webinars - universidade nova de lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – notas introdutórias 7 2 –...

58
Conversas digitais sobre inteligência urbana em tempo de pandemia webinars

Upload: others

Post on 02-Apr-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

Conversas digitais sobre inteligência urbana em tempo de pandemia

web

inar

s

Page 2: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão
Page 3: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

Conversas digitais sobre inteligência urbana em tempo de pandemia

web

inar

s

Page 4: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

4

Edição:

Instituto Superior de Estatística e Gestão

de Informação da Universidade Nova de

Lisboa. NOVA Information Management

School (NOVA IMS).

Coleção:

NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, Nº 1

Autores:

Miguel de Castro Neto

António Almeida Henriques

Redator:

Tiago de Melo Cartaxo

Apoio técnico:

Henrique Costa Mota

Assessoria de Comunicação:

F5C – First Five Consulting

Produção de Conteúdo de Design:

Ana Filipa Goulão

Design gráfico e paginação:

UP - Agência de Publicidade

ISBN:

978-972-8093-17-4

Versão digital:

http://hdl.handle.net/10362/98506

Este trabalho está licenciado com uma

Licença Creative Commons - Atribuição-

CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

Media Partner:

Page 5: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

5

Índice

1 – Notas Introdutórias 7

2 – Sumário Executivo 11

3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15

3.1 – Coesão territorial 17

3.2 – Resposta à emergência social 20

3.3 – Turismo inteligente 24

3.4 – Ensino e inclusão territorial 27

3.5 – Comércio: entre a proximidade e a tecnologia 31

3.6 – Privacidade e proteção de dados pessoais 34

4 – Conclusões e perspetivas futuras 39

5 – Fichas técnicas dos Webinars 43

5.1 – Inteligência Urbana e Coesão Territorial

no Combate à Pandemia 45

5.2 – Covid-19: Inteligência urbana

na resposta à emergência social 46

5.3 – Turismo inteligente: e depois da pandemia? 47

5.4 – Ensino no pós-pandemia: desafios da inclusão territorial 48

5.5 – Futuro do comércio: entre a proximidade e a tecnologia 49

5.6 – Inteligência urbana e privacidade no combate à pandemia 50

6 – A NOVA Cidade 53

Page 6: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

6

Page 7: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

1 – Notas Introdutórias

7

Page 8: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

8

O combate à COVID-19 que temos vindo a travar nos últimos meses colo-

cou os autarcas entre os principais protagonistas das múltiplas batalhas

diárias que, localmente nas câmaras municipais e juntas de freguesia, es-

tão na linha da frente da resposta às necessidades das populações e na

implementação de medidas de prevenção que assegurem, tanto quanto

possível, a saúde pública e, paralelamente, as urgentes medidas de recu-

peração da economia e de resposta à emergência social que desponta.

Foi precisamente neste contexto, em que constatamos que aqueles au-

tarcas que adotaram estratégias visando tirar partido da transformação

digital para lançar iniciativas de inteligência urbana estão hoje mais bem

apetrechados para gerir esta crise, que decidimos lançar os SMART POR-

TUGAL Webinars.

Estas conversas digitais visaram debater, semanalmente e de forma te-

mática, os principais desafios e oportunidades que enfrentamos no qua-

dro da inteligência urbana e coesão territorial no combate à pandemia.

Miguel de Castro Neto

Subdiretor da NOVA Information Management School e Coordenador da

NOVA Cidade – Urban Analytics Lab

Page 9: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

9

Ao longo dos anos de trabalho como autarca, tenho acompanhado de per-

to o dia-a-dia das pessoas, das famílias, das empresas e das associações

do meu concelho. Vivo com eles os momentos felizes e também aqueles

que podem, por vezes, ser mais difíceis.

A pandemia que atingiu o nosso país e as nossas cidades, vilas e aldeias foi

um momento que nos obrigou a procurar reinventar a forma como gover-

namos e gerimos o nosso território, sempre mantendo a proximidade com

as populações. Do comércio à saúde e à ação social, do ensino à promoção

do turismo e da cultura, os desafios têm sido enormes para todos nós, que

nos propomos sempre trabalhar para garantir a coesão do territorial e a

inclusão de todos, sem exceção.

Os SMART PORTUGAL Webinars foram uma oportunidade para debater o

presente e o futuro das nossas comunidades, com os diferentes setores da

nossa sociedade e ao mais alto nível, com a certeza de que a inteligência

urbana e territorial muito nos pode ajudar neste caminho.

António Almeida Henriques

Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Vice-Presidente da Associação

Nacional de Municípios Portugueses, Presidente da Mesa da Secção de

Municípios “Cidades Inteligentes”

Page 10: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

10

Page 11: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

2 – Sumário Executivo

11

Page 12: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

12

Os SMART PORTUGAL Webinars corresponderam a um ciclo de conferên-

cias via online promovidos pela NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, o la-

boratório de inteligência urbana da NOVA IMS – Information Manage-

ment School, a escola da Universidade NOVA de Lisboa dedicada à gestão

de informação e ciência dos dados. As seis conversas digitais decorreram

com periodicidade semanal, entre os dias 8 de abril e 13 de maio de 2020.

Com um tema previamente definido para cada webinar, o objetivo da ini-

ciativa foi fazer face à necessidade de debater as mais variadas matérias

relacionadas com a inteligência urbana, durante o período de estado de

emergência em Portugal provocado pela pandemia do novo coronavírus

SARS-CoV-2, bem como de que forma pode a mencionada inteligência ur-

bana, os seus instrumentos e diferentes soluções servir para ultrapassar

as dificuldades e os impactos da Covid-19 na sociedade e nos territórios.

Os debates foram moderados por Miguel de Castro Neto, Subdiretor da

NOVA IMS – Information Management School e Coordenador da NOVA Ci-

dade – Urban Analytics Lab, e tiveram como participante residente António

Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Vice-Pre-

sidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e Pre-

sidente da Mesa da Secção de Municípios “Cidades Inteligentes”, que têm

vindo a distinguir-se como responsáveis pela organização e dinamização

de uma vasta quantidade de iniciativas de âmbito nacional em matéria de

inteligência urbana, de que é exemplo maior o Smart Cities Tour da ANMP.

Foram convidados a participar nos seis webinars protagonistas de diver-

sos sectores e sempre ao mais alto nível de representatividade, incluindo

público, privado e social, como membros do governo, representantes da

academia ou dirigentes de empresas.

Com a intenção previamente determinada de não ultrapassar uma hora de

debate, os webinars versaram, de forma mais específica, sobre as temáti-

cas da coesão territorial, resposta à emergência social, turismo inteligen-

te, ensino e inclusão territorial, proximidade e tecnologia no comércio, e

privacidade e proteção de dados pessoais. Após uma primeira ronda de

exposição por parte dos oradores participantes, o debate incluiu sempre

uma segunda ronda de resposta, bem como um espaço aberto a pergun-

tas ou comentários por parte da assistência, tanto nas plataformas ZOOM

como Facebook.

Além da transmissão em direto nas referidas plataformas ZOOM e Fa-

cebook, cada um dos webinars ficou disponível no perfil de Facebook da

NOVA Cidade – Urban Analytics Lab.

Os SMART PORTUGAL Webinars contaram ainda com a colaboração da Re-

vista Smart Cities, na qualidade de media partner oficial, a quem desde já

Page 13: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

13

se agradece pela disponibilidade e divulgação desta iniciativa.

Espera-se que as sessões dos SMART PORTUGAL Webinars, que se mantêm

disponíveis para a consulta de qualquer internauta interessado na temáti-

ca da inteligência urbana, possam ter contribuído para uma ainda melhor

ideação e implementação de estratégias e instrumentos de inteligência

urbana nos mais diferentes sectores da sociedade portuguesa, no combate

à pandemia da Covid-19 e na gestão dos próximos tempos.

Page 14: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

14

Page 15: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia

15

Page 16: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

16

As estratégias, instrumentos e soluções de inteligência urbana têm vindo

a ser promovidas em toda a atividade desenvolvida pela NOVA Cidade –

Urban Analytics Lab desde a sua criação, em especial no que respeita ao

contributo da mesma para a melhoria da governação das cidades, a pro-

moção da sustentabilidade e a próprio impulso para a inovação, o cresci-

mento económico e a criação de emprego.

No entanto, a propagação da pandemia Covid-19 trouxe novos desafios às

cidades, vilas e territórios, bem como às comunidades que neles habitam,

trabalham ou visitam. As temáticas que se seguem correspondem às ma-

térias escolhidas pela organização dos SMART PORTUGAL Webinars, como

áreas-chave para o recurso à inteligência urbana e territorial no combate

à pandemia e gestão do chamado período de “desconfinamento”, após a

vigência do estado de emergência em Portugal.

