vozdaigreja novembro2015

28

Upload: aldemir-demir-batista

Post on 24-Jul-2016

224 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Voz da Igreja - novembro 2015

TRANSCRIPT

Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco80510-010 - Curitiba (PR)

Responsável: Stephany Bravos - DRT 10607/PR

Fones / Fax: (41) 2105-6343 ou (41) 8700-4752E-mail: [email protected]

Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.brApoio e Colaboração: Fone: (41) 2105-6342

Responsável: Aline TozoE-mail: [email protected]

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

Agenda Mensal dos Bispos

Nov

Nov

Nov

Nov

Nov

.... . 15151515 15

A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de ComunicaçãoCONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Bispo da Arquidio-cese de Curitiba: Dom José Mário Angonese . Chanceler: Élio José Dall'Agnol | Ecônomo da Mitra: Pe. JoséAparecido Pinto. | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral doclero: Pe. Marcos Honório da Silva | Assessora de Comunicação: Stephany Bravos | Jornalista responsável:Stephany Bravos | Revisão: Stephany Bravos - Ana Paula Mira |Colaboração voluntária: 12 Comissões Pasto-rais| Apoio: Centro Pastoral Projeto gráfico e diagramação: Editora Exceuni - Aldemir Batista - [email protected] (41) 3657-2864. Impressão: ATP Gráfica & Editora - Tiragem: 10 mil exemplares.

Expediente

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 20152

01 - Missa na Catedral- Ordenações Diaconais, na Paróquia Anjo

da Guarda02 - Missa no Cemitério da Água Verde03 - Missa do Padroeiro na Paróquia São Martinho de Lima04 - Missa no Centro Politécnico, da UFPR05 - Reunião com a Equipe Missionária, na Cúria

- Expediente na Cúria06 - Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Dores07 - Missa de Lançamento do Caminhando, no Santuário São José

- Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Almi-rante Tamandaré

08 - Missa do Padroeiro na Paróquia São Carlos Borromeu- Crisma na Paróquia São Jorge

10 - Reunião da APAC- Visita ao Seminário Rainha dos Apóstolos

11 - Visita ao Seminário Propedêutico12 - Reunião do Setor Portão, na Paróquia Senhor Bom Jesus

- Visita no Seminário Bom Pastor13 - Missa de Jubileu de Prata de Ordenação Presbiteral do Pe.

José Carlos, na Paróquia Santa Isabel14 - Missa no Santuário da Divina Misericórdia

- Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, no Portão15 - Crisma no Seminário dos Legionários de Cristo

- Ordenação Diaconal, na Paróquia Nossa Senhora da BoaEsperança, em Pinhais

16 - Formação Bíblica, no Santuário Nossa Senhora do Carmo17 a 18 - Assembleia Geral do Clero, na Casa de Retiros Nossa Se-

nhora do Mossunguê17 - Missa de Ação de Graças do Setor Boqueirão, na Paróquia

São Judas Tadeu18 - Visita no Seminário São José19 - Missa na Assembleia da Pastoral da Criança

- Investidura dos MESCES do Setor Orleans, na Paróquia SãoJoão Batista (Vila Sandra)

20 - Missa de Despedida da Imagem de Nossa Senhora Apareci-da, no Santuário Nossa Senhora do Carmo

21 - Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Cabeça23 a 25 - Reunião do Conselho Permanente, em Brasília- DF26 - Crisma do Colégio Medianeira, na Paróquia Imaculada Con-

ceição, no Guabirotuba27 - Missa na Capela da Medalha Milagrosa

- Reunião dos Formadores, no Seminário Bom Pastor- Missa de Ação de Graças pelo encerramento do IAFFE, na

Paróquia São Vicente de Paulo28 - Missa na Comunidade Missão Fonte de Encontro29 - Missa Paróquia Nossa Senhora das Graças

- Encontro da Região Episcopal Norte (EREN), na ParóquiaNossa Senhora da Boa Esperança, em Pinhais

- Investidura dos Coroinhas na Paróquia Santa Quitéria30 - Retiro para os Padres da Sociedade de Cristo, na Paróquia

Pedro e São Paulo

01 - Ordenações Diaconais na Paróquia Anjoda Guarda

02 - Missa de Finados na Catedral03 - Missa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde04 - Expediente na Cúria05 - Reunião da Equipe Missionária, na Cúria

- Crisma na Paróquia São José Operário, no Boqueirão06 - Crisma na Paróquia São José Operário, no Boqueirão07 - Crisma na Paróquia São Pio X

- Crisma na Paróquia Santa Quitéria08 - Crismas na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Colônia Faria10 - Reunião da APAC10 - Posse de Pároco na Paróquia Menino Deus11 - Expediente na Cúria12 - Reunião do Setor Portão, na Paróquia Senhor Bom Jesus

- Reunião do Setor Cajuru, na Paróquia São Martinho de Lima13 - Crisma na Paróquia Senhor Bom Jesus, no Cabral14 - Crisma na Paróquia Santa Edwiges

- Crisma na Paróquia Santa Bertila15 - Crisma na Paróquia Santa Edwiges

- Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Luz, no CIC17 a 18 - Assembleia Geral do Clero, na Casa de Retiros Nossa Senho-

ra do Mossunguê17 a 19 - Crisma na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Colombo20 - Reunião do Setor Almirante Tamandaré, na Paróquia Nossa

Senhora do Amparo- Missa de Despedida da Imagem Peregrina de Nossa Senhora

Aparecida, no Santuário de Nossa Senhora do Carmo21 - Crismas no Colégio Bom Jesus Aldeia

- Crisma na Paróquia São João Batista Precursor22 - Missa no Santuário Cristo Rei

- Crismas na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Pinhais24 - Missa na Paróquia Nossa Senhoras das Graças26 - Reunião do Setor Pinhais, local a definir

- Ordenação Diaconal na Paróquia Nossa Senhora Medianeirade Todas as Graças

27 - Reunião do Setor Boqueirão, na Par. Nossa Sra. da Visitação- Reunião dos Formadores, no Seminário Bom Pastor- Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Luz, em Pinhais

28 - Reunião da Pascom- Crisma no Colégio Bom Jesus Aldeia- Crisma na Paróquia Maria Mãe da Igreja

29 - Assembleia dos Diáconos Permanentes, no Seminário Bom Pastor- Encontro da Região Episcopal Norte, na Paróquia Nossa Se-

nhora da Boa Esperança, em Pinhais- Crisma na Paróquia Nossa Senhora da Salete

Iniciamos o mês de novembro, o qual celebramos a festa de todosos Santos e relembramos àqueles que partiram, trazendo uma refle-xão em torno da “crise”. Financeira, institucional, econômica, familiar,migratória... São tantos os espaços que hoje são tomados por ela quesomos levados a maior de todas, a crise de caráter, é assim que oautor Pablo Vilaça define o momento que vivemos em seu artigo “Ape-sar da crise”. Neste mesmo contexto trazemos uma reportagem espe-cial sobre a tragédia de dezenas de milhares de refugiados que fogemda morte por causa da guerra e da fome, e rumam à Europa na espe-rança de vida.

Se na Europa os imigrantes encontram uma verdadeira barreira,por outro lado, aqui em Curitiba, a história tem mais que um felizcomeço. Assim é o Projeto “O Haiti é logo aqui”, da Paróquia São JoséTrabalhador, no bairro Campina do Siqueira. Por meio do emocionan-te depoimento da voluntária Simone Carvalho, vamos conhecer umexemplo de doação e amor ao próximo e entenderemos que à medidaque ensinamos o valor de uma cidadania justa e humanitária, dispon-do-nos a mostrar a verdadeira face de um país.

Trazemos também nesta edição da Revista Voz da Igreja um alertaaos perigos ambientais que o chamado “Fracking” pode provocar emnosso planeta.

Dando continuidade à série de reportagens da Campanha da Fra-ternidade, João Santiago faz uma reflexão sobre a história e atuaçãodas CEBs – Comunidades Eclesiais de Base, e do seu compromissocom a transformação da realidade da exclusão social e violência. Re-lembra momentos marcantes onde as CEBs tiveram um papel de trans-formação social, como a eleição e o acompanhamento de Conselhei-ras/os Tutelares e o Grito dos Excluídos, que chegou neste ano à sua21ª. Edição em uma linda parceria com o Dia Nacional da Juventude.

Falando em juventude, o Setor provoca os jovens a terem visão alongo prazo e propõe a repensarem em processos de continuidadepor meio dos trabalhos de base.

Merece destaque o artigo do Deputado Diego Garcia sobre o Esta-tuto da Família, um instrumento garantidor dos seus direitos e diretri-zes de políticas públicas para a sua valorização.

Destacamos ainda o artigo do Seminarista André Novaki “A liturgiada misericórdia: missão de Cristo, missão da Igreja”, os depoimentosdas Paróquias Sagrada Família e Nossa Senhora do Rosário de Belém,onde cerca de 400 casas foram visitadas, mostrando o verdadeiro sen-tido de uma “Igreja em saída”. Trazemos também a matéria da Capela-nia da Guarda Municipal de Curitiba, o VII Seminário Arquidiocesanode Catequese que teve como tema “O catequista para uma Igreja mis-sionária”, o artigo “O Dízimo como expressão de Comunhão” e umabreve explanação de como foi o XV Seminário do Dízimo, os cuidadoscom a saúde do homem e os 50 anos da Paróquia São João Batista daVila Tingui.

Por fim, Dom José Antônio Peruzzo em sua reflexão “Fé inspirado-ra e religiosidade egocêntrica” nos deixa o seguinte questionamento:em qual Deus eu creio? Naquele revelado por Jesus Cristo? Ou naque-le a quem quero obediente às minhas preferências?

Que sigamos no caminho de Jesus!

Ação Evangelizadora PE. ALEXSANDER CORDEIRO LOPESMARLON ROZA

Coordenação da Ação Evangelizadorada Arquidiocese de Curitiba

Dom José Antônio PeruzzoArcebispo da Arquidiocese

de Curitiba

Dom José Mário AngoneseBispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Região Episcopal Norte

Arcebispo de Curitiba

DOM JOSÉ ANTÔNIOPERUZZO

Ar

3

Fé inspiradoraFé inspiradoraFé inspiradoraFé inspiradoraFé inspiradora eeeeereligiosidade egocêntricareligiosidade egocêntricareligiosidade egocêntricareligiosidade egocêntricareligiosidade egocêntrica

Voz do PastorQuem entra em uma livraria surpreende-se logo pelo elevado número de livros de autoa-

juda. Nunca se escreveu tanto acerca desta temática. E as vendas estão sempre no topo.Sucesso, autodomínio, êxitos, conquistas e realizações pessoais. Frases, experiências dosvencedores, narrativas laudatórias preenchem muitas páginas. E com grande frequência onome de Deus é associado às mais triunfais venturas.

Se esse mercado é próspero, é porque a demanda é crescente. Na dinâmica competitivatodos nós somos induzidos a mergulhar no ritmo dos vencedores. Não se trata de apontarerros neste processo cultural, mas de despertar para que não sejamos enredados porrumos e ritmos que podem ameaçar nossos relacionamentos e golpear outras dimen-sões da vida. Penso que todos já vimos e ouvimos filhos ou pais a dizer, com dor,que falta tempo ou serenidade para os afetos familiares. E, quando isso é possí-vel, então é o consumo a invadir os desejos.

Essa observação aflorou-me à mente ao ler os versículos do evangelho deMarcos 10, 35-45. Jesus e seus discípulos estavam a caminho de Jerusalém.Sabe o leitor o que haveria lá: a cruz e a ressurreição. Partindo apenas doolhar humano, a primeira aponta para o fracasso; a segunda salienta avitória. No caminho, dois discípulos interpelam Jesus com uma espécie dereivindicação: “Mestre, queremos que nos faças o que te pedimos” (10,36).Eram discípulos já de longa data. Somos levados a pensar que sabiam oque significa ser discípulo. Porém, o tom da frase revela mais exigênciado que diálogo: “Queremos que nos faças...”. Parece que comandam.

Observemos o que pedem: “Concede-nos, na tua glória, sentarmo-nos um à tua direita e outro à tua esquerda” (10,37). Na glória e nostriunfos estão interessados. Movem-se. Buscam. Pedem. É curioso queapenas algumas linhas antes o assunto de Jesus com eles fora a cruz ea ressurreição. Mas eles abordam somente participar da “glória”. Oevangelista se mostra crítico a tais formas de seguimento. Nãopretendiam eles seguir no caminho de Jesus. Queriam, sim,servir-se do seguimento para alcançar formas de grandezaque atendiam as suas vaidades.

Os outros dez discípulos insurgiram-se contra aque-les dois (10,41). Não por causa da insensatez do pedi-do; também eles tinham os mesmos interesses. E cus-tava-lhes ficar em alguma outra posição que não aprimeira. Quando os anseios pessoais se sobrepõemaos da vida comunitária sempre, e em todos os tem-pos, os companheiros são também concorrentes.

Por esses caminhos, qualquer linguagem e op-ção de ética comunitária serão torpedeadas poraquelas vias nas quais a grandeza humana gravi-ta em torno de conquistas e êxitos. E até o nomede Deus é invocado para tais ambições. Há o ris-co de invocar o nome do Deus verdadeiro emvista de aspirações de riqueza ou de poder. É aisso que chamo de religiosidade egocêntrica.Deus deixa de ser quem é e, deformado poregoísmos, passa a ser uma falsa divindade queabençoaria a desigualdade.

Termino com um questionamento, válidosempre: em qual Deus eu creio? Naquele reve-lado por Jesus Cristo? Ou naquele a quem que-ro obediente às minhas preferências?

