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XV ENCONTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO NORTE E NORDESTE
04 a 07 de setembro de 2012, UFPI, Teresina-PI. GT 24: Populações Tradicionais, Processos Sociais e Meio Ambiente.
TÍTULO: AS RELAÇÕES ENTRE PESCADORES E SUA ENTIDADE
REPRESENTATIVA: A COLÔNIA DE PESCA Z-34 (RN)
AUTORES: Cláudio Rogério dos Santos (UFRN) Francisca de Souza Miller (UFRN)
APOIO INSTITUCIONAL: Universidade Federal do rio Grande do norte (UFRN)
/ BOLSA: PROPESQ (IC)
RESUMO
Trata-se de um estudo das relações entre os pescadores artesanais e a
entidade representativa, no caso, a colônia Z – 34, localizada no Município de
São Miguel do Gostoso (litoral do RN). Os dados foram coletados através de
entrevistas aberta, registros fotográficos, revisão documental e a história oral
dos informantes. O presente estudo vem sendo desenvolvido desde 2008 e faz
parte de um projeto mais amplo intitulado “Estudos Etnográficos de algumas
Comunidades Pesqueiras do Rio Grande do norte e Vizinhanças”.
Pretendemos discutir questões relacionadas ao que diz o regimento e o
estatuto e o que é realizado de fato para os pescadores e como os pescadores
estão percebendo essa atuação da entidade. Concluímos que a Colônia de
Pesca Z-34 tem com seus associados uma relação assistencialista.
Palavras chave: Colônia de Pesca, Pescador artesanal.
Introdução
Este trabalho apresenta alguns dados sobre as relações entre
pescadores artesanais (Figura 2) e a Colônia de Pesca Z-341 (Figura 3) como
entidade representativa através da compreensão dos valores e a organização
funcional de grupos e suas ações coletivas.
1 Nos documentos consta que a Colônia está funcionando provisoriamente no prédio que, além de ser residência de Maria Ilsa da Silva, atual presidente e de seu esposo Aldenor ex-presidente da Entidade, também funciona um restaurante.
Nossa pesquisa está centrada no Município de São Miguel do Gostoso2
(Figura 1) situado no litoral norte, limitado ao Norte com o Oceano Atlântico, ao
Sul, Touros, ao Leste, o Oceano Atlântico e Touros e ao Oeste, com o
município de Pedra Grande e Parazinho, na microrregião Litoral Nordeste
pertencente à mesorregião Leste Potiguar. De acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), possui uma população municipal de
8.670 habitantes ocupando uma área de 342,45 km² equivalente a 0,65% da
superfície estadual (IDEMA, 2008).
A sede do município dista 102 quilômetros da capital (Natal) do Estado3.
Possui água encanada, energia elétrica, correio, um posto do Banco do Brasil
(caixa eletrônico), posto de saúde, telefones públicos, torres de comunicação
(celular, internet), igrejas (católica e evangélica), escolas (municipal e
estadual), delegacia, hotéis, pousadas e restaurantes.
Figura 1: Rua principal da sede de São Miguel do Gostoso
Fonte: Cláudio Rogério 2009
A comunidade pesca e pratica a agricultura, atividades estas, ainda
voltadas para a subsistência. Além da pesca do peixe e da lagosta, com a
chegada de novos empreendimentos, a implantação do turismo ocasionou
outras oportunidades de ganhos para a população residente.
Identificação do trabalho
Este trabalho faz parte de um projeto mais amplo sobre etnografia da
2 Coordenadas Geográficas: latitude: 5º 07’ 29” Sul longitude: 35º 38’ 21” Oeste
(www.idema.rn.gov.br) 3 Estradas federal (BR 101) e estadual (RN-064)
pesca em São Miguel do Gostoso e outras comunidades4 que iniciou em 2008.
São Miguel do Gostoso tem 18 anos de emancipação5 e a flexibilidade e
o envolvimento com partidos políticos são os meios através dos quais a
população se articula politicamente.
Figura 2: Pescadores conduzindo uma jangada para terra.
Fonte: Cláudio Rogério 2009
A partir da revisão bibliográfica ficou evidente que poucos estudos
sobres as colônias de pesca foram realizados e não existia ainda nenhum
estudo desta natureza realizado em São Miguel do Gostoso. O presente estudo
vem de encontro da necessidade de suprir esta falta de pesquisas sobre as
formas de agrupamentos, associações, colônias e outros de pescadores no
Brasil e na já citada comunidade.
