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MICROECONOMIA ................................................................................................................................................ 3

Caderno 1 – Ciência Económica ........................................................................................................................... 4

Caderno 2 – Introdução à Economia de Mercado ................................................................................................ 6

Caderno 3 – Teoria do Consumidor .................................................................................................................... 18

Caderno 4 – Teoria do Produtor ......................................................................................................................... 28

Caderno 5 – Estruturas de Mercado................................................................................................................... 41

MACROECONOMIA ............................................................................................................................................. 50

Caderno 6 – Oferta e Procura agregadas ........................................................................................................... 51

Caderno 7.1 – Políticas de Intervenção Estatal (Contabilidade Nacional e Medição da Atividade Económica) 58

Caderno 7.2 – Políticas de Intervenção Estatal (Moeda e Banco Central – Mercado Monetário) .................... 63

Caderno 7.3 – Políticas de Intervenção Estatal (Mercado Produto – Modelos Keynesianos e Equilíbrio

Macroeconómico) .............................................................................................................................................. 66

Caderno 8 – Inflação e Desemprego .................................................................................................................. 69

Caderno 9 – Crescimento e Desenvolvimento ................................................................................................... 72

Outros apontamentos (resumo e/ou dados nas aulas) ...................................................................................... 74

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Economia

É uma ciência social porque é uma disciplina que estuda a produção, troca e consumo de bens e serviços

em sociedade.

Características do fenómeno económico

Recursos naturais – Trabalho

Recursos Humanos – Trabalho

Recursos produzidos pelo homem – Capital

Iniciativa empresarial

Fatores de produção

Produção de bens

Bens: coisas ou serviços

Consumo

Escassez: recursos limitados e necessidades humanas ilimitadas

Custo de oportunidade

Os três problemas fundamentais da economia

O quê?

Como?

Para quem?

Principais ramos da economia Microeconomia: o estudo da escolha individual em condições de escassez e das suas consequências no

comportamento dos preços e das quantidades dos mercados individuais.

Macroeconomia: o estudo do desempenho das economias nacionais e das políticas que os governos

adotam para tentar melhorar esse desempenho.

Fronteira de possibilidades de produção

Definição: Representa as quantidades máximas de produção que podem ser obtidas por uma economia,

dados os conhecimentos tecnológicos e as quantidades de fatores disponíveis.

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Custo de Oportunidade

O Custo de Oportunidade de um bem ou serviço é dado pelo valor alternativo mais elevado dos recursos

utilizados na produção desse bem ou serviço. Esse valor depende das preferências de cada agente.

Lei dos custos de oportunidade crescentes

À medida que a produção de um bem aumenta, o custo de produção de uma nova dose aumenta em

termos do bem a que se renuncia.

Crescimento dos fatores de produção e/ou progresso do conhecimento tecnológico conduzem ao crescimento económico

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O sistema de mercado baseia-se na oferta e na procura para resolver os três problemas de organização

económica:

O quê?

Como?

Para quem?

Procura de Mercado Procura é a quantidade de determinado bem (coisa ou serviço) que os consumidores desejam adquirir, num

dado período.

Variáveis que afetam a Procura

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Quantidade Procurada ↔ Preço do próprio Bem

A quantidade Procurada de um bem varia na relação inversa do seu preço.

Representa o efeito do preço sobre a quantidade do bem que os consumidores estão dispostos a comprar.

Como o preço e a quantidade Procurada têm uma relação negativa, a curva da Procura é negativamente inclinada.

Quantidade Procurada ↔ Preço de outros Bens

Bem substituto ou concorrente – o consumo de um bem substitui o consumo do outro.

Dois bens para os quais um aumento no preço de um deles aumenta a Procura pelo outro.

Ex.: petróleo e gás natural

Bem substituto ou concorrente

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Bens complementares = são bens consumidos em conjunto.

Bens para os quais o aumento no preço de um dos bens leva a uma redução na Procura do outro bem.

Ex.: Hambúrgueres e molhos

Bens complementares

Procura de um Bem ↔ Rendimento do Consumidor (R)

Bem Inferior – um aumento no Rendimento provoca uma diminuição na quantidade Procurada do bem. Ex.: Bilhete de autocarro

Esta classificação depende do nível de Rendimento dos Consumidores.

Para consumidores de baixo Rendimento não existem muitos bens inferiores. Com o

Rendimento mais elevado, maior é o nº de produtos passa a ser classificado como bem

inferior.

BEM NORMAL BEM INFERIOR

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Caso particular de bens inferiores: Bens de Giffen

É um produto para o qual um aumento do preço faz aumentar a sua procura.

Procura Invertida

Bem de luxo O consumidor compra mais quando o preço do bem sobe. Quanto mais caro, mais pretendido. Este fenómeno traduz: i) Procura do exclusivo

ii) Uso do preço como indicador de qualidade

Procura de um Bem ↔ Hábitos dos Consumidores (Gos)

Hábitos, preferências ou gostos (Gos) podem ser alterados, “manipulados” pela publicidade,

incentivando ou reduzindo o consumo dos bens.

Curva de Procura de Mercado de um Bem É igual ao somatório das Procuras individuais.

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A cada preço, a Procura de mercado é a soma das Procuras dos consumidores individuais

Variações na Procura e variações na quantidade Procurada Variações na Procura → Dizem respeito ao deslocamento da curva da Procura, em virtude de alterações

em ps, pc, R, Gos, E.

Variações na quantidade Procurada → refere-se ao movimento ao longo da própria curva de Procura,

em virtude da variação do preço do próprio bem pi, mantendo as demais variáveis constantes.

Resumo:

Variações na Quantidade Procurada

Variações na Procura

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Oferta de Mercado

Oferta é a quantidade de um determinado bem que os produtores desejam vender, em função dos preços,

num determinado período.

Considera-se que os produtores são racionais, já que produzem com o lucro máximo, dentro da

restrição de custos de produção.

Variáveis que afetam a Oferta de um bem

Lei da Oferta

Se o preço do bem aumenta estimula as empresas a produzirem mais. Para produzir mais, os custos serão maiores, e o preço do bem deve ser aumentado.

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Oferta de um Bem ↔ Preço do fator (Input) de produção (Pfp)

Preço do Fator de produção (Pfp). Se o preço do fator mão-de-obra aumenta, diminui a

oferta do bem (haverá um deslocamento).

O mesmo vale para os demais fatores de produção, como capital, terra, matérias-primas, etc.

Deslocamentos da curva da Oferta

a) Aumento do preço do fator de produção, há

uma redução na oferta do bem. Verifica-se o mesmo efeito, por exemplo, se o Estado aplicar um imposto sobre a produção de automóveis.

b) Redução do preço do fator de produção, há um aumento na oferta do bem. Verifica-se o mesmo efeito, por exemplo, se o Estado atribuir um subsídio à produção de automóveis.

Oferta de um Bem ↔ Tecnologia (Tec)

Tecnologia (Tec) Um aumento na tecnologia aumenta a oferta do bem.

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Curva de Oferta de Mercado de um Bem A Oferta de Mercado é igual ao somatório das ofertas das empresas individuais, que produzem um

dado bem.

A cada preço, a oferta de mercado é a soma das ofertas das empresas individuais.

Equilíbrio de Mercado

O preço numa economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela procura. O equilíbrio encontra-se onde as curvas da oferta e da procura se cruzam. No preço de equilíbrio, a quantidade oferecida é igual à quantidade procurada (quantidade de equilíbrio).

Lei da Oferta e da Procura O preço de qualquer bem ajusta-se de forma a equilibrar a oferta e a procura desse bem.

Não há excesso de oferta, nem excesso de procura (quantidade que os consumidores querem

comprar = quantidade que os produtores desejam vender).

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O equilíbrio de mercado ocorre na intersecção das curvas da oferta e da procura.

Elasticidades

Elasticidades da Procura (E, e, Ɛ, η)

Elasticidade procura rendimento do bem X: é a variação percentual da quantidade procurada desse

bem face a variações percentuais no rendimento monetário.

Elasticidade procura-preço direta: é a variação percentual da quantidade procurada de um bem

face a uma variação percentual no seu preço.

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Bens essenciais ↔ Procura inelástica Bens supérfluos ↔ Procura elástica

Três categorias da elasticidade preço da procura: exemplos

Inclinação e elasticidade não são mesma coisa

Fatores que afetam a elasticidade procura-preço direta

Existência ou não de bens substitutos ou sucedâneos

Importância do bem

Peso do preço do bem no orçamento do consumidor

Tempo

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Elasticidade procura-preço cruzada: é a variação percentual da quantidade procurada do bem X face

a uma variação percentual no preço do bem Y.

Elasticidade da Procura e Receitas Totais do Produtor

Se as empresas aumentarem o preço, vão aumentar ou diminuir as suas receitas?

RT = P.Q

Elasticidade Preço da Oferta

Elasticidade preço da oferta: é a variação percentual da quantidade oferecida do bem face a variações

percentuais no preço do bem.

