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Fran Christy

Você quer ser feliz?

Então pare de buscar a felicidade!

© 2008 - 2010 – Vivendo Intensamente - Todos os Direitos Reservados

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Fran Christy

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Introdução

Ao longo de minha carreira, venho refletindo e lapidando a forma

como transmito minhas idéias e ensino meus alunos e leitores a se

tornarem pessoas mais produtivas e bem sucedidas. A cada nova idéia ou

abordagem lançada, eu observo e testo quem entra em contato com o

meu material. A pergunta que está sempre em minha mente é: essa é a

melhor abordagem para que qualquer indivíduo que tenha contato com o

meu material saia de uma condição de baixa produtividade e baixo nível

de satisfação pessoal e consiga dar a volta por cima construindo uma vida

extraordinária?

Ao longo do tempo, eu fui aprimorando minha abordagem para

tornar esse processo mais claro, direto e poderoso do ponto de vista de

realmente permitir uma transformação profunda na vida daqueles que

estudam comigo.

Comecei essa minha jornada acreditando que o planejamento

pessoal era a resposta para “consertar” vidas sem rumo, desorganizadas

e com baixo nível de satisfação. Eu estava errada. Apesar de

extremamente útil, o planejamento deve ser somente uma ferramenta

para quem já está no caminho certo e possui a postura certa. Do

contrário, corre-se o risco de se tornar uma pessoa vazia (no sentido de

que os planos não levam à conquista do que está faltando por dentro,

mesmo quando essa é a esperança de quem sonha e planeja).

Para quem já tem uma postura e uma mentalidade adequada, o trio

“definição de metas + planejamento + administração do tempo” funciona

perfeitamente. Porém, para quem não se encaixa numa postura que hoje

eu descrevo como uma “postura de excelência”, essas ferramentas de

organização pessoal acabam levando a pessoa mais rápido ao lugar

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errado ou mantendo-a numa condição ainda maior de ordinariedade. O

porquê já foi elaborado na minha teoria da vida Carpe Diem (explicada no

e-book Carpe Diem: Vivendo e Aproveitando a Vida a Cada Momento –

http://www.vivendointensamente.com.br) e está relacionado ao fato de

que ferramentas de organização usadas com a intenção ou postura

erradas não providenciam o efeito esperado.

Essa teoria parte do princípio de que muitas das coisas que as

pessoas fazem ou esperam fazer (sonhos) estão relacionadas à

expectativa de que a realização do objetivo preencherá algo que está

faltando dentro de si. Por exemplo: pessoas com problemas de validação

e aprovação alheia buscam sucesso profissional como se o topo da

profissão garantisse a confirmação de que elas realmente têm valor. A

conquista da meta, no entanto, se mostra vazia. A necessidade de

aprovação e validação ainda está lá. Conquistar metas ou sonhos não

preenche vazios causados por problemas psicológicos.

Outro problema é a postura mimada do “eu quero isso, eu quero

aquilo, eu quero tudo pra mim” com relação a metas e sonhos. A pessoa

trata a vida como uma grande oportunidade de obter tudo o que se quer

no sentido de massagear o próprio ego. Casamento, filhos, profissão,

bens materiais, até mesmo religião e espiritualidade se tornam um meio

de satisfazer vontades e desejos pessoais. A não realização do “sonho” ou

expectativas quebradas resultam em depressão e insatisfação para com a

própria vida. Se as coisas não acontecem como desejado e/ou planejado,

a pessoa faz bico, fica triste, desapontada, como se a vida tivesse a

obrigação de lhe servir e lhe fazer feliz.

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O grande problema

Temos discutido um ponto central em nossa linha de trabalho que

aparentemente muitos de nossos leitores – mesmo os mais antigos –

ainda têm dificuldade em compreender. “Parece que nunca cai a ficha”,

diz meu colega John Mackenzie.

Nós, aqui, estamos nos esforçando para ensinar nossos alunos e

leitores a se tornarem pessoas extraordinárias. Enquanto isso, muitos de

nossos leitores continuam buscando a felicidade...

Botamos a culpa em nossa sociedade! É politicamente correto

“buscar a felicidade” e, mesmo que a gente aqui bata na mesma tecla

continuamente gritando “PARE DE BUSCAR A FELICIDADE, O NEGÓCIO

NÃO É POR AÍ!!!”, nossas vozes entram por um ouvido e saem pelo outro,

nossos leitores continuam achando que o que devem fazer é buscar a

bendita felicidade!