Embora exista também uma Associação de Pescadores6 na sede do
município, o objetivo principal é compreender a forma de organização da
Colônia de Pescadores Z 34, em São Miguel do Gostoso, a partir de seu
processo de fundação até o relacionamento com os órgãos estaduais
4 Projeto intitulado, “Estudos etnográficos de algumas comunidades pesqueiras do Rio Grande do Norte e vizinhanças”. Ainda em andamento 5 Lei de Criação: nº 6.452 Data: 16/07/1993 desmembrado de Touros (IDEMA, 2008) 6 Fornece gelo e a carroça para transporte dos barcos para o mar e vice versa.
(Secretaria de planejamento da pesca e Agricultura, Instituto de
Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente - IDEMA, Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER) e federais (Ministério da
pesca, capitania dos portos e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA). Estes são responsáveis pela pesca -
como também pela a articulação entre a própria Colônia e os componentes da
classe a partir das relações políticas e de poder até onde for efetivado o
exercício da ação pelos agentes da diretoria para com os interesses de
satisfazer a maioria. Entender a convivência entre os pescadores na
participação política de sua unidade de representação na colônia na condição
de presidente, como esse profissional da pesca tem papel fundamental a
desempenhar para o êxito da gestão.
Figura 3: Colônia de Pesca Z-34
Fonte: Cláudio Rogério 2009
O presente estudo consistiu em uma revisão da literatura sobre a
temática e da literatura antropologica. Além dos dados coletados em 2008,
realizamos outros levantamentos de dados através do trabalho de campo
(CICOUREL, 1975) utilizando como instrumento metodológico à etnografia, a
entrevista aberta não estruturada, a máquina fotográfica para o registro de
imagens (COLLIER, 1973), diário de campo e o gravador para registro das
entrevistas. Ao longo de nossa pesquisa, procuramos identificar as relações
entre pescador (em seu meio natural) e sua entidade representativa (Colônia
de Pescadores Z 34) fazendo visitas e entrevistando pescadores, ex-
pescadores, filhos de pescadores, aposentados, presidente da Colônia e ex-
presidente. As observações e notas de campo dão suporte para identificarmos
pontos convergentes e divergentes das falas dos entrevistados7.
Pequeno histórico das Colônias de pesca no Brasil
A pesca no Brasil sempre foi uma atividade econômica rentável, que
interessava a Coroa Portuguesa desde o Brasil Colônia. Como classe oprimida
desde a história do Brasil Colonial, os primeiros pescadores foram os índios.
Posteriormente as técnicas indígenas de pesca juntamente com a dos escravos
e a dos europeus temos o que observamos hoje (SILVA, 1988, 32).
Em 1543, foi criado o dizimo (dez por cento) sobre tudo o que era
produzido no mar. A partir de 1602, a pesca da baleia foi introduzida no Brasil,
ganhando importância econômica e rendendo muitos dividendos a Portugal, tal
era sua importância. O monopólio sobre essa pesca só terminou em 1803.
Até então não se fala em organização de pescadores em associações,
agrupamentos ou em colônias. Essas atitudes da Coroa Portuguesa tinham
conseqüências diretas sobre os pescadores. A introdução do dízimo e o
monopólio do sal e da pesca da baleia eram formas de alijar definitivamente os
pescadores brasileiros, para introduzir pescadores portugueses. Diante disso,
os pescadores brasileiros vão encontrar formas específicas de reação que
embora ainda não sejam formas maduras organizadas ou coletivas, são formas
simples de pressão, como por exemplo, o funcionamento de salinas
clandestinas e o transporte de sal na calada da noite, para abastecer as vilas e
povoados.
Essas pressões aos pescadores começaram a gerar um clima de tensão
entre eles. Em virtude disto, a Coroa Portuguesa tomou providências
“elegendo” um “um rei pescador” ou um “cabo”, entre os pescadores, que tinha
a função de inspecionar a produção, controlar os pescadores, manter a ordem
e o cumprimento das normas.
A primeira tentativa de organizar os pescadores em Colônias de pesca
foi do Rei de Portugal. No dia 18 de março de 1817, por decreto de Dom João
VI, foi fundada a primeira Colônia de Pesca no Brasil, na região de Santa
Catarina. Denominada Nova Ericeira. Em 1919 existiam 101 fundadores que
7 Para este trabalho, decorrido no ano de 2011, entrevistamos 15 informantes: 06 pescadores,
04, ex - pescadores, ex -presidente da colônia de pesca, a atual presidente da colônia, 03 filhos de ex-pescadores. As visitas ocorreram em dias alternados, indo ao campo e retornando no mesmo dia.
sobreviviam unicamente da pesca. Foram equipadas com direitos sociais e
amparadas pelo Estado diante das normas estabelecidas nas leis de amparo e
produção. (SILVA, 1988, 32).
