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REVISIONAL – PORTUGUÊS – 2º ANO (19/06/2017) TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O texto abaixo serve de base para responder à(s) questão(ões) a seguir. 1. (G1 - ifal 2016) Considerando o anúncio, assinale a alternativa falsa quanto às análises sintática, semântica e morfológica dos elementos textuais. a) Ainda que nomeie uma “rede de solidariedade”, a palavra “Fortalece”, em “O Fortalece Aí...”, é masculina, pois a ela antepõe-se o artigo “o”. b) Por ser tomada materialmente, a palavra “Fortalece”, em “O Fortalece Aí”, mudou a sua classificação de verbo para substantivo. c) A voz a que o texto faz menção é apenas a que compõe o balão de fala no alto do anúncio, ou seja, a voz dos idosos, cujo abrigo precisa de doações. d) O termo “dessas pessoas” faz referência a todos os integrantes das instituições de diversos segmentos sociais, apoiadas pela rede de solidariedade “Fortalece Aí”.

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Page 1:  · Web view01) Entre o título “Gramática amorosa” e o início do texto, está presente o “olho”, ou seja, uma espécie de subtítulo frequentemente encontrado em textos

REVISIONAL – PORTUGUÊS – 2º ANO (19/06/2017)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O texto abaixo serve de base para responder à(s) questão(ões) a seguir.

1. (G1 - ifal 2016) Considerando o anúncio, assinale a alternativa falsa quanto às análises sintática, semântica e morfológica dos elementos textuais. a) Ainda que nomeie uma “rede de solidariedade”, a palavra “Fortalece”, em “O

Fortalece Aí...”, é masculina, pois a ela antepõe-se o artigo “o”. b) Por ser tomada materialmente, a palavra “Fortalece”, em “O Fortalece Aí”, mudou a

sua classificação de verbo para substantivo. c) A voz a que o texto faz menção é apenas a que compõe o balão de fala no alto do

anúncio, ou seja, a voz dos idosos, cujo abrigo precisa de doações. d) O termo “dessas pessoas” faz referência a todos os integrantes das instituições de

diversos segmentos sociais, apoiadas pela rede de solidariedade “Fortalece Aí”. e) No alto-falante, há um período simples formado por um verbo no imperativo e um

advérbio de lugar, que alude ao receptor da mensagem, indicando que este deve, de onde estiver, colaborar com o grupo “Fortalece Aí”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia este texto para responder à(s) questão(ões) a seguir.

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Heráclito não poderia ser mais certeiro ao afirmar que "um homem não pode entrar no mesmo rio duas vezes”. Pode ser que os brasileiros nunca mais entrem no Rio Doce assim, doce.

“Lira Itabirana”

I

O Rio? É doce.A Vale? Amarga.Ai, antes fosseMais leve a carga.

II

Entre estataisE multinacionais,Quantos ais!

III

A dívida interna.A dívida externa.A dívida eterna.

IV

Quantas toneladas exportamosDe ferro?Quantas lágrimas disfarçamosSem berro?

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Do Portal Vermelho, Mariana Serafini. In: http://www.vermelho.org.br/noticia/272915-11

2. (G1 - ifal 2016) Uma alternativa está errada na análise sintático-morfológica abaixo. Assinale-a a) Em: “Rio Doce”, “Doce” é um substantivo próprio, funcionando como um aposto

especificativo, porque individualiza o substantivo “rio”, de sentido genérico. b) A palavra “Doce”, destacada em: “Pode ser que os brasileiros nunca mais entrem no

Rio Doce assim, doce.” e em: “O Rio? É doce.”, tem as respectivas funções sintáticas: aposto e predicativo.

c) No verso: “Mais leve a carga.”, a palavra “leve” funciona como predicativo do sujeito “a carga”.

d) Em: “Quantos ais!”, a palavra “ais” está no plural porque é um substantivo, o que não pode acontecer com “ai” em: “Ai, antes fosse”, que é uma interjeição.

e) As expressões “De ferro” e “Sem berro”, na última estrofe do poema, são adjuntos adnominais de “toneladas” e “lágrimas”, respectivamente.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Texto para a(s) questão(ões) a seguir.

Gramática amorosaPiscadelas, gestos sutis com as mãos e até tosses e escarradas eram usados como forma de mostrar interesse pelo sexo oposto

Na Idade Moderna, erotismo designava “o que tivesse relação com o amor”. Como essa definição se materializaria na prática? Há registros de estratégias de sedução que soariam pouco familiares e mesmo pueris aos olhos de hoje. É o caso do “namoro de bufarinheiro”, descrito por Julio Dantas, corrente em Portugal e também no Brasil, ao menos nas cidades. Consistia em passarem os homens a distribuir piscadelas e a fazerem gestos sutis com as mãos e bocas para as mulheres que se postavam à janela, em dias de procissão, como se fossem eles bufarinheiros a anunciar seus produtos. É também o caso do “namoro de escarrinho”, costume luso-brasileiro dos séculos 17 e 18, no qual o enamorado punha-se embaixo da janela da moça e não dizia nada, limitando-se a fungar à maneira de gente resfriada. Caso a declaração fosse correspondida, seguia-se uma cadeia de tosses, assoar de narizes e cuspidelas. Escapa-nos, sobremaneira, o apelo sedutor que os tais “escarrinhos” poderiam ter naquele tempo, mas sabe-se que, até hoje, no interior do país, o namoro à janela das moças não desapareceu de todo. [...]