Para além das dimensões económicas e sociais, abordamos também ques-

tões como a utilização de dados pessoais, para melhor gerir momentos de

crise como o caso da Covid-19 – nomeadamente a utilização de telemóveis

na monitorização da localização de cidadãos em quarentena ou a análise

de registos de transações de cartões de crédito de infetados e imagens de

câmaras de segurança de forma a recriar os seus movimentos e identificar

interações anteriores – e suas implicações éticas, foram alguns dos temas

abordados.

Em destaque esteve ainda a capacidade da ciência dos dados e da inteli-

gência artificial para antecipar o desenvolvimento da pandemia. Para tal

acontecer, é indispensável a libertação dos dados relevantes em tempo real

e com a granularidade necessária em Portugal, para que se compreenda os

diferentes fenómenos e se antecipe o futuro.

Page 17: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

17

3.1 – Coesão territorialA capacidade da inteligência urbana desempenhar um papel chave no

combate à pandemia e de ser uma arma efetiva nas várias frentes de ba-

talha foi o primeiro tema escolhido para debate nos SMART PORTUGAL

Webinars.

Inteligência Urbana e Coesão Territorial

O primeiro webinar realizou-se na quarta-feira, 8 de abril, tendo assu-

mido as smart cities e a coesão territorial em contexto de pandemia como

destaque. Teve como objetivo geral debater temas como o regime de tele-

trabalho, o ensino à distância e os serviços remotos, enquanto desafios ou

oportunidades para o futuro da inteligência urbana e do reforço da coesão

territorial.

Neste sentido, os oradores convidados foram o Ministro do Planeamento,

Nelson de Souza, responsável no governo por matérias relacionadas com

os desafios estratégicos e investimentos que o país enfrenta; o Presidente

da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, repre-

sentando o sector da indústria nacional ao mais alto nível; e o Presidente

Executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, que tem vindo a liderar

Nelson de Souza Ministro

do Planeamento

António Saraiva Presidente da CIP – Confederação Empresarial de

Portugal

Alexandre Fonseca

Presidente Executivo

da Altice Portugal

Oradores convidados:

Miguel de Castro Neto

Subdiretor da NOVA IMS, Coordenador

da NOVA Cidade

António Almeida Henriques Presidente

da CM Viseu, Vice-Presidente

da ANMP

Painel residente:

Page 18: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

18

a adaptação das infraestruturas de telecomunicações em Portugal, para

fazer face às exigências da pandemia.

A importância da transformação digital para fortalecer a economia por-

tuguesa, depois da crise provocada pela COVID-19, e a necessidade de pro-

curar novos modelos de negócio, reuniram consenso no primeiro webinar

dedicado à coesão territorial.

Miguel de Castro Neto abriu a sessão lançando o repto: “será a inteligên-

cia urbana uma resposta aos desafios que a pandemia coloca e capaz de

apoiar a recuperação económica de que iremos necessitar assegurando

simultaneamente uma maior coesão territorial?”

De acordo com o Ministro do Planeamento, Nelson de Souza, o Governo

Português encontra-se já a preparar o período pós-CODIV 19, que prevê a

promoção de modelos de negócio que passam pelo reforço da utilização

da tecnologia e pela qualificação de pessoas e organizações, incluindo a

administração pública.

António Almeida Henriques salientou o carácter extraordinário da situa-

ção que se tem vivido nas últimas semanas, explicando que os respon-

sáveis políticos estão a trabalhar “num cenário que não estava previsto,

com uma grande dose de imprevisto.” Acrescentando ainda que a primeira

preocupação para a sociedade portuguesa nesta situação de exceção é “a

saúde, mas depois vem o apoio aos cidadãos” e às empresas, sendo que “é

necessário pensar no dia seguinte [à pandemia]”.

O mesmo sublinhou Nelson de Souza, defendendo ser necessário preparar

o futuro, esclarecendo que o pós-crise decorrerá em dois tempos. Primei-

ro o tempo de “cuidar daqueles que saíram profundamente afetados desta

crise2, em que é necessário “assegurar liquidez” e, de seguida, “assegurar

aquilo que falta para repor as condições para que essas empresas, que sou-

beram resistir a estas condições dificílimas tenham a sua continuidade.”

Acrescentou também que existe “um segundo tempo de aprendermos

com esta crise e de avançarmos com aquilo que gostaríamos de ter tido

e não tivemos à nossa disposição, que são modelos de negócio diferentes,

de acesso à tecnologia e do seu uso eficiente, modelos que exploram con-

venientemente a capacidade das pessoas com competências adquiridas, e,

naturalmente, estratégias que assentem na qualificação das pessoas, das

organizações e da administração pública.”

Estas declarações seguiram a linha traçada por António Saraiva, sobre

a tarefa de recuperar a economia, estabelecendo a transformação digital

como imperativo. O presidente da CIP sublinhou que se vive um período

de disrupção, que obrigou à alteração de comportamentos, atitudes e for-

Page 19: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

19

mas de trabalho, mas que as empresas estão a procurar adaptar-se, num

processo que requer todo o apoio, com acesso facilitado e rápido. “Temos

a tarefa de salvar a economia”, disse, acrescentando que o futuro terá de

ser construído com o foco na transformação digital e explorando as opor-

tunidades que a crise também está a criar.

Alexandre Fonseca defendeu esta mesma ideia, esclarecendo que “é ne-

cessário garantir que as empresas continuam a existir”, para que seja

possível preparar o futuro. E, para que isso aconteça, “é fundamental que

as medidas, do ponto de vista económico, sejam tomadas com a mesma

celeridade com que são tomadas as decisões para proteção das pessoas”,

acrescentou.

As posições apresentadas mereceram a concordância dos restantes par-

ticipantes e internautas que acompanharam o primeiro SMART PORTU-

GAL Webinar, organizado semanalmente pela NOVA Cidade, sublinhando a

preocupação com “o dia seguinte” e apontando como necessidades, para

o futuro, o reconhecimento da importância da transformação digital, a

promoção da literacia digital e a uniformidade de informação no sector

público.

Foi ainda enfatizado o facto de a rede digital em Portugal ter uma pene-

tração relevante, o que permitiu suportar o aumento significativo de flu-

xos, em consequência da determinação de confinamento das populações

e da exploração do teletrabalho pelas empresas. Neste sentido, Alexandre

Fonseca afirmou que “o investimento feito pelos operadores, nos últimos

anos, foi decisivo.”

António Almeida Henriques concluiu o debate, afirmando ser fundamen-

tal “pensarmos no dia de amanhã e pensarmos também para ir refletindo

sobre novos modelos de construção da sociedade” e prevendo que o esfor-

ço para ultrapassarmos esta situação dramática terá de ser um esforço de

todos, incluindo os governos, os autarcas, os empresários, dos trabalha-

dores e das famílias. O futuro dependerá, portanto, deste esforço conjunto

de um Portugal que, com os seus 900 anos de história e um ADN excecio-

nal, ultrapassará mais esta dificuldade.

Este primeiro encontro serviu de kick-off para o conjunto de webinars sema-

nais que se seguiram, onde se debateu a capacidade da inteligência urbana

ter um papel chave no combate à pandemia e desenvolvimento do país. A

exigência de garantir a coesão territorial em Portugal, não apenas durante

o período de pandemia, mas também e cada vez mais no futuro, foi um ele-

mento com que todos os intervenientes concordaram, como reforçou Mi-

guel de Castro Neto “a inteligência urbana assumirá um papel fundamental

neste caminho que o país tem de fazer, com a participação de todos sem

exceção e cobrindo todo o território nacional.”

Page 20: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

20

3.2 – Resposta à emergência socialOs SMART PORTUGAL Webinars reuniram-se pela segunda vez na quar-

ta-feira, dia 15 de abril de 2020, com o objetivo de debater as situações

de fragilidade social emergentes no contexto de pandemia, bem como as

possíveis respostas e ferramentas ao dispor das instituições.

Covid-19: Inteligência urbana na resposta à emergência socialOradores convidados:

O tema da emergência social tem vindo a tornar-se uma questão cada

vez mais premente no âmbito da pandemia, em especial no que concer-

ne à situação dos lares ou na possibilidade de alterações relativamente a

matéria de criação ou manutenção de empregos, mas também no respei-

tante aos cidadãos que se encontram mais distantes dos centros urbanos

e que podem ter mais dificuldade no acesso aos serviços e infraestruturas.

