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1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ......................................................................................................................... 3 2 Referências Bibliográficas: .................................................................................................................. 66TRANSCRIPT
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ......................................................................................................................... 3
CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ...................................................................................................... 3 CARACTERÍSTICAS DA EAD .......................................................................................................................... 4 2 HISTÓRICO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNDO E NO BRASIL NUMA ABORDAGEM EDUCACIONAL E
NORMATIVA ................................................................................................................................................. 9 2.1 Panorama da EAD no mundo ......................................................................................................... 9 2.2 As cinco gerações de tecnologias na Educação a Distância ....................................................... 17 2.3 História do EAD no Brasil.............................................................................................................. 23 2.4 Regramento Legal da Educação a Distância no Brasil ................................................................ 29 2.4.2 Sistema de Universidade Aberta ............................................................................................... 32 2.5 Considerações .............................................................................................................................. 34 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 35
GRUPO C – VANTAGENS E DESVANTAGENS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ...................................................... 36 Vantagens: ...................................................................................................................................................... 37
1. A democratização do Ensino. ................................................................................................................. 37 2. O estudante não precisa se deslocar até a Instituição de Ensino. ......................................................... 37 3. O aluno estuda no lugar e horário em que se sentir mais à vontade. ..................................................... 37 4. Autonomia com relação à organização do tempo para os estudos. ....................................................... 37 5. O aluno passa a ser o protagonista do processo de aprendizagem, ou seja, passa a ser o centro desse
processo. .................................................................................................................................................... 37 6. Possibilidade de ter contato com um número maior de colegas pertencentes a diferentes localidades e
culturas. Facilidade de interação com professor e colegas a qualquer momento. ..................................... 38 Desvantagens: ................................................................................................................................................ 39
1. Os alunos que moram longe dos polos presenciais precisam deslocar-se para outras cidades. ........... 39 2. Não é possível estudar apenas quando se quer .................................................................................... 39 3. Perde-se um pouco do relacionamento pessoal e há empobrecimento da troca direta de experiência
proporcionada pela relação educativa entre professor e aluno. ................................................................. 39 4. Cria-se uma dependência muito grande em relação à tecnologia. ......................................................... 40 5. Oferta de cursos de baixa qualidade por instituições ―oportunistas‖. ..................................................... 40 6. Há preconceito no mercado de trabalho em relação aos profissionais que têm formação totalmente a
distância. .................................................................................................................................................... 40 7. Em determinados cursos, há a necessidade de o aluno possuir elevado nível de compreensão de
textos e saber utilizar os recursos de multimídia. ....................................................................................... 40 8. A retroalimentação ou o ―feedback‖ e a retificação de possíveis erros podem ser mais lentos, embora
os novos meios tecnológicos reduzam estes inconvenientes. .................................................................... 40 9. Corre-se o risco da homogeneidade dos materiais instrucionais – todos aprendem o mesmo conteúdo,
por um só pacote instrucional, conjugado. ................................................................................................. 41 10. Não tem intérprete de língua de sinais visto que o idioma é oficial no Brasil e, segundo o IBGE, o país
tem mais de cinco milhões de pessoas surdas. ......................................................................................... 41 11. Ainda não disponibiliza recursos para contemplar o público cego e/ou cego-surdo. ............................ 41
Bibliografia ........................................................................................................................................... 42 GRUPO D - DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E PRESENCIAL ( TEXTO FINALIZADO)
................................................................................................................................................................ 43 Referências: ........................................................................................................................................ 47
GRUPO E. ................................................................................................................................................. 47 5. FERRAMENTAS PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ........................................................................................ 47
5.1. A IMPORTÂNCIA DA ESCOLHA DAS FERRAMENTAS EM EAD. ............................................ 48 5.2. EXEMPLOS DE FERRAMENTAS EM EAD. ............................................................................... 50
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5.3. Reflexo da Tecnologia, do Conteúdo e Acesso NAS FERRAMENTAS de EAD ........................ 58 CONCLUSÃO...................................................................................................................................... 59 Referências Bibliográficas: .................................................................................................................. 60
EAD E PRESENCIAL. APROXIMAÇÕES, CONCEITOS E CONTEXTUALIZAÇÃO. ................................................... 61 Referências Bibliográficas: .................................................................................................................. 62
O espaço físco ................................................................................................................................................ 63 A instituição ..................................................................................................................................................... 63 O planejamento dos processos ....................................................................................................................... 63 A aprendizagem autônoma ............................................................................................................................. 63 O papel das mídias digitais ............................................................................................................................. 64 Os conceitos de Distância e Presença. .......................................................................................................... 64 Distância econômica ....................................................................................................................................... 64 Distância transacional ..................................................................................................................................... 64 Distância temporal .......................................................................................................................................... 65 O conceito de presença .................................................................................................................................. 65 Telepresença .................................................................................................................................................. 65
Referências Bibliográficas: .................................................................................................................. 66
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Educação a distância
Conceitos De Educação A Distância
Conceitualmente a definição de EAD é polêmica, pois literalmente se lê nas suas siglas um
significado de Educação a distância ou Ensino a Distância, no entanto, segundo Moran (2002)
―na expressão ensino a distância a ênfase é dada ao papel do professor (como alguém que
ensina a distância). O autor prefere a palavra "educação que é mais abrangente, embora
nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada." Para Moran (2000), essas
expressões não dão conta da complexidade que se trata essa modalidade de ensino:
(...) educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, no
qual professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. Apesar de não
estarem juntos, de maneira presencial, eles podem estar conectados, interligados por
tecnologias, principalmente as telemáticas, que se referem ao conjunto de tecnologias da
informação e da comunicação resultante da junção entre os recursos das telecomunicações
(telefonia, satélite, cabo, fibras óticas, etc) e da informática (computadores, periféricos,
softwares e sistemas de redes), como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o
rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.
Grande parte de referencial teórico disponível refere-se a uma modalidade de educação em
que alunos e professores estão separados pela distância e algumas vezes pelo tempo. No
entanto, de acordo com Keegan (1980) o que define EAD seria muito mais complexo que
somente o tempo e a distância, para isso apresentou seis elementos básicos que sustentam a
sua definição de EaD:
- separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial;
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- influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto,
organização dirigida), que a diferencia da educação individual;
- utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao
aluno e transmitir os conteúdos educativos;
- previsão de uma comunicação bilateral, onde o estudante se beneficia do diálogo, e da
possibilidade de iniciativas bilaterais;
- possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização;
- participação de uma forma industrializada de educação, que, se aceita, contém o gérmen de
uma radical distinção dos outros modos de desenvolvimento da função educacional.
Segundo García Aretio (2002), citado por Ferreira (2002), o processo de educação a distância
pode ser definido como um diálogo didático entre professor e aluno, no qual o aluno,
normalmente, está localizado em um espaço diferente daquele em que o professo se localiza.
Além disso, o autor afirma que este processo se caracteriza pelo fato de que o aluno aprende
de forma independente, cooperativa e colaborativa entre pares.
O DECRETO Nº 5.622, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2005, já nas suas disposições gerais
aponta para o entendimento de educação a distância como uma modalidade educacional.
Sendo que a especificidade de tal modalidade refere-se à mediação pedagógica que se dá via
meios e tecnologias de informação e comunicação, mesmo quando professores e alunos
estejam separados geográfica ou temporalmente.
Neste sentido, Moore e Kearsley (1996 apud MAGALHÃES, 1997) afirmam que a educação a
distância pode ser entendida como um processo de aprendizado mais planejado e abrangente
ocorrendo em locais que diferem daqueles considerados tradicionais. Os autores também
chamam atenção para o fato de que este processo requer que o projeto do curso, os métodos
de ensino e de comunicação, bem como os sistemas de organização e de administração sejam
especiais e específicos.
Diante do exposto, é possível verificar a complexidade que conceituar essa modalidade de
ensino abrange, perpassando por metodologias, concepções pedagógicas,que vão além das
dimensões do espaço e do tempo. Para entender um pouco mais sobre esta modalidade é
importante considerar que se trata de um processo de ensino-aprendizagem com
características específicas, que diferem daquelas apresentadas pelo modalidade de ensino
presencial, como pode-se observar a seguir.
Características da EAD
Na Educação a Distância (EAD), pode-se destacar, entre outras características, a flexibilidade
e autonomia, que podem permitir que o estudante organize seu tempo para realização das
atividades demandadas por essa modalidade de ensino. Tais características podem facilitar o
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acesso à aprendizagem, principalmente levando-se em consideração as demandas impostas
na vida do homem contemporâneo.
Keegan (1991) cita os seguintes elementos centrais para caracterização da Educação à
Distância:
a) Separação do professor e aluno no espaço e/ou tempo.
b) Controle do aprendizado realizado mais intensamente pelo aluno do que pelo professor.
c) Comunicação entre alunos e professores é mediada por documentos impressos ou alguma
forma de tecnologia.
O encurtamento da distância ao acesso à educação é uma das motivações para utilização
desta modalidade de ensino e trabalho. Desvinculada da necessidade da presença física
constante, a relação entre professor/aluno e aluno/aluno, na EAD, também pode gerar grandes
resultados de aprendizagem. A interação entre esses personagens, vinculada ao acesso a
documentos e alguma forma de tecnologia, proporciona aproximação nas discussões, gerando
expansão do conhecimento, independente do local onde os integrantes desse processo
habitam.
Segundo Santos (1999) citado por Carvalho (2009, p.24.), são componentes essenciais de um
sistema de educação a distância:
a) o aluno, considerado o elemento principal do processo de aprendizagem, sendo uma
preocupação central do sistema a de conseguir sua motivação, possibilitando-lhe habilidade
para analisar e aplicar o conteúdo instrucional ensinado;
b) o professor, o qual se torna um facilitador do processo de aprendizagem, utilizando-se de
sua competência e estilo de ensino, ainda que usando de pouco ou nenhum contato face-a-
face;
c) o facilitador, que, mesmo podendo não dominar o conteúdo didático do curso,
responsabiliza-se pela facilidade de operação dos equipamentos da sala, por recolher tarefas e
até por motivar a classe, dando um toque mais pessoal e humano, reduzindo, assim, o
afastamento professor/aluno;
d) o monitor, o qual, obrigatoriamente, deve ter conhecimento sobre o conteúdo didático do
curso, para poder responder dúvidas dos alunos, corrigir exercícios, interagir com os
estudantes e efetuar feedbacks;
e) o suporte técnico, compreendendo o pessoal responsável por todos os aspectos técnicos
relacionados com o sistema de EAD, que vão desde a operação e manutenção dos
equipamentos, configuração de softwares (programas de computador, ou ―aplicativos‖ e suas
licenças) e monitoração dos canais de comunicação, criação de material didático, incluindo
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programação, projeto visual, aspectos pedagógicos e apoio aos estudantes no relacionado ao
sistema e seu uso;
f) o suporte administrativo, envolvendo o pessoal responsável pelo gerenciamento de
matrículas, produção e distribuição de material, aquisição de material didático, processamento
de notas e gestão de pessoal em geral;
g) os administradores, que são encarregados pela gestão do sistema de EAD, incluindo
decisões sobre equipamentos, formatos, contratação de pessoal, políticas, prioridades, cursos;
h) o conteúdo didático, que compreende todas as referências primárias de informação
materializada sob as mais diferentes formas: páginas Web, livros e apostilas, arquivos de
vídeo, etc.;
i) o sistema de suporte ao material didático, que consiste em um sistema com funções de
conversão de arquivos de vários formatos para o formato do sistema, auxílio à edição de
conteúdo, facilidades para disponibilização de material on-line, facilidades para criação de
testes, provas e avaliações, facilidades para disponibilizar recursos de comunicação,
configuração de cursos;
j) o sistema de gerenciamento de aprendizagem, composto por módulos que envolvem funções
para o controle do acesso ao curso, para gerenciar matrículas, registrar acessos dos alunos ao
material, suporte à comunicação (chat, news, e-mail interno, listas), registrar freqüência dos
alunos, acesso ao conteúdo didático e mediar a interação instrutor-aluno e aluno-aluno;
k) a mídia, que engloba os meios de comunicação através dos quais são trocadas informações
entre o professor e os alunos e entre os próprios alunos, tais como a internet,
vídeo/teleconferência, rádio, entre outros.
Ainda que vários atores estejam envolvidos no processo de ensino/aprendizagem a distância,
de acordo com Belloni (1999), na EAD, o sucesso depende do aluno, na maioria das vezes, da
sua motivação e das condições de estudo. De qualquer forma, apesar de o aluno ser
considerado o protagonista deste processo, é relevante ressaltar que o ensino a distância
baseia-se no princípio de que qualquer pessoa é capaz de aprender por si só
(autoaprendizagem) desde que tenha um acesso em materiais de instrução de alta qualidade
pedagógica, suficientemente compreensíveis e atrativos. Na autoaprendizagem e importante o
envolvimento do aluno com o texto impressos (módulos e vídeos), no contexto (escola) e com
vista à aplicação (atividades em sala de aula) (GUTIÉRREZ; PRIETO, 1994).
Outra característica do ensino a distância está relacionada ao fato de esta modalidade de
ensino também proporciona a oportunidade de fazer cursos com perspectivas de formação e
reciclagem, possibilitando o contato com estudantes de diferentes classes de sociais, culturais
e econômicas. Destaca-se que os cursos de educação à distância tem aproximadamente 1 / 3
dos custos da educação presencial, possibilitando que os indivíduos de classes menos
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favorecidas tenham acesso em cursos de graduação e aperfeiçoamento profissional. Portanto,
também em função de seu baixo custo, esta modalidade permite a inclusão social de indivíduos
com baixo poder aquisitivo, sem estar, contudo, restrita às classes socias mais baixas.
Além disso, a evolução das tecnologias permite que o ensino encontre os mais lugares
distantes, alcançando, muitas vezes, pessoas que não teriam acesso à educação.
Dentro dessa perspectiva, as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) possibilitam
que ocorra o ensino-aprendizagem da EAD. Isso sugere novas maneiras de produção de
materiais pedagógicos/educacionais, diferentes ferramentas de metodologias de trabalho
educativo a distância e um novo perfil de professor e aluno.
Ao analisar o contexto da EAD em relação às Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs), Belloni (1999) recorda que a educação é e sempre foi um processo complexo que utiliza
a mediação de algum tipo de meio de comunicação como complemento ou apoio à ação do
professor em sua interação pessoal e direta com os estudantes. A internet, então, funciona
como instrumento de mediação, colocando à disposição de discentes e docentes serviços
bastante conhecidos, implementados por meio de protocolos de comunicação e integrados em
um documento hipertexto ou página Web, tais como: correio eletrônico (e-mail), serviço de
hipertextos conhecido como www (World Wide Web) e o serviço de transferência de arquivos.
A múltipla interação (aluno / professor, aluno / aluno, aluno / tutor) e mediada pelas tecnologias
interativas possibilita que os alunos recorram a diferentes materiais didáticos para que ocorra
aprendizagem. De posse desses materiais, cada indivíduo contribui com seus conhecimentos e
habilidades através da interação com o grupo.
A interação pode ocorrer tanto de maneira síncrona, como assíncrona. São denominadas
síncronas a interação que exigem a participação do usuário num momento pré-determinado,
em razão da participação conjunta de vários alunos ou da participação de um coordenador ou
professor. Na relação síncrona o aluno deixa de ser um mero receptor de informação ou
assimilador de conteúdos como acontece nos cursos presenciais e passa a um construtor de
saberes através da interação em tempo real. Já a comunicação assíncrona acontece
independente de tempo e espaço físico, mas o trabalho se consolida em um mesmo ambiente
virtual. As soluções assíncronas pressupõem que o participante possa utilizar a ferramenta no
horário que melhor lhe convier, razão porque este tipo de solução é mais adequado para
abordagens que envolvam um ensino mais individualizado.
Nesse contexto, uma EAD contribui para formação de habilidades para o independente
trabalho e um esforço auto-responsável do estudante. Segundo Moco (2009), essa
característica tem sido muito valorizada em países da Europa e os melhores profissionais
formados nessa modalidade de ensino são disputados no mercado, pois sabem se organizar e
resolvem problemas inesperados com agilidade além de saberem trabalhar com mecanismos
de múltipla comunicação.
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Indicamos para leituras complementares os vídeos abaixo a seguir nesses links:
VÍDEO COM PIERRE LEVY
http://www.youtube.com/watch?v=08rVXi55yjE?&feature=related)
O QUE É E-LEARNING?
( http://www.youtube.com/watch?v=7RFbCtIl?-kI&NR=1 )
Referências:
A Inclusão social Através da EAD no Brasil. Disponível em
http://www.scribd.com/doc/4146478/A-INCLUSÃO-SOCIAL-ATRAVES-DA-EAD-NO-BRASIL.
Acesso em 05 de maio de 2010.
ABED. II Epistola de São Paulo Sobre Educação a Distância. Disponível em
http://www2.abed.org.br/institucional.asp?Institucional_ID-28. Acesso em 05 de maio de 2010.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas, SP: Autores Associados, 1999.
CARVALHO, Mario César dos Santos de. Capacitação de professores para atuação no curso
de graduação em administração, modalidade a distância, da EAD/UFRGS. Trabalho de
Conclusão de Curso (Especialista em Educação a Distância), SENAC, Porto Alegre, 2009.
COUTO, Maria Elizabete Souza Couto. A Educação a Distância (EAD): Características e
Estruturação de hum Curso de Formação Continuada de Professores. v. 2, n. 3, dez. 2006.
Disponível em: 2010/05/05
KEEGAN, D. (1991): Foundations of distance education. Londres, Routledge.
MORAN, José M. et al. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica . São Paulo: Papirus, 2000.
MORAN, José Manuel. O Que É Educação a distância. 2002. Disponível em
<http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em 4 de maio de 2010.
MORAN, José Manuel. Não EaD UM é "fast-food". Disponível em
http://www.escolanet.com.br/sala_leitura/ead_nofastfood.html. Acesso em 04 mai.2010.
Moore, M.G. Earsley & K, G (1996). Distância de educação: uma visão sistêmica. Belmont. CA:
Wadsworth Publishing Company.
PRADO, Luís Alberto. Educação a Distância Como Instrumento Para a Inclusão digital.
Disponível em http://telebrasil.org.br/artigos/outros_artigos.asp?m-555. Acesso em 04
mai.2010.