Adaptado de: Mary Del Priore, Revista Aventuras na História. Edição 139, fevereiro/2015, ano 12, nº 3, p.56.

3. (Uepg 2016) No que se refere aos elementos que estruturam o texto, assinale o que for correto. 01) Entre o título “Gramática amorosa” e o início do texto, está presente o “olho”, ou

seja, uma espécie de subtítulo frequentemente encontrado em textos jornalísticos como, por exemplo, a notícia ou a reportagem.

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02) O advérbio também utilizado no início do 6º período do texto: “É também o caso do...” retoma a expressão “registros de estratégias de sedução...” no início do terceiro período.

04) No 7º período, “a declaração” refere-se ao ato de “distribuir piscadelas e a fazerem gestos sutis com as mãos e bocas...”.

08) No 5º período, “Consistia em (1) passarem os homens a distribuir piscadelas e a (2) fazerem gestos sutis com as mãos e bocas para as mulheres (3) que se postavam à janela...”. 1 e 2 são orações subordinadas substantivas objetivas indiretas que estão subordinadas ao verbo principal consistia. Já 3, é uma oração subordinada adjetiva restritiva e está subordinada ao substantivo mulheres.

16) A palavra “caso”, utilizada no 4º, 6º e 7º períodos do texto apresenta sempre o mesmo sentido em todas as ocorrências e refere-se à expressão “registros de estratégias de sedução”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o poema, abaixo, e responda à(s) questão(ões) a seguir.

estupor

esse súbito não teresse estúpido quererque me leva a duvidarquando eu devia crer

esse sentir-se cairquando não existe lugaraonde se possa ir

esse pegar ou largaressa poesia vulgarque não me deixa mentir

(LEMINSKI, P. Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 249.)

4. (Uel 2016) Acerca dos pronomes presentes no poema, assinale a alternativa correta. a) As várias ocorrências de “esse” têm função coesiva e remetem ao “estupor” do título. b) A segunda ocorrência de “que” reintroduz a ideia segundo a qual a poesia é uma

mentira. c) Na primeira estrofe, “me” e “eu” indicam, respectivamente, o poeta e o narrador. d) As duas ocorrências do “se”, na segunda estrofe, refletem a tensão entre eu lírico e

leitor. e) No último verso, “me” é complemento do verbo “mentir”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia a crônica abaixo e responda à(s) questão(ões) a seguir.

O Desaparecido

Tarde fria, e então eu me sinto um daqueles velhos poetas de antigamente que

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sentiam frio na alma quando a tarde estava fria, e então eu sinto uma saudade muito grande, uma saudade de noivo, e penso em ti devagar, bem devagar, com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundo e bom que parece que estou te embalando dentro de mim.

Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico. Olho-me ao espelho e percebo que estou envelhecendo rápida e definitivamente; com esses cabelos brancos parece que não vou morrer, apenas minha imagem vai-se apagando, vou ficando menos nítido, estou parecendo um desses clichês sempre feitos com fotografias antigas que os jornais publicam de um desaparecido que a família procura em vão.

Sim, eu sou um desaparecido cuja esmaecida, inútil foto se publica num canto de uma página interior de jornal, eu sou o irreconhecível, irrecuperável desaparecido que não aparecerá mais nunca, mas só tu sabes que em alguma distante esquina de uma não lembrada cidade estará de pé um homem perplexo, pensando em ti, pensando teimosamente, docemente em ti, meu amor.

(BRAGA, R. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 2013. p. 465.)

5. (Uel 2016) Sobre a linguagem e seus recursos empregados na crônica, considere as afirmativas a seguir.

I. A adjetivação é intensa nessa crônica.II. A seleção lexical da crônica revela a subjetividade do autor.III. A linguagem é denotativa, para transmitir as informações desejadas, conforme

requer esse gênero textual.IV. Trata-se de linguagem concisa, clara e adequada à situação de comunicação.

Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

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Bons (in)ventos

Universitários mineiros se destacam no desenvolvimento de protótipos de aviõesAlessandra Ribeiro

“Urrú! É pão de queijo!”. O grito de comemoração tornou-se recorrente na premiação do campeonato anual promovido nos Estados Unidos pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE, na sigla em inglês), a Aerodesign East Competition. O desafio consiste em projetar e construir aeronaves radiocontroladas, com capacidade de transportar cargas. Na última edição, encerrada em março, com a participação de 75 grupos das Américas, da Ásia e da Europa, duas equipes mineiras alcançaram o segundo lugar, em diferentes categorias: a Uirá, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), na classe “regular”, e a Trem Ki Voa, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), na “micro”.