Quando a oferta é fixa (a) Es=0. A curva (c) apresenta uma resposta infinitamente grande da Q face a variações de P. O caso intermédio (b) verifica-se quando as variações percentuais da Q e do P são iguais.

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Fatores que afetam a elasticidade oferta-preço direta

Existência ou não de fatores de produção substitutos

Facilidade de produção do bem

Mobilidade dos fatores de produção

Tempo

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Objetivo do consumidor

Um agente económico tem como objetivo:

Maximizar a utilidade ou satisfação que retira das suas despesas (rendimento)

Tendo alternativas de aplicação, vai racionalmente procurar realizar um conjunto de aplicações para obter a

maior satisfação possível.

Curva de indiferença. Teoria da Utilidade Ordinal

Curva de indiferença

Conjunto de cabazes de 2 bens em relação aos quais o consumidor é indiferente, isto é, que proporcionam

o mesmo nível de utilidade.

É uma isocurva: neste caso uma curva que une pontos de igual satisfação.

Teoria da utilidade ordinal

As utilidades específicas não são relevantes, mas sim a sua posição relativa (ou ordem).

Abordagem da utilidade que assenta na ordenação de preferências introduzida pelo conceito de

relação de preferência e de equivalência.

Por exemplo: “Prefere gomas ou chocolates?”

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Propriedades das curvas de indiferença

Propriedade 1: As curvas de indiferença têm inclinação negativa

Propriedade 2: As curvas de indiferença nunca se intersetam.

Propriedade 3: Curvas de indiferença à medida que se afastam da origem dos eixos representam níveis

mais elevados de satisfação.

Propriedade 4: As curvas de indiferença são convexas em relação à origem dos eixos.

Propriedade 5: As curvas de indiferença são densas em todo o espaço de bens disponíveis.

Bem e mal económico. Bem Neutro. Gostos do consumidor e utilidade

Objetivo do consumidor: Maximização da Utilidade

Utilidade

é uma variável cuja dimensão relativa exprime preferências

é uma construção científica utilizada para explicar de que forma os consumidores racionais dividem

os seus recursos limitados na escolha entre os vários bens de modo a proporcionarem satisfação

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Se o cabaz x1 é preferido ao cabaz x0 isso significa que o cabaz x1 é mais útil do que o cabaz x0 e portanto x1

será o cabaz escolhido em vez de x0.

Ao procurar o cabaz preferido, o indivíduo maximiza a sua utilidade.

Bem económico: Produto ou serviço que proporciona a satisfação de uma necessidade do consumidor Mal económico: Produto ou serviço cujo consumo provoca uma diminuição do bem-estar do consumidor. Ex: poluição, crime, etc.

Bem neutro ou neutral: Produto ou serviço cujo consumo não afeta a satisfação do consumidor

Utilidade: forma de medir a satisfação dos desejos do consumidor. Valor atribuído ao uso de um ou mais bens.

Utilidade Total e Utilidade Marginal

Utilidade Total

A curva da Utilidade Total do bem x tem um andamento crescente, mas a um ritmo decrescente, isto é, é representada por uma função côncava.

Utilidade Marginal

É a variação na Utilidade Total de um consumidor quando a quantidade consumida aumenta de uma

forma infinitesimal, mantendo-se constante a quantidade consumida dos outros bens.

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A Umg é decrescente; Algebricamente é a derivada de U(x) em ordem a x; é independente das quantidades consumidas dos outros bens.

Lei da Utilidade Marginal Decrescente: A satisfação do consumidor tende gradualmente para a saturação. Exemplo: A utilidade aumenta com o consumo:

Pela Lei da Utilidade Marginal Decrescente, a utilidade marginal diminui com níveis de consumo crescentes,

logo a sua curva tem de ser decrescente.

Dedução da curva da procura

A utilidade total aumenta com o consumo, mas aumenta a uma taxa decrescente, o que representa uma

utilidade marginal decrescente.

Esta observação levou os primeiros economistas a formular a lei da inclinação negativa da procura

“Se o bem A custa o dobro do bem B, então compre o bem A apenas se a utilidade marginal do bem A

for o dobro da utilidade marginal do bem B”.

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Princípio da igualdade marginal por unidade monetária

Um consumidor com rendimento fixo, dados os preços de mercado, atingirá uma utilidade máxima quando

a utilidade marginal da última unidade despendida num bem igualar a utilidade marginal da última unidade

monetária despendida em qualquer outro bem.

Relacionando Umg com preço P: Umg por unidade monetária rendimento:

Umg versus Curva da Procura

Umg: a utilidade adicional de cada unidade adicional consumida do bem; valor atribuído pelo consumidor a essas unidades

Procura: a quantidade de bem que o consumidor está disposto a comprar a cada preço

Excedente do consumidor

Medida monetária do benefício que um consumidor retira do consumo de um bem a um dado preço de

mercado.

Corresponde à diferença entre o que o consumidor está disposto a pagar e o que efetivamente paga.

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Aplicações do excedente consumidor

Aplicações decisões governamentais

Cálculo do Excedente consumidor pode ser útil para o governo

Valor para os utilizadores: tempo poupado e segurança das viagens.

Paradoxo do valor

Quanto mais abundante for um bem, menor é o desejo relativo da sua última unidade.

Exemplo:

Água: Quantidade elevada, preço baixo, excedente do consumidor elevado.

Diamantes: bem escasso, preço elevado e EC muito reduzido.

Taxa Marginal de Substituição

Taxa Marginal de Substituição no consumo de Y por X

Mede o número de unidades de Y que têm que ser sacrificadas por unidade infinitesimal a mais de X, para

que o consumidor mantenha o nível de satisfação.

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Exemplos:

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Restrição Orçamental (RO). Custo de Oportunidade de um bem. Deslocações

e rotações da RO.

Ex: O João disponibiliza R euros por mês para ir ao teatro (x) e ao cinema (y).Os preços dos bilhetes são fixos

e iguais a Px e Py respetivamente.

A quantia total gasta não pode exceder o rendimento R que o João disponibilizou:

O declive ou a inclinação da RO mede o Custo de Oportunidade do bem X, dado que para ir mais uma vez ao

teatro o João tem de abdicar de ir ao cinema (este custo não é pessoal, mas sim, dado pelo mercado).

Vejamos alguns cenários de exemplos

Caso 1 - Alteração no rendimento monetário R

O João passa a disponibilizar mais dinheiro (R’) por mês para ir ao cinema e ao teatro.

Qual o efeito na RO?

Com R’>R, o João pode ir mais vezes ao cinema e ao teatro.

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- Introdução à Economia –

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Passa a poder ir ao cinema, no máximo R’/Py vezes (em vez das R/Py iniciais), se não for nenhuma vez ao teatro. Ocorre uma deslocação paralela, uma vez que não houve alteração dos preços relativos e portanto, do declive.

Caso 2: Alteração nos preços relativos

Ex: Aumenta o preço dos bilhetes de teatro de Px para P’x1

Dado que R e Py se mantêm, a ordenada na origem é a mesma, mas a RO fica mais inclinada.

A quantidade máxima que pode ser adquirida de bilhetes de teatro passa a ser menor, ou seja passa de

R/Px para R/P’x, sendo P’x >Px

Maximização da utilidade

O João procura maximizar a sua utilidade sujeito à RO.

Ele prefere qualquer ponto situado o mais a NE possível, pois isso significa uma utilidade superior, mas sabe que cabazes acima da sua RO são impossíveis de adquirir (Ex: ponto D).

O João nunca escolhe um ponto interior à RO pois isso não está de acordo com a hipótese da não saciedade.

Logo, apenas escolherá pontos que estejam sobre a RO → Propriedade da Agregação: despesas =

rendimento.

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Os pontos A e B estão sobre a RO, mas poderá o João escolher outros cabazes sobre a RO que lhe deem uma satisfação superior?

A curva de utilidade mais a NE possível e que ainda tem um ponto sobre a RO é a curva U2. Trata-se

da curva de utilidade que é tangente num ponto à RO.

E esse ponto será o cabaz de consumo ótimo para o consumidor, ou seja, o cabaz que lhe dá

utilidade máxima, dada a sua RO.

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Empresa Uma empresa é uma organização, com chefia definida, que compra bens e serviços e, utilizando fatores

produtivos (capital, trabalho, tecnologia, etc.), os transforma noutros bens e serviços, que depois vende.

Fatores produtivos As matérias-primas sofrem transformação no processo produtivo

Os fatores produtivos são essenciais à produção e podem ser utilizados repetidamente em vários ciclos

produtivos

Exemplos de fatores produtivos: Trabalho, Capital, Terra, Tecnologia

Função de produção

x : quantidade dos inputs utilizados

y : quantidade do(s) output(s) produzido(s)

Y = f (x)

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- Introdução à Economia –

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A função de produção dá, para cada quantidade de recursos disponíveis, o máximo de produção

tecnicamente possível

As empresas devem produzir sempre no nível máximo

Implica que nunca se produza abaixo da função de produção

A isto chama-se Eficiência Técnica

Produtividade média e marginal

Produtividade média

Produção total a dividir pela quantidade de fator produtivo.

