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Nº 1570 / 2 de janeiro 2015 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PUB CONTRATO Nº 594655 9 720972 000037 01570 RELATÓRIO DO IMD SOBRE O TALENTO REVELA Portugal é o país do Mundo com maior número de professores por aluno Pág. 8 Turismo representa 54% do investimento em reabilitação no Porto Pág. 32 Governo prepara alterações ao PER, SIREVE e CSC Recuperação de empresas vai ter regras mais claras e uniformes Limitar o recurso ao SIREVE, excluindo as empresas sem viabilidade, clarificar e uniformizar as regras do processo de recuperação e, entre outras medidas, diversificar as fontes de financiamento para além do crédito bancário são algumas das novidades do novo quadro jurídico da recuperação de empresas. Todas estas medidas são positivas, defende, em entrevista à VE, Reinaldo Mâncio da Costa, administrador judicial provisório. Págs. 28 e 29 EMPRESAS António Serrano, CEO da nova “holding”, sossega setor leiteiro “Jerónimo Martins Agroalimentar trabalhará lado a lado com os atuais fornecedores” Págs. 6 e 7 Têxtil finlandesa Finlayson entra no mercado português Pág. 20 FISCALIDADE Saldo das administrações públicas melhorou quase 2,8 mil milhões Pág. 25 SAÚDE Medicamentos biossimilares podem contribuir para a sustentalidade do SNS Pág. 30 AUTARQUIAS Maia debateu futuro da Europa União Europeia precisa de recuperar crescimento Pág. 18 Fundos de investimento imobiliário com queda generalizada Pág. 36 A NOSSA ANÁLISE Arrancar bem em 2015 com as melhores remunerações nos depósitos Pág. 40 BANCA Santander Totta permite abertura de contas em tablet Pág. 40 MERCADOS António Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu, afirma “Programa Operacional da Competitividade não pode ter uma visão míope sobre o país” Págs. 28 e 29 Fundos europeus apoiam investimentos com dotação de 107 mil milhões Conselheiro comercial da Polónia prevê Trocas comerciais entre Portugal e a Polónia vão atingir mil milhões Págs. 4 e 5 SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO

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Page 1: Viseu, afi rma entre Portugal e a Polónia Operacional da ... · no ano passado, de acordo com uma ... estratégia de marketing global Nesta edição ... organizou o seu 24º Seminário

Nº 1570 / 2 de janeiro 2015 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

PUB

CONTRATO Nº 594655

9 720972 000037

0 1 5 7 0

RELATÓRIO DO IMD SOBRE O TALENTO REVELA

Portugal é o país do Mundo com maior número de professores por aluno

Pág. 8

Turismo representa 54% do investimento em reabilitação no Porto

Pág. 32

Governo prepara alterações ao PER, SIREVE e CSC

Recuperação de empresas vai ter regras mais claras e uniformes Limitar o recurso ao SIREVE, excluindo as empresas sem viabilidade, clarifi car e uniformizar as regras do processo de recuperação e, entre outras medidas, diversifi car as fontes de fi nanciamento para além do crédito bancário são algumas das novidades do novo quadro jurídico da recuperação de empresas. Todas estas medidas são positivas, defende, em entrevista à VE, Reinaldo Mâncio da Costa, administrador judicial provisório.

Págs. 28 e 29

EMPRESASAntónio Serrano, CEO da nova “holding”, sossega setor leiteiro“Jerónimo Martins Agroalimentar trabalhará lado a lado com os atuais fornecedores”

Págs. 6 e 7

Têxtil fi nlandesa Finlayson entra no mercado português

Pág. 20

FISCALIDADESaldo das administrações públicas melhorou quase 2,8 mil milhões

Pág. 25

SAÚDEMedicamentos biossimilares podem contribuir para a sustentalidade do SNS

Pág. 30

AUTARQUIASMaia debateu futuro da Europa

União Europeia precisa de recuperar crescimento

Pág. 18

Fundos de investimento

imobiliário com queda

generalizadaPág. 36

A NOSSA ANÁLISE

Arrancar bem em 2015 com

as melhores remunerações

nos depósitosPág. 40

BANCA

Santander Totta permite

abertura de contas em

tabletPág. 40

MERCADOS

António Almeida Henriques,

presidente da Câmara de

Viseu, afi rma

“Programa Operacional da Competitividade não pode ter uma visão míope sobre o país”

Págs. 28 e 29

Fundos europeus apoiam investimentos com dotação de 107 mil milhões

Conselheiro comercial da Polónia prevê

Trocas comerciais entre Portugal e a Polónia vão atingir mil milhões

Págs. 4 e 5

SUPLEMENTOS NESTA

EDIÇÃO

Page 2: Viseu, afi rma entre Portugal e a Polónia Operacional da ... · no ano passado, de acordo com uma ... estratégia de marketing global Nesta edição ... organizou o seu 24º Seminário

2 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIR0 2015

ABERTURA

Top da semana

THE WALL STREET JOURNAL

Gigantes da internet chineses lutam pelos conteúdos

As empresas de internet chinesas têm duas frentes abertas. Por um lado, lutam entre si pelos conteúdos e, por outro, tentam convencer o público que vale a pena pagar para garantir o seu acesso. A Tencent assinou três acordos, convertendo-se no único distribuidor online da Warner Music, da Sony Music e da HBO.O obstáculo que todos os operadores terão de superar é que os consumidores chineses não estão habituados a pagar pelos conteúdos. Nunca houve um mercado legal de música ou de vídeo, tendo em conta a facilidade com que se acede a conteúdos pirateados. Ainda há muitos produtos livres de encargos, os quais são suportados por um mercado publicitário muito ativo.

EXPANSIÓN

Fabricantes competem pelo automóvel mais reciclável

Cerca de 95% dos veículos devem ser recicláveis em 2015, mais 10% do que no ano passado, de acordo com uma diretiva europeia. Os construtores estão conscientes que têm de reduzir o impacto ambiental dos seus automóveis. O uso e a aplicação de materiais mais ligeiros a partir de materiais procedentes da reciclagem são alguns dos desenvolvimentos das marcas, a maioria das quais assegura que vai cumprir a diretiva comunitária.

LES ECHOS

Petróleo impulsiona crescimento alemão

A forte quebra nos preços do petróleo, conjugada com fraqueza do euro, terá aumentado o crescimento económico alemão em 0,3 pontos percentuais, no ano passado, de acordo com a associação das câmaras de comércio daquele país.A descida dos custos energéticos acabou por ser uma prenda inesperada para a economia germânica, sem dúvida o motor da Europa. E tudo aponta para que a economia continue a beneficiar da situação ao longo do exercício agora iniciado.

ImprensaEM REVISTA

Internacional ............. Pág. 11

Petróleo mais barato penaliza “energias verdes”

Negócios e Empr. ......Pág. 12

Coworking “potencia oportunidades de negócio”

Negócios e Empr. ......Pág. 13

Despesas com animais de estimação deveriam conceder benefícios fiscais

Negócios e Empr. ......Pág. 15

Nersant Business resultou em 2,5 milhões de exportações nacionais

Empresas Familiares Pág. 18

Porminho entra na segunda geração voltada para o exterior

Em Foco .....................Pág. 28

Outsourcing de gestão de arquivo pode reduzir custos até 60%

Turismo ......................Pág. 32

Marketing digital e segmento MICE no centro do debate do setor

Turismo ......................Pág. 33

Real Companhia Velha cria novos Aciprestes

Automóvel .................Pág. 43

Volvo Cars anuncia nova estratégia de marketing global

Nesta edição

07Atualidade

“Jerónimo Martins Agroalimentar trabalhará lado a lado com os fornecedores”

16 Negócios e Empresas

Setor metalúrgico e metalo-mecânico atinge valor máximo nas exportações da indústria

38 Mercados

FMI revê em alta previsões de crescimento mundial

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTOvidaeconomica.pt; PUBLICIDADE LISBOA -nomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP,

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

13.300

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

PIRES DE LIMA

O ministro da Economia teve um mau começo relativamente à greve da

TAP e esta esteve mesmo para acontecer. Mas emendou a mão e acabou por conseguir um acordo de princípio com a maioria dos sindicatos. Pires de Lima teve o bom senso de negociar e, sobretudo, de dar garantias que podem ser benéficas para todas as partes envolvidas. Quanto aos sindicatos, pelo menos para já, conseguiram adiar a questão da privatização plena. Foram feiras cedências de parte a parte, o que é sempre positivo. Fica a certeza que é possível evitar situações mais complicadas, desde que exista vontade política logo à partida. O país não deixa de perder com este tipo de “guerras”.

MARIA LUÍS ALBUQUERQUE

A ministra das Finanças assume-se como a figura mais surpreendente do atual Governo. Assumiu

o cargo numa altura extremamente complicada e de forte contestação política. Mesmo no seio da coligação a sua escolha não foi consensual. Mas a realidade é que tem revelado habilidade política e uma elevada competência técnica. E não se tem registado uma contestação por parte do país à sua governação, o que não é nada habitual num responsável pelas Finanças. É um facto que pode ser uma peça essencial, em termos partidários, nas próximas eleições legislativas.

RICARDO SALGADO

O antigo homem forte do BES (e até do país) tem revelado toda uma série

de incongruências, que apenas tornam ainda mais complicada a sua defesa. Primeiro foi uma tentativa clara de se desresponsabilizar, atribuindo as culpas a outros. Depois, a necessidade da fuga para a frente com a argumentação que fez avisos à navegação. Até poderá ter feito, mas isso foi muito pouco. Era necessário agir, o que não aconteceu. Como sempre na vida, os conflitos familiares têm um fim muito mau. E a verdade é que Salgado sempre se habituou a “reinar” sem oposição. Acabou por não suportar as vozes contra e, sobretudo, não cumpriu a sua obrigação enquanto gestor de uma entidade financeira.

A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira implementou um regulamento de atribuição de subsídios às associações culturais que privilegia o mérito e a capa-cidade de realização de projetos sustentáveis, com ligação ao ter-ritório e com base em parcerias.

“Trata-se de gerir os dinheiros públicos com base numa política assente no rigor, na transparên-cia e na ambição”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa. “O ‘upgrade’ que estamos a procurar estimular no movi-mento associativo cultural é o mesmo “upgrade” que queremos para o concelho em todas as di-ferentes áreas”, frisou o autarca.

Em 2015, a autarquia vai apoiar 27 associações que se can-didataram com 68 projetos. O montante destes apoios cifra-se em 100 mil euros.

O Programa de Apoio a Pro-jetos Culturais mereceu um alargado debate político, tenho acolhido também propostas da

oposição socialista.Para Emídio Sousa, a autar-

quia tem apoiado todo o movi-mento associativo feirense, com o financiamento da sua atividade regular e das obras nas infra-es-truturas associativas. “As associa-ções podem continuar a contar connosco”, acrescentou.

Gil Ferreira, vereador da Cul-tura da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, afirmou que “este programa foi constru-ído com base na receita orça-mental da área cultural, o que significa que se trata de um saco que tem fundo, como se impõe nas boas regras das finanças pú-blicas”.

Santa Maria da Feira é um concelho com grande visibili-dade cultural, de que são exem-plos emblemáticos, entre outros eventos, a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, o “Ima-ginarius” ou o parque temático Perlim – Uma Quinta de So-nhos, a decorrer até ao próximo dia 04 de Janeiro.

EMÍDIO SOUSA, PRESIDENTE DA CMSMF, DEFENDE PROJETOS CULTURAIS SUSTENTÁVEIS

Câmara da Feira cria programa de apoio ao associativismo

A Ruy de Lacerda & Cª., SA, organizou o seu 24º Seminário Técnico sobre Tecnologia de Im-pressão Serigráfica com as apresen-tações matinais numa lógica tec-nológica, de atualidade inovadora e eficiência nos custos.

O debate centrou-se na norma-lização e automação da pré-im-pressão serigráfica, através da tec-nologia suíça de Exposição Digital Direta CTS (Computer-To-Scre-en), envolvendo cinco empresas mundiais para as áreas industriais da Têxtil – Gráfica e Funcional (Alemanha, Suíça e Itália), SEFAR, KIWO. GRUENIG, SIGNTRO-NIC e a QUAGLIA, esta numa “Première” Mundial de tecnolo-gia de inovação em tintas aquosas têxteis VIRUS, de alta resolução, para o setor da Estamparia Seri-gráfica Têxtil Moda, peça apeça, trazendo um novo renascer para este segmento ao nível da imagem foto-realística, menor consumo de tinta, menor consumo de energia e, segundo o fabricante, qualidade inatingível pela tecnologia digital do momento, palestra perfeita-mente em linha com a dos outros palestrantes (telas, química e equi-pamentos) numa clara aposta na

inovação competitiva e diferencia-dora. A indústria portuguesa está a investir nesta tecnologia CTS de modernidade, mais flexível, rápi-da, com melhoria diferenciadora da qualidade

Depois da intervenção do di-rector-geral da ATP, Paulo Vaz, o seminário incluiu uma mesa--redonda moderada pela Ana Paula Cecília, CEO da Revista Intergrá-ficas, com quatro industriais que investiram este ano na Tecnologia Automática de Pré-Impressão Di-gital Direta CTS (Computer-To--Screen) da empresa Suíça Sign-Tronic AG, para a manufactura de quadros serigráficos. No final, Andreas Ferndriger, em nome dos palestrantes destacou esta ação de informação e atualização tecnoló-gica Industrial, realizada pela RdL, referindo que os investimentos rea-lizados em Portugal pela Indústrias Têxtil Moda e Funcional mostram o caminho certo a seguir e sauddou em antecipação a RdL, pelos 65 anos de atividade a comemorar em 2015.

Foi anunciada pela Ruy de La-cerda & Cª., SA a realização do seu 25º Seminário Técnico em 2015.

RDL ORGANIZOU SEMINÁRIO SOBRE SERIGRAFIA

Estamparia têxtil aposta na inovação

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ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 3

A reabilitação urbana tem dado sinais de uma retoma, como se deduz do estudo da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) rela-tivo ao passado mês de novembro. O res-petivo índice apresentou um aumento de 18%, face ao mês anterior, altura em que já se tinha registado um crescimento de qua-se seis pontos percentuais, de acordo com o inquérito daquela associação, no âmbito do Barómetro de Reabilitação Urbana.

“A evolução da carteira de encomendas na reabilitação urbana – medida pela opi-nião dos empresários – observou a sexta subida mensal consecutiva, tendo apresen-tado uma variação superior a 10%, relati-vamente ao mês anterior.” Entretanto, o programa “vistos gold” conseguiu captar investimento estrangeiro em imobiliário no valor de 90 milhões de euros, em no-vembro, pelo que superou os mil milhões de euros para o imobiliário nacional, desde

o seu lançamento em outubro de 2012.Até ao fi nal de outubro, adianta a AIC-

COPN, foram licenciadas 5626 obras de reabilitação urbana, o que se traduziu numa ligeira descida de um ponto, em ter-mos homólogos. A região de Lisboa foi a única a apresentar uma variação positiva, face ao exercício anterior, com um total de 652 licenças emitidas. Todas as restan-tes regiões do país revelaram uma variação negativa.

Reabilitação urbana com sinais positivos

Comissão Europeia lança consulta pública sobre IVAA Comissão Europeia tem disponível uma consulta pública sobre a legislação do IVA em sededas entidades públicas e do interesse público, tendo em conta eventuais isenções. O objetivopassa sobretudo por criar um regime mais simples, efi ciente e consistente na União Europeia,relativamente a um imposto que é essencial para a saúde orçamental do espaço comunitário edos Estados-Membros. O incumprimento e a evasão fi scais têm sido evidentes neste âmbito,sendo necessário melhorar todo o sistema, sobretudo ao nível das entidades públicas.

O segmento da reabilitação urbana tem a particularidade de estar a atrair os investidores em imobiliário

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- R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c 4000-263 PORTO

Neste livro de António Vilar encontramos

um conjunto de reflexões atentas e profundas

sobre as principais tendências da nossa

sociedade

Com um estilo de escrita inconfundível, caracterizado pela clareza e facilidade de leitura, o autor partilha os seus pontos de vista sobre os dilemas e desafios que se colocam em temas tão diversos como a economia, a justiça, a educação, o sistema político ou a área social.Pela riqueza e diversidade de conteúdo, esta obra é útil e interessante para a generalidade dos cidadãos, servindo também como referência futura para uma melhor análise e compreensão dos grandes temas da vida em sociedade.

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Jerónimo Martins, Millen-niun bcp e Mota-Engil são exemplos de grandes empresas portuguesas bem sucedidas no mercado polaco. Mas a Poló-nia é um país muito atrativo para as PME e para as expor-tações de produtos portugue-ses – afirma Bogdan Zagro-belny. Em entrevista à “Vida Económica”, o conselheiro comercial da Embaixada da Polónia em Lisboa destaca o rápido crescimento das trocas comerciais entre os dois países, a expansão da economia po-laca durante a crise, e o eleva-do volume de apoios europeus no novo ciclo de fundos da União Europeia. “A Polónia vai receber 107 mil milhões de euros, sendo o maior ben-eficiário líquido de fundos europeus” – refere Bogdan Zagrobelny. Uma parte impor-tante dos apoios será canali-zada para investimentos em infraestruturas, criando boas oportunidades para as empre-sas portuguesas.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica – Como perspetiva a evolução das trocas comerciais e de investimento entre Portugal e a Polónia?

Bogdan Zagrobelny – Ao longo destes últimos cinco anos as trocas entre os nossos dois países aumentaram 38%. Estamos perto dos mil milhões de euros em trocas, e o que é interessante. Portugal exportou mais produtos para a Polónia do que nós conseguimos exportar para Por-tugal: a balança comercial ainda é favorá-vel ao vosso lado, de acordo com os dados da nossa estatística nacional, na verdade para mim é mais fácil e nós usamos sem-pre esses dados, o que é interessante. O desempenho de Portugal no mercado po-laco é muito significativo, porque nesses cinco anos as exportações para a Polónia aumentaram 51% e as importações de produtos polacos cresceram 28%.

Portugal descobriu na Polónia um mer-cado interessante e um mercado de gran-de dimensão. Basta mencionar que a Po-lónia, no ano 2013, importou produtos no valor de 157 mil milhões de euros, o que faz da Polónia um importante merca-do para os produtos portugueses.

Nos produtos portugueses tradicionais, como o vinho e o azeite, o crescimento está a ser muito acentuado. A exportação de vinho para a Polónia aumentou três vezes. Começámos em 2009 com o valor de cinco milhões e no ano passado o valor da exportação de vinho foi de 14 milhões euros, o que revela o potencial do nosso mercado e o empenho dos exportadores portugueses. A mesma coisa aconteceu por exemplo com o azeite. Quando che-guei a Lisboa, em 2009, nós compráva-mos azeite no calor de três mil euros e agora representa mais de 600 mil euros, com crescimento de 200 vezes.

Vejo a evolução das exportações tanto portuguesas como polacas como um fator muito positivo e muito significativo para as nossas relações e acho que este ano vai ser extraordinário porque provavelmente vamos ultrapassar os mil milhões de euros de trocas entre os dois países.

VE – Entre os produtos que Portu-

gal compra à Polónia, quais são os mais relevantes?

BZ – Os eletrodomésticos têm um peso relevante. Ao longo dos últimos 20 anos a Polónia tornou-se um dos maiores produ-tores de eletrodomésticos na União Eu-ropeia, nomeadamente, de máquinas de lavar roupa e máquinas de lavar loiça, en-tre outros. Mas compras de Portugal á Po-lónia e as trocas comerciais em geral são muito dominadas pelo setor automóvel. Tanto nas importações como nas expor-tações aparecem produtos que são muito ligados a esse setor, começando pelos ve-ículos que surgem nas vossas exportações e importações de muitos componentes. Portugal tornou-se um importante pro-dutor de componentes e como a Polónia é um país que produz veículos precisa de importar componentes, por exemplo, aparelhos de som, pneus, bem como vá-

rios componentes para a parte elétrica dos carros, fabricados em Portugal. Nós também exportamos para Portugal veí-culos e também muitos componentes. O principal produto são assentos para auto-móveis. Além dos eletrodomésticos, auto-móveis e componentes, há a referir o setor alimentar, onde registamos em cada ano um crescimento de exportações de dois digítos. O valor total das nossas expor-tações no ano passado foi 60 milhões de produtos agro-alimentares. Vejo também potencial nas compras portuguesas na Po-lónia de produtos agroalimentares.

VE – Considera o mercado da Po-

lónia atrativo para outros bens de consumo, como vestuário e calçado?

BZ – Falamos da sociedade polaca que está em pleno desenvolvimento: cresce a riqueza, cresce o bem-estar e cresce tam-bém o consumo. A Polónia é um dos pa-íses onde o consumo cresce mais. Desse ponto de vista, existem várias oportuni-dades. As pessoas vão precisar de boas roupas, boa comida, bons carros e bons eletrodomésticos.

Os polacos são muito abertos aos pro-dutos que vêm de outros países, princi-

palmente produtos alimentícios, e são curiosos em relação aos produtos de ou-tras regiões do globo. Com essa atitude que nós temos, é muito fácil entrar. Mas é preciso ser competitivo, porque o mer-cado é exigente, pois já há alguma satura-ção com muitos fornecedores. A Polónia compra todos os anos produtos alimenta-res no valor de 15 mil milhões de euros, o que é muito, mas exporta ainda mais, cerca de 20 mil milhões de euros.

Nós gostamos de comer. Aliás, uma nota curiosa que Pedro Soares Santos re-feriu a propósito da primeira viagem da Jerónimo Martins à Polónia tem a ver com a ida a um restaurante de hotel. Ao efetuar o pedido, repararam na elevada afluência de clientes e como a comida era

CONSELHEIRO COMERCIAL DA POLÓNIA PREVÊ

Trocas comerciais entre Portugal e vão atingir mil milhões

4 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

“Há cada vez mais polacos interessados no turismo e no imobiliário” – afirma Bogdan Zagro-belny.

ATUALIDADE

Gestoras europeias dão pouco valor ao investidorO setor da gestão de ativos da União Europeia representa uma forte perda de riqueza para os investidores, sendo que os consumidores não confiam no mesmo, de acordo com um estudo da Comissão Europeia. A carga das comissões é mais alta do que a de outros países, mas a sua rentabilidade não é maior. Além disso, o setor também revela enormes carências no que se refere à transparência e eficiência. Bruxelas é de opinião que são necessárias importantes reformas estruturais na gestão de ativos.

Reformas antecipadas sofrem cortesQuem pedir a reforma antecipada este ano poderá sofrer um corte de cerca de 13%, tendo em conta o fator de sustentabilidade. A este valor terá ainda de somar 0,5% por cada mês de antecipação, face aos 66 anos de idade. Por sua vez, quem tem mais de 40 anos de descontos vai ter um benefício de quatro meses. Quem pedir a reforma este ano, com 66 anos, não sentirá os efeitos da nova medida, na medida em que se trata da idade normal de acesso ao regime de pensão.

Exportações cresceram 51% em cinco anos

Balança comercial é favorável a Portugal

Polónia foi o único país da UE que manteve o crescimento durante a crise

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a Polónia

apreciada. o que reforçou a convicção de que valia a pena apostar nesse mercado.

VE – Além dos produtos portugue-

ses, que setores podem atrair o inte-resse dos polacos?

BZ – Há cada vez mais polacos interes-sados no turismo. Portugal tem vocação turística e pode atrair cada vez mais visi-tantes polacos, nomeadamente no turis-mo religioso.

A nível turístico, Portugal é um desti-no cada vez mais popular. Começam a surgir polacos interessados em investir na atividade turística em Portugal, através da compra de unidades hoteleiras. Na Em-baixada recebemos um número crescente de pedidos de informação relacionados com a compra de imóveis em Portugal. Os preços praticados têm um nível com-parável aos da Polónia ou são em alguns casos mais favoráveis, face à descida de preços que tem ocorrido no mercado.

Neste momento, há mais interesse de cidadãos polacos pelo investimento em imóveis do que na compra de empresas industriais.

Polónia cresce o dobro da média europeia

A Polónia foi o único país da União Eu-

ropeia que manteve o crescimento duran-te a crise. Em 2010 e 2011 o crescimento médio da economia polaca esteve acima de 4%. Em 2012 e 2013 diminuiu para cerca de 2%. Mas, em 2014, o ritmo de crescimento voltou a subir, devendo ul-trapassar os 3%.

Para Bogdan Zagrobelny, o crescimen-to da Polónia deve ser o dobro da média europeia para que o país fique próximo do nível médio de riqueza da UE.

Fundos europeus valem 105 mil milhões

Entre 2014 e 2020 a Polónia vai ser o

maior beneficiário líquido de fundos eu-ropeus, com um volume de apoios de 105 mil milhões de euros. Para Bogdan Za-grobelny, este volume de apoios vai dina-mizar o investimento público e privado, criando boas oportunidades para as PME portuguesas. Uma parte significativa do investimento será feita em infraestruturas, área em que Portugal tem conhecimento e é competitivo. A presença no merca-do polaco de grandes empresas, como a Mota-Engil, no setor da construção, o Millennium bcp, no setor bancário, e a Jerónimo Martins, na distribuição, cria condições propícias à entrada no merca-do polaco de PME portuguesas de vários setores de atividade.

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 5

ATUALIDADE

Emprego no Norte com maior crescimento em seis anosO Norte registou um aumento de 1,7% na taxa de emprego, no terceiro trimestre do ano passado, face a período homólogo do exercício anterior, naquele que foi o maior aumento em seis anos, de acordo com dados da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte(CCDR-N), o que representou mais 26 mil indivíduos empregados. Os dois setores que mais contribuíram para esta aceleração na criação de postos de trabalho foram as atividades administrativas e serviços de apoio e as indústrias transformadoras.

Confederação do Comércio contesta nova lei dos saldosA Confederação do Comércio e Serviços de Portugal considera que o facto de não existir um período específico para os saldos e as promoções vai gerar confusão entre os consumidores. A medida terá efeitos negativos sobretudo para as empresas de menos dimensão, que não conse-guem acompanhar a evolução que se verifica ao nível do grande comércio. Para a CCP, trata-se de uma lei desnecessária e que poderá até gerar mais desemprego.

BOGDAN ZAGROBELNY CONSIDERA

Portugal é um país mais socialista que a Polónia “Na Polónia nenhum partido político defende o aumento da intervenção do Estado” – afirmou Bogdan Zagrobelny durante a entrevista concedida à “Vida Económica”. Segundo referiu, a cultura que prevalece na Polónia é mais favorável à iniciativa individual e à ação dos privados. Apesar de o país ter integrado o bloco de Leste durante mais de 40 anos, em regime comunista, para Bogdan Zagrobelny, a Polónia hoje é um país menos socialista do que Portugal. O Estado tem menos dimensão e menos intervenção na vida das empresas e dos cidadãos. Um exemplo são os apoios sociais. Enquanto em Portugal o subsídio de desemprego atinge valores significativos e próximos do valor do salário anterior, na Polónia o subsídio de desemprego é uniforme para todos, com um valor de pouco mais de 200 euros por mês e limitado a um período máximo de seis meses.A cultura polaca tem menos aversão ao risco e à incerteza porque ao longo de quase 2300 anos de história – a fundação é anterior ao ano 1000 – o país atravessou períodos conturbados de enormes dificuldades, alguns deles relativamente recentes. Bogdan Zagrobelny recorda que no tempo do regime comunista o trabalho era obrigatório para todos os cidadãos. Qualquer pessoa que era abordada pela Polícia e não fizesse prova sobre o posto de trabalho que ocupava podia ser imediatamente detida e condenada a uma pena de prisão.A Polónia foi integrada no bloco soviético após a Segunda Guerra Mundial. O conflito teve efeitos devastadores, com milhões de vítimas entre a população civil. Praticamente, todas as famílias polacas têm parentes que foram mortos durante a guerra. “Para contrariar a ocupação alemã no decurso da guerra, a Polónia criou uma administração nacional paralela e um exército organizado, desafiando a ordem e o poder militar instituído” – exemplifica Bogdan Zagrobelny.A espírito de iniciativa e a capacidade de enfrentar as dificuldades continuam presentes na cultura dos polacos, o que faz com que a intervenção do Estado seja encarada com reservas e esteja sempre sob o olhar atento e o escrutínio dos cidadãos.

O Tribunal Constitucional rejeitou ao recurso da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas contra a condenação por restrição das regras da concorrência no mercado da formação dos TOC.

A decisão do TC põe termo a um pro-cesso judicial que surgiu na sequência de uma queixa apresentada à Autoridade da Concorrência por uma entidade privada de formação da região de Coimbra que pretendia fazer ações de formação diri-gida aos TOC, mas foi confrontada com as normas do estatuto da OTOC, que re-servava para si essa competência.

A queixa foi apoiada pela Apotec, uma associação privada dos profissionais da contabilidade e em maio de 2010 deu origem à aplicação de uma coima pela Autoridade da Concorrência.

A OTOC recorreu para o Tribunal do Comércio, depois para o Tribunal da Re-lação que reenviou o diferendo para o Tribunal de Justiça da União Europeia. Em todas as instâncias judiciais as deci-sões foram desfavoráveis à OTOC, que em Janeiro passado recorreu para o Tri-bunal Constitucional.

Depois do acórdão do Tribunal Cons-titucional ficam esgotadas todas as vias de recurso para a OTOC, que se vê obri-gada a alterar as normas do Regulamento declaradas nulas e a pagar uma coima de 90 mil euros à Autoridade da Concor-rência.

Para a Autoridade da Concorrência, o regulamento da profissão restringia gra-vemente a prestação da formação obri-gatória para o exercício da profissão de TOC por qualquer outra entidade que não a OTOC.

Neste longo processo judicial que agora termina, o Tribunal de Justiça da União Europeia teve um papel determi-nante.

Para este tribunal, o poder regulamen-tar da OTOC não está sujeito a condi-ções ou a critérios que esteja obrigada a observar quando adota atos como o re-gulamento controvertido, nomeadamen-te, decorrentes do art. 3º do Estatuto. A OTOC tem assim uma ampla margem de apreciação quanto aos princípios, condições e modalidades que o sistema de formação obrigatória deve respeitar. Ou seja, as regras relativas ao sistema de formação obrigatória dos TOC não de-correm impositivamente do referido Es-tatuto, antes figuram, em contrapartida e exclusivamente no regulamento contro-vertido, adotado pela OTOC sem a in-tervenção ou poder de decisão em última

instância por parte do Estado. Segundo o TJUE, um regulamento

como o criado pela OTOC, constituiuma restrição de concorrência proibi-da pelo artigo 101.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.

Os argumentos invocados pela OTOCnão foram acolhidos nem pelo TJUE,nem pelo Tribunal da Relação de Lisboa, nem pelo Tribunal Constitucional.

Para o TJUE, “a circunstância de a OTOC não prosseguir fins lucrativos não obsta a que seja considerada uma empre-sa, uma vez que a oferta de serviços cor-respondentes está em concorrência com a de outros operadores que prosseguem fins lucrativos”.

Na opinião dos juízes do tribunal eu-ropeu, “as restrições de concorrência impostas no regulamento controvertidovão além do necessário para garantir ocumprimento da missão estatutariamen-te confiada à OTOC”.

O argumento segundo o qual a OTOC não estaria sujeita às regras da concor-rência também foi rejeitado: Para osjuízes, “… uma regulamentação comoa que está em causa no processo princi-pal não pode ser considerada estranha àesfera das trocas económicas (…) tal re-gulamento tem impacto direto nas tro-cas económicas no mercado da formação obrigatória dos TOC (…)”.

A mesma linha de análise foi seguida pelo Tribunal da Relação e pelo Tribunal Constitucional, que consideram que ofacto de a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas ser uma associação pública“não impede a sua classificação como as-sociação de empresas, nem a qualificaçãocomo pessoa jurídica privada, públicaou cooperativa é relevante para efeito deaplicação do Direito da Concorrência”,sendo que, “quando adota um regula-mento como o regulamento controver-tido, uma ordem profissional como a OTOC não exerce prerrogativas típicas de poder público”.

Para os juízes do Tribunal da Relação,a lei da concorrência é diretamente apli-cável no caso “(…) uma vez que o caráter de pessoa coletiva de direito público não subtrai a OTOC às regras da concor-rência, pelo que, em substância, não severifica qualquer violação da reserva decompetência da jurisdição administrati-va (…)”.

TRIBUNAL CONSTITUCIONAL CONFIRMA CONDENAÇÃO DA OTOC

Autoridade da Concorrência abre mercado da formação dos Técnicos Oficiais de Contas

Aplicada coima de 90 mil euros com obrigação de alteração do estatuto

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A decisão do grupo Jerónimo Martins, liderado por Pedro Soares dos Santos, anunciada formalmente há escassas semanas, de entrar na produção agroalimentar em Portugal, designadamente com a construção de uma nova fábrica de enchimento de leite e de produção de manteiga e natas em parceria com a cooperativa Serraleite, está a gerar uma onda de sentimentos simultaneamente de apreensão e otimismo. Contactada pela Vida Económica, a Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL) rejeita comentar o investimento de um grupo económico há muito ligado ao agroalimentar e de uma cooperativa – a Serraleite – que não é sua associada. Já as duas maiores organizações de produtores de leite em Portugal – a FENALAC e a APROLEP – reagem diferentemente. Se, por um lado, a FENALAC antevê “questões graves de concorrência” entre operadores, a APROLEP não hesita em afirmar: “este investimento é importante para todos e também para a Lactogal. E vai fazer abanar o mercado”.TERESA [email protected]

O setor do leite em Portugal

é dominado pela Lactogal, nascida em 1996, liderada pelo presidente do Conselho de Administração, Casimiro de Almeida, e pelo administrador-dele-gado, José Passinhas, fruto da fusão das cooperativas Agros, Proleite e Lacticoop. A empresa detém sete unidades fabris na Península Ibérica (Corunha, Cantábria e Ávila, em Espanha, por via da compra da Leche Celta), Açores (Pronicol, na ilha Terceira) e em Portugal Continental – em Vila do Conde, dedicada ao enchimento de leite UHT, com capacidade instalada

para mais de 300 milhões de litros/ano; em Oliveira de Azeméis, especializada no fabrico de iogurtes, queijos e manteiga; e na Tocha, onde produz leites especiais enriquecidos. Emprega mais de 1600 trabalhadores, fatura cerca de 680 mi-lhões de euros/ano e opera no mercado nacional com as marcas Agros, Mimosa, Gresso, Adagio, Matinal, Castelões, Cas-telinhos, Vigor, Pleno, Primor, Serra da Penha, Fresky, Milhafre dos Açores e Ser-ra Dourada.

A par da Lactogal e, aliás, na mesma zona geográfica da sua unidade de pro-cessamento de leite UHT, está em cons-trução, há vários anos, na Póvoa de Var-zim, uma nova unidade de enchimento de leite da LEICAR. Em entrevista à “Vida Económica” em 2011, José Oli-veira, presidente da cooperativa, falava de “uma situação de monopólio na reco-lha do leite à produção” protagonizada pela Lactogal – “99,9% do leite UHT embalado em Portugal é a Lactogal que o faz”, dizia José Oliveira –, pelo que esta nova fábrica, hoje em fase de con-clusão mas ainda sem data para começar a operar, representa “um projeto funda-mental para o setor”.

Agregando um total de 1250 agricul-tores associados, 400 dos quais só do concelho de Barcelos, “85% do leite” recolhido pela LEICAR – 250 mil litros/dia – é “exportado para Espanha (para a Peñasanta e para a Puleva)” e os restan-tes 15% são “fornecidos para queijarias” portuguesas.

Ao todo em Portugal há cerca de 450 empresas de laticínios registadas a operar (micro-unidades, na sua maioria), embo-ra apenas cerca de 40 estejam agregadas à Associação Nacional dos Industriais de La-ticínios (ANIL), as quais faturam, no seu conjunto, cerca de 1400 milhões de euros, segundo a ANIL.

“Argumentos da Jerónimo Martins não são minimamente entendíveis e racionais”

Numa curta declaração enviada à Vida

Económica, a ANIL – associação a que preside a Lactogal –, através do seu dire-tor-geral, fez saber que, “relativamente às questões colocadas, a direção da ANIL en-tende que não lhe compete pronunciar-se sobre eventuais investimentos de empresas que não são suas associadas”. Paulo Costa Leite afirmou, ainda assim, que, “indepen-dentemente do mérito e dimensão do pro-jeto, e de acordo com o que se depreende das declarações públicas do grupo Jeróni-mo Martins, [a ANIL] congratula-se se o mesmo vier a contribuir para o aumento do consumo de leite de origem nacional e das exportações do setor”.