Arcebispo Emérito de Curitiba

NONONONONOVEMBRO:VEMBRO:VEMBRO:VEMBRO:VEMBRO: FEST FEST FEST FEST FESTA DEA DEA DEA DEA DETODOS OS SANTOS E FINADOSTODOS OS SANTOS E FINADOSTODOS OS SANTOS E FINADOSTODOS OS SANTOS E FINADOSTODOS OS SANTOS E FINADOS

DOM PEDRO ANTÔNIOMARCHETTI FEDALTO

Palavra de Dom

PedroTodos os santos - No dia 1º de novem-

bro, a Igreja Católica celebra a festa de To-dos os Santos. Há santos em todos os conti-nentes, tempos e classes: Papas, Reis, Bispos,Presbíteros, Diáconos, Religiosos, Religiosas,anciãos, adultos, leigos, jovens, adolescen-tes e até crianças.

O Bispo de Criciúma, Dom Jacinto InácioFlach, falando aos seminaristas do Propedêu-tico e São José, disse-lhes: a maior graça deDeus para uma paróquia é um pároco santo.

Dom José Antônio Peruzzo está empenha-do a formar padres santos. Vai começar comos dois que se ordenam diáconos, WilliamRone da Silva Lemes e João Carlos Marcon-des, no dia de Todos os Santos, no dia 1º denovembro, na Matriz do Anjo da Guarda, noMunicípio de Almirante Tamandaré.

Finados - No dia 2 de novembro, a IgrejaCatólica reza por todos os mortos, de modoespecial a Santa Missa.

A Igreja Católica ensina no Catecismo queexiste o Purgatório, que é o estado dos quemorrem na graça santificante, sem pecadosmortais, mas que necessitam de uma purifi-cação para pecados leves e por falta de umapenitência neste mundo por pecados mor-tais perdoados no Sacramento da Reconcili-ação (Confissão) ou por um ato de contriçãoperfeita que perdoa todos os pecados.

Não só a Igreja, fundamentada na Bíblia,ensina a necessidade da oração pelos mor-tos, mas também o consenso geral do povo.Basta ver as intenções de missas pelos mor-tos, a missa de corpo presente, sétimo dia,primeiro mês e ano.

Fundamentação Bíblia do Purgatório.A primeira fundamentação é do livro dos

Macabeus. Judas Macabeu, depois de umabatalha com tantos mortos, pediu que sefizesse uma coleta, recolhendo duas mil dra-cmas de prata enviadas a Jerusalém para ofe-recer um sacrifício pelos mortos por causade seus pecados. Se não acreditassem queos mortos seriam purificados e absolvidospor esse sacrifício, seria supérflua e vã aoração pelos mortos (II Mc. 12, 43 - 46).

O Evangelho – O Evangelho afirma quehá pecados que serão perdoados no outromundo (Mt. 12, 32).

Há outra passagem do Evangelho que diz:“Eu te digo, não sairá de lá antes de pagar oúltimo ceitil (Mt. 5, 25 e Lc. 12, 9) . Ceitil é a“lepta”, moeda grega de valor ínfimo, equi-valente a nosso centavo, tostão.

Em Mateus, significa a reconciliação dosirmãos na comunidade, em Lucas, tem senti-do escatológico, o juízo de Deus que está pró-ximo. É preciso apressar a purificação, pormeio das preces dos fiéis.

A INDULGÊNCIAA indulgência é a remissão, diante de

Deus, da pena temporal devida a pecadosmortais perdoados, mas sem a penitênciaou pecados leves não absolvidos ou perdoa-

dos por um ato de contrição perfeita.Para se entender a indulgência, expli-

co assim: uma pessoa cometeu um homicídiovoluntário. Condenada à prisão, arrependeu-se diante do Juiz, prometendo nunca mais ma-tar. Mesmo com todo o arrependimento, o Juiza condena a ficar na prisão por determinadotempo.

A indulgência é a remissão da pena, por-que o pecador não fez penitência devida aopecado mortal perdoado.

A penitência que o confessor dá é muito leve.Podem beneficiar-se da indulgência os vi-

vos e mortos. A indulgência é plenária, quan-do redime toda a culpa, e é parcial, quandoredime parte.

Para se obter a indulgência plenária, a Igre-ja estabelece a confissão, a comunhão euca-rística e uma prece pelo Papa.

Na hora da morte, o confessor pode con-ceder ao moribundo a indulgência plenária.

OS MORTOSSão beneficiados de modo especial no dia

de Finados e na sua oitava, visitando o cemi-tério, e nos outros dias com a indulgência par-cial.

No dia de Finados, os fiéis podem aplicara Indulgência Plenária a um defunto, ao en-trar na igreja, capela, seminários e durante aoitava do dia primeiro ao oitavo de novem-bro, toda a vez que entrar no cemitério.

Que cada um beneficie um defunto, no diade Finados e na oitava, aplicando-lhe a Indul-gência Plenária, como determina a Igreja.

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 20154

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 5

Pascom STEPHANY BRAVOSJornalista da Arquidiocese de Curitiba

Capelania da Guarda Municipal de Curitiba:Capelania da Guarda Municipal de Curitiba:Capelania da Guarda Municipal de Curitiba:Capelania da Guarda Municipal de Curitiba:Capelania da Guarda Municipal de Curitiba:Proteção, segurança e amparoProteção, segurança e amparoProteção, segurança e amparoProteção, segurança e amparoProteção, segurança e amparo social social social social social

PASTORAL DA COMUNICAÇÃO: [email protected]

(41) 9999 - 0121 / Coordenador: Antonio Kayser.

Foi através do grupo de oração rea-lizado na Prefeitura da Cidade que aGuarda Municipal se inspirou há trêsanos dando início à Capelania da Guar-da Municipal de Curitiba.

O Departamento da Guarda Muni-cipal e seus servidores, é o órgão res-ponsável pela proteção e segurança domunicípio, agindo de maneira preven-tiva, mas também atuando como ummediador de conflitos. Estas atividades,indubitavelmente, expõem os servido-res às mais diversas situações, a maio-ria delas, adversas.

Infelizmente, estes servidores lidamcom as maiores mazelas da sociedadeatual, sejam questões afetas à seguran-ça, assim como a demais questões deordem social, até mesmo de saúde. Estalida exige do Guarda Municipal um ele-vado grau de resiliência, dada à pres-são a que estão expostos, à necessida-de de tomar decisões assertivas e acer-tadas a todo o momento, observandoas imposições legais, muitas vezes con-trárias aos anseios da população.

Ressalta-se que, indiferente ao fatode ser um Guarda Municipal, estas si-tuações recaem sobre a pessoa que seencontra uniformizada, em quem osefeitos deste trabalho irão se refletir e,tendo em vista os anos de experiência

nico através de uma oração, uma pala-vra e até um abraço amigo, todas asmanhãs de sexta-feira.

A atuação se estende para os servi-ços fúnebres, esportiva, carcerária, so-cial e estudantil. Desta forma, o traba-lho da Capelania da Guarda Municipal,não é visto como um trabalho de re-preensão, mas sobretudo de amparosocial.

“Atendendo ao pedido do PapaFrancisco, de ´Uma Igreja em Saída´, vi-mos que a Igreja também deve estarpresente nas repartições públicas, cum-prindo uma função social”, afirma oGuarda Municipal de Curitiba, PedroRafael Ioungblood.

Reconhecendo este trabalho, umamissa foi celebrada no dia 16 de julhopara marcar o aniversário de 29 anosde criação da Guarda Municipal. Namesma ocasião, foi entregue um docu-mento pelo qual o arcebispo de Curiti-ba, Dom José Antonio Peruzzo, confereconfere autoridade ao diácono MarcosDaniel de Camargo e a Pedro RafaelIoungblood, que atuam como guardasmunicipais, para o serviço de assistên-cia religiosa na corporação.

Por meio destas ações a Capelaniavai ao encontro de uma Igreja missio-nária, que atua junto à comunidade.

acumulados, não são poucos os que su-cumbem diante de tal esforço.

Assim, a Capelania da Guarda Mu-nicipal tem o objetivo de ofertar um pri-meiro amparo social e espiritual a esteser humano que se encontra em umasituação limite, por meio de ações pre-ventivas, de assistência religiosa, envol-tas em um ambiente de bem estar es-piritual, renovando as energias morais,apontando possíveis encaminhamentospara a resolução de seus problemas,colaborando para o bom cumprimentode suas funções.

Uma das ações deste serviço é a reu-nião de um grupo de 15 a 20 pessoaspara um momento espiritual e ecumê-

Foto

: Pas

com

Foto: Pascom

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 20156

Animação Bíblico-Catequética

O CAO CAO CAO CAO CATEQUISTTEQUISTTEQUISTTEQUISTTEQUISTA PA PA PA PA PARA UMAARA UMAARA UMAARA UMAARA UMA

Foto

s: G

eova

nni C

. De

LucaNo dia 27 de setembro, centenas de catequistas de

nossa arquidiocese puderam vivenciar momentos espe-ciais no VII Seminário Arquidiocesano de Catequese, como tema que está no título deste artigo.

Pe. Abimar Oliveira de Moraes levou-nos a profun-das reflexões sobre esse ministério essencial. Algumasideias principais serão discorridas a seguir.

Toda ação da Igreja brota de Jesus Cristo, leva aoseguimento intenso de sua pessoa e ao compromissocom seu projeto missionário. O primado é sempre deDeus, que nos chama para cooperar com Ele e nos impe-le com a força do seu Espírito. Encantado pelo Encanta-dor, torno-me anunciador de seus encantos.

A vocação ao discipulado missionário floresce no mer-gulho batismal. Não há discipulado sem vida sacramen-tal. E, em virtude do Batismo recebido, cada membro dacomunidade torna-se discípulo missionário de Jesus Cris-to. Cada um dos batizados, independentemente da pró-pria fé, é um sujeito ativo de evangelização.

O catequista é sujeito ativo na vida missionária da Igreja.É o discípulo missionário fiel aos ensinamentos do Evangelhono serviço eclesial. O catequista é a porção da índole missio-nária da Igreja, é um porta-voz do tesouro da fé. Ele conduzos interlocutores a conhecer, aco-lher, celebrar e vivenciar o mistériode Deus, manifestado em Jesus Cris-to, no Espírito Santo.

A Igreja inspira-nos uma novamentalidade e novas atitudes nainiciação à vida cristã. Mais do quefazer e atuar, é revelar e experienci-ar. O catequista não é um apologe-ta de minucias dogmáticas, mas osacramento que conduz aos afagose carícias de Deus. O catequista mis-sionário é aquele que experienciouas carícias de Deus. É aquele quetransmite os benefícios de acaricia-do. Oferece aquilo que sente.

Uma Igreja em saída é a proposta ecoada do Evange-lho que o catequista faz acontecer na comunidade paroquial.Sair e anunciar o Evangelho é o mandato missionário que oSenhor faz aos catequistas. Saiamos das formalidades sacra-

mentais de fé para entrarmos nos mistérios celebrativos doRessuscitado.

Uma catequese mais missionária deve implicar decidida-mente um novo protagonismo de cada um dos batizados, enão somente do catequista. Quanto mais a comunidade pa-

roquial estiver ornada pelos brilhosmissionários mais ela será respon-sável e comprometida com a inici-ação à vida cristã.

Sendo assim, o catequista é pro-tagonista de uma Igreja em estadopermanente de missão. Podemosapontar três características decidi-damente missionárias da vida e mi-nistério do catequista:

a) O catequista é discípulo mis-sionário do Reino: o catequista nãoé aquele que diz o que Deus faz,mas é aquele que sente a salvaçãode Deus. É o sacramento na comu-

nidade que conhece, interpreta, ensina, atua, medita e serveas Escrituras. Anuncia o projeto de vida de Jesus: o Reino.

A força da missionariedade do catequista está na escuta evivência da Palavra. “É preciso formar-se continuamente naescuta da Palavra. A Igreja não evangeliza se não se deixacontinuamente evangelizar. É indispensável que a Palavra deDeus se torne cada vez mais o coração de toda a atividadeeclesial” (EG 174). A Palavra possui, em si mesma e na pessoado catequista, tal potencialidade que não a podemos reter eprever.

O catequista é aquele discípulo missionário que avançano caminho da consolidação da conversão pastoral e missio-nária. Não se fecha no comodismo tradicional, na autopre-servação doutrinal ou nas religiosidades alarmistas. Ele é dis-cípulo missionário em saída, ou seja, que se envolve com osinterlocutores, acompanha, frutifica, festeja, sabe tomar a ini-ciativa sem medo, procurar os afastados e atua com paciên-cia evangelizadora.

O discipulado missionário do catequista ocupa o centroda atividade evangelizadora e toda tentativa de renovaçãoeclesial, por isso “na boca do catequista, volta ressoar sem-

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 7

COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: [email protected]

– fones: 2105-6318./ Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon.

IGREJA MISIGREJA MISIGREJA MISIGREJA MISIGREJA MISSIONÁRIASIONÁRIASIONÁRIASIONÁRIASIONÁRIA

PE. LUCIANO TOKARSKICoordenador da Pastoral Catequética

pre o primeiro anúncio: Jesus Cristo ama-te, deu a sua vidapara te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te ilumi-nar, fortalecer e libertar” (EG 164).

b) O catequista é mistagogo: omistagogo não só se preocupa emnão cair em erros doutrinais, masacusa-se itinerante fiel no caminholuminoso de vida e sabedoria. Omistagogo é aquele que mergulhano mar do amor de Deus. Não éaquele que empurra ou indica o ca-minho somente, é aquele que ca-minha junto, envolve-se, preocu-pa-se. Em outras palavras, para tor-nar-se mistagogo precisa antes sermissionário, estar apaixonado pelapessoa de Jesus Cristo.