Produtividade marginal

Variação da produção a dividir pela variação da quantidade de fator produtivo.

Exemplo:

Enquanto a produtividade marginal for superior à produtividade média, esta cresce

Isto é, enquanto um novo trabalhador produzir mais que a média dos anteriores, a produtividade

média será crescente

Quando a produtividade marginal for inferior à produtividade média, esta decresce

Logo, cruzam-se quando a produtividade média é máxima.

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Custos de produção Sabendo a relação input/output (recursos necessários por unidade produzida)

Sabendo o custo unitário dos inputs

Ficamos a saber o custo por unidade produzida: a função-custo da empresa

Custos médios e marginais

Custo variável médio

É igual ao custo variável a dividir pela quantidade produzida, ou seja,

Custo fixo médio

É igual ao custo fixo a dividir pela quantidade produzida, ou seja,

Custo (total) médio

É igual ao custo total a dividir pela quantidade produzida, ou seja,

Custo marginal

É igual ao acréscimo de custos a dividir pelo acréscimo de quantidade produzida, ou seja,

Custo total médio é igual ao Custo Variável Médio mais o Custo Fixo Médio, ou seja,

CTme = CVme + CFme

Custo marginal total é igual ao Custo Total marginal = Custo Variável marginal, pois o Custo fixo

marginal é zero, ou seja,

CTmg = CVmg = Cmg

Enquanto o custo marginal for inferior ao custo médio este decresce; quando Cmg > Cme este cresce.

Ou seja, Cmg = Cme quando este for mínimo.

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Custos: Curto vs. Longo Prazo

Curto Prazo

Período no qual as empresas podem ajustar a produção, com alteração dos fatores variáveis (matérias-

primas e trabalho) mas em que não podem alterar os fatores fixos (capital).

Logo, uma vez que temos custos associados a cada fator de produção, no curto prazo vamos ter custos

variáveis e custos fixos.

Longo Prazo

Período suficientemente longo para que todos os fatores, incluindo o capital, possam ser ajustados. Como no longo prazo todos os fatores são variáveis então todos os custos serão também variáveis. No

longo prazo não há custos fixos.

Função de produção Tendo mais que um fator produtivo, é possível atingir uma certa quantidade de produção com

diferentes combinações de fatores produtivos

Isoquantas (isolinhas)

Isoquanta é uma linha que une pontos de igual quantidade

Ao longo da mesma isoquanta a quantidade produzida mantém-se constante, para diferentes

combinações dos fatores produtivos, i.e., diferentes tecnologias.

Propriedades

Isoquantas são curvas de nível, como num mapa

A produção aumenta a partir da origem: Q3 >Q2 > Q1

Isoquantas não se cruzam

Têm a concavidade virada para cima (linhas convexas)

Todas as alternativas são tecnicamente eficientes

Economicamente, a mais eficiente é a tecnologia com menor custo

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Minimização de custos

Para escolher a tecnologia ótima temos de saber os preços dos fatores produtivos

As combinações de (L,K) com o mesmo custo estão numa reta, a Isocusto.

A inclinação das Isocustos é dada pelo rácio dos preços dos fatores (neste caso, PL/ PK)

Os pontos abaixo de uma Isocusto são mais baratos, os pontos acima são mais caros

Escolha tecnológica

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Produtividades

O cálculo das produtividades quando a função de produção tem mais de um fator produtivo é

semelhante ao das funções com um único fator

Produtividade média

A produtividade média obtém-se dividindo a quantidade produzida pela quantidade utilizada do

fator:

Prod.Média do Trabalho: PmeL = Q/L

Prod.Média do Capital: PmeK = Q/K

Produtividade marginal

(Para valores contínuos )

A produtividade marginal obtém-se derivando a função de produção em relação a cada um dos fatores:

Prod.Marginal do Trabalho: Pmg= ∂Q/∂L

Prod.Marginal do Capital: Pmg= ∂Q/∂K

Exemplo:

Supondo que a função de produção é

Q = 10 L K2

Prod.Média do Trabalho: PmeL = Q/L = 10 K2

Prod.Média do Capital: PmeK = Q/K = 10 L K

Prod.Marginal do Trabalho: PmgL= ∂Q/∂L = 10 K2

Prod.Marginal do Capital: PmgK= ∂Q/∂K = 20 L K

Minimização de custos

Como vimos, no ponto de custo mínimo, a isocusto é tangente à isoquanta, logo, têm a mesma

inclinação

A inclinação da isocusto é

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- Introdução à Economia –

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E a inclinação da isoquanta?

A expressão algébrica da isoquanta é dada por

Q0 = f (L,K) , em que f(L,K) é a função de produção

Para uma dada quantidade produzida, isto é, ao longo de uma isoquanta, a inclinação desta é (teorema

da função implícita):

Como no ponto de mínimo custo a isocusto e a isoquanta são tangentes, ou seja, têm a mesma

inclinação, isso implica:

O rácio dos preços dos fatores é igual ao rácio das respetivas produtividades marginais

Quanto maior a produtividade de um fator maior deve ser o seu preço e vice-versa

Assim, para determinar o ponto ótimo temos 2 condições, com 2 incógnitas (L,K):

1. Isocusto tangente à isoquanta

2. O ponto tem que estar sobre a isoquanta

Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST)

O rácio das produtividades marginais dá-nos a inclinação da isoquanta em cada ponto:

Ou dito de outra maneira, mantendo a produção constante, temos de aumentar o fator capital por cada

unidade que diminuímos ao fator trabalho

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- Introdução à Economia –

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Este rácio também se designa por Taxa Marginal de Substituição Técnica (entre o capital e o trabalho)

Maximização do lucro Até agora procurámos explicar como a empresa escolhe a tecnologia ótima, e portanto, as quantidades

ótimas a utilizar dos fatores produtivos, de forma a minimizar os custos de produzir certa quantidade de

output

Ficou por explicar como a empresa determina a quantidade ótima de output a produzir

A quantidade ótima a produzir será aquela que maximiza o lucro da empresa

A otimização do comportamento da empresa ocorre assim em 2 fases:

1. Para qualquer quantidade a produzir selecionar a combinação de inputs que minimizam o custo.

Assim se determina a procura dos fatores e a função custo

2. Dada a sua função custo, selecionar a quantidade a produzir de forma a maximizar o lucro

O lucro é dado pela diferença entre Receitas e Custos

L = RT - CT

Os custos totais resultam da função custo C(Q)=CF+CV

As receitas são dadas pela quantidade produzida vezes o preço de venda RT = PxQ

Logo, L = PQ – C(Q)

Maximização do lucro

Ou seja, a empresa deve aumentar a produção até que o custo marginal iguale o preço de venda

Isto faz sentido, pois enquanto o custo for inferior ao preço de venda, qualquer unidade produzida a

mais traz um acréscimo de lucro, pelo que a empresa deve aumentar a produção

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- Introdução à Economia –

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A partir do momento em que o Cmg = Pvenda, qualquer unidade adicional já não acresce ao lucro,

podendo mesmo começar a dar prejuízo, pelo que a empresa não deve aumentar mais a produção

Supondo que o preço sobe

Se o preço subir a produção sobe ao longo da curva de Custo Marginal

E se o preço descer?

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Curva de Oferta

A curva de Custo Marginal permite-nos relacionar preço de venda e quantidade produzida

Traduz assim a curva de Oferta da empresa

Qual a produção para diferentes níveis de preço?

Que acontecerá se o preço descer abaixo do Custo Médio mínimo?

A empresa passará a ter prejuízos, mas poderá valer a pena continuar a produzir se os prejuízos forem

inferiores aos Custos Fixos

Notem que se a empresa parar de produzir os prejuízos serão iguais aos custos fixos

Mas se o preço descer abaixo dos Custos Variáveis Médios?

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A Curva de Oferta da empresa coincide assim com a curva de Custo Marginal mas só até ao nível mínimo

dos Custos Variáveis Médios

Algebricamente:

Custo de oportunidade Cada opção tem não só um benefício direto, mas também um custo implícito: o benefício que

poderíamos obter se optássemos por uma aplicação diferente

Chama-se Custo de Oportunidade ao rendimento que obteríamos na melhor aplicação alternativa

Assim, quando investimos em ações de uma empresa temos sempre um custo de oportunidade: o

rendimento que poderíamos ter se investíssemos noutra empresa, ou no índice do mercado

Rendimentos à escala Os rendimentos à escala dizem-nos o que acontece à produção quando os fatores produtivos variam todos

na mesma proporção

Rendimentos constantes à escala

Se o produto varia na mesma proporção existem Rendimentos constantes à escala;

ou seja, se todos os fatores crescerem 5%, o produto também cresce 5%

Rendimentos crescentes à escala

Se o produto varia mais que proporcionalmente existem Rendimentos crescentes à escala;

ou seja, se todos os fatores crescerem 5%, o produto cresce mais que 5%

Rendimentos decrescentes à escala

Se o produto varia menos que proporcionalmente existem Rendimentos decrescentes à escala;

ou seja, se todos os fatores crescerem 5%, o produto cresce menos que 5%

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Rendimentos à Escala e Cvme

Na zona “a” se aumentarmos a quantidade produzida os Cvme diminuem, logo temos Economias de

Escala.

