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A10 CORREIO POPULAR CIDADES Campinas, domingo, 7 de dezembro de 2008 Venda de crédito de carbono é alternativa para reverter em lucro o que os produtores consideram prejuízo MariaTeresaCosta DA AGÊNCIA ANHANGÜERA [email protected] A obrigatoriedade de as pro- priedades rurais manterem 20% das terras como reserva legal e que tanta polêmica vem causando, poderá signifi- car a salvação da lavoura. Ao invés de prejuízo aos produto- res rurais, elas têm tudo para se tornar uma excelente fonte de lucro. Um projeto piloto que está sendo implantado em Campinas, na Fazenda La- guna, instalada no bairro Des- campado e especializada em pecuária de corte, pretende mostrar que a manutenção de 20% de área de mata nativa se- rá um “negócio da China” na disputa de um mercado mun- dial que, segundo especialis- tas, deve movimentar US$ 10 bilhões ao ano. A proposta é plantar árvores e colher crédi- tos de carbono. O projeto foi concebido pe- lo engenheiro florestal Rodol- pho Bochicchio Schmidt, neto de Wolfgang Carl Schmidt, o reconhecido plantador de flo- restas da Fazenda Santa Môni- ca, em Joaquim Egídio, e que foi premiado pela Organiza- ção das Nações Unidas (ONU) com o Global 500 Roll of Ho- nour of The United Environ- ment Programme durante a Eco 92. Ele envolve uma ca- deia que inclui arrendamento da terra, plantio, manutenção, venda de crédito de carbono e produção de madeira. A proposta surgiu quando o proprietário da Laguna, Esta- nislau Martins, fez um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Públi- co (MP) se comprometendo a fazer a adequação ambiental da fazenda, com a recupera- ção de reserva legal e da Área de Proteção Permanente (APP), o que implicará no plan- tio de 88 mil mudas. A conta dessa adequação, com arren- damento, mudas, plantio e manutenção durante três anos será de R$ 1 milhão, caro demais para um produtor ru- ral suportar. A Companhia Brasileira de Florestas Tropicais (CBFT), co- mandada por Schmidt, deci- diu, então, em parceria com Martins e algumas instituições de pesquisa, implantar um projeto piloto. A área foi arren- dada pela empresa, na base de R$ 500,00 por hectare ao ano, e as mudas já estão sen- do plantadas. Paralelamente a isso, foi calculado quanto de carbono a área de mata irá neutralizar — algo em torno de 14 mil toneladas — e essa neutralização está sendo trans- formada em moeda, na forma de um selo. “Quem quiser neu- tralizar carbono compra um selo”, explicou. Isso significa que uma em- presa, por exemplo, cujo pro- duto gera, no processo de pro- dução, gases do efeito estufa poderá fazer a compensação sem precisar plantar árvores diretamente, mas financiando o plantio em áreas privadas, por meio da compra do selo. Assim, os recursos necessários para a adequação ambiental da Fazenda Laguna virão da venda dos selos. Uma empresa que comer- cializa ar-condicionado está negociando a compra de selos para ter no mercado um pro- duto ambientalmente correto, compensando o carbono emi- tido no processo de produção. O selo é válido por um ano e a empresa pode renovar a com- pra, informou Daniel Zica, que cuida da comercialização dos créditos de carbono. Como se trata de um proje- to piloto, o proprietário da fa- zenda está na parceria e irá contratar uma ou duas famí- lias para cuidarem, por três anos, da manutenção da área plantada. Nos 32,9 hectares de reser- va legal serão plantados euca- lipto e madeira-de-lei. A plan- tação de espécies exóticas em reserva florestal é permitida no Estado de São Paulo por lei sancionada pelo governa- dor José Serra (PSDB) no iní- cio deste ano. As reservas po- derão ter 50% de espécies nati- vas e 50% de espécies exóti- cas. Já nos 18,6 hectares de APP serão plantadas apenas espécies nativas. Após três anos, quando ter- minar o arrendamento, o pro- prietário da terra receberá a mata e poderá explorá-la co- mercialmente, vendendo a ma- deira, ao mesmo tempo em que promove o reflorestamen- to da área que será explorada. SAIBA MAIS A obrigatoriedade da implantação de reserva legal nas áreas rurais é antiga, mas até agora poucos produtores rurais trataram de cumprir o que determina o Código Florestal. Por isso, o Ministério do Meio Ambiente deu um prazo de um ano para os produtores rurais criarem e registrarem as áreas de reserva legal. Reserva legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, que não seja a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o assunto é polêmico e já foi tema de discussão dos prefeitos a partir da preocupação com os pequenos proprietários manifestada pelo prefeito de Nova Odessa, Manoel Samartin (PDT). Conforme o prefeito, a legislação traz prejuízo aos pequenos, que serão obrigados a comprar área ou cortar 20% da área produtiva para poder se adequar a lei. O presidente do Sindicato Rural de Monte Mor, Rogério Maluf, informou que os agricultores estão se organizando na tentativa de provocar uma revisão da legislação. Ele entende que a obrigação de reserva legal é do Estado e não dos proprietários, e que impor aos produtores a imobilização de 20% de suas terras para o plantio de floresta irá penalizar demais os produtores, especialmente os pequenos. (MTC/AAN) Nos falamos quase todos os dias, principalmente sobre a Presidência da Câmara (Federal) e a definição do partido no