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Revista Educação a Distância nrs. 05/04, Dez./93-Abr/94 Brasília, Instituto Nacional de
Educação a Distância, pp. 25/07: http://www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau/ead/document/?view=3
. Acesso em 05 de maio de 2010
Revista Nova Escola n º 227, Nov/2009 São Paulo, Ed. Abril pp. 52-5
2 Histórico a Educação a Distância no Mundo e no Brasil Numa
Abordagem Educacional e Normativa
A prática da Educação a Distância tem sido vinculada cada vez mais com uma perspectiva
educacional metodológica, que assim como, no ensino presencial, reconhece na interação
pedagógica, o foco das aprendizagens. Para Saraiva (1996), essa modalidade de ensino se
efetiva com eficácia, a partir do momento em que consegue se garantir que o seu processo de
utilização ocorra através de uma comunicação bilateral educativa efetiva.
Significa compreender que uma proposta de ensino a distância vai muito além da simples
disponibilização de materiais para os alunos "fisicamente distantes". Moran (2002)
complementa afirmando que ―a educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem,
mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou
temporalmente‖.
Sobretudo, trata-se desta maneira, de um importante desafio que exige um fazer pedagógico
atento por parte dos docentes e tutores, instigando e provocando o aluno na construção do seu
conhecimento, mediando a interação e colaboração entre os colegas, a fim de superar a
distância física e promover um ambiente pleno de aprendizagem.
Por isso, necessita-se compreender a Evolução Histórica da Educação a Distância,
visualizando as diversas mudanças e transformações a partir do contexto mundial, que por sua
vez, repercutiram no contexto nacional brasileiro, colaborando e formatando o entendimento
atual desta modalidade de ensino. Da mesma forma, é importante relacionar os estágios de
evolução tecnológica e de como as tecnologias vem sendo utilizadas como ferramenta para
transmissão das informações, influenciando em cada momento histórico, a transformação da
sociedade, e em particular, a evolução das concepções pedagógicas em Educação a Distância,
bem como do ordenamento legal da mesma, em nível nacional.
2.1 Panorama da EAD no mundo
A EAD, no cenário mundial passou por diversas transformações, entre elas apresenta-se as
mais significantes, conforme quadro-síntese a seguir.
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ANO EVENTO
1728 A Gazeta de Boston, em sua edição de 20 de março, oferece num
anúncio: "material para ensino e tutoria por correspondência".
1833 O número 30 do periódico sueco Lunds Weckoblad comunica a
mudança de endereço, durante o mês de agosto, para as remessas
postais dos que estudam "Composição" por correspondência.
1840 Um sistema de taquigrafia a base de fichas e intercâmbio postal com
os alunos e criado pelo inglês Isaac Pitman.
1843 Funda-se a Phonographic Correspondence Society, que se encarrega
de corrigir as fichas com os exercícios de taquigrafia anteriormente
aludidos.
1856 Em Berlim, a Sociedade de Línguas Modernas patrocina os
professores Charles Toussain e Gustav Laugenschied para ensinar
francês por correspondência.
1858 A Universidade de Londres passa a conceder certificados a alunos
externos que recebem ensino por correspondência.
1873 Surge, em Boston, EUA, a Sociedade para a Promoção do Estudo
em Casa.
1883 Começa a funcionar, em Ithaca, no Estado de Nova Iorque, EUA, a
Universidade por Correspondência.
1891 Por iniciativa do reitor da Universidade de Chicago, W. Raineu
Harper, é criado um Departamento de Ensino por Correspondência.
Na Universidade de Wisconsin, os professores do Colégio de
Agricultura mantém correspondência com alunos que não podem
abandonar seu trabalho para voltar as aulas no campus. Nos Estados
Unidos são criadas as Escolas Internacionais por Correspondência.
1894 O Rutinsches Fernelehrinstitut de Berlim organiza cursos por
correspondência obtenção do Abitur (aceitação de matrícula na
Universidade).
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1903 Julio Cervera Baviera abre, em Valência, Espanha, a Escola Livre de
Engenheiros.
As Escolas Calvert de Baltimore, EUA, criam um Departamento de
Formação em Casa, para acolher crianças de escolas primárias que
estudam sob a orientação dos pais.
1910 Professores rurais do curso primário começam a receber material de
educação secundária pelo correio, em Vitória, Austrália.
1911 Ainda na Austrália, com a intenção de minorar os problemas das
enormes distâncias, a Universidade de Queensland começa a
experiência para solucionar a dificuldade.
1914 Na Noruega, funda-se a Norst Correspndanseskole e, na Alemanha,
a Fernschule Jena.
1920 Na antiga URSS, implanta-se, também, este sistema por
correspondência.
1922 A New Zeland Correspondence School começa suas atividades com
a intenção inicial de atender a crianças isoladas ou com dificuldade
de freqüentar as aulas convencionais. A partir de 1928, atende
também a alunos do ensino secundário.
1938 No Canadá, na cidade de Victória, realiza-se a Primeira Conferência
Internacional sobre a Educação por Correspondência.
1939 Nasce o Centro Nacional de Ensino a Distância na França (CNED),
que, em princípio, atende, por correspondência, a crianças refugiadas
de guerra. É um centro público, subordinado ao Ministério da
Educação Nacional.
1940 Na década de 1940, diversos países do centro e do leste europeu
iniciam esta modalidade de estudos. Já por estes anos os avanços
técnicos possibilitam outras perspectivas que as de ensino
meramente por correspondência.
1946 A Universidade de Sudafrica (UNISA) começa a ensinar também por
correspondência.
1947 Através da Rádio Sorbonne, transmitem-se aulas de quase todas as
matérias literárias da Faculdade de Letras e Ciências Humanas de
Paris.
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1951 A Universidade de Sudafrica, atualmente única Universidade a
Distância na África, dedica-se exclusivamente a desenvolver cursos a
distância.
1960 Funda-se o Beijing Television College, na China, que encerra suas
atividades durante a Revolução Cultural, o que acontece também ao
restante da educação pós-secundária.
1962 Inicia-se, na Espanha, uma experiência de Bacharelado Radiofônico.
A Universidade de Dehli cria um Departamento de Estudos por
Correspondência, como experiência para atender aos alunos que, de
outro modo, não podem receber ensino universitário.
1963 Surge na Espanha o Centro Nacional de Ensino Médio por Rádio e
Televisão, que substitui o Bacharelado Radiofônico, criado no ano
anterior.
Inicia-se, na França, um ensino universitário, por radio, em cinco
faculdades de Letras (Paris, Bordeaux, Lille, Nancy e Strasbourg) e
na Faculdade de Direito de Paris, para os alunos do curso básico.
Duas instituições neozelandesas se unem (Victoria University of
Wellington e Massey Agricultural College) e formam a Massey
University Centre for University Extramural Studies da Nova Zelândia.
1968 O Centro Nacional de Ensino Médio por Rádio e Televisão da
Espanha se transforma no Instituto Nacional de Ensino Médio a
Distância (INEMAD).
1969 Cria-se a British Open University, instituição verdadeiramente
pioneira e única do que hoje se entende como educação superior à
distância. Inicia seus cursos em 1971. A partir desta data, a expansão
da modalidade tem sido inusitada.
1972 Cria-se em Madri, Espanha, a Universidad Nacional de Educación a
Distancia (UNED), primeira instituição de ensino superior a suceder a
Open University, em nível mundial.
1974 Criada a Universidade Aberta de Israel, que oferece, em hebreu,
cerca de quatrocentos cursos em domínios variados.
1975 Criada a Fernuniversitatt, na Alemanha, dedicada exclusivamente ao
ensino universitário.
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1979 Criado o Instituto Português de Ensino a Distância, cujo objetivo era
lecionar cursos superiores para população distante das instituições
de ensino presencial e qualificar o professorado.
1988 O Instituto Português de Ensino a Distância da origem a Universidade
Aberta de Portugal.
Fonte: UFOP, 2001, p. 1.
Quadro 1 - Linha de tempo da EaD no mundo desenvolvido pelo Núcleo de educação aberta e
à distância da Universidade Federal de Ouro Preto
De acordo com Pereira e Moraes (2009) e para a maioria dos autores estudiosos da área
(SARAIVA, 1996; NiISKIER, 1998; MOORE; KEARSLEY, 2007, LITTO; FORMIGA, 2008), a
Educação a Distância é muito antiga. Conforme os mesmos, a primeira tecnologia que permite
a Educação a Distância é a escrita, mais especificadamente, a tecnologia tipográfica e, logo
após, amplia expressivamente o alcance da Educação a Distância. Mais recentemente, as
tecnologias de comunicação e telecomunicações, especialmente em sua versão digital,
estendem ainda mais as dimensões de atuação e as possibilidades desta modalidade de
ensino.
Logo, pensar quando e onde surgiu a educação a distância, de acordo com as fontes
históricas, faz voltar-se ao século XV, quando Guttemberg, na Alemanha, inventou a imprensa,
com a composição de palavras através de caracteres móveis.
Entretanto, Pereira (2007) relata que existem notas sobre o uso do ensino a distância desde a
Grécia Antiga, seguida por Roma, onde habitualmente os povos trocavam informações,
notícias, de localidade para localidade através de documentos escritos, sendo esta prática
contributiva para o desenvolvimento econômico e social da comunidade, surgindo assim, o
desenvolvimento da correspondência.
Desta forma, n a antiguidade é possível considerar tanto as cartas de Platão, quanto as
Epístolas de São Paulo, como marco do pioneirismo nas formas de educação a distância . Para
fazer uso dos seus ensinamentos sobre o cristianismo, o personagem bíblico São Paulo
disseminava-os por meio de correspondências com novos grupos de simpatizantes do
movimento religioso cristão. De acordo com Netto (2004 apud PEREIRA, 2007, p. 8), " estas '
cartas' são conhecidas até os dias de hoje, e seus nomes de 'batismo' correspondem a cada
comunidade, como Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonocenses,
Timóteo, Filêmon e Hebreus."
Para Piaget (1976) todos os homens são inteligentes e é essa capacidade intelectual que
impulsiona a busca de respostas para as inquietantes buscas do conhecimento.
Sabe-se que a comunicação e a transmissão de informações datam desde os tempos mais
remotos. Mas sozinho, o homem não garante o desenvolvimento da inteligência. Por isso, faz-
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se necessário contar com a natureza, as pessoas, os fluxos e as redes para a promoção da
troca, ou seja, o homem depende da interação.
Particularmente, como lembra Maia e Mattar (2007, p. 21), "foi a partir da invenção da
comunicação escrita, que a educação se libertou no tempo e no espaço. Com a escrita, não era
mais necessário que as pessoas estivessem presentes no mesmo momento e local, para que
houvesse comunicação. Daí em diante, qualquer desenvolvimento relacionado às práticas
comunicativas permitiram essa interação entre os homens, culminando com o desenvolvimento
da tipografia."
Com o advento da tipografia, o livro impresso aumentou significativamente a abrangência da
Educação a Distância, visto que, depois do aparecimento dos sistemas postais modernos,
rápidos e confiáveis, o mesmo tornou-se o foco do ensino por correspondência, deixando de
ser disseminado em forma de cartas.
De qualquer forma, o livro, seja manuscrito, seja impresso, representa o segundo estágio da
Educação a Distância, independentemente de estar envolvido no ensino por correspondência,
à medida que pode ser adquirido em livrarias e por meio de outros canais de distribuição,
assumindo assim, uma primeira forma de Educação a Distância em massa. Após, com o
surgimento do rádio, da televisão e, mais recentemente, o uso do computador como meio de
comunicação, surge a possibilidade de uma nova dinâmica, introduzindo assim, cada um
desses, um novo componente à Educação a Distância.
Segundo Neto apud Saraiva (1996) o primeiro marco da educação a distância formal (haja vista
na antiguidade termos registros de formas de educação a distância informal) data de um
anúncio publicado na Gazeta de Boston, em 20 de março de 1728, pelo professor de tipografia
Cauleb Phillips. Faz parte do corpo do texto do referido anúncio: "Toda pessoa da região,
desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser
perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston". Em virtude disso, m uitas
pessoas conseguem aprimorar seu nível de conhecimento, a partir da oportunidade de receber
os cursos por correspondência em suas casas.
Mas, o desenvolvimento de uma ação institucionalizada da Educação a Distância tem seu início
na metade do século XIX, impulsionada pelo desenvolvimento dos meios de transporte e
comunicação, como trens e correios (MAIA e MATAR 2007, p. 23). Em Berlim, no ano de 1856,
por iniciativa de Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt ocorre a criação da primeira escola
de línguas por correspondência. Já no ano de 1873, em Boston, Anna Eliot Ticknor ocorre a
fundação da ―Society to Encourage Study at Home‖. Em 1891, Thomas J. Foster, em Scarnton
(Pennsylvania), iniciando com um curso sobre medidas de segurança no trabalho de
mineração, o ―International Correspondence Institute‖. Ainda no mesmo ano, 1891, na
Universidade de Wisconsin, é aprovada uma proposta vinda dos professores de um curso por
correspondência, na extensão universitária. Um ano depois, em 1892, ocorre a criação de uma
15
Divisão de Ensino por Correspondência, no Departamento de Extensão da Universidade de
Chicago, por iniciativa do Reitor William R. Harper, que já havia experimentado a utilização da
correspondência para preparar docentes de escolas dominicais. Percebe-se assim, que
algumas iniciativas começavam a incrementar e valorizar a educação a distância, até àquela
época, apresentada apenas na modalidade presencial.
No século XX, o movimento de consolidação da EAD começa a se expandir. Conforme Willian
Harper (1886) apud Araújo e Maltez (1997), a ―instrução através da correspondência será maior
que aquelas da academia e que o número de alunos da primeira modalidade, será muito
maior.‖
Ainda, nos anos de 1894 e 1895, em Oxford, por iniciativa de Joseph W. Knipe que, através de
correspondência, prepara um grupo de seis, e logo após, de trinta estudantes para o
Certificated Teacher’s Examination, iniciam-se os cursos de Wolsey Hall. Em 1898, em Malmoe
(Suécia), Hans Hermod, diretor de uma escola que ministra cursos de línguas e cursos
comerciais, publica o primeiro curso por correspondência, dando início ao famoso Instituto
Hermod. Aliado a essa expansão, o desenvolvimento e aprimoramento dos serviços de correio,
transporte e tecnologia no campo da comunicação, foram cruciais para o desenvolvimento da
EAD.
Para Pereira e Moraes (2008), o rádio está disponível desde o início da década de 20, quando
a KDKA de Pittsburgh, torna-se a primeira emissora de rádio comercial a operar. O rádio
permitia que o som, em especial a voz humana, fosse levado a localidades remotas. Assim, a
parte sonora de uma aula, com o rádio, pode ser transferida para espaços distantes.
Já a televisão comercial está disponível desde o final da década de 40. Ela permitiu que a
imagem fosse, simultaneamente com o som, levada a localidades também remotas. Assim,
neste momento, uma aula inteira, englobando os seus componentes audiovisuais, passa a ser
transportada no espaço e no tempo.
O primeiro computador foi revelado ao mundo em 1946, mas só depois do surgimento e do uso
maciço de microcomputadores (no final de 1977) que os mesmos começam a serem vistos
como tecnologia educacional, a partir de um projeto desenvolvido por militares e cientistas nas
Universidades Americanas (ARPANET), na década de 60.
Segundo Pereira e Moraes (2008) ―esse marco foi o estopim do que alguns autores conceituam
como a transformação da sociedade tecnológica, a terceira revolução industrial, sociedade da
informação, sociedade do conhecimento, sociedade pós-moderna, globalização ou
mundialização do capital‖. Desde então, outras formas de organização do mundo do trabalho
vão se desenvolvendo e produzindo - ao mesmo tempo e de forma contraditória - abundância e
escassez, riqueza e miséria, num cenário de crescente violência, vigilância e controle,
sobretudo após os ataques aos EUA em 2001.
16
Todavia, o computador passa a permitir que o texto seja enviado e extraido com facilidade a
localidades remotas. O correio eletrônico consente que as pessoas se comuniquem
assincronamente (sem necessidade da presença no mesmo instante da emissão da
mensagem), com extrema rapidez. Mais recentemente, o aparecimento de ―chats‖ ou ―bate-
papos‖ permite a comunicação síncrona entre várias pessoas. E, mais importante, a Web
permite não só que seja agilizado o processo de acesso a documentos textuais, mas hoje
abrange gráficos, fotografias, sons e vídeo. Ainda, a Web viabiliza que o acesso a todo esse
material seja feito de forma não linear e interativa, baseado na utilização da tecnologia de
hipertexto. Portanto, a interação, centrada no computador, de todas essas tecnologias como
um só meio de comunicação, dá acesso à realização de conferências eletrônicas, envolvendo
componentes audiovisuais e textuais.
Entretanto, foi a partir das décadas de 1960 e 1970, que a teleducação, embora mantendo os
materiais escritos como sua base, passa a incorporar, articulada e integradamente, o áudio e o
videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o vídeotexto, o videodisco, o computador e,
mais recentemente, a tecnologia de multimeios, combinados com textos, sons, imagens,
mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes
linguagens), instrumentos de uma fixação de aprendizagem com feedback imediato, programas
tutoriais informatizados, etc.
Assim, o International Council for Correspondence Education, criado em 1938 no Canadá,
passou a denominar-se, em 1982, International Council for Distance Education. Muito mais do
que uma simples mudança de nome, reflete o reconhecimento de um processo histórico que,
apesar da enorme e marcante influência da correspondência, absorve as contribuições da
tecnologia, produzindo uma modalidade de educação capaz de contribuir para a
universalização e a democratização do acesso ao saber, do contínuo aperfeiçoamento do
fazer, da ampliação da capacidade de transformar e criar, ou seja, de uma modalidade que
pode ajudar a resolver as questões de demanda, tempo, espaço, qualidade, eficiência, eficácia.
Enquanto, na América Latina, a Instituição pioneira no uso da videoconferência, no início da
década de noventa, é a Universidad del Valle (Univalle), na Colômbia. A Univalle procurou, com
financiamento próprio e internacional, realizar comunicações videográficas (envio de vídeos de
computador a computador). Essa experiência mostrou que apesar das dificuldades inerentes às
comunicações telefônicas e os problemas didáticos para o ensino, o emprego dessa tecnologia
é factível. No México, as Universidades de Guadalajara y a Universidad Nacional Autónoma
realizaram com êxito o uso das videoconferências, tanto no país como no exterior, sobretudo
com a Universidade Estatal de Pennsylvania. O Instituto Tecnológico e de Estudios Superiores
de Monterrey (ITESM), no México, realiza cursos de atualização profissional, sobretudo na
medicina, e isso em grande escala. O ITESM conta com vasta rede de campus colocados em
comunicação via satélite. Por meio dessa tecnologia, os professores podem comunicar-se tanto
pela via do vídeo, como do correio eletrônico e outros meios. Outra experiência é a realização
de projetos compartilhados, tais como o da Asociación Televisiva Iberoamericana (ATEI),
mediante o uso compartilhado do satélite espanhol Hispasat.