“A estabilidade da rede nacional de abas-

tecimento”, o “aprofundamento da relação com a produção nacional”, assim como “a pressão do lado da procura” e o “que-rer garantir a cadeia de abastecimento em condições competitivas ao nível do preço e com segurança alimentar”, são, na ver-dade, as motivações da Jerónimo Martins, assumidas pelo CEO da Jerónimo Martins Agroalimentar, António Serrano, na entre-vista publicada nestas páginas.

Ora, os produtores de leite não estão seguros desses propósitos e exprimem aqui as suas dúvidas. À “Vida Económi-ca” Fernando Cardoso, secretário-geral da FENALAC - Federação Nacional das Co-operativas de Leite e Laticínios começou por dizer que não colocam em causa “os operadores económicos e o negócio em si mesmo”, mas já quanto às razões discor-dam “totalmente”.

Fernando Cardoso fala em “questões graves de concorrência, que podem ser complicadas”. Questionado pela “Vida Económica” se vão suscitar essa questão junto da Autoridade da Concorrência, o diretor-geral da FENALAC diz que não irão tanto pela via legal, mas diz ter a no-ção de que “este é um movimento que vai crescer no futuro”.

A FENALAC questiona sobretudo “as razões da Jerónimo Martins para entrar no leite”, dado que “não é verdade que haja insuficiência de matéria-prima”. Diz, mesmo, que “os argumentos da Jerónimo Martins não são minimamente enten-díveis e racionais” e deixa a pergunta no ar: “o problema [da Jerónimo Martins] é abastecer-se em Portugal quando há leite disponível?”. Para logo a seguir deixar o alerta: “se querem realmente promover a produção nacional, apostem mais na pro-dução nacional, porque o setor já demons-trou que sempre foi capaz de reagir aos estímulos positivos”.

E tan-to é assim que “nun-

ca a distribuição teve argumentos para dizer que não havia abastecimento de leite em Portugal. Pelo contrário”.

“Pouco organizados? O setor é organizado e dos mais modernos e dinâmicos”

A “Vida Económica” questionou ainda Fernando Cardoso sobre se a capacidade industrial já instalada em Portugal no setor dos laticínios é suficiente ou se se justifica a entrada da Jerónimo Martins neste mercado. O secretário-geral FENA-LAC recusa comentar a capacidade ins-talada, mas vai dizendo que a fábrica de leite da dona dos supermercados Pingo Doce “não apresenta grande valor”, até porque “vai ser instalada numa zona em que não há grande produção de leite”.

Aliás, acrescenta, “vão substituir uma fá-brica que já existe [da Serraleite, na cida-de de Portalegre] por outra, ou seja, não vão descobrir a pólvora”.

Em suma, Fernando Cardoso e a FE-NALAC não veem vantagens neste in-vestimento da Jerónimo Martins no setor do leite. A menos que, explica Fernando Cardoso, “paguem melhor”. Se assim for, diz, “tudo bem”, mas, então, “porque não remuneram melhor as compras que já fa-zem?”.

Opinião idêntica tem Carlos Neves, presidente da APROLEP – Associação dos Produtores de Leite de Portugal. Em declarações à “Vida Económica” come-ça com uma frase-chave: “Se a Jerónimo Martins não pagar melhor o leite à produ-ção, não vai ter fornecedores”. Na verdade, se a dona do Pingo Doce “comprar leite aos produtores nacionais e se oferecer um preço superior ao dos restantes operado-res, nem que seja dois ou três cêntimos em média [por litro] acima é bom, mas, se op-tarem por importar leite, é mau”.

“Agora deixa de haver desculpas da distribuição”

Portugal, frisa Carlos Neves, “é autossu-ficiente em leite”. Aliás, explica, “vende-se leite a granel para Espanha que poderia ser processado cá, desde que fosse melhor va-lorizado”. Tanto mais porque “o leite é um produto de proximidade”, pelo que “não faz sentido vender leite para a China, por exemplo, e depois importar leite da Poló-nia”.

Uma coisa é certa para Carlos Neves e, afinal, mais ou menos

e x p l i c i t a -mente, para todos os inter-

locutores ouvidos pela “Vida Económi-ca”: a entrada da Jerónimo Martins no setor agroalimentar, e, concretamente, no setor do leite, intenção de que já se ouvia falar há algum tempo mas que agora foi publicamente anunciada, “vai fazer aba-nar o mercado”. Até porque “é bom haver concorrência”.

O presidente da APROLEP revela, aliás, ter conhecimento de que “os produtores já estão a ser abordados por intermediários da Jerónimo Martins”.

Resultado: “se vierem para alinhar por baixo, é mau, mas se quiserem ter uma atitude de responsabilidade com a produ-ção nacional, será bom, quer em termos de preço, quer para a garantia da recolha”.

Depois, conclui Carlos Neves, este é também uma espécie de teste. É que, “pri-meiro, até podia haver alguma desculpa para a distribuição [não comprar no mer-cado nacional], mas, a partir de agora, dei-xa de haver”.

PRODUTORES DE LEITE DIVIDEM-SE ENTRE O OTIMISMO E A DÚVIDA SOBRE QUAIS AS VERDADEIRAS INTENÇÕES DO NOVO OPERADOR

“Se a Jerónimo Martins não pagar melhor o leite à produção não vai ter fornecedores”

6 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

ATUALIDADE

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O grupo Jerónimo Martins, dono dos supermercados Pingo Doce em Portugal, dos Biedronka na Polónia e dos Ara na Colômbia e que obteve um volume total de vendas de 11,8 mil milhões de euros em 2013 (9,33 mil milhões até setembro de 2014), prepara-se para revolucionar o agroalimentar em Portugal. E, concretamente, o setor do leite, até aqui dominado pela Lactogal (criada em 1996 pela fusão das cooperativas Agros, Proleite e Lacticoop), através da construção de uma nova fábrica de leite, manteiga e natas, em Portalegre, com capacidade para transformar 100 milhões de litros ao ano.Em entrevista à Vida Económica, o CEO da nova ‘holding’ Jerónimo Martins Agroalimentar, António Serrano, fala de “um investimento anual de cerca de 50 milhões de euros na agro-indústria” e de “entre 38 e 40 milhões” só para a nova fábrica, cujo projeto será inaugurado no primeiro trimestre de 2017. O ex-ministro da Agricultura deixa, porém, uma garantia: “O preço não é o que nos leva a fazer este investimento e a nossa ideia é trabalhar lado a lado com os atuais fornecedores”.TERESA SILVEIRA [email protected]

Vida Económica - O grupo Jerónimo Martins criou a Jerónimo Martins Agro-alimentar, liderada por si, tendo como projetos, entre outros, a construção de raiz de uma fábrica de leite na região de Portalegre. Qual é o grande objetivo da criação desta nova empresa?

António Serrano - A estabilidade da rede nacional de abastecimento é crucial para o sucesso do negócio do grupo [Jeróni-mo Martins] no curto, médio e longo pra-zos. E é esta principal motivação para este primeiro investimento na agro-indústria, que representa também o aprofunda-mento da nossa relação com a produção nacional. Com este investimento, o gru-po Jerónimo Martins pretende reforçar a capacidade produtiva nacional e, conse-quentemente, a autossufi ciência do grupo e do país em alguns produtos estratégicos, garantir a segurança alimentar dos produtos num cenário de aumento global da procura e, também, contribuir para o desenvolvi-mento de um setor fortemente fragmenta-do e descapitalizado.

VE - Qual é o investimento inicial associado a este projeto e quanto está disposta a investir a JM anualmente nesta área?

AS - O investimento previsto para a fá-brica de leite, em Portalegre, fi cará entre os

38 e os 40 milhões de euros. Está previsto um investimento anual de cerca de 50 mi-lhões de euros na agro-indústria.

VE – Para além da construção de uma fábrica de leite, que outros pro-jetos e em que outros subsetores tem em mente dentro do agroalimentar?

AS - Para além do leite, vamos investir na produção de carne de bovino (nomeada-mente Angus), na qual Portugal tem uma forte dependência de importações. E tam-bém no peixe de aquacultura. Portugal é o segundo maior consumidor de peixe ‘per capita’ do mundo e a produção nacional é claramente insufi ciente para suprir as ne-cessidades de consumo.

VE - O grupo Jerónimo Martins in-voca a procura crescente de bens alimentares a nível global e a neces-sidade de garantir a segurança e o abastecimento das suas marcas, quer no mercado nacional, quer nos mer-cados externos. Sem a criação da Je-rónimo Martins Agroalimentar o risco da falta de abastecimento regular e estruturado existe? Esse risco é real, quer em Portugal, quer na Polónia e na Colômbia?

AS - Existe à escala mundial – nomeada-mente por parte das novas potências, como a China – um aumento da procura de leite e seus derivados, que deverá continuar nos próximos anos. Isto colocará certamente maior pressão do lado da procura, o que nos leva a querer garantir a nossa cadeia de abastecimento em condições competiti-vas ao nível do preço e com segurança ali-mentar. Aliás, esta é já uma realidade para algumas das grandes cadeias a nível inter-nacional, também motivadas pelas ameaças potenciais ao nível da estabilidade e com-petitividade das suas ca- deias de abastecimento.

VE – Como diz, prote-ger a cadeia de abas-tecimento al imentar é outra das p reocupa-ções em cima da mesa.

Quais são os desafi os que se colocam hoje, em Portugal, às cadeias de dis-tribuição instaladas no mercado? É o preço? São as margens? É a qualida-de? É a diferenciação do produto? É a origem do produto? É a continuidade no abastecimento?

AS - O preço não é o que nos leva a fazer este investimento. Resumindo aquilo que já foi respondido na sua primeira pergunta, o que leva o grupo Jerónimo Martins a inves-tir na agro-indústria é: garantir a estabili-dade da cadeia de abastecimento, reforçar a capacidade produtiva nacional e, conse-quentemente, a autossufi ciência do grupo e do país em alguns produtos estratégicos e assegurar a segurança alimentar dos pro-dutos num cenário de aumento global da procura.

VE - O Pedro Soares dos Santos, pre-sidente do Conselho de Administração e administrador-delegado da Jerónimo Martins, disse numa entrevista recen-te que o setor agroalimentar está pou-co organizado em Portugal. O que é que falta fazer, concretamente, e em que áreas?

AS - Portugal possui uma rede complexa de associações agrícolas e de cooperativas, mas na sua maioria orientadas para a defesa dos interesses numa perspetiva socioeconó-mica e política. Falta-lhes a dimensão da comercialização, da internacionalização, da capacitação de gestão e da negociação e apoio ao investimento. A entrada neste setor de empresas com dimensão econó-mica e capacidade empresarial e de gestão certamente que poderá ajudar no reforço da organização de alguns subsetores. Esta é, claramente, uma motivação da Jerónimo Martins Agroalimentar.

VE – E mais organização traria mais competitividade?

AS - Claro que sim. Estamos convictos que, com este projeto, estamos a contribuir, com ‘know-how’ e capital, para a organiza-ção de um setor fortemente fragmentado e descapitalizado.

VE - No setor do leite existe já no mercado a Lactogal, criada em 1996 pela fusão das cooperativas Agros, Proleite e Lacticoop. Como conviverá a Jerónimo Martins Agroalimentar e a sua nova fábrica de leite com a Lacto-

gal e com a oferta de produtos lácteos que já tem e que está presente, aliás, nos super-mercados (Pingo Doce, em Portugal, e Biedronka, na Polónia) da cadeia da Je-rónimo Martins?

AS - Não prevemos que decorram deste investi-mento alterações signifi -cativas nas relações com os nossos atuais forne-cedores nacionais. Até porque a futura fábrica produzirá apenas leite, manteiga e natas. A nos-

sa ideia é trabalhar lado a lado com os que já hoje são

nossos fornecedores. Aliás, este in-vestimento será feito em parceria com o nosso principal fornecedor nacional, a Cooperativa Serraleite.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 7

“Jerónimo Martins Agroalimentar trabalhará lado a lado com os atuais fornecedores”

“Não prevemos que decorram deste investimento alte-rações signifi cativas nas relações com os nossos atuais for-necedores nacionais, até porque a futura fábrica produzirá apenas leite, manteiga e natas”, afi rma António Serrano.

Cada português consome 80 litros de leite TERESA SILVEIRA [email protected]

As “Estatísticas Agrícolas – 2013” do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicadas em fi nais de julho mostram que, no ano passado, a produção total de leite apresentou uma redução de 4,4%. Os leites de ovelha (69,7 milhões de litros) e de cabra (29,8 milhões de litros) regista-ram menores volumes em 2,4% e 3,0%, respetivamente. O leite de vaca, com uma produção de cerca de 1795 milhões de li-tros, decresceu 4,5% face a 2012.

Este facto, diz o INE, resulta dos “ele-vados custos de produção, nomeadamente

dos alimentos para animais (+6,8%)” e do facto de o ano em análise ter “apresenta-do condições meteorológicas desfavoráveis para a produção de leite (onda de calor no verão). Um fator que é particularmen-te importante nos Açores, pois nesta re-gião a variação homóloga foi signifi cativa (-5,3%) em função, justamente, das con-dições climatéricas adversas.

Esta região produz cerca de um terço do leite nacional, sendo que, de 1996 até 2012, a produção aumentou em 200 mi-lhões de litros de leite, embora os produto-res ativos tenham diminuído para metade, sendo hoje cerca de 2700.

Situação idêntica verifi ca-se no conti-nente. Se há cerca de 15 anos havia cer-ca de 80 mil produtores ativos, hoje esse número não chega aos 7000. Isto, apesar do aumento da produtividade por animal, que ultrapassará os 7300 quilos de leite por vaca em cada ano. De acordo com o mesmo estudo do INE, em 2013 cada re-sidente no território nacional consumiu, em média, 80 litros de leite e 45 quilos de produtos lácteos.

Quanto aos produtos lácteos transfor-mados, a manteiga registou um decrésci-mo de 9,5% relativamente a 2012, não tendo ultrapassado as 25,7 mil toneladas. A produção total de queijo, por sua vez, decresceu 3,3%, não tendo ultrapassado as 75,8 mil toneladas produzidas no ano nem análise. Esta evolução, explica o INE, “resultou da menor produção registada em todos os tipos de queijo, exceto o queijo de mistura, que com 5,5 mil toneladas, cres-ceu 7,1%”. Pelo contrário, o queijo de vaca (55,9 mil toneladas) diminuiu o nível de produção em 4,5% e os queijos estremes de ovelha e cabra registaram menos 2,4% e menos 3,0%, com 11,6 mil toneladas e 2,7 mil toneladas produzidas, respetivamente.

O volume de produtos lácteos frescos apresentou uma redução em relação a 2012, uma vez que a produção de leites acidifi cados (que inclui os iogurtes) foi su-perior em 9,5%, tendo atingido as 122,8 mil toneladas, mas o leite para consumo, com apenas 834,5 mil toneladas produzi-das, registou um decréscimo (-2,9%) face ao ano anterior.

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No ensino secundário, Portugal é o país do Mundo com mais professores por aluno – revela o relatório Talento Mundial 2014 do IMD. Para os autores do relatório, considerado como uma referência na avaliação dos países ao nível do talento, a despesa elevada no ensino é um fator positivo para Portugal, que ganha um lugar e surge na 33.ª posição entre os 60 países avali-ados.

“Portugal deve manter, com algum cui-dado, o investimento no ensino” – disse à “Vida Económica” José Caballero, coautor do relatório do IMD. Apesar de o investi-mento em educação ser um fator favorá-vel há que avaliar o retorno da despesa. O IMDocupa a primeira posição no ranking das melhores escolas de negócios do mundo fora dos Estados Unidos.

Entre os aspetos favoráveis ao talento em Portugal, José Caballero destaca o custo de vida, onde o país ocupa a 18.ª posição, e a qualidade de vida, onde está classificado em 31.º lugar.

Como aspetos desfavoráveis ao nosso país, o relatório do IMD aponta o baixo nível de motivação dos empregados (48.º lugar) e a formação profissional (57º lugar)

a apenas três posições do último país entre os 60 Estados avaliados.

Os melhores países em termos de for-mação profissional são a Suíça, Alemanha e Japão.

Formação profissional insuficiente

Este enorme défice na formação profissio-

nal pode parecer um paradoxo num país que tem beneficiado de elevados apoios europeus e nacionais para essa área. No último QCA a maior fatia de recursos financeiros foi aloca-da ao investimento no fator humano.

A explicação para a posição desfavorável do nosso pais na área da formação profissio-nal pode estar na concentração de recursos disponíveis nos jovens e desempregados, em detrimento dos trabalhados empregados.

É relativamente fácil a um jovem ou de-sempregado frequentar uma ou varias ações de formação subsidiadas, mas é mais difícil a um empregado do setor privado ou da Administração Publica encontrar um curso profissional adequado e sem custo.

Apesar do enorme investimento que vem sendo feito em formação profissional des-de 1986, e da obrigatoriedade de formação em todas as empresas, ainda é relativamente reduzido o número de empregados que fre-quentaram ações de formação profissional.

Outro aspeto muito negativo para Portu-gal é o crescimento da força de trabalho. O relatório revela que em 2013 Portugal teve uma contração de 1,92% da força de traba-lho, surgindo em penúltimo lugar mundial neste indicador.

Ensino de gestão com melhores resultados

Além de revelar Portugal como o país do mundo com mais professores por alu-no no ensino secundário, o relatório do IMD atribui a Portugal uma posição fa-vorável no investimento global em educa-ção face ao PIB. Segundo este critério, o nosso país está em 16.º lugar. Quanto ao desempenho global do sistema educativo, a classificação de Portugal não vai além do 32.º lugar, o que permite concluir que o retorno obtido não corresponde ao in-vestimento.

No rácio professor/alunos, Portugal tem

7,7 alunos por professor, estando acima da Grécia, com 8 alunos.

A proporção de professores existentes em Portugal é sensivelmente o dobro de países como a Alemanha (14 alunos) e Irlanda (14,4 alunos). Nos Estados Unidos há um professor por 15 alunos e no Canadá um por cada 15,3 alunos.

No ensino de gestão, Portugal consegue um desempenho muito mais positivo do que no sistema de ensino, surgindo em 18.º lugar.

Os bons resultados obtidos na área da gestão confirmam a apreciação positiva que as escolas portuguesas de gestão têm vindo a obter nos rankings internacionais.

RELATÓRIO DO IMD SOBRE O TALENTO REVELA

Portugal é o país do mundo com mais professores por aluno

Faturação em IVA pode ser apresentada em papelOs contribuintes isentos de IVA podem continuar a declarar a faturação em papel este ano, já que o Governo optou por alargar o regime transitório. Estão neste regime os pequenos re-talhistas que não passem mais de 10 faturas no mês a que se refere a declaração, não tenham contabilidade organizada ou vendas inferiores a 10 mil euros. Também ficam dispensadas da comunicação eletrónica várias categorias de profissionais liberais, que o podem fazer em papel, presencialmente ou por correio registado.

Deficientes com novo regime de crédito à habitaçãoEntrou em vigor o novo regime do crédito à habitação para pessoas com deficiência. Podem aceder ao mesmo “as pessoas singulares com mais de 18 anos e um grau de incapacidade igual ou superior a 60% e que pretendam contratar um empréstimo para habitação própria per-manente”, lembra o Banco de Portugal. O mesmo se aplica a quem tenha adquirido esse grau de incapacidade depois de já ter realizado a contratação para um crédito à habitação. O novo regime prevê a aplicação de uma taxa de juro bonificada.

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

Melhorar a formação profissional e a motivação dos trabalhadores

Para José Caballero, Portugal pode evoluir favoravelmente no relatório do IMD se apostar na formação profissional e melhorar os fatores de motivação dos trabalhadores.Para se afastar dos últimos lugares do ranking em formação profissional, Portugal deve rever as políticas públicas, tornando mais equilibrada a repartição dos apoios entre ações dirigidas a jovens e desempregados e ações dirigidas a trabalhadores em situação de emprego.O baixo nível de motivação dos trabalhadores pode ser melhorado através da avaliação do desempenho, que não existe na maioria das empresas, e da atribuição de retribuições variáveis tendo em conta a contribuição individual para os resultados das organizações.A posição desfavorável em termos de motivação dos trabalhadores também pode ser explicada pela rigidez das regras laborais, que não promovem a avaliação e o reconhecimento do mérito.Um aspeto negativo para a motivação dos trabalhadores tem sido a inversão de expetativas em termos de progressão salarial. O agravamento da crise representou para muitos a estagnação dos salários, acompanhada pelo agravamento dos impostos, o que provocou a diminuição das remunerações líquidas.

Com sede em Lausanne, Suíça, o IMD ocupa a primeira posição mundial no ranking das melhores escolas de negócios fora dos Estados Unidos.

Países que tratam melhor

o talento

1. Suíça

2. Dinamarca

3. Alemanha

4. Finlândia

5. Malásia

6. Irlanda

7. Holanda

8. Canadá

9. Suécia

10. Noruega

Entre os 10 países que obtêm a melhor classifi-cação ao nível do talento, apenas a Malásia e o Canadá não são europeus. Os países nórdicos ocupam posições relevantes no “top-ten” do relatório do IMD – Institut for Management Development.

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Idade de reforma sobe dois mesesFoi publicada a Portaria n.º 277/2014, de 26 de dezembro, que fixa nos sessenta e seis anos e dois meses a idade normal de acesso à pensão de velhice do regime geral da segurança so-cial em 2016. Em 2015, a idade normal de acesso à dita pen-são é de sessenta e seis anos. A portaria produz efeitos desde 1 de janeiro de 2015.

Paraísos fiscais detêm 8% da riqueza mundialCerca de 8% da riqueza mundial está em paraísos fiscais, sendo que os europeus possuem a fatia de leão. De tal forma que perto de 10% da riqueza europeia está nos referidos paraísos fiscais, especialmente na Suíça, no Luxemburgo ou em Singapura. Aparecem depois os asi-áticos e os norte-americanos surgem como aqueles que menos colocam fora do seu país. As conclusões agora apresentadas constam de um estudo elaborado pela “London School of Eco-nomics”.

O próximo ano vai ser um ano difícil. A sociedade portuguesa encontra-se bloqueada e impõe-se um sentido de urgência na emancipação cívica do país. Por isso é tempo de um novo contrato de confiança estratégico centrado numa nova ambição competitiva para o país. Trata-se dum Desafio de Concertação Estratégica, em que a aposta na participação e a valorização das competências, numa lógica colaborativa, têm que ser as chaves da diferença. Aqui vão os principais desafios para 2015:

1 - O DESAFIO DA INCLUSÃO SOCIAL – Um país moderno tem que saber integrar de forma positiva os seus cidadãos. A coesão social faz-se pela participação construtiva e tem que haver uma atitude clara de mobilização para esse esforço nacional de convergência de atuação. A educação na escola tem que forçar a pedagogia e a prática da integração dos desfavorecidos, imigrantes, todos aqueles com défices operativos de participação; têm que ser dinamizadas “ações de demonstração” do apoio à vontade do contributo de todos. Um Programa para a Inclusão Social tem que saber “integrar de facto”.

2 – O DESAFIO DA NOVA COMPETITIVIDADE – Está mais do que consolidada a mensagem da urgência da dimensão tecnológica na matriz de desenvolvimento nacional. Um Programa para a Competitividade tem que forçar dinâmicas efetivas de aposta na tecnologia, seja ao nível da conceção de ideias novas de serviços e produtos, seja ao nível da operacionalização de centros modernos rentáveis de produção, seja sobretudo ao nível da construção e participação ativa em redes internacionais de comercialização e transação de produtos e serviços.

3 – O DESAFIO DA EXCELÊNCIA TERRITORIAL – Portugal tem uma oportunidade

única de potenciar um novo paradigma de cidades médias, voltadas para a qualidade, a criatividade, a sustentabilidade ecológica. Verdadeiros centros de modernidade participativa, que façam esquecer a dinâmica asfixiante das “âncoras comerciais” que são os modernos shoppings que dominam o país. Um Programa Territorial para a Modernidade é vital para dar conteúdo estratégico à ocupação das cidades médias e à nova vontade de também saber apostar no interior.

4 – O DESAFIO DA DIMENSÃO CULTURAL – Portugal tem uma forte cultura alicerçada no potencial histórico da língua. É um ativo único. Um Programa Intelectual da Cultura Portuguesa tem que saber dinamizar de facto nos grandes circuitos internacionais a atência pela prática e consumo dos muitos “produtos culturais” nacionais disponíveis. A “cultura da língua portuguesa” tem que ajudar na criação de valor para o nosso país.

5 – O DESAFIO DA MAIORIDADE CÍVICA – Tudo passa por, no princípio e no fim, saber estar e participar. Impõe-se para Portugal uma cultura de participação cívica ativa positiva. É assim que se faz a riqueza da matriz europeia. É assim que se tem de consolidar a atuação dos grandes objetivos para este novo ciclo de “integração europeia”.

Estes cinco “eixos estratégicos” constituem referenciais centrais duma Matriz de Modernidade Participativa e Operativa para o país e claramente que o próximo ano deverá ser capaz de mobilizar os diferentes atores económicos e sociais para a sua convergência. O “Novo Paradigma” que se pretende para o país merece por isso pensamento estratégico, mas sobretudo capacidade de monitorização sobre os efeitos da “aposta da excelência” no reforço da coesão nacional. Uma agenda que se pretende voltada para o futuro!

É TEMPO DE UM NOVO CONTRATO DE CONFIANÇA COM A SOCIEDADE PORTUGUESA

Desafios para 2015O jornal “Público”, na edição de 21 de dezembro último, publicou uma extensa e excelente reportagem, da autoria do seu subdiretor, Manuel Carvalho, sobre o ressurgimento da Indústria Têxtil e Vestuário, vinte e cinco anos após o seu apogeu. A peça foi rematada por uma entrevista ao Prof. Daniel Bessa, que tem acompanhado com grande proximidade as mudanças no setor, desde há vários anos.É com grata satisfação que verificamos, finalmente, o reconhecimento da classe política e dos “media” ao trabalho duríssimo que a Indústria Têxtil e Vestuário realizou na última década para, reestruturando-se dramaticamente, poder sobreviver. O setor, que estava condenado ao declínio e ao desaparecimento, que envergonhava governos e a “intelligentsia” indígena, que procurava esconder a realidade como se fosse sinal de subdesenvolvimento, tudo fazendo para acelerar a sua decadência, disseminando, com a ajuda da comunicação social, cujo deslumbramento só rivalizava com a ignorância sobre o tema, o estigma negativo que, ainda hoje, o marca na generalidade da sociedade portuguesa, afinal é agora moderno, tecnológico, glamoroso e exemplar. No discurso dos políticos, nos comentários dos “opinion makers”, mais ou menos informados, nos “sound bites” que animam a mediocridade local, sem remédio.Foi um longo e sofrido caminho, como todos os que são marcados pela injustiça, pela incompreensão e pelo preconceito. Ninguém melhor do que eu o

conhece, entre muitos outros que acompanharam o percurso, o processo, o “caminho das pedras” e a redenção.A reportagem do “Público” não traz nada de novo, especialmente para aqueles que vivem profissionalmente a vida da fileira têxtil e vestuário, uma vez que relata a já conhecida história dos recentes choques competitivos, da China e das crises, global e local, e as histórias de algumas empresas, entre muitas outras que o poderiam ter feito igualmente na primeira pessoa, de resistência, reinvenção e inconformismo, mas, na autoridade em que está investido, enquanto jornalismo de qualidade, chega a muitos que ainda a desconheciam, que ainda duvidavam e que preferiam o estereótipo à verdade.Contudo, o mais importante, a meu ver, é a entrevista do Prof. Daniel Bessa, que, com toda a razão e sabedoria que habitualmente o assiste, refere que o facto de a ITV portuguesa se ter reestruturado, atualizado e modernizado, tornando-se mais competitiva, não é, por si só, motivo de celebração, pois é apenas o resultado do dever cumprido, o dever cumprido de quem quer sobreviver e ter um lugar no futuro. De quem escolheu viver.É exatamente isso: o dever da sobrevivência fez-nos chegar até aqui e será igualmente a mesma obrigação que nos conduzirá aos objetivos que traçámos até ao final da década: sermos melhores, em vez de sermos mais, querer ser mais para não nos arriscarmos a não ser nada.

Escolher viver

ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 9

PAULO VAZDiretor-geral da ATP

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

A agência colombiana de pro-moção do turismo, exportações e investimento muda agora de nome, de Proexport Colombia para PROCOLOMBIA. Uma de-signação que se explica a si mesma, tem mais força e traduz uma maior influência. O “rebranding” resulta da evolução natural do mercado e do crescimento da entidade públi-ca que, com o novo nome, assume também mais funções.

Além da promoção turística, de contribuir para a criação de mais empresas exportadoras e de refor-çar a procura de investimento es-trangeiro para novos projetos que resultem em mais oferta, emprego e crescimento, a PROCOLOM-BIA passa também a trabalhar o posicionamento da marca do país, de forma a consolidar o destino Colômbia, ao mesmo tempo que vai coordenar ações de promoção com organismos públicos e priva-dos que ajudem a posicionar o país

como um fornecedor de produtos e serviços de qualidade.

A PROCOLOMBIA terá ain-da um papel importante na in-ternacionalização das pequenas e médias empresas colombianas, oferecendo-lhes serviços de comér-cio exterior com especialistas que trabalharão diretamente com essas mesmas empresas.

A melhor agência de investimentos

Eleita a primeira empresa públi-ca onde os colombianos querem trabalhar e a terceira de todo o te-cido empresarial do país, a entida-de colombiana foi também reco-nhecida internacionalmente como a melhor agência de investimentos dos países emergentes do mundo.

Para María Claudia Lacouture, presidente de PROCOLOMBIA, “a Proexport nasceu com o obje-tivo de promover as exportações e

acompanhar a política nacional de abertura económica numa conjun-tura internacional de integração e liberalização. Uma missão que ra-pidamente se estendeu à captação de investimento estrangeiro, assim como à promoção do destino tu-rístico e imagem do país. Além dis-so, na última década, a Colômbia ganhou reconhecimento mundial como um dos países emergentes com maior potencial, tendo os organismos internacionais gerado confiança no mundo dos negó-cios, facilitado a promoção do país e ajudado a passar as nossas men-sagens. As estimativas da Doing Business 2015 apontam mesmo a Colômbia como o país da Améri-ca Latina com melhor clima para o investimento, não só pela facili-dade em fazer negócios como fa-zer registo de propriedade, aceder ao crédito, pagar impostos e fazer transações de comercio internacio-nal”.

Proexport Colombia passa a PROCOLOMB

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RUY DE LACERDA & Cª., S.ADAVID ZAMITHWWW.RDL.PT

Preços das telecomunicações aumentaramOs preços das telecomunicações, em Portugal, registaram um agravamento de 0,11%, em no-vembro, relativamente a igual mês do ano anterior, sendo que a subida média foi de 0,64%, nos últimos 12 meses, adianta a entidade reguladora ANACOM. O nosso país foi sexto o da União Europeia com os aumentos de preços mais elevados. Aliás, desde março de 2011, que os preços das telecomunicações sobem mais a nível nacional do que a média da União Europeia.

EUA recuperam papel de motor do crescimento globalA economia dos Estados Unidos reafirmou o seu papel tradicional de motor do crescimento global, depois de ter registado, no ano passado, a expansão mais rápida de uma década. Com um avanço de 5%, face ao exercício anterior, significa que a recuperação já estava a ter lugar ainda antes da forte quebra nos preços do petróleo. Ao mesmo tempo, essa melhoria já se re-fletiu na criação de postos de trabalho e num aumento do consumo interno.

ATUALIDADE/Opinião

Em recente Seminário da Indústria dos Plásticos, a APIP – Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos realizou o seu XXX evento, trazendo palestrantes e temas de enorme qualidade e atualidade, que agradaram aos muitos industriais e comerciantes presentes, como seja o vital tema da Energia, em análise, seus custos e soluções, nomeadamente quando uma das estratégias para o Crescimento e Emprego é a aposta na Reindustrialização (Indústria + Serviços).

Emboara o tema da reindustrialização tenha sido tão propalado durante a mais recente campanha eleitoral das Europeias, parece ter-se esvaído um pouco da agenda política, que não da Indústria Química, que, pela voz do Presidente do importante Grupo Ineos, em carta aberta ao então Presidente Barroso, alerta para o perigo de serem postos em causa 6 milhões de empregos (diretos e indiretos), numa industrial crucial, “verdadeira jóia da coroa europeia”!

Ou, a Indústria Química a ver o seu caminho clonado no que aconteceu à Indústria Têxtil, e que tantas agruras trouxe a Portugal!

O ponto fulcral são os custos da energia na Europa!

Claro está que o crescimento do gás do xisto nos Estados Unidos, como fonte energética “low cost” veio seguramente baralhar as ideias aos europeus pró-energias Renováveis (venham elas desde que sustentáveis) e, principalmente, aos ambientalistas e verdes, para quem o caminho parece ser o de “diabolizar o gás do xisto”, em vez de termos uma discussão aberta, tecnológica, ambiental e de custos sobre essa alternativa, já que, em termos internacionais, a Europa tem que ser competitiva!

Europeus: vamos diabolizar o gás do xisto?

Ou, quando o Grupo Ineos aponta o perigo de se seguir o colapso da Indústria Têxtil

europeia, se estava a referir aos interesses de “lobbies” europeus, no passado sobre o comércio importador dos têxteis e hoje sobre o comércio da energia? Responda quem sabe!

Do Reino Unido vêm vozes afirmando que não se trata de se a solar, eólica, xisto ou mesmo o nuclear serem mais ou menos energias verdes, sendo que todas são as fontes mais verdes de energia – todas mais a favor do ambiente do que a do carvão –, recomendando investir-se num mix de todas essas fontes de energia, reduzindo a dependência de combustíveis mais sujos!

Ou das renováveis britânicas, a afirmação de que a única maneira de comparar tecnologias é através da análise do custo no ciclo de vida completa! O gás cria CO2 e a sua extração liberta metano no decurso da sua vida, contra o solar ou eólicas!

A Petroquímica Repsol, uma das 10 maiores empresas em Portugal, aponta tendências e impacto do desenvolvimento do gás do xisto na Indústria, com o seu apogeu através da técnica chamada de “hydrauic fraccking” – “perfuração horizontal” para uma exploração económica e chamando-lhe de “O Novo Eldorado Americano”, prevendo mesmo o declínio das reservas convencionais, com vantagens difíceis de reproduzir no resto do mundo!

A oferta de gás liquefeito em crescimento significativo e com portos de mar europeus a investir para o poderem recepcionar - uma oportunidade para o nosso Porto de Sines, que bem pode participar nesse “Eldorado do Gás do Xisto”?

E Bruxelas o que tem a dizer sobre este tema da maior importância para a nossa Indústria europeia?

As vozes são muitas! E que futuro podemos augurar para a Indústria portuguesa e europeia, nomeadamente as de forte utilização energética, como a cerâmica, metalurgia, têxtil, etc.?

É tempo de Bruxelas arregaçar as mangas, discutir o tema e apontar soluções,

numa aposta real pelo reforço da competitividade! Ou vamos assistir à catástrofe anunciada pelo Presidente da INEOS, grupo que já oferece compensação financeira às autarquias e aos donos de terrenos no Reino Unido que permitam testes de perfuração pelo gás do xisto? Ou vamos assistir à crescente ancoragem à expectável importação de gás liquefeito Americano?

Será a razão do actual “silêncio amortecido” no plano de reindustrialização europeia, um indício de um projeto a cair em “saco roto”, em tema muito delicado, mas estratégico para o desenvolvimento da Indústria e Serviços e vital para o crescimento e o emprego?

E não será o Gás do Xisto uma oportunidade para Portugal e para a Indústria portuguesa, libertando-nos dos “loobies” europeus e permitindo olharmos para dentro, como tão bem fizemos na anunciada morte da Indústria Têxtil, hoje renascida, bem renascida, e em crescimento de mais-valias tecnológicas, como o provam o do valor das exportações ao nível do antes da crise?

A nova técnica de ‘fracking’ hidráulico permite aos Estados Unidos desenvolver uma forte posição competitiva a nível mundial em energia e matérias-primas petroquímicas! O sucesso do gás do xisto (shale gas) Norte-americano é difícil replicar no resto do mundo a curto prazo!