É difícil deixar cair a ficha, pois vivemos num mundo em que somos

bombardeados pela idéia de que se não formos felizes, fracassamos na

vida. Essa idéia é tão martelada na cabeça das pessoas que muita gente

tem até mesmo vergonha de dizer que não é feliz, como se tal revelação

fosse uma confissão de fracasso total.

A idéia de felicidade, seu conceito em si, é algo indefinível.

Entretanto, ninguém sabe ao certo o que é “ser feliz”. O que se faz,

então, é juntar percepções aqui e ali e formar a própria noção do que é

ser feliz. Daí nascem as mais diversas paranóias da sociedade moderna.

Há aqueles que acham que não serão felizes se não casarem com a

pessoa certa; aqueles que acham que não serão felizes se não tiverem

filhos; aqueles que acham que não serão felizes se não forem bem

sucedidos profissionalmente e por aí vai. Cada um associa algo diferente

com a felicidade, mas todos mantêm a mesma idéia perigosa e enganosa

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sobre o assunto: a felicidade é uma condição de harmonia e prazer

perfeita em que tudo dá certo e tudo que já tinha que acontecer já

aconteceu e já deu certo. A felicidade é o fim da linha onde o paraíso foi

finalmente alcançado. O que é o “paraíso” varia de pessoa para pessoa,

mas ele geralmente está relacionado à conquista ou realização de algo.

Essa mentalidade, como eu disse, é enganosa, perigosa e só tem um

desfecho: uma sensação de vazio, de ordinariedade, uma frustração

profunda como se a vida lhe tivesse passado a perna, enganando a todos

durante todo o tempo.

A questão é que o objetivo da vida NÃO É SER FELIZ! E é aí

que a maioria olha pra mim com aquela cara de “o que é que essa maluca

está falando?”.

No filme A Ilha, os personagens fazem parte de um experimento

científico de clonagem no qual seus superiores os mantêm disciplinados

através da alimentação da esperança de que cada um deles tem o direito

de ganhar, através de um sorteio, a liberdade de sair de seu

confinamento e ir para uma suposta ilha paradisíaca, onde serão

finalmente felizes. Os personagens sobrevivem à ordinariedade e tédio de

suas vidas diárias, pois alimentam o sonho de que, um dia, eles poderão

ser os “sortudos” ganhadores do sorteio e finalmente terão a

oportunidade de encontrar a felicidade.

Qualquer semelhança dos personagens do filme com nossa

sociedade não é mera coincidência! As pessoas “aceitam” a ordinariedade

e tédio em suas vidas, pois alimentam continuamente o sonho de que no

futuro as coisas serão diferentes e todos os seus problemas serão

solucionados e, então, elas serão finalmente felizes.

Tanto no filme como na vida real, a “ilha” não existe e é apenas

uma estratégia enganosa para lidar com o fato de que o ser humano

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ordinário só é capaz de aceitar sua realidade se acreditar que “no futuro”

ou “um dia” as coisas serão diferentes. Enquanto isso, as pessoas fazem

as coisas que denominam “temporárias” em suas vidas, acreditando que

assim que tiverem condições, deixarão de fazer o “temporário” e passarão

a fazer o que realmente querem.

Viver dessa forma é como jogar um jogo sem saber as regras ou

acreditando que as regras são outras. Daí quando não se vê progresso, a

pessoa fica com aquela confusão em mente: “mas o que está

acontecendo? Não estou fazendo tudo certo?”.

Você está buscando a felicidade? Se a reposta é sim, então preciso

dizer que você não está fazendo tudo certo não! Você está jogando o jogo

com as regras erradas, regras essas que jamais lhe darão aquilo que você

busca.

Onde estou querendo chegar? O objetivo da vida não é

encontrar a felicidade. O objetivo da vida é evolução.

A busca da felicidade é algo mesquinho, egoísta, centrado em si

mesmo, centrado no próprio prazer. Quem busca a felicidade está

tentando encontrar algo que não existe nesse mundo: constância.

Ironicamente, as mesmas pessoas que supostamente buscam a felicidade

(ou acreditam estar buscando) seriam imensamente infelizes caso

encontrassem o que buscam! Como assim? Ser feliz, do ponto de vista do

que as pessoas buscam (ou pensam buscar), é como assistir a um filme

em que nada acontece, tudo é perfeito, harmônico, constante. Qualquer

um assistindo a um filme assim não demoraria a questionar o que é

óbvio: “Mas... não vai acontecer nada nesse filme?”. Agora, imagine que

esse filme é a sua vida, tudo é perfeito, não há nada mais a ser

conquistado, tudo ocorre como planejado, não há desafios, não há

dificuldade, não há crescimento. Qual seria sua percepção? Você

provavelmente sentiria um tédio absoluto, uma vontade louca de que algo

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diferente acontecesse, uma vontade de simplesmente viver a vida como

ela deve ser vivida!