A inteligência urbana assume, neste contexto, um papel fundamental no

suporte à gestão do território e à tomada de decisões por parte das en-

tidades públicas, no apoio a quem mais precisa e a quem sofre maiores

dificuldades económicas.

Manuel Lemos Presidente

da União das Misericórdias Portuguesas

Humberto Carneiro Provedor

da Misericórdiade Póvoa do Lanhoso

João Bento CEO

dos CTT

Rui Sabino CEO

da ESRI Portugal

Miguel de Castro Neto

Subdiretor da NOVA IMS, Coordenador

da NOVA Cidade

António Almeida Henriques Presidente

da CM Viseu, Vice-Presidente

da ANMP

Painel residente:

Page 21: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

21

Para debater o tema, Miguel de Castro Neto e António Almeida Henriques

convidaram para oradores da segunda sessão dos SMART PORTUGAL We-

binars Manuel Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas,

e João Bento, CEO dos CTT, duas instituições de cobertura nacional, que

acompanham diariamente e de perto os problemas das populações locais.

O debate contou também com a participação de Rui Sabino, CEO da ESRI

Portugal, responsável pelos dashboards oficiais dos números da evolução

da Covid-19 em Portugal e que identificam também os equipamentos en-

cerrados e eventos cancelados por todo o país.

O recurso à tecnologia tem-se revelado essencial no funcionamento da

economia, mas também para apoiar quem mais precisa. Foi precisamen-

te a importância do papel da tecnologia na construção de soluções e de

respostas ao setor social que serviu de mote para a realização da segunda

sessão dos SMART PORTUGAL Webinars, com um painel de especialistas

nas áreas da ação social, tecnologia e empresas. Nesta lógica, o webinar

teve como tema “Covid-19: Inteligência Urbana na resposta à Emergência

Social.”

Miguel de Castro Neto enumerou alguns desafios da inteligência urbana,

sublinhando que “a transformação digital e a atual capacidade de sen-

sorização possibilita-nos conhecer muito melhor a realidade, o que nos

permite planear e agir de forma mais eficiente e até atuar proativamente,

mesmo antes de os problemas acontecerem.”

Esta opinião foi partilhada também por António Almeida Henriques, Pre-

sidente da Câmara Municipal de Viseu, Vice-Presidente da ANMP, onde é

ainda Presidente da Mesa da Secção de Municípios “Cidades Inteligentes”.

O autarca explicou que a atual pandemia veio expor o “débil conhecimen-

to que a Segurança Social tem sobre a realidade das IPSS”, vincando que

a tecnologia terá “um papel importante para melhorar o conhecimento

que temos em relação a estas instituições e também para darmos uma

resposta melhor às populações mais carenciadas e aos setores mais es-

tigmatizados.”

Almeida Henriques defendeu ainda a criação de uma plataforma única de

apoio social e uma monitorização mais ativa da população envelhecida,

apoiada pela monitorização dos apoios que são diariamente promovidos

e ainda a criação de plataformas que permitam a promoção do envelhe-

cimento ativo.

Por serem um grupo de risco que tem sido particularmente afetado pelos

efeitos do COVID-19, mas também devido às tendências demográficas da

sociedade portuguesa, os mais idosos estão no centro das preocupações

quer das IPSS, quer dos próprios municípios. O desafio está, portanto, nes-

Page 22: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

22

te momento em saber como a tecnologia pode ajudar-nos a cuidar melhor

dos nossos idosos.

Para Manuel Lemos, Presidente da União das Misericórdias Portuguesas,

é urgente “utilizar a tecnologia para nos adaptarmos às alterações sociais

e ao envelhecimento da população”, sendo que há um novo perfil de idosos

que está a começar a chegar aos lares e que são pessoas que lidam melhor

com computadores e tecnologia. “A tecnologia pode ser um instrumento

de combate à solidão e à insegurança dos idosos”, assegura o responsável

pela União das Misericórdias Portuguesas.

Os exemplos de como a transformação digital já está a ser aplicada no ter-

reno para apoiar as populações mais fragilizadas são inúmeros. Humberto

Carneiro, Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa do Lanhoso,

deu o exemplo da plataforma GTA- Gestão de Tarefas e Atividades, que

permite uma redução do tempo de registos, o reforço da segurança dos

utentes e a monitorização de indicadores, entre outras valências. O espí-

rito inovador e disruptivo desta plataforma valeu à Santa Casa da Miseri-

córdia da Póvoa do Lanhoso o Prémio Saúde Sustentável, na categoria da

área dos cuidados continuados. “Este é um caso de como a transformação

digital pode ter um papel relevante no desenho de novos de modelos de

gestão na nossa atividade”, garante Humberto Carneiro.

Mas os exemplos continuam. João Bento, Presidente-Executivo dos CTT,

que este ano comemoram 500 ao serviço das populações e chegando a

todo o território nacional, salientou algumas das iniciativas tomadas pela

sua empresa para responder aos desafios que o COVID-19 trouxe, expli-

cando que, com o surgimento desta pandemia, os CTT aceleraram “al-

gumas iniciativas na área digital para responder às necessidades atuais”.

Entre essas iniciativas destaca-se a parceria com a Associação Nacional de

Farmácias, que permitiu implementar um serviço de entrega de medica-

mentos às populações, via CTT.

Outra iniciativa relevante dos CTT foi a criação, juntamente com o Minis-

tério da Economia, de lojas online para pequenos comerciantes. Segundo

João Bento, “há hoje 700 pequenas e médias empresas que até agora não

estavam no comércio online e agora estão”, acrescentando ainda que os

CTT disponibilizarão em breve nas suas lojas oficiais kits com máscaras de

proteção a preços acessíveis.

O esforço da adaptação dos diversos agentes políticos, económicos e so-

ciais à nova realidade digital é também corroborado por Rui Sabino, CEO

da ESRI Portugal, responsável pelos dashboards dos números da evolução

da Covid-19 em Portugal. De acordo com o dirigente da empresa, “de uma

semana para a outra vimos como as empresas passaram a utilizar ferra-

mentas tecnológicas, com base na localização, para gerirem a sua ativida-

Page 23: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

23

de, assegurarem a continuação de prestação de serviços e monitorizarem

os seus colaboradores. Muitas entidades perceberam que a localização é

um fator estratégico para as suas atividades”.

Rui Sabino deu o exemplo do município de Viseu, que lançou uma aplica-

ção para a gestão e recolha de resíduos que permite comunicar à proteção

civil quais são as zonas da cidade que estão limpas e desinfetadas.

Há também, neste momento, entidades a utilizar a georreferenciação para

fazer a mitigação do contágio do COVID-19. O responsável da ERSI Portu-

gal referiu ainda as muitas plataformas criadas para ajudar a identificar

os produtores agrícolas que estão disponíveis para vender os seus produ-

tos. Referiu outrossim os casos das plataformas que identificam as lojas

de comércio local abertas, permitindo evitar as grandes concentrações de

pessoas nos hipermercados e, ao mesmo tempo, ajudar a dinamizar a eco-

nomia local. Tudo isto está a ser feito com o recurso à tecnologia e com o

foco na georreferenciação.

No segundo encontro deste conjunto de webinars semanais, voltou, por-

tanto, a ser debatida a capacidade da inteligência urbana como tendo um

papel chave no combate à pandemia e desenvolvimento do país, desta vez

no fomento à capacidade de resposta à emergência social.

António Almeida Henriques terminou reconhecendo que as novas plata-

formas comerciais podem vir a ser “a forma de ajudarmos a salvar o nosso

comércio de proximidade.” Por outro lado, esclareceu que a área social

cada vez será mais importante, na lógica da proximidade, devendo as tec-

nologias estar ao serviço deste trabalho de proximidade dos diferentes

atores que, todos os dias, desenvolvem. Quando queremos, sabemos co-

laborar uns com os outros e consertar esforços para ajudar os outros.” Se

isto é possível fazer neste momento de pandemia, também será possível

fazer daqui para o futuro, “em que temos de estar atentos à recuperação

da economia e à perspetiva do apoio social.”

Page 24: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

24

3.3 – Turismo inteligenteO estado do turismo em Portugal e a capacidade que o sector tem para

utilizar as novas tecnologias no processo de recuperação que se seguirá à

pandemia de Covid-19 foram os temas em debate na terceira sessão dos

SMART PORTUGAL Webinars, que se realizou na quarta-feira, dia 22 de

abril de 2020, através das plataformas ZOOM e Facebook.