Porquê?

ÉTICA E NEGÓCIOS

Reindustrializar (Indústria + Serviços) é o caminho?

Custos da energia vs. gás do xisto!

10 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

ANA SOFIA [email protected]

PAULA FREITAS [email protected]

A Lei n.º 23/2013, de 5 de março aprovou o novo regime jurídico do processo de inventário (doravante referido como NRJI), tendo entrado em vigor no dia 2 de setembro de 2013.

Este regime foi anunciado como uma necessidade de “desjudicialização” do processo de inventário, introduzindo alterações profundas ao mesmo, das quais se salienta a transferência da competência de gestão e tramitação do processo aos cartórios notariais, com sede no município do lugar da abertura da sucessão (cfr. artigo 3.º da Lei n.º 23/2013, de 5 de março (1).

Assim, o processo de inventário apenas será remetido ao tribunal competente – que será o da comarca onde se insere o cartório notarial – nos casos de homologação da decisão de partilha e sempre que, na pendência do processo, se suscitem questões que, atenta a sua natureza ou complexidade, tal justifique, sendo devido o pagamento de custas (cfr. artigos 3.º, n.º 7; 16.º, n.º 1; 66.º e 83.º).

O Ministério Público passa a assegurar, apenas, a defesa dos interesses da Fazenda Pública, deixando de ter legitimidade para requerer e intervir no processo, quando a herança seja concedida a incapazes ou ausentes em parte incerta, sendo atribuída tal responsabilidade aos pais, tutor ou curador (cfr. artigos 4.º e 5.º).

No que respeita à tramitação processual, o modelo de requerimento de inventário será o que consta do Anexo III da Portaria n.º 278/2013, de 26 de agosto, podendo ser apresentado pelo interessado ou seu mandatário, em formato de papel diretamente no cartório, ou por via eletrónica, mediante preenchimento do formulário no site www.inventarios.pt. (cfr. artigo 4.º a 8.º da referida Portaria) ao qual o requerente terá de juntar certidão de óbito (para comprovar o falecimento do inventariado) e indicar quem exercerá a função de cabeça de casal (cfr. artigo 21º).

Após receção do requerimento segue-se a citação dos interessados que, uma vez citados, têm o prazo de 20 dias para entre outras:

Apresentar oposição ao inventário;

Impugnar a legitimidade dos interessados citados e a competência do cabeça de casal e alegar a existência de outros (cfr. artigo 30.º).

Uma vez apresentada oposição ou impugnação, os demais interessados serão notificados para, em 15 dias, responderem.

Após a realização das diligências probatórias requeridas pelos interessados ou determinadas oficiosamente, a decisão é proferida pelo notário (cfr. artigo 31.º).

Apresentada a relação de bens, os interessados são notificados para reclamar daquela, no prazo de 20 dias (cfr. artigo 32.º).

Se for apresentada alguma reclamação, o cabeça de casal é notificado para, em 10 dias, responder, sendo esta resposta enviada aos demais interessados para se pronunciarem no prazo de 15 dias.

É de realçar o facto de aqui poder surgir uma das situações de envio do processo ao tribunal, uma vez que o notário pode abster-se de decidir, se a complexidade da matéria assim o exigir.

Outra novidade introduzida traduz-se na possibilidade de se impugnar o valor dos bens, desde que o reclamante indique logo o valor que entenda adequado.

Resolvidas as questões suscitadas e suscetíveis de influenciar na partilha e uma vez determinados os bens a partilhar, o notário designa dia para a realização da conferência preparatória (cfr. artigo 47.º), tema a desenvolver na próxima edição deste jornal.

Nota:1 - Qualquer referência

futura a disposições legais sem indicação do respetivo diploma deve entender-se como sendo feita à Lei n.º 23/2013, de 5 de março.

Breves notas ao novo regime jurídico do processo

de inventário

ADVOGADAS DA GALI MACEDO & ASSOCIADOS

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Petróleo mais barato penaliza “energias verdes”Muitas iniciativas na área da energia lim-

pa aconteceram num contexto de encareci-mento do petróleo. Mas agora o crude está numa fase de quebra acentuada do seu pre-ço. O que colocou em cheque o valor de inúmeros ativos de empresas renováveis.

As descidas nos valores bolsistas refle-tem-se nos investimentos em energias verdes. Estes cifraram-se em mais de 250 mil milhões de dólares, no ano passado. O crescimento tem sido uma constante, so-bretudo devido aos benefícios e aos subsí-

dios atribuídos às renováveis, a par de um preço elevado no que toca ao petróleo (nos últimos anos sempre acima dos 100 dóla-res por barril). Ainda não é certo de qual será o impacto deste novo panorama no que se refere aos investimentos em ener-gias renováveis, mas os analistas acreditam que muita coisa pode mudar nesta área de atividade.

Aliás, isso mesmo já se está a fazer sentir nalgumas das maiores empresas mundiais do setor, com quebras bolsistas bastante preocupantes nos últimos tempos. Resta saber se a “moda” das energias verdes já passou ou se, de facto, existe o interesse ambiental em evitar o mais possível a uti-lização dos combustíveis fósseis. Portugal foi um dos países que investiram – e ainda investe – nas energias renováveis, pelo que também acabará por se afetado pelas novas tendências.

Acresce a toda esta situação uma estraté-

gia agressiva por parte de alguns países noque toca ao mercado da energia. Os Esta-dos Unidos afirmam-se novamente como um poderio nesta área, através do investi-mento no petróleo de xisto. As implicaçõessão muito mais amplas do que se poderá imaginar. Desde logo, este país passa a tera capacidade de controlar o mercado do petróleo. Depois, tem a necessidade derentabilizar os seus ativos.

A China tem novas regras para reduzir as limitações de acesso dos bancos estran-geiros ao mercado nacional. Uma das prin-cipais novidades – que também já está em vigor – é a eliminação do requisito que exi-gia aos bancos transferir uma determinada quantidade de fundos da sua empresa-mãe para a filial chinesa, só assim se podendo estabelecer no país asiático.

Uma entidade estrangeira tinha de desti-nar pelo menos 16,4 milhões de dólares, o que já não é necessário. Ao mesmo tempo, os reguladores chineses decidiram facilitar os processos para injetar capitais a partir das empresas mãe. Deixou de ser precisa qualquer aprovação, facto que anterior-mente acabava por complicar bastante as

eventuais transações. Com estas medidas, a China procura reduzir as barreiras que os bancos estrangeiros tinham quando pretendiam abrir filiais naquele mercado e realizarem os seus negócios.

China reduz limitações aos bancos estrangeiros

A Comissão Europeia solicitou junto de todos os Estados-Membros que dis-ponibilizem informação sobre a forma de proceder no que toca à concessão de acor-dos fiscais (“tax rulings”) a multinacionais. Trata-se de saber quais os governos que utilizam este procedimento. Bruxelas quer a lista das empresas a que se aplicaram os pactos fiscais, entre 2010 e 2013.

De uma maneira geral, todos os países utilizam esta figura. Aliás, é uma prática legal. Desde que realizada de forma corre-ta. No entanto, há muitas desconfianças de que algumas multinacionais terão utiliza-do o regime para pagarem menos impos-tos do que deveriam. E a medida surge na sequência da iniciativa da Comissão para criar uma norma que obrigue os Estados--Membros a partilharem, automaticamen-

te, informação sobre os acordos fiscais que subscrevem. Neste momento, Bruxelas tem em curso algumas investigações, pensando--se que poderão ter sido subtraídos milhões de euros aos cofres públicos. Seja como for, esta é uma matéria que fará ainda correr muita tinta, já que coloca em evidência o planeamento fiscal agressivo de algumas das maiores empresas a nível global.

Bruxelas quer lista das empresas que realizaram “pactos fiscais”

ATUALIDADE/Internacional

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 11

Alemanha quer investimento privado no plano JunckerO Governo alemão defende a necessidade de ser mobilizado investimento privado para queo plano do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, funcione e, sobretudo, que se consiga consolidar a recuperação verificada em países da Zona Euro como Portugal ouEspanha. Assume a urgência de promover o crescimento através do investimento, mas rejeita a possibilidade de um plano pago pelos contribuintes, e chama também a atenção para o facto de ser importante selecionar âmbitos com futuro e com uma evidente viabilidade económica.

BCE publica atas a partir de fevereiroO Banco Central Europeu vai tornar públicas as deliberações das reuniões de política monetária a partir do próximo mês de fevereiro. Os votos dos membros não serão revelados. Os autores dos comentários também não serão identificados, de acordo com o novo formato. Quanto à tomada de decisões, o BCE vai-se limitar a informar se as resoluções foram aprovadas por unanimidade ou por maioria. Os documentos serão publicados quatro semanas depois de realizadas as reuni-ões e será dada uma visão geral da evolução económica e monetária dos mercados.

Os Estados Unidos estão a implementar uma estratégia de domínio no mercado do crude, com todas as consequências que daí advêm

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FERNANDA SILVA [email protected]

A ideia surgiu há cerca de quatro anos, numa conversa entre três amigos de lon-ga data: criar um espaço de trabalho em formato de coworking na zona de Cascais. Assim nascia a ideia do CoworkCascais. “Todos nós trabalhávamos sozinhos, num pequeno escritório ou em casa e, conhe-cendo a realidade do CoworkLisboa, che-gamos à conclusão que fazia todo o sen-tido, não só para nós mas também para o concelho de Cascais, a abertura de um espaço semelhante”, começa por recordar Gonçalo Monteiro.

“Tínhamos os três a necessidade de me-lhorar as nossas condições de trabalho, de alargar horizontes e sobretudo de ter con-tacto com pessoas. E com a abertura do CoworkCascais conseguimos criar uma solução para separar as nossas vidas pro-fissionais e pessoais, sair do isolamento de casa e conhecer outras pessoas”, o que potencia um “aumento da produtividade, da criatividade, da confiança e da autoesti-ma”. Tudo isto “mantendo um controlo de custos razoável”.

Instalado numa localização privilegiada, “a cinco minutos da A5, mas situado no meio da natureza, com uma vista fantásti-ca para a Serra de Sintra e muito perto da

praia do Guincho”, o espaço do Cowork-Cascais conta com profissionais de diver-sas áreas, desde do design e arquitetura à advocacia, passando pela programação e pela organização de eventos. Quanto à fai-xa etária dos empreendedores, freelancers e estudantes que frequentam o espaço, a média “estará entre os 30-40 anos”, sendo que existem pessoas de todas as idades, dos “22 aos 60”.

“São na sua maioria pessoas que já ti-veram alguma experiência profissional e optaram por montar o seu próprio negó-cio, trabalhadores móveis ou nómadas, ou pessoas que optaram por uma carreira de freelancer e já têm algum background de clientes que lhes permite sustentar o valor residual da mensalidade e optar por uma solução mais profissional”, explica o co-fundador.

Custo mensal de 108 euros

No que diz respeito aos custos, a maioria tem optado por uma mesa fixa, com um custo mensal de 108 euros, valor a acresce o IVA.

Ainda assim, o responsável lembra que o espaço disponibiliza igualmente “modalida-des mais em conta”, como por exemplo uma mesa flexível, por 80 euros por mês ou um passe diário que custa somente 10 euros.

Quanto às condições disponibilizadas, além do posto de trabalho (mesa e cadei-ra), o serviço inclui ainda ligação internet (cabo e wireless), zona lounge (com vista para a serra de Sintra), sala de reuniões,

acesso 24 h e equipamentos de apoios, como frigorífico, microondas, água e má-quina de café. Para além disto, “temos ain-da uma sala com lareira, que para além de 6 postos de trabalho tem uma zona pen-sada para os momentos de pausa”, anota Gonçalo Monteiro.

Colaboração e partilha em local de trabalho multicultural

Questionado acerca das principais mais-valias associadas a esta forma alter-nativa de trabalhar, o responsável aponta que, para além das já referidas condições de trabalho, “que melhoram significati-vamente”, o trabalho em regime de co-working tem ainda a vantagem de “po-tenciar oportunidades de negócio”. Na verdade, no CoworkCascais “a maior par-te dos residentes já trabalharam uns com os outros e é unânime que todos tiveram um aumento de trabalho desde que se mudaram para cá”.

Adicionalmente, salienta Gonçalo Mon-teiro, o cowork “tem também associada uma componente muito forte de comuni-dade, de colaboração, partilha e entreaju-da, valores essenciais para superar períodos críticos como estes que vivemos”, e a “pos-sibilidade de ter um local de trabalho mul-ticultural onde se conhece pessoas de todo o mundo, com diferentes vidas e origens”.

“Temos coworkers a trabalhar com ou-tros colegas na Dinamarca, Suécia, Espa-nha e Áustria, usando um computador ligado à Internet e um telefone VOIP ou o Skype. Na realidade não se nota grande di-ferença em relação a estar a trabalhar num piso diferente do mesmo edifício”, remata.

GONÇALO MONTEIRO, COFUNDADOR DO COWORKCASCAIS, ASSEGURA

“Coworking potencia oportunidades de negócio”

“Ambiente único e criativo” do CoworkCascais seduz quem os procura

Trabalhar num ambiente único que reúne pessoas criativas, em vez de ficar sozinha em casa, e poder contar com o vizinho do lado para criar parcerias de negócio são as principais mais-valias que Júlia Unterberger encontrou no CoworkCascais.Juntamente com o seu companheiro, Florian, que trabalha remotamente para uma empresa de desenvolvimento austríaca, a designer freelancer, especializada em designer gráfico e de interfaces, destaca ainda como fundamental para a escolha a localização deste espaço. “O CoworkCascais está localizado perto de casa e apenas a 2 km da praia do Guincho, uma das mais belas e melhores praias para a prática de surf em Portugal, o que me permite surfar antes ou depois do trabalho. Outra razão é porque tem um tamanho perfeito, não é demasiado grande, o que o torna mais pessoal”. Júlia lembra ainda que “nem tudo num cowork é trabalho, existe muito mais. É também partilhar almoços e churrascos, surfar ou,

à noite, tomar um copo com os amigos”. Da mesma forma, “se em algum momento precisar de algum tipo de apoio, seja com o computador ou com a máquina de lavar lá de casa, é possível encontrar uma comunidade sempre pronta a ajudar”. Por isso, avisa: “a probabilidade de não só encontrar coworkers mas também fazer bons amigos num espaço como este é bastante alta”.Já para o coworker Nelson Rodrigues, design gráfico/web, a “proximidade entre a área de residência e o espaço de trabalho, assim como o preço acessível”, foram os principais motivos que o levaram a escolher o CoworkCascais. Para quem pensa procurar um cowork, Sara Sonesson, outra das coworkers do espaço, deixa um conselho, “experimentem um cowork, não têm nada a perder”. E Nelson Rodrigues acrescenta, trabalhar num coworking “é saudável, melhora a produtividade e, para quem trabalha em casa, sentirá uma diferença abissal”, frisa.

Fundadores do CowokCascais: Jorge Falcão, Gonçalo Monteiro e Francisco Monjardino.

12 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

Exportações para a Colômbia mantêm tendência de crescimentoAs exportações portuguesas para a Colômbia cresceram mais de 63%, nos três primeiros tri-mestres do ano passado, tendo totalizado perto de 56 milhões de euros. Um valor tido como ilustrativo da importância crescente que a Colômbia representa para a economia nacional. “A dimensão, a estabilidade política e económica e os tratados de livre comércio fazem da Colômbia um país cada vez mais aliciante para as empresas exportadoras portuguesa”, refere a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Colombiana (CCILC).

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

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FERNANDA SILVA [email protected]

A existência de um incentivo fiscal no IRS proporcionaria o desenvolvimento do setor da veterinária em Portugal, com reflexos positivos no empregos animais de estimação e, consequentemente, na quali-dade de vida das pessoas. Esta é a opinião de Luís Montenegro, diretor clínico do Hospital Veterinário Montenegro.

Mais despesa com animais, alimentação e cuidados de saúde resultaria também em mais receita de IVA para o Estado. Ganha-riam também os serviços municipais e a saúde pública.

Apesar da recente evolução positiva da situação económica nacional, são cada vez mais notórias as dificuldades que os donos sentem face à despesa dos seus animais de companhia. Da mesma forma, muitas

outras famílias desistem de adotar um ani-mal, preocupadas com despesas que, mais tarde ou mais cedo, acabam por surgir. Re-corde-se que as despesas com os encargos médicos dos animais de companhia, como a vacinação obrigatória e alguns tratamen-tos, não podem ser incluídas no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS).

Por isso mesmo, Luís Montenegro, dire-tor clínico do Hospital Veterinário Monte-negro, gostaria que existisse um incentivo no preenchimento do IRS, isso “levaria a que o setor se desenvolvesse, que houves-se mais preocupação com os animais com mais benefícios na taxa de IVA”. Para este responsável, esta situação possibilitaria ain-da “diminuir a despesa do Estado com os seus serviços nos canis municipais, devido

ao abandono de tantos animais errantes”. “Se as despesas com os animais tivessem

uma redução fiscal em sede de IRS, acaba-ria por ser um estímulo para as pessoas e potenciaria o crescimento do setor que por sua vez acabaria por pagar mais impostos”, afirma, salientando que os serviços veteri-nários são taxados a uma taxa de 23%.

Recurso a veterinário em situações extremas

Contudo, mesmo que este incenti-vo venha a existir, Luís Montenegro não acredita que o flagelo no abandono dos animais diminua radicalmente, mas tal “poderia ajudar”. A verdade é que, apesar da “marcada evolução sociocultural” dos portugueses nas últimas duas décadas no que diz respeito ao modo de tratar os seus animais de companhia, o abandono ainda é uma realidade que subsiste, agora “sem dúvida nenhuma” muito por culpa da falta de capacidade financeira. Em paralelo, ou-tra das principais razões de abandono dos animais tem sido a “elevada taxa de emi-gração, essencialmente de famílias jovens”, denuncia.

Por tudo isto, o responsável clínico ad-mite que “os serviços veterinários não passaram imunes à crise”. “Temos neste momento uma clientela que acaba por recorrer ao veterinário em situações ex-tremas, acabando por não trazer benefício

para a saúde do animal, nem para a econo-mia familiar. Devido a esta crise, as pesso-as acabam por não privilegiar a medicina preventiva, onde os problemas podem ser tratados mais precocemente e terem custos menores e com melhores resultados”.

ThyssenKrupp desenvolve primeiro elevador sem cabos O Multi é a mais recente oferta da ThyssenKrupp e vai revolucionar o setor dos ascensores. É que se trata do primeiro elevador do mundo sem cabos, que opera de forma semelhante aos sistemas de metro. O fabricante garante uma redução da pegada energética em cerca de 50%, ao mesmo tempo que aumenta consideravelmente a capacidade de transporte. O projeto está ainda em testes, devendo estes ficar concluídos no próximo ano. Por essa altura, um protótipo do Multi estará em funcionamento, contando com uma série de materiais novos, que fazem com que a cabine seja muito mais leve.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 13

Palminvest recupera imóvel e inaugura unidade hoteleiraA Palminvest, empresa de promoção e gestão hoteleira, inaugurou a sua mais recente unidade, situada num edifício do início do século XX, implantado na zona especial de proteção conjunta dos imóveis da Avenida da Liberdade. O Hotel Holiday In Express Lisboa tem projeto de re-cuperação da autoria do gabinete de arquitetura Miguel Saraiva e Associados. A promotora dá especial atenção à recuperação de edifícios, quer por questões de atratividade, quer por razõesde ambientais. É ainda um nicho de mercado muito interessante e com forte potencial de cres-cimento.

LUÍS MONTENEGRO, DIRETOR CLÍNICO DO HOSPITAL VETERINÁRIO MONTENEGRO, DEFENDE

Despesas com animais de estimação deveriam conceder benefícios fiscais

Associações zoófilas têm animais prontos para adoção

Perspetivando um futuro economicamente mais favorável, Luís Montenegro afirma que gostaria que os tratamentos com os animais e sua alimentação pudessem usufruir de uma taxa de IVA inferior. “O animal não pode ser descurado, porque é um elemento fundamental para uma vida saudável, equilibrada e feliz”, remata o responsável. Nesse sentido, são já várias as petições online e discussões que se têm realizado, nos últimos anos, sobre a introdução deste tipo de benefícios fiscais, contudo estes encargos ainda não são passiveis de ser submetidos no IRS.A terminar, recorde-se apenas que, segundo a Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais, mais de 10 mil animais são abandonados todos os anos em Portugal e que as mais de 40 associações zoófilas que existem no país estão sobrelotadas de animais prontos para adoção.

Com a criação de incentivos fiscais nas despesas com animais, todos ganhariam, defende Luís Montenegro.

Apesar da recente evolução positiva da situação económica nacional, são cada vez mais notórias as dificuldades que os donos sentem face à despesa dos seus animais de companhia

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RE/MAX lançou uma campanha de sal-dos que teve início no dia 28 de dezembro e termina a 28 de fevereiro de 2015. Esta nova campanha abrange mais de três mil imóveis, com descontos até 60% e com preços entre 19 990 euros e 4,8 milhões euros.

A campanha de saldos abrange toda a rede RE/MAX e engloba diferentes tipos de imóveis disponíveis: apartamentos, moradias, terrenos, garagens, armazéns, duplex, estúdios, hotéis e imóveis do tipo industrial ou comercial, com uma média de desconto de 11%.

O imóvel com o preço mais reduzido desta campanha é um apartamento T3 em Almada que está a ser comercializado por 19 990 euros. Em Aveiro encontra-se o imóvel mais caro, trata-se de um terreno com 24 mil m2, à venda por 4,8 milhões euros. O imóvel com o maior desconto desta campanha é uma moradia T1 em El-vas, que está disponível por 25 mil euros,

apresentando uma redução na ordem dos 60%.

Esta é a nona edição da Campanha de Saldos de Imóveis, iniciativa em que a RE/MAX Portugal foi pioneira a nível mun-dial. Os preços de saldo aplicam-se a todos os contratos promessa de compra e venda realizados até ao último dia da campanha. Os imóveis em saldo podem ser consulta-dos nas agências RE/MAX em todo o país ou em www.remax.pt. “As campanhas de saldos da RE/MAX têm sido um sucesso para ambas as partes, para além de trazer um bom retorno à empresa é também uma boa oportunidade para quem quer com-prar ou arrendar imóveis. Apresentamos preços atrativos e esperamos que esta edi-ção supere mais uma vez as nossas expeta-tivas”, afirma Beatriz Rubio, CEO da RE/MAX Portugal.

Todos os preços dos imóveis em saldo foram previamente acordados com os res-petivos proprietários.

«Sou inquilino no arrendamento antigo (1981) da casa onde vivo e, como tal, quando este ano o senhorio enviou carta para aumento de renda, que era considerável, opus-me comprovando os rendimentos que aufiro, o que deu origem a uma fixação muito inferior da renda que o senhorio tinha pedido inicialmente.

Na altura, o advogado que redigiu a carta que enviei ao senhorio avisou que, para que a renda continue a ser inferior á que resultaria do valor fiscal da casa, todos os anos teria que enviar prova dos meus rendimentos, mas, segundo o referido há alguns meses nesta coluna, esta matéria legislativa estava em vias de ser alterada. Será que a esperada alteração já foi feita? No próximo ano terei ou não que enviar nova prova de rendimento ao senhorio?»

Efetivamente, se o arrendatário, na sua resposta, invocar um RABC (Rendimento Anual Bruto Corrigido) do agregado familiar inferior a cinco RMNA (Retribuições Mínimas Anuais Nacionais), é aplicável um dos dois regimes de salvaguarda às atualizações das rendas dos contratos mais antigos, livremente propostas pelos senhorios, desde que o inquilino responda, no prazo de 30 dias, comprovando desde logo, se possível, o montante do RABC em questão.

Atendendo àz recomendação que, em devido tempo, foi feita ao leitor, para a necessidade de prova anual de que o RABC do seu agregado familiar é inferior a 5

RMNA, depreende-se que a oposição à renda proposta ou mesmo à transição do contrato de arrendamento do leitor para o NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano) se baseou apenas no rendimento e não na idade, deficiência ou incapacidade física.

Assim sendo, efetivamente, de acordo com a lei que estava e ainda está em vigor, o arrendatário deveria fazer prova anual do rendimento do seu agregado familiar, sob pena de não poder continuar a prevalecer-se do regime de salvaguarda invocado. Deveria fazê-lo, perante o senhorio e pela mesma forma usada anteriormente, no mês correspondente àquele em que, pela primeira vez, invocou o referido regime de salvaguarda.

Acontece que, tal como se esperava, o regime jurídico do arrendamento urbano, tal como se esperava, acabou de ser objeto de relevantes alterações legislativas e, muito embora as mesmas só entrem em vigor 120 dias após a sua publicação, que ocorreu em 18.12.2014, em 2015 já vigorará a alteração à obrigatoriedade de prova anual do RABC inferior a 5 RMNA segundo a qual, nos anos seguintes ao da invocação, o inquilino faz prova dessa circunstância, pela mesma forma e até ao dia 30 de Setembro, mas apenas quando tal prova lhe seja exigida pelo senhorio até ao dia 1 de Setembro do respectivo ano.

Pelo exposto, em 2015, o leitor só terá que comprovar que o RABC do seu agregado familiar é inferior a 5 RMNA, se o senhorio lhe solicitar tal prova até ao dia 1 de Setembro do mesmo ano.

ARRRENDAMENTO URBANO

Prova de RABC do agregado familiar inferior a 5 RMNA

NOTAS SOBRE

CONTRATOS PÚBLICOS MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

Saldos da RE/MAX baixam preços dos imóveis

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Défice melhora em quase 2,8 mil milhões de eurosO défice das administrações públicas registou uma melhoria de quase 2,8 mil milhões de eu-ros, cifrando-se, nos 11 primeiros meses do ano passado, em menos 6420 milhões de euros, de acordo com a Direção-Geral do Orçamento. Um resultado que se ficou a dever a uma descida da despesa, em cerca de mil milhões de euros, e ao aumento da receita, em mais de 1,7 mil milhões de euros.

Larus e Vista Alegre criam coluna de iluminação públicaA Larus e a Vista Alegre desenvolveram em comum a coluna de iluminação pública sob a designação Ria. Trata-se de um conceito inovador ao nível da iluminação, em que “o material cerâmico é desafiado a novas prestações técnicas e estéticas, criando um equipamento que responde às necessidades das cidades”, referem as empresas em comunicado. A coluna utiliza a porcelana como principal elemento diferenciador.

14 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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A NERSANT - Associação Em-presarial da Região de Santarém acaba de fazer o balanço do NER-SANT Business 2014, encontro internacional de negócios realizado na região entre os dias 24 e 26 de novembro de 2014, onde tiveram lugar mais de 1100 reuniões de ne-gócio entre empresas portuguesas e estrangeiras. O valor das exporta-ções ascende já a mais de 2,5 mi-lhões de euros.

Após a realização do NERSANT Business, a NERSANT efetuou um inquérito de satisfação a todos os participantes e concluiu que me-tade das empresas estrangeiras que participaram nas reuniões (49%) concretizaram negócio no decorrer dos contactos, sendo que, dos 51% que não fi zeram negócios in loco,

94% têm perspetivas de o vir a fazer a curto prazo.

A organização administrativa do evento foi classifi cada positiva por 91% dos participantes e a quase totalidade dos empresários referiu ainda pretender voltar a participar em eventos deste tipo organizados pela NERSANT.

A edição de 2014 do NERSANT Business foi a maior organizada pela NERSANT até ao momento. A as-sociação recebeu no Ribatejo 14 pa-íses estrangeiros (Espanha, França, Suíça, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné--Bissau, Suazilândia, Argélia, Brasil, Colômbia, Irão e Canadá) e pro-moveu a realização de mais de 1100 reuniões de negócios entre empresas estrangeiras e portuguesas.

NERSANT Business resultou em 2,5 milhões de exportações nacionais

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 15

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Convite

AGENDA PARA A INOVAÇÃO 2020

O Grupo Editorial Vida Económica e a Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), em colaboração com a Câmara Municipal de Viana do Castelo têm o prazer de convidar V.Exa. a participar no workshop

“Agenda para a Inovação 2020”, a realizar no dia 9 de janeiro de 2015 pelas 16h, no auditório da Caixa

de Crédito Agrícola do Noroeste, praça Dr. António Feio Ribeiro da Silva - Viana do Castelo.

AGENDA DO EVENTO

Receção dos participantes

Abertura

Eng.º José Maria Costa | Presidente da Câmara Municipal de Viana do CasteloDr. José Correia da Silva | Presidente da Caixa de Crédito Agrícola do Noroeste Eng.º Luís Ceia | Presidente do CEVAL Dr. João Luís de Sousa | Diretor Adjunto Grupo Editorial Vida Económica

A Inovação, a Ciência e Tecnologia e o Território no período 2014-2020 – Perspetivas e Oportunidades Prof. Augusto Medina | Presidente da SPI

Pausa para café

Mesa Redonda debate sobre os incentivos à inovação

Participação de vários gestores de empresas da região do Alto Minho

Sessão de perguntas e respostas

Moderador | Dr. João Luís de Sousa | Diretor Adjunto Grupo Editorial Vida Económica

COMO PARTICIPAR

Evento gratuito, sujeito a inscrição.Agradecíamos a confirmação de presença através do seguinte contacto:Ana Bessa, Vida Económica | E-mail: [email protected] | Telf.: 223 399 437

16h00

16h30

17h00

17h30

17h45

18h15

WORKSHOP

J.Soifer é sueco. Engenheiro, trabalhou para, entre outros, KFC nos EUA, Conselho Económico e So-cial do Presidente Lula, Banco Interamericano de Desenvolvimento. É especialista em PME. Entre os seus manuais: COMO SAIR DA CRISE, EMPREEN-DER TURISMO, ONTEM E HOJE NA ECONOMIA e PORTUGAL PÓS-TROIKA.

Questões: [email protected] terá resposta individualizada ou nesta coluna

No interior da fria Suécia há um internato, 10° a 12°, para os fi lhos de suecos que traba-lham no estrangeiro e de di-plomatas em Estocolmo. Ali o Inglês é usado no ensino, que tem mais aulas, ao focar mais a geografi a e a história de ou-tros países.Às margens do Lago Léman, na Suíça, fi cam os internatos caros. Eles voam de low-cost a visitar os pais nas pontes, Na-tal e férias, alguns até um fi m--de-semana por mês. A globalização exige mais competência dos que querem chegar ao topo. Os pais inves-tem cada vez mais na educa-ção; é neste nível escolar que se formam as bases para a boa aprendizagem académi-ca. E ainda as amizades que perduram e abrem portas no mundo.A fi lha do astronauta holan-dês que fez o 9° na Suécia e o 11° na Nova Zelândia faz uni-versidade na Suíça francesa. Multicultural e multilinguista, ela sonha trabalhar em biolo-gia marinha, e viverá longos tempos nos sete mares. Ela conseguirá!Temos um ótimo clima, milha-res de residentes europeus, um povo simpático e acolhe-dor, professores viajados que falam várias línguas, muitos fogos vazios. Temos bons ae-roportos, belas praias, serras e várzeas. Perfeito para um internato.Arrende algum hotel simples pelo interior, desses que estão ocupados dois meses do Ve-rão. Aloje dois a seis adoles-centes em cada quarto, con-soante o que podem pagar. Transforme o salão, o bar, e um outro espaço em salas de aula. Se ainda não houver, crie um espaço para ténis/ voley-bol/ handebol.O marketing é feito nas embai-xadas, câmaras de comércio, clubes de estrangeiros e gran-des empresas estrangeiras e nacionais. Uma vez por ano também em Inglês, no A-Daily News, Algarve 1,2,3 e The Re-sident.Associe-se a outros professo-res para ter mais capital e me-nos risco. Traga os alunos para trabalhos práticos na cozinha, nos jardins, na limpeza, e as-sim eles se sentirão mais em-penhados e integrados. Faça duas a três festas por ano, para integrar os pais.

LINHA DIRETA – PME

LUCRAR COM…

ALUNOS

INTERNOS

Jack Soifer*[email protected]

Créditos: OJE-Victor Machado

Em dois dias realizaram-se 1100 reuniões de negócios.

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O setor metalúrgico e metalo-mecânico exportou, em Outubro de 2014, cerca de 1400 milhões de euros, registando assim o valor mais elevado de sempre nas exportações da indústria. Este valor representa um crescimento de 24% face ao período homólogo de 2013.

“Estes números demonstram que este setor é um pilar funda-mental para as exportações portu-guesas onde Portugal é pioneiro na área do desenvolvimento e inova-ção. Este está a ser um ano único para o setor metalúrgico e meta-lomecânico, que está a consolidar uma trajetória claramente ascen-dente na evolução das suas vendas ao exterior”, afi rma Rafael Campos Pereira, vice-presidente da AIM-

MAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afi ns de Portugal.

De acordo com os dados recolhi-dos pela AIMMAP, o setor meta-lúrgico e metalomecânico atingiu os 1389 milhões de euros de ex-portações, o que corresponde a um aumento de 17,4% face a setem-bro e a 24% em relação a outubro de 2013.

A União Europeia concentra 67% das exportações nacionais. O aumento para este destino foi de cerca de 15,8%. Para “fora da Europa”, as exportações cresce-ram cerca de 45%. Os países com maior contributo foram Angola, China, EUA, Marrocos, Moçam-bique, Venezuela e Colômbia.

Setor metalúrgico e metalomecânico atinge valor máximo nas exportações da indústria

Exportações aumentaram 24% em outubro de 2014.

OBJETIVOS

No final desta ação de formação, o participante será capaz de:

DESTINATÁRIOS

PROGRAMA

1. 2. 3. 4. 5.

6. 7.

8.9.

OBS:

Porto 19 janeiro | Lisboa 21 janeiro7 horas

Organização:

Inscrições:Ana Rita Bessa (Dep. Formação) Vida Económica - Editorial SA. Tlf: 223 399 427/00 Fax: 222 058 098Email: [email protected]

Como elaborar um plano de negócios

ENQUADRAMENTO

Privados terão gestão do terminal do Barreiro durante 100 anosO operador privado que ganhar o concurso para a exploração do futuro terminal de conten-tores do Barreiro deverá ter um período de exploração de um século. O concurso deverá ser lançado este ano, segundo as previsões do Governo. Há ainda a possibilidade de a construção deste empreendimento ocorrer em várias fases. A APL considera que se trata de um projeto de caráter estruturante, pelo que se justifi ca um período de exploração tão longo.

Luís Simões ganha logística da Monster EnergyA Luís Simões obteve um novo cliente no setor das bebidas, a Monster Energy, fi cando respon-sável pela gestão da logística promocional da marca em Espanha. O serviço inclui o armaze-namento, a distribuição e a gestão do produto no ponto de venda. “Este novo cliente permite reforçar o posicionamento no setor das bebidas, um dos mais importantes da nossa atividade global e onde queremos continuar a crescer a nível ibérico”, refere Vítor Enes, diretor ibérico de logística da Luís Simões.

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

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Vestuário tem de rever estratégia do aprovisionamentoAs empresas de vestuário necessitam de acabar com a corrida de um país de aprovisionamento a baixo custo para outro e começarem a repensar toda a sua filosofia de aprovisionamento, de acordo com um estudo do Boston Consulting Group. A realidade é que a mão de obra barata é um recurso cada vez mais escasso e o número de países de baixo custo é cada vez menor. O setor do vestuário tem de definir a sua estratégia a partir de três princípios, designadamente inovação, colaboração e proliferação.

MARC [email protected]

Os custos de produção do vi-nho do Porto comparativamente à produção de vinhos de mesa DOC Douro levam vários pro-dutores a pedir a alteração do modelo institucional que regula a produção de vinhos na Região Demarcada do Douro.

Entre estes produtores conta--se a empresa The Fladgate Par-tnership, que reúne as marcas Taylor’s, Fonseca, Croft ou Ro-mariz. De acordo com Adrian Bridge, diretor-geral da empresa, o preço médio de venda do vi-nho do Porto é 15% superior ao dos vinhos DOC Douro, mas os custos são superiores em 400%. Entre estes custos contam-se o preço das uvas, a compra de aguardentes e um conjunto de taxas e obrigações regulamenta-res que recaem sobre o vinho do Porto, elencou o mesmo respon-sável.

