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HOME MUNDO DO CINEMA FILMES BRASILEIROS LUGARES MAKING OF A verdadeira história que o filme Philomena não conta Jaqueline Peixer Follow Dec 8, 2017 Concorrendo a quatro Oscar, o filme Philomena conta a trajetória de uma mãe solteira à procura de seu filho, que foi tirado de seus braços pela Igreja Católica em 1952, na Irlanda. Essa emocionante história é baseado na vida de Philomena Lee que foi inspiração para o jornalista Martin Sixsmith escrever o seu livro “O Filho Perdido de Philomena Lee(2014).

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HOME MUNDO DO CINEMA FILMES BRASILEIROS LUGARES MAKING OF

A verdadeira história que o filme Philomena não conta

Jaqueline PeixerFollowDec 8, 2017

Concorrendo a quatro Oscar, o filme Philomena conta a trajetória de uma mãe solteira à procura de seu filho, que foi tirado de seus braços pela Igreja Católica em 1952, na Irlanda.

Essa emocionante história é baseado na vida de Philomena Lee que foi inspiração para o jornalista Martin Sixsmith escrever o seu livro “O Filho Perdido de Philomena Lee” (2014).

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Capa do filme Philomena

SINOPSEEm 1952, na Irlanda, a jovem solteira Philomena Lee (Judi Dench) deu a luz ao seu filho na abadia de Sean Ross, e por ter cometido um pecado de Deus teve que colocar para adoção o seu amado filho. Após alguns anos a criança é adotada por um casal americano e sem se despedir do filho Philomena não o esquecê-lo.

No dia do 50° aniversário de seu filho Anthony, Philomena decide ir à trás de seu paradeiro e encontrou forças junto com ojornalista Martin Sixsmith (Steve Coogan), o qual passava por uma

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crise profissional devido ao seu temperamento forte.

Os dois se desentenderam várias vezes mais ao descobrir informações relevantes sobre Anthony, e a partir desse momento Philomena e Martin começam a criar um intenso laço de amizade que transformará a vida dos dois.

TRAILER

Ficha TécnicaTítulo original: PhilomenaAno: 2013Produção: Paris FilmesDireção: Stephen FrearsElenco: Judi Dench, Steve Coogan, Sophie Kennedy Clark, Anna Maxwell Martin, Peter Hermann, Michelle Fairley, Sean Mahon, Mare WinninghamGênero: DramaNacionalidade: Reino Unido, França e EUA.

OS FATOS REAIS

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Imagens de Philomena Lee, de Martin Sixsmith e de seu filho Michael na abadia Sean Ross

A HISTÓRIA REALPhilomena nasceu em uma pequena vila na Irlanda, aos seis anos de idade sua mãe vem a falecer e seu pai a coloca em um convento junto com suas irmãs, onde elas viveram até os 18 anos. Após sair do convento ela vai morar com a sua tia e após algumas semanas engravida de um lindo rapaz em um festival (como no filme). Quando sua tia percebe que está grávida a envia para a abadia de Sean Ross e sua família comunica a todos que estava morta.

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Cena do primeiro encontro de Philomena com Martin, junto com a sua filha Jane.

Durante os 50 anos Philomena guardou esse segredo tanto por vergonha pelo o que fez, quanto

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pelos traumas que sofreu. Depois de contar para a sua Jane sobre Anthony, ela procurou a ajuda do jornalista Martin Sixsmith para conseguir descobrir algo sobre o irmão, porém Jane também foi tentar foi atrás de mais informações e contatou as autoridades para ver se possuía alguma documentação de adoção daquela época. Foi assim que Jane descobriu o Anthony tinha mudado de nome e que estava morto.

Martin foi mais tarde aos EUA sozinho para descobrir mais sobre a vida deMichael A. Hess. Com as suas buscas conheceu sua irmã adotiva Mary e seu namorado Pete que foram até Londres encontrar Philomena, levando fotos e recordações de Michael.

Durante a gravação do filme que Philomena conhece todo o elenco. Ela desenvolver uma forte amizade com Steve Coogan, e ele a leva para conhecer o Papa Francisco.

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Imagens da lavanderia de Madalena

AS LAVANDERIAS DE MADALENA (MAGDALENE LAUNDRIES)Na abadia de Sean Ross onde Philomena trabalhou (em condições bem piores do que relatada no filme) era uma instituição administrada pela Igreja Católica que abrigava “fallen women” que são mulheres que tiveram filhos fora do casamento, sendo considerado pela religião como uma pecadora que época era motivo para que a mulher seja mantida fora da sociedade.

