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CADERNO DE TESES ASSIBGESN PATY DO ALFERES | RIO DE JANEIRO Lutamos, construímos, fazemos história. sonhar criticar pensar VI ENAAP E N NCONTRO ACIONAL A , A DE POSENTADOS POSENTANDOS P E ENSIONISTAS XI CONGRESSO NACIONAL DA ASSIBGE-SN | 15 A 19 DE JUNH0 DE 2015 | 12 A 15 DE JUNH0 DE 2015

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Caderno de Teses do XI CN - ASSIBGE- SINDICATO NACIONAL, contendo Tese de José Joaquim S. F. (págs. 10 a 15) sobre direitos e espaço sindical dos APMs-Temporários: "DIGNIDADE AOS APMS-TEMPORÁRIOS [Tanto no IBGE como na ASSIBGE]".

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CADERNO DE TESES

ASSIBGE‐ SN

PATY DO ALFERES | RIO DE JANEIRO

Lutamos, construímos, fazemos história.

sonhar

criticar

pensar

VI ENAAP E N NCONTRO ACIONAL A , A DE POSENTADOS POSENTANDOS

PE ENSIONISTAS

XI CONGRESSO NACIONALDA ASSIBGE-SN | 15 A 19 DE JUNH0 DE 2015

| 12 A 15 DE JUNH0 DE 2015

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ÍNDICE DAS TESES

TESE “MEIA IGUALDADE DIVIDE A NOSSA CLASSE” ........................................................ 3

CONTRIBUIÇÃO À TESE “MEIA UNIDADE DIVIDE A NOSSA CLASSE” ............................... 8

DIGNIDADE AOS APMs - TEMPORÁRIOS (TANTO NO IBGE COMO NA ASSIBGE) ............. 10

SUGESTÕES À ASSIBGE-SN SOBRE TEMAS DIVERSOS .................................................. 15

NÚCLEO SINDICAL DO RIO GRANDE DO NORTE .............................................................. 15

TESE DO COLETIVO “SINDICATO É PRA LUTAR” ............................................................. 16

CONTRIBUIÇÃO À TESE DO COLETIVO “SINDICATO É PRA LUTAR” ................................ 25

TESE “POR UM SINDICATO DEMOCRÁTICO E DE LUTA” .................................................. 26

Regimento interno do VI ENAAP ...................................................................................... 35

Regimento interno do XI CONGRESSO NACIONAL ........................................................... 36

Estatauto da ASSIBGE-SINDICATO NACIONAL ................................................................. 39

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ASSIBGE-SN • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • CADERNO DE TESES 3

IntroduçãoA presente tese sintetiza reflexões

críticas sobre os rumos do movimentosindical ibgeano. Para isso, avaliamosbrevemente a situação do Brasil e domundo, de modo a destacar as princi-pais tendências e as prováveis circuns-tâncias que envolverão o futuro da ca-tegoria e da classe trabalhadora. Fize-mos algumas observações sociológi-cas iniciais sobre a mudança de perfilda categoria, com crescente proporçãode contratados temporários e terceiri-zados, e impactos ideológicos.

Dedicamos atenção ao balanço domovimento sindical ibgeano nos últimostempos, incluídas as duas últimas gre-ves, para jogar luz sobre a equivocadaestratégia corporativista adotada peladireção da Assibge-SN. Dessa forma,esperamos contribuir para que a cate-goria assuma uma estratégia verdadei-ramente classista, não apenas em pa-lavras, defendendo a efetivação dos fun-cionários contratados e terceirizados.

Conjuntura InternacionalA situação internacional segue mar-

cada por incertezas. Na economia, se-gundo o Boletim de Conjuntura do DI-EESE,

"(...) o cenário internacional paraeste ano não é muito favorável, mes-mo considerando a retomada do cres-cimento da economia norte-americana.No âmbito do Mercosul, nosso princi-pal parceiro comercial, a Argentina,enfrenta grave crise cambial e baixocrescimento econômico. A União Euro-peia ainda patina e a economia do blo-co não consegue deslanchar, o mes-mo ocorrendo com o Japão. A Chinacontinua crescendo, mas em velocida-de reduzida. Isso tudo dentro de umquadro de valorização do dólar e que-da nos preços dos produtos primários(commodities), prejudicando as econo-mias emergentes (Brasil inclusive), poisos preços dos produtos que exportamestão em declínio e as importações, emdólar, vão ficando mais caras, o quedificulta o equilíbrio externo dessespaíses." (Boletim de Conjuntura nº 2,março 2015, DIEESE).

Há que destacar a forte dependên-cia brasileira das exportações de com-modities, principalmente agrícolas, mastambém minerais - o que torna a estabi-lidade econômica ainda bastante sus-

cetível à demanda externa, principal-mente a chinesa e a estadunidense.

O contexto de desaceleração eco-nômica mundial tende a promover duasdinâmicas de enfrentamento, uma en-tre as burguesias no geral contra assuas classes trabalhadoras e popula-res (buscando aumento de produtivida-de, redução de custos, direitos e gas-tos públicos); e outra de disputa entreos Estados e respectivas burguesiasnacionais por superávits comerciais,que no referido contexto poderá exa-cerbar protecionismos, além de outrosdesdobramentos que veremos a seguir.

Em termos geopolíticos de longoprazo, deve-se acompanhar o proces-so de tensionamento entre a hegemo-nia estadunidense e atores que buscamconfigurar a ordem internacional embases multipolares. Hoje, nota-se maisfacilmente a emergente potência chi-nesa, além de atores regionais de me-nor peso econômico como a Rússia eÍndia (integrantes dos BRICS, junto aBrasil e África do Sul). A União Euro-peia, grosso modo, tem se mantido ali-ada aos EUA, mas com a contradiçãode serem "sócios menores" da econo-mia mundial. Um cenário de crise eco-nômica e social poderia levar ao acir-ramento de divergências entre as po-tências ocidentais lançando novas va-riáveis na situação mundial. Em suma,o status quo é mantido pelas potênciasapenas enquanto for possível e conve-niente, um próximo episódio de criseeconômica de grande magnitude pode-ria desencadear mudanças de estraté-gias em direção a maiores disputas,tensões e incertezas - cenário que osgovernantes astutamente tentam evitarou postergar.

Porém, ainda que hoje não haja guer-ras de fato entre Estados, não se podeafirmar que o mundo está em paz. Há12 conflitos armados em curso com maisde 1000 mortes por ano e 33 outros commenor letalidade, segundo "Lista de con-flitos em curso", na Wikipédia, maio/2015. A maior parte deles na África, se-guida pela Ásia. América do Norte (Mé-xico), Europa (Ucrânia, Turquia) e Oce-ania também figuram nessa lista. Outrafonte, com mais credibilidade acadêmi-ca, mostra resultados parecidos. Segun-do a lista do professor Joshua S. Golds-tein, baseada no "Programa de Dadossobre Conflitos" da Universidade de

TESE “MEIA IGUALDADE DIVIDE A NOSSA CLASSE”

Uppsala, Suécia, temos em curso hoje10 guerras (1000 mortes/ano ou mais),8 conflitos sérios (200 a 999 mortes/ano)e 14 outros conflitos menos letais. Utili-zando metodologia diferente, inclui osEUA pela "guerra ao terror", mas excluiMéxico por se tratar de mortes ligadasao narcotráfico. Cabe mencionar o pro-cesso de desmantelamento da Palesti-na promovido por Israel, assim como di-versos tensionamentos étnicos e religi-osos.

Assim, a perspectiva de diminuiçãode crescimento econômico - considera-da muito provável, segundo analistas daOrganização Internacional do Trabalho(OIT-ONU) e do Departamento Intersin-dical de Estatísticas e Estudos Socioe-conômicos (DIEESE) -, se confirmada,tornará ainda mais delicada a situaçãopolítica e social mundo afora e poderámotorizar de fenômenos nefastos quehoje já podem ser vistos nos noticiários.A seguir, trechos do relatório "Perspec-tivas Sociais e do Emprego no Mundo",OIT, Janeiro/2015, tradução livre:

"A economia mundial continua a seexpandir a taxas bem abaixo das ten-dências que precederam o início dacrise global de 2008 e está incapaz defechar as significativas lacunas sociaise de emprego que emergiram. O desa-fio de trazer o desemprego e o subem-prego de volta a níveis pré-crise agoraparece uma tarefa tão assustadoracomo nunca, com consideráveis riscossocais e econômicos associados aessa situação(...).

Em muitas economias avançadas,onde as desigualdades historicamentetêm sido bem menores que nos paísesem desenvolvimento, a desigualdadede renda piorou rapidamente no perío-do pós-crise e em alguns casos estãose aproximando de níveis observadosem algumas economias emergentes.Nas economias emergentes e em de-senvolvimento, onde as desigualdadesem geral tipicamente caíram, os níveiscontinuam altos e o ritmo de melhoradiminuiu consideravelmente (…).

As crescentes desigualdades tam-bém minaram a confiança nos gover-nos, com algumas exceções. A confi-ança no governo tem declinado demodo particularmente rápido em paísesdo Oriente Médio e Norte da África, mastambém em economias avançadas, noleste asiático e América Latina.

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Quedas de tal magnitude, em parti-cular se acompanharem rendas estag-nadas ou declinantes, podem contribuirpara inquietações sociais. O relatórioestima que a inquietação social incre-mentou-se gradativamente desde en-tão. Países enfrentando desempregoda juventude elevado ou em rápidoaumento estão especialmente vulnerá-veis a inquietações sociais".

Um provável novo episódio de cri-se econômica deve fomentar instabili-dade social, agravando cada vez maisas ondas migratórias, principalmente,em direção aos países desenvolvidos.Estes, por sua vez, já têm endurecidoas restrições imigratórias e o farão cadavez mais, intensificando a crise huma-nitária de refugiados e potencialmenteensejando discursos reacionários na-cionalistas. Paralelamente a esse pro-cesso, o fundamentalismo religioso en-contraria cada vez mais bases paracrescer, sobretudo diante da debilida-de das organizações políticas e sindi-cais da esquerda.

Essa debilidade resulta de sucessi-vas desilusões com os projetos quepretenderam defender a classe traba-lhadora, com destaque para a burocra-tização das revoluções socialistas ocor-ridas no século passado, mas abran-gendo também das organizações sin-dicais e partidos políticos, por exemploo PT e a CUT, no Brasil, além de váriospartidos "socialistas" pelo mundo queabandonaram a perspectiva de supe-ração do capitalismo em troca de umlugar privilegiado nele.

Conjuntura NacionalOs reflexos da situação internacio-

nal estão sendo cada vez mais senti-dos pela população. A patronal, por seuturno, já contabiliza queda em diversasatividades econômicas, combinando odesaquecimento das demandas inter-na e externa com crise hídrica no Nor-deste e Sudeste, que impactou tambéma capacidade de geração de energiahidrelétrica, elevando os preços daenergia e ampliando a participação defontes não renováveis na matriz ener-gética nacional.

Ao contrário dos discursos eleitorais,o Governo Dilma iniciou seu mandatopreparando o país para a política de"ajustes fiscais", em contexto de desa-quecimento econômico e demissõescomeçando a pipocar. Tais ajustes bus-cam sanar as contas públicas, semquestionar os principais ralos de recur-sos públicos, como o pagamento dadívida e respectivos juros, isenções fis-

cais para ramos bastante lucrativoscomo montadoras, e outros mecanis-mos de transferência de recursos pú-blicos para empresários nacionais ounão. E evidentemente, sem questionara desigualdade social.

A queda da popularidade do Gover-no Federal está permeada pelo fracodesempenho econômico, pela frustra-ção de parte da população que espe-rava melhores resultados do governo"identificado" com o povo trabalhador,e por escândalos de corrupção, cuida-dosamente explorados pela grandeimprensa de modo a limitar a indigna-ção popular aos casos ligados ao PT,na tentativa de poupar os corruptos commais tradição (oposição de direita) e,por incrível que pareça, desmoralizargenericamente toda a esquerda.

Por esses motivos, e outros que fo-gem a esta tese, foi eleito um Congres-so Nacional especialmente conservador,que está aproveitando para aprovar pro-jetos de lei contra os trabalhadores (prin-cipal exemplo é o PL 4330/2004 queamplia, a pretexto de regulamentar, a ter-ceirização) e outros como redução daque acaba degradando ainda mais a re-alidade da juventude trabalhadora, ma-joritariamente jovens negros, vítimaspreferenciais da violência policial.

Por motivos circunstanciais, o Parti-do dos Trabalhadores foi contrário ao PLda Terceirização. Cincunstanciais por-que até hoje vem promovendo e apoi-ando a terceirização e outras formas deprecarização do trabalho por todo o país,inclusive no funcionalismo público, comobem sabemos os ibgeanos.

O movimento sindical também deveprestar atenção ao papel que os Pode-res Legislativo e Judiciário cumprem naretirada mais ou menos disfarçada dedireitos trabalhistas. O primeiro, via le-gislação, opera cada vez mais para re-tirar direitos, ao passo que o Judiciárioatua legalizando e legitimando quasesempre as interpretações das leis maisperniciosas aos direitos dos trabalha-dores, vide o julgamento pelo STF so-bre a constitucionalidade do uso da lei8.745/1993 no IBGE, uso notoriamen-te indiscriminado. Por isso é tão impor-tante manter independência diante des-sas instituições na hora de traçar es-tratégias de luta, como a proposta deefetivação dos trabalhadores contrata-dos temporários e terceirizados.

A esquerda antigovernista, principal-mente representada pelos sindicatosligados à CSP-Conlutas e Intersindical,pelos partidos PSOL, PSTU, PCB, PCOe outros grupos menores não tem con-

seguido se colocar como alternativapara a classe trabalhadora. Isso sedeve, entre várias outras causas, à re-lativa estabilidade política e social vi-venciada no país nos últimos anos, aopoder de controle que o Governo do PTainda exerce sobre movimentos popu-lares e sindicais, mas também aos er-ros e debilidades dos atores da esquer-da, muito marcados ainda pela tradiçãopolítica e sindical corporativista herda-da do petismo e burocracias da CUT.

Até o momento essa esquerda,guardadas as significativas diferenças,tem sido no geral incapaz de desen-volver um programa e prática políticaadequados à nova realidade de preca-rização do trabalho e alta rotatividade.Prova disso é que ainda são poucosos casos de organizações e sindicatosque assumem a tarefa de organizar tra-balhadores terceirizados e temporári-os, como faz o Sindicato dos Trabalha-dores da USP (SINTUSP). Não à toa,esses companheiros entendem que aluta por igualdade de direitos entre efe-tivos e precarizados se materializa nareivindicação de "efetivação dos traba-lhadores precarizados, sem necessida-de de novo concurso público".

Se nem o movimento sindical ibge-ano até agora conseguiu entender aimportância de lutar por igualdade dedireitos entre as parcelas efetivas e pre-carizadas da classe trabalhadora, comoserá possível convencer a classe so-bre a viabilidade de projetos políticosde superação do capitalismo em pers-pectiva popular, operária e socialista?

Unidade da classe trabalhadora e aprecarização

O panorama que buscamos traçaraté aqui, se bem sucedido, indicou umaconjuntura em que a precarização dotrabalho não é um mero acidente depercurso, uma contingência ou recur-so "temporário". A precarização é o fu-turo da classe trabalhadora, a precari-zação já é o presente da maioria ecomo dizem os dirigentes do IBGE, "ostemporários (e terceirizados) vierampara ficar".

Uma análise de conjuntura só fazsentido se servir para definir uma es-tratégia correta para a classe trabalha-dora lutar. Portanto, é muito preocu-pante que um sindicato como o nos-so, dirigido por pessoas de esquerda,alguns até que se dizem socialistas eclassistas, mantenha um horizonte tãorestrito e mesquinho de organizaçãoapenas da parcela efetiva da classetrabalhadora no IBGE.

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Às vezes parece que parte dos diri-gentes sindicais são socialistas e radi-cais apenas durante os congressos sin-dicais, quando podem falar grosso coma base e se vangloriar de greves com-bativas do passado. Quem tiver curio-sidade pode pesquisar as teses con-gressuais disponíveis no sítio da CUTe caçar palavras como "socialismo","classismo", "unidade da classe traba-lhadora" e vários outros.

A coerência exige que a defesa daclasse trabalhadora seja feita como umtodo e que a luta por direitos seja in-dependente dos limites estabelecidospelas instituições que promovem a pre-carização.

Para unificar a classe é preciso com-bater a precarização e o corporativismo,assim como as ideologias que promo-vem o ódio, violência e intolerância en-tre as pessoas, como o machismo, ra-cismo e a homofobia. Assim, o combateàs opressões deve assumir cada vezmaior importância ao lado da luta contraa precarização do trabalho, de modo afortalecer a unidade da classe trabalha-dora de fato, não apenas em palavras.

OpressõesComo já dissemos anteriormente, a

forma de contratação temporária repre-senta um verdadeiro arrocho dos direi-tos conquistados até hoje pela classetrabalhadora. Contudo, a perda não éunicamente objetiva: sendo os tempo-rários uma parcela da categoria combastante diversidade social, étnica esexual, o contrato temporário vem a re-forçar as desigualdades e os precon-ceitos no cotidiano de trabalho.

Ou seja, por mais que o quadro tem-porário do IBGE conserve indicadoressuperiores à da média nacional (em SãoPaulo, a maioria concluiu ou está con-cluindo o nível superior), observamosque, em comparação aos efetivos, amaior parcela de funcionários negros,mulheres e homossexuais. No caso dastrabalhadoras terceirizadas essa situa-ção é completamente gritante e se com-plexifica com fatores regionais. As desi-gualdades tornam-se mais latentes de-vido à relação de poder patronal que vemse estabelecendo na instituição. Soma-se a isso a facilidade que os chefes en-contram para assediar seus funcionári-os contratados, já que eles podem serdemitidos de acordo com seus critérios,sem necessidade de transparência.

Sendo o machismo, o racismo, ahomofobia, a transfobia e outras for-mas de discriminação constantes dasociedade, o ambiente de trabalho

também as reproduz, mesmo que sema intenção dos opressores, ou entãode forma naturalizada, já que nossaeducação tecnicista não nos ensina adesenvolver o espírito crítico para osvalores que aprendemos com o pas-sar do tempo. Destaca-se que as dis-criminações independem da forma decontrato, mas com o contrato tempo-rário elas são reforçadas.

Quando casos de discriminaçãoacontecem no espaço laboral, trabalha-dores e trabalhadoras precisam se as-segurar de que a instituição e de queseus demais colegas formulem as res-postas e as ações necessárias para sa-nar o problema, de forma a não permi-tir o isolamento da vítima. Uma compa-nheira que lida com abusos e assédiosao longo de sua vida quando está noseu local de trabalho deve ter a certe-za de que não sofrerá algo do tipo emseu cotidiano laboral. Agora para umfuncionário que tem tempo determina-do para deixar a instituição, a certezade que esses casos serão debatidos esolucionados é igualmente frágil, poisnão encontram na instituição a dispo-sição para tal. Esse enfrentamento épossível a partir de um movimento quevisualize as pequenas e as grandesmudanças, compreendendo as pautasfeministas, negras e gays como lutasestruturantes da luta contra a explora-ção capitalista.

Nesse sentido, a demissão dos 186contratados durante a greve de 2014 eo combate apenas normativo pelo con-junto do movimento foi um golpe duplopara as(os) trabalhadoras(es): foi umreforço das desigualdades no trabalhoe das desigualdades sociais.

É necessário desmistificar que oambiente de trabalho não é o espaçopara participação política e debate dasopressões. É necessário desconstruira ideia de um sindicato que se mobili-ze por pautas pontuais, deixando delado a politização de sua base, e quenão pense apenas os problemas soci-ais só no ambiente de trabalho, masque atue de forma a romper estrutural-mente as desigualdades.

A melhoria de alguns indicadorescomo igualdade de gênero no trabalho(mulheres preenchendo o mercado detrabalho e paulatinamente recebendosalários mais próximos ao dos homens)e menor discriminação de negros egays (www.dieese.org.br/analiseped/2013/2013pednegrosmet.pdf /www.demitindopreconceitos.com/) sãomudanças importantes, mas tambémsuperficiais. É importante ressaltar que

melhoria quantitativa não rompe barrei-ras conservadoras sem luta, pelo con-trário. O caminho para alcançar postosde trabalho pode estar mais acessível,mas ainda é cheio de obstáculos. Con-tudo, quando se fala de preconceito,esses obstáculos são simbólicos e tra-zem consequências objetivas.

No que tange à questão de gênero,cabe incorporarmos ao nosso cotidia-no os conceitos de "solidariedade" (sen-timento de identificação em relação aosofrimento dos outros) e "sororidade"(união ética, política e prática das mu-lheres). Aos companheiros, resta com-preender que os homens são aliadosna luta por igualdade, não tolerandoassédios, comentários e "piadas" ma-chistas. Compreender que o machismoé algo estrutural e fundante da nossasociedade, demonstrando-se da formamais cruel e trivial ao mesmo tempo.Às companheiras, é tempo de dar asmãos à sororidade, ignorando nossaeducação de ver na companheira aolado uma rival.

A luta contra todas as formas deopressões é um caminho para construiruma instituição e uma sociedade maisjusta, que não reprima seus trabalha-dores, que tenha uma composição deminorias sociais, que discuta soluçõessocialmente éticas para as pautas deseus trabalhadores e trabalhadoras eque abomine suas atuais práticas deexploração do trabalho.

Debate sobre estratégia política esindical para a Assibge

1- Alguns apontamentos sociológi-cos sobre a categoria e o processo deacomodação

A nossa categoria já é composta pormaioria de contratados temporários, comparte significativa dos efetivos à beira daaposentadoria e reposição do quadrobastante aquém das necessidades, video crescente uso de APM´s, terceirizadose, mais recentemente, estagiários.

As diferenças de vínculo emprega-tício e ingresso (PSS, concurso, efeti-vação, terceirização), realidades soci-oeconômicas, escolaridade, expectati-va de permanência no IBGE, renda erelação sindical tornam bastante difícilencontrar caminhos comuns de orga-nização e luta, principalmente porquea Direção do IBGE se utiliza dessasdiferenças para manter a divisão, comovimos na greve de 2014.

Nessa heterogeneidade de víncu-los, ou "não vínculos", está o cerne da

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divisão vivida pela classe trabalhado-ra, a tal "perda de unidade", ao contrá-rio do que alguns preferem dizer - comose as divisões surgissem das críticas edivergências de opinião entre setoresdo movimento sindical.

Por estranho que pareça, inúmerossindicatos de outras categorias conti-nuaram atuando como se não existis-sem trabalhadores precarizados, nomelhor dos casos tratando deles emsegundo plano. A prática corporativis-ta, mesquinha, se tornou ainda maisproblemática porque as conquistas dasgreves não mais beneficiavam toda acategoria, mas principalmente efetivos.Os trabalhadores precarizados se viraminjustiçados com tanta desigualdade enão raro surgiu relação de antipatia mú-tua com os mais antigos.

Em suma, a força dos sindicatos di-minuiu porque a sua base ficou restritaaos efetivos, que foram se aposentan-do e sendo substituídos por precariza-dos com menores salários e pouca ounenhuma relação sindical. A diminuiçãodo número de efetivos, junto à atuaçãosindical viabilizou aumentos maiorespara os efetivos que para os precariza-dos, o que levou a uma relativa aco-modação das bases sindicalizadas, si-tuação que vemos muito claramentehoje no IBGE. Com base sindical me-nor, melhor remunerada e, por outrolado, uma força de trabalho praticamen-te sem relação com os sindicatos acapacidade de mobilização e pressãodestes caiu drasticamente.

2- Efeitos políticos e ideológicos:relação patronal

Um fenômeno particularmente la-mentável atualmente na categoria é arelação "patronal" que a Direção do IBGEfomenta entre os efetivos, principalmen-te ocupantes de cargos de chefia, e ostemporários e terceirizados, em harmo-nia com a ideologia do mercado. A políti-ca de enxugamento do quadro está le-vando a que tanto efetivos como tempo-rários sejam sobrecarregados. Porém, afragilidade contratual dos APM´s, a ava-liação de desempenho feita por efetivose o estabelecimento de metas de traba-lho nem sempre exequíveis dentro decondições normais de trabalho levaramvários chefes ao absurdo de se compor-tarem como se fossem patrões dosAPM´s, o que é triste e patético.

É urgente que o movimento sindicalibgeano inicie uma campanha contraessa relação "patronal" que se desen-volve dentro da categoria, desvirtuan-do valores como solidariedade de clas-

se e cooperação. É preciso organizarum boicote às avaliações de desempe-nho de efetivos e temporários porquenão avaliam verdadeiramente nada,apenas servem como mecanismo depretensa legitimação da opinião unila-teral do avaliador, eventualmente de as-sédio moral e que, ao fim, dificulta a ver-dadeira avaliação e melhoria dos pro-cessos de trabalho.

3- Balanço da greve e criticas à ENApesar de já haver mais temporári-

os que efetivos no IBGE, em um pro-cesso que começou há vários anos aExecutiva Nacional da Assibge não pa-rece ter compreendido que incorporarplenamente essa parcela da categoriaao movimento sindical, muito mais queuma questão de coerência e justiça, éuma questão de sobrevivência do pró-prio sindicato. Claro que houve uma ououtra matéria no boletim, um ou outrofórum de contratados, uma ou outra de-fesa pontual de interesses dessa par-cela da categoria, mas tudo muitoaquém do possível e necessário, e nor-malmente por pressão da base, ou seja,não se pode afirmar que a EN tenha umaestratégia de organização classista.

Na greve de 2012 não convocouessa parcela da categoria a fazer gre-ve (erro parcialmente corrigido na gre-ve de 2014); nunca houve uma políticaclara de incorporação dos APM´s aomovimento sindical, aos congressos, àdireção da EN, ao contrário, há momen-tos em que as atividades da EN, deli-beradamente, minimizam a participa-ção de APM´s, como no GT de Precari-zação e até mesmo em espaços orga-nizados pelo sindicato; os boletins sin-dicais são quase exclusivamente sobree para efetivos.

Merece destaque a incompreensi-velmente tímida atuação da EN no quediz respeito às demissões de 186 gre-vistas contratados temporários, ocorri-das nesta última greve. Evidente quesão inúmeras as dificuldades, mas umsindicato consequente deveria ter atu-ado com firmeza pela readmissão. Oque se viu, durante a greve, foi a ENcorrer atrás de parlamentares governis-tas para fazer lobby com o Governo eDireção do IBGE, além de entrar comuma ação na Justiça. Essa situação du-rou semanas até que o movimento co-meçou a refluir.

Ora, além das medidas tomadas,por que não convocaram um Coman-do Nacional de Greve para tentar a re-admissão pelos métodos de luta daclasse? Por que não consideraram se-

quer a possibilidade de ações contun-dentes coordenadas nacionalmente? Epor que, finda a greve, não impulsiona-ram uma campanha pela readmissão?

Estranhamente esse sindicato diri-gido pela esquerda antigovernistaapostou todas as fichas na Justiça bur-guesa e nas conversas com parlamen-tares governistas, e, após a greve, nos"Grupos Temáticos sobre Carreira deEfetivos (a verdadeira prioridade da EN)e sobre Proporção de Precarização noIBGE". A campanha pela readmissãonão saiu do papel, mas a Campanhapelo Plano de Carreira (para os Efeti-vos) está sendo bastante trabalhadapelos companheiros da EN.

Esses erros não são triviais, delesresultou grande parte da desmoraliza-ção da categoria no pós-greve, princi-palmente da parcela temporária. Maisque a demissão e a derrota da greveem si, o que revoltou a maioria dos con-tratados foi a falta de classismo da EN,que rapidamente aceitou o fato consu-mado e voltou à rotina de corporativis-mo sindical (Campanha Salarial e Pla-no de Carreira).

4- A resistência em receber críti-cas e o processo de burocratizaçãosindical

Em 24/10/2014, a Assembleia de SPaprovou e enviou à EN uma Carta Aber-ta sobre os próximos passos do movi-mento. Foram questionadas as priori-dades e posicionamentos da EN sobrea questão dos APM´s, as demissões eoutros pontos. Porém, apesar dessainiciativa bastante séria e fraterna, se-quer houve uma resposta. No Encon-tro Estadual de SP, também foram fei-tas críticas (não necessariamente ex-pressando a opinião de todos partici-pantes), outra vez ignoradas, apesar deenviadas ao e-mail da EN.

Outro problema da Assibge-SN é oprocesso de burocratização no que dizrespeito às práticas políticas que dificul-tam a expressão de divergências e àdificuldade em receber críticas. Nos úl-timos congressos sindicais a EN reser-vou a maior parte do tempo para pales-tras e espremeu a apresentação de te-ses e grupos de discussão, minimizan-do espaços para a categoria debater.

Durante a greve de 2014 não hou-ve iniciativa séria de se compor umComando Nacional de Greve. O "co-mando da greve" ficou a cargo da EN,sendo que alguns militantes dos esta-dos foram ao RJ para ajudar em tare-fas da greve. Não se trata de jogo depalavras, a importância de um organis-

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mo democrático nacional em tempos degreve é imensa, porque é necessárioter uma direção que represente a von-tade das bases e que seja capaz dedecidir democraticamente os rumos daluta. Para que um Comando Nacionalde Greve mereça esse nome é neces-sário que seja composto por delegadoseleitos nas assembleias Estaduais e/oude Núcleos, de modo proporcional aospresentes e às eventuais posições po-líticas da base. Mais que isso, essesdelegados devem ser a direção políti-ca da greve, daí que se chama "coman-do". Não havendo, quem dirige a greveé a EN - cuja representatividade (elei-toral) fica desatualizada, logo burocrá-tica, diante do contexto de greve. Porisso não convocam verdadeiros Co-mandos de Greve, para manterem ocontrole sobre a greve.

Por fim, mencionamos duas mudan-ças democráticas necessárias ao Es-tatuto: retorno à eleição da EN em baseà proporcionalidade, já que a lógicamajoritária das eleições nacionais nãofaz nenhum sentido dada a fragmenta-ção da categoria por todo o territórionacional, sem esquecer o déficit demo-crático ao excluir a expressão das mi-norias em proporção à votação dasbases; e fim da representação infladada EN nos congressos sindicais atra-vés do privilégio de "membros natos",direito de serem delegados sem seremeleitos em assembleia.

5- Teria a Executiva Nacional capi-tulado à precarização?

Diante do exposto, até o momentoparece claro que essa batalha não estásendo travada, a não ser retoricamen-te, quando se pede concursos e se re-pudia a precarização. Porém, está nasmãos da EN fazer ou não as reflexõese mudanças práticas necessárias, demodo que o tempo responderá.

Se é difícil predizer o futuro, é maisfácil analisar o passado e o presente.Nesse quesito, há suficientes fundamen-tos para demonstrar que a prática políti-ca da EN tem sido corporativista, logo,divisionista e eleitoreira, ao aceitar a di-visão entre precarizados e efetivos, ain-da que corretamente conste no Estatu-to da Assibge os princípios de classis-mo e combate ao corporativismo.

Seria exagero ou injustiça afirmarque a EN zela demasiadamente pelasua estabilidade eleitoral e, ainda hoje,se pauta quase exclusivamente pelosefetivos, tratando das questões dos tem-porários apenas sob pressão da base?

Não, a análise da situação é queconduz a essa conclusão. A EN é com-posta por pessoas com ideologia deesquerda, que reivindicam a defesa daclasse trabalhadora. Por que, então, tãopouco é feito justamente para a parce-la mais precarizada? Porque a EN, aonão ter conseguido assumir uma pos-tura classista consequente, passou asofrer a pressão corporativista de con-trolar um aparato sindical voltado paraefetivos. Isso implica um tipo específi-co de "conservadorismo", que é a ten-tativa de manutenção do status quo.

Hoje a EN não tem grandes desafi-antes eleitorais porque houve uma se-dimentação da base sindicalizada, compouca renovação do quadro, mas secada um dos contratados temporáriosse sindicalizasse e participasse dosmovimento sindical ibgeano, não seriapossível prever as consequências.

É importante que os companheirosda EN respondam a estas críticas, as-sim como a outras que venham a rece-ber, para que se apure o que há decorreto ou equivocado. Apenas assimserá possível fortalecer o movimento.Se a análise apresentada nesta teseestiver correta - e isso deve ser temade debate na categoria - a EN podeestar sacrificando o futuro da organi-zação sindical da categoria pelo mes-quinho desejo de se manter no contro-le do aparelho sindical a serviço de umaparcela cada vez menor e mais corpo-rativista da classe trabalhadora.

Conclusão: é preciso adotar umaestratégia de unidade da classe e a lutapela efetivação

Não achamos que é fácil enfrentara precarização, mas ignorá-la trará ain-da maiores dificuldades. Compreende-mos que a rotatividade do trabalho pre-carizado dá a sensação de "secar gelo".Justamente por isso é fundamental umaanálise de conjuntura e a perspectivaestratégica correta: apenas assim épossível caminhar sempre na direçãocorreta, mesmo quando a confusão dasdificuldades diárias e a ação dos inimi-gos de classe forçarem descaminhos.

Sendo a precarização uma reali-dade dura que nos foi imposta, o tra-balho de base adquire ainda maiorimportância entre temporários, tercei-rizados e efetivos. A rotatividade ele-vada será um problema por algum

tempo, mas quanto antes os sindica-listas iniciarem o trabalho de base so-bre os temporários, antes chegará odia em que a rotatividade, promove-rá, contraditoriamente, um efeito con-tágio de experiências classistas anovas categorias.

O movimento sindical que se restrin-ja aos efetivos está condenado à co-optação, acomodação e posterior de-saparecimento enquanto movimento daclasse trabalhadora.

Por tudo o que foi apresentado, ficaclaro que o caminho classista passa pororganizar toda a classe trabalhadora,não apenas as parcelas mais bem si-tuadas. E a precarização não deve sernaturalizada pelos trabalhadores, nãodevemos aceitar a desigualdade denenhum de nossos direitos, incluído odireito primordial ao trabalho, à digni-dade e à igualdade. Por isso é precisoque a categoria assuma em suas mãosa luta pela efetivação, sem concursopúblico, dos contratados temporários eterceirizados.

