quanto à utilização demateriais mais acuradas.

Para o combate à corrosão, osmateriais são muito diferentesdos utilizados em plataformasmarítimas já exploradas?Fraga – Na realidade, não. Osmateriais mais resistentes comoaços inoxidáveis duplex em poços eplataformas já haviam sido uti-lizados em outros projetos, e mes -mo os risers com cladeamento in -terno de liga de níquel já es tavamprevistos de serem utilizados naplataforma P-55 do Campo deRoncador. A grande diferença noPré-sal e a extensão de uso destesmateriais, tanto em poços como emrisers de produção. Na P-55, porexemplo, apenas os extremos dosrisers serão cladeados, enquantoque nos pró ximos projetos do Pré-sal todo o riser terá revestimentointerno em liga de níquel.

Quais as soluções mais ade-quadas encontradas até agora ese essas escolhas já podem ga -rantir a exploração comercialde modo confiável e se guro?Fraga – Sem a menor dúvida.Mesmo com grande aplicação deligas resistentes à corrosão, todos osprojetos aprovados até agora se mos -tram economicamente viáveis. Otrabalho que está em andamentoagora é de otimização dos materi-ais já existentes e desenvolvimentode novos. E obviamente, a segu-rança, sendo um valor da empresa,está garantida em todos os projetos.

Como o senhor avalia o en vol -vimento dos profissionais nodesenvolvimento de solu çõesde materiais para o Pré-sal?Fraga – O alto custo das ligasresistentes à corrosão e o potencialde perda de produção em caso defalha de material durante a pro-

dução fazem com que o envolvi-mento dos profissionais seja funda-mental importância para o sucessoda exploração do Pré-sal. Alémdisso, a complexidade da ca rac te -rização do ambiente corrosivo tor -na essa função ainda mais impor-tante. O momento é de in tensacooperação.

Comente sobre as novas ligasresistentes à corrosão, materiaisnão-metálicos e re vestimentosorgânicos para o Pré-sal?Fraga – Nos poços produtores, emfunção dos diferentes teores de con-taminantes encontrados nos cam-pos do Pré-sal, serão empregadosnas colunas de produção aços ino -xi dáveis supermartensíticos, duplexou super-duplex. Nos tubos de re -vestimento dos poços deve ser em -pregado o aço carbono de alta re -sistência, sendo previsto aço ino xi -dável apenas no trecho inferior dorevestimento, onde há contato comos fluidos do reservatório. Já nos po -ços injetores, em função da grandecorrosividade do meio, de verão serusadas colunas de injeção feitas comtubos de aço carbono com revesti-mentos internos especiais, à base deresina epóxi reforçada com fibra devidro, sendo em pre gados aços ino xi -dáveis de elevada resistência à cor-rosão (super-du plex) nas partes maisprofundas das colunas e nos compo-nentes das mesmas.

E como será o escoamento daprodução?Fraga – Para o escoamento da pro-dução dos poços são empregadosdu tos submarinos que interligamos poços de produção às platafor-mas de petróleo, denominados ri -sers na sua porção vertical. NoBra sil, usualmente, têm sido em -pre ga dos os chamados “dutos fle -xíveis”, os quais combinam as pro-priedades de alta resistência à tra -ção, bom isolamento térmico e bai -xa rigidez à flexão, possibilitandoseu enrolamento em grandes bobi-

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nas (carretéis). Esses dutos são com-postos de uma camada interna deaço ino xidável (carcaça) que tem afunção de suportar a enorme pres -são hidrostática decorrente da lâ -mina d’água, que pode atingir até2500 m. Em seguida, tem-se umacamada polimérica, denominada“barreira de pressão”, que servecomo barreira ao fluido produzido.Depois, têm-se camadas de arma -du ra metálica (tiras) de aço carbo -no, dispostas circunferencialmente,que servem para resistir à pressãointerna ou externa (carcaça inter-travada). Tem-se ainda, pelo me -nos, mais duas camadas de arma -du ras de aço carbono (tiras) de altaresistência que servem para supor-tar os esforços longitudinais aosquais o duto estará submetido e, fi -nal mente, tem-se uma camada po -li mé rica externa, que serve comobar reira de vedação à água do mar.Na área do Pré-sal, a PETRO-BRAS utilizará também dutos rí -gidos de aço carbono com revesti-mento interno em metalurgia no -bre (liga de níquel).Já as plataformas de produção uti-lizarão aço carbono naval nas suasestruturas e na maioria dos seusequipamentos de processo. As tubu-lações internas da planta industri-al da plataforma deverão empregartambém aços inoxidáveis, de pen -dendo da severidade do ambientecorrosivo (principalmente nas li -nhas que contêm gás). Os vasos deprocesso deverão ser em aço carbo -no com revestimento orgânico in -ter no e com revestimentos metálicosaplicados pelo processo de deposiçãode solda. Linhas de captação deágua do mar deverão ser em Plás -tico Reforçado com Fibra de Vidro(FRP – Fibre Reinforced Plastic).Além destes materiais, a PETRO -BRAS está pesquisando novos ma -teriais como novas ligas resistentes àcorrosão para poços, tubulaçõesnão-metálicas resistentes à altapressão e temperatura e revestimen-tos orgânicos auto-cicatrizáveis.

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ABRACO Informa

No dia 02 de fevereiro passado a ABRACO perdeu o Sr.Walter Marques da Silva que foi nosso grande SecretárioExecutivo. Ele completou sua missão aqui na terra e o PaiMaior o chamou, deixando-nos uma profunda saudade.

Invocando a memória de longa data, encontramo-nos nofinal do ano de 1977, quando ainda estávamos com nossasede numa das salas do INT, cedida à ABRACO pelo seuDiretor Geral, Dr. Paulo Pereira. Esse apoio foi obtido ematenção a um pedido da Dra. Maria Carolina Marques daSilva, química do Instituto, na área de metalurgia, militanteda Associação Brasileira de Metais (ABM) e uma das funda-doras da ABRACO.

Nesse ano havíamos tido um sério problema de adminis-tração e ficamos sem Secretário Executivo. Foi no auge dessacrise que, um dia, a Dra. Carolina me procurou e disse que tinha uma pessoa adequada para ocu-par o lugar que tínhamos vago. Ele era uma pessoa séria, competente e estava disponível. Soliciteidela que o trouxesse o mais breve possível. Assim, logo em seguida, chegou a nós o Walter.Encontramos nele uma pessoa ideal para o cargo. Era sério, entusiasmado, confiante no futuro ecom facilidade para resolver problemas de administração, de finanças e também de pessoal. Nãoentramos em detalhes e ele foi logo assumindo a gestão da Associação. No dia 1º de janeiro de 1978assinamos sua Carteira de Trabalho, regularizando sua situação. E a ABRACO voltou a crescer.

A essa altura já estávamos empenhados na enorme tarefa de realizar aqui o 7th InternationalCongress on Metallic Corrosion, que foi presidido pelo eminente Prof. Ubirajara Quaranta Cabral,então Presidente da ABRACO e amigo pessoal do Prof. Marcel Pourbaix que, desde 1971, vinhadando um precioso apoio ao Brasil, por intermédio da COPPE/UFRJ e também da ABRACO. OProf. Pourbaix tinha ainda o privilégio de ser o Presidente do International Corrosion Council ICC,dispondo de enorme prestígio na comunidade mundial de corrosão. Ele trabalhou firmemente atéque, no VI Congresso Internacional de Corrosão, realizado em Sidney, na Austrália, ele conseguiua aprovação do Conselho para que o VII Congresso fosse realizado no Rio de Janeiro. E foi isso queaconteceu no período de 4 a 11 de outubro de 1978. Porque tanto tempo? Porque o Rio de Janeiroé realmente uma das cidades mais belas do mundo.

Acatando idéia do Walter, resolvemos iniciar o Congresso na 4ª feira à noite, interrompê-lo nosábado e no domingo para dar aos congressistas de todo o mundo a oportunidade de conhecerem oRio de Janeiro. No domingo, os membros do Conselho Internacional de Corrosão que vieram para oCongresso foram homenageado pelo Sr. Henrique dos Santos, da Sacor Siderotécnica, nossa associa-da, com um lauto almoço em seu iate, fundeado na Baía de Guanabara. Após o almoço, deu um tourpela baía, mostrando as vistas da nossa terra, deixando todos eles com uma inesquecível lembrança.

O Walter dedicou-se de corpo e alma a esta grande missão. Nessa época contávamos tambémcom a preciosa colaboração de nossa Secretária, a Srta. Mariza Gaspar. Ali trabalhávamos diariamen-te até tarde da noite, incluindo os sábados, domingos e feriados, montando os trabalhos para aimpressão dos anais do Congresso. Nessa época não havia computadores e o apoio que tínhamos eraa fotocópia. Ficávamos recortando os trabalhos para melhorar a formatação deixando-a mais unifor-me. Colávamos e depois íamos para a fotocópia. Com isso ganhamos um significativo número depáginas e conseguimos uma apresentação bem melhorada. O resultado é que o Congresso foi umautêntico sucesso, reconhecido internacionalmente.

Passado o grande Congresso, voltamos a realizar os Seminários de Corrosão, também com suces-so indiscutível. Até então, continuávamos ocupando uma salinha lá nos fundos do INT, que já esta-va muito pequena para o nosso tamanho. Então o Walter colocou como meta passarmos para umasede própria. Ele encontrou o conjunto de salas 412 e 414 do nº 27 da Av. Venezuela. Negocioucom o proprietário e viu que já tínhamos recursos suficientes para comprarmos a nossa sede. E assimdesocupamos o INT que nos abrigou por vários anos e passamos para a nossa Casa, onde estamosaté hoje. Só que agora, graças à visão e à ação do Walter, o apoio das várias Diretorias e dos váriosConselhos, ao longo destes últimos 30 anos, dispomos hoje, no mesmo nº 27, de um conjunto de

WALTER MARQUES DA SILVA – Um ícone da ABRACO

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Lamentamos comunicar o falecimento do eminente Prof. Dr. Hector A. Videla, ocorrido no dia28 de janeiro de 2012, na Argentina. Professor de físico-química da Faculdad Ciencias Exactas daUniversidad Nacional de La Plata (UNLP), na Argentina, ele foi chefe da seção de bioelectroquími-ca do Instituto de Investigaciones Fisicoquímicas Teóricas y Aplicadas (INIFTA). Foi um dos maisimportantes estudiosos da corrosão microbiológica e um colaborador da ABRACO há muitos anos,durante os quais demonstrou uma grande simpatia pela comunidade dos corrosionistas do Brasil,procurando aproximá-los dos colegas argentinos. Foi o principal articulador do 1º Encontro deCorrosão e Proteção Argentino-Brasileiro realizado em Foz do Iguaçu, em outubro de 1988.Participou de muitos eventos da ABRACO. Dentre suas obras destacam-se Introdução à CorrosãoMicrobiológica, Manual de Corrosão Microbiológica, o Manual Prático de Biocorrosão eBiodeposição, para a indústria, e o livro Biocorrosão, Biofouling e Biodeterioração de Materiais.Todos eles são considerados obras de referência para o estudo da corrosão microbiológica.