Instituições mineiras de ensino superior figuram anualmente na lista de vencedores da competição desde 2006, quando o primeiro e o segundo lugares da classe “regular” ficaram, respectivamente, com as equipes Uai-So-Fly, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Tucano, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pouco antes, em 2004, o grupo CEAV-UAV, também da UFMG, havia conquistado o vice-campeonato. Nessa categoria, os participantes devem construir aeronaves com dimensões totais de, no máximo, metros, capazes de decolar na distância máxima de metros, com o uso de motores elétricos limitados à potência de

watts. O uso de materiais compostos – como fibra de carbono ou vidro – é vetado na estrutura dos aviões.

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Já na classe “micro”, os protótipos devem ter dimensões reduzidas e pesar, em média, gramas. Além disso, a equipe precisa transportar a aeronave dentro de um tubo de centímetros de diâmetro. Quanto menor o comprimento do tubo, mais pontos são ganhos. As aeronaves também têm de usar motores elétricos e decolar por lançamento manual. Foi nesta categoria que a Trem Ki Voa (TKV), da UFSJ, subiu pela primeira vez no pódio da Aerodesign East Competition.

A equipe micro teve sua participação iniciada em 2010, por iniciativa de estudantes do curso de Engenharia Mecânica. “De lá para cá, participamos de todas as competições, sendo vice-campeões nacionais em 2012 e 2014 e vice-campeões mundiais em 2015”, conta o professor Cláudio Pellegrini, orientador do grupo, que conta com o apoio do Programa Santos Dumont, da FAPEMIG. O edital batizado com o nome do “pai da aviação”, natural de Minas Gerais, estimula o espírito empreendedor de alunos de graduação, por meio do financiamento de projetos focados em iniciação tecnológica. O apoio financeiro abrange a participação de equipes em competições de caráter educacional, como as promovidas pela SAE.

A TKV é “filha caçula” da equipe regular da UFSJ, a Coiote, criada em 2001. Três anos mais tarde, as duas se unificaram e decidiram adotar a alcunha Trem Ki Voa, uma referência (ou reverência) ao dialeto mineiro. Os nomes das equipes, aliás, demonstram o nível de criatividade dos participantes. Na mesma universidade, a NoizAvua, que reúne estudantes das engenharias Civil, Mecatrônica e de Telecomunicações do campus Alto Paraopeba, estreou em 2012 na SAE Brasil Aerodesign, competição brasileira que garante a classificação ao desafio internacional. Já na primeira participação, o grupo recebeu menção honrosa por apresentar o melhor projeto não custeado. Desde então, já conseguiu patrocínios pontuais, um deles também viabilizado pelo programa da FAPEMIG.

“Para esses estudantes, o projeto e a construção de uma aeronave de carga não tripulada controlada a distância é uma oportunidade única de testar seus conhecimentos, de modo a desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe e integrar os conhecimentos adquiridos ao longo das várias unidades curriculares, por vezes tão distintas, de seu curso”, avalia Cláudio Pellegrini (...). O professor ressalta que isso vale, inclusive, para os estudantes sem formação específica em aeronáutica – caso das equipes da UFSJ. “A participação também desenvolve a autonomia no aprendizado, característica essencial em um mercado de trabalho em constante mudança”, acrescenta.

Fonte: MINAS FAZ CIÊNCIA, jun/jul/ago de 2015. P. 31-2.

6. (Ufjf-pism 2 2016) Releia a frase:

“Na última edição, encerrada em março, com a participação de 75 grupos das Américas, da Ásia e da Europa, duas equipes mineiras alcançaram o segundo lugar, em diferentes categorias: a Uirá, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), na classe “regular”, e a Trem Ki Voa, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), na “micro”.”

Na frase acima, “micro” exerce a função de adjetivo. Entretanto, não está explicito o substantivo que ele qualifica, que seria: a) classe. b) avião. c) edição. d) grupo.

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e) equipe.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: A JUVENTUDE MERECE MAISPor: Alan [email protected]

Aos 16 anos de idade, uma pessoa pode ter inúmeras ocupações, anseios, possibilidades e perspectivas de vida em nossa sociedade. Com 16 anos, geralmente as/os adolescentes estão cursando o ensino médio, às vezes fazendo um curso técnico concomitante, outros têm a oportunidade de cursar uma língua estrangeira, estudar música, teatro, circo, artes, praticar esportes, viajar para outros estados, países, tudo isso partindo de uma perspectiva otimista. Nesta idade surgem novas responsabilidades: o voto é facultativo e, com a permissão dos pais, pode ser emancipado. Mas ainda é uma fase de experimentação, de descobertas, de “primeiras vezes”.

Segundo a Constituição do país, crianças e adolescentes deveriam ter preferência na formulação e execução de políticas públicas. O documento ressalta também a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. No Brasil, nem todos gozam das mesmas oportunidades: muitos nessa faixa etária estão em situação de exploração sexual, gravidez precoce, dependência química, violência doméstica, evasão escolar.