Na zona “b” se aumentarmos a quantidade produzida os Cvme aumentam, logo temos Deseconomias

de Escala.

No ponto “c” o Cvme é mínimo. Q* corresponde à escala eficiente de produção.

Rendimentos à escala representados no mapa de isoquantas

• Na região de A a C, temos rendimentos crescentes à escala, pois aumentos proporcionais nos fatores produtivos geram aumentos mais do que proporcionais no produto.

• Na região de C a F, temos rendimentos constantes à escala, pois os fatores produtivos e a produção aumentam na mesma proporção.

• Na região a nordeste de F, temos rendimentos decrescentes à escala, pois aumentos proporcionais em ambos fatores produtivos geram aumentos menos que proporcionais no produto.

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Excedente do Produtor A curva da oferta diz-nos qual a quantidade que o produto deseja produzir e vender, para cada preço de

mercado.

Excedente Económico

Área entre as curvas da procura e oferta no equilíbrio

É a soma do excedente do consumidor e do excedente do produtor.

É o ganho de bem-estar ou de utilidade líquida pela produção de um bem.

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Mercado e Estruturas

Classificação do lado da procura: concorrência perfeita; oligopsónio; monopsónio

Classificação do lado da oferta:

Concorrência perfeita

Características

Muitos consumidores de pequena dimensão e muitos produtores de pequena dimensão

Produtos homogéneos e com substitutos perfeitos

Empresas não têm poder sobre o preço (empresas tomadoras do preço de mercado ou Price Takers);

Agentes não têm dimensão suficiente para influenciar o mercado

Custos de produção (custos semelhantes) relativamente baixos

Livre entrada e saída de empresas do mercado

Mobilidade perfeita de fatores produtivos no longo prazo

Curva de procura individual é horizontal e a curva da procura de mercado tem declive negativo

(Mercado ou Sector: lei da oferta e lei da procura)

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Dado que uma empresa em concorrência perfeita (price taker), tem uma receita proporcional ao

montante de output produzido:

P = RMg;

Para maximizar o lucro, uma empresa escolhe a quantidade de output em que

RMg = CMg = P

Concorrência perfeita – curto prazo

Quando o preço é inferior ao mínimo do variável médio, a empresa deixa de produzir (ponto de

encerramento).

Quando é superior, a oferta individual de curto prazo é dada pela curva de custo marginal acima do

mínimo dos custos variáveis médios.

Quando o preço é igual aos custos totais médios, a empresa tem lucro total nulo (ponto de lucro nulo).

Acima deste ponto tem lucros positivos,

Abaixo deste ponto tem lucros negativos ou prejuízo.

Concorrência perfeita – equação de longo prazo

Quando o preço é inferior ao mínimo do custo total médio, a empresa não produz (ponto de

encerramento).

Quando é superior, a oferta individual de longo prazo é dada pela curva de custo marginal acima do

mínimo dos custos totais médios.

Quando coincidem, o volume de produção da empresa é igual à escala mínima eficiente (quantidade

ótima individual a produzir).

Relembrando: LT = RT-CT

O custo total inclui todos os custos de oportunidade da empresa.

Num equilíbrio de lucro-zero, a receita da empresa compensa os proprietários pelo tempo e dinheiro

que gastam para manter o negócio em andamento.

No longo prazo, o número de empresas ajusta-se de modo a conduzir o mercado para um equilíbrio de

lucro nulo.

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Concorrência perfeita – efeitos procura

Um aumento da procura leva ao aumento de preço e da quantidade no curto prazo.

Concorrência perfeita – Bem-estar Pode definir-se uma função de bem-estar social como a soma dos excedentes de todos os agentes

económicos.

Logo: o excedente económico é a medida de bem-estar (soma EConsumidor + EProdutor).

Em concorrência perfeita, o bem-estar social é representado pela área situada entre as curvas da oferta e da procura, desde “Q=0” até “Q=Q*”.

O preço de equilíbrio de concorrência perfeita, por igualar o benefício marginal do consumo ao custo

marginal de produção, maximiza o bem-estar social.

“Ao preço de equilíbrio, o valor da última unidade transacionada, é igual para os produtores e para os

consumidores”.

Monopólio Muitos consumidores de pequena dimensão e um único produtor de grande dimensão

Produtos Únicos (produtos sem substitutos próximos)

Produtores fixam o preço de mercado (empresa formadora do preço ou Price Maker)

Os consumidores são tomadores de preços

Podem existir elevados custos de instalação ou produção

Difícil entrada e saída de empresas do mercado

Causas do Monopólio

Uma única produtora do bem em causa

Não existência de substitutos próximos para o produto em causa

Condições que tornam difícil a existência de potenciais competidores:

Restrições Legais (barreiras à entrada)

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Existência de Patentes

A empresa detém um recurso chave – na prática raramente acontece

Controlo de um Recurso Escasso

Monopólio vs. Concorrência Perfeita O Lucro do Monopolista Persiste

O Monopólio restringe a produção ao aumentar o preço no curto – prazo

Monopólio gera afetação ineficiente de recursos

– Obtém lucros em excesso, maiores que o custo de oportunidade do capital

– Não produz tanto quanto podia e obriga o mercado a pagar um preço mais elevado

Aspetos positivos do monopólio

Pode alterar a procura através da publicidade e aumentar a produção

Pode alterar a curva de custos através de economias de escala

Pode promover a inovação

Monopólio Natural

A curva da oferta mostra a quantidade oferecida por um produtor a um dado preço de mercado

O monopolista decide tanto a quantidade como o preço a ser praticado, logo não faz sentido falar em

Curva da Oferta!

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Perda de Eficiência Económica no Monopólio Há uma perda de excedente em monopólio. Porquê?

O mercado competitivo é a forma mais eficiente de se afetar recursos, maximizando o excedente total

A quantidade socialmente eficiente é aquela na qual a procura iguala o custo marginal (oferta)

O monopólio visa a maximização do lucro, conseguida quando a receita marginal iguala o custo marginal

(Rmg = Cmg => Q*)

Logo, o monopólio produz uma quantidade inferior à quantidade socialmente eficiente

A diferença é o peso morto do monopólio (perda de eficiência)

Monopólio com Discriminação de Preços O poder de mercado permite ao monopolista praticar discriminação de preços

A prática da discriminação de preços permite aumentar os lucros

Discriminar preços significa praticar preços diferentes para segmentos de consumidores diferentes, de

acordo com a sua disposição para pagar, mantendo a empresa os mesmos custos

Esta prática não é possível quando um bem é vendido num mercado competitivo, uma empresa apenas

pode discriminar o preço se tiver poder sobre o mercado (caso de concorrência imperfeita)

Discriminação de Preços

A empresa discrimina o preço com base em determinadas características dos consumidores, que

funcionam como um indicador da disponibilidade para pagar o bem que a empresa vende.

Identifica diferentes grupos de consumidores com elasticidades, procura preço diferentes e cobra

diferentes preços

Numa discriminação de preços bem-sucedida o lucro da empresa é superior ao lucro antes da

discriminação.

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Exemplos:

o revistas científicas (preços mais baixos para investigadores e estudantes)

o bilhetes de cinema e de teatro - bilhetes de avião - bilhetes de comboio ou de autocarro

o descontos de quantidade

Para que a discriminação de preços seja bem-sucedida (lucro com discriminação superior ao lucro sem

discriminação) esta tem de verificar três condições necessárias:

A empresa tem de ser capaz de identificar os consumidores

Os mercados devem ser completamente separados, para que não exista arbitragem por parte dos

consumidores, nem deslocação destes

Cada segmento de mercado deve ter uma elasticidade procura preço diferente.

Vantagens da discriminação de preços

Para a Empresa: desde que o acréscimo de custo decorrente da discriminação (p.ex. publicidade,

reconhecimento, inspeção) seja inferior à receita marginal

Para os Consumidores: passaram a pagar um preço inferior ao que pagariam se não houvesse

discriminação.

Assim, a discriminação de preços tem como efeitos positivos o poder aumentar os lucros do

monopolista e poder reduzir a perda de eficiência global.

Caso especial de Discriminação de Preços: Dumping Pode ocorrer um caso especial de discriminação de preços, que se verifica essencialmente no comércio

internacional, o Dumping.

Definição

Dumping é uma prática comercial, que consiste na definição de preços artificialmente mais baixos,

provavelmente abaixo do custo de produção, para os mercados de países para onde é efetuada a

exportação, quando comparados com os preços praticados para os mesmos produtos nos mercados de

origem.

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Algumas vezes, os elevados preços que são praticados no mercado interno é que permitem a

implementação de preços baixos nos mercados externos (p.e. no mercado interno tem o monopólio; e

no mercado externo atua em concorrência).

