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Mvio Arajo foi denunciado por crime de apropriao indbita de um computador de que tinha a precedente posse. No curso da instruo, restou provado que o computador pertencia a uma entidade central de direito pblico e que Mvio desempenhava funo por delegao do poder pblico. A partir da, o magistrado entendeu de sentenciar, com adoo do artigo 383, do CPP, concluindo por condenar Mvio nas penas do artigo 312 c/c art. 327, CP. Inconformada, a defesa interps recurso de apelao sustentando a violao aos princpios do devido processo legal, do contraditrio e da ampla defesa (art. 5, LIV e LV da CF). Com base nisto, responda: O recurso da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta.R: Trata-se de mutatioliberi, o juiz deveria ter observado a regra estabelecida pelo art. 384 do CPP e aberto vista para a acusao aditar a denncia, como no a fez ocorreu violao dos princpios do contraditrio e da ampla defesa, tendo em vista que o ru se defende dos fatos contra ele imputados e estes foram alterados sem que o ru pudesse se manifestar.Exerccio Suplementar(Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:a) As decises interlocutrias simples so aquelas que encerram a relao processual sem julgamento do mrito ou, ento, pem termo a uma etapa do procedimento. So exemplos desse tipo de deciso a que recebe a denncia ou queixa ou rejeita pedido de priso preventiva;b) As decises interlocutrias mistas no se equiparam as decises interlocutrias simples, pois as primeiras servem para solucionar questes controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relao processual. Enquanto que as decises interlocutrias simples trancam a relao processual sem julgar o meritum causae;c) A deciso que no recebe a denncia terminativa de mrito, por isso no pode ser considerada deciso interlocutria mista;d) As decises interlocutrias simples servem para solucionar questo controvertida e que diz respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relao processual; as interlocutrias mistas, por sua vez, apresentam um plus em relao quelas: elas trancam a relao processual sem julgar o meritum causae.R: D.

CASO CONCRETO 1:(Magistratura Federal / 2 Regio) Para provar a sua inocncia, o ru subtraiu uma carta de terceira pessoa, juntando-a ao processo. O juiz est convencido da veracidade do que est narrado na mencionada carta. Pergunta-se: como deve proceder o magistrado em face da regra do artigo 5, LVI da Constituio Federal ? Justifique a sua resposta.RESPOSTA: Deve aceitar a prova, posto que no existem direitos e garantias individuais que sejam absolutos. Havendo conflito aparente entre mandamentos constitucionais, h que se fazer uma ponderao para decidir qual deles aplicar. Nesse sentido, o direito liberdade e a presuno de inocncia devem prevalecer sobre o mandamento constitucional que veda as provas obtidas por meios ilcitos.Exerccio Suplementar(OAB FGV 2010.2) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-lhe srias leses no ombro direito. O promotor de justia ofereceu denncia contra Joaquim, imputando-lhe a prtica do crime de leso corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que tambm presenciaram o fato.Na audincia de instruo, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarm-lo. J as testemunhas de acusao disseram que no viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.Nas alegaes orais, o Ministrio Pblico pediu a condenao do ru, sustentando que a legtima defesa no havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvio do ru, alegando que o mesmo agira em legtima defesa. No momento de prolatar a sentena, o juiz constatou que remanescia fundada dvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situao de legtima defesa.Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.(A) O nus de provar a situao de legtima defesa era da defesa. Assim, como o juiz no se convenceu completamente da ocorrncia de legtima defesa, deve condenar o ru.(B) O nus de provar a situao de legtima defesa era da acusao. Assim, como o juiz no se convenceu completamente da ocorrncia de legtima defesa, deve condenar o ru.ITEM CORRETO (C) O nus de provar a situao de legtima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dvida sobre a ocorrncia de legtima defesa, deve absolver o ru.(D) Permanecendo qualquer dvida no esprito do juiz, ele est impedido de proferir a sentena. