x seminÁrio de estudos linguÍsticos da unesp · joão antonio telles larissa cristina berti ......

153
História(s) e desafios da Linguística Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara 28, 29 e 30 de agosto de 2018 X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP Caderno de Resumos e Programação

Upload: doandung

Post on 15-Dec-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

História(s) e desafios da Linguística

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

28, 29 e 30 de agosto de 2018

X SEMINÁRIO DE ESTUDOS

LINGUÍSTICOS DA UNESP

Caderno de Resumos e Programação

Page 2: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

28, 29 e 30 de agosto de 2018

História(s) e desafios da Linguística

X SEMINÁRIO DE ESTUDOS

LINGUÍSTICOS DA UNESP

Caderno de Resumos e Programação

Page 3: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

CADERNO DE RESUMOS X SEMINÁRIO

DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP

Programação Geral • Modalidade Debate • Comunicações Orais

VOLUME I

Page 4: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Organização do Caderno de Resumos

Ana Cristina Biondo Salomão (FCLAr) Cibele Cecílio de Faria Rozenfeld (FCLAr)

Matheus Nogueira Schwartzmann (FCLAssis/FCLAr) Rosane de Andrade Berlinck (FCLAr)

Felipe Augusto Nobrega (FCLAr) João Gabriel Costa Soares (FCLAr)

Juliana Gisele da Silva Zancaro (FCLAr) Livia dos Santos Marques (FCLAr)

Marcus Garcia de Sene (FCLAr) Mariana Bertho (FCLAr)

Mariana Ludolf de Souza (FCLAr) Marina Lara (FCLAr)

Mayara Mayumi Sataka (FCLAr) Patricia Veronica Moreira (FCLAr)

Silvia Maria Brandao (FCLAr) Tamires Mielo (FCLAr)

Projeto Gráfico Marcus Garcia de Sene

Diagramação Marcus Garcia de Sene

Silvia Maria Brandão

Capa John Lenon Matos Nunes

Marcus Garcia de Sene Matheus Nogueira Schwartzmann

Identidade visual e Logotipo

Matheus Nogueira Schwartzmann

Page 5: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Comissão Organizadora • Docentes

Matheus Nogueira Schwartzmann (FCLAssis/FCLAr) | Presidente Rosane de Andrade Berlinck (FCLAr) | Vice-presidente Cibele Cecílio de Faria Rozenfeld (FCLAr) | Secretária Ana Cristina Biondo Salomão (FCLAr) | Tesoureira Sandra Denise Gasparini Bastos (IBILCE) Fernanda Correa Silveira Galli (IBILCE)

Comissão Organizadora • Discentes

Patricia Veronica Moreira (FCLAr) Mariana Bertho (FCLAr)

Marina Lara (FCLAr) Tamires Mielo (FCLAr)

Lívia dos Santos Marques (FCLAr) Felipe Augusto Nobrega (FCLAr)

Marcus Garcia de Sene (FCLAr) Mayara Mayumi Sataka (FCLAr)

Sílvia Maria Brandão (FCLAr) Monielly Cristina Saverio Serafim (IBILCE)

Jean Pimentel (IBILCE)

Apoio

Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa (FCLAr) Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (IBILCE)

Seção Técnica de Pós-Graduação (FCLAr) STAEPE (FCLAr)

FAPESP

Comissão Executiva X Selin

Cesar Chaigneau Junior (FCLAr) Flavia Karla Ribeiro Santos (FCLAr) Gustavo de Castro (FCLAr) João Gabriel Costa Soares (FCLAr) Jonatha Almeida (FCLAr) Juliana Giseli Silva Zancanaro (FCLAr) Kamila Gonçalves (FCLAr) Karina Rocha (FCLAr) Letícia Gaspar Pinto (FCLAr) Luiza Bedê (FCLAr) Mariana Ludolf (FCLAr) Milena Aparecida de Almeida (FCLAr)

Mirella Balestero (FCLAr) Natalia Macedo (FCLAr) Nathalia Salto Picchi (FCLAr) Nathaly Vitorino (FCLAr) Patricia Bomtorin (FCLAr) Rafaela Regina Ghessi (FCLAr) Raíssa Médici (FCLAr) Renata Duarte (FCLAr) Tais Caires (FCLAr) Taynara Nunes de Souza (FCLAr)

Page 6: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Debatedores

Adriane Orenha Ottaiano (UNESP-SJRP)

Alessandra Jacqueline Vieira (UFRGS)

Alexandre Marcelo Bueno (Unifran)

Ana Cecília Cossi Bizon (UNICAMP)

Ana Cristina B. Salomão (UNESP-

Araraquara)

Angel H. Corbera Mori (UNICAMP)

Angélica T. C. Rodrigues (UNESP-

Araraquara)

Anise de Abreu G D’Orange Ferreira

(UNESP-Araraquara)

Caroline Carnielli Biazolli (UNESP-

Araraquara)

Cibele Krause-Lemke (UNICENTRO)

Claudia Hilsdorf Rocha (UNICAMP)

Claudia Raimundo Reyes (UFSCar)

Cristiane Carneiro Capristano (UEM)

Daniela Nogueira de Moraes Garcia

(UNESP-Assis)

Douglas Altamiro Consolo (UNESP-SJRP)

Eliane Soares de Lima (USP)

Flaviane R. Fernandes Svartman (USP)

Gisela Sequini Favaro (UNESP-Araraquara)

Glaís Cordeiro (Université de Genève)

Gladis Barcellos de Almeida (UFSCar)

Glenda Cristina Valim de Melo (Unirio)

Isadora Gregolin (UFSCar)

Ivani Fusellier-Souza (Université Paris-8)

Izete Lehmkuhl Coelho (UFSC)

Joceli Catarina Stassi Sé (UFSCar)

Juliana Simões Fonte (UNESP)

Larissa Berti (UNESP-Marília)

Letícia Rebollo Couto (UFRJ)

Lília Santos Abreu Tardelli (UNESP-SJRP)

Lívia Oushiro (UNICAMP)

Lucia Teixeira de Siqueira Oliveira (UFF)

Luciana Racanello Storto (USP)

Luiz André Neves de Brito (UFSCar)

Marcela Franco Fossey (UNICAMP)

Maria Viviane do Amaral Veras (UNICAMP)

Mariana Luz P. de Barros (UFSCar)

Marianne Carvalho Bezerra Cavalcante

(UFPB)

Marília Blundi Onofre (UFSCar)

Marize Mattos Dall’Aglio Hattnher (UNESP-

SJRP)

Matheus Nogueira Schwartzmann (UNESP-

Assis)

Mônica Ferreira Mayrink O’Kuinghttons

(USP)

Nelson Viana (UFSCar)

Odair Nadin da Silva (UNESP-Araraquara)

Olga Ferreira Coelho Sansone (USP)

Regiane Aparecida Santos Zacarias (UNESP-

Assis)

Roberto Gomes Camacho (UNESP-SJRP)

Rosane de Andrade Berlinck (UNESP-

Araraquara)

Sandra Denise Gasparini Bastos (UNESP-

SJRP)

Sandra Regina Buttros Gattolin (UFSCar)

Sebastião Carlos L. Gonçalves (UNESP-

SJRP)

Sheila Grillo (USP)

Sírio Possenti (UNICAMP)

Solange Aranha (UNESP-SJRP)

Stella Esther Ortweiler Tagnin (USP)

Taísa Peres de Oliveira (UFMS)

Vanice Sargentini (UFSCar)

Vilson José Leffa (PUC-Pelotas)

Willmar D’Angelis (UNICAMP)

Page 7: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

FCL/Araraquara Alessandra Del Ré Ana Cristina Biondo Salomão Angélica Terezinha Carmo Rodrigues Anise de Abreu Gonçalves D'Orange Ferreira Antônio Suárez Abreu Arnaldo Cortina Celso Fernando Rocha Cibele Cecílio de Faria Rozenfeld Clotilde de Almeida Azevedo Murakawa Cristina Martins Fargetti Daniel Soares da Costa Gladis Massini-Cagliari Jean Cristtus Portela Luciane de Paula Luiz Carlos Cagliari Maria Helena de Moura Neves Marina Célia Mendonça Maria do Rosário de Fátima Valencise Gregolin Matheus Nogueira Schwartzmann Nildicéia Aparecida Rocha Odair Luiz Nadin da Silva Renata Maria Facuri Coelho Marchezan Rosane de Andrade Berlinck Sandra Mari Kaneko Marques Cássia Regina Coutinho Sossolote Edna Maria Fernandes dos Santos Nascimento Egisvanda Isys de Almeida Sandes Letícia Marcondes Rezende

IBILC/SJRP Adriane Orenha Ottaiano Angélica Karim Garcia Anna Flora Brunelli Claudia Zavaglia Cristina Carneiro Rodrigues Diva Cardoso de Camargo Douglas Altamiro Consolo Edson Rosa Francisco de Souza Eduardo Penhavel de Souza Érika Nogueira de Andrade Stupiello Erotilde Goreti Pezatti Fabiana Komesu Fernanda Correa Silveira Galli Gentil Luiz de Faria Gisele Cássia de Sousa João Antonio Telles Larissa Cristina Berti Lauro Maia Amorim Lidia Almeida Barros Lília Santos Abreu-Tardelli Lourenço Chacon Jurado Filho Luciani Ester Tenani Manoel Luiz Gonçalves Corrêa Maria Angélica Deângeli Maria Cristina Parreira da Silva Maria Helena Vieira-Abrahão Marilei Amadeu Sabino Marize M. Dall´Aglio-Hattnher Maurizio Babini Paula Tavares Pinto Roberto Gomes Camacho Sanderléia Roberta Longhin Sandra Denise Gasparini-Bastos Sebastião Carlos Leite Gonçalves Solange Aranha Suzi Marques Spatti Cavalari Talita Storti Garcia Vivian Orsi

Comitê Científico

Page 8: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Ficha Catalográfica

ISBN

Disponível após a realização do evento.

Os participantes serão avisados via e-mail.

Page 9: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Os trabalhos publicados neste caderno de resumo são de inteira responsabilidade de seus autores

Os artigos estão organizados de acordo com a ordem alfabética dos autores dos trabalhos.

Page 10: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

O SELin – Seminário de Estudos Linguísticos da UNESP – é evento promovido,

conjuntamente, pelos dois Programas de Pós-graduação em Linguística da instituição – o

Programa de Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras de

Araraquara e o Programa de Estudos Linguísticos do Instituto de Biociências, Letras e

Ciências Exatas de São José do Rio Preto. Desde 2009, reúne professores­pesquisadores,

alunos e ex-alunos de Mestrado e de Doutorado dos dois Programas, assim como

convidados de renome nacional e internacional e demais interessados na área da Linguística.

O Seminário foi concebido como um espaço de encontros e trocas, de divulgação e de

qualificação das pesquisas desenvolvidas no âmbito dos Programas, de discussão sobre as

questões que envolvem a(s) teoria(s) e a(s) metodologias dos estudos linguísticos. Mais

especificamente, o evento tem buscado, ao longo dos últimos dez anos, promover trocas

científicas entre os discentes participantes dos dois programas; estimular a interação

acadêmica entre os discentes dos dois programas da Unesp e pesquisadores de outros

programas nacionais e internacionais; permitir aos alunos de mestrado e de doutorado uma

reflexão sobre suas pesquisas por meio dos debates com pesquisadores externos aos dois

programas. Nesse sentido, a sua décima edição marca simbolicamente a importância do

evento, que extrapola as fronteiras da instituição que o propôs e o consolidou. Foi, inclusive,

graças a esse entendimento que, para sua décima edição, chegou-se à elaboração do logotipo

que passa a representá-lo: de um lado, a dualidade, na reiteração das duas identidades; de

outro, a união, fruto da parceria longeva entre os Programas.

Tendo como tema “História(s) e desafios da Linguística”, o evento busca, neste ano,

fomentar uma discussão que conjugue os desenvolvimentos da Linguística de um modo

geral, nas suas várias áreas e correntes teórico-metodológicas, levando em conta o passado

e as projeções para o futuro, e a manifestação desses percursos no âmbito dos Programas de

Pós-graduação de Linguística da Unesp.

O Caderno que lhes oferecemos sintetiza e representa o volume de trabalho original

que está sendo desenvolvido pelo corpo discente dos dois Programas, por seus egressos e

por outros jovens linguistas. Dada a dimensão desse trabalho, organizamos essa exposição

dos resumos em dois volumes, complementares. No presente volume, você encontrará a

Programação Geral do evento e os Resumos das pesquisas apresentadas e discutidas nas

Sessões de Debates, cujos trabalhos estão em estágio mais avançado de desenvolvimento, e

nas Sessões de Comunicações. O segundo volume inclui os Resumos expandidos das

APRESENTAÇÃO

Page 11: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

pesquisas apresentadas em formato de Painel, cujos trabalhos apresentam-se em estágio

inicial.

A quantidade e a densidade dos trabalhos aqui apresentados revelam a solidez de

uma história de pesquisa que não se pode ignorar e que aponta para a relevância dos grupos

de estudos sobre língua e linguagem gestados no interior paulista. Os dez anos do SELin

confirmam o alcance e a força desses grupos, além de sua importância na construção de um

projeto para a linguística brasileira.

Ainda que vivamos um cenário político nacional complexo, em que a pesquisa,

especialmente na área de Humanidades, vem sendo desvalorizada, que nos exige muitas

vezes o reposicionamento de projetos e metas, localmente o cenário é auspicioso: não fosse

o profundo engajamento de docentes, discentes e de um corpo administrativo e técnico de

qualidade que, nas últimas décadas, vêm garantindo a longevidade e a excelência dos

Programas de Linguística da Unesp, um evento como o SELin não seria possível.

Ana Cristina Biondo Salomão (FCLAr) Cibele Cecílio de Faria Rozenfeld (FCLAr)

Matheus Nogueira Schwartzmann (FCLAssis/FCLAr) Rosane de Andrade Berlinck (FCLAr)

Page 12: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Apresentação ................................................................................................................................................. 0

Modalidade debates

Português como língua estrangeira: uma abordagem comunicativa intercultural por meio da música .............................................................................................................................................................. 1 Adriana Celia Alves Letramentos acadêmicos e o processo de autoria em artigos científicos produzidos por pós-\graduandos em ciências humanas ........................................................................................................... 2 Adriano Caseri de S. Mello A expressão do pronome pessoal sujeito no espanhol falado no caribe colombiano ...................... 3 Alder Luis Pérez Córdoba Construção para mim+verbo infinitivo: uma análise sociolinguística na fala do interior paulista ........................................................................................................................................................................... 4 Aline Bianca dos Santos Gomes Do trânsito ao fio: a construção da relação eu/outro em Memórias da Emília .................................. 5 Aline Suelen Santos Da leitura à autoria: uma análise dialógica de um enunciado transmidiático do universo potteriano ........................................................................................................................................................ 6 Ana Beatriz Maira Barissa Uma investigação diacrônica da construção modal “tener que” no espanhol peninsular sob perspectiva da gramaticalização ................................................................................................................. 7 Ana Luiza Ferancini Nogueira O processo de estruturação de segmentos tópicos mínimos em mini e microtextos ........................ 8 Adriana Dias de Souza A dimensão interpessoal do trabalho do professor: a influência do outrem no agir docente ........ 9 Angélica Hernandes Lima O uso da ferramenta Kahoot em aulas de alemão mediadas por curtametragem: uma análise do Estado de Fluxo ............................................................................................................................................ 10 Arthur Heredia Crespo

Pensando cultura e imagem de identidade de gênero a partir das respostas à trilogia Cinquenta Tons ............................................................................................................................................................... 11 Bárbara Melissa Santana

SUMÁRIO

Page 13: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Terminologia de certidões de casamento: estudo terminológico bilíngue e elaboração de glossário português-francês ........................................................................................................................................ 12 Beatriz Curti-Contessoto A trajetória de gramaticalização dos juntores concessivos “aunque”, “a pesar de (que)” e “por mucho que” no espanhol peninsular ....................................................................................................... 13

Beatriz Goaveia Garcia Parra Araujo Análise da expressão variável de futuro sob influências do gênero social na escrita do século XX: um estudo sociolinguístico ........................................................................................................................ 14 Camila Bordonal Clempi A expressão do sentido concessivo no espanhol em estruturas de relativo: um olhar discursivofuncional .................................................................................................................................... 15 Camila Rodrigues de Amorim O ensino de L1 e a produção textual sob a ótica da linguística textual e cognitiva ........................ 16 Cariane do N. Pimentel Práticas letradas acadêmicas em contexto de EAD semipresencial: estudo do caráter interlocutivo dos enunciados no processo de produção textual .................................................................................. 17 Carina Maciel de Oliveira Silva A questão da matemática: uma análise dialógica de provas do Enem (1998-2017) .......................... 18 Carlos Eduardo da Silva Ferreira Tradução automática adaptativa, gerenciamento de terminologia e pós-edição: benefícios e desafios do uso de tecnologia na tradução .............................................................................................. 19 Carolina Bisson de Souza A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva ................................................................... 20 Carolina Mazzaron de Castro A rede construcional transitiva do português brasileiro ...................................................................... 21 Carolina Medeiros C. Marques O discurso escolar sobre a língua estrangeira na escola pública ........................................................ 22 Cinthia Yuri Galelli

Discurso, história e mídia: a constituição do sujeito quilombola nas páginas do jornal O Estado do Maranhão ................................................................................................................................................ 23 Claudemir Souza Inglês no ensino integrado: análise de necessidades e syllabus ......................................................... 24 Cristiane das Neves das Neves Nominalização em textos acadêmicos universitários ........................................................................... 25 Cristiani Dália de Mello Formas de heterogeneidade mostrada na fala infantil: hesitações e correções ................................ 26 Cristina Gonçalves de Melo

Page 14: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Hesitações e constituintes prosódicos na fala infantil .......................................................................... 27 Cristyane de Camargo Sampaio Villega Subjetividades tolhidas: a manifestação do pensamento frente ao critério de avaliação da redação do Exame Nacional do Ensino Médio ...................................................................................................... 28 Daniel Leone Estevam Um estudo sobre a escrita epistolar e o comentário on-line em sala de aula ................................... 29

Daniela Cristina Scaliante Levantamento do léxico mais frequente em artigos jornalísticos da área de educação: elaboração de um glossário ............................................................................................................................................ 30 Daniele Trevelin Donato Transparência e opacidade nas línguas indígenas da família Maku ................................................. 31 Danytiele Cristina Fernandes de Paula A aquisição do português brasileiro (PB) por crianças venezuelanas em contexto escolar fronteiriço ..................................................................................................................................................... 32 Davi Sena Lemos Análise do status fonológico das consoantes róticas nas cantigas medievais galeloportuguesas ......................................................................................................................................................................... 33 Débora Ap. dos Reis Justo Barreto O léxico na prosa literária acreana: uma abordagem lexicultural e léxicodiscursiva ..................... 34 Edilene da Silva Ferreira Atitudes linguísticas de professores de Língua Portuguesa em Roraima e a relação com sua formação e suas práticas pedagógicas ...................................................................................................... 35 Elecy Rodrigues Martins Caracterização do gênero textual tratado de fronteira entre o Brasil e os países sul-americanos ......................................................................................................................................................................... 36 Eliabe Procópio Teoria e prática na elaboração de um glossário Inglês-Português para o léxico dos Cadernos do aluno utilizados na rede pública de ensino em SP ................................................................................ 37 Erasmo Roberto Marcellino Análise de material didático em língua inglesa: foco de ensino de gramática ................................ 38 Érika Chiarello Projeto teletandem Brasil: um estudo do princípio da igualdade nas interações sob a ótica do code-switching ............................................................................................................................................. 39 Fabiana Picoli

Page 15: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

A escrita intercultural como tradução e o discurso oral africano em Le Lieutenant de Kouta, de massa Makan Diabaté ................................................................................................................................ 40 Fabio Rodrigues Pinheiro Processos de interferência em produções de hispanos aprendizes de PLE na fronteira Brasil/Venezuela ......................................................................................................................................... 41 Fabricio Paiva Mota O componente (inter)cultural na formação de professores de línguas: reflexões iniciais ......................................................................................................................................................................... 42 Fernanda Tonelli Neologismos na Música Popular Brasileira ............................................................................................ 43 Flávia Dias Salvatore O conceito de figuratividade em semiótica ............................................................................................. 44 Flávia Karla Ribeiro Santos Análise de construções em inglês e português por meio de metáforas e esquemas de imagens ......................................................................................................................................................................... 45 Gabrieli Damada Território e identidade: a descoberta do ouro nas disputas entre Brasil e França ........................... 46 Geiza da Silva Gimenes As relações transculturais na aprendizagem de português língua estrangeira em contexto de imersão .......................................................................................................................................................... 47 Heloísa Bacchi Zachetta Um estudo sobre a tradução pedagógica no ensino e na aprendizagem de língua inglesa ......................................................................................................................................................................... 48 Heloísa Postai Sacco Borboletas do Juruna: questões de terminologia ................................................................................... 49 Iago David Mateus Dom casmurro em diferentes materialidades: uma análise verbo-voco-visual do romance, da HQ e da minissérie ............................................................................................................................................. 50 Jessica de Castro Gonçalves O pré-teste do EPPLE (Exame de proficiência para professores de Línguas estrangeiras): desafios tecnológicos, validade e histórico de implementação ........................................................................... 51 Jessica Nunes Caldeira Cunha Construção da narrativa dentro da música popular brasileira: um estudo sobre o amor ......................................................................................................................................................................... 52

Joagda Rezende Abib Análise do uso dos componentes culturais do material didático “High Up 1” para o ensino de LE ......................................................................................................................................................................... 53 Jonatha de Almeida Alberto

Page 16: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Desvelando o véu do discurso: uma análise semiótica da revista muçulmana franco-magrebina feminina Gazelle ......................................................................................................................................... 54 Jorge Gabriel Sartini Popoff Vocabulário têxtil da língua portuguesa no banco de dados do “dicionário histórico do português do brasil - séculos XVI, XVII E XVIII” ..................................................................................................... 55

Jozimar Luciovanio Bernardo Saberes necessários para o ensino e a aprendizagem da pronúncia na sala de aula de ELE ......................................................................................................................................................................... 56 Júlia Batista Alves O uso do Quizlet Live no processo de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa no Ensino Médio: foco nas formas de interação dos alunos ................................................................................................. 57 Juliana Giseli da Silva Zancanaro Análise dos aspectos culturais a partir dos gêneros textuais nos livros didáticos da coleção Circles – PNLD 2018 ................................................................................................................................................. 58 Kamyla Barbosa Coradini As isotopias dominantes das desnotícias ................................................................................................ 59 Karina Rocha Campos A orientação intercultural: um olhar sobre a interculturalidade em contexto de Teletandem ......................................................................................................................................................................... 60 Laura Braghini Zampieri Português Língua de Herança: uma discussão sobre a formação da identidade pela linguagem de uma criança franco-brasileira .................................................................................................................... 61 Leticia Thurler de Campos Marques Subsídios linguísticos e reflexões sobre autoria e identidade de textos em português, enquanto segunda língua, em contexto escolar juruna .......................................................................................... 62 Lígia Egídia Moscardini A recepção cultural transmidiática de Sherlock ..................................................................................... 63 Marcela Barchi Panglione Topinímia antropocultural de Uiramutã – Roraima .............................................................................. 64 Maria do Socorro Melo Araújo A redação no Enem e a cartilha do participante: uma análise discursiva ......................................... 65 Marianna Lima da Silva Processo de construcionalização de “ao passo que” e “enquanto que” no Português Brasileiro: uma abordagem construcional .................................................................................................................. 66 Marília Gabriela Rubio

Paródia e carnavalização nos discursos das mídias e sobre a mulher na política ......................................................................................................................................................................... 67 Marília Guimarães Fernandes

Page 17: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Uma análise dialógica da proposta de redação do vestibular da Fuvest e das melhores redações ......................................................................................................................................................................... 68 Marina Calsolari Conti A tradução parcial comentada do ensaio On tue les petites filles, de Leïla Sebbar: feminismos (em notas) ...................................................................................................................................................... 69 Marina Donato Scardoelli Tu e você na variedade acreana: um caso de variação ou de escolha funcional ......................................................................................................................................................................... 70 Marinete Rodrigues da Silva

Análise do aplicativo Duolingo para aprendizagem de língua espanhola: uma pesquisa narrativa ......................................................................................................................................................................... 71 Mayara Mayumi Sakata

Objetos de Aprendizagem para o ensino de espanhol como língua estrangeira: enfoque, caracterização e avaliação ........................................................................................................................... 72 Michelle Faria Nicolini de Oliveira Definições terminológicos da revisão de texto: proposta de um vocabulário ................................. 73 Mirella de Souza Balestero Análise da Tradução do léxico mais recorrente em As três Marias de Rachel de Queiroz à luz dos Estudos da Tradução baseados em Corpus ............................................................................................. 74 Miriam Pereira Bispo Aposições restritivas e aposições com de no português escrito .......................................................... 75 Monielly Cristina Saverio Serafim O ensino de Língua Inglesa mediado por tradução de legendas no Youtube .................................. 76 Natália Molan Contribuições para um estudo fonológico do português a partir dos nomes próprios .................. 77 Natalia Zaninetti Macedo Uma proposta de Dicionário Terminológico Onomasiológico da variedade linguística falada em terreiros de candomblé em Rio Branco-Acre .......................................................................................... 78 Océlio Lima de Oliveira A noção de estereótipo vivenciada no teletandem: referência nacional e/ou preconceito cultural? ......................................................................................................................................................................... 79 Paola de Carvalho Buvolini Freitas Análise das construções clivadas: enfoque nas ‘wh-clefts’ .................................................................. 80 Patrícia Bontorim A construcionalização de ir e vir seguidos de infinitivo em português brasileiro ......................... 81 Patrícia Oréfice

Page 18: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

A emergência do sensível na semiótica discursiva: uma abordagem historiográfica .................... 82 Patricia Veronica Moreira “Mulheres boazinhas não enriquecem”: ethos e estereótipos no discurso de autoajuda para mulheres ....................................................................................................................................................... 83 Rafaela de Paula Verni Entre “ilusão” e “segredo”, entre “triagens” e “misturas”: forma de vida do ator homem “do lar” na cultura brasileira .................................................................................................................................... 84 Raíssa Medici de Oliveira O nome do lugar e o lugar do nome: descrição lexical dos topônimos da região geográfica imediata de Catalão-GO ............................................................................................................................. 85 Rayne Mesquita de Rezende Fatores que impactam na utilização de TDICs por professores de inglês em uma cidade do interior de São Paulo: um estudo com base na teoria da atividade .................................................... 86 Renan Felipe da Silva A dinâmica da práxis enunciativa na relação entre formas de vida tradicionais e inventivas ..... 87 Renata Cristina Duarte A aprendizagem da língua alemã por brasileiros: aspectos fonéticos ............................................... 88 Renata Nascimento Miarelli Literatura e ensino de Português como Língua Estrangeira: contribuições da Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas ................................................................................................... 89 Rosangela Pereira de Souza La competencia pragmático-discursiva escrita de estudiantes brasileños de E/LE en entornos digitales ......................................................................................................................................................... 90 Sara González Berrio O estatuto pragmático, semântico e sintático do argumento dos verbos apresentacionais não-existenciais ................................................................................................................................................... 91 Sergio da Silva Santos Análise da ortografia de fonemas soantes em crianças do ciclo I do Ensino Fundamental (pasta) ......................................................................................................................................................................... 92 Suellen Vaz de Souza Usos de vírgulas no Ensino Fundamental II: um estudo longitudinal ............................................. 93 Tainan Garcia Carvalho Implicações dos processos de construção das noções adjetivas para o ensino ................................ 94 Taísa Biagiolli Zambon Estudo semiótico do texto jornalístico editorial ..................................................................................... 95 Tatiane da Silva

Page 19: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

As contribuições da Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas (TOPE) para a explicação da emergência de marcas de indeterminação em redações escolares ................................................. 96 Thais Cristina Frigieri Teletandem: um olhar sobre as emoções em telecolaborações ............................................................ 97 Victor de Carvalho Alves Audiodescrição de histórias em quadrinhos: perspectivas semióticas .............................................. 98 Victor Hugo Cruz Caparica Ensino da língua chinesa no Brasil: análise de formação e abordagem utilizada pelos professores do Instituto Confúcio .................................................................................................................................. 99 Wang Xiaoshi

Modalidade comunicações

Reflexões Sociolinguísticas no Processo Migratório de Surdos Venezuelanos em Roraima .... 100 Alessandra Cruz O Aspecto Nominal no Português Brasileiro ..................................................................................... 101

Alexandre Wesley Trindade Tradução para Secretariado Executivo no Brasil: uma proposta de abordagem de ensino para a graduação ................................................................................................................................................. 102 Aline Cantarotti Propriedades textuais definidas no uso: uma análise da relação entre a Organização Tópica em editoriais paulistas atuais e aspectos caraterizadores do gênero .................................................... 103 Aline Gomes Garcia

Processos Cognitivos Analógicos como Recursos de Presença em Argumentação: uma proposta para a interpretação e produção textuais ............................................................................................. 104 Aline Pereira de Souza

Incluso+si em orações do espanhol peninsular: uma análise segundo a Gramática Discursivo-Funciona ................................................................................................................................................... 106 Bárbara Ribeiro Fante O desenvolvimento da construção [CASO + oração finita] no português do Brasil .................. 107 Camila Fernandes da Silva A formação e a atuação do professor de língua estrangeira na pedagogia Waldorf ................... 108 Carla Raqueli Navas Lorenzoni O Léxico das Enfermidades na Obra de Erário Mineral (1735), de Luís Gomes Ferreira ........... 109 Carolina Domladovac Silva

Page 20: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

Análise da representação do falante de Inglês como Língua Franca no material didático Global da Macmillan ........................................................................................................................................... 110 Carolina Marques Déa Refinamento de métodos de avaliação de sumários automáticos multidocumento multilíngue ..................................................................................................................................................................... 111 Darlan Xavier Nascimento A construção “na hora que” do português: um estudo sob a perspectiva da mudança construcional ........................................................................................................................................... 112 Diego Minucelli Garcia Fazer, refazer, ressignificar: abordagem autobiográfica no ensino de italiano para a terceira idade .......................................................................................................................................................... 113 Gabrielle Cristina Baumann Salvatto Corpo e drama em “A obscena senhora D”: a construção identitária do ator Hillé .................... 114 Gustavo Henrique Rodrigues de Castro Propriedades Semânticas e Pragmáticas de Modificadores do Núcleo do Sintagma Nominal ..................................................................................................................................................................... 115 Helker Nhoato Aspectos do Verbo Cair em Libras: Classificador, Item Lexical ou Construção Classificadora? ..................................................................................................................................................................... 116 Jaelson da Silva Santos A refacção textual de professores indígenas ...................................................................................... 117 Jairzinho Rabelo A Construção Temática de um Debate em Homenagem ao Dia Internacional da Religião na Perspectiva Bakhtiniana ........................................................................................................................ 118 José Pessoni Filho Literatura em gotas: Leitura e circulação de poemas em redes sociais .......................................... 119 Kelly Geara Damaceno Thuha Terminologia do domínio dos passaportes franceses: estudo terminológico e elaboração de glossário monolíngue francês ............................................................................................................... 120 Milena de Paula Molinari Apontamentos Sobre o Funcionamento do Discurso de Militância em Mercedes Sosa ............ 121 Nathan Bastos de Souza Discurso da verdade e vontade de verdade: marcas do discurso científico no discurso religioso ..................................................................................................................................................................... 122 Rafael Prearo Lima Estudo Longitudinal de Hipossegmentações em Textos do Ensino Fundamental II ................ 123 Roberta Pereira Fiel

Page 21: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

O Gênero “Hino” Como Estratégia do Discurso Publicitário ......................................................... 124 Thaís Borba Ribeiro Sumarização Automática Multilíngue Multidocumento: seleção de conteúdo e tratamento da redundância com base em conhecimento léxico-conceitual ............................................................ 125 Yasmin Vizeu Camargo

Page 22: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

PROGRAMAÇÃO GERAL

Page 23: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

TERÇA-FEIRA

Manhã

7:30 - 8:30 – Credenciamento (Anfiteatro A)

8:30 - 9:00 – Abertura Oficial (Anfiteatro A)

9:00 - 10:00 - Mesa-redonda de abertura – Anfiteatro A

A Linguística na Unesp: história e perspectivas

Maria Helena de Moura Neves (UNESP/Araraquara-Mackenzie/SP) Roberto Gomes Camacho (UNESP/SJRP)

Mediação: Rosane de Andrade Berlinck (FCLAr)

10:00 - 10:30 – Café e Lançamento de Livro (Anfiteatro A)

10:30 - 12:00 – Sessões de Comunicações e Exposição de painéis

Tarde

12:15 – 14:00 – Almoço

14:00 – 16:00 – Sessão de debates com palestrantes convidados e Exposição de

Painéis

16:00 –16:45 – “Café com Chorinho”

17:00 – 19:00 - Mesa-redonda II – Anfiteatro A

Questões de descrição e análise do Português: história(s) e desafios

Izete Lehmkuhl Coelho (UFSC)

Taísa Perez de Oliveira (UFMS)

Mediação: Sebastião Carlos Leite Gonçalves (IBILCE)

28 DE AGOSTO

DE 2018

Page 24: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

QUARTA-FEIRA

Manhã

08:30 - 09:50 – Sessão de debates com palestrantes convidados e Exposição de

Painéis

09:50 - 10:15 – Café

10:15 - 12:15 - Mesa-redonda III – Anfiteatro A

História(s) do Discurso

Sheilla Grillo (USP) Lucia Teixeira (UFF)

Mediação: Luciane de Paula (FCLAssis)

Tarde

12:15 – 14:00 – Almoço

14:00 – 16:00 – Sessão de debates com palestrantes convidados e Exposição de

Painéis

16:00 –16:15 – Café

16:15 – 18:15 - Mesa-redonda IV - Anfiteatro A

Léxico e Tradução: história(s) e desafios

Gladis Maria Barcellos Almeida (UFSCAR) Viviane Veras (UNICAMP)

Mediação: Maria Angélica Deângeli (IBILCE)

29 DE AGOSTO

DE 2018

Page 25: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

QUINTA-FEIRA

Manhã

08:30 – 10:00 - Mesa-redonda V - Anfiteatro A

Ensino-aprendizagem e Aquisição: história(s) e desafios

Aliyah Morgenstern (Université Paris 3) Glaís Cordeiro (Université de Genève)

Mediação: Lília Santos Abreu-Tardelli (IBILCE)

10:00 - 10:30 – Café

10:30 – 12:00 - Mesa-redonda VI - Anfiteatro A

Ensino-aprendizagem e Aquisição: horizontes de pesquisa

Vilson Leffa (PUC-Pelotas) Cibele Krause Lemke (Unicentro)

Mediação: Sandra Mari Kaneko-Marques (FCLAr)

Tarde

12:15 – 14:00 – Almoço

14:00 – 16:00 – Sessão de debates com palestrantes convidados e Exposição de

Painéis

16:00 –16:15 – Café

16:15 – 18:15 – Conferência de encerramento – Anfiteatro A

A língua como fato histórico

Sírio Possenti (UNICAMP)

Mediação: Marina Célia Mendonça (FCLAr)

30 DE AGOSTO

DE 2018

Page 26: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

RESUMO DAS APRESENTAÇÕES:

MODALIDADE DEBATE

Page 27: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

1 | P á g i n a

Adriana Celia Alves UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Esta pesquisa visa contribuir com o ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa para estudantes estrangeiros, por meio da abordagem intercultural (VIANA, 2004; KRAMSCH & URYO, 2014). Compreende-se o ensino-aprendizagem de língua Portuguesa como língua estrangeira (PLE) a partir da inter-relação língua e cultura objetivando promover ações didáticas metodológicas. Para isso, observamos as principais relações interculturais encontradas em aprendizes francófonos no ensino-aprendizagem de PLE. Essas relações são levantadas por análises de conversações em pares entre a pesquisadora e os aprendizes francófonos de PLE, na modalidade teletandem (TELLES, 2008) e nos diários reflexivos dos interagentes de teletandem. Esta pesquisa segue a metodologia qualitativa interpretativista com aspectos da pesquisa-ação, isto é, a partir de um problema usam-se instrumentos e técnicas de pesquisa para conhecer esse problema e delinear um plano de ação que traga benefícios para o grupo (ANDRÉ, 2001). Assim, após o levantamento e com bases nas análises das relações encontradas no processo de aprendizagem de PLE observado, delineamos microesfera culturais (PAIVA e VIANA, 2014) que serviram de base para elaborar as tarefas (SCARAMUCCI, 1996) de intervenção didática baseadas na abordagem comunicativa intercultural por meio da música. Esta abordagem entende o ensino-aprendizagem de línguas pela interseção entre as culturas, portanto, compreende-se a língua e o social como indissociáveis. Assim, analisamos a aplicação das tarefas didáticas propostas, discutindo os aspectos positivos e/ou negativos na aprendizagem de PLE, compreendo a ressignificação das relações interculturais.

PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA

ABORDAGEM COMUNICATIVA INTERCULTURAL

POR MEIO DA MÚSICA

Page 28: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

2 | P á g i n a

Adriano Caseri de S. Mello

UNESP – Universidade Estadual Paulista Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

O objetivo deste trabalho é apresentar as considerações parciais sobre a tese em andamento em nível de doutoramento que se intitula Letramentos acadêmicos e o processo de autoria em artigos científicos produzidos por pós-graduandos em Ciências, a fim de propor uma sessão de debate no X Selin. Nossa tese propõe que há diferenças entre o que as instituições e fundações acadêmicas como a CAPES, por exemplo, entre outras, constroem como imagem do que é ser autor em artigos científicos e a imagem que os pós-graduandos em Ciências Humanas, em específicos, em Estudos Linguísticos constroem sobre autoria em artigos científicos. O conjunto do material para este debate é composto pelo Documento de área de Linguística e Literatura de 2016 da Capes e 10 (dez) artigos científicos que foram elaborados por universitários (pós-graduandos) numa disciplina sobre Letramentos Acadêmicos, Internet e Mundialização, promovida no âmbito de uma Escola de Altos Estudos, no ano de 2017, realizada com sede na UNESP/ Ibilce. Apoiados por trabalhos dos Novos Estudos dos Letramentos (New Studies Literacies) como Corrêa (2011), Street (2006, 2007, 2009, 2010 e 2013) Boch; Grossmann, (2002, 2009) Delcambre ( 2007, 2014) Rinck (2006, 2008), Tutin (2007 ) Boch; Pons-Desoutter (2010) Daunay ( 2009), Donahue (2001, 2007, 2009), temos por meio de uma perspectiva etnográfico-discursiva o objetivo de apresentar as análises parciais do Documento de Área da Capes 2016 e a parte introdutória dos artigos para refletirmos sobre a imagem que elaboram de um autor em artigo científico. Para isso analisaremos nos artigos que compõe nosso material, marcas como o referencial teórico, os procedimentos de citação, os usos de verbos, pronomes entre outras classes gramaticais e as orientações no Documento de Área da Capes 2016 sobre o que espera de produção escrita dos pós-graduandos nos programas de pós-graduação.

LETRAMENTOS ACADÊMICOS E O PROCESSO DE

AUTORIA EM ARTIGOS CIENTÍFICOS PRODUZIDOS

POR PÓS-GRADUANDOS EM CIÊNCIAS HUMANAS

Page 29: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

3 | P á g i n a

Alder Luis Pérez Córdoba UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Como a expressão ou não do pronome pessoal sujeito (PPS) no espanhol é altamente variável (Otheguy; Zentella; Livert, 2007), o objetivo deste trabalho é analisar, a partir da teoria da variação (Labov,1972), a expressão ou não do pronome sujeito no espanhol falado no Caribe colombiano para determinar que fatores linguísticos e extralinguísticos motivam seu uso variável, além de fornecer um quadro geral do comportamento verbal dessa comunidade de falantes do espanhol, ainda pouco conhecida. A amostra está constituída por gravações de 18 informantes para cada corpus sociolinguístico (Barranquilla, Cartagena e Valledupar), que compõem a variedade falada no caribe colombiano, coletados com base na metodologia do Preseea (Moreno, 1996). Os informantes estão distribuídos por grau de escolaridade (baixo, médio e alto), idade (I, II e III gerações) e sexo/gênero (masculino e feminino). A definição das variáveis independentes linguísticas e do contexto variável tem por base a metodologia e o roteiro de codificação desenvolvidos por Bentivoglio, Ortiz e Silva-Corvalán (2011) e Lastra e Martín (2015): pessoa e número do sujeito, modo, tempo verbal, progressividade, perfectividade, persistência, ambiguidade, classe verbal, tipo de oração, correferencialidade, turno da fala. A análise quantitativa está sendo desenvolvida mediante o uso do Programa Goldvarb X (Sankoff; Tagliamonte; Smith, 2005). Os resultados parciais resultantes da análise do corpus de Valledupar revelam que, de acordo com a frequência de sujeito expresso, essa subvariedade integra a variedade conhecida por espanhol caribenho. Mostram-se quantitativamente significativos quatro grupos de fatores linguísticos (pessoa e número do sujeito, correferencialidade, tempo verbal e persistência) e um social (sexo/gênero); essa seleção de grupos de fatores parece indicar que inserir ou não o PPS não tem qualquer valor de prestígio ou de estigma associado com o fenômeno na variedade analisada.

PRESENÇA/AUSÊNCIA DO PRONOME PESSOAL

SUJEITO NO ESPANHOL FALADO NO CARIBE

COLOMBIANO

Page 30: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

4 | P á g i n a

Aline Bianca dos Santos Gomes

UNESP – Universidade Estadual Paulista Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

O objetivo desta pesquisa é investigar, sob o aparato da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968; LABOV, 1972), a ocorrência da forma oblíqua do pronome de 1a. pessoa do singular (mim) como sujeito de orações infinitivas introduzidas por para/pra (como em “isto é para mim fazer”). Como objetivo específico, procura-se identificar os fatores linguísticos e extralinguísticos correlacionados ao fenômeno e definir sua natureza sociolinguística: se um caso de variação estável ou de mudança em curso (LABOV, 1972). Com a apresentação deste trabalho, pretende-se discutir os resultados obtidos com as análises já realizadas, bem como os futuros encaminhamentos da pesquisa. Os dados analisados pertencem ao português falado na região noroeste do estado de São Paulo, variedade em que a ocorrência de mim como sujeito de orações infinitivas introduzidas por para é alvo de correção explícita no ensino formal, em comparação ao emprego da forma reta do pronome de 1ª. pessoa do singular (eu), conforme prescrito pelas gramáticas normativas, e de zero anafórico, forma mais neutra e não estigmatizada na variedade em questão. Como recurso metodológico, os dados da pesquisa foram coletados em entrevistas do Banco de Dados IBORUNA e submetidos a tratamento quantitativo no programa estatístico Goldvarb. Os primeiros resultados mostram que o pronome mim é mais usado com função semântica de agente do que com a função de beneficiário, ou seja, a forma mim, apesar de ainda aparecer nos dados em contextos ambíguos quanto ao papel semântico que exerce, estaria deixando de indicar um beneficiário e passando a expressar um argumento agentivo nos contextos de para + infinitivo. Quanto às variáveis sociais, constatou-se o uso mais frequente de mim pelos mais jovens, o que representa forte indício de que o fenômeno constitua um caso de mudança linguística em curso na comunidade linguística investigada.

A ALTERNÂNCIA MIM/EU COMO SUJEITO DE

ORAÇÕES INFINITIVAS INTRODUZIDAS POR PARA

NO PORTUGUÊS DO INTERIOR PAULISTA

Page 31: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

5 | P á g i n a

Aline Suelen Santos

UNESP – Universidade Estadual Paulista Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

Se é no trânsito com o outro que nos constituímos como sujeitos, a linguagem, nesse trânsito, assume-se como espaço de “novas” descobertas, inquietações e curiosidades. Assim, interessada pela inscrição do outro no fio discursivo (AUTHIER-REVUZ, 2004, p.62) e pelo imaginário de representações sobre o processo de escrita (CORRÊA, 2004), ou seja, interessada pelas discussões sobre a complexidade enunciativa subjacente ao modo de enunciar escrito, é que proponho, neste trabalho, uma reflexão sobre um fato de linguagem bastante particular à circulação de textos escritos: a de como se mostra representada, nesses textos, a relação eu/outro tal como ela se mostra atravessada pelo trânsito do escrevente por práticas de oralidade e de letramento. Assumindo a complexidade dessa constituição, parto da hipótese de que esse trânsito do escrevente se mostraria por meio de entrecruzamentos dos papeis de falante, ouvinte, escrevente e leitor detectados na construção da dialogia eu/outro no material de escrita elencado, a saber: o romance Memórias da Emília (1939/1969), de Monteiro Lobato. Para isso, fundamento essa proposta, de modo específico, numa visão discursiva do fenômeno de letramento (CORRÊA, 2004, 2015). De modo amplo, essa visão discursiva terá como base, sobretudo, estudos da Análise Dialógica do Discurso (Bakhtin e o Círculo) e da perspectiva conhecida como das Heterogeneidades Enunciativas (AUTHIER-REVUZ, 1990). Para fornecer respostas ao objetivo deste trabalho, vamos nos servir do enunciado, na medida em que este, enquanto unidade linguística de análise, pode indiciar diferentes papeis enunciativos com quais a relação eu/outro se marca na elaboração do dizer. Espera-se encontrar diversidade desses papeis no material de escrita elencado, diversidade (esperada) que, pelo que antecipamos, abre espaço para repensar questões sobre a relação sujeito/linguagem na enunciação escrita.

DO TRÂNSITO AO FIO: A CONSTRUÇÃO DA RELAÇÃO

EU/OUTRO EM MEMÓRIAS DA EMÍLIA

Page 32: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

6 | P á g i n a

Ana Beatriz Maira Barissa UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara A proposta deste projeto é analisar a constituição do personagem Severus Snape, da saga Harry Potter, de Rowling, num vídeo chamado Severus Snape e os marotos, veiculado no Youtube e produzido por fãs. O vídeo proposto como objeto traz em si um posicionamento axiológico em relação à personagem Severus Snape, colocada no todo arquitetônico do vídeo, o qual propõe uma visão de justificativa pelo comportamento da personagem na saga Harry Potter. No caso do nosso objeto de análise, este é considerado um fanfilm e tem em sua construção uma estrutura cinematográfica, com trabalho de cena, iluminação, figurino (muito semelhante ao das personagens dos filmes), efeitos sonoros e especiais. Nossa pretensão é compreender a construção do personagem, que se constrói a partir da interpretação da saga como uma resposta verbivocovisual transmidiática a um enunciado verbal (os livros de Rowling). Como embasamento teórico, fundamentamo-nos nos estudos do Círculo de Bakhtin e nos pressupostos de cultura da convergência de Jenkins. O método é o dialético-dialógico, realizado por cotejo. Compreender como o jogo entre leitura e produção ocorre em enunciados transmidiáticos é o objetivo desta pesquisa. A relevância que justifica o presente estudo se volta à relação produção, circulação e recepção dos enunciados na contemporaneidade.

DA LEITURA À AUTORIA: UMA ANÁLISE

DIALÓGICA DE UM ENUNCIADO TRANSMIDIÁTICO

DO UNIVERSO POTTERIANO

Page 33: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

7 | P á g i n a

Ana Luiza Ferancini Nogueira UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Agência de Fomento: FAPESP (Processo 2016/00237-9)

Concebendo-se a gramaticalização como resultado da atuação de mecanismos de natureza cognitiva responsáveis pela conceptualização de domínios mais abstratos em termos de domínios mais concretos, o presente trabalho tem por objetivo investigar, com base em autores que postulam a tendência de desenvolvimento dos significados epistêmicos a partir dos significados não-epistêmicos (SWEETSER, 1990; BYBEE et al., 1994), se a trajetória de enfraquecimento semântico se aplica à construção modal “tener que” em dados do espanhol peninsular, levando-se em consideração fatores contextuais instanciadores desse processo de mudança, tais como as características sintáticas e semânticas do sujeito da ocorrência com “tener que” e o tipo de verbo infinitivo ao qual a construção se associa. A classificação modal adotada fundamenta-se na proposta de Hengeveld (2004), que considera as modalidades facultativa (relacionada às capacidades), deôntica (relacionada à obrigação), epistêmica (relacionada às crenças) e volitiva (relacionada ao que é desejável). Com base em resultados de pesquisa sincrônica, os quais revelaram que a perífrase “tener que” expressa as modalidades inerente (denominação de Olbertz (1998) e de Narrog (2009) para a modalidade facultativa), deôntica e epistêmica, com predomínio das duas primeiras, hipotetizamos que a construção “tener que” expressando valores epistêmicos apareceria em número significativo somente em sincronias recentes da história do espanhol. Resultados parciais de sincronias pretéritas do espanhol apontam para a mudança semântica da perífrase de um sentido [+concreto] para um sentido [+abstrato] e, consequentemente, para um processo de generalização de seu significado, uma vez que a construção se associa a um número cada vez mais amplo de tipos de sujeitos e verbos principais favorecedores do valor modal epistêmico, mais abstrato quando comparado aos valores modais não-epistêmicos. Para a pesquisa em perspectivas sincrônica e diacrônica são utilizados, respectivamente, dados do Projeto PRESEEA (Proyecto para el estudio sociolingüístico del español de España y América) e do CORDE (Corpus Diacrónico del Español).

UMA INVESTIGAÇÃO DIACRÔNICA DA

CONSTRUÇÃO MODAL "TENER QUE" NO

ESPANHOL PENINSULAR SOB PERSPECTIVA DA

GRAMATICALIZAÇÃO

Page 34: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

8 | P á g i n a

Andréia Dias de Souza UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas O objetivo do presente trabalho é descrever e analisar, com base nos pressupostos teóricos de uma das vertentes da Linguística Textual, a Gramática Textual-Interativa (JUBRAN e KOCH, 2006; JUBRAN, 2007), a estruturação interna de Segmentos Tópicos (SegTs) mínimos em mini e microtextos. De acordo com proposta elaborada por Penhavel (2010), cada gênero textual apresentaria um processo de estruturação interna de SegTs mínimos passível de ser descrito em termos de regras gerais de estruturação. Para a realização da presente pesquisa, partimos da hipótese de que a estruturação de SegTs mínimos em minissagas narrativas e microcontos constitui um processo sistemático que, por sua vez, está intimamente ligado ao caráter sintético desses gêneros. O universo de investigação é constituído por minissagas e minicontos extraídos de coletâneas e de websites e blogs que reúnem exemplares desses minitextos. Por meio das análises realizadas até o momento, pudemos constatar um padrão recorrente de organização interna dos SegTs mínimos nos gêneros selecionados, baseado no encadeamento ora de três ora de duas unidades distintas: apresentação, reiteração e oposição, no caso das minissagas; abertura e elemento surpresa no caso dos minicontos. A organização interna de SegTs mínimos e os gêneros textuais selecionados são assuntos pouco explorados em trabalhos acadêmicos. Assim, entendemos que este trabalho contribuirá para uma caracterização desses gêneros textuais e para um aprofundamento a respeito do processo de estruturação de SegTs mínimos, no âmbito da Gramática Textual-Interativa.

O PROCESSO DE ESTRUTURAÇÃO DE

SEGMENTOS TÓPICOS MÍNIMOS EM MINI

E MICROTEXTOS

Page 35: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

9 | P á g i n a

Angélica Hernandes Lima UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Este trabalho tem como objetivo verificar, por meio da análise linguístico-enunciativa do discurso de três professoras de língua portuguesa atuantes na rede pública de ensino do estado de São Paulo, quem são os outros com os quais elas interagem em situação de trabalho, analisando as relações entre esses outros evidenciados e as três docentes a fim de averiguar que consequências resultam desse processo interacional e de que forma isso influencia ou não o (não)agir das trabalhadoras. Essa pesquisa segue o curso teórico-metodológico trilhado pelos estudos desenvolvidos pelos grupos ALTER-CNPq e ALTER-FIP sobre o trabalho docente (MACHADO et all., 2009, 2004, dentre outros). Assim, a base epistemológica que alicerça essa investigação advém, principalmente, das formulações teóricas propostas pelo Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) de Bronckart (2008, 2004, 1999), Bronckart e Machado (2009) e Bulea (2010), pela Ergonomia da Atividade Francesa (AMIGUES, 2004; SAUJAT, 2004) e pela Clínica da Atividade (CLOT, 2015, 2010,2006; CLOT et all.2011). Os dados são frutos do projeto de intervenção coordenado pela Profa. Dra. Lília Santos Abreu-Tardelli (2014/2015) intitulado “Da formação continuada à formação inicial: uma intervenção no ensino (da gramática) da Língua Portuguesa”, sendo que o corpora selecionado para essa pesquisa é composto de três entrevistas individuais de Autoconfrontação Simples feitas com cada docente voluntária e duas entrevistas de Autoconfrontação Cruzada das quais todas participaram. Por meio da análise dos dados, dentre outros aspectos, é possível identificar a (re)configuração do trabalho docente feita pelas professoras; perceber uma relação entre a interação estabelecida na relação da docente com os outros e a maneira como ela age em sala de aula; e constatar a presença de conflitos que influenciam o (não)agir das docentes.

A DIMENSÃO INTERPESSOAL DO TRABALHO

DO PROFESSOR: A INFLUÊNCIA DO OUTREM

NO AGIR DOCENTE

Page 36: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

10 | P á g i n a

Arthur Heredia Crespo UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Desde a última década do século passado, o mundo tem sido palco de notáveis mudanças em decorrência do surgimento e desenvolvimento das mídias digitais. Sobretudo as tecnologias móveis, como celulares e tablets, tornaram-se praticamente invisíveis na realização de muitas atividades do nosso dia a dia (BAX, 2003). Aliado ao acesso cada vez maior a essas novas mídias, diversas áreas, como a da Educação, têm lançado mão da gamificação, a fim de instruir os seus participantes por meio de atividades motivadoras (KAPP, 2012; NAVARRO, 2013; LEFFA, 2014). Tendo isso em vista, pretendemos investigar, neste trabalho, a potencialidade da ferramenta Kahoot para gerar nos alunos o estado de fluxo (CSIKSZENTMIHALYI, 1990), por meio do qual se atinge altos níveis de concentração e prazer durante a realização e conclusão da atividade. Como procedimento metodológico, analisamos oito aulas dadas a estudantes de alemão do curso de Letras de uma universidade do interior paulista, nas quais o Kahoot foi utilizado, após a exibição de um curta-metragem, com o objetivo de discutir aspectos socioculturais da cultura alvo e verificar compreensão da narrativa. Ao final deste estudo, esperamos contribuir com reflexões que auxiliem os educadores a promoverem em suas aulas um ambiente motivador e altamente instrutivo, tal como se observa em jogos e atividades gamificadas bem-sucedidas.

O USO DA FERRAMENTA KAHOOT EM AULAS DE

ALEMÃO MEDIADAS POR CURTAMETRAGEM:

UMA ANÁLISE DO ESTADO DE FLUXO

Page 37: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

11 | P á g i n a

Bárbara Melissa Santana

UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Esta pesquisa se propõe a analisar a recepção da trilogia “Cinquenta Tons” a partir da perspectiva dialógica dos estudos discursivos, com base nos estudos do Círculo de Bakhtin e os conceitos bakhtinianos de sujeito, diálogo, enunciado, voz social e signo ideológico. Há como objetivo refletir dialogicamente sobre como as vozes dos sujeitos que comentam sobre a trilogia na sessão de comentários do Youtube denotam e, ao mesmo tempo, constroem e mobilizam índices valorativos e culturais sobre as imagens de identidade de gênero masculino e feminino. Nesse sentido, os comentários dos sujeitos na rede são pensados em sua potencialidade responsiva a partir da relação dialético-dialógica dos mesmos com o contexto sócio-histórico dos sujeitos e nos embates culturais intrínsecos à cada enunciação/ sujeito. O corpus de análise será composto pelos comentários do canal oficial da produtora Universal Pictures Brasil. A pesquisa, de natureza bibliográfica e caráter qualitativo, será elaborada em etapas de interpretação, descrição e análise. É esperado com tal trabalho, a confirmação da hipótese inicial de que as respostas do público na sessão de comentários da plataforma Youtube condensam embates valorativos que, além de ressoar condições sociais da singularidade de cada sujeito em seu ato enunciativo, denotam sobre a configuração sócio-histórica do século XXI e o modo como as identidades e performances de gênero feminino e masculino são construídas na sociedade.

PENSANDO CULTURA E IMAGEM DE

IDENTIDADE DE GÊNERO A PARTIR DAS

RESPOSTAS À TRILOGIA CINQUENTA TONS

Page 38: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

12 | P á g i n a

Beatriz Curti-Contessoto UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Agência de Fomento: FAPESP – nº do processo 2017/03380-0

Nesta apresentação, objetivamos expor nossas reflexões acerca da elaboração de nosso glossário português-francês dos termos recorrentes no domínio das certidões de casamento. Como metodologia de nossa investigação, formamos dois corpora, a saber: o CCBCorpus, que se compôs de certidões de casamento brasileiras expedidas entre 1890 e 2015 e o CCFCorpus, composto por certidões de casamento francesas expedidas entre 1791 e 2015. A fim de levantarmos os termos recorrentes em cada corpus, valemo-nos do programa Hyperbase (BRUNET, 2015), mais especificamente da ferramenta concordance que nos permitiu analisar as concordâncias dos itens lexicais presentes em nossos corpora. Para verificar os candidatos a termo e delimitar as terminologias em português e em francês a serem estudadas, fundamentamo-nos nos pressupostos teóricos da Terminologia (BARROS, 2004, 2007; CABRÉ, 1999; dentre outros) e chegamos a um total de 307 termos em português e 107 termos em francês. Para estabelecermos os equivalentes em francês do conjunto terminológico em português, fundamentamos na Terminologia Bilíngue (AUBERT, 1996; DUBUC, 1985; dentre outros), especialmente na proposta de graus de equivalência de Dubuc (1985). Assim, consideramos três graus de equivalência: os termos podem ser equivalentes (totais); correspondentes (ou equivalentes parciais); e, quando não há qualquer grau de equivalência, nem total, nem parcial, temos a ausência de equivalência. Baseamo-nos, ainda, em aspectos conceituais da Terminografia (BARROS, 2004; KRIEGER e FINATTO, 2004) a fim de pensar o fazer terminográfico em nossa pesquisa e, assim, elaborarmos nossa proposta de glossário português-francês do domínio das certidões de casamento. Cumpre dizer que nosso glossário visa auxiliar interessados na área do Direito e, principalmente, os tradutores públicos e intérpretes comerciais (TIPCs), já que a Tradução Juramentada (TJ) de certidões de casamento é frequentemente requisitada para fins diversos.

TERMINOLOGIA DE CERTIDÕES DE CASAMENTO:

ESTUDO TERMINOLÓGICO BILÍNGUE E

ELABORAÇÃO DE GLOSSÁRIO PORTUGUÊS-

FRANCÊS

Page 39: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

13 | P á g i n a

Beatriz Goaveia Garcia Parra de Araujo UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Agência de Fomento: CAPES

Por meio de uma análise diacrônica, a presente pesquisa tem por objetivo propor uma trajetória de gramaticalização para três juntores concessivos do espanhol peninsular: "aunque", "a pesar de (que)" e "por mucho que". Aliando os estudos em gramaticalização ao modelo teórico da Gramática Discursivo Funcional (GDF), pretendemos demonstrar que esses três juntores, após adquirirem um estatuto conjuncional, seguem seu processo de mudança até atuarem como operadores discursivos. Em termos de GDF, tal mudança representa uma alteração hierárquica nas camadas e nos níveis em que a relação concessiva se estabelece. Assim, o juntor passa de marcador de uma relação concessiva semântica, localizada no Nível Representacional, para estabelecer uma relação concessiva pragmática, localizada no Nível Interpessoal. O córpus utilizado neste estudo foi retirado do banco de dados CORDE ("Corpus diacrónico del español"), organizado pela "Real Academia Española", e os fatores de análise escolhidos visam permitir a identificação tanto de alterações funcionais, como de alterações nas propriedades pragmáticas, semânticas e morfossintáticas, sofridas ao longo do tempo pelos três juntores. Assim, analisaremos a frequência e a camada de atuação da relação concessiva (fatores voltados para a funcionalidade), a informatividade, a factualidade, a relação temporal e a polaridade do enunciado concessivo (fatores voltados para as propriedades pragmáticas e semânticas), e a posição ocupada pelo juntor, o tipo de núcleo que introduz e, no caso de núcleos verbais, o modo verbal (fatores voltados para as propriedades morfossintáticas). A análise prévia dos juntores "aunque" e a "pesar de (que)" já nos revela a validade da trajetória sugerida e indica uma possível relação entre função-forma na codificação dos enunciados concessivos ao longo dos períodos históricos, o que reforça a gramaticalização desses juntores.

A TRAJETÓRIA DE GRAMATICALIZAÇÃO DOS

JUNTORES CONCESSIVOS "AUNQUE", "A PESAR

DE (QUE)" E "POR MUCHO QUE" NO ESPANHOL

PENINSULAR

Page 40: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

14 | P á g i n a

Camila Bordonal Clempi UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Agência de Fomento: FAPESP 2017/16959-6

Tendo em vista os preceitos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2016 [1972]), o objetivo deste trabalho é analisar a variação de futuro, codificada pelas formas futuro simples e futuro perifrástico (IR + infinitivo), e sua relação com a variável gênero social na escrita do Português Brasileiro (PB) em diferentes sincronias do século XX. De modo particular, temos como objetivo apontar os desafios metodológicos na análise de fenômenos variáveis morfossintáticos (em específico, futuro verbal) na perspectiva de gênero como construção ideológica em textos escritos. O córpus de análise da pesquisa é constituído por cartas de leitores publicadas nos períodos da década de 1920 e início da década de 1970. Dado que a mídia atua na construção de grupos identitários, utilizamos como material a revista A Cigarra, dirigida ao público feminino e, a fim de verificar influências de gênero, confrontamos os resultados obtidos com os dados de outros materiais, de público-alvo “neutro”, os quais denominamos ser nosso “grupo controle”, A Gazeta e Correio da Manhã. Nosso interesse geral é oferecer evidências diacrônicas para a implementação da mudança do futuro perifrástico na contemporaneidade (BRAGANÇA, 2008; TESCH, 2011; ALMEIDA, 2015), buscando compreender o papel do gênero feminino, conforme previsto na literatura (GIBBON, 2000; OLIVEIRA, 2006), nesse cenário.

ANÁLISE DA EXPRESSÃO VARIÁVEL DE FUTURO SOB

INFLUÊNCIAS DO GÊNERO SOCIAL NA ESCRITA DO

SÉCULO XX: UM ESTUDO SOCIOLINGUÍSTICO

"

Page 41: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

15 | P á g i n a

Camila Rodrigues de Amorim UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Conforme Haspelmath e König (1998), construções concessivo-condicionais universais compartilham características tanto com as orações concessivas quanto com as condicionais, além de expressarem circunstâncias de caráter generalizador. Para os autores, tais construções podem ser expressas de duas maneiras no espanhol: (1) [pronome QU + quiera] que = Dondequiera que vaya, nunca la dejará; ou (2) Verbo subjuntivo [pronome QU] Verbo subjuntivo = Vaya adonde vaya, nunca la dejará. Keizer (2016) reconhece tais estruturas no rol das relativas livres – sem antecedente explícito. Para a autora, as relativas livres podem exercer diferentes funções sintáticas na oração principal. Nessas estruturas, a oração subordinada e a principal compartilham um elemento, tanto semanticamente como morfossintaticamente. O objetivo principal desta pesquisa é investigar, à luz da Gramática Discursivo-Funcional, as construções concessivo-condicionais universais no espanhol a fim de discutir o hibridismo semântico (concessão x condição) e o estatuto de tais construções consideradas na literatura ora no rol das relativas livres, ora no rol das subordinadas adverbiais. Como principal hipótese temos que se constituem nos níveis mais altos das camadas propostas pela GDF. Para tanto, são utilizados os seguintes critérios de análise: (i) Tipo de construção; (ii) Nível em que a relação concessiva ocorre; (iii) Camada na qual a relação concessiva é estabelecida; (iv) função sintática da construção relacionada com a oração principal; (v) o tempo e o modo verbal das orações envolvidas; (vi) Posição da construção em relação à principal. O universo de investigação utilizado é o Corpus de Referencia del Español Actual (CREA). Os resultados mostram que essas construções tendem a ocorrer em posição intercalada, na forma de Parêntese nos termos de Jubran (1996) e a fazerem referência a situações do discurso. A concessão é compreendida, nesse contexto, como uma função interativa (STASSI-SÉ, 2012), em que o falante apresenta considerações universais que não constituem obstáculos para o que está contido no Movimento anterior/posterior, mas que ele julga importante do ponto de vista interacional.

A EXPRESSÃO DO SENTIDO CONCESSIVO NO

ESPANHOL EM ESTRUTURAS DE RELATIVO:

UM OLHAR DISCURSIVO-FUNCIONAL

Page 42: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

16 | P á g i n a

Cariane do N. Pimentel

UNESP – Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Esta pesquisa busca analisar a inter-relação entre linguística textual e linguística cognitiva, para fundamentar o estudo e o uso da coesão, apontando sua importância para o ensino da compreensão e produção textual em inglês, com base na Linguística Textual que trata do estudo da coesão como referenciação, bem como na Linguística Cognitiva, que trata da integração conceptual e da teoria da metonímia. O estudo justifica-se pela necessidade da reflexão que começa considerando o contexto da globalização e sua relação com o ensino de Língua Inglesa (LI) na escola pública até chegar ao porquê e como as perspectivas da linguística textual e cognitivista podem contribuir para o ensino de língua inglesa, abordando o processo de ensino e aprendizagem de produção textual em LI. Para tratar da importância do inglês e de seu ensino em uma sociedade globalizada, faremos uma análise do fenômeno da língua inglesa como língua global em consonância com as reflexões sobre o papel do professor de LI e do contexto do ensino em uma escola pública brasileira. Buscaremos tratar a língua em seu contexto cognitivo social, para podermos analisar sua função, para então reconhecer o fundamento de construções lexicais e fatos gramaticais na produção e leitura de um texto, com base no modelo funcionalista integrado ao cognitivista que, por sua vez, não permite estudar o léxico pelo léxico, a gramática pela gramática. Buscaremos com isso, a compreensão dos fenômenos linguísticos para analisar a língua no uso e assim, tentaremos propor uma prática didática a partir desses estudos, que fundamentem a verificação das contribuições que eles podem trazer não só para conhecimento das teorias e suas aplicabilidades no tocante ao estudo da compreensão e produção textual, como também para as práticas de ensino de inglês na sala de aula.

O ENSINO DE L1 E A PRODUÇÃO TEXTUAL SOB A

ÓTICA DA LINGUÍSTICA TEXTUAL E COGNITIVA

Page 43: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

17 | P á g i n a

Carina Maciel de Oliveira Silva UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Em contexto de Educação a distância (doravante EaD), em que não há mais a exigência de professor e aluno estarem fisicamente presentes em um mesmo ambiente físico para caracterizar o evento “aula”, propostas de atividades tornam-se base para a interlocução entre professor/instituição e acadêmico. Parte dessa interlocução passa a ser reconhecida por meio da escrita que materializaria saberes inscritos na esfera acadêmica, em cursos de EaD. Com base em uma perspectiva fundamentada, por um lado, em pressupostos dos Novos Estudos de Letramento (New Literacy Studies) – de maneira particularizada, na relação entre letramentos acadêmicos e letramentos digitais –, por outro, nos estudos de Bakhtin e seu Círculo – de maneira particularizada, no modo de constituição dialógico da linguagem –, este trabalho tem como objetivo estudar os aspectos interlocutivos da composição de (i) enunciados de propostas de atividades e (ii) de respostas dadas a essas propostas concebidos para e aplicados em um curso de licenciatura em Pedagogia de uma universidade pública brasileira oferecido na modalidade EaD – semipresencial, no ano de 2010. O conjunto de material é formado de 22 (vinte e dois) enunciados de propostas de atividades que norteiam todo o processo ensino-aprendizagem da disciplina Educação e Linguagem do curso de Licenciatura em Pedagogia da UNIVESP - Universidade Virtual do Estado de São Paulo, no ano de 2010, bem como os enunciados de respostas dadas a essas propostas por (24) vinte e quatro acadêmicos, totalizando setenta e duas (72) atividades textuais - respostas dadas as três propostas de atividades selecionadas para estudo nesta pesquisa. De um ponto de vista científico-acadêmico, esperamos que este trabalho traga contribuições no campo dos estudos linguísticos, em especial, no dos estudos de letramento acadêmico e letramento digital, em contexto de Educação a Distância.

