zine lambe-lambe

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Este e-zine trata de três inrvenções urbanas realizadas em Recife (PE), Olinda (PE) e Vitória (ES), no final de 2010.

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este zine registra uma intervenção urbana realizada em olinda, recife e vitória

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este zine registra uma intervenção urbana realizada em olinda, recife e vitória

Viver no meio urbano é ao mesmo tempo conviver com uma profusão de informações, cores e texturas tipográficas que fazem parte do discurso identitário e comunicativo de cada cidade.Foi morando em Recife que iniciei a minha pesquisa sobre o que chamam no âmbito do design de PAISAGEM GRÁFICA URBANA. A capital pernambucana, cuja imagem é fortemente identificada pelos letreiramentos populares, os grafites, as pixações e sobretudo os cartazes de shows, foi o cenário dessa pesquisa. Os tais cartazes, conhecidos como lambe-lambes, foram o meu objeto de estudo. Antes mesmo de começar a frequentar as aulas de Memória Tipográfica Pernambucana na UFPE – que me renderam um artigo sobre o assunto - comecei a fotografar os lambe-lambes e em seguida a procurar pelas gráficas onde são feitos. Foi assim que cheguei à oficina serigráfica de André Lopes, localizada em Dois Unidos – zona periférica de Olinda. O primeiro contato que tive foi o bastante para fomentar idéias de como trabalhar com aquilo. Na oficina, os gritantes e gigantes cartazes (que podem ter até 9 metros de largura) são confeccionados por serigrafia, num processo inteiramente manual que tem como base o estêncil, como você pode conferir na figura a seguir. Acompanhei desde a pré-produção até a distribuição dos lambe-lambes, que é feita dia após dia durante as madrugadas por uma equipe de coladores há 20 anos.

TÁ, E O QUÊ QUE A INTERVENÇÃO URBANA REGISTRADA NESSE FANZINE TEM COM ISSO?Acontece que após todo estudo, não poderia deixar de botar a mão na massa e fazer nessa oficina os meus próprios cartazes! Foi quando surgiu a ideia de projetar uma intervenção com os lambe-lambes. Assim, desenvolvi uma série de desenhos de meninos dormindo, chamando atenção à realidade social da rua, muitas vezes ofuscada diante da pressa urbana e de todo o caos visual. A intervenção foi feita em parceria com o agitador social Rui Mendonça –Xs Cabras, e contou com a colaboração dos coletivos Mangue Crew e Hospício Gráfico.Foram selecionados 3 desenhos de meninos e feita um tiragem de 60 cartazes de 1,20m x 0,9m, impressos com tinta serigráfica em papéis reaproveitados outdoors. Dos lambe-lambes, que embrulharam pontos estratégicos de Olinda-PE, Recife-PE e Vitória-ES em novembro de 2010, ainda é possivel ver a sombra esfarrapada dos meninos.

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Viver no meio urbano é ao mesmo tempo conviver com uma profusão de informações, cores e texturas tipográficas que fazem parte do discurso identitário e comunicativo de cada cidade.Foi morando em Recife que iniciei a minha pesquisa sobre o que chamam no âmbito do design de PAISAGEM GRÁFICA URBANA. A capital pernambucana, cuja imagem é fortemente identificada pelos letreiramentos populares, os grafites, as pixações e sobretudo os cartazes de shows, foi o cenário dessa pesquisa. Os tais cartazes, conhecidos como lambe-lambes, foram o meu objeto de estudo. Antes mesmo de começar a frequentar as aulas de Memória Tipográfica Pernambucana na UFPE – que me renderam um artigo sobre o assunto - comecei a fotografar os lambe-lambes e em seguida a procurar pelas gráficas onde são feitos. Foi assim que cheguei à oficina serigráfica de André Lopes, localizada em Dois Unidos – zona periférica de Olinda. O primeiro contato que tive foi o bastante para fomentar idéias de como trabalhar com aquilo. Na oficina, os gritantes e gigantes cartazes (que podem ter até 9 metros de largura) são confeccionados por serigrafia, num processo inteiramente manual que tem como base o estêncil, como você pode conferir na figura a seguir. Acompanhei desde a pré-produção até a distribuição dos lambe-lambes, que é feita dia após dia durante as madrugadas por uma equipe de coladores há 20 anos.PANO