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligncias que estiverem ao seu alcance para dirimir dvidas, sob pena de nulidade da sentena que vier a ser prolatada.CASO CONCRETO 2:(Exame de Ordem) O juiz criminal responsvel pelo processamento de determinada ao penal instaurada para a apurao de crime contra o patrimnio, cometido em janeiro de 2010, determinou a realizao de importante percia por apenas um perito oficial, tendo sido a prova pericial fundamental para justificar a condenao do ru.Considerando essa situao hipottica, esclarea, com a devida fundamentao legal, a viabilidade jurdica de se alegar eventual nulidade em favor do ru, em razo de a percia ter sido realizada por apenas um perito.RESPOSTA:No existe nulidade no caso. De acordo com a Lei n. 11.690/2008, que alterou dispositivos do Cdigo de Processo Penal, o artigo 159 passou a ter a seguinte redao:O exame de corpo de delito e outras percias sero realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 1. Na falta de perito oficial, o exame ser realizado por duas pessoas idneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na rea especfica, dentre as que tiverem habilitao tcnica relacionada com a natureza do exame.A inovao legislativa dispensou a antiga exigncia de dois peritos no mnimo para a produo do laudo pericial, pois, com a alterao na redao do art. 159, caput, basta agora que a percia seja realizada por "perito oficial". Ou seja a percia pode ser realizada por apenas um perito.Exerccio Suplementar(Ministrio Pblico BA/2010) luz do Cdigo de Processo Penal, deve-se afirmar que:ITEM CORRETO (a) A prova testemunhal no pode suprir a falta do exame de corpo de delito, ainda que tenham desaparecidos os vestgios do crime;(b) A confisso ser indivisvel e retratvel, sem prejuzo do livre convencimento do Juiz de Direito, fundado no exame das provas em conjunto;(c) O ofendido no deve ser comunicado da sentena e respectivos acrdos que a mantenham ou modifiquem;(d) As pessoas proibidas de depor em razo da profisso, podero faz-lo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho; neste caso, porm, no devero prestar compromisso legal;(e) Todas as afirmativas esto incorretas.CASO CONCRETO 3:Mvio Arajo foi denunciado por crime de apropriao indbita de um computador de que tinha a precedente posse. No curso da instruo, restou provado que o computador pertencia a uma entidade central de direito pblico e que Mvio desempenhava funo por delegao do poder pblico. A partir da, o magistrado entendeu de sentenciar, com adoo do artigo 383, do CPP, concluindo por condenar Mvio nas penas do artigo 312 c/c art. 327, CP. Inconformada, a defesa interps recurso de apelao sustentando a violao aos princpios do devido processo legal, do contraditrio e da ampla defesa (art. 5, LIV e LV da CF). Com base nisto, responda: O recurso da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta.RESPOSTA: Sim o recurso da defesa deve ser considerado procedente visto que no caso ocorre mutatio libelle pois h alterao/adio de fatos. De acordo com art. 384, CPP, ele deveria ter remetido ao MP para o aditamento da denncia e depois abertura de prazo a defesa, para, assim proferir sentena. Neste caso houve ento a violao dos princpios de ampla defesa, devido processo legal e correlao.Exerccio Suplementar(Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:(a) As decises interlocutrias simples so aquelas que encerram a relao processual sem julgamento do mrito ou, ento, pem termo a uma etapa do procedimento. So exemplos desse tipo de deciso a que recebe a denncia ou queixa ou rejeita pedido de priso preventiva;(b) As decises interlocutrias mistas no se equiparam as decises interlocutrias simples, pois as primeiras servem para solucionar questes controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relao processual. Enquanto que as decises interlocutrias simples trancam a relao processual sem julgar o meritum causae;(c) A deciso que no recebe a denncia terminativa de mrito, por isso no pode ser considerada deciso interlocutria mista;ITEM CORRETO (d) As decises interlocutrias simples servem para solucionar questo controvertida e que diz respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relao processual; as interlocutrias mistas, por sua vez, apresentam um plus em relao quelas: elas trancam a relao processual sem julgar o meritum causae.CASO CONCRETO 4Proposta ao penal aonde se imputa a prtica de crime de estupro a ru preso em outra unidade da federao, o juiz natural, analisando a inicial, recebe a mesma e determina a citao do denunciado para que o mesmo comparea a audincia de interrogatrio designada para 30 dias aps. A citao foi realizada considerando que o ru est em local incerto e no sabido, aplicando assim a Smula 351, STF. Na data marcada, o ru no comparece e o juiz decreta a revelia, nomeando Defensor Pblico para defesa. Com base nisto, responda: O procedimento utilizado pelo juiz encontra-se em compasso com o ordenamento jurdico? Fundamente a sua resposta.RESPOSTA: Com base no artigo 353 do CPP, a citao do ru