Nota de falecimento – Prof. Dr. Hector A. Videla

No dia 06/03/2012, às 11h15, na Casa de Saúde Santa Lúcia, faleceu aos 62 anos, oCoordenador de Desenvolvimento Tecnológico e ex-diretor do Instituto Nacional de Tecnologia(INT), Attilio Tavalloni. Engenheiro Químico, graduado pela Universidade do Rio de Janeiro(UFRJ) em 1971, Attilio ingressou no INT em 1974, na Divisão de Metalurgia, com o objetivo deestruturar o laboratório de Corrosão e Eletroquímica. Foi Presidente da Associação Brasileira deCorrosão - ABRACO em dois mandatos (89-92 e 96-98) e de vários sub-Comitês e Comissões deEstudo da ABNT, especialmente das Comissões relacionadas com a corrosão e proteção anticorro-siva, estando presente nos principais eventos da ABRACO realizados principalmente durante a suagestão. Entre 1999 e 2001, ocupou o cargo de Diretor do INT.

Nota de falecimento – Eng. Químico Attilio Travalloni

12 salas próprias, constituindo uma nobre sede, num local que está cada vez mais privilegiado.Um fato muito importante foi o comportamento da Dra. Carolina. Quando ela nos ofereceu a

pessoa para resolver o nosso problema, ela simplesmente apresentou o Walter. E não disse mais nada.E o Walter, por seu lado, nunca falou desse assunto. Um belo dia descobri que o sobrenome doWalter era igual ao da Dra. Carolina. Não me contive e indaguei se havia algum parentesco entreambos. Ele respondeu-me: “ela é minha irmã”. Quase não acreditei. Porque ambos mantinham, naABRACO, um relacionamento absolutamente imparcial. Um mérito extraordinário dele e dela.

Uma característica muito importante do Walter era que ele colocava sempre o interesse daABRACO acima de tudo, sem deixar de respeitar a hierarquia na administração. Muitos anos depoisa ABRACO passou por uma pesada crise de gestão e, mesmo na dificuldade dos problemas, ele res-peitava os seus superiores procurando preservar o interesse maior da Associação. Mesmo nosmomentos mais difíceis por que passou, nunca o vimos desanimado ou triste. Estava sempre comcoragem, com a cabeça erguida, com o otimismo e com a fé, que lhe eram peculiares, de que tudoiria dar certo, como de fato deu.

Passada a dificuldade, e com o retorno do Prof. Laerce de Paula Nunes à Presidência da ABRA-CO, reencontramos o Walter com o mesmo entusiasmo e a mesma disposição, às vezes um poucoabatido pelo peso da idade. Mas, com sua força de vontade, determinação e senso de responsabili-dade, ficou de pé até o último instante, quando teve um pequeno acidente dentro de casa, que olevou ao hospital, de onde empreendeu a grande viagem. Deixou-nos um exemplo de vida e de pro-fissional, além de uma profunda saudade e o nosso reconhecimento do seu inabalável mérito, aquem a ABRACO tanto deve.

A passagem do Walter pela ABRACO foi marcada pela abnegação sobrepondo-se ao dever pro-fissional!

Aldo Cordeiro DutraDiretor da ABRACO

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Indústria Naval

indústria naval brasileira chegou a ser a segunda maior domundo nos anos de 1970. Nas décadas seguintes, quando osnavios e plataformas de exploração passaram a ser importados,

o setor começou a definhar até quase se exaurir. Há alguns anos, noentanto, a indústria naval está renascendo. Esta reviravolta se deve,principalmente, ao PROMEF – Programa de Mo dernização eExpansão da Frota da TRANSPETRO. As encomendas do PROMEFsomam 49 navios de grande porte e entre suas premissas está a orien-tação de que os navios devam ser construídos no Brasil, com índice denacionalização de 65 % na primeira fase e de 70 % na segunda, alémda exigência de que sejam internacionalmente competitivos.

Segundo o consultor técnico da PETROBRAS/Cenpes/PDP/TMEC, Joaquim Pereira Quintela, o setor naval, em franca expansão,passa por um segundo estágio após o período de reaquecimento, e osproblemas e as soluções têm a mesma ordem de grandeza. “Dentrodesse cenário, os problemas certamente surgirão e as soluções nemsempre serão implementadas. Também temos outros desafios impor-tantes. Acredito que o primeiro da indústria em relação à corrosão évencer o maior vilão desse fenômeno que é ge rado pelo própriohomem. Na maioria das vezes, a solução para o problema é co nhecida,mas devido a fatores alheios à vontade dos técnicos, não é implanta-da. Isso é extremamente frustrante. Muitas vezes, as decisões tendemao convívio com a corrosão ao invés de reduzi-la a níveis mí nimos oumesmo evitá-la”, alerta Quintela.

O consultor explica que a área de revestimentos anticorrosivos éresponsável por mais de 80 % dos gastos com proteção contra a cor-rosão. Ele esclarece que não se pode encarar a pintura de uma unidadeoffshore ou onshore da mesma forma como se encara a pintura de umportão em área rural. “O que se impõe é uma abordagem mais tec-nológica e menos conservadora na área. Uma boa e simples ação doponto de vista químico pode gerar grande economia quando com-parada a uma metalurgia complexa. Especi fica mente na área dosrevestimentos anticorrosivos, dediquei muitos anos da minha carreira,promovendo tecnologias que levassem em consideração a saúde ocu-pacional, o meio ambiente e a segurança dos trabalhadores envolvidosnesta atividade¨, destaca Quintela.

“Atualmente acho que esses fatores já estão incorporados às técni-cas de proteção contra a corrosão. Existe um fator que não deve seresquecido quando se propõe uma solução contra a corrosão no atualcenário mundial, a Sustentabilidade. Além das questões de SMS(Segurança, Meio Ambiente e Saúde), tecnologias que contribuamcom a sustentabilidade devem ser incentivadas em todos osníveis. Economia e reaproveitamento de água, tratamento de resídu-os industriais e preservação de recursos naturais devem nortear a ge -ração de novas tecnologias”, comenta Quintela.

Ainda segundo Quintela, a fase atual é muito difícil, pois exige

A corrosão é um dos temas mais desafiadores na indústria naval.Especialistas comentam o atual momento desse segmento econômico e problemas e soluções

Desafios na prevençãoe no combate à corrosão

Por Carlos Sbarai

C & P •Janeiro/Abril • 2012 11

vultosos investimentos e prepa -ração de mão de obra qualificadapara construção naval. Isso nãose faz da noite para o dia e so -mente será possível com forteparticipação do Estado, compolíticas de incentivo à formaçãode profissionais para in dústrianaval em todos os patamares.“Acredito que essa ação possa atéenvolver o recrutamento de pro -fissionais de centros internacio -nais para treinamento e forma -ção dos brasilei ros. Atual men te édifícil convencer jovens a se tor -narem en genheiros, eles prefe -rem ou tras profissões como, porexem plo, advocacia e admi nis -tra ção. De qualquer forma, oBra sil, em virtude da exigênciado alto ín dice de nacionalizaçãona cons trução naval, tem que seprepa rar para se tornar um cen-tro mun dial neste segmento”,fina liza Quintela.

Na opinião do capitão daMari nha, Dauton Menezes, atu -almente, a indústria naval brasi -lei ra vive um momento de re cu -pe ração após vários anos seminvestimentos, que levaram es ta -lei ros à falência e provoca ram ademissão de funcioná rios. “Hámais ou menos dez anos, quan-do o País recomeçou a construirgrandes navios e a incorporartecnologia, a indústria naval bra -sileira começou a reconquistar oseu espaço no âmbito interna-cional. Isto se deve aos investi-mentos realizados no setor deóleo e gás e, principalmente, àdescoberta do Pré-sal e a retoma-da do uso das hidrovias. A explo-ração do Pré-sal está revolucio-nando a indústria de construção

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o custo final da embarcação. Daí a importância das açõesanticorrosivas que minimizem as perdas na indústria”, co -menta Me nezes.

Ações simples para resolver grandes problemasO pesquisador do Centro de Pesquisas de Energia

Elétrica – CEPEL, Fernando Fragata, passa um dado inte -ressante: a aplicação correta das técnicas de proteção anti-corrosiva pode evitar prejuízos da ordem de 25 % do custoanual das ações corrosivas ocorridas em um país. “Esse é umdado bastante conhecido em nível mundial e que pode serutilizado como exemplo para mostrar o im pacto da cor-rosão”, afirma Fragata.

Menezes reforça que, além de tudo o que foi exposto, oinvestimento na educação do trabalhador (cursos de atuali -zação e qualificação) é que o motiva a trabalhar com maiordedicação, e esta motivação gera um grande retorno para aempresa. “Se o traba lhador possui o conhecimento técniconecessário para desempenhar a sua atividade, ele é capaz devisualizar pro blemas e de propor melhorias no processo pro-dutivo, reduzindo custos. Embora eu não tenha números, aminha experiência, atuando na área de pintura industrial, erealizando inspeções em obras novas e de manutenção/reparo, mostra que ações simples muitas vezes resolvemgrandes problemas de processo”, avalia Menezes.

Menezes e Quintela estão alinhados também quando oassunto é qualificação da mão de obra. A mão de obra qua -lificada é atualmente um dos maiores gargalos no país.Embora o número de vagas seja alto, existe uma grande difi-culdade para preenchê-las. Há uma lacuna entre a formação

co, como soldadores e montadores; de nível técnico, como operadoresde máquinas; e até profissionais de nível superior, como engenheiros.

Adequação da mão de obraMenezes também comunga da mesma opinião de Quintela a

respeito da questão da corrosão. “Os desafios estão relacionados à ade-quação da mão de obra às necessidades de cada estaleiro e à conscien-tização gerencial em manter uma constante atualização dos seusprofissionais. É o conhecimento que possibilitará identificar as defi-ciências do sistema produtivo que contribuem para o surgimento deproblemas relacionados à corrosão. Todos precisam ter em mente bemclaro que a corrosão causa retrabalho em obras novas em curto espaçode tempo, e que o custo de reparo é alto. A realização de um reparoem um navio implica serviços como a docagem, mão de obra espe-cializada, aquisição e troca de materiais e equipamentos, aumentando

naval brasileira. Novas estruturases tão sendo criadas nos portos eaté mesmo novas funções dentrodos antigos empregos, para darconta do crescimento na área”,afirma Menezes.

Como observa o capitão, deuma maneira ampla, a atividadeindustrial é estratégica para todosnós, trabalhadores e governo, pe -la capacidade de gerar empregos,e também, de atrair investimen-tos de grandes empresas estran -geiras. Os bons ventos que hojesopram sobre a indústria navalbrasileira impulsionam o setor,não só para a construção de no -vos navios, mas também para aimportante atividade de manu -tenção e reparos dos equi pa men -tos navais. No entanto, existeuma carência de mão de obraqua li ficada para atender a de -man da deste setor em ascensão:faltam profissionais de nível bási-

Na maioria das vezes, as soluções para os

problemas são co nhecidas, mas, devido a

fatores alheios à vontade dos técnicos,

não chegam a ser implantadas.