Concorrência Monopolística

Características

Produtos substitutos imperfeitos e diferenciados

Muitos consumidores e muitos produtores de pequena dimensão

Empresas têm algum poder sobre o preço (no seu produto particular cada empresa é um monopólio)

A entrada e saída de empresas no mercado é fácil

Os custos de produção são relativamente baixos

Mobilidade de fatores no longo prazo

No curto prazo cada empresa atua como em monopólio e a curva da procura tem declive negativo (a

curva de procura individual é menos inclinada)

No LP a empresa aproxima-se mais da concorrência perfeita (a entrada ocorre até que o lucro seja

nulo)

A curva da procura é mais “achatada” que no monopólio, pois existem bens substitutos quase

perfeitos.

A Elasticidade Procura Preço Direta é menor, os consumidores preferem um determinado produtor ou

”marca” e por isso são menos sensíveis à variação dos preços.

Equilíbrio: Condição de Maximização do Lucro

Cmg = Rmg

No curto prazo: P > Rmg e LT > 0

No longo prazo: P > Rmg e LT = 0

Oligopólio

Características

Muitos consumidores de pequena dimensão e alguns (poucos) produtores de grande dimensão

Produtos idênticos ou diferenciados (substitutos imperfeitos)

Empresas têm poder sobre o preço de mercado

Forte concorrência (preço e extra-preço) e rivalidade

Existem custos de produção relativamente mais elevados

A entrada de empresas do mercado é difícil

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A empresa oligopolista produz uma Q maior do que o monopolista mas menor do que um produtor em

concorrência perfeita

O P é menor do que em monopólio mas maior do que em concorrência perfeita

Curva de procura individual e a curva da procura de mercado têm declive negativo

Exemplos: siderurgia, produtos químicos, programas de processamento de texto, …

Os produtores oligopolistas são interdependentes (interação estratégica) (cada produtor toma em

consideração o comportamento dos outros => lucro)

Oligopólio de conluio

Quando as empresas oligopolistas cooperam ativamente entre si no sentido de tomarem decisões

concertadas, estabelecendo em conjunto preços e quantidades, repartem entre si o mercado ou

tomam outras decisões de gestão. Desta forma maximizam os lucros em conjunto.

Promovem a concentração no mercado

Este caso é semelhante ao monopólio (o preço praticado, a quantidade produzida e o lucro obtido são

os de monopólio)

Oligopólio de Conluio Explicito: exemplo Cartel

É uma organização de empresas independentes que produzem produtos similares, que atuam em

conjunto para aumentar os preços e limitar a produção (ex: OPEP, cartel do sal de Aveiro)

Oligopólio de Conluio Implícito ou Tácito Quando as empresas oligopolistas se abstêm de concorrer, sem que haja acordos explícitos.

As empresas em conluio tácito, com frequência, fixam preços (elevados) idênticos aumentando os

lucros e diminuindo o risco da atividade.

Oligopólio – equilíbrio

Condição de Maximização do Lucro:

Cmg = Rmg

É um como um jogo – cada elemento toma a sua decisão sabendo que o resultado depende do que

outro fizer

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Algumas considerações do oligopólio

Ao aumentar o número de empresas, aumenta a quantidade oferecida; posteriormente leva a uma

redução de preços e a uma redução do lucro unitário

Como o número de empresas num oligopólio é pequeno, cada uma deve decidir estrategicamente

(i.e., considerando a reação das outras empresas)

Cada empresa sabe que os seus lucros dependem não só da quantidade que ela produz, mas das

quantidades produzidas pelos outros

Mas…

Leis proíbem acordos de preços entre as empresas, para proteger o interesse público

Acordos são difíceis devido ao comportamento oportunista das empresas

Custos e imperfeições do mercado Fontes de imperfeição do mercado: patentes, inovação, distribuição local, conhecimento do produto e

do processo, acesso privilegiado aos inputs

Tecnologia e Estrutura de Custos:

o As indústrias tendem a ter poucos produtores/vendedores quando existem Economias de Escala

Custo médio diminui com o aumento da quantidade (as empresas de maior dimensão terão

vantagem sobre as menores)

Poder sobre o preço => P > Cmg

Tecnologia e Monopólio Natural

Principais Estratégias de Intervenção Estatal Para minorar a ineficiência da Concorrência Imperfeita e os efeitos negativos desta, podem ocorrer diversas

estratégias:

Políticas de Concorrência e Políticas Anti Concentração

Regulamentação

o Controlo de preços, fixação de preços máximos/mínimos

Aplicação de impostos mais elevados às empresas monopolistas

Propriedade pública dos monopólios

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Definição A Macroeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento da economia como um todo.

Examina as forças que afetam o conjunto das empresas, dos consumidores e dos trabalhadores, ao mesmo

tempo.

Contrasta com a Microeconomia que estuda os preços, as quantidades e os mercados individualmente.

Âmbito de estudo da Macroeconomia

• Flutuações de curto prazo:

o do produto

o do desemprego

o dos preços (inflação)

• Tendências de longo prazo:

o do produto e dos níveis de vida:

Crescimento e desenvolvimento económico

Temas centrais

Ciclo económico – flutuações do produto, do emprego e dos preços nacionais que perduram habitualmente

por um período de 2 a 10 anos

Ocorrem ciclos económicos quando o PIB efetivo cresce (expansão) ou se reduz (retração ou recessão) em

relação ao PIB potencial

Crescimento económico - As tendências de longo prazo no produto e nos níveis de vida (aumento do

produto total de um país ao longo do tempo).

Geralmente quantificado pela taxa de crescimento anual do PIB real (ou potencial real) de um país

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Objetivos e Instrumentos da Macroeconomia

Objetivos Atuais

Produto – Nível elevado e crescimento rápido do produto nacional

Emprego – Nível elevado de emprego e desemprego involuntário reduzido

Estabilidade do nível de preços (ou com aumento suave)

Instrumentos

Política Monetária – Controlo da oferta de moeda para determinar as taxas de juro

Política Orçamental

o Despesa pública;

o Impostos

Política Comercial e de Finanças Internacionais

Objetivos da Macroeconomia (1º)

A medida mais abrangente do produto total de uma economia é o Produto Interno Bruto (PIB)

O PIB é a quantificação do valor de mercado de todos os bens e serviços finais

– cerveja

+ automóveis

+ concertos...

Duas formas de medir o PIB:

– PIB nominal é medido a preços correntes de mercado

– PIB real é calculado a preços constantes (ex: calcula-se o nº de automóveis vendidos e multiplica-se

pelo preço dos automóveis num dado ano base, p.e. 2000)

Objetivos da Macroeconomia (2º)

De todos os indicadores macroeconómicos, o desemprego é o mais diretamente sentido pelas pessoas.

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Objetivos da Macroeconomia (3º)

Manutenção da estabilidade dos preços o Para registar os preços constroem-se índices de preços, ou medidas do nível geral de preços

o Exemplo: Índice de preços no consumidor (IPC, IHPC) que quantifica o preço médio de bens e

serviços comprados pelos consumidores

o Mede-se a estabilidade de preços pela taxa de inflação (variação percentual do nível geral de preços

de um ano para o seguinte)

o Deflação – quando os preços diminuem (logo, taxa de inflação < 0)

o Hiperinflação – um aumento no nível de preços de mil ou de um milhão por cento ao ano

o Estagflação – coexistência de desemprego elevado e de inflação persistente (ex: primeiro choque

petrolífero nos anos 70)

A estabilidade dos preços é importante porque um sistema de mercado a funcionar sem sobressaltos exige

que os preços transmitam correta e facilmente informação.

o Inflação elevada → custos elevados numa economia

Instrumentos da Macroeconomia

Definição: instrumento de política é uma variável económica sob o controlo do Estado que pode influenciar

um ou mais objetivos macroeconómicos

2 Tipos principais de política para atingir objetivos:

o A política orçamental consiste na despesa pública e nas receitas públicas (impostos).

o A política monetária, conduzida pelo Banco Central, determina a oferta de moeda e as condições

financeiras.

Política Orçamental • A despesa pública influencia a dimensão relativa do consumo público e do consumo privado.