preso em outra unidade da federao deveria ter sido feito por carta precatria, pois o ru encontrava-se preso, portanto no estava em local incerto e no sabido. Ainda de acordo com o art. 360 do CPP, o ru, quando preso, dever ser citado pessoalmente.Exerccio SuplementarCom relao ao tema CITAES, assinale a alternativa incorreta:ITEM CORRETO a) No processo penal, o ru que se oculta para no ser citado poder ser citado por hora certa, na forma estabelecida no Cdigo de Processo Civil;b) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citao far-se- por carta ou qualquer meio hbil de comunicao;c) Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional;d) O processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado;e) A citao do militar dar-se- por intermdio do chefe do respectivo servio, respeitando assim hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel.CASO CONCRETO 5:Em denncia pela prtica de crime de homicdio culposo, que teve como base da materialidade o laudo de exame cadavrico, a acusada citada e apresenta resposta atravs de seu advogado constitudo, recebendo o juiz a inicial aps esta fase. Como a acusada residia em outro estado da federao, o juiz expediu carta precatria para que a mesma fosse interrogada. Cumprido a precatria, designou audincia de instruo e julgamento que teve a participao de advogado dativo, ante a ausncia da defesa, apesar de devidamente intimada e, ao final, o juiz condena a acusada considerando as provas testemunhais sobre a materialidade e autoria. Intimada da sentena, a acusada interpe recurso arguindo nulidade do procedimento a partir do recebimento da inicial. Com base nisto responda: O argumento da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta, apontando eventuais violaes princpios constitucionais:RESPOSTA: Sim o argumento da defesa procedente j que a inverso na ordem gerou nulidade. O ru teve sua defesa prejudicada tendo em vista que houve a violao dos princpios da ampla defesa e do devido processo legal art. 400 CPP.Exerccio Suplementar(OAB-FGV) Em processo sujeito ao rito ordinrio, ao apresentar resposta escrita, o advogado requer a absolvio sumria de seu cliente e no prope provas. O juiz, rejeitando o requerimento de absolvio sumria, designa audincia de instruo e julgamento, destinada inquirio das testemunhas arroladas pelo Ministrio Pblico e ao interrogatrio do ru. Ao final da audincia, o advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.(A) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita at o encerramento da prova de acusao.(B) O juiz no deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audincia una causa nulidade absoluta.ITEM CORRETO (C) O juiz s deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da apresentao da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstncias ou fatos apurados na instruo.(D) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa no ter sido feita no momento correto, em nenhuma hiptese do processo penal, o juiz deve indeferir diligncias requeridas pela defesa.CASO CONCRETO 6:Daniele Duarte, fazendeira de vultosas posses, em virtude de uma viagem de longa data que far para o exterior, resolve deixar, no terreno de seu vizinho Sandro Santos, sem o conhecimento deste, 2 (dois) cavalos da raa Mangalarga para que o vizinho os cuidasse. Todavia, Sandro Santos percebeu que os referidos animais acabaram danificando toda sua coleo de orqudeas raras, gerando assim evidente prejuzo econmico. Ante o exposto, Sandro comunicou o fato autoridade policial circunscricional e uma vez lavrado o termo respectivo, foi encaminhado ao Juizado Criminal competente. Durante a primeira audincia, e presentes ambas as partes, no foi possvel a conciliao entre as mesmas. Com base nos fatos apresentados, responda, de forma justificada: No caso em tela, possvel o oferecimento de transao penal?RESPOSTA:Exerccio SuplementarSobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, considere as seguintes assertivas:I. A transao penal poder ser ofertada em relao aos delitos cuja pena mxima no seja superior a 2 (dois) anos, e a suspenso do processo nos delitos cuja pena mnima for igual ou inferior a 1 (um) ano.II. Segundo entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, admite-se a suspenso condicional do processo por crime continuado, se a soma da pena mnima da infrao mais grave com o aumento mnimo de um sexto for superior a um ano.III. Embora se aplique o procedimento previsto na Lei no 9.099/95 aos crimes previstos no Estatuto do Idoso nas hipteses em que a pena mxima privativa de liberdade no ultrapasse a 4 (quatro) anos, a transao penal e a suspenso do processo no lhes so aplicveis.Quais esto corretas?a) I;b) I e II;c) III;d) I e III;e) II e III