Estado. Redução da área produtiva gera polêmica Reserva legal pode se tornar um bom negócio Rédeas 2 Do deputado federal Guilherme Campos Júnior (DEM) sobre as suas conversas diárias com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) Rédeas Problemas exportados Fazenda Laguna, especializada em pecuária, onde serão plantados eucalipto e árvores de madeira-de-lei Neutralizar carbono significa capturar da atmosfera gases que são emitidos nas execuções de atividades e incorporá-los em projetos florestais. A neutralização de emissões de gases de efeito estufa é realizada, primeiramente, pela substituição de uma fonte de energia de origem fóssil por uma de origem renovável, e, posteriormente, plantio de árvores. Os combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, emitem gás carbônico e outros gases de efeito estufa. Assim, a primeira ação a ser realizada para a neutralização das emissões é a substituição por fontes “limpas”, entre elas o biodiesel, álcool, biogás, energia eólica, solar e outras produzidas por biomassa. A segunda é o plantio em áreas degradadas. As árvores, durante seu crescimento, absorvem carbono da atmosfera durante o processo de fotossíntese, fixando esse carbono em suas biomassas. Portanto, para as atividades que tiveram suas fontes de energia fósseis substituídas por renováveis, mas que ainda continuam a emitir gases de efeito estufa é realizado o plantio de árvores nativas em áreas degradadas. As atividades a serem neutralizadas podem ser de qualquer tipo de empreendimento, seja industrial, empresarial, administrativo, de entretenimento ou promocional. Rose Guglielminetti - Interina [email protected] Xeque-Mate O prefeito eleito de Vinhedo, Milton Serafim (PTB), pode ter o seu poder de remanejar verbas no Orçamento Municipal de 2009 reduzido. Os vereadores que integram a base de sustentação do prefeito de Vinhedo, Kalu Donato (PT), ameaçam diminuir de 10% para 3% o percentual permitido de mudanças de verbas entre as secretarias, segundo o vereador derrotado Danilo Barbosa Ferraz (PSC). Com isso, os parlamentares amarram as mãos do petebista que terá de pedir autorização para os vereadores caso necessite aportar um percentual entre as pastas. O parlamentar classificou a intenção “como vingança”, referindo-se ao fato de a Câmara ter feito o mesmo com o atual prefeito. Segundo Ferraz, a redução do índice na gestão de Kalu ocorreu “porque a Administração estava com vários problemas”. Para ele, reduzir antes de Serafim sentar na cadeira “é politicagem”. O vereador encerrou a sua fala dizendo que: “Isso não é ser vereador”. A peça orçamentária de Vinhedo será votada na terça-feira. Jogo de cena Parece que o vereador Tadeu Marcos Ferreira (PTB) não tem tino apenas para articulador político, mas também se arrisca pa- ra manusear uns espetos – de churrasco, claro. Muitos vereadores disseram que o petebista está organizando um churrasquinho para os vereadores. O cardápio ofi- cial é picanha, mas o extra- oficial é a recondução de Aurélio José Cláudio (PDT) à Presidência. Mestre-cuca Tadeu nega de pé junto que esteja organizando a festança para conquistar os vereadores pelo estômago a favor de Aurélio. Brejeiro, ele disse que está na fase “vegetariana” e desconver- sou afirmando que os verea- dores devem estar falando de “alguma confraterniza- ção de final de ano”. Dispositivo perverso O uso recorrente do arti- go 137 do Regimento Inter- no para cassar a palavra dos vereadores tem irritado sobremaneira Paulo Bufalo (PSOL). Isso porque, até en- tão apenas dois vereadores lançavam mão da ferramen- ta para encerrar a discus- são Sérgio Benassi (PCdoB), líder de governo, e Jorge Schneider (PTB). Mas agora mais um parla- mentar, Marco Abi Chedid (PTB), tem também utiliza- do o recurso. E fez isso no debate sobre o projeto que aumentou o salário do pre- feito de R$ 8,6 mil para R$ 13,5 mil. Irritadíssimo, Bufa- lo disse que o dispositivo é “perverso e imoral”. Mas te- ve a ombridade de reconhe- cer que ele também é culpa- do, já que ajudou a aprovar esse regimento. Telefonista Uma moradora do Par- que Oziel encontrou na sex- ta-feira um aparelho celu- lar. E o achado logo se transformou em um tor- mento. Tudo porque o apa- relho era de propriedade do vereador eleito Jairson Valério dos Anjos (PT), o Ca- nário, e não parava de to- car. A mulher atendia as li- gações e dizia: “Esse telefo- ne é do Canário e já estou levando para ele porque não agüento mais atender tantas ligações”. COLABOROU VENCESLAU BORLINA FILHO A Prefeitura de Sumaré não está gostando de ser colocada contra a parede para conseguir moradia para moradores de outras cidades. Segundo o secretário de Habitação, Obras e Serviços, Sebastião Chagas, alguns dos ocupantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que estão desde o dia 14 em uma área particular na cidade, e agora exigem casa própria em Sumaré, moram em municípios vizinhos. De acordo com números prévios do cadastro feito pela própria Prefeitura, 98 das 385 famílias cadastradas afirmaram ser de fora de Sumaré, a maioria de Hortolândia e Campinas. Chagas acredita que esse número deve aumentar ainda mais. Nerivelton Araújo/AAN Adriano Rosa/AAN Daniel Zica e o engenheiro florestal Rodolpho Schmidt, da CBFT Projeto piloto está sendo implantado em Campinas MEIO AMBIENTE ||| MERCADO PROMISSOR

