visões da iniciação

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  • 7/28/2019 Vises da iniciao

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    As Viagens do Aprendiz - Viso transcendental

    M.. M..Alfredo Roberto Netto

    Nos Princpios Fundamentais do Ritual doAprendiz Maom, do Rito Escocs Antigo e Aceitoaprendemos que a Ma.. uma Or.. Universal,formada de todas as raas, credos enacionalidades, acolhidos por Iniciao econgregados em LLoj.., nas quais, por mtodos oumeios racionais, auxiliados por smbolos e

    alegorias, estudam e trabalham para a construoda Sociedade Humana. fundamentada no AmorFraternal, na Esperana de que, com Amor a Deus, Ptria, Famlia e ao Prximo, com Tolerncia,Virtude e Sabedoria, com constante livreinvestigao da Verdade, com o Progresso do Conhecimento Humano, dasCincias e das Artes, sob a trade Liberdade, Igualdade e Fraternidade

    dentro dos princpios da Razo e da Justia, o mundo alcance a FelicidadeGeral e Paz Universal.1

    Destes Princpios, deduzem-se diversos corolrios, dos quais sedestaca o item b:

    b A Ma.. no impe limites livre investigao da Verdadee, para garantir esta liberdade, exige de todos a maior tolerncia.1

    Um dos momentos mais belos e importantes que se realiza no curso doritual de Iniciao de um profano, so as Viagens Simblicas que, alm deproduzirem reais efeitos no iniciando, contm valiosa simbologia cujacompreenso e emprego ser de suma importncia na conduta ulterior docandidato.

    Buscaremos entend-las pelo intelecto, mas tambm preservar etornar intocvel aquele sentido do corao humano, a que o Esprito se alaem seus momentos de maior percepo, muito longe de todos os ventos da

    controvrsia, de todas as tempestades da discusso, naquele ar puro e sem

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    nuvens do prprio cu, onde a intuio v e a razo silencia, onde o Espritofala e as vozes menores emudecem.

    Esquecemo-nos, freqentemente, que o oculto no est s vistas de

    todos, mas apenas daqueles que o buscam com iseno de nimos, desejososdo aprendizado que ele lhe faculta, distante da razo comum.

    Nas Iniciaes, repetidas a cada novo ingresso no correr dos sculos, freqente observar-se um comportamento quase mecnico daqueles que asexecutam, algo distantes de todo significado, beleza e importncia de quese revestem.

    A Ma.. uma escola inicitica e de formao de homens teis Sociedade, ou Construtores Sociais, e para a obra a que se destinam nomundo, os maons tm o dever de cultivar determinadas qualidades internasnecessrias para tanto. Os vrios GGr.. da Ma.. so, na verdade, etapas deadestramentos especficos e, cada um deles, faculta ao iniciandodeterminada educao e poderes esotricos.

    No entanto, importante entender que a Iniciao um processoativo, atravs do qual todos os que se disciplinam e cumpremvoluntariamente determinados preceitos ou princpios transcendentaispodem passar, princpios estes que independem de nossa limitadacompreenso. a expanso da conscincia conseqente a uma Reformantima, ou Renovao Interior, para ns maons Vitriol, ou seja qualseja a denominao que desejemos dar a este processo ntimo e pessoal.3

    A Iniciao no pode ser oferecida por sociedades, escolasesotricas ou organizaes, a no ser simbolicamente. Torna-se, ento,apenas um ttulo, mas no uma realidade. Ela transcende as palavras e exigerealizaes individuais, ntimas, constantes e persistentes. , pois, umaconquista, o fruto de muito trabalho e dedicao alcanada pelo esforoindividual de cada ser; uma realidade, e no uma viso extra-fsica de fcilalcance como apregoam algumas linhas de pensamento.

    O que as estruturas humanas podem fazer, apenas, indicar ocaminho ou ensinar determinadas regras fundamentais esotricas que jso de domnio pblico, mas cabe ao candidato ao inicialato busc-las, namedida de seu interesse e grau de desenvolvimento, por esforo e iniciativaprprios.