PRÁTICAS LETRADAS ACADÊMICAS EM

CONTEXTO DE EAD SEMIPRESENCIAL: ESTUDO DO

CARÁTER INTERLOCUTIVO DOS ENUNCIADOS NO

PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL

Page 44: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

18 | P á g i n a

Carlos Eduardo da Silva Ferreira UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara A partir dos estudos discursivos de óptica Bakhtiniana, esta pesquisa toma como corpus de análise o conjunto dos enunciados de questões de Matemática das provas do Enem de 1998, ano de início da prova/vestibular, a 2017. O foco central da pesquisa é refletir sobre a constituição (e a compreensão) da questão de exame/vestibular enquanto gênero discursivo. Que fatores/aspectos sócio-históricos e político-educacionais operam sob a montagem dos enunciados deste conjunto de questões? Que alterações estilísticas são realizadas nestes enunciados e como tal acontecimento constrói uma imagem do "saber fazer" matemática?

A QUESTÃO DA MATEMÁTICA: UMA ANÁLISE

DIALÓGICA DE PROVAS DO ENEM (1998-2017)

Page 45: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

19 | P á g i n a

Carolina Bisson de Souza

UNESP – Universidade Estadual Paulista Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

A demanda pela comunicação multilíngue, que movimenta a economia globalizada, tem provado ser maior do que a capacidade humana de atendê-la, e esse cenário tem favorecido o desenvolvimento de sistemas de tradução automática (TA) destinados não mais a substituir o tradutor, mas a atuar em conjunto com ele, aliando competências na tradução de maiores volumes com maior qualidade e em prazos mais curtos. Um dos sistemas que vem ganhando espaço no mercado é o LILT, uma ferramenta de TA que combina tecnologias de redes neurais e a capacidade de adaptação ao contexto de trabalho do tradutor. Por se tratar de uma ferramenta ainda não estudada no Brasil, decidimos investigar o resultado da adoção do LILT na tradução profissional de textos técnicos de finanças. Com base em um estudo sobre o percurso histórico da automação da tradução, apresentamos uma análise de traduções realizadas por quatro tradutores voluntários a fim de observar desafios e benefícios desta abordagem. Também pretende-se analisar a influência do gerenciamento de terminologia no processo, buscando observar se a identificação e a tradução prévia dos termos colaboram com a qualidade e a produtividade. O trabalho prevê a tradução de seis textos em três cenários (processador de texto, LILT, LILT e gerenciamento de terminologia) e uma análise qualitativa que se baseia em uma planilha de controle de qualidade à luz de uma concepção de qualidade para objetivos específicos. Por fim, pretende-se verificar se existem diferenças de produtividade e qualidade entre os cenários propostos, a partir dos resultados da planilha e do tempo gasto. Esta pesquisa pode colaborar para o aprimoramento dos processos envolvendo mecanismos de TA adaptativa. Os resultados preliminares das análises realizadas até o momento indicam que o uso do LILT, em conjunto com o gerenciamento de terminologia, pode aumentar significativamente a produtividade e a qualidade das traduções especializadas.

TRADUÇÃO AUTOMÁTICA ADAPTATIVA,

GERENCIAMENTO DE TERMINOLOGIA E PÓS-

EDIÇÃO: BENEFÍCIOS E DESAFIOS DO USO DE

TECNOLOGIA NA TRADUÇÃO

Page 46: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

20 | P á g i n a

Carolina Mazzaron de Castro UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Pretendemos, neste estudo, realizar uma investigação sobre a noção de planos da linguagem na semiótica discursiva, que compreende a correlação do plano do conteúdo e do plano da expressão, elemento indispensável às análises pretendidas por essa disciplina. A metodologia de análise da Historiografia Linguística, empreendida por pesquisadores como E. F. K. Koerner, P. Swiggers e C. Altman, será utilizada como alicerce a construção desta pesquisa. Assim, partimos de uma reflexão historiográfica sobre as características teórico-metodológicas dos planos da linguagem (conteúdo e expressão), preconizada por A. J. Greimas. Nosso córpus será composto de obras que contenham concepções teórico-metodológicas que envolvam os planos da linguagem, noções presentes desde as definições iniciais de signo (Saussure) e de função semiótica (Hjelmslev); até os trabalhos mais recentes da semiótica discursiva (Fontanille; Zilberberg). Dessa forma, além de identificar, definir, descrever e analisar como os planos da linguagem são caracterizados metodologicamente no decorrer do tempo, acreditamos que, por meio de uma pesquisa historiográfica, novas concepções a esse respeito possam surgir a fim de contribuir para o desenvolvimento da teoria semiótica, ao mesmo tempo que nos permitirá enriquecer os debates sobre a análise do plano da expressão, tema central da semiótica contemporânea. Palavras-chave: Conteúdo; Expressão; Historiografia Linguística; Linguagem; Semiótica do Discurso; Signo.

A NOÇÃO DE PLANOS DA LINGUAGEM NA

SEMIÓTICA DISCURSIVA

Page 47: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

21 | P á g i n a

Cinthia Yuri Galelli UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Quem somos nós, nesse exato momento, enquanto sujeitos históricos? Essa questão, inspirada nas perguntas de Kant porém voltada para a questão dos sujeitos, é um resumo segundo o próprio pensador Michel Foucault, da linha que une toda a sua extensa e complexa obra. Em nosso trabalho, aplicamos essa pergunta à questão do ensino das línguas estrangeiras na escola pública brasileira, perguntando-nos quem somos nós, alunos e professores, enquanto sujeitos da escola pública em uma sociedade ocidental capitalista? Que discursos estão constituindo a nossa subjetividade e de onde eles provêm? Em outras palavras, nosso objetivo é diagnosticar o presente do ensino de línguas estrangeiras observando o discurso educacional em sua esfera macro e micro. Da esfera macro analisaremos os enunciados que se regularizam produzindo efeitos de verdade sobre a importância de se saber línguas estrangeiras para o sujeito e como esse conhecimento deve ser feito; e da esfera micro analisaremos como esses sujeitos se subjetivam em meio a esses discursos. Podemos classificar as materialidades que servirão de corpus para o nosso trabalho em duas: a) discursos oficiais (leis, currículos, orientações curriculares) e midiáticos dedicados à língua estrangeira e que nos bombardeiam de “verdades” sobre esse conhecimento e b) entrevistas com professores de línguas e alunos de escolas públicas do Estado de São Paulo. A nossa principal referência teórica provém do pensamento foucaultiano e do método genealógico desenvolvido e aplicado pelo filósofo, pois para entender o presente precisamos de um método que olhe para história, mas que nos permita articulá-la às formas de poder-saber e aos jogos de verdade em nossa sociedade.

O DISCURSO ESCOLAR SOBRE A LÍNGUA

ESTRANGEIRA NA ESCOLA PÚBLICA

Page 48: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

22 | P á g i n a

Claudemir Souza UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O objetivo geral desta pesquisa é analisar a constituição do sujeito quilombola nas seguintes instâncias: da mídia, a partir de reportagens do “Jornal O Estado do Maranhão”, dos anos de 1973 a 2013; da historiografia, a partir das discussões de Almeida (1989; 1996; 2002; 2004; 2006; 2008), Arruti (2003), Moura (1992) e O’Dwyer e Carvalho (2002); no dispositivo da lei, a partir do artigo 68 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), da Constituição Federal brasileira de 1988; e também segundo a perspectiva dos habitantes da comunidade quilombola Jamary dos Pretos, localizada na cidade de Turiaçu, estado do Maranhão (MA), a partir da análise de duas letras de música produzidas por eles: uma de tambor de crioula e outra composta para os 170 anos da comunidade, em 2011. Nossas discussões estão ancoradas na arqueogenealogia de Foucault (2013), que compreende a genealogia como uma instância em que se confrontam o saber erudito, tido como aquele que goza de reconhecimento e status científico, e o saber dominado, entendido como um saber menor diante da pretensão de verdade e cientificidade do saber erudito, e concebe a arqueologia como um método de análise das discursividades locais. As análises até aqui empreendidas possibilitam-nos verificar que o sujeito quilombola é discursivisado nas reportagens do jornal supracitado como um entrave ao desenvolvimento científico, tecnológico e econômico do país, pois habita um território em disputa para a construção e expansão da base espacial de Alcântara (MA), devendo, com isso, deslocar-se dos lugares onde guardam suas histórias, onde possuem suas propriedades e realizam suas atividades de agricultura, pesca, extrativismo, necessárias à subsistência. Com isso, o jornal se posiciona como uma superfície de emergência (FOUCAULT, 2008) de enunciados em defesa dos interesses das classes favorecidas com tal desenvolvimento.

DISCURSO, HISTÓRIA E MÍDIA: A CONSTITUIÇÃO

DO SUJEITO QUILOMBOLA NAS PÁGINAS DO

JORNAL O ESTADO DO MARANHÃO

Page 49: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

23 | P á g i n a

Cristiane das Neves das Neves UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Esta pesquisa considera o English for Specific Purposes como uma abordagem que pode ser considerada no ensino de Língua Inglesa no cenário do Ensino Médio Integrado. Tem a finalidade de encontrar um caminho que possibilite o ensino da língua de forma a atender às necessidades de aprendizagem dos alunos à luz da concepção de integração. A análise pretende oferecer os subsídios necessários à situação alvo tornando os egressos capazes não só de desempenhar suas tarefas profissionais que requerem o uso do inglês, mas também de refletir e transformar a própria realidade. A pesquisa, com características de estudo de caso e etnográfico, desenvolveu-se a partir da análise dos documentos norteadores nacionais e institucionais para o ensino integrado a partir da análise de conteúdo de Huckin (2004). Está em andamento uma análise de necessidades com base em Brown (2016) e Benesch (1993, 1996, 2008), utilizando-se dos instrumentos entrevista e questionário para a coleta de dados. Tem-se, até o momento, o resultado da análise dos documentos e as indicações dos gêneros textuais para análise fundamentada em Bhatia (1993, 2004, 2008). A pesquisa deverá fazer emergir subsídios para a proposição de um syllabus pertinente ao contexto.

INGLÊS NO ENSINO INTEGRADO: ANÁLISE

DE NECESSIDADES E SYLLABUS

Page 50: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

24 | P á g i n a

Cristiani Dália de Mello UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Este trabalho objetiva discutir o processo de nominalização, abordando aspectos analíticos dentro da estrutura de formação de palavras derivação, mostrando a possibilidade de generalização, unindo as nominalizações deverbais com as provindas de adjetivos, que seria a nominalização de predicadores e não de verbos e adjetivos separadamente. O problema de pesquisa como o processo de nominalização poderia (ou não) contribuir para o estilo e a clareza dos textos acadêmicos de alunos dos cursos de graduação? Fundamenta-se numa interação conceitual, perpassando pelos estudos morfológicos; busca recursos com autores que possuem viés para o funcionalismo cognitivo e os aspectos da coesão direta por nominalizações deverbais, e indireta (enunciação) por nominalizações provindas de adjetivos; além de questionar as nominalizações dispensáveis no texto, chamadas de “nominalizações zumbis”. Embasa-se em Basílio (1980, 1989), Rocha (1998, 1999), Abreu (2003), Eggins (2004) e o método perpassa pelas pesquisas bibliográfica e de campo. É um estudo de natureza qualitativa, sob a hipótese de que o trabalho com as nominalizações nas produções acadêmicas pode ser uma ferramenta para se tratar com clareza e estilo os textos de alunos do nível superior, objeto de estudo desta pesquisa. O processo metodológico da pesquisa parte da orientação sobre o tema à uma turma de acadêmicos do curso de Letras da Universidade Estadual de Roraima (UERR); após as produções, as análises focalizam no uso das nominalizações como recursos estilísticos e de clareza ou como formas “zumbis”. Alguns resultados da pesquisa já apresentam uma resposta positiva como em “estes topônimos suprimem os termos finais [...] essa supressão dos termos [...]”, verbo/substantivo; ou com o recurso invertido “a identificação desse local [...] seu objetivo de identificar já está alcançado”; substantivo/verbo; ou encapsular a informação, “observamos que os topônimos oficiais [...]. O fato ocorreu em [...]” (ARAÚJO, PINHO 2017).

NOMINALIZAÇÃO EM TEXTOS ACADÊMICOS

UNIVERSITÁRIOS

Page 51: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

25 | P á g i n a

Cristina Gonçalves de Melo UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas A proposta deste estudo é investigar em que medida as formas de heterogeneidade mostrada indiciariam a presença do outro na cadeia discursiva da fala infantil. Nossa concepção de heterogeneidade mostrada apoia-se em contribuições de Authier-Révuz (1990), segundo as quais essas formas seriam acontecimentos discursivos cujas marcas constituem indício da negociação do sujeito com os outros constitutivos do discurso – com o próprio interlocutor da situação enunciativa, com várias possibilidades de sentidos durante a produção do discurso e, também, com a rede de enunciados que o torna possível. A presente investigação é orientada pelos seguintes objetivos: (1) caracterizar com quais marcas linguísticas hesitações e correções, vistas como formas de heterogeneidade mostrada, irrompem na fala infantil; e (2) verificar em que medida hesitações e correções indiciariam diferentes modos de negociação entre o sujeito que enuncia e os outros que se mostram como presentes (embora tidos como “exteriores”) na enunciação. Foram selecionadas gravações de quatro sessões de entrevistas semidirigidas com três crianças entre 4:10 e 6:3 anos. Em nossas análise iniciais, temos detectado indícios de que muitos “outros”, localizados em diferentes planos da língua e da linguagem, concorreriam nos momentos de emergência das hesitações e das correções. Nos momentos de hesitações, o sujeito apenas dá pistas de quais seriam esses “outros”, já que nem sempre se mostram linguisticamente no fio do discurso. Têm-se, em outras palavras, indícios da escuta antecipada de algo não materializado linguisticamente. Já nas correções, os “outros são mostrados, de tal forma que correções poderiam ser caracterizadas como momentos de escuta (da materialidade linguística da própria fala) pelo sujeito que se identifica como centro do dizer. Trata-se, portanto, em ambas as situações, de momentos nos quais, segundo Authier-Révuz (1990), o sujeito (que se marca como eu no discurso) tenta se proteger da "ameaça" do outro, tentando contê-la.

FORMAS DE HETEROGENEIDADE MOSTRADA

NA FALA INFANTIL: HESITAÇÕES E CORREÇÕES

Page 52: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

26 | P á g i n a

Cristyane de Camargo Sampaio Villega UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Nossa proposta é investigar, na fala infantil, relações entre hesitações e domínios prosódicos (segundo Nespor e Vogel, 1986). A busca dessas relações é orientada pelo objetivo de verificar, nos diferentes constituintes prosódicos, se as hesitações ocorrem, preferencialmente, nas posições fracas ou fortes que os compõem. Os dados analisados foram extraídos de um banco composto por 147 situações de entrevistas realizadas com crianças de 5-6 anos de idade. Tais entrevistas foram gravadas em uma cabine acústica; posteriormente, transcritas. Foram utilizadas normas de transcrição que priorizavam a detecção de hesitações. Para a análise prosódica, consideramos as ocorrências de hesitações julgadas em posições fortes ou fracas de constituintes altos da hierarquia (enunciado fonológico, frase entonacional e frase fonológica) e de constituintes baixos da hierarquia (grupo clítico e palavra fonológica). Foram detectadas, pelos juízes, 2311 ocorrências hesitativas. Dessas ocorrências, nos constituintes mais altos, identificamos: (1) no enunciado fonológico, 1521 (65,82%) ocorrências em posição forte e 790 (34,18%) em posição fraca; (2) na frase entonacional, 1211 (52,40%) ocorrências em posição forte e 1100 (47,60%) em posição fraca; e (3) na frase fonológica, 1300 (56,25%) ocorrências em posição forte e 1011 (43,75%) em posição fraca. Embora ocorrências hesitativas tenham sido detectadas em posições fortes nos três constituintes prosódicos mais altos, no enunciado fonológico houve maior prevalência pela porção forte, quando comparado aos demais constituintes, em que a ocorrência em posição forte e fraca não foi significativa. Com esses resultados, observamos um decréscimo da posição forte para a posição fraca, levando-nos à hipótese de que, nos constituintes mais baixos da hierarquia, as ocorrências hesitativas serão identificadas, preferencialmente, em posições fracas. Se confirmada essa hipótese até o final de nossa análise, teremos elementos para afirmar que a maior ou menor ocorrência de hesitações em posições fortes ou fracas dependerá do domínio prosódico que as abrigam.

HESITAÇÕES E CONSTITUINTES PROSÓDICOS

NA FALA INFANTIL

Page 53: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

27 | P á g i n a

Daniel Leone Estevam UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Este estudo empreendeu esforços a fim de evidenciar como um critério de nulidade extra-textual influi na argumentação dos candidatos que prestam a avaliação do Enem. O critério de que trata Esse critério institucional e trata da escolha de um Direito Humano que é escolhido institucional e politicamente, cuja discordância prejudica o candidato, que poderá ser punido com a nulidade de sua redação. A proposta de redação que fomenta esta pesquisa pertence à versão de 2015 do Enem, cujo tema foi "A persistência da violência contra a mulher". Este estudo fundamenta-se na Análise de Discurso de tradição francesa, razão pela qual identifica -se uma coerção institucional quanto ao que pode ser dito na redação do Enem, analisada sob a perspectiva de Foucault (1979, 1996, 1999 e 2008). Para analisar a ideologia que subjaz à proposta de redação, inclusive a partir da coletânea, utilizou-se os textos de Pechêux (1987 e 1990). Por fim, a partir de algumas redações de candidatos com alta pontuação, identificou-se a paráfrase como recurso argumentativo instrumentalizado pelos candidatos na prova de redação do Enem a fim de manter-se dentro de uma discursividade alinhada ao Direito Humano institucional e politicamente escolhido. A análise das paráfrases construídas foram analisadas a partir da perspectiva de Fuchs (1982, 1994, 2012). O que ficou evidente é que a paráfrase de textos jurídicos associados a uma concepção estereotipada de Direito Humano é uma estratégia presente nas redações bem avaliadas porque validam um posicionamento ideológico institucional.

SUBJETIVIDADES TEXTUAIS TOLHIDAS: A

MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO FRENTE AO

CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DA REDAÇÃO DO EXAME

NACIONAL DO ENSINO MÉDIO

Page 54: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

28 | P á g i n a

Daniele Cristina Scaliante UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Tomando enquanto base para reflexão os gêneros epistolar e comentário on-line, esta pesquisa busca problematizar e analisar as práticas de interação por carta e on-line em ambiente escolar em duas situações distintas: a situação de sala de aula e a digital, esta também em contexto escolar. Para tanto, seleciona-se como córpus para a análise cartas argumentativas produzidas no contexto escolar, bem como comentários on-line publicados em ambiente digital. A partir de uma perspectiva que contempla os procedimentos teóricos-metodológicos advindos da semiótica greimasiana, propõe-se a identificação das estratégias de segmentação que caracterizam o gênero nos dois ambientes. A pesquisa ocupa-se, por conseguinte, da investigação dos aspectos que organizam a produção das cartas, em especial daquilo que nomearemos cena predicativa das interações assíncronas, destacando os aspectos particulares de cada uma das situações, bem como as características genéricas comuns que se materializam em sua produção. Posteriormente, visa-se problematizar os papéis e posições enunciativas que são adotadas em tais situações a partir da análise do conjunto de operações realizadas na textualização do percurso argumentativo – estrutura, organização e desenvolvimento –, a fim de discutir de que modo se constituem os sujeitos que nelas se inscrevem, buscando identificar, por meio dos sentidos produzidos, marcas de subjetividade e identidade, a partir dos desdobramentos de uma teoria das práticas semióticas (FONTANILLE, 1999). Pretende-se, pois, produzir reflexões que apresentem possíveis contribuições da teoria semiótica para as práticas de produção de textos, especialmente, nos contextos escolares.

UM ESTUDO SOBRE A ESCRITA EPISTOLAR E O

COMENTÁRIO ON-LINE EM SALA DE AULA

Page 55: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

29 | P á g i n a

Daniele Trevelin Donato UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O presente trabalho tem como objetivo o estudo dos termos mais frequentes apresentados em jornais do Brasil e Estados Unidos da área de educação e a elaboração de um glossário bilíngue. Com base no aporte teórico-metodológico da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2000, 2004), compilamos dois corpora comparáveis com textos originalmente escritos nas duas línguas. Para extração dos dados, utilizamos a ferramenta computacional WordSmith Tools, programa de análise lexical, utilizado na exploração de corpora, que possui três ferramentas básicas. Através da Wordlist, criou-se listas de palavras. O software produziu duas listas de cada vez, uma ordenada alfabeticamente e outra por ordem de frequência das palavras; A KeyWord, contrastou uma lista de palavras do corpus de estudo com uma lista de palavras de um corpus de referência resultando em uma lista de palavras-chave; e o Concord produziu listas de concordância ou listas de ocorrências de um item específico, acompanhado de texto antes e depois. Com esta ferramenta é possível verificar aspectos específicos da linguagem, como o uso de colocações fixas, entre outras questões visíveis dentro de um pequeno contexto. Esses dados nos permitem realizar análises qualitativas, visando compreender as diferenças e semelhanças entre as publicações brasileiras e norte-americanas. Assim, juntamente com os pressupostos da Lexicologia e Terminologia (KRIEGER & FINATTO, 2004), propomos a elaboração de um glossário bilíngue destinados a tradutores ou aprendizes de língua inglesa. Neste trabalho, apresentamos a micro e macroestrutura do glossário proposto e, refletimos sobre alguns aspectos relacionados a escolha lexical em cada contexto cultural selecionado (Brasil e EUA).

LEVANTAMENTO DO LÉXICO MAIS FREQUENTE EM

ARTIGOS JORNALÍSTICOS DA ÁREA DE EDUCAÇÃO

ESCRITOS EM LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA

INGLESA: PROPOSTA DE UM GLOSSÁRIO

Page 56: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

30 | P á g i n a

Danytiele Cristina Fernandes de Paula UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas O projeto tem como proposta investigar as relações de transparência e opacidade nas línguas indígenas da família Maku, tomando como aparato teórico a Gramática Discursivo-Funcional, desenvolvida por Hengeveld e Mackenzie (2008). O objetivo geral consiste em analisar o compartilhamento ou não-compartilhamento de traços transparentes entre as línguas de uma mesma família, respondendo assim a questões como: i) as línguas indígenas de uma mesma família compartilham traços transparentes e/ou opacos?; ii) existe uma relação de implicação entre a presença de recursos transparentes e opacos nas línguas, de tal modo que podemos predizer a presença de um recurso com base na presença de outro? Para tanto, tomam-se, como córpus, quatro línguas indígenas descritas em gramáticas e teses, constituindo uma amostra representativa da família Maku (composta por seis línguas no total): dâw (MARTINS, 2004), hup (EPPS, 2005), nadëb (WEIR, 1984) e yuhup (OSPINA-BOZZI, 2002). Considerando os critérios de análise das relações de opacidade tal como definidos por Hengeveld (2011), Leufkens (2015) e Hengeveld e Leufkens (2018), realizamos a análise de cada um dos critérios, buscando determinar o grau de transparência de cada língua para, posteriormente, comparar as línguas analisadas de modo a determinar as propriedades que são compartilhadas entre elas. Ao final, espera-se estabelecer uma hierarquia implicacional de transparência entre essas línguas da família Maku. Portanto, a hipótese que norteia a pesquisa é de que línguas pertencentes a uma mesma família compartilham os mesmos traços de transparência ou de opacidade. Comprovada essa tese, será possível prever a ocorrência de traços em outras línguas da mesma família. Desse modo, busca-se alcançar uma caracterização geral sistemática das línguas indígenas da família Maku em termos de uma hierarquia implicacional de transparência que mostre as relações que se estabelecem entre essas línguas e que possa também contribuir para a sua preservação e para estudos posteriores.

TRANSPARÊNCIA E OPACIDADE NAS LÍNGUAS

INDÍGENAS DA FAMÍLIA MAKU

Page 57: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

31 | P á g i n a

David Sena Lemos UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

A pesquisa situa-se na fronteira ao Norte, em Pacaraima (RR), cidade-gêmea com Santa Elena (Venezuela). Nesse contexto, estamos estudando como ocorre o processo de aquisição do Português por crianças venezuelanas no ensino infantil (04 anos de idade) em uma escola brasileira. Como objetivo geral analisaremos o processo de aquisição do português brasileiro (PB), por crianças “estrangeiras”, que têm Espanhol como língua materna, em situação de contato linguístico. Especificamente objetivamos (a) verificar como ocorre a aquisição da segunda língua (L2) em diferentes idades da educação infantil; (b) descrever mudanças na/da aquisição da L2; (c) analisar que fatores, internos e externos à língua, interferem na aquisição do PB; (d) estudar ocorrências de transferências / interferências e em que níveis linguísticos predominam. Como referencial teórico adotamos a abordagem dialógica-discursiva, conforme concepções de linguagem e língua propostas por Bakhtin (2011; 2013; 2014) e o Círculo (Del Ré et al 2014 a e b), e tomamos reflexões de Brait (2014; 2016), Faraco (2009), Fiorin (1994; 2016) e Geraldi (2010). Sobre aprendizagem e a relação com a linguagem da criança, como aprende a falar, pensamento e linguagem e formação social da mente, embasamo-nos em Bruner (1983; 1986; 1997) e Vigotski (2007; 2008), os quais se alinham à perspectiva discursiva. Questões de bilinguismo/multilinguismo e interferências/transferências, apoiamo-nos em Fernández (1999-2000) e Appel & Muysken (1996). E ainda podemos observar a constituição da subjetividade e identidade desses alunos, conforme Del Ré et al (2011) e Falasca (2017). Este estudo está em fase inicial da coleta de dados (tipo longitudinal), assim esperamos produzir resultados significativos que se somem aos estudos em curso e já realizados. E ao final esperamos criar condições para reflexão, implementação de estratégias ou elaboração de recursos metodológicos relacionados à aquisição da linguagem, considerando as características da fronteira e outros aspectos que possam advir do universo em análise.

A AQUISIÇÃO DO PORTUGUÊS DO BRASIL (PB)

POR CRIANÇAS VENEZUELANAS NO CONTEXTO

ESCOLAR FRONTEIRIÇO

Page 58: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

32 | P á g i n a

Débora Ap. dos Reis Justo Barreto UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O propósito deste projeto consiste em analisar os fenômenos fonológicos do Português Arcaico, estudando especificamente as consoantes róticas (<r> e <rr>) localizadas em posição de início e de travamento silábicos presentes em 250 Cantigas medievais galego-portuguesas. Escolheu-se trabalhar com as róticas, pois elas constituem um tema interessante à composição de um mosaico da Fonologia da época do PA, uma vez que há controvérsias sobre o seu status fonológico, tanto em momentos passados da língua quanto na atualidade. Objetiva-se verificar se, naquela época, havia dois fonemas róticos em oposição, ou se, no nível fonológico, o <rr> poderia ser considerado uma variante geminada de <r>. Para a realização deste projeto, foram estudadas as concepções de sílaba em português e de geminação, tendo em vista a sua enorme relevância para o desenvolvimento e o aprimoramento das discussões pretendidas. As análises dos dados serão realizadas tendo em vista os modelos fonológicos não-lineares e o referencial teórico adotado baseia-se em estudos renomados da área de Linguística e de Fonologia, como: Cagliari e Massini-Cagliari, 1998; Massini-Cagliari, 1992, 2001, 2005; Mori, 2001; Mattoso Câmara Jr., 1969, 1970; Collischonn, 2005; Freitas e Santos, 2001; Hyman, 1985; entre vários outros trabalhos. Até o momento, os resultados que se têm indicam a possibilidade de, no PA, existir somente um fonema rótico, que teria duas variantes, uma simples e uma geminada. Por meio da comparação das vertentes religiosa e profana da lírica medieval galego-portuguesa, se busca verificar se os resultados já obtidos para as cantigas religiosas, que apontam para o <rr> intervocálico como geminado, também ocorrem com relação às cantigas seculares.

ANÁLISE DO STATUS FONOLÓGICO DAS

CONSOANTES RÓTICAS NAS CANTIGAS

MEDIEVAIS GALEGO-PORTUGUESAS

Page 59: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

33 | P á g i n a

Edilene da Silva Ferreira UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Este trabalho busca analisar o vocabulário das narrativas de dois autores da prosa de ficção acreana, investigando, numa abordagem lexicultural e discursiva, os vocábulos representativos da fala do homem acreano nas obras: Fatos, cultos e lendas do Acre (1964) e Capiongo (1968), de José Inácio Filho, O empate (1993) e Direito e avesso (1998), de Florentina Esteves. A pesquisa fundamenta-se teoricamente nos conceitos da Lexicologia (BIDERMAN, 1998, 2001), da Lexicultura (GALISSON, 1987, 1988, 1989) e da Análise do Discurso de linha francesa (Pêcheux, 1969, 1975, 1990). Como suporte ao processo de seleção das lexias analisadas, o uso dos conceitos da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004) e do programa de computador AntConc (ANTHONY, 2014) foram essenciais. Para seleção dos dados foi necessário utilizar um corpus de exclusão, o Corpus Brasileiro, disponibilizado por Berber Sardinha, e três obras lexicográficas: Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa (FERREIRA, 2009), Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (HOUAISS e VILLAR, 2009) e Aulete Digital, disponível on-line. Do corpus literário, 78 lexias não estão registradas nos dicionários consultados, cujo sentido pode ser identificado por meio do contexto em que cada uma aparece nas narrativas. Diante disso, é possível detectar que muitas dessas lexias são representativas de um vocabulário que reflete os modos de vida das personagens, que caracterizam tipos humanos marcados pelo processo de povoamento da região e pela economia da borracha. No corpus, foram selecionadas as lexias que mais se destacam seja pela frequência, seja pela expressividade, analisando-se sua recorrência e sentido, como se manifestam no discurso literário e como são representadas em um contexto cultural particular. Assim, a partir da compilação dos vocábulos, objetiva-se, ainda, selecionar o léxico específico da região, que delimita e incorpora suas características socioculturais.

O LÉXICO NA PROSA LITERÁRIA ACREANA:

UMA ABORDAGEM LEXICULTURAL E

LÉXICO-DISCURSIVA

Page 60: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

34 | P á g i n a

Elecy Rodrigues Martins UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara A migração e a imigração foram fatores decisivos para formação da população roraimense. A heterogeneidade cultural e linguística decorrente desses fatores é transportada para sala de aula e motivadora de atitudes linguísticas, ou seja, “sentimentos positivos ou negativos que os falantes nutrem em relação à língua ou variedades” (BORTONI-RICARDO, 2014, p. 42). Com base nessa realidade, esta pesquisa tem o objetivo de investigar as atitudes linguísticas de professores de língua portuguesa do estado de Roraima em relação às variações diatópicas estigmatizadas, presentes em sala de aula e correlacioná-las a sua formação e as suas práticas pedagógicas. Lamber et al. (1960) referência em estudos sobre atitudes linguísticas podem ser citados como parâmetro teórico/metodológico, como também autores que desenvolveram importantes estudos nessa área, no Brasil, tais como Cyranka (2007), Bortoni- Ricardo (2008) e Melo (2010). Baseada nessas referências, foram promovidas algumas alterações tanto nas etapas quanto nos instrumentos de colegas de dados, de forma que se ajustassem ao objetivo desta pesquisa. Objetiva-se, portanto, conhecer a relação entre as crenças e atitudes dos professores e suas práticas pedagógicas, buscando a confirmação ou refutação das hipóteses de que: as atitudes linguísticas dos professores podem interferir em suas práticas de sala de aula; os professores apresentam restrição à abordagem sobre os temas que envolvem variação linguística, seja pela dificuldade didática de abordagem do tema, seja pela preferência a abordagens tradicionais do ensino da língua portuguesa, o que implica diretamente a sua formação; os professores apresentam dificuldades na transposição das teorias linguísticas e sociolinguísticas para práticas de sala de aula. Uma pesquisa dessa natureza torna-se importante por servir de base tanto para orientações a novas práticas de ensino, como para promoção de políticas de formação inicial e continuada do professor do estado de Roraima.

ATITUDES LINGUÍSTICAS DE PROFESSORES DE

LÍNGUA PORTUGUESA EM RORAIMA E A RELAÇÃO

COM SUA FORMAÇÃO E SUAS PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS

Page 61: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

35 | P á g i n a

Eliabe Procópio UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Esta pesquisa tem por objetivo central caracterizar o gênero textual tratado de fronteira. Para isso, estamos analisamos a distribuição das informações dentro dos tratados e descrevendo os padrões linguístico-textuais. Como suporte teórico, adotamos a perspectiva sociorretórica para Análise de Gêneros (SWALES, 1990, 2004; BHATIA, 1993, 2004), e os pressupostos da Linguística Funcional (CHAFE, 1984; DIK, 1997; NEVES, 2000) e Textual (ADAM, 1992; BRONCKART, 1999). No presente momento, alcançamos identificar três padrões do tratado: (1) futuridade – expressa pela recorrência do futuro do presente que, além de seu valor temporal, confirma o valor deôntico do gênero tratado –, (2) condicionalidade – expressa por orações condicionais eventuais que apontam para o tipo de obrigação consensual estabelecida pelos próprios interlocutores –, e (3) sequencialidade textual – tema ainda não aprofundado. Com relação à análise do gênero, estamos verificando nosso corpus e planejando adequações à aplicação do modelo swaleano, porquanto nosso recorte metodológico não privilegia a noção de tarefa; e a noção de comunidade discursiva poderá ser considerada conforme a noção bakhtiniana de esfera comunicativa ou a noção bordieusiana de campo, na qual a situação comunicativa em que ocorre o gênero não é apenas um domínio ideológico, mas uma estrutura ocupada por agentes que, em suas posições, disputam por alguma coisa, um bem.