Existiam várias lavanderias de Madalena espalhadas pelo mundo como no Canadá, na Austrália, na Inglaterra e na Irlanda onde se passa o filme Philomena. Essas instituições

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operaram desde o século 18 até terem seu fim por meados dos anos 1900.

As lavanderias eram dirigidas por freiras católicas que foram acusadas por tratarem as mulheres como escravas, impondo um regime de medo e orações, além de longos votos de silêncio. As instituições não recebiam somente mães solteiras, mas todas as mulheres consideradas como “promíscuas”, criminosas ou que eram consideradas como um fardo à família.

Segundo relatos cerca de 30 mil mulheres foram confinadas nessas instituições na Irlanda, e elas não somente possuíam um trabalho fisicamente exigente, como também eram repreendidas e humilhadas diariamente. Algumas até sofreram abusos sexuais, pois as instituições também davam 

PHILOMENA

uito bompor Roberto CunhaFilmes baseados em fatos reais, quase sempre, vêm acompanhados de um peso, que se acentua quando a obra é um drama. Este é o caso de Philomena, mas ciente do que tinha nas mãos, o cineasta Stephen Frears (sabiamente) procurou não optar pelo caminho lacrimoso e levou o espectador por um interessante percurso, junto com a protagonista. 

Na Irlanda dos anos 1950, uma jovem engravida após uma transa e acaba enviada, pelo próprio pai, para um

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convento. Lá, as freiras costumavam cuidar da criança, em troca do trabalho da mãe e de uma compulsória "concordância" em oferecê-las para adoção. O tempo passou, o menino estaria completando 50 anos e Philomena (Judi Dench) resolve reencontrá-lo. Ela conta a história para um jornalista famoso (Steve Coogan), também às voltas com questões pessoais, e ele vende a ideia da matéria para uma editora. Embora existisse uma certa dúvida se embarcava no projeto por "interesse humano", o conteúdo da investigação, aos poucos, vai se revelando para ele, ateu convicto, uma intensa jornada de descobertas, envolvendo, sobretudo, a religião. 

Coogan também fez o roteiro ao lado de Jef Pope, profissional com experiência em produções para a TV, e o resultado é uma obra redondinha. Tendo como inspiração o livro do jornalista Martin Sixsmith ("The Lost Child of Philomena Lee"), o tal jornalista interpretado por ele leva você por caminhos tortuosos, e no seio da igreja, envolvendo um cruel (e incrível) esquema de "exportação" (de milhares) de crianças para os Estados Unidos. Flertando com os chamados road movies, desloca-se de Londres para Irlanda e Estados Unidos, sempre contrapondo a fé inabalável de uma mulher, que não enxerga maldade na ação das freiras, ao tom ácido das críticas dele. E é esse humor que faz a diferença, atenuando o peso sem deixar que se perca a carga dramática. Assim, será fácil o público se render ao riso em muitos momentos, diante da ingenuidade da protagonista ou da ironia do parceiro dela. 

Entre as curiosidades, um merchandising agressivo da cerveja Guiness (irlandesa) e uma pertinente

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citação do poeta inglês T. S. Elliot sobre a busca. Passando de maneira superficial e elegante pela questão da homossexualidade, a produção tem sequências lindas, como aquela em que os dois (mãe e filho) "se olham": ela para a tela e ele para a câmera, que o filma. Quanto ao elenco, a química da dupla é indiscutível e tem como aliada a bela trilha sonora do premiado Alexandre Desplat, indicada ao Oscar 2014, ao lado de mais três indicações: Melhor Filme, Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado. No Festival de Veneza 2013 foram nove prêmios, mas se sairá ganhando na festa americana, só o tempo dirá. Até porque Philomena é uma caixa de surpresas, para sua personagem principal e para aqueles que desconhecem (ou não querem enxergar, como ela mesma) o que certos dogmas religiosos, em relação ao sexo e o desejo, podem causar.

Philomena | CríticaStephen Frears evita clichês para contar a história real da busca de uma mãe pelo filho

NATÁLIA BRIDI13.02.201418H40ATUALIZADA EM21.09.201415H14

Aos 18 anos, Philomena Lee pecou. Em uma noite de liberdade, na feira de uma pequena cidade na Irlanda, conheceu um belo rapaz que trabalhava nos correios. Ele elogiou sua beleza e ofereceu cerveja. Ela aceitou e se deixou levar pelo toque que despertava coisas que nunca sentira antes. Meses depois, as consequências do “crime” começaram a aparecer. Sua penitência duraria mais de 50 anos.PHILOMENA