A busca da felicidade é, no final das contas, uma armadilha. As

pessoas buscam algo que não desejam realmente. É difícil perceber essa

armadilha porque estamos inseridos numa sociedade que martela em

nossas cabeças que devemos ser felizes, que o sucesso é ser feliz e as

“amostras” que vemos do que supostamente é felicidade são inteiramente

enganosas – como o final feliz de um filme que termina com o herói se

casando com a mocinha como se o casamento fosse o último passo,

depois disso é só felicidade! Qualquer pessoa que já tenha se casado sabe

que o casamento não é o final de nada! No entanto, quantas pessoas

sonham esperançosamente com o “casamento perfeito”, como se

encontrar “a pessoa perfeita” e levá-la ao altar fosse o objetivo máximo

da vida?

Não, o objetivo da vida não é ser feliz. As pessoas que se ocupam

demais com a busca de uma suposta felicidade sofrem de um mal

irreparável: a ordinariedade. Não há nada mais medíocre do que uma

vida dedicada à busca do que lhe dá prazer, uma vida egoísta, centrada

em si mesmo, centrada no que você deseja, no que você precisa... O

resto do mundo que se dane! Ah, não é politicamente correto falar assim,

não é mesmo? Então vamos “buscar a felicidade” de forma bem egoísta e,

para alívio de consciência, vamos dar um pouquinho de dinheiro para

caridade, assim ninguém pode dizer que a gente não se importa com o

resto do mundo, não é mesmo?! Esse raciocínio enganoso corrói a

humanidade que vive para buscar prazer e satisfação de seus desejos e,

só para “ninguém reclamar”, faz umas doaçõezinhas aqui e ali. É o

cúmulo do auto-engano!

Vivemos em uma sociedade em que tudo o que é desconfortável,

tudo o que é difícil deve ser evitado e reduzido ao mínimo possível, pois

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ser feliz envolve conforto e prazer absolutos. Qualquer dificuldade é vista

como uma ameaça à nossa “possibilidade” de ser feliz.

Agora pare um pouco e raciocine aqui conosco: pense em pessoas

verdadeiramente extraordinárias que já passaram por este mundo,

pessoas que conquistaram o que ninguém antes havia conquistado ou

contribuíram de forma definitiva para o mundo à sua volta. Alguns nomes

naturalmente vêm à mente: Ghandi, Jesus Cristo, Madre Tereza, Nelson

Mandela, Martin Luther King... Agora pense: você acha que essas pessoas

estavam buscando a felicidade? Você acha que elas estavam centradas

em si mesmas se preocupando em encontrar o prazer máximo, o conforto

máximo, a situação de vida perfeita onde viveriam como príncipes

gozando de suas vidas maravilhosas? A resposta é um óbvio “não”! Essas

pessoas extraordinárias estavam centradas em crescimento e

contribuição, mesmo à custa de seu próprio sofrimento pessoal.

Felicidade para essas pessoas era o de menos, o importante era “fazer o

que tinha que ser feito”.

Evolução é difícil, crescer e contribuir exige uma força e um

sacrifício que a maioria das pessoas não está disposta a enfrentar. Pelo

contrário, a maioria está tão absorvida em suas próprias fantasias de

como será a vida perfeita quando finalmente conquistarem a felicidade

que não são capazes de reconhecerem que o paraíso não existe.

Assim como no filme que eu mencionei anteriormente, a “ilha” de

nossos sonhos não existe, a vida perfeita que as pessoas tanto desejam é

uma fantasia irreal e a evidência mais clara desse fato é que, ao contrário

de um filme ou um livro, a vida real não tem fim, o fim é a própria morte!

Isso significa que, diferentemente de um filme em que a vida perfeita

começa quando “finalmente” tudo dá certo e o filme termina, a realidade

é diferente, pois a vida continua depois de cada final feliz em nosso

caminho. Esse raciocínio pode parecer tolo e óbvio, mas incrivelmente

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algumas pessoas vêem a própria vida como um filme, achando que

quando conquistarem isso ou aquilo (como casamento, filhos, topo da

carreira) serão então felizes “para sempre”.

