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"VOS SOIS O CORPO DE CRISTO"

O LEIGO (EQUIPISTA) -PRESENÇA DA IGREJA NO MUNDO

* ESCUTAR A PALAVRA DE DEUS

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UM MOMENTO COM A EQUIPE DA CARTA MENSAL

No momento em que vocês receberem este número de nossa Carta Mensal, estará se iniciando em Roma o Sínodo dos Bispos, cujo assunto nos diz respeito de tão perto, nós que somos um Movimento de Leigos da Igreja: "Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo, a Vinte Anos do Concílio Vaticano 11". No mundo inteiro, as Equipes de Nossa Senhora participaram ativamente da preparação do Sínodo, através de estudos, reflexões e outros tra­balhos que foram encaminhados aos padres sinodais. Também no Brasil, as ENS disseram presente a seus bispos, como vocês po­derão perceber pelas palavras de um casal equipista, que nos escreve à página 7.

Neste momento em que a Igreja procura melhor se identificar no mundo em que vivemos, os casais das Equipes de Nossa Senhora querem se unir, na oração, a todos os irmãos, na busca destes novos caminhos.

-o-o-Inicia-se o Sínodo, mas nossas reflexões continuam. As pala­

vras de João Paulo 11 (pág. 4), da ECIR (pág. 9) e da própria Bíblia, no Texto de Meditação deste mês, nos convidam a nos aprofundar na busca do sentido da vocação da família no mundo de hoje. Vo­cação esta que se encontra na base da intuição criadora de nosso Movimento, como nos dizem o Pe. Olivier (pág. 2) e o casal Annette e Leon Dabin, da Equipe Responsável Internacional (pág. 12).

As reflexões, as coparticipações e as orações das ENS são privilegiadas pela presença, entre nós, de nossos dedicados Con­selheiros Espirituais, pelo aprofundamento que sempre nos trazem. Em nossa seção ·Publicações", à página 26, apresentamos a vocês três livros recentemente publicados por eles.

Entre as diversas datas que se celebram no mês de outubro, destaca-se o Dia da Criança. E os casais das ENS saberão, com certeza, distinguir entre o significado consumista que a sociedade em que vivemos quer imprimir a esta data e o verdadeiro conteúdo de responsabilidade pela vida que, como casais unidos pelo Sacra­mento do Matrimônio, recebemos em relação a nossos filhos. Um casal nos dá seu vigoroso testemunho a respeito, à página 22.

Mas acima de tudo, para as Equipes que se colocam sob a invocação do nome de Maria, o mês de outubro é o mês do Rosário. Nossa Mãe, que está no "coração da Igreja" (v. pág. 17), está tam­bém no coração de todos os equipistas, que cada dia se unem a todas as gerações, para chamá-la de bem-aventurada .

Boa leitura!

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EDITORIAL

BEBER NA FONTE

Talvez seja por causa das saudades que ainda sinto, em meu coração, da América Latina e das Comunidades de Base, mas este é o título em que me fixei. E é justamente o título do último livro de Gutierrez, pai da teologia da libertação: "Beber de nosso próprio poço".

Mas houve um outro critério que foi mais decisivo neste caso. O Concílio Vativano 11, ao falar da vida religiosa, insistiu fortemente sobre a fidelidade ao carisma fundador, que cada Instituto deve manifestar, pois é aí que se encontra, ao mesmo tempo, sua ficha de identidade e sua razão de ser.

O que é verdade para os Institutos religiosos também o é para um movimento como o das Equipes de Nossa Senhora. Se quisermos achar um novo fôlego, para uma nova juventude, temos que voltar à fonte para beber. À nossa fonte.

Não se trata de simples questão de tradição ou de memória. Ainda menos de caminhar com os olhos fixos no passado: todos sabem que é a melhor maneira para 'quebrar a cara' ... Não: trata-se de uma questão de autenticidade.

Por ocasião de recente encontro com os membros da Equipe Res­ponsável Int~rnacional, dizia-lhes o Padre Caffarel: "Vocês não são arquitetos, vocês são viveiristas." ~ uma expressão curiosa mas muito justa. O arquiteto pode construir do nada, ou a partir de planos teó­ricos, e constrói de acordo com seus gostos e suas idéias. Mas o vivei­rista, que é responsável pelas plantas de seu viveiro, cuida de u'a muda que existe, que vive, que tem sua natureza e suas exigências próprias. Só poderá ajudá-la a crescer se respeitar essa natureza e essas exigências.

Se quisermos, portanto, assegurar a autenticidade das Equipes, seu crescimento, sua correta evolução, devemos permanecer atentos e fiéis às intuições iniciais. Ora sabemos que há, na origem das Equipes, uma experiência, uma descoberta; que marcou profundamente nosso fundador e que ele gosta de nos lembrar. Teve a revelação, inesperada para ele, de que o amor por Deús e o amor que os esposos têm um pelo outro, longe de se contradizer, podiam convergir e se reforçar reciprocamente.

Naquela época, isto não era tão evidente! Precisamos nos lembrar qual era então a mentalidade generalizada dos cristãos. O amor humano, sobretudo e precisamente em suas dimensões mais humanas, era facil-

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mente tido como um obstáculo ao amor de Deus, ou pelo menos como um fardo que só tomava o caminhar mais pesado. Se um jovem ou uma jovem tivesse a idéia esquisita de querer buscar a santidade, não havia outra escolha: era preciso deixar o mundo, renunciar ao amor e ao casamento, e consagrar-se a Deus na vida religiosa ou no sacerdócio ...

Pensar que se poderia tomar santo sem deixar ó amor humano, a felicidade humana, mas, ao contrário, transformando-os em instrumentos eficazes, era um projeto inacreditável! Uma verdadeira revolução espiri­tual. . . E esta é a intuição de base das Equipes. Naturalmente, não é um projeto que se possa executar sozinho, simplesmente em casal: é preciso ajudar-se entre casais, numa verdadeira comunhão, segundo os próprios princípios da vida de Igreja. Certamente, terá sido necessário uni dom do Espírito, para se ter a coragem de construir toda uma espi­ritualidade sobre este princípio.

O Concílio trouxe uma poderosa contribuição para a libertação dos espíritos, principalmente ao proclamar que a vocação para a santidade é universal, que ela não é reservada a um pequeno grupo, e que os esposos são chamados a santificar-se, a santificar o mundo por dentro, vivendo plenamente as graças do sacramento do matrimônio.

Quanto a mim, desejo de todas as minhas forças ver o dia em que um casal será canonizado. Um casal de verdade, que tenha vivido sua vida de casal até o fim. Há algumas mulheres casadas que foram cano­nizadas, mas é porque apanhavam do marido ou porque acabaram por entrar no convento. . . Não vale! Será que nosso Papa, que tem feito tantos santos, não poderia achar um caso exemplar? Seria uma poderosa motivação.

Mas, na realidade, será que precisamos desse sinal exterior? Bem sabemos que é a graça de Deus que faz os santos e também sabemos onde encontrar esta graça. Vamos pois à fonte. Neste ano jubilar das Equipes, procuremos reencontrar todo o frescor da inspiração inicial. E vamos beber de nossa própria fonte!

Bernard Olivier, o.p.

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A PALAVRA DO PAPA

Ao receber em audiência os participantes da Assem­bléia Plenária do Pontifício Conselho para a Família, o Santo Padre pronunciou importante discurso, que a Carta Mensal publica em duas partes.

SACRAMENTALIDADE DO MATRIMôNIO E ESPIRITUALIDADE CONJUGAL E FAMILIAR

I. Ao estar com os membros e colaboradores permanentes do Pon­tifício Conselho para a Família, sin­to-me muito feliz em saudar todos os participantes na nossa V Assembléia plenária. Eles põem ao serviço da família os recursos do s~u espírito e do seu <:oração, a experiência da sua vida e do seu apostolado. Agradeço­-lhes vivamente a colaboração espe­cífica a este Dicastério romano, e peço-lhes que continuem sempre a ter em vista, na sua missão, os ob­jetivos prioritários que foram por eles estudados, para o bem da Igreja e da sociedade inteira.

O tema da vossa Assembléia, "a sacramentalidade do matrimônio e a espiritualidade conjugal e familiar", põe em evidência um dos aspectos importantes que o próximo Sínodo

dos Bispos, sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja, não dei­xará de abordar.

A vocação de esposo, de pai e de mãe de família, é a <:aracterística própria da grande matona dos membros do Povo de . Deus. A sua condição de batizados é especifica­da pelo sacramento do matrimônio, que os faz participar no mistério da união de Cristo com a sua Igreja. Tomar consciência do apelo univer­sal à santidade, como o Concílio Va­ticano II recordou aos fiéis, supõe que se descubra, na sua própria existência, a vontade concreta de Deus, e que se tenha o desejo de Lhe responder generosamente. A vi­da ordinária dos esposos e de todos os fiéis toma assim, na luz da fé e com o auxílio do Espírito Santo, a dimensão de um diálogo da criatura com o seu Criador, do homem com Deus, do filho com o seu Pai.

2. Uma das manifestações confor­tadoras da ação do Espírito Santo, ao longo dos anos que seguiram o último Concílio, é precisamente o florescimento de grupos de espiri­tualidade, dos quais um certo núme­ro tem por finalidade promover a espiritualidade conjugal. Tais movi­mentos, inseridos na pastoral da Igreja, constituem um instrumento qualificado e eficaz para estimular

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em numerosos fiéis uma vida de santidade e para os levar a desco­brir a graça e missão próprias que, como esposos cristãos, eles recebem na Igreja. Sois em grande número, caros membros do Pontifício Conse­lho para a Família, que por expe­riência conheceis os valores destes movimentos. Na origem destas ini­ciativas pastorais encontram-se ho­mens e mulheres, sacerdotes e leigos que, impelidos pelo amor de Cristo, pressentitiram que o seu serviço a Deus e à sociedade devia realizar-se em favor da família. Na opinião de­les os elementos que fazem parte integrante da vocação humana de es­posos, tais como o amor conjugal, a paternidade, a educação dos filhos, deveriam assumir uma dimensão so­brenatural e transcendente.