17
A evolução das tecnologias conduz essa modalidade de educação a um novo estágio de
desenvolvimento, uma vez que suas ferramentas potencializam a comunicação dialógica entre
os sujeitos envolvidos no processo educativo, ampliando a interatividade o compartilhamento
de saberes e a construção coletiva do conhecimento. Venício Lima (2001), apud Moraes e
Pereira, (2009) coloca que as tecnologias da comunicação se dividem, quanto à natureza, em
velhas e novas. As velhas mídias como a imprensa, cinema, rádio e televisão aberta são as
que possibilitam a unidirecionalidade e a massificação. Já as novas mídias, com base na
informática, possibilitam a comunicação de muitos a muitos. A interatividade, no entanto, só é
plena dentro dos modelos comunicacionais da cultura e do diálogo, pois nos outros modelos
(manipulação, persuasão, função, informação, linguagem, mercadoria) ocorre um discurso
monológico e não interativo.
2.2 As cinco gerações de tecnologias na Educação a Distância
Historicamente, as operações em educação a distância evoluem por quatro gerações
vinculadas ao desenvolvimento das tecnologias de produção, distribuição e comunicação :
primeiramente, o Modelo por Correspondência , baseado na tecnologia da impressão; em
segundo, o Modelo Multimídia , baseado em tecnologias impressas e audiovisuais; em terceiro,
o Modelo Teleaprendizagem , mediante aplicações das tecnologias de telecomunicação que
fornecem oportunidades para a comunicação sincrônica; e por último o Modelo de
Aprendizagem Flexível , caracterizado pelo envio online do material via internet.
Conforme a abordagem de Taylor (2001), a quarta e a quinta geração da EAD já estão
emergindo baseadas na exploração mais aprofundada de novas tecnologias, visando
potencializar as vantagens dos recursos da web.
Porém, a quinta geração assume como um Modelo de Aprendizagem Flexível e Inteligente
devido às características das tecnologias: a flexibilidade, materiais altamente refinados, troca
altamente interativa e redução significativa dos custos associados ao provimento de acesso
aos processos institucionais e ao ensino online. Com isso, a educação a distância ganha novas
perspectivas, através da aprendizagem com as tecnologias interativas.
Nesse sentido, Taylor (2001) apresenta um comparativo da estrutura conceitual dos Modelos
de educação a distância no transcorrer do desenvolvimento das tecnologias como ferramentas
implicadas para o processo de ensino e aprendizagem, conforme quadro a seguir.
Modelos de Educação a
Distância e Tecnologias de
Características das Tecnologias de Distribuição
Flexibilidade Materiais Distribuição Custos
18
Distribuição Associadas
Tempo Local Ritmo
Altamente
Refinados
Interativa
Avançada
Institucio
nais
Variáveis
Zero
1ª GERAÇÃO
Modelos por
Correspondê
ncia
- Impresso Sim Sim Sim Sim Não Não
2ª GERAÇÃO
Modelo
Multimídia
- Impresso Sim Sim Sim Sim Não Não
- Rádio Sim Sim Sim Sim Não Não
- Vídeo Sim Sim Sim Sim Não Não
- Computador
basEaDo no
ensino
(CML/CAL/IMM)
Sim Sim Sim Sim Sim Não
- Vídeo
interativo Sim Sim Sim Sim Sim Não
3ª GERAÇÃO
Modelo de
Aprendizage
m por
Conferência
- Áudio-
teleconferência Não Não Não Não Sim Não
-
Videoconferênci
a
Não Não Não Não Sim Não
-
Comunicação
áudio gráfica
Não Não Não Sim Sim Não
TV/Rádio e
Áudio-
conferência
Não Não Não Sim Sim Não
4ª GERAÇÃO
Modelo de
Aprendizage
- Multimídia
interativa (MM)
on-line
Sim Sim Sim Sim Sim Sim
19
m Flexível - Internet
basEaDa no
acesso ao
recurso WWW
Sim Sim Sim Sim Sim Sim
-
Comunicação
Mediada por
computador
Sim Sim Sim Sim Sim Não
5ª GERAÇÃO
Modelo de
Aprendizage
m Flexível
Inteligente
- Multimídia
interativa online Sim Sim Sim Sim Sim Sim
- Internet –
recursos WWW Sim Sim Sim Sim Sim Sim
- Computador
usando sistema
de respostas
automáticas
Sim Sim Sim Sim Sim Sim
- Acesso ao
portal do
campus para
processos e
recursos
Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Fonte: TAYLOR, 2001, p.3 apud PEREIRA, 2003, p. 208.
Quadro 2 - Modelos de Educação a Distância e Tecnologias de Distribuição Associadas
conforme Características das Tecnologias de Distribuição
Com o propósito específico de situar no tempo, cada uma das gerações da EAD, retoma-se
alguns aspectos históricos já apontados ao longo do texto.
Para Pereira (2003), a primeira geração teve sua origem no século XIX, com a criação de
instituições, em diferentes países, que ofereciam cursos por correspondência. Os materiais
escritos continuam a ser utilizados em larga escala, até os dias atuais. A sua finalidade
concentra-se fundamentalmente em possibilitar o acesso à educação, especialmente aos
setores da população que tiveram negadas oportunidades educacionais anteriores.
A produção e distribuição centralizada dos materiais de aprendizagem na forma impressa, se
recomendada pela economia de escala que origina, apresenta limitações, essencialmente do
20
ponto de vista pedagógico, dada à escassa ou nula interatividade entre a instituição e os
alunos.
A segunda geração desenvolve-se desde o início da década de 1970, logo após a criação da
Open University britânica. A sua ênfase, como a geração anterior, consiste na democratização
do saber, pela oferta de uma segunda oportunidade de estudos à população adulta. Do ponto
de vista social, ambas as gerações têm se constituído num meio essencial para tornar
disponível o conhecimento às populações de países com extensos territórios que, muitas
vezes, por essa razão, não tinham acesso às instituições escolares convencionais.
A característica básica da segunda geração trata-se da promoção da mediação pedagógica
utilizando diversos recursos de mídia. Assim, os materiais escritos passaram a ser
acompanhados por emissões radiofônicas, de televisão ou apresentação de vídeos. Nos
moldes da geração anterior, o sistema de produção do modelo multimídia desenvolve-se de
forma centralizada, em regime de economia de escala. As tecnologias não são interativas,
exceto da aprendizagem assistida por computador e do vídeo interativo.
A terceira geração, correspondente ao Modelo de Aprendizagem a Distância por Conferência,
utilizada em pequena escala desde o final dos anos 1980, caracteriza-se pelo potencial
interativo das novas tecnologias da informação e da comunicação, inclusive para prover
oportunidades de comunicação sincrônica. A inserção das novas tecnologias em ambientes de
aprendizagem alteram a natureza da educação a distância da geração anterior, e possibilita a
emergência de um novo paradigma na educação.
A quarta geração compreende um modelo que tem sido adotado para atender segmentos
específicos da sociedade, em especial no ensino superior, a exemplo das Universidades dos
Estados Unidos, onde o sistema de aula remota foi amplamente adotado. Note-se que, nesse
modelo, se perde a flexibilidade de tempo, de local e de ritmo, uma vez que as sessões
sincrônicas obrigam também à fixação de um espaço adequado, onde as facilidades para a
realização de conferências estejam instaladas.
De acordo com Taylor (2001 apud DIAS; LEITE, 2010, p. 15) ―a quinta geração da EAD tem o
potencial de dar o grande salto na economia de escala e na eficácia de custo associada. Além
disso, a implementação efetiva da tecnologia da quinta geração de EAD provavelmente não
transformará apenas a EAD, mas transformará também a experiência dos estudantes
relacionada a ela‖.
Diante da velocidade e profundidade das mudanças torna-se imprescindível citar a aceleração
crescente do processo de aprendizagem, pois grandes desafios precisam ser superados, e o
primeiro deles está em explorar pedagogicamente o potencial interativo/comunicativo das
tecnologias da informação e da comunicação disponíveis no tempo presente. As tecnologias
alteram para sempre a forma de produzir/interagir com o conhecimento e novas
concepções/teorias da aprendizagem serão necessárias nesse espaço virtual que está
possibilitando a construção de uma nova cultura. A EAD é um fato na realidade nacional e está
21
legalmente integrada ao sistema de ensino. É urgente, no entanto, que a implementação das
propostas voltadas para essa área não menosprezem todo esse potencial que as TICs
apresentam.
A título ilustrativo pode-se representar as gerações da seguinte maneira:
Fonte: Ana Laura Benachio.
É perceptível a importância das TICs, pois estas rompem definitivamente com o conceito de
espaço fixo e também de tempo. A mobilidade nos permite ver e informar o tempo todo e a
todos. Duarte (apud DIAS; LEITE, 2010, p. 114), afirma que ―nosso desafio é descobrir como
usar as tecnologias móveis para fazer com que o estudo seja tão parte do dia a dia que sequer
seja percebido como estudo.‖
A utilização de dispositivos móveis na educação cria um novo conceito que chamamos de
―aprendizagem com mobilidade‖ sendo caracterizada pelo uso de dispositivos móveis que,
utilizando-se da convergência tecnológica, disponibiliza comunicação e informação instantânea
via texto, imagem, vídeo, além de recursos de gerenciamento, como agenda e notícias, por
exemplo. Tudo isso via web.
Com isso, as tecnologias interativas têm um papel fundamental, porém, muitas pesquisas
precisam ser desenvolvidas para que novos métodos e técnicas para aplicação das tecnologias
22
interativas na educação sejam criados e validados, e para que outros já existentes sejam
aprimorados.
No que se refere aos paradigmas de aprendizagem, ao longo de quase 180 anos, a
terminologia da modalidade de educação conhecida genericamente no Brasil como EAD,
embora seja a denominação mais usual, já é considerada ultrapassada e relativa ao antigo
modelo, conforme pode ser verificado no quadro a seguir.
TERMINOLOGIA MAIS USUAL PERÍODO APROXIMADO DE DOMÍNIO
· Ensino por correspondência Desde a década de 1830, até as três
primeiras décadas do século XX
· Ensino a distância; educação a distância;
educação permanente ou continuada
Décadas de 1930 e 1940
· Teleducação (rádio e televisão em
broadcasting)
Início da segunda metade do século XX
· Aprendizagem a distância; aprendizagem
aberta e a distância
Final da década de 1960
· Aprendizagem por computador Décadas de 1970 e 1980
· E - learning; aprendizagem virtual Década de 1980
· Aprendizagem flexível Virada do século XX e primeira década
do século XXI
Fonte: ?????
Quadro 3 - Terminologia da modalidade de educação
Neste século, por influência da terminologia inglesa, e traduzindo a atual sociedade da
informação e do conhecimento, predomina a terminologia aprendizagem flexível.
Até quando será utilizado este termo? A resposta está condicionada ao avanço da tecnologia
da informação ou mídia do conhecimento, e a aceitação entre os usuários aprendizes.
Com o lançamento do selo postal, em meados do século XIX, a experiência marcante do
ensino por correspondência na Grã-Bretanha recebe através dos Correios um grande
instrumento facilitador. O determinismo espaço/tempo característico de uma educação
23
tradicional, que caracterizava o espaço físico formal da Escola, como o único local de
aprendizagens, começava a ceder, através da superação da rigidez física de ambiente
sediador de aprendizagens. Portanto, é no contexto de uma educação rígida e formal que
surge o ensino por correspondência, liberando alunos e professores, monitores e aprendizes da
exigência do espaço escolar. Dessa forma começava ser possível estudar e aprender em
ambientes diversificados. No entanto, o significativo avanço da liberação espacial só se
completa com o aperfeiçoamento dos meios de comunicação.
Se o selo postal representava um enorme avanço quanto à liberação do espaço, temos na
evolução dos meios de comunicação e das mídias de informação, a liberação de uma segunda
variável: o tempo. A educação, até então fenômeno genuinamente sincrônico, torna-se viável
em qualquer lugar e tempo ou de forma assíncrona.
A EAD, atravessa o século XX, incorporando novos meios de comunicação, até a Internet
proporcionar a grande explosão, na virada do século XXI, quando por meio do e-learning a
EAD adquire o atributo atual da flexibilidade com plena interatividade.
2.3 História do EAD no Brasil
Maia e Mattar (2007, p. 24), relatam que em um primeiro momento, que no Brasil a EAD
seguiu, o mesmo movimento internacional. Paula (2007), em sua visão contemporânea sobre a
educação a distância, relata que os cursos por correspondência para ofícios foram o marco de
referência, como é o caso do curso de datilografia, onde o mesmo oferecia profissionalização
por correspondência para datilógrafo no Jornal do Brasil em 1891. No entanto, a EAD só teve o
seu início considerado no Brasil em 1904, com a implantação das "Escolas Internacionais",
representando organizações norte-americanas, mas o curso não logrou êxito, devido as
dificuldades dos correios na época.
Alves (1998) aponta que nessa época havia uma crise na educação nacional e, para confirmar
tal afirmação, apresentou a citação do relatório de 1906, realizado pelo Dr. Joaquim José
Seabra, Ministro da Justiça e Negócios Interiores (que abrangia a Educação), ao Presidente da
República, onde o mesmo citava: "O ensino chegou (no Brasil) a um estado de anarquia e
descrédito que ou faz-se a sua reforma radical, ou preferível será aboli-lo de vez".
Diante de tal fato, é incontestável afirmar de que a educação a distância teve seu início em um
momento conturbado da educação brasileira, pois esta recebia pouco incentivo e não era tão
valorizada pelas próprias autoridades educacionais e órgãos governamentais.
"Outro considerável marco na história do EAD foi a criação da Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro, idealizada por Roquete Pinto, entre 1922 e 1925, e de um plano sistemático de
utilização educacional da radiodifusão como forma de ampliar o acesso da população à
educação. Eram oferecidos cursos de português, francês, silvicultura, literatura francesa,
radiotelegrafia e telefonia." (MAIA; MATTAR, 2007, p. 24).
24
Este marco foi fundamental para o desenvolvimento de outras iniciativas que considerassem e
valorizassem as tecnologias como instrumento pedagógico, como a Comissão Cinema
Educação, em 1927, e, posteriormente, em 1932, a inclusão de propostas da utilização de
recursos de rádio, cinema e impressos na Educação Brasileira no Manifesto da Escola Nova.
Em 1937, foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa – SINRED, pelo Ministério da
Educação, que se expandiu pela região nordeste do país, impulsionando o Movimento de
Educação de Base em 1956. Este Movimento tinha como objeto a alfabetização de jovens e
adultos através do rádio.
Neste período, ainda, surgiu os Institutos Educacionais especialmente dedicados ao
oferecimento de cursos a distância, por correspondência. São eles: o Instituto Rádio Técnico
Monitor, de 1939, dedicado prioritariamente aos cursos técnicos como de construção de Rádio
caseira e o Instituto Universal Brasileiro (IUB), de 1941, que se dedica ao oferecimento de
cursos profissionalizantes, como auxiliar de contabilidade, fotografia, inglês dentre outros.
(ALVES, 1998; MAIA; MATTAR, 2007).
Ainda, em paralelo, o Sistema ―S‖, composto dentre outros por SENAC e SESC, fundaram na
década de 1940 a Universidade do Ar, no Rio de Janeiro e São Paulo, com o objetivo de
oferecer cursos comerciais radiofônicos. Em 1950 já atingia 318 localidades e 80 alunos. Em
1973, iniciam os cursos por correspondência. Desenvolve-se, com esta iniciativa, o papel do
monitor nos cursos de EaD, vez que o aluno tinha que estudar nas apostilas e corrigir os
exercícios com o auxílio dos monitores. A Universidade do Ar durou até 1961, entretanto, o
Sistema ―S‖ continua até os dias atuais participando com intensidade da EaD. (ALVES, 1998;
MAIA; MATTAR, 2007.
A partir da década de 60 é que se encontram registros de programas de EAD, inclusive sendo
possível citar o Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL), que se encontrava na
estrutura do Ministério da Educação e Cultura, a quem competia coordenar e apoiar a
teleducação no Brasil. Este órgão foi substituído, anos depois, pela Secretaria de Aplicação
Tecnológica (SEAT), que foi extinta. Ainda nas décadas de 60 e 70, nessa trajetória de
avanços tecnológicos, foram incorporados novos instrumentos para servirem à educação a
distância, tais como áudio, videocassete, televisão, videotexto, computador e, mais tarde,
tecnologia de multimeios. Neste sentido cita-se: Fundação Brasileira de Educação, Fundação
Padre Anchieta, Fundação Educacional Padre Landell de Moura, TVE do Maranhão, TVE
Ceará.
Em 1970, o Ministério da Educação e Cultura, através da Portaria 408, institui a obrigatoriedade
de transmissão gratuita de 5 horas semanais de programas educativos pelas emissoras
comerciais de rádio e televisão. Para a capacitação de professores a Associação Brasileira de
Tele-Educação, criada em 1971, promoveu algumas ações. Nesta mesma década logo foi
contemplado, o ensino pela televisão de cursos de 1º e 2º graus, atualmente ensino
fundamental e médio. Em 1992, ocorre a criação da Coordenadoria Nacional de Educação a
Distância, na estrutura do MEC e, a partir de 1995, a Secretaria de Educação a Distância.
25
Alves (1998) ainda relata o surgimento do Instituto Universal Brasileiro, ocorrido em 1941, com
o objetivo de formação profissionalizante. O SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial, inicia suas atividades em 1946 e desenvolve, no Rio de Janeiro e São Paulo, a
Universidade do Ar, que em 1950 já atingia 318 localidades, somando 80 alunos. Em 1973,
inicia-se os cursos por correspondência. Em 1992, ocorre a criação da Coordenadoria Nacional
de Educação a Distância, na estrutura do MEC e, a partir de 1995, a Secretaria de Educação a
Distância.
