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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE TECNOLOGIA ANDRÉIA RODRIGUES CASARE Adaptação de diretrizes de acessibilidade de conteúdo Web para atendimento a cenários de uso de dispositivos móveis por idosos LIMEIRA 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA

ANDRÉIA RODRIGUES CASARE

Adaptação de diretrizes de acessibilidade de conteúdo Web para

atendimento a cenários de uso de dispositivos móveis por idosos

LIMEIRA

2016

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ANDRÉIA RODRIGUES CASARE

Adaptação de diretrizes de acessibilidade de conteúdo Web para

atendimento a cenários de uso de dispositivos móveis por idosos

Dissertação apresentada à Faculdade de

Tecnologia da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos exigidos

para a obtenção do título de Mestra em

Tecnologia, na Área de Sistemas de

Informação e Comunicação.

Orientadora: Profa. Dra. Regina Lúcia de Oliveira Moraes

Coorientador: Prof. Dr. Celmar Guimarães da Silva

Este exemplar corresponde à versão final da

dissertação defendida pela aluna Andréia

Rodrigues Casare, e orientada pela Profa.

Dra. Regina Lúcia de Oliveira Moraes e

coorientada pelo Prof. Dr. Celmar Guimarães

da Silva.

LIMEIRA

2016

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM TECNOLOGIA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Adaptação de diretrizes de acessibilidade de conteúdo Web para atendimento

a cenários de uso de dispositivos móveis por idosos

Andréia Rodrigues Casare

A Banca Examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta Dissertação:

_______________________________________________________________

Profa. Dra. Regina Lúcia de Oliveira Moraes

FT/UNICAMP

_______________________________________________________________

Profa. Dra. Vania Paula de Almeida Neris

DC/UFSCar

_______________________________________________________________

Prof. Dr. André Constantino da Silva

Campus Hortolândia/ IFSP

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de

vida acadêmica do aluno.

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AGRADECIMENTOS Aos meus pais Plinio e Maria (in memoriam) e aos meus irmãos, presentes em todos os momentos, sem os quais eu não chegaria até aqui. Aos meus orientadores Regina e Celmar, por todas as lições aprendidas e paciência. Ao meu namorado André pelo incentivo e apoio para que eu chegasse até aqui. As minhas amigas Ivani, Kely e Jaqueline pelo incentivo e por acreditarem em mim. Aos também amigos Aline, Andressa, Celso, Eva, Fábio, Gerson, Gustavo, Paula, Silvio, Ricardo, Roberto, William e tantos outros companheiros de vida acadêmica. A todos os participantes dos testes e avaliações e suas fundamentais contribuições para a consolidação dessa dissertação. À aluna e estagiária Elaine que ajudou na organização e montagem da infraestrutura para realização dos testes de usabilidade com os idosos. À Fatec de Itapetininga, em especial à Diretora Isolina pelo apoio e infraestrutura cedida para realização dos testes de usabilidade com os idosos.

À FAPESP pelo financiamento dos tablets e ao FAEPEX Unicamp pelo financiamento para inscrição e apresentação do artigo no SAC 2016 em Pisa na Itália.

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RESUMO

A população brasileira vem envelhecendo ano a ano e isso aumenta a importância do estudo da usabilidade e acessibilidade das interfaces para o público idoso. Particularmente, como os tablets ganham o mercado, o estudo das interfaces nativas desses dispositivos para os idosos se configura em um importante campo de investigação. A literatura de Interação Humano-Computador (IHC) defende que as técnicas de avaliação de usabilidade e acessibilidade ainda não atendem por completo esse público. Este trabalho de mestrado, que teve como objetivo aprimorar as técnicas de avaliação de acessibilidade considerando o uso de tablets pelo público idoso, resultou na proposição de recomendações complementares às Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), acrescentando recomendações mais específicas para esse cenário. A metodologia foi baseada no levantamento de técnicas de avaliação de acessibilidade e usabilidade usadas em estudos correlatos, na avaliação com usuários para identificar problemas de interação, usando think aloud; e em aplicação de questionários com pessoas de terceira idade, para levantamento de características específicas do cenário estudado. Da análise desse levantamento, recomendações mais específicas para a terceira idade foram propostas. Os resultados obtidos na avaliação de acessibilidade usando os novos critérios de sucesso propostos, mostraram que eles são relevantes e auxiliam na detecção de um número maior de problemas de acessibilidade em websites, particularmente quando acessados por idosos usando tablets.

Palavras-chave: acessibilidade, idosos, tablets, android, WCAG

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ABSTRACT The Brazilian population is aging year by year, which increases the importance of studying the usability and accessibility interfaces usability and accessibility for the elderly public. Particularly, as the tablets gain the market, the study of native interfaces of these devices for the elderly is configured as an important field of research. Human-Computer Interaction (HCI) literature argues that usability and accessibility still do not fully meet this public. This work aims to improve the accessibility evaluation techniques based on the use of tablets devices by the elderly people. The results analysis make feasible a proposal of additional recommendations to the Web Content Accessibility Guidelines (WCAG), adding more specific recommendations to this specific scenario. The methodology was based on the survey of accessibility and usability evaluation techniques used in related studies, in evaluation with users to identify interaction problems, using think aloud; and questionnaires with senior citizens, to investigate specific characteristics of the studied scenario. The results from the analysis of this survey, using the proposed new success criteria, showed that they are relevant and assist in the detection of a greater number of accessibility issues on websites than the original version, particularly when accessed by the elderly when using tablets.

Key words: accessibility, elderly people, tablets, android, WCAG

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LISTA DE FIGURAS Figura 1: Processo de Avaliação Heurística. ............................................................. 25

Figura 2: Processo de avaliação com usuários. ........................................................ 59

Figura 3: Participante realizando a tarefa da avaliação com o tablet. ....................... 68

Figura 4: Página principal do website TSE. ............................................................... 94

Figura 5: Página Título e local de votação do website TSE. ..................................... 94

Figura 6: Página Consulta por título no website TSE. ............................................... 95

Figura 7: Página principal do website DETRAN. ....................................................... 95

Figura 8: Página de informações sobre renovação CNH no DETRAN. ..................... 96

Figura 9: Página sobre CNH – HABILITAÇÃO no DETRAN. .................................... 96

Figura 10: Página do cadastro do condutor para fazer a renovação CNH. ............... 97

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Graus de severidade ................................................................................ 24

Quadro 2: Trabalhos da literatura que propõem recomendações de acessibilidade e

usabilidade ................................................................................................................ 48

Quadro 3: Continuação dos trabalhos da literatura que propõem recomendações de

acessibilidade e usabilidade ...................................................................................... 49

Quadro 4: Continuação dos trabalhos da literatura que propõem recomendações de

acessibilidade e usabilidade ...................................................................................... 50

Quadro 5: Principais técnicas e cenários abordados nos trabalhos relacionados. .... 55

Quadro 6: Q1 - Profissões dos participantes. ........................................................... 65

Quadro 7: Q2 - Acessa a Internet? ............................................................................ 65

Quadro 9: Q4 - Usa outros tipos de computadores? ................................................. 66

Quadro 10: Q5 - Tem alguma limitação visual? ........................................................ 66

Quadro 11: Q6 - Tem alguma limitação motora? ...................................................... 66

Quadro 12: Avaliação com usuários utilizando a técnica think aloud tradicional ....... 70

Quadro 13: Q1 - A interface do tablet é agradável? .................................................. 71

Quadro 14: Q2 - Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado? . 71

Quadro 15: Q3 - O tamanho das letras dos textos é adequado? .............................. 71

Quadro 16: Q4 - As páginas do site estavam muito carregadas de conteúdo?......... 71

Quadro 17: Q5 - Os textos apresentados no site são compreensíveis? ................... 72

Quadro 18: Q6 - A navegação de uma página para outra no site foi: ....................... 72

Quadro 19: Q7 - O tamanho do teclado apresentado nesse tablet é: ....................... 72

Quadro 20: Q8 - Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa: ..... 72

Quadro 21: Q9 - Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet? ........... 73

Quadro 22: Q10 - Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar o tablet? .......................... 73

Quadro 23: Q11 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet?

.................................................................................................................................. 74

Quadro 24: Q12 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do site

utilizado nesse teste? ................................................................................................ 74

Quadro 25: Q1 - Profissões dos participantes. .......................................................... 75

Quadro 26: Q2 - Acessa a internet? .......................................................................... 75

Quadro 27: Q3 - Já usou tablet? ............................................................................... 76

Quadro 28: Q4 - Outros tipos de computadores. ....................................................... 76

Quadro 29: Q5 - Tem alguma limitação visual? ........................................................ 76

Quadro 30: Q6 - Tem alguma limitação motora? ...................................................... 76

Quadro 31: Avaliação com usuários utilizando a técnica Retrospective Think Aloud 78

Quadro 32: Q1- A interface do tablet é agradável? ................................................... 79

Quadro 33: Q2- Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado? .. 80

Quadro 34: Q3 - O tamanho das letras dos textos é adequado? .............................. 80

Quadro 35: Q4 - As páginas do site estavam muito carregadas de conteúdo?......... 80

Quadro 36: Q5 - Os textos apresentados no site são compreensíveis? ................... 80

Quadro 37: Q6 - A navegação de uma página para outra no site foi? ...................... 80

Quadro 38: Q7 - Tamanho do teclado do tablet ........................................................ 81

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Quadro 39: Q8 - Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa? .... 81

Quadro 40: Q9 - Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet? ........... 81

Quadro 41: Q10 - Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar o tablet? .......................... 82

Quadro 42: Q11 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet?

.................................................................................................................................. 82

Quadro 43: Q12 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do site

utilizado nesse teste? ................................................................................................ 83

Quadro 44: Problemas na página web. ..................................................................... 84

Quadro 45: Problemas do tablet. ............................................................................... 84

Quadro 48: Proposta de Complementação. .............................................................. 91

Quadro 49: Problemas encontrados nos websites utilizados na avaliação de

acessibilidade WCAG. ............................................................................................... 98

Quadro 50: Q1 - Profissões dos avaliadores. .......................................................... 100

Quadro 51: Q2 - Formações dos avaliadores.......................................................... 100

Quadro 52: Q3 - Tempo de experiência com o tema acessibilidade em computação.

................................................................................................................................ 100

Quadro 53: Q4 - Uso das recomendações WCAG por avaliador. ........................... 100

Quadro 54: Q5 - Versões das recomendações WCAG já usadas por avaliador. .... 101

Quadro 55: Q6 - Experiência com avaliação de acessibilidade em interfaces em

cenários específicos. ............................................................................................... 101

Quadro 56: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do

TSE. ........................................................................................................................ 102

Quadro 57: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do

DETRAN.................................................................................................................. 102

Quadro 58: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do

TSE. ........................................................................................................................ 103

Quadro 59: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website

DETRAN.................................................................................................................. 103

Quadro 61: Recorte dos resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido no

website DETRAN. ................................................................................................... 105

Quadro 62: Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website TSE. .. 107

Quadro 63: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no

website TSE. ........................................................................................................... 107

Quadro 64: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no

website TSE. ........................................................................................................... 108

Quadro 65: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no

website TSE. ........................................................................................................... 109

Quadro 66: Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website DETRAN.

................................................................................................................................ 110

Quadro 67: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no

website DETRAN. ................................................................................................... 111

Quadro 68: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no

website DETRAN. ................................................................................................... 112

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Quadro 69: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no

website DETRAN. ................................................................................................... 113

Quadro 70: Novos critérios de sucesso avaliados ................................................... 115

Quadro 71: Mapeamento do WCAG 2.0 para as Heurísticas de Nielsen: = nosso

mapeamento, = Moreno et al., X = ambos. A linha Total indica a soma dos (marca

de check) e (marca de X) das recomendações. ...................................................... 187

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LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS

APÊNDICE I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................................. 131

APÊNDICE II – Questionário perfil do entrevistado ................................................. 133

APÊNDICE III – Questionário pós-teste .................................................................. 134

APÊNDICE IV – Métricas utilizadas na avaliação com usuários idosos .................. 136

APÊNDICE V – Questionário perfil do avaliador ..................................................... 137

APÊNDICE VI - Resultados da avaliação de acessibilidade usando as

recomendações WCAG ........................................................................................... 138

APÊNDICE VII - Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0 .... 139

APÊNDICE VIII – Resultados da avaliação do grupo controle no website do TSE . 171

APÊNDICE IX – Resultados da avaliação do grupo controle no website do DETRAN

................................................................................................................................ 174

APÊNDICE X – Resultados da avaliação do grupo WCAG Estendido no website do

TSE ......................................................................................................................... 177

APÊNDICE XI – Resultados da avaliação do grupo WCAG Estendido no website do

DETRAN.................................................................................................................. 178

APÊNDICE XII - Mapeamento do WCAG 2.0 para as Heurísticas de Nielsen ........ 180

APÊNDICE XIII - Publicações ................................................................................. 188

ANEXO I .................................................................................................................. 189

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SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................................. 15

1.1 Justificativa ...................................................................................................................... 18

1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 19

1.3 Organização do Trabalho ................................................................................................ 19

2 Referencial Teórico ............................................................................................................... 20

2.1 Usabilidade ..................................................................................................................... 20

2.2 Métodos e técnicas de avaliação de usabilidade ........................................................... 21

2.2.1 Avaliação Heurística ................................................................................................. 22

2.2.2 Questionário ............................................................................................................. 26

2.2.3 Teste de Usabilidade ................................................................................................ 27

2.2.4 Pensamento em voz alta (Think Aloud) .................................................................... 28

2.2.5 Observação ............................................................................................................... 30

2.2.6 ePWG ........................................................................................................................ 30

2.3 Acessibilidade.................................................................................................................. 31

2.4 Recomendações de acessibilidade ................................................................................. 33

2.4.1 ATAG 2.0 ................................................................................................................... 33

2.4.2 UAAG 2.0 .................................................................................................................. 34

2.4.3 WCAG 2.0 ................................................................................................................. 35

2.4.4 eMAG ....................................................................................................................... 37

2.4.5 Avaliação de acessibilidade ...................................................................................... 38

2.5 Relações entre acessibilidade e usabilidade ................................................................... 38

2.7 Considerações sobre o Referencial Teórico .................................................................... 42

3 Trabalhos Relacionados ......................................................................................................... 43

3.1 Interação dos idosos com dispositivos móveis ............................................................... 43

3.2 Interação dos idosos com Web ....................................................................................... 44

3.3 Adequações das recomendações de acessibilidade e usabilidade................................. 46

3.4 Avaliação de Usabilidade ................................................................................................ 50

3.5 Avaliação de usabilidade e acessibilidade ...................................................................... 52

3.6 Combinação de métodos e técnicas para realizar testes de usabilidade ....................... 53

3.7 Considerações sobre os Trabalhos Relacionados ........................................................... 54

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4 Metodologia de Pesquisa ..................................................................................................... 56

4.1 A FATEC e o Público-alvo ................................................................................................ 56

4.2 Definição da Metodologia............................................................................................... 57

4.3 Considerações sobre o capítulo ...................................................................................... 62

5 Resultados da avaliação com usuários .................................................................................. 63

5.1 Teste-piloto ..................................................................................................................... 63

5.2 Avaliação com usuários usando Think Aloud de forma tradicional ................................ 65

5.2.1 Questionário de perfil do entrevistado .................................................................... 65

5.2.2 Avaliação com usuário ............................................................................................. 67

5.2.3 Questionário de pós-teste ........................................................................................ 71

5.3 Avaliação com usuários utilizando Retrospective Think Aloud ....................................... 75

5.3.1 Questionário de perfil do entrevistado .................................................................... 75

5.3.2 Avaliação com usuário ............................................................................................. 77

5.3.3 Questionário de pós-teste ........................................................................................ 79

5.4 Problemas levantados na avaliação com usuários idosos .............................................. 83

5.5 Considerações sobre o capítulo ...................................................................................... 86

6 Proposta de Complementação do WCAG 2.0 ....................................................................... 88

6.1 Considerações sobre o capítulo ...................................................................................... 92

7 Avaliação da Proposta de Complementação do WCAG 2.0 .................................................. 93

7.1 Questionário do perfil do avaliador ................................................................................ 99

7.2 Resultados da avaliação do Grupo Controle ................................................................. 101

7.3 Resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido ................................................... 104

7.4 Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios ...................................................... 106

7.5 Consolidação dos Resultados ........................................................................................ 113

7.6 Comparativo entre esta pesquisa e o trabalho de Lara (2012) .................................... 116

8 Conclusões e trabalhos futuros ........................................................................................... 117

Referências ............................................................................................................................. 119

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15

1 Introdução

Toda sociedade aspira por um aumento da média de vida dos indivíduos,

porém o que se busca é que isso venha acompanhado de boa qualidade de vida

(Marinho, 2007). Entre os grandes desafios do século XXI está em envelhecer com

qualidade de vida, o que implica a tarefa complexa de manutenção da autonomia e

da independência. Destaca-se ainda que novas necessidades surgiram para o

público mais velho, tais como a mobilidade, o acesso a informação e serviços,

segurança e saúde preventiva (SDH, 2012).

Os mesmos autores ainda afirmam que a exclusão social dos idosos é um

fato preocupante em todo o mundo e é um problema que está crescendo na medida

em que cresce também o número de idosos na população (Marinho, 2007 e SDH,

2012). Segundo Kreis et al.(2007) e Alban et al.(2012), atualmente os idosos

permanecem ativos e são participativos na sociedade e, a inclusão digital pode

atingir vários pontos: inserção social, afetividade e consequentemente saúde mental.

Por esse motivo, a tecnologia pode contribuir para a redução do isolamento e trazer

o bem estar, ajudando no processo de comunicação com os amigos e parentes.

Além disso, esse público, a cada ano, está mais adepto ao uso da internet e de

novas tecnologias.

Arch (2009) relata que os idosos desejam realizar as mesmas atividades

que as pessoas mais jovens realizam, tais como: interagir com o governo, comprar

pela internet, participar da educação e de cursos on-line e se comunicar. Outro fator

é a aprendizagem, que ocupa cada vez maior importância na vida dessas pessoas.

A preparação para uma participação ativa na vida de cidadão tornou-se para a

educação uma missão de caráter geral, uma vez que os princípios democráticos se

expandiram pelo mundo, tendo a educação um importante papel na dinâmica social,

com a função de combater as formas de exclusão (Caseiro, 2011).

Adicionalmente, é importante considerar que a média de sobrevida da

população tem aumentado no Brasil e no mundo, fazendo crescer a população idosa

do globo terrestre (IBGE, 2011). Segundo o IBGE (2011) e a Agência FAPESP

(2016), por volta de 2025, o Brasil estará mundialmente colocado no sexto lugar em

população idosa com aproximadamente 32 milhões de pessoas com 60 ou mais

anos de idade. Além disso, o IBGE afirma (IBGE, 2011):

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16

Os grupos etários de menores de 20 anos já apresentam uma diminuição absoluta no seu contingente. O crescimento absoluto da população do Brasil nestes últimos dez anos se deu, principalmente, em função do crescimento da população adulta, com destaque também para o aumento da participação da população idosa.

Também segundo Veras et al. (2011), a cada ano o Brasil ganha mais de

650 mil idosos. Anteriormente, acreditava-se que o Brasil era ainda um país com

população jovem, mas esse perfil mudou e apesar disso, no que tange o estudo de

usabilidade, não se dá importância às informações demográficas que mostram e

projetam o envelhecimento da população brasileira.

Nielsen (2013) também relata que o número de usuários mais velhos que

utilizam produtos de software está crescendo muito rápido, sendo este fato

impulsionado por dois fatores: a sociedade em envelhecimento e a porcentagem

cada vez maior de pessoas idosas on-line. As oportunidades de negócios para esse

público-alvo também estão crescendo, por duas razões: comércio eletrônico e

transações bancárias. Sendo assim, a interface adequada pode expandir a

quantidade de negócios realizados por essa parcela da população. Além disso, esse

público está mais aberto a aceitar novos desafios e aproveitar oportunidades (Arch,

2009; Tanaka, 2004).

Se considerarmos os dispositivos que permitem o uso de produtos de

software, o tablet pode ser considerado potencialmente útil, facilitando e tornando a

vida dos idosos mais interessante e divertida. Muitos aplicativos podem ser criados

para ajudar no dia-a-dia desse público-alvo; um exemplo é um aplicativo para

lembrar o horário de tomar remédios. Dessa forma, dado o aumento da população

idosa e de seu interesse no uso da internet através de dispositivos móveis, é cada

vez mais relevante considerar características específicas dessa população para uso

desses recursos computacionais. Nesse sentido, Tanaka (2004) defende que as

pessoas da terceira idade não têm a mesma facilidade para usar um telefone ou um

tablet se comparadas a uma criança. Essa dificuldade se deve à diminuição da

coordenação motora, da audição, da visão e do tato, que já não apresentam a

mesma acuidade. Aborda também que, com o avanço da idade, é comum as

pessoas perderem algumas habilidades, ou até mesmo desenvolverem algumas

doenças físicas ou mentais, o que acaba tornando mais difícil o uso de

computadores.

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17

Ainda é muito comum os idosos tenham dificuldades ao adotar ou usar

tecnologias de informação, e isso acontece porque a interface1 dos aplicativos ou

sites são inadequadas (Zajicek, 2006). A interface de usuário pode ser definida

como toda porção de um sistema com a qual um usuário mantém contato para

utilizá-lo (englobando software e hardware). Ela também conduz, orienta, alerta e o

ajuda durante as interações (Prates e Barbosa, 2003). Por esta razão, é muito

importante que a interface seja de fácil aprendizagem e eficiente para atingir um

objetivo, isto é, que sejam necessários poucos passos até completar suas

funcionalidades (Cybis et al., 2010). Portanto, uma boa interface deve atrair o

usuário e fazer com que ele tenha sucesso ao usar o aplicativo, evitando a

frustração e o abandono da utilização (Ayob et al., 2009). Além disso, na maioria das

vezes o desenvolvimento destas interfaces não considera as alterações e limitações

das capacidades físicas e cognitivas, decorrentes do processo natural de

envelhecimento.

Ao projetar interfaces para terceira idade e para diferentes dispositivos

exige-se um cuidado extra com a organização das informações, facilidade de

interação, adaptação a diferentes ambientes, capacidade de compreensão da

estrutura e do conteúdo da interface pelo usuário, entre outros (Alban et al., 2012;

Moritz e Meinel, 2010). Portanto, um dos requisitos de uma boa interface é ter uma

boa usabilidade. Usabilidade é um atributo de qualidade que avalia se as interfaces

de usuário são fáceis de usar, memorizar, eficientes, eficazes e agradáveis. A

palavra "usabilidade" também se refere a métodos para facilitar a utilização durante

o processo de design (Nielsen, 1993).

Diversos autores defendem que as interfaces devem ser acessíveis a

todos os usuários e, nesse conjunto, encontram-se os idosos (Almeida et al., 2011;

Macedo e Pereira, 2009; Moritz e Meinel, 2010). Barbosa e Silva (2010) defendem

que o usuário deve poder interagir com o software e hardware sem que a interface

imponha obstáculos. Ambos devem ser acessíveis a todos os usuários, sejam eles

idosos, jovens ou pessoas com necessidades especiais. Os sistemas não podem

depender da habilidade da pessoa para manter as informações ativas durante seu

uso. Por isso, os designers devem construir sites com textos simples, coloridos e

1 Interface de usuário

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ícones significativos para reduzir a confusão e aumentar a facilidade de uso (Caprani

et al., 2012).

A acessibilidade é, portanto, também outro atributo importante em uma

interface. Acessibilidade pode ser definida como alguma coisa (produto ou serviço)

que esteja acessível a qualquer usuário, seja ele com deficiência, com limitação ou

idoso. Acessibilidade na Web se refere a qualquer usuário usando software ou

hardware, que ao acessar um conteúdo Web, possa compreender o site e interagir

com ele, sem encontrar qualquer tipo de barreira (Lara et al., 2010).

Para que se possa afirmar que uma interface tem uma boa usabilidade e

é acessível a todas as pessoas, ela deve ser avaliada. Especificamente para

avaliações de aplicativos e sites para dispositivos móveis, devem ser levadas em

conta as necessidades e características do usuário, a interferência do meio externo,

as particularidades dos aplicativos e as limitações físicas e cognitivas do usuário.

Esses fatores influenciam a interação e devem ser considerados na avaliação de

usabilidade (Alban et al., 2012).

1.1 Justificativa

Atualmente, as pessoas da terceira idade têm se mostrado interessadas

em acessar a internet e se incluir digitalmente. Tablets são mais leves que

notebooks e podem ser carregados para qualquer lugar. Portanto, são uma ótima

opção para prover acesso à internet, que é o foco das pessoas da terceira idade.

Contudo, as telas dos tablets são menores que as de notebooks, e nem

tudo o que é visualizado em um notebook será adequadamente visualizado ou

adaptado para a tela de um tablet. Adicionalmente, os teclados tendem a ser

menores e o acesso é feito apenas com o toque (teclados virtuais). Sendo assim,

adaptações específicas para esse ambiente computacional são necessárias,

considerando a apresentação de conteúdos e a interação dos usuários. Além disso,

a qualidade da interface, segundo a ótica do público idoso, precisa ser avaliada e

adaptada às suas necessidades particulares.

Até onde se conhece, não foi estudado de uma maneira extensiva o

cenário de utilização de tablets por pessoas idosas, sendo mais comum o estudo

isolado da interação de usuários em outros dispositivos móveis ou do uso de

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computadores por idosos. Dessa forma, julga-se que as técnicas de avaliação de

acessibilidade associadas a esse cenário podem ser complementadas para atendê-

lo de forma mais ampla.

1.2 Objetivos

O objetivo geral do trabalho é testar a hipótese de que é possível fazer a

avaliação de acessibilidade, baseada em revisão de recomendações, de uma forma

mais direcionada às pessoas de terceira idade que utilizam interfaces nativas2 de

tablets (e de navegadores por eles providos). Já o objetivo específico é ampliar as

recomendações WCAG 2.0, criando critérios de sucesso específicos para atender a

idosos quando utilizam tablets para acessar conteúdo via navegadores web.

Dessa forma, o aprimoramento proposto por este trabalho pode contribuir

para que os websites sejam projetados com melhor usabilidade e acessibilidade

para tablets, de forma a atender plenamente o público da terceira idade. Além disso,

espera-se que as adaptações que foram propostas para recomendações WCAG 2.0

sejam utilizadas em futuras atualizações das recomendações WCAG.

1.3 Organização do Trabalho

O restante deste trabalho está organizado da seguinte forma: o Capítulo 2

apresenta o Referencial Teórico; os Trabalhos Relacionados se encontram no

Capítulo 3; o acompanhamento da Metodologia de Pesquisa pode ser feito pelo

Capítulo 4, que é seguido pelos Resultados da Avaliação com Usuários

apresentados no Capítulo 5; a Proposta de Complementação é apresentada no

Capítulo 6; já no Capítulo 7 encontra-se a Avaliação da Proposta de

Complementação do WCAG 2.0; e o Capítulo 8 conclui esse texto e indica trabalhos

futuros.

2 Entende-se por interface nativa aquela fornecida pelo fabricante sem modificações.

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2 Referencial Teórico

Este capítulo aborda os assuntos que embasam este trabalho. A Seção

2.1 discorre sobre aspectos de usabilidade; as técnicas de avaliação de usabilidade

são abordadas na Seção 2.2; na Seção 2.3 é abordado o conceito de acessibilidade;

as recomendações de acessibilidade são abordadas na Seção 2.4; na Seção 2.5

discorre-se sobre as relações entre acessibilidade e usabilidade; os idosos e a

tecnologia são relatados na Seção 2.6; finalmente, a Seção 2.7 encerra essa seção

resumindo os assuntos mencionados.

2.1 Usabilidade

O conceito de usabilidade está relacionado à qualidade de software, no

que se refere a facilidade de usar e aprender. A NBR 9241-11 (2002) define

usabilidade como uma medida na qual um produto (software e hardware) pode ser

usado por usuários específicos, em um contexto específico de uso, para alcançar

objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação. Já Nielsen (1993) define

usabilidade como um conjunto de fatores que qualificam a interação do usuário com

o software. Esses fatores estão relacionados com a facilidade de usar e aprender a

utilizar o sistema.

Os fatores de usabilidade apresentados por Nielsen (1993) são:

Facilidade de aprendizado: o software deve ser fácil de aprender,

para que o usuário inicie o uso rapidamente e consiga finalizar o

trabalho;

Facilidade de recordação: deve ser fácil de lembrar os passos,

para que o usuário consiga, depois de um tempo, retornar ao

sistema e usá-lo facilmente;

Eficiência: o sistema deve permitir que o usuário tenha um nível

alto de produtividade;

Segurança no uso: o sistema deve ter poucos erros e, caso

aconteça algum erro durante o uso do sistema, o sistema deve ser

recuperado rapidamente, portanto devem ser evitados erros

catastróficos;

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Satisfação do usuário: o software deve ser agradável, de maneira

que o usuário se sinta satisfeito ao usá-lo.

2.2 Métodos e técnicas de avaliação de usabilidade

Vários métodos podem ser utilizados na avaliação de usabilidade de um

software. Os métodos de avaliação de IHC (Interação Humano-Computador) podem

ser classificados em: métodos de inspeção, investigação e de observação (Barbosa

e Silva, 2010).

Os métodos de inspeção não envolvem diretamente os usuários. Os

avaliadores tentam se colocar no lugar do usuário, para identificar problemas

durante a interação com o sistema (Barbosa e Silva, 2010). Esses métodos visam

identificar problemas de usabilidade e melhorar a usabilidade de uma interface

verificando se ela segue padrões estabelecidos (Holzinger, 2005). São exemplos de

métodos de inspeção: avaliação heurística, percurso cognitivo, inspeção semiótica e

revisão de recomendações (Rocha e Baranauskas, 2003). A Seção 2.2.1 trata com

mais detalhes o método de avaliação heurística.

Nos métodos de investigação são utilizados questionários, entrevistas,

grupos de foco e estudos de campo. São métodos que permitem ao avaliador

interpretar e analisar opiniões, expectativas e comportamentos do usuário

relacionados com os sistemas interativos (Barbosa e Silva, 2010). A Seção 2.2.2

tratará com mais detalhes a técnica de questionário.

Os métodos de observação trabalham diretamente com o usuário real e

permitem ao avaliador coletar dados durante a realização de tarefas pelo usuário.

Diferentemente de uma avaliação por inspeção, com os dados coletados através dos

métodos de observação é possível identificar problemas reais que os participantes

(usuários) enfrentaram com o uso da interface (Barbosa e Silva, 2010).

Os métodos que envolvem o usuário final são os mais fundamentais e

indispensáveis, pois expõem a maneira como os usuários usam o sistema e quais os

exatos problemas encontrados na interface (Holzinger, 2005). São exemplos de

métodos e técnicas por observação: teste de usabilidade, think aloud (pensamento

em voz alta) e observação, os quais serão abordados em mais detalhes nas Seções

2.2.3 a 2.2.5.

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2.2.1 Avaliação Heurística

Segundo Nielsen (1995b), a avaliação heurística é um método de

avaliação de IHC que visa encontrar problemas de usabilidade durante o processo

de design interativo. É um dos métodos de inspeção mais comuns. Envolve

especialistas em usabilidade que examinam cada diálogo ou cada elemento

interativo da interface, verificando se estão em conformidade com princípios de

usabilidade, conhecidos como “heurísticas”. Essa técnica orienta os avaliadores a

inspecionar a interface em busca de problemas de usabilidade, sendo um método

rápido e de baixo custo (Barbosa e Silva, 2010).

A avaliação heurística não deve ser feita por um único avaliador, porque

uma pessoa possivelmente nunca será capaz de encontrar todos os problemas de

usabilidade em uma interface. A experiência tem mostrado que diferentes pessoas

encontram diferentes problemas de usabilidade. Recomenda-se usar de três a cinco

avaliadores (Nielsen, 1995b).

O conjunto de heurísticas de Nielsen (1995a) é a iniciativa mais

disseminada desse tipo de avaliação; é composto pelas dez seguintes heurísticas:

1. Visibilidade do estado do sistema: essa heurística indica que o

sistema deve sempre manter os usuários informados sobre o que está acontecendo,

retornando um feedback apropriado em tempo razoável.

2. Correspondência entre o sistema e o mundo real: indica que o

sistema deve falar a linguagem dos usuários, com palavras, frases e conceitos

familiares ao usuário, ao invés de termos orientados ao sistema. Sendo assim, o

diálogo deve seguir as convenções do mundo real, fazendo com que as informações

apareçam em uma ordem natural e lógica.

3. Controle do usuário e liberdade: discorre sobre erros cometidos

pelos usuários. É comum os usuários escolherem funções do sistema por engano, e

nessas situações precisarão de uma "saída de emergência" que deve estar

claramente marcada para sair do estado indesejado sem ter que passar por um

diálogo prolongado. Prover apoio a ações de desfazer e refazer.

4. Consistências e padrões: discorre sobre o uso de padronizações,

pois os usuários não precisam adivinhar que diferentes palavras, situações ou ações

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significam a mesma coisa. Indica que as convenções da plataforma do sistema

operacional devem ser seguidas.

5. Prevenção de erros: discorre sobre como procurar e prevenir erros,

tomando o cuidado de fazer um projeto cuidadoso que impeça que erros possam

ocorrer. O objetivo é eliminar as condições passíveis de erros ou verificá-las,

apresentando aos usuários uma opção de confirmação antes de se comprometerem

com uma determinada ação.

6. Reconhecimento em vez de recordação: indica como se deve

minimizar a carga de memória do usuário. O designer deve tornar os objetos (botões

e links), as ações e opções visíveis. O usuário não deve ter que lembrar informações

de uma parte do diálogo para outra. Instruções para uso do sistema devem estar

visíveis ou facilmente recuperáveis sempre que apropriado.

7. Flexibilidade e eficiência de uso: trata do uso de aceleradores que

devem ser invisíveis para usuários iniciantes e disponíveis para usuários

experientes, para que estes possam acelerar a interação, de tal forma que o sistema

atenda a ambos os tipos de usuários. Permitir que usuários adaptem-se às ações

frequentes.

8. Estética e design minimalista: indica que os diálogos não devem

conter informação que seja irrelevante ou raramente necessária. Indica que cada

unidade extra de informação em um diálogo compete com as unidades relevantes de

informação e diminui sua visibilidade relativa.

9. Ajude os usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar de erros:

indica que as mensagens de erro devem ser escritas em linguagem simples e sem

códigos, devem indicar com precisão o problema e sugerir uma solução construtiva.

10. Ajuda e documentação: indica que é necessário prover help e

documentação. Essas informações devem ser fáceis de encontrar, focalizadas na

tarefa do usuário, e não ser muito extensas.

A Figura 1 mostra o processo de aplicação da avaliação heurística. Na

primeira etapa da avaliação heurística, que é a preparação, os avaliadores devem

organizar as telas e os protótipos do sistema que serão usados na avaliação. Em

seguida, devem ser definidas quais heurísticas serão usadas durante a avaliação

(por exemplo, as de Nielsen).

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Feita essa primeira etapa, entra-se na etapa de coleta de dados e

interpretação. Nessa etapa, cada avaliador deve inspecionar cada tela e seus

elementos ou protótipo, anotar as heurísticas que foram violadas, o local exato em

que ocorre a violação e quais elementos da interface são responsáveis pela violação

da heurística. Essa atividade deve ser executada pelo menos duas vezes: a primeira

deve-se concentrar no fluxo de execução e a segunda no diálogo. Depois de feitas

as duas avaliações, o avaliador deve justificar o problema encontrado, ou seja, deve

definir e explicar o problema. Feito isso, o avaliador deve julgar a severidade do

problema encontrado. Uma sugestão para classificação do grau de severidade pode

ser vista no Quadro 1.

A próxima etapa da avaliação heurística é a consolidação. Nessa etapa

os avaliadores compartilham entre si a lista de problemas encontrados nas

interfaces do sistema e elaboram uma lista única, em seguida, cada avaliador atribui

um grau de severidade a cada um dos problemas. Após esse novo julgamento, os

avaliadores se reúnem e chegam a um acordo sobre o grau de severidade atribuído.

Quadro 1: Graus de severidade

1. Não é um problema de usabilidade

2. É um problema cosmético, não precisa ser corrigido

3. É um problema pequeno, de baixa prioridade

4. É problema grave, precisa ser corrigido

5. É um problema catastrófico, precisa ser corrigido antes do lançamento do produto

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Figura 1: Processo de Avaliação Heurística.

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Na última etapa, que é o relato dos resultados, os avaliadores geram um

único relatório consolidado contendo todos os problemas encontrados. Para cada

problema é descrito o local onde ocorre, o problema em si, a heurística violada e a

severidade do problema.

É importante ressaltar a possibilidade de se utilizar outros conjuntos de

heurísticas que sejam mais específicos para determinadas situações. Rocha e

Baranauskas (2003) exemplificam o uso de outras heurísticas. Um exemplo é um

sistema que contêm menus ou diálogos centrados na entrada de informações

através de formulários. Nesse caso, podem ser definidas heurísticas que avaliem

especificamente a usabilidade desses componentes mais relevantes. Dessa forma,

apresenta-se um conjunto de heurísticas de categorias específicas, para captar

aspectos específicos do domínio desse tipo de sistema.

2.2.2 Questionário

Questionário é um conjunto de questões, criadas para coletar dados por

amostragem (Gunter, 2003). Pode ser um formulário impresso ou on-line com

questões que os participantes da pesquisa devem responder, tendo como finalidade

fornecer dados necessários para uma pesquisa, avaliação ou análise. Em IHC,

questionário é uma técnica utilizada para identificar o nível de satisfação dos

usuários com o sistema, incluindo aspectos como a satisfação com o uso e as

funcionalidades, ausência de problemas durante o uso do sistema e o interesse por

voltar a utilizar o sistema (Prates e Barbosa, 2003). Essa técnica permite coletar

dados de um grande número de pessoas, mesmo que essas estejam

geograficamente dispersas (Barbosa e Silva, 2010).