O problema todo está no foco. Não é uma questão de se “isso” ou

“aquilo” nos fará felizes ou não. A questão é que ao se focar em

felicidade, invariavelmente você não encontrará nada além de decepção e

frustração depois de cada “final feliz” justamente porque a vida não é um

filme, ela continua... Algumas pessoas são incapazes de enxergar a

armadilha e ligar os pontos, percebendo que suas fantasias já

conquistadas não lhe trouxeram a felicidade eterna como desejavam e

vivem uma contínua busca pela felicidade, sempre acreditando

inocentemente que o próximo objetivo será o final da jornada onde,

então, poderão desfrutar de suas vidas perfeitas.

Enquanto isso, essas mesmas pessoas admiram indivíduos

extraordinários, sempre com um grande ponto de interrogação em suas

mentes: “O que elas têm de diferente? Como é que elas conseguem e eu

não? Por quê elas e não eu?”.

A resposta, que nesse ponto já deveria estar clara, é que as

pessoas excelentes ou extraordinárias não estão buscando a felicidade,

elas pouco se importam com a vida perfeita. Elas fazem o que deve ser

feito, enfrentam o que precisa ser enfrentado e buscam constantemente

evoluir e contribuir para com a evolução do mundo à sua volta. Felicidade

é o de menos porque, ironicamente, essas pessoas não são infelizes! Pelo

contrário, elas encontraram a felicidade justamente onde as pessoas

ordinárias jamais buscariam: dentro de si mesmas!

Vamos explorar um pouco mais esse ponto, pois devido aos tantos

clichês que temos socialmente sobre “encontrar a felicidade dentro de si

mesmo”, as pessoas “papagaiam” esse conceito sem refletir sobre o que

realmente isso significa. Então vamos lá!

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Para compreender o que é “encontrar a felicidade dentro de si

mesmo” e porquê as pessoas que estão buscando a felicidade são

incapazes de encontrá-la, precisamos entender o que torna as pessoas

infelizes:

- Percepção: A felicidade ou infelicidade não é algo concreto, algo que

possa ser identificado clara e objetivamente. Pelo contrário, a felicidade é

uma percepção individual e completamente subjetiva. O que é felicidade

para um, pode ser completa infelicidade para outro. Isso faz com que a

busca da felicidade se reflita em um caminho tortuoso e confuso, pois não

se sabe bem o que se está buscando. Por esse motivo, as pessoas dão

nome ao que supostamente as fará felizes. Algumas acham que esse

nome é família (casamento e filhos), outras acham que é carreira, outras

acham que é liberdade, enfim, dependendo da percepção de cada um

(que é definida pelos valores, informações que a pessoa já tem sobre a

vida, cultura e princípios), a pessoa cria sua própria “ilha”, sua própria

fantasia do que ela precisa conquistar para ser feliz.

- Conforto: Também ligado à percepção, trata-se do conceito que temos

do que é ser feliz em termos de sensações íntimas. Acreditamos que

quando finalmente formos felizes, nos sentiremos bem conosco,

orgulhosos do que conquistamos na vida, sentiremos uma tranqüilidade e

um conforto profundos internamente. Conforto – que também pode ser

interpretado como prazer e ausência de problemas – são interpretações

clássicas de felicidade. As pessoas erroneamente acreditam que

problemas são incompatíveis com felicidade e que a felicidade máxima na

vida envolve altos níveis de prazer e conforto. Isso faz com que elas

evitem qualquer situação que tenha a menor possibilidade de causar

desconforto ou mesmo trazer problemas. Isso acaba colocando-as numa

condição de covardia e repúdio a desafios e situações que poderiam

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contribuir com seu próprio crescimento. Se vai ser difícil, se vai causar

desconforto, se vai obrigar a pessoa a sair da sua zona de conforto

psicológica, então “deve” ser evitado, pois se felicidade é supostamente

ausência de problemas e conforto, dificuldade e desafios são uma ameaça

a ela! A armadilha nesse raciocínio é óbvia, não?!

- Atitude: Boa parte da felicidade e da infelicidade de cada um está

relacionada diretamente a como interpretamos o que acontece em nossas

vidas. O mesmo fato pode tornar uma pessoa feliz e outra infeliz. Além

disso, a própria capacidade de lidar pró-ativamente com o que acontece

em nossas vidas está ligado à nossa sensação de felicidade ou

infelicidade. Se reagimos mal a algo que ocorre em nossas vidas, nos

sentimos infelizes, ao passo que se lidarmos bem com a situação, nos

sentimos felizes – o que nos leva ao próximo item que compõe o “quebra-

cabeça” da felicidade.