Segundo o IVDP, as vendas da região em 2013 foram repartidas do seguinte modo: o vinho do Porto representa 76%, o DOC Douro 21%, as vendas de Mos-catel 2% e os vinhos IG Durien-se cerca de 1%. No entanto, “o custo da uva para vinho do Porto é a mais cara da Península Ibéri-ca”, dado o chamado sistema do benefício, que “aumenta o preço da uva em cerca de cinco vezes face ao preço normal para vinho de mesa”, disse Adrian Bridge, num encontro com jornalistas.

Assim, como havia referido David Guimaraens no mesmo encontro, ao custo de produção por pipa de 550 litros de vinho do Porto vinificado na vindima, com uvas a 1000 euros/pipa + 60 euros por pipa de fabrico, junta-se a necessidade de aquisi-ção de aguardente, a qual poderá superar o custo de produção dos mostos (ver quadro 1).

Nesta rubrica, trata-se de um custo que varia conforme a dis-ponibilidade de aguardente no mercado. Por exemplo, em 2013 “o preço de aguardente standard foi superior ao preço da aguar-dente especial de 2014”.

Por outro lado, o custo de pro-dução de vinho DOC é de 650 euros por pipa, pelo que “não é um modelo de negócio susten-tável, já que os produtores não retiram a sua margem”, afirma Adrian Bridge. Em simultâneo, reclama, “é o setor do vinho do

Porto que subsidia a produção de Douro DOC” (quadro 2).

Época de ouro para vinho do Porto

Estes produtores referem que o sistema do benefício não incen-tiva à melhoria de qualidade das uvas, pois “os lavradores não que-rem investir nas vinhas, já que não têm compensação face ao vizinho que investe”. Assim, ad-vogam, “a liberalização vai trazer capacidade de ajustamento”.

Segundo este modelo, estima, o volume de vendas de vinho do Porto continuará a descer; em 1995, este valor era de quase 450 milhões de euros, passando para 359 milhões em 2012 e 367 milhões em 2013. Desde 2002, quando se atingiu um pico de 10 milhões de caixas de nove litros, passou-se para cerca de 9,2 mi-lhões de caixas em 2013.

Ao mesmo tempo, nos próxi-mos quatro anos, “o câmbio mo-netário face aos mercados mais relevantes, como Reino Unido e EUA, terá forte impacto nas vendas”. Crescerá ainda a im-portância das chamadas catego-

rias especiais, “pelo que faz mais sentido falar em valor que em volume”.

Não obstante, conclui, “o vi-nho do Porto entrará numa nova

época de ouro”, sendo essencial “investir em novos mercados e consumidores”, como na Améri-ca do Sul e África, para assegurar o consumo.

Setor do vinho do Porto subsidia produção de vinhos DOC

Extrusal lança sistema de caixilharia para grandes superfícies envidraçadasA Extrusal, empresa de extrusão e tratamento de perfis para aplicação na arquitetura e indús-tria, apresentou o novo sistema de correr e que complementa a gama de produtos da marca dirigida às especificidades dos projetos arquitetónicos. Uma das particularidades deste produ-to é que está dotado de vistas de alumínio reduzidas, permitindo a construção de janelas de envergaduras até aos três metros. O objetivo é aliar o design e a sustentabilidade.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 17

Comparativo de custos de produção Porto e DOC Douro

Rubrica Porto DOC DouroRendimento máximo hectare (litros) 603/1945 (em 2014) 5500/6500Taxa de aguardente 0,0249 euros NãoTaxa de produção 0,0150 euros 0,005 eurosTaxa de certificação 0,0100 euros 0,020 eurosTaxa de comercialização 0,0299 euros NãoSelo de garantia 0,020 euros NãoCapacidade de vendas (Lei do Terço) 1/3 das existências Conta CorrentePagamento de uvas na produção Por intermédio do IVDP LivrePagamento de vinhos na produção Por intermédio do IVDP LivrePrazo de pagamento a viticultores 15 de janeiro Não háImposto Especial de Consumo 0,6007 euros/litro 0,0 euros /litroIVA em Portugal 23% 13%

Fonte: The Fladgate Partnership (2014).

Os custos de produção do vinho do Porto face aos vinhos DOC Douro são superiores em 400%

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

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MAIA DEBATEU FUTURO DA EUROPA FACE ÀS DINÂMICAS INTERNACIONAIS

União Europeia precisa de recuperar crescimento“A crise mundial, primeiro nos Estados Unidos da América, e depois na Zona Euro, está a colocar em causa a dinâmica que suportou até aos dias de hoje a globalização, levando a China e a Alemanha a questionarem ao mesmo tempo as reciclagens em que se envolveram”. Esta foi uma das ideias defendidas pelos intervenientes na conferência “O Futuro da Europa face às dinâmicas internacionais”, encontro promovido pela Câmara Municipal da Maia e integrado na exposição internacional de fotojornalismo “World Press Photo 2014”.

A conferência “O Futuro da Europa face às dinâmicas internacionais”, realizada re-centemente, no Fórum da Maia, contou com a participação de três especialistas em questões internacionais, José Manuel Félix Ribeiro, colaborador da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto de Defesa Nacional, Fernando Jorge Cardo-so, professor universitário e coordenador da área de estudos do Instituto Marquês de Valle Flor, e Duarte Marques, deputa-do da Assembleia da República, membro das comissões parlamentares dos negócios estrangeiros e dos assuntos europeus, e foi moderada por Paulo Ramalho, vereador das Relações Internacionais da Câmara Municipal da Maia.

A propósito das razões que levaram a sua autarquia a promover a conferência, Paulo Ramalho referiu que a exposição “World Press Photo” apela sempre a uma refle-xão sobre acontecimentos da atualidade internacional. “Ora, os últimos 12 meses foram muito marcados pelos conflitos no interior da Ucrânia. Por outro lado, os pa-íses da União Europeia continuam, na ge-neralidade, com crescimentos económicos muito reduzidos, sendo que a Alemanha vai adquirindo, também, cada vez mais preponderância dentro da União, quer política, quer económica. Fruto da globa-lização, assiste-se a uma constante interde-pendência entre as principais economias internacionais, China e Estados Unidos da América. Daí que, tendo em consideração todas estas realidades, tenhamos optado por promover, este ano, uma reflexão so-bre o estado atual da Europa, e em conjun-to com o Félix Ribeiro, o Fernando Jorge

Cardoso e o Duarte Marques, três especia-listas, tentado também projetar algo mais acerca do futuro que se adivinha”.

Globalização favorece Ásia e Pacífico

No centro da globalização, Félix Ribeiro destaca “as duas grandes reciclagens de ex-cedentes correntes na economia global: as economias excedentárias da Ásia-Pacífico, com destaque para a China e Japão, que reciclaram os seus excedentes correntes na economia dos Estados Unidos da América, adquirindo vários tipos de ativos finan-ceiros, e a Alemanha, que reciclou os seus excedentes correntes na Europa do Sul, França incluída, onde os seus bancos não se deparavam com risco de câmbio”.

Este economista, especialista em rela-

ções internacionais, concluiu que “a crise mundial, primeiro nos Estados Unidos da América, e depois na Zona Euro, está a co-locar em causa a dinâmica que suportou até aos dias de hoje a globalização, levando a China e a Alemanha a questionarem ao mesmo tempo as reciclagens em que se en-volveram”.

Por sua vez, Fernando Jorge Cardo-so referiu que ” o futuro da Europa está também condicionado pelas dinâmicas de outros espaços, incluindo o africano, onde, após cerca de 30 anos de empobrecimento generalizado, se processa um crescimento económico sustentado pela procura chine-sa de matérias-primas e pelo financiamento para obras de infraestrutura”, lembrando, contudo, que “o modelo de crescimento chinês é cada vez mais confrontado pelas consequências do aumento do consumo interno com subidas do preço da mão de obra, diminuição da competitividade e im-pacto ambiental”, o que significa, em sua opinião, “problemas sérios para a China, para África e para o mundo”.

Adesão da Ucrânea à União Europeia

Duarte Marques revelou a sua experi-ência de participação nas manifestações pro-União Europeia, que decorreram em dezembro de 2013, na capital da Ucrânia,

Kiev, bem como a importância de per-tencer ao projecto europeu. “A participa-ção nos protestos que ocorreram na praça Maydan marcou-me, espero que para sem-pre, fez-me sentir de facto a importância dos valores europeus como jamais havia sentido. Estar junto de todas aquelas pes-soas, ouvindo-as, simplesmente olhando para elas, para as suas tendas, para como se alimentavam, como rezavam, como se divertiam, levou-me ao fundo das raízes e valores do projeto europeu. É incrível, mas senti mais a Europa em Kiev do que muitas vezes a sinto em Bruxelas ou Lis-boa. O espírito solidário que ali vivi, a ja-nela de liberdade que a Europa significa, mas a perspetiva de abertura da Ucrânia a um mundo democrático, justo e com um modelo social mais eficaz resume bem a importância de pertencer à União Euro-peia. Quando, na Europa atual, passamos os dias a duvidar do projeto europeu, a procurar razões que o justifiquem, a culpar o país A ou B, a descartar culpas para o Parlamento ou para a Comissão Europeia, a culpar Bruxelas pela irresponsabilida-de dos países, enquanto isso, na Ucrânia, milhões de pessoas saem à rua para apoiar precisamente o projeto europeu”, referiu o deputado. Duarte Marques defendeu ain-da como muito possível a futura adesão da Ucrânia à União Europeia, apesar de todas as pressões russas em sentido contrário.

Câmara Municipal da Maia acolheu exposição internacional de fotojornalismo, “World Press Photo 2014”.

“A crise mundial, nos Estados Unidos da América e na Zona Euro, coloca em causa a dinâmica da globalização”

Popular também está interessado no Novo BancoPoderá ser mais um “player” na corrida à compra do Novo Banco. O Banco Popular também revelou interesse na sua aquisição. Ainda não há certezas, mas é um facto que o Popular vai analisar as condições de venda da entidade financeira portuguesa. No entanto, não se trata de uma garantia de que será apresentada uma oferta, já que tal dependerá muito da evolução do processo nos próximos tempos.

EDP vende participação de 50% na EDP ÁsiaA EDP acordou a venda de uma participação de 50% na sua subsidiária EDP Ásia à China Three Gorges. A transação deve resultar num ganho de capital para a elétrica nacional de 110 milhões de euros. A EDP Ásia tem uma participação de 21,2% na Companhia de Eletricidade de Macau, a empresa que atua como concessionária nas atividades de transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica na região administrativa especial de Macau.

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Formação em agricultura e mecânica alavancou a criação do negócioNuno Azeredo (35 anos) nasceu no Porto, frequentou o curso de En-genharia Agronómica na Faculdade de Ciências da Universidade do Portoe o MBA na Escola de Gestão Empresarial do Porto. Dotado de conhecimentos avançados em mecânica, desempenha há oito anos fun-ções enquanto consultor e agricultor exportador, produzindo (em modo de produção biológico) plantas aromáticas, medicinais e condimentares.

Projeto arrancou com financiamento comunitário superior a 300 mil eurosA história da Casa de Penalva iniciou-se com a aprovação de um ”projeto no Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), no valor de 332 mil eu-ros”. Posteriormente, a empresa foi alvo de novos investimentos e já colheu frutos em prémios dedicados à atividade agrícola. Na competição BPI Agri-cultura 2013, a Casa de Penalva foi distinguida com uma menção honrosa na categoria do “Prémio Jovem Agricultor”.

Casa de Penalva comercializa 90% das plantas aromáticas além-fronteirasEMPRESA CRIOU DINÂMICA DE COOPERAÇÃO ENTRE PRODUTORES DO SETOR AGRÍCOLA E ESPERA CHEGAR AOS 150 MIL EUROS DE FATURAÇÃO JÁ EM 2015

O património natural de Baião e as ligações familiares com a produção agrícola foram o ponto de partida para a criação da Casa de Penalva, marca registada da Nuno Azeredo Unipessoal, Lda., insígnia que foca atenções no cultivo de plantas aromáticas medicinais e condimentares de excelência, em modo de produção biológico. Trata-se de uma história com apenas nove anos de duração, mas que já permitiu a Nuno Azeredo, associado da ANJE e empreendedor responsável pelo projeto, levar diferentes espécies de plantas aromáticas para França, Inglaterra ou Alemanha. Em 2014, o valor total de faturação atingiu os 75 mil euros e 90% do volume de negócio provém das exportações.

Apesar das raízes urbanas, a vida rural acompanhou o cresci-mento de Nuno Azeredo durante

as temporadas de férias passadas na Casa de Penalva, em Baião. O clique para o arranque de um novo negócio foi assim despole-tado pela “iminente transmissão de património” e pela ligação da família à atividade vitivinícola. No entanto, Nuno Azeredo esco-lheu outro caminho do universo agrícola e a entrada “no mundo mágico das plantas aromáticas e da botânica tradicional”, através dos conhecimentos transmitidos pela avó, seria a rampa de lan-çamento para a criação da Nuno Azeredo, Unipessoal, Lda, refere o responsável. A partir de 2005, o agrónomo abandonou a ativida-de profissional no ramo comer-cial, reuniu as competências em

mecânica e agricultura e lançou a marca registada Casa de Penal-va. O mercado conhecia assim um novo “produtor de plantas aromáticas, medicinais e condi-mentares para comercialização e consumo próprio”.

Nuno Azeredo afirma que “desde o início tinha dois grandes objetivos: a exportação e a criação de sinergias”. Nove anos mais tar-de, os resultados associados à pri-meira meta são visíveis, já que o “core business da Casa de Penal-va é a exportação de 90% da sua produção em produto a granel”. “As plantas são comercializadas principalmente em França e com menos expressão em países como a Inglaterra ou a Alemanha, mas

já enviamos produtos para os lo-cais mais inesperados”, afirma o empreendedor. Os restantes 10% são comercializados com a marca própria. Sobre a criação de siner-gias, Nuno Azeredo assume uma política de gestão diferenciadora, procurando aplicar uma “dinâ-mica de cooperação com outros produtores, assim como com os novos interessados na agricultu-ra”.

Para garantir a distinção dos produtos no mercado, a Casa de Penalva “trabalha com as melho-res plantas e com os melhores processos no mercado das plantas aromáticas em Portugal”, acres-centa o agrónomo. Eficiência e qualidade surgem ainda nesta

equação para o sucesso como ca-raterísticas orientadoras do pro-cesso de produção da marca. O acesso às plantas comercializadas está à distância de um clique ou de uma chamada, sendo que os clientes têm apenas de estabelecer o contacto via telefone ou e-mail.

A Casa de Penalva está já na fase de consolidação no merca-do e, por isso, a “organização da estrutura e a melhoria da sua efi-ciência” são as duas prioridades definidas para o futuro a curto prazo. Com oito hectares para produção, 24 espécies de plan-tas no portefólio e cerca de 200 clientes angariados, a empresa espera atingir 75 mil euros de faturação no final de 2014. No período compreendido até ao término do próximo ano, Nuno Azeredo espera duplicar o valor e “reforçar a aposta na eficiência energética”.

Dedicação, trabalho, perse-verança, pesquisa e recolha de informação compõem a história pessoal e profissional de Nuno Azeredo e são, na opinião do em-presário, fatores fulcrais para a criação de negócios. Ainda neste âmbito, o agrónomo refere a im-portância do curso de “Empreen-dedorismo na área do turismo”, promovido pela ANJE, na for-mulação do modelo de negócio e recorda também um conjunto de frases proferidas em sala de aula. “Ter ideias é bom e ter muitas é ótimo, mas não podemos ter sempre ideias pois tornamo-nos uns idiotas. Temos que passar à ação e escolher. Errar faz parte do processo”, referiu o empresário.

Visão diferenciadora da concorrência confere sustentabilidade ao negócio

NEGÓCIOS E EMPRESAS/ANJE

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 19

Na proposta de valor da Casa de Penalva, a eficiência e qualida-de dos produtos são caraterísticas distintivas, mas o conceito de con-corrência confere também um as-peto diferenciador à marca. Nesse pressuposto, Nuno Azeredo trans-forma concorrentes em agentes de cooperação organizando “trans-portes para clientes internacionais” com os produtos próprios e “com produções de novos agentes que têm pequenas quantidades, e que de outro modo não poderiam su-portar os custos de transporte indi-vidualmente”.

O trabalho em rede garante a

continuidade do setor, mas confere também sustentabilidade ao negó-cio da Nuno Azeredo, Unipessoal. Lda, que encontrou na cooperação uma área de negócio a explorar. A empresa presta, assim, “serviços de aluguer de algumas máquinas agrícolas” e concede “apoio técni-co com o objetivo de desenvolver a atividade de agentes parceiros”. Entre 2012 e 2014, já foram apoia-dos neste âmbito “250 potenciais novos produtores de plantas aro-máticas e medicinais e possíveis concorrentes”, refere o agrónomo.

A tudo isto acrescem ainda as parcerias com outras áreas de pro-

dução (serralharia, viticultores, en-tre outros) para o desenvolvimento de máquinas com potencial para melhorar os resultados operacio-nais da empresa e do setor. Sobre os possíveis efeitos negativos da cooperação com outros produto-res, Nuno Azeredo desvaloriza e defende a promoção do trabalho em rede para a internacionalização dos produtos portugueses. “Nunca pensei nos outros produtores como concorrência pois pensei sempre em internacionalizar e para isso preciso de todos e que todos es-tejamos organizados”, afirmou o agrónomo.

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A Finlayson, empresa finlandesa de têxteis-lar, decidiu entrar no mercado português. Numa primeira fase, tra-ta-se de uma loja online, mas em bre-ve a marca estará também disponível no retalho. O grupo sofreu alterações na sua composição e na gestão, ten-do mudado de estratégia. O objetivo central passa por entrar nos mercados internacionais, entre os quais se con-ta o nosso país, referiu à “Vida Eco-nómica” Risto Voutilainen, CEO do grupo nórdico.

O responsável da Finlayson acre-dita que o design e a elevada quali-dade dos têxteis da marca vão atrair o público português. De notar que a intenção é estar em centros comer-ciais de primeira linha e aproveitar uma rede de retalho já existente. Por exemplo, uma possibilidade é estar presente no mercado nacional atra-vés de uma loja no El Corte Inglés. “Já iniciámos conversações em certos mercados. Até que os projetos este-jam concluídos, os nossos produtos – a coleção Tom of Finland e os nos-sos designs clássicos – vão estar dis-poníveis em 31 países, entre os quais Portugal, através da nossa loja online internacional. O mercado português será também alvo de investimentos, tendo em conta o interesse que repre-senta para a marca.” Ou seja, o CEO da Finlayson está optimista quanto ao potencial que oferece o mercado por-

tuguês ao nível dos têxteis-lar, ainda que seja um país exportador deste tipo de produtos.

Questionado precisamente sobre a possibilidade de o negócio encontrar dificuldades, perante a forte concor-rência, o empresário finlandês acres-centou que esta é uma marca que existe desde 1820, sendo das mais antigas empresas de design têxtil da Europa. Ao longo dos muitos anos da sua existência já criou cerca de 17 mil patentes, sendo a empresa com mais produtos de marca registada na Euro-pa. E adianta ainda a este propósito: “Estou confiante que os produtos da Finlayson, que representam os valo-res nórdicos e o design escandinavo, serão do agrado dos consumidores portugueses. Para já, a coleção Tom of Finland está a ser recebida de for-ma muito positiva, mesmo acima das nossas expetativas.”

Mais de 600 pontos de venda

A empresa tem a sua sede e atelier em Helsínquia e, atualmente, está presente em mais de 600 pontos de venda, conta com 11 lojas próprias e possui uma loja online, bem como lojas da marca em São Petersburgo e Talin. Em junho passado, a empresa foi adquirida por três empreende-dores finlandeses, passando o cres-cimento internacional a assumir um

papel central no novo rumo da Fin-layson. É no âmbito desta estratégia que Portugal passou a fazer parte do mapa do grupo. Por sua vez, a coleção sob o pseudónimo Tom of Finland pretende homenagear o artista Touko Laaksonen, um artista reconhecido mundialmente, já falecido.

Esta coleção está a ser lançada, si-multaneamente, em mais de 30 paí-ses da Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e no continente asiático. O primeiro lançamento da Tom of Finland centra-se em dois designs, in-titulados “Fellows” e “Face to Face”, caraterizando o trabalho do artista. A coleção inclui conjuntos em cetim para camas de solteiro e casal, toalhas de mão e banho e bolsas têxteis. A se-leção de produtos é expandida duran-te 2015, com a introdução de novos padrões e produtos, começando pelos têxteis de cozinha. A coleção já está presente no mercado nacional.

COM DUAS COLEÇÕES DE TÊXTEIS-LAR

Têxtil finlandesa Finlayson entra no mercado português

O responsável da Finlayson acredita que o design e a elevada qualidade dos têxteis da marca vão atrair o público português

OTOC lança concurso para novo edifício no PortoApós a adjudicação do edifício e a elaboração de todos os projetos de arquitetura e enge-nharia, a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas lançou o primeiro concurso público que terá como consequência o início das obras do novo edifício no Porto em fevereiro próximo. Localizado na baixa portuense, o novo edifício inclui parqueamento, delegação, centro de formação, auditório, casa do TOC e restaurante. O concurso respeitou aos movimentos de terras, demolições e estruturas de betão.

Produção na construção cai 5%A construção manteve a tendência decrescente ao longo do ano passado. A produção registou uma quebra de 5%, tendo-se fixado em cerca de 11,4 mil milhões de euros. Para este exercício é espe-rada uma ligeira retoma na ordem dos dois pontos percentuais, de acordo com os dados da D&B. O estudo aponta a tendência crescente, no futuro, do aumento do peso da internacionalização, ao mesmo tempo que o mercado interno permanece praticamente estagnado. Os PALOP continu-am a revelar-se uma oportunidade muito interessante para as empresas de construção nacionais.

Vinhos de João Portugal Ramos conquistam novos prémios

Três vinhos portugueses, em formato BAG in BOX, fo-ram eleitos “os melhores vinhos do mundo” no mercado sueco pela revista “Allt om Vin” .

Na categoria de “Melhor Compra”, o vinho Vila Santa Reserva tinto ficou em primeiro lugar, com medalha de ouro, seguido pelo Periquita, em ex-aequo com Rawson´s Retreat Shiraz Cabernet, da Penfolds, e em terceiro lugar, pelo Ramos Reserva tinto.

Vila Santa Reserva está no pódio pelo quarto ano conse-cutivo, com três distinções de ouro e uma de prata.

Por outro lado, o Ramos Reserva tinto destaca-se mais uma vez, depois de constar da mais importante lista de vinhos do mundo da revista “Wine Spectator”, revelada recentemente nos Estados Unidos. Este vinho, ao estilo da cultura alentejana, tem sido muito apreciado internacio-nalmente, e será lançado no mercado português com uma marca ainda por revelar, no primeiro trimestre de 2015.

O BAG in BOX representa 57% do vinho de qualida-de vendido neste tipo de embalagem na Suécia. Para este mercado é de extrema importância a qualidade do vinho que utiliza este formato em alternativa à garrafa, e a venda de vinho de menor qualidade neste mesmo formato não se enquadra no perfil do consumidor sueco.

João Portugal Ramos refere que, “para Portugal e para os produtores portugueses, é reconfortante ver os nossos vinhos reconhecidos, especialmente num mercado tão exi-gente e de vinhos de qualidade“.

Smartphones lideram vendas globais de telemóveis

No ano passado terão sido vendidos cerca de 1,2 mil milhões de smartphones, de acordo com estimativas da empresa de estudos Gartner. No terceiro trimestre, as ven-das de telemóveis estagnaram, relativamente ao exercício anterior, mas o mesmo não aconteceu com os telefones inteligentes, cujas vendas subiram mais de 20%, para 301 milhões de aparelhos.

Acontece que os smartphones já representam mais de 66% do mercado global de telemóveis, sendo que a Gar-tner avança com a possibilidade de esse valor subir para 90%, já em 2018. Por sua vez, o sistema Android é o mais procurado, com uma quota de mercado de 83%, o que compara com os 12,7% do IOS da Apple. A Samsung ainda é líder no que toca aos fabricantes, mas registou um recuo, tendo agora uma quota de mercado de 24,4%, face aos 32,1% em período homólogo de 2013. Relevante é o facto de entre os cinco primeiros fabricantes se encon-trarem três chineses, designadamente Huawei, Xiaomi e Lenovo. No conjunto, a quota de mercado subiu quatro pontos percentuais.

20 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

O CEO da Finlayson assume que Portugal é um mercado interessante e que vai ser alvo de investimentos.

João Portugal Ramos consegue aumentar a notoriedade dos vinhos alentejanos em vários mercados.

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Aprovado novo impresso do IRSO novo impresso modelo 3, relativo à declaração de IRS – e que está em vigor a partir de 1 de janeiro –, foi publicado em Diário da República. A Portaria nº 278/2014, de 26 de dezembro, atualiza a declaração modelo 3 que os sujeitos passivos do Imposto sobre o Rendimento das Pes-soas Singulares devem apresentar anualmente, bem como alguns dos respetivos anexos, atentas as alterações resultantes do Orçamento do Estado.

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As “fanpages” dos artigos de brinquedos (25%) são – de en-tre os tradicionais presentes de Natal – as que mais exploram a “montra” do Facebook durante a quadra natalícia, nomeada-mente através da realização de “posts” e da conquista de novos fãs, conclui um estudo levado a cabo pela E.Life Portugal.

No período compreendido entre 24 de novembro e 14 de dezembro, ao qual se reporta a análise, as 15 páginas analisadas – que têm um alcance aproxi-mado de 1,65 milhões de fãs – registaram uma média diária inferior a dois “posts”, valor que indicia que as marcas não têm uma estratégia sustentada para explorar potencial do Facebook nesta época de consumo. Na

cauda da tabela, e no que con-cerne à estratégia de utilização e rentabilização da montra Fa-cebook, encontram-se as pági-nas de chocolates, que reúnem apenas 6,45% do total de pu-blicações, apesar de ser um dos mais tradicionais e simbólicos presentes de Natal.

As páginas de brinquedos são as que mais partido tiram da época natalícia para aumen-tar o respetivo número de fãs

(12,7%). Seguem-se as livra-rias (2,9%) e moda/acessórios (2,21%). As páginas de acessó-rios e de brinquedos são as que registam maior interação com os fãs: três em cada quatro “li-kes/shares/comments” são efe-tuadas nestas páginas.

O estudo da E.Life constata que a atividade nas páginas do Facebook registam uma quebra ao fi m de semana.

Setor dos brinquedos apoia-se no Facebook

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Regime transitório do PRODER vs. PDR 2020Somos uma empresa criada na sequência de uma candidatura à Ação de Instalação de Jovens Agricultores do PRODER. A candidatura foi submetida em Maio, ao abrigo do regime de transição. Ainda não recebemos qualquer comunicado sobre a decisão da candidatura e tivemos conhecimento de que o PDR 2020 já terá aberto concursos. Será que vale a pena desistirmos da candidatura apresentada e submeter uma nova ao abrigo do PDR 2020?

RESPOSTA Antes de mais, é de frisar que as candidaturas à Ação do PDR 2020 que equivale à Ação 1.1.3 – Instalação de Jovens Agricultores do PRODER ainda não foi regulamentada, nem possui período de candidaturas aberto.O que se encontra aberto, desde 15 de Novembro, são as Ações 3.2. – Investimento na Produção Agrícola e 3.3 – Investimento na Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas, que equivalem às Componentes 1 e 2, respetivamente da Ação 1.1.1 – Modernização e Capacitação das Empresas do PRODER. O primeiro período de candidaturas às Ações 3.2 e 3.3 encerra a 31/12/2014, mas o segundo período de candidatura abre a 1/1/2015.De referir que os avisos de concurso deste primeiro período de candidaturas às Ações 3.2 e 3.3 refere que as candidaturas apresentadas à Ação 1.1.1, entre 19/02/2014 e 30/06/2014, sem decisão até 31/12/2014, serão analisadas e decididas com base nos critérios estabelecidos pela norma transitória e pelos avisos de concurso atualmente em vigor, mantendo-se, para todos os efeitos, as respetivas datas de apresentação de candidaturas e ordem de submissão.Isto signifi ca que as candidaturas ao regime de transição das Componentes 1 e 2 (Ação 1.1.1), não decididas até ao fi nal de 2014, serão sujeitas a regras diferentes das que estavam em vigor à data da candidatura e que podem, ou não, benefi ciar os promotores. Por exemplo, ao nível das taxas de apoio, no caso da Componente 1 da Ação 1.1.1, a taxa base era de 30%, podendo chegar a 55% de apoio através de majorações. No caso da Ação 3.2 do PDR, a taxa base também é de 30%, mas a cumulação com majorações à taxa base

não pode ultrapassar os 50%, nas regiões menos desenvolvidas, ou 40%, noutras regiões. Contudo, os jovens agricultores em primeira instalação usufruem de uma majoração adicional de 10 p.p. e as fusões de organizações de produtores usufruem de uma majoração adicional de 20 p.p. Assim sendo, apenas nestes 2 casos específi cos uma operação candidata poderia ser benefi ciada pela análise ao abrigo das regras do PDR 2020.Além disso, as despesas consideradas elegíveis também sofreram algumas alterações, pelo que, consoante o investimento necessário para a execução da operação, pode haver uma redução do montante de investimento considerado elegível.O mesmo acontece no caso da Componente 2 da Ação 1.1.1 do PRODER, relativamente à Ação 3.3 do PDR. De facto, cada promotor deverá analisar a candidatura submetida ao abrigo do regime de transição e verifi car se existe alguma alteração à candidatura que possa benefi ciar, cumulativamente, a melhor adaptação da operação às necessidades atuais da empresa e a manutenção do nível de apoios face às novas regras de análise.No que se refere ao apoios aos jovens agricultores, apenas quando forem publicados os novos regulamentos e avisos de concurso, será possível verifi car, caso a caso, se é compensador continuar à espera de decisão relativa à candidatura submetida ao abrigo do regime de transição ou submeter uma nova, desistindo da anterior.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 21

Contribuições à Segurança Social até 15 de janeiroO prazo de pagamento das contribuições à Segurança Social foi alargado até ao próximo dia 15 de janeiro para os trabalhadores independentes. Este alargamento surge na sequência da possi-bilidade criada de estes trabalhadores poderem solicitar a subida ou a descida de dois escalões – e não um – em referência ao escalão em que foram colocados, de acordo com o rendimento apurado através das declarações fi scais de IRS e anexo de Segurança Social.

As páginas de brinquedos são as que mais partido tiram da época natalícia para aumentar o respetivo número de fãs

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NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

Ramos Catarino constrói nova Residência Universitária A Ramos Catarino é a empresa responsável pela construção da nova Residência Universitária dos Álamos, uma instituição ligada à academia de Lisboa, situada no Campo Grande. A área total de construção é de 6250 m2 e inclui 31 quartos individuais, salas de estudo, bibliote-ca, entre vários outros espaços de apoio. A obra fi ca num terreno onde existia uma fábrica de produtos de cosmética e pretende dar resposta à procura crescente de habitações por parte do universo estudantil.

Indústria têxtil mais preocupada com a sustentabilidadeOs grandes intervenientes globais do setor têxtil estão mais virados para as questões de sus-tentabilidade. Agora procuram tirar o máximo proveito da produção local e de novas ca-deias de valor, assim como informar melhor o consumidor das suas opções. Os agricultores são encarados como uma peça central em todo este processo, o que passa por aumentar a sua qualidade de vida. Isto no âmbito de uma aposta efetiva numa agricultura sustentável e orgânica.

VIRGILIO [email protected]

A NECA – Nova Empresa de Contabilidade e Administração comemorou, em 11 de dezembro, o 29º ano de existência. Nessa data apresentou também o seu site www.neca.pt.

Com o mesmo princípio de sempre, de “constituir, ano após ano, a preferência dos clientes”, a NECA continua a pautar a sua atividade por uma “constante e permanente valorização pessoal e profi ssional”. Por isso, a valoriza-ção dos Recursos Humanos é uma

das apostas fortes desta empresa.A internacionalização e a globa-

lização ditam também um estrei-tamento das relações comerciais e a parceria com outras empresas do seu ramo de atividade.

A NECA é uma pequena em-presa de serviços de contabilidade, fi scalidade, verifi cação de contas e escrituração comercial que assenta a sua publicidade e marketing nos seus clientes em função da forma como divulgam “a boa ou má qua-lidade dos seus serviços”.

Com sede nos Açores, presta diversos serviços às empresas e aos empresários, tais como: in-formações fi nanceiras, estudos e pareceres, cobranças, colocação e formação de pessoal, serviços de consultadoria, participando em alguns casos na direcção, gestão e administração.

Para além dos tradicionais servi-ços de contabilidade e fi scalidade, presta atualmente um serviço de apoio ao cliente e ao contribuinte que visa o cumprimento das suas obrigações fi scais, servindo de elo de ligação administração fi scal/contribuinte.

Prestação de serviços de qualidade

Usando como slogan na sua ati-vidade a frase “Uma pequena em-presa mas uma grande ajuda”, “o principal objetivo da empresa é o de conseguir a prestação de servi-ços exclusivamente de qualidade, visando a execução duma contabi-lidade analítica de gestão onde as empresas e os empresários nossos clientes disponham de dados atu-ais concretos e reais da sua ativi-dade económica, indispensáveis nas grandes decisões empresariais, onde o sindroma de que a conta-bilidade é só e apenas para o ‘fi sco’ pertence ao antigamente e já não tem qualquer expressão”, defende Hermano Varão, sócio-gerente e diretor técnico da NECA.

Para atingir este objetivo de qua-lidade, “temos de procurar uma atualização permanente dos nossos conhecimentos e ter uma preocu-pação constante com a nossa pró-pria valorização profi ssional”.

“No entanto, o êxito e o re-conhecimento profi ssional só se atingem com ‘um trabalho de equipa’, onde todos “remam para o mesmo lado” e onde os objeti-vos são comuns e perfeitamente compreendidos. Um trabalho de equipa, onde, apesar da diferença de personalidades, todos estejam unidos pela camaradagem, espíri-to de entreajuda, amizade e lealda-de”, conclui Hermano Varão.

EMPRESA DE CONTABILIDADE AÇORIANA COMEMORA 29º ANIVERSÁRIO

NECA reforça aposta na valorização

dos recursos humanos

O trabalho de equipa é um dos pontos fortes dos recursos humanos da NECA.

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Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

Autor: Ricardo Peixe

Páginas: 232

P.V.P.: €11,90

(recortar ou fotocopiar)

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c

4000-263 PORTO

http://livraria.vidaeconomica.pt

A não perder

O trabalho existe e há

empresas a contratar.Saiba como conquistar essas vagas!

Prefácio de Julio Magalhães

22 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

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Siderúrgica espanhola com Primavera para gerir ativosOs principais benefícios alcançados pelo grupo PLAFESA com a solução 100% web da mul-tinacional portuguesa Primavera passam pela máxima rentabilidade dos equipamentos, gestão adequada do ciclo de vida e controlo dos custos associados à manutenção.

Em Paris, Ziad Nejmeldeen, Chief Cientist da Infor, explicou à “Vida Económica” qual o significado de Big Data para esta companhia norte-americana e qual o papel que o “Dynamic Science Labs”, criado em setembro do ano que agora findou, tem dentro da empresa.

SUSANA MARVÃO, EM [email protected]

Cientistas, matemáticos, en-genheiros e economistas. Estes são os cérebros que compõem o denominado “Dynamic Science Labs”, um laboratório da compa-nhia norte-americana Infor que tem por grande objetivo ajudar as empresas clientes a tomar de-cisões com o poder preditivo da ciência. E dos dados, claro. O tal Big Data de que tanto se fala. A liderar esta unidade criada em setembro do ano que agora fin-dou está Ziad Nejmeldeen, um veterano da indústria do softwa-re com um PhD do consagrado Instituto de Tecnologia de Mas-sachusetts.

Mas, afinal, o que é este “Dy-namic Science Labs”? É uma or-ganização interna à Infor focada em infundir a aprendizagem au-tomática (machine-learning) e a analítica de Big Data nas aplica-ções Infor com o grande objetivo de as tornar mais rápidos, inteli-gentes, escaláveis e elegantes. Ou seja, as aplicações alimentadas por este laboratório pretendem ir para além da recolha, elaboração de relatórios e distribuição de in-formações. Querem, mais do que tudo, antecipar os problemas e responder com soluções, desco-brir oportunidades, recomendar os próximos passos e ajudar a res-ponder às questões mais premen-tes de uma organização. Aliás, o Santo Graal de todas as empresas.