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A10 CORREIO POPULAR CIDADESCampinas, domingo, 7 de dezembro de 2008

Venda decrédito decarbono éalternativa parareverter emlucro o queos produtoresconsideramprejuízo

MariaTeresaCostaDA AGÊNCIA ANHANGÜERA

[email protected]

A obrigatoriedade de as pro-priedades rurais manterem20% das terras como reservalegal e que tanta polêmicavem causando, poderá signifi-car a salvação da lavoura. Aoinvés de prejuízo aos produto-res rurais, elas têm tudo parase tornar uma excelente fontede lucro. Um projeto pilotoque está sendo implantadoem Campinas, na Fazenda La-guna, instalada no bairro Des-campado e especializada empecuária de corte, pretendemostrar que a manutenção de20% de área de mata nativa se-rá um “negócio da China” nadisputa de um mercado mun-dial que, segundo especialis-tas, deve movimentar US$ 10bilhões ao ano. A proposta éplantar árvores e colher crédi-tos de carbono.

O projeto foi concebido pe-lo engenheiro florestal Rodol-pho Bochicchio Schmidt, netode Wolfgang Carl Schmidt, oreconhecido plantador de flo-restas da Fazenda Santa Môni-ca, em Joaquim Egídio, e quefoi premiado pela Organiza-ção das Nações Unidas (ONU)com o Global 500 Roll of Ho-nour of The United Environ-ment Programme durante aEco 92. Ele envolve uma ca-deia que inclui arrendamentoda terra, plantio, manutenção,venda de crédito de carbono eprodução de madeira.

A proposta surgiu quandoo proprietário da Laguna, Esta-nislau Martins, fez um Termode Ajustamento de Conduta(TAC) com o Ministério Públi-co (MP) se comprometendo afazer a adequação ambientalda fazenda, com a recupera-ção de reserva legal e da Áreade Proteção Permanente(APP), o que implicará no plan-tio de 88 mil mudas. A contadessa adequação, com arren-damento, mudas, plantio emanutenção durante trêsanos será de R$ 1 milhão, carodemais para um produtor ru-ral suportar.

A Companhia Brasileira deFlorestas Tropicais (CBFT), co-mandada por Schmidt, deci-diu, então, em parceria comMartins e algumas instituiçõesde pesquisa, implantar umprojeto piloto. A área foi arren-dada pela empresa, na basede R$ 500,00 por hectare aoano, e as mudas já estão sen-do plantadas. Paralelamente aisso, foi calculado quanto decarbono a área de mata iráneutralizar — algo em tornode 14 mil toneladas — e essaneutralização está sendo trans-formada em moeda, na formade um selo. “Quem quiser neu-tralizar carbono compra umselo”, explicou.