O mistagogo é mais preocupado em ocupar-se com iniciarprocessos do que possuir espaços. O catequista mistagogo pri-vilegia ações que geram novos dinamismos, novos encontros,novos carismas na comunidade e gera compromisso eclesialna vida dos interlocutores. É aquele que “ajuda a uma partici-pação ativa, consciente e genuína na liturgia da Igreja” (DGC25)

O catequista mistagogo é pessoa de atitudes, de sinais,das palavras, do ensinamento, do discurso e, sobretudo, épessoa do testemunho de Jesus Cristo. É aquele que, comodiz a bela canção: “tem a palavra certa, na hora certa, do jeitocerto e para a pessoa certa”. E mais ainda, o mistagogo é aqueleque se afunda na interioridade e intensidade dos mistériospascais. Sem oração, o catequista é técnico na fé; com a ora-ção, o catequista torna-se mestre de fé.

c) O catequista é católico: é aquele que opta pela essenci-alidade eclesial. Vamos detalhar a essencialidade do catequis-ta em três verbos: acolhedor, ouvinte e visitador. O catequistaacolhedor é aquele que conduz o interlocutor a vivenciar ex-periências únicas com Jesus Cristo. É alguém sempre aberto às

novas mudanças e criatividades da Igreja. O catequistaouvinte é aquele que aprende a falar menos e a escutarmais, ou seja, exerce seu ministério a partir do silêncioda escuta. O catequista visitador é aquele que pastoreiaas periferias existenciais das famílias. Não fica em pron-tidão à espera da resolução dos problemas, mas coloca-se em atitude, em movimento, em proatividade, em saí-da missionária. O catequista visitador não é o antídotopara as crises humanas, mas presença de Deus e o canalevangelizador das famílias.

O serviço do catequista não é um ato individual ouisolado, mas sempre profundamente eclesial: exerce-opela e em nome da Igreja. O catequista comunga da uni-dade eclesial. Não proclama teorias pessoais, mas o Evan-gelho e os ensinamentos magisteriais. O catequista éaquele que partilha das belezas de sua comunidade. Échamado a ser missionário e carrega consigo os dons dauniversalidade eclesial. A missão é sinal da comunhão.

A catequese deve mergulhar nas atitudes próprias do Mes-tre. Os discípulos empreendem, assim, um caminho de trans-formação interior em que, participando do mistério pascal do

Senhor, passam do homem velho aohomem novo em Cristo (cf. CT 28).A atividade missionária constitui,portanto, terreno privilegiado paraa catequese ser posta em prática.

Enfim, o espírito missionário re-quer que o catequista imprima,no mais íntimo de seu ser e doseu ministério, o sinal da auten-ticidade de fé: a cruz gloriosa. OCristo que o catequista aprendeua conhecer é o “crucificado” (1Cor2,2) e o qual anuncia é também o“Cristo crucificado” (1Cor 1,23) queo “Pai ressuscitou do mortos ao ter-

ceiro dia” (At 10,40).Que Maria configure em cada catequista o estado missio-

nário do discipulado!

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 20158

Especial

Apesar da CriseApesar da CriseApesar da CriseApesar da CriseApesar da Crise

*PABLO VILLAÇA

Eu fico realmente impressionado ao perceber como os colunistas políticos da grande mídiasentem prazer em pintar o país em cores sombrias: tudo está sempre “terrível”, “deses-

perador”, “desalentador”. Nunca estivemos “tão mal” ou numa crise “tão grande”.Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não viveram os

anos 90?! Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditemque “crise” é o que o Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz

necessária: não lêem as informações que seus próprios jornaispublicam, mesmo que escondidas em pequenas notas no

meio dos cadernos?Vejamos: a safra agrícola é recordista, o setor auto-

mobilístico tem imensas filas de espera por produ-tos, os supermercados seguem aumentando lucros,

a estimativa de ganhos da Ambev para 2015 é14,5% maior do que o de 2014, os aeroportos

estão lotados e as cidades turísticas têm atra-ído número colossal de visitantes. Passem

diante dos melhores bares e restaurantesde sua cidade no fim de semana e perce-berá que seguem lotados.

Aliás, isto é sintomático: quandoum país se encontra realmente em cri-se econômica, as primeiras indústri-as que sofrem são as de entreteni-mento. Sempre. Famílias com o bol-so vazio não gastam com supérflu-os - e o entretenimento não con-segue competir com a necessida-de de economizar para gastos emsupermercado, escola, saúde,água, luz, etc.

Portanto, é revelador notar,por exemplo, como os cinemasbrasileiros estão tendo seu me-lhor ano desde 2011. Público re-corde. “Apesar da crise”. A venda

de livros aumentou 7% no primei-ro semestre. “Apesar da crise”.

Uma “crise” que, no entanto, nãodissuadiu a China de anunciar investi-

mentos de mais de 60 bilhões no mer-cado brasileiro - porque, claro, os chine-

ses são conhecidos por investir em mausnegócios, certo? Foi isto que os tornou uma

potência econômica, afinal de contas. Não?Se banissem a expressão “apesar da crise”

do jornalismo brasileiro, a mídia não teria maiso que publicar. Faça uma rápida pesquisa no Goo-

gle pela expressão “apesar da crise”: quase 400 milresultados.

“Apesar da crise, cenário de investimentos no Brasilé promissor para 2015.”

“Cinemas do país têm maior crescimento em 4 anos ape-sar da crise”

“Apesar da crise, organização da Flip soube driblar os contratem-pos: mesas estiveram sempre lotadas”

“Apesar da crise, produção de batatas atrai investimentos em Minas”

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 9

As crises são características de so-ciedades complexas e dinâmicas, comoa nossa. Nessas sociedades, as mudan-ças, as novidades, as transformaçõese as rupturas são algo marcante. Nadaestá dado de antemão, nada é sim-plesmente “natural” e eterno, tudo épassível de ser questionado, negado emodificado. E isso entra em contradi-ção com culturas, valores e tradições.As sociedades tradicionais, ao contrá-rio, são marcadas pela continuidade,e as mudanças são muito lentas e im-perceptíveis, embora também existam.

Estamos cada vez mais envolvidosna chamada “sociedade líquida”, emque tudo muda muito rapidamente. Opassado, a tradição, não é mais refe-rência e vive-se um presente inflado,sem futuro. Somos levados pela cor-renteza marcada pela “rapidación”,como disse o Papa Francisco na Lau-dato Si’, n. 18, isto é, pela aceleraçãoem todas as dimensões da nossa vida.Passamos a vida correndo, experimen-tando, sem tempo para parar, sabore-ar e contemplar.

O enfrentamento das crises exigeorganização, força de mobilização, lu-cidez de perspectivas. Quem não estápreparado simplesmente sofre as cri-ses.

Isso nos leva ao ponto central danossa reflexão: o enfrentamento dascrises requer discernimento e ação. Ascoisas não nos são dadas. O que valeuontem, muitas vezes, já não vale maishoje; precisa ser repensado. Estamosem uma sociedade em constantes mu-danças, e a atitude mais própria paraviver nesse tipo de sociedade é a dodiscernimento. Discernir significa quenão recebemos mais respostas pron-tas, universais e acabadas. Discernirsignifica ter bem claros princípios (doEvangelho, da Tradição da Igreja, dos

“Apesar da crise, vendas da Toyotacrescem 3% no primeiro semestre”

“Apesar da crise, Riachuelo vai inau-gurar mais 40 lojas em 2015”

“Apesar da crise, fabricantes de má-quinas agrícolas estão otimistas para2015”

“Apesar da crise, Rock in Rio conse-guiu licenciar 643 produtos – o recordehistórico do festival.”

“Honda tem fila de espera por car-ros e paga hora extra para produzir maisapesar da crise,”

“16º Exposerra: Apesar da crise, ho-téis estão lotados;”

“Apesar da crise, brasileiros preten-dem fazer mais viagens internacionais”

“Apesar da crise, Piauí registra cres-cimento na abertura de empresas”

Apesar da crise. Apesar da crise.Apesar da crise.

A crise que nós vivemos no país é a defalta de caráter do jornalismo brasileiro.

Uma coisa é dizer que o país estáem situação maravilhosa, pois não está;outra é inventar um caos que não cor-responde à realidade. A verdade, comode hábito, reside no meio do caminho:o país enfrenta problemas sérios, masestá longe de viver “em crise”. E certa-mente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia em peso não insistisseem semear o pânico na mente da po-pulação - o que, aí, sim, tem potencialde provocar uma crise real.

Que é, afinal, o que eles querem.Porque nos momentos de verdadeiracrise econômica, os mais abastados per-manecem confortáveis - no máximo cor-tam uma viagem extra à Europa. Jáda classe média para baixo, as con-sequências são devastadoras, crian-do um quadro no qual, em desespe-ro, a população poderá tender aacreditar que a solução será devol-ver ao poder aqueles mesmos queencabeçaram a verdadeira crise dosanos 90. Uma “crise” neoliberal quesufocou os miseráveis, mas enrique-ceu ainda mais os poderosos.

E quando nos damos conta disso,percebemos por que os colunistas polí-ticos insistem tanto em pintar um re-trato tão sombrio do país. Porque es-tão escrevendo as palavras desejadaspelas corporações que os empregam.

Como eu disse, a crise é de caráter.E, infelizmente, este não é vendido nasprateleiras dos supermercados.

*Pablo Villaça é crítico de cinema.

Texto publicado em 18 de julho de 2015

ANDRÉ LANGER

O discernimento necessárioO discernimento necessárioO discernimento necessárioO discernimento necessárioO discernimento necessáriopara para para para para enfrentar as crisesenfrentar as crisesenfrentar as crisesenfrentar as crisesenfrentar as crises

direitos universais) e ver como podemser vividos em cada momento e situa-ção da nossa vida e história.

Ser uma pessoa de discernimentosignifica ser alguém em permanentebusca, “em saída”, como não se can-sa de dizer o nosso Papa. O discer-nimento exige que tenhamos emuma mão a Palavra de Deus e, naoutra, a realidade, para juntá-las,para lê-las ao mesmo tempo. O dis-cernimento nos torna verdadeira-mente livres em relação à realida-de. Com ele nos tornamos sujeitos,autônomos e solidários. Pensamos pornós mesmos e não seremos massa demanobra nas mãos e interesses dequem quer que seja.

O discernimento propõe critériospara a nossa ação. Penso, particular-mente, em dois: primeiro, o discerni-mento diante das crises requer vencero medo. O medo não é evangélico. Omedo nos deixa tímidos e retraídos, enos torna surdos diante do EspíritoSanto. O segundo critério são os po-bres. Em momentos de crise é comumesquecer os pobres, deixá-los em se-gundo plano. O discernimento neces-sário para tempos de crise nos diz queos pobres são critério de julgamentoda nossa sociedade; são eles que di-zem se uma sociedade não é justa,igualitária e fraterna.

Assim, as crises não são o fim domundo, embora possam, às vezes, sero fim de um determinado mundo. Ascrises não são justificativas para o nos-so derrotismo. Pelo contrário, pelo dis-cernimento, devemos ser capazes detransformar as crises em oportunida-des, arregaçando as mangas e colocan-do mãos à obra. E isso é sempre umaaposta, como a semente jogada na ter-ra, na parábola contada por Jesus (cf.Mc 4,1-9).

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201510

Crise Migratória

Crise imigratória: Europa, Crise imigratória: Europa, Crise imigratória: Europa, Crise imigratória: Europa, Crise imigratória: Europa, a terraa terraa terraa terraa terraprometidaprometidaprometidaprometidaprometida para os refugiadospara os refugiadospara os refugiadospara os refugiadospara os refugiados

JUDINEI VANZETOJornalista

A Europa, que por séculos viveu à custa de suas ex-colônias e de países subdesenvolvidos, agora tem uma dívida histórica a liquidar

Foto: Divulgação

Na manhã de 2 de setembro, umaquarta-feira, a foto do menino sírioAylan Kurdi, de 3 anos, encontrado afo-gado em uma praia da Turquia, virousímbolo da crise migratória que assolaa Europa. Divulgada mundo afora, aimagem serviu para a imprensa inter-nacional destacar a calamitosa situa-ção dos refugiados que buscam asilona União Europeia. A tragédia do pe-queno Aylan, porém, está longe de serúnica. Apenas entre 11 e 15 de setem-bro, 23 crianças morreram afogadas emtravessias marítimas para o velhocontinente, enquanto suas famíliastentavam escapar de conflitos e damiséria. A diferença entre elas e omenino sírio é que as últimas nãotêm um rosto, pois delas não há sequerúltima foto.

Da mesma forma, pouco se sabe arespeito dos 2.373 imigrantes que mor-reram nos oito primeiros meses desteano na tentativa de atravessar o MarMediterrâneo e chegar à Europa, quan-

do mais de 100 mil tentaram esse tra-jeto. Em 2014, a morte já havia ronda-do 220 mil imigrantes que cruzaram ooceano com destino a Grécia, França,Alemanha e Itália, segundo o Alto Co-missariado das Nações Unidas para osRefugiados (Acnur). Quando alguns des-ses viajantes, por obra do destino, ob-têm sucesso em aportar em solo euro-peu, muitos ainda se propõem umanova jornada: seguir por terra para ten-tar entrar na Grã-Bretanha pelo Euro-túnel. Seja para onde eles forem, o ob-jetivo dos desterrados é repetir o queoutras 60 mil pessoas conseguiram em2013: uma vida melhor.

Mas o risco de a viagem terminarmal é enorme, pois a travessia em em-barcações precárias e superlotadas éinsegura. Some-se a isso a indiferençada União Europeia. Se até recentemen-te as autoridades empreendiam mis-sões para evitar mortes no Mediterrâ-neo, nos últimos meses as tragédiasaumentaram em razão de uma delibe-

rada omissão. Ainda assim a travessiaé lucrativa para traficantes de seres hu-manos. Estima-se que eles cobrem 10mil reais para transportar uma pessoado norte da África à Europa, e que ape-nas uma embarcação renda 1 milhãode dólares. Para quem negocia, poucoimporta como termina a travessia. Jáem razão do desespero de quem se ar-risca sonhando com uma vida melhor,vale o perigo de morrer, pois a vida, afi-nal, já não vale quase nada.

Francisco apela – Os refugiados vêmde muitos países (confira no boxe). Arota preferida tem sido a da Hungriapara se chegar à Áustria, Alemanha ouInglaterra. Por aí, uma barreira enfren-tada pelos imigrantes é a dos partidosde direita dos países europeus, que secaracterizam pela xenofobia e por umapolítica anti-imigração, que utiliza a cri-se econômica como argumento para aelaboração de leis contrárias à aceita-

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 11

ção de refugiados. A regra, felizmente,não é geral.