Atualmente um dos temas mais discutidos na agenda política do país é a redução da maioridade penal. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/1993 encontra-se em análise pelo Congresso Nacional. Criada pelo hoje ex-deputado Benedito Domingos (PP), a proposta prevê que a maioridade penal seja reduzida para 16 anos. Depois de aprovada pela maioria dos deputados na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a PEC agora é debatida em uma comissão especial da Casa, que tem cerca de três meses para analisar o projeto. Em seguida, será votado novamente e, se aprovada, seguirá para o Senado.

Partindo do princípio de que o debate está sendo travado no campo da segurança pública, a atual proposta sugere a responsabilização da juventude pelos altos índices de violência do país. É preciso apontar que não é a maioridade civil que está em pauta, mas a penal. Os que desejam a emenda na constituição argumentam que isso resultará na diminuição da criminalidade; que a lei não pune ou quando pune não é rigorosa o suficiente; se com 16 anos, o jovem possui maturidade intelectual suficiente para votar, logo, também pode ser responsabilizado criminalmente por delitos. Ou seja, com essa medida, o Estado passaria a reconhecer a maioridade de um indivíduo fundamentalmente para puni-lo.

Eduardo Alves, sociólogo e um dos diretores do Observatório de Favelas, critica o viés pelo qual o assunto é abordado, discutindo a maioridade pelo aspecto penal e não civil: “Quando se formula políticas para a juventude é necessário pensar no presente e no futuro, pois, o jovem de hoje é o adulto de amanhã. Que tipo de adulto formaremos retirando dois anos da juventude? Retirar dois anos significa inclusive uma redução de investimentos em políticas para a juventude, ou seja, consideramos que já há investimento suficiente? Há violência de sobra em nossa sociedade e a responsabilidade disso é dos adultos e não da juventude. Cabe aos adultos elaborar políticas que diminuam a violência e potencializem a cultura de direitos na juventude. Se a responsabilidade, portanto, é dos adultos, por que diminuir dois anos da juventude? Por que ampliar o tempo de punição daqueles que não são os principais responsáveis?”,

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questionou Alves.

E A VIOLÊNCIA PRATICADA CONTRA A JUVENTUDE?A maioria das justificativas e a proposta em si da PEC afirma em suas negativas

que pretende combater a violência praticada por adolescentes, alargando a faixa etária passível de punição penal. Porém, raramente (ou nunca) aparece na consideração de seus defensores os números alarmantes que retratam a violência sofrida pelos jovens, como mostra o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) – estudo recentemente divulgado pelo Observatório de Favelas, Unicef, Secretaria de Direitos Humanos e Laboratório de Análise da Violência da UERJ. De acordo com a pesquisa, mais de mil adolescentes (12 a 18 anos) poderão ser vítimas de homicídio nos municípios com mais de mil habitantes entre 2013 e 2019. Os jovens negros são as vítimas mais recorrentes. Ou seja, a principal vítima da violência, principalmente a violência letal é a juventude.

Para o delegado Orlando Zaconne, há uma inversão de pautas quando se discute segurança pública no Brasil. “Na verdade, o grande tema não é a violência praticada por adolescentes, mas a violência praticada contra adolescentes. O Brasil é um dos países com maiores índices de violência contra a criança e o adolescente, mas nada disso parece escandalizar a sociedade. E a pauta da redução da maioridade penal serve inclusive para omitir esse dado” – disse Zaconne em vídeo de policiais civis contra a redução. Além do IHA, existem outras pesquisas relacionadas ao tema, que demonstram a deficiência do Estado em cumprir as leis já existentes, mas pouco aplicadas, no que tange a garantia dos direitos do adolescente e na reintegração social daqueles que cumpriram pena. Vale lembrar que o Brasil já está comprometido com pelo menos três pactos internacionais: a Convenção da ONU (1948), que considera maioridade penal como 18 anos; a Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica – 1969), que separa o tratamento dado à criança e ao adolescente do adulto; e a Convenção dos Direitos da Criança (1990), da qual nasceu o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Além disso, a legislação brasileira já responsabiliza toda pessoa acima de 12 anos por atos ilegais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o jovem deve merecer medidas socioeducativas, como advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. A medida é aplicada segundo a gravidade da infração. Enquanto nas penitenciárias o percentual de reincidência no crime é de no sistema socioeducativo esse número cai para Com efeito, esses dados mostram gargalos da atuação do Estado nesse âmbito, que a atual proposta parece ignorar. O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e o Plano Individual de Atendimento (PIA), previstos como ferramentas para reintegração de jovens infratores à sociedade, chegam a apenas dos adolescentes apreendidos no Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

MELHOR PREVENIR QUE REMEDIAR(...)Embora careça de melhorias e adaptações, o ECA é um dos documentos que

tratam da garantia de direitos da criança e do adolescente e deveria pautar as ações para essa parte da população. Em entrevista à Revista Fórum, o advogado Ariel de Castro Alves, membro do grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo e do Movimento Nacional de Direitos Humanos destacou a importância das ações preventivas: “O Estatuto da Criança e do Adolescente tem o caráter mais preventivo do que repressivo. Se o ECA

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fosse realmente cumprido, sequer teríamos adolescentes cometendo crimes. Se o Estado exclui, o crime inclui. A ausência de políticas públicas, programas e serviços de atendimento, conforme prevê a lei, e a fragilidade do sistema de proteção social do país favorecem o atual quadro de violência que envolve adolescentes como vítimas e protagonistas” – explicou Ariel.

