zumbis do vídeo - como não se tornar um deles (1)

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fale bem

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Para quem não sabe, eu sou um

verdadeiro fã de histórias com zumbis.

Minha coleção de filmes passa dos 60

títulos, para você ter uma ideia.

Revendo um dos meus favoritos

("Zumbilândia"), eu tive a ideia de

escrever este e-book para você. No

filme, o protagonista cria um

checklist, uma lista de ações para que

ele e outras pessoas consigam garantir

sempre segurança nas situações mais

cotidianas do Apocalipse!

Inspirado neste universo, resolvi então

criar um Guia de Sobrevivência para

compartilhar com você os meus

segredos e os caminhos para que você

não se transforme em um Zumbi

quando estiver gravando seus vídeos.

2

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“ “

Você sabe como é um zumbi, né?

Uma criatura sem vida, que a gente

não entende e que, sem o poder de

tomar decisões, não consegue ligar "lé"

com "cré" (já ouviu essa expressão?!).

Os zumbis emitem grunhidos e são

facilmente enganados, influenciados

pelo meio. Eles são lentos (de acordo

com a escola clássica de zumbis) e

andam sempre em massa.

Onde um encontra carne, corre uma

manada atrás.

Nem preciso ir mais profundamente

numa comparação com a situação que

a gente enfrenta hoje no

empreendedorismo digital: temas,

formatos, modulações, expressões...

Assistimos todos os dias a uma horda

de zumbis sedentos pelos nossos

cérebros.

E como a gente se livra disso?

3

Compartilhar:

Sem desesperos. Nos filmes, os zumbis

se proliferam através de mordidas,

como os vampiros. Só que a mitologia

dos dois é completamente diferente.

O Apocalipse Zumbi, dos anos 80 para

cá, está geralmente relacionado à

epidemia de um vírus ou a um acidente

nuclear.

As duas situações caem como uma luva

se pensarmos no boom do Video

Marketing e na proliferação de vídeos

mal estruturados pela web.

Mas pode ficar tranquilo(a). Neste e-

book vou apresentar a você os erros

mais comuns que vejo nos vídeos e,

obviamente, uma metodologia para a

correção desses problemas.

Diferente da maioria dos filmes, aqui a

gente tem antídoto e método de

aplicação comprovados. Se você foi

mordido, não se preocupe e vem

comigo, que a cidade continua

infestada.

4

Compartilhar:

A partir de agora eu vou apontar as situações mais

constrangedoras no mundo dos vídeos online e que muito

provavelmente podem te transformar num Zumbi do Vídeo.

Da próxima página em diante, você vai encontrar os erros, uma

breve definição e a metodologia prática para a correção. E,

claro, momentos de descontração. Eu desejo a você uma boa

leitura e uma jornada emocionante!

5

Compartilhar:

Ocorre quando não há variação de

ritmo, nem na modulação da voz. Uma

interpretação monótona é aquela que

usa apenas um único tom e não varia

de acordo com a intenção do texto.

Causas comuns: Nervosismo, tensão

emocional, apego ao que está escrito

no roteiro (restringindo a

naturalidade), falta de prática.

Correção: Procure sorrir antes de

começar a falar, leia de forma solta,

natural, não se prenda ao papel. Seu

objetivo não é ler perfeitamente, mas

comunicar sua mensagem ao seu

público. Livre-se sempre da tensão, se

preparando bastante, alongando,

fazendo exercícios, e tome consciência

da diferença entre a leitura e a fala.

6

Compartilhar:

Falar difícil significa, necessariamente,

se distanciar do seu público. A

formalidade existe justamente para

isso, para gerar distância. Mas

geralmente este não é o melhor

caminho para atingir seu público. Avalie

se esta distância entra em coesão com

as suas necessidades.

Causas comuns: O desejo de

impressionar (seja em relação ao

conteúdo, ou ao seu conhecimento) e o

desconhecimento do seu público-alvo.