Em 6 de setembro, no Vaticano, opapa pôs o dedo na ferida do chamadoamor cristão europeu. Antes da oraçãodo Ângelus, Francisco apelou a toda aIgreja no velho continente. “Cada pa-róquia, cada comunidade religiosa,cada mosteiro, cada santuário da Eu-ropa hospede uma família, começan-do da minha Diocese de Roma”, lançou.Segundo ele, “diante da tragédia de de-zenas de milhares de refugiados que fo-gem da morte por causa da guerra eda fome, e rumam na esperança devida, o Evangelho nos chama, nos pedeque sejamos ‘próximos’, dos mais pe-quenos e abandonados. A dar-lhes umaesperança real. Não só dizer: ‘Coragem,paciência!’”. Por fim, Francisco dirigiu-se aos bispos da Europa, “verdadeirospastores, para que nas suas dioceses apoi-em meu apelo, recordando que a miseri-córdia é o segundo nome do amor”.

Interesse econômico – Houve tem-po em que apelos assim eram dispen-sáveis porque a Europa, por interesseeconômico, tratava melhor quem a pro-curava. Pois foi à custa dos imigrantesem busca de trabalho, após a Segunda

Guerra Mundial (1939-1945), que hojepaíses de forte economia como Alema-nha e França cresceram industrialmen-te. Segundo o doutor em Demografia eprofessor na Pontifícia UniversidadeCatólica (PUC) de Minas Gerais, DuvalMagalhães Fernandes, em entrevista aosite Instituto Humanitas Unisinos (IHU),na época da euforia econômica da Eu-ropa não havia tanto controle em suasfronteiras: “Precisava-se da mão deobra. No caso da Espanha, sem os imi-grantes, o país teria chegado em 2010com dificuldades e não cresceria nema metade do observado na primeira dé-cada do século 21”.

Tempos após o fim da SegundaGuerra Mundial, entre as décadas de1970 e 1980, houve uma segmentaçãona origem dos imigrantes que se dirigi-am aos países europeus. Eles passarama vir das ex-colônias, sobretudo do con-tinente africano. Além disso, morado-res do Leste Europeu foram provoca-dos a deixar suas origens e seguir parapaíses mais desenvolvidos. Brasileirosnestas décadas também rumaram à Eu-ropa. Mas, a partir dos anos 1980 e1990, sobrevieram as crises econômi-cas que aceleraram o desemprego. Comisso houve aversão aos imigrantes pela

Campo de Zaatari na Jordânia

Foto: Pablo Tosco - Oxfam

preocupação com a perda de identida-de cultural, bem como pela competiti-vidade entre nativos e imigrantes.Quem vinha de fora se submetia a sa-lários menores e condições precárias detrabalho. Outro elemento a ser consi-derado neste período foi a entradamaciça de muçulmanos.

Hora de pagar – Para restringir aonda imigratória, governos europeuspassaram a cobrar altas taxas para aobtenção de vistos e impor complica-dos procedimentos burocráticos, o quetornou quase impossível ao imigranteser admitido legalmente. Ao analisar talsituação sob uma perspectiva históri-ca, a Europa apenas começava a mer-gulhar em suas contradições, já quemuitos de seus países, por séculos, en-riqueceram explorando colônias naÁsia, África, Oriente e América Latina.Era de se esperar, portanto, que a fatu-ra dessa conta chegaria cedo ou tardee, talvez, o momento seja este! Os paí-ses ricos do Hemisfério Norte não po-dem mais fechar olhos e fronteiras paraas guerras, a pobreza, a exploração eco-nômica, as ditaduras e as repressõespolíticas e religiosas que contribuíram

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201512

para construir e manter nasperiferias do planeta. Pois éfugindo dessas situações decultura de morte que milha-res de homens, mulheres ecrianças, de famílias inteiras,abandonam seus lares embusca de uma vida melhorem outro país. A causa daimigração, como se vê, podeter mudado do fim da Se-gunda Guerra Mundial paracá, mas a necessidade con-tinua a mesma: sobreviver!

O problema é que, hoje,a União Europeia, como con-sequência de sua políticaneoliberal, enfrenta uma sé-ria crise econômica e se vêobrigada a tomar medidasapertadas de contenção deinvestimentos. Muitos paí-ses apresentam um merca-do de trabalho saturado eacusam os imigrantes porisso. Eles se esquecem deque não só prosperaram àcusta deles como até ontempermitiam a entrada de tra-balhadores para exercer ta-refas rejeitadas por seus ci-dadãos. Como, então, rece-ber os refugiados? Rejeitan-do a xenofobia e conscienti-zando-se de que sua situa-ção, em que pese as dificul-dades, é confortavelmentemelhor do que a de outrospaíses da África, Ásia e Ori-ente. A Grécia mesmo, queeste ano não honrou umaparcela de seu empréstimotomado junto ao Fundo Mo-netário Internacional (FMI),recebeu 160 mil imigrantes.Rever atitudes, porém, nãoé fácil. “O traço xenofóbicoé característico do ser hu-mano nas sociedades capi-talistas. Em momentos decrise, ele surge como umaespada a ser levantada paraesconder os verdadeiros cul-pados pela crise ou proble-mas sociais”, define o demó-

grafo Duval Magalhães Fer-nandes.

De onde eles vêmDe onde eles vêmDe onde eles vêmDe onde eles vêmDe onde eles vêmSíria, Iraque, Líbia, Eritreia e Afeganistão são algunsSíria, Iraque, Líbia, Eritreia e Afeganistão são algunsSíria, Iraque, Líbia, Eritreia e Afeganistão são algunsSíria, Iraque, Líbia, Eritreia e Afeganistão são algunsSíria, Iraque, Líbia, Eritreia e Afeganistão são alguns

países que fornecem grandes contingentes depaíses que fornecem grandes contingentes depaíses que fornecem grandes contingentes depaíses que fornecem grandes contingentes depaíses que fornecem grandes contingentes de refugiados ao mundo. Entenda as razões. refugiados ao mundo. Entenda as razões. refugiados ao mundo. Entenda as razões. refugiados ao mundo. Entenda as razões. refugiados ao mundo. Entenda as razões.

Fonte: Revista Família Cristã, Ano 81, edição de outubro 2015, páginas 26 a 31

Síria, a guerra civilSíria, a guerra civilSíria, a guerra civilSíria, a guerra civilSíria, a guerra civilA guerra civil iniciada em 2011 entre o

governo do presidente Bashar AL-Assad eo Exército Livre Sírio, Frente al Nusra eo Estado Islâmico gerou a maior populaçãode refugiados do mundo: 3,8 milhões depessoas. Pelo menos 44 mil rumaram à Eu-ropa. O conflito já matou mais de 240 milpessoas, dentre as quais 12 mil crianças. AOrganização das Nações Unidas (ONU)aponta que 7 milhões dos 21,9 milhões dehabitantes do país abandonaram suas ca-sas, e 60% da população vive em extremapobreza.

Afeganistão, o fundamentalismoAfeganistão, o fundamentalismoAfeganistão, o fundamentalismoAfeganistão, o fundamentalismoAfeganistão, o fundamentalismoOs afegãos se espalham por mais de 80

países. A diáspora começou após o ataqueàs Torres Gêmeas, em Nova Iorque, nos Es-tados Unidos, em 11 de setembro de 2001.O país foi invadido por tropas norte-ameri-canas à caça de Osama Bin Laden, que as-sumiu a autoria dos atentados. Antes do11 de Setembro, o Afeganistão estava sobdomínio do Taliban, movimento fundamen-talista islâmico. Os conflitos entre o exérci-to norte-americano e o Taliban resultaramem cerca de 150 mil mortes. Morre-ram1.592 civis apenas no primeiro semes-tre deste ano.

Iraque, armas de destruiçãoIraque, armas de destruiçãoIraque, armas de destruiçãoIraque, armas de destruiçãoIraque, armas de destruiçãoEm 2003, os norte-americanos invadi-

ram o Iraque e destituíram o presidente Sa-ddam Hussein sob o argumento de que opaís possuía armas de destruição em mas-sa. O país passou a ser controlado pelosxiitas, e os sunitas protestaram. Com a re-tirada das tropas americanas do Iraque em2011, o Estado Islâmico avançou sobre onorte do país. Com isso, em 2014, o Iraqueregistrou cerca de 10 mil mortes e milha-res de pessoas buscaram refúgio na Euro-pa, a começar pela Turquia, que abriga cer-ca de 200 mil iraquianos.

Líbia, governos paralelosLíbia, governos paralelosLíbia, governos paralelosLíbia, governos paralelosLíbia, governos paralelosEm 2011, o movimento Primavera Ára-

be derrubou o ditador Muammar Kadhafi,que estava no poder há 42 anos. Hoje opaís vive em crise política com dois parla-mentos e dois governos. O novo governoreconhecido pela comunidade internacio-nal fixou sede em Tobruk, leste do país, e oEstado Islâmico tomou parte de Trípoli. Osrefugiados dos conflitos atravessam o MarMediterrâneo rumo à Itália.

Eritreia, fome e escravidãoEritreia, fome e escravidãoEritreia, fome e escravidãoEritreia, fome e escravidãoEritreia, fome e escravidãoA maioria dos imigrantes que atraves-

sam o Mediterrâneo rumo a Itália parte daEritreia. O objetivo é escapar do serviçomilitar obrigatório, considerado um regime de es-cravidão. Outros motivos são a repressão política, aguerra civil e uma agricultura de subsistência que maldá conta de alimentar a população.

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 13

Dimensão Social

VVVVVoluntariado nota 10!oluntariado nota 10!oluntariado nota 10!oluntariado nota 10!oluntariado nota 10!

SIMONE CARVALHOVoluntária do Projeto O Haiti é logo aqui

Professora Simone em sala de aula

Foto

: Ste

phan

y Br

avos

A primeira vez que ouvi falar do pro-jeto foi na missa que sempre vou aosdomingos. Logo de início fiquei apre-ensiva sobre me voluntariar a dar au-las, pois, apesar de ter tido uma mes-tra espetacular - minha mãe, a melhorprofessora de português, de ética, detudo que tive, já fazia algum tempo quenão dava aulas. No entanto, senti quepodia fazer isso e fui procurar o Pe. Car-los na Sacristia, depois da missa. Eleprontamente me apoiou pondo-me apar dos dias das aulas, e sobre a partesocial também inserida no contextogeral do projeto.

O Projeto nasceu da necessidadeobservada por visitas feitas pela Equi-pe Missionária da Paróquia, Irmã Dolo-res, Bernadete, Estelita, Luciana, entreoutros missionários que já vinham co-mentando sobre o grande número deimigrantes, principalmente a haitianosvivendo em condições precárias e quesó pioravam com a falta de comunica-ção, devido ao fato de não falarem alíngua portuguesa. Posto para aprecia-ção, o projeto foi prontamente aprova-do pela nossa Arquidiocese. Salas fo-ram colocadas à disposição para o iní-cio das aulas que contava com uma tra-dutora nos contatos iniciais. As pasto-rais se mobilizaram e ofereceram umjantar após as aulas, pois muitos vinhamdireto do trabalho ou não tinham nadapara jantar em casa. A comunidadecontribuiu de todas as maneiras possí-veis para amenizar o sofrimento de nos-sos irmãos haitianos, suprindo necessi-dades básicas, doando alimentos, rou-pas, cobertores, colchões, camas, cal-

çados, enxovais de bebê (alguns tinhamfilhos recém-nascidos), além da integra-ção de que faziam questão de partici-par, nas missas, no café, onde tinhamo sorriso amigo das pessoas que pre-paravam o jantar lideradas pela Cate-quese e Bocado do Pobre. A Equipe deProfessores, todos voluntários, eu, aprofessora Eneide e mais tarde a pro-fessora Maria Inês se juntaria a nós,estávamos concentrados em oferecero melhor, dentro das nossas possibili-dades.

Dessa forma, iniciei uma jornadaque marcaria para sempre minha vida.Começamos sem saber ao certo a di-nâmica a ser aplicada para termos re-sultados rápidos, pois muitos precisa-vam urgentemente aprender a língua,para permanecer em seus empregos,outros para conseguir oportunidades;no geral, o quadro era de necessidadeextrema. A situação exigia esforço, pa-ciência e sobretudo disposição, pois, aolongo do percurso, fui percebendo a ca-rência, a saudade dos que ficaram noHaiti, a autoestima em baixa, falta dedocumentos para iniciar a vida que elestanto sonhavam, o preconceito discri-minatório, a solidão da língua, dos cos-tumes, da paisagem, da vida e sobre-tudo a impotência muitas vezes de tudoque se propunham a fazer. Como lidarcom tudo isso, sem parecer piegas ousimplesmente ignorar e ser tecnicamen-te a professora? Pois é, não deu. Entra-mos na vida dessas pessoas com ummisto de incerteza e precisão, focamosno aprendizado mas sem esquecer dahumanidade, o ser humano que esta-

va à nossa frente implorando para sernotado e aceito em um país estranho,vislumbrado apenas pelo que ouviram,prometeram e de certa forma propu-seram. Aqui a realidade era outra, OBrasil dos sonhos é também o Brasil deinúmeras dificuldades, incontáveis de-safios e de repente eles tinham que seagarrar à mão que foi estendida ou so-breviver à indiferença da ignorânciagerada pela autopreservação disfarça-da de preconceito por sua cor, sua mi-séria, seu status social ou simplesmen-te sua origem.

Aprendi a ter paciência e ouvir, asorrir de situações definitivamente em-baraçosas. Aula após aula, eu e, tenhocerteza, as outras professoras aprendí-amos que o mais importante é ter fé.Diante de tantos fatos relatados, explo-rações, violência, direitos violados detodas as maneiras possíveis, dor, humi-lhações, sofrimento, eu voltava pra casapedindo a Deus que me fortalecesse eguiasse não só a mim mas a todos en-volvidos no projeto, para que tivésse-mos discernimento e sabedoria para li-dar com o que tínhamos em mãos. Iame esquecendo: aprendi sobretudo aagradecer. Sempre.