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    A Iniciao , portanto, uma srie gradual e realizada deexpanses de conscincia; uma crescente e constante percepo dadivindade e de todas as suas implicaes. Muitos dos pseudo-iniciados

    dos dias de hoje crem haver alcanado este estado porque algum guia

    esotrico ou vidente psquico assim lho disse; no entanto, em seu forontimo, eles nada sabem do processo mediante o qual podero passar(como ensinou a maonaria) por esta porta misteriosa, entre doisgrandes pilares, em sua busca da Luz; eles no tm um conhecimentoconsciente daquele programa auto-iniciado que deve ser seguido, emplena viglia, o qual deve ser simultaneamente conscientizado pela Almadivina imanente, pela mente e pelo crebro do homem, na vida fsica.3(Item 27)

    As Iniciaes

    Inicialmente, precisamos ter em mente, que no seguro, nemtampouco sbio, levar o conhecimento de determinados fatos esotricosalm de determinados limites. Para tanto, necessrio se faz umamadurecimento interior conquistado a guisa de muito esforo eperseverana.4

    Os riscos do conhecimento demasiadamente profundo so muitomaiores do que a ameaa do demasiadamente limitado. Com o conhecimento,vm a responsabilidade e o poder, duas coisas para as quais a maioria doshomens ainda no est preparada.4

    Portanto, em temas essencialmente esotricos, tudo o que se podefazer estudar e tentar estabelecer correlaes, com a parcela desabedoria e prudncia de que se dispem, empregando as informaes quese colhe para o bem daqueles a quem se objetiva informar, reconhecendoque o uso sbio e criterioso do Conhecimento traz maior capacidade parareceber a Sabedoria Oculta nos diferentes GGr.. da Maonaria.4

    Temos que compreender, repetimos, que o desenvolvimento do serhumano nada mais do que a passagem de um estado de conscincia paraoutro. uma sucesso de expanses, um crescimento da sua capacidade depercepo, caracterstica predominante do Livre Pensador que residedentro de todos ns.4

    O maom usa a palavra Iniciao com muita facilidade, sem analisardevidamente seu sentido intrnseco. Seu uso rotineiro, distante de sua

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    significao precpua, a fez perder grande parte de seu significadoverdadeiro.4

    Aceitando-se a Ma.. como uma Escola Filosfica e Inicitica em

    essncia, as LL..SS.. devem ser consideradas como escolas preparatrias decandidatos Iniciao, muito mais do que simplesmente oficinasoperativas como hoje se observa, ressalvando-se as excees.

    A prtica ritualstica tem um lado objetivo: atua, no somente nointerior de seus freqentadores, com o despertar da mente e do corao,seno tambm no exterior etreo, cuidando que as influncias elevadas epurificadoras lhes cheguem constantemente aos diferentes corpos - fsico,astral e mental corpos estes que compem a Personalidade, domnio do

    Eu Menor, que precisa ser adestrada e dominada pelo Eu Maior, overdadeiro Iniciado.

    medida que se estuda os textos esotricos, independentemente daescola de pensamento que os expressam, observam-se pontos em comum queos tornam espelhos de uma verdade oculta a ser revelada, aos poucos, paraaqueles que buscam a Luz. E a Ma.. traz em seu bojo essas mesmasVerdades, esotericamente veladas, como j foi exposto acima.

    Segundo Leadebeater5, quando algum ingressava nos MistriosMenores, na Grcia ou Egito, se considerava que o primeiro e maisimportante ensino que havia de receber, era da realidade da vida ps-morte,pois tinham em conta que o homem pode morrer a qualquer instante e,portanto, deve possuir tal conhecimento.