Deve-se tomar o cuidado de elaborar as questões de forma que o

entrevistado perceba a relação da pergunta com o problema que está sendo

pesquisado e com os objetivos da pesquisa. As questões também devem ser

precisas e inequívocas, ou seja, é preciso tomar o cuidado para que a questão não

contenha duas ideias diferentes, o que pode confundir o entrevistado (Kitchenham e

Pfleeger, 2002).

Os questionários podem ser compostos por dois tipos de perguntas:

abertas e fechadas. Nas questões abertas os participantes da pesquisa ficam livres

para responder com suas palavras. Já nas questões fechadas os participantes

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devem selecionar uma resposta a partir de uma lista de opções pré-definidas

(Kitchenham e Pfleeger, 2002).

Existem vantagens e desvantagens para cada tipo de questão. As

questões abertas têm as vantagens de estimular a cooperação, cobrem pontos que

as questões fechadas não cobrem e permitem fazer uma análise mais ampla. Por

outro lado, são menos objetivas, mais difíceis de analisar e codificar os resultados.

Já as questões fechadas têm as vantagens da rapidez e facilidade de

aplicação, pouca possibilidade de erros e facilidade na análise dos resultados. Como

desvantagens pode-se citar a exigência de maior tempo e cuidado na elaboração e a

influência sobre o entrevistado que as alternativas apresentadas poderão impor

(Kitchenham e Pfleeger, 2002).

A escolha pelo tipo de questões deve depender das necessidades

específicas da pesquisa. Ao elaborar um questionário, devem ser levados em conta

os objetivos, a hipótese da pesquisa, o público-alvo e os métodos de análise de

dados escolhidos (Kitchenham e Pfleeger, 2002).

2.2.3 Teste de Usabilidade

O teste de usabilidade é um método que faz a avaliação de usabilidade

de um software, tendo como objetivo encontrar problemas de usabilidade durante a

interação com o sistema, permitindo determinar se os usuários acham fácil ou difícil

usar a interface (Rogers et al., 2013).

O principal objetivo do teste é diagnosticar a usabilidade do produto, o

que refletirá automaticamente no aumento da satisfação do usuário. Esse teste tem

a finalidade de avaliar a usabilidade de um sistema interativo a partir de experiências

de usuários alvo. Para realizar esse teste, um grupo de usuários é selecionado para

realizar um conjunto de tarefas específicas em um ambiente controlado (Barbosa e

Silva, 2010).

Esse método pode ser usado em conjunto com a técnica de observação

(descrita na próxima seção), monitorando as ações dos participantes e registrando

dados importantes da interação do usuário com a interface. Dessa forma, torna

possível identificar problemas reais que os participantes enfrentam e não apenas

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problemas previstos por uma avaliação de inspeção, como, por exemplo, a avaliação

heurística (Barbosa e Silva, 2010).

Outra técnica que pode ser usada em conjunto com o teste de usabilidade

é chamada de “pensamento em voz alta” (think aloud), em que os participantes

verbalizam o que estão pensando sobre os passos que devem executar usando a

interface (Rocha e Baranauskas, 2003).

A equipe técnica então observa os participantes na realização das tarefas.

Pode ser usada a gravação de áudio e vídeo, desde que devidamente autorizada

pelo participante, o que virá a facilitar a etapa posterior, que é a análise e

consolidação dos resultados.

2.2.4 Pensamento em voz alta (Think Aloud)

Think Aloud é uma técnica utilizada durante o teste de usabilidade, na

qual se pede ao participante que fale em voz alta o que pensa enquanto usa um

sistema. A expectativa é que a verbalização de seus pensamentos evidencie como o

participante interpreta cada item da interface (Rocha e Baranauskas, 2003; Nielsen,

2012), permitindo ao avaliador coletar dados reais sobre a satisfação do usuário com

o sistema (Boren e Ramey, 2000). É um método que tem muitas vantagens, sendo

que dentre elas a mais importante é que os designers descubram como realmente o

usuário avalia a interface do software. Também é possível identificar muitos erros e

equívocos que a interface causa (Nielsen, 2012).

Outros benefícios dessa técnica são: (i) é uma técnica barata, pois não há

necessidade de nenhum equipamento em especial; (ii) é flexível, pois pode-se usar

essa técnica em qualquer estágio do desenvolvimento de um software; (iii) é

convincente, pois por mais reticente que seja o designer, se ele se sentar alguns

minutos ao lado de um usuário, perceberá as ações e os pensamentos do usuário

ao interagir com a interface, e perceberá a necessidade de realizar ajustes na

interface; (iv) é fácil de aprender, pois qualquer grupo de designers consegue aplicar

essa técnica (Nielsen, 2012).

As desvantagens dessa técnica são: (i) é difícil medir o tempo de

execução das tarefas; (ii) os valores medidos passam a não ser confiáveis, uma vez

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que para fazer o think aloud o usuário faz mais esforço cognitivo, o que gasta

naturalmente mais tempo que o usual (Rocha e Baranauskas, 2003).

A pessoa responsável por conduzir o teste tem que estar bem preparada

no sentido de levar o usuário a falar sempre e nunca interferir nas ações do usuário

durante o uso do sistema. Alguns exemplos de questionamento que se pode fazer

ao usuário quando ele ficar algum tempo em silêncio são “O que você está

pensando agora?” ou “O que você acha que essa mensagem significa?” (depois de

o usuário notar uma mensagem). Se o usuário perguntar se pode fazer alguma

coisa, pode-se responder com outra pergunta: “O que você acha que vai acontecer

se fizer isso?” Ainda, se o usuário se mostra surpreso, pode-se perguntar: “Era isso

que você esperava que aconteceria? O que esperava?”.

A coleta de dados pode ser composta de anotações que o avaliador fez a

respeito das falas dos participantes; pode-se também usar microfones, filmadoras e

gravadores de voz (Cybis et al., 2010).

Os comentários dos usuários devem ser criteriosamente analisados e

nunca aceitos indiscriminadamente, pois podem dar falsa impressão das razões de

um determinado problema.

A principal força dessa técnica é mostrar o que os usuários estão fazendo

e porque estão fazendo uma ação durante os testes, evitando o desperdício de

tempo posteriormente (Rocha e Baranauskas, 2003).

Uma variação dessa técnica é o pensamento em voz alta retrospectivo

(Retrospective think aloud), no qual primeiramente os participantes realizam as

tarefas do teste de usabilidade silenciosamente e, após o término das tarefas,

verbalizam seus pensamentos de forma retrospectiva (Haak e Jong, 2003). Em

alguns casos, a verbalização retrospectiva pode ser realizada sem qualquer

estímulo; já em outros casos, a aplicação do retrospective think aloud pode ser feita

usando a gravação do vídeo produzido durante o teste de usabilidade. Quando a

verbalização é realizada por estímulos, o pensamento em voz alta retrospectivo

combina potencialmente os benefícios de trabalhar silenciosamente e o pensamento

em voz alta (Haak e Jong, 2003; Olsen et al., 2010). Esta abordagem é considerada

menos intrusiva porque os usuários apenas executam suas tarefas usando o

sistema e, depois de terminar, eles verbalizam o que eles estavam pensando sobre

o sistema. Porém é considerada lenta devido ao participante precisar verbalizar após

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o teste e assim, retardar o processo de avaliação e também porque os usuários

podem esquecer de detalhes que ocorreram durante o teste.

2.2.5 Observação

A técnica de observação é uma forma de levantamento que permite a

investigação de fenômenos nos seus contextos de ocorrência natural (Belei et al.,

2006). A observação consiste em observar o comportamento e as interações,

presenciadas pelo próprio investigador, à medida que vão acontecendo,

identificando problemas reais. Além disso, fornece detalhes importantes do processo

de interação e permite que o pesquisador capture informações que afetam o uso de

um produto como, por exemplo, interrupções e distrações (Barbosa e Silva, 2010).

Uma das vantagens dessa técnica é que ela fornece uma compreensão

mais profunda do fenômeno que está sendo estudado (Runeson e Hõst, 2008).

Também, com seu uso, é possível descobrir como realmente o trabalho é realizado,

pois é muito comum os usuários realizarem suas tarefas de modo diferente daquilo

que foi prescrito ou mesmo imaginado pelos especialistas da área de design

(Tavares et al., 2010). Comumente, esta técnica é utilizada em conjunto com o teste

de usabilidade (Rocha e Baranauskas, 2003).

2.2.6 ePWG

A Cartilha de Usabilidade é o resultado do Projeto Padrões Web em

Governo Eletrônico (ePWG), do Programa Federal de Governo Eletrônico. Essa

cartilha fornece recomendações de boas práticas na área digital, com o objetivo de

apresentar a usabilidade, inserindo-a no contexto do desenvolvimento e manutenção

de websites do governo eletrônico. Possui recomendações que devem ser

observadas, assim como subsídios para testes que podem ser utilizados tanto pela

equipe interna de órgãos governamentais quanto para a contratação ou licitação.

As diretrizes de usabilidade em governo eletrônico propostas por esta

cartilha baseiam-se na observação concreta de problemas comuns nas páginas de

instituições públicas no Brasil. São elas (ePWG, 2010):

Diretriz 1 - Contexto e navegação;

Diretriz 2 - Carga de informação;

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Diretriz 3 - Autonomia;

Diretriz 4 - Erros;

Diretriz 5 - Desenho;

Diretriz 6 - Redação;

Diretriz 7 - Consistência e Familiaridade.

Para facilitar sua aplicação, cada diretriz é dividida em várias

recomendações. Por exemplo, considere a “Diretriz 1 – Contexto e navegação” a

seguir:

“Cada página de website possui diversas entradas e saídas, e isso pode

causar desorientação aos usuários do website. Por isso é importante que o website

informe o usuário em que contexto ela se encontra, e demarque claramente a

navegação”. Essa diretriz possui 14 recomendações, que são:

1.1. Página inicial clara;

1.2. Estrutura do site de forma lógica e fácil;

1.3. Estruturar a informação de forma lógica e intuitiva para o cidadão;

1.4. O conteúdo mais importante antes na primeira página, antes da

rolagem de página;

1.5. Elementos da identidade visual localizados sempre no mesmo lugar;

1.6. A ferramenta de busca presente em todas as páginas;

1.7. As páginas, seções ou serviços mais utilizados visíveis;

1.8. Não use páginas de transição;

1.9. Documentação, tutorial e ajuda;

1.10. Formatos especiais de arquivo e download;

1.11. Não use janelas pop-up ou abra links em nova janela;

1.12. Busca simples e depois, avançada;

1.13. Resultados da caixa de busca;

1.14. Formulários amigáveis.

Além das recomendações, essa cartilha fornece as técnicas e métodos

que, com base na própria cartilha, podem ser utilizados para realizar os testes de

usabilidade em websites.

2.3 Acessibilidade

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Para Bergman e Johnson (1995) oferecer acessibilidade significa remover

barreiras que impedem pessoas com deficiências de participar de atividades

substanciais, incluindo o uso de serviços, produtos e informação.

Nos dias atuais a acessibilidade tornou-se um requisito fundamental na

sociedade em que vivemos e está relacionada tanto a lugares físicos acessíveis

como ao meio digital.

A acessibilidade beneficia todas as pessoas, com ou sem deficiências, e

inclusive as pessoas idosas com capacidades em mudança devido ao

envelhecimento (Barbosa e Silva, 2010; W3C, 2015). A idade pode influenciar as

capacidades físicas, mentais ou de aprendizado. Por exemplo, uma criança pode ter

limitação física de acesso por ainda não ter amadurecido seu corpo, e mentais por

ainda não saber discernir o impacto das suas atitudes; em idosos, o avanço da idade

pode afetar algumas de suas capacidades físicas (velocidade de reação ou

capacidade de manipulação) ou mentais (Barbosa e Silva, 2010).

Durante o processo de interação, o usuário utiliza sua habilidade motora

para interagir com os dispositivos de entrada, seus sentidos (visão, audição e tato)

para identificar as respostas do sistema que são emitidas pelos dispositivos de

saída, e sua capacidade cognitiva para compreender as respostas e tomar as

decisões para os próximos passos da interação. Se a interface possuir algum

obstáculo durante esse processo, ele não será capaz de aproveitar todos os

recursos oferecidos pelo sistema (Barbosa e Silva, 2010).

A acessibilidade atribui igual importância a pessoas com e sem limitações

de movimento, visão, audição e de aprendizado. Portanto, a acessibilidade permite

que todas as pessoas sejam incluídas em qualquer lugar, seja esse lugar físico ou

digital. A finalidade é incluir todas as pessoas no grupo de usuários-alvo, e não

excluir desse grupo pessoas com ou sem limitações ou deficiências (Barbosa e

Silva, 2010).

Já acessibilidade na web pode ser definida como a capacidade de

usuários com qualquer deficiência (visual, auditiva, física, cognitiva ou neurológica)

poderem utilizar a internet, nela navegar, entendê-la, contribuir e interagir com ela

sem qualquer tipo de barreira (Henry, 2005). A acessibilidade é um dos fatores que

compõem a qualidade de um site, por isso há uma preocupação de diversas

instituições e governos em relação a este assunto (Lima et al., 2007).

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33

2.4 Recomendações de acessibilidade

Para o desenvolvimento de sites mais acessíveis, existem diversas

recomendações e padrões de acessibilidade. A World Wide Web Consortium (W3C)

é uma organização responsável pela padronização e boas práticas para publicação

de conteúdos em sites. O Web Accessibility Initiative (WAI) é um grupo de pesquisa

da W3C que tem como responsabilidade estabelecer recomendações (guidelines)

para o desenvolvimento de sites acessíveis para o maior número de pessoas,

incluindo pessoas com necessidades especiais, cegueira, audição, baixa visão,

limitações cognitivas, entre outras (W3C, 2015). Com foco no conteúdo para a Web,

o grupo da WAI elaborou as Web Content Accessibility Guidelines 2.0 (WCAG), que

são recomendações de acessibilidade para conteúdo para a Web (Caldwell et al.,

2008).

Adicionalmente, a W3C desenvolveu outros dois conjuntos de

recomendações. Um deles são as recomendações UAAG (User Agent Accessibility

Guidelines) 2.0, que versam sobre como os navegadores e tecnologias assistivas

devem disponibilizar o conteúdo da Web de forma acessível aos usuários (Tanaka,

2010). O outro conjunto é composto pelas Authoring Tool Accessibility Guidelines

2.0 (ATAG), que têm como objetivo auxiliar o design de ferramentas de autoria

acessíveis (Richards et al.,2013). Basicamente, as ATAG apresentam diretrizes que

permitem atender às recomendações WCAG 2.0.

Além dessas recomendações providas pelo W3C, existe ainda o Modelo

de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG). Esse modelo é coerente com as

necessidades brasileiras e também segue os padrões internacionais de

acessibilidade. Abordaremos o eMAG com mais detalhes na Seção 2.4.4; nas

próximas seções, serão abordadas as recomendações ATAG, UAAG , WCAG e a

avaliação de acessibilidade.

2.4.1 ATAG 2.0

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Authoring Tool Accessibility Guidelines (ATAG) 2.0 fornecem diretrizes

para a concepção de ferramentas de criação de conteúdo da Web para que sejam

mais acessíveis, permitindo, apoiando e promovendo a produção de conteúdo Web

para todas as pessoas com necessidades especiais (Richards et al., 2013).

Incluem recomendações para ajudar os desenvolvedores de ferramentas

de autoria a criar suas ferramentas de forma mais acessível às pessoas com

necessidades especiais, inclusive auditivas, cognitivas, neurológicas, físicas, de fala

e deficiência visual. Também é recomendada a compradores de ferramentas de

autoria para que possam avaliar as ferramentas que estão sendo compradas

(Richards et al., 2013).

As recomendações ATAG 2.0 são divididas em duas partes, que refletem

cada uma um aspecto fundamental da acessibilidade com relação às ferramentas de

criação de conteúdo. A primeira parte traz as recomendações de acessibilidade de

interfaces para as ferramentas de autoria para pessoas com necessidades

especiais. Já a segunda parte refere-se a dar suporte para criação das ferramentas

de autoria, por qualquer autor, com a finalidade de criar conteúdo da web que seja

mais acessível aos usuários finais com necessidades especiais (Richards et al.,

2013).

2.4.2 UAAG 2.0

User Agent Accessibility Guidelines 2.0 (UAAG) fornecem recomendações

de como os navegadores podem diminuir as barreiras de acessibilidade web às

pessoas com necessidades especiais (Allan et al., 2013). Além de navegadores,

incluem também os media players e tecnologias assistivas, o que é generalizado

pelo termo user agent.

As UAAG 2.0 são divididas em três camadas de orientação para a

redução de barreiras à acessibilidade dos navegadores: princípios gerais,

recomendações gerais e critérios de sucesso para testes.

Os navegadores podem estar em conformidade com as recomendações

UAAG 2.0 em um dos três níveis: níveis A (mínimo), AA (recomendado) e AAA

(avançado). Os três níveis de conformidade baseiam-se nas designações de nível

correspondente (A, AA ou AAA) dos critérios de requisitos específicos. Para que o

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navegador do usuário possa estar em conformidade com um nível, os critérios de

sucesso desse nível e dos níveis abaixo dele devem ser cumpridos (Allan et al.,

2013).

As recomendações UAAG beneficiam os desenvolvedores porque

explanam quais são os tipos de informações e controles que uma tecnologia

assistiva precisa apresentar conforme o seu navegador (Allan et al., 2013).

2.4.3 WCAG 2.0

Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0 são recomendações

para tornar mais acessíveis os conteúdos de sites. Essas recomendações têm o

objetivo de fazer com que os conteúdos sejam acessíveis às pessoas que possuem

algum tipo de deficiência, incluindo cegueira e redução da visão, surdez e perda de

audição, dificuldades de aprendizagem, limitações cognitivas, entre outras (Caldwel

et al., 2008).

O documento que define as WCAG 2.0 está estruturado em quatro

princípios, relacionados às características desejadas do conteúdo: identificável,

operável, compreensível e robusto, como sumarizado a seguir:

Conteúdo identificável: a informação e os componentes da interface

devem ser apresentados de maneira que os usuários possam identificá-los.

Conteúdo operável: os componentes da interface e de navegação

devem ser operáveis.

Conteúdo compreensível: a informação e a operação da interface

devem ser compreensíveis.

Conteúdo robusto: o conteúdo deve ser robusto o suficiente para que

possa ser interpretado por uma ampla variedade de dispositivos adotados pelo

usuário, inclusive as tecnologias assistivas (Caldwel et al., 2008).

Ao todo são 4 princípios que agrupam 12 recomendações. Cada uma das

recomendações possui diversos critérios de sucesso, ou seja, critérios que precisam

ser atendidos para que a recomendação seja considerada como plenamente

atendida.

Os critérios de sucesso das WCAG 2.0 possuem níveis de conformidade,

definidos entre A (mais baixo), AA e AAA (mais alto). Por exemplo, uma página terá

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nível de conformidade “A” se estiver de acordo com todos os critérios de sucesso de

nível “A”. A mesma página terá nível de conformidade “AA” se, além de atender os

critérios de sucesso de nível “A”, também atender os de nível “AA”. E a mesma

página terá nível de conformidade “AAA”, se além de atender os critérios de sucesso

“A”, “AA”, também atender os de nível “AAA”.

Nesse conjunto, chama-se a atenção para as seguintes recomendações

mais diretamente relacionadas à terceira idade:

Recomendação 1.4 - Discernível: facilitar a audição e a visualização de

conteúdos, incluindo a separação do primeiro plano e do plano de

fundo. Possui o Critério de Sucesso 1.4.1, intitulado “Utilização da cor”

(Nível A), que recomenda que a cor não deve ser utilizada como único

meio visual de transmitir informações, indicar uma ação ou pedir uma

resposta.

Recomendação 2.4 - Navegável: fornecer formas de ajudar os usuários

a navegar, localizar conteúdos e determinar o local onde estão. O

Critério de Sucesso 2.4.2, intitulado “Página com Título” (Nível A),

recomenda que as páginas web devem ter títulos que descrevam o

tópico ou finalidade. Já o Critério 2.4.4, intitulado “Finalidade do link

(em contexto)” (Nível A), recomenda que o link por si só deve fornecer

de maneira clara qual é a finalidade do mesmo, seja através do próprio

link ou a partir do texto do link. Outro critério que chama atenção é o

2.4.7, intitulado “Foco Visível” (Nível AA), que tem por finalidade

fornecer um indicador visível do foco do teclado.

Recomendação 3.3 - Assistência de entrada: ajudar os usuários a

evitar e corrigir erros. Também possui diversos critérios de sucesso,

dos quais se ressalta o Critério de Sucesso 3.3.1, intitulado

“Identificação do Erro” (Nível A), cuja finalidade é identificar

automaticamente um erro de entrada e informar por escrito ao usuário.

Os critérios de sucesso abordados impactam diretamente usuários da

terceira idade, seja por esse público não possuir muita experiência na web, seja

pelas limitações fisiológicas, como, por exemplo, deficiência de visão.

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2.4.4 eMAG

O Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG) tem a

finalidade de orientar os designers no desenvolvimento e na adaptação de

conteúdos digitais do Governo Federal, garantindo o acesso a todos. As

recomendações do eMAG permitem que a implementação da acessibilidade digital

seja conduzida de forma padronizada, de fácil implementação, coerente com as

necessidades brasileiras e em conformidade com os padrões internacionais. O

eMAG é uma versão especializada do documento internacional WCAG voltado para

o governo brasileiro, porém o eMAG não exclui qualquer boa prática de

acessibilidade do WCAG (eMAG, 2014).

As recomendações do eMAG destinam-se aos autores de páginas,

projetistas de sites e aos desenvolvedores de ferramentas para criação de conteúdo

para sites do governo federal. A observação destes padrões também facilita o

acesso ao conteúdo da Web, independentemente da ferramenta utilizada (desktops,

laptops, telefones celulares ou navegador por voz) e de certas limitações de ordem

técnica, como, por exemplo, uma conexão lenta, a falta de recursos de mídia, etc.

(eMAG, 2014).

As recomendações do eMAG estão separadas por seções de acordo com

as necessidades de implementação:

1. Marcação;

2. Comportamento (Document Object Model - DOM);

3. Conteúdo/Informação;

4. Apresentação/Design;

5. Multimídia;

6. Formulário.

No eMAG, diferentemente da WCAG, as recomendações de

acessibilidade não estão divididas por níveis de prioridade e sim por área. Por se

tratar de recomendações para páginas de governo, todas as recomendações

necessárias para determinada situação devem ser seguidas. Assim, se a página é a

área de contato, as recomendações de formulário (além das de marcação, conteúdo

etc.) devem ser seguidas; se apresentar vídeo, atenção especial deve ser dada às

recomendações de multimídia. Em um total de 46, as recomendações são alocadas

dentro de cada seção. Por exemplo, na seção “Marcação”, existe a recomendação

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“1.1 – Respeitar os Padrões Web” – no caso, os Padrões Web são recomendações

do W3C, destinadas a orientar os desenvolvedores para o uso de boas práticas que

tornam a web acessível para todos (eMAG, 2014).

2.4.5 Avaliação de acessibilidade

A avaliação de acessibilidade é similar aos métodos de avaliação de

usabilidade. Tem como objetivo encontrar barreiras de acessibilidade em páginas

web. A maioria dos métodos de avaliação de acessibilidade atuais avalia o conteúdo

de páginas web, baseado na conformidade com certas guidelines de acessibilidade,

principalmente com as WCAG 2.0 (Brajnik, 2006).

A avaliação de conformidade com guidelines é um método de inspeção

muito simples e muito parecido com a avaliação heurística, apesar do número de

guidelines ser muito maior. Dado um conjunto de guidelines, como as WCAG 2.0, o

avaliador, que deve ser um especialista na área, verifica se a página ou site em

avaliação está de acordo com cada guideline. Caso não esteja, descreve as

violações existentes em um relatório, incluindo uma justificativa para cada violação.

Essa avaliação resulta em uma lista de problemas encontrados que podem ser

direcionados para melhorias. Como é um método de inspeção de interfaces, a

verificação de conformidade com guidelines não requer a presença de usuários

durante o processo de avaliação (Brajnik, 2006).

2.5 Relações entre acessibilidade e usabilidade

É comum haver certa confusão entre as definições de acessibilidade e

usabilidade, pois ambas têm como foco as pessoas que utilizam o sistema

computacional (Quesenbery, 2009 e Kapsi et al.,2009). O uso das normas e padrões

de usabilidade e acessibilidade de forma coerente pode aumentar a eficácia,

eficiência e qualidade dos sistemas, fazendo-os acessíveis para todas as pessoas

(Petrie et al., 2015).

No trabalho de Kapsi et al. (2009) são apresentadas 2 formas de relação

entre acessibilidade e usabilidade: como complementares, ou como acessibilidade

sendo uma subclasse de usabilidade. Os autores que entendem acessibilidade e

usabilidade como complementares afirmam que um website com boa acessibilidade

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terá uma boa usabilidade e vice-versa (ePWG, 2010; Petrie and Kheir, 2007). Nesse

caso, os processos de design centrado no usuário incluem ambas as técnicas.

Durante o processo de design e avaliação, o usuário final participa usando

complementarmente as recomendações para esse processo. O design centrado no

usuário ajuda a tomar decisões que têm como resultado final um website com design

mais acessível (Rogers et al., 2013). Essa combinação pode desenvolver

experiências de usuários positivas para pessoas com deficiência.

A complementariedade está implícita no WCAG 2.0, uma vez que as

recomendações estão também orientadas à usabilidade, pois introduz

navegabilidade como um elemento essencial de acessibilidade web. Isso mostra que

o WCAG 2.0, enquanto padrão de acessibilidade, também incorpora princípios

gerais de usabilidade, reconhecendo a ligação entre ambos os conceitos (Termens

et al., 2009).

Segundo Theofanos e Redish (2003) e Arch (2009), melhorando a

acessiblidade melhora-se a usabilidade para todos os usuários. Muitas

características que tornam os websites acessíveis às pessoas com deficiências

cognitivas também melhoram a usabilidade geral de websites.

Por outro lado, autores que consideram acessibilidade como subclasse da

usabilidade entendem que, enquanto a usabilidade se preocupa com todos os

usuários, a acessibilidade tem o objetivo de tornar um website utilizável por todas as

pessoas, independentemente de eventuais limitações sensoriais, motoras ou

cognitivas (Ferreira, 2008; Adebesin et al., 2010; Thatcher et al., 2003). A

acessibilidade está relacionada com a tradução da informação, pois grande parte

das vezes, a informação que existe em um meio precisa ser traduzida ou

transformada para ser comunicada em outro meio. Por exemplo, traduzir imagens e

vídeos para texto, ou texto gráfico para Braille, entre outras situações (Ferreira,

2008; Shneiderman, 1998).

Henry (2002) também compartilha a visão de que usabilidade é uma

superclasse de acessibilidade. Afirma que o foco das normas e recomendações de

acessibilidade do WCAG (que em 2002, quando da publicação do artigo de Henry,

estava na versão 1.0) eram encontrados nos aspectos técnicos de acessibilidade,

enquanto o foco na interação humana (ou seja, o foco na usabilidade em si) era

desconsiderado. Ela reforça que é importante compreender a diferença entre aquilo

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que atende aos padrões mínimos de acessibilidade e aquilo que é realmente

possível de ser utilizado por pessoas com deficiências. Afirma ainda que prover

usabilidade implica prover acessibilidade, e que aspectos tidos como bons para se

prover usabilidade em geral, podem ser obrigatórios para se prover acessibilidade.

O trabalho de Dias et al. (2014) também permite inferir a mesma relação

de superclasse. Dias et al. (2014) elaboraram um questionário com 93 questões

cobrindo usabilidade e acessibilidade. Os requisitos de acessibilidade usados

englobam todos os critérios de sucesso das recomendações WCAG. Esses

requisitos foram englobados de acordo com as 10 heurísticas de Nielsen (1995a),

visando facilitar sua aplicação por especialistas de IHC. Embora não explicitado no

texto, entende-se que a visão destes autores é a de que os problemas de

acessibilidade que podem ser verificados pelo atendimento às recomendações

WCAG também podem ser verificados pelo atendimento às heurísticas de Nielsen

(embora exigindo o detalhamento nas 93 questões apresentadas). Assim, isso

corrobora a visão de que acessibilidade é uma subclasse de usabilidade. Vale

ressaltar que os autores propõem uma medida de o quanto acessível e usável está o

site avaliado, com base nas respostas fornecidas ao questionário por eles proposto.

Já o trabalho de Moreno et al. (2009) mostra a sobreposição existente

entre as heurísticas de usabilidade de Nielsen e as recomendações de

acessibilidade (WCAG). Eles propõem uma relação entre as heurísticas de Nielsen

para as recomendações do WCAG 2.0. Os autores argumentam que não é clara a

distinção entre usabilidade e acessibilidade. Alguns problemas são claramente

definidos como sendo de acessibilidade (ou de usabilidade), e há outros em que os

problemas de acessibilidade e usabilidade se sobrepõem. Um estudo foi feito para

encontrar as relações entre os conceitos de acessibilidade e usabilidade. Os autores

concluíram que esta correspondência fornece um recurso para ajudar os

profissionais a incluir a usabilidade em seus projetos web, e através da usabilidade

alguns aspectos da acessibilidade já estarão cobertos automaticamente. Esta

correspondência também é abordada no trabalho de Kapsi et al. (2009), que

apresenta guias de avaliação de usabilidade através de diretrizes de acessibilidade.

A ideia do trabalho foi proporcionar aos desenvolvedores de websites os

componentes fundamentais que devem ser levados em conta durante o design das

recomendações de acessibilidade.

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Visando compreender melhor a relação existente entre os conceitos de

usabilidade e acessibilidade e, também para melhor embasar a proposta, foi feita

uma comparação entre as heurísticas de usabilidade de Nielsen e o WCAG 2.0.

Essa análise da usabilidade e acessibilidade foi realizada com base nos princípios e

recomendações do WCAG, justificando como foram estudadas e analisadas as

heurísticas e recomendações WCAG para se chegar ao resultado final dessa

análise. O resultado dessa comparação pode ser visto com mais detalhes no

Apêndice XII.

2.6 Os idosos e a tecnologia

No último censo do IBGE (2010) foi revelado que 20,5 milhões de

pessoas no Brasil são idosas, totalizando 11% da população brasileira. De acordo

com uma projeção realizada pelo IBGE, essa faixa etária passará de 23,9 milhões

(11,7% do total) em 2015 para 73,5 milhões (33,7% do total), em 2060 (IBGE, 2013).

Portanto, com a população envelhecendo, a tendência é que a Web seja cada vez

mais acessada por essa parcela da população.

Outro ponto importante é o papel da tecnologia para esse público.

Segundo Kreis et al. (2007), as Tecnologias de Comunicação e de Informação

(TICs) têm possibilitado a inserção dos idosos no mundo virtual, que veem as

oportunidades se ampliarem ao se incluírem novamente na sociedade. Portanto, se

o idoso adquire conhecimentos na área de informática, sua vida passa a ter um novo

significado, pois isso amplia suas relações interpessoais, formas de entretenimento

e acesso à cultura. Dessa forma, a informática e a web ajudam a reduzir o

isolamento do idoso e estimular a saúde mental e psíquica desse público.

No passado a maioria dos idosos não utilizava tecnologia, mas hoje

conhecem a dimensão e utilidade dela. O envelhecimento tende a ser ativo, positivo

e saudável, em que a aprendizagem é uma constante. As redes sociais e as

tecnologias fazem parte dele. A tecnologia é uma ferramenta fantástica para a

comunicação. Quando usada pelo público da terceira idade, é possível perceber o

poder que ela tem de aumentar a sua inclusão social e reduzir o seu isolamento.

Além disso, é uma fonte inesgotável de informações e serviços que podem facilitar a

vida dos idosos, levando conveniências e benefícios ao dia a dia e à saúde (O

Globo, 2014).

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As Tecnologias de Informação e Comunicação podem ser fundamentais

para a vida independente dos idosos, reduzindo as despesas com serviços de

saúde, satisfazendo as necessidades individuais, melhorando os padrões de vida e

criando novas oportunidades de negócios (Gaßner e Conrad, 2010).

Assim, as características dos dispositivos móveis, como capacidade de

comunicação, internet e telefone, interação por toque, peso leve, câmeras de alta

resolução, sensores (GPS, bússola, entre outros) e avançada capacidade de

computação, tornam esses dispositivos apropriados para auxiliar os idosos nas suas

atividades diárias, como também uma ferramenta promissora para melhorar a

qualidade de vida desse público (Plaza et al., 2011).

2.7 Considerações sobre o Referencial Teórico

Neste capítulo foi relatado um estudo com base na literatura sobre

usabilidade e acessibilidade. Foram apresentadas aqui as recomendações e

técnicas de avaliação associadas a esses conceitos, como também a relação entre

acessibilidade e usabilidade e entre idosos e o uso de tecnologia.

No próximo capítulo, alguns trabalhos relacionados à proposta são

apresentados. Esses trabalhos auxiliaram no entendimento do tema e na formulação

da pesquisa.

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3 Trabalhos Relacionados

Este capítulo aborda alguns trabalhos da literatura na área de

acessibilidade e usabilidade de interface voltados a sites para dispositivos móveis.

Esses trabalhos auxiliaram o entendimento e a formulação da pesquisa. A Seção 3.1

discorre sobre a interação dos idosos com dispositivos móveis; a interação dos

idosos com a Web é abordada na Seção 3.2; na Seção 3.3 são abordadas

adequações das recomendações de acessibilidade e usabilidade; discorre-se sobre

usos da avaliação de usabilidade na Seção 3.4; na Seção 3.5 é abordada a

avaliação de usabilidade e acessibilidade; a combinação de métodos e técnicas para

realizar testes de usabilidade é abordada na Seção 3.6; finalmente, a Seção 3.7

encerra essa seção resumindo o que foi aprendido com os trabalhos relacionados e

as lacunas identificadas.

3.1 Interação dos idosos com dispositivos móveis

Esta seção aborda alguns trabalhos sobre a interação de idosos com

dispositivos móveis, destacando a complexidade dessas interfaces para o público da

terceira idade, como também a falta de acessibilidade.

Alban et al. (2012) relatam que, para projetar interfaces para o público da

terceira idade e para diferentes dispositivos, exige-se um cuidado extra com a

organização das informações, facilidade de interação, adaptação a diferentes

ambientes, entre outros. Já Gonçalves et al. (2011) realizaram um estudo da

interação dos idosos com celulares em que é destacada a complexidade da interface

de um celular para pessoas não familiarizadas com a tecnologia. Essas interfaces

não têm atendido aos diferentes requisitos de interação, pois no grupo de idosos há

diferenças em relação à escolaridade, experiência com tecnologias, habilidades

cognitivas e destreza física. Já Nicolau e Jorge (2012) realizaram um estudo com

idosos, cujo público-alvo era composto por idosos com tremores nas mãos. Teve

como objetivo examinar o desempenho da entrada de texto em dispositivos com

interface touchscreen por esses idosos. O touchscreen oferece alta flexibilidade para

diferentes interfaces, mas essa vantagem é um desafio para os idosos, que têm

mais dificuldades em selecionar com precisão os alvos representados por

componentes reduzidos. Portanto, a entrada de texto em teclados virtuais é um

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desafio. Foi realizado um teste com 15 usuários idosos em dois tipos de dispositivos

– tablet e telefone – e foram analisados os erros em diferentes situações, tais como:

inserções, substituições e omissões de letras. Os resultados mostraram que o erro

de omissão foi o tipo de erro mais comum, devido a problemas cognitivos; em

seguida, e nesta ordem, os erros mais comuns foram o de substituição e o de

inserção. Nesse estudo foi constatado também que o tremor das mãos está

altamente relacionado com erros de entrada de texto.

Trewin et al. (2013) estudaram o uso de smartphones e tablets com

touchscreen, tendo como foco o acesso físico a esses novos dispositivos, cujo

acesso se dá com o toque dos dedos. Usam como metodologia entrevistas e

observação. Participaram dessa pesquisa pessoas com deficiência em agilidade.

Essas pessoas consideraram o smartphone útil, mas acharam que o tablet oferece

muito mais vantagens. O custo é a maior barreira para comprá-lo. Foi observado que

a agilidade demanda importantes características de acessibilidade, trazendo

dificuldades de uso para muitos participantes, cujas deficiências dificultaram a

acessibilidade. Mesmo com alguns problemas de acessibilidade, os participantes se

entusiasmaram por ambos os dispositivos.

Os trabalhos apresentados nesta seção colaboram com nossa pesquisa,

pois apontam problemas com as interfaces de celulares e tablets quando o público é

a terceira idade, como também relatam o cenário brasileiro e mostram evidências de

que os idosos estão cada vez mais interessados em se incluir digitalmente e

participar ativamente do mundo digital. Portanto, as características das pessoas da

terceira idade devem ser levada em consideração quando se desenvolve um site

para dispositivos móveis que seja acessível também a esse público.

3.2 Interação dos idosos com Web

Essa seção discorre sobre os trabalhos em que o foco é a interação de

idosos com a Web, relatando as barreiras de acessibilidade encontradas e as

deficiências desse público.