3. Estes promotores da espiritua­lidade conjugal e familiar, têm-se então demonstrado cheios de inicia­tiva, mas convém também sublinhar a sua preocupação de fidelidade à Igreja. Mesmo que atividades pas­torais tenham surgido sob a depen­dência do Magistério, a retidão de pensamento e a retidão de vida de­vem permanecer sem cessar uma conquista no Espírito, à medida que os anos passam. Questões que dizem respeito à santidade de vida dos es­posos e dos pais cristãos poderiam perder a sua referência essencial à fé, a nível doutrinai ou na vida prá­tica, sem uma constante retomada do sentido cristão da vida conjugal. De contrário, chegar-se-ia a uma de­sorientação ou até, em certos casos, a uma deformação da consciência de fiéis. O Magistério da Igreja, que, nestes últimos anos, esclareceu ques­tões fundamentais, deve ser fielmen-

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te seguido quando se trata da for­mação cristã dos esposos ou da pre­paração para o matrimônio.

Sem dúvida, em contraste com es­te ensinamento, nas nossas socieda­des, um certo número de misérias existe e estas não podem deixar de ser consideradas, sobretudo as que afetam os esposos tentados à de­sunião ou desunidos, os filhos de pais separados, os jovens tentados a entregarem-se a experiências sem se importarem com o compromisso no matrimônio que seria o único a justificar a sua união íntima. Para todos estes - e infelizmente são muitos -, é preciso encontrar o meio de os ajudar, e de os preparar para descobrirem o desígnio mara­vilhoso de Deus sobre a sua vida como um caminho, semeado de ten­tações e de ciladas, mas nunca pri­vado da graça divina e da espe­rança.

Mas pode-se dizer que, em todos os lares, dificuldades subsistem des­de que se queira corresponder ple­namente à vocação conjugal e pa­renta!; seria ilusório ignorá-las ou pretender resolvê-Ias negando as exi­gências morais que a consciência cris­tã impõe.

Se se ajudam os esposos a alcan­çar uma melhor qualidade de vida humana e uma maior perfeição cris­tã, o fato de descobrirem os funda­mentos de uma melhor capacidade do dom de si entre os esposos e em relação aos filhos, de darem à sua vida motivações válidas de ordem natural e cristã, pode transformar um horizonte sombrio por causa dos obstáculos, numa perspectiva de esperança, que se apoia na ascese,

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na conquista e no domínio de si mesmo, com a ajuda de Deus. Mui­tos homens e muitas mulheres, de inúmeros lares, puderam assim apro­fundar a sua própria incorporação em Cristo por meio dos sacramentos. Toda a espiritualidade cristã mergu­lha, com efeito, as suas raízes no

. sacramento do batismo.

4. Ao fazer-nos participar na filia­ção divina, Deus configurou-nos com Cristo e pôs-nos sob a sua lei de santidade. 1?, o que diz o Concílio Vaticano 11 na Constituição sobre a Igreja: "Os seguidores de Cristo chamados por Deus e justificados no Senhor Jesus, não por mereci­mento próprio mas pela vontade e graça de Deus são feitos, pelo Ba­tismo da fé, verdadeiramente filhos e participantes da natureza divina e, por conseguinte, realmente santos. 1?, necessário, portanto, que, com .o au­xílio divino, conservem e aperfei­çoem, vivendo-a, esta santidade que receberam" (Lumen Gentium, 40).

Esta vida divina, que todo o cris­tão recebeu com o batismo, nutre-se e cresce mediante a oração e os outros sacramentos, sobretudo por meio do sacramento que torna pre­sentes a paixão redentora de Cristo, a sua morte e a sua ressurreição. A Eucaristia é verdadeiramente o cen­tro e a raiz da vida cristã. Os espo­sos cristãos nela participam ·a um título especial. Com efeito, o sacra­mento ·do matrimônio é o sinal do mistério de amor, pelo qual Cristo se entregou pela sua Igreja, e um meio de nele participar (cf. Gau­dium et Spes, 48); a Eucaristia é precisamente o sacramento e o me­morial deste mistério. A vida euca­rística é, portanto, um elemento es­pecífico, de toda a espiritualidade conjugal: ela comporta as mesmas leis do dom de si à glória de Deus e pela salvação da humanidade, e ofe­rece o alimento necessário para se­guir este caminho.

(continua)

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A PALAVRA DE NOSSOS PASTORES

• Este mês de outubro vê acontecer, finalmente, o tão esperado Sínodo dos Bispos que trata da "Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo vinte anos depois do Concílio Vaticano li". Reunem-se em Roma, de 1 a 30 de outubro, 231 padres sinodais e 60 observadores na maioria leigos, para se debruçar sobre este tema. Entre os padres sinodais, 114 são -'novatos' e 117 'veteranos', 136 do Terceiro Mundo e 95 da Europa e América do Norte. O Brasil está sendo representado por sete bispos neste Sínodo: Cardeal Aloísio Lorscheider, Arcebispo de Fortaleza: Dom Marcelo Pinto Carvalheira, Bispo de Guarabira, PB; Dom Luciano Mendes de Almeida, Presidente da CNBB; Dom Celso Pinto da Silva, Bispo de Vitória da Conquista, BA; Cardeal Agnello Rossi, Presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, em Roma; Dom Claudio Colling, Arcebispo de Porto Alegre e Dom Serafim Fernandes de Araujo, Arcebispo de Belo Horizonte.

• Em vista ao Sínodo realizou-se em São Paulo, de 7 a 9 de agosto, o Encontro Nacional de Leigos. O casal Marilia e Dalcio Balaroti nos escreveu a respeito:

"Caros Amigos, tivemos a alegria de participar deste Encontro onde se reuniram aproximadamente quinhentos participantes leigos, representantes de movimentos, e de pastorais de todo o Brasil. O Encontro foi enriquecido também com as presenças do Cardeal Dom Eduardo Pironio - Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, residente em Rom11, onde transmite a sensibilidade do leigo na América Latina, Dom Luciano Mendes - Presidente da CNBB e vários outros Bispos e Padres.

Os Objetivos do Encontro foram:

1.0 - Sentir a realidade do povo de cada região do Brasil.

2.0 - Apresentar propostas para o Sínodo do Bispo.

Neste evento, pudemos sentir as angústias e as necessidades em que vive a maioria do povo brasileiro: sofrimento mesmo, baseado na miséria material e na miséria cultural. Mas apesar de tudo, notamos que há muita esperança e força de vontade, vontade de vencer, baseada e fundamentada na graça de Deus.

Clareou-se a necessidade de união das lideranças, tanto eclesial como leiga, para formar a verdadeira Igreja possibilitando assim enfrentar as muitas dificuldades, como por exemplo:

7-I~

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a) - Partilha comunitária.

b) - Primasia do trabalho sobre o capital.

c) - Melhora das estruturas de classe do país.

d) - Lei - dando a todos direito a uma vida mais digna.

e) - Ao jovem, oportunidade de ser parte integrante na mudança da situação atual.

f) - Trabalho por uma maior unidade dos movimentos populares.

Enfim, colocar a vida à disposição de Deus, procurando compreender e viver a totalidade do Evangelho.

Sentiu-se também, no Encontro, a necessidade de formação e partici­pação mais profunda de todo leigo e do clero em ser Igreja, e uma atenção toda especial aos Padres e às famílias."

As propostas a serem encaminhadas ao Sínodo ainda estavam em fase final de redação; no momento em que fechamos esta edição da Carta Mensal. Os 23 grupos de trabalho produziram 83 propostas, que foram agrupadas em 7 blocos: . (1) Leigo e Política, Luta de Classes, Trabalho; (2) Autonomia do Leigo, Participação na Igreja; (3) Formação dos Leigos; (4) Espirituali­dade dos Leigos; (5) Formação dos Seminaristas em Convivência com o Povo; (6) Pastoral Familiar; (7) A Igreja e a Opção pelos Pobres.

Marília e Dalcio nos dizem que as Equipes de Nossa Senhora tinham 6 representantes oficiais no Encontro, provenientes do Rio, do Paraná e de São Paulo. Mas havia outros 6 equipistas, que representavam outras comu­nidades ou movimentos o que bem demonstra a participação de nosso movi­mento na vida da Igreja. E terminam seu relato, dizendo:

"Impressionados com os resultados do Encontro, e com a realidade bra­sileira, concluímos que: "Ninguém faz história sem ter um grande Ideal". O Pescador do Pará, participante do Encontro, encontrou este Ideal apren­dendo a ler e declarou: "Eu era 'analfabeto, e o Vigário me deu um livrinho para aprender a ler, e este livrinho se chamava "Novo Testamento". "Apren­di a ler não só como uma leitura da gramática, mas como uma leitura de Vida, que mostra o caminho do Reino de Deus".

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A ECIR CONVERSA COM VOCÊS

"CRESCEI ... "

Nós, participantes de um movimento familiar da Igreja de Cristo, devemos com freqüência reciclar conhecimentos e conceitos sobre a missão da família, a fim de atualizarmos o sentido de nossa vivência, em sintonia com a Humanidade e com a Igreja.

!: com este sentido que passamos a refletir, sugerindo que se con­tinue esta reflexão em cada família, em cada equipe.