    A Ma.. um sistema sacramental que, como todosacramento, tem um aspecto externo e visvel, consistente de

    seu cerimonial, de suas doutrinas e smbolos, que se podem vere ouvir, e um aspecto interno, mental e espiritual, oculto sob

    as cerimnias, doutrinas e smbolos, que s se aproveita ao

    maom capaz de se valer da imaginao espiritual e de

    descobrir a realidade existente atrs do vu do smbolo

    externo.5

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    Egito e Israel

    Charles W. Leadbeater, famoso pesquisador clarividente que muitocontribuiu na concretizao e difuso da Teosofia, teve a oportunidade de

    investigar tambm o lado oculto da Ma.. em todos os seus GGr.., uma vezque alcanou o Gr.. 33.

    Em seu livro A Vida Oculta da Maonaria5 dissertasobre diferentes momentos dos trabalhos manicos,obviamente preservando os limites do necessrio sigilo, nosapresentado interessante estudo das correlaes com antigosritos egpcios e de outros escolas esotricas antigas com nossa

    Or.., evidenciando seu carter inicitico milenar.Ao leitor mais atento, ficar evidente que os rituais das primeiras

    dcadas de 1900 que o autor citado conheceu, diferem em alguns momentoscom os praticados hoje, porm, seu lado esotrico permanece o mesmopermitindo-nos melhor compreend-los em seus diferentes momentos.

    Distantes da discusso estril que tais diferenas costumam ensejar,almejamos apenas demonstrar, ou pelo menos tangenciar, as

    responsabilidades ocultas ou transcendentais de alguns atos que realizamosdentro de nossos TT...

    Por outro lado, entendendo que as etapas da Iniciao de Profanos jso do conhecimento de todos os maons desde o Gr.. de Apr..,desnecessrio se faz descries plenas de seus diferentes momentos, razopela qual buscaremos destacar apenas alguns detalhes, principalmenteaqueles que foram os objetos de estudo para o presente trabalho.

    interessante entender, por exemplo, que todas as exigncias dapreparao do profano, sua maneira de vestir-se e dos elementos de quedeve despojar-se, so similares s exigncias da antiga tradio judaica,fiel ao antigo tratado relacionado com o Talmude, que nenhum homemadentrasse ao Templo com seu basto, nem com sapatos nos ps, nem

    com as vestimentas exteriores, nem com dinheiro nos bolsos.

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    Vrias so as razes que justificam estas exigncias e postura,fundamentadas nos mais antigos princpios esotricos, razes estas quedevem ser reveladas apenas aos iniciados em suas instrues, em ambiente

    estritamente manico, uma vez que as letras podem alcanar olhosprofanos.

    Mas qual seria o elo entre a cultura egpcia e a judaica? Moiss foiiniciado nos mistrios egpcios, uma vez que houvera sido adotado pela irmdo Fara e educado na condio de prncipe da raa. Mais tarde, j comolder da grande nao de Israel, transferiu seus conhecimentos ocultos aossacerdotes que assim os mantiveram at os reinados de David e Salomo,reis que decidiram pela adequao dos mesmos formatao judaica, razopela qual muitos dos GGr.. manicos guardam relao com algumas partesdo Velho Testamento, ainda que, em essncia, preservem-se fieis suaorigem egpcia.

    Um maom igual ao prncipe, mas irmo do mendigo,se virtuoso.5

    As Viagens

    Leadbeater5 nos informa a presena de portais que devero sertranspostos pelo profano em sua Iniciao. Eles representam os planosespirituais que todos devero passar aps o desencarne.

    Vencidas as primeiras etapas da iniciao, o profano agora ciente daverdade de que a morte pode visit-lo a qualquer momento, prepara-se, emvida, para conhecer os planos espirituais que o esperam aps cruzar osportais da morte. Inicia, ento, as suas viagens simblicas que, na verdade,representam a sua passagem por trs prticos ou portais, invisveis aosolhos do corpo fsico, mas perfeitamente reais porque esto construdospelo pensamento.