Os trabalhos de Almeida et al.(2011) e Sayago e Blat (2009) apresentam

estudos com foco na interação dos idosos com a Web usando computadores

desktop, tendo sido reveladas pelos resultados as barreiras de acessibilidade e uma

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série de itens que devem ser levados em consideração ao desenvolver um site para

pessoas da terceira idade. Entre as barreiras destacadas estão dificuldades de

lembrar etapas ou sequências, entender os termos do computador e o uso do

mouse. Foi destacado ainda que os idosos preferem o uso de palavras em vez de

ícones.

A preocupação com acessibilidade na Web para idosos motivou o

trabalho de Dickinson et al. (2007). Embora a W3C tenha provido recomendações de

acessibilidade para cegos e surdos, esses padrões não são eficazes para permitir o

acesso de idosos. Faltam orientações adequadas para pessoas com deficiência

cognitiva, raciocínio lento e falta de memória (Dickinson et al., 2007).

No trabalho de Melo et al. (2012) é realizado um estudo das habilidades

motoras dos idosos, no qual são destacados problemas de ergonomia e limitações

relevantes, tais como: audição, visão, tato e locomoção. O trabalho enfatiza que, no

desenvolvimento de uma aplicação para o público da terceira idade, não pode ser

deixado de lado o estudo de problemas como visão, audição, entre outros, os quais

se relacionam à fisiologia humana que se degrada com o envelhecimento.

O trabalho de Lara (2011) apresenta o desenvolvimento de um plug-in

chamado TUKI, que permite fazer a personalização de páginas Web, e também a

geração automática de prompts de voz para apoiar as interações e a entrada de

dados. Esse plug-in foi criado com o objetivo de incrementar as funcionalidades do

navegador Web, permitindo que pessoas de meia idade ou idosos tenham mais

facilidade na interação com a Web. Para validar o TUKI foi realizada uma avaliação

heurística por cinco especialistas da área de IHC. A avaliação foi satisfatória, pois o

plug-in atendeu 9 das 10 heurísticas de Nielsen; apenas não foi satisfatório na

heurística "Ajuda e documentação", pois o TUKI não continha nenhuma

documentação.

Os trabalhos apresentados nessa seção são relevantes, pois abordam as

dificuldades que as pessoas da terceira idade podem encontrar ao utilizar um

website usando computadores desktop, e também foi importante para conhecermos

o público que estamos trabalhando em nossa pesquisa.

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3.3 Adequações das recomendações de acessibilidade e usabilidade

Essa seção aborda alguns trabalhos da literatura que propõem

recomendações de acessibilidade e usabilidade. Todos os trabalhos envolvem

apenas o público idoso, sendo alguns voltados para dispositivos móveis e outros

para desktop. Apenas o trabalho de Lara (2012) cria novos critérios de sucesso para

o WCAG 2.0; os outros apenas sugerem uma lista de recomendações.

Em Al-Razgan et al. (2012) é apresentada uma revisão de

recomendações para dispositivos móveis com touchscreen e recomendações de

design para o público da terceira idade. Essas recomendações foram consolidadas

após uma minuciosa revisão da literatura, e foram classificadas em três dimensões:

“visão e sentimento”, “funcionalidade” e “interação”. Alguns exemplos dessas

recomendações são: separar o teclado por números e letras, prover um espaço

adequado entre os botões, usar ícones maiores, usar fontes grandes para as letras

dos conteúdos, usar expressões claras, prover zoom fácil, entre outras. O objetivo

dessa revisão de recomendações é que possam servir como orientações para

designers e desenvolvedores na criação de interfaces para dispositivos móveis para

o público da terceira idade.

Macedo e Pereira (2009) criaram 10 recomendações de acessibilidade e

usabilidade para ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), voltadas para público

idoso. Para criar essas recomendações, foi realizada uma pesquisa de campo

qualitativa, analisando a interface da plataforma EAD Moodle, com as técnicas de

análise contextual: observação de campo e grupo focal. A observação dos idosos foi

realizada quando os idosos estavam utilizando as interfaces e ferramentas do

Moodle, em execução de tarefas reais no AVA. A finalidade destas recomendações

é aumentar a facilidade de acesso e uso dos AVA’s por idosos, e

consequentemente, gerar uma procura de cursos à distância mediados por esta

tecnologia, possibilitando uma interação entre os idosos e o acesso a novos

conhecimentos.

Lara (2012) também realizou um estudo utilizando observação de campo,

questionários e entrevistas com pessoas de meia idade e com idosos, visando

levantar as dificuldades ao utilizar sites de comércio eletrônico independente da

plataforma utilizada. Entre as dificuldades levantadas destaca-se esquecimento,

manuseio do mouse, localização de campos de entrada de dados, visualização de

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informações com cores, entre outras. Com base nessas dificuldades, a pesquisadora

propôs novos critérios de sucesso para WCAG 2.0 que atendam o público da

terceira idade.

Já no trabalho de Arch (2009) é apresentada uma revisão bibliográfica

sobre as recomendações de usabilidade que devem ser seguidas no

desenvolvimento de aplicações Web para terceira idade. O autor conclui que as

recomendações WCAG 2.0 contribuíram para os requisitos desse público em

estudo, mas ainda existem lacunas relacionadas a deficiências relativas ao

envelhecimento, o que exige mais pesquisa e investigação nessa área. As

recomendações WCAG são muito relevantes, pois se seguidas podem tornar os

sites mais acessíveis para todas as pessoas e, principalmente, para os idosos.

Questões muito simples como tamanho da letra, espaçamentos e links com

tamanhos adequados, contribuem para que um site se torne mais acessível e,

consequentemente mais utilizado.

Almeida et al. (2014) realizaram uma pesquisa exploratória com o objetivo

de fazer um teste de usabilidade para avaliar as interações de idosos e jovens

usando o Gmail no iPad. A finalidade foi de analisar semelhanças e diferenças em

relação aos gestos aplicados, reconhecimento de elementos da interface e possíveis

problemas de acessibilidade e usabilidade. Como resultado, foi gerada uma lista de

16 recomendações para apoiar o desenvolvimento de interfaces Web para iPad com

ênfase em usuários da terceira idade.

Tanaka (2010) propôs um método alternativo para avaliar a acessibilidade

em sistemas de informação, baseado em heurísticas. O conjunto de heurísticas de

acessibilidade proposto foi resultado de um processo que abstraiu o contexto de

execução do sistema, aplicável a diferentes tipos de sistemas. Os resultados obtidos

através de dois experimentos mostraram que as heurísticas de acessibilidade

propostas são fáceis de aprender, rápidas de aplicar e de baixo custo, o que

possibilita sua aplicação a qualquer momento do processo de desenvolvimento de

um software.

A partir do levantamento bibliográfico apresentado nesta seção, foi feita

uma triagem na qual foram considerados apenas trabalhos que foram publicados a

partir do ano de 2009, e que atendiam ao cenário escolhido (idosos ou dispositivos

móveis). Também se verificou se essas recomendações abordadas pela literatura de

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IHC já constavam no WCAG 2.0. Os Quadros 2 a 4 apresentam essas

recomendações levantadas e também um mapeamento dessas recomendações com

o WCAG 2.0, detalhando qual critério de sucesso se encaixa a cada recomendação

(se houver). Esse mapeamento realizado dessas recomendações levantadas com o

WCAG foi realizado com base na experiência e interpretação do WCAG pela autora.

Os trabalhos apresentados nesta seção são relevantes para a nossa

pesquisa, pois abordam recomendações de acessibilidade e usabilidade voltadas ao

nosso público alvo.

Quadro 2: Trabalhos da literatura que propõem recomendações de acessibilidade e

usabilidade

Recomendações WCAG Literatura IHC

Manter links sublinhados. Almeida et al., 2014

Orientar o usuário por meio de mensagens com linguagem clara, objetiva e educacional.

3.3.3 Almeida et al., 2014

Elaborar botões com rótulos ao invés de imagens. 1.4.5 Almeida et al., 2014

Exibir feedback visual, sonoro ou tátil no ato do toque configurável pelo usuário.

Almeida et al., 2014

Manter o mesmo posicionamento dos elementos na interface e suas respectivas funcionalidades.

3.2.4 Almeida et al., 2014

Destacar as funcionalidades principais do sistema. Almeida et al., 2014

Exibir um painel de ajuda e dicas sobre as funcionalidades no primeiro acesso do usuário.

Almeida et al., 2014

Aumentar o tempo de exposição das mensagens temporárias e posicioná-los no meio da interface.

2.2.1,2.2.2 Almeida et al., 2014

Evitar funcionalidades instantâneas que mudam a cada nova interação como filtros e autocompletar.

3.2.4 Almeida et al., 2014

Utilizar fonte com boa leitura e cores com contraste. 1.4.3 Almeida et al., 2014

Manter o foco do sistema na ação corrente do usuário sem exibir funcionalidades secundárias.

3.2.1 Almeida et al., 2014

Manter uma função “voltar” aparente na interface. Almeida et al., 2014

Zoom fácil. 1.4.8 Al-Razgan et al., 2012

A navegação principal deve ser colocada de forma idêntica em todas as páginas e funções críticas nunca devem desaparecer, e funções importantes devem ser colocadas na parte superior da tela para evitar toques erro.

3.2.3 Al-Razgan et al., 2012

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Quadro 3: Continuação dos trabalhos da literatura que propõem recomendações de

acessibilidade e usabilidade

Recomendações WCAG Literatura IHC

Áudio para ajudar os idosos com visão reduzida. 1.2.9 Al-Razgan et al., 2012

Fonte maior para textos e rótulos dos ícones. 1.4.5 Al-Razgan et al., 2012

A página web não deve depender do recurso de barras de rolagem.

Lara, 2012

A página web deve evitar o uso de janelas pop-up. Lara, 2012

A página web deve diferenciar os links visitados dos links não visitados.

Lara, 2012

Não utilizar nomes idênticos para referenciar URLs distintas.

Lara, 2012

Links adjacentes devem ser apresentados na interface com espaço suficiente entre eles para evitar erros involuntários.

Lara, 2012

A página web não deve depender do recurso de barras de rolagem.

Lara, 2012

A página web deve evitar o uso de janelas pop-up. Lara, 2012

A página web deve diferenciar os links visitados dos links não visitados.

Lara, 2012

Não utilizar nomes idênticos para referenciar URLs distintas.

Lara, 2012

Links adjacentes devem ser apresentados na interface com espaço suficiente entre eles para evitar erros involuntários.

Lara, 2012

Ícones ou imagens adjacentes devem fazer parte da área de ativação dos links.

Lara, 2012

A página web deve oferecer uma funcionalidade que leia o conteúdo por meio de sintetizador de voz.

Lara, 2012

Os principais elementos que compõem a página web devem ser visualizados em destaque, tais como links, menus, botões e outros.

Lara, 2012

Menus do tipo drop-down devem ser apresentados com velocidade reduzida o suficiente para serem ativados por usuários que apresentam pouca coordenação motora.

Lara, 2012

Conteúdo multimídia deve disponibilizar opções para controlar a sua execução e a velocidade de apresentação.

Lara, 2012

A página web deve apresentar de forma distinta as opções de menu que já foram visitadas daquelas que ainda não foram visitadas.

Lara, 2012

Os menus do tipo drop-down devem apresentar apenas um nível de opções.

Lara, 2012

As opções intermediárias do menu, quando selecionadas, devem apresentar uma página contendo suas opções subsequentes e elementos alternativos para o seu acionamento, tais como botões e link.

Lara, 2012

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50

Quadro 4: Continuação dos trabalhos da literatura que propõem recomendações de

acessibilidade e usabilidade

Recomendações WCAG Literatura IHC Ícones devem ser facilmente associados a objetos do mundo real.

Lara, 2012

A página deve apresentar meios que permitam ao usuário utilizar um resumo de suas interações anteriores.

Lara, 2012

A página inicial deve identificar claramente quais partes da aplicação web podem ser acessadas com ou sem autenticação.

Lara, 2012

A página web não deve apresentar funcionalidades distintas com descrições e títulos já utilizados em contexto diferentes.

Lara, 2012

A página web não deve ter a mesma forma de apresentação para links e outros componentes da interface que não aceitem ativação.

Lara, 2012

Na página web que contém campos para entrada de dados devem ser explicitadas informações sobre o formato de dados e seu domínio, ou seja, informações de como o usuário deve preencher o campo.

Lara, 2012

A página web deve fornecer recursos interativos para auxiliar o preenchimento de campos de formulário.

Lara, 2012

A página web deve disponibilizar diferentes meios de preenchimento de informações em campos de formulário além do teclado.

Lara, 2012

Disponibilizar mapa de navegação. 2.4.8 Macedo e Pereira, 2009

Evitar a utilização de links no meio de conteúdo que promovam a abertura de muitas janelas.

Macedo e Pereira, 2009

Manter texto alinhado à margem esquerda. 1.4.8 Macedo e Pereira, 2009

Manter bom contraste entre as cores de fundo da página e o texto, evitando cores de fundos muito brilhantes.

1.4.3,1.4.6 Macedo e Pereira, 2009

Escrever o texto na linguagem do usuário. 3.1.3,3.1.5 Macedo e Pereira, 2009

Manter espaçamento duplo entre as linhas de um texto. 1.4.8 Macedo e Pereira, 2009

Usar tamanho da fonte para textos maior que 12 pontos. 1.4.3,1.4.6 Macedo e Pereira, 2009

Dispor as informações de forma hierárquica nas áreas mais percebidas.

1.3.1 Macedo e Pereira, 2009

3.4 Avaliação de Usabilidade

Esta seção aborda alguns trabalhos sobre avaliação de usabilidade

utilizando a plataforma mobile, destacando a complexidade dessas interfaces

quando utilizada por idosos, como também as vantagens e desvantagens de utilizar

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as avaliações de usabilidade para levantar os problemas de interface, e desafios

quando realizadas em dispositivos móveis por esse púbico.

Em Chou e Hsiao (2007) é realizado um estudo para analisar a

usabilidade de interface utilizando questionários, análise de correlação e modelo

relacional cinza. O modelo relacional cinza é uma técnica que considera o uso de

ferramentas matemáticas no comportamento de áreas da ciência (matemática,

lógica, previsão, tomada de decisão, computação gráfica, sistema de controle, entre

outras). Nesse trabalho, o modelo relacional cinza foi empregado com o objetivo de

obter o comportamento da aprendizagem das pessoas de meia idade no uso do

computador. Os resultados mostraram que as diferenças individuais, como idade,

sexo, nível de instrução e limitação física, devem ser levados em consideração nos

testes de usabilidade. Foi percebido também que pessoas com mais de 50 anos têm

mais dificuldade que jovens na hora de aprender novas tecnologias e que as

características dos seres humanos devem ser consideradas ao realizar testes de

usabilidade.

Questões de investigação, metodologias, atributos de usabilidade e uma

estrutura genérica para conduzir estudos na área de usabilidade foram utilizados por

Zhang (2005) para propor vários testes de usabilidade em aplicações móveis para

todos os tipos de usuários. Além disso, o autor aponta vantagens e desvantagens de

cada metodologia, e ressalta que a seleção da metodologia adequada depende dos

objetivos, questões específicas de investigação e atributos de usabilidade que se

deseja avaliar. Segundo o autor, os dispositivos móveis apresentam uma série de

desafios significativos para o teste de usabilidade, tais como: contexto móvel,

conectividade, tamanho reduzido da tela, resoluções de telas diferentes, capacidade

de processamento limitada.

Nielsen e Norman (2010) também apresentam um estudo sobre a

usabilidade de interfaces sensíveis ao toque. Indicam a necessidade de novos

métodos de usabilidade, já que as interfaces mudaram e também mudou a maneira

de interagir com elas. Alguns pontos abordados são as diferenças que existem entre

tablets de diferentes fabricantes. Por exemplo, os dispositivos móveis da Apple são

diferentes dos similares da Google; o ANDROID da Google utiliza menus, já o IOS

da Apple é contra a utilização de menus em seus dispositivos. Outro problema

levantado é quanto ao tamanho das telas. Existem no mercado dispositivos móveis

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com telas pequenas, médias e grandes, e todos os gestos que funcionam bem na

tela grande devem também funcionar perfeitamente em uma interface com tela

menor.

Os trabalhos apresentados nesta seção corroboram com esta pesquisa,

pois mostraram características das pessoas da terceira idade que devem ser

considerados ao realizar o teste de usabilidade com esse público.

3.5 Avaliação de usabilidade e acessibilidade

Esta seção aborda um trabalho sobre usabilidade e acessibilidade, que

teve como resultado a criação de questionário para um especialista avaliar a

usabilidade e acessibilidade de um website.

Dias et al. (2014) propõem o Heuristic Evaluation with Usability and

Accessibility (HEUA), um questionário que pode ser usado para avaliar o grau de

existência de usabilidade e acessibilidade em um website. Este questionário é

composto por 93 requisitos de usabilidade e acessibilidade, que foram criados com

base em padrões de interface para avaliar usabilidade, com todos os critérios de

sucesso WCAG 2.0 e também com os critérios criados por Lara et al. (2010) para

idosos. Os 93 requisitos foram classificados em 10 heurísticas de Nielsen, e a cada

heurística foi associado um subconjunto desses requisitos. Para utilizar o HEUA o

especialista precisa responder todas as perguntas do questionário, o qual possui as

seguintes alternativas de resposta: (i) atende; (ii) não atende; e (iii) não se aplica.

Finalizadas as respostas do questionário, uma média deverá ser calculada para

obter um resultado quantitativo que indica como os requisitos de usabilidade e

acessibilidade estão presentes no website. O resultado da validação do HEUA

mostrou evidências de que ele pode ser usado para agregar as preocupações com

usabilidade e acessibilidade em um único instrumento, resultando em um valor

numérico que permite fazer comparações entre versões de sistemas ou entre

diferentes sistemas.

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3.6 Combinação de métodos e técnicas para realizar testes de usabilidade

Uma vez que este trabalho pretende utilizar várias técnicas e métodos em

conjunto para realizar testes de usabilidade, esta seção discorre sobre trabalhos que

realizaram esse tipo de combinação.

Klaassen et al. (2007) comparam os métodos de entrevistas,

questionários e pensamento em voz alta (think aloud) em um estudo que procurou

determinar quais os problemas encontrados em testes de site personalizado,

concluindo que o pensamento em voz alta pode ser mais adequado para detecção

de problemas. Segundo eles, a técnica think aloud pode ser utilizada em conjunto

com outros métodos, resultando em uma avaliação de melhor qualidade. Já no

trabalho apresentado por Moritz e Meinel (2010), o foco é a combinação de

diferentes métodos para testar a usabilidade de sites de maneira mais eficiente em

notebooks. Na proposta, os autores combinam métodos de avaliação heurística,

percurso cognitivo, medição de dados fisiológicos, auditoria e lista de verificação de

usabilidade, além da gravação de um vídeo do rosto do usuário para testar a

usabilidade de aplicações em dispositivos móveis de maneira mais eficiente.

Também os trabalhos de Lee e Grice (2004) e Holzinger (2005) propõem

um método de teste de usabilidade que combina questionários, tarefas baseadas em

cenários e avaliação heurística, contribuindo significativamente com uma abordagem

para combinar diferentes métodos de testes para interfaces e desenvolvimento de

aplicações móveis. Destacou também que a usabilidade no desenvolvimento de

aplicações móveis é um processo importante para abordar sistematicamente o

usuário e a perspectiva de uso.

Law e Hvannberg (2002) e Rocha e Baranauskas (2003) defendem que

as técnicas de avaliação heurística e teste de usabilidade são complementares, pois

podem identificar conjuntos distintos de problemas de usabilidade. Defendem ainda

que o teste de usabilidade pode detectar com mais precisão a origem do problema

de usabilidade, ou seja, mostra com mais detalhes porque está acontecendo um

erro, se faltam informações, se a interface está confusa e em que ponto, entre outros

problemas. Nos testes realizados no trabalho de Law e Hvannberg (2002), cada uma

das técnicas identificou 44% do total de problemas de usabilidade, e alguns

problemas identificados na avaliação heurística não foram constatados no teste de

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usabilidade, e vice-versa. Portanto, as técnicas se completam e juntas conseguem

apurar um número maior de problemas.

Os trabalhos apresentados nesta seção foram relevantes, pois ajudou no

entendimento e na realização de testes com usuários.

3.7 Considerações sobre os Trabalhos Relacionados

O Quadro 5 sumariza as principais técnicas e cenários abordados nos

trabalhos considerados nesta seção. Eles relatam as dificuldades que as pessoas da

terceira idade apresentam, como motoras, baixa visão e audição, memória e

raciocínio lentos, entre outras. Essas dificuldades têm grande impacto no uso de

dispositivos móveis, que apresentam telas menores, textos com fontes pequenas,

telas sensíveis ao toque e que necessitam de precisão para acertar alvos na tela.

São apresentadas também diversas técnicas e recomendações de usabilidade e

acessibilidade existentes na literatura de IHC. Os trabalhos consultados apontam a

combinação de várias técnicas para obtenção de um número maior de problemas de

usabilidade e acessibilidade. Mas as combinações de técnicas apresentadas e os

cenários considerados são diferentes dos que estamos propondo, ou seja, testar a

combinação de técnicas distintas com idosos utilizando tablets. Com o conhecimento

gerado dessa combinação de técnicas e com esse cenário, foi feito adaptações na

aplicação das técnicas de testes de usabilidade, como também adaptações nas

recomendações de acessibilidade.

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Quadro 5: Principais técnicas e cenários abordados nos trabalhos relacionados.

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4 Metodologia de Pesquisa

Conforme a Seção 1.2, a hipótese que norteou este estudo foi de que é

possível fazer a avaliação de acessibilidade, baseada em revisão de

recomendações, de uma forma mais direcionada às pessoas de terceira idade que

utilizam interfaces nativas de tablets (e de navegadores por eles providos) para

acessar conteúdo via navegadores web.

As adaptações das recomendações WCAG 2.0 foram propostas com

base em revisão bibliográfica e em avaliação com usuários idosos acessando

websites através de tablets.

A Seção 4.1 discorre sobre a FATEC, instituição onde foram realizadas as

avaliações e onde se encontra o público-alvo da pesquisa; as etapas da aplicação

da metodologia de pesquisa são abordadas na Seção 4.2.

4.1 A FATEC e o Público-alvo

A FATEC de Itapetininga pertence ao Centro Paula Souza, uma autarquia

do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento

Econômico e Tecnologia, que administra 218 Escolas Técnicas (ETECs) e 63

Faculdades de Tecnologia Estaduais (FATECs) em mais de 300 municípios do

Estado de São Paulo.

O público-alvo são alunos inseridos no projeto de inclusão digital para

comunidade da terceira idade da FATEC de Itapetininga. Esse projeto teve início em

março de 2012. Em todo semestre são oferecidas trinta vagas, sendo a procura pelo

curso considerada grande. As aulas aos idosos são ministradas com ajuda

voluntária dos alunos dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas,

Agronegócios e Comércio Exterior.

O Curso tem os seguintes objetivos:

Oferecer aos participantes a oportunidade de utilizar os recursos

dos Laboratórios de Informática, da Faculdade, para aprimorar

seus conhecimentos;

Familiarizar as pessoas da terceira idade com os recursos da

informatização, contribuindo para que os mesmos estreitem suas

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relações com a tecnologia, inserindo-se melhor no contexto da

modernidade.

Doze alunos desse curso participaram como voluntários da avaliação de

usabilidade e acessibilidade proposta nesta pesquisa. Eles foram observados e

responderam questionários visando a avaliação de interfaces dos tablets. Esses

alunos são pessoas que não têm conhecimento sobre computador, nunca utilizaram

tablets, e apenas uma pequena percentagem possui celular touchscreen.

4.2 Definição da Metodologia

A metodologia a ser utilizada foi desenhada considerando as melhores

práticas utilizadas para a aplicação de avaliação com usuários, conforme reportadas

na literatura por especialistas na área de IHC (Caseiro, 2011; Gonçalves et al., 2011;

Rocha e Baranauskas, 2003; Moritz e Meinel, 2010 e Zhang, 2005). Procurou-se

absorver as experiências reportadas como sendo de sucesso. Sendo assim, a

aplicação dessa metodologia foi realizada com base nas seguintes etapas:

Revisão da literatura de IHC para levantamento de requisitos do

cenário de estudo;

Escolha de tablets da marca SAMSUNG de diferentes tamanhos

para a avaliação com usuários;

Elaboração de uma lista de tarefas contendo tarefas típicas

utilizadas pelo público alvo;

Aplicação de teste-piloto, para validação da metodologia e dos

recursos utilizados;

Aplicação de avaliação com usuários para identificar problemas

de interação, captação das imagens, coleta de métricas e

preenchimento dos questionários;

Análise dos dados coletados da avaliação com usuários;

Proposição de complementações das recomendações do

WCAG 2.0 com base na análise das etapas (i) e (vi);

Avaliação de interfaces de dispositivos móveis usando os novos

métodos propostos e verificação de sua capacidade de

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identificar mais erros de acessibilidade (em especial para o

público idoso) que os métodos já existentes.

Na Figura 2 pode ser visto com mais detalhes como foi realizada a

avaliação com usuários para levantar problemas de interação ao acessar websites

usando tablets.

Na etapa (iii), foi elaborado um roteiro para a avaliação com usuários

composto por tarefas que são de interesse do público-alvo, ou seja, tarefas típicas

que pessoas da terceira idade desenvolvem com o apoio da internet. As tarefas

selecionadas para o avaliação foram:

Primeira tarefa:

Abrir o navegador Internet Explorer ou Chrome;

Entrar no site www.climatempo.com.br;

Consultar a previsão do tempo da cidade de Itapetininga do dia

seguinte;

Finalizada a consulta, retornar à tela inicial do tablet;

Segunda tarefa:

Abrir o navegador Internet Explorer ou Chrome;

Entrar no site www.tse.jus.br;

Acionar o link “Título e local de votação”;

Fazer uma consulta por título;

Finalizada a consulta, retornar à tela inicial do tablet;

Terceira tarefa:

Acionar o aplicativo Kindle;

Acionar o link em iniciar a leitura;

Criar uma nova conta usando o seu e-mail;

Finalizado a criação da conta no kindle, entrar na loja Kindle (a loja

Kindle pode ser acionada pelo aplicativo Kindle ou pelo site

www.amazon.com.br);

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59

Figura 2: Processo de avaliação com usuários.

Procurar um livro gratuito de sua preferência;

Selecionar o link de compra;

Preencher o cadastro para compra;

Finalizada a compra, retornar à tela inicial do tablet.

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Antes de aplicar a avaliação definitiva, foi realizado um teste-piloto (etapa

(iv)). Com base nesse teste-piloto foram feitos ajustes no roteiro, antes de iniciarmos

as avaliações definitivas. Mais detalhes sobre o teste-piloto é apresentado no

capítulo 5 (Seção 5.1).

As etapas (v) e (vi) foram realizadas duas vezes com grupos de idosos

distintos. A primeira utilizou a técnica think aloud de forma tradicional, e a segunda,

a técnica think aloud retrospectiva.

A avaliação da interface com o público da terceira idade (etapa (v)) foi

realizada de forma individual. Essa decisão decorreu da necessidade de se gravar a

manipulação do tablet pelo usuário, como também a gravação da voz do usuário e,

para isso precisávamos de espaço reservado que não interferisse na concentração

do participante e no áudio gravado.

Foi entregue aos participantes o documento sobre Ética3 na pesquisa

(Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE), que os participantes deveriam ler e

assinar (caso concordasse com a gravação de um vídeo durante a utilização da

interface), antes do início da avaliação. O Apêndice I apresenta o documento de

ética que foi submetido para se obter o consentimento para a filmagem dos

participantes da avaliação, uma vez que a técnica de observação foi utilizada como

uma das técnicas de avaliação. O consentimento do Comitê de ética em Pesquisa

(CEP) foi aprovado em 04/07/2014 sob número 30879914.6.0000.5404.

Inicialmente, os participantes receberam instruções sobre como

funcionaria a avaliação, tais como: explicação do propósito e objetivos da avaliação,

duração da avaliação, atividades a serem executadas durante a avaliação e

preenchimento de questionários ao início e ao final da avaliação. Também

receberam algumas orientações de como ligar o tablet, como operar a tela usando o

toque dos dedos, quais ícones (aplicativos) são usados para navegar na internet, e

qual o botão que retorna à tela inicial do tablet.

Depois das orientações, o participante preencheu um questionário que

avaliava o seu perfil (vide Apêndice II) e pôde utilizar o tablet livremente por dez

3 http://aplicacao.saude.gov.br/plataformabrasil/login.jsf - CAAE 30879914.6.0000.5404

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61

minutos. Logo depois, foi requisitado ao participante que retornasse à tela inicial do

tablet e foi entregue a ele a lista de tarefas.

Como essas técnicas foram utilizadas, foi solicitado ao participante que

falasse o que estava pensando durante a execução da avaliação na primeira vez

quando o think aloud tradicional foi utilizado. Na segunda vez, utilizando-se o think

aloud de forma retrospectiva, foi assistido o vídeo da avaliação com o participante, e

foi solicitado a ele que verbalizasse seus pensamentos durante a exibição do vídeo.

Além disso, um vídeo com foco na manipulação do dispositivo foi gravado.

Depois de completadas as tarefas no tablet, o participante preencheu um

questionário sobre a avaliação com questões quantitativas e qualitativas (vide

Apêndice III).

Na etapa (vi), os resultados foram analisados com base no vídeo gravado

e no questionário proposto. Na análise dos vídeos gravados foram coletadas

algumas métricas selecionadas (vide Apêndice IV). Essas métricas foram

elaboradas com bases nos trabalhos de Almeida et al. (2011), Gonçalves et al.

(2011); Kronbauer e Santos (2011) e Law e Hvannberg (2002). Das 14 métricas

criadas, 5 foram baseadas nos trabalhos desses autores, como exemplo a métrica

“Média da Qtde. de vezes que o usuário expressou frustração com a interface”, as

outras 9 métricas foram criadas com base na plataforma (dispositivo móveis) e no

público-alvo. Além disso, foram identificados problemas durante o teste-piloto que

motivaram métricas complementares, mais específicas do público-alvo. Essas

métricas serviram para avaliação e apresentação de resultados quantitativos da

avaliação com usuário.

Por sua vez, as respostas obtidas com base nos questionários foram

analisadas e classificadas. E com base nesses resultados da análise da avaliação

com usuário e revisão da literatura IHC, foram levantados requisitos para uma

proposta de adaptação do WCAG específico para atender a idosos. As adaptações

propostas foram incorporadas aos métodos de avaliação de acessibilidade (etapa

(vii)) que, em seguida, foram avaliadas para se determinar se são capazes de

identificar mais erros de acessibilidade do que as recomendações WCAG 2.0

originais (etapa (viii)). Os resultados das etapas (vii) e (viii) são detalhados nos

próximos capítulos.

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62

4.3 Considerações sobre o capítulo

Este capítulo detalhou o público-alvo e a metodologia da avaliação com

usuário para levantar os requisitos e propor as adaptações nas recomendações do

WCAG 2.0. Em essência, a metodologia visou coletar requisitos, via análise da

literatura e via avaliação com usuários, para propor alterações e complementações

nas recomendações citadas, e testar se o efeito esperado dessa proposição foi

atingido, ou seja, se a nova lista de recomendações identificou mais erros de

acessibilidade que as recomendações originais do WCAG 2.0.

O próximo capítulo apresenta a análise dos resultados da avaliação com

usuários idosos acessando websites com tablets (etapa (vii) da metodologia).

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63

5 Resultados da avaliação com usuários

Este capítulo apresenta os resultados da avaliação com usuários idosos

para levantar problemas de interação no acesso de websites com tablets. Os

participantes dessa avaliação foram idosos que participaram do curso de Inclusão

Digital na FATEC de Itapetininga no segundo semestre de 2014 e primeiro semestre

de 2015.

A Seção 5.1 discorre sobre o teste-piloto; a avaliação com usuários

usando think aloud tradicional é abordado na Seção 5.2; a Seção 5.3 discorre sobre

a avaliação com usuários usando retrospective think aloud; e os problemas

levantados na avaliação com usuários idosos são abordados na Seção 5.4.

5.1 Teste-piloto

O teste-piloto foi realizado com 5 idosos que, posteriormente, não fizeram

parte do grupo que realizou a avaliação definitiva. Esse teste-piloto teve a finalidade

de verificar se todas as etapas definidas na metodologia atendiam satisfatoriamente

ao objetivo do trabalho, se as etapas da execução da avaliação estavam bem

elaboradas e se não causavam dúvidas, se as informações relevantes estavam

incluídas no roteiro, se existiam questões irrelevantes e se perguntas que podiam

agregar informações importantes à pesquisa não tinham sido omitidas. Com base

nesse teste-piloto foram feitos os seguintes ajustes:

a) Ajustes no roteiro (ou seja, no documento que define como

conduzir a avaliação com o participante). Foi definido um roteiro

mais detalhado, indicando tarefas como: receber o participante,

explicar o motivo da avaliação, a duração da avaliação, e o motivo

para a gravação do vídeo;

b) Ajustes nas tarefas. O teste-piloto foi feito com os seguintes

websites: 1ª tarefa – no site da Google4, com o objetivo de localizar

o site da “TV TEM - Itapetininga” e procurar uma reportagem do dia

18/06/2014 no programa Jogo de Cintura; 2ª tarefa – no site da

4 www.google.com.br

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64

Globo5, para localizar a reportagem sobre “Panamá e Costa Rica”

exibida em 27/06/2014; 3ª tarefa - no site do Climatempo6, para

consultar a previsão de tempo da cidade de Tietê para o dia

seguinte. Após essa avaliação foi possível perceber que estes sites

não tinham formulários de cadastros, e eram apenas páginas para

consulta e que depois de um tempo, a informação procurada podia

ser retirada do site; além disso as Tarefas 1 e 2 eram muito

parecidas, o que também não agregaria informação relevante para

os resultados da avaliação, e que poderia comprometer no

levantamento de requisitos para a proposta de complementação

WCAG. Então as tarefas foram alteradas para: 1ª tarefa – no site

do Climatempo4, com o objetivo de consultar a previsão de tempo

da cidade de Itapetininga do dia seguinte; 2ª tarefa - no site do

Tribunal Superior Eleitoral (TSE)7, procurar seu local de votação,

fazendo a procura pelo seu título de eleitor; 3ª tarefa - fazer um

cadastro no aplicativo Kindle no site da Amazon8 e comprar um

livro gratuito para Kindle;

c) Ajustes no local físico: a sala usada no teste-piloto não tinha boa

iluminação, então foi percebido que para ter uma boa filmagem era

necessária uma sala com boa iluminação e também com cortinas;

d) Escolha do tipo de filmadora: no teste-piloto foi usada uma

filmadora não profissional9. Foi verificado que a qualidade do vídeo

não ficou boa, o que provocou a mudança para uma filmadora

profissional10;

e) Definição do posicionamento da filmadora: foi observado que para

fazer a filmagem seria necessário um tripé e que este deveria ficar

atrás do participante para conseguir um bom posicionamento para

captura das imagens.

5 www.globo.com

6 www.climatempo.com.br

7 www.tse.jus.br

8 www.amazon.com.br

9 SONY DSC-W510 - com resolução 12 megapixels

10 Filmadora Sony – HDR – CX 160

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65

5.2 Avaliação com usuários usando Think Aloud de forma tradicional

Esta seção aborda os resultados da avaliação com usuários idosos

utilizando a técnica think aloud de forma tradicional. A Seção 5.2.1 discorre sobre os

resultados do questionário de perfil dos entrevistados; a avaliação com usuários é

abordada na Seção 5.2.2 e, finalmente na Seção 5.2.3 são apresentados os

resultados do questionário pós-teste.

5.2.1 Questionário de perfil do entrevistado

Antes de iniciar a avaliação, os participantes preencheram o questionário

de perfil do entrevistado (Apêndice II), que teve a finalidade de conhecer melhor os

participantes.

As questões do questionário de perfil do entrevistado estão apontadas

como título dos Quadros de 6 a 11.

Quadro 6: Q1 - Profissões dos participantes.

Profissões Quantidade de participantes

Aposentado(a) 4

Professor(a) 3

Costureira 1

Funcionário público 1

Contadora 1

Diretora de escola 1

Doméstica 1

Quadro 7: Q2 - Acessa a Internet?

Acesso Percentagem

Menos de 2 anos 67%

Entre 2 e 5 anos 8%

Mais que 5 anos 25%

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66

Quadro 8: Q3 - Já usou tablet?

Uso Percentagem

Nunca 100%

Algumas vezes 0%

Faz uso constante 0%

Quadro 9: Q4 - Usa outros tipos de computadores?

Nunca 17%

Algumas vezes 50%

Faz uso constante 33%

Quadro 10: Q5 - Tem alguma limitação visual?

Sim 50%

Não 50%

Qual? Dificuldade para enxergar de perto

Quadro 11: Q6 - Tem alguma limitação motora?

Sim 0%

Não 100%

Qual? - - - - - - - - - - - - - - -

Nota-se que a maioria dos participantes eram aposentados ou

professores, já acessavam a internet antes da participação nos testes, faziam uso

não frequente de computadores e não tinham limitação motora. A limitação visual

atingia metade dos participantes, sem serem, no entanto, limitações graves. Uma

questão referente a raciocínio do participante ser lento ou rápido (vide Apêndice II)

não foi considerada, pois a avaliação do raciocínio é muito subjetiva e portanto não

foi utilizada para fazer a análise do perfil do participante.

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67

5.2.2 Avaliação com usuário

A avaliação com usuário utilizando a técnica think aloud tradicional teve a

participação de 12 idosos, sendo 9 mulheres e 3 homens, com idade entre 55 e 76

anos. Os três modelos de tablet da marca SAMSUNG (tamanho de 7’’, 10’’ e 12’’)

com ANDROID 4.2 foram usados pelos participantes, sendo que cada modelo foi

usado por 4 participantes, sem repetições de pessoas e a definição de qual tablet

cada participante usaria foi feita de forma aleatória. A avaliação foi realizada de

forma individual, com horário marcado antecipadamente conforme a disponibilidade

do participante e todas as avaliações foram realizadas no período da tarde.