(Gen. 1, 27 e 28) "Deus criou o homem à sua imagem; Ele criou-os a imagem de Deus e os criou homem e mulher. Deus os abençoou e disse: Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a e dominai sobre as aves do céu, e sobre todos os animais que se movem sobre a terra."

(Gen. 2, 24) "Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa só carne."

Deus, ao dar origem ao Homem, já o fez constituindo o núcleo de uma família - homem e mulher unidos em uma só carne - e declarou a missão para a qual estava ordenada: "crescer", "multiplicar", "encher a terra", "sujeitar a terra " e "dominar a natureza".

E quando a humanidade distancia-se desta missão e deprava-se, Ele, o Senhor, confirma a constituição da família ordenando a Noé:

(Gen. 6, 18 e 19) • Mas contigo (Noé) estabelecerei a minha aliança, e entrarás na arca tu e teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus f ilhos contigo. E, de cada espécie de todos os animais, farás entrar na arca dois, macho e fêmea, para que vivam contigo".

Então está explicada a dominação sobre a natureza: não para esgo­tá-la mas para preservar a vida.

· O verbo "crescer " , o primeiro na citação da missão, é o que apre­senta sentido mais conotativo, e para melhor entendê-lo devemos ler Lucas.

(Lc. 2, 52) • Jesus crescia em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens."

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O homem multiplica-se e toma progressivamente a terra mas o faz, pergunta-se, "crescendo em sabedoria"?

A Igreja, mãe e mestra, expressando a sabedoria de Deus, atualiza o entendimento da missão para a qual Deus ordenou a família.

No Concílio Vaticano 11 a Igreja emite a Constituição Pastoral "Gaudium et Spes ", que explícita para a nossa época o entendimento necessário para bem cumprir a missão de "multiplicar", expondo sin­teticamente o que é paternidade/maternidade responsável.

(G.S. n.0 50-parte) "Os cônjuges sabem que no ofício de trans­mitir a vida e de educar - o qual deve ser considerado como missão deles própria - são cooperadores do amor de Deus criador e como que seus intérpretes. Por isso desem­penhando seu munus com responsabilidade cristã e humana e, num respeito cheio de docilidade para com Deus, forma­rão um juízo reto, de comum acordo e empenho, atendendo ao bem próprio e ao bem dos filhos, seja já nascidos, seja que se prevêem nascer, discernindo as condições seja ma­teriais, seja espirituais dos tempos e do estado de vida e finalmente levando em conta o bem comum da comunidade familiar, da sociedade temporal e da Igreja."

Em Medellín os · Bispos da América Latina mostraram o entendi­mento . da palavra crescer, crescer em sabedoria, para esta época da humanidade, indicando três valores fundamentais da família que im­plicam em missão.

(Conferência de Medellin-cap. 3, item li-parte) "a família for­madora de pessoas, educadora na fé, promotora do desen­volvimento."

Esta citação é muito densa de significado e exigente para conosco, as famílias cristãs.

!: missão da família, a ser constantemente diligenciada pelos pais, o criar condições ambientes no espaço familiar para que as pessoas possam efetivamente formar-se. Insiste-se efetivamente no sentido de que não é b~stante_ dizer e gravar conceitos retos, mas é necessário buscar os ideais evangélicos que respondam aos apelos de cada mem­bro da comunidade familiar, adequando-os às condições da atualidade.

Atuar na formação das pessoas é amá-las a cada instante. !: pro­porcionar que o homem faça sua primeira experiência de amor na co­munidade familiar. !: percorrer juntos os caminhos do discernimento.

Educar na fé pressupõe a entrega total dos pais à misericórdia e à força de Deus. !: colocarmo-nos como veícuro constante da esperança, mesmo que seja a nossa fraqueza, nossa omissão, nosso pecado, os

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empecilhos ao pleno recebimento das graças de Deus. Nesses momen­tos é o entregar-se à Misericórdia que fortalece a fé vivida pela família.

A vivência da oração, diálogo tranqüilo com Deus Pai, é ato essen­cial para que a comunidade familiar possa abrir-se mais facilmente à fé.

A leitura e reflexão sobre a Palavra de Deus, e a participação nos Sacramentos e na Liturgia, que os pais devem vivenciar desde cedo com seus filhos, são caminhos à consolidação da fé.

A família deve ser a primeira escola dos valores sociais, consti­tuindo-se numa experiência de vivência sã e amorosa, que levada ao seio da sociedade será fator de desenvolvimento equilibrado.

Por outro lado, para promover o desenvolvimento, é necessário que as famílias procurem conhecer essa mesma sociedade, postar-se como sujeito ativo na história, e refletir sobre a realidade social imergida no pensamento de Cristo.

Completando estas reflexões, consideremos as palavras ditas pelo Papa João Paulo 11.

(Familiaris Consortio n.o 28) • Assim a tarefa fundamental da família é o serviço da vida."

(Familiaris Consortio n.o 2) • ... : a famflla cristã, de fato, é a primeira comunidade chamada a anunciar o evangelho à pessoa humana em crescimento e a levá-la, através de uma catequese e educação progressiva, à plenitude da maturida­de humana e cristã."

Confiados em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, reconhecendo a famflia, a cidade e a sociedade que nos envolve, encaremos o chamado e a missão que Deus nos propõe.

Elizabeth e Rômolo

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CARTA DA EQUIPE RESPONSAVEL INTERNACIONAL

"PARA FRENTE!"

A escolha deste título "Para Frente!" pode parecer estranho, quando gostaríamos de convidá-los, caros Amigos, a uma volta às fontes das Equipes de Nossa Senhora, por ocasião do quadragésimo aniversário dos estatutos de nosso movimento.

No dia 8 de dezembro de 1947, na festa da Imaculada Conceição, são publicados, no primeiro número da Carta Mensal, esses estatutos que se transformaram, ao longo dos anos, numa regra para milhares de casais, que passaram a adotá-los em espírito e em verdade. Só Deus conhece as tomadas de consciência, as conversões que suscitaram nos corações.

"Depois de lê-los e meditá-los, apliquem-nos. . . Para frente! Não se trata de dissertar mas de viver", é o que se lê no editorial que pre­cede essa divulgação.

Não conhecemos pessoalmente o grande acontecimento que viria consolidar a vocação e o itinerário das Equipes de Nossa Senhora- reto­mando o título da notável conferência que o Pe. Caffarel fez na pere­grinação das Equipes a Roma em maio de 1959. Mas freqüentes vezes lemos e meditamos seu texto, para aí encontrar o sentido de nossa cami­nhada coletiva.

Mas estávamos presentes, em 1973, quando o Pe. Caffarel decidiu informar aos numerosos Responsáveis de Setor de língua francesa, ' reu­nidos como de hábito em Paris, a sua intenção de confiar a outros a animação do movimento. Ainda ressoam em nossos ouvidos suas pala­vras, quando pedia com ênfase um grande esforço de oração, de reflexão e uma vontade indomável de descobrir a vontade do Senhor sobre o movimento e sobre sua missão, "na fidelidade à graça das origens e na compreensão das necessidades .do tempo". Uma fórmula fortemente ques­tionadora e que continua a nos interpelar!

Decorreram treze anos, durante os quais o movimento recebeu im­pulsos novos sob a ação vigilante e de grande generosidade de "quadros", ou melhor, de numerosos "responsáveis", convictos do papel primordial das Equipes de Nossa Senhora na Igreja universal.

Depois, um dia, em meados de dezembro de 1986, graças às cir­cunstâncias favoráveis, eis que a Equipe Responsável Internacional, que deve assumir a temida missão "de acompanhar a árvore em seu cresci-

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mento", se reúne, acolhidc. na casa de oração de Troussure, especialmente reservada para ela.

Que maravilha, encontrar, novamente, durante várias horas, na ca­lorosa intimidade daquele local, o fundador, cheio de vitalidade apesar da idade, querendo conhecer a vida de nossos casais, retraçando com o recúo do tempo o surpreendente caminho percorrido, abrindo, na linha reta do impulso do Espírito que se manifestara desde a origem, as pers­pectivas concretas de uma lúcida análise dos problemas da hora atual!

Não é nosso propósito relatar tudo o que pudemos ouvir e receber naquele dia. Uma carta como esta não seria suficiente. Enquanto se espera que a antologia dos textos fundadores de nosso movimento, as celebrações do quadragésimo aniversário e nossa caminhada à luz do Magnificat em direção a Lourdes/88 venham a assumir seu lugar neste esforço comum de "fidelidade à graça das origens e de compreensão das necessidades do tempo", gostaríamos de sublinhar aqui a importância de conservar no coração de nosso casal a memória espiritual dos aconte­cimentos que vivemos juntos e, entre estes, o de pertencer às Equipes de Nossa Senhora.

Raízes e pontos de referência.

1. Não se entra no movimento como se pula num trem em movi­mento, com uma idéia mais ou menos clara de seu destino. Não se entra numa equipe em formação, ou já formada, como se engata um vagão em outro, numa estação de triagem, enquanto se espera a formação de novo trem. Estamos ligados a um impulso fundamental, vital, que se enraíza em nossas mais profundas aspirações de homem e mulher, uni­dos pelo sacramento do matrimônio.

2. Ninguém, nem mesmo o fundador - e é por isso que se fala em carisma fundador- foi 'dono do jogo'. Dizia-nos o Pe. Caffarel que ele tinha a nítida sensação de estar sendo conduzido. Com certeza, tra­ta-se de intervenção do Senhor. Não terá sido assim também para cada um de nós, antes mesmo da formação de nosso casal, razão de nossa vida?