Isso é extremamente frustrante!

Joaquim Pereira Quintela

”AUDITORIA E CONSULTORIA

Tel.: +55 (47) 3029 [email protected]

• Perícias, Análises de Falhas em Equipamentosde Aço ou Concreto sob Corrosão

• Especificações e Contratos paraProjetos de Pintura e Revestimentos

• Inspeção de Pintura Naval e Industrialpor Inspetor NACE CIP-2 Marine

• Programas para Manutenção dePintura Industrial e Revestimentos

• Especificações e Contratos para Projetos de Pinturae Revestimentos de Alto-Desempenhopor Especialista Certificado PCS e C-2 (SSPC-USA)

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dos profissionais e a demanda do mercado. O mercado de trabalhocresceu e se modificou. Em atividades onde antes não era exigido estu-do, hoje é imprescindível a especialização. Para preencher essa lacuna,algumas empresas estão buscando mão de obra em outros estados e atémesmo em outros países. Também estão investindo em centros detreinamento próprios ou realizando parcerias com institui ções de ensi-no. Faltam profissionais em todos os níveis: tanto de produção, comotécnico e superior.

Ainda segundo o capitão, pode-se mencionar também o problemabem atual referente à falta de espaço para docagem e reparos de navios,muitos dos quais com idade bastante avançada. “É necessário consci-entizar as empresas do setor naval de que as atividades de reparo emanutenção são tão lucrativas quanto as de construção de novosnavios”, enfatiza.

Menezes conclui, afirmando que, depois de um longo período dedeclínio e tormentas, bons ventos sopraram em direção ao ressurgi-mento da indústria naval brasileira. “As engrenagens desse importanteequipamento de propulsão de nosso país deverão alavancar todo oparque industrial em seu entorno, consolidando a indústria navalcomo uma das mais expressivas para o Brasil. Não podemos esquecerque o Brasil é um país de dimensões continentais, o que torna a suapresença no mar, uma questão de soberania nacional. O fato de que95 % das exportações brasileiras são realizadas via transporte maríti-mo é outro indicador da importância dessa indústria. Além disso, é nomar que o Brasil prospecta mais de 85 % do seu petróleo. Também

temos de considerar a represen-tatividade da indústria pesquei -ra. Desta forma, para expandir asriquezas e o comércio do nossopaís, precisamos estar presentesno mar, e o crescimento da in -dústria naval é uma das peçasfun damentais que garante nossopleno desenvolvimento”, finaliza.

O crescimento dos estalei -ros é um grande desafio, no qualo aumento da produtividade ecompetitividade, a formação ea qualificação de recursos hu -ma nos e o aumento do númerode itens naciona lizados forneci-dos a navios e plataformas defi -nem as novas fronteiras para osucesso e o crescimento. A in -dústria naval brasileira está emprocesso de consolidação, coma geração gra dual de empregos,nacionalização de produtos eatendimento às normas e certi-ficações internacionais.

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Artigo Técnico

Compostos solúveis em superfíciesa serem pintadas

perfície metálica foi exposta. As-sim, em um ambiente industrial(C5-I), segundo as normasABNT NBR 14643:01, ISO129444-2 e ISO 9223:92, a mai-or parte dos compostos presentesnos produtos de corrosão é desulfatos por causa do SO2 origi-nado da queima de combustíveiscontendo enxofre; e em um am-biente à beira-mar (C5-M), apredominância é de cloretos. Acomposição da água do mar é,em geral, 96,5 % de água e 3,5 %de sais, ou seja, cada litro de águado mar contém aproximada-mente 35 g de sais, dos quais,cerca de 86 % é o cloreto desódio (NaCl)(1). A névoa salinaque é o spray de água do mar, for-mado na rebentação das ondas,chamada erradamente de mare-sia, é um eletrólito forte e suapresença no ar depende da geo-grafia e dos ventos da região.

Solubilidade dos produtos decorrosão

Certas especificações limi-tam o teor máximo de compos-tos solúveis que restam na super-fície, após a preparação para apintura, porque a presença des-tes sob a película de tinta com-promete a proteção anticorrosi-va. Materiais solúveis sob a pelí-

cula de tinta podem formar bo-lhas na pintura por osmose emum ambiente úmido. Além dis-so, o material solúvel (eletrólito)acelera a atividade da célula decorrosão eletroquímica.

Osmose: é um fenômeno fí-sico-químico que ocorre quandoduas soluções aquosas de con-centrações diferentes entram emcontato recíproco através de umamembrana semipermeável. Aágua (figura 1) movimenta-sesempre do meio menos concen-trado para o mais concentrado,com o objetivo de atingir a mes-ma concentração em ambos oslados, através de uma membranacujos poros permitem a passa-gem de moléculas de água, masimpedem a passagem de outrasmoléculas, como as dos sais, porexemplo(2).

Por isso, é importante deter-minar se há contaminantes equantificar a sua presença antesde aplicar a tinta. Em alguns ca-sos, é possível lavar a superfíciecom água limpa e baixar o nívelde compostos solúveis para valo-res toleráveis, de modo que nãoafetem o desempenho das tintas.A tinta funciona como umamembrana semipermeável.

Mesmo tomando todos oscuidados com os contaminantes

Soluble compounds on surfaces to be painted

Por Celso Gnecco

IntroduçãoA presença de compostos so-

lúveis em uma superfície a serpintada pode interferir no de-sempenho da tinta ou do esque-ma de pintura. A interferênciadepende da quantidade e do tipode contaminante presente. Osmais comuns são os sais. Os am-bientes mais críticos são os in-dustriais onde existe grande nú-mero de fábricas poluidoras quelançam na atmosfera gases comoo SO2 e os à beira-mar onde hápresença de névoa salina intensa.

IntroductionThe presence of soluble com-

pounds in a surface that will bepainted can interfere with the per-formance of coat or paint system.The interference depends on theamount and type of contaminant.The most common are the salts.The most critical environments arethose industrial, where there arelarge number of factories that emitpolluting gases in the atmosfere likeSO2 and the maritime where thereis presence of salt spray intense.

Corrosividade do meioambiente

Os compostos solúveis pre-sentes nos produtos de corrosãodependem do meio a que a su-

Figura 1 - Formação de uma bolha por osmose (sais na superfície)

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suspensos na atmosfera, estes po-dem vir a se depositar no inter-valo entre a preparação da super-fície e a aplicação da primeira de-mão e também no intervalo en-tre as demãos de tinta. Se possí-vel, deve ser providenciada umacobertura no local da aplicaçãopara evitar a deposição dos com-postos contaminantes solúveisnas superfícies.

Normas sobre contaminantesnas superfícies

Para determinar a presençaquantitativa de compostos solú-veis nas superfícies de aço-carbo-no, existem os métodos ISO8502: Preparação de substratosde aço-carbono antes da aplica-ção de tintas e produtos correla-tos – Testes para a avaliação dalimpeza da superfície. Este mé-todo é subdivido em 12 partesde interesse para as tintas e pin-turas: as mais usadas em traba-lhos de campo são as ISO 8502-6 e 8502-9. Existem também asnormas relacionadas com o as-sunto: ABNT NBR 7348 – Pre-paração de superfície de aço comjato abrasivo e hidrojateamentoe PETROBRAS N-9 – Trata-mento de superfícies de aço comjato abrasivo e hidrojateamento.Há um documento da Society forProtective Coatings (SSPC), oSSPC-TU 4 – Métodos deCampo para Recuperação eAnálise de Sais Solúveis em subs-tratos, que cita os métodos maiscomuns usados no campo.

A maioria dos métodos ISO

citados é baseada na lavagem deuma área da superfície com águadestilada ou deionizada, recolhi-mento da água usada e posterioranálise da quantidade de com-postos solúveis extraídos e anali-sados através do método condu-tivimétrico com aparelhos portá-teis no campo ou por titulaçãoem laboratório. Quanto maior éa quantidade de contaminantessolúveis em água na superfície,maior é a condutividade da solu-ção recolhida para o teste.

Condutividade A condutividade é uma ex-

pressão numérica da capacidadede uma água ou de uma soluçãoconduzir corrente elétrica. É defi-nida como o inverso da resistên-cia elétrica de 1 cm3 do líquido auma temperatura de 25 ºC. De-pende das concentrações iônicase da temperatura e indica a quan-tidade de sais existentes na água(2).

Expressão do resultadoA unidade de Resistência

Elétrica no SI (Sistema Interna-cional de Unidades) é o ohm(Ω). Resistência elétrica específi-ca é uma medida da oposição deum material ao fluxo de correnteelétrica. Varia de acordo com ca-da material(3).

A condutividade tambémfornece uma boa indicação dasmodificações na composição deuma água, especialmente na suaconcentração mineral, mas nãofornece nenhuma indicação dasquantidades relativas dos vários

componentes. À medida quemais sólidos dissolvidos são adi-cionados, a condutividade daágua aumenta. Os sais dissolvi-dos e ionizados presentes naágua transformam-na num ele-trólito capaz de conduzir corren-te elétrica. Como há uma relaçãode proporcionalidade entre o te-or de sais dissolvidos e a condu-tividade elétrica, podemos esti-mar o teor de sais pela sua con-dutividade. A medida é feitaatravés de condutivímetro e aunidade usada é o mho/cm (in-verso de ohm/cm, unidade deresistência). A unidade de con-dutância no SI é Siemens (S). Acondutância específica é o inver-so da unidade de resistência es-pecífica: mho por centímetro(mho/cm) e é chamada de “con-dutividade”(4).

Na tabela 1, podem ser ob-servados os valores de condutivi-dade em função da concentraçãode sais na água.

Mecanismo da condutividadeAo contrário do que ocorre

nos condutores metálicos, nosquais a corrente elétrica é trans-portada por elétrons livres, otransporte de cargas nas solu-ções eletrolíticas é realizado poríons. Todos os íons presentes nasolução participam dessa con-dução e, por essa razão, pode-sedizer que a condutividade for-nece uma informação global e,por natureza, não-específica.Por isso, a condutividade équantitativa, pois não revela a

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TABELA 1 – ALGUNS VALORES APROXIMADOS DA CONDUTIVIDADE A 25 ºC (4)

Solução Concentração Condutividade (em μS/cm)Água ultrapura – 0,055Água destilada fresca (recém-produzida) – 1Água destilada velha – 4Água Potável < 0,025 % 500Água do mar 3,5 % 50.000

Obs.: A concentração máxima de cloreto de sódio em água à temperatura de 25 ºC é de 359 g/L (saturação)

1 mho/cm = 1 Siemens/cm = 103 mS/cm (miliSiemens por cm) = 106 μS/cm (microSiemens/cm)1 miliSiemens/m = 10 μmho/cm. [1 mS/m = 10 μS/cm]

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natureza química dos compos-tos presentes em uma solução.