RÂMICA

TÁ, E O QUÊ QUE A INTERVENÇÃO URBANA REGISTRADA NESSE FANZINE TEM COM ISSO?Acontece que após todo estudo, não poderia deixar de botar a mão na massa e fazer nessa oficina os meus próprios cartazes! Foi quando surgiu a ideia de projetar uma intervenção com os lambe-lambes. Assim, desenvolvi uma série de desenhos de meninos dormindo, chamando atenção à realidade social da rua, muitas vezes ofuscada diante da pressa urbana e de todo o caos visual. A intervenção foi feita em parceria com o agitador social Rui Mendonça –Xs Cabras, e contou com a colaboração dos coletivos Mangue Crew e Hospício Gráfico.Foram selecionados 3 desenhos de meninos e feita um tiragem de 60 cartazes de 1,20m x 0,9m, impressos com tinta serigráfica em papéis reaproveitados outdoors. Dos lambe-lambes, que embrulharam pontos estratégicos de Olinda-PE, Recife-PE e Vitória-ES em novembro de 2010, ainda é possivel ver a sombra esfarrapada dos meninos.

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Viver no meio urbano é ao mesmo tempo conviver com uma profusão de informações, cores e texturas tipográficas que fazem parte do discurso identitário e comunicativo de cada cidade.Foi morando em Recife que iniciei a minha pesquisa sobre o que chamam no âmbito do design de PAISAGEM GRÁFICA URBANA. A capital pernambucana, cuja imagem é fortemente identificada pelos letreiramentos populares, os grafites, as pixações e sobretudo os cartazes de shows, foi o cenário dessa pesquisa. Os tais cartazes, conhecidos como lambe-lambes, foram o meu objeto de estudo. Antes mesmo de começar a frequentar as aulas de Memória Tipográfica Pernambucana na UFPE – que me renderam um artigo sobre o assunto - comecei a fotografar os lambe-lambes e em seguida a procurar pelas gráficas onde são feitos. Foi assim que cheguei à oficina serigráfica de André Lopes, localizada em Dois Unidos – zona periférica de Olinda. O primeiro contato que tive foi o bastante para fomentar idéias de como trabalhar com aquilo. Na oficina, os gritantes e gigantes cartazes (que podem ter até 9 metros de largura) são confeccionados por serigrafia, num processo inteiramente manual que tem como base o estêncil, como você pode conferir na figura a seguir. Acompanhei desde a pré-produção até a distribuição dos lambe-lambes, que é feita dia após dia durante as madrugadas por uma equipe de coladores há 20 anos.

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MODO DE CONFECÇÃO DO LAMBE-LAMBE

Leva-se cada matriz vazada até a mesa de serigrafia onde será entintada e com o auxílio do rolo serigráfico serão impressas as cópias.

Conforme as cópias vão sendo impressas, são depositadas em estantes com prateleiras de grades metálicas, onde passam pelo rocesso de secagem.

O layout chega por email e é impresso em uma folha A4 de transparência.

Na parede é projetado o layout, traçado com lápis e régua as tipografias e figuras, em cada quadrante do cartaz.

Cada quadrante do cartaz vai pra mesa de luz onde é feito o molde vazado de cada cor e depois é recortado com estilete.

Os cartazes depois de secos, são armazenados até a noite, quando são entregues á equipe de coladores.

Prepara-se a tinta serigáfica, misturando num balde: emulsão, água, fixador e corante.

O cartaz pode ser formado por 2, 4 ou 6 folhas de 75 x 115 cm, que ficam fixadas na parede da oficina.

