violÊncia transfÓbica e movimentos de afirmaÇÃo identitÁria no brasil_desafios e possibilidades

Upload: jaqueline-gomes-de-jesus

Post on 04-Apr-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    1/13

    1

    Grupo de Trabalho 04

    Ttulo do Trabalho: VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE

    AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    Autor(a): Jaqueline Gomes de Jesus (Doutora em Psicologia Social, do

    Trabalho e das Organizaes pela UnB. Professora do UNIPLAN.

    Integrante da ABRAPSO).

    RESUMO: Vivncias identitrias de gnero divergentesdas socialmente aceitas so patologizadas e submetidasa preconceitos que, no extremo, terminam com o

    assassinato de pessoas pelo fato de serem da populaotransgnero (transexuais e travestis). Essa violncia letal,em que as mulheres transexuais e as travestis so alvosrecorrentes, afigura-se como a expresso mais cruel daviolncia estrutural que pessoas trans sofremcotidianamente. Nessa conjuntura desumanizadora,desenvolve-se uma mobilizao pelo reconhecimento dedireito de pessoas transexuais e travestis vivenciarem ognero com o qual se identificam. O presente trabalho,com foco na violncia transfbica na Amrica Latina,especialmente no Brasil, analisa os desafios dapopulao transgnero e as estratgias do movimento

    social para a incluso das pessoas trans brasileiras.

    PALAVRAS-CHAVE: Identidade de gnero, populaotransgnero, violncia, cidadania, movimentos sociais.

    ABSTRACT: Experiences of gender identity different fromthose socially accepted are pathologized and subjected toprejudices that, in the far, end with the murder of peoplebecause they are from the transgender population(transsexuals and transvestites). This lethal violence,where transsexual women and transvestites are recurringtargets, appears as the cruelest expression of the

    structural violence trans people suffer daily. At thisdehumanizing situation, it is developed a mobilization forrecognition of the right of transsexual people andtransvestites to live the gender they identify to. Thisarticle, focusing on transphobic violence in Latin America,specially Brazil, analyses the challenges of transgenderpopulation and the strategies of the social movement forinclusion of the brazilian trans people.

    KEYWORDS: Gender identity, transgender population,violence, citizenship, social movements.

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    2/13

    2

    INTRODUO

    A populao transgnero (composta por travestis e pessoas transexuais1)

    historicamente estigmatizada, marginalizada e perseguida, devido crena na

    sua anormalidade, decorrente do esteretipo de que o natural que o gnero

    atribudo ao nascimento seja aquele com o qual as pessoas se identificam e,

    portanto, espera-se que elas se comportem de acordo com o que se julga ser o

    adequado para esse ou aquele gnero (HERDT, 1996). Entretanto, a

    variedade de experincias humanas sobre como se identificar a partir de seu

    corpo mostra que esse esteretipo falacioso, especialmente com relao s

    pessoas trans2.Harry Benjamim cunhou o termo transexual em 1966, e criou os

    procedimentos clnicos para identificao e atendimento a pessoas transexuais.

    No campo clnico, at ento, compreendia-se que o gnero identificado pela

    pessoa normal estaria submetido ao seu sexo biolgico (LEITE JR, 2011).

    Essa concepo reduz a transexualidade a uma patologia, e as pessoas

    transexuais a pessoas para os quais procedimentos cirrgicos trariam uma

    cura (BENTO, 2006).Na 10 verso da Classificao Internacional de Doenas CID 10

    (ORGANIZAO MUNDIAL DE SADE, 2008), a transexualidade definida

    como um transtorno. A 4 edio do Manual Diagnstico e Estatstico de

    Transtornos Mentais DSM IV (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION,

    1994) adota a mesma posio, que tratando gneros como configuraes

    genticas, seno meramente genitais, confunde-os com o conceito de sexo

    biolgico.

    Tal perspectiva se contrape que trata o gnero como um conjunto de atos

    performativos, norma que se materializa discursivamente (BUTLER, 2003),

    mosaico de identidades construdo socialmente, viso esta que permite

    compreender as vivncias trans fora de modelos patolgicos. H uma

    mobilizao internacional contra a psiquiatrizao das identidades trans e pelo

    1 Pessoa que no se identifica com o gnero que lhe foi atribudo ao nascimento.Reconhecendo a forma como as pessoas se identificam, entende-se que mulher transexual

    aquela que reivindica o reconhecimento social e legal como mulher; homem transexual aquele que reivindica o reconhecimento social e legal como homem (JESUS, 2012a).2O termo trans, ao longo do texto, ser utilizado como referncia a transgnero.