A “Vida Económica” esteve à conversa com Ziad Nejmeldeen, em Paris, onde nos explicou qual o significado de Big Data para esta companhia norte-americana e qual o papel que estes laborató-rios têm dentro da empresa.

Todos sabemos que a definição

de Big Data varia. Para a Infor, o tal Big Data é, mais do que uma grande quantidade de dados, a capacidade de utilizar várias fontes de dados. “Até podem ser grandes volumes de dados, mas não necessariamente. Mais do que tudo, é usar distintas fontes de dados por forma a conseguir fazer uma recomendação que acrescente valor ao cliente. Isso é a nossa noção de Big Data”. Ali-

ás, é exatamente isto que a Infor quer dizer com Analítica Prescri-tiva: usar a ciência dos dados para fazer uma prescrição, uma reco-mendação para que alguém faça “x” que vá acrescentar valor.

O melhor IU é… não haver IU

Mas isto não é tudo. O que a Infor realmente gostaria de fazer

é não só as tais recomendações mas… fazê-las sem que os utiliza-dores as vejam. “O Duncan [pre-sidente Infor que a “Vida Econó-mica” entrevistou o ano passado] costuma dizer que o melhor In-terface do Utilizador (IU) é não haver Interface do Utilizador. Claro que para isso temos de ter uma confiança muito grande nes-tas recomendações ,já que iriam diretamente para o “sítio” final onde pode ser executada. Ou seja, confiança é a palavra-chave. É como um automóvel. Senta-mo-nos e podemos ter já para-metrizado o assento, se gostamos mais para a frente ou para trás, a inclinação, altura… É muito mais fácil entrar no carro e em vez de andar a carregar em todos os botões, o carro reconhecer-nos

e fazer por nós esse trabalho. É aíque queremos chegar”. Assim, a noção final de Big Data para aInfor é acrescentar valor ao negó-cio usando o workflow habitual e tornando-o irrelevante, como seeste não existisse.

Desafios têm vindo a mudar

Na realidade, os desafios têmvindo a mudar no mundo do Big Data. Há cinco anos, se perguntássemos a Ziad Nejmel-deen quais os grandes desafios,ele provavelmente responderia que muitos dos dados de que asempresas precisavam simples-mente não estavam disponíveis, não existiam. “Na altura sabía-mos que problemas queríamos resolver, sabíamos quais os dadosnecessários para os resolver, mas os nossos clientes ainda não ti-nham começado a guardar esses dados. E se por vezes tivéssemos um cliente que tinha guardadoesses dados – o retalho e a indús-tria financeira sempre estiveram à frente, neste aspeto – os processos de automação, seja de inventário,de pricing, requeriam muito po-der de computação, demoraria muito tempo e simplesmente não era possível porque seria ne-cessário gastar muito dinheiro emhardware para o fazer. Esses eram os problemas da altura”. Hoje, os desafios realmente mudaram,apesar de Ziad Nejmeldeen assu-mir que mesmo assim há dadosque ainda não estão disponíveis.

De resto, este Chief Cientistadmite que, hoje, os executivosjá perceberam a necessidade deinvestirem em soluções de Big Data. Mas será que há capital para investir? Claramente, de-pende da indústria de que estiver-mos a falar. Uma coisa veio faci-litar: é mensurável o Retorno do Investimento, o que obviamente facilita a decisão de investir.

ZIAD NEJMELDEEN, CHIEF CIENTIST DA INFOR

Big Data não é a quantidade mas a capacidade de utilizar várias fontes de dados

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 23

“Há cinco anos, sabíamos que problemas queríamos resolver, sabíamos quais os dados necessários para os resolver, mas os nossos clientes ainda não tinham começado a guardar esses dados.”

“Mais do que tudo, Big Data é usar distintas fontes de dados por forma a conseguir fazer uma recomendação que acrescente valor ao cliente. Isso é a nossa noção de Big Data”

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A IBM não descuida a sua aposta na cloud, até porque até ao terceiro trimestre de 2014 as receitas nos negócios da nuvem aumentaram 50%. Recentemente a corporação anunciou a expansão da sua rede global de centros de cloud computing com a abertura em 12 novas localizações, passando a totalizar 40 em todo o mundo.

SUSANA MARVÃOs.marvã[email protected]

São 12 os novos centros mundiais da IBM dedicados ao cloud computing. Frankfurt, Cidade do México, Tóquio e mais nove cidades da Europa, Ásia e América formam agora o leque dos pre-senteados com um IBM Cloud. Estes centros acontecem numa parceria com a Equinix e “marcam a mais recente etapa no compromisso, assumido em janeiro do ano que agora findou, em investir 1,2 mil milhões de dólares com o objetivo de acelerar a presença da companhia em mais

mercados e ir ao encontro dos requisitos locais em termos de desempenho, segu-rança e controlo de dados em ambientes cloud”, explica a corporação. Hoje, são 40 os centros dedicados a este negócio que a empresa norte-americana possui. O acordo com a Equinix, explicado em co-municado de imprensa, garante acesso dire-to ao portefólio completo de serviços cloud da SoftLayer através da Equinix Cloud Exchange, permitindo transferir facilmen-te as cargas de trabalho de ambientes de produção, para e a partir da cloud, por for-ma a ajudar as empresas a tirarem melhor proveito da sua estratégia de cloud híbrida. No mesmo documento, a empresa avança que a implementação de projetos cloud, especificamente de cloud híbrida, está a crescer de forma significativa. De acordo com a líder de consultoria tecnológica Gartner Inc., até 2017, metade das em-presas em todo o mundo terá adotado soluções de cloud híbrida. Entre os fa-tores principais para a adoção de cloud computing, incluindo a opção de cloud híbrida, estão os requisitos que obrigam empresas e entidades públicas a armaze-narem certos dados localmente, de modo a cumprirem com os regulamentos de re-siliência de dados, bem como a ambição crescente das startups em expandirem os seus negócios globalmente. A IBM estima que mais de 100 países tenham já ado-tado normas e leis que regulam a forma como instituições públicas e empresas pri-vadas devem lidar com os dados pessoais. Este anúncio vem confirmar a presen-ça global da Cloud IBM tendo em con-ta os centros já inaugurados este ano em Bombaim, Londres, Amesterdão, Pequim, Hong-Kong, Singapura, Mel-bourne, Toronto, Dallas e em Lisboa. Segundo a empresa, esta aposta inclui serviços de consultoria da IBM, “que pos-sui milhares de especialistas em cloud, com profundo conhecimento do setor, e que estão localizados em todo o mun-

do para ajudar os clientes a transferi-rem as suas operações para a cloud”. A funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, os centros “oferecem um le-que completo de soluções, incluindo ser-viços comprovados de resiliência, garan-tindo assistência em qualquer ambiente, designadamente serviços tradicionais de TI e modelos de cloud pública, privada ou híbrida”. Na presença de uma falha, diz o comunicado, a equipa de suporte consegue recuperar os dados em minu-tos e garantir que o incidente represente pouco ou mesmo nenhum impacto so-bre as operações de negócio da empresa e passando despercebida aos clientes. Só desde o início de novembro a IBM anunciou mais de quatro mil milhões de dólares em contratos de cloud com grandes empresas em todo o mundo, in-cluindo Lufthansa, na Alemanha, ABN AMRO, na Holanda, WPP, no Reino Unido, WOOX Innovations, em Hong- Kong, e Dow Water e Thomson Reuters, nos Estados Unidos.

A IBM registou receitas de 4,4 mil mi-lhões de dólares em 2013, um aumento na ordem dos 69% face ao ano anterior e até ao terceiro trimestre de 2014, as receitas de cloud da aumentaram 50%, com receitas de 3,1 mil milhões de dólares em ambien-tes as-a-service.

ATÉ AO TERCEIRO TRIMESTRE DE 2014, AS RECEITAS DE CLOUD AUMENTARAM 50%

IBM confirma aposta na cloud e abremais 12 novos centros mundiais

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TECNOLOGIAS

24 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

São 12 os novos centros mundiais da IBM dedicados ao cloud computing: Frankfurt, Cidade do México, Tóquio e mais nove cidades da Europa, Ásia e América

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O saldo orçamental das administrações públicas registou uma melhoria de quase 2,8 mil milhões de euros, nos 11 primei-ros meses do ano passado, face a período homólogo do exercício anterior. O défice fixou-se em menos 6,4 mil milhões de eu-ros, de acordo com os dados mais recentes da Direção Geral do Orçamento.

O resultado ficou a dever-se a uma re-dução de mais de mil milhões de euros na despesa e a um aumento da receita de 1,7 mil milhões, com o saldo primário a regis-tar um excedente de 1,2 mil milhões, sen-do de destacar ainda a redução da despesa primária em 1,2 mil milhões de euros. Até ao mês de novembro, o saldo global apre-sentou uma melhoria de 1,8 mil milhões de euros. Por sua vez, neste mesmo mês, os pagamentos em atraso do Estado sofreram uma descida de 464 milhões de euros, rela-tivamente a igual período do ano anterior.

A receita líquida fiscal, de janeiro a no-vembro, ascendeu a 33,5 mil milhões de euros, o que se traduziu num aumento de 6,2%, correspondente a mais 1,9 mil mi-lhões de euros. “Esta evolução consolida a tendência de crescimento da receita fiscal iniciada em 2013, superando o objetivo de crescimento previsto na segunda altera-ção do Orçamento do Estado para 2014”, adianta a DGO. A receita líquida do IVA,

nos 11 primeiros meses, cresceu 7%, en-quanto o IRS aumentou 9%, sendo que as receitas conjuntas ultrapassaram em cerca de 1,8 mil milhões de euros a receita co-brada no mesmo período do ano anterior, num crescimento global de 7,9%. “Esta melhoria evidencia a recuperação da ativi-dade económica e a crescente eficácia das novas medidas de combate à evasão fiscal e à economia paralela.”

Despesa da administração central aumentou

A despesa da administração central apre-sentou, até novembro, um aumento de 0,8%, a qual se ficou a dever, sobretudo, à reposição salarial integrada nas remune-rações pagas entre janeiro e setembro, ao aumento da despesa com transferências para a administração local, à transferência da contribuição do setor bancário para o Fundo de Resolução e aos encargos com pensões. Já a despesa acumulada com juros e outros encargos baixou 1,1%, explica a Direção-Geral do Orçamento.

Por sua vez, o saldo global da Segurança Social fixou-se em 391,3 milhões de euros, menos 45 milhões do que em igual perí-odo do ano anterior, em grande medida devido ao decréscimo da receita em cerca

de 1,1%. A receita de contribuições e quo-tizações cresceu 3,1%, enquanto a despe-sa registou um decréscimo de um ponto percentual, para o que terão contribuído a redução das ações de formação profissional e das prestações com subsídio de desem-prego e apoio ao emprego.

Na administração local houve um saldo orçamental positivo de 351,6 milhões de euros, em resultado da redução da despesa. A administração regional apresentou, até novembro, um saldo orçamental negati-vo de quase três mil milhões. Excluindo o pagamento de dívidas do ano anterior, o saldo orçamental teria sido de 4,6 milhões de euros.

DE ACORDO COM A DIREÇÃO-GERAL DO ORÇAMENTO

Saldo das administrações públicas melhorou quase 2,8 mil milhões

JANEIROAté ao dia 10

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório via Internet da declaração periódica relativa às operações realizadas no mês de novembro. Conjuntamente com a declaração periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efetuadas no mês de novembro.

Até ao dia 15

-

- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos Notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com com-petência para autenticar documentos parti-culares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, das relações dos atos prati-cados no mês anterior suscetíveis de produzir rendimentos.

Até ao dia 20

-

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares (IRS).- Entrega, pelas Instituições de Crédito e Companhias de Seguros, aos sujeitos passi-vos, de documento comprovativo dos juros, prémios de seguros de vida e outros encar-gos, pagos no ano anterior e que possam ser deduzidos ou abatidos aos rendimentos. - Entrega, pelas entidades que recebam ou paguem quaisquer importâncias suscetíveis de abatimento aos rendimentos ou dedução à coleta, de documento comprovativo aos su-jeitos passivos- Entrega, pelos devedores de rendimentos obrigados à retenção total ou parcial de im-posto, aos sujeitos passivos, de documento comprovativo das importâncias pagas no ano anterior, do imposto retido na fonte e das deduções a que eventualmente tenha havido lugar. - Entrega, pelas entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários, aos in-vestidores, onde constem os movimentos de registo efetuados no ano anterior.

-

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Coletivas.

- Entrega da Declaração Recapitulativa, pe-los sujeitos passivos do IVA (regime normal mensal e trimestral e isentos nos termos do artº 53º) que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, quando tais operações sejam aí localizadas nos ter-mos do artº 6º do CIVA.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

MODELO 3 IRSNovos modelos de impressos

No passado dia 29 de dezembro foi publi-cada a Portaria n.º 276/2014, diploma que, face às alterações legislativas introduzidas no código do IRS, nomeadamente, as resultan-tes da publicação da Lei n.º 83-C/2013, de 31 de dezembro, proceder à atualização da declaração Modelo 3 e de alguns dos seus anexos, bem como atualiza as respetivas ins-truções de preenchimento.Assim, foi aprova um novo modelo da Decla-ração Modelo 3 , bem como novos modelos dos Anexos B, C, E, F, H, I, J, e L, e respeti-vas instruções de preenchimento.Estes novos modelos de impressos devem ser utilizados a partir de 1 de janeiro de 2015 e destinam-se a declarar os rendimentos dos anos 2001 e seguintes.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADEA ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, admite que o “nível de dívida pública é efetiva-mente elevado”, no entanto, chama a atenção que há uma posição de tesouraria mais confortável do que há três anos. “O que permite escolher os momentos de financiamento, sem correr o risco de rutura que se verificou nas vésperas do pedido de assistência”. Por outro lado, afirma que o perfil de amortização da dívida é agora mais equilibrado, beneficiando da extensão das maturidades dos empréstimos oficiais europeus e das operações de troca.

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 25

O resultado ficou a dever-se a uma redução de mais de mil milhões de euros na despesa e a um aumento da receita de 1,7 mil milhões

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CONSULTÓRIO TÉCNICO

Tratamento em sede de IVA

de empresa de sistemas

fotovoltaicosUma empresa emitiu, em dezembro de 2011, uma fatura a si própria de uma instalação de um sistema fotovoltaico que colocou nas suas instalações. Esta fatura foi emitida da empresa para a própria empresa, tendo liquidado IVA. Não é claro aferir se esse imposto foi deduzido como ativo, mas, pelo que se depreende nas declarações periódicas de IVA, o ativo não parece ter sido integrado na contabilidade.Estará esta operação correta ou o tratamento do IVA teria que ter sido diferente?

A questão colocada refere-se ao tratamento em sede de IVA da afetação para uso próprio de um sistema fotovoltaico por uma empresa comercializadora desses equipamentos.A afetação para uso próprio

da empresa de equipamentos classificados como inventários não é considerada como uma transmissão de bens, prestação de serviços ou operação assimilada para efeitos de IVA. Não é considerada como uma transmissão de bens, pois essa afetação não constitui uma transferência de propriedade dos bens, uma vez que esses bens mantêm-se na propriedade da propriedade empresa.Também não é considerada como uma operação assimilada a transmissão de bens. Na realidade, as afetações de bens de inventário ao uso próprio da empresa apenas são consideradas como operações assimiladas a transmissões de bens para efeitos de IVA quando sejam efetuadas a um setor isento, sem direito à dedução da empresa, e se tenha deduzido o IVA na aquisição desses bens, conforme determina a alínea g) do n.º 3 do artigo 3.º do Código do IVA (CIVA).A referida operação também não é considerada como uma prestação de serviços ou operação assimilada por não se tratar da realização de qualquer serviço e não se enquadrar em qualquer das situações previstas no n.º 2 do artigo 4.º do CIVA.

Como esta afetação de bens do inventário ao ativo fixo tangível não é considerada como uma transmissão de bens ou prestação de serviços não deve implicar a emissão de qualquer fatura.As faturas apenas devem ser emitidas quando a empresa, sujeito passivo de IVA; efetue uma transmissão de bens, prestação de serviços ou um adiantamento a estas operações, conforme determina a alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA.Não existem faturas emitidas por um sujeito passivo a si próprio.Esta afetação de bens do inventário ao ativo fixo tangível apenas deve determinar uma mera transferência em termos contabilísticos, não tendo qualquer implicação em sede de IVA, pressupondo que a empresa está enquadrada no regime

normal de IVA (ou seja, pratica exclusivamente operações com direito à dedução).A emissão de fatura pela empresa a si própria, e respetiva liquidação de IVA, deve implicar a regularização do imposto liquidado nos termos do n.º 6 do artigo 78.º do CIVA, por se tratar de um erro interno da empresa, sem interferência com terceiras entidades.A regularização deste tipo de erros é facultativa se for a favor do sujeito passivo e só pode ser efetuada no prazo de dois anos, conforme o n.º 6 do artigo 78.º do CIVA.Tal entendimento está previsto no Ofício-Circulado nº 30082/2005 de 17/11.Na prática, no caso em concreto, tendo sido já ultrapassado o prazo de dois anos (a liquidação de IVA incorreta refere-se a dezembro de 2011), já não é possível efetuar a regularização a favor do sujeito passivo.

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE

CONTAS, SEGUNDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

AT esclarece regime de obrigações titularizadasO regime aplicável aos rendimentos de obrigações titularizadas emitidas por sociedades de titula-rização de créditos que estejam inseridas num sistema centralizado tem suscitado dúvidas. A AT esclarece que os rendimentos de obrigações titularizadas estão abrangidos pelo Regime Fiscal das Operações de Titularização de Créditos e pelo Regime Especial de tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de Dívida, sendo que a opção por um dos regimes deve ser aplicada relativamente a todos os beneficiários de uma mesma emissão de obrigações titularizadas.

Portugal intensifica acordos para evitar a dupla tributaçãoPortugal tem intensificado os esforços para estabelecer acordos que evitem a dupla tributação. Os mais recentes respeitaram a São Marino e à Etiópia. Ao regular os direitos de tributação dos países envolvidos é possível evitar a transferência de rendimentos e capitais com propó-sitos meramente fiscais e fortalecer laços económicos entre os signatários. A realidade é que a dupla tributação internacional constitui um obstáculo às relações comerciais e à livre movi-mentação de bens, serviços, pessoas e capitais.

FISCALIDADE

26 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

Está prevista na Lei do Orçamento do Estado para 2015 que os sujeitos passivos de IRS da categoria B e os sujeitos passivos de IRC, que tenham sede, estabelecimento estável ou domicílio fiscal em território português, que disponham de contabilidade organizada e estejam obrigadas à elaboração de inventário, devem comunicar à Autoridade Tributária (AT) até ao dia 31 de janeiro, por transmissão eletrónica de dados, o inventário respeitante ao último dia do exercício anterior. Apenas ficam dispensados desta obrigação de comunicação aqueles cujo volume de negócios do exercício anterior ao da referida comunicação não exceda 100 mil euros.Já se fazia referência a esta obrigação de comunicação dos inventários na Lei do Orçamento do Estado para 2012, embora a então autorização legislativa não tivesse sido exercida.

Está agora completo o círculo de controlo das transmissões de bens, que se iniciou com a obrigação de comunicação de faturas à AT e que inclui também a comunicação dos documentos de transporte de bens, previamente ao início de transporte.No âmbito de medidas de combate à fraude e evasão fiscais é sempre mais fácil exercer um efetivo controlo quando estamos perante operações sobre bens físicos. É, portanto, natural que, nos últimos tempos, se tenham reforçado as medidas de controlo em relação à posse, circulação e transações sobre tais bens.Apesar de, quanto à comunicação de inventários de existências, apenas se reportarem a quantidades, não sendo tais inventários valorizados, o facto é que na descrição dos dados que devem ser comunicados, se impõe uma relação entre os códigos dos produtos e os códigos usados no ficheiro SAF-T (PT) da faturação. E esse mesmo código de produto é, ainda, um elemento obrigatório nos dados enviados aquando da comunicação dos documentos de transporte, quando este seja feito pelo envio do ficheiro SAF-T (PT) ou por webservice.Embora possamos dizer que o cruzamento de dados ainda não é total, em relação à informação que é comunicada no âmbito das três situações de comunicação obrigatória, o facto é que a AT ficará assim com dados muito importantes relativamente à área operacional, sobretudo das empresas comerciais, industriais: como sejam compras, vendas e inventários, mas também da relação de clientes e de fornecedores.

E claro que existe ainda a possibilidade de solicitar, no âmbito de procedimento de inspeção tributária, a totalidade dos ficheiros SAFT (PT) de faturação e de contabilidade.Apesar de associarmos a posse de inventários a empresas comerciais e agrícolas, a obrigação de comunicação do inventário reportado ao último dia do período de tributação irá também abranger as empresas prestadoras de serviços que possuam existências. Também estas já estavam, e continuam a estar, incluídas na obrigação de comunicação de transporte de bens, pois tal obrigação não se cinge a mercadorias, abrangendo todo e qualquer transporte de bens, em território nacional, seja qual for a sua natureza ou espécie dos bens transportados, desde que esses que sejam objeto de operações realizadas por sujeitos passivos de imposto sobre o valor acrescentado.

Se, como contribuintes, nos podemos congratular com passos que visem, no limite, uma maior justiça fiscal, evitando que alguns se furtem ao pagamento dos impostos devidos por meio de esquemas artificiosos, conduzindo a que os outros tenham de pagar mais, não podemos deixar de refletir sobre o conjunto destas medidas. Qualquer declaração que tenha de ser apresentada, qualquer ficheiro que tenha de ser produzido e enviado, qualquer documento que tenha de ser emitido para efeitos fiscais implica, em regra, custos para as entidades – os chamados custos de cumprimento. Sabendo que a contagem física das existências, pelo menos no final do ano, já era necessária, para não dizer obrigatória, como forma de garantir a imagem verdadeira e apropriada das demonstrações financeiras das entidades, esta nova obrigação parece não implicar um grande acréscimo nos custos de cumprimento. Admite-se, por isso, que a aceitação desta nova obrigação seja mais consensual e talvez sirva como incentivo a uma melhor gestão dos inventários das entidades, evitando, por exemplo, os casos da permanência de elevados valores em existências obsoletas.Em todo o caso, nunca deve ser esquecido o volume de informação que fica na posse da Administração Fiscal. E que, com o incentivo à solicitação de faturas com o número de contribuinte, os dados que esta entidade passa a dispor não se circunscrevem apenas aos que se referem a operações efetuadas por agentes económicos, abrangendo também as aquisições feitas por particulares.

Controlos efetuados na circulação, venda e detenção de bens

ANA CRISTINA SILVACONSULTORA DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

As afetações de bens de inventário ao uso próprio da empresa apenas são consideradas como operações assimiladas a transmissões de bens para efeitos de IVA quando sejam efetuadas a um setor isento, sem direito à dedução da empresa, e se tenha deduzido o IVA na aquisição desses bens

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Porto de Setúbal foi o que mais cresceu no ContinenteO Porto de Setúbal foi o porto do Continente que mais cresceu até novembro, com cerca de7,5 milhões de toneladas movimentadas e um aumento de mais de 18%, face a igual períododo ano anterior. Relevante foi também o facto de nos contentores ter atingido 96 mil TEU, aque correspondeu um crescimento superior a 60%, em termos homólogos. Foi a maior taxa de crescimento de sempre nos portos do Continente, no período em análise. Registou o maior acréscimo no embarque de carga, o que é revelador da sua vocação exportadora.

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 27

A NERSANT iniciou o progra-ma Vida Ativa, medida do IEFP – Instituto do Emprego e Forma-ção Profi ssional que tem como ob-jetivo integrar os desempregados inscritos nos centros de emprego em ações de formação profi ssiona-lizantes.

Os cursos de formação dinami-zados pela NERSANT – Associa-ção Empresarial da Região de San-tarém tiveram início em dezembro e abrangem todos os desemprega-dos da região do Ribatejo. Recor-de-se que o Acordo de Cooperação com o IEFP foi assinado no pas-sado dia 25 de novembro e tem como objetivos desenvolver um conjunto de ações integradas na Medida Vida Ativa em toda aque-la região.

O desenvolvimento da primei-ra ação de formação teve lugar na Chamusca. Denominando “Agen-te em Geriatria”, o curso tem como destinatários desempregados com o 4.º ano de escolaridade.

Para este mês de janeiro, a as-sociação tem já agendadas duas formações ao abrigo desta medi-da. No dia 16 iniciará a formação “Técnico de Vendas”, em Torres Novas, e “Técnico Auxiliar de Saúde”, no Cartaxo, para desem-pregados com o 4.º e 9.º ano, res-petivamente.

Em fevereiro arranca o curso “Técnico Comercial”, em Salva-terra de Magos, para desempre-gados inscritos nos centros de emprego com o 9.º ano de escola-ridade, e ainda a formação “Agente em Geriatria”, em Ourém, para ativos desempregados com o 4.º ano. “Técnico Auxiliar de Saúde” e “Técnico de Comércio Internacio-nal” são os cursos a iniciar em mar-ço e abril, em Torres Novas e San-tarém, para desempregados com o 9.º ano de escolaridade. Está ainda previsto o arranque de outras ações de formação até junho, nas locali-dades de Coruche, Entroncamen-to, Alferrarede e Ourém, também naquelas áreas.

Bolsa de formação

Os desempregados inscritos nos centros de emprego interessados em consultar a calendarização to-tal destas ações e os conteúdos pro-gramáticos de cada curso podem fazê-lo no portal da NERSANT, em www.nersant.pt, pesquisando pelo Vida Ativa no menu corres-pondente à formação. Neste es-paço, os candidatos podem ainda descarregar a fi cha de inscrição re-lativa à medida Vida Ativa.

De referir que os formandos que sejam admitidos aos cursos de formação poderão ter direito a uma bolsa de formação (apoio não atribuído a desempregados benefi -ciários de subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego e rendimento social de inserção), e

encargos com alimentação e com transportes. A realização de ações de formação no âmbito da Medida Vida Ativa, permitirá aos partici-pantes a aquisição e/ou reforço das suas competências, contribuindo para uma mais rápida e efetiva in-tegração socioprofi ssional.

MEDIDA VIDA ATIVA ABRANGE TODA A REGIÃO DO RIBATEJO

NERSANT inicia formação para desempregados

O desenvolvimento da primeira ação de formação teve lugar na Chamusca.

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Título A Reforma do IRC Do Processo de Decisão Política à Revisão do Código

Coordenação A. Carlos dos Santos e André Ventura

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Quais os objetivos e as alterações funda-

mentais introduzidos pela reforma do IRC?

Será esta a reforma da fiscalidade que

Portugal necessitava?

Contribuirá para a melhoria do desem-

penho da economia e das finanças por-

tuguesas?

Como será analisada pelas instâncias eu-

ropeias e internacionais?

Eis algumas das questões a que este livro

procura, de forma plural, dar resposta.

A obra apresenta uma abordagem multidisciplinar que concilia os múltiplos aspetos técnicos, contabilísticos, económico-financeiros e jurídicos, incluindo os de direito europeu e constitucional com as inevitáveis controvérsias políticas que uma reforma, como a do IRC, necessariamente suscita.

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EM FOCO

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No âmbito dos compromissos assumidos com a “troika” e após o balanço quanto ao desempenho do modelo definido, em 2012, tendente à revitalização de empresas em dificuldades, as figuras do Processo Especial de Revitalização (PER), Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), o Governo pretende introduzir modificações no referido quadro, a que acrescem o Código das Sociedades Comerciais (CSC) e o regime de mediador do crédito.

A “Vida Económica” falou com o espe-cialista e administrador judicial Reinaldo Mâncio da Costa no que se refere à opor-tunidade e efeitos previsíveis destas altera-ções.

No caso do SIREVE, é intenção do Go-verno condicionar o recurso a este instru-mento por parte de empresas que não têm recuperação possível, desde logo através de indicadores como o EBITDA, bem como a proteção aos financiamentos concedidos na fase do processo de negociação.

Para Reinaldo Mâncio da Costa, “medi-das que impeçam o acesso ao SIREVE por parte de empresas que já apresentam uma situação financeira muito desequilibrada irão sempre no bom sentido da afirmação consistente de um processo de recuperação extrajudicial de empresas em dificuldades”. Por exemplo, “as empresas que não tenham uma autonomia financeira positiva – e os 5% fixados até me parecem muito baixos porque são conhecidas as imparidades ao nível de existências, clientes, etc. – devem ser encaminhadas para o processo de in-solvência”.

Porque, acrescenta, “salvo a entrada de capitais pelos atuais sócios/acionistas ou por terceiros – coisa muito rara – se a em-presa já apresenta uma autonomia finan-ceira negativa (passivo superior ao ativo to-tal líquido), a única medida que resta para que se torne positiva é através do perdão de capital pelos credores ou da transformação destes créditos em capital social”. Ora, no seu entendimento, “essa medida deve estar reservada para o processo de insolvência”.

Vão também “no bom sentido as medi-das que protegem os financiamentos con-cedidos durante o processo. Mas têm de ser evitados aproveitamentos menos claros desta medida. Porque a bondade da me-dida facilmente é enviesada. Os credores que se mostrem disponíveis para financiar a empresa devem ser colocados todos em pé de igualdade”, alertou.

Reinaldo Mâncio da Costa chama a

atenção para uma alteração ao SIREVE que “parece contribuir para a consistência quer do SIREVE quer do PER”, ou seja, “a alteração ao artigo 18º, nº 1, d), que passa a impedir que a empresa que tenha obtido a aprovação, um plano de recuperação no PER o incumpra nos dois anos seguintes e se apresente ao SIREVE”.

PER é parente pobre da reestruturação de empresas

No caso do PER, serão introduzidas novas regras no que concerne às maiorias necessárias para aprovação de planos de recuperação, alterando o artigo 17º F do CIRE, alterações “interessantes”, “muito importantes” e, “mais do isso, eram mais do que necessárias”, considera o responsá-vel da turwin. Em primeiro lugar, “o artigo 17º-F do CIRE deixa de remeter para o artigo 212º, nº 1, do mesmo CIRE. Passa a valer por si só; de facto, aquela remis-são para o artigo 212º, nº 1 era fonte das maiores controvérsias, pela dificuldade em conciliar o disposto nos dois artigos com a referência a “quórum deliberativo”, que agora se elimina do artigo 17º-F”.

Em segundo lugar, “a uniformização dos critérios de votação de um plano de recu-peração em processo de insolvência, em PER e em SIREVE. O disposto no artigo 212º, nº 1 do CIRE passa a corresponder

ao disposto no artigo 17º-F, nº 3, alínea a), e ao disposto no artigo 12º, nº 2, alínea a), do SIREVE, o que muito contribui para a clareza dos processos de recuperação de empresas em dificuldades. Segundo este critério, o plano considera-se aprovado se, “sendo votado por credores cujos créditos representem, pelo menos, um terço do to-tal das dívidas apuradas da empresa, reco-lher o voto favorável de mais de dois terços da totalidade dos votos emitidos, (…)”.

Em terceiro lugar, no caso do PER e do SIREVE, é, “em alternativa, criada uma forma mais expedita de obtenção de uma maioria de aprovação de um plano de re-cuperação: “Recolher o voto favorável de credores cujos créditos representem mais de metade da totalidade das dívidas apura-das da empresa, (…)”.

Já no que respeita “à maior ou menor facilidade da empresa para a aprovação do plano, para uns, nada muda, porque já faziam a interpretação que agora a lei expressamente consagra (confesso que eu não faço parte deste grupo)”; para outros, “como é o meu caso, que calculavam os dois terços exigidos sobre a totalidade dos créditos relacionados na lista de créditos a que se referem os nºs 3 e 4 do artigo 17º-D, passa a ser mais fácil a aprovação do plano de recuperação”, referiu Reinaldo Costa.

Porém, neste âmbito, “mantém-se a

questão de determinar com clareza que créditos devem integrar a lista provisória de créditos (a que se referem os nºs 3 e 4 do artigo 17º-D”). Aquele especialista defende que “só os créditos reclamados devem fazer parte da lista elaborada pelo administrador judicial provisório. Por muitos fundamentos, mas principalmente por um: credores que são obrigatoriamen-te avisados, de imediato, pelo devedor de que foi instaurado um PER e se mantêm alheados do processo não podem ter qual-quer influência nos cálculos das maioria de votação de um plano”.

Pelo exposto, “não pode concluir-se que passe a ser mais fácil aprovar um plano de recuperação. Pode afirmar-se que as regras são mais claras e são mais uniformes aos três processos de recuperação: insolvência, PER e SIREVE”.

Como nota final no que respeita ao PER, “impõe-se dizer que é um parente pobre da área da reestruturação de empresas que não tem ‘lobby’ que o defenda. As alterações propostas ao SIREVE deixam muito bem claro o empenho, a sabedoria, os conheci-mentos e a experiência do IAPMEI nestas matérias de reestruturação de empresas”.

Limitar acesso ao PER

Reinaldo Costa lança algumas sugestões: “Por que não impor medidas que limitem o acesso ao PER por parte de empresas com elevado grau de desequilíbrio finan-ceiro? O IAPMEI apresenta uma taxa de recusa (de processos entrados) na ordem dos 15%. Para o PER, entra quem quer. E fica pelo tempo que quer (sempre mais de 150 dias). Não admira que seja cada vez mais tido como pré-insolvência e liquida-ção da empresa. Mas isso é o seu fim”.

Por outro lado, “parece começar a ser muito clara a opção entre SIREVE e PER por parte dos decisores políticos. Se eu ti-vesse que me pronunciar sobre a alteração ao SIREVE que se me afigura mais deter-minante do seu sucesso futuro, é a alte-ração ao nº 2 do artigo 11º que passa a estender aos garantes a proteção de que a empresa já usufruía no que respeita à ins-tauração de quaisquer acções executivas e suspensão das já instauradas nos seguintes termos: “(…) ou respetivos garantes rela-tivamente às operações garantidas, (…)” e “incluindo os responsáveis subsidiários, nos termos Lei Geral Tributária e do Códi-go dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social”.

CONSIDERA REINALDO MÂNCIO DA COSTA, ADMINISTRADOR JUDICIAL PROVISÓRIO

Alteração ao quadro de recuperação de em

EM FOCO

A flexibilização do regime com a emissão de ações preferenciais sem voto e restrições dos investi-dores que podem deter estas ações é vista por Reinaldo Costa como positiva.

28 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

“Que sentido faz um mediador de crédito num processo onde já existe um administrador da insolvência ou um administrador judicial provisório ou o IAPMEI?”

Finanças esclarecem deduções a lucros tributáveisO Ministério das Finanças emitiu uma portaria em que dá conta que os prejuízos fiscais apu-rados em determinado período de tributação podem ser deduzidos aos lucros tributáveis. No entanto, esse direito deixa de ser aplicável quando se verificar a alteração da titularidade de mais de 50% do capital social ou da maioria dos direitos de voto. Mas o Governo pode autorizar, em casos de reconhecido interesse económico, que não seja aplicada essa limitação, devendo para o efeito ser feito pedido nesse sentido à Autoridade Tributária e Aduaneira.

EDPR vende parques eólicos no BrasilA EDP Renováveis chegou a acordo com a China Three Gorges para a venda de 49% do capital social de parques eólicos no Brasil. “O âmbito da transação abrange 84 MW em operação, com uma idade média de quatro anos, bem como 237 MW em desenvolvimento, remunerados de acordo com os contratos celebrados a longo prazo para vender a eletricidade produzida por 20 anos”, refere a empresa em comunicado à CMVM. A operação deverá ficar concluída durante o primeiro semestre deste ano.

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presas torna regras mais claras e uniformesE é “a mais determinante, porque, a

manter-se na versão fi nal do diploma, resolve um dos maiores entraves à rees-truturação das empresas que se traduz no ataque por parte dos credores, entenda-se bancos, principalmente, aos garantes (dos créditos à empresa) enquanto decorre o processo de reestruturação da empresa”, acrescentou. Assim, esta medida, “de que apenas benefi cia o SIREVE”, “é forte-mente inovadora”. Mas, “mais uma vez, por que não dotar o PER de igual enqua-dramento?”, lamenta.

Diversidade de fi nanciadores é positiva

No que toca ao CSC, a fl exibilização do regime com a emissão de ações preferen-

ciais sem voto e restrições dos investidores que podem deter estas ações é vista por Reinaldo Costa como positiva: “Todas as medidas que favoreçam a menor depen-dência do crédito bancário e a maior di-versidade de entidades fi nanciadoras, seja por ações preferências, seja por obrigações, são sempre muito bem-vindas. A maior ro-bustez fi nanceira das empresas e a melho-ria da sua administração e gestão vão ser manifestamente reconhecidas por quem as adotar”.