Turismo inteligente: e depois da pandemia?Oradores convidados:

Este debate teve como convidados o Presidente da Confederação do Turis-

mo de Portugal, Francisco Calheiros; o Presidente do Turismo de Portu-

gal, I.P., Luís Araújo; e o Co-CEO da Ubiwhere, Nuno Ribeiro.

A iniciativa, que contou também com os participantes residentes António

Almeida Henriques e Miguel de Castro Neto, focou-se na atual realidade

do turismo. Este tem sido, nos últimos anos, o motor do crescimento da

economia portuguesa, mas também é dos sectores mais afetados pelos

efeitos globais da pandemia de Covid-19.

O período que se segue à abertura dos mercados, depois da redução ou le-

Francisco Calheiros Presidente

da Confederação do Turismo de Portugal

Luís Araújo Presidente do Turismo de Portugal

Nuno Ribeiro Co-CEO

da Ubiwhere

Miguel de Castro Neto

Subdiretor da NOVA IMS, Coordenador

da NOVA Cidade

António Almeida Henriques Presidente

da CM Viseu, Vice-Presidente

da ANMP

Painel residente:

Page 25: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

25

vantamento das medidas de contingência para evitar a propagação da Co-

vid-19, constitui um teste à capacidade dos agentes económicos do sector

do turismo para revitalizarem os seus negócios, mas também à capacida-

de de Portugal manter a sua capacidade e potencial de atração turística.

O pós-pandemia representa agora, também, um desafio para as soluções

de inteligência urbana ao serviço do turismo, que já vinham sendo utili-

zadas de forma crescente ao longo dos últimos anos, e que podem agora

servir ainda melhor o desenvolvimento do setor.

É, por isso, essencial tirar partido dos mais recentes desenvolvimentos

tecnológicos, alicerçados na utilização de soluções analíticas capazes de

explorar o big data disponível, o que permitirá melhorar a gestão dos lo-

cais com maior atração e promover outros destinos com elevado potencial

e que ainda não foram descobertos.

Os participantes na terceira sessão dos SMART PORTUGAL Webinars, dedi-

cado à atual situação do turismo, acreditam que o sector vai, naturalmen-

te, retomar a atividade, mas agora em estritas condições de segurança,

para gerar confiança nos consumidores. A tecnologia terá também neste

sector um papel essencial a desempenhar na gestão do pós-pandemia.

Neste debate, o Presidente da Confederação do Turismo de Portugal,

Francisco Calheiros, defendeu que Portugal tem de ser considerado “um

destino [turístico] extraordinariamente responsável e seguro, do ponto de

vista sanitário”, para que o sector do turismo possa retomar a atividade,

a médio prazo, após o levantamento gradual das restrições impostas pelo

combate à pandemia de Covid-19. Esta perceção começa a ser construída

agora, com as medidas adotadas e com a preparação da reabertura da eco-

nomia. Acrescentou ainda Francisco Calheiros que o nosso país tem de ser

considerado “o santuário da sanidade, porque vai ser importante ser um

exemplo, quando a retoma vier.”

António Almeida Henriques referiu a importância do sector do turismo

na economia, que, em cinco anos, mais do que triplicou o número de dor-

midas, para cerca de 350 mil, e registava taxas de crescimento da ordem

dos 13%, antes de sofrer aquilo a que Miguel de Castro Neto intitulou de

“impacto brutal” e “incalculável, no curto prazo”, da pandemia provoca-

da pelo vírus SARS-CoV-2 (o novo coronavírus).

No entanto, António Almeida Henriques considera que, apesar da violên-

cia da provação criada pela pandemia, o turismo português continua a ter

condições para recuperar. Asseverou o autarca de Viseu que “Portugal é

uma boa marca, do ponto de vista do turismo interno, mas também in-

ternacional”, afirmou, acrescentando que se trata de um “bom ponto de

partida” para a recuperação e “as competências continuam cá”.

Page 26: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

26

O Presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, concordou com António

Almeida Henriques, sublinhando que “os recursos de Portugal estão cá” e

que o objetivo tem de ser manter a capacidade para responder à procura,

depois da pandemia, acrescentando que Portugal tem “de estar na linha

da frente quando derem o sinal de partida [para a retoma] e com o motor

a trabalhar.”

Luís Araújo apontou ainda que a recuperação passa, obviamente, por

continuar a existir oferta, mas também pelas conectividades – “porque

tem de haver voos” – e pela análise dos mercados, que não vão reto-

mar todos ao mesmo tempo. Sustentou o responsável pela Autoridade

Nacional de Turismo que o foco inicial será o mercado interno, que é

responsável por quase 35% das dormidas, seguindo-se Espanha, que

Almeida Henriques considera como o “mercado interno alargado”, es-

pecialmente para os concelhos do interior português, que se encontram

mais próximos da raia.

Para que tal aconteça, a confiança é, portanto, fundamental, mas também

a criatividade para a reinvenção do sector, que passa, por exemplo, pelo

tratamento da informação existente, pela promoção direta através de ca-

nais digitais e pela criação de redes colaborativas na oferta turística.

E aqui entra, necessariamente, a tecnologia, que, como refere o Co-CEO

da Ubiwhere, Nuno Ribeiro, permite ajudar a criar as condições para con-

cretizar a perceção de segurança necessária à confiança de quem visita

Portugal. Isto traduz-se, naturalmente, na gestão dos acessos, na vigi-

lância para que se evite a aglomeração e pessoas, na análise de indícios de

doença, no próprio apoio para tornar a experiência mais segura, através,

por exemplo, de assistentes virtuais e de check-in automático.

António Almeida Henriques acrescentou ainda que, da experiência que tem

sido desenvolvida, ao longo dos últimos 4 anos, com o Smart Cities Tour,

por vezes há uma ideia de que a tecnologia parecia separar as pessoas.

Ora, este é o momento em que nos apercebemos todos que é exatamente a

tecnologia que nos passou a aproximar. Desde a família aos amigos ou até

mesmo aos vizinhos que nem se conheciam e passaram a conhecer-se. “E

porque não aproveitar estas redes colaborativas para fazer chegar lá fora

conteúdos de Portugal que, por vezes, são até desconhecidos?” Podemos,

por isso, com as soluções tecnológicas e a inteligência urbana, transfor-

mar este momento numa oportunidade, também no setor do Turismo.

Miguel de Castro Neto encerrou os trabalhos do webinar, salientando a

importância que as redes colaborativas terão neste futuro próximo. Tor-

na-se, cada vez mais, essencial mapear e conhecer melhor a realidade,

usando a tecnologia para “conhecer e poder comunicar a experiência in-

substituível que é visitar o nosso território.”

Page 27: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

27

3.4 – Ensino e inclusão territorialO ensino e a forma como o setor tem de se adaptar às contingências do

estado de exceção provocado pela pandemia de Covid-19 foi o tema da

quarta sessão dos SMART PORTUGAL Webinars, que se realizou na quarta

feira, dia 29 de abril, pelas 17:00, e que teve como convidados o Secretário

de Estado Adjunto e da Educação, João Costa; a Reitora da Universidade de

Évora, Ana Costa Freitas; e Presidente-executivo da RTP – Rádio e Televi-

são de Portugal, Gonçalo Reis.

Ensino no pós-pandemia: desafios da inclusão territorialOradores convidados:

Como habitual, a quarta sessão dos SMART PORTUGAL Webinars contou

com a intervenção dos participantes residentes António Almeida Henri-

ques e Miguel de Castro Neto, que receberam os convidados e deram início

aos trabalhos.

Foi reconhecido por todos que o sistema de ensino foi alvo de uma disrup-

ção repentina, devido ao confinamento decretado em pleno decurso do

ano letivo. Esta realidade obrigou a que fossem encontradas, rapidamen-

João Costa Secretário

de Estado Adjunto e da Educação

Ana Costa Freitas Reitora

da Universidade de Évora

Gonçalo Reis Presidente- -Executivo

da RTP – Rádio e Televisão de

Portugal

Miguel de Castro Neto

Subdiretor da NOVA IMS, Coordenador

da NOVA Cidade

António Almeida Henriques Presidente

da CM Viseu, Vice-Presidente

da ANMP

Painel residente:

Page 28: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

28

te, soluções que permitissem o cumprimento de objetivos dos sectores da

educação e do ensino superior.

O debate proposto neste SMART PORTUGAL Webinar versou sobre a capa-

cidade de o ensino responder ao desafio de chegar a todos os pontos do

país, cumprindo a sua função numa situação de exceção como aquela que

o país tem vivido, no âmbito da pandemia.