(...)Sendo a juventude o futuro do país, é preciso debatê-la afirmando seus valores e

potências. Em vez de sugerir redução dos seus direitos, faz-se necessário pensar e criar alternativas para as necessidades específicas desse grupo. O que está em debate são as possibilidades de crescimento a que os jovens têm ou deveriam ter acesso. Reivindicar o direito de puni-los como adultos é ceifar direitos e oportunidades e diminuir o tempo da fase mais importante da formação humana A nossa juventude merece mais, muito mais!

http://of.org.br/noticias-analises/a-juventude-merece-mais/. Adaptado.

7. (Ufjf-pism 3 2016) Releia o trecho abaixo:

Para o delegado Orlando Zaconne, há uma inversão de pautas quando se discute segurança pública no Brasil. “Na verdade, o grande tema não é a violência praticada por adolescentes, mas a violência praticada contra adolescentes”.

Nesse trecho, o jogo linguístico feito pelo delegado Zaconne para mostrar a “inversão de pautas” na política de segurança pública brasileira foi o uso: a) da locução “na verdade” para mostrar que ele, sim, diz uma verdade. b) do adjetivo “grande” para destacar a importância do tema. c) de duas preposições diferentes, o que troca a pauta a ser debatida. d) de um advérbio de negação para inverter o sentido do enunciado. e) de uma conjunção adversativa para confirmar o que foi dito antes.

8. (Ufjf-pism 3 2016) Releia o trecho a seguir:

Além disso, a legislação brasileira já responsabiliza toda pessoa acima de 12 anos por atos ilegais. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o jovem deve merecer medidas socioeducativas, como advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviço à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. A medida é aplicada segundo a gravidade da infração. Enquanto nas penitenciárias o percentual de reincidência no crime é de no sistema socioeducativo esse número cai para Com efeito, esses dados mostram gargalos da atuação do Estado nesse âmbito, que a atual proposta parece ignorar.

O pronome relativo QUE, marcado na última sentença, retorna o termo: a) percentual. b) sistema. c) dados. d) gargalos. e) proposta.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A(s) questão(ões) a seguir estão relacionadas ao texto abaixo.

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Quando a 1economia 2política clássica nasceu, no Reino Unido e na França, ao final do século XVIII e início do século XIX, a questão da distribuição da renda já se encontrava no centro de todas as análises. Estava claro que 3transformações radicais entraram em curso, propelidas pelo crescimento 4demográfico sustentado – inédito até então – e pelo início do êxodo rural e da Revolução Industrial. Quais seriam as consequências sociais dessas mudanças?

Para Thomas Malthus, que 5publicou em 1798 seu Ensaio sobre o princípio da população, não restava dúvida: a superpopulação era uma ameaça. Preocupava-se

especialmente com a situação dos franceses vésperas da Revolução de 1789, quando havia miséria generalizada no campo. 6Na época, a França era 7de longe o país mais populoso da Europa: por volta de 1700, já contava com mais de 20 milhões de habitantes, enquanto o Reino Unido tinha pouco mais de 8 milhões de pessoas. A 8população francesa se expandiu em ritmo crescente ao longo do século XVIII, aproximando-se dos 30 milhões. Tudo leva a crer que esse 9dinamismo demográfico, desconhecido nos séculos anteriores, contribuiu para a 10estagnação dos salários no campo e para o aumento dos rendimentos associados à 11propriedade da terra, sendo,

portanto, um dos fatores que levaram Revolução Francesa. 12Para evitar que torvelinho 13similar vitimasse o Reino Unido, Malthus argumentou que 14toda assistência aos 15pobres deveria ser suspensa de imediato e a taxa de natalidade deveria ser severamente controlada.

Já David Ricardo, que publicou em 1817 os seus Princípios de economia política e tributação, preocupava-se com a 16evolução do preço da terra. Se o crescimento da população e, 17consequentemente, da produção agrícola se prolongasse, a terra tenderia a se 18tornar escassa. De acordo com a lei da oferta e da procura, o preço do bem escasso – a terra – deveria subir de modo contínuo. No limite, 19os donos da terra receberiam uma parte cada vez mais significativa da renda nacional, e o 20restante da população, uma parte cada vez mais reduzida, 21destruindo o equilíbrio social. De fato, 22o valor da terra permaneceu alto por algum tempo, mas, ao longo de século XIX, caiu em relação

outras formas de riqueza, à medida que diminuía o peso da agricultura na renda das nações. 23Escrevendo nos anos de 1810, Ricardo não poderia antever a importância que o progresso tecnológico e o crescimento industrial teriam ao longo das décadas seguintes para a evolução da distribuição da renda.