CARACTERIZAÇÃO DO GÊNERO TEXTUAL

TRATADO DE FRONTEIRA ENTRE O BRASIL E

OS PAÍSES SUL-AMERICANOS

Page 62: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

36 | P á g i n a

Erasmo Roberto Marcellino UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Visamos à divulgação de alguns dos desenvolvimentos iniciais da nossa pesquisa de doutorado voltado à confecção de um glossário Inglês-Português que abarque o léxico presente nos Cadernos do Aluno (CAs) de Inglês, material distribuído em toda a rede pública de ensino, no estado de São Paulo, para a disciplina de Língua Estrangeira Moderna. Os CAs constituem o aporte didático principal dessa realidade escolar, e visto que são elaborados majoritariamente na língua alvo, o seu usuário está em contato constante com material linguístico com o qual ele talvez não esteja tão familiarizado, principalmente no que diz respeito aos anos iniciais do ensino fundamental. O glossário em desenvolvimento, ferramenta com vistas a facilitar o uso dos CAs e favorecer a aprendizagem, partiu da coleta das unidades lexicais em Inglês presentes nos cadernos, nosso corpus, para então procedermos às fases subsequentes da pesquisa, das quais fazem parte a análise e a organização dessas unidades juntamente com suas contrapartidas em Português, englobando o vocabulário essencial para os estudantes compreenderem o que é proposto via escrita. Em encontro a tal objetivo nos valemos de estudos linguísticos de natureza teórico-aplicada que abrangem o léxico e suas interfaces com outros campos; explanamos aqui, pois, parte desse referencial, com foco no fazer lexicográfico, que faz intersecções com áreas afins como a Lexicografia Pedagógica e a Linguística de Corpus. Apresentamos, também, alguns resultados preliminares referentes à elaboração das entradas do glossário, bem como exemplos de entradas já trabalhadas.

TEORIA E PRÁTICA NA ELABORAÇÃO DE UM

GLOSSÁRIO INGLÊS-PORTUGUÊS PARA O LÉXICO

DOS CADERNOS DO ALUNO UTILIZADOS NA REDE

PÚBLICA DE ENSINO EM SP

Page 63: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

37 | P á g i n a

Érika Chiarello UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Vários estudos recentes sobre gramática no âmbito de ensino/aprendizagem de língua estrangeira têm apontado a necessidade iminente de mudança de foco na maneira como ela tem sido abordada e ensinada em sala de aula. Muitas indagações têm sido feitas quanto ao modo mais eficaz de se ensinar gramática, a fim de contribuir para a competência comunicativa do aprendiz. Esta pesquisa visa ressaltar a importância de utilização do ensino de gramática como habilidade, uma vez que sem o conhecimento gramatical, o desempenho linguístico do aluno é seguramente ineficiente. Um curso de línguas tem como objetivo principal fazer com que o aprendiz tenha competência comunicativa na língua-alvo e, para tal, o ensino de gramática deve ser inserido e salientado no processo de ensino e aprendizagem. Posto que as pesquisas sobre o ensino de gramática como habilidade sejam relativamente recentes, este estudo tem a intenção de contribuir para as discussões sobre os efeitos da abordagem gramatical na aprendizagem de língua inglesa, bem como auxiliar professores em exercício e/ou futuros professores de línguas a compreender e a empregar essa proposta ainda pouco investigada. Tem-se a expectativa de desenvolver uma investigação que trata de novas abordagens de ensino-aprendizagem de gramática do inglês e motivar os aprendizes a estudar a língua, tendo como base norteadora o caráter tridimensional da gramática para o uso comunicativo significativo.

ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO EM

LÍNGUA INGLESA: FOCO DE ENSINO DE

GRAMÁTICA

Page 64: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

38 | P á g i n a

Fabiana Picoli UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Este projeto de pesquisa surgiu através das leituras sobre a concepção de linguagem, sua estreita relação com as práticas sociais e culturais no decorrer da história e sobre a amplitude que o projeto Teletandem Brasil: Línguas estrangeiras para todos vem adquirindo no contexto de ensino e aprendizagem de Línguas Estrangeiras nas universidades do Brasil e do exterior. O projeto Teletandem Brasil (TTB) é um contexto de ensino e aprendizagem de línguas mediado pelo computador. A aprendizagem de línguas colaborativa em regime de tandem é uma modalidade, que surgiu na Alemanha no final dos anos 60 e se difundiu para vários países, se popularizando nos anos 70, na Espanha. Na versão brasileira, a aprendizagem é realizada à distância, mediada pelo computador, em uma comunicação em tempo real por meio de programas como o Skype. As interações in-tandem, segundo Vieira-Abrahão (2009), citando Panichi (2002), têm como diretrizes três princípios: o da autonomia, da igualdade e da reciprocidade. Nessa pesquisa, analisaremos o princípio da igualdade, que se refere ao uso de duas línguas distintas nas sessões de teletandem, recebendo denominações diferentes tais como: bilinguismo, igualdade, responsabilidade e separação de línguas. Adotamos a definição de Vassallo e Telles (2006, p. 87) de “separação das línguas”, em que esclarecem que as sessões devem ser compostas por duas partes, podendo ser seguidas cronologicamente ou realizadas em dias diferentes, porém cada uma deve ser dedicada somente a uma língua. Nesse contexto de ensino e aprendizagem, o mediador, que pode estar na figura de um pesquisador, professor, de um aluno de graduação ou pós-graduação, tem a função de encorajar os aprendizes a exporem suas experiências, dando enfoque às questões positivas ou negativas que surgem das interações, visando a maximização doesse processo de aprendizagem colaborativa. Tendo em vista o princípio da igualdade e o trabalho do mediador, o tema escolhido para essa pesquisa será a investigação de como aquele é praticado nas interações pelos participantes e como a mediação pode auxiliar a compreensão e uso desse princípio no teletandem.

PROJETO TELETANDEM BRASIL: UM ESTUDO DO

PRINCÍPIO DA IGUALDADE NAS INTERAÇÕES SOB

A ÓTICA DO CODE-SWITCHING

Page 65: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

39 | P á g i n a

Fabio Rodrigues Pinheiro UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Diabaté surge na cena literária do Mali no final dos anos 60 e, como a maioria dos africanos que se lançam à escrita literária, escreve no idioma oficial de seu país – no caso, o francês. Sua escrita testemunha a tomada de consciência dos intelectuais africanos de sua época, para quem a independência cultural em relação ao colonizador passava necessariamente pela inspiração do intelectual africano nas fontes da oralidade. Com efeito, sua prosa abunda em imagens, modos de dizer, provérbios etc., que dizem respeito ao vernacular africano, constituindo uma escrita intercultural que pretende transpor para a língua do colonizador toda a “estranheza” da língua/cultura materna do autor e que pode ser interpretada como uma “tradução para o original”. Isso nos remete ao pensamento de Antoine Berman, para quem “a relação interna que uma obra mantém com a tradução (o que ela contém em si de tradução e não-tradução) determina idealmente seu modo de tradução interlingual” (1985, p. 100). Em seus escritos, Berman critica o que chama de “tradução etnocêntrica”, segundo a qual deve-se traduzir a obra estrangeira de maneira que não se “sinta” a tradução. Em sentido contrário, ele aponta como finalidade principal desta o acolhimento da “literalidade” do texto original, da originalidade própria da obra e da “estranheza” do outro. Pautados por essa reflexão, pretendemos propor uma tradução comentada do romance Le Lieutenant de Kouta, de Diabaté, primeiro volume de uma trilogia que se completa com Le Coiffeur de Kouta e Le Boucher de Kouta, tendo em vista o “trabalho sobre a letra” de Berman. Tencionamos investigar de que forma os elementos linguístico-discursivos e estilísticos permitem identificar o recurso às fontes da oralidade relativas à língua/cultura materna do autor e de que maneira a relação que esta mantém com o texto francês determina seu modo de tradução para outra(s) língua(s).

A ESCRITA INTERCULTURAL COMO

TRADUÇÃO E O DISCURSO ORAL AFRICANO

EM LE LIEUTENANT DE KOUTA, DE MASSA

MAKAN DIABATÉ

Page 66: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

40 | P á g i n a

Fabricio Paiva Mota UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara No contexto brasileiro, o contato entre falantes de línguas diferentes é um fenômeno acentuado, principalmente nas zonas fronteiriças. No cenário roraimense, existem duas fronteiras: ao norte com a Venezuela e ao leste com a Guiana. Dada a localização geográfica, o estado de Roraima é um dos poucos no país com fronteiras trilíngues, cujas línguas oficiais são o Português, o Inglês e o Espanhol, além das línguas indígenas e crioulas. O objetivo geral da nossa pesquisa é analisar as interferências linguísticas presentes em produções textuais de hispanos aprendizes de PLE. Os objetivos específicos são (a) identificar, classificar e descrever os tipos de interferência linguística presentes nas produções de hispanos aprendizes de PLE; (b) traçar o perfil sociolinguístico do hispano estudante de PLE na fronteira Brasil/Venezuela, (c) Relacionar os dados das interferências linguísticas com o perfil sociolinguístico dos informantes e (d) traçar o perfil sociolinguístico dos professores do Curso de PLE. Como base teórica utilizamos Menéndez e Mendéndez (2003), Weinreich (1953), Siguan (2001) dentre outros autores que tratam sobre interferências linguísticas. O conceito de Interferência também pode se referir à influência de uma língua A sobre uma língua B, porém o resultado desse contato, em geral, é uma estrutura mista, isto é não é nem LM nem LE. Em nossa pesquisa entendemos que (a) Interferência lexical: pode abrigar empréstimo e tradução direta; e (b) Interferência gramatical: morfofonológico e sintático, casos que atingem a estrutura gramatical do Português escrito pelos alunos de PLE. As produções foram coletadas entre 2015 e 2017, bem como a aplicação dos questionários. No momento estamos em fase de análise dos dados.

PROCESSOS DE INTERFERÊNCIA EM

PRODUÇÕES DE HISPANOS APRENDIZES DE

PLE NA FRONTEIRA BRASIL/VENEZUELA

Page 67: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

41 | P á g i n a

Fernanda Tonelli UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Inserido no contexto de integração entre países do sul da América Latina, esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre a formação do docente de línguas no que diz respeito ao entendimento de cultura nos cursos superiores de Licenciatura em Letras. Por meio de pesquisa qualitativa, propomos analisar as representações sociais de professores em formação dos cursos de Espanhol Língua Estrangeira, situado no Brasil, e Português Língua Estrangeira, na Argentina, a respeito das noções de cultura e seu ensino. Como procedimentos de coleta de dados, serão feitas pesquisas bibliográfica e documental, assim como aplicação de questionário, técnica de observação participante e procedimento de autobiografia narrativa. Os participantes são estudantes do último ano do curso de Letras - Espanhol de uma universidade do interior paulista e do último ano do curso de Profesorado en Portugués de uma instituição de ensino superior interior da Argentina. Por meio dos dados, buscamos identificar quais as representações desses professores em formação inicial a respeito do componente cultural no processo de ensino/aprendizagem de línguas. Para esta apresentação, nos dedicaremos a apresentar o percurso metodológico, um esboço da fundamentação teórica e uma primeira análise dos dados coletados com os participantes brasileiros. Pretendemos com este trabalho compreender as representações sociais de professores de PELSE a respeito das relações entre língua e cultura e, assim contribuir para a compreensão sobre o cenário dos cursos de formação de professores de língua estrangeira.

O COMPONENTE (INTER)CULTURAL NA

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS:

REFLEXÕES INICIAIS

Page 68: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

42 | P á g i n a

Flávia Dias Salvatore UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara A presente pesquisa de Mestrado coloca-se na pretensão de estudar e analisar os processos de Formação de Palavras do Português através dos neologismos encontrados na Música Popular Brasileira (MPB), em especial nas composições de nomes como: Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, baseando-se em aspectos teóricos, estruturalistas e funcionalistas das Morfologias Flexional e Lexical, da Estilística e da Fonologia. Os objetivos desta pesquisa são: compreender, refletir sobre, analisar e explicitar os mecanismos de formação neológica mais utilizados por esses compositores e se há algum procedimento que foge às Regras de Formação de Palavras (doravante RFPs) do Português, analisando, desta forma, os possíveis aspectos estilísticos presentes nas composições analisadas, destacando, assim, o estilo, as singularidades, de cada compositor presente neste projeto. “Neologismos são unidades lexicais formalmente novas, ou formas já existentes empregadas com novo sentido, que ocorrem em uma língua” (ALVES,1994). De acordo com Correia (1998), os neologismos podem ser constituídos dentro do próprio sistema linguístico ou resultar da importação de unidades de outras línguas. Os neologismos, construídos dentro do sistema linguístico, apresentam as estruturas morfológicas próprias do sistema a que pertencem, partindo dos processos de formação de palavras presentes na língua. No caso do português, podemos ter: Derivação; Composição; Abreviação; Derivação Imprópria ou Conversão; Onomatopeias; Reduplicação ou Redobro; Hibridismo; e Siglagem. O tema do presente trabalho tem com foco a produção de neologismos em letras de músicas, que é ainda incipiente, atraente e produtivo, pois une o prazer da música e a poesia da letra com a investigação científica da própria língua em que as letras são escritas. Além disso, representa uma grande contribuição para a compreensão das estratégias por trás da formação de itens neológicos, com finalidades estilísticas ou não, nas composições de artistas da MPB e, de uma maneira mais geral, contribuirá com os estudos em Neologia.

NEOLOGISMOS NA MÚSICA POPULAR

BRASILEIRA

Page 69: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

43 | P á g i n a

Flavia Karla Ribeiro Santos UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Utilizando a metodologia de pesquisa da Historiografia Linguística, conforme os estudos de P. Swiggers, E. F. K. Koerner, C. Altman, nesta pesquisa, examinamos como despontou e se desenvolveu o conceito de figuratividade na semiótica francesa, cujo papel na construção do sentido envolve a articulação de simulacros do mundo natural com as dimensões tímica e sensível do discurso à medida que os sujeitos percebem e apreendem os objetos. Nosso córpus é composto de obras que tratam da teoria semiótica francesa: de 1966 (ano de publicação de Sémantique Structurale) até 2016, considerando, nesse período, todos os trabalhos publicados em revistas, dissertações, teses ou livros de semiótica que tenham o termo “figuratividade” e seus correlatos no título. Semioticistas como A. J. Greimas, J. Fontanille, É. Landowski, D. Bertrand, S. Badir, P. Ouellet, T. Keane, I. A. Silva, I. R. Farias são pesquisadores cujos estudos sobre o conceito de figuratividade se destacam. Acreditamos que o conceito de figuratividade se desenvolveu acompanhando as transformações teóricas e as novas exigências de análise erigidas desde o início do projeto semiótico. Sendo assim, sem desconsiderar o espírito científico de época, além de definir o estatuto desse conceito operatório dentro da teoria, pretendemos periodizá-lo, descrever sua evolução e interpretar os dados coletados, tendo em vista seu surgimento, sua fundamentação e seu desenvolvimento no interior da cultura científica da semiótica. Embora ainda pretendamos examinar a evolução do conceito em teses, dissertações e livros, damos ênfase, nesse momento da pesquisa, ao estudo dos periódicos que se originaram dos grupos de pesquisas em semiótica de universidades do Brasil e da França, como a Significação, a Estudos Semióticos, os Cadernos de Semiótica Aplicada – CASA, a Actes Sémiotiques, entre outros, que refletem as discussões dos seminários, bem como a influência da institucionalização da teoria nas discussões científicas que contribuíram para o estudo da figuratividade.

O CONCEITO DE FIGURATIVIDADE

EM SEMIÓTICA

Page 70: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

44 | P á g i n a

Gabrieli Damada UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O aprendizado de uma língua vai além do domínio gramatical e oral, isso porque a todo instante fazemos relações metafóricas, analogias e utilizamos expressões idiomáticas, fatores que dificultam a fluência oral e, até mesmo, a interpretação e produção de diferentes gêneros textuais. Por conseguinte, espera-se com este trabalho analisar construções encontradas em textos e manuais didáticos em língua inglesa que exigem uma interpretação no sentido conotativo e compará-las com as utilizadas em língua portuguesa. Consideremos a construção: The phone goes dead, num primeiro momento, o uso do adjetivo dead causa certo estranhamento, pois é comumente utilizado para designar uma característica humana e caso seja considerada a tradução isolada dos termos não teremos um significado coerente. Todavia, se analisarmos o uso dessa expressão e da versão em português: O telefone está mudo, identificamos a presença de um processo metafórico e metonímico. Ambos adquiridos de nosso conhecimento de mundo, afinal o telefone (substantivo / objeto) não morre ou fica propriamente mudo, mas deixa de funcionar e essa relação é expressa por meio de características / padrões biológicos, corporificados, que são recorrentes, ou seja, adquiridos desde a infância. Destarte, a analogia, a metáfora e os esquemas de imagem podem também auxiliar no aprendizado e no ensino de inglês como língua estrangeira. Essas características atreladas ao contexto sócio- histórico e comparadas com as versões em língua portuguesa podem melhorar a relação aprendiz – língua e, sobretudo, auxiliar no desenvolvimento da fluência escrita, oral e da competência leitora. Em suma, considerar o uso efetivo do idioma – semântico, sintático e pragmático – pode motivar o desenvolvimento da habilidade linguística do aprendiz e contribuir para os estudos sobre ensino de construções idiomáticas. Ressalta-se que como referencial teórico utilizaremos ferramentas da Moderna Linguística Cognitiva como a Teoria da Metáfora Conceptual, a Teoria da Integração Conceptual e os Esquemas de Imagem.

ANÁLISE DE CONSTRUÇÕES EM INGLÊS E

PORTUGUÊS POR MEIO DE METÁFORAS E

ESQUEMAS DE IMAGENS

Page 71: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

45 | P á g i n a

Geiza da Silva Gimenes

UNESP – Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Sob a perspectiva da semiótica greimasiana e mobilizando conceitos como território, territorialização, territorialidade, entre outros, propusemo-nos analisar a construção de práticas espaciais que dão contorno às concepções emanadas da Geografia, estabelecendo, desse modo, uma prática dialógica com essa área. Desse modo, esta pesquisa estabelece um diálogo direto com a Geografia, área das Ciências Sociais quem cunhou os conceitos que nos propusemos analisar, para, a partir daí, descortinar as diferentes práticas dos sujeitos que disputaram o Território do Oiapoque na fronteira entre o Brasil (Amapá) e a França (Guiana Francesa), entre os anos de 1894 e 1900. Os movimentos instaurados nesse contexto promoveram sua nomeação a Território Contestado e colocam-se relacionados ao processo de formação e ocupação do território brasileiro pela Coroa Portuguesa, bem como inscrevem estratégias de defesa nesse espaço. Tal disputa desencadeou, a partir das práticas estabelecidas no território, a construção de uma identidade nacional, contexto em que as duas nações envolvidas procuraram, cada uma a seu modo, impor sua identidade no espaço sub judice. No percurso da construção tanto do território quanto da identidade, o acontecimento da descoberta do ouro no Calçoene acirra a gana nacionalista e também estrategista pela posse do Território do Oiapoque, objeto de estudo deste trabalho.

TERRITÓRIO E IDENTIDADE: A DESCOBERTA DO

OURO NAS DISPUTAS ENTRE BRASIL E FRANÇA

Page 72: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

46 | P á g i n a

Heloísa Bacchi Zanchetta UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Aprender Português como Língua Estrangeira (doravante PLE) ou qualquer língua estrangeira é inserir-se no universo ao qual a língua pertence. Considerada um fenômeno histórico e social, aprendê-la, portanto, significa agir culturalmente na língua e em seu meio social. De acordo com Welsch (2010) a transculturalidade é uma consequência da complexidade de culturas modernas e remete ao entrelaçamento de diversas culturas que ultrapassam fronteiras e se misturam. Pressupondo que as relações culturais e transculturais acontecem de diversas maneiras no processo de aprendizagem de PLE, nos propomos a observar como se dão essas variedades por aprendizes em contexto de imersão no interior do estado de São Paulo. Partindo da hipótese de que a cultura é fator constituinte da linguagem e de que as identidades encontram-se em constante transformação propiciando diversificadas relações transculturais, objetiva-se especificamente investigar a (re)construção da identidade linguístico-cultural do sujeito estrangeiro na interação com a língua e com o contexto cultural brasileiro e; observar o referente teórico e metodológico no processo de ensino e aprendizagem de PLE e suas inter-relações, no que se refere aos aspectos transculturais. Para cumprir esses objetivos serão necessários os seguintes instrumentos metodológicos: questionários (inicial e final), entrevistas semiestruturadas com os alunos e observações de aulas e notas de campo. Os pressupostos teóricos que norteiam este trabalho destacam a relação intrínseca entre língua e cultura, junto à importância do conhecimento desta última na aprendizagem de línguas (KRAMSCH, 1998), a questão da identidade no ensino de línguas (RAJAGOPALAN, 2009) e a abordagem transcultural neste mesmo âmbito (KRAMSCH, 2012).

AS RELAÇÕES TRANSCULTURAIS NA

APRENDIZAGEM DE PORTUGUÊS LÍNGUA

ESTRANGEIRA EM CONTEXTO DE IMERSÃO

Page 73: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

47 | P á g i n a

Heloísa Postai Sacco UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Considerando o cenário atual de ensino e aprendizagem, nota-se que dentre os muitos métodos de ensino, e livros didáticos especializados para o ensino de inglês como língua estrangeira poucos apresentam a tradução como um recurso para favorecer a aprendizagem de uma língua-alvo. Essa escassez é, possivelmente, decorrente da crença instituída por abordagens ensino tradicionais, tal como a Gramática e Tradução, utilizavam este exercício de forma pouco relevante para os aprendizes. Sendo assim, os objetivos deste trabalho serão analisar como a prática da tradução como ferramenta pedagógica pode influenciar a aprendizagem de língua inglesa e verificar quais as visões de alunos e professores sobre tradução. A pesquisa será realizada no Centro de Ensino de Línguas da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (CEL/FCLAr), projeto de extensão em que tutores-bolsistas, ou seja, futuros professores em formação inicial, ministram aulas de línguas estrangeiras para a comunidade. Com este estudo, buscaremos discutir as opiniões de alunos e tutores-bolsistas sobre o uso da tradução em sala de aula, coletadas por meio de questionários semiestruturados e entrevistas, gravadas em áudio. Além disso, serão feitas observações (não participante) de aulas no nível básico I e II, acompanhadas de notas de campo. Por meio desses instrumentos e procedimentos, temos o intuito de refletir sobre o uso da prática da tradução pedagógica e como tal uso pode influenciar o processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa.

UM ESTUDO SOBRE A TRADUÇÃO

PEDAGÓGICA NO ENSINO E NA

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA

Page 74: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

48 | P á g i n a

Iago David Mateus UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Este texto é um dos resultados das investigações que estamos realizando em nosso projeto de mestrado “Estudo etnográfico e terminológico das borboletas juruna para contribuições terminográficas”, que se mostra interdisciplinar não só por apresentar os objetivos de compreender, documentar e descrever os papeis linguísticos, mítico-culturais e os demais saberes e práticas dos índios juruna em relação aos animais por nós conhecidos como “borboletas”, para discutir qual a melhor forma de inserir esses “insetos” na microestrutura de um dicionário bilíngue Juruna/Português; como também por ter rendido dados coletados que sugerem questões e reflexões críticas ao referencial de teorias de outras áreas, como o perspectivismo cunhado por Viveiros de Castro (1996). Acresce que, para comprovar que nosso objeto de estudo configura uma área de especialidade entre os referidos indígenas brasileiros e cumprir nossos demais objetivos, nos embasamos na Terminologia Etnográfica de Fargetti (2015), em investigações da Etnoentomologia, como Costa Neto & Resende (2004) e também na teoria conceptual da metáfora de Lakoff & Johnson (2002). Pretendemos, também, abordar neste debate quais as modificações sofridas, em campo, durante nossa recente ida à aldeia Tuba-Tuba (próxima à BR-80, MT), pela metodologia de coleta de dados que havíamos previamente programado, pois não nos foi permitido, por exemplo, realizar abates das borboletas que foram momentaneamente capturadas em seu habitat natural com auxílio dos próprios juruna (de maneira manual ou por meio de um puçá) para que as fotografássemos para depois libertá-las. Todos os registros fotográficos foram identificados por um especialista da comunidade com os termos e histórias míticas em juruna. Cabe mencionar ainda que elaboraremos posteriormente definições enciclopédico-terminográficas que serão debatidas e revisadas com os falantes nativos juruna em uma segunda ida a campo ou em reuniões online.

BORBOLETAS DOS JURUNA: QUESTÕES DE

TERMINOLOGIA

Page 75: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

49 | P á g i n a

Jessica de Castro Gonçalves UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Este trabalho discute as recriações do romance Dom Casmurro em outros gêneros discursivos. Analisa-se a ressignificação do narrador Dom Casmurro na minissérie Capitu de Luís Fernando Carvalho e na história em quadrinhos de Felipe Grecco e Mario Cau. Dada à recorrência desse tipo de produção, emergem-se discursos contrários à leitura destas obras recriadas, pautados no grau de fidelidade dessas com o enredo canônico. Objetiva-se, portanto, discutir a minissérie e a história em quadrinhos como novas obras e não como simples adaptações, considerando-as em suas específicas formas, conteúdos e estilos. Discute-se ainda a relação de (in) dependência entre esses enunciados e o romance. Este trabalho fundamenta-se nas ideias sobre enunciado, gêneros discursivos e diálogo desenvolvidas pelo Círculo de Bakhtin/Medvedev/Volochinov. Metodologicamente, propõe-se a análise do corpus a partir do método dialético-dialógico (Paula et al, 2011). Segundo as ideias do Círculo, cada enunciado materializa-se num gênero discursivo, o qual se constitui numa relação indissolúvel entre conteúdo, forma e estilo, estabelecendo diálogos inúmeros dentro dos variados contextos de produção e recepção. Ao analisarmos as recriações em outros gêneros observa-se, então, que, a recriação do enredo em outra forma a partir de outro estilo autoral provoca ressignificações no enredo romanesco, sendo diferentes os conteúdos de cada obra. Concluí-se que a minissérie e a história em quadrinhos constituem-se novas obras ao se materializarem nesses novos gêneros, sem deixar de manter relações dialógicas com o romance. Almeja-se com este estudo contribuir para os estudos contemporâneos sobre gênero discursivo.

DOM CASMURRO EM DIFERENTES

MATERIALIDADES: UMA ANÁLISE VERBO-VOCO-

VISUAL DO ROMANCE, DA HQ E DA MINISSÉRIE

Page 76: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

50 | P á g i n a

Jessica Nunes Caldeira Cunha UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas As pesquisas na área de avaliação de proficiência no Brasil já resultaram na produção de exames como o Exame de Proficiência para Professores de Língua Estrangeira (EPPLE) (CONSOLO et al, 2009), um exame de proficiência que visa avaliar a proficiência linguístico-comunicativo-pedagógica de professores no contexto brasileiro. Dando continuidade aos estudos neste âmbito, o pré-teste ao EPPLE foi proposto como uma ferramenta de indicação prévia ao candidato sobre suas possibilidades de sucesso no exame (CONSOLO; AGUENA, 2017). Seu desenvolvimento se deu a partir da análise do EPPLE e de seu construto, ao que se seguiram seu desenho e elaboração de faixas de proficiência. Além disso, o pré-teste foi desenvolvido em formato eletrônico, disponibilizado em computadores e dispositivos eletrônicos com acesso à internet, o que o insere em uma tendência de incorporação dos avanços tecnológicos na área de avaliação em línguas estrangeiras, assim como na grande área de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras (CHAPELLE; VOSS, 2016). Este trabalho resulta da análise parcial de dados de um trabalho que tem por objetivo desenvolver e operacionalizar um pré-teste válido em relação ao EPPLE, e disponível em dispositivos eletrônicos. Foram realizadas aplicações do pré-teste em duas turmas de formandos em Letras Português/Inglês em uma universidade estadual no sudeste do Brasil. As aplicações foram feitas através de aparelhos celulares e os participantes responderam a questionários que permitiram a coleta de informações sobre seus perfis pessoais e suas impressões sobre o teste. Em uma das turmas, foi aplicado também o EPPLE, com a finalidade de cruzar seus resultados com os do pré-teste, buscando uma evidência de sua validade. A análise dos dados revelou algumas relações entre o pré-teste e os dois testes do EPPLE, oral e escrito, como pontos de discussão em seu processo de validação. Discutimos, também, os próximos passos no desenvolvimento deste trabalho.

O PRÉ-TESTE DO EPPLE (EXAME DE PROFICIÊNCIA

PARA PROFESSORES DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS):

DESAFIOS TECNOLÓGICOS, VALIDADE E HISTÓRICO

DE IMPLEMENTAÇÃO

Page 77: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

51 | P á g i n a

Joagda Rezende Abib

UNESP – Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Tem este trabalho o objetivo de utilizar músicas populares de grande sucesso, desde 1950 até o início do século XXI, para descrever a natureza e as mudanças no discurso amoroso durante esse período e, para isso, faremos uma análise das letras das músicas que constituem o corpus desta pesquisa. Iremos ancorar a letra de cada uma delas em seu momento histórico, fazer uma análise cognitiva e funcional (retórica), a partir dos frames do auditório da época, considerado como uma comunidade interpretativa. O referencial teórico utilizado é a Linguística Cognitiva, principalmente o conceito de frames e comunidades interpretativas, expostos por Robin Lakoff (2000) em seu livro The language war, em que a autora nos fala da existência de comunidades interpretativas a partir do senso comum criado por frames semânticos, o que está ligado intrinsecamente a valores e varia de época para época. Além disso, para realizar as análises, nos baseamos na obra The elements of eloquence, escrita por James Forsyth (2013), de modo a perceber como e com qual intuito são utilizadas, nas letras, as figuras de linguagem. O resultado esperado é conseguir um descrição sobre aspectos sociais e emocionais do relacionamento amoroso e perceber como as letras de música refletem o senso comum e retratam muito da realidade da época em que foram escritas.

CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA DENTRO

DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA: UM

ESTUDO SOBRE O AMOR

Page 78: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

52 | P á g i n a

Jonatha de Almeida Alberto UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Considerando-se que existe hoje uma gama de materiais didáticos para o ensino de língua inglesa disponível no mercado, uma seleção dos mesmos faz-se necessária para que os objetivos e as propostas educacionais tanto do professor, quanto da instituição à que se vincula, sejam alcançados. Para tanto, esta pesquisa visa verificar em que ponto os elementos culturais do livro “High Up 1” (DIAS, R.; JUCÁ, L.; FARIA, R., 2013) estão alinhados com perspectivas contemporâneas de cultura e interculturalidade no ensino de línguas. Uma segunda parte do trabalho consiste na observação de aulas de uma professora da rede pública que utiliza o referido material em sala, com as turmas do primeiro ano do ensino médio, ou seja, observamos de que maneira ela insere na aula (ou não) os componentes culturais presentes no livro e no guia didático do professor. Três são as fontes em que nos baseamos para o desenvolvimento do nosso estudo: (i) o material didático em si, (ii) entrevistas inicial e final e (iii) notas de campo. A partir da triangulação destes é que se torna possível observar de que maneira o componente cultural está inserido no material e de que forma a professora faz uso dele em sala de aula.

ANÁLISE DO USO DOS COMPONENTES

CULTURAIS DO MATERIAL DIDÁTICO

“HIGH UP 1” PARA O ENSINO DE LE

Page 79: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

53 | P á g i n a

Jorge Gabriel Sartini Popoff UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O objetivo deste trabalho é depreender a significação de elementos discursivos construtores do perfil do sujeito feminino muçulmano a partir da edição 56 da revista Gazelle. A revista Gazelle é um periódico bimestral em língua francesa, voltado para um público feminino, de etnia magrebina, e de confissão muçulmana. Sendo vendida na França e em países francófonos, como Marrocos, Líbia, Argélia, Tunísia e em Quebec, no Canadá, seu conteúdo toca em interesses não só do universo feminino mais estereotipado e do senso comum, mas também no que corresponde à vida da mulher muçulmana e do imigrado que carrega consigo a cultura de suas raízes e tradições. Veremos, neste trabalho, como, sob a perspectiva da semiótica discursiva, elementos do mundo ocidental e francês se cruzam com elementos da cultura norte-africana, do oriente médio e muçulmana, em que se encontra uma estrutura plástica subjacente à elaboração de uma coleção de vestidos que a revista põe em relevo em homenagem às estrelas de Hollywood em uma de suas matérias, contribuindo para a criação de uma imagem do público vista no interior do discurso. A partir daí, pretendemos com esse intuito determinar as imagens do enunciador e sobretudo do enunciatário através destes mesmo elementos selecionados, bem como identificá-los na conjuntura ideológica em que está inserida a revista. Para tanto, utilizaremos das ferramentas da teoria semiótica greimasiana, que tem como base a apreensão da significação por meio do percurso gerativo de sentido que examina o objeto discursivo no seu nível mais simples e abstrato até o seu nível mais complexo e concreto. Analisaremos o plano do conteúdo das linguagens verbal e visual, passando pelos níveis fundamental, narrativo e discursivo. No que diz respeito ao visual, trataremos das categorias eidética, cromática e topológica, cujo desenvolvimento se deu na esteira dos estudos da semiótica de Greimas, para o tratamento da linguagem plástica.