3. A vida das Equipes de Nossa Senhora procede de uma desco­berta, a da religião do amor, em contraposição à religião do dever que reinava na época. Era preciso encontrar casais para perceber o amor de Cristo operando através do amor conjugal.

Não era no indivíduo isolado que Deus pensava em seu impulso criador, mas no homem e na mulher criados à sua imagem (Gn. 1, 27), para que se tornassem 'uma só carne', um novo ser, o casal (Gn. 2, 24). A sociedade não é feita de indivíduos, mas essencialmente de casais, que são outros tantos "caminhos da união com Deus". O casal leva à descoberta do Cristo e o Cristo leva à descoberta do casal.

4. Tomar consciência da presença ativa de Deus em nós mesmos e em · nosso casal não é tarefa fácil. O tecido social de nosso tempo não é especialmente motivador, neste campo; provoca rupturas freqüentes

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entre Deus e nós e deixamo-nos viver de um dia para o outro sem gran­des novidades, 'fugindo de nossos semelhantes' (Is. 58,7-10), sobretudo do pobre e do oprimido. . . e de nosso cônjuge, quando ele se sente como tal.

Mas não é bom que o casal esteja só, isolado contra 'ventos e tem­pestades', nas provações que não poupam nenhum de nós, porque corre o risco de ser paralisado pelo medo, pela angústia, pelo desânimo.

E a propósito, continuamos decididos a 'fazer equipe', como diz o preâmbulo dos Estatutos? "Um lugar para adultos bem intencionados ou corpo de voluntários"? E como se manifesta nosso sentimento de pertencer à 'equipe de equipes' que é o movimento? 'Receber e/ou dar'.

5. Ninguém duvida que as Equipes de Nossa Senhora são, em seu campo específico, uma força viva. Mas espera-se que, diante da urgente necessidade do momento, esta força se manifeste em alto e bom som na Igreja e no mundo.

Na Igreja, em cujo seio falta muito para que o casal seja rehabili­tado. E uma linguagem moral que ainda predomina, quando há tanto a ser revelado a respeito da grandeza do sacramento do matrimônio e das alegrias de que é fonte.

No mundo onde, como dizia tão bem em recente editorial o Pe. Olivier, seria necessária "uma presença dos casais das Equipes de Nossa Senhora, na primeira fileira dos casais cristãos, não para fazer discur­sos. . mas para viver e testemunhar sua vivência".

Eis que voltamos ao convite do início: "Para frente, pois não se trata de dissertar, mas de viver." Não vivamos o que se poderia chamar de "relacionamentos curtos", cheios de generosidade em casal e em equi­pe, mas logo submersos pelo ambiente deletério do mundo que nos cerca.

Quarenta anos, para uma pessoa, é a força da idade, a idade madura, a que vem logo depois da juventude e dá a plena medida da maturidade. O mesmo deve valer para um movimento consciente de sua evolução e da responsabilidade de seus membros em "reproduzir a imagem de Deus vivo" (Rm. 8,29). Que cada um de nós seja, em seu lugar, portador de testemunho ao Deus de amor, nas pegadas do 'carisma fundador'.

Estamos unidos a vocês nesta caminhada.

Annette e Leon Dabin

(Extraído da mensagem de Annette e Leon Dabin aos Responsáveis de Setor da Alemanha, Austria, Bélgica, França/Norte, Grã-Bretanha e Ir­landa, reunidos em Bruxelas em 21 e 22 de março de 1987).

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AMAR A IGREJA

Numa de suas audiências gerais, o sempre lembrado Paulo VI analisava algumas atitudes em relação à Igreja. Trata-se da Igreja pela qual Cristo fundador, mestre e redentor deu a vida. Igreja que Cristo amou e por ela deu a vida (Ef 5,25).

Há os indiferentes, categoria hoje numerosa e variada. São os que não se preocupam com o problema religioso, julgando-o supe­rado pela mentalidade científica, pelos progressos e descobertas. São os que admiram talvez a Igreja, sob certos aspectos e em certas circunstâncias, mas numa atitude de total descomprometi­mento ou num vaidoso complexo de superioridade.

Há a categoria dos críticos. Não falamos dos críticos orien­tados para a verdade, que analisam os defeitos para corrigí-los, a começar por si mesmos. Referimo-nos, sim aos críticos negativos e pessimistas que olham a Igreja somente com o intúito de de­nunciar suas deformidades, verdadeiras ou falsas, fazendo disto um argumento farisaico em favor de si mesmos ou como justifi· cativas de suas mazelas pessoais.

Há ainda os inimigos declarados que desejariam vê-la destrui­da, porque seus ensinamentos e sua prática incomodam e atra­palham os sistemas dos dominadores e opressores do povo, cuja lei é a ambição de mando e a volúpia do poder. Para eles a Igreja constitui uma pedra no caminho.

Há, enfim, os que amam a Igreja. E, por isso, tudo fazem para que sua imagem real corresponda às intenções do dívino fundador. São os que, antes de corrigir ou condenar os outros, procuram sua própria conversão, no esforço de adequar a prática da vida às perspectivas da fé. São os que não se colocam comodamente na arquibancada dos torcedores ou aposentados, mas na linha dos jogadores ativos. São-os que, lamentando as máculas e rugas não culpam a Igreja pela incoerência dos cristãos. São os que em vez de apenas denunciar e condenar, arregaçam as mangas e levam o seu tijolo para a construção do Rei'no.

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Amar a Igreja, conclui o Santo Padre, é a fórmula certa. A Igreja na sua realidade mística e terrena; naquilo que ela possui de divino e eterno e também no que carrega de humano e desfi­gurado. Na sua realidade total, isto é, perfeita no pensamento de Cristo e perfectível em nosso desejo e experiência, sem a falsa distinção entre Igreja carismática, por nós imaginada, e Igreja insti­tucional.

Devemos, enfim, amar a Igreja na certeza de sua credibilidade e na necessidade de sermos membros sãos e operantes, plena­mente engajados e comprometidos.

Dom Frederico Didonet Bispo de Rio Grande - RS

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Extraido de CIDADE NOVA

Junho/1986

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MARIA NO CORAÇÃO DO MISTÉRIO CRISTÃO

A doutrina é bem conhecida: " Quis ... o Pai das misericórdias que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predes­tinada a ser Mãe de seu Filho, para que assim como a mulher contribuiu para a morte, a mulher também contribuísse para a vida. O que vale de modo excelentíssimo para a Mãe de Jesus, a qual deu ao mundo a própria Vida que tudo renova".

Não existe outro Cristo Salvador senão o Verbo encarnado, Jesus de Nazaré, nascido de Maria por obra do Espírito Santo. O Cristo, que domina a história, que pacificou o céu e a terra com o sangue derra­mado na cruz (cf. Cl 1,20), que, em sua última manifestação, "virá a julgar os vivos e os mortos" - nasceu da Mulher (cf. Gl 4,4): verda­deiro homem e, como todo homem, deve agradecer à sua mãe pelo dom da existência temporal.

Por esse motivo, Paulo VI, refletindo sobre o mistério da Encar­nação, pôde pronunciar as palavras muito sérias e, aparentemente, auda­ciosas: "Se queremos ser cristãos, temos que ser marianos, isto é, deve­mos reconhecer o vínculo essencial, vital, providencial que une Nossa Senhora a Jesus, e que nos abre o caminho para ele". Disse-as em res­posta ao questionamento preciso: "Como é que Cristo veio a nós?" Pronunciou-as depois de afirmar conforme os dados bíblicos: "Ele veio até nós por meio de ·Maria; recebemo-lo dela .. . Jesus é homem como nós, é nosso irmão graças ao mistério materno de Maria". Era a conclu­são de um raciocínio muito lógico sobre a natureza e o alcance do fiat da Virgem.

Maria não foi instrumento passivo nas mãos de Deus; mas cooperou na salvação dos homens "com fé livre e obediência". Não se pode negar que a declaração supracitada de Paulo VI não redunda apenas em louvor a Nossa Senhora, mas serve também de admoestação aos fiéis para que não subvertam o desígnio salvífico do Pai, não separem o Fruto bendito da sua Santa ~aiz, não arranquem a Palavra de Deus encarnada do seio que lhe deu acolhida e do coração que a guardou.

Em virtude, pois, de sua inserção radical no mistério da Encarna­ção, a Virgem Maria aparece-nos intimamente vinculada a toda a história da nossa salvação. " O simples nome da Theotocos - escrevia o monge são João Damasceno - já contém em si todo o mistério da salvação".

(texto retirado do livro: Fazei Tudo o que Ele vos Disser - Reflexões e propostas para a promoção da piedade ma­riana, São Paulo, Edições Paulinas, 1985 - p. 16-18)

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SE FOSSE PARA FAZER TUDO DE NOVO . ..

Eu manifestaria mais o meu amor à minha mulher. No seio da fa· mília, as relações tem tendência a se banalizar, o que pode enfraquecer a mais profunda ternura conjugal. Esta ternura, eu não cessaria de alimen­tá-la, de fazê-la notada pelos filhos. Seria mais atento em manifestá-la através de pequenas atenções cotidianas , através de presentinhos toda vez que aparecesse uma ocasião propícia. O filho consciente do amor que seus pais testemunham não encontra nenhuma dificuldade em entre­gar-se ao Amor. Se os pais passeiam de mãos dadas, de bom grado ele dará a mão aos outros.

Eu cultivaria o espírito de família. O filho que não sente pertencer aos seus, que não sente passar entre eles uma corrente de amor indes­trutível, não tardará a se desviar para dar o melhor de si mesmo a um grupo humano mais caloroso. Quantas pessoas habitam o mesmo teto e vivem em universos completamente diferentes! Quantos filhos encon­tram seus pais somente na hora da refeição, ou passam mesmo vários dias sem vê-los! Não é raro que esse tempo seja reduzido a alguns minutos por semana.