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Por muitos séculos, o pecado serviu como moeda de troca na igreja Católica. O medo mantinha os fiéis na linha e a culpa aterrorizava as almas perdidas. O convento da Abadia de San Ross seguia essa lógica, abrigando e punindo pecadoras como Philomena. As freiras faziam o parto e acolhiam as crianças. Ou as mães pagavam a quantia de 100 Libras, ou estavam condenadas a quatro anos de trabalho escravo para quitar suas dívidas. As visitas aos filhos ficavam restritas a poucos minutos por dia e dependiam da sorte. As crianças poderiam ser adotadas a qualquer momento.Em 2004, o jornalista Martin Sixsmith, em meio a uma crise profissional, encontrou a história de Philomena. Há 50 anos ela procurava o filho, Anthony, vendido pelas religiosas de San Ross para um casal americano. Como lembrança, tinha apenas uma foto, contrabandeada por uma das freiras menos rigorosas. Pelas mãos de Stephen Frears essa busca chega agora ao cinema.Judi Dench encarna a personagem-título. Uma mulher que, apesar do sofrimento, manteve sua fé e ingenuidade, sem em nenhum momento parecer tola. Seu mal sempre fora a sinceridade - questionada pelas freiras se havia gostado do pecado, sua resposta foi “Sim, madre superiora”. A doçura da interpretação de Dench contrasta com o humor seco de Steve Coogan como Sixsmith.  O comediante, que também colaborou com Jeff Pope no roteiro do filme, tem a arrogância perfeita para conduzir a narrativa sem se deixar levar pelos clichês hollywoodianos compatíveis com a temática - a pobre e inocente mãe, as freiras más, o jornalista em busca de redenção, a amizade entre duas pessoas diferentes.

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Em nenhum momento os personagens são simplificados e Frears sabe se aproveitar da qualidade dos seus atores para não banalizar uma história tão emocional. Philomena é uma mulher complexa e é isso o que o filme mostra. A naturalidade com que a senhora católica aceita a sexualidade do filho perdido, por exemplo, é uma lição em tempos que “beijos gays” ainda  geram tanta discussão. Dench a retrata com carinho e consegue passar apenas pelos olhos, profundamente azuis, a tristeza carregada por Philomena desde a perda do filho - e Frears capta bem essa qualidade em uma das cenas finais. A trilha de Alexandre Desplattambém colabora para amarrar o tom leve, mas contundente.Mesmo que não leve nenhum dos quatro Oscars a que está indicado (Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora e Melhor Atriz), Philomena é um filme que vale ser visto. É uma história dolorosa e emocional retratada com verdade, o que não acontece sem

Philomena9 MAR

Publicado por x-28

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Título original: Philomena [2013]A história do filme

Philomena Lee é uma mãe solteira que é enviada a um convento, onde fica encarcerada por anos. As freiras a obrigam a colocar o filho, Anthony,  3, para adoção. Anthony é adotado por um casal americano e some no mundo. 50 anos depois, Philomena conta a história para a filha Jane, que pede ajuda do jornalista Martin Sixsmith para encontrar o menino.

A história realSegundo a própria Philomena Lee, “Sim, o filme é uma reprodução fiel da minha história da forma como contei para o jornalista Martin Sixsmith e depois para o diretor Stephen Frears. É claro que o filme tem algumas licenças artísticas, por exemplo, eu não viajei para os EUA com o jornalista. Mas o cerne da história é a minha história.” (entrevista do jornal italiano La Stampa, leia na íntegra ao final do post)

Ela também conta que a amizade mostrada no filme se deu mais entre ela e o ator Steve Coogan do que com o verdadeiro Martin. Eles se tornaram amigos durante as gravações e Steve, inclusive, levou-a para conhecer o Papa Francisco, em Roma. Além disso, na vida real, não foi Martin que descobriu que o filho dela estava morto, e sim sua filha Jane.

Quando Philomena contou a história para ela, no que seria o aniversário de 50 anos de Anthony, Jane entrou em contato com a agência americana que mediou a adoção e conseguiu informações sobre Anthony. Martin foi mais tarde aos Estados Unidos para descobrir mais sobre a vida dele, e encontrou sua irmã Mary (que foi mesmo adotada com ele) e seu namorado Pete, que foi à Londres encontrar Philomena e levou fotos de Anthony/Michael (nada como o Pete chato do filme). Pete deu a Philomena o anel céltico que Anthony/Michael usava – e ela não tira o anel do dedo.

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Philomena e Steve Coogan se tornaram bons amigos. Ela foi até à cerimônia do Oscar.