DESVELANDO O VÉU DO DISCURSO: UMA

ANÁLISE SEMIÓTICA DA REVISTA

MUÇULMANA FRANCO-MAGREBINA

FEMININA GAZELLE

Page 80: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

54 | P á g i n a

Jozimar Luciovanio Bernardo UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Investigar palavras de uma língua enseja o conhecimento de muitos e diversos traços da sociedade que as (re)produz no decurso temporal. Por este prisma, o léxico figura como patrimônio cultural, pois estudar a língua, um produto histórico, é, concomitantemente, perscrutar dados de cultura. Com base nisso, propomos investigar o vocabulário de tecidos e confecções no banco de dados do “Dicionário Histórico do Português do Brasil - séculos XVI, XVII e XVIII”, assinalando a sua atribuição de testemunhas de uma época (MATORÉ, 1953) e conjugando o estudo linguístico das unidades léxicas inventariadas. O banco de dados do DHPB constitui obra documental de quase toda a época do Brasil Colônia, construído com o fito de reunir o acervo lexical que teria servido de base ao português do Brasil (MURAKAWA, 2011, 2015). Assim, compreendendo esse universo lexical, buscamos retratar aspectos da língua e da sociedade, uma vez que o léxico, ao classificar as experiências humanas, pode ser entendido como representação sociocultural (BIDERMAN, 2001). Esta proposta advém de um projeto de doutorado – em andamento na Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (UNESP) – cuja coleta de dados foi realizada mediante recursos do gerenciador Philologic e a descrição e análise dos itens léxicos por meio de consultas a dicionários de português dos séculos XVIII, XIX, XX e XXI, a partir dos quais construímos as fichas lexicográficas. Procederemos à organização de campos lexicais, com base em teóricos como Geckeler (1971), Coseriu (1977) e Vilela (1994) Dentro da perspectiva apresentada, apreendemos as unidades léxicas que nomeiam tecidos e confecções – a exemplo de artefatos têxteis destinados ao âmbito doméstico, ao litúrgico, ao náutico, entre outros – como meios de se fazer conhecê-los associando hábitos, eventos, trajetórias, funções práticas e estéticas etc.

TESSITURAS HISTÓRICO-LINGUÍSTICAS: O

VOCABULÁRIO TÊXTIL DA LÍNGUA

PORTUGUESA NO BRASIL COLÔNIA

Page 81: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

55 | P á g i n a

Júlia Batista Alves UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Por questões de limitação de tamanho, o presente trabalho trata-se de um recorte da nossa pesquisa de doutorado, cujo título provisório é “O Ensino da Pronúncia da Língua Espanhola no Ensino Médio: análise das estratégias dos professores”. Por esse motivo, não discutiremos especificamente sobre os dados obtidos, mas sobre a base teórica. A base teórica se centra em algumas pesquisas que, por um lado, tratam da aquisição, da aprendizagem e do ensino de línguas estrangeiras, como Baralo (2011), Gargallo (2010) e Selinker (1972) e, por outro, tratam da pronúncia e do ensino e aprendizagem da pronúncia especificamente, como Carbó et al. (2003), Celce-Murcia et al. (2010), Cortés (2002), Flege (1981, 1991, 1995), Gil Fernández (2007), Hidalgo Navarro (2006, 2012), Llisterri (2001, 2003), Polivanov (1931), Trubetskoy (1949), entre outros. O objetivo desta parte teórica na nossa investigação de doutorado é ter um suporte para a análise do que os professores de espanhol como língua estrangeira (ELE) para estudantes brasileiros pensam sobre o ensino e a aprendizagem da pronúncia e propor algumas reflexões sobre o tema. Observamos que as teorias que embasam o nosso trabalho corroboram não só a necessidade de uma maior atenção à formação fonético-fonológica do professor de línguas, mas também a importância de um ensino sistemático, significativo e comunicativo da pronúncia para o alcance de uma comunicação efetiva e inteligível.

SABERES NECESSÁRIOS PARA O ENSINO E A

APRENDIZAGEM DA PRONÚNCIA NA SALA

DE AULA DE ELE

Page 82: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

56 | P á g i n a

Juliana Giseli da Silva Zancanaro UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O advento das novas tecnologias e a crescente expansão da mídia, fez surgir uma nova sociedade, novos tipos de relações sociais e diferentes formas de interação. A comunicação, atrelada desde os primórdios ao compartilhamento de um mesmo ambiente espaço-temporal, ganha a possibilidade de transpor essa premissa, possibilitando um modo de comunicação revolucionário, dissociado de espaços físicos e tempo cronológico. A interação face a face deixa de ser exclusiva e passa ocorrer também a partir de outros tipos de comunicação. Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo apresentar uma pesquisa que trata das novas formas de interação que emergem a partir da aplicação de um dos modos de uso do aplicativo Quizlet - o Quizlet Live, em sala de aula de alunos do Ensino Médio e que podem facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Apoiaremo-nos teoricamente em estudos acerca da relevância do uso de tecnologias móveis em sala de aula (Lucena, 2016; Liz, 2015, entre outros) e da importância dos diferentes tipos de interação presentes no processo de ensino-aprendizagem de língua inglesa (Barbirato, 2005; Anderson & Garisson, 1998,2008; Leffa, 2016; Thompson,1995, 2011 e outros). A partir dos resultados da análise das potencialidades da ferramenta em uso, pretendemos contribuir para com a compreensão e categorização das diferentes formas de interação no contexto atual de ensino, bem como para as pesquisas da área.

USO DO QUIZLET LIVE NO PROCESSO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA NO

ENSINO MÉDIO: FOCO NAS FORMAS DE

INTERAÇÃO DOS ALUNOS

Page 83: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

57 | P á g i n a

Kamyla Barbosa Coradini UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

O presente trabalho apresenta uma análise sobre os aspectos culturais a partir dos gêneros textuais na coleção Circles (2016), um material didático previamente examinado e selecionado por uma comissão nomeada pelo governo federal – de acordo com o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD-2018) e, posteriormente, escolhido por professores da rede pública de ensino. Este estudo se mostrou de grande relevância tanto por trazer a interação entre cultura e gêneros textuais, visto que as pesquisas costumam considerar um aspecto ou outro e não a relação entre ambos, quanto por evidenciar a importância do estudo de aspectos culturais em livros didáticos do ensino médio. A pesquisa se deu com base nos conceitos de cultura defendidos por Kramsch (2001, 2009), Salomão (2015), Dourado e Poshar (2010), Kumaravadivelu (2003), Moran (2011), Rajagopalan, (2005), bem como conceitos sobre gêneros textuais conforme Bakhtin (1895-1975), Marchuschi (2002, 2008, 2011), Bronckart (2012), Hammond e Derewianka (2001). Esta pesquisa busca compreender como os aspectos culturais são apresentados nos livros da coleção e no guia didático do professor e, tendo em vista que a coleção é pautada no ensino por meio de gêneros textuais, como os mesmos abordam os aspectos culturais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa interpretativista de natureza básica. Os resultados mostraram que, no livro do aluno, embora haja alguns boxes de notas culturais, o aspecto cultural foi pouco explorado de forma explícita, assim como no guia didático do professor que, apesar de descrever detalhadamente os objetivos e sugestões para cada unidade de cada volume da coleção, expor detalhadamente as funções e propósitos dos gêneros textuais, raramente aponta a associação entre os aspectos culturais e os gêneros textuais. Essa associação é feita de maneira pontual, prevalecendo nos gêneros pôsteres e resumos de filmes, pôster de campanha e biografia.

ANÁLISE DOS ASPECTOS CULTURAIS A PARTIR

DOS GÊNEROS TEXTUAIS NOS LIVROS

DIDÁTICOS DA COLEÇÃO CIRCLES – PNLD 2018

Page 84: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

58 | P á g i n a

Karina Rocha Campos UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

As desnotícias se tratam de notícias humorísticas falsas veiculadas por sites e blogs que parodiam o gênero jornalístico, subvertendo-o de seu propósito original e criando um novo gênero discursivo. Este trabalho tem como objetivo analisar as desnotícias produzidas pelo site Sensacionalista e o blog The Piauí Herald no que diz respeito à isotopia dominante de seus temas e figuras, a fim de traçar o éthos da inteligência enunciativa por trás dos veículos. Para esses fins, o suporte teórico selecionado concentra-se nos estudos de Semiótica Discursiva realizados por Jacques Fontanille (2007), José Luiz Fiorin (2005) (2008) e Diana Luz Pessoa de Barros (2002). Primeiramente, as produções de março e abril foram contabilizadas em dois grandes grupos temáticos: “cotidiano” e “sociopolítico”. Sabe-se que, no mês de março, apenas 7% das desnotícias do blog The Piauí Herald trataram de temas cotidianos, enquanto no Sensacionalista 55% das desnotícias se encaixaram no mesmo grupo. Observa-se que o modo de desnoticiar dos veículos é diferente, apesar de ambos praticarem o mesmo gênero discursivo. Uma avaliação mais detida das isotopias temáticas poderá determinar as intersecções entre o blog e o site e fornecer pistas para investigar as características dos enunciadores. Em seguida, pretende-se analisar as desnotícias a fim de responder as perguntas: do que deveria rir o enunciatário? Quais são as figuras mais recorrentes num determinado conjunto de desnotícias? Quais são as situações narrativas presentes? Existe a predominância de figuras femininas ou masculinas? Quais são as maiores tendências nesse corpus? Assim que respondidas, essas questões fornecerão dados suficientes para delinear hipóteses acerca da actorialização do sujeito da enunciação. Por se tratarem de dois veículos diferentes, o éthos de cada um dos enunciadores é resgatado também de modo diferente. O que se pretende observar, ao final, é o modo como os enunciadores operam os temas e figuras parodiados.

AS ISOTOPIAS DOMINANTES DAS

DESNOTÍCIAS

Page 85: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

59 | P á g i n a

Laura Braghini Zampieri UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Em meados dos anos 70, o termo tandem foi primeiramente usado para definir uma recém-nascida modalidade de aprendizagem colaborativa baseada na interação de falantes de diferentes línguas como o intuito de aprender uma nova língua e ensinar a sua própria (SALOMÃO; SILVA; DANIEL, 2009). Atualmente, o projeto “Tandem: Língua Estrangeira para Todos” é desenvolvido na Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (UNESP) e será o contexto de estudo para o presente projeto, que pretende analisar a compreensão intercultural pelo olhar dos próprios interagentes através da técnica de visionamento (observação da própria interação), ou seja, como as pessoas enxergam a sua própria cultura e como a transmitem. A intrínseca conexão existente entre cultura e língua é o que guia a importância do estudo da compreensão intercultural no mundo atual e fomenta o desenvolvimento deste projeto.

A INDISSOCIABILIDADE ENTRE LÍNGA E

CULTURA: UM OLHAR SOBRE A COMPREENSÃO

INTERCULTURAL EM UM CONTEXTO DE

TELETANDEM

Page 86: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

60 | P á g i n a

Letícia Thurler de Campos Marques UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Entendendo bilinguismo como um fenômeno complexo em que o individuo utiliza duas línguas em diferentes situações de seu cotidiano, possuindo diferentes competências em cada uma delas (GROSJEAN, 1997); e língua de herança como uma especialidade de língua estrangeira – e, às vezes, de língua materna – que se realiza em um contexto em que a língua e a cultura são ensinadas e transmitidas a filhos de imigrantes com o desejo de preservação dessa língua e cultura como capitais herdados de pais nativos (ALMEIDA FILHO, 2016), este trabalho de pesquisa objetiva discutir as relações de identidade que a falante MAR., habitante da França (país de nascimento do pai), estabelece com a língua portuguesa e diferentes aspectos culturais do Brasil (país de nascimento da mãe), entre os dois anos e três meses e os três anos e dois meses de idade. Para tanto, se busca discutir a relação entre os conceitos de “bilinguismo” e “língua de herança” dentro das pesquisas da área de Linguística. O estudo está sendo realizado sob uma perspectiva bakhtiniana de um recorte do processo de aquisição da linguagem, ou seja, abordando a construção da língua da criança em contexto de interação entre sujeitos, na sua natureza sociocultural e em diferentes gêneros.

QUESTÕES DE BILINGUISMO E LÍNGUA

DE HERANÇA

Page 87: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

61 | P á g i n a

Lígia Egídia Moscardini UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Até os anos 1970, a Educação Escolar Indígena tinha a função de “civilizar” índios. Por constantes reivindicações, ela passa a se tornar um meio de preservação cultural, interação com não-indígenas e luta por seus direitos. A escola Kamadu, da etnia juruna/yudjá, tem esse objetivo. Por isso, se elaboraram metodologias para intervenções não-indígenas que auxiliassem a escrita em português por indígenas: a Refacção Textual e o Paradigma Indiciário já explorada em dissertação de mestrado. Assim sendo, essa tese é inspirada na última viagem a campo para a aldeia juruna e no próprio desenvolvimento da dissertação de mestrado. Tomando as mesmas metodologias e propostas de intervenção em textos, ela será constituída de pontos latentes na dissertação que propõe Observar, em produções textuais selecionadas, algumas reflexões entre minha posição de professora-pesquisadora não-indígena a realizar intervenções/correções em textos em português de alunos e professores indígenas, e se isso promove ou não alguma “perda de autoria indígena”, “perda cultural” ou “perda de identidade”.

SUBSÍDIOS LINGUÍSTICOS E REFLEXÕES

SOBRE AUTORIA E IDENTIDADE DE TEXTOS

EM PORTUGUÊS, ENQUANTO SEGUNDA

LÍNGUA, EM CONTEXTO ESCOLAR JURUNA

Page 88: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

62 | P á g i n a

Marcela Barchi Paglione UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Agência de Fomento: FAPESP - Processo 2017/04260-8

Um dos resultados a serem debatidos é que o seriado se reconstrói, na contemporaneidade, por se comportar de maneira particularmente interativa. A partir da interação propiciada pela Rede e pelas mídias digitais, os sujeitos adquirem novas características de interação e, dessa forma, reconstroem-se também os gêneros em meio a novas necessidades comunicativas da esfera. Com base nos estudos da linguagem da filosofia do Círculo Bakhtin, Medvíedev, Volochinov, (Círculo B.M.V.), este trabalho se propõe a discutir o conceito de cultura a partir de um viés bakhtiniano e analisá-lo em meio ao contexto da recepção social do gênero seriado na contemporaneidade, nas relações midiáticas e transmidiáticas entre fãs e seriado. Para o Círculo, não há como tratar de uma cultura una, mas de culturas dialógicas e dialéticas, em perpétua interação, constituídas na fronteira do “eu” e do “outro”, tal qual o sujeito o é nessa concepção (BAKHTIN, 2011). Além disso, não há como desvenciliar os chamados mundo da vida e mundo da cultura (BAKHTIN, 2010), em meio aos quais os enunciados e gêneros, primários e secundários se estabelecem. É nessa dualidade que seriado e fãs se constituem, em meio à recepção ativa do seriado na Rede. Como objeto, será analisado Sherlock (2010), principalmente sua segunda temporada, e os enunciados responsivos dos fãs com base no tema da falsa morte do detetive. Assim, demonstrar-se-á o processo cultural de recepção do seriado na contemporaneidade, em especial, de Sherlock, em meio a relação arte e vida.

A RECEPÇÃO CULTURAL

TRANSMIDIÁTICA DE SHERLOCK

Page 89: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

63 | P á g i n a

Maria do Socorro Melo Araújo UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Este trabalho mostra resultados parciais da pesquisa de doutorado Atlas Toponímico Antropocultural de Roraima, cuja metodologia baseia-se em Dick (1990), Nascentes (1966). O fato de os indígenas viverem em mundos cujos valores espirituais e culturais explicam, conceituam e revelam fatos, quase sempre por meio de narrativas orais e de suas representações metafóricas, simbólicas e imagéticas levanta-se a hipótese de que mitos e lendas da região estão ligados à escolha toponímica e resulta numa sobreposição linguístico-cultural. A pesquisa objetiva reconhecer estratos lexicais nos topônimos com origem de línguas e culturas indígenas, observando aspectos gramaticais e semânticos; compreender motivação toponímica resultante de diversidade étnica e da expressão de suas narrativas orais. Uiramutã, recorte deste trabalho, é considerado um município indígena que na fronteira com a Guiana e Venezuela transporta tradição mitológica ao abrigar “a casa de Makunaima”. Os dados partem de Cruz et tal (2014) e entrevistas com informantes do município, destacando os topônimos Uiramutã, Caxirimã, Pedra Preta e suas histórias. O mito dos irmãos Insikiran e Ani’kê narra uma pescaria, em que Insikiran ordenou ao Ani’kê que buscasse farinha U’yi mîtan (Makusi), porque tinham fome. Acerca da Pedra Preta, a história traz vertentes ligadas a “um ser mitológico do mal” e a Insikiran; entretanto, a motivação toponímica dá-se pela existência de uma grande pedra de cor escura, representação simbólica de forte valor espiritual. Há marcas linguísticas nos topônimos: aportuguesamento do termo em Makusi e Ingaricó Eremîtan, Arimutan, Iramutan > Uiramutã e variação fonológica em Wa’yaina ~ Ma'wari. À taxionomia Uiramutã e Ma'wari tem-se Mitotopônimo; Pedra Preta, Cromotopônimo e Caxirimã Ergotopônimo. Considerações: a pesquisa mostra coocorrência de topônimos para a mesma comunidade Pedra Preta e Ma'wari; um topônimo atribuindo três acidentes, Uiramutã município, vila e comunidade indígena; a despeito da origem indígena, há sobreposição da língua portuguesa nos topônimos investigados.

ATLAS TOPONÍMICO ANTROPOCULTURAL

DE RORAIMA

Page 90: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

64 | P á g i n a

Marianna Lima da Silva UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas A Prova de Redação do Enem, exame nacional de grande relevância, vem se destacando com baixíssimo índice de textos avaliados com nota máxima. Em contrapartida, o Inep publica, anualmente, a Cartilha do Participante, cujo objetivo é “contribuir para aperfeiçoar” os estudos do aluno-participante do Exame e “tornar ainda mais transparente a metodologia de avaliação da redação e mais evidente o que se espera do participante em cada uma das competências avaliadas” (Inep, 2017), apresentando a Matriz de Referência para Redação do Enem, a Prova de Redação da edição anterior e uma amostra de textos avaliados com a nota 1.000. Pretendemos, então, discutir, pela perspectiva pecheuxtiana da Análise do Discurso, a proposta desse material como um documento cuja função é subsidiar, de forma direta, o aluno-participante e, ainda, oferecer-lhe um “modelo” a ser seguido. Para isso, buscaremos: (i) investigar as imagens construídas pelo Inep, na Cartilha, sobre si mesmo, seu(s) interlocutor(es) e seu referente, (ii) analisar as concepções de leitura/leitor e escrita/escrevente que permeiam o documento e (iii) investigar em que medida a Matriz de Referência, a Prova de Redação e a amostra de textos oferecem elementos para o aluno-participante compreender o que é esperado para alcançar a nota máxima.

A REDAÇÃO NO ENEM E A CARTILHA DO PARTICIPANTE: UMA ANÁLISE DISCURSIVA

Page 91: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

65 | P á g i n a

Marília Gabriela Rubio UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas O presente trabalho tem como objetivo analisar, segundo os pressupostos teóricos da abordagem cognitivo-funcional de Diewald (2016), Traugott (2012), Traugott e Trousdale (2013), o processo de mudança construcional das locuções conjuncionais “ao passo que” e “enquanto que” como indicadoras das relações semânticas de proporcionalidade, contraste e tempo simultâneo no português brasileiro. De modo mais específico, o intuito da pesquisa é identificar, a partir da proposta de Diewald (2006) sobre os contextos atípico, crítico e de isolamento, os contextos linguísticos que propiciaram a formação e a convencionalização dessas construções como locuções conjuncionais indicadoras de proporcionalidade, haja vista que a análise de dados diacrônicos do português mostra que, na sua formação, as locuções “ao passo que” e “enquanto que” eram (e ainda são) usadas para expressar a relação de tempo e, também, a relação de contraste, cujo uso parece ser um pouco mais abstrato que o de tempo. Considerando ainda os parâmetros de composicionalidade e esquematicidade, defendemos a tese de que “ao passo que” e “enquanto que” apresentam, ao longo das sincronias, perda de composicionalidade, já que o significado atual de contraste é, em princípio, resultado de um grau maior de convencionalização das locuções em apreço, e integra a macro-construção [X-que], instanciadora de locuções conjuncionais com outros valores, tais como tempo (logo que, sempre que), causa (uma vez que, já que), condição (se bem que) e concessão (ainda que, mesmo que) (CEZÁRIO, SILVA e SANTOS, 2015, p. 241). Por meio de um processo de analogia ao esquema já estabelecido na língua, a nossa hipótese inicial é de que as locuções conjuncionais “ao passo que” e “enquanto que” passaram a figurar como uma nova instância da macro-construção [X-que], fixando-se, ao longo do tempo, como locuções conjuncionais responsáveis pelo sentido de contraste.

PROCESSO DE CONSTRUCIONALIZAÇÃO DE “AO

PASSO QUE” E “ENQUANTO QUE” NO PORTUGUÊS

BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM CONSTRUCIONAL

Page 92: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

66 | P á g i n a

Marília Guimarães Fernandes UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Procuramos compreender como a então presidenta Dilma Rousseff e sua condição de mulher são retratadas pela mídia institucionalizada e como os discursos nas redes sociais respondem a esses enunciados. Buscamos compreender como se dá o ato responsivo ativo nos discursos feministas produzidos nas redes sociais em réplica aos discursos da mídia impressa de grande circulação, em um contexto político de impeachment da presidenta Dilma. Investigamos o uso da paródia e da carnavalização em discursos de luta pela igualdade de gênero. Além disso objetivamos investigar como esses conflitos produzem sentido em gêneros diferentes do discurso, cuja materialidade é verbo-visual (capas de revista, memes) e como o movimento ativista em defesa da mulher se manifesta nas redes sociais quando do episódio do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Referencial teórico Usaremos estudos no interior da Análise Dialógica do Discurso, fundamentada no arcabouço teórico do Círculo de Bakhtin, com foco em: ideologia, signo ideológico, conflito de valores, gêneros do discurso, enunciado concreto, compreensão responsiva ativa, carnavalização e paródia; bem como nos estudos de Beth Brait sobre verbo-visualidade. Baseando-nos nessas teorias, analisaremos como se dá o ato responsivo ativo das redes aos discursos das revistas. Constituem o corpus: capa da revista Isto é (06/04/2016), reportagem da revista Veja intitulada Bela, recatada e do lar (18/04/2016), e as campanhas movimentadas nas redes sociais #istoémachismo e #belarecatadaedolar. Resultados esperados e obtidos Quando problematizamos o que a mídia apresenta como crítica, vemos que a crítica política fica esvaziada e o que é contraposto são dois arquétipos femininos, um que deve ser seguido dentro do patriarcado e outro que é condenado pela ideologia machista presente nesse sistema de dominação do homem sobre a mulher. Nesse quadro, há os discursos e as atualizações de sentidos das palavras que carregam valores múltiplos sobre a mulher.

PARÓDIA E CARNAVALIZAÇÃO NOS

DISCURSOS DAS MÍDIAS E SOBRE A MULHER

NA POLÍTICA

Page 93: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

67 | P á g i n a

Marina Calsolari Conti UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Hodiernamente, o vestibular detém grande parte do interesse de alunos, professores e instituições de ensino. A partir disso, ganha força, dentro de colégios, a prática da produção textual escrita, em especial do gênero dissertativo-argumentativo. Tendo isso em vista, esta pesquisa tem desenvolvido um estudo aprofundado acerca das exigências do vestibular da FUVEST, objetivando observar a necessidade ou não de diálogo com a coletânea a partir da análise de redações argumentativas escolares (termo por nós delimitado para nos refererirmos às produções elaboradas pelos candidatos) classificadas como tendo alcançado os quesitos esperados pela banca examinadora. Para tal empreitada, caminhamos pela Análise do Discurso, tendo, como eixo basilar de fundamentação, as ideias propostas por Bakhtin e seu Círculo. Igualmente, conceitos como diálogo, enunciado, gêneros do discurso, além de um estudo acerca dos processos de citação e seus tipos tornam-se necessários para a concretização final desta pesquisa. Para o desenvolvimento deste estudo, utilizamos um corpus composto pelas Propostas de Redação dos vestibulares FUVEST 2012 e FUVEST 2013, além as redações argumentativas melhor avaliadas pela banca examinadora do vestibular. Ademais, integra-se, como outro elemento principal deste projeto, o Manual do Candidato fornecido e elaborado pela Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST), já que nele constam as informações do que é esperado nas redações argumentativas produzidas pelos candidatos. Assim, espera-se, por meio desta pesquisa, identificar o posicionamento do candidato em relação ao conjunto de enunciados fornecidos na coletânea, as diferentes formas de uso desta bem como a sua extrapolação. Almeja-se, assim, contribuir com reflexões úteis aos professores de redação e também com um estudo bakhtiniano sobre formas de diálogo – explícitos ou não – praticadas pelos candidatos nos exames de vestibular.

UMA ANÁLISE DIALÓGICA DA PROPOSTA

DE REDAÇÃO DO VESTIBULAR DA FUVEST E

DAS MELHORES REDAÇÕES

Page 94: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

68 | P á g i n a

Marina Donato Scardoelli UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Esta pesquisa constitui um projeto de Mestrado que trata da tradução comentada do ensaio On tue les petites filles: une enquête sur les mauvais traitements, sévices, meurtres, incestes, viols contre les filles mineures de moins de 15 ans, de 1967 à 1977 en France, publicado em 1978, pela escritora argelina Leïla Sebbar. Com uma extensa bibliografia, a autora escreveu obras cujos temas remetem principalmente ao universo feminino, a questões de identidade, imigração e exílio. O ensaio que compõe nosso objeto de estudo é um dos mais expressivos da carreira da autora e traz relatos de abuso contra meninas menores de quinze anos, como maus tratos, assassinato, incesto, pedofilia e estupro, nos anos de 1967 a 1977 na França. Em nossa pesquisa, pretendemos esclarecer, por meio das notas do tradutor e de outros elementos paratextuais, questões culturais, históricas, linguísticas e ideológicas que julgarmos relevantes na tradução, com base nas ideias de Sardin (2007), Rodrigues (2009) e Zavaglia et al. (2015). Ademais, também nos baseamos em teorias pós-modernas de tradução que levam em conta a desconstrução derridiana do signo, como os estudos de Arrojo (1986), Berman (1995) e Rodrigues (2000), para tecer algumas reflexões acerca da problemática da autoria e da autonomia do tradutor sobre o texto e das questões éticas implicadas em nosso trabalho. Por fim, dada a temática relacionada à questão da violência contra a mulher, que permeia toda a obra com a qual trabalhamos, abordaremos tal problemática, no contexto desta pesquisa, a partir das reflexões de Pierre Bourdieu (1998/2016), sobre a dominação masculina, e de Judith Butler (1990/2015), sobre gênero.

A TRADUÇÃO PARCIAL COMENTADA DO ENSAIO

ON TUE LES PETITES FILLES, DE LEÏLA SEBBAR:

FEMINISMOS (EM NOTAS)

Page 95: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

69 | P á g i n a

Marinete Rodrigues da Silva UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Os estudos na perspectiva variacionista têm mostrado que não mais se observa a alternância tu/você em todas as variedades do PB. Menon (1994), analisando o banco de dados do NURC-SP, constata que apenas a forma você faz parte do sistema pronominal paulista. Mesmo assim, em outro trabalho, Menon (2002) questiona a conclusão de que você já teria substituído cabalmente tu na maior parte do Brasil, e também a de que a aceitação simples de que tu e você constituem uma variável no PB, já que em algumas variedades dialetais somente ocorre uma das formas. Esse quadro justifica nossa proposta de realizar um estudo dos pronomes de segunda pessoa no falar acreano, com o objetivo de verificar se o fenômeno investigado é um caso de variação e, portanto, de marca de identidade, ou se tem motivação funcional com base em referências determinadas e indeterminadas. Pretendemos verificar ainda se o fenômeno variável investigado- a alternância entre tu e você- com a migração possível de tu e somente depois de você é motivada pelo deslocamento de falantes de dialetos nordestinos, especialmente cearenses, que acorreram em massa ao Acre durante o período áureo de exploração da borracha, entre 1880-1913 (TOCANTINS, 2001). Utilizamos como córpus o banco de dados do Projeto “Estudo da Fala Urbana de Rio Branco Acre”. Para a análise dos dados partimos de alguns pressupostos funcionalistas, e dos pressupostos teóricos desenvolvidos por Labov (2008[1972]). Os resultados obtidos até a presente fase da pesquisa permitem afirmar que a variante você é usada pelos rio-branquenses com maior frequência que a variante tu, estando também a variável passando por um processo possível de mudança em curso, que se entrevê na predominância, mas não na unanimidade da forma você, em detrimento de tu, na variedade rio-branquense.

FENÔMENOS VARIÁVEIS NA VARIEDADE

FALADA EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO.

Page 96: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

70 | P á g i n a

Mayara Mayumi Sataka UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Nos últimos anos, muitos estudos científicos dedicam-se a investigar os possíveis impactos e transformações ocasionados pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) nos processos de ensino e aprendizagem de língua estrangeira (LE). Diante desse contexto, o presente trabalho tem como objeto de estudo o aplicativo Duolingo, que oferta a aprendizagem de várias línguas e está disponível para versão Windows, IOS e Android. Apresentar-se-á os resultados parciais do trabalho, que tem como corpus as unidades primárias do curso, destinadas para os estudantes que estão iniciando a aprendizagem na língua espanhola, na versão Android. Objetiva-se analisar a perspectiva didático-metodológica do aplicativo e verificar em que medida o curso contempla elementos de gamificação, por meio de uma metodologia de pesquisa qualitativa (ANDRÉ, 1998; LÜDKE, ANDRÉ, 2012) e narrativa (CONNELLY; CLANDININ, 2011; SOUSA, 2006). Além disso, a investigação fundamenta-se teoricamente em pesquisas acerca das TDICs no ensino/aprendizagem de LE (SANCHO, 2006; GROV, 2015; JESUS, MACIEL, 2015), das abordagens- metodológicas de ensino de LE (VIEIRA-ABRAHÃO, 2015; LEFFA, 2012) e gamificação (KAPP, 2013; FARDO, 2013; BORGES et al., 2013). Preliminarmente, o estudo demonstra que o Duolingo, na versão Android, alia tanto a aprendizagem móvel quanto os elementos gamificados, que estimulam, de modo geral, os usuários do aplicativo ao início ou a persistência à aprendizagem de línguas estrangeiras. Uma análise mais aprofundada dessas reflexões apresentar-se-á em uma etapa posterior.

ANÁLISE DO APLICATIVO DUOLINGO PARA

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESPANHOLA:

UMA PESQUISA NARRATIVA

Page 97: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

71 | P á g i n a

Michelle Faria Nicolini de Oliveira UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

No presente estudo, buscamos explorar Objetos de Aprendizagem (doravante OAs), inseridos em repositórios digitais disponibilizados e mantidos pelo governo brasileiro e em um particular. A opção por tais repositórios se deve ao fato de querermos verificar como vem sendo usada às tecnologias digitais em políticas públicas para promover o ensino do idioma. Como suporte teórico, analisaremos o atual ensino de espanhol no Brasil, os conceitos de Objetos de Aprendizagem, de repositórios digitais e refletiremos sobre o ensino de espanhol mediado por tecnologias. Em nossa análise, buscaremos compreender o enfoque e as características que lhe são peculiares, refletindo, ainda sobre sua adequação. As análises realizadas até o momento nos possibilitaram verificar que os OAs para o ensino de línguas constituem-se recursos bastante interessantes, porém, ainda são muito raros nos repositórios de instituições públicas brasileiras.

OBJETOS DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO DE

ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA:

ENFOQUE, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

Page 98: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

72 | P á g i n a

Mirella de Souza Balestero UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Este trabalho consiste em uma pesquisa de mestrado em desenvolvimento (2º ano), cujo objetivo principal é criar definições terminológicas dos termos da Revisão de Textos, área de especialidade que dispõe de uma constante instabilidade terminológica que prejudica os profissionais da área. Para embasar este trabalho, nos valemos dos pressupostos teóricos da Teoria Comunicativa de Terminologia (Cabré, 1999), que recomenda a sistematização de um campo de especialidade a partir da descrição do seu uso, levando em consideração a realidade linguística da unidade do léxico especializado. Os dados da pesquisa seguem uma sequência de etapas sistematizadas, em maior parte, no Ambiente Colaborativo de Gestão Terminológica (e-Termos), tarefas semi-automatizadas que auxiliam, principalmente, pesquisas terminológicas. Neste trabalho exibiremos as tarefas terminológicas que compõem a pesquisa, que são a compilação do corpus, a extração de candidatos a termos, edição do mapa conceitual e categorização dos termos, gerenciamento da base de dados terminológicos (criação da ficha terminológica e elaboração da base definicional), edição dos verbetes e exportação dos dados terminológicos. Para este seminário, faremos, portanto, uma exposição dos dados obtidos até o momento, como a compilação do corpus, a extração dos candidatos a termos, a seleção dos termos da área e a elaboração do mapa conceitual, tarefas semi-automatizadas desenvolvidas em conjunto com o especialista do domínio. Espera-se, ao final, a sistematização do campo da Revisão de Textos em um dicionário terminológico.