Saraiva (1996) elenca alguns dos principais projetos que pontuam a trajetória da teleducação
no Brasil:
a Marinha utiliza ensino por correspondência desde 1939;
o Instituto Universal Brasileiro, sediado em São Paulo com filiais no Rio de Janeiro e Brasília,
como entidade de ensino livre, oferece cursos por correspondência. Foi fundado em outubro de
1941 e pode ser considerado como um dos primeiros do país;
o Informações Objetivas Publicações Jurídicas (IOB), com sede em São Paulo, desenvolve em
todo o país, através do ensino por correspondência, desde a década de 70, um programa
destinado a pessoas que estão na força de trabalho, com predominância em ocupações da
área terciária e de serviços;
Projeto Minerva, transmitido pela Rádio MEC, com convênio entre o MEC, a Fundação Padre
Landell de Moura e Fundação Padre Anchieta, com apoio de material impresso, permitiu a
milhares de pessoas realizarem seus estudos básicos e dedicava-se, especilamente, a inclusão
social de adultos. Este projeto vigorou até 1980;
o Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares (Projeto Saci) é concebido e
operacionalizado, em caráter experimental, de 1967 a 1974, por iniciativa do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe). Tinha como objetivo estabelecer um sistema nacional de
teleducação, com o uso do satélite, programas de rádio, televisão e material impresso;
a Universidade de Brasília (UnB) registra uma experiência de mais de quinze anos em EAD
através de cursos de extensão, iniciada em 1979, oferecendo mais de 20 cursos, seis dos
quais traduzidos da Open University. Esses cursos são utilizados por pessoas de todos os
estados. Muitos deles têm, além dos alunos regularmente inscritos, um número muito grande
de participantes, uma vez que alguns fascículos começam a ser veiculados por jornais de
várias capitais e pela revista editada pela UnB;
Fundação Roberto Marinho (FRM) vem desenvolvendo vários programas. Inicialmente, o
Telecurso do 2º Grau e o Supletivo do 1o Grau (televisão e material impresso adquirido em
bancas de jornal) prepararam milhares de alunos para os exames supletivos. Os programas
são transmitidos em recepção livre. A FRM concebe e produz a série Telecurso 2000,
26
composto por 1.140 programas televisivos, para 1º e 2° graus, em convênio com a Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Senai e Sesi de São Paulo;
Um salto para o futuro, produzido e veiculado pela Fundação Roquete-Pinto, destinado à
atualização de professores.O programa utiliza multimeios (material impresso, rádio, televisão,
fax e telefone), que tem o objetivo de aprofundar os conteúdos trabalhados no programa. Esse
programa foi incorporado à programação da TV Escola (Canal educativo da Secretaria de
Educação a Distância do MEC).
A partir de 1993, multiplicam-se os congressos e seminários sobre EAD, atraindo grande
número de pessoas. O assunto passa a ser discussão obrigatória na agenda dos educadores.
Em 1995, cria-se a Fundação da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed).
O ano de 1995 marca o lançamento da TV Escola, programa concebido e coordenado pelo
MEC, em âmbito nacional. Seu objetivo é o aperfeiçoamento e a valorização dos professores
da rede pública, bem como, a melhoria da qualidade do ensino, por meio de um canal de
televisão dedicado exclusivamente à educação. (SARAIVA, 1996).
Nos anos 2000, inicia-se um novo estágio na EAD, vinculado ao oferecimento de cursos de
graduação e pós-graduação a distancia, previstos na LDB 9394/96 que estimulou a prática da
criação de Consórcios Educacionais, reunindo um certo número de Instituições de Ensino para
o oferecimento regular e contínuo destes cursos, como CEDERJ (Consórcio Centro de
Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro – 2000, a UniREDE (Universidade Virtual
Pública do Brasil – reunindo 70 Universidade Federais), Projeto VEREDAS (da Secretaria de
Educação do Estado de Minas Gerais – 2000), RICESU (Rede de Instituições Católicas de
Ensino Superior – 2001), UVB (Instituto Universidade Virtual Brasileira- Rede Brasileira de
Educação a Distância – 2000) e UAB (Universidade Aberta do Brasil) (MAIA; MATTAR, 2007).
Finalmente, com o surgimento das tecnologias de informação e comunicação, facilitando de
forma ágil e dinâmica o processo de educação a distância, temos essa modalidade de ensino
disseminada em todas as partes do mundo, com especial destaque à Internet que rompeu
definitivamente as barreiras físicas e geográficas na educação.
A seguir, apresenta-se o quadro-resumo da EAD no cenário brasileiro.
ANO EVENTO
1923 Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.
1936 Doação da Radio Sociedade do Rio de Janeiro ao Ministério da Educação e
Saúde.
1937 Criação do Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação.
27
1959 Inicio das escolas radiofônicas em Natal (RN).
1960 Inicio da ação sistematizada do Governo Federal em EAD; contrato entre o
MEC e a CNBB: expansão do sistema de escolas radiofônicas aos estados
nordestinos, que faz surgir o MEB – Movimento de Educação de Base –,
sistema de ensino a distância não-formal.
1965 Início dos trabalhos da Comissão para Estudos e Planejamento da
Radiodifusão Educativa.
1966 a 1974 Instalação de oito emissoras de televisão educativa: TV Universitária de
Pernambuco, TV Educativa do Rio de Janeiro, TV Cultura de São Paulo, TV
Educativa do Amazonas, TV Educativa do Maranhão, TV Universitária do Rio
Grande do Norte, TV Educativa do Espírito Santo e TV Educativa do Rio
Grande do Sul.
1967 Criada a Fundação Padre Anchieta, mantida pelo Estado de São Paulo com o
objetivo de promover atividades educativas e culturais através do rádio e da
televisão (iniciou suas transmissões em 1969); constituída a Feplam
(Fundação) Educacional Padre Landell de Moura), instituição privada sem
fins lucrativos, que promove a educação de adultos através de Teleducação
por multimeios.
1969 TVE Maranhão/CEMA – Centro Educativo do Maranhão: programas
educativos para a 5" serie, inicialmente em circuito fechado e a partir de 1970
em circuito aberto, também para a 6ª série.
1970 Portaria 408 – emissoras comerciais de rádio e televisão: obrigatoriedade da
transmissão gratuita de cinco horas semanais de 30 minutos diários, de
segunda a sexta– feira, ou com 75 minutos aos sábados e domingos. É
iniciada em cadeia nacional a serie de cursos do Projeto Minerva, irradiando
os cursos de Capacitação Ginasial e Madureza Ginasial, produzidos pela
Feplam e pela Fundação Padre Anchieta.
1971 Nasce a ABT – inicialmente como Associação Brasileira de Tele–Educação,
que já organizava desde 1969 os Seminários Brasileiros de Teleducação
atualmente denominados Seminários Brasileiros de Tecnologia Educacional.
Foi pioneira em cursos à distância, capacitando os professores através de
correspondência.
1972 Criação do Prontel – Programa Nacional de Teleducação – que fortaleceu o
Sinred – Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa.
28
1973 Projeto Minerva passa a produzir o Curso Supletivo de 1º Grau, II fase,
envolvendo o MEC, Prontel, Cenafor e secretarias de Educação.
1973-74 Projeto SACI conclusão dos estudos para o Curso Supletivo "João da Silva",
sob o formato de telenovela, para o ensino das quatro primeiras séries do lº
grau; o curso introduziu uma inovação pioneira no mundo, um projeto – piloto
de tele – didática da TVE, que conquistou o prêmio especial do Júri
Internacional do Prêmio Japão.
1974 TVE Ceará começa a gerar tele–aulas; o Ceteb – Centro de Ensino Técnico
de Brasília – inicia o planejamento de cursos em convênio com a Petrobras
para capacitação dos empregados desta empresa e do projeto Logus II, em
convênio com o MEC, para habilitar professores leigos sem afastá–los do
exercício docente.
1978 Lançado o Telecurso de 2 Grau, pela Fundação Padre Anchieta (TV
Cultura/SP) e Fundação Roberto Marinho, com programas televisivos
apoiados por fascículos impressos, para preparar o tele-aluno para os
exames supletivos.
1979 Criação da FCBTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão
Educativa/MEC; dando continuidade ao Curso "João da Silva", surge o
Projeto Conquista, também como telenovela, para as ultimas séries do
primeiro grau; começa a utilização dos programas de alfabetização por TV –
(MOBRAL), em recepção organizada, controlada ou livre, abrangendo todas
as capitais dos estados do Brasil.
1979 a 1983 É implantado, em caráter experimental, o Posgrad – pós-graduação Tutorial à
Distância – pela Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de
Ensino Superior – do MEC, administrado pela ABT – Associação Brasileira de
Tecnologia Educacional – com o objetivo de capacitar docentes universitários
do interior do pais.
1981 FCBTVE trocou sua sigla para FUNTEVE: Coordenação das atividades da TV
Educativa do Rio de Janeiro, da Radio MEC-Rio, da Radio MEC-Brasília, do
Centro de Cinema Educativo e do Centro de Informática Educativa.
1983/1984 Criação da TV Educativa do Mato Grosso do Sul. Inicio do "Projeto Ipê", da
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e da Fundação Padre
Anchieta, com cursos pura atualização e aperfeiçoamento do magistério de 1º
e 2º Graus, utilizando–se de multimeios.
29
1988 "Verso e Reverso – Educando o Educador": curso por correspondência para
capacitação de professores de Educação Básica de Jovens e Adultos/ MEC
Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos (EDUCAR), com
apoio de programas televisivos através da Rede Manchete.
1991 O "Projeto Ipê" passa a enfatizar os conteúdos curriculares.
1991 A Fundação Roquete Pinto, a Secretaria Nacional de Educação Básica e
secretarias estaduais de Educação implantam o Programa de Atualização de
Docentes, abrangendo as quatro séries iniciais do ensino fundamental e
alunos dos cursos de formação de professores. Na segunda fase, o projeto
ganha o titulo de "Um salto para o futuro".
1992 O Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da UFMT
(Universidade Federal do Mato Grosso), em parceria com a Unemat
(Universidade do Estado do Mato Grosso) e a Secretaria de Estado de
Educação e com apoio da Tele-Universite du Quebec (Canadá), criam o
projeto de Licenciatura Plena em Educação Básica: 1º a 4º series do 1º grau,
utilizando o EAD. O curso é iniciado em 1995.
1996 Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Regulamenta a EaD no Brasil
Fonte: TELEBRASIL, 2010.
Quadro 4 - EAD no cenário brasileiro
2.4 Regramento Legal da Educação a Distância no Brasil
A primeira legislação brasileira a tratar da modalidade EAD foi a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) de 4024/1961. Em sua reconstrução, formatada pela Lei Federal nº
5692/1971, dez anos depois, foi inserido um capítulo específico sobre o ensino supletivo,
afirmando que ele poderia ser usado em classes (modalidade presencial), ou mediante a
utilização de rádio, televisão, correspondência (modalidade EAD), demarcando um momento
conjuntural brasileiro em que conviviam em mesmo contexto temporal, a primeira e segunda
gerações históricas da EAD.
Mais tarde em 1996, o país conheceu uma nova LDB e, então, a EAD passou a ser possível.
Portanto, regulamentada no Brasil em 20 de dezembro de 1996, na lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional nº 9394/96 (artigo 80) foi sancionada pelo então presidente Fernando
Henrique Cardoso, pelo ministro da Educação Paulo Renato e com Darcy Ribeiro, um dos
nossos mais importantes antropólogos, como relator, que define a Educação a Distância como
uma ―modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de
ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e
30
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares
ou tempos diversos‖.
Tal fato representou um avanço, uma vez que possibilitou o funcionamento dos cursos de
graduação e pós graduação, assim como na educação básica, desde o ensino fundamental ao
médio tanto na modalidade regular, como na de jovens e adultos e educação especial. A lei
também admitiu de forma indireta, os cursos livres ou de formação continuada, concebidas
como aprendizagem não - formal, sendo reconhecidos como experiências de tal formato, os
ministrados pelas chamadas universidades corporativas e outros grupos educativos.
Todavia, as dificuldades, passaram a existir nas disposições infralegais, conforme
posicionamento de Moreira Alves (2007): "... temos uma Constituição Federal ótima em termos
de educação; a LDB é boa, eis que permite, entre outras vantagens, a liberdade dos projetos
pedagógicos. O grande problema ocorre com os atos normativos inferiores: os decretos não
são bons; as portarias em grande parte são ruins; e há resoluções e pareceres
desesperadores." Nos dias atuais, enquanto vivemos a 5.ª geração da Modalidade EAD, o texto
normativo regulamentador, mostra-se ainda bastante carente, dificultando inclusive a
implantação de programas de mestrado e doutorado, por ausência de normas
regulamentadoras.
Com relação a EAD no Ensino Superior, o Decreto que regulamenta o Art. 80 da Lei 9394/96,
de 5.622/2005, de 19.12.2005 e revoga os Decretos 2494/98 e 2591/98, com normatização
definida na Portaria Ministerial 43/2004, assim como, a Resolução n.º 1/2001 do CNE/CEB e
outras normatizações subseqüentes regulamenta-se a Pós Graduação Latu e Strictu Sensu na
modalidade EAD. ( vide Quadro 5)
Como avanço do texto legal, o mesmo autor cita uma portaria do MEC que passa a admitir a
adoção parcial da EAD em cursos de graduação superior, independente de credenciamento da
instituição, destacando como forte avanço, uma vez que inaugura um marco na história de voto
de confiança nas universidades, centros universitários e faculdades, para que os programas
fossem implementados sem o prévio consentimento oficial.
Através da retrospectiva histórica legal na EAD, considera-se necessário cada vez mais,
aprimorar o diálogo existente entre o governo, tanto nas esferas federal, como estadual,
alinhavando um Regime de Colaboração entre os sistemas, na oferta da EAD, entre as
entidades representativas do setor e as Universidades, para aprimoramento da legislação, a
favor da garantia de uma Educação a distância, regida pelas tecnologias de informação e
comunicação (as TIC) e para a organização de uma Comunidade Virtual de aprendizagem
colaborativa e interacionista. Abre-se uma porta muito grande neste sentido, no Brasil, a partir
de 2006, com o Sistema de Universidade Aberta.
Lei 9394/96
31
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Art. 80 trata da Educação a Distância
Resolução nº 1, de 26 de Fevereiro de 1997
Fixa condições para validade de diplomas de cursos de graduação e de pós-graduação
em níveis de mestrado e doutorado, oferecidos por instituições estrangeiras, no Brasil,
nas modalidades semi-presenciais ou a distância.
Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998
Regulamenta o Art. 80 da LDB (Lei n.º 9.394/96).
Portaria n.º 301, de 7 de abril de 1998
Normatiza os procedimentos de credenciamento de instituições para a oferta de cursos
de graduação e educação profissional tecnológica a distância.
Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998
Altera a redação dos artigos 11 e 12 do Decreto n.º 2.494.
Resolução CNE/CES nº 1, de 3 de abril de 2001
Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação.
Portaria nº. 4.059, de 10 e dezembro de 2004
Substitui a portaria 2.253/01 que normatizava os procedimentos de autorização para
oferta de disciplinas na modalidade não-presencial em cursos de graduação
reconhecidos.
Portaria nº 4.363, de 29 de dezembro de 2004
Dispõe? sobre a autorização e reconhecimento de cursos seqüenciais da educação
superior.
Decreto n.º 5.622, de 19 de dezembro de 2005
Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional.
Portaria Normativa nº 2 , de 10 de janeiro de 2007
Dispõe? sobre os procedimentos de regulação e avaliação da educação superior na
modalidade a distância.
Portaria Normativa nº 40, de 12 de janeiro de 2008
Institui o e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de
informações relativas aos processos de regulação da educação superior no sistema
federal de educação.
Decreto nº 6303, de 12 de dezembro de 2007
Altera dispositivos dos Decretos nos 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece
32
as diretrizes e bases da educação nacional, e 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe
sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de
educação superior e cursos superiores de graduação e seqüenciais no sistema federal
de ensino.
Fonte: MEC, 2010.
Quadro 5 - Evolução Legal da EAD no Brasil.
2.4.2 Sistema de Universidade Aberta
Com a criação da British Open University, instituição verdadeiramente pioneira e única do que
hoje se entende como educação superior à distância, datada de 1969, registrando o início do
funcionamento de cursos dois anos seguintes em 1971, repercute em todo o mundo a difusão
da Modalidade EAD, e o Brasil não fica à margem da discussão.
Alguns parlamentares brasileiros, entusiasmados pelo novo modelo, apresentam projetos de lei
para que tivéssemos uma instituição de ensino superior semelhante a do Reino Unido. A
primeira proposição de texto legal a respeito data de 1972, mas acaba sendo arquivada por
reconhecimento de falta de mérito, uma vez que o texto não abordava o intuito social específico
de criação de uma universidade aberta, mas sim a permissão de frequencia livre em cursos de
nível universitário.
Em 1978, surge efetivamente a iniciativa de ser instituída a Universidade Aberta, por meio do
projeto de lei n.º 1878. A proposta enfatizava que se entende por "Universidade Aberta a
instituição de nível superior, cujo ensino seja ministrado através dos processos da
comunicação a distância." O projeto foi bem aceito no legislativo, sendo encaminhado para o
Conselho Federal de Educação, que opinou que a "implantação do sistema entre nós, se é
aconselhável, deve ser iniciativa do MEC." O parecer do Colegiado, conclui pelo aguardo de
normatização sobre o assunto, partindo de um grupo de trabalho organizado para este fim. O
desenvolvimento do projeto pelo referido grupo não surte efeito positivo, sendo que o projeto da
Universidade Aberta acaba por ser arquivado. Dois anos mais tarde, o mesmo deputado
reapresentava a matéria, ocasionando novo arquivamento.
Outras tentativas igualmente frustradas são feitas, pela insistência do posicionamento do CFE
de que a criação de um sistema tão complexo e original de ensino superior exigiria
planejamento lúcido e rigoroso conhecimento das pessoas encarregadas. Apenas em 2005, o
Executivo toma a iniciativa de criar um novo sistema, designando-lhe de Universidade Aberta
do Brasil (UAB), sendo criado pelo MEC, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação. Na
verdade, não é uma Universidade propriamente dita, mas sim um consórcio de instituições
públicas de Ensino Superior.
33
De acordo com Blois (2006, p. 6) "seu propósito é sistematizar as ações, programas, projetos e
atividades pertencentes às políticas públicas voltadas para a ampliação e interiorização da
oferta do ensino superior gratuito e de qualidade no Brasil." Segundo dados da CAPES de
2009, atualmente, 88 instituições integram o Sistema UAB, entre Universidades Federais,
Universidades Estaduais e Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs). De
2007 a julho de 2009, foram aprovados e instalados 557 pólos de apoio presencial com
187.154 vagas criadas.
Dessa maneira, o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) tem como prioridade a
formação de professores para a Educação Básica. Para atingir este objetivo central a UAB
realiza ampla articulação entre instituições públicas de ensino superior, estados e municípios
brasileiros, para promover, através da metodologia da educação a distância, acesso ao ensino
superior para camadas da população que estão excluídas do processo educacional de
implantação, execução e formação de recursos humanos em educação superior a distância.