Isso significa que uma em-presa, por exemplo, cujo pro-duto gera, no processo de pro-dução, gases do efeito estufapoderá fazer a compensaçãosem precisar plantar árvoresdiretamente, mas financiandoo plantio em áreas privadas,por meio da compra do selo.Assim, os recursos necessáriospara a adequação ambientalda Fazenda Laguna virão davenda dos selos.

Uma empresa que comer-cializa ar-condicionado estánegociando a compra de selospara ter no mercado um pro-duto ambientalmente correto,

compensando o carbono emi-tido no processo de produção.O selo é válido por um ano e aempresa pode renovar a com-pra, informou Daniel Zica,que cuida da comercializaçãodos créditos de carbono.

Como se trata de um proje-to piloto, o proprietário da fa-zenda está na parceria e irácontratar uma ou duas famí-lias para cuidarem, por trêsanos, da manutenção da áreaplantada.

Nos 32,9 hectares de reser-va legal serão plantados euca-lipto e madeira-de-lei. A plan-tação de espécies exóticas em

reserva florestal é permitidano Estado de São Paulo porlei sancionada pelo governa-dor José Serra (PSDB) no iní-cio deste ano. As reservas po-derão ter 50% de espécies nati-vas e 50% de espécies exóti-cas. Já nos 18,6 hectares deAPP serão plantadas apenasespécies nativas.

Após três anos, quando ter-minar o arrendamento, o pro-prietário da terra receberá amata e poderá explorá-la co-mercialmente, vendendo a ma-deira, ao mesmo tempo emque promove o reflorestamen-to da área que será explorada.

SAIBA MAIS

Aobrigatoriedade daimplantação dereserva legal nas

áreas rurais é antiga, masaté agora poucosprodutores rurais trataramde cumprir o quedetermina o CódigoFlorestal. Por isso, oMinistério do MeioAmbiente deu um prazo deum ano para os produtoresrurais criarem eregistrarem as áreas dereserva legal. Reserva legalé a área localizada nointerior de umapropriedade ou posserural, que não seja a depreservação permanente,necessária ao usosustentável dos recursosnaturais, à conservação ereabilitação dos processosecológicos, à conservaçãoda biodiversidade e aoabrigo e proteção de faunae flora nativas.Na Região Metropolitanade Campinas (RMC), oassunto é polêmico e já foitema de discussão dosprefeitos a partir dapreocupação com ospequenos proprietáriosmanifestada pelo prefeitode Nova Odessa, ManoelSamartin (PDT). Conformeo prefeito, a legislação trazprejuízo aos pequenos,que serão obrigados acomprar área ou cortar20% da área produtivapara poder se adequar alei. O presidente doSindicato Rural de MonteMor, Rogério Maluf,informou que osagricultores estão seorganizando na tentativade provocar uma revisãoda legislação. Ele entendeque a obrigação de reservalegal é do Estado e não dosproprietários, e que imporaos produtores aimobilização de 20% desuas terras para o plantiode floresta irá penalizardemais os produtores,especialmente ospequenos. (MTC/AAN)

Nos falamosquase todos

os dias,principalmente sobrea Presidência daCâmara (Federal)e a definição dopartido no Estado.

Redução daárea produtivagera polêmica

Reserva legal pode setornar um bom negócio

Rédeas 2

Do deputado federal Guilherme Campos Júnior (DEM) sobre as suasconversas diárias com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM)

Rédeas

Problemas exportados

Fazenda Laguna, especializada em pecuária, onde serão plantados eucalipto e árvores de madeira-de-lei

Neutralizar carbono significa capturarda atmosfera gases que são emitidosnas execuções de atividades eincorporá-los em projetos florestais. Aneutralização de emissões de gasesde efeito estufa é realizada,primeiramente, pela substituição deuma fonte de energia de origem fóssilpor uma de origem renovável, e,posteriormente, plantio de árvores. Oscombustíveis fósseis, como petróleo ecarvão, emitem gás carbônico eoutros gases de efeito estufa. Assim, aprimeira ação a ser realizada para aneutralização das emissões é asubstituição por fontes “limpas”, entreelas o biodiesel, álcool, biogás,energia eólica, solar e outras

produzidas por biomassa. A segundaé o plantio em áreas degradadas. Asárvores, durante seu crescimento,absorvem carbono da atmosferadurante o processo de fotossíntese,fixando esse carbono em suasbiomassas. Portanto, para asatividades que tiveram suas fontes deenergia fósseis substituídas porrenováveis, mas que ainda continuama emitir gases de efeito estufa érealizado o plantio de árvores nativasem áreas degradadas. As atividades aserem neutralizadas podem ser dequalquer tipo de empreendimento,seja industrial, empresarial,administrativo, de entretenimento oupromocional.