- Performance: Boa parte da infelicidade na vida das pessoas está

relacionada à forma como se sentem com relação a si mesmas. Algo

simples como ter medo de falar em público, por exemplo, pode

desencadear uma série de sentimentos negativos com relação à própria

capacidade de dar conta da própria vida. Não é segredo que pessoas

tímidas odeiam a própria timidez e se sentem mal consigo mesmas

porque não conseguem ser diferentes. Pessoas que têm dificuldade de

relacionamento com o sexo oposto também apresentam baixa auto-

estima e constante negatividade voltada a si mesmas. Desempenho fraco

na vida profissional também gera a mesma cascata de auto-rejeição. O

que essas pessoas desejam, no fundo, é serem capazes de ter um

desempenho perfeito (ou pelo menos razoável) em cada área de suas

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vidas, serem capazes de dar conta do recado, aconteça o que acontecer.

Como isso não acontece, elas se sentem mal.

Agora pegue esses quatro elementos, coloque-os juntos e reflita

sobre porquê e como as pessoas geram infelicidade em suas próprias

vidas. As pessoas não se sentem infelizes porque não possuem o que

desejam ou porque não conquistaram o que acham que devem

conquistar. As “coisas” de fora são apenas um pano de fundo, uma

desculpa esfarrapada que as pessoas inventam, acreditando que, ao obtê-

las, serão felizes.

O que elas estão buscando é uma “sensação”. Essa sensação é

interpretada como êxtase, alegria, tranqüilidade, conforto. Devido aos

conceitos com que somos constantemente bombardeados em nossa vida

diária, principalmente através da mídia, acreditamos que essa sensação

tão desejada é obtida através das coisas que conquistamos na vida.

Começamos desde cedo, então, a fantasiar a vida perfeita – quando

crescermos, conheceremos a pessoa perfeita, nos casaremos com ela,

teremos filhos perfeitos, teremos a carreira perfeita fazendo aquilo que

mais gostamos de fazer, teremos dinheiro suficiente para comprar tudo

aquilo que preenche a vida perfeita e envelheceremos junto da pessoa

perfeita, acompanhados dos filhos perfeitos que criamos, que nos darão

netos perfeitos e assim por diante.

Eu fico embasbacada de ver quantas crianças e adolescentes

descrevem seu futuro exatamente dessa forma! Não é bem o caso de “as

coisas não serem realmente assim na vida real”. O caso é que a tal vida

perfeita, mesmo sendo realmente “perfeita”, não é nada além de

ordinária!

Casar-se com alguém que você ama, ter filhos saudáveis e

perfeitos, uma carreira ótima e uma vida repleta de prosperidade e

satisfação não garantem a tal “sensação” que todos buscam! Conheço

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muitas pessoas que realmente vivem a tal vida perfeita, mas por dentro

se sente vazias, frustradas e, como não poderia deixar de ser, confusas!

Confusas porque elas “chegaram lá”! Elas fizeram tudo exatamente como

deveriam fazer, conquistaram tudo o que sonharam, foram bem

sucedidas na jornada e, com muita frustração e decepção, perguntam:

“Mas o que foi que eu fiz de errado?!”.

Lembra quando falamos sobre o problema estar no foco? É como

jogar um jogo com as regras erradas e, ao não conseguir o resultado

desejado, ficar se perguntando o que foi que você fez de errado, pois

você jogou o jogo e, até onde você sabe, você jogou da forma correta! E

aí é que está o real problema: “até onde você sabe”... Você acredita

firmemente que está fazendo tudo direitinho, mas, quando você vai ver,

estava fazendo tudo errado! O problema é teimar que você sabe o que

está certo e ficar batendo na mesma tecla, cada vez mais frustrado, se

negando a ver a realidade. O caso clássico é da pessoa que começa a

sonhar em encontrar a pessoa perfeita e casar-se com ela e, depois do

casamento, o vazio se instala, a felicidade não está lá. “Ah, é porque eu

não tenho filhos ainda, vamos ter um filho, então”. Novamente, o lapso

de felicidade durou pouco. “Vamos ter mais um filho”; “Humm, não

funcionou, vamos comprar uma casa na praia, trocar de carro todo ano,

ser presidente da empresa, mandar um filho para a melhor faculdade...”;

“Humm, não funcionou também. Vamos fazer caridade” – e por aí vai. A

pessoa está sempre buscando “a pedra filosofal da felicidade”, sempre

achando que está faltando só uma coisinha em sua vida e, quando a tiver,

será finalmente feliz. Quando “essa coisa” falha em proporcionar de forma

definitiva a sensação tão almejada, cria-se uma nova meta e assim por

diante.