A maioria dos ácidos, bases esais inorgânicos são bons condu-tores de corrente elétrica, ao pas-so que substâncias orgânicas, quenão se dissociam em solução(hidrocarbonetos, gasolina e açú-cares, por exemplo), não o são.

Nível de contaminação e oseu controle

Cerca de 80 % das falhas depintura se devem à preparaçãoinadequada da superfície.

A limpeza do aço por jatea-mento abrasivo, inclusive aometal quase branco (Sa 2 1/2)

não elimina por completo to-dos os contaminantes solúveisda superfície.

Por exemplo, um nível decloretos de 640 mg/m2 antes dojateamento, é reduzido somentea 220 mg/m2 depois de jateado –uma redução de aproximada-mente 1/3 da quantidade inicial.O jateamento a úmido reduz onível de contaminação por clore-tos de duas a quatro vezes maisdo que o jateamento a seco(5).

Nível máximo admissível decloretos

Não é possível estabelecer umnível crítico de contaminação

por cloretos, acima do qualpode-se prever a falha do esque-ma de pintura. Os valores sãofunção do tipo de tinta, do graude oxidação do substrato metáli-co e da agressividade do meio emque a vida em serviço do esque-ma de pintura se desenvolverá.

Para superfícies altamenteoxidadas, os níveis críticos de clo-retos são maiores do que os en-contrados em superfícies novas,sem óxidos, antes da limpeza.

Em função da durabilidadedo esquema de pintura, umnível máximo de cloretos de 10a 50 mg/m2 é aceitável, segundoo que se pode observar em algu-

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TABELA 2 – LIMITE MÁXIMO TOLERÁVEL DE SAIS NA SUPERFÍCIE SEGUNDO IMO

Preparação de superfície Sais totais como NaCl CondutividadePrimária ≤ 50 mg/m2 ≤ 42 μS/cmSecundária ≤ 50 mg/m2 ≤ 42 μS/cm

Obs.: IMO PSPC MSC.215(82) é um padrão de desempenho para Tintas Anticorrosivas - projetado para alcançar uma vida útil dapintura de 15 anos em água do mar para tanques de lastro (ballast tanks) e para espaços entre cascos duplos em navios de carga.

1 mg/m2 = 0,1 μg/cm2. Portanto: 50 mg/m2 = 5 μg/cm2

TABELA 3 – NÍVEIS DE CLORETOS E SULFATOS SEGUNDO A NORMA ABNT NBR 7348

Padrão Cloretos SulfatosSC-1 Livre LivreSC-2 < 7 μg/cm2 < 17 μg/cm2

SC-3 < 50 μg/cm2 < 50 μg/cm2

TABELA 4 – NÍVEIS DE CLORETOS SEGUNDO O PADRÃO NAVSEA

Aplicações Cloretos CondutividadeImersas 3 μg/cm2 (30 mg/m2) 30 μS/cmNão-imersas 5 μg/cm2 (50 mg/m2) 70 μS/cm

Figura 2 - Tubo de látex da Rogertec(6) e kit Chlor-test da Elcometer (7)

Figura 3 – Kit Chlor-test (a) e kit para teste de íoncloreto da Elcometer (b) e tubo de titulaçãoKitagawa (c)(8)

a b

c

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mas das normas apresentadasna tabela 2.

Segundo a IMO PSPCMSC.215(82), InternationalMaritime Organization – Perfor-mance Standard for ProtectiveCoatings, o limite tolerável para apreparação primária de superfí-cie, PSP (Primary Surface Prepa-ration), medido pelo método da

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2. Massageie o líquido contra asuperfície; remova o tubo dasuperfície e coloque-o no orifícioda tampa da caixa de papelão

4. Após dois minutos, leia amudança de cor para identificar onível de cloretos, em ppm ou mi-crogramas por cm2. A relação é 1:1

1. Esvazie o conteúdo do Chlor*Extract™ no tubo de látexChlor* Sleeve™. Remova a prote-ção do adesivo da auréola, aperteo tubo para expelir o ar e adira otubo à superfície a ser testada

3. Quebre as extremidades dotubo de Kitagawa e o introduzano tubo de látex até o fundo dolíquido extrator

Especificações Valores Especificações ValoresFaixa de medição: 3 – 200 ppm Temperatura de operação: 5 até 80 ºC

ou 3 – 200 μg/cm2

Volume da amostra: Acima de 5 ml Faixa de pH: 3,5 a 13Limite de detecção: 1 ppm Variação de cor rosa → branco

TABELA 5 – CARACTERÍSTICAS DO CHLOR-TEST

Obs.: Há tubos de titulação com várias faixas de medição, desde 20 até 2.000 ppm (μg/cm2)

Figura 4 – Procedimento de utilização do kit Chlor-Test com o tubo deKitagawa

condutividade de acordo comISO 8502-9, é o seguinte:Limite máximo de sais solúveisem água equivalente a NaCl é50 mg/m2, como pode ser obser-vado na tabela 2.

A norma ABNT NBR7348:2007 não informa o queé bom ou ruim em termos delimites de contaminação ou

salinidade, mas estabelece trêsfaixas de quantidades de cloretose sulfatos. São os padrões não-visuais de preparação, que po-dem ser observados na tabela 3.

A norma NACE Nº 5/SSPC-SP 12 denomina estes níveis co-mo sendo NV-1, NV-2 e NV-3 eos valores são exatamente osmesmos. NV = NonvisibleContamination.

A norma Petrobras N-9 Ftambém define os padrões não-visuais de preparação comosendo NV e os valores são osmesmos da tabela 3.

A NAVSEA Standard Item009-32: “Cleaning and Paint-ing Requirements” da MarinhaAmericana limita a salinidadeno Item 3.10.7. Conductivityor Chloride Measurement, con-forme pode ser conferido natabela 4.

Métodos para determinaçãoda condutividade

Tubo de titulação – MétodoISO 8502-5

Um modo de quantificar oscontaminantes no campo ou emlaboratório é através do métodoISO 8502-5, utilizando o tubode titulação (titrator tube). O kitChlor-Test 6 consiste da lavagemda superfície com água destiladae dosagem do teor de cloretospor meio de tubos de titulaçãoou, como o fabricante os deno-mina, sondas de titulação. Estetubo contém um reagente que,quando em contato com a solu-ção que sobe por capilaridade,indica o teor de cloretos presen-tes na água de lavagem recolhida.À medida que a solução sobe, acor muda para branca. Onde alinha de separação parar, o valorpoderá ser lido na escala em ppm(parte por milhão) ou emmg/cm2. A proporção é 1:1, istoé, 1 ppm = 1 mg/cm2. A unidadeppm pode ser convertida emporcentagem, bastando para issodividir o resultado em ppm por

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lação de condutividade-versus-concentração característica. Acorrelação entre concentração econdutividade pode ser encon-trada em manuais de físico-quí-mica. Esta relação só será útil, seo sal dissolvido for conhecido.Cloreto de sódio, o principal salda água do mar, causa um gran-de aumento na condutividadecom a elevação da concentração.

A célula é colada na superfí-cie a ser testada, e um volumeespecificado de água deionizadaé injetado dentro da célula.Qualquer sal presente na superfí-cie é dissolvido na água. O líqui-do é extraído e sua condutivida-de medida.

A condutividade da soluçãocoletada depende do volume deágua usado, e sua condutividadeinicial e a quantidade de sal emsolução dependem da área dacélula. O cálculo da quantidadede sal por área baseia-se no au-mento da condutividade. NoIMO método de PSPC, o sal écalculado como cloreto de só-dio(9) e, no método ISO 8502-9,ele é calculado como uma mistu-ra específica de sais.

ISO 8502-6 – Preparação desubstratos de aço-carbono antesda aplicação de tintas e produtosrelacionados – Testes para avalia-ção da limpeza da superfície.Parte 6: Extração de contami-nantes solúveis para análise(Método Bresle). Uma ilustraçãoda utilização da Célula Bresle e oCondutivímetro podem ser ob-servados na figura 5.

Nas figuras 6a e 6b, podemser acompanhados, em desenhosda própria norma ISO 8502-6, oprocedimento de utilização daCélula Bresle.

Elcometer 130-SCM 400Salt Contamination Meter

Este equipamento mede a con-dutividade em um disco de papelde filtro especial com 110 mm dediâmetro, embebido com águadestilada, que é apertado sobre a

Chlor-Test e o tubo de Kitagawapodem ser observados nas figu-ras 2 e 3.

O ensaio é rápido, prático epode ser executado no campo,com kits contendo a quantidadede água destilada exata, um tubode látex (tipo camisinha) comuma auréola auto-adesiva e umtubo de titulação (detector tube).

Características do Chlor-testA tabela 5 apresenta as carac-

terísticas do Chlor-Test. O proce-dimento de utilização do KitChlor-Test e do tubo de Kita-gawa pode ser observado na ilus-tração da figura 4.

Célula BresleAke Bresle desenvolveu um

sistema para medir a quantidadetotal de sal, por unidade de área(mg/m2). O método consiste deuma moldura de plástico (cha-mada de célula Bresle) de 1 mmde espessura com um adesivo emum dos lados e com uma lâminade látex no outro. Com umaseringa, um líquido de lixivia-ção ou de extração é injetadoatravés da moldura, molhandoa superfície sobre a qual a mol-dura foi colada.

O líquido é bombeado, naida e na volta, entre a seringa e acélula várias vezes e depois trans-ferido para um recipiente ondea análise química indica a con-centração da contaminação lixi-viada da superfície.

O tempo para tomar aamostra pode variar segundo aaplicação. Para amostras de saissolúveis em superfícies de açolimpadas por jateamento, umperíodo de cinco minutos podeser apropriado, com duas aquatro bombeadas(5).