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    3/13

    3

    reconhecimento social e legal do gnero com o qual se identificam, em luta

    pelo direito autodeterminao. Esse um dos aspectos polticos centrais da

    ao coletiva relacionada s pessoas transgnero.

    O espao reservado a elas o da excluso extrema, sem acesso a direitos

    civis bsicos, sequer ao reconhecimento da identidade. Tm de lutar muito

    para terem garantidos os seus direitos fundamentais, tais como o direito a vida.

    A partir de uma anlise do panorama internacional da violncia letal contra

    pessoas transgnero, com foco na realidade latino-americana e especialmente

    na brasileira, o presente trabalho objetiva delinear o recente cenrio nacional

    de mobilizao social pelos direitos da populao trans.

    EXCLUSO E VIOLNCIA

    Em seu cotidiano, as pessoas transgnero so alvos de preconceito,

    desatendimento de direitos fundamentais (diferentes organizaes no lhes

    permitem utilizar seus nomes sociais3 e elas no conseguem adequar seus

    registros civis4 na Justia), excluso estrutural (acesso dificultado ou impedido

    a educao, ao mercado de trabalho qualificado e at mesmo ao uso debanheiros) e de violncias variadas, de ameaas a agresses e homicdios, o

    que configura a extensa srie de percepes estereotipadas negativas e de

    atos discriminatrios contra homens e mulheres transexuais e travestis

    denominada transfobia.

    A situao atual de violncia e assassinato de pessoas trans ser apresentada

    com base nas informaes coletadas pelo projeto de pesquisa quali-

    quantitativa Transrespect versus Transphobia Worldwide (TvT), conduzido

    pela Organizao No-Governamental (ONG) TransGender Europe TGEU,

    que monitora a situao dos direitos humanos de pessoas trans em diferentes

    partes do mundo e coleta dados sobre assassinatos a partir de informaes

    encaminhadas por instituies internacionais de direitos humanos.

    Dados do TvT indicam um total de 816 assassinatos de pessoas transgnero

    em 55 pases, entre primeiro de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2011

    3

    Aquele pelo qual a pessoa transexual ou travesti se identifica e identificada socialmente.4 Nome civil e sexo registrados na certido de nascimento. Os registros civis brasileiros noadotam o conceito de gnero, ainda se restringindo ao sexo biolgico.

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    4/13

    4

    (TRANSGENDER EUROPES TRANS MURDER MONITORING, 2012a). A

    maioria dos 816 crimes ocorreu na Amrica Latina (643 78,80% do total),

    com expressiva participao brasileira, que conta com 325 assassinatos no

    perodo de 3 anos pesquisado, seguida da sia, com 59. A figura 1 mapeia a

    distribuio global das violaes.

    Figura 1: Distribuio mundial dos assassinatos de pessoas transgnero.

    A tabela 1 aponta os principais locais de ocorrncia dos crimes, causas das

    mortes e profisses das vtimas, compondo um perfil de circunstncias

    frequentes.

    N% total

    (N=816)

    Locais dos crimesRua 134 16,42Residncia 73 8,95

    Veculo 14 1,72

    Causas das mortes

    Alvejamento 310 37,99

    Esfaqueamento 159 19,48

    Espancamento 80 9,80

    Apedrejamento 42 5,15

    Profisses das

    vtimas

    Profissional do sexo 227 27,82

    Cabelereiro(a) ou dono(a) de salo 25 3,06

    Tabela 1: Distribuio das principais caractersticas dos assassinatos.

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    5/13

    5

    A maioria dos crimes contra mulheres e homens transexuais e travestis ocorre

    no espao pblico (16,42%), tendo em vista que grande parte deles trabalhava

    como profissionais do sexo (27,82%). So geralmente executadas com tiros

    (37,99%), o que indica planejamento por parte dos autores. Notvel haver,

    ainda, apedrejamentos (5,15%), mtodo arcaico para punio de indivduos

    desviantes.