As tarefas para a avaliação foram:

1ª - Consultar a previsão do tempo da cidade de Itapetininga do dia

seguinte;

2ª - Fazer uma consulta do local de votação no site do TSE usando o

título de eleitor;

3ª - Criar uma conta no aplicativo Kindle e no site da Amazon11, e fazer a

compra de um livro gratuito.

Durante as sessões de avaliação, o condutor ficou próximo ao

participante e o induzia a falar o que estava pensando no momento que estava

realizando as tarefas. Uma filmadora gravava a interação e a voz do participante, e o

aplicador fazia anotações das reações e comentários do participante. A Figura 3

mostra um dos participantes realizando a avaliação no tablet de 12’’ e, também o

ambiente utilizando durante as avaliações.

11

www.amazon.com.br

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68

Figura 3: Participante realizando a tarefa da avaliação com o tablet.

Completada a avaliação com os 12 participantes, o vídeo foi assistido e,

com base nas métricas selecionadas (Apêndice IV), foram tabulados os problemas

observados. O Quadro 12 mostra com mais detalhes a tabulação dos problemas

encontrados na avaliação com usuários usando o think aloud na forma tradicional,

conforme as métricas estabelecidas.

Com base nos dados do Quadro 12, por exemplo, observa-se pela

métrica intitulada “participantes que concluíram a tarefa” que 75% dos participantes

concluíram a 1ª tarefa nos três modelos de tablets; já nenhum dos 12 participantes

(100%) conseguiu concluir a 2ª tarefa. Conseguiram concluir a última tarefa apenas

25% dos participantes e apenas aqueles que estavam utilizando o tablet de 7”.

Em relação a erros cometidos pelos participantes, a maior média obtida

foi na avaliação da métrica “Média da quantidade de reclamações da interface”,

quando foi obtida a média 6, com o tablet de 7” na execução da 2ª tarefa. A menor

média observada foi para a métrica "Média da quantidade de vezes que o

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69

participante desviou do objetivo da tarefa". Essa média foi observada para todos os

modelos de tablet. Outras medidas podem ser observadas no Quadro 12.

Analisando os resultados apresentados no Quadro 12, das 12 métricas

analisadas, pode se chegar às seguintes conclusões: duas métricas (“Participantes

que souberam habilitar o teclado virtual” e “Participantes que identificaram a barra de

rolagem”) tiveram 100% de sucesso para todos os modelos de tablet; para as 10

métricas restantes, 50% dos aspectos mais positivos ficaram para o modelo de 10”,

30% para o de 12” e apenas 20% para o de 7”. Dentre os aspectos mais negativos,

50% foram para os tablets de 7”, 20% para os de 10” e 30% para os de 12”. Assim,

os dados indicam que em relação ao tamanho do tablet, o de 10” teve o melhor

desempenho junto aos participantes da avaliação com usuários, pois agrega 50%

dos pontos mais positivos e 20% foram considerados medianos. O tablet com pior

desempenho foi o de 7”, que foi considerado mediano a ruim, e o de 12” teve

desempenho médio em todas as métricas observadas. A distribuição dos tablets

mesmo sendo realizada de forma aleatória não influenciou nos resultados. Pois

analisando o perfis dos participantes após a realização das avaliações, identificou-se

que cada grupo dos tablets de 7’’, 10’’ e 12’’, teve participantes professores,

aposentados e domésticas.

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Quadro 12: Avaliação com usuários utilizando a técnica think aloud tradicional

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71

5.2.3 Questionário de pós-teste

Ao término da avaliação, cada participante respondeu um questionário

sobre a avaliação (Apêndice III). O resultado desse questionário é apresentado nos

Quadros de 13 a 24.

Quadro 13: Q1 - A interface do tablet é agradável?

tablet concordo totalmente concordo discordo

discordo totalmente

7’’ 25% 25% 50% 0%

10’’ 75% 0% 25% 0%

12’’ 0% 75% 25% 0%

Quadro 14: Q2 - Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado?

tablet concordo totalmente concordo discordo

discordo totalmente

7’’ 25% 50% 0% 25%

10’’ 100% 0% 0% 0%

12’’ 25% 50% 25% 0%

Quadro 15: Q3 - O tamanho das letras dos textos é adequado?

Tablet concordo totalmente concordo discordo

discordo totalmente

7’’ 0% 50% 25% 25%

10’’ 50% 0% 50% 0%

12’’ 0% 50% 50% 0%

Quadro 16: Q4 - As páginas do site estavam muito carregadas de conteúdo?

Tablet concordo totalmente concordo discordo

discordo totalmente

7’’ 0% 25% 50% 25%

10’’ 0% 75% 25% 0%

12’’ 50% 50% 0% 0%

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72

Quadro 17: Q5 - Os textos apresentados no site são compreensíveis?

tablet concordo totalmente concordo discordo

discordo totalmente

7’’ 25% 75% 0% 0%

10’’ 50% 25% 25% 0%

12’’ 0% 50% 50% 0%

Quadro 18: Q6 - A navegação de uma página para outra no site foi:

tablet muito

fácil

fácil médio difícil muito

difícil

7’’ 0% 25% 50% 0% 25%

10’’ 0% 50% 50% 0% 0%

12’’ 0% 50% 50% 0% 0%

Quadro 19: Q7 - O tamanho do teclado apresentado nesse tablet é:

tablet muito

ruim

ruim razoável bom ótimo

7’’ 25% 0% 25% 25% 25%

10’’ 0% 0% 25% 0% 75%

12’’ 0% 0% 25% 50% 25%

Quadro 20: Q8 - Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa:

tablet muito

fácil

fácil médio difícil muito

difícil

7’’ 0% 50% 25% 0% 25%

10’’ 0% 75% 25% 0% 0%

12’’ 0% 25% 50% 25% 0%

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Quadro 21: Q9 - Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet?

Tablet Sim Por quê? Não Por quê?

7’’ 50% É fácil de manusear, tamanho

perfeito. 50% Porque não.

10’’ 75%

Com toda certeza. É mais fácil

e sofisticado.

Para desenvolver mais

conhecimento.

É muito útil e proveitoso.

25%

Não, ou

somente

com o apoio

de um

instrutor.

12’’ 100%

Depende, se eu tiver acesso

fácil ao computador, eu daria

preferência.

Só preciso aprender mais.

Ele é um dispositivo bom.

Porque não é muito diferente

da navegação do computador.

0%

Quadro 22: Q10 - Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar o tablet?

Tablet Respostas

7’’

Tive problema com o tamanho das letras.

Sim, tive muitos.

Sim, um pouco.

Sim.

10’’

Não.

Apenas forçou um pouco a visão.

Na hora de focar o teclado.

Pela primeira vez usei um tablet, com certeza tive

dificuldades que serão sanadas.

12’’

Mais ou menos, algumas vezes o touch do tablet não

obedeceu.

Tive vários problemas por não conhecer o tablet e várias

dificuldades no teclado.

Sim, porque não tenho conhecimento.

O problema maior foi velocidade da internet.

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Quadro 23: Q11 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet?

Tablet Respostas

7’’

Sim.

Não.

Não.

Não.

10’’

Não.

As informações devem ser mais claras.

Mais explicações sobre as teclas.

Mais informações sobre os erros cometidos.

12’’

Não.

Não, pois não conheço.

Não, porque não tenho conhecimento sobre como usar um tablet.

Melhorar as informações e as mensagens.

Quadro 24: Q12 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do site utilizado

nesse teste?

Tablet Respostas

7’’

Telas cheias de conteúdo.

Não.

Não.

Não.

10’’

Não, já está normal.

Apenas nitidez.

Eles deverão ser mais diretos no assunto.

Está bom, ok.

12’’

Não.

Não.

Muito sensível e a direção errada não dá certo.

Também não tenho conhecimento adequado para isso.

Com base nas respostas, é possível inferir que os participantes preferiram

o tablet de 10’’ quando analisaram a interface, tamanho de letras, botões, links e

teclado. A maioria utilizaria novamente os tablets (de qualquer tamanho) para

navegar na internet. A maior reclamação em relação aos sites utilizados foi quanto

ao excesso de conteúdo das páginas.

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5.3 Avaliação com usuários utilizando Retrospective Think Aloud

Esta seção aborda os resultados da avaliação com usuários utilizando a

técnica retrospective think aloud. A Seção 5.3.1 discorre sobre os resultados do

questionário de perfil dos entrevistados; a avaliação com usuário é abordada na

Seção 5.3.2 e, finalmente na Seção 5.3.3 são apresentados os resultados do

questionário pós-teste.

5.3.1 Questionário de perfil do entrevistado

Antes de iniciar a avaliação, os participantes preencheram o questionário

de perfil do entrevistado (Apêndice II), que teve a finalidade de conhecer melhor os

participantes. De forma similar à Seção 5.2.1, as questões do questionário de perfil

do entrevistado estão apontadas como título dos Quadros de 25 a 30.

Quadro 25: Q1 - Profissões dos participantes.

Profissões Quantidade de participantes

Aposentado(a) 2

Professor(a) 1

Advogado(a) 1

Assistente social 1

Funcionário público 1

Dentista 1

Comerciante 1

Costureira 1

Doméstica 3

Quadro 26: Q2 - Acessa a internet?

Acesso Percentagem

Menos de 2 anos 50%

Entre 2 e 5 anos 25%

Mais que 5 anos 25%

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Quadro 27: Q3 - Já usou tablet?

Uso Percentagem

Nunca 100%

Algumas vezes 0%

Faz uso constante 0%

Quadro 28: Q4 - Outros tipos de computadores.

Nunca 16,7%

Algumas vezes 33,3%

Faz uso constante 50%

Quadro 29: Q5 - Tem alguma limitação visual?

Sim 41,7%

Não 58,3%

Qual? Não enxergo de perto

Quadro 30: Q6 - Tem alguma limitação motora?

Sim 0%

Não 100%

Qual? - - - - - - - - - - - - - - -

Nota-se que a maioria dos participantes eram domésticas ou

aposentados, já acessavam a internet antes da participação nos testes, faziam uso

não frequente de computadores e não tinham limitação motora. A limitação visual

atingia 41,7% dos participantes sem serem, no entanto, limitações graves. Uma

questão referente a raciocínio do participante ser lento ou rápido (vide Apêndice II)

não foi considerada, pois a avaliação do raciocínio é muito subjetiva e, portanto não

foi utilizada para fazer a análise do perfil do participante.

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5.3.2 Avaliação com usuário

Nesta segunda avaliação com usuários, a técnica think aloud foi utilizada

de forma retrospectiva. A avaliação também teve a participação de 12 idosos, sendo

10 mulheres e 2 homens, com idade entre 56 e 74 anos. Essa avaliação também foi

realizada de forma individual, com horário marcado antecipadamente conforme a

disponibilidade de cada participante e também foi realizada no período da tarde.

Nessa avaliação o condutor não ficou próximo ao participante, não fez

nenhuma pergunta ao participante, como também não respondeu nenhuma questão

do participante. Também foi gravada a interação e a voz do participante na

realização das tarefas. E as tarefas utilizadas foram as mesmas da avaliação com

usuário utilizando think aloud tradicional.

Após realizar a avaliação com cada um dos 12 participantes, foi assistido

o vídeo da avaliação, e solicitado ao participante que verbalizasse o que ele estava

pensando no momento que executava a tarefa, o que sentiu em cada interação com

o site, as dificuldades, dúvidas etc. Com base nas métricas estabelecidas, foram

tabulados os problemas observados. O Quadro 31 mostra com mais detalhes a

tabulação da avaliação com usuário usando o Retrospective Think Aloud.

Com base nos dados do Quadro 31, por exemplo, segundo a métrica

intitulada “Participantes que concluíram a tarefa”, 50% dos participantes concluíram

a 1ª tarefa nos tablets de 7’’ e 12’’, sendo 75% que utilizaram o tablet de 10’’. 50%

dos participantes conseguiu concluir a 2ª tarefa. Conseguiram concluir a última

tarefa apenas 25% dos participantes, sendo apenas aqueles que estavam utilizando

o tablet de 7”.

Em relação a erros cometidos pelos participantes, a maior média obtida

foi na avaliação da métrica “Média da quantidade de erros cometidos na interface”,

em que foi obtida a média 5,5 com o tablet de 7”, na execução da 3ª tarefa. A menor

média foi zero observado para a métrica “Média da quantidade de vezes que clicou

no aplicativo errado” para os participantes que utilizaram o tablet de 12” nas três

tarefas. Outras medidas da tabulação referentes a essa avaliação podem ser

observadas no Quadro 31.

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Quadro 31: Avaliação com usuários utilizando a técnica Retrospective Think Aloud

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Analisando os resultados apurados da tabulação das 12 métricas do

Quadro 31, pode se chegar à seguinte conclusão: duas métricas (“Participantes que

souberam habilitar o teclado virtual” e “Participantes que identificaram a barra de

rolagem”) tiveram 100% de sucesso para todos os modelos de tablet, para as 10

métricas restantes, 70% dos aspectos mais positivos ficaram para o modelo de 12”,

20% para o de 10” e apenas 10% para o de 7”. Os mais negativos ficaram divididos

entre os tablets de 7’’ e de 10’’ com 50% cada. Dessa maneira, os dados indicam

que, em relação ao tamanho do tablet, o de 12” teve o melhor desempenho junto

aos usuários pois agrega 70% dos pontos mais positivos e 30% foram considerados

medianos. O de 7” teve o pior desempenho (considerado ruim) e o de 10” tendeu a

ficar mais na média em todas as métricas observadas. A distribuição dos tablets

mesmo sendo realizada de forma aleatória não influenciou nos resultados. Pois

analisando o perfis dos participantes após a realização das avaliações, identificou-se

que cada grupo dos tablets de 7’’, 10’’ e 12’’, tiveram professores, aposentados e

domésticas como participantes. O tablet de 7’’ foi o que teve a participação maior de

pessoas graduadas e mesmo assim o tablet de 7’’ foi o que teve o pior desempenho.

Analisando os resultados obtidos nos dois grupos de avaliação é possível

concluir que o tablet de 7’’ foi o que teve o pior desempenho, já os tablets de 10’’ e

12’’ tiveram desempenho classificados como mediano a bom.

5.3.3 Questionário de pós-teste

Ao término da avaliação, cada participante respondeu um questionário

sobre a avaliação (Apêndice III). O resultado da aplicação desse questionário é

detalhado nos Quadros 32 a 43.

Quadro 32: Q1- A interface do tablet é agradável?

tablet concordo totalmente

concordo discordo discordo

totalmente

7’’ 25% 50% 25% 0%

10’’ 25% 75% 0% 0%

12’’ 25% 75% 0% 0%

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80

Quadro 33: Q2- Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado?

tablet concordo

totalmente concordo discordo

discordo

totalmente

7’’ 0% 100% 0% 0%

10’’ 0% 100% 0% 0%

12’’ 50% 50% 0% 0%

Quadro 34: Q3 - O tamanho das letras dos textos é adequado?

tablet concordo

totalmente concordo discordo

discordo

totalmente

7’’ 25% 25% 25% 25%

10’’ 0% 100% 0% 0%

12’’ 0% 100% 0% 0%

Quadro 35: Q4 - As páginas do site estavam muito carregadas de conteúdo?

tablet concordo

totalmente concordo discordo

discordo

totalmente

7’’ 0% 25% 75% 0%

10’’ 50% 0% 50% 0%

12’’ 50% 25% 25% 0%

Quadro 36: Q5 - Os textos apresentados no site são compreensíveis?

tablet concordo

totalmente concordo discordo

discordo

totalmente

7’’ 0% 75% 25% 0%

10’’ 25% 25% 50% 0%

12’’ 25% 50% 25% 0%

Quadro 37: Q6 - A navegação de uma página para outra no site foi?

Tablet muito

fácil fácil médio difícil

muito

difícil

7’’ 0% 25% 25% 50% 0%

10’’ 0% 0% 75% 0% 25%

12’’ 0% 25% 25% 50% 0%

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81

Quadro 38: Q7 - Tamanho do teclado do tablet

tablet muito ruim ruim razoável bom ótimo

7’’ 0% 0% 50% 25% 25%

10’’ 0% 0% 25% 50% 25%

12’’ 0% 25% 0% 25% 50%

Quadro 39: Q8 - Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa?

tablet muito

fácil fácil médio difícil

muito

difícil

7’’ 25% 25% 50% 0% 0%

10’’ 0% 50% 25% 25% 0%

12’’ 25% 50% 0% 25% 0%

Quadro 40: Q9 - Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet?

Tablet Sim Por quê? Não Por quê?

7’’ 75%

Sim, porque eu quero aprender

a mexer e navegar na internet.

Sim, porque é muito funcional,

prático. De tamanho bom para

transportar em qualquer lugar e

principalmente em viagens.

Sim, porque achei agradável as

suas telas. As apresentações de

texto são claras, facilitando a

visualização.

25%

Não, muito difícil,

prefiro o

computador porque

os comandos são

mais

compreensíveis.

10’’ 75%

Sim, manuseio fácil.

Sim, porque foi difícil, eu tenho

que aprender. 25%

Não, porque prefiro

o computador de

mesa ou notebook.

12’’ 100%

Sim, nunca tive contato com

tablet e achei até fácil de

manusear, gostoso e prático.

Sim, para aprender a usar o

tablet.

Sim, tenho dificuldade em outro

aparelho para ligar, carregar até

mesmo em aprender usar.

0%

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Quadro 41: Q10 - Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar o tablet?

Tablet Respostas

7’’

Sim, não consegui realizar as tarefas sugeridas no teste.

Sim, porque não consegui entrar no site e concluir a tarefa.

Sim, porque foi a primeira vez que utilizei.

Sim, por ser a primeira vez que utilizei esse tablet.

10’’

Um pouco por falta de conhecimento.

Muitos problemas.

Sim, não consegui entender os pedidos.

Sim, letras apagadas, as informações importantes não estavam em

destaque, difícil manuseio do teclado, muito sensível ao toque,

chegando a irritar o usuário.

12’’

Não, porque o tamanho dele era bom, tela com campo visual bom e

marca boa.

Sim, dificuldade em decorar a função de cada botão.

Movimento lento dos dedos acessa mais do que o desejado.

Sim, porque eu não sabia ligar até mesmo conhecia o aparelho,

pensava que era só para os jovens e não dava importância.

Quadro 42: Q11 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet?

Tablet Respostas

7’’

Sim, deixar mais claro o fundo das telas, letras maiores ou com mais

espaço entre elas.

Mais facilidade para entrar no site

Por enquanto não. Antes precisaria aprender a manuseá-lo.

Não. O tamanho, teclado e tela são ótimos.

10’’

Não saberia dizer.

Não, o problema sou eu.

Vocabulário mais fácil.

Clareza e simplicidade em informações básicas, porque o usuário

comum não precisa ser um profissional da área para manuseá-lo.

12’’‘

Para quem nunca usou e pode ter medo de mexer e estragar, os

manuais deveriam vir mais explicativos e sem utilizar, tantos termos

em inglês que às vezes dificultam a compreensão.

Não.

Para minha condição menos sensibilidade ao toque, resposta mais

lenta ao toque.

Acho que preciso ter mais experiência, porque hoje foi um pouco

difícil.

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Quadro 43: Q12 - Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do site utilizado

nesse teste?

Tablet Respostas

7’’

No site www.climatempo.com.br achei muito confuso os comandos,

muito conteúdo na mesma página.

Muito conteúdo na tela.

Não.

Não, o site utilizado é de fácil compreensão.

10’’

Está tudo bem.

Não, quem precisa melhorar sou eu.

Mais explicações das teclas.

Informações pontuais, indicando o local para digitar na pesquisa, letras

maiores e mais claras.

12’’

Acredito que os sites, conforme seu objetivo deveria ter mais

informações sobre a sua função.

Não.

Não.

Mais tempo para realizar a tarefa, pois não consegui localizar no site

www.climatempo.com.br, a previsão do dia seguinte.

Com base nas respostas é possível inferir que os participantes preferiram

os tablets de 10’’ e de 12’’ quando analisaram a interface, tamanho de letras, botões,

links e teclado. A maioria utilizaria novamente os tablets (de qualquer tamanho) para

navegar na internet. As maiores reclamações em relação aos sites utilizados foram

quanto ao excesso de conteúdo das páginas e quanto à navegação de uma página

para outra.

Em relação aos resultados do questionário de pós-teste do grupo think

aloud tradicional, o tablet de 10’’ foi o preferido dos participantes, e a maioria das

reclamações também foi quanto ao excesso de conteúdo das páginas.

5.4 Problemas levantados na avaliação com usuários idosos

Com a análise dos questionários de pós-teste e vídeos da avaliação com

usuários, foi possível levantar os comentários, reclamações e erros cometidos pelos

participantes nas duas avaliações, ou seja, na avaliação usando o think aloud

tradicional e na avaliação com o retrospective think aloud.

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Com base nessa análise foram levantados vários problemas, que foram

classificados em problemas na página web (Quadro 44), problemas do tablet

(Quadro 45), e em problemas de Sistema Operacional ou Navegadores (Quadro 46).

Quadro 44: Problemas na página web.

Páginas com muito conteúdo.

As informações do site causam dúvidas.

As mensagens de erros causam dúvidas.

O vocabulário usado nos sites é de difícil compreensão.

Fundo(background) de alguns sites é escuro, o contraste fundo escuro e

cor das letras atrapalha a visibilidade.

O foco nos campos do formulário não é muito evidente.

É difícil entender onde deve ser clicado para que o teclado virtual apareça.

Não se pode diferenciar nas páginas do site o que é link ou botão.

Nos sites não há a informação sobre a sua finalidade.

Os caracteres do CAPTCHA são difíceis de entender.

A tecla “barra” (/), usada em datas, é difícil de ser encontrada no teclado.

Nos sites não há destaque para onde se deve digitar para fazer uma

busca.

A navegabilidade dos sites é ruim, sendo difícil saber onde se deve clicar

(quais links) para se chegar no local que se precisa acessar.

O preenchimento de formulários gera dúvidas.

Não usar links com cor diferente, ou marcação, que torne claro para o

usuário que se trata de um link. (No tablet, ao visualizar a tela, não há

como saber os lugares que são clicáveis).

Quadro 45: Problemas do tablet.

A luminosidade das telas é ruim.

Telas sensíveis, um leve toque já direciona para outra página.

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Quadro 46: Problemas de Sistema Operacional ou navegadores.

O espaçamento entre os links e botões do site é muito pequeno

(o que causa erros).

O espaço entre as teclas do teclado virtual é pequeno.

O teclado virtual é difícil de entender (principalmente os

símbolos).

Há dificuldade em perceber quando o teclado virtual está ativo,

os campos do formulário ficam embaixo do teclado.

A barra de rolagem não é visível.

Difícil perceber como ativar o zoom no tablet.

Letras pequenas (zoom).

Uma vez levantados os problemas encontrados pelos participantes na

avaliação com usuários idosos acessando websites através de tablets, passamos

para a próxima tarefa da análise, que foi verificar se esses problemas encontrados já

constavam no WCAG 2.0. O Quadro 47 mostra esse mapeamento dos problemas da

avaliação com o WCAG, indicando qual critério de sucesso se encaixa com cada

problema (se houver). Esse mapeamento foi realizado com base na experiência e

interpretação do WCAG pela autora.

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86

Quadro 47: Problemas levantados na avaliação com usuários idosos.

Problemas WCAG 2.0

Páginas com muito conteúdo. 1.4.8

Informações do site causam dúvidas. 3.1.3, 3.1.5

Mensagens de erros causam dúvidas. 3.1.5

Vocabulário usado nos sites é de difícil compreensão. 3.1.3, 3.1.5

Fundo(background) de alguns sites é escuro, o contraste fundo e cor da letra atrapalha a visibilidade. 1.4.3

O foco nos campos do formulário não é muito evidente.

É difícil entender onde deve ser clicado para que o teclado virtual apareça.

Não se pode diferenciar nas páginas do site o que é link ou botão.

Nos sites não há a informação sobre a sua finalidade. 2.4.2

Os caracteres do CAPTCHA são difíceis de entender.

A tecla “barra” (/), usada em datas, é difícil de ser encontrada no teclado.

Nos sites não há destaque para onde se deve digitar para fazer uma busca. 3.3.2

A navegabilidade dos sites é ruim, sendo difícil saber onde se deve clicar (quais links) para se chegar no local que se precisa acessar. 2.4.4, 2.4.5

O preenchimento de formulários gera dúvidas.

Não usar links com cor diferente, ou marcação, que torne claro para o usuário que se trata de um link. (No tablet, ao visualizar a tela, não há como saber os lugares que são clicáveis).

5.5 Considerações sobre o capítulo

Este capítulo apresentou os resultados da avaliação com usuários nas

duas formas, tradicional e retrospectiva com os idosos que participaram do curso de

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87

inclusão digital na FATEC de Itapetininga. Da análise dos resultados da avaliação

com usuários e questionários, gerou-se parte dos requisitos para a proposta de

complementação do WCAG 2.0, sendo que essa proposta é apresentada no próximo

capítulo.

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6 Proposta de Complementação do WCAG 2.0

Este capítulo apresenta a proposta de complementação do WCAG. Essa

proposta é embasada na revisão da literatura de IHC com foco nas questões de

acessibilidade, discutida na Seção 3.3, bem como nos problemas levantados na

avaliação com usuários idosos apresentados na Seção 5.4.

Primeiramente foi feita uma análise do WCAG 2.0 em face dos problemas

levantados na avaliação com usuários e na literatura de IHC. Procurou-se analisar

se essa versão do WCAG continha (ou não) recomendações adequadas a esses

problemas e as lacunas identificadas na literatura. Para recomendações e lacunas

não contempladas, foram coletados elementos para embasar uma proposta de

complementação das recomendações do WCAG 2.0.

Para elaborar a proposta de complementação, foram consideradas as

recomendações indicadas nos Quadros 2, 3 e 4 (Capítulo 3) levantados na revisão

da literatura. Os trabalhos de Almeida et al. (2014), Al-Razgan et al. (2012) e

Macedo e Pereira (2009) foram utilizados na proposição dos novos critérios. O

trabalho de Lara (2012) não foi considerado por alguns motivos: pelo público-alvo da

pesquisa não ter sido composto apenas por pessoas de terceira idade inexperientes;

por ter trabalhado com deficientes visuais, o que não é foco deste trabalho; e pelo

foco não ter sido exclusivo para websites acessados por tablets. Além disso, as

recomendações propostas por esse trabalho não foram validadas. Porém, mais

tarde, o trabalho de Lara foi utilizado para a avaliação dos novos critérios por nós

propostos.

Adicionalmente, também foram considerados para a complementação os

problemas levantados na avaliação com usuários (Quadro 47 – Capítulo 5). Foram

verificados se os problemas levantados não estavam associados a nenhuma das

recomendações do WCAG 2.0. Se não estivessem, eram classificados como

pertencentes a um dos quatro princípios do WCAG, gerando tanto um novo critério

de sucesso quanto uma nova recomendação.

Como uma maneira de integração ao WCAG, os novos critérios propostos

seguiram a classificação dos princípios, recomendações e classificação em níveis:

níveis A (mínimo), AA (recomendado) e AAA (avançado). Como foi feita a

classificação do nível para cada novo critério, o “WCAG Estendido” (proposto) em

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alguns casos sofreu uma renumeração. Essa versão estendida do WCAG se

encontra no Apêndice VII. O Quadro 48 contém apenas os novos critérios de

sucesso e recomendações propostos.

A criação dos novos critérios de sucesso foi embasada nos problemas

levantados na avaliação com usuários (Quadro 47) e nas recomendações dos

Quadros 2, 3 e 4. A vinculação desses problemas ou recomendações com um novo

critério de sucesso foi feita da seguinte maneira: primeiramente foi verificado em

qual princípio esse problema poderia se encaixar, em seguida em qual

recomendação desse princípio melhor se encaixava esse problema, e por último foi

criado o novo critério de sucesso, classificando-o quanto ao nível de conformidade.

Nos próximos parágrafos são apresentados exemplos de como foi realizada essa

vinculação entre problemas e novos critérios de sucesso.

- Problema – Os caracteres do CAPTCHA são difíceis de entender.

Esse problema foi classificado como Princípio 1 – Perceptível, como Recomendação

1.1 – Alternativas em Texto e foi acrescentado no critério de sucesso 1.1.1 a

seguinte alteração: Entrada alternativa: Os mecanismos de entrada alternativa

devem ser perceptíveis ao usuário. No caso das letras do CAPTCHA quando for

difícil de entender, o usuário deve perceber o ícone do alto-falante e entender a

finalidade do mesmo.

- Recomendação de Almeida et al. (2014) – Exibir um feedbak visual,

sonoro ou tátil no ato do toque configurável pelo usuário. Foi classificado como

Princício 1 – Perceptível, como Recomendação 1.3 – Adaptável e foi criado um novo

critério de sucesso numerado como 1.3.3 – Visibilidade do Estado do Sistema: Deve

ser fornecido um feedback no ato do toque, perceptível a pelo menos um dos

sentidos do usuário, e configurável pelo usuário (Nível A).

- Problemas: Não se pode diferenciar nas páginas do site o que é link

ou botão; não usar links com cor diferente, ou marcação, que torne claro para

o usuário que se trata de um link. (No tablet, ao visualizar a tela, não há como

saber os lugares clicáveis); e a recomendação de Almeida et al. (2014) – Manter

os links sublinhados. Foram classificados como Princípio 1 – Perceptível; como

recomendação 1.4 - Discernível e foi criado um novo critério de sucesso numerado

como 1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários: O

usuário deve poder discernir os elementos da interface que são acionados pelos

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usuários (por exemplo, links e botões) daqueles que não são. Esses elementos

devem estar perceptíveis antes do usuário realizar a ação (Nível A).

- Problema – A tecla “barra” (/), usada em datas, é difícil de ser

encontrada no teclado. Esse problema foi classificado como Princípio 2 –

Operável, como não foi encontrado nenhuma recomendação que se encaixasse com

esse problema, então foi criado uma nova recomendação, a Recomendação 2.5 –

Formato da Entrada dos Dados e criado também o novo critério de sucesso 2.5.1 -

Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um formato específico de entrada

de dados textual, a máscara de formato deve ser provida, exceto quando o

posicionamento dos elementos da máscara não puder ser definido automaticamente

(Nível AA).

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Quadro 48: Proposta de Complementação.

Princípios e Recomendações

Novos critérios de sucesso para o público idoso com pouca experiência no uso

1 –

Perc

eptíve

l

1.1 - Alternativas em texto Acrescentar no Critério 1.1.1 (Conteúdo não textual), item CAPTCHA. (Nível A): Entrada alternativa: Os mecanismos de entrada alternativa devem ser perceptíveis ao usuário. No caso das letras do CAPTCHA quando for difícil de entender, o usuário deve perceber o ícone do alto-falante e entender a finalidade do mesmo.

1.3 – Adaptável 1.3.3 - Visibilidade do Estado do Sistema: Deve ser fornecido um feedback no ato do toque, perceptível a pelo menos um dos sentidos do usuário, e configurável pelo usuário. (Nível A)

1.4 – Discernível 1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários: O usuário deve poder discernir os elementos da interface que são acionados pelos usuários (por exemplo, links e botões) daqueles que não são. Esses elementos devem estar perceptíveis antes de o usuário realizar a ação. (Nível A)

1.4.4 – Perceptibilidade de Recursos de Entrada: os recursos de entrada (vídeo, microfone e teclado) disponíveis devem ser perceptíveis, por exemplo, pela presença de um ícone relativo ao recurso. (Nível A)

2-

Operá

vel

2.4 Navegável 2.4.5 - Botão “Voltar”: Deve sempre existir na interface um botão “Voltar” e deve estar em local de fácil percepção. (Nível A)

2.4.9 - Funcionalidades do Sistema: As principais funcionalidades do sistema devem estar em destaque. (Nível AA)

2.4.10 - Localização dos Links: Deve ser evitada a utilização de links no meio de conteúdo que ocasionem a abertura de várias janelas. (Nível AA)

2.5 – (NOVA) Formato da entrada dos dados: Prover maneiras de facilitar a entrada de dados pelos usuários.

2.5.1 - Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um formato específico de entrada de dados textual, a máscara de formato deve ser provida, exceto quando o posicionamento dos elementos da máscara não puder ser definido automaticamente. (Nível AA)

3-

Com

pre

ensív

el 3.3 - Assistência de Entrada 3.3.7- Ajuda e dicas: No primeiro acesso do usuário ao

sistema, devem ser fornecidas ajuda e dicas das funcionalidades do sistema. (Nível AAA)

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6.1 Considerações sobre o capítulo

Este capítulo apresentou a proposta de complementação do WCAG 2.0,

ou seja, a proposta de criação de um WCAG Estendido (Apêndice VII), no qual 8

novos critérios de sucesso foram propostos e um pré-existente foi complementado.

O próximo capítulo trará um relatório da avaliação dessa versão estendida do

WCAG.

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7 Avaliação da Proposta de Complementação do WCAG 2.0

Este capítulo apresenta a avaliação da proposta de complementação do

WCAG 2.0. Para realizar a avaliação dessa complementação, foram recrutados 7

avaliadores entre estudantes e profissionais da área de IHC que participaram de

uma avaliação de cobertura do WCAG Estendido.

Para realizar a avaliação foi feita uma divisão desses 7 avaliadores em 3

grupos da seguinte maneira: i) Grupo Controle – composto por 2 avaliadores que

utilizaram o WCAG original para efetuar a análise; ii) Grupo WCAG Estendido –

composto por 2 avaliadores que utilizaram o WCAG com as modificações inseridas;

iii) Grupo Novos Critérios – composto por 3 avaliadores que fizeram a avaliação com

base apenas nos novos critérios de sucesso propostos.

Além da definição dos grupos, foi necessário pesquisar e selecionar

websites que apresentassem os problemas para os quais estão sendo propostos os

novos critérios de sucesso. Foram analisados vários websites que fornecem serviços

à população, como: DETRAN12, TSE13, Caixa Econômica Federal, Correios entre

outros. Da análise desses websites chegou-se à conclusão de que os websites do

DETRAN e TSE reuniam problemas que seriam relacionados a todos os novos

critérios de sucesso. O Quadro 49 apresenta uma análise dos websites utilizados na

avaliação, destacando com um check () os critérios de sucesso propostos que não

eram atendidos em cada website.

Os avaliadores realizaram duas tarefas referentes a esses websites:

realizar o agendamento para renovação da CNH no website do DETRAN e consultar

o local de votação pelo número do título de eleitor no website do TSE. As Figuras 4

a 10 apresentam as telas dos websites TSE e DETRAN no tablet 10’’ utilizado pelos

avaliadores.

12

www.detran.sp.gov.br 13

www.tse.jus.br

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Figura 4: Página principal do website TSE.

Figura 5: Página Título e local de votação do website TSE.

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Figura 6: Página Consulta por título no website TSE.

Figura 7: Página principal do website DETRAN.

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96

Figura 8: Página de informações sobre renovação CNH no DETRAN.

Figura 9: Página sobre CNH – HABILITAÇÃO no DETRAN.

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Figura 10: Página do cadastro do condutor para fazer a renovação CNH.

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Quadro 49: Problemas encontrados nos websites utilizados na avaliação de acessibilidade

WCAG.

Novos critérios Problemas nos websites

DETRAN TSE

1.1.1 (Conteúdo não textual), item CAPTCHA. (Nível A): Entrada alternativa: Os mecanismos de entrada alternativa

devem ser perceptíveis ao usuário. No caso das letras do

CAPTCHA quando for difícil de entender, o usuário deve

perceber o ícone do alto-falante e entender a finalidade do

mesmo.

1.3.3 - Visibilidade do Estado do Sistema: Deve ser fornecido

um feedback no ato do toque, perceptível a pelo menos um

dos sentidos do usuário, e configurável pelo usuário. (Nível A)

1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários: O usuário deve poder discernir os elementos da interface que são acionados pelos usuários (por exemplo, links e botões) daqueles que não são. Esses elementos devem estar perceptíveis antes de o usuário realizar a ação. (Nível A)

1.4.4 – Perceptibilidade de Recursos de Entrada: os recursos

de entrada (vídeo, microfone e teclado) disponíveis devem ser

perceptíveis, por exemplo, pela presença de um ícone relativo

ao recurso. (Nível A)

2.4.5 - Botão “Voltar”: Deve sempre existir na interface um botão “Voltar” e deve estar em local de fácil percepção. (Nível A)

2.4.9 - Funcionalidades do Sistema: As principais funcionalidades do sistema devem estar em destaque. (Nível AA)

2.4.10 - Localização dos Links: Deve ser evitada a utilização

de links no meio de conteúdo que ocasionem a abertura de

várias janelas. (Nível AA)

2.5.1 - Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um

formato específico de entrada de dados textual, a máscara de

formato deve ser provida, exceto quando o posicionamento

dos elementos da máscara não puder ser definido

automaticamente. (Nível AA)

3.3.7- Ajuda e dicas: No primeiro acesso do usuário ao

sistema, devem ser fornecidas ajuda e dicas das

funcionalidades do sistema. (Nível AAA)

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O restante deste capítulo está organizado da seguinte forma. A Seção 7.1

apresenta os resultados do questionário do perfil do avaliador; os resultados da

avaliação do grupo de controle são apresentados na Seção 7.2; já a Seção 7.3

discorre sobre os resultados do grupo que avaliou o novo WCAG; os resultados do

grupo que avaliou apenas os novos critérios de sucessos propostos nessa pesquisa

são abordados na Seção 7.4, na Seção 7.5 é apresentada a consolidação dos

resultados, e finalmente a Seção 7.6 apresenta um comparativo entre esta pesquisa

e o trabalho de Lara (2012).