• Os impostos (receitas públicas) subtraem-se ao rendimento, reduzem a despesa privada e afetam a

poupança privada; além disso afetam o investimento e o produto potencial

• A política orçamental é utilizada principalmente para influenciar o crescimento económico de longo

prazo, através do seu impacto sobre a poupança nacional e sobre os incentivos ao trabalho e à

poupança

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• Despesa pública

o despesa em bens e serviços (construção de estradas, pagamentos dos funcionários públicos,…) +

Transferências do Estado (segurança social, reformas,…)

o Afeta o nível global de despesa na economia e assim afeta o PIB

• Os impostos (receitas públicas):

o Afetam o rendimento disponível (Yd) das pessoas; afetam o montante que as pessoas gastam em

bens e serviços, bem como o montante da poupança privada

o O consumo e a poupança privados têm importantes efeitos sobre o investimento e o produto no

curto e no longo prazo – Afetam os preços dos bens e dos fatores de produção e, por isso,

influenciam os incentivos e o comportamento

Política Monetária

Variações da oferta de moeda fazem variar as taxas de juro e afetam a despesa em setores como o

investimento das empresas, a habitação e o comércio internacional

Conduzida através da gestão da moeda, do crédito e do sistema bancário do país

Moeda = meios de troca ou pagamento = numerário + depósitos à ordem e a prazo;

Ao alterar a oferta de moeda pode-se influenciar: taxas de juro, preços das ações, preços das

habitações e taxas de câmbio

Restringir oferta de moeda → taxas de juro e investimento logo PIB e inflação

Se enfrentar uma recaída da economia: O Banco Central pode a oferta de moeda e as

taxas de juro para estimular a atividade económica

Política Comercial e de Finanças Internacionais Política comercial: consiste em impostos alfandegários, quotas e outras condições que restringem ou

incentivam as importações e as exportações

Gestão de finanças internacionais: O comércio internacional de um país é influenciado pela sua taxa

de câmbio (preço da sua moeda em termos das moedas de outros países).

Economia Internacional: Nenhum país é uma ilha isolada. Todos os países participam na economia mundial

e estão interligados através do comércio e das finanças.

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O bom funcionamento do sistema económico internacional contribui para o rápido crescimento económico;

quando deixa de funcionar bem, a produção e os rendimentos são prejudicados em todo o Mundo!

Portanto, os países ponderam os impactos das políticas comerciais e das políticas de finanças internacionais

nos seus objetivos internos de produto, emprego e estabilidade

Oferta e Procura Agregadas

Oferta Agregada (AS de Aggregate Supply)

Refere-se à quantidade total de bens e serviços que as empresas de um país estão dispostas a

produzir e a vender num dado período.

Depende do nível de preços, da capacidade produtiva da economia (ou produto potencial) e do nível

de custos.

Procura Agregada (AD de Aggregate Demand)

Refere-se ao montante total que os diferentes setores da economia de um país estão dispostos a

gastar num dado período, mantendo-se tudo o resto constante.

Representa a soma da despesa efetuada em todos os setores produtivos pelos consumidores,

empresas e administração pública (Estado) e depende do nível de preços, da política orçamental, da

política monetária e de outros fatores.

AD representa a quantidade da despesa total (desejada em todos os setores produtivos:

D= C+I+G+X-M) a diferentes níveis de preços, mantendo-se os restantes fatores constantes. AS mostra o que as empresas produzirão e venderão a diferentes níveis de preços, mantendo-se o resto constante O produto nacional (Y) e o nível geral de preços (P) são determinados pela interseção das curvas AS e AD, no ponto E.

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Este equilíbrio ocorre num nível geral de preços em que as empresas estão dispostas a produzir e a vender o

que os consumidores e outros agentes da procura estão dispostos a adquirir

Como chega a economia ao equilíbrio E? Um equilíbrio macroeconómico é uma combinação da quantidade e preço globais com os quais todos os compradores e vendedores estão satisfeitos com as suas compras, vendas e preços

Se o nível de preços fosse superior ao equilíbrio (P=200), as empresas desejariam vender C mas os compradores desejariam comprar B → excesso oferta (bens no mercado)!

Os bens acumular-se-iam nas prateleiras se as empresas produzissem mais do que os consumidores compram

• As empresas acabariam por reduzir a produção e começariam a cortar nos seus preços

• Com a queda do nível de preços do seu nível original muito elevado de 200, o diferencial entre a

despesa desejada e as vendas desejadas reduzir-se-ia até se alcançar o equilíbrio em P=150 e Q=3000

• Uma vez alcançado o equilíbrio, nem os compradores nem os vendedores desejam alterar as suas

quantidades procuradas ou vendidas e não existe pressão para alteração do nível de preços

• Os mercados de produto e monetário constituem o lado da procura agregada (AD) da economia

• Um aumento das componentes da despesa (G e TR) (com a exceção dos impostos T) ou da massa

monetária nominal provoca uma deslocação para a direita da curva AD

• A curva da oferta agregada (AS) é deduzida a partir do mercado de trabalho e de uma função de produção

neoclássica.

A curva da procura de trabalho tem uma inclinação negativa, devido à hipótese dos rendimentos

decrescentes incorporada na função de produção, implicando que quando a taxa de salário real aumenta a

procura de trabalho diminui.

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- Introdução à Economia –

Rui Mendes (67012) Página 57 de 79

Se: . salários e preços forem perfeitamente flexíveis, . expectativas do nível geral de preços forem iguais ao nível de preços observado

então o equilíbrio no mercado de trabalho é estabelecido sempre ao nível de pleno emprego.

A produção correspondente será igual ao produto de pleno emprego, e manter-se-á a esse nível, qualquer que seja o nível de preços

A curva de oferta agregada será vertical: Clássica

Se a oferta de trabalho depender da taxa de salário nominal ou se, embora dependendo da taxa de salário

real esperada, o valor esperado for inferior ao valor observado do índice de preços, então a curva de oferta

agregada terá uma inclinação positiva.

Existe uma outra hipótese (extrema), em que a curva de oferta agregada é horizontal (sendo vulgarmente chamada de keynesiana). A capacidade produtiva é de tal maneira excedentária que as empresas estão dispostas a produzir qualquer quantidade de produto ao nível de preços existente – pressupõe a inflexibilidade dos preços e dos salários

• O que desloca a AD?

– Política monetária: (M/P)S – Política Orçamental: G, TR e T – Alterações no comércio externo (X-M) – Valor dos ativos – (mercado bolsista; rendimento disponível; consumo e investimento) – Aumentos dos níveis de confiança

• O que desloca a AS?

– Produto potencial: • Fatores de produção • Tecnologia e eficiência – Custos de Produção • Salários • Preços de importações (apreciações ou depreciações da taxa de câmbio) • Custos de outros fatores: preços do petróleo ou regulação ambiental

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- Introdução à Economia –

Rui Mendes (67012) Página 58 de 79

Contabilidade Nacional

A Contabilidade Nacional é uma técnica que tem por objetivo medir a atividade económica de um país

nas suas diversas vertentes: produto, despesa e rendimento.

Funciona como um instrumento de análise da situação económica, de quantificação dos objetivos de

política económica e de controlo do modo como as metas económicas vão sendo cumpridas.

Qualquer variável ou componente da contabilidade nacional está expressa numa determinada unidade

monetária e pode ser valorizada a preços correntes ou a preços constantes.

O produto interno é valorizado a preços correntes (ou nominal) quando os bens e serviços produzidos

em cada período são valorizados a preços desse mesmo ano.

Quando a valorização destes bens e serviços é feita a preço de um período de referência (ano base),

diferente do que se está a considerar, então tem-se o produto interno a preços constantes (ou real).

A ideia fundamental e intuitiva da contabilidade nacional é que tudo o que é produzido, vai ser

adquirido, gerando despesa, através dos rendimentos necessários à remuneração dos fatores produtivos

necessários à produção.

Ou seja, o produto de um país não é mais do que toda a sua produção, ou todo o rendimento gerado, ou

ainda toda a despesa realizada.

Produto Nacional = Rendimento Nacional = Despesa Nacional

Valorização do Produto: Bruto e Líquido • No decurso do processo produtivo, os equipamentos e infraestruturas sofrem um desgaste de

utilização. Este desgaste designa-se por amortizações, podendo, ou não, ser considerado no cálculo do

produto.

• Quando se expurga o produto bruto das amortizações (Amort) obtém-se o produto líquido.

L = B - Amort

(B = Bruto; L= Líquido; Amort = Amortizações)

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Valorização do Produto: Interno e Nacional

I = N – RLe

onde

RLe = rendimentos de fatores produtivos líquidos do exterior = rendimentos recebidos –

rendimentos pagos ao exterior. Também designado: REX ou RLx

Produto Interno (PI)

É o valor do produto tem por base a riqueza obtida pelas unidades institucionais situadas no seu território

económico.

Produto Nacional (PN)

É o valor tem por base a riqueza obtida pelas unidades institucionais residentes, independentemente do

território económico onde foi gerada a riqueza

PN = PI + RLE

RLE = Saldo dos rendimentos do trabalho, da propriedade e da empresa com o Resto do Mundo (RM)

Valorização do Produto: Custo Fatores e Preços de Mercado

A valorização do produto pode ser feita a custo de fatores (cf) ou a preços de mercado (pm).

De uma forma muito simples, poder-se-ia dizer que a custo de fatores se está a avaliar o produto à

saída da fábrica, antes de entrar no mercado; e a preço de mercado é a avaliação do produto no

mercado (ex: na loja).

O produto a preços de mercado é igual ao produto a custo de fatores adicionado com os impostos

indiretos líquidos de subsídios:

pm = cf + (Ti – Sub)

onde Ti = impostos indiretos e Sub = subsídios.

