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Page 1: Web viewPrecedentes E – 3.963/2008 e E – 3.418/2007. Proc. E-4.068/2011 - v.u., em 24/11/2011, do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO TEIXEIRA DA SILVEIRA,

Arquitetura Jurídica – Novembro de 2017 – www.arquiteturajuridica.wordpress.com

TRABALHO SOBRE A PUBLICIDADE NA ADVOCACIA

Introdução:

O presente trabalho seguirá um método de desenvolvimento utilizando-se de

linguagem simples e descomplicada, com o fim de demonstrar e esclarecer os

limites impostos pelo Código de Ética e Disciplina da OAB no que tange à

publicidade da profissão. Inicialmente será demonstrado a real importância do

advogado para a administração da justiça e após uma discussão minuciosa, com

apontamentos práticos e doutrinários, acerca dos dispositivos legais da matéria de

referência ao tema do presente.

A função pública da advocacia:

Antes de entrarmos especificamente no tema, cumpre a nós esclarecer a real

importância do advogado para a sociedade.

A advocacia é tão ponderosa para a administração da justiça que por si só é

considerada um encargo público, ou seja, tem grande relevância social e estrutural

para o Estado. A própria Constituição Federal equipara a profissão como uma

função pública em seu artigo 133, estabelecendo que “o advogado é indispensável à

administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no

exercício da profissão, nos limites da lei”.

Nessa mesma linha, estabelece o Código de Ética e Disciplina da Ordem dos

Advogados do Brasil – OAB1:

Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes.

(...)

Art. 3º O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.

1 Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Resolução 02/2015.

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Os referidos dispositivos deixam claros que a advocacia não pode ser tratada

como uma profissão com fim de se obter lucro, mas sim como uma atividade que

busque trazer justiça às pessoas inseridas na sociedade.

A publicidade da advocacia:

Antes de adentrarmos no tema, devemos ter em mente que publicidade se

diferencia de propaganda. Segundo próprio posicionamento do Tribunal de Ética e

Disciplina da OAB/SP2, podemos diferenciar da seguinte maneira:

“(...) Código de Ética e Disciplina permite ao advogado fazer publicidade, não propaganda.

(...)

A propaganda cria estímulo, incentiva demanda e faz uso da ampla divulgação por meio de todos os veículos. Usa a imagem, o som, os recursos gráficos, a informática, luminosos, placas, faixas, panfletos, encartes, mala direta, televisão, cinema, rádio, alto-falantes, carros de som.

(...)

A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição, moderação e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão”. (GRIFO NOSSO).

Basicamente, os limites impostos pelo dispositivo legal são procedimentos

que visam preservar o espírito de função pública da advocacia para com o Estado

sem deixar que a mesma seja mercantilizada.

Visto isso, analisamos os seguintes artigos:

2 PUBLICIDADE – PLACAS INDICATIVAS DA LOCALIZAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA OU DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS E DAS ESPECIALIDADES – DISCRIÇÃO, MODERAÇÃO E SOBRIEDADE – DIMENSÕES ASSEMELHADAS A OUTDOORS – VEDAÇÃO. O Código de Ética e Disciplina permite ao advogado fazer publicidade, não propaganda. A propaganda cria estímulo, incentiva demanda e faz uso da ampla divulgação por meio de todos os veículos. Usa a imagem, o som, os recursos gráficos, a informática, luminosos, placas, faixas, panfletos, encartes, mala direta, televisão, cinema, rádio, alto-falantes, carros de som. A publicidade é mais discreta porque seu objetivo é o de tornar pública uma informação dirigida a um público mais reservado. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição, moderação e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão. (artigo 39 do CED). A expressão “incompatíveis com a sobriedade” se volta exatamente para a apresentação em si, quanto à plástica, às cores e tonalidades, tamanho, desenho, significado e, principalmente, à mensagem. Na publicidade visual, apenas anunciativa, a sobriedade está nos limites das tonalidades e cores, na posição, no tamanho, nos símbolos permitidos, na composição do logotipo, observadas todas as demais exigências contidas na legislação. É vedado, como meio utilizado para a publicidade profissional, o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade. (artigo 40 do CED). Proc. E-4.857/2017 - v.u., em 17/08/2017, do parecer e ementa do Rel. Dr. LUIZ ANTONIO GAMBELLI, Rev. Dr. ALUISIO CABIANCA BEREZOWSKI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

Page 3: Web viewPrecedentes E – 3.963/2008 e E – 3.418/2007. Proc. E-4.068/2011 - v.u., em 24/11/2011, do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO TEIXEIRA DA SILVEIRA,

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“Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente

informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar

captação de clientela ou mercantilização da profissão”3.