7.1 Questionário do perfil do avaliador

Antes de iniciar o teste de acessibilidade usando as recomendações do

WCAG, os avaliadores preencheram o questionário de perfil do avaliador (Apêndice

V), que teve a finalidade de permitir conhecer a experiência dos avaliadores quanto

a acessibilidade e às recomendações WCAG.

As questões do questionário de perfil do avaliador estão apontadas como

título dos Quadros 50 a 55. Nota-se que a maioria dos avaliadores eram analistas de

sistemas ou estudantes de cursos superiores de tecnologia da informação, a maioria

tinha experiência com acessibilidade de no mínimo 2 anos e, alguns com mais de 5

anos de experiência. A maioria usa o WCAG esporadicamente ou já fez uso dele em

algum momento, tendo utilizado ambas as versões do WCAG (1.0 e 2.0). Nenhum

avaliador trabalhou com avaliação de acessibilidade em interfaces voltadas a tablets

ou idosos, e cinco dos avaliadores já trabalharam avaliando acessibilidade em

interfaces voltadas à web.

Optou-se por ter um grupo de avaliadores com diferentes características,

pois, pretende-se que essas novas recomendações possam ser utilizadas também

por pessoas com pouca experiência em acessibilidade.

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100

Quadro 50: Q1 - Profissões dos avaliadores.

Profissão Quantidade de avaliadores

Agente local de inovação - SEBRAE 1

Analista de Sistemas e Professor 2

Consultor Técnico 1

Estudante 2

Programadora Plena 1

Quadro 51: Q2 - Formações dos avaliadores.

Doutor em Ciência da Computação

Graduando em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Tecnólogo em Informática e Gestão de Negócios

Tecnólogo em Jogos Digitais

Mestre em Tecnologia e Inovação

Análise e Desenvolvimento de Sistemas/Ciência da Computação

Quadro 52: Q3 - Tempo de experiência com o tema acessibilidade em computação.

Experiência Quantidade de avaliadores

Não tenho experiência 2

Menos de 2 anos 1

Entre 2 e 5 anos 2

Mais de 5 anos 2

Quadro 53: Q4 - Uso das recomendações WCAG por avaliador.

Uso Quantidade de avaliadores

Nunca usei 1

Já usei ao menos uma vez, mas não tenho usado 2

Uso esporadicamente 3

Uso frequentemente 1

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101

Quadro 54: Q5 - Versões das recomendações WCAG já usadas por avaliador.

Versões Quantidade de avaliadores

1.0 1

2.0 2

Ambas 3

Não informado 1

Quadro 55: Q6 - Experiência com avaliação de acessibilidade em interfaces em cenários

específicos.

Interface Já trabalhou Não trabalhou

Voltadas a tablets 0 7

Voltadas ao público idoso 0 7

Voltadas à web 5 2

7.2 Resultados da avaliação do Grupo Controle

Os dois avaliadores do grupo de controle realizaram o teste de

acessibilidade utilizando as recomendações do WCAG 2.0 original (vide ANEXO I).

As tarefas foram realizadas em um tablet e o avaliador tinha que verificar, em cada

página do website que foi utilizada, quais critérios de sucesso a página não atendia.

Para cada critério de sucesso que o avaliador avaliasse como “não atendida”, foi

anotada no campo “Observação” do formulário (Apêndice VI) a sua observação

quanto ao motivo do não atendimento e os problemas encontrados no teste para

cada critério de sucesso testado.

Nos Quadros 56 e 57 são mostrados problemas que foram relatados

pelos avaliadores, mas que não tinham sido identificados nas avaliações com

usuários idosos. Esses problemas têm potencial para serem analisados e se

transformarem em novos critérios de sucesso a serem incorporados futuramente. Já

nos Quadros 58 e 59 são apresentados os problemas encontrados pelos avaliadores

e que coincidem com os problemas encontrados na avaliação com usuários idosos,

isto é, que deram origem aos novos critérios de sucesso propostos. Ao localizar

esses problemas, os avaliadores desse grupo tentaram relacioná-los a algum critério

existente no WCAG original.

A lista completa de todos os problemas encontrados por esse grupo pode

ser vista nos Resultados da avaliação do grupo controle no website do TSE

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102

(Apêndice VIII), e nos Resultados da avaliação do grupo controle no website do

DETRAN (Apêndice IX).

Quadro 56: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do TSE.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo de Controle – WCAG original

Avaliador 1 Avaliador 2

1.2.4 Página inicial

As legendas não estão completas.

3.3.2 Consulta por título

Para nenhum dos campos é mencionado se é obrigatório ou não

o preenchimento.

3.3.6 Consulta por título

Não tem opção para confirmar os dados antes de consultar.

Quadro 57: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do

DETRAN.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo de Controle – WCAG original

Avaliador 1 Avaliador 2

3.3.1 Formulário

de agendamento

Quando o CAPTCHA não é preenchido e o formulário é

enviado, é exibido a seguinte “Os caracteres da imagem não são

válidos”. Mas que imagem o diálogo se refere? E, pior, o foco

vai para o primeiro campo, “Nome”, não para o campo do

CAPTCHA.

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103

Quadro 58: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website do TSE.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo de Controle – WCAG original

Avaliador 1 Avaliador 2

1.4.5 Página inicial

DJE e PJe são imagens de texto contendo links para outras partes

do site, mas poderiam ser simplesmente texto para facilitar a busca pelas palavras com a

busca do navegador.

1.1.1 Consulta por título

O CAPTCHA fornecido pode ser difícil de ler, mesmo dando zoom,

mas não há outra alternativa a não ser ficar gerando novos captchas até conseguir um

“menos pior”

3.3.2 Consulta por título

Não existe informação prévia se há algum formato pré-

estabelecido ao inserir o número aqui, se pode incluir pontos ou

traço.

3.3.2 Consulta por título

Do lado deste campo, diz-se que o formato é com “/” (barras).

Porém, nada acontece ao digitar as “/”

3.3.5 Consulta por título

Não existe informação prévia se há algum formato pré-

estabelecido ao inserir o número, se pode incluir pontos ou traços.

Quadro 59: Recorte dos resultados da avaliação do grupo de controle no website DETRAN.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo de Controle – WCAG original

Avaliador 1 Avaliador 2

1.1.1 Formulário

de agendamento

Página não possui nenhuma forma alternativa

de CAPTCHA.

3.3.2 Formulário

de agendamento

Os campos de data de nascimento, CPF, RG e CEP não

especificam o formato, e se o usuário deve digitar separadores.

Analisando os resultados obtidos do teste realizado pelo Grupo de

Controle, foi possível perceber que dentre os problemas que consideramos que não

estavam cobertos pelo WCAG (para os quais geramos os 9 novos critérios de

sucesso propostos), 3 foram encontrados pelos avaliadores desse grupo que se

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104

utilizaram da versão não estendida com os novos critérios. Isso indica que o WCAG

2.0 original não cobre problemas específicos do acesso web por meio de tablets,

que são problemas do cenário estudado.

No Quadro 58 o Avaliador 1 classificou o problema “Não existe

informação prévia se há algum formato pré-estabelecido ao inserir o número aqui, se

pode incluir pontos ou traço” como relativo aos critérios de sucesso 3.3.2 e 3.3.5.

Discordo dessas classificações do avaliador, pois o critério de sucesso 3.3.2

(Rótulos e Instruções) se refere aos títulos dos campos e instruções da finalidade

dos campos de um dos campos de um formulário. Já o 3.3.5 (Ajuda) refere-se a uma

ajuda textual da página ou site, e não sobre o formato de campo. Portanto essa

classificação equivocada embasa a necessidade do novo critério de sucesso 2.5.1,

“Máscaras de formatação”.

Já no Quadro 59 o Avaliador 2 classificou o problema “Página não possui

nenhuma forma alternativa de CAPTCHA” como relativo ao critério de sucesso 1.1.1,

embora a descrição desse critério não tenha como recomendação uma entrada

alternativa para o campo CAPTCHA. Isso mostra que a sugestão de

complementação para esse critério é pertinente.

7.3 Resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido

O grupo WCAG Estendido também teve a participação de duas pessoas.

Utilizou o WCAG Estendido, isto é, o WCAG original acrescido dos novos critérios de

sucesso, mais específicos para o cenário com idosos acessando internet com

tablets. Ao integrar os novos critérios ao WCAG original, foi necessária a

renumeração de todos os critérios de sucesso para que não se distinguisse os

critérios antigos dos novos. Os avaliadores também receberam instruções para

utilizar apenas o arquivo PDF que foi fornecido, e não usar o WCAG disponível no

website do W3C.

Nos Quadros 60 e 61 são apresentados apenas os novos critérios de

sucesso propostos e que foram usados pelos avaliadores durante a avaliação. Já o

resultado completo da avaliação realizada por ser grupo, pode ser visto com mais

detalhes nos Apêndices X e XI.

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105

Quadro 60: Recorte dos resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido no website

TSE.

Critério de

Sucesso Local do website

WCAG Estendido

Avaliador 3 Avaliador 4

2.4.9 Página inicial

A opção de “Serviços ao eleitor” está disponível em “Menu

inferior”.

No menu principal a opção eleitor não apresenta a opção de busca por local de votação

1.1.1 Consulta por título

Não são apresentadas formas alternativas de CAPTCHA

(como a sonora, por exemplo).

O CAPTCHA não apresenta alternativa de áudio.

2.4.5 Consulta por título

Após realizar a consulta de um título, não há opção de voltar e

realizar uma nova consulta.

A opção voltar não está disponível para o usuário.

2.5.1 Consulta por título

Não possui máscara nos campos do formulário.

Quadro 61: Recorte dos resultados da avaliação do Grupo WCAG Estendido no website

DETRAN.

Critério de

Sucesso Local do Website

WCAG Estendido

Avaliador 3 Avaliador 4

3.3.7 Todas as páginas

Não possui dicas de ajuda para o primeiro acesso.

1.4.3 Página inicial

Os botões do carrossel não têm destaque e o usuário

pode se confundir achando que é apenas uma imagem.

2.4.10 Página inicial Há um excesso de links por toda a

página, inseridos no meio do texto.

1.4.3 Renovação

CNH

Não é possível identificar que o texto abaixo do título “Renovação da CNH” é o botão para acessar

esta função.

2.4.10 Página inicial Há um excesso de links por toda a

página, inseridos no meio do texto.

1.4.3 Renovação

CNH

Não é possível identificar que o texto abaixo do título “Renovação da CNH” é o botão para acessar

esta função.

2.5.1 Formulário

de agendamento

Os campos não possuem máscara, apenas o campo

telefone apresenta um exemplo

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106

Analisando o resultado da avaliação desse grupo, percebeu-se que dos 9

critérios de sucesso que estamos propondo, 7 foram identificados pelos avaliadores.

Isso aponta que os critérios propostos para o WCAG 2.0 são pertinentes ao cenário

estudado (idosos acessando a internet com tablets) e que também ficou claro para o

avaliador qual a finalidade de cada critério novo. Ou seja, isso indica que o WCAG

original não está completo, e que esses novos critérios de sucesso permitiram uma

melhor cobertura dos problemas encontrados no cenário estudado.

Esse grupo de avaliadores ao analisar os dois websites não conseguiram

identificar os novos critérios de sucesso 1.3.3 e 1.4.4. Avalio que o motivo pelo qual

os dois avaliadores não identificaram esses dois critérios de sucesso foi pela pouca

experiência em acessibilidade e por fazerem uso esporadicamente do WCAG 2.0.

Os dois problemas que são tratados por esses dois critérios existem tanto no

website DETRAN quanto no website TSE, conforme é apresentado no Quadro 49.

7.4 Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios

A avaliação realizada pelo Grupo Novos Critérios, que avaliou apenas os

novos critérios de sucesso teve a participação de três pessoas. Esse grupo realizou

o teste de acessibilidade utilizando apenas os 9 critérios de sucesso que estão

sendo propostos e executando as mesmas tarefas que foram feitas nos grupos

anteriores.

Os Quadros 62 a 69 apresentam com mais detalhes os resultados obtidos

na avaliação realizada por esse grupo.

Os 6 novos critérios de sucesso identificados na avaliação do website

TSE são apresentados nos Quadros 62 a 65. Por sua vez, os Quadros 66 a 69

apresentam os 9 critérios de sucesso identificados no website do DETRAN. Neste

website, os avaliadores conseguiram identificar todos os critérios de sucesso

propostos nessa pesquisa.

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107

Quadro 62: Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website TSE.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo Novos Critérios

Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7

1.1.1 Página inicial

Campo "Processo físico" não tem correspondentes textuais

disponíveis.

3.3.7 Página inicial

Não há assistente com ajuda e dicas de uso e localização dos

serviços disponíveis no site

Quadro 63: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website

TSE.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo Novos Critérios

Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7

1.4.3 Título e local de votação

A página possui componentes que podem ser associados a

alguma ação. Além disso, está simples e mostra com clareza as possíveis ações a serem

realizadas. Exige um conhecimento mínimo do

usuário em relação aos estados dos componentes, como textos

que referenciam links e submenus.

2.4.5 Título e local de votação

A página não possui um botão

"VOLTAR"

Não há um botão voltar.

1.1.1 Consulta por título

Não está disponível um ícone de alto-falante como

alternativa textual.

Não há componentes complementares que facilitem aos usuários com pouca visão

ou baixa audição.

1.3.3 Consulta por título

Não há configurações na página que possam habilitar funções para deficientes auditivos ou visuais. Estas respostas do

sistema podem ser por bipes ou até mesmo vibrações (em casos

de dispositivos móveis).

2.4.5 Consulta por título

A página não possui um botão específico "VOLTAR", a não ser

do próprio navegador.

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108

Quadro 64: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website

TSE.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo Novos Critérios

Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7

3.3.7 Consulta por título

O campo “Nome da mãe” não especifica que deve ser informado o nome

completo e sem abreviações. Na verdade, nos deixa acreditar que

somente o primeiro nome seria suficiente.

3.3.7 Consulta por título

No campo “CAPTCHA”, a orientação é “Por favor,

repita os caracteres acima:” e o termo “repetir”

pode causar confusão.

3.3.7 Consulta por título

Antes do botão “Consultar” existe a informação “Esta

informação ajuda o Tribunal Superior Eleitoral

a evitar a consulta por programas automáticos,

que dificultam a utilização deste aplicativo pelos demais usuários”. Tal

frase pode levar o usuário a acreditar que há algum outro tipo de consulta, o

que na verdade não existe. Esta orientação pode não ser clara a

quem não é da área de tecnologia.

Nenhum recurso disponibilizado sobre a

utilização do sistema. O usuário não é informado em nenhum momento

sobre a forma adequada de utilizar os recursos do

sistema.

1.1.1 Consulta por nome

Não há componentes complementares que facilitem aos usuários

com pouca visão ou baixa audição.

1.4.3 Consulta por nome

A página não possui recursos de entrada.

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109

Quadro 65: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website

TSE.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo Novos Critérios

Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7

2.5.1 Consulta por nome

A página possui campos com entrada

que necessitam de uma Máscara de Formação,

como Datas (DD/MM/AAAA). A

barra (‘/’) não é colocada

automaticamente. Isto pode ser um problema

quando o usuário possui pouca/nenhuma habilidade em relação ao uso do teclado dos

dispositivos.

3.3.7 Consulta por nome

Nenhum recurso disponibilizado sobre a utilização do sistema. O

usuário não é informado em nenhum

momento sobre a forma adequada de utilizar os recursos do sistema.

2.4.5 Todas as páginas

Inexistência da opção de retorno, com exceção

do recurso de “breadcumb”.

As páginas não possuem um botão

específico "VOLTAR", a não ser do próprio

navegador.

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110

Quadro 66: Resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website DETRAN.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo Novos Critérios

Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7

1.4.3 Página inicial

Não fica tão clara a caracterização dos botões de

acesso às opções de renovação de CNH. Os

botões são muito extensos, camuflando-os, pois trata-se de um formato pouco comum

em ambientes web.

2.4.5 Página inicial

Ao clicar no link “Mais dúvidas”, presente no bloco

de dúvidas frequentes, o usuário é levado a outra

página, e perde a sequência dos passos executados, o

breadcumbs não tem continuidade, e o botão

“Voltar” é inexistente. Neste caso, a única opção é

continuar a navegação com utilização de outros links ou optar pelo botão “Voltar” do

próprio navegador.

2.4.9 Página inicial

Impossível visualizar as principais

funcionalidades da página. Botões e links não estão

visíveis, a não ser que o usuário

adivinhe.

3.3.7 Página inicial

O bloco de “Passo a passo” aparece apenas na parte de

baixo da página, logo em seguida de uma série de

informações não tão importantes e secundárias.

A página não possui recursos que auxiliem o usuário a utilizar os recursos fornecidos

pela tela.

1.4.3 Renovação

CNH

Não é possível discernir os

elementos que podem ser acionados pelos usuários antes

executar a ação.

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111

Quadro 67: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website

DETRAN.

Critério de Sucesso

Local do Website

Grupo Novos Critérios

Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7

1.4.4 Renovação

CNH

A página não possui qualquer recurso de

entrada, como audio e vídeo que possam facilitar

as ações do usuário.

1.4.4 Renovação

CNH

A página não possui recursos de entrada

disponíveis.

2.4.5 Renovação

CNH

A página não possui botão “Voltar”, a não ser que

este seja um recurso do próprio navegador.

1.1.1 Formulário de agendamento

Não está disponível um ícone de alto-falante como alternativa

O CAPTCHA não fornece ao usuário entradas

alternativas, com o ícone de alto-falante.

1.1.1 Formulário de agendamento

Na área de Endereço do

formulário não há conteúdo

textual para o ícone de atualizar

imagem do CAPTCHA

(representado por duas setas).

1.4.3 Formulário de agendamento

A página permite que o usuário diferencie os elementos interativos

daqueles que não são. No entanto, para os recursos cancelar, voltar e concluir, não há como saber se são apenas elementos textuais

ou botões.

1.4.4 Formulário de agendamento

A página não possui recursos de entrada que possam ser identificados.

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112

Quadro 68: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website

DETRAN.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo Novos Critérios

Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7

2.4.5 Formulário de agendamento

Na página não tem

disponível um botão

"VOLTAR".

A página não possui um botão “Voltar”.

2.4.9 Formulário de agendamento

Ausência da caracterização de gênero sexual, diretriz utilizada em grande parte

dos sites do próprio governo.

2.4.10 Formulário de agendamento

Há um link chamado

“AgendaSP” na

mensagem informativa de Atenção

2.5.1 Formulário de agendamento

Ausência da caracterização de gênero sexual, diretriz utilizada em grande parte

dos sites do próprio governo.

2.5.1 Formulário de agendamento

Antes de perceber que é solicitado a UF do órgão

emissor do RG, tive a sensação de que havia um problema. Órgão emissor

do RG não aceita / (barra), elemento essencial para tal

informação. Ex: SSP/SP

2.5.1 Formulário de agendamento

Número do endereço não aceita letras, elemento

relativamente comum em numerações, como por exemplo 100B, 150F

3.3.7 Formulário de agendamento

Vaga explicação sobre termos técnicos como PGU

Nem todos os elementos em tela

fornecem algum tipo de ajuda ou dica,

apenas os que são menos usuais.

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113

Quadro 69: Continuação dos resultados da avaliação do Grupo Novos Critérios no website

DETRAN.

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo Novos Critérios

Avaliador 5 Avaliador 6 Avaliador 7

1.1.1 Agendamento Hora e data

Não está disponível um ícone de alto-

falante como alternativa. Na área

de Endereço do formulário não há conteúdo textual para o ícone de

atualizar imagem CAPTCHA

(representado por duas setas)

Utilização desnecessária e

repetitiva do recurso de

CAPTCHA, pois na tela anterior já foi

pedido o CAPTCHA.

O CAPTCHA não fornece ao usuário

entradas alternativas, com o

ícone de alto-falante.

2.4.5 Agendamento Hora e data

Na página não tem disponível um botão

"VOLTAR".

A página não possui um botão “VOLTAR” que possa direcionar

o usuário a um estado anterior.

Analisando o resultado da avaliação desse grupo, percebeu-se que os 3

avaliadores conseguiram utilizar todos os novos critérios de sucesso na avaliação,

identificando os problemas nos dois websites que foram avaliados (DETRAN e TSE).

Esses mesmos problemas já tinham sido localizados na análise feita previamente

para a escolha dos websites para uso na avaliação de acessibilidade (Quadro 49).

7.5 Consolidação dos Resultados

Analisando os resultados que foram obtidos na avaliação do WCAG

realizada pelos 3 grupos, foi possível concluir que os critérios de sucesso que estão

sendo propostos são relevantes, pois os três grupos identificaram os problemas que

deram origem aos novos critérios de sucesso.

O Grupo de Controle, que utilizou o WCAG original, identificou 3

problemas que geraram 3 novos critérios de sucesso na versão WCAG Estendida.

Como não localizaram um critério mais adequado, os avaliadores classificaram em

critérios existentes na versão original, mas que não estão totalmente adequados na

opinião da autora desta dissertação. Já o Grupo WCAG Estendido encontrou

problemas referentes a mais de 50% dos critérios de sucesso novos, e o Grupo

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114

Novos Critérios conseguiu identificar problemas referentes a 100% dos novos

critérios de sucesso. Isso indica que mesmo misturando e fazendo a renumeração

dos critérios de sucesso do WCAG, os novos critérios são claros e ajudam os

avaliadores a identificar problemas de acessibilidade em websites.

Comparando os resultados da avaliação do grupo controle e do grupo

WCAG estendido, pode-se inferir que o grupo controle conseguiu encontrar uma

quantidade maior de problemas do que o grupo WCAG estendido, isso pode ser

atribuído ao fato dos avaliadores do grupo controle ser mais experientes que os

avaliadores do grupo WCAG estendido. Já no grupo WCAG estendido, um dos

avaliadores não tinha experiência com acessibilidade e nunca tinha utilizado o

WCAG, o que pode ter impactado na detecção de problemas de acessibilidade

durante a avaliação e, o segundo avaliador tinha experiência com acessibilidade e

com WCAG, mas comparando com os avaliadores do grupo controle essa

experiência é menor. Embora o grupo WCAG estendido tenha encontrado uma

quantidade menor de problemas em relação ao grupo controle, os problemas

identificados durante a avaliação são pertinentes, pois mais de 50% dos problemas

encontrados são os problemas que deram origem a criação dos 7 dos 9 novos

critérios de sucesso, o que mostra que os novos critérios de sucesso propostos são

claros para o avaliador na hora de utilizá-los na avaliação de acessibilidade.

O Quadro 70 apresenta os novos critérios de sucesso e os critérios

identificados por avaliador. Analisando esse quadro, foi possível perceber que todos

os problemas levantados no teste de usabilidade e na revisão da literatura de IHC

(usados como requisitos para dar origem aos novos critérios de sucesso) foram os

mesmos problemas encontrados no teste de acessibilidade. Portanto, isso valida e

destaca a relevância dos critérios de sucesso que estão sendo propostos para o

cenário estudado, pois com esses novos critérios é possível encontrar um número

maior de problemas de acessibilidade em websites quando acessados por tablets.

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115

Quadro 70: Novos critérios de sucesso avaliados

Novos Critérios Grupo de Controle Grupo WCAG Estendido

Grupo Novos Critérios

Avaliador 1

Avaliador 2

Avaliador 3

Avaliador 4

Avaliador 5

Avaliador 6

Avaliador 7

1.1.1- Entrada alternativa

1.3.3 - Visibilidade do Estado do Sistema

1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários

1.4.4– Perceptibilidade de recursos de entrada

2.4.5 - Botão “Voltar”

2.4.9 - Funcionalidades do Sistema

2.4.10 - Localização dos Links

2.5.1 - Máscaras de Formatação

3.3.7- Ajuda e dicas

Em termos de autocrítica dos critérios propostos, vale destacar que o

texto proposto para o critério de sucesso 1.4.4. pode ser melhorado, visando torná-lo

mais abrangente em termos de acessibilidade. Ele está definido como: "1.4.4 –

Perceptibilidade de Recursos de Entrada: os recursos de entrada (vídeo, microfone

e teclado) disponíveis devem ser perceptíveis, por exemplo, pela presença de um

ícone relativo ao recurso. (Nível A)". Considerando que ícones normalmente são

recursos feitos para serem visualmente detectados, isso tornaria esse critério de

pouca serventia para situações com pessoas de baixa visão ou cegas. Portanto, o

critério poderia ser alterado para: "1.4.4. - Perceptibilidade de Recursos de Entrada:

havendo diferentes recursos de entrada de dados (p.ex., vídeo, microfone e teclado),

deve ser perceptível a possibilidade de uso desses recursos. (Nível A)". Como a

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116

alteração deste texto exigiria a realização de novos testes, esta alteração fica

sugerida para inserção e análise em outras oportunidades de pesquisa.

7.6 Comparativo entre esta pesquisa e o trabalho de Lara (2012)

A coincidência entre os dois trabalhos foi levantar problemas de

usabilidade e acessibilidade, com finalidade deste levantamento propor melhorias

nos websites para torná-los mais acessíveis ao público idoso.

Dessa forma, houve divergências relacionadas ao público-alvo utilizado

para levantar problemas de usabilidade e acessibilidade, à maneira como os testes

foram conduzidos e à plataforma. Enquanto o nosso trabalho teve o foco de apenas

idosos, o de Lara (2012) trabalhou, além de pessoas da terceira idade, pessoas de

meia idade e experientes no acesso a websites, como também pessoas com

deficiência visual. Quanto ao teste, o nosso foi uma avaliação com usuários idosos

para levantar problemas interação, realizando tarefas nos websites TSE,

Climatempo e Amazon, enquanto que Lara (2012) trabalhou com um protótipo de

website em que continha melhorias na usabilidade e acessibilidade. Em relação à

plataforma utilizada, enquanto Lara (2012) trabalhou com websites acessados por

qualquer plataforma, o nosso teve o foco website acessado por tablets.

Mesmo assim, fizemos uma comparação dos resultados obtidos nos dois

trabalhos. Lara (2012) sugeriu o critério de sucesso “3.3.7 - Na página Web que

contém campos para entrada de dados devem ser explicitadas informações sobre o

formato de dados e seu domínio, ou seja, informações de como o usuário deve

preencher o campo“; esse critério pode ser interpretado coincidente com o nosso

critério “2.5.1 - Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um formato

específico de entrada de dados textual, a máscara de formato deve ser provida,

exceto quando o posicionamento dos elementos da máscara não puder ser definido

automaticamente”. Porém, os critérios de sucesso 1.3.3, 1.4.3, 1.4.4, 2.4.5, 2.4.9,

2.4.10 e 3.3.7 por nós sugeridos não estão contemplados no trabalho de Lara

(2012). Já o critério de sucesso “2.1.5 - A página web deve evitar o uso de janelas

pop-up”, proposto por Lara (2012) não está coberto pelas nossas recomendações.

Na nossa análise isso pode ter sido influenciado pelo público-alvo, pela plataforma

utilizada ou pela estrutura dos websites públicos.

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117

8 Conclusões e trabalhos futuros

A cada dia, as pessoas da terceira idade têm se mostrado interessadas

em acessar a internet e se incluir digitalmente. E os tablets são uma ótima opção

para prover acesso à internet, como também são mais leves que notebooks e

podem ser carregados para qualquer lugar. Contudo, as telas dos tablets são

menores que as de notebooks, e nem tudo o que é visualizado em um notebook

será adequadamente visualizado ou adaptado para a tela de um tablet.

Este trabalho responde se a avaliação de acessibilidade pode ser feita de

uma forma melhor, usando recomendações WCAG mais específicas às pessoas de

terceira idade e que estejam acessando a web através de tablets.

Foram propostos 9 novos critérios de sucesso, criados conforme

requisitos obtidos em avaliação realizada com usuários para levantar problemas de

interação quando acessam websites com tablets e também com base em revisão da

literatura de IHC.

A avaliação com os usuários foi realizada utilizando três tablets da marca

SAMSUNG com Android 4.2, com telas de 7’’, 10’’ e 12’’, a distribuição desses

tablets entre os 12 voluntários foi realizada de forma aleatória e, nenhum dos

participantes possuia qualquer tipo de limitação.

Esses novos critérios foram criados analisando cada problema levantado

e classificando-o primeiramente em um princípio do WCAG 2.0, em seguida em uma

das recomendações do princípio e por fim criando um novo critério (ou adaptando

um pré-existente) dentro da recomendação em que foi classificado o problema.

Os novos critérios de sucesso para WCAG propostos foram: 1.1.1

(adaptação) - (Conteúdo não textual), item CAPTCHA. Entrada alternativa; 1.3.3 -

Visibilidade do Estado do Sistema; 1.4.3 - Perceptibilidade de Elementos Acessíveis

por Ação dos Usuários; 1.4.4 – Perceptibilidade de Recursos de Entrada; 2.4.5 -

Botão “Voltar”; 2.4.9 - Funcionalidades do Sistema; 2.4.10 - Localização dos Links;

2.5.1 - Máscaras de Formatação e 3.3.7- Ajuda e dicas.

Os novos critérios de sucesso foram avaliados por profissionais e

estudantes da área de IHC. Para realizar essa avaliação, os 7 avaliadores foram

divididos em 3 grupos: grupo de controle; um grupo que avaliou o novo WCAG com

as modificações que foram inseridas; e um grupo que avaliou apenas os novos

critérios de sucesso propostos.

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Esse grupo de avaliadores tinha diferentes características, pois, pretende-

se que essas novas recomendações possam ser utilizadas também por pessoas

com pouca experiência em acessibilidade.

Analisando os resultados da avaliação realizada, conclui-se que os novos

critérios de sucesso propostos são relevantes, pois os três grupos de avaliadores

identificaram os problemas que deram origem aos novos critérios de sucesso. Em

especial, o grupo que avaliou apenas os novos critérios conseguiu identificar

problemas referentes a 100% dos critérios que estão sendo propostos.

Esse resultado revelou fortes indícios de que a hipótese é verdadeira,

pois conseguiu identificar um maior número de problemas de acessibilidade no

cenário estudado, quando comparado com o uso do WCAG tradicional para o

mesmo cenário. Os resultados da pesquisa também foram avaliados por revisores

de congressos nacionais e internacionais (Apêndice XIII).

Sugere-se como trabalhos futuros baseados nesta pesquisa:

1. Analisar os novos problemas levantados durante as avaliações e

que não estão cobertos nem pelo WCAG nem pelos novos critérios

de sucesso levantados nesta dissertação;

2. Verificar as interseções das recomendações geradas nesse

trabalho e no de Lara (2012), e como eles podem se completar

para prover melhor acessibilidade para idosos nas plataformas

estudadas por ambos;

3. Verificar se as recomendações criadas por Lara (2012) que não

estão cobertas, se são adequadas ao cenário que estudamos;

4. Realizar novas avaliações com um grupo maior de especialistas

experientes da área de IHC, a fim de validar melhor esses novos

critérios de sucesso;

5. Fazer a proposição das recomendações criadas para incorporação

em versão futura do WCAG pela W3C;

6. Ampliar o público-alvo para abranger deficiências que não foram

consideradas neste trabalho.

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APÊNDICE I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), do Projeto

de Pesquisa sob o título “Usabilidade dos dispositivos móveis para pessoas da

terceira idade”. Meu nome é Andréia Rodrigues Casare, sou a pesquisadora

responsável e minha área de atuação é Professora Associada I da FATEC de

Itapetininga. Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de

aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas

vias. Uma delas é sua e a outra é da pesquisadora responsável. Em caso de recusa,

você não será penalizado(a) de forma alguma. Em caso de dúvida sobre a

pesquisa, você poderá entrar em contato com as pesquisadoras responsáveis

Andréia Rodrigues Casare e a orientadora da pesquisa Profa. Dra Regina Lúcia De

Oliveira Moraes nos telefones (15) 99716-8350, e-mail

[email protected]; [email protected] .

Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação e sobre questões éticas do estudo, você pode entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNICAMP: Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP; telefone (19) 3521-8936; fax (19) 3521-7187; e-mail: [email protected].

Justificativa: As pessoas da terceira idade atualmente têm se mostrado

interessadas em acessar a internet e se incluir digitalmente. O tablet é um

dispositivo móvel que pode atender esse público. Estes dispositivos são mais leves

que os notebooks e podem ser carregados para qualquer lugar, portanto, são uma

ótima opção para acessar a internet, que é o foco das pessoas da terceira idade.

Objetivo: O objetivo desta pesquisa é colher dados para avaliar a usabilidade de

algumas marcas de tablets que utilizam o Sistema Operacional ANDROID para

pessoas da terceira idade.

Procedimento: Durante a realização do teste de usabilidade será filmado apenas a

manipulação no tablet e a voz gravada, e não será possível a identificação da

pessoa na filmagem. Para avaliação e apresentação dos resultados, estamos

solicitando sua autorização para realização dessas gravações e a utilização das

imagens e sons durante a divulgação dos resultados deste projeto e também na

apresentação desta pesquisa.

Riscos e desconfortos: Não há riscos e desconfortos previsíveis.

Benefícios: Com a gravação dos testes, será possível identificar os problemas de

usabilidade das interfaces dos tablets sob a ótica do público da terceira idade.

Sigilo e privacidade: Você tem a garantia de que sua identidade será mantida em sigilo e nenhuma informação será dada a outras pessoas que não façam parte da

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equipe de pesquisadores. Na divulgação dos resultados desse estudo, seu nome não será citado.

Esclarecimento: Não haverá nenhum tipo de pagamento ou gratificação financeira

pela sua participação nessa pesquisa.

Recusa: Você tem liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento,

em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA

PESQUISA

Eu, __________________________________________________, RG

_______________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo “Usabilidade

dos dispositivos móveis para pessoas da terceira idade”, como sujeito. Fui

devidamente informado (a) e esclarecido (a) pela pesquisadora Andréia Rodrigues

Casare sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os

possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido

que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a

qualquer penalidade.

Itapetininga,____ de _________ de 20 __.

________________________________

Assinatura do(a) pesquisado(a)

Responsabilidade do Pesquisador:

Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e

complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido

uma cópia deste documento ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo

CEP perante o qual o projeto foi apresentado. Comprometo-me a utilizar o material e

os dados obtidos nesta pesquisa exclusivamente para as finalidades previstas neste

documento ou conforme o consentimento dado pelo participante.

__________________________________

Assinatura da pesquisadora responsável

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APÊNDICE II – Questionário perfil do entrevistado

Data:___/____/2014

Idade:_________________________ Sexo(F/M):________________________

Profissão: _______________________________________________________

Acessa a internet: menos de 2 anos

entre 2 e 5 anos

mais que 5 anos

Já usou tablet ? nunca

algumas vezes

faz uso constante

Outros tipos de computadores (exceto tablet): nunca

algumas vezes

faz uso constante

Tem alguma limitação visual?

Sim Não Qual:__________________________

Tem alguma limitação motora?

Sim Não Qual:___________________________

Seu raciocínio é:

muito lento lento razoável rápido muito rápido

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APÊNDICE III – Questionário pós-teste

Data:___/____/2014

1) A interface do tablet é agradável?

( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo

totalmente

2) Os botões e links são apresentados em um tamanho adequado?

( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo

totalmente

3) O tamanho das letras dos textos é adequado?

( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo

totalmente

4) As páginas do Site estavam muito carregadas de conteúdo?

( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo

totalmente

5) Os textos apresentados no site são compreensíveis?

( ) concordo totalmente ( ) concordo ( ) discordo ( ) discordo

totalmente

6) A navegação de uma página para outra no site foi:

( ) muito fácil ( ) fácil ( ) médio ( ) difícil ( ) muito difícil

7) O tamanho do teclado apresentado nesse tablet é:

( ) muito ruim ( ) ruim ( ) razoável ( ) bom ( ) ótimo

8) Foi fácil sair da aplicação ou do site quando terminou a tarefa:

( ) muito fácil ( ) fácil ( ) médio ( ) difícil ( ) muito difícil

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9) Utilizaria novamente esse tablet para navegar na internet?

( ) Sim ( ) Não. Por quê?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

10) Teve algum(ns) problema(s) ao utilizar esse tablet?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

11) Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria desse tablet ?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

12) Você sugere alguma(s) alteração(ões) para melhoria do Site utilizado nesse

teste?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

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APÊNDICE IV – Métricas utilizadas na avaliação com usuários idosos

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APÊNDICE V – Questionário perfil do avaliador

Data:___/____/2016

Nome:__________________________________________________________

Profissão: _______________________________________________________

Formação:_______________________________________________________

Há quanto tempo tem experiência com o tema acessibilidade em computação? não tenho experiência

menos de 2 anos

entre 2 e 5 anos

mais que 5 anos

Com relação a seu uso das recomendações WCAG: nunca usei

já usei ao menos uma vez, mas não tenho usado

uso esporadicamente

uso frequentemente

Quais versões das recomendações WCAG você já utilizou?

1.0

2.0

ambas

Você já trabalhou especificamente em avaliação de acessibilidade em interfaces:

Voltadas a tablets? ( ) Sim ( ) Não

Voltadas ao público idoso? ( ) Sim ( ) Não

Voltadas a web? ( ) Sim ( ) Não

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APÊNDICE VI - Resultados da avaliação de acessibilidade usando as

recomendações WCAG

Data:___/____/2016 Avaliador:__________________________

Website avaliado: DETRAN (www.detran.sp.gov.br)

Tarefa: Fazer o agendamento para renovação da sua CNH

Critério de sucesso

(código e título)

Local do website

(url e descrição da tela)

Observação

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APÊNDICE VII - Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0

As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0 abrangem diversas recomendações com a finalidade de tornar o conteúdo da Web mais acessível. Seguir estas diretrizes irá tornar o conteúdo acessível a um maior número de pessoas com deficiência, incluindo cegueira e baixa visão, surdez e baixa audição, dificuldades de aprendizagem, limitações cognitivas, limitações de movimentos, incapacidade de fala, fotossensibilidade e combinações destas características. Seu conteúdo da Web também ficará mais acessível aos usuários em geral ao seguir estas diretrizes.