A precarização tem avançado e con-tinuará crescendo, o Judiciário e o Le-gislativo deturpam a Constituição comrelativa frequência para retirar direitos,não pode ser que o movimento sindicalcontinue se abstendo de lutar para queos temporários conquistem a tão neces-sária igualdade de direitos. Negar a lutapela efetivação é hoje uma postura ana-crônica, legalista e divisionista.

E não apenas é justo e necessáriodefender o direito dos temporários àigualdade, como é preciso reconhecero direito inerente ao ser humano de lu-tar por mais direitos, portanto, negaraos temporários o direito lutar para pôrfim à própria precarização é uma infeli-cidade que não deve pairar sobre ne-nhum trabalhador com consciência declasse. Trilhando esse caminho, apro-fundaremos a compreensão sobre asartimanhas que o capitalismo cria paraconfundir, dividir e desmoralizar a clas-se trabalhadora, incluídas as ilusõessobre a democracia burguesa e o fala-cioso império das leis, que sabemos porquem impera.

A luta por plena igualdade de direi-tos - a efetivação - trará o benefícioimediato mais importante: a retomadada consciência de classe e da unida-de, de modo a fortalecer a categoria emsuas lutas presentes e futuras.

São Paulo, 27 de maio de 2015.Assinam essa tese:

Bianca Schmid, Cristiane Santos, Kathleen Angulo, Luis Neves,Marcelo Nunes Pacheco, Thiago Cantareli e Thais França Freire.

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Lutar pela efetivação é um modode trazer os contratados para aju-dar na obtenção de benefícios aosefetivos, algo como "vender ilu-sões".

Como foi demonstrado aqui a úni-ca proposta que realmente defendeos interesses dos contratados é a efe-tivação, porque é a única que rompecom a naturalização da demissão pormotivos "legais". Sobre ser uma pro-posta "ilusória", diríamos que é tãoilusória quanto qualquer outra reivin-dicação que a classe dominante nãoaceite atender, ou seja, não é ilusó-ria, é uma luta justa, difícil e que cadavez mais assume importância com oaumento de trabalhadores nessacondição.

A efetivação vai contra a cons-tituição, contra as leis.

As leis nada mais são do que re-gras estabelecidas na sociedade apartir de uma dada correlação de for-ças entre as classes. Há leis que sãofavoráveis aos trabalhadores e queninguém cumpre, mas se a lei é parafavorecer os poderosos, ai tem quecumprir! No caso do IBGE a consti-tuição foi distorcida para transformaras pesquisas que os técnicos estãoacostumados em... calamidades pú-blicas! Por isso, de certo ponto devista, não seria exagero afirmar quea proposta de efetivação, ao contrá-rio de negar a legislação vigente, ésua defensora e busca corrigir o des-vio de função imposto pelo governona contratação sistemática e em lar-ga escala de temporários para tare-fas permanentes. Visto desse ângu-lo um trabalhador não pode, a pre-texto de defender a lei do concursopúblico, defender a sua interpretaçãomais injusta e danosa para o traba-lhador, sobretudo quando várias leistramitam para retirar nossos direitos.

É injusto efetivar só quem esti-ver trabalhando e é impossível efe-tivar todos que já passaram peloIBGE.

Essa lógica do "tudo ou nada" nãofaz sentido na realidade concreta. Sefosse assim, deveríamos defender a

volta à escravidão, porque não dá pradesfazer a escravidão que passou enão seria justo emancipar apenasuma parte. Evidentemente esse raci-ocínio é absurdo e dado que a pre-carização é um atentado contra os di-reitos e a dignidade do trabalhador ajustiça será tão maior quanto antesfor corrigida a situação.

Por outro lado a precarização nãoé um fenômeno restrito ao IBGE e écerto que muitos dos que foram con-tratados e já saíram estão hoje empostos precários em outros órgãospúblicos e empresas de modo que aefetivação dos que estão no IBGEhoje seria um grande exemplo a serseguido por toda a classe trabalha-dora beneficiando muito mais do queos atingidos diretamente.

Um último aspecto curioso é o fatode que a "preocupação" com supos-tas injustiças com os temporários quejá saíram do órgão (casuísmo, segun-do alguns companheiros) só apare-ce quando se debate a efetivação dosatuais. Se tal argumento fosse vali-do, como explicar por que não defen-deram a efetivação da primeira gera-ção de contratados? Por que essescompanheiros nunca se preocuparamem reivindicar o pagamento da dife-rença de salário que o IBGE pagouem relação aos salários efetivo, oumesmo uma indenização a quem jápassou? Ao efetivar os de hoje nósajudamos os que já passaram a ates-tar que foram vítimas desse regimede trabalho possibilitando que entremcom ações para receber, por exem-plo, a diferença salarial ou mesmouma indenização.

Se efetivar uma parte, precisaefetivar todos e isso é impossível

Nessa hipótese exótica o único"transtorno" seria nos obrigar a redi-vidir as tarefas de modo a otimizar otrabalho e diminuir a jornada de tra-balho. Quem ve problema nessa hi-pótese mais que improvável (e não éa que defendemos nessa tese) deveestar mais preocupado em salvar di-nheiro para o superavit primário epara os salários do Congresso Naci-onal.

Efetivação é "trem da alegria", re-trocede no combate ao nepotismo eaparelhamento do Estado.

As principais características dochamado "trem da alegria" são a efe-tivação em cargo público, sem con-curso público, de funcionários indica-dos por autoridades políticas e/ou bu-rocráticas. Esse tipo situação é mui-to perniciosa ao funcionalismo públi-co e aos trabalhadores porque au-menta a influencia privada dos órgãospúblicos, descaracterizando a suasfunções. Esse tipo de situação naprática ocorre, já que há, conformepesquisas recentes feitas pelo IBGEmais de 100 mil cargos públicos deconfiança nas mãos dos políticos bra-sileiros.

O risco de que uma eventual efe-tivação de trabalhadores pudesse fa-zer com que os oportunistas tentas-sem efetivar seus apadrinhados podevir a existir, mas não seria responsa-bilidade dessa luta justa. É a mesmacoisa que dizer que nós não pode-mos pedir aumento salarial porque ospolíticos brasileiros podem usar issocomo argumento para aumentar ospróprios.

Cabe a nós demonstrar a justezade nossa reivindicação e lutar paraque sejam efetivados apenas os tra-balhadores precarizados, nenhum in-dicado ou privilegiado.

A luta é por concurso público enão pela efetivação

O concurso público não é um fimem si mesmo. É importante para evi-tar nepotismo e apadrinhamento,mas, infelizmente, foi contornado viaprecarização do trabalho. Assim, ajusta defesa de ingresso via concur-so não pode se confundir com impe-dimento à luta pelo objetivo maior deigualdade e bem-estar da classe tra-balhadora.

Nossa tese propõe que a efeti-vação seja aplicada para os casos emque há trabalhadores em situaçãoprecária, mas defendemos que todosos futuros ingressos sejam via con-curso publico. Apenas consideramosum desvio de função colocar tempo-rários para funções permanentes e

“MEIA UNIDADE DIVIDE A NOSSA CLASSE”

CONTRIBUIÇÃO À TESE

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queremos que tal injustiça seja repa-rada sem prejuizo aos trabalhadoresvitimados por essa fraude.

Pra ser do quadro precisa deconcurso

O concurso público é uma forma detornar o ingresso um processo impes-soal. É claro que favorece as pessoascom mais recursos para estudar, masimpede que alguém ganhe o empregopor uma indicação. Quando essa lei foiaprovada o governo tentou demitir paracontratar via concurso, mas a catego-

ria lutou e conseguiu efetivar muitos.Essa foi uma medida transitória em ummomento em que foi alterado o proce-dimento de contratação, justamente asituação que almejamos: mudança deprocedimentos ou retorno ao procedi-mento constitucional, contratação viaconcurso publico para cargos efetivose efetivação dos contratados.

É uma luta justa, mas é muitodifícil

Essa objeção não se baseia emmentiras, mas tem o derrotismo estam-

pado. Os trabalhadores nunca conse-guiram resolver seus problemas facil-mente e não será agora que isso vaiacontecer. Direito de greve, leis traba-lhistas, redução de jornada. Cada con-quista foi na base do sacrifício e se hojetemos alguns direitos é porque outroslutaram antes de nos. Vamos lutar peloque e é necessário, se fosse fácil nãoprecisaria de luta alguma. Essa briga édas grandes e é necessária, devemosdesde já amadurecer essa propostapara preparar o momento em que serápossível concretizá-la!

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1. INTRODUÇÃOAlém de significar honradez, virtude,

consideração e integridade moral, Dig-nidade é algo que também a pessoabusca no ambiente em que vive, sejaem casa, na igreja, na escola ou facul-dade, no clube ou no trabalho, e implicano RECONHECIMENTO dos seus va-lores e potencialidades, e no seu devi-do ESPAÇO para poder atuar e na RE-TRIBUIÇÃO pelo que faz e pelo que é.

Quando a dignidade é ferida ou mi-nimizada, o indivíduo se sente acuado,diminuído, medroso, insatisfeito, semestímulo, improdutivo na sua capacida-de plena e até sem forças para defen-der seus próprios direitos em ter uma"dignidade" respeitada por todos.

A temática da Causa Temporária no(Fundação) Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística enfrenta, pelo me-nos, três obstáculos, vencidos os quais,o Servidor Público Federal Temporáriodo IBGE adquirirá, finalmente, certa dig-nidade trabalhista. São eles, não ne-cessariamente nesta ordem:

1º) O IBGE2º) A ASSIBGE3º) OS TEMPORÁRIOSEmbora esses três desafios sejam

exatamente peças do mesmo tabulei-ro, eles se antagonizam entre si, peloque se pergunta: Qual dos três deveser enfrentado primeiro?

O Ibge? Este, certamente, só nosescutará se for através de um sindica-to, pois alega que já nos concede "to-dos os direitos da Lei 8745/93".

Será então a Assibge? Este Sindica-to tem levado algumas reivindicaçõesnossas a mesa de negociação, e obtidoalgumas vitórias, como a trimestralida-de - que foi apenas da avaliação, pois oaditamento do contrato continua MEN-SAL - e a Indenização de Campo - ain-da em 1ª instância, cabendo recursos.

Ou será que, primeiramente, osTemporários têm de manifestar INTE-RESSE em lutar pelas suas melhori-as, fazendo sua filiação, e aí, sim, sen-do eles próprios parte da BASE, o Sin-dicato entra com sua pujança, fortale-cido ainda mais pela adesão desta Ca-tegoria?...

Ou, ainda, será que TODOS OS 3podem ser enfrentados simultanea-mente?...

Nesta Tese pretendo apresentar al-gumas ideias que, a meu ver, poderãoajudar no fortalecimento da Base Sindi-cal formada pelos APMs - Agentes dePesquisa e Mapeamento - Temporáriospara, a partir daí, podermos lutar rumo àconquista de uma Dignidade Trabalhis-ta a que todos fazemos jus, independen-temente da forma do contrato de traba-lho que nos torna aqui IBGEANOS.

2. 1º DESAFIO - O IBGEO Instituto precisa urgentemente

reconhecer certos direitos que estaCategoria já possui legalmente, dentreeles, o da Isonomia Salarial porquantoexecutamos, na prática, as mesmastarefas do Técnico Efetivo e, no entan-to, percebemos ¼ do salário deste.

2.1. "TEMPORÁRIO NÃO É SER-VIDOR PÚBLICO" - SOMOS UMASUBCATEGORIA?...

Há uma divergência semântico-jurí-dica quanto ao termo "servidor público",que serve para não se conceder aosfuncionários Temporários determinadosbenefícios que os funcionários Efetivospercebem e que vão se acumulando eaumentando gradativamente, embora osprimeiros façam as mesmas atividadesque os segundos e, em alguns casos,até mais.

Claro que se trata de uma manobrapolítica para "reduzir" os gastos públi-cos. Isso é até admissível. Não pode-mos, contudo é permitir tal redução degastos com VIOLAÇÃO DE DIREITOSTRABALHISTAS, dentre os quais omais elementar e gritante de todos: AISONOMIA SALARIAL!

Vejamos rapidamente o que diz aDoutrina Jurídica acerca da classifica-ção desse tipo de trabalhador. Para arenomada jurisconsulta Maria SylviaZanella Di Pietro, em sua aclamadaobra Direito Administrativo (São Paulo:Atlas, 2006, p. 501/502.):

São servidores públicos, em senti-do amplo, as pessoas físicas que pres-tam serviços ao Estado e às entidadesda Administração Indireta, com vínculoempregatício e mediante remuneração

paga pelos cofres públicos.Compreendem:

1. os servidores estatutários, sujei-tos ao regime estatutário e ocupantesde cargos públicos;

2. os empregados públicos, contra-tados sob o regime da legislação traba-lhista e ocupantes de emprego público;

3. os servidores temporários, con-tratados por tempo determinado paraatender à necessidade temporária deexcepcional interesse público (art. 37,IX, da Constituição); eles exercem fun-ção, sem estarem vinculados a cargoou emprego público.

Temos então 3 tipos de ServidoresPúblicos: 1) o ESTATUTÁRIO; 2) oCELETISTA; e o 3) o CONTRATADOTEMPORÁRIO.

O simples fato de os Temporáriosnão serem estatutários não descarac-teriza a natureza "pública" dos nossosserviços. Assim como os funcionáriospúblicos regidos pela CLT não deixamde ser "públicos" por causa desse tipode contratação.

E nós?... Deixamos de sê-lo só porque uma lei criou esta nova categoriade funcionários que são contratadosdiretamente (veja-se aqui que não háterceirização!)?... O oposto de "públi-co" é "privado". Seremos nós, osAPM's, portanto "servidores privados",como acontece na terceirização? Lei-gamente falando, exceto os valores,meu contracheque é exatamente igualao dos Efetivos: tem a mesma proce-dência, tem o mesmo "patrão", tem omesmo formato e o mesmo papel(quando era impresso)...

A gostosa polêmica do "latu sensu"e "strictu sensu" na tríplice classifica-ção retromencionada não me parecedigna de atenção, pois se realizamos amesma tarefa - a pesquisa em deter-minado campo -, nada justifica um pes-quisador receber a Indenização e ooutro não (ver item 2.3.3 adiante).

2.2AS ATRIBUIÇÕES DOS TEM-PORÁRIOS X ATRIBUIÇÕES DOSEFETIVOS

Ao compararmos as atribuições dosAPMs - elencadas no item 1.2.1 doEdital de nº 06/2013, do último PSS -

O trabalhador é digno do seu salário. Lc 10.7Quem não luta pelos seus direitos não é digno deles! Rui Barbosa

DIGNIDADE AOS APMs - TEMPORÁRIOS(TANTO NO IBGE COMO NA ASSIBGE)

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Processo Seletivo Simplificado -, comas tarefas a serem executadas pelosTécnicos Efetivos (Lei 11.355/06 - Art.71-III e Edital 02/12013 - item 1.4 e1.4.1), deparamo-nos com um "EMPA-TE TÉCNICO", pois, além de as dife-renças serem mínimas, no dia-a-dia,fazemos as MESMAS PESQUISAS eoutros serviços (eu mesmo, no últimocontrato, trabalhei no RH), que os co-legas Técnicos, e, em determinados,casos, até mais do que estes!

Como o espaço desta Tese não per-mite discorrer mais sobre este tema,aconselho uma lida de matéria concer-nente à pág. 6 do Voz dos Temporáriosde Jul/14 (http://issuu.com/josejoa-quim9/docs/voz-06-jul-14).

2.3A LEI DOS TEMPORÁRIOS (LT)- Nº 8745/93

Antes da aprovação desta Lei dosTemporários, a 8.112/90 (Estatuto doServidor - ES) é que regia as contrata-ções no IBGE, limitando-as aos RE-CENSEAMENTOS (Censos, a cada 10anos, e as Contagens de População,nos anos terminados em "5"), comopodemos ver no texto:

LEI 8.112/90 - Da ContrataçãoTemporária de Excepcional Interes-se Público

Art. 233. Consideram-se como denecessidade temporária de excepcio-nal interesse público as contrataçõesque visem a:

I - combater surtos epidêmicos;II - fazer recenseamento; (...)Como se vê aqui, de fato, esta fina-

lidade das contratações (FAZER RE-CENSEAMENTO) estava dentro do li-mite do RAZOÁVEL, pois que seriaimpraticável o IBGE manter um exérci-to de centenas de milhares de Recen-seadores durante décadas e só utilizá-los plenamente a cada 05 anos, dei-xando-os em "confinamento" nas en-tressafras.

Em meio à política de "enxugamen-to da máquina pública" de FHC (entãoMinistro da Fazenda e, 1 ano e 1 mêsdepois, Presidente da República), oCongresso aprovou em 09.12.1993 aLei dos Temporários - Nº 8.745/93 que,solapou os artigos 232 a 235 do Esta-tuto dos Servidores, mas manteve o re-censeamento como motivo para ascontratações.

Mais adiante, já no seu 2º mandatopresidencial, Fernando Henrique Car-doso editou a Medida Provisória nº1.887-46 que o Congresso transformouna Lei Nº 9.849/99, em 26.10.1999,que, ao se referir ao IBGE, ardilosa-mente - pode-se dizer -, acrescentou a

mágica expressão "E OUTRAS PES-QUISAS", permitindo agora ao Institu-to a contratação de Temporários paraTODAS as suas pesquisas, não impor-tando se elas fossem "temporárias"(como o Censo) ou permanentes/con-tínuas (como a PNAD-C). Assim ficouo novo texto:

Art. 2º - Considera-se necessidadetemporária de excepcional interessepúblico:

I - assistência a situações de cala-midade pública;

II - assistência a emergências emsaúde pública;

III - realização de recenseamentos;III - realização de recenseamentos

e outras pesquisas de natureza esta-tística efetuadas pela Fundação Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca - IBGE; (Redação dada pela Lei nº9.849, de 1999).

IV - admissão de professor substi-tuto e professor visitante;

V - admissão de professor e pes-quisador visitante estrangeiro;

VI - atividades:(seguem-se 12 alí-neas.)

De chofre, vemos aqui a frontal vio-lação a essa Lei : A NECESSIDADE DOINSTITUTO NÃO É MAIS "TEMPORÁ-RIA" (art. 2º- caput), visto que, há mui-tos anos vem realizando PSS atrás dePSS, seguidamente. O que é "contínuo"não pode ser "temporário"!

Além dos direitos nela elencados, aLT nos remete, através do seu Art. 11,ao Estatuto do Servidor Público Fede-ral - ES - (Lei 8112/90), outorgando-nosdireitos - e obrigações - contidos em56 artigos desse normativo.

Eis, portanto, alguns desses outrosdireitos: ajuda de custo (arts. 53-54, 57),diárias (58-59), hora-extra (73-74), féri-as (77-80), direito de petição (104-115),dia do servidor público (236), auxílios-penosidade-periculosidade-insalubrida-de (68-72), etc.

Quando o Instituto alega que "já vempagando 'tudo' o que a lei manda", issonão corresponde à totalidade da Lei dosTemporários, pois ela é muito maisabrangente.

De todos esses direitos, o mais vio-lado é o do SALÁRIO "NÃO SUPERI-OR ao valor da remuneração (...) paraservidores que desempenhem funçãosemelhante" (art. 7º - II). Sabemos que,no caso dos professores das universi-dades federais, contratados tambémpela mesma Lei 8745/93 (art. 2º-IV, V,VI-l, VII, X, XI), estes recebem O MES-MO SALÁRIO DOS PROFESSORESEFETIVOS, ressalvados os benefícios

próprios. Por que, então, sendo a mes-ma lei reguladora, o IBGE não respeitaessa isonomia salarial?... Com a pala-vra, os Juristas.

2.4OUTROS DIREITOS DOS TEM-PORÁRIOS

Analisemos, mesmo que superfici-almente, alguns desses "outros" direi-tos à luz da LT e do ES, cuja lista já foienviada pelo Núcleo Piauí à ExecutivaNacional para inclusão na CampanhaSalarial-2015, no que couber. Emborasejam "outros", já constam nas leis hámuito tempo.

2.4.1. SALÁRIO DIGNO - O art. 7º-II da LT determina que o salário do APMsó não pode ser "SUPERIOR ao valorda remuneração (...) para servidoresque desempenhem função semelhan-te". Mas, PODE (e deve) SER IGUAL!E é o próprio IBGE quem determina onosso salário (cfe. Art. 3º da Portaria256 de 12.07.13, do MPOG) e não esseMinistério.

2.4.2. CONTRATO ANUAL - A LT, noart. 4º-II, reza que nosso contrato podeser de ATÉ 1 ANO. Que razões plausí-veis então justificam este estonteantecontrato de apenas 01 (um) mês, quedeixa o Temporário sempre em agoni-zante expectativa, agravada por umaavaliação indefensável (ver item 2.4.5),tirando assim ainda mais a nossa Dig-nidade de Servidor?

2.4.3. INDENIZAÇÃO DE CAMPO -A Nota Técnica Nº 48/2014-CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, do Ministério doPlanejamento (MPOG) está equivoca-da quando diz que "não somos servi-dores" para merecermos tal compen-sação, pois o Dec. 5992/2006 reza noart. 4º que "A indenização de que tratao art. 16 da Lei no 8.216, de 13 de agos-to de 1991, será devida aos servidoresde TODA E QUALQUER CATEGORIAFUNCIONAL"! Veja-se que, segundo origor da legislação, os APMs não temos"cargo" nem "emprego", mas temos"FUNÇÃO"! E a doutrina jurídica nosenquadra, lato sensu, como um dos trêstipos de servidores públicos (item 2.1retro).

Por esse mesmo raciocínio ofici-al, os APMs também não deveriamfazer jus a DIÁRIAS e, no entanto, re-cebem-na quando a localização dosetor é mais distante da sede do quea da Indenização...

Convém lembrar que esse direito jávinha sendo pago aos Temporários atéJan/2012! O que houve então?... Só ago-ra "perceberam o 'erro'"?...

(Enquanto isso, a Assibge entroucom ação judicial e, finalmente, em

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Dez/14, saiu a primeira sentença a nos-so favor, ainda em 1ª instância, caben-do pois recursos, para poder ser paga,retroativamente a 2008!)

2.4.4 DIREITO DE GREVE - REIN-TEGRAÇÃO DOS APMs "DEMITIDOS"- Naturalmente, qualquer trabalhadorbrasileiro já tem direto a paralisação dasatividades, conforme a Lei de Greve (nº7783/89 - art. 1º). Não importa se ele éceletista, estatutário ou contratado tem-porário. E não pode haver qualquer pu-nição ou "avaliação de produtividade"nesse período, pois o contrato de traba-lho fica "SUSPENSO", conforme o

Art. 7º Observadas as condiçõesprevistas nesta Lei, a participação emgreve suspende o contrato de trabalho,devendo as relações obrigacionais, du-rante o período, ser regidas pelo acor-do, convenção, laudo arbitral ou deci-são da Justiça do Trabalho.

2.4.5 AVALIAÇÃO JUSTA - Nossaavaliação não permite nossa manifes-tação. Não nos dá direito de resposta.Ela é de mão única, contrariando osdireitos democráticos trabalhistas, en-quanto que a dos efetivos é envolta deampla margem de defesa e livre mani-festação do avaliado, podendo, portan-to, ser refeita/revista. Diferentemente danossa que, "silenciosa", finaliza com uminapelável e-mail, o qual, contendo notafinal abaixo de "70", significa um lacô-nico "rua"!

2.4.6 PLANO DE SAÚDE - Que omesmo subsídio de saúde dos Efetivosseja direcionado para nós. Até as peque-nas empresa privadas, atualmente, jáconcedem um mínimo de cobertura mé-dica aos seus colaboradores.

2.4.7 SEGURO DE VIDA - Ativida-de externa, sujeita aos imprevistos so-ciais e naturais exige uma maior prote-ção financeira para os dependentes.

2.4.8 DESVIOS DE FUNÇÃO - a 2ªCláusula do nosso contrato delimitanossas atribuições. Que o Ibge exijaapenas o que está na legislação. Inclu-sive, a Min. do STF, Carmem Lúcia, noseu voto sobre a ADIM 3386/03, disseque "ouvira falar de desvios de funçãoque devem ser tratados noutra sede".

2.4.9 COMBATE AO ASSÉDIO MO-RAL - Que o próprio Instituto (e a ASSI-BGE) implementem uma campanha in-terna de conscientização e combate aoassédio moral contra esta "categoriamais vulnerável", e contra os própriosEfetivos também.

2.4.10 PONTUAÇÃO CONCURSO -Que se estabeleça, em análise com aAssibge, uma substancial pontuaçãopara cada tempo de trabalho executado

pelo ex-temporário no Ibge bem comoaos pedevistas que queiram retornar.

2.4.11 AUXÍLIO PENOSIDADE -Que se analise e se implemente estedireito outorgado pelo Art. 11 da LT (queremete ao estatuto do servidor - Lei8112/90 - arts. 68 a 72).

2.4.12 AUX. PERICULOSIDADE -Aplicável em áreas de comprovadaviolência urbana ou rural. Que seanalise e se implemente este direitooutorgado pelo Art. 11 da LT (que re-mete ao estatuto do servidor - Lei8112/90 - arts. 68 a 72).

2.4.13 AUX. INSALUBIDADE - Apli-cável em áreas de comprovada preca-riedade na infraestrutura urbana. Jáprevisto no Art. 11 da LT (que remeteao estatuto do servidor - Lei 8112/90 -arts. 68 a 72).

2.4.14 UNIFORME - Colete, chapéu(não boné) e tênis. 01 conjunto por ano.Raramente o Instituto fornece, fazen-do com que os próprios APMs se coti-zem para adquirir uma camiseta padro-nizada, às próprias expensas, se qui-serem.

2.4.15 PROTETOR SOLAR - Pro-tetor solar fator 40, no mínimo, paracada APM que trabalha em cidades tra-dicionalmente de clima quente, comoTeresina, Belém, Manaus, Rio de Ja-neiro, etc.

3. 2º DESAFIO - A ASSIBGEO Sindicato dos ibgeanos tem fala-

do frequentemente em termos de que"os temporários são parte importanteda base sindical". Entretanto, ainda nãoexistem sequer 10% de Temporáriosfiliados nem ela põe em prática umaeficaz Campanha de Filiação que já foideliberada no último Congresso e rati-ficada em reuniões de DN e outros fó-runs nacionais.

3.1O ESPAÇO DO TEMPORÁRIONO SINDICATO

Alguns acontecimentos dentro daASSIBGE têm demonstrado que o es-paço do Temporário dentro desse Sin-dicato ainda é muito reduzido, comonestes, dentre vários outros:

" O X Congresso Nacional-2013 sópossuía 06 (seis) delegados Temporá-rios em um universo de quase 300 par-ticipantes. Isso representa apenas 2%(dois por cento) dos presentes. Nosdemais fóruns e reuniões nacionais apresença de APM é nula ou diminuta.

" As últimas manifestações no DF eRJ não possuíam NENHUM TEMPO-RÁRIO e a única FAIXA alusiva à nos-sa Causa era apenas a Lista dos "de-mitidos" de 2014, na qual nem aparecea palavra "temporário".

"No GT - Grupo de Trabalho sobreos Temporários, NENHUM DOS 08componentes era Temporário;

" A quantidade de Temporários fi-liados , talvez, chegue a uns 400, re-presentando uns 7% (sete por cento)de um contingente de cerca de 5.500APMs, atualmente.

" O site do Sindicato não tem umlink específico sobre os Temporários,contendo seus direitos, a Lei dos Tem-porários, fotos de eventos nacionais eestaduais, convocações, manifesta-ções, dúvidas, etc., exceto apenas umrelato sobre a reunião do nosso GT e oformulário da lista do abaixo-assinadosobre a indenização de campo.

" As publicações (Jornal, JogoRápido, etc.) também não cobrem nos-sas necessidades como o Jornal daAssibge que, na sua última edição (deAbr/15), só dedicou 1% de espaço coma publicação do cartaz sobre a reinte-gração dos APMs demitidos na greve(p. 5). Nem a matéria de página inteirasobre "IBGE: Laboratório da Precariza-ção" (p. 8), fala dos nossos DIREITOS- apenas aborda pontos da bandeira"Fim da Precarização".

3.1.1. AQUI, OS TEMPORÁRIOSTÊM (OU DEVEM TER) OS MESMOSDIREITOS DOS EFETIVOS

Estes são alguns dos artigos doEstatuto da ASSIBGE que demonstrama igualdade de direitos a todos os filia-dos, sejam Efetivos, Aposentados ouTemporários, "independentemente doregime jurídico ou contrato":

Art. 2º - A ASSIBGE-SN tem comoobjetivo principal a união, a defesa dosdireitos (...) dos trabalhadores do IBGE(...), independentemente do regime ju-rídico ou contrato com a União (...).

§ Único - A ASSIBGE-SN é consti-tuída de número ilimitado de filiados,(...), inclusive, aposentados e contrata-dos temporários, se assim o quiserem.

Art. 5º- Serão admitidos como filia-dos da ASSIBGE - SN todos os traba-lhadores da base de representação doSindicato, ativos, aposentados, pensi-onistas vitalícios e contratados tempo-rários (...).

Art. 6º- São direitos dos filiados:1 - Votar e serem votados para qual-

quer cargo de representação do Sindi-cato, na forma do disposto pelo presen-te estatuto;

2 - Participar de todas as atividadesda ASSIBGE - SN; (...)

6 - Defender-se nos fóruns compe-tentes quando o necessário

Conforme se vê na leitura dessesartigos, NÃO HÁ QUALQUER DIFE-

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ASSIBGE-SN • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • CADERNO DE TESES 13

RENÇA ESTATUTÁRIA ENTRE UM"EFETIVO" E UM "TEMPORÁRIO"SINDICALIZADO, ou seja: os direitosde um são os mesmos do outro! Tantoo efetivo como o temporário podem al-cançar os mesmos cargos dentro doSindicato (art. 6º-I), sem nenhum obs-táculo ou diferenciação de poderes ouprerrogativas.

Entrementes, o próprio Estatuto fazalgumas distinções, quando, p.ex., ga-rante, aos Aposentados, uma vaga emcada chapa (art. 34-§2º), uma secreta-ria (art. 20-§2º-i) e ainda um EncontroNacional (ENAAP - art. 34), não dandoa mesma garantia aos Temporários. Taisdiscrepâncias podem ser corrigidas comalgumas alterações estatutárias que su-giro a seguir (ver itens 5.1 a 5.3) e ou-tras que os demais Congressistas qui-serem apresentar neste sentido.

3.2 MINHA EXPERIÊNCIA COMOÚNICO COORDENADOR DE NÚ-CLEO-TEMPORÁRIO NO BRASIL

Até Dez/13 o Núcleo São Paulomantinha em sua Coordenação 2 (dois)colegas APM's, que só saíram quandocumpriram seus contratos com o Insti-tuto. E, mesmo tendo saído continua-ram dando sua colaboração extraofici-al assim como outros seguiram dandoapoio em eventos ao Núcleo, inclusi-ve, tendo um deles se tornado funcio-nário de carteira assinada. Excelenteexemplo a ser seguido pelos demaisNúcleos do País, independentementede obrigatoriedade do Estatuto.

Esse mesmo Núcleo, dando maisespaço à Causa Temporária, chegou ame convidar para compor a mesa dedebates sobre Precarização, no seu IVEncontro Estadual, em 2013, quandopude falar dos nossos direitos aindanão contemplados.

Ouvi comentários de que o NúcleoTocantins teria também possuído umTemporário na Coordenação. Não con-segui confirmar esta informação.

Atualmente, pelo que me consta,APENAS O ESTADO DO PIAUÍ possuium APM na Coordenação de Núcleo,em todas as 27 Unidades da Federa-ção - com 5.500 temporários!

Lamentavelmente, esta minha "so-lidão" traz uma "natural" e grande difi-culdade em realizar qualquer coisa afavor dos meus colegas de classe, apartir de uma mera faixa. Dificuldadeessa que envolve até mesmo o obstá-culo de CONVENCER os APMs a par-ticiparem das assembleias, a lerem osjornais do Sindicato ou o Voz dos Tem-porários, a debaterem nossas ques-tões, a comparecerem a encontros es-

taduais e até mesmo a se candidata-rem a um congresso nacional ou a cha-pas nas eleições sindicais...

Mesmo assim, até o presente mo-mento, deu para realizar 2 Encontrosestaduais APMs e já filiamos mais de50% dos colegas locais - embora mui-tos deles já tenham saído do Ibge.

4. 3º DESAFIO - OS TEMPORÁ-RIOS

O próprio corpo de ContratadosTemporários, ora por ignorarem que "aAssibge também é nossa" ora por acha-rem que, como "estão de passagem"por aqui, não vale a pena lutar, não sefiliam ao Sindicato, ainda que para usu-fruírem de algum benefício momentâ-neo - como um clube social convenia-do -, dificultando mais ainda nossa Luta.

Neste meu 5º contrato temporáriocom o IBGE (desde 1980), somente há2 anos vim saber que a "Assibge tam-bém é dos Temporários"!... Ainda hoje,mesmo com certa divulgação - da par-te dos próprios APMs -, há muitos cole-gas, inclusive os que estão entrando doúltimo PSS, que NÃO SABEM DA EXIS-TÊNCIA DESTE SINDICATO PARAELES!

Por que então cada Núcleo não sepreocupa em convidá-los já no ato daassinatura do contrato com o Institu-to?... Apesar das deliberações sobre"Campanhas de Filiação" e de "materi-al sindical a todos os trabalhadores re-cém-ingressados" não vemos essa in-tenção ser posta em prática no tocanteà nossa Categoria. Por aqui, no PI, jáfiliamos uns 13 dos novos APMs. É sóoferecer-lhes!

Fiz, de iniciativa própria, algumasPESQUISAS para tentar traçar o perfildos colegas contratados (https://pt.surveymonkey.com/s/DHSCW5G). Amaioria das respostas que recebi foramdo tipo: "A Assibge só luta pelos Efeti-vos...", "Não vou passar muito tempopor aqui...", "Não creio que algo possamudar...", "Eu nem sabia que existe umSindicato para nós..."

Entrementes, há, paralelamente, odesinteresse quase generalizado entreos próprios Temporários, quanto a lutasindical tendo em vista à DESINFOR-MAÇÃO e à "TEMPORALIDADE" queatravessam por aqui, sem contudo,saberem que, durante 3 anos de con-trato, muitas coisas podem mudar, de-pendendo da força com que se luta. Eisto pode ser esclarecido através do tra-balho de conscientização do próprioSindicato.