O presente artigo deixa claro que a publicidade não pode objetivar nada além

do que apenas trazer informação ao cliente. Não pode o advogado captar clientes

nem mesmo mercantilizar a profissão.

Vejamos as seguintes ementas do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP:

PUBLICIDADE – CATÁLOGO EMPRESARIAL CONTENDO OS ESTABELECIMENTOS DE DETERMINADA CIDADE – DIVULGAÇÃO DE SOCIEDADE DE ADVOGADOS OU PROFISSIONAL AUTÔNOMO – VEDAÇÃO ÉTICA. A publicidade na advocacia deve obedecer ao disposto nos 39 a 47 do CED, bem como no Provimento 94/2000 do Conselho Federal. Esta deve ser discreta e moderada, sem caráter mercantilista, de oferecimento de serviços. Deve ser meramente informativa e conter os dados e inscrição do profissional na OAB. Ademais, é vedada a divulgação de serviços de advocacia juntamente com outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras, nos termos expressos do art. 40, IV, do CED. Sendo assim, antiética a publicidade em genérico catálogo empresarial. Proc. E-4.847/2017 - v.u., em 17/08/2017, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO PLANTULLI, Rev. Dr. CLÁUDIO FELIPPE ZALAF - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

PUBLICIDADE – CONSULTA FORMULADA POR SOCIEDADE NÃO INSCRITA NA OAB – UTILIZAÇÃO DE EXPRESSÃO QUE PASSA A FALSA IMPRESSÃO DA EXISTÊNCIA DE SOCIEDADE DE ADVOGADOS – INFRAÇÃO ÉTICA – ARTIGOS TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA Primeira Turma de Ética Profissional EM SITE NÃO JURÍDICO PREMITIDOS, DESDE DE QUE NÃO HABITUAIS – A HABITUALIDADE CONFIGURARIA PROPAGANDA IMODERADA E CAPTAÇÃO INDEVIDA DE CLIENTELA. A inexistência de registro junto ao Conselho Seccional da OAB, bem como a utilização de “logo” que leve à conclusão de existência de sociedade de advogados caracteriza infração disciplinar, nos moldes dos arts. 15, § 1º e 34, inciso II, do EAOAB. Prazo oportunizado às consulentes para que regularizem a situação da sociedade de advogados, a qual de fato integram, perante a competente subseção. Os artigos inscritos por advogados em site não jurídico, não podem ser habituais sob pena de se incorrer em propaganda imoderada e captação indevida de clientela. Proc. E-4.837/2017 - v.u., em 17/08/2017, do parecer e ementa do Rel. Dr. ALUISIO CABIANCA BEREZOWSKI, Rev. Dr. GUILHERME MARTINS MALUFE - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

Vedações:

3 Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Resolução 02/2015.

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“Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados:

I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;

II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;

III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público;

IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras;

V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail;

VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela.

Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 394”.

Nesse artigo temos as primeiras vedações à publicidade da advocacia nos

mais diversos meios de comunicação que possam ser considerados “comerciais”.

Não pode, por exemplo, haver um outdoor com frases como, “ligue agora”, “agende

uma consulta”, ou qualquer outra semelhante. Não é permitido também a divulgação

da atividade em espaços públicos, tais como, estações de ônibus e metro.

Nota-se que, eventualmente, em colunas “informativas” publicadas em

imprensa podem referenciar somente o e-mail do advogado autor, como um meio de

esclarecer dúvidas do leitor, sendo proibido a informação de qualquer outro meio de

contato para com o advogado.

Proibido também a distribuição de panfletos ou outras formas de publicidade

com o fim de captação de clientela. Vale ressaltar que a distribuição excessiva de

cartões de visita também pode ser motivo de infração ética, conforme a seguinte

decisão do Conselho de Ética e Disciplina da OAB/SP:

PUBLICIDADE – DISTRIBUIÇÃO INDISCRIMINADA DE CARTÕES DE VISITAS AOS TRANSEUNTES – INADMISSIBILIDADE – INFRAÇÃO ÉTICA – CAPTAÇÃO DE CLIENTELA. O cartão de visita não pode ser distribuído indiscriminadamente na porta do escritório. Equiparado à distribuição de panfletos, atitude vedada pelo Código de Ética e Disciplina,

4 Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Resolução 02/2015.