Há células Bresle, de diversostamanhos. Um dos exemplos é aque tem o compartimento deaproximadamente 1.250 mm2.O método de Bresle usa a dife-rença de condutividade de saisem água, tendo cada sal uma re-

10.000. A unidade mg/cm2 édeterminada em função da áreade teste, bem definida e delimi-tada pelo quadrado ou círculoque é colado na superfície a sertestada. O tubo de látex, o kit

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2. A águadestilada é

injetada comuma seringa

através dasbordas da

célula

4. Após alavagem da

área sob acélula Bresle, a

solução étransferida

para um con-dutivímetro

1. Retirando aproteção doadesivo da

célula Bresleque em

seguida éaderida àsuperfície

3. Verificandoa estanquida-de, ou seja, apossibilidade

de havervazamentos

na célula

Figura 5 – Utilização da célulaBresle e o condutivímetro

Condutivímetro da Horiba TwinCond Model B-173 (10)

Condutivímetro da Oaktron (10)

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superfície a ser avaliada. A águaextrai os possíveis sais da superfí-cie. O disco é colocado na seçãocentral do aparelho constituídade eletrodos círculares concên-tricos de cobre que medem acondutividade. O resultado éexpresso em μg/cm2. (7)

Procedimento

de água destilada para o disco

área a ser amostrada e pressio-ne-o firmemente sobre seus

que o disco na parte central doaparelho e aperte o botão verde

2. Cole aCélula Bresleem umasuperfície deteste seca elimpa

4. Usando aágua da pro-veta oubéquer, injetena CélulaBresle que foiaderida àsuperfície deteste2

1. Remova opapel protetore o quadradono centro daCélula Bresle

3. Coloquecerta quanti-dade de águadestilada emuma provetaou béquer(normalmentede 10 a 20 ml)e limpe aseringa usandoesta água1

Figura 6a – Utilização da CélulaBresle pela norma ISO 8502-6

1. Usualmente a água destilada ou deionizada utilizada deve ter condutividade menor do que 0,5 mS/m ou 5 μS/cm. A seringa deve serde 8 ml, com agulha de 1 mm de diâmetro e comprimento máximo de 50 mm. Usando o condutivímetro, meça a condutividade elétricada água destilada na proveta ou béquer. O condutivímetro deve ter compensador de temperatura e faixa de trabalho de 0 mS/m a200 mS/m ou 0 μS/cm a 2000 μS/cm.2. O volume de água destilada ou deionizada necessário para encher o compartimento da célula Bresle é proporcional à área de compar-timento, e normalmente são usadas quantias de 2,6 x 10 ml/mm2 ± 0,6 x 10 ml/mm2 ou 0,0026 ml/mm2 ± 0,0006 ml/mm2.

de leitura.

servados alguns aspectos doprocedimento e do aparelho

– Salt Contamination Meter (7):SSPC Guide

15

2;2).

Tira de Medida deSalinidade (Salt MeasuringStrip)

usar e que pode constituir uma

ISO 8502-9:1998 Part 9: Método de campo para a determina-ção condutivimétrica de sais solúveis em água (Field method forthe conductometric determination of water-soluble salts)

ρA = c.V. Δγ

ρA = Δγ kg.m

A

Quantidade total de sais na superfície em mg/m2 ou μg/cm2

Onde: ρA = quantidade total de sais na superfície(mg/m2 ou μg/cm2)c = constante empírica ~ 5 kg/m2 x 1/SV = volume original de água no béquer (cm3)Δγ = diferença entre as condutividades medidasantes e após o ensaio (μS/cm)A = área da célula de Bresle (mm2)

Como c = 5 kg.m-2.S-1, e se por exemplo V = 10 ml e A = 1250 mm2,segue-se que:

A equação 2 fornece ρA expresso em kg/m2

Multiplicando o valor numérico da equação 2 por 106 obtém-seρA → mg/m2 e por 105 ρA → μg/cm2

Equação 1:

Equação 2:

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6. Remova toda a água destiladada Célula usando a seringa edevolva-a à proveta ou béquer.Meça novamente a condutividadeelétrica da água no béquer oucom a seringa coloque no sensordo condutivímetro

5. Bombeie a água com a seringa,para dentro e para fora daCélula, para dissolver os sais solú-veis na superfície de teste. Nota:toda a superfície dentro da céluladeve ser molhada com a água.

7. Para a medição da condutividade elétrica da água recolhida com aseringa após a operação de lavagem na Célula Bresle, o Condutivímetroportátil, Twin Cond Model B-173, permite que medidas possam serrealizadas utilizando uma seringa (a) ou mergulhando o aparelho nolíquido (b) e ter a sua condutividade determinada por exemplo emμS/cm.(10) A célula mais usada é a que tem a área de 12,5 cm2, volumede 2,0 ml a 3,2 ml e faixa de trabalho para determinação de Cloreto de30 ppm a 600 ppm

a b

20 C & P

Figura 6b - Procedimento de utilização da Célula Bresle segundo anorma ISO 8502-6

alternativa para a célula deBresle (ISO 8502-9) em casode medida da contaminação dasuperfície com sais. Algumasfotos do procedimento de utili-zação da Tira de Medida deSalinidade podem ser vistos nafigura 8.

Para o fabricante, NST –National Surface TreatmentCenter, a tira de medida de sali-nidade (Salt Strip):

uma tecnologia de fluxo de

extração de alta eficiência(patenteado),

água deionizada fornecida em

se conecta a um sensor com-

água passar na superfície co-mo um chuveiro), especial-mente projetado para produ-zir um fluxo sobre a área emanálise,

dade em 12 minutos,

concreto ou superfícies pinta-das lisas ou rugosas, planas oucurvas, pois a fita adesivaadapta-se sem deixar vestígiosde cola,

meio de um condutivímetroligado a um adaptador (11).

Aparelho de Hedon SSM –Soluble Salt Meter

elimina o uso das células deBresle. O aparelho é aderido àsuperfície escolhida (de aço-car-bono) através de ímãs, um anelde vedação de silicone confinauma área circular de 1250 mm2,exatamente a mesma da célulaBresle. A água deionizada é in-jetada automaticamente, atra-vés de um êmbolo no volumede 3 ml como exigido pela nor-

norma, apresentando na telaLCD, o resultado da condutivi-dade em mS/cm(12). Algumasfotos do aparelho de HedonSSM são vistas na figura 9.

Conclusão

veis na superfície afeta o de-sempenho das pinturas, princi-palmente pelo fenômeno deosmose. Bolhas podem surgirnas películas de tinta. Estessais, muitas vezes, nem são per-cebidos e, por este motivo, sãoconsiderados contaminantesnão-visíveis.

superfície pode ser determina-da diretamente em mg/cm2 ouatravés da condutividade dasolução recolhida após lavagemda área em análise em mS/cm.

ABNT e Petrobras, da IMO,do SSPC/NACE e NAVSEA,entre outras, os limites máxi-mos considerados satisfatóriospara tolerância de sais nassuperfícies a serem pintadas é

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2. Com a seringa, transfira1,6 ml de água destilada parao disco de papel

4. Ligue o Elcometer 130,coloque o disco na parte centraldo aparelho e aperte o botão verdede leitura

1. Usando uma pinça, pegue odisco de papel

3. Coloque o disco de papel naárea a ser amostrada e pressione-ofirmemente sobre seus contornos eirregularidades

2. Afixa-se atira com a fitaadesiva edepois espre-me-se o tubopara produzirum fluxo deágua

4. E liga-se oadaptador aocondutivímetro

1. Kit com otubo de águadeionizada(0,6 mL), atira de medi-da, e a fitaadesiva

3. Após a aná-lise, coloca-se osensor de sali-nidade noadaptador

C & P 21

de, no máximo, 30 mg/m2 ou30 mS/cm (condutividade)para superfícies que deverãoficar imersas e 50 mg/m2 ou70 μS/cm para áreas expostas àcorrosão atmosférica (não-imersas).

ainda é um dos mais usados,mas outros estão surgindo nomercado, como o do tubo de

(SSPC Guide 15), o da Tira deNST

Center

são baseados no princípio de

ionizada e medida da conduti-

petores de pintura antes de

Referências Bibliográficas

rios/variaveis.asp#condutividade

Pérez na Revista INPRA LATINAmaio/jun/2005

Figura 7 – Aspectos do procedimento de utilização e visualização doaparelho Elcometer 130

Figura 8 – Procedimento deutilização da Tira de Medida deSalinidade (Salt MeasuringStrip)

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6. http://www.rogertec.com.br7. http://www.elcometer.com8. http://www.komyokk.co.jp/pdata/

tpdf/201SB_1.pdf9. IMO PSPC MSC.215(82)

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Figura 9 – Aparelho de Hedon SSM – Soluble Salt Meter

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00 C & P • Janeiro/Abril • 2012

PubliEditorial Italtecno do Brasil

A Italtecno do Brasil detém a mais avançada tecnologia em processos voltados ao pré-tratamen-to para pintura do alumínio, sem cromo e com coloração, além de aditivos para fosqueamento,anodização, eletrocoloração e selagem, equipamentos, acessórios, insumos para o tratamento doalumínio. Conta com a certificação ISO 9001 e encontra-se em fase de obtenção da ISO 14000.

A Italtecno completa neste ano os 25 anos de atividade, ampliando sua planta industrial comaporte de investimento de R$ 3 milhões o que possibilitou um aumento de 300 % na sua linha deprodução. O investimento está voltado ao lançamento de novos produtos como a camada de con-versão LL-Alugold SCR®, tecnologia SiNo com patente internacional e o novo processo de selagemda camada de anodização isenta de níquel, lançada simultaneamente com a Europa, denominadoLL-Hardwall ECO/L e LL-Hardwall ECO/F.

O LL-Alugold SCR® é um lançamento mundial de um processo inédito, isento de cromo, des-tinado à pré-pintura de perfiz, chapas e peças de alumínio. Caracteriza-se pela formação de umacamada de conversão a qual gera complexos estáveis na cor castanha avermelhada, visível a olho nu.

O LL-Alugold SCR® obteve resultados altamente positivos dentro das normas ABNT NBR14125 do Brasil, Qualicoat da Europa e AMMA dos Estados Unidos, apresentando:• Alta resistência à corrosão em câmara de Salt Spray Acético com mais de 1000 horas de duração.

Forte adesão da tinta ao substrato do metal, aferiu 100 % de aderência seca e úmida.

Italtecno do Brasil completa 25 anos de atividadecom desenvolvimento de produtos de última geração

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1 2 3 4 5 6

4. Camada de conversão com LL-AluGold SCR®

5. Lavagem com água des mi ne ra li za da6. Secagem

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Destacamos alguns dos benefícios proporcionados pelo processo LL-Alugold SCR®:• Facilita o controle operacional e de qualidade em função da variação da cor do tratamento,

perfeitamente visível a olho nu.• Permite que o material tratado seja armazenado por um longo tempo antes que seja pintado.• Preserva o meio ambiente em razão da inexistência de cromo.

O LL-Alugold SCR® foi implantado em produção em escala na Anobril Extrusão e Anodizaçãode Alumínio, localizada em São Paulo, operando em processo de imersão e vertical spray/cascata, nosCiclos operacionais Curto (veja exemplo abaixo), Médio e Longo.

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Apor

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PRÉ-TRATAMENTO PARA PINTURA DO ALUMÍNIOPROCESSO ISENTO DE CROMO

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26 C & P

Artigo Técnico

Resistência à corrosão dascamadas fosfatizadas

mentar (aplicação de óleos, gra-xas, tintas ou vernizes). A crençade que camadas fosfatizadas sãoexcelentes para proteção contracorrosão vem do fato delas sem-pre serem utilizadas com um tra-tamento suplementar, o que real-mente melhora de maneira signi-ficativa o desempenho de óleos,graxas, tintas e vernizes.

Pelo exposto, é fácil concluirque camadas fosfatizadas semproteção suplementar não po-dem ser expostas à atmosfera.Quando isto se torna necessário,deve-se manter o ambiente deexposição com baixa umidaderelativa e reduzir, ao máximo, otempo de exposição.