Acresça-se a isso o triste fato de quemuitos dos APMs interessados - e filia-

dos - se decepcionaram e/ou ficaramamedrontados com a tragédia das qua-se 200 "demissões" por ocasião daGreve-2014.

5. ALTERAÇÕES ESTATUTÁRIASA seguir, lanço algumas sugestões

de alteração do Estatuto da ASSIBGE-SN. Com a eventual aprovação destas,os respectivos artigos, parágrafos, in-cisos e letras do Estatuto passarão ater a seguinte redação, dada entre as-pas.

As justificativas para cada pontoserão dadas em Plenária.

5.1. CRIAÇÃO DA "SECRETARIADOS TEMPORÁRIOS"

" "Art. 20 - Os membros efetivosda EN são responsáveis(...)

Parágrafo 2º - A distribuição das ati-vidades (...) para a formação das se-guintes Secretarias:

l) Secretaria de Temporários"5.2. ELEIÇÕES COM AO MENOS

1 TEMPORÁRIO EM CADA CHAPA" "Art. 37 - Os candidatos só po-

derão concorrer (...)Parágrafo 2º - Toda chapa (Núcleos

e Executiva Nacional) deverá conterpelo menos 1 (um) Aposentado e 1 (um)Temporário."

5.3. CRIAÇÃO DOS "ENCONTRONACIONAL DOS TEMPORÁRIOS(ENAT)" E "ESTADUAL (ENET)"

" "SEÇÃO IX-A - DOS ENCON-TROS NACIONAL E ESTADUAL DOSTEMPORÁRIOS

Art. 34-A - O Encontro Nacional dosTemporários (ENAT), realizável a cada2 (dois) anos e antes de cada Congres-so Nacional, terá como critério de par-ticipação a seguinte proporção paraeleição de representantes:

a) 1 (um) delegado para cada 50(cinquenta) temporários da Base;

b) Os Núcleos Sindicais (NS) quepossuem menos de 50 (cinquenta) tem-porários na base, poderão eleger 1(um) delegado;

c) O NS com 200 (duzentos) oumais temporários na base poderá ele-ger 1 (um) observador;

d) No cálculo dessa proporção, afração igual ou superior a 0,5 (cincodécimos) permitirá ao NS eleger mais1 (um) delegado."

e) Todos os demais Temporáriospoderão participar do ENET desde quearquem com suas próprias despesas eterão direito a voz, mas não a voto.

Art. 34-B - O Encontro Estadualdos Temporários (ENET), realizávelanualmente e, no ano em que hou-ver o ENAT, acontecerá antes deste,terá seus representantes locais es-

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CADERNO DE TESES • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • ASSIBGE-SN14

colhidos na seguinte proporção:a) 1 (um) delegado para cada 10

(dez) temporários de cada agência ouDepartamento;

b) As Agências ou Departamentosque possuem menos de 10 (dez) tem-porários, poderão eleger 1 (um) de-legado;

c) A Agência ou Departamentocom 40 (quarenta) ou mais temporá-rios poderá eleger 1 (um) observador;

d) No cálculo dessa proporção, afração igual ou superior a 0,5 (cincodécimos) permitirá a eleição de mais1 (um) delegado."

" Em todos os locais do Estatutoque forem mencionados os fóruns es-tatutários deverá ser acrescentado oEncontro Nacional dos Temporários,bem como nos locais em que se men-cionarem "ativos e aposentados" seacrescentará "e temporários", comonos artigos seguintes:

" "Art. 8º - São órgãos de repre-sentação da Assibge (...)

- Encontro Nacional dos Tempo-rários"

" Art. 12 - O Congresso Nacionalé constituído:

Parágrafo 1º - (...)c) (...) e Encontro Nacional dos

TemporáriosParágrafo 2º - Os membros da EN

são representantes natos do CN, daDN, do ENAAP e do ENAT - Encon-tro Nacional dos Temporários, tendodesses fóruns o direito a voz e voto.

Parágrafo 3º - Os trabalhadoresativos, aposentados e temporáriosdeverão ser eleito delegados nas As-sembleias de base dos NS aos quaisestejam vinculados;"

" Art. 15 - A ADN é um órgão de-liberativo da Assibge (...)

Parágrafo 3º - Os trabalhadoresativos, aposentados e temporáriosserão eleitos delegados...

5.4. RESERVA DE VAGA PARAPARTICIPAÇÃO DE TEMPORÁRIOEM EVENTO NACIONAL

" Art. 20 - Compete às Coorde-nações dos Núcleos Sindicais:

Z - Em eventos nacionais ou inte-restaduais, promovidos pela Assibge-

SN, quando houver mais de umavaga para participantes, reservar aomenos 1 (uma) vaga para Temporá-rio, podendo se candidatar quantoscontratados quiserem, dispensando-se esta reserva na inexistência de in-teressado.

5.5. PUBLICAÇÃO DE BALANÇOE BALANCETE PELA ASSIBGE-SN

" Art. 19 - A Executiva nacional(...), competindo-lhe:

m) Apresentar ao Conselho FiscalNacional, até o dia 30 de setembro sub-sequente, a Prestação de Contas do 1ºSemestre do exercício, e o Balanço Anu-al até o dia 30 de Junho subsequente,publicando ambos em seguida;

n) O não cumprimento das obri-gações da letra "m" deste artigo en-sejará a infração de Improbidade Ad-ministrativa a ser julgada conformeeste Estatuto.

5.6 ASSINATURA DE CONVÊNI-OS

" Art. 20 - Compete às Coorde-nações dos Núcleos Sindicais:

XXVII - Assinar, no mínimo, umCONVÊNIO COM CLUBE da cidadeou proximidade, caso o NS não pos-sua área de lazer própria, podendotais convênios ser feitos com lojas,serviços, etc.

5.7 REELEIÇÃO SÓ UMA VEZ" Art. 36 - As eleições gerais serão

realizadas no segundo semestre (...)Parágrafo 3º - Aos Diretores da

Executiva Nacional e aos Coordena-dores de Núcleo só é permitida umaúnica reeleição.

5.8 RETIRADA DA PALAVRA"EFETIVOS" DO ART. 20 E SEU PA-RÁGRAFO 2º

Ao invés de "membros efetivos"usar apenas "membros", pois, TO-

DOS podem assumir "qualquer car-go". Da forma como está escrito, dis-crimina portanto os Aposentados eTemporários, violando a igualdade dedireitos dentro do Sindicato confor-me, dentre outros:

Art. 6º - São direitos dos filiados:

1 - Votar e serem votados paraqualquer cargo de representação doSindicato, na forma do disposto pelopresente estatuto;

5.9 MUDAR A SIGLA DO NOMEDO SINDICATO

Quando a ASSIBGE foi fundada,ela surgiu como uma "Associaçãodos Trabalhadores do IBGE" (art. 59),tanto que a sigla já denota o gênerofeminino. Sempre que falamos de"Assibge" vêm-nos à mente o artigofeminino "A" - e não "O Assibge", quetambém não soa elegante.

Esta proposta de alteração consis-te em, onde se lê no Estatuto a siglaAssibge passe-se a ler "SINDIBGE",permanecendo o mesmo nome doSindicato, ficando, portanto esta novanomenclatura:

"SINDIBGE - SINDICATO NACIO-NAL DOS TRABALHADORES EMFUNDAÇÕES PÚBLICAS DE GEO-GRAFIA E ESTATÍSTICA"

5.9 ELIMINAR A NUMERAÇÃOORDINAL A PARTIR DO ARTIGO 10DO ESTATUTO

O costume jurídico é de se utilizara numeração ordinal apenas até o art.9º de um documento normativo. Apartir do próximo, não se usa "art.10º, 20º, 100º", voltando-se pois à nu-meração cardinal ("10, 20, 100,...").O mesmo se faz com os parágrafos.

Por fim, que tenhamos um frutuo-so e abençoado Congresso.

Teresina-PI, Julho/2015 José Joaquim da Silva Filho

APM - Temporário - Coordenador - Núcleo Piauí[email protected] - (86) 8879.6671 (Oi) - 9918.2092 (Tim)

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ASSIBGE-SN • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • CADERNO DE TESES 15

No intuito de adequar melhor a pro-gramação dos Congressos, dar maistransparências às ações sindicais, bemcomo a relação do nosso Sindicato comos filiados, especialmente, os Tempo-rários, e outras, seguem algumas pro-postas:

1. Que a Executiva Nacional publi-que os BALANÇOS ANUAIS rigorosa-mente em dias (não há artigo específi-co no Estatuto. Sugestão de alteração,item 5.5 da Tese), deixando-os dispo-níveis no site do Sindicato, visto que alisó constam as contas do 1º Semestrede 2012 para trás. E que os Núcleosfaçam o mesmo, conforme os arts. 29-p e 51-§2º, bem como em relação àPrestação de Contas trimestral, sus-pendendo-se os repasses das contri-buições até a sua regulamentação, con-forme o arts. 29-n e 51-§3º.

2. Publicar PRESTAÇÃO DE CON-TAS AO FINAL DE CAMPANHAS SO-LIDÁRIAS como a destinada aos APMsdispensados na Greve-2014, já infor-mando neste XI Congresso quanto foiarrecadado, quantos ex-temporários fo-ram beneficiados, etc.

3. Criar uma COMISSÃO DE COM-BATE AO ASSÉDIO MORAL, tanto con-tra os temporários, especialmente,como contra os efetivos, apurando asdenúncias existentes e promovendodebates, encontros e fazendo divulga-ção de material didático a respeito.

4. Cada núcleo deverá redigir e en-tregar um FOLDER DE BOAS-VINDASa todo novo temporários, de preferên-cia, no ato da assinatura do contrato.

5. Implementar CAMPANHA DE FI-LIAÇÃO DE TEMPORÁRIOS, usando osmais diversos recursos - folders, ban-ners, faixas e cartazes nas agências,chamadas no site, no Jornal e no JogoRápido - durante 1 ano, pelo menos.

6. DEDICAR MAIS ESPAÇO AOSTEMPORÁRIOS NAS PUBLICAÇÕESE SITE. Criação do Suplemento dosTemporários (encarte de 1 folha) no Jor-nal da Assibge - ou um tabloide próprio

- e, reservar pelo menos 1/3 de páginano Jogo Rápido.

7. Realizar o CONGRESSO NACI-ONAL cada vez numa capital diferen-te, valorizando de forma igualitária to-das as 5 Regiões do País. (Levará "54anos" para percorrer todas as 27 capi-tais brasileiras, nunca repetindo o localdo evento...)

8. Incluir nos Congressos um espa-ço especial e suficiente para a PAUTADOS TEMPORÁRIOS.

9. Incluir nos Congressos um perío-do para um "CITY-TOUR", disponibili-zando ônibus com guia turístico.

10. Nos Congressos e demais fó-runs, reservar MAIS TEMPO PARA APAUTA DOS ASSUNTOS DAS CATE-GORIAS (reivindicações, alteraçõesestatutárias, etc.) e menos espaço parapalestras e exposição de conjunturas,como tem ocorrido.

SUGESTÕES À ASSIBGE-SN SOBRE TEMAS DIVERSOS

Teresina-PI, Julho/2015José Joaquim da Silva Filho

APM - Temporário - Coordenador - Núcleo Piauí[email protected] - (86) 8822.2611 (Oi) - 9918.2092 (Tim)

À luz do Estatuto em vigor no seuArt. 24 - Item "e", o Núcleo Sindical doRio Grande do Norte PROPÕE:

I) Que seja apreciada a proposta dereeleição dos membros da EN e Coor-denadores de Núcleos Sindicais permi-tindo-se-lhes, apenas, uma reeleiçãoconsecutiva;

ARGUMENTAÇÃO: Faz parte damodernização das Instituições, inclusi-ve das Administrações Públicas, mode-lar o seu Executivo dentro desse pro-cesso como forma de evitar a perpetu-ação de membros levando o poder dedecisão para o lado contrário à razão efigindo aos interesses do órgão que di-rige, prejudicando a ação sócio/politi-

TESE DO NÚCLEO SINDICAL DO RIO GRANDE DO NORTE

NATAL-RN, JUNHO DE 2015A COORDENAÇÃO

ca e a trnasparência dos trabalhos de-senvolvidos.

II) DISSOLUÇÃO DO CONSELHOPOLÍTICO:

ARGUMENTAÇÃO: O Conselho Po-lítico foi criado sem a aprovação Con-gressual tendo sido veiculado em apên-dice de uma das chapas concorrentesao pleito eleitoral das últimas gestões,sendo visto como um artifício eleitorei-ro - a inclusão de um companheiro otorna "cabo eleitoral" na sua UE - além

de assumir um papel de deliberativo quecoloca em questão a função da DN;

III) FORUM REGIONAL: Trazer devolta a realização dos Fóruns Regio-nais em períodos que antecedem osCongressos Nacionais e DNs parapermitir aos Delegados de cada Re-gião Administrativa chegarem às ple-nárias falando a mesma línguagem edefendendo as ideias que, às vezes,diferem enquanto habitamos um paísde tamanho continental.

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CADERNO DE TESES • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • ASSIBGE-SN16

IntroduçãoEste texto é uma contribuição do

Coletivo sindical "Sindicato é pra Lutar"ao XI Congresso Nacional da ASSI-BGE-SN, no qual apontamos questõesacerca da conjuntura atual, das resis-tências dos trabalhadores, da situaçãoespecífica do IBGE e de nossa organi-zação e luta na ASSIBGE-SN.

Boa leitura e bom debate!

1) Conjunturaa) Elementos da Conjuntura Inter-

nacionalVivenciamos um momento de apro-

fundamento da crise do capitalismo, emparticular a partir de 2008, quando osmercados financeiros, com seus sub-primes e derivativos, envoltos em for-te interdependência entre títulos e sis-tema bancário, arrastaram boa parte domundo para o buraco econômico, qua-se desmoronando o sistema e seu ca-pital fictício.

A crise atual combina aspectos eco-nômicos, sociais e ambientais, afetan-do a todos os povos, em todo o plane-ta. A grave instabilidade, em um con-texto de forte internacionalização, tor-na mais difícil aos diferentes governosimplementar tentativas locais de saídapara a crise. O poder econômico dasgrandes corporações empresariais oubancárias é muito superior ao poderpolítico dos governos, o que significaque a ditadura do capital se impõe àdemocracia burguesa.

Os EUA seguem mantendo altas ta-xas de lucratividade, tanto pela mani-pulação do dólar como moeda interna-cional, como pelas agressões aos po-vos ao redor do mundo, que alimentamsua indústria bélica. Porém, mesmocom a possibilidade de ocorrer uma len-ta recuperação da economia norte-americana, isso não significa que o ca-pitalismo encontre alguma saída estra-tégica para sua crise de longa duração.

No início deste ano, a OIT apontavaem relatório que, além dos mais de 61milhões de empregos que foram perdi-dos no mundo desde o início da crise,em 2008, o número de desempregadosno mundo aumentaria em pelo menos11 milhões nos próximos quatro anos,com ampliação das desigualdades so-ciais . Na ocasião, expressava que aspolíticas de austeridade, particularmen-te na Europa, foram as principais res-

ponsáveis por este movimento.A Europa mostra imensas dificulda-

des de libertar-se do buraco no qualcaiu, já que as "soluções" apontadaspara a crise são seus próprios funda-mentos. As previsões para a área, em2015, são de estagnação ou baixíssi-mo crescimento. Os governos recorrema um receituário cada vez mais auste-ro e conservador, de menos Estado,mais poder privado e menos direitossociais, além de concorrência fiscalentre os países da zona do euro. Nes-te processo, quem mais se fortalecesão justamente os que provocaram acrise, tendo como o resultado a ruptu-ra do modelo social europeu, com in-tensificação da pobreza, menor prote-ção social e maior desemprego.

Neste sentido, a vitória da esquer-da grega com o Syriza, em 2014, foiuma brecha no muro de conservado-rismo econômico capitaneado pela Ale-manha, e pode apontar para uma mu-dança no comportamento eleitoral emalguns países, o que se entrevê em si-tuações como o crescimento do "Po-demos" na Espanha. Mas não foi à toaque o crescimento dessas alternativaseleitorais se deu, em particular, naseconomias mais afetadas pelo desem-prego e nos quais a renda das famíliasmais pobres reduziu-se com maior in-tensidade. Na Grécia e na Espanha,cerca de um quarto da população estáoficialmente desempregada, enquantoa média do desemprego europeu é decerca de 12%.

A China, motor mais recente do ca-pitalismo, por sua vez, começou a ex-perimentar queda / desaceleração emsuas espetaculares taxas de cresci-mento econômico.

Na América Latina, os chamadosgovernos "progressistas" enfrentamcada vez mais dificuldades econômicase políticas de levar adiante seus pro-gramas. Afinal, é forte a dependêncialatino-americana ao capital internacio-nal, sobretudo porque sua economia sebaseia na produção e comercializaçãode commodities, cujo valor é baixo nomercado internacional e cuja produçãorequer trabalhadores com baixa forma-ção e mão de obra barata. Apesar deserem extremamente reduzidas e limi-tadas, as mudanças positivas propos-tas pelos diferentes governos, ainda as-sim a direita, em busca de ampliar seus

privilégios, com o apoio dos meios decomunicação de massa tradicionais, serearticula politicamente e se esforçapara impedir qualquer mudança quesignifique incidir sobre seu poder eco-nômico ou alcançar melhoras para aclasse trabalhadora.

É muito difícil comparar as diferen-tes experiências latino-americanas, tãoopostas em algumas situações. Porexemplo, do ponto de vista político eeconômico, o chavismo na Venezuelarepresentou um movimento anti-impe-rialista, que buscava desconstruir a de-pendência daquele país. Também aexperiência da Frente Ampla, de Muji-ca, no Uruguai representou enfrenta-mentos importantes. Já o lulismo noBrasil (considerando-se a sucessão degovernos do PT) não ameaçou, de fato,nenhum setor fundamental da classedominante. Entretanto, todos, em di-mensões muito distintas e em momen-tos diferentes, sofreram reações de se-tores da direita.

O recente acordo entre EUA e Cuba,após décadas de bloqueio econômicoe político, pode trazer mudanças locaisimportantes, mas ainda há muito paraser compreendido neste processo, quese, por um lado, pode beneficiar parci-almente o povo cubano, por outro ladoimpõe desafios muito mais intensos àconstrução da igualdade na região. Umnovo passo adiante nas relações entreEUA e Cuba dependerá do Congressonorte-americano, em sua maioria con-servador, e do resultado da próximaeleição presidencial nos EUA.

De maneira geral, os tempos atuaisparecem anunciar um período muito di-fícil, de complexificação da luta de clas-ses e ofensiva por parte da direita lati-no-americana, em vários países.

b) Elementos da Conjuntura Brasi-leira

No Brasil, o governo enfrenta umacrise sem precedentes desde que o PTalcançou poder central. Com uma com-binação de fatores que foi isolando ogoverno Dilma (a eleição de EduardoCunha, as manifestações de 15 demarço, a lista da Lava-Jato, etc.), oPMDB mais fisiológico passou ao co-mando da esfera política.

Sob o ponto de vista econômico, acrise global, a desaceleração gradualde áreas como a China, a queda inter-nacional dos preços do petróleo, redu-

TESE DO COLETIVO “SINDICATO É PRA LUTAR”

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ASSIBGE-SN • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • CADERNO DE TESES 17

zem as chances do modelo brasileirose recuperar. A insistência do governoem apresentar o ajuste neoliberal comosolução para a crise reflete um pesoforte do mercado financeiro no coman-do da economia, através do Ministro daFazenda. A dinâmica dos cortes orça-mentários, que pesam particularmentesobre as áreas sociais, tende a ampli-ar ainda mais o desgaste do governo.

A divulgação do PIB de 2014 confir-mou a estagnação da economia e dei-xou entrever um processo de demis-sões. Uma situação econômica quecombina elevação da inflação com pos-sível recessão, impactando de maneiranegativa sobre o mercado de trabalho,constrói um ambiente muito desfavorá-vel à melhoria de capacidade política dogoverno Dilma. Com as elevações nastaxas de juros, as restrições no crédito,a possibilidade de o desemprego voltara assombrar os trabalhadores, ou seja,elementos negativos da economia, com-binados a um desgaste político em rela-ção às promessas da campanha eleito-ral, à irritação com aspectos da corrup-ção, é difícil imaginar que o governo re-tome a popularidade que tinha no iníciodo mandato anterior.

O aspecto mais grave disso é a per-da de apoio entre setores mais empo-brecidos da classe trabalhadora, algopouco imaginável até algum tempoatrás. É certo que as manifestaçõescontra o governo são hegemonizadasde forma até agressiva pela direita, maspercebe-se certa simpatia de setoresque nada tem a ver com isso, prova-velmente como maneira de reagir aosefeitos da estagnação econômica e doajuste neoliberal que começam a im-pactar sobre a qualidade de vida dostrabalhadores. Em nossa opinião, ain-da que capitalizem o desgaste do go-verno e alcancem alguma simpatia desetores da classe trabalhadora, trata-se de manifestações reacionárias, quenão encampam nenhuma pauta pro-gressiva de direitos sociais, econômi-cos ou democráticos.

Por outro lado, a adequação das li-deranças tradicionais de vários seg-mentos organizados da classe traba-lhadora a uma lógica burocrática reve-lou-se um empecilho quando se en-saiou um movimento de defesa do go-verno. São setores que se movimen-tam, mas sem peso de massas, e queainda têm sofrido perda paulatina deespaços nos aparelhos e movimentossociais do seu campo, o que revela obaixo impacto das mobilizações gover-nistas de 13 de março. O fato de, ainda

que com contradições, mostrarem umacrença na regulamentação do trabalhoterceirizado proposta por Vicentinhocomo um "mal menor", ou na possibili-dade de veto do PL 4330 por parte dogoverno Dilma, certamente contribuiupara seu imobilismo. Neste sentido, aatuação do governo, negociando o PLe seus impactos fiscais, serviu para es-timular algum tipo de reação. Pouco apouco, retornam às ruas com algumasexigências, contra a precarização dotrabalho, contra o ajuste fiscal, mas semcapacidade de colocar muita gente nasruas para além da ultra vanguarda deseus aparelhos sindicais.

Essa combinação de composiçãopolítica do governo, ajuste neoliberal,domínio político do PMDB, um congres-so peculiarmente conservador e mani-festações de direita, constrói na formaprática a retirada de direitos e conquis-tas sociais históricas. Vivenciamos ummomento de ofensiva brutal contra osdireitos dos trabalhadores, das crian-ças e adolescentes e dos direitos hu-manos, de forma geral. PL das terceiri-zações e o desmonte prático da CLT,projeto de reforma política do PMDB,projeto de redução da maioridade pe-nal, mudança do marco regulatório dopré-sal, estatuto do nascituro, estatutoda família, são exemplos de alguns re-trocessos históricos, caso implementa-dos. Também os projetos que saíramdiretamente da agenda do governo,como as MP 664 e 665, dão a tônicado ajuste geral e são utilizados comomoeda de troca nas mesas de negoci-ação dos servidores com o governo.

A ofensiva conservadora contra osdireitos da população trabalhadora tam-bém se dá mediante o aumento da re-pressão em duas frentes: a) a da judici-alização/criminalização das lutas, como poder Judiciário limitando as grevesdas categorias, interferindo a favor dopatronato ou do Estado na correlaçãode forças; b) aumento da repressão po-licial direta contra aqueles que ousam aquestionar o status quo, seja nas peri-ferias das cidades, seja quando as ma-nifestações alcançam seus centros.

A crise orçamentária e o arrochoimplementado também pelos gover-nos locais sobre a população provo-cam reações em várias partes doPaís, como expressam as lutas dostrabalhadores do Paraná contra o go-verno Richa e dos trabalhadores pau-listas contra Alckmin.

Neste ponto, destaque-se que ou-tro aspecto importante da falência domodelo econômico implementado no

Brasil é a combinação de crises daágua e da energia elétrica, em um Paíscom uma das mais amplas e diversifi-cadas bacias hidrográficas do planeta.Trata-se de problemas que impactamdramaticamente a vida de parcelasmuito expressivas da população.

Acreditamos que é preciso construirum processo de resistência organiza-da aos ajustes e aos ataques. A multi-plicação e radicalização de conflitosque reivindiquem mais direitos, maisserviços públicos, mais emprego, maisconcursos, é algo que devemos ajudara construir, na esteira dos vários seto-res que se movimentam, e sendo con-sequentes na própria política que im-plementamos de crítica à precarizaçãodos serviços públicos.

Um novo processo de mobilizaçãoexigirá a adequação das atuais formasde organização dos trabalhadores, dopovo pobre e da juventude, ou a cria-ção de novas ferramentas, capazes dedar respostas políticas ágeis e demo-cráticas aos anseios da maioria do povobrasileiro, descrente dos partidos, darepresentação indireta, dos palanquese dos discursos.

Para encontrar saídas significativasdo ponto de vista das mobilizações, épreciso trabalhar pela unidade, o querequer ao mesmo tempo generosida-de e acerto nas bandeiras essenciais.Nossa pauta geral deve incluir a defe-sa dos direitos democráticos, trabalhis-tas e previdenciários. Alguns pontosque podemos defender:

- Nenhum direito a menos: contra oajuste fiscal e a retirada de direitos tra-balhistas e previdenciários

- Contra os cortes de recursos parasaúde, educação e moradia

- Auditoria da dívida pública- Tributação dos ricos e das gran-

des fortunas- Reforma político-eleitoral que ga-

ranta democracia direta, ampla partici-pação popular, feita pelo povo e commedidas que democratizem radical-mente o poder e liquidem com os me-canismos de controle e manipulação dopoder político (tais como o fim do finan-ciamento empresarial de campanhas,o tempo igual de TV para todos os par-tidos, a revogabilidade dos mandatosparlamentares)

- Não à cláusula de barreira e aovoto distrital

- Não à criminalização dos que lu-tam

- Desmilitarização das polícias- Democratização dos meios de co-

municação

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- Redução da jornada sem reduçãodos salários

- Em defesa do seguro desempre-go, dos salários e dos direitos dos apo-sentados e pensionistas

- Pelo irrestrito direito de greve epela livre organização associativa e sin-dical do funcionalismo público

2) Avaliação do movimentoa) A ASSIBGE aos seus 30 anos de

luta sindicalFoi na efervescência das lutas polí-

ticas pelo fim da ditadura, abertura po-lítica e contra os decretos presidenci-ais do período, que a ASSIBGE - antesuma associação recreativa - surge comcaráter sindical, na disputa eleitoral de1980, com a chapa denominada "Revi-rada". Em 1989, fomos uma das primei-ras categorias do funcionalismo públi-co federal a conseguir a carta sindical.De lá para cá, muitas lutas, divergênci-as e unidades foram vividas e nossaentidade, que conserva a mesma es-trutura de direção colegiada e núcleospor local de trabalho, completou seus30 anos de luta.

A ASSIBGE-SN consolidou um re-conhecimento, no cenário nacional,como uma entidade que representauma categoria extremamente combati-va, e que tem sido consequente na lutapor serviços públicos de qualidade,contra sua precarização e desmonte.Internamente, vivencia um momento deforte embate com uma direção que foiindicada pelo Governo, mas que fazparte do corpo funcional do IBGE, e im-plementa um modelo de apequena-mento e desconstrução das condiçõestécnicas e operacionais do órgão, o queo levou a uma crise institucional semprecedentes. Detalharemos mais al-guns destes aspectos mais adiante, pri-meiramente localizando a situação daASSIBGE-SN no bojo dos movimentosgerais dos trabalhadores brasileiros.

b) Dos desafios da conjuntura e dasrespostas das organizações dos traba-lhadores

Do ponto de vista geral, com a cri-se de 2008, os trabalhadores segui-ram em suas lutas, com menor oumaior repercussão pública ou midiáti-ca, em duas frentes principais: a) comlutas pontuais, a maioria das quais porreajustamentos salariais (quase todasas categorias com suas respectivasdatas base); b) para não permitir reti-rada de direitos conquistados (servi-dores públicos, luta contra o PL 4330)ou ainda em torno das condições detrabalho (servidores de todas as esfe-ras, construção civil).

Os movimentos do campo têm vi-venciado um menor potencial de lutasdo que no período anterior das déca-das de 80 e 90. As razões são as maisdiversas: a) em menor grau, o assen-tamento de famílias que se acomoda-ram; b) a farta distribuição de cestasbásicas nos acampamentos, o que criauma ambiente de dependência e aco-modação; c) o crescimento do empre-go formal ou temporário; d) o alinha-mento político de alguns setores, que,diante da polarização governo-o posi-ção, não buscaram uma política demaior confronto, mas um movimentobaseado no processo negocial junto aogoverno e parlamento em detrimento doenfrentamento e da consigna "ocupar,resistir e produzir", que marcou a épo-ca anterior. Contudo, os números daviolência no campo não arrefeceram.Ao contrário, cresceram as mortes delutadores pela terra.

Os movimentos de luta por moradiaforam destaque no processo de lutasnas principais capitais do país, com umaorganização articulada e disposta a umenfrentamento diante da crise das cida-des e do debate sobre política urbana.Os trabalhadores seguem enfrentandoos problemas frente a especulação fi-nanceira, os aumentos abusivos dos alu-gueis e, mesmo projetos de habitaçãopopular como a "minha casa, minhavida", sofrem críticas de serem destina-dos a áreas muito distantes e com ma-teriais de segunda categoria, além denão terem sido construídas em númerosuficiente para dar conta da demandarepresada. Ao mesmo tempo, cresce onúmero de imóveis públicos e privados(e espaços urbanos vazios) que nãocumprem função social e ficam aban-donados pelas cidades.

Da mesma forma, outras lutas sedestacaram no cenário nacional, comoa organização dos povos indígenas,pela demarcação de suas terras, pre-servação da natureza, manutenção desua cultura e das condições de saúdede suas populações, ainda muito viti-madas pela aculturação e doenças aque são acometidos. Esses consegui-ram eleger um conselho com maioriaindígena e tem realizado importantesmovimentos de resistência frente aosprojetos de lei que intentam reduzirsuas terras ou tentar alterar a lei quelhes dá condição especial de tutelados.

As principais lutas que ocorreram nopaís no último período foram em 2013,um processo social que, iniciado pelaluta contra o aumento da tarifa de trans-porte público em São Paulo, organiza-

da pelo movimento "passe livre", ga-nhou amplitude se espalhando por todoo país e agregando um conjunto hete-rogêneo de indignação e pautas reivin-dicatórias, sobretudo depois que osgovernos estaduais, incentivados pelogoverno federal, passaram a reprimircom violência as manifestações de rua.Assim, contando com o recurso às re-des sociais, convocatórias anônimas ediferentes perfis de setores da socie-dade, ampliaram essa luta para a saú-de, educação pública de qualidade.

Ao mesmo tempo, reapareceramem público grupos conservadores, tan-to das camadas mais abastadas comodas pobres, que já germinavam posi-ções contrárias a partidos políticos,centrais sindicais, sindicatos ou qual-quer movimento organizado e que le-vantavam bandeiras mais relacionadasà moralidade do que a políticas con-cretas. Essa heterogeneidade resultouem alguns conflitos nestas manifesta-ções e que também refletiram no seuesvaziamento.

As manifestações de 2013 no Brasil,semelhantes às que ocorreram em ou-tros países com o movimento OCUPEM,deixaram marcas importantes a seremanalisadas. Elas levaram a aflorar umrepúdio grande ao cupulismo, a apro-priação indébita das lutas populares poragremiações partidárias, e práticas en-velhecidas que concedem às massas omero papel de coadjuvantes na vonta-de de direções em se autolegitimarem.Daí o repúdio aos discursos, aos palan-ques, carros de som e microfones.

Sem dúvida os velhos métodos derepresentação indireta, presentes naestrutura sindical e partidária do sécu-lo XX, foram colocadas em xeque nasruas, por não corresponderem ao vigore a ansiedade de participação da juven-tude de nosso tempo, que se forja numprocesso de participação política mui-to mais ampla e horizontalizada.

De qualquer forma, essa movimen-tação grandiosa, ocorrida em todo opaís, conseguiu pautar algumas discus-sões no governo (10% do PIB para aeducação, conter o aumento dos trans-portes naquele momento, aumentar averba para saúde) e algumas respos-tas sobre outras demandas específicas.Mas, em razão dos mesmos problemasapontados, o movimento se dispersoue seguiram-se importantes lutas de ca-ráter corporativo, como dos operáriosde trabalho temporário das obras nosestádios e do Comperj, no Rio, pormelhores condições de trabalho e sa-lários, que fizeram com que o próprio

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governo tomasse para si as negocia-ções com as centrais sindicais e repre-sentantes dos trabalhadores da cons-trução civil; a luta dos garis no Rio deJaneiro, que enfrentaram a burocraciasindical e ultrapassaram as fronteiraslegais para conquistar melhores condi-ções salariais e sociais (por dois mo-mentos, sendo que suas principais li-deranças foram demitidas na segundaluta); dos policiais civis e bombeiros emmuitos estados do país, para melhoriadas suas condições salariais, que ain-da seguem pela PEC 300.

Os servidores públicos estaduais semobilizaram em diversos estados, bus-cando melhorias salariais e condiçõesde trabalho, particularmente os setoresde educação e saúde. Destaque-se aslutas dos profissionais da educação noParaná, contra a mudança de sua pre-vidência e aposentadoria, duramentereprimida, num movimento que ganhoumuita solidariedade da população(como também ocorrera com os bom-beiros), dos profissionais da educaçãoem São Paulo, que seguem lutando pormelhorias na educação e salário e di-versos estados onde estas lutas se re-produzem, buscando melhoria nas con-dições de saúde e educação.

Os servidores federais, que continu-amente seguem lutando e em 2012conseguiram uma importante vitória,não em razão do valor alcançado, de15,8%, mas como um movimento quequebrou a lógica do governo de nãoceder nada ao funcionalismo e depoisde não dar reajuste linear. Uma grevelonga, como toda greve do funcionalis-mo tem sido para alcançar seus objeti-vos, mesmo diante de muita repressão,e em muitos casos do corte salarial.