Sob o controle e dominação política de órgãos governamentais, ainda
de acordo com Silva (1988), com a criação da Capitania dos Portos em 1846,
aconteceram as primeiras matriculas dos que praticavam a pescaria. Com as
melhorias no modo de produção agrícola e os movimentos dos trabalhadores
que reivindicavam seus direitos na década de 1980, a comunidade camponesa
de pescadores artesanais (MILLER 1988 e MILLER JR, 1988) também ficou
amparada ao longo da costa litorânea.
As comunidades de pesca passaram a ter o apoio do Ministério da
Agricultura e confederação Nacional dos Pescadores. A SUDEPE
(Superintendência do Desenvolvimento da Pesca), infelizmente, de acordo com
Miller Jr. (1988) não foi adequada à situação própria da vida do pescador
artesanal. Assim, após a nova Constituição de 1988, aconteceram avanços na
organização das Colônias em relação aos pescadores artesanais.
De acordo com Maldonado (1986:47), os pescadores se agrupam em
três instâncias associativas, que constituem a sua representação profissional:
As colônias, as federações e a Confederação Nacional dos Pescadores. Como
já afirmamos, para a finalidade deste artigo trataremos apenas da colônia de
pescadores da comunidade de São Miguel do Gostoso.
Criação, implantação e a estrutura da Colônia de Pe scadores Z-34 na
visão dos informantes.
Antes da emancipação do município e da fundação da colônia de pesca,
a comunidade que de acordo com a história oral era considerada muito carente
tinha medo de se reunir (seja na colônia ou escola para assuntos sobre a
pesca) por ser algo ainda desconhecido e novo para a população. Por não ter
consciência de seus direitos trabalhistas, muitos não possuíam documentos.
Sensibilizado, o Sr. Aldenor Luiz da França, natural de Areia Branca/RN,
filho de pescadores que tinha conhecimento das leis administrativas juntamente
com o apoio do Sr. Lulu (liderança nativa) tiveram a ideia de implantar uma
colônia de pesca para organizar os pescadores de modo que os mesmo
pudessem reivindicar seus direitos. Para a instituição da citada instancia
associativa necessitava-se de um endereço para a instalação. A colônia foi
instalada inicialmente numa pequena casa de Taipa. De acordo com o Sr.
Aldenor nesta época todas as embarcações eram Jangadas, não existindo
barco a motor. O informante afirma que convivia com a carência,
incompreensão e desunião dos pescadores. Assim, resolveu formar uma
comissão com o apoio do SINE (Sistema Nacional de Emprego) e IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) já
que para instituir uma colônia de pesca precisaria de um número mínimo de
associados. Alguns pescadores aos poucos foram se aproximando, mesmo
com receio, pois, diziam que para ser pescador não precisavam de
documentos.
De acordo com o Sr. Aldenor (ex-presidente) logo veio à autorização
para abrir uma instituição que representasse a classe, visto que por trás existia
uma situação particular do pescador e sua renda familiar.
Com a obrigação imposta pelos órgãos para cadastramento, os
pescadores traziam os documentos, a maioria não assinava, usavam a digital.
Quando tudo era providenciado, o IBAMA8 imediatamente autorizava com o
objetivo principal de beneficiar a pequena classe dos pescadores artesanais
(figura 4). Já o projeto do PAPP9 (Programa de Apoio ao Pequeno Produtor)
para fundação da Colônia não foi concluído na administração política da época.
Já com uma pequena casa para suas instalações e um número mínimo
de associados, a Colônia10 de Pesca Z-34 que é uma entidade comunitária de
direito privado sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública foi
criada.
Fundada em 29 de setembro de 1995 com devida autorização de
Brasília, sendo no dia 08 de Maio 199611, no primeiro ofício de Notas de
Touros/RN, o registro em cartório com 116 pessoas cadastradas na Colônia.