Adaptado de: PIKETTY, T. O Capital no Século XXI. Trad. de M. B. de Bolle. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. p.11-13.

9. (Ufrgs 2016) Geralmente, substantivos denotam seres ou coisas. Às vezes, no entanto, podem denotar ação ou processo. Assinale a alternativa que contém um substantivo que, no texto, denota processo. a) economia (ref. 1) b) estagnação (ref.10) c) similar (ref. 13) d) tornar (ref. 18) e) restante (ref. 20)

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

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Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

Português no topo das línguas mais importantes

A língua portuguesa é a segunda língua mais importante no mundo dos negócios, pelo menos para quem tem o inglês como língua materna. Quem o diz é Ofer Shoshan, um colaborador da revista norte-americana Entrepeneur, num artigo divulgado esta semana.Espanhol, português e chinês são, na opinião do autor do artigo, as línguas que “todos os diretores executivos de empresas globais devem aprender”. A lista refere um total de 6 línguas, incluindo o russo, o árabe e o alemão.“A língua portuguesa já é a quarta língua mais traduzida, na nossa empresa, o que reflete o seu crescimento nos últimos anos”, diz Ofer, que é o diretor executivo da empresa de traduções One Hour Translations.O autor admite, contudo, que este aumento da ‘procura’ da língua portuguesa está ligado ao Brasil e não a Portugal, já que “a economia brasileira está a deixar de ser emergente para passar a ser uma das mais ricas do mundo, com uma população gigantesca, vastos recursos naturais e uma forte comunidade tecnológica”.Ofer Shoshan recorda que o próprio Bill Gates assumiu, recentemente, um dos seus maiores arrependimentos: não falar uma segunda língua para além do inglês.Por outro lado, o autor refere o momento em que o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, “mostrou um impressionante domínio da língua chinesa, durante uma visita, em outubro passado, a uma universidade de Pequim”.“Ao aprender chinês, Zuckerberg demonstrou que dominar a língua local é fundamental para aprofundar relações de negócio e conquistar a alma e o coração dos mercados”, diz Ofer Shoshan.

Disponível em: https://iilp.wordpress.com/2015/05/06/portugues-no-topo-das-linguas-mais-importantesAcesso em:23/05/2015. Adaptado.

10. (Upe-ssa 1 2016) Como em todo texto, o autor utiliza diversos recursos coesivos, que colaboram para a coerência textual. Acerca desses recursos, é CORRETO afirmar que

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a) no trecho: “Quem odiz é Ofer Shoshan” (1º parágrafo), o termo destacado faz referência ao substantivo próprio que vem logo em seguida (Ofer Shoshan).

b) o trecho: “Espanhol, português e chinês são, na opinião do autor do artigo,” (2º parágrafo) apresenta certa incoerência, já que o leitor não tem como relacionar o segmento destacado a outras partes do texto.

c) no trecho: “A língua portuguesa já é a quarta língua mais traduzida, na nossa empresa” (3º parágrafo), a forma plural destacada foi utilizada porque o autor do texto é, também, dono da empresa mencionada.

d) no trecho: “O autor admite, contudo,” (4º parágrafo), o segmento destacado faz referência ao fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.

e) no trecho: “Ofer Shoshan recorda que o próprio Bill Gates assumiu, recentemente, um dos seus maiores arrependimentos” (5º parágrafo), a forma pronominal destacada tem como referente “Bill Gates”.

11. (Upe-ssa 1 2016) No que se refere a algumas relações semânticas que se apresentam no texto, analise as afirmações abaixo.

I. No trecho: “A língua portuguesa é a segunda língua mais importante no mundo dos negócios, pelo menos para quem tem o inglês como língua materna.”, o segmento sublinhado expressa uma ressalva.

II. No trecho: “O autor admite, contudo, que este aumento da ‘procura’ da língua portuguesa está ligado ao Brasil”, o termo destacado indica que o autor pretendeu mudar a direção argumentativa do texto.

III. Ao iniciar o sexto parágrafo com a expressão “Por outro lado”, o autor sinaliza ao leitor que vai inserir no texto um novo ponto de vista.

IV. No trecho: “Ao aprender chinês, Zuckerberg demonstrou que dominar a língua local é Fundamental para aprofundar relações de negócio”, o segmento destacado expressa condicionalidade.

Estão CORRETASa) I, II e III, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o texto para responder à(s) questão(ões).

Humor não é bullying

Natalia Klein

1Não existe nada mais fácil do que sacanear quem já é frequentemente sacaneado. É tiro certo, todos vão achar graça. 2Mas aí não estamos falando de humor. O nome disso é bullying.

[...] 3Recentemente, dei uma entrevista em que me perguntaram sobre os limites do humor. Por uma infelicidade, publicaram apenas um trecho da minha resposta, em que eu digo que "não posso mais fazer piadas com anão, negros, homossexuais".