Infelizmente, o papel das centraissindicais tem sido de atuar no limitede suas categorias, sem unidade deação e também muito em razão dasdiferentes concepções existentes, daala ligada aos setores conservadoresda sociedade (Força Sindical, CGTetc) a das que possuem quadros liga-dos ao governo (CUT e CTB) e, emplena contradição, não conseguiramter independência crítica, vendo-senuma situação de praticamente apoi-ar e defender as iniciativas governa-mentais, priorizando as negociaçõesparlamentares e não a luta direta dascategorias. Restando a CSP-Conlutase a Intersindical que priorizam a lutadireta, mas que ainda não tem reper-cussão para além de suas categorias,ainda que tenham tido importante pa-pel nas articulações e lutas gerais.

c) Sociedade polarizadaPassadas as eleições, a vitória aper-

tada da presidente Dilma foi acompa-nhada de um avanço conservador pordentro e por fora de seu governo. Pordentro, com a política de ajuste fiscal,medidas de restrição de direitos previ-denciários (pensões, auxílio defeso edesemprego), aumento progressivo dataxa básica de juros e o favorecimentodo setor financeiro beneficiado com opagamento dos juros da dívida públi-ca, projeto de alteração da CLT via PL4330 que amplia o uso de trabalho ter-ceirizado para áreas fim das empresas,restrições de incentivos fiscais, negati-va da base parlamentar aliada em se-guir apoiando os projetos do governo.Por fora, os setores mais conservado-res da população, não aceitando a der-rota nas eleições, seguem pressionan-do pelo desgaste do governo, apoian-do-se principalmente nas denúncias decorrupção da Petrobrás.

Isso tem provocado alguns realinha-mentos políticos dos setores organiza-dos da classe trabalhadora. De um lado,as centrais sindicais seguem reivindi-cando serem as negociadoras dos tra-balhadores junto ao governo, parlamen-to e o patronato, algumas das quais apoi-ando as medidas mais duras, como par-te da sua definição ideológica. A arqui-pelega Força Sindical e seu braço polí-tico partidário mais direto - o "Solidarie-dade" - são um exemplo concreto dedefesa de quebra dos direitos atravésde sua defesa do PL 4330. Por outrolado, as centrais mais à esquerda ten-tam espernear sobre projetos que es-tão tramitando desde 2012 (caso do PL4330), como o último respiro, tentandotrabalhar a unidade de ação, em mani-festações pelo país. Infelizmente, essastentativas, por hora, não tiveram a me-lhor repercussão, uma vez que se en-frenta uma maioria do congresso nacio-nal mais conservadora, com menor re-presentatividade de trabalhadores nasbancadas, e por outro lado a fluidez domovimento sindical, a falta de uma polí-tica mais contundente e de inserçãomobilizadora, o que prejudica demais aspossibilidades de convencimento demobilização. Ademais, o cenário econô-mico recessivo, com demissões sendoanunciadas em setores da indústria, aredução do volume de obras, colocamem risco o emprego de muitos trabalha-dores, o que, somado ao corporativis-mo e a falta de política de enfrentamen-to, acabam fracionando os movimentosda classe trabalhadora, que se disper-sam em lutas localizadas.

d) Funcionalismo FederalSeguimos organizados, porém com

muito corporativismo. A maioria das en-tidades continua discutindo salários econdições de trabalho, querendo darresposta a sua base, sem qualificar omaior debate que é a reestruturação doEstado, especialmente com a decisãodo STF que decidiu pela liberalizaçãodas Organizações Sociais no serviçopúblico, em recente votação, o que põeem risco e retoma os debates e proje-tos do governo neoliberal FHC, com asproposições de Bresser Pereira, quepretendia definir o que era exclusivo outípico de estado e permitir a transfor-mação/privatização dos órgãos públi-cos da saúde, educação, cultura e ci-ência e tecnologia, lócus onde o IBGEsempre foi identificado pelo governo noEstado Brasileiro.

Não conseguimos unidade para lu-tar e priorizar a data base, a negocia-ção coletiva, a definição de normas ge-rais para as carreiras, entre outras ques-tões mais fundamentais. É o caso da iso-nomia de benefícios entre os três pode-res. Afinal, comer, vestir, tratar a saúde,ou mesmo as diárias deveriam ser di-reitos iguais aos servidores; mas, infe-lizmente, a lógica governamental temsido de negar esse direito, já que no Exe-cutivo há muito mais trabalhadores doque nos demais poderes. Estes, por suavez, são independentes, mas o orça-mento, quando aprovado, é o mesmo aser dividido pelos três poderes.

Embora tenhamos realizado apenasum congresso dos servidores federaisna década de 80, realizamos inúmerasplenárias e greves unificadas. Esse graude unidade - que devemos permanen-temente defender - tem sido cada diamais dificultado face a alguns mecanis-mos criados pelo governo FHC e manti-do pelos governos Lula e Dilma. Dentreeles, se destacam as gratificações pro-dutivistas e os planos de carreira, quese, por um lado, foram identificadoscomo conquistas, também servem comoinstrumentos de fracionamento. Na me-dida em que as categorias começamnegociações especificas, passam a pen-sar na "sua" categoria e na "sua" con-quista e esquecem as maiores e históri-cas bandeiras, pelas quais estamos lu-tando há mais de 25 anos.

Por outro lado, o menor rigor com aindependência frente ao governo do PTpor parte de algumas entidades tam-bém representou menor investimentonesta unidade, gerando uma polariza-ção infrutífera entre os denominadosgovernistas e os não governistas. A pri-

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orização de disputas em superestrutu-ras sindicais ou partidárias em detri-mento da organização dos locais de tra-balho fragilizaram a unidade das cate-gorias em torno das bandeiras de lutamais gerais, impactando as formula-ções e a realização dos planos de luta.Isto, sem dúvida, trouxe mais atraso naconstrução da unidade, facilitando aação de governo no sentido de imporcalendários, encurralar as lutas do fun-cionalismo nos apertados prazos de de-finição do orçamento e empurrar diplo-maticamente as nossas principais ban-deiras para debaixo do tapete.

O governo passou a usar de recur-sos de retórica para caracterizar-secomo grande negociador, com a forma-lização "das negociações permanen-tes", criação de inúmeros GTs, que,entretanto, não se efetivaram em polí-ticas concretas e acabaram emperran-do o encaminhamento progressista depautas importantes, como a regulamen-tação do direito de greve (em razão daretirada de setores que pudessem fa-zer greve, como o caso dos trabalha-dores que usam armas - policiais e fis-cais), definição da data base, direto anegociação coletiva, etc.

Isso não significa que não reconhe-çamos algumas ações positivas dosgovernos do PT em comparação comos anteriores. Lula e Dilma realizaramconcursos - ainda em número insufici-ente diante da destruição do Estadopatrocinada pelos governos Collor eFHC. Reconhecemos também que ossalários dos servidores nestes gover-nos tiveram recomposições importan-tes, a ponto de se tornarem mais atrati-vos aos jovens. Entretanto, criticamosa forma pouco democrática como esteprocesso se desenvolveu. Em muitoscasos, as negociações não se proces-saram, no sentido estrito da palavra.Muitas vezes o governo sequer avaliouas propostas, aplicando reajustes daforma como entenderam e em outroscasos romperam com o acordado emmesas de negociação, como denunci-am algumas categorias, que souberamdo descumprimento do acordo somen-te com a publicação da lei.

Assistimos a uma imensa transfor-mação do Estado no que concerne aosservidores, seja por conta da alteraçãona configuração do perfil de servidores,com um crescimento do quadro de ní-vel superior, seja pela eliminação emmuitos órgãos do servidor de nível auxi-liar, pela terceirização de muitas funções(como copeiro, limpeza, recepção, mo-toristas, informática) ou na precarização

das relações de trabalho recorrendo àmassificação da força de trabalho tem-porária em substituição ao quadro per-manente, burlando, assim, a lei.

Vivenciamos a implantação de ummodelo de gestão privada, a exemploda CEF e BB, que prioriza o produtofinal (foco em resultados) e não suaqualidade, o fazer mais com menos, agestão de processos, pessoas, a infor-matização crescente de todos os pro-cedimentos, a redução dos setores ad-ministrativos e eliminação de setoresque deveriam ser fundamentais aoatendimento e qualidade de trabalho,que são os profissionais de saúde, as-sistência social e psicológica. Acredi-ta-se que um sistema de controle deprocedimentos denominado SIAAS,possa substituir o atendimento deman-dado nas unidades de trabalho, o que,não ocorrendo na realidade, trata-seapenas de adaptar o que se tem com aredução dos custos e a visão de que aprioridade de concursos - muito maisrestrita - será sempre para áreas fim enão para as que poderiam nos darapoio aos problemas que afetam obem-estar no trabalho. Isto está sendosecundarizado ou abandonado.

É preciso construir um amplo deba-te e organizar de maneira mais intensaa movimentação unificada do funciona-lismo. Há uma série de projetos em an-damento que significam um ataque bru-tal aos direitos dos servidores e aos ser-viços públicos como um todo, como éo caso do PLP 92/07, que cria as fun-dações públicas de direito privado; oPLP 248/98, que trata da dispensa porinsuficiência de desempenho; os PLPs01/07 e 549/09, que limitam o aumentodo investimento com pessoal por 10anos (congelamento salarial). Além dis-so, o STJ, recentemente, rejeitou a ADI1923 e julgou a constitucionalidade dalei que autoriza convênios com as or-ganizações "sociais", o que permiteampliar largamente o sucateamentodos serviços públicos. Por outro lado,é necessário pressionar por avançosem nossa pauta comum, em torno detemas como a livre organização sindi-cal, a data-base, a defesa de uma po-lítica salarial permanente, a aprovaçãoda PEC 555/06 para acabar com acontribuição previdenciária dos apo-sentados, por mais concursos públicossubstituindo a força de trabalho pre-cária (terceirizada e contratada), etc.Também devemos pressionar pelaanulação da reforma da previdência,construída com base na compra de vo-tos/mensalão.

e) No IBGE a luta encontra muitosdesafios

No IBGE, os desafios são muitograndes: falta de pessoal, aposentado-rias crescentes, precarização com ter-ceirizados, contratos temporários, es-tagiários; falta de profissionais da áreade saúde; falta de treinamentos e ca-pacitação mais permanentes e presen-ciais; cobrança de produtividade; ges-tão gerencialista, baseada no narcisis-mo da diretoria e em métodos de con-trole das pessoas e não dos trabalhos,levando a um mal-estar generalizado,a maiores graus de estresse (controlerígido do ponto sem qualquer contra-partida com promoção de bem-estar);ausência de política sólida e permanen-te de recursos humanos; adoecimentoe desestímulo que levam pessoas a an-teciparem aposentadorias ou a pediremexoneração.

A luta contra a precarização, porconcursos públicos e melhores salári-os nos levou às greves de 2012 e 2014.Associadas à falta de orçamento com-patível e aos riscos à autonomia técni-ca, nossa categoria desenvolveu diver-sas frentes de luta, para além da gre-ve, como denúncias no Ministério Pú-blico Federal e do Trabalho, denúnciana OIT, denúncia a todos os parlamen-tares, audiências públicas variadas,conversas e audiências no STF parapautar esses temas. Apesar de todosos nossos esforços, não conseguimosbarrar a precarização e, mesmo con-tando com a solidariedade às nossaslutas por parte de segmentos represen-tativos da comunidade científica e atémesmo com certa simpatia de setoresda imprensa, os ajustes fiscais vão im-pedir ou reduzir a capacidade de exe-cução de concursos. As sucessivas di-retorias do IBGE subestimaram o im-pacto das aposentadorias e dos pedi-dos de exoneração, não aproveitaramo chamado "período de bonança" dogoverno Lula e agora nos vemos às vol-tas com cada vez menor possibilidadede recomposição do quadro permanen-te no instituto.

O IBGE sofre sucessivos cortes or-çamentários, deixa de realizar impor-tantes demandas da sociedade, o quepode ser traduzido como um risco cons-tante à autonomia técnica em relaçãoao governo, pois, uma vez impedida derealizar suas atividades, coloca em ris-co sua liberdade de ação, sua indepen-dência e a fidelidade do retrato estatís-tico e geocientífico que oferecemos àsociedade. Afinal defendemos o IBGEcomo um órgão do estado Brasileiro,

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que não pode estar submetido às in-tempéries dos governos de plantão.

As condições de trabalho tambémsão impactadas, os treinamentos e ca-pacitações estão todos comprometidosnesta trama de problemas. Mas a res-posta da direção não é criar um espíri-to coletivo de unidade interna, constru-indo um corpo de resistência ao ata-que que o ajuste fiscal provoca. Ao con-trário disso, pune os lutadores com in-terminável compensação de horas -quando negociou colocar os trabalhosem dia -, proíbe assembleias fora dohorário de almoço e exige autorizaçãoda diretoria, como nunca vimos desdeos tempos da Revirada. Cria mecanis-mos para fiscalizar críticas no facebook,controlar envio de e-mails de militan-tes ou dos que ousam tecer algum graude crítica, criando um terror interno, seapropriando pessoalmente do empode-ramento de seus cargos. Para além dis-to, demitiu trabalhadores com a coni-vência do governo e com isso quer ge-rar um ambiente de medo, de controletípico dos que não se sustentam porsua condição apenas, mas precisam deinstrumentos de opressão para se as-segurar. Toda a ousadia de nossa luta,com uma pauta que priorizava defen-der o instituto, concursos, orçamento edemocracia, não está tendo reflexo nosque têm poder de mando e que insis-tem em manter o status predominante,ditado pela Presidente e Conselho Di-retor, direção esta, formada por funcio-nários da própria instituição, o que que-bra qualquer ilusão de que servidoresda casa seriam mais comprometidos edemocráticos.

Nossa luta em 2012 atingiu um per-centual grande de agências em todo opaís, locais de onde são coletadas aspesquisas e que possuem um grandepoder num processo de mobilização. Foisem dúvida uma importante estratégia,que, somada a mobilização de outrascategorias do funcionalismo, fez comque conseguíssemos uma conquistaaos servidores efetivos do ponto de vis-ta salarial e, para a maioria dos servido-res de nível intermediário, a reparaçãoparcial das defasagens salariais criadasem 2006, com a criação das GQs 2 e 3.

Mas a luta também pautou outrosproblemas da instituição, como os pro-blemas afetos ao trabalho temporário,sem direitos salariais, sociais e de con-trato precarizado. Em 2014, nossa lutase deu também com grande participa-ção de agências como em 2012, mascom grande participação dos trabalha-dores de contrato temporário, que hoje

predominam na coleta dos dados e,portanto, são essenciais à mobilização.E foi justamente isso que fez com quea o autoritarismo da direção do IBGEdenunciada durante a greve se concre-tizasse na demissão dos trabalhadorestemporários, justamente nos locaisonde a adesão deles se fez mais forte,alterando suas avaliações em clarafraude e improbidade administrativa.

O governo federal endossou o au-toritarismo da direção do IBGE ao to-mar a atitude de entrar com uma açãocontra a nossa greve para caracterizá-la como ilegal, ou condicionando-a àmanutenção dos trabalhos de 70% dosservidores em cada uma das unidades,com aplicação de multa ao sindicato pordescumprimento. Isto não enfraqueceuo movimento, gerando, ao contrário,mais indignação e muita solidariedadeda sociedade. No entanto, as armas dedesconto dos salários, tocando na par-te frágil dos trabalhadores, que preci-sam pagar suas contas, as demissõesde trabalhadores de contrato mais frá-gil, a ameaça de mais demissões, fize-ram com que, após 79 dias da greve emuitas atividades de mobilização, pas-seatas, IBGE na praça, acampamentoem Brasília e no Rio de Janeiro, inter-venção no parlamento, discussões comMinistros do governo e uma postura durada direção contra a greve, retornamosao trabalho, frente aos desgastes pró-prios da greve e de não ver perspecti-vas de negociação com o governo.

Vale lembrar que, no fórum em quediscutimos a saída da greve (propostadepois respaldada pelas assembleiasde base), as posições no máximo sedividiam entre sair naquele momento(maioria) ou sair na semana seguinte,esperando para ver se haveria algumadecisão judicial favorável aos grevistasdemitidos (posição minoritária). Havía-mos ficado cerca de 30 dias em grevesem ver perspectivas concretas deavanço na pauta, mas empenhados nabusca política da reversão das demis-sões dos grevistas temporários. Entre-tanto, não houve avanços no campopolítico, e permanecer mais tempo sig-nificaria comprometer uma nova folhade pagamento com os cortes salariais,e o fato é que até hoje o processo en-contra-se parado no STJ.

Apesar de todas essas dificuldades,conseguimos alcançar como fruto doesforço grevista, no interior do Grupode Trabalho sobre carreira, uma pro-posta de reestruturação que, caso con-cretizada, beneficiará todos os traba-lhadores efetivos do IBGE, ativos e apo-

sentados. Por meio de um intenso de-bate na categoria, aprofundamos o co-nhecimento sobre as possibilidades eriscos das vias de reestruturação dacarreira, forçamos um avanço frente àsrestrições impostas pela direção doIBGE e temos uma proposta diferenci-ada para negociação nesta CampanhaSalarial. Essa foi mais uma oportunida-de de debater, nos vários locais de tra-balho, as diferentes formas de remune-ração existentes no funcionalismo, so-bretudo compreender a concepção daremuneração por subsídios, históricosda construção de algumas carreiras eas diferenças salariais no Executivo.

Esse debate era necessário diantedos vários questionamentos e discus-sões que travamos na carreira de C&Te na carreira própria, quando tentamosrealizar alterações até mesmo no Con-gresso Nacional, com intensos deba-tes em todo o Brasil, pois o projeto en-caminhado pela diretoria do IBGE trou-xe grandes mudanças na carreira, con-flitos internos e mudanças, muitas dasquais - do ponto de vista da estrutura edos salários trouxeram sequelas a boaparte do corpo funcional, bem como al-terações negativas para a categoria(caso do comitê de carreira, fruto denossas emendas, que deixou de ser de-liberativo, separação das carreiras ecargos entre outros, aumento do tem-po para promoção).Portanto, um deba-te fundamental!

Com relação aos trabalhadores tem-porários, a situação se torna muito maiscomplexa, à medida que ocorre a suamassificação no interior do órgão e adireção do IBGE e o governo assumemuma posição de não os tratar como ser-vidores públicos. Em toda oportunida-de em que a pauta dos trabalhadorestemporários é tratada com a direção doIBGE, ela afirma que concede todos osdireitos que a lei permite e que qual-quer melhoria depende de ações dogoverno (negligenciando a sua respon-sabilidade pela condição de precariza-ção imposta por prerrogativa sua naimposição do aditamento mensal doscontratos). As mesas típicas de nego-ciação do governo com o funcionalis-mo não reconhecem a situação dos tra-balhadores temporários como digna deatenção especial, pois, na sua visão,os trabalhadores temporários seriam si-tuações excepcionais. O governo, en-tão, não quer lidar com um problemaque ele cria ao impor, via política dassucessivas direções do IBGE, a mas-sificação permanente de um recursoque deveria ser excepcional.

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É importante dizer que a demissãodos temporários em greve foi umaafronta a um direito constitucional quedeveria ser garantido a todos os traba-lhadores. Trata-se de decisão da dire-ção do IBGE, que foi respaldada pelogoverno federal. Este confessadamen-te se aproveita de um endurecimentoda justiça em relação aos processosgrevistas para inibir as lutas do funcio-nalismo e construir todas as dificulda-des possíveis. As demissões dos gre-vistas do IBGE significam uma derrotaimportante, não só para os trabalhado-res do instituto (que passam a enfren-tar maiores dificuldades na sua organi-zação), como para o conjunto dos tra-balhadores. Por isso, para além dasvárias tentativas no campo jurídico, to-dos os esforços possíveis no sentidode buscar solidariedade em outros seg-mentos estão sendo feitos. Fruto desteesforço, inclusive, a readmissão dosgrevistas demitidos do IBGE entroucomo um ponto da pauta da campanhasalarial geral dos SPF, em 2015.

Somos e sempre fomos uma cate-goria de luta, que enfrentou todos osgovernos e dirigentes do instituto emprol de direitos sociais, trabalhistas,autonomia técnica e melhores condi-ções de trabalho. Uma categoria aguer-rida, que nasceu na luta pela aberturado país, que enfrentou Sarney (na fa-mosa consigna do "Xô Sarney"); queenfrentou Collor, contra as demissões,o fim da escola técnica, a luta pelo re-gime jurídico único; que enfrentou FHCcontra a redução do Estado, a trans-formação dos órgãos públicos, a políti-ca de PDV, a política de arrocho, resis-tiu à retirada de 50 direitos dos servi-dores; que enfrentou Lula, apesar dasilusões que muitos nutriam, na greveda previdência de 2003, que comple-tou as maldades da reforma de FHCde 98, e em todos os momentos nosquais fomos às ruas buscando melho-res condições de trabalho e remunera-ção; e estamos enfrentando Dilma, con-tra as políticas de retirada de direitos eo ajuste fiscal.

Este necessário enfrentamento, quedeveria ser feito por todos os setoresorganizados da classe trabalhadora, sófoi possível porque o coletivo Sindicatoé pra Lutar, que está à frente deste sin-dicato desde o final de 1999 até hojepor votação direta, sempre teve totalindependência de governos, dos parti-dos, das centrais e sempre apostou naluta direta da categoria. Com diferen-tes composições e representações,buscando formar e construir a renova-

ção na EN e nos Núcleos, dialogandocom todos os setores, assimilando crí-ticas, planejando e recompondo açõese condutas de acordo com as necessi-dades da categoria, a direção da AS-SIBGE-SN tem lutado e defendido pu-blicamente todos os aspectos da nos-sa pauta de reivindicações e, de ma-neira geral, tem defendido ampliaçãode direitos e resistido à quebra de con-quistas históricas. Nosso sindicato sedesfilou da CUT (através de plebiscitona base) por considerar que perdeu suaindependência com o PT no governo;nossa categoria ainda não avalia, atéo momento, que se tenha construídouma nova central capaz de aglutinar -com política democrática e autônoma,representatividade e poder de ação -um amplo segmento da classe traba-lhadora; isso não tem no impedido deatuar em conjunto, de maneira unitá-ria, em torno das grandes questões daclasse ou da pauta do funcionalismo.Fomos ampliando o nosso engajamen-to por um serviço público de qualidadepara a sociedade, por um órgão públi-co democrático e também em busca daunidade dos servidores federais. Nes-te momento, avaliamos que a buscadeve ser por outros campos de unida-de, mais amplos, para resistir a este pe-ríodo de intenso ataque aos direitos so-ciais, trabalhistas e democráticos.

Ainda temos muitas debilidades, emparticular porque não é fácil militarmossubmetidos à catraca, tendo que com-pensar trabalho e horas, sem direito deliberação de ponto sem ônus para a en-tidade e sob pressão cada vez maiorpor produtividade, além de perseguiçãopolítica. Ademais, nossa categoria setransforma muito rapidamente, e hojese convive no IBGE com um númerocrescente de aposentadorias sem anecessária contrapartida de concursos,o que certamente impacta na organi-zação e na ação sindical; com diver-sos regimes de trabalho, mais ou me-nos estáveis, com fortes diferençasentre direitos e remunerações, muitasvezes entre trabalhadores que desem-penham as mesmas funções; com vá-rios regimes distintos de acesso à apo-sentadoria e previdência; etc., o quetraz cada vez mais complexidade ànossa pauta de reivindicações e à nos-sa luta cotidiana.

Na medida do possível, temos co-locado nossa entidade na solidarieda-de e participação em fóruns comuns dacategoria e trabalhado por essa unida-de, como temos feito nas plenárias deservidores e de fóruns comuns, porque

acreditamos que a unidade dos traba-lhadores é determinante para fazerfrente a políticas que atacam direitos,em especial no atual momento. Issonão implica abrir mão de concepções,mas numa frente necessária de luta, emtorno de bandeiras concretas e co-muns.

Acreditamos que essa necessidadepressupõe unidade dos sindicatos re-presentativos de segmentos públicos eprivados - pois os ataques são para to-dos -, de movimentos populares, soci-ais e todos que queiram trabalhar naconstrução de novas ferramentas enum necessário debate sincero, pois ocapitalismo busca lucros e os trabalha-dores buscam direitos; o capitalismobusca o mercado e os trabalhadoresbuscam a solidariedade, a justiça, osserviços públicos de qualidade, a edu-cação de qualidade para todos.

Neste período em que estamos ven-do setores conservadores da socieda-de saindo às ruas pedindo maioridadepenal aos 16 anos, questionando gas-tos públicos com políticas sociais, ques-tionando as cotas públicas, sendo con-trários à democratização dos meios decomunicação, levantando bandeiras deódio à esquerda, com bandeiras comoa volta da ditadura militar, ou contrári-os às conquistas dos setores mais opri-midos da sociedade (negros, mulherese LGBTT), o desprezo e agressões aospartidos, sindicatos e movimentos or-ganizados (com alguma expressão nasmanifestações de 2013 e polarizadonas eleições presidenciais), mais doque nunca é necessário que os seto-res progressistas da sociedade seunam em defesa dos poucos (mas im-portantes) avanços democráticos e naluta contra a quebra e eliminação dedireitos duramente conquistados.

Na luta sindical de maneira geral,assim como no nosso congresso, comoem outros, a tendência é a polarização,no qual identificamos alguns modelosde análises: 1) aqueles que não anali-sam os elementos de mudança que vi-vemos na conjuntura, no governo, noEstado e na configuração de classe dasociedade e, tendo um pensamento li-near, olham para o passado achandoque os velhos tempos eram melhorese, portanto, ignoram as mudanças eabstraem os desafios passados e pre-sentes; 2) os que têm medo de enfren-tar e discutir essas mudanças e que,portanto, tendem a se adaptar "aos tem-pos" e acabam achando que não dámais para organizar, lutar, e ficam ima-ginando mudar a forma sindical para

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um perfil mais recreativo, de oferta deserviços; 3) os que entendem que a atu-ação política dos anos 80 e 90 é a mes-ma de hoje, com medo de retroceder,e que acham que não devemos repen-sar suas práticas e métodos de ação.Qualquer pensamento destes tende air na contramão da história, fechado aoseu tempo e suas interpretações. Nos-so objetivo não é desqualificar quais-quer destas visões, mas, ao contrário,buscar os elementos que agreguem eque sejam importantes para o enfren-tamento dos tempos atuais. Não pode-mos ceder ao pragmatismo cotidiano enem tampouco abstrair as mudançasde toda ordem que enfrentamos - tec-nológica, de diferentes formas de con-tratação, das aposentadorias, dos di-ferentes direitos em uma mesma cate-goria, do perfil de nível superior frenteao perfil nível intermediário, antes pre-dominante no IBGE e no serviço públi-co e hoje sofrendo um encolhimentopremeditado e provocado, do enxuga-mento dos efetivos e do crescimentode precarizações. Portanto, nem ser-vem os modelos do passado e tampou-co os pragmáticos, adaptativos. Novasperguntas estão postas, novas respos-tas são demandadas. Para que possa-mos fazer frente aos desafios do pre-sente, precisamos atuar com o espíritodo poeta Bashô, para quem, ao olharpara o passado, não devemos seguiras pegadas dos antigos, mas buscar oque eles procuravam. Somente enri-quecidos com a experiência do passa-do e motivados pela consciência da ne-cessidade de mudança frente ao pre-sente é que seremos capazes de iden-tificar a poesia do futuro que germinasob nossos pés e, então, poderemosencontrar as respostas para combatercom cada vez mais convicção políticaas injustiças, seja no IBGE, nas instân-cias de poder político e na sociedadecapitalista.

As mudanças virão com a nossaatuação política e sindical, porque achamada sociedade democrática temambiguidades, muitas ilusões e muitosdesafios a serem enfrentados. As mu-danças ocorrerão e o medo, a insegu-rança, desesperanças, às vezes podemocorrer nesta travessia turbulenta, masnão podem nos dominar e levar à pa-ralisia. Nenhuma tempestade dura parasempre, ninguém ou nenhuma políticaé eterna, mudanças acontecem todosos dias; mas sempre mediante a açãohistórica de homens e mulheres. Porisso, mais do que nunca é necessáriounidade para lutar, defender a vida e o

planeta; é necessário solidariedade, de-nunciando as opressões, a exclusão ea pobreza que o capitalismo provocana sociedade. De aprender e crescerna diversidade e não ver no diferente oinimigo, porque a sociedade é plural.

No entanto, a simples constataçãoda realidade no papel, por melhor queseja, não é suficiente para alterá-la. Asmudanças só virão com a intervençãoconcreta e direcionada da militância nabase, construindo com os trabalhado-res, nos locais de trabalho, a identifica-ção de seus problemas e de sua reali-dade de forma didática. Para isso é fun-damental o papel dos Núcleos Sindi-cais de Base, suas coordenações e ati-vistas, que devem deixar de ser merosrepassadores de decisões, que aguar-dam orientações. É preciso tomar inici-ativas, ter um calendário regular de reu-niões, produzir boletins, visitar as sa-las das unidades e as agências, con-versar e escutar o que dizem os cole-gas, transformar suas insatisfações emdenúncias, ligando-as ao sucateamen-to promovido pela política do governoe da Direção do IBGE e seus prepos-tas em cada estado.

Que as nossas utopias prevaleçamsobre aquilo que os setores ditos mo-dernos e o senso comum tentam nosvender: de viver o hoje, o agora, de seadaptar, de não acreditar que é possí-vel transformar o mundo. Isto represen-taria a capitulação total à alienação,uma expectativa vazia e enganadora.

Isto pressupõe o entendimento deque a vida do Sindicato é formada poruma via de mão dupla: de baixo paracima, de cima para baixo. Discutir nasassembleias e reuniões de base, apon-tar propostas, leva-las aos fóruns naci-onais, discutir e aprovar as melhorespropostas, retornar às bases para pres-tar contas do que foi discutido e quedecisões foram aprovadas. Assim épreciso:

1 - Um Sindicato que discuta política(núcleos e Executiva Nacional), pois apolítica é a base de todas as socieda-des e não podemos, em nome de críti-cas, achar que nenhum setor presta,ninguém serve e que não temos saída,pois isto é a base do ódio, do niilismo, eé nisto que se apoiam os reacionáriospara conquistar o poder, como temosassistido em alguns países da Europa;

2 - Realizar atividades de discussãopolítica, de temas como saúde, educa-ção, transporte, levando pessoas queestudam esses temas, para poderconscientizar a categoria. Tudo issoconcomitante aos assuntos e temas

que nos são intrínsecos - serviço públi-co, democratização, precarização, car-reira e condições de trabalho e o ajus-te fiscal e consequências. O sentido éplanejar atividades mensais para fo-mentar o debate, o diálogo com a base;

3 - Formação política, convidandoentidades conhecidas de formação (13de maio e seus formadores ramificadosnos estados, o NPC - Núcleo Piratinin-ga de Comunicação, dentre outros).Formação política e sindical, mas todapalestra pode gerar aprendizado;

4 - Realizar reuniões dos núcleossindicais semanal ou quinzenalmente,para trocar informações, organizar ati-vidades, planejar as atividades ao lon-go dos meses;

5 - Contato permanente com a base,distribuindo boletins, passando nas sa-las para um papo, um café e buscarconhecer e se aproximar dos trabalha-dores e deles ouvir suas demandas ouquestionamentos, buscando a partirdisto, dar as respostas, ou trazê-lospara produzir as respostas coletivas;

6 - Confeccionar os boletins da ca-tegoria, com informações gerais e es-pecíficas, juntando outros elementosde cultura, informações gerais, curio-sidades;

7 - Realizar assembleias periodica-mente. Ainda que não vá muita gente,é necessário discutir com os compa-nheiros e deliberar posições, socializarinformações, explanar de forma maisdetalhada que os boletins possam ex-pressar;

8 -Organizar atividades culturais ede datas comemorativas, pois isto tam-bém é uma forma de agregar;

9 - Denunciar, com provas, os ca-sos de assédio moral, perseguições,corrupções. O núcleo não pode assu-mir denúncias anônimas, a menos quefaça as investigações, mesmo assim,sempre com orientação do jurídico daASSIBGE;

10 - O núcleo deve estimular as lei-turas de livros, revistas e jornais, alémdos sites das demais entidades sindi-cais e popular

11 - Os núcleos devem participar eestimular as atividades conjuntas dosservidores nos estados, bem como deatividades de luta e solidariedade aosdemais trabalhadores e movimentosde lutas;

3) Plano de lutasJunhoDe de 22 a 30 de junho - repasse

das informações do ENAAP e Con-gresso a base, discutindo a possibili-

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dade de greve para julho (segundaquinzena);

De 22 a 30 de junho - intensifica-ção do trabalho de base, programa-ção de visita às agências, convoca-tória aos aposentados para ajudar namobilização;

De 22 de junho a 7 de julho - orga-nizar discussão sobre os efeitos do ajus-te fiscal para os servidores públicos epara a sociedade (buscar pesquisado-res, professores da universidade etc.);

De de 7 a 10 de julho - rodada deassembleias para decisão do indicati-vo de greve para o dia 18 de julho

Propostas gerais

1 - Defesa de uma sociedade justa,igualitária, plural e anticapitalista;

2 - Todo apoio e solidariedade aospovos que lutam contra o racismo, ma-chismo, homofobia, sistemas políticosditatoriais e o neoliberalismo em seuspaíses;

3 - Somar forças pela democratiza-ção dos meios de comunicação, comredução do alcance das redes nacio-nais de rádio e TV, incentivando a in-formação e programação regional

4 - Pela Auditoria Cidadã da DívidaPública, estimulando a participação ecriação de núcleos da auditoria nos es-tados;

5 - Construir as lutas que defendameducação, saúde e transporte públicoe de qualidade;

6 - 10% do PIB para a educaçãopública já;

7 - Pela anulação da reforma da pre-vidência (2003), aprovada na sombrado mensalão;

8 - Lutar contra a terceirização e pre-carização do trabalho e redução de di-reitos trabalhistas;

9 - Contra o ajuste fiscal do Gover-no Dilma, que penaliza a classe traba-lhadora e a população pobre do país;

10 - Pelo princípio de independên-cia sindical em relação a partidos, go-vernos e credos religiosos;

11 - Pela construção da unidadeda classe trabalhadora para que, por

meio de suas particularidades, seja-mos capazes de fazer frente às ofen-sivas do capital;

Questões gerais do funcionalismo1 - lutar pela data base e direito a

negociação coletiva;2 - lutar pela isonomia salarial e de

benefícios entre os Poderes da Repú-blica;

3 - lutar pela integralidade e parida-de dos aposentados, efetivos e pensi-onistas;

4 - Lutar contra a precarização dosserviços públicos (terceirizações, con-tratos temporários, estágios que ocu-pam vagas de efetivos, condições ma-teriais e de pessoal);

5 - Lutar contra os projetos de leinocivos aos interesses da classe tra-balhadora;

6 - Contra qualquer restrição do di-reito de greve dos trabalhadores e daliberdade de organização sindical;

7 - Redução da Jornada de Traba-lho sem Redução de Salário;

8 - Lutar pela liberação de pontopara mandatos classistas dos dirigen-tes sindicais com ônus para o Estado;

Sobre o IBGE1 - Defesa da sua autonomia técni-

ca;2 - Lutar pela realização de concur-

sos públicos para substituir a força detrabalho temporária nos trabalhos con-tínuos;

3 - Lutar por orçamentos compatí-veis a realização dos trabalhos da ins-tituição para que não ocorram interrup-ções e riscos à qualidade das informa-ções;

4 - Lutar pela realização do Con-gresso institucional;

5 - Lutar pela democratização doIBGE, com eleição direta para Presi-dente, diretores e demais chefias esta-duais e de setores;

6 - Pela reintegração dos trabalha-dores temporários demitidos na grevede 2014;

7 - Enquanto existir o trabalho tem-porário, lutaremos por:

7a - salário igual ao vencimentobásico do piso inicial da carreira

7b - igualdade de benefícios (saú-de, creche, etc.);

7c - pelo direito à indenização decampo já paga aos trabalhadores con-cursados;

7d - Para que, nos próximos con-cursos do IBGE, haja previsão de pon-tuação por tempo de experiência nostrabalhos do órgão;

7e - Pelo pleno direito de organi-zação coletiva e garantia do direitoconstitucional à greve;

7f - Pelo direito à liberação deponto para participação nos fóruns sin-dicais;

7g - Fim do aditamento mensal;7h - Treinamento adequado e de

qualidade no ingresso do trabalho;7i - Contra o assédio moral, sexual

e a pressão produtivista na pesquisa;7j - Protetor solar e equipamentos

de proteção

Tarefas aos núcleos e ExecutivaNacional (agregar ao que já está natese)

1 - Realizar programa de formaçãopara os militantes e voluntários;

2 - Realizar campanha de filiaçãojunto aos núcleos para toda a base dacategoria (ativos, aposentados e tem-porários);

3 - Manter a campanha de denún-cia a todos os setores da sociedadepela crise institucional por que passa oIBGE;

4 - Realização do segundo con-gresso democrático, no ano de 2016

5 - Promover debates nos núcle-os e em nível nacional dos temas afe-tos aos nossos problemas (precari-zação, democratização), bem comotemas de interesse da sociedade(maioridade penal, reforma política,urbana, meio ambiente, crise daágua, etc);

6 - Campanha contra o assédiomoral nos ambientes de trabalho,com cartazes, cartilhas e denúncias,com as devidas comprovações outestemunhas;

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Seja num livro, ou num filme, ou,ainda mais comumente, numa novela,tantas vezes assistimos ao herói encur-ralado sem qualquer perspectiva de sal-vação, ou então nos deparamos comum mistério tão intrincado que pareceindecifrável, e então aparece uma so-lução mágica, seja uma cavalaria parasalvar o herói ou aquela pista que ne-nhum personagem tinha observadodurante toda a trama e que ao final re-solve todo o mistério.