8 As licenças foram emitidas pelo IBAMA por ter autonomia administrativa. O apoio às
emergências ambientais; a elaboração e o estabelecimento de critérios para a gestão do uso dos recursos faunísticos, pesqueiros entre outros. 9 Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural do Nordeste (PAPP) é um programa de
desenvolvimento rural, que conta com o Banco Mundial (BIRD).Fonte estadual de recursos. As propostas dos projetos tem que ser aprovada por assembleia. Ver: http://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/viewFile/125/127 10
A Colônia Z-34 localizada na Avenida Enseada das Baleias, 194, bairro praia de Maceió, na cidade de São Miguel do Gostoso-RN 11
Fundada em 29 de setembro de 1995, a Colônia de Pescadores Z-34 – José Floriano da Silva de São Miguel do Gostoso/RN atua a mais de 15 anos, Reg. Nº 1º Oficio de Notas de Touros/RN, Reg. no MTB sob nº de Cód.: 24203416000, Reg.: no M.F. sob nº CNPJ .:
Figura 4: implantação da colônia Z – 34 com presença de alguns associados
Fonte: site: http://www.minhacomunidade.net/pesca/coloniaz34.htm
Neste dia, entre pescadores e principais representantes, deu-se início o
cadastramento principal.
O Pescador de nome Lulu afirma que, o incentivo para a fundação da
Colônia foi ideia dele, mas, estiveram juntos somente alguns anos depois da
fundação por motivos não explicados. O Sr. Lulu que é de um partido político
diferente do partido do ex-presidente da Colônia de pesca, afirma ainda que o
presidente da entidade deveria ser um pescador da comunidade.
Antes da emancipação do munícipio todos os cadastramentos
aconteciam no município vizinho, Touros (Colônia de Pesca Z – 2).
A prefeitura doou um terreno para a construção das instalações da
Colônia de pesca de São Miguel do Gostoso, mas com a mudança de prefeito
e as brigas políticas, hoje, existe uma pousada construída no terreno que está
com processo jurídico em andamento impetrado pelo presidente da Colônia
para reapropriação do terreno para a construção de uma sede própria. A atual
presidente da Colônia de pesca Sr.ª Maria Ilza, (esposa do ex-presidente da
entidade) trabalha em conjunto e com o apoio dos órgãos do Estado
(Secretaria de planejamento da pesca e Agricultura, IDEMA, EMATER) e
Federal (Capitania dos Portos, Ministério da Fazenda, Ministério do Trabalho,
ITEP, Ministério da Previdência Social e Ministério da Pesca).
A criação da entidade de pesca se deu em meio a tensões e em virtude
disto, o numero de pescadores associados na Colônia de pesca Z34 era pouco
para o tamanho do município. De acordo com o Sr. Aldenor, primeiro
presidente da entidade, convivia ainda com problemas dos pescadores da
01.693.439.000100. Sendo assim reconhecida de Utilidade Publica Estadual conforme Lei nº 7.207 de 19 de maio de 1998.
comunidade que desejavam continuar cadastrado no município vizinho.
Quando a comunidade soube que a Colônia providenciava médico e
aposentadorias, foi então que aumentou o número de associados que chegou a
220 cadastrados. Todo o funcionamento era explicado à população e todos
entenderam que teriam que pagar a colônia 2% do salário.
As mulheres quase não eram mencionadas na formação da Colônia –
Z34 A participação feminina aconteceu a partir de 1999 com atividade de
marisqueiras. De acordo com Ilza, a atual presidente, com a colônia em pleno
funcionamento, a presença das mulheres enquanto pescadoras cadastradas
cresceu, ou seja, fortaleceu para a estatística do número de associados mesmo
elas sendo ainda em proporção menor em relação aos homens. Acolheram
adolescentes gestantes, filha de pescadores que procuravam a colônia em
virtude do seguro maternidade, já que só teriam tal direito se estivessem
cadastradas como pescadoras.
O Sr. Aldenor explica que após o cadastramento, os pescadores se
direcionam para Natal/RN para fazer o Cadastro Específico do INSS - CEI e o
Número de Inscrição do Trabalhador - NIT no Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS para ter o vínculo empregatício. Na mesma ficha, contem as
mesmas informações do cadastro da Colônia (nome, números de identidade e
CPF, Carteira de Trabalho, e outros). Os pescadores trazem uma cópia para a
Colônia e ficam com outra. No ministério da Pesca pagará para obter a carteira
de pescador.
Cabe ao presidente da Colônia, cumprir e fazer cumprir as
determinações do estatuto, convocar e presidir reuniões, contratar, demitir,
admitir, fixar salários e empregados12; baixar portaria, indicar sócios ou
diretores para coordenar e colaborar com o bom desempenho da Colônia Z-34
e associados; a Colônia poderá manter convênios com entidades públicas ou
privadas. Tudo é repassado à população como forma deles acreditarem que
quem faz as regras não é o presidente da Colônia, mas o Estado que permite
que sejam organizadas suas instituições que tem relações diretas com pessoas
carentes, necessitadas, sem grau de estudo e que tem dificuldades de
compreender como funciona a Colônia de Pesca.