Os critérios de sucesso das WCAG 2.0 são escritos como declarações testáveis, que não se referem a tecnologias específicas. Orientações sobre como satisfazer os critérios de sucesso em tecnologias específicas, bem como informações gerais sobre como interpretar os critérios de sucesso, são disponibilizadas em documentos separados.

Introdução

As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0 definem a forma de como tornar o conteúdo da Web mais acessível para pessoas com deficiência. A acessibilidade abrange uma vasta gama de deficiências, incluindo visual, auditiva, física, de fala, intelectual, de linguagem, de aprendizagem e neurológica. Embora estas diretrizes cubram uma ampla diversidade de situações, elas não são capazes de abordar as necessidades das pessoas com todos os tipos, graus e combinações de deficiências. Estas diretrizes tornam também o conteúdo da Web mais acessível por pessoas idosas, cujas habilidades estão em constante mudança devido ao envelhecimento, e muitas vezes melhoram a usabilidade para usuários em geral.

As WCAG 2.0 baseiam-se nas WCAG 1.0 e foram concebidas para serem largamente aplicadas às diferentes tecnologias atuais e futuras da Web, e para serem testáveis com uma combinação de testes automáticos e avaliação humana.

A acessibilidade na Web depende não só do conteúdo acessível, como também de navegadores web acessíveis e outros agentes de usuário. Ferramentas de autoria também desempenham um papel importante para a acessibilidade na Web. Para uma descrição geral sobre como estes componentes de desenvolvimento web e interação funcionam em conjunto, consulte:

Camadas de Orientação das WCAG 2.0

As pessoas e organizações que utilizam as WCAG são diversas e incluem programadores e web designers, legisladores, responsáveis pelas compras, professores e alunos. Para corresponder às várias necessidades deste público, são fornecidas diversas camadas de orientação, incluindo princípios globais, diretrizes gerais, critérios de sucesso testáveis, um rico conjunto de técnicas de tipo necessárias e de tipo sugeridas, bem como falhas comuns documentadas com exemplos, links para recursos e código fonte.

Princípios – Os quatro princípios que constituem a base da acessibilidade na Web

são: perceptível, operável, compreensível e robusto. Após cada princípio estão suas diretrizes. As 12 diretrizes fornecem os objetivos básicos

que os autores devem atingir para tornar o conteúdo mais acessível aos usuários com diferentes deficiências. As diretrizes não são testáveis, mas disponibilizam a estrutura e os objetivos de âmbito global que ajudam os autores a compreender os critérios de sucesso e a melhor implementar as técnicas.

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Critérios de Sucesso - Para cada diretriz, são fornecidos critérios de sucesso testáveis para permitir que as WCAG 2.0 sejam utilizadas onde os requisitos e os testes de conformidade são necessários, tais como na especificação do projeto, nas compras, na regulamentação e nos acordos contratuais. A fim de atender as necessidades dos diferentes grupos e situações, são definidos três níveis de conformidade: A (o mais baixo), AA e AAA (o mais elevado).

Técnicas de tipo necessária e de tipo sugerida - Para cada uma das diretrizes e critérios de sucesso existentes no próprio documento das WCAG 2.0, o grupo de trabalho documentou ainda uma grande variedade de técnicas. As técnicas têm caráter informativo e enquadram-se em duas categorias: as que são de tipo necessária para satisfazer os critérios de sucesso e as que são de tipo sugerida. As técnicas de tipo sugerida vão além do que é exigido pelos critérios de sucesso individuais e permitem aos autores um melhor cumprimento das diretrizes. Algumas técnicas de tipo sugerida vão ao encontro de barreiras de acessibilidade que não estão abrangidas pelos critérios de sucesso testáveis. Onde são conhecidas falhas comuns, estas são igualmente documentadas.

Todas estas camadas de orientação (princípios, diretrizes, critérios de sucesso e técnicas de tipo necessária e de tipo sugerida) funcionam em conjunto para fornecer orientações sobre como tornar o conteúdo mais acessível. Os autores são encorajados a observar e a aplicar todos os níveis que conseguirem, incluindo as técnicas de tipo sugerida, de forma a melhor satisfazerem as necessidades do maior número possível de usuários.

Note-se que até mesmo o conteúdo que está em conformidade com o nível mais elevado (AAA) não estará acessível a pessoas com todos os tipos, graus ou combinações de deficiências, particularmente nas áreas da linguagem cognitiva e da aprendizagem. Os autores são encorajados a considerar a totalidade das técnicas, incluindo as técnicas de tipo sugerida, assim como a procurar orientação relevante sobre as atuais boas práticas, de forma a garantir que o conteúdo da Web seja acessível, tanto quanto possível, a esta comunidade.

Termos Importantes nas WCAG 2.0

Página Web

É importante notar que, neste padrão, o termo "página web" abrange muito mais do que páginas estáticas em HTML. Ele inclui também as páginas web cada vez mais dinâmicas que estão surgindo na Web, incluindo páginas que podem apresentar comunidades interativas virtuais completas. Por exemplo, o termo "página web" inclui uma experiência imersiva e interativa como em um filme, localizada em um único URI.

Determinado Por Meio de Código de Programação

Vários critérios de sucesso requerem que o conteúdo (ou determinados aspectos do conteúdo) possa ser "determinado por meio de código de programação". Isto significa que o conteúdo é apresentado de modo que os agentes de usuário, incluindo as tecnologias assistivas, possam extrair e apresentar esta informação aos usuários de diferentes modalidades.

Suporte a Acessibilidade

Usar tecnologia com suporte a acessibilidade significa que ela funciona com

tecnologias assistivas (TA) e utiliza recursos de acessibilidade de sistemas

operacionais, navegadores e outros agentes de usuário. Recursos tecnológicos só

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podem ser considerados, de maneira confiável, em conformidade com os critérios de

sucesso do WCAG 2.0 se forem usados de uma forma com "suporte a

acessibilidade". Recursos tecnológicos nem sempre tem suporte a acessibilidade

(por exemplo, não funcionam com tecnologias assistivas) quando eles não estão em

conformidade com qualquer critério de sucesso (ou seja, quando a mesma

informação ou funcionalidade não está disponível de outra maneira que é

originalmente suportado).

Diretrizes WCAG 2.0

Princípio 1: Perceptível - As informações e os componentes da interface do usuário

devem ser apresentados em formas que possam ser percebidas pelo usuário.

Diretriz 1.1 Alternativas em Texto: Fornecer alternativas textuais para qualquer conteúdo

não textual, para que possa ser transformado em outras formas de acordo com as

necessidades dos usuários, tais como impressão com tamanho de fontes maiores, braille,

fala, símbolos ou linguagem mais simples.

1.1.1 Conteúdo Não Textual: Todo o conteúdo não textual que é exibido ao usuário tem

uma alternativa textual que serve a um propósito equivalente, exceto para as situações

indicadas abaixo. (Nível A)

Controles, Entrada: Se o conteúdo não textual for um controle ou aceitar a entrada de

dados por parte do usuário, então esse conteúdo não textual possui um nome que descreve

a sua finalidade. (Consultar a Diretriz 4.1 para requisitos adicionais de controles e conteúdo

que aceitam entrada de dados por parte do usuário).

Mídias com base no tempo: Se o conteúdo não textual consiste em mídia baseada em

tempo, então as alternativas textuais fornecem, no mínimo, uma identificação descritiva do

conteúdo não textual (Consulte a Diretriz 1.2 para obter os requisitos adicionais para mídia).

Teste: Se o conteúdo não textual for um teste ou um exercício, que ficaria inválido se fosse

apresentado em texto, então as alternativas textuais fornecem, no mínimo, uma identificação

descritiva do conteúdo não textual.

Sensorial: Se a finalidade do conteúdo não textual for, essencialmente, criar uma

experiência sensorial específica, então as alternativas textuais fornecem, no mínimo, uma

identificação descritiva do conteúdo não textual.

CAPTCHA: Se a finalidade do conteúdo não textual for confirmar que o conteúdo está

sendo acessado por uma pessoa e não por um computador, então devem ser fornecidas

alternativas textuais que identificam e descrevem a finalidade do conteúdo não textual.

Formas alternativas de CAPTCHA, que utilizam modos de saída para diferentes tipos de

percepção sensorial, devem ser apresentadas para atender diferentes deficiências.

Entrada alternativa: Os mecanismos de entrada alternativa devem ser perceptíveis ao

usuário. No caso das letras do CAPTCHA quando for difícil de entender, o usuário deve

perceber o ícone do alto-falante e entender a finalidade do mesmo.

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Decoração, Formatação, Invisível: Se o conteúdo não textual for meramente decorativo, se for utilizado apenas para formatação visual, ou se não for exibido aos usuários, então esse conteúdo não textual deve ser implementado de uma forma que possa ser ignorado pelas tecnologias assistivas.

Diretriz 1.2 Mídias com base em tempo: Fornecer alternativas para mídias

baseadas em tempo.

1.2.1 Apenas Áudio e apenas Vídeo (Pré-gravado):Para as mídias de apenas

áudio |pré-gravados e mídias de vídeo (sem áudio) |pré-gravados as regras

seguintes são verdadeiras, exceto quando o áudio ou o vídeo é uma mídia

alternativa para o texto e está claramente identificado como tal: (Nível A).

Apenas áudio pré-gravado: É fornecida uma alternativa para mídia com base em

tempo, que apresenta informação equivalente para o conteúdo composto por apenas

áudio pré-gravado.

Apenas vídeo pré-gravado: É fornecida uma alternativa em mídia com base em

tempo ou uma faixa de áudio que apresenta informação equivalente para o conteúdo

apenas de vídeo pré-gravado.

1.2.2 Legendas (Pré-gravadas): São fornecidas legendas para todo conteúdo

de áudio |pré-gravado em mídia sincronizada, exceto quando a mídia for uma

alternativa para texto e for claramente identificada como tal. (Nível A)

1.2.3 Audiodescrição ou Mídia Alternativa (Pré-gravada): Uma alternativa para

mídia com base em tempo ou uma audiodescrição do conteúdo em vídeo |pré-

gravado é fornecida para mídia sincronizada, exceto quando a mídia é uma

alternativa ao texto e for claramente identificada como tal. (Nível A)

1.2.4 Legendas (Ao Vivo): São fornecidas legendas para todo o conteúdo

do áudio |ao vivo existente em mídia sincronizada. (Nível AA)

1.2.5 Audiodescrição (Pré-gravada): É fornecida audiodescrição para todo o

conteúdo de vídeo |pré-gravado existente em mídia sincronizada. (Nível AA)

1.2.6 Língua de sinais (Pré-gravada): É fornecida interpretação em língua de

sinais para todo o conteúdo de áudio |pré-gravado existente em um conteúdo

em mídia sincronizada. (Nível AAA)

1.2.7 Audiodescrição Estendida (Pré-gravada): Quando as pausas no áudio de

primeiro plano forem insuficientes para permitir que as audiodescrições transmitam o

sentido do vídeo, é fornecida uma audiodescrição estendida para todo o vídeo|pré-

gravado existente no conteúdo em mídia sincronizada. (Nível AAA)

1.2.8 Mídia Alternativa (Pré-gravada): É fornecida uma alternativa para mídia com base

em tempo para a todo o conteúdo existente em mídia sincronizada |pré-gravada e para a

todo o conteúdo multimídia composto por apenas vídeo pré-gravado. (Nível AAA)

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1.2.9 Apenas áudio (Ao vivo): É fornecida uma alternativa para mídia com base em

tempo que apresenta informações equivalentes para conteúdo apenas áudio |ao vivo. (Nível

AAA)

Diretriz 1.3 Adaptável: Criar conteúdo que pode ser apresentado de diferentes maneiras

(por exemplo um layout simplificado) sem perder informação ou estrutura.

1.3.1 Informações e Relações: As informações, a estrutura e

os relacionamentos transmitidos através de apresentação podem ser determinados por meio

de código de programação ou estão disponíveis no texto. (Nível A)

1.3.2 Sequência com Significado: Quando a sequência na qual o conteúdo é apresentado

afeta o seu significado, uma sequência de leitura correta pode ser determinada por meio de

código de programação. (Nível A)

1.3.3 - Visibilidade do Estado do Sistema: Deve ser fornecido um feedback no ato do

toque, perceptível a pelo menos um dos sentidos do usuário, e configurável pelo usuário.

(Nivel A)

1.3.4 Características Sensoriais: As instruções fornecidas para compreender e utilizar o

conteúdo não dependem somente das características sensoriais dos componentes, tais

como forma, tamanho, localização visual, orientação ou som. (Nível A)

Nota: Para requisitos relacionados com a cor, consulte a Diretriz 1.4.

Diretriz 1.4 Discernível: Facilitar a audição e a visualização de conteúdo aos usuários,

incluindo a separação entre o primeiro plano e o plano de fundo.

1.4.1 Utilização de Cores: A cor não é utilizada como o único meio visual de transmitir

informações, indicar uma ação, pedir uma resposta ou distinguir um elemento visual. (Nível

A)

Nota: Este critério de sucesso aborda especificamente a percepção de cores. Outras formas

de percepção são abordadas na Diretriz 1.3, incluindo o acesso às cores por meio de código

de programação e a outra codificação da apresentação visual.

1.4.2 Controle de Áudio: Se qualquer áudio em uma página web tocar automaticamente

durante mais de 3 segundos, deve estar disponível um mecanismo para fazer uma pausa ou

parar o áudio, ou um mecanismo para controlar o volume do áudio, independentemente do

nível global de volume do sistema deve disponibilizar. (Nível A)

Nota: Uma vez que qualquer conteúdo que não cumpra este critério de sucesso pode

interferir na capacidade de um usuário de usar toda a página, todo o conteúdo da página

web (quer seja ou não utilizado para cumprir outros critérios de sucesso) deve atender este

critério de sucesso.

1.4.3 Perceptibilidade de Elementos Acessíveis por Ação dos Usuários: O usuário deve

poder discernir os elementos da interface que são acionados pelos usuários (por exemplo,

links e botões) daqueles que não são. Esses elementos devem estar perceptíveis antes do

usuário realizar a ação. (Nível A)

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1.4.4 Perceptibilidade de recursos de entrada: os recursos de entrada (vídeo, microfone e

teclado) disponíveis devem ser perceptíveis, por exemplo, pela presença de um ícone

relativo ao recurso. (Nível A)

1.4.5 Contraste (Mínimo): A apresentação visual de texto e imagens de texto tem

uma relação de contraste de, no mínimo, 4.5:1, exceto para o seguinte: (Nível AA)

Texto Ampliado: Texto em tamanho grande e as imagens compostas por texto em tamanho

grande têm uma relação de contraste de, no mínimo, 3:1;

Texto em plano Secundário: O texto ou imagens de texto que fazem parte de

um componente de interface de usuário inativo, que são meramente decorativos, que não

estão visíveis para ninguém, ou que são parte de uma imagem que inclui outro conteúdo

visual significativo, não têm requisito de contraste.

Logotipos: O texto que faz parte de um logotipo ou marca comercial não tem requisito de

contraste.

1.4.6 Redimensionar texto: Exceto para legendas e imagens de texto, o texto pode ser

redimensionado sem tecnologia assistiva até 200 por cento sem perder conteúdo ou

funcionalidade. (Nível AA)

1.4.7 Imagens de Texto: Se as tecnologias que estiverem sendo utilizadas puderem

proporcionar a apresentação visual, é utilizado texto para transmitir informações em vez

de imagens de texto, exceto para o seguinte: (Nível AA)

Personalizável: A imagem de texto pode ser visualmente personalizada de acordo com os

requisitos do usuário;

Essencial: Uma determinada apresentação de texto é essencial para as informações que

serão transmitidas.

Nota: Os logotipos (texto que faz parte de um logotipo ou marca comercial) são

considerados essenciais.

1.4.8 Contraste (Melhorado): A apresentação visual do texto e imagens de texto tem

uma relação de contraste de, no mínimo, 7:1, exceto para as seguintes situações: (Nível

AAA)

Texto Ampliado: Texto em tamanho grande e as imagens compostas por texto em tamanho

grande têm uma relação de contraste de, no mínimo, 4.5:1;

Texto em plano Secundário: O texto ou as imagens de texto que fazem parte de

um componente de interface de usuário inativo, que são meramente decorativos, que não

estão visíveis para ninguém, ou que fazem parte de uma imagem que inclui outro conteúdo

visual significativo, não têm requisito de contraste.

Logotipos: O texto que faz parte de um logotipo ou marca comercial não tem requisito de

contraste mínimo.

1.4.9 Áudio de fundo baixo ou sem áudio de fundo: Para conteúdo composto por apenas

áudio |pré-gravado que (1) contenha essencialmente fala em primeiro plano, (2) não seja

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um CAPTCHA de áudio ou logotipo de áudio, e (3) não seja vocalização com o objetivo de

ser, essencialmente, expressão musical, tal como cantar ou fazer batidas, no mínimo, uma

das seguintes afirmações é verdadeira: (Nível AAA)

Sem Fundo: O áudio não contém sons de fundo.

Desligar: Os sons de fundo podem ser desligados.

20 dB: Os sons de fundo são, no mínimo, 20 decibéis mais baixos que o conteúdo da voz

em primeiro plano, com a exceção de sons ocasionais que duram apenas um ou dois

segundos.

Nota: De acordo com a definição de "decibel", o som de fundo que cumprir este requisito

será, aproximadamente, quatro vezes mais baixo do que o conteúdo de voz em primeiro

plano.

1.4.10 Apresentação Visual: Para a apresentação visual de blocos de texto,

um mecanismo está disponível para se obter o seguinte: (Nível AAA)

As cores do primeiro plano e do plano de fundo podem ser selecionadas pelo usuário.

A largura não tem mais do que 80 caracteres ou glifos (40 se CJK).

O texto não é justificado (alinhado a ambas as margens esquerda e direita).

O espaçamento entre linhas (principal) tem, no mínimo, um espaço e meio nos parágrafos, e

o espaçamento entre parágrafos é, no mínimo, 1,5 vezes maior do que o espaçamento entre

linhas.

O texto pode ser redimensionado sem tecnologia assistiva até 200 por cento, de um modo

que o usuário não necessite rolar horizontalmente para ler uma linha de texto em uma janela

em tela cheia.

1.4.11 Imagens de Texto (Sem Exceção): As imagens de texto só são utilizadas por

questões meramente decorativas ou quando uma determinada apresentação

de texto é essencial para a informação que está sendo transmitida. (Nível AAA)

Nota: Os logotipos (texto que faz parte de um logotipo ou marca comercial) são

considerados essenciais.

Princípio 2: Operável - Os componentes de interface de usuário e a navegação

devem ser operáveis.

Diretriz 2.1 Acessível por Teclado: Fazer com que toda funcionalidade fique disponível

a partir de um teclado.

2.1.1 Teclado: Toda a funcionalidade do conteúdo é operável através de uma interface de

teclado sem requerer temporizações específicas para digitação individual, exceto quando a

função subjacente requer entrada de dados que dependa da cadeia de movimento do

usuário e não apenas dos pontos finais. (Nível A)

Nota 1: Esta exceção diz respeito à função subjacente, não à técnica de entrada de dados.

Por exemplo, se utilizar escrita manual para introduzir texto, a técnica de entrada de dados

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(escrita manual) requer entrada de dados dependente de caminho, mas a função subjacente

(entrada de texto) não.

Nota 2: Isto não proíbe, e não deve desencorajar, a entrada de dados através do mouse ou

outros métodos de entrada de dados em conjunto à operação com o teclado.

2.1.2 Sem Bloqueio do Teclado: Se o foco do teclado puder ser movido para um

componente da página utilizando uma interface de teclado, então o foco pode ser retirado

desse componente utilizando apenas uma interface de teclado e, se for necessário mais do

que as setas do cursor ou tabulação ou outros métodos de saída normalmente utilizados, o

usuário deve ser informado sobre o método para retirar o foco. (Nível A)

Nota: Uma vez que qualquer conteúdo que não cumpra este critério de sucesso pode

interferir com a capacidade de um usuário usar toda a página, todo o conteúdo da página

web (quer seja utilizado para cumprir outros critérios de sucesso ou não) tem que cumprir

este critério de sucesso.

2.1.3 Teclado (Sem Exceção): Toda a funcionalidade do conteúdo é operável através de

uma interface de teclado sem requerer temporizações específicas para digitação individual.

(Nível AAA)

Diretriz 2.2 Tempo Suficiente: Fornecer aos usuários tempo suficiente para ler e utilizar

o conteúdo.

2.2.1 Ajustável por Temporização: Para cada limite de tempo definido pelo conteúdo, no

mínimo, uma das seguintes afirmações é verdadeira: (Nível A)

Desligar: O usuário pode desligar o limite de tempo antes de atingi-lo; ou

Ajustar: O usuário pode ajustar o limite de tempo antes de atingi-lo, num intervalo de, no

mínimo, dez vezes mais do que a configuração padrão; ou

Prolongar: O usuário é avisado antes de o tempo expirar e tem, no mínimo, 20 segundos

para prolongar o limite de tempo com uma simples ação (por exemplo, "pressionar a barra

de espaços"), e o usuário pode prolongar o limite de tempo, no mínimo, dez vezes; ou

Exceção em Tempo Real: O limite de tempo é uma parte necessária de um evento em

tempo real (por exemplo, um leilão), e não é possível nenhuma alternativa ao limite de

tempo; ou

Exceção Essencial: O limite de tempo é essencial e prolongá-lo invalidaria a atividade; ou

Exceção de 20 Horas: O limite de tempo é superior a 20 horas.

Nota: Este critério de sucesso ajuda a garantir que os usuários possam executar tarefas

sem alterações inesperadas no conteúdo ou contexto, que são resultados de um limite de

tempo. Este critério de sucesso deve ser considerado em conjunto com o Critério de

Sucesso 3.2.1, que impõe limites nas alterações de conteúdo ou contexto como resultado da

ação do usuário.

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2.2.2 Colocar em Pausa, Parar, Ocultar: Para informações em movimento, em modo

intermitente, em deslocamento ou em atualização automática, todas as seguintes

afirmações são verdadeiras: (Nível A)

Em movimento, em modo intermitente, em deslocamento: Para quaisquer informações

em movimento, em modo intermitente ou em deslocamento, que (1) sejam iniciadas

automaticamente, (2) durem mais de cinco segundos, e (3) sejam apresentadas em paralelo

com outro conteúdo, existe um mecanismo para o usuário colocar em pausa, parar, ou

ocultar as mesmas, a menos que o movimento, o modo intermitente ou o deslocamento

façam parte de uma atividade, na qual sejam essenciais; e

Em atualização automática: Para quaisquer informações em atualização automática, que

(1) sejam iniciadas automaticamente e (2) sejam apresentadas em paralelo com outro

conteúdo, existe um mecanismo para o usuário colocar em pausa, parar ou ocultar as

mesmas, ou controlar a frequência da atualização, a menos que a atualização automática

faça parte de uma atividade, onde é essencial.

Nota 1: Para obter requisitos relacionados com conteúdo em modo intermitente ou em modo

piscando, consulte a Diretriz 2.3.

Nota 2: Uma vez que qualquer conteúdo que não cumpra este critério de sucesso pode

interferir com a capacidade de um usuário de usar toda a página, todo o conteúdo da página

web (quer seja ou não utilizado para cumprir outros critérios de sucesso) tem que cumprir

este critério de sucesso.

Nota 3: O conteúdo que é atualizado periodicamente por software ou que é transmitido ao

agente do usuário não tem obrigação de preservar ou apresentar as informações geradas

ou recebidas entre o início de uma pausa e a continuação da apresentação, uma vez que

pode não ser tecnicamente possível e, em muitas situações, pode ser confuso fazê-lo.

Nota 4: Uma animação que ocorra como parte de uma fase de pré-carregamento ou

situação semelhante pode ser considerada essencial se a interação não puder ocorrer

durante essa fase para todos os usuários e se a não indicação do progresso puder confundir

os usuários e levá-los a pensar que o conteúdo está congelado ou danificado.

2.2.3 Sem Temporização: A temporização não é uma parte essencial do evento ou da

atividade apresentada pelo conteúdo, exceto para mídia sincronizada não interativa

e eventos em tempo real. (Nível AAA)

2.2.4 Interrupções: As interrupções podem ser adiadas ou suprimidas pelo usuário, exceto

interrupções que envolvam uma emergência. (Nível AAA)

2.2.5 Nova autenticação: Quando uma seção autenticada expira, o usuário pode continuar

a atividade sem perder dados após a nova autenticação. (Nível AAA)

Diretriz 2.3 Convulsões: Não criar conteúdo de uma forma conhecida por causar

convulsões.

2.3.1 Três Flashes ou Abaixo do Limite: As páginas web não incluem nenhum conteúdo

que pisque mais de três vezes no período de um segundo, ou o flash encontra-se abaixo

dos limites de flash universal e flash vermelho. (Nível A)

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Nota: Uma vez que qualquer conteúdo que não cumpra este critério de sucesso pode

interferir com a capacidade de um usuário de usar toda a página, todo o conteúdo da página

web (quer seja ou não utilizado para cumprir outros critérios de sucesso) tem que cumprir

este critério de sucesso.

2.3.2 Três Flashes: As páginas web não incluem qualquer conteúdo que pisca mais de três

vezes no período de um segundo. (Nível AAA)

Diretriz 2.4 Navegável: Fornecer maneiras de ajudar os usuários a navegar, localizar

conteúdos e determinar onde se encontram.

2.4.1 Ignorar Blocos: Um mecanismo está disponível para ignorar blocos de conteúdo que

são repetidos em várias páginas web. (Nível A)

2.4.2 Página com Título: As páginas web têm títulos que descrevem o tópico ou a

finalidade. (Nível A)

2.4.3 Ordem do Foco: Se uma página web puder ser navegada de forma sequencial e as

sequências de navegação afetarem o significado ou a operação, os componentes que

podem ser focados recebem o foco em uma ordem que preserva o significado e a

operabilidade. (Nível A)

2.4.4 Finalidade do Link (Em Contexto): A finalidade de cada link pode ser determinada a

partir do link sozinho ou a partir do texto do link em conjunto com seu respectivo contexto

do link determinado por meio de código de programação, exceto quando a finalidade

do link for ambígua para os usuários em geral. (Nível A)

2.4.5 Botão “Voltar”: Deve sempre existir na interface um botão “Voltar” e deve estar em

local de fácil percepção. (Nível A)

2.4.6 Várias Formas: Está disponível mais de uma forma para localizar uma página web em

um conjunto de páginas web, exceto quando a Página Web for o resultado, ou uma etapa,

de um processo. (Nível AA)

2.4.7 Cabeçalhos e Rótulos: Os cabeçalhos e os rótulos descrevem o tópico ou a

finalidade. (Nível AA)

2.4.8 Foco Visível: Qualquer interface de usuário operável por teclado dispõe de um modo

de operação onde o indicador de foco do teclado está visível. (Nível AA)

2.4.9 Funcionalidades do Sistema: As principais funcionalidades do sistema devem estar

em destaque. (Nível AA)

2.4.10 Localização dos Links: Deve ser evitada a utilização de links no meio de conteúdo

que ocasionem a abertura de várias janelas. (Nível AA)

2.4.11 Localização: Informação sobre a localização do usuário está disponível em

um conjunto de páginas web. (Nível AAA)

2.4.12 Finalidade do Link (Apenas o Link): Um mecanismo está disponível para permitir

que a finalidade de cada link seja identificada a partir apenas do texto do link, exceto quando

a sua finalidade for ambígua para os usuários em geral. (Nível AAA)

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2.4.13 Cabeçalhos da sessão: Os cabeçalhos da seção são utilizados para organizar o

conteúdo. (Nível AAA)

Nota 1: "Cabeçalho" é utilizado no seu significado geral e inclui títulos e outras formas para

adicionar um cabeçalho a diferentes tipos de conteúdo.

Nota 2: Este critério de sucesso abrange seções sobre escrita, não sobre componentes de

interface do usuário. Os componentes de interface do usuário são abrangidos pelo Critério

de Sucesso 4.1.2.

Diretriz 2.5 Formato da Entrada dos Dados: prover maneiras de facilitar a entrada de

dados pelos usuários.

2.5.1 Máscaras de Formatação: Sempre que requerido um formato específico de entrada

de dados textual, a máscara de formato deve ser provido, exceto quando o posicionamento

dos elementos da máscara não puder ser definido automaticamente. (Nível AA)

Princípio 3: Compreensível - A informação e a operação da interface de usuário

devem ser compreensíveis.

Diretriz 3.1 Legível: Tornar o conteúdo do texto legível e compreensível.

3.1.1 Idioma da Página: O idioma humano pré-definido de cada página web pode

ser determinado por meio de código de programação. (Nível A)

3.1.2 Idioma das Partes: O idioma de cada passagem ou frase no conteúdo pode

ser determinado por meio de código de programação, exceto para nomes próprios, termos

técnicos, palavras de idioma indeterminado e palavras ou frases que se tornaram parte do

vernáculo do texto que as envolve. (Nível AA)

3.1.3 Palavras Incomuns: Um mecanismo para identificar definições específicas de

palavras ou expressões utilizadas de uma forma restrita e incomum está disponível,

incluindo expressões idiomáticas e jargões. (Nível AAA)

3.1.4 Abreviaturas: Está disponível um mecanismo para identificar a forma expandida ou o

significado das abreviaturas. (Nível AAA)

3.1.5 Nível de Leitura: Quando o texto exigir uma capacidade de leitura mais avançada do

que o nível de educação secundário inferior (equivalente no Brasil aos últimos anos do

ensino fundamental), após a remoção dos nomes próprios e títulos adequados, um conteúdo

suplementar, ou uma versão que não exija uma capacidade de leitura mais avançada do

que o nível de educação secundário inferior (equivalente no Brasil aos últimos anos do

ensino fundamental) está disponível. (Nível AAA)

3.1.6 Pronúncia: Um mecanismo está disponível para identificar a pronúncia específica de

palavras, onde o significado das mesmas, no contexto, é ambíguo se a pronúncia não for

conhecida. (Nível AAA)

Diretriz 3.2 Previsível: Fazer com que as páginas web apareçam e funcionem de modo

previsível.

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3.2.1 Em Foco: Quando qualquer componente recebe o foco, não inicia uma alteração de

contexto. (Nível A)

3.2.2 Em Entrada: Alterar a definição de um componente de interface de usuário não

provoca, automaticamente, uma alteração de contexto, a menos que o usuário tenha sido

avisado sobre esse comportamento antes de utilizar o componente. (Nível A)

3.2.3 Navegação Consistente: Os mecanismos de navegação que são repetidos em

múltiplas páginas web dentro de um conjunto de páginas web ocorrem na mesma ordem

relativa a cada vez que são repetidos, a menos que seja iniciada uma alteração pelo

usuário. (Nível AA)

3.2.4 Identificação Consistente: Os componentes que têm a mesma funcionalidade em um

conjunto de páginas web são identificados de forma consistente. (Nível AA)

3.2.5 Alteração mediante solicitação: As alterações de contexto são iniciadas apenas a

pedido do usuário, ou um mecanismo para desativar essas alterações está disponível. (Nível

AAA)

Diretriz 3.3 Assistência de Entrada: Ajudar os usuários a evitar e corrigir erros.

3.3.1 Identificação do Erro: Se um erro de entrada for automaticamente detectado, o item

que apresenta erro é identificado e o erro é descrito para o usuário em texto. (Nível A)

3.3.2 Rótulos ou Instruções: Rótulos ou instruções são fornecidos quando o conteúdo

exigir a entrada de dados por parte do usuário. (Nível A)

3.3.3 Sugestão de Erro: Se um erro de entrada for automaticamente detectado e forem

conhecidas sugestões de correção, então as sugestões são fornecidas ao usuário, a menos

que coloque em risco a segurança ou o propósito do conteúdo. (Nível AA)

3.3.4 Prevenção de Erros (Legal, Financeiro, Dados): Para páginas web que façam com

que ocorram responsabilidades jurídicas ou transações financeiras para o usuário, que

modificam ou eliminam dados controláveis pelo usuário em sistemas de armazenamento de

dados, ou que enviem respostas de teste do usuário, no mínimo, uma das seguintes

afirmações é verdadeira: (Nível AA)

Reversível: Os envios de informações são reversíveis.

Verificado: Os dados introduzidos pelo usuário são verificados quanto à existência de erros

de entrada e é oferecida ao usuário uma oportunidade de corrigi-los.

Confirmado: Um mecanismo está disponível para rever, confirmar e corrigir as informações

antes de finalizar o envio.

3.3.5 Ajuda: Está disponível ajuda contextual. (Nível AAA)

3.3.6 Prevenção de Erros (Todos): Para páginas web que exijam que o usuário envie

informações, no mínimo, uma das seguintes afirmações é verdadeira: (Nível AAA)

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Reversível: As submissões são reversíveis.

Verificado: Os dados introduzidos pelo usuário são verificados quanto à existência de erros

de entrada e é oferecida ao usuário uma oportunidade de corrigi-los.

Confirmado: Um mecanismo está disponível para rever, confirmar e corrigir as informações

antes de finalizar o envio.

3.3.7 Ajuda e Dicas: No primeiro acesso do usuário no sistema, devem ser fornecidas ajuda

e dicas das funcionalidades do sistema. (Nível AAA)

Princípio 4: Robusto - O conteúdo deve ser robusto o suficiente para poder ser

interpretado de forma confiável por uma ampla variedade de agentes de usuário, incluindo

tecnologias assistivas.

Diretriz 4.1 Compatível: Maximizar a compatibilidade entre os atuais e futuros agentes

de usuário, incluindo tecnologias assistivas.

4.1.1 Análise: No conteúdo implementado utilizando linguagens de marcação, os elementos

dispõem de tags completas de início e de fim, os elementos são aninhados de acordo com

as respectivas especificações, os elementos não contêm atributos duplicados, e quaisquer

IDs são exclusivos, exceto quando as especificações permitem estas características. (Nível

A)

Nota: Tags de início e fim que não têm um carácter crítico na sua formação, ou seja, falta de

um sinal de maior ou um atributo incorreto, não estão completas.

4.1.2 Nome, Função, Valor: Para todos os componentes de interface de usuário (incluindo,

mas não se limitando a: elementos de formulário, links e componentes gerados por scripts),

o nome e a função podem ser determinados por meio de código de programação; os

estados, as propriedades e os valores, que possam ser definidos pelo usuário, podem ser

definidos por meio de código de programação; e a notificação sobre alterações destes itens

está disponível para os agentes de usuário, incluindo as tecnologias assistivas. (Nível A)

Nota: Este critério de sucesso destina-se, essencialmente, a autores da Web que

desenvolvem ou criam os seus próprios componentes de interface de usuário. Por exemplo,

os controles HTML normais já cumprem este critério de sucesso quando utilizados de

acordo com a especificação.

Conformidade

Esta seção apresenta os requisitos de conformidade para a versão WCAG 2.0. Ela também

fornece informações sobre como apresentar reivindicações de conformidade, que são

opcionais. Finalmente, descreve o que significa suporte a acessibilidade, uma vez que só as

formas que suportam acessibilidade são confiáveis para conformidade.

Requisitos de Conformidade

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Para que uma página web esteja em conformidade com as WCAG 2.0, todos os seguintes

requisitos de conformidade devem ser cumpridos:

1. Nível de Conformidade: Um dos seguintes níveis de conformidade é inteiramente

cumprido.

Nível A: Para conformidade de Nível A (o nível mínimo de conformidade), a página

web| satisfaz todos os Critérios de Sucesso de Nível A, ou é fornecida uma versão

alternativa em conformidade.

Nível AA: Para conformidade de Nível AA, a página web satisfaz todos os Critérios de

Sucesso de Nível A e Nível AA, ou é fornecida uma versão alternativa em conformidade de

Nível AA.

Nível AAA: Para conformidade de Nível AAA, a página web satisfaz todos os Critérios de

Sucesso de Nível A, Nível AA e Nível AAA, ou é fornecida uma versão alternativa em

conformidade de Nível AAA.

Nota 1: Embora só se possa obter conformidade com os níveis estabelecidos, os autores

são encorajados a comunicar (nas reivindicações) quaisquer progressos no sentido de

cumprir os critérios de sucesso a partir de todos os níveis para além do nível de

conformidade alcançado.

Nota 2: Não é recomendado que a conformidade Nível AAA seja requerida como política

geral para sites inteiros porque, para alguns conteúdos, não é possível satisfazer todos os

Critérios de Sucesso de Nível AAA.

2. Páginas inteiras: A conformidade (e o nível de conformidade) aplica-se apenas

a página(s) web inteiras, e não pode ser alcançada se parte de uma página web for

excluída.

Nota 1: Para efeitos de determinação de conformidade, as alternativas a parte do conteúdo

de uma página são consideradas como parte integrante dessa mesma página quando as

alternativas puderem ser obtidas diretamente a partir da página, por exemplo, uma

descrição longa ou uma apresentação alternativa em vídeo.

Nota 2: Os autores de páginas web que não possam cumprir os requisitos de conformidade

devido ao conteúdo fora do seu controle, poderão apresentar uma Declaração de

Conformidade Parcial.