Finalmente, pretende o Executivo au-mentar a sua utilização ao mediador de crédito junto das empresas. Reinaldo Cos-ta percebe “a bondade da medida”, pois “o mediador de crédito em processos de re-estruturação de empresas que corram fora dos sistemas já estruturados como seja o

processo de insolvência, o processo espe-cial de revitalização e o SIREVE pode fazer sentido”, pelo menos “para as micro e pe-quenas empresas”.

Mas “que sentido faz um mediador de crédito num processo onde já existe um administrador da insolvência ou um ad-ministrador judicial provisório ou o IAP-MEI?”. No entanto, reconhece “a fragili-dade da minha argumentação quando se permite que administradores da insolvên-cia, só porque constam das listas ofi ciais, possam exercer funções de administrador judicial provisório em PER para as quais não estão minimamente preparados. Nem em matéria de análise fi nanceira, nem das artes de negociação e de mediação de inte-resses ou confl itos”.

Assim, os nºs 8 e 9 do artigo 17º-D do

CIRE, sobre o papel do administradorjudicial provisório no âmbito das nego-ciações do PER, “demonstram que só hálugar para o mediador de crédito se o ad-ministrador judicial provisório não tiver competências para tal”.

Nesse sentido, conclui: “Vai demorar muito tempo até que seja dada razão à tese que defendo: só pode exercer funções de administrador judicial provisório quemcomprovadamente tiver competências para as funções que lhe são confi adas. Em Portugal, não haverá mais de 20, 30 ou 40 profi ssionais com este perfi l. E a estes pro-fi ssionais poderia ser exigida exclusividade,sendo, por exemplo, vedado o exercício de funções de administrador da insolvência, estes sim direcionados para a liquidação deempresas”.

EM FOCO

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 29

Leixões movimenta 70 locomotivas para África do SulO Porto de Leixões está a movimentar 70 locomotivas, as quais serão exportadas em navios de um armador alemão para a Cidade do Cabo, na África do Sul. A operação deverá estar concluída no fi nal do próximo ano. A produção destas máquinas está a cargo de um grupo espanhol, que decidiu por Leixões para exportar a sua carga. A movimentação das locomotivas está a cargo do concessionário TCGL – Terminal de Carga Geral e Granéis de Leixões, informa a APDL em comunicado.

Sonae Sierra assina quase 300 contratos com lojistasA Sonae Sierra, empresa gestora de centros comerciais, assinou 293 novos contratos com lojistas, em Portugal, de janeiro a novembro do ano passado. São cerca de 1500 postos de trabalho, uns criados e outros mantidos. “A estratégia da Sonae Sierra consiste numa forte aposta na valori-zação dos seus ativos, mantendo-os atrativos, modernos e diferenciadores, bem como na gestão efi ciente dos centros comerciais, centrada na qualidade da operação e na dinamização da oferta comercial e de lazer”, aponta Álvaro Costa, diretor comercial da empresa.

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GUILHERME [email protected]

Os medicamentos biossimilares ainda não ocupam o lugar devido no mercado português, apesar das necessidades que se verificam nesta área. Acontece que a intro-dução deste tipo de produtos pode alavan-car a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, de acordo com Pablo de Mora, diretor ibérico da Hospira, multinacional no desenvolvimento e comercialização de medicamentos genéricos, originadores e dispositivos médicos. Ainda existe um grande desconhecimento relativamente a este tipo de medicamentos.

Um biossimilar é um medicamento bio-lógico desenvolvido para ser comparável em qualidade, segurança e eficácia a outro medicamento biológico, cuja introdução no mercado está autorizada e a sua patente de exclusividade de comercialização já ex-pirou. “A comercialização de biossimilares promove a concorrência do mercado e, em consequência, permite poupar milhões de euros. Apesar de serem fármacos de de-senvolvimento complexo, os biossimilares são comercializados a um menor custo que os originadores. A redução do preço, comparativamente aos biológicos de refe-rência, será de 20%, pelo menos”, estima o responsável da Hospira. Ou seja, estes medicamentos permitem uma poupança relevante nos sistemas de saúde, mas é ne-cessário criar condições que forneçam às empresas que comercializam estes medica-mentos a confiança necessária para conti-nuarem a investir no seu desenvolvimento.

Pablo de Mora admite que o conceito de medicamento biossimilar, em Portu-gal, ainda é relativamente desconhecido,

motivo pelo qual a sua penetração é len-ta. “Os doentes são os maiores lesados

com esta falta de informação, sendo por isso necessário partilhar a mesma sobre os medicamentos biossimilares com todos os intervenientes – incluindo os doentes – de forma a garantir o acesso a toda a infor-mação necessária para a realização de uma escolha consciente e o direito de optar pela terapêutica mais adequada ao estilo de vida e às necessidades clínicas da patologia.”

A Hospira está no mercado nacional há cerca de 20 anos, com presença em uni-dades hospitalares públicas e privadas. São comercializados quatro tipos de produtos, designadamente medicamentos bioló-gicos biossimilares, genéricos injetáveis, medicamentos originadores e dispositivos médicos. “Consideramos que temos a ca-pacidade de ajudar a sustentar os serviços nacionais de saúde, através da otimização da relação qualidade/preço das terapêuti-cas.” Neste momento, a empresa tem seis novos medicamentos biossimilares em de-senvolvimento. Está presente em mais de 70 países e conta com cerca de 16 mil cola-boradores. O seu volume de negócios anu-al é superior a quatro mil milhões de euros, em termos globais. A Hospira vai voltar a marcar presença e a investir em Portugal.

O volume de negócios no setor do co-mércio estabilizou em 2013, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). No entanto, o número de empresas e de trabalhadores registou decréscimos. No ano em questão existiam 232 760 empresas a operar nesta área de atividade.

A crise fez-se sentir, de algum modo, no setor do comércio, com o número de empresas a baixar 1,7%, face ao exercício anterior, enquanto o número de trabalha-dores recuou 2,8%, para 733 mil. O volu-me de negócios gerado ascendeu a perto de 129 mil milhões de euros, ainda segundo o instituto estatístico. O valor da margem comercial também revelou uma descida de 0,8%, para perto de 20,2 mil milhões de euros. O que se traduziu em cerca de 87 mil euros por empresa, num aumento de quase um ponto percentual, face ao ano anterior, refere o estudo do INE.

Quanto aos produtos colocados no mer-cado, a venda de automóveis, no período em análise, representou 55% do volume de negócios das empresas do setor. Face ao ano anterior, neste âmbito verificou--se um aumento de cerca de três pontos percentuais. O destaque foi ainda para os combustíveis, os materiais de construção, os produtos químicos e os intermédios, os produtos alimentares, as bebidas e o taba-co, tal como os bens de consumo domés-tico.

PABLO DE MORA, DIRETOR IBÉRICO DA HOSPIRA, CONSIDERA

Medicamentos biossimilares podem contribuir para a sustentabilidade do SNS

Volume de negócios no comércio estabiliza

Portugal é um país onde ainda se verifica um grande desconhecimento relativamente a este tipo de medicamentos, na ótica do responsável ibérico da Hospira.

A venda de automóveis, no período em análise, representou 55% do volume de negócios das empresas do setor

Um biossimilar é um medicamento biológico desenvolvido para ser comparável em qualidade, segurança e eficácia a outro medicamento biológico

Portos portugueses batem recordesO movimento de mercadorias nos principais portos do Continente, entre janeiro e novem-bro, atingiu 75,35 milhões de toneladas, naquele que foi o valor mais elevado de sempre. Este bom desempenho ficou a dever-se, em grande medida, aos portos de Setúbal e Aveiro, com subidas de 18% e 16%, respetivamente. Os portos de Leixões, de Sines e da Figueira da Foz também apresentaram variações positivas, embora de menor expressão. Já os portos de Lisboa e Viana do Castelo revelaram quebras na movimentação de mercadorias.

Escolas vão contar com apoio na educação financeiraFoi assinado o protocolo de cooperação para a preparação de materiais didático-pedagógi-cos de apoio ao referencial de educação financeira. O objetivo é a elaboração, a edição e a impressão desse tipo de materiais que apoiem professores e alunos na abordagem dos temas relativos à formação financeira. O acordo envolve o Ministério da Educação, as entidades reguladoras e de supervisão do setor financeiro, bem como associações. Numa primeira fase, os materiais dizem respeito aos alunos do primeiro ciclo do ensino básico.

EM FOCO

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“O desenvolvimento económico e o investimento estão na primeira linha das preocupações da atual geração de autarcas”, garante à “Vida Económica” o recém-nomeado representante dos municípios no Programa Operacional (PO) da Competitividade e Internacionalização do Portugal 2020, António Almeida Henriques.Nesta entrevista, o também presidente da Câmara de Viseu concorda com o presidente da Câmara do Porto quanto à descentralização da gestão do COMPETE – “seria uma opção positiva para o país como um todo, com ganhos para a qualidade da gestão e para a desconcentração do Estado” – e não hesita em afirmar: “o PO da Competitividade não pode ter um olhar míope sobre o país nem olhar para a economia de forma abstrata”. Tanto mais porque, “em boa medida, esse foi o falhanço do passado”.TERESA [email protected]

Vida Económica - O Governo apro-vou, a meados de dezembro, as es-truturas de missão para os PO do Por-tugal 2020. As equipas escolhidas dão garantias de competência, rigor e transparência?

Almeida Henriques - Tomaram-se opções distintas, conforme os programas. Alguns dos gestores são veteranos, pessoas que conheço bem e que gozam de gran-de experiência e reputação. Noutros casos apostou-se em protagonistas novos, sobre-tudo nas áreas em que se espera um novo impulso e atitude, como a competitividade e internacionalização. Houve uma preocu-pação em temperar experiência e inovação. Julgo que as escolhas são merecedoras de crédito ou, pelo menos, do chamado bene-fício da dúvida.

VE - A competitividade e a inter-nacionalização é a área do Portugal 2020 com a maior fatia do financia-mento. Quanto deverão absorver os municípios?

AH - A sua pergunta contém questões distintas. Vamos por partes. Antes de mais, o objetivo da competitividade e da internacionalização. É o grande objetivo

do Portugal 2020, desde o início da sua programação estratégica em cujo início participei ainda como secretário de Esta-do da Economia e do Desenvolvimento Regional. Esta terá de ser a marca de fogo dos fundos comunitários deste ciclo. Este objetivo tem, digamos assim, no futuro “Compete”, o seu principal instrumento, mas está também inscrito nos PO regio-nais e no programa de desenvolvimento rural. Ao todo, o financiamento destinado à competitividade e internacionalização no Portugal 2020 ascende a quase 10 mil mi-lhões de euros, dos quais cerca de metade (4414 milhões) estão no PO da Compe-titividade e Internacionalização. Segunda questão: o interesse dos municípios. Este vai muito além da sua condição de ‘be-neficiários’. Não está apenas em causa o que um município pode cubicar neste ou naquele PO – embora isso seja também importante para a modernização da gover-nação local, a localização industrial ou a internacionalização dos territórios – mas, sobretudo, o apoio às PME de base local, a consolidação dos clusters regionais, a valo-rização económica dos recursos territoriais, a articulação com os sistemas de inovação regionais e a atração de investimento dire-to estrangeiro.

VE - O senhor foi designado o repre-sentante dos municípios (via ANMP) no PO Competitividade e Internacio-nalização, precisamente. Os municí-pios e as empresas podem contar com a sua objetividade e ousadia para os defender?

AH - A minha filiação partidária para aqui pouco ou nada releva. As minhas funções de representante dos municípios neste PO irão sempre no sentido de defen-der uma visão territorial sobre as opções de investimento e, de forma geral, sobre o Portugal 2020. Os fundos comunitá-rios têm um fundamento eminentemente territorial. Portugal só beneficia de um envelope generoso de 21 mil milhões de fundos de coesão por esta razão primor-dial: porque quatro regiões portuguesas se situam abaixo do limiar dos 75% da riqueza média comunitária, o Norte, o Centro, o Alentejo e os Açores. O futuro “Compete” aplica-se, aliás, exclusivamente a estas regiões, porque é aí que radica quer o potencial de crescimento quer as assime-trias de desenvolvimento que impedem o país de crescer como um todo, de forma sustentável e integrada. Serei uma voz das regiões e dos territórios, que puxa por essa sensibilidade. O PO da Competitividade não pode ter um olhar míope sobre o país nem olhar para a economia de forma abs-trata. Em boa medida, esse foi o falhanço do passado.

VE - Pergunto-lhe isto também pelo seguinte: numa entrevista recente à “Vida Económica”, o presidente da

Câmara do Porto lamentou que a ges-tão do COMPETE continue centrali-zada em Lisboa, o que “compromete o futuro do Norte do país”. Partilha da opinião de que a centralização das decisões prejudica o desenvolvimento das regiões mais pobres?

AH - Partilho inteiramente das pre-ocupações do meu colega Rui Moreira, que não são de agora, embora com outro ponto de observação: a região Centro e o Interior. O Portugal 2020 e o PO da Competitividade e Internacionalização, em particular, têm à nascença um foco territorial de aplicação determinado: as regiões portuguesas menos desenvolvidas. Foi a pensar na convergência das regiões, no crescimento da sua base económica e empresarial, no seu potencial de inovação e internacionalização, na valorização dos seus clusters que este programa foi dese-nhado e contratualizado com a Comissão Europeia. Fazer tábua rasa deste pressu-posto seria um erro moral e um erro es-tratégico. Não é por acaso que as regiões CentroNorte representam cerca de 60% da população nacional, mais de 65% das exportações nacionais e uma percentagem equivalente das PME portuguesas. Pode o país crescer se não se puser o músculo produtivo e exportador a funcionar? Este só pode ser um instrumento com forte sensibilidade territorial.

VE - O PO da Competitividade e In-ternacionalização devia ser gerido a partir de outra região que não Lisboa?

AH - Seria uma opção positiva para o país como um todo, com ganhos para a qualidade da gestão e a desconcentração do Estado. A proximidade aos territórios--alvo é um fator que qualifica positivamen-te a gestão, em termos de eficiência e eficá-

cia. O Estado só tem a ganhar quando saida capital. Por essa razão cheguei a propore defender, no seio do Governo, enquantotitular da pasta dos fundos comunitários,que se adotasse uma solução de desconcen-tração dos vários PO temáticos pelas dife-rentes regiões de convergência.

VE - O autarca do Porto também sequeixou dizendo que “há alguma di-ficuldade de articular com os outrosmunicípios estas questões”. Que pa-pel pode o senhor desempenhar nestafacilitação?

AH - A ANMP terá de cumprir essepapel no plano da negociação com o Go-verno, tal como as CIM e as áreas metro-politanas terão de cumprir o seu papel demobilização e articulação dos seus municí-pios na gestão das intervenções territoriaisdo Portugal 2020. Em termos de acom-panhamento do PO da Competitividade,estarei naturalmente disponível para serporta-voz.

VE - Por último, o papel das CIM– Comunidades intermunicipais. Opresidente da Câmara do Porto falouem “alianças estranhas” que não vãofuncionar bem. Qual é, afinal, a im-portância das CIM no Portugal 2020?

AH - As CIM ou as Áreas Metropolita-nas devem assumir a sua vocação de ges-tão de um racional territorial estratégico.Espera-se isto delas, ao abrigo dos ins-trumentos que serão contratualizados noPortugal 2020 – os chamados ITI (Investi-mentos Territoriais Integrados) ou AIDUS(Ações Integradas de DesenvolvimentoUrbano Sustentável). A ver vamos se o fi-gurino definido pelo Governo no Portugal2020 cumpre esse objetivo, em vez de seruma camisa de forças.

ANTÓNIO ALMEIDA HENRIQUES, REPRESENTANTE DOS MUNICÍPIOS NO PO DA COMPETITIVIDADE E INTERNACIONALIZAÇÃO, AVISA

“Programa Operacional da Competitividade não pode ter um olhar míope sobre o país”

“O desenvolvimento económico e o investimento estão na primeira linha das preocupações da atual geração de autarcas”, garante António Almeida Henriques.

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Por cada 10 mil ações promocionais realizadas nos media digitais pelas agências de viagem, são realizadas 277 viagens, numa taxa de conversão de 1,45%. Estas métricas são fundamentais para planear os investimentos que as empresas devem fazer nestas plataformas. O marketing digital e o segmento MICE estiveram em debate no 40º Congresso APAVT.MARC [email protected]

A decisão de investir em campanhas pro-mocionais nas plataformas digitais deve ser acompanhada de “métricas” que per-mitam perceber “os resultados do trabalho desenvolvido”. Segundo Raul Gonçalves, fundador do Net Viagens e consultor, a “importância das métricas” é fundamental “para estar no negócio através do marke-ting digital”.

Dirigindo-se especificamente ao setor das agências de viagens, aquele especialis-ta adiantou que, desde logo, “é essencial perceber o que pesquisam os potenciais clientes” nos media digitais. No mercado português, a palavra mais pesquisada em 2014 foi «hotel», disse.

Já as pesquisas em França quanto ao destino Portugal foram maioritariamente dedicadas ao Algarve e Madeira. A nível global, a palavra mais pesquisada foi «Es-panha» e, num pico de Julho de 2014, «Portugal», o que atesta a notoriedade que o país regista.

No 40º congresso da Associação Portu-guesa das Agências de Viagem e Turismo (APAVT), Raul Gonçalves explicou que “91% das pessoas veem o correio eletró-nico diariamente”, mas “22% não chegam à caixa de correio das pessoas”; quanto ao Facebook, “74% dos ‘posts’ não são vistos pelos seguidores”. Assim, conclui, “o e--mail é ainda hoje mais eficiente”.

Investimento de 1000 euros gera retorno de 1450

No que se refere às bases de dados, “2,77% dos clicks dos e-mails da indústria do turismo, em 20% de aberturas”, resul-tam “numa taxa de conversão de 1,45%”. Ou seja, “em 10 mil ações, são abertas 2000 e realizadas 277 viagens”. Aquele especialista concluiu que “é importante conhecer o potencial de conversão para medir o nível de investimento a efetuar”.

O fundador do Net Viagens deixou um exemplo prático: numa campanha do

Google Adwords, com um investimento de 1000 euros, serão feitos 4000 clicks (a um custo de 0,25 euros cada); com uma taxa de conversão de 1,45%, realizar-se-ão 58 vendas. Se o ganho por venda for de 25 euros, o valor total obtido será de 1450 euros – “é um investimento rentável, sen-do que o marketing digital não pode ser inteiramente grátis”, afirmou. Mas, para além disso, “é necessário ter os conteúdos corretos, por forma a ter bons índices de

conversão, acompanhado de outros meios, como o próprio portal”.

Por sua vez, o presidente do Turis-mo de Portugal, Cotrim de Figueiredo, alertou para o fenómeno da “microsseg-mentação” comunicacional, propiciada pelo ‘big data’. Na sua perspetiva, as tendências do marketing digital passarão por “conteúdos cada vez mais efémeros, mensagens ‘online’ cada vez mais curtas e a anonimidade”.

TURISMO

Marketing digital e segmentono centro do debate do setor

Atraso na recuperação do IVA prejudica evolução do segmento MICE

APECATE realiza congresso em FevereiroA APECATE realizará a terceira edição do congresso para o seg-mento MICE nos dias 6 e 7 de fevereiro, no Altis Grand Hotel, em Lisboa. Em destaque estarão a liberalização, concorrência e quali-dade. António Lobo Xavier e Augusto Mateus serão convidados para debater a fiscalidade no segmento. O debate setorial e o ne-tworking não foram esquecidos.

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Augusto Mateus alerta para riscos da “economia das quantidades”

Orador convidado do congresso da APAVT, o ex-ministro da Economia Augusto Mateus apelou à “calma com a lógica da economia das quantidades”, numa referência aos riscos introduzidos pelo crescimento económico sustentado “no volume” e não no valor. “Há economias que crescem em volume e decrescem em valor”, disse. Mas “essencial é o valor que somos capazes de criar. Este valor é aquilo que as empresas não compram” mas “conseguem vender”. Estas considerações vão de encontro aos últimos dados referentes aos preços médios da hotelaria em Portugal, os quais estão, como reconheceu o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, abaixo dos verificados em 2008. “Perguntam-me muitas vezes o que o Governo vai fazer quanto aos preços”, disse no congresso da APAVT. “O Governo não vai fazer nada em relação aos preços”, preferindo atuar “ao nível do aumento da procura”.Segundo dados da Associação de Hotelaria de Portugal, o setor terminou o ano com uma taxa de ocupação média de 61% e um RevPar (preço por quarto disponível) de 41 euros, dados que representam um crescimento de 2,48 p.p. e 5,67%, respetivamente, face a 2013, mas bastante abaixo de destinos que concorrem diretamente com Portugal.

O correio eletrónico é ainda hoje a plataforma digital mais eficiente para promoção da oferta.

Turismo representa 54% do investimento em reabilitação no PortoMARC [email protected]

O setor do turismo foi responsável por 54% do investimento total realizado em reabilitação urbana no centro do Porto ao abrigo do programa JESSICA. Segundo Álvaro Santos, presidente do Conselho de Administração da Porto Vivo, SRU, este programa potenciou “um investimento global de 95 milhões de euros no centro do Porto, dos quais 20% são JESSICA”. Segundo dados do JESSICA Portugal Hol-ding Fund, existe “um efeito multiplicador por cinco” neste programa, no qual a cida-de “tem um total de 20 projetos”.

Recorde-se que o programa JESSICA - Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas (Apoio Europeu Comum para o Investimento Sustentá-vel em Zonas Urbanas) é uma iniciativa da Comissão Europeia, desenvolvida em colaboração com o Banco Europeu de In-vestimento (BEI) e o Banco de Desenvol-vimento do Conselho da Europa (BDCE) que promove a regeneração e o desenvolvi-mento urbano sustentáveis, através de me-canismos de engenharia financeira.

No caso do Porto, projetos como a am-pliação do hotel Pestana Porto, na Ribeira, recorreram a este instrumento. Neste caso, a ampliação do hotel em curso envolveu “três processos de aquisição, dois proces-sos de licenciamento e 22 meses de obras com o hotel em funcionamento”. O inves-timento global, incluindo aquisição dos imóveis, ascendeu a 12,5 milhões de euros, duplicando a capacidade do hotel, de 48 para 100 quartos.

Reforçar habitação

Por sua vez, o investimento em habita-ção representa apenas 12% do total, disse Álvaro Santos. O Porto foi a cidade anfitriã do LSG International Seminar, que reuniu representantes das cidades que integram o projeto CSI Europe – City Sustainable In-vestment na Europa e procurou debater os instrumentos financeiros disponíveis para investimento sustentável nas cidades.

Desta forma, o objetivo passará por “maior cobertura do setor da habitação”, em que a eficiência energética e a reabilita-ção urbana poderão ser impulsionadores, afirmou o presidente da Porto Vivo.

Álvaro Santos relevou o papel dos par-ceiros do Grupo de Ação Local do Porto, destacando, entre as ações a levar a cabo, “a proposta para a criação de um fundo de tipo JESSICA” sob a forma de um fundo de capital reembolsável intitulado de «Fun-do de Renovação Eficiente de Edifícios no Centro Histórico do Porto – REENERGI.CHP», que “visa apoiar a reabilitação de edifícios privados de função predominan-temente habitacional, incentivando o re-curso a medidas de eficiência energética e que incorpore preocupações de âmbito social”.

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MICE

Holiday Inn aposta nos centros do Porto e Lisboa A marca Holiday Inn deverá conhecer três novas unida-des nos centros de Lisboa e Porto até 2020, num inves-timento de 35 milhões de euros e 400 quartos. Segun-do a Palminvest, empresa de gestão hoteleira, o objetivo será entrar com mais consistência no segmento lazer e ‘city breaks’, depois de consolidada a oferta ‘corporate’.

TURISMO

Nau Hotels & Resorts sucede à marca CSO sucessor da marca hoteleira CS foi apresentado pelo fundo ECS Capital. A marca Nau Hotels & Resorts é formada por dez empreendimentos turísticos, com 1300 unidades de alojamento e cerca de 3300 camas no Alentejo, Algarve, Douro e Lisboa. A oferta será direcionada para os segmentos de lazer, MICE, corpo-rate e golfe e aumentará em 2015 com o Palácio do Governador.

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 33

Promoção conjunta

No que se refere ao segmento específi-co de congressos, eventos e incentivos, “é preferível que sejam os visitantes a defi-nir uma imagem ou marca Portugal, pois, mais do que acreditarem em nós e nas campanhas feitas nesses mercados, eles acreditam uns nos outros”, disse Frederi-co Costa, responsável da Visabeira e an-tigo presidente do Turismo de Portugal.

No caso dos mercados europeus, “que ainda são os principais emissores”, “de-vemos consolidar o destino Portugal”; mas para os países terceiros, como os EUA, “há muito trabalho a fazer quanto à promoção conjunta, por exemplo com Espanha”. Aquele responsável assegura que, “em cada 10 americanos que visi-tam outros países, quatro fazem-no numa perspetiva multidestino”. Por outro lado, acrescentou, “muitas vezes a decisão de realizar um congresso em Portugal perde--se porque não há a coragem de pagar as férias do decisor/empresário”.

No entanto, a nota de destaque quanto ao segmento MICE foi deixada por Edu-arda Neves, vice-presidente da APAVT, para quem “a falta de recuperação do IVA na realização de eventos é um dos entra-ves ao desenvolvimento deste segmento”, disse.

MARC [email protected]

A Real Companhia Velha decidiu operar uma modificação no portefólio de vinhos da Quinta dos Aciprestes, alargando a gama e renovando a imagem. A marca pas-sa a contar com um vinho monocasta da variedade Sousão, o Quinta dos Aciprestes Sousão Grande Reserva Tinto 2011 (4000 garrafas a 40 euros PVP). Este junta-se às novas colheitas do Grande Reserva 2012 (13 mil garrafas a 28 euros PVP), Reserva 2012 (30 mil garrafas a 17 euros PVP) e Aciprestes tinto 2011 (130 mil garrafas a 11 euros PVP). Posicionada nas gamas mé-dia e alta, a marca Aciprestes viu também chegar às prateleiras uma nova imagem, que se estenderá a todas as referências.

A Real Companhia Velha promoveu uma visita à Quinta dos Aciprestes, onde foram dados a conhecer os trabalhos de-senvolvidos ao nível da viticultura, mas também enologia, ao abrigo do seu pro-grama Fine Wine Division.

Esta, criada em 1996, reúne uma equipa constituída internamente, formada pelo diretor de enologia, Jorge Moreira, e pe-los responsáveis de viticultura Rui Soares e Álvaro Martinho, a qual tem por missão estudar e desenvolver novas potencialida-des a nível de castas e vinhos.

De acordo com Jorge Moreira, a Quinta dos Aciprestes, com dois quilómetros de frente de rio, na margem oposta à esta-ção do Tua e próxima do local onde está a nascer a polémica barragem, possui “uma exposição mais branda que permite obter maturações suaves e vinhos mais aromáti-cos, macios e apelativos”.

A Quinta dos Aciprestes resulta da jun-ção de três antigas quintas contíguas (Aci-prestes, Barreira e Boavista). Trata-se de “uma propriedade abrigada, que sofre com o efeito térmico no verão e grande con-centração de calor, mas também frescura”, explicou Rui Soares, diretor de viticultura.

A propriedade conta com 140 hectares, dos quais 100 hectares são de vinha e 20 de olival. Cerca de 50% das vinhas contam com idades entre 30 e 40 anos; nestas veri-fica-se a tradicional mistura de castas, sen-do que as vinhas plantadas depois de 1997 foram-no em talhões por casta. Está ainda em curso um investimento na replantação de 15 hectares de vinha, apurou a VE.

No total, “a vinha nesta quinta está di-vidida em 26 parcelas, nas quais foram já identificadas várias subparcelas”. Isto por-que a empresa, no âmbito da sua atividade de investigação, desenvolveu “um estudo utilizando fotografia de alta resolução a 300 metros de altitude”, com recurso a drones, “na altura do pintor”.

O recurso combinado de técnicas de Sis-temas de Informação Geográfica e Deteção Remota permite calcular “o índice de vege-tação” e determinar, no interior da vinha,

“até quatro subparcelas” com padrões ve-getativos em manchas homogéneas, expli-cou Rui Soares à VE.

Com este trabalho consegue-se, desde logo, “programar a vindima ao nível da subparcela”, mas, num futuro próximo, adequar a plantação ou replantação de va-riedades às características do solo. Rui So-ares destaca que, ao nível dos trabalhos de viticultura, não se obtêm poupanças ope-racionais imediatas, mas, no limite, “me-lhores vinhas e melhores uvas vão traduzir--se em melhores vinhos e maior valor por garrafa”, concluiu.

A RCV possui cinco quintas na região e produz no total oito milhões de garrafas, ano, dos quais cerca de 50% referentes a vinho do Porto.

Real Companhia Velha cria novos Aciprestes

A Quinta dos Aciprestes resulta da junção de três antigas quintas contíguas (Aciprestes, Barreira e Boavista)

Quinta das Carvalhas dinamiza enoturismo de vocação ambiental

No Pinhão, a Quinta das Carvalhas é uma das joias da Real Companhia Velha, onde o potencial do enoturismo foi levado mais além, num “subsegmento” que poderemos designar por ‘eno-ecoturismo’. Ou seja, sob o signo da sustentabilidade ambiental, é possível conhecer a fundo uma mancha natural com 500 hectares, dos quais 120 plantados com vinha. Esta propriedade, que cobre toda a colina e ainda parte da encosta superior da margem direita do rio Torto, tem, no seu ponto mais alto, a 550 metros, a chamada “Casa Redonda”, de onde se obtém uma panorâmica invejável.A quinta recebe cerca de 12 500 visitantes anuais, apesar de não oferecer alojamento. Uma visita à Quinta das Carvalhas é uma experiência inesquecível, sobretudo se acompanhada pelos responsáveis da viticultura, Álvaro Martinho e Rui Soares. A paixão que transmitem não deixa ninguém indiferente e é quase impossível não ficar deslumbrado com a beleza natural do espaço, vinhas com mais de 80 anos de idade e encostas com 70 graus de declive, gozar a biodiversidade e a natureza.Nesta quinta, para além da loja de vinhos, onde se podem provar e adquirir os vinhos da Real Companhia Velha, é possível visitar o espaço a bordo de um minibus descapotável com partida do Pinhão, fazer refeições enoturísticas na Casa Redonda, realizar atividades de observação de aves, com dois programas diferentes (“birdwatching” livre e “birdwatching” com guia) e, até, uma vez por ano, participar na montaria ao javali que a empresa acolhe.

Programa de investigação da Real Companhia Velha permitirá obter ganhos de valor por garrafa vendida.

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34 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

RFF reforça Contencioso TributárioDarcília Sousa Matos é a mais recente contratação da RFF & Associados. Licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tem duas pós-graduações em Direito Fiscal das Empresas e em Gestão Fiscal. Advogada na Garrigues, integra a partir de agora a área de “Tax Litigation” da RFF & Associados, sendo a sexta integração desta sociedade de advoga-dos desde o início da sua constituição.

DIREITOS

LEGAL & ILEGAL

A revogação da responsabilidade solidária dos gerentes e administradores das sociedades nas infracções tributárias

Breve análise do Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 1 de Julho de 2014.

DANIELA S. RAMALHOAdvogada-Estagiária* Gabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão e AssociadosRua de Ceuta, 118-1º, 4050-190 [email protected]://www.antoniovilar.pt/pt

A responsabilidade solidária dos agentes e administradores das sociedades no que toca às infrações tributárias encontrava-se prevista no n.º 7 do art. 8.º do Regime Geral das Infrações Tributárias (RGIT), que dispunha que “Quem colaborar dolo-samente na prática de infracção tributária é solidariamente responsável pelas multas e coimas aplicadas pela prática da infração, independentemente da sua responsabilida-de pela infração, quando for o caso”. O n.º 7 do art. 8.º foi entretanto revogado pela Lei n.º 75-A/2014, de 30 de setembro, na sequência do acórdão do Supremo Tribu-nal de Justiça de 1 de julho, que acolheu a decisão do acórdão do Tribunal Constitu-cional de 18 de fevereiro de 2014, que jul-gou com força obrigatória geral a inconsti-tucionalidade da norma. Este Acórdão do STJ vem assim reformular a interpretação que foi firmada no seu acórdão de Unifor-mização de Jurisprudência de 8 de janeiro de 2014, e que considerava que o mesmo artigo não seria inconstitucional, por ser a responsabilidade solidária estabelecida de natureza civil e não de natureza criminal.

Para o Tribunal Constitucional, o artigo colidia de forma direta com os princípios constitucionais da intransmissibilidade da responsabilidade penal, a qual operaria en-tre a pessoa coletiva e os seus gerentes ou

administradores, bem como com o prin-cípio do “ne bis in idem”, pois a mesma norma salientava que a responsabilidade do gerente ou administrador existiria “in-dependentemente da sua responsabilidade pela infracção”.

Ora, não existe qualquer dúvida quanto à consagração da responsabilidade penal das pessoas coletivas enquanto regra no ordenamento jurídico-criminal português, sendo uma responsabilidade individual e imputável diretamente à pessoa coletiva por crimes cometidos no seu exclusivo in-teresse. Não existem igualmente dúvidas de que em vários casos a lei portuguesa consagra subsidiriamente, e por vezes so-lidariamente, a responsabilidade dos ge-rentes e administradores pelo pagamento

das multas aplicadas às pessoas coletivas, assumindo, todavia, essa responsabilidade natureza civil.

Ora, de acordo com a jurisprudência constitucional, é precisamente a responsa-bilidade de natureza civil que se encontra prevista no n.º 1 do art. 8.º do RGIT, por contraposição à natureza penal da respon-sabilidade que se encontrava plasmada no entretanto revogado n.º 7 do mesmo ar-tigo. A responsabilidade de natureza civil permite acautelar os casos em que a pessoa coletiva se fruste ao cumprimento da mul-ta aplicada, através da dissipação do seu património operada pelos seus gerentes ou administradores, enquanto a responsabili-dade penal implica uma verdadeira conde-nação por factos imputáveis a outra pessoa.

Não obstante o acolhimento da posição do Tribunal Constitucional, a verdade é que o STJ continua a refutar a argumen-tação utilizada, defendendo que, desde logo na epígrafe do art. 8.º, se identifica de forma clara que o mesmo regula a “res-ponsabilidade civil pelas multas e coimas”. Continua assim a defender a interpretação anteriormente fixada de que o regime não pretendia transferir qualquer tipo de res-ponsabilidade penal, na medida em que ao gerente ou administrador apenas se transmitiria a obrigação de pagar a mul-ta, ficado sempre com a pessoa coletiva o desvalor jurídico-penal que fundamentou a aplicação da sanção criminal. O gerente ou administrador não seriam assim nun-ca condenados duas vezes, ou condenados em vez da pessoa coletiva, ao que acresce que, no caso em que a pessoa singular fos-se igualmente penalmente condenada, as duas penas subsistiriam lado a lado. Nos mesmos termos, continuaria a aplicar-se o direito de regresso para com a sociedade, bem como a irresponsabilidade da pessoa singular no caso de não dispor de patrimó-nio, o que assume ainda mais clareza quan-do se compreende que a falta de pagamen-to nunca se poderia converter em prisão subsidiária.

Nestes termos, e não obstante a conclu-são do Acórdão do STJ, bem como a re-vogação operada do normativo em causa, sempre convém salientar que a fundamen-tação do Supremo diferiu na sua globali-dade da posição assumida pelo Tribunal Constitucional, o que não afeta obviamen-te o facto de tal responsabilidade ter sido afastada do RGIT.

A nossa empresa é proprietária de vários veículos, tendo celebrado, relativamente a todos eles, o correspondente contrato de seguro automóvel. Sucede que recebemos uma carta da seguradora a dizer que teríamos que proceder ao pagamento de uma determinada quantia por força de um acidente ocorrido em 15 de Setembro com uma daquelas viaturas, tendo sido esse o valor pago pela seguradora ao terceiro envolvido no acidente, dado que a culpa foi do nosso condutor. A justificação apresentada é que não pagamos o prémio mensal, que se venceu a 1 de Setembro, e que, por isso, temos que pagar o que a seguradora desembolsou. Assiste razão à seguradora?