Tendo como base o aprimoramento da Educação a Distância, o Sistema UAB visa expandir e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior. Para isso, o sistema tem
como base, fortes parcerias entre as esferas federais, estaduais e municipais do governo.
Portanto o objetivo do sistema UAB é desenvolver a modalidade de educação a distância, com
a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no
País, além de ampliar o acesso à educação superior pública levando tais cursos às diferentes
regiões do país. É objetivo, também, oferecer cursos superiores para capacitação de dirigentes,
gestores e trabalhadores em educação básica dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios e apoiar a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas
em tecnologias de informação e comunicação.
Além disso, pretende-se atingir objetivos sócio-educacionais com a colaboração da União com
entes federativos, e estimular a criação de centros de formação permanentes por meio dos
pólos de apoio presencial. O Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB não propõe a
criação de uma nova instituição de ensino, mas sim, a articulação das já existentes,
possibilitando levar ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros que não
possuem cursos de formação superior ou cujos cursos ofertados não são suficientes para
atender a todos os cidadãos.
Finalmente, faz-se necessário considerar que a UAB não remonta em sua gênese aos
princípios estruturais da Open University, a qual serviu de modelo inspirador. Para a
Universidade Inglesa, o termo aberta se aplica à universidade em vários sentidos.
Primeiramente, no sentido social, uma vez que se dirige a todas as classes sociais, permitindo
que as pessoas possam completar seus estudos, conforme a realidade de seus tempos e
espaços. Em segundo lugar, do ponto de vista pedagógico, na medida em que a matrícula à
Universidade está aberta a todo indivíduo maior que 21 anos, independente da apresentação
de certificado de instrução anterior e qualquer exame de admissão. Chama-se "aberta" no
sentido de que seus cursos, desde à época da geração do rádio e televisão, na oferta EAD,
34
estão abertas ao interesse e apreciação do público em geral. Estas considerações, portanto,
não ilegitima a iniciativa brasileira, ao contrário, vem ao encontro da garantia de maior acesso à
educação superior.
2.5 Considerações
Conhecer o passado permite que sejam estabelecidas conexões para melhor entendimento da
própria existência, pois o descobrimento das origens só vem a acrescer na ampliação dos
saberes e proporciona melhor entendimento do que se vivencia no presente, desta forma este
estudo proporcionou melhor entendimento sobre as premissas envolvidas na própria
construção e evolução da EAD.
Vários foram os adventos históricos apresentados que corroboraram com a evolução e
expansão da EAD e pode-se afirmar ser surpreendente a descoberta de fatos históricos que,
além de marcarem épocas e gerações, refletiram no desdobramento desta modalidade de
ensino que tem ganhado, a cada dia, mais espaço e credibilidade junto aos seus atores.
Ao se delinear a cronologia da EAD, observou-se que seu surgimento veio de tempos idos,
muito remotos, tempos estes que nem se imaginava haver indícios de sua existência, a qual foi
confirmada através de manuscritos que remontam desde a Idade Antiga, caminhando
juntamente com a evolução do próprio homem.
A troca de cartas entre as pessoas era dada como uma forma de se passar conhecimentos as
pessoas que se encontravam distantes. O surgimento da imprensa, de novos canais de
comunicação como rádio, televisão e Internet vieram dar maior dinamismo na disseminação do
conhecimento, proporcionado o aprimoramento da própria educação da humanidade. O uso
intensivo das TICs promoveram maior velocidade e amplitude na transmissão do
conhecimento, como exemplo cita-se a própria tecnologia de convergência que possibilita, além
de acesso aos diversos tipos de mídias, a facilidade da mobilidade.
Os recursos da internet multiplicam-se a cada dia, mídias sociais e comunidades colaborativas
são criadas de forma exponencial, constituindo a chamada Sociedade do Conhecimento,
possibilitando às pessoas trocarem informações para aprimorarem seus conhecimentos, os
quais vêm sendo cada vez mais desejados pelas organizações.
As prerrogativas da era do conhecimento são envolvidas pelo uso contínuo das redes de
hipertexto e tecnologia, onde cresce a sociedade de informação e conhecimento, sociedade
que deseja interatividade, troca de informações e ter novas experiências para ampliar suas
capacidades e o que se espera desta sociedade é que sejam observados princípios e metas de
inclusão, diversidades e identidades culturais, respeito às diferenças, sejam elas sociais e/ou
econômicas e participação social.
Várias foram as iniciativas de pessoas e instituições no desejo de que a educação pudesse
chegar a lugares longínquos, da criação de programas de rádio e tvs a própria formatação de
programas educacionais que pudessem ser irradiados a muitos lugares.
Assim como evoluiu a forma de comunicação e tecnologia, evoluiu a forma de ensino,
desenvolvendo-se modelos de aprendizagem, métodos, didática, ambientes de aprendizagem,
35
todos estes voltados para dar maior acessibilidade as pessoas entusiastas do saber.
Ainda há grandes desafios a serem enfrentados pela EAD, entre eles a quebra de paradigmas
do "aprender a aprender "pois, apesar de todas as facilidades da EAD, é preciso que as
pessoas tenham novas posturas e desejem se desprender dos antigos ou padronizados modos
de aprendizados. Ser um ator da EAD, seja como aluno, tutor ou professor exige que novas
posturas e modelos mentais sejam desenvolvidos, pois são agentes ativos no processo de
disseminação e acesso ao conhecimento.
Finalmente, tecnologia, pessoas e educação são indissociáveis a uma nação que deseja se
reconhecida por sua capacidade evolutiva e somente serão capazes de tirar proveito desta
nova modalidade de ensino - EAD, as pessoas e organizações que souberem se preparar para
isso.
REFERÊNCIAS
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fundamentos e práticas. Disponível em:
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contemporânea. Brasília: ABED, 2007. Disponível em:
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WIKIPÉDIA Enciclopédia livre. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_a_dist%C3%A2ncia>.
Grupo C – Vantagens e Desvantagens da Educação a Distância
A Educação a Distância (doravante EaD) apresenta uma série de vantagens, mas também
algumas desvantagens. Entretanto, nem sempre o que é visto como vantagem por uns é visto
do mesmo modo por outros, pois, por ser uma modalidade ainda em processo de consolidação,
são muitos os fatores que influenciam a análise do que pode ser considerado vantajoso ou não
quando se pensa em EaD. Assim, procuramos elencar algumas vantagens e desvantagens que
envolvem essa modalidade de ensino, partindo de experiências pessoais na área e também de
textos teóricos que tratam do assunto em tela.
37
Vantagens:
1. A democratização do Ensino.
A EaD oferece condições aos moradores de lugares distantes, afastados dos centros
comerciais e das metrópoles, de terem uma perspectiva de futuro pessoal e profissional por
meio do contato com o conhecimento. E para que isso ocorra é necessário que se tenha
apenas um computador e uma conexão à Internet. Ademais, a EaD proporciona o acesso ao
conhecimento para aqueles que por algum motivo não podem/puderam frequentar os cursos
ministrados no espaço da sala de aula convencional, isto é, o ensino presencial.
2. O estudante não precisa se deslocar até a Instituição de Ensino.
Atualmente, principalmente nos grandes centros urbanos, o tempo que as pessoas perdem no
trânsito a fim de se locomoverem de suas casas para o trabalho e/ou do trabalho para a
escola/universidade, por exemplo, vem aumentando significativamente. Por isso, não perder
tempo para ir e voltar da Instituição de Ensino todos os dias é uma grande vantagem para o
aluno que estuda a distância.
3. O aluno estuda no lugar e horário em que se sentir mais à vontade.
Além de ―ganhar‖ tempo por conta de não precisar se deslocar para estudar, o aluno pode
escolher o local que julgar mais favorável à sua aprendizagem, ou seja, essa possibilidade de
formação fora do contexto da sala de aula torna possível a permanência do aluno em seu
ambiente profissional, cultural e/ou familiar. Além disso, o aluno pode se dedicar ao estudo num
momento em que ele esteja mais disposto e motivado. A ausência de rigidez quanto aos
requisitos de espaço, tempo e ritmo favorece a aprendizagem, posto que cada indivíduo tem o
seu ritmo de aprendizagem.
4. Autonomia com relação à organização do tempo para os estudos.
A maioria das pessoas que procura um curso a distância possui uma vida bastante agitada e
cheia de compromissos profissionais e pessoais. Em virtude disso, é de grande importância
para esse perfil de aluno não precisar se comprometer com horários pré-estabelecidos e ter a
possibilidade de se conectar e poder realizar as tarefas, ler textos e participar de fóruns nas
horas do dia mais favoráveis à sua rotina.
5. O aluno passa a ser o protagonista do processo de aprendizagem, ou
seja, passa a ser o centro desse processo.
O aluno a distância abandona o papel de mero recebedor de informações e assume uma
postura mais responsável em relação à própria aprendizagem. Se devidamente motivado pelo
professor / tutor, ele passa a ser um aluno pesquisador, autodidata, inquieto, que interage mais
com seus colegas e professores/tutores, construindo, dessa forma, coletivamente, o
conhecimento. O aluno torna-se sujeito ativo de sua formação, isso ocorre porque estudar a
38
distância exige desenvolvimento da iniciativa, da capacidade de pesquisar e de selecionar
fontes confiáveis. Daí considerarmos que a EaD também estimula o desenvolvimento do senso
analítico e crítico.
6. Possibilidade de ter contato com um número maior de colegas
pertencentes a diferentes localidades e culturas. Facilidade de interação
com professor e colegas a qualquer momento.
Normalmente a turma de um curso de EaD é heterogênea e transcultural, o que possibilita o
desenvolvimento da capacidade de aceitar a diversidade, conviver com as diferenças e
estabelecer relações cordiais com a diversidade cultural, respeitando-a e contribuindo para a
harmonia do grupo.
Segundo Maia e Mattar (2007 , p.?????? ), " a manipulação das mídias permite ampliar o
diálogo entre alunos e professores e, em consequência, diminuir a distância transacional e a
sensação psicológica de separação, gerando um senso de comunidade‖.
Incentivo à criatividade e experimentação.
Além de configurar-se como instrumento facilitador de inserção à tecnologia da informação, a
EaD, segundo o filósofo francês Pierre Lévy, é um setor em que há experimentação constante.
É na EaD que é experimentado o maior número de novidades ao mesmo tempo técnicas e
pedagógicas, porque há a necessidade de se acompanhar a velocidade das inovações
tecnológicas.
Os professores têm um perfil diferenciado.
O papel do professor de cursos a distância é diferente do que o de um professor de cursos
presenciais. O primeiro assume um papel de motivador e mediador do processo de
aprendizagem dos seus alunos, pois ele não mais transmite conteúdos acabados, antes
incentiva as discussões e a construção do conhecimento por parte de cada integrante da
comunidade virtual de aprendizagem.
Alunos tímidos têm maiores possibilidades de participarem das discussões.
A interação a distância, por meio de fóruns e chats educacionais, por exemplo, amplia de forma
significativa as chances de alunos tímidos manifestarem suas opiniões, o que provavelmente
não aconteceria num contexto presencial.
Configura-se como educação inclusiva e social.
Pessoas surdas, por exemplo, têm acesso à aprendizagem quando conhecem o português
estruturado ou quando disponibilizam de intérprete de língua de sinais. Pessoas com
deficiência física grave ou alguma paralisia podem estudar, concluir o ensino médio, a
39
graduação e até mesmo fazer uma pós-graduação por conta da mínima necessidade de
deslocamento até o local de estudo.
Facilita tanto a formação inicial como a formação continuada de professores, principalmente os
da rede pública.
Esses professores têm a possibilidade de fazer um curso de graduação ou pós-graduação a
distância, o que oferece condições de obterem maior qualificação. Nesse sentido, a EaD
tornou-se, de certa forma, uma educação popular.
Desvantagens:
1. Os alunos que moram longe dos polos presenciais precisam deslocar-se
para outras cidades.
Para serem reconhecidos pelo MEC, os cursos de graduação e pós-graduação devem ser
semipresenciais. Por isso, são planejadas algumas atividades presenciais, como avaliações,
trabalhos em grupo e videoconferências. Além disso, apenas metade dos cursos tem acervo
virtual, enquanto a maioria dispõe de biblioteca tradicional, o que obriga os alunos a irem até os
polos para consultar/emprestar livros. Esses deslocamentos configuram-se como dificuldade
para aqueles que moram muito longe dos polos.
2. Não é possível estudar apenas quando se quer
A indisciplina pode representar o fracasso de um aluno que se propõe a realizar um curso a
distância, pois, para nessa modalidade, é necessário ter capacidade de gerir o próprio
processo de aprendizagem. Não se pode estudar apenas quando se tem vontade ou postergar
a realização das tarefas. Apesar de as atividades estarem disponíveis para serem realizadas
em qualquer local e horário, há prazos a serem cumpridos, textos a serem lidos, discussões a
serem realizadas. Além disso, também há atividades síncronas, que exigem certo planejamento
da parte do aluno para estar online (ou até mesmo presencialmente) em determinadas
ocasiões. Portanto, é preciso ter responsabilidade e comprometimento para não cair na
armadilha de ―deixar para amanhã o que se pode fazer hoje‖.
3. Perde-se um pouco do relacionamento pessoal e há empobrecimento da
troca direta de experiência proporcionada pela relação educativa entre
professor e aluno.
Essa limitação em alcançar o objetivo da socialização ocorre em virtude das escassas ocasiões
para interação pessoal dos alunos com o docente e entre si. Essa é uma desvantagem
principalmente para os mais jovens, pois esse público necessita de uma formação que envolva
socialização, contato mais direto com o outro. Em relação ao contato professor e aluno,
normalmente, os cursos a distância têm turmas muito grandes, o que faz com que essa relação
nem sempre se dê de forma adequada. Além disso, algumas disciplinas exigem uma maior
40
interação com o professor, como no caso das que envolvem cálculos. Também pode ocorrer
limitação em alcançar os objetivos da área afetiva/atitudinal, assim como os objetivos da área
psicomotora.
4. Cria-se uma dependência muito grande em relação à tecnologia.
Dependência da infraestrutura computacional, como o acesso à internet e o processamento de
servidores. E essa tecnologia muitas vezes não funciona plenamente. Sem contar que a
utilização de alguns recursos e ferramentas não é satisfatória para aqueles que não possuem
uma conexão rápida à internet, por exemplo.
5. Oferta de cursos de baixa qualidade por instituições “oportunistas”.
Pelo fato de a EaD ser considerada por muitos uma novidade, observa-se grande proliferação
de cursos no mercado, porém nem todos apresentam um padrão de qualidade adequado.
Ademais, muitas vezes, não são investidos os recursos necessários, já que a implantação de
cursos a distância tem custos iniciais muito altos e os serviços administrativos são, geralmente,
mais complexos do que no ensino presencial. Algumas Instituições, inclusive, ministram curso
na modalidade a distância sem fazer distinção do que é ministrado no presencial.
6. Há preconceito no mercado de trabalho em relação aos profissionais
que têm formação totalmente a distância.
Na maioria das vezes, esse preconceito é motivado pelo desconhecimento de todas as leis,
normas e regras que orientam e balizam a EaD.
7. Em determinados cursos, há a necessidade de o aluno possuir elevado
nível de compreensão de textos e saber utilizar os recursos de multimídia.
8. A retroalimentação ou o “feedback” e a retificação de possíveis erros
podem ser mais lentos, embora os novos meios tecnológicos reduzam
estes inconvenientes.
O EaD exige muito mais tempo e envolvimento tanto de alunos como de professores,
especialmente o tempo para comunicação entre aluno e professor, durante o processo de
aprendizagem, na resolução de dúvidas. Enquanto em uma sala de aula presencial, a dúvida
do aluno pode ser expressa pela fala, por gestos, apontamentos de parágrafos de livros,
desenhos e esquemas. no modelo de comunicação virtual, essas dúvidas devem ser expressas
de outras formas, fazendo -seuso da descrição textual, esquemas diagramáticos e citações
bibliográficas comentadas. Enfim, leva-se bem mais tempo para a elaboração de uma dúvida,
no modelo virtual, do que no modelo presencial. Por parte do professor, o mesmo acontece.
Além de ser mais demorado compreender a dúvida do aluno, o professor leva bem mais tempo
para elaborar o seu retorno ao aluno, principalmente quando as dúvidas envolvem diferentes
conteúdos inter-relacionados.
41
Portanto, a disponibilização, por parte das instituições de ensino, de ferramentas tecnológicas
diversificadas, que permitam e facilitem a comunicação das dúvidas entre os professores e
alunos, e o pleno domínio dessas ferramentas por parte dos envolvidos (professores e alunos)
é um fator determinante para o sucesso do ensino a distância.
9. Corre-se o risco da homogeneidade dos materiais instrucionais – todos
aprendem o mesmo conteúdo, por um só pacote instrucional, conjugado.
10. Não tem intérprete de língua de sinais visto que o idioma é oficial no
Brasil e, segundo o IBGE, o país tem mais de cinco milhões de pessoas
surdas.
Para as pessoas surdas, o português é a segunda língua. A estrutura gramatical do português
é muito diferente da estrutura da língua nativa dos surdos (libras), porque enquanto o
português é oral-auditivo a libras é espaço-visual. Logo o processo de ensino-aprendizagem
deste idioma fica comprometido, porque a estrutura linguística é específica. Dessa forma,
diante das dificuldades que o aluno surdo encontra na estruturação da Língua Portuguesa, no
uso da leitura e escrita como meio de comunicação, e do direito estabelecido de se ter acesso
aos conteúdos curriculares por meio da utilização da língua de sinais, fica evidente que o fato
de não se ter intérprete de libras em EaD é uma desvantagem. Entretanto, já começam a surgir
recursos que auxiliam na compreensão do conteúdo de textos em português, convertendo
páginas da Internet em português para a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
11. Ainda não disponibiliza recursos para contemplar o público cego e/ou
cego-surdo.
Existem 3 público específicos, a saber: o surdo, o cego e o surdo-cego.
É considerado surdo-cego o indivíduo que apresenta surdez e também dificuldade visual e tem
necessidade de utilizar, para a comunicação, recursos como a possibilidade de configurar o
ambiente para ―somente texto‖ a fim de evitar a confusão visual causada pela demasia de
informações. Outro recurso importante é o de aumento de letras. Para o público cego, a ajuda
precisa vir de programas que leiam em voz alta cada palavra escrita numa página de internet.
Para o público cego a ajuda vem de um programa que lê em voz alta cada palavra escrita
numa página de internet . Como não pode ver o cursor do mouse, o deficiente visual navega
pelos links das páginas usando apenas o teclado - apertando a tecla Tab ou a seta para
baixo.Entre as dezenas de opções hoje em dia, o mais popular é o Jaws.