Procura-se, nos dias de hoje, identificar as necessidades e as soluções

existentes, especialmente no que respeita ao ensino à distância, que ga-

nhou proeminência durante este período, e o que pode ser apreendido com

outras experiências de serviços apoiados em novas capacidades tecnoló-

gicas já desenvolvidas.

Cumpre retirar desta sessão a importante mensagem apresentada por

Gonçalo Reis, Presidente Executivo da RTP: “Informar, entreter e educar.

Educar é uma das componentes fundamentais do serviço público”, afir-

mando que o “Estudo em Casa” veio para ficar. Gonçalo Reis insistiu que

“os méritos do estudo em casa são méritos permanentes, válidos daqui a

seis meses, daqui a um ano. Este é um serviço que veio para ficar”.

O “Estudo em Casa” foi, deste modo, uma das soluções encontradas pelo

Governo, em parceria com o serviço público de televisão, para garantir

o acesso a conteúdos educativos a todas as crianças do Ensino Básico e

tem batido recordes de audiências nas manhãs televisivas. “Temos aulas

com 500.000 pessoas”, explicou Gonçalo Reis. O serviço está disponível

também na RTP Play, onde o número de visitantes semanais passou de um

milhão para 1.8 milhões, e chega ainda a Angola e a Moçambique. “Temos

relatos de avós que vêm a telescola para aprenderem e terem conversa

com os netos, é um espaço de comunidade”, adiantou o Presidente Exe-

cutivo da RTP.

O mencionado serviço – que é necessariamente público – nasceu da ne-

cessidade de inclusão e coesão social e territorial do ensino, no atual con-

texto de pandemia. Com esta iniciativa, “constatou-se o que se sabia: que

todos os alunos tinham acesso a TV, mas muitos não têm acesso a PC ou

tablet. Mais grave, constata-se mais do que nunca, que a cobertura de

fibra ótica não existe numa boa parte do país, o que coloca os cidadãos

numa situação de grande desigualdade.”

Adiantou, aliás, António Almeida Henriques que “só no concelho de Vi-

seu, cerca de um terço não está coberto para não falar da inexistência

de cobertura GSM.” E o autarca deixou o repto ao Governo: “Que se mo-

bilize os operadores, participando de uma forma direta, para que a rede

de fibra ótica chegue a todas as casas, não só pelas questões do ensino,

mas também da economia, pela promoção da coesão territorial. No GSM o

Page 29: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

29

mesmo panorama, tantos anos depois existem autênticos buracos negros

sem qualquer cobertura, e sem simetria na qualidade de acesso por parte

dos operadores.”

O plano das infraestruturas, a nível de equipamentos, rede e conectivi-

dade, é precisamente o primeiro eixo do Plano para a Transição Digital

na Educação, que está a ser ultimado pelo Governo, além da capacita-

ção dos professores e da produção de conteúdos educativos adaptados

a esta fase de transição. João Costa, Secretário de Estado Adjunto e da

Educação garantiu que o Plano “está a ser produzido de forma muito

acelerada nas suas diferentes vertentes”, estrutura financeira e estabe-

lecimento de prioridades. “O atual momento deu-nos uma filigrana das

necessidades de equipamentos e de rede por todos e país. O objetivo do

Governo é darmos uma resposta muito melhor às escolas no próximo

ano letivo, do que aquela que estamos a conseguir dar agora, até por-

que estamos a falar de operações financeiras de grande complexidade e

também de um momento de rutura de stocks”, adiantou o responsável

governamental.

Ana Costa Freitas, Reitora da Universidade de Évora, destacou alguns

avanços permitidos pelo atual momento de restrições, considerando que

“há coisas que não voltarão atrás, há uma capacidade dos docentes tira-

rem dúvidas online, de fazermos reuniões por videoconferência, percebe-

mos que não havia a necessidade de deslocações de professores para júris

de provas académicas, os concursos para a carreira docente e não docente

têm funcionado bem, tudo isto representa uma poupança enorme. As pes-

soas não se deslocam, não perdem o seu tempo, não usam o automóvel,

não poluem o ar, são enormes vantagens.”

No entanto, a Reitora da Universidade de Évora enfatizou a necessidade de

voltarmos a viver em sociedade, de alcançar um equilíbrio entre a vivên-

cia na academia e a modernização tecnológica, onde a sua Universidade

tem vindo a procurar novas soluções para aplicar quer no próximo ano

letivo, quer nos sistemas de avaliação ainda este ano. Notou Ana Costa

Freitas que “a avaliação como acontecia, não vai acontecer mais. Terá de

se fazer necessariamente de forma diferente”, adiantando que seria ne-

cessário “ter uma FCT para a inovação pedagógica e termos financiamen-

to para inovação pedagógica.” Acrescentou a responsável académica que

“começámos a mudança e devíamos mantê-la”, concluindo “que este é o

momento certo”.

Para o Secretário de Estado Adjunto e da Educação o atual contexto per-

mitiu-nos mesmo “questionar se a forma como avaliávamos era interes-

sante e justa. Este é um momento para pensarmos, todos, no que é avaliar

no contexto educativo”. Mas não só. Afirmou ainda que algumas linhas

orientadoras da educação, já identificadas como necessárias, tornam-se

Page 30: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

30

agora evidentes e urgentes. Desde logo, a necessidade de dominar meto-

dologias múltiplas de ensino e de avaliação; a necessidade de desenvolvi-

mento de competências múltiplas, como a autonomia, a responsabilida-

de, a resolução de problemas e as competências digitais. Explicou que “é

fundamental trabalhar a literacia mediática e a literacia científica, prin-

cipalmente entre os jovens. As redes sociais estão a ser inundadas por in-

formação sem qualquer credibilidade científica. É essencial trabalharmos

dimensões como o pensamento critico” e a importância de diferenciar

abordagens pedagógicas. “A necessidade de não termos uma aula igual

para todos os alunos tornou-se completamente evidente. E é importante

não perdermos isso no final deste período”.

No entanto, o responsável político considerou que a principal lição a

retirar deste período foi a de que nada substitui, no processo educati-

vo, a relação presencial. Nas suas palavras, “certamente ficaremos com

recursos, com outro know-how, mas o ato educativo é, sobretudo, uma

relação que se estabelece presencialmente”. E deixou ainda o alerta: “O

ensino básico e secundário é um sistema educativo, mas é também um

sistema de proteção social. Há crianças que só comem porque comem na

escola, há crianças que são identificadas como crianças em risco de vio-

lência, de abusos, de negligência, de maus tratos porque a escola deteta

estas marcas. Há comunidades e grupos que só estão na escola porque é

obrigatório. Com o ensino à distância, essa função social da escola está

seriamente comprometida.”

João Costa assegurou que foram estabelecidas redes que garantiram a pres-

tação de refeições aos alunos carenciados, bem como a proximidade e a

“presencialidade” num momento em que ela esteve impedida, inclusive

com redes de voluntários. Verificou-se ainda “uma cooperação muito gran-

de da parte das autarquias, dos municípios, das juntas de freguesia, que têm

sido em muitos contextos, em muitos territórios, quem garante este con-

trolo do bem-estar de muitas crianças e jovens, e até de muitas famílias.”

Sobre a necessidade de atuar ao nível local, em várias frentes, António

Almeida Henriques afirmou que nunca como nesta fase se sentiu “que faz

sentido a descentralização, no contexto educativo, da saúde, da proteção

civil. Nunca foi tão importante a proximidade, mas, obviamente, sempre

em ligação com o poder central”.

No âmbito deste processo de reabertura também no setor do ensino, Mi-

guel de Castro Neto terminou sublinhando a importância do contacto en-

tre professores e alunos. Como professor universitário que é, recordou que

todas estas novas plataformas têm desempenhado um papel essencial,

mas, ainda assim, não garantem totalmente “aquela energia que só existe

quando se está na sala com os alunos.”

Page 31: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

31

3.5 – Comércio: entre a proximidade e a tecnologiaCom a reabertura gradual do comércio, ainda fortemente impactado por

medidas restritivas sanitárias, os desafios e as possibilidades tecnológicas

ao serviço do setor estiveram em discussão na quinta edição dos SMART

PORTUGAL Webinars.

Futuro do comércio: entre a proximidade e a tecnologiaOradores convidados:

O debate realizou-se na quarta feira, 6 de maio, às 17:00, e teve como

convidados João Vieira Lopes, Presidente da Confederação do Comércio e

Serviços de Portugal, Ana Jacinto, Secretária-Geral da Associação da Ho-

telaria, Restauração e Similares de Portugal e Gaspar D’Orey, CEO do Dott.