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4É importante deixar claro que eu disse sim essa frase pavorosa. Mas em um contexto muito mais amplo. O que eu expliquei – ou, pelo menos, tentei explicar – é que não se pode fazer piadas envolvendo assuntos polêmicos sem correr o risco de ser tachado de preconceituoso. 5Mas fingir que o preconceito não existe é infinitamente pior.

6Não sou a favor de fazer graça de quem já tem que lidar diariamente com a intolerância. 7Sou a favor de se fazer piada da intolerância em si. Em colocar na mesa os nossos podres para que a gente lembre que eles existem.

(Fonte: http: //www.adoravelpsicose.com.br/2011/10/humor-nao-e-bullying.html Acessado em:27/08/2015)

12. (G1 - cp2 2016) Os advérbios em português servem para traduzir variadas circunstâncias, mas também, em alguns contextos, como nos textos argumentativos, são usados para expressar um ponto de vista defendido pelo produtor do texto.

Esse segundo uso do advérbio aparece em a) “Não sou a favor de fazer graça de quem já tem que lidar diariamente com a

intolerância (...)” (ref. 6) b) “Recentemente, dei uma entrevista em que me perguntaram sobre os limites do

humor.” (ref. 3) c) “Não existe nada mais fácil do que sacanear quem já é frequentemente sacaneado.”

(ref. 1) d) “Mas fingir que o preconceito não existe é infinitamente pior.” (ref. 5)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Nostalgia do futuro

Em uma fazenda americana, nos anos 60, o garoto Frank Walker (Thomas Robinson) persegue o sonho de inventar uma engenhoca capaz de fazê-lo voar. O pai lhe dá uma bronca por perder tempo com tal sandice. Seu primeiro teste revela-se um doloroso anticlímax. Nem por isso Frank desanima. “Não vou desistir nunca”, diz. O filete de autoajuda contido na frase é uma premonição do gosto que restará na garganta do espectador ao fim de Tomorrowland (Estados Unidos, 2015). Na produção da Disney em cartaz no país, o personagem sonhador surge, já adulto, na pele de George Clooney, para narrar os estranhos fatos que se seguiram à apresentação de sua máquina na Feira Mundial de Nova York, em 1964. Na ocasião, o garoto é humilhado pelo chefe da comissão de novas invenções do evento, Nix (Hugh Laurie). Mas a enigmática menina Athena (Raffey Cassidy) vê tudo e percebe que está diante de alguém especial. O rumo da vida de Frank muda quando ela lhe dá de presente um item prosaico – um broche com a letra T. Ao passear em um brinquedo que parece saído dos parques de diversões da Disney, ele atravessa o portal para outra dimensão: na Tomorrowland do título, os cidadãos voam em versões modernosas de seu propulsor e aerotrens cruzam os ares em meio à selva de edifícios high-tech. Corta para o começo dos anos 2000. Filha de um engenheiro da Nasa ameaçado de perder o emprego com o ocaso da indústria espacial, a adolescente Casey Newton (Britt Robertson) vai para a cadeia após invadir a base de Cabo Canaveral, na Flórida. Por vias misteriosas, um broche como o de Frank cai em suas mãos. Da mesma forma que ocorrera com o garoto décadas antes, o artefato a

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transportará para a cidade futurista. Com um empurrão da mesma menina enigmática, Casey se conecta ao adulto Frank, ao lado de quem tentará impedir um cataclismo relacionado àquele mundo paralelo.

Tomorrowland deriva da ala futurista homônima que se pode visitar em vários parques da Disney – cujo espírito também está na base do Epcot, em Orlando. A ideia de um futuro de arquitetura sinuosa e modalidades flamantes de transporte era fixação do fundador da companhia, Walt Disney (1901-1966). No momento em que seu primeiro parque está para completar sessenta anos, é curioso notar como envelheceu aquela noção de futuro – assim como tantas outras desde os livros do francês Júlio Verne, que descreviam, com as lentes do século XIX, um mundo por vir. Apesar do frenesi de videogame, Tomorrowland cheira a um compêndio de design retrô, com seus robôs e naves malucas. Como fica explícito em sua ode à era da corrida espacial, o filme expressa um paradoxo: a nostalgia do futuro. Até porque o futurismo dos parques da Disney foi assimilado na arquitetura pós-moderna de cidades como Dubai, Xangai ou Las Vegas. Disney, enfim, ajudou a moldar o mundo de hoje – só que, no processo, seu futurismo virou item de museu.

Na verdade, o componente nostálgico é um fator de empatia do filme. O deslize está em outro detalhe: a indecisão existencial. Tomorrowland fica a meio caminho entre a aventura juvenil e a distopia tecnológica à la Matrix. Para os jovens, a pirotecnia não compensará o enfado com tanto papo-cabeça – o que talvez explique por que a produção de 180 milhões de dólares decepcionou nas bilheterias americanas. Para os adultos, a causa da frustração será diversa: sob a casca futurista, há um artigo requentadíssimo – a mensagem edificante de que as pessoas não devem se deixar anestesiar diante da ameaça do aquecimento global e das guerras. Com essa conversa para robô dormir, nem os cabelos grisalhos de George Clooney fariam algum filme ter futuro.