Se fosse para fazer tudo de novo, em lugar de engolir apressada­mente a refeição, eu consagraria esse tempo precioso à explanação sobre os acontecimentos cotidianos vividos por cada um. Quanto à hora de dormir, eu a faria a mais doce do dia. Sei que todo mundo se enerva facilmente à noite,. por causa do cansaço. Entretanto, eu lastimava ver os pequeninos "acesos " após o jantar. Outro ponto importante: eu me esforçaria para encontrar mais tempo para jogos ou trabalhos, dos quais toda !i· família pudesse .participar. Excelente ocasião para aprender a não trapacear, a prestar atenção nos outros, a cultivar o respeito e a estima mútuos. O filho feliz em famflia goza de tal segurança que nada pode perturbar e adquire tal estabilidade que o torna capaz de resistir às incitações dos companheiros e aos entretenimentos da multidão.

Eu riria mais com eles. Dizem que o melhor modo de ter filhos sábios é fazê-los felizes, e eu me dou conta agora de que, freqüente­mente, me mostrei por demais sério e dei a impressão de que o traba­lho dos pais não era nada engraçado.

Eu saberia escutar melhor. Temos a grande tendência de não dar importância ao que dizem os filhos. Agora estou convencido de que existe

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um elo essencial entre a atenção que damos às preocupações dos peque­ninos e a atitude que eles manifestam mais tarde, em nos confiar suas inquietações de adolescentes.

Se fosse para fazer tudo de novo, eu me impacientaria menos ao ser interrompido em minhas leituras. Isso me faz pensar na criancinha que atormentava seu pai para que ele olhasse o arranhão que havia em seu dedinho. O pai, irritado, fechou o livro e disse bruscamente:

- E então? Não posso fazer nada!

- Pode sim, papai. Você pode dizer: "Oh!"

Eu seria mais pródigo em cumprimentos. Nada, sem dúvida, estimula mais a criança a amar a vida, a querer realizar grandes coisas, a ter segurança, do que o elogio, como recompensa ao bem que ela faz. Pe­dagogicamente, agora sei que o elogio leva grande vantagem sobre a repreensão. A disposição em criticar, daqueles que a rodeiam, tira da criança toda a confiança em si mesma; os encorajamentos, ao contrário, contribuem para lhe assegurar a confiança que favorece a maturidade. A necessidade de estima é fundamental na natureza humana.

Eu procuraria uma comunicação mais profunda, no plano religioso. Nossa personalidade profunda, além "CCe seus aspectos físicos, sociais, intelectuais, inclui um aspecto religioso e s~ o mundo onde nós vivemos deve conhecer a Deus e sua vontade, em primeiro lugar, pertence aos pais assegurar a estabilidade de sua mensagem. Eu me esforçaria, pois, desde a sua mais tenra idade, a comunicar-lhes melhor a minha fé. Pres­taria mais atenção ao que pudesse preocupá-los, e procurariÇ~ achar um meio de atingi-los no plano espiritual. •

Se perguntarmos a um docente que lugar ocupa o ensinamento reli­gioso em seu programa, ele responderá que este lugar está em toda parte: na matemática sob a forma da exatidão; no estudo da língua, onde aprendemos a nos expressar, na história em que se abre a humani· dade, na recreação, onde se aprende a ser um bom jogador.

Lembro-me de um garoto que, numa noite de tempestade, aterrori· zado por causa dos trovões e dos raios, gritava pelo pai:

- "Tu sabes bem, disse o pai, que Deus te ama e cuida de ti". E a criança responde: ·

- "Sim, eu sei, mais nesse momento preciso de alguém que tenha um corpo".

Se fosse para fazer tudo de novo, eu desejaria, em primeiro lugar e antes de qualquer coisa, ~er para meus filhos o Amor de Deus num corpo.

(Artigo escrito por John M. Dresher, extraído do Boletim do Setor de Gand, Bélgica)

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MARCEL DELPONT

Foi em Maio de 1965, logo após a grande peregrinação das equipes a Lourdes, que conhecemos Mareei Delpont. Foi na casa de Genevieve e Constantin Simpson, então responsáveis pelo Centro Diretor Internacio­nal. Alí estavamos, Glória e João Paião Luz, responsáveis pela ECIR, e nós dois, para uma reunião com o P. Caffarel sobre as equipes do Brasil. Já naquela noite Mareei nos encantou com o seu sorriso acolhedor e o seu jeito simples e modesto. Ele e sua mulher, Yvette, eram os ligações entre nossas equipes e o Centro Diretor, hoje ERI.

Para poder exercer o cargo com a eficiência que desejava, Mareei pôs-se a aprender com afinco o português, língua que acabou conhe­cendo muito bem, tanto que continuou a traduzir a nossa papelada mes­mo depois de doente e de haver deixado o cargo.

Seu amor e de sua família pelo Brasil era impressionante. Disso temos e guardamos até hoje inúmeras provas. Bastante expressiva e sig­nificativa é a recordação de nossa primeira visita à casa dos Delpont. Logo ao entrar, em uma noite fria, ficamos emocionados e comovidos. Na sala principal, em lugar de destaque da parede, deparamos com um grande mapa do Brasil emoldurado por um gigantesco rosário de contas de madeira. Pequenas bandeirinhas marcavam as cidades onde existiam equipes. Alí, diante daquela esplendida imagem do Brasil a família se reunia todas as noites para rezar pelas nossas equipes. Foram estas orações e o enorme desvelo que ele e Yvette sempre dedicaram às equi­pes brasileira que, sem dúvida, contribuíram para o crescimento e ama­durecimento do Movimento em nossa terra.

Depois, ao longo dos anos, voltamos a vê-los em muitas outras ocasiões. Em todo caso suas cartas, comentando as nossas ou os rela­tórios da ECIR, nunca nos faltaram, chegando aqui com uma freqüência quase mensal.

Um outro episódio vale a pena recordar. Em 1970, por razões pro­fissionais, Marcello foi à Europa. Aproveitou, então, para ir a Paris con­vidar · o P. Caffarel a voltar ao Brasil. No aeroporto de Orly lá estava Delpont esperando-o com o seu sorriso tranqüilo e amigo. Já no carro pus-me - recorda Marcello como se fosse hoje - a informá-lo do que se passava em nossa terra. Bem me lembro como, a certa altura, ele interrompeu-me, com um riso de contentamento e amabilidade, para di-

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zer-me com um sotaque carregado: "agora já pode falar em português. Eu já entendo." Aquela singela e simpática expressão era o sinal de seu esforço para poder comunicar-se melhor e diretamente, sem intérpretes, com as equipes brasileiras. Isso foi de grande importância porque, de­pois de muita insistência, o P. Caffarel concordou em vir, pela terceira e última vez, ao nosso país, trazendo consigo Mareei Delpont.

Aqueles que, nos idos de setembro de 1972 - ano do sesquicen­tenário da Independência - já pertenciam ao Movimento recordam-se bem da figura serena e amiga de Mareei, que, além das Sessões e conferências com o Cônego Caffarel, fez questão, nos intervalos, de visitar outras cidades onde existiam equipes. Em Curitiba, por exemplo, seu contentamento foi enorme ao participar, em uma diminuta casa tipo BNH, da reunião de uma equipe de operários. O certo é que, em todos os cantos, encantou nossa gente com a sua simplicidade e seu esforço para se dirigir a todos sempre na nossa língua, ainda que em um por­t\!guês carregado no sotaque mas cheio de uma simpatia que encantava ao interlocutor.

Logo após seu regresso, uma carta de Yvette nos dava conta que Mareei tinha sido acometido de uma grave moléstia, uma espécie de leucemia. Obrigado a submeter-se a severo tratamento quimioterápico, durante largo tempo, ofereceu todo o seu penoso sofrimento pelas equipes da terra que ele tanto amava.

Privilegiadas são estas nossas equipes brasileiras. Lá na casa do Pai contam com muitos e valorosos intercessores. Um deles, ao lado de Pedro Moncau, é sem dúvida Mareei Delpont que, no último dia 13 de Maio, festa de Nossa Senhora de Fátima, depois de longa enfermidade, nasceu para a vida eterna!

Esther e Marcello Azevedo

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CRIANÇA A "ALEGRIA DO MUNDO"

Neste mês de outubro, no dia 12, dia de nossa Padroeira, comemo­ramos o Dia da Criança.

E é triste lembrar, que a criança que deve ser a "Alegria do Mundo", nlllitas vezes, nos dias de hoje, é causa de grande preocupação, pois são inúmeras as crianças abandonadas, que vivem sem lar, sem teto e sem famílias. Levam uma vida subhumana e infelizmente se preparando para a marginalidade que já é um problema muito sério em nosso país.

A culpa de quem é? Não sei ... A verdade é que podemos e deve­mos fazer alguma coisa para amenizar esse problema, para ao menos diminuir o número dessas crianças que sofrem.

A Campanha da Fraternidade deste ano nos alerta para esse pro­blema.

E uma das saídas é a adoção. Dar um lar e uma família a essas crianças que não as tem. Amá-las como filhos e filhos de Deus.

Gostaríamos de testemunhar o que aconteceu conosco! . Nós tínhamos seis anos de casados, vivíamos muito bem, mas fal­

tava algo mais para que a nossa felicidade fosse ainda maior, mais completa, que era o filho que não vinha, não sei bem porque, talvez fosse por um problema físico de um de nós. Esperamos tanto tempo e nada. Foi então, que após refletirmos e rezarmos muito, decidimos

· adotar uma criança. Conversamos com um casal amigo, que vez por outra tomava conhe­

cimento de problemas de crianças abandonadas, e sendo assim poderia nos ajudar. Ele pediu que aguardássemos, pois falaria conosco assim que soubesse de algum caso.

