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História dos estudos linguísticos Prof. Dr. Derli Machado de Oliveira Baseado no livro: Para Compreender Saussure, de Castelar de Carvalho, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

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Historia Dos Estudos Linguísticos

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  • Histria dos estudos lingusticos

    Prof. Dr. Derli Machado de Oliveira Baseado no livro: Para Compreender Saussure, de Castelar de Carvalho, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

  • Fases da Lingstica

    Lingstica: estabelecida como cincia no sc. XIX.

    o estudo cientfico da linguagem humana

    Dos gregos at o sculo XIX, passou por 3 fases:

    Filosfica

    Filolgica

    Histrico - Comparatista

  • Fase Filosfica

    Gregos (sc.V aC): origem da linguagem. Relaes entre a palavra e a coisa, como se pode ver no dilogo Crtilo de Plato.

    Naturalistas: signo lingustico motivado.

    convencionalistas (sc. II aC): nome das coisas de acordo com o uso (isto , que o signo lingustico era arbitrrio).

  • Fase Filosfica

    Base Lgica: analogistas Aristteles - o nome das coisas de acordo com a natureza dessas coisas);

    Uso Corrente (esticos) Anomalistas: preocupavam-se com as irregularidades da lngua e as excees. Para eles, o nome das coisas era de acordo com o uso e o hbito dos falantes.

  • Fase Filosfica

    Gramtica voltada para a prtica prxis

    A gramtica surgiu no ocidente como a arte de ler e escrever

    Disciplina normativa, no cientfica, no interessada na lngua em si.

    Modelo de gramtica baseado em escritores clssicos

  • Fase Filosfica: os romanos

    Foram alunos dos gregos, que se tornaram professores em Roma.

    Sua gramtica normativa, de base filosfica.

    Ao contrrio dos gregos, preocupavam-se com outras lnguas alm do Latim.

    Tentaram conciliar Analogistas e Anomalistas, criando uma gramtica das regras e das excees.

  • 2. Fase Filolgica O termo filologia derivado do philologia, dos

    termos philos, que significa "amor, carinho, amado, querido, querido amigo", e logos, que significa "palavra, a articulao, a razo", descrevendo um amor de aprendizagem.

    Filologia: estudo da elucidao dos textos. Surgiu em Alexandria (Egito), no sc. II AC

    Na Europa, no sculo XVIII, neoclassicismo.

    Interesse pelas obras clssicas fez com que se iniciassem os estudos filolgicos.

    Incio: Wolf, na Alemanha, em 1777, visavam compreenso do mundo antigo em sua totalidade, pela anlise das obras literrias.

  • 2. Fase Filolgica

    Preocupa-se com a lngua escrita e deixa de lado a lngua falada

    Serviu de base para a Lingstica Histrico-Comparativa

  • 3. Fase Histrico-Comparativa

    como as lnguas evoluem, e no como elas funcionam.

    Idias errneas: o hebraico seria a primeira lngua do mundo, a que havia sido falada no den.

    Mudana da fase pr-cientfica para a cientfica, baseada em pesquisas, no apenas opinies.

  • 3. Fase Histrico-Comparativa

    Primeiro comparatista de real importncia, e com esprito cientfico e de pesquisa foi o cientista alemo Leibniz

    primeira lngua a ser falada no mundo, e que seria uma protolngua (proto Indo-Europeu)a que se chegaria, talvez, pela comparao entre as lnguas.

  • 3. Fase Histrico-Comparativa

    Padre Hervs: Jesuta espanhol, que envolveu em sua pesquisa, 300 lnguas, inclusive lnguas indgenas da Amrica.

    Segundo Momento: o vocabulrio no o elemento mais representativo das lnguas, e sim a forma gramatical.

    Como o vocabulrio muito varivel e mais sujeito a emprstimos, atravs da estrutura gramatical consegue-se descobrir melhor o parentesco e a afinidade entre as lnguas.

  • Snscrito e o parentesco entre as lnguas

    Descoberta do Snscrito, entre 1786 e 1816;

    Mtodos de pesquisa que permitiram comparar as estruturas gramaticais entre e parentesco gentico: entre o Latim, o Grego, lnguas germnicas, eslavas, clticas e o Snscrito.