Como habitual, também esta sessão dos SMART PORTUGAL Webinars con-

tou com a intervenção dos participantes residentes António Almeida Hen-

riques e Miguel de Castro Neto, que moderaram o debate.

João Vieira Lopes Presidente

da Confederação do Comércio e Serviços de

Portugal

Ana Jacinto Secretária-Geral

da Associação da Hotelaria, Restauração e

Similares de Portugal

Gaspar D’Orey CEO

do Dott

Miguel de Castro Neto

Subdiretor da NOVA IMS, Coordenador

da NOVA Cidade

António Almeida Henriques Presidente

da CM Viseu, Vice-Presidente

da ANMP

Painel residente:

Page 32: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

32

Num momento em que as relações tradicionais de proximidade no comércio,

serviços, restauração e hotelaria, estão fortemente comprometidas, e perante

projeções que apontam para a maior recessão global desde 1929, considerou-

-se essencial discutir o papel da tecnologia na reinvenção destes setores para

um regresso progressivo à generalidade das atividades económicas.

A atual crise, que ditou o encerramento da generalidade dos estabele-

cimentos comerciais durante seis semanas, tem sido uma oportunidade

para acelerar a transição digital também no comércio de proximidade.

Neste âmbito, o Dott, que iniciou a sua atividade há cerca de um ano e é

hoje um dos maiores shoppings online do país, registou uma subida de 20%,

nos últimos 40 dias, no número de empresas que vendem os seus produtos

através da plataforma e conta já com mais de 900 empresas e mais de dois

milhões de produtos na sua oferta.

Para Gaspar D’Orey, “nada limita que um comerciante que tenha uma loja

de rua possa vender para o outro lado do mundo hoje em dia. A tecnolo-

gia veio permitir isso. Os retalhistas devem ver o digital como um aliado

e como um potenciador do seu negócio.” Esta inovação chegou mesmo à

própria realidade das feiras regionais. O Dott organizou, recentemente, a

primeira feira digital: a Feira dos Vinhos e do Queijo DOP, “o que significa

termos dezenas de pequenos produtores, a vender online para o país in-

teiro. E já temos várias feiras planeadas para abrir nos próximos meses”.

João Vieira Lopes reconheceu o atraso, principalmente do pequeno comér-

cio, no desafio da transição digital, mas destacou as oportunidades do mo-

mento. Do ponto de vista do responsável da CCP, “por um lado, muitas pes-

soas redescobriram este tipo de comércio e, por outro, é a oportunidade de

darem o salto tecnológico e integrarem-se na digitalização do conjunto da

economia e alargarem a sua capacidade de intervenção. Penso que esse será

um dos grandes ganhos à saída desta crise”. Adiantou ainda que, “curiosa-

mente, já tinha existido um salto na crise de 2008, também por más razões,

mas que acabaram por criar uma oportunidade. Com o alastramento do

desemprego, muitos filhos de comerciantes acabaram por ir trabalhar com

os pais e acabaram por rejuvenescer os negócios e serem pioneiros na in-

trodução do digital neste tipo de estabelecimentos.” Uma oportunidade que

a Secretária-Geral da AHRESP reconheceu que existe, embora, para isso,

seja necessário que as empresas sobrevivam ao atual momento.

19/05/2019 15/09/2019 12/01/2020 10/05/2020

Resultados de procura por “compras online” no Google Trends

Page 33: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

33

Na perspetiva de Ana Jacinto, existe “aqui uma grande oportunidade para

as empresas se digitalizarem e reinventarem, existem grandes oportuni-

dades de construir ofertas interessantes em territórios com menor den-

sidade populacional, mas é necessário que existam empresas”. A repre-

sentante do sector da restauração e da hotelaria alertava para o facto dos

apoios do Governo e da banca não estarem a chegar às empresas, o que

leva 27% das empresas inquiridas pela AHRESP a considerarem avançar

para processos de insolvência.

Estes apoios não se esgotam, contudo, no Governo e na banca. Falar do

pequeno comércio é falar de proximidade, também ao nível do poder local.

Por isso mesmo, António Almeida Henriques destacou o papel das au-

tarquias, dando o exemplo de Viseu. O município isentou todas as taxas

e tarifas das esplanadas até ao final do ano, como forma de compensar

os bares e restaurantes pela limitação da sua capacidade, e prepara-se

para lançar a campanha “Viseu compra aqui”, com o objetivo de dina-

mizar o comércio local. O Presidente da Câmara Municipal de Viseu e

Vice-Presidente da ANMP admitiu ter “a certeza de que as pessoas vão

sentir-se motivadas para comprar mais no comércio de proximidade, até

pela dimensão das lojas.” Muito embora tenha reforçado a importância

da transição para o digital no pequeno comércio, uma vez que “alguns

restaurantes em Viseu serviram mais refeições no último mês, através

das vendas online com serviço de entrega, do que serviriam em condições

normais.” António Almeida Henriques aproveitou ainda para reter cinco

palavras fundamentais para o momento que o país tem vivido e também

para os próximos tempos: “confiança, segurança, reinvenção, resiliência e

cooperação.” Por isso mesmo, feiras como a de São Mateus, que comemora

os seus 628 anos de história, mesmo que não tenham condições para se

realizar em termos físicos, não podem deixar de estar presentes na vida

dos portugueses na mesma. Ficou já provado que, recorrendo às novas

tecnologias, é possível continuar a colocar vários produtos à disposição

daqueles que habitualmente visitam estas feiras.

Miguel de Castro Neto, que moderou o painel, acabou por recordar a ca-

pacidade portuguesa em “encontrar novos caminhos para fazer negócio,

apesar da necessidade recorrente de diminuir a burocracia e sistematizar

e disseminar a informação visando combinar de forma virtuosa as po-

tencialidades da transformação digital e do comércio eletrónico com as

relações humanas e o comércio de proximidade tradicional”.

Page 34: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

34

3.6 – Privacidade e proteção de dados pessoaisA dicotomia entre a privacidade dos dados e os meios tecnológicos atual-

mente disponíveis para controlo de um novo surto epidémico esteve em

discussão na sexta e última sessão dos SMART PORTUGAL Webinars.

Inteligência urbana e privacidade no combate à pandemia: entre utopia e distopiaOradores convidados:

O debate realizou-se na quarta-feira, 13 de maio, às 17:00, e teve como con-

vidados João Marques, Vogal da Comissão Nacional da Proteção de Dados;

Jorge Portugal, General Manager da COTEC Portugal; e Fernando Matos,

Presidente da Data Science Portuguese Association, contando, como regu-

larmente, com a intervenção dos participantes residentes António Almeida

Henriques e de Miguel de Castro Neto, que moderaram a discussão.

As várias possibilidades tecnológicas com vista ao controlo da mobilidade dos

cidadãos e de um ressurgimento do pico da infeção, em contraponto com a

utilização de dados pessoais e a perda progressiva de privacidade, represen-

taram alguns dos temas a abordar neste último SMART PORTUGAL Webinar.

João Marques Vogal

da Comissão Nacional de

Proteção de Dados

Jorge Portugal General Manager

da COTEC Portugal

Fernando Matos Presidente

da Data Science Portuguese Association

Miguel de Castro Neto

Subdiretor da NOVA IMS, Coordenador

da NOVA Cidade

António Almeida Henriques Presidente

da CM Viseu, Vice-Presidente

da ANMP

Painel residente:

Page 35: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

35

Fernando Matos, Presidente da Data Science Portuguese Association, reco-

nheceu que “as melhores respostas que devem ser dadas a esta crise podem

ser de facto conseguidas através da ciência dos dados e os nossos responsá-

veis políticos deveriam olhar para este tema com muita seriedade.” O res-

ponsável da associação considerou também pouco provável que o país al-

cance o sucesso na retoma da economia sem a monitorização dos infetados.

Para isso, acrescentou que Portugal precisa “de identificar os infetados,

não necessariamente com dados como nome e morada, mas sabendo

que aquele ID de telemóvel pertence a um infetado. É o nível mínimo de

dados de que necessitamos para desenvolvermos aplicações que sejam

realmente eficazes.”

Fernando Matos defendeu o desenvolvimento de uma app global, dispo-

nibilizada por uma das grandes empresas do sector – a Google ou a Apple

– e que fosse supervisionada por entidades governamentais, e obrigatória

para quem queira sair de casa. Nas palavras de Fernando Matos, “a app

aprenderia a calcular uma probabilidade sobre quem poderá estar infeta-

do em virtude dos contactos que teve no passado, e recomendaria testes e

confinamento para alguns. Tudo o que fuja muito desta linha, parece-me

que não terá muitos resultados. É possível fazer algumas análises quase

académicas, mas sem grandes resultados.” Adiantou ainda que olha “com

muita frustração para algum do trabalho que tem vindo a ser desenvolvi-

do. Deviam estar a ser construídos modelos de risco que prevejam o con-

tágio, nomeadamente em virtude deste relaxamento de medidas, e de que

forma isso impactará as necessidades de capacidade extra nos hospitais.”