Trata-se de um dos mais antigosrecursos literários, conhecido de deusex machina, que teria recebido estadenominação pela forma como era en-cenado nos teatros gregos, utilizando"andaimes ou plataformas que pareci-am descer do céu, sendo erguidas oubaixadas através de roldanas" [1], paraque deles os deuses do Olimpo, can-sados de injustiça, dessem a salvaçãoao protagonista ou a punição aos vilões.

Assistimos tanto ao emprego desteartifício, que por vezes parece que suaassimilação pelo imaginário coletivoinfluencia na interpretação das relaçõessociais. É então que alguns passam aacreditar que, na sociedade atual, asformas tidas por tradicionais são ultra-passadas, e bastariam as exposiçõesde motivos, e, em ultima ratio, o judici-ário.

Nesta interpretação, o judiciário es-taria para os viventes como os deusesdo Olimpo estão para os heróis do tea-

tro antigo, e, alheio de todas as dispu-tas, avanços e retrocessos presentesna sociedade, faria cessar a injustiça,restituindo a cada um o que lhe perten-ce, sem qualquer filtro ou contamina-ção pelas configurações sociais predo-minantes.

Sem adentrar na discussão quantoas teorias clássicas que oferecem con-cepções contrapostas para definir asconstituições, onde poderia se citarLassalle, para quem a constituição ésoma dos fatores reais de poder e, emcontraposição, Konrad Hesse, que de-fende a força normativa da constituição,ainda assim, sem aprofundamentos, épossível dizer que as constituições,bem como sua eficácia e interpretação,da mesma forma que a o desenho detodo o restante do ordenamento jurídi-co, caminharam junto as evoluções eretrocessos sociais.

Assim, num cenário em que vive-mos hoje onde "as transformações nasociedade são mais aparentes do quereais", as formas de resistência porvezes tidas por ultrapassadas não de-vem ser relegadas para se fiar todasas fichas sob o judiciário ou qualqueroutra instância tida por imparcial ousemidivina.

CONTRIBUIÇÃO À TESEDO COLETIVO “SINDICATO É PRA LUTAR”

DA NECESSIDADE DAS FORMAS TRADICIONAIS DE LUTAE DAS INTEGRAÇÕES NECESSÁRIAS

Cleiton Camargo Batista

Com o mesmo raciocínio, contudo,é possível, necessário e imprescindí-vel afirmar que não se pode relegartodo o avanço alcançado sob as maisduras lutas, que deram aos poderes darepública a configuração que têm hoje,que não sendo o ideal, é muito maisavançada do que se era a poucas dé-cadas atrás.

Deve-se, portanto, no seio das lu-tas de classe, ter os esforços políticose jurídicos em simbiose, de forma afi-nada e sem titubeios, pois ignorar aspossibilidades de conquistas na esferajudicial não só podem trazer impactosnegativos no campo político, como sig-nifica também deixar de lado conquis-tas importantes decorrentes de lutas,manifestações populares e greves,como a esperar por uma revoluçãopura. Deve-se, portanto, integrar osesforços, para que todos os elos dacorrente sejam da mesma qualidade.

[1] TAVARES, Braulio. A soluçãoque caiu do céu. Língua Portuguesa,São Paulo, ano 04, nº 57, p. 14-15,julho de 2010. [2] NALINI, José Re-nato. Direitos que a cidade esqueceu.São Paulo: Editora Revista dos Tri-bunais, 2011. p. 17.

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CONJUNTURA INTERNACIONALA crise econômica mundial, as rea-

ções da classe trabalhadora e a cons-trução de alternativas de direção

O ano de 2008, com o estouro dachamada "bolha imobiliária" nos Esta-dos Unidos, marcou o início da atualcrise econômica internacional, a maiorcrise estrutural e de superprodução docapitalismo mundial desde o "crash" de1929. Economias de países inteiros fa-liram ou ampliaram seu grau de depen-dência com os países mais ricos domundo, em especial com os EstadosUnidos da América e com a Alemanha,no continente europeu.

Mesmo a economia chinesa, que foio carro chefe do momento anterior, nãoconsegue mais crescer como antes.

Em 2014 o crescimento do PIB chi-nês foi de 7,4%, devendo cair para6,8% em 2015, menos que a meta de7% do governo chinês.

O valor total das exportações chi-nesas cresceu 5% nos primeiros 3meses do ano, enquanto as importa-ções despencaram 17%, principalmen-te devido à queda dos preços do petró-leo e de outros produtos primários(commodities). O setor mais atingido foio industrial - incluído a construção civil- e coube ao setor de serviços evitaruma queda ainda maior do crescimen-to. O aumento do consumo interno so-freu a maior queda em 10 anos.

A economia dos Estados Unidosvive um momento de recuperação par-cial, real, embora não seja espetacu-lar. Ao mesmo tempo, a Europa quetecnicamente saiu da recessão, apre-senta taxas de crescimento um poucoacima de zero. Além disso, a econo-mia dos "países emergentes" (que emanos anteriores estavam fugindo dacrise) agora começam a apresentargraves problemas monetários e finan-ceiros.

Seguimos ainda na onda de impac-to da crise aberta em 2007 e a atualconjuntura é parte dela. Assim ocorreucom a crise de 1929, cujo impacto du-rou até a década de 1940, quando en-fim houve uma verdadeira recuperação.A burguesia imperialista só poderá sairdesta onda longa descendente de cri-se se conseguir dar um salto maior emais profundo nos níveis de explora-ção da classe operária mundial e deseus países em particular.

A economia mundial, consideradade conjunto, não está se aproximandode uma nova recessão. Mas tambémestamos bem longe de ter deixado paratrás a onda iniciada em 2007 e entradono ciclo de "vacas gordas".

Esse ciclo econômico continua mar-cado por um ataque sem precedentesao nível de vida da classe trabalhado-ra, para salvar os lucros dos banquei-ros e grandes empresários. Temos vis-to cair o nível de vida das famílias tra-balhadoras, a perda de direitos traba-lhistas, fim de programas assistenciaise de saúde, maiores dificuldades deacesso ao estudo e aumento do preçoda cesta básica. Essa é uma parte darealidade.

A outra, é que a classe trabalhado-ra e os setores oprimidos, que nuncadeixaram de lutar, tem dado um saltoem sua luta durante esses sete anoscontra os planos do imperialismo e seusgovernos em cada um de seus países.

Na China, por exemplo, cuja reali-dade é menos conhecida dos ativistas,o número de greves em 2014 foi o do-bro do ano anterior, em avaliação nãooficial, pois o governo não divulga taisdados. Operários industriais e da cons-trução civil, mineiros, professores, ta-xistas e motoristas de caminhões reali-zaram 1378 greves ou protestos em2014, sendo que 61% envolveram se-tores da classe operária. Do total noano, 40% se deu no quarto trimestre,conforme a organização China LabourBulletin.

Este número continuou a aumentarno primeiro trimestre de 2015, com umtotal de 650 greves e protestos contra569 no último trimestre de 2014.

Europa: resistência popular, da ju-ventude e da classe trabalhadora

Na Europa se desenvolve um doscapítulos dessa dramática situação. Aaplicação dos planos de austeridadeimplicou à classe trabalhadora ter seusdireitos históricos atacados e ver seunível de vida ruir de maneira brutal. Ain-da que resistindo, a classe trabalhado-ra de países como a Grécia, Espanhae Portugal viu o desemprego aumentare amargou a perda de direitos traba-lhistas, sociais e previdenciários, co-mandados pelos governos de turno eas instituições da "Troika" (FMI, BancoCentral europeu e a União Europeia).

O resumo até aqui é: Tudo para a ban-ca internacional em detrimento das con-dições de vida de quem trabalha.

Essa realidade, porém, não estápassando sem que haja luta, reação eresistência dos trabalhadores e da ju-ventude. Praças e ruas foram ocupa-das, acampadas por uma juventudeque dizia: "Nós não vamos aceitar sercondenados a viver pior do que os nos-sos pais!". Setores da classe operária,pouco depois, moveram-se e protago-nizaram levantes por segmentos e inú-meras greves gerais. Só na Grécia, nosúltimos anos, assistimos a mais de 30greves gerais, por exemplo, e viu-se alia ascensão de Syriza, um fenômenoeleitoral que catapultou o sentimento deindignação e desejo de mudança dopovo. Essa ascensão eleitoral, no en-tanto, levou à composição de um go-verno de coalizão com setores de ex-trema direita e, já agora, o governo estásem cumprir boa parte de suas promes-sas, inclusive "negociando" com aUnião Europeia o pagamento da dívi-da pública daquele país.

Esse mesmo fenômeno pode se re-petir no estado espanhol, com a possí-vel ascensão de "Podemos" ao gover-no.

A polarização social e política segueforte na Europa, com crescimento dealternativas de centro e reformistas etambém da direita mais conservadora.As políticas anti-imigração e os ataquesaos direitos dos trabalhadores imigran-tes são parte dessa realidade.

A questão dos imigrantesAs guerras e as ditaduras no Orien-

te Médio e na África, bem como o sur-gimento de organizações islamitas fun-damentalistas, semeiam o terror nes-tas regiões e empurram milhões depessoas a fugirem de seus países. Umaparte destes imigrantes busca refúgiona Europa, de maneira ilegal, colocan-do em risco a própria vida.

No dia 14 de abril, 550 imigrantesafundaram no mar Mediterrâneo; so-mente um terço se salvou e, posterior-mente, outros 700 "náufragos" perece-ram. 3.072 pessoas morreram naságuas do Mediterrâneo em 2014. Já onúmero de imigrantes que entrou ile-galmente na Europa triplicou em 2014,frente a 2013, chegando a 274.000pessoas.

TESE “POR UM SINDICATO DEMOCRÁTICO E DE LUTA”

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Diante desta explosão de imigração,a União Europeia decidiu restringir onúmero de pedidos de asilo aceitos ereforçar o controle nas fronteiras, dan-do essa atribuição à Frontex - Agênciade Segurança das Fronteiras Externasda União Europeia, criada em 2004.Mas, ao mesmo tempo em que negaasilo à maioria dos imigrantes, os paí-ses da União Europeia aceitam queesses trabalhadores permaneçam "ile-gais", sem direitos, e como mão da obrabarata, pressionando para baixo ascondições de trabalho e salários de to-dos os trabalhadores legais.

No Brasil começamos a viver umfenômeno parecido, com os imigranteshaitianos e de nações africanas que serefugiam em nosso país. O 11º Con-gresso da ASSIBGE/SN declara que aluta dos trabalhadores imigrantes é in-separável da luta dos demais trabalha-dores. Por isso é fundamental unificarnossas ações e lutar pela regulariza-ção de todos os imigrantes e contra aaplicação de direitos trabalhistas dife-renciados, seja nos países da Europaou no Brasil. Apoiamos o direito de sin-dicalização, de organização e de gre-ve de todos os imigrantes. Unifiquemosas nossas lutas contra o governo e ospatrões!

América Latina: o questionamentoaos governos de colaboração de clas-ses

Já no continente latino-americano oque temos visto é aumentar os efeitosda crise econômica internacional, afe-tando o crescimento da maioria dospaíses, que entram em estagnação eaté em recessão econômica, ao passoque um conjunto de reformas e ataquesaos direitos dos trabalhadores tambémpassa a ser implementada.

Os governos de "esquerda" queemergiram na última década, na verda-de, governos de colaboração de classese frentes populares com participaçãoimportante de setores da burguesia, co-meçam a demonstrar os seus limitespara domesticar a ação dos movimen-tos de massas e o controle sobre as or-ganizações da classe trabalhadora.

A América Latina e o Brasil, em par-ticular, que vinha de uma situação demais atraso na luta de classes, se somaao processo mundial, com novas lutas,explosões sociais, greves de resistên-cia, polarização social e política.

Oriente médioO processo mais intenso das revol-

tas e revoluções no mundo árabe foi

marcado pela derrubada de ditadurassanguinárias. Esse processo segueaberto, mas com novos contornos, aemergência de direções nacionalistas,fundamentalistas e religiosas e guerrascivis em vários países.

Também nessa região do planetasegue uma dinâmica de lutas, polari-zação e conflitos, em praticamente todoo Oriente Médio. A resistência históricado povo palestino, que há décadas en-frenta o enclave imperialista represen-tado pelo estado de Israel, persiste. Umexemplo de luta pela liberdade e con-tra a opressão e exploração.

Nosso Sindicato, junto com a defe-sa de uma Palestina livre e laica, ondeconvivam todos os povos da região,afirma, com vigor, posição pelo fim doEstado de Israel, criação artificial dasNações Unidas e do imperialismo nor-te-americano, que só tem servido aomassacre e genocídio dos povos queoriginariamente habitavam a região.

Denunciamos o massacre e defen-demos a resistência do povo sírio. Sãocentenas de milhares assassinados porum governo subserviente aos interes-ses do imperialismo. A resistência dosjovens que se levantam, dos homens emulheres que integram as brigadas,contra essa permanente ofensiva, de-monstra o quanto é duro, porém neces-sário e possível, resistir na guerra con-tra a opressão e exploração.

Por isso defendemos:

1. Todo apoio a Luta dos trabalha-dores Europeus contra o desempregoe as perdas de direitos trabalhistas,sociais e previdenciários.

2. Repúdio aos governos Europeuse as instituições da "Troika" (FMI, Ban-co Central Europeu e a União Europeia)que na crise capitalista querem tudopara a Banca Internacional em detri-mento das condições de vida de quemtrabalha.

3. Pela imediata regularização dosimigrantes e contra a aplicação de di-reitos trabalhistas diferenciados, sejamnos países da Europa ou no Brasil.

4. Fora as Tropas Brasileiras doHaiti! Toda solidariedade ao povo haiti-ano!

5. Pelo reconhecimento já do Esta-do Palestino! Por uma Palestina livre elaica, onde convivam todos os povosda região.

6. Pelo Fim do Estado Sionista deIsrael.

7. Contra o Massacre do povo Sírioe pela defesa de sua resistência.

CONJUNTURA NACIONAL E PLA-NO DE AÇÃO.

O aprofundamento da crise econô-mica e política exige uma resposta clas-sista dos trabalhadores

Estamos em meio a uma nova situa-ção política em nosso país, que se pre-nunciava ainda em meados de 2012,quando realizamos o 10º Congresso denosso Sindicato, mas que teve um sal-to, com a entrada em cena de milhares,senão milhões de pessoas, que foramàs ruas em junho de 2013.

A irrupção de massas demonstrouo profundo mal-estar que a juventude,os trabalhadores mais pobres e umamplo segmento dos setores assalari-ados médios já sentiam naquele mo-mento e que contrastava com toda apropaganda governamental da estabi-lidade econômica e política, e tambémcom o apoio de massas ao governo decolaboração de classes encabeçadopor Dilma e pelo PT.

Desde então, ainda que com distin-tas conjunturas (momentos específi-cos) vemos uma intensa polarizaçãosocial em nosso país, com as lutas sin-dicais e populares crescendo, da mes-ma forma que os ataques patronais edos governos. A economia brasileira vaiimergindo na crise econômica mundi-al, sem demonstrar a capacidade dereação que teve nos primeiros momen-tos de manifestação da crise.

No terreno das lutas há um salto nopatamar das greves, ano a ano, desde2011 e a entrada em cena de amplossetores da base das categorias, compeso no movimento operário. Apesar dadureza da resposta patronal e dos go-vernos, pelo grau de crise, insatisfaçãoe disposição de luta, até esse momen-to não houve nenhuma derrota estru-tural da classe que tenha levado ao fe-chamento desse novo momento ou ci-clo de mobilizações, que temos viven-ciado em nosso país.

A reeleição de DilmaDilma foi reeleita na eleição presi-

dencial mais polarizada desde 1989,por pequena margem e sendo obriga-da a "girar à esquerda" em seu discur-so para não perder, para preservar oapoio dos trabalhadores ao governo. Aseleições expressaram de maneira dis-torcida o desejo de mudança da maio-ria da população. E a oposição de di-reita conseguiu no segundo turno capi-talizar esse sentimento, conquistandotanto o voto de oposição mais conser-vador, tradicional, mas obtendo votação

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expressiva em amplos setores popula-res e grandes setores da classe traba-lhadora, inclusive no setor operário.

O resultado foi um governo mais frá-gil, mais dependente das alianças comsetores burgueses de peso (KátiaAbreu, Joaquim Levy, Armando Mon-teiro etc.) e da base fisiológica do Con-gresso Nacional. Mas com disposiçãode atacar os direitos da classe e fazeros ajustes necessários para garantir oslucros da grande burguesia financeira,industrial e do agronegócio que elege-ram e sustentam esse governo.

Os trabalhadores e a juventude re-sistem aos ataques dos governos e dospatrões

A crise econômica já atinge emcheio o nível de vida dos trabalhado-res brasileiros, com aumento da infla-ção e do desemprego e um rigorosoajuste fiscal por parte do governo Dil-ma e governos estaduais. A senha foidada ainda antes da posse com as edi-ções das medidas provisórias 664 e665, que atacam o seguro desempre-go, a pensão por morte, o auxílio do-ença, o seguro defeso e o auxílio re-clusão.

A resistência tem sido importante,como nas greves na Volks e Mercedes,no ABC paulista, na GM de São Josédos Campos, no Comperj, nas grevesdos trabalhadores e trabalhadoras daeducação em vários Estados. A violên-cia do governo Beto Richa, no Paraná,é a expressão mais recente do grau deenfrentamento e polarização que esta-mos vivendo e da disposição dos go-vernantes de derrotar a resistência or-ganizada da classe trabalhadora.

A ação mais forte, como era de seesperar, se deu com a unidade de açãoconquistada no dia 15 de abril, quandofoi possível transformar em realidade aunidade para lutar contra as medidasdo ajuste fiscal do Governo e do Con-gresso, através do esforço da CSP-Conlutas e do deslocamento de outrasCentrais para o combate ao PL 4330 eas MPs do governo Dilma. Aconteceuentão um forte dia de paralisações con-tra o PL 4330 das terceirizações, cujatramitação foi retomada pela Câmaraem atendimento ao clamor patronal, econtra as MP`s 664 e 665.

O processo de ruptura de massascom o governo Dilma e também como PT

Os ataques do governo Dilma, com-binados ao cenário econômico de au-mento da inflação e do custo de vida,desemprego, falta d`água, demissões,

o escândalo de corrupção na Petrobrás,fizeram crescer a indignação e cair apopularidade do governo Dilma, hojeem níveis semelhantes ao governo Co-llor.

A capacidade de resposta do gover-no está reduzida, seja pelo cenário eco-nômico e pelo compromisso que estegoverno tem com o mercado financei-ro internacional, seja pela erosão desua aliança com o PMDB, que ocasio-nou na perda de controle da Câmarados Deputados, seja pela perda de po-pularidade.

A política do imperialismo e da bur-guesia brasileira, ainda que alguns di-rigentes do PSDB e outros setores daoposição de direita agitem o impeach-ment, em sua grande maioria, não é aderrubada do governo ou mesmo o im-peachment, mas sim chantagear o go-verno para que ele aplique todo o ajus-te fiscal e, ao mesmo tempo, continuardesgastando o PT, preparando a voltado PSDB ao governo central em 2018.

Nesse sentido, não se trata de umaonda conservadora, uma ameaça degolpe ou um retrocesso na situaçãopolítica. O que existe é uma unidadeda burguesia e do governo, com o apoiodo Imperialismo, para se aplicar no paísum profundo ajuste fiscal, um plano deausteridade, um rebaixamento das con-dições de vida e um aumento dos pa-tamares de exploração da classe tra-balhadora.

Os atos contra o governo e a cor-rupção chamados por setores da opo-sição de direita em 15 de março e 12de abril, foram grandes e atraíram so-bretudo os setores de classe média,também descontentes e imprensadospela crise econômica. Apesar da clas-se trabalhadora não ter participado des-tes atos, de maneira organizada, hou-ve ampla simpatia no proletariado. Ostrabalhadores também não se move-ram pelos chamados dos atos gover-nistas, como no dia 13 de março e nãosaem às ruas para defender o governoDilma como "o seu governo". O fatonovo e fundamental é que há uma rup-tura política de amplos setores de mas-sas com o governo e o PT, além de gre-ves e mobilizações populares. Vivemosesse momento histórico, em que háuma ruptura, em particular da classetrabalhadora, com sua direção históri-ca. O governo Dilma não é mais reco-nhecido pela classe como um governodos trabalhadores e o PT já é identifi-cado como um partido de interessesparticulares, e que utiliza o Estado parafavorecer estes interesses, ou seja, um

partido parecido com os demais gran-des partidos.

Um novo momento na disputa dadireção do movimento de massas

A ASSIBGE Sindicato Nacional deveatuar, conscientemente, junto com ossetores de oposição de esquerda aoGoverno Dilma, para fomentar as mo-bilizações, derrotar o plano econômicodo governo e da oposição de direita(pois é o mesmo plano), e assim, am-pliar a ruptura de massas com o gover-no, o PT e também com a CUT e de-mais organizações governistas, se so-mando a esta luta diante dessa novaconjuntura aberta. Precisamos respon-der à necessidade histórica aberta coma subida de Lula ao governo e a capi-tulação das principais direções da clas-se trabalhadora. O desenlace desseprocesso se dará nas lutas e na dispu-ta da direção da classe, que muitasvezes tem ultrapassado as direções bu-rocráticas. E também na apresentaçãode um programa que expresse umasaída dos trabalhadores, independen-te, de ruptura com o regime e a ordemvigente e com os limites impostos àconsciência de amplos setores de mas-sas pelo PT, que nas últimas décadaseducou a nossa classe com a ideolo-gia da colaboração de classes.

Nesse sentido precisamos rompera falsa polarização política entre os doiscampos burgueses que se apresentam(o governo Dilma com seus aliados e aoposição de direita, capitaneada peloPSDB) e fomentar uma aliança que per-mita a construção de um campo declasse, de luta, independente do gover-no e da oposição de direita, que seapoie nas mobilizações dos trabalha-dores e apresente um programa emdefesa do emprego e dos direitos ame-açados. Não há saída por dentro dafrente popular, construindo um bloco deapoio crítico ao governo do PT. Paralutar contra a direita, que disputa o es-paço político aberto, é preciso lutar con-tra o governo Dilma.

Nos somamos aos milhões de tra-balhadores, a classe operária em par-ticular, que, em suas lutas, rejeitam asalternativas apresentadas pelo PT ePSDB e seus blocos aliados, dizendo:Basta de Dilma, desse Congresso, doPMDB, PSDB e demais alternativas dedireita!

A política da CUT e de outros seto-res governistas, lamentavelmente, con-duz a classe a um abismo. Apesar derejeitarem aspectos da política econô-mica, tem como centro alimentar a ilu-

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são da possibilidade de "empurrar" ogoverno para a "esquerda". Assim, es-condem a responsabilidade do gover-no pelos graves ataques aos trabalha-dores, agitando uma possível "amea-ça golpista" fomentada pela "direita" defora do governo.

A política da Força Sindical, a se-gunda central do pais, também joga ostrabalhadores nos braços da burgue-sia, ao apoiar o PSDB e Aécio, e medi-das de ataques aos trabalhadorescomo o PL 4330.

Devemos nos somar ao esforço dediversas entidades de luta para cons-truir uma verdadeira oposição de es-querda ao governo Dilma, dialogandocom os trabalhadores mostrando queeste governo é nosso inimigo e que pre-cisaremos derrotá-lo se quisermos bar-rar a retirada de direitos. Da mesmaforma seremos categoricamente con-tra a oposição de direita, que defendeo mesmo ajuste fiscal e é favorável aoPL da terceirização, além de defenderpolíticas conservadoras, como a redu-ção da maioridade penal e restriçõesaos direitos das mulheres, negros enegras e LGBTs.

A construção do Espaço de Unida-de de Ação é parte desse esforço. Em-bora a construção de uma política dealianças não se limite às entidades quehoje participam dessa articulação, de-vendo incorporar outras organizaçõese movimentos, de acordo à realidadede cada local, foi esse o espaço de uni-dade que permitiu construir marchas aBrasília, a campanha que derrotou oAcordo Coletivo Especial, o encontro"Na Copa vai ter luta!", além de diver-sos dias de mobilização nacional.

Exigimos das centrais e outros mo-vimentos, que enfrentemos as medidasde ajuste fiscal e a retirada de direitoscom a construção de uma greve geral

Também alertamos e chamamos ascentrais que rompam com o apoio aogoverno e à oposição de direita, por-que esta é a única maneira de lutar deforma coerente e defender até o finalos direitos e interesses dos trabalha-dores.

A greve geral está colocada comonecessidade e como possibilidade naconjuntura aberta em nosso país. Foi oque demonstrou o dia de paralisaçõesem 15 de abril.

O 11º Congresso Nacional da AS-SIBGE/SN faz um chamado às centraissindicais e movimentos populares àunidade na construção da greve geral.Esse chamado passa por exigir a saí-

da das centrais das negociações emtorno das MPs 664 e 665 e do PL 433-0 das terceirizações.

Não podemos aceitar as manobrasdo governo e embarcar no jogo de dis-cutir o tamanho da perda que aceita-mos, sem lutar e mobilizar os trabalha-dores.

O apoio a qualquer dos agrupamen-tos burgueses que governam o pais (ogoverno do PT e aliados e a oposiçãode direita capitaneada pelo PSDB) le-vam a nossa classe a um beco semsaída.

Propomos a construção de uma pla-taforma mínima comum de luta, nãoimposta a nenhum setor, mas com adisposição sincera de construir mobili-zações unitárias e a greve geral emdefesa dos direitos dos trabalhadores.

Da nossa parte, a ASSIBGE Sindi-cato Nacional seguirá se empenhandopara construir as mobilizações não sónas suas bases, mas também exigindodas direções das centrais sindicais quevenham construir à luta.

Buscaremos nos colocar na van-guarda das lutas, apoiando não ape-nas as lutas econômicas, salariais, mastambém apoiaremos todas as mobiliza-ções que vierem a ocorrer, como as mo-bilizações nas periferias dos grandescentros urbanos pelas mais diversas ra-zões, seja a falta de água, o transportedeficiente, moradia, a questão da se-gurança e a violência policial, as mobi-lizações políticas contra governos e arepressão, dentre outras.

Por isso a defendemos um progra-ma que possa tirar o país da crise eque quem pague por ela sejam os ban-queiros, os latifundiários e as grandesempresas. Por isso defendemos:

1. Em defesa do emprego e dosdireitos, contra qualquer forma de fle-xibilização e precarização do trabalho,contra o PL 4330, pela estabilidade noemprego para todos os trabalhadores,pela redução da jornada de trabalhosem redução salarial, proibição de re-messa de lucros das multinacionaispara o exterior, estatização das empre-sas que demitirem. Nenhum pacto ouacordo que aceite retirada de direitos,como foram o ACE (Acordo ColetivoEspecial) e o PPE (Programa de Pro-teção ao Emprego). Aumento geral dossalários rumo ao salário mínimo do DI-EESE. Congelamento dos preços dosalimentos e tarifas públicas.

2. Contra o ajuste fiscal. Pela revo-gação das MPs 664 e 665, que encer-ram um duro ataque aos direitos traba-

lhistas e previdenciários, reduzindo be-nefícios tais como o seguro-desempre-go, o abono salarial do PIS PASEP, apensão por morte, o seguro defeso,auxílio reclusão e auxílio doença.

3. Suspenção do pagamento da dí-vida pública e auditoria. Nenhum corteno orçamento das áreas sociais. Desti-nação de 10% do PIB para a educaçãoe para a saúde, Já!

4. Os trabalhadores e a populaçãopobre não podem pagar pela crise deenergia e da água. Que todos os servi-ços de saneamento sejam estatizadose colocados sob controle da população,através de conselhos de usuários compoder de fiscalização e de deliberação.

5. Contra a criminalização dos mo-vimentos sociais, dos ativistas, da po-pulação pobre e negra das periferias.Não à redução da maioridade penal.Revogação das demissões de dirigen-tes sindicais, pela libertação dos pre-sos e fim dos inquéritos contra os ati-vistas. Chega de mortes das lideran-ças camponesas, indígenas, quilombo-las e religiosas. Pela desmilitarizaçãoe fim da PM!

6. Chega de violência contra as mu-lheres! Destinação de 1% do PIB parao combate à violência contra a mulhercom a construção de centros de refe-rência e casas abrigo para as vítimasda violência. Pela criminalização dahomofobia.

7. Todo apoio e respeito aos traba-lhadores assalariados do campo e agri-cultores familiares. Reforma agrária sobcontrole dos trabalhadores, prioridadepara a produção de alimentos para opovo, garantia de infraestrutura e cré-dito para os agricultores.

8. Pelo direito à moradia, pela refor-ma urbana. Transporte público de qua-lidade, com tarifa social, rumo à tarifazero! Moradia para todos, aluguel soci-al e fim da especulação imobiliária!

9. Defesa da Petrobras 100% esta-tal e pela volta do monopólio. Todoapoio à campanha "O petróleo tem queser nosso! "

10. Apuração e punição de todos osenvolvidos nos esquemas de corrupçãoda Petrobras. Punição dos envolvidosno caso de corrupção do cartel do me-trô e ferrovias de SP.

MOVIMENTO DO FUNCIONALIS-MO PÚBLICO FEDERAL

O governo, que deveria investir nosserviços públicos, baixou um pacote demedidas cortando verbas do orçamen-to da União da ordem de R$ 22,7 bi-lhões e vem reduzindo vários direitos

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da população, diminuindo drasticamen-te os investimentos em políticas públi-cas e sociais.

As recentes medidas provisórias664 e 665 atacam direitos como, porexemplo, o auxílio-doença, pensãopara viúvas e seguro-desemprego.

O Supremo Tribunal Federal (STF)votou a Ação Direta de Inconstitucio-nalidade (ADI-1923) contrária às nor-mas que regulamentam a prestação deserviços nas áreas sociais por organi-zações sociais, previstas na Lei 9.637/98, para ampliar os ataques sobre osserviços públicos estatal, gratuito e dequalidade.

A aprovação do PL 4330/04 poderepresentar o fim dos concursos públi-cos e a ampliação das terceirizaçõesnos serviços públicos. Dados de umDossiê da Terceirização e Desenvolvi-mento apontam que a terceirizaçãovem acompanhada de números quepreocupam. O trabalhador terceirizadopermanece cerca de três anos a me-nos no emprego; tem uma jornada se-manal de três horas a mais; recebesalário 25% menor; está mais expostoa acidentes e mortes no trabalho, 8 emcada 10 mortes no trabalho acontecemcom terceirizados.

Ao mesmo tempo em que reduz di-reitos trabalhistas, o governo privilegiaos banqueiros com juros altíssimos eos empresários com isenções de im-postos milionárias.

O Fórum das Entidades dos Traba-lhadores do Serviço Público Federaltem cumprido um papel especial naconstrução da unidade para enfrentaros ataques do governo bem como naelaboração de uma pauta e um calen-dário de lutas unificado para campanhasalarial de 2015.