Aos surdos o Player Rybená® permite tornar o ambiente da Internet acessível para a
Comunidade Surda. Funcionando como um tradutor, auxilia na compreensão do conteúdo de
textos em português. Este programa é capaz de converter qualquer página da Internet ou texto
escrito em português para a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
42
Com este recurso no sítio os usuários poderão selecionar com o mouse qualquer parte do texto
do portal e ver a tradução em LIBRAS por intermédio de um simpático desenho animado.
Em suma, segundo uma entrevista de Maria Cristina Baeta Neves (especialista em educação a
distância do Departamento Nacional do Senac),
"Destacar quais as principais vantagens da EAD é muito difícil, pois cada caso é um caso. É
preciso se ter muito cuidado com certas afirmações, porque se para um determinado caso uma
decisão pode ser vantajosa, em outro, essa mesma decisão pode ser exatamente o contrário.
No entanto, acredito que uma das vantagens indiscutíveis da EAD seja que ao se mudar a
forma de estudar, está-se mudando também a forma de se aprender. Somada à vivência no
ensino presencial trazida pelo aluno, o estudo por meio de uma EAD de qualidade certamente
lhe propiciará maiores possibilidades de desenvolver outras habilidades até então pouco
desenvolvidas. Por exemplo, devido às suas características, a EAD tem mostrado uma
excelência no desenvolvimento da autonomia do aluno maior do que aquela demonstrada no
ensino presencial."
Dessa forma, ao lidar com vantagens e desvantagens da EaD, não podemos deixar de
considerar o exposto por Moran (2007, p.73):
O importante, como educador, é acreditarmos no potencial de aprendizagem pessoal, na
capacidade de evoluir, de integrar sempre novas experiências e dimensões do cotidiano e
aceitarmos nossos limites, nosso jeito de ser, nossa história.
Bibliografia
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini. Educação à distância no Brasil: diretrizes políticas,
fundamentos e práticas. Disponível em:
http://cecemca.rc.unesp.br/cecemca/EaD/artigos/atigo%20Beth%20Almeida%20RIBIE.pdf .
Acesso em 04/05/2010.
FARIA, Elaine Turk (Org.). Educação presencial e virtual: espaços complementares essenciais
na escola e na empresa/. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006.
HAGUENAUER, Cristina. Educação à distância e internet. Disponível em:
http://www.latec.ufrj.br/portfolio/at/3%20ead%20e%20internet%201.pdf . Acesso em
04/05/2010.
LÉVY, Pierre. Trecho de entrevista. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=08rVXi55yjE?&feature=player_embedded. Acesso em
04/05/2010.
MAIA, Carmem; MATTAR, ABC da EaD: a educação a distância João. hoje. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
43
MARTINS, Ana Rita; MOÇO, Anderson. Educação a Distância: vale a pena entrar nessa? Nova
Escola. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/vale-pena-
entrar-nessa-educacao-distancia-diploma-prova-emprego-rotina-aluno-teleconferencia-chat-
510862.shtml. Acesso em 04/05/2010.
MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. São
Paulo: Papirus, 2007.
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/jornal/materias/0097.html. Acesso em 04/05/2010 .
http://www.feneis.org.br/page/Usher.asp
http://mundoestranho.abril.com.br/tecnologia/pergunta_287927.shtml
http://www.repositorio.seap.pr.gov.br/arquivos/File/material_didatico_EaD/Vantagens_desvanta
gens_EaD?.pdf. Acesso em 04/05/2010 .
Grupo D - Diferenças e Semelhanças Entre Educação a Distância e
Presencial ( texto finalizado)
"As novas tecnologias não só estão presentes em todas atividades práticas contemporâneas
(da medicina à economia), como também tornam-se vetores de experiências estéticas, tanto no
sentido de arte, do belo, como no sentido de comunhão, de emoções compartilhadas. Embora
esse fenômeno não seja novo, ele parece radicalizar-se nesse fim de século. Trata-se de uma
sociedade que aproxima uma técnica (o saber fazer) do prazer estético e comunitário
"(LEMOS, 2007, p.17).
O mundo passa por grandes avanços em todos os campos, e as novas tecnologias têm sido
fundamentais para modificar a forma pela qual passamos a ver e interagir com o mundo.
No que tange a educação, o processo não se deu de maneira diferente. A educação se
moderniza a cada dia. Na atualidade, educadores e pesquisadores voltam seus olhos para a
educação à distância, discutindo sua validade, limitações e, principalmente, fazendo
comparações com a educação presencial.
O que se percebe é que a grande oferta de cursos nesta modalidade tem se tornado um
atrativo para grande parte da população. Entre os atrativos citados está o custo mais baixo em
relação a um curso presencial e a flexibilidade de horário para os estudos. Entretanto, antes de
optar por esta modalidade de ensino, é necessário que alunos e professores levem em
consideração as semelhanças e diferenças entre a EAD e a educação presencial, para assim
decidir qual delas se adéqua melhor ao seu perfil.
44
Uma das maiores diferenças entre educação virtual e presencial pode ser cultural, pois ainda é
muito latente o "pré-conceito" a respeito da educação virtual. Há uma grande dose de
desconfiança quanto a qualidade e idoneidade dos cursos oferecidos na modalidade virtual.
Atentos a essas discussões, traremos, neste tópico, comparações entre essas duas
modalidades de ensino.
Podemos citar como principais diferenças:
O espaço físico: enquanto professores em cursos presenciais e alunos tratam do conteúdo do
curso em uma sala de aula tradicional, com cadeiras, lousas e portas fechadas, na EAD a
escolha do ambiente fica a critério tanto dos professores quanto dos alunos. O conteúdo
disponibilizado pode ser acessado de qualquer lugar do planeta, bastando para isso, um
computador conectado à internet;
Recursos utilizados: se fizermos uma análise da evolução dos recursos utilizados efetivamente
pelos professores na educação presencial, veremos que houve pouca alteração, resumindo-se
basicamente na troca das lousas verdes com giz coloridos para o quadro branco com
marcadores. Os mais ousados adotam o uso de um DVD, retro-projetor ou um projetor. Na
educação a distância, porém, é imprescindível a utilização de novas tecnologias de
comunicação; esta é uma constatação inicial que não se pode deixar de fazer. Em
conseqüência dessa relação (ou dependência), a EAD pode ser definida em função da
tecnologia predominante no momento, e tornou-se atualmente sinônimo de educação via
Internet, on-line, virtual e outras expressões semelhantes (PONTES, 2010, p.4).
Na educação presencial, é possível ao aluno terminar um curso mesmo que não tenha
aprendido a escrever em um quadro ou a utilizar uma transparência. Na educação a distância
atual, o aluno é obrigado a interagir com o meio utilizado, o que torna a aprendizagem múltipla,
pois além do conteúdo aprende-se ainda a usar novas tecnologias;
Aulas assíncronas: O horário escolhido pelo professor e pelos alunos não precisa ser o mesmo.
Manhãs, tardes, noites, madrugadas e feriados podem ser utilizados por ambos os lados;
Postura do professor: No que se refere à produção de conteúdo e relacionamento com os
alunos, é semelhante nas duas modalidades. Na educação a distância, talvez mais do que na
presencial, o professor precisa ter grande parte de sua atenção voltada para a organização e
disponibilização do conteúdo, a fim de não transformar o curso em um bicho de sete cabeças,
que pode ser motivo para a desistência de muitos alunos. Cabe ainda ao professor, rever sua
postura em cursos EAD pois, diferentemente da maioria dos cursos presenciais, o conteúdo
não pode ser transmitido aos alunos fechado nele mesmo. O conteúdo deve ser construído
com a contribuição dos alunos, expondo suas dúvidas, experiências e resultados de pesquisas,
e assim costuma ter resultados superiores quando comparado ao conteúdo proposto
unicamente pelo mestre;
45
Postura dos alunos: em EAD os alunos são motivados a adotarem uma postura ativa diante do
que está sendo proposto. Diferentemente do que ocorre em cursos presenciais, nos quais a
passividade é solicitada em muitos casos para que o conteúdo pré-planejado seja ministrado
na íntegra.
O tratamento do conhecimento: Em EAD, o ensino e a aprendizagem ocorre de professor para
alunos, de alunos para professores, e de alunos para alunos. Vemos aqui uma perfeita
aplicação do desenvolvimento humano não apenas de forma interacionista de Piaget, mas
também em uma perspectiva sócio-interacionista de Vygotsky. Enquanto ocorre a interação dos
participantes com o conhecimento construido, adquirindo ou expandindo suas habilidades nas
novas tecnologias, observa-se o desenvolvimento pela interação social destes. Devido a uma
acessibilidade abrangente do curso, dele fazem parte, alunos e professores dos mais variados
lugares do planeta. Cada um com seus costumes, história de vida e experiências, o que
enriquece significativamente o aproveitamento de todos.
Há aqueles que pressupõem que EAD não difere substancialmente do ensino presencial
(caráter o "virtual" do EAD não sendo considerado uma diferença suficientemente importante).
Por isso, argumentam que, se o ensino presencial é bom, e é possível ensinar a distância,
então devemos nos valer dessa oportunidade. O ensino (presencial ou a distância) é uma
atividade triádica que envolvem três componentes: aquele que ensina (o ensinante), aquele a
quem se ensina (vamos chamá-lo de aprendente), e aquilo que o primeiro ensina ao segundo
(digamos, um conteúdo). Para quê o ensinante ensine o conteúdo ao aprendente não é hoje
necessário que estejam em proximidade espaço-temporal, ou seja, que não estejam no mesmo
espaço e no mesmo tempo.
O caráter "pessoal" de um relacionamento hoje, independe da proximidade no espaço e no
tempo. É possível, atualmente, manter relacionamentos extremamente pessoais, e mesmo
íntimos, a distância, usando os meios de comunicação disponíveis, que envolvem o texto, o
som e a imagem (estática e em movimento). Por outro lado, a mera contigüidade espaço-
temporal não garante um relacionamento que seja pessoal. As classes enormes que existem
em algumas escolas levam a um relacionamento extremamente impessoal, apesar da
proximidade no espaço e no tempo . Muitas vezes, nesses contextos, o ensinante nem sequer
sabe o nome de seus aprendentes, e desconhece totalmente as suas características
individuais, que são extremamente relevantes para um ensino eficaz.
O quadro abaixo resume as principais diferenças entre a educação a distância e o ensino
presencial:
Educação a distância Educação presencial
Distanciamento físico proximidade física
46
Flexibilidade em relação a horários, tempo,
ritmo, local e estilo de aprendizagem
Limitação de local, horários, tempo e ritmo
Processo de comunicação mediado pelas
TICs
Processo de comunicação direto, cara-a-cara
Maior presença da comunicação
bidirecional
Maior presença da comunicação unilateral
O aluno como centro do processo de
ensino-aprendizagem (estimulado a expor /
atuar / interagir durante a maior parte do
tempo)
Professor como centro do processo de ensino
aprendizagem (expõe durante a maior parte
do tempo)
Recursos didáticos representam fontes de
informação principal
Recursos didáticos são utilizados como apoio
para a exposição do professor
Além das habilidades escritas, o aluno
desenvolve habilidades no uso de
tecnologias digitais
O aluno desenvolve habilidades de expressão
oral e escrita
O aluno tem mais tempo para refletir sobre
as questões discutidas nas aulas antes de
elaborar as respostas para o professor
Em geral, o aluno responde ao professor no
momento em que é questionado
O ensino a distância pode ser entendido
como ma forma de aprendizado na qual as
ações do professor e aluno estão
separadas no espaço e no tempo
O ensino presencial é caracterizado por
possuir, necessariamente, salas de aula
físicas, ocupadas por professores e alunos ao
mesmo tempo
Gestão de equipes - na modalidade a
distância é responsabilidade das
instituições, que organizam equipes
multidisciplinares para definir propostas
pedagógicas de acordo com sua filosofia,
missão, pressupostos didáticos
pedagógicos vigentes, amparados nos
referenciais científicos e tecnológicos,
atendendo à legislação vigente
Gestão de equipes - na educação presencial,
convencional, tradicional, o processo de
ensino e aprendizagem é de responsabilidade
dos professores, organizadores e
responsáveis pela elaboração e construção
dos planos de ensino e de aulas
47
O processo de ensino e aprendizagem se
organiza através do contato entre o
professor e aluno de modo indireto, por
meios tecnológicos. A organização didática
e pedagógica deve ser planejada de modo
que os alunos assumam uma construção
autônoma do processo de aprendizagem
sem a presença física do professor
Obriga o contato direto entre o educador e o
educando estabelecido em um local,
geralmente a sala de aula. A partir desse
encontro ocorre o processo de ensino-
aprendizagem. O professor é o mediador num
processo partilhado de construção do
conhecimento, organizando os conteúdos e
estratégias de ensino criando um ambiente
favorável a aprendizagem
Referências:
Artigos sobre Educação Online - As diferenças entre on line and tradicional classroom
education. Disponível em: < http://education-
portal.com/articles/The_Differences_Between_Online_and_Traditional_Classroom_Educations?
?.html > Acesso em: 06 maio 2010.
CHAVES, Eduardo O C. Tecnologia na Educação, Ensino a Distância, e Aprendizagem
Mediada pela Tecnologia: Conceituação Básica. Disponível em: <
http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/EAD.htm > Acesso em: 06 maio 2010.
LEMOS, André. Cibercultura, tecnologia e vida social contemporânea cultura na. 3.ed. Porto
Alegre: Sulina, 2007.
PONTES, Elicio. Novas Tecnologias e Educação a Distância. Universidade de Brasília.
Disponível em: <
http://www.conferencia.ce.gov.br/palestrantes/educacao_distancia_tecnologias_educacionais.p
df .> Acesso em: 06 maio 2010.
Grupo E.
5. Ferramentas para Educação a Distância
Estamos em uma era onde a educação exige constantes atualizações e respostas imediatas,
não mais delimitadas pela sala de aula. Neste panorama uma incorporação de Novas
Metodologias, Técnicas e mídias em Educação a Distância viabilizam o desenvolvimento de
cursos elaborados, bem como a intenção de superar uma separação física existente entre
professor e aluno e procurando melhorar a eles entre interatividade.
48
Podemos dizer que a educação não é mais unidirecional, visto que a informação circula de
forma bidirecional, colaborativa e interdisciplinar e que as tecnologias quebram barreiras
geográficas e temporais.
Os ambientes virtuais de ensino e aprendizagem são baseados no uso do computador como
um recurso digital com o objetivo da aprendizagem, um espaço de aprendizagem virtual com o
uso da Internet. Um ambiente de ensino e aprendizagem com interações tanto do professor
como dos alunos, simultaneamente onde quem organiza as ideias e seleciona as ferramentas
que serão melhores utilizadas para a interação: o professor.
Os Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem possuem muitos recursos e atividades
(denominados funcionalidades) que podem facilitar a aprendizagem do aluno, possibilitando
interatividade e motivação. A esses recursos podemos chamar ferramentas de EAD.
Quando falamos em FERRAMENTAS em EAD é importante diferenciar os recursos de
comunicação que possibilitam uma troca de ideias, informações e conhecimentos de forma
rápida e eficiente. Atualmente uma das formas mais difundidas de promover atividades de
aprendizagem com o apoio da internet é o uso de ferramentas de comunicação e cooperação e
a interatividade entre educandos e educadores. Neste caso os estudantes, por iniciativa própria
ou incentivados pelo educador, utilizam:
• FERRAMENTAS ASSÍNCRONAS: comunicação realizada em tempos diferentes, não
exigindo uma participação simultânea dos envolvidos. Os alunos e professores podem ou não
estar reunidos em um mesmo local ao mesmo tempo, o que resulta em maior flexibilidade de
interação e acompanhamento. As ferramentas assíncronas mais utilizadas são: Correio
eletrônico (e-mail), fórum (fórum de discussão, de dúvidas), Diário de Bordo, wiki, twitter, blogs.
• FERRAMENTAS SÍNCRONAS: a comunicação é realizada em tempo real, exigindo uma
instantânea participação de todos os envolvidos. Como ferramentas síncronas mais utilizadas,
citamos: chats (bate-papo), videoconferência, MSN Messenger, Google Talk, Skype.
A utilização de outros recursos tais como CDROMs, pen drive, DVDs, fitas de vídeo e materiais
impressos, é uma forma de complementar e auxiliar os alunos com maior dificuldade de acesso
à Internet. Dessa forma, a inclusão de outros recursos para os cursos virtuais facilita, em
alguns casos, o acompanhamento dos alunos que têm dificuldades em suas conexões com a
Internet.
5.1. A IMPORTÂNCIA DA ESCOLHA DAS FERRAMENTAS EM EAD.
O Quadro teórico-filosófico da Teoria da Atividade Sócio-Histórica-Cultural (TASHC) TEM um
Mediação Como Princípio básico e salienta Que qualquer atividade humana É Instrumentos
mediada por. Para isso o Homem constrói Instrumentos FERRAMENTAS Que funcionam
Técnicas como, Que São usadas parágrafo Controlar A Natureza como, por exemplo, martelo
um, e OS signos, Como FERRAMENTAS psicológicas representam simbolicamente Que O
Mundo como exemplo concreto, uma linguagem.
49
Para Vygotsky (1934-1987) O USO Destes Instrumentos Como mediadores Entre o Homem EA
Natureza OU Entre o Homem EO Próprio Homem Seu Papel térios fundamental em
Desenvolvimento sócio-histórico. Porém um Mediação Não Acontece aleatoriamente, O
Homem apropria-se dos Elementos da Natureza e em OS transformações Objetos Que Serao
por sua vez Utilizados NA SUAS Satisfação de Necessidades, no entanto, tão Estes
Instrumentos PASSAM um valor de UM ter sócio-histórico QUANDO OS mesmos São
incorporados AO Humano Fazer sabre. Ou Melhor, QUANDO O homem retorna A esse
Instrumento NAS próximas Vezes figado Que uma Necessidade MESMA. Porém, para quê
Essa apropriação e transformação dos Elementos da Natureza em Instrumentos ocorra É
preciso Homem Que o tenha construido saberes A respeito Deste Elemento. Saberes
possibilitem Que A relação com Desse Elemento como um par Características ideais
Satisfação da Necessidade emergente atividade na. A construção Destes saberes e fruto de
Uma Construção sócio-histórico-cultural. São Esses Movimentos mentais, saberes apoiados
em sócio-Históricos-culturais, o Homem Que Leva um APRENDIZAGEM E AO
desenvolvimento. Como no caso do aluno Que Aprendeu uma distinguir um bis Pesquisar
Qualidade do Produto de Pesquisas SUAS.