12
Hoje, a Colônia de Pescadores Z-34 não conta mais com os representantes funcionários porque eles conseguiram vínculos empregatícios com outros órgãos. O primeiro presidente e fundador (ex-presidente, Aldenor), teve seu cargo até abril de 2004, repassando a sua esposa, Maria Ilza da silva, filha de pescador, teve sua nomeação em cartório no dia 24 de Julho de 2006, mas continua a frente de alguns eventos juntamente com a presidente.
Sem leis na Colônia, diz o Sr. Aldenor, não tem como levar adiante a
entidade. Tudo que acontece é repassado aos seus sócios, os direitos aos
cadastrados, de acordo com as leis trabalhistas e da pesca.
O Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA vem incentivando o
desenvolvimento da maricultura (cultivo de ostras, algas e peixes do mar) de
forma sustentável e participativa em benefício dos pescadores.
No dia 02/12/2011, foram reunidos pescadores e pescadoras sob a
coordenação do Instituto de Ciência do Mar (Labomar) e a UFRN junto a
entidades do Ceará com a realização do Governo Federal para orientação de
uma nova tecnologia para a criação de peixes em São Miguel do Gostoso.
O interesse da Colônia é a presença do Pescador em suas
dependências com a finalidade uma maior unidade e que eles sejam mais
participativos para atendê-los no que fosse preciso e contribuir para a melhoria
da Colônia. Atualmente, estão cadastrados 480 pescadores entre homens e
mulheres13. De acordo com os dados da Colônia existem atualmente 61
embarcações cadastradas na entidade, incluindo barco a motor e jangadas à
vela e com motor.
Deveres da colônia Z 34
O Regimento Interno da Colônia de Pesca Z-34, estabelece como
obrigação normas com vistas ao bom funcionamento de todas as atividades de
caráter social e produtivo desenvolvido pela citada entidade.
A seguir faremos uma exposição das atribuições do Regimento e do
Estatuto da Colônia de pesca Z34 para realizar uma discussão sobre o que
está no papel e o que realmente está sendo cumprido.
De acordo com o Regimento é preciso manter o registro de todas as
atividades relacionadas á pesca, prestando contas à diretoria da Colônia,
realizar balancetes mensais e anuais das atividades pesqueiras; apoiar o
abastecimento das embarcações; receber a produção, pesar e classificar o
pescado; comprar pescado a terceiros quando necessário. Fazer o controle da
tesouraria e contabilidade, do pessoal cadastrado, do patrimônio e pagamento
de obrigações. Promover a capacitação dos pescadores e funcionários. Fazer
propaganda, administrar a atividade pesqueira, decidir e deliberar normas que
beneficiem a classe de pescadores e a Colônia. Participar das reuniões e
13
Dados de 2011 de acordo com Aldenor (ex-presidente da colônia de pesca Z-34)
assembleias do conselho administrativo e fiscal; edital de convocação, ter livro
de registros, ata de presença e assuntos tratados, decisões tomadas dos
membros de reunião. O desvio de produção poderá ser denunciado por
qualquer sócio ou funcionário da Colônia.
No estatuto reza que, a Colônia de Pescadores Z 34, tem a obrigação de
promover atividades que estimulem a produção e o consumo de pescado, o
treinamento e a qualificação profissional; representar e defender os direitos dos
pescadores e pescadoras e os assemelhados (no caso o que antes era as
chamadas marisqueiras e as que atuam na fabricação e manutenção de
apetrechos de pescas) a pesca artesanal, desde que exerçam suas atividades,
de pesca artesanal comprovando perante e facilitando o trabalho da Colônia
para que sejam reivindicados direitos junto aos órgãos Federal e Estadual,
Municipais e Privados. Promover assistência médica hospitalar e odontológica
aos sócios e seus familiares devidamente quites em suas obrigações sociais;
promover atividades educacionais e sociais, recreativas e fazer os preparativos
para festejar a festa do Padroeiro que é São Pedro no dia 29/06. Este evento é
organizado pela diretoria da Colônia com o apoio da igreja católica, da
capitânia dos Portos do RN e dos proprietários de embarcações, pescadores e
pescadoras, sendo fiscalizados sob a orientação e normalização dos órgãos
competentes.