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Medição do Produto

• Numa Economia podemos identificar três tipos de atividades: produção, despesa (em bens e serviços

produzidos) e distribuição do rendimento (gerado na produção)

• Três óticas de medição do produto

– Ótica da produção ou do produto

– Ótica da despesa

– Ótica do rendimento

Ótica da Produção

Produto Interno Bruto (PIB) – valor dos bens e serviços finais produzidos num país:

• Bens e serviços (ou produtos) finais são aqueles que se destinam a ser consumidos, investidos ou

exportados, e não a ser consumidos na produção de outros bens

• Valor das matérias-primas importadas é retirado!

Ex: trigo, farinha vs pão; Se importarmos 20 um de trigo isso leva a que se retire 20 um ao valor total de

produção do pão

PNB = PIB + RLe

PIL = PIB – Amort

PNL = PNB – Amort

PIBpm =PIB cf + Ti – Sub.

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Ótica da Despesa Chama-se Despesa Interna à despesa feita em bens e serviços finais produzidos internamente.

• Não confundir com Procura Interna

PIBpm = DI = C + G + Ib + X – M

Onde: • C = consumo privado - é a despesa nos produtos consumidos e pagos diretamente pelos residentes

• G = gastos públicos - é a despesa feita pelo setor público em produtos, essencialmente serviços, que

fornece gratuitamente ou não, tais como educação, policiamento, recolha de lixo, etc.

• Ib = investimento bruto e Ib = FBCF+ΔExist.; e ΔExist = variação de stocks/existências (os que se

encontram armazenados e ainda não foram vendidos)

• FBCF – toda a despesa feita em aumentos de maquinaria, edifícios e outro capital produtivo. FBCF=

formação bruta de capital fixo, onde FBCF = FLCF + Amort

• As exportações (X) correspondem às vendas ao RM de bens e serviços produzidos internamente.

Constituem uma componente da Despesa Nacional, pois, embora não representem bens e serviços

consumidos internamente, resultaram de gastos produtivos realizados no país;

• As importações (M) representam as compras de bens e serviços feitas ao RM. Embora consumidos no

país, não fizeram parte da sua despesa produtiva – o valor dos bens e serviços importados tem de ser

subtraído;

• As exportações líquidas correspondem à diferença entre o valor das exportações e o valor das

importações de bens e serviços. (X – M)

Ótica do Rendimento

Segundo a ótica do rendimento, o valor do produto é igual à soma das remunerações do trabalho e do

capital:

• Remunerações do trabalho: salários e vencimentos;

• Rendimentos do capital ou excedente bruto de exploração: rendimentos de capital e outros

rendimentos pagos pelas empresas produtoras – lucros, juros e rendas;

RI = PILcf = W + R + J + L

Onde:

RI = rendimento interno W= salários R= rendas J= juros L= lucros.

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Saldo Orçamental e SBTC

Saldo Orçamental (SO)

SO = S Receitas do Estado – S Despesas do Estado = Td + CSS + Ti – G – JDP – Transf. – Sub.

Onde:

• Td – impostos diretos

• Ti – impostos indiretos

• CSS – Contribuições para a Segurança Social

• G – Gastos públicos

• JDP – juros da dívida pública

• Transf. – transferências do Estado

• Sub. – subsídios concedidos pelo Estado

Saldo da BTC (SBTC)

SBTC = SBRend + SBCom + SBTU = Rle + (X – M) + TU = Sexterior

Onde:

• BTC – Balança de transacções Correntes

• SBRend – Saldo Balança de Rendimentos

• SBCom – Saldo da Balança Comercial

• SBTU – Saldo da Balança de Transferências Unilaterais

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Mercado Monetário – Moeda • Manejada por instituições especializadas : Bancos

• Enquanto ativo é objeto de procura e de oferta, logo há formação de equilíbrio no Mercado Monetário

Balanço do Banco Central

• BM – A Base Monetária é o conjunto das notas e moedas metálicas emitidas no país, uma parte na

posse das empresas e particulares (NP, circulação monetária), outra constituída pelas reservas

monetárias das OIM (RB).

BM = NP + RB

• NP – Notas e moedas em poder de empresas e particulares (moeda fiduciária)

• RB – Reservas Bancárias ou reservas totais; moeda na posse das OIM RB = RX + RL

O BC controla indiretamente a circulação monetária (NP) dado que tem poder quanto à fixação das

reservas obrigatórias ou legais.

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Balanço das OIM • OIM – outras instituições monetárias são bancos de 2ª ordem que dependem da supervisão e

orientação do Banco de 1ª ordem (Banco Central)

Multiplicador Monetário

BM = NP + RB;

M = NP + D

O que liga as duas grandezas é o multiplicador monetário:

m = M / BM

M = Massa Monetária = Oferta de moeda!

• Taxa de reserva obrigatória (re) – é a percentagem dos depósitos totais que as OIM terão

forçosamente de ter em seu poder em todo e qualquer momento.

É composta por reservas legais (rL) impostas pelo BC e por reservas excedentárias (rX) que resultam da

vontade/política operacional dos bancos.

• Taxa de reserva legal (rL) – são reservas mínimas estipuladas pelo BC e constituem fundos que as

OIM têm de manter sempre em seu poder.

O BC decreta legalmente essa taxa.

• Taxa de reserva excedentária (rX) – para evitarem a possibilidade de que num determinado dia (ou

dias) a regra das reservas mínimas seja violada, as OIM podem por decisão própria constituir

também reservas excedentárias.

O montante destas reservas é uma decisão inteiramente da responsabilidade das OIM, no sentido de

gerirem as suas reservas de forma eficiente. É também uma % sobre os depósitos.

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Definição: Dá o nº de vezes que a BM foi multiplicada pelo sistema bancário para obter a Massa Total de

moeda na economia.

Instrumentos de Política Monetária

• Operações de Open Market

Atua no curto prazo.

Se a autoridade monetária, p.e. acha que há oferta excessiva de moeda, pode retirar massa monetária

vendendo títulos do Estado, designados de Bilhetes do Tesouro, recolhendo o dinheiro aos seus cofres

ou diminuindo os depósitos dos bancos comerciais.

Estas operações consistem na compra e venda de títulos.

• Política de Redesconto Os bancos comerciais quando não dispõem de recursos para abrirem créditos pedem refinanciamento

junto do BC contra a entrega de títulos, pagando um juro (taxa de redesconto) por esse financiamento

do BC. Por exemplo, se a autoridade monetária acha que há excesso de oferta de moeda diminui o

volume do redesconto concedido e ou aumenta a taxa a cobrar

• Taxa de Reserva Obrigatória Um terceiro instrumento consiste em fazer variar a Taxa de Reserva Obrigatória. Se, por exemplo, se

pensa aumentar a oferta de moeda, pode diminuir-se essa taxa e o multiplicador de crédito é mais forte.

Dois outros instrumentos possíveis mas menos comuns:

• Imposição de limites ao crédito

Uma forma, bastante drástica, é atuar através de imposição de limites ao crédito acordado pelos

bancos do sistema. Imposta usualmente quando se pensa que há excesso de oferta de moeda

• Taxa de juro fixa Finalmente, se o mercado financeiro é regulamentado administrativamente, o Estado fixa a taxa de

juro, e influencia assim a oferta e a procura de moeda

Estas duas últimas formas de intervenção são secundárias, a última não existe num mercado financeiro de

concorrência!

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Economia Fechada sem Estado O modelo será descrito por:

• Em economia fechada, o que não é consumido é poupado e essa poupança é sempre canalizada para

o investimento

Y = C + I

I = Y – C S = Yd– C = Y – C

I = S

É sempre verdade que I = S em Economia Fechada sem Estado!

Modelos Keynesianos- EFsE

Modelo simples: a procura total nesta economia é igual à soma das despesas de consumo (C) e de

investimento (I)

Modelo na forma reduzida:

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- Introdução à Economia –

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Economia Fechada com Estado

Y = C + I + G

• Orçamento

Conta das despesas planeadas e das receitas previstas, geralmente para um ano

• Saldo Orçamental (SO)

Diferença entre as receitas totais cobradas pelo Estado e as suas despesas totais

Excedente ou superávit orçamental

Ocorre um excedente orçamental quando, num ano, o valor de todos os impostos e outras receitas são

superiores às despesas do Estado.

Défice orçamental Verifica-se um défice orçamental quando, num ano, o valor das despesas ultrapassa o valor das receitas do

Estado.

Equilíbrio orçamental Quando, num ano, o valor das despesas é igual ao valor das receitas então o Estado tem um equilíbrio

orçamental.

Défice Orçamental

• Quando incorre num défice orçamental, o governo tem de pedir emprestado no mercado para pagar

as suas despesas. Para obter este empréstimo, o governo emite obrigações, que são dívidas pelas

quais se compromete ao pagamento futuro (com juros que representam o serviço da dívida pública).

Dívida Pública

• A Dívida do Estado, por vezes designada por Dívida Pública, consiste no montante da dívida total e

acumulada do Estado, o mesmo é dizer, é o valor total monetário das obrigações emitidas pelo

Estado para financiar o défice orçamental acrescido dos juros.