Vida de Philomena antes de Anthony: Nasceu em uma pequena vila na Irlanda. Sua mãe morreu quando ela tinha apenas seis anos e o pai colocou ela e três irmãs em um convento, onde Philomena viveu até os 18 anos. Quando saiu, ela foi morar com uma tia e algumas semanas depois engravidou (num festival, igual ao filme). A tia que percebeu a gravidez – Philomena não sabia o que era estar grávida, nem o que era sexo, esses assuntos era proibidos no convento onde cresceu.  Ela foi enviada para a abadia de Sean Ross, e o pai disse a todos que ela estava morta. O restante aconteceu de forma bem semelhante ao filme.As lavanderias Magdalen Laundries, onde Philomena trabalhou, eram na realidade bem piores do que o filme dá a entender. Os asilos e lavanderias Magdalene encarceravam mulheres consideradas um risco à sociedade, chamadas´fallen women´ (mulheres caídas), que eram as mães solteiras, prostitutas e até moças consideradas “bonitas demais para a sociedade”. Essas mulheres eram enviadas às lavanderias onde ficavam presas e trabalhavam de maneira escrava, lavando roupas, cozinhando, cuidando de religiosos enfermos, limpando os conventos. Elas passavam fome, tinham os nomes mudados, os filhos vendidos, eram obrigadas a rezar por horas e fazer votos de silêncio que duravam longos períodos. Acredita-se que mais de 30 mil jovens tenham sido escravizadas pelos Magdalen Asylum.O filme Magdalen Sisters (As Irmãs Madalena) é baseado em fatos reais (haha, ainda não investigamos esse!) e conta a história de meninas encarceradas nos asilos Magdalen (sinopse aqui). Assista ao trailer em

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inglês aqui. Encontramos também o filme legendado completo no YouTube, veja aqui.Philomena iniciou um projeto (o Philomena Project) para ajudar as mães dos Magdalen Asylums a encontrar seus filhos perdidos. Visite aqui o site – e assine a petição para pedir a liberação dos arquivos de adoção dos conventos às mães das crianças.Leia aqui   um depoimento de Philomena sobre sua vida (original em inglês, para a versão traduzida do google, clique aqui)O livro Philomena, de Martin Sixmith, já está disponível em português pela ed. Verus. Veja aqui.

Philomena Lee jovem. CLIQUE PARA AMPLIAR

Anthony no convento.

Filhos de mães solteiras no refeitório do Sean Ross Abbey

Anthony chegando nos EUA.

Anthony (agora Michael Hess) em seu primeiro natal nos EUA.

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Michael Hess (Anthony) em 1988. Ele morreu em 1995.

Michael e Irmã Hildegrade no Sean Ross.

Philomena no túmulo de Michael, 2004. Fotos do DailyMail.co.uk

Com o Papa Francisco. Foto do Philomena Project.

Traduzimos abaixo a entrevista de Philomena Lee ao jornal La Stampa. Leia também em inglês, italiano ou  espanhol .La Stampa – Você reencontrou outras mulheres que foram mães solteiras como você e tiveram que dar seus filhos para adoção?Philomena – Não porque mudavam nossos nomes no convento. Por três anos meu nome foi Marcela. E todas as garotas que conheci naquela época e estavam na minha situação tinham nomes diferentes do que têm agora. Então quando me perguntaram anos mais tarde se eu conhecia fulana ou fulana, eu dizia que não, porque nos conhecíamos por outros nomes. Também tínhamos

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vergonha por termos sido mães adolescentes então não conversávamos muito. Eu só compartilhei minha experiência com uma outra menina, mas nós perdemos contato.LS – O que você sentiu quando conheceu o Papa?P – Faziam você se sentir muito mal por ter tido um filho fora do casamento. Eu carreguei essa culpa dentro de mim por 50 anos, sem contar para ninguém. A única pessoa que sabia era meu irmão. Quando eu conheci o Papa, me senti finalmente livre, eu não precisava mais me sentir culpada. Eu espero e acredito que o Papa Francisco vai estar ao meu lado na minha luta para ajudar milhares de mães e filhos a descobrirem a verdade sobre suas próprias histórias.LS – Você considera o Vaticano responsável pelo que aconteceu com você?P- Eu era muito jovem à época; eu nunca me perguntei esse tipo de coisa. Eu não sei quem foi responsável ou o quanto foi. As coisas simplesmente deram nisso. É claro, quando eu sai de lá estava desapontada, brava, machucada e triste; eu estava brava com todo mundo. Até perdi um pouco da minha fé. Mas eu não podia ter vivido em amargura por 62 anos. Eu também trabalhei como enfermeira num hospital psiquiátrico por um tempo e depois de ter contato com a dor de muitos outros, uma dor que era ainda maior do que a minha, eu meio que coloquei meu sofrimento de lado. Eu não estou ressentida, não mais.