Marcelo Marthe. Veja, ed. 2429, ano 48, nº 23, 10 de jun. 2015. p. 110-111. Adaptado.

13. (Upe-ssa 2 2016) Um elemento essencialmente narrativo é a marcação da passagem do tempo. No texto, a marcação do tempo leva em conta o gênero da narrativa no seguinte trecho: a) “nos anos 60” (1º parágrafo). b) “Na ocasião” (1º parágrafo). c) “Corta para o começo dos anos 2000” (1º parágrafo). d) “décadas antes” (1º parágrafo). e) “No momento em que” (2º parágrafo).

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: O texto a seguir é referência para a(s) questão(ões).

Para os gregos, o passado e o futuro são os dois grandes males da vida, por serem dimensões do tempo que não existem mais, ou não existem ainda, que nos impedem de viver na única dimensão real: o presente. O passado nos puxa para trás: se tivemos um passado feliz, ficamos nostálgicos. Se for um passado triste, ele nos mergulha no que Spinoza batizou de “paixões tristes”: arrependimentos, remorsos, vergonhas e culpas que amarguram a existência e não deixam saborear o presente. Isso nos leva a procurar no futuro a esperança. Porém, segundo os gregos, a esperança também esvazia o presente do seu valor, em nome de um futuro incerto. Pensar que as coisas vão melhorar quando trocarmos de carro, de corte de cabelo, de sapatos ou de

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amigos, é ilusão. A esperança e a nostalgia, o futuro e o passado são 1“nadas”, pois o passado não existe mais e o futuro ainda não existe. Por causa deles, acabamos quase nunca vivendo na única dimensão real do tempo: o presente. Sêneca, o grande estoico romano, dizia que de tanto vivermos no passado e no futuro, “não vivemos”. Chegamos, então, ao famoso carpe diem (“Aproveite o dia”) de Horácio. Temos que colher o dia de hoje, sem nos deixar distrair pela preocupação do dia seguinte ou pelas nostalgias passadas.

Planeta, edição 488, junho 2013 (fragmento).

14. (Ufu 2016) O emprego das aspas em “nadas” (ref. 1) deve-se ao fato de que o autor deseja a) assinalar o emprego inadequado do termo segundo prescrições gramaticais. b) enfatizar, apenas, o uso do termo, como se o estivesse sublinhando ou destacando-o

em negrito. c) chamar a atenção para a acepção equivocada do termo, no contexto em que foi

empregado. d) remeter o leitor ao sentido que essa palavra tem no dicionário.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: A(s) questão(ões) abaixo refere(m)-se ao texto a seguir.

Tecendo a leitura

Numa sociedade como a nossa, em que a divisão de bens, de renda e de lucros é tão desigual, não se estranha que desigualdade 1similar 2presida também à distribuição de bens culturais, já que a participação em boa parte destes últimos é mediada pela leitura, habilidade que não está ao alcance de todos, nem mesmo de todos aqueles que foram à escola.

Mas ler é 3essencial.E não apenas para aqueles que 4almejam participar da produção cultural mais

sofisticada, dos requintes da ciência e da técnica, da filosofia e da arte literária. A própria sociedade de consumo faz muitos de seus apelos através da linguagem escrita e chega por vezes a transformar em consumo o ato de ler, os rituais da leitura e o acesso a ela. 5Assim, no contexto de um projeto de educação democrática vem à frente a habilidade de leitura, essencial para quem quer ou precisa ler jornais, assinar contratos de trabalho, procurar emprego através de anúncios, solicitar documentos na polícia, enfim, para todos aqueles que participam, mesmo que à revelia, dos circuitos da sociedade moderna, que fez da escrita seu código oficial.

Mas a leitura literária também é fundamental.É à literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes

imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas 6utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: 7mas porque precisa ler muitos.

Cada leitor, na individualidade de sua vida, vai entrelaçando o significado pessoal de suas leituras com os vários significados que, ao longo da história de um

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texto, 8este foi acumulando. Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto, a história das suas. Leitor maduro é aquele que, em contato com o texto novo, faz convergir para o significado deste o significado de todos os textos que leu. E, conhecedor das interpretações que um texto já recebeu, é livre para aceitá-las ou recusá-las, e capaz de sobrepor a elas a interpretação que nasce de seu diálogo com o texto. Em resumo, o significado de um novo texto 9afasta, afeta e redimensiona o significado de todos os outros.

(Trecho adaptado de: LAJOLO, Marisa. Tecendo a leitura. In: ____. Do mundo da leitura para a leitura do mundo.São Paulo: Ática, 2002, p. 104-109).

15. (Feevale 2016) Marque a alternativa correta. a) O sujeito dos verbos afasta, afeta e redimensiona (referência 9) é "texto". b) O articulador mas (referência 7) expressa uma relação de oposição. c) O pronome este (referência 8) refere-se a "significado pessoal". d) O verbo presida (referência 2) está conjugado no Futuro do Subjuntivo. e) O articulador assim (referência 5) expressa ideia de comparação.