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Viver no meio urbano é ao mesmo tempo conviver com uma profusão de informações, cores e texturas tipográficas que fazem parte do discurso identitário e comunicativo de cada cidade.Foi morando em Recife que iniciei a minha pesquisa sobre o que chamam no âmbito do design de PAISAGEM GRÁFICA URBANA. A capital pernambucana, cuja imagem é fortemente identificada pelos letreiramentos populares, os grafites, as pixações e sobretudo os cartazes de shows, foi o cenário dessa pesquisa. Os tais cartazes, conhecidos como lambe-lambes, foram o meu objeto de estudo. Antes mesmo de começar a frequentar as aulas de Memória Tipográfica Pernambucana na UFPE – que me renderam um artigo sobre o assunto - comecei a fotografar os lambe-lambes e em seguida a procurar pelas gráficas onde são feitos. Foi assim que cheguei à oficina serigráfica de André Lopes, localizada em Dois Unidos – zona periférica de Olinda. O primeiro contato que tive foi o bastante para fomentar idéias de como trabalhar com aquilo. Na oficina, os gritantes e gigantes cartazes (que podem ter até 9 metros de largura) são confeccionados por serigrafia, num processo inteiramente manual que tem como base o estêncil, como você pode conferir na figura a seguir. Acompanhei desde a pré-produção até a distribuição dos lambe-lambes, que é feita dia após dia durante as madrugadas por uma equipe de coladores há 20 anos.

TÁ, E O QUÊ QUE A INTERVENÇÃO URBANA REGISTRADA NESSE FANZINE TEM COM ISSO?Acontece que após todo estudo, não poderia deixar de botar a mão na massa e fazer nessa oficina os meus próprios cartazes! Foi quando surgiu a ideia de projetar uma intervenção com os lambe-lambes. Assim, desenvolvi uma série de desenhos de meninos dormindo, chamando atenção à realidade social da rua, muitas vezes ofuscada diante da pressa urbana e de todo o caos visual. A intervenção foi feita em parceria com o agitador social Rui Mendonça –Xs Cabras, e contou com a colaboração dos coletivos Mangue Crew e Hospício Gráfico.Foram selecionados 3 desenhos de meninos e feita um tiragem de 60 cartazes de 1,20m x 0,9m, impressos com tinta serigráfica em papéis reaproveitados outdoors. Dos lambe-lambes, que embrulharam pontos estratégicos de Olinda-PE, Recife-PE e Vitória-ES em novembro de 2010, ainda é possivel ver a sombra esfarrapada dos meninos.

Juliana Lisboa [artista gráfica,

inquieta e irresponsável]

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Viver no meio urbano é ao mesmo tempo conviver com uma profusão de informações, cores e texturas tipográficas que fazem parte do discurso identitário e comunicativo de cada cidade.Foi morando em Recife que iniciei a minha pesquisa sobre o que chamam no âmbito do design de PAISAGEM GRÁFICA URBANA. A capital pernambucana, cuja imagem é fortemente identificada pelos letreiramentos populares, os grafites, as pixações e sobretudo os cartazes de shows, foi o cenário dessa pesquisa. Os tais cartazes, conhecidos como lambe-lambes, foram o meu objeto de estudo. Antes mesmo de começar a frequentar as aulas de Memória Tipográfica Pernambucana na UFPE – que me renderam um artigo sobre o assunto - comecei a fotografar os lambe-lambes e em seguida a procurar pelas gráficas onde são feitos. Foi assim que cheguei à oficina serigráfica de André Lopes, localizada em Dois Unidos – zona periférica de Olinda. O primeiro contato que tive foi o bastante para fomentar idéias de como trabalhar com aquilo. Na oficina, os gritantes e gigantes cartazes (que podem ter até 9 metros de largura) são confeccionados por serigrafia, num processo inteiramente manual que tem como base o estêncil, como você pode conferir na figura a seguir. Acompanhei desde a pré-produção até a distribuição dos lambe-lambes, que é feita dia após dia durante as madrugadas por uma equipe de coladores há 20 anos.

TÁ, E O QUÊ QUE A INTERVENÇÃO URBANA REGISTRADA NESSE FANZINE TEM COM ISSO?Acontece que após todo estudo, não poderia deixar de botar a mão na massa e fazer nessa oficina os meus próprios cartazes! Foi quando surgiu a ideia de projetar uma intervenção com os lambe-lambes. Assim, desenvolvi uma série de desenhos de meninos dormindo, chamando atenção à realidade social da rua, muitas vezes ofuscada diante da pressa urbana e de todo o caos visual. A intervenção foi feita em parceria com o agitador social Rui Mendonça –Xs Cabras, e contou com a colaboração dos coletivos Mangue Crew e Hospício Gráfico.Foram selecionados 3 desenhos de meninos e feita um tiragem de 60 cartazes de 1,20m x 0,9m, impressos com tinta serigráfica em papéis reaproveitados outdoors. Dos lambe-lambes, que embrulharam pontos estratégicos de Olinda-PE, Recife-PE e Vitória-ES em novembro de 2010, ainda é possivel ver a sombra esfarrapada dos meninos.