Poderão associar-se profissionais da pesca artesanal e (engenheiros da
pesca), os proprietários de embarcações cadastrados nos órgãos competentes;
confeccionadores de apetrechos de pesca de qualquer espécie assemelhados
a pesca artesanal e catadores de algas marinhas, os que auxiliam na praia ou
lagos, lagoas, catraias, cesteiros, calões, calafetes mecânicos, tarrafeiros,
pindauba, auxilio a arrasto de três malhos, mangote, pescadores de siri,
maricultures produtores das confecções de manuais ou covos, reparos
realizados em embarcações de pequeno porte e processador do produto da
pesca artesanal e no transporte do pescado; sócios beneméritos, aqueles que
por livre e espontânea vontade queiram colaborar com os trabalhos da Colônia
de Pescadores Z 34. Podem também se associar pessoas que pescam por
lazer, mas sem direito a voto.
Todos os sócios terão reconhecimento das entidades desse país e
ficarão obrigados a cumprirem as normas do estatuto, convocações e assuntos
de reuniões diante das representações em Ata. Como sócios os pescadores
têm direito de gozar dos benefícios e prerrogativas que lhes são atribuídas por
lei e têm como obrigação participar de todas as assembleias convocadas pelo
presidente.
A visão dos pescadores sobre a atuação da Colônia Z -34
Os pescadores associados à Colônia de Pesca Z-34 afirmam que a
Colônia trouxe benefícios. Já aqueles os pescadores da comunidade
vinculados à Colônia de pesca de Touros, município vizinho, preferem não
comentar nada por serem contra a administração da Colônia de Pescadores
Z34.
Diferente do Regimento, o estatuto permite alterações, que possibilitam
ao próprio presidente da entidade adequar os artigos às necessidades de
acordo com a realidade do Município de São Miguel do Gostoso. Assim, a
Colônia adquiriu poderes e com ela o presidente para deliberar o que achar
melhor para a categoria. Com essa abertura, a Colônia de Pescadores Z 34 se
beneficiou e terá suas melhorias ampliadas quando passar para sindicato - um
órgão de classe de acordo com a lei 1959, de 29 de Junho de 2009 - mantendo
vínculos com mais apoio dos órgãos (Ministério do Trabalho e Emprego,
Ministério da Pesca e de Aquicultura - MPA, Capitania dos Portos do Estado do
Rio Grande do Norte, Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA)
prevalecendo à subordinação ao Estado, este que tem poderes de deliberação
na administração da colônia de Pesca e a fiscalização respectivamente.
De modo geral, a legitimação depende de variados elementos para se
constituir. A atuação da entidade (Colônia Z – 34) pode ser considerada um
desses casos. Com as decisões que possibilitam definir suas ações, exerce
poder através das adequações do estatuto para serem estabelecidos por um
grupo social, daí, a necessidade de legitimação. Balandier (1969), fala que
sempre haverá relações desiguais entre indivíduos quando há um poder
instaurado em diferentes papéis políticos. Este poder em Balandier legitima a
perspectiva analisada. No caso aqui analisado em São Miguel do Gostoso, o
presidente tem um poder legitimado para estabelecer as regras da instituição
perante o conhecimento coletivo como sendo algo natural e que os indivíduos
passem a contatar como aceitáveis.
Esses poderes que o presidente legitima pela sua total participação na
colônia serão sempre acatados pela diretoria (caso exista) e pela própria classe
dos pescadores desde que constem as assinaturas em livro de presença em
reuniões para acordos internos.
A maioria dos associados pescadores não tem conhecimento sobre a
legislação da pesca, ou não procuram saber o que faz uma Colônia de pesca.
Em virtude disto, diz o Sr. Antenor, tudo é feito em reuniões para
esclarecimentos com posterior assinatura para que seja registrado em ATA e
em cartórios. Tudo é administrado corretamente com fins de assegurar a
veracidade do funcionamento da colônia e para evitar reivindicações políticas
contra a Colônia de Pescadores Z-34.
Maldonado (1986), diz que as Associações dos Pescadores e as Colônias
deveriam neutralizar pressões de pessoas com poder econômico, político e
militar, e serem independentes, mas os pescadores em geral, são obrigados a
se cadastrarem, se associarem para terem vínculos e obrigações.
A liberdade de serem pescadores livres acarreta discussões (sociais,
políticas e econômicas) à cerca do controle da Colônia de Pescadores Z-34.