DANIELA MOREIRA MARTINS Advogada *Gabinete de AdvogadosAntónio Vilar, Luís Cameirão & Associadosdaniela.m.martins@avlc-advogados.comwww.antoniovilar.pt

Para que um veículo automóvel possa

circular é obrigatória a contratação de um seguro de responsabilidade civil que assegure a reparação de danos corporais ou materiais causados a terceiros por essa viatura. Através desse contrato, o segurador cobre um determinado risco mediante o pagamento de um preço – o prémio.O prémio é, assim, o pressuposto necessário da cobertura acordada com o segurador, vigorando o princípio «no premium, no cover»: a falta de pagamento do prémio leva à não cobertura dos danos pela seguradora. Nesse mesmo sentido, estabelece a Lei do Contrato de Seguro, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril, que a cobertura dos riscos depende do prévio pagamento do prémio. O prémio pode ser único ou periódico e, na primeira hipótese, pode ser pago de uma vez ou fracionadamente (mensal, trimestral, anual), cabendo às partes estabelecer o regime pretendido. Relativamente ao pagamento faseado, mais comum, encontra-se estabelecido que a

falta de pagamento de uma fração do prémio no decurso de uma anuidade determina a resolução automática do contrato na data do vencimento daquela fração. O que significa que a resolução tem efeitos retroativos, ou seja, no caso relatado, é como se o contrato não existisse desde o dia 1 de setembro e, por isso, como se nunca tivesse vigorado qualquer cobertura naquele mês.Acresce que, com a celebração dos contratos de seguro é entregue ao tomador um certificado internacional de seguro, a comummente denominada “carta verde”, que tem, no mínimo, validade trimestral. Isto significa que, independentemente de pagar o prémio, o tomador, face a terceiros, encontra-se segurado durante aqueles 3 meses, pois a seguradora não se pode furtar à reparação dos danos causados a terceiros por falta do pagamento do prémio enquanto a carta verde for válida.Contudo, caso não se venha a verificar tal pagamento na data de vencimento ou posteriormente (com o pagamento dos

respetivos juros de mora), o contrato de seguro considera-se automaticamente resolvido desde a data de vencimento do prémio. Pelo que os valores que a seguradora tenha liquidado junto de terceiros, a título de danos sofridos, terão que lhe ser reembolsados pelo tomador do seguro que incumpriu o contratado.Em suma, no caso em apreço, apesar de o acidente ter ocorrido após o decurso do prazo para o pagamento do prémio, a seguradora reparou os prejuízos sofridos pelo proprietário do veículo envolvido no sinistro que agiu sem culpa, por a isso estar obrigada. Mas, como a empresa tomadora do seguro não procedeu ao pagamento daquela fração do prémio, o contrato resolveu-se automática e retroativamente, fazendo com que, à data do acidente, o seguro não se encontrasse válido. O que constitui a empresa na obrigação de reembolsar à seguradora o montante despendido por aquela, por força do referido sinistro.

LEGAL & ILEGAL

FALTA DE PAGAMENTO DO PRÉMIO DE SEGURO

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MERCADOS

Dow Jones 30/Dec .......17989,2

Var Sem ................................0,15% Var 2014 ................................8,50%

Nasdaq 30/Dec ............4789,813

Var Sem ................................0,18% Var 2014 ..............................14,68%

IBEX 35 30/Dec ........... 10279,20

Var Sem ...............................-0,81% Var 2014 ................................3,66%

DAX 30/Dec ...................9805,55

Var Sem ...............................-0,06% Var 2014 ................................2,65%

CAC40 30/Dec ...............4245,54

Var Sem ................................0,09% Var 2014 ............................... -1,17%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

PSI-20 (30.12) 4802,67

-1,59% Var. Semana

-26,78% Var. 2014

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 35

O banco de fomento, que adota a desig-nação de Instituição Financeira de Desen-volvimento, vai ser dirigido por Alberto de Castro. O até agora diretor da Universida-de Católica do Porto será o primeiro pre-sidente do conselho de administração da IFD. O vice-presidente da IFD será José Fernando Figueiredo, que dirige a Socie-

dade Portuguesa de Garantia Mútua. O conselho de administração da IFD inclui Elísio Brandão, Ricardo Luz e Maria João Nunes, bem como os administradores não executivos Richard Pelly, Eduardo Carda-deiro, Estela Barbot e Altina Gonzalez.

De acordo com o Decreto-Lei n.º 155/2014, de 21 de outubro, que criou a

Instituição Financeira de Desenvolvimen-to, S.A. (IFD), o objetivo da nova institui-ção é colmatar insuficiências de mercado no financiamento das pequenas e médias empresas, designadamente, ao nível da ca-pitalização e do financiamento de longo prazo da atividade produtiva, assumindo uma função anticíclica.

A IFD assume a gestão de instrumen-tos financeiros com recurso a financia-mento de fundos europeus estruturais e de investimento e a gestão dos fundos resultantes do reembolso de incentivos reembolsáveis dos diferentes períodos de programação no âmbito dos fundos europeus.

Alberto Castro e José Fernando Figueiredo dirigem banco de fomento

José Fernando Figueiredo dará continuidade na IFD ao sistema de garantia mútua.Alberto Castro será o presidente da IFD.

MO ENTRA EM MOÇAMBIQUE

Sonae SR alarga presença internacional a África A Sonae SR vai expandir as suas atividades de retalho especializado a nível internacional com a abertura da primeira loja da MO em Moçambique. Esta expansão enquadra-se na estratégia de internacionalização da Sonae, que aposta numa presença geográfica diversificada ao conjugar mercados desenvolvidos com países com forte potencial e dinamismo económico.

“A entrada da MO em Moçam-bique marca a abertura da primeira loja das áreas de retalho da Sonae na África Subsariana, uma região onde as nossas marcas apresentam um forte potencial de desenvolvi-

mento. A nossa proposta de valor assenta em produtos de qualidade a preços atrativos, adaptando-se a diferentes realidades e contextos, o que está a cativar o interesse de cada vez mais consumidores e par-ceiros em todo o Mundo. Estamos atentos ao mercado e vamos pro-curar capitalizar essas oportunida-des de crescimento, potenciando a diversificação das nossas receitas internacionais e o reforço da nos-sa presença”, afirma Miguel Mota Freitas, CEO da Sonae SR.

Loja em Maputo tem área superior a 500 m2

A primeira loja da marca de vestuário da Sonae SR em África está localizada na cidade de Ma-puto, a capital e maior cidade de Moçambique, que se constitui também como o principal centro financeiro, corporativo e comer-cial do país.

A nova unidade ocupa uma área superior a 500 m2, na Avenida

Vladimir Lenine, junto à esquinacom a Avenida 24 de julho, umadas principais artérias da cidade, e disponibiliza uma oferta varia-da de vestuário e artigos de modade qualidade, adaptada ao clima e cultura local.

A entrada em Moçambique,que se realiza em regime de fran-chising, alarga a rede de lojas daMO a cinco países: Portugal, Es-panha, Malta, Bulgária e Moçam-bique. Adicionalmente, a MOexporta os seus produtos paraFrança, Bélgica e Roménia, onde a marca é comercializada em lojasde outros retalhistas.

Moçambique apresenta umapopulação superior a 25 milhõesde habitantes e é um dos paí-ses com melhores perspetivas decrescimento a nível mundial, es-timando o FMI um crescimentosuperior a 8% do Produto Inter-no Bruto em 2014 e 2015, comefeitos positivos no consumo e no poder de compra.

Paulo Azevedo, presidente executivo da Sonae reforça internacionalização do grupo na área de retalho.

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24 Dez 29 Dez 30 Dez #N/A #N/A

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MERCADOS

36 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

-0,07% Var. Semana -0,002% Var. Semana -4,56% Var. Semana

-11,76% Var. 2014 -1,053% Var. 2014 -48,22% Var. 2014

Euro/Libra 30/Dec.....0,7819

Var Sem ........................ -0,56% Var 2014 .........................2,97%

Euro/Iene 30/Dec ..145,1970

Var Sem ........................ -0,66% Var 2014 ....................... 15,64%

Euribor 3M 30/Dec ....0,0780

Var Abs Sem .................. -0,002 Var 2014 ......................... -0,923

Euribor 1Y 30/Dec .....0,3270

Var Abs Sem ...................-0,001 Var 2014 ..........................-1,177

Ouro 30/Dec .......... 1205,01

Var Sem ........................2,41% Var 2014 .......................-0,07%

Prata 30/Dec .............. 16,31

Var Sem ........................4,02% Var 2014 .....................-16,25%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (30.12) 1,2168 EURIBOR 6M (30.12) 0,1710 PETRÓLEO BRENT (30.12) 57,37

O valor sob gestão dos fundos de inves-timento imobiliário (FII), dos fundos es-peciais de investimento imobiliário (FEII) e de gestão de património imobiliário (FUNGEPI) situou-se em 12 540 milhões de euros, em novembro, menos 112,5 mi-lhões do que no mês anterior. O montante sob gestão decresceu em todos os segmen-tos, de acordo com dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Nos fundos de investimento imobiliário, a quebra foi de 0,9%, para 8,9 milhões, nos fundos especiais o recuo foi de 1,2%, para 2,8 mil milhões, enquanto nos de ges-tão de património imobiliário o decrésci-mo cifrou-se em 0,2%, para 782 milhões de euros.

Os países da União Europeia continua-ram a ser o principal destino dos investi-mentos em ativos imobiliários, represen-tando 100% do total aplicado. Os imóveis destinados ao setor dos serviços foram o principal alvo das aplicações dos FII e FEII, com um peso de 47,6% nas cartei-ras. Nos FUNGEPI, o setor do comércio foi a finalidade da maioria dos imóveis de-tidos.

A Interfundos, a Fundger e a Montepio Valor apresentaram as quotas de mercado mais elevadas. O Fundimo, fundo que de-tém o montante sob gestão mais elevado do mercado, registou uma descida no seu

valor de 3,3%, face ao mês anterior, para 674,2 milhões de euros. Seguiram-se o Gespatrimónio Rendimento, com menos

4,6%, para 481 milhões, e o Fimes Orien-te, cujo valor ficou praticamente inaltera-do em 366,4 milhões de euros.

Fundos de investimento imobiliário com quebra generalizada

Intermediação

financeira

cresce em todos

os segmentosO valor das ordens sobre instrumentos

financeiros recebidas pelos intermediários totalizou 13,3 mil milhões de euros, em novembro, mais 7,4% do que no mês an-terior e 11,2%, desde o início do ano pas-sado, face a período homólogo de 2013, adianta a CMVM.

Os segmentos de dívida registaram uma subida mensal, com a dívida privada a au-mentar 41%, para três mil milhões de eu-ros, e a dívida pública a crescer 25%, para perto de 4,6 mil milhões, enquanto nas ações se registou um decréscimo de 34%, para menos de 2,6 mil milhões de euros. Estados Unidos, Alemanha e França fo-ram os três principais destinos das ordens executadas sobre ações fora de Portugal. Alemanha, Reino Unido e Luxemburgo foram o principal destino das ordens sobre títulos de dívida.

O BESI teve a maior quota de merca-do nas transações sobre ações (13,1%), seguindo-se a Caixa BI (12,9%) e o BCP (9,8%). Na dívida pública, a maior quota coube ao Novo Banco (com mais de 53%), seguindo-se a Intermoney Valores (26%) e o BESI (7,1%). O valor das ordens de residentes cresceu, no período em análise, enquanto houve um recuo no dos não re-sidentes.

Na empresa que gerimos pretendemos enviar uma equipa de trabalhadores para um país da União Europeia para, aí, executarem um serviço que foi contratado à empresa. Dos trabalhadores escolhidos, dois, de nacionalidade portuguesa, são contratados especificamente para esta tarefa. Há algum problema?

A matéria do destacamento de colaboradores encontra-se não só regulada nos artigos 6.º e ss. do Código do Trabalho como, principalmente, em dois diplomas comunitários:

Estes diplomas legais estabelecem e concretizam os requisitos que uma relação laboral deve reunir para que o destacamento seja possível. Assim, antes de mais, a entidade destacante, empregadora portanto, deve garantir que:

Portugal;

pessoal além do administrativo;

temporário, tenha alvará para o exercício da atividade;

de trabalho.Note-se que certos critérios

supra elencados não são absolutos, designadamente o que diz respeito à faturação da empresa em Portugal, pelo que compete à instituição que decide sobre o pedido de destacamento a avaliação conjunta da situação da empresa. Para além disso, a entidade deve, com antecedência, solicitar o destacamento à Segurança Social do Centro Distrital que a abrange, enviando uma carta com:

trabalhador vai destacado;

Caso estas obrigações estejam cumpridas, à partida, o destacamento será admitido

e o trabalhador manter-se-á vinculado às regras de segurança social portuguesa. Todavia, para que tal suceda, também o colaborador destacado deve estar coberto pela legislação em matéria de segurança social do Estado de envio imediatamente antes do seu destacamento. Todavia, não existe a obrigação de o trabalhador já exercer uma atividade na empresa destacante imediatamente antes do seu destacamento. Com efeito, as regras relativas ao destacamento de trabalhadores podem aplicar-se a pessoas recrutadas com vista a serem destacadas para outro Estado-Membro. No entanto, os Regulamentos exigem que a pessoa destacada para outro Estado-Membro esteja inscrita no regime de segurança social do Estado-Membro em que o respetivo empregador está estabelecido imediatamente antes do início da sua atividade. Um período mínimo de um mês pode ser considerado suficiente para preencher este requisito. Para períodos mais curtos, a avaliação será feita caso a caso, devendo igualmente ser considerados

vários factores. Este requisito é preenchido através do exercício de uma atividade por conta de qualquer empregador no Estado de envio, não sendo necessário que, nesse período, o interessado já trabalhasse para o empregador que solicita o seu destacamento. Considera-se também cumprida a condição no caso de estudantes ou pensionistas ou qualquer pessoa segurada em virtude da sua residência no Estado-Membro e inscrita no regime de segurança social do Estado de envio. Assim, no caso em apreço, desde que a entidade empregadora se encontre numa situação em que pode proceder à realização de destacamentos, o destacamento será lícito. Contudo, os trabalhadores escolhidos devem apresentar um vínculo à segurança social portuguesa, sob pena de indeferimento do pedido. Ou seja, não obstante não ser impeditivo da realização do destacamento o facto de o trabalhador ser contratado especificamente para o destacamento, é essencial que este já se encontre, à data do pedido, com uma ligação à segurança social nacional.

RICARDO MEIRELES VIEIRA Advogado - Gabinete de Advogados

António Vilar, Luís Cameirão & Associados

[email protected]

www.antoniovilar.pt

CONSULTÓRIO

LABORAL

O indeferimento do destacamento de trabalhadores

1.212

1.214

1.216

1.218

1.22

1.222

1.224

24 Dez 29 Dez 30 Dez #N/A #N/A0.17

0.1705

0.171

0.1715

0.172

0.1725

0.173

0.1735

24 Dez 29 Dez 30 Dez #N/A #N/A

55.5

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57.5

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60.5

24 Dez 29 Dez 30 Dez #N/A #N/A

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Altri conclui processo de fusão com a Celulose do CaimaA operação realizou-se mediante a transferência global do património da Celulose do Caimapara a Altri, com a consequente extinção da sociedade incorporada. “A detenção do capital socialda Celulose do Caima em 90% pela Altri e em 10% pela própria celulose determinou que nãofossem aplicáveis as disposições relativas à troca de participações sociais e que o processo de fusãoseguisse a forma simplificada”, refere a empresa em comunicado à CMVM.

Instagram já vale 35 mil milhões de dólaresA Instagram está imparável. A rede social fotográfica, adquirida pela Facebook por mil mi-lhões de dólares há dois anos, vale agora 35 mil milhões. A estimativa é do Citigroup, que atribui este valor surpreendente ao crescimento da audiência e das receitas. A empresa assume também um peso crescente no valor da ação da Facebook. Entretanto, a Instagram já conta com cerca de 300 milhões de utilizadores, o que contrasta com os 284 milhões de Twitter.

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MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 37

Estados Unidos e Cuba – o fim do embargo?Na antepenúltima semana do ano 2014 Barack Obama e Raúl Castro concordaram em fazer uma troca de prisioneiros detidos por espionagem em ambos os países. Os países também concordaram em discutir a possibilidade de uma relação diplomática entre os dois países. O levantamento do embargo a Cuba requer a aprovação do Congresso americano.As relações EUA-Cuba têm estado congeladas há décadas, com nenhuma das partes a tomar iniciativa para dar os primeiros passos. A principal causa foram provavelmente as políticas domésticas de cada um dos países, que facilitaram que ambos mantivessem as suas relações sem alterações. No lado americano, uma aliança cubana-americana poderia provocar com que os conservadores e os defensores dos direitos humanos alegassem as violações dos direitos humanos de Cuba por forma a evitarem a aliança. No lado cubano, a inimizade com os Estados Unidos tem um papel importante em legitimar o regime comunista. Não só o Governo cubano nasceu em oposição ao imperialismo americano como também Cuba utiliza muitas vezes a questão do embargo para justificar problemas económicos no país. Nunca existiram pressões externas para alterar a situação, mas muitas razões

internas para deixar a situação inalterada.Os cubanos estão agora sob pressão para alterar as suas políticas. Têm tentado sobreviver à queda da União Soviética com alguma dificuldade. E Cuba enfrenta neste momento um problema imediato: a incerteza na Venezuela. O fornecimento de petróleo da Venezuela para Cuba é feito com grandes descontos no preço. É certo que a economia cubana se encontra num limiar muito perigoso, mas também é verdade que o petróleo importado à Venezuela faz uma grande diferença. O presidente venezuelano Nicolas Maduro enfrenta muitos distúrbios no país causados por fracassos económicos. Se o Governo venezuelano cair, Cuba pode perder um dos seus suportes estruturais. O futuro da Venezuela está longe da certeza, mas Cuba enfrenta a possibilidade de um cenário ainda pior que o atual. Assim, na minha opinião, faz sentido esta abertura de Cuba aos Estados Unidos em termos de preservação do regime.Em relação aos Estados Unidos, o motivo desta mudança é menos claro para mim. Faz sentido do ponto de vista político de Barack Obama. Primeiro, ideologicamente, terminar um embargo agrada a Obama. Em segundo, Obama tem poucos sucessos em termos de política externa em que

lhe sejam dados créditos. Normalizar as relações com Cuba é algo que ele esteja disposto a alcançar, uma vez que grupos como a Câmara do Comércio favorece esta normalização, e poderá dar cobertura política a Obama no Partido Republicano. Por último, e talvez o mais importante, as fundações geopolíticas por detrás da obsessão americana com Cuba estão praticamente extintas. A normalização das relações com Cuba deixa de ser uma ameaça estratégica. Esta troca de prisioneiros é importante, assim como a abertura de embaixadas em ambos os países. Contudo, neste momento, não existe nenhuma potência (país) capaz de explorar a localização geográfica de Cuba (incluindo a China). Mas não sabemos o futuro. Cuba quer preservar o seu governo e procura libertar a pressão que tem estado sujeita por parte dos Estados Unidos. Neste momento, Cuba pode não suscitar muito interesse por parte das grandes potências mundiais, mas o tempo passa, e Cuba pode vir a ser novamente importante. A atual política americana tem sido no sentido da alteração do regime em Cuba. Uma vez que Cuba está em modo de sobrevivência, apenas podem oferecer aos Estados Unidos uma promessa de neutralidade permanente, mas

tais promessas são limitadas no tempo.Cuba precisa de melhores relações com os Estados Unidos, principalmente se o Governo venezuelano vier a cair. A fraca economia venezuelana pode, em teoria, forçar o regime em Cuba a mudar por pressões internas. Raúl Castro já tem 83 anos de idade e Fidel Castro é ainda mais velho, com 88 anos. Se o Governo de Cuba é para ser preservado, tem de ser assegurado já, porque ainda não é claro quem será o sucessor de Raúl Castro. Mas os Estados Unidos têm tempo, e as preocupações em relação a Cuba fazem parte do seu ADN. Não terem interesse no regime mas manterem a pressão não faz sentido. Obama poderá querer um legado, mas a lógica da situação é que os cubanos precisam mais disto do que os americanos, e o preço que os Estados Unidos cobrarão por esta normalização será muito maior do que aparenta ser neste momento, quer seja cobrado por Obama ou por outro seu sucessor.Penso que ainda estamos muito longe de resolver esta disputa estratégica enraizada e localizada em Cuba e esta localização pode ameaçar os interesses dos Estados Unidos. Mas movimentos de abertura são movimentos de abertura. Há um longo caminho a percorrer nesta matéria.

JOÃO CARLOS PINTOTrader da Golden Brokerhttp://bgoldenbroker.blogspot.com/www.goldenbroker.com

A grande banca europeia, em particular, tem preocupações acrescidas. Depois de ter sido desenvolvida a norma de Basileia III, os supervisores consideram ainda necessário mais e melhor capital e endurecem os requisitos de solvência com novas exigên-cias. O objetivo é que as entida-des sejam capazes de se resgatar a si mesmas ou de se liquidarem sem prejudicarem outras partes.

Os bancos de maiores dimen-sões acham que as novas exigên-cias tornam a competitividade

ainda mais frágil perante os países exteriores à União Europeia, es-pecialmente no que toca aos Es-tados Unidos. Paradoxalmente, a dimensão destes é superior à dos bancos europeus. Por outro lado, podem representar um travão à recuperação da rentabilidade per-dida no início da crise financeira. Isto apesar de agora a indústria financeira ser muito mais segura e os retornos serem bastante mais moderados.

No âmbito da filosofia do res-gate interno, será exigida uma

almofada de absorção de perdas – composto por capital e deter-minados instrumentos de dívida – a uma trintena de entidades de todo o mundo consideradas sistémicas. No entanto, impor-ta notar que estas medidas não se aplicarão a países emergentes, como é o caso da China. Certo é que os bancos europeus serão os mais afetados por estas novas exigências. Até porque se junta ao problema o facto de as taxas de juro estarem baixas, limitando as receitas.

A Arábia Saudita não se tem mostrado renitente em aumentar a produção de petróleo, numa altura em que os preços atingem níveis recordes em baixa. E os seus responsáveis políticos também as-sumem que será quase impossível o preço do crude chegar nova-mente aos 100 dólares por barril.

O mercado do petróleo está em profunda transformação e os paí-ses produtores têm de se adaptar às novas condições e exigências. A Arábia Saudita é um dos paí-ses mais penalizados pelas novas tendências e está decidido a bai-xar ainda mais os preços, nem

que seja para não perder quotade mercado. Essa é a preocupaçãomáxima do reino neste momento.Aliás, não hesitou até em baixar ospreços de exportação, algo que hámuito não acontecia. Além disso,trata-se de uma estratégia que visao crescimento económico global,que acabará por se refletir numaumento da procura.

Não coloca de parte a possibi-lidade de aumentar a produçãoa qualquer momento, o mesmopodendo-se aplicar aos restan-tes países da Organização dosPaíses Exportadores de Petróleo(OPEP).

Preço do petróleo não voltará aos 100 dólares por barril

Exigências aumentam para a grande banca mundial

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Os preços do petróleo vão continuar a níveis reduzidos, facto que ajudará a impulsionar a economia mundial, entre 0,3% e 0,7%, o que fará com que se fique acima dos 3,8% previstos anteriormente para este ano. São boas notícias, depois de se terem registado receios quanto ao desempenho de algumas das principais economias. O Fundo Monetário Interna-cional traça um cenário interessante para a economia global.

Os preços do petróleo desceram de for-ma considerável, o que teve um impacto bastante mais acentuado do que o espera-do entre os produtores, exportadores, go-vernos e consumidores. Ou seja, trata-se de uma situação que funciona como uma injeção de ânimo para a economia global, na opinião dos responsáveis do FMI, mais otimistas do que há escassos meses atrás. Sucede que este bom momento poderá representar um incremento entre 0,3% e 0,7% do PIB, este ano. Aliás, os indica-dores económicos, de uma maneira geral, apontam para a manutenção de preços baixos no petróleo, o que também acaba por se refletir nos custos de outras fontes energéticas.

Este avanço terá lugar sobre a projeção do crescimento global de 3,8% para este ano e que o fundo divulgou no passado mês de outubro. Nessa altura, havia receios quanto a um abrandamento, especialmen-te na Zona Euro. Ainda assim, continuam a persistir preocupações quanto a um cres-cimento global bastante desigual. Com os preços atuais – que desceram quase 50% desde junho e se situam abaixo dos 60 dó-lares por barril – os especialistas do FMI preveem que os níveis de produção petro-lífera possam baixar, no entanto, a aconte-cer, será de forma moderada, na ordem dos 4%, na pior das hipóteses. De referir que a Arábia Saudita tem dado conta que não está disponível para reduzir a produção, bem pelo contrário, não coloca de parte

um aumento, desde que seja para não per-der quota de mercado. A OPEP está cons-ciente de que não pode repetir os erros do passado, quando tudo se passava em torno do aumento ou da descida da produção.

O FMI revela ainda as previsões para as duas maiores economias mundiais. Nos Estados Unidos, os economistas do fundo esperam um avaço do PIB entre 0,2% e 0,5%, sobre uma base de 3,1%, de acor-do com a previsão de outubro. Na China a situação não é diferente, com o embara-tecimento do ouro negro a resultar numa aceleração entre 0,4% e 0,7% do PIB, so-bre uma taxa base de 7,1%, estimada ante-riormente pelo fundo.

FMI revê em alta previsões de crescimento mundial

Finantia entra no mercado espanhol da renda fixa

As chamadas “terras raras” são, de facto, abundantes na crosta terrestre. Mas a sua concentração na rocha é fraca, o que com-plica a sua refinação e aumenta os custos. Mas trata-se de um mercado de matérias--primas com um forte potencial de cresci-mento, que inclui produtos como o cobal-to ou o magnésio. Os “metais críticos” são dificilmente substituíveis e o seu aprovisio-namento incerto.

O interesse por estes metais é tanto mais crítico porque podem fazer parte de uma “boom” na procura, em caso de inovação tecnológica ou de alterações na regulamen-tação ambiental. Entram na composição de produtos de elevada tecnologia, cada vez mais habituais, como são os casos dos ecrãs planos ou dos smartphones. O setor das energias verdes também tira benefício

destes metais. Basta ter em conta que as “terras raras” entram no fabrico dos com-ponentes dos veículos elétricos e híbridos.

A China posiciona-se como um ator maior neste setor, enquanto os Estados Unidos possuem as maiores reservas. O país asiático monopoliza cerca de 90% das terras raras a nível global, com 100 mil toneladas anuais, contra as quatro mil dos Estados Unidos. A China estabeleceu quotas e direitos à exportação, o que fez com que os preços aumentassem ao longo de quatro anos. Os países desenvolvidos apelaram à Organização Mundial de Co-mércio para colocar um ponto final neste monopólio, com sérios prejuízos para o comércio mundial. A OMC deu-lhes ra-zão, pelo que a China deverá avançar com novas taxas sobre a produção.

Economias europeias recuperam da crise

Na Zona Euro a situação parece agora mais tranquila no que toca ao crescimento, ainda que a deflação não deixe de ser uma preocupação, mesmo que o Banco Central Europeu garanta que não há riscos de deflação. Algumas das principais economias parecem estar finalmente em processo de recuperação. Tome-se como exemplo a França e a Espanha.A França confirmou a sua recuperação económica no terceiro trimestre do ano passado. No global do exercício, a taxa de crescimento

ter-se-á cifrado em 0,4%, quando se chegou a temer números negativos. Todavia, não deixa de ser uma situação que levanta receios, já que a recuperação se ficou a dever essencialmente ao aumento da despesa pública. A Espanha também acabou por revelar valores melhores do que os esperados. No último trimestre o PIB cresceu 0,6%, sendo que se terá chegado ao final do exercício com um avanço de cerca de 1,4%, podendo alcançar os dois pontos percentuais este ano.

MERCADOS

DB defende intensificação da concentração bancáriaO Deutsche Bank considera que é necessário um novo movimento de concentração na banca europeia. Só assim poderão competir com os seus rivais do Reino Unido e dos Estados Uni-dos. No entanto, o banco alemão não refere se pretende ter um papel ativo neste processo. Apenas se limita a afirmar que pretende mudar de estratégia este ano, para fazer face a um mercado global cada vez mais competitivo. Nesse contexto, não é colocada de parte a possibi-lidade de se libertar da sua filial Postbank, na Alemanha.

Noruega é mais uma vítima da quebra no preço do petróleoA Noruega é mais uma vítima inevitável da descida a pique dos preços do petróleo. O reino tem uma forte dependência do crude, até porque o gigante Statoil é controlado em 70% pelo Estado. Pelo que a economia e a bolsa norueguesas não escapam aos tempos difíceis. A praça de Oslo tem sido particularmente afetada nos últimos tempos pela descida dos preços. E tudo aponta para que a retoma não esteja para breve, o que levanta preocupações acrescidas. Afinal, trata-se de mais uma vítima de uma situação com consequências imprevisíveis.

38 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

EDP vende 229 milhões em securitização de défice tarifário

A EDP Distribuição – Energia, empresa concessionária e operadora da rede nacional de distribuição de energia elétrica, acordou ceder, de forma plena e sem recurso à Tagus – Sociedade de Titularização de Crédito, uma parcela do ajustamento anual do dé-fice tarifário de 2012 e relativo aos CMEC.

O direito a recuperar o valor do ajusta-mento anual referente a 2012 – que foi ob-jeto de diferimento para os anos de 2017 e 2018 – resulta da compensação devida pela cessação antecipada dos contratos de aquisição de energia. Por sua vez, a Ta-gus financiará a aquisição desta parcela do défice tarifário, através da emissão de “pass-through notes”, com um cupão de 2,90%. A Stormharbour Securities atuou

como “sole arranger” e “lead manager” nesta operação desencadeada pela Energias de Portugal.

O banco Finantia participou, enquanto “co-lead manager”, numa emissão de obri-gações de 30 milhões de euros da constru-tora espanhola Copasa, emitida no Mer-cado Alternativo de Renda Fixa (MARF). Foi o único banco nacional a participar na emissão, que foi colocada em Espanha, res-to da Europa e Ásia.

A emissão destina-se a financiar a expan-são internacional da Copasa, sobretudo no México. Trata-se de uma empresa de cons-trução e serviços, contando com uma vasta experiência entre os mais variados segmen-tos, com destaque para as obras ferroviárias, hidráulicas, estradas e edificação. Quanto ao MARF, consiste num mercado que foi lançado em Espanha há pouco mais de um ano, como plataforma de financiamento

para pequenas e médias empresas, através da emissão de títulos de renda fixa. Des-de a sua criação já financiou cerca de uma dezena de empresas que emitiram mais de 400 milhões de euros em obrigações. Têm recorrido a este mercado especialmente empresas de dimensão média.

Refere o Finantia que este é um mercado alternativo, com requisitos de acesso mais flexíveis do que nos mercados oficiais, di-rigido a investidores qualificados, nacio-nais ou estrangeiros. “O objetivo é tornar as PME menos dependentes do crédito bancário, dando-lhes acesso ao mercado de capitais. Por outro lado, permite aos investidores diversificar as suas carteiras, acedendo a títulos emitidos por empresas com boas perspetivas de negócio.”

“Metais críticos” ganham relevância no mercado das matérias-primas

A instituição liderada por Christine La-garde está optimista quanto ao desempenho económico global, já este ano.

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MERCADOS

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MARC [email protected]

A gestão e custódia de arquivo documental das empresas, em regime ‘outsourcing’ ou ‘insour-cing’, poderão gerar poupanças na ordem dos 40 a 60% nas des-pesas com esta rubrica.

De acordo com o modelo de negócio defi nido pela Keep it Safe, esta redução de custos pode ser obtida de várias formas: desde logo, pela diminuição do espaço físico para arquivo necessário às empresas.

Esta pode ser conseguida, em certos casos, através da redução das despesas com arrendamento em escritórios e armazéns, valor que poderá ser tanto maior quan-to a localização for considerada ‘premium’.

Com efeito, “a fi abilidade e o acesso à documentação nas em-presas raramente são quantifi ca-dos”, salienta Fernando Azevedo, administrador da Keep it Safe. O também administrador Vas-co Branquinho da Fonseca dá um exemplo prático: “Temos a capacidade de ocupar todo o pé--direito do edifício de armazena-gem, com acesso rápido a todos os contentores que guardam os documentos, algo que num es-critório ou numa empresa é im-possível”, nota. Nesse sentido, a Keep it Safe obtém “um custo médio do espaço inferior em 1/3 por metro cúbico” face à média praticada nas empresas, afi ança Vasco Branquinho da Fonseca.

Por outro lado, o serviço de gestão documental permite o rá-pido acesso à documentação, que se encontra arquivada de forma registada. Assim, “ao eliminar a necessidade de acesso”, disse Fer-nando Azevedo, “os tempos de busca e seleção de documentos arquivados nas empresas são re-duzidos”, favorecendo ganhos de tempo e produtividade no seio da organização.

A VE visitou um dos vários armazéns de arquivo da Keep it Safe, nos quais os documentos e fi cheiros físicos são guardados por forma a otimizar não apenas o espaço disponível, mas igual-mente o acesso a qualquer docu-mento. Este pode ser feito no lo-cal, ou através de suporte digital.

Cada operação tem um custo associado, o que, segundo Fer-

nando Azevedo, é sempre “in-ferior ao custo que teria se fosse necessário procurar o documen-to no arquivo da empresa, des-de logo no tempo despendido”, assegura.

Armazenamento para 43 mil m3

Constituída no ano 2000, a Keep it Safe dedica-se exclusi-vamente à gestão e custódia de arquivo. A empresa possui ins-talações situadas no Bombarral e na Maia, que cobrem todo o território nacional. A capacidade total de armazenamento de con-tentores (ou seja, as caixas onde a documentação é guardada) as-cende a 25 mil m3 em Lisboa e 18 mil m3 no Porto.

Entre os serviços prestados contam-se a consultoria em ar-quivística, a disponibilização de arquivistas em tempo inteiro ou

parcial e a gestão de arquivos em outsourcing ou insourcing.

Para além da gestão de arqui-vos físicos, a Keep it Safe trata ainda da gestão de arquivos di-gitais, através da implementação de plataformas GED – Gestão Eletrónica de Documentos, da implementação de plataformas WFED – Work Flow Docu-mental, da digitalização maciça de documentos, CED – Custó-dia Eletrónica de Documentos e consulta via web aos documentos digitalizados.

Mais ainda, a empresa assegura a destruição confi dencial e am-bientalmente responsável de do-cumentação, através do serviço BIN by Keep It Safe.

No que concerne à operacio-nalidade do negócio, o “custo que temos com o armazém é uma parte muito reduzida do negócio”, sublinha Vasco Bran-quinho da Fonseca. “O custo da

infraestrutura do armazém para gestão da documentação é duasa três vezes superior ao custo doarmazém”, sendo que hoje o pre-ço pago por m2 no arrendamen-to de armazéns “é ligeiramente mais baixo que há 10 anos atrás”, referiu.

A infraestrutura inclui, entreoutros, a criação da estrutura in-terna para armazenagem de do-cumentação e que permite, numarmazém com 500 m2, guardar83 mil caixas, apurou a VE.

Para além disso, são instaladossistemas de circulação e fi ltragem de ar, controlo de humidade re-lativa ou iluminação dos locaisde depósito por luz fl uorescente que não incide diretamente nos documentos, no sentido de as-segurar a preservação de todo oacervo documental das cerca de500 empresas de todas as dimen-sões do qual a Keep it Safe é fi el--depositária.

FERNANDO AZEVEDO E VASCO BRANQUINHO DA FONSECA, ADMINISTRADORES DA KEEP IT SAFE, ASSEGURAM

Outsourcing de gestão de arquivo pode reduzir custos até 60%

A fi abilidade e o acesso à documentação nas empresas raramente é quantifi cado, asseguram Fernando Azevedo e Vasco Branquinho da Fonseca, administra-dores da Keep it Safe.

“O custo da infraestrutura do armazém para gestão da documentação é duas a três vezes superior ao custo do armazém”

Airbus entrega o primeiro A350 XWB à Qatar AirwaysA Airbus entregou o primeiro A350 XWB, o widebody de passageiros mais moderno do mun-do, ao seu cliente de lançamento, a Qatar Airways. O A350 XWB vem redefi nir a forma como os passageiros vão voar nas próximas décadas e dará início a uma nova era de conforto e efi ciên-cia nas viagens aéreas de longo curso quando entrar em serviço com a Qatar Airways, mundial-mente conhecida pelos seus elevados níveis de excelência.