A partir daí começamos a rezar pelo nosso filho, que já poderia estar sendo gerado no ventre de sua mãe, e que ao nascer, se Deus quisesse, seria o nosso filho.

Passou um certo tempo, nos avisaram de uma criança abandonada pela mãe no hospital e que estava em poder do Juizados de Menores em uma cidade do interior. Deram-nos o endereço e fomos até lá o mais breve· possível, levando as roupinhas, que aliás, a Rita já vinha guardando há tempo, e fomos conhecer ·a criança.

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Chegando lá, nos apresentamos ao Juiz, que logo nos foi contando como era a criança.

Era um menino, prematuro" de sete meses, doertte e estava necessi­tando de cuidados médicos. E que por ser fraquinho e não ter quem cuidasse direito já havia apanhado bronquiopneurnonia.

Encaminhou-nos para conhecermos a criança que estava com uma ama-de-leite, pois necessitava de aleitamento materno.

Chegando na casa, no primeiro contato que tive com ele, confesso que fiquei um tanto decepcionado, pois quando se fala de uma criança, logo imaginamos gordinha, e bem bonita. E ele por ser prematuro e estar doente, era miudinho, fraquinho, que me causou até preocupação.

Cheguei até pensar que ele poderia morrer em minha casa, logo após a adoção, causando um problema ainda maior, principalmente para minha esposa que estava muito entusiasmada com a adoção.

Pensei um pouco e senti que Deus me pedia alguma coisa. Senti que Ele me pedia que assumisse aquela criança.

Pois veio um pensamento assim: Será que se eu gerasse meu filho, ele não poderia estar correndo o mesmo risco de vida, corno esta criança? Será que ele não poderia estar na mesma situação? Porque agora, como quero adotar uma criança, eu tenha que escolher uma criança perfeita, uma criança sadia!

E foi assim que eu senti que já era seu pai e que deveria assumir totalmente essa criança. E a partir desse momento comecei a amá-lo e me preocupar com a saúde dele.

Ao saírmos da casa, após dialogarmos, eu e a Rita decidíamos ado­tá-lo se fosse a vontade de Deus.

O Juiz pediu-nos para aguardar uma comunicação sua, pois iria fazer uma triagem para ver com que casal ficaria a criança, pois havia oito casais interessados em adotá-lo.

Voltamos para casa meio chateados, pois pensávamos que podería­mos trazê-la conosco.

Esperamos ansiosos, rezando, uma resposta do Juiz. Uma semana depois, recebemos novo telefonema: que poderia ir

buscar e que o 111enino era nosso. Vocês não imaginem a alegria nossa. Não sei como explicar como

ficamos felizes! No dia seguinte fomos buscá-lo e em seguida ~evamos ao médico e

cuidamos dele. Confesso a vocês, essa criança não deu tanto trabalho, foi como uma

criança normal. Sarou logo e hoje é a nossa alegria o nosso primeiro filho do coração, que no dia 12 de outubro de 81, recebia na pia ba­tismal o nome de José Renato.

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Passaram três anos e já pensávamos em adotar mais uma criança. Pedíamos a Deus e nos colocamos sempre a mercê de sua Santíssima

Vontade. Certo dia, uma colega nossa nos ligou dizendo que em sua casa

havia uma mulher com uma criança recém-nascida, e não tinha condi­ções para criá-la. Queria deixar a criança com ela, porém ela não estava em condições de cuidar mas lembrou de nós. No mesmo instante, a Rita me ligou para ver se eu queria. Logo em seguida, sem titubear eu disse que queria e que se Deus quisesse, assumiríamos essa criança.

No dia seguinte, procuramos a mulher e confirmando o fato, fomos até o Cartório e ela passou a sua filha para nós.

Levamos para casa e cuidamos dela. Hoje ela já está com três ani­nhos e é a nossa filhinha querida, que recebeu o nome de Juliana Apa­recida.

Renato e J uliana, essas crianças maravilhosas, só nos deram felici­dades, só nos deram alegrias.

O amor que temos por elas é imenso. Por isso, em nossas orações sempre agradecemos a Deus por ele ter nos escolhido para ser pais deles. E com isso nos propiciar tanta alegria.

Portanto, se não fosse a Graça de Deus, e se nós não nos colocásse­mos como instrumentos Dele para realizar tão grande Graça, essas crian­ças, até poderiam ser como tantas, que não tem lar, não tem famílias e vivem abandonadas.

E nós, a exemplo de São José, pais adotivos, fazemos um apelo: Adote uma criança. Pois assim estaremos contribuindo para que essas crianças tenham um lar, uma família, amor!

Assim estaremos dando uma resposta ao apelo de Jesus que nos fala: "Quem acolhe o menor, a Mim acolhe".

E então poderemos colaborar para que realmente elas sejam "A Alegria do Mundo."

RITA DE CASSIA e JOSE DE ANCHIETA Equipe de Nossa Senhora de Fátima Araçoiaba da Serra - SP.

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Senhor, dá-me a humildade da ovelha, a docilidade da ovelha a mansidão

· da ovelha para que eu possa, obediente, pertencer ao Teu rebanho; ovelha do Bom Pastor, não sentir falta das coisas fúteis, inúteis, que penso que me faltam.

Renovado também, de justiça e bondade saciado, hei de seguir alegre meu caminho por Ti destinado, mansamente conduzido, tranquilo e sereno por Teu bordão amparado.

E ao chegar à mesa para mim já preparada, não faça eu dela motivo de orgulho e ostentação; seja ela farta do Teu vinho e do Teu pão,· repleta de amigos, convidados, não falte ninguém na distribuição.

SALMO XXIII

Conduzido pelo Teu cajado hei de repousar meu corpo cansado e minha alma dorida nas paisagens pastoris dos verdes campos e ouvir música das águas a cantar em seu contínuo perpassar por leito de seixos a cumprir seu destino de ir ao mar para se renovar.

Se as sombras da vida me encobrirem, se surgirem tristeza e dor, desconfiança, insegurança, abandon.o, perseguição, separação, inveja, traição, ingratidão, estarei protegido pela plenitude do Teu amor.

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Agraciado e agradecido a todos que Tu enviaste para me ajudar, a me acompanhar, possa com eles repartir a graça e o meu teto há de ser sempre um abrigo, pois que é Teu teto, meu Senhor, Amém.

Cybelli

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PUBLICAÇÕES

Tomamos conhecimento, nestes últimos meses, da publicação de três livros escritos por Conselheiros Espirituais das Equipes de Nossa Senhora. São os seguintes:

1. O PLANO DE DEUS.

Deus criou o homem com três dimensões:

- Dimensão material (corpo) - Dimensão espiritual (razão) - Dimensão divina (graça)

No Plano de Deus, o homem seria feliz, se vivesse em harmonia com quatro realidades:

- Realidade transcendental (harmonia com Deus) - Realidade pessoal (harmonia consigo mesmo) - Realidade cósmica (harmonia com o mundo) - Realidade sócio-fraterna (harmonia com o outro, o irmão)

Com o pecado, o homem disse não ao Plano de Deus, entortando tudo... ·

- Riscou Deus de sua vida; - Tornou-se pergunta sem resposta; - Materializou tudo; - Desfigurou o irmão . ..

. Era preciso reconstruir o Plano de Deus. E JESUS CRISTO veio ao mundo! Deus se faz homem para que o homem se

faça Deus! E o homem tridimensional, em Jesus Cris­

to, reencontra a harmonia com as quatro realidades!

Para ajudar você a encontrar-se no Plano de Deus, o Pe. José Ribolla, C.SS.R. escreveu este livro: O PLANO DE DEUS.

Pe. Ribolla é Assistente de Equipe em São Paulo. Seu livro é extremamente importante para todos nós, das Equipes de Nossa Senhora.

(O Plano de Deus, Pe. J. Ribolla, C.SS.R., Edit. Santuário, 1987, 326 p.)

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2. DEIXAR SER.

Manuel Iceta é um sacerdote, psicólogo, educa­dor, assistente das Equipes de Nossa Senhora há mais de vinte anos, na Espanha. Em seu livro "Deixar Ser", ele procura dar uma orientação clara, simples e objetiva aos jovens pais de hoje. Porém, como se trata de uma reflexão sobre edu­cação, através dele nos passamos a analisar a nos­sa própria vida uma vez que "todos devemos fa­zer um esforço para nos conhecermos cada vez melhor e assim purificarmos nossa atitude perante os outros."

"Escrever sobre educação é como fazer poesia num campo de ba­talha. Sem a poesia, talvez não tenhamos forças para continuarmos a luta. Talvez a poesia nos ipspire a fazermos uma trégua e até a encon­trar uma paz luminosa. Oxalá!"

(Deixar ser - educar a partir do encontro pessoal, Pe. Manuel Iceta, Edições Paulinas, 1987, 182 p.)

3. A VONTADE DE DEUS.

"Qual é? Seria uma? Seriam muitas? Diria respeito a pormenores da vida? Do dia-a-dia? Ou seria apenas uma, referindo-se a como deve ser o agir humano? Diria respeito às coisas que devem ser escolhidas e feitas ou ao motivo pelo qual as coisas devem ser escolhidas e feitas? Eis um assunto que pre­ocupou sempre o "homem de boa vontade", o homem que deseja com sinceridade fazer de sua vida uma dócil e generosa realização da vontade de Deus. Mas como saber qual a vontade de Deus?" Assim Pe. Paulo Ruffler, Conselheiro Espiritual das Equipes de Juiz de Fora, começa esse novo livro, intitulado "A Vontade de Deus". Como ele mesmo diz, não se trata de um trabalho erudito, mas de uma reflexão em tonio da Palavra de Deus.