As grandes cidades confundem-se: Recife, Vitória, São

Paulo, “I New York”. Em todas elas, os excedentários

do sistema, os economicamente não viáveis do capital-

ismo, se atropelam entre (ou serão eles mesmo?) a

massa. Vários meninos tentam adormecer. Na noite,

encolhidos, indiferentes à indiferença. Colar os meni-

nos desenhados nas paredes, misturados com farinha e

soda caústica, é um grito. Nenhum poder poderá fazer

calar o clamor dos milhões de oprimidos. Podem matá-

los à fome ou ao abandono, mas não podem silenciar

para todo o sempre o seu clamor, porque então o seu

Silêncio tornar-se-ia ensurdecedor...

No mesmo dia que colamos os meninos no Recife, dia 7

de setembro de 2010, o prédio Trianon, em pleno centro

da cidade, que servia apenas como camarote do Galo

da Madrugada, no carnaval, foi ocupado pelos Sem--

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Viver no meio urbano é ao mesmo tempo conviver com uma profusão de informações, cores e texturas tipográficas que fazem parte do discurso identitário e comunicativo de cada cidade.Foi morando em Recife que iniciei a minha pesquisa sobre o que chamam no âmbito do design de PAISAGEM GRÁFICA URBANA. A capital pernambucana, cuja imagem é fortemente identificada pelos letreiramentos populares, os grafites, as pixações e sobretudo os cartazes de shows, foi o cenário dessa pesquisa. Os tais cartazes, conhecidos como lambe-lambes, foram o meu objeto de estudo. Antes mesmo de começar a frequentar as aulas de Memória Tipográfica Pernambucana na UFPE – que me renderam um artigo sobre o assunto - comecei a fotografar os lambe-lambes e em seguida a procurar pelas gráficas onde são feitos. Foi assim que cheguei à oficina serigráfica de André Lopes, localizada em Dois Unidos – zona periférica de Olinda. O primeiro contato que tive foi o bastante para fomentar idéias de como trabalhar com aquilo. Na oficina, os gritantes e gigantes cartazes (que podem ter até 9 metros de largura) são confeccionados por serigrafia, num processo inteiramente manual que tem como base o estêncil, como você pode conferir na figura a seguir. Acompanhei desde a pré-produção até a distribuição dos lambe-lambes, que é feita dia após dia durante as madrugadas por uma equipe de coladores há 20 anos.

Teto. Hoje vivem lá cerca de 150 famílias e muitos meni-

nos, que antes dormiam nas ruas.

A calma é propaganda do sistema. Isto vai estalar e tu

onde vais estar? Escolhe a tua luta!

Convocamos todas aquelas e aqueles que não suportam

essa ordem do mundo, todas aquelas e aqueles que se

organizam para sobreviver contra-a-corrente.

Convidamos todas aquelas e aqueles para quem é

tempo, en�m, de se reencontrar.

NOS VEMOS NAS RUAS Abrindo portas,

Xs Cabras

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meninosda ruameninosda rua

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para nós chão. pra vocês cama branca de algodãopara nós chão. pra vocês cama branca de algodão

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para nós chão. pra vocês cama branca de algodãopara nós chão. pra vocês cama branca de algodão

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*tipografias | Brave, Jesus Chorou, Scala Sans.

Expe

dient

eINTERVENÇÃO EM FORMATO LAMBE-SE-A-CIDADE.

Alvos Olinda (PE), Recife (PE) e Vitória (ES)

Período Setembro e outubro de 2010

Agitadores Ju Lisboa | issuu.com/julisboa + flickr.com/julisboaXs Cabras | xscabras.wordpress.comMangue Crew | manguecrewpe.blogspot.com

Impressão QualyGraf | [email protected] (Dois Unidos/Olinda)

Fotografias Valeria rey, Mari Schimdt, Xs Cabra, Ju Lisboa, Cris Rezende

Ilustrações + projeto gráficoJu Lisboa

Na colaXs Cabra, Ju Lisboa, Mangue Crew, Hospício Gráfico

PoemaPor Rogério, um menino de rua de Curitiba, entregue ao jornalista Washington Araújo.

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