Nas palavras de Duarte (2001, 120):
"A Possibilidade do Desenvolvimento Histórico e Gerada Justamente Pelo Fato de Que uma
apropriação Objeto DE UM (transformando-o em Instrumento), pela objetivação da atividade
humana Nesse objeto e conseqüente inserção NA SUA Gera atividade social, atividade e nd nd
Consciência do Homem, Novas Necessidades e Novas Forças, faculdades e Capacidades ".
Nenhum Ambiente de EAD um Mediação da Sé Por meio de ferramentas geralmente divididas
em Duas Categorias: síncronas e assíncronas. A Comunicação síncrona É Realizada em
tempo real, exigindo Participação simultânea de Todos os ENVOLVIDOS Como nos Bate-papo
CONFERÊNCIAS e.
A Comunicação assíncrona É Realizada em Diferentes tempos E não Exige um ENVOLVIDOS
Participação simultânea (em tempo real) dos. Os Participantes Estar Não permite como
Reunidos não Ou mesmo local ao mesmo tempo, resultando em Maior Flexibilidade de
interação e acompanhamento. Como exemplo de ferramenta assíncrona, temos: e-mail e fórum
de discussão.
Como FERRAMENTAS de ensino uma distancia de São Uma alternativa, Não Para quem
disponibiliza da educação formal, Mas se Tornou Uma Modalidade de Ensino de Qualidade
Que Possibilita uma Aprendizagem de UM NÚMERO Maior de Pessoas. Antes o EaD Não
tinha credibilidade era polémico Assunto UM e trazia muitas divergências, Mas Hoje Esse tipo
de ensino VEM Conquistando o Espaço Seu. Porém, Não É uma Modalidade de Ensino Que
determinação o Aprendizado, Seja ELA à Distância presencial OU Aprendizagem se Tornou
Hoje Sinônimo de esforço e de Dedicação CADA UM, e neste sentido uma EaD vista DEVE Ser
Como Possibilidade de inserção social, não PROPAGAÇÃO Conhecimento individual e
coletivo, e TAL COMO NA PoDE ajudar Construção de Uma Sociedade Mais Justa e igualitária.
50
5.2. EXEMPLOS DE FERRAMENTAS EM EAD.
O Quadro teórico-filosófico da Teoria da Atividade Sócio-Histórica-Cultural ( TASHC ) Tem uma
Mediação Como Princípio básico e salienta Que qualquer atividade humana É Instrumentos
mediada por. Para isso o Homem constrói Instrumentos FERRAMENTAS Que funcionam
Técnicas como, Que São usadas parágrafo Controlar A Natureza como, por exemplo, martelo
um, e OS signos, Como FERRAMENTAS psicológicas representam simbolicamente Que O
Mundo como exemplo concreto, uma linguagem.
Para Vygotsky (1934-1987) O USO Destes Instrumentos Como mediadores Entre o Homem EA
Natureza OU Entre o Homem EO Próprio Homem Seu Papel térios fundamental em
Desenvolvimento sócio-histórico. Porém um Mediação Não Acontece aleatoriamente, O
Homem apropria-se dos Elementos da Natureza e em OS transformações Objetos Que Serao
por sua vez Utilizados NA SUAS Satisfação de Necessidades, no entanto, tão Estes
Instrumentos PASSAM um valor de UM ter sócio-histórico QUANDO OS mesmos São
incorporados AO Humano Fazer sabre. Ou Melhor, QUANDO O homem retorna A esse
Instrumento NAS próximas Vezes figado Que uma Necessidade MESMA. Porém, para quê
Essa apropriação e transformação dos Elementos da Instrumentos em Natureza ocorra É
preciso Homem Que o tenha construido saberes A respeito Deste Elemento. Saberes
possibilitem Que A relação com Desse Elemento como um par Características ideais
Satisfação da Necessidade emergente atividade na. A construção Destes saberes e fruto de
Uma Construção sócio-histórico-cultural. São Esses Movimentos mentais, apoiados em
saberes sócio-histórico-culturais, o Homem Que Leva um APRENDIZAGEM E AO
desenvolvimento. Como no caso do aluno Que Aprendeu uma distinguir Pesquisar bis A
qualidade do Produto Pesquisas de SUAS. Nas palavras de Duarte (2001, 120):
"A Possibilidade do Desenvolvimento Histórico e Gerada Justamente Pelo Fato de Que uma
apropriação Objeto DE UM (transformando-o em Instrumento), pela objetivação da atividade
humana Nesse objeto e conseqüente inserção NA SUA Gera atividade social, atividade e nd nd
Consciência do Homem, Novas Necessidades e Novas Forças, faculdades e Capacidades ".
Segundo Vygotsky, a Aprendizagem da Sé Na zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e pela
interação do Indivíduo com o Meio e do Indivíduo Outros indivíduos com.
Por meio da EAD uma interação PoDE Também se dar Máquina Entre e OU Indivíduo, Melhor
dizendo, entre uma Possibilidade criada anteriormente professor da UM POR, de Que o
Indivíduo interaja, Fazendo USO OU assíncronas de ferramentas síncronas, com indivíduos
Outros, Por meio de filmes , Escritos de textos orais OU, Imagens, etc, ou seja, se aproveitado
Bem, Que Possível e Um Espaço de Aprendizagem em EAD Seja OU Tão rico Mais do Que
Uma sala de aula Lousa Apenas existam onde, giz, professor e alunos da UM sentados Atrás
do Outro, Uma Vez Que O primeiro Espaço PoDE Ser complementado Por meio dos
Instrumentos com Uma série de Recursos Que podem facilitar e Colaborar com uma
Aprendizagem, no entanto esse mês um Espaço Não dispensa Presença Atenta Que professor
51
de hum Saiba Quais São as Necessidades de Que SEUS alunos e, acima de tudo, Saiba Como
utilizar Esses Instrumentos parágrafo Supri-las.
A Interligação Entre professor e aluno da Sé Por meio de Tecnologias, Principalmente como
telemáticas, Como a Internet, em especial uma hipermídia, Mas Também PoDE Ser Utilizado o
Correio, o rádio, a Televisão, o vídeo, o de CD-ROM, telefone o , o fax, O celular, o iPod, O
caderno, Entre outras Tecnologias semelhantes.
A Educação a Distância (EaD), Nas últimas décadas Passou uma Fazer parte das atenções
pedagógicas, surgiu da Necessidade do preparo profissional e cultural de Milhões? de Pessoas
Que, Por Vários Motivos, nao podiam freqüentar hum Estabelecimento de ensino presencial, e
com Evoluiu como Tecnologias Disponíveis em CADA momento histórico, pois influenciam
Quais O ambiente educativo Sociedade EA.
Nenhum Ambiente de EAD um Mediação da Sé Por meio de ferramentas geralmente divididas
em Duas Categorias: síncronas e assíncronas. A Comunicação síncrona É Realizada em
tempo real, exigindo Participação simultânea de Todos OS ENVOLVIDOS. A Comunicação
assíncrona É Realizada em Diferentes tempos E não Exige um ENVOLVIDOS Participação
simultânea (em tempo real) dos. Os Participantes Estar Não permite como Reunidos não Ou
mesmo local ao mesmo tempo, resultando em Maior Flexibilidade de interação e
acompanhamento.
Ferramenta para quê serve Aspectos positivos Aspectos Negativos
Email Forma de
correspondência
digital Enviada
Pela Rede
Internet.
Excelente Veículo n
Notificar Pessoas Sobre a
Disponibilidade de
Informação Novas OU
repassar um
Conhecimento
comunidades.
Apesar de o e-mail Dar um
Aparência de Ser Instantaneo,
É UM elemento
essencialmente Meio de Uma
via. QUANDO Pessoas que
utilizam o parágrafo
Conversas manter síncronas,
a Tecnologia torna-se
enfadonha, sem demoras
POIs Envio e Recebimento de
Mensagem CADA tendem
fazer um Diálogo interferir nd
Natureza colaborativa do
Processo.
Wiki Textos
Cooperativos
escrever.
Permite, de uma Criação
de Trabalhos em grupo
Criativos.
O Texto Produzido em muitas
ocasiões podera apresentar
Uma redundância.
52
Blog Contração de
Web e log, log
UM significando
(registro) na Web
(um em Texto na
Internet. Meio de
Publicidade
Pessoal
Acessível Que
reflete uma
Personalidade do
autor
Pôde Diariamente
atualizado ser.
Questionário Avaliar O que foi
aprendido
Durante o Curso
O próprio Ambiente
avaliar PoDE As
respostas certas OU
Como erradas Através de
Respostas pré-
configuradas Junto AO
questionário. Ex:
Questões? de múltipla
ESCOLHA, falso OU
Verdadeiro, etc
Caso tram de Uma questão
descritiva (descrição longa,
texto UM Como), o professor
Deverra analisar e avaliar
manualmente uma Questão
Lições Disponibliza o
Conteúdo de
forma Flexível e
interessante.
Conciste de hum
Numero de
Páginas Onde
CADA Termina
normalmente
Uma Pergunta
Uma COM UM
NÚMERO e de
Possíveis
Respostas.
Dependendo da
resposta de
escolhida Pelo
Avança-se Para a
53
Página OU
seguinte retorna-
se um parágrafo
anterior.
Fórum É UM RECURSO
Que possobilita
uma inserção de
Mensagens e
Vários UM
Diálogo Entre
Participantes
nenhuma
Ambiente. Como
podem
Mensagens
visualizadas
Diversas Formas
de Ser, COM OU
SEM Anexo.
Possibilita Uma Maior
Flexibilidade e interação.
Um parágrafo Elemento
principal uma interação e
comunicação dos alunos
e professores
possibilitando EAo alunos
Trocas enguias de ideias
e / professores ou.
Caso o fórum Seja
programado geral Fórum
como, de Todos os
Participantes podem UM
Adicionar novo Tópico de
discussão Como quiserem.
Este ato PoDE dificultar uma
leitura, Sendo Que Vão Para
muitos Adicionar novo Tópico
parágrafo UM Assunto Que Já
tenha Sido Iniciado em Outro
Tópico postado anteriormente.
Glossário A ferramenta
Glossário
Permite, Que OS
criem e atualizem
Participantes
Uma Lista de
Definições Como
em Dicionário
UM.
É Uma ótima
ferramenta
QUANDO OS
Estão os alunos
aprendendo
vocábulos Novos.
É Uma ferramenta
Flexível, podendo
Ser apresentada
Definições de
Diversas.
Aceita em qualquer Definição. Por
isso uma Necessidade das
Definições serem avaliadas Pelo
professor e autor do Pelos Colegas
do item.
Tarefas Consiste
Descrição OU NA
enunciado de um
Ser Uma
atividade
desenvolvida
Pelo Participante,
Que PoDE Ser
em Formato
Este
Instrumento
Incluí uma
Possibilidade de
descrever um
Tarefas serem
realizadas
offline.
54
Enviada Servidor
AO digital do
curso Utilizando a
Plataforma.
Alguns exemplos:
redações,
Projetos,
Relatórios,
Imagens, etc
AVALIAÇÕES do
Curso
Contém ALGUNS
Tipos de
questionários de
Avaliação de
cursos, parágrafo
Ambientes
Específicos
Virtuais de
Aprendizagem.
Favorece uma
Reflexão Sobre
os Processos de
Aprendizagem
Durante o
Curso.
Diários Corresponde A
uma atividade de
reflexão orientada
moderador hum
por. O Pede ao
professor
estudante Que
reflita hum Sobre
Certo EO Assunto
estudante anota
como
Progressivamente
reflexões SUAS,
aperfeiçoando
uma Resposta.
O professor
PoDE
COMENTÁRIOS
Adicionar
feedback e de
AVALIAÇÕES
CADA uma
anotação Diário
não.
Materiais São de Todos os
Tipos de
Conteúdos Que
Serao
apresentados
nenhum Curso.
Documentos
arquivados sem
Podem Ser
Servidor,
páginas criadas
com o editor do
55
serviço
universal de
textos OU
Arquivos de
Outros sites
visualizados
nenhuma
Ambiente do
curso.
Pesquisas de Opinião Sirva parágrafo
Fazer Pesquisas
de Opinião
rápidad,
parágrafo
estimular uma
reflexão Tópico
Sobre um, n º
Adiar Entre
sugestões Dadas
Para a Solução
de Problema UM
OU um par obter
permissão de
utilizar dos Dados
Pessoais
Pesquisas em
alunos do
professor.
Este
Instrumento de
Permite Uma
atividade
simples muito.
O professor
Elabora Uma
Pergunta com
Diversas opções
de Resposta.
FTP Disponibilização
de Arquivos
Contendo Áudio,
texto, vídeos
Imagens OU
Permite, o Envio
de Vários
Arquivos AO
Além de tempo
Mesmo Mais
Uma
Transferência
Rápida.
- Clientes de FTP Pagos OU
licenciados: É cobrada uma
Licença Pelo Fabricante Antes
da Instalação e podera Ser de
Custo alto, visto um
Complexidade do software.
- Clientes de FTP Pagos OU
licenciados: É cobrada uma
Licença Pelo Fabricante Antes
da Instalação e podera Ser de
Custo alto, visto um
56
Complexidade do softwar
Oficina É Uma atividade
de Avaliação
Entre pares
(participantes)
com Uma Vasta
gama de opções.
Os Participantes
podem avaliar
OS Projetos de
Outros
Participantes e
Exemplos de
Modos em
Diversos
Projeto. Este
Instrumento
Também
organiza o
Recebimento
EA Distribuição
Destas
AVALIAÇÕES
Site de
Relacionamento
Sirva parágrafo
discutir temas
Através das
comunidades,
Fazer parte de
clube de amigos,
reencontrar
Antigos Amigos,
Contatos
Profissionais
estabelecer,
Troca de
Informação,
conhecimento em
Transformar
Informação, etc
Manter Contato
com Amigos
Através de fotos
e Mensagens,
pessoas Mais
Conhecer e
amigos
reencontrar
Novos.
Oportuniza AO
Usuà ¡rio
Conhecer
Outras Pessoas
Que estejam em
busca de
Relacionamento
Contato UM OU
afetivo
profissional,
criar
comunidades
Participar OU
on-line de
Site Muito Público, OS Todos
Estão os cadastro uma
mostra, grande Números de
fakes e spam APARECER
Que podem, inúmeras
comunidades sem as
barbatanas e propósito,
Publicidade grande de
Produtos e Serviços nsa
recados / scraps,
QUANTIDADE falsos de
PERFIL, pouco de Falta de
Privacidade, etc
57
Várias delas
parágrafo
discutir temas
ATUAIS, n
Decidir com
autonomia
Interagir Quem
Quer,
Oportunidade
de inserir links
de currículo
ATUALIZAÇÃO,
e Formação
profissional e
proporcionar
uma Inclusão
digital.
Comunicação síncrona
Ferramenta para quê serve Aspectos positivos Aspectos Negativos
Bate-papo (Bate
papo)
Troca de
Mensagens em
tempo real.
Permite, de uma
Realização de Uma
discussão textual via
web em Modalidade
síncrona. Estar
inserido em Podendo
UM Ambiente Virtual
de Aprendizagem
com Instrumentos
Para a revisão eA
Administração das
discussões, com dia
e hora "determined
previamente.
Confusão Entre
Informação QUANDO Para
muitos enviam textos
Participantes OS SEUS
AO Mesmo tempo.
Teleconferência
Interação em
tempo real com
microfone de
USO, webcam,
chat e slides.
Aproxima Mais os
participantes, Através
de Contato visual e
auditivo.
Usualmente Exige o Uso
de banda larga, mais ainda
se Houver webcam e
streaming ENVOLVIDOS
de Voz.
58
FERRAMENTAS de Interação
Segundo Loyolla e Prates, OS Tipos de interação Desejada Entre os Participantes (professores
/ tutores e alunos com alunos com aluno) ou Entre Participantes e Informação (professores /
tutores com Informação e Informação com alunos) e um fator primordial n Elaboração e
Sucesso do curso . O Entendimento Adequado Destes Tipos de interação É Que Permite, A
escolha adequada do ferramental de Suporte Tecnológico Que AO Curso. É Pelo Uso de hum
ferramental Tecnológico de interação Adequado Que se obtém uma otimização do Aprendizado
dos alunos, AO direcioná-los um interagirem Entre si e com o material didático formativo e
informativo de uma MANEIRA obterem-se Os objetivos desejados Para o Curso / disciplina .
Para muitos dos casos de cursos Fracasso de uma advém Distância do USO inadequado de
ferramental de interação.
É importante salientar Que OS Ambientes de Suporte Para a Educação a distância, Por Mais
Que ofereçam FERRAMENTAS Que propiciem um Cooperação, nao irão conseguir sozinhos
Que OS SEUS Conhecimentos alunos construam se tiverem Não Uma Equipe interdisciplinar
Que se acompanhe, Tanto Quanto professores alunos. Pois o Acompanhamento e o Ponto
fundamental Para o Funcionamento dos Ambientes eA Construção da Aprendizagem.
Diante da interação e dinâmica Crescente nsa visual Mais Diversos Meios de Comunicação, se
preza Também Pela Necessidade de Uma interface Mais Agradável e provocante NAS
FERRAMENTAS Utilizadas em EAD. A pós-modernidade COM SUA Apreciação Estética da
Vida, também Exige Uma Qualificação Artística, Algo "belo" em Meio AO Desenvolvimento do
Aprendizado. Por isso, a Nova Geração com acostumada como Imagens, vídeos e animações
Visuais tornou-se Extremamente exigente também, Sendo Que Necessário como
FERRAMENTAS Utilizadas em contenham na educação si ESTA dinâmica visual.
Ter FERRAMENTAS em Ambientes Ricos Interativas Importante é, Mas o Mais importante
estarem E Os Profissionais Preparados Estes utilizar um par Recursos Fim de como promover
interações, cooperações de TODOS OS ENVOLVIDOS Aprendizagem No processo de ensino
e virtual.
5.3. Reflexo da Tecnologia, do Conteúdo e Acesso NAS FERRAMENTAS de
EAD
QUANDO mencionamos como devemos FERRAMENTAS de EAD, necessariamente,
considerar uma relevância da Tecnologia nd melhora do Aprendizado. No entanto, Não
Podemos Mais Adicionar relevância e valor à Tecnologia AO MoDo? Como um Utilizamos Para
o Aprendizado.