Ora, foi precisamente isso que a COTEC Portugal, em parceria com a NOVA

IMS, procurou concretizar. O projeto COVID-19 Insights disponibiliza já,

nos dias de hoje, um elemento de estimativa de risco, a nível nacional,

regional e por concelho, além de um elemento de previsão, da incidên-

cia e prevalência da infeção, mas também do número de internados, no-

meadamente em Unidades de Cuidado Intensivo. Notou Jorge Portugal que

esta solução “dá-nos a capacidade de antecipar o futuro, para podermos

tomar melhores decisões.” O responsável pela COTEC Portugal defendeu

a construção de estratégias segmentadas de “desconfinamento” e retoma

para cada região e, para isso, acrescentou que “os dados e a inovação ao

nível da aplicação de modelos que permitam definir estratégias diferen-

ciadas podem ter um papel muito importante.” No entendimento do di-

rigente da COTEC Portugal, dados como a capacidade de resposta médica

em cada região, a capacidade de teste e deteção da propagação, a estrutura

da atividade económica, a mobilidade dos fluxos regionais, entre outros,

permitiriam traçar o perfil e uma estratégia diferenciada a nível regional.

Dados e modelos que, em nenhum momento, devem colocar em causa os

direitos conquistados pelos cidadãos ao longo da história da Humanidade.

Page 36: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

36

Jorge Portugal adiantou também que “a forma como a Europa, e o nosso

país em particular, entende os direitos, liberdades e garantias, deve ser

preservada. Não deve haver dúvidas sobre essa matéria.” Estas questões

de privacidade prendem-se não só com a própria natureza dos dados, mas

também com a construção dos modelos. No entendimento do responsável

da COTEC, “o artigo 22º do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados

(RGPD), que regula a aplicação dos algoritmos, a necessidade da transpa-

rência e explicabilidade dos algoritmos, é um aspeto inegociável. Temos

uma grande aversão a aplicações que são caixas negras, cujos algoritmos

não são conhecidos, nem validados.” Foi dado como bom exemplo Singa-

COVID-19 Insights

(https://insights.cotec.pt)

Page 37: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

37

pura, “que publicou o seu algoritmo de tracing, de forma a que qualquer

pessoa possa testá-lo e ver o que está lá dentro.”

Já sobre a natureza dos dados, o RGPD que, em 2018, veio limitar o acesso a

dados pessoais, regula, no entanto, diferentes níveis de acesso e utilização

dos dados em função do contexto. João Marques explicou que “existem no

regulamento fundamentos que nos habilitam a tratar essa informação, para

os efeitos, nomeadamente, de garantir a saúde pública da sociedade.” O vo-

gal da CNPD acrescentou que o RGPD não proíbe o uso de dados pessoais,

mas sim regula a sua utilização em função das necessidades. Ademais, “a

questão não é se posso usar ou não dados pessoais, mas até que ponto ne-

cessito dessa identificabilidade para garantir os resultados a que me propo-

nho, e se posso ou não introduzir mecanismos de ruído nessa informação,

para garantir o mínimo de intrusão possível na privacidade das pessoas.”

Na prática, António Almeida Henriques notou que o atual regime cria di-

ficuldades para quem está no terreno, explicando que “para um autarca

é essencial termos os dados de alguém que tenha testado positivo e que

esteja confinado para o podermos apoiar, fazendo-lhe chegar alimentos e

medicamentos, por exemplo.” O Presidente da Câmara Municipal de Viseu

e Vice-Presidente da ANMP alertou ainda para a dificuldade da partilha de

dados em Portugal. “Quase que cada instituição tem a sua própria leitura

números. Quando a autarquia, no âmbito da proteção civil, quis saber com

rigor todos os utentes dos nossos lares e de quem estava em assistência do-

miciliária, os dados compilados pela autarquia versus os dados da seguran-

ça social, dava uma diferença de 1000 pessoas. O que é um número que nos

preocupa. É importante que as várias instituições que desenvolvem serviço

público possam ter uma partilha mais transparente de dados. Falta inte-

ração entre as várias instituições. Diria que ainda estamos nos antípodas

daquilo de deveria ser o modelo de organização do Estado.” Ainda assim,

no âmbito desta temática, o autarca de Viseu reconhece que, como lembra

a sabedoria popular, “no meio está a virtude” e será possível encontrar um

caminho e soluções ponderadas, com a participação de todos os atores.

No encerramento do webinar, Miguel de Castro Neto destacou ainda a ne-

cessidade da disponibilização de dados abertos e harmonizados, expli-

cando que “hoje temos de facto uma oportunidade para desenvolver pro-

jetos muito interessantes, caso os dados estejam disponíveis num formato

aberto e padronizado.”

Esta foi mais uma evidência de que ainda há um longo percurso a realizar

na utilização dos dados, de forma segura, para promover o bem-estar e a

saúde dos cidadãos.

Page 38: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

38

Page 39: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

4 – Conclusões e perspetivas futuras

39

Page 40: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

40

Ao longo de seis sessões dos SMART PORTUGAL Webinars, foi possível veri-

ficar que a inteligência urbana, a analítica urbana e a utilização dos dados

podem desempenhar um papel essencial, não apenas no planeamento e na

governação dos territórios e prestação de serviços de qualidade aos cidadãos,

mas também em momentos cruciais como aquele que atualmente vivemos.

Desde temas relacionados com a coesão e a inclusão territorial, em que se

procura que todos os cidadãos tenham acesso aos serviços a serem pres-

tados pelas entidades públicas, independentemente do local onde vivam

– e estes serviços incluem o ensino, a saúde ou o apoio social –, ao próprio

acesso ao comércio ou a turismo adaptado à modernidade, a inteligência

urbana ou territorial apresenta-se como um instrumento que será cada

vez mais necessário para o futuro, mas que o é já no presente.

A participação nos SMART PORTUGAL Webinars de representantes dos

mais diversos sectores, desde a administração central à local, passando

pelo sector social ou pelas grandes empresas multinacionais ou empresas

de menor dimensão, é o reconhecimento de que a realidade da pandemia

em Portugal é um problema real e a inteligência urbana apresenta os ins-

trumentos e as soluções para que o combate a este flagelo possa ser um

caminho mais suave e garantir a todos a esperança de que será possível

ultrapassar este momento, como o foi noutro momentos da História.

Não será a primeira vez que se referirá que os dados são o petróleo do

século XXI. É urgente utilizá-los, mas é também urgente saber como fa-

zê-lo. A NOVA Cidade – Urban Analytics Lab, em colaboração com os seus

parceiros, em especial também a ANMP, tem desenvolvido um trabalho

intenso nesta matéria, com as diversas iniciativas e projetos que tem

idealizado e implementado. E este tempo em que as nossas comunidades

foram afetadas por uma crise sem precedentes, é mais um momento em

que não quisemos ficar de fora.

A inteligência e a analítica urbanas fazem parte do ADN da NOVA Cidade –

Urban Analytics Lab, que estará ao lado de quem, no terreno, procura servir

as comunidades locais, a sustentabilidade, a economia e agora, mais do

que nunca, também a saúde das nossas populações.

Page 41: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

41

Page 42: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

42

Page 43: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

5 – Fichas técnicas dos Webinars

43

Page 44: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

44

A presente secção destina-se a identificar as características e especifi-

cidades de cada webinar, explicitando a data e hora de cada sessão, bem

como os oradores e as métricas relativas à participação e divulgação do

mesmo.