É claro que chega a ser um clichê o fato de que “a felicidade não

está nas coisas” ou “a felicidade está dentro de nós”, mas pelo que vemos

por aí, as pessoas não sabem bem o que isso significa! Elas reconhecem o

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clichê, mas continuam a procurar a felicidade por fora sem saber como

realmente procurá-la por dentro.

E como se faz isso?

Em primeiro lugar, dando as costas para ela! Você jamais será

verdadeiramente feliz se não parar de fazer as coisas com a intenção de

ser feliz! Por quê? Porque o egoísmo da intenção corrompe o

resultado. Quando você faz as coisas esperando felicidade em troca é

como se você não estivesse realmente dando tudo de si, você não está

100% envolvido, você tem segundas intenções, faz e fica esperando para

ver no que vai dar, para ver o que você vai sentir. Mais uma vez,

casamento e filhos ocupam o primeiro lugar no ranking da expectativa de

felicidade. As pessoas se casam e têm filhos esperando que isso as faça

felizes, praticamente exigindo a felicidade de seus parceiros e filhos e se

achando no direito de ficarem bravas e reclamarem caso estes falhem ao

proporcionarem felicidade a elas! Quão egoísta e mesquinha é essa

postura? É claro que não é politicamente correto admitir uma coisa

dessas, então a maioria das pessoas dá desculpas esfarrapadas para

justificar que, no caso delas, não é bem assim!

Mais uma vez, para compreender esse conceito, vou pedir para que

você reflita sobre a postura de pessoas que nós sabemos serem ou terem

sido extraordinárias. Essas pessoas tomaram decisões em suas vidas com

a intenção de serem felizes? A resposta é um sonoro “não” e isso é algo

tão evidente que chama a atenção. Apesar disso, essas pessoas

exuberavam felicidade!

O coração da excelência é a disponibilidade para dar tudo de si em

tudo o que se faz (e sem esperar nada em troca, eu devo mencionar!).

Uma das razões mais fortes pelas quais as pessoas se sentem infelizes

com suas próprias vidas é justamente o fraco desempenho, seja na vida

profissional ou pessoal. A pessoa extraordinária não sofre do mesmo

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Vivendo Intensamente 17

problema, ela dá 110% em tudo o que faz. Se seus 110% não são bons o

suficiente, ela não se sente mal com isso, pois ela sabe, dentro de si,

honestamente, que fez o máximo e mais um pouco do que podia fazer. A

corrupção mental que a maioria das pessoas faz consigo mesmas, dando

10% de esforço e se enganando dizendo que fizeram tudo o que podiam,

corrói a alma e a auto-estima, fazendo com que a pessoa alimente um

ódio silencioso contra si mesma, uma sensação de desprezo e frustração

íntima.

Outra diferença gritante entre os eternos infelizes que estão sempre

buscando preencher suas vidas com “alguma coisa” que as fará felizes e

as pessoas extraordinárias é a pró-atividade. Reagir mal ao que acontece

conosco é a receita perfeita para a infelicidade. Muitas pessoas vivem

como crianças mimadas querendo exigir da vida “isso” ou “aquilo,”

querendo que a vida faça seus desejos e, quando isso não acontece, elas

fazem bico, ficam deprimidas, “de mal com o mundo”. O que elas não

percebem é que sua postura é uma opção. Essas pessoas acreditam que o

que acontece em suas vidas é que dita se elas são felizes ou não. Se algo

que corresponde ao que elas desejam ocorre, elas se sentem felizes, ao

passo que se algo indesejado acontece, elas se sentem infelizes. O

indesejado é visto como “ruim” e o desejado é visto como “bom”. A vida é

dividida em “coisas boas que acontecem conosco” e “coisas ruins que

acontecem conosco”. Mais uma vez, esse é um caso de jogar o jogo com

as regras erradas, deixando de ver a vida como ela realmente é,

classificando as experiências como “boas” ou “ruins” baseando-se

somente em percepção e vontade pessoal. Eu exploro mais esse assunto

no artigo em que abordo o filme Feitiço do Tempo. Clique aqui para ler

esse artigo, se tiver interesse.

Ao contrário dessas pessoas, os extraordinários não reagem

negativamente aos eventos em sua vida. Eles lidam pró-ativamente com

tudo o que lhes ocorre, dando o melhor de si sem se deixarem afetar

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emocionalmente por eventos externos. O que acontece não é qualificado

como “bom” ou “ruim”, o que acontece é simplesmente “mais uma”

experiência. A pessoa extraordinária não fica chorando as mágoas caso

algo socialmente visto como “ruim” lhe aconteça, ela suga o que puder

em termos de aprendizado e tenta tornar a experiência (por mais

negativa que esta possa parecer) em algo positivo.