(A Vontade de Deus, Pe.' Paulo Ruffier, Edições Loyola, 1986, 47 p.)

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NOTfCIAS DOS SETORES

Mudanças nos Quadros

- No dia 7 de junho último ocorreu a transmissão do cargo do Casal Res­ponsável pelo Setor Mogi das Cruzes/ SP. Após a Missa Solene celebrada por O. Emílio Pignoll i , com a presença maciça de equipistas de Mogí, de re­presentantes da ECIR, inclusive O. Nan­cy Moncau, o casal Maria do Anjos e José Maria (Eq. 2) passou a responsa­bilidade pelo Setor para Ana e João Pires (Eq. 6).

Expansão

- Real izadas durante o mês de ju­nho passado, • reuniões de informação • promovidas pelas ENS do Recife/PE objetivando o ingresso de mais casais no Movimento e a formação de novas equipes. A coordenação das reuniões esteve a cargo de Zélia e Fernandes da Equipe 5 e contou com a presença de casais indicados por equipistas da cidade.

Eventos

- A Equipe n.0 1 - N.S. da Cande­lária, do Setor de ltú/SP celebrou o seu Jubileu de Prata com uma Missa de Açãó de Graças realizada no dia 18 de julho passado na Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária naquela cidade. Recebemos uma linda placa co­memorativa do evento tendo gravados no seu anverso os nomes do C.E. Frei Agostinho Keysers e dos casais com­ponentes da equipe: Isabel e Anthenor (C.R.); Dulce e Célio; Marina e Adhe· mar; Nair e José; René e Alcides. Re­produzimos aqui o verso da placa com um texto alusivo ao evento. O jornal

· A Federação", em ed itorial de João Navarro, também comemorou o evento.

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Nl do ClNOfl ÁIIIIA

- Realizado em 23 e 24 de maio últ imo um retiro para os equipistas do Recife/PE na Vila Medalha Milagrosa, em Socorro.

- Também em 23 e 24 de maio pas­sados, aconteceu o retiro organizado pelo Setor B Curitiba/ PR e aberto aos equipistas dos demais setores, O pre­gador, Frei Estevão, falou com a aúto­ridade e a segurança que somente aqueles que acreditam possuem. O re­ti ro foi centrado no silêncio, oração e meditação bíblica e os participantes puderam ter um profundo encontro consigo mesmos com seu conjuge e com Deus. Conforme depoimento de Cleuza e Otamir da Eq. 28/B foi "uma oportunidade de olharmos um para o outro de uma forma que em 11 anos de casamento não havíamos atingido, compreendendo e aceitando nossas li­mitações ".

- Em local bom e simples, a Ca'sa do Congregado Mariano em Agua San­ta , Rio de Janeiro, onde as Equipes são sempre bem acolhidas realizou-se nos dias 27 e 28 de junho mais um dos retiros , organizado pelo Setor

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E-Rio, com a participação de 35 casais . O pregador, objetivo nos assuntos e muito inspirado foi Pe. Edson Homem C.E. do Setor. '

- No dia 20 de junho aconteceu a "Tarde de Formação " programada para os equipistas dos Setores B e C de Curitiba/PR, ficando o assunto central a cargo de Frei Estevão Nunes que sob a inspiração do Espírito Santo, levou os presentes a uma melhor compreen­são da ·unidade dos pontos concretos de esforço", considerando trabalho rea­lizado pelo casal Mercedes e Alvaro. Out~o.s assuntos, abordados por casais eqU1p1stas foram: Planejamento, expe­riência Comunitária das ENS Contri­buição. A tarde de estudos f~i encer­rada com a Celebração Eucarística.

. - Realizado em 23 de agosto, na V1la Medalha Milagrosa, o • Dia de Es tudos " das ENS do Recife/PE com expressiva participação dos casais equipistas daquela cidade.

- As equipes do Setor de Crlciuma/ se organizaram, recentemente dois re­tiros. O primeiro deles, reali~ado em 6 e 7 de junho teve como pregador o Pe. Evariste Debiasi e destinou-se a casais não equipistas nem pertencen­tes a outros movimentos e que jamais haviam participado de um retiro. Em sua maioria tratava-se de casais de pouca condição econômica e com pro­blemas em seu relacionamento conju­gal. Os resultados foram gratificantes para os equipistas organizadores do retiro. Houveram várias reconciliações entre os casais participantes e muita emoção e agradecimento às ENS de Criciuma pois cada equipe enviou um de seus casais para trabalhar na cozi­nha. Um dos casais participantes es­tava completando 25 anos de casa­mento e os equipistas mandaram bus­car seus filhos e fizeram uma linda festa. No domingo, durante a Santa Missa foi celebrado o matrimônio de um dos casais participantes e, na mes­ma ocasião, o noivo recebeu a sua Pri­meira Comunhão. No dizer de Helcio e Cylesia, C.R. do Setor, foram dias de intensa alegria no serviço ao próximo e uma experiência muito válida e pro­veitosa. Nos dias 27 e 28 de junho foi

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a vez do retiro anual das ENS de Cri­ciuma, com um comparecimento de 90% dos casais equipistas da cidade e pregado por Pe. Edgard de Oliveira com multa vibração, entusiasmo e amor transmitido em suas mensagens. A sua fé no nosso Movimento é digna de re­gistro e contaminou a todos os casais .

- No dia 17 de maio último as ENS de Assis/SP comemoraram 20 anos de sua existência. Há 20 anos era lançada a primeira equipe daquela cidade e em melo às dificuldades que cercarr: t?da a obra que se Inicia, o movimento f1rmou-se graças a perseverança dos casais e ao apoio do dedicado Pe. Gian­carlo Villa. Hoje Assis conta com cinco equipes formadas e funcionando , além de outras em formação. Como infor­mam Hilda e Acácio, C.R. da Coorde­nação • isto não quer dizer que as di­ficuldades acabaram, digamos que são outras, mas a perseverança e o es­tímulo são os mesmos". Em comemo­ração ao evento reuniram-se todas as famílias equlpistas de Assis ao redor le Nossa Senhora, com a presença do Pe. Giancarlo e do primeiro casal res­ponsável da • equipe fundadora" Sidnei e Marilene, hoje equipistas em Baurú/ SP. Presente também, o Casal Regional Orlando e Neusa. Do programa come­morativo constaram: celebração da ma­nhã na Igreja São Vicente de Paulo; palestra participativa com o Pe. Gian­carlo; celebração Eucarística e a seguir um almoço festivo no Centro Social Comunitário da Vila Xavier. A "parti· lha do bolo dos vinte anos" coroou as atividades comemorativas do dia, como se pode ver na foto que publicamos.

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ENS Fonte de Vocações e de Apostolado

- No dia 6 de junho passado, na Catedral de São Sebastião, Arquidio­cese do Rio de Janeiro, foram orde­nados nove diáconos casados, assina­lando-se dentre eles dois equipistas Lincoln Allison Pope (da Cybelle) e Alvaro Manuel de Azevedo (da Maria de Jesus) respectivamente das equipes 58/C e 70/B. Em nossa alegria, para­benizando nossos companheiros e suas famílias, rezaremos pelo bom cumpri­mento de sua missão certos de que eles serão • em tudo, imitadores de Cristo, fazendo como Ele viveu e ser­virão à Igreja em comunhão com o Pastor", como assinalado na bela Mis­sa concelebrada e presidida por D. Eugenio Sales.

- Regina e Osvaldo, da equipe 10 de Mogí das Cruzes/SP estão inician­do seu trabalho apostól ico de coorde­nação da Experiência Comunitária na­quele Setor.

- Nosso irmão equipista João An­tonio Mota Navarro, da Equipe 2 -N.S. de Fátima de ltú/SP, foi eleito a 20 de março último, em reunião do Conselho Pastoral da Região 1 da Dio­cese de Jundiaí, representante leigo na CNBB - Sul 1. João Navarro juntamen­te com sua esposa Nenita vem exer­cendo inúmeras atividades apostólicas em sua cidade tais como: responsáveis pelo Curso de Preparação para o Ca­samento; palestristas do Encontro e Reencontro de Casais com Cristo; pa­lestristas na Catequese para os pais nas Paróquias. Individualmente, vem exercendo seu apostolado como mem­bro do Conselho Paroquial e da Diocese de Jundiaí; acólito; membro da Equipe de Liturgia; redator do jornal "A Fe­deração" de ltú; Ministro da Eucaristia. O casal já exerceu todas as funções nos quadros das ENS de itú. Sua elei­ção é motivo de honra e júbilo para todos os equipistas ituanos e dos mo­vimentos a que ele pertence. Que Deus o proteja sempre, em sua caminhada, com as bençãos da Virgem Maria a quem ele tanto venera.

- A propósito da questão levanta­da na seção "Cartas dos Leitores" na Carta Mensal 04/87 sobre quantas vo­cações sacerdotais e religiosas haviam surgido no Brasil entre filhos de aqui­pistas recebemos uma nota de Olga e Oscar Krieger da Eq. 4 - N.S. do Sa­grado Coração de Jesus, de Brusque/ SC. Eles são, nada mais nada menos, do que os pais de D. Murilo Sebastião Krieger, bispo de Licinea e Bispo Au­xiliar de Florianópolis sagrado em 28-04-85. A Olga e Oscar nossos agra­decimentos e que esta notrcia sirva de motivação. para que outros casais equipistas nos informem sobre voca­ção que o Senhor despertou entre seus filhos .