• A diminuição da dívida pública corresponde à amortização anual da dívida. O valor a pagar,

anualmente, corresponde ao somatório entre a amortização anual e os juros da dívida pública -

Serviço da Dívida.

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Modelos Keynesianos – EfcE

Modelo na forma reduzida:

Economia Aberta com Estado

Modelo na forma reduzida

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- Introdução à Economia –

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Conceito de Inflação • “Refere-se a um aumento firme e continuado da oferta de Moeda” (inflação pela procura)

• “Situação em que a procura excede persistentemente a oferta” (inflação pela procura)

• “Subida generalizada dos preços”

• “Corresponde ao aumento contínuo e generalizado do nível de Preços”

Categorias de Inflação

Inflação Moderada • Aumento dos preços em ritmo lento

• Taxa de inflação anual de um só dígito

• Os agentes económicos acreditam na moeda

(na conservação do seu valor)

Hiperinflação • Taxas de inflação anual superiores a 3 dígitos

• Os preços aumentam a um ritmo bastante acelerado (podem aumentar um milhão ou um bilião por

cento ao ano)

• Redução drástica da procura de moeda - dinheiro transforma-se numa “batata muito quente”

• os salários variam de dia para dia

Inflação Galopante • Aumento dos preços a um ritmo acelerado, - taxa de inflação anual de dois ou três dígitos

(ex: 20, 100, 500, 900% ao ano)

• A moeda perde rapidamente o seu valor,

• As pessoas deixam de acreditar na moeda - distorções económicas graves

• Transações, contratos indexados a um índice de preços ou a uma moeda estrangeira (Dólar, Euro)

• Taxas de juro reais podem ser negativas (r = i – p)

• Entesouramento da moeda é praticamente nulo

• Enfraquecimento dos mercados financeiros

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- Introdução à Economia –

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Causas / Tipos de Inflação

Inflação de Inércia

• A inflação que é esperada e prevista nos contratos e acordos formais é a taxa de inflação de inércia ou

taxa de inflação esperada.

• Se esta inflação permanecer, as expectativas das pessoas tendem a adaptar-se, incorporando a

inflação de inércia nas suas decisões até que ocorra um choque. Por via da procura ou por via da

oferta.

Inflação pela Procura

• Ocorre quando a procura agregada aumenta mais rapidamente do que o potencial produtivo da

economia, fazendo subir os preços para equilibrar a oferta e procura agregadas.

Inflação pelos Custos

• Resulta de um aumento dos custos durante períodos de grande desemprego e fraca utilização de

recursos (choque da oferta)

Políticas Anti-Inflacionistas Perda de produto e de emprego para manter a estabilidade de preços (custo elevado para a sociedade).

Políticas de rendimentos baseadas em ações governamentais credíveis, seja por persuasão verbal ou por

controlos legais e incentivos (baixo custo).

• Controlo de salários ou orientações para salários e preços acompanhados de políticas restritivas

• Estratégia de mercado baseada na concorrência

• Políticas de rendimentos baseadas em impostos

• Políticas de remunerações baseadas na partilha de lucros

Quantificação do Desemprego Define-se Taxa de Desemprego como:

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- Introdução à Economia –

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Desemprego

Tipos de Desemprego:

• Desemprego Voluntário vs Involuntário

• Desemprego Friccional

• Desemprego Estrutural

• Desemprego Cíclico

Impactos do Desemprego:

• Impacto Económico

• Impacto Social

Propostas para redução desemprego:

• Melhoria de informação no mercado de trabalho

• Melhoria da educação e da formação

• Melhoria dos incentivos para trabalhar

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- Introdução à Economia –

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Crescimento Económico • O crescimento económico envolve o crescimento do produto potencial a longo prazo.

• O crescimento do produto per capita é um objetivo importante do Estado porque está associado ao

crescimento dos rendimentos reais médios e dos níveis de vida.

“Rodas” do Crescimento Qual a receita para o crescimento económico?

Quatro “rodas” ou fatores de crescimento:

• Recursos Humanos (oferta de trabalhadores, educação, disciplina, motivação)

• Recursos Naturais (terra, minerais, combustíveis, qualidade ambiental)

• Formação de Capital (máquinas, fábricas, estradas)

• Tecnologia (ciência, engenharia, gestão, iniciativa empresarial)

Fontes do progresso tecnológico Quais as fontes do progresso tecnológico?

• O progresso tecnológico é um produto do sistema económico.

• A tecnologia é um bem público (bem não rival). Ex: novo programa, novo medicamento, novo

processo de produção.

• Os governos devem criar direitos de propriedade intelectual para novas tecnologias.

Desenvolvimento dos Países Pobres

Os quatro elementos do Desenvolvimento nos países pobres

Recursos Humanos • Explosão populacional: a herança de Malthus

• Capital Humano

Recursos Naturais

• Recursos fracos, divididos por muita população

• Terrenos aráveis

• Riquezas naturais levam a atividades de rent seeking e à corrupção

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- Introdução à Economia –

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Formação de Capital

• Para investir é preciso poupar, o que é muito difícil em países pobres

• São necessárias infraestruturas de base, projetos de grande dimensão

• Recurso a capital externo

Progresso Tecnológico e Inovações

• Podem beneficiar do progresso dos países mais avançados

• Imitação da tecnologia

• Iniciativa Empresarial e Inovação

Estratégias para o Desenvolvimento Económico • Atraso relativo pode levar à convergência dos países em direção à fronteira tecnológica.

• Industrialização vs. Agricultura

• Estado vs. Mercado

• Orientação para o Exterior

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Caderno 2

Variações na Quantidade Procurada

Variações na Procura

|

|

Elasticidades:

Preço da procura

Rendimento da Procura

Cruzada

Bens essenciais → Procura inelástica (P RT)

Bens supérfluos → Procura elástica (P RT)

Procura unitária

Bens normais

Bens superiores

Bens inferiores

Bens substitutos

Bens complementares

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- Introdução à Economia –

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Caderno 3

Caderno 4

• Se α+β = 1 Rendimentos

constantes à escala

• Se α+β < 1 Rendimentos

decrescentes à escala

• Se α+β > 1 Rendimentos

crescentes à escala

Via Expansão Produção

Longo prazo → não há custos fixos. Curto prazo → há custos fixos.

Se P>CVme, a empresa deve continuar a produzir.

Se L>-CF a empresa deve continuar a produzir.

{

Taxa Marginal de

Substituição Técnica

Custo de oportunidade do bem X = declive da reta de restrição orçamental.

Conseguimos obter pela equação

PX.X + PY.Y = R

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- Introdução à Economia –

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Caderno 5 Características dos mercados

Classificação do lado da procura: concorrência perfeita; oligopsónio; monopsónio

Classificação do lado da oferta:

Mercado Perfeito P=Cmg = Rmg

Monopólio Cmg=Rmg

Em concorrência perfeita:

P = CTmed --> Lucro nulo

P > CTMed --> Lucro Positivo

P< CTMed --> Lucro Negativo P < CVMed --> empresa encerra e incorrem os custos fixos

Excedente económico = Medida de bem-estar social, pelo que o preço de

equilíbrio maximiza a medida de bem-estar social

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- Introdução à Economia –

Rui Mendes (67012) Página 77 de 79

Caderno 7.1

Fórmulas:

Se economia fechada (X-M) = 0 e RLE = 0

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Caderno 7.2

Caderno 7.3

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- Introdução à Economia –

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Tipos de orçamento (economia fechada e com estado)

SO>0 Excedente ou superávit orçamental

SO<0 Défice orçamental

SO=0 Equilíbrio orçamental

Caderno 8

Tipos de Inflação

Inflação de Inércia - A inflação que é esperada e prevista nos contratos e acordos formais é a taxa de inflação

de inércia ou taxa de inflação esperada. Se esta inflação permanecer, as expectativas das pessoas tendem a

adaptar-se, incorporando a inflação de inércia nas suas decisões até que ocorra um choque. Por via da

procura ou por via da oferta.

Inflação pela Procura - Ocorre quando a procura agregada aumenta mais rapidamente do que o potencial

produtivo da economia, fazendo subir os preços para equilibrar a oferta e procura agregadas.

Inflação pelos Custos – Resulta de um aumento dos custos durante períodos de grande desemprego e fraca

utilização de recursos (choque da oferta)

Categorias de Inflação

Inflação Moderada – Aumento dos preços em ritmo lento; Taxa de inflação anual de um só dígito; Os agentes

económicos acreditam na moeda

Hiperinflação – Taxas de inflação anual superiores a 3 dígitos; Os preços aumentam a um ritmo bastante

acelerado (podem aumentar um milhão ou um bilião por cento ao ano)

Inflação Galopante – Aumento dos preços a um ritmo acelerado, - taxa de inflação anual de dois ou três

dígitos (ex: 20, 100, 500, 900% ao ano); A moeda perde rapidamente o seu valor; As pessoas deixam de

acreditar na moeda - distorções económicas graves; Enfraquecimento dos mercados financeiros