Você está começando a compreender porque a pessoa

extraordinária não precisa ficar buscando a felicidade para senti-la e

porque isso, no fundo, é o de menos em sua vida?

A felicidade que as pessoas tanto buscam é algo muito mais

relacionado à postura pessoal e à forma como lidamos com a vida do que

a eventos externos, outras pessoas em nossas vidas ou o que nos

acontece. A “sensação” que as pessoas tanto desejam sentir de

tranqüilidade, alegria, conforto íntimo só é sentida por alguém que lida

bem com a própria vida, reage pró-ativamente aos acontecimentos e,

principalmente, alguém que dá 110% de si em tudo. Isso é sentir

felicidade “dentro de si”. Sentir-se confortável com o que se é, o que se

faz, com o próprio desempenho na vida, ser capaz de lidar com as

situações sem sentir frustração, exasperação ou insegurança e ter a

certeza de que tudo é feito com a máxima honestidade íntima possível. A

pessoa extraordinária é autêntica, autoconfiante, possui uma auto-estima

sadia e busca sempre dar o melhor de si mesma. Nessas condições, essa

pessoa não precisa buscar a felicidade em nenhum outro lugar, a

felicidade não é algo que a preocupa, pois ela já a sente

incondicionalmente. O resultado é uma vida vivida com mais intensidade,

mais significado, mais valor. Seu tempo é dedicado a fazer coisas que são

realmente importantes tanto para si mesma quanto para o mundo à sua

volta. Ela pode se dedicar a atividades com mais significado porque não

precisa perder tempo buscando a felicidade em metas vazias como faz o

resto da humanidade. Ela vive sua vida para crescer, evoluir e contribuir.

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Você quer ser feliz? Então pare de buscar a felicidade!

Vivendo Intensamente 19

Ser feliz nem passa por sua cabeça, a ironia é que ela é a mais feliz das

pessoas!

Dentro dessa perspectiva, ser feliz deixa de ser o objetivo da vida e

passa a dar lugar para a realização de um propósito de vida. Em meu site

Vivendo Intensamente, eu discuto bastante essa questão do propósito de

viver uma vida com sentido e fazer o que é realmente importante, mas

percebo um erro fundamental de interpretação em alguns de meus

leitores que evidenciam sua dificuldade em compreender esse conceito

em seus comentários e e-mails. Percebo que muitos tentam “descobrir” o

propósito de suas vidas como se este fosse algo fora de si mesmos, como

um “segredo” que a vida está escondendo e cada um de nós precisasse

descobrir o seu. Essa postura faz com as pessoas fiquem brincando de

gato e rato com o próprio propósito, jamais conseguindo alcançá-lo! Esse

ponto de vista, de que é preciso “descobrir o propósito”, é típico de

pessoas que buscam a felicidade ou esperam obter felicidade e satisfação

pessoal através de suas metas e objetivos. O propósito acaba sendo mais

“uma coisa”, assim como todas as outras coisas que supostamente fazem

as pessoas felizes. A pessoa acha que se “encontrar” seu propósito de

vida, será feliz.

Para compreender o que é viver com propósito é preciso, em

primeiro lugar, mudar o foco e esquecer a felicidade. É preciso estar

disposto a passar por situações desconfortáveis, desafios difíceis,

sacrifícios e, acima de tudo, ter essa postura de não esperar que “haverá

um paraíso no final da jornada”, pois essa postura é o mesmo que fazer

as coisas com a intenção de ser feliz! Não muda nada! Tem muita gente

que está, sim, disposta a passar pelo sacrifício que for desde que a

recompensa seja algo que ela egoisticamente deseje! Se o motivo pelo

qual você está disposto a enfrentar desafios é o que você vê como

recompensa pelo esforço, esqueça, você não entende o espírito da coisa!

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O propósito é algo que nasce naturalmente e se impõe

invariavelmente na vida de quem exercita a excelência pessoal. Não é o

caso de “descobrir” o propósito, mas algo como “esbarrar” nele! É como

se o propósito já estivesse lá, é preciso simplesmente vivê-lo. Para quem

coloca a excelência em primeiro lugar e procura ser uma pessoa

extraordinária, não é preciso fazer muito esforço para viver com

propósito, as próprias condições de sua vida o levam de forma sincrônica

a passar por situações que dão imenso significado às suas vidas.