A Associação dos Pescadores e a Colônia de pesca de São Miguel do
Gostoso são administradas14 por pessoas que não são ligadas diretamente a
pesca. Nessa visão subjetiva dos pescadores, nesse processo de legitimação,
transcende as diferenças de relações que existem na comunidade estudada.
De modo perceptível, existem dois grupos de pescadores que divergem
em relação à administração da Colônia na comunidade. De um lado a não
aceitação de um representante que não seja um pescador com experiência na
pesca tende a desmotivar15 os interesses da classe; do outro lado, há quem
diga que a colônia é bem representada na gestão presente. Dentre estes,
alguns cadastrados em touros (Colônia Z- 2).
Os pescadores cadastrados admitem que os presidentes das Colônias
não sendo pescadores, com conhecimento de pesca ou do manejo da pesca
não têm condições de representar e atender verdadeiramente os desejos e
14
As duas entidades foram constituídas para tentar amenizar as dificuldades do pescador em geral. 15 “Motivos de não pagamento do seguro desemprego, projetos adequados para a pesca e por motivos estruturais do ambiente (por ser uma residência)”.
anseios da categoria. Isso possivelmente pode explicar a falta de articulação
política entre os pescadores e a Colônia Z-34. Isto se reflete na não aceitação
das leis, dos métodos e advertências que ela por ser uma entidade
representativa tem como meio de controle do município a serviço de uma
“estrutura social” que não é mantida somente pelas “tradições” (Balandier,
1969, p. 167), mas constituída no intuito de amenizar as dificuldades do
pescador artesanal. Já o outro grupo, os que defendem a atuação atual da
colônia, apoia a administração assumindo que, “somente com o conhecimento
sobre as leis e sendo alfabetizado é possível atender bem as necessidades dos
pescadores”.
De acordo com o ex-presidente da Colônia, os pescadores não têm
interesse em aprender o Estatuto e o Regimento Interno para saber quais são
seus direitos e deveres. Afirma o informante que para serem mais atuantes no
que diz respeito à administração da entidade como sócios é preciso que
tenham consciência de seus direitos e deveres para cumprir com total
reparação as normas que o Estado estabelece quando o insere numa categoria
de trabalhador Pescador que recebe o salário, aposentadoria, auxílios, cursos
e projetos.
A partir da analise do Regimento e do Estatuto juntamente com o
conteúdo das entrevistas dos pescadores, fica claro que a entidade tem
implementado e atendido questões relacionadas aos direitos trabalhistas, como
tem apoiado também na promoção de cursos e projetos direcionados á pesca,
mas, não à conscientização política. Por exemplo, no Regimento reza que a
colônia teria que dar total apoio a comercialização do produto (peixe), no
entanto, por falta de apoio federal isto não está sendo feito. Diferente do que
aconteceu em Pernambuco, a Extensão Pesqueira (Projeto Prorenda Rural –
PE) junto a Colônia de Pescadores de Ponta de Pedra Z-3, ajudou nos
benefícios e na comercialização do pescado para gerar emprego (SOUZA e
SILVA, 2002).
Existem pescadores que possuem mais de um barco e que levam a
produção direto para passar para os atravessadores (MILLER Jr. 1988) ou
mesmo comercializar em casa. Em Barra de Tabatinga atravessadores
recebem o nome de “Pombeiro” (MILLER, 2002: 85). É de saber que, o
pescador enquanto camponês, produtor de mercadoria, encontra-se
dependente em relação ao mercado consumidor (MORAES, 1994).
A partir dessas eventualidades pode-se entender a dificuldade que a
colônia Z-34 tem em controlar a produção, mesmo com as possibilidades
oferecidas pelo Estado. Já a implantação de projetos, como é o caso da
Maricultura16 que está sendo implantado, é um meio mais rápido de obter renda
e gerar emprego, principalmente para as pescadoras. De acordo com Neto
(1988), a implantação da Maricultura pode ser uma alternativa econômica para
Pescadores Artesanais por ser de baixo custo.
O Ministério da Pesca cobra direitos e deveres da Colônia. Há interesses
que nessa troca de informações, se estabeleçam o funcionamento de acordo
principalmente com as regras federais. Uma das exigências do órgão para os
próximos anos será o recadastramento dos pescadores para regularizar as
carteirinhas de pescador e para que os associados paguem INSS para a
licença como pescador.