    O Primeiro Portal, que o emblema da morte, ou seja, a passagem domundo fsico para a nova etapa de vida no subplano inferior do Plano Astral.Cumprida as formalidades de entrada no T.., ao dar sua primeira volta, inicia

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    sua Primeira Viagem Simblica. Segue s cegas, conduzido pela mo amigaque o guia por diferentes obstculos, rodeado por rudos, um pequenosimulacro que representa a desordem e a confuso dominante no subplano

    inferior do mundo astral. Este plano, tambm conhecido como Umbral,Inferno, ou Reino de Hades, plano onde se renem, aps a morte, osescravos da sensualidade, do temor, do dio, da malcia e da vingana.

    Na antiguidade remota, esta viagem era empreendida em tenebrosascavernas, smbolo do astral inferior, com riscos reais e tenebrosos rudos,subentendendo-se que, aps a mesma, o iniciado estaria preparado paracruzar este plano, sempre que necessrio, tranquilamente e sem temor.

    O 2 Vig.. o guardio do Segundo Portal. No ritual em estudo,quando o candidato chegava posio do 2 Vig.. e, conseqentemente aoSegundo Portal, era apresentado aos elementais da Terra e da gua,pertencentes regio onde, simbolicamente, acabara de chegar, a qual deviaconsiderar-se constituda pelos subplanos slido e lquido do mundo astral.Deveria, neste momento, o candidato voltado para o Norte, fazerapropriada oferenda aos elementais da Terra, voltando-se, a seguir, para oSul para faz-la aos elementais da gua.

    Estes elementais da Terra e da gua pertencem espciedos que s vezes so chamados espritos da natureza, que

    rodeiam e reconhece da em diante o indivduo que lhes foi

    apresentado. Aps esta cerimnia, se o candidato se achar em

    qualquer classe de perigo no-fsico, ou na presena de uma

    influncia maligna, poder atrair para o redor de si um corpo

    de guardas constitudos destes, merc da fraternidade que

    acaba de estabelecer com ele.5O 1 Vig.. o guardio do Terceiro Portal. Ao cumprir a Segunda

    Viagem o candidato chegava ao Terceiro Portal, situado junto ao lugar do 1Vig.., que seu guardio. Ali, de face voltada para o Oriente eraapresentado aos elementais do Ar, que guardam o lado direito do portal, ede face para o Ocidente, aos elementais do Fogo, que guardam o ladoesquerdo.

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    A carncia de desejos a qualidade que pode capacitaro candidato a passar atravs de engodos desta regio, pelo

    que uma vez mais entrega aos elementais o que desta regio

    possui. E passa adiante, j amigo deles, que estaro sempreprontos a lhe emprestar seus tesouros, porque sabem que

    um Ir.. da Luz e que no guardar para si mesmo, mas lhedar boa aplicao e lhos devolver oportunamente.5

    A tranqilidade maior da segunda viagem representava a sada dascavernas, penetrando-se em regio de silncio, smbolo dos subplanossuperiores do Mundo Astral, onde no podem penetrar os sonhos maissperos e grosseiros, ainda que haja alguma desarmonia entre as almas.

    Na Terceira Viagem, realizada em absoluto silncio, representava apassagem pela parte superior do Mundo Astral, contgua ao Mundo Celeste.

    Observam-se diferenas entre o rito transcrito e o que praticamos,tanto na conduo das Viagens, quanto ao momento de apresentao aosdiferentes elementais.

    Explica-nos a prprio Leadbeater: Esta parte do ritual derivaprincipalmente dos GGr.. SSimb..ou genunos do R..E..A..A.., masno vigora nos trabalhos da Grande Loja da Inglaterra. O ritual

    escocs, que se pratica nas LL.. que trabalham sob os auspcios doSupremo Conselho da Frana, prescreve as trs simblicas, com rudos

    e estrpitos de espadas na Primeira Viagem; com um cliquetis darmesblanches (tinido de armas brancas) na Segunda, e perfeito silncio naTerceira, mas no h invocao dos elementais, embora se comparem as

    Viagens s antigas provas por terra, fogo e gua.5

    Deduz-se que o Primeiro Portal seja transposto na passagem pelaCmara das Reflexes. No rito escocs, observa-se na Primeira Viagem aapresentao do profano apenas aos elementais da Terra, e aos elementaisda gua, somente na Segunda Viagem no momento da lavagem das mos, maso Segundo Portalpermanece com o 2 Vig...