Uma maneira de melhorar aresistência à corrosão das cama-das fosfatizadas é a aplicação doestágio de selagem ou passivação:camadas fosfatizadas passivadasou seladas apresentam uma ligei-ra resistência à corrosão mesmosem o tratamento suplementar.Assim sendo, quando se temnecessidade de armazenar cama-das fosfatizadas, aconselha-se aaplicação de selantes ou passi-vantes. Isto, porém, não exclui anecessidade de controle doambiente de armazenamentoque deve ser mantido seco.

É fácil, também, concluir queos ensaios acelerados de corrosãodevem ser realizados com a ca-mada fosfatizada acrescida de um

tratamento suplementar. A esco-lha do ensaio mais adequado, otempo de ensaio e a avaliação dosresultados obtidos são feitastomando-se como base as especi-ficações do tratamento suple-mentar e não as da camada fosfa-tizada. Esta prática é adotadatanto para o controle do trata-mento suplementar como para odesenvolvimento ou identifica-ção dos tipos de processos de fos-fatização mais adequados paraum tratamento suplementarespecífico.

Convém ainda citar o fato deque a resistência à corrosão con-ferida pelo tratamento suple-mentar está diretamente relacio-nada com o tipo de camada defosfato, assim:

nizes é melhor quando os mes-mos são aplicados sobre cama-das fosfatizadas com cristaisfinos. Camadas de fosfato dezinco e camadas de fosfato deferro (obtidas a partir de ba-nhos de fosfatos de metais alca-linos ou de amônio) são asmais adequadas, sendo a demelhor desempenho camadas àbase de fosfato de zinco;

xas é melhor quando os mes-mos são aplicados sobre cama-das com cristais mais grossei-ros. Camadas de fosfato demanganês são as de melhor

Por Célia A. L.

dos Santos

Por Zehbour

Panossian

IntroduçãoAs camadas fosfatizadas são

amplamente utilizadas em diver-sas aplicações, mas não apresen-tam bom desempenho frente àcorrosão, por si só. A proteçãocontra a corrosão torna-se efetivaao se aplicar sobre as camadasfosfatizadas um tratamento su-plementar, como por exemplo,aplicação de óleo, graxa ou tin-tas/vernizes.

IntroductionThe phosphated layers are

widely used in various applica-tions, but do not perform wellagainst corrosion, by itself. Theprotection against corrosion beco-mes effective when applied on thephosphated layers further post-treatment, such as application ofoil, grease or paint/varnish.

Resistência à corrosãoComo as camadas fosfatiza-

das são intrinsecamente porosas,o substrato fica exposto ao meio,o que significa dizer que, se hou-ver um eletrólito na superfície dacamada fosfatizada, ocorrerá acorrosão do substrato exposto nofundo dos poros. Assim sendo, ascamadas fosfatizadas, por si só,não são destinadas a proteger osubstrato contra corrosão. Estapropriedade manifesta-se quan-do, sobre a camada fosfatizada, éaplicado um tratamento suple-

Corrosion resistance of the phosphated coatings

Amostra Massa de óleo retido Altura de óleopor unidade de área

Aço sem fosfatização 0,0856 g 1 mmAço fosfatizado (banho à base de fosfatode zinco, acelerado com nitrato,67,5 ºC, 12,5 min, por imersão) 0,1249 g 10 mm

TABELA 1 – QUANTIDADE DE ÓLEO RETIDO POR AMOSTRAS DE AÇO COM E SEM CAMADA DE FOSFATO

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desempenho seguidas pelas ca-madas de fosfato de ferro (obti-das a partir de banhos à base defosfato diácido ferroso). As demenor desempenho são as ca-madas de fosfato de zinco.

Devido ao fato da necessida-de da presença de água nos porosda camada fosfatizada para queocorra a corrosão, alguns autoresestudaram a influência da incor-poração de substâncias hidrófo-bas nas camadas de fosfato paramelhorar a resistência à corrosão(NAIR, SUBBAYIAN, 1993).Para tal, estes autores seleciona-ram surfactantes de cadeia lon-ga. Estes compostos agem co-mo inibidores de corrosão nãosó pelo fato de formarem umabarreira (filme) sobre a superfí-cie dos metais, mas também pe-lo fato de restringir o acesso deágua, pois são hidrófobas. Estu-dando o efeito do 1-dodecilxantato, estes autores verifica-ram que a adição deste surfac-

tante, apesar de diminuir amassa de fosfato, determina adiminuição da porosidade e oaumento da resistência à corro-são e atribuíram este fato à in-corporação do surfactante nacamada de fosfato formada.

A composição química dosubstrato exerce pouca influênciano desempenho das camadasfosfatizadas, no entanto, a pre-sença de carbono residual na su-perfície do substrato afeta odesempenho de tintas aplicadassobre elas (METAL FINISH-ING, 1998, p.90). O carbonoresidual provém do tratamentotérmico de recristalização ou deconformação a frio, como re-sultado da queima do óleo pre-sente na superfície metálica.Como os desengraxantes alcali-nos normalmente não retirameste carbono superficial, deve-setomar cuidado para que o subs-trato tenha a menor quantidadede carbono residual possível.

Absorção de óleos e graxasAs camadas fosfatizadas, por

serem porosas, apresentam altacapacidade de retenção deóleos, graxas e ceras. Apresen-tam-se, na tabela 1, os resulta-dos de ensaios realizados paraverificação comparativa da ca-pacidade de retenção de óleo.Este ensaio foi feito utilizandoamostras de aço retiradas deuma mesma bobina. Algumasdestas amostras foram ensaia-das sem aplicação de camada defosfato, enquanto outras foramfosfatizadas, utilizando um ba-nho à base de fosfato de zincoacelerado com nitrato, operan-do à temperatura de 67,5 ºC,por imersão durante 12,5 min.Verifica-se, pela tabela 1, que afosfatização determinou a reten-ção de uma quantidade 40 %maior de óleo.

A capacidade de retenção deóleo depende significativamenteda espessura da camada de fosfa-to: quanto maior a espessura,maior é a quantidade de óleoretida. Scislowski (1988) afirmaque quanto maior o tamanhodos cristais, maior será a capaci-dade de retenção de óleo e apre-senta em seu trabalho as infor-mações contidas na tabela 2.

Pode-se verificar que quantomaior a espessura e mais fino ogrão, maior a capacidade de

C & P 27

Massa de Tamanho de Altura de Comentáriosfosfato (g/m2) grão (μm) óleo (mm)

1,78 90 0,50 Pode-se verificar que as duas amostras apresentam valores praticamente iguaisde massa de fosfato por unidade de área, porém com tamanho de grão muito

distinto: reteve mais óleo a de menor tamanho de grão (células mescladas)1,80 25 0,751,00 27 0,60 Pode-se verificar que as duas amostras apresentam valores praticamente iguais

de massa de fosfato por unidade de área, porém com tamanho de grão distinto:reteve mais óleo a de menor tamanho de grão (células mescladas)

0,97 12 0,801,00 27 0,60 Pode-se verificar que as duas amostras apresentam valores distintos de massa de

fosfato por unidade de área, porém com tamanho de grão bem semelhante:reteve mais óleo a de maior massa de fosfato (células mescladas)

1,80 25 0,75

Espessura e tamanho de cristal Capacidade de retenção de óleo

Espessura elevada e cristal fino Máxima

Espessura elevada e cristal grosseiro Segunda melhor

Espessura baixa e cristal fino Terceira melhor

Espessura baixa e cristal grosseiro Mínima

TABELA 2 – RELAÇÃO ENTRE O TAMANHO DE CRISTAL E A CAPACIDADE DERETENÇÃO DE ÓLEO

TABELA 3 – RESULTADOS DE ENSAIOS QUE ILUSTRAM O FATO DE SE TER MAIOR RETENÇÃO DE ÓLEO QUANTO MAIOR AESPESSURA E MENOR O TAMANHO DE CRISTAIS DE FOSFATO

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Contato com as autoras:[email protected] / [email protected]: (11) 3767-4036

Zehbour PanossianInstituto de Pesquisas Tecnológicas de SãoPaulo – IPT. Laboratório de Corrosão eProteção – LCP. Doutora em Ciências(Fisico-Química) pela USP.Responsável pelo LCP.Célia A. L. dos SantosInstituto de Pesquisas Tecnológicas de SãoPaulo – IPT. Laboratório de Corrosão eProteção – LCP. Doutora em Química(Fisico-Química) pela USP.Pesquisadora do LCP.

absorção da camada fosfatizada.Segundo Scislowski (1988), eracomum a crença de que a capa-cidade de retenção de óleo doscristais grandes era maior. Noentanto, ele afirma que isto nãoé verdade: os cristais grandesapresentam menor quantidadede espaços onde o óleo é absor-vido, enquanto cristais peque-nos têm um número muitomaior de espaços menores capa-zes de reter óleo.

Na tabela 3, apresentam-seresultados que ilustram estas afir-mações.

Além da espessura, outrosfatores são citados na literatura:

praticamente independente dotempo de imersão da camadafosfatizada em óleo. Nos pri-meiros instantes de imersão,praticamente todo o óleo éretido (BIESTEK, WEBER,

1976, p.157);

óleo aumenta com o grau dedesidratação dos cristais de fos-fato. Isto se deve ao fato da de-sidratação causar o apareci-mento de fissuras na camadafosfatizada.

AgradecimentosÀ Marli Ohba e ao Luiz An-

tonio Braga de Almeida pela rea-lização dos ensaios de retençãode óleo.

Referências bibligráficasBIESTEK, T.; WEBER, J. 1976.

Electrolytic and chemical conversioncoatings. 1st ed. Wydawnictwa :Porteceilles. 432p.

METAL FINISHING guidebook anddirectory issue. New Jersey : Metalsand Plastics Publications, v.96, n.5A,May, p. 90, 1998.

NAIR, U. B.; SUBBAIYAN, M. 1-

dodecyl xanthate as a phosphatingadditive: aspects of chemistry and cor-rosion protection. Plating and SurfaceFinishing, v.80, n.1, p.66-71, 1993.

SCISLOWSKI, S. Production guide forheavy zinc phosphating. Plating andSurface Finishing, v.75, n.7, p. 42-45, 1988.