    O Brasil responsvel, isoladamente, por 39,8% dos assassinatos de pessoas

    transexuais registrados no mundo entre 2008 e 2011, e no mesmo perodo por

    50,5% desses crimes na Amrica Latina, cujo pas com o segundo maiornmero de violncias desse tipo foi o Mxico, com 60 assassinatos, seguido de

    perto pela Colmbia, com 59. Somente em 2011, 248 pessoas foram

    assassinadas por serem transexuais ou travestis (TRANSGENDER EUROPES

    TRANS MURDER MONITORING, 2012b). O Brasil o pas onde mais foram

    reportados assassinatos de pessoas integrantes da populao transgnero

    nesse ano: 101, seguido do Mxico, com 33 assassinatos, e da Colmbia, com

    18.A Amrica Latina , destacadamente, a regio com os piores ndices: 204,

    82,26% do total global, seguida da sia, com 17, apenas 6,85% das mortes em

    todo o mundo. Pode-se considerar que a tradio machista e sexista da cultura

    latino-americana tenha alguma influncia nesses resultados extremamente

    negativos. A gravidade dos dados coletados no Brasil, entre 2008 e 2011,

    acentua-se quando comparados com os de outros pases, em diferentes

    continentes, com nvel semelhante de liberdade de imprensa e mobilizao

    social, fatores que aumentam a probabilidade de divulgao de crimes de dio,

    conforme a tabela 2.

    Pas Brasil Mxico Argentina EUA Portugalfrica

    do Sulndia

    Nmero de

    assassinatos325 60 18 52 1 1 10

    % em relao aoBrasil

    81,5%menor

    94,5%menor

    84%menor

    99,7%menor

    99,7%menor

    96,9%menor

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    6/13

    6

    Tabela 2: Quadro comparativo de assassinatos em diferentes pases e no

    Brasil.

    Demonstra a tabela 2 que, internacionalmente, o nmero de assassinatos

    menor se comparado ao Brasil, pas em que a extrema transfobia estrutural,

    processo sociocultural que nega a cidadania das pessoas transgnero, torna-

    se mais visvel quando se remete a dados tangveis como os supracitados.

    Uma breve seleo das centenas de casos apresentada na tabela 3, com a

    descrio de algumas vtimas brasileiras, identificadas pelos seus nomes

    sociais5, quando informados, e as circunstncias dos crimes.

    Nome IdadeLocal do

    crime

    Causa da

    morteCircunstncias

    Gabi 17 Lagarto (SE) Alvejada

    Tinha se mudado da capital Aracaju para

    trabalhar como faxineira. Foi alvejada na

    rua.

    Adriana Noinformada

    Cariacica (ES) Alvejada

    Trabalhava como profissional do sexo. Um

    carro com dois sujeitos estacionou prximo aela. Um deles saiu do veculo e, sem falar

    nada, disparou vrias vezes.

    Natasha 26 Curitiba (PR) Apedrejada

    Ela j tinha sido alvo de duas tentativas de

    homicdio, em uma delas um de seus

    parentes ficou gravemente ferido.

    CarlaNo

    informadaPenedo (AL) Alvejada

    Vivia em Aracaju, visitava a me em Alagoas

    quando foi morta.

    Noinformado

    Noinformada

    So Paulo(capital)

    Esfaqueada

    Discutia com algum em frente ao Jockey

    Club quando ele a esfaqueou e fugiu numa

    picape.

    Suely

    Scalla41

    Campinas

    (SP)Espancada

    Ela era mobilizadora social da comunidade

    desde os anos 80. Foi morta de manh, na

    principal avenida da cidade.

    Bruninha 19Apucara-na

    (PR)Alvejada

    Levou um tiro no rosto. Meses antes uma

    mulher de 28 anos a esfaqueara no rosto e

    no peito, mas ela no registrou a ocorrncia.

    5 Aquele pelo qual a pessoa transexual e travesti se identifica socialmente.

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    7/13

    7

    MonaNo

    informada

    Belo horizonte

    (MG)Alvejada

    Vivia com moradores de rua. Na noite

    anterior, algum ateou fogo nos pertences

    deles e efetuou tiros, sem acertar ningum.No dia seguinte, o suspeito, um morador ou

    comerciante que no queria travestis nas

    redondezas, matou-a com tiros nas costas e

    no p.

    ClaretNo

    informada

    Pouso Alegre

    (MG)Apedrejada

    Saia de um bar quando Renan Tomas, que

    mantinha um relacionamento com ela,

    matou-a com pedradas na cabea.

    Tabela 3: Descrio de vtimas brasileiras e circunstncias.