DEFINIÇÕES TERMINOLÓGICOS DA REVISÃO

DE TEXTO: PROPOSTA DE UM VOCABULÁRIO

Page 99: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

73 | P á g i n a

Mirian Pereira Bispo UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O presente trabalho tem como objetivo analisar os 5 vocábulos mais recorrentes e significativos da obra traduzida As três Marias, da escritora Raquel de Queiroz. O livro foi traduzido para o inglês pelo Professor Fred P. Allison, com o título The three Marias. A fundamentação teórica e metodológica situa-se no campo da Linguística de Corpus, abordagem divulgada no brasil principalmente por Beber Sardinha (2000; 2004), e dos estudos da tradução baseados em corpus proposta desenvolvida principalmente por Mona Baker (1993; 1995; 1996; 2000). Além disso, apoiamo-nos teoricamente em princípios do léxico e dos estudos da tradução. O foco da pesquisa é observar os padrões tradutórios do texto traduzido a partir das propostas de Baker, bem como identificar na obra traduzida traços que caracterizam de algum maneira mudanças de sentidos em relação a obra original. Verificaremos por meio das escolhas lexicais do tradutor a interpretação privilegiada no texto traduzido uma vez que a tradução permite ao tradutor/leitor várias interpretações aproximando ou afastando do texto traduzido. Quanto aos resultados parciais da pesquisa em andamento, foi identificado pela ferramenta keywords os 5 vocábulos recorrentes e significativos na obra, a saber: Eu, Olhos, Amor, Coração e Medo. Desse modo, a partir dos 5 vocábulos levantados pela ferramenta do software WordSmith Tools, pretendemos descrever tais características tradutórias bem como descrever os sentidos que foram impressos na tradução de Allisson.

ANÁLISE DA TRADUÇÃO DO LÉXICO MAIS RECORRENTE

EM AS TRÊS MARIAS DE RACHEL DE QUEIROZ À LUZ

DOS ESTUDOS DA TRADUÇÃO BASEADOS EM CORPUS

Page 100: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

74 | P á g i n a

Monielly Cristina Saverio Serafim UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Apesar de as aposições restritivas com e sem elemento de ligação (o escritor Machado de Assis; a cidade de São Paulo) terem sido objeto de diversos pesquisadores, até aqui não há um consenso sobre quais seriam suas características pragmáticas, semânticas e morfossintáticas, nem sobre o termo atuando como núcleo do sintagma. O objetivo deste trabalho é estabelecer a nuclearidade desses sintagmas nominais com base em um conjunto diversificado de fatores que compreendam os diversos níveis do componente gramatical da Gramática Discursivo-Funcional (GDF - HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), na condição de que quanto mais critérios forem aplicados, tanto mais prototípico será o núcleo da aposição, uma vez que critérios de apenas um nível não são suficientes para determinar a nuclearidade (KEIZER, 2007). Além disso, considerando a orientação descendente do modelo teórico empregado, pretende-se relacionar as funções discursivas, estabelecidas por Keizer (2005a; 2005b) para as aposições restritivas sem elemento de ligação em inglês (uso funcionalmente identificador, uso descritivamente identificador, uso introdutório e uso contrastivo), aos dois tipos de aposição objeto deste trabalho no português escrito, de modo que se evidencie se as escolhas nos níveis mais altos do modelo têm reflexos no Nível Morfossintático. Com a análise, pretende-se chegar a uma descrição funcionalmente adequada das aposições no português escrito, especificamente dentro do aparato teórico da GDF.

APOSIÇÕES RESTRITIVAS E APOSIÇÕES COM DE

NO PORTUGUÊS ESCRITO

Page 101: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

75 | P á g i n a

Natália Molan UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Este trabalho apresenta uma pesquisa realizada com o objetivo de analisar o processo de ensino e aprendizagem de Língua Inglesa mediado pelo uso da ferramenta de tradução de legendas, disponibilizada pelo Youtube, com foco na necessidade de leitura e interpretação de textos. A abordagem desta pesquisa quanto ao procedimento metodológico aplicado será qualitativa ou, como diz Erickson, interpretativa, na análise e interpretação final dos dados, que passarão previamente por uma análise quantitativa e qualitativa. A realização deste estudo de caso se fez sob uma perspectiva etnográfica, levando à uma reflexão crítica o uso das tecnologias como mediadora do ensino/aprendizagem de LE, contribuindo para que possamos aprimorá-la e transformá-la. Através deste estudo, analisamos a produção de legenda feita pelos alunos, enfatizando as habilidades de leitura e compreensão textual, com a vantagem de motivá-los para que se sintam produtores de conhecimento, tornando, ainda, a atividade significativa ao preparar o estudante para atuar na sociedade globalizada. O perfil dos alunos para esta proposta exclui apenas crianças, desde que as atividades podem ser executadas individualmente, incluindo adultos e adolescentes de todos os níveis de proficiência. Ao professor, cabe a tarefa de selecionar vídeos apropriados, com legenda na língua alvo, que se encaixem nas especificidades do grupo de alunos e, ainda, contenham itens específicos de aprendizagem, observados na aplicação de textos previamente apresentados. Através destas atividades, observaremos como a tradução e edição das legendas podem contribuir para melhor interpretação de textos escritos em inglês. Enfim, compararemos os resultados obtidos através de testes, observação e questionários. Na coleta e análise de dados, buscaremos inferir que o uso de legendas como suporte de aprendizagem tem um efeito positivo no desenvolvimento de habilidades de leitura. A parte qualitativa da pesquisa inclui análise aprofundada da observação e exploração dos resultados coletados dos questionários e dos testes. Esperamos que os dados proporcionem a triangulação necessária para corroborar e expandir os resultados quantitativos. Acreditamos que esta pesquisa possa contribuir para melhorar a compreensão da leitura dentro de um ambiente multimídia, promovendo uma série de habilidades relacionadas a compreensão audiovisual, de acordo com o Quadro Comum Europeu (2001) e incentivar a aprendizagem autônoma, dentro ou fora da sala de aula.

O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA MEDIADO POR

TRADUÇÃO DE LEGENDAS NO YOUTUBE

Page 102: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

76 | P á g i n a

Natalia Zaninetti Macedo

UNESP – Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Apoio: FAPESP – Processo 2015/08197-3 Neste trabalho, apresentamos um estudo fonológico comparativo do português arcaico (PA), português brasileiro (PB) e português europeu (PE) por meio da análise de nomes próprios estrangeiros registrados em períodos distintos da língua. A escolha por este tipo de investigação justifica-se pelo fato de que, segundo Massini-Cagliari (2010, 2011a, 2011b), ao pronunciar ou criar nomes próprios, os falantes acabam por fornecer valiosas informações para os estudos das relações entre mudança linguística e identidade fonológica, quando se parte da investigação dos limites entre o que é e o que não é (ou o que era e o que não era) considerado "português" (ou "galego-português", no período medieval), do ponto de vista do som, para os seus próprios falantes nativos em um contínuo temporal da língua. Coletamos nomes próprios registrados nas Cantigas de Santa Maria (CSM) e nas cantigas profanas (CP) para o PA e nomes de crianças batizadas na diocese de Lisboa para estudarmos o PE. Posteriormente, efetuamos análises comparativas aos resultados obtidos por Macedo (2015), que estudou processos de adaptação fonológica na pronúncia de nomes próprios estrangeiros no Brasil. Para a análise do PA, o corpus de suporte utilizado foi a edição de Mettmann (1986-1989), e o sistema fonológico, o proposto por Massini-Cagliari (1999, 2005, 2015). Para o PB, utilizamos o corpus coletado por Macedo (2015), composto por 14.716 nomes próprios. Para o estudo do sistema antroponímico de Portugal – que tem regras diferentes das do Brasil para a aceitação de nomes de pessoas – foram coletados 6.000 nomes próprios nesse país e gravadas as pronúncias de alguns deles, a fim de estudarmos as possíveis (não) adaptações fonológicas ao sistema da língua. Analisamos os fenômenos fonológicos de acordo com as teorias não lineares (Clements e Hume, 1995; Bisol, 1996; Cagliari, 1997, 1999; Freitas e Santos, 2001; Massini-Cagliari, 1999, 2005, 2015).

PELAS PISTAS ONOMÁSTICAS: UM ESTUDO

COMPARADO DA FONOLOGIA DO PORTUGUÊS

ARCAICO E DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Page 103: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

77 | P á g i n a

Océlio Lima de Oliveira UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas O presente trabalho tem como objetivo primordial proceder à análise da linguagem falada em terreiros de candomblé no município de Rio Branco, no estado do Acre. A ideia de fazer um estudo com esse tema do ponto de vista da Terminologia surgiu a partir da pesquisa realizada no âmbito do programa de mestrado em Ciências da Linguagem da UNIR sobre os vestígios de línguas africanas nos terreiros de candomblé e sua relação com o português vernacular brasileiro. A partir desse trabalho, percebemos que no português falado pelos adeptos do candomblé dentro das comunidades – terreiro há um certo diferencial quanto ao léxico da sociedade mais ampla em que essas comunidades estão inseridas. Para o trato dos termos levantados, nos basearemos em Barros (2004), levando em consideração as orientações de análise terminológica elencadas pela autora. Como fundamentação teórica inicial nos deteremos em BARROS (2004) e CABRÉ (1999) como base para a organização do corpus e para a análise através da Teoria Comunicativa da Terminologia, elaboração do mapa conceitual, o planejamento do preenchimento das fichas terminológicas, redação das definições, a organização do verbete e configuração da macroestrutura. Teremos como aporte teórico ainda a Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT). Para a realização da pesquisa dentro dos terreiros de candomblé, onde se tem a língua-de-santo e a língua-do-povo-de-santo, torna-se importante um estudo de algumas das principais etnografias de terreiros de candomblé realizadas por um número variado de antropólogos, dentre eles Capone (2009), Castillo (2010), Carneiro (1948), Elbein (1976), Parés (2006), Prandi (1991), Verger (1981 e 1987), entre outros. O resultado esperado com a presente pesquisa é a elaboração de um dicionário terminológico com os principais termos utilizados dentro do candomblé praticado em Rio Branco.

UMA PROPOSTA DE DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO

ONOMASIOLÓGICO DA VARIEDADE LINGUÍSTICA

FALADA EM TERREIROS DE CANDOMBLÉ EM RIO

BRANCO - ACRE

Page 104: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

78 | P á g i n a

Paola de Carvalho Buvolini Freitas UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

Esta apresentação visa mostrar quando e como os estereótipos aparecem no teletandem, a fim de compreender a qualidade dessa recorrência na comunicação online transcultural. O contexto da pesquisa é o teletandem, cujo objetivo é possibilitar o contato entre alunos estrangeiros para aprender e aprimorar a língua estrangeira e materna que têm. No movimento de troca de línguas, a nacionalidade aparece, reiteradamente, como ponto de comparação e marcação de diferenças necessárias para: (a) a própria interação acontecer e (b) o interagente se constituir como um falante transcultural. Nessa constituição e afirmação de si, o interagente pode usar a língua para estereotipar performances nacionais. É na mediação que podemos mensurar o valor (preconceito ou referência) do estereótipo usado na interação e problematizá-lo. O espaço da mediação, após a interação, também é estudado para não deixar que, no relato de experiências, a perpetuação de preconceitos e generalizações aconteça como efeito do teletandem. Por isso, o quadro teórico passa pelos estudos de identidade e sujeitos trazidos por Hall (2006), Silva (2013), Bauman (2005) e se encontra com os estudos da performatividade da filósofa Judith Butler (1999, 2004) ancorados nas ideias de sedimentação e iterabilidade. No estudo sobre o teletandem, trazemos Telles (2009, 2015); Andreu-Funo (2015) e Elstermann (2016) com estudos sobre a mediação no teletandem; Zakir (2015) e Salomão (2012, 2015) com os estudos sobre cultura no teletandem. A partir desses estudos, avançamos diante da noção de estereótipo na transculturalidade e da dimensão crítica e pedagógica da mediação do teletandem. A metodologia está baseada em estudos de caso das (a) mediações gravadas com o grupo de brasileiros após as interações entre um grupo de brasileiros e um grupo de estudantes estadunidenses, (b) formulários preenchidos pelo google forms pelos dois grupos e (c) mediação coletiva pelo zoom com todos os interagentes (brasileiros e estadunidenses).

A NOÇÃO DE ESTEREÓTIPO VIVENCIADA NO

TELETANDEM: REFERÊNCIA NACIONAL E/OU

PRECONCEITO CULTURAL?

Page 105: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

79 | P á g i n a

Patrícia Bontorim UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Este trabalho visa a descrever as construções clivadas a partir de sua tradução em obras best sellers, do autor Dan Brown, da língua inglesa para o Português Brasileiro (PB, daqui em diante). Essas construções dispõem de uma estrutura sintática diferenciada daquela de orações canônicas, por apresentarem marcada uma função pragmática de Foco, isto é, de saliência dentro de uma proposição. Em inglês há três tipos de sentenças clivadas, segundo Lambrecht (2001): as it-cleft sentences; as wh-cleft sentences; e as reverse wh-cleft sentences, enquanto para o PB Braga e Barbosa (2009) propõem sete tipos. Essa diferença estrutural entre as línguas obviamente se vê refletida na tradução, e é isso que se verifica neste trabalho, tomando-se especificamente o caso das wh-clefts (“What you are requesting is carte blanche access” / “O que me pede é um acesso com carta branca”). Essas construções não são estritamente clivadas do ponto de vista gramatical em inglês, por conta do termo complexo what (it + that), enquanto, em PB, que apresenta a expressão “o que”, tem-se uma construção claramente clivada, com o “que” funcionando como elemento clivador explícito. Assim, as chamadas wh-clefts encontradas no corpus em inglês mantiveram, no processo de tradução para o PB, o efeito focal da clivagem, porém, com diferente arranjo gramatical, ou seja, com outra organização das peças para a clivagem, exatamente em razão do diferente sistema gramatical de cada língua. Para dar conta de analisar não apenas a estrutura sintática das construções clivadas, mas também seu valor semântico e suas funções pragmáticas, adota-se aqui o aparato teórico da Gramática Funcional, a qual se preocupa com a organização gramatical de línguas naturais em uso, e, nesse sentido, seguem-se principalmente autores como Nichols (1984), Dik (1997), Halliday (2004), Lambrecht (2001) e Neves (2004).

ANÁLISE DAS CONSTRUÇÕES CLIVADAS:

ENFOQUE NAS ‘WH-CLEFTS’

Page 106: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

80 | P á g i n a

Patrícia Oréfice UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Este trabalho tem por objetivo discutir as construções formadas pelos verbos ir e vir seguidos de infinitivo, relacionando-as às construções de finalidade, como a oração adverbial final e as Construções de movimento com propósito, CMCP (ORÉFICE, 2014), como em (1), estabelecendo, a partir disso, uma rede construcional (TRAUGOTT; TROUDALE, 2013) de V+INFINITIVO. (1) Dispenso curiosas. sou um pouco caseiro mais as vezes saio ver um filme, passear no shopping. (Disponível em Acesso em: 15 Set.2012.) A CMCP é uma construção formada por dois verbos, sendo V1 de movimento orientado e V2 em forma não finita (ORÉFICE, 2014). A própria construção, através da articulação entre V1 e V2 e da metáfora “(...) finalidades são destinos” (LAKOFF, 1992) habilita a leitura de finalidade, ainda que, nesses casos, não ocorra conectivo entre as orações, o qual auxilia na finalidade em adverbiais finais. Construções de finalidade formadas por verbos de movimento básico como ir e vir metaforizaram-se em perífrases temporais. Nossas buscas apontaram, contudo, construções (2 e 3) com propriedades distintas das CMCP e das perífrases temporais. (2 aí eu peguei e falei assim – “ai já que ela foi inventá(r) né? (3) ai tá bom eu entendi que vem do Latim num vem me falá(r) mais” –... eu acho que:: é esquisito tê(r) um pai que fala… fala Latim... Dessa forma, o trabalho pretende analisar e relacionar em rede V+INFINTIIVO as construções citadas, embasando nos pressupostos teóricos de construcionalização (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013), os quais defendem o tratamento de construções através de uma dimensão contextual, substituindo a relação forma --> função (dos estudos de gramaticalização) pelo binômio função < > forma, pois se entende que ambas se envolvem mutuamente (ROSÁRIO e OLIVEIRA, 2016, p. 236) e têm o mesmo estatuto. Nossas análises são qualitativas e foram embasadas em dados coletados no Corpus do Projeto Iboruna.

A CONSTRUCIONALIZAÇÃO DE IR E VIR

SEGUIDOS DE INFINITIVO EM PORTUGUÊS

BRASILEIRO

Page 107: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

81 | P á g i n a

Patricia Veronica Moreira UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Este estudo tem como objetivo compreender o conceito de “sensível” na semiótica greimasiana e pós-greimasiana, por meio da historiografia linguística. Buscaremos contextualizar seu surgimento e sua permanência nos estudos semióticos contemporâneos. Neste trabalho, o “sensível” é entendido como um hiperônimo e os outros conceitos que circunscrevem seu campo são vistos como seus hipônimos, tais como: o corpo, o campo de presença, as paixões, a percepção, entre outros. Recuperaremos a espessura teórica desses conceitos utilizando os princípios historiográficos de contextualização, imanência, adequação e influência, de K. Koerner (1996, 2014a), os parâmetros de cobertura, perspectiva e profundidade e os tipos de componentes heurístico, hermenêutico e reconstrução-sistemática de P. Swiggers (2009, 2015) e os horizontes de retrospecção de S. Auroux (2008), traçando seu percurso desde suas origens em Semântica Estrutural (1966), de A. J. Greimas, e passando pela emergência e a sua repercussão nas obras de J. Fontanille, E. Landowski, C. Zilberberg e J.C. Coquet, que correspondem ao período que aqui chamamos de pós-greimasiano. Depois, definiremos em que medida o “sensível” aparece na retórica e/ou na imanência das obras dos semioticistas escolhidos. Após estabelecer os desdobramentos epistemológicos do “sensível”, finalmente, poderemos definir o lugar histórico e epistemológico de uma semiótica do sensível, explicitando sua relevância nos estudos da linguagem.

A EMERGÊNCIA DO SENSÍVEL NA SEMIÓTICA

DISCURSIVA: UMA ABORDAGEM HISTORIOGRÁFICA

Page 108: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

82 | P á g i n a

Rafaela de Paula Verni UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas O presente trabalho pretende dar continuidade às reflexões sobre o discurso de autoajuda, já iniciadas por trabalhos como o de Brunelli (2004). Para tanto, analisa-se o ethos do discurso de autoajuda para mulheres, a partir do aparato-metodológico da Análise do Discurso de linha Francesa, com ênfase nos trabalhos de Dominique Maingueneau sobre a noção de ethos discursivo. Em seus trabalhos, o autor considera o ethos como a imagem que o enunciador do discurso projeta de si pelo próprio modo como enuncia. Ainda de acordo com Maingueneau (2005), a análise do ethos deve basear-se em índices de diversas ordens presentes na superfície discursiva. O corpus é constituído por três obras de autoajuda destinadas ao público feminino que tratam de finanças e sucesso profissional. A opção por obras voltadas ao público feminino permite não só aprofundar as reflexões sobre o discurso de autoajuda, mas também investigar como esse tipo de discurso contribui para a manutenção e/ou transformação de estereótipos do gênero feminino, o que se faz a partir dos estudos desenvolvidos sobre os estereótipos no âmbito da Psicologia Social. Uma vez que o objetivo do trabalho é traçar a imagem do enunciador presente no discurso em questão, o estudo da modalidade torna-se um índice textual coerente para a análise do ethos, já que a modalidade é uma das formas de manifestação da subjetividade, ou melhor, trata-se de uma das formas por meio das quais o enunciador expressa sua opinião ou uma atitude em relação ao que diz. Para analisar a modalidade, adotam-se estudos de base funcionalista, mais exatamente as reflexões de Hengeveld (2004) a respeito da expressão lexical de modalidade, aqui empregadas como aparato teórico-metodológico específico da Linguística para auxiliar no desenvolvimento do estudo proposto. Os resultados alcançados até o momento revelam que o discurso em questão é marcado por um tom direto, objetivo e especialmente autoritário. Assim, pode-se dizer que o enunciador desse discurso diferencia-se, de um certo modo, do enunciador típico de obras de autoajuda convencional, cujo discurso é marcado por um tom bem mais otimista.

“MULHERES BOAZINHAS NÃO ENRIQUECEM”:

ETHOS E ESTEREÓTIPOS NO DISCURSO DE

AUTOAJUDA PARA MULHERES

Page 109: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

83 | P á g i n a

Raíssa Medici de Oliveira UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Alicerçada no aparato teórico-metodológico da semiótica francesa, nossa pesquisa de doutoramento tem por objetivo investigar a construção do ator homem “do lar” e da(s) forma(s) de vida que ele assume e/ou que a ele se atribui(em) num conjunto de textos da cultura de massa brasileira. Investigam-se, assim, as práticas e os papéis desempenhados pelo ator e o modo como essa figura actorial e a nova forma de vida que emerge atrelada a ela são construídas entre “ilusão” e “segredo”, entre “triagens” e “misturas”. Explora-se, desse modo, o jogo veridictório que se instaura diante do enunciatário, que é convocado, por meio de estratégias como o humor e a confissão, a realizar a operação de adequação entre o sentido “já-dado”, depositado na memória cultural, acerca do que é “ser homem”, e a revogação, renovação e transformação desse sentido, fundado na concepção de novas masculinidades; explora-se, também, os regimes de circulação de valores que imperam na construção dos textos-discursos selecionados, sobretudo por meio de estratégias como a argumentação: os valores de absoluto, mobilizados no âmbito de uma operação de triagem que tende a restringir a circulação desses valores; e os valores de universo, mobilizados no âmbito de uma operação de mistura que favorece o seu comércio. Por meio da preponderância deste ou daquele regime de valores, explora-se, ainda, uma questão temporal ligada à emergência da nova figura actorial (e da nova forma de vida): ora ela é tão-somente provisória, pois concebida como interstício, como uma situação entre-dois-empregos, ou, também, como uma suposta (e suspeita) tendência “mais participativa” dos homens; ora ela é, ao contrário, possível na duração temporal, pois concebida como “escolha” (pessoal e/ou familiar) de vida. A exploração dessas tensões permite-nos dar nossa contribuição à investigação de algumas das transformações sociais e antropológicas em curso na sociedade e na cultura brasileiras. Palavras-chave: Semiótica francesa. Forma de vida. Ator homem “do lar”. Cultura brasileira.

ENTRE “ILUSÃO” E “SEGREDO”, ENTRE

“TRIAGENS” E “MISTURAS”: FORMA DE

VIDA DO ATOR HOMEM “DO LAR” NA

CULTURA BRASILEIRA

Page 110: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

84 | P á g i n a

Rayne Mesquita de Rezende UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Apresentamos os resultados iniciais da pesquisa “O nome do lugar e o lugar do nome: descrição lexical dos topônimos da Microrregião de Catalão-GO”, cujo objetivo inicial foi o de catalogar e realizar uma análise lexical dos topônimos de natureza física (cursos d’água localizados no perímetro urbano de cada município) e antrópica (municípios e seus bairros) da Microrregião de Catalão-GO, e identificar a ocorrência de topônimos paralelos (DICK,1987) em ambas categorias. No encalço de nossa proposição, realizamos uma pesquisa mista – documental e de campo. Na esfera documental coletamos os nomes oficiais dos acidentes físicos e humanos nas onze prefeituras municipais da microrregião de Catalão-GO, por meio da consulta em mapas, relatórios de conferência de setores fiscais e outros tipos de documentos escritos. Quanto à pesquisa de campo realizamos, mediante o conhecimento e autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da UNESP/FCLAr, trinta e quatro entrevistas com os moradores da região, direcionadas por um questionário, com enfoque no conhecimento popular acerca da ocorrência e motivação denominativa dos topônimos paralelos. Após a organização e filtragem dos dados, inventariamos: (i) cerca de sessenta e sete hidrônimos oficiais (córregos, lagos, represas, ribeirões e rios) e vinte e cinco ocorrências de hidrônimos paralelos; (ii) duzentos e sessenta e sete acidentes humanos oficiais (bairros, distritos, loteamentos, povoados, setores e vilas) e trinta e uma ocorrências acidentes humanos com nomes paralelos. Catalogamos trezentos e trinta e quatro acidentes (físicos e humanos) oficiais e cinquenta e seis ocorrências de acidentes (físicos e humanos) paralelos, totalizando trezentos e oitenta e nove topônimos. Mediante a quantidade significativa do total de topônimos inventariados, e os objetivos de nossa pesquisa, optamos por trabalhar na análise toponomástica apenas da categoria dos acidentes humanos, com o fito de executarmos uma investigação qualitativa mais aprofundada dos aspectos linguísticos, culturais e sócio-históricos da microrregião de Catalão-GO.

O NOME DO LUGAR E O LUGAR DO NOME:

DESCRIÇÃO LEXICAL DOS TOPÔNIMOS DA

MICRORREGIÃO DE CATALÃO-GO

Page 111: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

85 | P á g i n a

Renan Felipe da Silva UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Diversos documentos que orientam a educação brasileira enfatizam a importância de se utilizarem tecnologias no processo de ensino-aprendizagem (PCNs, BNCC, LDB); contudo, em um panorama traçado por diferentes trabalhos a respeito do uso de tecnologias no ensino público no Brasil (RODRIGUES, 2009, ROSA; AZENHA, 2015), nota-se que variados fatores interagem para que a utilização de TDICs (tecnologias digitais da informação em comunicação) não ocorra em grande parte das escolas públicas do país. Com base nisso, o presente estudo tem por objetivo investigar a utilização de TDICs por professores de língua inglesa nas escolas públicas de uma cidade do interior de São Paulo com base na terceira geração da teoria da atividade (ENGESTRÖM, 1999; ENGESTRÖM, 2002), que propõe a análise de como elementos de diferentes sistemas de atividade em contato interagem para a formação de um novo sistema. No caso deste estudo, pretende-se analisar os sistemas de atividade no uso de TDICs nas aulas de inglês presentes em cada uma das escolas públicas do município e de que forma eles interagem para a formação de um sistema de atividade representativo das escolas públicas da cidade como um todo. Nesse sentido, trata-se de uma pesquisa em andamento que se caracteriza como um estudo misto ao empregar análises textuais características de procedimentos qualitativos e levantamentos estatísticos presentes em abordagens quantitativas (CRESWELL, 2007; DAL-FARRA; LOPES, 2013). O instrumento de coleta de dados utilizado é um questionário composto por questão abertas e fechadas (GILLHAM, 2008) a entregue presencialmente aos professores atuantes nas escolas públicas do respectivo município. A investigação encontra-se na fase de análise dos dados de um questionário-piloto realizado por meio do Google Forms com seis professores de língua inglesa atuantes em outra cidade do interior de São Paulo com o objetivo de aprimorar o questionário que será aplicado ao público focal.

FATORES QUE IMPACTAM NA UTILIZAÇÃO DE TDICS

POR PROFESSORES DE INGLÊS EM UMA CIDADE DO

INTERIOR DE SÃO PAULO: UM ESTUDO COM BASE

NA TEORIA DA ATIVIDADE

Page 112: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

86 | P á g i n a

Renata Cristina Duarte UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara Fundamentada nos pressupostos da teoria Semiótica francesa, a presente pesquisa tem como corpus contos do autor brasileiro contemporâneo Rubem Fonseca presentes nos livros Feliz ano novo, com a primeira publicação no ano de 1975, e Amálgama, publicado em 2013. Pretende, pois, investigar como se configuram as formas de vida dos atores protagonistas dos contos, os quais executam performances que rompem com os comportamentos em uso requeridos e instauram um modo de ser individual; assim como os acontecimentos, na perspectiva da semiótica tensiva, que abalam as práticas semióticas estabelecidas e permitem entrever novas formas de vida, baseadas no confronto entre uma moral social e uma ética pessoal. As “formas de vida”, compreendendo o modo como os indivíduos e as coletividades percebem o mundo e dão a conhecer suas concepções de existência, concernem tanto à manutenção quanto à transformação, pois se formam e se desfazem pelo uso, são inventadas, praticadas ou recusadas pelas instâncias enunciantes. Tal consideração remete à noção de “Práxis enunciativa”, ao refletir sobre a passagem daquilo que é limitado e estabilizado no sistema da língua àquilo que é singular e inovador no exercício do discurso. Destarte, o presente trabalho visa a refletir sobre a relação entre tais conceitos, baseando-se na hipótese de que a dinâmica da práxis enunciativa permite o contraste de formas de vida tradicionais, armazenadas no sistema cultural, e aquelas inventivas, que transgridem os códigos e os usos estabelecidos para fundar uma nova axiologia. Tal abordagem permite a inserção na teoria de discussões relativas ao uso, às identidades culturais, à variação das estruturas e sua tipificação.

A DINÂMICA DA PRÁXIS ENUNCIATIVA NA

RELAÇÃO ENTRE FORMAS DE VIDA

TRADICIONAIS E INVENTIVAS

Page 113: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

87 | P á g i n a

Renata Nascimento Miarelli UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O presente projeto tem como objetivo principal investigar a produção oral de aprendizes brasileiros de língua alemã e refletir acerca da influência da fonologia do português brasileiro no processo de ensino e aprendizagem de alemão como língua estrangeira. O suporte teórico baseia-se em: 1) teoria acústica da fala (FANT, 1968; BARBOSA; MADUREIRA, 2015) para as análises das gravações; 2) estudos sobre a fonologia do português (CÂMARA JR, 1953; CAGLIARI, 2002); 3) informações sobre a língua alemã, com objetivo de avaliação da produção oral dos estudantes de alemão (NEUNER, 1992; BECKER 2012). Trata-se de um estudo fonético e fonológico do processo de aprendizagem da língua alemã com dados de gravações obtidos de alunos em diversas fases. A investigação acústica das gravações serve para melhor analisar os problemas de pronúncia e aprimorar o ensino e a aprendizagem. Os aspectos relacionados à fonética e à fonologia sempre foram um fator importante no processo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, especialmente para o desenvolvimento de competências orais. O corpus de dados foi coletado por meio de gravações feitas com alunos de alemão de uma escola privada de línguas. As gravações seguiram um protocolo preestabelecido, tendo em vista os objetivos da pesquisa. A partir de uma análise acústica das gravações, que é feita através do software aberto Praat, são analisados preferencialmente alguns parâmetros acústicos como duração e intensidade, bem como aspectos prosódicos como entoação, ritmo e ocorrência de pausas e de disfluências. Levando em consideração essas análises, está sendo feito um levantamento de dados com uma categorização dos erros encontrados, juntamente com explicações das causas e sugestões didáticas de correção. Espera-se poder melhorar não só a performance dos alunos, mas também dos métodos de ensino e de aprendizagem.

A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ALEMÃ

POR BRASILEIROS: ASPECTOS

FONÉTICOS

Page 114: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

88 | P á g i n a

Rosangela Pereira de Souza

UNESP – Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Em razão da crescente demanda em relação ao ensino e à aprendizagem de Português como Língua Estrangeira (PLE), parece ser necessária a contínua formação de professores na área. Ao longo de nossa trajetória no ensino de PLE, observamos que muitos aprendentes apreciam literatura, porém desconhecem a literatura brasileira. Sabemos que, por meio da literatura de um país, podemos compreender especificidades da cultura, como costumes, crenças, pensamentos e tradições, tal como são textualizados, possibilitando a compreensão de muitas situações que para o estrangeiro são inquietantes. Entretanto, visto que o texto literário requer domínio da língua e conhecimento metalinguístico por parte do professor na escolha e no desenvolvimento do trabalho com o texto, intentamos, nesta pesquisa, verificar as contribuições das teorias enunciativas, no caso a TOPE (Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas), formulada por Antoine Culioli, para a leitura e compreensão de textos literários por falantes não nativos, de forma a que apreendam como são construídas representações no texto por meio de um conjunto de marcas linguísticas. Queremos compreender como certas representações se estabilizam na instância do texto e nenhuma outra em seu lugar, para que, em um momento seguinte, possamos realizar um trabalho de mediação com os alunos com foco na construção de representações construídas na instância da língua. Nesta pesquisa, selecionamos o romance “As meninas”, de Lygia Fagundes Telles, para tratarmos da representação da mulher na sociedade brasileira. Esperamos apresentar, por meio de uma análise baseada na teoria culioliana, voltada para enunciados representativos da fala de alguns personagens do romance, traços, vestígios, de representações mentais, cujas propriedades ganham materialidade na instância do texto.

LITERATURA E ENSINO DE PORTUGUÊS COMO

LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTRIBUIÇÕES DA

TEORIA DAS OPERAÇÕES PREDICATIVAS E

ENUNCIATIVAS

Page 115: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

89 | P á g i n a

Sara González Berrio UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

O objetivo geral do nosso estudo consiste em analisar a competência pragmático- discursiva escrita de aprendizes de E/LE brasileiros de nível avançado em ambientes digitais. Tudo isso aplicado especificamente aos pedidos e às recusas em chats de redes sociais e e-mails. O marco teórico tem uma dupla vertente: por um lado, vamos nos basear nas teorias da Análise do Discurso para analisar o macro contexto no qual aparecem os gêneros discursivos abordados (chats e e-mails); e, por outro, vamos recorrer à Pragmática para estudar o micro contexto das produções escritas. Concretamente, as teorias dos Atos de Fala e da Cortesia. Ademais, vamos levar em considerações alguns aspetos teóricos fundamentais sobre o ensino-aprendizagem da produção escrita no ambiente digital. Nossa pesquisa vai contar com três grupos de participantes universitários de características similares: um grupo de aprendizes de E/LE brasileiros e dois de falantes nativos (um de português brasileiro e outro de espanhol peninsular). Todos eles deverão responder a um questionário para obter informação de caráter pessoal e, dessa forma, controlar possíveis variáveis intervenientes; a um DCT (Discourse Completion Task), ou seja, teste de produção escrita com dezasseis contextos diferentes (oito pedidos e oito recusas); e a um teste de hábitos sociais para obter informação sobre as premissas culturais subjacentes. Dessa forma, pretendemos contribuir com os estudos da pragmática tanto no Brasil quanto na Espanha e, além disso, fazê-lo desde uma perspetiva interdisciplinar: Pragmática – Análise do Discurso. Consideramos que este tipo de pesquisas ajuda a detetar possíveis mal-entendidos que prejudicam o equilíbrio social entre falantes com diferentes línguas e culturas maternas em contextos interculturais. Por isso, após serem estudados, é importante abordá-los nas aulas de E/LE como forma de promover a tolerância e o respeito para com premissas culturais que não necessariamente se ajustam as da LM dos estudantes.