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28 C & P

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23/7 a 3/8 7/12Inspetor de Pintura Industrial N1 / RJ 1 88 16/6 a 25/8 22/9 a 15/12Inspetor de Pintura Industrial N1 / BA 88Inspetor de Pintura Industrial N1 / SP 88 20 a 31 26/11 a 8/12Inspetor de Pintura Industrial N2 40 18 a 23 5 a 10Pintor e Encarregado de Pint. Industrial 40 23 a 27 5 a 9Inspetor de Pintura – Módulo de Doc. 40 a definirCurso Intensivo – Inspetor N1 40 9 a 13 12 a 16Básico de Pintura Industrial (BA) 16 a definir

CorrosãoCorrosão 2 24Corrosão e Inibidores 2 24 a definirTratamento d’água 24 a definirCorrosão: Fund., Monit. e Controle 24 a definirCorrosão em Concreto 16 a definir

Inspeção e Monitoração da CorrosãoInspeção e Corrosão em Aeronaves / SP 3 24 a definirRecuperação, Reforço e Tratamento 16 a definirde Estruturas de Concreto Armado

Proteção CatódicaBásico de Proteção Catódica 24 a definirRevest., Pint. Industrial e Prot. Catódica 2 24Insp. e Manut. de Sistemas de Proteção 32Catódica em Dutos Terrestres 2

Básico Prot. Catódica de Dutos Terrestres 16Formação em Proteção Catódica: 80Inspeção e ManutençãoProteção Catódica em Plataformas, 24Equipamentos e Dutos Submarinos 2

Revestimento AnticorrosivoFundamentos de Resistência à Corrosão 16Básico de Revestimentos Anticorrosivos 24 a definirOrgânicos de Dutos TerrestresRevest. Metálicos Resistentes à Corr. 2 24

Atenção:As datas estão sujeitas a alterações

C & P • Janeiro/Abril • 2012 29

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30 C & P

Artigo Técnico

Controle da umidade como proteçãoanticorrosiva em caldeiras em hibernação

mento de equipamentos rotati-vos e deformação dos seus res-pectivos eixos; oxidação decomponentes eletrônicos; de-gradação de refratários por ab-sorção de umidade; trancamen-to de válvulas de uma formageral etc.

Existem muitos tipos decorrosão normalmente encon-trados na indústria e, em espe-cial, em um sistema exposto auma atmosfera industrial, oprocesso ocorre como uma rea-ção natural entre uma estruturametálica e o seu ambiente. Ascaldeiras têm o processo de cor-rosão sob controle em funçãodas medidas de proteção que ascercam, concernente à qualida-de da água que circula em suastubulações. Contudo, quando acaldeira passa por um períodode parada, suas tubulações nãosão protegidas por nenhum me-canismo anticorrosivo, inician-do uma aceleração do processodegradativo. Desta maneira, ascaldeiras submetidas a hiberna-ção foram o foco principal des-te estudo, no sentindo de evitarque processos de corrosão atmos-férica causem, principalmente,vazamento nos tubos ou tranca-mento das válvulas em geral.

Corrosão AtmosféricaCorrosão atmosférica com-

preende o ataque de metais ex-postos ao ar, ao invés do metalimerso num líquido, e poderáocorrer em qualquer metal ex-posto à atmosfera terrestre e emtemperaturas normais2. Por serum processo eletroquímico, énecessário a presença de eletró-lito, geralmente formado pelacondensação da água sobre asuperfície metálica. A ação cor-

rosiva da atmosfera dependeessencialmente das seguintesvariáveis: umidade relativa;substâncias poluentes (particu-lados e gases); temperatura etempo de permanência do filmede eletrólito na superfície metá-lica3,4. Estima-se que, para oferro e o aço, o processo de cor-rosão é praticamente inexisten-te em condições de baixa umi-dade, mas passa para um estadode corrosão lenta quando aumidade relativa do ar está emtorno de 60 %, e é aceleradapara valores superiores a 70 %5.

De forma geral, o processode corrosão depende da dispo-nibilidade de oxigênio e águasobre a superfície metálica, masoutros gases presentes na atmos-fera, mesmo em concentraçõesmenores que 10 ppm, podemacelerar consideravelmente esteprocesso. Entre eles, os maisagressivos e comumente encon-trados em meio industrial sãoos gases a base de enxofre (SO2,H2S etc.) e cloretos (Cl-)6.

O dióxido de enxofre (SO2)tem sido reconhecido como omais importante estimulantegasoso no processo de corrosãoatmosférica dos metais em ge-ral. É originado da combustãode carvão e derivados de petró-leo ou emissões de certas indús-trias, como a petroquímica e ade papel e celulose. Vários estu-dos têm mostrado uma correla-ção entre a corrosão atmosféricade metais e a concentração dodióxido de enxofre no ar, devi-do à sua ação catalítica na pre-sença de umidade3. O dióxidode enxofre é um gás bastantesolúvel em água (9,4 g/100 mla 25 °C) e se dissolve facilmen-te nas gotas de chuva ou de

Por Carla

Dalmolin

IntroduçãoEste estudo visa discutir os

efeitos da corrosão atmosféricaem caldeiras sob processo de hi-bernação, buscando avaliar osdiferentes métodos de proteçãoexistentes.

IntroductionThis work aims the discussion

of atmospheric corrosion effects onboilers under mothballing, evalua-ting some of protection methodolo-gies already known.

Em 2009, diversos ramosindustriais enfrentaram grandesdificuldades em função da bai-xa demanda de mercado, neces-sitado reduzir custos internos.Neste contexto, uma das açõesmais adotadas pelas empresas éa paralisação de unidades pro-dutivas por um período não-definido. Quando a necessida-de desta parada temporária éidentificada, torna-se impres-cindível a condução de um tra-balho voltado para a preserva-ção dos equipamentos. Esteprocesso é chamado de hiberna-ção industrial, e tem a funçãode manter a integridade dosequipamentos, garantindo que,no retorno da condição de pro-dução da planta, esta possa vol-tar a produzir sem interrupções.

O principal mecanismo dedeterioração durante a paradade uma unidade é a corrosãocausada por agentes atmosféri-cos. As cinzas, o material refra-tário e a umidade do ar propi-ciam uma condição para o pro-cesso de corrosão avançar e,assim, acelerar a degradação doequipamento1. As consequên-cias para a planta são: corrosãonas estruturas metálicas; tranca-

Moisture control for corrosion protection on boilers under mothballing

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orvalho sobre as superfíciesmetálicas. A chuva ou o orva-lho, umedecendo superfíciesferrosas enferrujadas (que con-têm íons férricos e mangano-sos), acabam gerando eletróli-tos bastante ácidos. A taxa deadsorção do SO2 é tanto maiorquanto maior for a umidaderelativa, citando-se como exem-plo o aço.

Quando este metal está ex-posto à atmosfera, contendo0,1 ppm de SO2, ele apresen-ta uma taxa de adsorção de0,01 μg de SO2/cm2 para umaumidade relativa de 80 % ede 0,14 μg/cm2 para uma umi-dade relativa de 98 %7.

Normalmente, as atmosfe-ras marinhas são consideradasextremamente agressivas à mai-oria dos metais utilizados emequipamentos e estruturas ex-postas. A agressividade dessasatmosferas deve-se à alta umi-dade e à presença no ar de par-tículas sólidas de cloreto de só-dio e/ou gotículas de água con-tendo cloreto de sódio. As gotí-culas de água entram em sus-pensão na atmosfera em formade névoa e são carregadas pelascorrentes de ar. A deposição decloretos aumenta a velocidadede corrosão dos aços carbono.Para os metais ferrosos, os íonscloreto competem com as hi-droxilas para se combinar como cátion ferroso, produzido pelacorrosão metálica. No caso dogrupo hidroxila, os produtos decorrosão tendem a promover,em maior ou menor grau, apassivação do substrato, atravésda formação da ferrugem co-mum (FeOOH). Em contraste,os complexos de ferro e cloreto,

que são formados em ambien-tes marinhos, tendem a ser so-lúveis, resultando no aumentoda velocidade de corrosão3.

Mecanismos de ProteçãoBaseando-se nos principais

agentes potencializadores dacorrosão em atmosfera indus-trial, pode-se concluir que, parao estudo da hibernação de cal-deiras, o melhor mecanismo deproteção contra corrosão con-siste no controle do ambiente.Isso implica, basicamente, aremoção e/ou controle das es-pécies que catalisam a reação deoxidação do ferro e do aço.Conforme analisado anterior-mente, a formação de uma pelí-cula de água por condensaçãoda umidade existente no arsobre a superfície metálica é ofator básico do processo de cor-rosão que normalmente temlugar durante a hibernação. Asvariações climáticas tem grandeinfluência neste processo decondensação, entretanto, a pre-sença de substâncias como gasesà base de enxofre e cloretos po-dem acelerar a corrosão mesmoem ambientes com umidadecontrolada, e sua presença deveser quantificada para determi-nar o grau de umidade atmosfé-rica seguro para a proteção daspartes metálicas.

É recomendado pelo fabri-cante que a preservação da áreainterna dos tubos da caldeira ede vasos da planta seja feitaatravés de preenchimento comum gás inerte (N2, 99 %) e aadição de cal virgem para absor-ção de umidade. Entretanto,este procedimento não protegea parte externa da tubulação,

que continua suscetível à corro-são atmosférica devido ao con-tato com umidade e gases noci-vos, mesmo no interior da cal-deira. Partindo deste princípio,a desumidificação sob aqueci-mento foi selecionada comoprincipal proteção da parteexterna das tubulações que seencontram dentro do equipa-mento. O aquecimento evita acondensação da umidade do ar,principalmente em pontos dedifícil acesso para ventilação,desumidificadores químicos,recobrimentos ou outros tiposde inibidores. A umidade relati-va dentro da caldeira deve per-manecer em valores geralmentemenores que 60 %, mesmodurante os períodos em que atemperatura externa tende aflutuar consideravelmente, co-mo nas noites frias que suce-dem os dias quentes, as quaisacabariam favorecendo a con-densação. A equalização datemperatura consiste em reci-clar o ar quente, que é lançadona parte superior e recolhido naparte inferior, através de umsistema mecânico7.

ExperimentalPara avaliar a viabilidade de

manter uma caldeira sob hiber-nação quanto ao risco de falhasfuturas causadas por processosde corrosão, a metodologia ex-posta acima foi testada numaplanta localizada na região doRecôncavo Baiano, ou seja, nu-ma atmosfera suceptível à pre-sença de substâncias como SO2

e NaCl, além da alta umidadetípica do litoral. O monitora-mento das principais variáveisambientais foi realizado nointerior do equipamento, vi-sando, principalmente, umcontrole da atmosfera dentroda caldeira.

A concentração de cloretose SO2 foi quantificada para adeterminação dos contaminan-tes e variáveis que possam inter-

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TABELA 1 – TEOR DE CONTAMINANTES (CLORETO E SO2) ENCONTRADOS NASPROXIMIDADES EXTERNAS DA CALDEIRA E NA SUA ÁREA INTERNA

Teor de contaminantesÁrea Externa Área Interna

Cloreto 0,105 mg Cl/m2.dia 0,049 mg Cl/m2.diaSO2 0,4 ppm 0,3 ppm

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ferir no processo de corrosão.Para determinação do teor decloretos foi utilizado o métododa vela úmida, descrito pelanorma NBR 6211 (ABNT)9. Adeterminação de SO2 foi reali-zada, conforme a NormaL9.226 CETESB10, utilizandoum detector de gases Eagle.

O sistema de aquecimentofoi montado por resistências decerâmica com alta capacidadede dissipação de calor e eficiên-cia térmica. Foram dispostas 15placas resistivas, totalizandouma carga térmica de 15 kW.Cabe salientar que, para umamelhor eficiência do controleda umidade, foi construído umtelhado para proteger toda asuperfície externa da caldeirado acúmulo de água da chuva,assim como o total fechamentodas bocas de visita.