A campanha salarial dos servidorespúblicos federais tem como centro adefesa dos serviços públicos, contra oscortes de verbas públicas e de direitosdos trabalhadores.

O servidor que está na ponta do bal-cão e que enfrenta péssimas condiçõesde trabalho não é o responsável pelocaos no serviço público.

O 11º Congresso Nacional da AS-SIBGE/SN resolve:

1. Exigir do governo Dilma que sus-penda o pagamento da dívida públicae destine mais verbas para saúde, edu-cação, e para os serviços públicos deforma geral. No mesmo sentido, exigiruma política de proteção ao empregoe punição para empresas que demitem.

2. Indicar a realização de uma am-

pla campanha nos sindicatos, chaman-do a população, todos os segmentos emovimentos sociais a lutar para evitaro desmonte e a destruição do Estado epor mais e melhores serviços públicos.

Ajudar a impulsionar a greve geraldo funcionalismo em torno da seguintepauta:

1. Reposição de perdas salariaisdesde os governos de FHC (PSDB) atéo governo Dilma (PT).

2. Recuperação das perdas salari-ais apuradas entre janeiro de 1994 enovembro de 2014, tomando-se porbase o INPC-IBGE.

3. Índice de reposição salarial parao Orçamento Geral da União-2016 noíndice de 27,3%, conforme aprovadopelo Fórum das Entidades Nacionaisdos SPF.

4. Reajuste dos benefícios e revisãodos valores do auxílio-alimentação, au-xílio-saúde, diárias e do auxílio-creche,de modo a observar a isonomia entreos três poderes (Executivo, Legislativoe Judiciário)

5. Incorporação das gratificações efim da política de avaliação de desem-penho

6. Correção da tabela do Imposto deRenda considerando a inflação real

7. Cobrar do governo o pagamentodos passivos trabalhistas judiciais

8. Garantir reposição salarial, semamarras à LDO - Lei de Diretrizes Or-çamentárias

9. Isonomia salarial entre ativos,aposentados e pensionistas.

Condições de trabalho1. Readmissão e revogação das

punições de todos os trabalhadores pormotivos de participação em movimen-tos grevistas e outros de organizaçãoda categoria.

2. Campanha contra o assédio mo-ral.

3. Lutar pelo fim de todas as privati-zações. Abaixo à EBSEHR e o FUN-PRESP e contra toda e qualquer ter-ceirização e/ou contratação temporária.

4. Contra o PL 4330 das terceiriza-ções.

5. Reposição dos servidores públi-cos por concurso público.

6. Fim da instrução normativa 74/2014 do INSS - demissão por rito su-mário.

7. Arquivamento do Projeto do Sis-tema Único do Trabalho (SUT).

8. Jornada de 30 horas e turno inin-terrupto de 12 horas para atendimentoà população.

9. Manutenção da prescrição doFGTS (30 anos) para assegurar direi-tos.

10. Contra a avaliação meritocráti-ca e quantitativista.

11.Combate e prevenção aos agen-tes causadores dos adoecimentos emmassa no serviço público federal.

12. Concessão pecuniária e conta-gem de tempo nos casos de ambien-tes insalubres.

Direitos de aposentadoria1. Pela aprovação da PEC 555 (ex-

tinção da contribuição previdenciáriados servidores aposentados)

2. Anulação da reforma da previdên-cia de 2003.

3. Enquadramento imediato no Re-gime de aposentadoria Integral dos ser-vidores ingressantes ao serviço públi-co federal.

4. Regulamentação da aposentado-ria especial para os SPF.

5. Propor lei de escalonamento deisenção de Imposto de Renda para osaposentados.

Lutas gerais1. Auditoria da dívida pública e sus-

pensão imediata de seu pagamento.2. Lutar contra o PL 92/07 das OS e

a contrarreforma do Estado.3. Lutar pelo amplo e irrestrito direi-

to de greve.4. Lutar por mais investimento em

pesquisa, saúde, educação, habitaçãoe segurança.

5. Unificação da luta com o conjun-to da classe trabalhadora: reforma agrá-ria, moradia e contra todo tipo de opres-são.

6. Modificação do art. 92 da Lei8112/90, garantindo liberação sindicalcom ônus para o Estado

7. Fim do imposto sindical.8. Valorização dos servidores públi-

cos e mais e melhores serviços públi-cos.

Debate na base sobre filiação háuma das Centrais Sindicais

Diante da falência da CUT enquan-to ferramenta da classe para organizara luta e transformar a realidade social,que após a chegada da "frente popu-lar" a Presidência do país, preferiu de-fender o governo LULA e seus projetosneoliberais, não acatando a posiçãoaprovada pela CNESF (CoordenaçãoNacional das Entidades Sindicais dosTrabalhadores do Serviço Público Fe-deral) de não apresentar emendas aoprojeto de Reforma da Previdência em

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2003, respaldando e legitimando o go-verno a retirar direitos históricos dos tra-balhadores do Serviço Público Fede-ral, nosso sindicato realizou um amplodebate com a categoria realizando umplebiscito onde mais de 90% dos tra-balhadores decidiram pela desfiliaçãoda CUT.

Sem representação de uma CentralSindical a ASSIBGE desde 2004 parti-cipou de vários encontros e espaçosque surgiram para discutir a reorgani-zação do movimento, participando doEncontro "Contra as Reformar Neolibe-rais que Retiram Direitos dos Trabalha-dores" realizado em Lusiânia - GO, comrepresentação da Executiva nacional evários Núcleo Sindicais. Neste encon-tro surgiu a Conlutas - CoordenaçãoNacional de Lutas, enquanto uma co-ordenação política para a organizaçãodas lutas. A ASSIBGE Participou comrepresentação da Executiva Nacionale Coordenações de Núcleos do 1º Con-gresso da Conlutas que a transformouem uma Central Sindical. A ASSIBGEtambém participou do CONCLAT - Con-gresso Nacional da Classe Trabalha-dora, em 2010, com representação daExecutiva Nacional e uma delegaçãode observadores e delegados dos nú-cleos sindicais. Fruto de todas as dis-cussões do CONCLAT surgiu a CSPConlutas - Central Sindical e Popular.

No 9º Congresso Nacional da AS-SIBGE diante de todas as discussõesrealizadas em nossos fóruns e partici-pação em vários espaços de reorgani-zação de movimento sindical, aprovoupor realizar debate na base sobre a ne-cessidade de fazermos parte deste pro-cesso de reorganização discutindo so-bre filiação a uma nova Central Sindi-cal, o que não foi encaminhado pelaExecutiva Nacional;

No 10º Congresso Nacional da AS-SIBGE novamente realizamos a discus-são e aprovamos que a Executiva na-cional encaminharia esse processo dediscussão na base sobre filiação a umanova Central Sindical, o que mais umavez não foi encaminhado pela Executi-va Nacional.

Chegamos ao 11º Congresso Naci-onal da ASSIBGE com todas as pro-postas aprovadas em nossos fórunspara viabilizar esse processo de discus-são com a base sem terem sidos en-caminhados pela Executiva Nacional e,portanto, propomos:

1. Abertura imediata de debate nabase sobre o processo de reorganiza-ção do movimento permitindo se conhe-cer e discutir as propostas de Centrais

Sindicais defendidas na base de nos-sa categoria;

2. Garantia as propostas que sur-jam de espaços iguais nos materiaisproduzidos pelo sindicato;

3. Que sejam organizados debatesnas unidades de trabalho com partici-pação dos defensores de propostas;

4. Que após amplo debate seja rea-lizado plebiscito na base para saber aposição majoritária dos trabalhadoresdo IBGE sobre qual Central Sindical sefiliar;

5. Que este Congresso autorize apróxima DN encaminhar a decisão doplebiscito;

6. Eleger neste Congresso uma Co-missão Organizadora do Plebiscito edefinir calendário para dar início a essadiscussão na base e divulgar o resulta-do do plebiscito antes da próxima DN;

AVALIAÇÃO DO MOVIMENTO SIN-DICAL NO IBGE PANORAMA GERAL

A greve de 2014 mostrou um dife-rencial em relação às anteriores. Antesde tudo, foi uma greve em DEFESA DOIBGE e por serviço público de qualida-de! Fica bastante claro quando avalia-mos os eixos principais de luta: o reco-nhecimento do IBGE como órgão deEstado, não de Governo algum; Orça-mento robusto para a execução plenadas metas; Concursos Públicos parasubstituir a força de trabalho precari-zada; valorização salarial dos servido-res; igualdade de salário e direitos aosservidores temporários, enquanto elesexistirem; Democracia na gestão.

A questão salarial não foi o eixo pri-oritário deste movimento. Identificamosque a política de precarização tem seintensificado rapidamente, e por issocruzamos os braços para denunciar ecombater todo o descaso com o qual oIBGE vem sendo tratado nos últimosanos. O lema "S.O.S IBGE: queremostrabalhar!" resume a crise institucionalem que estamos afundados. A despei-to das declarações da atual presidentedo IBGE, que afirmou não haver "pau-ta sindical" na nossa greve, pleitearcondições de trabalho é, sem sombrade dúvida pauta sindical, das mais evi-dentes.

Denunciamos à sociedade as pés-simas instalações físicas das nossasagências; a fragilidade dos contratostemporários; a inexistente disposiçãoda Direção do IBGE em ouvir os aler-tas e sugestões dos trabalhadores; oesvaziamento do quadro efetivo; a in-capacidade de se reterem os servido-res que chegaram nos poucos concur-

sos que foram realizados na primeiradécada do século XXI. Com isso, mos-tramos à sociedade a ameaça princi-pal que sofre o IBGE e nosso principaltemor: a potencial deterioração da qua-lidade dos nossos dados. Tivemos queparar momentaneamente de divulgarnossas pesquisas para alertar que,caso a situação não mude, todas asdemais estão em risco.

Apesar de tão nobre causa, apesarda adesão maciça em muitos núcleos,não conseguimos furar o bloqueio daintransigência do Governo Federal e daDireção do IBGE, que lançaram a mãopesada na repressão.

Alguns pontos jogaram contra nós.Avaliamos que a conjuntura do primei-ro semestre levaria a uma greve unifi-cada dos Servidores Públicos Federais,que se ensaiava: Saúde Federal, Téc-nicos Administrativos das Universida-des e Judiciário Federal chegaram adeclarar greves nacionais, mas a judi-cialização imposta pelo Governo e asportas sempre fechadas às negocia-ções, aliadas à forte repressão policialque já se revelava, a fim de garantir a"tranquilidade" da Copa do Mundo, le-varam as outras categorias a recuaremdo movimento. O jogo sujo e de cartasmarcadas de concessão de liminaresabsurdas, impondo multas surreais aossindicatos, conseguiu, inclusive, impe-dir "preventivamente" a mobilização daPolícia Federal e dos Auditores Fiscaisda Receita!

Nós bravamente encaramos as limi-nares, resistimos. Porém, ficamos iso-lados. E veio a Copa do Mundo. E vie-ram as demissões. Já se passavamdois meses, sem nenhum vislumbre denegociação. O peso do corte de pontoe da pressão em cima dos trabalhado-res nos fizeram recuar. Não fomos ca-pazes, sequer, de insistir na greve atéque os servidores temporários fossemreadmitidos.

O Núcleo São Paulo colocou a pro-posta de realização de atos nacionaisno Rio de Janeiro, nos dias em que acidade sediava jogos da Copa do Mun-do. Porém, o receio da truculência po-licial acabou adiando estes atos para operíodo pós-Copa. É certo que osacampamentos em Brasília e no Rio deJaneiro foram importantes para a aber-tura de negociação, ainda que o gover-no e a direção do IBGE não ofereces-sem nada de concreto. Registre-setambém as importantes manifestaçõesno Nordeste, especialmente no RioGrande do Norte, Paraíba e Alagoas,estados com grande mobilização dos

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grevistas APM, não por acaso os esta-dos com maiores números de demis-sões. Em Santa Catarina o Núcleo Sin-dical realizou, diversas manifestaçõestambém tomaram as ruas de Florianó-polis, auxiliando na pressão para aber-tura de negociações. Os Núcleos SãoPaulo, Paraná, Santa Catarina, MatoGrosso do Sul, Espírito Santo e MinasGerais garantiam os acampamentos devigília em Brasília e Rio de Janeiro. Aforça da greve no Rio Grande do Sul eBahia que foram fundamentais paracausar impacto na divulgação da PME,que assim como os impactos na coletada PNAD Contínua na Paraíba e RioGrande do Norte, levaram nossa greveaos noticiários da grande imprensa.Somaram ainda todas as forças grevis-tas e manifestações públicas que ocor-reram por todo território nacional.

A estratégia adotada de se priorizaro trabalho junto a parlamentares dabase governista, no período que ante-cedeu e durante a Copa, foi equivoca-da. Pelo menos, não teve o efeito pre-visto. Foram semanas e semanas deintensa peregrinação em gabinetes eescritórios, a fim de se buscar apoiopara abertura de negociação com oMinistério. Em ano eleitoral, poucos secomprometeram a abraçar nossa cau-sa, receosos de perderem alianças oude deixarem de seguir a orientação na-cional dos partidos, e acabarem prete-ridos no momento da campanha elei-toral. Ainda, em meses de recesso ede Copa do Mundo, o Congresso es-vaziava-se à medida que o tempo pas-sava.

No fim, perdemos. Nacionalmente,"engolimos" dois Grupos de Trabalhoque nem mesmo garantiam expectati-va de melhorias futuras. São Paulo eRio Grande do Norte foram os únicosnúcleos a rejeitarem veementemente aproposta do Governo e da Direção doIBGE, pois não admitiam nenhum tipode acordo que não envolvesse a read-missão dos companheiros demitidos.Fomos derrotados, mas não baixamosa cabeça, denunciando o perverso pla-no de encolhimento do IBGE!

Primeira greve nacional com parti-cipação dos APMs

Apesar dos revezes experimenta-dos, podemos dizer que o principal le-gado da greve de 2014 é a capacidadede organização e a percepção dosAPMs se reconhecerem enquanto pa-res. Aqueles que estão hoje na condi-ção de temporários, passaram a semovimentar e perceberam que as rela-

ções de trabalho que lhes foram dadasde forma arbitrária e violenta não sãosuficientes. E no fim e ao cabo, estasrelações exercem exemplarmente oprojeto de um Sistema que busca re-duzir o trabalhador a um mero objetoda engrenagem de exploração da for-ça de trabalho... AQUELES QUE NÃOSE MOVIMENTAM, NÃO PERCEBEMAS CORRENTES QUE O PRENDEM.

Nesse sentido, podemos dizer queos APMs se movimentaram; por maisque em última instância a greve foi umaderrota, em seus interstícios, existemvitórias. Pela primeira vez vê-se orga-nização dos APMs em suas localida-des regionais, indo muitas vezes atémesmo a uma organização nacional.Na greve de 2012, só em São Paulohouve uma mobilização significativa deAPMs no movimento paredista. Em2014, a mobilização foi nacional, aindaque, igualmente à greve anterior, osAPMs não tenham recebido nada depalpável em suas reivindicações. Ouseja, o processo histórico está ocorren-do; e vem forte e convicto.

O argumento de que APMs não de-vem participar de greve pois são tem-porários na instituição já não é maisválido, pois aqueles APMs que lutarampor direitos hoje, não pensaram ape-nas em si, pensaram também num con-texto social mais amplo, no qual as re-lações de trabalho devem ser contes-tadas não apenas dentro da instituiçãoIBGE, mas também no quotidiano so-cial no qual existe trabalho terceiriza-do, subemprego, trabalho escravo etc.

Hoje em diversas partes do mundoos precarizados se levantam e tornamprotagonistas da luta contra a precari-zação. No IBGE esse processo se ini-cia e deve ganhar peso pela própria di-mensão que o trabalho temporário as-sume para andamento dos trabalhos.A participação dos APMs ativamentenos espaços de construção do ASSI-BGE-SN e nas lutas é essencial paraderrotarmos o projeto que tem levadoao sucateamento do IBGE, imposto porgovernos e Direções da instituição.

E no final, o que ganhamos?Todas as greves são importantes. É

a hora em que os trabalhadores se le-vantam e fazem o enfrentamento dire-to entre os seus interesses e os inte-resses do patrão. No nosso caso o pa-trão é o governo, que não deveria seportar como tal, pois todos - trabalha-dores e governo - deveríamos buscarapenas um serviço público de qualida-de para a população. Na greve saímos

da rotina e temos tempo para pensar,para nos reconhecermos enquanto tra-balhadores, enquanto classe, temostempo para debatermos política e cons-truirmos coisas coletivamente.

Experiência ganhamos nos acertos,mas principalmente nos erros e não hácomo negar esses ganhos da nossagreve. Mas afinal, ela saiu vitoriosa?Não, não saiu. Perdemos, mas perde-mos com a cabeça erguida e certos deque nossa luta foi além de legítima, ne-cessária.

O tal Grupo de Trabalho de Carrei-ra para migrar ao Ciclo de Gestão játinha sido oferecido pela direção e naépoca não foi considerado um avanço.Nossa greve não era por salários, erapara evitar o desmonte da Instituição;dentre nossas prioridades estavam areversão dos cortes orçamentários econcursos públicos. Houve ainda a in-tenção do movimento grevista de trans-formar os GTs em algo mais concreto,transformando-os em grupos tripartites(sindicato, governo e direção), o quetampouco conseguimos.

O GT sobre Trabalho Temporárionão debateria em nada as condiçõesde trabalho dos APMs dentro da Insti-tuição, nem seus salários, nem seusdireitos; restringindo-se a proporçãoadequada que deveria ser utilizada des-sa força de trabalho. Ora, por maisconscientes da importância de umIBGE com mais trabalhadores efetivospara a sociedade que os temporáriossejam, não foi por isso que os tempo-rários entraram com tudo nessa greve.Assim o fizeram porque são a parcelamais precarizada da categoria, sofremdiariamente com pesado assédio mo-ral, salários esdrúxulos e falta de diver-sos direitos trabalhistas. Querem salá-rios e direitos iguais para trabalhosiguais! Mudar a proporção de efetivose temporários (porque como está hoje,não há efetivos nem para preencheremos cargos de Função Gratificada) nãorepresenta esses trabalhadores.

Ou seja, mesmo que acreditásse-mos que esses GTs fossem culminarem alguma mudança real, não os con-sideraríamos vitória porque em nadaatendem a nossa pauta reivindicatóriaemergencial da greve 2014.

O pós-greveDemissão de grevistas. Bloqueio

dos canais de comunicação. Proibiçãode assembleias e atividades sindicaisnos locais de trabalho. Ameaças de pro-cessos administrativos sobre coorde-nadores sindicais. Não cumprimento de

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acordo de greve. Controle de registrode ponto cada vez maior, com cada vezmaiores restrições, inclusive para oscasos de consultas médicas e trata-mentos continuados. Direção subser-viente às ordens do Governo, acatan-do sequenciais cortes orçamentários etitubeando frente a questionamentos dametodologia dos seus trabalhos, peri-gando aceitar influência de interessespolítico-eleitorais nos trabalhos técni-cos da instituição. Direção que se negasistematicamente a dialogar com os tra-balhadores. E quando o faz, apenasreitera todas as arbitrariedades come-tidas.

Para quem é de fora do IBGE, aoler o parágrafo acima, pode pensar quese trata da descrição de um cenário tí-pico dos anos 70 do século XX, quan-do o Brasil sofria sob o comando de ge-nerais, na longa e infeliz Ditadura Civil-Militar. Porém, esta é a realidade dosibgeanos em plena segunda década doséculo XXI!

No período pós-greve de 2014, mo-vimento em que os trabalhadores le-vantaram a voz para denunciar a pre-carização do órgão, buscando melho-res condições de trabalho e defenden-do a autonomia técnica da instituição,as retaliações sofridas pelos grevistasrevelam-se sem precedentes no IBGE.Não bastassem todos os ataques so-fridos durante a greve, com corte deponto desde o primeiro dia de paralisa-ção, demissão de servidores temporá-rios e judicialização do movimento, asmedidas antissindicais da Direção doIBGE, e das Chefias locais, se perpe-tuam num claro ataque ao direito à or-ganização dos trabalhadores. O "Me-morando A.I.15" - transformado emnorma interna pela RCD 9/2015, doConselho Diretor - vem tentando cer-cear as atividades do sindicato, proibin-do a realização de assembleias nasdependências do IBGE.

Alie-se a estes absurdos a apropri-ação imoral do trabalho dos servidoresgrevistas! O próprio Conselho Diretorjá atestou, na sua Resolução de núme-ro 01 de 2015, que o IBGE cumpriu to-das as suas metas de 2014. E por qualrazão os grevistas continuam tendo querepor as horas da greve? E os traba-lhadores temporários que fizeram gre-ve? Os que saíram do IBGE estão re-cebendo GRUs com valores relativosàs horas da greve! Nós não devemosnada! O IBGE está roubando os tem-porários!

Os trabalhos estão em dia, e a Di-reção do IBGE insiste em não cumprir

o acordo de greve! Na atual conjunturade crise energética e hídrica, em queos órgãos públicos deveriam dar exem-plo para economia de energia e água,a Direção do IBGE nos obriga a ficar-mos uma hora a mais por dia nos nos-sos postos de trabalho, gastando ener-gia e água desnecessariamente. A Di-reção do IBGE assim procede na pre-tensão de desmoralizar o movimentosindical como um todo, em particular aparticipação de temporários em grevese mobilizações. Tal ilegalidade, assimcomo as proibições de realização deassembleias durante o expediente, sãoações vergonhosas que mostram a ver-dadeira cara da gestão do IBGE e com-provam a justeza da luta pela demo-cratização da estrutura de poder ibge-ana.

No entanto, ao acompanhar os ma-teriais e eventos sindicais nacionais,parece que a principal luta que a Exe-cutiva Nacional travou no segundo se-mestre de 2014 foi sobre a inclusão dacarreira dos efetivos no ciclo de ges-tão, debatendo diferentes alternativasde remuneração. Envidar esforços paraa montagem de Grupos de Discussãosobre Carreira e Proporção do Traba-lho Temporário nos núcleos demons-trou que se deu preferência aos assun-tos de uma parcela da categoria, emdetrimento da outra, justamente a quemais precisa no momento do esforçoda Executiva para se reconhecer en-quanto trabalhadores do IBGE, e resistiraos ataques sofridos durante e depoisda greve.

Sentamos à mesa com o diabo -uma direção que demite trabalhadores- com olho numa possível futura rees-truturação de carreiras, sabendo que,mesmo que a proposta fosse boa paranós, ela só sairia com mobilização. Eque mobilização será essa? De quem?

Enquanto o sindicato rodava o Bra-sil pra discutir carreiras, deixamos dedefender o retorno dos trabalhadoresmais precarizados do IBGE, que acre-ditaram na possibilidade de uma insti-tuição melhor e o que levaram foi de-missão.

Enquanto o sindicato rodava o Bra-sil pra discutir carreiras, as assemblei-as nas dependências do IBGE eramproibidas. A direção mandava ofíciosalertando à executiva que o Memo AI15deveria ser respeitado e esta omitiapara a categoria! O Núcleo São Paulosó teve conhecimento destas comuni-cações quando o Chefe da UE-SP ane-xou cópia deste "aviso" da direção aosindicato num dos ofícios proibindo as-

sembleia no refeitório da UE.Enquanto o sindicato rodava o Bra-

sil pra discutir carreiras, os emails daexecutiva foram bloqueados. Os dosnúcleos também foram, denunciamosisso em todos os canais que pudemos.Soube-se que o da executiva tambémera bloqueado na DN, quando propôs-se que a Executiva enviasse os e-mailspara nossa categoria, já que os dosnúcleos estavam bloqueados. Só en-tão a Executiva informou que seu e-mailtambém estava bloqueado.

E depois que o sindicato rodou oBrasil pra discutir carreiras, fizemosuma DN para decidir que carreira que-ríamos. Não fizemos sequer uma DNpara avaliar nossa greve! O assunto erasubsídio, GQ, RT, GDIBGE. PassouGQ, RT e GDIBGE. A Direção não gos-tou. Então fez-se uma rodada de as-sembleias às pressas, no apagar dasluzes de 2014, e passou o subsídio. ADireção não quis. Então nós assinamoso desejo do plano de carreira que a di-reção do IBGE nos impunha. Apenasdesejo, sim, porque para conseguirmoso plano de carreira da Direção, teremosque fazer uma greve contra esta mes-ma Direção. E aí? Alguém ainda lê queisso é alguma vantagem? Alguém ain-da acha que houve frutos na nossa gre-ve?

Se não tivéssemos aceitado os taisdos GTs, estaríamos livres para reagir-mos com mais intensidade aos ataquesdo pós-greve, que seriam os mesmos.Até piores, quem sabe. Mas não preci-saríamos ficar pisando em ovos, pode-ríamos ter gritado e esperneado à von-tade. O gosto da derrota assumida, semas máscaras de que os GTs foram con-quistas, seria menos amargo, porqueo luto necessário para superá-la não se-ria a tão longo prazo. A greve de 2014ainda não acabou. Poderia ter se en-cerrado em 13 de agosto de 2014, masa Executiva decidiu vender a ilusão deque teríamos algum ganho sentando àmesa com o diabo.

Não passou pela cabeça de nin-guém que estávamos colocando o car-ro na frente dos bois ao nos preocu-parmos em pensar numa carreira semantes conseguir um compromisso mí-nimo do governo? Sequer houve um re-presentante do governo no GT! Estavana cara que era enrolação!

Se não tivéssemos aceitado os taisdo GTs, estaríamos hoje de cabeça er-guida. Derrotados, mas inteiros. Certa-mente estaríamos mais fortes, porquenão teríamos amarra nenhuma. Qual oproblema em assumir uma derrota? Na

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greve de 2005 não foi assim? Só leva-mos punição e mais nada! E quem es-teve na greve de 2005 pode dizer compropriedade: doeu menos.

No início de 2015, o peso da com-pensação desnecessária traz de voltao sentimento de revolta, o desconfortoda injustiça, empurrando a Executiva aconvocar atos na sede do IBGE. O pri-meiro, em março, rendeu uma reuniãoburocrática com a direção do IBGE: sóouvimos não, não e não. No segundo,no final de abril, o desfecho foi aindamais decepcionante. Ficamos de "cas-tigo", trinta dias sem nos reunirmos coma direção do IBGE. Estamos sendo in-fantilizados, tratados com desprezo edesrespeito. Já é passada a hora dereconhecermos que não há como dia-logar com esta direção. Nunca houvedisposição para isso, desde a tentativade suspensão da divulgação da PNADContínua, em março de 2014.

E continuamos "evitando ruídos",porque a direção pode "melar" o nossoplano de carreiras. Aliás, já está me-lando, só não vê quem não quer. A exe-cutiva lê que "precisamos" deles paratermos mais força de negociação. Seráque com eles teremos mais força mes-mo? Quem vomita a demagogia para-benizando pela publicação da PNADContínua e ao mesmo tempo pune ostrabalhadores que exerceram seu legí-timo direito de lutar pelos seus direitos,que não batalha por concurso públicopara manter seu DAS e nos imprimecada vez mais trabalho para dar contade todas as demandas é mesmo uma"força" para nós? Temos certeza? Qualo empenho que a direção está dispen-sando para implementar este plano decarreiras? "Acompanhar com aten-ção"? É disso que precisamos? Deacompanhamento atencioso? Em resu-mo: estamos reféns do diabo, o sermais careta que pode existir na face dosinfernos.

Por isso, temos que pôr fim às ten-tativas de diálogo com a direção doIBGE. A atual conjuntura nacional indi-ca um ano de muitas mobilizações paramanutenção de direitos da classe tra-balhadora, conquistados com muitaluta, e que agora estão sendo postosabaixo pelo governo e pelo Congresso

Nacional. Não podemos nos isolar des-ta luta. Há muito mais em jogo do quenossas carreiras. Quem sabe a própriaexistência da nossa carreira esteja empauta: aprovadas todas as cassaçõesde direitos dos trabalhadores em ge-ral, o próximo passo será a persegui-ção dos direitos dos servidores públi-cos. Estas atitudes antisindicais noIBGE seriam mesmo aleatórias e per-sonificadas na figura da Sra. Barata?Não seria essa também uma estraté-gia do governo para diminuir nossa for-ça, executada a ferro e fogo pela atualdireção ávida por manter seu DAS, parajustamente minar a resistência dos tra-balhadores quando o real pacote demaldades bater à nossa porta? Assim,julgamos, por ora, ser muito mais im-portante voltarmos às nossas bases,para mobilização contra tanto as "re-formas" trabalhistas quanto para resis-tência aos ataques no IBGE. É precisoestimular a organização dos temporá-rios, mesmo sendo esta uma tarefa in-grata, dada a alta rotatividade. Maspodemos tirar proveito desta adversi-dade. Estaremos semeando a neces-sidade de luta contra a opressão, ex-pandindo-as para outras categorias,quando estes trabalhadores forem chu-tados para fora do IBGE, ao fim do con-trato precarizado. Esta cultura precisaser estabelecida. E, quando o momen-to for oportuno, quando as feridas pu-rulentas estiverem convertidas em ci-catrizes, será o momento de novamen-te nos levantarmos para, juntos, pleite-

armos melhores condições de trabalhoa todos. Fim do contrato precarizado.Melhoria salarial para todos. Enfim,igualdade.

Por isso propomos:1. Fora Wasmália e Conselho Di-

retor do IBGE! Eleições Diretas Já paraPresidente, Conselho Diretor e Direto-rias de Departamentos do IBGE, De-mocratização da gestão do IBGE, comConselho Gestor Deliberativo, eleitopelos trabalhadores;

2. Pela readmissão imediata dosdemitidos da greve de 2014;

3. Exigir do Ministério do Planeja-mento o cumprimento do acordo de gre-ve;

4. Pelo cancelamento imediato dopagamento de GSE´s censitárias devi-do ao cancelamento da contagem po-pulacional e dos Censos previstos (en-riquecimento ilícito), exigindo do Minis-tério do Planejamento que a Direção doIBGE devolva aos cofres públicos osvalores envolvidos;

5. Denunciar criminalmente a Dire-ção do IBGE pelo gasto de R$ 1 mi-lhão e 318 mil para contratação de ce-rimonial (coffe break e pessoal) paraservir convidados do 60º CongressoMundial de Estatística (Diário Oficial daUnião - seção 3, pagina 145, de 8 demaio de 2015), enquanto várias pes-quisas, treinamento presencial e vaci-nação contra a gripe dos funcionáriossão cancelados por falta de verba;

6. Concurso Público Já para todasas vagas existentes;

Assinam a Tese:

Da Paraíba:Renata Longo; Do Rio Grande do Norte: Rogério Henrique Campelo;

De Santa Catarina:Luiz Roberto de Campos Jacintho (Betão), Julio Cesar Pacheco Augusto,

Victor Henrique Calejon Santos (Khaled) e Ricardo Mattei;

De São Paulo:Aldo Barreto Nogueira, Bianca Schmid,

Cláudia Regina Gonçalves do Nascimento e Giulio Cesare Castro Pandolfi.

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ASSIBGE-SN • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • CADERNO DE TESES 35

CAPÍTULO IDos ObjetivosArt. 1º - O Encontro de Aposentados, Aposentandos e

Pensionistas da ASSIBGE-SN - ENAAP, reunir-se-á ordi-nariamente, com os seguintes objetivos:

a) Discutir assuntos de interesse dos aposentados, apo-sentandos e pensionistas;

b) Deliberar sobre questões fundamentais para o movi-mento dos trabalhadores, no que diz respeito à política ge-ral e em especial à Campanha Salarial de 2015;

c) Propor e deliberar por um plano de lutas, acompa-nhando o calendário dos SPFs.

Art. 2º - Para atingir os objetivos estabelecidos na Se-ção IX Art. 34-, o Encontro de Aposentados, Aposentandose Pensionistas deverá esgotar a seguinte pauta, desdobra-da e detalhada, segundo o programa anexo:

Informes da Executiva Nacional da ASSIBGE-SN;Avaliação da Conjuntura Nacional, Internacional e

Movimento;Campanha Salarial 2015;Informes Jurídicos;Plano de Carreira;Calendário e Plano de Lutas;Encaminhamentos.

CAPÍTULO IIData, Local e Participantes.Art. 3º - O ENAAP será realizado de 12 a 14 de junho de

2015, em Paty do Alferes, no Estado do Rio de Janeiro.

Art. 4º - São considerados membros efetivos do ENAAP,com direito a voz e a voto, os delegados dos Núcleos Sindi-cais eleitos nas assembleias e os diretores da ExecutivaNacional, efetivos e suplentes. Os observadores terão di-reito somente à voz.

§ 1º - Os membros do ENAAP, representantes de Núcle-os, deverão ser eleitos, conforme normas estatutárias daASSIBGE-SN, na proporção de 01 (um) delegado para cada100 (cem) trabalhadores aposentados de cada base, 01(um) aposentando para cada 250 (duzentos e cinquenta)trabalhadores ativos de cada base. Considera-se aposen-tando o trabalhador que se aposentará nos próximos 03(três) anos, tendo como referencia a data do Encontro;

VI ENCONTRO NACIONAL DE APOSENTADOS, APOSENTANDOSE PENSIONISTAS DA ASSIBGE-SN

12 A 14 DE JUNHO DE 2015 - PATY DO ALFERES - RJ

REGIMENTO INTERNO

CAPÍTULO IIIDa OrganizaçãoArt. 6º - A organização do ENAAP será de responsabili-

dade da Executiva Nacional da ASSIBGE-SN.§ 1º - O credenciamento será realizado no dia 12/06,

das 20h às 21h, e no dia 13/06, das 8h às 12h.

Art. 7º - À Comissão Organizadora caberá;a) Cuidar de todo o apoio logístico do evento (transpor-

te, hospedagem, alimentação, recursos humanos, materi-ais e tecnológico, etc.), socializando os custos despendi-dos para sua realização entre a Executiva Nacional (30%)e os Núcleos Sindicais estatutariamente organizados (70%).

b) Divulgar as deliberações do ENAAP, através dos in-formativos do Sindicato.

CAPÍTULO IVDa Coordenação dos TrabalhosArt. 8º - Os trabalhos serão conduzidos por uma mesa

composta de um coordenador, um vice-coordenador e umsecretário.