Busquei informações em todo lugarque pude, da UFPR a todo e qualquerprojeto de ensino baseado no aprendi-zado da língua portuguesa especifica-mente para haitianos, senegaleses, ni-gerianos, enfim, estrangeiros, e fui ela-borando juntamente com a professoraEneide as aulas, de modo que obtivés-semos um resultado rápido e eficaz. Ini-

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201514

ciamos com textos, dicionário, vocabu-lário próprio (Crioulo haitiano). Resolvientão a aprender o Crioulo Haitiano,conversando com alunos, professoreshaitianos pela internet, praticando comeles. O resultado foi excelente. Haviauma interação de todos na sala de aula,eles perguntavam, debatiam e se sen-tiam entusiasmados, e foi com grandealegria que iniciamos o ensino da gra-mática, e para nossa surpresa eles cor-responderam plenamente a essa intro-dução gramatical. Emocionei-se quan-do um aluno conjugou o verbo amarnos três tempos simples (presente, pas-sado e futuro), visto que em seu idio-ma o verbo não tem esse detalhamen-to, são usadas partículas para diferen-ciar o tempo verbal. E mais ainda quan-do falei da possibilidade de poderemvoltar a estudar e fazer cursos técnicosaqui no Brasil. Houve uma empolgaçãogeral. Um dos desafios estava vencido:o resgate da autoestima, o respeito queeles tanto buscavam. Chorei de fato,quando ao final de uma aula uma alu-na me procurou e falou que sentia-segente e que não tinha mais medo defalar.

Fui chamada pelo diretor da Vila da

Cidadania que fica em Piraquara parauma reunião, visto que eles também re-ceberam muitos ônibus em regime emer-gencial, com haitianos, e fizeram um ex-celente trabalho educacional e prático noque se refere a documentos e encaminha-mento para moradias e empregos. Inici-amos uma troca de experiências e ideiasque resultou em empregos e oportuni-dades de estudo para vários alunos. Aprofessora Daiane, com quem troqueimuita figurinha sobre aulas de com-portamento, direção profissional e di-ficuldades corriqueiras de todos quechegavam, foi de suma importânciana elaboração de tudo que fiz no pro-jeto da Paróquia São José Trabalha-dor, culminando com a certificaçãoatravés de um exame ocorrido no dia28/09/15, com o qual tivemos nossoápice de realização: mais da metadepassou com mérito de notas. Uma alu-na gabaritou a prova, tirou 10; eu nãosei descrever a sensação quando dei o re-sultado para eles, meu Deus, nós conse-guimos! Era só o que me vinha à mente.A alegria, o orgulho estampado nos ros-tos de cada um deles eram um presentevalioso para uma simples voluntária quesó queria ensinar algumas palavras. Em

silêncio eu agradeci a Deus por terme usado como instrumento de suavontade e bondade.

Eles não querem ser párias deuma sociedade que hoje tenta ser in-diferente a sua presença, eles queremapenas trabalhar, construir uma vidamelhor, cujo país natal no momentonão lhes possibilita nem mesmo o ali-mento necessário para sua sobrevi-vência. Ficar indiferente não resolveo problema, ao contrário, aumentasua proporção. À medida que ensi-namos o valor de uma cidadania jus-ta e humanitária, dispondo-nos amostrar a verdadeira face de um paísassolado por corrupção, injustiçassociais, estamos nos unindo por umfuturo melhor, na certeza de que nos-sos filhos, netos vão saber que fize-mos o melhor. Apesar de não termostantos bons exemplos, mostraremosque escolhemos ser algo mais, inde-pendente de cor, credo, status soci-al, raça, pois somos uma única: so-mos a raça humana. Imagem e seme-lhança de um Deus que nos escolheusem olhar ou considerar nossa insig-nificância diante de sua onipotênciae Divindade.

Alunos do projeto no dia da prova aplicada pela Secretaria de Educação

Foto

s: S

teph

any

Brav

os

COMISSÃO DA DIMENSÃO SOCIAL: [email protected] / (41) 2105-6326.

Coordenadores: Pe. Antônio Fabris, Diácono Gilberto Felis e Diácono Antônio Carlos Bez.

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 15

*NICOLE FIGUEIREDO DE OLIVEIRA E*JULIANO BUENO DE ARAUJO- Coalizão Não Fracking Brasil

Ameaça

Cuidar do planetaCuidar do planetaCuidar do planetaCuidar do planetaCuidar do planeta é nossa obrigação moral! é nossa obrigação moral! é nossa obrigação moral! é nossa obrigação moral! é nossa obrigação moral!

Foto

: Div

ulga

çãoAssim como o

Papa Francisco, que-remos um mundosaudável e sustentá-vel. Autor da CartaEncíclica que enfatizaa questão ambiental,a ‘LAUDATO SI’, mi’Signore – Louvadosejas, meu Senhor, oPapa tem sido con-tundente em alertaros líderes mundiaispara a devastaçãoque a exploração adeternum dos recur-sos naturais e com-bustíveis fósseispode provocar a nos-sa “casa comum”.

Em recente via-gem aos Estados Uni-dos, o Papa Francis-co não perdeu aoportunidade paradizer ao presidente Barack Obama que“a mudança climática é um problemaque não pode mais ser deixado parauma futura geração”. Foi uma chama-da dura e urgente sobre o aquecimen-to global, desafiando os gestores a ori-entar políticas públicas claras e efici-entes e transformando em imperativoo que ele acredita ser uma questãomoral: “A destruição da natureza é umpecado moderno”.

O planeta está dando sinais de queestá chegando ao limite. Quando fala-mos em mudança climática e em aque-cimento global, estamos nos referindoao incremento, além do nível normal,da capacidade da atmosfera em retercalor. Isso vem acontecendo devido aum progressivo aumento na concentra-ção dos gases de efeito estufa (CO²,metano e outros hidrocarbonetos) naatmosfera nos últimos 150 anos. As ge-leiras estão derretendo e aumentandoo nível do mar; os tufões e furacões es-tão mais destruidores; mudança no re-gime de chuvas e variações radicais doclima já são uma realidade.

No Brasil, já sentimos alguns des-ses efeitos. A crise no abastecimentode água no Sudeste, chuvas em grande

volume que provocam enchentes noNorte e Sul e registro de tornados e gra-nizo do tamanho de uma bola de tênistêm causado grandes prejuízos e assus-tado a população.

Para piorar esse cenário já catastró-fico, o governo brasileiro que importara tecnologia do fraturamento hidráuli-co, ou Fracking em inglês, para explo-rar gás de xisto do subsolo. Para queesse gás seja extraído, é necessária aperfuração profunda do solo, por ondepassam entre 7 milhões e 15 milhõesde litros de água, areia e mais de600 substâncias químicas, algumasbem tóxicas e cancerígenas. Ao fra-turar a rocha e provocar a liberaçãosistemática do metano, Fracking in-tensifica as mudanças climáticas ejá está relacionado a ocorrência de ter-remotos.

Mas os problemas relacionados aoFracking vão muito além da disputa hí-drica. Nos países onde o fraturamentohidráulico é realizado – China, Canadá,Estados Unidos e Argentina –, há rela-tos de contaminação de lençóis freáti-cos, vazamento de metano para poçosartesianos e, em áreas dos EUA onde atecnologia é usada para extrair petró-

leo, de poluição do ar. No Brasil, há umrisco de contaminação inerente à pró-pria geologia: as principais jazidas degás numa camada de rochas na baciado Paraná, que está debaixo das rochasdo aquífero Guarani, o maior do mun-do. Entre as 122 cidades a serem atin-gidas estão Toledo, maior produtor desuínos, aves e soja do estado. Com Fra-cking, é o fim da economia regional, aspessoas vão adoecer e o que temoshoje sofrerá danos irreversíveis.

Nós, da 350.org Brasil e da COE-SUS – Coalizão Não Fracking Brasil,estamos empenhados em impedir queo Fracking aconteça em nossas fron-teiras e outros lugares do mundo,método nocivo à natureza, que con-tamina a água, impede a produçãode alimentos e acaba com a vida noplaneta. Inspirados pelo Papa Fran-cisco, que também é contra o Fra-cking, contamos com o apoio da socie-dade para vencermos essa luta. Saibacomo participar acessando o sitewww.naofrackingbrasil.com.br.

*Nicole Figueiredo de Oliveira é diretora da350.org Brasil e Juliano Bueno de Araujo é

fundador da COESUS. Juntos, coordenam acampanha nacional contra o fraturamento

hidráulico, chamado Fracking, no Brasil.

O assunto é...

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201516

As CEBs na Arquidiocese deAs CEBs na Arquidiocese deAs CEBs na Arquidiocese deAs CEBs na Arquidiocese deAs CEBs na Arquidiocese de

Foto

: Ste

phan

y Br

avos

Foto

: bra

silfr

anci

scan

o.bl

ogsp

ot.c

om

A Igreja Povo de Deus, já tratadaaqui em artigos anteriores, não nasceucom o Concílio Vaticano II, antes, é aIgreja-Comunidade retratada no Livrodos Atos dos Apóstolos (Atos 2, 42-47).A acolhida, a fraternidade, a partilha eo espírito missionário das CEBs me fi-zeram apaixonado pela Teologia da Li-bertação, reencontrada pela Igreja con-ciliar. É dela que nasce a espiritualida-de libertadora das CEBs. Aprendi con-vivendo e ouvindo lideranças das CEBsna Arquidiocese de Curitiba a dar ra-zões à minha fé. Foi assim que aprendia assumir as consequências de meu ba-tismo, e a viver a maturidade da fé queherdei de meus pais. Foi a partir da mís-tica e da espiritualidade libertadora dasCEBs, sobretudo do seu compromissocom a transformação da realidade deexclusão social e violência, que desco-bri o sentido do ser cristão.

As CEBs na Arquidiocese de Curiti-ba estão presentes no meio do povo,nas lutas por politicas públicas de qua-lidade, pela ética na política e contra acorrupção. Na coordenação dos abaixo-assinados de iniciativa da ConferênciaNacional dos Bispos do Brasil (CNBB),que culminaram com as leis contra acorrupção eleitoral. Estão engajadas nosMovimentos e nas Pastorais Sociais, naEconomia Solidária, na luta por mora-dia, no Movimento Fé-Política, nas Se-manas Sociais Brasileiras e na defesa

dos Direitos Humanos. Inclusive os di-reitos de crianças e adolescentes, ten-do como gesto concreto a eleição e oacompanhamento de Conselheiras/osTutelares comprometidas/os com ospreferidos do Reino1. Foi nesse meio enessa luta por justiça e liberdade, queconheci o padre Michelângelo Ramero,ou o Padre Miguel. E como é comumnas comunidades, conheci com ele todauma geração de lideranças leigas, quefizeram e continuam fazendo a diferen-ça. Um deles é José Vilto Hoffman, que,como o Padre Miguel, é testemunhaocular de três gerações e mantém amesma paixão de um jovem pela causada justiça, da liberdade e da fraterni-dade. A partir deles conheci, criei laçose alimentei uma forte amizade com An-tonio Bez, Salete Bagolin, Lucimara Ca-margo, Adenival Gomes, Padre JaimeSchmitz, Risoleta Boscardin e muitosoutros homens e mulheres que me aju-daram a entender a diferença entre terreligião e ser religioso. Com eles e comelas, e a partir de seus testemunhos ede sua espiritualidade profética, aprendia viver a minha fé com alegria e indig-nação. É por tudo isso que prestei umasingela homenagem ao Padre Miguel eàs comunidades Eclesiais de Base, emminha Dissertação de Mestrado, naqual, entre outras coisas, digo:

Foi assim que a sua teoria-prática,juntamente com outros homens e mu-

lheres de fé, como Gilberto Carvalho eIrmã Teresa Araújo, Irmã Adiles Zangran-de, entre outros, idealizaram e, por fim,fundaram, logo após a morte de Tere-za, o Centro de Formação Urbano RuralIrmã Araújo - CEFÚRIA. Assim como IrmãAraújo diria, se fosse viva, Padre Migueldiz com sua voz e sua fé cheias de mãos,“Deus, que criou o céu, a terra e todo obem que existe, não pode ser culpadopelas enchentes que hoje desagregamparte significativa de seus filhos e filhas”.Fiquemos com esta profecia tão atual.Ao Padre Miguel, ao Deus que o consa-grou e aos peitos que o amamentaram,nossa homenagem e gratidão2.

As CEBs na Arquidiocese de Curiti-ba mantêm há mais de duas décadasum Grupo de Reflexão da Arquidiocese(GRA) encontro mensal que atualmen-te acontece todas as quartas segundas-feiras, às 19h00, na Cúria. As CEBs tam-bém celebram anualmente a memóriadas/os lutadoras/es do povo, com a ce-lebração dos mártires, que acontece noquarto sábado de março, em memóriado martírio de Dom Oscar Romero, quefoi morto no dia 24 deste mês no anode 1980. Assim, reafirmamos o senti-mento de que o sangue dos mártires ésementeiro de profetas e profetizas.Como já diz um canto de nossa gente ede nossas comunidades, “morrer não foiem vão”. Outra data celebrativa e mar-cante para as CEBs é a festa da Santíssi-

21º Grito dos Excluídos

Foto: Stephany Bravos

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 17

Curitiba: Romeiras do ReinoCuritiba: Romeiras do ReinoCuritiba: Romeiras do ReinoCuritiba: Romeiras do ReinoCuritiba: Romeiras do Reino

(FOOTNOTES)1 Ver Lucas 18, 15-172 (SANTIAGO, João Ferreira. Disserta-

ção de Mestrado em teologia. O Diá-logo e a Esperança na Formação e naAção de Lideranças para o Ser Mais,na Perspectiva de Paulo Freire. PUC-PR, Julho de 2012).