    Os assassinatos das travestis e mulheres transexuais repetem a lgica das

    violncias conjugais comuns em casais tradicionais pautados por relaes

    machistas, caracterizadas pela agresso da mulher, por parte do homem,

    quando em uma situao de conflito, como uma estratgia de controle sobre o

    corpo feminino (BANDEIRA, 2009); alm de desamparo aprendido e descrena

    das vtimas ante inoperncia das instituies sociais de suporte (SANTI,

    NAKANO & LETTIERE, 2010).

    As violaes transfbicas adotam o padro dos crimes de dio, motivados por

    preconceito contra alguma caracterstica da pessoa agredida que a identifique

    como parte de um grupo discriminado, socialmente desprotegido, e

    caracterizados pela forma hedionda como so executados, com vrias facadas,

    alvejamento sem aviso, apedrejamento (STOTZER, 2007), reiterando, a

    abjeo com que so tratadas as pessoas transexuais e as travestis no Brasil.

    O grupo composto pelas pessoas trans alvo significativo de crimes de dio(IDEM).

    O uso de imagens fixas (fotografia) ou em movimento (vdeo), como

    documentos sociolgicos de registro fatual, apresenta possibilidades para a

    anlise da realidade social (MARTINS, 2008). No que se refere violncia

    urbana, o material gravado por cmaras postadas em diferentes locais pblicos

    apresenta enorme potencial para fornecimento de dados.

    Uma cena gravada em 15 de abril de 2011 significativa do carter de dioque orienta a transfobia no Brasil: o assassinato brutal, em Campina Grande,

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    8/13

    8

    na Paraba, da travesti Idete, morta com mais de 30 facadas por 3 jovens 6.

    Esse foi mais um crime de dio, em sua forma mais covarde: o ataque fsico

    em grupo.

    POLTICAS DE AFIRMAO IDENTITRIA

    No que se refere especificamente s travestis e s mulheres transexuais, no

    h informao oficial de como rgos pblicos brasileiros tm-se articulado

    para auxili-las, no que envolve a possibilidade de serem atendidas nas

    Delegacias Especializadas de Atendimento Mulher, sob a proteo da Lei

    Maria da Penha.H, porm, decises judiciais favorveis aplicabilidade da Lei Maria da Penha

    para violncias conjugais em casais formados por homens cisgneros7 e

    mulheres transexuais. Uma delas, cujo nome social no foi divulgado, apelou

    Justia do estado de Gois ante s reiteradas agresses do ex-companheiro.

    Pontuando a condio marital do relacionamento e salientando a condio de

    mulher da vtima, sobretudo o fato dela ser reconhecida socialmente como tal,

    a juza Ana Claudia Magalhes, da 1 Vara Criminal de Anpolis, conferiu ofendida tratamento jurdico equivalente ao de outras mulheres, nas posturas

    que a Lei Maria da Penha combate, e manteve o acusado na priso, proibindo-

    o, quando em liberdade, de estar a menos de mil metros da ofendida e de seus

    familiares, bem como de manter contato com ela e seus entes (MENDONA,

    2011).

    Sendo o sexo determinado ao nascimento e o gnero construdo ao longo da

    vida humana, a Lei Maria da Penha no teria sentido se objetivasse proteger

    apenas ao sexo biolgico fmea, e no constituio de gnero mulher,

    que formatado por caractersticas sociais, culturais e polticas, independe das

    diferenas biolgicas.

    6http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi

    %3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0.7 Pessoas cuja identidade de gnero est de acordo com o que socialmente se estabeleceucomo o padro para o seu sexo biolgico (JESUS, 2012a).

    http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0http://www.youtube.com/watch?v=COZRktdcVOA&oref=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fresults%3Fsearch_query%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26oq%3Dassassinato%2Bbrutal%2Bde%2Btravesti%2Bem%2BAlagoas%26aq%3Df%26aqi%3D%26aql%3D%26gs_l%3Dyoutube.12...0.0.0.387.0.0.0.0.0.0.0.0..0.0...0.0
  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    9/13

    9

    O pequeno espao conquistado por homens e mulheres transexuais fruto de

    sua mobilizao pelo respeito a suas especificidades, e tem sido potencializado

    pela insero dos coletivos trans e seus simpatizantes na lgica dos novos

    movimentos sociais caracterizados por polticas de identidades ou identitrias.