3. Processos completos: Quando uma página web fizer parte de uma série de páginas

web que apresentem um processo (por exemplo, uma sequência de passos necessários

para executar uma atividade), todas as páginas web no processo devem estar em

conformidade com o nível específico ou superior. (Não é possível obter conformidade com

um determinado nível se uma das páginas do processo não estiver em conformidade com

esse nível ou superior.)

Exemplo: Uma loja online tem uma série de páginas que são usadas para selecionar e

comprar produtos. Todas as páginas que compõem essa série desde o início ao fim

(checkout) estão em conformidade para que qualquer página que seja parte do processo

fique em conformidade.

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4. Apenas Formas de Utilizar Tecnologias com Suporte a Acessibilidade: Só

podemos confiar nas formas de uso da tecnologia que suportem a acessibilidade para

satisfazer os critérios de sucesso. Qualquer informação ou funcionalidade que é fornecida

de uma forma que não seja suportada pela acessibilidade está também disponível de uma

forma com suporte a acessibilidade. Não-Interferência: Caso as tecnologias sejam

utilizadas de um modo sem suporte a acessibilidade, ou se não forem utilizadas em

conformidade, isso não impede que os usuários acessem o restante da página. Além disso,

a página web, como um todo, continua a cumprir os requisitos de conformidade nas

seguintes condições:

Quando um agente de usuário liga uma tecnologia da qual não se dependa para

conformidade,

Quando um agente de usuário desliga uma tecnologia da qual não se dependa para

conformidade e

Quando um agente de usuário não suporta uma tecnologia da qual não se dependa para

conformidade

Além disso, os seguintes critérios de sucesso aplicam-se a todo o conteúdo da página,

incluindo conteúdo do qual não se dependa para cumprir requisitos de conformidade, porque

a falha no cumprimento destes requisitos poderá interferir com qualquer utilização da

página:

1.4.2 - Controle de Áudio,

2.1.2 - Sem Bloqueio de Teclado,

2.3.1 - Três flashes ou Abaixo do Limite, e

2.2.2 - Colocar em Pausa, Parar, Ocultar.

Nota: Se uma página não puder estar em conformidade (por exemplo, uma página de teste

de conformidade ou uma página de exemplo), não poderá ser incluída no âmbito da

conformidade ou em uma reivindicação de conformidade.

Anexo A: Glossário

Abreviatura: forma abreviada de uma palavra, expressão ou nome, onde a abreviação não

se torna parte da língua.

Nota 1: Isto inclui siglas e acrônimos, onde:

siglas são formas abreviadas de um nome ou frase criadas a partir das letras iniciais das

palavras ou sílabas contidas neste nome ou frase.

Nota 1: Não definidas em todos os idiomas

Exemplo 1: SNCF é a sigla em francês que contém as letras iniciais de Société Nationale

des Chemins de Fer, a ferrovia nacional francesa.

Exemplo 2: ESP é uma sigla para extrasensory perception (percepções extrassensoriais).

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acrônimos são formas abreviadas criadas a partir de letras iniciais ou parte de outras

palavras (em um nome ou expressão) que podem ser pronunciadas como uma palavra.

Exemplo: NOAA é um acrônimo criado a partir das letras iniciais de National Oceanic and

Atmospheric Administration dos Estados Unidos.

Nota 2: Algumas empresas adotaram o que costumavam ser as iniciais como o próprio

nome de suas empresas. Nesses casos, o novo nome da empresa são as letras (por

exemplo: Ecma) e a palavra não é mais considerada uma abreviação.

agente de usuário: qualquer software que obtenha e apresente conteúdos da Web aos

usuários. Exemplo: navegadores web, reprodutores de multimídia, plug-ins e outros

programas — incluindo tecnologias assistivas — que ajudam a obter, apresentar e interagir

com conteúdo da Web.

ajuda (ajuda contextual): texto de ajuda que fornece informações relacionadas à função

que está sendo executada atualmente. Nota: Rótulos claros podem atuar como ajuda

contextual.

alterações de contexto: alterações importantes no conteúdo da página web se efetuadas

sem conhecimento do usuário, podem desorientar usuários que não são capazes de

visualizar toda a página simultaneamente. As alterações de contexto incluem alterações de:

agente de usuário;

viewport;

foco;

conteúdo que altera o significado da página web.

Nota: Uma alteração de conteúdo nem sempre é uma alteração de contexto. As alterações

de conteúdo, tais como um contorno expansível, um menu dinâmico ou um controle de

tabulação não alteram necessariamente o contexto, a menos que também alterem um dos

quatro indicados acima (por exemplo, o foco).

Exemplo: Abrir uma nova janela, mover o foco para um componente diferente, acessar uma

nova página (incluindo qualquer coisa que pareça que o usuário tenha deslocado algo para

uma nova página) ou reorganizar significativamente o conteúdo de uma página, são

exemplos de alterações de contexto.

alternativa textual: texto que está associado por meio de código de programação

a conteúdo não textual, ou referido a partir de texto associado por meio de código de

programação a conteúdo não textual. O texto associado por meio de código de programação

é aquele cuja localização pode ser determinada por meio de código de programação a partir

do conteúdo não textual.

Exemplo: Uma imagem de um gráfico é descrita em texto no parágrafo após o gráfico. A

alternativa em texto abreviado para o gráfico indica que uma descrição é apresentada em

seguida.

alternativa para mídia com base em tempo: documento que inclui descrições em texto,

corretamente sequenciadas, de informações visuais e auditivas baseadas em tempo, e que

fornece um meio para atingir os resultados de qualquer interação baseada no tempo

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Nota: Uma apresentação utilizada para criar conteúdo de mídia sincronizada somente

cumpre esta definição se tiver sido corrigida para representar, de forma precisa, a mídia

sincronizada final após a edição.

ambígua para os usuários em geral: a finalidade não pode ser determinada a partir do link

e de toda a informação da página web apresentada ao usuário simultaneamente com o link

(por exemplo, os leitores sem deficiências não saberiam qual a finalidade de um link até que

fosse ativado)

Exemplo: A palavra "goiaba" na seguinte frase "Uma das maiores exportações é a goiaba"

corresponde a um link. O link pode conduzir a uma definição de goiaba, a um gráfico que

apresenta a quantidade de goiabas exportadas ou a uma fotografia de pessoas colhendo

goiabas. Todos os leitores só poderão saber depois de ativarem o link e, neste caso, a

pessoa com deficiência não se encontra em qualquer desvantagem.

ao vivo: informação obtida a partir de um evento real e transmitida em tempo real ao

receptor com não mais que o atraso proveniente da transmissão.

Nota 1: Um atraso na transmissão consiste em um pequeno atraso (normalmente

automatizado) utilizado, por exemplo, para dar tempo ao transmissor de colocar em fila de

espera ou censurar a transmissão do áudio (ou vídeo), mas não é suficiente para permitir

uma edição significativa.

Nota 2: Se a informação for totalmente gerada por computador, então não é ao vivo.

apenas áudio: uma apresentação baseada em tempo que contém

apenas áudio (sem vídeo e sem interação).

apenas vídeo / vídeo (sem áudio): uma apresentação baseada em tempo que contém

apenas vídeo (sem áudio e sem interação).

apresentação: composição do conteúdo de forma a ser compreendido pelos usuários.

arte ASCII: imagem criada por uma disposição espacial de caracteres ou glifos

(normalmente, a partir dos 95 caracteres imprimíveis definidos pelo ASCII).

Áudio: a tecnologia de reprodução de som

Nota: O áudio pode ser criado sinteticamente (incluindo a síntese de fala), gravado a partir

de sons reais, ou ambos.

Audiodescrição: narração adicionada à trilha sonora para descrever detalhes visuais

importantes que não podem ser compreendidos a partir apenas da trilha sonora principal

Nota 1: A audiodescrição de vídeo fornece informações sobre ações, personagens,

mudanças de cenário, textos na tela e outro conteúdo visual.

Nota 2: Na audiodescrição padrão, a narração é adicionada durante as pausas existentes no

diálogo. (Consulte também a audiodescrição estendida.)

Nota 3: Se todas as informações sobre o vídeo já estão disponíveis no áudio, não é

necessária qualquer audiodescrição adicional.

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Nota 4: Também designada por "vídeo-descrição" e "narrativa descritiva".

audiodescrição estendida: audiodescrição que é adicionada a uma apresentação

audiovisual através da pausa no vídeo, dessa forma há tempo para adicionar a descrição

estendida

Nota: Esta técnica só é utilizada se o sentido do vídeo se perder sem a audiodescrição e as

pausas entre o diálogo/narração forem curtas demais.

blocos de texto: mais de uma frase de texto.

CAPTCHA: iniciais de "Completely Automated Public Turing test to tell Computers and

Humans Apart" (Teste Público de Turing Completamente Automatizado para Diferenciar

Computadores e Humanos).

Nota 1: Os testes CAPTCHA implicam, muitas vezes, pedir ao usuário para digitar texto que

é apresentado em uma imagem obscura ou em um arquivo de áudio.

Nota 2: Um teste de Turing é qualquer sistema de testes concebido para diferenciar um

humano de um computador. O nome provém de um famoso cientista de informática,

chamado Alan Turing. O termo foi criado por pesquisadores da Carnegie Mellon

University. [CAPTCHA]

componente de interface de usuário: parte do conteúdo que é percebido pelos usuários

como um único controle para uma função específica.

Nota 1: É possível implementar vários componentes de interface de usuário como um único

elemento programático. Esses componentes não estão relacionados às técnicas de

programação, mas sim ao que o usuário entende como sendo controles independentes.

Nota 2: Os componentes da interface de usuário incluem elementos de um formulário e

links, bem como componentes gerados por scripts.

Exemplo: Uma miniaplicação tem um "controle" que pode ser utilizado para se deslocar

através de conteúdos por linha, por página ou por acesso aleatório. Uma vez que cada um

destes controles necessita de um nome e de ser ajustado de forma independente, cada um

deles torna-se "componente da interface de usuário."

confiáveis / das quais se depende para conformidade (tecnologias): o conteúdo não

está em conformidade caso esta tecnologia seja desligada ou não seja suportada.

conformidade: cumprir todos os requisitos de um determinado padrão, diretriz ou

especificação.

conjunto de páginas web: um grupo de páginas web que compartilham um objetivo

comum e que são criadas pelo mesmo autor, grupo ou organização

Nota: Versões de línguas diferentes são consideradas como sendo conjuntos diferentes de

páginas web.

contexto do link determinado por meio de código de programação: informação

adicional que pode ser determinada por meio de código de programação a partir

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de relações com um link, combinada com o texto de link e apresentada aos usuários de

diferentes maneiras.

Exemplo: Em HTML, a informação que é determinada por meio de código de programação a

partir de um link em inglês inclui texto que se encontra no mesmo parágrafo, lista ou célula

de uma tabela como sendo o link, ou em uma célula de cabeçalho em uma tabela associado

a célula da tabela que contém o link.

Nota: Uma vez que os leitores de tela interpretam a pontuação, eles também podem

fornecer o contexto da frase atual, quando o foco está em um link nessa frase.

conteúdo (conteúdo da Web): informação e experiência sensorial a serem comunicadas

ao usuário através de um agente de usuário, incluindo o código ou a marcação que define

a estrutura do conteúdo, a apresentação e as interações.

conteúdo não textual: qualquer conteúdo que não seja uma sequência de caracteres que

possa ser determinado por meio de código de programação, ou onde a sequência não

exprima algo em linguagem humana.

Nota: Isto inclui arte ASCII (que consiste em um padrão de caracteres), emoticons,

leetspeak (que utiliza a substituição de caracteres), e imagens que representem texto.

conteúdo suplementar: conteúdo adicional que ilustra ou explica o conteúdo principal

Exemplo 1: Uma versão áudio de uma página web.

Exemplo 2: Uma ilustração de um processo complexo.

Exemplo 3: Um parágrafo que resume os principais resultados e recomendações obtidos

numa pesquisa.

controlável pelo usuário: dados destinados a serem acessados pelos usuários

Nota: Isto não se refere, por exemplo, a registros de Internet (logs) e dados de monitoração

de mecanismos de busca.

Exemplo: Campos de nome e endereço de uma conta de usuário.

determinado por meio de código de programação (determinável por meio de código

de programação): determinado pelo software a partir de dados fornecidos pelo autor, de

forma a que os diferentes agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas, possam

extrair e apresentar esta informação aos usuários de diferentes maneiras

Exemplo 1: Determinado em uma linguagem de marcação a partir de elementos e atributos

que são acessados diretamente através de tecnologias assistivas normalmente disponíveis.

Exemplo 2: Determinado a partir de tecnologias específicas de estrutura de dados, em uma

linguagem que não é de marcação, e exposto à tecnologia assistiva através de uma API de

acessibilidade, que é suportada por tecnologia assistiva facilmente disponível.

definido por meio de código de programação: definido por software utilizando métodos

que são suportados por agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas

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em modo intermitente:retroceder e avançar entre dois estados visuais, de um modo

destinado a chamar a atenção

Nota: Consulte também o flash. É possível que algo seja grande o bastante e tenha luz

intermitente suficientemente brilhante, na frequência correta, para também ser classificado

como um flash.

em pausa: interrompido por ação do usuário e não retomado até que seja novamente

solicitado pelo mesmo.

em uma janela em tela cheia: na maioria das telas comuns de computadores

desktops/notebooks com viewport maximizado.

Nota: Visto que as pessoas normalmente utilizam os seus computadores durante vários

anos, recomendamos que não se sujeitem às mais recentes resoluções de computadores de

desktops/notebooks, mas que, ao efetuar esta avaliação, considerem as resoluções mais

comuns de computadores desktops/notebooks ao longo de vários anos.

Emergência: uma repentina e inesperada situação que requer ação imediata para preservar

a saúde, segurança ou propriedade

erro de entrada: informação fornecida pelo usuário que não é aceita. Nota: Isto inclui:

Informação que é solicitada pela página web mas omitida pelo usuário

Informação que é fornecida pelo usuário, mas que não se enquadra no formato ou valores

dos dados exigidos.

Essencial: se removido, alterará profundamente a informação ou funcionalidade do

conteúdo, e a informação e a funcionalidade não podem ser obtidas de outra forma para

ficarem em conformidade.

estrutura: O modo como as partes de uma página web estão organizadas em relação umas

às outras; e o modo como um conjunto de páginas web está organizado.

evento em tempo real: evento que a) ocorre ao mesmo tempo em que é visto e b) não é

totalmente gerado pelo conteúdo

Exemplo 1: Uma Webcast de uma apresentação ao vivo (ocorre ao mesmo tempo em que é

vista e não é pré-gravada).

Exemplo 2: Um leilão online com pessoas dando lances. (ocorre ao mesmo tempo em que é

visto).

Exemplo 3: Indivíduos que interagem em um mundo virtual utilizando avatares (não é

totalmente gerado pelo conteúdo e ocorre ao mesmo tempo em que é visto).

experiência sensorial específica: uma experiência sensorial que não é meramente

decorativa e não transmite informação importante, nem desempenha nenhuma função

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Exemplo: Os exemplos incluem a execução de um solo de flauta, trabalhos de artes visuais,

etc.

expressão idiomática: expressão cujo significado não pode ser deduzido a partir do

significado de palavras isoladas, e as palavras específicas não podem ser alteradas sem

perder o seu sentido

Nota: as expressões idiomáticas não podem ser traduzidas diretamente, palavra por palavra,

sem perder o seu sentido (cultural ou dependente da língua).

Exemplo 1: Em inglês, "spilling the beans" significa "revelar um segredo". Contudo,

"knocking over the beans" (derrubar os feijões) ou "spilling the vegetables" (deixar cair os

vegetais) não tem o mesmo significado.

Exemplo 2: Em japonês, a expressão "さじを投げる" traduz-se literalmente como "ele joga

uma colher", mas significa que não existe mais nada que ele possa fazer e que, finalmente,

ele desiste.

Exemplo 3: Em holandês, "Hij ging met de kippen op stok" traduz-se literalmente como

"Deitou-se com as galinhas", mas significa que ele foi cedo para a cama.

finalidade do link: natureza do resultado obtido pela ativação de um hyperlink.

Flash: um par de alterações opostas numa luminescência relativa, que pode causar

convulsões em algumas pessoas caso a exposição seja prolongada e ocorram em um

determinado intervalo de frequência.

Nota 1: Consulte limites de flash universal e flash vermelho para obter informações sobre

tipos de flash que não são permitidos.

Nota 2: Consulte também em modo intermitente.

Funcionalidade: processos e resultados alcançáveis através da ação do usuário.

função / papel (role): texto ou número através do qual o software pode identificar a função

de um componente em um conteúdo da Web.

Exemplo: Um número que indica se uma imagem funciona como link, botão de comando ou

caixa de verificação.

imagem de texto: texto que foi convertido para um formato não textual (por exemplo, uma

imagem) para se obter um determinado efeito visual

Nota: Isto não inclui texto pertencente a uma imagem que contenha outro conteúdo visual

importante.

Exemplo: O nome de uma pessoa em um crachá em uma fotografia.

Informativo: para fins informativos e não necessário por questões de conformidade

Nota: O conteúdo necessário por questões de conformidade está referenciado como

"normativo."

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interface de teclado: interface utilizada pelo software para obter entradas por digitação.

Nota 1: A interface de teclado permite aos usuários introduzir dados por teclado nos

programas, mesmo que a tecnologia nativa não disponha de teclado.

Exemplo: Um PDA com tela sensível ao toque tem uma interface de teclado incorporada no

seu sistema operacional, bem como uma conexão para teclados externos. As aplicações no

PDA podem utilizar a interface para obter dados de entrada por teclado, quer a partir de um

teclado externo, quer a partir de outras aplicações que forneçam dados de saída por

teclados simulados, tais como sistemas de interpretação de caracteres manuscritos ou

aplicações "voz-para-texto" com a funcionalidade de "emulação de teclado".

Nota 2: O funcionamento da aplicação (ou partes da aplicação) através de um emulador de

teclado operado pelo mouse, tais como as MouseKeys, não a qualifica como sendo uma

operação por interface de teclado porque a operação do programa é, neste caso, feita pela

sua interface de dispositivo apontador e não pela sua interface de teclado.

interpretação em língua de sinais: tradução de uma língua, normalmente uma língua

falada, para língua de sinais

Nota: As verdadeiras línguas de sinais são línguas independentes não relacionadas com

a(s) língua(s) falada(s) no mesmo país ou região.

Jargão: palavras utilizadas pelas pessoas de uma forma particular em um campo específico

Exemplo: A palavra StickyKeys (teclas presas) faz parte do jargão utilizado no contexto da

tecnologia assistiva/acessibilidade.

Legendas: sincronização visual e/ou alternativa em texto para informação de áudio, com ou

sem fala, necessárias para compreender o conteúdo em mídia.

Nota 1: Estas legendas são semelhantes às legendas só de diálogo, exceto as que

transmitem não só o conteúdo do diálogo falado, como também equivalentes à informação

de áudio sem diálogo, necessários para compreender o conteúdo do programa, incluindo

efeitos sonoros, música, risos, localização e identificação do interlocutor.

Nota 2: As legendas ocultas são equivalentes que podem ser ativadas e desativadas em

alguns leitores multimídia.

Nota 3: As legendas abertas são legendas que não podem ser desativadas. Por exemplo, se

as legendas forem imagens de texto equivalentes à parte visual, incorporadas no vídeo.

Nota 4: As legendas não devem ocultar nem obstruir informações relevantes do vídeo.

Nota 5: Em alguns países, as legendas de diálogo e de áudio e as legendas só de diálogo

designam-se ambas por "legendas".

Nota 6: As audiodescrições podem ser legendadas, mas não obrigatoriamente, uma vez que

são descrições de informações que já se encontram presentes visualmente.

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limites de flash universal e flash vermelho: um flash ou alteração rápida de sequência de

imagem encontra-se abaixo do limite (por exemplo, conteúdo que passa) se qualquer uma

das seguintes afirmações for verdadeira:

não existem mais de três flashes universais e/ou mais de três flashes vermelhos no

período de um segundo, ou

a área combinada de flashes que ocorrem ao mesmo tempo não ocupa mais de um total de

0,006 esterradianos em um campo visual de 10 graus na tela (25% de um campo visual de

10 graus na tela) a uma distância normal de visualização

onde:

Um flash universal é definido como um par de alterações opostas na luminescência relativa

de 10% ou superior da luminescência relativa máxima em que a luminescência relativa da

imagem mais escura está abaixo dos 0.80; e em que "o par de alterações opostas" aumenta

seguido por um decréscimo, ou diminui seguido por um acréscimo, e

Um flash vermelho é definido como qualquer par de transições opostas envolvendo uma

saturação de vermelho.

Exceção: fazer um Flash que usa um padrão bom, balanceado, equivalente ao sinal

aleatório de ruído branco ou ao padrão alternado de quadriculado com "quadrados" menores

do que 0,1 grau (de um campo visual a uma distância de visualização típica), em um dos

lados, não viola os limites.

Nota 1: Para softwares e conteúdo Web em geral, a utilização de um retângulo de 341 x 256

pixels em qualquer parte da área da tela apresentada quando o conteúdo é visualizado em

1024 x 768 pixels, fornecerá uma boa estimativa de um campo visual de 10 graus para

tamanhos de tela e distâncias de visualização normais (por ex., telas de 15 a 17 pol. a 22 a

26 pol.). (As telas de resoluções mais altas que mostram o mesmo conteúdo produzem

imagens menores e seguras, por isso são as resoluções mais baixas que são utilizadas para

definir os limites.)

Nota 2: Uma transição é a alteração na luminescência relativa (ou luminescência relativa/cor

para flash vermelho) entre altos e baixos adjacentes em um plano de medida

de luminescência relativa (ou luminescência relativa/cor para flash vermelho) em

comparação com o tempo. Um flash consiste em duas transições contrárias.

Nota 3: A atual definição no campo para "par de transições contrárias, envolvendo um

vermelho intenso" indica que, para cada um ou ambos os estados envolvidos em cada

transição, R/(R+ G + B) >= 0,8, e a alteração no valor de (R-G-B)x320 é > 20 (valores

negativos de (R-G-B)x320 estão definidos para zero) para ambas as transições. Os valores

R, G, B variam entre 0 a 1, conforme especificado na definição de “luminescência relativa”.

Nota 4: Estão disponíveis ferramentas que irão executar uma análise a partir da captura de

tela de vídeo. Contudo, não é necessária nenhuma ferramenta para avaliar esta condição,

se o flash for inferior ou igual a 3 flashes em um segundo. O conteúdo passa

automaticamente (consulte #1 e #2 acima).

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língua de sinais: uma língua que utiliza combinações de movimentos das mãos e dos

braços, expressões faciais ou posições corporais para transmitir significados

linguagem humana / idioma humano: linguagem que é falada, escrita ou expressa (por

meio visual ou tátil) para comunicar-se com os humanos.Nota: Consulte também língua de

sinais.

luminescência relativa: a luminosidade relativa de um ponto qualquer em um espaço de

cor, padronizado em 0 para o preto mais escuro e 1 para o branco mais claro

Nota 1: Para o espaço de cor sRGB, a luminescência relativa de uma cor é definida como L

= 0,2126 * R + 0,7152 * G + 0,0722 * B em que R, G e B são definidos da seguinte forma:

se RsRGB <= 0.03928 então R = RsRGB/12,92 senão R = ((RsRGB+0,055)/1,055) ^ 2.4

se GsRGB <= 0.03928 então G = GsRGB/12,92 senão G = ((GsRGB+0,055)/1,055) ^ 2.4

se BsRGB <= 0.03928 então B = BsRGB/12,92 senão B = ((BsRGB+0.055)/1.055) ^ 2.4

e RsRGB, GsRGB, e BsRGB são definidos da seguinte forma:

RsRGB = R8bit/255

GsRGB = G8bit/255

BsRGB = B8bit/255

O caractere "^" representa o operador de exponenciação. (Fórmula obtida a partir

de [sRGB] e [IEC-4WD]).

Nota 2: Praticamente todos os sistemas utilizados atualmente para visualizar conteúdos da

Web assumem a codificação sRGB. Exceto quando se sabe que será utilizado outro espaço

de cor para processar e visualizar o conteúdo, os autores deverão avaliar utilizando o

espaço de cor sRGB.

Nota 3: Se, após a apresentação surgir um pontilhado, então será utilizado o valor da cor de

origem. Para cores pontilhadas na origem, utilizar os valores médios das cores pontilhadas

(média R, média G e média B).

Nota 4: Existem ferramentas que calculam automaticamente quando se testa o contraste e o

flash.

Mecanismo: processo ou técnica para se alcançar um resultado.

Nota 1: O mecanismo deve ser explicitamente oferecido ao usuário no conteúdo, ou pode-se

confiar que será oferecido ou pela plataforma, ou pelos agentes de usuário,

incluindo tecnologias assistivas.

Nota 2: O mecanismo deve cumprir todos os critérios de sucesso para o nível de

conformidade em questão.

meramente decorativo: que serve apenas um objetivo estético, não fornecendo informação

e sem qualquer funcionalidade

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Nota: O texto é meramente decorativo se as palavras puderem ser reorganizadas ou

substituídas sem alterar a sua finalidade.

Exemplo: A capa de um dicionário com palavras aleatórias pouco proeminentes em plano de

fundo.

mesma funcionalidade: o mesmo resultado quando utilizado

Exemplo: Um botão para submeter uma "pesquisa" em uma página web e um botão para

"localizar" outras páginas web poderão ambos ter um campo que permita a introdução de

uma palavra chave e apresentar tópicos no site da Web relacionados com a palavra

submetida. Neste caso, teriam a mesma funcionalidade, mas não seriam rotulados de forma

consistente.

mesma ordem relativa: a mesma posição em relação a outros itens.

Nota: Considera-se que os itens se encontram na mesma ordem relativa, mesmo se forem

inseridos ou retirados outros itens na ordem original. Por exemplo, a expansão de menus de

navegação permite a introdução de um nível de detalhe adicional, ou a introdução de uma

seção de navegação secundária na ordem de leitura.

mídia alternativa para texto: mídia que não apresenta mais informação do que a que já se

encontra presente em texto (diretamente ou por meio de textos alternativos)

Nota: É fornecida uma alternativa em mídia para texto aos que se beneficiam de

representações alternativas de texto. As alternativas em mídia para texto podem ser

compostas por apenas áudio, apenas vídeo (incluindo vídeo em língua de sinais) ou por

áudio e vídeo.

mídia sincronizada: áudio ou vídeo sincronizados com outro formato para apresentação de

informações e/ou com componentes interativos baseados em tempo, a menos que a mídia

seja uma mídia alternativa para texto que esteja claramente identificada como tal.

navegado de forma sequencial: navegado em uma ordem definida para avanço de foco

(de um elemento para outro) utilizando uma interface de teclado.

nível de educação primário (equivalente no Brasil aos primeiros anos do ensino

fundamental): período de seis anos que tem início entre os cinco e os sete anos de idade,

possivelmente sem existir qualquer ensino anterior.

Nota: Esta definição baseia-se no Padrão Internacional de Classificação de

Educação [UNESCO].

nível de educação secundário inferior (equivalente no Brasil aos últimos anos do

ensino fundamental): o período de dois ou três anos de escolaridade que tem início após a

conclusão dos primeiros seis anos de escolaridade e que termina nove anos após o início do

nível de educação primário

Nota: Esta definição baseia-se no Padrão Internacional de Classificação de Educação

a [UNESCO].

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Nome: texto através do qual o software pode identificar um componente no conteúdo da

Web para o usuário.

Nota 1: O nome poderá estar oculto e ficar visível apenas através de tecnologia assistiva, ao

passo que um rótulo está visível a todos os usuários. Em muitos casos (mas não todos), o

nome e o rótulo são os mesmos.

Nota 2: Isto não está relacionado com o atributo name em HTML.

Normativo: necessário para conformidade

Nota 1: Pode estar em conformidade com uma variedade de formas bem definidas para

esse documento.

Nota 2: O conteúdo identificado como sendo "informativo" ou "não-normativo" nunca é

exigido para conformidade.

página web: um recurso não incorporado a partir de um único URI utilizando HTTP mais

quaisquer outros recursos que sejam utilizados na apresentação ou destinados a serem

apresentados em conjunto por um agente de usuário

Nota 1: Embora quaisquer "outros recursos" possam ser apresentados em conjunto com o

recurso principal, não seriam necessariamente apresentados em simultâneo.

Nota 2: Para efeitos de conformidade com estas diretrizes, um recurso deve ser "não

incorporado" no âmbito da conformidade, de forma a ser considerado uma página web.

Exemplo 1: Um recurso Web que inclui todas as imagens e mídias incorporadas.

Exemplo 2: Um programa Web de correio eletrônico construído utilizando Asynchronous

JavaScript e XML (AJAX). O programa está totalmente hospedado em

http://example.com/mail, mas inclui uma caixa de entrada, uma área de contatos e um

calendário. São fornecidos links ou botões que permitem visualizar a caixa de entrada, os

contatos ou o calendário, mas que não alteram o URI da página como um todo.

Exemplo 3: Um portal personalizável, em que os usuários podem escolher o conteúdo a

partir de um conjunto de diferentes módulos de conteúdos.

Exemplo 4: Ao entrar em "http://shopping.example.com/" no seu navegador, você entra em

um ambiente de compras interativo semelhante a um filme, em que se pode deslocar

visualmente em uma loja, arrastar produtos das prateleiras ao seu redor e colocá-los em um

carrinho de compras em sua frente. Ao clicar em um produto, este é apresentado com uma

folha de especificações ao lado. Isto poderá ser um site da Web de apenas uma página, ou

apenas uma única página dentro de um site da Web.

pré-gravado: informações que não são ao vivo.

processo: conjunto de ações do usuário, em que cada ação é necessária para executar

uma atividade.

Exemplo 1: Uso com sucesso de uma série de páginas web em um site de compras requer

que os usuários visualizem produtos, preços e ofertas alternativas, selecionem produtos,

façam uma compra, forneçam informações sobre o envio e sobre o pagamento.

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Exemplo 2: Uma página de registro de conta requer o preenchimento correto de um teste

de Turing antes de acessar o formulário de registro.

relação de contraste: (L1 + 0,05) / (L2 + 0,05), em que

L1 corresponde à luminescência relativa da cor mais clara de todas, e

L2 corresponde à luminescência relativa da cor mais escura de todas

Nota 1: As relações de contraste podem variar entre 1 a 21 (normalmente indicado por 1:1 a

21:1).

Nota 2: Uma vez que os autores não têm controle sobre as configurações do usuário,

quanto à forma como o texto é apresentado, (por exemplo, suavização de fonte ou anti-

aliasing), a relação de contraste para o texto pode ser avaliada com a opção pixelização

desativada (anti-aliasing).

Nota 3: Para os propósitos dos Critérios de Sucesso 1.4.3 e 1.4.6, o contraste é medido

respeitando o fundo no qual o texto é apresentando em utilização normal. Se não for

especificada a cor de fundo, é assumida a cor branca.

Nota 4: Em utilização normal, a cor de fundo é a cor especificada do conteúdo sobre o qual

o texto deve ser apresentado. É uma falha se não existir nenhuma cor de fundo especificada

quando a cor do texto está especificada, uma vez que a cor de fundo predefinida do usuário

é desconhecida e não pode ser suficientemente avaliada para contraste. Pela mesma razão,

é uma falha se não existir nenhuma cor de texto especificada quando a cor de fundo está

especificada.

Nota 5: Quando existir uma borda em volta da letra, a borda pode adicionar contraste e

poderia ser utilizada para calcular o contraste entre a letra e o respectivo fundo. Uma borda

fina em volta da letra é utilizada como a própria letra. Uma borda larga em volta da letra, que

preenche os detalhes interiores da mesma, funciona como um halo e será considerado

como fundo.

Nota 6: A conformidade das WCAG deve ser avaliada relativamente aos pares de cores

especificados no conteúdo, onde o autor esperaria aparecer de modo adjacente em

apresentação normal. Os autores não necessitam considerar apresentações incomuns, tais

como alterações de cor efetuadas pelo agente de usuário, exceto quando provocadas pelo

código produzido pelos autores.

relações / relacionamentos: associações coerentes entre unidades distintas de conteúdo

responsabilidades jurídicas: transações em que o indivíduo se compromete legalmente

com uma obrigação ou benefício vinculativo.

Exemplo: Uma certidão de casamento, um conjunto de ações (financeira e jurídica), um

testamento, um empréstimo, adoção, alistamento no exército, qualquer tipo de contrato, etc.

Rótulo: texto ou outro componente com uma alternativa em texto que é apresentado ao

usuário para identificar um componente no conteúdo da Web

Nota 1: O rótulo é apresentado a todos os usuários, ao passo que o nome poderá estar

oculto e ficar visível apenas através de tecnologia assistiva. Em muitos casos (mas não

todos), o nome e o rótulo são os mesmos.

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Nota 2: O termo rótulo não está limitado ao elemento label em HTML.

satisfaz um critério de sucesso: o critério de sucesso não é avaliado como 'falso' quando

aplicado à página.

seção: Uma parte independente de um conteúdo escrito que aborda um ou mais tópicos ou

pensamentos relacionados. Nota: Uma seção pode consistir em um ou mais parágrafos e

incluir gráficos, tabelas, listas e subseções.

sequência de leitura correta: qualquer sequência, em que as palavras e os parágrafos são

apresentados em uma ordem que não altera o significado do conteúdo.

suporte a acessibilidade: suportado pelas tecnologias assistivas dos usuários, bem como

pelas características de acessibilidade existentes nos navegadores Web e outros agentes

de usuário. Para qualificar o uso de uma tecnologia de conteúdo Web (ou característica de

uma tecnologia) como suportado pela acessibilidade, essa tecnologia de conteúdo da Web

(ou característica) deve cumprir ambos os pontos 1 e 2:

A forma como a tecnologia de conteúdo da Web é utilizada deve ser suportada por

tecnologia assistiva dos usuários (AT). Isto significa que a interoperabilidade da utilização

da tecnologia foi testada com a tecnologia assistiva dos usuários na linguagem humana (ou

linguagens humanas) do conteúdo,

E

A tecnologia de conteúdo da Web deve ter agentes de usuário com suporte a

acessibilidade disponíveis para os usuários. Isto significa que, no mínimo, uma das

seguintes quatro afirmações é verdadeira:

A tecnologia é suportada de forma nativa em agentes de usuário amplamente distribuídos,

que também tem suporte a acessibilidade (como HTML e CSS);

OU

A tecnologia é suportada em um plug-in amplamente distribuído, que também tem suporte a

acessibilidade;

OU

O conteúdo está disponível em um ambiente fechado, tal como uma universidade ou rede

empresarial, em que o agente de usuário requerido pela tecnologia e utilizado pela

organização também tem suporte a acessibilidade;

OU

Os agentes de usuário que suportam a tecnologia tem suporte a acessibilidade e estão

disponíveis para download ou compra de forma a:

não custar mais a uma pessoa com deficiência do que a uma pessoa sem deficiência e

ser tão fácil de encontrar e obter para uma pessoa com deficiência como é para uma pessoa

sem deficiência.

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Nota 1: O Grupo de Trabalho WCAG e o W3C não especificam qual ou quanto suporte para

tecnologias assistivas deve ter uma determinada utilização de uma tecnologia Web, para

que ela seja classificada como com suporte a acessibilidade.

Nota 2: As tecnologias Web podem ser utilizadas de formas que não suportem a

acessibilidade, desde que não se dependa delas para conformidade e que a página como

um todo cumpra os requisitos de conformidade, incluindo o Requisito de Conformidade 4:

Apenas Formas de Utilizar Tecnologias com Suporte a Acessibilidade e o Requisito de

Conformidade 5: Não-Interferência.

Nota 3: Quando uma Tecnologia Web é utilizada de um modo com "suporte a

acessibilidade", não implica que toda a tecnologia ou todos os seus usos sejam suportados.

A maioria das tecnologias, incluindo HTML, não têm suporte para, no mínimo, uma

característica ou utilização. As páginas só estão em conformidade com WCAG se pudermos

confiar que os usos da tecnologia suportam a acessibilidade.

Nota 4: Ao mencionar tecnologias de conteúdo da Web que tenham várias versões, é

necessário especificar as versões suportadas.

Nota 5: Uma das formas para os autores localizarem utilizações de uma tecnologia com

suporte a acessibilidade é consultar compilações de utilizações que estão documentadas

para ter suporte a acessibilidade. Os autores, as empresas, os fornecedores de tecnologia

ou outros, podem documentar formas de utilizar tecnologias de conteúdo da Web com

suporte a acessibilidade. Contudo, é necessário que todas as formas de utilização de

tecnologias na documentação cumpram a definição de tecnologias de conteúdo da Web

com suporte a acessibilidade apresentada acima.

tamanho grande (texto): com, pelo menos, 18 pontos ou 14 pontos negrito, ou um tamanho

de fonte que seja equivalente para fontes em Chinês, Japonês e Coreano (CJK)

Nota 1: fontes com traços extraordinariamente finos ou características incomuns, que

reduzam a familiaridade dos seus formatos de letras, são mais difíceis de ler, especialmente

com níveis de contraste mais baixos.

Nota 2: O tamanho da fonte é o tamanho em que o conteúdo é apresentado. Não inclui o

redimensionamento que poderá ser feito pelo usuário.

Nota 3: O tamanho efetivo do caractere que o usuário vê depende do tamanho definido pelo

autor e das definições de visualização do agente de usuário. Para muitas fontes do corpo de

textos convencionais, 14 e 18 pontos é mais ou menos equivalente a 1,2 e 1,5 'em', ou a

120% ou 150% do tamanho predefinido para o corpo de texto (assumindo que a fonte do

corpo de texto está a 100%); contudo, os autores teriam de verificar este aspecto para as

fontes específicas em uso. Quando as fontes são definidas em unidades relativas, o

tamanho efetivo do ponto é calculado pelo agente de usuário para visualização. O tamanho

do ponto deve ser obtido a partir do agente de usuário ou calculado a partir de unidades

métricas da fonte quando se avalia este critério de sucesso. Os usuários com baixa visão

ficariam responsáveis por escolher as definições adequadas.