Rose Guglielminetti - [email protected]

Xeque-Mate

O prefeito eleito de Vinhedo, Milton Serafim (PTB),pode ter o seu poder de remanejar verbas noOrçamento Municipal de 2009 reduzido. Osvereadores que integram a base de sustentação doprefeito de Vinhedo, Kalu Donato (PT), ameaçamdiminuir de 10% para 3% o percentual permitido demudanças de verbas entre as secretarias, segundo overeador derrotado Danilo Barbosa Ferraz (PSC). Comisso, os parlamentares amarram as mãos do petebistaque terá de pedir autorização para os vereadores casonecessite aportar um percentual entre as pastas.

O parlamentarclassificou a intenção“como vingança”,referindo-se ao fato dea Câmara ter feito omesmo com o atualprefeito. SegundoFerraz, a redução doíndice na gestão deKalu ocorreu “porque aAdministração estava

com vários problemas”.Para ele, reduzir antesde Serafim sentar nacadeira “é politicagem”.O vereador encerrou asua fala dizendo que:“Isso não é servereador”. A peçaorçamentária deVinhedo será votada naterça-feira.

Jogo de cenaParece que o vereador

Tadeu Marcos Ferreira(PTB) não tem tino apenaspara articulador político,mas também se arrisca pa-ra manusear uns espetos –de churrasco, claro. Muitosvereadores disseram que opetebista está organizandoum churrasquinho para osvereadores. O cardápio ofi-cial é picanha, mas o extra-oficial é a recondução deAurélio José Cláudio (PDT)à Presidência.

Mestre-cucaTadeu nega de pé junto

que esteja organizando afestança para conquistar osvereadores pelo estômago afavor de Aurélio. Brejeiro,ele disse que está na fase“vegetariana” e desconver-sou afirmando que os verea-dores devem estar falandode “alguma confraterniza-ção de final de ano”.

Dispositivo perversoO uso recorrente do arti-

go 137 do Regimento Inter-no para cassar a palavrados vereadores tem irritadosobremaneira Paulo Bufalo(PSOL). Isso porque, até en-tão apenas dois vereadoreslançavam mão da ferramen-

ta para encerrar a discus-são — Sérgio Benassi(PCdoB), líder de governo,e Jorge Schneider (PTB).Mas agora mais um parla-mentar, Marco Abi Chedid(PTB), tem também utiliza-do o recurso. E fez isso nodebate sobre o projeto queaumentou o salário do pre-feito de R$ 8,6 mil para R$13,5 mil. Irritadíssimo, Bufa-lo disse que o dispositivo é“perverso e imoral”. Mas te-ve a ombridade de reconhe-cer que ele também é culpa-do, já que ajudou a aprovaresse regimento.

TelefonistaUma moradora do Par-

que Oziel encontrou na sex-ta-feira um aparelho celu-lar. E o achado logo setransformou em um tor-mento. Tudo porque o apa-relho era de propriedadedo vereador eleito JairsonValério dos Anjos (PT), o Ca-nário, e não parava de to-car. A mulher atendia as li-gações e dizia: “Esse telefo-ne é do Canário e já estoulevando para ele porquenão agüento mais atendertantas ligações”.

COLABOROU VENCESLAU BORLINA

FILHO

A Prefeitura de Sumaré não está gostando de sercolocada contra a parede para conseguir moradia paramoradores de outras cidades. Segundo o secretário deHabitação, Obras e Serviços, Sebastião Chagas, algunsdos ocupantes ligados ao Movimento dos TrabalhadoresSem Teto (MTST), que estão desde o dia 14 em uma áreaparticular na cidade, e agora exigem casa própria emSumaré, moram em municípios vizinhos. De acordocom números prévios do cadastro feito pela própriaPrefeitura, 98 das 385 famílias cadastradas afirmaramser de fora de Sumaré, a maioria de Hortolândia eCampinas. Chagas acredita que esse número deveaumentar ainda mais.

Nerivelton Araújo/AAN

Adriano Rosa/AAN

Daniel Zica e o engenheiro florestal Rodolpho Schmidt, da CBFT

Projeto piloto estásendo implantadoem Campinas

MEIO AMBIENTE ||| MERCADO PROMISSOR