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    na Terceira Viagem que o candidato ser apresentado aoselementais do Fogo na Pira, e do Ar com o foco de calor sobre o peito, mas o1 Vig.. permanece com guardio do Terceiro Portal.

    Representaes simblicas

    Busca-se nas diferentes etapas da Iniciao do profano, instru-loquanto senda probatria do discpulo a que predispe se tornar quandooptou pela busca da Luz.

    As Viagens simbolizam a histria da vida fsico-espiritual evolutiva do

    Homem quando atravessa o Plano Mental, Astral e se materializa no PlanoFsico, caminho este que dever fazer de retorno aps a morte.

    Simboliza tambm a preparao do candidato para transpor estesplanos ainda em vida, neles transitando com tranqilidade, caso alcance odomnio de sua Personalidade e ultrapasse as barreiras que a matria impe,pois, uma vez na senda probatria, dever exercitar trs qualidades:discernimento, ausncia de desejos e conduta correta ou autodomnio

    (levantando templos s virtudes e cavando masmorras aos vcios).Com o tempo e mediante a prtica dessas trs

    virtudes, o candidato ser capaz de percorrer todo o Plano

    Astral vontade, porque o discernimento lhe conferir poder

    mental; a ausncia de desejos, o poder emocional, e a boa

    conduta, o poder volitivo. De sorte que no haver

    necessidade de cerimnia alguma para que o candidato passe

    sem obstculo atravs da parte superior do Plano Astral,

    porque ali tudo responde instantnea e obedientemente

    vontade do homem iluminado. Facilmente se reconhecem ali os

    Irmos da Luz.5

    As Viagens tambm, simbolicamente, podem ser interpretadas pelostrs trabalhos iniciais de Hrcules a serem conquistados pelo estudante ecandidato Iniciao:

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    1. A Captura das guas Antropfagas: Todos os Maons compretenses a um Hrcules devem ficar profundamente atentos s suasguas reprodutoras ou antropfagas. Dedicar especial ateno aos seuspensamentos, os promotores de suas palavras e aes, cuidando para que o

    egosmo, a maldade, a pretenso, a calnia ou a crtica destrutiva no sejamos frutos de sua mente, constantemente fertilizadas pelo egosmo e pelailuso, aspectos inferiores da natureza humana. Os pensamentos originadosna Alma, no reino espiritual, ho de ser, sempre, edificantes e fraternos.

    2. A captura do Touro de Creta:A difcil tarefa do correto usodas foras sexuais representada nesta segunda tarefa. Para Hrcules, oTouro representava o desejo animal.

    O uso correto da funo sexual, permitindo a troca energtica entredois seres que as amam, a continuidade da famlia humana e a proviso decorpos por meio dos quais as Almas alcanam os veculos necessrios paraseu progresso, permitiro eliminar a paixo, a luxria, a auto-satisfao, adoena e inmeros problemas psquicos de nosso planeta.

    A matria no ser mais prostituda pelo desejo egosta, e orelacionamento entre os sexos ser governado pela compreenso dospropsitos divinos e pela habilidade em sua utilizao. Por outro lado, denada vale um controle sexual fsico com uma mente deturpada ativa,constantemente envolta em sonhos e imagens de uma vida desregrada desensualidade e volpia.

    Os textos esotricos e espiritualistas em geral, so claros em definirque o Homem pode ser puro, no verdadeiro aspecto espiritual e, ao mesmotempo, casar e constituir famlia. So contrrios, sim, s prticas que levams orgias sexuais, ou mesmo s prticas egosticas individuais que levam oHomem ao orgasmo esprio e irresponsvel, fruto do domnio e exigncia doseu eu inferior, senhor da forma e da iluso.