Nota 4: Quando se utiliza texto sem especificar o tamanho de fonte, deverá ser assumido

como razoável o menor tamanho de fonte utilizado nos principais navegadores para textos

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168

não especificados. Se um cabeçalho de nível 1 for apresentado nos principais navegadores

em 14 pontos negrito, ou superior, então será razoável assumir que este é um texto grande.

O escalonamento relativo pode ser calculado com base nos tamanhos predefinidos de modo

semelhante.

Nota 5: Os tamanhos de caracteres 18 e 14 para textos romanos são obtidos a partir do

tamanho mínimo para caracteres ampliados (14 pontos) e do tamanho padrão de fonte

ampliada (18 pontos). Para outros tipos de fonte, tais como as línguas Chinesa, Japonesa e

Coreana (CJK), os tamanhos "equivalentes" seriam os tamanhos mínimos de impressão em

caracteres ampliados utilizados para essas línguas e o tamanho imediatamente a seguir de

caracteres padrões ampliados.

tecnologia (conteúdo da Web): mecanismo de codificação de instruções a serem

apresentadas, reproduzidas ou executadas pelos agentes de usuário.

Nota 1: Tal como é utilizado nestas diretrizes, "Tecnologia Web" e a palavra "tecnologia"

(quando utilizada isoladamente) referem-se às Tecnologias de Conteúdo da Web.

Nota 2: As tecnologias de conteúdo da Web podem incluir linguagens de marcação, formato

de dados, ou linguagens de programação que os autores podem utilizar isoladamente ou em

combinação, de forma a criar experiências ao usuário final que variam de páginas web

estáticas, apresentações em mídia sincronizada e aplicações Web dinâmicas.

Exemplo: Alguns exemplos comuns de tecnologias de conteúdo da Web

incluem HTML, CSS, SVG, PNG, PDF, Flash e JavaScript.

tecnologia assistiva (tal como é utilizado neste documento): hardware e/ou software

que funciona como um agente de usuário, ou em conjunto com um agente de usuário

convencional, que fornecem funcionalidades para cumprir as necessidades de usuários com

deficiências, que vão além dos oferecidos pelos agentes de usuário convencionais.

Nota 1: a funcionalidade fornecida pela tecnologia assistiva inclui apresentações alternativas

(por ex., síntese de fala ou conteúdo ampliado), métodos alternativos de entrada (por ex.,

voz), mecanismos de orientação ou navegação adicionais e transformações de conteúdo

(por ex., para tornar as tabelas mais acessíveis).

Nota 2: As tecnologias assistivas se comunicam, muitas vezes, com agentes de usuário

convencionais através de dados e mensagem usando e monitorando APIs.

Nota 3: A diferença entre agentes de usuário convencionais e tecnologias assistivas não é

absoluta. Muitos agentes de usuário convencionais fornecem algumas funcionalidades para

ajudar pessoas com deficiências. A principal diferença é que os agentes de usuário

convencionais visam um público mais vasto e diverso que, normalmente, inclui pessoas com

e sem deficiências. As tecnologias assistivas visam um grupo de usuários mais restrito, com

deficiências específicas. O apoio fornecido por uma tecnologia assistiva é mais específico e

adequado às necessidades do seu público-alvo. O agente de usuário convencional pode

fornecer uma funcionalidade importante às tecnologias assistivas, tal como a requisição de

conteúdo da Web a partir de objetos do programa ou análise da marcação/código em

conjuntos identificáveis.

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169

Exemplo: As tecnologias assistivas que são importantes, no contexto deste documento,

incluem o seguinte:

ampliadores de tela, e outros auxiliares de leitura, que são utilizados por pessoas com

deficiências visuais, de percepção e físicas, para que possam alterar a cor, o espaçamento,

o tamanho e o tipo de letra do texto, a sincronização com a fala, etc., para melhorar a

legibilidade do texto e imagens apresentados;

leitores de tela, que são utilizados por pessoas cegas para lerem informação textual através

de síntese de fala ou braille;

software de conversão de texto para fala (sintetizador de fala), que é utilizado por algumas

pessoas com deficiências intelectuais, de linguagem e de aprendizagem para converterem

texto em fala sintetizada;

software de reconhecimento de voz, que pode ser utilizado por pessoas com algumas

deficiências físicas;

teclados alternativos, que são utilizados por pessoas com determinadas deficiências físicas

para simular o teclado (incluindo teclados alternativos que utilizam ponteiros de cabeça,

simples interruptores, dispositivos de sopro/sucção e outros dispositivos de entrada

especiais.);

dispositivos apontadores alternativos, que são utilizados por pessoas com determinadas

deficiências físicas para simular ativações do botão e do ponteiro do mouse.

Texto: sequência de caracteres que podem ser determinados por meio de código de

programação, em que a sequência exprime algo em linguagem humana

utilizada de uma forma restrita e incomum: palavras utilizadas de forma a requerer que

os usuários conheçam exatamente qual é a definição a ser aplicada, com o objetivo de

compreender o conteúdo corretamente

Exemplo: O termo "gig" tem um significado se utilizado em um debate sobre concertos de

música e outro se utilizado em um artigo sobre espaço do disco rígido de computadores;

contudo, a definição adequada pode ser determinada a partir do contexto. Por outro lado, a

palavra "texto" é utilizada de uma forma muito específica na versão WCAG 2.0, então uma

definição está disponível nesse glossário.

versão alternativa em conformidade: versão que está em conformidade com o nível

designado, fornece as mesmas informações e funcionalidades na mesma linguagem

humana, está tão atualizada como o conteúdo que não está em conformidade, e para a

qual, no mínimo, uma das seguintes afirmações é verdadeira: é possível acessar a versão

em conformidade a partir da página que não está em conformidade, através de

um mecanismo com suporte a acessibilidade, ou só é possível acessar a versão que não

está em conformidade a partir da versão em conformidade, ou só é possível acessar a

versão que não está em conformidade a partir de uma página em conformidade, que

também forneça um mecanismo para acessar a versão em conformidade.

Nota 1: Nesta definição, a expressão "só é possível acessar" significa que existe algum

mecanismo, tal como um redirecionamento condicional, que impede um usuário de "chegar"

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170

(carregar) à página que não está em conformidade, a menos que o usuário tenha acabado

de vir da versão em conformidade.

Nota 2: Não é necessário que a versão alternativa corresponda, página a página, à original

(por ex., a versão alternativa em conformidade pode consistir em várias páginas).

Nota 3: Se estiverem disponíveis versões em várias línguas, serão necessárias versões

alternativas em conformidade para cada língua oferecida.

Nota 4: Podem ser fornecidas versões alternativas para acomodar diferentes ambientes de

tecnologia ou grupos de usuários. Cada versão deverá estar o mais em conformidade

possível. É necessária uma versão em conformidade total, para cumprir o nível de

conformidade 1.

Nota 5: A versão alternativa em conformidade não precisa permanecer no âmbito da

conformidade, nem no mesmo site da Web, desde que esteja tão disponível como a versão

que não está em conformidade.

Nota 6: As versões alternativas não devem ser confundidas com o conteúdo suplementar,

que suporta a página original e melhora sua compreensão.

Nota 7: A definição de preferências de usuário no conteúdo para produzir uma versão em

conformidade é um mecanismo aceitável para acessar a outra versão, desde que o método

utilizado para definir as preferências tenha suporte a acessibilidade.

Vídeo: a tecnologia de imagens ou fotos em movimento ou em sequência.

Nota: O vídeo pode ser composto por desenhos ou fotografias animadas, ou ambas.

Viewport: objeto no qual o agente do usuário apresenta o conteúdo.

Nota 1: O agente de usuário apresenta o conteúdo através de uma ou mais viewports. As

viewports incluem janelas, frames, alto-falantes e lupas virtuais. Uma viewport pode conter

outra viewport (por exemplo, frames encaixados). Os componentes da interface criados pelo

agente de usuário, tais como prompts, menus e alertas, não são viewports.

visualmente personalizado: a fonte, o tamanho, a cor e o fundo podem ser definidos.

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171

APÊNDICE VIII – Resultados da avaliação do grupo controle no website do TSE

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo de Controle

Avaliador 1 Avaliador 2

1.2.1 Página inicial

Está disponível apenas um player de rádio na página inicial do TSE,

o site não possui nenhuma alternativa.

1.2.2 Página inicial

As legendas fornecidas são curtas. Servem apenas para chamar a atenção do usuário. Mas não

levam a uma outra página informando a notícia da rádio, por

exemplo.

1.2.4 Página inicial

As legendas não estão completas.

1.2.6 Página inicial

O site informa a rádio do TSE, porém a mesma não possui

nenhuma outra opção de acessibilidade.

1.2.8 Página inicial

O site possui apenas a rádio e um canal do youtube. Porém, a rádio não possui uma alternativa em

vídeo por exemplo.

1.4.4 Página Inicial

Apesar de possuir um tamanho aceitável. O site não permite

redimensionar o tamanho do texto. Tendo como opção apenas o zoom

do navegador do tablet.

1.4.5 Página inicial

DJE e PJe são imagens de texto contendo links para outras partes

do site, mas poderiam ser simplesmente texto para facilitar a busca pelas palavras com a

busca do navegador.

2.4.9 Página inicial

Não há nada especificando o que DJE e PJe significam nas

páginas, impossível dizer para onde levam estes links.

2.4.9 Página inicial

O que é “push”? Além de ser uma palavra de outro idioma, o

seu significado neste caso é bem difícil de inferir por um usuário

leigo.

3.1.4 Página inicial

Não há nada especificando o que DJE e PJe significam nas

páginas, impossível dizer para onde levam estes links.

1.3.3 Título e local de votação

Apenas a visualização através do

texto está disponível. A página não possui nenhum ícone, ou outra

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172

opção de visualização.

1.4.1 Título e local de votação

A distinção dos links são feitas apenas através da cor do texto.

1.4.4 Título e local de votação

O texto só pode ser redimensionado através da

tecnologia de apoio de zoom do tablet.

1.4.5 Título e local de votação

Apesar da apresentação visual ser

através de texto, o mesmo tem pouco destaque.

1.1.1 Consulta por título

O CAPTCHA fornecido pode ser difícil de ler, mesmo dando zoom,

mas não há outra alternativa a não ser ficar gerando novos captchas até conseguir um

“menos pior”.

O site usa um modelo de CAPTCHA simples e não possui

nenhuma personalização.

1.4.4 Consulta por título

O texto só pode ser redimensionado através da

tecnologia de apoio de zoom do tablet.

1.4.5 Consulta por título

A imagem do CAPTCHA não pode

ser personalizada.

2.1.1 Consulta por título

Não é possível imprimir pelo tablet, nenhuma das duas

opções disponíveis para imprimir funcionam. Não sei se caberia

algum outro critério de sucesso, mas talvez seja realmente uma

falha no WCAG.

2.4.4 Consulta por título

O CAPTCHA é, na verdade, um link para gerar um outro código,

mas em nenhum local está descrito o que ele faz ao ser

clicado.

3.3.2 Consulta por título

Não existe informação prévia se há algum formato pré-

estabelecido ao inserir o número aqui, se pode incluir pontos ou

traço.

3.3.2 Consulta por título

Do lado deste campo, diz-se que o formato é com “/” (barras).

Porém, nada acontece ao digitar as “/”

3.3.2 Consulta por título

Para nenhum dos campos é mencionado se é obrigatório ou

não o preenchimento.

3.3.5 Consulta por título

Não existe informação prévia se há algum formato pré-

estabelecido ao inserir o número,

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173

se pode incluir pontos ou traços.

3.3.5 Consulta por título

Não possui uma ajuda online. Não possui uma página de ajuda, com um modelo de inserção, por

exemplo.

3.3.6 Consulta por título

Não tem opção para confirmar os

dados antes de consultar.

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174

APÊNDICE IX – Resultados da avaliação do grupo controle no website do

DETRAN

Critério de

Sucesso Local do Website

Grupo de Controle

Avaliador 1 Avaliador 2

1.4.4 Página inicial

O texto pode ser redimensionado, mas apenas através do zoom com pinça (ou dois toques) do tablet, o

site não possui opção para aumentar o tamanho do texto.

2.2.1 Página inicial

Carrossel (3 de 6) de ícones de acesso rápido passa

rápido demais, não há como ler cada um dos rótulos de

ícones.

2.2.2 Página inicial

Não há como pausar ou parar o carrossel, ele passa bem rápido, impossível ler

todo o seu conteúdo.

2.4.4 Página inicial

No item "idoso" do carrossel , imaginei que teria

informações sobre CNH para idosos ao acessar este item, mas na verdade, só há

informações sobre como obter o cartão de idoso.

2.4.4 Página inicial

Impossível descobrir o significado dos botões cinzas e para onde nos

levarão caso sejam clicados apenas visualizando-os.

2.4.9 Páginal inicial

Imaginei que teria informações sobre CNH

para idosos ao acessar este item, mas na verdade, só há

informações sobre como obter o cartão de idoso.

1.4.5 Renovação

da CNH

Pessoa com deficiência; link de imagem “Veja detalhes+”

em várias partes da página.Este link é uma

imagem de baixa resolução que, mesmo usando o zoom pelo navegador/tablet, fica muito difícil de ler. Melhor

seria se fosse texto.

2.4.9 Renovação

da CNH

Pessoa com deficiência; link de imagem “Veja detalhes+” em várias partes da página. Impossível distinguir estes links visualmente apenas

sem o contexto dos mesmos.

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175

3.2.3 CNH –

Habilitação

O Carrossel que continha todos os itens de navegação pelo site “some” ao sair da

página inicial.

1.1.1

Formulário de

agendamento

O CAPTCHA fornecido pode ser difícil de ler, mesmo

dando zoom, mas não há outra alternativa a não ser

ficar gerando novos CAPTCHAs até conseguir

um “menos pior”.

Página não possui nenhuma forma alternativa de CAPTCHA.

1.4.4

Formulário de

agendamento

O site não contém um componente

para redimensionar o texto.

3.1.4

Formulário de

agendamento

"PGU” é uma das opções para “tipo de documento”,

mas não é explicado o significado desta sigla.

3.3.1

Formulário de

agendamento

Quando o CAPTCHA não é preenchido e o formulário é

enviado, é exibido a seguinte “Os caracteres da imagem não são válidos”.

Mas que imagem o diálogo se refere? E, pior, o foco vai

para o primeiro campo, “Nome”, não para o campo

do CAPTCHA.

3.3.2

Formulário de

agendamento

Os campos de data de nascimento, CPF, RG e CEP não especificam o formato, e

se o usuário deve digitar separadores.

3.3.2

Formulário de

agendamento

O Órgão Emissor do RG deve ser apenas uma

abreviação, pois o campo possui um limite baixo de

número de caracteres (não dá para escrever, por

exemplo, Secretaria de Segurança Pública)

3.3.2

Formulário de

agendamento

O número do celular é obrigatório, mas não está marcado como tal. Só fui descobrir isso ao tentar submeter o formulário.

3.3.4

Formulário de

agendamento

O sistema não pergunta se os dados estão confirmados, ele passa direto

para a próxima página.

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176

3.3.5

Formulário de

agendamento

A página de agendamento não possui uma ajuda

online.

O site não possui uma página dedicada de “Ajuda”.

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177

APÊNDICE X – Resultados da avaliação do grupo WCAG Estendido no website

do TSE

Critério de

Sucesso Local do Website

WCAG Estendido

Avaliador 3 Avaliador 4

3.3.3 Consulta por título

No campo “Data de nascimento”, é necessário

incluir manualmente as barras para separação de

dia/mês/ano. Caso o usuário não coloque as barras, uma

mensagem aparece informando que o campo deve

possuir uma data válida no formado exigido.

3.3.7 Todas as páginas

Não possui dicas de ajuda para o primeiro acesso.

1.3.2 Página inicial

Antes de apresentar o passo a passo para o agendamento da CNH, há vários outros links na seção “Onde solicitar”. Em um destes há a descrição “Marque o horário aqui”, porém este é o

link para o agendamento no Poupa-tempo. Depois, outro

link é apresentado para o agendamento no passo a

passo, redirecionando para o formulário. Esta sequência pode confundir o usuário.

1.4.1 Página inicial

A cor azul é utilizada com frequência nesta página,

porém com vários objetivos diferentes. É utilizada para links, títulos (“Condições”,

“Onde solicitar”, etc.), blocos de texto, botão para exibir mais detalhes e ícones do

passo a passo. Como alguns destes elementos são clicáveis

e outros não, o uso de uma mesma cor pode confundir.

1.4.3 Página inicial

Os botões do carrossel não têm destaque e o usuário pode se

confundir achando que é apenas uma imagem.

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APÊNDICE XI – Resultados da avaliação do grupo WCAG Estendido no website

do DETRAN

Critério de

Sucesso Local do Website

WCAG Estendido

Avaliador 3 Avaliador 4

3.3.3 Consulta por título

No campo “Data de nascimento”, é necessário

incluir manualmente as barras para separação de

dia/mês/ano. Caso o usuário não coloque as barras, uma

mensagem aparece informando que o campo deve

possuir uma data válida no formado exigido.

3.3.7 Todas as páginas

Não possui dicas de ajuda para o primeiro acesso.

1.3.2 Página inicial

Antes de apresentar o passo a passo para o agendamento da CNH, há vários outros links na seção “Onde solicitar”. Em um destes há a descrição “Marque o horário aqui”, porém este é o

link para o agendamento no Poupa-tempo. Depois, outro

link é apresentado para o agendamento no passo a

passo, redirecionando para o formulário. Esta sequência pode confundir o usuário.

1.4.1 Página inicial

A cor azul é utilizada com frequência nesta página,

porém com vários objetivos diferentes. É utilizada para links, títulos (“Condições”,

“Onde solicitar”, etc.), blocos de texto, botão para exibir mais detalhes e ícones do

passo a passo. Como alguns destes elementos são clicáveis

e outros não, o uso de uma mesma cor pode confundir.

1.4.3 Página inicial

Os botões do carrossel não têm destaque e o usuário pode se

confundir achando que é apenas uma imagem.

2.2.2 Página inicial

Na tela inicial, os serviços estão em um carrossel e o usuário não pode parar o carrossel, apenas

apertar a seta para ir para frente.

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179

2.4.10 Página inicial

Há um excesso de links por toda a página, inseridos no

meio do texto.

1.4.3 Renovação

CNH

Não é possível identificar que o texto abaixo do título

“Renovação da CNH” é o botão para acessar esta

função.

1.1.1

Formulário de

agendamento

O CAPTCHA não apresenta a

opção de áudio

2.5.1

Formulário de

agendamento

Os campos não possuem máscara, apenas o campo

telefone apresenta um exemplo

3.2.3

Formulário de

agendamento

As páginas do site não possuem uma ordem. Caso você entre pelo

menu CNH-Habilitação você é encaminhado para uma tela de ajuda, mas caso acesse através dos serviços online que estão no carrossel e, depois deseje voltar para páginas anteriores, o site

retorna para a tela de ajuda mesmo sem ter acessada.

3.3.6

Formulário de

agendamento

Ao digitar o registro da CNH, o site não informa o usuário sobre a

permissão para realizar tal serviço e só faz a verificação do número da CNH quando todo o formulário

é preenchido e enviado.

2.4.2 Todas as páginas

As páginas não têm a descrição

das suas finalidades.

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APÊNDICE XII - Mapeamento do WCAG 2.0 para as Heurísticas de Nielsen

A pesquisa de artigos relacionados a usabilidade e acessibilidade na

literatura evidenciou a relação existente entre esses dois assuntos. Essa relação é

abordada por alguns autores (Termens et al., 2009; Theofanos e Redish, 2003;

Moreno et al., 2009) e serviu de base para apresentarmos uma análise das

recomendações do WCAG 2.0 e sua relação com as heurísticas de Nielsen. O

resultado da análise foi organizado com base nos princípios e recomendações do

WCAG. Nos parágrafos seguintes relatamos a nossa análise da usabilidade e

acessibilidade, justificando como foram estudadas e analisadas as heurísticas e

recomendações WCAG para se chegar ao resultado apresentado resumidamente no

Quadro 71.

O Princípio 1 – Perceptível: afirma que os usuários devem perceber as

informações e os componentes da interface. Este princípio possui quatro

recomendações: (i) oferecer alternativas textuais para conteúdos não textuais; (ii)

fornecer alternativas para multimídia baseada em tempo; (iii) adaptar conteúdo sem

perda de informações ou estrutura e (iv) facilitar a audição e a visualização de

conteúdos aos usuários. Esse princípio está relacionado com as seguintes

heurísticas: H1, H2, H3, H8 e H9.

A Recomendação 1.1 define que é preciso oferecer alternativas textuais

para conteúdos não textuais. Estas alternativas podem expor dados escondidos para

os usuários. Por exemplo, o objetivo de um botão com base em imagem torna-se

perceptível para os usuários de leitores de tela se uma sugestão textual está

disponível, pois será lido para eles. Da mesma forma, a descrição de um arquivo de

vídeo ajuda os usuários a compreender um conteúdo de vídeo que eles não podem

ver. Ambas as situações lidam com o problema da linguagem dos usuários (H2).

Quando um dado de entrada é fornecido de maneira equivocada e, para sinalizar a

inconsistência, faz-se uma marcação com a cor vermelha, é preciso incluir uma

alternativa textual. O auxílio de uma alternativa textual para complementar o uso de

cores na interface é relevante para a Recomendação 1.1. Por exemplo, usuários

daltônicos podem não distinguir mensagens de erro que são apontadas na cor

vermelha e, nesse caso, o sistema falha ao não atender a linguagem do usuário

(H2). Além disso, o uso de alternativas textuais poderia melhorar a percepção do

status do sistema (H1), fazendo com que esses usuários reconhecessem uma

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181

situação de erro (H9). Além disso, as tecnologias de apoio não devem usar

decoração nos itens perceptíveis aos usuários, o que reduziria a percepção de

outros conteúdos relevantes e dificultaria o entendimento dos usuários (H8). Dessa

análise, verifica-se que a Recomendação 1.1 está relacionada com as heurísticas

H1, H2, H8 e H9.

A Recomendação 1.2 está relacionada com a oferta de alternativas para

multimídia baseada em tempo. Todos os critérios de sucesso estão relacionados à

linguagem dos usuários (H2).

Já a Recomendação 1.3 se refere à adaptabilidade do conteúdo sem

perda de informações ou estrutura. Se o conteúdo é apresentado apenas usando

características sensoriais (tamanho, forma, posição visual - incluindo sequências

significativas - som, orientação), alguns usuários podem não interpretá-lo

corretamente e isso pode dificultar a percepção do status do sistema (H1). Além

disso, um conteúdo que é apresentado sem seguir a linguagem dos usuários pode

não ser perceptível e por esse motivo pode ser ignorado (H2).

Vale a pena notar que a Recomendação 1.3 destaca que alguns dados

apresentados devem ser programaticamente determinados pelo software fornecido

pelo autor. Os dados devem ser fornecidos de forma que os diferentes perfis de

navegação, incluindo tecnologias de apoio, possam extrair e apresentar esta

informação de diferentes maneiras. Pode-se verificar se um site atende a essa

característica por meio de perfis de navegador distintos durante a execução da

avaliação heurística.

Moreno et al. (2009) também relaciona esta recomendação com a

heurística H6 sem argumentar ou justificar a relação existente. Na análise não foi

possível fazer essa ligação da Recomendação 1.3 com a heurística H6, pois o uso

de títulos e rótulos estão ligados principalmente à estruturação clássica de

documentos do mundo real.

A Recomendação 1.4 argumenta que os conteúdos devem ser

distinguíveis, isto é, os usuários devem perceber o conteúdo, incluindo a separação

entre o primeiro e segundo plano. De acordo com esta recomendação, por exemplo,

os usuários devem ser capazes de controlar a execução automática do áudio (parar

e configurar o volume). Se o áudio tem um fundo indesejado que pode confundi-lo,

eles devem ter uma saída fácil para resolver esse estado indesejado do sistema

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182

(H3). Além disso, os sites devem fornecer alternativas para conteúdo baseado em

cor; que é outra característica sensorial que aponta problemas semelhantes aos da

Recomendação 1.3. Usuários cegos podem não perceber o estado do sistema

apresentado apenas por cores (H1), ou mesmo outras informações relevantes, como

por exemplo, uma palavra importante que é apresentada em uma cor específica em

um texto (H2). Na verdade, os navegadores web devem proporcionar meios para o

usuário configurar seu fundo preferido e as cores de primeiro plano em uma página

web, a fim de ajudá-los a superar as barreiras relacionadas a cores. Fornecendo

capacidades de redimensionamento de texto e um contraste mínimo entre o plano

de fundo e o primeiro plano, também ajudam a distinguir conteúdos apresentados ao

usuário. Dessa forma, H2 e H3 são as heurísticas relacionadas a essa

recomendação.

O Princípio 2 – Operável: afirma que os componentes da interface do

usuário e a navegação devem ser operáveis. Este princípio possui quatro

recomendações: (i) tornar as funcionalidades acessíveis por teclado, (ii) ter tempo

suficiente para interagir com o conteúdo, (iii) evitar convulsões e (iv) melhorar a

navegabilidade. Essas recomendações estão diretamente relacionadas a todas as

heurísticas, excetuando duas delas (H9 e H10).

A Recomendação 2.1 que se refere a proporcionar o acesso às

funcionalidades do teclado está diretamente relacionada à facilidade de utilização.

Por exemplo, um usuário que não pode usar um mouse deve ter alternativas de

interagir com as páginas da web, e o teclado pode ser a única maneira de fazer isso.

Para os usuários sem deficiência, as funcionalidades devem estar disponíveis

através do teclado, e isto está relacionada a fornecer eficiência do uso (H7). No

entanto, para os usuários com deficiência, esta deve ser considerada como

compatível com a sua linguagem de comunicação (H2). Tarefas de recepção e

remoção de foco de componentes devem ser consistentemente executadas através

do teclado (H4), e qualquer ação incomum necessária para realizar estas tarefas

deve ser informada aos usuários (ou seja, deve ser visível) (H6). Feita essa análise

observa-se que a Recomendação 2.1 está relacionada com as heurísticas H2, H4,

H6 e H7.

Fornecer tempo suficiente para a leitura e uso de conteúdo é o foco da

Recomendação 2.2 que está relacionada à heurística (H1), referindo-se ao tempo e

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ao feedback. A heurística H1 afirma que o sistema deve manter os usuários

informados sobre o que está acontecendo no sistema, o que inclui o tempo de

interação. Os usuários também devem ter meios para ajustar ou desligar esses

limites (H3); essas formas devem ser visíveis (H6) e serem capazes de prevenir

erros (H5). De forma semelhante, os usuários devem ter maneiras de parar, pausar

e esconder e mover os componentes de rolagem (H6). Estas formas permitem que

os usuários controlem o que está acontecendo e, portanto, evitam que os usuários

cheguem a um estado indesejado (H3). Além disso, quando o sistema interrompe

um usuário devido a procedimentos de autenticação, ele não deve perder as

informações já fornecidas pelo usuário (como por exemplo, campos de formulário já

preenchidos). Ao abrir um formulário da web depois de uma autenticação, este não

deve ser incompatível com o procedimento manual (H2). Resumindo, essa

recomendação se relaciona com as heurísticas H1, H2, H3, H5 e H6.

Já a Recomendação 2.3 está relacionada com evitar conteúdo que pisca

mais que três vezes por segundo, o que poderia causar convulsões. Obedecer a

essa orientação, melhora o controle do usuário e evita estados indesejados (H3).

Poderia-se argumentar que os flashes são desnecessários e, pode relacioná-lo com

a heurística H8, mas entendemos que essa ligação é muito fraca e, portanto,

optamos por não considerá-la.

A Recomendação 2.4 se refere a navegabilidade. O conteúdo web deve

ajudar o usuário a saber a sua localização em uma página (H6), que pode ser

considerado como um estado do sistema que deve ser percebido pelo usuário (H1).

Além disso, tornar visível o indicador de foco do teclado e qualquer informação sobre

a localização do usuário em um site também melhora a visibilidade do status do

sistema (H1). O conteúdo web também deve ajudar os usuários a navegar (o que

inclui o fornecimento de "saídas de emergência") (H3). Fornecer títulos, cabeçalhos,

rótulos e links significativos ajuda o usuário na navegação da página web (H2). Os

usuários também devem ter acesso a atalhos que permitam que se pule o conteúdo

que se repete em muitas páginas (como cabeçalhos e menus), que é necessário

para os leitores de tela. Esta funcionalidade deve ser perceptível (H6) e ajuda a

oferecer informações aos usuários de leitores de tela em uma ordem natural (H2).

Além disso, essa funcionalidade aumenta a eficiência de uso (H7), bem como

alternativas de se chegar a uma página da web (como por exemplo, um mapa do

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site e um mecanismo de busca) que aumenta a eficiência na navegabilidade (H7). O

fato do leitor de tela ler apenas a informação relevante para os utilizadores pode ser

relacionado com a heurística H8. Assim, essa recomendação se relaciona com as

heurísticas H1, H2, H3, H6, H7 e H8.

O Princípio 3 - Compreensível - afirma que a informação e a operação da

interface de usuário devem ser compreensíveis. É composto por três

recomendações: (i) tornar o conteúdo do texto legível e compreensível; (ii) fazer com

que as páginas web apareçam e funcionem de modo previsível e (iii) ajudar os

usuários a evitar e corrigir erros. As recomendações que compõem este princípio se

relacionam com todas as heurísticas, exceto H1, H7 e H8.

A Recomendação 3.1, que sugere o fornecimento de texto legível, inclui a

linguagem de definição da página inteira ou de partes dela; isso ajuda os leitores de

tela a falar as palavras corretamente, o que ajuda os usuários a compreender o

conteúdo da página (H2). Um tipo de ajuda contextual é o fornecimento de uma

versão simplificada de uma página web, que é mais fácil para as pessoas com nível

de escolaridade mais baixa, ou seja, uma página web simplificada deve falar uma

linguagem simplificada para alguns usuários (H2). É também necessário prever os

mecanismos perceptíveis para explicar as palavras incomuns, expressões e

abreviações (H6); estes mecanismos também funcionam como uma ajuda contextual

(H10).

Apresentação e operação previsíveis de páginas web, sugerida pela

Recomendação 3.2, se relaciona diretamente com a consistência (H4). A

Recomendação 3.2 reforça a necessidade de se manter a consistência entre os

componentes com a mesma funcionalidade, e entre os mecanismos de navegação

utilizados em diversas páginas de um site.

Vale a pena notar um conflito de heurísticas quando consideramos

diferentes tipos de usuários e queremos proporcionar consistência. Se

considerarmos os usuários sem deficiência visual, usando um navegador web

tradicional com o apoio de um mouse, as opções de uma lista de seleção podem ser

vistas, sem que seja necessário direcionar o foco do sistema para essa lista (ou

seja, sem clicar em um dos itens da lista). Portanto, as páginas web geralmente

consideram a ação de focar em um item da lista (por um único clique do mouse)

como um atalho para a seleção desse item, que por sua vez pode desencadear um

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evento de atualização da página. O uso de atalhos melhora a eficiência de uso

desses usuários (H7), mas não atende ao Critério de Sucesso 3.2.1; esse critério se

refere a quando qualquer componente recebe um foco, não se iniciar uma alteração

de contexto. Portanto esse uso de atalhos não atende a Recomendação 3.2. Isso

fica evidente em um cenário em que usuários com baixa visão usam um leitor de tela

para ler esta lista, pois nessa situação esses leitores vão definir o foco em cada item

da lista que será lido. Nesse caso, a ação de focar em um item não pode

desencadear o evento de atualização. O sistema deve acionar a atualização de um

único evento quando o usuário seleciona o item da lista (por exemplo, quando os

usuários pressionam "Enter" depois que o leitor ler o item selecionado). Em resumo,

a Recomendação 3.2 fornece uma interface utilizável para todos os tipos de

usuários, mas com eficiência reduzida para os usuários que não possuem

deficiência visual.

Moreno et al. (2009) relaciona as heurísticas H2 e H4 a esta

recomendação, sem apresentar quaisquer outras argumentações. No entanto,

opomo-nos à inclusão do mapeamento para a Heurística H2, pois não verificamos

relação entre essa recomendação e qualquer conceito do mundo real.

A Recomendação 3.3 – assistência de entrada versa sobre ajudar os

usuários a evitar e corrigir erros, tendo assim ligação com a Heurística H5

(prevenção de erros) e H9 (diagnóstico e correção de erros). A Recomendação 3.3

assistência de entrada, descreve esses erros aos usuários e sugerem como eles

podem ser corrigidos (H9). Além disso, ele impõe que os rótulos e instruções devem

ser claros para orientar os usuários a preencher os campos do formulário (H5). A

Heurística Prevenção de Erros descreve como corrigir, rever e confirmar as

informações antes de enviá-las (H5). A submissão de informações também deve ser

reversível, o que reforça o controle do sistema pelos usuários (H3). Por último, mas

não menos importante, esta recomendação indica a necessidade de uma ajuda

contextual (H10).

O Princípio 4 – Robusto - afirma que os conteúdos devem ser

interpretados de forma confiável pelos agentes de usuário, incluindo tecnologias de

apoio. O princípio tem uma única Recomendação (4.1) que se refere a como

maximizar a compatibilidade do agente do usuário, uma vez que a não obediência

dessa recomendação pode criar muitos problemas de usabilidade. Por exemplo,

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uma marcação de erro em uma página HTML pode ocultar um componente visual

que revela o estado do sistema (H1), ou um botão que apresenta uma

funcionalidade (H6), ou ainda um cabeçalho que ajuda a entender um conteúdo

(H2), ou até mesmo um outro erro (H9). Também pode desativar uma função

JavaScript que poderia fornecer um erro de mecanismo de prevenção (H5), uma

função voltar (H3) ou uma ajuda contextual (H10). Portanto, esse princípio está

relacionado com as seguintes heurísticas: H1, H2, H3, H5, H6, H9 e H10.

Com o resultado deste mapeamento das heurísticas de Nielsen e das

recomendações WCAG 2.0, foi possível compreender melhor a ligação existente

entre usabilidade e acessibilidade. Esse entendimento ajudou na proposta de

complementação do WCAG, principalmente na criação dos textos dos novos critérios

de sucesso, que foram criados com base em problemas encontrados na avaliação

com usuários idosos; e também em problemas levantados na literatura IHC sobre

acessibilidade, muitos dos quais envolviam problemas que também eram de

usabilidade. Foi possível compreender que, dada a forte relação entre acessibilidade

e usabilidade, expressa pelo mapeamento apresentado entre heurísticas de Nielsen

e WCAG, a contribuição a ser proposta por este trabalho provavelmente não seria

exclusiva de acessibilidade, mas sim relacionada também a usabilidade.

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Quadro 71: Mapeamento do WCAG 2.0 para as Heurísticas de Nielsen: = nosso

mapeamento, = Moreno et al., X = ambos. A linha Total indica a soma dos (marca de

check) e (marca de X) das recomendações.

Heurísticas de Nielsen (H)

Recomendações WCAG (R) V

isib

ilid

ad

e

Co

rre

sp

on

dên

cia

Lib

erd

ad

e

Co

nsis

tên

cia

Pre

v.

Err

os

Reco

nh

ecim

en

to

Fle

xib

ilid

ad

e

Min

imali

sta

Recu

pera

r err

os

Aju

da/d

ocu

men

.

H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10

Princípio 1- Perceptível

R 1.1 Alternativas em texto

R 1.2 Mídias c/base em tempo

R 1.3 Adaptável

R 1.4 Discernível X

Princípio 2 - Operável

R 2.1 Acessível por teclado

R 2.2 Tempo suficiente X

R 2.3 Convulsões

R 2.4 Navegável X X X

Princípio 3 - Compreensível

R 3.1 Legível X

R 3.2 Previsível X

R 3.3 Assistência de entrada X X X

Princípio 4 – Robusto

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R 4.1 Compatível

TOTAL 6 9 6 2 3 5 2 2 3 3

APÊNDICE XIII - Publicações

Casare, A.R., Moraes, R. L. O. e Silva, C. G. 2015. Adaptação de métodos de

avaliação de acessibilidade e usabilidade com foco no uso de tablets por idosos. In

IHC 2015 Companion Proceedings – Master and Doctoral Consortium. pp. 13-16.

Salvador-BA, Brasil.

Casare, A.R., Moraes, R. L. O. e Silva, C. G. 2016. Complementação na WCAG 2.0

referente ao uso de dispositivos móveis por usuários idosos. In 13th International

Conference on Information Systems & Technology Management – CONTECSI. pp.

56-59. São Paulo-SP,Brasil.

Casare, A.R., Silva, C.G., Martins, P. S. e Moraes, R. L. O. 2016. Usability heuristics

and accessibility guidelines: a comparison of heuristic evaluation and WCAG. In

Proceedings of the 31st Annual ACM Symposium on Applied Computing.pp.213-215.

Pisa, Italy.

Casare, A.R., Moraes, R. L. O. e Silva, C. G. 2016. Elicitação de Requisitos para

Adaptação de Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo Web ao Uso de Tablets por

Idosos. Cadernos de Informática – Volume 9 – Número 1 – 2016. 42-60.

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ANEXO I

Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0 são recomendações que

tem a finalidade de tornar os conteúdos de sites mais acessíveis. A tradução

autorizada em Português do Brasil encontra-se disponível em

https://www.w3.org/Translations/WCAG20-pt-br/.