3 Ver Mateus 28, 16-20.4 Ver João 20, 19-23.5 Ver Êxodo 3, 7-8.6 Ver João 20, 1-10.

JOÃO SANTIAGOTeólogo, Poeta e Militante. Coordenador da Campanha

da Fraternidade na Arquidiocese de Curitiba

ma Trindade3, comemorada todos osanos no dia de Pentecostes4; esta é umadata de muita alegria e celebração.

As CEBs na Arquidiocese de Curiti-ba também participam, organizam,anunciam e denunciam nos encontrosintereclesiais. No ano que vem, no feri-ado de Tiradentes, acontecerá o Séti-mo Encontro Intereclesial Estadual doParaná, que será em Umuarama. Tere-mos como tema “As CEBs e os desafiosno mundo urbano” e Umuarama serásimbolicamente a nossa Terra Santa. Olema será “Eu vi e ouvi o clamor do meupovo, diante de seus opressores, e descipara libertá-lo5”. Ambos, tema e lemaserão também as palavras proféticas14º Intereclesial Nacional, que aconte-cerá em 2018, em Londrina. É com essamística da militância inserida na socie-dade nas lutas por justiça e liberdade,que as CEBs se fazem, nas palavras deDom Pedro Casaldáliga, “o antigo e sem-pre novo jeito de toda a Igreja ser”. Tam-bém nas Romarias da terra e das águas.Aliás, este ano, a Romaria da terra foinas terras de Santa Catarina, celebran-do os cem anos do massacre do Con-testado. Outro momento de grande sig-nificado para as CEBs também é o jácostumeiro “Grito dos Excluídos”, dadotodos os anos no dia 7 de setembro,

sempre em uma comunidade de Curiti-ba ou da Região Metropolitana. Esteano, por exemplo, aconteceu na Paró-quia Nossa Senhora do Rosário de Be-lém e gritamos contra o extermínio dajuventude. A pergunta geradora foi “Quepaís é este, que mata a gente, que a mí-dia mente e que nos engana?”. Este é ojeito de ser de uma Igreja profética, mis-sionária e em saída e que não entra nostúmulos6, antes anuncia.

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201518

Juventude JOÃO GUILHERME MELLO SIMÃOSetor Juventude

ProcessosProcessosProcessosProcessosProcessos em crise exigem em crise exigem em crise exigem em crise exigem em crise exigem

uma uma uma uma uma nova pastoralnova pastoralnova pastoralnova pastoralnova pastoralE aí pessoal! Nessa edição a juven-

tude vem mais uma vez refletir, pensare programar pastoral. Nossa revista trazcomo foco uma reflexão sobre a criseou as possíveis crises que existem nonosso atual contexto sócio eclesial. Anós, jovens, resta pensar: nós já nasce-mos na crise, mas o que realmente vi-vemos é uma crise de processos. Pro-cessos de continuidade, processos decaminhada, processos de seguimentonum discipulado comprometido. Nossageração nasceu numa dinâmica de ve-locidade e resultados imediatos, justa-mente por vivenciar a inovação das tec-nologias e como elas se relacionam emtransmissão de informação cada vezmais rápidos, práticos e objetivos.

A lógica de mercado não vai alémdisso. Aliás, já bem antes, nossos jovenssão “treinados” e não educados na edu-cação básica, forjados para atender umademanda comercial. Todas as situaçõesnão se resumem, mas em cadeia criamum ambiente propício para fragilizar oslaços de amor e amizade e as relaçõesinterpessoais. Não temos mais visão alongo prazo, objetivos concretos, pla-nejamentos nem planos pastorais,quem dirá para os jovens um projetode vida. Isso pode ser resolvido? Pode.

para o mundo todo. Precisamos ouvir oque todos pensam para a juventude.Segundo, organizar, programar, fornecerconteúdo de preparação e formação.Organizar as informações tendo commuita honestidade tudo o que foi dito.Às vezes nossa vontade é que o planode pastoral seja do nosso jeito, da nos-sa forma de pensar, porque a gente en-tende que, apesar de toda a boa von-tade, não se faz igreja com a cabeça deum só. Programando a curto, médio elongo prazo o que fazer para atenderas expectativas e vontades de todos,podemos ver o que realmente é neces-sário pra já e pra depois. E colocar àdisposição no meio do caminho muitoconteúdo para poder ir guiando o pro-cesso a fim de não perdermos o rumo.Tudo precisa de uma dinâmica, umtema, nem que seja uma frase para gui-ar os objetivos de uma pastoral consci-ente.

Considerando tudo isso, precisamosvoltar a fazer o que a igreja fez no co-meço de sua história: trabalho de base.Cara a cara, uma visão celular, de nú-cleos, aquilo que se tem insistido, umtrabalho de comunidade de comunida-des. Parece quadrada toda esta visão,mas ela é enroupada pelo convite deFrancisco, deixando de lado esperar re-sultados e confiar no Espirito Santo, re-zando muito, com a palavra de Deusapoiando e guiando, em meio a tudoisso evangelizando sem parar. Sim, épossível. Ademais, é necessário voltara pensar em processos de continuida-de, continuação, pois, como diz a juven-tude, se a gente continuar a ir na “lou-ca”, realmente nossos resultados e nos-sas expectativas com relação aos tra-balhos que fazemos também irão darna “louca”. Se fizermos com dedicaçãoe carinho, em grupo, juntos, com muitoamor e disposição, o Espírito irá con-duzir para a vida.

Vamos programar juntos?

Temos a chance de mostrar para omundo, de virar o jogo. Nosso grandePapa Francisco tem insistido em rela-ções duradouras, verdadeiras, honestase profundas que valorizem tempo e nãodinheiro, que gastem de nós não maté-ria, mas essência. Que paremos parapensar e escrever nossa vida; analisar-mos nossos atos e decidir se eles estãode acordo com o evangelho, pois issotrará as melhores consequências possí-veis. Que usemos nossa inteligência tec-nológica para produzir vida e conteú-do. Que nossa relação com a mãe Terraseja de coexistência e amor. Que volte-mos nosso olhar para o lado para aco-lher, incluir e amar ,e que cada ato sejacheio da mais profunda misericórdia.Mas isso tudo está num plano paradig-mático, onde está a forma de pensar.

E num plano programático? Nissoprecisamos melhorar. Nossa missão édeixar de realizar eventos que queirammassa e resultados de visão imediata.Isso parece clichê? Parece, mas é verda-de. Primeiro, sentar e pensar metodo-logias. Sabemos que a melhor delas éouvir. Qualquer plano de igreja precisacomeçar ouvindo, para isso o Papa con-vocou um sínodo da família que come-çou ouvindo os questionários enviados

SETOR JUVENTUDE: [email protected] / (41)

2105-6364 / 2105-6368 / Assessor Eclesiástico: Pe. Waldir Zanon Junior.

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 19

Dízimo PADRE ANDERSON BONINPadre referencial da Pastoral do Dízimo da Arquidiocese de Curitiba

NONONONONOVEMBRO: último mês do ano litúrgicoVEMBRO: último mês do ano litúrgicoVEMBRO: último mês do ano litúrgicoVEMBRO: último mês do ano litúrgicoVEMBRO: último mês do ano litúrgicoMensagem da Equipe Arquidiocesana da PMensagem da Equipe Arquidiocesana da PMensagem da Equipe Arquidiocesana da PMensagem da Equipe Arquidiocesana da PMensagem da Equipe Arquidiocesana da Pastoral do Dízimoastoral do Dízimoastoral do Dízimoastoral do Dízimoastoral do Dízimo

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMOCoordenador da Comissão: João Coraiola Filho./ Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon.

O DÍZIMO COMO EXPRESSÃODE COMUNHÃO

Queridos diocesanos, escrevo esseartigo de Florença. Estou em um conví-vio com sacerdotes de muitos lugaresdo mundo. É uma bela expressão da ri-queza espiritual, cultural e comunitáriada Igreja.

Consultando meus irmãos sobre arealidade econômica e comunitária daIgreja em seus países, fui tomado poruma grande surpresa, pois são realida-des muito diversas. Cito algumas parailustrar: na Alemanha, o dízimo é umimposto recolhido pelo estado e depoisencaminhado à Igreja; na Polônia, nãohá dízimo, apenas ofertas nas missas eofertas por sacramentos, como batismo,comunhão, crisma, matrimônio etc.; naGrécia, a Igreja vive do aluguel de edifí-cios pertencentes à diocese, como ca-sas, lojas etc.; em Camarões, na África,existe uma realidade semelhante à nos-sa, em que os fiéis levam à Igreja umaparte do seu salário, consagrando-acomo dízimo; aqui na Itália é muito di-verso, tem uma grande coleta, ofertase o aluguel de alguns edifícios. Mas nãosabem o que é o dízimo.

Temos uma grande missão peranteo mundo: mostrar que o mandamento

de Cristo, “amai-vos uns aos outroscomo Eu vos amei”, passa pela comu-nhão dos bens espirituais e dos benstemporais.

Sim, consagrar o salário com a ofer-ta do dízimo mensal é amar a Deus so-bre todas as coisas, mais do que ao di-nheiro. É reconhecer que todo dom etalento vêm de Deus e que o trabalho éalgo sagrado em nossa vida.

Como é uma parcela, ninguém estáexcluído dessa mística. Não há rico de-mais, nem pobre demais, todos podemparticipar dessa comunhão espiritualpelos bens materiais.

É também amar o próximo como asi mesmo, ou melhor, como Cristo nosamou. Ofertar o dízimo na comunidadeparoquial é amar essa comunidade ecada uma das pessoas que a compõe.

Amado diocesano, a Igreja pode so-breviver economicamente de muitas evariadas formas, como a história podenos mostrar. Mas qual delas é uma au-têntica vivência do mandamento deCristo? Qual delas nos coloca em comu-nhão com Deus sobre todas as coisas ecom nosso próximo em sincera carida-de?

Tenhamos coragem, avancemos namissão que o Senhor nos confiou.

A este título apresentamos, a se-guir, um artigo intitulado “O Dízimocomo expressão de Comunhão” quefoi encaminhado pelo padre ANDER-SON BONIN, o atual padre referenci-al da Pastoral do Dízimo da Arquidi-ocese de Curitiba, por ocasião de suaparticipação em um “Encontro dePresbíteros” ocorrido no mês de se-tembro em Florença, Itália. Como sepoderá observar, de início, o referi-do texto apresenta algumas informa-ções sobre como funciona o proces-so de arrecadação de recursos paraa manutenção do Culto e da Igrejaem diversos países do mundo. Ouseja, fica evidente que, na realidade,é através da “devolução” sistemáti-ca do dízimo pessoal, de forma es-pontânea e generosa que melhor seexpressa o espírito comunitário departicipação, de partilha, que efeti-vamente caracteriza a maneira evan-gélica e, portanto, bíblica de manu-tenção da Igreja, cuja primeira e prin-cipal missão é dar continuidade aoprocesso de Evangelização no mun-do inteiro.

CLOVIS VENÂNCIOMembro da Pastoral

Arquidiocesana do Dízimo

O QUE FOI O O QUE FOI O O QUE FOI O O QUE FOI O O QUE FOI O XV SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANOXV SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANOXV SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANOXV SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANOXV SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DO DÍZIMO DO DÍZIMO DO DÍZIMO DO DÍZIMO DO DÍZIMOFotos: Murilo Martinhak

O XV Seminário do Dízimo, realiza-do no dia 18 de outubro, nas depen-dências da Casa de Retiros Nossa Se-nhora do Mossunguê, em Curitiba, con-tou com 161 participantes, representan-tes da maioria das paróquias de nossaArquidiocese. Teve como assessor o Pe.Cristóvam Iubel, integrante do clero di-ocesano de Guarapuava-PR.

A partir das excelentes exposiçõesdo Pe. Cristóvam e subsequentes deba-tes entre os participantes, foi possívelevidenciar quais são as diretrizes daIgreja Católica no Brasil, no que tange a

sistemática recomendada e efetivamen-te proposta para a manutenção de suaação evangelizadora, a qual é de fato,sua principal Missão no mundo. Den-tro de toda a temática abordada, foimuito bem apresentada a todos comodeve ser, especificamente a atuação dasequipes paroquiais da Pastoral do Dízi-mo, na perspectiva da missionariedadede seus integrantes. Deve-se ter emmente o projeto arquidiocesano deação missionária, bem como, em con-formidade com uma autêntica conver-são pastoral das paróquias, que devem

promover uma ação integrada entre asdiversas pastorais, movimentos e lide-ranças comunitárias. O êxito do even-to, além de outros aspectos, pode serdimensionado pelo fato de que, duran-te o seminário, oito (8) dos quinze (15)setores que compõem a estrutura or-gânica da Arquidiocese, conseguirameleger os integrantes (coordenadores esecretários) das suas respectivas coor-dernações setoriais. Com isto, já são dez(10) os setores pastorais que, no quese refere à pastoral do dízimo, já têmseus dirigentes setoriais consolidados.