    Esses movimentos articulam as questes da esfera privada as

    discriminaes que sofrem, os estigmas que lhes so atribudos, e a recepo

    interpessoal negativa (repulsa) a seus atributos fsicos ou de personalidade

    com as reivindicaes da esfera pblica, para construir espaos de

    sociabilidade, por meio de mobilizaes sociais das mais variadas espcies

    (JESUS, 2012b).O movimento transgnero cada vez mais visvel, a partir de manifestaes

    pblicas, principalmente pelo ativismo na rede virtual, instrumento pelo qual

    fabrica novas realidades sociais, reconfigura relaes de gnero e demonstra,

    na sua prxis, que a identidade de gnero no esgota a subjetividade das

    pessoas trans. A Rede Internacional pela Despatologizao Trans defende

    veementemente a despatologizao das pessoas transgnero, propondo

    mudanas nas definies do CID 10 e do DSM IV, por meio de manifestaespessoais e coletivas na pginahttp://www.stp2012.info/old/pt/manifesto.

    Ao nvel de estruturao interna do movimento, e da micro-poltica, podem ser

    citadas como referncias de apoio virtual para a populao transgnero

    brasileira, com divulgao de notcias e orientaes no trato de questes

    pessoais, as pginas http://www.ftmbrasil.org, da FTM Brasil, comunidade

    virtual de homens transexuais; http://astra-rio.blogspot.com.br, da Astra Rio

    Associao de Travestis e Transexuais do Estado do Rio de Janeiro; e

    http://anavtrans.blogspot.com, da Anav-Trans Associao do Ncleo de

    Apoio e Valorizao Vida de Travestis, Transexuais e Transgneros do

    Distrito Federal e Entorno.

    Redes sociais interativas como o Facebook tm possibilitado elevado nmero

    discusses e articulaes mais concretas com os problemas coletivos.

    Destacando-se as comunidades que se aprofundam em pautas complexas,

    como a Despatologizao Trans. CID/DSM, localizada na pgina

    http://www.facebook.com/#!/groups/267024486729539, que debate a

    http://www.stp2012.info/old/pt/manifestohttp://www.stp2012.info/old/pt/manifestohttp://www.stp2012.info/old/pt/manifestohttp://www.ftmbrasil.org/http://www.ftmbrasil.org/http://astra-rio.blogspot.com.br/http://astra-rio.blogspot.com.br/http://anavtrans.blogspot.com/http://anavtrans.blogspot.com/http://www.facebook.com/#!/groups/267024486729539http://www.facebook.com/#!/groups/267024486729539http://www.facebook.com/#!/groups/267024486729539http://anavtrans.blogspot.com/http://astra-rio.blogspot.com.br/http://www.ftmbrasil.org/http://www.stp2012.info/old/pt/manifesto
  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    10/13

    10

    despatologizao das identidades trans; e a Transfeminismo, em

    http://www.facebook.com/#!/groups/334400389941600, na qual se tratam de

    temas relacionados insero das pessoas transexuais nos movimentos

    feministas, focando estratgias de valorizao da mulheridade das mulheres

    transexuais. J no que se refere s aes protetivas do Estado, o Governo

    Federal subscreve o Plano Nacional de Promoo da Cidadania e Direitos

    Humanos de Lsbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais LGBT8,

    resultante das discusses realizadas durante a 1 Conferncia Nacional LGBT9;

    e adotou o nome social de servidores pblicos federais travestis e

    transexuais10.O novo documento de identidade, o Registro de Identificao Civil RIC,

    desenvolvido pelo Ministrio da Justia11, apresenta-se como um retrocesso.

    Note o destaque em vermelho na figura 2.

    Figura 2: Destaque da imagem oficial do RIC divulgada pelo Ministrio da

    Justia (fonte:http://portal.mj.gov.br/portal/ric).

    O RIC, ao contrrio da atual carteira de identidade, expe o sexo. Como se

    encontra, causar constrangimentos para as pessoas trans, que encontramdificuldades nos Tribunais para adequar seu registro civil ao gnero com o qual

    se identificam, ante inexistncia de legislao a respeito e lentido no

    andamento de projetos, como a Ao Direta de Inconstitucionalidade 4275, que

    est sendo analisada no Supremo Tribunal Federal pelo Ministro relator Marco

    8 Disponvel eletronicamente emhttp://portal.mj.gov.br/sedh/homofobia/planolgbt.pdf.9 Ocorrida em Braslia entre os dias 5 e 8 de junho de 2008.10 Com a publicao da Portaria n 233 da Secretaria de Recursos Humanos do Ministrio do