Aqueles que estão “em busca da felicidade” é como se estivessem

andando pela vida com os olhos vendados. Há oportunidades de viver

com significado em todo lugar, mas a pessoa anda como um zumbi,

hipnotizada pela promessa da felicidade no final da jornada, quando

alcançar isso ou aquilo. O propósito para essa pessoa é apenas mais um

artifício para se alcançar a tão sonhada felicidade. Fica-se, então,

tentando “descobrir o que é”, como se fosse um segredo, algo definido

como uma profissão ou algo a fazer como uma “missão” específica.

Parte do problema é a forma como o indivíduo comum raciocina.

Anos de educação formal “estragaram” sua capacidade de interpretar a

vida. Aprendemos na escola que há sempre “uma resposta certa” (e só

uma) e somos condicionados a descobrir qual é essa resposta para

sermos recompensados caso a acertemos. Anos e anos decorando e

provando que somos bons em memorização, sendo constantemente

testados feriram nossa capacidade de ver a vida de uma forma mais

complexa. Terminamos por ser adultos incapazes de compreender que

não existe sempre uma resposta certa ou um caminho certo para atingir

um resultado. Somos incapazes, também, de aprender sozinhos, sempre

acreditando que “alguém” precisa substituir o professor em nossas vidas e

nos ensinar o que precisamos saber, nos dizendo exatamente o que fazer.

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Você quer ser feliz? Então pare de buscar a felicidade!

Vivendo Intensamente 21

Se você se identifica com esse perfil, você precisa trabalhar em uma

mudança íntima de perspectiva. Aprender a interpretar o mesmo fato de

diversas formas diferentes e desenvolver o autodidatismo (aprender

sozinho) são duas das melhores qualidades que você pode desenvolver e

que o ajudarão a compreender o mundo e a vida de uma forma mais

profunda e complexa. Você deixará de ficar esperando de braços cruzados

até que alguém (seja uma pessoa ou um livro) o diga como fazer isso ou

aquilo – como “descobrir” seu propósito.

Mas isso não é tudo! Essa mudança de perspectiva envolve tirar

completamente o foco da felicidade e colocá-lo na excelência. Do

contrário, você estará desperdiçando sua vida correndo atrás de uma

fantasia que não existe, sempre achando que encontrará a felicidade na

próxima esquina, ao conquistar a próxima meta, ao “descobrir seu

propósito”, quando seus problemas forem resolvidos e por aí vai.

Ao deixar de buscar a felicidade no futuro e passar a se preocupar

com sentido, propósito e excelência pessoal, você se torna mais útil para

si mesmo e para o mundo e, no final das contas, você se sente feliz, sem

precisar procurar por isso!

Leitura recomendada:

- (LIVRO) Um Sentido para a Vida: Como Definir sua Missão e Viver Segundo seus Propósitos –

Informações no site http://www.vivendointensamente.com.br

- (ARTIGO) Você sabe o que é melhor para você?

http://vivendointensamente.com.br/futuro/falsas-certezas

- (ARTIGO) A esperança de felicidade futura?

http://vivendointensamente.com.br/expectativas-emocionais/a-esperanca-de-felicidade-futura

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- (ARTIGO) O que você faria se não houvesse amanhã?

http://vivendointensamente.com.br/expectativas-emocionais/o-que-voce-faria-se-nao-houvesse-amanha

- (ARTIGO) mas onde é que eu estava com a cabeça?

http://vivendointensamente.com.br/expectativas-emocionais/mas-onde-e-que-eu-estava-com-a-cabeca

SOBRE A AUTORA – Quem é Fran Christy?

Eu não gosto de descrições formais! Se você me perguntar o

que eu faço da vida, esta é a minha resposta:

“Eu aproveito a vida do meu jeito e trabalho para tornar esse mundo um lugar melhor

ajudando as pessoas a efetuarem mudanças positivas em suas vidas, viverem segundo

seus propósitos e aproveitarem ao máximo seu potencial interior.”

Sou formada em Administração de Empresas. Trabalhei durante um tempo com

consultoria empresarial, palestras e cursos na área de desenvolvimento humano,

estratégia e produtividade. Hoje em dia eu não me dedico mais à consultoria direta ou

qualquer outro tipo de trabalho que onere meu tempo. Atualmente administro diversos

negócios na Internet, que hoje, me dão liberdade para vivenciar meu propósito de vida

com mais intensidade e aproveitar meu tempo da melhor forma possível. Um de meus

objetivos com essa nova abordagem é ensinar outras pessoas a construírem também

esse estilo de vida livre e com sentido.