A avaliação da eficiência doprocesso de aquecimento do in-terior da caldeira foi medidaatravés do teor de umidade. Foiutilizado um medidor termo-hi-grômetro digital (mth-1362w),interfaceado a um notebook paraarmazenamento dos dados. Oconjunto foi posicionado nopiso da caldeira e a umidade con-trolada durante 48 horas emperíodos antes e após a instalaçãodo sistema de aquecimento.

Resultados e DiscussãoA tabela 1 mostra os teores

de cloreto e SO2 medidos emamostras retiradas no do inte-rior da caldeira (área de focodeste trabalho) e nas proximi-dades externas a esta. É eviden-te a redução de contaminantes,principalmente cloretos, naárea interna da caldeira, indi-cando a necessidade de isolareste ambiente da atmosferaexterna. Desta maneira, o fe-chamento de todas as aberturasexistentes no equipamento re-duz a presença de gases quepossam acelerar o processo decorrosão.

Os teores de cloreto foraminferiores ao limite estabelecidopara classificar o ambientecomo marinho ou mesmo in-dustrial, ficando dentro dolimite de uma atmosfera rural,sendo menor que 30 mg/m2.diapara cloreto11, provavelmentedevido às características geográ-ficas do recôncavo baiano (marcalmo, alta vegetação). Portan-to, devido aos resultados apre-sentados, mais nenhum proce-dimento foi realizado com ointuito de reduzir o teor destecontaminante no interior dacaldeira.

Por outro lado, tanto a regiãointerna quanto externa da caldei-

ra apresentaram valores de SO2

relativamente preocupantes. Acontaminação por enxofre podeser oriunda dos gases queimadosem fornos elétricos industriaisque se encontram perto do equi-pamento. Sabe-se que para o aço,uma concentração de 0,5 ppmde SO2 pode gerar uma perda dematerial de até 5,0 μm em ape-nas duas semanas de exposição,em ambientes com umidade de90 %12. Entretanto, estudos doefeito da umidade relativa com-binada com baixas concentraçõesde SO2 indicam que, mesmo napresença de enxofre, a taxa decorrosão só aumenta significati-vamente quando a umidade estáacima de 60 %7. Portanto, con-siderou-se neste trabalho a ne-cessidade de reduzir a umidaderelativa no interior da caldeira avalores inferiores a 60 % com oobjetivo de reduzir a taxa decorrosão dos seus componentesinternos devido à presença deenxofre dissolvido na umidadecondensada.

As figuras 1 (a) e (b) mos-tram os resultados de umidaderelativa medidos no interior dacaldeira antes e após a instala-ção do sistema de aquecimento.A figura 1(a) mostra claramen-te que sem aquecimento (tem-peratura em torno de 25 ºC), a

Figura 1 – Variação da umidade e temperatura durante 48 h de monitoramento na região interna da caldeira(a) antes, e (b) após a instalação do sistema de aquecimento

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materiais metálicos. Dissertação; Uni-versidade Federal do Paraná, Curi-tiba, 2006.

12. OECH, S. The effect of S02, N02,NO and N3 on the corrosion of unal-loyed carbon steel and weatheringsteel-the results of laboratory exposures.Corrosion Science, v.38, p. 1357,1996.

corrosão se resumiu na reduçãoda umidade através de aqueci-mento por resistências cerâmi-ca. Com a utilização de umacarga térmica de 15 kW, foipossível reduzir a umidade rela-tiva no interior da caldeira de95 % para 50 %, valor que,segundo a literatura, não apre-senta grandes riscos de corrosãopara o material estudado.

Referências bibliográficas1. TWIGG, R. J. Guidelines for the

Mothballing of process plants. (MTIPublication, n.34) St. Louis, Mo. –Materials Technology Institute of theChemical Process Industries, 2002.

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3. PANNONI, F. D. Princípios da pro-teção de estruturas metálicas em situa-ção de corrosão e incêndio. 2. Ed.Gerdau Aço Minas, São Paulo, Brasil,2004.

4. GENTIL, V. Corrosão. 5. Ed. LTCEditora, Rio de Janeiro, Brasil, 2003.

5. REVIE, R. W. Uhlig's CorrosionHandbook. 2nd Edition. John Wiley& Sons, 2000.

6. SCHWEITZER, P.E. Atmosphericdegradation and corrosion control.CRC Press, 2007.

7. WOLYNEC, S.; WEXLER, S. B.;FENILI, C. Proteção contra corrosãodurante o armazenamento e transporte.2.ed. IPT, São Paulo, Brasil,1992.

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9. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DENORMAS TÉCNICAS. NBR6211: determinação de cloretos naatmosfera pelo método da vela úmida.Rio de Janeiro, 2001. 6 p.

10. NORMA TÉCNICA CETESBL9.226: dutos e chaminés de fontesestacionárias – determinação do dió-xido de enxofre: método de ensaio;Mar/1992.

11. SICA, C. S. Mapeamento da corrosi-vidade atmosférica de São Luís e acorrelação das variáveis ambientaisque influenciaram na degradação dos

umidade relativa chega a atingir95 %, valor considerado extre-mamente danoso, proporcio-nando alta taxa de corrosãoatmosférica. Por outro lado, afigura 1(b) mostra uma quedaconsiderável da umidade quan-do o sistema de aquecimentoinstalado consegue manter a re-gião interna da caldeira numatemperatura de aproximada-mente 38 ºC. Durante todo operíodo de monitoramento, aumidade relativa não passou de50 %, valor considerado compouco risco de corrosão para oferro e aço3.

ConclusõesA hibernação de plantas e

equipamentos industriais éuma alternativa para atendernecessidades provisórias deuma empresa. Entretanto, paraque a parada não acarrete emmais prejuízos, a preservaçãodos equipamentos deve ser mi-nuciosamente estudada. Nopresente trabalho, foram inves-tigados fatores que podem cau-sar a deterioração por corrosãode um equipamento robustocomo a caldeira, numa plantaem fase de hibernação. Sabe-seque a proteção interna da tubu-lação que compõe a caldeiradeve ser realizada com o preen-chimento de gás inerte, auxilia-do por produtos absorvedoresde umidade. Entretanto, poucaatenção é dada para a parte ex-terna destas tubulações, igual-mente susceptíveis à corrosão.

A avaliação da atmosferaonde o equipamento está inse-rido mostrou uma contamina-ção irrisória por cloretos, masvalores preocupantes nos teoresde SO2 e de umidade relativa.Sabendo-se que a taxa de corro-são do ferro e aço (principalmaterial componente da caldei-ra) aumenta significativamentecom a presença de enxofre ealtos valores de umidade, ofoco principal no controle da

Contato com os autores:[email protected](71) 34628433

João Carlos da SilvaEngenheiro Mecânico, mestrando emGestão e Tecnologia Industrial daFaculdade de Tecnologia SENAI Cimatec.Carla DalmolinProfessora Doutora da Faculdade deTecnologia SENAI Cimatec. Experiênciaem eletroquímica, principalmenteem corrosão e materiais eletroativos.Lourenço Gobira Alves Professor Doutor da Universidade Federaldo Recôncavo da Bahia. Tem experiênciana área de Engenharia Mecânica, comênfase em Engenharia Térmica. Atuaprincipalmente nos seguintes temas:exergoeconomia, exergia, otimização,produção de hidrogênio, cogeração.

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Opinião

Coaching é um processoque conduz seus clientes,chamados de Coachees, a

elevar seu desempenho pessoale profissional por intermédio detécnicas, ferramentas e metodo -logias foca das nos recursos la -tentes do indivíduo (pessoa, gru -po ou empresa).

Estado Atual: O Coach (pro -fissional) especifica com o indi-víduo a real situação a ser traba -lhada. Essa avaliação inicial,muitas vezes, é desconhecidados Coachees que, por estaremmuito envolvidos com seus pro -blemas, não conseguem visu-alizar solu ções. O termo utiliza-do em Re cursos Humanos é“sair da caixa”. Essa “caixa”, emfunção dos im pedimentos roti -neiros, atrapalha os indivíduosna visualização das instruçõesque, a rigor, estão sempre dolado de fora. Crenças limi tantese visões distorcidas fazem partedo processo.

Estado Desejado: Aonde oCoachee quer chegar. Quando oEstado Atual é especifico, ficanatural e motivador definir,sempre a partir das expectativasdo indivíduo, o Estado Deseja -do co mo sendo a defi nição demetas e objetivos, minuciosa-mente ava liada e reavaliadadentro de um ambiente de re -flexão, cons tru ção, evolução efeedback. Quem determina avelocidade, a conveniência e asestratégias de ação, é o indiví-duo. O Coach conduz.

Elza Conte

O diferencial do coaching

O velho paradigma de “não levar para casa os problemas da empresa”tornou-se, hoje, inviável devido à velocidade das mudanças

Elza ContePersonal & Professional Coach e Palestrante Certificada, Master Practitioner em PNLCon ta to: elza con [email protected]

A era do conhecimento e da informação tornou os indivíduosmuito próximos dos ambientes pessoais e profissionais. Os celulares eos computadores não desconectam as pessoas de suas atividades. Ovelho paradigma de “não levar para casa os problemas da empresa” evice-versa tornou-se, hoje, inviável devido à velocidade das mudanças.Colocar obstáculos a se rem transpostos, apenas contribui para o au -mento da instabilidade e estresse das pessoas. As transformações, cadavez mais constantes e rápidas, criam a necessidade ilimitada de adap-tação e absorção de no vas capacidades e paradigmas.

O diferencial do trabalho do Coaching é encontrar, junto a seusCoachees, um modo de potencializar seus recursos pessoais, tornando-os adaptáveis à convivência com novos desafios, congruentes com asexigências do tempo em que vivemos, privilegiando a capacidade depercepção imparcial dos fatos/pessoas e flexibilização das ações ereações como fator-chave de sucesso. Culpas, culpados, “Não vai darcerto” são inexistentes no linguajar do Coaching.

Alguns pressupostos relevantes para os Coachees obtidos em reu -niões de Coaching:• Conhecer como o processamento de informações pessoais, cultura

ambiental, valores pessoais/grupo influenciam nas ações e atitudes;• Conhecer que tipo de motivação (por afastamento ou aproximação)

impulsiona as ações;• Conhecer como sair do problema (orientação passado/estagnação) e

focar na solução (orientação futuro/empreendedorismo);• Conhecer como estabelecer estratégias eficazes nos limites inter-

pessoais;• Conhecer e identificar os limites de equilíbrio entre perda e sucesso;• Conhecer a força das crenças e valores na influência direta da visão

de vida e de negócios;• Conhecer como a proatividade pode ser utilizada frente à vida, a

acontecimentos corriqueiros e a situações de crise.Todos estes itens são embasados em estimular o autoconheci-

mento, a superação, o foco e a ação adequada aos anseios pessoaise profissionais dos Coachees. O Coach irá sempre provocar umavisão externa, sistêmica e de valor. Ao mudar o foco de atenção, asuperação das fragi lidades é um processo automático para o esta -belecimento correto de objetivos e metas.

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