Page 45: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

45

5.1 – Inteligência Urbana e Coesão Territorial no Combate à Pandemia

Data: → 8 de abril de 2020, 17:00 horas

Oradores convidados:→ Nelson de Souza, Ministro do Planeamento

→ António Saraiva, Presidente da CIP – Confederação Empresarial

de Portugal

→ Alexandre Fonseca, Presidente Executivo da Altice Portugal

Painel residente:→ Miguel de Castro Neto, Subdiretor da NOVA IMS – Information

Management School e Coordenador da NOVA Cidade – Urban

Analytics Lab

→ António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal

de Viseu, Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios

Portugueses (ANMP), Presidente da Mesa da Secção de Municípios

“Cidades Inteligentes”

Métricas de participação→ ZOOM: 50 participantes

→ Facebook: 2003 Pessoas alcançadas; 603 Interações; 8 partilhas;

1,1 mil visualizações

Link para a sessão em Facebook:https://tinyurl.com/iu-coesao-territorial

Page 46: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

46

5.2 – Covid-19: Inteligência urbana na resposta à emergência social

Data: → 15 de abril de 2020, 17:00 horas

Oradores convidados:→ Manuel Lemos, Presidente da União das Misericórdias

Portuguesas

→ João Bento, CEO dos CTT

→ Rui Sabino, CEO da ESRI Portugal

Painel residente:→ Miguel de Castro Neto, Subdiretor da NOVA IMS – Information

Management School e Coordenador da NOVA Cidade – Urban

Analytics Lab

→ António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal

de Viseu, Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios

Portugueses (ANMP) e Presidente da Mesa da Secção de

Municípios “Cidades Inteligentes”

Métricas de participação→ ZOOM: 60 participantes

→ Facebook: 2776 Pessoas alcançadas; 789 Interações; 13 partilhas;

1,5 mil visualizações

Link para a sessão em Facebook:https://tinyurl.com/iu-resposta-emergencia

Page 47: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

47

5.3 – Turismo inteligente: e depois da pandemia?

Data: → 22 de abril de 2020, 17:00 horas

Oradores convidados:→ Francisco Calheiros, Presidente da Confederação do Turismo de

Portugal

→ Luís Araújo, Presidente do Turismo de Portugal

→ Nuno Ribeiro, Co-CEO da Ubiwhere

Painel residente:→ Miguel de Castro Neto, Subdiretor da NOVA IMS – Information

Management School e Coordenador da NOVA Cidade – Urban

Analytics Lab

→ António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal

de Viseu, Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios

Portugueses (ANMP) e Presidente da Mesa da Secção de

Municípios “Cidades Inteligentes”

Métricas de participação→ ZOOM: 250 participantes

→ Facebook:3678 Pessoas alcançadas; 1222 Interações; 17 partilhas;

2,1 mil visualizações

Link para a sessão em Facebook:https://tinyurl.com/turismo-inteligente

Page 48: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

48

5.4 – Ensino no pós-pandemia: desafios da inclusão territorial

Data: → 29 de abril de 2020, 17:00 horas

Oradores convidados:→ João Costa, Secretário de Estado Adjunto e da Educação

→ Ana Costa Freitas, Reitora da Universidade de Évora

→ Gonçalo Reis, Presidente-Executivo da RTP – Rádio e Televisão de

Portugal

Painel residente:→ Miguel de Castro Neto, Subdiretor da NOVA IMS – Information

Management School e Coordenador da NOVA Cidade – Urban

Analytics Lab

→ António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal

de Viseu, Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios

Portugueses (ANMP) e Presidente da Mesa da Secção de

Municípios “Cidades Inteligentes”

Métricas de participação→ ZOOM: 60 participantes

→ Facebook: 1870 Pessoas alcançadas; 570 Interações; 8 partilhas;

mil visualizações

Link para a sessão em Facebook:https://tinyurl.com/ensino-pos-pandemia

Page 49: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

49

5.5 – Futuro do comércio: entre a proximidade e a tecnologia

Data: → 6 de maio de 2020, 17:00 horas

Oradores convidados:→ João Vieira Lopes, Presidente da Confederação do Comércio e

Serviços de Portugal

→ Ana Jacinto, Secretária-Geral da Associação da Hotelaria,

Restauração e Similares de Portugal

→ Gaspar D’Orey, CEO do Dott

Painel residente:→ Miguel de Castro Neto, Subdiretor da NOVA IMS – Information

Management School e Coordenador da NOVA Cidade – Urban

Analytics Lab

→ António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal

de Viseu, Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios

Portugueses (ANMP) e Presidente da Mesa da Secção de

Municípios “Cidades Inteligentes”

Métricas de participação→ ZOOM: 50 participantes

→ Facebook: 1351 Pessoas alcançadas; 242 Interações; 5 partilhas;

588 visualizações

Link para a sessão em Facebook:https://tinyurl.com/futuro-comercio

Page 50: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

50

5.6 – Inteligência urbana e privacidade no combate à pandemia

Data: → 13 de maio de 2020, 17:00 horas

Oradores convidados:→ João Marques, Vogal da Comissão Nacional de Proteção de Dados

→ Jorge Portugal, General Manager da COTEC Portugal

→ Fernando Matos, Presidente da Data Science Portuguese

Association

Painel residente:→ Miguel de Castro Neto, Subdiretor da NOVA IMS – Information

Management School e Coordenador da NOVA Cidade – Urban

Analytics Lab

→ António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal

de Viseu, Vice-Presidente da Associação Nacional de Municípios

Portugueses (ANMP) e Presidente da Mesa da Secção de

Municípios “Cidades Inteligentes”

Métricas de participação→ ZOOM: 50 participantes

→ Facebook: 2363 Pessoas alcançadas; 316 Interações; 7 partilhas;

819 visualizações

Link para a sessão em Facebook:https://tinyurl.com/iu-privacidade

Page 51: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

51

Page 52: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

52

Page 53: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

6 – A NOVA Cidade

53

Page 54: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

54

A NOVA Cidade – Urban Analytics Lab é uma rede de pessoas e organi-

zações, dinamizada pela NOVA IMS – Information Management School,

representando os vários agentes e interesses que constituem e protagoni-

zam a construção da cidade inteligente, que colaborativamente desenvol-

ve um conjunto de atividades visando promover a criação e transferência

de conhecimento aplicado no contexto da inteligência urbana.

Tem como objetivos apoiar os diferentes agentes presentes no território a

promover e implementar a inteligência e a analítica urbanas nas seguintes

áreas:

GOVERNAÇÃO

→ Abraçar o desafio das cidades inteligentes enquanto modelo capaz

de criar um ambiente favorável Wa uma governação mais eficaz e

eficiente por parte das entidades públicas, baseada em informação

concreta e atual.

PARTICIPAÇÃO

→ Promover uma participação mais ativa dos cidadãos, com base na

utilização das tecnologias de informação e comunicação, tirando

partido de capacidades analíticas avançadas.

AMBIENTE

→ Alcançar um desenvolvimento urbano sustentável com benefícios

económicos, sociais e ambientais para todos visando a urgente

descarbonização e transição para a economia circular.

Os projetos adiante são exemplos que demonstram a experiência da NOVA

Cidade – Urban Analytics Lab no contexto da inteligência nas suas múlti-

plas dimensões:

Estudo de boas práticas e condições de construção de plataforma de

gestão de informação necessária à geração de inteligência na gestão do

território nacional (ANMP)

Criação de uma metodologia que permita o desenvolvimento de platafor-

mas municipais de gestão de informação (PGI).  Esta metodologia permi-

tirá aproximar os municípios do conceito de cidades inteligentes e de pro-

porcionar um crescimento conjunto, a partir da troca de informação entre

Page 55: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

55

Municípios, Administração Pública (AP) e entidades privadas, de forma a

potenciar a implementação de estratégias urbanas inteligentes.

https://tinyurl.com/municipios-mais-inteligentes

Política de Dados Abertos de Lisboa (CML)

Desenvolvimento da política de dados abertos de Lisboa, construção do

portal de dados abertos visando criar as condições necessárias e suficien-

tes para a criação de soluções analíticas baseadas em Big Data capazes

de melhorar o planeamento, a operacionalização e a gestão de emergên-

cia da cidade de Lisboa, contribuindo para uma melhoria sustentável da

resiliência e da qualidade de vida das pessoas que vivem, trabalham ou

visitam Lisboa.

http://lisboaaberta.cm-lisboa.pt

URBAN CO-CREATION DATA LAB

Apoiar a tomada de decisões no nível municipal, a fim de fornecer aos

cidadãos serviços de alta qualidade nas áreas de segurança, emergência,

gestão operacional e planeamento. Criação de capacidades analíticas e

serviços especificamente analíticos capazes de apoiar a gestão e melhorar

a resposta aos seguintes níveis: Mobilidade, Gestão de resíduos, Estacio-

namento, Poluição, Gestão de multidões.

http://urbandatalab.pt/

Page 56: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

56

Page 57: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

57

Page 58: webinars - Universidade NOVA de Lisboa · 2020. 6. 15. · 1 – Notas Introdutórias 7 2 – Sumário Executivo 11 3 – Inteligência urbana em tempo de pandemia 15 3.1 – Coesão

web

inar

s