  • Franz Bopp(1791-1867)

    Fundador da Lingstica Comparatista Livro Sistema de conjugao do Snscrito (1816)

    Para Bopp, a fonte comum das flexes verbais do latim, do grego, do persa e do germnico era o snscrito.

    O snscrito era o idioma que mais se aproximava de uma protolngua indo-europia

  • Ramus Rask (1878 1832)

    Dinamarqus escreveu sobre origem do velho nrdico (1818). Ponta semelhanas entre as principais lnguas indo-europias e as lnguas nrdicas.

  • Jacob Grimm(1785-1863)

    Primeiro a escrever uma gramtica comparada das lnguas germnicas (1819).

    o pai das leis fonticas.

    Tendncias dessa fase: enfoque naturalista, biologismo lingstico: lnguas nascem, crescem e morrem e a idia de que as leis da lingstica se aproximam das leis fsicas: leis fonticas.

  • Os Neogramticos

    Na segunda metade do sculo XIX, surgiu um grupo de gramticos que reagiu s idias do passado, de que as modificaes das lnguas surgidas atravs dos tempos eram corrupes.

    Descobriram que nas lnguas sempre se processam transformaes, e que elas so inevitveis.

  • Lingstica Histrica

    Os neogramticos (Brugman, Ostoff, e mais tarde, Hermann, Paul, Sievers) foram os iniciadores da lingstica histrica que Saussure, no sculo XIX, chamou de diacrnica.

    a comparao um meio para conhecer a histria das lnguas e estabelecer famlias lingsticas.

  • Leis Fonticas

    Os neogramticos descobriram as leis fonticas. Descobriram a regularidade das transformaes fonticas, isto , quando as transformaes atingem um fonema, eles o atingem em todas as palavras da lngua em que ele ocupa uma determinada posio.

  • Lngua cultura

    Leis so universais e constantes.

    As lnguas so instrumentos culturais condicionados por fatores sociais, histricos, geogrficos e psicolgicos. Tm comportamento inconstante.

  • Geografia Lingstica

    As pesquisas de geografia lingstica comearam com o francs Jules Gilliron no sculo XIX. Ele organizou o primeiro atlas lingstico, que foi o dos falares da Frana.

  • Humboldt prximo de Saussure

    Humboldt foi um autor que se dedicou filosofia da linguagem numa poca em que s se valorizavam os estudos de lingstica histrica.

    A lngua expressa a cultura e a modela;

    A lngua no s produto (lngua, para Saussure) mas tambm fala; pois o homem ao falar cria e renova constantemente a lngua.

    Na lngua encontramos a forma externa e interna (significante e significado, de Saussure).

  • FERDINAND DE SAUSSURE (1857-1913)

    Seus trabalhos marcam o incio da lingstica

    moderna.

    Aos 18 anos j era um neogramtico.

    Viveu em Leipzig e Berlim de 1876 a 1878 e manteve contato com expoentes da Lingstica Comparada.

  • O pai da lingstica moderna

    Doutorou-se em 1878, com a tese O emprego do genitivo absoluto no snscrito. Foi professor da Universidade de Genebra, em trs cursos de Lingstica Geral, no perodo de 1906 a 1911.

    Fez importantes distines entre lngua e fala. Professava que o signo lingstico constitudo de significante (imagem acstica) e de significado (conceito); afirmou ser o signo arbitrrio, isto , convencional.

  • Saussure

    Comparava a lngua a um jogo de xadrez, onde as peas valem pela posio em que ocupam. Fez distines entre as relaes sintagmticas e associativas (chamadas mais tarde de paradigmticas).

  • Relaes Sintagmticas

    Comparava a lngua a um jogo de xadrez, onde as peas valem pela posio em que ocupam. Fez distines entre as relaes sintagmticas e associativas (chamadas mais tarde de paradigmticas).

    As idias de Saussure esto no livro Curso de Lingstica Geral, compilado por seus alunos,a partir de anotaes das aulas e publicado em 1916, aps sua morte.