Ferreirinha lança Reserva EspecialA Casa Ferreirinha lançou um novo Reserva Especial, desta feita da colheita de 2007. Trata-se da 16ª edição deste tinto raro do Douro criado por Fernando Nicolau de Almeida em 1960. Agora sob a responsabilidade direta de Luís Sot-tomayor, foram produzidas cerca de 33.000 garrafas, cujo PVP oscilará entre 120 e 150 euros.

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BCE prevê deflação nos próximos mesesO Banco Central Europeu admite que a taxa de inflação seja negativa na Zona Euro nos próxi-mos meses. No entanto, considera que se tratará de um fenómeno temporário e que não riscos de se entrar numa espiral de deflação. O BCE chama a atenção para a necessidade de todos os bancos centrais estarem particularmente atentos a este processo. Entrar em deflação está fora de causa, já que seriam necessárias taxas negativas durante muito tempo.

Europa muito dependente das decisões dos bancos centraisOs últimos dias do ano passado foram de convulsão e os investidores ficaram desconcertados. O que se prevê é que este ano volte a ser muito influenciado pelas decisões dos bancos centrais, que marcarão de forma determinante a evolução dos mercados. Com ou sem medidas de estímulo é fundamental que a região volte ao crescimento económico e mais rapidamente possível. Não pode é estar exclusivamente dependente das políticas monetárias.

Vamos ter mais um ano de taxas de juro baixas. Bom para quem usa crédito, mas mau para quem aforra. Ou não será assim?

VÍTOR [email protected]

Nesta primeira edição do ano não há melhor do que procurar as aplicações com as melhores ta-xas de juro e com um risco con-trolado. Sim, porque aquilo que aprendemos com todas as crises bancárias e financeiras é que au-sência de risco é um conceito banido do dicionário. Aquilo que a política do Banco Central Europeu nos vai dar em termos de remunerações de depósitos é uma taxa historicamente baixa e isso refletir-se-á naquilo que os aforradores obtêm. Continu-am a existir bancos com neces-sidades de fundos e que estão dispostos a pagar acima da mé-dia, geralmente através de taxas promocionais. O Novo Banco é uma exceção entre os grandes bancos, tendo fechado a “tornei-ra” no final de dezembro a uma excelente taxa promocional.

E quando a taxa média dos DP a três e a seis meses anda pelos 0,6%, é interessante pro-

curar quem ainda oferece mais. Na pesquisa feita, e comecemos para taxas não promocionais, o novo Banco continua a dar car-tas. O depósito a 10 anos com 12 entregas anuais oferece uma taxa bruta fixa de 1,75% mais 0,15% todos os anos a partir do segundo ano, com um depósito mínimo de 120 euros. Entre os bancos de menor dimensão des-taca-se o AtivoBanco com uma taxa bruta de 2,6% a seis meses e

um depósito mínimo de 25 mil euros. Interessante é também a taxa do Invest a dois anos que está nos 2,3% a um ano, mas este DP cai ligeiramente para 2,25% em termos de taxa bruta. A di-ferença mais relevante é que no DP a dois anos bastam mil euros para abrir a conta, enquanto a 1 ano são necessários 75 mil euros. Claro que dentro dos campeões de taxas não promocionais ainda temos o PrivatBank, uma insti-

tuição que atua em Portugal há alguns anos, com um oferta de 3,25%, mas sem a proteção do Fundo de Garantia de Depósitos português. Esta oferta é para o prazo de 1 ano e com um depó-sito mínimo de 100 euros.

Nas ofertas promocionais, ge-ralmente de três meses, o Best e o Banco Carregosa têm as melho-res propostas em termos de taxa bruta anualizada, com 3,75% e 3,33%, respetivamente. O pri-

meiro obriga a um depósito mí-nimo de 2500 euros e paga juros à cabeça, enquanto o segundo obriga a um depósito mínimo de 2500 euros. Nas ofertas a 3% de TANB há várias instituições, des-tacando-se o banco Invest, que propõe a mesma taxa para depó-sitos a três meses, seis meses e 1 ano, e o mesmo acontece com o Finantia, que propõe 3% brutos para DP a um, dois e três anos. O banco BIG tem igualmente uma oferta de 3% a três meses e desce para 2,8% nos seis meses.

Num ano que se antecipa de baixas taxas de juro e reduzida inflação, a par de um fraco cres-cimento económico, procurar ofertas deste nível parece inte-ressante e com um risco contro-lado. Há que ter em considera-ção que o Fundo de Garantia de Depósitos permite o exercício até 100 mil euros por depositan-te. É preciso ainda ter em con-sideração que estas taxas brutas são alvo de imposto, caso do IRS, podendo o subscritor vir a ser penalizado caso o Estado de-cida agravar o nível do referido imposto. Alguns destes produ-tos não permitem resgates ante-cipados, o que é relevante para quem não sabe se irá, ou não, necessitar do dinheiro. Outros permitem o resgate mas com perdas avassaladoras dos juros vencidos.

A NOSSA ANÁLISE

Arrancar bem em 2015 com as melhores remunerações nos depósitos

40 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

MERCADOS

Nos balcões do Banco Santan-der Totta já é possível abrir uma conta através de um tablet. A nova funcionalidade vem simpli-ficar todo o processo de abertura de uma conta, que passa a estar ativa em menos de meia hora, sem a necessidade de qualquer papel.

A tecnologia foi desenvolvi-da em Portugal, sendo o Banco Santander Totta pioneiro na sua implementação em todo o Gru-po Santander. A nova funciona-lidade foi lançada para clientes particulares e estará disponível também para as empresas ao lon-go de 2015.

Este novo sistema nasce da necessidade de os processos

nos balcões serem mais simples e inovadores, aproveitando as oportunidades que oferecem as novas tecnologias, que tornam a experiência do cliente mais fácil, próxima e transparente. Ao agi-lizar os processos e fomentar a mobilidade, o Banco está assim a melhorar o serviço prestado aos clientes, reduzindo, simul-taneamente, os custos e o risco operacional.

Todos os balcões do Banco Santander Totta já estão prepa-rados para abrir uma conta de forma digital e imediata. Para o lançamento da inovação, 700 colaboradores tiveram formação presencial e foi criada uma linha especial de apoio aos gestores.

Para iniciar a abertura de con-ta, só é necessário o e-mail e o telefone do cliente. Depois de seleccionar o tipo de conta pre-tendida, o cliente recebe a do-cumentação legalmente prevista por e-mail e valida a aceitação da mesma. A cópia dos documentos de identificação é recolhida por fotografia no tablet e o processo finaliza com a assinatura digital também no tablet, por sistema biométrico. Um processo simples e ecológico, já que é “paper free”.

Com esta nova ferramenta, os gestores poderão deslocar-se ao encontro do cliente e abrir a con-ta fora do balcão, podendo ficar de imediato pronta a ser utiliza-da.

EM TODA A REDE DE BALCÕES DO BANCO

Santander Totta permite abertura de contas em tablet

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30/dez/14Var. Semanal

(%)

Var. a 30 dias

(%)

Var. desde

1 jan (%)

EUR/USD 1.2160 -1.87% -2.69% -11.83%

EUR/JPY 145.41 -1.30% 0.08% 0.48%

EUR/GBP 0.7823 -0.94% -2.08% -6.17%

EUR/CHF 1.2028 0.03% 0.12% -2.02%

EUR/NOK 9.0420 1.86% 7.08% 8.12%

EUR/SEK 9.4746 1.58% 2.48% 6.95%

EUR/DKK 7.4436 0.05% 0.00% -0.21%

EUR/PLN 4.3103 3.57% 2.05% 3.76%

EUR/AUD 1.4878 0.22% 3.95% -3.53%

EUR/NZD 1.5536 -1.50% – -7.31%

EUR/CAD 1.4132 -0.57% – -3.67%

EUR/ZAR 14.1487 -0.66% 1.84% -2.86%

EUR/BRL 3.2394 -0.32% – -0.56%

Eur/Usd retoma tendência descendente

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O PSI 20 continua claramente pressionado em baixa, estabelecendo um novo mínimo do ano (4610 pontos) e formando máximos relativos cada vez mais baixos. A tendência descendente no médio prazo está em curso e não há para já quaisquer sinais relevantes de correção em alta – as resistências mais próximas situam-se nesta altura nos 5000 e nos 5380 pontos. Em baixa, uma eventual quebra dos 4610 pontos (plausível) abre espaço até aos 4370 pontos, mínimos registados em agosto de 2012.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O DAX voltou a registar um dos seus típicos impulsos de alta, abrindoum “gap” que, tendo em conta a rejeição da resistência dos 9900pontos, poderá vir a ser fechado no curto prazo. O índice alemão voltaa estar assim vulnerável a uma correção até à zona dos 9150/9200pontos, um “ponto pivot” ao longo de todo o ano de 2014 (atuan-do ora como suporte, ora como resistência). Por forma a retomar atendência de alta no longo prazo, o DAX terá de quebrar os 10090pontos.

O ano está prestes a terminar com taxas de juro em mínimos históricos, quer a curto quer a longo prazo. Muitos vaticinavam que, com rendimentos tão baixos nos produtos de curto prazo, os fundos de mercado monetário na Europa iriam sofrer muitos resgates. De acordo com os últimos dados, tal não só não sucedeu, como se verificou o oposto, ou seja um nível considerável de entradas que deverá levar a que esta classe de fundos feche o ano acima do observado há um ano, contrariando assim três anos de saídas. Este movimento apenas pode ser explicado pela ausência de alternativas que apresentem melhores rendimento, algo que tem estado a distorcer o mercado e que para tal em muito contribuiu a decisão de corte das taxas diárias de depósito para -0,2% por parte do BCE. É, aliás, esta situação e não qualquer outro argumento que poderá forçar o BCE a comprar dívida pública para o seu balanço, o que normalmente se denomina de “QE” ou “Quantitative Easing”. Os bancos claramente rejeitaram a liquidez que lhes estava a ser disponibilizada até 4 anos e estão prestes a devolver o

que pediram há 3 anos atrás. Assim, o BCE vê-se na circunstância de poder ver o seu balanço contrair, sendo que tem poucas soluções para o contrariar que não passem pela aquisição de dívida pública. Vai-se colocar a questão se o Banco Central estará ou não a financiar ilegalmente os Estados, mas no atual panorama parece inevitável que mais tarde ou mais cedo tal aconteça. Sabendo desta situação e aproveitando taxas de juro muito baixas a prazos cada vez mais longos, a maioria dos países da Zona Euro está a preparar um calendário de emissões em 2015 sem precedentes quer no que respeita a montante quer a prazos. A maioria dos analistas aponta para um volume de emissões de dívida pública em 2015 superior em 34% ao emitido em 2014, sendo a Alemanha a grande exceção, que com o seu objetivo de défice zero deverá diminuir o volume a emitir. Os investidores por sua vez, e como já referimos acima, estão desejosos de encontrar alternativas que lhes apresentem algum rendimento. A expectativa que o BCE irá comprar tais títulos e ajudar a suportar os

preços, contribuiu para dar mais conforto aos compradores numa decisão de aquisição de títulos que em circunstâncias normais não lhe “tocariam” ou exigiriam um prémio de risco muito superior. Os governos têm, assim, a oportunidade de aumentar consideravelmente a maturidade das suas dívidas a preços baixos, ficando menos suscetíveis de enfrentar problemas para refinanciarem em circunstâncias menos favoráveis grandes volumes de dívida prestes a vencer. A França continua a ser dos grandes beneficiados de toda esta conjuntura. Mesmo com o risco de perder a notação de AA por parte das principais agências de rating, a dívida deste país beneficia de uma enorme liquidez e do prémio de rendimento que oferece face à alternativa alemã. A par das decisões do BCE, as eleições na Grécia, em princípio a 25 de janeiro, deverão influenciar a evolução da dívida soberana no início de 2015.

Feliz Ano Novo a Todos!

ANÁLISE PRODUZIDA A 30 DE DEZEMBRO DE 2014

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

O Eur/Usd prolongou a ten-dência de baixa iniciada em maio de 2014, com a quebra dos anteriores mínimos desde 2012 ($1.2245) a abrir espaço a maiores perdas. O par reagiu em baixa à rejeição dos $1.2600, que constituem a resistência de refe-rência nesta altura, e cuja quebra em alta seria necessária para que um cenário de correção voltasse a ganhar força. O movimento do-minante de baixa continua assim a prevalecer e o par aponta para níveis em torno de $1.20.

Eur/JpyO Eur/Jpy continua a dar claros

sinais de correção após um signi-ficativo movimento de alta. O movimento corretivo pode até in-tensificar-se caso o par quebre em baixa os 144.70 ienes, aos quais está já a efetuar um segundo teste – o Eur/Jpy ficaria vulnerável até

aos 142.10 ienes. Caso aquele su-porte sustenha a pressão corretiva (cenário apesar de tudo menos provável), o par teria condições para realizar nova aproximação à zona dos 150 ienes.

Eur/GbpPouco se alterou no cenário

técnico do Eur/Gbp nas últimas semanas. O par continua a nego-ciar sem qualquer tendência de-finida num horizonte temporal curto, sendo que apenas a que-bra das £0.7750 em baixa ou das £0.8050 em alta poderia ajudar a definir um novo movimento significativo. A quebra de um desses níveis será igualmente im-portante para definir se a latera-lização dos últimos meses cons-titui o início de uma inversão da tendência descendente de longo prazo, ou apenas um período de consolidação da mesma.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)29.dezembroo 2014 6.junho 2014 18.junho 2014

1M 0.024% 0.197% -0.173 0.101% -0.077

3M 0.079% 0.267% -0.188 0.207% -0.128

6M 0.172% 0.357% -0.185 0.303% -0.131

1Y 0.328% 0.533% -0.205 0.488% -0.160

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Euro Refinancing Rate 0,05%BCE Euro Marginal Lending Facility 0,30% Euro Deposit Facility -0,20%

*desde 4 de setembro 2014

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 11,75%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

NUNO ROLLA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

February 15 0.080%March 15 0.075%April 15 0.065%

September 15 0.060%December 16 0.145%

June 18 0.345%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.069 0.0893X6 0.066 0.0861X7 0.162 0.1823X9 0.147 0.177

6X12 0.150 0.17012X24 0.320 0.360

*1x4 – Período termina a 4 meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.183 0.1883Y 0.213 0.2445Y 0.342 0.3728Y 0.610 0.640

10Y 0.795 0.826

Obrigações 5Y 10Y 1.46 2.69

0.87 1.600.18 0.830.01 0.540.93 1.881.18 1.781.67 2.170.04 0.34

Fontes: Reuters e IMF

Ano fecha com taxas de juro em mínimos e com “QE” no horizonte

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 41

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Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última cotação

Variação semanal

Máximo 52 sem

Mínimo 52 sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 4.2 -3.11% 5.948 3.940 0.134 0.254 31.343 16.535 0.29% 0.95% 30-12-2014 16:38:00

INDITEX 23.725 0.36% 24.091 19.203 0.803 0.916 29.545 25.901 1.62% 2.16% 30-12-2014 16:38:00

REPSOL YPF 15.565 -3.17% 20.019 14.965 1.289 1.261 12.075 12.343 6.42% 12.83% 30-12-2014 16:38:00

TELEFONICA 11.875 -1.58% 13.430 10.760 0.863 0.888 13.760 13.373 6.20% 6.32% 30-12-2014 16:38:00

FRA. TELECOM 14.13 -0.81% 14.930 8.702 0.906 0.962 15.596 14.688 4.25% 4.30% 30-12-2014 16:39:22

LVMH 131.15 0.92% 132.661 109.049 6.811 7.675 19.256 17.088 2.40% 2.46% 30-12-2014 16:38:55

BAYER AG O.N. 113 -1.74% 121.400 91.310 6.041 6.895 18.706 16.389 1.85% 1.98% 30-12-2014 13:05:28

DEUTSCHE BK 24.985 -1.48% 38.151 22.660 1.996 3.061 12.518 8.162 2.85% 2.89% 30-12-2014 13:05:11

DT. TELEKOM 13.25 -1.56% 13.880 10.065 0.624 0.682 21.234 19.428 3.76% 3.77% 30-12-2014 13:05:14

VOLKSWAGEN 180.1 -1.04% 197.950 147.350 22.128 23.817 8.139 7.562 2.22% 2.73% 30-12-2014 13:05:12

ING GROEP 10.77 0.19% 11.950 9.336 1.042 1.171 10.336 9.197 -- 0.29% 30-12-2014 16:38:35

TítuloÚltima Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 2.484 1.43% 2.987 1.869 0.153 0.245 16.235 10.139 1.69% 1.53% 30-12-2014 16:35:00

B. COM. PORT. 0.065 -8.58% 0.141 0.065 0.000 0.008 -- 8.125 -- 0.00% 30-12-2014 16:37:16

BANIF-SGPS 0.006 -9.52% 0.014 0.006 -- -- -- -- -- -- 30-12-2014 16:35:00

BANCO BPI 0.991 -5.44% 2.060 0.942 -0.024 0.116 -- 8.543 -- 0.00% 30-12-2014 16:35:00

COFINA,SGPS 0.460 -7.63% 0.770 0.440 0.060 0.060 7.667 7.667 2.17% 2.17% 30-12-2014 16:36:02

CORT. AMORIM 3.020 -1.28% 3.565 2.149 0.310 0.340 9.742 8.882 3.97% 6.29% 30-12-2014 16:35:00

CIMPOR,SGPS 1.100 -3.42% 3.400 1.002 -0.033 0.019 -- 57.895 0.26% 11.82% 30-12-2014 16:35:00

EDP 3.250 1.15% 3.749 2.620 0.251 0.257 12.948 12.646 5.69% 5.82% 30-12-2014 16:35:00

EDPR 5.406 -0.86% 5.771 3.806 0.132 0.163 40.955 33.166 0.74% 0.78% 30-12-2014 16:35:00

MOTA ENGIL 2.720 6.83% 6.399 2.309 0.270 0.290 10.074 9.379 4.54% 4.71% 30-12-2014 16:35:00

GALP ENERGIA 8.439 -5.07% 13.750 7.820 0.380 0.420 22.208 20.093 3.75% 3.98% 30-12-2014 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0.784 -14.78% 2.000 0.784 0.065 0.095 12.062 8.253 -- -- 30-12-2014 16:38:00

J. MARTINS 8.296 0.88% 14.305 6.935 0.529 0.539 15.682 15.391 3.68% 3.44% 30-12-2014 16:35:00

MARTIFER 0.191 -1.55% 1.200 0.186 -0.280 -0.160 -- -- -- -- 30-12-2014 16:35:00

NOVABASE 2.200 0.00% 4.150 1.990 0.150 0.175 14.667 12.571 9.09% 5.91% 30-12-2014 16:35:39

GLINTT 0.184 -6.60% 0.500 0.163 -- -- -- -- -- -- 30-12-2014 16:35:00

P. TELECOM 0.860 -14.85% 3.639 0.850 0.140 0.148 6.143 5.811 11.63% 6.16% 30-12-2014 16:35:30

PORTUCEL 3.045 2.28% 3.739 2.656 0.246 0.244 12.378 12.480 7.29% 7.75% 30-12-2014 16:35:00

REDES E. NAC. 2.420 -1.27% 2.910 2.232 0.218 0.198 11.101 12.222 7.07% 7.03% 30-12-2014 16:35:00

SEMAPA 10.150 4.48% 11.660 8.143 0.743 0.783 13.661 12.963 3.27% 2.94% 30-12-2014 16:35:00

SONAECOM 1.500 15.39% 2.659 1.250 0.045 0.076 33.333 19.737 -- 3.33% 30-12-2014 16:35:00

SONAE,SGPS 1.033 -0.29% 1.420 0.922 0.072 0.090 14.347 11.478 3.37% 3.49% 30-12-2014 16:35:00

SONAE IND. 0.006 -7.81% 0.124 0.006 -0.023 -- -- -- -- -- 30-12-2014 16:35:23

SAG GEST 0.204 -7.27% 0.540 0.190 -0.030 -1.010 -- -- -- -- 30-12-2014 15:48:02

TEIX. DUARTE 0.717 3.46% 1.440 0.600 0.140 0.120 5.121 5.975 2.09% 2.79% 30-12-2014 16:35:00

NOS 5.248 0.23% 5.830 3.903 0.161 0.217 32.596 24.184 2.29% 2.65% 30-12-2014 16:35:00

PSI20 em 2014É fácil concordar que o ano de 2014 foi pavoroso e terrível para

média dos investidores que acreditou no mercado doméstico e que financiou as empresas mais emblemáticas do nosso mercado de capitais (sim, essa é uma função primordial), através da aquisição de ações. Se as operações de abertura de capital em Bolsa dos CTT e da Espirito Santo Saúde permitiram o crescimento de alguma poupança, porque registam variações de 45% a 56%, já o comportamento generalizado do PSI não foi construtivo:

Os índices bolsistas mais relevantes a nível mundial também propiciaram um ambiente construtivo para a poupança e constituíram uma alternativa às baixas taxas de juros dos depósitos a prazo e das obrigações com notação de risco adequado. Os melhores exemplos são dados por índices de referência como S&P500 que remunera 13%; o Alemão DAX +3.3%; o Espanhol IBEX +3.8%; o Suíço SMI +10.1% e o Japonês Nikkei +7.1%.

Dos principais desafios do próximo ano destacam-se os seguintes: As eleições na Grécia, Espanha e Portugal; O tema da Rússia com a sua desvalorização cambial e recessão económica; as possíveis subidas de taxa de juro pelo FED (Reserva Federal norte-americana) e BoE (Banco de Inglaterra); O possível abrandamento do crescimento económico da China; O impacto do massivo “Quantitative Easing” (QE) do BoJ (Banco do Japão) e o grande desafio da Zona Euro quanto a uma possível implementação do necessário QE pelo Banco Central Europeu (BCE).

Para um investidor mais dedicado ao mercado doméstico e mais dominado por um sentimento nacionalista, o próximo ano de 2015 pode parecer-lhe exigente. Mas se mantiver uma perspetiva mais fundamental, orientada para os exportadores de bens transacionáveis de base industrial e com uma perspetiva de valor, poderá ver o risco obter retorno. Se o BCE tomar a correta iniciativa e cumprir a sua função de controlo da evolução generalizada dos preços, poderá, provavelmente, afastar o cenário de desinflação dos preços e quiçá mesmo de deflação.

JOÃO QUEIROZDiretor de negociação da GoBulling

Mota-Engil com adjudicações de 420 milhões em ÁfricaA Mota-Engil obteve um conjunto de projetos no mercado africano, num valor total de cerca de 518 milhões de dólares (perto de 420 milhões de euros). As adjudicações dizem respeito aos mercados moçambicano, do Malawi e angolano. A empresa destaca o facto de cerca de metade do montante objeto de adjudicação se referir a contratos com entidades públicas, encontrando-se a respetiva fonte de financiamento devidamente financiada.

EDPR com mais incentivos fiscais nos Estados UnidosA EDP Renováveis vai beneficiar de mais incentivos fiscais nos Estados Unidos. Os projetos eólicos que iniciaram a sua construção até 1 de janeiro são elegíveis para o programa de 10 anos de créditos fiscais associados à produção de energia. Existe ainda a possibilidade de op-tar por um crédito fiscal, no montante de 30% do investimento inicial, em substituição dos créditos fiscais à produção.

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

11.960,51 10.404,09 7.831,49 5.824,70 6.747,41 7.600,16 8.618,67 11.197,60

8,7% -13,0% -24,7% -25,6% 15,8% 12,6% 13,4% 29,9%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

13.019,40 6.341,34 8.463,85 7.588,31 5.494,27 5.655,15 6.558,85 4.800,00

16,3% -51,3% 33,5% -10,3% -27,6% 2,9% 16,0% -26,8%

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AUTOMÓVEL

Repsol vai comprar canadiana Talisman Energy A Repsol acordou a aquisição de 100% da companhia petrolífera canadiana Talisman Energy,pelo montante de 8300 milhões de dólares (6640 milhões de euros), mais a dívida. A transa-ção transformará a Repsol num dos principais grupos energéticos do mundo, com maior pre-sença em países da OCDE, e reforçará a sua atividade de exploração e produção de hidrocar-bonetos, principal motor de crescimento da companhia.

SEXTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2015 43

A Volvo Cars anunciou uma nova estratégia de marketing glo-bal. “A indústria automóvel é um dos mais conservadores e menos evolutivos clusters de marketing em termos de negócio global”, comentou Alain Visser, vice-pre-sidente sénior de marketing, ven-das e serviço ao cliente na Volvo Cars. “Ao longo de décadas, o marketing automóvel tem segui-do um determinado padrão que é reproduzido por toda a indústria automóvel. Agora, a Volvo Cars opta por desafiar essa lógica e im-plementar uma estratégia orien-tada para as suas próprias neces-sidades”, acrescentou.

A nova estratégia – a “Volvo Way to Market” – centra-se em quatro áreas: ferramentas de ma-rketing, liderança digital, conces-sionários e serviço. Um dos prin-cipais desenvolvimentos da nova estratégia de marketing consiste no facto de a Volvo passar a con-centrar-se futuramente em três salões automóveis internacionais de referência, um na Europa, um nos EUA e outro na Ásia (Gene-bra, na Europa, Xangai/Pequim, na China, e Detroit, nos Estados Unidos). Para além disso, realiza-rá anualmente um evento Volvo para divulgar os seus produtos e a marca. Optará ainda por colo-car as vendas e o marketing on-line no centro da sua estratégia, ao mesmo tempo que reforçará

drasticamente a sua oferta em termos dos seus concessionários e serviços.

Com vista a atingir estes obje-tivos, a Volvo está a reforçar o seu orçamento de marketing. “Com a ‘Volvo Way to Market’, não pretendemos abandonar todos os conceitos de marketing existen-tes”, afirmou Alain Visser. “Mui-tos deles existem por uma boa razão. Também não pretendemos arrogar-nos o direito de dizer que somos melhores que todos os ou-tros. Mas temos suficiente con-fiança em nós para dizer que so-mos diferentes. Por isso, a nossa forma de comercializar tem tam-bém de ser diferente”, indicou.

Investimento em publicidade será reduzido

A “Volvo Way to Market” comporta uma abordagem ra-dicalmente nova em termos das ferramentas usadas para comer-cializar automóveis Volvo junto do público em geral. A Volvo Cars reconhece a necessidade de expor a imprensa e os clientes à sua marca, produtos e inovações, mas nem sempre os salões auto-móveis são a melhor forma de o fazer. “Os salões automóveis são um método bastante tradicional, nos quais as marcas travam entre si em datas predefinidas uma ba-

talha pela exposição à imprensa”, referiu Alain Wisser.

Por esse motivo, a Volvo Cars vai, gradualmente, reduzir a sua participação em salões automó-veis, marcando presença apenas num evento desse género por região anualmente: Genebra, na Europa, Xangai/Pequim, na Chi-na, e Detroit, nos Estados Uni-dos.

Em vez de seguir o calendário habitual dos salões automóveis, a Volvo Cars abraçará uma série de novas iniciativas que visam conseguir uma abordagem mais intensa e individualizada no que toca à imprensa e aos clientes. À semelhança do evento em Es-

tocolmo para o lançamento do novo Volvo XC90 em agosto des-te ano, a empresa irá organizar um evento Volvo anual em que divulgará a marca Volvo.

O investimento em publi-cidade da Volvo não poderá competir com os dos seus con-correntes mais poderosos. Isso significa que a mensagem da Volvo terá de sobressair e a em-presa precisará de ser seletiva no que toca a canais de comunica-ção. A Volvo Cars tenciona au-mentar significativamente o seu investimento na mensagem da sua marca.

Todas as marcas da indústria estão envolvidas em algum tipo

de atividade de patrocínio, emgrande parte porque tal é tidocomo imprescindível no conjun-to do “marketing mix”. A VolvoCars questiona essa lógica e de-cidiu reduzir a maioria das suasatividades de patrocínio. Em suasubstituição, a Volvo Cars irá re-forçar a sua aposta e investimen-to na Volvo Ocean Race. “Emvez de mais uma mera atividadede patrocínio, a marca vê a Vol-vo Ocean Race como intrinseca-mente Volvo. Trata-se, afinal, damais pura, competitiva e justaconfrontação entre as pessoas ea natureza”, refere o comunicadoda marca sueca, propriedade doschineses da Geely.

Liderança digital

A maior revolução presente-mente em curso na indústria au-tomóvel não está a acontecer naspróprias sedes dos fabricantes,mas nas salas de estar das pessoas.Atualmente, a maioria dos clien-tes em todo o mundo faz com-pras online. Em vez de saltaremde concessionário em conces-sionário, os compradores saltamagora de website em website.

Em resultado disso, a primeiraetapa da “Volvo Way to Market”centra-se na liderança digital eidentifica três elementos chave:comércio eletrónico, configura-dor e website.

Volvo Cars anuncia nova estratégia de marketing global

A Volvo aposta numa nova forma de comunicação à escala global.

O grupo retalhista automóvel ofere-ceu boleias natalícias nestas Festas nas cidades onde está presente. “A ideia é mostrar que o verdadeiro espírito de Natal é isso mesmo: é estar mais pró-ximo de quem nos rodeia, é ajudar quem mais precisa e é abrir as nossas portas sem esperar nada em troca”, re-fere o comunicado da empresa sobre a ação, que teve lugar de 17 a 22 de dezembro no Porto, Vila Real, Coim-bra e Aveiro.

“A ação não podia ser mais simples, nem mais genuína. O espírito de Na-tal está em todos nós, na emoção e na partilha com que pretendemos surpre-ender quem precisar de uma boleia e a quem com isso pudermos desejar um bom Natal, prestando também um pe-queno conforto no seu dia”, acrescenta a nota de imprensa do grupo sediado em Marco de Canaveses.

MCoutinho deu boleias de Natal

A ação decorreu de 17 a 22 de dezembro no Porto, Vila Real, Coimbra e Aveiro.

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IMI estabiliza nos 603 euros por metro quadrado

O valor médio de constru-ção, este ano, fi ca em 482,4 euros por metro quadrado. O que signifi ca que o preço que serve de base à avaliação fi scal dos prédios e do IMI se man-tém nos 603 euros por metro quadrado. Trata-se do quin-to ano consecutivo em que o respetivo valor não sofre alte-rações.

Este valor serve de referên-cia para todo o território na-cional, mas depois podem ha-ver alterações de acordo com a zona onde o imóvel se lo-caliza. As variações podem ser em baixa ou em alta. Por outro lado, a informação já publicada em Diário da Re-pública é essencial para os imóveis que forem reavalia-dos este ano.

Os motivos para tal são vá-rios, por exemplo, o facto de terem mudado de proprietá-rio ou terem sofrido obras ou ampliações. As taxas de IMI são fi xadas anualmente pelas autarquias.

Custos com PPP baixaram em 2013

Os encargos líquidos com as parcerias público-privadas (PPP) registaram uma desci-da, em 2013, mas verifi cou--se um desvio desfavorável de quase 85 milhões de euros, face ao orçamentado, alerta a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

“Em 2013 verifi cou-se uma redução nos encargos líqui-dos suportados com PPP de 99 milhões de euros, o que correspondeu a uma contra-ção de 93%, em termos ho-mólogos. Todavia, houve um desvio global desfavorável, quando comparado com a provisão orçamental inicial”, explica a entidade indepen-dente. As PPP continuam a representar custos excessivos e um peso demasiado relevante nas contas públicas, apesar de terem sido realizados alguns esforços no sentido de baixar os encargos. A UTAO chama a atenção para a necessidade de gerir este dossiê de forma adequada.

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JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

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A TENDÊNCIA(?)

Instituto de Liberdade Económica

Fonte: Pordata, Setembro 2014.

Taxa de crescimento média anual = 8,2%

Número de alunos estrangeiros a estudar em Portugal no ensino superior

COMENTÁRIO: Portugal tem nesta actividade exportadora (muito importante na Austrália, UK, etc.), vantagens comparativas significativas: custo, qualidade de vida, qualidade do ensino e pertencer ao espaço europeu.

O regresso ao consenso O ano que agora termina não deverá deixar saudades.

Começou por gerar alguma expetativa de sinal positivo com o fi m do programa de ajustamento e o regresso de Portugal aos mercados, mas resvalou para uma maré negativa, com uma sucessão de acontecimentos negativos e até então impensáveis.

O BES, que era considerado o maior e também o mais sólido grupo fi nanceiro, afundou de forma inesperada, não resistindo ao efeito cruzado da crise, ao aumento da dívida do grupo, à intervenção mal ponderada do Banco de Portugal e à falta de bom senso do Governo.

O ano de 2014 revelou a fragilidade da estratégia seguida pela PT, com uma enorme destruição no valor da empresa, perdas pesadas para os acionistas e a inevitabilidade da venda a um operador estrangeiro.

A atribuição dos vistos gold, que estava a favorecer o investimento estrangeiro no setor imobiliário, deu origem a um caso de corrupção, com a prisão do diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e do presidente do Instituto dos Registos e Notariado.

O maior escândalo de corrupção envolveu José Sócrates, detido em novembro, ao ser detetada uma fortuna oculta que terá sido obtida de forma ilícita durante o período em que esteve à frente do Governo.

A fechar o ano, a Comissão Europeia fez a crítica mais contundente dos últimos anos à orientação seguida pelo Governo, destacando as previsões difíceis de atingir no OE para 2015, o incumprimento assumido do limite de 2,5 do défi ce orçamental, e a lentidão na execução das reformas, que o país necessita.

O relatório da Comissão Europeia mostra que a visão idílica de Portugal como bom aluno da União Europeia só pode valer para consumo interno.

Mas nem tudo foi negativo neste ano que agora chega ao fi m.Portugal saiu do programa de ajustamento de uma forma

limpa, contrariando as expectativas que existiam. Mas os

fatores mais favoráveis são a descida das taxas de juro e a baixa do petróleo, dois aspetos importantes para um país altamente endividado e dependente da importação de energia.

No início do ano a taxa de juro da dívida pública a 10 anos estava nos 6%, mas foi descendo progressivamente até aos 2,7%, o valor mais reduzido de sempre nos últimos 200 anos. O petróleo baixou de um patamar acima dos 100 dólares para os atuais 60 dólares, com tendência de descida.

A evolução das taxas de juro e do preço do petróleo representam uma poupança para o país de muitos milhões de euros, dando uma ajuda signifi cativa à nossa depauperada economia.

O futuro do país depende agora mais da economia real, o único setor com capacidade de criar valor e emprego. A banca e as telecomunicações revelam uma queda dramática da rentabilidade e as aplicações fi nanceiras de baixo risco quase não geram retorno.

Mas do lado da economia real os dados não são animadores. Entre janeiro e novembro foram constituídas 30 500 novas empresas mas foram dissolvidas 36 500 empresas, signifi cando um balanço negativo quanto à iniciativa empresarial e ao número de empresas em atividade.

O saldo desfavorável deve-se em grande parte aos custos que o Estado impõe às empresas, inviabilizando a manutenção da sua atividade. Entre os fatores negativos, os aspetos positivos e as críticas da Comissão Europeia, o país entra em 2015 rodeado de enorme incerteza.

Tal como refere a Comissão Europeia, o Governo não faz as reformas necessárias. Mas também é certo que, com exceção das organizações internacionais, quase ninguém as pede. É difícil a qualquer Governo decidir contra a opinião pública apenas por imperativo de consciência, fazendo o que deve ser feito. Terminado o programa da “troika”, voltamos a um relativo consenso. Todos os partidos políticos partilham uma visão comum. É melhor (in)decidir do que tomar as medidas de fundo que se revelam necessárias. Desejamos e recebemos bem os fatores positivos que vêm do exterior, como a queda das taxas de juro ou a baixa do petróleo, mas ao nível das políticas públicas estamos dispostos a fazer muito pouco para nos ajudarmos a nós próprios.

NOTA DE FECHO

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1570 / 2 de janeiro 2015 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Uma edição

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No contexto atual, a pressão sobre a tesouraria das empresas é bastante mais elevada, em virtude da restrição do crédito bancário

nas cobranças e a quebra na atividade da generalidade dos sectores. É, pois, fundamental

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Gestão de Tesouraria

O relatório da Comissão Europeia mostra que a visão idílica de Portugal como bom aluno da União Europeia só pode valer para consumo interno