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caracterizando captação de clientela ou mercantilização da profissão, passível de punição. Deve o cartão ser utilizado com caráter meramente informativo e primar pela discrição e sobriedade, sempre atendendo aos termos disciplinados no Código de Ética e Disciplina. Proc. E-4.842/2017 - v.u., em TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA Primeira Turma de Ética Profissional 17/08/2017, do parecer e ementa da Rel. Dra. MARCIA DUTRA LOPES MATRONE, Rev. Dra. RENATA MANGUEIRA DE SOUZA - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

Divulgação da advocacia com outra atividade:

É permitido placa luminosa em escritório de advocacia, para fins de

identificação, segundo o “parágrafo único” do artigo, sendo observados

principalmente os requisitos do inciso IV, que veda a divulgação dos serviços da

advocacia juntamente com quaisquer outras atividades, ficando expressamente

proibido a indicação de vínculos entre essas.

Vejamos o posicionamento do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP

acerca do assunto:

ADVOGADO – É VEDADO O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA NO MESMO LOCAL EM QUE EXERCE OUTRAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS, DADA A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DO SIGILO PROFISSIONAL – INVIOLABILIDADE DO ESCRITÓRIO, BEM COMO EVITAR CAPTAÇÃO INDEVIDA DE CLIENTELA. Serviços jurídicos não podem ser oferecidos em conjunto com outras atividades, ainda que para o mesmo cliente. Também não pode o profissional advogado manter seu escritório em conjunto com profissionais de outras áreas. Não é possível uma sociedade de advogados ter o mesmo endereço de uma empresa de consultoria e tampouco prestar serviços jurídicos para os clientes desta, sob pena de caracterizar infração ética nos termos do disposto no artigo 34, inciso IV da Lei nº 8.906/94. Proc. E-4.825/2017 - v.u., em 17/08/2017, do parecer e ementa da Rel. Dra. RENATA TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA Primeira Turma de Ética Profissional MANGUEIRA DE SOUZA, Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL – ATIVIDADE DIVERSA DA ADVOCACIA – POSSIBILIDADE DESDE QUE EM LOCAL DISTINTO DO ESCRITÓRIO – VEDAÇÃO A DIVULGAÇÃO CONJUNTA DAS ATIVIDADES – AFRONTA A INSUPERÁVEIS DISPOSITIVOS ÉTICOS E ESTATUTÁRIOS – CAPTAÇÃO DE CLIENTELA E CONCORRÊNCIA DESLEAL E DESRESPEITO AO SIGILO PROFISSIONAL – RESOLUÇÃO 13/97 DESTE TRIBUNAL. Não é vedado a advogados exercerem outras profissões, desde que não ocupem o mesmo espaço físico do escritório de advocacia, não divulguem as atividades em conjunto com a advocacia e não exerçam a advocacia para clientes da outra atividade, nos assuntos a ela relacionados, seja de natureza contenciosa ou consultiva. Observância à Resolução 13/97 deste Tribunal, ao Art. 34, inciso IV, do Estatuto da OAB, e aos Arts. 5º e 7º do Código de Ética e Disciplina da OAB. Precedentes E – 3.963/2008 e E – 3.418/2007. Proc. E-4.068/2011 - v.u., em 24/11/2011, do parecer e ementa do Rel. Dr. EDUARDO TEIXEIRA DA SILVEIRA, com declaração de voto

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convergente do Julgador Dr. RICARDO CHOLBI TEPEDINO - Rev. Dr. FÁBIO DE SOUZA RAMACCIOTTI - Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA.

Publicidade nas redes sociais:

A publicidade nas redes sociais em regra segue a mesma linha de

pensamento do que qualquer outra forma de divulgação da advocacia, deve ser

apenas com intuito de trazer uma informação ao leitor, sem qualquer forma de

mercantilização da profissão.

Assim estabelece o Código de Ética e Disciplina da OAB:5

“Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela.

Art. 42. É vedado ao advogado:

I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social;

Art. 46. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá observar as diretrizes estabelecidas neste capítulo. Parágrafo único. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de captação de clientela”.