A transformação de São Miguel do Gostoso em um Município
independente de Touros acarretou profundas mudanças na sociedade além da
implantação da imagem da comunidade como local turístico. Miller (2002)
constatou que em Barra de Tabatinga no litoral sul, comunidade oposta a São
Miguel do Gostoso, ao norte, mesmo com as mudanças ocorridas, tais como a
abertura de estradas, entrada de veranistas, intensa especulação imobiliária, e
outros fatores, ainda existe uma relação direta do pescador com a terra e com
o mar (costumes, bens, cultura).
Os interesses das comunidades que tem atrativos turísticos são de
crescimento e o estabelecimento das famílias na região através de novos
meios de subsistência. Nessa perspectiva histórica de mudança social, a
Antropologia (COPANS, 1981) explica que a política na estrutura de uma
formação social e na história, se reflete e se condensa nas contradições de
uma formação. As competições e lutas entre grupos (econômico, religioso ou
político), ocorrem principalmente a partir da divisão do trabalho e estabelecem
desigualdades entre os indivíduos e os grupos. A relação dos pescadores com
a entidade representativa (Colônia de Pescadores Z-34) e como esfera pública
se estabelece a partir de como ela se insere na comunidade.
Um elemento que merece destaque, no que cabe ao processo de
encaminhamento das demandas da categoria, é o poder. A colônia Z-34 foi 16
Cultivo de algas agarófitas por processo artesanal (Neto, 1988)
formada dentro de uma trajetória política. Após sua emancipação de Touros,
poucos foram os diálogos que estimularam os pescadores a ocuparem o cargo
de presidente ou outra função. De acordo com Copans (1981), essas
manifestações da ideologia como política ou como instrumento do político pode
atingir uma dimensão psicológica. A sociedade de São Miguel do Gostoso,
assim como outras comunidades camponesas, interiorizam os aspectos
políticos da sua cultura e os “exteriorizam em comportamentos explicitamente
políticos” (COPANS, 1981:180).
Considerações finais
O objetivo deste trabalho foi de realizar um estudo sobre as relações que
existem entre a Colônia de pesca e a classe de pescadores de são Miguel do
Gostoso/RN, comunidade esta emancipada ha 18 anos do Município de
Touros/RN.
O primeiro passo do trabalho foi identificar, através dos estudos da
literatura antropológica, da metodologia de campo aplicada, os fatores
relevantes para identificar as possíveis atuações da classe dos pescadores e
sua entidade representativa naquele momento, ainda em transformação.
Foram entrevistados dentre eles, o ex-presidente e fundador da colônia
Z – 34, a atual presidente e pescadores associados e não associados para
fornecer suporte aos resultados.
Com as diferentes atuações e participações entre a colônia e os
pescadores, dialogamos sobre as discussões do Regimento e do Estatuto em
conformidade com o poder e a legitimação que os administradores adquirem
para manterem relações com a classe cadastrada na entidade.
A partir dos dados analisados, há um forte diálogo sobre quem é contra
ou a favor das adequações e regras que a colônia tem em seu poder. Mesmo
com essa troca de ideias entre estes, a norma do Estado é que permaneçam
ligados para manterem vínculos de Pescadores para receberem seus direitos.
A colônia Z – 34 apoia a todos os associados (pescadores e
pescadoras) cadastrados em relação aos direitos trabalhistas (aposentadoria,
seguro desemprego, etc) além de incentivar formação na área da pesca
através de cursos e projetos para a capacitação dos pescadores.
Concluímos que a colônia representa e atua no auxílio ao pescador.
Atuando como entidade gestora, apoia o segurado social, se organiza como
unidade de representação com o objetivo de dar aos associados (pescadores,
pescadoras e ex-pescadores) uma identidade coletiva. Entre vários parceiros e
adversários, tenta tornar público e consciente que há leis, deveres e direitos
para que haja uma regulamentação explicita aos fundamentos de sua
legitimidade frente à população civil de acordo com as implantações de leis do
Estado. Mesmo que se firme como entidade digna e social haverá a
desaprovação por parte de associados, ou não.
Diante dos processos de implantação da colônia de pesca Z – 34 que
causou a separação de uma parte dos pescadores seja por falta de
conhecimento, subordinação política, ou outro, a classe de pescadores está
incluída nas leis do governo como sócios e participando dos mesmos
interesses individuais e do Estado. A presente pesquisa ainda está em
andamento, mas o que observamos é que a Colônia de Pescadores Z-34 vem
desenvolvendo uma relação assistencialista, ajudando os pescadores de forma
pontual no intuito de fortalecer a categoria dos pescadores em suas
necessidades mais básicas, o salário e a saúde.
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