A tecnologia do Computador Somada à Web Permite, nsa COMBINAR Diferentes mídias como
Quais permitem uma interação dos alunos com o Conteúdo e Entre Si - Como É Que Uma
59
ponte une OS alunos à Capacidade de Recriar e dar novo substantivos, de forma colaborativa,
um Conteúdos anteriormente criados. É a obra de autores UM passando Por transformações
Pelos olhares e nuances de Novos e Outros co-autores.
Ao Conjunto de mídias empregadas Nessas transformações damos o Nome de multimídia e
Sua Eficácia dez instrucional Sido discutida HÁ UM Longo tempo. A multimídia agregar valor
Pode, Mas Simplesmente multimídia Adicionar a Um Programa de Aprendizado ruim Não o
Melhor Fara.
Desta forma, a inserção de multimídia Uma boa não DEVE Não e-learning, jamais, Eliminar
Necessidade de um sólido UM Conteúdo OU Por Trás do valor dela o design instrucional
desempenha vital Que AO Moldar o Mídia da OSU. Ótima sem Instrução multimídia PoDE Ser
Mais Eficaz Que ótima multimídia sólido design instrucional sem.
Outro Fato Que Ser UM DEVE forte aliado como Em FERRAMENTAS EAD É um Acesso de
Velocidade de download e Que, em menor grau Maior OU UM Ser PoDE Problema Para a
multimídia à Medida Que a "Internet transportar tenha largura de banda Suficiente Parar e
facilitar o Acesso Rápido A TODOS OS Elementos de mídia.
No entanto, no Brasil, como Meio Conexões? de Banda Larga Por significativamente
aumentado TEM. Segundo o site Teleco, em 2002 o País Tinha 526,000 acessos Banda Larga.
Em 2009 Chegou um NÚMERO Esse 7.705.000.
Assim, como FERRAMENTAS de EAD Serao Mais eficazes Quanto Mais fortes FOREM e
simbióticas como Combinações e Relações Entre tecnologia ", Conteúdo e Acesso".
CONCLUSÃO
Como FERRAMENTAS de ensino uma distancia de São Uma alternativa, Não Para quem
disponibiliza da educação formal, Mas se Tornou Uma Modalidade de Ensino de Qualidade
Que Possibilita uma Aprendizagem de UM NÚMERO Maior de Pessoas. Antes o EaD Não
tinha credibilidade era polémico Assunto UM e trazia muitas divergências, Mas Hoje Esse tipo
de ensino VEM Conquistando o Espaço Seu. Porém, Não É uma Modalidade de Ensino Que
determinação o Aprendizado, Seja ELA à Distância presencial OU Aprendizagem se Tornou
Hoje Sinônimo de esforço e de Dedicação CADA UM, e neste sentido uma EaD vista DEVE Ser
Como Possibilidade de inserção social, não PROPAGAÇÃO Conhecimento individual e
coletivo, e TAL COMO NA PoDE ajudar Construção de Uma Sociedade Mais Justa e igualitária.
<! - @ Page (margin: 2cm) P (margin-bottom: 0,21 centímetros) -
Percebe-se que muitas FERRAMENTAS colaborativas Disponíveis Como Estão os
despontando Soluções Importantes potencializar Para as Estratégias de Aprendizagem e
ensino. Muitas Destas Tecnologias Estão os prontas e Disponíveis na Internet para quê Acesso
tenham Todos.
Delors, 2006, P 186.
60
Inovações como Marcam Que todo o século XX, Quer se fazer tram disco, do rádio, da
Televisão, da gravacao do audiovisual, da informática UO da Transmissão de Sinais Por
eletrônicos via hertiziana, POR Cabo Satélite Por OU, revestiram Uma Dimensão Não
puramente tecnológica, Mas essencialmente econômica e social. A Maior parte Destes
Sistemas tecnológicos, hoje miniaturizados EA PREÇO Acessível, invadiu Uma boa dos lares
parte do Mundo industrializado e E Utilizada UM NÚMERO CADA Por Vez Maior de Pessoas
(...). Tudo leva um CRER Que o Impacto das Novas Tecnologias ligadas AO Desenvolvimento
das Redes Informáticas vai se Ampliando Muito rapidamente um todo o Mundo.
Indiscutivelmente, professores OS permite como Aperfeiçoamento Buscar e analisarem
Cuidado com OS Recursos tecnológicos Disponíveis, poderem parágrafo adequá-los AO
Projeto pedagógico e poderem usufruir parágrafo Dessa ferramenta valiosa Que É uma
Educação a Distancia. Ensinar constante ATUALIZAÇÃO expressão é uma excepção e isso
Depende Muito do profissional. Dias e Leite (2010, p.92) destacam que "não importa a
distância física. Quanto maior a comunicação entre alunos e professores, menor a distância
entre eles".
Portanto, Buscar Conhecer Melhor Que o como de FERRAMENTAS oferecem EAD e Uma
Oportunidade Que o profissional da área de Conhecimento TEM Seu ampliar e preparar-se par
a atender alunos de Necessidades SEUS.
Referências Bibliográficas:
CARNEIRO, Mara LF Instrumentalização Para o Ensino a Distância. Porto Alegre: Editora
UFRGS, 2009.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro UM descobrir. 10 ª edição. São Paulo: Cortez
Editora, 2006.
DIAS, Aparecida Rosilâna; LEITE, Lígia Silva. Educação a Distância: Da Legislação ao
pedagógico. Petrópolis: Vozes, 2010.
DUARTE, N. (2001). VIGOTSKI e "o Aprender a Aprender": apropriações neoliberais Às
CRÍTICAS E PÓS-Modernas da Teoria vigotiskiana . 2 ª ed. Campinas: Autores Associados.
ROSEMBERG, Marc J. Além do e-Learning. (Pág 343)
ROSEMBERG, Marc J. (2002). e-Learning "Estratégias Para a Transmissão do Conhecimento
nd era digital". (Pág 50)
VYGOTSKY, L. S. (1934/1999). Pensamento e Linguagem . São Paulo: Martins
http://www.webopedia.com/quick_ref/history_of_blogging.asp
http://www.cinted.ufrgs.br/renote/fev2003/artigos/querte_ambientes.pdf
61
http://www2.abed.org.br/visualizaDocumento.asp?Documento_ID=51
http://www.teleco.com.br/blarga1.asp
http://discovirtual.terra.com.br/help.htm # 08
http://www.orkut.com/About.aspx
http://tele1.dee.fct.unl.pt/rit2_2004_2005/teo/2_web.pdf
http://www.homehost.com.br/artigos/comparativo_de_clientes_de_ftp-029.html
Conforme a Abordagem de Taylor (2001), a quarta EA quinta Geração da EAD Já Estão os
emergindo baseada nd Exploração Mais aprofundada de Novas Tecnologias, como Visando
potencializar Vantagens dos Recursos da teia.
Porém, a Quinta Geração assumir UM Como Modelo de Aprendizagem Flexível e Inteligente
devido Às Características das Tecnologias: a Flexibilidade, materiais refinados Altamente,
Altamente Troca interativa e Significativa Redução dos Custos Associados AO provimento de
acesso em EAo Institucionais e Processos AO ensino online. Com isso, a Educação a distância
Ganha Novas Perspectivas da Aprendizagem Através baseada NAS Tecnologias Interativas.
Nesse sentido, Taylor (2001) ABORDA UM Na Tabela Abaixo comparativo da Estrutura
conceitual dos Modelos de Educação a distância não transcorrer do Desenvolvimento das
Tecnologias Como FERRAMENTAS implicadas Para o Processo de Aprendizagem e ensino.
EAD e Presencial. Aproximações, conceitos e contextualização.
Segundo Piaget:
A aprendizagem, em geral, é provocada por situações externas e ocorre somente quando há,
da parte do sujeito, uma assimilação ativa: ―toda a ênfase é colocada na atividade do próprio
sujeito, e sem essa atividade não há possível didática ou pedagogia que transforme
significativamente o sujeito‖
O autor nos diz ainda que o conhecimento não é uma cópia da realidade, nem simplesmente
olhar, fazer uma cópia mental ou imagem de um acontecimento: "conhecer é modificar,
transformar o objeto, compreender o processo dessa transformação e, consequentemente,
compreender o modo como o objeto é construído" .
Telepresença
Papert , fala da necessidade de que nos ambientes de aprendizagem sejam colocados, à
disposição do sujeito, ferramentas para ajudar a aprender, objetos para pensar com. Nesse
contexto, podemos falar de ambientes presenciais-físicos de aprendizagem e Ambientes
Virtuais de Aprendizagem.
62
Um ambiente presencial-físico de aprendizagem se caracteriza pela presença física dos
sujeitos envolvidos no processo educativo, num mesmo tempo (síncrono) e no mesmo espaço
geográfico.
Numa cultura da aprendizagem, o foco do processo educacional está na construção do
conhecimento, na aprendizagem, no desenvolvimento de competências e habilidades. Há um
respeito ao ritmo de desenvolvimento do sujeito, pois se acredita que a aprendizagem é um
processo coletivo, significado individualmente pelo sujeito a partir das construções/significações
anteriores.
O espaço educacional deve ser de cooperação, gerando respeito mútuo e solidariedade
interna, um espaço onde todos podem participar, interagir para construir conhecimentos.
O processo educacional é centrado na atividade do aprendente em interação com o objeto do
conhecimento e demais sujeitos, na identificação e resolução de problemas, onde o professor é
o mediador e coparticipante. O conteúdo é construído na criação de redes de informação, o
que incentiva a atividade do sujeito, a autoria e o desenvolvimento da autonomia.
Referências Bibliográficas:
PAPERT, Seymour. A Máquina das crianças : repensando a escola na era da informática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.
PIAGET, J. Desenvolvimento e aprendizagem. Tradução de: SLOMP, Paulo Francisco. In:
LAVATTELY, C. S.
http://gpedunisinos.files.wordpress.com/2009/07/tcapi3f.pdf
Grupo D: diferenças e semelhanças entre educação a distância e presencial
EAD e Presencial. Aproximações, conceitos e contextualização.
Educação, Distância e Presença
O termo Educação - referente à formação integral do ser humano - não se restringe ao
procedimental/operacional ou somente ao cognitivo (ao conhecimento por si). Essa palavra
também abrange aspectos atitudinais, comportamentais, éticos, valorativos. Encerra, além do
―saber fazer‖ e do ―saber conhecer‖ o ―saber conviver‖ e o ―saber ser‖.
Há educadores que defendem a idéia de que, sendo a educação fruto do diálogo, da
colaboração, da troca ampla e contínua de idéias e experiências, e sendo tal interação
plenamente possibilitada — e até potencializada — pelos meios tecnológicos dos quais
dispomos nos dias de hoje, a educação a distância não é somente possível, mas desejável,
viável e eficaz.
63
Há uma grande diversidade de opiniões de acadêmicos, pesquisadores e pedagogos da EAD
quanto ao ―espaço fisco/distância‖, ―a instituição‖, ―o planejamento dos processos‖, ―a
aprendizagem autônoma‖, ―o papel das mídias digitais‖.
O espaço físco
Para muitos autores, o que caracteriza a educação a distância é a separação espacial entre
professores e alunos. A EAD é estabelecida quando o professor não está no mesmo espaço
geográfico (físico) que seus alunos. Essa distância é reduzida por meio dos recursos didáticos,
das tecnologias e dos meios de comunicação utilizados como suporte para a aprendizagem.
A simples presença física do professor na sala de aula não garante a efetividade da troca
comunicativa e do diálogo entre o professor e seus alunos. A partir de nossas experiências
como estudantes, podemos lembrar muitas situações nas quais não tivemos qualquer tipo de
diálogo ou interação significativa com alguns de nossos professores que se limitavam a ―dar
aula’ a cumprir o seu papel de transmissores de conteúdos, sem se importar de fato com quem
estava ali, sentado à sua frente, esperando ser ―iluminado‖.
A instituição
Para Keegan, ―surfar‖ na internet ou assistir sozinho a programas educativos de televisão não
corresponde à educação a distância, pois não envolvem uma instituição de ensino que se
responsabilize pela totalidade do processo de aprendizagem a distância. Keegan também
aponta como condição do estabelecimento da EAD, a presença de outros instrutores - além do
professor - envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem, tais como designers,
programadores, diretores de TV, redatores, revisores e outros profissionais.
O planejamento dos processos
A EAD é uma modalidade avessa à improvisação, exigindo muito esforço por parte da
instituição, dos professores e dos demais envolvidos no planejamento das técnicas de ensino e
no desenvolvimento dos materiais didáticos, de modo que, a aprendizagem seja realizada
plenamente quando o professor não estiver ao lado do aluno na sala de aula.
A aprendizagem autônoma
Um dos aspectos mais marcante da EAD na questão da aprendizagem é o papel
desempenhado pelos alunos na sua formação integral à distância, aliado ao relativo grau de
autonomia concedido ao aluno no processo de aprendizagem, tornando-o responsável pela
aquisição do conhecimento. É uma nova relação professor/aluno, mais adequado às propostas
pedagógicas contemporâneas, centradas no aluno e na aprendizagem e não apenas no ensino
e no professor.
64
O papel das mídias digitais
Com a rápida difusão das novas mídias digitais, como a multimídia e a internet, o surgimento
de novas TICs, novas concepções de EAD surgiram, fazendo com que a própria noção de
distância fosse revista. Conceitos essenciais com o de virtualidade, o de interação e o de redes
contribuem para essa renovação da idéia de educação à distância, deslocando o foco da
separação espacial entre alunos e professores para o da mediação. Atualmente, fala-se em
―aprendizagem em rede‖ em ―ensino distribuído‖ em ―ambientes virtuais de aprendizagem‖ e,
até mesmo, na aprendizagem possibilitada pelo advento de uma ―inteligência coletiva‖ que
emerge do mundo digital virtual.
Os conceitos de Distância e Presença.
A idéia de distância é um dos aspectos mais importantes para a caracterização da
conceituação clássica de EAD. Na Wikipédia distância corresponde ―a medida da separação de
dois pontos e que assim é sempre uma medida positiva‖ (WIKIPEDIA, 2008).
O Houaiss afirma que distância é ―um espaço muito grande que separa dois seres, dois lugares
ou dois objetos‖ (HOUAISS, 2008).
No entanto estes conceitos impõe limites ao entendimento da área.
Existem tipos diferentes de distância que tem importância para a ação educacional que
estamos estudando.
Assim como há a distância geográfica, a separação espacial entre dois ou mais agentes
educacionais, que geralmente são os professores e os alunos, existem a "d istância
econômica", "distância transacional" e a "distância temporal".
Distância econômica
A distância entre o aluno da periferia e o centro de estudos pode ser grande se considerarmos
o que representa, no orçamento doméstico desse aluno, o valor gasto com o transporte de sua
casa até o local onde estuda.
Distância transacional
Existe também a distância presente no espaço escolar presencial. Trata-se da distância de
relacionamento ou da distância transacional, entre
o professor e seus alunos. Pensando nessa distância, logo nos vem à cabeça
a clássica figura do ―doutor’ do professor catedrático inacessível que dava
aulas do alto de seu pedestal, sem jamais abrir qualquer janela para o diálogo
65
com seus alunos. Há ainda os modelos das grandes turmas, neles o aluno é apenas mais um
membro da platéia a desempenhar o simples papel de receptor passivo das informações que o
professor envia. O tamanho da turma não é uma condição para existir a distância transacional.
Mesmo em turmas pequenas, nas quais o professor ainda segue metodologias expositivas
responsáveis por afastá-lo dos alunos, as distâncias também podem ser muito grandes.
Distância temporal
Existe também a distância temporal. O termo ―distância‖ é geralmente usado para indicar lapso
de tempo entre dois momentos ou fases, indo além do espacial. A educação a distância
envolve formas nas quais alunos e professores não estão somente separados no espaço, mas
também no tempo.
A escrita, por exemplo, é uma forma pela qual nos comunicamos com alguém que pode estar
fisicamente distante de nós, não só no sentido espacial/geográfico, mas também
temporalmente. Por meio da escrita, podemos ler autores que viveram há centenas ou milhares
de anos antes de nós.
Muitas outras distâncias merecem nossa atenção, como as comunicativas, culturais, sociais,
políticas, filosóficas, religiosas e muitas outras. Educadores e instituições que desejam
trabalhar com educação à distância devem considerar todas as formas de distância que podem
ajudar ou dificultar a aprendizagem nessa modalidade.
O conceito de presença
O outro lado da mesma moeda é o conceito de presença, que muitas vezes é entendido como
o antônimo direto da palavra distância: não se pode estar presente, quando se está ausente.
Se refletirmos a respeito desse tema, podemos concluir que os dois termos não devem ser
entendidos como excludentes entre si. A presença não exclui distâncias.
Os meios de comunicação de massa e, mais recentemente, as mídias digitais viabilizaram um
conceito que pode ter representado uma contradição ou uma impossibilidade lógica para
muitos. Trata-se da ―telepresença‖.
Telepresença
Papert , fala da necessidade de que nos ambientes de aprendizagem sejam colocados, à
disposição do sujeito, ferramentas para ajudar a aprender, objetos para pensar com. Nesse
contexto, podemos falar de ambientes presenciais-físicos de aprendizagem e Ambientes
Virtuais de Aprendizagem.
Um ambiente presencial-físico de aprendizagem se caracteriza pela presença física dos
sujeitos envolvidos no processo educativo, num mesmo tempo (síncrono) e no mesmo espaço
geográfico.
66
Numa cultura da aprendizagem, o foco do processo educacional está na construção do
conhecimento, na aprendizagem, no desenvolvimento de competências e habilidades. Há um
respeito ao ritmo de desenvolvimento do sujeito, pois se acredita que a aprendizagem é um
processo coletivo, significado individualmente pelo sujeito a partir das construções/significações
anteriores.
O espaço educacional deve ser de cooperação, gerando respeito mútuo e solidariedade
interna, um espaço onde todos podem participar, interagir para construir conhecimentos.
O processo educacional é centrado na atividade do aprendente em interação com o objeto do
conhecimento e demais sujeitos, na identificação e resolução de problemas, onde o professor é
o mediador e coparticipante. O conteúdo é construído na criação de redes de informação, o
que incentiva a atividade do sujeito, a autoria e o desenvolvimento da autonomia.
Referências Bibliográficas:
PAPERT, Seymour. A Máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1994.
PIAGET, J. Desenvolvimento e aprendizagem. Tradução de: SLOMP, Paulo Francisco. In :
LAVATTELY, C. S.
PETERS, O. Didática do ensino à distância: experiências e estágio da discussão em uma visão
internacional. São Leopoldo-RS: Editora Unisinos, 2001.
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http://www.portalava.com.br/ava/