A COMPETÊNCIA PRAGMÁTICO- DISCURSIVA

ESCRITA DE APRENDIZES DE E/LE BRASILEIROS

DE NÍVEL AVANÇADO EM AMBIENTES DIGITAIS

Page 116: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

90 | P á g i n a

Sergio da Silva Santos UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

Este estudo objetiva discutir o estatuto pragmático, semântico e morfossintático dos argumentos dos verbos apresentacionais em língua portuguesa a partir do aparato teórico da Gramática Discursivo Funcional (GDF). A escolha deste aparato teórico se justifica pelo fato de ele ter sido concebido como um modelo de gramática que, considerando a perspectiva da produção do evento discursivo, permite uma análise do fenômeno linguístico que se inicia com a intenção comunicativa e termina com a articulação da expressão linguística, em uma relação hierárquica dos níveis de análise organizada de modo descendente, com a supremacia da pragmática. É justamente esse aspecto que torna o modelo adequado para o estudo dos verbos apresentacionais monoargumentais. A análise dos verbos apresentacionais será feita em um córpus com 35 entrevistas orais, realizadas por pesquisadores do projeto institucional de pesquisa intitulado Atlas Toponímico da Amazônia Ocidental Brasileira e outros domínios lexicais, vinculado à Universidade Federal do Acre (UFAC), sob coordenação do Prof. Dr. Alexandre Melo de Souza. As entrevistas são constituídas de perguntas que levam o entrevistado a narrar fatos acerca de sua vida, partindo de suas primeiras lembranças sobre a escola, passando pela infância e adolescência até o estado atual e foram escolhidas para constituir o córpus justamente porque é nas narrativas que os verbos apresentacionais mais ocorrem, usados pelo falante para acrescentar elementos novos aos fatos narrados. A hipótese a ser defendida é a de que o argumento dos verbos apresentacionais é interno, com função sintática de objeto direto e função semântica de afetado ou efetuado, cuja função pragmática é a introdução de elemento novo no discurso e a indeterminação do agente.

O ESTATUTO PRAGMÁTICO, SEMÂNTICO E

SINTÁTICO DO ARGUMENTO DOS VERBOS

APRESENTACIONAIS NÃO-EXISTENCIAIS

Page 117: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

91 | P á g i n a

Suellen Vaz de Souza UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Investigamos a relação do registro ortográfico das consoantes soantes em todas as posições silábicas em que ocorrem no Português Brasileiro, bem como analisamos de que forma o domínio dos grafemas referentes a essa grande classe se basearia numa possível hierarquia de traços distintivos. Ainda, investigamos se o aumento do ano escolar influenciaria no registro desses grafemas. Nossos objetivos foram: (a) verificar em que medida o desempenho ortográfico de crianças se mostraria mais, ou menos, (des)favorecido em relação às posições silábicas; (b) verificar quais traços fonológicos estariam diretamente envolvidos nas relações grafemas-fonemas que apresentam maior facilidade/dificuldade de registro pelas crianças; e (c) comparar esse desempenho nos diferentes anos escolares. Para tal, analisamos produções textuais de crianças (entre 6 e 10 anos) matriculadas em turmas do Ciclo I do Ensino Fundamental de uma escola pública. Essas produções consistem em recontagens de quatro narrativas. Na análise dos dados, consideramos: a relação entre: (a) acertos e erros – bem como a classificação dos erros – em função das posições estruturais da sílaba; (b) substituições e hierarquia de traços distintivos; e (c) o registro gráfico de consoantes soantes e os diferentes anos escolares. Os resultados estão sendo interpretados com base em postulados do modelo hierárquico da estrutura da sílaba (SELKIRK, 1982) e da geometria de traços (CLEMENTS AND HUME, 1995; CLEMENTS, 2001 e 2009). Para o debate, apresentaremos os resultados encontrados para os três anos iniciais do ciclo. Fundamentadas nos estudos linguísticos sobre a ortografia, nossas hipóteses são as de que: (a) o número de acertos/erros será influenciado pela posição silábica em que a consoante soante for registrada; (b) o domínio ortográfico das diferentes subclasses e dos diferentes segmentos obedecerá à hierarquia de traços distintivos; e (c) quanto maior a seriação, maior o índice de acertos no registro dessas consoantes.

ANÁLISE DA ORTOGRAFIA DE FONEMAS

SOANTES EM CRIANÇAS DO CICLO I DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Page 118: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

92 | P á g i n a

Tainan Garcia Carvalho UNESP – Universidade Estadual Paulista

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Este trabalho tem como objetivo central analisar a distribuição de empregos convencionais e não-convencionais de vírgulas e as características prosódicas associadas a esses empregos em uma amostra longitudinal de 248 textos escolares produzidos pelos mesmos 62 sujeitos ao longo do Ensino Fundamental II (EFII) de uma escola pública de São José do Rio Preto. Os textos da amostra pertencem ao Banco de Dados de Escrita do EFII (TENANI, 2015). A hipótese central desta pesquisa é de que os usos de vírgulas estão relacionados a características prosódicas de enunciados falados do Português Brasileiro. De nosso ponto de vista, o emprego de vírgulas, ao longo de todo o EFII, é lugar privilegiado para análise da relação pontuação e prosódia que, assim como a relação fala e escrita, é, por natureza, heterogeneamente constitutiva (CÔRREA, 2004). Para tanto, a metodologia do trabalho consistiu na identificação e no levantamento dos dados de vírgulas da amostra de textos com base em uma gramática de referência (BECHARA, 1999) e na identificação, com base no modelo de Fonologia Prosódica de Nespor e Vogel (2007), dos domínios prosódicos relacionados a fronteiras sintáticas de empregos de vírgulas. Entre os resultados longitudinais obtidos até o momento da pesquisa, destacamos as seguintes tendências: (i) ao final do EFII, há aumento dos usos convencionais de vírgulas e diminuição dos usos não-convencionais; (ii) ao longo do EFII, a predominância de vírgulas ocorre em esquema simples, enquanto vírgulas em esquema duplo emergem apenas nos anos finais; (iii) em todos os anos letivos, a frase entoacional e a frase fonológica são os constituintes cujas fronteiras se mostram como mais relevantes para colocação de vírgulas e (iv) independentemente do ano letivo, as vírgulas não-convencionais em fronteira de frase entoacional têm indiciado locais para os quais há possibilidade de reestruturação da configuração prosódica de certas estruturas sintáticas.

USOS DE VÍRGULAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

II: UM ESTUDO LONGITUDINAL

Page 119: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

93 | P á g i n a

Taísa Biagiolli Zambon UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O trabalho de pesquisa que se encontra em andamento tem como objetivo refletir sobre o processo de categorização das “noções adjetivas” em Língua Portuguesa para o ensino. Temos como base a Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas - TOPE, de Antoine Culioli, que possui uma natureza operatória e dinâmica, a partir da qual analisamos materiais didáticos destinados aos estudantes do sexto ano do Ensino Fundamental. De uma primeira análise desses materiais, percebemos que é a gramática de cunho normativo a que predomina como embasamento deles; também, as atividades propostas aos estudantes muitas vezes restringem-se à identificação e à categorização de unidades herdadas da gramática grego-latina, priorizando a normal culta. Observamos também que o trabalho com os sentidos e a significação não são objeto de estudo desses conteúdos gramaticais. Com base na TOPE, que orienta nossa pesquisa e que distingue a linguagem das línguas naturais, devemos ter em vista que os sentidos são produzidos por meio de textos orais e escritos, nos afastando, assim, de uma concepção que possui como foco o reconhecimento, pelos alunos, de categorias prontas e estáticas. Assim, o referencial teórico culioliano trabalha com a articulação da gramática e do léxico e nos permite também articular atividades de leitura e de escrita por meio do ensino de gramática. As análises por nós realizadas dos materiais didáticos que selecionamos permitiu demonstrar as contribuições da TOPE para a compreensão do processo gerador dos adjetivos e das “noções adjetivas” que, de acordo com Culioli, constituem uma marca resultante de operações de linguagem. Pretendemos, com esse trabalho, demonstrar o potencial da TOPE para o ensino de línguas e, em particular, para o desenvolvimento das competências de leitura e escrita.

IMPLICAÇÕES DOS PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO

DAS NOÇÕES ADJETIVAS PARA O ENSINO

Page 120: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

94 | P á g i n a

Tatiane da Silva

UNESP – Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Essa pesquisa tem como objetivo analisar o gênero editorial e sua construção por meio de uma estrutura textual e de um discurso típico do início da Proclamação da República. Para estudar o período serão utilizados textos editoriais de alguns jornais brasileiros do final do século XIX com a finalidade de visualizar o surgimento e a evolução do editorial como um gênero midiático, assim como as condições de prática desse tipo de texto. Além disso, analisar o papel do editorial como formador de opinião e representante de um público, descrevendo e definindo esse público representado. Para José Marques de Melo, “o editorial do jornal hodierno tem emergido como uma forma jornalística peculiar. Seu primo literário mais próximo seria o ensaio. Mas o editorial difere do ensaio em sua brevidade”. Se considerarmos os editoriais primordiais, é possível encontrar características ainda mais parecidas com as do ensaio, visto que os antigos editoriais não apresentavam a mesma brevidade que os recentes. Isso se deve por diversos motivos, que incluem o período histórico, limitações tecnológicas e questões culturais que moldaram a prática de escrita do editorial da época. É importante considerar que no século XIX a produção e difusão da informação era muito mais lenta, pois dependia quase que exclusivamente de exemplares impressos, distribuídos manualmente. Não era viável na época produzir um exemplar de trinta páginas todos os dias para noticiar acontecimentos. Dessa forma a melhor prática era de fato publicar com menos frequência, e quando publicar fornecer o máximo de informação possível. A natureza metodológica foi de caráter analítico. Foram analisados documentos de forma a entender como se constrói textualmente o texto editorial, as técnicas de enunciação e veridicção utilizadas para a identificação – ou não – do enunciatário. Serão levadas em conta todas as nuances discursivas e escolha de termos, utilizadas pelos exemplares analisados.

ESTUDO SEMIÓTICO DO TEXTO

JORNALÍSTICO EDITORIAL

Page 121: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

95 | P á g i n a

Thais Cristina Frigieri UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara O objetivo geral deste trabalho consiste em compreender, com base na língua em uso, as estratégias de indeterminação que os alunos do Ensino Médio utilizam na produção de textos dissertativos. Procuraremos observar os recursos morfossintáticos e semânticos dos quais os alunos se servem para indeterminar o sujeito do qual se fala em circunstâncias em que ele não desempenha exclusivamente a função sujeito. Em um primeiro momento, partimos da hipótese de que a indeterminação do sujeito poderia ser explicada com base na intenção do sujeito enunciador que, de forma intencional, indetermina sintaticamente o objeto do seu dizer. Neste momento, buscamos observar o modo como o aluno indetermina o ser do qual se fala. As ocorrências com as quais trabalhamos mostram que o sujeito do discurso não coincide com o sujeito sintático. O corpus da presente pesquisa mostra que o “sujeito” pode ser indeterminado por meio de recursos léxico-gramaticais e em posições sintáticas não descritas nas gramáticas pedagógicas. Realizamos uma importante etapa da pesquisa relacionada à observação e à descrição das regularidades existentes entre a utilização de certos recursos de indeterminação pelos alunos e a situação de enunciação proposta para a produção de texto. Assim, o foco da presente pesquisa está voltado para a análise da relação entre os modos de indeterminação e os elementos do enunciado com a finalidade de demonstrar como a combinação das unidades interfere no processo de indeterminação e nos sentidos que se produzem a partir de tais processos. A análise dos dados será realizada com base na Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas, de Antoine Culioli. Optamos pela TOPE porque ela parte do princípio de que uma unidade não se define por um sentido predeterminado, mas pelo papel específico que ela desempenha em relação às partes do enunciado que integra, que define, por sua vez, modos de interação específicos. Essa teoria também nos oferece a possibilidade de observar os mecanismos de articulação entre significação e contextualização, sugerindo que “o contexto não é (ou não apenas) externo ao enunciado, posto que uma dada sequência não é interpretável apenas em relação a uma dada circunstância, mas, ao mesmo tempo, em relação à sequência que desencadeia tipos de contextualizações com as quais ela é compatível”.

AS CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DAS OPERAÇÕES

PREDICATIVAS E ENUNCIATIVAS (TOPE) PARA A

EXPLICAÇÃO DA EMERGÊNCIA DE MARCAS DE

INDETERMINAÇÃO EM REDAÇÕES ESCOLARES

Page 122: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

96 | P á g i n a

Victor de Carvalho Alves UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

O campo das emoções tem sido tratado como fator de importância dentro do ensino e aprendizagem de línguas em pesquisas recentes. Trabalhos em solo nacional explorando emoções de professores e alunos, como podemos ver em pesquisas como a de Barcelos (2010) e emoções de professores enquanto usuários de tecnologia, como Aragão (2017) mostram a necessidade de explorar e entender mais como as emoções influenciam na maneira como vemos o mundo que nos cerca. As emoções em situações de aprendizagem colaborativa também tem sido estudadas, Imai (2010) parte de uma perspectiva de aprendizagem colaborativa presencial. Entretanto, não foram encontrados trabalhos vinculando emoções e aprendizagem telecolaborativa como vista no Teletandem. Desde seu surgimento em 2006, o Projeto Teletandem Brasil: Línguas Estrangeiras para Todos tem proporcionado a inúmeros estudantes oportunidades para que eles possam praticar e aprender idiomas enquanto conversam com parceiros em diversos países. Em vista dessa necessidade de entendermos melhor o que acontece no ambiente telecolaborativo e a partir de um olhar sobre as mediações e interações e pautando-se em arcabouços teóricos que revelam a influência das emoções em nossa capacidade cognitiva como em Swain (2010) e Damásio (1996), surgiu a presente pesquisa, que pretende lançar um olhar inicial sobre as emoções e sentimentos que circundam o ambiente telecolaborativo e entender suas influências no aprendizado de idiomas experienciado pelos participantes. A relevância dessa pesquisa mostra-se sobretudo na importância de pensarmos nos participantes de Teletandem como seres completos e complexos, cujas emoções precisam ser levadas em consideração se esperamos que tenham uma experiência satisfatória no que tange o aprendizado de idiomas. Entender as emoções e a complexidade existente dentro do universo que é uma sessão de telecolaboração proporciona a possibilidade de pensarmos não só nas interações propriamente ditas mas também na formação de mediadores que compreendam e saibam manejar os momentos de mediação de modo a propiciar a melhor experiência possível para o aluno.

TELETANDEM: UM OLHAR SOBRE AS

EMOÇÕES EM TELECOLABORAÇÕES

Page 123: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

97 | P á g i n a

Victor Hugo Cruz Caparica UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara A Audiodescrição, prática e campo de pesquisa dedicados às técnicas empregadas na tradução de conteúdos visuais em conteúdos verbais, busca promover a acessibilidade e inclusão cultural das pessoas com deficiência visual. Embora diversos autores tenham se dedicado e ainda se dediquem a estabelecer parâmetros produtivos para a Audiodescrição de diversos tipos de conteúdo, persiste uma lacuna teórica e profissional no que toca a descrição de histórias em quadrinhos. Este trabalho procura articular diálogos teóricos funcionais entre as teorias da tradução áudio-visual, dos quadrinhos e do discurso, com o propósito de oferecer uma proposta sólida e cientificamente embasada que supra tal lacuna.

AUDIODESCRIÇÃO DE HISTÓRIAS EM

QUADRINHOS: PERSPECTIVAS SEMIÓTICAS

Page 124: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

98 | P á g i n a

Wang Xiaoshi UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

O uso da Língua Chinesa no Brasil aumenta rapidamente, entretanto a qualidade e a eficiência dos cursos oferecidos estão longe de satisfazer a necessidade atual. Também se observa que os métodos de ensino de mandarim no Brasil focam na audição e conversação, desprezando as outras habilidades linguístico-comunicativos. Ademais, a falta de orientação e formação em leitura e escrita de caracteres chineses tem como consequência a formação de analfabetos. Pretendo observar cientificamente como esta sendo o ensino de mandarim no Brasil, para oferecer subsídios teóricos e metodológicos que promovam um processo de ensino e aprendizagem mais adequando ao contexto global atual. No Brasil ainda não existe uma referencia das abordagens de ensino da língua chinesa. No Instituto Confúcio, o foco da aula depende da origem Departamental dos professores. Faremos uma pesquisa de natureza Qualitativa Interpretativa. Analisaremos o discurso oficial do Instituto Confúcio sobre abordagem de ensino do mandarim, em especial o discurso declarado dos professores e o verificado nas observações das aulas. Aplicaremos questionário para os aproximadamente 60 professores dos oito Institutos Confúcio no Brasil, construindo um mapeamento nacional sobre o ensino de mandarim. Elaboraremos e aplicaremos os seguintes instrumentos: questionário, entrevista e observação de aulas dos professores dos Institutos Confúcio na UNESP e PUC-RIO, analisando e comparando dados. Interpretaremos os dados observados e analisados. O resultado objetivo da pesquisa será: a) A elaboração de um mapeamento sobre a prática dos professores de mandarim no Brasil. b) O oferecimento de subsídios teórico-metodológicos a esses professores. c) A construção de referências sobre a abordagem no ensino de mandarim no Brasil.

ENSINO DA LÍNGUA CHINESA NO BRASIL: ANÁLISE

DE FORMAÇÃO E ABORDAGEM UTILIZADA PELOS

PROFESSORES DO INSTITUTO CONFÚCIO

Page 125: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

RESUMO DAS APRESENTAÇÕES:

COMUNICAÇÕES ORAIS

Page 126: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

99 | P á g i n a

Alessandra Cruz

Universidade Federal de Roraima

A proposta deste trabalho é trazer um diálogo reflexivo sobre as línguas de sinais em contexto

bilíngue, pois estas apresentam elementos que podem influenciar na construção do sujeito. A

presença do code-switching é uma das possibilidades, um fenômeno linguístico presente nas

fronteiras brasileiras e característico de falantes/sinalizantes bilíngues. Portanto este trabalho tem

por objetivo, discorrer sobre o processo migratório de sujeitos surdos venezuelanos em Boa Vista,

Roraima e consequentemente propor uma reflexão sociolinguística sobre o bilinguismo no contexto

fronteiriço Brasil e Venezuela, assim como sua relevância na constituição identitária dos sujeitos

surdos. Fazemos parte de uma sociedade em permanente transformação, somos sujeitos

possuidores de identidades híbridas, estáveis e fragmentadas. Dessa forma, considerando o atual

cenário roraimense junto às questões migratórias, destacamos a importância desse trabalho, pois

nele damos voz a um grupo linguisticamente minoritário e deslembrado. O trabalho caracteriza-se

inicialmente uma breve abordagem teórica sobre cenário fronteiriço, a alternância de línguas e

constituição de identidades que darão suporte ao desenvolvimento de uma compreensão que parte

de uma dimensão individual e coletiva, seguindo para análise qualitativa de dados. Os sujeitos de

pesquisa apresentaram o uso da alternância de línguas, aparentemente tanto para interatuar com o

meio em que está inserido, quanto para demonstrar um movimento respeitoso com o outro. O papel

dos interlocutores, usuários da Libras, nesse contexto parecem ser fundamentais para as tomadas

de decisões, sejam elas no uso da língua ou em questões da vida cotidiana.

REFLEXÕES SOCIOLINGUÍSTICAS NO PROCESSO

MIGRATÓRIO DE SURDOS VENEZUELANOS EM

RORAIMA

Page 127: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

100 | P á g i n a

Alexandre Wesley Trindade UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciência e Letras de Araraquara

Este trabalho examina nomes deverbais, procurando mostrar que o aspecto que neles se expressa é

operado tanto por meios gramaticais quanto por meios lexicais. Por exemplo, a distinção entre

perfectivo e imperfectivo manifesta-se nos sufixos, enquanto a oposição entre as propriedades télico

e atélico, encontradas nas classes aspectuais ação, processo e estado, realiza-se no radical.Orientada

por uma visão funcionalista da linguagem, a análise parte do princípio de que a predicação é o

correlato gramatical do estado de coisas, sendo o aspecto a propriedade da predicação que consiste

em focalizar uma parte específica ou o todo da estrutura temporal interna do evento. O aspecto,

como propriedade do léxico, expressa o modo como o evento se desenvolve, ou seja, designa tipos

de situação (dinâmica, durativa e télica) que caracterizam as classes aspectuais (ação, ação-processo,

processo e estado). A hipótese geral é que a indicação do aspecto expresso pelo deverbal predicador

é apenas potencial. O significado aspectual é obtido composicionalmente, ou seja, pela combinação

das classes aspectuais do radical e do aspecto do sufixo nominalizador com os tipos semânticos dos

argumentos (valência). Para exemplificar, em um enunciado como a agitação dos lenços pelas

crianças, o nome abstrato agitação significa aceno e indica ação por estar vinculado a um

complemento de papel agente; caso o complemento seja um causativo, como pelo vento, o nome

abstrato passa a indicar processo, significando movimentação. Como o sufixo -ção se combina a um

radical que indica ação durativa, a leitura aspectual é imperfectiva.

O ASPECTO NOMINAL NO PORTUGUÊS

BRASILEIRO

Page 128: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

101 | P á g i n a

Aline Cantarotti UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciência e Letras de Araraquara

A graduação em secretariado executivo forma profissionais que, em contextos diversificados de

atuação, realizam traduções. Esta pesquisa tem como objetivo principal encaminhar uma proposta

de ensino de tradução para Secretariado Executivo no contexto brasileiro, haja vista um ensino de

tradução incipiente para a formação secretarial em âmbito nacional. Para tanto, foi realizada a

caracterização da formação secretarial atual, considerando especificamente a tradução nos cursos

de graduação na modalidade bacharelado em Secretariado Executivo no Brasil. Os dados foram

levantados (i) por meio de uma análise documental dos projetos político-pedagógicos das 48

instituições que ofertam a modalidade bacharelado no país, com enfoque nas disciplinas de línguas

estrangeiras e de tradução (quando havia a oferta da mesma), além de (ii) questionários aplicados

a coordenadores de curso, professores de línguas estrangeiras e/ou de tradução no Secretariado,

alunos e profissionais de Secretariado em território nacional. Tendo em vista os dados coletados,

propomos encaminhamentos para uma abordagem de ensino de tradução para Secretariado

Executivo, a qual denominamos “Tradução para fins específicos”, com base nos Estudos da

Tradução para a formação de tradutores (KIRALY, 2000; COLINA, [2003] 2015; DAVIES, 2004;

KELLY, 2005; NORD, 1997, 2013) e na abordagem de ensino de Inglês para fins específicos

(HUTCHINSON; WATERS, 1987; STREVENS, 1988; ROBINSON, 1991; DUDLEY-EVANS; ST

JOHN, 1998). Tal proposta considerou o perfil dos docentes que atuam nas disciplinas de línguas

estrangeiras nos cursos de Secretariado, com pouca ou nenhuma formação em tradução, a estrutura

dos cursos de Secretariado (carga horária, componentes curriculares, etc.), bem como os alunos e as

demandas profissionais das atividades tradutórias. Acreditamos que tal proposta vislumbra uma

fundamentação uniforme para o ensino-aprendizagem de tradução, bem como auxilia professores

e alunos em uma formação para atividades tradutórias efetiva, com senso crítico e reflexivo sobre

tais tarefas nos cursos de Secretariado Executivo.

TRADUÇÃO PARA SECRETARIADO

EXECUTIVO NO BRASIL: UMA PROPOSTA DE

ABORDAGEM DE ENSINO PARA A GRADUAÇÃO

Page 129: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

102 | P á g i n a

Aline Gomes Garcia UNESP – Universidade Estadual Paulista

IBILCE / São José do Rio Preto

No presente trabalho (processo FAPESP n. 2016/09046-1), situado no quadro teórico-metodológico

da Gramática Textual-Interativa, apresentamos uma análise da relação entre o processo de

Organização Tópica em editoriais de jornais paulistas do século XXI e aspectos caracterizadores do

gênero textual editorial. Para tanto, primeiramente, discutimos as principais particularidades da

Organização Tópica em editoriais paulistas atuais, focalizando os dois níveis de funcionamento

desse processo – o intertópico e o intratópico. Quanto ao nível intertópico, mostramos que os

editoriais se caracterizam por instaurarem dois, três ou quatro tópicos discursivos mais específicos,

organizados em um ou dois Quadros Tópicos. Além disso, demonstramos que os editoriais

investigados apresentam a continuidade como estratégia de linearização tópica predominante. No

que concerne ao nível intratópico, revelamos que, no gênero editorial, o SegT mínimo organiza-se

internamente segundo a combinação de duas unidades de organização intratópica – posição e

suporte. Defendemos que o funcionamento da Organização Tópica em editoriais de jornais paulistas

do século XXI é bastante determinado pelo seu contexto de uso, de maneira que a finalidade

sociocomunicativa de defesa de um posicionamento crítico do gênero editorial, o caráter bastante

fixo do gênero e a restrição quanto ao espaço ocupado pelo editorial no jornal determinam a

Organização tópica nos editoriais paulistas do século XXI. O corpus de análise reúne editoriais dos

jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, publicados durante o mês de agosto de 2016, e

utilizamos o método de análise tópica, que permite a análise textual com base na categoria analítica

abstrata do tópico discursivo e na unidade de análise chamada de Segmento Tópico.

PROPRIEDADES TEXTUAIS DEFINIDAS NO USO:

UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE A

ORGANIZAÇÃO TÓPICA EM EDITORIAIS

PAULISTAS ATUAIS E ASPECTOS

CARATERIZADORES DO GÊNERO

Page 130: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

103 | P á g i n a

Aline Pereira de Souza

UNESP – Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

As projeções, como a metáfora, a personificação, a comparação, a metonímia e a parábola,

geralmente são apresentadas aos alunos na escola apenas como figuras de linguagem de uso restrito

ao universo literário. Entretanto, pretendemos mostrar que tais projeções são presentes em nossa

comunicação diária e utilizadas em larga escala em muitos gêneros, tanto de forma natural,

explicitando sua presença no pensamento (cf. LAKOFF e JOHNSON, 1980), quanto proposital (cf.

GIBBS, Jr. 2015 e STEEN, 2015). Desses gêneros, escolhemos três para compor nosso corpus: títulos

de matérias jornalísticas, dissertações argumentativas bem avaliadas da FUVEST e do ENEM e

memes de Facebook, que são os principais gêneros a que estão expostos os alunos do Ensino Médio.

Esta pesquisa tem como objetivo analisar o uso e, principalmente, a funcionalidade desses processos

cognitivos de projeção de base analógica em três gêneros diferentes e cotidianos para o nosso

público–alvo, para reforçar a importância comunicativa e social que a presença de projeções tem

nesses textos. A partir dessa análise foi delineada uma estratégia de ensino-aprendizagem da

produção/compreensão desses textos, pois acreditamos que compreender as projeções como um

processo cognitivo e analógico pode ajudar consideravelmente os estudantes a desenvolver suas

habilidades de leitura, compreensão e produção textual. A hipótese que defendemos é que as

projeções são bastante frequentes em muitos gêneros e têm importante função argumentativa.

Acreditamos, também, que tais textos são consumidos justamente por conta das projeções contidas

neles, já que elas os tornam mais atrativos e podem significar muito, dizendo pouco. Nossos

principais objetivos, portanto foram: compreender a funcionalidade e os efeitos de sentido das

projeções utilizadas nos textos escolhidos e verificar como o domínio e a consciência de tais

conceitos podem ajudar os alunos a compreender melhor os textos que os circundam e a produzir

textos mais bem escritos. A análise teve como base os conceitos da Moderna Linguística Cognitiva

e, para tanto, foram utilizadas a Teoria da Integração Conceptual (Blending) proposta por

PROCESSOS COGNITIVOS ANALÓGICOS COMO

RECURSOS DE PRESENÇA EM ARGUMENTAÇÃO:

UMA PROPOSTA PARA A INTERPRETAÇÃO E

PRODUÇÃO TEXTUAL

Page 131: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

104 | P á g i n a

Fauconnier e Turner (2002), Turner (2014), a Teoria da Parábola, proposta por Turner (1996),

considerações sobre Analogia propostas por Hofstadter, D. e Sander, E (2013) e também, em termos

funcionais, o princípio da “presença” proposto por Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996). Para as

reflexões didáticas foram utilizadas, principalmente, as considerações sobre leitura advindas de

Koch (1995; 1997; 2002; 2006; 2016) e as considerações sobre Projetos didáticos de gênero advindas

de Guimarães e Kersch (2011; 2012; 2014; 2015). Os resultados da pesquisa confirmam a hipótese de

que o efeito persuasivo é mais facilmente alcançado quando os textos apelam para a experiência de

vida do leitor e usam projeções como instrumento pedagógico.

Page 132: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

105 | P á g i n a

Bárbara Ribeiro Fante UNESP – Universidade Estadual Paulista

IBILCE / São José do Rio Preto

As orações denominadas pela tradição linguística de concessivo-condicionais introduzidas por

incluso+si são vistas por autores como König (1985, 1986), Flamenco García (1999), Neves (1999) e

Rodríguez Rosique (2012) como híbridas, localizando-se entre a concessão e a condição, o que

significa, portanto, que elas contêm propriedades dessas duas categorias. Em uma oração como

Incluso si se lo pedimos por escrito, no nos lo devolverá (FLAMENCO GARCÍA, 1999, p. 3842), a

oração introduzida por incluso+si compartilha com as concessivas a característica de apresentar

um possível obstáculo que não chega a impedir o que está expresso na oração principal; já com as

condicionais, essas estruturas compartilham a característica de apresentarem um evento

hipotético. Com base na Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008)

esse estudo propõe-se a investigar as orações prefaciadas por incluso+si no espanhol peninsular

escrito com a hipótese de que essas estruturas, na verdade, são condicionais enfatizadas pelo

operador incluso. Nossos resultados revelam que incluso+si prefacia estruturas semifactuais e não

pressupostas, tal como tendem a prefaciar as orações condicionais prototípicas. Nossas análises

mostram, também, que essas orações se estabelecem em três camadas distintas, a saber: a do

Movimento e a do Ato Discursivo, ambas no Nível Interpessoal, e a do Conteúdo Proposicional,

no Nível Representacional. O papel de incluso é o de um operador de ênfase que intensifica a

conjunção si, estabelecendo a oração como argumento mais forte de uma escala de possibilidades.

Nesse caso, a ênfase advém do Nível Interpessoal, pois corresponde a uma escolha do falante para

alcançar seu objetivo comunicativo, destacando a informação que contém maior valor informativo.

O universo de investigação é embasado no córpus CREA (Corpus de referencia del español actual),

um banco de dados eletrônico que oferece textos de procedência diversa.

AS ORAÇÕES PREFACIADAS POR "INCLUSO SI"

NO ESPANHOL ESCRITO PENINSULAR À LUZ DA

GRAMÁTICA DISCURSIVO FUNCIONAL

Page 133: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

106 | P á g i n a

Camila Fernandes da Silva Taísa Peres de Oliveira (orientadora)

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Campus Três Lagoa

A relação de condicionalidade constitui-se um campo complexo no qual se encontra uma variedade

de formas que podem expressar diferentes matizes de condicionalidade (Oliveira, 2012; 2014). À

vista disso, acreditamos que, para compreender o desenvolvimento de tais construções é preciso

investigar o modo como traços da estrutura formal se relaciona com aspectos funcionais e

semântico-pragmáticos para compor sentido condicional. Assim, este projeto de pesquisa apresenta

uma proposta de investigação acerca da formação da construção condicional com caso

(caracterizada pelo esquema [caso + oração finita]) ao longo da história do português. Sugerimos

que esta construção esteja percorrendo trajetória de construcionalização – que, de acordo com

Traugott e Trousdale (2013), trata-se de mudanças construcionais que levam a formação de um novo

pareamento forma-sentido, uma nova construção. Especificamente, sob a luz dos modelos de

linguística funcional baseados no uso (Bybee, 2010), a proposta é investigar como se deram essas

mudanças linguísticas, e assim, avaliar os sub-esquemas que teriam levado a emergência do sentido

condicional expresso nessa construção. Seguindo o modelo elaborado por Traugott e Trousdale

(2013), concebemos caso como uma construção no português por ser um pareamento de FORMA -

um conector que introduz uma estrutura hipotática adverbial – e SENTIDO/FUNÇÃO – introdutor

de espaço mental de significado hipotético, condicional, representado da seguinte maneira: [[CASO

+ ORAÇÃO FINITA] <-> [SEM: CONDIÇÃO]]. A partir de uma perspectiva diacrônica, serão

coletados dados do século XIII até o século XXI, no Córpus do Português. Espera-se como resultado

principal deste trabalho a sistematização de cada passo envolvido no processo de desenvolvimento

desse tipo de condicional no português, evidenciando especialmente como o surgimento desse novo

padrão levou à expansão da rede e à reconfiguração de seus links de herança.

O DESENVOLVIMENTO DA CONSTRUÇÃO [CASO +

ORAÇÃO FINITA] NO PORTUGUÊS DO BRASIL

Page 134: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

107 | P á g i n a

Carla Raqueli Navas Lorenzoni Universidade Federal de São Carlos

A pesquisa aborda o processo de formação e a atuação do professor de língua estrangeira em escolas

que adotam a pedagogia Waldorf, uma proposta de intervenção pedagógica globalizante e

interdisciplinar. Os objetivos apresentados são: investigar o processo de formação de professores de

Língua Estrangeira (LE) na pedagogia Waldorf, analisar se a formação dada pela referida pedagogia

se reflete na prática dos docentes de língua estrangeira, demonstrando o que é o efetivo dessa teoria

em sala de aula e refletir sobre o motivo de divergências surgidas na ação do docente em relação à

formação que teve. Para isso, são apresentados como pilares teóricos estudos que embasam a

pedagogia Waldorf, conceitos sobre o Pensamento Complexo e sobre a Abordagem Comunicativa.

O corpus a ser estudado será produzido por meio de entrevistas e questionários aplicados a

professores de língua estrangeira os quais atuam no ensino fundamental em escola(s) que adota(m)

a referida pedagogia, além das observações e diário de campo feitos pela pesquisadora. O estudo

proposto espera, como resultado, contribuir para que pais, professores e estudiosos tenham base

científica no segmento do ensino de LE ao adotarem a pedagogia Waldorf na educação de crianças

e jovens ou, ainda, para expandir possibilidades mais humanistas de trabalho com a LE em

contextos outros, dentre eles escolas públicas.