    Planejamento, Oramento e Gesto em 18 de maio de 2010, a qual foi reiterada, na esfera doMinistrio da Educao, pela Portaria n 1.611, de 17 de novembro de 2011.11 Com base no Decreto presidencial n 7.166, de 5 de maio de 2010.

    http://www.facebook.com/#!/groups/334400389941600http://www.facebook.com/#!/groups/334400389941600http://portal.mj.gov.br/portal/richttp://portal.mj.gov.br/portal/richttp://portal.mj.gov.br/portal/richttp://portal.mj.gov.br/sedh/homofobia/planolgbt.pdfhttp://portal.mj.gov.br/sedh/homofobia/planolgbt.pdfhttp://portal.mj.gov.br/sedh/homofobia/planolgbt.pdfhttp://portal.mj.gov.br/sedh/homofobia/planolgbt.pdfhttp://portal.mj.gov.br/portal/richttp://www.facebook.com/#!/groups/334400389941600
  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    11/13

    11

    Aurlio de Mello, apresentada em 21 de julho de 2009 pela Procuradoria-Geral

    da Repblica, com a finalidade de reconhecer o direito das pessoas

    transexuais adequarem a documentao civil a sua realidade identitria, social

    e de gnero.

    CONSIDERAES FINAIS

    necessrio elucidar as consequncias da violncia estrutural contra as

    pessoas trans, para que se deixe de invisibilizar o que sofrem, como se fosse

    apenas uma srie de agresses isoladas, e revelar seu mecanismo de

    intolerncia generalizada, que encerra a ideia da impossibilidade de convivercom esse outro, porque sua vivncia de gnero diferente da nossa.

    No mundo contemporneo, mais que vivenciar uma identidade de gnero, ser

    transgnero corresponde a representar uma identidade poltica, pautada pela

    desconstruo da crena em papis de gnero considerados naturais,

    construdos biologicamente; e pela visibilizao de identidades particulares

    historicamente estigmatizadas, tornadas invisveis em determinados espaos

    sociais considerados normais, com base em determinaes estatsticas oumoralistas.

    Entre avanos e retrocessos, ainda estamos distantes, principalmente na

    realidade brasileira, de um estado de plena cidadania para as pessoas trans. A

    possibilidade de progredir nessa direo est, sob a tica da mobilizao social

    como forma de influncia dos grupos sociais marginalizados, em que as

    pessoas que vivenciam a dimenso das transgeneridades (ou

    transgeneralidades), orientadas por polticas de cunho identitrio, tornem a sua

    realidade cada vez visvel, e continuem lutando, dentro dos sistemas legais e

    polticos, para propiciar um maior reconhecimento de sua humanidade e da

    justeza de suas vrias demandas. Dentre elas, o direito identidade, e antes

    desta, o direito vida.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    12/13

    12

    AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnstico e estatstico

    de transtornos mentais[Online, 1994]. Acesso em: 29 jul. 2012. Disponvel em:

    http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm.php.

    BANDEIRA, Lourdes. Trs dcadas de resistncia feminista contra o sexismo e

    a violncia feminina no Brasil: 1976 a 2006. Sociedade e Estado, Braslia, v.

    24, n. 2, 2009, pp. 401-438.

    BENTO, Berenice. A reinveno do corpo: sexualidade e gnero na experincia

    transexual. Rio de Janeiro: Garamond, 2006.

    BUTLER, Judith. Problemas de gnero: feminismo e subverso da identidade.

    Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2003.HERDT, Gilbert. Third sex, third gender: beyond sexual dimorphism in culture

    and history. New York: Zone Books, 1996.

    JESUS, Jaqueline G. Orientaes sobre identidade de gnero: conceitos e

    termos. Goinia: Ser-To/UFG, 2012a. Acesso em 12 ago. 2012. Disponvel

    em:

    http://www.sertao.ufg.br/uploads/16/original_ORIENTA%C3%87%C3%95ES_P

    OPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989.JESUS, Jaqueline G. O movimento na rua: poltica e identidade nas dimenses

    de gnero, orientao sexual e raa/etnia. Anais do Simpsio Nacional sobre

    Democracia e Desigualdades. Braslia: Demod, 2012b. Acesso em 24 abr.

    2012. Disponvel em

    http://www.simposiodemode.unb.br/mesas/7_mesa/Jesus%20-

    %20O%20movimento%20na%20rua.pdf.