O evento contou com a presença do Pe. Alexsander Cordeiro Lopes,Coordenador da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba

Pe. Cristóvam Iubel, assessore palestrante do Seminário

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201520

Saúde

Novembro Azul: Novembro Azul: Novembro Azul: Novembro Azul: Novembro Azul: sob a ótica do cuidado,sob a ótica do cuidado,sob a ótica do cuidado,sob a ótica do cuidado,sob a ótica do cuidado,uma reflexão sobre a saúde do homemuma reflexão sobre a saúde do homemuma reflexão sobre a saúde do homemuma reflexão sobre a saúde do homemuma reflexão sobre a saúde do homem

RUBENS BENDLINCoordenador Estadual de Saúde do Idoso

Chefe da Divisão de Atenção à Saúde Homem SESA- Secretaria de Estado da Saúde Paraná

“Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai nos suceder, às crianças que estão a crescer”Laudatos si / Papa FranciscoLaudatos si / Papa FranciscoLaudatos si / Papa FranciscoLaudatos si / Papa FranciscoLaudatos si / Papa Francisco

Após um estudo de 250 especialis-tas (2008), a saúde do homem é postaem questão pelo Sistema Único de Saú-de (SUS). No Pacto pela Vida, emergeenquanto pactuação tripartite. Na se-quência, no ano seguinte em que o SUScompleta 21 anos, também o Ministé-rio da Saúde lança sob a forma de Polí-tica Pública de Saúde os princípios e di-retrizes da Atenção Integral à Saúde doHomem (PNAISH, port. 1944/GM, 27 deAgosto de 2009). Do estudo menciona-do, a constatação da gravidade no queimplica o autocuidado com a saúdepela população masculina. Embasadosna epidemiologia, apontam os estudio-sos que de cada três mortes na faixaentre 20 e 59 anos de idade, duas mor-tes são de homens. Quando essa faixaestreita-se entre 20 e 30 anos, de cada5 mortes, quatro são de homens. Tam-bém, que os homens vivem em média7,5 (sete anos e meio) menos que asmulheres. É importante frisar que es-ses dados epidemiológicos são repro-duzidos em sua integralidade no site daSecretaria de Saúde do Estado do Para-ná (SESA-2012). No que se refere à saú-de do homem, além da baixa adesãoaos serviços de saúde, há um predomí-nio absolutamente avassalador do en-volvimento de homens, nas diferentesformas de violência. A violência é umproblema social de grande dimensãoque afeta toda sociedade, atingindo es-pecialmente e de forma continuada mu-lheres, crianças, adolescente, pessoasidosas e portadores de deficiência. APNAISH tem servido como mais um su-porte ao enfrentamento da violência eaplicação das diferentes leis e estatu-tos em vigor no Brasil: Estatuto da Cri-ança e do Adolescente (ECA), Estatutodo Idoso, Lei Maria Da Penha, Estatutoda Igualdade Racial, entre tantos ou-tros. Os atos de violência se manifes-tam, entre outras formas, nos seguin-tes modos: estrutural, que ocorre peladesigualdade social e é naturalizada nasexpressões de pobreza, da miséria e dadiscriminação; interpessoal, que se re-

fere nas relações cotidianas; e instituci-onal, que se reflete na aplicação ou ges-tão das políticas sociais. Pela gravidadedo fenômeno e sua ocorrência em lar-ga escala, é senso comum que a violên-cia assume proporções epidêmicas. NoParaná, a Secretaria de Estado da Saú-de (SESA) tem implementado essa lei emtodo seu território. Ademais, pela lei17099 que instituiu o AGOSTO AZUL,vem desenvolvendo campanhas de pro-moção à saúde em parceria com socie-dade civil organizada. Neste ano, com

o IV ANO (AGOSTO) AZUL, o tema foiESCOLHA CUIDAR DE VOCÊ, focando naimportância da alimentação saudável eatividade física. Com a proximidade demais Novembro Azul, nada mais propí-cio do que a reflexão sobre a importân-cia do autocuidado e, por que não di-zer, do desafio ao extensivo e necessá-rio cuidado continuado. Assim, propo-mos a ótica do cuidado, como sugesti-va chave para uma vida longa e saudável.Escolha cuidar de você. Ao fazer essa es-colha, você já fez a melhor delas!

Do dia 21 a 26 de ju-lho de 2015, ocorreuuma missão com os se-minaristas da ParóquiaNossa Senhora do Ro-sário de Belém, no Cen-tenário. Estavam pre-sentes alguns semina-ristas diocesanos da fi-losofia e da teologia,num total de quatropessoas. Essa missão foimarcada por visitas aoslares - mais ou menos 125 casas - e porum encontro que ocorreu em um con-domínio. Num primeiro dia, tivemosuma formação preparatória e, a partirdo dia 22, começaram as missões. Elasocorreram particularmente nos condo-mínios. Essas missões, apesar de teremsido com menos seminaristas e menosvisitas, não deixaram de ser importan-tes, pois certamente deixaram sauda-des, e a certeza de o amor e a verdadede Deus foi testemunhada.

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 21

Dimensão Missionária

Missões PMissões PMissões PMissões PMissões Paróquia aróquia aróquia aróquia aróquia Sagrada FSagrada FSagrada FSagrada FSagrada FamíliaamíliaamíliaamíliaamíliaDo dia 14 a 19 de

julho de 2015, ocor-reu uma missão comos seminaristas naParóquia Sagrada Fa-mília, em Colombo.Estavam presentesalguns seminaristasdiocesanos do semi-nário menor, da filo-sofia e teologia, numtotal de oito pesso-as. Essa missão foimarcada por visitasaos lares, visitandomais ou menos umas250 casas e encontrocom a comunidade. Nesses encontroscom as comunidades, cada dia foi dedi-cado a uma classe de pessoas; um diafoi com os homens, outro com mulhe-res, crianças e jovens. No primeiro dia,os seminaristas tiveram um dia de for-

mação com o Pároco padre Darci; depoisconhecemos as comunidades, que são seiscapelas mais a matriz. Do dia 15 em diante,ocorreram as visitas, nas quais certa-mente ficaram inúmeras histórias desaudades e de um encontro com a pala-

vra de Deus, que é Cristo Jesus. Os paroqui-anos que ajudaram na missão, as pes-soas que receberam as visitas e os semi-naristas que estiveram à disposição dasmissões dão testemunho de sua impor-tância, e de algo que ficou marcado.

Missão PMissão PMissão PMissão PMissão Paróquiaaróquiaaróquiaaróquiaaróquia Nossa Senhora do Rosário de Belém Nossa Senhora do Rosário de Belém Nossa Senhora do Rosário de Belém Nossa Senhora do Rosário de Belém Nossa Senhora do Rosário de Belém

COMISSÃO DIMENSÃO MISSIONÁRIA:[email protected]

(41) 2105-6375 – Ir. Patrícia (41) 2105-6376 - Jeferson

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201522

Família

FFFFFamília em foco noamília em foco noamília em foco noamília em foco noamília em foco no

A família agora tem um instrumen-to garantidor dos seus direitos e contacom diretrizes de políticas públicas paraa sua valorização – o Estatuto da Famí-lia. Formada a partir da união de umhomem e de uma mulher, por meio decasamento ou união estável, e a que seconstitui pela comunidade formadapor qualquer dos pais e seus filhos, afamília é considerada o primeiro gru-po humano organizado num sistemasocial, funcionando como base da

sociedade e, justamente por contadisso, conta com especial proteção doEstado, como preconiza o texto consti-tucional.

O Projeto de Lei 6.583/13, que ins-titui o Estatuto da Família, recebeu pa-recer do deputado federal Diego Gar-cia (PHS/PR), na quarta-feira, dia 2 desetembro, durante reunião da Comis-são Especial que foi destinada para dis-cutir a matéria. Outros parlamentaresterão cinco sessões para apresentar

emendas, já que Diego Garcia apresen-tou um substitutivo ao projeto de lei.O PL, de autoria do deputado Ander-son Ferreira (PR-PE), foi protocoladoem 1º de setembro.

O projeto de lei aborda questõescentrais, como o fortalecimento doslaços familiares a partir da união con-jugal formada entre o homem e a mu-lher e a proteção e a preservação daunidade familiar. Além disso, o PL pro-

O Estatuto da FO Estatuto da FO Estatuto da FO Estatuto da FO Estatuto da Família vem para proteger a base da sociedadeamília vem para proteger a base da sociedadeamília vem para proteger a base da sociedadeamília vem para proteger a base da sociedadeamília vem para proteger a base da sociedade

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 23

Congresso NacionalCongresso NacionalCongresso NacionalCongresso NacionalCongresso Nacional

DIEGO GARCIA

porciona à família assistência espe-cializada para o enfrentamento do pro-blema da droga e do álcool e, também,propõe que o Estado preste apoio efe-tivo às adolescentes grávidas prematu-ramente, entre outras medidas.

Além da garantia dos direitos fami-liares, o Estatuto inova ao criar os Con-selhos da Família, que serão os órgãosencarregados de tratar das políticaspúblicas voltadas à família e da garan-tia do exercício dos direitos da entida-de familiar. Desde 1988, há conselhosvoltados aos direitos da criança e doadolescente, do idoso, entre outros.Mas a família, apesar de sua centrali-dade no sistema jurídico, continuavasem um órgão representativo. Tal lacu-na vem a ser preenchida pelo Estatutoda Família, que pretende instituir es-ses Conselhos nos três âmbitos da fe-deração – União, Estados e Municípi-os, e o Distrito Federal.

BASE DA SOCIEDADEA Constituição, com interesse em

proteger de modo especial a família,

estabeleceu o art. 226, denominando-a “base da sociedade”. Logo, nem todaassociação humana é base da socieda-de e nem toda relação fará jus a essaespecial proteção. Tendo em vista oobjetivo da Carta Magna em traduzir aideia de família como condição de exis-tência e subsistência para a sustenta-bilidade da própria sociedade civil, orelator Diego Garcia inseriu a dada ex-pressão em seu substitutivo.

Assim sendo, para os demais agru-pamentos, permanece a proteção ge-ral, lembrando que a liberdade de cadapessoa de organizar sua própria vida erelações como bem pretender, enquan-to não afronta a lei, sempre se preserva.

DIVERGÊNCIAS“O Estatuto da Família, desde 2014,

quando foi apresentado pelo deputa-do Anderson Ferreira, tem sido alvo dedivergência na mídia e por grupos quedivergem do projeto. Umas das princi-pais acusações feitas por esses setoressão de que o PL 6.583/13 é “inconstitu-cional”, ele “exclui” e é “homofóbico”.

O artigo 2º do Estatuto da Famíliaé espelho do artigo 226 da CF, na qualse alicerça. Portanto, está cingido pelotexto da Norma Fundamental. O Esta-tuto vem para colocar a família baseda sociedade, credora de especial pro-teção do Estado, no plano das políticaspúblicas de modo sistemático e orga-nizado, como até então não se fizera.Ou seja, nada impede que os cidadãos,que não se sintam incluídos, medianteseus representantes políticos, advo-guem pela inclusão de novos benefíci-os a outras categorias de relacionamen-to. Dessa forma, o Estatuto, uma vezque não proíbe nada ao Congresso, demodo algum pode ser difamado comoinstrumento impeditivo para o queseja.

A finalidade do PL 6.583/13 é tra-zer para o âmbito infraconstitucional afamília base, aquela descrita na CF.Ampliar o rol de pretensões é um modode prejudicar o atingimento da finali-dade principal do Estatuto. Assim, oprojeto optou por trazer o que já diziaa Constituição.

Quais as principais contribuições do Estatuto da FQuais as principais contribuições do Estatuto da FQuais as principais contribuições do Estatuto da FQuais as principais contribuições do Estatuto da FQuais as principais contribuições do Estatuto da Família?amília?amília?amília?amília?1) Amadurece o entendimento

de família, base da sociedade, a partirdo texto constitucional e das discussões

da Comissão Especial do Estatuto da Família.

2) Estabelece direitos de família a partir daefetivação de políticas públicas de saúde, moradia,

educação, entre outros.

3) Cria os Conselhos de Família, que são órgãospermanentes e autônomos, não jurisdicionais,encarregados de tratar das políticas públicas voltadasà família e da garantia do exercício dos direitos daentidade familiar.

4) Ratifica o respeito devido aos pais, para queos filhos recebam a educação moral, sexual e

religiosa, que esteja de acordo com suaspróprias convicções.

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201524

Educação

VVVVVestibular à vistaestibular à vistaestibular à vistaestibular à vistaestibular à vistaFoto: Colégio Arquidiocesano

PASTORAL DA EDUCAÇÃO:

[email protected]/ Coordenador: Marilena Arns de Oliveira.

Cada vez mais, o contexto social exi-ge profissionais capacitados e hábeispara o mercado de trabalho. A deman-da atual é a de que o aluno saia do En-sino Médio apto para a competitivida-de que impera no processo do ExameVestibular.

Ciente dessa realidade e conectadocom uma proposta pautada em quatrodimensões - espiritual, humanoafetiva,intelectual e comunitária - o ColégioArquidiocesano de Curitiba oferece aosalunos, desde o 1º ano do Ensino Mé-dio e com profundidade aos futuroscalouros do Terceirão, uma propos-ta de trabalho que tem como foco oVestibular e o Contexto ENEM. Dentrodessa proposta, as aulas no contratur-no, todas as quartas-feiras, são um dife-rencial no CAC!

Eu te louvo, PEu te louvo, PEu te louvo, PEu te louvo, PEu te louvo, Pai – Mt 11, 25-27ai – Mt 11, 25-27ai – Mt 11, 25-27ai – Mt 11, 25-27ai – Mt 11, 25-27... Senhor do céu e da terra, porque

escondestes estas coisas aos sábios eentendidos e as revelastes aos peque-ninos.

O louvor é a expressão da alegria!Os “sábios” são aqueles entendidos,

porque são autossuficientes e se insta-lam no poder econômico, político ou re-ligioso, com muitos privilégios e nãoquerem mudanças. Já os pequeninossão os pobres bem-aventurados, caren-tes, desassistidos, privados e em buscade socorro, e ansiosos pela mudança do sis-tema que oprime, castiga, humilha e exclui.

Porém, há uma luz chamada conhe-cimento que é sistematizada por meio

do ambiente escolar e que revela, ori-enta, ensina, acolhe, inclui. Tudo issomaravilhosamente orquestrado peloprofessor, pela professora no cotidianoda sua profissão, da sua missão; e os“pequeninos” são os alunos, os educan-dos, que muitas vezes se apresentamsofridos, desprezados e anulados pelasociedade opressora, e encontram noespaço educacional as chances e opor-tunidades para poderem vislumbrar umhorizonte promissor e um futuro me-lhor que o de seus pais.

Assim é a escola e o exercício da pro-fissão professor/professora, para a so-ciedade – é a “revelação” de um mun-

do melhor, mais humano e justo e queé possível de ser oferecido às gerações.