Correção: Se estiver se sentindo

esquisito em Falar pra Câmera, se

imagine falando em um telefone

quando estiver olhando para ela, ou

numa conversa de Skype. Encare o

público de igual para igual.

7

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George Romero é considerado o pai do

gênero Zumbis. Em seus filmes, as

criaturas são sempre lentas,

absurdamente vagarosas, o que gera

uma angústia bastante interessante.

Mas no vídeo o público não procura por

angústia. Então evite essa lentidão

excessiva.

Causas comuns: Medo de errar o

texto, insegurança, falta de

preparação.

Correção: Preocupe-se sempre com a

intenção de fala, opte pela exposição,

não tenha medo. Comunicar é

basicamente expor as suas ideias à sua

maneira. Se você precisa comunicar,

não existe caminhos para não se expor.

Vá aos poucos. Treine a leitura em voz

alta de jornais e revistas, valorizando

o sentido das frases, a velocidade e a

dinâmica.

8

Compartilhar:

O Zumbi Frankenstein é aquela junção

de vários pedaços costurados, mas que

não fazem parte de um todo. A gente

simplesmente não entende como,

quando e porquê... É também

angustiante!

Causas comuns: Nervosismo, falta de

conhecimento sobre os assuntos

abordados e falta de preparação.

Correção: Não grave nada sem antes

saber ao menos o que você gostaria de

abordar no vídeo, sem uma prévia

tentativa de conectar as ideias. Seja

coeso e coerente. Isso também ajuda a

não lhe tornar lento e monótono na

sua fala.

9

Compartilhar:

A gente nunca está 100% satisfeito com

a nossa imagem no vídeo. A auto-

confiança é um tanto quanto

superestimada por aí. Mas quem nos

vê precisa ser motivado pela

segurança daquilo que a gente diz.

Precisamos gerar credibilidade.

Causas comuns: Ideias mal

estruturadas, conceitos pouco

elaborados, textos mal preparados.

Correção: Pre-para! Só se preparando

muito bem antes da gravação é que a

gente consegue a segurança necessária

na nossa fala. Leia o texto diversas

vezes em voz alta, altere as palavras

difíceis, as expressões que você não

fala no dia-a-dia. Faça anotações, não

confie no improviso.

10

Compartilhar:

Quando você fala excessivamente

sobre um mesmo assunto, desgastando

o tema e tornando o vídeo cansativo.

O famoso chover no molhado, explicar

o óbvio.

Causas comuns: Falta de conteúdo,

desejo de prolongar a duração do

vídeo ou de forçar estilos que não

cabem.

Correção: Pesquise previamente e crie

um roteiro - ainda que você não o leia

durante o vídeo. Evite o improviso do

nada, tenha uma base e tente ser o

mais natural possível. Quando a gente

assume uma postura mais

descontraída, as ideias fluem com

mais naturalidade.

11

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Mano, não existe problema nenhum no

uso de gírias. Elas são bastante úteis

na hora de comunicar com nichos

específicos. Mas tudo em excesso pode

se tornar um problema. Uma

linguagem pobre e repetitiva, vai

repelir até os usuários das gírias mais

cabulosas, tá ligado?

Causas comuns: Falta de

conhecimento da língua, hábito, falta

de preparação.

Correção: Procure sinônimos de

palavras e expressões que você mais

usa, procure substituí-las na sua fala.

Esteja sempre atento ao que está

dizendo e policie-se!

12

Compartilhar:

Vícios de linguagem são muletas que

apoiam a nossa fala. Geralmente são

expressões e práticas sobre as quais já

não temos mais controle e, por isso,

para deixar de realizar, precisamos

passar por um processo de observação

e de mudança de hábitos.

Causas comuns: Insegurança, hábito e

falta de destreza com mudanças não

programadas.

Correção: Procure observar se você

utiliza expressões como "né", "pois é",

"tá", "então" ou "então tá". Observe

também se você estala a sua língua na

boca antes de começar a sua fala,

produzindo um som parecido com um

"tsc". Observe também se você

enfatiza muito a sua respiração em

cada início de frase.