Volta ao Pai - José Mota Navarro (da Terezinha)

Eq. 6 - N.S. das Graças, ltú/SP. O Pai o chamou, no pleno vigor de suas atividades, no dia 5 de junho p.p. Para seus irmãos de equipe pareceu que ainda não era a hora, mas por sua fé, sabem que Deus melhor do que nós, conhece a hora e a oportunidade. O bom José - o homem justo, a per­soni f icação da candura e da doação -foi para a Casa do Pai como viveu, com um sorriso nos lábios, mesmo em meio ao maior sofrimento, deixando um vazio em todos que o conheceram tanto nas ENS quanto no Magistério ou no Ministério da Comunhão e, prin­cipalmente, em sua família. Sua esposa e filhos , apesar da Imensa saudade, tem o conforto da fé, certos de que no céu contam com mais um protetor.

- Aristides Assunção dos Santos (da Conceição) Eq. 42/D - N.S. da Conceição - Alvorada/AS. Em 11 de junho, o Pai chamou para junto de si aquele que durante cinco anos de convívio deixou a seus irmãos de equi­pe um testemunho de amor a Deus e de fé que com sua simpliciadde Irra­diava a todos que o conheciam. Ho­mem pobre e possuidor como ninguém das virtudes do desapêego e da cari­dade, sua disponibilidade sempre o levava, juntamente com sua esposa Conceição, a oferecer conforto, ajuda

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e aconselhamento a quem necessitas­se. Foi um semeador que através de sua fé soube semear a serenidade à sua família, serenidade essa que reve­laram na partida de Aristides para a Casa do Pai, crentes na ressurreição em Cristo. Deixa três filhos um dos quais seminarista e, queira Deus, tal­vez um futuro Conselheiro das ENS. Deixa também vários "sobrinhos", os jovens de sua paróquia e vários casais formados e bem constituidos graças aos cursos de preparação para o ca­samento de que ele e Conceição fo­ram coordenadores. Deixa também

uma equipe saudosa porém consciente de que Aristides continuará lhes dan­do seu apoio de onde se encontra hoje, junto do Pai e de nossa mãe Maria.

- Manoel Nogueira A. Netto (da Maria Célia) Eq. 10 - N.S. Mãe da Igreja - Jaú/SP. Partiu para o encon­tro definitivo com o Pai em 3 de julho último, aos 45 anos de idade e 14 anos de equlplsta. Deixa saudades em sua esposa, seus três filhos e seus Irmãos de equipe mas também a cer­teza de ter ocupado o lugar a ele re­servado na morada eterna.

CARTAS DOS LEITORES

Custos e Contribuições Dando um forte estímulo à Carta

Mensal, fride e João Tognolli nos en­viam o Boletim • BICA" do seu setor de Araraquara, SP.

Participam conosco da preocupação com o custo da Carta Mensal lembran­do que, se em épocas de crise reduzi­mos o supérfluo, devemos sempre questionar se aquilo que nos faz cres­cer espiritualmente pode ser conside­rado supérfluo.

Lembram-nos também da importância do ajuste da contribuição mensal às variações salariais pois o Movimento vive dessas contribuições do mesmo modo que a publicação da Carta.

Mãe que Agradece Sandra, da Equipe 1 de Araraquara,

SP, envia-nos uma carta multo como­vente agradecendo as orações que os equiplstas que sabem da doença de seu filho Danilo, tem feito por ele.

Em seu nome e em nome de Gabriel, Fernando e Roberta e do próprio Danilo quer deixar, através da Carta Mensal o seu • Deus lhe pague • a todos.

Vocações Carta de Criciúma, SC, de Diana e

Luíz de Medeiros, da Equipe N.S. da Salete da qual são fundadores conta que sua filha Miriam. de Medeiros está fazendo os primeiros votos de 3 anos na Congregação IENS (Irmãs Escolares

de Nossa Senhor) onde atua hoje como professora e termina a Faculdade.

Carta de Belém do Pará, de Maria Eulina e José Pereira Ramos, da Equi­pe N.0 5. N.S. Auxiliadora, do Setor a conta-nos que sua filha Maria Bernar­dette que militou desde bem jovem no movimento do FOCOLARE, cursava a Universidade Federal do Pará (Letras e Artes) entrou no Carmelo de Santa Terezlnha de Fortaleza, CE.

Teve como Mestre de Noviças sua tia, Irmã Maria da Paz e na sua Pro­fissão Solene o celebrante foi D. Alber­to Ramos, Arcebispo Metropolitano de Belém, também seu tio.

Seu nome religioso é Irmã Bernar­dette da Santa Mãe de Deus.

Débito com a Mãe

Carta de Eisa Maria e Marcos Mo­rais Tosta, da Equipe 14 do Setor C de Curitiba, PR lembra-nos das aparições de Medjugorje e conta-nos de uma foto tirada por um casal brasileiro que, pre­tendendo fixar o • Fenomeno do Sol", semelhante ao que havia acontecido em Fátima, foi surpreendido por en­contrar, na revelação da foto, a silhueta de N Senhora.

Lembra-nos ainda que, no apareci­mento de 13/10/1980, em Manila, nas Filipinas, Nossa Mãe nos pede: ·NÃO PEQUEIS MAIS" e conclui que temos um débito para com Nossa MÃE, de oração, penitência e jejum.

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RETIROS

Data Setor Local

23 a 25/10 São Paulo Cenáculo

24 e 25/10 Rio/F

24 e 25/10 Florianópolis Inst. São José

30/10 a 01/11 São Carlos Soe. S. Vicente Paulo

06 a 08/11 São Paulo Barueri

06 a 08/11 Belém

13 a 15/11 Sorocaba C. Retiro S. José

14 e 15/11 Rio/O

27 a 30/11 Rio/A

Foyers de Charité

Literalmente quer dizer Lar de Caridade, mas a tradução fica meio pobre. Porque em francês, 'foyer', além de 'lar', tem também o sentido de 'lareira', de fogo, com todo o calor que isto implica.

Os Foyers de Charité se dedicam a pregar retiros espirituais num ambiente tranqüilo e acolhedor, em completo silêncio e em contato com a natureza. São retiros de 5 dias (!), mas aqueles de nós que já partici­param deles, garantem que são de imenso valor. Afinal, em dois ou três dias, mal conseguimos nos desvencilhar de tudo o que nos · prende aos afazeres cotidianos! E. só depois que começamos a aproveitar realmente o retiro. Administrar o tempo que o Senhor nos deu consiste, principal­mente, em colocá-lo à Sua disposição!

Já existe, há alguns anos, um Foyer de Charité no Brasil. Localiza-se em Mendes, R.J. (telefone (0244) 65-2288) e a programação de seus retiros é a seguinte:

30/10-02/11/87

07-13/12/87

26/12/87--01/01/88

Retiro de Finados

Retiro fundamental

Retiro Mariano

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MEDITANDO EM EQUIPE _ r•lAT

TEXTO DE MEDITAÇAO ÇI;e. 19,3-4; Gn. 1, 26-29)

Alguns fariseus se aproximaram dele, querendo pô-lo à prova. E perguntaram: "É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja?" Ele respondeu : "Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher?"

Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, como nossa seme­lhança, e que eles dominem sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todas as feras e todos os répteis que rastejam sobre a terra."

Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou.

Deus os abençoou e lhes disse: "Sede fecundos , multiplicai-vos, en­chei a terra e submetei-a: dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra," Deus disse: "Eu vos dou todas as ervas que dêem semente, que estão sobre toda a super­fície da terra, e todas as árvores que dão frutos que dêem semente: isso será vosso alimento."

ORAÇÃO LITúRGICA (SI. 118,1-8)

Antífona: Feliz o homem que na lei do Senhor Deus vai progredindo!

Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo! Feliz o homem que observa seus preceitos,

. e de todo o coração procura a Deus!

Que não pratica a maldade em sua vida, mas vai andando nos caminhos do Senhor. Os vossos mandamentos vós nos destes, para serem fielmente observados.

Oxalá seja bem firem a minha vida em cumprir vossa vontade e vossa lei! Então não ficarei envergonhado ao repassar todos os vossos mandamentos.

Quero louvar-vos com sincero coração, pois aprendi as vossas justas decisões. Quero guardar vossa vontade e vossa lei; Senhor, não me deixeis desamparado!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Antífona: Feliz o homem que na lei do Senhor Deus vai progredindo!

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Um momento com a Equipe da Carta Mensal . .. . .... . ... .. . . ... •

Editorial - Pe. Bernard Olivier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

A Palavra do Papa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

A Palavra de Nossos Pastores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

A ECIR conversa com Vocês . .. .... .. . ....... ... . . . .. .... .. . . .. 9

Carta da ERI: " Para Frente! " . .. . .... . ................ .. . . .. . . . .. 12

Amar a Igreja . .. .. .. . . . . . . . . .... . . .. . ... . . . ... .. .... .. .. .. .... 15

Maria no Coração do Mistério Cristão . . . . ... .. ... .. . . ........ . . 17

Se fosse para fazer tudo de novo ..... . ... . .. .. . . .. . .. • .. .. . .. . 18

Mareei Delpont . . . . . . .... . .... . .... ... . . ...... . . . ·. . . . . . . . . . . . . . 20

Criança a " Alegria do Mundo" .. ." . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

Salmo XXIII . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Publicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Notícias dos Setores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Cartas dos Leitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

Retiros .. ... . ........ .. .. . ................ . ... . . . . . ... . .. . ... . . 32

Meditando em Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

EQUIPES DE NOSSA SENHORA

01050 Rua João Adolfo. 11 8 - 9' - cj. 901- Tel. 34 8833

São Paulo - SP