    3. Os pomos de ouro de Hesprides: A grande lio resume-se nofato de que os candidatos no podem se esquecer, que no basta mais serum visionrio mstico, mas h que somar realizao mstica o conhecimentooculto da realidade.

    O conhecimento adquirido que lhe permite compreender melhor aCriao, um sincero desejo do Bem, o carter refinado e uma pureza deintenes, sem o servio ao prximo, com o esquecimento de si prprio, de

    nada valem no progresso espiritual do iniciado.

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    Corpo, Alma e Esprito; Inteligncia, Amor e Vontade, visualizados econtatados pelo aspirante desprendido por meio do SERVIO ao prximo, averdadeira FRATERNIDADE.

    As entidades capazes de auxiliar o Homem em desenvolvimento, quebusca um contato maior com a espiritualidade, sempre acompanham oaspirante que est ocupado com o trabalho a ser feito em autodisciplina, fiele consciencioso em seu esforo, e procuram verificar no candidato se sualuz interna atingiu o ponto de brilhar mais. Se encontrarem algum que noest procura de contato fenomenal para si prprio, nem interessado emreceber elogios e manifestaes de exaltao pessoais, masverdadeiramente ansioso em melhor servir Humanidade, sua irm, a entopodero revelar-lhe o trabalho que pode fazer em sua prpria esfera de

    influncia para avanar o Plano Divino.Mas dever comear onde est, e iniciar em sua casa, emprego, nos

    ambientes de seu convvio, e provar-se capaz nas coisas pequenas ecorriqueiras, at alcanar o merecimento de aberturas maiores.

    Na antiguidade, os candidatos ao aprendizado oculto somente eramaceitos pelos Mestres da Arte aps severa seleo, e iniciados nodesenvolvimento de suas faculdades psquicas exatamente para alcanarem

    os sentidos superiores que lhe permitiriam um correto desenvolvimento eum tranqilo caminhar dentro da Verdade Eterna.

    Os candidatos eram conduzidos a uma verdadeira iniciao, decarter hermtico, com intenso adestramento moral e espiritual e, apenasquando alcanassem o desenvolvimento interior necessrios, conseqentesao treinamento, eram instrudos nas verdades ocultas. Este processo foiadotado e norteou o desenvolvimento de vrias e antigas escolas orientais,inclusive so a base oculta, ou esotrica, da maonaria em sua concepo,guardada as devidas diferenas.

    H todo um Conhecimento oculto, revestido de profunda significao,envolvendo cada detalhe, cada smbolo, cada paramento ou ritual praticadoem uma Loja Manica. Cabe, portanto, ao Apr.., ao Comp.. e mesmo aoM..M.. conhec-lo, de acordo com seu grau, para alcanar uma prtica justae perfeita, concretizando suas finalidades transcendentais.

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    A Doutrina Interior tem sido, e continua sendo, a mesma para todosos povos em todos os tempos. Em outras palavras, enquanto para osprofanos tem havido e sempre haver diferentes religies e ensinamentos

    contrastantes entre si, porm, para os iniciados no houve e nem havermais do que uma s e nica religio Universal da Verdade, que Cincia eFilosofia.

    Bibliografia:

    1. Aprendiz Maom Ritual Ritual do simbolismo GLESP GrandeLoja Manica do Estado de So Paulo - 4 Edio, pag. 9.

    2. Roberto Netto, A. - Jesus, o Cristo Csmico - Trabalho veiculadona Internet.

    3. Annie Besant - Os Mistrios Menores - The TheosophicalPublishing House Adyar, Chennai, India.

    4. Roberto Netto, A. A Iniciao Viso filosfica e Transcendental- Trabalho veiculado pela Internet.

    5. C.W.Leadbeater - A Vida Oculta da Maonaria EdioPensamento.

    6. Roberto Netto, A. - Os Doze Trabalhos de Hrcules e a Evoluoda Alma - Viso Esotrica - Trabalho veiculado pela Internet.