13

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A Fala Codificada é aquela que não foi

adaptada para ser falada! Um texto

escrito para ser lido em silêncio tem

estruturas diferentes de um texto

escrito para ser lido em voz alta. O

objetivo é aproximar-se do tom de uma

conversa.

Causas comuns: Uso de expressões que

não estão presentes na fala coloquial

como "portanto", "afinal", alguns

adjetivos e construções frasais; e falta

de conhecimento das ferramentas da

própria voz e do corpo.

Correção: Revise o texto lendo-o

sempre em voz alta e alterando o que

não soa natural, cotidiano, coloquial;

Busque sempre utilizar de forma

criativa os determinantes da sua voz e

do seu corpo, complementando a

mensagem (ferramentas como

tessitura da voz - médios, graves e

agudos - volume, postura,

gesticulação, expressões faciais etc.)

14

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Zumbi Medusa é aquele que você olha

e vira pedra. É a tensão em pessoa (ou

em morto-vivo). Nossas emoções

influenciam muito em como a gente se

porta em frente às câmeras. O corpo e

a voz acabam por absorver a tensão e

demonstrar ao público que estamos

duros e inseguros.

Causas comuns: Medo, falta de

controle da situação, algum incômodo

específico (com a roupa, com a

presença de alguém etc.), falta de

preparo, falta de prática, insegurança.

Correção: Faça um alongamento,

saiba com antecedência o que vai

acontecer na gravação e com quem

você vai gravar; sua preparação deve

se voltar para a diminuição dos

possíveis estresses que certamente vão

ocorrer no SET de filmagem.

15

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Este é aquele zumbi do qual você nem

nota a presença. Ele fala tão baixo,

tão calminho...

Causas comuns: Falta de projeção da

voz, timidez.

Correção: Imagine que existe uma

pessoa no lugar da câmera. Mesmo que

você esteja com o microfone bem

próximo, projete a voz para que a

pessoa que está no lugar da câmera

consiga de ouvir em alto e bom som.

Alto mesmo, não é apenas ouvir. Sem

gritar, bote esta voz para fora.

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Compartilhar:

O carisma nunca foi e nunca será

fundamental para se fazer vídeos, mas

existe uma palavra mágica relacionada

ao carisma que é fundamental para

atrair a atenção das pessoas. É a

consideração e o respeito à

inteligência delas.

Causas comuns: Egocentrismo,

exibicionismo (excessiva necessidade

de exibir seus conhecimentos e

habilidades, gerar uma imagem falsa)

Correção: Seja educado,

transparente, sincero, preste atenção

aos detalhes, tenha interesse, seja

otimista, pratique a assertividade na

fala e trabalhe a sua confiança.

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Este é aquele que não se consegue

nem entender o seu grunhido:

Awahowaiwaoh! A dicção é um dos

determinantes mais relevantes da sua

fala.

Causas comuns: Abertura insuficiente

da boca, trabalho insuficiente da

língua, falta de atenção aos sons de

todos os fonemas das palavras.

Correção: Esteja atento a todas as

letras e a todos os sons de todas as

palavras das suas frases. Não é

necessário falar como um robô ou

como um translator da vida. Você só

precisa ficar atento para reproduzir

todos os sons corretamente, sem

comer letras ou embaralhar o

entendimento do que é dito. Abra a

boca, movimente a língua.

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Uau. Uma jornada e tanto. Mas este é

só o começo. Agora é com você desviar

dessas práticas ruins e evitar a

contaminação.

Muito obrigado pela sua leitura e

companhia.

Quero continuar te vendo saudável no

meio do Apocalipse dos conteúdos que a

gente tem assistido por aí.

Se precisar de um abrigo, será sempre

bem-vindo no Falar pra Câmera

(www.falarpracamera.com).

Espero ter colaborado com a sua

sobrevivência.

Proteja-se e me mande sempre

notícias. A gente se esbarra.

Um abraço,

Vitor Alli

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