Sobre o assunto, também estabelece de forma simples o entendimento do

TED OAB/SP:

EMENTA 1 - PUBLICIDADE DE ADVOGADO NAS REDES SOCIAIS – POSSIBILIDADE – OBSERVÂNCIA DAS NORMAS PERTINENTES A PUBLICIDADE, PROPAGANDA E INFORMAÇÃO DA ADVOCACIA – PRECEDENTES. É lícita a publicidade do advogado em redes sociais, inclusive o patrocínio de páginas e publicações, desde que observados os princípios e normas que regem a publicidade dos advogados em geral (artigos 39 e 47 Código de Ética e Disciplina e Provimento n. 94/2000, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil). O advogado somente deve disponibilizar informações de caráter objetivo e sem a finalidade de angariar clientela, cuidando de evitar autopromoção ou indução de possíveis novos clientes, mediante postagens com citações de decisões favoráveis ou elogios recebidos.

5 Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Resolução 02/2015.

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O advogado deve, também, resguardar a dignidade da profissão e o sigilo das informações que lhe foram confiadas, sob pena de infração ético disciplinar. Proc. E-4.816/2017 - v.u., em 22/06/2017, do parecer e ementa do Rel. Dr. FÁBIO TEIXEIRA OZI, Rev. Dr. FÁBIO PLANTULLI - Presidente Dr. PEDRO PAULO WENDEL GASPARINI.

Advocacia pro bono e publicidade:

É fato que não pode o advogado utilizar-se da advocacia pro bono única e

exclusivamente para promover-se.

Segundo o portal Wikipédia6, a expressão em si significa algo “pelo bem

público”, “para o bem”. Ou seja, uma forma de trabalho voluntário por profissional

capacitado que oferece seus serviços sem qualquer renumeração ou outro objetivo

pessoal.

Vejamos o entendimento do TED OAB/SP:

PUBLICIDADE – ADVOCACIA PRO BONO – IMPOSSIBILIDADE- DEVE SER EXERCIDA DE FORMA EVENTUAL. A pratica da advocacia pro bono não admite publicidade por quem a pratica. Quando praticada por advogado a uma entidade, poderá esta informar que tem assistência de advogados pro bono, sem citar seus nomes, evitando a prática com o intuito de usa-la como instrumento de publicidade e captação de clientela, nos termos do artigo 5º do Provimento 166/2015. Poderá o advogado exercer a advocacia pro bono em caráter eventual, sem habitualidade, conforme Parecer E-4.534/2015 Proc. E-4.714/2016 - v.u, em 17/11/2016, do parecer e ementa da Rel. Dra. MARCIA DUTRA LOPES MATRONE, Rev. Dr. ZANON DE PAULA BARROS - Presidente em exercício Dr. CLAUDIO FELIPPE ZALAF.

Após análise do entendimento acima, qualquer outro argumento dispensa

comentários.

Referências:

- Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil. Resolução 02/2015.

- Ementas do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP.

6 Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjmpL7dv6HXAhXGhpAKHZuHAvMQFggvMAI&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FPro_bono&usg=AOvVaw14t11BVaYleD3hJiVplXwE. Acesso em 27/10/2017.

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- Wikipédia - Advocacia Pro Bono. Disponível em: https://www.google.com.br/url?

sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjmpL7dv6HXAhX

GhpAKHZuHAvMQFggvMAI&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki

%2FPro_bono&usg=AOvVaw14t11BVaYleD3hJiVplXwE. Acesso em 27/10/2017.

- Ementas OAB/SP Sessão 606ª de 17 de agosto de 2017. Disponível em:

https://www.google.com.br/url?

sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiIko-

qwKHXAhWBIpAKHR6vDj4QFggvMAI&url=https%3A%2F%2Fwww.conjur.com.br%2Fdl

%2Fementario-agosto-ted-oab-sp.pdf&usg=AOvVaw3H9pcPIP-xQZ0-bpnDoXJe. Acesso em

27/10/17.

- Ementas OAB/SP – Sessão 605ª de 22 de junho de 2017. Disponível em:

https://www.conjur.com.br/dl/ementario-ted-oab-sp-junho.pdf. Acesso em 28/10/17.

- Ementas OAB/SP – Sessão 592ª de 17 de março de 2017. Disponível em:

https://www.conjur.com.br/dl/ementas-marco-comissao-etica-oab-sp.pdf. Acesso em

28/10/2017.

- CESTARI, Beto. Canal Trilhante. Publicidade – Novo Código de Ética e Disciplina. Disponível

em: https://www.youtube.com/watch?v=z_cipJfcccE&t=136s. Acesso em 02/11/17.

- MESQUITA, Daniel. Canal Estratéria OAB. Revisão do código de Ética e Estatuto da OAB |

Aula Gratuita. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CdD_gqEZIR8&t=4479s.

Acesso em 02/11/17.