    LEITE JR, Jorge. Nossos corpos tambm mudam: a inveno das categorias

    travestis e transexual no discurso cientfico. So Paulo: Annablume, 2011.

    MARTINS, Jos de S. Sociologia da fotografia e da imagem. So Paulo:

    Contexto, 2008.

    MENDONA, Camila R. Lei Maria da Penha aplicada a algoz de transexual.

    Revista Consultor Jurdico[Online], 12 de outubro de 2011. Acesso em 28 mai.

    2012. Disponvel em http://www.conjur.com.br/2011-out-12/lei-maria-penha-

    aplicada-ex-companheiro-transexual.

    http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm.phphttp://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm.phphttp://www.sertao.ufg.br/uploads/16/original_ORIENTA%C3%87%C3%95ES_POPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989http://www.sertao.ufg.br/uploads/16/original_ORIENTA%C3%87%C3%95ES_POPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989http://www.sertao.ufg.br/uploads/16/original_ORIENTA%C3%87%C3%95ES_POPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989http://www.simposiodemode.unb.br/mesas/7_mesa/Jesus%20-%20O%20movimento%20na%20rua.pdfhttp://www.simposiodemode.unb.br/mesas/7_mesa/Jesus%20-%20O%20movimento%20na%20rua.pdfhttp://www.simposiodemode.unb.br/mesas/7_mesa/Jesus%20-%20O%20movimento%20na%20rua.pdfhttp://www.conjur.com.br/2011-out-12/lei-maria-penha-aplicada-ex-companheiro-transexualhttp://www.conjur.com.br/2011-out-12/lei-maria-penha-aplicada-ex-companheiro-transexualhttp://www.conjur.com.br/2011-out-12/lei-maria-penha-aplicada-ex-companheiro-transexualhttp://www.conjur.com.br/2011-out-12/lei-maria-penha-aplicada-ex-companheiro-transexualhttp://www.conjur.com.br/2011-out-12/lei-maria-penha-aplicada-ex-companheiro-transexualhttp://www.simposiodemode.unb.br/mesas/7_mesa/Jesus%20-%20O%20movimento%20na%20rua.pdfhttp://www.simposiodemode.unb.br/mesas/7_mesa/Jesus%20-%20O%20movimento%20na%20rua.pdfhttp://www.sertao.ufg.br/uploads/16/original_ORIENTA%C3%87%C3%95ES_POPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989http://www.sertao.ufg.br/uploads/16/original_ORIENTA%C3%87%C3%95ES_POPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989http://virtualpsy.locaweb.com.br/dsm.php
  • 7/30/2019 VIOLNCIA TRANSFBICA E MOVIMENTOS DE AFIRMAO IDENTITRIA NO BRASIL_DESAFIOS E POSSIBILIDADES

    13/13

    13

    ORGANIZAO MUNDIAL DE SADE. Classificao estatstica internacional

    de doenas e problemas relacionados sade [Online, 2008]. Acesso em 25

    de abr. 2012. Disponvel emhttp://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htm.

    SANTI, Liliane N.; NAKANO, Ana M. S. & LETTIERE, A. percepo de

    mulheres em situao de violncia sobre o suporte e apoio recebido em seu

    contexto social. Texto Contexto - Enfermagem, Florianpolis, v. 19, n. 3, 2010,

    pp. 417-424.

    STOTZER, Rebecca L. Comparison of hate crime rates across protected and

    unprotected groups. Los Angeles: University of California, School of Law, 2007.

    TRANSGENDER EUROPES TRANS MURDER MONITORING. Reporteddeaths of 816 murdered trans persons from january 2008 until december 2011

    [Online, 2012a]. Acesso em 10 mai. 2012. Disponvel em

    http://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-

    Tables2008-2011-en.pdf.

    TRANSGENDER EUROPES TRANS MURDER MONITORING. Reported

    deaths of 248 murdered trans persons in 2011 [Online, 2012b]. Acesso em 10

    mai. 2012. Disponvel em http://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2011-en.pdf.

    http://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htmhttp://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htmhttp://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htmhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2008-2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2008-2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2008-2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2008-2011-en.pdfhttp://www.transrespect-transphobia.org/uploads/downloads/TMM/TvT-TMM-Tables2008-2011-en.pdfhttp://www.datasus.gov.br/cid10/v2008/cid10.htm