A FORMAÇÃO E A ATUAÇÃO DO PROFESSOR

DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NA PEDAGOGIA

WALDORF

Page 135: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

108 | P á g i n a

Carolina Domladovac Silva UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

A sistematização e organização das informações e do conhecimento relativo às enfermidades no

contexto aurífero e diamantífero do Brasil Colonial do século XVIII em um vocabulário

especializado constituem os objetivos centrais da pesquisa. Primeiramente, justificamos a escolha

do Erário Mineral (FERREIRA, 1735) como corpus para leitura e recolha dos itens lexicais que

designam as enfermidades, observando ainda as respectivas formas de cura e demais estratégias

praticadas pelos cirurgiões-barbeiros para tratar os enfermos na época. Em seguida, explanamos as

teorias linguísticas, mais especificamente voltadas aos Estudos do Léxico, nas quais se fundamentou

esta pesquisa. Com o auxílio da Informática e da Linguística de Corpus, demonstramos o processo

de extração e análise das unidades lexicais referentes ao domínio estudado. Organizamos, então,

um vocabulário especializado das enfermidades que acometiam os habitantes de algumas regiões

do Brasil Colonial no contexto citado, reunindo a partir de recortes do discurso médico do século

XVIII as definições organizadas nos verbetes. No que concerne à macroestrutura, buscamos

contemplar na nomenclatura do vocabulário tanto as unidades lexicais da época e suas variantes,

quanto as unidades lexicais equivalentes pertencentes ao discurso médico contemporâneo. Para a

organização de tal nomenclatura seguimos dois critérios: uma proposta de estrutura conceitual para

o domínio estudado e um índice alfabético. Em relação à microestrutura do vocabulário,

apresentamos as definições de Ferreira (1735) e de outros autores da época, partindo de um recorte

do universo discursivo médico do século XVIII para chegarmos ao recorte do universo discursivo

equivalente atual, tal como veiculado em dicionários gerais de língua portuguesa, registrando ainda

momentos da variação lexical do campo estudado. Finalmente, apresentamos a análise semântica

das unidades lexicais especializadas que designam as doenças de pele extraídas do corpus, dentre

as quais algumas ainda acometem a população brasileira.

O LÉXICO DAS ENFERMIDADES NA OBRA

ERÁRIO MINERAL (1735), DE LUÍS GOMES

FERREIRA

Page 136: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

109 | P á g i n a

Carolina Marques Déa UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

O ensino de inglês enfrenta alguns questionamentos sobre qual é a “melhor” variedade para ser

ensinada. Algumas dúvidas sobre escolher o inglês americano ou britânico são comuns entre

professores (enquanto outras variedades raramente são mencionadas como uma escolha possível

para a sala de aula). Entretanto, é necessário encorajar os alunos a ter um comportamento mimético

com relação ao seu aprendizado, almejando apenas ter a pronúncia parecida com a de um falante

nativo? Essas questões são relevantes se considerarmos que a maioria das interações não acontece

envolvendo falantes nativos. Linguistas aplicados, professores e materiais didáticos devem ser

críticos sobre a concepção da língua inglesa e sobre sua importância no cenário internacional atual.

Como podemos ensiná-la? Como língua estrangeira ou como língua franca? Neste trabalho,

discutimos o atual papel do inglês ao redor do mundo e como alguns aspectos influenciaram a

confecção de materiais didáticos, buscando compreender possíveis impactos na representação dos

falantes não nativos para os usuários do livro. Nosso objeto de pesquisa se trata do primeiro livro

da série Global (Macmillan) e analisamos como é apresentada a língua inglesa e seus múltiplos

falantes. Baseamo-nos na bibliografia sobre Inglês como Língua Franca e preparamos questões

norteadoras para guiarem nossa análise sobre aspectos linguísticos, sociais e culturais da

representação do falante não nativo presente no material. O resultado de nossa análise aponta que

apesar da presença do falante não nativo no material, a maneira como é retratado é superficial,

sendo mostrado majoritariamente de maneira separada, em seção anexa à lição, e sem estar em

situações comunicativas de interação. Também apresentamos uma discussão sobre possíveis

maneiras de abordar o de Inglês como Língua Franca em materiais didáticos

GLOBAL ENGLISH: ANÁLISE DA REPRESENTAÇÃO

DO FALANTE DE INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA

EM UM MATERIAL DIDÁTICO

Page 137: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

110 | P á g i n a

Darlan Xavier Nascimento Universidade Federal de São Carlos

A Sumarização Automática Multidocumento Multilíngue (SAMM) é uma tarefa computacional que

gera um sumário em uma língua de interesse a partir de uma coleção de ao menos duas notícias que

abordam um mesmo assunto, sendo uma na língua de interesse e a(s) outra(s) em língua(s)

estrangeira(s). Nesta pesquisa de mestrado que está sendo desenvolvida na UFSCar desde março

de 2018, o objetivo é investigar alguns aspectos relacionados à avaliação do desempenho de alguns

métodos na produção de extratos (ou seja, sumários que apenas selecionam as sentenças mais

relevantes, sem reformulá-las) com base em notícias de jornal escritas em português brasileiro,

inglês e alemão, de modo que um único sumário em português seja produzido para cada coleção

trilíngue. A literatura científica mostra que os métodos que têm o português como língua de

interesse foram avaliados de forma intrínseca, com base na análise manual da qualidade linguística

e na análise automática da informatividade de seus sumários extraídos. Neste projeto, pretende-se

refinar a avaliação desses métodos, (i) usando sumários de referência (isto é, sumários produzidos

por humanos, com reescrita do conteúdo, para fins de comparação com os extratos) redigidos por

falantes nativos de todas as línguas envolvidas nesta pesquisa, os quais são necessários para o

cálculo automático da informatividade, (ii) empregando diferentes taxas de compressão (valor

percentual que será reduzido da extensão do maior texto-fonte) e (iii) analisando o impacto dos

erros da tradução automática nos sumários produzidos pelo melhor método da literatura que a

emprega. Com isso, buscar-se-á contribuir para o avanço da SAMM e do Processamento de Língua

Natural no Brasil.

REFINAMENTO DE MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

DE SUMÁRIOS AUTOMÁTICOS

MULTIDOCUMENTO MULTILÍNGUE

Page 138: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

111 | P á g i n a

Diego Minucelli Garcia UNESP – Universidade Estadual Paulista

IBILCE / São José do Rio Preto

Este trabalho objetivou investigar sincronicamente o estatuto gramatical da locução conjuntiva

((n)a) hora (em) que como introdutora de orações hipotáticas temporais em português. Como base

teórica, utilizou-se o modelo da Gramática de Construções (GOLDBERG, 1995; CROFT, 2001), que

reconhece que a forma básica de uma estrutura sintática, segundo Croft (2001), é uma construção

(pareamento de forma e de função). A partir da análise de dados extraídos do Iboruna, banco de

dados representativo da fala da região noroeste paulista, os resultados demonstraram que a

construção se encontra em processo de mudança construcional, revelado por diferentes graus de

produtividade, esquematicidade e composicionalidade da forma (TRAUGOTT; TROUSDALE,

2013). Ao comparar com dados da conjunção quando, verificou-se que ((n)a) hora (em) que

apresenta as mesmas propriedades gerais de quando, comportamento que sustenta sua inclusão no

sistema gramatical como conectivo introdutor de espaços mentais temporais (FAUCONNIER,

1994). No entanto, também foram observadas diferenças em relação à quando, como a maior

frequência de uso para introduzir eventos pontuais e a maior ocorrência em textos do tipo relato de

procedimento. Esses resultados indicam que a locução exibe um grau de especialização que justifica

a preferência dos falantes pelo uso desse item em vez do conectivo quando. Além disso, na análise

de suas formas alternantes, constatou-se comportamento distinto de hora que, indicando um estágio

mais avançado do processo de mudança construcional em comparação às outras formas da locução.

Diante desses resultados, propôs-se uma hierarquia construcional de ((n)a) hora (em) que, que teria

como macroconstrução o esquema [Ncircunstancial que], forma abstrata mais genérica, cuja

instância intermediária (mesocronstrução), seria [(prep) (art) Ntemporal (prep) que]. Em

continuidade ao presente trabalho, vem sendo realizada uma análise do comportamento diacrônico

de na hora que, com o propósito de verificar como a construção se relaciona a outras locuções

compostas por nomes circunstanciais, tais como uma vez que, à medida que, no momento que, entre

outras.

A CONSTRUÇÃO “NA HORA QUE” EM

PERSPECTIVA SINCRÔNICA: UMA ANÁLISE DE

SUA MUDANÇA CONSTRUCIONAL

Page 139: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

112 | P á g i n a

Gabrielle Cristina Baumann Salvatto Universidade de São Paulo

A Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI) da cidade de Araraquara, em parceria com a

UNESP, oferece ao público idoso diversos cursos livres, incluindo línguas estrangeiras (LE). Dentro

desse contexto, nosso trabalho consiste na oferta de uma oficina - que denominamos Raccontarsi -

e que se realizou entre os meses de outubro e novembro de 2017 com alunos do curso “Italiano para

a terceira idade” desenvolvido pela UNATI. Apresentaremos um recorte inicial de dados que

recolhemos durante a oficina, levando-se em conta que nosso objetivo principal consistia em aliar o

ensino de língua italiana e a abordagem autobiográfica em contexto de ensino para a terceira idade.

Dessa forma, buscamos por meio das atividades realizadas em diferentes etapas dentro de Unidades

de Trabalho (Diadori, 2015), traçar a linha do tempo e a história de vida dos alunos, visando colocá-

los como sujeitos ativos de seu processo de aprendizagem. Procedemos à análise por meio da

triangulação dos seguintes dados coletados: a) Autobiografias de aprendizagem dos alunos, b)

Diário de bordo da professora e c) Entrevista com grupo focal (LOSATO, 2008) realizada ao fim da

Oficina. A exploração dos dados, dentro desse estudo de caso de cunho qualitativo, foi realizada

com base em reflexões teóricas trazidas por Demetrio (1996, 1997, 2002, 2008), estudioso que versa

sobre a abordagem autobiográfica e em autores como Alarcão (2003) e Kumaravadivelu (2003) a fim

de relacionar o Pós- Método com a formação reflexiva de professores e com o ensino-aprendizagem

reflexivo.

ABORDAGEM AUTOBIOGRÁFICA NO ENSINO

DE ITALIANO LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA A

TERCEIRA IDADE: UMA PROPOSTA JUNTO À

UNATI

Page 140: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

113 | P á g i n a

Gustavo Henrique Rodrigues de Castro UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Esta comunicação terá como objetivo divulgar os resultados da pesquisa intitulada “Forma de vida

dramática e construção da identidade em ‘A obscena senhora d’” (Processo Fapesp 2015/18864-7),

cujo objetivo principal foi o de analisar os procedimentos de construção da identidade do ator Hillé,

personagem principal da novela A obscena senhora D, da romancista, poeta e dramaturga brasileira

Hilda Hilst. Para dar cabo desta proposta, emprega-se os fundamentos da semiótica greimasiana,

ou de linha francesa, em especial aqueles reunidos no modelo teórico do percurso gerativo do

sentido preconizado por Algirdas Julien Greimas e Joseph Courtés. Além disso, a fim de dar conta

do objetivo proposto, optou-se por avançar na direção de trabalhos mais atuais da semiótica de

inspiração greimasiana, especificamente os que trazem as propostas do semioticista francês Jacques

Fontanille sobre identidade, forma de vida e corpo. A hipótese principal é a de que os temas da

velhice, da morte e do tempo recebem uma formulação figurativa no próprio corpo sensível do ator

Hillé, atuando na construção de sua identidade, esta última regulada pela forma de vida dramática

da qual se buscará apresentar os mecanismos de construção e de manutenção.

CORPO E DRAMA EM “A OBSCENA

SENHORA D”: A CONSTRUÇÃO

IDENTITÁRIA DO ATOR HILLÉ

Page 141: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

114 | P á g i n a

Helker Nhoato UNESP – Universidade Estadual Paulista

IBILCE / São José do Rio Preto

O objetivo do trabalho é caracterizar a natureza das noções semânticas dos modificadores adjetivais

de sintagma nominal, com base na análise da motivação semântica do referente nuclear do

sintagma: entidades de primeira ordem e entidades de segunda ordem (LYONS, 1977;

HENGEVELD, 2008), priorizando as propriedades pragmáticas e semânticas dos adjetivos no

português brasileiro falado no noroeste do Estado de São Paulo. A análise é funcionalista e vincula-

se ao arcabouço teórico proposto pela Teoria da Gramática Funcional (DIK, 1997a) e pela Gramática

Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008) que projetam uma classificação

semântica dos constituintes do sintagma nominal com base nas suas propriedades de referência a

entidades do mundo e na atribuição de propriedade de modificação a essas entidades. Para análise

da relação que os modificadores estabelecem com o núcleo dos sintagmas nominais, utilizou-se a

classificação proposta por Negrão et al. (2014), que separam os adjetivos em argumentais e

predicadores de núcleo. Para análise dos aspectos semânticos dos modificadores utilizam-se as

classificações propostas por Castilho (2010), Castilho e Moraes de Castilho (1993), Cinque (2010) e

Neves (2010). A amostra examinada é extraída do córpus IBORUNA coletado pelo Projeto ALIP,

que foi concebido no interior do Grupo de Pesquisa em Gramática Funcional (GPGF) da UNESP de

São José do Rio Preto. Os dados mostraram que a posição pós-nuclear é a preferência majoritária

dos adjetivos na codificação morfossintática. A distribuição em anteposição e posposição tem uma

regularidade motivada por traços semânticos específicos do modificador. Ainda que minoritária em

grande medida, a posição pré-nuclear está vinculada a traços pragmáticos e semânticos específicos.

Esses resultados demonstraram a atuação de motivações semânticas e, em menor parte,

pragmáticas, condicionando o preenchimento de posições específicas dos modificadores no interior

do sintagma nominal. A modificação adjetival têm uma distribuição semântica em grande parte e

também pragmática.

PROPRIEDADES SEMÂNTICAS E

PRAGMÁTICAS DE MODIFICADORES DO

NÚCLEO DO SINTAGMA NOMINAL

Page 142: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

115 | P á g i n a

Jaelson da Silva Santos

Universidade Federal de Roraima

Os trabalhos descritivos sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras, têm aumentado

gradativamente, as pesquisas encontram-se voltadas paras diversas áreas: fonética, morfologia,

sintaxe, semântica dentre outras. O presente trabalho tem por objetivo mostrar alguns aspectos do

verbo CAIR como classificador. Deste modo, os dados elencados para essa exposição são frutos de

entrevistas com surdos, para tanto usou-se como aporte teórico autores como Alan (1977), Supalla

(1986), Ferreira-Brito (1995), Veloso (2008), dentre outros. Para tanto, fizemos uso da corrente teórica

da linguística cognitivo-funcional, uma vez que esta leva em consideração a linguagem em situações

reais de uso, assim, por meio de seus conceitos analisamos se realmente este verbo pode ser ou não

considerado um classificador verbal, item lexical ou uma construção classificadora. Os dados para

análise são frutos de entrevistas com surdos roraimenses, registradas em vídeos. Em seguida, foram

feitas descrições por meio do Elan de como os sinais foram realizados e destes, selecionamos os que

traziam situações de uso do verbo em questão, desta forma foi possível verificar as peculiaridades

de cada realização e, a partir destas, fizemos as análises que demostraram os seguintes resultados:

nas frases com o elemento CAIR, os dados foram os mais variados, uma vez que as frases foram

separadas em dois blocos, o primeiro com frases de cunho abstrato, logo, mais metafórico, a segunda

com frases de cunho concreto. As frases do primeiro bloco apresentaram grande variação de

realização, ou seja, alguns sinais foram realizados totalmente diferente uns dos outros. Nestas

frases, o verbo CAIR atuou apenas como verbo de movimento, e não como classificador. O único

lugar em que esse verbo apresentou vestígios de Classificador foi em alguns dos exemplos de frases

de cunho concreto.

ASPECTOS DO VERBO CAIR EM LIBRAS:

CLASSIFICADOR, ITEM LEXICAL OU CONSTRUÇÃO

CLASSIFICADORA?

Page 143: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

116 | P á g i n a

Jairzinho Rabelo UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciência e Letras de Araraquara

A pesquisa sobre a produção textual de professores indígenas em formação ou formados nasceu em

janeiro 2002, quando ministrei um curso preparatório para o primeiro vestibular do Curso de

Licenciatura Intercultural do Instituto Insikiran da UFRR. É parte dos estudos de doutoramento em

Linguística e Língua Portuguesa pela Unesp/Araquara. Objetiva analisar em que medida o

processo de refacção textual contribui para melhoria de textos de professores indígenas a partir da

observação das suas dificuldades, da forma como acontece a refacção. Para tanto, levanto as

seguintes questões de pesquisa: a) em que medida o processo de refacção textual contribui para

melhoria de textos de professores indígenas? b) quais as principais dificuldades dos professores

indígenas, em formação ou formação em nível superior, no processo de refacção de textos

dissertativos? Como acontece o processo de refacção textual em textos dissertativos produzidos por

professores indígenas? Pesquisa em andamento, para efetivação serão: estudos teóricos, proposição

de uma oficina com professores indígenas em formação ou formados; coleta dos dados na oficina

por meio da reescrita dos textos e por entrevistas com os professores-cursistas; aprofundamento dos

estudos teóricos e realização das análises de dados. Assim, há a proposição de uma visão teórico-

prática na perspectiva da linguística textual, acerca das concepções e processos de produção de

textos. Para tanto, serão discutidos, dentre outros, Geraldi (1991, 2006 e 2012) e Koch (1998a, 1998b

e 2011), tendo como referência para análise o Interacionismo Sociodiscursivo fundado por

Bronckart (2004) e seus seguidores (BRONCKART, 1999, 2006, 2008; MACHADO, 2004, 2009;

MACHADO & BRONCKART, 2009). Será utilizada como metodologia uma análise de corpus, cujas

fontes serão textos produzidos e reescritos por professores em formação e/ou formados que

participarem da oficina, do mesmo modo que serão realizadas entrevistas com pelo menos cinco

dele para compreensão processo de reescrita dos textos.

A REFACÇÃO TEXTUAL DE PROFESSORES

INDÍGENAS

Page 144: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

117 | P á g i n a

José Pessoni Filho Universidade de Franca

Esta pesquisa trata do discurso religioso mobilizado em um debate sobre o dia internacional da

religião veiculado pela TV Cultura no ano de 2016 e disponibilizado na internet por meio do

YouTube. Este debate é composto por uma mediadora que entrevista um ateísta e um filósofo que

refletem sobre a crença na existência de Deus. Considerando este cenário de embate ideológico e de

negociação de sentidos, este trabalho investiga como os integrantes constroem seus argumentos

agregados ao tema proposto, levando em consideração as respostas direcionadas aos interlocutores

em cada enunciado produzido por eles. As análises realizadas tiveram como suporte as reflexões

dos estudos bakhtinianos sobre as relações dialógicas e sobre tema e significação. Como resultado,

são ressaltados no vídeo argumentos que identificam o discurso religioso permeando uma

sociedade que coexistem indivíduos que possuem uma crença religiosa ou não, seja por meio de

uma religião para demostrar sua fé em uma divindade, seja pela consideração da religiosidade sem

necessariamente uma se associar a uma religião. Outra prática também levantada no debate é a de

acreditar em si próprio. Em vista disso, o dia internacional da religião, tema proposto pelo debate,

foi tratado com o direcionamento constante da ideia de Deus existir tanto pela entrevistadora como

pela produção do programa. No caso do filósofo convidado, a construção temática ocorre por meio

de discursos que abrangem as diversas religiões presentes na sociedade, reforçando, assim, Deus

como argumentação central. No caso do ateísta convidado, os posicionamentos construídos frente

ao assunto são circundados pelos questionamentos “por que?” e “como?” não crer em um ser

superior, utilizando Deus como contraponto para expor suas opiniões as quais sempre respondem

os argumentos sobre a existência de Deus e não sobre a existência das religiões.

REFLEXÕES BAKHTINIANAS E SUAS

CONTRIBUIÇÕES PARA UMA ENTREVISTA EM

HOMENAGEM AO DIA INTERNACIONAL DA

RELIGIÃO

Page 145: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

118 | P á g i n a

Kelly Geara Damaceno Thuha Universidade de Franca

Com o advento das redes sociais, a web tornou-se ferramenta ímpar para a difusão de textos

literários e o público adolescente passou a ter contato com o gênero poema, que migrou das páginas

dos livros para as telas de computadores e dispositivos móveis. Com base nesses pressupostos, o

presente estudo busca refletir sobre o modo como as redes sociais contribuem para que os poemas

se tornem menos impopulares entre a faixa etária de 14 a 18 anos; compreender o funcionamento

dos poemas de Paulo Leminski em circulação nas redes sociais; estudar as características discursivas

e estilísticas desses poemas e entender como, ao migrar das páginas dos livros para os perfis nas

redes sociais, eles constituem (ou não) novas materialidades. A abordagem ocorrerá por meio da

análise dos modos de circulação da obra de Leminski entre os jovens, buscando compreender

aspectos da relação entre características de seu estilo e as maneiras como seus poemas são tratados

nas postagens em redes sociais, com base nos pressupostos da AD de linha francesa, sobretudo as

reflexões de Orlandi (1998, 2014) sobre leitura e sujeito-leitor, os conceitos de aforização e

particitação de Maingueneau (2008, 2); as reflexões de BAUMAN (2008) sobre influência das redes

sociais na sociedade, os estudos sobre Letramento (BARTON, 1998; BUZATO, 2006; XAVIER, 2011),

as reflexões de CHARTIER (2010, 2012) a respeito das tecnologias de comunicação na

contemporaneidade e suas relações com a leitura. Para a geração de nativos digitais (Cf. PRENSKY,

2001) uma das consequências da velocidade tecnológica e da aceleração da lógica do consumo, as

quais estão submetidos, é a interferência direta do Facebook -rede social ligada ao midium internet-

em seu letramento literário. Corrobora essa afirmação o fato de que esses indivíduos passaram a

compartilhar trechos de poemas associados a suas fotos, promovendo um associação narcísica entre

eles.

LITERATURA EM GOTAS: LEITURA E

CIRCULAÇÃO DE POEMAS EM REDES

SOCIAIS

Page 146: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

119 | P á g i n a

Milena de Paula Molinari UNESP – Universidade Estadual Paulista

IBILCE / São José do Rio Preto

Um passaporte é um documento pessoal de identidade que protege legalmente seu portador no

exterior e permite sua entrada e circulação em países com os quais seu país de origem mantém

relações. Os problemas de imigração ilegal, terrorismo, tráfico de drogas e outros têm feito com que

os países se preocupem em controlar do modo mais eficaz possível a entrada e saída de pessoas

estrangeiras. Dessa forma, alguns países estão desenvolvendo técnicas para confirmar com precisão

se o portador do documento é seu legítimo detentor. Diante da forte relação entre Brasil e França,

estudar a terminologia dos passaportes e elaborar um glossário dos termos nele encontrados é de

grande importância social, visto que pode colaborar para uma melhor comunicação entre

autoridades alfandegárias e também contribui intensamente para o trabalho dos tradutores

juramentados ao se depararem com passaportes ou até outros documentos da área jurídica.

Adotamos os princípios teóricos e metodológicos da Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT),

sistematizada por Maria Teresa Cabré (1999). Essa perspectiva científica entende o termo como uma

unidade lexical que assume o estatuto de termo quando usada em um contexto de especialidade.

Nosso projeto se insere em um projeto maior, o Lextraju - O léxico para a tradução juramentada,

coordenado pela Profa. Dra. Lidia Almeida Barros na Unesp de São José do Rio Preto. Cada membro

do Lextraju trabalha com um tipo de documento, visando no futuro, à criação de um dicionário

jurídico.

TERMINOLOGIA DO DOMÍNIO DOS PASSAPORTES

FRANCESES: ESTUDO TERMINOLÓGICO E

ELABORAÇÃO DE GLOSSÁRIO MONOLÍNGUE FRANCÊS

Page 147: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

120 | P á g i n a

Nathan Bastos de Souza Universidade Federal de São Carlos

O objetivo desta comunicação é estudar o funcionamento do discurso de militância em Mercedes

Sosa (1935-2009). Para tanto, tomamos como objeto de análise o corpus de nossa tese em andamento:

cinco documentários (“Como un pájaro libre”, “Algo más que una canción”, “¿Será posible el sur?”,

“Cantora, un viaje íntimo”, “Mercedes Sosa, la voz de Latinoamerica”) e uma biografia narrada por

Mercedes e assinada por um jornalista argentino que transcreveu os áudios, trata-se de uma

biografia em voz alta (“Mercedes Sosa, la Negra”), desse corpus selecionamos alguns enunciados

pertinentes ao recorte ora anunciado. A ancoragem teórica é de base bakhtiniana para a

compreensão das categorias de biografia e autobiografia, em diálogo com os estudos da

pesquisadora argentina L. Arfuch sobre o cronotopo do eu e de base discursiva para o tratamento

do funcionamento do discurso de militância, com M. Angenot e P. Charaudeau. Podemos afirmar

que o funcionamento do discurso de militância é um discurso inflamado, tonitruante, um grito ao

mundo, e no caso de Mercedes Sosa esse discurso se reveste de intimidade nos relatos

(auto)biográficos nos quais a vida da cantora é entendida como lugar de luta contra as

desigualdades.

APONTAMENTOS SOBRE O

FUNCIONAMENTO DO DISCURSO DE

MILITÂNCIA EM MERCEDES SOSA

Page 148: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

121 | P á g i n a

Rafael Prearo Lima UNESP – Universidade Estadual Paulista

IBILCE / São José do Rio Preto

O objetivo deste trabalho é analisar o modo pelo qual discursos no campo religioso invocam os do

campo científico como fonte de verdade, explicitando o poder do discurso científico na legitimação

do discurso religioso. Para isso, usaremos como fundamento teórico-metodológico a AD francesa,

especificamente os conceitos de campo e habitus (BOURDIEU, 2003, 1996, 1989), campo discursivo

(MAINGUENEAU, 2008) e as noções de discurso da verdade e de vontade de verdade,

(FOUCAULT, 2002, 1999). A fim de desenvolvermos a análise proposta, selecionamos como corpus

textos sob a formação discursiva “discurso dos evangélicos”, para que observemos como o discurso

científico é usado para autenticar discursos em um campo para qual, em princípio, a ciência não é

chamada. Os resultados demonstram que o discurso religioso usa o científico para se legitimar e, de

certa forma, buscar novos seguidores, visto que o discurso científico não só é (re)corrente na

produção discursiva da pós-modernidade, como também a ele é atribuído status de verdade. Nesse

sentido, o discurso científico é a vontade de verdade usada pelo discurso religioso como meio para

se legitimar. Os conhecimentos do campo científico funcionam, assim, como uma força externa que

reforça as bases do campo religioso e que, por fim, funcionam como estratégia de conservação deste

último

DISCURSO DA VERDADE E VONTADE DE

VERDADE: MARCAS DO DISCURSO CIENTÍFICO

NO DISCURSO RELIGIOSO

Page 149: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

122 | P á g i n a

Roberta Pereira Fiel UNESP – Universidade Estadual Paulista

IBILCE / São José do Rio Preto

Neste trabalho, apresentamos uma caracterização longitudinal da escrita de alunos do Ensino

Fundamental II no que diz respeito às chamadas hipossegmentações de palavras escritas – como

“puraqui” (“por aqui”), nas quais há a ausência não-convencional de fronteira gráfica. Nossos

objetivos são: (i) identificar, por meio de análise quantitativa, se há correlação (ou não) entre número

de hipossegmentações e tempo de escolarização; e (ii) descrever qualitativamente as

hipossegmentações, quanto a aspectos prosódicos dos enunciados falados e aspectos gráficos

relativos às informações da própria convenção ortográfica. Para alcançar esses objetivos, nos

baseamos, por um lado, em aparato teórico da fonologia prosódica, modelo relation-based, que

concebe a existência de sete constituintes prosódicos que estruturam os enunciados das línguas do

mundo; por outro lado, em abordagem da escrita como constituída de modo heterogêneo. Dos

resultados obtidos na análise quantitativa, destacamos que há correlação entre aumento dos anos

de escolarização e diminuição de ocorrência de hipossegmentação. No que se refere aos resultados

quantitativos das estruturas envolvidas, destacamos: (i) a junção entre clítico e palavra prosódica é

a característica do maior conjunto de dados; (ii) a junção entre dois clíticos é a segunda estrutura

mais recorrente, predominando a hipossegmentação “oque”; (iii) a junção entre duas palavras

prosódicas, a terceira mais recorrente no material analisado, decorre da mobilização de várias

características linguísticas, como a hipossegmentação de estruturas perifrásticas que constituem

exemplos de mudança linguística em curso; (iv) a junção de palavra prosódica e clítico é a estrutura

menos recorrente, sendo a maioria dos dados decorrente da combinação de palavras com a ausência

do hífen, que levou à formação de possíveis palavras prosódicas; (v) a junção envolvendo mais de

uma palavra prosódica e/ou clítico ocorreu apenas em três dados, que abrangem estruturas como

a frase entoacional e o enunciado fonológico.

ESTUDO LONGITUDINAL DE

HIPOSSEGMENTAÇÕES EM TEXTOS DO

ENSINO FUNDAMENTAL II

Page 150: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

123 | P á g i n a

Thaís Borba Ribeiro UNESP – Universidade Estadual Paulista

Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

O objetivo desta comunicação é discutir como o gênero “hino” tem sido explorado por publicidades

como estratégia para obter a adesão e a identificação do público. Sabe-se que a mídia exerce grande

influência na construção de identidades. Essa característica intensifica-se durante a cobertura de

jogos olímpicos ou de campeonatos esportivos de grande proporção em que circulam discursos que

tematizam a união dos brasileiros entre si, ou deles com outros povos, buscando, de todo modo, a

integração. Apresentaremos, portanto, a análise do gênero hino associado ao discurso publicitário,

mostrando como ele tem sido utilizado pela mídia para reforçar identidades. Para tanto,

selecionamos duas campanhas publicitárias: uma da cerveja Brahma intitulada "Hino paulista" (de

caráter nacional) e outra do smartphone da Samsung, com título "The Anthem" (de abrangência

internacional). A primeira publicidade, veiculada durante o campeonato brasileiro de futebol,

associa a marca da cerveja ao propósito de “unir” torcidas organizadas, convocando-as a cantar, um

hino comum, composto por trechos dos hinos oficiais de cada clube. Esse “novo hino” promove a

agregação das torcidas. A segunda publicidade faz parte de uma campanha lançada durante os

Jogos Olímpicos “Rio 2016”, combinando os hinos nacionais de vários países para criar um hino

“global”, cantado e ouvido através do smartphone. As duas campanhas utilizam-se do gênero hino

com o intuito de ressaltar a (re)união entre certos grupos sociais, integrando seus produtos nesse

ideal. Trata-se de propagandas audiovisuais veiculadas durante eventos esportivos de larga

abrangência, momentos em que a intensidade das abordagens identitárias é elevada ao grau

máximo e o discurso da “unidade” ganha campo nas mídias. Os resultados da pesquisa apontam

que o hino parece ser um gênero textual apropriado para essas estratégias de discurso, devido a sua

capacidade de promover a enunciação coletiva, incitando afetos e paixões.

A FIGURATIVIDADE DOS DISCURSOS

DOS HINOS PÁTRIOS

Page 151: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

124 | P á g i n a

Yasmin Vizeu Camargo Universidade Federal de São Carlos

Na Sumarização Automática Multidocumento Multilíngue (SAMM), um dos objetivos é construir

um sumário, na língua do usuário, a partir de uma coleção de ao menos duas notícias que abordam

mesmo assunto, sendo uma delas na língua do usuário e outra em língua estrangeira. Tais sumários,

quando extrativos, são compostos pelas sentenças dos textos-fonte que veiculam a informação

principal da coleção. A seleção das sentenças pode se basear em diferentes estratégias. Uma

estratégia bastante promissora é a que utiliza a frequência de ocorrência dos conceitos lexicais na

coleção. Recentemente, desenvolveram-se métodos de SAMM exclusivamente profundos, os quais

processam a coleção de textos-fonte sem a tradução automática integral dos textos em língua

estrangeira que a compõem (TOSTA, 2014; DI-FELIPPO et al. 2016). Esses métodos selecionam as

sentenças com base na frequência dos conceitos nominais da coleção, evitando a redundância entre

elas por meio da sobreposição lexical. Os extratos gerados por esses métodos são mais informativos

e apresentam menos problemas de gramaticalidade que os gerados pelos métodos baseline do

português, os quais englobam a TA dos textos em língua estrangeira e a seleção de conteúdo é

pautada na frequência das palavras na coleção ou na posição das sentenças nos textos-fonte (TOSTA

et al., 2013). Diante disso, objetiva-se propor métodos de seleção de conteúdo que levam em conta

relações (como hiponímia e hiperonímia) entre os conceitos da coleção e que tratam a redundância

entre as sentenças selecionadas com base na sobreposição conceitual (e não lexical) entre eles. Com

isso, espera-se melhorar a informatividade e a gramaticalidade dos extratos multilíngues em

português.

SUMARIZAÇÃO AUTOMÁTICA MULTILÍNGUE

MULTIDOCUMENTO: SELEÇÃO DE CONTEÚDO E

TRATAMENTO DA REDUNDÂNCIA COM BASE EM

CONHECIMENTO LÉXICO-CONCEITUAL

Page 152: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

125 | P á g i n a

Página em branco

Page 153: X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA UNESP · João Antonio Telles Larissa Cristina Berti ... Adriana Dias de Souza ... A noção de planos da linguagem na semiótica discursiva

126 | P á g i n a

APOIO E PATROCÍNIO