Peçamos ao Divino Espírito Santoluzes e discernimento para conhecer ocaminho que devemos seguir, porquetemos necessidade de aprender e de co-nhecer mais e mais, para podermos en-sinar, transmitir e ajudar na transforma-ção individual de cada aluno, aluna eeducando que à nossa responsabilida-de são confiados. Senhor, iluminai anossa mente, para que se abra muitoalém das palavras e conceitos, e moveio nosso coração para construir uma so-ciedade melhor, fraterna e igualitáriapara todos.

MARILENA ARNS DE OLIVEIRA

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 25

Liturgia

A A A A A liturgia da misericórdialiturgia da misericórdialiturgia da misericórdialiturgia da misericórdialiturgia da misericórdia:::::missão de Cristo, missão da Igrejamissão de Cristo, missão da Igrejamissão de Cristo, missão da Igrejamissão de Cristo, missão da Igrejamissão de Cristo, missão da Igreja

SEMINARISTA ANDRÉ NOVAKI

COMISSÃO LITÚRGICA: [email protected](41) 2105-6363./ Coordenação: Pe. Maurício Gomes dos Anjos

“Jesus Cristo é o rosto da misericór-dia do Pai”. Ao iniciar a Bula de Procla-mação do Jubileu Extraordinário da Mi-sericórdia com esta frase, o Santo Pa-dre nos recorda que Cristo vem ao mun-do para revelar a infinita misericórdiade Deus Pai. Trata-se de uma missão: oPai envia seu Filho ao mundo, não paracondená-lo, mas para que o mundoseja salvo por ele (cf. Jo 3, 17). Avida de Jesus, cujo alimento éfazer a vontade do Pai (cf.Jo 4, 34), é um perene sa-crifício de misericórdia:sua Encarnação, seusingelo Natal, sua in-fância e vida oculta,sua vida pública eo ápice da suavida – o MistérioPascal: Paixão,Morte e Ressur-reição – consti-tuem a supremaliturgia da mise-ricórdia apresen-tada ao Pai pelasalvação da hu-manidade. Sendoassim, a missão deCristo ao vir ao mun-do é celebrar a liturgiada misericórdia. É umaliturgia autêntica, cheia desentido, pois o que é apre-sentado ao Pai não são sacrifíci-os vazios e rituais falsos, mas umsacrifício de misericórdia, capaz deagradar ao Senhor, como Ele próprio ex-clama: “Misericórdia quero, e não o sa-crifício” (Mt 9, 13).

Ora, a missão de Cristo é continua-da na história da humanidade pela suaIgreja, por isso, se a missão de Cristoneste mundo foi a celebração da litur-gia da misericórdia, essa missão se per-petua em todos os tempos na celebra-ção da Igreja, que é a mesma celebra-ção de Cristo: a atualização do seu mis-tério redentor. Assim, a liturgia da Igre-ja, por sua própria natureza, é uma mis-

são: celebrar a misericórdia. Essa litur-gia não se fundamenta nos esforçoshumanos e nos sacrifícios que fazemos,nem mesmo nos rituais. Seu fundamen-to é a Misericórdia de Deus, sua com-paixão pela humanidade, pois ela nãoparte do ser humano, mas da gratuida-

de misericordiosa de Deus. Portanto, aessência da liturgia da Igreja – que é amesma liturgia celebrada por Cristo – éa misericórdia.

A partir disso, podemos nos questi-onar sobre a forma como celebramos aliturgia. Se a misericórdia não é apenasum acessório, um atributo dessa litur-gia, mas a sua própria essência, não épossível realizar verdadeiramente amissão da Igreja na liturgia sem miseri-córdia. E aqui vale a pena enfatizar que

a liturgia da Igreja não é apenas a cele-bração dos rituais próprios. No sentidomais profundo, é a totalidade da vidacristã. Como nação sacerdotal, toda anossa vida, unida à vida de Cristo, deveser uma liturgia, na qual ofertamos anossa própria vida ao Pai por Jesus Cris-to, no Espírito Santo. Por isso, a missão

da Igreja de celebrar essa liturgia damisericórdia só pode ser realiza-

da verdadeiramente por umavida misericordiosa. Assim,

entendemos a importân-cia e a profundidade do

mandamento do Se-nhor: “Sede miseri-

cordiosos como ovosso Pai é mise-ricordioso” (Lc 6,36).

A partir dis-so, concluímosque ninguém,absolutamen-

te, pode cele-brar autentica-

mente a liturgiada Igreja sem mi-

sericórdia. Ela é amedida da veracida-

de e da eficácia da li-turgia. É a plena reali-

zação da missão daIgreja que perpetua a

missão de Cristo. Não exis-te liturgia verdadeira sem com-

paixão. Por mais bela, solene ebem preparada que seja uma cele-

bração, ou por mais que se conheça pro-fundamente a teologia litúrgica, semmisericórdia é uma falsa liturgia, e por-tanto diabólica, pois o pai da mentira éo diabo (cf. Jo 8, 44). Sejamos nós aque-les que perpetuam a missão de Cristopela liturgia da misericórdia, pois isso éser missionário do Pai no sentido maisprofundo. Somente assim é que pode-remos alcançar a Misericórdia Divina,como nos ensina Jesus Cristo: “Bem-aventurados os misericordiosos, porquealcançarão misericórdia” (Mt 5, 7).

Foto: http://www.apostoladoarquimga.org/horasanta/24/10022015__15_horas_hora_da_divina_misericordia__sangue_de_cristo_oceano_de_misericordia/

Paróquia em destaque MAIRA KARIN CARVALHO DOS SANTOSMESC, Catequese de Adultos

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 201526

Jubileu de OuroJubileu de OuroJubileu de OuroJubileu de OuroJubileu de Ouro – P– P– P– P– ParóquiaaróquiaaróquiaaróquiaaróquiaSão João Batista – Vila TSão João Batista – Vila TSão João Batista – Vila TSão João Batista – Vila TSão João Batista – Vila Tinguiinguiinguiinguiingui

50 anos evangelizando com São João Batista!50 anos evangelizando com São João Batista!50 anos evangelizando com São João Batista!50 anos evangelizando com São João Batista!50 anos evangelizando com São João Batista!

“Os profetascantaram apenas o

profeta futuro, oEsperado; tu porém,

vais à frente,mostrando quem do

mundo apaga opecado.”

(Liturgia das Horas)(Liturgia das Horas)(Liturgia das Horas)(Liturgia das Horas)(Liturgia das Horas)

Atualmente a Paróquia conta com os seguintes serviços eclesiais: Pastorais: Cur-so de Noivos e Curso de Batismo; Movimentos: de Irmãos; Filhos de Nossa Senhorade Guadalupe; de Schoenstatt; Outros: Catequese Infantil e de Adulto; Apostoladoda Oração; Coroinhas; Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão; Grupo deOração; Grupo 3ª Idade; Grupo de Jovens Schoenstatt; Grupo de Músicos; Grupode Liturgia; Grupo da Promoção Humana; CPP e CAEP.

Originalmente era mencionadacomo a Capela de São João Batista,inaugurada em 05 de outubro de 1958pelo Reverendíssimo Pe. Rafael Bussa-to, reitor da Congregação dos PadresPassionistas. A Capela ficou confiada aesta Congregação até 27 de novembrode 1959 passando então à Paróquia San-ta Cândida, à qual pertencia territorial-mente. Anos mais tarde, na hora da cri-ação da Paróquia, por Dom Manoel daSilveira D’Elboux, Arcebispo Metropoli-tano de Curitiba, no dia 14 de novem-bro de 1965, a capela torna-se IgrejaMatriz, sendo assim, o Arcebispo a en-trega aos Padres da Sociedade de Cris-to. O primeiro Pároco era o Padre Sta-nislaw Pagacz, SChr. A criação da Paró-quia também teve a finalidade de aco-

lher os emigrantes poloneses, residen-tes na cidade de Curitiba. Este padreiniciou a criação da atual Igreja em 1966,sendo inaugurada em 1970.

A Paróquia cresceu tanto em núme-ro de fiéis que foi necessária a criaçãode mais duas Paróquias: São Pedro e SãoPaulo, e também, Nossa Senhora deNazaré, ambas na mesma região.

Hoje a Paróquia continua realizan-do suas atividades pastorais sob a res-ponsabilidade dos Padres da Socieda-de de Cristo (SChr.).

22/05/1966: início da limpeza do terre-no para a construção da Igreja Matriz;

10/05/1970: consagração da nova Igre-ja Matriz ministrada por Dom Pedro Fedal-to, às 9:30;

01/05/1966: iniciou-se a novena emlouvor a N. Sra. do Perpétuo Socorro; na-quela época se fazia a peregrinação doquadro nas casas das famílias;

20/10/2011: o artista plástico João Val-decir Zabel iniciou a obra de arte sacra nopresbitério;

19/07/2012: o Pároco e Reitor da Mis-são Católica Polonesa no Brasil (Pe. Zdzis-law Malczewski, SChr.) recebeu em mãosas relíquias de São João Paulo II. Estas re-líquias iniciaram peregrinação pelas paró-quias da Arquidiocese de Curitiba, em se-tembro deste mesmo ano;

Párocos:Pe. Stanislaw Pagacz, SChr (1965 –1977)Pe. Jan Novinski, SChr (1977 – 1987)Pe. Andrzej Wegrzyn, SChr (1987)Pe. Stanislaw Szczypek, SChr (1987 – 2004)Pe. Zdzislaw Malczewski, SChr (2004 – 2015)

Desde o início das suas atividadescomo Paróquia aconteceram: Batizados:7.322; Crismas: 2.983; 1ª Eucaristia: 2060;Casamentos: 1039

Alguns fatosAlguns fatosAlguns fatosAlguns fatosAlguns fatoshistóricos:históricos:históricos:históricos:históricos:

Painel do Leitor

Arquidiocese de Curitiba | Novembro 2015 27

Assembleia Geral do CleroAssembleia Geral do CleroAssembleia Geral do CleroAssembleia Geral do CleroAssembleia Geral do CleroCaríssimos,Alegra-me poder contatá-lo nova-

mente. Acredito que por este meio ele-trônico nossas correspondências se tor-nam mais ágeis e imediatas. Tambémos custos são menores.

Espero que estas linhas o encontrembem motivado para a vida e ministériopastoral. Faço votos de que seu traba-lho seja-lhe motivo das mais singelasalegrias.

Quero, ademais, lhe comunicar so-bre a nossa Assembleia do Clero, ante-riormente prevista para os próximosdias 11-13 de agosto. Após cuidadosasavaliações e reuniões pareceu melhortransferi-la para os dias 17-18 de no-vembro. A transferência se explica es-pecialmente por alguns motivos de ca-

ráter pastoral bastante práticos. Eis al-guns:

1. Estou mantendo reuniões comos padres de todos os setores. Os te-mas são diretamente ligados ao traba-lho evangelizador em nossa Arquidio-cese. Dos próprios padres chega a reco-mendação de que são encontros neces-sários, que devem estender. Mas é pre-ciso tempo para encontrar-me com to-dos.

2. Estamos em dinamismo de mis-sionariedade. Há paróquias já com al-guns passos percorridos; outras aindaem preparação; outras ainda precisamcomeçar. Antes de novas reflexões é pre-ciso efetivar algumas realizações. Apres-sar de pouco ajuda.

3. Precisamos constituir um novo

Conselho de Presbíteros. Dele serão es-colhidos os membros do novo Colégiode Consultores. Entretanto, vejo con-veniente ter maiores contatos com ospadres (diocesanos e religiosos). Tenhoem grande apreço a maneira colegiadade cuidar de uma Igreja Particular. Maspara isso é preciso que haja as primei-ras experiências de afinidade e de fa-miliaridade.

Sei que alterações de agendas e decompromissos sempre causam transtor-nos. Mas creio que posso contar com acompreensão de cada um. E, estando avários meses da data do evento, acre-dito que os ajustes de agenda não se-rão tão complicados.

Deixo-lhe um grande abraço.Dom José Antonio Peruzzo

Imposição do PálioImposição do PálioImposição do PálioImposição do PálioImposição do Pálio

Na noite de sexta-feira, dia 9, na Cate-dral de Curitiba, o núncio apostólico DomGiovanni d’Aniello impôs o Pálio pastoral aDom José Antônio Peruzzo. Trata-se de umornamento litúrgico, usado pelos arcebis-pos, que consiste em uma faixa de lã ador-nada com algumas cruzes colocada sobreos ombros. É um costume muito antigo na

Dia 12 de Outubro: Dia da PDia 12 de Outubro: Dia da PDia 12 de Outubro: Dia da PDia 12 de Outubro: Dia da PDia 12 de Outubro: Dia da Padroeira do Brasiladroeira do Brasiladroeira do Brasiladroeira do Brasiladroeira do BrasilMesmo com o dia chuvoso, fi-

éis lotaram a Catedral Basílica deCuritiba, para participar da missaem homenagem à Nossa SenhoraAparecida, Padroeira do Brasil, dia12 de outubro. Ao longo do dia fo-ram celebradas missas a cada 2 ho-ras, com início às 07h pelo setorCentro e Colombo e término às 21hpelo setor Cajuru, totalizando 8 ce-lebrações. Cada setor levou um pequeno punhado de terra de seu território para ser depositado num vasilha-me. Da mistura desta terra será recolhida a porção que será abençoada a 20 de novembro e encami-nhada ao Santuário Nacional, para ser colocada na Coroa Festiva dos 300 anos da Mãe Aparecida.

Foto

s: S

teph

any

Brav

os

Fotos: Geovanni C. De Luca e Stephany Bravos

Igreja, talvez já desde o século 6º. Entre osmuitos significados ao longo da história, opapa Francisco, quando o entregou aos no-vos arcebispos em Roma, enfatizou o seusentido pastoral. É o símbolo do pastor queleva sobre seus ombros a ovelha, particu-larmente a que mais precisa dos seus cui-dados.