§ 1º - Os trabalhos só poderão ter início, caso a plenáriaesteja constituída, no mínimo, por 2/3 dos delegados pre-sentes;

§ 2º - Os integrantes da mesa coordenadora serão elei-tos no início dos trabalhos de cada dia;

§ 3º - Os secretários deverão manter estreito contatocom a relatoria contratada para cobrir o evento. A ata doENAAP deverá ser disponibilizada para divulgação pelaExecutiva Nacional, num prazo máximo de 15 (quinze) diasapós o encerramento do Encontro;

§ 4º - Qualquer delegado presente na plenária poderásolicitar substituição de qualquer membro da mesa, a qual-quer tempo, desde que conte com 2/3 (dois terços) ou maisde votos;

§ 5º - Qualquer membro da mesa poderá solicitar suasubstituição, a qualquer tempo;

§ 6º - Ao final do ENAAP, os secretários, em conjuntocom a relatoria, apresentarão à plenária, para aprovação,um resumo das deliberações.

Paty do Alferes, 13 de junho de 2015.

Executiva Nacional da ASSIBGE-SNVI Encontro de Aposentados, Aposentandos

e Pensionistas da ASSIBGE-SN

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CADERNO DE TESES • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • ASSIBGE-SN36

XI CONGRESSO NACIONAL DA ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL15 A 19 DE JUNHO DE 2015 EM PATY DO ALFERES

REGIMENTO INTERNO

CAPÍTULO I - DOS OBJETIVOS DA REALIZAÇÃO EORGANIZAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 1º - O Congresso Nacional da ASSIBGE - SINDICA-TO NACIONAL é o órgão máximo de deliberação, com ob-jetivo de discutir em conformidade com o previsto na SeçãoII do Capítulo IV do Estatuto, os temas que preparem ostrabalhadores para os enfrentamentos da conjuntura políti-ca e econômica do país, visando:

a) Aprofundar a discussão sobre questões específicas ea construção da luta dos trabalhadores do IBGE, bem comodos problemas comuns de toda a classe trabalhadora;

b) Estudar formas de intercâmbio e integração com osservidores públicos federais e com outras categorias pro-fissionais.

Art. 2º - O XI Congresso Nacional da ASSIBGE - SNrealizar-se-á de 15 a 19 de junho, no Arcozelo Palace Ho-tel, no município de Paty do Alferes, estado do Rio de Ja-neiro.

Art. 3º - A Comissão Organizadora (CO) será compostapela Executiva Nacional, que poderá designar uma equipede apoio credenciada para desempenhar as tarefas e fun-ções que garantam a realização, organização e infraestru-tura do Congresso.

CAPÍTULO II - DOS PARTICIPANTESArt. 4º - Do Congresso participarão os delegados e ob-

servadores eleitos como representantes dos trabalhadoresdo IBGE, ativos, aposentados, pensionistas e temporários,desde que filiados à entidade, em conformidade com o Es-tatuto.

Parágrafo Único - A CO, ao seu critério, poderá convidaroutras pessoas para participar do Congresso na qualidadede representantes de entidades ou como expositores detemas específicos.

CAPÍTULO III - DA ELEIÇÃO DOS DELEGADOS EOBSERVADORES DE BASE

Art. 5º - Os delegados e observadores de base ao XICongresso Nacional da ASSIBGE - SN serão eleitos emassembléias por local de trabalho.

Parágrafo Único - A eleição dos delegados far-se-á deacordo com os critérios estabelecidos no Art.13, parágrafos1º, 2º, 3º e 4º do Estatuto.

CAPÍTULO IV - DAS INSCRIÇÕESArt. 6º - Todas as inscrições deverão passar pela CO. As

dúvidas que surgirem no decorrer das inscrições serão ava-liadas pela CO e, não havendo acordo, as pendências se-rão resolvidas pela Plenária do XI Congresso Nacional daASSIBGE - SN.

Parágrafo 1º - As inscrições dos delegados e observa-dores de base serão realizadas de 19h às 21h de

14.06.2015, e até às 12:00h do dia 15.06.2015, através deum delegado ou representante, que apresentará os seguin-tes documentos originais: a) Ata da Assembléia do local detrabalho; b) Lista de Presença da Assembléia e c) Edital deconvocação da Assembléia. A falta de um dos documentosreferidos impossibilitará a inscrição da delegação.

Parágrafo 2º - Havendo qualquer problema de inscriçãode delegado(s) e/ou observador(es) da mesma delegação,identificado pela CO, esta aguardará a definição e o mo-mento da inscrição e posterior credenciamento.

CAPÍTULO V - DO CREDENCIAMENTO DOS DELE-GADOS E OBSERVADORES DE BASE

Art. 7º - O credenciamento dos delegados e observa-dores de base será feito pela CO do XI Congresso Nacio-nal da ASSIBGE - SN ou pela equipe de apoio por elacredenciada para tal e consistirá da entrega a cada dele-gado de sua credencial, de forma individual, após a iden-tificação do mesmo através da apresentação de um docu-mento pessoal.

CAPITULO VI - DO TEMÁRIOArt. 8º - Será objeto do XI Congresso a seguinte pauta:1. Plenária para leitura e aprovação do Regimento In-

terno;2. Informes dos Núcleos Sindicais (por escrito) e da

Executiva Nacional;3. Informes Jurídicos;4. Painel - Conjuntura Nacional e Internacional,avaliação

do movimento e seus desafios;5. Painel - Democratização do Serviço Público;6. Campanha Salarial 2015 (Unificada e Específica);7. Apresentação e defesa de teses e contribuições;8. Discussões em Grupos de Trabalho;9. Plenária Deliberativa;10.Informes do Comitê de Carreira e GT de Carreira;11.Informes Administrativos e Financeiros;12.Assuntos Gerais

Art. 9º - Caberá à CO e a Executiva Nacional do XI Con-gresso Nacional da ASSIBGE - SN:

A. Criar condições para a realização do Congresso;B. Organizar as assessorias necessárias;C. Cumprir e assegurar o cumprimento do Regimento

Interno;D. Preparar a pauta e expediente da Plenária de Aber-

tura;E. Formular propostas para a composição das mesas

diretoras das Plenárias;F. Instalar a Plenária de Abertura do XI Congresso Na-

cional da ASSIBGE - SN;G. Proceder às inscrições e aos credenciamentos dos

delegados e observadores de base do XI Congresso Naci-

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ASSIBGE-SN • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • CADERNO DE TESES 37

onal da ASSIBGE - SN, na forma do Capítulo IV deste Re-gimento Interno;

H. Providenciar os convites necessários ao credencia-mento de todos os que participarão do XI Congresso Naci-onal da ASSIBGE - SN, inclusive apoio, equipe de cobertu-ra jornalística, etc;

I. Providenciar o certificado de participação dos con-gressistas.

CAPÍTULO VIII - DOS ORGANISMOS DO CONGRES-SO

Art. 10º - O XI Congresso Nacional da ASSIBGE - SNserá composto pelos seguintes órgãos:

I. Painéis de debates;II. Grupos de Trabalho;III. Plenárias Gerais do Congresso - Discussão e Enca-

minhamentos.

CAPÍTULO VIII - DOS PAINÉIS DE DEBATESArt. 11º - Os Painéis de Debates serão apresentados

pelos convidados. A cada painel será estabelecido pela COum limite máximo de tempo de apresentação de cada tema,seguido de perguntas, intervenções e respostas.

CAPITULO IX - DOS GRUPOS DE TRABALHOArt. 12º - Os Grupos de Trabalho (GT) serão formados

pelos delegados e observadores devidamente credencia-dos, com a finalidade de discutir os Pontos da Pauta previs-tos no programa para discussão em grupo.

Parágrafo Único - Cada delegação será distribuída pro-porcional e aleatoriamente pela Comissão Organizadora,entre os diversos Grupos de Trabalho (GT).

Art. 13º - Aos Grupos de Trabalho (GT) compete discu-tir, decidir e encaminhar ao plenário as matérias constantesda pauta do XI Congresso Nacional da ASSIBGE - SN.

Parágrafo Primeiro - Poderão os Grupos de Trabalho(GT) dar sugestões, apresentar emendas e modificações,assim como rejeitar teses e moções.

Parágrafo Segundo - Cada GT elegerá um coordenadore um relator para organizar os debates.

CAPITULO X - DA COMPOSIÇÃO DAS MESASArt. 14º - A composição das mesas diretoras dos traba-

lhos em plenária será de 3 (três) coordenadores, sendo 2(dois) para dirigir os trabalhos e 1 (um) relator, eleitos den-tre os presentes.

Parágrafo 1º - A substituição de um os mais membrosda mesa poderá ser feita por proposta de um dos partici-pantes do fórum, para o que será necessária a concordân-cia de pelo menos 50% mais um dos presentes ou quandoqualquer dos membros da mesa requerer sua substituição.Neste caso não há necessidade de concordância da plená-ria. Em ambos os casos será(ão) eleito(s) o(s) substituto(s)imediatamente para recompor a mesa.

Parágrafo 2º - A mesa responsável pela abertura da pri-meira plenária do XI Congresso será a Executiva Nacionalda ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL.

CAPITULO XI - DAS DISCUSSÕES E VOTAÇÕESArt. 15º - A Plenária Geral é o órgão máximo e soberano

do Congresso e será composta por todos os delegados e

observadores credenciados, nos termos estabelecidos noEstatuto, tendo como competência discutir, aprovar ou re-jeitar em parte ou na totalidade todas as propostas que lheforem dadas a apreciar, observando o Regimento Interno,o temário e a ordem do dia.

Art. 16º - Cada delegado terá direito a um voto, não ha-vendo a figura do voto de Minerva e nem por procuraçãoneste Congresso.

Parágrafo 1º - As votações nas Plenárias serão realiza-das através da exibição dos cartões de credenciamento.

Parágrafo 2º - Em caso de dúvida na contagem dos vo-tos de quaisquer votações as mesmas serão repetidas como recolhimento das credenciais que servirão como votos acada proposta.

Parágrafo 3º - O voto é individual e intransferível.Art. 17º - As deliberações nas plenárias serão tomadas

por maioria simples.Art. 18º - Todo delegado e observador que desejar inter-

vir nos Grupos e nas Plenárias inscrever-se-á previamentejunto à Mesa e o fará segundo a ordem de inscrição, res-peitando o limite de tempo que será estabelecido de co-mum acordo entre a Mesa e a Plenária no início dos traba-lhos.

Parágrafo Único - Não será admitida a cessão de tempointegral ou parcial de um orador inscrito a qualquer outroorador, exceto no caso do disposto no Parágrafo Único doArt.23º deste Regimento Interno.

Art. 19º - A quantidade de inscrições para intervençãotanto nos Grupos como nas Plenárias, assim como o en-cerramento das inscrições para cada tema em discussão,será determinada no inicio de cada bateria de falações nosseus respectivos fóruns.

Art. 20º - As questões de ordem serão encaminhadas àMesa, que avaliará a pertinência da mesma, ou a necessi-dade de consulta à Plenária, caso não haja consenso entreseus membros.

Art. 21º - As questões de encaminhamento serão solici-tadas à Mesa e, após autorização, apresentadas à Plenáriae defendidas de forma sumária com tempo limitado a 1 (um)minuto. A Mesa avaliará sua pertinência ou não e submete-rá o encaminhamento proposto à aprovação da Plenária,caso não haja consenso entre seus membros. Caso hajamais de uma proposta, estas serão submetidas imediata-mente à votação pela Plenária.

Art. 22º - Cada grupo apresentará como suas conclu-sões as propostas majoritárias ou consensuais, encami-nhando, no entanto, todas as propostas minoritárias apre-sentadas no GT à Plenária Geral para apreciação.

Parágrafo Único - Para facilitar o encaminhamento dasPlenárias gerais, deverá haver reunião prévia dos relatoresdos Grupos para a redação de relatório unificado dos tra-balhos de Grupo.

Art. 23º - Nas Plenárias Gerais, durante e após a leiturado relatório final dos Grupos, os membros do Plenário po-derão indicar destaques às propostas apresentadas. Emseguida, a Mesa colocará em votação o relatório final paraaprovação em bloco pela Plenária, excluídas as propostasdivergentes e aquelas destacadas. Superada esta fase, osdestaques e as propostas divergentes serão passados uma um, abrindo-se uma defesa a favor e outra contra, se-guindo-se imediatamente a votação de cada matéria. Sefor do entendimento da Mesa que qualquer matéria não te-

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CADERNO DE TESES • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • ASSIBGE-SN38

COMISSÃO ORGANIZADORA

XI CONGRESSO NACIONALDA ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL

PATY DO ALFERES - RIO DE JANEIRO

nha sido suficientemente esclarecida, esta encaminhará aoPlenário a pertinência ou não de abrir-se outra(s) defesa(s)contra e a favor. Finalmente, a Mesa submeterá à aprova-ção final da Plenária o Relatório Final completo.

Parágrafo Único - As defesas das propostas divergen-tes serão feitas em 3 (três) minutos, podendo neste único eexclusivo caso, haver divisão de tempo entre mais de umorador.

Art. 24º - Os trabalhos apresentados pelas delegaçõesou entidades observarão a seguinte classificação:

a. Teses versando sobre os itens do Temário (15 minu-tos de apresentação);

b. Contribuições sobre temas específicos (5 minutos deapresentação);

c. Moções relativas a quaisquer questões de interessedos trabalhadores (leitura).

Parágrafo Primeiro - Para que possam ser submetidasà Plenária de Encerramento, as moções deverão ser entre-gues por escrito à Mesa, e ainda, atender ao disposto noArt.21º deste Regimento Interno.

Parágrafo Segundo - Recomenda-se que as propostassobre os diversos pontos e temas em debate sejam entre-gues à mesa por escrito por seus proponentes, a fim defacilitar o seu entendimento e ajudar na construção dosRelatórios do Congresso.

Art. 25º - Os casos omissos deste Regimento Internoserão levados para a decisão em plenário do Congresso,podendo participar apenas os delegados e observadoresdevidamente credenciados, ou seja, que tenham cumpridotodas as orientações da CO e de acordo com os dispositi-vos estatutários.

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ASSIBGE-SN • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • CADERNO DE TESES 39

ESTATUTO DA ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL

CAPÍTULO I - NOME, SEDE E REPRESENTAÇÃO

ART.1º - A ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL é umaassociação civil de direito privado regida pelo presente es-tatuto, com natureza e fins não lucrativos, por prazo inde-terminado, com autonomia política, patrimonial e financei-ra, com sede na Av. Presidente Wilson, nº 210/8º andar -CEP 20.030-021 - Centro - Rio de Janeiro, tendo foro nacidade do Rio de Janeiro, no Estado do Rio de Janeiro, ebase territorial em todo o País.

CAPÍTULO II - OBJETIVO, PRINCÍPIOS E PRERRO-GATIVAS

ART. 2º - A ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL tem comoobjetivo principal a união, a defesa dos direitos e interessese a representação judicial e extrajudicial dos trabalhadoresem Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatísti-ca, com abrangência e base territorial nacional, em qual-quer foro ou instância política, judiciária ou administrativa.

Parágrafo Único - A ASSIBGE - SINDICATO NACIONALé constituída de número ilimitado de filiados, sem distinçãode cor, raça, religião ou sexo, desde que pertençam ao seg-mento profissional congregado, inclusive, aposentados econtratados temporários se assim o quiserem.

ART.3º - São princípios da ASSIBGE - SINDICATO NA-CIONAL:

a) Defender e praticar a democracia, a liberdade e aautonomia sindical;

b) Manter posição de independência frente ao Estado,aos partidos políticos, às classes dominantes e aos credosreligiosos;

c) Propugnar pela unidade dos trabalhadores;d) Combater o corporativismo e o assistencialismo;e) Apoiar toda e qualquer iniciativa compatível com os

objetivos da construção de uma sociedade socialista, pelofim da exploração do homem pelo homem, pela liberdade eautonomia dos trabalhadores se organizarem e manifesta-rem em qualquer parte do mundo;

f) Defender o caráter probo e independente que os tra-balhos do IBGE devem ter na qualidade de órgão funda-mental à sociedade pelo conhecimento que fornece de todarealidade nacional;

g) Integrar o conjunto dos trabalhadores do serviço pú-blico, sem qualquer distinção;

h) Lutar pelo fortalecimento político das lutas da catego-ria e pelo desenvolvimento de sua consciência de classe;

i) Lutar pela gratuidade, boa qualidade e democratiza-ção do serviço público.

ART. 4º - São prerrogativas da ASSIBGE - SINDICATONACIONAL:

a) Representar, junto às autoridades administrativas ejudiciárias, na defesa dos direitos e interesses coletivos eindividuais da categoria, ajuizando, se necessário, as com-petentes ações judiciais, na qualidade de representante ou

substituto processual;b) Participar de negociações coletivas, celebrar conven-

ções e acordos coletivos de trabalho;c) Designar ou eleger, através de seus fóruns, os repre-

sentantes da categoria;d) Fixar contribuições a todos aqueles que participam

da categoria profissional representada, mediante aprova-ção do seu Congresso Nacional;

e) Instalar núcleos sindicais, nas regiões abrangidas peloSindicato, de acordo com as suas necessidades;

f) Filiar-se a entidades classistas, sindicais ou não, deâmbito nacional ou internacional de interesse dos trabalha-dores, mediante amplo debate e aprovação da categoria,através de plebiscito;

g) Representar a categoria em congressos, conferênci-as ou encontros, em qualquer âmbito;

h) Estimular a organização da categoria por local de tra-balho;

i) Manter relações com as demais entidades dos traba-lhadores, e outros segmentos organizados da sociedade,pela concretização da solidariedade social e defesa dosinteresses dos trabalhadores.

CAPÍTULO III - DOS FILIADOS

ART. 5º - Serão admitidos como filiados da ASSIBGE -SINDICATO NACIONAL todos os trabalhadores da base derepresentação do Sindicato, ativos, aposentados, pensio-nistas vitalícios e contratados temporários que solicitaremsua filiação por escrito, através de documento próprio, aqualquer órgão da entidade.

Parágrafo 1º - Serão excluídos do Sindicato os filiadosque o solicitarem por escrito e, ainda, aqueles que deixa-rem de pertencer à categoria por ato voluntário;

Parágrafo 2º - Os filiados que forem submetidos à Co-missão de Ética, em que esta apure fatos graves e indi-que sua expulsão, ficarão suspensos a partir desta datade seus direitos sindicalizados/filiados, até que seu pedi-do de expulsão seja apreciado pela Reunião de DireçãoNacional- DN ou Congresso Nacional, a quem competeliberar sobre o assunto;

Parágrafo 3º - Os filiados não respondem subsidiaria-mente pelas obrigações assumidas pelo Sindicato.

ART. 6º - São direitos dos filiados:1 - Votar e serem votados para qualquer cargo de repre-

sentação do Sindicato, na forma do disposto pelo presenteestatuto;

2 - Participar de todas as atividades da ASSIBGE - SIN-DICATO NACIONAL;

3 - Utilizar os serviços e instalações do Sindicato na for-ma estabelecida pelo Regimento Interno, que será aprova-do pelo respectivo órgão deliberativo;

4 - Gozar dos benefícios e assistência proporcionadospelo Sindicato;

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CADERNO DE TESES • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • ASSIBGE-SN40

5 - Requerer com número de filiados igual ou superior a10% (dez por cento), a convocação dos fóruns previstosneste estatuto, especificando qual o fórum e justificando opedido;

6 - Defender-se nos fóruns competentes quando neces-sário.

Parágrafo 1º- Os direitos dos filiados são pessoais e in-transferíveis;

Parágrafo 2º-Os pensionistas vitalícios poderão contri-buir com o Sindicato em percentual igual aos filiados e comos mesmos procedimentos administrativos;

Parágrafo 3º- Os pensionistas vitalícios, embora go-zem do direito de filiar-se ao sindicato e de participar deseus fóruns com direito a voz, não serão reconhecidoscomo base dos trabalhadores do IBGE, por isso, nãopoderão exercer o direito de votar e serem votados.

ART. 7º - São deveres dos filiados:1 - Observar as disposições deste Estatuto e dos Re-

gimentos Internos dos órgãos do Sindicato;2 - Dar conhecimento à Direção do Sindicato de qual-

quer ocorrência que possa prejudicar a entidade, zelan-do por seu patrimônio e seus serviços;

3 - Zelar pela observância dos objetivos, princípios eprerrogativas da ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL;

4 - Exigir o cumprimento das determinações, desteestatuto e observância, por parte dos órgãos de direçãoàs decisões das instâncias deliberativas;

5 - Pagar a contribuição sindical mensal e consecuti-va, descontada em folha de pagamento ou outra formadefinida pela EN ou Coordenação de Núcleo, em casode não consignação pelo IBGE na Folha de Pagamentopor qualquer situação que seja, inclusive para retroati-vos, no caso de mais de uma mensalidade;

6 - Prestar contribuição assistencial expressamenteautorizada e constituir fundo de greve aprovado pela ca-tegoria através dos fóruns apropriados;

7 - Manter o mais elevado espírito de colaboração esolidariedade com os objetivos do sindicato, participan-do de suas reuniões e atividades.

CAPÍTULO IV - ESTRUTURA, ORGANIZAÇÃO E FUN-CIONAMENTO

Seção I - DOS ÓRGÃOS DA ASSIBGE - SINDICATONACIONAL

ART. 8º - São órgãos de representação da ASSIBGE -SINDICATO NACIONAL em nível nacional:

- Congresso Nacional- Direção Nacional- Executiva Nacional- Conselho Fiscal Nacional- Encontro Nacional dos Aposentados, Aposentandos e

Pensionistas.

ART. 9º - São órgãos da ASSIBGE - SINDICATO NACI-ONAL em nível estadual inclusive no Distrito Federal:

Assembléia Geral Estadual

ART 10º - São órgãos da ASSIBGE - SINDICATO NACI-ONAL em nível local:

- Assembléia Geral de Núcleo Sindical- Coordenação de Núcleo Sindical- Conselho Fiscal de Núcleo Sindical

Seção II - DO CONGRESSO NACIONAL (CN)

ART 11º - O Congresso Nacional é o órgão máximo dedeliberação da ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL.

ART. 12º O Congresso Nacional é constituído:- pela Executiva Nacional;- pelos Delegados e observadores de Base eleitos nos

Núcleos Sindicais, conforme critério estabelecido por esteestatuto.

Parágrafo 1º - Os delegados de base, representantesde cada Núcleo Sindical, serão eleitos através de chapacompleta ou não, em Assembléia especialmente convoca-da para este fim, concorrendo proporcionalmente ao nú-mero de delegados possíveis, obedecendo aos seguintescritérios:

a) 01 (um) delegado de base para cada 50 (cinquenta)trabalhadores lotados no Núcleo, sendo que, no caso defração, arredonda-se para cima, quando a fração for igualou superior a 0,5 (meio);

b) No caso de haver mais de uma chapa deverá ser ado-tado o critério da proporcionalidade direta e qualificada fi-cando cada uma com o número de delegado proporcionalao número de votos obtidos;

c) O cálculo da proporcionalidade direta e qualificada aser adotado para a composição das representações daschapas que disputarem as eleições de delegados ao Con-gresso Nacional e a reunião da Direção Nacional, será apli-cado da seguinte forma: primeiramente divide-se o númerode votos obtidos pelas chapas por 1 (um), por 2 (dois), por3 (três) e assim sucessivamente, depois, se apura os mai-ores percentuais, de acordo com o número de vagas. Noscasos de empate do número dividido, o representante seráda chapa que obtiver o maior número de votos. A últimavaga será por comparação de fração. Este cálculo seráválido para todos os fóruns estatutários onde se prevê aproporcionalidade, quais sejam: o Congresso Nacional daASSIBGE - SINDICATO NACIONAL, a representação dosNúcleos Sindicais nas reuniões da Direção Nacional, as-sim como o Encontro de Aposentados, Aposentandos ePensionistas.

d) Os delegados serão eleitos em Assembléia de suasbases com antecedência mínima de 10 (dez) dias do CN;

e) Estas Assembléias deverão ter quorum mínimo de10% (dez por cento) da respectiva base;

f) Quando a Assembléia não atingir o quorum mínimoexigido pela base, só poderá, eleger delegados de acordocom a representatividade dos presentes à Assembléia istoé, 1 (um) delegado para cada 5 (cinco) presentes à Assem-bléia;

g) As Coordenações dos Núcleos, e na ausência des-tas, a Executiva Nacional ou 10% (dez por cento) dos filia-dos vinculados ao Núcleo, deverão convocar a Assembléiacom antecedência mínima de 20 (vinte) dias da realizaçãodo Congresso, obrigando-se à divulgação ampla do temá-rio, teses e todo o material a ele pertinente;

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ASSIBGE-SN • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • CADERNO DE TESES 41

h) No caso de omissão do Núcleo Sindical, a Execu-tiva Nacional ou por abaixo-assinado de 10% da basepoderão convocar a Assembléia com antecedência mí-nima de até 15 (quinze) dias, nos termos do item f;

i) Deverá ser anexada à ficha de inscrição de cadadelegação ao Congresso, a ata da Assembléia, lista depresença (nomes, assinaturas, locais de trabalho) e có-pia do Edital de Convocação da Assembléia;

j) Cada Núcleo Sindical poderá eleger 2 (dois) dele-gados, independentemente do tamanho da respectivabase.

Parágrafo 2º - Os membros da Executiva Nacional sãorepresentantes natos do Congresso Nacional, da DireçãoNacional e do Encontro de Aposentados, Aposentandos ePensionistas da ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL, ten-do assegurado nestes fóruns o direito a voz e voto.

Parágrafo 3º - Os trabalhadores ativos e aposentadosdeverão ser eleitos delegados nas Assembléias de basedos Núcleos Sindicais as que estejam vinculados;

Parágrafo 4º - Para cada grupo de 5 (cinco) delegadoseleitos, o Núcleo terá direito a eleger 1(um) observador.

Parágrafo 5° - Os pensionistas poderão participar doCongresso nacional, na condição de observador, concor-rendo às vagas já previstas, com direito a voz e sem direitoa voto;

ART. 13º - O Congresso Nacional terá como atribuiçõese tarefas:

a) Realizar um balanço da situação e das lutas dos tra-balhadores;

b) Alterar no todo ou em parte este estatuto, pelo votode 50 % (cinquenta por cento) mais um dos congressistaspresentes em plenária;

c) Aprovar um programa de trabalho até o próximo CN;d) Eleger os candidatos da ASSIBGE - SINDICATO NA-

CIONAL para os cargos de representação previstos nesteEstatuto como da competência do Congresso ou para aque-les definidos por proposta de sua Plenária;

e) Decidir em última instância os recursos interpostosàs decisões dos órgãos deste Sindicato;

f) Estabelecer as diretrizes para atingir os objetivos pre-vistos neste Estatuto;

g) Deliberar sobre parecer de Conselho Fiscal Nacionala respeito das contas da Executiva Nacional ou, alternati-vamente, ter essa atribuição efetivada pela Direção Nacio-nal.

h) Eleger a Comissão Eleitoral Nacional ou delegar àDireção Nacional esta atribuição;

i) Outros temas poderão ser incluídos na pauta.

ART. 14º- O CN será realizado ordinariamente no quar-to trimestre e a cada dois anos, intercalando-se com as Elei-ções Gerais.

Parágrafo 1º - Esta data poderá ser alterada em caráterexcepcional, por decisão da Direção Nacional, da Executi-va Nacional ou por proposição de 2/3 (dois terços) dos Nú-cleos Sindicais estatutariamente organizados.

Parágrafo 2º - O Congresso Nacional deverá ser convo-cado com no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias de antece-dência da data de sua realização, devendo as teses ser en-caminhadas para divulgação 30 (trinta) dias antes de suarealização e distribuídas à categoria, para discussão nas As-sembléias de eleição de delegados, no mínimo 15 dias an-tes da data do Congresso.

SEÇÃO III - DA DIREÇÃO NACIONAL - (DN)

ART. 15º - A DN é um órgão deliberativo da ASSIBGE -SINDICATO NACIONAL, sendo composta pela ExecutivaNacional e representantes dos Núcleos Sindicais, todos comdireito à voz e voto.

Parágrafo 1º - No caso de representantes dos Núcleos,os mesmos deverão ser eleitos pela base que representama cada reunião da Direção Nacional;

Parágrafo 2º - Cada Núcleo terá direito a eleger seusrepresentantes na proporção de 1 (um) para cada 250 (du-zentos e cinquenta) trabalhadores e mais 1 (um) para fra-ção igual ou superior a 0,5 (meio). Os Núcleos Sindicaisque possuem menos de 250 (duzentos e cinquenta) traba-lhadores na base, deverão eleger 1 (um) delegado;

Parágrafo 3º - Os trabalhadores ativos e aposentadosserão eleitos delegados nas Assembléias de base, nosNúcleos Sindicais que estejam vinculados, em chapas com-pletas ou não, pelo critério da proporcionalidade direta equalificada, conforme descrito no art. 12º, alínea c;

Parágrafo 4º - O Núcleo Sindical, com 350 (trezentos ecinquenta) ou mais trabalhadores na base, poderá eleger 1(um) observador;

Parágrafo 5º - A escolha dos representantes à DN, sem-pre que o Núcleo Sindical tiver direito ao número de 2 (dois)ou mais, deverá ser feita respeitando o critério da proporci-onalidade direta e qualificada entre os candidatos e/ou cha-pas.

ART. 16º - A DN reunir-se-á ordinariamente 2 (duas) ve-zes por ano, no primeiro e terceiro trimestre e será convoca-da pela Executiva Nacional com antecedência mínima de 30(trinta dias) da data de sua abertura, devendo as Assembléi-as para a eleição de seus membros serem realizadas até 10(dez) dias úteis do início da reunião. As Assembléias serãoconvocadas pelos Núcleos Sindicais e, na ausência ou omis-são destes, pela Executiva Nacional ou 10% (dez por cento)dos filiados vinculados ao Núcleo com uma antecedência de48 (quarenta e oito) horas.

Parágrafo 1º - A DN poderá reunir-se extraordinariamentea qualquer tempo, devendo, neste caso, ser convocada pelaExecutiva Nacional, por iniciativa própria ou por requerimen-to de 30% (trinta por cento) dos Núcleos Sindicais estatuta-riamente organizados. Neste caso, os prazos para convo-cação da reunião e realização de Assembléias para a elei-ção dos representantes dos Núcleos ficam reduzidos, res-pectivamente, a 7 (sete) dias corridos e a 2 (dois) dias úteisda data do início da reunião;

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CADERNO DE TESES • VI ENAAP | XI CONGRESSO NACIONAL • ASSIBGE-SN42

Parágrafo 2º - O quorum para instalação das reuniõesda DN é metade mais l (um) dos Núcleos Sindicais estatu-tariamente organizados ou que cumpram com os critériosestabelecidos no Caput desse artigo, e as decisões serãotomadas por maioria simples dos presentes;

Parágrafo 3º - Os membros da DN, que não apresenta-rem atas e listas de presença da Assembléia que os elege-ram para a respectiva reunião, não poderão participar damesma;

Parágrafo 4º - Nos casos em que as direções de Núcle-os não convoquem as Assembléias ou encaminhem con-trariamente à participação nos fóruns estatutários, a Exe-cutiva Nacional convocará a referida Assembléia, após oprazo estatutário definido para que a Coordenação do Nú-cleo a convoque.

ART. 17º - São atribuições da DN:a) Deliberar sobre questões fundamentais para o movi-

mento, dando diretrizes de atuação para a Executiva Naci-onal e as Coordenações de Núcleo, suprindo, assim, o es-paço de tempo entre a realização dos Congressos;

b) Fiscalizar a execução das deliberações do CN juntocom a Executiva Nacional e as Coordenações de Núcleos;

c) Deliberar sobre questões da competência do Con-gresso Nacional quando expressamente autorizada poreste;

d) Constituir Comissão de Ética e deliberar sobre suaspropostas;

e) Deliberar sobre parecer do Conselho Fiscal Nacionala respeito das contas da EN;

f) Deliberar sobre proposta de Regimento Interno;g) Designar Comissão Eleitoral, desde que autorizada

pelo Congresso Nacional da ASSIBGE - SINDICATO NA-CIONAL;

h) Outras atribuições que o CN lhe delegar.

SEÇÃO IV - DA EXECUTIVA NACIONAL (EN)

ART. 18º - A Executiva Nacional é um órgão colegiadoda ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL, composto por 9(nove) membros efetivos e 4 (quatro) suplentes eleitos pelocritério da majoritariedade, tanto para Executiva Nacional,Núcleos Sindicais e Conselhos Fiscais, em chapas com-pletas, para um mandato que compreende um biênio;

Parágrafo Único - Caso a chapa vencedora não obte-nha mais de 50%+1 (cinquenta por cento mais um) dos vo-tos válidos, se faz o 2º turno com as duas mais votadas.Continuamente, o pleito se dará sem novas inscrições oualteração na composição das chapas.

ART. 19º - A Executiva Nacional responde pela entidadeem nível nacional, competindo-lhe:

a) Cumprir e fazer cumprir o presente estatuto, execu-tando as deliberações do CN e da DN;

b) Representar a categoria perante as instituições públi-cas e privadas, entidades governamentais, sindicais e quais-quer outros interlocutores, sempre no interesse dos traba-lhadores;

c) Estimular e promover o debate político no seio dacategoria;

d) Manter a categoria informada das ocorrências cotidi-anas, tanto do interior da sua base sindical como do movi-mento geral dos trabalhadores;

e) Promover a criação e a organização dos Núcleos Sin-dicais;

f) Requisitar documentos e informações dos NúcleosSindicais;

g) Produzir e divulgar o Jornal da ASSIBGE - SINDICA-TO NACIONAL;

h) Convocar os órgãos da entidade;i) Viabilizar os trabalhos políticos onde for necessário,

cabendo aos Núcleos fazer um levantamento de suas ne-cessidades financeiras, materiais e outras;

j) Propor Regimento Interno a ser aprovado pela DN ouCN;

k) Decidir sobre os casos omissos e as questões quelhe forem apresentadas, resguardando o direito de recorrerà DN e ao CN, conforme o caso;

l) Disponibilizar a categoria o acesso às deliberaçõesdas assembléias e outros fóruns estatutários.

ART. 20º - Os membros efetivos da EN são respon-sáveis pela condução das atividades da ASSIBGE - SIN-DICATO NACIONAL pelo que respondem solidariamen-te, não havendo qualquer grau de precedência hierár-quica entre seus membros, como componentes do cole-giado.

Parágrafo 1º - A EN reunir-se-á periodicamente e deli-berará com a presença de no mínimo 05 (cinco) dos seusmembros efetivos;

Parágrafo 2º - A distribuição de atividades e outros en-cargos próprios da administração da ASSIBGE - SINDICA-TO NACIONAL será feita pelos membros efetivos do cole-giado em sua primeira reunião, atentando-se especialmen-te para a formação das seguintes secretarias:

a) Secretaria de Relações Sindicais;b) Secretaria de Formação;c) Secretaria de Saúde;d) Secretaria Jurídica;e) Secretaria de Imprensa;f) Secretaria de Cultura;g) Secretaria de Administração, Organização e Patrimô-

nio;h) Secretaria de Finanças;i) Secretaria de Aposentados e Pensionistas;j) Secretaria de Luta contra as Opressões, subdividida

em grupos temáticos de Gênero, Raça e Etnia, LGBTT eportadores de necessidades especiais.

Parágrafo 3º - Na medida do necessário, para auxiliá-lana execução de suas tarefas, a EN poderá criar grupos detrabalho para o cumprimento de objetivos específicos e con-tratar pessoal necessário ao apoio de suas atividades.

Parágrafo 4º - Os membros suplentes da EN atuam emsubstituição aos membros efetivos desta, quando convo-cados para este fim.

Parágrafo 5º - Os membros da Executiva Nacional de-verão ter obrigatoriedade de plantões em rodízio para to-dos os diretores da Executiva Nacional, bem como de rodí-

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zio nas liberações de ponto para o mandato classista, con-forme estabelecido pela legislação vigente;

ART. 21º - A representação da ASSIBGE - SINDICATONACIONAL em qualquer fórum será feita pelos componen-tes designados pela Executiva Nacional a cada evento.

Parágrafo Único - A representação judicial da ASSIBGE- SINDICATO NACIONAL se dará por intermédio dos mem-bros da EN, em conjunto ou separadamente, para esse fimdesignados, podendo ser delegada Coordenadores de Nú-cleos Sindicais se e quando for necessário, mediante auto-rização expressa.

SEÇÃO V - DA ASSEMBLEIA GERAL DE NÚCLEO SIN-DICAL OU ESTADUAL (AG)

ART. 22º - A Assembléia Geral é o órgão máximo de deli-beração em nível de Núcleo Sindical ou Estadual e será cons-tituída pela reunião dos filiados daquele Núcleo Sindical ouEstado, podendo ser ordinária ou extraordinária. Será admi-tida a participação e votação de não filiados apenas quandohouver deliberação sobre matéria coletiva de trabalho.

ART. 23º - Compete à Assembléia Geral:a) Decidir sobre os assuntos que lhe forem encaminha-

dos, de caráter Estadual ou de Núcleo Sindical;b) Aprovar e modificar regulamentos que não contrari-

em o presente estatuto;c) Funcionar como última instância em nível estadual

nos litígios ou divergências entre os órgãos locais da ASSI-BGE - SINDICATO NACIONAL;

d) Constituir Comissão de ética e deliberar sobre suaspropostas;

e) Deliberar sobre parecer do Conselho Fiscal sobre ascontas da respectiva Coordenação de Núcleo;

f) Deliberar sobre a criação de Coordenação Estadual,por proposição das Coordenações dos Núcleos Sindicaisdos respectivos Estados;

g) Deliberar sobre proposta de Regimento Interno daCoordenação de Núcleo;

h) Resolver os casos omissos no âmbito estadual ou deNúcleo Sindical.

ART. 24º - A convocação de Assembléia Geral, sua ins-talação e funcionamento de seus trabalhos obedecerão asseguinte normas:

a) A convocação será feita com antecedência mínimade 15 (quinze) dias em caso de Assembléia Geral Ordináriae 48 (quarenta e oito) horas em caso de Assembléia GeralExtraordinária, assinada por 2/3 (dois terços) dos núcleosexistentes no Estado, se Estadual; por convocação da res-pectiva Coordenação de Núcleo, se de Núcleo; por requeri-mento de 10% (dez por cento) dos trabalhadores da res-pectiva base ou pela EN;

b) O edital de convocação indicará dia, hora, local e pautados trabalhos;

c) Os trabalhos terão início, em primeira convocação,com a presença de 1/3 (um terço) dos filiados e em segun-da convocação 30 (trinta) minutos após a primeira convo-cação, com qualquer número de trabalhadores, que assi-narão o livro próprio;

d) Logo após a instalação, será constituída a Mesa quedirigirá os trabalhos, sendo composta, no mínimo, por umpresidente e um secretário, todos eleitos pelo plenário daAssembléia, dentre os presentes;

e) As resoluções serão pertinentes aos assuntos cons-tantes do edital de convocação, acrescidos de assuntosgerais aprovados pela Assembléia, e deliberadas pela mai-oria simples dos trabalhadores presentes, não podendocontrariar este estatuto;

f) A ata será aprovada pela Assembléia Geral ou porComissão por ela designada para este fim, quando seráobrigatória a assinatura desta além da dos membros daMesa.

g) Toda eleição de representantes deverá ser pelo siste-ma de proporcionalidade direta e qualificada, conforme art.12º alínea c;

SEÇÃO VI - DA COORDENAÇÃO ESTADUAL (CE)

ART. 25º - Nos Estados onde houver mais de um NúcleoSindical, poderá ser constituída uma Coordenação Estadu-al, por deliberação da categoria na base do respectivo es-tado, através da Assembléia Geral Estadual.

ART. 26º - A Coordenação Estadual terá o papel de fó-rum de integração dos Núcleos do Estado e sua organiza-ção, atribuições e forma de funcionamento, serão determi-nadas pela Assembléia Geral Estadual.

SEÇÃO VII - DOS NÚCLEOS SINDICAIS (NS)

ART. 27º - Os Núcleos Sindicais são órgãos de baseda estrutura organizacional da ASSIBGE - SINDICATONACIONAL, sendo a primeira instância de representa-ção da sua base em um determinado local e sua Coor-denação será constituída por um colegiado eleito pelocritério da majoritariedade para um mandato de 02 (dois)anos, com uma composição mínima de acordo com aseguinte proporção: Núcleos Sindicais com até 350 (tre-zentos e cinquenta) trabalhadores na base, no mínimo,03 (três) membros; Núcleos Sindicais com número su-perior a 350 (trezentos e cinquenta) até 700 (setecen-tos) trabalhadores na base, 05 (cinco) membros; Núcle-os Sindicais com o número superior a 700 (setecentos)trabalhadores na base, 07 (sete) membros, podendohaver suplentes.

Parágrafo 1º - O número de Núcleos Sindicais em cadaEstado poderá ser variável, dependendo das característi-cas dos estabelecimentos no Estado e DF.

Parágrafo 2º - A forma de criação de um Núcleo Sindicalobedecerá as normas deste Estatuto.

Parágrafo 3º - Após sua criação, todos os Núcleos Sin-dicais terão plena autonomia administrativa, política, finan-ceira e social, naquilo que não contrarie o presente Estatu-to, ficando subordinados apenas às decisões da Assem-bléia Geral, da Direção Nacional e do Congresso Nacional,e sendo vedado a qualquer Núcleo filiar-se em qualquerCentral Sindical até que haja deliberação da categoria emnível nacional sobre essa questão.

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Parágrafo 4º - O conceito de base compreende a unida-de de efetivo exercício da atividade laboral do trabalhador.

ART. 28º - São as seguintes as condições para a cria-ção de um Núcleo Sindical:

a) No mínimo 40% (quarenta por cento) dos trabalhado-res da respectiva base estarem filiados a ASSIBGE - SIN-DICATO NACIONAL;

b) Apresentação de requerimento e exposição de moti-vos para a criação do Núcleo Sindical com as assinaturasdos filiados lotados no estabelecimento.

Parágrafo 1º - O requerimento para criação do NúcleoSindical deverá ser encaminhado à Executiva Nacional,assinado por pelo menos 30% (trinta por cento) dos filiadosda respectiva base.

Parágrafo 2º - Após a aprovação da criação do NúcleoSindical pela Executiva Nacional deverá haver eleição parasua coordenação.

Parágrafo 3º - A abertura do processo eleitoral dar-se-áatravés de urna Assembléia dos trabalhadores da base doNúcleo Sindical a ser criado, que poderá ser convocadapelos próprios trabalhadores através de uma convocaçãoassinada por pela menos 10% (dez por cento) dos filiados,pela Coordenação Estadual, onde houver, ou pela Executi-va Nacional. Nesta Assembléia será eleita uma Coordena-ção Provisória com pelo menos três membros titulares quefuncionará como Coordenação do Núcleo Sindical até aposse da diretoria a ser eleita. Na mesma Assembléia seráeleita também uma Comissão Eleitoral constituída por trêstrabalhadores da base e que conduzirão o processo eleito-ral até posse da primeira Coordenação. Os membros daComissão Eleitoral são inelegíveis para a Coordenação doNúcleo Sindical e não podem fazer parte da CoordenaçãoProvisória.

ART. 29º - Compete às Coordenações dos Núcleos Sin-dicais:

a) Responder pela entidade em nível local;b) Encaminhar as propostas dos filiados aos órgãos com-

petentes;c) Divulgar as atividades e as lutas da ASSIBGE - SIN-

DICATO NACIONAL;d) Promover as atividades da ASSIBGE - SINDICATO

NACIONAL no Núcleo Sindical;e) Promover a filiação de trabalhadores no quadro soci-

al do Sindicato;f) Responder pelo patrimônio da ASSIBGE - SINDICA-

TO NACIONAL no Núcleo Sindical;g) Acatar e encaminhar as deliberações dos órgãos su-

periores;h) Dirigir e administrar sua respectiva sede;i) Cumprir e fiscalizar o cumprimento deste Estatuto;j) Gerir os bens patrimoniais do respectivo Núcleo Sindi-

cal;1) Autorizar a celebração de contratos e distratos no

âmbito de sua atuação;m) Conceder licença aos coordenadores por período não

superior a 90 (noventa) dias consecutivos;n) Prestar contas, trimestralmente ao Conselho Fiscal e,

quando solicitado, ao Conselho Fiscal Nacional. Nos casos

em que esse dispositivo não for cumprido, o repasse dosrecursos financeiros ao Núcleo ficará suspenso até que sejaregularizada a situação;

o) Elaborar orçamento anual para o exercício seguinte esubmetê-lo à apreciação do Conselho Fiscal;

p) Elaborar o relatório anual de atividades, juntamentecom a prestação de contas e submeter tais peças à apreci-ação do Conselho Fiscal, até o último dia de maio;

q) Nomear comissões especiais;r) Organizar os quadros e tabelas de vencimentos dos

trabalhadores locais do sindicato;s) Incentivar e organizar a criação de Conselhos de Re-

presentantes de Base e/ou Sub-Núcleos nos Estados;t) Elaborar proposta de Regimento Interno, a ser apro-

vada pela Assembléia Geral;u) Implementar secretarias, de acordo com aquelas

mencionadas no Art. 20º, parágrafo 2º, e faze-las funcionarperiodicamente desempenhando seus papéis;

v) Disponibilizar à categoria o acesso às deliberaçõesdas assembléias e outros fóruns estatutários;

x) Estampar o logotipo oficial da ASSIBGE - SINDICATONACIONAL nos seus materiais de divulgação, podendoestampar também o logotipo do próprio Núcleo. Sendo ve-dada a exibição de timbre ou logomarca de quaisquer Cen-tral Sindical à qual a ASSIBGE - SINDICATO NACIONALnão esteja filiada nos referidos materiais de divulgação;

y) Organizar assembléias para a eleição de represen-tantes aos fóruns estatutários, nas quais apenas sindicali-zados poderão votar e ser votados.

ART. 30º - Os membros da Coordenação não poderãolicenciar-se por período superior a 90 (noventa) dias con-secutivos.

Parágrafo Único - Verificado o licenciamento previstoneste artigo, a substituição dar-se-á por um dos Coordena-dores suplentes.

SEÇÃO VIII - DOS CONSELHOS FISCAIS (CF)

ART. 31º - Os Conselhos Fiscais são órgãos de fiscali-zação de contas da ASSIBGE - SINDICATO NACIONALconstituídos por 3 (três) titulares e 3 (três) suplentes, e seráeleito no mesmo pleito, obedecendo ao mesmo critério paraExecutiva Nacional e Núcleos Sindicais.

Parágrafo 1º - O Conselho Fiscal do Núcleo Sindical atu-ará somente no âmbito do Núcleo Sindical a que estivervinculado. O Conselho Fiscal Nacional será responsáveldiretamente pela fiscalização das contas da Executiva Na-cional e de todo o sindicato.

Parágrafo 2º - Os Conselhos Fiscais reunir-se-ão, ordi-nariamente, uma vez por bimestre e, extraordinariamente,quando forem convocados pela Executiva Nacional ou Nú-cleo Sindical, devendo a primeira reunião ser realizada ematé 60 (sessenta) dias da data de sua posse.

ART. 32º - Nas reuniões do Conselho Fiscal é obrigató-rio o quorum de 3 (três) membros, devendo os impedimen-tos eventuais serem comunicados aos demais membros doConselho, para que sejam tomadas as providências neces-sárias.

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ART. 33º - Compete ao Conselho Fiscal:a) Elaborar seu regimento interno, bem como promover

as alterações deste;b) Examinar balancetes mensais e anualmente, o ba-

lanço geral da tesouraria, dando parecer sobre eles ao ór-gão a que se vincular para aprovação pela Assembléia Geralou pela Direção Nacional;

c) Convocar, quando necessário, o representante doórgão a que estiver vinculado para prestar esclarecimen-tos, Conselho Fiscal Nacional poderá também convocarrepresentantes dos Núcleos quando se fizerem necessári-os esclarecimentos;

d) Ouvir, quando necessário ao bom andamento de suasfunções, qualquer filiado ou trabalhador do sindicato ou téc-nicos especializados e autoridades nos assuntos envolvi-dos;

e) Fiscalizar a contabilidade, examinando os livros edocumentos da tesouraria e requisitar ao representante dorespectivo órgão do sindicato, todos os elementos neces-sários ao fiel desempenho de suas funções;

f) Propor a convocação de Assembléia Geral em casosgraves e urgentes pertinentes à sua área;

g) Atender às convocações do órgão a que se vincular edo Conselho Fiscal Nacional, quando se tratar de ConselhoFiscal de Núcleo.

SEÇÃO IX - DO ENCONTRO DOS APOSENTADOS,APOSENTANDOS E PENSIONISTAS

Art. 34º - O Encontro Nacional dos Aposentados, Apo-sentandos e Pensionistas do IBGE, terá como critério departicipação a seguinte proporção para eleição de repre-sentantes: Aposentados - 1 (um) para cada 100 (cem) tra-balhadores aposentados de cada base; Aposentandos -1(um) para cada 250 (duzentos e cinquenta) trabalhadoresativos da base e mais 1 (um) para fração igual ou superior a0,5 (meio). Os Núcleos Sindicais que possuem menos de250 (duzentos e cinquenta) trabalhadores na base poderãoeleger 1 (um) delegado. O Núcleo Sindical com 350 (tre-zentos e cinquenta) ou mais trabalhadores na base poderáeleger 1 (um) observador. Considera-se aposentando o tra-balhador que se aposentará nos próximos 3 (três) anos,tendo como referência a data do Encontro.

SEÇÃO X - DAS ELEIÇÕES GERAIS

ART. 35º - As eleições gerais para preenchimento doscargos de Coordenação de Núcleo, Executiva Nacional erespectivos Conselhos Fiscais, obedecerão ao dispostonesta seção.

ART. 36º - As eleições gerais serão realizadas no se-gundo semestre, pelo sistema de voto universal direto esecreto dos filiados ao Sindicato.

Parágrafo 1º - Para votar e/ou ser votado é indispensá-vel estar filiado à ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL nomínimo há 3 (três) meses da data das eleições e de acordocom os direitos e deveres dos filiados estabelecidos nosArtigos 6º e 7º e seus respectivos Itens.

Parágrafo 2º - De forma nenhuma, o filiado perderá seudireito de votar e ser votado, se comprovado que houve

erro da fonte pagadora ou do próprio Sindicato originandoalgum tipo de irregularidade que o prejudique.

ART. 37º - Os candidatos só poderão concorrer em cha-pas completas.

Parágrafo 1º - Caso ocorra impedimento, por irregulari-dade estatutária, conforme Art. 35º, de qualquer um dosmembros da chapa, incluindo o Conselho Fiscal, a CEN(Comissão Eleitoral Nacional), comunicará a necessidadede substituição dos membros irregulares até um prazo má-ximo de 72 (setenta e duas) horas. Não havendo substitui-ção a chapa não será homologada;

Parágrafo 2º - Toda chapa (Núcleos e Executiva Nacio-nal) deverá conter pelo menos 1 (um) aposentado.

ART. 38º - Os mandatos eletivos regulamentados nestaseção expiram no dia da posse dos novos membros elei-tos.

ART. 39º - A Comissão Eleitoral para a eleição da Exe-cutiva Nacional e do Conselho Fiscal Nacional será desig-nada pelo Congresso Nacional ou pela Direção Nacionalda ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL, se devidamenteautorizada pelo CN, e será composta inicialmente por 05(cinco) membros, de acordo com a proporcionalidade dire-ta e qualificada dos votos recebido por cada uma das cha-pas que se apresentem para compor a referida Comissão.Caso haja inscrição de mais de uma chapa concorrendo àeleição da Executiva Nacional e do Conselho Fiscal estasterão direito a inclusão de 1 (um) representante na comis-são, desde que estejam inscritas regularmente dentro dasexigências estatutárias. No caso de um segundo turno sópermanecerão como Comissão Eleitoral Nacional os mem-bros representantes das chapas finalistas concorrentes aoreferido turno, permanecendo o número de 1 (um) repre-sentante para cada chapa, com a atribuição de elaborar edeliberar sobre o Regimento Eleitoral, que será amplamen-te divulgado.

Parágrafo Único - A Assembléia Geral de Núcleo desig-nará Comissão Eleitoral local para dar suporte ao trabalhoda Comissão Eleitoral Nacional e também desenvolver aeleição para as Coordenações de Núcleos.

ART. 40º - A votação se efetivará em 3 (três) dias nasede de cada Núcleo Sindical, nas agencias;

Parágrafo Único - A Comissão Eleitoral de cada Núcleo,tirada em Assembléia Geral, disporá sobre o processamentodos votos do interior, de forma a possibilitar a participaçãode todos os filiados.

ART. 41º - As eleições gerais obedecerão aos seguintesprazos e critérios:

a) A convocação deverá se dar, no mínimo, 60 (sessen-ta) dias antes da data das eleições;

b) As inscrições das chapas, mediante requerimentoassinado por todos os seus componentes, encerrar-se-ão,no mínimo, 30 (trinta) dias antes da data das eleições;

c) A Comissão Eleitoral afixará a lista das chapas inscri-tas com seus respectivos membros, no primeiro dia útil se-guinte ao do encerramento das inscrições;

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d) As eleições serão realizadas em até 2 (duas) convo-cações, devendo a segunda convocação, se necessário,ocorrer até 30 (trinta) dias após primeira convocação, se-guindo o mesmo critério para o segundo turno caso hajanecessidade;

e) Para serem validadas as eleições, é necessário ocomparecimento mínimo de 30% (trinta por cento) mais1(um) do total dos filiados aptos a votar em primeira convo-cação; de 1/4 (um quarto) dos filiados aptos a votar, emsegunda convocação;

f) Caso o quorum mínimo de primeira e da segunda con-vocação não seja atingido, será reiniciado o processo elei-toral dentro de até 30 (trinta) dias, ficando, se necessário,automaticamente prorrogado o mandato da Executiva Na-cional, Conselho Fiscal e Coordenação do Núcleo Sindical,até que o novo processo se conclua;

g) Encerradas as eleições, a Comissão Eleitoral fará aapuração dos votos publicamente, após o que serão anun-ciados os resultados, a serem publicados no órgão de di-vulgação do sindicato;

h) Os recursos deverão ser apresentados à ComissãoEleitoral até 48 (quarenta e oito) horas após a divulgaçãodos resultados e serão julgados em reunião que deverá serrealizada até 05 (cinco) dias após a apresentação dos re-cursos;

i) Julgadas legais as eleições, os eleitos serão empos-sados pela própria Comissão Eleitoral.

ART. 42º - Nos três meses que antecedem a data daseleições gerais será reservado 1% (um por cento) dovalor das mensalidades para ser rateado entre as cha-pas concorrentes para ajudar nos gastos de campanha,assegurando igualdade de condições na disputa doscargos eletivos.

ART. 43º - Os casos omissos relativos ao processo elei-toral serão resolvidos pela Comissão Eleitoral Nacional.

ART. 44º - A composição da EN, do CF e das CNs elei-tas será de todos os membros inscritos nas respectivas cha-pas eleitas, pelo critério da majoritariedade, conforme dis-posto nos artigos 18º, 31º e 27º deste Estatuto, respectiva-mente.

SEÇÃO XI - DA PERDA DO MANDATO

ART. 45º - Os membros da Executiva Nacional, Conse-lho Fiscal e Coordenação de Núcleos, perderão seus man-datos, nos seguintes casos:

a) Malversação ou dilapidação do patrimônio social;b) Grave violação deste estatuto, conforme declaração

da instância;c) Abandono do cargo, injustificadamente por mais de

30 (trinta) dias;d) Perda dos direitos sociais.

Parágrafo 1º - O afastamento do mandato dos membrosda Executiva Nacional, Conselhos Fiscais e Coordenaçãode Núcleos será declarada por maioria simples (50%+1)dos membros efetivos dos Conselhos Fiscal, Coordenaçãode Núcleos e Executiva Nacional, ressaltando que na últi-ma, o ato deverá ser ratificado pelo CN, que delibera sobre

as questões pautadas em plenário com os delegados elei-tos presentes e por maioria simples (50% + 1).

Parágrafo 2º - A perda do mandato, dos cargos da EN,CF e CN, se processará somente quando após notificado,assegurar-se ao interessado o direito a ampla e irrestritadefesa.

ART. 46º - Considera-se como abandono de cargo, paraefeito da perda de mandato, o não comparecimento semjusta causa relevante a 3 (três) reuniões da EN, CF e CN,desde que comprovada a convocação e o respectivo cientedos membros;

Parágrafo 1º - Aquele que estiver impedido de compare-cer a uma das reuniões da EN, CF e CN, deverá justificarsua ausência antecipadamente, ou até 15 (quinze) dias apóssua realização;

Parágrafo 2º - À Executiva Nacional, Conselho Fiscal eCoordenação de Núcleo, conforme o caso caberá apreciare decidir sobre a relevância do motivo apresentado pelofaltante a uma ou mais de suas reuniões.

CAPÍTULO V - DO PATRIMÔNIO E DAS FINANÇAS

ART. 47º - O patrimônio da ASSIBGE - SINDICAT0 NA-CIONAL será formado por bens, direitos e valores de suapropriedade e de outros que venha adquirir ou que lhe fo-rem doados.

Parágrafo 1º - A alienação e compra de bens e direitos,será feita pela Executiva Nacional ou se da sua competên-cia, pela respectiva Coordenação de Núcleo.

Parágrafo 2º- A venda de bem imóvel dependerá de pré-via autorização de Assembléia Geral, conforme o caso e,especialmente, convocada para este fim.

Parágrafo 3º - Para alienação, locação ou compra debens imóveis, o Sindicato realizará avaliação prévia, cujaexecução ficará a cargo de comissão especialmente habili-tada para este fim.

Parágrafo 4º - Os bens patrimoniais do Sindicato nãorespondem por execuções resultantes de multas eventual-mente impostas à entidade, em razão de Dissídio Coletivode Trabalho.

Parágrafo 5º - Os bens móveis que constituem o patri-mônio da entidade serão individualizados e identificadosatravés do meio próprio para possibilitar o controle do uso econservação do mesmo.

Parágrafo 6° - Todo e qualquer contrato de Núcleos sin-dicais, com pessoas jurídicas ou físicas deverão ser envia-dos a sede do sindicato, para que a Executiva Nacionalencaminhe para a avaliação jurídica, bem como para seuarquivamento.

ART. 48º - Os recursos financeiros da ASSIBGE - SIN-DICATO NACIONAL se originam das seguintes fontes:

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a) Contribuição sindical paga pelos seus filiados;b) Contribuição assistencial definida pela categoria nas

Assembléias;c) Doações, legados, subvenções e rendas eventuais,

aqui incluindo operações financeiras que interessam a elaou a seus filiados e recursos oriundos de convênios comentidades nacionais ou internacionais.

ART. 49º - A contribuição sindical a ser recolhida men-salmente à ASSIBGE- SINDICATO NACIONAL equivaleráa 1% (um por cento) de Vencimento Básico somado às Gra-tificações de Desempenho e/ou Produtividade, Gratificaçõesde Qualificação e Retribuições de Titulação.

Parágrafo Único - Do total desta contribuição, 70% (se-tenta por cento) será devido ao Núcleo a que o filiado esti-ver vinculado e 30% (trinta por cento) será devido à Execu-tiva Nacional.

ART. 50º - Nenhum dos cargos eletivos da ASSIBGE -SINDICATO NACIONAL em qualquer órgão

será remunerado.

ART. 51º - A responsabilidade pela gestão financeira decada órgão de representação da ASSIBGE - SINDICATONACIONAL é, em primeira instância, de seu coletivo de di-rigentes eleitos.

Parágrafo 1º - Para abertura de contas e outros instru-mentos afins, e sempre que o Regimento Interno do res-pectivo órgão de representação não preestabeleça os car-gos, o coletivo de dirigentes designará, entre os seus pa-res, os responsáveis pela Secretaria de Finanças.

Parágrafo 2º - Os Núcleos Sindicais deverão prestarcontas do resultado financeiro de suas atividades, obriga-toriamente, a cada três meses, enviando à Executiva Naci-onal cópia de seus balancetes, através de modelo padroni-zado, constituindo com o conjunto de balancetes, inclusiveo da Executiva Nacional, um Plano Único de Contas.

Parágrafo 3º - O não cumprimento do Parágrafo anteriorimplicará na suspensão do repasse financeiro para o NúcleoSindical até que seja regularizada sua prestação de contas.

Parágrafo 4º - As despesas com eventos de caráter na-cional ou internúcleos, tais como o Congresso Nacional eDireção Nacional, bem como as despesas extraordináriasda Executiva Nacional com as campanhas salariais, serãosocializadas entre os órgãos executivos da ASSIBGE -SN(EN e NS), sendo 30% (trinta por cento) de responsabilida-de da Executiva Nacional e 70% (setenta por cento) ratea-do entre os Núcleos Sindicais proporcionalmente a arreca-dação de cada Núcleo.

ART. 52º - Em caso de dissolução de qualquer NúcleoSindical, a Executiva Nacional providenciará a incorpora-ção do seu patrimônio ao da entidade em nível nacional.

Parágrafo Único - Em caso de vacância na Coordena-ção de algum Núcleo Sindical, a Executiva Nacional será aresponsável pela administração da totalidade das respecti-vas contribuições sociais até que se eleja uma nova Coor-denação.

ART. 53º - A responsabilidade pela administração dopatrimônio do Sindicato, constituído pelos bens que o mes-mo possuir compete à Executiva Nacional e às Coordena-ções de Núcleos Sindicais.

CAPÍTUL0 VI - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRAN-SITÓRIAS

ART. 54º - Ficam constituídos como fóruns de discus-são para apoio ao trabalho da ASSIBGE - SINDICATO NA-CIONAL e, para o encaminhamento de questões específi-cas, as Plenárias Nacionais ou Estaduais, os EncontrosEstaduais e Regionais.

Parágrafo 1º - As Plenárias serão convocadas pela ENpara reuniões urgentes e informais de discussão, quandonão se justificar ou for viável, a convocação de órgão daentidade, sujeitos que são aos critérios definidos pelo Esta-tuto para a sua instalação.

Parágrafo 2º - A organização dos Encontros ficará a car-go do(s) Núcleo(s) local (is) quando for Encontro Estadual;no caso de Encontro Regional, esta responsabilidade seráco-participada entre os representantes dos Núcleos da Re-gião na Direção Nacional.

ART. 55º - Serão constituídas Comissões de Ética, nãopermanentes, para questões especificas, nos órgãos dedeliberação (CN, DN e AG) competentes, como fóruns defiscalização do exercício do mandato dos titulares de car-gos eletivos da ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL e dosfiliados em geral, para fins de apuração de eventuais irre-gularidades e proposição de sanções, ressalvado o direitode apelação ao órgão superior àquele que eleger a respec-tiva Comissão.

Parágrafo 1º - As Comissões de Ética serão eleitas pelaAssembléia Geral, no caso de irregularidade praticada pormembros das Coordenações de Núcleos ou CoordenaçãoEstadual e de descumprimento de normas estatutárias ouregimentais pelos filiados em geral, e pela Direção Nacio-nal, no caso de irregularidade praticada por membro daExecutiva Nacional, mediante provocação do respectivoórgão;

Parágrafo 2º - Aplica-se aos filiados que forem submeti-dos à Comissão de Ética o disposto no Parágrafo 2º doART. 5º deste Estatuto.

ART. 56º - Os casos omissos serão resolvidos pela Exe-cutiva Nacional, resguardado o direito de apelação à Dire-ção Nacional e, em última instância, ao Congresso Nacio-nal.

ART. 57º - No caso de dissolução da ASSIBGE - SINDI-CATO NACIONAL, que só se dará por deliberação expres-sa do seu Congresso Nacional, para este fim especialmen-te convocado, mediante resolução expressa de 2/3 (doisterços) dos votos dos delegados presentes, seu patrimônioterá o destino que o mesmo Congresso deliberar.

ART. 58º - A redefinição da forma de organização sindi-cal da categoria somente se dará por proposição do Con-

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gresso Nacional e mediante novo plebiscito sobre esta ques-tão a ser realizado entre os trabalhadores do segmento pro-fissional congregado.

ART. 59º - A ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL (ASSI-BGE-SN) é sucessora do ASSIBGE - SINDICATO NACIO-NAL DOS TRABALHADORES EM FUNDAÇÕES PÚBLI-CAS FEDERAIS DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, deno-minação adotada a partir do Congresso Sindical Unitáriode Base dos Trabalhadores do IBGE, realizado de 26 a 29de novembro de 1992 em Belo Horizonte, Estado de MinasGerais. O referido Congresso ocorreu por deliberação ex-pressa no Plebiscito sobre Organização Sindical realizadoem 14 e 15 de Outubro de 1992, do qual participaram 8.468(oito mil quatrocentos e sessenta e oito) trabalhadores doIBGE, e ratificada no Congresso Nacional do Sindicato Na-cional dos Trabalhadores em Instituições e Fundações Pú-blicas Federais de Pesquisas Estatísticas e Geográficas -SINPEG, entidade criada em 18/01/1989 a partir da fusãocom a ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES DO IBGE -ASSIBGE e incorporação do respectivo patrimônio destaúltima. A ASSIBGE, por sua vez, substituiu a ASSOCIAÇÃODOS FUNCIONÁRIOS DO IBGE, que já havia substituído aASSOCIAÇÃO DOS IBEGEANOS, sucessora do CLUBEDOS IBEGEANOS, fundado em 10/08/1947.

Parágrafo 1º - A primeira Executiva Nacional da ASSI-BGE - SINDICATO NACIONAL foi eleita pelos delegadospresentes ao Congresso Sindical Unitário da Base dos Tra-balhadores do IBGE, com mandato até a primeira quinzenade dezembro de 1993, quando foram realizadas eleiçõesdiretas, com voto secreto e universal.

Parágrafo 2º - A ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL re-conhece como seus filiados todos os trabalhadores filiadosà ASSIBGE e ao SINPEG até a data de Congresso SindicalUnitário de Base dos Trabalhadores do IBGE, ressalvadosos direitos daqueles que se manifestarem na forma do pa-rágrafo único do artigo 2º deste estatuto.

Estatuto aprovado pela Plenária do Congresso SindicalUnitário de Base dos Trabalhadores do IBGE, realizado entre26 e 29 de novembro de 1992, pela maioria absoluta dos

delegados presentes, ressalvado apenas 1 (um) voto con-trário, e ratificada por unanimidade pelo Congresso Nacio-nal do SINPEG e pelo VII Congresso Nacional da ASSI-BGE realizados em 29 de novembro 1992; alterado pelaPlenária do I Congresso Nacional da ASSIBGE - SINDICA-TO NACIONAL realizado de 26 a 28 outubro de 1993; alte-rado pela Plenária do IV Congresso Nacional da ASSIBGE- SN, realizado de 26 a 29 de abril de 2001 e por delegaçãounânime, expressa e restrita da Plenária do VI Congressoda ASSIBGE-SN realizado de 12 a 16 de novembro de 2003.Esta consolidação do Estatuto foi aprovada pela Reuniãoda Direção Nacional da ASSIBGE - SINDICATO NACIO-NAL realizada na cidade de Guaratinguetá/SP, de 09 a 12de setembro de 2004 por delegação expressa da Plenáriado VI Congresso Nacional da ASSIBGE - SINDICATO NA-CIONAL. Tendo sido novamente alterada e aprovada pelosdelegados presentes no VII Congresso Nacional da ASSI-BGE - SINDICATO NACIONAL, na cidade de Paraibuna/SP, de 08 a 12 de maio de 2006. Sofrendo nova alteração,aprovada pelos delegados presentes no VIII CongressoNacional da ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL, na cida-de de Caeté/MG, de 23 a 26 de abril de 2008. Sofrendonova alteração e aprovação na Plenária do IX CongressoNacional da ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL, no distri-to de Conservatória, Cidade de Valença/RJ, de 30 de mar-ço a 04 de abril de 2011. Tendo sido novamente alterada eaprovada pelos delegados presentes na Plenária Final doX Congresso Nacional da ASSIGE-SINDICATO NACIONAL,na Cidade de Juiz de Fora / MG, de 1 a 5 de maio de 2013.Esta nova alteração/consolidação do Estatuto foi aprovadapelos delegados presentes na pela Reunião da DireçãoNacional da ASSIBGE - SINDICATO NACIONAL realizadana Cidade de Paty do Alferes/RJ, de 26 a 29 de novembrode 2013.-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

Ana Carla MagniCoordenadora

Luis Almeida TavaresCoordenador

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